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ANÁLISES MICROSCÓPICAS PARA AVALIAÇÃO DOS PADRÕES DE QUALIDADE E DETECÇÃO DA PRESENÇA DE OCRATOXINA A EM AMOSTRAS DE CAFÉ Bianca de Lima Valle Rio de Janeiro 2012

UEZO - Centro Universitário Estadual da Zona Oeste ...produto de exportação da pauta brasileira e uma fonte geradora de renda e empregos em toda cadeia produtiva, desde a lavoura

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ANÁLISES MICROSCÓPICAS PARA AVALIAÇÃO DOS

PADRÕES DE QUALIDADE E DETECÇÃO DA PRESENÇA

DE OCRATOXINA A EM AMOSTRAS DE CAFÉ

Bianca de Lima Valle

Rio de Janeiro

2012

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BIANCA DE LIMA VALLE

Aluna do Curso de Farmácia

Matrícula: 08238000181

ANÁLISES MICROSCÓPICAS PARA AVALIAÇÃO DOS

PADRÕES DE QUALIDADE E DETECÇÃO DA PRESENÇA

DE OCRATOXINA A EM AMOSTRAS DE CAFÉ

Rio de Janeiro

Junho de 2012

Trabalho de Conclusão de Curso, TCC,

apresentado ao Curso de Graduação em

Farmácia, da UEZO como parte dos

requisitos para a obtenção do grau em

Farmacêutico, sob a orientação do Prof.

Marco Antonio Mota da Silva.

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ANÁLISES MICROSCÓPICAS PARA AVALIAÇÃO DOS

PADRÕES DE QUALIDADE E DETECÇÃO DA PRESENÇA

DE OCRATOXINA A EM AMOSTRAS DE CAFÉ

Elaborado por Bianca de Lima Valle

Aluna do Curso de Farmácia da UEZO

Este trabalho de Graduação foi analisado e aprovado com

Grau: Farmacêutico

Rio de Janeiro, 27 de junho de 2012.

______________________________________________

Prof. Orientador Marco Antonio Mota da Silva, (UEZO)

______________________________________________

Prof. Sergio Henrique Seabra, (UEZO)

______________________________________________

Prof. Sabrina da Silva Dias, (UEZO)

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

JUNHO DE 2012

ii

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Dedico este trabalho à minha mãe.

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Agradecimentos

Primeiramente agradeço a Deus e a Nossa Senhora Sant’Ana por está sempre presente nesta minha caminhada, não deixando que eu desistisse nos momentos em que achei mais difíceis. A minha mãe que sempre me apoiou e me incentivou durante toda essa jornada, com uma palavra de conforto. Aos meus familiares e amigos que acreditam no meu sucesso e torcem pelo meu futuro profissional. Ao meu orientador Prof. Marco Antonio Mota da Silva pelo convite para participar do

seu projeto, o qual hoje os seus resultados estão me proporcionando esse trabalho de conclusão de curso. Ao Laboratório de Micotoxinas do INCQS-

FIOCRUZ, na pessoa da Maria Heloísa Paulino de Moraes, por ter possibilitado a realização de nossas análises. A todos os profissionais e instituições que

trabalharam conosco, nos ajudando a realizar esse trabalho. E, aos meus colegas de curso e profissionais da UEZO que me acompanharam diariamente durante

esses anos de formação.

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“Ama-se mais o que se conquista com esforço.”

Benjamin Disraeli.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Evolução do consumo interno do café no Brasil.......................................3

Figura 2. Estrutura química da Ocratoxina A...........................................................5

Figura 3. Estrutura da Ocratoxina A, B e C..............................................................6

Figura 4. Técnicas de análise para OTA em alimentos...........................................8

Figura 5. Micrografia Eletrônica de Varredura, Amostra de Café, Marca A’ .........14

Figura 6. Micrografia Eletrônica de Varredura, Amostra de Café, Marca C’..........15

Figura 7. Micrografia Eletrônica de Varredura, Amostra de Milho Torrado,

Grânulos de Amido................................................................................................15

Figura 8. Micrografia Eletrônica de Varredura, Amostra de Trigo Torrado,

Grânulos de Amido................................................................................................15

Figura 9. Micrografia Eletrônica de Varredura, Amostra de Café, Marca A’ -

Sujidades...............................................................................................................16

Figura 10. Micrografia Eletrônica de Varredura, Amostra de Café, Marca C’ –

Sujidades...............................................................................................................16

Figura 11. Micrografia Eletrônica de Varredura, Amostra de Café, Marca D’ –

Sujidades...............................................................................................................16

Figura 12. Cromatograma do padrão de OTA.......................................................18

Figura 13. Cromatograma das amostras de Café verde.......................................18

Figura 14. Cromatogramas de duas marcas comerciais de Café torrado e moído.

