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nº 01 - Maio 2013

UFPB em revista

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Os desafios para a instituição

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Page 1: UFPB em revista

nordm 01 - Maio 2013

EditorialOs desafios para a nova gestatildeo da Universidade Federal da Paraiacuteba satildeo imensos e decorrem da ausecircncia de planejamento e de accedilotildees administrativas vividas pelo menos nos uacuteltimos doze anos Seratildeo quatro anos para num esforccedilo concentrado fazer as correccedilotildees de rumo e redirecionar a Instituiccedilatildeo no sentido de colocaacute-la no cenaacuterio das mais importantes do paiacutes Este eacute o sentido da frase criada pelo seu fundador Joseacute Ameacuterico de Almeida ldquooutros vos daratildeo asas e o selo da per-petuidaderdquoCom o programa Reuni do Governo Federal a UFPB possibilitou que muitos jovens pudessem abra-ccedilar um curso de graduaccedilatildeo no sistema de ensino puacuteblico federal Aleacutem do ampliar as vagas para estudantes a Instituiccedilatildeo viu florescer em seus quatro Campi uma seacuterie de obras de engenharia Satildeo salas de aula e espaccedilos laboratoriais destinados a acomodar professores estudantes e teacutecnicos administrativos advindos do ReuniNo entanto apesar dos esforccedilos dos docentes (que elaboraram os projetos de criaccedilatildeo de novos cursos e da ampliaccedilatildeo de vagas nos jaacute existentes) entraves propositais de ordem administrativa dificultaram ou instituiacuteram equiacutevocos de difiacutecil reversatildeo Uma seacuterie de fatores ocorreu para que as obras natildeo tivessem os prazos de entrega cumpridos e que uma seacuterie de equipamentos tenha deixado de ser comprado A grande maioria dos novos cursos enfrenta problemas traduzidos na falta de equipamentos para os laboratoacuterios e ainda a ausecircncia de espaccedilos para salas de aula Se os recursos foram liberados pelo Governo Federal na proporccedilatildeo indicada nos projetos faltou-nos uma administraccedilatildeo competente para fazer com que fossem aplicados de modo ceacutelere e eficaz durante o periacuteodo administrativo que marcou a gestatildeo Rocircmulo Polari e Iara MatosA uacutenica explicaccedilatildeo reside na ausecircncia de competecircncia administrativa que senatildeo vejamos a Biblio-teca Central encontra-se em estado lastimaacutevel por conta dos fungos e da poeira que ameaccedilam o acervo Sem nenhuma reforma para correccedilatildeo dos problemas de ventilaccedilatildeo e adequaccedilatildeo de clima-tizaccedilatildeo livros funcionaacuterios e usuaacuterios de modo geral estatildeo afetados pela proliferaccedilatildeo de fungos e poeiraNa falta de um Plano Diretor que pudesse ordenar o crescimento da UFPB o problema com ausecircncia de espaccedilo para novas construccedilotildees em plano horizontal resulta forccedilosamente na verticalizaccedilatildeo das construccedilotildees A falta de planejamento dificulta a mobilidade e mesmo nos preacutedios de poucos anda-res falta acessibilidade para as pessoas com deficiecircncia prevista em Lei O resultado da ausecircncia ou pouca importacircncia dada ao planejamento pode ser sentido na dificul-dade de estacionamento nas ausecircncias de acessibilidade de seguranccedila contra incecircndio e de um sistema de vigilacircncia e monitoramento que possibilitem transitar no Campus com seguranccedila Todos esses problemas aliados a uma burocracia maccedilante letaacutergica e pouco funcional emperram o fun-cionamento mais baacutesico da Instituiccedilatildeo

Profordm Derval Gomes Golzio

Expediente

Orientaccedilatildeo Professor Derval Golzio e Rubens WeyneEditores Marina Maracajaacute e Nayane Maia

Colaboraram nesta ediccedilatildeo Layse Pereira (projeto graacutefico)Capa e Arte Nayane Maia

UFPB em revista eacute uma atividade das disciplinas Oficina de Produccedilatildeo de Texto e Editoraccedilatildeo II do curso Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais da UFPB

Joatildeo Pessoa - PBMaio - 2013

ediccedilatildeo nordm 01

SumaacuterioUFPB agrave distacircncia expande horizontes para a educaccedilatildeo

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Bioteacuterios da UFPB revelam diferenccedilas e abandonop18

EJA Consultoria proporciona crescimento profissionalp24

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidadep38

UFPB Virtual e o Ensino agrave distacircncia na Paraiacutebap12

Ano de 2015 eacute limite para meta plena de acessibilidadep34

Neurocientista Miguel Nicolelis reabre Foacuterum Universitaacuteriop28

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeop42

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governop48

Quem satildeo e como vivem os estrangeiros na UFPBp52

Viacutedeo veiculado na internet revela atrito em sala de aulap10

Grupos de pesquisa desafios e metas dos pesquisadores da UFPBp20

Estaacutegio A busca pela experiecircncia profissionalp26

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Centralp40

Curso preacute-vestibular funciona de modo precaacuteriop14

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeop36

Estacionamento precaacuterio provoca transtorno na UFPBp32

Onde os gatos tecircm vezp46

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agorap50

ENSINO

8 - UFPB em Revista

Com o sistema de Educaccedilatildeo agrave Distacircncia ndash EaD pelo UFPB-VIRTUAL atraveacutes do sistema

Moodle alunos da graduaccedilatildeo regular presencial da UFPB podem ter ateacute 20 da carga horaacuteria de seus cursos ministrados virtualmente Conforme prevecirc a Portaria Nordm 4059 de 10 de dezembro de 2004 do MEC Atraveacutes desta portaria que vale para todo o territoacuterio nacional a professora e pes-quisadora Deacutebora Regina Opolski da disciplina de Aacuteudio I (curso de Comu-nicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais) ministrou algumas aulas on-line via viacutedeo confe-recircncia e acompanhou algumas ativida-des pela plataforma Moodle (sistema de administraccedilatildeo de atividades educa-cionais destinado agrave criaccedilatildeo de comu-nidades on-line em ambientes virtuais voltados para a aprendizagem utiliza-dos pelas universidades em todo)

Poreacutem segundo relatos de estu-dantes do curso esta ferramenta natildeo os favoreceu academicamente pois a plataforma utiliza um layout compli-cado para quem natildeo teve um preacutevio

UFPB agrave distacircncia expande horizontes para a educaccedilatildeo

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treinamento de uso e esta dificuldade acabou prejudicando o andamento das atividades bem como o conteuacutedo a ser transmitido ldquoFoi difiacutecil pra mim porque as atividades que a professora enviava natildeo apareceram por completo sempre faltava um ou outro arquivo Tive que pegar o conteuacutedo com cole-gas que tiveram acesso aos arquivos que natildeo apareciam para mim Quase toda a turma teve problemas para usar o Moodle muitos tiveram problemas de conexatildeo onde o sistema natildeo fazia o login da senha de acesso (que era individual) e utilizava o nosso nuacutemero de matricula como usuaacuteriordquo disse a es-tudante Jeacutessica de Souza Morais

A professora Deacutebora tambeacutem con-tou que teve vaacuterios problemas para incluir os alunos no sistema como tambeacutem para envio de arquivos com os conteuacutedos e atividades Essas fa-lhas acabaram comprometendo muito o ensino da disciplina para a turma Ela ainda relatou que por vaacuterias vezes procurou a equipe teacutecnica da univer-sidade bem como amigos que utili-

zavam a software em busca de algum treinamento ou informaccedilatildeo especiacutefica para utilizaccedilatildeo da ferramenta para pro-fessores que inclui aleacutem do monitora-mento de utilizaccedilatildeo e de carga horaacuteria de visita dos arquivos pelos alunos o sistema de consolidaccedilatildeo de notas para cada estudante matriculado

Para a coordenadora adjunta da UFPBVIRTUAL Renata Patriacutecia Lima Jeronymo M Pinto esse softwa-re tem uma proposta bastante diferen-ciada de aprender e passar informaccedilatildeo em colaboraccedilatildeo no ambiente on-line e tem como base a pedagogia soacutecio construtivista aberta livre e gratuita e pode ser carregado utilizado mo-dificado e ateacute distribuiacutedo ldquoDesconhe-ccedilo o acontecimento destes problemas apresentados neste caso da turma de Miacutedias Digitais mas afirmo que foi um caso isolado pois geralmente natildeo temos muitos problemas com a plata-forma Eventualmente podem aconte-cer alguns desvios de funcionamento que podem ser resolvidos pela equipe teacutecnica em caso de reclamaccedilotildees Algu-

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 9

Reuniatildeo de professores no Laboratoacuterio I da UFPB Virtual

O que fazer para melhorar

Sistema Virtual

ReportagemDannylo Vasconcelos

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Foto do cartaz de divulgaccedilatildeo do vestibular da UFPB Virtual em 2012

mas medidas foram tomadas nos uacutelti-mos meses para melhorar o acesso e a utilizaccedilatildeo do Moodle e muitas outras melhorias viratildeo ainda esse mecircsrdquo disse

Para o aluno Adilson Joseacute de Oli-veira de 34 anos do curso de Pedago-gia online que utiliza exclusivamente o Moodle como interaccedilatildeo entre os gra-duandos e professores a plataforma no inicio das atividades de curso apresen-ta certa complexidade de utilizaccedilatildeo mas nada que com pouco tempo de uso natildeo fique faacutecil ldquoTive soacute um proble-ma no qual um arquivo de revisatildeo de prova natildeo apareceu pra mim logo co-muniquei ao professor e ele me enviou por email No mais nada de muito complicadordquo relatou o estudante que ainda elogiou o sistema dizendo ser para ele que mora longe do campus da universidade a oportunidade de fazer um curso superior em casa podendo assim continuar com suas atividades profissionais no municiacutepio que mora no cariri paraibano

A UFPBVIRTUAL e o Centro de Informaacutetica da UFPB publicaram no dia 09 de abril um projeto-parceria atraveacutes da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios com o objetivo de melhorar a qualida-de no acesso agrave plataforma de ensino agrave distacircncia Solicitando a colaboraccedilatildeo de atuais e ex usuaacuterios a ideia eacute apurar informaccedilotildees que os ajudem a melho-raacute-lo Os questionaacuterios foram projeta-do de forma a serem respondidos num tempo que varia entre 2 e 5 minutos Todos podem participar estudantes professores tutores etc

Os questionaacuterios contemplam as-suntos importantes no questionaacuterio 1 a abordagem se centra na Anaacutelise da Acessibilidade da Plataforma EaD da UFPBVirtual no questionaacuterio 2 o pon-to central eacute a avaliaccedilatildeo da Interface do Curso Superior de LIBRAS da UFPB Virtual (Apenas para alunos do curso de letrasLIBRAS) no questionaacuterio 3 as questotildees buscam informaccedilotildees sobre a Comunicabilidade na UFPB Virtu-al no questionaacuterio 4 a abordagem eacute a avaliaccedilatildeo de Interfaces de Platafor-mas EAD em Dispositivos Moacuteveis no questionaacuterio 5 os idealizadores bus-cam respostas sobre a Usabilidade do Ambiente Virtual Moodle No questio-naacuterio 6 a abordagem busca avaliar In-terfaces Multimodais na UFPB Virtual

Com o intuito de formar profes-sores Leigos atuantes em escolas publicas bem como o a formaccedilotildees de jovens e adultos que moram no interior da Paraiacuteba UFPBVIRTU-AL integra o Sistema Universidade Aberta do Brasil ndash UAB Utilizando modernas tecnologias da informaccedilatildeo e da comunicaccedilatildeo e de metodologias inovadoras de ensino Os cursos satildeo desenvolvidos com base na Internet atraveacutes do ambiente virtual de apren-

dizagem Moodle e tambeacutem materiais impressos CDs DVDs Bibliotecas Virtuais e assistecircncia personalizada aos estudantes nos Polos de Apoio presencial em todo o Estado Ao todo satildeo ofertados nove cursos de graduaccedilatildeo todos na modalidade a distacircncia e com 50 das vagas por cada ano no vestibular em Matemaacuteti-ca Letras Libras Pedagogia Ciecircn-cias Bioloacutegicas Ciecircncias Agraacuterias Ciecircncias Naturais Computaccedilatildeo e Administraccedilatildeo Puacuteblica

e no questionaacuterio 7 avaliar o Uso de EAD e Redes Sociais

ENSINO

10 - UFPB em Revista

Viacutedeo veiculado na internet revela atrito em sala de aula

O acesso a uma grande gama de informaccedilotildees e meios de propa-gaccedilatildeo raacutepida de notiacutecia oca-

sionado pela popularizaccedilatildeo das redes sociais nos uacuteltimos tempos fez com que surgissem vaacuterias atitudes de estu-dantes entre eles universitaacuterios que seja por provocaccedilatildeo ou simples curio-sidade passaram a questionar o pro-fessor acerca da disciplina e dos meacuteto-dos aplicados O resultado eacute o aumento dos atritos naturais envolvendo a hie-rarquia existente na relaccedilatildeo de quem ensina e quem aprende

Recentemente circulou nas redes sociais um viacutedeo realizado dentro da sala de aula por estudantes do 1ordm periacute-odo do curso de Comunicaccedilatildeo Social da Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) O viacutedeo foi protagonizado pela professora Maria Luacutecia de Olivei-ra e uma de suas alunas nele a profes-sora demonstra fuacuteria ao perceber que a estudante estava lendo um livro que natildeo pertencia agrave aula

Os alunos que tinham o haacutebito de usar os celulares para captar o aacuteudio para estudo posterior imediatamente gravaram a discussatildeo e recorreram entatildeo ao coordenador do curso que os orientou a juntarem mais provas O

resultado foi uma seacuterie de viacutedeos que pipocaram nas redes sociais e no you-tube chamando a atenccedilatildeo de outros meios de comunicaccedilatildeo

Este fato ocorrido dentro da UFPB expotildee a fragilidade da relaccedilatildeo discen-te-docente na atualidade onde um ex-cesso de autoridade pode acarretar pro-blemas no relacionamento e em casos extremos como o acontecido provo-car um fim forccedilado de uma relaccedilatildeo Ou seja o que natildeo pode ocorrer eacute o rompi-mento da barreira entre a autoridade e o autoritarismo

Segundo os alunos a Professora Luacutecia jaacute natildeo tinha um bom relacio-namento com a turma e no caso se enervou a ponto de proferir palavras que poderiam ser proferidas de forma educada mas humilhavam os mesmos ldquoA gente jaacute tinha ouvido falar que ela humilhava os alunos e que para ser aprovado com ela tinha de conversar com ela mostrar-se amigo delardquo con-ta Edielly Arauacutejo ldquoO bom professor tem de ser humano Um tiacutetulo pode ateacute causar um distanciamento na relaccedilatildeo No episoacutedio por exemplo a professo-ra bradava que era doutora e que noacutes natildeordquo completa

Desde crianccedila somos educados

a respeitar a hierarquia educacional Dentro de uma instituiccedilatildeo de ensi-no o professor eacute a parte do comando que estaacute mais proacuteximo ao aluno Eacute o professor que determina o processo de construccedilatildeo do conhecimento Jaacute o alu-no deve acatar as decisotildees dos docen-tes e provar que aprendeu

A relaccedilatildeo professor-aluno estaacute sujeita a normas dos professores e do curso aspectos pedagoacutegicos objetivos a serem cumpridos sistemas de avalia-ccedilatildeo e outra gama de convenccedilotildees que natildeo estatildeo apenas sob a accedilatildeo dos proacute-prios docentes e discentes como pode-ria se pensar Inclusive algumas delas estatildeo sujeitas agrave legislaccedilatildeo vigente no Brasil

A lei que rege a educaccedilatildeo superior do nosso paiacutes eacute denominada LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo) de 20 de dezembro de 1996 Ela promove a descentralizaccedilatildeo e a autonomia para as universidades prevendo que estas elaborem e executem seu plano peda-goacutegico onde se estabelece a relaccedilatildeo aluno-professor

No caso relatado a professora foi taxada como vilatilde da histoacuteria e acabou afastada do departamento Foi procu-

Alunos usam redes sociais e procuram a miacutedia para expressar revolta contra atitude de professora UFPB tenta minimizar choque atraveacutes de ouvidoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 11

rada por toda imprensa para dar a sua versatildeo dos fatos mas preferiu o silecircn-cio dando voz ao ditado popular de que ldquoquem cala consenterdquo Outros pro-fessores poreacutem se declaram viacutetimas em casos semelhantes

De acordo com o mestre em His-toacuteria pela UFPB Paulo Eduardo ldquoLe-cionar estaacute a cada dia mais difiacutecil Nem me preocupo tanto com o salaacuterio mas principalmente com a violecircncia as agressotildees Natildeo sei realmente o que fazer tanto para natildeo ser agredido quanto para me conterrdquo desabafa

Percebe-se que a diferenccedilas de postura de um professor para outro quando estes imprimem a sua ldquomarcardquo De acordo com a sua personalidade evidenciam diferenccedilas metodoloacutegicas e filosoacuteficas que satildeo percebidas pelos alunos em sala de aula Um bom pro-fessor acaba sendo espelho e ateacute certo ponto um iacutedolo para alguns alunos

Ouvidoria

Reportagem Roacutebson A Viana e Wallyson Costa

A gestatildeo de uma universidade em-bora baseada na democracia continua com as decisotildees sendo tomadas verti-calmente de cima para baixo estabe-lecendo relaccedilotildees de autoridade Alguns professores valem-se dessa autoridade para impor seu respeito ao inveacutes de estabelececirc-lo atraveacutes da conquista Poucas decisotildees satildeo tomadas de forma coletiva

A fim de minimizar isso e para o re-cebimento de reclamaccedilotildees e sugestotildees sobre o funcionamento da instituiccedilatildeo a UFPB possui a Ouvidoria Geral co-mandada pelo Prof Dr Ceacutesar Emanoel Barbosa de Lima Segundo o Professor a Ouvidoria serve como acolhimento e estaacute agrave disposiccedilatildeo para receber suges-totildees e conciliar situaccedilotildees tanto quanto tem funccedilatildeo de encaminhar denuacutencias sobre casos

O oacutergatildeo funciona como apazigua-dor tentando encaminhar as reclama-ccedilotildees para o setor competente ldquoQuando haacute reclamaccedilotildees de alunos a gente ouve e entramos em contato com o depar-tamento e com o professor Depois de encaminhada a denuacutencia haacute um prazo para a resposta Se alguma parte natildeo fica satisfeita com o encaminhamento a denuacutencia vai subindo de instacircncia ateacute o oacutergatildeo superior por exemplo o Con-selho Universitaacuterio (Consuni)rdquo

Atualmente a Ouvidoria eacute um oacuter-gatildeo pouco divulgado tanto que no

caso da professora Luacutecia nenhuma denuacutencia foi feita ldquoEstamos um pouco escondidos embora as ligaccedilotildees nos se-jam encaminhadas Temos de ser mais

humanos e melhorar no contato com a sociedaderdquo diz Barbosa de Lima

Ele segue argumentando que ldquotem

de haver uma divulgaccedilatildeo melhor do que eacute realizado aqui dentro para so-ciedade A nova gestatildeo estaacute disposta a dar uma nova roupagem a UFPB A di-vulgaccedilatildeo seraacute bem maior Estamos nos mudando para o hall de entrada da rei-toria o que nos daraacute maior visibilida-de Na paacutegina da UFPB seraacute colocado um link que natildeo havia ateacute o momento para contato direto com a Ouvidoriardquo completa o professor afirmando que dessa maneira espera chegar cada vez mais perto de uma relaccedilatildeo professor-aluno agradaacutevel

ldquoNatildeo existe sistema 100 natildeo se resolve tudo mas trabalhamos para que isso aconteccedilardquo

Prof Ceacutesar Emanoel Lima

O prof Ceacutesar Emanoel afirma empenho na melhora da relaccedilatildeo ProfessorAluno

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Nova localidade da Ouvidoria sendo preparada no Hall de entrada da UFPB

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12 - UFPB em Revista

UFPB Virtual e o Ensino agrave distacircncia na Paraiacuteba

Polo presencial no campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba em Joatildeo Pessoa

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O ensino a distacircncia jaacute eacute uma re-alidade que se consolida cada vez mais nas universidades do

Brasil e do mundo Com a Universi-dade Federal da Paraiacuteba natildeo eacute dife-rente a UFPB Virtual tem recebido cada vez mais alunos o que confirma a tendecircncia de crescimento da educa-ccedilatildeo agrave distacircncia (EAD) no cenaacuterio pa-raibano

Todos os cursos oferecidos pela UFPB virtual funcionam de maneira similar Poreacutem cada qual com modi-ficaccedilotildees para atender as necessidades especiacuteficas de cada aacuterea O curso de licenciatura em ciecircncias bioloacutegicas agrave distacircncia por exemplo aleacutem das au-las virtuais e encontros presenciais possui aulas de campo e em laboratoacute-rio para uma formaccedilatildeo mais completa e soacutelida dos alunos De acordo com o facebook da UFPB Virtual ldquoAlguns procedimentos satildeo padronizados ou-tros natildeo O uacutenico que todos tem em comum 100 satildeo as provas presen-ciais obrigatoacuterias pelo MECrdquo

Cursos agrave distacircncia na UFPB

Os cursos ofertados pela UFPB Virtual satildeo ministrados via Moodle software que serve como plataforma virtual de aprendizagem Haacute tambeacutem aulas presenciais cuja localizaccedilatildeo e periodicidade variam O curso de Pe-dagogia por exemplo possui mais de 15 poacutelos em diferentes municiacutepios da Paraiacuteba para viabilizar as aulas presen-ciais

O preparo dos professores eacute fei-to por meio do e-tutor um projeto de capacitaccedilatildeo continuada da UFPB vir-tual Nele qualquer professor ou tutor da UFPB pode se inscrever _ na coor-denaccedilatildeo do curso do qual faz parte _ para a seleccedilatildeo do processo de cursos de capacitaccedilatildeo que possuem vagas li-mitadas

Ateacute o momento todas as gradua-ccedilotildees pela UFPB Virtual satildeo ofertadas na modalidade Licenciatura com ex-ceccedilatildeo do Bacharelado em Adminis-traccedilatildeo Puacuteblica Haacute tambeacutem uma poacutes-

graduaccedilatildeo especializaccedilatildeo em Gestatildeo Puacuteblica As graduaccedilotildees satildeo Ciecircncias Agraacuterias Ciecircncias Bioloacutegicas Ciecircn-cias Naturais Matemaacutetica LetrasPor-tuguecircs LetrasLIBRAS Computaccedilatildeo e Pedagogia

Um dos principais objetivos da oferta de cursos agrave distacircncia eacute dar a oportunidade agraves pessoas que natildeo po-dem se deslocar para outras localidades com o intuito de realizar tais cursos Dessa forma a oferta de curso online pela UFPB jaacute ultrapassou ateacute mesmo as fronteiras do estado Eacute possiacutevel ci-tar como exemplo o curso de Ciecircncias Bioloacutegicas que possui um polo na ci-dade de Jacaraci na Bahia Haacute tambeacutem dois poacutelos para o curso de Pedagogia no estado de Pernambuco nas cidades de Limoeiro e Ipojuca Apoacutes a conclu-satildeo dos cursos de graduaccedilatildeo a distacircn-cia eacute possiacutevel continuar os estudos com uma especializaccedilatildeo lato sensu ou strictu sensu O diploma eacute vaacutelido como o de qualquer outra graduaccedilatildeo realiza-da na modalidade presencial

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 13

Treinamento de professores pelo e-tutor

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Reportagem Walter Liciacutenio e Eacuterika Antunes

Os cursos de licenciatura agrave distacircn-cia satildeo ofertados com o intuito de for-mar professores aptos a ministrarem aulas na segunda etapa do ensino fun-damental e no ensino meacutedio atenden-do a necessidade de aprimoramento de professores que natildeo tecircm ensino supe-rior e formando pessoas residentes nas cidades do interior do estado que natildeo possuem faacutecil acesso agrave educaccedilatildeo ldquoHaacute todo tipo de aluno sem-terra pessoas da zona rural pessoas de alta e baixa renda etc Se vocecirc der uma olhada em nosso edital vocecirc veraacute que atendemos 3 tipos de puacuteblico distintos Demanda social professores da rede puacuteblica e surdosrdquo afirma a paacutegina do facebook da UFPB Virtual

Um dos maiores esforccedilos da edu-caccedilatildeo agrave distacircncia eacute manter a qualidade de ensino para que seus cursos sejam tatildeo eficientes quanto os presenciais Para que isso seja possiacutevel tem-se mantido paracircmetros dos cursos pre-senciais equivalentes Por exemplo o curso de Ciecircncias Bioloacutegicas oferece um fluxograma curricular igual ao mi-nistrado presencialmente com o mes-mo nuacutemero de horas-aula e creacuteditos Jaacute o curso de Matemaacutetica conta com apenas 90 horas a menos que seu equi-valente presencial

Preconceito

Pessoas mais tradicionais tendem a pensar que um formado em EAD

natildeo eacute tatildeo capaz quanto um formado em curso presencial A realidade eacute bem contraacuteria com a flexibilidade de horaacute-rios a pessoa que estaacute matriculada em um curso a distacircncia deve ser focada organizada e ter disciplina para man-ter seus estudos _ natildeo se dispersar seja com o ambiente onde estaacute ou a inter-net

Desde o ano de 2004 o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) aprovou a inser-ccedilatildeo de 20 da carga horaacuteria curricular em cursos superiores presenciais como aulas ministradas agrave distacircncia Tal posi-cionamento de um oacutergatildeo governamen-tal pode ser o indiacutecio de uma aceitaccedilatildeo

maior da modalidade de ensino ldquoO preconceito relacionado a EaD eacute uma discussatildeo ampla poreacutem ainda existe simrdquo constata o canal de contato on-line da UFPB Virtual Talvez a proacute-pria falta de conhecimento acerca da modalidade de ensino seja a razatildeo de parte da populaccedilatildeo negar-se a acreditar nesse meacutetodo educacional que com a difusatildeo do acesso agrave rede continuaraacute a se expandir

Ensino agrave distacircncia

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ENSINO

14 - UFPB em Revista

Alunas do Cursinho sendo entrevistadas

Curso preacute-vestibular funciona de modo precaacuterioAriany Melo 17 anos Emma-

nuela da Silva 24 Mayra Lu-cena 18 e Larissa dos Anjos

tambeacutem de 17 anos satildeo alunas do Cur-sinho Preacute-Vestibular que se iniciou em 14 fevereiro na UFPB - Universidade Federal da Paraiacuteba - todas elas tecircm em comum o sonho da aprovaccedilatildeo no ves-tibular

Para Ariany Melo que pretende cursar Relaccedilotildees Puacuteblicas e estaacute pela 2ordf vez no Cursinho Preparatoacuterio falta uma melhor organizaccedilatildeo para o funcio-namento das aulas ldquoO curso eacute legal mas eu esperava mais Noacutes temos mui-tas aulas vagas no ano passado natildeo era assim Pelo horaacuterio que recebemos as aulas deveriam ir das 13 agraves 17 horas Muitas vezes temos que esperar para ter apenas a uacuteltima aula simplesmente porque ningueacutem nos avisardquo comenta

O curso tem grande procura e a idade meacutedia dos frequentadores vai de 17 a 60 anos ldquoEacute difiacutecil entrar aqui a seleccedilatildeo eacute feita pela avaliaccedilatildeo da renda e o histoacuterico escolar do aluno Tambeacutem natildeo temos gastos adicionais pagamos apenas pelas coacutepias do material dispo-nibilizado pelos professores e as passa-gens de ocircnibus ainda temos o direito de tirar a carteirinha de estudanterdquo diz

Emmanuela da Silva que vai prestar vestibular para Serviccedilo Social

A turma que elas fazem parte conta com alunos portadores de necessidades especiais entre eles estaacute Larissa dos Anjos que sonha em fazer Psicologia Para ela a rotina de pegar material de-pois das aulas eacute um pouco diferente Jaacute que natildeo enxerga Larissa tem que ir ateacute o setor da universidade responsaacutevel em passar para o Braile o material dispo-nibilizado ldquoNoacutes pegamos o material necessaacuterio para as aulas com exceccedilatildeo de Matemaacutetica Quiacutemica e Fiacutesica que natildeo fica disponiacutevel Esses professores fazem o que podem enviam por email e eu estudo com ajuda do leitor virtu-alrdquo conta

Larissa Leite disse ainda que sente falta de algumas atitudes para ela eacute pre-ciso maior empenho para que as coisas funcionem melhor Mayra Lucena que espera cursar Jornalismo ou Pedagogia no ano que vem concorda com a cole-ga ldquoNo comeccedilo das aulas tinha uma pessoa aqui para acompanhar e ajudar no que eles precisassem agora somos noacutes que fazemos isso Inclusive temos um colega esquizofrecircnico e fica visiacutevel a falta de preparo dos professores quan-do acontece alguma situaccedilatildeordquo explica

Entrevista

A Coordenadora do Nuacutecleo de Jo-vens e Adultos da UFPB - Universida-de Federal da Paraiacuteba - Maria de Faacute-tima dos Santos Oliveira negou-se a dar declaraccedilotildees sobre o Cursinho Preacute-Vestibular o qual ela eacute responsaacutevel Ela exigiu uma Carta de Apresentaccedilatildeo da equipe de reportagem argumentan-do que esse eacute um procedimento de pra-xe no Departamento

Inicialmente a coordenadora omi-tiu tambeacutem o local e horaacuterio de fun-cionamento do curso Maria de Faacuteti-ma afirmou ser ldquoincorreto da parte de vocecircs (noacutes da reportagem) procurar alunos e professores do curso sem autorizaccedilatildeordquo acrescentou Maria de Faacutetima disse ainda que os professores sabem da necessidade dessa autoriza-ccedilatildeo ldquoQuem estaacute sendo inconveniente aqui eacute o professor de vocecircs porque ele sabe que isso eacute preciso Eacute uma forma de nos resguardarrdquo finalizou

O Professor Derval Golzio cha-mado de inconveniente por Faacutetima discorda dessa posiccedilatildeo ldquoeacute no miacutenimo um absurdo que um funcionaacuterio puacutebli-co se negue a disponibilizar esse tipo de informaccedilatildeo principalmente por se

tratar de coisas tatildeo simplesrdquo Golzio ainda questionou qual seria o inconveniente de prestar informaccedilotildees tatildeo baacutesicas que a professora Maria de Faacutetima sob pre-textos burocraacuteticos injustifi-caacuteveis faz tanto segredo

Greve na UFPB

A greve na UFPB foi o fator determinante para os resultados negativos obti-dos ano passado pelos es-tudantes que frequentaram o Cursinho Preacute-Vestibular da UFPB eacute o que diz o Pro-fessor de Matemaacutetica Paulo Rogeacuterio Para ele a interrup-

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 15

ccedilatildeo nas aulas causou o elevado niacutevel de evasatildeo nas turmas ldquoOs resultados ano passado natildeo foram bons a greve iniciada praticamente na metade do ano desestimulou os nossos alunos no comeccedilo do ano as salas eram cheiasrdquo pondera

Criado por um convecircnio entre a Universidade e a Secretaria de Edu-caccedilatildeo do Estado da Paraiacuteba o Curso faz parte do Nuacutecleo de Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos e foi inicialmente pensado para os estudantes do ensino meacutedio na UFPB que estatildeo no EJA ndash Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos - mas a alta procura fez com que fossem aber-tas novas vagas conta Rogeacuterio

O Professor explica que hoje exis-tem 2 turmas agrave tarde e 1 agrave noite com uma meacutedia de 150 alunos no total a maioria constituiacuteda de jovens Para ele lidar com Portadores de Necessi-dades Especiais eacute um desafio ldquoTraba-lhei com pessoas portadoras de algum tipo de deficiecircncia apenas uma vez mas faz muito tempo Natildeo tive ne-nhum tipo de treinamento acho que todo professor precisa receber um bom preparado infelizmente isso ain-da natildeo acontece O que me estimula eacute ver a forccedila de vontade desses alunosrdquo completou

Cursos de idioma pelo Departamen-to de Letras

Curso de extensatildeo em liacutenguas es-trangeiras eacute uma iniciativa do DLEM (Departamento de Letras Estrangeiras Modernas) Ele eacute aberto para toda co-

munidade seu uacutenico preacute-requisito eacute ter mais de 18 anos Satildeo oferecidos cur-sos de Liacutengua Inglesa Alematilde France-sa e Espanhola Para adentrar no curso eacute necessaacuterio fazer uma prova de sele-ccedilatildeo (em liacutengua portuguesa) O chefe do DLEM Professor Doutor Roberto Carlos de Assis natildeo soube precisar qual era a concorrecircncia do processo de seleccedilatildeo para uma das vagas dos cursos no entanto ele acredita que a concor-recircncia gira em torno de seis alunos por vaga

Os alunos de graduaccedilatildeo em Letras da UFPB supervisionados por seus professores satildeo os responsaacuteveis pelas as aulas do curso de extensatildeo Eles re-cebem uma bolsa de aproximadamente 200 reais Para dar essas aulas eacute preci-so estaacute no 4ordm periacuteodo do curso de gra-duaccedilatildeo ou jaacute ter experiecircncia compro-vada em sala de aula

O material para acompanhar as aulas fica por conta dos alunos Aleacutem disso se o aluno passar no processo se-letivo ainda tem uma taxa de matriacutecu-la no valor 100 reais para comunidade em geral e 90 reais para os alunos de letras Os alunos da residecircncia univer-sitaacuteria satildeo isentos dessa taxa

O professor Doutor Roberto Carlos de Assis crer que o percentual de eva-satildeo do curso de extensatildeo se aproxima dos 30 Para ele essa taxa eacute normal Natildeo haacute nenhum levantamento sobre quem mais procura o curso mas ele acredita que pessoas das mais diferen-tes aacutereas o procuram

Ana Carla graduanda do curso de Turismo faz o segundo semestre de in-

glecircs do curso de extensatildeo Ela acredita que o curso oferece uma boa oportu-nidade para aprender uma liacutengua to-davia o aluno tambeacutem tem que fazer sua parte para aprender mais Ela deci-diu aprender inglecircs porque na opiniatildeo dela ser biliacutengue eacute essencial para qual-quer pessoa que queira entrar no mer-cado de trabalho principalmente na aacuterea que ela pretende atuar o turismo

Ana Carla jaacute tinha uma base de co-nhecimento de inglecircs antes de entrar no curso No entanto nem todos os alunos satildeo assim Eacute o que afirma o bolsista do curso de extensatildeo Caio Antocircnio alu-no de graduaccedilatildeo em Letras Inglecircs Para ele as turmas iniciantes do curso de extensatildeo satildeo as mais trabalhosas pois muita gente natildeo tem uma boa base na liacutengua Como ele costuma dar suas au-las falando o inglecircs na maior parte do tempo algumas pessoas apresentam dificuldade Para ser melhor compre-endido por essas pessoas ele muitas vezes faz o uso da miacutemica

Outra dificuldade encontrada por Caio Antocircnio eacute o nuacutemero de alunos em sala de aula As turmas comeccedilam com 25 alunos Para o bolsista eacute possiacutevel dar uma aula com esse nuacutemero de alu-nos mas o rendimento cresce em tur-mas menores Segundo ele numa tur-ma com poucas pessoas eacute possiacutevel dar uma atenccedilatildeo individual aos alunos

Reportagem Francisco Dantas e Rocircmulo Jeferson

Curso de liacutenguas estrangeiras eacute uma iniciativa do DLEM (Departamento de Letras Estrangeiras Modernas)

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18 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Para-iacuteba dispotildee de dois viveiros de animais para pesquisas labora-

toriais tambeacutem conhecidos como bio-teacuterio Satildeo locais inteiramente voltados para estudo de animais quer seja com-portamental procriaccedilatildeo ou mesmo para realizaccedilatildeo de experiecircncias No entanto apenas uma dessas unidades encontra-se ativa e haacute diferenccedilas notaacute-veis em ambos desde sua localizaccedilatildeo agraves suas atividades

Inaugurado em Fevereiro de 2004 com 900 metros quadrados o Bioteacuterio Thomas George eacute um exemplo como setor de pesquisa de uma universida-de Integra o Laboratoacuterio de Tecnolo-gia Farmaceutica (LTF) e ocupa aacuterea dentro da UFPB cercada e com guarita proacutepria O bioteacuterio foi financiado du-rante sua criaccedilatildeo pela Agecircncia Nacio-

nal de Vigilacircncia Sanitaacuteria (Anvisa) e atualmente sua manutenccedilatildeo eacute assegu-rada por projeacutetos de pesquisa proacuteprios doaccedilotildees e pela reitoria

Dentre as espeacutecies disponiacuteveis para pesquisa o laboratoacuterio possui ratos Wistar conhecida como rato-branco-de-laboratoacuterio camundongos Swiss e coelhos prontos para estudo pesquisa e experimentos quer seja em animais vivos ou em vitro (experimentos com sistemas fechados que podem ser iso-lados temporariamente em recipientes de vidro) Os roedores satildeo alguns dos animais mais importantes em pesqui-sas laboratoriais por serem faacuteceis de cuidar com ciclo de vida curto manu-tenccedilatildeo barata e por possuiacuterem seme-lhanccedilas fisioloacutegicas com o organismo humano ao ponto de desenvolver al-gumas das mesmas enfermidades

Como funciona

Para integridade dos dados colhi-dos nas pesquisas as dependecircncias do bioteacuterio seguem estritas normas de am-bientaccedilatildeo interna Segundo o teacutecnico bioterista Joseacute Crispim ldquocada sala eacute cli-matizada e mantida com pressotildees distin-tas positivas e negativasrdquo (termo usado para definir niacuteveis de pressatildeo maiores ou menores que a pressatildeo atmosfeacuterica comum definidos de acordo com as es-peacutecies e experimentos em andamento) Os dejetos dos animais satildeo recolhidos por uma camada de maravalha (resiacuteduo de madeira semelhante agrave serragem mas de dimensotildees superiores) seus utensiacute-lios laboratoriais satildeo esterilizados por um autoclave aparelho comum em laboratoacuterios e usa vapor pressurizado para realizar a limpeza de ferramentas

Bioteacuterios da UFPB revelam diferenccedilas e abandono

Preacutedio do viveiro do LTF Bioteacuterio Professor Thomas George

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 19

Cada ambiente isolado obedece a um ciclo de 12 horas que segue a orien-taccedilatildeo de fotoceacutelulas naturalmente lo-calizadas no exterior da estrutura Esse procedimento eacute necessaacuterio para simu-lar a luz natural dentro dos ambientes e mantecirc-los isolados De acordo com o estudo realizado nessas salas sua cli-matizaccedilatildeo pode tanto obedecer agrave luz natural como inverter-se fazendo com que as salas fiquem escuras durante o dia e claras agrave noite Em qualquer caso o ciclo de 12 horas eacute mantido tentan-do natildeo estressar os animais na intenccedilatildeo de manter a integridade dos dados co-letados em suas pesquisas

O Centro destina-se apenas a estu-dos e pesquisas de poacutes-graduaccedilatildeo ten-do ateacute entatildeo prestado assistecircncia aos cursos de quiacutemica biologia fisiotera-pia e farmacologia Este ultimo sendo o mais comum e funccedilatildeo primaacuteria do bioteacuterio nas palavras de Crispim ldquo90 por cento das pesquisas satildeo com os alunos da poacutes graduaccedilatildeo de farmaacuteciardquo

Contrapartida

Natildeo muito distante ao bioteacuterio do LTF mas presente tambeacutem na UFPB existe o que hoje eacute apenas cercas e pe-quenas aacutereas encobertas por mata do viveiro gerenciado pelo Departamento de Sistemaacutetica e Ecologia jaacute conheci-do como Laboratoacuterio Tropical de Pri-matologia criado em 1982

O bioteacuterio foi desativado em 2012 pelos dirigentes da proacutepria Instituiccedilatildeo por tempo indeterminado sob pre-

sala de pesquisa chegou a hospedar 108 primatas de nove espeacutecies

Aleacutem de docentes o local tinha um veterinaacuterio e trecircs funcionaacuterios para tratamento dos animais e servia como local para conclusatildeo de estaacutegios Hoje aparentemente apenas um funcionaacuterio que natildeo pocircde ser encontrado trabalha no local no turno da manhatilde ocasional-mente regando plantas

Sempre que as atividades do bioteacute-rio de Ciecircncias Bioloacutegicas satildeo postas em questatildeo obtem-se respostas como ldquoo custo dos animais era muito caro natildeo dava para manterrdquo seguidas de ldquoo animal em cativeiro natildeo serve para ob-servaccedilatildeo natildeo estaacute em seu habitat natu-ralrdquo Respostas simplistas como estas contrariam o histoacuterico de 30 anos do bioteacuterio e seu propoacutesito que incluiacutea ob-servar animais em cativeiro

Sobra

O Departamento de Sistemaacuteti-ca e Biologia atualmente natildeo possui qualquer criadouro de animais vivos resumindo sua biblioteca bioloacutegica a uma cultura entomoloacutegica (de insetos) conservados agrave base de ar-ceco e muita naftalina Atualmente nem os endere-ccedilos on-line relacionados agrave UFPB que carregam ldquodserdquo em suas URLs fun-cionam retornando paacutegina apoacutes paacutegi-na de erros onde o servidor do centro natildeo pocircde ser localizado

texto de estar passando por reestrutu-raccedilatildeo e mudanccedilas disse a professora Caroline Ele estaacute localizado a poucos metros da cerca que adentra a mata atlacircntica por uma trilha de difiacutecil loca-lizaccedilatildeo Continha macacos prego e ser-via como centro de criaccedilatildeo e manejo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo A observaccedilatildeo e documentaccedilatildeo do com-portamento dos primatas era orientada aos alunos de biologia em atividades extracurriculares (apesar de localizar-se adjacente ao bloco de quiacutemica)

Quando funcionava

O viveiro com 1200 metros qua-drados e 43 aacutereas fechadas possuiacutea co-zinha sala de atendimento veterinaacuterio e

Exemplo de rato Wistar usado em pesquisas

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ReportagemEduardo Cezar

Gustavo de AlmeidaCituaccedilatildeo do viveiro de Ciecircncias Bioloacutegicas

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PESQUISA

20 - UFPB em Revista

F undado em 2010 e jaacute premia-do no Expocom Nordeste 2011 na categoria Ediccedilatildeo de Livro o

projeto de pesquisa Para Ler o Digital coordenado pelo Professor Marcos Ni-colau do PPGC-UFPB e do curso de Miacutedias Digitais - UFPB eacute um exemplo do quatildeo importante eacute essa aacuterea de atu-accedilatildeo Tendo como objeto de pesquisa o eBook tambeacutem conhecido como livro digital o grupo eacute pioneiro na pesquisa e desenvolvimento de novos recursos de diagramaccedilatildeo e editoraccedilatildeo

Inicialmente trabalhando com obras dos professores do Departamen-to de Miacutedias Digitais o grupo recebeu convites para ampliar seus trabalhos a todo o Centro de ciecircncias humanas letras e artes (CCHLA) e participar da criaccedilatildeo do projeto editorial digital da Editora Universitaacuteria

Em entrevista o estudante e bol-sist O estudante e bolsista do projeto Para Ler o Digital Rennam Virginio explica sua trajetoacuteria e funccedilatildeo dentro grupo ldquoentrei quando ainda estava no primeiro mecircs do curso no intuito de de-

senvolver habilidades na aacuterea de Edi-toraccedilatildeo mas natildeo era meu foco que a princiacutepio era Viacutedeo Com o tempo aca-bei me identificando com a aacuterea Den-tro do projeto sou Bolsista da Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica escrevo artigos cientiacuteficos semestralmente sobre livros digitais faccedilo a editoraccedilatildeo de ePubs e a confec-ccedilatildeo de capas de alguns dos livros pro-duzidos no Projetordquo

O problema maior de ser estudan-te e pesquisador eacute ter que balancear as duas atividades na maioria dos casos o grupo de pesquisa tende a ser da mes-ma aacuterea de estudo do aluno o que pode ajudar na economia do tempo embora o aluno ainda tenha que enfrentar al-gumas dificuldades principalmente quando o horaacuterio de algumas discipli-nas do curso coincide com uma ativi-dade referente da pesquisa

Despertar a vocaccedilatildeo cientiacutefica e in-centivar novos talentos entre estudan-tes de graduaccedilatildeo eacute um dos objetivos especiacuteficos do Programa Institucional

de Bolsas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica o PIBIC Ele visa apoiar a poliacutetica de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica desenvolvida nas Instituiccedilotildees de Ensino eou Pesquisa por meio da concessatildeo de bolsas a es-tudantes de graduaccedilatildeo integrados na pesquisa cientiacutefica A cota de bolsas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica eacute concedida direta-mente agraves instituiccedilotildees Por sua vez estas satildeo responsaacuteveis pela seleccedilatildeo dos pro-jetos dos pesquisadores orientadores interessados em participar do Progra-ma Os estudantes tornam-se bolsistas a partir da indicaccedilatildeo dos orientadores

A bolsa tem duraccedilatildeo de 12 meses o valor segue uma tabela nacional Atu-almente o valor da bolsa para Iniciaccedilatildeo Cientifica equivale a R$40000 e os uacutenicos requisitos para o estudante satildeo de cursar graduaccedilatildeo e dedicar-se in-tegralmente agraves atividades acadecircmicas e de pesquisa O aluno deve procurar em sua aacuterea de interesse um pesquisa-dor que esteja disposto a integraacute-lo em sua pesquisa e a orientaacute-lo

Rennam ainda se mostra preocu-pado com a situaccedilatildeo dos grupos de

Grupos de pesquisa desafios e metas dos pesquisadores da UFPB

Integrantes do grupo de pesquisa Para Ler O Digital

Bolsa de iniciaccedilatildeo

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 21

pesquisa na Universidade ldquoNo geral acredito que o niacutevel seja bom mas po-deriacuteamos ter mais projetos de pesqui-sa A UFPB deveria incentivar mais os professores a criarem grupos de pesquisas Muitas vezes a PRPG pror-roga duas ou ateacute trecircs vezes as inscri-ccedilotildees para PIBIC e isso eacute sinal que as inscriccedilotildees de projetos foram poucas ou abaixo do esperadordquo

Os Grupos de Pesquisa apresentam alternativas para um trabalho conjun-to entre professores e alunos ambos pesquisadores A Universidade Federal da Paraiacuteba conta com 335 grupos cer-tificados pela instituiccedilatildeo e espalhados por todos os centros Tendo sua maior parte pertencente ao Centro de Sauacutede os grupos na aacuterea da tecnologia vecircm ganhando espaccedilo no cenaacuterio regional

de mais de 40 jovens pesquisadores entre doutores mestres e graduandos que estatildeo interconectados com pesqui-sadores de todo o Brasil e do mundo As pesquisas desenvolvidas satildeo realizadas em parceria com outras universidades institutos de pesquisa e empresas da iniciativa privada Por ser um laboratoacute-rio ativo na aacuterea de desenvolvimento recebe financiamento de instituiccedilotildees parceiras como a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) Finaciadora de Estudos e Projetos (FINEP) e Con-selho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq)

Lavid

O Laboratoacuterio de Aplicaccedilotildees de Viacutedeo Digital (LAVID) criado em 2003 eacute um exemplo a niacutevel nacional da importacircncia dos grupos de pesqui-sa Associado ao Departamento de Informaacutetica (DI) da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba o laboratoacuterio surgiu da proposta de desenvolver projetos de pesquisa e atualmente eacute referecircncia internacional em desenvolvimento de tecnologia para TV Digital

Em marccedilo deste ano os integrantes do Lavid do Centro de Informaacutetica da UFPB apresentaram para teacutecnicos da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e da Agecircncia Nacional de Cine-ma (Ancine) os mais recentes avanccedilos

da tecnologia Fogo Player desenvol-vida e que permite a projeccedilatildeo de ima-gens em ultra HD (4K)

Segundo o gerente de Projetos da RNP Daniel Caetano a RNP jaacute apoiou diversos projetos de pesquisa desen-volvidos pelo Lavid e ressaltou a im-portacircncia da tecnologia Fogo Player para a melhoria da formaccedilatildeo de profis-sionais da aacuterea de sauacutede Ele afirmou que transmissotildees em alta definiccedilatildeo e em tempo real como a que foi testa-da com sucesso pelo Lavid teratildeo uma gama de aplicaccedilotildees em um futuro proacute-ximo servindo natildeo apenas para exibir cirurgias e outros procedimentos de equipes meacutedicas

O Lavid conta com a colaboraccedilatildeo

Guido Lemos apresenta os projetos do Lavid aos representantes da Ancine

Estudantes realizando trabalhos do Lavid

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Reportagem Ermeson David George Juacutenior

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INTERACcedilAtildeO

24 - UFPB em Revista

ldquoSempre tive consciecircncia de que a EJA me proporciona-ria crescimento profissional

e pessoal A frase eacute de Amanda Lima aluna do primeiro periacuteodo do curso de Administraccedilatildeo da Universidade Fede-ral da Paraiacuteba (UFPB) e que acaba de entrar como membro da EJA Consul-toria (Empresa Juacutenior de Administra-ccedilatildeo) Esta empresa caracteriza-se por ser de consultoria sem fins lucrativos que presta serviccedilos na respectiva aacuterea acadecircmica sendo formada exclusiva-mente por alunos do curso de Admi-nistraccedilatildeo da UFPB e que tem como objetivo a capacitaccedilatildeo por meio de conhecimento teacutecnico e empresarial do aluno do curso inserindo-o pos-teriormente no mercado de traba-lho como um jovem empreendedor

Sua estrutura segundo o seu presi-dente Tito Amorim eacute mista de funcio-nal e projetizada A estrutura funcional tem como caracteriacutestica o planejamen-to de serviccedilos abrangendo cargos de analistas de cada departamento entre eles o de qualidade marketing proje-

tos presidecircncia tendo como seus su-periores os diretores Jaacute a projetizada consiste em cargos de consultoria ou seja pessoas restritas a execuccedilatildeo de determinado serviccedilo Os cargos sem-pre estatildeo sendo renovados ao longo dos anos dando oportunidades a outros estudantes da aacuterea para participarem e ateacute aos que jaacute estatildeo em cargos da EJA Consultoria a exercerem atividades em outros Todos estes requerem eleiccedilotildees

Casos de Sucessos

ldquoO estudante entra como universi-taacuterio e sai da EJA como um empreen-dedor atraveacutes da vivecircncia empresarial e gestatildeordquo afirma Tito Em quase 22 anos de existecircncia haacute vaacuterios casos de pessoas que trabalharem na EJA e ob-tiveram sucesso profissional tornando hoje empreendedores de sucesso En-tre os mais sucedidos dois satildeo lembra-dos pelo presidente satildeo eles Leandro Vieira idealizador do administrado-rescom e o Taacutercio Pessoa atualmen-te responsaacutevel pelo Empreender ndash JP

mostrando que o conhecimento adqui-rido na empresa foi bem aproveitado

O curso possibilita o aprendizado atraveacutes de programas de treinamento como Trainee aleacutem de outros eventos como a SDP (Semana de Desenvolvi-mento Profissional) que atinge toda a comunidade acadecircmica mas voltado sempre para o curso de Administraccedilatildeo Com o intuito de transmitir conheci-mento para outros segmentos estu-dantis o evento conhecido como EJA FAZ Palestra promove como o nome mesmo diz palestras sobre respecti-vos temas acerca de administraccedilatildeo Outro evento o Buscando Sorrisos tambeacutem promovido pela empresa de consultoria leva os membros da em-presa para uma instituiccedilatildeo de carida-de ajudando elas possibilitando aos alunos mais contato com a populaccedilatildeo

Pessoas que estatildeo assumindo car-gos agora como eacute o caso da estudante Amanda Lima que acaba de comeccedilar a atuar na funccedilatildeo de analista de qualida-de vecirc a EJA Consultoria como oportu-nidade de crescer no mercado ldquoQuem

EJA Consultoria proporciona crescimento profissional

Cerimocircnia de Posse da gestatildeo 20131 da EJA Consultoria

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busca a EJA eacute um profissional diferen-ciadordquo disse a estudante Segunda ela que jaacute almeja exercer cargos de niacuteveis mais altos o conhecimento dado por esta empresa ajuda tambeacutem no curriacutecu-lo oferecendo uma visatildeo de mercado

A EJA como diferencial

Outros estudantes estatildeo exercendo cargos haacute mais tempo como eacute o caso de Rafael Carvalho que eacute membro da EJA haacute dez meses Ele comeccedilou como consultor e hoje atua como diretor de marketing ldquoEu jaacute trabalhei em car-gos estaduais empresas privadas mas nunca obtive tamanha experiecircncia pro-fissional como a que a EJA me ofere-ceurdquo afirmou Rafael Por estar na em-presa haacute mais tempo ele conclui que todo o conhecimento teoacuterico obtido dentro da sala de aula pode ser colo-cado em praacutetica nesta empresa juacutenior

Rafael relata que tambeacutem enfren-tou dificuldades como o fato de ter que se deslocar para a cidade de Ma-manguape na Paraiacuteba para realizar consultorias e sua transiccedilatildeo de cargo tambeacutem foi um momento difiacutecil por exigir dele o conhecimento em uma es-trutura funcional jaacute que estava saindo

de um cargo de estrutura projetizada Mesmo assim Rafael vecirc os problemas enfrentados como aprendizado ad-quirido almejando tambeacutem alcanccedilar cargos de niacuteveis mais altos ldquoTodo co-nhecimento que hoje eu tenho na aacuterea de administraccedilatildeo consegui na EJA e natildeo em outra empresardquo disse ele

Para ser membro da EJA Consulto-

Posse dos novos membros Idaacutecio Rodrigues e Natyara Santos

Posse do presidente Rodolfo Alves Felizardo

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ReportagemAcircngela Oliveira e

Jessica Morais

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ria o estudante do curso passa por uma seleccedilatildeo que dura aproximadamente uma semana Primeiramente eacute preci-so estar cursando qualquer periacuteodo de Administraccedilatildeo na UFPB em seguida se inscrever na empresa Os alunos selecionados passam por uma capaci-taccedilatildeo de trecircs meses antes de assumir seus respectivos cargos em uma ceri-

mocircnia de posse reali-zada tambeacutem na UFPB

A EJA Consultoria traduz o espiacuterito estu-dantil Aos estudantes que nela trabalham recai cobranccedilas de criatividade bom de-sempenho e boa capa-cidade administrativa Ao sair o estudante eacute visto como um verda-deiro administrador no mercado de trabalho Eacute o laboratoacuterio praacutetico de todo o aprendizado teoacute-rico do aluno no curso de Administraccedilatildeo da UFPB

INTERACcedilAtildeO

26 - UFPB em Revista

A busca pela experiecircncia profissionalEstudante do terceiro periacuteodo de

Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digi-tais (UFPB) Ermeson Lira (18

anos) tomou uma decisatildeo importante em sua vida tornou-se um estagiaacuterio Sua rotina mudou e com ela vieram as responsabilidades Diego Lopes (25 anos) estudante de Ciecircncias da Com-putaccedilatildeo tambeacutem iniciou sua carreira estagiando e ganhando experiecircncia Mas todos os alunos da Universidade Federal da Paraiacuteba conseguem a mes-ma oportunidade que eles

Na UFPB existem dois tipos de es-taacutegios o obrigatoacuterio que conta com a cobertura do seguro de acidentes pes-soais E o natildeo-obrigatoacuterio que eacute opcio-nal e pode ser remunerado ou natildeo Die-go Lopes acredita que ldquocom o estaacutegio vocecirc adquire experiecircncia de mercado de trabalho aprende a trabalhar sobre pressatildeo e se qualifica para vagas que

seratildeo destinadas a pessoas formadasrdquoNo caso do curso de Miacutedias Digi-

tais a regulamentaccedilatildeo diz ldquoEstaacutegio supervisionado em meio profissional ou acadecircmico totalizando 300 horas objetivando a observaccedilatildeo e intervenccedilatildeo do estudante para o exerciacutecio profissio-nal bem como facilitar sua integraccedilatildeo no meio profissionalrdquo O curso estabe-lece convecircnio com o Centro Integrado Empresa-Escola (CIEE) e entre ou-tras entidades puacuteblicas e privadas

O CIEE eacute uma instituiccedilatildeo filantroacute-pica que procura encontrar estaacutegios e oportunidades de aprendizado para es-tudantes dos niacuteveis meacutedio teacutecnico e su-perior Estaacute presente em todo territoacuterio nacional auxiliando a entrada dos jo-vens no mercado de trabalho Algumas empresas jaacute possuem convecircnio com a UFPB Mas alguns alunos ainda encon-tram dificuldades para conseguir seu

espaccedilo Eacute o exemplo de Joseacute Carlos Pe-reira (22 anos) estudante de Ciecircncias bioloacutegicas da UFPB Ele tentou entrar num estaacutegio oferecido pela profes-sora de seu curso mas por choque de horaacuterios natildeo pode fazecirc-lo ldquoalguns es-taacutegios que eu queria pegar eram no ho-raacuterio da manhatilde Horaacuterio este em que eu estava ocupado com as aulasrdquo

Segundo a Lei 11788 Art 8ordm da Constituiccedilatildeo brasileira os convecircnios tanto com empresas puacuteblicas quanto as privadas satildeo facultativos A UFPB eacute conveniada a mais de 300 institui-ccedilotildees Entre elas estatildeo o Banco do Bra-sil Carrefour TV Tambauacute Petrobraacutes e diversas prefeituras como a de Joatildeo Pessoa e Campina grande Segundo o Art 11ordm da mesma lei a duraccedilatildeo maacute-xima do estaacutegio eacute de dois anos exceto quando o estagiaacuterio possui necessida-des especiais

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 27

A PRG-CEM estaacute localizada na Reitoria da Universidade Federal da Paraiacuteba

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Reportagem Layse Pereira eRayssa Alcacircntara

Estaacutegios Cadastrados pela CEM2009-2013

Obrigatoacuterio

Natildeo-obrigatoacuterio

Bolsa Estaacutegio Meacuted

2009 2010 2011 2012 2013

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Os nuacutemeros variam pois estamos no decorrer do ano Dados da PRG-CEM

O Lado bom

Apesar de algumas barreiras en-contradas os universitaacuterios tem uma opiniatildeo em comum O estaacutegio eacute uma etapa importante para a entrada no mercado de trabalho ldquoAleacutem de ad-quirir conhecimentos antes do tempo eacute uma oacutetima oportunidade pra se de-senvolver no mercado Quando se estaacute dentro desse ecossistema o aprendiza-do agrega em vocecirc mesmo que vocecirc natildeo queirardquo declarou Ermeson Lira

Professores como Alberto Pessoa (autor e pesquisador de histoacuterias em quadrinhos) tambeacutem acreditam na importacircncia do estaacutegio Segundo ele quando se estuda e trabalha o aluno consegue aproveitar melhor a gradua-ccedilatildeo ldquoQuando vocecirc trabalha vocecirc natildeo tem tempo de deixar pra laacute Entatildeo vocecirc aproveita melhor a universidade vocecirc estuda mais vocecirc tem um senso de res-ponsabilidade melhorrdquo argumenta

Primeiros Passos

Os estaacutegios dentro da universidade satildeo oferecidos pelos pela UFPB e via-bilizados pelos professores Para soli-citar a bolsa os alunos devem apresen-tar uma seacuterie de documentos Segundo Eliane Ferraz coordenadora da CEM (Coordenaccedilatildeo de Estaacutegio e Monito-

ramento) primeiramente o estudante deve encaminhar um ofiacutecio ao Proacute-Rei-tor de Planejamento da Universidade Federal da Paraiacuteba (Proplan-UFPB) contendo justificativas da solicitaccedilatildeo e detalhes sobre o estaacutegio

Outros documentos necessaacuterios satildeo o formulaacuterio de Solicitaccedilatildeo de Bolsa estaacutegio a Ficha Cadastral (Bolsa-EstaacutegioUFPB) Histoacuterico Escolar do aluno coacutepias da Identidade CPF Tiacutetu-lo de Eleitor e para os homens a coacutepia

do Certificado de quitaccedilatildeo como o ser-viccedilo militar Ao final de cada periacuteodo este processo eacute repetido para renovar a Bolsa

As informaccedilotildees sobre estaacutegios ex-ternos ainda eacute mal divulgado pela uni-versidade Os estudantes costumam ter a iniciativa de procuraacute-los por meio de amigos conhecidos Hoje com a in-ternet ficou mais faacutecil encontrar traba-lhos por meio de sites como por exem-plo o Gogojobcom (wwwgogojobcombr) que divulga vagas na aacuterea de publicidade Quando a oportunidade de estagiar eacute oferecida por instituiccedilotildees conveniadas agrave UFPB o universitaacuterio tambeacutem deve procurar a CEM Apoacutes assinado o convecircnio o aluno estaacute ofi-cialmente estagiando Em ambos os processos ao final de cada semestre deve ser entregue um relatoacuterio

Segundo a coordenadora da CEM os convecircnios realizados pela UFPB eacute uma maneira de atender agraves demandas acadecircmicas Para contemplar um maior nuacutemero de cursos da universidade ldquoOs convecircnios para a concessatildeo de estaacutegios supervisionados devem portanto ser celebrados de forma mais abrangente possiacutevel visando a atender de forma mais ampla a concessatildeo de estaacutegio a alunos regularmente matriculadosrdquo

INTERACcedilAtildeO

28 - UFPB em Revista

Em evento que lotou o auditoacuterio da reitoria da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba Joatildeo Pessoa

recebeu o neurocientista brasileiro Mi-guel Nicolelis que realizou a palestra ldquoA ciecircncia como agente de transforma-ccedilatildeo socialrdquo Nicolelis atraiu professo-res profissionais da aacuterea estudantes da UFPB e de outras universidades mas chamou ainda a atenccedilatildeo de cida-datildeos comuns com problemas de para-plegia tetraplegia deficientes visuais auditivos e pessoas que possuem entes queridos na mesma condiccedilatildeo O enor-me puacuteblico presente ao evento coorde-nado pelo Foacuterum Universitaacuterio deixou o auditoacuterio pequeno com a esperanccedila de ouvir das palavras do meacutedico que eles teriam seus problemas resolvidos pela ciecircncia seja em curto meacutedio ou longo prazo

Nicolelis que lidera um grupo de

pesquisadores da aacuterea de Neurociecircncia na Universidade Duke - EUA apresen-tou como um dos pilares da palestra a mesma questatildeo base do seu chamado Manifesto da Ciecircncia Tropical Nele o neurocientista sugere que o Brasil pode potencializar o desenvolvimen-to cientiacutefico e educacional a partir da cooperaccedilatildeo de ambos e propotildee quinze medidas para firmar o paiacutes como lide-ranccedila mundial na produccedilatildeo e uso de-mocratizante do conhecimento

Miguel Nicolelis falou tambeacutem so-bre a instituiccedilatildeo na cidade de Macaiacute-ba no Rio grande do Norte onde ele realiza um projeto chamado Educaccedilatildeo para toda a vida O projeto ensina para crianccedilas da periferia de Macaiacuteba e Na-tal conhecimentos nas aacutereas de roboacuteti-ca fiacutesica biologia geografia histoacuteria e informaacutetica Durante a palestra o neu-rocientista ainda explanou que desde

o iniacutecio do seu trabalho na cidade de Macaiacuteba a evasatildeo escolar da institui-ccedilatildeo eacute de apenas 2 e que as crianccedilas que estatildeo sendo formadas nessa insti-tuiccedilatildeo saem com mesmo niacutevel de es-colas de elite do Rio grande do Norte

O meacutedico disse aos presentes que acredita que a ciecircncia eacute grande agente responsaacutevel pela capacidade de ino-vaccedilatildeo e deve ser estimulada desde os primeiros momentos da vida Afirmou ainda que haacute uma carecircncia de investi-mento na aacuterea de intersecccedilatildeo da neu-rociecircncia e que se possiacutevel deveria existir acompanhamento ainda no preacute-natal para que a crianccedila nascesse com o maacuteximo de potencial neuroloacutegico Em 2014 Nicolelis abriraacute o primeiro Instituto Primata de Neurociecircncia com uma escola cujo aprendizado se inicia-raacute desde o nascimento Ainda que seja um sonho um pouco distante o meacutedico

Neurocientista Miguel Nicolelis reabre Foacuterum Universitaacuterio

Reabertura do foacuterum universitaacuterio tem como primeiro palestrante o neurocientista Miguel Nicolelis

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acredita que futuramente Macaiacuteba seraacute a primeira ldquocidade ceacuterebrordquo do mundo

Durante a palestra o neurocien-tista tambeacutem abordou as experiecircncias que realiza sobre a interaccedilatildeo do ceacutere-bro e a maacutequina que consiste em fa-zer o movimento da maacutequina a partir dos estiacutemulos enviados pelo ceacuterebro que seratildeo convertidos em impulsos eleacutetricos e proporcionaratildeo o movi-mento mecacircnico de proacuteteses Ainda que ateacute o momento seus experimentos tenham sido feitos apenas com maca-cos jaacute causam ansiedade em pessoas que sofreram acidentes e hoje tem a locomoccedilatildeo comprometida O meacutedico acrescentou que pretende realizar uma demonstraccedilatildeo em 2014 quando uma brasileira parapleacutegica deveraacute caminhar 20 passos e dar o pontapeacute inicial da Copa do Mundo ldquoEsse seraacute um pre-sente do Brasil para toda a humanida-derdquo declarou Nicolelis

O foacuterum universitaacuterio

Apoacutes seis anos desativado a pre-senccedila de Miguel Nicolelis marcou de forma extraordinaacuteria o retorno do Foacute-rum Universitaacuterio Fundado na deacutecada de 1980 pelo professor Joseacute Jackson Carneiro o Foacuterum tem como objetivo discutir assuntos relevantes agrave socieda-de tanto em um niacutevel nacional como local Segundo o coordenador do Foacute-rum Iedo Fontes nunca ficou clara a razatildeo pela qual a gestatildeo anterior da UFPB paralisou o evento ldquoNunca ex-plicaramrdquo comentou Fontes

Para reforccedilar a natureza fomenta-dora de debates do Foacuterum Fontes dis-se que um dos primeiros debates entre presidenciaacuteveis poacutes-ditadura militar jaacute com vistas agraves eleiccedilotildees de 1989 foi promovido pela UFPB no antigo cam-pus de Campina Grande (que hoje eacute de competecircncia da UFCG) ldquoSoacute natildeo veio Collor Lula Brizola e outros estive-ram presentesrdquo comentou

Com o auditoacuterio lotado (600 pro-fessores de acordo com os nuacutemeros de Fontes) o retorno do Foacuterum foi con-siderado positivo A programaccedilatildeo fu-tura ainda estaacute sendo planejada mas a tendecircncia eacute que o Foacuterum seja realizado bimestralmente ldquoFoi uma declaraccedilatildeo da reitora a um jornal local de que ela tem interesse de que o Foacuterum aconte-ccedila num intervalo de dois meses O que nos permite fazer uma programaccedilatildeo Simulaccedilatildeo do exoesqueleto na abertura da Copa de 2014

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mais pensadardquo declarou o coordena-dor

Alguns temas jaacute estatildeo sendo con-siderados o bloqueio do crescimento econocircmico brasileiro nos uacuteltimos anos 500 anos da obra de Maquiavel dis-cussatildeo da obra do geoacutegrafo Josueacute de Castro federalizaccedilatildeo dos niacuteveis infan-til fundamental e meacutedio da educaccedilatildeo e a obra de Luiz Gonzaga e seu impacto sobre a vida regional (este uacuteltimo jaacute sendo organizado para o mecircs de ju-nho)

A princiacutepio o Foacuterum natildeo prioriza-ria nenhuma aacuterea em especiacutefico nem mesmo a proacutepria academia Fontes dis-se ldquoficou claro na reabertura oficial do Foacuterum que noacutes natildeo o reativamos ape-nas para professores estudantes e fun-cionaacuterios mas tambeacutem para a socieda-de pessoense () pessoas de diferentes ramos de atividade comeacutercio induacutes-tria academiardquo Poreacutem o coordenador esclareceu que uma atenccedilatildeo especial deveraacute ser dada agrave discussotildees relaciona-das agrave educaccedilatildeo - e essa preocupaccedilatildeo eacute percebida com a escolha de Miguel

Nicolelis para o primeiro encontro apoacutes a reativaccedilatildeo do Foacuterum ldquoSe tem uma aacuterea que noacutes devemos priorizar no

Brasil e fazer um grande debate nacio-nal eacute a educaccedilatildeordquo explicou Fontes

A exemplo de Nicolelis o Foacuterum tambeacutem foi responsaacutevel por trazer ou-tras personalidades conhecidas nacio-nalmente agrave Joatildeo Pessoa como os se-nadores Cristoacutevatildeo Buarque e Roberto Requiatildeo e o economista Carlos Les-sa Para uma futura ediccedilatildeo do foacuterum a Universidade estaacute tentando trazer o jornalista Paulo Henrique Amorim A ideia poreacutem natildeo eacute ficar preso a nomes de acircmbito nacional e abrir espaccedilo para pessoas que tenham impacto na socie-dade regional - ateacute pela histoacuteria e pelo legado que o Foacuterum tem de realizar debates de interesse da populaccedilatildeo em geral

ldquoFoacuterum eacute para discutir os proble-mas do estado Somos uma entidade produtora e reprodutora de conheci-mento () Na mesa de debate deve ter um professor de destaque mas tambeacutem algueacutem da aacuterea senatildeo fica apenas a niacute-vel de conferecircncia o que natildeo eacute bom pois natildeo promove o debaterdquo afirmou Fontes

Reportagem Una Txai e Rudah Silva

INFRAESTRUTURA

32 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Paraiacuteba enfrenta o caos na infraestrutura do sistema viaacuterio e estaciona-

mentos para veiacuteculos dos alunos pro-fessores e funcionaacuterios Eacute um problema de toda cidade que se reflete na univer-sidade gerando transtornos e problemas de logiacutestica em determinados horaacuterios As dificuldades na mobilidade interna ao Campus I decorrem na deficiecircncia no planejamento da expansatildeo da Instituiccedilatildeo aliadas ao aumento do nuacutemero de veiacute-culos nos uacuteltimos 10 anos O problema eacute reflexo da prioridade do veiacuteculo parti-cular sobre o uso de transporte coletivo

O campus I da instituiccedilatildeo estaacute pas-sando por algumas reestruturaccedilotildees e reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos jaacute existentes No periacuteodo de 2012 a 2013 o nuacutemero de vagas para estacionamento subiu consideravelmente de 2 mil para 2500 Em meacutedio prazo (dois anos) a administraccedilatildeo pretende criar mais 1500 vagas atraveacutes da continuaccedilatildeo do projeto de reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos (no CACE CCEN e HU) e da finali-zaccedilatildeo do Centro de Energias Renovaacute-veis ainda em construccedilatildeo por traacutes do CCHLA

Estacionamento precaacuterio provoca transtorno na UFPB

Vaacuterios carros estacionados de forma irregular e inconveniente no estacionamento da Central de Aulas do campus I

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Projetos

Segundo Marcelo Diniz da Divi-satildeo de Estudos e Projetos da Prefeitura Universitaacuteria a reorganizaccedilatildeo dos esta-cionamentos eacute prioridade e vem sendo implementada em vaacuterios estacionamen-tos da universidade O projeto modi-fica a posiccedilatildeo de entrada dos veiacuteculos de 45ordm (diagonal) para 90ordm (frontal) e a largura da vaga do estacionamento para impossibilitar improvisos que prejudi-cam o traacutefego como por exemplo as filas duplas No projeto as motos se-ratildeo contempladas com estacionamento proacuteprio para evitar a desorganizaccedilatildeo e acidentes nas passarelas e corredores das salas ldquoIremos instalar placas de ad-vertecircncia para as motos natildeo transitarem no espaccedilo destinado aos pedestresrdquo diz Marcelo

Um dos locais com maior problema fica proacuteximo ao preacutedio da Reitoria e da Biblioteca Central devido agrave concen-traccedilatildeo de vaacuterios serviccedilos e dos preacutedios acadecircmicos Nesse local estatildeo reuni-das agecircncias de trecircs bancos livrarias restaurantes DCE (Diretoacuterio Central Estudantil) e AdufPB (sindicato dos

professores) Por conta da via nesse lo-cal ser muito estreita a Prefeitura Uni-versitaacuteria utilizou prismas de concreto no trecho para evitar que os motoristas estacionem os veiacuteculos indevidamente na via de passagem dos carros ocasio-nando transtornos e risco de acidente

Somando-se a esse local estaacute em construccedilatildeo o preacutedio do Centro Arte e Cultura com auditoacuterio estimado para duas mil pessoas em frente agrave Reitoria No projeto da construccedilatildeo natildeo haacute ne-nhum estacionamento previsto para esse preacutedio e na ocasiatildeo de algum evento os visitantes iratildeo estacionar seus veiacuteculos por traacutes da Reitoria que comporta precariamente os usuaacuterios que jaacute utilizam o espaccedilo Para a soluccedilatildeo desse problema Marcelo Diniz informa haver um projeto para construccedilatildeo de um estacionamento por traacutes da Reitoria de um ou dois andares com valor estimado em 10 milhotildees de reais por andar

Usuaacuterios

Os usuaacuterios que utilizam os esta-cionamentos com regularidade pro-potildeem soluccedilotildees como criaccedilatildeo de vagas

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 33

Situaccedilatildeo corriqueira nas vias do campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba

A falta de vagas destinadas para motos eacute a justificativa dos motociclistas

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Reportagem Rodrigo Vitorino e Windsor Souza

destinadas exclusivamente a professo-res Josemar dos Santos professor de Estatiacutestica diz que ldquofalta a prefeitura organizar o estacionamento Haacute deter-minadas horas que vir do departamen-to para a sala de aula de carro se tornou inviaacutevel pois o nuacutemero de veiacuteculos cresceu bastante Poderiam organizar vagas destinadas a professores pois noacutes temos que ficar de bloco em bloco para dar aula enquanto os alunos vecircm assistem a uma aula e vatildeo emborardquo

Outro problema que tambeacutem in-comoda eacute a falta de vagas destinadas agraves bicicletas e motocicletas ldquoAgraves vezes natildeo tem nem espaccedilo para transitar pois tem motociclista estacionando as mo-tos nas vias passarelas e corredores dos blocos pois natildeo haacute vagas destina-das para estacionar as motosrdquo acres-centa Josemar

A falta de estacionamento para motos faz com que elas se amontoem de forma desorganizada Isso as trans-forma em vilatildes e campeatildes de recla-maccedilotildees Elas trafegam e estacionam onde eacute via de pedestres cadeirantes passagem de materiais para os preacutedios da universidade Diversas reclamaccedilotildees jaacute foram feitas por conta de atropela-mentos por dificultar a passagem e ateacute mesmo acidentes envolvendo deficien-tes visuais

Faacutebio Fonseca professor de Pe-dagogia tambeacutem reclama das motos e dos transtornos que elas causam quan-do deixadas em local inconveniente ldquoA universidade estaacute ficando muito pequena para a quantidade de auto-

moacuteveis Eacute preciso organizar o espaccedilo existente e criaccedilatildeo de espaccedilos especiacutefi-cos para motos A falta de organizaccedilatildeo faz com que os corredores passarelas e vias se transformam em estaciona-mento para as motos dificultando por exemplo a passagem de cadeirantesrdquo

O problema da falta de vagas acaba tambeacutem interferindo na aprendizagem dos alunos Aliado a isso haacute o proble-ma de seguranccedila dentro do campus Alunos servidores e professores natildeo confiam no sistema de cartotildees entre-gue na entrada da universidade ldquoGe-ralmente os alunos chegam na hora da aula que coincidem em todas as disci-plinas e a falta de vaga faz com que percamos tempo para estacionar Eacute o caos Muitas vezes encontramos uma vaga muito longe do local em que va-mos estudar E em eacutepoca de chuva pio-

ra Tambeacutem tem o perigo de assaltordquo diz a estudante de Biologia Daniele Lacerda

Empecilho

Alguns estacionamentos no cam-pus I da UFPB possuem aacutervores tom-badas e sob proteccedilatildeo que natildeo podem ser derrubadas Desta maneira a pre-feitura universitaacuteria desenvolveu o projeto de reestruturaccedilatildeo e organiza-ccedilatildeo dos estacionamentos respeitan-do a localizaccedilatildeo dessas aacutervores Nos estacionamentos jaacute finalizados como da Reitoria eacute perceptiacutevel a falta de arborizaccedilatildeo que influecircncia o aqueci-mento local e a desagradaacutevel sensaccedilatildeo de estar num ambiente claro e quente Outro problema encontrado eacute a falta de planejamento de escoamento da chuva Desta maneira em eacutepocas de chuva intensa haacute risco de alagamento

Com todo o empenho e desenvol-vimento estrutural eacute de suma impor-tacircncia o investimento em seguranccedila Mas tambeacutem organizar o tracircnsito au-xiliando os condutores onde devem estacionar e na fluidez do tracircnsito Devido agrave ausecircncia de fiscalizaccedilatildeo para coibir as infraccedilotildees de tracircnsito as vias se tornam estacionamentos irregula-res atrapalhando e colocando em risco a seguranccedila dos integrantes da comu-nidade universitaacuteria

INFRAESTRUTURA

34 - UFPB em Revista

Ano de 2015 eacute limite para meta plena de acessibilidade

Ausecircncia de acessibilidade eacute constante nos novos preacutedios da UFPB

Segundo dados do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a Paraiacuteba eacute o estado que possui a maior parcela de habitantes com necessidades especiais no Bra-sil empatando com o Rio Grande do Norte Quase 30 dos paraiba-nos tecircm algum tipo de necessidade especial Apesar da estatiacutestica e da existecircncia do Decreto Lei 5296 que determina a acessibilidade em todas as edificaccedilotildees puacuteblicas 90 por cento das construccedilotildees realizadas durante gestatildeo dos professores Rocircmulo Po-lari e Iara Matos a frente da UFPB natildeo respeitaram o seu cumprimento

No momento a atual adminis-traccedilatildeo estaacute empenhada num pra-zo de dois anos a assistir a todos os alunos com deficiecircncia cumprin-do as normas teacutecnicas de acessi-bilidade da Associaccedilatildeo Brasilei-ra de Normas Teacutecnicas (ABNT)

Dentre as medidas a serem ado-tadas estaacute a reforma na acessibilida-de arquitetocircnica das vias (calccediladas) Tambeacutem estaacute prevista a construccedilatildeo do Centro de Inclusatildeo (que vai in-tegrar todos os projetos de inclusatildeo em um soacute) agregar serviccedilos dispo-nibilizar salas de aula adquirir uma seacuterie de equipamentos fora do paiacutes (entre eles esfigmomanocircmetro que possibilita a traduccedilatildeo de textos em aacuteudio bengala que identifica obs-taacuteculos e computadores especiais)

Ateacute o momento apenas 15 preacute-dios estatildeo acessiacuteveis para os 30 alu-nos com necessidades especiais ca-dastrados na UFPB O uacutenico trecho com acessibilidade externa no Cam-pus I se encontra da Biblioteca Cen-tral ateacute o Refeitoacuterio Universitaacuterio No Campus II em Areia a primeira parte do projeto jaacute vem com todas as normas de acessibilidade executadas disse Marcelo Andrade Diniz Diretor do Departamento de Arquitetura da Prefeitura Universitaacuteria desde 2010

O que estaacute previsto

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 35

Segundo Marcelo Diniz que acompanhou a antiga gestatildeo da Uni-versidade o recurso era limitado e natildeo havia comprometimento dos ad-ministradores para cumprir as normas exigidas aleacutem da fiscalizaccedilatildeo pouco eficaz do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Ateacute 2010 pouco havia sido pensado discutido e realizado para incluir so-cialmente as pessoas com deficiecircn-cia Com o aumento significativo e progressivo no nuacutemero de estudan-tes em funccedilatildeo da Reestruturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universidades Fede-rais (Reuni) a situaccedilatildeo agravou-se

Desde entatildeo o Governo Federal estaacute destinando uma verba especiacutefica para as Instituiccedilotildees Federais de En-sino (Ifes) cumprirem as normas de acessibilidade impostas pela ABNT O MEC por sua vez vem fiscalizan-do com rigor as Ifes de todo o Brasil

Comitecirc existe desde 2011

No ano de 2011 foi criado na UFPB o Comitecirc de Inclusatildeo e Aces-sibilidade que tem como objetivo garantir a todos os alunos com defi-ciecircncia a permanecircncia e conclusatildeo do curso Segundo a coordenadora do

comitecirc Andreza Aparecida Polia estaacute prevista a chegada de 44 alunos espe-ciais para o proacuteximo semestre letivo nuacutemero que ultrapassa os 5 por cen-to designado pelo sistema de cotas ldquoAno passado fizemos pedido de equi-pamentos para suprir os alunos que jaacute estatildeo cadastrados Enquanto natildeo che-ga os coordenadores tem de ter um computador exclusivo para esses estu-dantesrdquo pontificou Andreza Polia O comitecirc conta com representantes dos cursos de Psicopedagogia Terapia Ocupacional Arquitetura e Educaccedilatildeo

Ainda em fase de projeto o Centro de Inclusatildeo e Acessibilidade estaacute pre-visto para ficar pronto em 2015 Ele contaraacute dentre outras coisas com pla-cas em Braille piso taacutetil carteiras es-peciais plataforma elevatoacuteria eleva-dor e tecnologias inclusivas em geral

Outro projeto que estaacute sendo desenvolvido pela Prefeitura Uni-versitaacuteria eacute a urbanizaccedilatildeo do La-boratoacuterio de Energias Renovaacuteveis (LERS) que iraacute se estender por todo o estacionamento contando com rampas pisos taacuteteis e mais de 6 quilocircmetros de rotas acessiacuteveis

Os estudantes com necessidades especiais contam com um programa

Projeto em 3d das futuras instalaccedilotildees elaborado pela Prefeitura da UFPB

Reportagem Giuliano Viscardi

de apoio onde um aluno monitor os acompanha geralmente por discipli-na dando assistecircncia necessaacuteria gra-vando aulas e tirando duacutevidas com os professores O Nuacutecleo de Educaccedilatildeo Especial (Nedesp) tambeacutem os ajuda nesse processo de adaptaccedilatildeo Na Bi-blioteca Central e no Nedesp os alu-nos dispotildee de impressora em braille

A Proacute-reitoria de Gestatildeo de Pes-soas (Progep) ofereceu por dois anos consecutivos um curso de capacita-ccedilatildeo para docentes e servidores da uni-versidade tendo formado duas turmas ateacute agora Poreacutem a grande maioria dos capacitados foi funcionaacuterios A UFPB conta com apenas um tradutor ldquoPreci-samos de mais contrataccedilotildeesrdquo alega Po-lia que estaacute coordenando o Comitecirc de Inclusatildeo e Acessibilidade desde 2011

A prefeitura da Instituiccedilatildeo tambeacutem fez um convenio com o Laboratoacuterio de Acessibilidade (Lacesse) coordenado por Marcelo Diniz e pela professora do curso de arquitetura Angelina Costa O espaccedilo fiacutesico onde funciona o labo-ratoacuterio foi inaugurado dia 12 de abril no Centro de Tecnologia bloco N

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36 - UFPB em Revista

O rombo de mais de 22 milhotildees na Fundaccedilatildeo Casa de Joseacute Ameacuterico (FCJA) constata-

do pelo Tribunal de Contas da Uniatildeo (TCU) eacute a principal heranccedila deixada pela antiga administraccedilatildeo da universi-dade e que atinge diretamente o Res-taurante Universitaacuterio da UFPB Os es-cacircndalos envolvem o responsaacutevel pelo fornecimento de gecircneros alimentiacutecios e o pagamento de alguns funcionaacuterios do Restaurante Universitaacuterio (RU)

Segundo o TCU foram usados re-cursos federais depositados em contas especiacuteficas de convecircnios para paga-mentos agrave empresas fornecedoras de gecircneros alimentiacutecios As irregularida-des foram cometidas pelo ex-diretor da Fundaccedilatildeo Eugecircnio Pacceli Trigueiro Pereira Com isso o TCU suspendeu o repasse de recursos da Uniatildeo para a Fundaccedilatildeo Joseacute Ameacuterico e a direccedilatildeo do RU enfrentou problemas com a falta de estoque de alimentos e atraso no paga-mento de funcionaacuterios refletindo no atendimento precaacuterio das necessidades dos alunos que frequentam o Restau-rante

O RU que fornece refeiccedilotildees gra-tuitas para estudantes de baixa renda e cadastrados da UFPB conta com 90

profissionais Os gecircneros alimentiacutecios de uma refeiccedilatildeo custam em meacutedia de R$ 410 a R$ 530 Nesse valor natildeo estaacute considerado a despesa do preparo trabalho dos funcionaacuterios e energia dos aproximadamente 2200 almoccedilos e 900 jantares por dia

A nova reitoria da UFPB ampliou as investigaccedilotildees e o levantamento de contas da Universidade para averiguar quais problemas seratildeo enfrentados pela gestatildeo Durante as investigaccedilotildees foram detectadas vaacuterias irregula-ridades cometidas pela adminis-traccedilatildeo passada a exemplo da au-secircncia de prestaccedilatildeo de contas de diversos convecircnios

Antocircnio Luiz de Albuquer-que Gomes professor do De-partamento de Quiacutemica do Cen-tro de Tecnologia da UFPB assumiu o cargo de Superintendente do Sistema de Restaurantes Universitaacuterios - que com-preende os restaurantes do Campus 1 do Litoral Norte Areia e Bananeiras - no dia 12112012 Ele conta que rece-beu o RU com um estoque insuficiente de alimentos apesar dos pregotildees ainda estarem em andamento

O superintendente esclareceu que um desses pregotildees estava desa-

parecido e soacute depois de muita inves-tigaccedilatildeo a empresa foi contatada para cumprir o contrato O outro pregatildeo es-tava com o pedido de realinhamento de preccedilos e somente apoacutes a administraccedilatildeo entrar em contato para negociar com os fornecedores explicando a delicadeza da situaccedilatildeo eacute que foi possiacutevel normali-zar as entregas dos suprimentos

Segundo o professor Antocircnio Luiz ainda haacute muitos problemas com os fornecedores As licitaccedilotildees (pregotildees) emitidas pelas empresas tem um preccedilo muito abaixo do valor de mercado Em decorrecircncia desse fato as companhias tem prejuiacutezo e antes de completar os seis meses algumas deixam de forne-cer os gecircneros apesar de ainda terem saldo em caixa com a Universidade

Um dos problemas a serem contor-nados pela atual administraccedilatildeo diz res-peito a burocracia e lentidatildeo de alguns setores na etapa de licitaccedilatildeo e pregatildeo para aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios Na Proacute-Reitoria Administrativa (Divi-satildeo de Materiais) a entrada dos pre-gotildees foi feita em dezembro poreacutem os processos ficaram mais de dois meses parados dentro de uma gaveta e por isso ainda existem licitaccedilotildees de com-pras paradas em abril

A administraccedilatildeo da Universidade

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeo

Prof Antocircnio Luiz Superintendente do RU

Vista frontal do Restaurante Universitaacuterio da UFPB

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 37

Atualmente o professor Antocircnio Luiz estaacute procurando resolver os as-suntos mais urgentes do RU fazendo o levantamento do que precisa ser fei-to a exemplo dos pedidos de compras de equipamentos de seguranccedila e para a cozinha Haacute tambeacutem uma proposta

a partir dos levantamentos feitos pelo professor Antocircnio Luiz tomou um seacute-rie de iniciativas entre elas consultas juriacutedicas onde foram detectados o atra-so de salaacuterios entre outras irregularida-des trabalhistas Por conta do rombo a FCJA deixou de pagar o fundo de ga-rantia salaacuterios feacuterias e 13ordm salaacuterio aos funcionaacuterios As diacutevidas tiveram que ser quitadas pela prefeitura universitaacute-ria que repassou a verba e cumpriu a obrigaccedilatildeo social para com todos os fun-cionaacuterios Hoje a FCJA eacute dirigida por Boanerges Felix que estaacute regularizan-do as atividades da fundaccedilatildeo

O professor Antocircnio Luiz ressalta que existiam diversos problemas com equipamentos e com funcionaacuterios Na cozinha haviam vazamentos e instru-mentos como serras de cortar carne e aparelho de cortar frutas quebrados Ateacute o conserto desses aparelhos os trabalhos vinham sendo feitos manu-almente Ele encontrou equipamentos com 10 a 15 anos de uso sem programa de reposiccedilatildeo ldquoEacute impossiacutevel um siste-ma desse porte funcionar sem repor o equipamento porque ele tem vida uacutetil As caldeiras satildeo razoavelmente novas com 3 ou 4 anos de uso mas sem um sistema de manutenccedilatildeo Vazamento de oacuteleo caldeiras quebradas Foi uma si-tuaccedilatildeo que eu natildeo imaginava que en-contrariardquo observa o superintendente

Outra questatildeo importante que a nova administraccedilatildeo teve que mudar foi o fato de que os funcionaacuterios natildeo esta-vam acostumados a obedecer aos horaacute-rios Poreacutem aos poucos o pessoal foi se adaptando ao novo modelo de gestatildeo

encaminhada para concretizaccedilatildeo de um serviccedilo de auto atendimento (self servi-ce) O desperdiacutecio de comida eacute um dos grandes problemas para o Restaurante pois os alunos deixam nos pratos restos de comida suficientes para alimentar mais de 400 pessoas segundo o supe-rintendente

A equipe que trabalha no RU pre-tende realizar uma campanha de cons-cientizaccedilatildeo para que os comensais com a instalaccedilatildeo do self service co-loquem no prato apenas a quantidade realmente necessaacuteria evitando assim o desperdiacutecio Estaacute nos planos promover treinamento dos funcionaacuterios executar atividades humaniacutesticas promovendo a interaccedilatildeo entre as pessoas melhorar cada vez mais o sabor da comida (a qua-lidade jaacute existe) e aumentar o nuacutemero de funcionaacuterios e equipamentos acarre-tando numa melhora do fluxo e minimi-zando o problema das longas filas

Tambeacutem eacute interesse terminar a obra comeccedilada na administraccedilatildeo pas-sada - que jaacute deveria ter sido finaliza-da - de um complexo ao lado do atual RU Laacute seraacute instalado um restaurante para que os funcionaacuterios e estudantes natildeo contemplados pelo RU possam co-mer pagando apenas uma pequena taxa pela refeiccedilatildeo Eacute preciso ainda analisar a viabilidade dessa opccedilatildeo consultando a comunidade acadecircmica e aguardando o teacutermino das obras A comida seraacute a mesma que eacute servida gratuitamente aos alunos comensais

Comida que sobra nos pratos seria capaz de preencher 400 novas refeiccedilotildees

Restaurante Universitaacuterio em horaacuterio de funcionamento

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Reportagem Marina Maracajaacute e Nayane Maia

e mudando os haacutebitos no ambiente de trabalho A atual administraccedilatildeo prima pelo exemplo adotando a praacutetica de se-rem os primeiros a chegar e os uacuteltimos a sair colaborando com os outros fun-cionaacuterios e ajudando sempre que pos-siacutevel nas suas diferentes funccedilotildees seja no setor administrativo seja na parte de manutenccedilatildeo dos equipamentos

Proposiccedilotildees

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38 - UFPB em Revista

Blocos isolados congestiona-mentos nos horaacuterios de pico falta de estacionamento satildeo

esses alguns dos problemas que po-dem ser ocasionados pela falta de um bom plano diretor Na UFPB isso natildeo eacute diferente Encontrar agrave noite uma vaga proacutexima ao CCHLA eacute praticamente uma maratona Esse e muitos outros problemas poderiam ter sidos evita-dos se tivesse sido criado um plano diretor que limitasse as aacutereas de esta-cionamento construccedilatildeo e ainda com o planejamento da aacuterea de preservaccedilatildeo na universidade

Em 2007 em sua defesa de tese de doutorado em engenharia civil Renato Saboya explica ldquoPlano Diretor eacute um documento que sintetiza e torna expliacute-citos os objetivos consensuados para o Municiacutepio e estabelece princiacutepios diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as decisotildees dos atores envolvidos no processo de de-senvolvimento urbano convirjam tan-to quanto possiacutevel na direccedilatildeo desses objetivosrdquo

Para Acircngela Braz aluna do quinto periacuteodo de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal da Paraiacuteba pro-blemas comuns como salas com maacute ventilaccedilatildeo ou com insolaccedilatildeo intensa poderiam ter sido evitados se a insti-tuiccedilatildeo tivesse em seu plano diretor as melhores localizaccedilotildees para a constru-ccedilatildeo dos blocos Com tal planejamen-to seriam evitadas aacutereas voltadas di-retamente para o nascente ou poente e tambeacutem aacutereas natildeo favorecidas pelos ventos

Planos Diretores no Brasil

Quando questionados a maioria dos brasileiros pensam que exemplos de planejamento preventivo existem apenas em paiacuteses de ldquoprimeiro mun-dordquo poreacutem em diversos municiacutepios brasileiros planos diretores tiveram relativo sucesso como por exemplo Curitiba Brasiacutelia e ateacute mesmo Joatildeo Pessoa Sendo a uacuteltima um dos melho-res exemplos nacionais de preservaccedilatildeo de sua orla mariacutetima onde existe um

bloqueio para edifiacutecios superiores a quatro andares

ldquoA questatildeo da falta de planejamen-to urbano eacute muito mais grave do que parece o recobrimento dos solos com materiais impermeaacuteveis juntamente com o adensamento de construccedilotildees acaba ocasionando o aumento de tem-peratura em determinadas regiotildeesrdquo indaga Acircngela

O impedimento da construccedilatildeo de preacutedios altos na orla evita o conhecido fenocircmeno em diversas praias sombra Em praias de Recife Rio de Janeiro e Balneaacuterio Camboriuacute por exemplo possuem sombra na faixa de areia mes-mo horas antes do pocircr do sol devido aos gigantes que ali se encontramldquoSalas cada vez menores para turmas cada vez maioresrdquo

Para Andreacute Siqueira aluno do se-gundo periacuteodo de Arquitetura e Urba-nismo na Universidade Federal da Pa-raiacuteba a falta de um real planejamento cria ateacute mesmo a falta de acessibilida-de em diversas aacutereas da Universida-de Calccediladas estreitas com caminhos

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidade

Protesto de alunos de Miacutedias Digitais devido ao atraso de mais de dois anos na entrega do bloco do curso

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 39

Soluccedilatildeo a longo prazo

Flaacutevio Tavares membro do pro-jeto de iniciaccedilatildeo cientiacutefica ldquoTerritoacute-rios e urbanidades praacuteticas urbanas e poliacuteticas culturais no espaccedilo puacuteblico contemporacircneordquo mostra-se indignado com o fato de que o porte que a uni-versidade tem atingido seja de espa-ccedilo fiacutesico ndash com grande quantidade de alunos e funcionaacuterios circulando no seu campus - seja do volume de recur-sos aplicados anualmente e ainda natildeo possua um plano diretor em vigor Ele permitiria accedilotildees integradas de longo prazo garantindo que os investimentos ocorram de acordo com os principais anseios da comunidade universitaacuteria jaacute que a elaboraccedilatildeo do plano se daacute necessariamente a partir da discussatildeo conjunta entre os envolvidos com a re-giatildeo

Indagado sobre as possiacuteveis accedilotildees

que poderiam sanar os atuais (e fu-turos) problemas Tavares diz que a Universidade deve iniciar de imedia-to a construccedilatildeo de um ldquoPlano Diretor Participativo Integrado para o Cam-pus Joatildeo Pessoa da UFPBrdquo incluindo questotildees de planejamento participativo na proposiccedilatildeo das futuras obras per-mitindo que a comunidade acadecircmica possa opinar sobre as obras que ali se-ratildeo executadas resultando numa maior conexatildeo e identificaccedilatildeo com os usuaacute-rios Quanto a uma obra especiacutefica ele acredita que uma ampla intervenccedilatildeo no

desenho urbano do campus seria ne-cessaacuteria priorizando o fluxo de pedes-tres com pisos adequados vegetaccedilatildeo passarelas etc

Para finalizar Flaacutevio lembra que agora que a Universidade acolhe um maior nuacutemero de pessoas com defici-ecircncia tendo o dever natildeo soacute legal mas tambeacutem social de incluir estas pessoas num deslocar seguro e independente Sendo esse apenas possiacutevel com um planejamento efetivo da estrutura fiacutesi-ca da Universidade

No final de 2012 Margareth Diniz assumiu a Reitoria da Uni-versidade Federal da Paraiacute-ba e com ela iniciaram-se projetos de um Plano Dire-tor Esse Plano teraacute como principal foco proteger a reserva de mata atlacircntica na qual a Instituiccedilatildeo estaacute sediada O professor Seacutergio Alonso recentemente em-possado prefeito do Campus I eacute um dos membros desta comissatildeo que discute a cria-ccedilatildeo do Plano na UFPB Ele teraacute a missatildeo de coordenar as discussotildees sobre o PD

Planejamento evita problemas como o demonstrado no viacutedeo acima

Novo campus em Rio Tinto Obras que esteticamente feias e sem utilidade

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ReportagemFrancisco de Oliveira

Guilherme Pontes

confusos ou ateacute mesmo inexistentes e ainda praccedilas de permanecircncia sem co-bertura satildeo outros exemplos lembra-dos por Siqueira

Sobre o futuro Andreacute eacute pessi-mista e comenta que a cada dia mais problemas surgem Ser deficiente na UFPB eacute praticamente impossiacutevel Blocos aleatoacuterios para cursos que de-veriam ter salas proacuteximas Essas in-clusive estatildeo cada vez menores para turmas cada vez maiores ldquoSalas com janelotildees feitas para serem usadas com projetor que tipo de arquiteto aprova issordquo provoca

INFRAESTRUTURA

40 - UFPB em Revista

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Central

Construiacuteda haacute mais de 30 anos a Biblioteca Central da UFPB nunca passou por uma grande reforma

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Se algueacutem que frequenta a Bi-blioteca Central da UFPB atu-almente fosse perguntado sobre

qual a sua impressatildeo sobre o local as respostas certamente seriam se-melhantes agraves de quem respondesse a mesma pergunta haacute dez ou vinte anos calor poeira mofo falta de acessibilidade e estrutura deficitaacuteria estariam entre as palavras mais cita-das Isso se explica pelo fato do preacute-dio construiacutedo na deacutecada de 1970 ter sido mal planejado e nunca ter passado por uma grande reforma

Com o acervo atual em torno dos 400 mil exemplares a Bibliote-ca Central tem como principal fina-lidade dar suporte de informaccedilotildees aos programas de ensino pesquisa e extensatildeo Construiacuteda ao lado de uma mata ndash a UFPB estaacute localizada em uma regiatildeo de Mata Atlacircntica ndash so-fre com a maacute conservaccedilatildeo do acervo

exposto agrave umidade poeira e insetosSegundo a bibliotecaacuteria TM que preferiu natildeo se identificar o uacutelti-mo governo ateacute fez investimentos importantes no local ldquoAtraveacutes de pregotildees e ouvindo sugestotildees de co-ordenadores de cursos e professores foram adquiridos milhares de novos tiacutetulos Aleacutem disso foram instala-dos novos computadores cadeiras e feita a climatizaccedilatildeo de algumas salasrdquo A ideia eacute que nos proacuteximos anos sejam feitos novos investimen-tos no local ldquoA nova Reitora pro-meteu um sistema de climatizaccedilatildeo completo para o preacutediordquo afirma TM

Apesar das melhorias nos uacutel-timos anos e a promessa de novos investimentos para um futuro proacute-ximo muitas mudanccedilas inclusive estruturais precisam acontecer na Biblioteca Central ldquoO projeto ar-quitetocircnico eacute defeituoso Eacute impos-

siacutevel falar em climatizaccedilatildeo enquan-to natildeo for solucionado o problema das grandes frestas nas paredes do lugar Tambeacutem natildeo adianta climati-zar sem ser feita uma higienizaccedilatildeo em todo o preacutediordquo afirma o fun-cionaacuterio Francisco Joseacute Assistente Administrativo do local haacute 25 anos

Natildeo bastasse o problema de con-servaccedilatildeo do acervo existe uma ques-tatildeo ainda mais grave a ser tratada a sauacutede dos que frequentam a Bibliote-ca Central Vaacuterios funcionaacuterios rela-taram problemas de sauacutede por causa da higiene e estrutura do local O acuacutemulo de poeira e fungos jaacute causou vaacuterias doenccedilas de pele desde cocei-ras ateacute alergias seacuterias Aleacutem disso eacute comum funcionaacuterios reclamarem de problemas de coluna causados pelo manuseio das pesadas estantes e pro-blemas de mobilidade com os carros de matildeo que transportam os livros

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Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

A realidade

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

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ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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PELO CAMPUS

46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

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48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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PELO CAMPUS

