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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS 1 ACÓRDÃO N. 299 /2009, TCE – 1ª Câmara Processo nº: 2127/2005 – 01 volume Apenso nº: 9571/2005 – 02 volumes Classe de Assunto: 04 – Prestações de Contas Assunto: 05 – Prestações de Contas de Dos órgãos da Administração Direta 2004 Entidade: Município de Muricilandia – TO Órgão: Prefeitura Municipal de Muricilandia – TO Responsável: Rubens Gonçalves de Aguiar – Ex - Prefeito Relator: Conselheiro José Wagner Praxedes Ministério Público Junto ao Tribunal de Contas: Procurador de Contas João Alberto Barreto Filho EMENTA: PRESTAÇÃO DE CONTAS DE ORDENADOR. Poder Executivo Municipal. Existência de falhas e Irregularidades de natureza grave; créditos adicionais não atendem o que preceitua o artigo 167 inciso V; déficit na Execução Orçamentária; falta de consonância nos saldos bancários de um exercício para outro; contabilização do valores referentes ao estoque de almoxarifado; que o valor total de restos a pagar; esta atento a legislação quando da aquisição de refeições; O preenchimento do empenho deverá conter todas informações do objeto; Regularização dos subsídios dos secretários e chefe do controle interno; Esteja atento as exigências do processo licitatório; que o quadro de servidores seja compatível com o Plano de Cargos e Salários; Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, passe atuar de forma como preceitua a Lei; é pressuposto para julgamento pela irregularidade das contas anuais de ordenador. 10. Decisão: Vistos, relatados e discutidos os autos de nº. 2127/2005, versando sobre Prestação de Contas do Senhor Rubens Gonçalves de Aguiar – Ex - Prefeito, responsável pelo Poder Executivo Municipal de Muricilândia no exercício de 2004, encaminhados a esta Corte nos termos do art. 33, II da Constituição Estadual, art. 1º, II da Lei n. 1284/2001 e art. 37, do Regimento Interno, bem como os autos auxiliares n.º 9571/2005 que tratam das auditorias programadas realizada no Poder Executivo de Muricilândia - TO, abrangendo os atos praticados pelo Excelentíssimo Senhor Rubens Gonçalves de Aguiar Ex -Prefeito, no período de janeiro a Dezembro de 2004. Considerando a existência de falhas e irregularidades apontadas no Relatório de Análise das contas de ordenador e não sanadas pelo Gestor. Considerando o não saneamento das falhas e irregularidades apontadas quanto da realização de auditoria programada. ACORDAM os membros do Egrégio Tribunal de Contas do Estado do Tocantins, reunidos em sessão da 1ª Câmara, por unanimidade e com fundamento no art. 85, inciso III, alíneas “b” e “c” da Lei Estadual n.º 1.284/2001, em: que os créditos adicionais atendam o que preceitua o artigo 167 inciso V; Déficit na Execução Orçamentária; que haja consonância nos saldos bancários de um exercício para outro; contabilização do valores referentes ao estoque de almoxarifado; que o

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO …...TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS 1 ACÓRDÃO N. 299 /2009, TCE – 1ª Câmara Processo nº: 2127/2005 – 01 volume Apenso nº: 9571/2005

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS

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ACÓRDÃO N. 299 /2009, TCE – 1ª Câmara

Processo nº: 2127/2005 – 01 volume Apenso nº: 9571/2005 – 02 volumes Classe de Assunto: 04 – Prestações de Contas Assunto: 05 – Prestações de Contas de Dos órgãos da Administração Direta 2004 Entidade: Município de Muricilandia – TO Órgão: Prefeitura Municipal de Muricilandia – TO Responsável: Rubens Gonçalves de Aguiar – Ex - Prefeito Relator: Conselheiro José Wagner Praxedes Ministério Público Junto ao Tribunal de Contas: Procurador de Contas João Alberto Barreto Filho EMENTA: PRESTAÇÃO DE CONTAS DE ORDENADOR. Poder Executivo Municipal. Existência de falhas e Irregularidades de natureza grave; créditos adicionais não atendem o que preceitua o artigo 167 inciso V; déficit na Execução Orçamentária; falta de consonância nos saldos bancários de um exercício para outro; contabilização do valores referentes ao estoque de almoxarifado; que o valor total de restos a pagar; esta atento a legislação quando da aquisição de refeições; O preenchimento do empenho deverá conter todas informações do objeto; Regularização dos subsídios dos secretários e chefe do controle interno; Esteja atento as exigências do processo licitatório; que o quadro de servidores seja compatível com o Plano de Cargos e Salários; Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, passe atuar de forma como preceitua a Lei; é pressuposto para julgamento pela irregularidade das contas anuais de ordenador. 10. Decisão: Vistos, relatados e discutidos os autos de nº. 2127/2005, versando sobre Prestação de Contas do Senhor Rubens Gonçalves de Aguiar – Ex - Prefeito, responsável pelo Poder Executivo Municipal de Muricilândia no exercício de 2004, encaminhados a esta Corte nos termos do art. 33, II da Constituição Estadual, art. 1º, II da Lei n. 1284/2001 e art. 37, do Regimento Interno, bem como os autos auxiliares n.º 9571/2005 que tratam das auditorias programadas realizada no Poder Executivo de Muricilândia - TO, abrangendo os atos praticados pelo Excelentíssimo Senhor Rubens Gonçalves de Aguiar Ex -Prefeito, no período de janeiro a Dezembro de 2004. Considerando a existência de falhas e irregularidades apontadas no Relatório de Análise das contas de ordenador e não sanadas pelo Gestor.

Considerando o não saneamento das falhas e irregularidades apontadas quanto da realização de auditoria programada.

ACORDAM os membros do Egrégio Tribunal de Contas do Estado do Tocantins, reunidos em sessão da 1ª Câmara, por unanimidade e com fundamento no art. 85, inciso III, alíneas “b” e “c” da Lei Estadual n.º 1.284/2001, em: que os créditos adicionais atendam o que preceitua o artigo 167 inciso V; Déficit na Execução Orçamentária; que haja consonância nos saldos bancários de um exercício para outro; contabilização do valores referentes ao estoque de almoxarifado; que o

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valor total de restos a pagar; esta atento a legislação quando da aquisição de refeições; O preenchimento do empenho deverá conter todas informações do objeto; Regularização dos subsídios dos secretários e chefe do controle interno; Esteja atento as exigências do processo licitatório; que o quadro de servidores seja compatível com o Plano de Cargos e Salários; Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, passe atuar de forma como preceitua a Lei.

10.1. Julgar IRREGULAR a prestação de contas de ordenador referente ao exercício de 2004, da Prefeitura Municipal de Muricilândia -TO, sob a responsabilidade do senhor, Rubens Gonçalves de Aguiar Ex - Prefeito, com base no art. 85, III inciso I alíneas “b” e “c” da Lei Estadual nº 1.284/01 c/c o art. 77, do Regimento Interno desta Corte, tendo em vista que as falhas e ou irregularidades detectadas quando da realização da auditoria programada, ex vi Relatório n.º 038/2008 do processo principal n.º 2127/2005, bem como as decorrentes do Relatório de Auditoria do processo auxiliar n.º 9571/2005 as quais sejam:

a) Os valores das Suplementações não são iguais as anulações, contrariando o artigo 167 inciso III da Constituição Federal.

b) Déficit na Execução Orçamentária de R$ 159.907,46 (cento e cinqüenta e nove mil novecentos e sete reais e quarenta e seis centavos), contrariando o artigo 4º inciso I alínea “a” e 42 da lei 101/2000 c/c artigo 165 § 2º. c) Falta de consonância entre o saldo bancário do exercício anterior com o atual. d) O saldo constante do Termo de Conferência de saldo diverge do saldo encontrado na conciliação bancário e os extratos bancários apresentados nos autos, apresentando uma diferença (R$ 5.378,28). e) Não contabilização e nem apresentação dos valores referentes ao estoque de almoxarifado do ano em referência, contrariando os artigos 85, 96 e 106 da Lei 4.320/64. f) O valor total Inscritos em Restos a Pagar foi de R$ 556.739,85 (quinhentos e cinqüenta e seis mil setecentos e trinta e nove reais e oitenta e cinco centavos), contrariando o artigo 42 da Lei 101/2000. g) Processos nº 508, 811, 1292 e 4145/04 - Despesas realizadas com aquisição de refeições fora da jurisdição municipal sem amparo legal, no montante de R$ 1.631,00 (um mil seiscentos e trinta e um reais), sendo que por meio do Decreto nº 001 de 03 de janeiro de 2000, fixa os valores da diária.

h) Processos nº 006, 1693 e 2879/04 – Não constam anexo ao processo de despesas a documentação do beneficiário, bem como o documento do veículo pelo qual foi realizado os serviços.