A: Marca C; B: Marca U........................................................................................20

Figura 15. Concentrações de OTA de todas as marcas analisadas.....................21

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Resultado da análise cromatográfica do café verde............................17

Tabela 3: Níveis encontrados para OTA em café verde......................................19

Tabela 2: Níveis encontrados para OTA em café torrado e moído......................20

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AOAC: Association of Official Analytical Chemist International

BEN: Nefropatia Endêmica dos Balcãs

CLAE: Cromatografia Líquida de Alta Eficiência

EFS: Extração em Fase Sólida

ELISA: Ensaios Imunoenzimáticos

IARC: International Agency for Research on Cancer

JECFA: Joint Expert Committee on Food Additives

LMT: Limites Máximos Tolerados

LTM: Laboratório de Tecnologia de Materiais

MAPA: Ministério da Agricultura Pecuária e do Abastecimento

MEV: Microscópio Eletrônico de Varredura

OMS: Organização Mundial da Saúde

OTA: Ocratoxina A

PBS: Tampão Fosfato Salino

ppb: parte por bilhão

ppm: parte por milhão

PTWI: Provisional Tolerable Weekly intake

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Resumo

A cafeicultura é uma das principais atividades agrícolas do Brasil, por isso

deve-se manter os padrões de qualidade, obtendo um produto sem adulterações.

Assim, este estudo propõe a utilização da Microscopia Eletrônica de Varredura

para detectar a presença de fraudes e sujidades e a Cromatografia Líquida de

Alta Eficiência como uma metodologia analítica para determinação da Ocratoxina

A no café. As análises microscópicas foram realizadas em amostras de café

torrado e moído adquiridas no comércio da cidade do Rio de Janeiro sendo

também avaliadas para pesquisa e identificação da Ocratoxina A; o café verde foi

também usado para a determinação da concentração de Ocratoxina A em uma

análise preliminar. Através da utilização da Microscopia Eletrônica de Varredura

foi possível identificar sujidades que poderiam implicar na qualidade dos produtos.

Em nossas análises químicas encontramos como valores para Ocratoxina A,

152,8 µg/kg, em café verde, e 3,1 µg/kg no café torrado e moído, o nível

encontrado no café verde está muito acima do que preconiza a ANVISA, que é de

10 µg/kg e no café torrado e moído está abaixo do limite máximo tolerado, o que

denota a não implementação de boas práticas agrícolas. Por esta razão o nosso

trabalho tem por finalidade determinar, de acordo com a legislação, níveis

seguros para o consumo humano desta substância com o auxilio de métodos

analíticos que englobam procedimentos químicos e biológicos para que o Brasil

possa oferecer para todo o seu mercado consumidor um produto com qualidade e

segurança alimentar.

Palavras-chaves: Microscopia Eletrônica de Varredura, Cromatografia Líquida de

Alta Eficiência, Boas Práticas Agrícolas.

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Abstract

The coffee is a major agricultural activities in Brazil, so you should keep the

quality standards, getting an unadulterated product. Thus, this study proposes the

use of Scanning Electron Microscopy to detect fraud and dirt and High

Performance Liquid Chromatography as an analytical methodology for

determination of Ochratoxin A in coffee. The microscopic analyzes were

performed on samples of roast and ground coffee acquired in trade from the city of

Rio de Janeiro was also evaluated for search and identification of Ochratoxin A;

green coffee was also used for determining the concentration of Ochratoxin A in a

preliminary analysis. Through the use of Scanning Electron Microscopy was

possible to identify dirt that could result in product quality. In our chemical

analyzes found as values for Ochratoxin A, 152.8 g / kg in green coffee, and 3.1

mg / kg in the roasted and ground coffee, the level found in green coffee is much

higher than recommended ANVISA, which is 10 mg / kg and the roasted and

ground coffee is below the maximum tolerated, which denotes the non-

implementation of good agricultural practices. For this reason our work is to

establish, in accordance with the law, safe levels for human consumption of this

substance with the aid of analytical methods that include chemical and biological

procedures so that Brazil can offer for its entire consumer market a product quality

and food safety.

Keywords: Scanning Electron Microscopy, High Performance Liquid

Chromatography, Good Agricultural Practices.

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SUMÁRIO

Lista de Figuras....................................................................................................vii

Lista de Tabelas...................................................................................................viii

Lista de Siglas e Abreviatura................................................................................viii

Resumo................................................................................................................ix

Abstract................................................................................................................x

1. INTRODUÇÃO................................................................................................1

2. OBJETIVOS....................................................................................................2

2.1. OBJETIVO GERAL..................................................................................2

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS....................................................................2

3. REVISÃO DE LITERATURA..........................................................................3

3.1. O CAFÉ....................................................................................................3

3.2. MICOTOXINAS........................................................................................4

3.3. OCRATOXINA A......................................................................................5

3.3.1. Toxicologia da Ocratoxina A........................................................6

3.3.2. Métodos Analíticos........................................................................7

3.3.3. Legislação......................................................................................10

4. METODOLOGIA.............................................................................................11

4.1. AMOSTRAS.............................................................................................11

4.2. MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA..................................11

4.3. DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE OCRATOXINA A EM CAFÉ

VERDE............................................................................................................12

4.4. DETERINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE OCRATOXINA A EM CAFÉ

TORRADO E MOÍDO......................................................................................12

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5. RESULTADOS E DISCUSSÕES...................................................................14

