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CAPA UFPB Ano III . Número 10 - Abril 2015 Esperança de Ouro Estudante Petrucio Ferreira, atendido em projeto de extensão coordenado por Pedro de Almeida é destaque no cenário internacional e promessa de medalha nas Olimpíadas de 2016.

UFPB Em Revista 10

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UFPB Em Revista está vinculada a Assessoria de Comunicação da Universidade Federal da Paraíba.

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CAPA

UFPB

Ano III . Número 10 - Abril 2015

Esperança de Ouro

Estudante Petrucio Ferreira, atendido em projeto de extensão coordenado

por Pedro de Almeida é destaque no cenário internacional e promessa de

medalha nas Olimpíadas de 2016.

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2 UFPB em revista

Equipe UFPB em Revista

Romulo JeffersonRedator/Estagiário

Kamilly LourdesProjeto Gráfico e

Diagramação

Wallyson CostaRedator/Estagiário

Luan MatiasRedator/Estagiário

Derval GolzioEditor

FOTO CAPADerval Gólzio

[email protected]

facebook.com/ufpbemrevista

UFPB em revista está vinculada a Assessoria de Comunicação da Universidade Federal da Paraíba.

João Pessoa - PBAbril - 2015

Reitora:

Margareth De Fátima Formiga Melo Diniz

Vice-Reitor:

Eduardo Ramalho Rabenhorst

Chefia de Gabinete:

Aline Sá

Pró-Reitoria de Administração (PRA):

Zelma Glebya

Pró-Reitoria de Assistência e Promoção ao Estudante (PRAPE):

Thompson de Oliveira

Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (PRAC):

Orlando Vilar

Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEP):

Francisco Ramalho

Pró-Reitoria de Graduação (PRG):

Ariane Sá

Pró-Reitoria de Planejamento (PROPLAN):

Marcelo Sobral

Pró-Reitoria de Pós Graduação (PRPG):

Isac de Medeiros

Prefeitura Universitária (PU):

Jandir Santana

Superintêndencia de

Tecnologia da Informação (STI):

Pedro Jácome

4 •ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL - Conheça serviços prestados pela UFPB

5• RANKING DE PESQUISADORES - UFPB bem referenciada nacionalmente

6 • JOVEM GENETICISTA - Estudante conquista 1ª colocação

8 • PRAPE - Auxílio-creche será implementado

10 • ARTE E CULTURA - Sala Hermano José é inaugurada

12 • UNIVERSIDADE PARTICIPATIVA - Assembleias definem aplicação do orçamento

14 • Comissão mapeia e incentiva ações de cultura na Instituição

16 • ATENDIMENTOS EM 2014 - Cras atende mais de 18 mil e deve ser ampliado

18 • EXTENSÃO - Paraibano é esperança de medalha olimpica em 2016

20 • ESTRANGEIROS - Estudantes têm boa impressão da UFPB

23•Comunidade Potiguar busca melhora de desempenho acadêmico

24 • ACESSIBILIDADE - Projeto traduz Bíblia para Língua Brasileira de Sinais

26 • PARECER JURÍDICO - Obras estão paralisadas por inobservância de prazos

28 • GLOBAL SERVICE JAM - UFPB recebe edição paraibana

Sumário

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A Prefeitura Universitária deverá implementar conduta que porá fim a elaboração da falta de projetos complementares (hidráu-lico, elétrico e lógico) nas obras da Universidade Federal da Paraíba. Prática bastante comum na gestão Rômulo Polari, o procedimento ainda prejudica fortemente a con-clusão de muitas obras.

A prática possibilitava a construção de prédios sem a me-nor condição de funcionamento. O procedimento resulta em mais ônus, já que um ambiente “con-cluído” em termos de alvenaria e teto ainda tem que passar pela abertura de espaços para a rede elétrica, rede lógica e rede hidráu-lica. Se pensado e levado à toma-da de preços/licitação, os valores finais seriam bem mais baixos que divididos em etapas.

As etapas dos projetos de construção funcionavam da se-guinte forma: na primeira esta-vam os projetos arquitetônicos que eram submetidos à tomada de preços/licitação. Após análise dos valores submetidos pelas em-presas concorrentes, uma empresa era considerada vencedora por ga-rantir a edificação com os valores mais baixos.

EditorialA obra era tocada e, se alguns

contratempos como a interrupção da obra por falta de condições da empresa vencedora não fosse veri-ficado, ela era concluída (não ne-cessariamente dentro do prazo). Os problemas eram ampliados quando o custo de toda a constru-ção havia sido gasto apenas com o a conclusão do projeto arquite-tônico, sem que os demais fossem efetivados.

Também o prazo de execu-ção da obra representava outro problema, já que ao não estarem incluídos, os projetos comple-mentares demandavam um prazo ainda mais elástico para a conclu-são definitiva da obra. Impedida por entendimento legal disposto em perecer jurídico datado ainda da gestão Polari, o contrato com a empresa responsável estava au-tomaticamente encerrado quando excedia o prazo contratual.

Esse tipo de situação levava irremediavelmente a necessidade de mais recursos para fazer valer a funcionalidade do ambiente, o que nem sempre é conseguido de modo ágil e dentro das expectati-vas e necessidades de seus futuros usuários.

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Conheça serviços prestados pela UFPB

ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL

A Universidade Federal da Paraíba é uma das maiores instituições educacionais do Norte-Nordes-te. Vinculada ao Ministério da Educação e Cultura, foi criada em 1955 e federalizada em 1960. Atual-mente conta com 117 cursos de graduação, 45 pro-gramas de Mestrado e 28 programas de doutorado, divididos em quatro campis, nos municípios de João Pessoa, Bananeiras, Areia e Rio Tinto/Mamanguape.

Diante de uma estrutura tão grande, os estu-dantes que ingressam na UFPB se vêem diante um universo novo e de possibilidades desconhecidas. Pensando nisso, a Equipe da UFPB em Revista pre-parou esse pequeno resumo para auxiliar os novos alunos sobre o funcionamento de serviços disponi-bilizados da Instituição.

Restaurantes Universitários - A UFPB hoje conta com quatro restaurantes universitários, que estão situados nos campi de João Pessoa, Bananeiras, Areia, Rio Tinto e Mamanguape. O acesso aos RUs é destinado prio-ritariamente aos estudantes classificados em situação de vulnerabilidade socioeconômica. O processo seletivo acontece semestralmente e as refeições são totalmente gratuitas para os alunos cadastrados.