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i) Processo nº 4970/04 – O histórico do empenho não conte informações para qual finalidade foi adquirido os objeto da despesa, ou seja, para qual evento comemorativo realizado no município. Contrariando o artigo 61 da Lei 4.320/64.

j) Processo nº 2717/04 – Despesa realizada com aquisição de materiais destinados a pavimentação de vias urbanas classificadas indevidamente na rubrica 44.90.30, sendo que a mesma trata-se de despesas relativas a “OBRAS”. Contrariando o artigo 88 da Lei 4.320/64 e a Lei Municipal nº 349 de 30 de dezembro de 2003, no valor de R$ 14.053,40 (quatorze mil cinqüenta e três reais e quarenta centavos).

k) Processos nº 74 e 75/04 (amostragem) – Os subsídios dos secretários municipais e o cargo do Chefe de Controle Interno não foram realizados em conformidade com a Lei 240 de 21 de fevereiro de 2003, sendo efetuado o pagamento de R$ 100,00 (cem reais) a maior entre o período de janeiro a março de 2004, totalizando a importância de 2,100,00 (dois mil e cem reais).

l) Processos nº 221, 714, 715, 1210, 1317, 1709, 2250, 2802, 2919, 2928, 3308, 4255, 5154, 5155/04 (amostragem) – Durante o exercício de 2004 foram efetuadas despesas com aquisição de combustíveis pela Empresa Auto Posto Santa Fé no montante de R$ 196.494,86 (cento e noventa e seis mil quatrocentos e noventa e quatro reais e oitenta e seis centavos), sem a devida realização de processo licitatório, ferindo o art. 107 da Constituição Estadual, art. 2º e 3º da Lei 8.666/93, art. 1º, e art. 37 inciso XXI da Constituição Federal.

m) Processos nº 386, 2521, 2522 e 2845 – Despesas realizadas sem a devida realização de processo licitatório, ferindo o art. 107 da Constituição Estadual, art. 2º e 3º, da Lei 8.666/93, art. 1º, inciso XI e art. 37 inciso XXI da Constituição Federal, conforme a seguir. n) Processos nº 3299 e 3346/04 – valor R$ 15.000,00 (quinze mil reais) – Despesas realizadas em nome da empresa Tabocão Terraplannagem & Pavimentação Ltda, para prestação de serviços na limpeza e recuperação de estradas vicinais e urbana, sem a devida realização de processo licitatório, ferindo o art. 107 da Constituição Estadual, art. 2º e 3º da Lei 8.666/93, e art. 37 inciso XXI da Constituição Federal. o) Processo nº 359/2004 – todos os processos licitatórios não foram rubricados pelos participantes e não consta os envelopes das propostas conforme mencionado nas atas dos mesmos, edital de licitação modalidade nº 004/2004 fls. 411/412 dos autos 9571/2005, c/c o artigo 41 da Lei 8.666/93.

p) O quantitativo disponível no quadro de pessoal que consta no Plano de Cargos e salários diverge do quantitativo das vagas preenchidas, contrariando a Lei Municipal 240/2003 de 21 de fevereiro de 2003.

q) Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, está emitindo parecer somente das informações enviadas pelo setor contábil, contrariando o artigo 9º da Lei 9.394/96

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10.2. Aplicar, consoante os termos do artigo 39 inciso II, da Lei Estadual n. º 1.284/2001 c/c 159, inciso II do Regimento Interno desta Casa1, multa individualizada no valor de R$ 1.000,00 (mil reais), perfazendo um montante de R$ 9.000,00 (nove mil reais) ao Senhor Rubens Gonçalves de Aguiar Ex - Prefeito de Muricilândia - TO, pela prática de atos com grave infração à norma constitucional, legal, regulamentar,contábil, operacional, administrativa e patrimonial, conforme descrito nas letras a, b, c, d, e, g, h, j, k, nos termos do item 10.1 desta decisão.

10.3. Imputar, senhor Rubens Gonçalves de Aguiar, Ex-Prefeito do Município de Muricilândia - TO consoante os termos do artigo 38 da Lei Estadual n.º 1.284/20012, débito no valor de R$ 2.100,00 (Dois mil e cem reais), pelo pagamento a maior de subsidios dos Secretários Municipais e Chefe do Controle Interno.

10.4. Fixar, nos termos do artigo 83 § 1.º do Regimento Interno, o prazo de 30 (trinta) dias, a contar da sua notificação, para que o Gestor, comprove perante o Tribunal, o recolhimento das multas à conta do Fundo de Aperfeiçoamento e Reequipamento Técnico do Tribunal de Contas, nos termos do art. 167, 168, III e 169 da Lei nº 1.284, de 17 de dezembro de 2001 c/c o §3º do artigo 83 do Regimento Interno, atualizados monetariamente e acrescido dos juros de mora calculados e do débito à conta do erário municipal na forma prevista na legislação em vigor, na forma prevista na legislação em vigor.

10.5. Intimar o Responsável e seu contador, do teor do presente acórdão por via postal, através de carta registrada com aviso de recebimento, na forma prevista no art. 205 e 206 do RITCE remetendo-lhe cópia do Relatório, Voto e Decisão.

10.6. Autorizar, desde logo, nos termos do art. 96, II, da Lei n. 1.284, de 17 de dezembro de 2001, a cobrança judicial da dívida, caso não atendida a notificação.

10.7. Acolher os termos do Relatório de Auditoria Programada, realizada na Prefeitura Municipal de Muricilândia - TO, abrangendo os atos praticados pelo senhor Rubens Gonçalves de Aguiar – Ex - Prefeito, no período de janeiro e dezembro de 2004, constante dos processos n.º 9571/2005. 10.8. Recomendar ao Gestor do ente auditado o máximo empenho e urgência no sentido de sanar as falhas apontadas no Relatório de Auditoria, adotando medidas eficientes e eficazes que visem a sua regularização, mormente quanto à necessidade de:

10.9. Alertar ao Ordenador que este Tribunal procederá à verificação do cumprimento das recomendações e determinações, através de procedimentos a

1 Art. 39. O Tribunal aplicará multa, cuja tabela de valores será estabelecida mediante ato do Tribunal Pleno, periodicamente reeditado com vistas ao reajustamento dos seus valores, na forma prevista no Regimento Interno, aos responsáveis por: II- ato praticado com grave infração à norma constitucional, legal ou regulamentar de natureza tributária, contábil, financeira, orçamentária, operacional., administrativa e patrimonial, cujo prejuízo não possa ser quantificado. Art. 159. O Tribunal poderá aplicar multa de até R$ 10.000,00 (dez mil reais), ou valor equivalente em outra moeda que venha a ser adotada como moeda nacional, segundo os percentuais a seguir especificados, aplicados sobre o montante estabelecido neste artigo, aos responsáveis por: IV – não atendimento, no prazo fixado, sem causa justificada, a diligência do Relator ou a decisão do Tribunal. 2 Art. 38. Quando o responsável for julgado em débito, o Tribunal aplicar-lhe-á multa de até cem por cento do valor atualizado do dano causado ao erário.

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serem executados pela equipe de auditagem em data futura e, caso detectado reincidência ficará o Gestor sujeito às sanções legais cabíveis nos termos do art. 39, VII da Lei Estadual 1.284/2001 c/c art. 159, VII do Regimento Interno deste Tribunal. 10.10. Determinar a remessa dos presentes autos à 3ª Diretoria de Controle Externo – DCE deste Tribunal, para conhecimento e inclusão na sua programação de auditoria na Prefeitura Municipal de Muricilândia - TO, para verificação das providências adotadas visando atender as recomendações e determinações constantes do voto.

10.11. Determinar a publicação desta Decisão no Boletim Oficial do Tribunal de Contas Estado, para que surta os efeitos legais necessários.

10.12. Intimar pessoalmente o Procurador do Ministério Público junto a esta Corte de Contas, que autuou nos autos.

10.13. Após o envio dos autos à 3.ª Diretoria de Controle Externo, sejam estes enviados ao Cartório de Contas para adoção das providências de sua alçada e, após, caso não haja interposição de recurso, envie-se à Coordenadoria de Protocolo Geral para o devido arquivamento, nos termos do artigo 32 da IN-TCE n.º 08/2003.

Tribunal de Contas do Estado do Tocantins, Sala das Sessões da, em Palmas, Capital do Estado, aos 16 dias do mês de junho de 2009.

Conselheiro José Wagner Praxedes Presidente

João Alberto Barreto Filho

Procurador-Geral de Contas

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Processo nº: 2127/2005 – 01 volume Apenso nº: 9571/2005 – 02 volumes Classe de Assunto: 04 – Prestação de Contas Assunto: 05 – Prestação de Contas de Dos órgãos da Administração Direta 2004 Entidade: Município de Muricilandia – TO Órgão: Prefeitura Municipal de Muricilandia – TO Responsável: Rubens Gonçalves de Aguiar – Ex - Prefeito Relator: Conselheiro José Wagner Praxedes Ministério Público Junto ao Tribunal de Contas: Procurador de Contas João Alberto Barreto Filho

RELATÓRIO Tratam os presentes autos sobre Prestação de Contas do Senhor Rubens Gonçalves de Aguiar – Ex - Prefeito, responsável pela gestão do Poder Executivo Municipal de Muricilândia - TO, no exercício financeiro de 2004, encaminhados a esta Corte nos termos do art. 33, II da Constituição Estadual3, art. 1º, II da Lei n. 1284/20014 e art. 37, do Regimento Interno5, abrangendo os atos praticados pelo Excelentíssimo Senhor Rubens Gonçalves de Aguiar Ex-Prefeito, no período de janeiro a dezembro de 2004.

Tendo em vista disposições contidas no art. 125, IV do Regimento Interno, onde se verifica que os procedimentos de auditoria visam, dentre outras finalidades, “IV – fornecer elementos para julgamento ou emissão de parecer prévio das contas submetidas ao seu exame”, justifica-se o apensamento do processo de auditoria programada à prestação de contas, para que a matéria versada na presente auditoria repercuta quando da análise conjunta das citadas contas, nos termos do art. 6º, §§ 1º e 2º da IN TCE-TO nº 06/20086.

Com o propósito de facilitar a compreensão dos julgadores, passarei a discorrer separadamente sobre o processo principal e, logo em seguida sobre os auxiliares.