5.1. MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA...................................14

5.2. DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE OCRATOXINA A EM CAFÉ

VERDE.............................................................................................................17

5.3. DETERINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE OCRATOXINA A EM CAFÉ

TORRADO E MOÍDO.......................................................................................19

6. CONCLUSÃO..................................................................................................22

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................23

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1. INTRODUÇÃO

O café é uma das bebidas mais consumidas mundialmente. E, o Brasil por

se destacar como um grande produtor deste grão tem a necessidade de fornecer

para os seus consumidores, tanto externos quanto internos, um produto com alta

qualidade, puro e sem adulterações.

Por isso, é importante que sejam realizadas análises nesse café em grãos

para que sejam detectadas as suas características microbiológicas e

microscópicas. E, no futuro essas análises poderão ser utilizadas para comparar e

provar possíveis fraudes realizadas por fabricantes que misturam no café

produtos como, por exemplo, milho e cevada, com a finalidade de aumentar a sua

produção, adquirindo mais lucro com poucos gastos financeiros.

Os frutos do café também estão susceptíveis as contaminações

microbiológicas, que podem ocorrer durante a colheita, preparo, transporte e

armazenamento, principalmente por fungos que são capazes de afetar a sua

coloração, composição nutricional e através da produção de micotoxinas,

destaque para a Ocratoxina A (OTA), que é produzida por algumas espécies de

Aspergillus spp. e Penicillium spp.

Por esta razão, é importante de acordo com as legislações, se estabelecer

níveis seguros para o consumo humano desta substância com o auxilio de

métodos analíticos que englobam procedimentos químicos e biológicos para que

o Brasil possa produzir grãos de café com qualidade e segurança alimentar.

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2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

O objetivo deste trabalho foi avaliar nas amostras obtidas no comércio da

cidade do Rio de Janeiro, os padrões de qualidade do café, comercializado no

varejo, com relação a materiais biológicos e não biológicos, além de avaliar os

níveis de contaminação por OTA.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Usar a Microscopia Eletrônica de Varredura para detectar a presença de

sujidades, assim como possíveis fraudes nas amostras de café torrado e

moído;

Utilizar a Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) como

metodologia analítica para determinação da OTA nos grãos de café.

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3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. O CAFÉ

O café foi introduzido no Brasil em 1727, no Pará, por Francisco de Mello

Palheta e, em poucos anos, espalhou-se por todo o país, tornando-se o principal

produto de exportação da pauta brasileira e uma fonte geradora de renda e

empregos em toda cadeia produtiva, desde a lavoura passando pela indústria e

chegando ao comércio (TOLEDO, BARBOSA,1998).

Tem-se hoje a cafeicultura como uma das principais atividades agrícolas do

Brasil, com um papel importante para a economia mundial, perdendo apenas para

o petróleo. Pois além de ser um país produtor e exportador, o Brasil é também um

grande consumidor desta bebida.

A Figura 1 apresenta a evolução do consumo interno de café no Brasil. O

consumo de café deve-se basicamente ao efeito fisiológico causado pela

presença de cafeína, e principalmente pelo prazer e satisfação que seu aroma e

sabor são capazes de proporcionar (CLARKE, MACRAE, 1985).

Figura 1: Evolução do consumo interno do café no Brasil Fonte: ABIC, 2010

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Para que o Brasil continue sendo um grande produtor, exportador e

consumidor de café acredita-se que padrões de qualidades devem ser seguidos.

Esta qualidade é determinada por fermentações favoráveis ou desfavoráveis e as

reações enzimáticas podem ser responsáveis pela obtenção de boa ou má

qualidade da bebida. O desenvolvimento de microorganismos, fungos e bactérias

nos grãos de café afetam a qualidade da bebida, e associada a essas

fermentações, podem contribuir de forma positiva ou negativa, quando se referir à

qualidade do produto.

Os frutos de café estão expostos à contaminação por uma variedade de

microrganismos, principalmente de fungos capazes de afetar fases de pré e pós

colheita, resultando em perda no rendimento, descoloração, redução do valor

nutricional e contaminação por micotoxinas (LEONI et al. , 2001).

3.2. MICOTOXINAS

As micotoxinas são metabólitos secundários de fungos filamentosos, e são

tóxicas ao homem e animais mesmo em pequenas concentrações (PITT, 2000).

Como nas demais culturas, os frutos e grãos de café estão sujeitos à

contaminação e consequentemente a colonização de microrganismos durante

todas as fases de desenvolvimento, colheita, preparo, transporte e

armazenamento (BATISTA et al., 2003). Vários gêneros de fungos ocorrem sobre

os frutos do cafeeiro, desde o campo até o armazenamento, entre eles espécies

de Aspergillus, Alternaria, Cladosporium, Eurotium, Fusarium, Penicillium,

Rhizopus, Trichoderma, Wallemia e outros. Dentre estes gêneros estão os

principais responsáveis pela presença de micotoxinas em produtos agrícolas que

são: Aspergillus, Fusarium e Penicillium (CHALFOUN, BATISTA, 2003; PRADO et

al., 2004).