50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

PELO CAMPUS

52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

Recepccedilatildeo Local

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 2: UFPB em revista

EditorialOs desafios para a nova gestatildeo da Universidade Federal da Paraiacuteba satildeo imensos e decorrem da ausecircncia de planejamento e de accedilotildees administrativas vividas pelo menos nos uacuteltimos doze anos Seratildeo quatro anos para num esforccedilo concentrado fazer as correccedilotildees de rumo e redirecionar a Instituiccedilatildeo no sentido de colocaacute-la no cenaacuterio das mais importantes do paiacutes Este eacute o sentido da frase criada pelo seu fundador Joseacute Ameacuterico de Almeida ldquooutros vos daratildeo asas e o selo da per-petuidaderdquoCom o programa Reuni do Governo Federal a UFPB possibilitou que muitos jovens pudessem abra-ccedilar um curso de graduaccedilatildeo no sistema de ensino puacuteblico federal Aleacutem do ampliar as vagas para estudantes a Instituiccedilatildeo viu florescer em seus quatro Campi uma seacuterie de obras de engenharia Satildeo salas de aula e espaccedilos laboratoriais destinados a acomodar professores estudantes e teacutecnicos administrativos advindos do ReuniNo entanto apesar dos esforccedilos dos docentes (que elaboraram os projetos de criaccedilatildeo de novos cursos e da ampliaccedilatildeo de vagas nos jaacute existentes) entraves propositais de ordem administrativa dificultaram ou instituiacuteram equiacutevocos de difiacutecil reversatildeo Uma seacuterie de fatores ocorreu para que as obras natildeo tivessem os prazos de entrega cumpridos e que uma seacuterie de equipamentos tenha deixado de ser comprado A grande maioria dos novos cursos enfrenta problemas traduzidos na falta de equipamentos para os laboratoacuterios e ainda a ausecircncia de espaccedilos para salas de aula Se os recursos foram liberados pelo Governo Federal na proporccedilatildeo indicada nos projetos faltou-nos uma administraccedilatildeo competente para fazer com que fossem aplicados de modo ceacutelere e eficaz durante o periacuteodo administrativo que marcou a gestatildeo Rocircmulo Polari e Iara MatosA uacutenica explicaccedilatildeo reside na ausecircncia de competecircncia administrativa que senatildeo vejamos a Biblio-teca Central encontra-se em estado lastimaacutevel por conta dos fungos e da poeira que ameaccedilam o acervo Sem nenhuma reforma para correccedilatildeo dos problemas de ventilaccedilatildeo e adequaccedilatildeo de clima-tizaccedilatildeo livros funcionaacuterios e usuaacuterios de modo geral estatildeo afetados pela proliferaccedilatildeo de fungos e poeiraNa falta de um Plano Diretor que pudesse ordenar o crescimento da UFPB o problema com ausecircncia de espaccedilo para novas construccedilotildees em plano horizontal resulta forccedilosamente na verticalizaccedilatildeo das construccedilotildees A falta de planejamento dificulta a mobilidade e mesmo nos preacutedios de poucos anda-res falta acessibilidade para as pessoas com deficiecircncia prevista em Lei O resultado da ausecircncia ou pouca importacircncia dada ao planejamento pode ser sentido na dificul-dade de estacionamento nas ausecircncias de acessibilidade de seguranccedila contra incecircndio e de um sistema de vigilacircncia e monitoramento que possibilitem transitar no Campus com seguranccedila Todos esses problemas aliados a uma burocracia maccedilante letaacutergica e pouco funcional emperram o fun-cionamento mais baacutesico da Instituiccedilatildeo

Profordm Derval Gomes Golzio

Expediente

Orientaccedilatildeo Professor Derval Golzio e Rubens WeyneEditores Marina Maracajaacute e Nayane Maia

Colaboraram nesta ediccedilatildeo Layse Pereira (projeto graacutefico)Capa e Arte Nayane Maia

UFPB em revista eacute uma atividade das disciplinas Oficina de Produccedilatildeo de Texto e Editoraccedilatildeo II do curso Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais da UFPB

Joatildeo Pessoa - PBMaio - 2013

ediccedilatildeo nordm 01

SumaacuterioUFPB agrave distacircncia expande horizontes para a educaccedilatildeo

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Bioteacuterios da UFPB revelam diferenccedilas e abandonop18

EJA Consultoria proporciona crescimento profissionalp24

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidadep38

UFPB Virtual e o Ensino agrave distacircncia na Paraiacutebap12

Ano de 2015 eacute limite para meta plena de acessibilidadep34

Neurocientista Miguel Nicolelis reabre Foacuterum Universitaacuteriop28

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeop42

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governop48

Quem satildeo e como vivem os estrangeiros na UFPBp52

Viacutedeo veiculado na internet revela atrito em sala de aulap10

Grupos de pesquisa desafios e metas dos pesquisadores da UFPBp20

Estaacutegio A busca pela experiecircncia profissionalp26

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Centralp40

Curso preacute-vestibular funciona de modo precaacuteriop14

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeop36

Estacionamento precaacuterio provoca transtorno na UFPBp32

Onde os gatos tecircm vezp46

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agorap50

ENSINO

8 - UFPB em Revista

Com o sistema de Educaccedilatildeo agrave Distacircncia ndash EaD pelo UFPB-VIRTUAL atraveacutes do sistema

Moodle alunos da graduaccedilatildeo regular presencial da UFPB podem ter ateacute 20 da carga horaacuteria de seus cursos ministrados virtualmente Conforme prevecirc a Portaria Nordm 4059 de 10 de dezembro de 2004 do MEC Atraveacutes desta portaria que vale para todo o territoacuterio nacional a professora e pes-quisadora Deacutebora Regina Opolski da disciplina de Aacuteudio I (curso de Comu-nicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais) ministrou algumas aulas on-line via viacutedeo confe-recircncia e acompanhou algumas ativida-des pela plataforma Moodle (sistema de administraccedilatildeo de atividades educa-cionais destinado agrave criaccedilatildeo de comu-nidades on-line em ambientes virtuais voltados para a aprendizagem utiliza-dos pelas universidades em todo)

Poreacutem segundo relatos de estu-dantes do curso esta ferramenta natildeo os favoreceu academicamente pois a plataforma utiliza um layout compli-cado para quem natildeo teve um preacutevio

UFPB agrave distacircncia expande horizontes para a educaccedilatildeo

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treinamento de uso e esta dificuldade acabou prejudicando o andamento das atividades bem como o conteuacutedo a ser transmitido ldquoFoi difiacutecil pra mim porque as atividades que a professora enviava natildeo apareceram por completo sempre faltava um ou outro arquivo Tive que pegar o conteuacutedo com cole-gas que tiveram acesso aos arquivos que natildeo apareciam para mim Quase toda a turma teve problemas para usar o Moodle muitos tiveram problemas de conexatildeo onde o sistema natildeo fazia o login da senha de acesso (que era individual) e utilizava o nosso nuacutemero de matricula como usuaacuteriordquo disse a es-tudante Jeacutessica de Souza Morais

A professora Deacutebora tambeacutem con-tou que teve vaacuterios problemas para incluir os alunos no sistema como tambeacutem para envio de arquivos com os conteuacutedos e atividades Essas fa-lhas acabaram comprometendo muito o ensino da disciplina para a turma Ela ainda relatou que por vaacuterias vezes procurou a equipe teacutecnica da univer-sidade bem como amigos que utili-

zavam a software em busca de algum treinamento ou informaccedilatildeo especiacutefica para utilizaccedilatildeo da ferramenta para pro-fessores que inclui aleacutem do monitora-mento de utilizaccedilatildeo e de carga horaacuteria de visita dos arquivos pelos alunos o sistema de consolidaccedilatildeo de notas para cada estudante matriculado

Para a coordenadora adjunta da UFPBVIRTUAL Renata Patriacutecia Lima Jeronymo M Pinto esse softwa-re tem uma proposta bastante diferen-ciada de aprender e passar informaccedilatildeo em colaboraccedilatildeo no ambiente on-line e tem como base a pedagogia soacutecio construtivista aberta livre e gratuita e pode ser carregado utilizado mo-dificado e ateacute distribuiacutedo ldquoDesconhe-ccedilo o acontecimento destes problemas apresentados neste caso da turma de Miacutedias Digitais mas afirmo que foi um caso isolado pois geralmente natildeo temos muitos problemas com a plata-forma Eventualmente podem aconte-cer alguns desvios de funcionamento que podem ser resolvidos pela equipe teacutecnica em caso de reclamaccedilotildees Algu-

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 9

Reuniatildeo de professores no Laboratoacuterio I da UFPB Virtual

O que fazer para melhorar

Sistema Virtual

ReportagemDannylo Vasconcelos

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Foto do cartaz de divulgaccedilatildeo do vestibular da UFPB Virtual em 2012

mas medidas foram tomadas nos uacutelti-mos meses para melhorar o acesso e a utilizaccedilatildeo do Moodle e muitas outras melhorias viratildeo ainda esse mecircsrdquo disse

Para o aluno Adilson Joseacute de Oli-veira de 34 anos do curso de Pedago-gia online que utiliza exclusivamente o Moodle como interaccedilatildeo entre os gra-duandos e professores a plataforma no inicio das atividades de curso apresen-ta certa complexidade de utilizaccedilatildeo mas nada que com pouco tempo de uso natildeo fique faacutecil ldquoTive soacute um proble-ma no qual um arquivo de revisatildeo de prova natildeo apareceu pra mim logo co-muniquei ao professor e ele me enviou por email No mais nada de muito complicadordquo relatou o estudante que ainda elogiou o sistema dizendo ser para ele que mora longe do campus da universidade a oportunidade de fazer um curso superior em casa podendo assim continuar com suas atividades profissionais no municiacutepio que mora no cariri paraibano

A UFPBVIRTUAL e o Centro de Informaacutetica da UFPB publicaram no dia 09 de abril um projeto-parceria atraveacutes da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios com o objetivo de melhorar a qualida-de no acesso agrave plataforma de ensino agrave distacircncia Solicitando a colaboraccedilatildeo de atuais e ex usuaacuterios a ideia eacute apurar informaccedilotildees que os ajudem a melho-raacute-lo Os questionaacuterios foram projeta-do de forma a serem respondidos num tempo que varia entre 2 e 5 minutos Todos podem participar estudantes professores tutores etc

Os questionaacuterios contemplam as-suntos importantes no questionaacuterio 1 a abordagem se centra na Anaacutelise da Acessibilidade da Plataforma EaD da UFPBVirtual no questionaacuterio 2 o pon-to central eacute a avaliaccedilatildeo da Interface do Curso Superior de LIBRAS da UFPB Virtual (Apenas para alunos do curso de letrasLIBRAS) no questionaacuterio 3 as questotildees buscam informaccedilotildees sobre a Comunicabilidade na UFPB Virtu-al no questionaacuterio 4 a abordagem eacute a avaliaccedilatildeo de Interfaces de Platafor-mas EAD em Dispositivos Moacuteveis no questionaacuterio 5 os idealizadores bus-cam respostas sobre a Usabilidade do Ambiente Virtual Moodle No questio-naacuterio 6 a abordagem busca avaliar In-terfaces Multimodais na UFPB Virtual

Com o intuito de formar profes-sores Leigos atuantes em escolas publicas bem como o a formaccedilotildees de jovens e adultos que moram no interior da Paraiacuteba UFPBVIRTU-AL integra o Sistema Universidade Aberta do Brasil ndash UAB Utilizando modernas tecnologias da informaccedilatildeo e da comunicaccedilatildeo e de metodologias inovadoras de ensino Os cursos satildeo desenvolvidos com base na Internet atraveacutes do ambiente virtual de apren-

dizagem Moodle e tambeacutem materiais impressos CDs DVDs Bibliotecas Virtuais e assistecircncia personalizada aos estudantes nos Polos de Apoio presencial em todo o Estado Ao todo satildeo ofertados nove cursos de graduaccedilatildeo todos na modalidade a distacircncia e com 50 das vagas por cada ano no vestibular em Matemaacuteti-ca Letras Libras Pedagogia Ciecircn-cias Bioloacutegicas Ciecircncias Agraacuterias Ciecircncias Naturais Computaccedilatildeo e Administraccedilatildeo Puacuteblica

e no questionaacuterio 7 avaliar o Uso de EAD e Redes Sociais

ENSINO

10 - UFPB em Revista

Viacutedeo veiculado na internet revela atrito em sala de aula

O acesso a uma grande gama de informaccedilotildees e meios de propa-gaccedilatildeo raacutepida de notiacutecia oca-

sionado pela popularizaccedilatildeo das redes sociais nos uacuteltimos tempos fez com que surgissem vaacuterias atitudes de estu-dantes entre eles universitaacuterios que seja por provocaccedilatildeo ou simples curio-sidade passaram a questionar o pro-fessor acerca da disciplina e dos meacuteto-dos aplicados O resultado eacute o aumento dos atritos naturais envolvendo a hie-rarquia existente na relaccedilatildeo de quem ensina e quem aprende

Recentemente circulou nas redes sociais um viacutedeo realizado dentro da sala de aula por estudantes do 1ordm periacute-odo do curso de Comunicaccedilatildeo Social da Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) O viacutedeo foi protagonizado pela professora Maria Luacutecia de Olivei-ra e uma de suas alunas nele a profes-sora demonstra fuacuteria ao perceber que a estudante estava lendo um livro que natildeo pertencia agrave aula

Os alunos que tinham o haacutebito de usar os celulares para captar o aacuteudio para estudo posterior imediatamente gravaram a discussatildeo e recorreram entatildeo ao coordenador do curso que os orientou a juntarem mais provas O

resultado foi uma seacuterie de viacutedeos que pipocaram nas redes sociais e no you-tube chamando a atenccedilatildeo de outros meios de comunicaccedilatildeo

Este fato ocorrido dentro da UFPB expotildee a fragilidade da relaccedilatildeo discen-te-docente na atualidade onde um ex-cesso de autoridade pode acarretar pro-blemas no relacionamento e em casos extremos como o acontecido provo-car um fim forccedilado de uma relaccedilatildeo Ou seja o que natildeo pode ocorrer eacute o rompi-mento da barreira entre a autoridade e o autoritarismo

Segundo os alunos a Professora Luacutecia jaacute natildeo tinha um bom relacio-namento com a turma e no caso se enervou a ponto de proferir palavras que poderiam ser proferidas de forma educada mas humilhavam os mesmos ldquoA gente jaacute tinha ouvido falar que ela humilhava os alunos e que para ser aprovado com ela tinha de conversar com ela mostrar-se amigo delardquo con-ta Edielly Arauacutejo ldquoO bom professor tem de ser humano Um tiacutetulo pode ateacute causar um distanciamento na relaccedilatildeo No episoacutedio por exemplo a professo-ra bradava que era doutora e que noacutes natildeordquo completa

Desde crianccedila somos educados

a respeitar a hierarquia educacional Dentro de uma instituiccedilatildeo de ensi-no o professor eacute a parte do comando que estaacute mais proacuteximo ao aluno Eacute o professor que determina o processo de construccedilatildeo do conhecimento Jaacute o alu-no deve acatar as decisotildees dos docen-tes e provar que aprendeu

A relaccedilatildeo professor-aluno estaacute sujeita a normas dos professores e do curso aspectos pedagoacutegicos objetivos a serem cumpridos sistemas de avalia-ccedilatildeo e outra gama de convenccedilotildees que natildeo estatildeo apenas sob a accedilatildeo dos proacute-prios docentes e discentes como pode-ria se pensar Inclusive algumas delas estatildeo sujeitas agrave legislaccedilatildeo vigente no Brasil

A lei que rege a educaccedilatildeo superior do nosso paiacutes eacute denominada LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo) de 20 de dezembro de 1996 Ela promove a descentralizaccedilatildeo e a autonomia para as universidades prevendo que estas elaborem e executem seu plano peda-goacutegico onde se estabelece a relaccedilatildeo aluno-professor

No caso relatado a professora foi taxada como vilatilde da histoacuteria e acabou afastada do departamento Foi procu-

Alunos usam redes sociais e procuram a miacutedia para expressar revolta contra atitude de professora UFPB tenta minimizar choque atraveacutes de ouvidoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 11

rada por toda imprensa para dar a sua versatildeo dos fatos mas preferiu o silecircn-cio dando voz ao ditado popular de que ldquoquem cala consenterdquo Outros pro-fessores poreacutem se declaram viacutetimas em casos semelhantes

De acordo com o mestre em His-toacuteria pela UFPB Paulo Eduardo ldquoLe-cionar estaacute a cada dia mais difiacutecil Nem me preocupo tanto com o salaacuterio mas principalmente com a violecircncia as agressotildees Natildeo sei realmente o que fazer tanto para natildeo ser agredido quanto para me conterrdquo desabafa

Percebe-se que a diferenccedilas de postura de um professor para outro quando estes imprimem a sua ldquomarcardquo De acordo com a sua personalidade evidenciam diferenccedilas metodoloacutegicas e filosoacuteficas que satildeo percebidas pelos alunos em sala de aula Um bom pro-fessor acaba sendo espelho e ateacute certo ponto um iacutedolo para alguns alunos

Ouvidoria

Reportagem Roacutebson A Viana e Wallyson Costa

A gestatildeo de uma universidade em-bora baseada na democracia continua com as decisotildees sendo tomadas verti-calmente de cima para baixo estabe-lecendo relaccedilotildees de autoridade Alguns professores valem-se dessa autoridade para impor seu respeito ao inveacutes de estabelececirc-lo atraveacutes da conquista Poucas decisotildees satildeo tomadas de forma coletiva

A fim de minimizar isso e para o re-cebimento de reclamaccedilotildees e sugestotildees sobre o funcionamento da instituiccedilatildeo a UFPB possui a Ouvidoria Geral co-mandada pelo Prof Dr Ceacutesar Emanoel Barbosa de Lima Segundo o Professor a Ouvidoria serve como acolhimento e estaacute agrave disposiccedilatildeo para receber suges-totildees e conciliar situaccedilotildees tanto quanto tem funccedilatildeo de encaminhar denuacutencias sobre casos

O oacutergatildeo funciona como apazigua-dor tentando encaminhar as reclama-ccedilotildees para o setor competente ldquoQuando haacute reclamaccedilotildees de alunos a gente ouve e entramos em contato com o depar-tamento e com o professor Depois de encaminhada a denuacutencia haacute um prazo para a resposta Se alguma parte natildeo fica satisfeita com o encaminhamento a denuacutencia vai subindo de instacircncia ateacute o oacutergatildeo superior por exemplo o Con-selho Universitaacuterio (Consuni)rdquo

Atualmente a Ouvidoria eacute um oacuter-gatildeo pouco divulgado tanto que no

caso da professora Luacutecia nenhuma denuacutencia foi feita ldquoEstamos um pouco escondidos embora as ligaccedilotildees nos se-jam encaminhadas Temos de ser mais

humanos e melhorar no contato com a sociedaderdquo diz Barbosa de Lima

Ele segue argumentando que ldquotem

de haver uma divulgaccedilatildeo melhor do que eacute realizado aqui dentro para so-ciedade A nova gestatildeo estaacute disposta a dar uma nova roupagem a UFPB A di-vulgaccedilatildeo seraacute bem maior Estamos nos mudando para o hall de entrada da rei-toria o que nos daraacute maior visibilida-de Na paacutegina da UFPB seraacute colocado um link que natildeo havia ateacute o momento para contato direto com a Ouvidoriardquo completa o professor afirmando que dessa maneira espera chegar cada vez mais perto de uma relaccedilatildeo professor-aluno agradaacutevel

ldquoNatildeo existe sistema 100 natildeo se resolve tudo mas trabalhamos para que isso aconteccedilardquo

Prof Ceacutesar Emanoel Lima

O prof Ceacutesar Emanoel afirma empenho na melhora da relaccedilatildeo ProfessorAluno

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Nova localidade da Ouvidoria sendo preparada no Hall de entrada da UFPB

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ENSINO

12 - UFPB em Revista

UFPB Virtual e o Ensino agrave distacircncia na Paraiacuteba

Polo presencial no campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba em Joatildeo Pessoa

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O ensino a distacircncia jaacute eacute uma re-alidade que se consolida cada vez mais nas universidades do

Brasil e do mundo Com a Universi-dade Federal da Paraiacuteba natildeo eacute dife-rente a UFPB Virtual tem recebido cada vez mais alunos o que confirma a tendecircncia de crescimento da educa-ccedilatildeo agrave distacircncia (EAD) no cenaacuterio pa-raibano

Todos os cursos oferecidos pela UFPB virtual funcionam de maneira similar Poreacutem cada qual com modi-ficaccedilotildees para atender as necessidades especiacuteficas de cada aacuterea O curso de licenciatura em ciecircncias bioloacutegicas agrave distacircncia por exemplo aleacutem das au-las virtuais e encontros presenciais possui aulas de campo e em laboratoacute-rio para uma formaccedilatildeo mais completa e soacutelida dos alunos De acordo com o facebook da UFPB Virtual ldquoAlguns procedimentos satildeo padronizados ou-tros natildeo O uacutenico que todos tem em comum 100 satildeo as provas presen-ciais obrigatoacuterias pelo MECrdquo

Cursos agrave distacircncia na UFPB

Os cursos ofertados pela UFPB Virtual satildeo ministrados via Moodle software que serve como plataforma virtual de aprendizagem Haacute tambeacutem aulas presenciais cuja localizaccedilatildeo e periodicidade variam O curso de Pe-dagogia por exemplo possui mais de 15 poacutelos em diferentes municiacutepios da Paraiacuteba para viabilizar as aulas presen-ciais

O preparo dos professores eacute fei-to por meio do e-tutor um projeto de capacitaccedilatildeo continuada da UFPB vir-tual Nele qualquer professor ou tutor da UFPB pode se inscrever _ na coor-denaccedilatildeo do curso do qual faz parte _ para a seleccedilatildeo do processo de cursos de capacitaccedilatildeo que possuem vagas li-mitadas

Ateacute o momento todas as gradua-ccedilotildees pela UFPB Virtual satildeo ofertadas na modalidade Licenciatura com ex-ceccedilatildeo do Bacharelado em Adminis-traccedilatildeo Puacuteblica Haacute tambeacutem uma poacutes-

graduaccedilatildeo especializaccedilatildeo em Gestatildeo Puacuteblica As graduaccedilotildees satildeo Ciecircncias Agraacuterias Ciecircncias Bioloacutegicas Ciecircn-cias Naturais Matemaacutetica LetrasPor-tuguecircs LetrasLIBRAS Computaccedilatildeo e Pedagogia

Um dos principais objetivos da oferta de cursos agrave distacircncia eacute dar a oportunidade agraves pessoas que natildeo po-dem se deslocar para outras localidades com o intuito de realizar tais cursos Dessa forma a oferta de curso online pela UFPB jaacute ultrapassou ateacute mesmo as fronteiras do estado Eacute possiacutevel ci-tar como exemplo o curso de Ciecircncias Bioloacutegicas que possui um polo na ci-dade de Jacaraci na Bahia Haacute tambeacutem dois poacutelos para o curso de Pedagogia no estado de Pernambuco nas cidades de Limoeiro e Ipojuca Apoacutes a conclu-satildeo dos cursos de graduaccedilatildeo a distacircn-cia eacute possiacutevel continuar os estudos com uma especializaccedilatildeo lato sensu ou strictu sensu O diploma eacute vaacutelido como o de qualquer outra graduaccedilatildeo realiza-da na modalidade presencial

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 13

Treinamento de professores pelo e-tutor

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Reportagem Walter Liciacutenio e Eacuterika Antunes

Os cursos de licenciatura agrave distacircn-cia satildeo ofertados com o intuito de for-mar professores aptos a ministrarem aulas na segunda etapa do ensino fun-damental e no ensino meacutedio atenden-do a necessidade de aprimoramento de professores que natildeo tecircm ensino supe-rior e formando pessoas residentes nas cidades do interior do estado que natildeo possuem faacutecil acesso agrave educaccedilatildeo ldquoHaacute todo tipo de aluno sem-terra pessoas da zona rural pessoas de alta e baixa renda etc Se vocecirc der uma olhada em nosso edital vocecirc veraacute que atendemos 3 tipos de puacuteblico distintos Demanda social professores da rede puacuteblica e surdosrdquo afirma a paacutegina do facebook da UFPB Virtual

Um dos maiores esforccedilos da edu-caccedilatildeo agrave distacircncia eacute manter a qualidade de ensino para que seus cursos sejam tatildeo eficientes quanto os presenciais Para que isso seja possiacutevel tem-se mantido paracircmetros dos cursos pre-senciais equivalentes Por exemplo o curso de Ciecircncias Bioloacutegicas oferece um fluxograma curricular igual ao mi-nistrado presencialmente com o mes-mo nuacutemero de horas-aula e creacuteditos Jaacute o curso de Matemaacutetica conta com apenas 90 horas a menos que seu equi-valente presencial

Preconceito

Pessoas mais tradicionais tendem a pensar que um formado em EAD

natildeo eacute tatildeo capaz quanto um formado em curso presencial A realidade eacute bem contraacuteria com a flexibilidade de horaacute-rios a pessoa que estaacute matriculada em um curso a distacircncia deve ser focada organizada e ter disciplina para man-ter seus estudos _ natildeo se dispersar seja com o ambiente onde estaacute ou a inter-net

Desde o ano de 2004 o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) aprovou a inser-ccedilatildeo de 20 da carga horaacuteria curricular em cursos superiores presenciais como aulas ministradas agrave distacircncia Tal posi-cionamento de um oacutergatildeo governamen-tal pode ser o indiacutecio de uma aceitaccedilatildeo

maior da modalidade de ensino ldquoO preconceito relacionado a EaD eacute uma discussatildeo ampla poreacutem ainda existe simrdquo constata o canal de contato on-line da UFPB Virtual Talvez a proacute-pria falta de conhecimento acerca da modalidade de ensino seja a razatildeo de parte da populaccedilatildeo negar-se a acreditar nesse meacutetodo educacional que com a difusatildeo do acesso agrave rede continuaraacute a se expandir

Ensino agrave distacircncia

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ENSINO

14 - UFPB em Revista

Alunas do Cursinho sendo entrevistadas

Curso preacute-vestibular funciona de modo precaacuterioAriany Melo 17 anos Emma-

nuela da Silva 24 Mayra Lu-cena 18 e Larissa dos Anjos

tambeacutem de 17 anos satildeo alunas do Cur-sinho Preacute-Vestibular que se iniciou em 14 fevereiro na UFPB - Universidade Federal da Paraiacuteba - todas elas tecircm em comum o sonho da aprovaccedilatildeo no ves-tibular

Para Ariany Melo que pretende cursar Relaccedilotildees Puacuteblicas e estaacute pela 2ordf vez no Cursinho Preparatoacuterio falta uma melhor organizaccedilatildeo para o funcio-namento das aulas ldquoO curso eacute legal mas eu esperava mais Noacutes temos mui-tas aulas vagas no ano passado natildeo era assim Pelo horaacuterio que recebemos as aulas deveriam ir das 13 agraves 17 horas Muitas vezes temos que esperar para ter apenas a uacuteltima aula simplesmente porque ningueacutem nos avisardquo comenta

O curso tem grande procura e a idade meacutedia dos frequentadores vai de 17 a 60 anos ldquoEacute difiacutecil entrar aqui a seleccedilatildeo eacute feita pela avaliaccedilatildeo da renda e o histoacuterico escolar do aluno Tambeacutem natildeo temos gastos adicionais pagamos apenas pelas coacutepias do material dispo-nibilizado pelos professores e as passa-gens de ocircnibus ainda temos o direito de tirar a carteirinha de estudanterdquo diz

Emmanuela da Silva que vai prestar vestibular para Serviccedilo Social

A turma que elas fazem parte conta com alunos portadores de necessidades especiais entre eles estaacute Larissa dos Anjos que sonha em fazer Psicologia Para ela a rotina de pegar material de-pois das aulas eacute um pouco diferente Jaacute que natildeo enxerga Larissa tem que ir ateacute o setor da universidade responsaacutevel em passar para o Braile o material dispo-nibilizado ldquoNoacutes pegamos o material necessaacuterio para as aulas com exceccedilatildeo de Matemaacutetica Quiacutemica e Fiacutesica que natildeo fica disponiacutevel Esses professores fazem o que podem enviam por email e eu estudo com ajuda do leitor virtu-alrdquo conta

Larissa Leite disse ainda que sente falta de algumas atitudes para ela eacute pre-ciso maior empenho para que as coisas funcionem melhor Mayra Lucena que espera cursar Jornalismo ou Pedagogia no ano que vem concorda com a cole-ga ldquoNo comeccedilo das aulas tinha uma pessoa aqui para acompanhar e ajudar no que eles precisassem agora somos noacutes que fazemos isso Inclusive temos um colega esquizofrecircnico e fica visiacutevel a falta de preparo dos professores quan-do acontece alguma situaccedilatildeordquo explica

Entrevista

A Coordenadora do Nuacutecleo de Jo-vens e Adultos da UFPB - Universida-de Federal da Paraiacuteba - Maria de Faacute-tima dos Santos Oliveira negou-se a dar declaraccedilotildees sobre o Cursinho Preacute-Vestibular o qual ela eacute responsaacutevel Ela exigiu uma Carta de Apresentaccedilatildeo da equipe de reportagem argumentan-do que esse eacute um procedimento de pra-xe no Departamento

Inicialmente a coordenadora omi-tiu tambeacutem o local e horaacuterio de fun-cionamento do curso Maria de Faacuteti-ma afirmou ser ldquoincorreto da parte de vocecircs (noacutes da reportagem) procurar alunos e professores do curso sem autorizaccedilatildeordquo acrescentou Maria de Faacutetima disse ainda que os professores sabem da necessidade dessa autoriza-ccedilatildeo ldquoQuem estaacute sendo inconveniente aqui eacute o professor de vocecircs porque ele sabe que isso eacute preciso Eacute uma forma de nos resguardarrdquo finalizou

O Professor Derval Golzio cha-mado de inconveniente por Faacutetima discorda dessa posiccedilatildeo ldquoeacute no miacutenimo um absurdo que um funcionaacuterio puacutebli-co se negue a disponibilizar esse tipo de informaccedilatildeo principalmente por se

tratar de coisas tatildeo simplesrdquo Golzio ainda questionou qual seria o inconveniente de prestar informaccedilotildees tatildeo baacutesicas que a professora Maria de Faacutetima sob pre-textos burocraacuteticos injustifi-caacuteveis faz tanto segredo

Greve na UFPB

A greve na UFPB foi o fator determinante para os resultados negativos obti-dos ano passado pelos es-tudantes que frequentaram o Cursinho Preacute-Vestibular da UFPB eacute o que diz o Pro-fessor de Matemaacutetica Paulo Rogeacuterio Para ele a interrup-

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 15

ccedilatildeo nas aulas causou o elevado niacutevel de evasatildeo nas turmas ldquoOs resultados ano passado natildeo foram bons a greve iniciada praticamente na metade do ano desestimulou os nossos alunos no comeccedilo do ano as salas eram cheiasrdquo pondera

Criado por um convecircnio entre a Universidade e a Secretaria de Edu-caccedilatildeo do Estado da Paraiacuteba o Curso faz parte do Nuacutecleo de Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos e foi inicialmente pensado para os estudantes do ensino meacutedio na UFPB que estatildeo no EJA ndash Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos - mas a alta procura fez com que fossem aber-tas novas vagas conta Rogeacuterio

O Professor explica que hoje exis-tem 2 turmas agrave tarde e 1 agrave noite com uma meacutedia de 150 alunos no total a maioria constituiacuteda de jovens Para ele lidar com Portadores de Necessi-dades Especiais eacute um desafio ldquoTraba-lhei com pessoas portadoras de algum tipo de deficiecircncia apenas uma vez mas faz muito tempo Natildeo tive ne-nhum tipo de treinamento acho que todo professor precisa receber um bom preparado infelizmente isso ain-da natildeo acontece O que me estimula eacute ver a forccedila de vontade desses alunosrdquo completou

Cursos de idioma pelo Departamen-to de Letras

Curso de extensatildeo em liacutenguas es-trangeiras eacute uma iniciativa do DLEM (Departamento de Letras Estrangeiras Modernas) Ele eacute aberto para toda co-

munidade seu uacutenico preacute-requisito eacute ter mais de 18 anos Satildeo oferecidos cur-sos de Liacutengua Inglesa Alematilde France-sa e Espanhola Para adentrar no curso eacute necessaacuterio fazer uma prova de sele-ccedilatildeo (em liacutengua portuguesa) O chefe do DLEM Professor Doutor Roberto Carlos de Assis natildeo soube precisar qual era a concorrecircncia do processo de seleccedilatildeo para uma das vagas dos cursos no entanto ele acredita que a concor-recircncia gira em torno de seis alunos por vaga

Os alunos de graduaccedilatildeo em Letras da UFPB supervisionados por seus professores satildeo os responsaacuteveis pelas as aulas do curso de extensatildeo Eles re-cebem uma bolsa de aproximadamente 200 reais Para dar essas aulas eacute preci-so estaacute no 4ordm periacuteodo do curso de gra-duaccedilatildeo ou jaacute ter experiecircncia compro-vada em sala de aula

O material para acompanhar as aulas fica por conta dos alunos Aleacutem disso se o aluno passar no processo se-letivo ainda tem uma taxa de matriacutecu-la no valor 100 reais para comunidade em geral e 90 reais para os alunos de letras Os alunos da residecircncia univer-sitaacuteria satildeo isentos dessa taxa

O professor Doutor Roberto Carlos de Assis crer que o percentual de eva-satildeo do curso de extensatildeo se aproxima dos 30 Para ele essa taxa eacute normal Natildeo haacute nenhum levantamento sobre quem mais procura o curso mas ele acredita que pessoas das mais diferen-tes aacutereas o procuram

Ana Carla graduanda do curso de Turismo faz o segundo semestre de in-

glecircs do curso de extensatildeo Ela acredita que o curso oferece uma boa oportu-nidade para aprender uma liacutengua to-davia o aluno tambeacutem tem que fazer sua parte para aprender mais Ela deci-diu aprender inglecircs porque na opiniatildeo dela ser biliacutengue eacute essencial para qual-quer pessoa que queira entrar no mer-cado de trabalho principalmente na aacuterea que ela pretende atuar o turismo

Ana Carla jaacute tinha uma base de co-nhecimento de inglecircs antes de entrar no curso No entanto nem todos os alunos satildeo assim Eacute o que afirma o bolsista do curso de extensatildeo Caio Antocircnio alu-no de graduaccedilatildeo em Letras Inglecircs Para ele as turmas iniciantes do curso de extensatildeo satildeo as mais trabalhosas pois muita gente natildeo tem uma boa base na liacutengua Como ele costuma dar suas au-las falando o inglecircs na maior parte do tempo algumas pessoas apresentam dificuldade Para ser melhor compre-endido por essas pessoas ele muitas vezes faz o uso da miacutemica

Outra dificuldade encontrada por Caio Antocircnio eacute o nuacutemero de alunos em sala de aula As turmas comeccedilam com 25 alunos Para o bolsista eacute possiacutevel dar uma aula com esse nuacutemero de alu-nos mas o rendimento cresce em tur-mas menores Segundo ele numa tur-ma com poucas pessoas eacute possiacutevel dar uma atenccedilatildeo individual aos alunos

Reportagem Francisco Dantas e Rocircmulo Jeferson

Curso de liacutenguas estrangeiras eacute uma iniciativa do DLEM (Departamento de Letras Estrangeiras Modernas)

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PESQUISA

18 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Para-iacuteba dispotildee de dois viveiros de animais para pesquisas labora-

toriais tambeacutem conhecidos como bio-teacuterio Satildeo locais inteiramente voltados para estudo de animais quer seja com-portamental procriaccedilatildeo ou mesmo para realizaccedilatildeo de experiecircncias No entanto apenas uma dessas unidades encontra-se ativa e haacute diferenccedilas notaacute-veis em ambos desde sua localizaccedilatildeo agraves suas atividades

Inaugurado em Fevereiro de 2004 com 900 metros quadrados o Bioteacuterio Thomas George eacute um exemplo como setor de pesquisa de uma universida-de Integra o Laboratoacuterio de Tecnolo-gia Farmaceutica (LTF) e ocupa aacuterea dentro da UFPB cercada e com guarita proacutepria O bioteacuterio foi financiado du-rante sua criaccedilatildeo pela Agecircncia Nacio-

nal de Vigilacircncia Sanitaacuteria (Anvisa) e atualmente sua manutenccedilatildeo eacute assegu-rada por projeacutetos de pesquisa proacuteprios doaccedilotildees e pela reitoria

Dentre as espeacutecies disponiacuteveis para pesquisa o laboratoacuterio possui ratos Wistar conhecida como rato-branco-de-laboratoacuterio camundongos Swiss e coelhos prontos para estudo pesquisa e experimentos quer seja em animais vivos ou em vitro (experimentos com sistemas fechados que podem ser iso-lados temporariamente em recipientes de vidro) Os roedores satildeo alguns dos animais mais importantes em pesqui-sas laboratoriais por serem faacuteceis de cuidar com ciclo de vida curto manu-tenccedilatildeo barata e por possuiacuterem seme-lhanccedilas fisioloacutegicas com o organismo humano ao ponto de desenvolver al-gumas das mesmas enfermidades

Como funciona

Para integridade dos dados colhi-dos nas pesquisas as dependecircncias do bioteacuterio seguem estritas normas de am-bientaccedilatildeo interna Segundo o teacutecnico bioterista Joseacute Crispim ldquocada sala eacute cli-matizada e mantida com pressotildees distin-tas positivas e negativasrdquo (termo usado para definir niacuteveis de pressatildeo maiores ou menores que a pressatildeo atmosfeacuterica comum definidos de acordo com as es-peacutecies e experimentos em andamento) Os dejetos dos animais satildeo recolhidos por uma camada de maravalha (resiacuteduo de madeira semelhante agrave serragem mas de dimensotildees superiores) seus utensiacute-lios laboratoriais satildeo esterilizados por um autoclave aparelho comum em laboratoacuterios e usa vapor pressurizado para realizar a limpeza de ferramentas

Bioteacuterios da UFPB revelam diferenccedilas e abandono

Preacutedio do viveiro do LTF Bioteacuterio Professor Thomas George

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 19

Cada ambiente isolado obedece a um ciclo de 12 horas que segue a orien-taccedilatildeo de fotoceacutelulas naturalmente lo-calizadas no exterior da estrutura Esse procedimento eacute necessaacuterio para simu-lar a luz natural dentro dos ambientes e mantecirc-los isolados De acordo com o estudo realizado nessas salas sua cli-matizaccedilatildeo pode tanto obedecer agrave luz natural como inverter-se fazendo com que as salas fiquem escuras durante o dia e claras agrave noite Em qualquer caso o ciclo de 12 horas eacute mantido tentan-do natildeo estressar os animais na intenccedilatildeo de manter a integridade dos dados co-letados em suas pesquisas

O Centro destina-se apenas a estu-dos e pesquisas de poacutes-graduaccedilatildeo ten-do ateacute entatildeo prestado assistecircncia aos cursos de quiacutemica biologia fisiotera-pia e farmacologia Este ultimo sendo o mais comum e funccedilatildeo primaacuteria do bioteacuterio nas palavras de Crispim ldquo90 por cento das pesquisas satildeo com os alunos da poacutes graduaccedilatildeo de farmaacuteciardquo

Contrapartida

Natildeo muito distante ao bioteacuterio do LTF mas presente tambeacutem na UFPB existe o que hoje eacute apenas cercas e pe-quenas aacutereas encobertas por mata do viveiro gerenciado pelo Departamento de Sistemaacutetica e Ecologia jaacute conheci-do como Laboratoacuterio Tropical de Pri-matologia criado em 1982

O bioteacuterio foi desativado em 2012 pelos dirigentes da proacutepria Instituiccedilatildeo por tempo indeterminado sob pre-

sala de pesquisa chegou a hospedar 108 primatas de nove espeacutecies

Aleacutem de docentes o local tinha um veterinaacuterio e trecircs funcionaacuterios para tratamento dos animais e servia como local para conclusatildeo de estaacutegios Hoje aparentemente apenas um funcionaacuterio que natildeo pocircde ser encontrado trabalha no local no turno da manhatilde ocasional-mente regando plantas

Sempre que as atividades do bioteacute-rio de Ciecircncias Bioloacutegicas satildeo postas em questatildeo obtem-se respostas como ldquoo custo dos animais era muito caro natildeo dava para manterrdquo seguidas de ldquoo animal em cativeiro natildeo serve para ob-servaccedilatildeo natildeo estaacute em seu habitat natu-ralrdquo Respostas simplistas como estas contrariam o histoacuterico de 30 anos do bioteacuterio e seu propoacutesito que incluiacutea ob-servar animais em cativeiro

Sobra

O Departamento de Sistemaacuteti-ca e Biologia atualmente natildeo possui qualquer criadouro de animais vivos resumindo sua biblioteca bioloacutegica a uma cultura entomoloacutegica (de insetos) conservados agrave base de ar-ceco e muita naftalina Atualmente nem os endere-ccedilos on-line relacionados agrave UFPB que carregam ldquodserdquo em suas URLs fun-cionam retornando paacutegina apoacutes paacutegi-na de erros onde o servidor do centro natildeo pocircde ser localizado

texto de estar passando por reestrutu-raccedilatildeo e mudanccedilas disse a professora Caroline Ele estaacute localizado a poucos metros da cerca que adentra a mata atlacircntica por uma trilha de difiacutecil loca-lizaccedilatildeo Continha macacos prego e ser-via como centro de criaccedilatildeo e manejo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo A observaccedilatildeo e documentaccedilatildeo do com-portamento dos primatas era orientada aos alunos de biologia em atividades extracurriculares (apesar de localizar-se adjacente ao bloco de quiacutemica)

Quando funcionava

O viveiro com 1200 metros qua-drados e 43 aacutereas fechadas possuiacutea co-zinha sala de atendimento veterinaacuterio e

Exemplo de rato Wistar usado em pesquisas

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ReportagemEduardo Cezar

Gustavo de AlmeidaCituaccedilatildeo do viveiro de Ciecircncias Bioloacutegicas

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PESQUISA

20 - UFPB em Revista

F undado em 2010 e jaacute premia-do no Expocom Nordeste 2011 na categoria Ediccedilatildeo de Livro o

projeto de pesquisa Para Ler o Digital coordenado pelo Professor Marcos Ni-colau do PPGC-UFPB e do curso de Miacutedias Digitais - UFPB eacute um exemplo do quatildeo importante eacute essa aacuterea de atu-accedilatildeo Tendo como objeto de pesquisa o eBook tambeacutem conhecido como livro digital o grupo eacute pioneiro na pesquisa e desenvolvimento de novos recursos de diagramaccedilatildeo e editoraccedilatildeo

Inicialmente trabalhando com obras dos professores do Departamen-to de Miacutedias Digitais o grupo recebeu convites para ampliar seus trabalhos a todo o Centro de ciecircncias humanas letras e artes (CCHLA) e participar da criaccedilatildeo do projeto editorial digital da Editora Universitaacuteria

Em entrevista o estudante e bol-sist O estudante e bolsista do projeto Para Ler o Digital Rennam Virginio explica sua trajetoacuteria e funccedilatildeo dentro grupo ldquoentrei quando ainda estava no primeiro mecircs do curso no intuito de de-

senvolver habilidades na aacuterea de Edi-toraccedilatildeo mas natildeo era meu foco que a princiacutepio era Viacutedeo Com o tempo aca-bei me identificando com a aacuterea Den-tro do projeto sou Bolsista da Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica escrevo artigos cientiacuteficos semestralmente sobre livros digitais faccedilo a editoraccedilatildeo de ePubs e a confec-ccedilatildeo de capas de alguns dos livros pro-duzidos no Projetordquo

O problema maior de ser estudan-te e pesquisador eacute ter que balancear as duas atividades na maioria dos casos o grupo de pesquisa tende a ser da mes-ma aacuterea de estudo do aluno o que pode ajudar na economia do tempo embora o aluno ainda tenha que enfrentar al-gumas dificuldades principalmente quando o horaacuterio de algumas discipli-nas do curso coincide com uma ativi-dade referente da pesquisa

Despertar a vocaccedilatildeo cientiacutefica e in-centivar novos talentos entre estudan-tes de graduaccedilatildeo eacute um dos objetivos especiacuteficos do Programa Institucional

de Bolsas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica o PIBIC Ele visa apoiar a poliacutetica de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica desenvolvida nas Instituiccedilotildees de Ensino eou Pesquisa por meio da concessatildeo de bolsas a es-tudantes de graduaccedilatildeo integrados na pesquisa cientiacutefica A cota de bolsas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica eacute concedida direta-mente agraves instituiccedilotildees Por sua vez estas satildeo responsaacuteveis pela seleccedilatildeo dos pro-jetos dos pesquisadores orientadores interessados em participar do Progra-ma Os estudantes tornam-se bolsistas a partir da indicaccedilatildeo dos orientadores

A bolsa tem duraccedilatildeo de 12 meses o valor segue uma tabela nacional Atu-almente o valor da bolsa para Iniciaccedilatildeo Cientifica equivale a R$40000 e os uacutenicos requisitos para o estudante satildeo de cursar graduaccedilatildeo e dedicar-se in-tegralmente agraves atividades acadecircmicas e de pesquisa O aluno deve procurar em sua aacuterea de interesse um pesquisa-dor que esteja disposto a integraacute-lo em sua pesquisa e a orientaacute-lo

Rennam ainda se mostra preocu-pado com a situaccedilatildeo dos grupos de

Grupos de pesquisa desafios e metas dos pesquisadores da UFPB

Integrantes do grupo de pesquisa Para Ler O Digital

Bolsa de iniciaccedilatildeo

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 21

pesquisa na Universidade ldquoNo geral acredito que o niacutevel seja bom mas po-deriacuteamos ter mais projetos de pesqui-sa A UFPB deveria incentivar mais os professores a criarem grupos de pesquisas Muitas vezes a PRPG pror-roga duas ou ateacute trecircs vezes as inscri-ccedilotildees para PIBIC e isso eacute sinal que as inscriccedilotildees de projetos foram poucas ou abaixo do esperadordquo

Os Grupos de Pesquisa apresentam alternativas para um trabalho conjun-to entre professores e alunos ambos pesquisadores A Universidade Federal da Paraiacuteba conta com 335 grupos cer-tificados pela instituiccedilatildeo e espalhados por todos os centros Tendo sua maior parte pertencente ao Centro de Sauacutede os grupos na aacuterea da tecnologia vecircm ganhando espaccedilo no cenaacuterio regional

de mais de 40 jovens pesquisadores entre doutores mestres e graduandos que estatildeo interconectados com pesqui-sadores de todo o Brasil e do mundo As pesquisas desenvolvidas satildeo realizadas em parceria com outras universidades institutos de pesquisa e empresas da iniciativa privada Por ser um laboratoacute-rio ativo na aacuterea de desenvolvimento recebe financiamento de instituiccedilotildees parceiras como a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) Finaciadora de Estudos e Projetos (FINEP) e Con-selho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq)

Lavid

O Laboratoacuterio de Aplicaccedilotildees de Viacutedeo Digital (LAVID) criado em 2003 eacute um exemplo a niacutevel nacional da importacircncia dos grupos de pesqui-sa Associado ao Departamento de Informaacutetica (DI) da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba o laboratoacuterio surgiu da proposta de desenvolver projetos de pesquisa e atualmente eacute referecircncia internacional em desenvolvimento de tecnologia para TV Digital

Em marccedilo deste ano os integrantes do Lavid do Centro de Informaacutetica da UFPB apresentaram para teacutecnicos da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e da Agecircncia Nacional de Cine-ma (Ancine) os mais recentes avanccedilos

da tecnologia Fogo Player desenvol-vida e que permite a projeccedilatildeo de ima-gens em ultra HD (4K)

Segundo o gerente de Projetos da RNP Daniel Caetano a RNP jaacute apoiou diversos projetos de pesquisa desen-volvidos pelo Lavid e ressaltou a im-portacircncia da tecnologia Fogo Player para a melhoria da formaccedilatildeo de profis-sionais da aacuterea de sauacutede Ele afirmou que transmissotildees em alta definiccedilatildeo e em tempo real como a que foi testa-da com sucesso pelo Lavid teratildeo uma gama de aplicaccedilotildees em um futuro proacute-ximo servindo natildeo apenas para exibir cirurgias e outros procedimentos de equipes meacutedicas

O Lavid conta com a colaboraccedilatildeo

Guido Lemos apresenta os projetos do Lavid aos representantes da Ancine

Estudantes realizando trabalhos do Lavid

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Reportagem Ermeson David George Juacutenior

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INTERACcedilAtildeO

24 - UFPB em Revista

ldquoSempre tive consciecircncia de que a EJA me proporciona-ria crescimento profissional

e pessoal A frase eacute de Amanda Lima aluna do primeiro periacuteodo do curso de Administraccedilatildeo da Universidade Fede-ral da Paraiacuteba (UFPB) e que acaba de entrar como membro da EJA Consul-toria (Empresa Juacutenior de Administra-ccedilatildeo) Esta empresa caracteriza-se por ser de consultoria sem fins lucrativos que presta serviccedilos na respectiva aacuterea acadecircmica sendo formada exclusiva-mente por alunos do curso de Admi-nistraccedilatildeo da UFPB e que tem como objetivo a capacitaccedilatildeo por meio de conhecimento teacutecnico e empresarial do aluno do curso inserindo-o pos-teriormente no mercado de traba-lho como um jovem empreendedor

Sua estrutura segundo o seu presi-dente Tito Amorim eacute mista de funcio-nal e projetizada A estrutura funcional tem como caracteriacutestica o planejamen-to de serviccedilos abrangendo cargos de analistas de cada departamento entre eles o de qualidade marketing proje-

tos presidecircncia tendo como seus su-periores os diretores Jaacute a projetizada consiste em cargos de consultoria ou seja pessoas restritas a execuccedilatildeo de determinado serviccedilo Os cargos sem-pre estatildeo sendo renovados ao longo dos anos dando oportunidades a outros estudantes da aacuterea para participarem e ateacute aos que jaacute estatildeo em cargos da EJA Consultoria a exercerem atividades em outros Todos estes requerem eleiccedilotildees

Casos de Sucessos

ldquoO estudante entra como universi-taacuterio e sai da EJA como um empreen-dedor atraveacutes da vivecircncia empresarial e gestatildeordquo afirma Tito Em quase 22 anos de existecircncia haacute vaacuterios casos de pessoas que trabalharem na EJA e ob-tiveram sucesso profissional tornando hoje empreendedores de sucesso En-tre os mais sucedidos dois satildeo lembra-dos pelo presidente satildeo eles Leandro Vieira idealizador do administrado-rescom e o Taacutercio Pessoa atualmen-te responsaacutevel pelo Empreender ndash JP

mostrando que o conhecimento adqui-rido na empresa foi bem aproveitado

O curso possibilita o aprendizado atraveacutes de programas de treinamento como Trainee aleacutem de outros eventos como a SDP (Semana de Desenvolvi-mento Profissional) que atinge toda a comunidade acadecircmica mas voltado sempre para o curso de Administraccedilatildeo Com o intuito de transmitir conheci-mento para outros segmentos estu-dantis o evento conhecido como EJA FAZ Palestra promove como o nome mesmo diz palestras sobre respecti-vos temas acerca de administraccedilatildeo Outro evento o Buscando Sorrisos tambeacutem promovido pela empresa de consultoria leva os membros da em-presa para uma instituiccedilatildeo de carida-de ajudando elas possibilitando aos alunos mais contato com a populaccedilatildeo

Pessoas que estatildeo assumindo car-gos agora como eacute o caso da estudante Amanda Lima que acaba de comeccedilar a atuar na funccedilatildeo de analista de qualida-de vecirc a EJA Consultoria como oportu-nidade de crescer no mercado ldquoQuem

EJA Consultoria proporciona crescimento profissional

Cerimocircnia de Posse da gestatildeo 20131 da EJA Consultoria

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 25

busca a EJA eacute um profissional diferen-ciadordquo disse a estudante Segunda ela que jaacute almeja exercer cargos de niacuteveis mais altos o conhecimento dado por esta empresa ajuda tambeacutem no curriacutecu-lo oferecendo uma visatildeo de mercado

A EJA como diferencial

Outros estudantes estatildeo exercendo cargos haacute mais tempo como eacute o caso de Rafael Carvalho que eacute membro da EJA haacute dez meses Ele comeccedilou como consultor e hoje atua como diretor de marketing ldquoEu jaacute trabalhei em car-gos estaduais empresas privadas mas nunca obtive tamanha experiecircncia pro-fissional como a que a EJA me ofere-ceurdquo afirmou Rafael Por estar na em-presa haacute mais tempo ele conclui que todo o conhecimento teoacuterico obtido dentro da sala de aula pode ser colo-cado em praacutetica nesta empresa juacutenior

Rafael relata que tambeacutem enfren-tou dificuldades como o fato de ter que se deslocar para a cidade de Ma-manguape na Paraiacuteba para realizar consultorias e sua transiccedilatildeo de cargo tambeacutem foi um momento difiacutecil por exigir dele o conhecimento em uma es-trutura funcional jaacute que estava saindo

de um cargo de estrutura projetizada Mesmo assim Rafael vecirc os problemas enfrentados como aprendizado ad-quirido almejando tambeacutem alcanccedilar cargos de niacuteveis mais altos ldquoTodo co-nhecimento que hoje eu tenho na aacuterea de administraccedilatildeo consegui na EJA e natildeo em outra empresardquo disse ele

Para ser membro da EJA Consulto-

Posse dos novos membros Idaacutecio Rodrigues e Natyara Santos

Posse do presidente Rodolfo Alves Felizardo

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ReportagemAcircngela Oliveira e

Jessica Morais

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ria o estudante do curso passa por uma seleccedilatildeo que dura aproximadamente uma semana Primeiramente eacute preci-so estar cursando qualquer periacuteodo de Administraccedilatildeo na UFPB em seguida se inscrever na empresa Os alunos selecionados passam por uma capaci-taccedilatildeo de trecircs meses antes de assumir seus respectivos cargos em uma ceri-

mocircnia de posse reali-zada tambeacutem na UFPB

A EJA Consultoria traduz o espiacuterito estu-dantil Aos estudantes que nela trabalham recai cobranccedilas de criatividade bom de-sempenho e boa capa-cidade administrativa Ao sair o estudante eacute visto como um verda-deiro administrador no mercado de trabalho Eacute o laboratoacuterio praacutetico de todo o aprendizado teoacute-rico do aluno no curso de Administraccedilatildeo da UFPB

INTERACcedilAtildeO

26 - UFPB em Revista

A busca pela experiecircncia profissionalEstudante do terceiro periacuteodo de

Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digi-tais (UFPB) Ermeson Lira (18

anos) tomou uma decisatildeo importante em sua vida tornou-se um estagiaacuterio Sua rotina mudou e com ela vieram as responsabilidades Diego Lopes (25 anos) estudante de Ciecircncias da Com-putaccedilatildeo tambeacutem iniciou sua carreira estagiando e ganhando experiecircncia Mas todos os alunos da Universidade Federal da Paraiacuteba conseguem a mes-ma oportunidade que eles

Na UFPB existem dois tipos de es-taacutegios o obrigatoacuterio que conta com a cobertura do seguro de acidentes pes-soais E o natildeo-obrigatoacuterio que eacute opcio-nal e pode ser remunerado ou natildeo Die-go Lopes acredita que ldquocom o estaacutegio vocecirc adquire experiecircncia de mercado de trabalho aprende a trabalhar sobre pressatildeo e se qualifica para vagas que

seratildeo destinadas a pessoas formadasrdquoNo caso do curso de Miacutedias Digi-

tais a regulamentaccedilatildeo diz ldquoEstaacutegio supervisionado em meio profissional ou acadecircmico totalizando 300 horas objetivando a observaccedilatildeo e intervenccedilatildeo do estudante para o exerciacutecio profissio-nal bem como facilitar sua integraccedilatildeo no meio profissionalrdquo O curso estabe-lece convecircnio com o Centro Integrado Empresa-Escola (CIEE) e entre ou-tras entidades puacuteblicas e privadas

O CIEE eacute uma instituiccedilatildeo filantroacute-pica que procura encontrar estaacutegios e oportunidades de aprendizado para es-tudantes dos niacuteveis meacutedio teacutecnico e su-perior Estaacute presente em todo territoacuterio nacional auxiliando a entrada dos jo-vens no mercado de trabalho Algumas empresas jaacute possuem convecircnio com a UFPB Mas alguns alunos ainda encon-tram dificuldades para conseguir seu

espaccedilo Eacute o exemplo de Joseacute Carlos Pe-reira (22 anos) estudante de Ciecircncias bioloacutegicas da UFPB Ele tentou entrar num estaacutegio oferecido pela profes-sora de seu curso mas por choque de horaacuterios natildeo pode fazecirc-lo ldquoalguns es-taacutegios que eu queria pegar eram no ho-raacuterio da manhatilde Horaacuterio este em que eu estava ocupado com as aulasrdquo

Segundo a Lei 11788 Art 8ordm da Constituiccedilatildeo brasileira os convecircnios tanto com empresas puacuteblicas quanto as privadas satildeo facultativos A UFPB eacute conveniada a mais de 300 institui-ccedilotildees Entre elas estatildeo o Banco do Bra-sil Carrefour TV Tambauacute Petrobraacutes e diversas prefeituras como a de Joatildeo Pessoa e Campina grande Segundo o Art 11ordm da mesma lei a duraccedilatildeo maacute-xima do estaacutegio eacute de dois anos exceto quando o estagiaacuterio possui necessida-des especiais

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 27

A PRG-CEM estaacute localizada na Reitoria da Universidade Federal da Paraiacuteba

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Reportagem Layse Pereira eRayssa Alcacircntara

Estaacutegios Cadastrados pela CEM2009-2013

Obrigatoacuterio

Natildeo-obrigatoacuterio

Bolsa Estaacutegio Meacuted

2009 2010 2011 2012 2013

123

827

76

1425 1340 961 96

113

130

1190

138

18361604

118141

Os nuacutemeros variam pois estamos no decorrer do ano Dados da PRG-CEM

O Lado bom

Apesar de algumas barreiras en-contradas os universitaacuterios tem uma opiniatildeo em comum O estaacutegio eacute uma etapa importante para a entrada no mercado de trabalho ldquoAleacutem de ad-quirir conhecimentos antes do tempo eacute uma oacutetima oportunidade pra se de-senvolver no mercado Quando se estaacute dentro desse ecossistema o aprendiza-do agrega em vocecirc mesmo que vocecirc natildeo queirardquo declarou Ermeson Lira

Professores como Alberto Pessoa (autor e pesquisador de histoacuterias em quadrinhos) tambeacutem acreditam na importacircncia do estaacutegio Segundo ele quando se estuda e trabalha o aluno consegue aproveitar melhor a gradua-ccedilatildeo ldquoQuando vocecirc trabalha vocecirc natildeo tem tempo de deixar pra laacute Entatildeo vocecirc aproveita melhor a universidade vocecirc estuda mais vocecirc tem um senso de res-ponsabilidade melhorrdquo argumenta

Primeiros Passos

Os estaacutegios dentro da universidade satildeo oferecidos pelos pela UFPB e via-bilizados pelos professores Para soli-citar a bolsa os alunos devem apresen-tar uma seacuterie de documentos Segundo Eliane Ferraz coordenadora da CEM (Coordenaccedilatildeo de Estaacutegio e Monito-

ramento) primeiramente o estudante deve encaminhar um ofiacutecio ao Proacute-Rei-tor de Planejamento da Universidade Federal da Paraiacuteba (Proplan-UFPB) contendo justificativas da solicitaccedilatildeo e detalhes sobre o estaacutegio

Outros documentos necessaacuterios satildeo o formulaacuterio de Solicitaccedilatildeo de Bolsa estaacutegio a Ficha Cadastral (Bolsa-EstaacutegioUFPB) Histoacuterico Escolar do aluno coacutepias da Identidade CPF Tiacutetu-lo de Eleitor e para os homens a coacutepia

do Certificado de quitaccedilatildeo como o ser-viccedilo militar Ao final de cada periacuteodo este processo eacute repetido para renovar a Bolsa

As informaccedilotildees sobre estaacutegios ex-ternos ainda eacute mal divulgado pela uni-versidade Os estudantes costumam ter a iniciativa de procuraacute-los por meio de amigos conhecidos Hoje com a in-ternet ficou mais faacutecil encontrar traba-lhos por meio de sites como por exem-plo o Gogojobcom (wwwgogojobcombr) que divulga vagas na aacuterea de publicidade Quando a oportunidade de estagiar eacute oferecida por instituiccedilotildees conveniadas agrave UFPB o universitaacuterio tambeacutem deve procurar a CEM Apoacutes assinado o convecircnio o aluno estaacute ofi-cialmente estagiando Em ambos os processos ao final de cada semestre deve ser entregue um relatoacuterio

Segundo a coordenadora da CEM os convecircnios realizados pela UFPB eacute uma maneira de atender agraves demandas acadecircmicas Para contemplar um maior nuacutemero de cursos da universidade ldquoOs convecircnios para a concessatildeo de estaacutegios supervisionados devem portanto ser celebrados de forma mais abrangente possiacutevel visando a atender de forma mais ampla a concessatildeo de estaacutegio a alunos regularmente matriculadosrdquo

INTERACcedilAtildeO

28 - UFPB em Revista

Em evento que lotou o auditoacuterio da reitoria da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba Joatildeo Pessoa

recebeu o neurocientista brasileiro Mi-guel Nicolelis que realizou a palestra ldquoA ciecircncia como agente de transforma-ccedilatildeo socialrdquo Nicolelis atraiu professo-res profissionais da aacuterea estudantes da UFPB e de outras universidades mas chamou ainda a atenccedilatildeo de cida-datildeos comuns com problemas de para-plegia tetraplegia deficientes visuais auditivos e pessoas que possuem entes queridos na mesma condiccedilatildeo O enor-me puacuteblico presente ao evento coorde-nado pelo Foacuterum Universitaacuterio deixou o auditoacuterio pequeno com a esperanccedila de ouvir das palavras do meacutedico que eles teriam seus problemas resolvidos pela ciecircncia seja em curto meacutedio ou longo prazo

Nicolelis que lidera um grupo de

pesquisadores da aacuterea de Neurociecircncia na Universidade Duke - EUA apresen-tou como um dos pilares da palestra a mesma questatildeo base do seu chamado Manifesto da Ciecircncia Tropical Nele o neurocientista sugere que o Brasil pode potencializar o desenvolvimen-to cientiacutefico e educacional a partir da cooperaccedilatildeo de ambos e propotildee quinze medidas para firmar o paiacutes como lide-ranccedila mundial na produccedilatildeo e uso de-mocratizante do conhecimento

Miguel Nicolelis falou tambeacutem so-bre a instituiccedilatildeo na cidade de Macaiacute-ba no Rio grande do Norte onde ele realiza um projeto chamado Educaccedilatildeo para toda a vida O projeto ensina para crianccedilas da periferia de Macaiacuteba e Na-tal conhecimentos nas aacutereas de roboacuteti-ca fiacutesica biologia geografia histoacuteria e informaacutetica Durante a palestra o neu-rocientista ainda explanou que desde

o iniacutecio do seu trabalho na cidade de Macaiacuteba a evasatildeo escolar da institui-ccedilatildeo eacute de apenas 2 e que as crianccedilas que estatildeo sendo formadas nessa insti-tuiccedilatildeo saem com mesmo niacutevel de es-colas de elite do Rio grande do Norte

O meacutedico disse aos presentes que acredita que a ciecircncia eacute grande agente responsaacutevel pela capacidade de ino-vaccedilatildeo e deve ser estimulada desde os primeiros momentos da vida Afirmou ainda que haacute uma carecircncia de investi-mento na aacuterea de intersecccedilatildeo da neu-rociecircncia e que se possiacutevel deveria existir acompanhamento ainda no preacute-natal para que a crianccedila nascesse com o maacuteximo de potencial neuroloacutegico Em 2014 Nicolelis abriraacute o primeiro Instituto Primata de Neurociecircncia com uma escola cujo aprendizado se inicia-raacute desde o nascimento Ainda que seja um sonho um pouco distante o meacutedico

Neurocientista Miguel Nicolelis reabre Foacuterum Universitaacuterio

Reabertura do foacuterum universitaacuterio tem como primeiro palestrante o neurocientista Miguel Nicolelis

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 29

acredita que futuramente Macaiacuteba seraacute a primeira ldquocidade ceacuterebrordquo do mundo

Durante a palestra o neurocien-tista tambeacutem abordou as experiecircncias que realiza sobre a interaccedilatildeo do ceacutere-bro e a maacutequina que consiste em fa-zer o movimento da maacutequina a partir dos estiacutemulos enviados pelo ceacuterebro que seratildeo convertidos em impulsos eleacutetricos e proporcionaratildeo o movi-mento mecacircnico de proacuteteses Ainda que ateacute o momento seus experimentos tenham sido feitos apenas com maca-cos jaacute causam ansiedade em pessoas que sofreram acidentes e hoje tem a locomoccedilatildeo comprometida O meacutedico acrescentou que pretende realizar uma demonstraccedilatildeo em 2014 quando uma brasileira parapleacutegica deveraacute caminhar 20 passos e dar o pontapeacute inicial da Copa do Mundo ldquoEsse seraacute um pre-sente do Brasil para toda a humanida-derdquo declarou Nicolelis

O foacuterum universitaacuterio

Apoacutes seis anos desativado a pre-senccedila de Miguel Nicolelis marcou de forma extraordinaacuteria o retorno do Foacute-rum Universitaacuterio Fundado na deacutecada de 1980 pelo professor Joseacute Jackson Carneiro o Foacuterum tem como objetivo discutir assuntos relevantes agrave socieda-de tanto em um niacutevel nacional como local Segundo o coordenador do Foacute-rum Iedo Fontes nunca ficou clara a razatildeo pela qual a gestatildeo anterior da UFPB paralisou o evento ldquoNunca ex-plicaramrdquo comentou Fontes

Para reforccedilar a natureza fomenta-dora de debates do Foacuterum Fontes dis-se que um dos primeiros debates entre presidenciaacuteveis poacutes-ditadura militar jaacute com vistas agraves eleiccedilotildees de 1989 foi promovido pela UFPB no antigo cam-pus de Campina Grande (que hoje eacute de competecircncia da UFCG) ldquoSoacute natildeo veio Collor Lula Brizola e outros estive-ram presentesrdquo comentou

Com o auditoacuterio lotado (600 pro-fessores de acordo com os nuacutemeros de Fontes) o retorno do Foacuterum foi con-siderado positivo A programaccedilatildeo fu-tura ainda estaacute sendo planejada mas a tendecircncia eacute que o Foacuterum seja realizado bimestralmente ldquoFoi uma declaraccedilatildeo da reitora a um jornal local de que ela tem interesse de que o Foacuterum aconte-ccedila num intervalo de dois meses O que nos permite fazer uma programaccedilatildeo Simulaccedilatildeo do exoesqueleto na abertura da Copa de 2014

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mais pensadardquo declarou o coordena-dor

Alguns temas jaacute estatildeo sendo con-siderados o bloqueio do crescimento econocircmico brasileiro nos uacuteltimos anos 500 anos da obra de Maquiavel dis-cussatildeo da obra do geoacutegrafo Josueacute de Castro federalizaccedilatildeo dos niacuteveis infan-til fundamental e meacutedio da educaccedilatildeo e a obra de Luiz Gonzaga e seu impacto sobre a vida regional (este uacuteltimo jaacute sendo organizado para o mecircs de ju-nho)

A princiacutepio o Foacuterum natildeo prioriza-ria nenhuma aacuterea em especiacutefico nem mesmo a proacutepria academia Fontes dis-se ldquoficou claro na reabertura oficial do Foacuterum que noacutes natildeo o reativamos ape-nas para professores estudantes e fun-cionaacuterios mas tambeacutem para a socieda-de pessoense () pessoas de diferentes ramos de atividade comeacutercio induacutes-tria academiardquo Poreacutem o coordenador esclareceu que uma atenccedilatildeo especial deveraacute ser dada agrave discussotildees relaciona-das agrave educaccedilatildeo - e essa preocupaccedilatildeo eacute percebida com a escolha de Miguel

Nicolelis para o primeiro encontro apoacutes a reativaccedilatildeo do Foacuterum ldquoSe tem uma aacuterea que noacutes devemos priorizar no

Brasil e fazer um grande debate nacio-nal eacute a educaccedilatildeordquo explicou Fontes

A exemplo de Nicolelis o Foacuterum tambeacutem foi responsaacutevel por trazer ou-tras personalidades conhecidas nacio-nalmente agrave Joatildeo Pessoa como os se-nadores Cristoacutevatildeo Buarque e Roberto Requiatildeo e o economista Carlos Les-sa Para uma futura ediccedilatildeo do foacuterum a Universidade estaacute tentando trazer o jornalista Paulo Henrique Amorim A ideia poreacutem natildeo eacute ficar preso a nomes de acircmbito nacional e abrir espaccedilo para pessoas que tenham impacto na socie-dade regional - ateacute pela histoacuteria e pelo legado que o Foacuterum tem de realizar debates de interesse da populaccedilatildeo em geral

ldquoFoacuterum eacute para discutir os proble-mas do estado Somos uma entidade produtora e reprodutora de conheci-mento () Na mesa de debate deve ter um professor de destaque mas tambeacutem algueacutem da aacuterea senatildeo fica apenas a niacute-vel de conferecircncia o que natildeo eacute bom pois natildeo promove o debaterdquo afirmou Fontes

Reportagem Una Txai e Rudah Silva

INFRAESTRUTURA

32 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Paraiacuteba enfrenta o caos na infraestrutura do sistema viaacuterio e estaciona-

mentos para veiacuteculos dos alunos pro-fessores e funcionaacuterios Eacute um problema de toda cidade que se reflete na univer-sidade gerando transtornos e problemas de logiacutestica em determinados horaacuterios As dificuldades na mobilidade interna ao Campus I decorrem na deficiecircncia no planejamento da expansatildeo da Instituiccedilatildeo aliadas ao aumento do nuacutemero de veiacute-culos nos uacuteltimos 10 anos O problema eacute reflexo da prioridade do veiacuteculo parti-cular sobre o uso de transporte coletivo

O campus I da instituiccedilatildeo estaacute pas-sando por algumas reestruturaccedilotildees e reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos jaacute existentes No periacuteodo de 2012 a 2013 o nuacutemero de vagas para estacionamento subiu consideravelmente de 2 mil para 2500 Em meacutedio prazo (dois anos) a administraccedilatildeo pretende criar mais 1500 vagas atraveacutes da continuaccedilatildeo do projeto de reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos (no CACE CCEN e HU) e da finali-zaccedilatildeo do Centro de Energias Renovaacute-veis ainda em construccedilatildeo por traacutes do CCHLA

Estacionamento precaacuterio provoca transtorno na UFPB

Vaacuterios carros estacionados de forma irregular e inconveniente no estacionamento da Central de Aulas do campus I

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Projetos

Segundo Marcelo Diniz da Divi-satildeo de Estudos e Projetos da Prefeitura Universitaacuteria a reorganizaccedilatildeo dos esta-cionamentos eacute prioridade e vem sendo implementada em vaacuterios estacionamen-tos da universidade O projeto modi-fica a posiccedilatildeo de entrada dos veiacuteculos de 45ordm (diagonal) para 90ordm (frontal) e a largura da vaga do estacionamento para impossibilitar improvisos que prejudi-cam o traacutefego como por exemplo as filas duplas No projeto as motos se-ratildeo contempladas com estacionamento proacuteprio para evitar a desorganizaccedilatildeo e acidentes nas passarelas e corredores das salas ldquoIremos instalar placas de ad-vertecircncia para as motos natildeo transitarem no espaccedilo destinado aos pedestresrdquo diz Marcelo

Um dos locais com maior problema fica proacuteximo ao preacutedio da Reitoria e da Biblioteca Central devido agrave concen-traccedilatildeo de vaacuterios serviccedilos e dos preacutedios acadecircmicos Nesse local estatildeo reuni-das agecircncias de trecircs bancos livrarias restaurantes DCE (Diretoacuterio Central Estudantil) e AdufPB (sindicato dos

professores) Por conta da via nesse lo-cal ser muito estreita a Prefeitura Uni-versitaacuteria utilizou prismas de concreto no trecho para evitar que os motoristas estacionem os veiacuteculos indevidamente na via de passagem dos carros ocasio-nando transtornos e risco de acidente

Somando-se a esse local estaacute em construccedilatildeo o preacutedio do Centro Arte e Cultura com auditoacuterio estimado para duas mil pessoas em frente agrave Reitoria No projeto da construccedilatildeo natildeo haacute ne-nhum estacionamento previsto para esse preacutedio e na ocasiatildeo de algum evento os visitantes iratildeo estacionar seus veiacuteculos por traacutes da Reitoria que comporta precariamente os usuaacuterios que jaacute utilizam o espaccedilo Para a soluccedilatildeo desse problema Marcelo Diniz informa haver um projeto para construccedilatildeo de um estacionamento por traacutes da Reitoria de um ou dois andares com valor estimado em 10 milhotildees de reais por andar

Usuaacuterios

Os usuaacuterios que utilizam os esta-cionamentos com regularidade pro-potildeem soluccedilotildees como criaccedilatildeo de vagas

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 33

Situaccedilatildeo corriqueira nas vias do campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba

A falta de vagas destinadas para motos eacute a justificativa dos motociclistas

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Reportagem Rodrigo Vitorino e Windsor Souza

destinadas exclusivamente a professo-res Josemar dos Santos professor de Estatiacutestica diz que ldquofalta a prefeitura organizar o estacionamento Haacute deter-minadas horas que vir do departamen-to para a sala de aula de carro se tornou inviaacutevel pois o nuacutemero de veiacuteculos cresceu bastante Poderiam organizar vagas destinadas a professores pois noacutes temos que ficar de bloco em bloco para dar aula enquanto os alunos vecircm assistem a uma aula e vatildeo emborardquo

Outro problema que tambeacutem in-comoda eacute a falta de vagas destinadas agraves bicicletas e motocicletas ldquoAgraves vezes natildeo tem nem espaccedilo para transitar pois tem motociclista estacionando as mo-tos nas vias passarelas e corredores dos blocos pois natildeo haacute vagas destina-das para estacionar as motosrdquo acres-centa Josemar

A falta de estacionamento para motos faz com que elas se amontoem de forma desorganizada Isso as trans-forma em vilatildes e campeatildes de recla-maccedilotildees Elas trafegam e estacionam onde eacute via de pedestres cadeirantes passagem de materiais para os preacutedios da universidade Diversas reclamaccedilotildees jaacute foram feitas por conta de atropela-mentos por dificultar a passagem e ateacute mesmo acidentes envolvendo deficien-tes visuais

Faacutebio Fonseca professor de Pe-dagogia tambeacutem reclama das motos e dos transtornos que elas causam quan-do deixadas em local inconveniente ldquoA universidade estaacute ficando muito pequena para a quantidade de auto-

moacuteveis Eacute preciso organizar o espaccedilo existente e criaccedilatildeo de espaccedilos especiacutefi-cos para motos A falta de organizaccedilatildeo faz com que os corredores passarelas e vias se transformam em estaciona-mento para as motos dificultando por exemplo a passagem de cadeirantesrdquo

O problema da falta de vagas acaba tambeacutem interferindo na aprendizagem dos alunos Aliado a isso haacute o proble-ma de seguranccedila dentro do campus Alunos servidores e professores natildeo confiam no sistema de cartotildees entre-gue na entrada da universidade ldquoGe-ralmente os alunos chegam na hora da aula que coincidem em todas as disci-plinas e a falta de vaga faz com que percamos tempo para estacionar Eacute o caos Muitas vezes encontramos uma vaga muito longe do local em que va-mos estudar E em eacutepoca de chuva pio-

ra Tambeacutem tem o perigo de assaltordquo diz a estudante de Biologia Daniele Lacerda

Empecilho

Alguns estacionamentos no cam-pus I da UFPB possuem aacutervores tom-badas e sob proteccedilatildeo que natildeo podem ser derrubadas Desta maneira a pre-feitura universitaacuteria desenvolveu o projeto de reestruturaccedilatildeo e organiza-ccedilatildeo dos estacionamentos respeitan-do a localizaccedilatildeo dessas aacutervores Nos estacionamentos jaacute finalizados como da Reitoria eacute perceptiacutevel a falta de arborizaccedilatildeo que influecircncia o aqueci-mento local e a desagradaacutevel sensaccedilatildeo de estar num ambiente claro e quente Outro problema encontrado eacute a falta de planejamento de escoamento da chuva Desta maneira em eacutepocas de chuva intensa haacute risco de alagamento

Com todo o empenho e desenvol-vimento estrutural eacute de suma impor-tacircncia o investimento em seguranccedila Mas tambeacutem organizar o tracircnsito au-xiliando os condutores onde devem estacionar e na fluidez do tracircnsito Devido agrave ausecircncia de fiscalizaccedilatildeo para coibir as infraccedilotildees de tracircnsito as vias se tornam estacionamentos irregula-res atrapalhando e colocando em risco a seguranccedila dos integrantes da comu-nidade universitaacuteria

INFRAESTRUTURA

34 - UFPB em Revista

Ano de 2015 eacute limite para meta plena de acessibilidade

Ausecircncia de acessibilidade eacute constante nos novos preacutedios da UFPB

Segundo dados do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a Paraiacuteba eacute o estado que possui a maior parcela de habitantes com necessidades especiais no Bra-sil empatando com o Rio Grande do Norte Quase 30 dos paraiba-nos tecircm algum tipo de necessidade especial Apesar da estatiacutestica e da existecircncia do Decreto Lei 5296 que determina a acessibilidade em todas as edificaccedilotildees puacuteblicas 90 por cento das construccedilotildees realizadas durante gestatildeo dos professores Rocircmulo Po-lari e Iara Matos a frente da UFPB natildeo respeitaram o seu cumprimento

No momento a atual adminis-traccedilatildeo estaacute empenhada num pra-zo de dois anos a assistir a todos os alunos com deficiecircncia cumprin-do as normas teacutecnicas de acessi-bilidade da Associaccedilatildeo Brasilei-ra de Normas Teacutecnicas (ABNT)

Dentre as medidas a serem ado-tadas estaacute a reforma na acessibilida-de arquitetocircnica das vias (calccediladas) Tambeacutem estaacute prevista a construccedilatildeo do Centro de Inclusatildeo (que vai in-tegrar todos os projetos de inclusatildeo em um soacute) agregar serviccedilos dispo-nibilizar salas de aula adquirir uma seacuterie de equipamentos fora do paiacutes (entre eles esfigmomanocircmetro que possibilita a traduccedilatildeo de textos em aacuteudio bengala que identifica obs-taacuteculos e computadores especiais)

Ateacute o momento apenas 15 preacute-dios estatildeo acessiacuteveis para os 30 alu-nos com necessidades especiais ca-dastrados na UFPB O uacutenico trecho com acessibilidade externa no Cam-pus I se encontra da Biblioteca Cen-tral ateacute o Refeitoacuterio Universitaacuterio No Campus II em Areia a primeira parte do projeto jaacute vem com todas as normas de acessibilidade executadas disse Marcelo Andrade Diniz Diretor do Departamento de Arquitetura da Prefeitura Universitaacuteria desde 2010

O que estaacute previsto

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 35

Segundo Marcelo Diniz que acompanhou a antiga gestatildeo da Uni-versidade o recurso era limitado e natildeo havia comprometimento dos ad-ministradores para cumprir as normas exigidas aleacutem da fiscalizaccedilatildeo pouco eficaz do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Ateacute 2010 pouco havia sido pensado discutido e realizado para incluir so-cialmente as pessoas com deficiecircn-cia Com o aumento significativo e progressivo no nuacutemero de estudan-tes em funccedilatildeo da Reestruturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universidades Fede-rais (Reuni) a situaccedilatildeo agravou-se

Desde entatildeo o Governo Federal estaacute destinando uma verba especiacutefica para as Instituiccedilotildees Federais de En-sino (Ifes) cumprirem as normas de acessibilidade impostas pela ABNT O MEC por sua vez vem fiscalizan-do com rigor as Ifes de todo o Brasil

Comitecirc existe desde 2011

No ano de 2011 foi criado na UFPB o Comitecirc de Inclusatildeo e Aces-sibilidade que tem como objetivo garantir a todos os alunos com defi-ciecircncia a permanecircncia e conclusatildeo do curso Segundo a coordenadora do

comitecirc Andreza Aparecida Polia estaacute prevista a chegada de 44 alunos espe-ciais para o proacuteximo semestre letivo nuacutemero que ultrapassa os 5 por cen-to designado pelo sistema de cotas ldquoAno passado fizemos pedido de equi-pamentos para suprir os alunos que jaacute estatildeo cadastrados Enquanto natildeo che-ga os coordenadores tem de ter um computador exclusivo para esses estu-dantesrdquo pontificou Andreza Polia O comitecirc conta com representantes dos cursos de Psicopedagogia Terapia Ocupacional Arquitetura e Educaccedilatildeo

Ainda em fase de projeto o Centro de Inclusatildeo e Acessibilidade estaacute pre-visto para ficar pronto em 2015 Ele contaraacute dentre outras coisas com pla-cas em Braille piso taacutetil carteiras es-peciais plataforma elevatoacuteria eleva-dor e tecnologias inclusivas em geral

Outro projeto que estaacute sendo desenvolvido pela Prefeitura Uni-versitaacuteria eacute a urbanizaccedilatildeo do La-boratoacuterio de Energias Renovaacuteveis (LERS) que iraacute se estender por todo o estacionamento contando com rampas pisos taacuteteis e mais de 6 quilocircmetros de rotas acessiacuteveis

Os estudantes com necessidades especiais contam com um programa

Projeto em 3d das futuras instalaccedilotildees elaborado pela Prefeitura da UFPB

Reportagem Giuliano Viscardi

de apoio onde um aluno monitor os acompanha geralmente por discipli-na dando assistecircncia necessaacuteria gra-vando aulas e tirando duacutevidas com os professores O Nuacutecleo de Educaccedilatildeo Especial (Nedesp) tambeacutem os ajuda nesse processo de adaptaccedilatildeo Na Bi-blioteca Central e no Nedesp os alu-nos dispotildee de impressora em braille

A Proacute-reitoria de Gestatildeo de Pes-soas (Progep) ofereceu por dois anos consecutivos um curso de capacita-ccedilatildeo para docentes e servidores da uni-versidade tendo formado duas turmas ateacute agora Poreacutem a grande maioria dos capacitados foi funcionaacuterios A UFPB conta com apenas um tradutor ldquoPreci-samos de mais contrataccedilotildeesrdquo alega Po-lia que estaacute coordenando o Comitecirc de Inclusatildeo e Acessibilidade desde 2011

A prefeitura da Instituiccedilatildeo tambeacutem fez um convenio com o Laboratoacuterio de Acessibilidade (Lacesse) coordenado por Marcelo Diniz e pela professora do curso de arquitetura Angelina Costa O espaccedilo fiacutesico onde funciona o labo-ratoacuterio foi inaugurado dia 12 de abril no Centro de Tecnologia bloco N

INFRAESTRUTURA

36 - UFPB em Revista

O rombo de mais de 22 milhotildees na Fundaccedilatildeo Casa de Joseacute Ameacuterico (FCJA) constata-

do pelo Tribunal de Contas da Uniatildeo (TCU) eacute a principal heranccedila deixada pela antiga administraccedilatildeo da universi-dade e que atinge diretamente o Res-taurante Universitaacuterio da UFPB Os es-cacircndalos envolvem o responsaacutevel pelo fornecimento de gecircneros alimentiacutecios e o pagamento de alguns funcionaacuterios do Restaurante Universitaacuterio (RU)

Segundo o TCU foram usados re-cursos federais depositados em contas especiacuteficas de convecircnios para paga-mentos agrave empresas fornecedoras de gecircneros alimentiacutecios As irregularida-des foram cometidas pelo ex-diretor da Fundaccedilatildeo Eugecircnio Pacceli Trigueiro Pereira Com isso o TCU suspendeu o repasse de recursos da Uniatildeo para a Fundaccedilatildeo Joseacute Ameacuterico e a direccedilatildeo do RU enfrentou problemas com a falta de estoque de alimentos e atraso no paga-mento de funcionaacuterios refletindo no atendimento precaacuterio das necessidades dos alunos que frequentam o Restau-rante

O RU que fornece refeiccedilotildees gra-tuitas para estudantes de baixa renda e cadastrados da UFPB conta com 90

profissionais Os gecircneros alimentiacutecios de uma refeiccedilatildeo custam em meacutedia de R$ 410 a R$ 530 Nesse valor natildeo estaacute considerado a despesa do preparo trabalho dos funcionaacuterios e energia dos aproximadamente 2200 almoccedilos e 900 jantares por dia

A nova reitoria da UFPB ampliou as investigaccedilotildees e o levantamento de contas da Universidade para averiguar quais problemas seratildeo enfrentados pela gestatildeo Durante as investigaccedilotildees foram detectadas vaacuterias irregula-ridades cometidas pela adminis-traccedilatildeo passada a exemplo da au-secircncia de prestaccedilatildeo de contas de diversos convecircnios

Antocircnio Luiz de Albuquer-que Gomes professor do De-partamento de Quiacutemica do Cen-tro de Tecnologia da UFPB assumiu o cargo de Superintendente do Sistema de Restaurantes Universitaacuterios - que com-preende os restaurantes do Campus 1 do Litoral Norte Areia e Bananeiras - no dia 12112012 Ele conta que rece-beu o RU com um estoque insuficiente de alimentos apesar dos pregotildees ainda estarem em andamento

O superintendente esclareceu que um desses pregotildees estava desa-

parecido e soacute depois de muita inves-tigaccedilatildeo a empresa foi contatada para cumprir o contrato O outro pregatildeo es-tava com o pedido de realinhamento de preccedilos e somente apoacutes a administraccedilatildeo entrar em contato para negociar com os fornecedores explicando a delicadeza da situaccedilatildeo eacute que foi possiacutevel normali-zar as entregas dos suprimentos

Segundo o professor Antocircnio Luiz ainda haacute muitos problemas com os fornecedores As licitaccedilotildees (pregotildees) emitidas pelas empresas tem um preccedilo muito abaixo do valor de mercado Em decorrecircncia desse fato as companhias tem prejuiacutezo e antes de completar os seis meses algumas deixam de forne-cer os gecircneros apesar de ainda terem saldo em caixa com a Universidade

Um dos problemas a serem contor-nados pela atual administraccedilatildeo diz res-peito a burocracia e lentidatildeo de alguns setores na etapa de licitaccedilatildeo e pregatildeo para aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios Na Proacute-Reitoria Administrativa (Divi-satildeo de Materiais) a entrada dos pre-gotildees foi feita em dezembro poreacutem os processos ficaram mais de dois meses parados dentro de uma gaveta e por isso ainda existem licitaccedilotildees de com-pras paradas em abril

A administraccedilatildeo da Universidade

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeo

Prof Antocircnio Luiz Superintendente do RU

Vista frontal do Restaurante Universitaacuterio da UFPB

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 37

Atualmente o professor Antocircnio Luiz estaacute procurando resolver os as-suntos mais urgentes do RU fazendo o levantamento do que precisa ser fei-to a exemplo dos pedidos de compras de equipamentos de seguranccedila e para a cozinha Haacute tambeacutem uma proposta

a partir dos levantamentos feitos pelo professor Antocircnio Luiz tomou um seacute-rie de iniciativas entre elas consultas juriacutedicas onde foram detectados o atra-so de salaacuterios entre outras irregularida-des trabalhistas Por conta do rombo a FCJA deixou de pagar o fundo de ga-rantia salaacuterios feacuterias e 13ordm salaacuterio aos funcionaacuterios As diacutevidas tiveram que ser quitadas pela prefeitura universitaacute-ria que repassou a verba e cumpriu a obrigaccedilatildeo social para com todos os fun-cionaacuterios Hoje a FCJA eacute dirigida por Boanerges Felix que estaacute regularizan-do as atividades da fundaccedilatildeo

O professor Antocircnio Luiz ressalta que existiam diversos problemas com equipamentos e com funcionaacuterios Na cozinha haviam vazamentos e instru-mentos como serras de cortar carne e aparelho de cortar frutas quebrados Ateacute o conserto desses aparelhos os trabalhos vinham sendo feitos manu-almente Ele encontrou equipamentos com 10 a 15 anos de uso sem programa de reposiccedilatildeo ldquoEacute impossiacutevel um siste-ma desse porte funcionar sem repor o equipamento porque ele tem vida uacutetil As caldeiras satildeo razoavelmente novas com 3 ou 4 anos de uso mas sem um sistema de manutenccedilatildeo Vazamento de oacuteleo caldeiras quebradas Foi uma si-tuaccedilatildeo que eu natildeo imaginava que en-contrariardquo observa o superintendente

Outra questatildeo importante que a nova administraccedilatildeo teve que mudar foi o fato de que os funcionaacuterios natildeo esta-vam acostumados a obedecer aos horaacute-rios Poreacutem aos poucos o pessoal foi se adaptando ao novo modelo de gestatildeo

encaminhada para concretizaccedilatildeo de um serviccedilo de auto atendimento (self servi-ce) O desperdiacutecio de comida eacute um dos grandes problemas para o Restaurante pois os alunos deixam nos pratos restos de comida suficientes para alimentar mais de 400 pessoas segundo o supe-rintendente

A equipe que trabalha no RU pre-tende realizar uma campanha de cons-cientizaccedilatildeo para que os comensais com a instalaccedilatildeo do self service co-loquem no prato apenas a quantidade realmente necessaacuteria evitando assim o desperdiacutecio Estaacute nos planos promover treinamento dos funcionaacuterios executar atividades humaniacutesticas promovendo a interaccedilatildeo entre as pessoas melhorar cada vez mais o sabor da comida (a qua-lidade jaacute existe) e aumentar o nuacutemero de funcionaacuterios e equipamentos acarre-tando numa melhora do fluxo e minimi-zando o problema das longas filas

Tambeacutem eacute interesse terminar a obra comeccedilada na administraccedilatildeo pas-sada - que jaacute deveria ter sido finaliza-da - de um complexo ao lado do atual RU Laacute seraacute instalado um restaurante para que os funcionaacuterios e estudantes natildeo contemplados pelo RU possam co-mer pagando apenas uma pequena taxa pela refeiccedilatildeo Eacute preciso ainda analisar a viabilidade dessa opccedilatildeo consultando a comunidade acadecircmica e aguardando o teacutermino das obras A comida seraacute a mesma que eacute servida gratuitamente aos alunos comensais

Comida que sobra nos pratos seria capaz de preencher 400 novas refeiccedilotildees

Restaurante Universitaacuterio em horaacuterio de funcionamento

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Reportagem Marina Maracajaacute e Nayane Maia

e mudando os haacutebitos no ambiente de trabalho A atual administraccedilatildeo prima pelo exemplo adotando a praacutetica de se-rem os primeiros a chegar e os uacuteltimos a sair colaborando com os outros fun-cionaacuterios e ajudando sempre que pos-siacutevel nas suas diferentes funccedilotildees seja no setor administrativo seja na parte de manutenccedilatildeo dos equipamentos

Proposiccedilotildees

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INFRAESTRUTURA

38 - UFPB em Revista

Blocos isolados congestiona-mentos nos horaacuterios de pico falta de estacionamento satildeo

esses alguns dos problemas que po-dem ser ocasionados pela falta de um bom plano diretor Na UFPB isso natildeo eacute diferente Encontrar agrave noite uma vaga proacutexima ao CCHLA eacute praticamente uma maratona Esse e muitos outros problemas poderiam ter sidos evita-dos se tivesse sido criado um plano diretor que limitasse as aacutereas de esta-cionamento construccedilatildeo e ainda com o planejamento da aacuterea de preservaccedilatildeo na universidade

Em 2007 em sua defesa de tese de doutorado em engenharia civil Renato Saboya explica ldquoPlano Diretor eacute um documento que sintetiza e torna expliacute-citos os objetivos consensuados para o Municiacutepio e estabelece princiacutepios diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as decisotildees dos atores envolvidos no processo de de-senvolvimento urbano convirjam tan-to quanto possiacutevel na direccedilatildeo desses objetivosrdquo

Para Acircngela Braz aluna do quinto periacuteodo de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal da Paraiacuteba pro-blemas comuns como salas com maacute ventilaccedilatildeo ou com insolaccedilatildeo intensa poderiam ter sido evitados se a insti-tuiccedilatildeo tivesse em seu plano diretor as melhores localizaccedilotildees para a constru-ccedilatildeo dos blocos Com tal planejamen-to seriam evitadas aacutereas voltadas di-retamente para o nascente ou poente e tambeacutem aacutereas natildeo favorecidas pelos ventos

Planos Diretores no Brasil

Quando questionados a maioria dos brasileiros pensam que exemplos de planejamento preventivo existem apenas em paiacuteses de ldquoprimeiro mun-dordquo poreacutem em diversos municiacutepios brasileiros planos diretores tiveram relativo sucesso como por exemplo Curitiba Brasiacutelia e ateacute mesmo Joatildeo Pessoa Sendo a uacuteltima um dos melho-res exemplos nacionais de preservaccedilatildeo de sua orla mariacutetima onde existe um

bloqueio para edifiacutecios superiores a quatro andares

ldquoA questatildeo da falta de planejamen-to urbano eacute muito mais grave do que parece o recobrimento dos solos com materiais impermeaacuteveis juntamente com o adensamento de construccedilotildees acaba ocasionando o aumento de tem-peratura em determinadas regiotildeesrdquo indaga Acircngela

O impedimento da construccedilatildeo de preacutedios altos na orla evita o conhecido fenocircmeno em diversas praias sombra Em praias de Recife Rio de Janeiro e Balneaacuterio Camboriuacute por exemplo possuem sombra na faixa de areia mes-mo horas antes do pocircr do sol devido aos gigantes que ali se encontramldquoSalas cada vez menores para turmas cada vez maioresrdquo

Para Andreacute Siqueira aluno do se-gundo periacuteodo de Arquitetura e Urba-nismo na Universidade Federal da Pa-raiacuteba a falta de um real planejamento cria ateacute mesmo a falta de acessibilida-de em diversas aacutereas da Universida-de Calccediladas estreitas com caminhos

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidade

Protesto de alunos de Miacutedias Digitais devido ao atraso de mais de dois anos na entrega do bloco do curso

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 39

Soluccedilatildeo a longo prazo

Flaacutevio Tavares membro do pro-jeto de iniciaccedilatildeo cientiacutefica ldquoTerritoacute-rios e urbanidades praacuteticas urbanas e poliacuteticas culturais no espaccedilo puacuteblico contemporacircneordquo mostra-se indignado com o fato de que o porte que a uni-versidade tem atingido seja de espa-ccedilo fiacutesico ndash com grande quantidade de alunos e funcionaacuterios circulando no seu campus - seja do volume de recur-sos aplicados anualmente e ainda natildeo possua um plano diretor em vigor Ele permitiria accedilotildees integradas de longo prazo garantindo que os investimentos ocorram de acordo com os principais anseios da comunidade universitaacuteria jaacute que a elaboraccedilatildeo do plano se daacute necessariamente a partir da discussatildeo conjunta entre os envolvidos com a re-giatildeo

Indagado sobre as possiacuteveis accedilotildees

que poderiam sanar os atuais (e fu-turos) problemas Tavares diz que a Universidade deve iniciar de imedia-to a construccedilatildeo de um ldquoPlano Diretor Participativo Integrado para o Cam-pus Joatildeo Pessoa da UFPBrdquo incluindo questotildees de planejamento participativo na proposiccedilatildeo das futuras obras per-mitindo que a comunidade acadecircmica possa opinar sobre as obras que ali se-ratildeo executadas resultando numa maior conexatildeo e identificaccedilatildeo com os usuaacute-rios Quanto a uma obra especiacutefica ele acredita que uma ampla intervenccedilatildeo no

desenho urbano do campus seria ne-cessaacuteria priorizando o fluxo de pedes-tres com pisos adequados vegetaccedilatildeo passarelas etc

Para finalizar Flaacutevio lembra que agora que a Universidade acolhe um maior nuacutemero de pessoas com defici-ecircncia tendo o dever natildeo soacute legal mas tambeacutem social de incluir estas pessoas num deslocar seguro e independente Sendo esse apenas possiacutevel com um planejamento efetivo da estrutura fiacutesi-ca da Universidade

No final de 2012 Margareth Diniz assumiu a Reitoria da Uni-versidade Federal da Paraiacute-ba e com ela iniciaram-se projetos de um Plano Dire-tor Esse Plano teraacute como principal foco proteger a reserva de mata atlacircntica na qual a Instituiccedilatildeo estaacute sediada O professor Seacutergio Alonso recentemente em-possado prefeito do Campus I eacute um dos membros desta comissatildeo que discute a cria-ccedilatildeo do Plano na UFPB Ele teraacute a missatildeo de coordenar as discussotildees sobre o PD

Planejamento evita problemas como o demonstrado no viacutedeo acima

Novo campus em Rio Tinto Obras que esteticamente feias e sem utilidade

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ReportagemFrancisco de Oliveira

Guilherme Pontes

confusos ou ateacute mesmo inexistentes e ainda praccedilas de permanecircncia sem co-bertura satildeo outros exemplos lembra-dos por Siqueira

Sobre o futuro Andreacute eacute pessi-mista e comenta que a cada dia mais problemas surgem Ser deficiente na UFPB eacute praticamente impossiacutevel Blocos aleatoacuterios para cursos que de-veriam ter salas proacuteximas Essas in-clusive estatildeo cada vez menores para turmas cada vez maiores ldquoSalas com janelotildees feitas para serem usadas com projetor que tipo de arquiteto aprova issordquo provoca

INFRAESTRUTURA

40 - UFPB em Revista

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Central

Construiacuteda haacute mais de 30 anos a Biblioteca Central da UFPB nunca passou por uma grande reforma

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Se algueacutem que frequenta a Bi-blioteca Central da UFPB atu-almente fosse perguntado sobre

qual a sua impressatildeo sobre o local as respostas certamente seriam se-melhantes agraves de quem respondesse a mesma pergunta haacute dez ou vinte anos calor poeira mofo falta de acessibilidade e estrutura deficitaacuteria estariam entre as palavras mais cita-das Isso se explica pelo fato do preacute-dio construiacutedo na deacutecada de 1970 ter sido mal planejado e nunca ter passado por uma grande reforma

Com o acervo atual em torno dos 400 mil exemplares a Bibliote-ca Central tem como principal fina-lidade dar suporte de informaccedilotildees aos programas de ensino pesquisa e extensatildeo Construiacuteda ao lado de uma mata ndash a UFPB estaacute localizada em uma regiatildeo de Mata Atlacircntica ndash so-fre com a maacute conservaccedilatildeo do acervo

exposto agrave umidade poeira e insetosSegundo a bibliotecaacuteria TM que preferiu natildeo se identificar o uacutelti-mo governo ateacute fez investimentos importantes no local ldquoAtraveacutes de pregotildees e ouvindo sugestotildees de co-ordenadores de cursos e professores foram adquiridos milhares de novos tiacutetulos Aleacutem disso foram instala-dos novos computadores cadeiras e feita a climatizaccedilatildeo de algumas salasrdquo A ideia eacute que nos proacuteximos anos sejam feitos novos investimen-tos no local ldquoA nova Reitora pro-meteu um sistema de climatizaccedilatildeo completo para o preacutediordquo afirma TM

Apesar das melhorias nos uacutel-timos anos e a promessa de novos investimentos para um futuro proacute-ximo muitas mudanccedilas inclusive estruturais precisam acontecer na Biblioteca Central ldquoO projeto ar-quitetocircnico eacute defeituoso Eacute impos-

siacutevel falar em climatizaccedilatildeo enquan-to natildeo for solucionado o problema das grandes frestas nas paredes do lugar Tambeacutem natildeo adianta climati-zar sem ser feita uma higienizaccedilatildeo em todo o preacutediordquo afirma o fun-cionaacuterio Francisco Joseacute Assistente Administrativo do local haacute 25 anos

Natildeo bastasse o problema de con-servaccedilatildeo do acervo existe uma ques-tatildeo ainda mais grave a ser tratada a sauacutede dos que frequentam a Bibliote-ca Central Vaacuterios funcionaacuterios rela-taram problemas de sauacutede por causa da higiene e estrutura do local O acuacutemulo de poeira e fungos jaacute causou vaacuterias doenccedilas de pele desde cocei-ras ateacute alergias seacuterias Aleacutem disso eacute comum funcionaacuterios reclamarem de problemas de coluna causados pelo manuseio das pesadas estantes e pro-blemas de mobilidade com os carros de matildeo que transportam os livros

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 41

Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

A realidade

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

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ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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PELO CAMPUS

46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 49

dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

PELO CAMPUS

52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

Recepccedilatildeo Local

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 3: UFPB em revista

Expediente

Orientaccedilatildeo Professor Derval Golzio e Rubens WeyneEditores Marina Maracajaacute e Nayane Maia

Colaboraram nesta ediccedilatildeo Layse Pereira (projeto graacutefico)Capa e Arte Nayane Maia

UFPB em revista eacute uma atividade das disciplinas Oficina de Produccedilatildeo de Texto e Editoraccedilatildeo II do curso Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais da UFPB