Processo Principal - n.º 2127/2005

Consta dos autos o Relatório de Análise nº 007/2005, (82/94), emitido pela Segunda Diretoria de Controle Externo Municipal, evidenciando sobre os

3 Constituição Estadual Art. 33 II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelos Poderes Públicos estadual e municipal e as contas daqueles que derem causa à perda, extravio ou outras irregularidades que resultem prejuízo ao tesouro público; 4 LOTCE Art. 1º II - julgar as contas dos ordenadores de despesa e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelos Poderes Públicos estadual e municipais e as contas daqueles que derem causa à perda, extravio ou outras irregularidades de que resultem prejuízo ao tesouro público; 5 RITCE Art. 37 - As contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos serão submetidas a julgamento do Tribunal sob a forma de processo de prestação de contas, tomada de contas ou tomada de contas especial. 6 § 1º Os processos auxiliares relevantes tramitarão junto à prestação de contas anual dos ordenadores, com anexos, para subsidiarem a instrução das mesmas. § 2º Entede-se por processos auxiliares relevantes as denúncias, representações, auditoriais, inspeções, processos de impugnações, tomadas de contas, tomadas de contas especiais e demais processos administrativos que envolvam exame de responsabilidades e possa influenciar no julgamento das contas.

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seguintes aspectos: Gestão Orçamentária, (Composição do Orçamento – LOA, Alteração do Orçamento, Balanço Orçamentário Executivo, Receitas Corretes, Receitas de Capital, Despesas por Categoria Econômica, Despesas de Capital); Gestão Financeira; Gestão Patrimonial, (Ativo Financeiro, Ativo Permanente, Passivo Financeiro, Passivo Permanente, Variações Patrimoniais)

A Segunda Diretoria de Controle Externo Municipal, por meio do Despacho nº 203/2005 fl. 95, o qual transcreve, manifestou-se no sentido de:

Encaminhamos ao Corpo Especial de Auditores, análise da Prestação de Contas Consolidadas do Município de MURICILÂNDIA – TO – Proc. 2128/2005. Informamos, ainda que segue em conjunto, as análises das Prestações de Contas de Ordenador da Prefeitura – Proc. nº 2127/2005 e que não foi encaminhada a esta Corte, a Prestação de Contas de Ordenador, referente às contas do Legislativo.

O Corpo Especial de Auditores por meio do Parecer nº 6833/2005 fls. 96/97, o qual transcrevo sua parte final, manifestou-se no sentido de:

Considerando que cabe ao Conselheiro Relator determinar, mediante despacho singular, todas as providências e diligências que visem à complementação de instrução e ao saneamento do processo.

Destarte, sugerimos abertura de vista ao responsável pela Prestação de Contas para que no prazo de 15 (quinze) dias regularize as ocorrências constante dos itens 3.2.1, 3.3.1 do Relatório de fls. 82/84.

Além disso, apresentar esclarecimentos e documentos hábeis relativos a falhas apontadas no Relatório de Auditoria de fls. 05/25.

O Ministério Público por meio do Despacho nº 110/2005 fl. 98, o qual transcrevo sua parte final, manifestou-se no sentido de:

Portanto, com base no Parecer acima citado, o Ministério Público de Contas, em consonância com a Auditoria. Órgão responsável pela instrução processual, entende que estas irregularidades devem ser sanadas ou justificadas abrindo vista dos autos ao interessado, conforme o disposto no artigo 202, parágrafo único do Regimento Interno.

Após, remetam-se os presentes autos a esta Representação do Ministério Público Especial, junto a este Tribunal, para manifestação conclusiva, nos termos exigidos nas normas legais e regimentais pertinentes.

O Conselheiro Relator por meio do Despacho nº 12/2005 fls. 99/100, determina que os autos sejam encaminhados à Coordenadoria de Diligências, para promover a citação do Senhor Rubens Gonçalves de Aguiar.

O Responsável não atendeu à citação feita, sendo considerado revel por meio do Certificado de Revelia nº 045-RELT/2006. O Conselheiro Relator por meio do Despacho nº 271/2006 fls. 105/106, o qual transcrevo sua parte final, manifestou-se no sentido de:

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Cabe esclarecer que a tramitação ideal, neste momento, seria enviar às contas e os processos auxiliares ao Corpo Especial de auditores e Ministério Público junto ao Tribunal para as devidas manifestações, contudo, verifico que ainda não foi oportunizado ao Gestor defender-se acerca das falhas/irregularidades apontadas no Relatório de auditoria nº 33/2005, (processo 9571/2005), as quais podem refletir quando da propositura de decisão. Desta forma, e, para que não se perca o objetivo de analisar conjuntamente as contas, retorne-se à CODIL, para aguardar o prazo de cumprimento de diligência daqueles autos. Após dê-se tramitação anteriormente descrita.

O Corpo Especial de Auditores por meio do Parecer de Auditoria nº 2476/2006, fls. 107/109, o qual transcreve sua parte final, manifestou-se no sentido de:

Diante do Exposto, considerando que a Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece normas de finanças públicas, buscando o aprimoramento da responsabilidade na gestão fiscal dos recursos públicos, por intermédio de ação planejada e transparente, de modo a prevenir riscos e corrigir desvios que possam causar o desequilíbrio das contas públicas e não admite que um governante role as suas dividas de um ano para o outro, em forma de restos a pagar, sem o correspondente dinheiro em caixa.

Assim, a responsabilidade do gestor é administrar os recursos públicos de forma a manter o equilíbrio entre as receitas e as despesas.

Portanto, em face do acima citado, considerando que o interessado foi considerando revel, consoante Certificado de Revelia nº 045-RELT1/2006 expedido pela Coordenadoria de Diligências deste Órgão, fl. 104 e considerando, ainda, que o gestor não atendeu na sua plenitude um dos requisitos essências da Lei de Responsabilidade Fiscal, ou seja, o montante da disponibilidade financeiro em caixa, é insuficiente para cobrir as despesas inscritas em restos a pagar, portanto, somos de parecer favorável que o tribunal de Contas, pelos membros de seu Colegiado julgue irregular a prestação de contas do ordenador de despesas do Poder Executivo de Muricilândia, senhor Rubens Gonçalves de Aguiar, referente ao exercício financeiro de 2004.

É. s.m.j.,

O Ministério Público por meio do Despacho nº 2747/2006 fls. 110/111, o qual transcrevo sua parte final, manifestou-se no sentido de:

Assim, diante das informações contidas no Relatório Técnico nº 007/2005, bem como, do Parecer nº 2476/2006, da lavra do ilustre Auditor José Ribeiro da Conceição, e ainda consubstanciado nas peças trazidas ao processo, constata-se que o Poder Executivo de Muricilândia/TO, infringiu as normas previstas no artigo (art. 42 da LRF) onde consta registrado no passivo Financeiro R$ 556.739,85, correspondente a Restos a Pagar. Deste valor R$ 150.276,50 refere-se ao despesas empenhadas e processadas no período de maio a dezembro de 2004. Verifica-se ainda no Relatório Técnico acima citado, que o valor apresentado no Passivo Financeiro consta uma diferença de R$ 282,84 do valor constante no Balanço Patrimonial.

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De conseqüência, esta representação do Ministério Público junto a esta Corte de Contas, com fundamento no art. 145, V da Lei nº 1284/2001, manifesta-se: Pelo julgamento irregular da prestação de Contas do Poder Executivo do município de Muricilândia/TO, por haver infligido norma do 42 da Lei Complementar 101/2001, bem como, o disposto no artigo 85, inciso III, da Lei 1284/2001.

A Diretoria de Engenharia por meio da Análise de Diligência 147/2007 fl. 112, o qual transcrevo sua parte final manifestou-se no sentido de:

Com os dados e informações disponíveis, não se tem como afirmar se a referida obra foi concluída, além do mais, no processo não constam: planilha orçamentária, cronograma físico-financeiro, memorial descritivo e Art. de execução, que são documentos que fornecem subsídios importantes para uma análise mais apropriada, além do que, o valor deste serviço sendo somente para mão-de-obra está acima dos preços médios de mercado.

As outras obras os preços médios estão de acordo com os de mercado, mas não se pode afirmar se estão concluídas.

O Corpo Especial de Auditores por meio do parecer de Auditoria nº 034/2008 fl., o qual transcrevo sua parte final, manifestou-se no sentido de:

Considerando que a prestação de contas em apreço já foi analisada por esta auditoria, por isso, ratifico o Parecer de Auditoria nº 2476/2006, fl. 107 a 109 e com fundamento nos artigos 1º, inciso II, 104 Parágrafo único da Lei Estadual nº 1.284/2001, de 17/12/2001, manifestando não sentido de que o Egrégio Tribunal de Contas julgue irregular a Prestação de Contas dos Órgãos da Administração Direta de Ordenador da Prefeitura de Muricilândia, referente ao exercício de 2004.

É, s.m.j.. o parecer

O Ministério Público por meio do Despacho nº 006/2009 fl. 114, o qual transcrevo sua parte final, manifestou-se no sentido de:

Deste modo tendo o Ministério Público de Contas já se manifestando conclusivamente nos presente autos e considerando que juntada do novo documento não teve o condão de alterar o seu entendimento anterior, este Parquet Especializado, ratifica in totum o seu Parecer de fls. 110/111, pugnando ainda pela APROVAÇÃO do Relatório de Auditoria Programada (Processo nº 09671/2005), recomendando ao Gestor que proceda ao saneamento das impropriedades apontadas no referido relatório.

A Coordenadoria de Diligências, por meio do Encaminhamento nº 18/2006-RELT1-CODIL fl. 578 o qual transcrevo, manifestou-se no sentido de:

Findo o prazo regimental para vistas processuais, os autos seguiram o tramite normal. Diante do acima exposto, encaminho o expediente acima mencionado paraprovidências que Excelentíssimo Relator julgar necessária.

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O Conselheiro Relator por meio do Despacho nº 762/2006 fl. 579, determinou que os autos fossem encaminhados ao Núcleo de Engenharia, Corpo Especial de Auditores e à Douta Representação do Ministério Público Especial.