Entretanto, o tipo e a quantidade de micotoxinas que um fungo produz,

depende dos parâmetros ecológicos e de processamento de um produto particular

(FILTENBORG et al., 1996). A prevenção da deterioração fúngica e produção de

micotoxinas em café só ocorrem com sucesso quando as espécies e os pontos

críticos do pré-processamento são conhecidos.

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A principal micotoxina estudada em café é a OTA, e sua presença tem sido

atribuída principalmente ao fungo Aspergillus ochraceus e espécies relacionadas,

Aspergillus carbonarius e raramente por Aspergillus niger (CHALFOUN, BATISTA,

2003). A ocorrência dessa toxina em grãos de café tem gerado grande

preocupação no mercado consumidor do produto, em consequência de seu

potencial hepatóxico, nefrotóxico, teratogênico e carcinogênico (STURDER-

RHOR et al., 1995), podendo comprometer, além da saúde do consumidor, a

comercialização do produto.

3.3. OCRATOXINA A

A OTA pertence a grupo de metabólito secundário produzido na fase

exponencial tardia, ou no início da fase estacionária de crescimento por alguns

Aspergillus spp. e Penicillium spp., que frequentemente contaminam o café e

ampla variedade de cereais (LARSEN, SVENDSEN, SMEDSGAARD, 2001).

Como mostra a Figura 2, quimicamente, a OTA (7-[L-bfenilalanilcarbonil]

carboxil-5-cloro-8 hidroxi-3,4diidro-3R metilisocumarina) consiste de uma

diidroisocumarina ligada através de seu grupo 7-carboxil, por uma ligação amida,

à L-fenilalanina (TRUCKSESS, 1999). Sendo uma molécula de polaridade média

e alta estabilidade térmica, caracteriza-se pela presença de grupos cromóforos

com propriedades fluorescentes sob luz UV a 335nm. Por outro lado, o caráter

isocumarina da molécula e o grupo carbonil lactona conferem a atividade tóxica

(XIAO et al.,1996; PETRACCO, 1998).

Figura 2: Estrutura química da Ocratoxina A

Fonte: RINGOT et al., 2006.

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6

Entre as ocratoxinas e análogos que compõem o grupo das micotoxinas, já

foram relatadas a ocorrência de ocratoxina A, B e C (FUJI et al., 2002). A OTA

destaca-se pela maior toxicidade e ocorrência natural em produtos vegetais e

animais. Na Figura 3 encontram-se as estruturas das ocratoxina A, B e C

(ALMEIDA et al., 2007; FUJI et al., 2002).

Figura 3: Estrutura da Ocratoxina A, B e C.

Fonte: FUJI et al., 2002

3.3.1. Toxicologia da Ocratoxina A

Os fatores que determinam a toxicidade de OTA são: os toxicocinéticos,

que estão relacionados as alterações das concentrações do composto no

organismo ao longo do tempo; e os toxicodinâmicos, relacionados as interações

dinâmicas do composto e seus efeitos biológicos (RINGOT et al., 2006).

Após a sua absorção pelo trato gastrointestinal a OTA se liga as proteínas

do soro, com um alto grau de afinidade de ligação. Depois da sua reabsorção pelo

intestino ela volta para a circulação, como uma consequência da reciclagem biliar,

favorecendo a redistribuição sistemática em direção aos diferentes tecidos. Além

disso, a reabsorção de OTA ocorre nos túbulos renais, proximais e distais. Sua

acumulação ocorre principalmente no sangue, fígado e rins. Sendo o fígado e os

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rins os principais órgãos responsáveis pela biotransformação da OTA. O seu

metabolismo ainda não foi elucidado com detalhes (RINGOT et al., 2006).

A OTA é um composto tóxico, acumulativo, com rápida absorção e lenta

eliminação. A via de eliminação da OTA ocorre pelas fezes e principalmente pela

urina, onde as excreções desempenham papéis importantes na depuração

plasmática da toxina. Além da excreção renal e fecal, a excreção através do leite

nos mamíferos parece ser também relativamente eficaz. A contribuição relativa de

cada rota de excreção é influenciada pela via de administração, a dose, o seu

grau de ligação com as proteínas plasmáticas e a sua circulação entero-hepática

(WHO/FAO, 2001).

Os mecanismos toxicológicos da OTA envolvidos em várias espécies de

animais decorrem da redução na síntese proteica por inibição competitiva na

atividade de fenilalanina-RNA-sintetase, devido à semelhança estrutural entre

OTA e fenilalanina; inibição de respiração mitocondrial com depleção de síntese

de ATP e aumento na peroxidação lipídica (XIAO et al.,1996; HOHLER,1998).

