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CIRCULAÇÃO: MONTE ALEGRE, SANTARÉM, GURUPÁ, ALMEIRIM, ALENQUER, FARO, ÓBIDOS, ORIXIMINÁ, TERRA SANTA, PORTO DE MOZ, PRAINHA E DISTRITOS DE MONTE DOURADO, PORTO TROMBETAS, SANTA MARIA DO URUARÁ E ALTER DO CHÃO JURUTI, www.tribunadacalhanorte.com.br PREÇO: R$ 2,00 ANO IX - Nº 389 // Oeste do Pará, quarta-feira, 14 de março/2012 O JORNAL DO POVO Pág. 02 Pág. 12 A l e p a h o m e n a g e i a c e n t e n á r i o d e C a t t e t e P i n h e i r o N í v e l d o s r i o s A m a z o n a s e T a p a j ó s p r e o c u p a a u t o r i d a d e s J u r u t i e Ó b i d o s r e c e b e m l a n c h a d o p r o g r a m a C a m i n h o d a E s c o l a ANIVERSÁRIO MONTE ALEGRE ÓBIDOS ALMEIRIM Tel. (93) 3533-2792 Tel. (93) 3547-2194 Tel. (93) 3737-1467 S e g u r o D e f e s o e n c e r r a e p e s c a d o r e s n ã o r e c e b e m o b e n e f í c i o LEIA NESTA EDIÇÃO Pág. 07 a 11 Pág. 11 Pág. 06 Foto - Admeson Serra Fotos - J Rebelo

TRIBUNA DA CALHA NORTE

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Edição numero 389

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Page 1: TRIBUNA DA CALHA NORTE

CIRCULAÇÃO: MONTE ALEGRE, SANTARÉM, GURUPÁ, ALMEIRIM, ALENQUER, FARO, ÓBIDOS, ORIXIMINÁ, TERRA SANTA, PORTO DE MOZ, PRAINHA E DISTRITOS DE MONTE DOURADO, PORTO TROMBETAS, SANTA MARIA DO URUARÁ E ALTER DO CHÃO

JURUTI,

www.tribunadacalhanorte.com.br

PREÇO: R$ 2,00 ANO IX - Nº 389 // Oeste do Pará, quarta-feira, 14 de março/2012

O JORNAL DO POVO

Pág. 02

Pág. 12

Alepa homenageia centenário de Cattete Pinheiro

Nível dos rios Amazonas e Tapajós preocupa autoridades

Juruti e Óbidos recebem lancha do programa “Caminho da Escola”

ANIVERSÁRIO

MONTE ALEGREÓBIDOS ALMEIRIM

Tel. (93) 3533-2792Tel. (93) 3547-2194Tel. (93) 3737-1467

Seguro Defeso

encerra e pescadores

não recebem o

benefício

LEIA NESTA EDIÇÃO

Pág. 07 a 11

Pág. 11

Pág. 06

Foto

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eson S

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Fotos - J Rebelo

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Oeste do Pará, quarta-feira, 14 de março de 2012TRIBUNA DA CALHA NORTE2 GERAL

Nível dos rios preocupa autoridades da região Oeste

Marcos Bentes

Diariamente a Capitania dos Portos de Santarém está fazendo a aferição

no nível dos rios Tapajós e Amazonas na régua da Agência Nacional de Águas, localizada no porto da Companhia Docas do Pará (CDP).No último dia 08, a Marinha fez a medição e constatou que o nível do rio Tapajós está dez centímetros maior que o verificado no mesmo período de 2009, quando o Tapajós alcançou 6,70 centímetros. O aumento é considerado significativo e se continuar assim é bem provável que a cheia deste ano seja igual ou

superior a de 2009.A elevação do nível do rio é u m a p r e o c u p a ç ã o d a s instituições dos municípios da região principalmente com os ribeirinhos que são as pessoas mais sofridas neste período invernoso. Órgãos como o Corpo de Bombeiros, Marinha e Defesa Civil já têm um plano de resgate montado caso a cheia seja mesmo maior este ano. A Capitania dos Portos dará apoio cedendo lanchas para a Defesa Civil e Bombeiros, caso venha a ser solicitada. A orientação dada para os comandantes de embarcações é que mantenham o sonar, radar, holofotes, rádio e outros

equipamentos indispensáveis à n a v e g a ç ã o e m p e r f e i t o f u n c i o n a m e n t o p a r a q u e

possam auxiliar nas manobras principalmente em período noturno.

Lançada a Frente sobre navegação na AmazôniaCom o objetivo de reduzir o alto índice de acidentes com embarcações no Norte do País e fomentar a economia da região, foi lançada na terça-feira (13) a Frente Parlamentar Mista pelo Desenvolvimento da Navegação Fluvial na Amazônia. A região

tem 18.300 quilômetros de hidrovias, e a navegação por rios representa o principal meio de transporte de pessoas e de escoamento da produção local.O e v e n t o c o n t o u c o m a presença de representantes do setor naval e do Poder

Público. No ato de lançamento, a defensora pública da União Luciene Strada de Oliveira falou sobre a modernização da frota da população de baixa renda. A presidente da Associação das Vítimas de Acidente de Escalpelamento,

Rosinete Serrão, falou sobre a campanha pela erradicação do escalpelamento na região. O carpinteiro naval Domingos Marreiros abordou a técnica de construção naval tradicional e a situação dos estaleiros na Amazônia. (Agência Câmara)

Gestão Ambiental da MRN foi atrativo no XXIX Congresso de ZoologiaA interação entre as atividades de mineração e as ferramentas de mitigação dos impactos ambientais ainda são temas pouco conhecidos por alguns profissionais do campo da zoologia. Justamente por isso, o estande da Mineração Rio do Norte (MRN) foi um dos mais atrativos do XXIX Congresso Brasileiro de Zoologia.O estande atraiu os participantes do congresso por lembrar uma casa ribeirinha, feita de madeira. As paisagens paraenses, exibidas em vídeo no interior do espaço, também chamam a atenção dos

visitantes pela beleza e riqueza da fauna. Mas, o espaço convidativo é apenas um motivo para matar a curiosidade sobre o que uma empresa de mineração fazia num evento de zoologia. A resposta a pergunta normalmente surpreende, pois uma parte dos profissionais, principalmente os formados recentemente, desconhece o que vem sendo feito na área de gestão ambiental na mineração do Pará.

“ O e s t a n d e e s t á l i n d o . F o i o q u e e u m a i s g o s t e i d o evento. Mas, vim conhecer os projetos. Fiquei interessada no

trabalho que é feito de resgate e monitoramento de fauna. Achei muito interessante o rádio-colar utilizado para o monitoramento de macacos . Nem todas as empresas investem nessa gestão ambiental. É bom saber que a empresa se preocupa com o meio ambiente”, argumenta a bióloga Carolina Oliveira, que visitou a exposição da MRN no segundo dia do evento.A estudante de biologia, Camila Oliveira, que veio do Ceará para o evento, também achou interessante o trabalho de m o n i t o r a m e n t o d a f a u n a desenvolvido pela MRN. “Poucas empresas fazem isso. Já tinha ouvido falar que existia esse tipo de trabalho, mas nunca tinha visto um de perto”, comentou.O programa de monitoramento ambiental dos meio físico e biológico é feito pela MRN desde 1996. Hoje, a empresa desenvolve atividades voltadas à qualidade das águas superficiais e s u b t e r r â n e a s ; r e a l i z a o monitoramento liminológico e da ictiofauna dos igarapés sob

influência do empreendimento; a c o m p a n h a o s e f l u e n t e s industriais, a qualidade do ar, o ruído ambiental; monitora o efeito da borda sobre a fauna e flora provocadas pelo desmatamento para a atividade de lavra da bauxita; estuda e acompanha a fauna, flora e solos das áreas reabil itadas, a mastofauna aquática do lago Sapucuá e ainda realiza o monitoramento de primatas e de abelhas.As ações de mit igação dos impactos adotados pela MRN estão contempladas em grandes programas desenvolvidos em parceria com instituições de pesquisa e centros de grandes universidades brasileiras, entre elas o Instituto de Pesquisas da Amazônia (INPA), Faculdades Integradas do Tapajós (FIT) e Universidade Federal de Góiás.Anualmente, a empresa investe cerca de R$ 12 milhões para a execução dos programas de reabilitação de áreas mineradas e m o n i t o r a m e n t o h í d r i c o , atmosférico, fauna, flora e solos. (MRN)

TRF assegura concessão florestal em flona de OriximináO Tribunal Regional Federal da 1ª Região decidiu que o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) pode continuar com o processo de concessão florestal na Floresta Nacional (Flona) Saracá-Taquera, no município de Oriximiná.Em voto aprovado pela Corte E s p e c i a l p o r u n a n i m i d a d e , o d e s e m b a r g a d o r O l i n d o Menezes afirma que a reforma de decisão proferida em março do ano passado, “acarretaria prejuízos ainda maiores para as comunidades locais , que perderiam benefícios concretos com a concessão das unidades de m a n e j o , c om o ofert a de empregos formais e recebimento de investimentos indiretos, para a preservação do meio ambiente”.O documento diz que a modificação da sentença acarretaria ainda prejuízos para a Administração P ú b l i c a , “ q u e d e i x a r i a d e cumprir contratos já assumidos e desperdiçaria todo o trabalho humano e recursos materiais utilizados em estudos, consultas, pesquisas e procedimentos necessários à criação da unidade de conservação e concessão para exploração racional dos seus recursos florestais”.AGRAVO - A decisão do TRF responde a um agravo regimental ( r e c u r s o ) i n t e r p o s t o p e l o Ministério Público Federal contra decisão de março de 2010 do TRF. O MPF solicitava o afastamento de todos os efeitos já implementados e dos atos subsequentes do procedimento licitatório para a concessão na Flona de Saracá-Taquera.Mas no julgamento ocorrido no ano passado, o Tribunal já

havia manifestado que “(...) o procedimento l icitatório da concessão na Floresta Nacional de Saracá-Taquera foi precedido de estudos e cautelas que visam a assegurar a preservação dos componentes culturais das comunidades quilombolas (...)” e que, “(...) buscando garantir a integridade dos territórios pleiteados por essas comunidades, as unidades de manejo florestal foram delimitadas respeitando tais limites (...)”.CONCESSÃO - A Flona Saracá-Taquera é a primeira do Pará a receber uma concessão florestal federal. Duas unidades de manejo florestal, que somam cerca de 50 mil hectares, foram licitadas e podem entrar em operação ainda este ano para produzir madeira de forma legal e sustentável, com empregos locais e investimentos para comunidades. A concessão abrange somente áreas onde existam exclusivamente florestas. Locais onde haja presença humana são automaticamente excluídos da concessão florestal. P a r a r e s g u a r d a r os direitos de extrativistas, ribeirinhos, além de comunidades qui lombolas que ple i te iam a t i tu lação de áreas , o SFB estabeleceu as unidades de manejo fora desses locais. Antes de real izar a concessão florestal, o SFB realizou audiências públicas, momento em que a população local é ouvida e tem a oportunidade de colocar suas sugestões e demandas em relação ao processo de concessão, aumentando o seu controle social. (Ascom/SFB)

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Oeste do Pará, quarta-feira, 14 de março de 2012 3TRIBUNA DA CALHA NORTEPUBLICIDADE

Senhores Acionistas,

A Diretoria Executiva da Mineração Rio do Norte S.A. (MRN), em cumprimento às disposições legais e estatutárias, apresenta relatório com o resumo dos principais acontecimentos do ano de 2011, juntamente com as Demonstrações Financeiras e o Parecer dos Auditores Independentes.

Principais destaques de 2011

Em 2011, a MRN enfrentou diversos desafios para concluir as obras da nova mina de Bela Cruz que entrou em operação em outubro, passando a garantir cerca de 50% do volume de produção para os próximos três anos. Foram, também, iniciadas as obras de instalação da mina de Monte Branco prevista para entrar em operação em 2013. O projeto de melhoria na planta de beneficiamento foi aprovado e as obras iniciadas. Houve continuidade dos estudos ambientais, de engenharia e de atendimento a requisitos legais para a construção da linha de transmissão de 230 kv, visando obter a aprovação do empreendimento para interligar as operações da MRN em Porto Trombetas com a linha de transmissão de 500 kv, que se encontra em construção para interligar Manaus a Tucuruí. Na gestão de pessoas, foram implementados novos instrumentos de atração e retenção visando enfrentar a escassez de mão de obra qualificada e manter a equipe motivada.

Produção e vendas

Em 2011, a MRN produziu 16,8 milhões de toneladas de bauxita, 1% abaixo dos 17,0 milhões de toneladas produzidas em 2010. As vendas somaram 17,0 milhões de toneladas, representando um decréscimo de 3% comparadas com o volume de 17,5 milhões de toneladas vendidas em 2010. Do total de vendas, 63% (63% em 2010) foram destinadas ao mercado interno, suprindo as refinarias da Alunorte e da Alumar e 37% foram destinadas ao mercado externo como segue: 13% para os Estados Unidos, 10% para o Canadá, 11% para a Europa e 3% para a América do Sul.

Os teores médios de qualidade do minério obtidos em 2011 foram de 48,97% de alumina aproveitável e 4,76% de sílica reativa.

Gestão da qualidade

O Programa de Gestão da Qualidade na MRN é focado em treinamento e desenvolvimento de pessoas, gerenciamento da rotina e gerenciamento por diretrizes visando à melhoria permanente de seus processos.

O forte desempenho do Programa 5S é traduzido na qualidade da organização e arranjo das instalações da MRN, contribuindo para a prevenção de acidentes e a preservação do meio ambiente nos diversos locais de trabalho. De acordo com a metodologia do programa praticado na MRN, a empresa está dividida em 115 ambientes classificados em diferentes estágios, sendo 04 ambientes no 3ºS (3,5%), 01 ambiente no 4ºS (0,9%) e 110 ambientes no 5ºS (95,7%).