Joatildeo Pessoa - PBMaio - 2013

ediccedilatildeo nordm 01

SumaacuterioUFPB agrave distacircncia expande horizontes para a educaccedilatildeo

p8

Bioteacuterios da UFPB revelam diferenccedilas e abandonop18

EJA Consultoria proporciona crescimento profissionalp24

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidadep38

UFPB Virtual e o Ensino agrave distacircncia na Paraiacutebap12

Ano de 2015 eacute limite para meta plena de acessibilidadep34

Neurocientista Miguel Nicolelis reabre Foacuterum Universitaacuteriop28

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeop42

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governop48

Quem satildeo e como vivem os estrangeiros na UFPBp52

Viacutedeo veiculado na internet revela atrito em sala de aulap10

Grupos de pesquisa desafios e metas dos pesquisadores da UFPBp20

Estaacutegio A busca pela experiecircncia profissionalp26

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Centralp40

Curso preacute-vestibular funciona de modo precaacuteriop14

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeop36

Estacionamento precaacuterio provoca transtorno na UFPBp32

Onde os gatos tecircm vezp46

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agorap50

ENSINO

8 - UFPB em Revista

Com o sistema de Educaccedilatildeo agrave Distacircncia ndash EaD pelo UFPB-VIRTUAL atraveacutes do sistema

Moodle alunos da graduaccedilatildeo regular presencial da UFPB podem ter ateacute 20 da carga horaacuteria de seus cursos ministrados virtualmente Conforme prevecirc a Portaria Nordm 4059 de 10 de dezembro de 2004 do MEC Atraveacutes desta portaria que vale para todo o territoacuterio nacional a professora e pes-quisadora Deacutebora Regina Opolski da disciplina de Aacuteudio I (curso de Comu-nicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais) ministrou algumas aulas on-line via viacutedeo confe-recircncia e acompanhou algumas ativida-des pela plataforma Moodle (sistema de administraccedilatildeo de atividades educa-cionais destinado agrave criaccedilatildeo de comu-nidades on-line em ambientes virtuais voltados para a aprendizagem utiliza-dos pelas universidades em todo)

Poreacutem segundo relatos de estu-dantes do curso esta ferramenta natildeo os favoreceu academicamente pois a plataforma utiliza um layout compli-cado para quem natildeo teve um preacutevio

UFPB agrave distacircncia expande horizontes para a educaccedilatildeo

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treinamento de uso e esta dificuldade acabou prejudicando o andamento das atividades bem como o conteuacutedo a ser transmitido ldquoFoi difiacutecil pra mim porque as atividades que a professora enviava natildeo apareceram por completo sempre faltava um ou outro arquivo Tive que pegar o conteuacutedo com cole-gas que tiveram acesso aos arquivos que natildeo apareciam para mim Quase toda a turma teve problemas para usar o Moodle muitos tiveram problemas de conexatildeo onde o sistema natildeo fazia o login da senha de acesso (que era individual) e utilizava o nosso nuacutemero de matricula como usuaacuteriordquo disse a es-tudante Jeacutessica de Souza Morais

A professora Deacutebora tambeacutem con-tou que teve vaacuterios problemas para incluir os alunos no sistema como tambeacutem para envio de arquivos com os conteuacutedos e atividades Essas fa-lhas acabaram comprometendo muito o ensino da disciplina para a turma Ela ainda relatou que por vaacuterias vezes procurou a equipe teacutecnica da univer-sidade bem como amigos que utili-

zavam a software em busca de algum treinamento ou informaccedilatildeo especiacutefica para utilizaccedilatildeo da ferramenta para pro-fessores que inclui aleacutem do monitora-mento de utilizaccedilatildeo e de carga horaacuteria de visita dos arquivos pelos alunos o sistema de consolidaccedilatildeo de notas para cada estudante matriculado

Para a coordenadora adjunta da UFPBVIRTUAL Renata Patriacutecia Lima Jeronymo M Pinto esse softwa-re tem uma proposta bastante diferen-ciada de aprender e passar informaccedilatildeo em colaboraccedilatildeo no ambiente on-line e tem como base a pedagogia soacutecio construtivista aberta livre e gratuita e pode ser carregado utilizado mo-dificado e ateacute distribuiacutedo ldquoDesconhe-ccedilo o acontecimento destes problemas apresentados neste caso da turma de Miacutedias Digitais mas afirmo que foi um caso isolado pois geralmente natildeo temos muitos problemas com a plata-forma Eventualmente podem aconte-cer alguns desvios de funcionamento que podem ser resolvidos pela equipe teacutecnica em caso de reclamaccedilotildees Algu-

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 9

Reuniatildeo de professores no Laboratoacuterio I da UFPB Virtual

O que fazer para melhorar

Sistema Virtual

ReportagemDannylo Vasconcelos

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Foto do cartaz de divulgaccedilatildeo do vestibular da UFPB Virtual em 2012

mas medidas foram tomadas nos uacutelti-mos meses para melhorar o acesso e a utilizaccedilatildeo do Moodle e muitas outras melhorias viratildeo ainda esse mecircsrdquo disse

Para o aluno Adilson Joseacute de Oli-veira de 34 anos do curso de Pedago-gia online que utiliza exclusivamente o Moodle como interaccedilatildeo entre os gra-duandos e professores a plataforma no inicio das atividades de curso apresen-ta certa complexidade de utilizaccedilatildeo mas nada que com pouco tempo de uso natildeo fique faacutecil ldquoTive soacute um proble-ma no qual um arquivo de revisatildeo de prova natildeo apareceu pra mim logo co-muniquei ao professor e ele me enviou por email No mais nada de muito complicadordquo relatou o estudante que ainda elogiou o sistema dizendo ser para ele que mora longe do campus da universidade a oportunidade de fazer um curso superior em casa podendo assim continuar com suas atividades profissionais no municiacutepio que mora no cariri paraibano

A UFPBVIRTUAL e o Centro de Informaacutetica da UFPB publicaram no dia 09 de abril um projeto-parceria atraveacutes da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios com o objetivo de melhorar a qualida-de no acesso agrave plataforma de ensino agrave distacircncia Solicitando a colaboraccedilatildeo de atuais e ex usuaacuterios a ideia eacute apurar informaccedilotildees que os ajudem a melho-raacute-lo Os questionaacuterios foram projeta-do de forma a serem respondidos num tempo que varia entre 2 e 5 minutos Todos podem participar estudantes professores tutores etc

Os questionaacuterios contemplam as-suntos importantes no questionaacuterio 1 a abordagem se centra na Anaacutelise da Acessibilidade da Plataforma EaD da UFPBVirtual no questionaacuterio 2 o pon-to central eacute a avaliaccedilatildeo da Interface do Curso Superior de LIBRAS da UFPB Virtual (Apenas para alunos do curso de letrasLIBRAS) no questionaacuterio 3 as questotildees buscam informaccedilotildees sobre a Comunicabilidade na UFPB Virtu-al no questionaacuterio 4 a abordagem eacute a avaliaccedilatildeo de Interfaces de Platafor-mas EAD em Dispositivos Moacuteveis no questionaacuterio 5 os idealizadores bus-cam respostas sobre a Usabilidade do Ambiente Virtual Moodle No questio-naacuterio 6 a abordagem busca avaliar In-terfaces Multimodais na UFPB Virtual

Com o intuito de formar profes-sores Leigos atuantes em escolas publicas bem como o a formaccedilotildees de jovens e adultos que moram no interior da Paraiacuteba UFPBVIRTU-AL integra o Sistema Universidade Aberta do Brasil ndash UAB Utilizando modernas tecnologias da informaccedilatildeo e da comunicaccedilatildeo e de metodologias inovadoras de ensino Os cursos satildeo desenvolvidos com base na Internet atraveacutes do ambiente virtual de apren-

dizagem Moodle e tambeacutem materiais impressos CDs DVDs Bibliotecas Virtuais e assistecircncia personalizada aos estudantes nos Polos de Apoio presencial em todo o Estado Ao todo satildeo ofertados nove cursos de graduaccedilatildeo todos na modalidade a distacircncia e com 50 das vagas por cada ano no vestibular em Matemaacuteti-ca Letras Libras Pedagogia Ciecircn-cias Bioloacutegicas Ciecircncias Agraacuterias Ciecircncias Naturais Computaccedilatildeo e Administraccedilatildeo Puacuteblica

e no questionaacuterio 7 avaliar o Uso de EAD e Redes Sociais

ENSINO

10 - UFPB em Revista

Viacutedeo veiculado na internet revela atrito em sala de aula

O acesso a uma grande gama de informaccedilotildees e meios de propa-gaccedilatildeo raacutepida de notiacutecia oca-

sionado pela popularizaccedilatildeo das redes sociais nos uacuteltimos tempos fez com que surgissem vaacuterias atitudes de estu-dantes entre eles universitaacuterios que seja por provocaccedilatildeo ou simples curio-sidade passaram a questionar o pro-fessor acerca da disciplina e dos meacuteto-dos aplicados O resultado eacute o aumento dos atritos naturais envolvendo a hie-rarquia existente na relaccedilatildeo de quem ensina e quem aprende

Recentemente circulou nas redes sociais um viacutedeo realizado dentro da sala de aula por estudantes do 1ordm periacute-odo do curso de Comunicaccedilatildeo Social da Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) O viacutedeo foi protagonizado pela professora Maria Luacutecia de Olivei-ra e uma de suas alunas nele a profes-sora demonstra fuacuteria ao perceber que a estudante estava lendo um livro que natildeo pertencia agrave aula

Os alunos que tinham o haacutebito de usar os celulares para captar o aacuteudio para estudo posterior imediatamente gravaram a discussatildeo e recorreram entatildeo ao coordenador do curso que os orientou a juntarem mais provas O

resultado foi uma seacuterie de viacutedeos que pipocaram nas redes sociais e no you-tube chamando a atenccedilatildeo de outros meios de comunicaccedilatildeo

Este fato ocorrido dentro da UFPB expotildee a fragilidade da relaccedilatildeo discen-te-docente na atualidade onde um ex-cesso de autoridade pode acarretar pro-blemas no relacionamento e em casos extremos como o acontecido provo-car um fim forccedilado de uma relaccedilatildeo Ou seja o que natildeo pode ocorrer eacute o rompi-mento da barreira entre a autoridade e o autoritarismo

Segundo os alunos a Professora Luacutecia jaacute natildeo tinha um bom relacio-namento com a turma e no caso se enervou a ponto de proferir palavras que poderiam ser proferidas de forma educada mas humilhavam os mesmos ldquoA gente jaacute tinha ouvido falar que ela humilhava os alunos e que para ser aprovado com ela tinha de conversar com ela mostrar-se amigo delardquo con-ta Edielly Arauacutejo ldquoO bom professor tem de ser humano Um tiacutetulo pode ateacute causar um distanciamento na relaccedilatildeo No episoacutedio por exemplo a professo-ra bradava que era doutora e que noacutes natildeordquo completa

Desde crianccedila somos educados

a respeitar a hierarquia educacional Dentro de uma instituiccedilatildeo de ensi-no o professor eacute a parte do comando que estaacute mais proacuteximo ao aluno Eacute o professor que determina o processo de construccedilatildeo do conhecimento Jaacute o alu-no deve acatar as decisotildees dos docen-tes e provar que aprendeu

A relaccedilatildeo professor-aluno estaacute sujeita a normas dos professores e do curso aspectos pedagoacutegicos objetivos a serem cumpridos sistemas de avalia-ccedilatildeo e outra gama de convenccedilotildees que natildeo estatildeo apenas sob a accedilatildeo dos proacute-prios docentes e discentes como pode-ria se pensar Inclusive algumas delas estatildeo sujeitas agrave legislaccedilatildeo vigente no Brasil

A lei que rege a educaccedilatildeo superior do nosso paiacutes eacute denominada LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo) de 20 de dezembro de 1996 Ela promove a descentralizaccedilatildeo e a autonomia para as universidades prevendo que estas elaborem e executem seu plano peda-goacutegico onde se estabelece a relaccedilatildeo aluno-professor

No caso relatado a professora foi taxada como vilatilde da histoacuteria e acabou afastada do departamento Foi procu-

Alunos usam redes sociais e procuram a miacutedia para expressar revolta contra atitude de professora UFPB tenta minimizar choque atraveacutes de ouvidoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 11

rada por toda imprensa para dar a sua versatildeo dos fatos mas preferiu o silecircn-cio dando voz ao ditado popular de que ldquoquem cala consenterdquo Outros pro-fessores poreacutem se declaram viacutetimas em casos semelhantes

De acordo com o mestre em His-toacuteria pela UFPB Paulo Eduardo ldquoLe-cionar estaacute a cada dia mais difiacutecil Nem me preocupo tanto com o salaacuterio mas principalmente com a violecircncia as agressotildees Natildeo sei realmente o que fazer tanto para natildeo ser agredido quanto para me conterrdquo desabafa

Percebe-se que a diferenccedilas de postura de um professor para outro quando estes imprimem a sua ldquomarcardquo De acordo com a sua personalidade evidenciam diferenccedilas metodoloacutegicas e filosoacuteficas que satildeo percebidas pelos alunos em sala de aula Um bom pro-fessor acaba sendo espelho e ateacute certo ponto um iacutedolo para alguns alunos

Ouvidoria

Reportagem Roacutebson A Viana e Wallyson Costa

A gestatildeo de uma universidade em-bora baseada na democracia continua com as decisotildees sendo tomadas verti-calmente de cima para baixo estabe-lecendo relaccedilotildees de autoridade Alguns professores valem-se dessa autoridade para impor seu respeito ao inveacutes de estabelececirc-lo atraveacutes da conquista Poucas decisotildees satildeo tomadas de forma coletiva

A fim de minimizar isso e para o re-cebimento de reclamaccedilotildees e sugestotildees sobre o funcionamento da instituiccedilatildeo a UFPB possui a Ouvidoria Geral co-mandada pelo Prof Dr Ceacutesar Emanoel Barbosa de Lima Segundo o Professor a Ouvidoria serve como acolhimento e estaacute agrave disposiccedilatildeo para receber suges-totildees e conciliar situaccedilotildees tanto quanto tem funccedilatildeo de encaminhar denuacutencias sobre casos

O oacutergatildeo funciona como apazigua-dor tentando encaminhar as reclama-ccedilotildees para o setor competente ldquoQuando haacute reclamaccedilotildees de alunos a gente ouve e entramos em contato com o depar-tamento e com o professor Depois de encaminhada a denuacutencia haacute um prazo para a resposta Se alguma parte natildeo fica satisfeita com o encaminhamento a denuacutencia vai subindo de instacircncia ateacute o oacutergatildeo superior por exemplo o Con-selho Universitaacuterio (Consuni)rdquo

Atualmente a Ouvidoria eacute um oacuter-gatildeo pouco divulgado tanto que no

caso da professora Luacutecia nenhuma denuacutencia foi feita ldquoEstamos um pouco escondidos embora as ligaccedilotildees nos se-jam encaminhadas Temos de ser mais

humanos e melhorar no contato com a sociedaderdquo diz Barbosa de Lima

Ele segue argumentando que ldquotem

de haver uma divulgaccedilatildeo melhor do que eacute realizado aqui dentro para so-ciedade A nova gestatildeo estaacute disposta a dar uma nova roupagem a UFPB A di-vulgaccedilatildeo seraacute bem maior Estamos nos mudando para o hall de entrada da rei-toria o que nos daraacute maior visibilida-de Na paacutegina da UFPB seraacute colocado um link que natildeo havia ateacute o momento para contato direto com a Ouvidoriardquo completa o professor afirmando que dessa maneira espera chegar cada vez mais perto de uma relaccedilatildeo professor-aluno agradaacutevel

ldquoNatildeo existe sistema 100 natildeo se resolve tudo mas trabalhamos para que isso aconteccedilardquo

Prof Ceacutesar Emanoel Lima

O prof Ceacutesar Emanoel afirma empenho na melhora da relaccedilatildeo ProfessorAluno

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Nova localidade da Ouvidoria sendo preparada no Hall de entrada da UFPB

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ENSINO

12 - UFPB em Revista

UFPB Virtual e o Ensino agrave distacircncia na Paraiacuteba

Polo presencial no campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba em Joatildeo Pessoa

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O ensino a distacircncia jaacute eacute uma re-alidade que se consolida cada vez mais nas universidades do

Brasil e do mundo Com a Universi-dade Federal da Paraiacuteba natildeo eacute dife-rente a UFPB Virtual tem recebido cada vez mais alunos o que confirma a tendecircncia de crescimento da educa-ccedilatildeo agrave distacircncia (EAD) no cenaacuterio pa-raibano

Todos os cursos oferecidos pela UFPB virtual funcionam de maneira similar Poreacutem cada qual com modi-ficaccedilotildees para atender as necessidades especiacuteficas de cada aacuterea O curso de licenciatura em ciecircncias bioloacutegicas agrave distacircncia por exemplo aleacutem das au-las virtuais e encontros presenciais possui aulas de campo e em laboratoacute-rio para uma formaccedilatildeo mais completa e soacutelida dos alunos De acordo com o facebook da UFPB Virtual ldquoAlguns procedimentos satildeo padronizados ou-tros natildeo O uacutenico que todos tem em comum 100 satildeo as provas presen-ciais obrigatoacuterias pelo MECrdquo

Cursos agrave distacircncia na UFPB

Os cursos ofertados pela UFPB Virtual satildeo ministrados via Moodle software que serve como plataforma virtual de aprendizagem Haacute tambeacutem aulas presenciais cuja localizaccedilatildeo e periodicidade variam O curso de Pe-dagogia por exemplo possui mais de 15 poacutelos em diferentes municiacutepios da Paraiacuteba para viabilizar as aulas presen-ciais

O preparo dos professores eacute fei-to por meio do e-tutor um projeto de capacitaccedilatildeo continuada da UFPB vir-tual Nele qualquer professor ou tutor da UFPB pode se inscrever _ na coor-denaccedilatildeo do curso do qual faz parte _ para a seleccedilatildeo do processo de cursos de capacitaccedilatildeo que possuem vagas li-mitadas

Ateacute o momento todas as gradua-ccedilotildees pela UFPB Virtual satildeo ofertadas na modalidade Licenciatura com ex-ceccedilatildeo do Bacharelado em Adminis-traccedilatildeo Puacuteblica Haacute tambeacutem uma poacutes-

graduaccedilatildeo especializaccedilatildeo em Gestatildeo Puacuteblica As graduaccedilotildees satildeo Ciecircncias Agraacuterias Ciecircncias Bioloacutegicas Ciecircn-cias Naturais Matemaacutetica LetrasPor-tuguecircs LetrasLIBRAS Computaccedilatildeo e Pedagogia

Um dos principais objetivos da oferta de cursos agrave distacircncia eacute dar a oportunidade agraves pessoas que natildeo po-dem se deslocar para outras localidades com o intuito de realizar tais cursos Dessa forma a oferta de curso online pela UFPB jaacute ultrapassou ateacute mesmo as fronteiras do estado Eacute possiacutevel ci-tar como exemplo o curso de Ciecircncias Bioloacutegicas que possui um polo na ci-dade de Jacaraci na Bahia Haacute tambeacutem dois poacutelos para o curso de Pedagogia no estado de Pernambuco nas cidades de Limoeiro e Ipojuca Apoacutes a conclu-satildeo dos cursos de graduaccedilatildeo a distacircn-cia eacute possiacutevel continuar os estudos com uma especializaccedilatildeo lato sensu ou strictu sensu O diploma eacute vaacutelido como o de qualquer outra graduaccedilatildeo realiza-da na modalidade presencial

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 13

Treinamento de professores pelo e-tutor

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Reportagem Walter Liciacutenio e Eacuterika Antunes

Os cursos de licenciatura agrave distacircn-cia satildeo ofertados com o intuito de for-mar professores aptos a ministrarem aulas na segunda etapa do ensino fun-damental e no ensino meacutedio atenden-do a necessidade de aprimoramento de professores que natildeo tecircm ensino supe-rior e formando pessoas residentes nas cidades do interior do estado que natildeo possuem faacutecil acesso agrave educaccedilatildeo ldquoHaacute todo tipo de aluno sem-terra pessoas da zona rural pessoas de alta e baixa renda etc Se vocecirc der uma olhada em nosso edital vocecirc veraacute que atendemos 3 tipos de puacuteblico distintos Demanda social professores da rede puacuteblica e surdosrdquo afirma a paacutegina do facebook da UFPB Virtual

Um dos maiores esforccedilos da edu-caccedilatildeo agrave distacircncia eacute manter a qualidade de ensino para que seus cursos sejam tatildeo eficientes quanto os presenciais Para que isso seja possiacutevel tem-se mantido paracircmetros dos cursos pre-senciais equivalentes Por exemplo o curso de Ciecircncias Bioloacutegicas oferece um fluxograma curricular igual ao mi-nistrado presencialmente com o mes-mo nuacutemero de horas-aula e creacuteditos Jaacute o curso de Matemaacutetica conta com apenas 90 horas a menos que seu equi-valente presencial

Preconceito

Pessoas mais tradicionais tendem a pensar que um formado em EAD

natildeo eacute tatildeo capaz quanto um formado em curso presencial A realidade eacute bem contraacuteria com a flexibilidade de horaacute-rios a pessoa que estaacute matriculada em um curso a distacircncia deve ser focada organizada e ter disciplina para man-ter seus estudos _ natildeo se dispersar seja com o ambiente onde estaacute ou a inter-net

Desde o ano de 2004 o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) aprovou a inser-ccedilatildeo de 20 da carga horaacuteria curricular em cursos superiores presenciais como aulas ministradas agrave distacircncia Tal posi-cionamento de um oacutergatildeo governamen-tal pode ser o indiacutecio de uma aceitaccedilatildeo

maior da modalidade de ensino ldquoO preconceito relacionado a EaD eacute uma discussatildeo ampla poreacutem ainda existe simrdquo constata o canal de contato on-line da UFPB Virtual Talvez a proacute-pria falta de conhecimento acerca da modalidade de ensino seja a razatildeo de parte da populaccedilatildeo negar-se a acreditar nesse meacutetodo educacional que com a difusatildeo do acesso agrave rede continuaraacute a se expandir

Ensino agrave distacircncia

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ENSINO

14 - UFPB em Revista

Alunas do Cursinho sendo entrevistadas

Curso preacute-vestibular funciona de modo precaacuterioAriany Melo 17 anos Emma-

nuela da Silva 24 Mayra Lu-cena 18 e Larissa dos Anjos

tambeacutem de 17 anos satildeo alunas do Cur-sinho Preacute-Vestibular que se iniciou em 14 fevereiro na UFPB - Universidade Federal da Paraiacuteba - todas elas tecircm em comum o sonho da aprovaccedilatildeo no ves-tibular

Para Ariany Melo que pretende cursar Relaccedilotildees Puacuteblicas e estaacute pela 2ordf vez no Cursinho Preparatoacuterio falta uma melhor organizaccedilatildeo para o funcio-namento das aulas ldquoO curso eacute legal mas eu esperava mais Noacutes temos mui-tas aulas vagas no ano passado natildeo era assim Pelo horaacuterio que recebemos as aulas deveriam ir das 13 agraves 17 horas Muitas vezes temos que esperar para ter apenas a uacuteltima aula simplesmente porque ningueacutem nos avisardquo comenta

O curso tem grande procura e a idade meacutedia dos frequentadores vai de 17 a 60 anos ldquoEacute difiacutecil entrar aqui a seleccedilatildeo eacute feita pela avaliaccedilatildeo da renda e o histoacuterico escolar do aluno Tambeacutem natildeo temos gastos adicionais pagamos apenas pelas coacutepias do material dispo-nibilizado pelos professores e as passa-gens de ocircnibus ainda temos o direito de tirar a carteirinha de estudanterdquo diz

Emmanuela da Silva que vai prestar vestibular para Serviccedilo Social

A turma que elas fazem parte conta com alunos portadores de necessidades especiais entre eles estaacute Larissa dos Anjos que sonha em fazer Psicologia Para ela a rotina de pegar material de-pois das aulas eacute um pouco diferente Jaacute que natildeo enxerga Larissa tem que ir ateacute o setor da universidade responsaacutevel em passar para o Braile o material dispo-nibilizado ldquoNoacutes pegamos o material necessaacuterio para as aulas com exceccedilatildeo de Matemaacutetica Quiacutemica e Fiacutesica que natildeo fica disponiacutevel Esses professores fazem o que podem enviam por email e eu estudo com ajuda do leitor virtu-alrdquo conta

Larissa Leite disse ainda que sente falta de algumas atitudes para ela eacute pre-ciso maior empenho para que as coisas funcionem melhor Mayra Lucena que espera cursar Jornalismo ou Pedagogia no ano que vem concorda com a cole-ga ldquoNo comeccedilo das aulas tinha uma pessoa aqui para acompanhar e ajudar no que eles precisassem agora somos noacutes que fazemos isso Inclusive temos um colega esquizofrecircnico e fica visiacutevel a falta de preparo dos professores quan-do acontece alguma situaccedilatildeordquo explica

Entrevista

A Coordenadora do Nuacutecleo de Jo-vens e Adultos da UFPB - Universida-de Federal da Paraiacuteba - Maria de Faacute-tima dos Santos Oliveira negou-se a dar declaraccedilotildees sobre o Cursinho Preacute-Vestibular o qual ela eacute responsaacutevel Ela exigiu uma Carta de Apresentaccedilatildeo da equipe de reportagem argumentan-do que esse eacute um procedimento de pra-xe no Departamento

Inicialmente a coordenadora omi-tiu tambeacutem o local e horaacuterio de fun-cionamento do curso Maria de Faacuteti-ma afirmou ser ldquoincorreto da parte de vocecircs (noacutes da reportagem) procurar alunos e professores do curso sem autorizaccedilatildeordquo acrescentou Maria de Faacutetima disse ainda que os professores sabem da necessidade dessa autoriza-ccedilatildeo ldquoQuem estaacute sendo inconveniente aqui eacute o professor de vocecircs porque ele sabe que isso eacute preciso Eacute uma forma de nos resguardarrdquo finalizou

O Professor Derval Golzio cha-mado de inconveniente por Faacutetima discorda dessa posiccedilatildeo ldquoeacute no miacutenimo um absurdo que um funcionaacuterio puacutebli-co se negue a disponibilizar esse tipo de informaccedilatildeo principalmente por se

tratar de coisas tatildeo simplesrdquo Golzio ainda questionou qual seria o inconveniente de prestar informaccedilotildees tatildeo baacutesicas que a professora Maria de Faacutetima sob pre-textos burocraacuteticos injustifi-caacuteveis faz tanto segredo

Greve na UFPB

A greve na UFPB foi o fator determinante para os resultados negativos obti-dos ano passado pelos es-tudantes que frequentaram o Cursinho Preacute-Vestibular da UFPB eacute o que diz o Pro-fessor de Matemaacutetica Paulo Rogeacuterio Para ele a interrup-

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 15

ccedilatildeo nas aulas causou o elevado niacutevel de evasatildeo nas turmas ldquoOs resultados ano passado natildeo foram bons a greve iniciada praticamente na metade do ano desestimulou os nossos alunos no comeccedilo do ano as salas eram cheiasrdquo pondera

Criado por um convecircnio entre a Universidade e a Secretaria de Edu-caccedilatildeo do Estado da Paraiacuteba o Curso faz parte do Nuacutecleo de Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos e foi inicialmente pensado para os estudantes do ensino meacutedio na UFPB que estatildeo no EJA ndash Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos - mas a alta procura fez com que fossem aber-tas novas vagas conta Rogeacuterio

O Professor explica que hoje exis-tem 2 turmas agrave tarde e 1 agrave noite com uma meacutedia de 150 alunos no total a maioria constituiacuteda de jovens Para ele lidar com Portadores de Necessi-dades Especiais eacute um desafio ldquoTraba-lhei com pessoas portadoras de algum tipo de deficiecircncia apenas uma vez mas faz muito tempo Natildeo tive ne-nhum tipo de treinamento acho que todo professor precisa receber um bom preparado infelizmente isso ain-da natildeo acontece O que me estimula eacute ver a forccedila de vontade desses alunosrdquo completou

Cursos de idioma pelo Departamen-to de Letras

Curso de extensatildeo em liacutenguas es-trangeiras eacute uma iniciativa do DLEM (Departamento de Letras Estrangeiras Modernas) Ele eacute aberto para toda co-

munidade seu uacutenico preacute-requisito eacute ter mais de 18 anos Satildeo oferecidos cur-sos de Liacutengua Inglesa Alematilde France-sa e Espanhola Para adentrar no curso eacute necessaacuterio fazer uma prova de sele-ccedilatildeo (em liacutengua portuguesa) O chefe do DLEM Professor Doutor Roberto Carlos de Assis natildeo soube precisar qual era a concorrecircncia do processo de seleccedilatildeo para uma das vagas dos cursos no entanto ele acredita que a concor-recircncia gira em torno de seis alunos por vaga

Os alunos de graduaccedilatildeo em Letras da UFPB supervisionados por seus professores satildeo os responsaacuteveis pelas as aulas do curso de extensatildeo Eles re-cebem uma bolsa de aproximadamente 200 reais Para dar essas aulas eacute preci-so estaacute no 4ordm periacuteodo do curso de gra-duaccedilatildeo ou jaacute ter experiecircncia compro-vada em sala de aula

O material para acompanhar as aulas fica por conta dos alunos Aleacutem disso se o aluno passar no processo se-letivo ainda tem uma taxa de matriacutecu-la no valor 100 reais para comunidade em geral e 90 reais para os alunos de letras Os alunos da residecircncia univer-sitaacuteria satildeo isentos dessa taxa

O professor Doutor Roberto Carlos de Assis crer que o percentual de eva-satildeo do curso de extensatildeo se aproxima dos 30 Para ele essa taxa eacute normal Natildeo haacute nenhum levantamento sobre quem mais procura o curso mas ele acredita que pessoas das mais diferen-tes aacutereas o procuram

Ana Carla graduanda do curso de Turismo faz o segundo semestre de in-

glecircs do curso de extensatildeo Ela acredita que o curso oferece uma boa oportu-nidade para aprender uma liacutengua to-davia o aluno tambeacutem tem que fazer sua parte para aprender mais Ela deci-diu aprender inglecircs porque na opiniatildeo dela ser biliacutengue eacute essencial para qual-quer pessoa que queira entrar no mer-cado de trabalho principalmente na aacuterea que ela pretende atuar o turismo

Ana Carla jaacute tinha uma base de co-nhecimento de inglecircs antes de entrar no curso No entanto nem todos os alunos satildeo assim Eacute o que afirma o bolsista do curso de extensatildeo Caio Antocircnio alu-no de graduaccedilatildeo em Letras Inglecircs Para ele as turmas iniciantes do curso de extensatildeo satildeo as mais trabalhosas pois muita gente natildeo tem uma boa base na liacutengua Como ele costuma dar suas au-las falando o inglecircs na maior parte do tempo algumas pessoas apresentam dificuldade Para ser melhor compre-endido por essas pessoas ele muitas vezes faz o uso da miacutemica

Outra dificuldade encontrada por Caio Antocircnio eacute o nuacutemero de alunos em sala de aula As turmas comeccedilam com 25 alunos Para o bolsista eacute possiacutevel dar uma aula com esse nuacutemero de alu-nos mas o rendimento cresce em tur-mas menores Segundo ele numa tur-ma com poucas pessoas eacute possiacutevel dar uma atenccedilatildeo individual aos alunos

Reportagem Francisco Dantas e Rocircmulo Jeferson

Curso de liacutenguas estrangeiras eacute uma iniciativa do DLEM (Departamento de Letras Estrangeiras Modernas)

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PESQUISA

18 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Para-iacuteba dispotildee de dois viveiros de animais para pesquisas labora-

toriais tambeacutem conhecidos como bio-teacuterio Satildeo locais inteiramente voltados para estudo de animais quer seja com-portamental procriaccedilatildeo ou mesmo para realizaccedilatildeo de experiecircncias No entanto apenas uma dessas unidades encontra-se ativa e haacute diferenccedilas notaacute-veis em ambos desde sua localizaccedilatildeo agraves suas atividades

Inaugurado em Fevereiro de 2004 com 900 metros quadrados o Bioteacuterio Thomas George eacute um exemplo como setor de pesquisa de uma universida-de Integra o Laboratoacuterio de Tecnolo-gia Farmaceutica (LTF) e ocupa aacuterea dentro da UFPB cercada e com guarita proacutepria O bioteacuterio foi financiado du-rante sua criaccedilatildeo pela Agecircncia Nacio-

nal de Vigilacircncia Sanitaacuteria (Anvisa) e atualmente sua manutenccedilatildeo eacute assegu-rada por projeacutetos de pesquisa proacuteprios doaccedilotildees e pela reitoria

Dentre as espeacutecies disponiacuteveis para pesquisa o laboratoacuterio possui ratos Wistar conhecida como rato-branco-de-laboratoacuterio camundongos Swiss e coelhos prontos para estudo pesquisa e experimentos quer seja em animais vivos ou em vitro (experimentos com sistemas fechados que podem ser iso-lados temporariamente em recipientes de vidro) Os roedores satildeo alguns dos animais mais importantes em pesqui-sas laboratoriais por serem faacuteceis de cuidar com ciclo de vida curto manu-tenccedilatildeo barata e por possuiacuterem seme-lhanccedilas fisioloacutegicas com o organismo humano ao ponto de desenvolver al-gumas das mesmas enfermidades

Como funciona

Para integridade dos dados colhi-dos nas pesquisas as dependecircncias do bioteacuterio seguem estritas normas de am-bientaccedilatildeo interna Segundo o teacutecnico bioterista Joseacute Crispim ldquocada sala eacute cli-matizada e mantida com pressotildees distin-tas positivas e negativasrdquo (termo usado para definir niacuteveis de pressatildeo maiores ou menores que a pressatildeo atmosfeacuterica comum definidos de acordo com as es-peacutecies e experimentos em andamento) Os dejetos dos animais satildeo recolhidos por uma camada de maravalha (resiacuteduo de madeira semelhante agrave serragem mas de dimensotildees superiores) seus utensiacute-lios laboratoriais satildeo esterilizados por um autoclave aparelho comum em laboratoacuterios e usa vapor pressurizado para realizar a limpeza de ferramentas

Bioteacuterios da UFPB revelam diferenccedilas e abandono

Preacutedio do viveiro do LTF Bioteacuterio Professor Thomas George

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 19

Cada ambiente isolado obedece a um ciclo de 12 horas que segue a orien-taccedilatildeo de fotoceacutelulas naturalmente lo-calizadas no exterior da estrutura Esse procedimento eacute necessaacuterio para simu-lar a luz natural dentro dos ambientes e mantecirc-los isolados De acordo com o estudo realizado nessas salas sua cli-matizaccedilatildeo pode tanto obedecer agrave luz natural como inverter-se fazendo com que as salas fiquem escuras durante o dia e claras agrave noite Em qualquer caso o ciclo de 12 horas eacute mantido tentan-do natildeo estressar os animais na intenccedilatildeo de manter a integridade dos dados co-letados em suas pesquisas

O Centro destina-se apenas a estu-dos e pesquisas de poacutes-graduaccedilatildeo ten-do ateacute entatildeo prestado assistecircncia aos cursos de quiacutemica biologia fisiotera-pia e farmacologia Este ultimo sendo o mais comum e funccedilatildeo primaacuteria do bioteacuterio nas palavras de Crispim ldquo90 por cento das pesquisas satildeo com os alunos da poacutes graduaccedilatildeo de farmaacuteciardquo

Contrapartida

Natildeo muito distante ao bioteacuterio do LTF mas presente tambeacutem na UFPB existe o que hoje eacute apenas cercas e pe-quenas aacutereas encobertas por mata do viveiro gerenciado pelo Departamento de Sistemaacutetica e Ecologia jaacute conheci-do como Laboratoacuterio Tropical de Pri-matologia criado em 1982

O bioteacuterio foi desativado em 2012 pelos dirigentes da proacutepria Instituiccedilatildeo por tempo indeterminado sob pre-

sala de pesquisa chegou a hospedar 108 primatas de nove espeacutecies

Aleacutem de docentes o local tinha um veterinaacuterio e trecircs funcionaacuterios para tratamento dos animais e servia como local para conclusatildeo de estaacutegios Hoje aparentemente apenas um funcionaacuterio que natildeo pocircde ser encontrado trabalha no local no turno da manhatilde ocasional-mente regando plantas

Sempre que as atividades do bioteacute-rio de Ciecircncias Bioloacutegicas satildeo postas em questatildeo obtem-se respostas como ldquoo custo dos animais era muito caro natildeo dava para manterrdquo seguidas de ldquoo animal em cativeiro natildeo serve para ob-servaccedilatildeo natildeo estaacute em seu habitat natu-ralrdquo Respostas simplistas como estas contrariam o histoacuterico de 30 anos do bioteacuterio e seu propoacutesito que incluiacutea ob-servar animais em cativeiro

Sobra

O Departamento de Sistemaacuteti-ca e Biologia atualmente natildeo possui qualquer criadouro de animais vivos resumindo sua biblioteca bioloacutegica a uma cultura entomoloacutegica (de insetos) conservados agrave base de ar-ceco e muita naftalina Atualmente nem os endere-ccedilos on-line relacionados agrave UFPB que carregam ldquodserdquo em suas URLs fun-cionam retornando paacutegina apoacutes paacutegi-na de erros onde o servidor do centro natildeo pocircde ser localizado

texto de estar passando por reestrutu-raccedilatildeo e mudanccedilas disse a professora Caroline Ele estaacute localizado a poucos metros da cerca que adentra a mata atlacircntica por uma trilha de difiacutecil loca-lizaccedilatildeo Continha macacos prego e ser-via como centro de criaccedilatildeo e manejo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo A observaccedilatildeo e documentaccedilatildeo do com-portamento dos primatas era orientada aos alunos de biologia em atividades extracurriculares (apesar de localizar-se adjacente ao bloco de quiacutemica)

Quando funcionava

O viveiro com 1200 metros qua-drados e 43 aacutereas fechadas possuiacutea co-zinha sala de atendimento veterinaacuterio e

Exemplo de rato Wistar usado em pesquisas

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ReportagemEduardo Cezar

Gustavo de AlmeidaCituaccedilatildeo do viveiro de Ciecircncias Bioloacutegicas

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PESQUISA

20 - UFPB em Revista

F undado em 2010 e jaacute premia-do no Expocom Nordeste 2011 na categoria Ediccedilatildeo de Livro o

projeto de pesquisa Para Ler o Digital coordenado pelo Professor Marcos Ni-colau do PPGC-UFPB e do curso de Miacutedias Digitais - UFPB eacute um exemplo do quatildeo importante eacute essa aacuterea de atu-accedilatildeo Tendo como objeto de pesquisa o eBook tambeacutem conhecido como livro digital o grupo eacute pioneiro na pesquisa e desenvolvimento de novos recursos de diagramaccedilatildeo e editoraccedilatildeo

Inicialmente trabalhando com obras dos professores do Departamen-to de Miacutedias Digitais o grupo recebeu convites para ampliar seus trabalhos a todo o Centro de ciecircncias humanas letras e artes (CCHLA) e participar da criaccedilatildeo do projeto editorial digital da Editora Universitaacuteria

Em entrevista o estudante e bol-sist O estudante e bolsista do projeto Para Ler o Digital Rennam Virginio explica sua trajetoacuteria e funccedilatildeo dentro grupo ldquoentrei quando ainda estava no primeiro mecircs do curso no intuito de de-

senvolver habilidades na aacuterea de Edi-toraccedilatildeo mas natildeo era meu foco que a princiacutepio era Viacutedeo Com o tempo aca-bei me identificando com a aacuterea Den-tro do projeto sou Bolsista da Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica escrevo artigos cientiacuteficos semestralmente sobre livros digitais faccedilo a editoraccedilatildeo de ePubs e a confec-ccedilatildeo de capas de alguns dos livros pro-duzidos no Projetordquo

O problema maior de ser estudan-te e pesquisador eacute ter que balancear as duas atividades na maioria dos casos o grupo de pesquisa tende a ser da mes-ma aacuterea de estudo do aluno o que pode ajudar na economia do tempo embora o aluno ainda tenha que enfrentar al-gumas dificuldades principalmente quando o horaacuterio de algumas discipli-nas do curso coincide com uma ativi-dade referente da pesquisa

Despertar a vocaccedilatildeo cientiacutefica e in-centivar novos talentos entre estudan-tes de graduaccedilatildeo eacute um dos objetivos especiacuteficos do Programa Institucional

de Bolsas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica o PIBIC Ele visa apoiar a poliacutetica de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica desenvolvida nas Instituiccedilotildees de Ensino eou Pesquisa por meio da concessatildeo de bolsas a es-tudantes de graduaccedilatildeo integrados na pesquisa cientiacutefica A cota de bolsas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica eacute concedida direta-mente agraves instituiccedilotildees Por sua vez estas satildeo responsaacuteveis pela seleccedilatildeo dos pro-jetos dos pesquisadores orientadores interessados em participar do Progra-ma Os estudantes tornam-se bolsistas a partir da indicaccedilatildeo dos orientadores

A bolsa tem duraccedilatildeo de 12 meses o valor segue uma tabela nacional Atu-almente o valor da bolsa para Iniciaccedilatildeo Cientifica equivale a R$40000 e os uacutenicos requisitos para o estudante satildeo de cursar graduaccedilatildeo e dedicar-se in-tegralmente agraves atividades acadecircmicas e de pesquisa O aluno deve procurar em sua aacuterea de interesse um pesquisa-dor que esteja disposto a integraacute-lo em sua pesquisa e a orientaacute-lo

Rennam ainda se mostra preocu-pado com a situaccedilatildeo dos grupos de

Grupos de pesquisa desafios e metas dos pesquisadores da UFPB

Integrantes do grupo de pesquisa Para Ler O Digital

Bolsa de iniciaccedilatildeo

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 21

pesquisa na Universidade ldquoNo geral acredito que o niacutevel seja bom mas po-deriacuteamos ter mais projetos de pesqui-sa A UFPB deveria incentivar mais os professores a criarem grupos de pesquisas Muitas vezes a PRPG pror-roga duas ou ateacute trecircs vezes as inscri-ccedilotildees para PIBIC e isso eacute sinal que as inscriccedilotildees de projetos foram poucas ou abaixo do esperadordquo

Os Grupos de Pesquisa apresentam alternativas para um trabalho conjun-to entre professores e alunos ambos pesquisadores A Universidade Federal da Paraiacuteba conta com 335 grupos cer-tificados pela instituiccedilatildeo e espalhados por todos os centros Tendo sua maior parte pertencente ao Centro de Sauacutede os grupos na aacuterea da tecnologia vecircm ganhando espaccedilo no cenaacuterio regional

de mais de 40 jovens pesquisadores entre doutores mestres e graduandos que estatildeo interconectados com pesqui-sadores de todo o Brasil e do mundo As pesquisas desenvolvidas satildeo realizadas em parceria com outras universidades institutos de pesquisa e empresas da iniciativa privada Por ser um laboratoacute-rio ativo na aacuterea de desenvolvimento recebe financiamento de instituiccedilotildees parceiras como a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) Finaciadora de Estudos e Projetos (FINEP) e Con-selho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq)

Lavid

O Laboratoacuterio de Aplicaccedilotildees de Viacutedeo Digital (LAVID) criado em 2003 eacute um exemplo a niacutevel nacional da importacircncia dos grupos de pesqui-sa Associado ao Departamento de Informaacutetica (DI) da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba o laboratoacuterio surgiu da proposta de desenvolver projetos de pesquisa e atualmente eacute referecircncia internacional em desenvolvimento de tecnologia para TV Digital

Em marccedilo deste ano os integrantes do Lavid do Centro de Informaacutetica da UFPB apresentaram para teacutecnicos da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e da Agecircncia Nacional de Cine-ma (Ancine) os mais recentes avanccedilos

da tecnologia Fogo Player desenvol-vida e que permite a projeccedilatildeo de ima-gens em ultra HD (4K)

Segundo o gerente de Projetos da RNP Daniel Caetano a RNP jaacute apoiou diversos projetos de pesquisa desen-volvidos pelo Lavid e ressaltou a im-portacircncia da tecnologia Fogo Player para a melhoria da formaccedilatildeo de profis-sionais da aacuterea de sauacutede Ele afirmou que transmissotildees em alta definiccedilatildeo e em tempo real como a que foi testa-da com sucesso pelo Lavid teratildeo uma gama de aplicaccedilotildees em um futuro proacute-ximo servindo natildeo apenas para exibir cirurgias e outros procedimentos de equipes meacutedicas

O Lavid conta com a colaboraccedilatildeo

Guido Lemos apresenta os projetos do Lavid aos representantes da Ancine

Estudantes realizando trabalhos do Lavid

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Reportagem Ermeson David George Juacutenior

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INTERACcedilAtildeO

24 - UFPB em Revista

ldquoSempre tive consciecircncia de que a EJA me proporciona-ria crescimento profissional

e pessoal A frase eacute de Amanda Lima aluna do primeiro periacuteodo do curso de Administraccedilatildeo da Universidade Fede-ral da Paraiacuteba (UFPB) e que acaba de entrar como membro da EJA Consul-toria (Empresa Juacutenior de Administra-ccedilatildeo) Esta empresa caracteriza-se por ser de consultoria sem fins lucrativos que presta serviccedilos na respectiva aacuterea acadecircmica sendo formada exclusiva-mente por alunos do curso de Admi-nistraccedilatildeo da UFPB e que tem como objetivo a capacitaccedilatildeo por meio de conhecimento teacutecnico e empresarial do aluno do curso inserindo-o pos-teriormente no mercado de traba-lho como um jovem empreendedor

Sua estrutura segundo o seu presi-dente Tito Amorim eacute mista de funcio-nal e projetizada A estrutura funcional tem como caracteriacutestica o planejamen-to de serviccedilos abrangendo cargos de analistas de cada departamento entre eles o de qualidade marketing proje-

tos presidecircncia tendo como seus su-periores os diretores Jaacute a projetizada consiste em cargos de consultoria ou seja pessoas restritas a execuccedilatildeo de determinado serviccedilo Os cargos sem-pre estatildeo sendo renovados ao longo dos anos dando oportunidades a outros estudantes da aacuterea para participarem e ateacute aos que jaacute estatildeo em cargos da EJA Consultoria a exercerem atividades em outros Todos estes requerem eleiccedilotildees

Casos de Sucessos

ldquoO estudante entra como universi-taacuterio e sai da EJA como um empreen-dedor atraveacutes da vivecircncia empresarial e gestatildeordquo afirma Tito Em quase 22 anos de existecircncia haacute vaacuterios casos de pessoas que trabalharem na EJA e ob-tiveram sucesso profissional tornando hoje empreendedores de sucesso En-tre os mais sucedidos dois satildeo lembra-dos pelo presidente satildeo eles Leandro Vieira idealizador do administrado-rescom e o Taacutercio Pessoa atualmen-te responsaacutevel pelo Empreender ndash JP

mostrando que o conhecimento adqui-rido na empresa foi bem aproveitado

O curso possibilita o aprendizado atraveacutes de programas de treinamento como Trainee aleacutem de outros eventos como a SDP (Semana de Desenvolvi-mento Profissional) que atinge toda a comunidade acadecircmica mas voltado sempre para o curso de Administraccedilatildeo Com o intuito de transmitir conheci-mento para outros segmentos estu-dantis o evento conhecido como EJA FAZ Palestra promove como o nome mesmo diz palestras sobre respecti-vos temas acerca de administraccedilatildeo Outro evento o Buscando Sorrisos tambeacutem promovido pela empresa de consultoria leva os membros da em-presa para uma instituiccedilatildeo de carida-de ajudando elas possibilitando aos alunos mais contato com a populaccedilatildeo

Pessoas que estatildeo assumindo car-gos agora como eacute o caso da estudante Amanda Lima que acaba de comeccedilar a atuar na funccedilatildeo de analista de qualida-de vecirc a EJA Consultoria como oportu-nidade de crescer no mercado ldquoQuem

EJA Consultoria proporciona crescimento profissional

Cerimocircnia de Posse da gestatildeo 20131 da EJA Consultoria

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 25

busca a EJA eacute um profissional diferen-ciadordquo disse a estudante Segunda ela que jaacute almeja exercer cargos de niacuteveis mais altos o conhecimento dado por esta empresa ajuda tambeacutem no curriacutecu-lo oferecendo uma visatildeo de mercado

A EJA como diferencial

Outros estudantes estatildeo exercendo cargos haacute mais tempo como eacute o caso de Rafael Carvalho que eacute membro da EJA haacute dez meses Ele comeccedilou como consultor e hoje atua como diretor de marketing ldquoEu jaacute trabalhei em car-gos estaduais empresas privadas mas nunca obtive tamanha experiecircncia pro-fissional como a que a EJA me ofere-ceurdquo afirmou Rafael Por estar na em-presa haacute mais tempo ele conclui que todo o conhecimento teoacuterico obtido dentro da sala de aula pode ser colo-cado em praacutetica nesta empresa juacutenior

Rafael relata que tambeacutem enfren-tou dificuldades como o fato de ter que se deslocar para a cidade de Ma-manguape na Paraiacuteba para realizar consultorias e sua transiccedilatildeo de cargo tambeacutem foi um momento difiacutecil por exigir dele o conhecimento em uma es-trutura funcional jaacute que estava saindo

de um cargo de estrutura projetizada Mesmo assim Rafael vecirc os problemas enfrentados como aprendizado ad-quirido almejando tambeacutem alcanccedilar cargos de niacuteveis mais altos ldquoTodo co-nhecimento que hoje eu tenho na aacuterea de administraccedilatildeo consegui na EJA e natildeo em outra empresardquo disse ele

Para ser membro da EJA Consulto-

Posse dos novos membros Idaacutecio Rodrigues e Natyara Santos

Posse do presidente Rodolfo Alves Felizardo

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ReportagemAcircngela Oliveira e

Jessica Morais

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ria o estudante do curso passa por uma seleccedilatildeo que dura aproximadamente uma semana Primeiramente eacute preci-so estar cursando qualquer periacuteodo de Administraccedilatildeo na UFPB em seguida se inscrever na empresa Os alunos selecionados passam por uma capaci-taccedilatildeo de trecircs meses antes de assumir seus respectivos cargos em uma ceri-

mocircnia de posse reali-zada tambeacutem na UFPB

A EJA Consultoria traduz o espiacuterito estu-dantil Aos estudantes que nela trabalham recai cobranccedilas de criatividade bom de-sempenho e boa capa-cidade administrativa Ao sair o estudante eacute visto como um verda-deiro administrador no mercado de trabalho Eacute o laboratoacuterio praacutetico de todo o aprendizado teoacute-rico do aluno no curso de Administraccedilatildeo da UFPB

INTERACcedilAtildeO

26 - UFPB em Revista

A busca pela experiecircncia profissionalEstudante do terceiro periacuteodo de

Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digi-tais (UFPB) Ermeson Lira (18

anos) tomou uma decisatildeo importante em sua vida tornou-se um estagiaacuterio Sua rotina mudou e com ela vieram as responsabilidades Diego Lopes (25 anos) estudante de Ciecircncias da Com-putaccedilatildeo tambeacutem iniciou sua carreira estagiando e ganhando experiecircncia Mas todos os alunos da Universidade Federal da Paraiacuteba conseguem a mes-ma oportunidade que eles

Na UFPB existem dois tipos de es-taacutegios o obrigatoacuterio que conta com a cobertura do seguro de acidentes pes-soais E o natildeo-obrigatoacuterio que eacute opcio-nal e pode ser remunerado ou natildeo Die-go Lopes acredita que ldquocom o estaacutegio vocecirc adquire experiecircncia de mercado de trabalho aprende a trabalhar sobre pressatildeo e se qualifica para vagas que

seratildeo destinadas a pessoas formadasrdquoNo caso do curso de Miacutedias Digi-

tais a regulamentaccedilatildeo diz ldquoEstaacutegio supervisionado em meio profissional ou acadecircmico totalizando 300 horas objetivando a observaccedilatildeo e intervenccedilatildeo do estudante para o exerciacutecio profissio-nal bem como facilitar sua integraccedilatildeo no meio profissionalrdquo O curso estabe-lece convecircnio com o Centro Integrado Empresa-Escola (CIEE) e entre ou-tras entidades puacuteblicas e privadas

O CIEE eacute uma instituiccedilatildeo filantroacute-pica que procura encontrar estaacutegios e oportunidades de aprendizado para es-tudantes dos niacuteveis meacutedio teacutecnico e su-perior Estaacute presente em todo territoacuterio nacional auxiliando a entrada dos jo-vens no mercado de trabalho Algumas empresas jaacute possuem convecircnio com a UFPB Mas alguns alunos ainda encon-tram dificuldades para conseguir seu

espaccedilo Eacute o exemplo de Joseacute Carlos Pe-reira (22 anos) estudante de Ciecircncias bioloacutegicas da UFPB Ele tentou entrar num estaacutegio oferecido pela profes-sora de seu curso mas por choque de horaacuterios natildeo pode fazecirc-lo ldquoalguns es-taacutegios que eu queria pegar eram no ho-raacuterio da manhatilde Horaacuterio este em que eu estava ocupado com as aulasrdquo

Segundo a Lei 11788 Art 8ordm da Constituiccedilatildeo brasileira os convecircnios tanto com empresas puacuteblicas quanto as privadas satildeo facultativos A UFPB eacute conveniada a mais de 300 institui-ccedilotildees Entre elas estatildeo o Banco do Bra-sil Carrefour TV Tambauacute Petrobraacutes e diversas prefeituras como a de Joatildeo Pessoa e Campina grande Segundo o Art 11ordm da mesma lei a duraccedilatildeo maacute-xima do estaacutegio eacute de dois anos exceto quando o estagiaacuterio possui necessida-des especiais

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 27

A PRG-CEM estaacute localizada na Reitoria da Universidade Federal da Paraiacuteba

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Reportagem Layse Pereira eRayssa Alcacircntara

Estaacutegios Cadastrados pela CEM2009-2013

Obrigatoacuterio

Natildeo-obrigatoacuterio

Bolsa Estaacutegio Meacuted

2009 2010 2011 2012 2013

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Os nuacutemeros variam pois estamos no decorrer do ano Dados da PRG-CEM

O Lado bom

Apesar de algumas barreiras en-contradas os universitaacuterios tem uma opiniatildeo em comum O estaacutegio eacute uma etapa importante para a entrada no mercado de trabalho ldquoAleacutem de ad-quirir conhecimentos antes do tempo eacute uma oacutetima oportunidade pra se de-senvolver no mercado Quando se estaacute dentro desse ecossistema o aprendiza-do agrega em vocecirc mesmo que vocecirc natildeo queirardquo declarou Ermeson Lira

Professores como Alberto Pessoa (autor e pesquisador de histoacuterias em quadrinhos) tambeacutem acreditam na importacircncia do estaacutegio Segundo ele quando se estuda e trabalha o aluno consegue aproveitar melhor a gradua-ccedilatildeo ldquoQuando vocecirc trabalha vocecirc natildeo tem tempo de deixar pra laacute Entatildeo vocecirc aproveita melhor a universidade vocecirc estuda mais vocecirc tem um senso de res-ponsabilidade melhorrdquo argumenta

Primeiros Passos

Os estaacutegios dentro da universidade satildeo oferecidos pelos pela UFPB e via-bilizados pelos professores Para soli-citar a bolsa os alunos devem apresen-tar uma seacuterie de documentos Segundo Eliane Ferraz coordenadora da CEM (Coordenaccedilatildeo de Estaacutegio e Monito-

ramento) primeiramente o estudante deve encaminhar um ofiacutecio ao Proacute-Rei-tor de Planejamento da Universidade Federal da Paraiacuteba (Proplan-UFPB) contendo justificativas da solicitaccedilatildeo e detalhes sobre o estaacutegio

Outros documentos necessaacuterios satildeo o formulaacuterio de Solicitaccedilatildeo de Bolsa estaacutegio a Ficha Cadastral (Bolsa-EstaacutegioUFPB) Histoacuterico Escolar do aluno coacutepias da Identidade CPF Tiacutetu-lo de Eleitor e para os homens a coacutepia

do Certificado de quitaccedilatildeo como o ser-viccedilo militar Ao final de cada periacuteodo este processo eacute repetido para renovar a Bolsa

As informaccedilotildees sobre estaacutegios ex-ternos ainda eacute mal divulgado pela uni-versidade Os estudantes costumam ter a iniciativa de procuraacute-los por meio de amigos conhecidos Hoje com a in-ternet ficou mais faacutecil encontrar traba-lhos por meio de sites como por exem-plo o Gogojobcom (wwwgogojobcombr) que divulga vagas na aacuterea de publicidade Quando a oportunidade de estagiar eacute oferecida por instituiccedilotildees conveniadas agrave UFPB o universitaacuterio tambeacutem deve procurar a CEM Apoacutes assinado o convecircnio o aluno estaacute ofi-cialmente estagiando Em ambos os processos ao final de cada semestre deve ser entregue um relatoacuterio

Segundo a coordenadora da CEM os convecircnios realizados pela UFPB eacute uma maneira de atender agraves demandas acadecircmicas Para contemplar um maior nuacutemero de cursos da universidade ldquoOs convecircnios para a concessatildeo de estaacutegios supervisionados devem portanto ser celebrados de forma mais abrangente possiacutevel visando a atender de forma mais ampla a concessatildeo de estaacutegio a alunos regularmente matriculadosrdquo

INTERACcedilAtildeO

28 - UFPB em Revista

Em evento que lotou o auditoacuterio da reitoria da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba Joatildeo Pessoa

recebeu o neurocientista brasileiro Mi-guel Nicolelis que realizou a palestra ldquoA ciecircncia como agente de transforma-ccedilatildeo socialrdquo Nicolelis atraiu professo-res profissionais da aacuterea estudantes da UFPB e de outras universidades mas chamou ainda a atenccedilatildeo de cida-datildeos comuns com problemas de para-plegia tetraplegia deficientes visuais auditivos e pessoas que possuem entes queridos na mesma condiccedilatildeo O enor-me puacuteblico presente ao evento coorde-nado pelo Foacuterum Universitaacuterio deixou o auditoacuterio pequeno com a esperanccedila de ouvir das palavras do meacutedico que eles teriam seus problemas resolvidos pela ciecircncia seja em curto meacutedio ou longo prazo

Nicolelis que lidera um grupo de

pesquisadores da aacuterea de Neurociecircncia na Universidade Duke - EUA apresen-tou como um dos pilares da palestra a mesma questatildeo base do seu chamado Manifesto da Ciecircncia Tropical Nele o neurocientista sugere que o Brasil pode potencializar o desenvolvimen-to cientiacutefico e educacional a partir da cooperaccedilatildeo de ambos e propotildee quinze medidas para firmar o paiacutes como lide-ranccedila mundial na produccedilatildeo e uso de-mocratizante do conhecimento

Miguel Nicolelis falou tambeacutem so-bre a instituiccedilatildeo na cidade de Macaiacute-ba no Rio grande do Norte onde ele realiza um projeto chamado Educaccedilatildeo para toda a vida O projeto ensina para crianccedilas da periferia de Macaiacuteba e Na-tal conhecimentos nas aacutereas de roboacuteti-ca fiacutesica biologia geografia histoacuteria e informaacutetica Durante a palestra o neu-rocientista ainda explanou que desde

o iniacutecio do seu trabalho na cidade de Macaiacuteba a evasatildeo escolar da institui-ccedilatildeo eacute de apenas 2 e que as crianccedilas que estatildeo sendo formadas nessa insti-tuiccedilatildeo saem com mesmo niacutevel de es-colas de elite do Rio grande do Norte

O meacutedico disse aos presentes que acredita que a ciecircncia eacute grande agente responsaacutevel pela capacidade de ino-vaccedilatildeo e deve ser estimulada desde os primeiros momentos da vida Afirmou ainda que haacute uma carecircncia de investi-mento na aacuterea de intersecccedilatildeo da neu-rociecircncia e que se possiacutevel deveria existir acompanhamento ainda no preacute-natal para que a crianccedila nascesse com o maacuteximo de potencial neuroloacutegico Em 2014 Nicolelis abriraacute o primeiro Instituto Primata de Neurociecircncia com uma escola cujo aprendizado se inicia-raacute desde o nascimento Ainda que seja um sonho um pouco distante o meacutedico

Neurocientista Miguel Nicolelis reabre Foacuterum Universitaacuterio

Reabertura do foacuterum universitaacuterio tem como primeiro palestrante o neurocientista Miguel Nicolelis

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 29

acredita que futuramente Macaiacuteba seraacute a primeira ldquocidade ceacuterebrordquo do mundo

Durante a palestra o neurocien-tista tambeacutem abordou as experiecircncias que realiza sobre a interaccedilatildeo do ceacutere-bro e a maacutequina que consiste em fa-zer o movimento da maacutequina a partir dos estiacutemulos enviados pelo ceacuterebro que seratildeo convertidos em impulsos eleacutetricos e proporcionaratildeo o movi-mento mecacircnico de proacuteteses Ainda que ateacute o momento seus experimentos tenham sido feitos apenas com maca-cos jaacute causam ansiedade em pessoas que sofreram acidentes e hoje tem a locomoccedilatildeo comprometida O meacutedico acrescentou que pretende realizar uma demonstraccedilatildeo em 2014 quando uma brasileira parapleacutegica deveraacute caminhar 20 passos e dar o pontapeacute inicial da Copa do Mundo ldquoEsse seraacute um pre-sente do Brasil para toda a humanida-derdquo declarou Nicolelis

O foacuterum universitaacuterio

Apoacutes seis anos desativado a pre-senccedila de Miguel Nicolelis marcou de forma extraordinaacuteria o retorno do Foacute-rum Universitaacuterio Fundado na deacutecada de 1980 pelo professor Joseacute Jackson Carneiro o Foacuterum tem como objetivo discutir assuntos relevantes agrave socieda-de tanto em um niacutevel nacional como local Segundo o coordenador do Foacute-rum Iedo Fontes nunca ficou clara a razatildeo pela qual a gestatildeo anterior da UFPB paralisou o evento ldquoNunca ex-plicaramrdquo comentou Fontes

Para reforccedilar a natureza fomenta-dora de debates do Foacuterum Fontes dis-se que um dos primeiros debates entre presidenciaacuteveis poacutes-ditadura militar jaacute com vistas agraves eleiccedilotildees de 1989 foi promovido pela UFPB no antigo cam-pus de Campina Grande (que hoje eacute de competecircncia da UFCG) ldquoSoacute natildeo veio Collor Lula Brizola e outros estive-ram presentesrdquo comentou

Com o auditoacuterio lotado (600 pro-fessores de acordo com os nuacutemeros de Fontes) o retorno do Foacuterum foi con-siderado positivo A programaccedilatildeo fu-tura ainda estaacute sendo planejada mas a tendecircncia eacute que o Foacuterum seja realizado bimestralmente ldquoFoi uma declaraccedilatildeo da reitora a um jornal local de que ela tem interesse de que o Foacuterum aconte-ccedila num intervalo de dois meses O que nos permite fazer uma programaccedilatildeo Simulaccedilatildeo do exoesqueleto na abertura da Copa de 2014

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mais pensadardquo declarou o coordena-dor

Alguns temas jaacute estatildeo sendo con-siderados o bloqueio do crescimento econocircmico brasileiro nos uacuteltimos anos 500 anos da obra de Maquiavel dis-cussatildeo da obra do geoacutegrafo Josueacute de Castro federalizaccedilatildeo dos niacuteveis infan-til fundamental e meacutedio da educaccedilatildeo e a obra de Luiz Gonzaga e seu impacto sobre a vida regional (este uacuteltimo jaacute sendo organizado para o mecircs de ju-nho)

A princiacutepio o Foacuterum natildeo prioriza-ria nenhuma aacuterea em especiacutefico nem mesmo a proacutepria academia Fontes dis-se ldquoficou claro na reabertura oficial do Foacuterum que noacutes natildeo o reativamos ape-nas para professores estudantes e fun-cionaacuterios mas tambeacutem para a socieda-de pessoense () pessoas de diferentes ramos de atividade comeacutercio induacutes-tria academiardquo Poreacutem o coordenador esclareceu que uma atenccedilatildeo especial deveraacute ser dada agrave discussotildees relaciona-das agrave educaccedilatildeo - e essa preocupaccedilatildeo eacute percebida com a escolha de Miguel

Nicolelis para o primeiro encontro apoacutes a reativaccedilatildeo do Foacuterum ldquoSe tem uma aacuterea que noacutes devemos priorizar no

Brasil e fazer um grande debate nacio-nal eacute a educaccedilatildeordquo explicou Fontes

A exemplo de Nicolelis o Foacuterum tambeacutem foi responsaacutevel por trazer ou-tras personalidades conhecidas nacio-nalmente agrave Joatildeo Pessoa como os se-nadores Cristoacutevatildeo Buarque e Roberto Requiatildeo e o economista Carlos Les-sa Para uma futura ediccedilatildeo do foacuterum a Universidade estaacute tentando trazer o jornalista Paulo Henrique Amorim A ideia poreacutem natildeo eacute ficar preso a nomes de acircmbito nacional e abrir espaccedilo para pessoas que tenham impacto na socie-dade regional - ateacute pela histoacuteria e pelo legado que o Foacuterum tem de realizar debates de interesse da populaccedilatildeo em geral

ldquoFoacuterum eacute para discutir os proble-mas do estado Somos uma entidade produtora e reprodutora de conheci-mento () Na mesa de debate deve ter um professor de destaque mas tambeacutem algueacutem da aacuterea senatildeo fica apenas a niacute-vel de conferecircncia o que natildeo eacute bom pois natildeo promove o debaterdquo afirmou Fontes

Reportagem Una Txai e Rudah Silva

INFRAESTRUTURA

32 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Paraiacuteba enfrenta o caos na infraestrutura do sistema viaacuterio e estaciona-

mentos para veiacuteculos dos alunos pro-fessores e funcionaacuterios Eacute um problema de toda cidade que se reflete na univer-sidade gerando transtornos e problemas de logiacutestica em determinados horaacuterios As dificuldades na mobilidade interna ao Campus I decorrem na deficiecircncia no planejamento da expansatildeo da Instituiccedilatildeo aliadas ao aumento do nuacutemero de veiacute-culos nos uacuteltimos 10 anos O problema eacute reflexo da prioridade do veiacuteculo parti-cular sobre o uso de transporte coletivo

O campus I da instituiccedilatildeo estaacute pas-sando por algumas reestruturaccedilotildees e reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos jaacute existentes No periacuteodo de 2012 a 2013 o nuacutemero de vagas para estacionamento subiu consideravelmente de 2 mil para 2500 Em meacutedio prazo (dois anos) a administraccedilatildeo pretende criar mais 1500 vagas atraveacutes da continuaccedilatildeo do projeto de reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos (no CACE CCEN e HU) e da finali-zaccedilatildeo do Centro de Energias Renovaacute-veis ainda em construccedilatildeo por traacutes do CCHLA

Estacionamento precaacuterio provoca transtorno na UFPB

Vaacuterios carros estacionados de forma irregular e inconveniente no estacionamento da Central de Aulas do campus I

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Projetos

Segundo Marcelo Diniz da Divi-satildeo de Estudos e Projetos da Prefeitura Universitaacuteria a reorganizaccedilatildeo dos esta-cionamentos eacute prioridade e vem sendo implementada em vaacuterios estacionamen-tos da universidade O projeto modi-fica a posiccedilatildeo de entrada dos veiacuteculos de 45ordm (diagonal) para 90ordm (frontal) e a largura da vaga do estacionamento para impossibilitar improvisos que prejudi-cam o traacutefego como por exemplo as filas duplas No projeto as motos se-ratildeo contempladas com estacionamento proacuteprio para evitar a desorganizaccedilatildeo e acidentes nas passarelas e corredores das salas ldquoIremos instalar placas de ad-vertecircncia para as motos natildeo transitarem no espaccedilo destinado aos pedestresrdquo diz Marcelo

Um dos locais com maior problema fica proacuteximo ao preacutedio da Reitoria e da Biblioteca Central devido agrave concen-traccedilatildeo de vaacuterios serviccedilos e dos preacutedios acadecircmicos Nesse local estatildeo reuni-das agecircncias de trecircs bancos livrarias restaurantes DCE (Diretoacuterio Central Estudantil) e AdufPB (sindicato dos

professores) Por conta da via nesse lo-cal ser muito estreita a Prefeitura Uni-versitaacuteria utilizou prismas de concreto no trecho para evitar que os motoristas estacionem os veiacuteculos indevidamente na via de passagem dos carros ocasio-nando transtornos e risco de acidente

Somando-se a esse local estaacute em construccedilatildeo o preacutedio do Centro Arte e Cultura com auditoacuterio estimado para duas mil pessoas em frente agrave Reitoria No projeto da construccedilatildeo natildeo haacute ne-nhum estacionamento previsto para esse preacutedio e na ocasiatildeo de algum evento os visitantes iratildeo estacionar seus veiacuteculos por traacutes da Reitoria que comporta precariamente os usuaacuterios que jaacute utilizam o espaccedilo Para a soluccedilatildeo desse problema Marcelo Diniz informa haver um projeto para construccedilatildeo de um estacionamento por traacutes da Reitoria de um ou dois andares com valor estimado em 10 milhotildees de reais por andar

Usuaacuterios

Os usuaacuterios que utilizam os esta-cionamentos com regularidade pro-potildeem soluccedilotildees como criaccedilatildeo de vagas

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 33

Situaccedilatildeo corriqueira nas vias do campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba

A falta de vagas destinadas para motos eacute a justificativa dos motociclistas

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Reportagem Rodrigo Vitorino e Windsor Souza

destinadas exclusivamente a professo-res Josemar dos Santos professor de Estatiacutestica diz que ldquofalta a prefeitura organizar o estacionamento Haacute deter-minadas horas que vir do departamen-to para a sala de aula de carro se tornou inviaacutevel pois o nuacutemero de veiacuteculos cresceu bastante Poderiam organizar vagas destinadas a professores pois noacutes temos que ficar de bloco em bloco para dar aula enquanto os alunos vecircm assistem a uma aula e vatildeo emborardquo

Outro problema que tambeacutem in-comoda eacute a falta de vagas destinadas agraves bicicletas e motocicletas ldquoAgraves vezes natildeo tem nem espaccedilo para transitar pois tem motociclista estacionando as mo-tos nas vias passarelas e corredores dos blocos pois natildeo haacute vagas destina-das para estacionar as motosrdquo acres-centa Josemar

A falta de estacionamento para motos faz com que elas se amontoem de forma desorganizada Isso as trans-forma em vilatildes e campeatildes de recla-maccedilotildees Elas trafegam e estacionam onde eacute via de pedestres cadeirantes passagem de materiais para os preacutedios da universidade Diversas reclamaccedilotildees jaacute foram feitas por conta de atropela-mentos por dificultar a passagem e ateacute mesmo acidentes envolvendo deficien-tes visuais

Faacutebio Fonseca professor de Pe-dagogia tambeacutem reclama das motos e dos transtornos que elas causam quan-do deixadas em local inconveniente ldquoA universidade estaacute ficando muito pequena para a quantidade de auto-

moacuteveis Eacute preciso organizar o espaccedilo existente e criaccedilatildeo de espaccedilos especiacutefi-cos para motos A falta de organizaccedilatildeo faz com que os corredores passarelas e vias se transformam em estaciona-mento para as motos dificultando por exemplo a passagem de cadeirantesrdquo

O problema da falta de vagas acaba tambeacutem interferindo na aprendizagem dos alunos Aliado a isso haacute o proble-ma de seguranccedila dentro do campus Alunos servidores e professores natildeo confiam no sistema de cartotildees entre-gue na entrada da universidade ldquoGe-ralmente os alunos chegam na hora da aula que coincidem em todas as disci-plinas e a falta de vaga faz com que percamos tempo para estacionar Eacute o caos Muitas vezes encontramos uma vaga muito longe do local em que va-mos estudar E em eacutepoca de chuva pio-

ra Tambeacutem tem o perigo de assaltordquo diz a estudante de Biologia Daniele Lacerda

Empecilho

Alguns estacionamentos no cam-pus I da UFPB possuem aacutervores tom-badas e sob proteccedilatildeo que natildeo podem ser derrubadas Desta maneira a pre-feitura universitaacuteria desenvolveu o projeto de reestruturaccedilatildeo e organiza-ccedilatildeo dos estacionamentos respeitan-do a localizaccedilatildeo dessas aacutervores Nos estacionamentos jaacute finalizados como da Reitoria eacute perceptiacutevel a falta de arborizaccedilatildeo que influecircncia o aqueci-mento local e a desagradaacutevel sensaccedilatildeo de estar num ambiente claro e quente Outro problema encontrado eacute a falta de planejamento de escoamento da chuva Desta maneira em eacutepocas de chuva intensa haacute risco de alagamento

Com todo o empenho e desenvol-vimento estrutural eacute de suma impor-tacircncia o investimento em seguranccedila Mas tambeacutem organizar o tracircnsito au-xiliando os condutores onde devem estacionar e na fluidez do tracircnsito Devido agrave ausecircncia de fiscalizaccedilatildeo para coibir as infraccedilotildees de tracircnsito as vias se tornam estacionamentos irregula-res atrapalhando e colocando em risco a seguranccedila dos integrantes da comu-nidade universitaacuteria

INFRAESTRUTURA

34 - UFPB em Revista

Ano de 2015 eacute limite para meta plena de acessibilidade

Ausecircncia de acessibilidade eacute constante nos novos preacutedios da UFPB

Segundo dados do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a Paraiacuteba eacute o estado que possui a maior parcela de habitantes com necessidades especiais no Bra-sil empatando com o Rio Grande do Norte Quase 30 dos paraiba-nos tecircm algum tipo de necessidade especial Apesar da estatiacutestica e da existecircncia do Decreto Lei 5296 que determina a acessibilidade em todas as edificaccedilotildees puacuteblicas 90 por cento das construccedilotildees realizadas durante gestatildeo dos professores Rocircmulo Po-lari e Iara Matos a frente da UFPB natildeo respeitaram o seu cumprimento

No momento a atual adminis-traccedilatildeo estaacute empenhada num pra-zo de dois anos a assistir a todos os alunos com deficiecircncia cumprin-do as normas teacutecnicas de acessi-bilidade da Associaccedilatildeo Brasilei-ra de Normas Teacutecnicas (ABNT)

Dentre as medidas a serem ado-tadas estaacute a reforma na acessibilida-de arquitetocircnica das vias (calccediladas) Tambeacutem estaacute prevista a construccedilatildeo do Centro de Inclusatildeo (que vai in-tegrar todos os projetos de inclusatildeo em um soacute) agregar serviccedilos dispo-nibilizar salas de aula adquirir uma seacuterie de equipamentos fora do paiacutes (entre eles esfigmomanocircmetro que possibilita a traduccedilatildeo de textos em aacuteudio bengala que identifica obs-taacuteculos e computadores especiais)

Ateacute o momento apenas 15 preacute-dios estatildeo acessiacuteveis para os 30 alu-nos com necessidades especiais ca-dastrados na UFPB O uacutenico trecho com acessibilidade externa no Cam-pus I se encontra da Biblioteca Cen-tral ateacute o Refeitoacuterio Universitaacuterio No Campus II em Areia a primeira parte do projeto jaacute vem com todas as normas de acessibilidade executadas disse Marcelo Andrade Diniz Diretor do Departamento de Arquitetura da Prefeitura Universitaacuteria desde 2010

O que estaacute previsto

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 35

Segundo Marcelo Diniz que acompanhou a antiga gestatildeo da Uni-versidade o recurso era limitado e natildeo havia comprometimento dos ad-ministradores para cumprir as normas exigidas aleacutem da fiscalizaccedilatildeo pouco eficaz do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Ateacute 2010 pouco havia sido pensado discutido e realizado para incluir so-cialmente as pessoas com deficiecircn-cia Com o aumento significativo e progressivo no nuacutemero de estudan-tes em funccedilatildeo da Reestruturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universidades Fede-rais (Reuni) a situaccedilatildeo agravou-se

Desde entatildeo o Governo Federal estaacute destinando uma verba especiacutefica para as Instituiccedilotildees Federais de En-sino (Ifes) cumprirem as normas de acessibilidade impostas pela ABNT O MEC por sua vez vem fiscalizan-do com rigor as Ifes de todo o Brasil

Comitecirc existe desde 2011

No ano de 2011 foi criado na UFPB o Comitecirc de Inclusatildeo e Aces-sibilidade que tem como objetivo garantir a todos os alunos com defi-ciecircncia a permanecircncia e conclusatildeo do curso Segundo a coordenadora do

comitecirc Andreza Aparecida Polia estaacute prevista a chegada de 44 alunos espe-ciais para o proacuteximo semestre letivo nuacutemero que ultrapassa os 5 por cen-to designado pelo sistema de cotas ldquoAno passado fizemos pedido de equi-pamentos para suprir os alunos que jaacute estatildeo cadastrados Enquanto natildeo che-ga os coordenadores tem de ter um computador exclusivo para esses estu-dantesrdquo pontificou Andreza Polia O comitecirc conta com representantes dos cursos de Psicopedagogia Terapia Ocupacional Arquitetura e Educaccedilatildeo

Ainda em fase de projeto o Centro de Inclusatildeo e Acessibilidade estaacute pre-visto para ficar pronto em 2015 Ele contaraacute dentre outras coisas com pla-cas em Braille piso taacutetil carteiras es-peciais plataforma elevatoacuteria eleva-dor e tecnologias inclusivas em geral

Outro projeto que estaacute sendo desenvolvido pela Prefeitura Uni-versitaacuteria eacute a urbanizaccedilatildeo do La-boratoacuterio de Energias Renovaacuteveis (LERS) que iraacute se estender por todo o estacionamento contando com rampas pisos taacuteteis e mais de 6 quilocircmetros de rotas acessiacuteveis

Os estudantes com necessidades especiais contam com um programa

Projeto em 3d das futuras instalaccedilotildees elaborado pela Prefeitura da UFPB

Reportagem Giuliano Viscardi

de apoio onde um aluno monitor os acompanha geralmente por discipli-na dando assistecircncia necessaacuteria gra-vando aulas e tirando duacutevidas com os professores O Nuacutecleo de Educaccedilatildeo Especial (Nedesp) tambeacutem os ajuda nesse processo de adaptaccedilatildeo Na Bi-blioteca Central e no Nedesp os alu-nos dispotildee de impressora em braille

A Proacute-reitoria de Gestatildeo de Pes-soas (Progep) ofereceu por dois anos consecutivos um curso de capacita-ccedilatildeo para docentes e servidores da uni-versidade tendo formado duas turmas ateacute agora Poreacutem a grande maioria dos capacitados foi funcionaacuterios A UFPB conta com apenas um tradutor ldquoPreci-samos de mais contrataccedilotildeesrdquo alega Po-lia que estaacute coordenando o Comitecirc de Inclusatildeo e Acessibilidade desde 2011

A prefeitura da Instituiccedilatildeo tambeacutem fez um convenio com o Laboratoacuterio de Acessibilidade (Lacesse) coordenado por Marcelo Diniz e pela professora do curso de arquitetura Angelina Costa O espaccedilo fiacutesico onde funciona o labo-ratoacuterio foi inaugurado dia 12 de abril no Centro de Tecnologia bloco N

INFRAESTRUTURA

36 - UFPB em Revista

O rombo de mais de 22 milhotildees na Fundaccedilatildeo Casa de Joseacute Ameacuterico (FCJA) constata-

do pelo Tribunal de Contas da Uniatildeo (TCU) eacute a principal heranccedila deixada pela antiga administraccedilatildeo da universi-dade e que atinge diretamente o Res-taurante Universitaacuterio da UFPB Os es-cacircndalos envolvem o responsaacutevel pelo fornecimento de gecircneros alimentiacutecios e o pagamento de alguns funcionaacuterios do Restaurante Universitaacuterio (RU)

Segundo o TCU foram usados re-cursos federais depositados em contas especiacuteficas de convecircnios para paga-mentos agrave empresas fornecedoras de gecircneros alimentiacutecios As irregularida-des foram cometidas pelo ex-diretor da Fundaccedilatildeo Eugecircnio Pacceli Trigueiro Pereira Com isso o TCU suspendeu o repasse de recursos da Uniatildeo para a Fundaccedilatildeo Joseacute Ameacuterico e a direccedilatildeo do RU enfrentou problemas com a falta de estoque de alimentos e atraso no paga-mento de funcionaacuterios refletindo no atendimento precaacuterio das necessidades dos alunos que frequentam o Restau-rante

O RU que fornece refeiccedilotildees gra-tuitas para estudantes de baixa renda e cadastrados da UFPB conta com 90

profissionais Os gecircneros alimentiacutecios de uma refeiccedilatildeo custam em meacutedia de R$ 410 a R$ 530 Nesse valor natildeo estaacute considerado a despesa do preparo trabalho dos funcionaacuterios e energia dos aproximadamente 2200 almoccedilos e 900 jantares por dia

A nova reitoria da UFPB ampliou as investigaccedilotildees e o levantamento de contas da Universidade para averiguar quais problemas seratildeo enfrentados pela gestatildeo Durante as investigaccedilotildees foram detectadas vaacuterias irregula-ridades cometidas pela adminis-traccedilatildeo passada a exemplo da au-secircncia de prestaccedilatildeo de contas de diversos convecircnios

Antocircnio Luiz de Albuquer-que Gomes professor do De-partamento de Quiacutemica do Cen-tro de Tecnologia da UFPB assumiu o cargo de Superintendente do Sistema de Restaurantes Universitaacuterios - que com-preende os restaurantes do Campus 1 do Litoral Norte Areia e Bananeiras - no dia 12112012 Ele conta que rece-beu o RU com um estoque insuficiente de alimentos apesar dos pregotildees ainda estarem em andamento

O superintendente esclareceu que um desses pregotildees estava desa-

parecido e soacute depois de muita inves-tigaccedilatildeo a empresa foi contatada para cumprir o contrato O outro pregatildeo es-tava com o pedido de realinhamento de preccedilos e somente apoacutes a administraccedilatildeo entrar em contato para negociar com os fornecedores explicando a delicadeza da situaccedilatildeo eacute que foi possiacutevel normali-zar as entregas dos suprimentos

Segundo o professor Antocircnio Luiz ainda haacute muitos problemas com os fornecedores As licitaccedilotildees (pregotildees) emitidas pelas empresas tem um preccedilo muito abaixo do valor de mercado Em decorrecircncia desse fato as companhias tem prejuiacutezo e antes de completar os seis meses algumas deixam de forne-cer os gecircneros apesar de ainda terem saldo em caixa com a Universidade

Um dos problemas a serem contor-nados pela atual administraccedilatildeo diz res-peito a burocracia e lentidatildeo de alguns setores na etapa de licitaccedilatildeo e pregatildeo para aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios Na Proacute-Reitoria Administrativa (Divi-satildeo de Materiais) a entrada dos pre-gotildees foi feita em dezembro poreacutem os processos ficaram mais de dois meses parados dentro de uma gaveta e por isso ainda existem licitaccedilotildees de com-pras paradas em abril

A administraccedilatildeo da Universidade

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeo

Prof Antocircnio Luiz Superintendente do RU

Vista frontal do Restaurante Universitaacuterio da UFPB

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Atualmente o professor Antocircnio Luiz estaacute procurando resolver os as-suntos mais urgentes do RU fazendo o levantamento do que precisa ser fei-to a exemplo dos pedidos de compras de equipamentos de seguranccedila e para a cozinha Haacute tambeacutem uma proposta

a partir dos levantamentos feitos pelo professor Antocircnio Luiz tomou um seacute-rie de iniciativas entre elas consultas juriacutedicas onde foram detectados o atra-so de salaacuterios entre outras irregularida-des trabalhistas Por conta do rombo a FCJA deixou de pagar o fundo de ga-rantia salaacuterios feacuterias e 13ordm salaacuterio aos funcionaacuterios As diacutevidas tiveram que ser quitadas pela prefeitura universitaacute-ria que repassou a verba e cumpriu a obrigaccedilatildeo social para com todos os fun-cionaacuterios Hoje a FCJA eacute dirigida por Boanerges Felix que estaacute regularizan-do as atividades da fundaccedilatildeo

O professor Antocircnio Luiz ressalta que existiam diversos problemas com equipamentos e com funcionaacuterios Na cozinha haviam vazamentos e instru-mentos como serras de cortar carne e aparelho de cortar frutas quebrados Ateacute o conserto desses aparelhos os trabalhos vinham sendo feitos manu-almente Ele encontrou equipamentos com 10 a 15 anos de uso sem programa de reposiccedilatildeo ldquoEacute impossiacutevel um siste-ma desse porte funcionar sem repor o equipamento porque ele tem vida uacutetil As caldeiras satildeo razoavelmente novas com 3 ou 4 anos de uso mas sem um sistema de manutenccedilatildeo Vazamento de oacuteleo caldeiras quebradas Foi uma si-tuaccedilatildeo que eu natildeo imaginava que en-contrariardquo observa o superintendente

Outra questatildeo importante que a nova administraccedilatildeo teve que mudar foi o fato de que os funcionaacuterios natildeo esta-vam acostumados a obedecer aos horaacute-rios Poreacutem aos poucos o pessoal foi se adaptando ao novo modelo de gestatildeo

encaminhada para concretizaccedilatildeo de um serviccedilo de auto atendimento (self servi-ce) O desperdiacutecio de comida eacute um dos grandes problemas para o Restaurante pois os alunos deixam nos pratos restos de comida suficientes para alimentar mais de 400 pessoas segundo o supe-rintendente

A equipe que trabalha no RU pre-tende realizar uma campanha de cons-cientizaccedilatildeo para que os comensais com a instalaccedilatildeo do self service co-loquem no prato apenas a quantidade realmente necessaacuteria evitando assim o desperdiacutecio Estaacute nos planos promover treinamento dos funcionaacuterios executar atividades humaniacutesticas promovendo a interaccedilatildeo entre as pessoas melhorar cada vez mais o sabor da comida (a qua-lidade jaacute existe) e aumentar o nuacutemero de funcionaacuterios e equipamentos acarre-tando numa melhora do fluxo e minimi-zando o problema das longas filas

Tambeacutem eacute interesse terminar a obra comeccedilada na administraccedilatildeo pas-sada - que jaacute deveria ter sido finaliza-da - de um complexo ao lado do atual RU Laacute seraacute instalado um restaurante para que os funcionaacuterios e estudantes natildeo contemplados pelo RU possam co-mer pagando apenas uma pequena taxa pela refeiccedilatildeo Eacute preciso ainda analisar a viabilidade dessa opccedilatildeo consultando a comunidade acadecircmica e aguardando o teacutermino das obras A comida seraacute a mesma que eacute servida gratuitamente aos alunos comensais

Comida que sobra nos pratos seria capaz de preencher 400 novas refeiccedilotildees

Restaurante Universitaacuterio em horaacuterio de funcionamento

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Reportagem Marina Maracajaacute e Nayane Maia

e mudando os haacutebitos no ambiente de trabalho A atual administraccedilatildeo prima pelo exemplo adotando a praacutetica de se-rem os primeiros a chegar e os uacuteltimos a sair colaborando com os outros fun-cionaacuterios e ajudando sempre que pos-siacutevel nas suas diferentes funccedilotildees seja no setor administrativo seja na parte de manutenccedilatildeo dos equipamentos

Proposiccedilotildees

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38 - UFPB em Revista

Blocos isolados congestiona-mentos nos horaacuterios de pico falta de estacionamento satildeo

esses alguns dos problemas que po-dem ser ocasionados pela falta de um bom plano diretor Na UFPB isso natildeo eacute diferente Encontrar agrave noite uma vaga proacutexima ao CCHLA eacute praticamente uma maratona Esse e muitos outros problemas poderiam ter sidos evita-dos se tivesse sido criado um plano diretor que limitasse as aacutereas de esta-cionamento construccedilatildeo e ainda com o planejamento da aacuterea de preservaccedilatildeo na universidade

Em 2007 em sua defesa de tese de doutorado em engenharia civil Renato Saboya explica ldquoPlano Diretor eacute um documento que sintetiza e torna expliacute-citos os objetivos consensuados para o Municiacutepio e estabelece princiacutepios diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as decisotildees dos atores envolvidos no processo de de-senvolvimento urbano convirjam tan-to quanto possiacutevel na direccedilatildeo desses objetivosrdquo

Para Acircngela Braz aluna do quinto periacuteodo de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal da Paraiacuteba pro-blemas comuns como salas com maacute ventilaccedilatildeo ou com insolaccedilatildeo intensa poderiam ter sido evitados se a insti-tuiccedilatildeo tivesse em seu plano diretor as melhores localizaccedilotildees para a constru-ccedilatildeo dos blocos Com tal planejamen-to seriam evitadas aacutereas voltadas di-retamente para o nascente ou poente e tambeacutem aacutereas natildeo favorecidas pelos ventos

Planos Diretores no Brasil

Quando questionados a maioria dos brasileiros pensam que exemplos de planejamento preventivo existem apenas em paiacuteses de ldquoprimeiro mun-dordquo poreacutem em diversos municiacutepios brasileiros planos diretores tiveram relativo sucesso como por exemplo Curitiba Brasiacutelia e ateacute mesmo Joatildeo Pessoa Sendo a uacuteltima um dos melho-res exemplos nacionais de preservaccedilatildeo de sua orla mariacutetima onde existe um

bloqueio para edifiacutecios superiores a quatro andares

ldquoA questatildeo da falta de planejamen-to urbano eacute muito mais grave do que parece o recobrimento dos solos com materiais impermeaacuteveis juntamente com o adensamento de construccedilotildees acaba ocasionando o aumento de tem-peratura em determinadas regiotildeesrdquo indaga Acircngela

O impedimento da construccedilatildeo de preacutedios altos na orla evita o conhecido fenocircmeno em diversas praias sombra Em praias de Recife Rio de Janeiro e Balneaacuterio Camboriuacute por exemplo possuem sombra na faixa de areia mes-mo horas antes do pocircr do sol devido aos gigantes que ali se encontramldquoSalas cada vez menores para turmas cada vez maioresrdquo

Para Andreacute Siqueira aluno do se-gundo periacuteodo de Arquitetura e Urba-nismo na Universidade Federal da Pa-raiacuteba a falta de um real planejamento cria ateacute mesmo a falta de acessibilida-de em diversas aacutereas da Universida-de Calccediladas estreitas com caminhos

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidade

Protesto de alunos de Miacutedias Digitais devido ao atraso de mais de dois anos na entrega do bloco do curso

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 39

Soluccedilatildeo a longo prazo

Flaacutevio Tavares membro do pro-jeto de iniciaccedilatildeo cientiacutefica ldquoTerritoacute-rios e urbanidades praacuteticas urbanas e poliacuteticas culturais no espaccedilo puacuteblico contemporacircneordquo mostra-se indignado com o fato de que o porte que a uni-versidade tem atingido seja de espa-ccedilo fiacutesico ndash com grande quantidade de alunos e funcionaacuterios circulando no seu campus - seja do volume de recur-sos aplicados anualmente e ainda natildeo possua um plano diretor em vigor Ele permitiria accedilotildees integradas de longo prazo garantindo que os investimentos ocorram de acordo com os principais anseios da comunidade universitaacuteria jaacute que a elaboraccedilatildeo do plano se daacute necessariamente a partir da discussatildeo conjunta entre os envolvidos com a re-giatildeo

Indagado sobre as possiacuteveis accedilotildees

que poderiam sanar os atuais (e fu-turos) problemas Tavares diz que a Universidade deve iniciar de imedia-to a construccedilatildeo de um ldquoPlano Diretor Participativo Integrado para o Cam-pus Joatildeo Pessoa da UFPBrdquo incluindo questotildees de planejamento participativo na proposiccedilatildeo das futuras obras per-mitindo que a comunidade acadecircmica possa opinar sobre as obras que ali se-ratildeo executadas resultando numa maior conexatildeo e identificaccedilatildeo com os usuaacute-rios Quanto a uma obra especiacutefica ele acredita que uma ampla intervenccedilatildeo no

desenho urbano do campus seria ne-cessaacuteria priorizando o fluxo de pedes-tres com pisos adequados vegetaccedilatildeo passarelas etc

Para finalizar Flaacutevio lembra que agora que a Universidade acolhe um maior nuacutemero de pessoas com defici-ecircncia tendo o dever natildeo soacute legal mas tambeacutem social de incluir estas pessoas num deslocar seguro e independente Sendo esse apenas possiacutevel com um planejamento efetivo da estrutura fiacutesi-ca da Universidade

No final de 2012 Margareth Diniz assumiu a Reitoria da Uni-versidade Federal da Paraiacute-ba e com ela iniciaram-se projetos de um Plano Dire-tor Esse Plano teraacute como principal foco proteger a reserva de mata atlacircntica na qual a Instituiccedilatildeo estaacute sediada O professor Seacutergio Alonso recentemente em-possado prefeito do Campus I eacute um dos membros desta comissatildeo que discute a cria-ccedilatildeo do Plano na UFPB Ele teraacute a missatildeo de coordenar as discussotildees sobre o PD

Planejamento evita problemas como o demonstrado no viacutedeo acima

Novo campus em Rio Tinto Obras que esteticamente feias e sem utilidade

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ReportagemFrancisco de Oliveira

Guilherme Pontes

confusos ou ateacute mesmo inexistentes e ainda praccedilas de permanecircncia sem co-bertura satildeo outros exemplos lembra-dos por Siqueira

Sobre o futuro Andreacute eacute pessi-mista e comenta que a cada dia mais problemas surgem Ser deficiente na UFPB eacute praticamente impossiacutevel Blocos aleatoacuterios para cursos que de-veriam ter salas proacuteximas Essas in-clusive estatildeo cada vez menores para turmas cada vez maiores ldquoSalas com janelotildees feitas para serem usadas com projetor que tipo de arquiteto aprova issordquo provoca

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40 - UFPB em Revista

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Central

Construiacuteda haacute mais de 30 anos a Biblioteca Central da UFPB nunca passou por uma grande reforma

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Se algueacutem que frequenta a Bi-blioteca Central da UFPB atu-almente fosse perguntado sobre

qual a sua impressatildeo sobre o local as respostas certamente seriam se-melhantes agraves de quem respondesse a mesma pergunta haacute dez ou vinte anos calor poeira mofo falta de acessibilidade e estrutura deficitaacuteria estariam entre as palavras mais cita-das Isso se explica pelo fato do preacute-dio construiacutedo na deacutecada de 1970 ter sido mal planejado e nunca ter passado por uma grande reforma

Com o acervo atual em torno dos 400 mil exemplares a Bibliote-ca Central tem como principal fina-lidade dar suporte de informaccedilotildees aos programas de ensino pesquisa e extensatildeo Construiacuteda ao lado de uma mata ndash a UFPB estaacute localizada em uma regiatildeo de Mata Atlacircntica ndash so-fre com a maacute conservaccedilatildeo do acervo

exposto agrave umidade poeira e insetosSegundo a bibliotecaacuteria TM que preferiu natildeo se identificar o uacutelti-mo governo ateacute fez investimentos importantes no local ldquoAtraveacutes de pregotildees e ouvindo sugestotildees de co-ordenadores de cursos e professores foram adquiridos milhares de novos tiacutetulos Aleacutem disso foram instala-dos novos computadores cadeiras e feita a climatizaccedilatildeo de algumas salasrdquo A ideia eacute que nos proacuteximos anos sejam feitos novos investimen-tos no local ldquoA nova Reitora pro-meteu um sistema de climatizaccedilatildeo completo para o preacutediordquo afirma TM

Apesar das melhorias nos uacutel-timos anos e a promessa de novos investimentos para um futuro proacute-ximo muitas mudanccedilas inclusive estruturais precisam acontecer na Biblioteca Central ldquoO projeto ar-quitetocircnico eacute defeituoso Eacute impos-

siacutevel falar em climatizaccedilatildeo enquan-to natildeo for solucionado o problema das grandes frestas nas paredes do lugar Tambeacutem natildeo adianta climati-zar sem ser feita uma higienizaccedilatildeo em todo o preacutediordquo afirma o fun-cionaacuterio Francisco Joseacute Assistente Administrativo do local haacute 25 anos

Natildeo bastasse o problema de con-servaccedilatildeo do acervo existe uma ques-tatildeo ainda mais grave a ser tratada a sauacutede dos que frequentam a Bibliote-ca Central Vaacuterios funcionaacuterios rela-taram problemas de sauacutede por causa da higiene e estrutura do local O acuacutemulo de poeira e fungos jaacute causou vaacuterias doenccedilas de pele desde cocei-ras ateacute alergias seacuterias Aleacutem disso eacute comum funcionaacuterios reclamarem de problemas de coluna causados pelo manuseio das pesadas estantes e pro-blemas de mobilidade com os carros de matildeo que transportam os livros

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 41

Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

A realidade

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

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grafia estatildeo ok tem ar condicionado data

show etc As de quiacutemica () satildeo horriacuteveis tem umas que os

ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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PELO CAMPUS

46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

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48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

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52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

Recepccedilatildeo Local

Gastos estadia e lazer

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 4: UFPB em revista

SumaacuterioUFPB agrave distacircncia expande horizontes para a educaccedilatildeo

p8

Bioteacuterios da UFPB revelam diferenccedilas e abandonop18

EJA Consultoria proporciona crescimento profissionalp24

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidadep38

UFPB Virtual e o Ensino agrave distacircncia na Paraiacutebap12

Ano de 2015 eacute limite para meta plena de acessibilidadep34

Neurocientista Miguel Nicolelis reabre Foacuterum Universitaacuteriop28

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeop42

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governop48

Quem satildeo e como vivem os estrangeiros na UFPBp52

Viacutedeo veiculado na internet revela atrito em sala de aulap10

Grupos de pesquisa desafios e metas dos pesquisadores da UFPBp20

Estaacutegio A busca pela experiecircncia profissionalp26

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Centralp40

Curso preacute-vestibular funciona de modo precaacuteriop14

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeop36

Estacionamento precaacuterio provoca transtorno na UFPBp32

Onde os gatos tecircm vezp46

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agorap50

ENSINO

8 - UFPB em Revista

Com o sistema de Educaccedilatildeo agrave Distacircncia ndash EaD pelo UFPB-VIRTUAL atraveacutes do sistema

Moodle alunos da graduaccedilatildeo regular presencial da UFPB podem ter ateacute 20 da carga horaacuteria de seus cursos ministrados virtualmente Conforme prevecirc a Portaria Nordm 4059 de 10 de dezembro de 2004 do MEC Atraveacutes desta portaria que vale para todo o territoacuterio nacional a professora e pes-quisadora Deacutebora Regina Opolski da disciplina de Aacuteudio I (curso de Comu-nicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais) ministrou algumas aulas on-line via viacutedeo confe-recircncia e acompanhou algumas ativida-des pela plataforma Moodle (sistema de administraccedilatildeo de atividades educa-cionais destinado agrave criaccedilatildeo de comu-nidades on-line em ambientes virtuais voltados para a aprendizagem utiliza-dos pelas universidades em todo)

Poreacutem segundo relatos de estu-dantes do curso esta ferramenta natildeo os favoreceu academicamente pois a plataforma utiliza um layout compli-cado para quem natildeo teve um preacutevio

UFPB agrave distacircncia expande horizontes para a educaccedilatildeo

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treinamento de uso e esta dificuldade acabou prejudicando o andamento das atividades bem como o conteuacutedo a ser transmitido ldquoFoi difiacutecil pra mim porque as atividades que a professora enviava natildeo apareceram por completo sempre faltava um ou outro arquivo Tive que pegar o conteuacutedo com cole-gas que tiveram acesso aos arquivos que natildeo apareciam para mim Quase toda a turma teve problemas para usar o Moodle muitos tiveram problemas de conexatildeo onde o sistema natildeo fazia o login da senha de acesso (que era individual) e utilizava o nosso nuacutemero de matricula como usuaacuteriordquo disse a es-tudante Jeacutessica de Souza Morais

A professora Deacutebora tambeacutem con-tou que teve vaacuterios problemas para incluir os alunos no sistema como tambeacutem para envio de arquivos com os conteuacutedos e atividades Essas fa-lhas acabaram comprometendo muito o ensino da disciplina para a turma Ela ainda relatou que por vaacuterias vezes procurou a equipe teacutecnica da univer-sidade bem como amigos que utili-

zavam a software em busca de algum treinamento ou informaccedilatildeo especiacutefica para utilizaccedilatildeo da ferramenta para pro-fessores que inclui aleacutem do monitora-mento de utilizaccedilatildeo e de carga horaacuteria de visita dos arquivos pelos alunos o sistema de consolidaccedilatildeo de notas para cada estudante matriculado

Para a coordenadora adjunta da UFPBVIRTUAL Renata Patriacutecia Lima Jeronymo M Pinto esse softwa-re tem uma proposta bastante diferen-ciada de aprender e passar informaccedilatildeo em colaboraccedilatildeo no ambiente on-line e tem como base a pedagogia soacutecio construtivista aberta livre e gratuita e pode ser carregado utilizado mo-dificado e ateacute distribuiacutedo ldquoDesconhe-ccedilo o acontecimento destes problemas apresentados neste caso da turma de Miacutedias Digitais mas afirmo que foi um caso isolado pois geralmente natildeo temos muitos problemas com a plata-forma Eventualmente podem aconte-cer alguns desvios de funcionamento que podem ser resolvidos pela equipe teacutecnica em caso de reclamaccedilotildees Algu-