Aliado a efeitos primários, o processo de biotransformação hepática da OTA, com

formação de intermediários reativos instáveis, emerge como elemento contribuinte

na genotoxicidade e mutagenicidade da toxina, cujo mecanismo de ação consiste

em ataque direto, ou bioativação de OTA no organismo animal (FINK-

GREMMELS, JAHN, BLOM, 1995)

A OTA foi classificada pela International Agency for Research on Cancer

(IARC), como pertencente ao grupo 2B, ou seja, possível carcinogênico humano

(IARC, 1993). A nefrotoxicidade em humanos foi sustentada pela provável

associação de OTA com a Nefropatia Endêmica dos Balcãs (BEN), uma disfunção

renal crônica degenerativa capaz de induzir falência renal, que atingiu população

adulta da área rural da região (STUDER-ROHR et al.,1995; PLESTINA, 1996;

STOEV, 1998).

3.3.2. Métodos Analíticos

As legislações e os limites máximos que permitem a presença de OTA no

café, implicam na procura por métodos precisos e sensíveis, em nível de parte por

bilhão (ppb). A dificuldade na análise de extração de OTA em café ocorre devido

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ao fato desse analito se ligar facilmente à proteínas e DNA presentes nesta

complexa matriz. (ALMEIDA et al., 2007).

Diferentes métodos analíticos têm sido desenvolvidos para determinação

de ocratoxina A em alimentos. No café, utilizam-se técnicas como: Ensaios

Imunoenzimáticos (ELISA), Cromatografia em Camada Delgada, Cromatografia

Gasosa com Detecção por Espectrometria de Massas e CLAE, com detector de

fluorescência (FUJI et al., 2002). Na Figura 4 encontra-se um gráfico das técnicas

de análise para OTA em alimentos encontrados na literatura, no período 1990 a

2006. A CLAE, com detector de fluorescência, tem sido a técnica mais utilizada

para as diversas matrizes seguida pela CLAE, acoplada à espectrometria de

massas.

Figura 4: Técnicas de análise para OTA em alimentos.

Fonte:UEKANE, et al., 2010

Estudos realizados utilizando a CLAE demonstraram que esta técnica é

sensível, apresentando alto poder de separação e cuja eficiência depende da

etapa de pré-limpeza e do tipo de detector utilizado. Apesar desta técnica quando

acoplada ao detector de fluorescência ser sensível, esta pode apresentar

problemas analíticos como a coeluição dos analitos com interferentes e também

deslocamento do tempo de retenção, que pode gerar resultados errôneos.

Entretanto, estes problemas podem ser solucionados com ajuste cromatográfico

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adequado (TANIWAKI et al., 2003).

Atualmente a metodologia oficial da Association of Official Analytical

Chemists International (AOAC) para o café verde e torrado é a CLAE com

detecção por fluorescência. Esta técnica é a mais utilizada, devido à fluorescência

natural da OTA (VARGAS et al., 2005; VEGA et al., 2006). O método utilizado

para análise de OTA em café verde pelo Ministério da Agricultura Pecuária e

Abastecimento (MAPA), baseia-se na extração com solventes orgânicos puros ou

combinados com soluções de bicarbonato de sódio e metanol. A purificação da

toxina ocorre através da extração em fase sólida, com cartucho recheado com

octadecilsilano, e detecção e quantificação por CLAE com detector de

fluorescência. No entanto, a crescente demanda para a detecção e a

quantificação da OTA em alimentos, em especial no café, devido às barreiras

técnicas nos quais este produto vem sendo submetido, requer a utilização de

técnicas analíticas cada vez mais sensíveis e seletivas a fim de evitar um

resultado falso-positivo durante as análises.

O desenvolvimento de colunas eficazes, capazes de atingir o nível de

separação e purificação em apenas uma etapa cromatográfica, tem sido um

desafio constante em análise química, que foi a implementação do uso das

minicolunas, na qual constituíram a base para introdução da ferramenta biológica

na metodologia analítica, iniciando-se a implementação da coluna de

imunoafinidade, que pode e que passou a ser considerada uma inovação na área

de metodologia analítica, já que a imunoafinidade introduziu um componente

biológico como principal reagente na análise (FUJI et al., 2002).

As colunas de imunoafinidade, preparadas com anticorpos anti-

micotoxinas, destacam-se por conferir, rapidez, simplicidade, alta especificidade e

recuperação melhorando os limites de detecção. As colunas compõem-se de um

suporte de fase sólida ativa na qual imobiliza-se os anticorpos específicos contra

determinadas micotoxinas (FUJI et al., 2002).

Métodos analíticos para determinação de micotoxinas devem ser validados

para serem utilizados na implementação de legislação, monitoramento e estudos

de avaliação de riscos. Para OTA alguns métodos já foram validados, entretanto,

para o café torrado a validação esteve atrelada à técnica de CLAE com detecção

por fluorescência, necessitando de maiores estudos de validação com a utilização

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da técnica de CLAE, acoplada à espectrometria de massas com diferentes formas

de ionização (BATISTA et al., 2001).