A empresa também conta com o envolvimento, o comprometimento e a motivação dos empregados da MRN e de empresas contratadas que participam voluntariamente do Programa CCQ (Círculos de Controle de Qualidade), proporcionando um ambiente de permanente evolução do programa, com resultados muito positivos. Em 2011, o programa contou com 157 grupos, compostos por 864 circulistas, que concluíram 118 projetos de melhoria. Desde o início do programa, em 1997, foram concluídos 3.331 projetos. O programa conta com a adesão de 72% do quadro total de empregados.

Recursos Humanos

Em 2011, a produtividade por empregado foi de 14,070 toneladas, com um efetivo médio ao longo do ano de 1.194 empregados ativos, sendo: 85% originários do estado do Pará, 2% dos demais estados da região Norte e 13% de outros estados. O total de 87% de empregados da região Norte reflete o compromisso da MRN em valorizar e desenvolver a mão de obra da região.

A MRN negociou um novo acordo de participação de seus empregados nos resultados da empresa (PR). O acordo tem vigência de 2 anos, 2012 e 2013. Além das metas vinculadas ao desempenho corporativo e das áreas em que a empresa está dividida, de caráter coletivo, o acordo passou a contar com um incentivo adicional, que vale até um salário nominal do empregado por ano, vinculado ao desempenho individual de saúde, como forma de estimular as pessoas a cuidarem bem de sua saúde.

Dentro do Programa de Qualidade de Vida da MRN (PQV), o projeto Ação & Bem Estar, que atende os empregados da MRN desde 2009, foi ampliado no segundo semestre de 2011 aos cônjuges e atingiu a expectativa traçada com 358 participantes efetivos, com rotatividade aproximada de 16,2%. Para orientar e incentivar a mudança de hábitos, no decorrer do ano foram ministradas palestras referentes a temas como saúde, atividade física e nutrição, buscando informar e orientar os participantes.

O Ação & Bem Estar é realizado por uma equipe multidisciplinar constituída de profissionais de educação física, nutrição e medicina. O compromisso permanente dessa equipe multidisciplinar é proporcionar ao empregado um programa de treinamento individualizado que melhor contemple sua realidade e necessidade através da prática orientada e monitorada de atividade física, possibilitando uma melhoria do nível de saúde e o desenvolvimento hábitos de vida saudáveis.

No que se refere ao desenvolvimento de pessoas, destaca-se o Sistema de Gestão por Competências, no qual são mapeadas as competências dos empregados da MRN para os diferentes cargos da empresa. Em 2011, o programa foi estendido a todos os níveis da empresa, com a inclusão de dois novos eixos: operacional e de manutenção.

A partir de 2011, todos os empregados passaram a ser avaliados e ter seus Planos Individuais de Desenvolvimento elaborados. Dessa forma, todos os empregados passam a conhecer suas oportunidades de melhorias tanto em questões técnicas quanto comportamentais. Em 2011, 97% dos treinamentos formais propostos e aprovados a partir dos planos individuais de desenvolvimento foram realizados.

Os treinamentos corporativos obrigatórios que norteiam a política da MRN dentro dos pilares Segurança, Saúde, Meio Ambiente e Qualidade fecharam o ano de 2011 com 85% dos empregados treinados, uma evolução de 21% em relação a 2010 cujo resultado foi de 64%. Nos treinamentos operacionais, 824 empregados participaram de treinamentos em 2011, totalizando uma média de 71 horas por empregado.

O Programa de Educação, cujo objetivo é facilitar o acesso aos empregados da MRN à educação formal, ampliou-se, uma vez que, além dos cursos do SENAI e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA, também fechou-se parcerias com a Universidade Federal do Pará, Fundação Getúlio Vargas, Grupo Pitágoras e UFPA para fomentar o acesso a todos os níveis de formação, ou seja, Técnica, Superior e Pós-Graduação. Atualmente temos 183 profissionais cursando a formação técnica, 29 cursando Graduação e 30 fazendo Pós-Graduação. O Programa de Educação conta com apoio da MRN através de bolsas de estudos, uso de infraestrutura da empresa e viagens, quando necessárias.

O Programa Jovem Aprendiz, realizado em Parceria com o SENAI de Santarém, promove a preparação do jovem para o mercado de trabalho e, em 2011, contemplou 46 jovens do Oeste do Pará.

A Gestão de Relacionamento continua sendo tratada como uma importante ferramenta motivacional, com o incentivo ao diálogo franco e aberto entre líderes e de liderados, suportados por profissionais de Recursos Humanos. Através do programa, são detectadas as oportunidades de melhoria do ambiente do trabalho e traçados planos de ação.

Outro ponto forte de 2011 foi a consolidação do Programa de Desenvolvimento de Líderes, em parceria com a Fundação Instituto em Administração – FIA. Atualmente, a empresa possui 114 profissionais cursando os Módulos do

Programa que abordam: Cultura e Mudança Organizacional, Liderança e Gerência, Instrumentos de Controle Gerencial (Finanças) e Gestão. O programa evoluiu em 75% e no primeiro semestre de 2012 concluiremos todos os módulos. A partir desta etapa, a MRN passará para um segundo nível de preparação de seus líderes, que é fomentar metas para o cumprimento dos conceitos aprendidos no programa.

Outros destaques em 2011 foram os Programas Trainee e de Estágios. No caso do Programa Trainee, foram selecionados 20 jovens no Brasil, nas mais diversas áreas e, principalmente, com formação em Engenharia e Administração. Do grupo inicial do Programa, que tem duração de dois anos, seis jovens já foram efetivados na empresa por ter havido oportunidade de efetivação e terem apresentado bom desempenho nas competências requeridas. No caso do Programa de Estágios, 16 jovens de formação Técnica em Eletrotécnica, Mineração e Mecânica foram selecionados na região Norte pelo Programa, que tem duração de seis meses. Cinco desses jovens foram contratados pela MRN.

Segurança

Em agosto de 2011, a MRN passou por um processo de auditoria de saúde, segurança, meio ambiente e relações com as comunidades, mais conhecida como auditoria de HSEC – “health, safety, envinronment and communities”, realizada por representantes de seus acionistas, onde foram identificados pontos de destaque e oportunidades de melhorias que estão sendo implementadas pelas áreas responsáveis.

As taxas de frequência de acidentes com efetivo próprio e de empresas contratadas em 2011, comparada com 2010, estão na tabela a seguir: ACIDENTES Taxas de frequência (*)

MRN CONTRATADAS MRN+ CONTRATADAS

2010 2011 2010 2011 2010 2011Com afastamento 0,66 0,93 1,73 1,19 1,27 1,08Sem afastamento 0,99 0,31 2,47 0,95 1,84 0,68

Total 1,66 1,25 4,20 2,15 3,11 1,76

(*) Acidente por um milhão de horas trabalhadas

Em 2011 a MRN atingiu o recorde de 174 dias sem acidentes reportáveis, tanto em suas operações quanto nas operações das empresas contratadas e registrou um dos melhores índices de taxa de frequência de acidentes por milhão de horas trabalhadas.

Não obstante todo o esforço que a companhia promove em relação à segurança no trabalho, em novembro de 2011 ocorreu um acidente com um caminhão de transporte de combustível que culminou com duas fatalidades, sendo uma de empregado da MRN e outra de empregado da empresa contratada à qual pertencia o caminhão acidentado. A companhia está revisando todos os seus padrões de segurança e saúde ocupacional objetivando mitigar eventuais riscos de fatalidade que possam ter escapado ao seu rigoroso padrão de controle.

No que se refere às obras realizadas nas minas Bela Cruz e Monte Branco, as Taxas de Frequência em 2011 fecharam em 2,56 e 4,43, respectivamente, correspondentes a 9 acidentes de baixa gravidade ocorridos desde o início das obras das novas minas, iniciadas 2008.

As auditorias de certificação da norma OHSAS 18001 confirmaram a manutenção dos Certificados da MRN e das várias contratadas que já possuem essa certificação para suas operações em Porto Trombetas.

Saúde Ocupacional

Em 2011, pelo Programa de Medicina do Sono, foram avaliadas 432 pessoas entre empregados da MRN, empregados de empresas contratadas e pessoas da comunidade e os 54 casos de distúrbios identificados passaram a ter o acompanhamento clínico indicado. No Programa Apto para a vida, Apto para o Trabalho, foram avaliados 451 empregados envolvendo avaliações ergonômicas no local de trabalho, avaliação individual da capacidade física e aconselhamento nutricional. Todas estas ações buscaram permitir a identificação, diagnóstico diferencial, tratamento e acompanhamento evolutivo dos distúrbios do sono e situações de fadiga, que possam causar riscos para as atividades profissionais das pessoas, assim como impactos à qualidade de vida.

Durante o ano de 2011, foram atendidos pela Medicina do Trabalho para realização de exames admissionais, demissionais, periódicos, mudança de função e retorno ao trabalho 1.427 empregados da MRN e 3.584 empregados das empresas contratadas.

Ainda em 2011, em busca de aumento de resolutividade e qualidade nos atendimentos, o Hospital de Porto Trombetas passou a contar com atendimentos clínicos nas áreas de Cardiologia, Urologia, Nutrição, Psicologia e Ortoptia. Além disso, passaram a ser realizadas cirurgias urológicas transuretrais e citoscópicas, oftalmológicas e artroscopias de ombro e cotovelo. Entre os exames complementares, passou também a contar com Holter, Ecocardiograma e Teste Ergométrico.

Meio Ambiente

Em dezembro de 2001, a MRN obteve a certificação na ISO 14.000 e, a cada semestre, passa por uma auditoria de manutenção desta certificação. Em 2011, conforme prevê a norma, a MRN passou por um novo processo de auditoria e manteve o certificado da ISO 14.000:2004.

Abaixo apresentamos as principais atividades ambientais que foram desenvolvidas ao longo de 2011.

Reflorestamento de áreas mineradas

As atividades de reflorestamento foram realizadas em conformidade com as atividades de lavra, previstas no plano quinquenal de operações. De 1979 a 2011, foram reabilitados cerca de 4.460 ha, onde foram plantadas 8,8 milhões de mudas de 450 espécies arbóreas nativas. Em 2011 foram reflorestados 196 ha, sendo 175 ha em minas em operação e 21 ha em minas em processo de fechamento, tendo sido usadas 113 espécies arbóreas.

As mudas a serem utilizadas durante o reflorestamento de 2012 foram produzidas durante o ano de 2011. A MRN produziu em viveiro próprio, aproximadamente, 458 mil mudas de 112 espécies arbóreas nativas. Para o ano de 2012, a MRN tem a meta específica de reflorestar aproximadamente 259 ha, sendo que 240 ha são em minas em operação e o restante em minas em processo de descomissionamento.

Em relação ao processo de revegetação dos taludes das estradas de acesso às minas e paredes dos tanques de rejeito, em 2011 foram hidrossemeados 16 ha e para o ano de 2012 estão previstos 48 ha.

Programa de Manejo Integrado de fauna

A MRN desenvolveu e vem executando o Programa Integrado de Manejo da Fauna da área de influência do projeto de exploração mineral dos platôs Saracá, Almeidas, Aviso, Bacaba, Bela Cruz, Monte Branco, Papagaio e Periquito, envolvendo desde o manejo das espécies por meio de ações de resgate e afugentamento, o monitoramento do alcance dos impactos das atividades do empreendimento sobre as mesmas e, posteriormente, da efetividade das ações de controle implementadas. No caso específico deste Programa, o objetivo é o desenvolvimento dessas ações sobre as comunidades de anfíbios, répteis, aves, mamíferos e determinados grupos de insetos.

Os trabalhos de afugentamento e resgate são executados por profissionais da Zoofit, entidade mantida pela FIT – Faculdades Integradas do Tapajós. O convênio entre a MRN e a FIT prevê também a utilização das estruturas

da Zoofit pela MRN, no caso de processos demorados de reabilitação de animais resgatados durante o desmatamento. Para os primeiros socorros e processos rápidos de reabilitação, a MRN construiu em 2010, um Centro de Triagem de Animais Silvestres - CETAS.

Monitoramento das áreas reflorestadas

As atividades de monitoramento das áreas reflorestadas (flora e solos) seguem o desenho amostral aprovado pelo IBAMA/ICMBio e têm como objetivo principal avaliar o sucesso do programa de reabilitação das áreas mineradas. As atividades foram e continuarão sendo executadas em todas as minas que se encontram nas fases de implantação, operação e descomissionamento, em consonância com as condicionantes ambientais estabelecidas nas respectivas licenças.

Reabilitação dos tanques de rejeitos

A evolução do processo desenvolvido pela equipe técnica da MRN com o apoio da EMBRAPA e da Universidade Federal de Viçosa, tem sido muito positiva conforme constado através do monitoramento anual de diversos parâmetros físicos e biológicos da área.

Em 2011, após análise crítica dos dados obtidos ao longo de todos os anos de pesquisa e monitoramento, iniciou-se a elaboração de um protocolo de reabilitação e monitoramento dos tanques de rejeito, definindo-se as seguintes premissas:

• Adoção de variáveis que possam compor um índice de recuperação ambiental – IRA (índice de sustentabilidade) para os plantios

• Avaliação da aplicação/incorporação de matéria orgânica proveniente do processo de compostagem de lixo urbano e podas de jardim e do sistema de tratamento de esgoto (lodo) ao rejeito de lavagem de bauxita.

• Seleção de bactérias fixadoras de nitrogênio atmosférico e fungos micorrízicos para espécies nativas da região de Porto Trombetas com potencial para revegetação de áreas mineradas.

Monitoramento de água e ar

O monitoramento de água e ar é feito de acordo com o mapeamento e parâmetros constantes dos planos básicos ambientais e os resultados obtidos encontram-se dentro dos limites das normas ambientais.