Residências Universitárias - Também destinadas prioritariamente a alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Para efetuar o cadastramento, o aluno deve observar as datas marcadas pela Pró-Reitoria de Assistência e Promoção ao Estudante. A seleção geralmente acontece em duas etapas: análise de documenta-ção e entrevista.

As seleções para Residência e Restaurante Universitário são disponibilizadas no site da Prape: http://www.ufpb.br/prape/.

Bibliotecas - A UPFB conta com um sistema de bibliotecas integradas, o Sistemoteca, que engloba uma Central no Campus I e dezesseis setoriais. Todo o acervo pode ser consultado digitalmente. Através do site http://www.biblioteca.ufpb.br/ o aluno pode adquirir informações sobre cadastro, empréstimo de materiais, agendamento do auditório e visitas dirigidas. Além disso, há acesso a periódicos e e-books.

Representação Discente - O Diretório Central dos Estudantes - DCE é a entidade responsável por repre-sentar os interesses dos alunos da UFPB. A representação específica em cada curso é feita por Centros ou Diretórios acadêmicos. Vale salientar que o DCE é responsável pela confecção das carteiras estudantis. A sede da entidade fica no Centro de Vivência.

Pró-Reitorias acadêmicas (PRG, PRAC, PRPG, Prape) - Planejam e coordenam atividades de ensino, pes-quisa, extensão e assistência estudantil. Suas atividades são realizadas por meio de programas e projetos que consolidam a fortalecem a formação superior.

Pró-Reitorias administrativas (Proplan, PRA, Progep) - Auxiliam a administração superior coordenando área financeiras, material, patrimonial e órgãos da Instituição.

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UFPB em revista 5

UFPB bem referenciada nacionalmente

O Webometrics Ranking Web of Universities, portal especializado em estatísticas sobre Universi-dades de todo o mundo, divulgou recentemente o ranking dos pesquisadores brasileiros mais referencia-dos de acordo com a plataforma Google Scholar Ci-tations (GSM). O ranking foi construído com base em coleta de dados da primeira semana de fevereiro de 2015. Entre os 3 mil pesquisadores mais citados os professores da UFPB, Dionísio Bazeia, na posição 366, Jason Gallas, 528, e Cláudio Furtado, 795 do Departamento de Física, professor Valdiney Gouveia, 399, do departamento de Psicologia, Maria Gardên-nia Fonseca, 1065, do departamento de Química, são os pesquisadores da Instiuição melhor colocados.

O Google Scholar Citations é uma plataforma que fornece ao pesquisador uma maneira de manter o controle das citações feitas de seus artigos. O cientista pode verificar quem está citando suas publicações, e criar um perfil público, que fica disponível em buscas do Google Scholar, plataforma de pesquisas acadêmi-cas do Google.

O Professor Valdiney Gouveia, pesquisador na área de Psicologia Social e Psicometria e um dos mais bem referenciados da Instituição afirma que o crédito é dividido e o mérito é dos estudantes. “O crédito é da meninada que trabalha comigo. Eu sou o regente, a ideia é prepará-los para que eles sigam adiante. Para nossa felicidade, estamos formando diversos mestre e doutores. Esse é um projeto coletivo não um projeto meu, pois na verdade não existe ninguém bom sozi-nho”.

Contudo, Valdiney opina sobre a falta de re-conhecimento e desestímulo ao meio de pesquisa. “Não existe qualquer reconhecimento. Por exemplo, a Universidade tem seis pesquisadores de nível 1A, eu sou um deles, e isso nunca serviu para nada para

a universidade, pelo contrário. O que nos move é o desejo de ver a meninada crescer, é uma coisa mais pessoal. Nunca vi a UFPB premiando, laureando ou reconhecendo nenhum pesquisador. Parte-se de uma ideia de que está tudo tranquilo, tudo normal. É um problema de mentalidade”, finalizou.

Reportagem: Wallyson Costa

Foto: Rômulo Jefferson

Professor Valdiney Gouveia ocupa a posição 399 do ranking

RANKING DE PESQUISADORES

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6 UFPB em revista

A estudante Alanne Rayssa Melo conquistou o prêmio “Jo-vem Geneticista” do 20º Encon-tro de Genética do Nordeste (En-gene). Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular (PPGBCM), e orientada pela professora Dra. Naila Francis, Alanne apresentou seu estudo sobre a exposição solar nos perfis de metilação de dois ge-nes que atuam na pele, na edição 2014 do evento que ocorreu em Campina Grande.

O trabalho objetivou basica-mente compreender o que fatores

ambientais como a exposição à ra-diação UV podem causar na pele humana, e se esta radiação pode predispor ao envelhecimento pre-coce e ao câncer de pele. De acor-do com Alanne, pesquisas como estas são importantes para a cons-cientização da população quanto aos riscos à exposição solar exces-siva, a qual nem todos compreen-dem a importância de se proteger devidamente.

O prêmio Engene Jovem Geneticista é apoiado pela So-ciedade Brasileira de Genética e concedido a cada dois anos às

modalidades de graduação, mes-trado e doutorado. Os critérios estabelecidos pela organização do evento envolveram a relevância do estudo, originalidade do tema, adequação teórico-metodológica, relevância do discente na partici-pação da pesquisa, domínio sobre o tema e apresentação oral do tra-balho.

Para Alanne, a premiação tem grande relevância na sua car-reira acadêmica pois “além de ser um incentivo enorme para que eu continue desenvolvendo pesqui-sas nessa área, é o primeiro prêmio

Estudante conquista 1ª colocação Reportagem: Wallyson Costa

Fotos: Divulgação

JOVEM GENETICISTAAlanne Rayssa na apresentação oral do trabalho no 20º Congresso Regional de Genética, Campina Grande, 2014

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desta natureza que ganho e estou muito orgulhosa. Tenho plena consciência que muita gente fez parte desta realização. Durante toda a minha carreira, contei com o apoio, incentivo e conhecimen-to dos meus orientadores e colegas de laboratório. Este prêmio sem dúvida é dedicado à minha famí-lia e a eles que sempre me apoia-ram”.