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 9

Reuniatildeo de professores no Laboratoacuterio I da UFPB Virtual

O que fazer para melhorar

Sistema Virtual

ReportagemDannylo Vasconcelos

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Foto do cartaz de divulgaccedilatildeo do vestibular da UFPB Virtual em 2012

mas medidas foram tomadas nos uacutelti-mos meses para melhorar o acesso e a utilizaccedilatildeo do Moodle e muitas outras melhorias viratildeo ainda esse mecircsrdquo disse

Para o aluno Adilson Joseacute de Oli-veira de 34 anos do curso de Pedago-gia online que utiliza exclusivamente o Moodle como interaccedilatildeo entre os gra-duandos e professores a plataforma no inicio das atividades de curso apresen-ta certa complexidade de utilizaccedilatildeo mas nada que com pouco tempo de uso natildeo fique faacutecil ldquoTive soacute um proble-ma no qual um arquivo de revisatildeo de prova natildeo apareceu pra mim logo co-muniquei ao professor e ele me enviou por email No mais nada de muito complicadordquo relatou o estudante que ainda elogiou o sistema dizendo ser para ele que mora longe do campus da universidade a oportunidade de fazer um curso superior em casa podendo assim continuar com suas atividades profissionais no municiacutepio que mora no cariri paraibano

A UFPBVIRTUAL e o Centro de Informaacutetica da UFPB publicaram no dia 09 de abril um projeto-parceria atraveacutes da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios com o objetivo de melhorar a qualida-de no acesso agrave plataforma de ensino agrave distacircncia Solicitando a colaboraccedilatildeo de atuais e ex usuaacuterios a ideia eacute apurar informaccedilotildees que os ajudem a melho-raacute-lo Os questionaacuterios foram projeta-do de forma a serem respondidos num tempo que varia entre 2 e 5 minutos Todos podem participar estudantes professores tutores etc

Os questionaacuterios contemplam as-suntos importantes no questionaacuterio 1 a abordagem se centra na Anaacutelise da Acessibilidade da Plataforma EaD da UFPBVirtual no questionaacuterio 2 o pon-to central eacute a avaliaccedilatildeo da Interface do Curso Superior de LIBRAS da UFPB Virtual (Apenas para alunos do curso de letrasLIBRAS) no questionaacuterio 3 as questotildees buscam informaccedilotildees sobre a Comunicabilidade na UFPB Virtu-al no questionaacuterio 4 a abordagem eacute a avaliaccedilatildeo de Interfaces de Platafor-mas EAD em Dispositivos Moacuteveis no questionaacuterio 5 os idealizadores bus-cam respostas sobre a Usabilidade do Ambiente Virtual Moodle No questio-naacuterio 6 a abordagem busca avaliar In-terfaces Multimodais na UFPB Virtual

Com o intuito de formar profes-sores Leigos atuantes em escolas publicas bem como o a formaccedilotildees de jovens e adultos que moram no interior da Paraiacuteba UFPBVIRTU-AL integra o Sistema Universidade Aberta do Brasil ndash UAB Utilizando modernas tecnologias da informaccedilatildeo e da comunicaccedilatildeo e de metodologias inovadoras de ensino Os cursos satildeo desenvolvidos com base na Internet atraveacutes do ambiente virtual de apren-

dizagem Moodle e tambeacutem materiais impressos CDs DVDs Bibliotecas Virtuais e assistecircncia personalizada aos estudantes nos Polos de Apoio presencial em todo o Estado Ao todo satildeo ofertados nove cursos de graduaccedilatildeo todos na modalidade a distacircncia e com 50 das vagas por cada ano no vestibular em Matemaacuteti-ca Letras Libras Pedagogia Ciecircn-cias Bioloacutegicas Ciecircncias Agraacuterias Ciecircncias Naturais Computaccedilatildeo e Administraccedilatildeo Puacuteblica

e no questionaacuterio 7 avaliar o Uso de EAD e Redes Sociais

ENSINO

10 - UFPB em Revista

Viacutedeo veiculado na internet revela atrito em sala de aula

O acesso a uma grande gama de informaccedilotildees e meios de propa-gaccedilatildeo raacutepida de notiacutecia oca-

sionado pela popularizaccedilatildeo das redes sociais nos uacuteltimos tempos fez com que surgissem vaacuterias atitudes de estu-dantes entre eles universitaacuterios que seja por provocaccedilatildeo ou simples curio-sidade passaram a questionar o pro-fessor acerca da disciplina e dos meacuteto-dos aplicados O resultado eacute o aumento dos atritos naturais envolvendo a hie-rarquia existente na relaccedilatildeo de quem ensina e quem aprende

Recentemente circulou nas redes sociais um viacutedeo realizado dentro da sala de aula por estudantes do 1ordm periacute-odo do curso de Comunicaccedilatildeo Social da Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) O viacutedeo foi protagonizado pela professora Maria Luacutecia de Olivei-ra e uma de suas alunas nele a profes-sora demonstra fuacuteria ao perceber que a estudante estava lendo um livro que natildeo pertencia agrave aula

Os alunos que tinham o haacutebito de usar os celulares para captar o aacuteudio para estudo posterior imediatamente gravaram a discussatildeo e recorreram entatildeo ao coordenador do curso que os orientou a juntarem mais provas O

resultado foi uma seacuterie de viacutedeos que pipocaram nas redes sociais e no you-tube chamando a atenccedilatildeo de outros meios de comunicaccedilatildeo

Este fato ocorrido dentro da UFPB expotildee a fragilidade da relaccedilatildeo discen-te-docente na atualidade onde um ex-cesso de autoridade pode acarretar pro-blemas no relacionamento e em casos extremos como o acontecido provo-car um fim forccedilado de uma relaccedilatildeo Ou seja o que natildeo pode ocorrer eacute o rompi-mento da barreira entre a autoridade e o autoritarismo

Segundo os alunos a Professora Luacutecia jaacute natildeo tinha um bom relacio-namento com a turma e no caso se enervou a ponto de proferir palavras que poderiam ser proferidas de forma educada mas humilhavam os mesmos ldquoA gente jaacute tinha ouvido falar que ela humilhava os alunos e que para ser aprovado com ela tinha de conversar com ela mostrar-se amigo delardquo con-ta Edielly Arauacutejo ldquoO bom professor tem de ser humano Um tiacutetulo pode ateacute causar um distanciamento na relaccedilatildeo No episoacutedio por exemplo a professo-ra bradava que era doutora e que noacutes natildeordquo completa

Desde crianccedila somos educados

a respeitar a hierarquia educacional Dentro de uma instituiccedilatildeo de ensi-no o professor eacute a parte do comando que estaacute mais proacuteximo ao aluno Eacute o professor que determina o processo de construccedilatildeo do conhecimento Jaacute o alu-no deve acatar as decisotildees dos docen-tes e provar que aprendeu

A relaccedilatildeo professor-aluno estaacute sujeita a normas dos professores e do curso aspectos pedagoacutegicos objetivos a serem cumpridos sistemas de avalia-ccedilatildeo e outra gama de convenccedilotildees que natildeo estatildeo apenas sob a accedilatildeo dos proacute-prios docentes e discentes como pode-ria se pensar Inclusive algumas delas estatildeo sujeitas agrave legislaccedilatildeo vigente no Brasil

A lei que rege a educaccedilatildeo superior do nosso paiacutes eacute denominada LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo) de 20 de dezembro de 1996 Ela promove a descentralizaccedilatildeo e a autonomia para as universidades prevendo que estas elaborem e executem seu plano peda-goacutegico onde se estabelece a relaccedilatildeo aluno-professor

No caso relatado a professora foi taxada como vilatilde da histoacuteria e acabou afastada do departamento Foi procu-

Alunos usam redes sociais e procuram a miacutedia para expressar revolta contra atitude de professora UFPB tenta minimizar choque atraveacutes de ouvidoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 11

rada por toda imprensa para dar a sua versatildeo dos fatos mas preferiu o silecircn-cio dando voz ao ditado popular de que ldquoquem cala consenterdquo Outros pro-fessores poreacutem se declaram viacutetimas em casos semelhantes

De acordo com o mestre em His-toacuteria pela UFPB Paulo Eduardo ldquoLe-cionar estaacute a cada dia mais difiacutecil Nem me preocupo tanto com o salaacuterio mas principalmente com a violecircncia as agressotildees Natildeo sei realmente o que fazer tanto para natildeo ser agredido quanto para me conterrdquo desabafa

Percebe-se que a diferenccedilas de postura de um professor para outro quando estes imprimem a sua ldquomarcardquo De acordo com a sua personalidade evidenciam diferenccedilas metodoloacutegicas e filosoacuteficas que satildeo percebidas pelos alunos em sala de aula Um bom pro-fessor acaba sendo espelho e ateacute certo ponto um iacutedolo para alguns alunos

Ouvidoria

Reportagem Roacutebson A Viana e Wallyson Costa

A gestatildeo de uma universidade em-bora baseada na democracia continua com as decisotildees sendo tomadas verti-calmente de cima para baixo estabe-lecendo relaccedilotildees de autoridade Alguns professores valem-se dessa autoridade para impor seu respeito ao inveacutes de estabelececirc-lo atraveacutes da conquista Poucas decisotildees satildeo tomadas de forma coletiva

A fim de minimizar isso e para o re-cebimento de reclamaccedilotildees e sugestotildees sobre o funcionamento da instituiccedilatildeo a UFPB possui a Ouvidoria Geral co-mandada pelo Prof Dr Ceacutesar Emanoel Barbosa de Lima Segundo o Professor a Ouvidoria serve como acolhimento e estaacute agrave disposiccedilatildeo para receber suges-totildees e conciliar situaccedilotildees tanto quanto tem funccedilatildeo de encaminhar denuacutencias sobre casos

O oacutergatildeo funciona como apazigua-dor tentando encaminhar as reclama-ccedilotildees para o setor competente ldquoQuando haacute reclamaccedilotildees de alunos a gente ouve e entramos em contato com o depar-tamento e com o professor Depois de encaminhada a denuacutencia haacute um prazo para a resposta Se alguma parte natildeo fica satisfeita com o encaminhamento a denuacutencia vai subindo de instacircncia ateacute o oacutergatildeo superior por exemplo o Con-selho Universitaacuterio (Consuni)rdquo

Atualmente a Ouvidoria eacute um oacuter-gatildeo pouco divulgado tanto que no

caso da professora Luacutecia nenhuma denuacutencia foi feita ldquoEstamos um pouco escondidos embora as ligaccedilotildees nos se-jam encaminhadas Temos de ser mais

humanos e melhorar no contato com a sociedaderdquo diz Barbosa de Lima

Ele segue argumentando que ldquotem

de haver uma divulgaccedilatildeo melhor do que eacute realizado aqui dentro para so-ciedade A nova gestatildeo estaacute disposta a dar uma nova roupagem a UFPB A di-vulgaccedilatildeo seraacute bem maior Estamos nos mudando para o hall de entrada da rei-toria o que nos daraacute maior visibilida-de Na paacutegina da UFPB seraacute colocado um link que natildeo havia ateacute o momento para contato direto com a Ouvidoriardquo completa o professor afirmando que dessa maneira espera chegar cada vez mais perto de uma relaccedilatildeo professor-aluno agradaacutevel

ldquoNatildeo existe sistema 100 natildeo se resolve tudo mas trabalhamos para que isso aconteccedilardquo

Prof Ceacutesar Emanoel Lima

O prof Ceacutesar Emanoel afirma empenho na melhora da relaccedilatildeo ProfessorAluno

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Nova localidade da Ouvidoria sendo preparada no Hall de entrada da UFPB

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ENSINO

12 - UFPB em Revista

UFPB Virtual e o Ensino agrave distacircncia na Paraiacuteba

Polo presencial no campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba em Joatildeo Pessoa

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O ensino a distacircncia jaacute eacute uma re-alidade que se consolida cada vez mais nas universidades do

Brasil e do mundo Com a Universi-dade Federal da Paraiacuteba natildeo eacute dife-rente a UFPB Virtual tem recebido cada vez mais alunos o que confirma a tendecircncia de crescimento da educa-ccedilatildeo agrave distacircncia (EAD) no cenaacuterio pa-raibano

Todos os cursos oferecidos pela UFPB virtual funcionam de maneira similar Poreacutem cada qual com modi-ficaccedilotildees para atender as necessidades especiacuteficas de cada aacuterea O curso de licenciatura em ciecircncias bioloacutegicas agrave distacircncia por exemplo aleacutem das au-las virtuais e encontros presenciais possui aulas de campo e em laboratoacute-rio para uma formaccedilatildeo mais completa e soacutelida dos alunos De acordo com o facebook da UFPB Virtual ldquoAlguns procedimentos satildeo padronizados ou-tros natildeo O uacutenico que todos tem em comum 100 satildeo as provas presen-ciais obrigatoacuterias pelo MECrdquo

Cursos agrave distacircncia na UFPB

Os cursos ofertados pela UFPB Virtual satildeo ministrados via Moodle software que serve como plataforma virtual de aprendizagem Haacute tambeacutem aulas presenciais cuja localizaccedilatildeo e periodicidade variam O curso de Pe-dagogia por exemplo possui mais de 15 poacutelos em diferentes municiacutepios da Paraiacuteba para viabilizar as aulas presen-ciais

O preparo dos professores eacute fei-to por meio do e-tutor um projeto de capacitaccedilatildeo continuada da UFPB vir-tual Nele qualquer professor ou tutor da UFPB pode se inscrever _ na coor-denaccedilatildeo do curso do qual faz parte _ para a seleccedilatildeo do processo de cursos de capacitaccedilatildeo que possuem vagas li-mitadas

Ateacute o momento todas as gradua-ccedilotildees pela UFPB Virtual satildeo ofertadas na modalidade Licenciatura com ex-ceccedilatildeo do Bacharelado em Adminis-traccedilatildeo Puacuteblica Haacute tambeacutem uma poacutes-

graduaccedilatildeo especializaccedilatildeo em Gestatildeo Puacuteblica As graduaccedilotildees satildeo Ciecircncias Agraacuterias Ciecircncias Bioloacutegicas Ciecircn-cias Naturais Matemaacutetica LetrasPor-tuguecircs LetrasLIBRAS Computaccedilatildeo e Pedagogia

Um dos principais objetivos da oferta de cursos agrave distacircncia eacute dar a oportunidade agraves pessoas que natildeo po-dem se deslocar para outras localidades com o intuito de realizar tais cursos Dessa forma a oferta de curso online pela UFPB jaacute ultrapassou ateacute mesmo as fronteiras do estado Eacute possiacutevel ci-tar como exemplo o curso de Ciecircncias Bioloacutegicas que possui um polo na ci-dade de Jacaraci na Bahia Haacute tambeacutem dois poacutelos para o curso de Pedagogia no estado de Pernambuco nas cidades de Limoeiro e Ipojuca Apoacutes a conclu-satildeo dos cursos de graduaccedilatildeo a distacircn-cia eacute possiacutevel continuar os estudos com uma especializaccedilatildeo lato sensu ou strictu sensu O diploma eacute vaacutelido como o de qualquer outra graduaccedilatildeo realiza-da na modalidade presencial

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 13

Treinamento de professores pelo e-tutor

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Reportagem Walter Liciacutenio e Eacuterika Antunes

Os cursos de licenciatura agrave distacircn-cia satildeo ofertados com o intuito de for-mar professores aptos a ministrarem aulas na segunda etapa do ensino fun-damental e no ensino meacutedio atenden-do a necessidade de aprimoramento de professores que natildeo tecircm ensino supe-rior e formando pessoas residentes nas cidades do interior do estado que natildeo possuem faacutecil acesso agrave educaccedilatildeo ldquoHaacute todo tipo de aluno sem-terra pessoas da zona rural pessoas de alta e baixa renda etc Se vocecirc der uma olhada em nosso edital vocecirc veraacute que atendemos 3 tipos de puacuteblico distintos Demanda social professores da rede puacuteblica e surdosrdquo afirma a paacutegina do facebook da UFPB Virtual

Um dos maiores esforccedilos da edu-caccedilatildeo agrave distacircncia eacute manter a qualidade de ensino para que seus cursos sejam tatildeo eficientes quanto os presenciais Para que isso seja possiacutevel tem-se mantido paracircmetros dos cursos pre-senciais equivalentes Por exemplo o curso de Ciecircncias Bioloacutegicas oferece um fluxograma curricular igual ao mi-nistrado presencialmente com o mes-mo nuacutemero de horas-aula e creacuteditos Jaacute o curso de Matemaacutetica conta com apenas 90 horas a menos que seu equi-valente presencial

Preconceito

Pessoas mais tradicionais tendem a pensar que um formado em EAD

natildeo eacute tatildeo capaz quanto um formado em curso presencial A realidade eacute bem contraacuteria com a flexibilidade de horaacute-rios a pessoa que estaacute matriculada em um curso a distacircncia deve ser focada organizada e ter disciplina para man-ter seus estudos _ natildeo se dispersar seja com o ambiente onde estaacute ou a inter-net

Desde o ano de 2004 o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) aprovou a inser-ccedilatildeo de 20 da carga horaacuteria curricular em cursos superiores presenciais como aulas ministradas agrave distacircncia Tal posi-cionamento de um oacutergatildeo governamen-tal pode ser o indiacutecio de uma aceitaccedilatildeo

maior da modalidade de ensino ldquoO preconceito relacionado a EaD eacute uma discussatildeo ampla poreacutem ainda existe simrdquo constata o canal de contato on-line da UFPB Virtual Talvez a proacute-pria falta de conhecimento acerca da modalidade de ensino seja a razatildeo de parte da populaccedilatildeo negar-se a acreditar nesse meacutetodo educacional que com a difusatildeo do acesso agrave rede continuaraacute a se expandir

Ensino agrave distacircncia

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ENSINO

14 - UFPB em Revista

Alunas do Cursinho sendo entrevistadas

Curso preacute-vestibular funciona de modo precaacuterioAriany Melo 17 anos Emma-

nuela da Silva 24 Mayra Lu-cena 18 e Larissa dos Anjos

tambeacutem de 17 anos satildeo alunas do Cur-sinho Preacute-Vestibular que se iniciou em 14 fevereiro na UFPB - Universidade Federal da Paraiacuteba - todas elas tecircm em comum o sonho da aprovaccedilatildeo no ves-tibular

Para Ariany Melo que pretende cursar Relaccedilotildees Puacuteblicas e estaacute pela 2ordf vez no Cursinho Preparatoacuterio falta uma melhor organizaccedilatildeo para o funcio-namento das aulas ldquoO curso eacute legal mas eu esperava mais Noacutes temos mui-tas aulas vagas no ano passado natildeo era assim Pelo horaacuterio que recebemos as aulas deveriam ir das 13 agraves 17 horas Muitas vezes temos que esperar para ter apenas a uacuteltima aula simplesmente porque ningueacutem nos avisardquo comenta

O curso tem grande procura e a idade meacutedia dos frequentadores vai de 17 a 60 anos ldquoEacute difiacutecil entrar aqui a seleccedilatildeo eacute feita pela avaliaccedilatildeo da renda e o histoacuterico escolar do aluno Tambeacutem natildeo temos gastos adicionais pagamos apenas pelas coacutepias do material dispo-nibilizado pelos professores e as passa-gens de ocircnibus ainda temos o direito de tirar a carteirinha de estudanterdquo diz

Emmanuela da Silva que vai prestar vestibular para Serviccedilo Social

A turma que elas fazem parte conta com alunos portadores de necessidades especiais entre eles estaacute Larissa dos Anjos que sonha em fazer Psicologia Para ela a rotina de pegar material de-pois das aulas eacute um pouco diferente Jaacute que natildeo enxerga Larissa tem que ir ateacute o setor da universidade responsaacutevel em passar para o Braile o material dispo-nibilizado ldquoNoacutes pegamos o material necessaacuterio para as aulas com exceccedilatildeo de Matemaacutetica Quiacutemica e Fiacutesica que natildeo fica disponiacutevel Esses professores fazem o que podem enviam por email e eu estudo com ajuda do leitor virtu-alrdquo conta

Larissa Leite disse ainda que sente falta de algumas atitudes para ela eacute pre-ciso maior empenho para que as coisas funcionem melhor Mayra Lucena que espera cursar Jornalismo ou Pedagogia no ano que vem concorda com a cole-ga ldquoNo comeccedilo das aulas tinha uma pessoa aqui para acompanhar e ajudar no que eles precisassem agora somos noacutes que fazemos isso Inclusive temos um colega esquizofrecircnico e fica visiacutevel a falta de preparo dos professores quan-do acontece alguma situaccedilatildeordquo explica

Entrevista

A Coordenadora do Nuacutecleo de Jo-vens e Adultos da UFPB - Universida-de Federal da Paraiacuteba - Maria de Faacute-tima dos Santos Oliveira negou-se a dar declaraccedilotildees sobre o Cursinho Preacute-Vestibular o qual ela eacute responsaacutevel Ela exigiu uma Carta de Apresentaccedilatildeo da equipe de reportagem argumentan-do que esse eacute um procedimento de pra-xe no Departamento

Inicialmente a coordenadora omi-tiu tambeacutem o local e horaacuterio de fun-cionamento do curso Maria de Faacuteti-ma afirmou ser ldquoincorreto da parte de vocecircs (noacutes da reportagem) procurar alunos e professores do curso sem autorizaccedilatildeordquo acrescentou Maria de Faacutetima disse ainda que os professores sabem da necessidade dessa autoriza-ccedilatildeo ldquoQuem estaacute sendo inconveniente aqui eacute o professor de vocecircs porque ele sabe que isso eacute preciso Eacute uma forma de nos resguardarrdquo finalizou

O Professor Derval Golzio cha-mado de inconveniente por Faacutetima discorda dessa posiccedilatildeo ldquoeacute no miacutenimo um absurdo que um funcionaacuterio puacutebli-co se negue a disponibilizar esse tipo de informaccedilatildeo principalmente por se

tratar de coisas tatildeo simplesrdquo Golzio ainda questionou qual seria o inconveniente de prestar informaccedilotildees tatildeo baacutesicas que a professora Maria de Faacutetima sob pre-textos burocraacuteticos injustifi-caacuteveis faz tanto segredo

Greve na UFPB

A greve na UFPB foi o fator determinante para os resultados negativos obti-dos ano passado pelos es-tudantes que frequentaram o Cursinho Preacute-Vestibular da UFPB eacute o que diz o Pro-fessor de Matemaacutetica Paulo Rogeacuterio Para ele a interrup-

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 15

ccedilatildeo nas aulas causou o elevado niacutevel de evasatildeo nas turmas ldquoOs resultados ano passado natildeo foram bons a greve iniciada praticamente na metade do ano desestimulou os nossos alunos no comeccedilo do ano as salas eram cheiasrdquo pondera

Criado por um convecircnio entre a Universidade e a Secretaria de Edu-caccedilatildeo do Estado da Paraiacuteba o Curso faz parte do Nuacutecleo de Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos e foi inicialmente pensado para os estudantes do ensino meacutedio na UFPB que estatildeo no EJA ndash Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos - mas a alta procura fez com que fossem aber-tas novas vagas conta Rogeacuterio

O Professor explica que hoje exis-tem 2 turmas agrave tarde e 1 agrave noite com uma meacutedia de 150 alunos no total a maioria constituiacuteda de jovens Para ele lidar com Portadores de Necessi-dades Especiais eacute um desafio ldquoTraba-lhei com pessoas portadoras de algum tipo de deficiecircncia apenas uma vez mas faz muito tempo Natildeo tive ne-nhum tipo de treinamento acho que todo professor precisa receber um bom preparado infelizmente isso ain-da natildeo acontece O que me estimula eacute ver a forccedila de vontade desses alunosrdquo completou

Cursos de idioma pelo Departamen-to de Letras

Curso de extensatildeo em liacutenguas es-trangeiras eacute uma iniciativa do DLEM (Departamento de Letras Estrangeiras Modernas) Ele eacute aberto para toda co-

munidade seu uacutenico preacute-requisito eacute ter mais de 18 anos Satildeo oferecidos cur-sos de Liacutengua Inglesa Alematilde France-sa e Espanhola Para adentrar no curso eacute necessaacuterio fazer uma prova de sele-ccedilatildeo (em liacutengua portuguesa) O chefe do DLEM Professor Doutor Roberto Carlos de Assis natildeo soube precisar qual era a concorrecircncia do processo de seleccedilatildeo para uma das vagas dos cursos no entanto ele acredita que a concor-recircncia gira em torno de seis alunos por vaga

Os alunos de graduaccedilatildeo em Letras da UFPB supervisionados por seus professores satildeo os responsaacuteveis pelas as aulas do curso de extensatildeo Eles re-cebem uma bolsa de aproximadamente 200 reais Para dar essas aulas eacute preci-so estaacute no 4ordm periacuteodo do curso de gra-duaccedilatildeo ou jaacute ter experiecircncia compro-vada em sala de aula

O material para acompanhar as aulas fica por conta dos alunos Aleacutem disso se o aluno passar no processo se-letivo ainda tem uma taxa de matriacutecu-la no valor 100 reais para comunidade em geral e 90 reais para os alunos de letras Os alunos da residecircncia univer-sitaacuteria satildeo isentos dessa taxa

O professor Doutor Roberto Carlos de Assis crer que o percentual de eva-satildeo do curso de extensatildeo se aproxima dos 30 Para ele essa taxa eacute normal Natildeo haacute nenhum levantamento sobre quem mais procura o curso mas ele acredita que pessoas das mais diferen-tes aacutereas o procuram

Ana Carla graduanda do curso de Turismo faz o segundo semestre de in-

glecircs do curso de extensatildeo Ela acredita que o curso oferece uma boa oportu-nidade para aprender uma liacutengua to-davia o aluno tambeacutem tem que fazer sua parte para aprender mais Ela deci-diu aprender inglecircs porque na opiniatildeo dela ser biliacutengue eacute essencial para qual-quer pessoa que queira entrar no mer-cado de trabalho principalmente na aacuterea que ela pretende atuar o turismo

Ana Carla jaacute tinha uma base de co-nhecimento de inglecircs antes de entrar no curso No entanto nem todos os alunos satildeo assim Eacute o que afirma o bolsista do curso de extensatildeo Caio Antocircnio alu-no de graduaccedilatildeo em Letras Inglecircs Para ele as turmas iniciantes do curso de extensatildeo satildeo as mais trabalhosas pois muita gente natildeo tem uma boa base na liacutengua Como ele costuma dar suas au-las falando o inglecircs na maior parte do tempo algumas pessoas apresentam dificuldade Para ser melhor compre-endido por essas pessoas ele muitas vezes faz o uso da miacutemica

Outra dificuldade encontrada por Caio Antocircnio eacute o nuacutemero de alunos em sala de aula As turmas comeccedilam com 25 alunos Para o bolsista eacute possiacutevel dar uma aula com esse nuacutemero de alu-nos mas o rendimento cresce em tur-mas menores Segundo ele numa tur-ma com poucas pessoas eacute possiacutevel dar uma atenccedilatildeo individual aos alunos

Reportagem Francisco Dantas e Rocircmulo Jeferson

Curso de liacutenguas estrangeiras eacute uma iniciativa do DLEM (Departamento de Letras Estrangeiras Modernas)

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PESQUISA

18 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Para-iacuteba dispotildee de dois viveiros de animais para pesquisas labora-

toriais tambeacutem conhecidos como bio-teacuterio Satildeo locais inteiramente voltados para estudo de animais quer seja com-portamental procriaccedilatildeo ou mesmo para realizaccedilatildeo de experiecircncias No entanto apenas uma dessas unidades encontra-se ativa e haacute diferenccedilas notaacute-veis em ambos desde sua localizaccedilatildeo agraves suas atividades

Inaugurado em Fevereiro de 2004 com 900 metros quadrados o Bioteacuterio Thomas George eacute um exemplo como setor de pesquisa de uma universida-de Integra o Laboratoacuterio de Tecnolo-gia Farmaceutica (LTF) e ocupa aacuterea dentro da UFPB cercada e com guarita proacutepria O bioteacuterio foi financiado du-rante sua criaccedilatildeo pela Agecircncia Nacio-

nal de Vigilacircncia Sanitaacuteria (Anvisa) e atualmente sua manutenccedilatildeo eacute assegu-rada por projeacutetos de pesquisa proacuteprios doaccedilotildees e pela reitoria

Dentre as espeacutecies disponiacuteveis para pesquisa o laboratoacuterio possui ratos Wistar conhecida como rato-branco-de-laboratoacuterio camundongos Swiss e coelhos prontos para estudo pesquisa e experimentos quer seja em animais vivos ou em vitro (experimentos com sistemas fechados que podem ser iso-lados temporariamente em recipientes de vidro) Os roedores satildeo alguns dos animais mais importantes em pesqui-sas laboratoriais por serem faacuteceis de cuidar com ciclo de vida curto manu-tenccedilatildeo barata e por possuiacuterem seme-lhanccedilas fisioloacutegicas com o organismo humano ao ponto de desenvolver al-gumas das mesmas enfermidades

Como funciona

Para integridade dos dados colhi-dos nas pesquisas as dependecircncias do bioteacuterio seguem estritas normas de am-bientaccedilatildeo interna Segundo o teacutecnico bioterista Joseacute Crispim ldquocada sala eacute cli-matizada e mantida com pressotildees distin-tas positivas e negativasrdquo (termo usado para definir niacuteveis de pressatildeo maiores ou menores que a pressatildeo atmosfeacuterica comum definidos de acordo com as es-peacutecies e experimentos em andamento) Os dejetos dos animais satildeo recolhidos por uma camada de maravalha (resiacuteduo de madeira semelhante agrave serragem mas de dimensotildees superiores) seus utensiacute-lios laboratoriais satildeo esterilizados por um autoclave aparelho comum em laboratoacuterios e usa vapor pressurizado para realizar a limpeza de ferramentas

Bioteacuterios da UFPB revelam diferenccedilas e abandono

Preacutedio do viveiro do LTF Bioteacuterio Professor Thomas George

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 19

Cada ambiente isolado obedece a um ciclo de 12 horas que segue a orien-taccedilatildeo de fotoceacutelulas naturalmente lo-calizadas no exterior da estrutura Esse procedimento eacute necessaacuterio para simu-lar a luz natural dentro dos ambientes e mantecirc-los isolados De acordo com o estudo realizado nessas salas sua cli-matizaccedilatildeo pode tanto obedecer agrave luz natural como inverter-se fazendo com que as salas fiquem escuras durante o dia e claras agrave noite Em qualquer caso o ciclo de 12 horas eacute mantido tentan-do natildeo estressar os animais na intenccedilatildeo de manter a integridade dos dados co-letados em suas pesquisas

O Centro destina-se apenas a estu-dos e pesquisas de poacutes-graduaccedilatildeo ten-do ateacute entatildeo prestado assistecircncia aos cursos de quiacutemica biologia fisiotera-pia e farmacologia Este ultimo sendo o mais comum e funccedilatildeo primaacuteria do bioteacuterio nas palavras de Crispim ldquo90 por cento das pesquisas satildeo com os alunos da poacutes graduaccedilatildeo de farmaacuteciardquo

Contrapartida

Natildeo muito distante ao bioteacuterio do LTF mas presente tambeacutem na UFPB existe o que hoje eacute apenas cercas e pe-quenas aacutereas encobertas por mata do viveiro gerenciado pelo Departamento de Sistemaacutetica e Ecologia jaacute conheci-do como Laboratoacuterio Tropical de Pri-matologia criado em 1982

O bioteacuterio foi desativado em 2012 pelos dirigentes da proacutepria Instituiccedilatildeo por tempo indeterminado sob pre-

sala de pesquisa chegou a hospedar 108 primatas de nove espeacutecies

Aleacutem de docentes o local tinha um veterinaacuterio e trecircs funcionaacuterios para tratamento dos animais e servia como local para conclusatildeo de estaacutegios Hoje aparentemente apenas um funcionaacuterio que natildeo pocircde ser encontrado trabalha no local no turno da manhatilde ocasional-mente regando plantas

Sempre que as atividades do bioteacute-rio de Ciecircncias Bioloacutegicas satildeo postas em questatildeo obtem-se respostas como ldquoo custo dos animais era muito caro natildeo dava para manterrdquo seguidas de ldquoo animal em cativeiro natildeo serve para ob-servaccedilatildeo natildeo estaacute em seu habitat natu-ralrdquo Respostas simplistas como estas contrariam o histoacuterico de 30 anos do bioteacuterio e seu propoacutesito que incluiacutea ob-servar animais em cativeiro

Sobra

O Departamento de Sistemaacuteti-ca e Biologia atualmente natildeo possui qualquer criadouro de animais vivos resumindo sua biblioteca bioloacutegica a uma cultura entomoloacutegica (de insetos) conservados agrave base de ar-ceco e muita naftalina Atualmente nem os endere-ccedilos on-line relacionados agrave UFPB que carregam ldquodserdquo em suas URLs fun-cionam retornando paacutegina apoacutes paacutegi-na de erros onde o servidor do centro natildeo pocircde ser localizado

texto de estar passando por reestrutu-raccedilatildeo e mudanccedilas disse a professora Caroline Ele estaacute localizado a poucos metros da cerca que adentra a mata atlacircntica por uma trilha de difiacutecil loca-lizaccedilatildeo Continha macacos prego e ser-via como centro de criaccedilatildeo e manejo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo A observaccedilatildeo e documentaccedilatildeo do com-portamento dos primatas era orientada aos alunos de biologia em atividades extracurriculares (apesar de localizar-se adjacente ao bloco de quiacutemica)

Quando funcionava

O viveiro com 1200 metros qua-drados e 43 aacutereas fechadas possuiacutea co-zinha sala de atendimento veterinaacuterio e

Exemplo de rato Wistar usado em pesquisas

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ReportagemEduardo Cezar

Gustavo de AlmeidaCituaccedilatildeo do viveiro de Ciecircncias Bioloacutegicas

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PESQUISA

20 - UFPB em Revista

F undado em 2010 e jaacute premia-do no Expocom Nordeste 2011 na categoria Ediccedilatildeo de Livro o

projeto de pesquisa Para Ler o Digital coordenado pelo Professor Marcos Ni-colau do PPGC-UFPB e do curso de Miacutedias Digitais - UFPB eacute um exemplo do quatildeo importante eacute essa aacuterea de atu-accedilatildeo Tendo como objeto de pesquisa o eBook tambeacutem conhecido como livro digital o grupo eacute pioneiro na pesquisa e desenvolvimento de novos recursos de diagramaccedilatildeo e editoraccedilatildeo

Inicialmente trabalhando com obras dos professores do Departamen-to de Miacutedias Digitais o grupo recebeu convites para ampliar seus trabalhos a todo o Centro de ciecircncias humanas letras e artes (CCHLA) e participar da criaccedilatildeo do projeto editorial digital da Editora Universitaacuteria

Em entrevista o estudante e bol-sist O estudante e bolsista do projeto Para Ler o Digital Rennam Virginio explica sua trajetoacuteria e funccedilatildeo dentro grupo ldquoentrei quando ainda estava no primeiro mecircs do curso no intuito de de-

senvolver habilidades na aacuterea de Edi-toraccedilatildeo mas natildeo era meu foco que a princiacutepio era Viacutedeo Com o tempo aca-bei me identificando com a aacuterea Den-tro do projeto sou Bolsista da Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica escrevo artigos cientiacuteficos semestralmente sobre livros digitais faccedilo a editoraccedilatildeo de ePubs e a confec-ccedilatildeo de capas de alguns dos livros pro-duzidos no Projetordquo

O problema maior de ser estudan-te e pesquisador eacute ter que balancear as duas atividades na maioria dos casos o grupo de pesquisa tende a ser da mes-ma aacuterea de estudo do aluno o que pode ajudar na economia do tempo embora o aluno ainda tenha que enfrentar al-gumas dificuldades principalmente quando o horaacuterio de algumas discipli-nas do curso coincide com uma ativi-dade referente da pesquisa

Despertar a vocaccedilatildeo cientiacutefica e in-centivar novos talentos entre estudan-tes de graduaccedilatildeo eacute um dos objetivos especiacuteficos do Programa Institucional

de Bolsas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica o PIBIC Ele visa apoiar a poliacutetica de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica desenvolvida nas Instituiccedilotildees de Ensino eou Pesquisa por meio da concessatildeo de bolsas a es-tudantes de graduaccedilatildeo integrados na pesquisa cientiacutefica A cota de bolsas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica eacute concedida direta-mente agraves instituiccedilotildees Por sua vez estas satildeo responsaacuteveis pela seleccedilatildeo dos pro-jetos dos pesquisadores orientadores interessados em participar do Progra-ma Os estudantes tornam-se bolsistas a partir da indicaccedilatildeo dos orientadores

A bolsa tem duraccedilatildeo de 12 meses o valor segue uma tabela nacional Atu-almente o valor da bolsa para Iniciaccedilatildeo Cientifica equivale a R$40000 e os uacutenicos requisitos para o estudante satildeo de cursar graduaccedilatildeo e dedicar-se in-tegralmente agraves atividades acadecircmicas e de pesquisa O aluno deve procurar em sua aacuterea de interesse um pesquisa-dor que esteja disposto a integraacute-lo em sua pesquisa e a orientaacute-lo

Rennam ainda se mostra preocu-pado com a situaccedilatildeo dos grupos de

Grupos de pesquisa desafios e metas dos pesquisadores da UFPB

Integrantes do grupo de pesquisa Para Ler O Digital

Bolsa de iniciaccedilatildeo

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 21

pesquisa na Universidade ldquoNo geral acredito que o niacutevel seja bom mas po-deriacuteamos ter mais projetos de pesqui-sa A UFPB deveria incentivar mais os professores a criarem grupos de pesquisas Muitas vezes a PRPG pror-roga duas ou ateacute trecircs vezes as inscri-ccedilotildees para PIBIC e isso eacute sinal que as inscriccedilotildees de projetos foram poucas ou abaixo do esperadordquo

Os Grupos de Pesquisa apresentam alternativas para um trabalho conjun-to entre professores e alunos ambos pesquisadores A Universidade Federal da Paraiacuteba conta com 335 grupos cer-tificados pela instituiccedilatildeo e espalhados por todos os centros Tendo sua maior parte pertencente ao Centro de Sauacutede os grupos na aacuterea da tecnologia vecircm ganhando espaccedilo no cenaacuterio regional

de mais de 40 jovens pesquisadores entre doutores mestres e graduandos que estatildeo interconectados com pesqui-sadores de todo o Brasil e do mundo As pesquisas desenvolvidas satildeo realizadas em parceria com outras universidades institutos de pesquisa e empresas da iniciativa privada Por ser um laboratoacute-rio ativo na aacuterea de desenvolvimento recebe financiamento de instituiccedilotildees parceiras como a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) Finaciadora de Estudos e Projetos (FINEP) e Con-selho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq)

Lavid

O Laboratoacuterio de Aplicaccedilotildees de Viacutedeo Digital (LAVID) criado em 2003 eacute um exemplo a niacutevel nacional da importacircncia dos grupos de pesqui-sa Associado ao Departamento de Informaacutetica (DI) da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba o laboratoacuterio surgiu da proposta de desenvolver projetos de pesquisa e atualmente eacute referecircncia internacional em desenvolvimento de tecnologia para TV Digital

Em marccedilo deste ano os integrantes do Lavid do Centro de Informaacutetica da UFPB apresentaram para teacutecnicos da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e da Agecircncia Nacional de Cine-ma (Ancine) os mais recentes avanccedilos

da tecnologia Fogo Player desenvol-vida e que permite a projeccedilatildeo de ima-gens em ultra HD (4K)

Segundo o gerente de Projetos da RNP Daniel Caetano a RNP jaacute apoiou diversos projetos de pesquisa desen-volvidos pelo Lavid e ressaltou a im-portacircncia da tecnologia Fogo Player para a melhoria da formaccedilatildeo de profis-sionais da aacuterea de sauacutede Ele afirmou que transmissotildees em alta definiccedilatildeo e em tempo real como a que foi testa-da com sucesso pelo Lavid teratildeo uma gama de aplicaccedilotildees em um futuro proacute-ximo servindo natildeo apenas para exibir cirurgias e outros procedimentos de equipes meacutedicas

O Lavid conta com a colaboraccedilatildeo

Guido Lemos apresenta os projetos do Lavid aos representantes da Ancine

Estudantes realizando trabalhos do Lavid

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Reportagem Ermeson David George Juacutenior

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INTERACcedilAtildeO

24 - UFPB em Revista

ldquoSempre tive consciecircncia de que a EJA me proporciona-ria crescimento profissional

e pessoal A frase eacute de Amanda Lima aluna do primeiro periacuteodo do curso de Administraccedilatildeo da Universidade Fede-ral da Paraiacuteba (UFPB) e que acaba de entrar como membro da EJA Consul-toria (Empresa Juacutenior de Administra-ccedilatildeo) Esta empresa caracteriza-se por ser de consultoria sem fins lucrativos que presta serviccedilos na respectiva aacuterea acadecircmica sendo formada exclusiva-mente por alunos do curso de Admi-nistraccedilatildeo da UFPB e que tem como objetivo a capacitaccedilatildeo por meio de conhecimento teacutecnico e empresarial do aluno do curso inserindo-o pos-teriormente no mercado de traba-lho como um jovem empreendedor

Sua estrutura segundo o seu presi-dente Tito Amorim eacute mista de funcio-nal e projetizada A estrutura funcional tem como caracteriacutestica o planejamen-to de serviccedilos abrangendo cargos de analistas de cada departamento entre eles o de qualidade marketing proje-

tos presidecircncia tendo como seus su-periores os diretores Jaacute a projetizada consiste em cargos de consultoria ou seja pessoas restritas a execuccedilatildeo de determinado serviccedilo Os cargos sem-pre estatildeo sendo renovados ao longo dos anos dando oportunidades a outros estudantes da aacuterea para participarem e ateacute aos que jaacute estatildeo em cargos da EJA Consultoria a exercerem atividades em outros Todos estes requerem eleiccedilotildees

Casos de Sucessos

ldquoO estudante entra como universi-taacuterio e sai da EJA como um empreen-dedor atraveacutes da vivecircncia empresarial e gestatildeordquo afirma Tito Em quase 22 anos de existecircncia haacute vaacuterios casos de pessoas que trabalharem na EJA e ob-tiveram sucesso profissional tornando hoje empreendedores de sucesso En-tre os mais sucedidos dois satildeo lembra-dos pelo presidente satildeo eles Leandro Vieira idealizador do administrado-rescom e o Taacutercio Pessoa atualmen-te responsaacutevel pelo Empreender ndash JP

mostrando que o conhecimento adqui-rido na empresa foi bem aproveitado

O curso possibilita o aprendizado atraveacutes de programas de treinamento como Trainee aleacutem de outros eventos como a SDP (Semana de Desenvolvi-mento Profissional) que atinge toda a comunidade acadecircmica mas voltado sempre para o curso de Administraccedilatildeo Com o intuito de transmitir conheci-mento para outros segmentos estu-dantis o evento conhecido como EJA FAZ Palestra promove como o nome mesmo diz palestras sobre respecti-vos temas acerca de administraccedilatildeo Outro evento o Buscando Sorrisos tambeacutem promovido pela empresa de consultoria leva os membros da em-presa para uma instituiccedilatildeo de carida-de ajudando elas possibilitando aos alunos mais contato com a populaccedilatildeo

Pessoas que estatildeo assumindo car-gos agora como eacute o caso da estudante Amanda Lima que acaba de comeccedilar a atuar na funccedilatildeo de analista de qualida-de vecirc a EJA Consultoria como oportu-nidade de crescer no mercado ldquoQuem

EJA Consultoria proporciona crescimento profissional

Cerimocircnia de Posse da gestatildeo 20131 da EJA Consultoria

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 25

busca a EJA eacute um profissional diferen-ciadordquo disse a estudante Segunda ela que jaacute almeja exercer cargos de niacuteveis mais altos o conhecimento dado por esta empresa ajuda tambeacutem no curriacutecu-lo oferecendo uma visatildeo de mercado

A EJA como diferencial

Outros estudantes estatildeo exercendo cargos haacute mais tempo como eacute o caso de Rafael Carvalho que eacute membro da EJA haacute dez meses Ele comeccedilou como consultor e hoje atua como diretor de marketing ldquoEu jaacute trabalhei em car-gos estaduais empresas privadas mas nunca obtive tamanha experiecircncia pro-fissional como a que a EJA me ofere-ceurdquo afirmou Rafael Por estar na em-presa haacute mais tempo ele conclui que todo o conhecimento teoacuterico obtido dentro da sala de aula pode ser colo-cado em praacutetica nesta empresa juacutenior

Rafael relata que tambeacutem enfren-tou dificuldades como o fato de ter que se deslocar para a cidade de Ma-manguape na Paraiacuteba para realizar consultorias e sua transiccedilatildeo de cargo tambeacutem foi um momento difiacutecil por exigir dele o conhecimento em uma es-trutura funcional jaacute que estava saindo

de um cargo de estrutura projetizada Mesmo assim Rafael vecirc os problemas enfrentados como aprendizado ad-quirido almejando tambeacutem alcanccedilar cargos de niacuteveis mais altos ldquoTodo co-nhecimento que hoje eu tenho na aacuterea de administraccedilatildeo consegui na EJA e natildeo em outra empresardquo disse ele

Para ser membro da EJA Consulto-

Posse dos novos membros Idaacutecio Rodrigues e Natyara Santos

Posse do presidente Rodolfo Alves Felizardo

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ReportagemAcircngela Oliveira e

Jessica Morais

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ria o estudante do curso passa por uma seleccedilatildeo que dura aproximadamente uma semana Primeiramente eacute preci-so estar cursando qualquer periacuteodo de Administraccedilatildeo na UFPB em seguida se inscrever na empresa Os alunos selecionados passam por uma capaci-taccedilatildeo de trecircs meses antes de assumir seus respectivos cargos em uma ceri-

mocircnia de posse reali-zada tambeacutem na UFPB

A EJA Consultoria traduz o espiacuterito estu-dantil Aos estudantes que nela trabalham recai cobranccedilas de criatividade bom de-sempenho e boa capa-cidade administrativa Ao sair o estudante eacute visto como um verda-deiro administrador no mercado de trabalho Eacute o laboratoacuterio praacutetico de todo o aprendizado teoacute-rico do aluno no curso de Administraccedilatildeo da UFPB

INTERACcedilAtildeO

26 - UFPB em Revista

A busca pela experiecircncia profissionalEstudante do terceiro periacuteodo de

Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digi-tais (UFPB) Ermeson Lira (18

anos) tomou uma decisatildeo importante em sua vida tornou-se um estagiaacuterio Sua rotina mudou e com ela vieram as responsabilidades Diego Lopes (25 anos) estudante de Ciecircncias da Com-putaccedilatildeo tambeacutem iniciou sua carreira estagiando e ganhando experiecircncia Mas todos os alunos da Universidade Federal da Paraiacuteba conseguem a mes-ma oportunidade que eles

Na UFPB existem dois tipos de es-taacutegios o obrigatoacuterio que conta com a cobertura do seguro de acidentes pes-soais E o natildeo-obrigatoacuterio que eacute opcio-nal e pode ser remunerado ou natildeo Die-go Lopes acredita que ldquocom o estaacutegio vocecirc adquire experiecircncia de mercado de trabalho aprende a trabalhar sobre pressatildeo e se qualifica para vagas que

seratildeo destinadas a pessoas formadasrdquoNo caso do curso de Miacutedias Digi-

tais a regulamentaccedilatildeo diz ldquoEstaacutegio supervisionado em meio profissional ou acadecircmico totalizando 300 horas objetivando a observaccedilatildeo e intervenccedilatildeo do estudante para o exerciacutecio profissio-nal bem como facilitar sua integraccedilatildeo no meio profissionalrdquo O curso estabe-lece convecircnio com o Centro Integrado Empresa-Escola (CIEE) e entre ou-tras entidades puacuteblicas e privadas

O CIEE eacute uma instituiccedilatildeo filantroacute-pica que procura encontrar estaacutegios e oportunidades de aprendizado para es-tudantes dos niacuteveis meacutedio teacutecnico e su-perior Estaacute presente em todo territoacuterio nacional auxiliando a entrada dos jo-vens no mercado de trabalho Algumas empresas jaacute possuem convecircnio com a UFPB Mas alguns alunos ainda encon-tram dificuldades para conseguir seu

espaccedilo Eacute o exemplo de Joseacute Carlos Pe-reira (22 anos) estudante de Ciecircncias bioloacutegicas da UFPB Ele tentou entrar num estaacutegio oferecido pela profes-sora de seu curso mas por choque de horaacuterios natildeo pode fazecirc-lo ldquoalguns es-taacutegios que eu queria pegar eram no ho-raacuterio da manhatilde Horaacuterio este em que eu estava ocupado com as aulasrdquo

Segundo a Lei 11788 Art 8ordm da Constituiccedilatildeo brasileira os convecircnios tanto com empresas puacuteblicas quanto as privadas satildeo facultativos A UFPB eacute conveniada a mais de 300 institui-ccedilotildees Entre elas estatildeo o Banco do Bra-sil Carrefour TV Tambauacute Petrobraacutes e diversas prefeituras como a de Joatildeo Pessoa e Campina grande Segundo o Art 11ordm da mesma lei a duraccedilatildeo maacute-xima do estaacutegio eacute de dois anos exceto quando o estagiaacuterio possui necessida-des especiais

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 27

A PRG-CEM estaacute localizada na Reitoria da Universidade Federal da Paraiacuteba

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Reportagem Layse Pereira eRayssa Alcacircntara

Estaacutegios Cadastrados pela CEM2009-2013

Obrigatoacuterio

Natildeo-obrigatoacuterio

Bolsa Estaacutegio Meacuted

2009 2010 2011 2012 2013

123

827

76

1425 1340 961 96

113

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138

18361604

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Os nuacutemeros variam pois estamos no decorrer do ano Dados da PRG-CEM

O Lado bom

Apesar de algumas barreiras en-contradas os universitaacuterios tem uma opiniatildeo em comum O estaacutegio eacute uma etapa importante para a entrada no mercado de trabalho ldquoAleacutem de ad-quirir conhecimentos antes do tempo eacute uma oacutetima oportunidade pra se de-senvolver no mercado Quando se estaacute dentro desse ecossistema o aprendiza-do agrega em vocecirc mesmo que vocecirc natildeo queirardquo declarou Ermeson Lira

Professores como Alberto Pessoa (autor e pesquisador de histoacuterias em quadrinhos) tambeacutem acreditam na importacircncia do estaacutegio Segundo ele quando se estuda e trabalha o aluno consegue aproveitar melhor a gradua-ccedilatildeo ldquoQuando vocecirc trabalha vocecirc natildeo tem tempo de deixar pra laacute Entatildeo vocecirc aproveita melhor a universidade vocecirc estuda mais vocecirc tem um senso de res-ponsabilidade melhorrdquo argumenta

Primeiros Passos

Os estaacutegios dentro da universidade satildeo oferecidos pelos pela UFPB e via-bilizados pelos professores Para soli-citar a bolsa os alunos devem apresen-tar uma seacuterie de documentos Segundo Eliane Ferraz coordenadora da CEM (Coordenaccedilatildeo de Estaacutegio e Monito-

ramento) primeiramente o estudante deve encaminhar um ofiacutecio ao Proacute-Rei-tor de Planejamento da Universidade Federal da Paraiacuteba (Proplan-UFPB) contendo justificativas da solicitaccedilatildeo e detalhes sobre o estaacutegio

Outros documentos necessaacuterios satildeo o formulaacuterio de Solicitaccedilatildeo de Bolsa estaacutegio a Ficha Cadastral (Bolsa-EstaacutegioUFPB) Histoacuterico Escolar do aluno coacutepias da Identidade CPF Tiacutetu-lo de Eleitor e para os homens a coacutepia

do Certificado de quitaccedilatildeo como o ser-viccedilo militar Ao final de cada periacuteodo este processo eacute repetido para renovar a Bolsa

As informaccedilotildees sobre estaacutegios ex-ternos ainda eacute mal divulgado pela uni-versidade Os estudantes costumam ter a iniciativa de procuraacute-los por meio de amigos conhecidos Hoje com a in-ternet ficou mais faacutecil encontrar traba-lhos por meio de sites como por exem-plo o Gogojobcom (wwwgogojobcombr) que divulga vagas na aacuterea de publicidade Quando a oportunidade de estagiar eacute oferecida por instituiccedilotildees conveniadas agrave UFPB o universitaacuterio tambeacutem deve procurar a CEM Apoacutes assinado o convecircnio o aluno estaacute ofi-cialmente estagiando Em ambos os processos ao final de cada semestre deve ser entregue um relatoacuterio

Segundo a coordenadora da CEM os convecircnios realizados pela UFPB eacute uma maneira de atender agraves demandas acadecircmicas Para contemplar um maior nuacutemero de cursos da universidade ldquoOs convecircnios para a concessatildeo de estaacutegios supervisionados devem portanto ser celebrados de forma mais abrangente possiacutevel visando a atender de forma mais ampla a concessatildeo de estaacutegio a alunos regularmente matriculadosrdquo

INTERACcedilAtildeO

28 - UFPB em Revista

Em evento que lotou o auditoacuterio da reitoria da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba Joatildeo Pessoa

recebeu o neurocientista brasileiro Mi-guel Nicolelis que realizou a palestra ldquoA ciecircncia como agente de transforma-ccedilatildeo socialrdquo Nicolelis atraiu professo-res profissionais da aacuterea estudantes da UFPB e de outras universidades mas chamou ainda a atenccedilatildeo de cida-datildeos comuns com problemas de para-plegia tetraplegia deficientes visuais auditivos e pessoas que possuem entes queridos na mesma condiccedilatildeo O enor-me puacuteblico presente ao evento coorde-nado pelo Foacuterum Universitaacuterio deixou o auditoacuterio pequeno com a esperanccedila de ouvir das palavras do meacutedico que eles teriam seus problemas resolvidos pela ciecircncia seja em curto meacutedio ou longo prazo

Nicolelis que lidera um grupo de

pesquisadores da aacuterea de Neurociecircncia na Universidade Duke - EUA apresen-tou como um dos pilares da palestra a mesma questatildeo base do seu chamado Manifesto da Ciecircncia Tropical Nele o neurocientista sugere que o Brasil pode potencializar o desenvolvimen-to cientiacutefico e educacional a partir da cooperaccedilatildeo de ambos e propotildee quinze medidas para firmar o paiacutes como lide-ranccedila mundial na produccedilatildeo e uso de-mocratizante do conhecimento

Miguel Nicolelis falou tambeacutem so-bre a instituiccedilatildeo na cidade de Macaiacute-ba no Rio grande do Norte onde ele realiza um projeto chamado Educaccedilatildeo para toda a vida O projeto ensina para crianccedilas da periferia de Macaiacuteba e Na-tal conhecimentos nas aacutereas de roboacuteti-ca fiacutesica biologia geografia histoacuteria e informaacutetica Durante a palestra o neu-rocientista ainda explanou que desde

o iniacutecio do seu trabalho na cidade de Macaiacuteba a evasatildeo escolar da institui-ccedilatildeo eacute de apenas 2 e que as crianccedilas que estatildeo sendo formadas nessa insti-tuiccedilatildeo saem com mesmo niacutevel de es-colas de elite do Rio grande do Norte

O meacutedico disse aos presentes que acredita que a ciecircncia eacute grande agente responsaacutevel pela capacidade de ino-vaccedilatildeo e deve ser estimulada desde os primeiros momentos da vida Afirmou ainda que haacute uma carecircncia de investi-mento na aacuterea de intersecccedilatildeo da neu-rociecircncia e que se possiacutevel deveria existir acompanhamento ainda no preacute-natal para que a crianccedila nascesse com o maacuteximo de potencial neuroloacutegico Em 2014 Nicolelis abriraacute o primeiro Instituto Primata de Neurociecircncia com uma escola cujo aprendizado se inicia-raacute desde o nascimento Ainda que seja um sonho um pouco distante o meacutedico

Neurocientista Miguel Nicolelis reabre Foacuterum Universitaacuterio

Reabertura do foacuterum universitaacuterio tem como primeiro palestrante o neurocientista Miguel Nicolelis

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 29

acredita que futuramente Macaiacuteba seraacute a primeira ldquocidade ceacuterebrordquo do mundo

Durante a palestra o neurocien-tista tambeacutem abordou as experiecircncias que realiza sobre a interaccedilatildeo do ceacutere-bro e a maacutequina que consiste em fa-zer o movimento da maacutequina a partir dos estiacutemulos enviados pelo ceacuterebro que seratildeo convertidos em impulsos eleacutetricos e proporcionaratildeo o movi-mento mecacircnico de proacuteteses Ainda que ateacute o momento seus experimentos tenham sido feitos apenas com maca-cos jaacute causam ansiedade em pessoas que sofreram acidentes e hoje tem a locomoccedilatildeo comprometida O meacutedico acrescentou que pretende realizar uma demonstraccedilatildeo em 2014 quando uma brasileira parapleacutegica deveraacute caminhar 20 passos e dar o pontapeacute inicial da Copa do Mundo ldquoEsse seraacute um pre-sente do Brasil para toda a humanida-derdquo declarou Nicolelis

O foacuterum universitaacuterio

Apoacutes seis anos desativado a pre-senccedila de Miguel Nicolelis marcou de forma extraordinaacuteria o retorno do Foacute-rum Universitaacuterio Fundado na deacutecada de 1980 pelo professor Joseacute Jackson Carneiro o Foacuterum tem como objetivo discutir assuntos relevantes agrave socieda-de tanto em um niacutevel nacional como local Segundo o coordenador do Foacute-rum Iedo Fontes nunca ficou clara a razatildeo pela qual a gestatildeo anterior da UFPB paralisou o evento ldquoNunca ex-plicaramrdquo comentou Fontes

Para reforccedilar a natureza fomenta-dora de debates do Foacuterum Fontes dis-se que um dos primeiros debates entre presidenciaacuteveis poacutes-ditadura militar jaacute com vistas agraves eleiccedilotildees de 1989 foi promovido pela UFPB no antigo cam-pus de Campina Grande (que hoje eacute de competecircncia da UFCG) ldquoSoacute natildeo veio Collor Lula Brizola e outros estive-ram presentesrdquo comentou

Com o auditoacuterio lotado (600 pro-fessores de acordo com os nuacutemeros de Fontes) o retorno do Foacuterum foi con-siderado positivo A programaccedilatildeo fu-tura ainda estaacute sendo planejada mas a tendecircncia eacute que o Foacuterum seja realizado bimestralmente ldquoFoi uma declaraccedilatildeo da reitora a um jornal local de que ela tem interesse de que o Foacuterum aconte-ccedila num intervalo de dois meses O que nos permite fazer uma programaccedilatildeo Simulaccedilatildeo do exoesqueleto na abertura da Copa de 2014

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mais pensadardquo declarou o coordena-dor

Alguns temas jaacute estatildeo sendo con-siderados o bloqueio do crescimento econocircmico brasileiro nos uacuteltimos anos 500 anos da obra de Maquiavel dis-cussatildeo da obra do geoacutegrafo Josueacute de Castro federalizaccedilatildeo dos niacuteveis infan-til fundamental e meacutedio da educaccedilatildeo e a obra de Luiz Gonzaga e seu impacto sobre a vida regional (este uacuteltimo jaacute sendo organizado para o mecircs de ju-nho)

A princiacutepio o Foacuterum natildeo prioriza-ria nenhuma aacuterea em especiacutefico nem mesmo a proacutepria academia Fontes dis-se ldquoficou claro na reabertura oficial do Foacuterum que noacutes natildeo o reativamos ape-nas para professores estudantes e fun-cionaacuterios mas tambeacutem para a socieda-de pessoense () pessoas de diferentes ramos de atividade comeacutercio induacutes-tria academiardquo Poreacutem o coordenador esclareceu que uma atenccedilatildeo especial deveraacute ser dada agrave discussotildees relaciona-das agrave educaccedilatildeo - e essa preocupaccedilatildeo eacute percebida com a escolha de Miguel

Nicolelis para o primeiro encontro apoacutes a reativaccedilatildeo do Foacuterum ldquoSe tem uma aacuterea que noacutes devemos priorizar no

Brasil e fazer um grande debate nacio-nal eacute a educaccedilatildeordquo explicou Fontes

A exemplo de Nicolelis o Foacuterum tambeacutem foi responsaacutevel por trazer ou-tras personalidades conhecidas nacio-nalmente agrave Joatildeo Pessoa como os se-nadores Cristoacutevatildeo Buarque e Roberto Requiatildeo e o economista Carlos Les-sa Para uma futura ediccedilatildeo do foacuterum a Universidade estaacute tentando trazer o jornalista Paulo Henrique Amorim A ideia poreacutem natildeo eacute ficar preso a nomes de acircmbito nacional e abrir espaccedilo para pessoas que tenham impacto na socie-dade regional - ateacute pela histoacuteria e pelo legado que o Foacuterum tem de realizar debates de interesse da populaccedilatildeo em geral

ldquoFoacuterum eacute para discutir os proble-mas do estado Somos uma entidade produtora e reprodutora de conheci-mento () Na mesa de debate deve ter um professor de destaque mas tambeacutem algueacutem da aacuterea senatildeo fica apenas a niacute-vel de conferecircncia o que natildeo eacute bom pois natildeo promove o debaterdquo afirmou Fontes

Reportagem Una Txai e Rudah Silva

INFRAESTRUTURA

32 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Paraiacuteba enfrenta o caos na infraestrutura do sistema viaacuterio e estaciona-

mentos para veiacuteculos dos alunos pro-fessores e funcionaacuterios Eacute um problema de toda cidade que se reflete na univer-sidade gerando transtornos e problemas de logiacutestica em determinados horaacuterios As dificuldades na mobilidade interna ao Campus I decorrem na deficiecircncia no planejamento da expansatildeo da Instituiccedilatildeo aliadas ao aumento do nuacutemero de veiacute-culos nos uacuteltimos 10 anos O problema eacute reflexo da prioridade do veiacuteculo parti-cular sobre o uso de transporte coletivo

O campus I da instituiccedilatildeo estaacute pas-sando por algumas reestruturaccedilotildees e reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos jaacute existentes No periacuteodo de 2012 a 2013 o nuacutemero de vagas para estacionamento subiu consideravelmente de 2 mil para 2500 Em meacutedio prazo (dois anos) a administraccedilatildeo pretende criar mais 1500 vagas atraveacutes da continuaccedilatildeo do projeto de reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos (no CACE CCEN e HU) e da finali-zaccedilatildeo do Centro de Energias Renovaacute-veis ainda em construccedilatildeo por traacutes do CCHLA

Estacionamento precaacuterio provoca transtorno na UFPB

Vaacuterios carros estacionados de forma irregular e inconveniente no estacionamento da Central de Aulas do campus I

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Projetos

Segundo Marcelo Diniz da Divi-satildeo de Estudos e Projetos da Prefeitura Universitaacuteria a reorganizaccedilatildeo dos esta-cionamentos eacute prioridade e vem sendo implementada em vaacuterios estacionamen-tos da universidade O projeto modi-fica a posiccedilatildeo de entrada dos veiacuteculos de 45ordm (diagonal) para 90ordm (frontal) e a largura da vaga do estacionamento para impossibilitar improvisos que prejudi-cam o traacutefego como por exemplo as filas duplas No projeto as motos se-ratildeo contempladas com estacionamento proacuteprio para evitar a desorganizaccedilatildeo e acidentes nas passarelas e corredores das salas ldquoIremos instalar placas de ad-vertecircncia para as motos natildeo transitarem no espaccedilo destinado aos pedestresrdquo diz Marcelo

Um dos locais com maior problema fica proacuteximo ao preacutedio da Reitoria e da Biblioteca Central devido agrave concen-traccedilatildeo de vaacuterios serviccedilos e dos preacutedios acadecircmicos Nesse local estatildeo reuni-das agecircncias de trecircs bancos livrarias restaurantes DCE (Diretoacuterio Central Estudantil) e AdufPB (sindicato dos

professores) Por conta da via nesse lo-cal ser muito estreita a Prefeitura Uni-versitaacuteria utilizou prismas de concreto no trecho para evitar que os motoristas estacionem os veiacuteculos indevidamente na via de passagem dos carros ocasio-nando transtornos e risco de acidente

Somando-se a esse local estaacute em construccedilatildeo o preacutedio do Centro Arte e Cultura com auditoacuterio estimado para duas mil pessoas em frente agrave Reitoria No projeto da construccedilatildeo natildeo haacute ne-nhum estacionamento previsto para esse preacutedio e na ocasiatildeo de algum evento os visitantes iratildeo estacionar seus veiacuteculos por traacutes da Reitoria que comporta precariamente os usuaacuterios que jaacute utilizam o espaccedilo Para a soluccedilatildeo desse problema Marcelo Diniz informa haver um projeto para construccedilatildeo de um estacionamento por traacutes da Reitoria de um ou dois andares com valor estimado em 10 milhotildees de reais por andar

Usuaacuterios

Os usuaacuterios que utilizam os esta-cionamentos com regularidade pro-potildeem soluccedilotildees como criaccedilatildeo de vagas

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 33

Situaccedilatildeo corriqueira nas vias do campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba

A falta de vagas destinadas para motos eacute a justificativa dos motociclistas

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Reportagem Rodrigo Vitorino e Windsor Souza

destinadas exclusivamente a professo-res Josemar dos Santos professor de Estatiacutestica diz que ldquofalta a prefeitura organizar o estacionamento Haacute deter-minadas horas que vir do departamen-to para a sala de aula de carro se tornou inviaacutevel pois o nuacutemero de veiacuteculos cresceu bastante Poderiam organizar vagas destinadas a professores pois noacutes temos que ficar de bloco em bloco para dar aula enquanto os alunos vecircm assistem a uma aula e vatildeo emborardquo

Outro problema que tambeacutem in-comoda eacute a falta de vagas destinadas agraves bicicletas e motocicletas ldquoAgraves vezes natildeo tem nem espaccedilo para transitar pois tem motociclista estacionando as mo-tos nas vias passarelas e corredores dos blocos pois natildeo haacute vagas destina-das para estacionar as motosrdquo acres-centa Josemar

A falta de estacionamento para motos faz com que elas se amontoem de forma desorganizada Isso as trans-forma em vilatildes e campeatildes de recla-maccedilotildees Elas trafegam e estacionam onde eacute via de pedestres cadeirantes passagem de materiais para os preacutedios da universidade Diversas reclamaccedilotildees jaacute foram feitas por conta de atropela-mentos por dificultar a passagem e ateacute mesmo acidentes envolvendo deficien-tes visuais

Faacutebio Fonseca professor de Pe-dagogia tambeacutem reclama das motos e dos transtornos que elas causam quan-do deixadas em local inconveniente ldquoA universidade estaacute ficando muito pequena para a quantidade de auto-

moacuteveis Eacute preciso organizar o espaccedilo existente e criaccedilatildeo de espaccedilos especiacutefi-cos para motos A falta de organizaccedilatildeo faz com que os corredores passarelas e vias se transformam em estaciona-mento para as motos dificultando por exemplo a passagem de cadeirantesrdquo

O problema da falta de vagas acaba tambeacutem interferindo na aprendizagem dos alunos Aliado a isso haacute o proble-ma de seguranccedila dentro do campus Alunos servidores e professores natildeo confiam no sistema de cartotildees entre-gue na entrada da universidade ldquoGe-ralmente os alunos chegam na hora da aula que coincidem em todas as disci-plinas e a falta de vaga faz com que percamos tempo para estacionar Eacute o caos Muitas vezes encontramos uma vaga muito longe do local em que va-mos estudar E em eacutepoca de chuva pio-

ra Tambeacutem tem o perigo de assaltordquo diz a estudante de Biologia Daniele Lacerda

Empecilho

Alguns estacionamentos no cam-pus I da UFPB possuem aacutervores tom-badas e sob proteccedilatildeo que natildeo podem ser derrubadas Desta maneira a pre-feitura universitaacuteria desenvolveu o projeto de reestruturaccedilatildeo e organiza-ccedilatildeo dos estacionamentos respeitan-do a localizaccedilatildeo dessas aacutervores Nos estacionamentos jaacute finalizados como da Reitoria eacute perceptiacutevel a falta de arborizaccedilatildeo que influecircncia o aqueci-mento local e a desagradaacutevel sensaccedilatildeo de estar num ambiente claro e quente Outro problema encontrado eacute a falta de planejamento de escoamento da chuva Desta maneira em eacutepocas de chuva intensa haacute risco de alagamento

Com todo o empenho e desenvol-vimento estrutural eacute de suma impor-tacircncia o investimento em seguranccedila Mas tambeacutem organizar o tracircnsito au-xiliando os condutores onde devem estacionar e na fluidez do tracircnsito Devido agrave ausecircncia de fiscalizaccedilatildeo para coibir as infraccedilotildees de tracircnsito as vias se tornam estacionamentos irregula-res atrapalhando e colocando em risco a seguranccedila dos integrantes da comu-nidade universitaacuteria

INFRAESTRUTURA

34 - UFPB em Revista

Ano de 2015 eacute limite para meta plena de acessibilidade

Ausecircncia de acessibilidade eacute constante nos novos preacutedios da UFPB

Segundo dados do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a Paraiacuteba eacute o estado que possui a maior parcela de habitantes com necessidades especiais no Bra-sil empatando com o Rio Grande do Norte Quase 30 dos paraiba-nos tecircm algum tipo de necessidade especial Apesar da estatiacutestica e da existecircncia do Decreto Lei 5296 que determina a acessibilidade em todas as edificaccedilotildees puacuteblicas 90 por cento das construccedilotildees realizadas durante gestatildeo dos professores Rocircmulo Po-lari e Iara Matos a frente da UFPB natildeo respeitaram o seu cumprimento

No momento a atual adminis-traccedilatildeo estaacute empenhada num pra-zo de dois anos a assistir a todos os alunos com deficiecircncia cumprin-do as normas teacutecnicas de acessi-bilidade da Associaccedilatildeo Brasilei-ra de Normas Teacutecnicas (ABNT)

Dentre as medidas a serem ado-tadas estaacute a reforma na acessibilida-de arquitetocircnica das vias (calccediladas) Tambeacutem estaacute prevista a construccedilatildeo do Centro de Inclusatildeo (que vai in-tegrar todos os projetos de inclusatildeo em um soacute) agregar serviccedilos dispo-nibilizar salas de aula adquirir uma seacuterie de equipamentos fora do paiacutes (entre eles esfigmomanocircmetro que possibilita a traduccedilatildeo de textos em aacuteudio bengala que identifica obs-taacuteculos e computadores especiais)

Ateacute o momento apenas 15 preacute-dios estatildeo acessiacuteveis para os 30 alu-nos com necessidades especiais ca-dastrados na UFPB O uacutenico trecho com acessibilidade externa no Cam-pus I se encontra da Biblioteca Cen-tral ateacute o Refeitoacuterio Universitaacuterio No Campus II em Areia a primeira parte do projeto jaacute vem com todas as normas de acessibilidade executadas disse Marcelo Andrade Diniz Diretor do Departamento de Arquitetura da Prefeitura Universitaacuteria desde 2010

O que estaacute previsto

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 35

Segundo Marcelo Diniz que acompanhou a antiga gestatildeo da Uni-versidade o recurso era limitado e natildeo havia comprometimento dos ad-ministradores para cumprir as normas exigidas aleacutem da fiscalizaccedilatildeo pouco eficaz do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Ateacute 2010 pouco havia sido pensado discutido e realizado para incluir so-cialmente as pessoas com deficiecircn-cia Com o aumento significativo e progressivo no nuacutemero de estudan-tes em funccedilatildeo da Reestruturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universidades Fede-rais (Reuni) a situaccedilatildeo agravou-se

Desde entatildeo o Governo Federal estaacute destinando uma verba especiacutefica para as Instituiccedilotildees Federais de En-sino (Ifes) cumprirem as normas de acessibilidade impostas pela ABNT O MEC por sua vez vem fiscalizan-do com rigor as Ifes de todo o Brasil

Comitecirc existe desde 2011

No ano de 2011 foi criado na UFPB o Comitecirc de Inclusatildeo e Aces-sibilidade que tem como objetivo garantir a todos os alunos com defi-ciecircncia a permanecircncia e conclusatildeo do curso Segundo a coordenadora do

comitecirc Andreza Aparecida Polia estaacute prevista a chegada de 44 alunos espe-ciais para o proacuteximo semestre letivo nuacutemero que ultrapassa os 5 por cen-to designado pelo sistema de cotas ldquoAno passado fizemos pedido de equi-pamentos para suprir os alunos que jaacute estatildeo cadastrados Enquanto natildeo che-ga os coordenadores tem de ter um computador exclusivo para esses estu-dantesrdquo pontificou Andreza Polia O comitecirc conta com representantes dos cursos de Psicopedagogia Terapia Ocupacional Arquitetura e Educaccedilatildeo

Ainda em fase de projeto o Centro de Inclusatildeo e Acessibilidade estaacute pre-visto para ficar pronto em 2015 Ele contaraacute dentre outras coisas com pla-cas em Braille piso taacutetil carteiras es-peciais plataforma elevatoacuteria eleva-dor e tecnologias inclusivas em geral

Outro projeto que estaacute sendo desenvolvido pela Prefeitura Uni-versitaacuteria eacute a urbanizaccedilatildeo do La-boratoacuterio de Energias Renovaacuteveis (LERS) que iraacute se estender por todo o estacionamento contando com rampas pisos taacuteteis e mais de 6 quilocircmetros de rotas acessiacuteveis

Os estudantes com necessidades especiais contam com um programa

Projeto em 3d das futuras instalaccedilotildees elaborado pela Prefeitura da UFPB

Reportagem Giuliano Viscardi

de apoio onde um aluno monitor os acompanha geralmente por discipli-na dando assistecircncia necessaacuteria gra-vando aulas e tirando duacutevidas com os professores O Nuacutecleo de Educaccedilatildeo Especial (Nedesp) tambeacutem os ajuda nesse processo de adaptaccedilatildeo Na Bi-blioteca Central e no Nedesp os alu-nos dispotildee de impressora em braille

A Proacute-reitoria de Gestatildeo de Pes-soas (Progep) ofereceu por dois anos consecutivos um curso de capacita-ccedilatildeo para docentes e servidores da uni-versidade tendo formado duas turmas ateacute agora Poreacutem a grande maioria dos capacitados foi funcionaacuterios A UFPB conta com apenas um tradutor ldquoPreci-samos de mais contrataccedilotildeesrdquo alega Po-lia que estaacute coordenando o Comitecirc de Inclusatildeo e Acessibilidade desde 2011

A prefeitura da Instituiccedilatildeo tambeacutem fez um convenio com o Laboratoacuterio de Acessibilidade (Lacesse) coordenado por Marcelo Diniz e pela professora do curso de arquitetura Angelina Costa O espaccedilo fiacutesico onde funciona o labo-ratoacuterio foi inaugurado dia 12 de abril no Centro de Tecnologia bloco N

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36 - UFPB em Revista

O rombo de mais de 22 milhotildees na Fundaccedilatildeo Casa de Joseacute Ameacuterico (FCJA) constata-

do pelo Tribunal de Contas da Uniatildeo (TCU) eacute a principal heranccedila deixada pela antiga administraccedilatildeo da universi-dade e que atinge diretamente o Res-taurante Universitaacuterio da UFPB Os es-cacircndalos envolvem o responsaacutevel pelo fornecimento de gecircneros alimentiacutecios e o pagamento de alguns funcionaacuterios do Restaurante Universitaacuterio (RU)

Segundo o TCU foram usados re-cursos federais depositados em contas especiacuteficas de convecircnios para paga-mentos agrave empresas fornecedoras de gecircneros alimentiacutecios As irregularida-des foram cometidas pelo ex-diretor da Fundaccedilatildeo Eugecircnio Pacceli Trigueiro Pereira Com isso o TCU suspendeu o repasse de recursos da Uniatildeo para a Fundaccedilatildeo Joseacute Ameacuterico e a direccedilatildeo do RU enfrentou problemas com a falta de estoque de alimentos e atraso no paga-mento de funcionaacuterios refletindo no atendimento precaacuterio das necessidades dos alunos que frequentam o Restau-rante

O RU que fornece refeiccedilotildees gra-tuitas para estudantes de baixa renda e cadastrados da UFPB conta com 90

profissionais Os gecircneros alimentiacutecios de uma refeiccedilatildeo custam em meacutedia de R$ 410 a R$ 530 Nesse valor natildeo estaacute considerado a despesa do preparo trabalho dos funcionaacuterios e energia dos aproximadamente 2200 almoccedilos e 900 jantares por dia

A nova reitoria da UFPB ampliou as investigaccedilotildees e o levantamento de contas da Universidade para averiguar quais problemas seratildeo enfrentados pela gestatildeo Durante as investigaccedilotildees foram detectadas vaacuterias irregula-ridades cometidas pela adminis-traccedilatildeo passada a exemplo da au-secircncia de prestaccedilatildeo de contas de diversos convecircnios

Antocircnio Luiz de Albuquer-que Gomes professor do De-partamento de Quiacutemica do Cen-tro de Tecnologia da UFPB assumiu o cargo de Superintendente do Sistema de Restaurantes Universitaacuterios - que com-preende os restaurantes do Campus 1 do Litoral Norte Areia e Bananeiras - no dia 12112012 Ele conta que rece-beu o RU com um estoque insuficiente de alimentos apesar dos pregotildees ainda estarem em andamento

O superintendente esclareceu que um desses pregotildees estava desa-

parecido e soacute depois de muita inves-tigaccedilatildeo a empresa foi contatada para cumprir o contrato O outro pregatildeo es-tava com o pedido de realinhamento de preccedilos e somente apoacutes a administraccedilatildeo entrar em contato para negociar com os fornecedores explicando a delicadeza da situaccedilatildeo eacute que foi possiacutevel normali-zar as entregas dos suprimentos

Segundo o professor Antocircnio Luiz ainda haacute muitos problemas com os fornecedores As licitaccedilotildees (pregotildees) emitidas pelas empresas tem um preccedilo muito abaixo do valor de mercado Em decorrecircncia desse fato as companhias tem prejuiacutezo e antes de completar os seis meses algumas deixam de forne-cer os gecircneros apesar de ainda terem saldo em caixa com a Universidade

Um dos problemas a serem contor-nados pela atual administraccedilatildeo diz res-peito a burocracia e lentidatildeo de alguns setores na etapa de licitaccedilatildeo e pregatildeo para aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios Na Proacute-Reitoria Administrativa (Divi-satildeo de Materiais) a entrada dos pre-gotildees foi feita em dezembro poreacutem os processos ficaram mais de dois meses parados dentro de uma gaveta e por isso ainda existem licitaccedilotildees de com-pras paradas em abril

A administraccedilatildeo da Universidade

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeo

Prof Antocircnio Luiz Superintendente do RU

Vista frontal do Restaurante Universitaacuterio da UFPB

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 37

Atualmente o professor Antocircnio Luiz estaacute procurando resolver os as-suntos mais urgentes do RU fazendo o levantamento do que precisa ser fei-to a exemplo dos pedidos de compras de equipamentos de seguranccedila e para a cozinha Haacute tambeacutem uma proposta

a partir dos levantamentos feitos pelo professor Antocircnio Luiz tomou um seacute-rie de iniciativas entre elas consultas juriacutedicas onde foram detectados o atra-so de salaacuterios entre outras irregularida-des trabalhistas Por conta do rombo a FCJA deixou de pagar o fundo de ga-rantia salaacuterios feacuterias e 13ordm salaacuterio aos funcionaacuterios As diacutevidas tiveram que ser quitadas pela prefeitura universitaacute-ria que repassou a verba e cumpriu a obrigaccedilatildeo social para com todos os fun-cionaacuterios Hoje a FCJA eacute dirigida por Boanerges Felix que estaacute regularizan-do as atividades da fundaccedilatildeo

O professor Antocircnio Luiz ressalta que existiam diversos problemas com equipamentos e com funcionaacuterios Na cozinha haviam vazamentos e instru-mentos como serras de cortar carne e aparelho de cortar frutas quebrados Ateacute o conserto desses aparelhos os trabalhos vinham sendo feitos manu-almente Ele encontrou equipamentos com 10 a 15 anos de uso sem programa de reposiccedilatildeo ldquoEacute impossiacutevel um siste-ma desse porte funcionar sem repor o equipamento porque ele tem vida uacutetil As caldeiras satildeo razoavelmente novas com 3 ou 4 anos de uso mas sem um sistema de manutenccedilatildeo Vazamento de oacuteleo caldeiras quebradas Foi uma si-tuaccedilatildeo que eu natildeo imaginava que en-contrariardquo observa o superintendente

Outra questatildeo importante que a nova administraccedilatildeo teve que mudar foi o fato de que os funcionaacuterios natildeo esta-vam acostumados a obedecer aos horaacute-rios Poreacutem aos poucos o pessoal foi se adaptando ao novo modelo de gestatildeo

encaminhada para concretizaccedilatildeo de um serviccedilo de auto atendimento (self servi-ce) O desperdiacutecio de comida eacute um dos grandes problemas para o Restaurante pois os alunos deixam nos pratos restos de comida suficientes para alimentar mais de 400 pessoas segundo o supe-rintendente

A equipe que trabalha no RU pre-tende realizar uma campanha de cons-cientizaccedilatildeo para que os comensais com a instalaccedilatildeo do self service co-loquem no prato apenas a quantidade realmente necessaacuteria evitando assim o desperdiacutecio Estaacute nos planos promover treinamento dos funcionaacuterios executar atividades humaniacutesticas promovendo a interaccedilatildeo entre as pessoas melhorar cada vez mais o sabor da comida (a qua-lidade jaacute existe) e aumentar o nuacutemero de funcionaacuterios e equipamentos acarre-tando numa melhora do fluxo e minimi-zando o problema das longas filas

Tambeacutem eacute interesse terminar a obra comeccedilada na administraccedilatildeo pas-sada - que jaacute deveria ter sido finaliza-da - de um complexo ao lado do atual RU Laacute seraacute instalado um restaurante para que os funcionaacuterios e estudantes natildeo contemplados pelo RU possam co-mer pagando apenas uma pequena taxa pela refeiccedilatildeo Eacute preciso ainda analisar a viabilidade dessa opccedilatildeo consultando a comunidade acadecircmica e aguardando o teacutermino das obras A comida seraacute a mesma que eacute servida gratuitamente aos alunos comensais

Comida que sobra nos pratos seria capaz de preencher 400 novas refeiccedilotildees

Restaurante Universitaacuterio em horaacuterio de funcionamento

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Reportagem Marina Maracajaacute e Nayane Maia

e mudando os haacutebitos no ambiente de trabalho A atual administraccedilatildeo prima pelo exemplo adotando a praacutetica de se-rem os primeiros a chegar e os uacuteltimos a sair colaborando com os outros fun-cionaacuterios e ajudando sempre que pos-siacutevel nas suas diferentes funccedilotildees seja no setor administrativo seja na parte de manutenccedilatildeo dos equipamentos

Proposiccedilotildees

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38 - UFPB em Revista

Blocos isolados congestiona-mentos nos horaacuterios de pico falta de estacionamento satildeo

esses alguns dos problemas que po-dem ser ocasionados pela falta de um bom plano diretor Na UFPB isso natildeo eacute diferente Encontrar agrave noite uma vaga proacutexima ao CCHLA eacute praticamente uma maratona Esse e muitos outros problemas poderiam ter sidos evita-dos se tivesse sido criado um plano diretor que limitasse as aacutereas de esta-cionamento construccedilatildeo e ainda com o planejamento da aacuterea de preservaccedilatildeo na universidade

Em 2007 em sua defesa de tese de doutorado em engenharia civil Renato Saboya explica ldquoPlano Diretor eacute um documento que sintetiza e torna expliacute-citos os objetivos consensuados para o Municiacutepio e estabelece princiacutepios diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as decisotildees dos atores envolvidos no processo de de-senvolvimento urbano convirjam tan-to quanto possiacutevel na direccedilatildeo desses objetivosrdquo

Para Acircngela Braz aluna do quinto periacuteodo de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal da Paraiacuteba pro-blemas comuns como salas com maacute ventilaccedilatildeo ou com insolaccedilatildeo intensa poderiam ter sido evitados se a insti-tuiccedilatildeo tivesse em seu plano diretor as melhores localizaccedilotildees para a constru-ccedilatildeo dos blocos Com tal planejamen-to seriam evitadas aacutereas voltadas di-retamente para o nascente ou poente e tambeacutem aacutereas natildeo favorecidas pelos ventos

Planos Diretores no Brasil

Quando questionados a maioria dos brasileiros pensam que exemplos de planejamento preventivo existem apenas em paiacuteses de ldquoprimeiro mun-dordquo poreacutem em diversos municiacutepios brasileiros planos diretores tiveram relativo sucesso como por exemplo Curitiba Brasiacutelia e ateacute mesmo Joatildeo Pessoa Sendo a uacuteltima um dos melho-res exemplos nacionais de preservaccedilatildeo de sua orla mariacutetima onde existe um

bloqueio para edifiacutecios superiores a quatro andares

ldquoA questatildeo da falta de planejamen-to urbano eacute muito mais grave do que parece o recobrimento dos solos com materiais impermeaacuteveis juntamente com o adensamento de construccedilotildees acaba ocasionando o aumento de tem-peratura em determinadas regiotildeesrdquo indaga Acircngela

O impedimento da construccedilatildeo de preacutedios altos na orla evita o conhecido fenocircmeno em diversas praias sombra Em praias de Recife Rio de Janeiro e Balneaacuterio Camboriuacute por exemplo possuem sombra na faixa de areia mes-mo horas antes do pocircr do sol devido aos gigantes que ali se encontramldquoSalas cada vez menores para turmas cada vez maioresrdquo

Para Andreacute Siqueira aluno do se-gundo periacuteodo de Arquitetura e Urba-nismo na Universidade Federal da Pa-raiacuteba a falta de um real planejamento cria ateacute mesmo a falta de acessibilida-de em diversas aacutereas da Universida-de Calccediladas estreitas com caminhos

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidade

Protesto de alunos de Miacutedias Digitais devido ao atraso de mais de dois anos na entrega do bloco do curso

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 39

Soluccedilatildeo a longo prazo

Flaacutevio Tavares membro do pro-jeto de iniciaccedilatildeo cientiacutefica ldquoTerritoacute-rios e urbanidades praacuteticas urbanas e poliacuteticas culturais no espaccedilo puacuteblico contemporacircneordquo mostra-se indignado com o fato de que o porte que a uni-versidade tem atingido seja de espa-ccedilo fiacutesico ndash com grande quantidade de alunos e funcionaacuterios circulando no seu campus - seja do volume de recur-sos aplicados anualmente e ainda natildeo possua um plano diretor em vigor Ele permitiria accedilotildees integradas de longo prazo garantindo que os investimentos ocorram de acordo com os principais anseios da comunidade universitaacuteria jaacute que a elaboraccedilatildeo do plano se daacute necessariamente a partir da discussatildeo conjunta entre os envolvidos com a re-giatildeo

Indagado sobre as possiacuteveis accedilotildees

que poderiam sanar os atuais (e fu-turos) problemas Tavares diz que a Universidade deve iniciar de imedia-to a construccedilatildeo de um ldquoPlano Diretor Participativo Integrado para o Cam-pus Joatildeo Pessoa da UFPBrdquo incluindo questotildees de planejamento participativo na proposiccedilatildeo das futuras obras per-mitindo que a comunidade acadecircmica possa opinar sobre as obras que ali se-ratildeo executadas resultando numa maior conexatildeo e identificaccedilatildeo com os usuaacute-rios Quanto a uma obra especiacutefica ele acredita que uma ampla intervenccedilatildeo no

desenho urbano do campus seria ne-cessaacuteria priorizando o fluxo de pedes-tres com pisos adequados vegetaccedilatildeo passarelas etc

Para finalizar Flaacutevio lembra que agora que a Universidade acolhe um maior nuacutemero de pessoas com defici-ecircncia tendo o dever natildeo soacute legal mas tambeacutem social de incluir estas pessoas num deslocar seguro e independente Sendo esse apenas possiacutevel com um planejamento efetivo da estrutura fiacutesi-ca da Universidade

No final de 2012 Margareth Diniz assumiu a Reitoria da Uni-versidade Federal da Paraiacute-ba e com ela iniciaram-se projetos de um Plano Dire-tor Esse Plano teraacute como principal foco proteger a reserva de mata atlacircntica na qual a Instituiccedilatildeo estaacute sediada O professor Seacutergio Alonso recentemente em-possado prefeito do Campus I eacute um dos membros desta comissatildeo que discute a cria-ccedilatildeo do Plano na UFPB Ele teraacute a missatildeo de coordenar as discussotildees sobre o PD

Planejamento evita problemas como o demonstrado no viacutedeo acima

Novo campus em Rio Tinto Obras que esteticamente feias e sem utilidade

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ReportagemFrancisco de Oliveira

Guilherme Pontes

confusos ou ateacute mesmo inexistentes e ainda praccedilas de permanecircncia sem co-bertura satildeo outros exemplos lembra-dos por Siqueira

Sobre o futuro Andreacute eacute pessi-mista e comenta que a cada dia mais problemas surgem Ser deficiente na UFPB eacute praticamente impossiacutevel Blocos aleatoacuterios para cursos que de-veriam ter salas proacuteximas Essas in-clusive estatildeo cada vez menores para turmas cada vez maiores ldquoSalas com janelotildees feitas para serem usadas com projetor que tipo de arquiteto aprova issordquo provoca

INFRAESTRUTURA

40 - UFPB em Revista

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Central

Construiacuteda haacute mais de 30 anos a Biblioteca Central da UFPB nunca passou por uma grande reforma

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Se algueacutem que frequenta a Bi-blioteca Central da UFPB atu-almente fosse perguntado sobre

qual a sua impressatildeo sobre o local as respostas certamente seriam se-melhantes agraves de quem respondesse a mesma pergunta haacute dez ou vinte anos calor poeira mofo falta de acessibilidade e estrutura deficitaacuteria estariam entre as palavras mais cita-das Isso se explica pelo fato do preacute-dio construiacutedo na deacutecada de 1970 ter sido mal planejado e nunca ter passado por uma grande reforma

Com o acervo atual em torno dos 400 mil exemplares a Bibliote-ca Central tem como principal fina-lidade dar suporte de informaccedilotildees aos programas de ensino pesquisa e extensatildeo Construiacuteda ao lado de uma mata ndash a UFPB estaacute localizada em uma regiatildeo de Mata Atlacircntica ndash so-fre com a maacute conservaccedilatildeo do acervo

exposto agrave umidade poeira e insetosSegundo a bibliotecaacuteria TM que preferiu natildeo se identificar o uacutelti-mo governo ateacute fez investimentos importantes no local ldquoAtraveacutes de pregotildees e ouvindo sugestotildees de co-ordenadores de cursos e professores foram adquiridos milhares de novos tiacutetulos Aleacutem disso foram instala-dos novos computadores cadeiras e feita a climatizaccedilatildeo de algumas salasrdquo A ideia eacute que nos proacuteximos anos sejam feitos novos investimen-tos no local ldquoA nova Reitora pro-meteu um sistema de climatizaccedilatildeo completo para o preacutediordquo afirma TM

Apesar das melhorias nos uacutel-timos anos e a promessa de novos investimentos para um futuro proacute-ximo muitas mudanccedilas inclusive estruturais precisam acontecer na Biblioteca Central ldquoO projeto ar-quitetocircnico eacute defeituoso Eacute impos-

siacutevel falar em climatizaccedilatildeo enquan-to natildeo for solucionado o problema das grandes frestas nas paredes do lugar Tambeacutem natildeo adianta climati-zar sem ser feita uma higienizaccedilatildeo em todo o preacutediordquo afirma o fun-cionaacuterio Francisco Joseacute Assistente Administrativo do local haacute 25 anos

Natildeo bastasse o problema de con-servaccedilatildeo do acervo existe uma ques-tatildeo ainda mais grave a ser tratada a sauacutede dos que frequentam a Bibliote-ca Central Vaacuterios funcionaacuterios rela-taram problemas de sauacutede por causa da higiene e estrutura do local O acuacutemulo de poeira e fungos jaacute causou vaacuterias doenccedilas de pele desde cocei-ras ateacute alergias seacuterias Aleacutem disso eacute comum funcionaacuterios reclamarem de problemas de coluna causados pelo manuseio das pesadas estantes e pro-blemas de mobilidade com os carros de matildeo que transportam os livros

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 41

Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

A realidade

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

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ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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PELO CAMPUS

46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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PELO CAMPUS

50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

PELO CAMPUS

52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 5: UFPB em revista

Viacutedeo veiculado na internet revela atrito em sala de aulap10

Grupos de pesquisa desafios e metas dos pesquisadores da UFPBp20

Estaacutegio A busca pela experiecircncia profissionalp26

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Centralp40

Curso preacute-vestibular funciona de modo precaacuteriop14

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeop36

Estacionamento precaacuterio provoca transtorno na UFPBp32

Onde os gatos tecircm vezp46

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agorap50

ENSINO

8 - UFPB em Revista

Com o sistema de Educaccedilatildeo agrave Distacircncia ndash EaD pelo UFPB-VIRTUAL atraveacutes do sistema

Moodle alunos da graduaccedilatildeo regular presencial da UFPB podem ter ateacute 20 da carga horaacuteria de seus cursos ministrados virtualmente Conforme prevecirc a Portaria Nordm 4059 de 10 de dezembro de 2004 do MEC Atraveacutes desta portaria que vale para todo o territoacuterio nacional a professora e pes-quisadora Deacutebora Regina Opolski da disciplina de Aacuteudio I (curso de Comu-nicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais) ministrou algumas aulas on-line via viacutedeo confe-recircncia e acompanhou algumas ativida-des pela plataforma Moodle (sistema de administraccedilatildeo de atividades educa-cionais destinado agrave criaccedilatildeo de comu-nidades on-line em ambientes virtuais voltados para a aprendizagem utiliza-dos pelas universidades em todo)

Poreacutem segundo relatos de estu-dantes do curso esta ferramenta natildeo os favoreceu academicamente pois a plataforma utiliza um layout compli-cado para quem natildeo teve um preacutevio

UFPB agrave distacircncia expande horizontes para a educaccedilatildeo

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treinamento de uso e esta dificuldade acabou prejudicando o andamento das atividades bem como o conteuacutedo a ser transmitido ldquoFoi difiacutecil pra mim porque as atividades que a professora enviava natildeo apareceram por completo sempre faltava um ou outro arquivo Tive que pegar o conteuacutedo com cole-gas que tiveram acesso aos arquivos que natildeo apareciam para mim Quase toda a turma teve problemas para usar o Moodle muitos tiveram problemas de conexatildeo onde o sistema natildeo fazia o login da senha de acesso (que era individual) e utilizava o nosso nuacutemero de matricula como usuaacuteriordquo disse a es-tudante Jeacutessica de Souza Morais

A professora Deacutebora tambeacutem con-tou que teve vaacuterios problemas para incluir os alunos no sistema como tambeacutem para envio de arquivos com os conteuacutedos e atividades Essas fa-lhas acabaram comprometendo muito o ensino da disciplina para a turma Ela ainda relatou que por vaacuterias vezes procurou a equipe teacutecnica da univer-sidade bem como amigos que utili-

zavam a software em busca de algum treinamento ou informaccedilatildeo especiacutefica para utilizaccedilatildeo da ferramenta para pro-fessores que inclui aleacutem do monitora-mento de utilizaccedilatildeo e de carga horaacuteria de visita dos arquivos pelos alunos o sistema de consolidaccedilatildeo de notas para cada estudante matriculado

Para a coordenadora adjunta da UFPBVIRTUAL Renata Patriacutecia Lima Jeronymo M Pinto esse softwa-re tem uma proposta bastante diferen-ciada de aprender e passar informaccedilatildeo em colaboraccedilatildeo no ambiente on-line e tem como base a pedagogia soacutecio construtivista aberta livre e gratuita e pode ser carregado utilizado mo-dificado e ateacute distribuiacutedo ldquoDesconhe-ccedilo o acontecimento destes problemas apresentados neste caso da turma de Miacutedias Digitais mas afirmo que foi um caso isolado pois geralmente natildeo temos muitos problemas com a plata-forma Eventualmente podem aconte-cer alguns desvios de funcionamento que podem ser resolvidos pela equipe teacutecnica em caso de reclamaccedilotildees Algu-

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 9

Reuniatildeo de professores no Laboratoacuterio I da UFPB Virtual

O que fazer para melhorar

Sistema Virtual

ReportagemDannylo Vasconcelos

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Foto do cartaz de divulgaccedilatildeo do vestibular da UFPB Virtual em 2012

mas medidas foram tomadas nos uacutelti-mos meses para melhorar o acesso e a utilizaccedilatildeo do Moodle e muitas outras melhorias viratildeo ainda esse mecircsrdquo disse

Para o aluno Adilson Joseacute de Oli-veira de 34 anos do curso de Pedago-gia online que utiliza exclusivamente o Moodle como interaccedilatildeo entre os gra-duandos e professores a plataforma no inicio das atividades de curso apresen-ta certa complexidade de utilizaccedilatildeo mas nada que com pouco tempo de uso natildeo fique faacutecil ldquoTive soacute um proble-ma no qual um arquivo de revisatildeo de prova natildeo apareceu pra mim logo co-muniquei ao professor e ele me enviou por email No mais nada de muito complicadordquo relatou o estudante que ainda elogiou o sistema dizendo ser para ele que mora longe do campus da universidade a oportunidade de fazer um curso superior em casa podendo assim continuar com suas atividades profissionais no municiacutepio que mora no cariri paraibano

A UFPBVIRTUAL e o Centro de Informaacutetica da UFPB publicaram no dia 09 de abril um projeto-parceria atraveacutes da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios com o objetivo de melhorar a qualida-de no acesso agrave plataforma de ensino agrave distacircncia Solicitando a colaboraccedilatildeo de atuais e ex usuaacuterios a ideia eacute apurar informaccedilotildees que os ajudem a melho-raacute-lo Os questionaacuterios foram projeta-do de forma a serem respondidos num tempo que varia entre 2 e 5 minutos Todos podem participar estudantes professores tutores etc

Os questionaacuterios contemplam as-suntos importantes no questionaacuterio 1 a abordagem se centra na Anaacutelise da Acessibilidade da Plataforma EaD da UFPBVirtual no questionaacuterio 2 o pon-to central eacute a avaliaccedilatildeo da Interface do Curso Superior de LIBRAS da UFPB Virtual (Apenas para alunos do curso de letrasLIBRAS) no questionaacuterio 3 as questotildees buscam informaccedilotildees sobre a Comunicabilidade na UFPB Virtu-al no questionaacuterio 4 a abordagem eacute a avaliaccedilatildeo de Interfaces de Platafor-mas EAD em Dispositivos Moacuteveis no questionaacuterio 5 os idealizadores bus-cam respostas sobre a Usabilidade do Ambiente Virtual Moodle No questio-naacuterio 6 a abordagem busca avaliar In-terfaces Multimodais na UFPB Virtual

Com o intuito de formar profes-sores Leigos atuantes em escolas publicas bem como o a formaccedilotildees de jovens e adultos que moram no interior da Paraiacuteba UFPBVIRTU-AL integra o Sistema Universidade Aberta do Brasil ndash UAB Utilizando modernas tecnologias da informaccedilatildeo e da comunicaccedilatildeo e de metodologias inovadoras de ensino Os cursos satildeo desenvolvidos com base na Internet atraveacutes do ambiente virtual de apren-

dizagem Moodle e tambeacutem materiais impressos CDs DVDs Bibliotecas Virtuais e assistecircncia personalizada aos estudantes nos Polos de Apoio presencial em todo o Estado Ao todo satildeo ofertados nove cursos de graduaccedilatildeo todos na modalidade a distacircncia e com 50 das vagas por cada ano no vestibular em Matemaacuteti-ca Letras Libras Pedagogia Ciecircn-cias Bioloacutegicas Ciecircncias Agraacuterias Ciecircncias Naturais Computaccedilatildeo e Administraccedilatildeo Puacuteblica

e no questionaacuterio 7 avaliar o Uso de EAD e Redes Sociais

ENSINO

10 - UFPB em Revista

Viacutedeo veiculado na internet revela atrito em sala de aula

O acesso a uma grande gama de informaccedilotildees e meios de propa-gaccedilatildeo raacutepida de notiacutecia oca-

sionado pela popularizaccedilatildeo das redes sociais nos uacuteltimos tempos fez com que surgissem vaacuterias atitudes de estu-dantes entre eles universitaacuterios que seja por provocaccedilatildeo ou simples curio-sidade passaram a questionar o pro-fessor acerca da disciplina e dos meacuteto-dos aplicados O resultado eacute o aumento dos atritos naturais envolvendo a hie-rarquia existente na relaccedilatildeo de quem ensina e quem aprende

Recentemente circulou nas redes sociais um viacutedeo realizado dentro da sala de aula por estudantes do 1ordm periacute-odo do curso de Comunicaccedilatildeo Social da Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) O viacutedeo foi protagonizado pela professora Maria Luacutecia de Olivei-ra e uma de suas alunas nele a profes-sora demonstra fuacuteria ao perceber que a estudante estava lendo um livro que natildeo pertencia agrave aula