3.3.3. Legislação

Baseado na toxicologia de OTA, aliada a presença inevitável em produtos

alimentícios, “Joint FAO/ WHO Expert Committee on Food Additives” (JECFA)

estabeleceu um limite tolerável provisório de ingestão semanal (PTWI) em

100ng/Kg de peso corpóreo, visando assegurar ausência de efeitos nefrotóxicos

(LEONI et al., 2000). Limites máximos para OTA são regulamentados em diversos

países e variam de 1 a 5ng/g para alimentos infantis, 2 a 50ng/g para cereais e 5

a 300ng/g para rações (VAN EGMOND, 1996). A Organização Mundial da Saúde

(OMS) propôs limite de 5µg/Kg de OTA em cereais.

Embora o café constitua uma fonte marginal de OTA na dieta, limites para

os níveis desta micotoxina nos grãos de café têm sido propostos pela União

Européia e adotados por vários países, sendo 8µg/Kg para café cru e 4µg/Kg para

café torrado (HOYLAND et al., 2000). No Brasil, a legislação que vigora é a RDC

n° 7 de 18 de fevereiro de 2011 que dispõe sobre os limites máximos tolerados

(LMT) de micotoxinas em alimentos no qual para o café torrado e moído

apresenta como LMT 10 µg/Kg (BRASIL, 2011).

Por isso, o alto consumo da bebida de café no Brasil, associado a

implicações de OTA na saúde pública e comércio exterior, justificam a importância

da pesquisa desta toxina em café brasileiro.

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11

4. METODOLOGIA

4.1. AMOSTRAS

Foi utilizada para a realização da pesquisa amostras de café torrado e

moído, adquiridos no comércio da cidade do Rio de Janeiro. As marcas adquiridas

foram codificadas em (A’, B’, C’ e D’). Foram analisados também alguns cereais

que são utilizados para fraudar o café, farinha de trigo e farinha de milho. Estes

cereais foram torrados em Mufla no LTM (Laboratório de Tecnologia de Materiais)

da UEZO a uma temperatura de 220°C por 50 minutos.

Para pesquisa e identificação da OTA, foi utilizado o café verde como

amostras, colhidas nos arredores da cidade de Mercês-MG, localizada na zona da

mata, a uma latitude 21º11'39" sul e a uma longitude 43º20'29" oeste. As

amostras foram preparadas e analisadas conforme as diretrizes estabelecidas no

INCQS-FIOCRUZ, através do (POP n° 65.3120.058, 2001).

Também para essa pesquisa e identificação de OTA foram avaliadas 26

marcas de cafés torrados e moídos obtidas no comércio da cidade do Rio de

Janeiro, no período de novembro a dezembro de 2011. As amostras tinham

apresentação comercial de 250 e 500 g por embalagem. As amostras foram

codificadas de (A a Z), e em seguida quarteadas e pesadas uma alíquota de 25 g

da amostra.

4.2. MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA

A Microscopia Eletrônica de Varredura foi utilizada para identificar se as

amostras estão dentro dos parâmetros de qualidade ou se apresentam algumas

não conformidades ou possíveis fraudes nas amostras de café. O equipamento

utilizado foi o Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) da marca JEOL JSM

6490 LV a 30 Kv, do laboratório de microscopia da UEZO.

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12

As amostras foram preparadas e analisadas na própria instituição, elas

foram fixadas em suportes de alumínio, chamados “stubs” com o uso de uma cola

condutora. Após isto foi realizado a metalização das amostras, aplicado sob elas

uma camada condutora, usando ouro. No qual foram depositados sob as

amostras por um intervalo de 120 segundos. A espessura da camada de ouro

deve ser suficientemente fina para não influir na resolução da imagem, mas

suficientemente espessa, para garantir uma boa produção de elétrons

secundários, que serão usados para formar a imagem.

Através das fotomicrografias das amostras, grãos de amidos de milho e

trigo, que são dois dos adulterantes mais comumente usados desde a década de

80, auge da adulteração de café no Brasil, podem ser detectados através da

diferenciação morfológica entre esses grãos de amido.

4.3. DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE OCRATOXINA A EM CAFÉ

VERDE

O café verde foi secado e moído e foram submetidos através de um

sistema de cartuchos de extração em fase sólida, sílica-C18, (WATERS®), para

purificação da amostra, e em seguida realizado a detecção da OTA, usando

cromatógrafo a líquido com detector por fluorescência (RF-10Axl – Shimadzu),

com as seguintes condições cromatográficas: coluna C18, dimensões (250mm x

4,6 mm), 5μm; detector por fluorescência λ = 336 nm; fase móvel: acetonitrila

(Tedia Brasil®): água desionizada (1:1), contendo 2% de ácido acético; fluxo 1,0

mL/min.