Na pesquisa foi utilizado o suporte do PPGBCM, que recen-temente, adquiriu uma boa estru-tura contendo vários laboratórios e equipamentos suficientes para desenvolvimento de pesquisas na área de biologia celular e molecu-lar, através do esforço dos coorde-nadores, professores do programa e do apoio da UFPB e do Gover-no Federal. Alanne ressalta que essa foi um grande iniciativa, mas que há a consciência que existe ainda muito a se fazer para o de-senvolvimento do programa e que inciativas como estas não devem cessar.

Natural de Queimadas e graduada pela UEPB de Campi-na Grande, Rayssa se interessou por pesquisa na área de genética humana antes mesmo do ingresso à Universidade. Durante a gradu-ação ela participou do programa de iniciação cientifica (Pibic). Já como aluna de mestrado fez par-te do programa de pós-graduação em Biologia Celular e Molecular da UFPB como bolsista, sendo

orientada pela Dra. Naila Francis no Laboratório de Genética Mo-lecular Humana, onde desenvol-veu a pesquisa que foi agraciada com o prêmio.

Para o futuro, Alanne pre-tende continuar desenvolvendo pesquisas na área da biologia mo-lecular humana. “É o que amo fazer. Além disso, acredito na rele-

vância dessas pesquisas para o au-mento da compreensão do geno-ma humano e consequentemente para o desenvolvimento de tera-pias inovadoras para o tratamento de patologias até agora não total-mente compreendidas. Este ano pretendo ingressar no doutorado a fim de aprimorar meu conheci-mento teórico-prático e experiên-cia na pesquisa científica”.

Professora Dra. Ana Maria Benko-Iseppon, tesoureira da Sociedade Brasileira de Genética Regional PE

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8 UFPB em revista

PRAPE

Reportagem: Luan Matias

Auxílio-creche será implementado

A Pró-Reitoria de Assistência e Promoção ao Estudante (Prape) vai implantar, em futuro próxi-mo, o Auxílio-creche. Demanda antiga na Universidade Federal da Paraíba, este é um suporte dado aos estudantes que têm fi-lhos e encontram nisso uma ame-ça a permanência em seus cursos.

“Essa já era uma expectativa da nossa gestão. Não tivemos con-dições suficientes em termos de orçamento para 2014, mas com muito êxito conseguimos implan-tar mais esse programa na assis-tência estudantil da UFPB”, disse o Pró-Reitor da Prape, Thompson Oliveira.

A Pró-Reitoria tem desenvol-vido diversas ações para cumprir o seu propósito de garantir a per-manência, sobretudo dos alunos classificados em condição de vul-nerabilidade socioeconômica, em seus respectivos cursos. O objetivo é ampliar e melhorar os serviços prestados aos estudantes da UFPB.

Alunos com filhos serão beneficiados por novo auxílioFotos: Rômulo Jefferson

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É o caso das Residências Uni-versitárias, que têm passado por diversas melhorias. Nos campus de Mamanguape e Rio Tinto, quatro blocos, dois em cada cidade, estão em obras e devem ser entregues até o final do ano. No início de 2015 foi entregue uma nova residência masculina no Campus III, em Ba-naneiras. Já em João Pessoa há uma reforma em curso nas residências feminina e masculina. Um entrave da empresa responsável atrasou o prazo de entrega, mas até junho os serviços devem ser concluídos. Já as reformas na residência feminina no Centro da capital estão pratica-mente finalizadas.

Além das reformas, foram adquiridos equipamentos como fogões, geladeiras, televisões e computadores. Também dentro desse programa de reestruturação, as residências foram contempla-das com áreas de lazer. Em 2012 o Campus I contava com 300 resi-dentes, hoje são 410. Em Bananei-ras foram abertas 64 novas vagas só em 2015 e uma nova residência, que deverá abrigar 150 alunos, foi licitada. Em Mamanguape e Rio Tinto, após o término das obras, serão 120 novos alunos assistidos.

Ainda na área de habitação, a UFPB atende a aproximadamente 950 alunos com o Auxílio-mora-

dia, quase quadruplicando a quan-tidade de discentes contemplados. Vale salientar a simultaneidade dessa modalidade com o Auxílio--refeição, chegando ao valor de R$ 520,00.

Motivos de reclamações por parte dos usuários, os Restaurantes Universitários passam por proces-sos de reestruturação. Existiam vá-rias notificações feitas pelos órgãos de vigilância, mas um trabalho emergencial vem sendo desenvol-vido. Mais de 800 mil reais estão sendo investidos no RU do Cam-pus I. Só no horário do almoço, o número de refeições servidas sal-tou de 1500 para 2200. O RU II (também no Campus I) deverá ser licitado em breve e irá atender de maneira plena as demandas atu-ais da Instituição. Em Rio Tinto e Mamanguape, um antigo anseio dos alunos foi atendido: no ano de 2013 foi reaberto o restaurante do Campus, que se encontrava fecha-do.

Um outro diferencial diz res-peito a qualidade da alimentação servida aos estudantes da UFPB: hoje uma empresa com experiên-cia é responsável pelo fornecimen-to de um serviço especializado. Há uma preocupação com refeições balanceadas e hoje os vegetarianos dispõem de pratos específicos.

Quanto aos recursos dispo-níveis para futuras ações, a Prape hoje aguarda a deliberação do or-çamento oficial da união, que foi votado em 2014, passou pelo Con-gresso Nacional em fevereiro e está na mesa da Presidente. A expecta-tiva é de que até o final do mês de maio já se tenha conhecimento do capital disponível para 2015.

A UFPB também mudou a sua logística quanto ao acesso dos alunos ao benefício. “Essa era uma inquietação constante da nossa gestão. O procedimento era mui-to burocrático: alunos precisavam dormir em corredores para ga-rantir acesso ao Restaurante Uni-versitário”, contou o Pró-Reitor. Hoje há um formulário padrão e as inscrições são feitas de maneira descentralizada, passando pelas co-ordenações dos cursos, o que faci-litou e agilizou o processo.

Editais, informes e documen-tações necessárias para participar dos processos e benefícios da Pra-pe estão disponíveis no site http://www.ufpb.br/prape/, que recen-temente foi reformulado. “Nossa Pró-Reitoria não é assistencialista. Ela desenvolve ações acadêmicas em nível de ensino, pesquisa e ex-tensão, dando suporte a comuni-dade universitária de uma forma geral”, concluiu Oliveira.