Processos de Licenciamento Ambiental

Em 2011, a MRN obteve a retificação da licença de operação da mina de Aviso contemplando as novas instalações de apoio a produção da mina Bela Cruz e a licença de operação da mina Bela Cruz com validade de quatro anos.

Foi obtida, ainda, a autorização de supressão da vegetal para continuidade de produção na mina Saracá , a última autorização de supressão para mina Bacaba e a autorização para a conclusão de detalhamento de pesquisa no platô Rebolado.

No mês de março, obtivemos a renovação da licença de operação do areal do km 06 e, em setembro, obtivemos todas as licenças de instalação e operação necessárias para implantação da Central de Tratamento de Resíduos. Ao longo de 2011, foram desenvolvidos os Planos Básicos Ambientais das novas minas Greigh e Aramã prevendo requerimento de licença de instalação em 2012. Em relação à implantação da linha de transmissão de 230 Kv os levantamentos e elaboração do Estudo de Impacto Ambiental foram desenvolvidos ao longo de 2011 com obtenção das autorizações de supressão e levantamento de fauna necessários à conclusão dos estudos.

Ainda no que se refere às ações ambientais desenvolvidas em 2011, a MRN deu andamento ao Programa de Monitoramento de Primatas nos platôs Bacaba, Bela Cruz e Almeidas. A iniciativa teve início em 2010 e tem previsão de duração de cinco anos. Também tiveram prosseguimento as ações do programa de monitoramento da fauna aquática na área de influência do Platô Bacaba e do projeto Epífitas, Hemiepífitas e Espécies Raras e Ameaçadas, no qual um total de 11.784 espécimes foram reintroduzidas nas áreas dos reflorestamentos da empresa que datam da década de 80. Também demos prosseguimento aos monitoramentos do lago Batata, que ocorrem desde 1988.

Relações com a comunidade

Dando prosseguimento ao Programa de Relacionamento com Comunidades, no ano de 2011, a MRN buscou se estruturar e adequar seus projetos e ações educacionais, ambientais e sociais em um Programa de Educação Socioambiental. Esta adequação é uma demanda do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), que segue os princípios descritos no Art 4°, da Política Nacional de Educação Ambiental (Lei n. 9.796/99) e condicionante do licenciamento de suas atividades de extração mineral.

Desta forma, em 2011, foram realizadas duas oficinas do Programa de Educação Socioambiental da MRN, o PES: a 1ª Oficina de Capacitação para Gestores e Coordenadores do PES foi realizada nos dias 28 e 29 de junho de 2011, na cidade de Terra Santa, e a 2ª Oficina de Construção de Projeto de Educação Ambiental foi realizada em Porto Trombetas, nos dias 25 e 26 de outubro de 2011.

Fazem parte do PES, doze projetos desenvolvidos nos municípios de Terra Santa e Oriximiná, que têm como base os pilares de Educação e Cultura, Sustentabilidade, Saúde e Segurança e Meio Ambiente. Os projetos são:

• Educação Cidadania e Cultura – Projeto Educação Ambiental e Patrimonial;• Sustentabilidade – Projetos: Agricultura Familiar, Piscicultura, Manejo

das Populações de Copaíbas, Meliponicultura;• Segurança e Saúde – Microssistemas e Poços Artesianos, Combate à

Malária, Projeto Leme;• Meio Ambiente – Instituto Gaya de Defesa das Águas, Manejo dos

Castanhais, Sistemas Agroflorestais.

Os principais destaques em 2011 nesta área foram:

• Reforma do Cliper Santo Antônio em Oriximiná;• Repasse de verba para obras de drenagem e recuperação de parte

das ruas do Bairro do Penta em Oriximiná;• Melhoria na estrada que liga Faro a Terra Santa e construção de

canaletas;• Entrega oficial do Hospital Municipal de Terra Santa, reformado em

parceria com a Prefeitura;• Convênio com a Prefeitura de Faro para a construção de uma escola de

ensino Infantil e Fundamental com 06 salas de aula, beneficiando 180 alunos;

• Construção de salão social na comunidade do Curuçá-Mirim, no Alto Trombetas;

• Reforma da Igreja da comunidade do Boa Vista;• Foram construídos: um microssistema de água na comunidade

do Saracá, dois poços artesianos no lago Batata, reforma de oito microssistemas de água nas comunidades do Boa Nova e Saracá e manutenção em sete poços manuais no lago Batata.

• O Projeto Quilombo, em parceria com a Fundação Esperança de Santarém e a Prefeitura de Oriximiná, segue evoluindo com a redução da desnutrição infantil para 5% das crianças beneficiárias, contra 6% em 2010 e 39% em 1999, quando o projeto foi iniciado. Esse Projeto tem por objetivo levar saúde preventiva e curativa a 18 comunidades compostas por remanescentes de quilombos que habitam as margens do Alto Rio Trombetas;

• O projeto Meliponicultura (produção de mel de abelhas sem ferrão), em parceria com o SEBRAE, MRN e Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Terra Santa, teve um aumento substancial passando de 100 caixas em 2010, para 252 caixas em 2011, beneficiando três comunidades e 20 famílias. Houve também eventos de capacitação, como as visitas técnicas junto aos criadores de abelhas dos estados do Maranhão e Tocantins e a participação do 1º Encontro de Meliponicultores em Belterra - PA;

(CONTINUA)

RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO 2011

01

Page 4: TRIBUNA DA CALHA NORTE

Oeste do Pará, quarta-feira, 14 de março de 2012TRIBUNA DA CALHA NORTE4 PUBLICIDADE

(CONTINUAÇÃO)

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS REFERENTES AOS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 (Em milhares de reais)

DEMONSTRAÇÕES DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO PARA O EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E DE 2010 (Valores expressos em milhares de reais)

02

BALANÇOS PATRIMONIAIS LEVANTADOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E DE 2010(Valores expressos em milhares de reais)

ATIVO

Ativo circulanteCaixas e equivalentes de caixaContas a receber:

Partes relacionadasTerceiros

EstoquesTributos a compensarDepósitos judiciaisOutros ativos circulantes

Total dos ativo circulante

Ativo não circulanteDepósitos judiciaisTributos a compensarImpostos diferidosOutros ativos não circulantes

InvestimentoImobilizadoIntangível

Total dos ativos não circulantes

Total do ativo

Notaexplicativa

4

17-596

6914

-78

31/12/2011

81.256

83.676 -

41.385 5.052 7.623 7.101

226.093

155.650 20.586 78.329 2.725

257.290

411 1.022.898

3.079 1.026.388

1.283.678

1.509.771

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

31/12/2010

44.149

93.048 2.268

33.887 2.378

633.854 5.314

814.898

455 21.175 25.095

- 46.725

411 896.209

3.570 900.190

946.915

1.761.813

PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Passivo circulanteFornecedoresEmpréstimos e financiamentosSalários, provisões e contribuições sociaisImpostos a recolherImposto de renda e contribuição social a pagarProvisão para contingênciasDividendos a pagarProvisão para reflorestamento e fechamento de minasOutras obrigações

Total dos passivo circulante

Passivo não circulanteEmpréstimos e financiamentosImposto de renda e contribuição social diferidosImpostos a recolherProvisão para contingênciasProvisão para reflorestamento e fechamento de minasOutras obrigações

Total do passivo não circulante

Patrimônio líquidoCapital socialReservas de capitalAjuste de avaliação patrimonialReserva de lucrosLucros acumulados

Total do passivo patrimônio líquido

- 10-

11-

1215e13-

1014111213-

15-----

)

55.253 185.378 24.323 11.276 1.049

- 34.694 3.189 1.955

317.117

278.674 58.415

- 197.108 67.693

684 602.574

488.484 6.829 (369

95.136 -

590.080

1.509.771

)

46.314 423.171 21.324 11.451 13.429

357.513 -

3.189 7.721

884.112

167.704 11.597

504 42.553 67.467

543 290.368

488.484 6.829 (957

92.977 -

587.333

1.761.813

DEMONSTRAÇÕES DO RESULTADO PARA O EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E DE 2010 (Valores expressos em milhares de reais, exceto lucro por milhões de ações)

DEMONSTRAÇÕES DE OUTROS RESULTADOS ABRANGENTES PARA O EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 (Valores expressos em milhares de reais, exceto lucro por milhões de ações)

Receita operacional líquida

Custo dos produtos vendidos

Lucro bruto

Receitas/ (despesas) operacionaisGerais e administrativasOutras receitas/ (despesas) operacionais, líquidas

Lucro operacional antes do resultado financeiro

Resultado financeiroReceitas financeirasDespesas financeirasAtualização monetária processo

fiscal - Lei nº 11.941/2009Variação cambial, líquida

Lucro antes do imposto de renda e da contribuição social

Imposto de renda e contribuição socialCorrentesProcesso fiscal - Lei nº 11.941/2009Diferidos

Lucro/ (prejuízo) líquido do exercício

Lucro/ (prejuízo) líquido do exercício por lote de 1.000.000 ações (em R$)

Lucro/ (prejuízo) líquido do exercício

Resultado de hedgeImposto de renda relacionado a componentes de outros resultados abrangentes

Resultado abrangente total do exercício

Notaexplicativa

16

-

1819

20--

--

14---

31/12/2011

732.065

(598.794

133.271

(19.378 (5.544

108.349

32.083 (35.808

(19.713 (27.872 (51.310

57.039

(26.907 -

6.721 (20.186

36.853

61,42

31/12/2011

36.853

891

(303

37.441

)

)

)

)

)

)

))

)

)

)

)

)

31/12/2010

653.680

(557.993

95.687

(20.335 30.559

105.911

30.478 (42.711

(74.139

9.712 (76.660

29.251

(29.871 -

(8.561 (38.432

(9.181

(15,30

31/12/2010

(9.181

700

(238

(8.719

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

)

))

)

)))

)

)

)

Saldos em 31 de dezembro de 2009

Pagamento de dividendos Ajuste de avaliação patrimonialPrejuízo líquido do exercícioAbsorção de prejuízo

Saldos em 31 de dezembro de 2010

Ajuste de avaliação patrimonialLucro líquido do exercícioReserva legalReserva para aumento de capital - Isenção de IRDividendos propostos

Saldos em 31 de dezembro de 2011

Capital social

488.484

- - - -

488.484

- - - - -

488.484

NotasExplicativas

15c15.d.315.d.315.d.315.e

Reservas de capital Reservas de lucros

Legal

97.697

- - -

(4.720

92.977

- -

1.843 - -

94.820

Total

601.938

(5.886 462

(9.181 -

587.333

588 36.853

- -

(34.694

590.080

Incentivosfiscais

6.829

- - - -

6.829

- - - - -

6.829

Isenção deImposto Renda

-

- - - -

-

- - - - -

-

Isenção deImposto Renda

4.461

- - -

(4.461

-

- - -

316 -

316

Lucros Acumulados

5.886

(5.886 -

(9.181 9.181

-

- 36.853 (1.843

(316 (34.694

-

Ajuste de avaliaçãoPatrimonial

(1.419

- 462

- -

(957

588 - - - -

(369

)

)

)

) )

)

)

)))

)

)

)

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

• Com investimentos de incentivos fiscais, a MRN patrocinou importantes programas na área cultural. Os Programas Cultura em Rede, Cultura na Escola e Raízes, abarcaram grande parte dos pequenos patrocínios realizados pela empresa na região. Através de metodologia própria, estes programas contribuíram para que as manifestações culturais ganhassem força e visibilidade regional. Além disso, os produtores culturais foram capacitados na elaboração de projetos e captação de recursos de fontes diversas disponíveis através de leis de incentivo estaduais e federais;

• Ainda na área cultural, destacamos o patrocínio da restauração da Igreja de Nossa Senhora da Saúde, em Alter-do-Chão, através do Projeto “Preservação do Patrimônio Histórico de Santarém”, patrocinado pela MRN através da Lei SEMEAR;

• Em 2011, a MRN deu continuidade ao projeto Esporte na Cidade, através da lei federal de incentivo ao esporte, firmando parceria com a OSCIP – Organização Social de Interesse Público, De Peito Aberto, beneficiando mais de 500 crianças e adolescentes nos municípios de Terra Santa e Faro e gerando emprego direto a quatro profissionais da educação física. Ao longo do ano o programa realizou algumas ações esportivas na cidade de Terra Santa e Faro. O projeto contou com o apoio irrestrito das prefeituras onde acontecem;

• Aos Fundos Municipais da Criança e Adolescentes (FIA) foram doados recursos que suportaram mais de vinte projetos voltados a este público nos municípios de Oriximiná, Terra Santa, Faro e Óbidos;

• O Programa de Voluntariado Empresarial de Porto Trombetas deu continuidade ao Projeto de Odontologia Preventiva, conduzido voluntariamente por profissionais de Porto Trombetas e beneficiando mais de 80 crianças de comunidades quilombolas. Foi realizada também a capacitação para o Comitê Gestor e Voluntariado;

• O programa de Combate à Malária também fechou o ano sem nenhuma ocorrência registrada no posto de saúde de Porto Trombetas e nas comunidades onde são efetuadas as ações de combate à doença (foram 63 casos registrados em 2010). A redução foi resultado de um intenso trabalho realizado pela Pró-Saúde, parceira da MRN na gestão do Hospital de Porto Trombetas, que atuou juntamente com a Prefeitura de Oriximiná.

• Em 2011, a MRN manteve sua parceria junto ao Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF), desenvolvido pela Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), com o objetivo de incentivar o desenvolvimento de fornecedores locais, fortalecendo o ambiente de negócios na região Oeste do Pará.

Investimentos

Em 2011, a MRN realizou investimentos no total de R$ 230,5 milhões. Esses recursos foram aplicados nos seguintes segmentos: controle ambiental (R$ 17,4 milhões); pesquisa geológica (R$ 7,2 milhões); equipamentos de mineração (R$ 24,6 milhões); substituição de equipamentos e atualização tecnológica (R$ 14,0 milhões); segurança e saúde ocupacional (R$ 3,0 milhões); abertura de novas minas (R$ 154,7 milhões); projetos especiais (R$ 5,7 milhões) e R$ 3,9 milhões em outros projetos.