Os alunos que tinham o haacutebito de usar os celulares para captar o aacuteudio para estudo posterior imediatamente gravaram a discussatildeo e recorreram entatildeo ao coordenador do curso que os orientou a juntarem mais provas O

resultado foi uma seacuterie de viacutedeos que pipocaram nas redes sociais e no you-tube chamando a atenccedilatildeo de outros meios de comunicaccedilatildeo

Este fato ocorrido dentro da UFPB expotildee a fragilidade da relaccedilatildeo discen-te-docente na atualidade onde um ex-cesso de autoridade pode acarretar pro-blemas no relacionamento e em casos extremos como o acontecido provo-car um fim forccedilado de uma relaccedilatildeo Ou seja o que natildeo pode ocorrer eacute o rompi-mento da barreira entre a autoridade e o autoritarismo

Segundo os alunos a Professora Luacutecia jaacute natildeo tinha um bom relacio-namento com a turma e no caso se enervou a ponto de proferir palavras que poderiam ser proferidas de forma educada mas humilhavam os mesmos ldquoA gente jaacute tinha ouvido falar que ela humilhava os alunos e que para ser aprovado com ela tinha de conversar com ela mostrar-se amigo delardquo con-ta Edielly Arauacutejo ldquoO bom professor tem de ser humano Um tiacutetulo pode ateacute causar um distanciamento na relaccedilatildeo No episoacutedio por exemplo a professo-ra bradava que era doutora e que noacutes natildeordquo completa

Desde crianccedila somos educados

a respeitar a hierarquia educacional Dentro de uma instituiccedilatildeo de ensi-no o professor eacute a parte do comando que estaacute mais proacuteximo ao aluno Eacute o professor que determina o processo de construccedilatildeo do conhecimento Jaacute o alu-no deve acatar as decisotildees dos docen-tes e provar que aprendeu

A relaccedilatildeo professor-aluno estaacute sujeita a normas dos professores e do curso aspectos pedagoacutegicos objetivos a serem cumpridos sistemas de avalia-ccedilatildeo e outra gama de convenccedilotildees que natildeo estatildeo apenas sob a accedilatildeo dos proacute-prios docentes e discentes como pode-ria se pensar Inclusive algumas delas estatildeo sujeitas agrave legislaccedilatildeo vigente no Brasil

A lei que rege a educaccedilatildeo superior do nosso paiacutes eacute denominada LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo) de 20 de dezembro de 1996 Ela promove a descentralizaccedilatildeo e a autonomia para as universidades prevendo que estas elaborem e executem seu plano peda-goacutegico onde se estabelece a relaccedilatildeo aluno-professor

No caso relatado a professora foi taxada como vilatilde da histoacuteria e acabou afastada do departamento Foi procu-

Alunos usam redes sociais e procuram a miacutedia para expressar revolta contra atitude de professora UFPB tenta minimizar choque atraveacutes de ouvidoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 11

rada por toda imprensa para dar a sua versatildeo dos fatos mas preferiu o silecircn-cio dando voz ao ditado popular de que ldquoquem cala consenterdquo Outros pro-fessores poreacutem se declaram viacutetimas em casos semelhantes

De acordo com o mestre em His-toacuteria pela UFPB Paulo Eduardo ldquoLe-cionar estaacute a cada dia mais difiacutecil Nem me preocupo tanto com o salaacuterio mas principalmente com a violecircncia as agressotildees Natildeo sei realmente o que fazer tanto para natildeo ser agredido quanto para me conterrdquo desabafa

Percebe-se que a diferenccedilas de postura de um professor para outro quando estes imprimem a sua ldquomarcardquo De acordo com a sua personalidade evidenciam diferenccedilas metodoloacutegicas e filosoacuteficas que satildeo percebidas pelos alunos em sala de aula Um bom pro-fessor acaba sendo espelho e ateacute certo ponto um iacutedolo para alguns alunos

Ouvidoria

Reportagem Roacutebson A Viana e Wallyson Costa

A gestatildeo de uma universidade em-bora baseada na democracia continua com as decisotildees sendo tomadas verti-calmente de cima para baixo estabe-lecendo relaccedilotildees de autoridade Alguns professores valem-se dessa autoridade para impor seu respeito ao inveacutes de estabelececirc-lo atraveacutes da conquista Poucas decisotildees satildeo tomadas de forma coletiva

A fim de minimizar isso e para o re-cebimento de reclamaccedilotildees e sugestotildees sobre o funcionamento da instituiccedilatildeo a UFPB possui a Ouvidoria Geral co-mandada pelo Prof Dr Ceacutesar Emanoel Barbosa de Lima Segundo o Professor a Ouvidoria serve como acolhimento e estaacute agrave disposiccedilatildeo para receber suges-totildees e conciliar situaccedilotildees tanto quanto tem funccedilatildeo de encaminhar denuacutencias sobre casos

O oacutergatildeo funciona como apazigua-dor tentando encaminhar as reclama-ccedilotildees para o setor competente ldquoQuando haacute reclamaccedilotildees de alunos a gente ouve e entramos em contato com o depar-tamento e com o professor Depois de encaminhada a denuacutencia haacute um prazo para a resposta Se alguma parte natildeo fica satisfeita com o encaminhamento a denuacutencia vai subindo de instacircncia ateacute o oacutergatildeo superior por exemplo o Con-selho Universitaacuterio (Consuni)rdquo

Atualmente a Ouvidoria eacute um oacuter-gatildeo pouco divulgado tanto que no

caso da professora Luacutecia nenhuma denuacutencia foi feita ldquoEstamos um pouco escondidos embora as ligaccedilotildees nos se-jam encaminhadas Temos de ser mais

humanos e melhorar no contato com a sociedaderdquo diz Barbosa de Lima

Ele segue argumentando que ldquotem

de haver uma divulgaccedilatildeo melhor do que eacute realizado aqui dentro para so-ciedade A nova gestatildeo estaacute disposta a dar uma nova roupagem a UFPB A di-vulgaccedilatildeo seraacute bem maior Estamos nos mudando para o hall de entrada da rei-toria o que nos daraacute maior visibilida-de Na paacutegina da UFPB seraacute colocado um link que natildeo havia ateacute o momento para contato direto com a Ouvidoriardquo completa o professor afirmando que dessa maneira espera chegar cada vez mais perto de uma relaccedilatildeo professor-aluno agradaacutevel

ldquoNatildeo existe sistema 100 natildeo se resolve tudo mas trabalhamos para que isso aconteccedilardquo

Prof Ceacutesar Emanoel Lima

O prof Ceacutesar Emanoel afirma empenho na melhora da relaccedilatildeo ProfessorAluno

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Nova localidade da Ouvidoria sendo preparada no Hall de entrada da UFPB

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ENSINO

12 - UFPB em Revista

UFPB Virtual e o Ensino agrave distacircncia na Paraiacuteba

Polo presencial no campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba em Joatildeo Pessoa

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O ensino a distacircncia jaacute eacute uma re-alidade que se consolida cada vez mais nas universidades do

Brasil e do mundo Com a Universi-dade Federal da Paraiacuteba natildeo eacute dife-rente a UFPB Virtual tem recebido cada vez mais alunos o que confirma a tendecircncia de crescimento da educa-ccedilatildeo agrave distacircncia (EAD) no cenaacuterio pa-raibano

Todos os cursos oferecidos pela UFPB virtual funcionam de maneira similar Poreacutem cada qual com modi-ficaccedilotildees para atender as necessidades especiacuteficas de cada aacuterea O curso de licenciatura em ciecircncias bioloacutegicas agrave distacircncia por exemplo aleacutem das au-las virtuais e encontros presenciais possui aulas de campo e em laboratoacute-rio para uma formaccedilatildeo mais completa e soacutelida dos alunos De acordo com o facebook da UFPB Virtual ldquoAlguns procedimentos satildeo padronizados ou-tros natildeo O uacutenico que todos tem em comum 100 satildeo as provas presen-ciais obrigatoacuterias pelo MECrdquo

Cursos agrave distacircncia na UFPB

Os cursos ofertados pela UFPB Virtual satildeo ministrados via Moodle software que serve como plataforma virtual de aprendizagem Haacute tambeacutem aulas presenciais cuja localizaccedilatildeo e periodicidade variam O curso de Pe-dagogia por exemplo possui mais de 15 poacutelos em diferentes municiacutepios da Paraiacuteba para viabilizar as aulas presen-ciais

O preparo dos professores eacute fei-to por meio do e-tutor um projeto de capacitaccedilatildeo continuada da UFPB vir-tual Nele qualquer professor ou tutor da UFPB pode se inscrever _ na coor-denaccedilatildeo do curso do qual faz parte _ para a seleccedilatildeo do processo de cursos de capacitaccedilatildeo que possuem vagas li-mitadas

Ateacute o momento todas as gradua-ccedilotildees pela UFPB Virtual satildeo ofertadas na modalidade Licenciatura com ex-ceccedilatildeo do Bacharelado em Adminis-traccedilatildeo Puacuteblica Haacute tambeacutem uma poacutes-

graduaccedilatildeo especializaccedilatildeo em Gestatildeo Puacuteblica As graduaccedilotildees satildeo Ciecircncias Agraacuterias Ciecircncias Bioloacutegicas Ciecircn-cias Naturais Matemaacutetica LetrasPor-tuguecircs LetrasLIBRAS Computaccedilatildeo e Pedagogia

Um dos principais objetivos da oferta de cursos agrave distacircncia eacute dar a oportunidade agraves pessoas que natildeo po-dem se deslocar para outras localidades com o intuito de realizar tais cursos Dessa forma a oferta de curso online pela UFPB jaacute ultrapassou ateacute mesmo as fronteiras do estado Eacute possiacutevel ci-tar como exemplo o curso de Ciecircncias Bioloacutegicas que possui um polo na ci-dade de Jacaraci na Bahia Haacute tambeacutem dois poacutelos para o curso de Pedagogia no estado de Pernambuco nas cidades de Limoeiro e Ipojuca Apoacutes a conclu-satildeo dos cursos de graduaccedilatildeo a distacircn-cia eacute possiacutevel continuar os estudos com uma especializaccedilatildeo lato sensu ou strictu sensu O diploma eacute vaacutelido como o de qualquer outra graduaccedilatildeo realiza-da na modalidade presencial

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 13

Treinamento de professores pelo e-tutor

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Reportagem Walter Liciacutenio e Eacuterika Antunes

Os cursos de licenciatura agrave distacircn-cia satildeo ofertados com o intuito de for-mar professores aptos a ministrarem aulas na segunda etapa do ensino fun-damental e no ensino meacutedio atenden-do a necessidade de aprimoramento de professores que natildeo tecircm ensino supe-rior e formando pessoas residentes nas cidades do interior do estado que natildeo possuem faacutecil acesso agrave educaccedilatildeo ldquoHaacute todo tipo de aluno sem-terra pessoas da zona rural pessoas de alta e baixa renda etc Se vocecirc der uma olhada em nosso edital vocecirc veraacute que atendemos 3 tipos de puacuteblico distintos Demanda social professores da rede puacuteblica e surdosrdquo afirma a paacutegina do facebook da UFPB Virtual

Um dos maiores esforccedilos da edu-caccedilatildeo agrave distacircncia eacute manter a qualidade de ensino para que seus cursos sejam tatildeo eficientes quanto os presenciais Para que isso seja possiacutevel tem-se mantido paracircmetros dos cursos pre-senciais equivalentes Por exemplo o curso de Ciecircncias Bioloacutegicas oferece um fluxograma curricular igual ao mi-nistrado presencialmente com o mes-mo nuacutemero de horas-aula e creacuteditos Jaacute o curso de Matemaacutetica conta com apenas 90 horas a menos que seu equi-valente presencial

Preconceito

Pessoas mais tradicionais tendem a pensar que um formado em EAD

natildeo eacute tatildeo capaz quanto um formado em curso presencial A realidade eacute bem contraacuteria com a flexibilidade de horaacute-rios a pessoa que estaacute matriculada em um curso a distacircncia deve ser focada organizada e ter disciplina para man-ter seus estudos _ natildeo se dispersar seja com o ambiente onde estaacute ou a inter-net

Desde o ano de 2004 o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) aprovou a inser-ccedilatildeo de 20 da carga horaacuteria curricular em cursos superiores presenciais como aulas ministradas agrave distacircncia Tal posi-cionamento de um oacutergatildeo governamen-tal pode ser o indiacutecio de uma aceitaccedilatildeo

maior da modalidade de ensino ldquoO preconceito relacionado a EaD eacute uma discussatildeo ampla poreacutem ainda existe simrdquo constata o canal de contato on-line da UFPB Virtual Talvez a proacute-pria falta de conhecimento acerca da modalidade de ensino seja a razatildeo de parte da populaccedilatildeo negar-se a acreditar nesse meacutetodo educacional que com a difusatildeo do acesso agrave rede continuaraacute a se expandir

Ensino agrave distacircncia

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ENSINO

14 - UFPB em Revista

Alunas do Cursinho sendo entrevistadas

Curso preacute-vestibular funciona de modo precaacuterioAriany Melo 17 anos Emma-

nuela da Silva 24 Mayra Lu-cena 18 e Larissa dos Anjos

tambeacutem de 17 anos satildeo alunas do Cur-sinho Preacute-Vestibular que se iniciou em 14 fevereiro na UFPB - Universidade Federal da Paraiacuteba - todas elas tecircm em comum o sonho da aprovaccedilatildeo no ves-tibular

Para Ariany Melo que pretende cursar Relaccedilotildees Puacuteblicas e estaacute pela 2ordf vez no Cursinho Preparatoacuterio falta uma melhor organizaccedilatildeo para o funcio-namento das aulas ldquoO curso eacute legal mas eu esperava mais Noacutes temos mui-tas aulas vagas no ano passado natildeo era assim Pelo horaacuterio que recebemos as aulas deveriam ir das 13 agraves 17 horas Muitas vezes temos que esperar para ter apenas a uacuteltima aula simplesmente porque ningueacutem nos avisardquo comenta

O curso tem grande procura e a idade meacutedia dos frequentadores vai de 17 a 60 anos ldquoEacute difiacutecil entrar aqui a seleccedilatildeo eacute feita pela avaliaccedilatildeo da renda e o histoacuterico escolar do aluno Tambeacutem natildeo temos gastos adicionais pagamos apenas pelas coacutepias do material dispo-nibilizado pelos professores e as passa-gens de ocircnibus ainda temos o direito de tirar a carteirinha de estudanterdquo diz

Emmanuela da Silva que vai prestar vestibular para Serviccedilo Social

A turma que elas fazem parte conta com alunos portadores de necessidades especiais entre eles estaacute Larissa dos Anjos que sonha em fazer Psicologia Para ela a rotina de pegar material de-pois das aulas eacute um pouco diferente Jaacute que natildeo enxerga Larissa tem que ir ateacute o setor da universidade responsaacutevel em passar para o Braile o material dispo-nibilizado ldquoNoacutes pegamos o material necessaacuterio para as aulas com exceccedilatildeo de Matemaacutetica Quiacutemica e Fiacutesica que natildeo fica disponiacutevel Esses professores fazem o que podem enviam por email e eu estudo com ajuda do leitor virtu-alrdquo conta

Larissa Leite disse ainda que sente falta de algumas atitudes para ela eacute pre-ciso maior empenho para que as coisas funcionem melhor Mayra Lucena que espera cursar Jornalismo ou Pedagogia no ano que vem concorda com a cole-ga ldquoNo comeccedilo das aulas tinha uma pessoa aqui para acompanhar e ajudar no que eles precisassem agora somos noacutes que fazemos isso Inclusive temos um colega esquizofrecircnico e fica visiacutevel a falta de preparo dos professores quan-do acontece alguma situaccedilatildeordquo explica

Entrevista

A Coordenadora do Nuacutecleo de Jo-vens e Adultos da UFPB - Universida-de Federal da Paraiacuteba - Maria de Faacute-tima dos Santos Oliveira negou-se a dar declaraccedilotildees sobre o Cursinho Preacute-Vestibular o qual ela eacute responsaacutevel Ela exigiu uma Carta de Apresentaccedilatildeo da equipe de reportagem argumentan-do que esse eacute um procedimento de pra-xe no Departamento

Inicialmente a coordenadora omi-tiu tambeacutem o local e horaacuterio de fun-cionamento do curso Maria de Faacuteti-ma afirmou ser ldquoincorreto da parte de vocecircs (noacutes da reportagem) procurar alunos e professores do curso sem autorizaccedilatildeordquo acrescentou Maria de Faacutetima disse ainda que os professores sabem da necessidade dessa autoriza-ccedilatildeo ldquoQuem estaacute sendo inconveniente aqui eacute o professor de vocecircs porque ele sabe que isso eacute preciso Eacute uma forma de nos resguardarrdquo finalizou

O Professor Derval Golzio cha-mado de inconveniente por Faacutetima discorda dessa posiccedilatildeo ldquoeacute no miacutenimo um absurdo que um funcionaacuterio puacutebli-co se negue a disponibilizar esse tipo de informaccedilatildeo principalmente por se

tratar de coisas tatildeo simplesrdquo Golzio ainda questionou qual seria o inconveniente de prestar informaccedilotildees tatildeo baacutesicas que a professora Maria de Faacutetima sob pre-textos burocraacuteticos injustifi-caacuteveis faz tanto segredo

Greve na UFPB

A greve na UFPB foi o fator determinante para os resultados negativos obti-dos ano passado pelos es-tudantes que frequentaram o Cursinho Preacute-Vestibular da UFPB eacute o que diz o Pro-fessor de Matemaacutetica Paulo Rogeacuterio Para ele a interrup-

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 15

ccedilatildeo nas aulas causou o elevado niacutevel de evasatildeo nas turmas ldquoOs resultados ano passado natildeo foram bons a greve iniciada praticamente na metade do ano desestimulou os nossos alunos no comeccedilo do ano as salas eram cheiasrdquo pondera

Criado por um convecircnio entre a Universidade e a Secretaria de Edu-caccedilatildeo do Estado da Paraiacuteba o Curso faz parte do Nuacutecleo de Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos e foi inicialmente pensado para os estudantes do ensino meacutedio na UFPB que estatildeo no EJA ndash Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos - mas a alta procura fez com que fossem aber-tas novas vagas conta Rogeacuterio

O Professor explica que hoje exis-tem 2 turmas agrave tarde e 1 agrave noite com uma meacutedia de 150 alunos no total a maioria constituiacuteda de jovens Para ele lidar com Portadores de Necessi-dades Especiais eacute um desafio ldquoTraba-lhei com pessoas portadoras de algum tipo de deficiecircncia apenas uma vez mas faz muito tempo Natildeo tive ne-nhum tipo de treinamento acho que todo professor precisa receber um bom preparado infelizmente isso ain-da natildeo acontece O que me estimula eacute ver a forccedila de vontade desses alunosrdquo completou

Cursos de idioma pelo Departamen-to de Letras

Curso de extensatildeo em liacutenguas es-trangeiras eacute uma iniciativa do DLEM (Departamento de Letras Estrangeiras Modernas) Ele eacute aberto para toda co-

munidade seu uacutenico preacute-requisito eacute ter mais de 18 anos Satildeo oferecidos cur-sos de Liacutengua Inglesa Alematilde France-sa e Espanhola Para adentrar no curso eacute necessaacuterio fazer uma prova de sele-ccedilatildeo (em liacutengua portuguesa) O chefe do DLEM Professor Doutor Roberto Carlos de Assis natildeo soube precisar qual era a concorrecircncia do processo de seleccedilatildeo para uma das vagas dos cursos no entanto ele acredita que a concor-recircncia gira em torno de seis alunos por vaga

Os alunos de graduaccedilatildeo em Letras da UFPB supervisionados por seus professores satildeo os responsaacuteveis pelas as aulas do curso de extensatildeo Eles re-cebem uma bolsa de aproximadamente 200 reais Para dar essas aulas eacute preci-so estaacute no 4ordm periacuteodo do curso de gra-duaccedilatildeo ou jaacute ter experiecircncia compro-vada em sala de aula

O material para acompanhar as aulas fica por conta dos alunos Aleacutem disso se o aluno passar no processo se-letivo ainda tem uma taxa de matriacutecu-la no valor 100 reais para comunidade em geral e 90 reais para os alunos de letras Os alunos da residecircncia univer-sitaacuteria satildeo isentos dessa taxa

O professor Doutor Roberto Carlos de Assis crer que o percentual de eva-satildeo do curso de extensatildeo se aproxima dos 30 Para ele essa taxa eacute normal Natildeo haacute nenhum levantamento sobre quem mais procura o curso mas ele acredita que pessoas das mais diferen-tes aacutereas o procuram

Ana Carla graduanda do curso de Turismo faz o segundo semestre de in-

glecircs do curso de extensatildeo Ela acredita que o curso oferece uma boa oportu-nidade para aprender uma liacutengua to-davia o aluno tambeacutem tem que fazer sua parte para aprender mais Ela deci-diu aprender inglecircs porque na opiniatildeo dela ser biliacutengue eacute essencial para qual-quer pessoa que queira entrar no mer-cado de trabalho principalmente na aacuterea que ela pretende atuar o turismo

Ana Carla jaacute tinha uma base de co-nhecimento de inglecircs antes de entrar no curso No entanto nem todos os alunos satildeo assim Eacute o que afirma o bolsista do curso de extensatildeo Caio Antocircnio alu-no de graduaccedilatildeo em Letras Inglecircs Para ele as turmas iniciantes do curso de extensatildeo satildeo as mais trabalhosas pois muita gente natildeo tem uma boa base na liacutengua Como ele costuma dar suas au-las falando o inglecircs na maior parte do tempo algumas pessoas apresentam dificuldade Para ser melhor compre-endido por essas pessoas ele muitas vezes faz o uso da miacutemica

Outra dificuldade encontrada por Caio Antocircnio eacute o nuacutemero de alunos em sala de aula As turmas comeccedilam com 25 alunos Para o bolsista eacute possiacutevel dar uma aula com esse nuacutemero de alu-nos mas o rendimento cresce em tur-mas menores Segundo ele numa tur-ma com poucas pessoas eacute possiacutevel dar uma atenccedilatildeo individual aos alunos

Reportagem Francisco Dantas e Rocircmulo Jeferson

Curso de liacutenguas estrangeiras eacute uma iniciativa do DLEM (Departamento de Letras Estrangeiras Modernas)

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PESQUISA

18 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Para-iacuteba dispotildee de dois viveiros de animais para pesquisas labora-

toriais tambeacutem conhecidos como bio-teacuterio Satildeo locais inteiramente voltados para estudo de animais quer seja com-portamental procriaccedilatildeo ou mesmo para realizaccedilatildeo de experiecircncias No entanto apenas uma dessas unidades encontra-se ativa e haacute diferenccedilas notaacute-veis em ambos desde sua localizaccedilatildeo agraves suas atividades

Inaugurado em Fevereiro de 2004 com 900 metros quadrados o Bioteacuterio Thomas George eacute um exemplo como setor de pesquisa de uma universida-de Integra o Laboratoacuterio de Tecnolo-gia Farmaceutica (LTF) e ocupa aacuterea dentro da UFPB cercada e com guarita proacutepria O bioteacuterio foi financiado du-rante sua criaccedilatildeo pela Agecircncia Nacio-

nal de Vigilacircncia Sanitaacuteria (Anvisa) e atualmente sua manutenccedilatildeo eacute assegu-rada por projeacutetos de pesquisa proacuteprios doaccedilotildees e pela reitoria

Dentre as espeacutecies disponiacuteveis para pesquisa o laboratoacuterio possui ratos Wistar conhecida como rato-branco-de-laboratoacuterio camundongos Swiss e coelhos prontos para estudo pesquisa e experimentos quer seja em animais vivos ou em vitro (experimentos com sistemas fechados que podem ser iso-lados temporariamente em recipientes de vidro) Os roedores satildeo alguns dos animais mais importantes em pesqui-sas laboratoriais por serem faacuteceis de cuidar com ciclo de vida curto manu-tenccedilatildeo barata e por possuiacuterem seme-lhanccedilas fisioloacutegicas com o organismo humano ao ponto de desenvolver al-gumas das mesmas enfermidades

Como funciona

Para integridade dos dados colhi-dos nas pesquisas as dependecircncias do bioteacuterio seguem estritas normas de am-bientaccedilatildeo interna Segundo o teacutecnico bioterista Joseacute Crispim ldquocada sala eacute cli-matizada e mantida com pressotildees distin-tas positivas e negativasrdquo (termo usado para definir niacuteveis de pressatildeo maiores ou menores que a pressatildeo atmosfeacuterica comum definidos de acordo com as es-peacutecies e experimentos em andamento) Os dejetos dos animais satildeo recolhidos por uma camada de maravalha (resiacuteduo de madeira semelhante agrave serragem mas de dimensotildees superiores) seus utensiacute-lios laboratoriais satildeo esterilizados por um autoclave aparelho comum em laboratoacuterios e usa vapor pressurizado para realizar a limpeza de ferramentas

Bioteacuterios da UFPB revelam diferenccedilas e abandono

Preacutedio do viveiro do LTF Bioteacuterio Professor Thomas George

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 19

Cada ambiente isolado obedece a um ciclo de 12 horas que segue a orien-taccedilatildeo de fotoceacutelulas naturalmente lo-calizadas no exterior da estrutura Esse procedimento eacute necessaacuterio para simu-lar a luz natural dentro dos ambientes e mantecirc-los isolados De acordo com o estudo realizado nessas salas sua cli-matizaccedilatildeo pode tanto obedecer agrave luz natural como inverter-se fazendo com que as salas fiquem escuras durante o dia e claras agrave noite Em qualquer caso o ciclo de 12 horas eacute mantido tentan-do natildeo estressar os animais na intenccedilatildeo de manter a integridade dos dados co-letados em suas pesquisas

O Centro destina-se apenas a estu-dos e pesquisas de poacutes-graduaccedilatildeo ten-do ateacute entatildeo prestado assistecircncia aos cursos de quiacutemica biologia fisiotera-pia e farmacologia Este ultimo sendo o mais comum e funccedilatildeo primaacuteria do bioteacuterio nas palavras de Crispim ldquo90 por cento das pesquisas satildeo com os alunos da poacutes graduaccedilatildeo de farmaacuteciardquo

Contrapartida

Natildeo muito distante ao bioteacuterio do LTF mas presente tambeacutem na UFPB existe o que hoje eacute apenas cercas e pe-quenas aacutereas encobertas por mata do viveiro gerenciado pelo Departamento de Sistemaacutetica e Ecologia jaacute conheci-do como Laboratoacuterio Tropical de Pri-matologia criado em 1982

O bioteacuterio foi desativado em 2012 pelos dirigentes da proacutepria Instituiccedilatildeo por tempo indeterminado sob pre-

sala de pesquisa chegou a hospedar 108 primatas de nove espeacutecies

Aleacutem de docentes o local tinha um veterinaacuterio e trecircs funcionaacuterios para tratamento dos animais e servia como local para conclusatildeo de estaacutegios Hoje aparentemente apenas um funcionaacuterio que natildeo pocircde ser encontrado trabalha no local no turno da manhatilde ocasional-mente regando plantas

Sempre que as atividades do bioteacute-rio de Ciecircncias Bioloacutegicas satildeo postas em questatildeo obtem-se respostas como ldquoo custo dos animais era muito caro natildeo dava para manterrdquo seguidas de ldquoo animal em cativeiro natildeo serve para ob-servaccedilatildeo natildeo estaacute em seu habitat natu-ralrdquo Respostas simplistas como estas contrariam o histoacuterico de 30 anos do bioteacuterio e seu propoacutesito que incluiacutea ob-servar animais em cativeiro

Sobra

O Departamento de Sistemaacuteti-ca e Biologia atualmente natildeo possui qualquer criadouro de animais vivos resumindo sua biblioteca bioloacutegica a uma cultura entomoloacutegica (de insetos) conservados agrave base de ar-ceco e muita naftalina Atualmente nem os endere-ccedilos on-line relacionados agrave UFPB que carregam ldquodserdquo em suas URLs fun-cionam retornando paacutegina apoacutes paacutegi-na de erros onde o servidor do centro natildeo pocircde ser localizado

texto de estar passando por reestrutu-raccedilatildeo e mudanccedilas disse a professora Caroline Ele estaacute localizado a poucos metros da cerca que adentra a mata atlacircntica por uma trilha de difiacutecil loca-lizaccedilatildeo Continha macacos prego e ser-via como centro de criaccedilatildeo e manejo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo A observaccedilatildeo e documentaccedilatildeo do com-portamento dos primatas era orientada aos alunos de biologia em atividades extracurriculares (apesar de localizar-se adjacente ao bloco de quiacutemica)

Quando funcionava

O viveiro com 1200 metros qua-drados e 43 aacutereas fechadas possuiacutea co-zinha sala de atendimento veterinaacuterio e

Exemplo de rato Wistar usado em pesquisas

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ReportagemEduardo Cezar

Gustavo de AlmeidaCituaccedilatildeo do viveiro de Ciecircncias Bioloacutegicas

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PESQUISA

20 - UFPB em Revista

F undado em 2010 e jaacute premia-do no Expocom Nordeste 2011 na categoria Ediccedilatildeo de Livro o

projeto de pesquisa Para Ler o Digital coordenado pelo Professor Marcos Ni-colau do PPGC-UFPB e do curso de Miacutedias Digitais - UFPB eacute um exemplo do quatildeo importante eacute essa aacuterea de atu-accedilatildeo Tendo como objeto de pesquisa o eBook tambeacutem conhecido como livro digital o grupo eacute pioneiro na pesquisa e desenvolvimento de novos recursos de diagramaccedilatildeo e editoraccedilatildeo

Inicialmente trabalhando com obras dos professores do Departamen-to de Miacutedias Digitais o grupo recebeu convites para ampliar seus trabalhos a todo o Centro de ciecircncias humanas letras e artes (CCHLA) e participar da criaccedilatildeo do projeto editorial digital da Editora Universitaacuteria

Em entrevista o estudante e bol-sist O estudante e bolsista do projeto Para Ler o Digital Rennam Virginio explica sua trajetoacuteria e funccedilatildeo dentro grupo ldquoentrei quando ainda estava no primeiro mecircs do curso no intuito de de-

senvolver habilidades na aacuterea de Edi-toraccedilatildeo mas natildeo era meu foco que a princiacutepio era Viacutedeo Com o tempo aca-bei me identificando com a aacuterea Den-tro do projeto sou Bolsista da Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica escrevo artigos cientiacuteficos semestralmente sobre livros digitais faccedilo a editoraccedilatildeo de ePubs e a confec-ccedilatildeo de capas de alguns dos livros pro-duzidos no Projetordquo

O problema maior de ser estudan-te e pesquisador eacute ter que balancear as duas atividades na maioria dos casos o grupo de pesquisa tende a ser da mes-ma aacuterea de estudo do aluno o que pode ajudar na economia do tempo embora o aluno ainda tenha que enfrentar al-gumas dificuldades principalmente quando o horaacuterio de algumas discipli-nas do curso coincide com uma ativi-dade referente da pesquisa

Despertar a vocaccedilatildeo cientiacutefica e in-centivar novos talentos entre estudan-tes de graduaccedilatildeo eacute um dos objetivos especiacuteficos do Programa Institucional

de Bolsas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica o PIBIC Ele visa apoiar a poliacutetica de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica desenvolvida nas Instituiccedilotildees de Ensino eou Pesquisa por meio da concessatildeo de bolsas a es-tudantes de graduaccedilatildeo integrados na pesquisa cientiacutefica A cota de bolsas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica eacute concedida direta-mente agraves instituiccedilotildees Por sua vez estas satildeo responsaacuteveis pela seleccedilatildeo dos pro-jetos dos pesquisadores orientadores interessados em participar do Progra-ma Os estudantes tornam-se bolsistas a partir da indicaccedilatildeo dos orientadores

A bolsa tem duraccedilatildeo de 12 meses o valor segue uma tabela nacional Atu-almente o valor da bolsa para Iniciaccedilatildeo Cientifica equivale a R$40000 e os uacutenicos requisitos para o estudante satildeo de cursar graduaccedilatildeo e dedicar-se in-tegralmente agraves atividades acadecircmicas e de pesquisa O aluno deve procurar em sua aacuterea de interesse um pesquisa-dor que esteja disposto a integraacute-lo em sua pesquisa e a orientaacute-lo

Rennam ainda se mostra preocu-pado com a situaccedilatildeo dos grupos de

Grupos de pesquisa desafios e metas dos pesquisadores da UFPB

Integrantes do grupo de pesquisa Para Ler O Digital

Bolsa de iniciaccedilatildeo

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 21

pesquisa na Universidade ldquoNo geral acredito que o niacutevel seja bom mas po-deriacuteamos ter mais projetos de pesqui-sa A UFPB deveria incentivar mais os professores a criarem grupos de pesquisas Muitas vezes a PRPG pror-roga duas ou ateacute trecircs vezes as inscri-ccedilotildees para PIBIC e isso eacute sinal que as inscriccedilotildees de projetos foram poucas ou abaixo do esperadordquo

Os Grupos de Pesquisa apresentam alternativas para um trabalho conjun-to entre professores e alunos ambos pesquisadores A Universidade Federal da Paraiacuteba conta com 335 grupos cer-tificados pela instituiccedilatildeo e espalhados por todos os centros Tendo sua maior parte pertencente ao Centro de Sauacutede os grupos na aacuterea da tecnologia vecircm ganhando espaccedilo no cenaacuterio regional

de mais de 40 jovens pesquisadores entre doutores mestres e graduandos que estatildeo interconectados com pesqui-sadores de todo o Brasil e do mundo As pesquisas desenvolvidas satildeo realizadas em parceria com outras universidades institutos de pesquisa e empresas da iniciativa privada Por ser um laboratoacute-rio ativo na aacuterea de desenvolvimento recebe financiamento de instituiccedilotildees parceiras como a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) Finaciadora de Estudos e Projetos (FINEP) e Con-selho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq)

Lavid

O Laboratoacuterio de Aplicaccedilotildees de Viacutedeo Digital (LAVID) criado em 2003 eacute um exemplo a niacutevel nacional da importacircncia dos grupos de pesqui-sa Associado ao Departamento de Informaacutetica (DI) da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba o laboratoacuterio surgiu da proposta de desenvolver projetos de pesquisa e atualmente eacute referecircncia internacional em desenvolvimento de tecnologia para TV Digital

Em marccedilo deste ano os integrantes do Lavid do Centro de Informaacutetica da UFPB apresentaram para teacutecnicos da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e da Agecircncia Nacional de Cine-ma (Ancine) os mais recentes avanccedilos

da tecnologia Fogo Player desenvol-vida e que permite a projeccedilatildeo de ima-gens em ultra HD (4K)

Segundo o gerente de Projetos da RNP Daniel Caetano a RNP jaacute apoiou diversos projetos de pesquisa desen-volvidos pelo Lavid e ressaltou a im-portacircncia da tecnologia Fogo Player para a melhoria da formaccedilatildeo de profis-sionais da aacuterea de sauacutede Ele afirmou que transmissotildees em alta definiccedilatildeo e em tempo real como a que foi testa-da com sucesso pelo Lavid teratildeo uma gama de aplicaccedilotildees em um futuro proacute-ximo servindo natildeo apenas para exibir cirurgias e outros procedimentos de equipes meacutedicas

O Lavid conta com a colaboraccedilatildeo

Guido Lemos apresenta os projetos do Lavid aos representantes da Ancine

Estudantes realizando trabalhos do Lavid

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Reportagem Ermeson David George Juacutenior

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INTERACcedilAtildeO

24 - UFPB em Revista

ldquoSempre tive consciecircncia de que a EJA me proporciona-ria crescimento profissional

e pessoal A frase eacute de Amanda Lima aluna do primeiro periacuteodo do curso de Administraccedilatildeo da Universidade Fede-ral da Paraiacuteba (UFPB) e que acaba de entrar como membro da EJA Consul-toria (Empresa Juacutenior de Administra-ccedilatildeo) Esta empresa caracteriza-se por ser de consultoria sem fins lucrativos que presta serviccedilos na respectiva aacuterea acadecircmica sendo formada exclusiva-mente por alunos do curso de Admi-nistraccedilatildeo da UFPB e que tem como objetivo a capacitaccedilatildeo por meio de conhecimento teacutecnico e empresarial do aluno do curso inserindo-o pos-teriormente no mercado de traba-lho como um jovem empreendedor

Sua estrutura segundo o seu presi-dente Tito Amorim eacute mista de funcio-nal e projetizada A estrutura funcional tem como caracteriacutestica o planejamen-to de serviccedilos abrangendo cargos de analistas de cada departamento entre eles o de qualidade marketing proje-

tos presidecircncia tendo como seus su-periores os diretores Jaacute a projetizada consiste em cargos de consultoria ou seja pessoas restritas a execuccedilatildeo de determinado serviccedilo Os cargos sem-pre estatildeo sendo renovados ao longo dos anos dando oportunidades a outros estudantes da aacuterea para participarem e ateacute aos que jaacute estatildeo em cargos da EJA Consultoria a exercerem atividades em outros Todos estes requerem eleiccedilotildees

Casos de Sucessos

ldquoO estudante entra como universi-taacuterio e sai da EJA como um empreen-dedor atraveacutes da vivecircncia empresarial e gestatildeordquo afirma Tito Em quase 22 anos de existecircncia haacute vaacuterios casos de pessoas que trabalharem na EJA e ob-tiveram sucesso profissional tornando hoje empreendedores de sucesso En-tre os mais sucedidos dois satildeo lembra-dos pelo presidente satildeo eles Leandro Vieira idealizador do administrado-rescom e o Taacutercio Pessoa atualmen-te responsaacutevel pelo Empreender ndash JP

mostrando que o conhecimento adqui-rido na empresa foi bem aproveitado

O curso possibilita o aprendizado atraveacutes de programas de treinamento como Trainee aleacutem de outros eventos como a SDP (Semana de Desenvolvi-mento Profissional) que atinge toda a comunidade acadecircmica mas voltado sempre para o curso de Administraccedilatildeo Com o intuito de transmitir conheci-mento para outros segmentos estu-dantis o evento conhecido como EJA FAZ Palestra promove como o nome mesmo diz palestras sobre respecti-vos temas acerca de administraccedilatildeo Outro evento o Buscando Sorrisos tambeacutem promovido pela empresa de consultoria leva os membros da em-presa para uma instituiccedilatildeo de carida-de ajudando elas possibilitando aos alunos mais contato com a populaccedilatildeo

Pessoas que estatildeo assumindo car-gos agora como eacute o caso da estudante Amanda Lima que acaba de comeccedilar a atuar na funccedilatildeo de analista de qualida-de vecirc a EJA Consultoria como oportu-nidade de crescer no mercado ldquoQuem

EJA Consultoria proporciona crescimento profissional

Cerimocircnia de Posse da gestatildeo 20131 da EJA Consultoria

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 25

busca a EJA eacute um profissional diferen-ciadordquo disse a estudante Segunda ela que jaacute almeja exercer cargos de niacuteveis mais altos o conhecimento dado por esta empresa ajuda tambeacutem no curriacutecu-lo oferecendo uma visatildeo de mercado

A EJA como diferencial

Outros estudantes estatildeo exercendo cargos haacute mais tempo como eacute o caso de Rafael Carvalho que eacute membro da EJA haacute dez meses Ele comeccedilou como consultor e hoje atua como diretor de marketing ldquoEu jaacute trabalhei em car-gos estaduais empresas privadas mas nunca obtive tamanha experiecircncia pro-fissional como a que a EJA me ofere-ceurdquo afirmou Rafael Por estar na em-presa haacute mais tempo ele conclui que todo o conhecimento teoacuterico obtido dentro da sala de aula pode ser colo-cado em praacutetica nesta empresa juacutenior

Rafael relata que tambeacutem enfren-tou dificuldades como o fato de ter que se deslocar para a cidade de Ma-manguape na Paraiacuteba para realizar consultorias e sua transiccedilatildeo de cargo tambeacutem foi um momento difiacutecil por exigir dele o conhecimento em uma es-trutura funcional jaacute que estava saindo

de um cargo de estrutura projetizada Mesmo assim Rafael vecirc os problemas enfrentados como aprendizado ad-quirido almejando tambeacutem alcanccedilar cargos de niacuteveis mais altos ldquoTodo co-nhecimento que hoje eu tenho na aacuterea de administraccedilatildeo consegui na EJA e natildeo em outra empresardquo disse ele

Para ser membro da EJA Consulto-

Posse dos novos membros Idaacutecio Rodrigues e Natyara Santos

Posse do presidente Rodolfo Alves Felizardo

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ReportagemAcircngela Oliveira e

Jessica Morais

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ria o estudante do curso passa por uma seleccedilatildeo que dura aproximadamente uma semana Primeiramente eacute preci-so estar cursando qualquer periacuteodo de Administraccedilatildeo na UFPB em seguida se inscrever na empresa Os alunos selecionados passam por uma capaci-taccedilatildeo de trecircs meses antes de assumir seus respectivos cargos em uma ceri-

mocircnia de posse reali-zada tambeacutem na UFPB

A EJA Consultoria traduz o espiacuterito estu-dantil Aos estudantes que nela trabalham recai cobranccedilas de criatividade bom de-sempenho e boa capa-cidade administrativa Ao sair o estudante eacute visto como um verda-deiro administrador no mercado de trabalho Eacute o laboratoacuterio praacutetico de todo o aprendizado teoacute-rico do aluno no curso de Administraccedilatildeo da UFPB

INTERACcedilAtildeO

26 - UFPB em Revista

A busca pela experiecircncia profissionalEstudante do terceiro periacuteodo de

Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digi-tais (UFPB) Ermeson Lira (18

anos) tomou uma decisatildeo importante em sua vida tornou-se um estagiaacuterio Sua rotina mudou e com ela vieram as responsabilidades Diego Lopes (25 anos) estudante de Ciecircncias da Com-putaccedilatildeo tambeacutem iniciou sua carreira estagiando e ganhando experiecircncia Mas todos os alunos da Universidade Federal da Paraiacuteba conseguem a mes-ma oportunidade que eles

Na UFPB existem dois tipos de es-taacutegios o obrigatoacuterio que conta com a cobertura do seguro de acidentes pes-soais E o natildeo-obrigatoacuterio que eacute opcio-nal e pode ser remunerado ou natildeo Die-go Lopes acredita que ldquocom o estaacutegio vocecirc adquire experiecircncia de mercado de trabalho aprende a trabalhar sobre pressatildeo e se qualifica para vagas que

seratildeo destinadas a pessoas formadasrdquoNo caso do curso de Miacutedias Digi-

tais a regulamentaccedilatildeo diz ldquoEstaacutegio supervisionado em meio profissional ou acadecircmico totalizando 300 horas objetivando a observaccedilatildeo e intervenccedilatildeo do estudante para o exerciacutecio profissio-nal bem como facilitar sua integraccedilatildeo no meio profissionalrdquo O curso estabe-lece convecircnio com o Centro Integrado Empresa-Escola (CIEE) e entre ou-tras entidades puacuteblicas e privadas

O CIEE eacute uma instituiccedilatildeo filantroacute-pica que procura encontrar estaacutegios e oportunidades de aprendizado para es-tudantes dos niacuteveis meacutedio teacutecnico e su-perior Estaacute presente em todo territoacuterio nacional auxiliando a entrada dos jo-vens no mercado de trabalho Algumas empresas jaacute possuem convecircnio com a UFPB Mas alguns alunos ainda encon-tram dificuldades para conseguir seu

espaccedilo Eacute o exemplo de Joseacute Carlos Pe-reira (22 anos) estudante de Ciecircncias bioloacutegicas da UFPB Ele tentou entrar num estaacutegio oferecido pela profes-sora de seu curso mas por choque de horaacuterios natildeo pode fazecirc-lo ldquoalguns es-taacutegios que eu queria pegar eram no ho-raacuterio da manhatilde Horaacuterio este em que eu estava ocupado com as aulasrdquo

Segundo a Lei 11788 Art 8ordm da Constituiccedilatildeo brasileira os convecircnios tanto com empresas puacuteblicas quanto as privadas satildeo facultativos A UFPB eacute conveniada a mais de 300 institui-ccedilotildees Entre elas estatildeo o Banco do Bra-sil Carrefour TV Tambauacute Petrobraacutes e diversas prefeituras como a de Joatildeo Pessoa e Campina grande Segundo o Art 11ordm da mesma lei a duraccedilatildeo maacute-xima do estaacutegio eacute de dois anos exceto quando o estagiaacuterio possui necessida-des especiais

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 27

A PRG-CEM estaacute localizada na Reitoria da Universidade Federal da Paraiacuteba

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S-U

FPB

Reportagem Layse Pereira eRayssa Alcacircntara

Estaacutegios Cadastrados pela CEM2009-2013

Obrigatoacuterio

Natildeo-obrigatoacuterio

Bolsa Estaacutegio Meacuted

2009 2010 2011 2012 2013

123

827

76

1425 1340 961 96

113

130

1190

138

18361604

118141

Os nuacutemeros variam pois estamos no decorrer do ano Dados da PRG-CEM

O Lado bom

Apesar de algumas barreiras en-contradas os universitaacuterios tem uma opiniatildeo em comum O estaacutegio eacute uma etapa importante para a entrada no mercado de trabalho ldquoAleacutem de ad-quirir conhecimentos antes do tempo eacute uma oacutetima oportunidade pra se de-senvolver no mercado Quando se estaacute dentro desse ecossistema o aprendiza-do agrega em vocecirc mesmo que vocecirc natildeo queirardquo declarou Ermeson Lira

Professores como Alberto Pessoa (autor e pesquisador de histoacuterias em quadrinhos) tambeacutem acreditam na importacircncia do estaacutegio Segundo ele quando se estuda e trabalha o aluno consegue aproveitar melhor a gradua-ccedilatildeo ldquoQuando vocecirc trabalha vocecirc natildeo tem tempo de deixar pra laacute Entatildeo vocecirc aproveita melhor a universidade vocecirc estuda mais vocecirc tem um senso de res-ponsabilidade melhorrdquo argumenta

Primeiros Passos

Os estaacutegios dentro da universidade satildeo oferecidos pelos pela UFPB e via-bilizados pelos professores Para soli-citar a bolsa os alunos devem apresen-tar uma seacuterie de documentos Segundo Eliane Ferraz coordenadora da CEM (Coordenaccedilatildeo de Estaacutegio e Monito-

ramento) primeiramente o estudante deve encaminhar um ofiacutecio ao Proacute-Rei-tor de Planejamento da Universidade Federal da Paraiacuteba (Proplan-UFPB) contendo justificativas da solicitaccedilatildeo e detalhes sobre o estaacutegio

Outros documentos necessaacuterios satildeo o formulaacuterio de Solicitaccedilatildeo de Bolsa estaacutegio a Ficha Cadastral (Bolsa-EstaacutegioUFPB) Histoacuterico Escolar do aluno coacutepias da Identidade CPF Tiacutetu-lo de Eleitor e para os homens a coacutepia

do Certificado de quitaccedilatildeo como o ser-viccedilo militar Ao final de cada periacuteodo este processo eacute repetido para renovar a Bolsa

As informaccedilotildees sobre estaacutegios ex-ternos ainda eacute mal divulgado pela uni-versidade Os estudantes costumam ter a iniciativa de procuraacute-los por meio de amigos conhecidos Hoje com a in-ternet ficou mais faacutecil encontrar traba-lhos por meio de sites como por exem-plo o Gogojobcom (wwwgogojobcombr) que divulga vagas na aacuterea de publicidade Quando a oportunidade de estagiar eacute oferecida por instituiccedilotildees conveniadas agrave UFPB o universitaacuterio tambeacutem deve procurar a CEM Apoacutes assinado o convecircnio o aluno estaacute ofi-cialmente estagiando Em ambos os processos ao final de cada semestre deve ser entregue um relatoacuterio

Segundo a coordenadora da CEM os convecircnios realizados pela UFPB eacute uma maneira de atender agraves demandas acadecircmicas Para contemplar um maior nuacutemero de cursos da universidade ldquoOs convecircnios para a concessatildeo de estaacutegios supervisionados devem portanto ser celebrados de forma mais abrangente possiacutevel visando a atender de forma mais ampla a concessatildeo de estaacutegio a alunos regularmente matriculadosrdquo

INTERACcedilAtildeO

28 - UFPB em Revista

Em evento que lotou o auditoacuterio da reitoria da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba Joatildeo Pessoa

recebeu o neurocientista brasileiro Mi-guel Nicolelis que realizou a palestra ldquoA ciecircncia como agente de transforma-ccedilatildeo socialrdquo Nicolelis atraiu professo-res profissionais da aacuterea estudantes da UFPB e de outras universidades mas chamou ainda a atenccedilatildeo de cida-datildeos comuns com problemas de para-plegia tetraplegia deficientes visuais auditivos e pessoas que possuem entes queridos na mesma condiccedilatildeo O enor-me puacuteblico presente ao evento coorde-nado pelo Foacuterum Universitaacuterio deixou o auditoacuterio pequeno com a esperanccedila de ouvir das palavras do meacutedico que eles teriam seus problemas resolvidos pela ciecircncia seja em curto meacutedio ou longo prazo

Nicolelis que lidera um grupo de

pesquisadores da aacuterea de Neurociecircncia na Universidade Duke - EUA apresen-tou como um dos pilares da palestra a mesma questatildeo base do seu chamado Manifesto da Ciecircncia Tropical Nele o neurocientista sugere que o Brasil pode potencializar o desenvolvimen-to cientiacutefico e educacional a partir da cooperaccedilatildeo de ambos e propotildee quinze medidas para firmar o paiacutes como lide-ranccedila mundial na produccedilatildeo e uso de-mocratizante do conhecimento

Miguel Nicolelis falou tambeacutem so-bre a instituiccedilatildeo na cidade de Macaiacute-ba no Rio grande do Norte onde ele realiza um projeto chamado Educaccedilatildeo para toda a vida O projeto ensina para crianccedilas da periferia de Macaiacuteba e Na-tal conhecimentos nas aacutereas de roboacuteti-ca fiacutesica biologia geografia histoacuteria e informaacutetica Durante a palestra o neu-rocientista ainda explanou que desde

o iniacutecio do seu trabalho na cidade de Macaiacuteba a evasatildeo escolar da institui-ccedilatildeo eacute de apenas 2 e que as crianccedilas que estatildeo sendo formadas nessa insti-tuiccedilatildeo saem com mesmo niacutevel de es-colas de elite do Rio grande do Norte

O meacutedico disse aos presentes que acredita que a ciecircncia eacute grande agente responsaacutevel pela capacidade de ino-vaccedilatildeo e deve ser estimulada desde os primeiros momentos da vida Afirmou ainda que haacute uma carecircncia de investi-mento na aacuterea de intersecccedilatildeo da neu-rociecircncia e que se possiacutevel deveria existir acompanhamento ainda no preacute-natal para que a crianccedila nascesse com o maacuteximo de potencial neuroloacutegico Em 2014 Nicolelis abriraacute o primeiro Instituto Primata de Neurociecircncia com uma escola cujo aprendizado se inicia-raacute desde o nascimento Ainda que seja um sonho um pouco distante o meacutedico

Neurocientista Miguel Nicolelis reabre Foacuterum Universitaacuterio

Reabertura do foacuterum universitaacuterio tem como primeiro palestrante o neurocientista Miguel Nicolelis

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 29

acredita que futuramente Macaiacuteba seraacute a primeira ldquocidade ceacuterebrordquo do mundo

Durante a palestra o neurocien-tista tambeacutem abordou as experiecircncias que realiza sobre a interaccedilatildeo do ceacutere-bro e a maacutequina que consiste em fa-zer o movimento da maacutequina a partir dos estiacutemulos enviados pelo ceacuterebro que seratildeo convertidos em impulsos eleacutetricos e proporcionaratildeo o movi-mento mecacircnico de proacuteteses Ainda que ateacute o momento seus experimentos tenham sido feitos apenas com maca-cos jaacute causam ansiedade em pessoas que sofreram acidentes e hoje tem a locomoccedilatildeo comprometida O meacutedico acrescentou que pretende realizar uma demonstraccedilatildeo em 2014 quando uma brasileira parapleacutegica deveraacute caminhar 20 passos e dar o pontapeacute inicial da Copa do Mundo ldquoEsse seraacute um pre-sente do Brasil para toda a humanida-derdquo declarou Nicolelis

O foacuterum universitaacuterio

Apoacutes seis anos desativado a pre-senccedila de Miguel Nicolelis marcou de forma extraordinaacuteria o retorno do Foacute-rum Universitaacuterio Fundado na deacutecada de 1980 pelo professor Joseacute Jackson Carneiro o Foacuterum tem como objetivo discutir assuntos relevantes agrave socieda-de tanto em um niacutevel nacional como local Segundo o coordenador do Foacute-rum Iedo Fontes nunca ficou clara a razatildeo pela qual a gestatildeo anterior da UFPB paralisou o evento ldquoNunca ex-plicaramrdquo comentou Fontes

Para reforccedilar a natureza fomenta-dora de debates do Foacuterum Fontes dis-se que um dos primeiros debates entre presidenciaacuteveis poacutes-ditadura militar jaacute com vistas agraves eleiccedilotildees de 1989 foi promovido pela UFPB no antigo cam-pus de Campina Grande (que hoje eacute de competecircncia da UFCG) ldquoSoacute natildeo veio Collor Lula Brizola e outros estive-ram presentesrdquo comentou

Com o auditoacuterio lotado (600 pro-fessores de acordo com os nuacutemeros de Fontes) o retorno do Foacuterum foi con-siderado positivo A programaccedilatildeo fu-tura ainda estaacute sendo planejada mas a tendecircncia eacute que o Foacuterum seja realizado bimestralmente ldquoFoi uma declaraccedilatildeo da reitora a um jornal local de que ela tem interesse de que o Foacuterum aconte-ccedila num intervalo de dois meses O que nos permite fazer uma programaccedilatildeo Simulaccedilatildeo do exoesqueleto na abertura da Copa de 2014

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mais pensadardquo declarou o coordena-dor

Alguns temas jaacute estatildeo sendo con-siderados o bloqueio do crescimento econocircmico brasileiro nos uacuteltimos anos 500 anos da obra de Maquiavel dis-cussatildeo da obra do geoacutegrafo Josueacute de Castro federalizaccedilatildeo dos niacuteveis infan-til fundamental e meacutedio da educaccedilatildeo e a obra de Luiz Gonzaga e seu impacto sobre a vida regional (este uacuteltimo jaacute sendo organizado para o mecircs de ju-nho)

A princiacutepio o Foacuterum natildeo prioriza-ria nenhuma aacuterea em especiacutefico nem mesmo a proacutepria academia Fontes dis-se ldquoficou claro na reabertura oficial do Foacuterum que noacutes natildeo o reativamos ape-nas para professores estudantes e fun-cionaacuterios mas tambeacutem para a socieda-de pessoense () pessoas de diferentes ramos de atividade comeacutercio induacutes-tria academiardquo Poreacutem o coordenador esclareceu que uma atenccedilatildeo especial deveraacute ser dada agrave discussotildees relaciona-das agrave educaccedilatildeo - e essa preocupaccedilatildeo eacute percebida com a escolha de Miguel

Nicolelis para o primeiro encontro apoacutes a reativaccedilatildeo do Foacuterum ldquoSe tem uma aacuterea que noacutes devemos priorizar no

Brasil e fazer um grande debate nacio-nal eacute a educaccedilatildeordquo explicou Fontes

A exemplo de Nicolelis o Foacuterum tambeacutem foi responsaacutevel por trazer ou-tras personalidades conhecidas nacio-nalmente agrave Joatildeo Pessoa como os se-nadores Cristoacutevatildeo Buarque e Roberto Requiatildeo e o economista Carlos Les-sa Para uma futura ediccedilatildeo do foacuterum a Universidade estaacute tentando trazer o jornalista Paulo Henrique Amorim A ideia poreacutem natildeo eacute ficar preso a nomes de acircmbito nacional e abrir espaccedilo para pessoas que tenham impacto na socie-dade regional - ateacute pela histoacuteria e pelo legado que o Foacuterum tem de realizar debates de interesse da populaccedilatildeo em geral

ldquoFoacuterum eacute para discutir os proble-mas do estado Somos uma entidade produtora e reprodutora de conheci-mento () Na mesa de debate deve ter um professor de destaque mas tambeacutem algueacutem da aacuterea senatildeo fica apenas a niacute-vel de conferecircncia o que natildeo eacute bom pois natildeo promove o debaterdquo afirmou Fontes

Reportagem Una Txai e Rudah Silva

INFRAESTRUTURA

32 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Paraiacuteba enfrenta o caos na infraestrutura do sistema viaacuterio e estaciona-

mentos para veiacuteculos dos alunos pro-fessores e funcionaacuterios Eacute um problema de toda cidade que se reflete na univer-sidade gerando transtornos e problemas de logiacutestica em determinados horaacuterios As dificuldades na mobilidade interna ao Campus I decorrem na deficiecircncia no planejamento da expansatildeo da Instituiccedilatildeo aliadas ao aumento do nuacutemero de veiacute-culos nos uacuteltimos 10 anos O problema eacute reflexo da prioridade do veiacuteculo parti-cular sobre o uso de transporte coletivo

O campus I da instituiccedilatildeo estaacute pas-sando por algumas reestruturaccedilotildees e reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos jaacute existentes No periacuteodo de 2012 a 2013 o nuacutemero de vagas para estacionamento subiu consideravelmente de 2 mil para 2500 Em meacutedio prazo (dois anos) a administraccedilatildeo pretende criar mais 1500 vagas atraveacutes da continuaccedilatildeo do projeto de reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos (no CACE CCEN e HU) e da finali-zaccedilatildeo do Centro de Energias Renovaacute-veis ainda em construccedilatildeo por traacutes do CCHLA

Estacionamento precaacuterio provoca transtorno na UFPB

Vaacuterios carros estacionados de forma irregular e inconveniente no estacionamento da Central de Aulas do campus I

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Projetos

Segundo Marcelo Diniz da Divi-satildeo de Estudos e Projetos da Prefeitura Universitaacuteria a reorganizaccedilatildeo dos esta-cionamentos eacute prioridade e vem sendo implementada em vaacuterios estacionamen-tos da universidade O projeto modi-fica a posiccedilatildeo de entrada dos veiacuteculos de 45ordm (diagonal) para 90ordm (frontal) e a largura da vaga do estacionamento para impossibilitar improvisos que prejudi-cam o traacutefego como por exemplo as filas duplas No projeto as motos se-ratildeo contempladas com estacionamento proacuteprio para evitar a desorganizaccedilatildeo e acidentes nas passarelas e corredores das salas ldquoIremos instalar placas de ad-vertecircncia para as motos natildeo transitarem no espaccedilo destinado aos pedestresrdquo diz Marcelo

Um dos locais com maior problema fica proacuteximo ao preacutedio da Reitoria e da Biblioteca Central devido agrave concen-traccedilatildeo de vaacuterios serviccedilos e dos preacutedios acadecircmicos Nesse local estatildeo reuni-das agecircncias de trecircs bancos livrarias restaurantes DCE (Diretoacuterio Central Estudantil) e AdufPB (sindicato dos

professores) Por conta da via nesse lo-cal ser muito estreita a Prefeitura Uni-versitaacuteria utilizou prismas de concreto no trecho para evitar que os motoristas estacionem os veiacuteculos indevidamente na via de passagem dos carros ocasio-nando transtornos e risco de acidente

Somando-se a esse local estaacute em construccedilatildeo o preacutedio do Centro Arte e Cultura com auditoacuterio estimado para duas mil pessoas em frente agrave Reitoria No projeto da construccedilatildeo natildeo haacute ne-nhum estacionamento previsto para esse preacutedio e na ocasiatildeo de algum evento os visitantes iratildeo estacionar seus veiacuteculos por traacutes da Reitoria que comporta precariamente os usuaacuterios que jaacute utilizam o espaccedilo Para a soluccedilatildeo desse problema Marcelo Diniz informa haver um projeto para construccedilatildeo de um estacionamento por traacutes da Reitoria de um ou dois andares com valor estimado em 10 milhotildees de reais por andar

Usuaacuterios

Os usuaacuterios que utilizam os esta-cionamentos com regularidade pro-potildeem soluccedilotildees como criaccedilatildeo de vagas

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 33

Situaccedilatildeo corriqueira nas vias do campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba

A falta de vagas destinadas para motos eacute a justificativa dos motociclistas

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Reportagem Rodrigo Vitorino e Windsor Souza

destinadas exclusivamente a professo-res Josemar dos Santos professor de Estatiacutestica diz que ldquofalta a prefeitura organizar o estacionamento Haacute deter-minadas horas que vir do departamen-to para a sala de aula de carro se tornou inviaacutevel pois o nuacutemero de veiacuteculos cresceu bastante Poderiam organizar vagas destinadas a professores pois noacutes temos que ficar de bloco em bloco para dar aula enquanto os alunos vecircm assistem a uma aula e vatildeo emborardquo

Outro problema que tambeacutem in-comoda eacute a falta de vagas destinadas agraves bicicletas e motocicletas ldquoAgraves vezes natildeo tem nem espaccedilo para transitar pois tem motociclista estacionando as mo-tos nas vias passarelas e corredores dos blocos pois natildeo haacute vagas destina-das para estacionar as motosrdquo acres-centa Josemar

A falta de estacionamento para motos faz com que elas se amontoem de forma desorganizada Isso as trans-forma em vilatildes e campeatildes de recla-maccedilotildees Elas trafegam e estacionam onde eacute via de pedestres cadeirantes passagem de materiais para os preacutedios da universidade Diversas reclamaccedilotildees jaacute foram feitas por conta de atropela-mentos por dificultar a passagem e ateacute mesmo acidentes envolvendo deficien-tes visuais

Faacutebio Fonseca professor de Pe-dagogia tambeacutem reclama das motos e dos transtornos que elas causam quan-do deixadas em local inconveniente ldquoA universidade estaacute ficando muito pequena para a quantidade de auto-

moacuteveis Eacute preciso organizar o espaccedilo existente e criaccedilatildeo de espaccedilos especiacutefi-cos para motos A falta de organizaccedilatildeo faz com que os corredores passarelas e vias se transformam em estaciona-mento para as motos dificultando por exemplo a passagem de cadeirantesrdquo

O problema da falta de vagas acaba tambeacutem interferindo na aprendizagem dos alunos Aliado a isso haacute o proble-ma de seguranccedila dentro do campus Alunos servidores e professores natildeo confiam no sistema de cartotildees entre-gue na entrada da universidade ldquoGe-ralmente os alunos chegam na hora da aula que coincidem em todas as disci-plinas e a falta de vaga faz com que percamos tempo para estacionar Eacute o caos Muitas vezes encontramos uma vaga muito longe do local em que va-mos estudar E em eacutepoca de chuva pio-

ra Tambeacutem tem o perigo de assaltordquo diz a estudante de Biologia Daniele Lacerda

Empecilho

Alguns estacionamentos no cam-pus I da UFPB possuem aacutervores tom-badas e sob proteccedilatildeo que natildeo podem ser derrubadas Desta maneira a pre-feitura universitaacuteria desenvolveu o projeto de reestruturaccedilatildeo e organiza-ccedilatildeo dos estacionamentos respeitan-do a localizaccedilatildeo dessas aacutervores Nos estacionamentos jaacute finalizados como da Reitoria eacute perceptiacutevel a falta de arborizaccedilatildeo que influecircncia o aqueci-mento local e a desagradaacutevel sensaccedilatildeo de estar num ambiente claro e quente Outro problema encontrado eacute a falta de planejamento de escoamento da chuva Desta maneira em eacutepocas de chuva intensa haacute risco de alagamento

Com todo o empenho e desenvol-vimento estrutural eacute de suma impor-tacircncia o investimento em seguranccedila Mas tambeacutem organizar o tracircnsito au-xiliando os condutores onde devem estacionar e na fluidez do tracircnsito Devido agrave ausecircncia de fiscalizaccedilatildeo para coibir as infraccedilotildees de tracircnsito as vias se tornam estacionamentos irregula-res atrapalhando e colocando em risco a seguranccedila dos integrantes da comu-nidade universitaacuteria

INFRAESTRUTURA

34 - UFPB em Revista

Ano de 2015 eacute limite para meta plena de acessibilidade

Ausecircncia de acessibilidade eacute constante nos novos preacutedios da UFPB

Segundo dados do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a Paraiacuteba eacute o estado que possui a maior parcela de habitantes com necessidades especiais no Bra-sil empatando com o Rio Grande do Norte Quase 30 dos paraiba-nos tecircm algum tipo de necessidade especial Apesar da estatiacutestica e da existecircncia do Decreto Lei 5296 que determina a acessibilidade em todas as edificaccedilotildees puacuteblicas 90 por cento das construccedilotildees realizadas durante gestatildeo dos professores Rocircmulo Po-lari e Iara Matos a frente da UFPB natildeo respeitaram o seu cumprimento

No momento a atual adminis-traccedilatildeo estaacute empenhada num pra-zo de dois anos a assistir a todos os alunos com deficiecircncia cumprin-do as normas teacutecnicas de acessi-bilidade da Associaccedilatildeo Brasilei-ra de Normas Teacutecnicas (ABNT)

Dentre as medidas a serem ado-tadas estaacute a reforma na acessibilida-de arquitetocircnica das vias (calccediladas) Tambeacutem estaacute prevista a construccedilatildeo do Centro de Inclusatildeo (que vai in-tegrar todos os projetos de inclusatildeo em um soacute) agregar serviccedilos dispo-nibilizar salas de aula adquirir uma seacuterie de equipamentos fora do paiacutes (entre eles esfigmomanocircmetro que possibilita a traduccedilatildeo de textos em aacuteudio bengala que identifica obs-taacuteculos e computadores especiais)

Ateacute o momento apenas 15 preacute-dios estatildeo acessiacuteveis para os 30 alu-nos com necessidades especiais ca-dastrados na UFPB O uacutenico trecho com acessibilidade externa no Cam-pus I se encontra da Biblioteca Cen-tral ateacute o Refeitoacuterio Universitaacuterio No Campus II em Areia a primeira parte do projeto jaacute vem com todas as normas de acessibilidade executadas disse Marcelo Andrade Diniz Diretor do Departamento de Arquitetura da Prefeitura Universitaacuteria desde 2010

O que estaacute previsto

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 35

Segundo Marcelo Diniz que acompanhou a antiga gestatildeo da Uni-versidade o recurso era limitado e natildeo havia comprometimento dos ad-ministradores para cumprir as normas exigidas aleacutem da fiscalizaccedilatildeo pouco eficaz do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Ateacute 2010 pouco havia sido pensado discutido e realizado para incluir so-cialmente as pessoas com deficiecircn-cia Com o aumento significativo e progressivo no nuacutemero de estudan-tes em funccedilatildeo da Reestruturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universidades Fede-rais (Reuni) a situaccedilatildeo agravou-se

Desde entatildeo o Governo Federal estaacute destinando uma verba especiacutefica para as Instituiccedilotildees Federais de En-sino (Ifes) cumprirem as normas de acessibilidade impostas pela ABNT O MEC por sua vez vem fiscalizan-do com rigor as Ifes de todo o Brasil

Comitecirc existe desde 2011

No ano de 2011 foi criado na UFPB o Comitecirc de Inclusatildeo e Aces-sibilidade que tem como objetivo garantir a todos os alunos com defi-ciecircncia a permanecircncia e conclusatildeo do curso Segundo a coordenadora do

comitecirc Andreza Aparecida Polia estaacute prevista a chegada de 44 alunos espe-ciais para o proacuteximo semestre letivo nuacutemero que ultrapassa os 5 por cen-to designado pelo sistema de cotas ldquoAno passado fizemos pedido de equi-pamentos para suprir os alunos que jaacute estatildeo cadastrados Enquanto natildeo che-ga os coordenadores tem de ter um computador exclusivo para esses estu-dantesrdquo pontificou Andreza Polia O comitecirc conta com representantes dos cursos de Psicopedagogia Terapia Ocupacional Arquitetura e Educaccedilatildeo

Ainda em fase de projeto o Centro de Inclusatildeo e Acessibilidade estaacute pre-visto para ficar pronto em 2015 Ele contaraacute dentre outras coisas com pla-cas em Braille piso taacutetil carteiras es-peciais plataforma elevatoacuteria eleva-dor e tecnologias inclusivas em geral

Outro projeto que estaacute sendo desenvolvido pela Prefeitura Uni-versitaacuteria eacute a urbanizaccedilatildeo do La-boratoacuterio de Energias Renovaacuteveis (LERS) que iraacute se estender por todo o estacionamento contando com rampas pisos taacuteteis e mais de 6 quilocircmetros de rotas acessiacuteveis

Os estudantes com necessidades especiais contam com um programa

Projeto em 3d das futuras instalaccedilotildees elaborado pela Prefeitura da UFPB

Reportagem Giuliano Viscardi

de apoio onde um aluno monitor os acompanha geralmente por discipli-na dando assistecircncia necessaacuteria gra-vando aulas e tirando duacutevidas com os professores O Nuacutecleo de Educaccedilatildeo Especial (Nedesp) tambeacutem os ajuda nesse processo de adaptaccedilatildeo Na Bi-blioteca Central e no Nedesp os alu-nos dispotildee de impressora em braille

A Proacute-reitoria de Gestatildeo de Pes-soas (Progep) ofereceu por dois anos consecutivos um curso de capacita-ccedilatildeo para docentes e servidores da uni-versidade tendo formado duas turmas ateacute agora Poreacutem a grande maioria dos capacitados foi funcionaacuterios A UFPB conta com apenas um tradutor ldquoPreci-samos de mais contrataccedilotildeesrdquo alega Po-lia que estaacute coordenando o Comitecirc de Inclusatildeo e Acessibilidade desde 2011

A prefeitura da Instituiccedilatildeo tambeacutem fez um convenio com o Laboratoacuterio de Acessibilidade (Lacesse) coordenado por Marcelo Diniz e pela professora do curso de arquitetura Angelina Costa O espaccedilo fiacutesico onde funciona o labo-ratoacuterio foi inaugurado dia 12 de abril no Centro de Tecnologia bloco N

INFRAESTRUTURA

36 - UFPB em Revista

O rombo de mais de 22 milhotildees na Fundaccedilatildeo Casa de Joseacute Ameacuterico (FCJA) constata-

do pelo Tribunal de Contas da Uniatildeo (TCU) eacute a principal heranccedila deixada pela antiga administraccedilatildeo da universi-dade e que atinge diretamente o Res-taurante Universitaacuterio da UFPB Os es-cacircndalos envolvem o responsaacutevel pelo fornecimento de gecircneros alimentiacutecios e o pagamento de alguns funcionaacuterios do Restaurante Universitaacuterio (RU)

Segundo o TCU foram usados re-cursos federais depositados em contas especiacuteficas de convecircnios para paga-mentos agrave empresas fornecedoras de gecircneros alimentiacutecios As irregularida-des foram cometidas pelo ex-diretor da Fundaccedilatildeo Eugecircnio Pacceli Trigueiro Pereira Com isso o TCU suspendeu o repasse de recursos da Uniatildeo para a Fundaccedilatildeo Joseacute Ameacuterico e a direccedilatildeo do RU enfrentou problemas com a falta de estoque de alimentos e atraso no paga-mento de funcionaacuterios refletindo no atendimento precaacuterio das necessidades dos alunos que frequentam o Restau-rante

O RU que fornece refeiccedilotildees gra-tuitas para estudantes de baixa renda e cadastrados da UFPB conta com 90

profissionais Os gecircneros alimentiacutecios de uma refeiccedilatildeo custam em meacutedia de R$ 410 a R$ 530 Nesse valor natildeo estaacute considerado a despesa do preparo trabalho dos funcionaacuterios e energia dos aproximadamente 2200 almoccedilos e 900 jantares por dia

A nova reitoria da UFPB ampliou as investigaccedilotildees e o levantamento de contas da Universidade para averiguar quais problemas seratildeo enfrentados pela gestatildeo Durante as investigaccedilotildees foram detectadas vaacuterias irregula-ridades cometidas pela adminis-traccedilatildeo passada a exemplo da au-secircncia de prestaccedilatildeo de contas de diversos convecircnios

Antocircnio Luiz de Albuquer-que Gomes professor do De-partamento de Quiacutemica do Cen-tro de Tecnologia da UFPB assumiu o cargo de Superintendente do Sistema de Restaurantes Universitaacuterios - que com-preende os restaurantes do Campus 1 do Litoral Norte Areia e Bananeiras - no dia 12112012 Ele conta que rece-beu o RU com um estoque insuficiente de alimentos apesar dos pregotildees ainda estarem em andamento

O superintendente esclareceu que um desses pregotildees estava desa-

parecido e soacute depois de muita inves-tigaccedilatildeo a empresa foi contatada para cumprir o contrato O outro pregatildeo es-tava com o pedido de realinhamento de preccedilos e somente apoacutes a administraccedilatildeo entrar em contato para negociar com os fornecedores explicando a delicadeza da situaccedilatildeo eacute que foi possiacutevel normali-zar as entregas dos suprimentos

Segundo o professor Antocircnio Luiz ainda haacute muitos problemas com os fornecedores As licitaccedilotildees (pregotildees) emitidas pelas empresas tem um preccedilo muito abaixo do valor de mercado Em decorrecircncia desse fato as companhias tem prejuiacutezo e antes de completar os seis meses algumas deixam de forne-cer os gecircneros apesar de ainda terem saldo em caixa com a Universidade

Um dos problemas a serem contor-nados pela atual administraccedilatildeo diz res-peito a burocracia e lentidatildeo de alguns setores na etapa de licitaccedilatildeo e pregatildeo para aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios Na Proacute-Reitoria Administrativa (Divi-satildeo de Materiais) a entrada dos pre-gotildees foi feita em dezembro poreacutem os processos ficaram mais de dois meses parados dentro de uma gaveta e por isso ainda existem licitaccedilotildees de com-pras paradas em abril

A administraccedilatildeo da Universidade

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeo

Prof Antocircnio Luiz Superintendente do RU

Vista frontal do Restaurante Universitaacuterio da UFPB

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 37

Atualmente o professor Antocircnio Luiz estaacute procurando resolver os as-suntos mais urgentes do RU fazendo o levantamento do que precisa ser fei-to a exemplo dos pedidos de compras de equipamentos de seguranccedila e para a cozinha Haacute tambeacutem uma proposta

a partir dos levantamentos feitos pelo professor Antocircnio Luiz tomou um seacute-rie de iniciativas entre elas consultas juriacutedicas onde foram detectados o atra-so de salaacuterios entre outras irregularida-des trabalhistas Por conta do rombo a FCJA deixou de pagar o fundo de ga-rantia salaacuterios feacuterias e 13ordm salaacuterio aos funcionaacuterios As diacutevidas tiveram que ser quitadas pela prefeitura universitaacute-ria que repassou a verba e cumpriu a obrigaccedilatildeo social para com todos os fun-cionaacuterios Hoje a FCJA eacute dirigida por Boanerges Felix que estaacute regularizan-do as atividades da fundaccedilatildeo

O professor Antocircnio Luiz ressalta que existiam diversos problemas com equipamentos e com funcionaacuterios Na cozinha haviam vazamentos e instru-mentos como serras de cortar carne e aparelho de cortar frutas quebrados Ateacute o conserto desses aparelhos os trabalhos vinham sendo feitos manu-almente Ele encontrou equipamentos com 10 a 15 anos de uso sem programa de reposiccedilatildeo ldquoEacute impossiacutevel um siste-ma desse porte funcionar sem repor o equipamento porque ele tem vida uacutetil As caldeiras satildeo razoavelmente novas com 3 ou 4 anos de uso mas sem um sistema de manutenccedilatildeo Vazamento de oacuteleo caldeiras quebradas Foi uma si-tuaccedilatildeo que eu natildeo imaginava que en-contrariardquo observa o superintendente

Outra questatildeo importante que a nova administraccedilatildeo teve que mudar foi o fato de que os funcionaacuterios natildeo esta-vam acostumados a obedecer aos horaacute-rios Poreacutem aos poucos o pessoal foi se adaptando ao novo modelo de gestatildeo

encaminhada para concretizaccedilatildeo de um serviccedilo de auto atendimento (self servi-ce) O desperdiacutecio de comida eacute um dos grandes problemas para o Restaurante pois os alunos deixam nos pratos restos de comida suficientes para alimentar mais de 400 pessoas segundo o supe-rintendente

A equipe que trabalha no RU pre-tende realizar uma campanha de cons-cientizaccedilatildeo para que os comensais com a instalaccedilatildeo do self service co-loquem no prato apenas a quantidade realmente necessaacuteria evitando assim o desperdiacutecio Estaacute nos planos promover treinamento dos funcionaacuterios executar atividades humaniacutesticas promovendo a interaccedilatildeo entre as pessoas melhorar cada vez mais o sabor da comida (a qua-lidade jaacute existe) e aumentar o nuacutemero de funcionaacuterios e equipamentos acarre-tando numa melhora do fluxo e minimi-zando o problema das longas filas

Tambeacutem eacute interesse terminar a obra comeccedilada na administraccedilatildeo pas-sada - que jaacute deveria ter sido finaliza-da - de um complexo ao lado do atual RU Laacute seraacute instalado um restaurante para que os funcionaacuterios e estudantes natildeo contemplados pelo RU possam co-mer pagando apenas uma pequena taxa pela refeiccedilatildeo Eacute preciso ainda analisar a viabilidade dessa opccedilatildeo consultando a comunidade acadecircmica e aguardando o teacutermino das obras A comida seraacute a mesma que eacute servida gratuitamente aos alunos comensais

Comida que sobra nos pratos seria capaz de preencher 400 novas refeiccedilotildees

Restaurante Universitaacuterio em horaacuterio de funcionamento

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Reportagem Marina Maracajaacute e Nayane Maia

e mudando os haacutebitos no ambiente de trabalho A atual administraccedilatildeo prima pelo exemplo adotando a praacutetica de se-rem os primeiros a chegar e os uacuteltimos a sair colaborando com os outros fun-cionaacuterios e ajudando sempre que pos-siacutevel nas suas diferentes funccedilotildees seja no setor administrativo seja na parte de manutenccedilatildeo dos equipamentos

Proposiccedilotildees

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INFRAESTRUTURA

38 - UFPB em Revista

Blocos isolados congestiona-mentos nos horaacuterios de pico falta de estacionamento satildeo

esses alguns dos problemas que po-dem ser ocasionados pela falta de um bom plano diretor Na UFPB isso natildeo eacute diferente Encontrar agrave noite uma vaga proacutexima ao CCHLA eacute praticamente uma maratona Esse e muitos outros problemas poderiam ter sidos evita-dos se tivesse sido criado um plano diretor que limitasse as aacutereas de esta-cionamento construccedilatildeo e ainda com o planejamento da aacuterea de preservaccedilatildeo na universidade

Em 2007 em sua defesa de tese de doutorado em engenharia civil Renato Saboya explica ldquoPlano Diretor eacute um documento que sintetiza e torna expliacute-citos os objetivos consensuados para o Municiacutepio e estabelece princiacutepios diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as decisotildees dos atores envolvidos no processo de de-senvolvimento urbano convirjam tan-to quanto possiacutevel na direccedilatildeo desses objetivosrdquo

Para Acircngela Braz aluna do quinto periacuteodo de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal da Paraiacuteba pro-blemas comuns como salas com maacute ventilaccedilatildeo ou com insolaccedilatildeo intensa poderiam ter sido evitados se a insti-tuiccedilatildeo tivesse em seu plano diretor as melhores localizaccedilotildees para a constru-ccedilatildeo dos blocos Com tal planejamen-to seriam evitadas aacutereas voltadas di-retamente para o nascente ou poente e tambeacutem aacutereas natildeo favorecidas pelos ventos

Planos Diretores no Brasil

Quando questionados a maioria dos brasileiros pensam que exemplos de planejamento preventivo existem apenas em paiacuteses de ldquoprimeiro mun-dordquo poreacutem em diversos municiacutepios brasileiros planos diretores tiveram relativo sucesso como por exemplo Curitiba Brasiacutelia e ateacute mesmo Joatildeo Pessoa Sendo a uacuteltima um dos melho-res exemplos nacionais de preservaccedilatildeo de sua orla mariacutetima onde existe um

bloqueio para edifiacutecios superiores a quatro andares

ldquoA questatildeo da falta de planejamen-to urbano eacute muito mais grave do que parece o recobrimento dos solos com materiais impermeaacuteveis juntamente com o adensamento de construccedilotildees acaba ocasionando o aumento de tem-peratura em determinadas regiotildeesrdquo indaga Acircngela

O impedimento da construccedilatildeo de preacutedios altos na orla evita o conhecido fenocircmeno em diversas praias sombra Em praias de Recife Rio de Janeiro e Balneaacuterio Camboriuacute por exemplo possuem sombra na faixa de areia mes-mo horas antes do pocircr do sol devido aos gigantes que ali se encontramldquoSalas cada vez menores para turmas cada vez maioresrdquo

Para Andreacute Siqueira aluno do se-gundo periacuteodo de Arquitetura e Urba-nismo na Universidade Federal da Pa-raiacuteba a falta de um real planejamento cria ateacute mesmo a falta de acessibilida-de em diversas aacutereas da Universida-de Calccediladas estreitas com caminhos

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidade

Protesto de alunos de Miacutedias Digitais devido ao atraso de mais de dois anos na entrega do bloco do curso

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 39

Soluccedilatildeo a longo prazo

Flaacutevio Tavares membro do pro-jeto de iniciaccedilatildeo cientiacutefica ldquoTerritoacute-rios e urbanidades praacuteticas urbanas e poliacuteticas culturais no espaccedilo puacuteblico contemporacircneordquo mostra-se indignado com o fato de que o porte que a uni-versidade tem atingido seja de espa-ccedilo fiacutesico ndash com grande quantidade de alunos e funcionaacuterios circulando no seu campus - seja do volume de recur-sos aplicados anualmente e ainda natildeo possua um plano diretor em vigor Ele permitiria accedilotildees integradas de longo prazo garantindo que os investimentos ocorram de acordo com os principais anseios da comunidade universitaacuteria jaacute que a elaboraccedilatildeo do plano se daacute necessariamente a partir da discussatildeo conjunta entre os envolvidos com a re-giatildeo

Indagado sobre as possiacuteveis accedilotildees

que poderiam sanar os atuais (e fu-turos) problemas Tavares diz que a Universidade deve iniciar de imedia-to a construccedilatildeo de um ldquoPlano Diretor Participativo Integrado para o Cam-pus Joatildeo Pessoa da UFPBrdquo incluindo questotildees de planejamento participativo na proposiccedilatildeo das futuras obras per-mitindo que a comunidade acadecircmica possa opinar sobre as obras que ali se-ratildeo executadas resultando numa maior conexatildeo e identificaccedilatildeo com os usuaacute-rios Quanto a uma obra especiacutefica ele acredita que uma ampla intervenccedilatildeo no

desenho urbano do campus seria ne-cessaacuteria priorizando o fluxo de pedes-tres com pisos adequados vegetaccedilatildeo passarelas etc

Para finalizar Flaacutevio lembra que agora que a Universidade acolhe um maior nuacutemero de pessoas com defici-ecircncia tendo o dever natildeo soacute legal mas tambeacutem social de incluir estas pessoas num deslocar seguro e independente Sendo esse apenas possiacutevel com um planejamento efetivo da estrutura fiacutesi-ca da Universidade

No final de 2012 Margareth Diniz assumiu a Reitoria da Uni-versidade Federal da Paraiacute-ba e com ela iniciaram-se projetos de um Plano Dire-tor Esse Plano teraacute como principal foco proteger a reserva de mata atlacircntica na qual a Instituiccedilatildeo estaacute sediada O professor Seacutergio Alonso recentemente em-possado prefeito do Campus I eacute um dos membros desta comissatildeo que discute a cria-ccedilatildeo do Plano na UFPB Ele teraacute a missatildeo de coordenar as discussotildees sobre o PD

Planejamento evita problemas como o demonstrado no viacutedeo acima

Novo campus em Rio Tinto Obras que esteticamente feias e sem utilidade

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ReportagemFrancisco de Oliveira

Guilherme Pontes

confusos ou ateacute mesmo inexistentes e ainda praccedilas de permanecircncia sem co-bertura satildeo outros exemplos lembra-dos por Siqueira

Sobre o futuro Andreacute eacute pessi-mista e comenta que a cada dia mais problemas surgem Ser deficiente na UFPB eacute praticamente impossiacutevel Blocos aleatoacuterios para cursos que de-veriam ter salas proacuteximas Essas in-clusive estatildeo cada vez menores para turmas cada vez maiores ldquoSalas com janelotildees feitas para serem usadas com projetor que tipo de arquiteto aprova issordquo provoca

INFRAESTRUTURA

40 - UFPB em Revista

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Central

Construiacuteda haacute mais de 30 anos a Biblioteca Central da UFPB nunca passou por uma grande reforma

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Se algueacutem que frequenta a Bi-blioteca Central da UFPB atu-almente fosse perguntado sobre

qual a sua impressatildeo sobre o local as respostas certamente seriam se-melhantes agraves de quem respondesse a mesma pergunta haacute dez ou vinte anos calor poeira mofo falta de acessibilidade e estrutura deficitaacuteria estariam entre as palavras mais cita-das Isso se explica pelo fato do preacute-dio construiacutedo na deacutecada de 1970 ter sido mal planejado e nunca ter passado por uma grande reforma

Com o acervo atual em torno dos 400 mil exemplares a Bibliote-ca Central tem como principal fina-lidade dar suporte de informaccedilotildees aos programas de ensino pesquisa e extensatildeo Construiacuteda ao lado de uma mata ndash a UFPB estaacute localizada em uma regiatildeo de Mata Atlacircntica ndash so-fre com a maacute conservaccedilatildeo do acervo

exposto agrave umidade poeira e insetosSegundo a bibliotecaacuteria TM que preferiu natildeo se identificar o uacutelti-mo governo ateacute fez investimentos importantes no local ldquoAtraveacutes de pregotildees e ouvindo sugestotildees de co-ordenadores de cursos e professores foram adquiridos milhares de novos tiacutetulos Aleacutem disso foram instala-dos novos computadores cadeiras e feita a climatizaccedilatildeo de algumas salasrdquo A ideia eacute que nos proacuteximos anos sejam feitos novos investimen-tos no local ldquoA nova Reitora pro-meteu um sistema de climatizaccedilatildeo completo para o preacutediordquo afirma TM

Apesar das melhorias nos uacutel-timos anos e a promessa de novos investimentos para um futuro proacute-ximo muitas mudanccedilas inclusive estruturais precisam acontecer na Biblioteca Central ldquoO projeto ar-quitetocircnico eacute defeituoso Eacute impos-

siacutevel falar em climatizaccedilatildeo enquan-to natildeo for solucionado o problema das grandes frestas nas paredes do lugar Tambeacutem natildeo adianta climati-zar sem ser feita uma higienizaccedilatildeo em todo o preacutediordquo afirma o fun-cionaacuterio Francisco Joseacute Assistente Administrativo do local haacute 25 anos

Natildeo bastasse o problema de con-servaccedilatildeo do acervo existe uma ques-tatildeo ainda mais grave a ser tratada a sauacutede dos que frequentam a Bibliote-ca Central Vaacuterios funcionaacuterios rela-taram problemas de sauacutede por causa da higiene e estrutura do local O acuacutemulo de poeira e fungos jaacute causou vaacuterias doenccedilas de pele desde cocei-ras ateacute alergias seacuterias Aleacutem disso eacute comum funcionaacuterios reclamarem de problemas de coluna causados pelo manuseio das pesadas estantes e pro-blemas de mobilidade com os carros de matildeo que transportam os livros

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 41

Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

A realidade

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

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ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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PELO CAMPUS

46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 49

dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

PELO CAMPUS

52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 6: UFPB em revista

ENSINO

8 - UFPB em Revista

Com o sistema de Educaccedilatildeo agrave Distacircncia ndash EaD pelo UFPB-VIRTUAL atraveacutes do sistema

Moodle alunos da graduaccedilatildeo regular presencial da UFPB podem ter ateacute 20 da carga horaacuteria de seus cursos ministrados virtualmente Conforme prevecirc a Portaria Nordm 4059 de 10 de dezembro de 2004 do MEC Atraveacutes desta portaria que vale para todo o territoacuterio nacional a professora e pes-quisadora Deacutebora Regina Opolski da disciplina de Aacuteudio I (curso de Comu-nicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais) ministrou algumas aulas on-line via viacutedeo confe-recircncia e acompanhou algumas ativida-des pela plataforma Moodle (sistema de administraccedilatildeo de atividades educa-cionais destinado agrave criaccedilatildeo de comu-nidades on-line em ambientes virtuais voltados para a aprendizagem utiliza-dos pelas universidades em todo)

Poreacutem segundo relatos de estu-dantes do curso esta ferramenta natildeo os favoreceu academicamente pois a plataforma utiliza um layout compli-cado para quem natildeo teve um preacutevio

UFPB agrave distacircncia expande horizontes para a educaccedilatildeo

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treinamento de uso e esta dificuldade acabou prejudicando o andamento das atividades bem como o conteuacutedo a ser transmitido ldquoFoi difiacutecil pra mim porque as atividades que a professora enviava natildeo apareceram por completo sempre faltava um ou outro arquivo Tive que pegar o conteuacutedo com cole-gas que tiveram acesso aos arquivos que natildeo apareciam para mim Quase toda a turma teve problemas para usar o Moodle muitos tiveram problemas de conexatildeo onde o sistema natildeo fazia o login da senha de acesso (que era individual) e utilizava o nosso nuacutemero de matricula como usuaacuteriordquo disse a es-tudante Jeacutessica de Souza Morais

A professora Deacutebora tambeacutem con-tou que teve vaacuterios problemas para incluir os alunos no sistema como tambeacutem para envio de arquivos com os conteuacutedos e atividades Essas fa-lhas acabaram comprometendo muito o ensino da disciplina para a turma Ela ainda relatou que por vaacuterias vezes procurou a equipe teacutecnica da univer-sidade bem como amigos que utili-

zavam a software em busca de algum treinamento ou informaccedilatildeo especiacutefica para utilizaccedilatildeo da ferramenta para pro-fessores que inclui aleacutem do monitora-mento de utilizaccedilatildeo e de carga horaacuteria de visita dos arquivos pelos alunos o sistema de consolidaccedilatildeo de notas para cada estudante matriculado

Para a coordenadora adjunta da UFPBVIRTUAL Renata Patriacutecia Lima Jeronymo M Pinto esse softwa-re tem uma proposta bastante diferen-ciada de aprender e passar informaccedilatildeo em colaboraccedilatildeo no ambiente on-line e tem como base a pedagogia soacutecio construtivista aberta livre e gratuita e pode ser carregado utilizado mo-dificado e ateacute distribuiacutedo ldquoDesconhe-ccedilo o acontecimento destes problemas apresentados neste caso da turma de Miacutedias Digitais mas afirmo que foi um caso isolado pois geralmente natildeo temos muitos problemas com a plata-forma Eventualmente podem aconte-cer alguns desvios de funcionamento que podem ser resolvidos pela equipe teacutecnica em caso de reclamaccedilotildees Algu-

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 9

Reuniatildeo de professores no Laboratoacuterio I da UFPB Virtual

O que fazer para melhorar

Sistema Virtual

ReportagemDannylo Vasconcelos

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Foto do cartaz de divulgaccedilatildeo do vestibular da UFPB Virtual em 2012

mas medidas foram tomadas nos uacutelti-mos meses para melhorar o acesso e a utilizaccedilatildeo do Moodle e muitas outras melhorias viratildeo ainda esse mecircsrdquo disse

Para o aluno Adilson Joseacute de Oli-veira de 34 anos do curso de Pedago-gia online que utiliza exclusivamente o Moodle como interaccedilatildeo entre os gra-duandos e professores a plataforma no inicio das atividades de curso apresen-ta certa complexidade de utilizaccedilatildeo mas nada que com pouco tempo de uso natildeo fique faacutecil ldquoTive soacute um proble-ma no qual um arquivo de revisatildeo de prova natildeo apareceu pra mim logo co-muniquei ao professor e ele me enviou por email No mais nada de muito complicadordquo relatou o estudante que ainda elogiou o sistema dizendo ser para ele que mora longe do campus da universidade a oportunidade de fazer um curso superior em casa podendo assim continuar com suas atividades profissionais no municiacutepio que mora no cariri paraibano

A UFPBVIRTUAL e o Centro de Informaacutetica da UFPB publicaram no dia 09 de abril um projeto-parceria atraveacutes da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios com o objetivo de melhorar a qualida-de no acesso agrave plataforma de ensino agrave distacircncia Solicitando a colaboraccedilatildeo de atuais e ex usuaacuterios a ideia eacute apurar informaccedilotildees que os ajudem a melho-raacute-lo Os questionaacuterios foram projeta-do de forma a serem respondidos num tempo que varia entre 2 e 5 minutos Todos podem participar estudantes professores tutores etc

Os questionaacuterios contemplam as-suntos importantes no questionaacuterio 1 a abordagem se centra na Anaacutelise da Acessibilidade da Plataforma EaD da UFPBVirtual no questionaacuterio 2 o pon-to central eacute a avaliaccedilatildeo da Interface do Curso Superior de LIBRAS da UFPB Virtual (Apenas para alunos do curso de letrasLIBRAS) no questionaacuterio 3 as questotildees buscam informaccedilotildees sobre a Comunicabilidade na UFPB Virtu-al no questionaacuterio 4 a abordagem eacute a avaliaccedilatildeo de Interfaces de Platafor-mas EAD em Dispositivos Moacuteveis no questionaacuterio 5 os idealizadores bus-cam respostas sobre a Usabilidade do Ambiente Virtual Moodle No questio-naacuterio 6 a abordagem busca avaliar In-terfaces Multimodais na UFPB Virtual

Com o intuito de formar profes-sores Leigos atuantes em escolas publicas bem como o a formaccedilotildees de jovens e adultos que moram no interior da Paraiacuteba UFPBVIRTU-AL integra o Sistema Universidade Aberta do Brasil ndash UAB Utilizando modernas tecnologias da informaccedilatildeo e da comunicaccedilatildeo e de metodologias inovadoras de ensino Os cursos satildeo desenvolvidos com base na Internet atraveacutes do ambiente virtual de apren-

dizagem Moodle e tambeacutem materiais impressos CDs DVDs Bibliotecas Virtuais e assistecircncia personalizada aos estudantes nos Polos de Apoio presencial em todo o Estado Ao todo satildeo ofertados nove cursos de graduaccedilatildeo todos na modalidade a distacircncia e com 50 das vagas por cada ano no vestibular em Matemaacuteti-ca Letras Libras Pedagogia Ciecircn-cias Bioloacutegicas Ciecircncias Agraacuterias Ciecircncias Naturais Computaccedilatildeo e Administraccedilatildeo Puacuteblica

e no questionaacuterio 7 avaliar o Uso de EAD e Redes Sociais

ENSINO

10 - UFPB em Revista

Viacutedeo veiculado na internet revela atrito em sala de aula

O acesso a uma grande gama de informaccedilotildees e meios de propa-gaccedilatildeo raacutepida de notiacutecia oca-

sionado pela popularizaccedilatildeo das redes sociais nos uacuteltimos tempos fez com que surgissem vaacuterias atitudes de estu-dantes entre eles universitaacuterios que seja por provocaccedilatildeo ou simples curio-sidade passaram a questionar o pro-fessor acerca da disciplina e dos meacuteto-dos aplicados O resultado eacute o aumento dos atritos naturais envolvendo a hie-rarquia existente na relaccedilatildeo de quem ensina e quem aprende

Recentemente circulou nas redes sociais um viacutedeo realizado dentro da sala de aula por estudantes do 1ordm periacute-odo do curso de Comunicaccedilatildeo Social da Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) O viacutedeo foi protagonizado pela professora Maria Luacutecia de Olivei-ra e uma de suas alunas nele a profes-sora demonstra fuacuteria ao perceber que a estudante estava lendo um livro que natildeo pertencia agrave aula

Os alunos que tinham o haacutebito de usar os celulares para captar o aacuteudio para estudo posterior imediatamente gravaram a discussatildeo e recorreram entatildeo ao coordenador do curso que os orientou a juntarem mais provas O

resultado foi uma seacuterie de viacutedeos que pipocaram nas redes sociais e no you-tube chamando a atenccedilatildeo de outros meios de comunicaccedilatildeo

Este fato ocorrido dentro da UFPB expotildee a fragilidade da relaccedilatildeo discen-te-docente na atualidade onde um ex-cesso de autoridade pode acarretar pro-blemas no relacionamento e em casos extremos como o acontecido provo-car um fim forccedilado de uma relaccedilatildeo Ou seja o que natildeo pode ocorrer eacute o rompi-mento da barreira entre a autoridade e o autoritarismo

Segundo os alunos a Professora Luacutecia jaacute natildeo tinha um bom relacio-namento com a turma e no caso se enervou a ponto de proferir palavras que poderiam ser proferidas de forma educada mas humilhavam os mesmos ldquoA gente jaacute tinha ouvido falar que ela humilhava os alunos e que para ser aprovado com ela tinha de conversar com ela mostrar-se amigo delardquo con-ta Edielly Arauacutejo ldquoO bom professor tem de ser humano Um tiacutetulo pode ateacute causar um distanciamento na relaccedilatildeo No episoacutedio por exemplo a professo-ra bradava que era doutora e que noacutes natildeordquo completa

Desde crianccedila somos educados

a respeitar a hierarquia educacional Dentro de uma instituiccedilatildeo de ensi-no o professor eacute a parte do comando que estaacute mais proacuteximo ao aluno Eacute o professor que determina o processo de construccedilatildeo do conhecimento Jaacute o alu-no deve acatar as decisotildees dos docen-tes e provar que aprendeu

A relaccedilatildeo professor-aluno estaacute sujeita a normas dos professores e do curso aspectos pedagoacutegicos objetivos a serem cumpridos sistemas de avalia-ccedilatildeo e outra gama de convenccedilotildees que natildeo estatildeo apenas sob a accedilatildeo dos proacute-prios docentes e discentes como pode-ria se pensar Inclusive algumas delas estatildeo sujeitas agrave legislaccedilatildeo vigente no Brasil

A lei que rege a educaccedilatildeo superior do nosso paiacutes eacute denominada LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo) de 20 de dezembro de 1996 Ela promove a descentralizaccedilatildeo e a autonomia para as universidades prevendo que estas elaborem e executem seu plano peda-goacutegico onde se estabelece a relaccedilatildeo aluno-professor

No caso relatado a professora foi taxada como vilatilde da histoacuteria e acabou afastada do departamento Foi procu-

Alunos usam redes sociais e procuram a miacutedia para expressar revolta contra atitude de professora UFPB tenta minimizar choque atraveacutes de ouvidoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 11

rada por toda imprensa para dar a sua versatildeo dos fatos mas preferiu o silecircn-cio dando voz ao ditado popular de que ldquoquem cala consenterdquo Outros pro-fessores poreacutem se declaram viacutetimas em casos semelhantes

De acordo com o mestre em His-toacuteria pela UFPB Paulo Eduardo ldquoLe-cionar estaacute a cada dia mais difiacutecil Nem me preocupo tanto com o salaacuterio mas principalmente com a violecircncia as agressotildees Natildeo sei realmente o que fazer tanto para natildeo ser agredido quanto para me conterrdquo desabafa

Percebe-se que a diferenccedilas de postura de um professor para outro quando estes imprimem a sua ldquomarcardquo De acordo com a sua personalidade evidenciam diferenccedilas metodoloacutegicas e filosoacuteficas que satildeo percebidas pelos alunos em sala de aula Um bom pro-fessor acaba sendo espelho e ateacute certo ponto um iacutedolo para alguns alunos

Ouvidoria

Reportagem Roacutebson A Viana e Wallyson Costa

A gestatildeo de uma universidade em-bora baseada na democracia continua com as decisotildees sendo tomadas verti-calmente de cima para baixo estabe-lecendo relaccedilotildees de autoridade Alguns professores valem-se dessa autoridade para impor seu respeito ao inveacutes de estabelececirc-lo atraveacutes da conquista Poucas decisotildees satildeo tomadas de forma coletiva

A fim de minimizar isso e para o re-cebimento de reclamaccedilotildees e sugestotildees sobre o funcionamento da instituiccedilatildeo a UFPB possui a Ouvidoria Geral co-mandada pelo Prof Dr Ceacutesar Emanoel Barbosa de Lima Segundo o Professor a Ouvidoria serve como acolhimento e estaacute agrave disposiccedilatildeo para receber suges-totildees e conciliar situaccedilotildees tanto quanto tem funccedilatildeo de encaminhar denuacutencias sobre casos

O oacutergatildeo funciona como apazigua-dor tentando encaminhar as reclama-ccedilotildees para o setor competente ldquoQuando haacute reclamaccedilotildees de alunos a gente ouve e entramos em contato com o depar-tamento e com o professor Depois de encaminhada a denuacutencia haacute um prazo para a resposta Se alguma parte natildeo fica satisfeita com o encaminhamento a denuacutencia vai subindo de instacircncia ateacute o oacutergatildeo superior por exemplo o Con-selho Universitaacuterio (Consuni)rdquo