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10 UFPB em revista

Pioneiro na construção da pi-nacoteca da UFPB, Hermano José, esteve na Biblioteca Central para receber homenagem e lançar seu novo livro, Anotações no tempo,

além de participar da inauguração da sala que leva o seu nome e exibe várias peças de sua coleção pesso-al, doadas à Instituição. “ É uma grande honraria receber tamanho

Sala Hermano José é inaugurada

tesouro artístico, abrigá-lo e dis-ponibilizá-lo aos sentidos de to-dos que poderão ser alcançados. A UFPB vive um momento de glória, porque ela é quem é agraciada pelo

Reportagem: Luan Matias

ARTE E CULTURA

Fotos: Derval Gólzio

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homenageado. Sua figura assegura o engrandecimento da nossa aca-demia”, disse a Reitora Margareth Diniz.

Hermano José, artista plásti-co, poeta, agente cultural, militante ecológico e ex- professor da Univer-sidade Federal da Paraíba se disse esperançoso na continuidade do local: “Quero destacar a sensibilida-

de da nossa Reitora Margareth em retomar a pinacoteca, que preserva a memória e nos permite conhecer a cultura do nosso estado. Tenho a es-perança de que esse espaço continue com a sua missão de guardar o acer-vo histórico e o padrão da pintura. A vida é o outro e não nós. Devemos fazer alguma coisa para que o outro seja visto e respeitado”.

Na homenagem prestada ao artista, também estiveram presen-tes o Vice-Reitor da UFPB, Edu-ardo Rabenhorst, professores, ser-vidores técnico-administrativos e admiradores. Durante o seu discur-so, a Reitora destacou a trajetória e lembrou o fato de Hermano ter doado à Universidade não apenas o seu acervo, mas também a resi-dência onde vive no Bairro do Bes-sa(esta de maneira pós-morte).

Já existe um acerto para trans-formar a residência doada na Casa de Cultura Hermano José, onde se encontrará um memorial de grande importância para a cidade de João Pessoa. Além disso, a Sala que leva o seu nome estará na Biblioteca Central de maneira provisória, pois será repassada ao Centro de Arte e Cultura. “A nossa perspectiva é de levar este acervo a um espaço maior, onde poderemos fazer uma grande exposição e permitir ao pú-blico conhecer o nosso artista plás-tico e professor da UFPB”, disse a Reitora Margareth Diniz, que tam-bém destacou o fato de uma das primeiras ações do atual reitorado ter sido providenciar o processo e restauração da pinacoteca.

Nascido no Engenho da sua avó, na cidade de Serraria, Her-mano José também é conhecido por abordar a temática do Meio Ambiente muito antes do assunto se tornar uma preocupação global. Após as homenagens e inauguração da nova Sala, uma sessão de autó-grafos envolveu fãs, artistas, amigos e representantes de todos os setores da comunidade universitária.

Reitora Margareth Diniz anuncia criação da Casa de Cultura Hermano José

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12 UFPB em revista

O Programa Universidade Participativa (UP), implantado pela Reitora Margareth Diniz para democratizar o orçamento da Universidade, já tem seu ca-lendário definido para 2015. As audiências iniciarão a partir do dia 22 de Abril, em Bananeiras (CCHSA). Posteriormente, elas serão realizadas no dia 5 de maio, no Litoral Norte, campus IV e no dia seguinte, 6 de maio, no Cen-tro de Ciências Agrárias (CCA)/Areia. No campus I, João Pessoa, cada centro terá uma data especí-fica para realização das oitivas.

Desde que foi iniciado, o Universidade Participativa já des-

tinou cinco milhões de reais para investimentos em todos os Cen-tros da UFPB, revelam os dados do orçamento da Instituição. Esse valor foi destinado para investi-mento em compra de equipamen-tos, montagem de laboratórios, redes de internet, ou qualquer ou-tro gasto necessário para os cen-tros de ensino.

Com a participação de Di-retores de Centro, Chefes de De-partamento, Coordenadores de Pós-Graduação e Graduação, Pro-fessores, Técnicos Administrativos e Estudantes, as audiências con-sistem na eleição de três priorida-des pelos participantes da comu-

Assembleias definem aplicação do orçamentoReportagem: Rômulo Jefferson

UNIVERSIDADE PARTICIPATIVA

nidade. Na prática, esse modelo de gestão do orçamento dá mais autonomia aos Centros na forma de utilizarem seus recursos.

A visão do UP, segundo Gus-tavo Tavares, Coordenador do Programa, é criar uma nova cultu-ra no âmbito acadêmico: “Histo-ricamente, nós temos a realidade de um administrador que, junto com seus assessores, decidia onde e como o dinheiro público deve-ria ser gasto. O que nós queremos agora é que as pessoas participem das decisões e assumam uma co--responsabilidade pela Universi-dade,” conclui.

Gustavo Tavares, coordenador do Universidade Participativa, relata os números das demandas da Instituição.

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Calendário das Audiências com a Reitora nos Centros em João Pessoa

Calendário para os Campi II, III e IV

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14 UFPB em revista

Comissão mapeia e incentiva ações de cultura na Instituição

A comissão de cultura foi criada há um ano para incentivar a agenda de cultura na Universida-de. Nascida de um movimento de professores, estudantes e servidores que cobravam a importância de se dar maior atenção às atividades culturais desenvolvidas nos campi, o trabalho da comissão é gerar uma reflexão sobre o tema em toda a comunidade acadêmica e fora dela e apresentar propostas que fomen-tem atividades voltadas à cultura.

Dentre as atividades que já foram desenvolvidas através da co-missão, está a organização do1º Se-minário Cultura e Universidades, realizado no fim do ano passado. O evento contou com a participa-ção de diversas universidades que se reuniram para discutir política cultural nas universidades.

O projeto de mapeamento das atividades e grupos culturais na UFPB também está em fase de conclusão. Através da aplicação de um formulário para obtenção dessas informações, será possível conhecer melhor a dinâmica cul-

tural existente na Universidade. Também está sendo produzida a página UFPB Cultural, onde será divulgado relatório sobre o mapea-mento, com o objetivo de criar no portal da UFPB informações estru-turadas sobre cultura. Serão dispo-nibilizadas informações sobre os núcleos, museus, teatros e salas de auditórios existentes no campus. Segundo um dos integrantes da comissão, professor Marco Acco, a página é importante para que a comunidade comece a perceber a expressão cultural da Universidade e gerar uma maior interação entre os grupos e dispositivos culturais.