Resultados econômico-financeiros

Apesar das vendas em 2011 terem sido inferiores a 2010 em 489 mil toneladas de bauxita (2,8%), a receita líquida do ano de R$ 732,1 milhões foi 12% superior ao ano de 2010, principalmente devido ao melhor preço da bauxita em relação ao ano anterior por influência direta pela cotação do alumínio na Bolsa de Londres (LME). Parte da recuperação dos preços em moeda americana (R$ 122,7 milhões) foi parcialmente impactada pela menor taxa média do câmbio em 2011 (1,67 vs 1,79), por um menor volume de vendas, pelo mix entre bauxita seca e bauxita úmida e por um maior recolhimento de impostos incidentes sobre as vendas. O impacto líquido favorável na receita em 2011 foi de R$ 78,4 milhões.

O custo dos produtos vendidos ficou 7,3% acima do custo de 2010 (R$ 40,8 milhões) fortemente impactado pelos custos de serviços e materiais de manutenção devido ao atraso na entrega da nova frota de equipamentos de mineração e consequente adiamento na desmobilização da frota velha.

O EBITDA foi de R$ 217,6 milhões contra R$ 213,9 milhões em 2010, com aumento de 1,7%.

Em 2011, a MRN teve um lucro líquido de R$ 36,9 milhões ante um prejuízo líquido de R$ 9,2 milhões em 2010. Contribuíram favoravelmente para o resultado em 2011, a melhoria da performance operacional, uma menor atualização monetária sobre o processo de redução de capital e um melhor balanço fiscal de imposto de renda e contribuição social. Desfavoravelmente destaca-se o aumento da variação cambial sobre os empréstimos em moeda estrangeira devido à desvalorização do real no quarto trimestre do ano.

A geração líquida de divisas em 2011 foi de US$ 199.2 milhões, superiores em US$ 55.8 milhões à 2010 que foram de US$ 143.4 milhões, oriundos

da balança comercial US$ 184.3 milhões; fluxo de capitais US$ 18.2 milhões e pagamento de serviços US$ 3.3 milhões.

Foram recolhidos aos cofres públicos em impostos e contribuições, incluindo retenções na fonte, o valor de R$ 150,6 milhões (R$ 145,8 milhões em 2010), assim distribuídos: 2011 2010

ICMS 23,5 17,6Compensação financeira pela exploração de recursos minerais - CFEM 21,3 18,6Pis e Cofins 6,3 12,0Imposto de Renda e contribuição social sobre o lucro líquido 52,5 58,9Contribuições previdenciárias 33,4 29,0Outros impostos 13,6 9,7

Desafios

Os principais desafios da MRN para 2012 e para o horizonte dos próximos cinco anos são:

• Dar continuidade à obra da mina de Monte Branco;• Dar continuidade à implantação do projeto de melhorias na planta de

beneficiamento;• Dar continuidade ao projeto da linha de transmissão de 230 kv

interligando as operações da MRN à linha de transmissão de 500 kv que interligará Manaus a Tucuruí;

• Consolidar o programa de gestão de riscos;• Dar continuidade aos estudos de engenharia para as futuras minas a

serem abertas;• Revitalizar o programa lean six sigma;• Dar continuidade ao programa de pesquisa geológica;• Consolidar o planejamento estratégico de recursos humanos;

A Diretoria Executiva da MRN agradece a todos que contribuíram para os resultados alcançados em 2011, especialmente, aos seus empregados e acionistas.

Porto Trombetas, 02 de fevereiro de 2012.

Diretoria Executiva

RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO 2011

(CONTINUA)

Page 5: TRIBUNA DA CALHA NORTE

Oeste do Pará, quarta-feira, 14 de março de 2012 5TRIBUNA DA CALHA NORTEPUBLICIDADE

DEMONSTRAÇÕES DOS FLUXOS DE CAIXA PARA OS EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E DE 2010 (valores expressos em milhares de reais)

DEMONSTRAÇÕES DO VALOR ADICIONADO PARA O EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E DE 2010 (Em milhares de reais)

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

Fluxos de caixa das atividades operacionaisLucro (prejuízo) líquido do exercícioAjustes para reconciliar o lucro líquido do exercício

com o caixa gerado pelas atividades operacionais: Depreciação e amortizaçãoProvisão para contigênciasProcesso fiscal - Lei 11.941/09Imposto de renda e contribuição social diferidosValor residual de ativo imobilizado baixadoAtualização monetária depósitos judiciaisProvisão para reflorestamento e fechamento de minasVariação cambial e juros provisionadosOutros

(Aumento) redução nos ativos operacionais:Contas a receber de clientesEstoquesDepósito judicialTributos a compensarOutros

Aumento (redução) nos passivos operacionais:FornecedoresImpostos a recolherSalários, provisões e encargos sociaisImposto de renda e contribuição socialProvisão para reflorestamento e fechamento de minasOutras obrigações e contas a pagar

Caixa gerado pelas atividades operacionais

Fluxos de caixa das atividades de investimentoAquisição de imobilizado e intangívelCaixa aplicado nas atividades de investimento

Fluxos de caixa das atividades de financiamentoCaptação de empréstimos e financiamentosPagamento de empréstimos e financiamentosPagamento de dividendosCaixa aplicado nas atividades de financiamento

Aumento/ (redução) do saldo de caixa e equivalentes de caixa

Caixa e equivalentes de caixaSaldo inicialSaldo final

Informações adicionais:Juros pagos durante o períodoImposto de renda e contribuição social pagos no período

31.12.11

36.853

109.286 154.555 19.713 (6.418

53 (28.641

5.624 1.098

-

11.640 (7.498

122.450 (2.085 (4.511

8.940 (678

2.999 (12.381 (5.398 (5.625

399.976

(235.538 (235.538

441.447 (568.778

- (127.331

37.107

44.149 81.256

(31.759 (25.506

Notaexplicativa

-

------

13--

-----

----

13 -

-

--

15

4-

--

31.12.10

(9.181

107.963 (25.432 74.139 8.561

770 (28.983

5.716 (6.600

(281

(4.075 5.314

(76 10.564 1.610

5.541 (155 572

(18.770 (4.945 1.907

124.159

(120.721 (120.721

488.439 (406.108 (44.308 38.023

41.461

2.688 44.149

(33.600 (48.526

)

)

)

))

)

)))

))

)

)

))

)

)

)

))

)

)

)

))

))

))

))

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

ReceitasVendas de mercadorias, produtos e serviçosOutras receitas

Insumos adquiridos de terceiros (inclui os valores dos impostos ICMS, PIS e COFINS)

Custos dos produtos vendidos Material e serviços de terceiros

Valor adicionado bruto

Depreciação, amortização e exaustão

Valor adicionado líquido produzido pela Sociedade

Valor adicionado recebido em transferênciaReceitas financeiras e variações monetárias ativasOutras

Valor adicionado total a distribuir

Distribuição do valor adicionado

Pessoal: Remuneração direta Benefícios F.G.T.S

Impostos, taxas e contribuições: Federais Estaduais Municipais

Remuneração de capitais de terceiros Juros e variações monetárias passivas Juros processo fiscal - Lei 11.941/09 Reversão de contingências

Remuneração de capitais próprios Dividendos propostos Lucros retidos

Total do valor adicionado distribuído

31.12.11

829.303 828.426

877

398.053 381.964 16.089

431.250

109.286

321.964

39.076 38.989

87

361.040

92.990 54.650 30.815 7.525

140.899 93.553 33.409 13.937

90.299 70.586 19.713

-

36.852 34.694 2.158

361.040

31.12.10

737.764 734.033

3.731

396.715 372.793 23.922

341.049

107.963

233.086

29.160 29.145

15

262.246

87.747 72.187 7.669 7.891

117.503 81.088 24.273 12.142

66.177 31.666 74.139

(39.628

(9.181 -

(9.181

262.246

)

)

)

(CONTINUAÇÃO) 03

Aos acionistas e administradores da Mineração Rio do Norte S.A.:

Examinamos as demonstrações financeiras da Mineração Rio do Norte S.A. (“Sociedade”), que compreendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 2011 e as respectivas demonstrações do resultado, do resultado abrangente, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, assim como o resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas.

Responsabilidade da Administração sobre as demonstrações financeirasA Administração da Sociedade é responsável pela elaboração e adequada apresentação destas demonstrações financeiras, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e pelos controles internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração de demonstrações financeiras livres de distorção relevante, independente se causada por fraude ou erro.

Responsabilidade dos auditores independentesNossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre estas demonstrações financeiras com base em nossa auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Essas normas requerem o cumprimento de exigências éticas pelos auditores e que a auditoria seja planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as demonstrações financeiras estão livres de distorção relevante.

Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência a respeito dos valores e divulgações apresentados nas demonstrações financeiras. Os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações financeiras, independente se causada por fraude ou erro. Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os controles internos relevantes para a elaboração e adequada apresentação das demonstrações financeiras da Sociedade para planejar os procedimentos de auditoria que são apropriados nas circunstâncias, mas não para fins de expressar uma opinião sobre a eficácia desses controles internos da Sociedade. Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela Administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações financeiras tomadas em conjunto.

Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar nossa opinião.

RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

OpiniãoEm nossa opinião, as demonstrações financeiras referidas em epígrafe apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Mineração Rio do Norte S.A. em 31 de dezembro de 2011, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.

Demonstração do valor adicionado Examinamos, também, a Demonstração do Valor Adicionado (DVA), referente ao exercício findo em 31 de dezembro de 2011, cuja apresentação é requerida pela legislação societária brasileira para companhias abertas. Essa demonstração foi submetida aos mesmos procedimentos de auditoria descritos anteriormente e, em nossa opinião, está adequadamente apresentada, em todos os seus aspectos relevantes, em relação às demonstrações financeiras tomadas em conjunto.

Outros assuntos O exame das demonstrações financeiras da Mineração Rio do Norte S.A, bem como as demonstrações do resultado, do resultado abrangente, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa e do valor adicionado, referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2010, foram examinados por outros auditores independentes, que emitiram, em 04 de fevereiro de 2011, o relatório sem modificação sobre a posição patrimonial e financeira.

São Paulo, 02 de fevereiro de 2012.

Grant Thornton Auditores Independentes Laércio Ros Soto JuniorCRC 2SP-025.583/O-1 S-PA Contador CRC 1SP-212.430/O-3 S-PA

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Page 6: TRIBUNA DA CALHA NORTE

Oeste do Pará, quarta-feira, 14 de março de 2012TRIBUNA DA CALHA NORTE6 REGIÃO

LICENÇA DE OPERAÇÃOA empresa R. de Carvalho - EPP - Paragás, inscrita do CNPJ 07520153/0001-09 torna público que requereu junto a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Monte Alegre - SEMMA, licença de Operação - LO, conforme protocolo número 004/2012, para início das atividades de Comércio Varejista e Armazenamento de Gás Liquefeito de Petróleo (GLF).

LICENÇA DE OPERAÇÃOA empresa R. de Carvalho - EPP - Paragás, inscrita do CNPJ 07520153/0001-09 torna público que requereu junto a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Alenquer, licença de Operação - LO, conforme protocolo número 004/2012, para início das atividades de Comércio Varejista e Armazenamento de Gás Liquefeito de Petróleo (GLF).

Juruti e Óbidos recebem lancha do programa “Caminho da Escola”As 21 lanchas do Programa “Caminho da Escola” doadas à Secretaria de Estado de E d u c a ç ã o ( S e d u c ) p e l o Ministério da Educação (MEC), no ano passado, estão sendo e n t r e g u e s à s p r e f e i t u r a s desde sábado, 10. O repasse do transporte escolar acontece após assinatura de termo de cessão, ocorrido na quinta-feira, 9, com a Secretaria Especial de Estado de Promoção Social. O termo permite que o município utilize as lanchas por cinco anos, podendo ser prorrogado por igual período. A s l a n c h a s c e d i d a s t ê m

capacidade para 20 passageiros e cada uma está avaliada em R$ 200 mil. Na região Oeste do estado foram contemplados com lanchas os municípios Óbidos (3); Juruti (2) e Itaituba (2). Segundo diagnóstico realizado no ano passado pela Seduc esses municípios foram os que apresentaram maiores distorções quanto a qualidade do transporte escolar dos alunos ribeirinhos, explicou o secretário Adjunto de Logística Escolar da Seduc, José Croelhas. Cada prefeitura vai

receber o transporte com garantia de fábrica , i tens de segurança revisados e

i n s t a l a ç ã o d e r a d i o f o n i a , garantiu o secretário.

Alcoa é eleita a empresa de metalurgia mais admirada do mundoA Alcoa foi eleita mais uma vez a empresa de metalurgia mais admirada do mundo, segundo o ranking anual da revista Fortune. A companhia div idiu essa posição com a ArcelorMittal , empresa e u r o p e i a d e s i d e r u r g i a e m i n e r a ç ã o . A c o m p a n h i a está presente há 29 anos c o n s e c u t i v o s n a l i s t a ,

c o n s i d e r a d a o i n d i c a d o r definitivo sobre reputação empresarial.O r e c o n h e c i m e n t o s e r á divulgado na edição anual

“Empresas Mais Admiradas do Mundo”, de 19 de Março, da destacada publicação de negócios dos Estados Unidos. A Alcoa também foi apontada como uma das empresas que

mais prezam a sustentabilidade e a inovação, prova da liderança permanente da companhia em duas áreas fundamentais para o sucesso dos negócios, dos clientes da Alcoa e das comunidades onde ela atua.