O Núcleo de Engenharia, por meio do Parecer Técnico nº 241/2006 fl. 580, o qual transcrevo, manifestou-se no sentido de:

O processo nº 9575/2005, é referente à auditoria Programada, com abrangência de janeiro a dezembro de 2004. Deste exercício de auditoria, não foi solicitada a inspeção de obras ao Núcleo de Engenharia deste Tribunal. Foi solicitada a inspeção de obra referente ao exercício de 2005, conforme memorando e relação de obras em anexo. Logo, não é possível atender ao despacho em questão, por parte do Núcleo de Engenharia, haja vista que é necessária inspeção “in loco” para emissão de um parecer.

A segunda Diretoria de Controle Externo Municipal, por meio do MEMO nº 043/2005-2ª DCEM.

Com o intuito de subsidiar o resultado da auditoria realizada em MURICILANDIA, referente ao exercício de 2005 solicitou de Vossa Senhoria, pra que, dentro do possível, seja realizada inspeção nas obras especificadas em anexo. O Corpo Especial de Auditores por meio do Parecer nº 4402/2006 fl. 584, o qual transcrevo sua parte final, manifestou-se no sentido de:

Diante do exposto, e considerando tudo mais que consta nos autos, ratifico o entendimento exarado no Parecer nº 2510/2006, fls. 551 e 552, e que o Tribunal de Contas do Estado do Tocantins aprove o relatório de auditoria fls. 05 a 26, com as recomendações enumeradas no Parecer acima citado.

É o nosso Parecer que submetemos à Superior Consideração, depois de ouvido o Ministério Público junto a este Órgão.

O Ministério Público por meio do requerimento nº 581/2006 fls. 585, o qual transcrevo, manifestou-se no sentido

O Ministério Público junto ao Tribunal, nos termos dos artigos 80 e 148, I da Lei Órgânica, e tendo em vista a possibilidade de aplicação de sanções pecuniárias e ainda com o objetivo de atender ao princípio constitucional da ampla defesa e do contraditório. Requeiro ao ilustre Conselheiro Relator, seja determinado a realização de um novo procedimento auditorial, tendo em vista o contido no Parecer Técnico-NUENG- nº 241/2006, além do contido no MEMO nº 043/2005-2ªDCEM e doc. Fls. 581/582., vez que, o Gestor, Sr. Rubens Gonçalves de Aguiar, via de sua procuradora legalmente constituída, junta aos autos peça interlocutória, apresentando justificativas e documentos para sanar as irregularidades apontadas no processo. (docs. Fls. 553 a 577). Após remetam-se os presentes autos a esta Representação do Ministério Público Especial, junto a este Tribunal, para manifestação conclusiva, nos termos exigidos nas normas legais e regimentais pertinentes.

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O Conselheiro Relator por meio do Despacho nº 255/2007 fl. 586, determinou que os autos fossem encaminhados ao Núcleo de Engenharia para análise formal com base nos documentos acostados aos autos.

O Corpo Especial de Auditores por meio do Despacho nº 36/2008, o qual transcrevo sua parte final, manifestou-se no sentido de:

Considerando que os autos em apreço já foi analisando por esta auditoria, por isso, ratifico o Parecer nº 4402/2006, fl. 584, que ratificou o parecer nº 2510/2006, fls. 551/552, manifestando no sentido de que o Egrégio Tribunal de Contas aprove o relatório de auditoria de fls. 05 a26.

É o nosso Parecer que submetemos à Superior Consideração, depois de ouvido o Ministério Público junto a este Órgão.

É o Relatório. Passo a fundamentação.

VOTO Questão Preliminar. Por força das disposições contidas no art. 125, IV do Regimento Interno, os procedimentos de auditoria visam, dentre outras finalidades, fornecer elementos para julgamento ou emissão de parecer prévio das contas submetidas a exame do Tribunal, assim, foram apensadas às presentes contas o processo de auditoria programada n.º 9571/2005, para que a matéria versada na presente auditoria repercuta quando da análise conjunta das citadas contas, nos termos do art. 6º, §§ 1º e 2º da IN TCE-TO nº 02/2003.

Das Contas – Processo n.º 2127/2005 Compulsando os autos verifico que a Prestação de Contas do Senhor Rubens Gonçalves de Aguiar – Ex – Prefeito, responsável pela gestão do Poder executivo Municipal de - TO no exercício financeiro de 2004, atendeu parcialmente ao disposto nos artigos 101 a 104 da Lei Federal 4.320 de 17 de março de 1964.

Quanto à análise das Demonstrações Contábeis, detectou-se que o Ordenador de Despesas do Poder Executivo de Muricilândia, juntou aos autos: Ofício de encaminhamento; Relação dos Responsáveis; Demonstração da execução orçamentária receita; Balanço Orçamentário; Balanço Financeiro; Balanço Patrimonial; Demonstração das variações patrimoniais, Demonstrativo da remuneração do Prefeito e do Vice-Prefeito; Relação das Inscrições em restos a pagar; conciliação dos saldos bancários; Termo de verificação dos valores existentes na tesouraria em 31 de dezembro.

Quanto à análise das demonstrações contábeis e atos de gestão, o Órgão Técnico, detectou as seguintes falhas e irregularidades:

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a) Os valores das Suplementações não são iguais as anulações, contrariando o artigo 167 inciso III da Constituição Federal.

b) Déficit na Execução Orçamentária de R$ 159.907,46 (cento e cinqüenta e nove mil novecentos e sete reais e quarenta e seis centavos), contrariando o artigo 4º inciso I alínea “a” da Lei 101/2000. c) Falta de consonância entre o saldo bancário do exercício anterior com o atual. d) O saldo constante do Termo de Conferência de Saldo diverge do saldo encontrado na conciliação bancário e os extratos bancários apresentados nos autos, apresentando uma diferença (5.378,28). e) Não contabilização e nem apresentação dos valores referentes ao estoque de almoxarifado do ano em referencia, contrariando os artigos 85, 96 e 106 da Lei 4.320/64. f) O valor total Inscritos em Restos a Pagar foi de R$ 556.739,85 (quinhentos e cinqüenta e seis mil setecentos e trinta e nove reais e oitenta e cinco centavos), contrariando o artigo 42 da Lei 101/2000

Processo 9571/2005 – Auditoria Programada a) O Controle Interno não cumpriu com o que determina o art. 6º da Lei Municipal 240/2003. b) Não cobrança dos devedores e não foi realizada a inscrição em Divida Ativa dos inadimplentes com a Fazenda Municipal, contrariando o artigo 11 c/c 13 da lei 101/2000 c/c artigo 165 § 2º. c) Não contabilização prévia dos empenhos, descumprindo o art. 60 c/c art. 90 da Lei nº 4.320/64. d) Processos nº 508, 811, 1292 e 4145/04 - Despesas realizada com aquisição de refeições fora da jurisdição municipal sem amparo legal, no montante de R$ 1.631,00 (um mil e trinta e um reais), sendo que por meio do Decreto nº 001 de 03 de janeiro de 2000, fixa os valores da diária. e) Processos nº 006, 1693 e 2879/04 – Não constam anexo ao processo de despesas a documentação do beneficiário, bem como o documento do veículo pelo qual foi realizado os serviços.

f) Processo nº 4970/04 – O histórico do empenho não conte informações para qual finalidade foi adquirido os objeto da despesa, ou seja, para qual evento comemorativo realizado no município. Contrariando o artigo 61 da Lei 4.320/64. g) Processos nº 3634 e 2956/04 Ordens de Pagamento nº 2714, 1107, 1155, 1214, 2382 e 1489/04 (amostragem) – Da análise procedida nos processos de pagamentos verificou-se que não vem sendo utilizado o documento que comprove o pagamento das despesas e/ou carimbo de recebimento, sendo apenas juntada a cópia do cheque das respectivas despesas, contrariando o art. 63 da Lei 4.320/64.

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h) Processo nº 2717/04 – Despesa realizada com aquisição de materiais destinados a pavimentação de vias urbanas classificadas indevidamente na rubrica 44.90.30, sendo que a mesma trata-se de despesas relativas a “OBRAS”. Contrariando o artigo 88 da Lei 4.320/64 e a Lei Municipal nº 349 de 30 de dezembro de 2003, no valor de R$ 14.053,40 (quatorze mil cinqüenta e três reais e quarenta centavos). i) Processos nº 74 e 75/04 (amostragem) – Os subsídios dos secretários municipais e o cargo do Chefe de Controle Interno não foram realizados em conformidade com a Lei 240 de 21 de fevereiro de 2003, sendo efetuado o pagamento de R$ 100,00 (cem reais) a maior entre o período de janeiro a março de 2004, totalizando a importância de 2,100,00 (dois mil e cem reais). j) Processos nº 221, 714, 715, 1210, 1317, 1709, 2250, 2802, 2919, 2928, 3308, 4255, 5154, 5155/04 (amostragem) – Durante o exercício de 2004 foram efetuadas despesas com aquisição de combustíveis pela Empresa Auto Posto Santa Fé no montante de R$ 196.494,86 (cento e noventa e seis mil quatrocentos e noventa e quatro reais e oitenta e seis centavos), sem a devida realização de processo licitatório, ferindo o art. 107 da Constituição Estadual, art. 2º e 3º da Lei 8.666/93, art. 1º, e art. 37 inciso XXI da Constituição Federal. k) Processos nº 386, 2521, 2522 e 2845 – Despesas realizadas sem a devida realização de processo licitatório, ferindo o art. 107 da Constituição Estadual, art. 2º e 3º, da Lei 8.666/93, art. 1º, inciso XI e art. 37 inciso XXI da Constituição Federal, conforme a seguir. l) Processos nº 1974 de 03/05/2004 – Valor R$ 10.000,00 (dez mil reais) – Despesas realizadas em nome da empresa Tabocão Terraplannagem & Pavimentação Ltda, para prestação de serviços na limpeza e recuperação de estradas vicinais e urbanas, sem a devida realização de processo licitatório, ferindo o art. 107 da Constituição Estadual, art. 2º e 3º da Lei 8.666/93, art. 1º, inciso XI e art. 37 inciso XXI da Constituição Federal. m) Processos nº 1801 de 15/04/2004 – valor R$ 10.000,00 (dez mil reais) – Despesas realizadas em nome da empresa Construtora Peso Forte Ltda – ME, para prestação de serviços na limpeza e recuperação de estradas vicinais e urbanas, sem a devida realização do processo licitatório, ferindo o art. 107 da Constituição Estadual, art. 2º e 3º 8.666/93, art. 1º, e art. 37 inciso XXI da Constituição Federal. n) Processos nº 3299 e 3346/04 – valor R$ 15.000,00 (quinze mil reais) – Despesas realizadas em nome da empresa Tabocão Terraplannagem & Pavimentação Ltda, para prestação de serviços na limpeza e recuperação de estradas vicinais e urbana, sem a devida realização de processo licitatório, ferindo o art. 107 da Constituição Estadual, art. 2º e 3º da Lei 8.666/93, e art. 37 inciso XXI da Constituição Federal. o) Processo nº 359/2004 – todos os processos licitatórios não foram rubricados pelos participantes e não consta os envelopes das propostas conforme mencionado nas atas dos mesmos.