É de responsabilidade da co-missão de cultura a apresentação de projeto que concorrerá ao edital Mais Cultura nas Universidades, lançado pelo Ministério da Cultu-ra juntamente com o Ministério da Educação, para fomentar iniciati-vas das universidades brasileiras no campo da cultura. Com isso será possível a captação de recursos para a realização de novas propostas na Universidade.

Objetivos

A comissão já realizou alguns diagnósticos em relação à situação da cultura na Universidade. Segun-do o professor Marco Acco, a agen-da de cultura nas universidades está restrita a alguns departamentos e setores das universidades, e uma das premissas da Comissão monta-da na UFPB é quebrar a separação existente entre universidade e fora dela. Outra função desempenhada pela comissão é criar uma política voltada à vida cultural na Universi-dade. De acordo com Acco, o que se espera é que os setores da UFPB dialoguem de forma mais intensa entre si.

Composta por professores, es-

Reportagem: Rômulo Jefferson

Foto: Wallyson Costa

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UFPB em revista 15

tudantes, servidores e membros da administração, a comissão também discute o papel da cultura dentro das universidades. Algumas insti-tuições como a Universidade Fede-ral de Campina Grande (UFCG), já adotaram a cultura como a 4ª di-mensão da vida universitária e cria-ram Pró-reitorias de cultura. As-sim, além das três esferas, ensino, pesquisa e extensão, as universida-des que optaram pela mudança in-cluíram a cultura. Isso se justifica, segundo o professor, porque existe atividades que envolvem a cultu-ra no ensino, pesquisa e extensão, mas também expressões culturais que não fazem parte de nenhuma destas dimensões e que são desen-volvidas de forma autônoma.

Flávio Lúcio (direita) coordena reuniões com integrantes da Comissão de Cultura para definir ações

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16 UFPB em revista

O Centro de Referência em Atenção à Saúde (Cras) realizou cerca de 1.500 (mil e quinhentos) atendimentos mensais no ano de 2014, nas especialidades de odon-tologia, clínica médica, psiquiatria, dermatologia, geriatria, nutrição, psicologia, cardiologia, gastrente-rologia, otorrinolaringologia, in-fectologia, radiologia e ginecologia. O Centro possui mais de oito mil pessoas cadastradas, entre servido-res, docentes, discentes e funcioná-rios terceirizados, além dos depen-dentes dos servidores e docentes.

De acordo com a coorde-

nadora do Cras, Cabiará Uchôa Guerra Barbosa, o espaço físico já é insuficiente para a demanda re-cebida. Para possibilitar a amplia-ção do número de atendimentos um projeto de construção de novas instalações foi encaminhado ao Governo Federal, com 6.200m². A futura sede possibilitará a assistên-cia de 100 mil pacientes ao ano e a oferta de atendimentos nas áreas de oftalmologia, pediatria, reumatolo-gia, endocrinologia, pneumologia, entre outras.

Também com a ampliação serão oferecidas cirurgias bucoma-

xilofaciais e implantes dentários a preço de custo. Hoje uma implante custa aproximadamente R$ 1.500 e os atendidos no Cras poderão realizá-lo pelo valor que deve va-riar entre R$ 180 a R$ 380 (valor destinado à aquisição do pino para fixação do dente). A perspectiva de que sejam implantadas medicinas alternativas como homeopatia, acupuntura e práticas interativas, disponíveis ainda de forma tímida na rede de saúde pública.

O serviço de saúde mental e dependência química (tabagismo, alcoolismo, cocaína, maconha, cra-

Cras atende mais de 18 mil e deve ser ampliado

Reportagem e Foto: Rômulo Jefferson

Reportagem: Rômulo Jefferson

Foto: Wallyson Costa

Consulta médica no Centro de Referência em Atenção à Saúde.

ATENDIMENTOS EM 2014

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UFPB em revista 17

ck e outras drogas), que também será oferecido após a construção das novas instalações, transformará o Centro em referência no enfren-tamento às drogas.

A expansão beneficiará ainda os Campi de Areia, Bananeiras, Rio Tinto e Mamanguape, onde serão instaladas unidades básicas de saúde para atendimentos mais simples. Para os pacientes que ne-cessitarem de atendimento espe-cializado, a Universidade oferecerá transporte gratuito para a realiza-ção dos procedimentos cabíveis.

Atendimento humanizadoO atendimento no Centro

de Referência em Atenção à Saúde é feito de forma agendada, sendo necessária a realização de cadastro feito no próprio local e a apresen-tação do cartão do Sistema Único de Saúde (SUS). O tempo de es-pera para a consulta é reduzido, e segundo uma das idealizadoras do Cras, professora Virgínia Lúcia de Siqueira Melo, quando o paciente necessita de algum serviço que não é coberto pelo Centro ele é enca-minhado para o Hospital Univer-sitário.

Ainda de acordo com a Virgí-nia Lúcia, é muito importante que a humanização esteja presente no atendimento ao paciente. Para ela, é fundamental oferecer um serviço de qualidade para toda a comuni-dade acadêmica e acrescenta que todas as pessoas que trabalham no Cras têm essa premissa como meta.

Sede do Cras no Campus I - João Pessoa.

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18 UFPB em revista

Pedro de Almeida (à esquerda) é coordenador do projeto de extensão e treinador de Petrucio Ferreira

A junção de um jovem ve-locista talentoso, Petrucio Ferrei-ra dos Santos, e um desprendido técnico em atletismo, Pedro de Almeida, resultou na conquista da melhor marca nos 100 metros e segunda nos 200 no país. Pe-trúcio Santos, 17 anos, natural de São José do Brejo do Cruz/PB é a grande promessa brasileira nos jo-gos paraolímpicos que acontecem no Brasil, em 2016. Já Pedro de Almeida é coordenador de proje-to de extensão da UFPB que busca desenvolver o potencial de jovens atletas das redes municipal e esta-dual de ensino.