“É extremamente gratificante ver os 61 mil funcionários d a A l c o a r e c e b e r e m e s t e importante reconhecimento

p e l o c o m p r o m i s s o c o m a excelência e adesão aos valores da companhia”, afirmou Klaus Kleinfeld, presidente e CEO da Alcoa.A p e s q u i s a d a F o r t u n e é realizada junto a executivos, d iretores e anal istas que aval iam empresas do seu próprio setor.

Jari Celulose apresenta projeto da nova fábrica ao governadorO grupo Orsa, que desde o final da década de 1970 investe na exploração da celulose e no manejo florestal sustentável no Pará, apresentou na segunda-feira, 12, ao governador Simão Jatene, em Belém, o projeto de uma nova fábrica que pretende instalar no Vale do Jari, na divisa entre o Pará e Amapá. O novo empreendimento do grupo, segundo estimativas, deverá gerar pelo menos 10 mil vagas

de trabalho no Pará.De acordo com o gerente de sustentabilidade e relações institucionais do Grupo Orsa, Augusto Praxedes, o novo empreendimento ainda está em nível de planejamento, mas já foi apresentado ao Estado, que deverá apoiar a instalação d a f á b r i c a . “ N ó s s e m p r e tivemos o apoio do Governo do Estado para desenvolvermos os nossos projetos aqui no

Pará , gerando emprego e renda para a população. O governador foi sensível e este novo empreendimento e quer acompanhar os estudos de elaboração do projeto”, afirmou.O Orsa desenvolve desde 1978 a produção de celulose no Vale do Jari, localizado na região da Calha Norte. Além da fábrica de celulose, que produz por ano pelo menos 350 toneladas, há

um projeto de manejo florestal sustentável de 545 hectares. Ambos os projetos empregam 4 mil funcionários indiretos e quase 2 mil diretos. A nova fábrica de celulose que o grupo pretende instalar no Vale do Jari deverá multiplicar o número de empregados e a quantidade de produção, que chegará a 1,5 milhões de tonelada por ano no Pará.

Augusto Praxedes da Jari Celulose apresentou projeto a Simão Jatene

Número de carros apreendidos continua crescendo em Monte AlegreUm trabalho das Polícias

C i v i l e M i l i t a r d o município de Monte Alegre vem conseguindo tirar das ruas da cidade, inúmeros c a r r o s q u e p o s s u e m procedência duvidosa. Os v e í c u l o s v i e r a m p a r a o município, das cidades de Macapá e Manaus e estão sendo investigados por furto.O s v e í c u l o s e s t ã o estacionados na avenida Presidente Kennedy, em f r e n t e a d e l e g a c i a d e Monte Alegre. O último a ser apreendido foi um carro marca Classic do ano de 2011, placa NOX 7006 vindo da cidade de Manaus, que segundo os investigadores tem um alto valor no mercado

e que estava c irculando n a c i d a d e c o m p l a c a d e venda com valor muito a baixo. “Quando esses carros chegam em Monte Alegre são vendidos por um valor muito a baixo do preço de mercado”. De acordo com o investigador Afonso da polícia civil, as pessoas que se encontravam de posse desses veículos serão responsabilizadas e responderão por receptação. A f o n s o a f i r m a q u e o s trabalhos de investigação acompanhada de fiscalização no trânsito irão continuar na cidade de Monte Alegre para retirar de circulação veículos roubados e combater o crime de receptação.

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Oeste do Pará, quarta-feira, 14 de março de 2012 7TRIBUNA DA CALHA NORTEESPECIAL 132 ANOS DE MONTE ALEGRE

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Oeste do Pará, quarta-feira, 14 de março de 2012TRIBUNA DA CALHA NORTE8 ESPECIAL 132 ANOS DE MONTE ALEGRE

CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE MONTE ALEGREElaborado pelo Ministério do Meio Ambiente, do Recursos Hídricos e da Amazônia Legal - MMA, através da Secretaria de Coordenação da Amazônia.

Autor: JOSÉ MARIA DO NASCIMENTO PASTANA

Pa r t e i n t e g r a n t e d a Mesorregião do Baixo-Amazonas, o município de

Monte Alegre está local izado na porção noroeste do estado do Pará, entre as coordenadas de 00°22’51” de latitude Norte e 02°25’35” de latitude Sul, e 53°41’11” e 54°54’12” de longitude Oeste. A cidade de Monte Alegre, sede municipal, está situada na porção sul-sudeste do município, na margem esquerda do rio Gurupatuba, p r ó x i m o à l i g a ç ã o d e s t e com o rio Amazonas, tendo como coordenadas centrais 02°02’27 MS e 54°04’08”W, que correspondem à sede da Prefeitura Municipal. Monte Alegre está l igada às duas principais cidades do Estado do Pará - Belém e Santarém - por vias aérea, terrestre e fluvial. O acesso fluvial a capital é efetuado por meio de embarcações de médio porte (barco-motor) e, eventualmente, de grande porte (navio tipo Catamarã), que operam no trecho Belém/M a n a u s , a t r a v é s d o r i o Amazonas, fazendo escala em Monte Alegre. As viagens têm frequência semanal, cobrindo um percurso de 850 km em 72 horas. Com Santarém, o acesso fluvial é realizado diariamente, através de barcos-motor de pequena e média tonelagem, que realizam um percurso de 100 km em 6 horas. Outra opção é utilizar uma lancha-motor, que realiza essa viagem em 3 horas. Existe, ainda, uma terceira opção, que é o uso combinado de transporte fluvial/rodoviário. Há uma balsa que sai diariamente

de Santarém, transportando pessoas e veículos, inclusive ônibus de passageiro, levando 2:30h para fazer o percurso Santarém/Santana do Tapará. D a l i , a t r a v é s d a r o d o v i a PA-255, a cidade de Monte Alegre é acessada num tempo aproximado de 1h30. A ligação de Monte Alegre com os demais municípios vizinhos (Prainha, Alenquer, Óbidos e Oriximiná) pode ser realizada, também, por vias fluvial e terrestre. No primeiro caso, são utilizados barcos-motor, enquanto que o acesso, por via rodoviária, é efetuado através da rodovia P A - 2 5 4 , h a v e n d o l i n h a s regulares de ônibus para cobrir esses percursos.ÁREA E POPULAÇÃO - A atual configuração do município de Monte Alegre foi estabelecida com base na Lei n° 158, de 3 1 / 1 2 / 4 8 , q u e c r i o u o s municípios de Juruti, Óbidos, A l e n q u e r , M o n t e A l e g r e , Prainha e Itaituba, a partir do desmembramento de Santarém. De acordo com os dados oficiais (IBGE), a área do município é de 20.232,50 km2, conforme aprovado na Resolução-PR N° 0064, de 12 de setembro d e 1 9 9 4 , n a q u a l f o r a m estabelecidos os valores para as áreas dos estados e municípios do Brasil. A população atual, de acordo

com o último censo efetuado p e l o I B G E , é d e 5 5 . 4 5 9 habitantes. Desse total, 37,75%, representam a população urbana, enquanto os 62,25% restantes correspondem à população rural. CLIMA - De acordo com a classificação de Kõppen, o clima dominante no município de Monte Alegre é do tipo awi, clima tropical chuvoso, no qual as temperaturas médias m e n s a i s n u n c a a t i n g e m valores inferiores a 18°C e a precipitação do mês menos chuvoso alcança menos de 60mm, com período seco bem definido, deixando vestígios na vegetação e não apresentando variações de estações, com amplitude térmica inferior a 5°C (SUDAM, 1984). A caracterização climática teve como base a série de dados, coletados durante 11 anos na estação meteorológica do Instituto Nacional de Meteorologia INMET, localizada no próprio município, apresentados por Oliveira Júnior (1998). A s t e m p e r a t u r a s m é d i a s mensais variam de 25,7 a 27,TC, enquanto que a média das máximas varia de 30,0 a 32,5°C e a média das mínimas de 21,0 a 22,0°C (SUDAM, op cit). O período mais chuvoso vai de fevereiro a maio , com precipitações pluviométricas médias mensais superiores a 2 0 0 m m , d e s t a c a n d o - s e o mês de abril como o auge desse período “invernoso” (317,2mm), contribuindo com 18% do total anual de c h u v a . O p e r í o d o m e n o s c h u v o s o c o m p r e e n d e o s meses de setembro, outubro e n ov em b ro , c om m é d ia s mensais inferiores a 50mm, sendo que os dois últimos contribuem, individualmente,

com apenas 2% do total anual de chuva, correspondendo ao ápice do período seco “verão”. A insolação média mensal, durante o verão, é sempre superior a 225,00 horas (Oliveira Júnior, op. cit.). E S T R U T U R A P O L Í T I C O -ADMINISTRATIVA - O poder político-administrativo está representado pelo prefeito atual, o odontólogo Jardel Vasconcelos Carmo ( P M D B ) , a l é m d o s 1 0 vereadores que compõem a C â m a r a M u n i c i p a l , a p r e s i d ê n c i a d a C â m a r a é exercida pelo vereador José Maria Vasconcelos. INFRA – ESTRUTURA - À semelhança da grande maioria dos municípios paraenses, Monte Alegre é extremamente carente em termos de infra-estrutura básica, muito embora a atual administração esteja empenhada na priorização de investimentos nos setores d e e d u c a ç ã o , e s t r a d a s , saneamento, etc. Entretanto, para uma região que tem no potencial turístico uma de suas maiores vocações, torna-se urgente a adoção de políticas públicas voltadas para o forta lec imento da infra-estrutura básica, em n í v e l m u n i c i p a l , a l é m d a criação de uma consciência generalizada de que o turismo é um importante instrumento de crescimento econômico, capaz de contribuir para a geração de emprego e renda, e, conseqüentemente, para a melhoria da qualidade de vida da população. MALHA RODOVIÁRIA - A malha rodoviária instalada no município está representada por três rodovias estaduais, responsáveis pela l igação d e M o n t e A l e g r e c o m o s municípios vizinhos, além de

várias estradas municipais e r a m a i s d i v e r s o s , q u e respondem pelas l igações intramunicipais. A PA-254 é a mais importante rodovia estadual, com uma extensão de 100 km dentro do espaço municipal , l igando Monte Alegre aos municípios de Prainha (a leste), Alenquer, Óbidos, Curuá e Oriximiná (a oeste). Apresenta direção geral E-W e razoáveis condições de tráfego durante o ano inteiro, mesmo não sendo pavimentada. Essa rodovia constitui, também, a principal l igação com a importante “zona das colônias”, que representa um dos núcleos agrícolas do município. A p a r t i r d o c r u z a m e n t o d a P A - 2 5 4 c o m a P A - 4 2 3 (localidade denominada Placas), seguindo para oeste, em direção ao rio Maicuru, partem inúmeras estradas de penetração, para o norte e para o sul da PA-254 a intervalos r e g u l a r e s d e 5 k m ; e s s a s estradas secundárias são denominadas de Setores, sendo que aquelas direcionadas para o sul recebem as numerações ímpares (Setor 1 a Setor 13), enquanto as que se dirigem p a r a o n o r t e p o s s u e m a s numerações pares (Setor 2 a Setor 14). Ao longo dos setores, estão instalados os

assentamentos agrícolas, que respondem por grande parte da produção do município. A rodovia PA-423, com direção a p r o x i m a d a N - S e 4 8 k m de extensão, liga a sede do município à PA-254, à altura da localidade denominada Placas. Embora sem pavimentação, apresenta condições razoáveis de tráfego durante a maior parte do ano.A rodovia PA-255 liga a cidade de Monte Alegre ao porto de Santana do Tapará, no vizinho município de Santarém, local da travessia do rio Amazonas, através de balsa motorizada, para a cidade de Santarém. D e n t r o d o m u n i c í p i o d e M o n t e A l e g r e , a P A - 2 5 5 t e m u m a e x t e n s ã o d e 9 0 km, apresentando razoáveis condições de tráfego durante o ano inteiro. Essa rodovia é a principal via de acesso à “zona dos lagos”, onde estão concentrados importantes núcleos urbanos.S I S T E M A B A N C Á R I O - O sistema bancário que opera em Monte Alegre está representado por quatro agências instaladas na sede municipal, sendo o Banco do Brasil , Banco da Amazônia - BASA, Banco do estado do Pará – Banpará e Bradesco . Essas quatro agências operam com o sistema

“online”.