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p) Processos nº 532, 3920 e 4598/04 – Despesas para realização de obras não apresentação a minuta do contrato no edital, deixando de cumprir também o art. 7º da Lei nº 8.666/93, ou seja, projeto básico, projeto executivo, execução das obras e serviços. q) O quantitativo disponível no quadro de pessoal que consta no Plano de Cargos e salários diverge do quantitativo das vagas preenchidas, contrariando a Lei Municipal 240/2003 de 21 de fevereiro de 2003. r) Falta do Termo de Responsabilidade pelo uso e guarda dos bens. s) Não realização de audiências públicas, contrariando o que determina o artigo 48 parágrafo único a Lei 101/2000. t) Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério está emitindo parecer somente das informações enviadas pelo setor contábil, contrariando o parágrafo 1º do artigo 9º da Lei 9.394/96. u) Os Relatórios da LRF, 1º bimestre, 4º bimestre, 5º bimestre foram entregues após o encerramento do prazo.

Das análises e Contra razões

Processo – 9571/2005 Auditoria Programada

Atos de Gestão a) Os valores das Suplementações não são iguais as anulações, contrariando o artigo 167 inciso III da Constituição Federal. Ao que pese que o Ordenador não apresentou justificativa, consideramos como não sanada. b) Déficit na Execução Orçamentária de R$ 159.907,46 (cento e cinqüenta e nove mil novecentos e sete reais e quarenta e seis centavos), contrariando o artigo 4º inciso I alínea “a” e 42 da lei 101/2000 c/c artigo 165 § 2º. O Ordenador não apresentou justificativa, consideramos como não sanada. c) Falta de consonância entre o saldo bancário do exercício anterior com o atual. Diante do fato, que o Ordenador não apresentou justificativa, consideramos como não sanada. d) O saldo constante do Termo de Conferência de saldo diverge do saldo encontrado na conciliação bancário e os extratos bancários apresentados nos autos, apresentando uma diferença (R$ 5.378,28). Com base em que não alegações por parte do Ordenador, consideramos como não sanada.

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e) Não contabilização e nem apresentação dos valores referentes ao estoque de almoxarifado do ano em referência. Não foi apresentado justificativa por parte do Ordenador, assim consideramos como não sanada. f) O valor total Inscritos em Restos a Pagar foi de R$ 556.739,85 (quinhentos e cinqüenta e seis mil setecentos e trinta e nove reais e oitenta e cinco centavos); Ao que pese que o Ordenador não apresentou justificativa, consideramos como não sanada. g) Processos nº 508, 811, 1292 e 4145/04 - Despesas realizadas com aquisição de refeições fora da jurisdição municipal sem amparo legal, no montante de R$ 1.631,00 (um mil e trinta e um reais), sendo que por meio do Decreto nº 001 de 03 de janeiro de 2000, fixa os valores da diária;

Justificativa:

Processos 508, 811, 1292, e 4145/04 – O pagamento de referidas despesas tem amparo orçamentário e este procedimento foi adotado justamente por medida de economia, pois Muricilândia dista de Araguaina, apenas 70 quilômetros, sendo que todos os assuntos são resolvidos na referida cidade. Dessa forma, quase todos os dias servidores têm que se deslocar até lá para resolverem assuntos dos mais diversos, a interesse da municipalidade, seja de banco, de compras ou consertos de equipamentos. O fornecimento de refeição se torna muito mais barato do que o pagamento de meio diária a um servidor, razão pela qual se adotou tal procedimento. Pede, portanto, as considerações necessárias ao caso, em razão de que a administração visou com o fornecimento de refeições apenas, ao invés de pagamento de diárias, a economia do erário público municipal. Análise da Justificativa:

Em suas alegações o Ordenador diz que o pagamento de despesas com refeições, refere-se à ida de servidores a Araguaina para resolver assuntos dos mais diversos da cidade, e que o pagamento de refeição é muito mais barato, que meio diária. É muito louvável a intenção de diminuir os custos para o ente publico, mas alegações sem prova documental, não tem validade alguma, deveria ser juntado documentos que comprovassem que na data não foi disponibilizado diárias a esses servidores, juntado documentos que comprovasse a realização de pagamentos, compras, realização de depósitos, consertos de equipamentos, na data da realização da despesa com refeição. Diante da não comprovação, torna-se impossível considerar como sanada tal irregularidade.

h) Processos nº 006, 1693 e 2879/04 – Não constam anexo ao processo de despesas a documentação do beneficiário, bem como o documento do veículo pelo qual foi realizado os serviços; Justificativa: Processos nº 006, 1693 e 2879/04 – segue em anexo cópia dos documentos referentes os processos mencionados no referido item.

Análise da Justificativa:

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O Ordenador não apresentou justificativa que pudesse sanar a irregularidade, citou em suas alegações que seria anexado cópia dos documentos referentes aos processos, mas não foi anexado nenhum documento, fundamentados nos fatos acima, deixamos de considerar como tal justificativa.

i) Processo nº 4970/04 – O histórico do empenho não contem informações para qual finalidade foi adquirido os objeto da despesa, ou seja, para qual evento comemorativo realizado no município. Contrariando a Lei 4.320/64;

Justificativa Processo nº 4970/04 – A administração providenciará redação mais apurada para discriminar despesas deste tipo, observado o princípio da transparência dos atos públicos.

Análise da Justificativa:

Em análise a Lei 4.320/64 podemos verificar que existem informações que não podem deixar de especificar, os dados da despesa, onde ela fora utilizada? O artigo 61 da Lei 4.320/64 deixa bem claro quanto a essa exigência. Assim consideramos como não sanada tal irregularidade. Art. 61. Para cada empenho será extraído um documento denominado "nota de empenho" que indicará o nome do credor, a representação e a importância da despesa bem como a dedução desta do saldo da dotação própria.

j) Processos nº 3634 e 2956/04 Ordens de Pagamento nº 2714, 1107, 1155, 1214, 2382 e 1489/04 (amostragem) – Da análise procedida nos processos de pagamentos verificou-se que não vem sendo utilizado o documento que comprove o pagamento das despesas e/ou carimbo de recebimento, sendo apenas juntada a cópia do cheque das respectivas despesas, contrariando o art. 63 da Lei 4.320/64;

Justificativa:

Processos 3634 e 2956 Ordens de Pagamento nº 2714, 1107, 1155, 1214, 2382 e 1489 – A Administração deixou de proceder de tal forma após a observação feita por este Tribunal.

Análise da Justificativa: Em análise a documentação juntada aos autos, anexo 07 fls. 127/141, verificamos que o pagamento foi realizado de forma correta, gerando nota de empenho, posteriormente foi entregue pelo fornecedor a nota fiscal e em seguida a ordem de pagamento e feito o cheque e esses foram nominal a empresa prestadora do serviço e emitente da Nota Fiscal. Damos assim como sanada tal irregularidade. k) Processo nº 2717/04 – Despesa realizada com aquisição de materiais destinados a pavimentação de vias urbanas classificadas indevidamente na rubrica 44.90.30, sendo que a mesma trata-se de despesas relativas a “OBRAS”. Contrariando a Lei 4.320/64 e a Lei Municipal nº 349 de 30 de dezembro de 2003, no valor de R$ 14.053,40 (quatorze mil cinqüenta e três reais e quarenta centavos);

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Justificativa

Processo nº 2717/04 – a referida despesa foi empenhada na rubrica 44.90.30 material de consumo, só que a mesma está ligada a despesa de capital e a referida despesa foi adquirida por ser o objeto destino, executado por administração direta, o que gerou o entendimento de que a classificação efetuada a mais correta. Como tal ato não gera prejuízo algum ao erário, sendo mera irregularidade de cunho formal, pede as considerações para o caso.

Análise da Justificativa:

É fato notório, senhor ordenador, que não há dano ao erário quando ocorre um erro contábil, mas dependendo do erro, poderá gerar informações que venha distorcer a resultado, mas não foi o que ocorreu.