A parceria de técnico e atleta resultou em duas excelentes marcas no atletismo brasileiro e mundial. Detentor de um recorde que mar-ca 10 segundos e 95 centésimos, Petrucio já participou de diversas competições pelo mundo, como o Sulamericano (Chile) e o Cam-peonato da Europa de Atletismo (França). Apesar dos resultados já alcançados, ele continua correndo para o sucesso.

Após entrar para a seleção principal do comitê paralímpico, o atleta se prepara para as compe-tições que antecedem a sua maior prova: as Olimpíadas de 2016.

Antes, ele competirá no Paname-ricano, na categoria geral, e depois no Parapan, exclusivo para atletas com algum tipo de deficiência fí-sica.

A trajetória de atleta come-çou em sua cidade natal, no futsal. Observado por um “olheiro”, que constatou a velocidade com que se locomovia na quadra, Petrucio conta que foi convidado para par-ticipar de uma prova na capital. Desde então, entrou para o Pro-jeto de Extensão de Atletismo da UFPB, coordenado pelo servidor Pedro de Almeida Pereira, onde treina diariamente.

Paraibano é esperança de medalha olimpica em 2016Reportagem e Foto: Rômulo Jefferson

EXTENSÃO

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Voltado prioritariamente para atender estu-dantes de escolas públicas municipais e estad-uais, o projeto atualmente é integrado por 15 estudantes, que realizam atividades em difer-entes modalidades. O treinador, Pedro de Almei-da, conta que perdeu o período de submissão do projeto ao Programa de Bolsas de Extensão (Probex)/2014 e por isso não receberá os recur-sos vindos da instituição. Mesmo assim, todas as atividades estão mantidas.

O projeto oferece aos estudantes diferentes atividades, como maratona, corridas de 100 e 200 metros, salto em distância, salto em altura e arremesso de disco. Pedro de Almeida expli-

ca que trabalha “avaliando os meninos, vendo quem tem mais aptidão para o atletismo e vou trabalhando, lapidando-os.”

A estratégia parece ter dado certo. Além do velocista, Petrúcio Ferreira, outro atleta também ganha destaque no mundo dos esportes. João Luís dos Santos, atleta paralímpico, hoje com 42 anos. Há 10, treina no projeto de extensão desen-volvido na UFPB. Concorrendo no lançamento de disco, ele bateu um recorde no Íbero-americano, em São Paulo. O evento é realizado a cada dois anos e aconteceu de 1 a 3 de agosto, no Brasil.

Projeto

Pedro de Almeida (à esquerda) é coordenador do projeto de extensão e treinador de Petrucio Ferreira Projeto contempla treinamento de 15 estudantes da rede pública

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Anualmente, estudantes de várias partes do mundo aprovei-tam-se da relação amigável entre países para estudarem em territó-rio estrangeiro. Na Universidade Federal da Paraíba, convênios e programas possibilitam além da ida de alunos ao exterior, a chega-da de estrangeiros a território pa-raibano. De acordo com a Asses-soria Internacional, nos últimos dois anos foram acolhidos 128 estudantes na Universidade.

Isso demonstra que estran-geiros estão cada vez mais presen-tes na instituição, em diferentes cursos e localidades, eles trazem possibilidade de interação cultural e acadêmica para ambos os lados. Motivados por novas experiências de vida, oportunidade de enrique-cimento cultural, acadêmico e até a diversão no Brasil, eles se mul-tiplicam na instituição, marcam parte de sua história na Paraíba e levam boa impressão da UFPB.

Dentre as motivações prin-cipais relatadas por estudantes para a escolha pela UFPB, está a recomendação de amigos que já estiveram aqui, e indicam o en-sino da Instituição e a qualidade de vida de João Pessoa. Esse é o caso de Julio Phelps e Alberto Sanchez, espanhóis, estudantes de Engenharia Civil da Universidade de Cantábria, que intercambiam com bolsa Santander na UFPB, os dois ficam no país de agosto de

Estudantes têm boa impressão da UFPB

ESTRANGEIROS

Reportagem: Wallyson Costa

Foto: Rômulo Jefferson

Os espanhóis Alberto Sanchez (esquerda) e Julio Phelps: “aqui o ensino é muito mais prático e mais focado no mercado do que na Espanha”

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2014 à agosto de 2015, com uma bolsa total equivalente a seis mil reais para custeio total das despe-sas.

Para Julio as recomendações dos amigos foram importantes para escolha do destino do inter-câmbio, e aqui eles encontraram uma relação diferente de ensino. “Aqui o ensino é muito mais prá-tico e mais focado no mercado do que na Espanha, lá é tudo muito teórico e baseado apenas em cál-culos sem pensar em prática de mercado, o que no curso de Enge-nharia Civil é importante”.

Nereia Mieza, espanhola es-tudante de Tradução na Universi-dade de Granada, relata que a ex-periência acadêmica no Brasil foi enriquecedora e diferente da euro-peia. “As aulas são muito pessoais. Lá você não fala nada, senta escu-ta e sai. Aqui estudei, trabalhei e aprendi muito. Lá os professores não sabem os nomes dos alunos”.

A relação interpessoal tam-bém é um ponto salientado fre-quentemente entre estrangeiros que estadiam por um período no Brasil. Nereia relata que esse tam-bém foi um dos motivos para a escolha do país e facilitou a adap-tação. “Aqui as pessoas são mais abertas, embora os espanhóis se-jam, facilmente as pessoas convi-dam vocês para sair, querem ser seus amigos”.

Mieza, que terminou seu in-tercâmbio no Brasil em março, se disse triste por deixar o país, mas extremamente realizada com as experiências que viveu. “Do Brasil

Nereia Mieza: “estudei, trabalhei e aprendi muito”

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Foto: Rômulo Jefferson

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levo lembranças, viagens que eu fiz, muitos amigos, mas principal-mente uma mudança enorme em mim. De concepção do mundo, da natureza, da vida real, porque estando aqui eu vi como as pes-soas lá só seguem a sua rotina do dia sem olhar a vida. Aqui é tudo mais original e natural, vocês real-mente vivem”.

Não apenas através de inter-câmbios os estrangeiros se fazem presentes na UFPB. Estudantes africanos fazem graduação inte-gralmente na instituição através de convênio entre países da África com universidades brasileiras. As vagas são oferecidas pelas universi-dades e a seleção feita pela embai-xada nos vários países africanos.