Fotos - J Rebelo

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Oeste do Pará, quarta-feira, 14 de março de 2012 9TRIBUNA DA CALHA NORTEESPECIAL 132 ANOS DE MONTE ALEGRE

A história de Monte AlegreDe acordo com o historiador

A r t h u r C é s a r F e r r e i r a Reis (1942), Monte Alegre

representa uma das mais antigas fundações urbanas da Amazônia, cuja a origem antecede à própria ocupação da região pelos colonizadores lusitanos.Segundo os relatos históricos, o primeiro navegador estrangeiro que explorou a região do Médio-Baixo Amazonas foi o espanhol Francisco Orellana, em 1540, durante a sua viagem ao longo do Grande Rio, percorrendo-o de sua nascente até sua foz. Essa viagem deu origem a muitas lendas, como a da tribo das índias Amazonas, que deu nome à região, ao principal rio e ao maior Estado, o Amazonas. No início do século XVII, preocupado com a constante presença de invasores estrangeiros, o governo português enviou várias expedições à Amazônia, a fim de combatê-los. Uma dessas expedições, comandada por Francisco Caldeira Castelo Branco, fundou a atual cidade de Belém, capital do estado do Pará, no ano de 1616. A partir de Belém, foram organizadas várias outras expedições, que subiram o rio Amazonas com a finalidade de expulsar os invasores das terras sob o domínio lusitano. INÍCIO DA COLONIZAÇÃO - Os primeiros colonizadores portugueses chegaram à região do Médio-Baixo Amazonas em 1639, integrando a ex pediçã o com a n da da pel o capitão Pedro Teixeira (FRIAES, 1997). O primeiro local visitado foi o aldeamento de Gurupatuba, localizado na margem esquerda do rio homônimo, cuja denominação foi herdada dos índios Gurupatuba, antigos habitantes da região. Além dos Gurupatuba, outros grupos de silvícolas viviam na região, como os Carabocas, os Bubuizes, os Mariaus e os Serranos (REIS, 1942). No início da colonização portuguesa, coube aos religiosos Capuchos da Piedade grande parte das terras da margem esquerda do rio Amazonas, para fundarem “missões” que tinham como principal objetivo a catequese dos índios, daquela região. Segundo alguns historiadores, essa catequese teria sido iniciada no começo do século XVIII, antes de 1710, considerando que uma Carta Régia datada de 2 de julho, daquele ano, entregava, a região do Jari, aos padres da Companhia de Jesus, excluindo os religiosos das ordens das Mercês e da Piedade, os quais, no entendimento daqueles historiadores, já se encontravam em serviço de catequese, na margem esquerda do Amazonas (FERREIRA PENA,...).Embora não exista uma definição com relação à época de fundação do núcleo originário da atual cidade de Monte Alegre, é aceito que os Capuchos da Piedade teriam iniciado a colonização do município, a partir da criação de uma missão, na aldeia dos Gurupatuba, às margens do rio homônimo; posteriormente, a mesma teria sido transferida para o local onde está erigida, atualmente, a sede municipal (CORRÊA, 1976). Existem, todavia, controvérsias entre os historiadores com relação à ordem religiosa que estabeleceu a primeira

“missão” na aldeia de Gurupatuba. Segundo Arthur Cezar Ferreira Reis, um dos mais brilhantes estudiosos

da história de Monte Alegre, o primeiro posto de catequese na aldeia foi estabelecido por religiosos da Companhia de Jesus, jesuítas, ainda no século XVII. De acordo com o mesmo autor, o jesuíta missionário João Felipe de Bettendorf, nascido em Luxemburgo, visitou a aldeia de Gurupatuba em 1661, tendo ali erguido uma cruz. A partir de 1681, a aldeia passou a contar com a presença permanente dos religiosos Inacianos, responsáveis pela edificação de uma igreja a Nossa Senhora da Conceição. N e s s e p e r í o d o , G u r u p a t u b a experimentou uma fase de grande desenvolvimento, chegando a representar, pela sua importância, o papel de uma verdadeira capital das missões do Baixo Amazonas. Com a chegada dos frades da Piedade, à região, Gurupatuba passou para o domínio dos mesmos, que ali se estabeleceram por mais de meio século, edificando, entre outras obras, um grande templo em homenagem a São Francisco de Assis, hoje padroeiro da cidade de Monte Alegre. Durante a administração dos frades da Piedade, a posição de destaque que era ocupada por Gurupatuba foi transferida para Gurupá, onde aqueles religiosos construíram uma estrutura maior. P o r s u a p o s i ç ã o g e o g r á f i c a , Gurupatuba representava o núcleo populacional amazônico mais ocidental, sob o domínio português. O estabelecimento das missões religiosas na Amazônia obedecia a um critério geográfico, uma vez que as mesmas se situavam, geralmente, em pontos estratégicos. Assim, além do religioso, existia o cunho político, pois, a pretexto de guarnecer as missões estabelecidas, o governo de Portugal instalava fortificações militares em pontos estratégicos, estendendo o seu domínio através de uma região que, por força do Tratado de Tordesilhas, pertencia à Espanha. O PERÍODO POMBALINO - Com a morte de D. João V, rei de Portugal, subiu ao trono seu filho D. José, que nomeou Sebastião José de Carvalho e Melo - o marquês de Pombal - para a Secretaria de Negócios Estrangeiro, em 1750. Pombal logo se transformou em um inf luente estadista do governo português e, durante sua administração, foram tomadas importantes medidas relacionadas ao Brasil, como a extinção do Estado do Maranhão, o fim do regime de capitanias hereditárias e a criação da Companhia Geral do Comércio do GrãoPará, destinada ao fomento da produção e da exportação. Ao proclamar a l ibertação dos indígenas brasileiros, em 1755, Pombal entrou em atri to com

os religiosos da Companhia de Jesus, resultando na revolta dos Jesuítas, no Pará. O agravamento da crise, em Portugal, culminou com a expulsão dos jesuítas, tanto da nação portuguesa como de suas colônias, o que ocorreu em 1757. Para governar o Estado do GrãoPará e M a r a n h ã o , P o m b a l n o m e o u seu irmão, Francisco Xavier de Mendonça Furtado, que chegou à região amazônica em 1757. O novo governador realizou uma excelente administração, adorando, entre outras medidas, a criação de vilas em substituição às missões religiosas instaladas na região. Em 1758, durante uma viagem à Mariuá, no rio Negro, onde se encontraria com representantes do governo espanhol, a fim de tratar da demarcação dos limites entre as terras das coroas Lusitana e Espanhola, Mendonça Furtado aportou em Gurupatuba, no dia 27 de fevereiro; nessa mesma data, a antiga missão foi elevada à categoria de vila, recebendo a denominação de Monte Alegre, em alusão a uma vila situada ao norte de Portugal, e, também, à beleza que o local proporcionava aos visitantes (REIS, 1942). Como vila, Monte Alegre alternou épocas de grande progresso com épocas de dificuldades, durante t o d o o p e r í o d o c o l o n i a l . S u a economia baseava-se na produção agrícola - notadamente no plantio do cacau, um dos principais produtos de exportação, cuja cultura fora introduzida em 1802, por D. Marcos de Noronha Brito, o Conde dos Arcos (FRIAES, 1997) - na pesca e na pecuá-r i a , e s t a ú l t i m a i n c e n t i v a d a pelo Capitão - General Manoel Bernardo, encantado com as belas campinas existentes no território montealegrense (REIS, op cit). Além disso, a vila de Monte Alegre tornou-se famosa pela produção de cuias pintadas, responsável, até hoje, pela denominação de “pinta-cuias”, para todos os montealegrenses. O FIM DO PERÍODO COLONIAL - Encerrado o Período Pombalino, a ascensão de D. Maria I ao trono de Portugal - devido ao falecimento de D. José não trouxe, de imediato, qualquer mudança significativa para as vilas instaladas na região amazônica. Em Monte Alegre, como em todo o restante da Amazônia sob o domínio português, nas últimas décadas do Período Colonial, o quadro social era extremamente desfavorável ao primitivo habitante da região - o índio

- do qual dependia qualquer ação executada pelo poder constituído ou pelos colonos.Sem a presença do índio, o Estado não teria mão-de-obra para a colheita,

para a construção de obras públicas e para os contingentes militares; os colonos não teriam como desenvolver suas atividades. Todavia, mesmo sendo reconhecida a sua importância para o desenvolvimento da região, o índio era vítima da voracidade do Estado, através das ações de diretores de vilas que os exploravam e os hostilizavam, num flagrante descumprimento às instruções legais de proteção aos silvícolas. Esses desmandos só foram minimizados a partir do governo de D. Francisco Maurício de Souza Coutinho, que também foi o responsável pela instalação, em Monte Alegre, de uma serraria para beneficiamento de madeiras nobres -principalmente o cedro- cujos troncos eram carregados pelo rio Amazonas, em direção ao Atlântico. A CABANAGEM EM MONTE ALEGRE - A cabanagem, o único movimento revolucionário através do qual o povo brasileiro chegou efetivamente ao poder, foi desencadeada na Província do Grão-Pará, no período de 1833 a 1840. Àquela época, embora o Brasil já estivesse independente há mais de uma década, no Pará os portugueses agiam como se a Nação Brasileira ainda fosse colônia de Portugal, causando profundo mal-estar e descontentamento na população nativa, notadamente nos mais pobres, que residiam nas periferias da capital e nas regiões ribeirinhas. Estes, via de regra, viviam em habitações extremamente modestas, cobertas de palhas e denominadas

“cabanas”. Assim, a principal causa da revolta era o antagonismo entre portugueses e brasileiros, fomentador de um crescente sentimento de ódio aos dominadores, aliado a um forte sentimento nacionalista. Com a explosão do movimento revolucionário na capital da Província, precipitado pela morte prematura do cônego Batista Campos -mentor intelectual da Cabanagem- Monte Alegre passou a viver dias de agitação, assumindo a segurança da vila o capitão-mor Antônio Clemente Malcher (ironicamente, primo do primeiro presidente cabano, Félix Antônio Clemente Malcher, um

montealegrense), que comandava a terceira Companhia da Guarda Nacional. O clima de tensão perdurou por todo o ano de 1835. Todavia, o esperado ataque a Monte Alegre não aconteceu, apesar das ondas de boatos que davam conta da presença cabana, às proximidades. O estado de tensão atingiu o clímax no final daquele ano, quando foi descoberto o plano cabano para tomar de assalto a vila, na noite de Natal. Com a prisão dos mentores da pretensa invasão - Hilário Inácio Pereira, José Pires, Alexandre Sanches de Brito, Isidro Antônio Raiol e Teodoro Ruiz Vieira - imaginaram os montealegrenses que o perigo havia passado. Todavia, na madrugada de 28 de fevereiro de 1836, depois de ocuparem Breves e Garupá, os cabanos finalmente atacaram Monte Alegre. A primeira vítima foi o capitão-mor António Clemente Malcher, seguindo-se a execução de inúmeros moradores. Monte Alegre, da mesma forma que as demais vilas do Alto e Baixo Amazonas, estava sob o domínio cabano (REIS op cit). Durante a ocupação de Monte Alegre, o governo da Província era exercido por Eduardo Angelim, que foi o terceiro presidente cabano. Os rebeldes de Monte Alegre , circunstancialmente no poder, reuniram a câmara local e impuseram o reconhecimento de Angelim como presidente da Província. A vitória cabana, àquela altura, estava consumada. A partir de Monte Alegre, os rebeldes, cada vez mais fortalecidos com a chegada de novos adeptos à causa, desencadeavam expedições aos núcleos que ainda opunham alguma resistência à dominação cabana. Entretanto, na capital, aumentava cada vez mais a res istência à revolução cabana. Em abril de 1836, à frente de um forte aparato militar, o general Francisco José Soares Andréa conseguia depor Eduardo Angelim e retomar o governo da Província. Da mesma maneira, o Alto e o Baixo Amazonas também iniciavam sua reação, na tentativa de restaurar a “legalidade” em toda a região. Em Monte Alegre, à frente da resistência estavam o presidente da Câmara, Francisco José Nunes, o vigário

Antônio Macário Alves da Costa, o juiz municipal Tomaz Ferreira e o juiz de órfãos Vitório de Assunção. Finalmente, em outubro de 1836, aportou em Santarém uma grande expedição enviada pelo general Soares Andréa, com o objetivo de expulsar definitivamente os cabanos e pacificar a região, contando com o apoio de Monte Alegre, que enviou um contingente para reforçar a tropa legalista. Ao final do movimento cabano, Monte Alegre havia pago um alto preço: além das centenas de vidas ceifadas, de ambos os lados conflitantes, os caçoais, sua principal fonte de riqueza, estavam destruídos ou abandonados. DEPOIS DA GUERRA CIVIL - A partir de 1840, a recuperação da economia do município passou a ser a maior preocupação em Monte Alegre. Essa recuperação foi iniciada na região dos lagos e às margens dos principais rios da região, o Amazonas, o Maicuru e o Gurupatuba. Tradicional sociedade de agricultores e pastores, os montealegrenses dedicaram-se, novamente, a lavrar terra, abrindo novos cacoais e implantando novas fazendas de criação de gado. E o esforço não foi em vão, haja vista que, em menos de duas décadas, o município já estava produzindo café, algodão e cacau (REIS, op cit). Na vila, à época habitada por apenas 4 mil moradores, a câmara concedia terrenos nas partes alta e baixa da cidade, além de incentivar a abertura d e n o v o s c o m é r c i o s , v i s a n d o aumentar a renda local. Uma significativa mudança, na vida do município, começou a ocorrer a partir de 1860, quando, atraída pelas vantagens oferecidas para a exploração dos ser ingais , a mão-de-obra montealegrense foi abandonando a lavoura do cacau e a criação do gado, migrando para os vales dos rios Tapajós, Xingu e Madeira. Assim como outros milhares de brasileiros, os exagricultores de Monte Alegre também foram seduzidos pel a poss ib i l idade de auferir maiores ganhos com a extração da seiva da Hevea brasiliensis (seringueira), atividade que influenciou, de maneira definitiva, a história econômica da Amazônia. (CORRÊA, 1976).

Fotos

- J R

ebelo

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Oeste do Pará, quarta-feira, 14 de março de 2012TRIBUNA DA CALHA NORTE10 ESPECIAL 132 ANOS DE MONTE ALEGRE

POTENCIAL TURÍSTICO DE MONTE ALEGRE O município de Monte Alegre é extremamente rico em recursos naturais, que constituem áreas de grande beleza cênica. Entre outros, destacam-se as florestas e savanas, os rios e lagos piscosos, os igarapés de águas frias, as belas cachoeiras e mirantes naturais, além das áreas de várzea, com suas exuberantes fauna e flora, constituindo ecossistemas bem reservados. Em adição, merecem também destaque o clima saudável, o artesanato diversificado, o rico folclore e a deliciosa cozinha regional.Todavia, o maior potencial do município, com relação ao setor turístico, está representado pelas fontes termais sulfurosas da região do Ererê e, principalmente, pelo complexo de serras (Ererê, Lua, Aroxi e Paytuna) que abrigam sítios arqueológicos com impressões da arte rupestre, registros cientificamente comprovados da mais remota ocupação humana na Amazônia e, possivelmente, nas Américas.Nesse contexto, a própria sede municipal -a cidade de Monte Alegre- e o seu entorno possuem inúmeros atrativos que podem ser aproveitados em prol da atividade turística, em função de suas importâncias histórico-cultural, contemplativa, científica ou de puro lazer.