Com certeza essa despesa é de capital, com natureza de investimento, e é uma aplicação direta, mas não poderia ser lançado no elemento de despesa 30 (Material de consumo), o elemento de despesa correto para ser lançado, deveria ser o 51 (obras e instalações), ao mais senhor Ordenador, o profissional técnico contábil poderia ter realizado a alteração contábil e quando da apresentação das justificativas, juntado aos autos novo cópias do comparativo de despesas (ANEXO XI), demonstrando as alterações realizadas, para que fosse sanada tal irregularidade. Diante de tais fatos, não podemos considerar como sanada tal irregularidade.

l) Processos nº 74 e 75/04 (amostragem) – Os subsídios dos secretários municipais e o cargo do Chefe de Controle Interno não foram realizados em conformidade com a Lei 240 de 21 de fevereiro de 2003, sendo efetuado o pagamento de R$ 100,00 (cem reais) a maior entre o período de janeiro a março de 2004, totalizando a importância de 2,100,00 (dois mil e cem reais). Justificativa

Processos nº 74 e 75/04 – tal irregularidade foi devidamente sanada, acom a sanção de norma específica para o pagamento do numerário evidenciado.

Análise da Justificativa:

O Ordenador em sua justificativa não apresenta fatos concretos que comprove a regularização de tal irregularidade e muito menos foi juntado aos autos cópia do deposito na conta do Município, no valor de R$ 2.100,00, pago a maior como subsidio aos secretários municipais e ao chefe do Controle Interno. Assim não podemos considerar como sanada tal irregularidade. m) Processos nº 221, 714, 715, 1210, 1317, 1709, 2250, 2802, 2919, 2928, 3308, 4255, 5154, 5155/04 (amostragem) – Durante o exercício de 2004 foram efetuadas despesas com aquisição de combustíveis pela Empresa Auto Posto Santa Fé no montante de R$ 196.494,86 (cento e noventa e seis mil quatrocentos e noventa e quatro reais e oitenta e seis centavos), sem a devida realização de processo licitatório, ferindo o art. 107 da Constituição Estadual, art. 2º e 3º da Lei 8.666/93, art. 1º, e art. 37 inciso XXI da Constituição Federal.

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Justificativa

Processos nº 221, 714, 715, 1210, 1217, 1709, 2250, 2802, 2919, 2928, 3308, 4255, 5154, 5155/04.

Não foi realizado procedimento licitatório para as aquisições evidenciadas em razão de que na época só existia um posto na região, motivo que justificou baixar o Decreto nº 002/-A/2004, em anexo.

Análise da Justificativa:

Não obstante ao que preceitua o artigo 210 inciso II do Regimento Interno desta Corte que faculta aos jurisdicionados o exercício do contraditório e da ampla defesa, mas que deverá ser acompanhado de documentação, que venham sanar tais justificativas e c/c o artigo 333 inciso I do Código Processo Civil, que diz que o ônus da prova cabe o autor do feito.

O Ordenador em suas alegações afirma que na época só existia um posto na região. É importante salientar que existe a possibilidade de aquisição sem o devido processo licitatório, quando existe somente um fornecedor, é o que permite a Lei, porém, deverá está atento as exigências.

O gestor deverá juntar ao processo a comprovação de exclusividade, ou seja, documento fornecido pela Junta Comercial e/ou Secretária da fazenda de que naquela região existe somente aquele fornecedor.

Em verificação aos autos não conseguimos encontrar documento que comprovasse tal fato. Com base nas informações acima deixamos de considerar tal justificativa. Para maior esclarecimento citamos o artigo 25 da Lei 8.666/93.

Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial: I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;

. n) Processos nº 386, 2521, 2522 e 2845 – Despesas realizadas sem a devida realização de processo licitatório, ferindo o art. 107 da Constituição Estadual, art. 2º e 3º, da Lei 8.666/93, art. 1º, inciso XI e art. 37 inciso XXI da Constituição Federal, conforme a seguir; Justificativa

Processos 386, 2521, 2522 e 2845 – A despesa referente o processo 386, e 2845, não foi realizado certame, por interpretar que a despesa resulta em execução de obra, onde o valor para se realizar licitação é de R$ 15.000,00.

A contratação referente os processo nºs 2521 e 2522, foram dispensadas conforme decretos em anexo, pelo fato da singularidade do de nº 2521 (que

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apesar de parecer de fácil contratação, na região existe enorme falta de pessoal qualificado e para trazer servidor de fora se torna extremamente oneroso os cofres da administração pública municipal) e o processo 2522 é contratação de profissional dispensado de certame conforme art. 13 da Lei. 8.666/93.

Análise das Justificativas

O Ordenador em referencia ao processo 386 e 2845, diz que não foi realizado o certame por entender que a despesa resulta de execução de obra e que o valor para realização de licitação é de R$ 15.000,00. Em análise aos processos 386 (nota de empenho) fl. 326, e 2521 (nota de empenho), onde o somatório é de R$ 18.400,00 (dezoito mil e quatrocentos reais), ultrapassando o valor mínimo para não realização do certame.

Quanto aos processos 2521 e 2522, onde o Ordenador diz não ter realizado o certame, por existir decretos de dispensa, mas em análise aos documentos acostados aos autos não conseguimos descobrir decretos relacionados às despesas realizadas através de tais processos. E pela singularidade dos serviços contratados. Para maior esclarecimento iremos fazer analise em vista ao que preceitua a Lei 8.666/93, em principal ao artigo 13.

Preceitua a lei que é inexigível licitar quando ocorrer a inviabilidade de competição, podendo isto de se dar por algumas razões: quando, comprovadamente houver somente um fornecedor do produto desejado pela Administração, portanto, é o caso de fornecedor exclusivo; quando forem contratados serviços técnicos enumerados no artigo 13 da Lei de Licitações, que sejam de natureza singular e realizados por profissionais ou empresas notoriamente especializadas e, finalmente quando se tratar de profissionais do setor artístico.

No presente caso, interessa discorrer sobre a hipótese de contratação de serviços técnicos enumerados no artigo 13 da Lei de Licitações, que sejam de natureza singular e realizada por profissionais ou empresas notoriamente especializadas.

A conceituação de “notória especialização” trazida pelo § 1.º do artigo 25, indica de forma abrangente como pode a Administração se certificar de que a empresa ou profissional possui nível técnico, organizacional, de conhecimento, de desempenho, ou ainda outros requisitos que os credenciem a executar tal serviço.

A notória especialização diz respeito às qualidades técnicas que o profissional ou empresa possuem na sociedade, fruto do acumulado conhecimento sobre a matéria, bem como de seu desempenho em contratações anteriores. Seu trabalho e nível de conhecimento permitem à Administração considerar, de início, que estes poderão, de forma adequada e inequívoca, satisfazer plenamente aos objetivos do contrato. Há que ser, para tanto, profissional ou empresa bem sucedidos, credores de com conceito na área profissional, de forma que suas credenciais tranqüilizem o gestor quando à capacitação para desempenhar tal tarefa.

Além da comprovação de que a empresa ou profissional sejam notoriamente especializados, aptos, portanto, a desempenhar os serviços listados no artigo 13,

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será necessário que o objeto a ser contratado seja de natureza singular. Assim, para a contratação direta, além das qualificações especiais do contratado, exige a lei que o objeto seja de natureza pouco comum, com razoável dose de complexidade, de tal forma individualizadora que justifique a inexigibilidade de todo o procedimento licitatório.

A singularidade do serviço a ser contratado é requisito indispensável para se poder justificar a contratação direta com profissional notoriamente especializado. Se o serviço for rotineiro, comum, sem exigência de conhecimento ou técnica de maior complexidade, não há razão para sua contratação sem licitação.

Não sendo assim possível considerar como sanadas as irregularidades.

o) Processos nº 1974 de 03/05/2004 – Valor R$ 10.000,00 (dez mil reais) – Despesas realizadas em nome da empresa Tabocão Terraplannagem & Pavimentação Ltda, para prestação de serviços na limpeza e recuperação de estradas vicinais e urbanas, sem a devida realização de processo licitatório, ferindo o art. 107 da Constituição Estadual, art. 2º e 3º da Lei 8.666/93, art. 1º, inciso XI e art. 37 inciso XXI da Constituição Federal;

Justificativa:

Processos 1974 de 03/05/2004 – não foi realizado o certame pelo fato de se tratar de obra cujo valor mínimo para licitação é de R$ 15.000,00

Análise da Justificativa

Com base no artigo 1º da Lei 9.648/98, e verificando o anexo 12 juntado aos autos fl.358, o valor total e a natureza dos serviços prestados, a qual seja, serviços de 100 horas de Patrol, na limpeza e recuperação das estradas vicinais das vias urbanas do município, está dentro do limite permitido, desobrigando à realização do certame. Diante dos fatos consideramos como sanada tal irregularidade. J) Processos nº 1801 de 15/04/2004 – valor R$ 10.000,00 (dez mil reais) – Despesas realizadas em nome da empresa Construtora Peso Forte Ltda – ME, para prestação de serviços na limpeza e recuperação de estradas vicinais e urbanas, sem a devida realização do processo licitatório, ferindo o art. 107 da Constituição Estadual, art. 2º e 3º 8.666/93, art. 1º, e art. 37 inciso XXI da Constituição Federal. Justificativa: Processo 1801 de 15/04/2004 – A despesa foi anulada conforme comprovação em anexo. Análise de Justificativa

Em análise a documentação juntada aos autos fl. 573, onde existe a anulação do empenho 1801/2004, e considerando que o processo de anulação está segmentado ao que preceitua a Lei. Diante dos fatos, consideramos como sanada tal irregularidade.

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k) Processos nº 3299 e 3346/04 – valor R$ 15.000,00 (quinze mil reais) – Despesas realizadas em nome da empresa Tabocão Terraplannagem & Pavimentação Ltda, para prestação de serviços na limpeza e recuperação de estradas vicinais e urbana, sem a devida realização de processo licitatório, ferindo o art. 107 da Constituição Estadual, art. 2º e 3º da Lei 8.666/93, e art. 37 inciso XXI da Constituição Federal;

Justificativa Processo nº 3299 e 3346/04 – Não houve licitação por entender que a despesa se referia à obra e o valor mínimo é de R$ 15.000,00.