O estudante precisa comprovar que tem condições de custear seus estudos no Brasil e partir do mo-mento que entra tem os mesmos direitos e deveres dos demais alu-nos.

O estudante Adjif Pinto Ié, de Guiné Bissau, que cursa Ci-ências Contábeis na UFPB, reve-la que escolheu o Brasil pois era o país que mais oferecia vagas. “Queria ter mais experiência de vida, outra cultura, além de ter o ensino superior. Na Paraíba já tinham pessoas que conhecia do meu país. Em vez de ir pra um lugar que não tinha contato com ninguém resolvi me aproximar de pessoas do meu país que já estu-dam aqui”.

Adjif conta que a adaptação foi difícil apenas pela alimentação e algumas particularidades da lín-gua, mas já se encontra ambienta-do. “Feijão lá não é comum de se comer todos os dias, já aqui é todo dia e no começo foi difícil, mas agora já estou mais habituado”.

A multiculturalidade na UFPB pode ser considerada uma realidade com constante suporte e expansão. As experiências troca-das entre estrangeiros e brasileiros só enriquecem a instituição mui-to além do âmbito acadêmico, aproxima os países e as pessoas, e é parte importante para elas cons-truírem sua concepção profissio-nal e de vida.

Adjiff Pinto Ié, estudante de Guiné-Bissau veio à UFPB por recomendação de colegas que já estudavam na Instituição

Foto: Rômulo Jefferson

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A comunidade indígena potiguar na UFPB - cerca de 120 estudantes apenas no campus I - se organiza para buscar soluções que melhorem o de-sempenho dos alunos (a maioria oriunda do sistema de cotas) nas disciplinas de português, matemática, química e física, que representam a base para vários cursos. A ideia é minimizar a retenção e evasão por parte dos discentes.

Em reunião com a Reitora Margareth Diniz, ficou acordado que serão disponibilizadas aulas de tutoria e monitoria para os estudantes. Os alunos se reuniram também com a diretora do Centro de Ci-ências Humanas e Letras (CCHL), Mônica Nóbrega, para definir o projeto que disponibilizará tutores para a disciplina de português. Em outro encontro, com a presença da Ierecê Lucena, diretora do Centro de Ciências Exatas e Naturais (CCEN), ficou definida a estratégia para a oferta das disciplinas de matemática, química e física.

De acordo com o aluno de engenharia Bruno Rodrigues, os estudantes sentem necessidade de um acompanhamento como esse para suprir as carências do ensino básico. “Nós somos oruindos de uma esco-la pública que é indígena e tem um ensino precário.

Então, muitos de nós não conseguimos acompanhar totalmente as turmas porque a gente teve um ensino que não foi tão bom quanto deveria ter sido”, co-menta.

A partir do entendimento obtido entre os es-tudantes e a administração, está sendo realizado um levantamento para apontar quantos alunos necessi-tam das aulas e em que matérias. Além disso, na ela-boração do perfil os estudantes terão a possibilidade de escolher entre os horários da manhã e tarde para assistir as aulas de acompanhamento, uma forma de evitar choque de horário com as disciplinas regulares dos cursos.

Rodrigues explica que as dificuldades para acompanhar as turmas foram discutidas na própria comunidade, localizada nos municípios de Rio Tin-to, Mamanguape e Marcação. Eles entendem tam-bém que o problema deve ser sanado ainda no ensino básico, com melhores condições de ensino.

A iniciativa dos alunos da comunidade potiguar tem por base o projeto de permanência desenvolvido pela Universidade Nacional de Brasília (UNB), reali-zado com o objetivo de diminuir a evasão e retenção de estudantes cotistas.

Comunidade Potiguar buscamelhora de desempenho acadêmicoReportagem e foto: Rômulo Jefferson

Bruno Rodrigues (esquerda), Tamara Rodrigues e Mônica Nóbrega. diretora de Centro

Foto: Rômulo Jefferson

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A comunicação é um instru-mento de instrução, integração e desenvolvimento, ocasionado por uma informação transmitida entre um emissor e um receptor. Para esse procedimento ocorrer de maneira satisfatória, é necessá-rio que o último elemento tenha condições de compreender a men-sagem recebida. Porém, em uma sociedade majoritariamente com-posta por ouvintes, pessoas surdas

encontram uma barreira diária neste processo.

Com base nesta realidade, o projeto Tradução para a LIBRAS de obras literárias, idealizado na Licenciatura em Letras/Libras da UFPB, tem como objetivo tradu-zir livros consagrados para a Lín-gua Brasileira de Sinais e garan-tir o acesso das pessoas surdas às obras conhecidas pelos ouvintes.

No ano de 2012, represen-tantes do Curso estiveram em um Congresso em Santa Catarina. No local foi realizada uma pesquisa entre a comunidade surda para sa-ber qual obra deveria ser reprodu-zida. A Bíblia, o livro mais tradu-zido do mundo, foi escolhida por unanimidade entre os presentes.

Em 2013 teve início um es-tudo sobre a Bíblia. Um teólogo

Projeto traduz Bíblia para Língua Brasileira de SinaisReportagem: Luan Matias

ACESSIBILIDADE

Gravações acontecem no estúdio do Departamento de Mídias Digitais

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foi contactado e alertou a equipe sobre a complexidade em tradu-zir toda a obra de imediato. Ficou decidido que o Evangelho de João seria o primeiro livro traduzido, seguindo assim uma tendência mundial em comunidades lin-guísticas. Os ensaios começaram e como não havia verba para as gravações definitivas, acabaram sendo filmados.

Neste mesmo ano o progra-ma do Curso de Letras/Libras teve quatro projetos aprovados como ProExt. Com isso foram solici-tados materiais para a produção efetiva, como figurino, câmeras e edição, mas a política de liberação financeira atrasou o processo. Para que o trabalho não fosse inter-

rompido, uma parceria com o De-partamento de Mídias Digitais, na figura do Coordenador Cleber Morais, surgiu como solução.

A estrutura do Demid, que conta com estúdio, laboratórios e câmeras, além de técnicos, alunos estagiários e voluntários, levou a produção a um outro patamar. A parceria foi além do auxílio nas gravações e logo ganhou uma nova faceta: a gravação de áudio, passando assim a ser acessível também a deficientes visuais ou a quem simplesmente queira ouvir a obra.