Atualmente a Ouvidoria eacute um oacuter-gatildeo pouco divulgado tanto que no

caso da professora Luacutecia nenhuma denuacutencia foi feita ldquoEstamos um pouco escondidos embora as ligaccedilotildees nos se-jam encaminhadas Temos de ser mais

humanos e melhorar no contato com a sociedaderdquo diz Barbosa de Lima

Ele segue argumentando que ldquotem

de haver uma divulgaccedilatildeo melhor do que eacute realizado aqui dentro para so-ciedade A nova gestatildeo estaacute disposta a dar uma nova roupagem a UFPB A di-vulgaccedilatildeo seraacute bem maior Estamos nos mudando para o hall de entrada da rei-toria o que nos daraacute maior visibilida-de Na paacutegina da UFPB seraacute colocado um link que natildeo havia ateacute o momento para contato direto com a Ouvidoriardquo completa o professor afirmando que dessa maneira espera chegar cada vez mais perto de uma relaccedilatildeo professor-aluno agradaacutevel

ldquoNatildeo existe sistema 100 natildeo se resolve tudo mas trabalhamos para que isso aconteccedilardquo

Prof Ceacutesar Emanoel Lima

O prof Ceacutesar Emanoel afirma empenho na melhora da relaccedilatildeo ProfessorAluno

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Nova localidade da Ouvidoria sendo preparada no Hall de entrada da UFPB

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UFPB Virtual e o Ensino agrave distacircncia na Paraiacuteba

Polo presencial no campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba em Joatildeo Pessoa

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O ensino a distacircncia jaacute eacute uma re-alidade que se consolida cada vez mais nas universidades do

Brasil e do mundo Com a Universi-dade Federal da Paraiacuteba natildeo eacute dife-rente a UFPB Virtual tem recebido cada vez mais alunos o que confirma a tendecircncia de crescimento da educa-ccedilatildeo agrave distacircncia (EAD) no cenaacuterio pa-raibano

Todos os cursos oferecidos pela UFPB virtual funcionam de maneira similar Poreacutem cada qual com modi-ficaccedilotildees para atender as necessidades especiacuteficas de cada aacuterea O curso de licenciatura em ciecircncias bioloacutegicas agrave distacircncia por exemplo aleacutem das au-las virtuais e encontros presenciais possui aulas de campo e em laboratoacute-rio para uma formaccedilatildeo mais completa e soacutelida dos alunos De acordo com o facebook da UFPB Virtual ldquoAlguns procedimentos satildeo padronizados ou-tros natildeo O uacutenico que todos tem em comum 100 satildeo as provas presen-ciais obrigatoacuterias pelo MECrdquo

Cursos agrave distacircncia na UFPB

Os cursos ofertados pela UFPB Virtual satildeo ministrados via Moodle software que serve como plataforma virtual de aprendizagem Haacute tambeacutem aulas presenciais cuja localizaccedilatildeo e periodicidade variam O curso de Pe-dagogia por exemplo possui mais de 15 poacutelos em diferentes municiacutepios da Paraiacuteba para viabilizar as aulas presen-ciais

O preparo dos professores eacute fei-to por meio do e-tutor um projeto de capacitaccedilatildeo continuada da UFPB vir-tual Nele qualquer professor ou tutor da UFPB pode se inscrever _ na coor-denaccedilatildeo do curso do qual faz parte _ para a seleccedilatildeo do processo de cursos de capacitaccedilatildeo que possuem vagas li-mitadas

Ateacute o momento todas as gradua-ccedilotildees pela UFPB Virtual satildeo ofertadas na modalidade Licenciatura com ex-ceccedilatildeo do Bacharelado em Adminis-traccedilatildeo Puacuteblica Haacute tambeacutem uma poacutes-

graduaccedilatildeo especializaccedilatildeo em Gestatildeo Puacuteblica As graduaccedilotildees satildeo Ciecircncias Agraacuterias Ciecircncias Bioloacutegicas Ciecircn-cias Naturais Matemaacutetica LetrasPor-tuguecircs LetrasLIBRAS Computaccedilatildeo e Pedagogia

Um dos principais objetivos da oferta de cursos agrave distacircncia eacute dar a oportunidade agraves pessoas que natildeo po-dem se deslocar para outras localidades com o intuito de realizar tais cursos Dessa forma a oferta de curso online pela UFPB jaacute ultrapassou ateacute mesmo as fronteiras do estado Eacute possiacutevel ci-tar como exemplo o curso de Ciecircncias Bioloacutegicas que possui um polo na ci-dade de Jacaraci na Bahia Haacute tambeacutem dois poacutelos para o curso de Pedagogia no estado de Pernambuco nas cidades de Limoeiro e Ipojuca Apoacutes a conclu-satildeo dos cursos de graduaccedilatildeo a distacircn-cia eacute possiacutevel continuar os estudos com uma especializaccedilatildeo lato sensu ou strictu sensu O diploma eacute vaacutelido como o de qualquer outra graduaccedilatildeo realiza-da na modalidade presencial

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Treinamento de professores pelo e-tutor

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Reportagem Walter Liciacutenio e Eacuterika Antunes

Os cursos de licenciatura agrave distacircn-cia satildeo ofertados com o intuito de for-mar professores aptos a ministrarem aulas na segunda etapa do ensino fun-damental e no ensino meacutedio atenden-do a necessidade de aprimoramento de professores que natildeo tecircm ensino supe-rior e formando pessoas residentes nas cidades do interior do estado que natildeo possuem faacutecil acesso agrave educaccedilatildeo ldquoHaacute todo tipo de aluno sem-terra pessoas da zona rural pessoas de alta e baixa renda etc Se vocecirc der uma olhada em nosso edital vocecirc veraacute que atendemos 3 tipos de puacuteblico distintos Demanda social professores da rede puacuteblica e surdosrdquo afirma a paacutegina do facebook da UFPB Virtual

Um dos maiores esforccedilos da edu-caccedilatildeo agrave distacircncia eacute manter a qualidade de ensino para que seus cursos sejam tatildeo eficientes quanto os presenciais Para que isso seja possiacutevel tem-se mantido paracircmetros dos cursos pre-senciais equivalentes Por exemplo o curso de Ciecircncias Bioloacutegicas oferece um fluxograma curricular igual ao mi-nistrado presencialmente com o mes-mo nuacutemero de horas-aula e creacuteditos Jaacute o curso de Matemaacutetica conta com apenas 90 horas a menos que seu equi-valente presencial

Preconceito

Pessoas mais tradicionais tendem a pensar que um formado em EAD

natildeo eacute tatildeo capaz quanto um formado em curso presencial A realidade eacute bem contraacuteria com a flexibilidade de horaacute-rios a pessoa que estaacute matriculada em um curso a distacircncia deve ser focada organizada e ter disciplina para man-ter seus estudos _ natildeo se dispersar seja com o ambiente onde estaacute ou a inter-net

Desde o ano de 2004 o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) aprovou a inser-ccedilatildeo de 20 da carga horaacuteria curricular em cursos superiores presenciais como aulas ministradas agrave distacircncia Tal posi-cionamento de um oacutergatildeo governamen-tal pode ser o indiacutecio de uma aceitaccedilatildeo

maior da modalidade de ensino ldquoO preconceito relacionado a EaD eacute uma discussatildeo ampla poreacutem ainda existe simrdquo constata o canal de contato on-line da UFPB Virtual Talvez a proacute-pria falta de conhecimento acerca da modalidade de ensino seja a razatildeo de parte da populaccedilatildeo negar-se a acreditar nesse meacutetodo educacional que com a difusatildeo do acesso agrave rede continuaraacute a se expandir

Ensino agrave distacircncia

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ENSINO

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Alunas do Cursinho sendo entrevistadas

Curso preacute-vestibular funciona de modo precaacuterioAriany Melo 17 anos Emma-

nuela da Silva 24 Mayra Lu-cena 18 e Larissa dos Anjos

tambeacutem de 17 anos satildeo alunas do Cur-sinho Preacute-Vestibular que se iniciou em 14 fevereiro na UFPB - Universidade Federal da Paraiacuteba - todas elas tecircm em comum o sonho da aprovaccedilatildeo no ves-tibular

Para Ariany Melo que pretende cursar Relaccedilotildees Puacuteblicas e estaacute pela 2ordf vez no Cursinho Preparatoacuterio falta uma melhor organizaccedilatildeo para o funcio-namento das aulas ldquoO curso eacute legal mas eu esperava mais Noacutes temos mui-tas aulas vagas no ano passado natildeo era assim Pelo horaacuterio que recebemos as aulas deveriam ir das 13 agraves 17 horas Muitas vezes temos que esperar para ter apenas a uacuteltima aula simplesmente porque ningueacutem nos avisardquo comenta

O curso tem grande procura e a idade meacutedia dos frequentadores vai de 17 a 60 anos ldquoEacute difiacutecil entrar aqui a seleccedilatildeo eacute feita pela avaliaccedilatildeo da renda e o histoacuterico escolar do aluno Tambeacutem natildeo temos gastos adicionais pagamos apenas pelas coacutepias do material dispo-nibilizado pelos professores e as passa-gens de ocircnibus ainda temos o direito de tirar a carteirinha de estudanterdquo diz

Emmanuela da Silva que vai prestar vestibular para Serviccedilo Social

A turma que elas fazem parte conta com alunos portadores de necessidades especiais entre eles estaacute Larissa dos Anjos que sonha em fazer Psicologia Para ela a rotina de pegar material de-pois das aulas eacute um pouco diferente Jaacute que natildeo enxerga Larissa tem que ir ateacute o setor da universidade responsaacutevel em passar para o Braile o material dispo-nibilizado ldquoNoacutes pegamos o material necessaacuterio para as aulas com exceccedilatildeo de Matemaacutetica Quiacutemica e Fiacutesica que natildeo fica disponiacutevel Esses professores fazem o que podem enviam por email e eu estudo com ajuda do leitor virtu-alrdquo conta

Larissa Leite disse ainda que sente falta de algumas atitudes para ela eacute pre-ciso maior empenho para que as coisas funcionem melhor Mayra Lucena que espera cursar Jornalismo ou Pedagogia no ano que vem concorda com a cole-ga ldquoNo comeccedilo das aulas tinha uma pessoa aqui para acompanhar e ajudar no que eles precisassem agora somos noacutes que fazemos isso Inclusive temos um colega esquizofrecircnico e fica visiacutevel a falta de preparo dos professores quan-do acontece alguma situaccedilatildeordquo explica

Entrevista

A Coordenadora do Nuacutecleo de Jo-vens e Adultos da UFPB - Universida-de Federal da Paraiacuteba - Maria de Faacute-tima dos Santos Oliveira negou-se a dar declaraccedilotildees sobre o Cursinho Preacute-Vestibular o qual ela eacute responsaacutevel Ela exigiu uma Carta de Apresentaccedilatildeo da equipe de reportagem argumentan-do que esse eacute um procedimento de pra-xe no Departamento

Inicialmente a coordenadora omi-tiu tambeacutem o local e horaacuterio de fun-cionamento do curso Maria de Faacuteti-ma afirmou ser ldquoincorreto da parte de vocecircs (noacutes da reportagem) procurar alunos e professores do curso sem autorizaccedilatildeordquo acrescentou Maria de Faacutetima disse ainda que os professores sabem da necessidade dessa autoriza-ccedilatildeo ldquoQuem estaacute sendo inconveniente aqui eacute o professor de vocecircs porque ele sabe que isso eacute preciso Eacute uma forma de nos resguardarrdquo finalizou

O Professor Derval Golzio cha-mado de inconveniente por Faacutetima discorda dessa posiccedilatildeo ldquoeacute no miacutenimo um absurdo que um funcionaacuterio puacutebli-co se negue a disponibilizar esse tipo de informaccedilatildeo principalmente por se

tratar de coisas tatildeo simplesrdquo Golzio ainda questionou qual seria o inconveniente de prestar informaccedilotildees tatildeo baacutesicas que a professora Maria de Faacutetima sob pre-textos burocraacuteticos injustifi-caacuteveis faz tanto segredo

Greve na UFPB

A greve na UFPB foi o fator determinante para os resultados negativos obti-dos ano passado pelos es-tudantes que frequentaram o Cursinho Preacute-Vestibular da UFPB eacute o que diz o Pro-fessor de Matemaacutetica Paulo Rogeacuterio Para ele a interrup-

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ccedilatildeo nas aulas causou o elevado niacutevel de evasatildeo nas turmas ldquoOs resultados ano passado natildeo foram bons a greve iniciada praticamente na metade do ano desestimulou os nossos alunos no comeccedilo do ano as salas eram cheiasrdquo pondera

Criado por um convecircnio entre a Universidade e a Secretaria de Edu-caccedilatildeo do Estado da Paraiacuteba o Curso faz parte do Nuacutecleo de Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos e foi inicialmente pensado para os estudantes do ensino meacutedio na UFPB que estatildeo no EJA ndash Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos - mas a alta procura fez com que fossem aber-tas novas vagas conta Rogeacuterio

O Professor explica que hoje exis-tem 2 turmas agrave tarde e 1 agrave noite com uma meacutedia de 150 alunos no total a maioria constituiacuteda de jovens Para ele lidar com Portadores de Necessi-dades Especiais eacute um desafio ldquoTraba-lhei com pessoas portadoras de algum tipo de deficiecircncia apenas uma vez mas faz muito tempo Natildeo tive ne-nhum tipo de treinamento acho que todo professor precisa receber um bom preparado infelizmente isso ain-da natildeo acontece O que me estimula eacute ver a forccedila de vontade desses alunosrdquo completou

Cursos de idioma pelo Departamen-to de Letras

Curso de extensatildeo em liacutenguas es-trangeiras eacute uma iniciativa do DLEM (Departamento de Letras Estrangeiras Modernas) Ele eacute aberto para toda co-

munidade seu uacutenico preacute-requisito eacute ter mais de 18 anos Satildeo oferecidos cur-sos de Liacutengua Inglesa Alematilde France-sa e Espanhola Para adentrar no curso eacute necessaacuterio fazer uma prova de sele-ccedilatildeo (em liacutengua portuguesa) O chefe do DLEM Professor Doutor Roberto Carlos de Assis natildeo soube precisar qual era a concorrecircncia do processo de seleccedilatildeo para uma das vagas dos cursos no entanto ele acredita que a concor-recircncia gira em torno de seis alunos por vaga

Os alunos de graduaccedilatildeo em Letras da UFPB supervisionados por seus professores satildeo os responsaacuteveis pelas as aulas do curso de extensatildeo Eles re-cebem uma bolsa de aproximadamente 200 reais Para dar essas aulas eacute preci-so estaacute no 4ordm periacuteodo do curso de gra-duaccedilatildeo ou jaacute ter experiecircncia compro-vada em sala de aula

O material para acompanhar as aulas fica por conta dos alunos Aleacutem disso se o aluno passar no processo se-letivo ainda tem uma taxa de matriacutecu-la no valor 100 reais para comunidade em geral e 90 reais para os alunos de letras Os alunos da residecircncia univer-sitaacuteria satildeo isentos dessa taxa

O professor Doutor Roberto Carlos de Assis crer que o percentual de eva-satildeo do curso de extensatildeo se aproxima dos 30 Para ele essa taxa eacute normal Natildeo haacute nenhum levantamento sobre quem mais procura o curso mas ele acredita que pessoas das mais diferen-tes aacutereas o procuram

Ana Carla graduanda do curso de Turismo faz o segundo semestre de in-

glecircs do curso de extensatildeo Ela acredita que o curso oferece uma boa oportu-nidade para aprender uma liacutengua to-davia o aluno tambeacutem tem que fazer sua parte para aprender mais Ela deci-diu aprender inglecircs porque na opiniatildeo dela ser biliacutengue eacute essencial para qual-quer pessoa que queira entrar no mer-cado de trabalho principalmente na aacuterea que ela pretende atuar o turismo

Ana Carla jaacute tinha uma base de co-nhecimento de inglecircs antes de entrar no curso No entanto nem todos os alunos satildeo assim Eacute o que afirma o bolsista do curso de extensatildeo Caio Antocircnio alu-no de graduaccedilatildeo em Letras Inglecircs Para ele as turmas iniciantes do curso de extensatildeo satildeo as mais trabalhosas pois muita gente natildeo tem uma boa base na liacutengua Como ele costuma dar suas au-las falando o inglecircs na maior parte do tempo algumas pessoas apresentam dificuldade Para ser melhor compre-endido por essas pessoas ele muitas vezes faz o uso da miacutemica

Outra dificuldade encontrada por Caio Antocircnio eacute o nuacutemero de alunos em sala de aula As turmas comeccedilam com 25 alunos Para o bolsista eacute possiacutevel dar uma aula com esse nuacutemero de alu-nos mas o rendimento cresce em tur-mas menores Segundo ele numa tur-ma com poucas pessoas eacute possiacutevel dar uma atenccedilatildeo individual aos alunos

Reportagem Francisco Dantas e Rocircmulo Jeferson

Curso de liacutenguas estrangeiras eacute uma iniciativa do DLEM (Departamento de Letras Estrangeiras Modernas)

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PESQUISA

18 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Para-iacuteba dispotildee de dois viveiros de animais para pesquisas labora-

toriais tambeacutem conhecidos como bio-teacuterio Satildeo locais inteiramente voltados para estudo de animais quer seja com-portamental procriaccedilatildeo ou mesmo para realizaccedilatildeo de experiecircncias No entanto apenas uma dessas unidades encontra-se ativa e haacute diferenccedilas notaacute-veis em ambos desde sua localizaccedilatildeo agraves suas atividades

Inaugurado em Fevereiro de 2004 com 900 metros quadrados o Bioteacuterio Thomas George eacute um exemplo como setor de pesquisa de uma universida-de Integra o Laboratoacuterio de Tecnolo-gia Farmaceutica (LTF) e ocupa aacuterea dentro da UFPB cercada e com guarita proacutepria O bioteacuterio foi financiado du-rante sua criaccedilatildeo pela Agecircncia Nacio-

nal de Vigilacircncia Sanitaacuteria (Anvisa) e atualmente sua manutenccedilatildeo eacute assegu-rada por projeacutetos de pesquisa proacuteprios doaccedilotildees e pela reitoria

Dentre as espeacutecies disponiacuteveis para pesquisa o laboratoacuterio possui ratos Wistar conhecida como rato-branco-de-laboratoacuterio camundongos Swiss e coelhos prontos para estudo pesquisa e experimentos quer seja em animais vivos ou em vitro (experimentos com sistemas fechados que podem ser iso-lados temporariamente em recipientes de vidro) Os roedores satildeo alguns dos animais mais importantes em pesqui-sas laboratoriais por serem faacuteceis de cuidar com ciclo de vida curto manu-tenccedilatildeo barata e por possuiacuterem seme-lhanccedilas fisioloacutegicas com o organismo humano ao ponto de desenvolver al-gumas das mesmas enfermidades

Como funciona

Para integridade dos dados colhi-dos nas pesquisas as dependecircncias do bioteacuterio seguem estritas normas de am-bientaccedilatildeo interna Segundo o teacutecnico bioterista Joseacute Crispim ldquocada sala eacute cli-matizada e mantida com pressotildees distin-tas positivas e negativasrdquo (termo usado para definir niacuteveis de pressatildeo maiores ou menores que a pressatildeo atmosfeacuterica comum definidos de acordo com as es-peacutecies e experimentos em andamento) Os dejetos dos animais satildeo recolhidos por uma camada de maravalha (resiacuteduo de madeira semelhante agrave serragem mas de dimensotildees superiores) seus utensiacute-lios laboratoriais satildeo esterilizados por um autoclave aparelho comum em laboratoacuterios e usa vapor pressurizado para realizar a limpeza de ferramentas

Bioteacuterios da UFPB revelam diferenccedilas e abandono

Preacutedio do viveiro do LTF Bioteacuterio Professor Thomas George

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Cada ambiente isolado obedece a um ciclo de 12 horas que segue a orien-taccedilatildeo de fotoceacutelulas naturalmente lo-calizadas no exterior da estrutura Esse procedimento eacute necessaacuterio para simu-lar a luz natural dentro dos ambientes e mantecirc-los isolados De acordo com o estudo realizado nessas salas sua cli-matizaccedilatildeo pode tanto obedecer agrave luz natural como inverter-se fazendo com que as salas fiquem escuras durante o dia e claras agrave noite Em qualquer caso o ciclo de 12 horas eacute mantido tentan-do natildeo estressar os animais na intenccedilatildeo de manter a integridade dos dados co-letados em suas pesquisas

O Centro destina-se apenas a estu-dos e pesquisas de poacutes-graduaccedilatildeo ten-do ateacute entatildeo prestado assistecircncia aos cursos de quiacutemica biologia fisiotera-pia e farmacologia Este ultimo sendo o mais comum e funccedilatildeo primaacuteria do bioteacuterio nas palavras de Crispim ldquo90 por cento das pesquisas satildeo com os alunos da poacutes graduaccedilatildeo de farmaacuteciardquo

Contrapartida

Natildeo muito distante ao bioteacuterio do LTF mas presente tambeacutem na UFPB existe o que hoje eacute apenas cercas e pe-quenas aacutereas encobertas por mata do viveiro gerenciado pelo Departamento de Sistemaacutetica e Ecologia jaacute conheci-do como Laboratoacuterio Tropical de Pri-matologia criado em 1982

O bioteacuterio foi desativado em 2012 pelos dirigentes da proacutepria Instituiccedilatildeo por tempo indeterminado sob pre-

sala de pesquisa chegou a hospedar 108 primatas de nove espeacutecies

Aleacutem de docentes o local tinha um veterinaacuterio e trecircs funcionaacuterios para tratamento dos animais e servia como local para conclusatildeo de estaacutegios Hoje aparentemente apenas um funcionaacuterio que natildeo pocircde ser encontrado trabalha no local no turno da manhatilde ocasional-mente regando plantas

Sempre que as atividades do bioteacute-rio de Ciecircncias Bioloacutegicas satildeo postas em questatildeo obtem-se respostas como ldquoo custo dos animais era muito caro natildeo dava para manterrdquo seguidas de ldquoo animal em cativeiro natildeo serve para ob-servaccedilatildeo natildeo estaacute em seu habitat natu-ralrdquo Respostas simplistas como estas contrariam o histoacuterico de 30 anos do bioteacuterio e seu propoacutesito que incluiacutea ob-servar animais em cativeiro

Sobra

O Departamento de Sistemaacuteti-ca e Biologia atualmente natildeo possui qualquer criadouro de animais vivos resumindo sua biblioteca bioloacutegica a uma cultura entomoloacutegica (de insetos) conservados agrave base de ar-ceco e muita naftalina Atualmente nem os endere-ccedilos on-line relacionados agrave UFPB que carregam ldquodserdquo em suas URLs fun-cionam retornando paacutegina apoacutes paacutegi-na de erros onde o servidor do centro natildeo pocircde ser localizado

texto de estar passando por reestrutu-raccedilatildeo e mudanccedilas disse a professora Caroline Ele estaacute localizado a poucos metros da cerca que adentra a mata atlacircntica por uma trilha de difiacutecil loca-lizaccedilatildeo Continha macacos prego e ser-via como centro de criaccedilatildeo e manejo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo A observaccedilatildeo e documentaccedilatildeo do com-portamento dos primatas era orientada aos alunos de biologia em atividades extracurriculares (apesar de localizar-se adjacente ao bloco de quiacutemica)

Quando funcionava

O viveiro com 1200 metros qua-drados e 43 aacutereas fechadas possuiacutea co-zinha sala de atendimento veterinaacuterio e

Exemplo de rato Wistar usado em pesquisas

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ReportagemEduardo Cezar

Gustavo de AlmeidaCituaccedilatildeo do viveiro de Ciecircncias Bioloacutegicas

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PESQUISA

20 - UFPB em Revista

F undado em 2010 e jaacute premia-do no Expocom Nordeste 2011 na categoria Ediccedilatildeo de Livro o

projeto de pesquisa Para Ler o Digital coordenado pelo Professor Marcos Ni-colau do PPGC-UFPB e do curso de Miacutedias Digitais - UFPB eacute um exemplo do quatildeo importante eacute essa aacuterea de atu-accedilatildeo Tendo como objeto de pesquisa o eBook tambeacutem conhecido como livro digital o grupo eacute pioneiro na pesquisa e desenvolvimento de novos recursos de diagramaccedilatildeo e editoraccedilatildeo

Inicialmente trabalhando com obras dos professores do Departamen-to de Miacutedias Digitais o grupo recebeu convites para ampliar seus trabalhos a todo o Centro de ciecircncias humanas letras e artes (CCHLA) e participar da criaccedilatildeo do projeto editorial digital da Editora Universitaacuteria

Em entrevista o estudante e bol-sist O estudante e bolsista do projeto Para Ler o Digital Rennam Virginio explica sua trajetoacuteria e funccedilatildeo dentro grupo ldquoentrei quando ainda estava no primeiro mecircs do curso no intuito de de-

senvolver habilidades na aacuterea de Edi-toraccedilatildeo mas natildeo era meu foco que a princiacutepio era Viacutedeo Com o tempo aca-bei me identificando com a aacuterea Den-tro do projeto sou Bolsista da Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica escrevo artigos cientiacuteficos semestralmente sobre livros digitais faccedilo a editoraccedilatildeo de ePubs e a confec-ccedilatildeo de capas de alguns dos livros pro-duzidos no Projetordquo

O problema maior de ser estudan-te e pesquisador eacute ter que balancear as duas atividades na maioria dos casos o grupo de pesquisa tende a ser da mes-ma aacuterea de estudo do aluno o que pode ajudar na economia do tempo embora o aluno ainda tenha que enfrentar al-gumas dificuldades principalmente quando o horaacuterio de algumas discipli-nas do curso coincide com uma ativi-dade referente da pesquisa

Despertar a vocaccedilatildeo cientiacutefica e in-centivar novos talentos entre estudan-tes de graduaccedilatildeo eacute um dos objetivos especiacuteficos do Programa Institucional

de Bolsas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica o PIBIC Ele visa apoiar a poliacutetica de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica desenvolvida nas Instituiccedilotildees de Ensino eou Pesquisa por meio da concessatildeo de bolsas a es-tudantes de graduaccedilatildeo integrados na pesquisa cientiacutefica A cota de bolsas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica eacute concedida direta-mente agraves instituiccedilotildees Por sua vez estas satildeo responsaacuteveis pela seleccedilatildeo dos pro-jetos dos pesquisadores orientadores interessados em participar do Progra-ma Os estudantes tornam-se bolsistas a partir da indicaccedilatildeo dos orientadores

A bolsa tem duraccedilatildeo de 12 meses o valor segue uma tabela nacional Atu-almente o valor da bolsa para Iniciaccedilatildeo Cientifica equivale a R$40000 e os uacutenicos requisitos para o estudante satildeo de cursar graduaccedilatildeo e dedicar-se in-tegralmente agraves atividades acadecircmicas e de pesquisa O aluno deve procurar em sua aacuterea de interesse um pesquisa-dor que esteja disposto a integraacute-lo em sua pesquisa e a orientaacute-lo

Rennam ainda se mostra preocu-pado com a situaccedilatildeo dos grupos de

Grupos de pesquisa desafios e metas dos pesquisadores da UFPB

Integrantes do grupo de pesquisa Para Ler O Digital

Bolsa de iniciaccedilatildeo

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 21

pesquisa na Universidade ldquoNo geral acredito que o niacutevel seja bom mas po-deriacuteamos ter mais projetos de pesqui-sa A UFPB deveria incentivar mais os professores a criarem grupos de pesquisas Muitas vezes a PRPG pror-roga duas ou ateacute trecircs vezes as inscri-ccedilotildees para PIBIC e isso eacute sinal que as inscriccedilotildees de projetos foram poucas ou abaixo do esperadordquo

Os Grupos de Pesquisa apresentam alternativas para um trabalho conjun-to entre professores e alunos ambos pesquisadores A Universidade Federal da Paraiacuteba conta com 335 grupos cer-tificados pela instituiccedilatildeo e espalhados por todos os centros Tendo sua maior parte pertencente ao Centro de Sauacutede os grupos na aacuterea da tecnologia vecircm ganhando espaccedilo no cenaacuterio regional

de mais de 40 jovens pesquisadores entre doutores mestres e graduandos que estatildeo interconectados com pesqui-sadores de todo o Brasil e do mundo As pesquisas desenvolvidas satildeo realizadas em parceria com outras universidades institutos de pesquisa e empresas da iniciativa privada Por ser um laboratoacute-rio ativo na aacuterea de desenvolvimento recebe financiamento de instituiccedilotildees parceiras como a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) Finaciadora de Estudos e Projetos (FINEP) e Con-selho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq)

Lavid

O Laboratoacuterio de Aplicaccedilotildees de Viacutedeo Digital (LAVID) criado em 2003 eacute um exemplo a niacutevel nacional da importacircncia dos grupos de pesqui-sa Associado ao Departamento de Informaacutetica (DI) da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba o laboratoacuterio surgiu da proposta de desenvolver projetos de pesquisa e atualmente eacute referecircncia internacional em desenvolvimento de tecnologia para TV Digital

Em marccedilo deste ano os integrantes do Lavid do Centro de Informaacutetica da UFPB apresentaram para teacutecnicos da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e da Agecircncia Nacional de Cine-ma (Ancine) os mais recentes avanccedilos

da tecnologia Fogo Player desenvol-vida e que permite a projeccedilatildeo de ima-gens em ultra HD (4K)

Segundo o gerente de Projetos da RNP Daniel Caetano a RNP jaacute apoiou diversos projetos de pesquisa desen-volvidos pelo Lavid e ressaltou a im-portacircncia da tecnologia Fogo Player para a melhoria da formaccedilatildeo de profis-sionais da aacuterea de sauacutede Ele afirmou que transmissotildees em alta definiccedilatildeo e em tempo real como a que foi testa-da com sucesso pelo Lavid teratildeo uma gama de aplicaccedilotildees em um futuro proacute-ximo servindo natildeo apenas para exibir cirurgias e outros procedimentos de equipes meacutedicas

O Lavid conta com a colaboraccedilatildeo

Guido Lemos apresenta os projetos do Lavid aos representantes da Ancine

Estudantes realizando trabalhos do Lavid

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Reportagem Ermeson David George Juacutenior

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INTERACcedilAtildeO

24 - UFPB em Revista

ldquoSempre tive consciecircncia de que a EJA me proporciona-ria crescimento profissional

e pessoal A frase eacute de Amanda Lima aluna do primeiro periacuteodo do curso de Administraccedilatildeo da Universidade Fede-ral da Paraiacuteba (UFPB) e que acaba de entrar como membro da EJA Consul-toria (Empresa Juacutenior de Administra-ccedilatildeo) Esta empresa caracteriza-se por ser de consultoria sem fins lucrativos que presta serviccedilos na respectiva aacuterea acadecircmica sendo formada exclusiva-mente por alunos do curso de Admi-nistraccedilatildeo da UFPB e que tem como objetivo a capacitaccedilatildeo por meio de conhecimento teacutecnico e empresarial do aluno do curso inserindo-o pos-teriormente no mercado de traba-lho como um jovem empreendedor

Sua estrutura segundo o seu presi-dente Tito Amorim eacute mista de funcio-nal e projetizada A estrutura funcional tem como caracteriacutestica o planejamen-to de serviccedilos abrangendo cargos de analistas de cada departamento entre eles o de qualidade marketing proje-

tos presidecircncia tendo como seus su-periores os diretores Jaacute a projetizada consiste em cargos de consultoria ou seja pessoas restritas a execuccedilatildeo de determinado serviccedilo Os cargos sem-pre estatildeo sendo renovados ao longo dos anos dando oportunidades a outros estudantes da aacuterea para participarem e ateacute aos que jaacute estatildeo em cargos da EJA Consultoria a exercerem atividades em outros Todos estes requerem eleiccedilotildees

Casos de Sucessos

ldquoO estudante entra como universi-taacuterio e sai da EJA como um empreen-dedor atraveacutes da vivecircncia empresarial e gestatildeordquo afirma Tito Em quase 22 anos de existecircncia haacute vaacuterios casos de pessoas que trabalharem na EJA e ob-tiveram sucesso profissional tornando hoje empreendedores de sucesso En-tre os mais sucedidos dois satildeo lembra-dos pelo presidente satildeo eles Leandro Vieira idealizador do administrado-rescom e o Taacutercio Pessoa atualmen-te responsaacutevel pelo Empreender ndash JP

mostrando que o conhecimento adqui-rido na empresa foi bem aproveitado

O curso possibilita o aprendizado atraveacutes de programas de treinamento como Trainee aleacutem de outros eventos como a SDP (Semana de Desenvolvi-mento Profissional) que atinge toda a comunidade acadecircmica mas voltado sempre para o curso de Administraccedilatildeo Com o intuito de transmitir conheci-mento para outros segmentos estu-dantis o evento conhecido como EJA FAZ Palestra promove como o nome mesmo diz palestras sobre respecti-vos temas acerca de administraccedilatildeo Outro evento o Buscando Sorrisos tambeacutem promovido pela empresa de consultoria leva os membros da em-presa para uma instituiccedilatildeo de carida-de ajudando elas possibilitando aos alunos mais contato com a populaccedilatildeo

Pessoas que estatildeo assumindo car-gos agora como eacute o caso da estudante Amanda Lima que acaba de comeccedilar a atuar na funccedilatildeo de analista de qualida-de vecirc a EJA Consultoria como oportu-nidade de crescer no mercado ldquoQuem

EJA Consultoria proporciona crescimento profissional

Cerimocircnia de Posse da gestatildeo 20131 da EJA Consultoria

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 25

busca a EJA eacute um profissional diferen-ciadordquo disse a estudante Segunda ela que jaacute almeja exercer cargos de niacuteveis mais altos o conhecimento dado por esta empresa ajuda tambeacutem no curriacutecu-lo oferecendo uma visatildeo de mercado

A EJA como diferencial

Outros estudantes estatildeo exercendo cargos haacute mais tempo como eacute o caso de Rafael Carvalho que eacute membro da EJA haacute dez meses Ele comeccedilou como consultor e hoje atua como diretor de marketing ldquoEu jaacute trabalhei em car-gos estaduais empresas privadas mas nunca obtive tamanha experiecircncia pro-fissional como a que a EJA me ofere-ceurdquo afirmou Rafael Por estar na em-presa haacute mais tempo ele conclui que todo o conhecimento teoacuterico obtido dentro da sala de aula pode ser colo-cado em praacutetica nesta empresa juacutenior

Rafael relata que tambeacutem enfren-tou dificuldades como o fato de ter que se deslocar para a cidade de Ma-manguape na Paraiacuteba para realizar consultorias e sua transiccedilatildeo de cargo tambeacutem foi um momento difiacutecil por exigir dele o conhecimento em uma es-trutura funcional jaacute que estava saindo

de um cargo de estrutura projetizada Mesmo assim Rafael vecirc os problemas enfrentados como aprendizado ad-quirido almejando tambeacutem alcanccedilar cargos de niacuteveis mais altos ldquoTodo co-nhecimento que hoje eu tenho na aacuterea de administraccedilatildeo consegui na EJA e natildeo em outra empresardquo disse ele

Para ser membro da EJA Consulto-

Posse dos novos membros Idaacutecio Rodrigues e Natyara Santos

Posse do presidente Rodolfo Alves Felizardo

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ReportagemAcircngela Oliveira e

Jessica Morais

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ria o estudante do curso passa por uma seleccedilatildeo que dura aproximadamente uma semana Primeiramente eacute preci-so estar cursando qualquer periacuteodo de Administraccedilatildeo na UFPB em seguida se inscrever na empresa Os alunos selecionados passam por uma capaci-taccedilatildeo de trecircs meses antes de assumir seus respectivos cargos em uma ceri-

mocircnia de posse reali-zada tambeacutem na UFPB

A EJA Consultoria traduz o espiacuterito estu-dantil Aos estudantes que nela trabalham recai cobranccedilas de criatividade bom de-sempenho e boa capa-cidade administrativa Ao sair o estudante eacute visto como um verda-deiro administrador no mercado de trabalho Eacute o laboratoacuterio praacutetico de todo o aprendizado teoacute-rico do aluno no curso de Administraccedilatildeo da UFPB

INTERACcedilAtildeO

26 - UFPB em Revista

A busca pela experiecircncia profissionalEstudante do terceiro periacuteodo de

Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digi-tais (UFPB) Ermeson Lira (18

anos) tomou uma decisatildeo importante em sua vida tornou-se um estagiaacuterio Sua rotina mudou e com ela vieram as responsabilidades Diego Lopes (25 anos) estudante de Ciecircncias da Com-putaccedilatildeo tambeacutem iniciou sua carreira estagiando e ganhando experiecircncia Mas todos os alunos da Universidade Federal da Paraiacuteba conseguem a mes-ma oportunidade que eles

Na UFPB existem dois tipos de es-taacutegios o obrigatoacuterio que conta com a cobertura do seguro de acidentes pes-soais E o natildeo-obrigatoacuterio que eacute opcio-nal e pode ser remunerado ou natildeo Die-go Lopes acredita que ldquocom o estaacutegio vocecirc adquire experiecircncia de mercado de trabalho aprende a trabalhar sobre pressatildeo e se qualifica para vagas que

seratildeo destinadas a pessoas formadasrdquoNo caso do curso de Miacutedias Digi-

tais a regulamentaccedilatildeo diz ldquoEstaacutegio supervisionado em meio profissional ou acadecircmico totalizando 300 horas objetivando a observaccedilatildeo e intervenccedilatildeo do estudante para o exerciacutecio profissio-nal bem como facilitar sua integraccedilatildeo no meio profissionalrdquo O curso estabe-lece convecircnio com o Centro Integrado Empresa-Escola (CIEE) e entre ou-tras entidades puacuteblicas e privadas

O CIEE eacute uma instituiccedilatildeo filantroacute-pica que procura encontrar estaacutegios e oportunidades de aprendizado para es-tudantes dos niacuteveis meacutedio teacutecnico e su-perior Estaacute presente em todo territoacuterio nacional auxiliando a entrada dos jo-vens no mercado de trabalho Algumas empresas jaacute possuem convecircnio com a UFPB Mas alguns alunos ainda encon-tram dificuldades para conseguir seu

espaccedilo Eacute o exemplo de Joseacute Carlos Pe-reira (22 anos) estudante de Ciecircncias bioloacutegicas da UFPB Ele tentou entrar num estaacutegio oferecido pela profes-sora de seu curso mas por choque de horaacuterios natildeo pode fazecirc-lo ldquoalguns es-taacutegios que eu queria pegar eram no ho-raacuterio da manhatilde Horaacuterio este em que eu estava ocupado com as aulasrdquo

Segundo a Lei 11788 Art 8ordm da Constituiccedilatildeo brasileira os convecircnios tanto com empresas puacuteblicas quanto as privadas satildeo facultativos A UFPB eacute conveniada a mais de 300 institui-ccedilotildees Entre elas estatildeo o Banco do Bra-sil Carrefour TV Tambauacute Petrobraacutes e diversas prefeituras como a de Joatildeo Pessoa e Campina grande Segundo o Art 11ordm da mesma lei a duraccedilatildeo maacute-xima do estaacutegio eacute de dois anos exceto quando o estagiaacuterio possui necessida-des especiais

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 27

A PRG-CEM estaacute localizada na Reitoria da Universidade Federal da Paraiacuteba

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Reportagem Layse Pereira eRayssa Alcacircntara

Estaacutegios Cadastrados pela CEM2009-2013

Obrigatoacuterio

Natildeo-obrigatoacuterio

Bolsa Estaacutegio Meacuted

2009 2010 2011 2012 2013

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Os nuacutemeros variam pois estamos no decorrer do ano Dados da PRG-CEM

O Lado bom

Apesar de algumas barreiras en-contradas os universitaacuterios tem uma opiniatildeo em comum O estaacutegio eacute uma etapa importante para a entrada no mercado de trabalho ldquoAleacutem de ad-quirir conhecimentos antes do tempo eacute uma oacutetima oportunidade pra se de-senvolver no mercado Quando se estaacute dentro desse ecossistema o aprendiza-do agrega em vocecirc mesmo que vocecirc natildeo queirardquo declarou Ermeson Lira

Professores como Alberto Pessoa (autor e pesquisador de histoacuterias em quadrinhos) tambeacutem acreditam na importacircncia do estaacutegio Segundo ele quando se estuda e trabalha o aluno consegue aproveitar melhor a gradua-ccedilatildeo ldquoQuando vocecirc trabalha vocecirc natildeo tem tempo de deixar pra laacute Entatildeo vocecirc aproveita melhor a universidade vocecirc estuda mais vocecirc tem um senso de res-ponsabilidade melhorrdquo argumenta

Primeiros Passos

Os estaacutegios dentro da universidade satildeo oferecidos pelos pela UFPB e via-bilizados pelos professores Para soli-citar a bolsa os alunos devem apresen-tar uma seacuterie de documentos Segundo Eliane Ferraz coordenadora da CEM (Coordenaccedilatildeo de Estaacutegio e Monito-

ramento) primeiramente o estudante deve encaminhar um ofiacutecio ao Proacute-Rei-tor de Planejamento da Universidade Federal da Paraiacuteba (Proplan-UFPB) contendo justificativas da solicitaccedilatildeo e detalhes sobre o estaacutegio

Outros documentos necessaacuterios satildeo o formulaacuterio de Solicitaccedilatildeo de Bolsa estaacutegio a Ficha Cadastral (Bolsa-EstaacutegioUFPB) Histoacuterico Escolar do aluno coacutepias da Identidade CPF Tiacutetu-lo de Eleitor e para os homens a coacutepia

do Certificado de quitaccedilatildeo como o ser-viccedilo militar Ao final de cada periacuteodo este processo eacute repetido para renovar a Bolsa

As informaccedilotildees sobre estaacutegios ex-ternos ainda eacute mal divulgado pela uni-versidade Os estudantes costumam ter a iniciativa de procuraacute-los por meio de amigos conhecidos Hoje com a in-ternet ficou mais faacutecil encontrar traba-lhos por meio de sites como por exem-plo o Gogojobcom (wwwgogojobcombr) que divulga vagas na aacuterea de publicidade Quando a oportunidade de estagiar eacute oferecida por instituiccedilotildees conveniadas agrave UFPB o universitaacuterio tambeacutem deve procurar a CEM Apoacutes assinado o convecircnio o aluno estaacute ofi-cialmente estagiando Em ambos os processos ao final de cada semestre deve ser entregue um relatoacuterio

Segundo a coordenadora da CEM os convecircnios realizados pela UFPB eacute uma maneira de atender agraves demandas acadecircmicas Para contemplar um maior nuacutemero de cursos da universidade ldquoOs convecircnios para a concessatildeo de estaacutegios supervisionados devem portanto ser celebrados de forma mais abrangente possiacutevel visando a atender de forma mais ampla a concessatildeo de estaacutegio a alunos regularmente matriculadosrdquo

INTERACcedilAtildeO

28 - UFPB em Revista

Em evento que lotou o auditoacuterio da reitoria da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba Joatildeo Pessoa

recebeu o neurocientista brasileiro Mi-guel Nicolelis que realizou a palestra ldquoA ciecircncia como agente de transforma-ccedilatildeo socialrdquo Nicolelis atraiu professo-res profissionais da aacuterea estudantes da UFPB e de outras universidades mas chamou ainda a atenccedilatildeo de cida-datildeos comuns com problemas de para-plegia tetraplegia deficientes visuais auditivos e pessoas que possuem entes queridos na mesma condiccedilatildeo O enor-me puacuteblico presente ao evento coorde-nado pelo Foacuterum Universitaacuterio deixou o auditoacuterio pequeno com a esperanccedila de ouvir das palavras do meacutedico que eles teriam seus problemas resolvidos pela ciecircncia seja em curto meacutedio ou longo prazo

Nicolelis que lidera um grupo de

pesquisadores da aacuterea de Neurociecircncia na Universidade Duke - EUA apresen-tou como um dos pilares da palestra a mesma questatildeo base do seu chamado Manifesto da Ciecircncia Tropical Nele o neurocientista sugere que o Brasil pode potencializar o desenvolvimen-to cientiacutefico e educacional a partir da cooperaccedilatildeo de ambos e propotildee quinze medidas para firmar o paiacutes como lide-ranccedila mundial na produccedilatildeo e uso de-mocratizante do conhecimento

Miguel Nicolelis falou tambeacutem so-bre a instituiccedilatildeo na cidade de Macaiacute-ba no Rio grande do Norte onde ele realiza um projeto chamado Educaccedilatildeo para toda a vida O projeto ensina para crianccedilas da periferia de Macaiacuteba e Na-tal conhecimentos nas aacutereas de roboacuteti-ca fiacutesica biologia geografia histoacuteria e informaacutetica Durante a palestra o neu-rocientista ainda explanou que desde

o iniacutecio do seu trabalho na cidade de Macaiacuteba a evasatildeo escolar da institui-ccedilatildeo eacute de apenas 2 e que as crianccedilas que estatildeo sendo formadas nessa insti-tuiccedilatildeo saem com mesmo niacutevel de es-colas de elite do Rio grande do Norte

O meacutedico disse aos presentes que acredita que a ciecircncia eacute grande agente responsaacutevel pela capacidade de ino-vaccedilatildeo e deve ser estimulada desde os primeiros momentos da vida Afirmou ainda que haacute uma carecircncia de investi-mento na aacuterea de intersecccedilatildeo da neu-rociecircncia e que se possiacutevel deveria existir acompanhamento ainda no preacute-natal para que a crianccedila nascesse com o maacuteximo de potencial neuroloacutegico Em 2014 Nicolelis abriraacute o primeiro Instituto Primata de Neurociecircncia com uma escola cujo aprendizado se inicia-raacute desde o nascimento Ainda que seja um sonho um pouco distante o meacutedico

Neurocientista Miguel Nicolelis reabre Foacuterum Universitaacuterio

Reabertura do foacuterum universitaacuterio tem como primeiro palestrante o neurocientista Miguel Nicolelis

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 29

acredita que futuramente Macaiacuteba seraacute a primeira ldquocidade ceacuterebrordquo do mundo

Durante a palestra o neurocien-tista tambeacutem abordou as experiecircncias que realiza sobre a interaccedilatildeo do ceacutere-bro e a maacutequina que consiste em fa-zer o movimento da maacutequina a partir dos estiacutemulos enviados pelo ceacuterebro que seratildeo convertidos em impulsos eleacutetricos e proporcionaratildeo o movi-mento mecacircnico de proacuteteses Ainda que ateacute o momento seus experimentos tenham sido feitos apenas com maca-cos jaacute causam ansiedade em pessoas que sofreram acidentes e hoje tem a locomoccedilatildeo comprometida O meacutedico acrescentou que pretende realizar uma demonstraccedilatildeo em 2014 quando uma brasileira parapleacutegica deveraacute caminhar 20 passos e dar o pontapeacute inicial da Copa do Mundo ldquoEsse seraacute um pre-sente do Brasil para toda a humanida-derdquo declarou Nicolelis

O foacuterum universitaacuterio

Apoacutes seis anos desativado a pre-senccedila de Miguel Nicolelis marcou de forma extraordinaacuteria o retorno do Foacute-rum Universitaacuterio Fundado na deacutecada de 1980 pelo professor Joseacute Jackson Carneiro o Foacuterum tem como objetivo discutir assuntos relevantes agrave socieda-de tanto em um niacutevel nacional como local Segundo o coordenador do Foacute-rum Iedo Fontes nunca ficou clara a razatildeo pela qual a gestatildeo anterior da UFPB paralisou o evento ldquoNunca ex-plicaramrdquo comentou Fontes

Para reforccedilar a natureza fomenta-dora de debates do Foacuterum Fontes dis-se que um dos primeiros debates entre presidenciaacuteveis poacutes-ditadura militar jaacute com vistas agraves eleiccedilotildees de 1989 foi promovido pela UFPB no antigo cam-pus de Campina Grande (que hoje eacute de competecircncia da UFCG) ldquoSoacute natildeo veio Collor Lula Brizola e outros estive-ram presentesrdquo comentou

Com o auditoacuterio lotado (600 pro-fessores de acordo com os nuacutemeros de Fontes) o retorno do Foacuterum foi con-siderado positivo A programaccedilatildeo fu-tura ainda estaacute sendo planejada mas a tendecircncia eacute que o Foacuterum seja realizado bimestralmente ldquoFoi uma declaraccedilatildeo da reitora a um jornal local de que ela tem interesse de que o Foacuterum aconte-ccedila num intervalo de dois meses O que nos permite fazer uma programaccedilatildeo Simulaccedilatildeo do exoesqueleto na abertura da Copa de 2014

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mais pensadardquo declarou o coordena-dor

Alguns temas jaacute estatildeo sendo con-siderados o bloqueio do crescimento econocircmico brasileiro nos uacuteltimos anos 500 anos da obra de Maquiavel dis-cussatildeo da obra do geoacutegrafo Josueacute de Castro federalizaccedilatildeo dos niacuteveis infan-til fundamental e meacutedio da educaccedilatildeo e a obra de Luiz Gonzaga e seu impacto sobre a vida regional (este uacuteltimo jaacute sendo organizado para o mecircs de ju-nho)

A princiacutepio o Foacuterum natildeo prioriza-ria nenhuma aacuterea em especiacutefico nem mesmo a proacutepria academia Fontes dis-se ldquoficou claro na reabertura oficial do Foacuterum que noacutes natildeo o reativamos ape-nas para professores estudantes e fun-cionaacuterios mas tambeacutem para a socieda-de pessoense () pessoas de diferentes ramos de atividade comeacutercio induacutes-tria academiardquo Poreacutem o coordenador esclareceu que uma atenccedilatildeo especial deveraacute ser dada agrave discussotildees relaciona-das agrave educaccedilatildeo - e essa preocupaccedilatildeo eacute percebida com a escolha de Miguel

Nicolelis para o primeiro encontro apoacutes a reativaccedilatildeo do Foacuterum ldquoSe tem uma aacuterea que noacutes devemos priorizar no

Brasil e fazer um grande debate nacio-nal eacute a educaccedilatildeordquo explicou Fontes

A exemplo de Nicolelis o Foacuterum tambeacutem foi responsaacutevel por trazer ou-tras personalidades conhecidas nacio-nalmente agrave Joatildeo Pessoa como os se-nadores Cristoacutevatildeo Buarque e Roberto Requiatildeo e o economista Carlos Les-sa Para uma futura ediccedilatildeo do foacuterum a Universidade estaacute tentando trazer o jornalista Paulo Henrique Amorim A ideia poreacutem natildeo eacute ficar preso a nomes de acircmbito nacional e abrir espaccedilo para pessoas que tenham impacto na socie-dade regional - ateacute pela histoacuteria e pelo legado que o Foacuterum tem de realizar debates de interesse da populaccedilatildeo em geral

ldquoFoacuterum eacute para discutir os proble-mas do estado Somos uma entidade produtora e reprodutora de conheci-mento () Na mesa de debate deve ter um professor de destaque mas tambeacutem algueacutem da aacuterea senatildeo fica apenas a niacute-vel de conferecircncia o que natildeo eacute bom pois natildeo promove o debaterdquo afirmou Fontes

Reportagem Una Txai e Rudah Silva

INFRAESTRUTURA

32 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Paraiacuteba enfrenta o caos na infraestrutura do sistema viaacuterio e estaciona-

mentos para veiacuteculos dos alunos pro-fessores e funcionaacuterios Eacute um problema de toda cidade que se reflete na univer-sidade gerando transtornos e problemas de logiacutestica em determinados horaacuterios As dificuldades na mobilidade interna ao Campus I decorrem na deficiecircncia no planejamento da expansatildeo da Instituiccedilatildeo aliadas ao aumento do nuacutemero de veiacute-culos nos uacuteltimos 10 anos O problema eacute reflexo da prioridade do veiacuteculo parti-cular sobre o uso de transporte coletivo

O campus I da instituiccedilatildeo estaacute pas-sando por algumas reestruturaccedilotildees e reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos jaacute existentes No periacuteodo de 2012 a 2013 o nuacutemero de vagas para estacionamento subiu consideravelmente de 2 mil para 2500 Em meacutedio prazo (dois anos) a administraccedilatildeo pretende criar mais 1500 vagas atraveacutes da continuaccedilatildeo do projeto de reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos (no CACE CCEN e HU) e da finali-zaccedilatildeo do Centro de Energias Renovaacute-veis ainda em construccedilatildeo por traacutes do CCHLA

Estacionamento precaacuterio provoca transtorno na UFPB

Vaacuterios carros estacionados de forma irregular e inconveniente no estacionamento da Central de Aulas do campus I

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Projetos

Segundo Marcelo Diniz da Divi-satildeo de Estudos e Projetos da Prefeitura Universitaacuteria a reorganizaccedilatildeo dos esta-cionamentos eacute prioridade e vem sendo implementada em vaacuterios estacionamen-tos da universidade O projeto modi-fica a posiccedilatildeo de entrada dos veiacuteculos de 45ordm (diagonal) para 90ordm (frontal) e a largura da vaga do estacionamento para impossibilitar improvisos que prejudi-cam o traacutefego como por exemplo as filas duplas No projeto as motos se-ratildeo contempladas com estacionamento proacuteprio para evitar a desorganizaccedilatildeo e acidentes nas passarelas e corredores das salas ldquoIremos instalar placas de ad-vertecircncia para as motos natildeo transitarem no espaccedilo destinado aos pedestresrdquo diz Marcelo

Um dos locais com maior problema fica proacuteximo ao preacutedio da Reitoria e da Biblioteca Central devido agrave concen-traccedilatildeo de vaacuterios serviccedilos e dos preacutedios acadecircmicos Nesse local estatildeo reuni-das agecircncias de trecircs bancos livrarias restaurantes DCE (Diretoacuterio Central Estudantil) e AdufPB (sindicato dos

professores) Por conta da via nesse lo-cal ser muito estreita a Prefeitura Uni-versitaacuteria utilizou prismas de concreto no trecho para evitar que os motoristas estacionem os veiacuteculos indevidamente na via de passagem dos carros ocasio-nando transtornos e risco de acidente

Somando-se a esse local estaacute em construccedilatildeo o preacutedio do Centro Arte e Cultura com auditoacuterio estimado para duas mil pessoas em frente agrave Reitoria No projeto da construccedilatildeo natildeo haacute ne-nhum estacionamento previsto para esse preacutedio e na ocasiatildeo de algum evento os visitantes iratildeo estacionar seus veiacuteculos por traacutes da Reitoria que comporta precariamente os usuaacuterios que jaacute utilizam o espaccedilo Para a soluccedilatildeo desse problema Marcelo Diniz informa haver um projeto para construccedilatildeo de um estacionamento por traacutes da Reitoria de um ou dois andares com valor estimado em 10 milhotildees de reais por andar

Usuaacuterios

Os usuaacuterios que utilizam os esta-cionamentos com regularidade pro-potildeem soluccedilotildees como criaccedilatildeo de vagas

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 33

Situaccedilatildeo corriqueira nas vias do campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba

A falta de vagas destinadas para motos eacute a justificativa dos motociclistas

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Reportagem Rodrigo Vitorino e Windsor Souza

destinadas exclusivamente a professo-res Josemar dos Santos professor de Estatiacutestica diz que ldquofalta a prefeitura organizar o estacionamento Haacute deter-minadas horas que vir do departamen-to para a sala de aula de carro se tornou inviaacutevel pois o nuacutemero de veiacuteculos cresceu bastante Poderiam organizar vagas destinadas a professores pois noacutes temos que ficar de bloco em bloco para dar aula enquanto os alunos vecircm assistem a uma aula e vatildeo emborardquo

Outro problema que tambeacutem in-comoda eacute a falta de vagas destinadas agraves bicicletas e motocicletas ldquoAgraves vezes natildeo tem nem espaccedilo para transitar pois tem motociclista estacionando as mo-tos nas vias passarelas e corredores dos blocos pois natildeo haacute vagas destina-das para estacionar as motosrdquo acres-centa Josemar

A falta de estacionamento para motos faz com que elas se amontoem de forma desorganizada Isso as trans-forma em vilatildes e campeatildes de recla-maccedilotildees Elas trafegam e estacionam onde eacute via de pedestres cadeirantes passagem de materiais para os preacutedios da universidade Diversas reclamaccedilotildees jaacute foram feitas por conta de atropela-mentos por dificultar a passagem e ateacute mesmo acidentes envolvendo deficien-tes visuais

Faacutebio Fonseca professor de Pe-dagogia tambeacutem reclama das motos e dos transtornos que elas causam quan-do deixadas em local inconveniente ldquoA universidade estaacute ficando muito pequena para a quantidade de auto-

moacuteveis Eacute preciso organizar o espaccedilo existente e criaccedilatildeo de espaccedilos especiacutefi-cos para motos A falta de organizaccedilatildeo faz com que os corredores passarelas e vias se transformam em estaciona-mento para as motos dificultando por exemplo a passagem de cadeirantesrdquo

O problema da falta de vagas acaba tambeacutem interferindo na aprendizagem dos alunos Aliado a isso haacute o proble-ma de seguranccedila dentro do campus Alunos servidores e professores natildeo confiam no sistema de cartotildees entre-gue na entrada da universidade ldquoGe-ralmente os alunos chegam na hora da aula que coincidem em todas as disci-plinas e a falta de vaga faz com que percamos tempo para estacionar Eacute o caos Muitas vezes encontramos uma vaga muito longe do local em que va-mos estudar E em eacutepoca de chuva pio-

ra Tambeacutem tem o perigo de assaltordquo diz a estudante de Biologia Daniele Lacerda

Empecilho

Alguns estacionamentos no cam-pus I da UFPB possuem aacutervores tom-badas e sob proteccedilatildeo que natildeo podem ser derrubadas Desta maneira a pre-feitura universitaacuteria desenvolveu o projeto de reestruturaccedilatildeo e organiza-ccedilatildeo dos estacionamentos respeitan-do a localizaccedilatildeo dessas aacutervores Nos estacionamentos jaacute finalizados como da Reitoria eacute perceptiacutevel a falta de arborizaccedilatildeo que influecircncia o aqueci-mento local e a desagradaacutevel sensaccedilatildeo de estar num ambiente claro e quente Outro problema encontrado eacute a falta de planejamento de escoamento da chuva Desta maneira em eacutepocas de chuva intensa haacute risco de alagamento

Com todo o empenho e desenvol-vimento estrutural eacute de suma impor-tacircncia o investimento em seguranccedila Mas tambeacutem organizar o tracircnsito au-xiliando os condutores onde devem estacionar e na fluidez do tracircnsito Devido agrave ausecircncia de fiscalizaccedilatildeo para coibir as infraccedilotildees de tracircnsito as vias se tornam estacionamentos irregula-res atrapalhando e colocando em risco a seguranccedila dos integrantes da comu-nidade universitaacuteria

INFRAESTRUTURA

34 - UFPB em Revista

Ano de 2015 eacute limite para meta plena de acessibilidade

Ausecircncia de acessibilidade eacute constante nos novos preacutedios da UFPB

Segundo dados do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a Paraiacuteba eacute o estado que possui a maior parcela de habitantes com necessidades especiais no Bra-sil empatando com o Rio Grande do Norte Quase 30 dos paraiba-nos tecircm algum tipo de necessidade especial Apesar da estatiacutestica e da existecircncia do Decreto Lei 5296 que determina a acessibilidade em todas as edificaccedilotildees puacuteblicas 90 por cento das construccedilotildees realizadas durante gestatildeo dos professores Rocircmulo Po-lari e Iara Matos a frente da UFPB natildeo respeitaram o seu cumprimento

No momento a atual adminis-traccedilatildeo estaacute empenhada num pra-zo de dois anos a assistir a todos os alunos com deficiecircncia cumprin-do as normas teacutecnicas de acessi-bilidade da Associaccedilatildeo Brasilei-ra de Normas Teacutecnicas (ABNT)

Dentre as medidas a serem ado-tadas estaacute a reforma na acessibilida-de arquitetocircnica das vias (calccediladas) Tambeacutem estaacute prevista a construccedilatildeo do Centro de Inclusatildeo (que vai in-tegrar todos os projetos de inclusatildeo em um soacute) agregar serviccedilos dispo-nibilizar salas de aula adquirir uma seacuterie de equipamentos fora do paiacutes (entre eles esfigmomanocircmetro que possibilita a traduccedilatildeo de textos em aacuteudio bengala que identifica obs-taacuteculos e computadores especiais)

Ateacute o momento apenas 15 preacute-dios estatildeo acessiacuteveis para os 30 alu-nos com necessidades especiais ca-dastrados na UFPB O uacutenico trecho com acessibilidade externa no Cam-pus I se encontra da Biblioteca Cen-tral ateacute o Refeitoacuterio Universitaacuterio No Campus II em Areia a primeira parte do projeto jaacute vem com todas as normas de acessibilidade executadas disse Marcelo Andrade Diniz Diretor do Departamento de Arquitetura da Prefeitura Universitaacuteria desde 2010

O que estaacute previsto

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 35

Segundo Marcelo Diniz que acompanhou a antiga gestatildeo da Uni-versidade o recurso era limitado e natildeo havia comprometimento dos ad-ministradores para cumprir as normas exigidas aleacutem da fiscalizaccedilatildeo pouco eficaz do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Ateacute 2010 pouco havia sido pensado discutido e realizado para incluir so-cialmente as pessoas com deficiecircn-cia Com o aumento significativo e progressivo no nuacutemero de estudan-tes em funccedilatildeo da Reestruturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universidades Fede-rais (Reuni) a situaccedilatildeo agravou-se

Desde entatildeo o Governo Federal estaacute destinando uma verba especiacutefica para as Instituiccedilotildees Federais de En-sino (Ifes) cumprirem as normas de acessibilidade impostas pela ABNT O MEC por sua vez vem fiscalizan-do com rigor as Ifes de todo o Brasil

Comitecirc existe desde 2011

No ano de 2011 foi criado na UFPB o Comitecirc de Inclusatildeo e Aces-sibilidade que tem como objetivo garantir a todos os alunos com defi-ciecircncia a permanecircncia e conclusatildeo do curso Segundo a coordenadora do

comitecirc Andreza Aparecida Polia estaacute prevista a chegada de 44 alunos espe-ciais para o proacuteximo semestre letivo nuacutemero que ultrapassa os 5 por cen-to designado pelo sistema de cotas ldquoAno passado fizemos pedido de equi-pamentos para suprir os alunos que jaacute estatildeo cadastrados Enquanto natildeo che-ga os coordenadores tem de ter um computador exclusivo para esses estu-dantesrdquo pontificou Andreza Polia O comitecirc conta com representantes dos cursos de Psicopedagogia Terapia Ocupacional Arquitetura e Educaccedilatildeo

Ainda em fase de projeto o Centro de Inclusatildeo e Acessibilidade estaacute pre-visto para ficar pronto em 2015 Ele contaraacute dentre outras coisas com pla-cas em Braille piso taacutetil carteiras es-peciais plataforma elevatoacuteria eleva-dor e tecnologias inclusivas em geral

Outro projeto que estaacute sendo desenvolvido pela Prefeitura Uni-versitaacuteria eacute a urbanizaccedilatildeo do La-boratoacuterio de Energias Renovaacuteveis (LERS) que iraacute se estender por todo o estacionamento contando com rampas pisos taacuteteis e mais de 6 quilocircmetros de rotas acessiacuteveis

Os estudantes com necessidades especiais contam com um programa

Projeto em 3d das futuras instalaccedilotildees elaborado pela Prefeitura da UFPB

Reportagem Giuliano Viscardi

de apoio onde um aluno monitor os acompanha geralmente por discipli-na dando assistecircncia necessaacuteria gra-vando aulas e tirando duacutevidas com os professores O Nuacutecleo de Educaccedilatildeo Especial (Nedesp) tambeacutem os ajuda nesse processo de adaptaccedilatildeo Na Bi-blioteca Central e no Nedesp os alu-nos dispotildee de impressora em braille

A Proacute-reitoria de Gestatildeo de Pes-soas (Progep) ofereceu por dois anos consecutivos um curso de capacita-ccedilatildeo para docentes e servidores da uni-versidade tendo formado duas turmas ateacute agora Poreacutem a grande maioria dos capacitados foi funcionaacuterios A UFPB conta com apenas um tradutor ldquoPreci-samos de mais contrataccedilotildeesrdquo alega Po-lia que estaacute coordenando o Comitecirc de Inclusatildeo e Acessibilidade desde 2011

A prefeitura da Instituiccedilatildeo tambeacutem fez um convenio com o Laboratoacuterio de Acessibilidade (Lacesse) coordenado por Marcelo Diniz e pela professora do curso de arquitetura Angelina Costa O espaccedilo fiacutesico onde funciona o labo-ratoacuterio foi inaugurado dia 12 de abril no Centro de Tecnologia bloco N

INFRAESTRUTURA

36 - UFPB em Revista

O rombo de mais de 22 milhotildees na Fundaccedilatildeo Casa de Joseacute Ameacuterico (FCJA) constata-

do pelo Tribunal de Contas da Uniatildeo (TCU) eacute a principal heranccedila deixada pela antiga administraccedilatildeo da universi-dade e que atinge diretamente o Res-taurante Universitaacuterio da UFPB Os es-cacircndalos envolvem o responsaacutevel pelo fornecimento de gecircneros alimentiacutecios e o pagamento de alguns funcionaacuterios do Restaurante Universitaacuterio (RU)

Segundo o TCU foram usados re-cursos federais depositados em contas especiacuteficas de convecircnios para paga-mentos agrave empresas fornecedoras de gecircneros alimentiacutecios As irregularida-des foram cometidas pelo ex-diretor da Fundaccedilatildeo Eugecircnio Pacceli Trigueiro Pereira Com isso o TCU suspendeu o repasse de recursos da Uniatildeo para a Fundaccedilatildeo Joseacute Ameacuterico e a direccedilatildeo do RU enfrentou problemas com a falta de estoque de alimentos e atraso no paga-mento de funcionaacuterios refletindo no atendimento precaacuterio das necessidades dos alunos que frequentam o Restau-rante

O RU que fornece refeiccedilotildees gra-tuitas para estudantes de baixa renda e cadastrados da UFPB conta com 90

profissionais Os gecircneros alimentiacutecios de uma refeiccedilatildeo custam em meacutedia de R$ 410 a R$ 530 Nesse valor natildeo estaacute considerado a despesa do preparo trabalho dos funcionaacuterios e energia dos aproximadamente 2200 almoccedilos e 900 jantares por dia

A nova reitoria da UFPB ampliou as investigaccedilotildees e o levantamento de contas da Universidade para averiguar quais problemas seratildeo enfrentados pela gestatildeo Durante as investigaccedilotildees foram detectadas vaacuterias irregula-ridades cometidas pela adminis-traccedilatildeo passada a exemplo da au-secircncia de prestaccedilatildeo de contas de diversos convecircnios

Antocircnio Luiz de Albuquer-que Gomes professor do De-partamento de Quiacutemica do Cen-tro de Tecnologia da UFPB assumiu o cargo de Superintendente do Sistema de Restaurantes Universitaacuterios - que com-preende os restaurantes do Campus 1 do Litoral Norte Areia e Bananeiras - no dia 12112012 Ele conta que rece-beu o RU com um estoque insuficiente de alimentos apesar dos pregotildees ainda estarem em andamento

O superintendente esclareceu que um desses pregotildees estava desa-

parecido e soacute depois de muita inves-tigaccedilatildeo a empresa foi contatada para cumprir o contrato O outro pregatildeo es-tava com o pedido de realinhamento de preccedilos e somente apoacutes a administraccedilatildeo entrar em contato para negociar com os fornecedores explicando a delicadeza da situaccedilatildeo eacute que foi possiacutevel normali-zar as entregas dos suprimentos

Segundo o professor Antocircnio Luiz ainda haacute muitos problemas com os fornecedores As licitaccedilotildees (pregotildees) emitidas pelas empresas tem um preccedilo muito abaixo do valor de mercado Em decorrecircncia desse fato as companhias tem prejuiacutezo e antes de completar os seis meses algumas deixam de forne-cer os gecircneros apesar de ainda terem saldo em caixa com a Universidade

Um dos problemas a serem contor-nados pela atual administraccedilatildeo diz res-peito a burocracia e lentidatildeo de alguns setores na etapa de licitaccedilatildeo e pregatildeo para aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios Na Proacute-Reitoria Administrativa (Divi-satildeo de Materiais) a entrada dos pre-gotildees foi feita em dezembro poreacutem os processos ficaram mais de dois meses parados dentro de uma gaveta e por isso ainda existem licitaccedilotildees de com-pras paradas em abril

A administraccedilatildeo da Universidade

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeo

Prof Antocircnio Luiz Superintendente do RU

Vista frontal do Restaurante Universitaacuterio da UFPB

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 37

Atualmente o professor Antocircnio Luiz estaacute procurando resolver os as-suntos mais urgentes do RU fazendo o levantamento do que precisa ser fei-to a exemplo dos pedidos de compras de equipamentos de seguranccedila e para a cozinha Haacute tambeacutem uma proposta

a partir dos levantamentos feitos pelo professor Antocircnio Luiz tomou um seacute-rie de iniciativas entre elas consultas juriacutedicas onde foram detectados o atra-so de salaacuterios entre outras irregularida-des trabalhistas Por conta do rombo a FCJA deixou de pagar o fundo de ga-rantia salaacuterios feacuterias e 13ordm salaacuterio aos funcionaacuterios As diacutevidas tiveram que ser quitadas pela prefeitura universitaacute-ria que repassou a verba e cumpriu a obrigaccedilatildeo social para com todos os fun-cionaacuterios Hoje a FCJA eacute dirigida por Boanerges Felix que estaacute regularizan-do as atividades da fundaccedilatildeo

O professor Antocircnio Luiz ressalta que existiam diversos problemas com equipamentos e com funcionaacuterios Na cozinha haviam vazamentos e instru-mentos como serras de cortar carne e aparelho de cortar frutas quebrados Ateacute o conserto desses aparelhos os trabalhos vinham sendo feitos manu-almente Ele encontrou equipamentos com 10 a 15 anos de uso sem programa de reposiccedilatildeo ldquoEacute impossiacutevel um siste-ma desse porte funcionar sem repor o equipamento porque ele tem vida uacutetil As caldeiras satildeo razoavelmente novas com 3 ou 4 anos de uso mas sem um sistema de manutenccedilatildeo Vazamento de oacuteleo caldeiras quebradas Foi uma si-tuaccedilatildeo que eu natildeo imaginava que en-contrariardquo observa o superintendente

Outra questatildeo importante que a nova administraccedilatildeo teve que mudar foi o fato de que os funcionaacuterios natildeo esta-vam acostumados a obedecer aos horaacute-rios Poreacutem aos poucos o pessoal foi se adaptando ao novo modelo de gestatildeo

encaminhada para concretizaccedilatildeo de um serviccedilo de auto atendimento (self servi-ce) O desperdiacutecio de comida eacute um dos grandes problemas para o Restaurante pois os alunos deixam nos pratos restos de comida suficientes para alimentar mais de 400 pessoas segundo o supe-rintendente

A equipe que trabalha no RU pre-tende realizar uma campanha de cons-cientizaccedilatildeo para que os comensais com a instalaccedilatildeo do self service co-loquem no prato apenas a quantidade realmente necessaacuteria evitando assim o desperdiacutecio Estaacute nos planos promover treinamento dos funcionaacuterios executar atividades humaniacutesticas promovendo a interaccedilatildeo entre as pessoas melhorar cada vez mais o sabor da comida (a qua-lidade jaacute existe) e aumentar o nuacutemero de funcionaacuterios e equipamentos acarre-tando numa melhora do fluxo e minimi-zando o problema das longas filas

Tambeacutem eacute interesse terminar a obra comeccedilada na administraccedilatildeo pas-sada - que jaacute deveria ter sido finaliza-da - de um complexo ao lado do atual RU Laacute seraacute instalado um restaurante para que os funcionaacuterios e estudantes natildeo contemplados pelo RU possam co-mer pagando apenas uma pequena taxa pela refeiccedilatildeo Eacute preciso ainda analisar a viabilidade dessa opccedilatildeo consultando a comunidade acadecircmica e aguardando o teacutermino das obras A comida seraacute a mesma que eacute servida gratuitamente aos alunos comensais

Comida que sobra nos pratos seria capaz de preencher 400 novas refeiccedilotildees

Restaurante Universitaacuterio em horaacuterio de funcionamento

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Reportagem Marina Maracajaacute e Nayane Maia

e mudando os haacutebitos no ambiente de trabalho A atual administraccedilatildeo prima pelo exemplo adotando a praacutetica de se-rem os primeiros a chegar e os uacuteltimos a sair colaborando com os outros fun-cionaacuterios e ajudando sempre que pos-siacutevel nas suas diferentes funccedilotildees seja no setor administrativo seja na parte de manutenccedilatildeo dos equipamentos

Proposiccedilotildees

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38 - UFPB em Revista

Blocos isolados congestiona-mentos nos horaacuterios de pico falta de estacionamento satildeo

esses alguns dos problemas que po-dem ser ocasionados pela falta de um bom plano diretor Na UFPB isso natildeo eacute diferente Encontrar agrave noite uma vaga proacutexima ao CCHLA eacute praticamente uma maratona Esse e muitos outros problemas poderiam ter sidos evita-dos se tivesse sido criado um plano diretor que limitasse as aacutereas de esta-cionamento construccedilatildeo e ainda com o planejamento da aacuterea de preservaccedilatildeo na universidade

Em 2007 em sua defesa de tese de doutorado em engenharia civil Renato Saboya explica ldquoPlano Diretor eacute um documento que sintetiza e torna expliacute-citos os objetivos consensuados para o Municiacutepio e estabelece princiacutepios diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as decisotildees dos atores envolvidos no processo de de-senvolvimento urbano convirjam tan-to quanto possiacutevel na direccedilatildeo desses objetivosrdquo

Para Acircngela Braz aluna do quinto periacuteodo de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal da Paraiacuteba pro-blemas comuns como salas com maacute ventilaccedilatildeo ou com insolaccedilatildeo intensa poderiam ter sido evitados se a insti-tuiccedilatildeo tivesse em seu plano diretor as melhores localizaccedilotildees para a constru-ccedilatildeo dos blocos Com tal planejamen-to seriam evitadas aacutereas voltadas di-retamente para o nascente ou poente e tambeacutem aacutereas natildeo favorecidas pelos ventos

Planos Diretores no Brasil

Quando questionados a maioria dos brasileiros pensam que exemplos de planejamento preventivo existem apenas em paiacuteses de ldquoprimeiro mun-dordquo poreacutem em diversos municiacutepios brasileiros planos diretores tiveram relativo sucesso como por exemplo Curitiba Brasiacutelia e ateacute mesmo Joatildeo Pessoa Sendo a uacuteltima um dos melho-res exemplos nacionais de preservaccedilatildeo de sua orla mariacutetima onde existe um

bloqueio para edifiacutecios superiores a quatro andares

ldquoA questatildeo da falta de planejamen-to urbano eacute muito mais grave do que parece o recobrimento dos solos com materiais impermeaacuteveis juntamente com o adensamento de construccedilotildees acaba ocasionando o aumento de tem-peratura em determinadas regiotildeesrdquo indaga Acircngela

O impedimento da construccedilatildeo de preacutedios altos na orla evita o conhecido fenocircmeno em diversas praias sombra Em praias de Recife Rio de Janeiro e Balneaacuterio Camboriuacute por exemplo possuem sombra na faixa de areia mes-mo horas antes do pocircr do sol devido aos gigantes que ali se encontramldquoSalas cada vez menores para turmas cada vez maioresrdquo

Para Andreacute Siqueira aluno do se-gundo periacuteodo de Arquitetura e Urba-nismo na Universidade Federal da Pa-raiacuteba a falta de um real planejamento cria ateacute mesmo a falta de acessibilida-de em diversas aacutereas da Universida-de Calccediladas estreitas com caminhos

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidade

Protesto de alunos de Miacutedias Digitais devido ao atraso de mais de dois anos na entrega do bloco do curso

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 39

Soluccedilatildeo a longo prazo

Flaacutevio Tavares membro do pro-jeto de iniciaccedilatildeo cientiacutefica ldquoTerritoacute-rios e urbanidades praacuteticas urbanas e poliacuteticas culturais no espaccedilo puacuteblico contemporacircneordquo mostra-se indignado com o fato de que o porte que a uni-versidade tem atingido seja de espa-ccedilo fiacutesico ndash com grande quantidade de alunos e funcionaacuterios circulando no seu campus - seja do volume de recur-sos aplicados anualmente e ainda natildeo possua um plano diretor em vigor Ele permitiria accedilotildees integradas de longo prazo garantindo que os investimentos ocorram de acordo com os principais anseios da comunidade universitaacuteria jaacute que a elaboraccedilatildeo do plano se daacute necessariamente a partir da discussatildeo conjunta entre os envolvidos com a re-giatildeo

Indagado sobre as possiacuteveis accedilotildees

que poderiam sanar os atuais (e fu-turos) problemas Tavares diz que a Universidade deve iniciar de imedia-to a construccedilatildeo de um ldquoPlano Diretor Participativo Integrado para o Cam-pus Joatildeo Pessoa da UFPBrdquo incluindo questotildees de planejamento participativo na proposiccedilatildeo das futuras obras per-mitindo que a comunidade acadecircmica possa opinar sobre as obras que ali se-ratildeo executadas resultando numa maior conexatildeo e identificaccedilatildeo com os usuaacute-rios Quanto a uma obra especiacutefica ele acredita que uma ampla intervenccedilatildeo no

desenho urbano do campus seria ne-cessaacuteria priorizando o fluxo de pedes-tres com pisos adequados vegetaccedilatildeo passarelas etc

Para finalizar Flaacutevio lembra que agora que a Universidade acolhe um maior nuacutemero de pessoas com defici-ecircncia tendo o dever natildeo soacute legal mas tambeacutem social de incluir estas pessoas num deslocar seguro e independente Sendo esse apenas possiacutevel com um planejamento efetivo da estrutura fiacutesi-ca da Universidade

No final de 2012 Margareth Diniz assumiu a Reitoria da Uni-versidade Federal da Paraiacute-ba e com ela iniciaram-se projetos de um Plano Dire-tor Esse Plano teraacute como principal foco proteger a reserva de mata atlacircntica na qual a Instituiccedilatildeo estaacute sediada O professor Seacutergio Alonso recentemente em-possado prefeito do Campus I eacute um dos membros desta comissatildeo que discute a cria-ccedilatildeo do Plano na UFPB Ele teraacute a missatildeo de coordenar as discussotildees sobre o PD

Planejamento evita problemas como o demonstrado no viacutedeo acima

Novo campus em Rio Tinto Obras que esteticamente feias e sem utilidade

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ReportagemFrancisco de Oliveira

Guilherme Pontes

confusos ou ateacute mesmo inexistentes e ainda praccedilas de permanecircncia sem co-bertura satildeo outros exemplos lembra-dos por Siqueira

Sobre o futuro Andreacute eacute pessi-mista e comenta que a cada dia mais problemas surgem Ser deficiente na UFPB eacute praticamente impossiacutevel Blocos aleatoacuterios para cursos que de-veriam ter salas proacuteximas Essas in-clusive estatildeo cada vez menores para turmas cada vez maiores ldquoSalas com janelotildees feitas para serem usadas com projetor que tipo de arquiteto aprova issordquo provoca

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40 - UFPB em Revista

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Central

Construiacuteda haacute mais de 30 anos a Biblioteca Central da UFPB nunca passou por uma grande reforma

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Se algueacutem que frequenta a Bi-blioteca Central da UFPB atu-almente fosse perguntado sobre

qual a sua impressatildeo sobre o local as respostas certamente seriam se-melhantes agraves de quem respondesse a mesma pergunta haacute dez ou vinte anos calor poeira mofo falta de acessibilidade e estrutura deficitaacuteria estariam entre as palavras mais cita-das Isso se explica pelo fato do preacute-dio construiacutedo na deacutecada de 1970 ter sido mal planejado e nunca ter passado por uma grande reforma

Com o acervo atual em torno dos 400 mil exemplares a Bibliote-ca Central tem como principal fina-lidade dar suporte de informaccedilotildees aos programas de ensino pesquisa e extensatildeo Construiacuteda ao lado de uma mata ndash a UFPB estaacute localizada em uma regiatildeo de Mata Atlacircntica ndash so-fre com a maacute conservaccedilatildeo do acervo

exposto agrave umidade poeira e insetosSegundo a bibliotecaacuteria TM que preferiu natildeo se identificar o uacutelti-mo governo ateacute fez investimentos importantes no local ldquoAtraveacutes de pregotildees e ouvindo sugestotildees de co-ordenadores de cursos e professores foram adquiridos milhares de novos tiacutetulos Aleacutem disso foram instala-dos novos computadores cadeiras e feita a climatizaccedilatildeo de algumas salasrdquo A ideia eacute que nos proacuteximos anos sejam feitos novos investimen-tos no local ldquoA nova Reitora pro-meteu um sistema de climatizaccedilatildeo completo para o preacutediordquo afirma TM

Apesar das melhorias nos uacutel-timos anos e a promessa de novos investimentos para um futuro proacute-ximo muitas mudanccedilas inclusive estruturais precisam acontecer na Biblioteca Central ldquoO projeto ar-quitetocircnico eacute defeituoso Eacute impos-

siacutevel falar em climatizaccedilatildeo enquan-to natildeo for solucionado o problema das grandes frestas nas paredes do lugar Tambeacutem natildeo adianta climati-zar sem ser feita uma higienizaccedilatildeo em todo o preacutediordquo afirma o fun-cionaacuterio Francisco Joseacute Assistente Administrativo do local haacute 25 anos

Natildeo bastasse o problema de con-servaccedilatildeo do acervo existe uma ques-tatildeo ainda mais grave a ser tratada a sauacutede dos que frequentam a Bibliote-ca Central Vaacuterios funcionaacuterios rela-taram problemas de sauacutede por causa da higiene e estrutura do local O acuacutemulo de poeira e fungos jaacute causou vaacuterias doenccedilas de pele desde cocei-ras ateacute alergias seacuterias Aleacutem disso eacute comum funcionaacuterios reclamarem de problemas de coluna causados pelo manuseio das pesadas estantes e pro-blemas de mobilidade com os carros de matildeo que transportam os livros

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 41

Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 43

Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

b i o -logia e geo-

grafia estatildeo ok tem ar condicionado data

show etc As de quiacutemica () satildeo horriacuteveis tem umas que os

ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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PELO CAMPUS

46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

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52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

Recepccedilatildeo Local

Gastos estadia e lazer

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 7: UFPB em revista

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 9

Reuniatildeo de professores no Laboratoacuterio I da UFPB Virtual

O que fazer para melhorar

Sistema Virtual

ReportagemDannylo Vasconcelos

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Foto do cartaz de divulgaccedilatildeo do vestibular da UFPB Virtual em 2012

mas medidas foram tomadas nos uacutelti-mos meses para melhorar o acesso e a utilizaccedilatildeo do Moodle e muitas outras melhorias viratildeo ainda esse mecircsrdquo disse

Para o aluno Adilson Joseacute de Oli-veira de 34 anos do curso de Pedago-gia online que utiliza exclusivamente o Moodle como interaccedilatildeo entre os gra-duandos e professores a plataforma no inicio das atividades de curso apresen-ta certa complexidade de utilizaccedilatildeo mas nada que com pouco tempo de uso natildeo fique faacutecil ldquoTive soacute um proble-ma no qual um arquivo de revisatildeo de prova natildeo apareceu pra mim logo co-muniquei ao professor e ele me enviou por email No mais nada de muito complicadordquo relatou o estudante que ainda elogiou o sistema dizendo ser para ele que mora longe do campus da universidade a oportunidade de fazer um curso superior em casa podendo assim continuar com suas atividades profissionais no municiacutepio que mora no cariri paraibano

A UFPBVIRTUAL e o Centro de Informaacutetica da UFPB publicaram no dia 09 de abril um projeto-parceria atraveacutes da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios com o objetivo de melhorar a qualida-de no acesso agrave plataforma de ensino agrave distacircncia Solicitando a colaboraccedilatildeo de atuais e ex usuaacuterios a ideia eacute apurar informaccedilotildees que os ajudem a melho-raacute-lo Os questionaacuterios foram projeta-do de forma a serem respondidos num tempo que varia entre 2 e 5 minutos Todos podem participar estudantes professores tutores etc

Os questionaacuterios contemplam as-suntos importantes no questionaacuterio 1 a abordagem se centra na Anaacutelise da Acessibilidade da Plataforma EaD da UFPBVirtual no questionaacuterio 2 o pon-to central eacute a avaliaccedilatildeo da Interface do Curso Superior de LIBRAS da UFPB Virtual (Apenas para alunos do curso de letrasLIBRAS) no questionaacuterio 3 as questotildees buscam informaccedilotildees sobre a Comunicabilidade na UFPB Virtu-al no questionaacuterio 4 a abordagem eacute a avaliaccedilatildeo de Interfaces de Platafor-mas EAD em Dispositivos Moacuteveis no questionaacuterio 5 os idealizadores bus-cam respostas sobre a Usabilidade do Ambiente Virtual Moodle No questio-naacuterio 6 a abordagem busca avaliar In-terfaces Multimodais na UFPB Virtual

Com o intuito de formar profes-sores Leigos atuantes em escolas publicas bem como o a formaccedilotildees de jovens e adultos que moram no interior da Paraiacuteba UFPBVIRTU-AL integra o Sistema Universidade Aberta do Brasil ndash UAB Utilizando modernas tecnologias da informaccedilatildeo e da comunicaccedilatildeo e de metodologias inovadoras de ensino Os cursos satildeo desenvolvidos com base na Internet atraveacutes do ambiente virtual de apren-

dizagem Moodle e tambeacutem materiais impressos CDs DVDs Bibliotecas Virtuais e assistecircncia personalizada aos estudantes nos Polos de Apoio presencial em todo o Estado Ao todo satildeo ofertados nove cursos de graduaccedilatildeo todos na modalidade a distacircncia e com 50 das vagas por cada ano no vestibular em Matemaacuteti-ca Letras Libras Pedagogia Ciecircn-cias Bioloacutegicas Ciecircncias Agraacuterias Ciecircncias Naturais Computaccedilatildeo e Administraccedilatildeo Puacuteblica

e no questionaacuterio 7 avaliar o Uso de EAD e Redes Sociais

ENSINO

10 - UFPB em Revista

Viacutedeo veiculado na internet revela atrito em sala de aula

O acesso a uma grande gama de informaccedilotildees e meios de propa-gaccedilatildeo raacutepida de notiacutecia oca-

sionado pela popularizaccedilatildeo das redes sociais nos uacuteltimos tempos fez com que surgissem vaacuterias atitudes de estu-dantes entre eles universitaacuterios que seja por provocaccedilatildeo ou simples curio-sidade passaram a questionar o pro-fessor acerca da disciplina e dos meacuteto-dos aplicados O resultado eacute o aumento dos atritos naturais envolvendo a hie-rarquia existente na relaccedilatildeo de quem ensina e quem aprende

Recentemente circulou nas redes sociais um viacutedeo realizado dentro da sala de aula por estudantes do 1ordm periacute-odo do curso de Comunicaccedilatildeo Social da Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) O viacutedeo foi protagonizado pela professora Maria Luacutecia de Olivei-ra e uma de suas alunas nele a profes-sora demonstra fuacuteria ao perceber que a estudante estava lendo um livro que natildeo pertencia agrave aula

Os alunos que tinham o haacutebito de usar os celulares para captar o aacuteudio para estudo posterior imediatamente gravaram a discussatildeo e recorreram entatildeo ao coordenador do curso que os orientou a juntarem mais provas O

resultado foi uma seacuterie de viacutedeos que pipocaram nas redes sociais e no you-tube chamando a atenccedilatildeo de outros meios de comunicaccedilatildeo

Este fato ocorrido dentro da UFPB expotildee a fragilidade da relaccedilatildeo discen-te-docente na atualidade onde um ex-cesso de autoridade pode acarretar pro-blemas no relacionamento e em casos extremos como o acontecido provo-car um fim forccedilado de uma relaccedilatildeo Ou seja o que natildeo pode ocorrer eacute o rompi-mento da barreira entre a autoridade e o autoritarismo

Segundo os alunos a Professora Luacutecia jaacute natildeo tinha um bom relacio-namento com a turma e no caso se enervou a ponto de proferir palavras que poderiam ser proferidas de forma educada mas humilhavam os mesmos ldquoA gente jaacute tinha ouvido falar que ela humilhava os alunos e que para ser aprovado com ela tinha de conversar com ela mostrar-se amigo delardquo con-ta Edielly Arauacutejo ldquoO bom professor tem de ser humano Um tiacutetulo pode ateacute causar um distanciamento na relaccedilatildeo No episoacutedio por exemplo a professo-ra bradava que era doutora e que noacutes natildeordquo completa

Desde crianccedila somos educados

a respeitar a hierarquia educacional Dentro de uma instituiccedilatildeo de ensi-no o professor eacute a parte do comando que estaacute mais proacuteximo ao aluno Eacute o professor que determina o processo de construccedilatildeo do conhecimento Jaacute o alu-no deve acatar as decisotildees dos docen-tes e provar que aprendeu

A relaccedilatildeo professor-aluno estaacute sujeita a normas dos professores e do curso aspectos pedagoacutegicos objetivos a serem cumpridos sistemas de avalia-ccedilatildeo e outra gama de convenccedilotildees que natildeo estatildeo apenas sob a accedilatildeo dos proacute-prios docentes e discentes como pode-ria se pensar Inclusive algumas delas estatildeo sujeitas agrave legislaccedilatildeo vigente no Brasil

A lei que rege a educaccedilatildeo superior do nosso paiacutes eacute denominada LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo) de 20 de dezembro de 1996 Ela promove a descentralizaccedilatildeo e a autonomia para as universidades prevendo que estas elaborem e executem seu plano peda-goacutegico onde se estabelece a relaccedilatildeo aluno-professor

No caso relatado a professora foi taxada como vilatilde da histoacuteria e acabou afastada do departamento Foi procu-

Alunos usam redes sociais e procuram a miacutedia para expressar revolta contra atitude de professora UFPB tenta minimizar choque atraveacutes de ouvidoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 11

rada por toda imprensa para dar a sua versatildeo dos fatos mas preferiu o silecircn-cio dando voz ao ditado popular de que ldquoquem cala consenterdquo Outros pro-fessores poreacutem se declaram viacutetimas em casos semelhantes

De acordo com o mestre em His-toacuteria pela UFPB Paulo Eduardo ldquoLe-cionar estaacute a cada dia mais difiacutecil Nem me preocupo tanto com o salaacuterio mas principalmente com a violecircncia as agressotildees Natildeo sei realmente o que fazer tanto para natildeo ser agredido quanto para me conterrdquo desabafa

Percebe-se que a diferenccedilas de postura de um professor para outro quando estes imprimem a sua ldquomarcardquo De acordo com a sua personalidade evidenciam diferenccedilas metodoloacutegicas e filosoacuteficas que satildeo percebidas pelos alunos em sala de aula Um bom pro-fessor acaba sendo espelho e ateacute certo ponto um iacutedolo para alguns alunos

Ouvidoria

Reportagem Roacutebson A Viana e Wallyson Costa

A gestatildeo de uma universidade em-bora baseada na democracia continua com as decisotildees sendo tomadas verti-calmente de cima para baixo estabe-lecendo relaccedilotildees de autoridade Alguns professores valem-se dessa autoridade para impor seu respeito ao inveacutes de estabelececirc-lo atraveacutes da conquista Poucas decisotildees satildeo tomadas de forma coletiva

A fim de minimizar isso e para o re-cebimento de reclamaccedilotildees e sugestotildees sobre o funcionamento da instituiccedilatildeo a UFPB possui a Ouvidoria Geral co-mandada pelo Prof Dr Ceacutesar Emanoel Barbosa de Lima Segundo o Professor a Ouvidoria serve como acolhimento e estaacute agrave disposiccedilatildeo para receber suges-totildees e conciliar situaccedilotildees tanto quanto tem funccedilatildeo de encaminhar denuacutencias sobre casos

O oacutergatildeo funciona como apazigua-dor tentando encaminhar as reclama-ccedilotildees para o setor competente ldquoQuando haacute reclamaccedilotildees de alunos a gente ouve e entramos em contato com o depar-tamento e com o professor Depois de encaminhada a denuacutencia haacute um prazo para a resposta Se alguma parte natildeo fica satisfeita com o encaminhamento a denuacutencia vai subindo de instacircncia ateacute o oacutergatildeo superior por exemplo o Con-selho Universitaacuterio (Consuni)rdquo

Atualmente a Ouvidoria eacute um oacuter-gatildeo pouco divulgado tanto que no

caso da professora Luacutecia nenhuma denuacutencia foi feita ldquoEstamos um pouco escondidos embora as ligaccedilotildees nos se-jam encaminhadas Temos de ser mais

humanos e melhorar no contato com a sociedaderdquo diz Barbosa de Lima

Ele segue argumentando que ldquotem

de haver uma divulgaccedilatildeo melhor do que eacute realizado aqui dentro para so-ciedade A nova gestatildeo estaacute disposta a dar uma nova roupagem a UFPB A di-vulgaccedilatildeo seraacute bem maior Estamos nos mudando para o hall de entrada da rei-toria o que nos daraacute maior visibilida-de Na paacutegina da UFPB seraacute colocado um link que natildeo havia ateacute o momento para contato direto com a Ouvidoriardquo completa o professor afirmando que dessa maneira espera chegar cada vez mais perto de uma relaccedilatildeo professor-aluno agradaacutevel

ldquoNatildeo existe sistema 100 natildeo se resolve tudo mas trabalhamos para que isso aconteccedilardquo

Prof Ceacutesar Emanoel Lima

O prof Ceacutesar Emanoel afirma empenho na melhora da relaccedilatildeo ProfessorAluno

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Nova localidade da Ouvidoria sendo preparada no Hall de entrada da UFPB

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ENSINO

12 - UFPB em Revista

UFPB Virtual e o Ensino agrave distacircncia na Paraiacuteba

Polo presencial no campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba em Joatildeo Pessoa

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O ensino a distacircncia jaacute eacute uma re-alidade que se consolida cada vez mais nas universidades do

Brasil e do mundo Com a Universi-dade Federal da Paraiacuteba natildeo eacute dife-rente a UFPB Virtual tem recebido cada vez mais alunos o que confirma a tendecircncia de crescimento da educa-ccedilatildeo agrave distacircncia (EAD) no cenaacuterio pa-raibano

Todos os cursos oferecidos pela UFPB virtual funcionam de maneira similar Poreacutem cada qual com modi-ficaccedilotildees para atender as necessidades especiacuteficas de cada aacuterea O curso de licenciatura em ciecircncias bioloacutegicas agrave distacircncia por exemplo aleacutem das au-las virtuais e encontros presenciais possui aulas de campo e em laboratoacute-rio para uma formaccedilatildeo mais completa e soacutelida dos alunos De acordo com o facebook da UFPB Virtual ldquoAlguns procedimentos satildeo padronizados ou-tros natildeo O uacutenico que todos tem em comum 100 satildeo as provas presen-ciais obrigatoacuterias pelo MECrdquo

Cursos agrave distacircncia na UFPB

Os cursos ofertados pela UFPB Virtual satildeo ministrados via Moodle software que serve como plataforma virtual de aprendizagem Haacute tambeacutem aulas presenciais cuja localizaccedilatildeo e periodicidade variam O curso de Pe-dagogia por exemplo possui mais de 15 poacutelos em diferentes municiacutepios da Paraiacuteba para viabilizar as aulas presen-ciais

O preparo dos professores eacute fei-to por meio do e-tutor um projeto de capacitaccedilatildeo continuada da UFPB vir-tual Nele qualquer professor ou tutor da UFPB pode se inscrever _ na coor-denaccedilatildeo do curso do qual faz parte _ para a seleccedilatildeo do processo de cursos de capacitaccedilatildeo que possuem vagas li-mitadas

Ateacute o momento todas as gradua-ccedilotildees pela UFPB Virtual satildeo ofertadas na modalidade Licenciatura com ex-ceccedilatildeo do Bacharelado em Adminis-traccedilatildeo Puacuteblica Haacute tambeacutem uma poacutes-

graduaccedilatildeo especializaccedilatildeo em Gestatildeo Puacuteblica As graduaccedilotildees satildeo Ciecircncias Agraacuterias Ciecircncias Bioloacutegicas Ciecircn-cias Naturais Matemaacutetica LetrasPor-tuguecircs LetrasLIBRAS Computaccedilatildeo e Pedagogia

Um dos principais objetivos da oferta de cursos agrave distacircncia eacute dar a oportunidade agraves pessoas que natildeo po-dem se deslocar para outras localidades com o intuito de realizar tais cursos Dessa forma a oferta de curso online pela UFPB jaacute ultrapassou ateacute mesmo as fronteiras do estado Eacute possiacutevel ci-tar como exemplo o curso de Ciecircncias Bioloacutegicas que possui um polo na ci-dade de Jacaraci na Bahia Haacute tambeacutem dois poacutelos para o curso de Pedagogia no estado de Pernambuco nas cidades de Limoeiro e Ipojuca Apoacutes a conclu-satildeo dos cursos de graduaccedilatildeo a distacircn-cia eacute possiacutevel continuar os estudos com uma especializaccedilatildeo lato sensu ou strictu sensu O diploma eacute vaacutelido como o de qualquer outra graduaccedilatildeo realiza-da na modalidade presencial

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 13

Treinamento de professores pelo e-tutor

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Reportagem Walter Liciacutenio e Eacuterika Antunes

Os cursos de licenciatura agrave distacircn-cia satildeo ofertados com o intuito de for-mar professores aptos a ministrarem aulas na segunda etapa do ensino fun-damental e no ensino meacutedio atenden-do a necessidade de aprimoramento de professores que natildeo tecircm ensino supe-rior e formando pessoas residentes nas cidades do interior do estado que natildeo possuem faacutecil acesso agrave educaccedilatildeo ldquoHaacute todo tipo de aluno sem-terra pessoas da zona rural pessoas de alta e baixa renda etc Se vocecirc der uma olhada em nosso edital vocecirc veraacute que atendemos 3 tipos de puacuteblico distintos Demanda social professores da rede puacuteblica e surdosrdquo afirma a paacutegina do facebook da UFPB Virtual

Um dos maiores esforccedilos da edu-caccedilatildeo agrave distacircncia eacute manter a qualidade de ensino para que seus cursos sejam tatildeo eficientes quanto os presenciais Para que isso seja possiacutevel tem-se mantido paracircmetros dos cursos pre-senciais equivalentes Por exemplo o curso de Ciecircncias Bioloacutegicas oferece um fluxograma curricular igual ao mi-nistrado presencialmente com o mes-mo nuacutemero de horas-aula e creacuteditos Jaacute o curso de Matemaacutetica conta com apenas 90 horas a menos que seu equi-valente presencial

Preconceito

Pessoas mais tradicionais tendem a pensar que um formado em EAD

natildeo eacute tatildeo capaz quanto um formado em curso presencial A realidade eacute bem contraacuteria com a flexibilidade de horaacute-rios a pessoa que estaacute matriculada em um curso a distacircncia deve ser focada organizada e ter disciplina para man-ter seus estudos _ natildeo se dispersar seja com o ambiente onde estaacute ou a inter-net

Desde o ano de 2004 o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) aprovou a inser-ccedilatildeo de 20 da carga horaacuteria curricular em cursos superiores presenciais como aulas ministradas agrave distacircncia Tal posi-cionamento de um oacutergatildeo governamen-tal pode ser o indiacutecio de uma aceitaccedilatildeo

maior da modalidade de ensino ldquoO preconceito relacionado a EaD eacute uma discussatildeo ampla poreacutem ainda existe simrdquo constata o canal de contato on-line da UFPB Virtual Talvez a proacute-pria falta de conhecimento acerca da modalidade de ensino seja a razatildeo de parte da populaccedilatildeo negar-se a acreditar nesse meacutetodo educacional que com a difusatildeo do acesso agrave rede continuaraacute a se expandir

Ensino agrave distacircncia

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ENSINO

14 - UFPB em Revista

Alunas do Cursinho sendo entrevistadas

Curso preacute-vestibular funciona de modo precaacuterioAriany Melo 17 anos Emma-

nuela da Silva 24 Mayra Lu-cena 18 e Larissa dos Anjos

tambeacutem de 17 anos satildeo alunas do Cur-sinho Preacute-Vestibular que se iniciou em 14 fevereiro na UFPB - Universidade Federal da Paraiacuteba - todas elas tecircm em comum o sonho da aprovaccedilatildeo no ves-tibular

Para Ariany Melo que pretende cursar Relaccedilotildees Puacuteblicas e estaacute pela 2ordf vez no Cursinho Preparatoacuterio falta uma melhor organizaccedilatildeo para o funcio-namento das aulas ldquoO curso eacute legal mas eu esperava mais Noacutes temos mui-tas aulas vagas no ano passado natildeo era assim Pelo horaacuterio que recebemos as aulas deveriam ir das 13 agraves 17 horas Muitas vezes temos que esperar para ter apenas a uacuteltima aula simplesmente porque ningueacutem nos avisardquo comenta