Atrativos TurísticosO s r e c u r s o s n a t u r a i s disponíveis no município de Monte Alegre, passíveis de utilização no setor de turismo/ecoturismo, foram classificados como Atrativos Histórico-Culturais, Físicos, Biológicos e Esportivos, de acordo com suas respectivas potencialidades como fatores indutores de fluxo. Merecem, ainda, destaque as inúmeras manifestações c u l t u r a i s , r e p r e s e n t a d a s por festas populares, cívicas, r e l i g i o s a s , f o l c l ó r i c a s e g a s t r o n ô m i c a s , a l é m d o artesanato e das comidas

típicas. AT RAT IV O S HIS T Ó RI C O -C U L T U R A I S - D e n t r e o s inúmeros Atrativos Histórico-Culturais, merecem destaque os “sítios arqueológicos” e as

“pinturas r u p e s t r e s ” , t e s t e m u n h o s da mais remota ocupação humana na Amazônia, quiçá, nas Américas. Os sítios mais conhecidos estão localizados n a p o r ç ã o c e n t r o - s u l d o município, bem caracterizados no complexo constituído pelas serras da Lua, do Ererê, do Paituna e do Aroxi.

Sítios arqueológicos e pinturas rupestres

De acordo com os re latos históricos , as pr imeiras informações sobre a existência

de arte rupestre na região de Monte Alegre, foram registradas no início do século XIX, pelos pesquisadores alemães Carlos Frederico Felipe de Martius (botânico) e Hohann Baptist Von Spix (zoólogo), que empreenderam uma viagem de estudos pelo Brasil, de 1817a 1820. E m 1 8 7 1 , C . F . H a r t t , o u t r o pesquisador alemão, desenvolveu e s t u d o s n a r e g i ã o d e M o n t e Alegre, reportando-se às pinturas rupestres da serra da Lua. Em 1889, A. R. Wallace publicou um trabalho contendo descrições das serras e grutas da região, fazendo referências às pinturas rupestres. Orvile Derby, em 1898, descreveu a serra do Aroxi, assinalando a exalação de gases quentes a partir de uma cavidade localizada na encosta da mesma, o que foi ratificado, bem mais tarde, em 1930, por Adolpho Ducke, que pesquisas na Amazônia, entre 1919 e 1928. As pinturas rupestres localizadas na gruta de Itatupaoca (serra do Ererê) foram assinaladas por Katzer, em 1933 (in SILVEIRA et ai, 1984). M a i s r e c e n t e m e n t e , n a s d u a s últimas décadas, a região vem sendo objeto de estudos específicos, o que constitui uma notável contribuição científica, notadamente nos campos da espeleologia e da arqueologia amazônicas. Dentre outros, podem ser destacados como de alta relevância técnico-científica os seguintes trabalhos: Roteiro Espeleológico das Serras do Ererê e Paituna (Grupo Espeleológico Paraense/GEP: SILVEIRA, L.T.; PINHEIRO, R.V.L.; PINHEIRO S.V.L. 1984); Arte Rupestre no Pará: Análise de Alguns Sítios de Monte Alegre (CONSENS, M 1987); R e l a t ó r i o P r e l i m i n a r S o b r e o Levantamento e Escavações na Caverna da Pedra Pintada, Monte A l e g r e , P a r á , B r a s i l , 1 9 9 1 : A Segunda Etapa de Campo do Projeto Arqueológico Santarém (ROOSEVELT, A.C. 1991); Paleoindian Cave Dwellers in the Amazon: The Peopling of the Americas (ROOSEVELT, A.C. et ai. 1996).As áreas que contêm os s ít ios arqueológicos estão relacionadas a uma das mais proeminentes estruturas geológicas da bacia s e d i m e n t a r d o M é d i o - B a i x o Amazonas, denominada Domo de Monte Alegre, localizado na porção centro-sul do município, a noroeste da sede municipal. O Domo de Monte Alegre apresenta uma forma aproximadamente elíptica, com eixo maior de direção NE-SW e cerca de 30 km de extensão, e um

eixo menor NW-SE, com 16 km. A porção central do Domo, conhecida como Planície do Ererê, apresenta um relevo plano, coberto por vegetação tipo savana, circundada por um anel de serras, onde estão situadas as grutas com pinturas rupestres.As rochas que compõem o Domo são do Período Paleozóico, representadas pelas formações Ererê, Curuá, Faro e Monte Alegre, com idades estimadas entre 380 e 350 milhões de anos, além da Formação Alter do Chão, do Período Terciário, iniciado há 65 milhões de anos. Os seis principais sítios arqueológicos identificados por M. CONSENS (1987), na região de Monte Alegre, estão associados às serras do Ererê, Lua, Paituna e Aroxi, localizadas a oeste-sudoeste da sede municipal, em distâncias que variam entre 12 a 15 km, em linha reta, cujo acesso é efetuado por via rodoviária, através da PA - 255, que dá aceso à Colônia Agrícola Núcleo Inglês de Souza, complementado por estradas vicinais e ramais.Alguns dos atrativos históricoculturais do município estão relacionados à serra do Ererê, um dos mais importantes acidentes geográficos da região. A serra do Ererê está localizada na porção centro-sul do município, a oeste da cidade de Monte Alegre, distante 12 km da mesma, em linha reta. Apresenta uma forma alongada, com direção geral N60°E, possuindo 4 km de comprimento, largura de l a 1,5 Km e altitude máxima de 220 m, sendo parte integrante do anel de serras que circunda a planície do Ererê. O perfil é irregular e acidentado, exibindo topo plano e encostas abruptas, chegando a formar paredões com mais de 100 m de altura. Os solos são rasos e cascalhentos (OLIVEIRA JÚNIOR, 1998), enquanto que a vegetação é dominantemente do tipo savana, com presença de campos limpos, campos sujos e cerrados (SILVEIRA et ai, 1984); às vezes, é marcante a presença de cactos, notadamente no topo da serra. Geologicamente, a serra é constituída por rochas sedimentares-arenitos-da Formação Ererê, pertencente ao Período Devoniano, com idade aproximada de 380 milhões de anos, determinada através de estudos de fósseis. A orientação da serra (N60°E) é perfeitamente coincidente com a direção de uma grande falha geológica (Falha do Ererê) que trunca o flanco sudeste do Domo de Monte Alegre, onde está situada a serra do Ererê (PASTANA et ai, 1974). O acesso a serra é efetuado por via rodoviária, através da PA-255, desde a sede municipal até o Núcleo Inglês de Sousa, num percurso de 15 km; a

partir do Núcleo, seguindo para o sul, é utilizada a estrada que leva à vila do Ererê, sendo o deslocamento, a partir daquela vila, realizado através de caminhos secundários e ramais, alguns dos quais levando diretamente às grutas. Esse deslocamento é geralmente efetuado em veículo do tipo “Pick-up”, tracionado, uma vez que as vias de acesso se desenvolvem, em grande parte, sobre um solo extremamente arenoso. Na serra do Ererê propriamente dita (uma vez que a serra da Lua, na realidade, é parte integrante da serra do Ererê), os atrativos histórico-culturais, conhecidos, está representado pela gruta Itatupaoca ou gruta da Capela, localizada no lado sudeste da serra, a uma altitude aproximada de 215 m. A gruta Itatupaoca foi estudada, em 1984, pelo Grupo Espeleológico Paraense (GEP), que apresentou uma descrição completa do local, incluindo uma planta baixa, em escala, onde podem ser observados vários detalhes da gruta.Consens, em 1987, ao estudar a gruta Itatupaoca, documentou a existência de um sítio com manifestações arqueológicas da arte rupestre.Em 1991, Roosevel t publ icou os primeiros resultados de suas pesquisas antropológicas na região de Monte Alegre, onde estudou, entre outras, a gruta Itatupaoca, na qual a eminente pesquisadora norte-americana e sua equipe realizaram alguns testes com o auxílio de um trado, visando a detecção de remanescentes pré-históricos, para identificação e posterior datação. Todavia, foram recuperados apenas alguns fragmentos de cerâmica, relacionada a estágios culturais cerâmicos recentes, e descobertos a l g u n s d e s e n h o s p i n t a d o s e p a r c i a l m e n t e r e c o b e r t o s p o r vegetação. A destacar a beleza da gruta de Itatupaoca, ressalta-se a coloração esverdeada de sua entrada, dada pelos musgos e outras pequenas plantas que recobrem as paredes internas, permanentemente úmidas pela presença da água que se infiltra através da rocha permeável. Outro importante atrativo, localizado na serra do Ererê é a Pedra do Mirante; contudo, como inexiste registro arqueológico, a mesma, será descrita no capítulo referente aos atrativos físicos. SERRA DA LUA - A serra da Lua constitui, na realidade, uma parte da serra do Ererê, estando localizada na extremidade sudoeste, desta última. Na referida serra, existem magníficos exemplos de pinturas polícromas, a céu-aberto e no interior das grutas. As

S Í T I O S L Í T I C O S - Representam aqueles locais onde são encontrados restos d e a r t e f a t o s i n d í g e n a s , confeccionados em rochas e/ou minerais. Em Monte Alegre, merece destaque o sítio lítico identificado e estudado pela Dra. Anna Roosevelt, na gruta da Pedra Pintada (Serra da Lua), onde foram encontrados, d u r a n t e a s e s c a v a ç õ e s e s t r a t i g r á f í c a s , o b j e t o s confeccionados em quartzo e calcedônia, representados, p r i n c i p a l m e n t e , p o r pontas de flechas e lâminas (Roosevelt et al, 1996). SÍTIOS CERÂMICOS - São os locais onde ocorrem restos de cerâmica indígena, estando bem representados, entre

outros, na serra do Ererê, onde foram descobertos fragmentos de cerâmica representativa de estágios culturais cerâmicos recentes (Roosevelt, 1991). Na sede municipal, foram localizados sítios cerâmicos na praça da Matriz e no morro do Surubeju, os quais, todavia, a i n da n ã o f o ra m ob j e t o d e e s t u d o s e s p e c í f i c o s (informações verbais). SÍTIOS COM PETROGLIFOS

- São os locais onde existem rochas com desenhos em baixo-relevo, executados por primitivos habitantes da região. Segundo informações verbais, existem sítios com petroglifos na cachoeira da Muira, no rio Maicuru.

Sítios Arqueológicos

pinturas representam uma grande variedade de motivos, reproduzidos geralmente nas cores vermelha e amarela, mais raramente em marrom e branca. Entre os vários painéis a céu-aberto, destaca-se um grande painel de pinturas rupestres, mostrando, entre outros, o desenho de um círculo com cerca de 1m de diâmetro, apresentando um núcleo amarelo-ocre e uma porção periférica vermelha; esse desenho, que segundo os habitantes da região simboliza a lua, é responsável pela consagrada denominação de serra da Lua. Nesse painel , podem ser observados outros desenhos bastante nítidos, mostrando círculos concêntricos, com raios ou caudas, ou simples impressões de mãos, todos em pintura vermelha. Esse painel está localizado em um paredão, a cerca de 100m de desnível em relação à base da serra, sendo acossado através de um caminho bastante íngreme; para quem chega à serra da Lua através da estrada principal, é o primeiro painel a ser visitado.-SERRA DO PAITUNA - Está situada 2 km ao sul da serra do Ererê, possuindo direção NNW/SSE, com cerca de 3 km de extensão, largura média de 1 km e, aproximadamente, 200m de altitude. É constituída por arenitos da Formação Ererê, apresentando encostas íngremes e declives acentuados; essas rochas acham-se freqüentemente fraturadas, sendo que as principais fraturas são responsáveis pelo controle de inúmeras grutas ou cavernas, as quais estão estruturadas segundo extensas e profundas fendas, que seccionam os arenitos que compõem a serra do Paituna. A serra contém alguns dos mais importantes sítios arqueológicos da região, representados tanto nas grutas como em outras formas naturais, esculpidas pela erosão eólica, constituindo blocos líricos que recebem denominações diversas, distribuídos ao longo das encostas e no topo da serra. Dentre as grutas encontradas na serra do Paituna, destacam-se as grutas do Míríriepé, do Labirinto e da Pedra Pintada, enquanto os principais sítios líricos estão representados pela Pedra do Pilão, Pedra do Cogumelo e Pedra da Tartaruga, esta última localizada entre a serra do Paituna e a serra do Erere. Dentre todos esses atrat ivos , somente a Gruta da Pedra Pintada e a Pedra do Pilão são consideradas como “atrativos históricoculturais”, devido à presença de painéis com pinturas rupestres, sendo descritos CONTINUA NA PRÓXIMA PÁGINA

Fotos - J Rebelo

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Oeste do Pará, quarta-feira, 14 de março de 2012 11TRIBUNA DA CALHA NORTEESPECIAL 132 ANOS DE MONTE ALEGRE

HOROSCOPO Por Joao Bidu

Com estilo e muita sensualidade, a linda Valda Silva, 28 anos, mostra seu corpo que encanta o s h o m e n s n e s s e e n s a i o fotográfico.