4.4. DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE OCRATOXINA A EM CAFÉ

TORRADO E MOÍDO

Para essa determinação foram utilizados: o padrão de OTA, adquirido da

Sigma® (St. Louis, MO, EUA); acetonitrila, grau CLAE adquirido da Merck®

(Darmstadt, Alemanha); metanol grau CLAE adquirido da Tedia Company®

(Fairfield, EUA); bicarbonato de sódio, adquirido da Merck® (Darmstadt,

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Alemanha) e ácido acético glacial e tolueno, adquiridos da Merck® (Darmstadt,

Alemanha).

Na extração de OTA foram pesadas alíquota de 25 g de cada uma das

amostras de café, e transferidas para um copo de liquidificador, onde foram

adicionados 200mL de metanol e solução de bicarbonato de sódio 3% (1:1, v/v), e

misturados por 5 min. Centrifugou-se por 15 min. a 300 rpm a 20 °C e filtrou à

vácuo em membrana de vidro. Foram retiradas alíquota de 5,0 mL e avolumadas

para 100 mL com tampão fosfato salino (PBS), pH 7,0. Depois, adaptou-se uma

seringa de vidro de 20mL à coluna de imunoafinidade Ochratest (VICAM®). E,

todo o extrato diluído (100mL) foi transvazado através da coluna com fluxo de 2 a

3mL/min. Efeito isso, a coluna foi lavada com 10 mL de água destilada seguida

por 4,0 mL de metanol. O eluído foi coletado em frasco tipo “vial” evaporado a

secura sob fluxo de N2 à 40 °C positivo. O resíduo foi ressuspendido em 1,0 mL

de fase móvel.

Para a limpeza do extrato, é comumente empregada extração líquido-

líquido ou partição líquido-líquido seguido de extração por fase sólida em

cartuchos recheados (EFS), sendo utilizadas principalmente as colunas de

imunoafinidade desde sua introdução na análise de café em 1990, esta técnica

pode ser considerada como uma inovação já que introduziu o componente

biológico nas análises químicas (FUJI et al., 2002). O uso da coluna de

imunoafinidade se faz necessário pelo fato do café torrado representar uma matriz

extremamente complexa necessitando realizar uma limpeza adequada do extrato

para remover substâncias como lipídeos e pigmentos presentes que possam

interferir na metodologia analítica, visando o alcance de limites de detecção mais

baixos (UEKANE et al., 2010).

A determinação da OTA foi realizada em um equipamento de CLAE com

detector por fluorescência (RF- 10 Axl-Shimadzu), para a separação

cromatográfica utilizou-se a coluna, Spherisorb, ODS, 5μm, 250 X 4.6mm, C18;

fase móvel: acetonitrila (Tedia Brasil®): água com 2% de ácido acético (1:1, v/v),

com fluxo de 1,0 ml/min; volume de injeção 20 µL; o comprimento de onda do

detector de fluorescência para excitação foi fixado em 336 nm e para emissão em

468 nm.

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5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1. MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA

As amostras de café foram observadas através do MEV a fim de pesquisar

possíveis impurezas e sujidades. Através da utilização do MEV foi possível

verificar a qualidade do café, comercializado no varejo, com relação a materiais

biológicos e não biológicos. Verificando assim as condições de pureza e higiene

do café torrado e moído de consumo interno, quanto à análise microscópica das

amostras. Além disso, foi realizada uma pesquisa a fim de avaliar possíveis

fraudes amiláceas. A seguir apresentam-se algumas micrografias eletrônicas das

marcas de café analisadas:

Figura 5: Micrografia Eletrônica de Varredura, Amostra de Café, Marca A’

(Barra=X330,50m)

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Figura 6: Micrografia Eletrônica de Varredura, Amostra de Café, Marca C’

(Barra=X330,50m)

Figura 7: Micrografia Eletrônica de Varredura, Amostra de Milho Torrado,

Grânulos de Amido (Barra=X330,50m)

Figura 8: Micrografia Eletrônica de Varredura, Amostra de Trigo Torrado,

Grânulos de Amido (Barra=X330,50m)

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Figura 9: Micrografia Eletrônica de Varredura, Amostra de Café, Marca A’ -

Sujidades (Barra=X330,50m)

Figura 10: Micrografia Eletrônica de Varredura, Amostra de Café, Marca C’ -

Sujidades (Barra=X330,50m)

Figura 11: Micrografia Eletrônica de Varredura, Amostra de Café, Marca D’ -

Sujidades (Barra=X330,50m)

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Apesar do MEV ter demonstrado ser uma excelente ferramenta no controle

de qualidade do café torrado e moído, podendo ser usada na detecção de fraude

no café, conforme foi demonstrado por AMBONI et al., (1999). Em nossas

imagens de fotomicrografias não foi possível perceber a presença de fraudes em

nossas amostras de café torrado e moído, no entanto podemos verificar a

presença de sujidades e que pode corroborar com a contaminação microbiana

dos grãos de café, e demonstra a não utilização das boas práticas de produção

agrícola.

5.2. DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE OCRATOXINA A EM

CAFÉ VERDE

Através da metodologia analítica proposta foi possível detectar a presença

de OTA nas amostras de café verde.