O curso tem grande procura e a idade meacutedia dos frequentadores vai de 17 a 60 anos ldquoEacute difiacutecil entrar aqui a seleccedilatildeo eacute feita pela avaliaccedilatildeo da renda e o histoacuterico escolar do aluno Tambeacutem natildeo temos gastos adicionais pagamos apenas pelas coacutepias do material dispo-nibilizado pelos professores e as passa-gens de ocircnibus ainda temos o direito de tirar a carteirinha de estudanterdquo diz

Emmanuela da Silva que vai prestar vestibular para Serviccedilo Social

A turma que elas fazem parte conta com alunos portadores de necessidades especiais entre eles estaacute Larissa dos Anjos que sonha em fazer Psicologia Para ela a rotina de pegar material de-pois das aulas eacute um pouco diferente Jaacute que natildeo enxerga Larissa tem que ir ateacute o setor da universidade responsaacutevel em passar para o Braile o material dispo-nibilizado ldquoNoacutes pegamos o material necessaacuterio para as aulas com exceccedilatildeo de Matemaacutetica Quiacutemica e Fiacutesica que natildeo fica disponiacutevel Esses professores fazem o que podem enviam por email e eu estudo com ajuda do leitor virtu-alrdquo conta

Larissa Leite disse ainda que sente falta de algumas atitudes para ela eacute pre-ciso maior empenho para que as coisas funcionem melhor Mayra Lucena que espera cursar Jornalismo ou Pedagogia no ano que vem concorda com a cole-ga ldquoNo comeccedilo das aulas tinha uma pessoa aqui para acompanhar e ajudar no que eles precisassem agora somos noacutes que fazemos isso Inclusive temos um colega esquizofrecircnico e fica visiacutevel a falta de preparo dos professores quan-do acontece alguma situaccedilatildeordquo explica

Entrevista

A Coordenadora do Nuacutecleo de Jo-vens e Adultos da UFPB - Universida-de Federal da Paraiacuteba - Maria de Faacute-tima dos Santos Oliveira negou-se a dar declaraccedilotildees sobre o Cursinho Preacute-Vestibular o qual ela eacute responsaacutevel Ela exigiu uma Carta de Apresentaccedilatildeo da equipe de reportagem argumentan-do que esse eacute um procedimento de pra-xe no Departamento

Inicialmente a coordenadora omi-tiu tambeacutem o local e horaacuterio de fun-cionamento do curso Maria de Faacuteti-ma afirmou ser ldquoincorreto da parte de vocecircs (noacutes da reportagem) procurar alunos e professores do curso sem autorizaccedilatildeordquo acrescentou Maria de Faacutetima disse ainda que os professores sabem da necessidade dessa autoriza-ccedilatildeo ldquoQuem estaacute sendo inconveniente aqui eacute o professor de vocecircs porque ele sabe que isso eacute preciso Eacute uma forma de nos resguardarrdquo finalizou

O Professor Derval Golzio cha-mado de inconveniente por Faacutetima discorda dessa posiccedilatildeo ldquoeacute no miacutenimo um absurdo que um funcionaacuterio puacutebli-co se negue a disponibilizar esse tipo de informaccedilatildeo principalmente por se

tratar de coisas tatildeo simplesrdquo Golzio ainda questionou qual seria o inconveniente de prestar informaccedilotildees tatildeo baacutesicas que a professora Maria de Faacutetima sob pre-textos burocraacuteticos injustifi-caacuteveis faz tanto segredo

Greve na UFPB

A greve na UFPB foi o fator determinante para os resultados negativos obti-dos ano passado pelos es-tudantes que frequentaram o Cursinho Preacute-Vestibular da UFPB eacute o que diz o Pro-fessor de Matemaacutetica Paulo Rogeacuterio Para ele a interrup-

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 15

ccedilatildeo nas aulas causou o elevado niacutevel de evasatildeo nas turmas ldquoOs resultados ano passado natildeo foram bons a greve iniciada praticamente na metade do ano desestimulou os nossos alunos no comeccedilo do ano as salas eram cheiasrdquo pondera

Criado por um convecircnio entre a Universidade e a Secretaria de Edu-caccedilatildeo do Estado da Paraiacuteba o Curso faz parte do Nuacutecleo de Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos e foi inicialmente pensado para os estudantes do ensino meacutedio na UFPB que estatildeo no EJA ndash Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos - mas a alta procura fez com que fossem aber-tas novas vagas conta Rogeacuterio

O Professor explica que hoje exis-tem 2 turmas agrave tarde e 1 agrave noite com uma meacutedia de 150 alunos no total a maioria constituiacuteda de jovens Para ele lidar com Portadores de Necessi-dades Especiais eacute um desafio ldquoTraba-lhei com pessoas portadoras de algum tipo de deficiecircncia apenas uma vez mas faz muito tempo Natildeo tive ne-nhum tipo de treinamento acho que todo professor precisa receber um bom preparado infelizmente isso ain-da natildeo acontece O que me estimula eacute ver a forccedila de vontade desses alunosrdquo completou

Cursos de idioma pelo Departamen-to de Letras

Curso de extensatildeo em liacutenguas es-trangeiras eacute uma iniciativa do DLEM (Departamento de Letras Estrangeiras Modernas) Ele eacute aberto para toda co-

munidade seu uacutenico preacute-requisito eacute ter mais de 18 anos Satildeo oferecidos cur-sos de Liacutengua Inglesa Alematilde France-sa e Espanhola Para adentrar no curso eacute necessaacuterio fazer uma prova de sele-ccedilatildeo (em liacutengua portuguesa) O chefe do DLEM Professor Doutor Roberto Carlos de Assis natildeo soube precisar qual era a concorrecircncia do processo de seleccedilatildeo para uma das vagas dos cursos no entanto ele acredita que a concor-recircncia gira em torno de seis alunos por vaga

Os alunos de graduaccedilatildeo em Letras da UFPB supervisionados por seus professores satildeo os responsaacuteveis pelas as aulas do curso de extensatildeo Eles re-cebem uma bolsa de aproximadamente 200 reais Para dar essas aulas eacute preci-so estaacute no 4ordm periacuteodo do curso de gra-duaccedilatildeo ou jaacute ter experiecircncia compro-vada em sala de aula

O material para acompanhar as aulas fica por conta dos alunos Aleacutem disso se o aluno passar no processo se-letivo ainda tem uma taxa de matriacutecu-la no valor 100 reais para comunidade em geral e 90 reais para os alunos de letras Os alunos da residecircncia univer-sitaacuteria satildeo isentos dessa taxa

O professor Doutor Roberto Carlos de Assis crer que o percentual de eva-satildeo do curso de extensatildeo se aproxima dos 30 Para ele essa taxa eacute normal Natildeo haacute nenhum levantamento sobre quem mais procura o curso mas ele acredita que pessoas das mais diferen-tes aacutereas o procuram

Ana Carla graduanda do curso de Turismo faz o segundo semestre de in-

glecircs do curso de extensatildeo Ela acredita que o curso oferece uma boa oportu-nidade para aprender uma liacutengua to-davia o aluno tambeacutem tem que fazer sua parte para aprender mais Ela deci-diu aprender inglecircs porque na opiniatildeo dela ser biliacutengue eacute essencial para qual-quer pessoa que queira entrar no mer-cado de trabalho principalmente na aacuterea que ela pretende atuar o turismo

Ana Carla jaacute tinha uma base de co-nhecimento de inglecircs antes de entrar no curso No entanto nem todos os alunos satildeo assim Eacute o que afirma o bolsista do curso de extensatildeo Caio Antocircnio alu-no de graduaccedilatildeo em Letras Inglecircs Para ele as turmas iniciantes do curso de extensatildeo satildeo as mais trabalhosas pois muita gente natildeo tem uma boa base na liacutengua Como ele costuma dar suas au-las falando o inglecircs na maior parte do tempo algumas pessoas apresentam dificuldade Para ser melhor compre-endido por essas pessoas ele muitas vezes faz o uso da miacutemica

Outra dificuldade encontrada por Caio Antocircnio eacute o nuacutemero de alunos em sala de aula As turmas comeccedilam com 25 alunos Para o bolsista eacute possiacutevel dar uma aula com esse nuacutemero de alu-nos mas o rendimento cresce em tur-mas menores Segundo ele numa tur-ma com poucas pessoas eacute possiacutevel dar uma atenccedilatildeo individual aos alunos

Reportagem Francisco Dantas e Rocircmulo Jeferson

Curso de liacutenguas estrangeiras eacute uma iniciativa do DLEM (Departamento de Letras Estrangeiras Modernas)

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PESQUISA

18 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Para-iacuteba dispotildee de dois viveiros de animais para pesquisas labora-

toriais tambeacutem conhecidos como bio-teacuterio Satildeo locais inteiramente voltados para estudo de animais quer seja com-portamental procriaccedilatildeo ou mesmo para realizaccedilatildeo de experiecircncias No entanto apenas uma dessas unidades encontra-se ativa e haacute diferenccedilas notaacute-veis em ambos desde sua localizaccedilatildeo agraves suas atividades

Inaugurado em Fevereiro de 2004 com 900 metros quadrados o Bioteacuterio Thomas George eacute um exemplo como setor de pesquisa de uma universida-de Integra o Laboratoacuterio de Tecnolo-gia Farmaceutica (LTF) e ocupa aacuterea dentro da UFPB cercada e com guarita proacutepria O bioteacuterio foi financiado du-rante sua criaccedilatildeo pela Agecircncia Nacio-

nal de Vigilacircncia Sanitaacuteria (Anvisa) e atualmente sua manutenccedilatildeo eacute assegu-rada por projeacutetos de pesquisa proacuteprios doaccedilotildees e pela reitoria

Dentre as espeacutecies disponiacuteveis para pesquisa o laboratoacuterio possui ratos Wistar conhecida como rato-branco-de-laboratoacuterio camundongos Swiss e coelhos prontos para estudo pesquisa e experimentos quer seja em animais vivos ou em vitro (experimentos com sistemas fechados que podem ser iso-lados temporariamente em recipientes de vidro) Os roedores satildeo alguns dos animais mais importantes em pesqui-sas laboratoriais por serem faacuteceis de cuidar com ciclo de vida curto manu-tenccedilatildeo barata e por possuiacuterem seme-lhanccedilas fisioloacutegicas com o organismo humano ao ponto de desenvolver al-gumas das mesmas enfermidades

Como funciona

Para integridade dos dados colhi-dos nas pesquisas as dependecircncias do bioteacuterio seguem estritas normas de am-bientaccedilatildeo interna Segundo o teacutecnico bioterista Joseacute Crispim ldquocada sala eacute cli-matizada e mantida com pressotildees distin-tas positivas e negativasrdquo (termo usado para definir niacuteveis de pressatildeo maiores ou menores que a pressatildeo atmosfeacuterica comum definidos de acordo com as es-peacutecies e experimentos em andamento) Os dejetos dos animais satildeo recolhidos por uma camada de maravalha (resiacuteduo de madeira semelhante agrave serragem mas de dimensotildees superiores) seus utensiacute-lios laboratoriais satildeo esterilizados por um autoclave aparelho comum em laboratoacuterios e usa vapor pressurizado para realizar a limpeza de ferramentas

Bioteacuterios da UFPB revelam diferenccedilas e abandono

Preacutedio do viveiro do LTF Bioteacuterio Professor Thomas George

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 19

Cada ambiente isolado obedece a um ciclo de 12 horas que segue a orien-taccedilatildeo de fotoceacutelulas naturalmente lo-calizadas no exterior da estrutura Esse procedimento eacute necessaacuterio para simu-lar a luz natural dentro dos ambientes e mantecirc-los isolados De acordo com o estudo realizado nessas salas sua cli-matizaccedilatildeo pode tanto obedecer agrave luz natural como inverter-se fazendo com que as salas fiquem escuras durante o dia e claras agrave noite Em qualquer caso o ciclo de 12 horas eacute mantido tentan-do natildeo estressar os animais na intenccedilatildeo de manter a integridade dos dados co-letados em suas pesquisas

O Centro destina-se apenas a estu-dos e pesquisas de poacutes-graduaccedilatildeo ten-do ateacute entatildeo prestado assistecircncia aos cursos de quiacutemica biologia fisiotera-pia e farmacologia Este ultimo sendo o mais comum e funccedilatildeo primaacuteria do bioteacuterio nas palavras de Crispim ldquo90 por cento das pesquisas satildeo com os alunos da poacutes graduaccedilatildeo de farmaacuteciardquo

Contrapartida

Natildeo muito distante ao bioteacuterio do LTF mas presente tambeacutem na UFPB existe o que hoje eacute apenas cercas e pe-quenas aacutereas encobertas por mata do viveiro gerenciado pelo Departamento de Sistemaacutetica e Ecologia jaacute conheci-do como Laboratoacuterio Tropical de Pri-matologia criado em 1982

O bioteacuterio foi desativado em 2012 pelos dirigentes da proacutepria Instituiccedilatildeo por tempo indeterminado sob pre-

sala de pesquisa chegou a hospedar 108 primatas de nove espeacutecies

Aleacutem de docentes o local tinha um veterinaacuterio e trecircs funcionaacuterios para tratamento dos animais e servia como local para conclusatildeo de estaacutegios Hoje aparentemente apenas um funcionaacuterio que natildeo pocircde ser encontrado trabalha no local no turno da manhatilde ocasional-mente regando plantas

Sempre que as atividades do bioteacute-rio de Ciecircncias Bioloacutegicas satildeo postas em questatildeo obtem-se respostas como ldquoo custo dos animais era muito caro natildeo dava para manterrdquo seguidas de ldquoo animal em cativeiro natildeo serve para ob-servaccedilatildeo natildeo estaacute em seu habitat natu-ralrdquo Respostas simplistas como estas contrariam o histoacuterico de 30 anos do bioteacuterio e seu propoacutesito que incluiacutea ob-servar animais em cativeiro

Sobra

O Departamento de Sistemaacuteti-ca e Biologia atualmente natildeo possui qualquer criadouro de animais vivos resumindo sua biblioteca bioloacutegica a uma cultura entomoloacutegica (de insetos) conservados agrave base de ar-ceco e muita naftalina Atualmente nem os endere-ccedilos on-line relacionados agrave UFPB que carregam ldquodserdquo em suas URLs fun-cionam retornando paacutegina apoacutes paacutegi-na de erros onde o servidor do centro natildeo pocircde ser localizado

texto de estar passando por reestrutu-raccedilatildeo e mudanccedilas disse a professora Caroline Ele estaacute localizado a poucos metros da cerca que adentra a mata atlacircntica por uma trilha de difiacutecil loca-lizaccedilatildeo Continha macacos prego e ser-via como centro de criaccedilatildeo e manejo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo A observaccedilatildeo e documentaccedilatildeo do com-portamento dos primatas era orientada aos alunos de biologia em atividades extracurriculares (apesar de localizar-se adjacente ao bloco de quiacutemica)

Quando funcionava

O viveiro com 1200 metros qua-drados e 43 aacutereas fechadas possuiacutea co-zinha sala de atendimento veterinaacuterio e

Exemplo de rato Wistar usado em pesquisas

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ReportagemEduardo Cezar

Gustavo de AlmeidaCituaccedilatildeo do viveiro de Ciecircncias Bioloacutegicas

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PESQUISA

20 - UFPB em Revista

F undado em 2010 e jaacute premia-do no Expocom Nordeste 2011 na categoria Ediccedilatildeo de Livro o

projeto de pesquisa Para Ler o Digital coordenado pelo Professor Marcos Ni-colau do PPGC-UFPB e do curso de Miacutedias Digitais - UFPB eacute um exemplo do quatildeo importante eacute essa aacuterea de atu-accedilatildeo Tendo como objeto de pesquisa o eBook tambeacutem conhecido como livro digital o grupo eacute pioneiro na pesquisa e desenvolvimento de novos recursos de diagramaccedilatildeo e editoraccedilatildeo

Inicialmente trabalhando com obras dos professores do Departamen-to de Miacutedias Digitais o grupo recebeu convites para ampliar seus trabalhos a todo o Centro de ciecircncias humanas letras e artes (CCHLA) e participar da criaccedilatildeo do projeto editorial digital da Editora Universitaacuteria

Em entrevista o estudante e bol-sist O estudante e bolsista do projeto Para Ler o Digital Rennam Virginio explica sua trajetoacuteria e funccedilatildeo dentro grupo ldquoentrei quando ainda estava no primeiro mecircs do curso no intuito de de-

senvolver habilidades na aacuterea de Edi-toraccedilatildeo mas natildeo era meu foco que a princiacutepio era Viacutedeo Com o tempo aca-bei me identificando com a aacuterea Den-tro do projeto sou Bolsista da Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica escrevo artigos cientiacuteficos semestralmente sobre livros digitais faccedilo a editoraccedilatildeo de ePubs e a confec-ccedilatildeo de capas de alguns dos livros pro-duzidos no Projetordquo

O problema maior de ser estudan-te e pesquisador eacute ter que balancear as duas atividades na maioria dos casos o grupo de pesquisa tende a ser da mes-ma aacuterea de estudo do aluno o que pode ajudar na economia do tempo embora o aluno ainda tenha que enfrentar al-gumas dificuldades principalmente quando o horaacuterio de algumas discipli-nas do curso coincide com uma ativi-dade referente da pesquisa

Despertar a vocaccedilatildeo cientiacutefica e in-centivar novos talentos entre estudan-tes de graduaccedilatildeo eacute um dos objetivos especiacuteficos do Programa Institucional

de Bolsas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica o PIBIC Ele visa apoiar a poliacutetica de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica desenvolvida nas Instituiccedilotildees de Ensino eou Pesquisa por meio da concessatildeo de bolsas a es-tudantes de graduaccedilatildeo integrados na pesquisa cientiacutefica A cota de bolsas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica eacute concedida direta-mente agraves instituiccedilotildees Por sua vez estas satildeo responsaacuteveis pela seleccedilatildeo dos pro-jetos dos pesquisadores orientadores interessados em participar do Progra-ma Os estudantes tornam-se bolsistas a partir da indicaccedilatildeo dos orientadores

A bolsa tem duraccedilatildeo de 12 meses o valor segue uma tabela nacional Atu-almente o valor da bolsa para Iniciaccedilatildeo Cientifica equivale a R$40000 e os uacutenicos requisitos para o estudante satildeo de cursar graduaccedilatildeo e dedicar-se in-tegralmente agraves atividades acadecircmicas e de pesquisa O aluno deve procurar em sua aacuterea de interesse um pesquisa-dor que esteja disposto a integraacute-lo em sua pesquisa e a orientaacute-lo

Rennam ainda se mostra preocu-pado com a situaccedilatildeo dos grupos de

Grupos de pesquisa desafios e metas dos pesquisadores da UFPB

Integrantes do grupo de pesquisa Para Ler O Digital

Bolsa de iniciaccedilatildeo

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 21

pesquisa na Universidade ldquoNo geral acredito que o niacutevel seja bom mas po-deriacuteamos ter mais projetos de pesqui-sa A UFPB deveria incentivar mais os professores a criarem grupos de pesquisas Muitas vezes a PRPG pror-roga duas ou ateacute trecircs vezes as inscri-ccedilotildees para PIBIC e isso eacute sinal que as inscriccedilotildees de projetos foram poucas ou abaixo do esperadordquo

Os Grupos de Pesquisa apresentam alternativas para um trabalho conjun-to entre professores e alunos ambos pesquisadores A Universidade Federal da Paraiacuteba conta com 335 grupos cer-tificados pela instituiccedilatildeo e espalhados por todos os centros Tendo sua maior parte pertencente ao Centro de Sauacutede os grupos na aacuterea da tecnologia vecircm ganhando espaccedilo no cenaacuterio regional

de mais de 40 jovens pesquisadores entre doutores mestres e graduandos que estatildeo interconectados com pesqui-sadores de todo o Brasil e do mundo As pesquisas desenvolvidas satildeo realizadas em parceria com outras universidades institutos de pesquisa e empresas da iniciativa privada Por ser um laboratoacute-rio ativo na aacuterea de desenvolvimento recebe financiamento de instituiccedilotildees parceiras como a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) Finaciadora de Estudos e Projetos (FINEP) e Con-selho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq)

Lavid

O Laboratoacuterio de Aplicaccedilotildees de Viacutedeo Digital (LAVID) criado em 2003 eacute um exemplo a niacutevel nacional da importacircncia dos grupos de pesqui-sa Associado ao Departamento de Informaacutetica (DI) da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba o laboratoacuterio surgiu da proposta de desenvolver projetos de pesquisa e atualmente eacute referecircncia internacional em desenvolvimento de tecnologia para TV Digital

Em marccedilo deste ano os integrantes do Lavid do Centro de Informaacutetica da UFPB apresentaram para teacutecnicos da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e da Agecircncia Nacional de Cine-ma (Ancine) os mais recentes avanccedilos

da tecnologia Fogo Player desenvol-vida e que permite a projeccedilatildeo de ima-gens em ultra HD (4K)

Segundo o gerente de Projetos da RNP Daniel Caetano a RNP jaacute apoiou diversos projetos de pesquisa desen-volvidos pelo Lavid e ressaltou a im-portacircncia da tecnologia Fogo Player para a melhoria da formaccedilatildeo de profis-sionais da aacuterea de sauacutede Ele afirmou que transmissotildees em alta definiccedilatildeo e em tempo real como a que foi testa-da com sucesso pelo Lavid teratildeo uma gama de aplicaccedilotildees em um futuro proacute-ximo servindo natildeo apenas para exibir cirurgias e outros procedimentos de equipes meacutedicas

O Lavid conta com a colaboraccedilatildeo

Guido Lemos apresenta os projetos do Lavid aos representantes da Ancine

Estudantes realizando trabalhos do Lavid

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Reportagem Ermeson David George Juacutenior

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INTERACcedilAtildeO

24 - UFPB em Revista

ldquoSempre tive consciecircncia de que a EJA me proporciona-ria crescimento profissional

e pessoal A frase eacute de Amanda Lima aluna do primeiro periacuteodo do curso de Administraccedilatildeo da Universidade Fede-ral da Paraiacuteba (UFPB) e que acaba de entrar como membro da EJA Consul-toria (Empresa Juacutenior de Administra-ccedilatildeo) Esta empresa caracteriza-se por ser de consultoria sem fins lucrativos que presta serviccedilos na respectiva aacuterea acadecircmica sendo formada exclusiva-mente por alunos do curso de Admi-nistraccedilatildeo da UFPB e que tem como objetivo a capacitaccedilatildeo por meio de conhecimento teacutecnico e empresarial do aluno do curso inserindo-o pos-teriormente no mercado de traba-lho como um jovem empreendedor

Sua estrutura segundo o seu presi-dente Tito Amorim eacute mista de funcio-nal e projetizada A estrutura funcional tem como caracteriacutestica o planejamen-to de serviccedilos abrangendo cargos de analistas de cada departamento entre eles o de qualidade marketing proje-

tos presidecircncia tendo como seus su-periores os diretores Jaacute a projetizada consiste em cargos de consultoria ou seja pessoas restritas a execuccedilatildeo de determinado serviccedilo Os cargos sem-pre estatildeo sendo renovados ao longo dos anos dando oportunidades a outros estudantes da aacuterea para participarem e ateacute aos que jaacute estatildeo em cargos da EJA Consultoria a exercerem atividades em outros Todos estes requerem eleiccedilotildees

Casos de Sucessos

ldquoO estudante entra como universi-taacuterio e sai da EJA como um empreen-dedor atraveacutes da vivecircncia empresarial e gestatildeordquo afirma Tito Em quase 22 anos de existecircncia haacute vaacuterios casos de pessoas que trabalharem na EJA e ob-tiveram sucesso profissional tornando hoje empreendedores de sucesso En-tre os mais sucedidos dois satildeo lembra-dos pelo presidente satildeo eles Leandro Vieira idealizador do administrado-rescom e o Taacutercio Pessoa atualmen-te responsaacutevel pelo Empreender ndash JP

mostrando que o conhecimento adqui-rido na empresa foi bem aproveitado

O curso possibilita o aprendizado atraveacutes de programas de treinamento como Trainee aleacutem de outros eventos como a SDP (Semana de Desenvolvi-mento Profissional) que atinge toda a comunidade acadecircmica mas voltado sempre para o curso de Administraccedilatildeo Com o intuito de transmitir conheci-mento para outros segmentos estu-dantis o evento conhecido como EJA FAZ Palestra promove como o nome mesmo diz palestras sobre respecti-vos temas acerca de administraccedilatildeo Outro evento o Buscando Sorrisos tambeacutem promovido pela empresa de consultoria leva os membros da em-presa para uma instituiccedilatildeo de carida-de ajudando elas possibilitando aos alunos mais contato com a populaccedilatildeo

Pessoas que estatildeo assumindo car-gos agora como eacute o caso da estudante Amanda Lima que acaba de comeccedilar a atuar na funccedilatildeo de analista de qualida-de vecirc a EJA Consultoria como oportu-nidade de crescer no mercado ldquoQuem

EJA Consultoria proporciona crescimento profissional

Cerimocircnia de Posse da gestatildeo 20131 da EJA Consultoria

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 25

busca a EJA eacute um profissional diferen-ciadordquo disse a estudante Segunda ela que jaacute almeja exercer cargos de niacuteveis mais altos o conhecimento dado por esta empresa ajuda tambeacutem no curriacutecu-lo oferecendo uma visatildeo de mercado

A EJA como diferencial

Outros estudantes estatildeo exercendo cargos haacute mais tempo como eacute o caso de Rafael Carvalho que eacute membro da EJA haacute dez meses Ele comeccedilou como consultor e hoje atua como diretor de marketing ldquoEu jaacute trabalhei em car-gos estaduais empresas privadas mas nunca obtive tamanha experiecircncia pro-fissional como a que a EJA me ofere-ceurdquo afirmou Rafael Por estar na em-presa haacute mais tempo ele conclui que todo o conhecimento teoacuterico obtido dentro da sala de aula pode ser colo-cado em praacutetica nesta empresa juacutenior

Rafael relata que tambeacutem enfren-tou dificuldades como o fato de ter que se deslocar para a cidade de Ma-manguape na Paraiacuteba para realizar consultorias e sua transiccedilatildeo de cargo tambeacutem foi um momento difiacutecil por exigir dele o conhecimento em uma es-trutura funcional jaacute que estava saindo

de um cargo de estrutura projetizada Mesmo assim Rafael vecirc os problemas enfrentados como aprendizado ad-quirido almejando tambeacutem alcanccedilar cargos de niacuteveis mais altos ldquoTodo co-nhecimento que hoje eu tenho na aacuterea de administraccedilatildeo consegui na EJA e natildeo em outra empresardquo disse ele

Para ser membro da EJA Consulto-

Posse dos novos membros Idaacutecio Rodrigues e Natyara Santos

Posse do presidente Rodolfo Alves Felizardo

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ReportagemAcircngela Oliveira e

Jessica Morais

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ria o estudante do curso passa por uma seleccedilatildeo que dura aproximadamente uma semana Primeiramente eacute preci-so estar cursando qualquer periacuteodo de Administraccedilatildeo na UFPB em seguida se inscrever na empresa Os alunos selecionados passam por uma capaci-taccedilatildeo de trecircs meses antes de assumir seus respectivos cargos em uma ceri-

mocircnia de posse reali-zada tambeacutem na UFPB

A EJA Consultoria traduz o espiacuterito estu-dantil Aos estudantes que nela trabalham recai cobranccedilas de criatividade bom de-sempenho e boa capa-cidade administrativa Ao sair o estudante eacute visto como um verda-deiro administrador no mercado de trabalho Eacute o laboratoacuterio praacutetico de todo o aprendizado teoacute-rico do aluno no curso de Administraccedilatildeo da UFPB

INTERACcedilAtildeO

26 - UFPB em Revista

A busca pela experiecircncia profissionalEstudante do terceiro periacuteodo de

Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digi-tais (UFPB) Ermeson Lira (18

anos) tomou uma decisatildeo importante em sua vida tornou-se um estagiaacuterio Sua rotina mudou e com ela vieram as responsabilidades Diego Lopes (25 anos) estudante de Ciecircncias da Com-putaccedilatildeo tambeacutem iniciou sua carreira estagiando e ganhando experiecircncia Mas todos os alunos da Universidade Federal da Paraiacuteba conseguem a mes-ma oportunidade que eles

Na UFPB existem dois tipos de es-taacutegios o obrigatoacuterio que conta com a cobertura do seguro de acidentes pes-soais E o natildeo-obrigatoacuterio que eacute opcio-nal e pode ser remunerado ou natildeo Die-go Lopes acredita que ldquocom o estaacutegio vocecirc adquire experiecircncia de mercado de trabalho aprende a trabalhar sobre pressatildeo e se qualifica para vagas que

seratildeo destinadas a pessoas formadasrdquoNo caso do curso de Miacutedias Digi-

tais a regulamentaccedilatildeo diz ldquoEstaacutegio supervisionado em meio profissional ou acadecircmico totalizando 300 horas objetivando a observaccedilatildeo e intervenccedilatildeo do estudante para o exerciacutecio profissio-nal bem como facilitar sua integraccedilatildeo no meio profissionalrdquo O curso estabe-lece convecircnio com o Centro Integrado Empresa-Escola (CIEE) e entre ou-tras entidades puacuteblicas e privadas

O CIEE eacute uma instituiccedilatildeo filantroacute-pica que procura encontrar estaacutegios e oportunidades de aprendizado para es-tudantes dos niacuteveis meacutedio teacutecnico e su-perior Estaacute presente em todo territoacuterio nacional auxiliando a entrada dos jo-vens no mercado de trabalho Algumas empresas jaacute possuem convecircnio com a UFPB Mas alguns alunos ainda encon-tram dificuldades para conseguir seu

espaccedilo Eacute o exemplo de Joseacute Carlos Pe-reira (22 anos) estudante de Ciecircncias bioloacutegicas da UFPB Ele tentou entrar num estaacutegio oferecido pela profes-sora de seu curso mas por choque de horaacuterios natildeo pode fazecirc-lo ldquoalguns es-taacutegios que eu queria pegar eram no ho-raacuterio da manhatilde Horaacuterio este em que eu estava ocupado com as aulasrdquo

Segundo a Lei 11788 Art 8ordm da Constituiccedilatildeo brasileira os convecircnios tanto com empresas puacuteblicas quanto as privadas satildeo facultativos A UFPB eacute conveniada a mais de 300 institui-ccedilotildees Entre elas estatildeo o Banco do Bra-sil Carrefour TV Tambauacute Petrobraacutes e diversas prefeituras como a de Joatildeo Pessoa e Campina grande Segundo o Art 11ordm da mesma lei a duraccedilatildeo maacute-xima do estaacutegio eacute de dois anos exceto quando o estagiaacuterio possui necessida-des especiais

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 27

A PRG-CEM estaacute localizada na Reitoria da Universidade Federal da Paraiacuteba

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Reportagem Layse Pereira eRayssa Alcacircntara

Estaacutegios Cadastrados pela CEM2009-2013

Obrigatoacuterio

Natildeo-obrigatoacuterio

Bolsa Estaacutegio Meacuted

2009 2010 2011 2012 2013

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1425 1340 961 96

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Os nuacutemeros variam pois estamos no decorrer do ano Dados da PRG-CEM

O Lado bom

Apesar de algumas barreiras en-contradas os universitaacuterios tem uma opiniatildeo em comum O estaacutegio eacute uma etapa importante para a entrada no mercado de trabalho ldquoAleacutem de ad-quirir conhecimentos antes do tempo eacute uma oacutetima oportunidade pra se de-senvolver no mercado Quando se estaacute dentro desse ecossistema o aprendiza-do agrega em vocecirc mesmo que vocecirc natildeo queirardquo declarou Ermeson Lira

Professores como Alberto Pessoa (autor e pesquisador de histoacuterias em quadrinhos) tambeacutem acreditam na importacircncia do estaacutegio Segundo ele quando se estuda e trabalha o aluno consegue aproveitar melhor a gradua-ccedilatildeo ldquoQuando vocecirc trabalha vocecirc natildeo tem tempo de deixar pra laacute Entatildeo vocecirc aproveita melhor a universidade vocecirc estuda mais vocecirc tem um senso de res-ponsabilidade melhorrdquo argumenta

Primeiros Passos

Os estaacutegios dentro da universidade satildeo oferecidos pelos pela UFPB e via-bilizados pelos professores Para soli-citar a bolsa os alunos devem apresen-tar uma seacuterie de documentos Segundo Eliane Ferraz coordenadora da CEM (Coordenaccedilatildeo de Estaacutegio e Monito-

ramento) primeiramente o estudante deve encaminhar um ofiacutecio ao Proacute-Rei-tor de Planejamento da Universidade Federal da Paraiacuteba (Proplan-UFPB) contendo justificativas da solicitaccedilatildeo e detalhes sobre o estaacutegio

Outros documentos necessaacuterios satildeo o formulaacuterio de Solicitaccedilatildeo de Bolsa estaacutegio a Ficha Cadastral (Bolsa-EstaacutegioUFPB) Histoacuterico Escolar do aluno coacutepias da Identidade CPF Tiacutetu-lo de Eleitor e para os homens a coacutepia

do Certificado de quitaccedilatildeo como o ser-viccedilo militar Ao final de cada periacuteodo este processo eacute repetido para renovar a Bolsa

As informaccedilotildees sobre estaacutegios ex-ternos ainda eacute mal divulgado pela uni-versidade Os estudantes costumam ter a iniciativa de procuraacute-los por meio de amigos conhecidos Hoje com a in-ternet ficou mais faacutecil encontrar traba-lhos por meio de sites como por exem-plo o Gogojobcom (wwwgogojobcombr) que divulga vagas na aacuterea de publicidade Quando a oportunidade de estagiar eacute oferecida por instituiccedilotildees conveniadas agrave UFPB o universitaacuterio tambeacutem deve procurar a CEM Apoacutes assinado o convecircnio o aluno estaacute ofi-cialmente estagiando Em ambos os processos ao final de cada semestre deve ser entregue um relatoacuterio

Segundo a coordenadora da CEM os convecircnios realizados pela UFPB eacute uma maneira de atender agraves demandas acadecircmicas Para contemplar um maior nuacutemero de cursos da universidade ldquoOs convecircnios para a concessatildeo de estaacutegios supervisionados devem portanto ser celebrados de forma mais abrangente possiacutevel visando a atender de forma mais ampla a concessatildeo de estaacutegio a alunos regularmente matriculadosrdquo

INTERACcedilAtildeO

28 - UFPB em Revista

Em evento que lotou o auditoacuterio da reitoria da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba Joatildeo Pessoa

recebeu o neurocientista brasileiro Mi-guel Nicolelis que realizou a palestra ldquoA ciecircncia como agente de transforma-ccedilatildeo socialrdquo Nicolelis atraiu professo-res profissionais da aacuterea estudantes da UFPB e de outras universidades mas chamou ainda a atenccedilatildeo de cida-datildeos comuns com problemas de para-plegia tetraplegia deficientes visuais auditivos e pessoas que possuem entes queridos na mesma condiccedilatildeo O enor-me puacuteblico presente ao evento coorde-nado pelo Foacuterum Universitaacuterio deixou o auditoacuterio pequeno com a esperanccedila de ouvir das palavras do meacutedico que eles teriam seus problemas resolvidos pela ciecircncia seja em curto meacutedio ou longo prazo

Nicolelis que lidera um grupo de

pesquisadores da aacuterea de Neurociecircncia na Universidade Duke - EUA apresen-tou como um dos pilares da palestra a mesma questatildeo base do seu chamado Manifesto da Ciecircncia Tropical Nele o neurocientista sugere que o Brasil pode potencializar o desenvolvimen-to cientiacutefico e educacional a partir da cooperaccedilatildeo de ambos e propotildee quinze medidas para firmar o paiacutes como lide-ranccedila mundial na produccedilatildeo e uso de-mocratizante do conhecimento

Miguel Nicolelis falou tambeacutem so-bre a instituiccedilatildeo na cidade de Macaiacute-ba no Rio grande do Norte onde ele realiza um projeto chamado Educaccedilatildeo para toda a vida O projeto ensina para crianccedilas da periferia de Macaiacuteba e Na-tal conhecimentos nas aacutereas de roboacuteti-ca fiacutesica biologia geografia histoacuteria e informaacutetica Durante a palestra o neu-rocientista ainda explanou que desde

o iniacutecio do seu trabalho na cidade de Macaiacuteba a evasatildeo escolar da institui-ccedilatildeo eacute de apenas 2 e que as crianccedilas que estatildeo sendo formadas nessa insti-tuiccedilatildeo saem com mesmo niacutevel de es-colas de elite do Rio grande do Norte

O meacutedico disse aos presentes que acredita que a ciecircncia eacute grande agente responsaacutevel pela capacidade de ino-vaccedilatildeo e deve ser estimulada desde os primeiros momentos da vida Afirmou ainda que haacute uma carecircncia de investi-mento na aacuterea de intersecccedilatildeo da neu-rociecircncia e que se possiacutevel deveria existir acompanhamento ainda no preacute-natal para que a crianccedila nascesse com o maacuteximo de potencial neuroloacutegico Em 2014 Nicolelis abriraacute o primeiro Instituto Primata de Neurociecircncia com uma escola cujo aprendizado se inicia-raacute desde o nascimento Ainda que seja um sonho um pouco distante o meacutedico

Neurocientista Miguel Nicolelis reabre Foacuterum Universitaacuterio

Reabertura do foacuterum universitaacuterio tem como primeiro palestrante o neurocientista Miguel Nicolelis

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 29

acredita que futuramente Macaiacuteba seraacute a primeira ldquocidade ceacuterebrordquo do mundo

Durante a palestra o neurocien-tista tambeacutem abordou as experiecircncias que realiza sobre a interaccedilatildeo do ceacutere-bro e a maacutequina que consiste em fa-zer o movimento da maacutequina a partir dos estiacutemulos enviados pelo ceacuterebro que seratildeo convertidos em impulsos eleacutetricos e proporcionaratildeo o movi-mento mecacircnico de proacuteteses Ainda que ateacute o momento seus experimentos tenham sido feitos apenas com maca-cos jaacute causam ansiedade em pessoas que sofreram acidentes e hoje tem a locomoccedilatildeo comprometida O meacutedico acrescentou que pretende realizar uma demonstraccedilatildeo em 2014 quando uma brasileira parapleacutegica deveraacute caminhar 20 passos e dar o pontapeacute inicial da Copa do Mundo ldquoEsse seraacute um pre-sente do Brasil para toda a humanida-derdquo declarou Nicolelis

O foacuterum universitaacuterio

Apoacutes seis anos desativado a pre-senccedila de Miguel Nicolelis marcou de forma extraordinaacuteria o retorno do Foacute-rum Universitaacuterio Fundado na deacutecada de 1980 pelo professor Joseacute Jackson Carneiro o Foacuterum tem como objetivo discutir assuntos relevantes agrave socieda-de tanto em um niacutevel nacional como local Segundo o coordenador do Foacute-rum Iedo Fontes nunca ficou clara a razatildeo pela qual a gestatildeo anterior da UFPB paralisou o evento ldquoNunca ex-plicaramrdquo comentou Fontes

Para reforccedilar a natureza fomenta-dora de debates do Foacuterum Fontes dis-se que um dos primeiros debates entre presidenciaacuteveis poacutes-ditadura militar jaacute com vistas agraves eleiccedilotildees de 1989 foi promovido pela UFPB no antigo cam-pus de Campina Grande (que hoje eacute de competecircncia da UFCG) ldquoSoacute natildeo veio Collor Lula Brizola e outros estive-ram presentesrdquo comentou

Com o auditoacuterio lotado (600 pro-fessores de acordo com os nuacutemeros de Fontes) o retorno do Foacuterum foi con-siderado positivo A programaccedilatildeo fu-tura ainda estaacute sendo planejada mas a tendecircncia eacute que o Foacuterum seja realizado bimestralmente ldquoFoi uma declaraccedilatildeo da reitora a um jornal local de que ela tem interesse de que o Foacuterum aconte-ccedila num intervalo de dois meses O que nos permite fazer uma programaccedilatildeo Simulaccedilatildeo do exoesqueleto na abertura da Copa de 2014

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mais pensadardquo declarou o coordena-dor

Alguns temas jaacute estatildeo sendo con-siderados o bloqueio do crescimento econocircmico brasileiro nos uacuteltimos anos 500 anos da obra de Maquiavel dis-cussatildeo da obra do geoacutegrafo Josueacute de Castro federalizaccedilatildeo dos niacuteveis infan-til fundamental e meacutedio da educaccedilatildeo e a obra de Luiz Gonzaga e seu impacto sobre a vida regional (este uacuteltimo jaacute sendo organizado para o mecircs de ju-nho)

A princiacutepio o Foacuterum natildeo prioriza-ria nenhuma aacuterea em especiacutefico nem mesmo a proacutepria academia Fontes dis-se ldquoficou claro na reabertura oficial do Foacuterum que noacutes natildeo o reativamos ape-nas para professores estudantes e fun-cionaacuterios mas tambeacutem para a socieda-de pessoense () pessoas de diferentes ramos de atividade comeacutercio induacutes-tria academiardquo Poreacutem o coordenador esclareceu que uma atenccedilatildeo especial deveraacute ser dada agrave discussotildees relaciona-das agrave educaccedilatildeo - e essa preocupaccedilatildeo eacute percebida com a escolha de Miguel

Nicolelis para o primeiro encontro apoacutes a reativaccedilatildeo do Foacuterum ldquoSe tem uma aacuterea que noacutes devemos priorizar no

Brasil e fazer um grande debate nacio-nal eacute a educaccedilatildeordquo explicou Fontes

A exemplo de Nicolelis o Foacuterum tambeacutem foi responsaacutevel por trazer ou-tras personalidades conhecidas nacio-nalmente agrave Joatildeo Pessoa como os se-nadores Cristoacutevatildeo Buarque e Roberto Requiatildeo e o economista Carlos Les-sa Para uma futura ediccedilatildeo do foacuterum a Universidade estaacute tentando trazer o jornalista Paulo Henrique Amorim A ideia poreacutem natildeo eacute ficar preso a nomes de acircmbito nacional e abrir espaccedilo para pessoas que tenham impacto na socie-dade regional - ateacute pela histoacuteria e pelo legado que o Foacuterum tem de realizar debates de interesse da populaccedilatildeo em geral

ldquoFoacuterum eacute para discutir os proble-mas do estado Somos uma entidade produtora e reprodutora de conheci-mento () Na mesa de debate deve ter um professor de destaque mas tambeacutem algueacutem da aacuterea senatildeo fica apenas a niacute-vel de conferecircncia o que natildeo eacute bom pois natildeo promove o debaterdquo afirmou Fontes

Reportagem Una Txai e Rudah Silva

INFRAESTRUTURA

32 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Paraiacuteba enfrenta o caos na infraestrutura do sistema viaacuterio e estaciona-

mentos para veiacuteculos dos alunos pro-fessores e funcionaacuterios Eacute um problema de toda cidade que se reflete na univer-sidade gerando transtornos e problemas de logiacutestica em determinados horaacuterios As dificuldades na mobilidade interna ao Campus I decorrem na deficiecircncia no planejamento da expansatildeo da Instituiccedilatildeo aliadas ao aumento do nuacutemero de veiacute-culos nos uacuteltimos 10 anos O problema eacute reflexo da prioridade do veiacuteculo parti-cular sobre o uso de transporte coletivo

O campus I da instituiccedilatildeo estaacute pas-sando por algumas reestruturaccedilotildees e reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos jaacute existentes No periacuteodo de 2012 a 2013 o nuacutemero de vagas para estacionamento subiu consideravelmente de 2 mil para 2500 Em meacutedio prazo (dois anos) a administraccedilatildeo pretende criar mais 1500 vagas atraveacutes da continuaccedilatildeo do projeto de reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos (no CACE CCEN e HU) e da finali-zaccedilatildeo do Centro de Energias Renovaacute-veis ainda em construccedilatildeo por traacutes do CCHLA

Estacionamento precaacuterio provoca transtorno na UFPB

Vaacuterios carros estacionados de forma irregular e inconveniente no estacionamento da Central de Aulas do campus I

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Projetos

Segundo Marcelo Diniz da Divi-satildeo de Estudos e Projetos da Prefeitura Universitaacuteria a reorganizaccedilatildeo dos esta-cionamentos eacute prioridade e vem sendo implementada em vaacuterios estacionamen-tos da universidade O projeto modi-fica a posiccedilatildeo de entrada dos veiacuteculos de 45ordm (diagonal) para 90ordm (frontal) e a largura da vaga do estacionamento para impossibilitar improvisos que prejudi-cam o traacutefego como por exemplo as filas duplas No projeto as motos se-ratildeo contempladas com estacionamento proacuteprio para evitar a desorganizaccedilatildeo e acidentes nas passarelas e corredores das salas ldquoIremos instalar placas de ad-vertecircncia para as motos natildeo transitarem no espaccedilo destinado aos pedestresrdquo diz Marcelo

Um dos locais com maior problema fica proacuteximo ao preacutedio da Reitoria e da Biblioteca Central devido agrave concen-traccedilatildeo de vaacuterios serviccedilos e dos preacutedios acadecircmicos Nesse local estatildeo reuni-das agecircncias de trecircs bancos livrarias restaurantes DCE (Diretoacuterio Central Estudantil) e AdufPB (sindicato dos

professores) Por conta da via nesse lo-cal ser muito estreita a Prefeitura Uni-versitaacuteria utilizou prismas de concreto no trecho para evitar que os motoristas estacionem os veiacuteculos indevidamente na via de passagem dos carros ocasio-nando transtornos e risco de acidente

Somando-se a esse local estaacute em construccedilatildeo o preacutedio do Centro Arte e Cultura com auditoacuterio estimado para duas mil pessoas em frente agrave Reitoria No projeto da construccedilatildeo natildeo haacute ne-nhum estacionamento previsto para esse preacutedio e na ocasiatildeo de algum evento os visitantes iratildeo estacionar seus veiacuteculos por traacutes da Reitoria que comporta precariamente os usuaacuterios que jaacute utilizam o espaccedilo Para a soluccedilatildeo desse problema Marcelo Diniz informa haver um projeto para construccedilatildeo de um estacionamento por traacutes da Reitoria de um ou dois andares com valor estimado em 10 milhotildees de reais por andar

Usuaacuterios

Os usuaacuterios que utilizam os esta-cionamentos com regularidade pro-potildeem soluccedilotildees como criaccedilatildeo de vagas

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 33

Situaccedilatildeo corriqueira nas vias do campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba

A falta de vagas destinadas para motos eacute a justificativa dos motociclistas

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Reportagem Rodrigo Vitorino e Windsor Souza

destinadas exclusivamente a professo-res Josemar dos Santos professor de Estatiacutestica diz que ldquofalta a prefeitura organizar o estacionamento Haacute deter-minadas horas que vir do departamen-to para a sala de aula de carro se tornou inviaacutevel pois o nuacutemero de veiacuteculos cresceu bastante Poderiam organizar vagas destinadas a professores pois noacutes temos que ficar de bloco em bloco para dar aula enquanto os alunos vecircm assistem a uma aula e vatildeo emborardquo

Outro problema que tambeacutem in-comoda eacute a falta de vagas destinadas agraves bicicletas e motocicletas ldquoAgraves vezes natildeo tem nem espaccedilo para transitar pois tem motociclista estacionando as mo-tos nas vias passarelas e corredores dos blocos pois natildeo haacute vagas destina-das para estacionar as motosrdquo acres-centa Josemar

A falta de estacionamento para motos faz com que elas se amontoem de forma desorganizada Isso as trans-forma em vilatildes e campeatildes de recla-maccedilotildees Elas trafegam e estacionam onde eacute via de pedestres cadeirantes passagem de materiais para os preacutedios da universidade Diversas reclamaccedilotildees jaacute foram feitas por conta de atropela-mentos por dificultar a passagem e ateacute mesmo acidentes envolvendo deficien-tes visuais

Faacutebio Fonseca professor de Pe-dagogia tambeacutem reclama das motos e dos transtornos que elas causam quan-do deixadas em local inconveniente ldquoA universidade estaacute ficando muito pequena para a quantidade de auto-

moacuteveis Eacute preciso organizar o espaccedilo existente e criaccedilatildeo de espaccedilos especiacutefi-cos para motos A falta de organizaccedilatildeo faz com que os corredores passarelas e vias se transformam em estaciona-mento para as motos dificultando por exemplo a passagem de cadeirantesrdquo

O problema da falta de vagas acaba tambeacutem interferindo na aprendizagem dos alunos Aliado a isso haacute o proble-ma de seguranccedila dentro do campus Alunos servidores e professores natildeo confiam no sistema de cartotildees entre-gue na entrada da universidade ldquoGe-ralmente os alunos chegam na hora da aula que coincidem em todas as disci-plinas e a falta de vaga faz com que percamos tempo para estacionar Eacute o caos Muitas vezes encontramos uma vaga muito longe do local em que va-mos estudar E em eacutepoca de chuva pio-

ra Tambeacutem tem o perigo de assaltordquo diz a estudante de Biologia Daniele Lacerda

Empecilho

Alguns estacionamentos no cam-pus I da UFPB possuem aacutervores tom-badas e sob proteccedilatildeo que natildeo podem ser derrubadas Desta maneira a pre-feitura universitaacuteria desenvolveu o projeto de reestruturaccedilatildeo e organiza-ccedilatildeo dos estacionamentos respeitan-do a localizaccedilatildeo dessas aacutervores Nos estacionamentos jaacute finalizados como da Reitoria eacute perceptiacutevel a falta de arborizaccedilatildeo que influecircncia o aqueci-mento local e a desagradaacutevel sensaccedilatildeo de estar num ambiente claro e quente Outro problema encontrado eacute a falta de planejamento de escoamento da chuva Desta maneira em eacutepocas de chuva intensa haacute risco de alagamento

Com todo o empenho e desenvol-vimento estrutural eacute de suma impor-tacircncia o investimento em seguranccedila Mas tambeacutem organizar o tracircnsito au-xiliando os condutores onde devem estacionar e na fluidez do tracircnsito Devido agrave ausecircncia de fiscalizaccedilatildeo para coibir as infraccedilotildees de tracircnsito as vias se tornam estacionamentos irregula-res atrapalhando e colocando em risco a seguranccedila dos integrantes da comu-nidade universitaacuteria

INFRAESTRUTURA

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Ano de 2015 eacute limite para meta plena de acessibilidade

Ausecircncia de acessibilidade eacute constante nos novos preacutedios da UFPB

Segundo dados do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a Paraiacuteba eacute o estado que possui a maior parcela de habitantes com necessidades especiais no Bra-sil empatando com o Rio Grande do Norte Quase 30 dos paraiba-nos tecircm algum tipo de necessidade especial Apesar da estatiacutestica e da existecircncia do Decreto Lei 5296 que determina a acessibilidade em todas as edificaccedilotildees puacuteblicas 90 por cento das construccedilotildees realizadas durante gestatildeo dos professores Rocircmulo Po-lari e Iara Matos a frente da UFPB natildeo respeitaram o seu cumprimento

No momento a atual adminis-traccedilatildeo estaacute empenhada num pra-zo de dois anos a assistir a todos os alunos com deficiecircncia cumprin-do as normas teacutecnicas de acessi-bilidade da Associaccedilatildeo Brasilei-ra de Normas Teacutecnicas (ABNT)

Dentre as medidas a serem ado-tadas estaacute a reforma na acessibilida-de arquitetocircnica das vias (calccediladas) Tambeacutem estaacute prevista a construccedilatildeo do Centro de Inclusatildeo (que vai in-tegrar todos os projetos de inclusatildeo em um soacute) agregar serviccedilos dispo-nibilizar salas de aula adquirir uma seacuterie de equipamentos fora do paiacutes (entre eles esfigmomanocircmetro que possibilita a traduccedilatildeo de textos em aacuteudio bengala que identifica obs-taacuteculos e computadores especiais)

Ateacute o momento apenas 15 preacute-dios estatildeo acessiacuteveis para os 30 alu-nos com necessidades especiais ca-dastrados na UFPB O uacutenico trecho com acessibilidade externa no Cam-pus I se encontra da Biblioteca Cen-tral ateacute o Refeitoacuterio Universitaacuterio No Campus II em Areia a primeira parte do projeto jaacute vem com todas as normas de acessibilidade executadas disse Marcelo Andrade Diniz Diretor do Departamento de Arquitetura da Prefeitura Universitaacuteria desde 2010

O que estaacute previsto

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 35

Segundo Marcelo Diniz que acompanhou a antiga gestatildeo da Uni-versidade o recurso era limitado e natildeo havia comprometimento dos ad-ministradores para cumprir as normas exigidas aleacutem da fiscalizaccedilatildeo pouco eficaz do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Ateacute 2010 pouco havia sido pensado discutido e realizado para incluir so-cialmente as pessoas com deficiecircn-cia Com o aumento significativo e progressivo no nuacutemero de estudan-tes em funccedilatildeo da Reestruturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universidades Fede-rais (Reuni) a situaccedilatildeo agravou-se

Desde entatildeo o Governo Federal estaacute destinando uma verba especiacutefica para as Instituiccedilotildees Federais de En-sino (Ifes) cumprirem as normas de acessibilidade impostas pela ABNT O MEC por sua vez vem fiscalizan-do com rigor as Ifes de todo o Brasil

Comitecirc existe desde 2011

No ano de 2011 foi criado na UFPB o Comitecirc de Inclusatildeo e Aces-sibilidade que tem como objetivo garantir a todos os alunos com defi-ciecircncia a permanecircncia e conclusatildeo do curso Segundo a coordenadora do

comitecirc Andreza Aparecida Polia estaacute prevista a chegada de 44 alunos espe-ciais para o proacuteximo semestre letivo nuacutemero que ultrapassa os 5 por cen-to designado pelo sistema de cotas ldquoAno passado fizemos pedido de equi-pamentos para suprir os alunos que jaacute estatildeo cadastrados Enquanto natildeo che-ga os coordenadores tem de ter um computador exclusivo para esses estu-dantesrdquo pontificou Andreza Polia O comitecirc conta com representantes dos cursos de Psicopedagogia Terapia Ocupacional Arquitetura e Educaccedilatildeo

Ainda em fase de projeto o Centro de Inclusatildeo e Acessibilidade estaacute pre-visto para ficar pronto em 2015 Ele contaraacute dentre outras coisas com pla-cas em Braille piso taacutetil carteiras es-peciais plataforma elevatoacuteria eleva-dor e tecnologias inclusivas em geral

Outro projeto que estaacute sendo desenvolvido pela Prefeitura Uni-versitaacuteria eacute a urbanizaccedilatildeo do La-boratoacuterio de Energias Renovaacuteveis (LERS) que iraacute se estender por todo o estacionamento contando com rampas pisos taacuteteis e mais de 6 quilocircmetros de rotas acessiacuteveis

Os estudantes com necessidades especiais contam com um programa

Projeto em 3d das futuras instalaccedilotildees elaborado pela Prefeitura da UFPB

Reportagem Giuliano Viscardi

de apoio onde um aluno monitor os acompanha geralmente por discipli-na dando assistecircncia necessaacuteria gra-vando aulas e tirando duacutevidas com os professores O Nuacutecleo de Educaccedilatildeo Especial (Nedesp) tambeacutem os ajuda nesse processo de adaptaccedilatildeo Na Bi-blioteca Central e no Nedesp os alu-nos dispotildee de impressora em braille

A Proacute-reitoria de Gestatildeo de Pes-soas (Progep) ofereceu por dois anos consecutivos um curso de capacita-ccedilatildeo para docentes e servidores da uni-versidade tendo formado duas turmas ateacute agora Poreacutem a grande maioria dos capacitados foi funcionaacuterios A UFPB conta com apenas um tradutor ldquoPreci-samos de mais contrataccedilotildeesrdquo alega Po-lia que estaacute coordenando o Comitecirc de Inclusatildeo e Acessibilidade desde 2011

A prefeitura da Instituiccedilatildeo tambeacutem fez um convenio com o Laboratoacuterio de Acessibilidade (Lacesse) coordenado por Marcelo Diniz e pela professora do curso de arquitetura Angelina Costa O espaccedilo fiacutesico onde funciona o labo-ratoacuterio foi inaugurado dia 12 de abril no Centro de Tecnologia bloco N

INFRAESTRUTURA

36 - UFPB em Revista

O rombo de mais de 22 milhotildees na Fundaccedilatildeo Casa de Joseacute Ameacuterico (FCJA) constata-

do pelo Tribunal de Contas da Uniatildeo (TCU) eacute a principal heranccedila deixada pela antiga administraccedilatildeo da universi-dade e que atinge diretamente o Res-taurante Universitaacuterio da UFPB Os es-cacircndalos envolvem o responsaacutevel pelo fornecimento de gecircneros alimentiacutecios e o pagamento de alguns funcionaacuterios do Restaurante Universitaacuterio (RU)

Segundo o TCU foram usados re-cursos federais depositados em contas especiacuteficas de convecircnios para paga-mentos agrave empresas fornecedoras de gecircneros alimentiacutecios As irregularida-des foram cometidas pelo ex-diretor da Fundaccedilatildeo Eugecircnio Pacceli Trigueiro Pereira Com isso o TCU suspendeu o repasse de recursos da Uniatildeo para a Fundaccedilatildeo Joseacute Ameacuterico e a direccedilatildeo do RU enfrentou problemas com a falta de estoque de alimentos e atraso no paga-mento de funcionaacuterios refletindo no atendimento precaacuterio das necessidades dos alunos que frequentam o Restau-rante

O RU que fornece refeiccedilotildees gra-tuitas para estudantes de baixa renda e cadastrados da UFPB conta com 90

profissionais Os gecircneros alimentiacutecios de uma refeiccedilatildeo custam em meacutedia de R$ 410 a R$ 530 Nesse valor natildeo estaacute considerado a despesa do preparo trabalho dos funcionaacuterios e energia dos aproximadamente 2200 almoccedilos e 900 jantares por dia

A nova reitoria da UFPB ampliou as investigaccedilotildees e o levantamento de contas da Universidade para averiguar quais problemas seratildeo enfrentados pela gestatildeo Durante as investigaccedilotildees foram detectadas vaacuterias irregula-ridades cometidas pela adminis-traccedilatildeo passada a exemplo da au-secircncia de prestaccedilatildeo de contas de diversos convecircnios

Antocircnio Luiz de Albuquer-que Gomes professor do De-partamento de Quiacutemica do Cen-tro de Tecnologia da UFPB assumiu o cargo de Superintendente do Sistema de Restaurantes Universitaacuterios - que com-preende os restaurantes do Campus 1 do Litoral Norte Areia e Bananeiras - no dia 12112012 Ele conta que rece-beu o RU com um estoque insuficiente de alimentos apesar dos pregotildees ainda estarem em andamento

O superintendente esclareceu que um desses pregotildees estava desa-

parecido e soacute depois de muita inves-tigaccedilatildeo a empresa foi contatada para cumprir o contrato O outro pregatildeo es-tava com o pedido de realinhamento de preccedilos e somente apoacutes a administraccedilatildeo entrar em contato para negociar com os fornecedores explicando a delicadeza da situaccedilatildeo eacute que foi possiacutevel normali-zar as entregas dos suprimentos

Segundo o professor Antocircnio Luiz ainda haacute muitos problemas com os fornecedores As licitaccedilotildees (pregotildees) emitidas pelas empresas tem um preccedilo muito abaixo do valor de mercado Em decorrecircncia desse fato as companhias tem prejuiacutezo e antes de completar os seis meses algumas deixam de forne-cer os gecircneros apesar de ainda terem saldo em caixa com a Universidade

Um dos problemas a serem contor-nados pela atual administraccedilatildeo diz res-peito a burocracia e lentidatildeo de alguns setores na etapa de licitaccedilatildeo e pregatildeo para aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios Na Proacute-Reitoria Administrativa (Divi-satildeo de Materiais) a entrada dos pre-gotildees foi feita em dezembro poreacutem os processos ficaram mais de dois meses parados dentro de uma gaveta e por isso ainda existem licitaccedilotildees de com-pras paradas em abril

A administraccedilatildeo da Universidade

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeo

Prof Antocircnio Luiz Superintendente do RU

Vista frontal do Restaurante Universitaacuterio da UFPB

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Atualmente o professor Antocircnio Luiz estaacute procurando resolver os as-suntos mais urgentes do RU fazendo o levantamento do que precisa ser fei-to a exemplo dos pedidos de compras de equipamentos de seguranccedila e para a cozinha Haacute tambeacutem uma proposta

a partir dos levantamentos feitos pelo professor Antocircnio Luiz tomou um seacute-rie de iniciativas entre elas consultas juriacutedicas onde foram detectados o atra-so de salaacuterios entre outras irregularida-des trabalhistas Por conta do rombo a FCJA deixou de pagar o fundo de ga-rantia salaacuterios feacuterias e 13ordm salaacuterio aos funcionaacuterios As diacutevidas tiveram que ser quitadas pela prefeitura universitaacute-ria que repassou a verba e cumpriu a obrigaccedilatildeo social para com todos os fun-cionaacuterios Hoje a FCJA eacute dirigida por Boanerges Felix que estaacute regularizan-do as atividades da fundaccedilatildeo

O professor Antocircnio Luiz ressalta que existiam diversos problemas com equipamentos e com funcionaacuterios Na cozinha haviam vazamentos e instru-mentos como serras de cortar carne e aparelho de cortar frutas quebrados Ateacute o conserto desses aparelhos os trabalhos vinham sendo feitos manu-almente Ele encontrou equipamentos com 10 a 15 anos de uso sem programa de reposiccedilatildeo ldquoEacute impossiacutevel um siste-ma desse porte funcionar sem repor o equipamento porque ele tem vida uacutetil As caldeiras satildeo razoavelmente novas com 3 ou 4 anos de uso mas sem um sistema de manutenccedilatildeo Vazamento de oacuteleo caldeiras quebradas Foi uma si-tuaccedilatildeo que eu natildeo imaginava que en-contrariardquo observa o superintendente

Outra questatildeo importante que a nova administraccedilatildeo teve que mudar foi o fato de que os funcionaacuterios natildeo esta-vam acostumados a obedecer aos horaacute-rios Poreacutem aos poucos o pessoal foi se adaptando ao novo modelo de gestatildeo

encaminhada para concretizaccedilatildeo de um serviccedilo de auto atendimento (self servi-ce) O desperdiacutecio de comida eacute um dos grandes problemas para o Restaurante pois os alunos deixam nos pratos restos de comida suficientes para alimentar mais de 400 pessoas segundo o supe-rintendente

A equipe que trabalha no RU pre-tende realizar uma campanha de cons-cientizaccedilatildeo para que os comensais com a instalaccedilatildeo do self service co-loquem no prato apenas a quantidade realmente necessaacuteria evitando assim o desperdiacutecio Estaacute nos planos promover treinamento dos funcionaacuterios executar atividades humaniacutesticas promovendo a interaccedilatildeo entre as pessoas melhorar cada vez mais o sabor da comida (a qua-lidade jaacute existe) e aumentar o nuacutemero de funcionaacuterios e equipamentos acarre-tando numa melhora do fluxo e minimi-zando o problema das longas filas

Tambeacutem eacute interesse terminar a obra comeccedilada na administraccedilatildeo pas-sada - que jaacute deveria ter sido finaliza-da - de um complexo ao lado do atual RU Laacute seraacute instalado um restaurante para que os funcionaacuterios e estudantes natildeo contemplados pelo RU possam co-mer pagando apenas uma pequena taxa pela refeiccedilatildeo Eacute preciso ainda analisar a viabilidade dessa opccedilatildeo consultando a comunidade acadecircmica e aguardando o teacutermino das obras A comida seraacute a mesma que eacute servida gratuitamente aos alunos comensais

Comida que sobra nos pratos seria capaz de preencher 400 novas refeiccedilotildees

Restaurante Universitaacuterio em horaacuterio de funcionamento

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Reportagem Marina Maracajaacute e Nayane Maia

e mudando os haacutebitos no ambiente de trabalho A atual administraccedilatildeo prima pelo exemplo adotando a praacutetica de se-rem os primeiros a chegar e os uacuteltimos a sair colaborando com os outros fun-cionaacuterios e ajudando sempre que pos-siacutevel nas suas diferentes funccedilotildees seja no setor administrativo seja na parte de manutenccedilatildeo dos equipamentos

Proposiccedilotildees

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Blocos isolados congestiona-mentos nos horaacuterios de pico falta de estacionamento satildeo

esses alguns dos problemas que po-dem ser ocasionados pela falta de um bom plano diretor Na UFPB isso natildeo eacute diferente Encontrar agrave noite uma vaga proacutexima ao CCHLA eacute praticamente uma maratona Esse e muitos outros problemas poderiam ter sidos evita-dos se tivesse sido criado um plano diretor que limitasse as aacutereas de esta-cionamento construccedilatildeo e ainda com o planejamento da aacuterea de preservaccedilatildeo na universidade

Em 2007 em sua defesa de tese de doutorado em engenharia civil Renato Saboya explica ldquoPlano Diretor eacute um documento que sintetiza e torna expliacute-citos os objetivos consensuados para o Municiacutepio e estabelece princiacutepios diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as decisotildees dos atores envolvidos no processo de de-senvolvimento urbano convirjam tan-to quanto possiacutevel na direccedilatildeo desses objetivosrdquo

Para Acircngela Braz aluna do quinto periacuteodo de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal da Paraiacuteba pro-blemas comuns como salas com maacute ventilaccedilatildeo ou com insolaccedilatildeo intensa poderiam ter sido evitados se a insti-tuiccedilatildeo tivesse em seu plano diretor as melhores localizaccedilotildees para a constru-ccedilatildeo dos blocos Com tal planejamen-to seriam evitadas aacutereas voltadas di-retamente para o nascente ou poente e tambeacutem aacutereas natildeo favorecidas pelos ventos

Planos Diretores no Brasil

Quando questionados a maioria dos brasileiros pensam que exemplos de planejamento preventivo existem apenas em paiacuteses de ldquoprimeiro mun-dordquo poreacutem em diversos municiacutepios brasileiros planos diretores tiveram relativo sucesso como por exemplo Curitiba Brasiacutelia e ateacute mesmo Joatildeo Pessoa Sendo a uacuteltima um dos melho-res exemplos nacionais de preservaccedilatildeo de sua orla mariacutetima onde existe um

bloqueio para edifiacutecios superiores a quatro andares

ldquoA questatildeo da falta de planejamen-to urbano eacute muito mais grave do que parece o recobrimento dos solos com materiais impermeaacuteveis juntamente com o adensamento de construccedilotildees acaba ocasionando o aumento de tem-peratura em determinadas regiotildeesrdquo indaga Acircngela

O impedimento da construccedilatildeo de preacutedios altos na orla evita o conhecido fenocircmeno em diversas praias sombra Em praias de Recife Rio de Janeiro e Balneaacuterio Camboriuacute por exemplo possuem sombra na faixa de areia mes-mo horas antes do pocircr do sol devido aos gigantes que ali se encontramldquoSalas cada vez menores para turmas cada vez maioresrdquo

Para Andreacute Siqueira aluno do se-gundo periacuteodo de Arquitetura e Urba-nismo na Universidade Federal da Pa-raiacuteba a falta de um real planejamento cria ateacute mesmo a falta de acessibilida-de em diversas aacutereas da Universida-de Calccediladas estreitas com caminhos

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidade

Protesto de alunos de Miacutedias Digitais devido ao atraso de mais de dois anos na entrega do bloco do curso

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Soluccedilatildeo a longo prazo

Flaacutevio Tavares membro do pro-jeto de iniciaccedilatildeo cientiacutefica ldquoTerritoacute-rios e urbanidades praacuteticas urbanas e poliacuteticas culturais no espaccedilo puacuteblico contemporacircneordquo mostra-se indignado com o fato de que o porte que a uni-versidade tem atingido seja de espa-ccedilo fiacutesico ndash com grande quantidade de alunos e funcionaacuterios circulando no seu campus - seja do volume de recur-sos aplicados anualmente e ainda natildeo possua um plano diretor em vigor Ele permitiria accedilotildees integradas de longo prazo garantindo que os investimentos ocorram de acordo com os principais anseios da comunidade universitaacuteria jaacute que a elaboraccedilatildeo do plano se daacute necessariamente a partir da discussatildeo conjunta entre os envolvidos com a re-giatildeo

Indagado sobre as possiacuteveis accedilotildees

que poderiam sanar os atuais (e fu-turos) problemas Tavares diz que a Universidade deve iniciar de imedia-to a construccedilatildeo de um ldquoPlano Diretor Participativo Integrado para o Cam-pus Joatildeo Pessoa da UFPBrdquo incluindo questotildees de planejamento participativo na proposiccedilatildeo das futuras obras per-mitindo que a comunidade acadecircmica possa opinar sobre as obras que ali se-ratildeo executadas resultando numa maior conexatildeo e identificaccedilatildeo com os usuaacute-rios Quanto a uma obra especiacutefica ele acredita que uma ampla intervenccedilatildeo no

desenho urbano do campus seria ne-cessaacuteria priorizando o fluxo de pedes-tres com pisos adequados vegetaccedilatildeo passarelas etc

Para finalizar Flaacutevio lembra que agora que a Universidade acolhe um maior nuacutemero de pessoas com defici-ecircncia tendo o dever natildeo soacute legal mas tambeacutem social de incluir estas pessoas num deslocar seguro e independente Sendo esse apenas possiacutevel com um planejamento efetivo da estrutura fiacutesi-ca da Universidade

No final de 2012 Margareth Diniz assumiu a Reitoria da Uni-versidade Federal da Paraiacute-ba e com ela iniciaram-se projetos de um Plano Dire-tor Esse Plano teraacute como principal foco proteger a reserva de mata atlacircntica na qual a Instituiccedilatildeo estaacute sediada O professor Seacutergio Alonso recentemente em-possado prefeito do Campus I eacute um dos membros desta comissatildeo que discute a cria-ccedilatildeo do Plano na UFPB Ele teraacute a missatildeo de coordenar as discussotildees sobre o PD

Planejamento evita problemas como o demonstrado no viacutedeo acima

Novo campus em Rio Tinto Obras que esteticamente feias e sem utilidade

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ReportagemFrancisco de Oliveira

Guilherme Pontes

confusos ou ateacute mesmo inexistentes e ainda praccedilas de permanecircncia sem co-bertura satildeo outros exemplos lembra-dos por Siqueira

Sobre o futuro Andreacute eacute pessi-mista e comenta que a cada dia mais problemas surgem Ser deficiente na UFPB eacute praticamente impossiacutevel Blocos aleatoacuterios para cursos que de-veriam ter salas proacuteximas Essas in-clusive estatildeo cada vez menores para turmas cada vez maiores ldquoSalas com janelotildees feitas para serem usadas com projetor que tipo de arquiteto aprova issordquo provoca

INFRAESTRUTURA

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Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Central

Construiacuteda haacute mais de 30 anos a Biblioteca Central da UFPB nunca passou por uma grande reforma

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Se algueacutem que frequenta a Bi-blioteca Central da UFPB atu-almente fosse perguntado sobre

qual a sua impressatildeo sobre o local as respostas certamente seriam se-melhantes agraves de quem respondesse a mesma pergunta haacute dez ou vinte anos calor poeira mofo falta de acessibilidade e estrutura deficitaacuteria estariam entre as palavras mais cita-das Isso se explica pelo fato do preacute-dio construiacutedo na deacutecada de 1970 ter sido mal planejado e nunca ter passado por uma grande reforma

Com o acervo atual em torno dos 400 mil exemplares a Bibliote-ca Central tem como principal fina-lidade dar suporte de informaccedilotildees aos programas de ensino pesquisa e extensatildeo Construiacuteda ao lado de uma mata ndash a UFPB estaacute localizada em uma regiatildeo de Mata Atlacircntica ndash so-fre com a maacute conservaccedilatildeo do acervo

exposto agrave umidade poeira e insetosSegundo a bibliotecaacuteria TM que preferiu natildeo se identificar o uacutelti-mo governo ateacute fez investimentos importantes no local ldquoAtraveacutes de pregotildees e ouvindo sugestotildees de co-ordenadores de cursos e professores foram adquiridos milhares de novos tiacutetulos Aleacutem disso foram instala-dos novos computadores cadeiras e feita a climatizaccedilatildeo de algumas salasrdquo A ideia eacute que nos proacuteximos anos sejam feitos novos investimen-tos no local ldquoA nova Reitora pro-meteu um sistema de climatizaccedilatildeo completo para o preacutediordquo afirma TM

Apesar das melhorias nos uacutel-timos anos e a promessa de novos investimentos para um futuro proacute-ximo muitas mudanccedilas inclusive estruturais precisam acontecer na Biblioteca Central ldquoO projeto ar-quitetocircnico eacute defeituoso Eacute impos-

siacutevel falar em climatizaccedilatildeo enquan-to natildeo for solucionado o problema das grandes frestas nas paredes do lugar Tambeacutem natildeo adianta climati-zar sem ser feita uma higienizaccedilatildeo em todo o preacutediordquo afirma o fun-cionaacuterio Francisco Joseacute Assistente Administrativo do local haacute 25 anos

Natildeo bastasse o problema de con-servaccedilatildeo do acervo existe uma ques-tatildeo ainda mais grave a ser tratada a sauacutede dos que frequentam a Bibliote-ca Central Vaacuterios funcionaacuterios rela-taram problemas de sauacutede por causa da higiene e estrutura do local O acuacutemulo de poeira e fungos jaacute causou vaacuterias doenccedilas de pele desde cocei-ras ateacute alergias seacuterias Aleacutem disso eacute comum funcionaacuterios reclamarem de problemas de coluna causados pelo manuseio das pesadas estantes e pro-blemas de mobilidade com os carros de matildeo que transportam os livros

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Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

A realidade

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 43

Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

b i o -logia e geo-

grafia estatildeo ok tem ar condicionado data

show etc As de quiacutemica () satildeo horriacuteveis tem umas que os

ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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PELO CAMPUS

46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 49

dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

PELO CAMPUS

52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

Recepccedilatildeo Local

Gastos estadia e lazer

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 8: UFPB em revista

ENSINO

10 - UFPB em Revista

Viacutedeo veiculado na internet revela atrito em sala de aula

O acesso a uma grande gama de informaccedilotildees e meios de propa-gaccedilatildeo raacutepida de notiacutecia oca-

sionado pela popularizaccedilatildeo das redes sociais nos uacuteltimos tempos fez com que surgissem vaacuterias atitudes de estu-dantes entre eles universitaacuterios que seja por provocaccedilatildeo ou simples curio-sidade passaram a questionar o pro-fessor acerca da disciplina e dos meacuteto-dos aplicados O resultado eacute o aumento dos atritos naturais envolvendo a hie-rarquia existente na relaccedilatildeo de quem ensina e quem aprende

Recentemente circulou nas redes sociais um viacutedeo realizado dentro da sala de aula por estudantes do 1ordm periacute-odo do curso de Comunicaccedilatildeo Social da Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) O viacutedeo foi protagonizado pela professora Maria Luacutecia de Olivei-ra e uma de suas alunas nele a profes-sora demonstra fuacuteria ao perceber que a estudante estava lendo um livro que natildeo pertencia agrave aula

Os alunos que tinham o haacutebito de usar os celulares para captar o aacuteudio para estudo posterior imediatamente gravaram a discussatildeo e recorreram entatildeo ao coordenador do curso que os orientou a juntarem mais provas O

resultado foi uma seacuterie de viacutedeos que pipocaram nas redes sociais e no you-tube chamando a atenccedilatildeo de outros meios de comunicaccedilatildeo

Este fato ocorrido dentro da UFPB expotildee a fragilidade da relaccedilatildeo discen-te-docente na atualidade onde um ex-cesso de autoridade pode acarretar pro-blemas no relacionamento e em casos extremos como o acontecido provo-car um fim forccedilado de uma relaccedilatildeo Ou seja o que natildeo pode ocorrer eacute o rompi-mento da barreira entre a autoridade e o autoritarismo

Segundo os alunos a Professora Luacutecia jaacute natildeo tinha um bom relacio-namento com a turma e no caso se enervou a ponto de proferir palavras que poderiam ser proferidas de forma educada mas humilhavam os mesmos ldquoA gente jaacute tinha ouvido falar que ela humilhava os alunos e que para ser aprovado com ela tinha de conversar com ela mostrar-se amigo delardquo con-ta Edielly Arauacutejo ldquoO bom professor tem de ser humano Um tiacutetulo pode ateacute causar um distanciamento na relaccedilatildeo No episoacutedio por exemplo a professo-ra bradava que era doutora e que noacutes natildeordquo completa

Desde crianccedila somos educados

a respeitar a hierarquia educacional Dentro de uma instituiccedilatildeo de ensi-no o professor eacute a parte do comando que estaacute mais proacuteximo ao aluno Eacute o professor que determina o processo de construccedilatildeo do conhecimento Jaacute o alu-no deve acatar as decisotildees dos docen-tes e provar que aprendeu

A relaccedilatildeo professor-aluno estaacute sujeita a normas dos professores e do curso aspectos pedagoacutegicos objetivos a serem cumpridos sistemas de avalia-ccedilatildeo e outra gama de convenccedilotildees que natildeo estatildeo apenas sob a accedilatildeo dos proacute-prios docentes e discentes como pode-ria se pensar Inclusive algumas delas estatildeo sujeitas agrave legislaccedilatildeo vigente no Brasil

A lei que rege a educaccedilatildeo superior do nosso paiacutes eacute denominada LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo) de 20 de dezembro de 1996 Ela promove a descentralizaccedilatildeo e a autonomia para as universidades prevendo que estas elaborem e executem seu plano peda-goacutegico onde se estabelece a relaccedilatildeo aluno-professor

No caso relatado a professora foi taxada como vilatilde da histoacuteria e acabou afastada do departamento Foi procu-

Alunos usam redes sociais e procuram a miacutedia para expressar revolta contra atitude de professora UFPB tenta minimizar choque atraveacutes de ouvidoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 11

rada por toda imprensa para dar a sua versatildeo dos fatos mas preferiu o silecircn-cio dando voz ao ditado popular de que ldquoquem cala consenterdquo Outros pro-fessores poreacutem se declaram viacutetimas em casos semelhantes

De acordo com o mestre em His-toacuteria pela UFPB Paulo Eduardo ldquoLe-cionar estaacute a cada dia mais difiacutecil Nem me preocupo tanto com o salaacuterio mas principalmente com a violecircncia as agressotildees Natildeo sei realmente o que fazer tanto para natildeo ser agredido quanto para me conterrdquo desabafa

Percebe-se que a diferenccedilas de postura de um professor para outro quando estes imprimem a sua ldquomarcardquo De acordo com a sua personalidade evidenciam diferenccedilas metodoloacutegicas e filosoacuteficas que satildeo percebidas pelos alunos em sala de aula Um bom pro-fessor acaba sendo espelho e ateacute certo ponto um iacutedolo para alguns alunos

Ouvidoria

Reportagem Roacutebson A Viana e Wallyson Costa

A gestatildeo de uma universidade em-bora baseada na democracia continua com as decisotildees sendo tomadas verti-calmente de cima para baixo estabe-lecendo relaccedilotildees de autoridade Alguns professores valem-se dessa autoridade para impor seu respeito ao inveacutes de estabelececirc-lo atraveacutes da conquista Poucas decisotildees satildeo tomadas de forma coletiva

A fim de minimizar isso e para o re-cebimento de reclamaccedilotildees e sugestotildees sobre o funcionamento da instituiccedilatildeo a UFPB possui a Ouvidoria Geral co-mandada pelo Prof Dr Ceacutesar Emanoel Barbosa de Lima Segundo o Professor a Ouvidoria serve como acolhimento e estaacute agrave disposiccedilatildeo para receber suges-totildees e conciliar situaccedilotildees tanto quanto tem funccedilatildeo de encaminhar denuacutencias sobre casos

O oacutergatildeo funciona como apazigua-dor tentando encaminhar as reclama-ccedilotildees para o setor competente ldquoQuando haacute reclamaccedilotildees de alunos a gente ouve e entramos em contato com o depar-tamento e com o professor Depois de encaminhada a denuacutencia haacute um prazo para a resposta Se alguma parte natildeo fica satisfeita com o encaminhamento a denuacutencia vai subindo de instacircncia ateacute o oacutergatildeo superior por exemplo o Con-selho Universitaacuterio (Consuni)rdquo

Atualmente a Ouvidoria eacute um oacuter-gatildeo pouco divulgado tanto que no

caso da professora Luacutecia nenhuma denuacutencia foi feita ldquoEstamos um pouco escondidos embora as ligaccedilotildees nos se-jam encaminhadas Temos de ser mais

humanos e melhorar no contato com a sociedaderdquo diz Barbosa de Lima

Ele segue argumentando que ldquotem

de haver uma divulgaccedilatildeo melhor do que eacute realizado aqui dentro para so-ciedade A nova gestatildeo estaacute disposta a dar uma nova roupagem a UFPB A di-vulgaccedilatildeo seraacute bem maior Estamos nos mudando para o hall de entrada da rei-toria o que nos daraacute maior visibilida-de Na paacutegina da UFPB seraacute colocado um link que natildeo havia ateacute o momento para contato direto com a Ouvidoriardquo completa o professor afirmando que dessa maneira espera chegar cada vez mais perto de uma relaccedilatildeo professor-aluno agradaacutevel

ldquoNatildeo existe sistema 100 natildeo se resolve tudo mas trabalhamos para que isso aconteccedilardquo

Prof Ceacutesar Emanoel Lima

O prof Ceacutesar Emanoel afirma empenho na melhora da relaccedilatildeo ProfessorAluno

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Nova localidade da Ouvidoria sendo preparada no Hall de entrada da UFPB

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UFPB Virtual e o Ensino agrave distacircncia na Paraiacuteba

Polo presencial no campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba em Joatildeo Pessoa

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O ensino a distacircncia jaacute eacute uma re-alidade que se consolida cada vez mais nas universidades do

Brasil e do mundo Com a Universi-dade Federal da Paraiacuteba natildeo eacute dife-rente a UFPB Virtual tem recebido cada vez mais alunos o que confirma a tendecircncia de crescimento da educa-ccedilatildeo agrave distacircncia (EAD) no cenaacuterio pa-raibano

Todos os cursos oferecidos pela UFPB virtual funcionam de maneira similar Poreacutem cada qual com modi-ficaccedilotildees para atender as necessidades especiacuteficas de cada aacuterea O curso de licenciatura em ciecircncias bioloacutegicas agrave distacircncia por exemplo aleacutem das au-las virtuais e encontros presenciais possui aulas de campo e em laboratoacute-rio para uma formaccedilatildeo mais completa e soacutelida dos alunos De acordo com o facebook da UFPB Virtual ldquoAlguns procedimentos satildeo padronizados ou-tros natildeo O uacutenico que todos tem em comum 100 satildeo as provas presen-ciais obrigatoacuterias pelo MECrdquo

Cursos agrave distacircncia na UFPB

Os cursos ofertados pela UFPB Virtual satildeo ministrados via Moodle software que serve como plataforma virtual de aprendizagem Haacute tambeacutem aulas presenciais cuja localizaccedilatildeo e periodicidade variam O curso de Pe-dagogia por exemplo possui mais de 15 poacutelos em diferentes municiacutepios da Paraiacuteba para viabilizar as aulas presen-ciais

O preparo dos professores eacute fei-to por meio do e-tutor um projeto de capacitaccedilatildeo continuada da UFPB vir-tual Nele qualquer professor ou tutor da UFPB pode se inscrever _ na coor-denaccedilatildeo do curso do qual faz parte _ para a seleccedilatildeo do processo de cursos de capacitaccedilatildeo que possuem vagas li-mitadas

Ateacute o momento todas as gradua-ccedilotildees pela UFPB Virtual satildeo ofertadas na modalidade Licenciatura com ex-ceccedilatildeo do Bacharelado em Adminis-traccedilatildeo Puacuteblica Haacute tambeacutem uma poacutes-

graduaccedilatildeo especializaccedilatildeo em Gestatildeo Puacuteblica As graduaccedilotildees satildeo Ciecircncias Agraacuterias Ciecircncias Bioloacutegicas Ciecircn-cias Naturais Matemaacutetica LetrasPor-tuguecircs LetrasLIBRAS Computaccedilatildeo e Pedagogia

Um dos principais objetivos da oferta de cursos agrave distacircncia eacute dar a oportunidade agraves pessoas que natildeo po-dem se deslocar para outras localidades com o intuito de realizar tais cursos Dessa forma a oferta de curso online pela UFPB jaacute ultrapassou ateacute mesmo as fronteiras do estado Eacute possiacutevel ci-tar como exemplo o curso de Ciecircncias Bioloacutegicas que possui um polo na ci-dade de Jacaraci na Bahia Haacute tambeacutem dois poacutelos para o curso de Pedagogia no estado de Pernambuco nas cidades de Limoeiro e Ipojuca Apoacutes a conclu-satildeo dos cursos de graduaccedilatildeo a distacircn-cia eacute possiacutevel continuar os estudos com uma especializaccedilatildeo lato sensu ou strictu sensu O diploma eacute vaacutelido como o de qualquer outra graduaccedilatildeo realiza-da na modalidade presencial

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 13

Treinamento de professores pelo e-tutor

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Reportagem Walter Liciacutenio e Eacuterika Antunes

Os cursos de licenciatura agrave distacircn-cia satildeo ofertados com o intuito de for-mar professores aptos a ministrarem aulas na segunda etapa do ensino fun-damental e no ensino meacutedio atenden-do a necessidade de aprimoramento de professores que natildeo tecircm ensino supe-rior e formando pessoas residentes nas cidades do interior do estado que natildeo possuem faacutecil acesso agrave educaccedilatildeo ldquoHaacute todo tipo de aluno sem-terra pessoas da zona rural pessoas de alta e baixa renda etc Se vocecirc der uma olhada em nosso edital vocecirc veraacute que atendemos 3 tipos de puacuteblico distintos Demanda social professores da rede puacuteblica e surdosrdquo afirma a paacutegina do facebook da UFPB Virtual

Um dos maiores esforccedilos da edu-caccedilatildeo agrave distacircncia eacute manter a qualidade de ensino para que seus cursos sejam tatildeo eficientes quanto os presenciais Para que isso seja possiacutevel tem-se mantido paracircmetros dos cursos pre-senciais equivalentes Por exemplo o curso de Ciecircncias Bioloacutegicas oferece um fluxograma curricular igual ao mi-nistrado presencialmente com o mes-mo nuacutemero de horas-aula e creacuteditos Jaacute o curso de Matemaacutetica conta com apenas 90 horas a menos que seu equi-valente presencial

Preconceito

Pessoas mais tradicionais tendem a pensar que um formado em EAD

natildeo eacute tatildeo capaz quanto um formado em curso presencial A realidade eacute bem contraacuteria com a flexibilidade de horaacute-rios a pessoa que estaacute matriculada em um curso a distacircncia deve ser focada organizada e ter disciplina para man-ter seus estudos _ natildeo se dispersar seja com o ambiente onde estaacute ou a inter-net

Desde o ano de 2004 o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) aprovou a inser-ccedilatildeo de 20 da carga horaacuteria curricular em cursos superiores presenciais como aulas ministradas agrave distacircncia Tal posi-cionamento de um oacutergatildeo governamen-tal pode ser o indiacutecio de uma aceitaccedilatildeo

maior da modalidade de ensino ldquoO preconceito relacionado a EaD eacute uma discussatildeo ampla poreacutem ainda existe simrdquo constata o canal de contato on-line da UFPB Virtual Talvez a proacute-pria falta de conhecimento acerca da modalidade de ensino seja a razatildeo de parte da populaccedilatildeo negar-se a acreditar nesse meacutetodo educacional que com a difusatildeo do acesso agrave rede continuaraacute a se expandir

Ensino agrave distacircncia

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14 - UFPB em Revista

Alunas do Cursinho sendo entrevistadas

Curso preacute-vestibular funciona de modo precaacuterioAriany Melo 17 anos Emma-

nuela da Silva 24 Mayra Lu-cena 18 e Larissa dos Anjos

tambeacutem de 17 anos satildeo alunas do Cur-sinho Preacute-Vestibular que se iniciou em 14 fevereiro na UFPB - Universidade Federal da Paraiacuteba - todas elas tecircm em comum o sonho da aprovaccedilatildeo no ves-tibular

Para Ariany Melo que pretende cursar Relaccedilotildees Puacuteblicas e estaacute pela 2ordf vez no Cursinho Preparatoacuterio falta uma melhor organizaccedilatildeo para o funcio-namento das aulas ldquoO curso eacute legal mas eu esperava mais Noacutes temos mui-tas aulas vagas no ano passado natildeo era assim Pelo horaacuterio que recebemos as aulas deveriam ir das 13 agraves 17 horas Muitas vezes temos que esperar para ter apenas a uacuteltima aula simplesmente porque ningueacutem nos avisardquo comenta

O curso tem grande procura e a idade meacutedia dos frequentadores vai de 17 a 60 anos ldquoEacute difiacutecil entrar aqui a seleccedilatildeo eacute feita pela avaliaccedilatildeo da renda e o histoacuterico escolar do aluno Tambeacutem natildeo temos gastos adicionais pagamos apenas pelas coacutepias do material dispo-nibilizado pelos professores e as passa-gens de ocircnibus ainda temos o direito de tirar a carteirinha de estudanterdquo diz

Emmanuela da Silva que vai prestar vestibular para Serviccedilo Social

A turma que elas fazem parte conta com alunos portadores de necessidades especiais entre eles estaacute Larissa dos Anjos que sonha em fazer Psicologia Para ela a rotina de pegar material de-pois das aulas eacute um pouco diferente Jaacute que natildeo enxerga Larissa tem que ir ateacute o setor da universidade responsaacutevel em passar para o Braile o material dispo-nibilizado ldquoNoacutes pegamos o material necessaacuterio para as aulas com exceccedilatildeo de Matemaacutetica Quiacutemica e Fiacutesica que natildeo fica disponiacutevel Esses professores fazem o que podem enviam por email e eu estudo com ajuda do leitor virtu-alrdquo conta

Larissa Leite disse ainda que sente falta de algumas atitudes para ela eacute pre-ciso maior empenho para que as coisas funcionem melhor Mayra Lucena que espera cursar Jornalismo ou Pedagogia no ano que vem concorda com a cole-ga ldquoNo comeccedilo das aulas tinha uma pessoa aqui para acompanhar e ajudar no que eles precisassem agora somos noacutes que fazemos isso Inclusive temos um colega esquizofrecircnico e fica visiacutevel a falta de preparo dos professores quan-do acontece alguma situaccedilatildeordquo explica

Entrevista

A Coordenadora do Nuacutecleo de Jo-vens e Adultos da UFPB - Universida-de Federal da Paraiacuteba - Maria de Faacute-tima dos Santos Oliveira negou-se a dar declaraccedilotildees sobre o Cursinho Preacute-Vestibular o qual ela eacute responsaacutevel Ela exigiu uma Carta de Apresentaccedilatildeo da equipe de reportagem argumentan-do que esse eacute um procedimento de pra-xe no Departamento

Inicialmente a coordenadora omi-tiu tambeacutem o local e horaacuterio de fun-cionamento do curso Maria de Faacuteti-ma afirmou ser ldquoincorreto da parte de vocecircs (noacutes da reportagem) procurar alunos e professores do curso sem autorizaccedilatildeordquo acrescentou Maria de Faacutetima disse ainda que os professores sabem da necessidade dessa autoriza-ccedilatildeo ldquoQuem estaacute sendo inconveniente aqui eacute o professor de vocecircs porque ele sabe que isso eacute preciso Eacute uma forma de nos resguardarrdquo finalizou

O Professor Derval Golzio cha-mado de inconveniente por Faacutetima discorda dessa posiccedilatildeo ldquoeacute no miacutenimo um absurdo que um funcionaacuterio puacutebli-co se negue a disponibilizar esse tipo de informaccedilatildeo principalmente por se

tratar de coisas tatildeo simplesrdquo Golzio ainda questionou qual seria o inconveniente de prestar informaccedilotildees tatildeo baacutesicas que a professora Maria de Faacutetima sob pre-textos burocraacuteticos injustifi-caacuteveis faz tanto segredo

Greve na UFPB

A greve na UFPB foi o fator determinante para os resultados negativos obti-dos ano passado pelos es-tudantes que frequentaram o Cursinho Preacute-Vestibular da UFPB eacute o que diz o Pro-fessor de Matemaacutetica Paulo Rogeacuterio Para ele a interrup-

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ccedilatildeo nas aulas causou o elevado niacutevel de evasatildeo nas turmas ldquoOs resultados ano passado natildeo foram bons a greve iniciada praticamente na metade do ano desestimulou os nossos alunos no comeccedilo do ano as salas eram cheiasrdquo pondera

Criado por um convecircnio entre a Universidade e a Secretaria de Edu-caccedilatildeo do Estado da Paraiacuteba o Curso faz parte do Nuacutecleo de Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos e foi inicialmente pensado para os estudantes do ensino meacutedio na UFPB que estatildeo no EJA ndash Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos - mas a alta procura fez com que fossem aber-tas novas vagas conta Rogeacuterio

O Professor explica que hoje exis-tem 2 turmas agrave tarde e 1 agrave noite com uma meacutedia de 150 alunos no total a maioria constituiacuteda de jovens Para ele lidar com Portadores de Necessi-dades Especiais eacute um desafio ldquoTraba-lhei com pessoas portadoras de algum tipo de deficiecircncia apenas uma vez mas faz muito tempo Natildeo tive ne-nhum tipo de treinamento acho que todo professor precisa receber um bom preparado infelizmente isso ain-da natildeo acontece O que me estimula eacute ver a forccedila de vontade desses alunosrdquo completou

Cursos de idioma pelo Departamen-to de Letras

Curso de extensatildeo em liacutenguas es-trangeiras eacute uma iniciativa do DLEM (Departamento de Letras Estrangeiras Modernas) Ele eacute aberto para toda co-

munidade seu uacutenico preacute-requisito eacute ter mais de 18 anos Satildeo oferecidos cur-sos de Liacutengua Inglesa Alematilde France-sa e Espanhola Para adentrar no curso eacute necessaacuterio fazer uma prova de sele-ccedilatildeo (em liacutengua portuguesa) O chefe do DLEM Professor Doutor Roberto Carlos de Assis natildeo soube precisar qual era a concorrecircncia do processo de seleccedilatildeo para uma das vagas dos cursos no entanto ele acredita que a concor-recircncia gira em torno de seis alunos por vaga

Os alunos de graduaccedilatildeo em Letras da UFPB supervisionados por seus professores satildeo os responsaacuteveis pelas as aulas do curso de extensatildeo Eles re-cebem uma bolsa de aproximadamente 200 reais Para dar essas aulas eacute preci-so estaacute no 4ordm periacuteodo do curso de gra-duaccedilatildeo ou jaacute ter experiecircncia compro-vada em sala de aula

O material para acompanhar as aulas fica por conta dos alunos Aleacutem disso se o aluno passar no processo se-letivo ainda tem uma taxa de matriacutecu-la no valor 100 reais para comunidade em geral e 90 reais para os alunos de letras Os alunos da residecircncia univer-sitaacuteria satildeo isentos dessa taxa

O professor Doutor Roberto Carlos de Assis crer que o percentual de eva-satildeo do curso de extensatildeo se aproxima dos 30 Para ele essa taxa eacute normal Natildeo haacute nenhum levantamento sobre quem mais procura o curso mas ele acredita que pessoas das mais diferen-tes aacutereas o procuram

Ana Carla graduanda do curso de Turismo faz o segundo semestre de in-

glecircs do curso de extensatildeo Ela acredita que o curso oferece uma boa oportu-nidade para aprender uma liacutengua to-davia o aluno tambeacutem tem que fazer sua parte para aprender mais Ela deci-diu aprender inglecircs porque na opiniatildeo dela ser biliacutengue eacute essencial para qual-quer pessoa que queira entrar no mer-cado de trabalho principalmente na aacuterea que ela pretende atuar o turismo

Ana Carla jaacute tinha uma base de co-nhecimento de inglecircs antes de entrar no curso No entanto nem todos os alunos satildeo assim Eacute o que afirma o bolsista do curso de extensatildeo Caio Antocircnio alu-no de graduaccedilatildeo em Letras Inglecircs Para ele as turmas iniciantes do curso de extensatildeo satildeo as mais trabalhosas pois muita gente natildeo tem uma boa base na liacutengua Como ele costuma dar suas au-las falando o inglecircs na maior parte do tempo algumas pessoas apresentam dificuldade Para ser melhor compre-endido por essas pessoas ele muitas vezes faz o uso da miacutemica

Outra dificuldade encontrada por Caio Antocircnio eacute o nuacutemero de alunos em sala de aula As turmas comeccedilam com 25 alunos Para o bolsista eacute possiacutevel dar uma aula com esse nuacutemero de alu-nos mas o rendimento cresce em tur-mas menores Segundo ele numa tur-ma com poucas pessoas eacute possiacutevel dar uma atenccedilatildeo individual aos alunos

Reportagem Francisco Dantas e Rocircmulo Jeferson

Curso de liacutenguas estrangeiras eacute uma iniciativa do DLEM (Departamento de Letras Estrangeiras Modernas)

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PESQUISA

18 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Para-iacuteba dispotildee de dois viveiros de animais para pesquisas labora-

toriais tambeacutem conhecidos como bio-teacuterio Satildeo locais inteiramente voltados para estudo de animais quer seja com-portamental procriaccedilatildeo ou mesmo para realizaccedilatildeo de experiecircncias No entanto apenas uma dessas unidades encontra-se ativa e haacute diferenccedilas notaacute-veis em ambos desde sua localizaccedilatildeo agraves suas atividades

Inaugurado em Fevereiro de 2004 com 900 metros quadrados o Bioteacuterio Thomas George eacute um exemplo como setor de pesquisa de uma universida-de Integra o Laboratoacuterio de Tecnolo-gia Farmaceutica (LTF) e ocupa aacuterea dentro da UFPB cercada e com guarita proacutepria O bioteacuterio foi financiado du-rante sua criaccedilatildeo pela Agecircncia Nacio-

nal de Vigilacircncia Sanitaacuteria (Anvisa) e atualmente sua manutenccedilatildeo eacute assegu-rada por projeacutetos de pesquisa proacuteprios doaccedilotildees e pela reitoria

Dentre as espeacutecies disponiacuteveis para pesquisa o laboratoacuterio possui ratos Wistar conhecida como rato-branco-de-laboratoacuterio camundongos Swiss e coelhos prontos para estudo pesquisa e experimentos quer seja em animais vivos ou em vitro (experimentos com sistemas fechados que podem ser iso-lados temporariamente em recipientes de vidro) Os roedores satildeo alguns dos animais mais importantes em pesqui-sas laboratoriais por serem faacuteceis de cuidar com ciclo de vida curto manu-tenccedilatildeo barata e por possuiacuterem seme-lhanccedilas fisioloacutegicas com o organismo humano ao ponto de desenvolver al-gumas das mesmas enfermidades

Como funciona

Para integridade dos dados colhi-dos nas pesquisas as dependecircncias do bioteacuterio seguem estritas normas de am-bientaccedilatildeo interna Segundo o teacutecnico bioterista Joseacute Crispim ldquocada sala eacute cli-matizada e mantida com pressotildees distin-tas positivas e negativasrdquo (termo usado para definir niacuteveis de pressatildeo maiores ou menores que a pressatildeo atmosfeacuterica comum definidos de acordo com as es-peacutecies e experimentos em andamento) Os dejetos dos animais satildeo recolhidos por uma camada de maravalha (resiacuteduo de madeira semelhante agrave serragem mas de dimensotildees superiores) seus utensiacute-lios laboratoriais satildeo esterilizados por um autoclave aparelho comum em laboratoacuterios e usa vapor pressurizado para realizar a limpeza de ferramentas

Bioteacuterios da UFPB revelam diferenccedilas e abandono

Preacutedio do viveiro do LTF Bioteacuterio Professor Thomas George

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 19

Cada ambiente isolado obedece a um ciclo de 12 horas que segue a orien-taccedilatildeo de fotoceacutelulas naturalmente lo-calizadas no exterior da estrutura Esse procedimento eacute necessaacuterio para simu-lar a luz natural dentro dos ambientes e mantecirc-los isolados De acordo com o estudo realizado nessas salas sua cli-matizaccedilatildeo pode tanto obedecer agrave luz natural como inverter-se fazendo com que as salas fiquem escuras durante o dia e claras agrave noite Em qualquer caso o ciclo de 12 horas eacute mantido tentan-do natildeo estressar os animais na intenccedilatildeo de manter a integridade dos dados co-letados em suas pesquisas

O Centro destina-se apenas a estu-dos e pesquisas de poacutes-graduaccedilatildeo ten-do ateacute entatildeo prestado assistecircncia aos cursos de quiacutemica biologia fisiotera-pia e farmacologia Este ultimo sendo o mais comum e funccedilatildeo primaacuteria do bioteacuterio nas palavras de Crispim ldquo90 por cento das pesquisas satildeo com os alunos da poacutes graduaccedilatildeo de farmaacuteciardquo