Análise da Justificativa:

O Ordenador em suas alegações diz que a despesa referia à obra. Os artigos 2º e 3º da Lei 8.666/93 c/c o artigo 1º da Lei 9.648/98, são explícitos quanto aos princípios que norteiam o certame. Dizer que não existe obrigatoriedade quando o valor total não ultrapassar o valor mínimo obrigatório. Poderia ser correto se os processos ora analisados não totalizassem R$ 19.000,00, conforme fls. 385/392, ultrapassando o valor para não realização do certame. Diante de tudo não podemos considerar como sanada tal irregularidade. l) Processo nº 359/2004 – todos os processos licitatórios não foram rubricados pelos participantes e não consta os envelopes das propostas conforme mencionado nas atas dos mesmos. Justificativa Processo nº 359/2004 – não foram apostas as rubricas dos participantes em razão de que na é exigência taxativa a referida aposição, sendo facultativo aos participantes rubricarem ou não, e quanto aos envelopes, estes, deixaram de fazer parte do processo por entender a comissão de sua desnecessidade de constar no processo. Ressalta que a partir da verificação desta auditoria, os envelopes estão sendo juntados aos processos licitatórios e que está sendo providenciada a competente rubrica dos participantes presentes nos certames.

Análise da Justificativa O Edital de Licitação nº 004/2004, juntado aos autos fl. 411, tipo menor preço, no item 1.1 o qual diz “...A proposta deverá corresponder com precisão ao objeto da licitação apresentada separadamente em envelope fechado, lacrado e rubricado...”. O Ordenador foi infeliz ao dizer que a exigência não é taxativa. Pelo que podemos ver no edital a exigência está bem explicita.

Não obstante ao que preceitua a Lei 8.666/93 em seu artigo 41 que diz:

Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada

Após análise dos fatos e diante a exigência legal, não podemos considerar com sanada tal irregularidade.

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m) Processos nº 532, 3920 e 4598/04 – Despesas para realização de obras não apresentação a minuta do contrato no edital, deixando de cumprir também o art. 7º da Lei nº 8.666/93, ou seja, projeto básico, projeto executivo, execução das obras e serviços;

Justificativa

Processos nº 532, 3920 e 4598/04, segue em anexo cópia da minuta do edital e cópia dos projetos básico e executivo.

Análise da Justificativa:

Com base na documentação juntada aos autos, fls. 576/577, danos como sanada tal irregularidade.

n) O quantitativo disponível no quadro de pessoal que consta no Plano de Cargos e salários diverge do quantitativo das vagas preenchidas. Justificativa A irregularidade foi sanada através de aprovação de lei que regulamenta as falhas apontadas. A lei será encaminhada posteriormente.

Análise da Justificativa:

Senhor Ordenador o exercício do contraditório e da ampla defesa é um benefício concedido ao jurisdicionado, porém deve ser utilizado, no momento em que for realizado suas alegações. Provas que expressam a veracidade dos fatos. Não há como considerar sanada irregularidade, que posteriormente será comprovada. o) Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, está emitindo parecer somente das informações enviadas pelo setor contábil.

Análise das Justificativas

O Ordenador em suas justificativas diz não ter conseguido identificar a irregularidade ocorrida, é fácil vislumbrar, que além da fiscalização exercida pelos controles internos e Tribunais de Contas, a Lei n.° 9.424/96 em seu artigo 4º, diz que os CACS, foram criados para exercer o controle sobre os recursos dos Fundos, para esse fim, cujas atribuições básicas são: a) Acompanhar e controlar a distribuição, transferência e aplicação dos recursos dos fundos; b) Supervisionar o censo escolar e a elaboração da proposta orçamentária anual; c) Acompanhar a aplicação dos recursos federais transferidos à conta do Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar - PNATE e do Programa de Apoio aos Sistemas de Ensino para Atendimento à Educação de Jovens e

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Adultos, bem como receber e analisar as prestações de contas referentes a esses Programas, formulando pareceres conclusivos acerca da aplicação desses recursos e encaminhando-os ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação -FNDE.;

d) Emitir parecer sobre a prestação de contas dos recursos do FUNDEF. Se o Conselho não está apreciando as prestações de contas mensais, deixa de cumprir com suas atribuições para as quais fora criado, diante disto não podemos considerar como sanada tal irregularidade.

Art. 4º O acompanhamento e o controle social sobre a repartição, a transferência e a aplicação dos recursos do Fundo serão exercidos, junto aos respectivos governos, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, por Conselhos a serem instituídos em cada esfera no prazo de cento e oitenta dias a contar da vigência desta Lei.

Diante dos fatos, não podemos considerar como sanada, tal irregularidade.

p) Falta do Termo de Responsabilidade pelo uso e guarda dos bens. Justificativa

Encaminhamos em anexo termo de responsabilidade (por amostragem) que está sendo efetuado no município. Análise da Justificativa

Em análise a documentação juntada aos autos fls. 562/566, consideramos como sanada tal irregularidade.

q) Os Relatórios da LRF, 1º bimestre, 4º bimestre, 5º bimestre foram entregues após o encerramento do prazo.

Justificativa

A irregularidade está devidamente sanada sendo que os relatórios estão sendo entregues no prazo regulamentar

Análise da Justificativa É notório que o ônus da prova cabe ao autor das alegações, dizer que os relatórios estão sendo entregues no prazo, não é o suficiente para considerar como sanada tal irregularidade. Não existe outro meio de comprovação, que não seja por documentos. Deveria ter sido juntado aos autos provas com as respectivas datas de envio de cada relatório, só assim poderíamos considerar como sanada tal irregularidade.

Por todo o exposto, VOTO no sentido de que o Tribunal de Contas por meio dos Conselheiros que compõem a Primeira Câmara adotem o seguinte entendimento.

I - Julguem IRREGULAR as contas que integram o balanço em análise com base no art. 85, III inciso I alíneas “b” e “c” da Lei Estadual n. 1.284/01 c/c com o artigo

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77 do Regimento Interno desta Corte, tendo em vista as falhas e ou irregularidades detectadas, quais sejam: a) Os valores das Suplementações não são iguais as anulações, contrariando o artigo 167 inciso III da Constituição Federal. b) Déficit na Execução Orçamentária de R$ 159.907,46 (cento e cinqüenta e nove mil novecentos e sete reais e quarenta e seis centavos), contrariando o artigo 4º inciso I alínea “a” e 42 da lei 101/2000 c/c artigo 165 § 2º.

c) Falta de consonância entre o saldo bancário do exercício anterior com o atual. d) O saldo constante do Termo de Conferência de saldo diverge do saldo encontrado na conciliação bancário e os extratos bancários apresentados nos autos, apresentando uma diferença (R$ 5.378,28). e) Não contabilização e nem apresentação dos valores referentes ao estoque de almoxarifado do ano em referência, contrariando os artigos 85, 96 e 106 da Lei 4.320/64. f) O valor total Inscritos em Restos a Pagar foi de R$ 556.739,85 (quinhentos e cinqüenta e seis mil setecentos e trinta e nove reais e oitenta e cinco centavos), contrariando o artigo 42 da Lei 101/2000. g) Processos nº 508, 811, 1292 e 4145/04 - Despesas realizadas com aquisição de refeições fora da jurisdição municipal sem amparo legal, no montante de R$ 1.631,00 (um mil e trinta e um reais), sendo que por meio do Decreto nº 001 de 03 de janeiro de 2000, fixa os valores da diária. h) Processos nº 006, 1693 e 2879/04 – Não constam anexo ao processo de despesas a documentação do beneficiário, bem como o documento do veículo pelo qual foi realizado os serviços. i) Processo nº 4970/04 – Os históricos do empenho não contem informações para qual finalidade foi adquirido o objeto da despesa, ou seja, para qual evento comemorativo realizado no município. Contrariando o artigo 61 da Lei 4.320/64. j) Processo nº 2717/04 – Despesa realizada com aquisição de materiais destinados a pavimentação de vias urbanas classificadas indevidamente na rubrica 44.90.30, sendo que a mesma trata-se de despesas relativas a “OBRAS”. Contrariando o artigo 88 da Lei 4.320/64 e a Lei Municipal nº 349 de 30 de dezembro de 2003, no valor de R$ 14.053,40 (quatorze mil cinqüenta e três reais e quarenta centavos). k) Processos nº 74 e 75/04 (amostragem) – Os subsídios dos secretários municipais e o cargo do Chefe de Controle Interno não foram realizados em conformidade com a Lei 240 de 21 de fevereiro de 2003, sendo efetuado o pagamento de R$ 100,00 (cem reais) a maior entre o período de janeiro a março de 2004, totalizando a importância de 2,100,00 (dois mil e cem reais). l) Processos nº 221, 714, 715, 1210, 1317, 1709, 2250, 2802, 2919, 2928, 3308, 4255, 5154, 5155/04 (amostragem) – Durante o exercício de 2004 foram

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efetuadas despesas com aquisição de combustíveis pela Empresa Auto Posto Santa Fé no montante de R$ 196.494,86 (cento e noventa e seis mil quatrocentos e noventa e quatro reais e oitenta e seis centavos), sem a devida realização de processo licitatório, ferindo o art. 107 da Constituição Estadual, art. 2º e 3º da Lei 8.666/93, art. 1º, e art. 37 inciso XXI da Constituição Federal.

m) Processos nº 386, 2521, 2522 e 2845 – Despesas realizadas sem a devida realização de processo licitatório, ferindo o art. 107 da Constituição Estadual, art. 2º e 3º, da Lei 8.666/93, art. 1º, inciso XI e art. 37 inciso XXI da Constituição Federal, conforme a seguir. n) Processos nº 3299 e 3346/04 – valor R$ 15.000,00 (quinze mil reais) – Despesas realizadas em nome da empresa Tabocão Terraplannagem & Pavimentação Ltda, para prestação de serviços na limpeza e recuperação de estradas vicinais e urbanas, sem a devida realização de processo licitatório, ferindo o art. 107 da Constituição Estadual, art. 2º e 3º da Lei 8.666/93, e art. 37 inciso XXI da Constituição Federal. o) Processo nº 359/2004 – todos os processos licitatórios não foram rubricados pelos participantes e não constam os envelopes das propostas conforme mencionado nas atas dos mesmos, edital de licitação modalidade nº 004/2004 fls. 411/412 dos autos 9571/2005, c/c o artigo 41 da Lei 8.666/93.

p) O quantitativo disponível no quadro de pessoal que consta no Plano de Cargos e salários diverge do quantitativo das vagas preenchidas, contrariando a Lei Municipal 240/2003 de 21 de fevereiro de 2003. q) Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, está emitindo parecer somente das informações enviadas pelo setor contábil, contrariando o artigo 9º da Lei 9.394/96

II - Acolher os termos do Relatório de Auditoria Programada, realizada na Prefeitura Municipal de Muricilândia - TO, abrangendo os atos praticados pelo senhor Rubens Gonçalves de Aguiar – Ex-Prefeito, no período de janeiro a Dezembro de 2004, constante do processo n.º 9571/2005.