Tabela 1: Resultado da análise cromatográfica do café verde

Amostras de café verde da UEZO Code N° Xi sample Cálculo estatístico da amostra 1 ng/g ng/g

Média 0,1528 0,155 1,24 Desvio padrão 0,0042 0,156 1,25

Coeficiente de Variação 2,7 0,148 1,18

Nas análises realizadas encontrou-se como valores para OTA, 152,8 µg/kg

ou parte por milhão (ppm), os níveis encontrados estão muito acima do que

preconiza a ANVISA, que é de 10 µg/kg. Conforme foi exposto pela Resolução n°

7 de 18 de fevereiro de 2011, todo alimento deverá possuir boas práticas de

produção, manipulação, armazenamento, processamento devendo estar isento da

presença de micotoxinas. Assim sendo a metodologia empregada em nosso

trabalho mostrou-se bastante eficaz na determinação e identificação da OTA. A

seguir apresentam-se os cromatogramas realizados em nossas amostras:

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Figura 12: Cromatograma do padrão de OTA

Figura 13: Cromatograma das amostras de Café verde

Segundo BATISTA et al., (2007) que realizaram uma pesquisa para

determinação de OTA em café de varrição (secado ao solo). Utilizando a mesma

OTA

OTA

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metodologia analítica usada em nosso trabalho, os autores puderam confirmar a

presença de OTA em grande maioria das amostras analisadas (77,36%), sendo

que em duas amostras apresentaram níveis superiores a 100μg/ Kg de grãos de

café, o que corrobora com os resultados do nosso estudo. Outra pesquisa que

corrobora com os nossos estudos é a de MORAES, LUCHECE, (2003) que

encontrou em umas amostras de café verde analisadas um valor para OTA de

160μg/ Kg, como ilustrado na Tabela 2:

Tabela 2: Níveis encontrados para OTA em café verde

OTA (µg/Kg) Resultados Obtidos

MORAES, LUCHESE (2003)

BATISTA, CHALFOUN (2007)

Valor máximo 152,8 160,0 >100

5.3. DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE OCRATOXINA A EM

CAFÉ TORRADO E MOÍDO

Todas as 26 marcas comerciais adquiridas em supermercados na cidade

do Rio de Janeiro foram positivas para OTA e a faixa de concentração detectada

foi de 0,34-3,1 µg/Kg, com média entre os valores de 0,81 µg/Kg, os nossos

resultados corroboram com os resultados de PRADO, (2000), na qual os autores

avaliaram diferentes marcas de café torrado e moído e em café solúvel

consumidos na cidade de Belo Horizonte-MG, para café solúvel os valores de

OTA foram de 0,31-1,178 µg/Kg e com média entre os valores positivos de 0,73

µg/Kg, enquanto para o café torrado e moído foram de 0,99-5,87 µg/Kg e média

de 1,75 µg/Kg. CORONEL et al., (2011) avaliaram amostras comerciais de café

torrado e moído adquiridos em supermercados de cidades espanholas, usando

coluna de imunoafinidade e detecção por CLAE acoplada por detector de

fluorescência. Os autores encontraram como valores para OTA, 1,21-4,21 µg/Kg e

média de 2,17 ± 0,79 µg/Kg (n=72). Como é possível visualizar na Tabela 3:

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Tabela 3: Níveis encontrados para OTA em café torrado e moído

OTA (µg/Kg) Resultados Obtidos

PRADO et al. (2000)

CORONEL et al. (2011)

Valor máximo 3,11 5,87 4,21 Valor mínimo 0,34 0,99 1,21

Média 0,81 1,75 2,17 N amostral 26 47 72

A seguir apresentam-se na Figura 14 os cromatogramas de duas marcas

comerciais de café:

A: Marca C

B: Marca U

Figura 14: Cromatogramas de duas marcas comerciais de Café torrado e moído.

OTA

OTA

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SABINO et al., (2007) analisaram 82 amostras de café instantâneo, 81

(98,8%) das amostras foram positivas para OTA, alcançando níveis na faixa de

0,17-6,29 µg/Kg, usando a mesma metodologia para determinação e

quantificação de OTA usada neste trabalho. A seguir apresenta-se na Figura 15

um gráfico contendo as concentrações de OTA de todas as marcas analisadas

neste trabalho.

Figura 15: Concentrações de OTA de todas as marcas analisadas.

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6. CONCLUSÃO

A partir da metodologia proposta para avaliar os padrões de qualidade das

amostras de café por meio do MEV, foi possível visualizar a presença de

sujidades nas amostras encontrando-se dentro do limite tolerado pela legislação

vigente.

E, com a CLAE foi possível detectar a presença de OTA, onde todas as

amostras de café investigadas em nosso trabalho apresentaram valores positivos

para OTA, o que denota a importância de um efetivo controle deste produto por

parte das indústrias e autoridades governamentais, já que o Brasil é o maior

produtor e consumidor de café, onde deveriam ser implementadas as Boas

Práticas Agrícolas e ações de vigilância sanitária no que tange ao controle da

OTA.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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