A GAtA dA SemAnA

no presente capítulo. Os demais, sem a presença das pinturas polícromas, serão tratados no capítulo referente aos atrativos físicos. GRUTA DA PEDRA PINTADA

- Inegavelmente, o mais importante “atrativo histórico-cultural” já identificado na região, a “Gruta da Pedra Pintada” vem sendo objeto de estudo de inúmeros pesquisadores brasileiros e estrangeiros, os quais, no entanto, sempre procuraram enfocar o registro, a localização e a descrição das pinturas rupestres, na referida gruta.A Gruta da Pedra Pintada está localizada no extremo sudeste da serra do Paituna, com cerca de 120m de altura, em relação ao rio Amazonas. Apresentase retilínea, com direção N30°W, sendo bastante fresca e ventilada, bem iluminada, com acesso relativamente fácil, através de um ramal de estrada que leva diretamente à entrada principal. A gruta apresenta cerca de 80m de desenvolvimento, tendo sua entrada principal representada por um amplo portal, com 9 m de largura e 8 m de altura, em cujas paredes se encontram painéis com pinturas rupestres. Em 1984, o Grupo Espeleológico Paraense (GEP) realizou um amplo trabalho sobre espeleologia, na região de Monte Alegre, incluindo um estudo detalhado da Gruta da Pedra Pintada, fazendo uma descrição completa da mesma, acompanhado de uma planta baixa.Mais recentemente, a partir de 1991, a gruta foi alvo de estudos específicos, através da antropóloga n o r t e a m e r i c a n a D r a . A N N A CURTENIUS ROOSEVELT, que realizou escavações estratigráficas e e s t u d o s a r q u e o b i o l ó g i c o s , complementados por datações radiocarbônicas. Esses trabalhos p e r m i t i r a m , à p e s q u i s a d o r a , documentar as principais fases ocupacionais hipotéticas para a região, possibilitando um melhor entendimento da evolução das culturas que ali se desenvolveram, desde a chegada dos primeiros habitantes até aos dias atuais. Os trabalhos desenvolvidos pela Dra. ANNA ROOSEVELT e equipe consistiram, inicialmente, de um levantamento topográfico da gruta e seu entorno; em seguida, foram realizadas 20 sondagens com trado, dentro e fora da gruta, para avaliar a qualidade, a extensão e a natureza dos depósitos mais antigos. O passo seguinte foi a execução de 6 escavações no interior da gruta, cada uma com seção de 1m x 1m, nos locais propícios à descoberta de depósitos arqueológicos mais profundos e bem preservados, conforme a indicação dos furos de trado (ROOSEVELT, 1991). Todas as escavações atingiram a rocha fresca, que representa o piso original da gruta. O depósito a r q u e o l ó g i c o , e n c o n t r a d o , a p r e s e n t o u u m a e s p e s s u r a aproximada de 1,50 m, desde a superfície até alcançar a rocha fresca. De acordo com a descrição detalhada da pesquisadora norte-americana, o depósito multicomposto inicia c o m u m p a c o t e d e c a m a d a s escuras, marromacinzentadas, contendo carvão e material de poste, associados com cerâmica recente; as datações radiocarbônicas, efetuadas em amostras de carvão e material de poste, forneceram idades entre 1.000 e 500 anos, posicionando esse estrato no

Período de Chefia. A porção inferior das camadas marromacinzentadas apresentou, além de cerâmica, semente carbonizada e carvão, que, submetidos à datação, revelaram ação, revelaram idades entre 4.000 e 3.000 anos, indicativas do Período Formativo (ROOSEVELT, op cit). Abaixo das camadas escuras, apareceu um estrato de coloração cinza, sem registro de remanescentes humanos antigos. A seguir, apareceu uma camada de coloração cinza-escura, contendo diferentes materiais, incluindo fragmentos de cerâmica e rochas. Nessa camada, foram coletadas amostras de material orgânico (carapaças de moluscos, tartarugas e carvão) e efetuadas 4 datações radiocarbônicas, que forneceram idades entre 7.500 e 6.500 anos, posicionando essa camada no Período Arcaico (ROOSEVELT, op cit). Abaixo do depósito Arcaico, ocorre uma camada arenosa, de coloração amarela a acinzentada, com cerca de 25cm de espessura, na qual não foram observados registros de remanescentes humanos antigos. Depois dessa camada estéril, apareceu uma camada muito escura, com cerca de 20 cm de espessura, “constituída da várias superfícies de ocupação, cobertas com micro-lascas líticas, instrumentos líticos, pigmentos, numerosas sementes de palmeira carbonizadas e algum carvão” (as aspas reproduzem descrições “ipsi literis” da Dra. Arma Roosevelt). Essa camada de ocupação apresentou duas porções distintas, sendo uma porção superior, onde predominam micro-lascas do material lítico, representado por diabásio, arenito silicifícado e cristais de quartzo, além de instrumentos uni e bifaciais, lascados por pressão e percussão; a porção inferior apresentou um material um pouco diferente, com abundante lascas de quartzo e numerosas peças de rocha, estas últimas, às vezes, manchadas de vermelho, p r o v a v e l m e n t e p e l o p r ó p r i o pigmento utilizado em algumas pinturas rupestres. Em toda a camada escura era freqüente a presença de sementes de palmeiras , a lém de a lguns pedaços de carvão. As oito datações radiocarbônicas, efetuadas nesses

materiais (sementes e carvão), revelaram idades entre 11.100 e 1 0 . 3 0 0 a n o s , p o s i c i o n a n d o essa camada cultural no Período Paleoíndio (ROOSEVELT, op cit). Os trabalhos realizados pela Dra. Anna Roosevelt, em Monte Alegre, mais especificamente na Gruta da Pedra Pintada, representam a primeira informação, cientificamente comprovada, sobre a presença de Paleoíndios na região amazônica, indicando uma associação dos mesmos com a arte rupestre ; mostram, também, as similaridades entre esses sítios Paleoíndios e outros já estudados em diferentes lugares, nas Américas. Os resultados desses trabalhos, segundo a pesquisadora norte-americana, sugerem que as pinturas rupestres de Monte Alegre podem representar “algumas das mais antigas já identificadas no Novo Mundo e parte do estágio Paleolítico da arte rupestre”.Assim, de acordo com a descoberta arqueológica da Dra. Anna Roosevelt, em Monte Alegre estão documentadas as melhores evidências acerca dos povos mais antigos que habitaram a região, provavelmente no final do Pleistoceno e início do Holoceno (épocas geológicas que compõem o Período Quaternário): os Paleoíndios Amazônicos. PEDRA DO PILÃO - Parte integrante da serra do Paituna, a Pedra do Pilão representa uma monumental escultura natural, localizada na porção sul da referida serra, com cerca de 120 m acima do topo da mesma.A Pedra do Pilão é uma das mais belas formas erosivas identificadas na região, resultado de um processo de erosão eólica, aluando sobre os arenitos da Formação Ererê. A partir desse mirante natural, é possível uma visão panorâmica de toda a região, destacandose, ao sul, o esplendor da área de várzea, com seus inúmeros lagos e, ao fundo, o rio Amazonas. Às proximidades da Pedra do Pilão, na encosta da serra do Paituna, existe um grande painel, com magnífico exemplo de arte rupestre de Monte Alegre. Esse painel apresenta uma grande variedade de desenhos e figuras geométricas, com destaque para um conjunto de quadrados que se interceptam, lembrando um calendário do tempo.

Fotos

- J R

ebelo Seguro Defeso encerra e pescadores

não recebem o benefícioO período do Seguro Defeso etapa 2011-2012 encerra nesta quinta-feira (15) e parte dos pescadores artesanais ainda não receberam o pagamento do benefício que deveria ser liberado em dezembro de 2011. Dos 6 mil, pescadores aptos a receber o seguro poucos receberam o dinheiro.

“ S e m p e s c a r , a g e n t e n ã o tem mais condições de ir na taberna comprar fiado, porque ninguém quer vender mais. Tá

difícil nossa situação”, relata a pescadora Nazaré.As Colônias de Pescadores atribuem o atraso do benefício ao Ministério da Pesca e do Ministério do Trabalho. O gerente regional do Ministério do Trabalho em Santarém, Carlos Edilson garante que até o final do mês todos os pescadores devem receber o benefício que será distribuído em quatro parcelas mensais.

“ T o d o s d e v e m r e c e b e r o

benefício até o dia 30 de março, porque foi prorrogado o defeso justamente pelo atraso na recepção dos documentos”, conta.O período do defeso iniciou em novembro de 2011. Com o fim da fase de proibições para pesca e comercialização do pescado 10 espécies de peixes são liberadas na região, apenas as espécies de Pirarucu e Tambaqui permanecem proíbidas. Fonte – No Tapajós

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TRIBUNA DA CALHA NORTE CIDADE12 Oeste do Pará, quarta-feira, 14 de março de 2012

Alepa homenageia centenário do montealegrense Cattete PinheiroA Assembleia Legislativa

homenageou na segunda-feira (05/03) o médico

Edward Catete Pinheiro, em u m a sess ã o s ol en e a l u s iv a ao centenário de nascimento ocorrido em 27 de fevereiro.A sessão foi pedida pelo presidente da Alepa, Deputado Manoel Pioneiro. “É muito importante faze uma sessão como esta para que um dos grandes homens desse Estado possa ser homenageado”, destacou o presidente.A deputada Josefina Carmo lembrou que Catete Pinheiro n a s c e u n a m e s m a d a t a e m que Monte Alegre foi elevada à c a t e g o r i a d e m u n i c í p i o .

“Certamente, Edward Catete Pinheiro faz parte da história do nosso município. Foi um idealizador que não poupou esforços para elevar Monte Alegre, o ará e o Brasil”, exaltou a deputada.O homenageado também foi lembrado pelo deputado Gabriel Guerreiro e por Walber Monteiro, que conheceram Edward Catete Pinheiro.Outro convidado que enalteceu o homeageado foi o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Nelson Chaves. “A saúde pública e a política corriam paralelas na vida de Catete Pinheiro. Ele foi um político que nunca deixou de ser médico e um médico que sempre honrou os cargos públicos que ocupou”.Dois dos quatro filhos de Catete

P i n h e i r o p a r t i c i p a r a m d a sessão solene. “ É uma emoção muito grande ouvir a história de nosso pai, lembrada nesta Casa Legislativa que ele também dignificou em vida”, destacou Roberto Catete Pinheiro. “O legado deixado por nosso pai é coerente com o exemplo de sua vida. Que as lições humanitárias que deixou possam devolver a crença em uma vida melhor para todos”, finalizou o filho de Edward Catete Pinheiro.VIDA - Nasceu em Monte Alegre, Pará, em 27 de fevereiro de 1912. Filho de José Antonio Pinheiro e de Waldomira Cattete Pinheiro. Casou-se em 1948 com Aracoeli Gonçalves Pinheiro, com quem viveu até o final de sua vida. Teve quatro filhos: Moema, Edward, Milton e Roberto.F O R M A Ç Ã O A C A D Ê M I C A - Como estudante da Faculdade de Medicina do Pará, fundou o Diretório Acadêmico de Medicina, sendo seu primeiro presidente. Foi também Redator-chefe do jornal “O Acadêmico de Medicina”, onde se posicionou contra os excessos da ditadura Vargas e em solidariedade aos estudantes m o r t o s d u r a n t e p r o t e s t o s políticos. Considerado subversivo, foi perseguido, preso e torturado. Obrigado a deixar a Faculdade de Medicina do Pará, em 1935, concluiu seu curso na Faculdade de Medicina de Recife. Nessa ocasião, jurou “continuar lutando pela Democracia, por sua terra e pelo seu povo”. Tal promessa, feita

quando esteve prestes a perder a vida, ainda jovem, só foi revelada já próximo ao seu derradeiro dia de vida. Essa “bandeira” lhe a c o m p a n h o u p o r t o d a s u a existência e em todos os cargos que ocupou.VIDA PROFISSIONAL - Iniciada e m 1 9 3 7 , c o m o m é d i c o d o Departamento de Saúde do Pará, exerceu funções nas cidades d e M o n t e A l e g r e e B r e v e s . C o n h e c e d o r d a s p r e c á r i a s condições sanitárias do interior do Pará, levou assistência médica e social a lugares que jamais haviam recebido um profissional de saúde. De 1943 a 1944 foi agraciado com uma bolsa de estudos pelo governo dos Estados Unidos da América, onde freqüentou curso de administração rural e estágio médico em saúde pública. Regressando ao Brasil, ao final de 1944, foi incumbido de organizar a Secção de Educação Sanitária do Serviço Especial de Saúde Pública (SESP). Nesse período trabalhou junto aos postos de Saúde da

Amazônia e criou os “clubes de saúde”, organizações educacionais com a finalidade de desenvolver programas de educação sanitária escolar.FUNÇÕES POLÍTICAS - Em Monte Alegre, tornou-se prefeito de 1939 a 1943 e novamente de 1948 a 1950. Após, exerceu temporariamente mandato de Deputado Federal, tendo em 1951 apresentado a emenda que concedeu autonomia à cidade de Belém do Pará, excluindo-a da categoria de base militar. Foi diretor do Departamento de Saúde do Estado do Pará e, em 1953 promoveu sua reestruturação, sendo criada a Secretaria de Saúde do Estado, sendo seu primeiro Secretário. Foi também professor do Instituto de Educação do

Pará, nas cadeiras de Higiene e Educação Sanitária. Em 1954, foi eleito Deputado Estadual e no ano seguinte tornou-se Presidente da Assembléia Legislativa, o que significou também assumir o cargo de Vice-governador. No início de 1956, havendo ficado vago o cargo de Governador do Estado, com o término do mandato do governador Zacarias de Assunção sem que novas eleições fossem finalizadas, assumiu o Governo do Estado para presidir o pleito suplementar. Exerceu o cargo de governador até junho de 1956. Em 1961, tornou-se ministro de Estado da Saúde, no governo do presidente Jânio Quadros. Foi eleito Senador da República no ano de 1962 e reeleito em 1970, cumprindo o mandato até 31

de janeiro de 1979. Em 1968, durante seu primeiro mandato de senador, abraçou a defesa do projeto da casa própria e contribuiu para a aprovação dos projetos de leis destinados à implantação dos mecanismos do Sistema Habitacional Brasileiro. Acreditava em um programa de Reforma Agrária para o Estado do Pará e, por iniciativa própria, doou terras recebidas de herança paterna. Sem alarde, efetuou tal doação em 26/01/1981, lavrando-se uma “Escritura de Doação Pura e Simples” das terras de toda a família Cattete Pinheiro, para a Prefeitura Municipal da Estância Hidromineral de Monte Alegre, na ocasião representada pelo Prefeito Municipal, Sr. Antonio Campos Moreira.

Cattete Pinheiro