III - Recomendar ao Gestor do ente auditado o máximo empenho e urgência no sentido de sanar as falhas apontadas no Relatório de Auditoria, adotando medidas eficientes e eficazes que visem a sua regularização, mormente quanto à necessidade de: que os créditos adicionais atendam o que preceitua o artigo 167 inciso V; Déficit na Execução Orçamentária; que haja consonância nos saldos bancários de um exercício para outro; contabilização do valores referentes ao estoque de almoxarifado; que o valor total de restos a pagar; esta atento a legislação quando da aquisição de refeições; O preenchimento do empenho deverá conter todas informações do objeto; Regularização dos subsídios dos secretários e chefe do controle interno; Esteja atento as exigências do processo licitatório; que o quadro de servidores seja compatível com o Plano de Cargos e Salários; Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, passe atuar de forma como preceitua a Lei.

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IV – Aplicar, consoante os termos do artigo 39 inciso II, da Lei Estadual n. º 1.284/2001 c/c 159, inciso II do Regimento Interno desta Casa7, multa individualizada no valor de R$ 1.000,00 (mil reais), perfazendo um montante de R$ 9.000,00 (nove mil reais) ao Senhor Rubens Gonçalves de Aguiar Ex-Prefeito de Muricilândia - TO, pela prática de atos com grave infração à norma constitucional, legal, regulamentar,contábil, operacional, administrativa e patrimonial, conforme descrito nas letras a, b, e, f, g, h, l, p, e q, nos termos do item I deste Voto.

V - Imputar, senhor Rubens Gonçalves de Aguiar, Ex-Prefeito do Município de Muricilândia - TO consoante os termos do artigo 38 da Lei Estadual n.º 1.284/20018, débito no valor de R$ 2.100,00 (Dois mil e cem reais), pelo pagamento a maior de subsidios dos Secretários Municipais e Chefe do Controle Interno.

VI - Fixar, nos termos do artigo 83 § 1.º do Regimento Interno9, o prazo de 30 (trinta) dias, a contar da sua notificação, para que o Gestor, comprove perante o Tribunal, o recolhimento da multa à conta do Fundo de Aperfeiçoamento e Reequipamento Técnico do Tribunal de Contas, nos termos do art. 167, 168, III e 169 da Lei nº 1.284, de 17 de dezembro de 200110 c/c o §3º do artigo 83 do Regimento Interno11, atualizados monetariamente e acrescido dos juros de mora calculados, e do débito à conta do erário municipal na forma prevista na legislação em vigor. VII - Intimar o Responsável, do teor do presente acórdão por via postal, através de carta registrada com aviso de recebimento, na forma prevista no art. 205 e 206 do RITCE12 remetendo-lhe cópia do Relatório, Voto e Decisão.

7 Art. 39. O Tribunal aplicará multa, cuja tabela de valores será estabelecida mediante ato do Tribunal Pleno, periodicamente reeditado com vistas ao reajustamento dos seus valores, na forma prevista no Regimento Interno, aos responsáveis por: II- ato praticado com grave infração à norma constitucional, legal ou regulamentar de natureza tributária, contábil, financeira, orçamentária, operacional., administrativa e patrimonial, cujo prejuízo não possa ser quantificado. Art. 159. O Tribunal poderá aplicar multa de até R$ 10.000,00 (dez mil reais), ou valor equivalente em outra moeda que venha a ser adotada como moeda nacional, segundo os percentuais a seguir especificados, aplicados sobre o montante estabelecido neste artigo, aos responsáveis por: IV – não atendimento, no prazo fixado, sem causa justificada, a diligência do Relator ou a decisão do Tribunal. 8 Art. 38. Quando o responsável for julgado em débito, o Tribunal aplicar-lhe-á multa de até cem por cento do valor atualizado do dano causado ao erário. 9 Art. 83 - Julgando as contas irregulares, havendo débito e/ou multa, o instrumento da decisão constitui título executivo para fundamentar a respectiva ação de execução. § 1º - O responsável será notificado, na forma prevista no art. 28 da Lei Estadual nº 1.284, de 17 de dezembro de 2001, para efetuar e comprovar o recolhimento do débito e/ou multa no prazo de 30 (trinta) dias. 10 Art. 167. Fica instituído o Fundo de Aperfeiçoamento Profissional e Reequipamento Técnico do Tribunal de Contas.

Art. 168. São recursos do Fundo de que trata o artigo anterior:

III - valores das multas, acrescidos, se for o caso, de juros moratórios, aplicadas e recebidas pelo Tribunal de Contas, ou

cobradas judicialmente;

Art. 169. O Tribunal de Contas é órgão gestor do Fundo referido no artigo 168, cabendo sua administração ao Presidente do Tribunal, sendo vedada a aplicação de seus recursos em despesas que não se destinem diretamente ao aperfeiçoamento e qualificação profissional dos servidores ou à aquisição de equipamentos técnicos para o Tribunal de Contas. 11 Art. 83 - Julgando as contas irregulares, havendo débito e/ou multa, o instrumento da decisão constitui título executivo para fundamentar a respectiva ação de execução. § 3º - O valor da multa aplicada pelo Tribunal será recolhido à conta especial do Fundo de Aperfeiçoamento Profissional e Reequipamento Técnico do Tribunal de Contas, nos termos dos artigos 167, 168, inciso III e 169 da Lei Estadual nº 1.284, de 17 de dezembro de 2001 12 Art. 205 - Observadas as normas previstas nos artigos 27 ao 35 da Lei Estadual nº 1.284, de 17 de dezembro de 2001, a citação ou a intimação, conforme o caso, convidando o responsável, sob as penas da lei, a defender-se, prestar informações ou exibir documentos novos, bem como a notificação de que foi condenado a pagamento de débito ou multa, serão realizadas:

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS

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VIII - Autorizar, desde logo, nos termos do art. 96, II, da Lei n. 1.284, de 17 de dezembro de 200113, a cobrança judicial da dívida, caso não atendida à notificação.

IX - Alertar ao Senhor Rubens Gonçalves de Aguiar Ex - Prefeito que este Tribunal procederá à verificação do cumprimento das recomendações e determinações, através de procedimentos a serem executados pela equipe de auditagem em data futura e, caso detectado reincidência ficará o Gestor sujeito às sanções legais cabíveis nos termos do art. 39, VII da Lei Estadual 1.284/2001 c/c art. 159, VII do Regimento Interno deste Tribunal. X - Determinar a remessa dos presentes autos à 3ª Diretoria de Controle Externo – DCE deste Tribunal, para conhecimento e inclusão na sua programação de auditoria na Prefeitura Municipal à época de Muricilândia TO, para verificação das providências adotadas visando atender as recomendações e determinações constantes do voto.

XI - Determinar a publicação desta Decisão no Boletim Oficial do Tribunal de Contas Estado, para que surta os efeitos legais necessários.

XII – Intimar pessoalmente o Procurador do Ministério Público junto a esta Corte de Contas, que autuou nos autos.

XIII – Após o envio dos autos à 3.ª Diretoria de Controle Externo, sejam estes enviados ao Cartório de Contas para adoção das providências de sua alçada e, após, caso não haja interposição de recurso, envie-se à Coordenadoria de Protocolo Geral para o devido arquivamento, nos termos do artigo 32 da IN-TCE n.º 08/2003. Tribunal de Contas do Estado do Tocantins, em Palmas, Capital, aos 16 dias do mês de junho de 2009.

Conselheiro José Wagner Praxedes Relator

I - quando do comparecimento espontâneo do interessado; II - por carta registrada com aviso de recebimento; III - por meio eletrônico de comunicação à distância; IV - por servidor, quando assim determinar o Plenário ou qualquer das Câmaras; V - por edital, publicado no Diário Oficial do Estado ou órgão oficial de imprensa do Tribunal; VI - pela publicação das decisões do Relator ou do Corpo Deliberativo, no Diário Oficial do Estado ou órgão oficial de imprensa do Tribunal. Art. 206 - Far-se-á a citação, a intimação ou a notificação por edital, nos casos e na forma previstos no art. 32, 33 e 34 da Lei Estadual nº 1.284, de 17 de dezembro de 2001. 13 Art. 96. Expirado o prazo a que se refere o caput do art. 93 desta Lei, sem manifestação do responsável, o Tribunal deverá: II - autorizar a cobrança judicial da dívida por intermédio da Procuradoria de Justiça, ou outro órgão que a lei indicar.

PUBLICAÇÃO BO-TCE nº 68 DE: 30/06/09

CIRCULAÇÃO: 30/06/09

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