“Já existiam outras versões da Bíblia em Libras, mas eram fei-tas em paredes neutras e alguém

sentado fazendo uma tradução morta. A literatura surda requer uma vivência da obra, com figu-rino e encenação teatral. Por essa característica audiovisual, o pro-jeto acabou se tornando um pro-dução cinematográfica”, contou a Coordenadora, Janaina Peixoto.

A produção do Evangelho de João está em fase final. Cerca de 2.500 dvds serão gravados. A proposta final é abastecer biblio-tecas de instituições que tenham representação de alunos surdos. Após receber um feedback da co-munidade, os membros do pro-jeto decidirão se continuam gra-vando outros livros da Bíblia ou iniciam a produção de uma nova obra.

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A falta de projetos complementares – instalações elétricas, hidráulicas, rede, cabeamento – aliada a um novo parecer jurídico da Procuradoria da UFPB, têm sido os grandes responsáveis pelo atraso na conclusão de obras nos campi da Instituição e pela dificulda-de na retomada delas, respectivamente. Para tentar

sanar os problemas enfrentados até agora, Marcelo Diniz, diretor de obras da Prefeitura Universitária (PU), conta que o foco agora é concluir as obras em andamento. Além disso, segundo ele, todas as ordens de serviço serão concedidas quando os projetos com-plementares e todas as licenças estiverem liberados.

Obras estão paralisadaspor inobservância de prazosReportagem: Rômulo Jefferson

PARECER JURÍDICOConstrução na Escola Técnica de Saúde aguardando conclusão.

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A inexistência dos projetos complementares quando as obras são iniciadas faz com que as obras sejam paralisadas, muitas vezes, em fase de acaba-mento. Ocorre que no entendimento legal anterior, o contrato com a empresa responsável é paralisado assim que uma construção fica parada e volta a con-tar no momento de sua retomada. Entretanto, um novo parecer jurídico diz que o tempo de contrato e o prazo de conclusão das obras são distintos.

Na prática essa decisão fez com que muitas em-presas não pedissem tempo adicional para conclusão das obras e tivessem o contrato extinto. Nesse caso é preciso abrir um procedimento para apurar o que

ocorreu e assim concluir a construção, obedecendo uma série de trâmites legais.

Esse processo, conhecido como remanescente, gera duas situações distintas, por isso a necessidade de analisar caso a caso. Quando constatado que não houve responsabilidade da empresa pela paralisação da obra ela pode ser novamente contratada para finalizá-la, mas quando ela é culpada pelo atraso é necessário contratar outra empresa além de punir a anterior. No caso da nova empresa, ela recebe exa-tamente o valor do saldo restante da obra, mas esse valor pode ser reajustado a pedido da empresa um ano após o início do contrato. Marcelo Diniz afirma que algumas dessas obras chegaram a ser reajustadas em cerca de 400 mil reais, mediante o atraso para sua conclusão.

A falta de pedidos de aditivos de prazo também está relacionada com o número pequeno de fiscais responsáveis pelas obras. Segundo o diretor de obras da PU, Marcelo Diniz, faltam fiscais, engenheiros e arquitetos para suprir as necessidades que deman-dam do crescimento da Universidade.

Atualmente estão disponíveis oito arquitetos para a elaboração de mais de 100 projetos na fila de espera, para o diretor de obras da P.U. são ne-cessários 15 para atender a demanda. No MEMO UFPB/PU/DO nº 400/2013 enviado ao gabinete da reitora, o órgão explica os limites de trabalho para cada fiscal, que são três obras e/ou reformas ou; três mil metros quadrados (m²) ou; três milhões de reais. Hoje, constam nos quadros da Prefeitura 12 pro-fissionais, mas seriam necessários 23 para obedecer as normas estabelecidas no memorando. Todos os profissionais necessários para o bom funcionamento da Prefeitura Universitária já foram solicitados à ad-ministração, segundo Marcelo Diniz.

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A UFPB recebeu no final de semana dos dias 27 e 28 de março, o JampaJam, edição pessoense da iniciativa de design mundial Global Service Jam, rea-lizada anualmente em várias partes do planeta desde 2011, durante os meses de fevereiro e março. O even-to consiste em um grupo de pessoas que se reúne em um espírito de experimentação, cooperação e com-petição amigável, durante 48 horas, para desenvolver novos serviços inspirados em um tema.

Na sua primeira edição, a JampaJam reuniu uma equipe de oito componentes em volta do tema “Uma interpretação de um processo de criação de um brinquedo de papel”. De acordo com Cléber Morais, coordenador do Curso de Comunicação em Mídias Digitais e um dos organizadores da edição pessoense, “A ideia era criar com simplicidade e diversão um pro-cesso de serviço para a sociedade. As interpretações mundiais variavam e isso que cria um ecossistema de criação”.

Os idealizadores do Global Service Jam rela-tam como a principal característica da iniciativa o encorajamento da experimentação e inovação no design. Um sistema em que um grupo se reúne sem

ideia prévia, sem conhecer um ao outro, e são esti-mulados a partir de um tema a trabalhar um projeto de design enquanto conhecem novas pessoas.

Segundo Cléber Morais, “a principal contri-buição para a UFPB é entrar em contato com as di-nâmicas de criação do mundo inteiro e poder con-tribuir também com parte desse processo. O evento é uma maratona global síncrona de criatividade que fomenta a inovação”.

Essa foi a primeira edição realizada na UFPB, com estrutura cedida pelo Departamento de Mídias Digitais, e equipe de organizadores formadas por professores e alunos do Curso de Comunicação em Mídias, onde foram utilizados o auditório e os labo-ratórios para a produção.

Durante as 48h do evento, foram desenvolvi-dos protótipos de interação para celular e para web. “As atividades foram bem tranquilas, mas muito tra-balho para ser feito em pouco tempo. No sábado a noite já estávamos exaustos, mas conseguimos pelo menos finalizar a proposta até o domingo às 15h. Estamos cogitando continuar esse projeto, incuban-do-o para gerar um produto”, relata Morais.

UFPB recebe edição paraibanaReportagem: Wallisson Costa

GLOBAL SERVICE JAM

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Ano II . Número 9 - Outubro 2014UFPB