Contrapartida

Natildeo muito distante ao bioteacuterio do LTF mas presente tambeacutem na UFPB existe o que hoje eacute apenas cercas e pe-quenas aacutereas encobertas por mata do viveiro gerenciado pelo Departamento de Sistemaacutetica e Ecologia jaacute conheci-do como Laboratoacuterio Tropical de Pri-matologia criado em 1982

O bioteacuterio foi desativado em 2012 pelos dirigentes da proacutepria Instituiccedilatildeo por tempo indeterminado sob pre-

sala de pesquisa chegou a hospedar 108 primatas de nove espeacutecies

Aleacutem de docentes o local tinha um veterinaacuterio e trecircs funcionaacuterios para tratamento dos animais e servia como local para conclusatildeo de estaacutegios Hoje aparentemente apenas um funcionaacuterio que natildeo pocircde ser encontrado trabalha no local no turno da manhatilde ocasional-mente regando plantas

Sempre que as atividades do bioteacute-rio de Ciecircncias Bioloacutegicas satildeo postas em questatildeo obtem-se respostas como ldquoo custo dos animais era muito caro natildeo dava para manterrdquo seguidas de ldquoo animal em cativeiro natildeo serve para ob-servaccedilatildeo natildeo estaacute em seu habitat natu-ralrdquo Respostas simplistas como estas contrariam o histoacuterico de 30 anos do bioteacuterio e seu propoacutesito que incluiacutea ob-servar animais em cativeiro

Sobra

O Departamento de Sistemaacuteti-ca e Biologia atualmente natildeo possui qualquer criadouro de animais vivos resumindo sua biblioteca bioloacutegica a uma cultura entomoloacutegica (de insetos) conservados agrave base de ar-ceco e muita naftalina Atualmente nem os endere-ccedilos on-line relacionados agrave UFPB que carregam ldquodserdquo em suas URLs fun-cionam retornando paacutegina apoacutes paacutegi-na de erros onde o servidor do centro natildeo pocircde ser localizado

texto de estar passando por reestrutu-raccedilatildeo e mudanccedilas disse a professora Caroline Ele estaacute localizado a poucos metros da cerca que adentra a mata atlacircntica por uma trilha de difiacutecil loca-lizaccedilatildeo Continha macacos prego e ser-via como centro de criaccedilatildeo e manejo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo A observaccedilatildeo e documentaccedilatildeo do com-portamento dos primatas era orientada aos alunos de biologia em atividades extracurriculares (apesar de localizar-se adjacente ao bloco de quiacutemica)

Quando funcionava

O viveiro com 1200 metros qua-drados e 43 aacutereas fechadas possuiacutea co-zinha sala de atendimento veterinaacuterio e

Exemplo de rato Wistar usado em pesquisas

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ReportagemEduardo Cezar

Gustavo de AlmeidaCituaccedilatildeo do viveiro de Ciecircncias Bioloacutegicas

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PESQUISA

20 - UFPB em Revista

F undado em 2010 e jaacute premia-do no Expocom Nordeste 2011 na categoria Ediccedilatildeo de Livro o

projeto de pesquisa Para Ler o Digital coordenado pelo Professor Marcos Ni-colau do PPGC-UFPB e do curso de Miacutedias Digitais - UFPB eacute um exemplo do quatildeo importante eacute essa aacuterea de atu-accedilatildeo Tendo como objeto de pesquisa o eBook tambeacutem conhecido como livro digital o grupo eacute pioneiro na pesquisa e desenvolvimento de novos recursos de diagramaccedilatildeo e editoraccedilatildeo

Inicialmente trabalhando com obras dos professores do Departamen-to de Miacutedias Digitais o grupo recebeu convites para ampliar seus trabalhos a todo o Centro de ciecircncias humanas letras e artes (CCHLA) e participar da criaccedilatildeo do projeto editorial digital da Editora Universitaacuteria

Em entrevista o estudante e bol-sist O estudante e bolsista do projeto Para Ler o Digital Rennam Virginio explica sua trajetoacuteria e funccedilatildeo dentro grupo ldquoentrei quando ainda estava no primeiro mecircs do curso no intuito de de-

senvolver habilidades na aacuterea de Edi-toraccedilatildeo mas natildeo era meu foco que a princiacutepio era Viacutedeo Com o tempo aca-bei me identificando com a aacuterea Den-tro do projeto sou Bolsista da Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica escrevo artigos cientiacuteficos semestralmente sobre livros digitais faccedilo a editoraccedilatildeo de ePubs e a confec-ccedilatildeo de capas de alguns dos livros pro-duzidos no Projetordquo

O problema maior de ser estudan-te e pesquisador eacute ter que balancear as duas atividades na maioria dos casos o grupo de pesquisa tende a ser da mes-ma aacuterea de estudo do aluno o que pode ajudar na economia do tempo embora o aluno ainda tenha que enfrentar al-gumas dificuldades principalmente quando o horaacuterio de algumas discipli-nas do curso coincide com uma ativi-dade referente da pesquisa

Despertar a vocaccedilatildeo cientiacutefica e in-centivar novos talentos entre estudan-tes de graduaccedilatildeo eacute um dos objetivos especiacuteficos do Programa Institucional

de Bolsas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica o PIBIC Ele visa apoiar a poliacutetica de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica desenvolvida nas Instituiccedilotildees de Ensino eou Pesquisa por meio da concessatildeo de bolsas a es-tudantes de graduaccedilatildeo integrados na pesquisa cientiacutefica A cota de bolsas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica eacute concedida direta-mente agraves instituiccedilotildees Por sua vez estas satildeo responsaacuteveis pela seleccedilatildeo dos pro-jetos dos pesquisadores orientadores interessados em participar do Progra-ma Os estudantes tornam-se bolsistas a partir da indicaccedilatildeo dos orientadores

A bolsa tem duraccedilatildeo de 12 meses o valor segue uma tabela nacional Atu-almente o valor da bolsa para Iniciaccedilatildeo Cientifica equivale a R$40000 e os uacutenicos requisitos para o estudante satildeo de cursar graduaccedilatildeo e dedicar-se in-tegralmente agraves atividades acadecircmicas e de pesquisa O aluno deve procurar em sua aacuterea de interesse um pesquisa-dor que esteja disposto a integraacute-lo em sua pesquisa e a orientaacute-lo

Rennam ainda se mostra preocu-pado com a situaccedilatildeo dos grupos de

Grupos de pesquisa desafios e metas dos pesquisadores da UFPB

Integrantes do grupo de pesquisa Para Ler O Digital

Bolsa de iniciaccedilatildeo

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 21

pesquisa na Universidade ldquoNo geral acredito que o niacutevel seja bom mas po-deriacuteamos ter mais projetos de pesqui-sa A UFPB deveria incentivar mais os professores a criarem grupos de pesquisas Muitas vezes a PRPG pror-roga duas ou ateacute trecircs vezes as inscri-ccedilotildees para PIBIC e isso eacute sinal que as inscriccedilotildees de projetos foram poucas ou abaixo do esperadordquo

Os Grupos de Pesquisa apresentam alternativas para um trabalho conjun-to entre professores e alunos ambos pesquisadores A Universidade Federal da Paraiacuteba conta com 335 grupos cer-tificados pela instituiccedilatildeo e espalhados por todos os centros Tendo sua maior parte pertencente ao Centro de Sauacutede os grupos na aacuterea da tecnologia vecircm ganhando espaccedilo no cenaacuterio regional

de mais de 40 jovens pesquisadores entre doutores mestres e graduandos que estatildeo interconectados com pesqui-sadores de todo o Brasil e do mundo As pesquisas desenvolvidas satildeo realizadas em parceria com outras universidades institutos de pesquisa e empresas da iniciativa privada Por ser um laboratoacute-rio ativo na aacuterea de desenvolvimento recebe financiamento de instituiccedilotildees parceiras como a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) Finaciadora de Estudos e Projetos (FINEP) e Con-selho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq)

Lavid

O Laboratoacuterio de Aplicaccedilotildees de Viacutedeo Digital (LAVID) criado em 2003 eacute um exemplo a niacutevel nacional da importacircncia dos grupos de pesqui-sa Associado ao Departamento de Informaacutetica (DI) da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba o laboratoacuterio surgiu da proposta de desenvolver projetos de pesquisa e atualmente eacute referecircncia internacional em desenvolvimento de tecnologia para TV Digital

Em marccedilo deste ano os integrantes do Lavid do Centro de Informaacutetica da UFPB apresentaram para teacutecnicos da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e da Agecircncia Nacional de Cine-ma (Ancine) os mais recentes avanccedilos

da tecnologia Fogo Player desenvol-vida e que permite a projeccedilatildeo de ima-gens em ultra HD (4K)

Segundo o gerente de Projetos da RNP Daniel Caetano a RNP jaacute apoiou diversos projetos de pesquisa desen-volvidos pelo Lavid e ressaltou a im-portacircncia da tecnologia Fogo Player para a melhoria da formaccedilatildeo de profis-sionais da aacuterea de sauacutede Ele afirmou que transmissotildees em alta definiccedilatildeo e em tempo real como a que foi testa-da com sucesso pelo Lavid teratildeo uma gama de aplicaccedilotildees em um futuro proacute-ximo servindo natildeo apenas para exibir cirurgias e outros procedimentos de equipes meacutedicas

O Lavid conta com a colaboraccedilatildeo

Guido Lemos apresenta os projetos do Lavid aos representantes da Ancine

Estudantes realizando trabalhos do Lavid

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Reportagem Ermeson David George Juacutenior

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INTERACcedilAtildeO

24 - UFPB em Revista

ldquoSempre tive consciecircncia de que a EJA me proporciona-ria crescimento profissional

e pessoal A frase eacute de Amanda Lima aluna do primeiro periacuteodo do curso de Administraccedilatildeo da Universidade Fede-ral da Paraiacuteba (UFPB) e que acaba de entrar como membro da EJA Consul-toria (Empresa Juacutenior de Administra-ccedilatildeo) Esta empresa caracteriza-se por ser de consultoria sem fins lucrativos que presta serviccedilos na respectiva aacuterea acadecircmica sendo formada exclusiva-mente por alunos do curso de Admi-nistraccedilatildeo da UFPB e que tem como objetivo a capacitaccedilatildeo por meio de conhecimento teacutecnico e empresarial do aluno do curso inserindo-o pos-teriormente no mercado de traba-lho como um jovem empreendedor

Sua estrutura segundo o seu presi-dente Tito Amorim eacute mista de funcio-nal e projetizada A estrutura funcional tem como caracteriacutestica o planejamen-to de serviccedilos abrangendo cargos de analistas de cada departamento entre eles o de qualidade marketing proje-

tos presidecircncia tendo como seus su-periores os diretores Jaacute a projetizada consiste em cargos de consultoria ou seja pessoas restritas a execuccedilatildeo de determinado serviccedilo Os cargos sem-pre estatildeo sendo renovados ao longo dos anos dando oportunidades a outros estudantes da aacuterea para participarem e ateacute aos que jaacute estatildeo em cargos da EJA Consultoria a exercerem atividades em outros Todos estes requerem eleiccedilotildees

Casos de Sucessos

ldquoO estudante entra como universi-taacuterio e sai da EJA como um empreen-dedor atraveacutes da vivecircncia empresarial e gestatildeordquo afirma Tito Em quase 22 anos de existecircncia haacute vaacuterios casos de pessoas que trabalharem na EJA e ob-tiveram sucesso profissional tornando hoje empreendedores de sucesso En-tre os mais sucedidos dois satildeo lembra-dos pelo presidente satildeo eles Leandro Vieira idealizador do administrado-rescom e o Taacutercio Pessoa atualmen-te responsaacutevel pelo Empreender ndash JP

mostrando que o conhecimento adqui-rido na empresa foi bem aproveitado

O curso possibilita o aprendizado atraveacutes de programas de treinamento como Trainee aleacutem de outros eventos como a SDP (Semana de Desenvolvi-mento Profissional) que atinge toda a comunidade acadecircmica mas voltado sempre para o curso de Administraccedilatildeo Com o intuito de transmitir conheci-mento para outros segmentos estu-dantis o evento conhecido como EJA FAZ Palestra promove como o nome mesmo diz palestras sobre respecti-vos temas acerca de administraccedilatildeo Outro evento o Buscando Sorrisos tambeacutem promovido pela empresa de consultoria leva os membros da em-presa para uma instituiccedilatildeo de carida-de ajudando elas possibilitando aos alunos mais contato com a populaccedilatildeo

Pessoas que estatildeo assumindo car-gos agora como eacute o caso da estudante Amanda Lima que acaba de comeccedilar a atuar na funccedilatildeo de analista de qualida-de vecirc a EJA Consultoria como oportu-nidade de crescer no mercado ldquoQuem

EJA Consultoria proporciona crescimento profissional

Cerimocircnia de Posse da gestatildeo 20131 da EJA Consultoria

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 25

busca a EJA eacute um profissional diferen-ciadordquo disse a estudante Segunda ela que jaacute almeja exercer cargos de niacuteveis mais altos o conhecimento dado por esta empresa ajuda tambeacutem no curriacutecu-lo oferecendo uma visatildeo de mercado

A EJA como diferencial

Outros estudantes estatildeo exercendo cargos haacute mais tempo como eacute o caso de Rafael Carvalho que eacute membro da EJA haacute dez meses Ele comeccedilou como consultor e hoje atua como diretor de marketing ldquoEu jaacute trabalhei em car-gos estaduais empresas privadas mas nunca obtive tamanha experiecircncia pro-fissional como a que a EJA me ofere-ceurdquo afirmou Rafael Por estar na em-presa haacute mais tempo ele conclui que todo o conhecimento teoacuterico obtido dentro da sala de aula pode ser colo-cado em praacutetica nesta empresa juacutenior

Rafael relata que tambeacutem enfren-tou dificuldades como o fato de ter que se deslocar para a cidade de Ma-manguape na Paraiacuteba para realizar consultorias e sua transiccedilatildeo de cargo tambeacutem foi um momento difiacutecil por exigir dele o conhecimento em uma es-trutura funcional jaacute que estava saindo

de um cargo de estrutura projetizada Mesmo assim Rafael vecirc os problemas enfrentados como aprendizado ad-quirido almejando tambeacutem alcanccedilar cargos de niacuteveis mais altos ldquoTodo co-nhecimento que hoje eu tenho na aacuterea de administraccedilatildeo consegui na EJA e natildeo em outra empresardquo disse ele

Para ser membro da EJA Consulto-

Posse dos novos membros Idaacutecio Rodrigues e Natyara Santos

Posse do presidente Rodolfo Alves Felizardo

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ReportagemAcircngela Oliveira e

Jessica Morais

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ria o estudante do curso passa por uma seleccedilatildeo que dura aproximadamente uma semana Primeiramente eacute preci-so estar cursando qualquer periacuteodo de Administraccedilatildeo na UFPB em seguida se inscrever na empresa Os alunos selecionados passam por uma capaci-taccedilatildeo de trecircs meses antes de assumir seus respectivos cargos em uma ceri-

mocircnia de posse reali-zada tambeacutem na UFPB

A EJA Consultoria traduz o espiacuterito estu-dantil Aos estudantes que nela trabalham recai cobranccedilas de criatividade bom de-sempenho e boa capa-cidade administrativa Ao sair o estudante eacute visto como um verda-deiro administrador no mercado de trabalho Eacute o laboratoacuterio praacutetico de todo o aprendizado teoacute-rico do aluno no curso de Administraccedilatildeo da UFPB

INTERACcedilAtildeO

26 - UFPB em Revista

A busca pela experiecircncia profissionalEstudante do terceiro periacuteodo de

Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digi-tais (UFPB) Ermeson Lira (18

anos) tomou uma decisatildeo importante em sua vida tornou-se um estagiaacuterio Sua rotina mudou e com ela vieram as responsabilidades Diego Lopes (25 anos) estudante de Ciecircncias da Com-putaccedilatildeo tambeacutem iniciou sua carreira estagiando e ganhando experiecircncia Mas todos os alunos da Universidade Federal da Paraiacuteba conseguem a mes-ma oportunidade que eles

Na UFPB existem dois tipos de es-taacutegios o obrigatoacuterio que conta com a cobertura do seguro de acidentes pes-soais E o natildeo-obrigatoacuterio que eacute opcio-nal e pode ser remunerado ou natildeo Die-go Lopes acredita que ldquocom o estaacutegio vocecirc adquire experiecircncia de mercado de trabalho aprende a trabalhar sobre pressatildeo e se qualifica para vagas que

seratildeo destinadas a pessoas formadasrdquoNo caso do curso de Miacutedias Digi-

tais a regulamentaccedilatildeo diz ldquoEstaacutegio supervisionado em meio profissional ou acadecircmico totalizando 300 horas objetivando a observaccedilatildeo e intervenccedilatildeo do estudante para o exerciacutecio profissio-nal bem como facilitar sua integraccedilatildeo no meio profissionalrdquo O curso estabe-lece convecircnio com o Centro Integrado Empresa-Escola (CIEE) e entre ou-tras entidades puacuteblicas e privadas

O CIEE eacute uma instituiccedilatildeo filantroacute-pica que procura encontrar estaacutegios e oportunidades de aprendizado para es-tudantes dos niacuteveis meacutedio teacutecnico e su-perior Estaacute presente em todo territoacuterio nacional auxiliando a entrada dos jo-vens no mercado de trabalho Algumas empresas jaacute possuem convecircnio com a UFPB Mas alguns alunos ainda encon-tram dificuldades para conseguir seu

espaccedilo Eacute o exemplo de Joseacute Carlos Pe-reira (22 anos) estudante de Ciecircncias bioloacutegicas da UFPB Ele tentou entrar num estaacutegio oferecido pela profes-sora de seu curso mas por choque de horaacuterios natildeo pode fazecirc-lo ldquoalguns es-taacutegios que eu queria pegar eram no ho-raacuterio da manhatilde Horaacuterio este em que eu estava ocupado com as aulasrdquo

Segundo a Lei 11788 Art 8ordm da Constituiccedilatildeo brasileira os convecircnios tanto com empresas puacuteblicas quanto as privadas satildeo facultativos A UFPB eacute conveniada a mais de 300 institui-ccedilotildees Entre elas estatildeo o Banco do Bra-sil Carrefour TV Tambauacute Petrobraacutes e diversas prefeituras como a de Joatildeo Pessoa e Campina grande Segundo o Art 11ordm da mesma lei a duraccedilatildeo maacute-xima do estaacutegio eacute de dois anos exceto quando o estagiaacuterio possui necessida-des especiais

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 27

A PRG-CEM estaacute localizada na Reitoria da Universidade Federal da Paraiacuteba

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Reportagem Layse Pereira eRayssa Alcacircntara

Estaacutegios Cadastrados pela CEM2009-2013

Obrigatoacuterio

Natildeo-obrigatoacuterio

Bolsa Estaacutegio Meacuted

2009 2010 2011 2012 2013

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76

1425 1340 961 96

113

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Os nuacutemeros variam pois estamos no decorrer do ano Dados da PRG-CEM

O Lado bom

Apesar de algumas barreiras en-contradas os universitaacuterios tem uma opiniatildeo em comum O estaacutegio eacute uma etapa importante para a entrada no mercado de trabalho ldquoAleacutem de ad-quirir conhecimentos antes do tempo eacute uma oacutetima oportunidade pra se de-senvolver no mercado Quando se estaacute dentro desse ecossistema o aprendiza-do agrega em vocecirc mesmo que vocecirc natildeo queirardquo declarou Ermeson Lira

Professores como Alberto Pessoa (autor e pesquisador de histoacuterias em quadrinhos) tambeacutem acreditam na importacircncia do estaacutegio Segundo ele quando se estuda e trabalha o aluno consegue aproveitar melhor a gradua-ccedilatildeo ldquoQuando vocecirc trabalha vocecirc natildeo tem tempo de deixar pra laacute Entatildeo vocecirc aproveita melhor a universidade vocecirc estuda mais vocecirc tem um senso de res-ponsabilidade melhorrdquo argumenta

Primeiros Passos

Os estaacutegios dentro da universidade satildeo oferecidos pelos pela UFPB e via-bilizados pelos professores Para soli-citar a bolsa os alunos devem apresen-tar uma seacuterie de documentos Segundo Eliane Ferraz coordenadora da CEM (Coordenaccedilatildeo de Estaacutegio e Monito-

ramento) primeiramente o estudante deve encaminhar um ofiacutecio ao Proacute-Rei-tor de Planejamento da Universidade Federal da Paraiacuteba (Proplan-UFPB) contendo justificativas da solicitaccedilatildeo e detalhes sobre o estaacutegio

Outros documentos necessaacuterios satildeo o formulaacuterio de Solicitaccedilatildeo de Bolsa estaacutegio a Ficha Cadastral (Bolsa-EstaacutegioUFPB) Histoacuterico Escolar do aluno coacutepias da Identidade CPF Tiacutetu-lo de Eleitor e para os homens a coacutepia

do Certificado de quitaccedilatildeo como o ser-viccedilo militar Ao final de cada periacuteodo este processo eacute repetido para renovar a Bolsa

As informaccedilotildees sobre estaacutegios ex-ternos ainda eacute mal divulgado pela uni-versidade Os estudantes costumam ter a iniciativa de procuraacute-los por meio de amigos conhecidos Hoje com a in-ternet ficou mais faacutecil encontrar traba-lhos por meio de sites como por exem-plo o Gogojobcom (wwwgogojobcombr) que divulga vagas na aacuterea de publicidade Quando a oportunidade de estagiar eacute oferecida por instituiccedilotildees conveniadas agrave UFPB o universitaacuterio tambeacutem deve procurar a CEM Apoacutes assinado o convecircnio o aluno estaacute ofi-cialmente estagiando Em ambos os processos ao final de cada semestre deve ser entregue um relatoacuterio

Segundo a coordenadora da CEM os convecircnios realizados pela UFPB eacute uma maneira de atender agraves demandas acadecircmicas Para contemplar um maior nuacutemero de cursos da universidade ldquoOs convecircnios para a concessatildeo de estaacutegios supervisionados devem portanto ser celebrados de forma mais abrangente possiacutevel visando a atender de forma mais ampla a concessatildeo de estaacutegio a alunos regularmente matriculadosrdquo

INTERACcedilAtildeO

28 - UFPB em Revista

Em evento que lotou o auditoacuterio da reitoria da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba Joatildeo Pessoa

recebeu o neurocientista brasileiro Mi-guel Nicolelis que realizou a palestra ldquoA ciecircncia como agente de transforma-ccedilatildeo socialrdquo Nicolelis atraiu professo-res profissionais da aacuterea estudantes da UFPB e de outras universidades mas chamou ainda a atenccedilatildeo de cida-datildeos comuns com problemas de para-plegia tetraplegia deficientes visuais auditivos e pessoas que possuem entes queridos na mesma condiccedilatildeo O enor-me puacuteblico presente ao evento coorde-nado pelo Foacuterum Universitaacuterio deixou o auditoacuterio pequeno com a esperanccedila de ouvir das palavras do meacutedico que eles teriam seus problemas resolvidos pela ciecircncia seja em curto meacutedio ou longo prazo

Nicolelis que lidera um grupo de

pesquisadores da aacuterea de Neurociecircncia na Universidade Duke - EUA apresen-tou como um dos pilares da palestra a mesma questatildeo base do seu chamado Manifesto da Ciecircncia Tropical Nele o neurocientista sugere que o Brasil pode potencializar o desenvolvimen-to cientiacutefico e educacional a partir da cooperaccedilatildeo de ambos e propotildee quinze medidas para firmar o paiacutes como lide-ranccedila mundial na produccedilatildeo e uso de-mocratizante do conhecimento

Miguel Nicolelis falou tambeacutem so-bre a instituiccedilatildeo na cidade de Macaiacute-ba no Rio grande do Norte onde ele realiza um projeto chamado Educaccedilatildeo para toda a vida O projeto ensina para crianccedilas da periferia de Macaiacuteba e Na-tal conhecimentos nas aacutereas de roboacuteti-ca fiacutesica biologia geografia histoacuteria e informaacutetica Durante a palestra o neu-rocientista ainda explanou que desde

o iniacutecio do seu trabalho na cidade de Macaiacuteba a evasatildeo escolar da institui-ccedilatildeo eacute de apenas 2 e que as crianccedilas que estatildeo sendo formadas nessa insti-tuiccedilatildeo saem com mesmo niacutevel de es-colas de elite do Rio grande do Norte

O meacutedico disse aos presentes que acredita que a ciecircncia eacute grande agente responsaacutevel pela capacidade de ino-vaccedilatildeo e deve ser estimulada desde os primeiros momentos da vida Afirmou ainda que haacute uma carecircncia de investi-mento na aacuterea de intersecccedilatildeo da neu-rociecircncia e que se possiacutevel deveria existir acompanhamento ainda no preacute-natal para que a crianccedila nascesse com o maacuteximo de potencial neuroloacutegico Em 2014 Nicolelis abriraacute o primeiro Instituto Primata de Neurociecircncia com uma escola cujo aprendizado se inicia-raacute desde o nascimento Ainda que seja um sonho um pouco distante o meacutedico

Neurocientista Miguel Nicolelis reabre Foacuterum Universitaacuterio

Reabertura do foacuterum universitaacuterio tem como primeiro palestrante o neurocientista Miguel Nicolelis

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acredita que futuramente Macaiacuteba seraacute a primeira ldquocidade ceacuterebrordquo do mundo

Durante a palestra o neurocien-tista tambeacutem abordou as experiecircncias que realiza sobre a interaccedilatildeo do ceacutere-bro e a maacutequina que consiste em fa-zer o movimento da maacutequina a partir dos estiacutemulos enviados pelo ceacuterebro que seratildeo convertidos em impulsos eleacutetricos e proporcionaratildeo o movi-mento mecacircnico de proacuteteses Ainda que ateacute o momento seus experimentos tenham sido feitos apenas com maca-cos jaacute causam ansiedade em pessoas que sofreram acidentes e hoje tem a locomoccedilatildeo comprometida O meacutedico acrescentou que pretende realizar uma demonstraccedilatildeo em 2014 quando uma brasileira parapleacutegica deveraacute caminhar 20 passos e dar o pontapeacute inicial da Copa do Mundo ldquoEsse seraacute um pre-sente do Brasil para toda a humanida-derdquo declarou Nicolelis

O foacuterum universitaacuterio

Apoacutes seis anos desativado a pre-senccedila de Miguel Nicolelis marcou de forma extraordinaacuteria o retorno do Foacute-rum Universitaacuterio Fundado na deacutecada de 1980 pelo professor Joseacute Jackson Carneiro o Foacuterum tem como objetivo discutir assuntos relevantes agrave socieda-de tanto em um niacutevel nacional como local Segundo o coordenador do Foacute-rum Iedo Fontes nunca ficou clara a razatildeo pela qual a gestatildeo anterior da UFPB paralisou o evento ldquoNunca ex-plicaramrdquo comentou Fontes

Para reforccedilar a natureza fomenta-dora de debates do Foacuterum Fontes dis-se que um dos primeiros debates entre presidenciaacuteveis poacutes-ditadura militar jaacute com vistas agraves eleiccedilotildees de 1989 foi promovido pela UFPB no antigo cam-pus de Campina Grande (que hoje eacute de competecircncia da UFCG) ldquoSoacute natildeo veio Collor Lula Brizola e outros estive-ram presentesrdquo comentou

Com o auditoacuterio lotado (600 pro-fessores de acordo com os nuacutemeros de Fontes) o retorno do Foacuterum foi con-siderado positivo A programaccedilatildeo fu-tura ainda estaacute sendo planejada mas a tendecircncia eacute que o Foacuterum seja realizado bimestralmente ldquoFoi uma declaraccedilatildeo da reitora a um jornal local de que ela tem interesse de que o Foacuterum aconte-ccedila num intervalo de dois meses O que nos permite fazer uma programaccedilatildeo Simulaccedilatildeo do exoesqueleto na abertura da Copa de 2014

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mais pensadardquo declarou o coordena-dor

Alguns temas jaacute estatildeo sendo con-siderados o bloqueio do crescimento econocircmico brasileiro nos uacuteltimos anos 500 anos da obra de Maquiavel dis-cussatildeo da obra do geoacutegrafo Josueacute de Castro federalizaccedilatildeo dos niacuteveis infan-til fundamental e meacutedio da educaccedilatildeo e a obra de Luiz Gonzaga e seu impacto sobre a vida regional (este uacuteltimo jaacute sendo organizado para o mecircs de ju-nho)

A princiacutepio o Foacuterum natildeo prioriza-ria nenhuma aacuterea em especiacutefico nem mesmo a proacutepria academia Fontes dis-se ldquoficou claro na reabertura oficial do Foacuterum que noacutes natildeo o reativamos ape-nas para professores estudantes e fun-cionaacuterios mas tambeacutem para a socieda-de pessoense () pessoas de diferentes ramos de atividade comeacutercio induacutes-tria academiardquo Poreacutem o coordenador esclareceu que uma atenccedilatildeo especial deveraacute ser dada agrave discussotildees relaciona-das agrave educaccedilatildeo - e essa preocupaccedilatildeo eacute percebida com a escolha de Miguel

Nicolelis para o primeiro encontro apoacutes a reativaccedilatildeo do Foacuterum ldquoSe tem uma aacuterea que noacutes devemos priorizar no

Brasil e fazer um grande debate nacio-nal eacute a educaccedilatildeordquo explicou Fontes

A exemplo de Nicolelis o Foacuterum tambeacutem foi responsaacutevel por trazer ou-tras personalidades conhecidas nacio-nalmente agrave Joatildeo Pessoa como os se-nadores Cristoacutevatildeo Buarque e Roberto Requiatildeo e o economista Carlos Les-sa Para uma futura ediccedilatildeo do foacuterum a Universidade estaacute tentando trazer o jornalista Paulo Henrique Amorim A ideia poreacutem natildeo eacute ficar preso a nomes de acircmbito nacional e abrir espaccedilo para pessoas que tenham impacto na socie-dade regional - ateacute pela histoacuteria e pelo legado que o Foacuterum tem de realizar debates de interesse da populaccedilatildeo em geral

ldquoFoacuterum eacute para discutir os proble-mas do estado Somos uma entidade produtora e reprodutora de conheci-mento () Na mesa de debate deve ter um professor de destaque mas tambeacutem algueacutem da aacuterea senatildeo fica apenas a niacute-vel de conferecircncia o que natildeo eacute bom pois natildeo promove o debaterdquo afirmou Fontes

Reportagem Una Txai e Rudah Silva

INFRAESTRUTURA

32 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Paraiacuteba enfrenta o caos na infraestrutura do sistema viaacuterio e estaciona-

mentos para veiacuteculos dos alunos pro-fessores e funcionaacuterios Eacute um problema de toda cidade que se reflete na univer-sidade gerando transtornos e problemas de logiacutestica em determinados horaacuterios As dificuldades na mobilidade interna ao Campus I decorrem na deficiecircncia no planejamento da expansatildeo da Instituiccedilatildeo aliadas ao aumento do nuacutemero de veiacute-culos nos uacuteltimos 10 anos O problema eacute reflexo da prioridade do veiacuteculo parti-cular sobre o uso de transporte coletivo

O campus I da instituiccedilatildeo estaacute pas-sando por algumas reestruturaccedilotildees e reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos jaacute existentes No periacuteodo de 2012 a 2013 o nuacutemero de vagas para estacionamento subiu consideravelmente de 2 mil para 2500 Em meacutedio prazo (dois anos) a administraccedilatildeo pretende criar mais 1500 vagas atraveacutes da continuaccedilatildeo do projeto de reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos (no CACE CCEN e HU) e da finali-zaccedilatildeo do Centro de Energias Renovaacute-veis ainda em construccedilatildeo por traacutes do CCHLA

Estacionamento precaacuterio provoca transtorno na UFPB

Vaacuterios carros estacionados de forma irregular e inconveniente no estacionamento da Central de Aulas do campus I

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Projetos

Segundo Marcelo Diniz da Divi-satildeo de Estudos e Projetos da Prefeitura Universitaacuteria a reorganizaccedilatildeo dos esta-cionamentos eacute prioridade e vem sendo implementada em vaacuterios estacionamen-tos da universidade O projeto modi-fica a posiccedilatildeo de entrada dos veiacuteculos de 45ordm (diagonal) para 90ordm (frontal) e a largura da vaga do estacionamento para impossibilitar improvisos que prejudi-cam o traacutefego como por exemplo as filas duplas No projeto as motos se-ratildeo contempladas com estacionamento proacuteprio para evitar a desorganizaccedilatildeo e acidentes nas passarelas e corredores das salas ldquoIremos instalar placas de ad-vertecircncia para as motos natildeo transitarem no espaccedilo destinado aos pedestresrdquo diz Marcelo

Um dos locais com maior problema fica proacuteximo ao preacutedio da Reitoria e da Biblioteca Central devido agrave concen-traccedilatildeo de vaacuterios serviccedilos e dos preacutedios acadecircmicos Nesse local estatildeo reuni-das agecircncias de trecircs bancos livrarias restaurantes DCE (Diretoacuterio Central Estudantil) e AdufPB (sindicato dos

professores) Por conta da via nesse lo-cal ser muito estreita a Prefeitura Uni-versitaacuteria utilizou prismas de concreto no trecho para evitar que os motoristas estacionem os veiacuteculos indevidamente na via de passagem dos carros ocasio-nando transtornos e risco de acidente

Somando-se a esse local estaacute em construccedilatildeo o preacutedio do Centro Arte e Cultura com auditoacuterio estimado para duas mil pessoas em frente agrave Reitoria No projeto da construccedilatildeo natildeo haacute ne-nhum estacionamento previsto para esse preacutedio e na ocasiatildeo de algum evento os visitantes iratildeo estacionar seus veiacuteculos por traacutes da Reitoria que comporta precariamente os usuaacuterios que jaacute utilizam o espaccedilo Para a soluccedilatildeo desse problema Marcelo Diniz informa haver um projeto para construccedilatildeo de um estacionamento por traacutes da Reitoria de um ou dois andares com valor estimado em 10 milhotildees de reais por andar

Usuaacuterios

Os usuaacuterios que utilizam os esta-cionamentos com regularidade pro-potildeem soluccedilotildees como criaccedilatildeo de vagas

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 33

Situaccedilatildeo corriqueira nas vias do campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba

A falta de vagas destinadas para motos eacute a justificativa dos motociclistas

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Reportagem Rodrigo Vitorino e Windsor Souza

destinadas exclusivamente a professo-res Josemar dos Santos professor de Estatiacutestica diz que ldquofalta a prefeitura organizar o estacionamento Haacute deter-minadas horas que vir do departamen-to para a sala de aula de carro se tornou inviaacutevel pois o nuacutemero de veiacuteculos cresceu bastante Poderiam organizar vagas destinadas a professores pois noacutes temos que ficar de bloco em bloco para dar aula enquanto os alunos vecircm assistem a uma aula e vatildeo emborardquo

Outro problema que tambeacutem in-comoda eacute a falta de vagas destinadas agraves bicicletas e motocicletas ldquoAgraves vezes natildeo tem nem espaccedilo para transitar pois tem motociclista estacionando as mo-tos nas vias passarelas e corredores dos blocos pois natildeo haacute vagas destina-das para estacionar as motosrdquo acres-centa Josemar

A falta de estacionamento para motos faz com que elas se amontoem de forma desorganizada Isso as trans-forma em vilatildes e campeatildes de recla-maccedilotildees Elas trafegam e estacionam onde eacute via de pedestres cadeirantes passagem de materiais para os preacutedios da universidade Diversas reclamaccedilotildees jaacute foram feitas por conta de atropela-mentos por dificultar a passagem e ateacute mesmo acidentes envolvendo deficien-tes visuais

Faacutebio Fonseca professor de Pe-dagogia tambeacutem reclama das motos e dos transtornos que elas causam quan-do deixadas em local inconveniente ldquoA universidade estaacute ficando muito pequena para a quantidade de auto-

moacuteveis Eacute preciso organizar o espaccedilo existente e criaccedilatildeo de espaccedilos especiacutefi-cos para motos A falta de organizaccedilatildeo faz com que os corredores passarelas e vias se transformam em estaciona-mento para as motos dificultando por exemplo a passagem de cadeirantesrdquo

O problema da falta de vagas acaba tambeacutem interferindo na aprendizagem dos alunos Aliado a isso haacute o proble-ma de seguranccedila dentro do campus Alunos servidores e professores natildeo confiam no sistema de cartotildees entre-gue na entrada da universidade ldquoGe-ralmente os alunos chegam na hora da aula que coincidem em todas as disci-plinas e a falta de vaga faz com que percamos tempo para estacionar Eacute o caos Muitas vezes encontramos uma vaga muito longe do local em que va-mos estudar E em eacutepoca de chuva pio-

ra Tambeacutem tem o perigo de assaltordquo diz a estudante de Biologia Daniele Lacerda

Empecilho

Alguns estacionamentos no cam-pus I da UFPB possuem aacutervores tom-badas e sob proteccedilatildeo que natildeo podem ser derrubadas Desta maneira a pre-feitura universitaacuteria desenvolveu o projeto de reestruturaccedilatildeo e organiza-ccedilatildeo dos estacionamentos respeitan-do a localizaccedilatildeo dessas aacutervores Nos estacionamentos jaacute finalizados como da Reitoria eacute perceptiacutevel a falta de arborizaccedilatildeo que influecircncia o aqueci-mento local e a desagradaacutevel sensaccedilatildeo de estar num ambiente claro e quente Outro problema encontrado eacute a falta de planejamento de escoamento da chuva Desta maneira em eacutepocas de chuva intensa haacute risco de alagamento

Com todo o empenho e desenvol-vimento estrutural eacute de suma impor-tacircncia o investimento em seguranccedila Mas tambeacutem organizar o tracircnsito au-xiliando os condutores onde devem estacionar e na fluidez do tracircnsito Devido agrave ausecircncia de fiscalizaccedilatildeo para coibir as infraccedilotildees de tracircnsito as vias se tornam estacionamentos irregula-res atrapalhando e colocando em risco a seguranccedila dos integrantes da comu-nidade universitaacuteria

INFRAESTRUTURA

34 - UFPB em Revista

Ano de 2015 eacute limite para meta plena de acessibilidade

Ausecircncia de acessibilidade eacute constante nos novos preacutedios da UFPB

Segundo dados do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a Paraiacuteba eacute o estado que possui a maior parcela de habitantes com necessidades especiais no Bra-sil empatando com o Rio Grande do Norte Quase 30 dos paraiba-nos tecircm algum tipo de necessidade especial Apesar da estatiacutestica e da existecircncia do Decreto Lei 5296 que determina a acessibilidade em todas as edificaccedilotildees puacuteblicas 90 por cento das construccedilotildees realizadas durante gestatildeo dos professores Rocircmulo Po-lari e Iara Matos a frente da UFPB natildeo respeitaram o seu cumprimento

No momento a atual adminis-traccedilatildeo estaacute empenhada num pra-zo de dois anos a assistir a todos os alunos com deficiecircncia cumprin-do as normas teacutecnicas de acessi-bilidade da Associaccedilatildeo Brasilei-ra de Normas Teacutecnicas (ABNT)

Dentre as medidas a serem ado-tadas estaacute a reforma na acessibilida-de arquitetocircnica das vias (calccediladas) Tambeacutem estaacute prevista a construccedilatildeo do Centro de Inclusatildeo (que vai in-tegrar todos os projetos de inclusatildeo em um soacute) agregar serviccedilos dispo-nibilizar salas de aula adquirir uma seacuterie de equipamentos fora do paiacutes (entre eles esfigmomanocircmetro que possibilita a traduccedilatildeo de textos em aacuteudio bengala que identifica obs-taacuteculos e computadores especiais)

Ateacute o momento apenas 15 preacute-dios estatildeo acessiacuteveis para os 30 alu-nos com necessidades especiais ca-dastrados na UFPB O uacutenico trecho com acessibilidade externa no Cam-pus I se encontra da Biblioteca Cen-tral ateacute o Refeitoacuterio Universitaacuterio No Campus II em Areia a primeira parte do projeto jaacute vem com todas as normas de acessibilidade executadas disse Marcelo Andrade Diniz Diretor do Departamento de Arquitetura da Prefeitura Universitaacuteria desde 2010

O que estaacute previsto

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 35

Segundo Marcelo Diniz que acompanhou a antiga gestatildeo da Uni-versidade o recurso era limitado e natildeo havia comprometimento dos ad-ministradores para cumprir as normas exigidas aleacutem da fiscalizaccedilatildeo pouco eficaz do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Ateacute 2010 pouco havia sido pensado discutido e realizado para incluir so-cialmente as pessoas com deficiecircn-cia Com o aumento significativo e progressivo no nuacutemero de estudan-tes em funccedilatildeo da Reestruturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universidades Fede-rais (Reuni) a situaccedilatildeo agravou-se

Desde entatildeo o Governo Federal estaacute destinando uma verba especiacutefica para as Instituiccedilotildees Federais de En-sino (Ifes) cumprirem as normas de acessibilidade impostas pela ABNT O MEC por sua vez vem fiscalizan-do com rigor as Ifes de todo o Brasil

Comitecirc existe desde 2011

No ano de 2011 foi criado na UFPB o Comitecirc de Inclusatildeo e Aces-sibilidade que tem como objetivo garantir a todos os alunos com defi-ciecircncia a permanecircncia e conclusatildeo do curso Segundo a coordenadora do

comitecirc Andreza Aparecida Polia estaacute prevista a chegada de 44 alunos espe-ciais para o proacuteximo semestre letivo nuacutemero que ultrapassa os 5 por cen-to designado pelo sistema de cotas ldquoAno passado fizemos pedido de equi-pamentos para suprir os alunos que jaacute estatildeo cadastrados Enquanto natildeo che-ga os coordenadores tem de ter um computador exclusivo para esses estu-dantesrdquo pontificou Andreza Polia O comitecirc conta com representantes dos cursos de Psicopedagogia Terapia Ocupacional Arquitetura e Educaccedilatildeo

Ainda em fase de projeto o Centro de Inclusatildeo e Acessibilidade estaacute pre-visto para ficar pronto em 2015 Ele contaraacute dentre outras coisas com pla-cas em Braille piso taacutetil carteiras es-peciais plataforma elevatoacuteria eleva-dor e tecnologias inclusivas em geral

Outro projeto que estaacute sendo desenvolvido pela Prefeitura Uni-versitaacuteria eacute a urbanizaccedilatildeo do La-boratoacuterio de Energias Renovaacuteveis (LERS) que iraacute se estender por todo o estacionamento contando com rampas pisos taacuteteis e mais de 6 quilocircmetros de rotas acessiacuteveis

Os estudantes com necessidades especiais contam com um programa

Projeto em 3d das futuras instalaccedilotildees elaborado pela Prefeitura da UFPB

Reportagem Giuliano Viscardi

de apoio onde um aluno monitor os acompanha geralmente por discipli-na dando assistecircncia necessaacuteria gra-vando aulas e tirando duacutevidas com os professores O Nuacutecleo de Educaccedilatildeo Especial (Nedesp) tambeacutem os ajuda nesse processo de adaptaccedilatildeo Na Bi-blioteca Central e no Nedesp os alu-nos dispotildee de impressora em braille

A Proacute-reitoria de Gestatildeo de Pes-soas (Progep) ofereceu por dois anos consecutivos um curso de capacita-ccedilatildeo para docentes e servidores da uni-versidade tendo formado duas turmas ateacute agora Poreacutem a grande maioria dos capacitados foi funcionaacuterios A UFPB conta com apenas um tradutor ldquoPreci-samos de mais contrataccedilotildeesrdquo alega Po-lia que estaacute coordenando o Comitecirc de Inclusatildeo e Acessibilidade desde 2011

A prefeitura da Instituiccedilatildeo tambeacutem fez um convenio com o Laboratoacuterio de Acessibilidade (Lacesse) coordenado por Marcelo Diniz e pela professora do curso de arquitetura Angelina Costa O espaccedilo fiacutesico onde funciona o labo-ratoacuterio foi inaugurado dia 12 de abril no Centro de Tecnologia bloco N

INFRAESTRUTURA

36 - UFPB em Revista

O rombo de mais de 22 milhotildees na Fundaccedilatildeo Casa de Joseacute Ameacuterico (FCJA) constata-

do pelo Tribunal de Contas da Uniatildeo (TCU) eacute a principal heranccedila deixada pela antiga administraccedilatildeo da universi-dade e que atinge diretamente o Res-taurante Universitaacuterio da UFPB Os es-cacircndalos envolvem o responsaacutevel pelo fornecimento de gecircneros alimentiacutecios e o pagamento de alguns funcionaacuterios do Restaurante Universitaacuterio (RU)

Segundo o TCU foram usados re-cursos federais depositados em contas especiacuteficas de convecircnios para paga-mentos agrave empresas fornecedoras de gecircneros alimentiacutecios As irregularida-des foram cometidas pelo ex-diretor da Fundaccedilatildeo Eugecircnio Pacceli Trigueiro Pereira Com isso o TCU suspendeu o repasse de recursos da Uniatildeo para a Fundaccedilatildeo Joseacute Ameacuterico e a direccedilatildeo do RU enfrentou problemas com a falta de estoque de alimentos e atraso no paga-mento de funcionaacuterios refletindo no atendimento precaacuterio das necessidades dos alunos que frequentam o Restau-rante

O RU que fornece refeiccedilotildees gra-tuitas para estudantes de baixa renda e cadastrados da UFPB conta com 90

profissionais Os gecircneros alimentiacutecios de uma refeiccedilatildeo custam em meacutedia de R$ 410 a R$ 530 Nesse valor natildeo estaacute considerado a despesa do preparo trabalho dos funcionaacuterios e energia dos aproximadamente 2200 almoccedilos e 900 jantares por dia

A nova reitoria da UFPB ampliou as investigaccedilotildees e o levantamento de contas da Universidade para averiguar quais problemas seratildeo enfrentados pela gestatildeo Durante as investigaccedilotildees foram detectadas vaacuterias irregula-ridades cometidas pela adminis-traccedilatildeo passada a exemplo da au-secircncia de prestaccedilatildeo de contas de diversos convecircnios

Antocircnio Luiz de Albuquer-que Gomes professor do De-partamento de Quiacutemica do Cen-tro de Tecnologia da UFPB assumiu o cargo de Superintendente do Sistema de Restaurantes Universitaacuterios - que com-preende os restaurantes do Campus 1 do Litoral Norte Areia e Bananeiras - no dia 12112012 Ele conta que rece-beu o RU com um estoque insuficiente de alimentos apesar dos pregotildees ainda estarem em andamento

O superintendente esclareceu que um desses pregotildees estava desa-

parecido e soacute depois de muita inves-tigaccedilatildeo a empresa foi contatada para cumprir o contrato O outro pregatildeo es-tava com o pedido de realinhamento de preccedilos e somente apoacutes a administraccedilatildeo entrar em contato para negociar com os fornecedores explicando a delicadeza da situaccedilatildeo eacute que foi possiacutevel normali-zar as entregas dos suprimentos

Segundo o professor Antocircnio Luiz ainda haacute muitos problemas com os fornecedores As licitaccedilotildees (pregotildees) emitidas pelas empresas tem um preccedilo muito abaixo do valor de mercado Em decorrecircncia desse fato as companhias tem prejuiacutezo e antes de completar os seis meses algumas deixam de forne-cer os gecircneros apesar de ainda terem saldo em caixa com a Universidade

Um dos problemas a serem contor-nados pela atual administraccedilatildeo diz res-peito a burocracia e lentidatildeo de alguns setores na etapa de licitaccedilatildeo e pregatildeo para aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios Na Proacute-Reitoria Administrativa (Divi-satildeo de Materiais) a entrada dos pre-gotildees foi feita em dezembro poreacutem os processos ficaram mais de dois meses parados dentro de uma gaveta e por isso ainda existem licitaccedilotildees de com-pras paradas em abril

A administraccedilatildeo da Universidade

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeo

Prof Antocircnio Luiz Superintendente do RU

Vista frontal do Restaurante Universitaacuterio da UFPB

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 37

Atualmente o professor Antocircnio Luiz estaacute procurando resolver os as-suntos mais urgentes do RU fazendo o levantamento do que precisa ser fei-to a exemplo dos pedidos de compras de equipamentos de seguranccedila e para a cozinha Haacute tambeacutem uma proposta

a partir dos levantamentos feitos pelo professor Antocircnio Luiz tomou um seacute-rie de iniciativas entre elas consultas juriacutedicas onde foram detectados o atra-so de salaacuterios entre outras irregularida-des trabalhistas Por conta do rombo a FCJA deixou de pagar o fundo de ga-rantia salaacuterios feacuterias e 13ordm salaacuterio aos funcionaacuterios As diacutevidas tiveram que ser quitadas pela prefeitura universitaacute-ria que repassou a verba e cumpriu a obrigaccedilatildeo social para com todos os fun-cionaacuterios Hoje a FCJA eacute dirigida por Boanerges Felix que estaacute regularizan-do as atividades da fundaccedilatildeo

O professor Antocircnio Luiz ressalta que existiam diversos problemas com equipamentos e com funcionaacuterios Na cozinha haviam vazamentos e instru-mentos como serras de cortar carne e aparelho de cortar frutas quebrados Ateacute o conserto desses aparelhos os trabalhos vinham sendo feitos manu-almente Ele encontrou equipamentos com 10 a 15 anos de uso sem programa de reposiccedilatildeo ldquoEacute impossiacutevel um siste-ma desse porte funcionar sem repor o equipamento porque ele tem vida uacutetil As caldeiras satildeo razoavelmente novas com 3 ou 4 anos de uso mas sem um sistema de manutenccedilatildeo Vazamento de oacuteleo caldeiras quebradas Foi uma si-tuaccedilatildeo que eu natildeo imaginava que en-contrariardquo observa o superintendente

Outra questatildeo importante que a nova administraccedilatildeo teve que mudar foi o fato de que os funcionaacuterios natildeo esta-vam acostumados a obedecer aos horaacute-rios Poreacutem aos poucos o pessoal foi se adaptando ao novo modelo de gestatildeo

encaminhada para concretizaccedilatildeo de um serviccedilo de auto atendimento (self servi-ce) O desperdiacutecio de comida eacute um dos grandes problemas para o Restaurante pois os alunos deixam nos pratos restos de comida suficientes para alimentar mais de 400 pessoas segundo o supe-rintendente

A equipe que trabalha no RU pre-tende realizar uma campanha de cons-cientizaccedilatildeo para que os comensais com a instalaccedilatildeo do self service co-loquem no prato apenas a quantidade realmente necessaacuteria evitando assim o desperdiacutecio Estaacute nos planos promover treinamento dos funcionaacuterios executar atividades humaniacutesticas promovendo a interaccedilatildeo entre as pessoas melhorar cada vez mais o sabor da comida (a qua-lidade jaacute existe) e aumentar o nuacutemero de funcionaacuterios e equipamentos acarre-tando numa melhora do fluxo e minimi-zando o problema das longas filas

Tambeacutem eacute interesse terminar a obra comeccedilada na administraccedilatildeo pas-sada - que jaacute deveria ter sido finaliza-da - de um complexo ao lado do atual RU Laacute seraacute instalado um restaurante para que os funcionaacuterios e estudantes natildeo contemplados pelo RU possam co-mer pagando apenas uma pequena taxa pela refeiccedilatildeo Eacute preciso ainda analisar a viabilidade dessa opccedilatildeo consultando a comunidade acadecircmica e aguardando o teacutermino das obras A comida seraacute a mesma que eacute servida gratuitamente aos alunos comensais

Comida que sobra nos pratos seria capaz de preencher 400 novas refeiccedilotildees

Restaurante Universitaacuterio em horaacuterio de funcionamento

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Reportagem Marina Maracajaacute e Nayane Maia

e mudando os haacutebitos no ambiente de trabalho A atual administraccedilatildeo prima pelo exemplo adotando a praacutetica de se-rem os primeiros a chegar e os uacuteltimos a sair colaborando com os outros fun-cionaacuterios e ajudando sempre que pos-siacutevel nas suas diferentes funccedilotildees seja no setor administrativo seja na parte de manutenccedilatildeo dos equipamentos

Proposiccedilotildees

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38 - UFPB em Revista

Blocos isolados congestiona-mentos nos horaacuterios de pico falta de estacionamento satildeo

esses alguns dos problemas que po-dem ser ocasionados pela falta de um bom plano diretor Na UFPB isso natildeo eacute diferente Encontrar agrave noite uma vaga proacutexima ao CCHLA eacute praticamente uma maratona Esse e muitos outros problemas poderiam ter sidos evita-dos se tivesse sido criado um plano diretor que limitasse as aacutereas de esta-cionamento construccedilatildeo e ainda com o planejamento da aacuterea de preservaccedilatildeo na universidade

Em 2007 em sua defesa de tese de doutorado em engenharia civil Renato Saboya explica ldquoPlano Diretor eacute um documento que sintetiza e torna expliacute-citos os objetivos consensuados para o Municiacutepio e estabelece princiacutepios diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as decisotildees dos atores envolvidos no processo de de-senvolvimento urbano convirjam tan-to quanto possiacutevel na direccedilatildeo desses objetivosrdquo

Para Acircngela Braz aluna do quinto periacuteodo de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal da Paraiacuteba pro-blemas comuns como salas com maacute ventilaccedilatildeo ou com insolaccedilatildeo intensa poderiam ter sido evitados se a insti-tuiccedilatildeo tivesse em seu plano diretor as melhores localizaccedilotildees para a constru-ccedilatildeo dos blocos Com tal planejamen-to seriam evitadas aacutereas voltadas di-retamente para o nascente ou poente e tambeacutem aacutereas natildeo favorecidas pelos ventos

Planos Diretores no Brasil

Quando questionados a maioria dos brasileiros pensam que exemplos de planejamento preventivo existem apenas em paiacuteses de ldquoprimeiro mun-dordquo poreacutem em diversos municiacutepios brasileiros planos diretores tiveram relativo sucesso como por exemplo Curitiba Brasiacutelia e ateacute mesmo Joatildeo Pessoa Sendo a uacuteltima um dos melho-res exemplos nacionais de preservaccedilatildeo de sua orla mariacutetima onde existe um

bloqueio para edifiacutecios superiores a quatro andares

ldquoA questatildeo da falta de planejamen-to urbano eacute muito mais grave do que parece o recobrimento dos solos com materiais impermeaacuteveis juntamente com o adensamento de construccedilotildees acaba ocasionando o aumento de tem-peratura em determinadas regiotildeesrdquo indaga Acircngela

O impedimento da construccedilatildeo de preacutedios altos na orla evita o conhecido fenocircmeno em diversas praias sombra Em praias de Recife Rio de Janeiro e Balneaacuterio Camboriuacute por exemplo possuem sombra na faixa de areia mes-mo horas antes do pocircr do sol devido aos gigantes que ali se encontramldquoSalas cada vez menores para turmas cada vez maioresrdquo

Para Andreacute Siqueira aluno do se-gundo periacuteodo de Arquitetura e Urba-nismo na Universidade Federal da Pa-raiacuteba a falta de um real planejamento cria ateacute mesmo a falta de acessibilida-de em diversas aacutereas da Universida-de Calccediladas estreitas com caminhos

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidade

Protesto de alunos de Miacutedias Digitais devido ao atraso de mais de dois anos na entrega do bloco do curso

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 39

Soluccedilatildeo a longo prazo

Flaacutevio Tavares membro do pro-jeto de iniciaccedilatildeo cientiacutefica ldquoTerritoacute-rios e urbanidades praacuteticas urbanas e poliacuteticas culturais no espaccedilo puacuteblico contemporacircneordquo mostra-se indignado com o fato de que o porte que a uni-versidade tem atingido seja de espa-ccedilo fiacutesico ndash com grande quantidade de alunos e funcionaacuterios circulando no seu campus - seja do volume de recur-sos aplicados anualmente e ainda natildeo possua um plano diretor em vigor Ele permitiria accedilotildees integradas de longo prazo garantindo que os investimentos ocorram de acordo com os principais anseios da comunidade universitaacuteria jaacute que a elaboraccedilatildeo do plano se daacute necessariamente a partir da discussatildeo conjunta entre os envolvidos com a re-giatildeo

Indagado sobre as possiacuteveis accedilotildees

que poderiam sanar os atuais (e fu-turos) problemas Tavares diz que a Universidade deve iniciar de imedia-to a construccedilatildeo de um ldquoPlano Diretor Participativo Integrado para o Cam-pus Joatildeo Pessoa da UFPBrdquo incluindo questotildees de planejamento participativo na proposiccedilatildeo das futuras obras per-mitindo que a comunidade acadecircmica possa opinar sobre as obras que ali se-ratildeo executadas resultando numa maior conexatildeo e identificaccedilatildeo com os usuaacute-rios Quanto a uma obra especiacutefica ele acredita que uma ampla intervenccedilatildeo no

desenho urbano do campus seria ne-cessaacuteria priorizando o fluxo de pedes-tres com pisos adequados vegetaccedilatildeo passarelas etc

Para finalizar Flaacutevio lembra que agora que a Universidade acolhe um maior nuacutemero de pessoas com defici-ecircncia tendo o dever natildeo soacute legal mas tambeacutem social de incluir estas pessoas num deslocar seguro e independente Sendo esse apenas possiacutevel com um planejamento efetivo da estrutura fiacutesi-ca da Universidade

No final de 2012 Margareth Diniz assumiu a Reitoria da Uni-versidade Federal da Paraiacute-ba e com ela iniciaram-se projetos de um Plano Dire-tor Esse Plano teraacute como principal foco proteger a reserva de mata atlacircntica na qual a Instituiccedilatildeo estaacute sediada O professor Seacutergio Alonso recentemente em-possado prefeito do Campus I eacute um dos membros desta comissatildeo que discute a cria-ccedilatildeo do Plano na UFPB Ele teraacute a missatildeo de coordenar as discussotildees sobre o PD

Planejamento evita problemas como o demonstrado no viacutedeo acima

Novo campus em Rio Tinto Obras que esteticamente feias e sem utilidade

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ReportagemFrancisco de Oliveira

Guilherme Pontes

confusos ou ateacute mesmo inexistentes e ainda praccedilas de permanecircncia sem co-bertura satildeo outros exemplos lembra-dos por Siqueira

Sobre o futuro Andreacute eacute pessi-mista e comenta que a cada dia mais problemas surgem Ser deficiente na UFPB eacute praticamente impossiacutevel Blocos aleatoacuterios para cursos que de-veriam ter salas proacuteximas Essas in-clusive estatildeo cada vez menores para turmas cada vez maiores ldquoSalas com janelotildees feitas para serem usadas com projetor que tipo de arquiteto aprova issordquo provoca

INFRAESTRUTURA

40 - UFPB em Revista

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Central

Construiacuteda haacute mais de 30 anos a Biblioteca Central da UFPB nunca passou por uma grande reforma

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Se algueacutem que frequenta a Bi-blioteca Central da UFPB atu-almente fosse perguntado sobre

qual a sua impressatildeo sobre o local as respostas certamente seriam se-melhantes agraves de quem respondesse a mesma pergunta haacute dez ou vinte anos calor poeira mofo falta de acessibilidade e estrutura deficitaacuteria estariam entre as palavras mais cita-das Isso se explica pelo fato do preacute-dio construiacutedo na deacutecada de 1970 ter sido mal planejado e nunca ter passado por uma grande reforma

Com o acervo atual em torno dos 400 mil exemplares a Bibliote-ca Central tem como principal fina-lidade dar suporte de informaccedilotildees aos programas de ensino pesquisa e extensatildeo Construiacuteda ao lado de uma mata ndash a UFPB estaacute localizada em uma regiatildeo de Mata Atlacircntica ndash so-fre com a maacute conservaccedilatildeo do acervo

exposto agrave umidade poeira e insetosSegundo a bibliotecaacuteria TM que preferiu natildeo se identificar o uacutelti-mo governo ateacute fez investimentos importantes no local ldquoAtraveacutes de pregotildees e ouvindo sugestotildees de co-ordenadores de cursos e professores foram adquiridos milhares de novos tiacutetulos Aleacutem disso foram instala-dos novos computadores cadeiras e feita a climatizaccedilatildeo de algumas salasrdquo A ideia eacute que nos proacuteximos anos sejam feitos novos investimen-tos no local ldquoA nova Reitora pro-meteu um sistema de climatizaccedilatildeo completo para o preacutediordquo afirma TM

Apesar das melhorias nos uacutel-timos anos e a promessa de novos investimentos para um futuro proacute-ximo muitas mudanccedilas inclusive estruturais precisam acontecer na Biblioteca Central ldquoO projeto ar-quitetocircnico eacute defeituoso Eacute impos-

siacutevel falar em climatizaccedilatildeo enquan-to natildeo for solucionado o problema das grandes frestas nas paredes do lugar Tambeacutem natildeo adianta climati-zar sem ser feita uma higienizaccedilatildeo em todo o preacutediordquo afirma o fun-cionaacuterio Francisco Joseacute Assistente Administrativo do local haacute 25 anos

Natildeo bastasse o problema de con-servaccedilatildeo do acervo existe uma ques-tatildeo ainda mais grave a ser tratada a sauacutede dos que frequentam a Bibliote-ca Central Vaacuterios funcionaacuterios rela-taram problemas de sauacutede por causa da higiene e estrutura do local O acuacutemulo de poeira e fungos jaacute causou vaacuterias doenccedilas de pele desde cocei-ras ateacute alergias seacuterias Aleacutem disso eacute comum funcionaacuterios reclamarem de problemas de coluna causados pelo manuseio das pesadas estantes e pro-blemas de mobilidade com os carros de matildeo que transportam os livros

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 41

Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

A realidade

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

b i o -logia e geo-

grafia estatildeo ok tem ar condicionado data

show etc As de quiacutemica () satildeo horriacuteveis tem umas que os

ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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PELO CAMPUS

46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

PELO CAMPUS

52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 9: UFPB em revista

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 11

rada por toda imprensa para dar a sua versatildeo dos fatos mas preferiu o silecircn-cio dando voz ao ditado popular de que ldquoquem cala consenterdquo Outros pro-fessores poreacutem se declaram viacutetimas em casos semelhantes

De acordo com o mestre em His-toacuteria pela UFPB Paulo Eduardo ldquoLe-cionar estaacute a cada dia mais difiacutecil Nem me preocupo tanto com o salaacuterio mas principalmente com a violecircncia as agressotildees Natildeo sei realmente o que fazer tanto para natildeo ser agredido quanto para me conterrdquo desabafa

Percebe-se que a diferenccedilas de postura de um professor para outro quando estes imprimem a sua ldquomarcardquo De acordo com a sua personalidade evidenciam diferenccedilas metodoloacutegicas e filosoacuteficas que satildeo percebidas pelos alunos em sala de aula Um bom pro-fessor acaba sendo espelho e ateacute certo ponto um iacutedolo para alguns alunos

Ouvidoria

Reportagem Roacutebson A Viana e Wallyson Costa

A gestatildeo de uma universidade em-bora baseada na democracia continua com as decisotildees sendo tomadas verti-calmente de cima para baixo estabe-lecendo relaccedilotildees de autoridade Alguns professores valem-se dessa autoridade para impor seu respeito ao inveacutes de estabelececirc-lo atraveacutes da conquista Poucas decisotildees satildeo tomadas de forma coletiva

A fim de minimizar isso e para o re-cebimento de reclamaccedilotildees e sugestotildees sobre o funcionamento da instituiccedilatildeo a UFPB possui a Ouvidoria Geral co-mandada pelo Prof Dr Ceacutesar Emanoel Barbosa de Lima Segundo o Professor a Ouvidoria serve como acolhimento e estaacute agrave disposiccedilatildeo para receber suges-totildees e conciliar situaccedilotildees tanto quanto tem funccedilatildeo de encaminhar denuacutencias sobre casos

O oacutergatildeo funciona como apazigua-dor tentando encaminhar as reclama-ccedilotildees para o setor competente ldquoQuando haacute reclamaccedilotildees de alunos a gente ouve e entramos em contato com o depar-tamento e com o professor Depois de encaminhada a denuacutencia haacute um prazo para a resposta Se alguma parte natildeo fica satisfeita com o encaminhamento a denuacutencia vai subindo de instacircncia ateacute o oacutergatildeo superior por exemplo o Con-selho Universitaacuterio (Consuni)rdquo

Atualmente a Ouvidoria eacute um oacuter-gatildeo pouco divulgado tanto que no

caso da professora Luacutecia nenhuma denuacutencia foi feita ldquoEstamos um pouco escondidos embora as ligaccedilotildees nos se-jam encaminhadas Temos de ser mais

humanos e melhorar no contato com a sociedaderdquo diz Barbosa de Lima

Ele segue argumentando que ldquotem

de haver uma divulgaccedilatildeo melhor do que eacute realizado aqui dentro para so-ciedade A nova gestatildeo estaacute disposta a dar uma nova roupagem a UFPB A di-vulgaccedilatildeo seraacute bem maior Estamos nos mudando para o hall de entrada da rei-toria o que nos daraacute maior visibilida-de Na paacutegina da UFPB seraacute colocado um link que natildeo havia ateacute o momento para contato direto com a Ouvidoriardquo completa o professor afirmando que dessa maneira espera chegar cada vez mais perto de uma relaccedilatildeo professor-aluno agradaacutevel

ldquoNatildeo existe sistema 100 natildeo se resolve tudo mas trabalhamos para que isso aconteccedilardquo

Prof Ceacutesar Emanoel Lima

O prof Ceacutesar Emanoel afirma empenho na melhora da relaccedilatildeo ProfessorAluno

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Nova localidade da Ouvidoria sendo preparada no Hall de entrada da UFPB

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ENSINO

12 - UFPB em Revista

UFPB Virtual e o Ensino agrave distacircncia na Paraiacuteba

Polo presencial no campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba em Joatildeo Pessoa

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O ensino a distacircncia jaacute eacute uma re-alidade que se consolida cada vez mais nas universidades do

Brasil e do mundo Com a Universi-dade Federal da Paraiacuteba natildeo eacute dife-rente a UFPB Virtual tem recebido cada vez mais alunos o que confirma a tendecircncia de crescimento da educa-ccedilatildeo agrave distacircncia (EAD) no cenaacuterio pa-raibano

Todos os cursos oferecidos pela UFPB virtual funcionam de maneira similar Poreacutem cada qual com modi-ficaccedilotildees para atender as necessidades especiacuteficas de cada aacuterea O curso de licenciatura em ciecircncias bioloacutegicas agrave distacircncia por exemplo aleacutem das au-las virtuais e encontros presenciais possui aulas de campo e em laboratoacute-rio para uma formaccedilatildeo mais completa e soacutelida dos alunos De acordo com o facebook da UFPB Virtual ldquoAlguns procedimentos satildeo padronizados ou-tros natildeo O uacutenico que todos tem em comum 100 satildeo as provas presen-ciais obrigatoacuterias pelo MECrdquo

Cursos agrave distacircncia na UFPB

Os cursos ofertados pela UFPB Virtual satildeo ministrados via Moodle software que serve como plataforma virtual de aprendizagem Haacute tambeacutem aulas presenciais cuja localizaccedilatildeo e periodicidade variam O curso de Pe-dagogia por exemplo possui mais de 15 poacutelos em diferentes municiacutepios da Paraiacuteba para viabilizar as aulas presen-ciais

O preparo dos professores eacute fei-to por meio do e-tutor um projeto de capacitaccedilatildeo continuada da UFPB vir-tual Nele qualquer professor ou tutor da UFPB pode se inscrever _ na coor-denaccedilatildeo do curso do qual faz parte _ para a seleccedilatildeo do processo de cursos de capacitaccedilatildeo que possuem vagas li-mitadas

Ateacute o momento todas as gradua-ccedilotildees pela UFPB Virtual satildeo ofertadas na modalidade Licenciatura com ex-ceccedilatildeo do Bacharelado em Adminis-traccedilatildeo Puacuteblica Haacute tambeacutem uma poacutes-

graduaccedilatildeo especializaccedilatildeo em Gestatildeo Puacuteblica As graduaccedilotildees satildeo Ciecircncias Agraacuterias Ciecircncias Bioloacutegicas Ciecircn-cias Naturais Matemaacutetica LetrasPor-tuguecircs LetrasLIBRAS Computaccedilatildeo e Pedagogia

Um dos principais objetivos da oferta de cursos agrave distacircncia eacute dar a oportunidade agraves pessoas que natildeo po-dem se deslocar para outras localidades com o intuito de realizar tais cursos Dessa forma a oferta de curso online pela UFPB jaacute ultrapassou ateacute mesmo as fronteiras do estado Eacute possiacutevel ci-tar como exemplo o curso de Ciecircncias Bioloacutegicas que possui um polo na ci-dade de Jacaraci na Bahia Haacute tambeacutem dois poacutelos para o curso de Pedagogia no estado de Pernambuco nas cidades de Limoeiro e Ipojuca Apoacutes a conclu-satildeo dos cursos de graduaccedilatildeo a distacircn-cia eacute possiacutevel continuar os estudos com uma especializaccedilatildeo lato sensu ou strictu sensu O diploma eacute vaacutelido como o de qualquer outra graduaccedilatildeo realiza-da na modalidade presencial

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 13

Treinamento de professores pelo e-tutor

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Reportagem Walter Liciacutenio e Eacuterika Antunes

Os cursos de licenciatura agrave distacircn-cia satildeo ofertados com o intuito de for-mar professores aptos a ministrarem aulas na segunda etapa do ensino fun-damental e no ensino meacutedio atenden-do a necessidade de aprimoramento de professores que natildeo tecircm ensino supe-rior e formando pessoas residentes nas cidades do interior do estado que natildeo possuem faacutecil acesso agrave educaccedilatildeo ldquoHaacute todo tipo de aluno sem-terra pessoas da zona rural pessoas de alta e baixa renda etc Se vocecirc der uma olhada em nosso edital vocecirc veraacute que atendemos 3 tipos de puacuteblico distintos Demanda social professores da rede puacuteblica e surdosrdquo afirma a paacutegina do facebook da UFPB Virtual

Um dos maiores esforccedilos da edu-caccedilatildeo agrave distacircncia eacute manter a qualidade de ensino para que seus cursos sejam tatildeo eficientes quanto os presenciais Para que isso seja possiacutevel tem-se mantido paracircmetros dos cursos pre-senciais equivalentes Por exemplo o curso de Ciecircncias Bioloacutegicas oferece um fluxograma curricular igual ao mi-nistrado presencialmente com o mes-mo nuacutemero de horas-aula e creacuteditos Jaacute o curso de Matemaacutetica conta com apenas 90 horas a menos que seu equi-valente presencial

Preconceito

Pessoas mais tradicionais tendem a pensar que um formado em EAD

natildeo eacute tatildeo capaz quanto um formado em curso presencial A realidade eacute bem contraacuteria com a flexibilidade de horaacute-rios a pessoa que estaacute matriculada em um curso a distacircncia deve ser focada organizada e ter disciplina para man-ter seus estudos _ natildeo se dispersar seja com o ambiente onde estaacute ou a inter-net

Desde o ano de 2004 o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) aprovou a inser-ccedilatildeo de 20 da carga horaacuteria curricular em cursos superiores presenciais como aulas ministradas agrave distacircncia Tal posi-cionamento de um oacutergatildeo governamen-tal pode ser o indiacutecio de uma aceitaccedilatildeo

maior da modalidade de ensino ldquoO preconceito relacionado a EaD eacute uma discussatildeo ampla poreacutem ainda existe simrdquo constata o canal de contato on-line da UFPB Virtual Talvez a proacute-pria falta de conhecimento acerca da modalidade de ensino seja a razatildeo de parte da populaccedilatildeo negar-se a acreditar nesse meacutetodo educacional que com a difusatildeo do acesso agrave rede continuaraacute a se expandir

Ensino agrave distacircncia

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ENSINO

14 - UFPB em Revista

Alunas do Cursinho sendo entrevistadas

Curso preacute-vestibular funciona de modo precaacuterioAriany Melo 17 anos Emma-

nuela da Silva 24 Mayra Lu-cena 18 e Larissa dos Anjos

tambeacutem de 17 anos satildeo alunas do Cur-sinho Preacute-Vestibular que se iniciou em 14 fevereiro na UFPB - Universidade Federal da Paraiacuteba - todas elas tecircm em comum o sonho da aprovaccedilatildeo no ves-tibular

Para Ariany Melo que pretende cursar Relaccedilotildees Puacuteblicas e estaacute pela 2ordf vez no Cursinho Preparatoacuterio falta uma melhor organizaccedilatildeo para o funcio-namento das aulas ldquoO curso eacute legal mas eu esperava mais Noacutes temos mui-tas aulas vagas no ano passado natildeo era assim Pelo horaacuterio que recebemos as aulas deveriam ir das 13 agraves 17 horas Muitas vezes temos que esperar para ter apenas a uacuteltima aula simplesmente porque ningueacutem nos avisardquo comenta

O curso tem grande procura e a idade meacutedia dos frequentadores vai de 17 a 60 anos ldquoEacute difiacutecil entrar aqui a seleccedilatildeo eacute feita pela avaliaccedilatildeo da renda e o histoacuterico escolar do aluno Tambeacutem natildeo temos gastos adicionais pagamos apenas pelas coacutepias do material dispo-nibilizado pelos professores e as passa-gens de ocircnibus ainda temos o direito de tirar a carteirinha de estudanterdquo diz

Emmanuela da Silva que vai prestar vestibular para Serviccedilo Social

A turma que elas fazem parte conta com alunos portadores de necessidades especiais entre eles estaacute Larissa dos Anjos que sonha em fazer Psicologia Para ela a rotina de pegar material de-pois das aulas eacute um pouco diferente Jaacute que natildeo enxerga Larissa tem que ir ateacute o setor da universidade responsaacutevel em passar para o Braile o material dispo-nibilizado ldquoNoacutes pegamos o material necessaacuterio para as aulas com exceccedilatildeo de Matemaacutetica Quiacutemica e Fiacutesica que natildeo fica disponiacutevel Esses professores fazem o que podem enviam por email e eu estudo com ajuda do leitor virtu-alrdquo conta

Larissa Leite disse ainda que sente falta de algumas atitudes para ela eacute pre-ciso maior empenho para que as coisas funcionem melhor Mayra Lucena que espera cursar Jornalismo ou Pedagogia no ano que vem concorda com a cole-ga ldquoNo comeccedilo das aulas tinha uma pessoa aqui para acompanhar e ajudar no que eles precisassem agora somos noacutes que fazemos isso Inclusive temos um colega esquizofrecircnico e fica visiacutevel a falta de preparo dos professores quan-do acontece alguma situaccedilatildeordquo explica

Entrevista

A Coordenadora do Nuacutecleo de Jo-vens e Adultos da UFPB - Universida-de Federal da Paraiacuteba - Maria de Faacute-tima dos Santos Oliveira negou-se a dar declaraccedilotildees sobre o Cursinho Preacute-Vestibular o qual ela eacute responsaacutevel Ela exigiu uma Carta de Apresentaccedilatildeo da equipe de reportagem argumentan-do que esse eacute um procedimento de pra-xe no Departamento

Inicialmente a coordenadora omi-tiu tambeacutem o local e horaacuterio de fun-cionamento do curso Maria de Faacuteti-ma afirmou ser ldquoincorreto da parte de vocecircs (noacutes da reportagem) procurar alunos e professores do curso sem autorizaccedilatildeordquo acrescentou Maria de Faacutetima disse ainda que os professores sabem da necessidade dessa autoriza-ccedilatildeo ldquoQuem estaacute sendo inconveniente aqui eacute o professor de vocecircs porque ele sabe que isso eacute preciso Eacute uma forma de nos resguardarrdquo finalizou

O Professor Derval Golzio cha-mado de inconveniente por Faacutetima discorda dessa posiccedilatildeo ldquoeacute no miacutenimo um absurdo que um funcionaacuterio puacutebli-co se negue a disponibilizar esse tipo de informaccedilatildeo principalmente por se

tratar de coisas tatildeo simplesrdquo Golzio ainda questionou qual seria o inconveniente de prestar informaccedilotildees tatildeo baacutesicas que a professora Maria de Faacutetima sob pre-textos burocraacuteticos injustifi-caacuteveis faz tanto segredo

Greve na UFPB

A greve na UFPB foi o fator determinante para os resultados negativos obti-dos ano passado pelos es-tudantes que frequentaram o Cursinho Preacute-Vestibular da UFPB eacute o que diz o Pro-fessor de Matemaacutetica Paulo Rogeacuterio Para ele a interrup-

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 15

ccedilatildeo nas aulas causou o elevado niacutevel de evasatildeo nas turmas ldquoOs resultados ano passado natildeo foram bons a greve iniciada praticamente na metade do ano desestimulou os nossos alunos no comeccedilo do ano as salas eram cheiasrdquo pondera

Criado por um convecircnio entre a Universidade e a Secretaria de Edu-caccedilatildeo do Estado da Paraiacuteba o Curso faz parte do Nuacutecleo de Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos e foi inicialmente pensado para os estudantes do ensino meacutedio na UFPB que estatildeo no EJA ndash Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos - mas a alta procura fez com que fossem aber-tas novas vagas conta Rogeacuterio

O Professor explica que hoje exis-tem 2 turmas agrave tarde e 1 agrave noite com uma meacutedia de 150 alunos no total a maioria constituiacuteda de jovens Para ele lidar com Portadores de Necessi-dades Especiais eacute um desafio ldquoTraba-lhei com pessoas portadoras de algum tipo de deficiecircncia apenas uma vez mas faz muito tempo Natildeo tive ne-nhum tipo de treinamento acho que todo professor precisa receber um bom preparado infelizmente isso ain-da natildeo acontece O que me estimula eacute ver a forccedila de vontade desses alunosrdquo completou

Cursos de idioma pelo Departamen-to de Letras

Curso de extensatildeo em liacutenguas es-trangeiras eacute uma iniciativa do DLEM (Departamento de Letras Estrangeiras Modernas) Ele eacute aberto para toda co-

munidade seu uacutenico preacute-requisito eacute ter mais de 18 anos Satildeo oferecidos cur-sos de Liacutengua Inglesa Alematilde France-sa e Espanhola Para adentrar no curso eacute necessaacuterio fazer uma prova de sele-ccedilatildeo (em liacutengua portuguesa) O chefe do DLEM Professor Doutor Roberto Carlos de Assis natildeo soube precisar qual era a concorrecircncia do processo de seleccedilatildeo para uma das vagas dos cursos no entanto ele acredita que a concor-recircncia gira em torno de seis alunos por vaga

Os alunos de graduaccedilatildeo em Letras da UFPB supervisionados por seus professores satildeo os responsaacuteveis pelas as aulas do curso de extensatildeo Eles re-cebem uma bolsa de aproximadamente 200 reais Para dar essas aulas eacute preci-so estaacute no 4ordm periacuteodo do curso de gra-duaccedilatildeo ou jaacute ter experiecircncia compro-vada em sala de aula

O material para acompanhar as aulas fica por conta dos alunos Aleacutem disso se o aluno passar no processo se-letivo ainda tem uma taxa de matriacutecu-la no valor 100 reais para comunidade em geral e 90 reais para os alunos de letras Os alunos da residecircncia univer-sitaacuteria satildeo isentos dessa taxa

O professor Doutor Roberto Carlos de Assis crer que o percentual de eva-satildeo do curso de extensatildeo se aproxima dos 30 Para ele essa taxa eacute normal Natildeo haacute nenhum levantamento sobre quem mais procura o curso mas ele acredita que pessoas das mais diferen-tes aacutereas o procuram

Ana Carla graduanda do curso de Turismo faz o segundo semestre de in-

glecircs do curso de extensatildeo Ela acredita que o curso oferece uma boa oportu-nidade para aprender uma liacutengua to-davia o aluno tambeacutem tem que fazer sua parte para aprender mais Ela deci-diu aprender inglecircs porque na opiniatildeo dela ser biliacutengue eacute essencial para qual-quer pessoa que queira entrar no mer-cado de trabalho principalmente na aacuterea que ela pretende atuar o turismo

Ana Carla jaacute tinha uma base de co-nhecimento de inglecircs antes de entrar no curso No entanto nem todos os alunos satildeo assim Eacute o que afirma o bolsista do curso de extensatildeo Caio Antocircnio alu-no de graduaccedilatildeo em Letras Inglecircs Para ele as turmas iniciantes do curso de extensatildeo satildeo as mais trabalhosas pois muita gente natildeo tem uma boa base na liacutengua Como ele costuma dar suas au-las falando o inglecircs na maior parte do tempo algumas pessoas apresentam dificuldade Para ser melhor compre-endido por essas pessoas ele muitas vezes faz o uso da miacutemica

Outra dificuldade encontrada por Caio Antocircnio eacute o nuacutemero de alunos em sala de aula As turmas comeccedilam com 25 alunos Para o bolsista eacute possiacutevel dar uma aula com esse nuacutemero de alu-nos mas o rendimento cresce em tur-mas menores Segundo ele numa tur-ma com poucas pessoas eacute possiacutevel dar uma atenccedilatildeo individual aos alunos

Reportagem Francisco Dantas e Rocircmulo Jeferson

Curso de liacutenguas estrangeiras eacute uma iniciativa do DLEM (Departamento de Letras Estrangeiras Modernas)

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PESQUISA

18 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Para-iacuteba dispotildee de dois viveiros de animais para pesquisas labora-

toriais tambeacutem conhecidos como bio-teacuterio Satildeo locais inteiramente voltados para estudo de animais quer seja com-portamental procriaccedilatildeo ou mesmo para realizaccedilatildeo de experiecircncias No entanto apenas uma dessas unidades encontra-se ativa e haacute diferenccedilas notaacute-veis em ambos desde sua localizaccedilatildeo agraves suas atividades

Inaugurado em Fevereiro de 2004 com 900 metros quadrados o Bioteacuterio Thomas George eacute um exemplo como setor de pesquisa de uma universida-de Integra o Laboratoacuterio de Tecnolo-gia Farmaceutica (LTF) e ocupa aacuterea dentro da UFPB cercada e com guarita proacutepria O bioteacuterio foi financiado du-rante sua criaccedilatildeo pela Agecircncia Nacio-

nal de Vigilacircncia Sanitaacuteria (Anvisa) e atualmente sua manutenccedilatildeo eacute assegu-rada por projeacutetos de pesquisa proacuteprios doaccedilotildees e pela reitoria

Dentre as espeacutecies disponiacuteveis para pesquisa o laboratoacuterio possui ratos Wistar conhecida como rato-branco-de-laboratoacuterio camundongos Swiss e coelhos prontos para estudo pesquisa e experimentos quer seja em animais vivos ou em vitro (experimentos com sistemas fechados que podem ser iso-lados temporariamente em recipientes de vidro) Os roedores satildeo alguns dos animais mais importantes em pesqui-sas laboratoriais por serem faacuteceis de cuidar com ciclo de vida curto manu-tenccedilatildeo barata e por possuiacuterem seme-lhanccedilas fisioloacutegicas com o organismo humano ao ponto de desenvolver al-gumas das mesmas enfermidades

Como funciona

Para integridade dos dados colhi-dos nas pesquisas as dependecircncias do bioteacuterio seguem estritas normas de am-bientaccedilatildeo interna Segundo o teacutecnico bioterista Joseacute Crispim ldquocada sala eacute cli-matizada e mantida com pressotildees distin-tas positivas e negativasrdquo (termo usado para definir niacuteveis de pressatildeo maiores ou menores que a pressatildeo atmosfeacuterica comum definidos de acordo com as es-peacutecies e experimentos em andamento) Os dejetos dos animais satildeo recolhidos por uma camada de maravalha (resiacuteduo de madeira semelhante agrave serragem mas de dimensotildees superiores) seus utensiacute-lios laboratoriais satildeo esterilizados por um autoclave aparelho comum em laboratoacuterios e usa vapor pressurizado para realizar a limpeza de ferramentas

Bioteacuterios da UFPB revelam diferenccedilas e abandono

Preacutedio do viveiro do LTF Bioteacuterio Professor Thomas George

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 19

Cada ambiente isolado obedece a um ciclo de 12 horas que segue a orien-taccedilatildeo de fotoceacutelulas naturalmente lo-calizadas no exterior da estrutura Esse procedimento eacute necessaacuterio para simu-lar a luz natural dentro dos ambientes e mantecirc-los isolados De acordo com o estudo realizado nessas salas sua cli-matizaccedilatildeo pode tanto obedecer agrave luz natural como inverter-se fazendo com que as salas fiquem escuras durante o dia e claras agrave noite Em qualquer caso o ciclo de 12 horas eacute mantido tentan-do natildeo estressar os animais na intenccedilatildeo de manter a integridade dos dados co-letados em suas pesquisas

O Centro destina-se apenas a estu-dos e pesquisas de poacutes-graduaccedilatildeo ten-do ateacute entatildeo prestado assistecircncia aos cursos de quiacutemica biologia fisiotera-pia e farmacologia Este ultimo sendo o mais comum e funccedilatildeo primaacuteria do bioteacuterio nas palavras de Crispim ldquo90 por cento das pesquisas satildeo com os alunos da poacutes graduaccedilatildeo de farmaacuteciardquo

Contrapartida

Natildeo muito distante ao bioteacuterio do LTF mas presente tambeacutem na UFPB existe o que hoje eacute apenas cercas e pe-quenas aacutereas encobertas por mata do viveiro gerenciado pelo Departamento de Sistemaacutetica e Ecologia jaacute conheci-do como Laboratoacuterio Tropical de Pri-matologia criado em 1982

O bioteacuterio foi desativado em 2012 pelos dirigentes da proacutepria Instituiccedilatildeo por tempo indeterminado sob pre-

sala de pesquisa chegou a hospedar 108 primatas de nove espeacutecies

Aleacutem de docentes o local tinha um veterinaacuterio e trecircs funcionaacuterios para tratamento dos animais e servia como local para conclusatildeo de estaacutegios Hoje aparentemente apenas um funcionaacuterio que natildeo pocircde ser encontrado trabalha no local no turno da manhatilde ocasional-mente regando plantas

Sempre que as atividades do bioteacute-rio de Ciecircncias Bioloacutegicas satildeo postas em questatildeo obtem-se respostas como ldquoo custo dos animais era muito caro natildeo dava para manterrdquo seguidas de ldquoo animal em cativeiro natildeo serve para ob-servaccedilatildeo natildeo estaacute em seu habitat natu-ralrdquo Respostas simplistas como estas contrariam o histoacuterico de 30 anos do bioteacuterio e seu propoacutesito que incluiacutea ob-servar animais em cativeiro

Sobra

O Departamento de Sistemaacuteti-ca e Biologia atualmente natildeo possui qualquer criadouro de animais vivos resumindo sua biblioteca bioloacutegica a uma cultura entomoloacutegica (de insetos) conservados agrave base de ar-ceco e muita naftalina Atualmente nem os endere-ccedilos on-line relacionados agrave UFPB que carregam ldquodserdquo em suas URLs fun-cionam retornando paacutegina apoacutes paacutegi-na de erros onde o servidor do centro natildeo pocircde ser localizado

texto de estar passando por reestrutu-raccedilatildeo e mudanccedilas disse a professora Caroline Ele estaacute localizado a poucos metros da cerca que adentra a mata atlacircntica por uma trilha de difiacutecil loca-lizaccedilatildeo Continha macacos prego e ser-via como centro de criaccedilatildeo e manejo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo A observaccedilatildeo e documentaccedilatildeo do com-portamento dos primatas era orientada aos alunos de biologia em atividades extracurriculares (apesar de localizar-se adjacente ao bloco de quiacutemica)

Quando funcionava

O viveiro com 1200 metros qua-drados e 43 aacutereas fechadas possuiacutea co-zinha sala de atendimento veterinaacuterio e

Exemplo de rato Wistar usado em pesquisas

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ReportagemEduardo Cezar

Gustavo de AlmeidaCituaccedilatildeo do viveiro de Ciecircncias Bioloacutegicas

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PESQUISA

20 - UFPB em Revista

F undado em 2010 e jaacute premia-do no Expocom Nordeste 2011 na categoria Ediccedilatildeo de Livro o

projeto de pesquisa Para Ler o Digital coordenado pelo Professor Marcos Ni-colau do PPGC-UFPB e do curso de Miacutedias Digitais - UFPB eacute um exemplo do quatildeo importante eacute essa aacuterea de atu-accedilatildeo Tendo como objeto de pesquisa o eBook tambeacutem conhecido como livro digital o grupo eacute pioneiro na pesquisa e desenvolvimento de novos recursos de diagramaccedilatildeo e editoraccedilatildeo

Inicialmente trabalhando com obras dos professores do Departamen-to de Miacutedias Digitais o grupo recebeu convites para ampliar seus trabalhos a todo o Centro de ciecircncias humanas letras e artes (CCHLA) e participar da criaccedilatildeo do projeto editorial digital da Editora Universitaacuteria

Em entrevista o estudante e bol-sist O estudante e bolsista do projeto Para Ler o Digital Rennam Virginio explica sua trajetoacuteria e funccedilatildeo dentro grupo ldquoentrei quando ainda estava no primeiro mecircs do curso no intuito de de-

senvolver habilidades na aacuterea de Edi-toraccedilatildeo mas natildeo era meu foco que a princiacutepio era Viacutedeo Com o tempo aca-bei me identificando com a aacuterea Den-tro do projeto sou Bolsista da Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica escrevo artigos cientiacuteficos semestralmente sobre livros digitais faccedilo a editoraccedilatildeo de ePubs e a confec-ccedilatildeo de capas de alguns dos livros pro-duzidos no Projetordquo

O problema maior de ser estudan-te e pesquisador eacute ter que balancear as duas atividades na maioria dos casos o grupo de pesquisa tende a ser da mes-ma aacuterea de estudo do aluno o que pode ajudar na economia do tempo embora o aluno ainda tenha que enfrentar al-gumas dificuldades principalmente quando o horaacuterio de algumas discipli-nas do curso coincide com uma ativi-dade referente da pesquisa

Despertar a vocaccedilatildeo cientiacutefica e in-centivar novos talentos entre estudan-tes de graduaccedilatildeo eacute um dos objetivos especiacuteficos do Programa Institucional

de Bolsas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica o PIBIC Ele visa apoiar a poliacutetica de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica desenvolvida nas Instituiccedilotildees de Ensino eou Pesquisa por meio da concessatildeo de bolsas a es-tudantes de graduaccedilatildeo integrados na pesquisa cientiacutefica A cota de bolsas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica eacute concedida direta-mente agraves instituiccedilotildees Por sua vez estas satildeo responsaacuteveis pela seleccedilatildeo dos pro-jetos dos pesquisadores orientadores interessados em participar do Progra-ma Os estudantes tornam-se bolsistas a partir da indicaccedilatildeo dos orientadores

A bolsa tem duraccedilatildeo de 12 meses o valor segue uma tabela nacional Atu-almente o valor da bolsa para Iniciaccedilatildeo Cientifica equivale a R$40000 e os uacutenicos requisitos para o estudante satildeo de cursar graduaccedilatildeo e dedicar-se in-tegralmente agraves atividades acadecircmicas e de pesquisa O aluno deve procurar em sua aacuterea de interesse um pesquisa-dor que esteja disposto a integraacute-lo em sua pesquisa e a orientaacute-lo

Rennam ainda se mostra preocu-pado com a situaccedilatildeo dos grupos de

Grupos de pesquisa desafios e metas dos pesquisadores da UFPB

Integrantes do grupo de pesquisa Para Ler O Digital

Bolsa de iniciaccedilatildeo

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 21

pesquisa na Universidade ldquoNo geral acredito que o niacutevel seja bom mas po-deriacuteamos ter mais projetos de pesqui-sa A UFPB deveria incentivar mais os professores a criarem grupos de pesquisas Muitas vezes a PRPG pror-roga duas ou ateacute trecircs vezes as inscri-ccedilotildees para PIBIC e isso eacute sinal que as inscriccedilotildees de projetos foram poucas ou abaixo do esperadordquo

Os Grupos de Pesquisa apresentam alternativas para um trabalho conjun-to entre professores e alunos ambos pesquisadores A Universidade Federal da Paraiacuteba conta com 335 grupos cer-tificados pela instituiccedilatildeo e espalhados por todos os centros Tendo sua maior parte pertencente ao Centro de Sauacutede os grupos na aacuterea da tecnologia vecircm ganhando espaccedilo no cenaacuterio regional

de mais de 40 jovens pesquisadores entre doutores mestres e graduandos que estatildeo interconectados com pesqui-sadores de todo o Brasil e do mundo As pesquisas desenvolvidas satildeo realizadas em parceria com outras universidades institutos de pesquisa e empresas da iniciativa privada Por ser um laboratoacute-rio ativo na aacuterea de desenvolvimento recebe financiamento de instituiccedilotildees parceiras como a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) Finaciadora de Estudos e Projetos (FINEP) e Con-selho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq)

Lavid

O Laboratoacuterio de Aplicaccedilotildees de Viacutedeo Digital (LAVID) criado em 2003 eacute um exemplo a niacutevel nacional da importacircncia dos grupos de pesqui-sa Associado ao Departamento de Informaacutetica (DI) da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba o laboratoacuterio surgiu da proposta de desenvolver projetos de pesquisa e atualmente eacute referecircncia internacional em desenvolvimento de tecnologia para TV Digital

Em marccedilo deste ano os integrantes do Lavid do Centro de Informaacutetica da UFPB apresentaram para teacutecnicos da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e da Agecircncia Nacional de Cine-ma (Ancine) os mais recentes avanccedilos

da tecnologia Fogo Player desenvol-vida e que permite a projeccedilatildeo de ima-gens em ultra HD (4K)

Segundo o gerente de Projetos da RNP Daniel Caetano a RNP jaacute apoiou diversos projetos de pesquisa desen-volvidos pelo Lavid e ressaltou a im-portacircncia da tecnologia Fogo Player para a melhoria da formaccedilatildeo de profis-sionais da aacuterea de sauacutede Ele afirmou que transmissotildees em alta definiccedilatildeo e em tempo real como a que foi testa-da com sucesso pelo Lavid teratildeo uma gama de aplicaccedilotildees em um futuro proacute-ximo servindo natildeo apenas para exibir cirurgias e outros procedimentos de equipes meacutedicas

O Lavid conta com a colaboraccedilatildeo

Guido Lemos apresenta os projetos do Lavid aos representantes da Ancine

Estudantes realizando trabalhos do Lavid

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Reportagem Ermeson David George Juacutenior

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INTERACcedilAtildeO

24 - UFPB em Revista

ldquoSempre tive consciecircncia de que a EJA me proporciona-ria crescimento profissional

e pessoal A frase eacute de Amanda Lima aluna do primeiro periacuteodo do curso de Administraccedilatildeo da Universidade Fede-ral da Paraiacuteba (UFPB) e que acaba de entrar como membro da EJA Consul-toria (Empresa Juacutenior de Administra-ccedilatildeo) Esta empresa caracteriza-se por ser de consultoria sem fins lucrativos que presta serviccedilos na respectiva aacuterea acadecircmica sendo formada exclusiva-mente por alunos do curso de Admi-nistraccedilatildeo da UFPB e que tem como objetivo a capacitaccedilatildeo por meio de conhecimento teacutecnico e empresarial do aluno do curso inserindo-o pos-teriormente no mercado de traba-lho como um jovem empreendedor

Sua estrutura segundo o seu presi-dente Tito Amorim eacute mista de funcio-nal e projetizada A estrutura funcional tem como caracteriacutestica o planejamen-to de serviccedilos abrangendo cargos de analistas de cada departamento entre eles o de qualidade marketing proje-

tos presidecircncia tendo como seus su-periores os diretores Jaacute a projetizada consiste em cargos de consultoria ou seja pessoas restritas a execuccedilatildeo de determinado serviccedilo Os cargos sem-pre estatildeo sendo renovados ao longo dos anos dando oportunidades a outros estudantes da aacuterea para participarem e ateacute aos que jaacute estatildeo em cargos da EJA Consultoria a exercerem atividades em outros Todos estes requerem eleiccedilotildees

Casos de Sucessos

ldquoO estudante entra como universi-taacuterio e sai da EJA como um empreen-dedor atraveacutes da vivecircncia empresarial e gestatildeordquo afirma Tito Em quase 22 anos de existecircncia haacute vaacuterios casos de pessoas que trabalharem na EJA e ob-tiveram sucesso profissional tornando hoje empreendedores de sucesso En-tre os mais sucedidos dois satildeo lembra-dos pelo presidente satildeo eles Leandro Vieira idealizador do administrado-rescom e o Taacutercio Pessoa atualmen-te responsaacutevel pelo Empreender ndash JP

mostrando que o conhecimento adqui-rido na empresa foi bem aproveitado

O curso possibilita o aprendizado atraveacutes de programas de treinamento como Trainee aleacutem de outros eventos como a SDP (Semana de Desenvolvi-mento Profissional) que atinge toda a comunidade acadecircmica mas voltado sempre para o curso de Administraccedilatildeo Com o intuito de transmitir conheci-mento para outros segmentos estu-dantis o evento conhecido como EJA FAZ Palestra promove como o nome mesmo diz palestras sobre respecti-vos temas acerca de administraccedilatildeo Outro evento o Buscando Sorrisos tambeacutem promovido pela empresa de consultoria leva os membros da em-presa para uma instituiccedilatildeo de carida-de ajudando elas possibilitando aos alunos mais contato com a populaccedilatildeo

Pessoas que estatildeo assumindo car-gos agora como eacute o caso da estudante Amanda Lima que acaba de comeccedilar a atuar na funccedilatildeo de analista de qualida-de vecirc a EJA Consultoria como oportu-nidade de crescer no mercado ldquoQuem

EJA Consultoria proporciona crescimento profissional

Cerimocircnia de Posse da gestatildeo 20131 da EJA Consultoria

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 25

busca a EJA eacute um profissional diferen-ciadordquo disse a estudante Segunda ela que jaacute almeja exercer cargos de niacuteveis mais altos o conhecimento dado por esta empresa ajuda tambeacutem no curriacutecu-lo oferecendo uma visatildeo de mercado

A EJA como diferencial

Outros estudantes estatildeo exercendo cargos haacute mais tempo como eacute o caso de Rafael Carvalho que eacute membro da EJA haacute dez meses Ele comeccedilou como consultor e hoje atua como diretor de marketing ldquoEu jaacute trabalhei em car-gos estaduais empresas privadas mas nunca obtive tamanha experiecircncia pro-fissional como a que a EJA me ofere-ceurdquo afirmou Rafael Por estar na em-presa haacute mais tempo ele conclui que todo o conhecimento teoacuterico obtido dentro da sala de aula pode ser colo-cado em praacutetica nesta empresa juacutenior

Rafael relata que tambeacutem enfren-tou dificuldades como o fato de ter que se deslocar para a cidade de Ma-manguape na Paraiacuteba para realizar consultorias e sua transiccedilatildeo de cargo tambeacutem foi um momento difiacutecil por exigir dele o conhecimento em uma es-trutura funcional jaacute que estava saindo

de um cargo de estrutura projetizada Mesmo assim Rafael vecirc os problemas enfrentados como aprendizado ad-quirido almejando tambeacutem alcanccedilar cargos de niacuteveis mais altos ldquoTodo co-nhecimento que hoje eu tenho na aacuterea de administraccedilatildeo consegui na EJA e natildeo em outra empresardquo disse ele

Para ser membro da EJA Consulto-

Posse dos novos membros Idaacutecio Rodrigues e Natyara Santos

Posse do presidente Rodolfo Alves Felizardo

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ReportagemAcircngela Oliveira e

Jessica Morais

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ria o estudante do curso passa por uma seleccedilatildeo que dura aproximadamente uma semana Primeiramente eacute preci-so estar cursando qualquer periacuteodo de Administraccedilatildeo na UFPB em seguida se inscrever na empresa Os alunos selecionados passam por uma capaci-taccedilatildeo de trecircs meses antes de assumir seus respectivos cargos em uma ceri-

mocircnia de posse reali-zada tambeacutem na UFPB

A EJA Consultoria traduz o espiacuterito estu-dantil Aos estudantes que nela trabalham recai cobranccedilas de criatividade bom de-sempenho e boa capa-cidade administrativa Ao sair o estudante eacute visto como um verda-deiro administrador no mercado de trabalho Eacute o laboratoacuterio praacutetico de todo o aprendizado teoacute-rico do aluno no curso de Administraccedilatildeo da UFPB

INTERACcedilAtildeO

26 - UFPB em Revista

A busca pela experiecircncia profissionalEstudante do terceiro periacuteodo de

Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digi-tais (UFPB) Ermeson Lira (18

anos) tomou uma decisatildeo importante em sua vida tornou-se um estagiaacuterio Sua rotina mudou e com ela vieram as responsabilidades Diego Lopes (25 anos) estudante de Ciecircncias da Com-putaccedilatildeo tambeacutem iniciou sua carreira estagiando e ganhando experiecircncia Mas todos os alunos da Universidade Federal da Paraiacuteba conseguem a mes-ma oportunidade que eles

Na UFPB existem dois tipos de es-taacutegios o obrigatoacuterio que conta com a cobertura do seguro de acidentes pes-soais E o natildeo-obrigatoacuterio que eacute opcio-nal e pode ser remunerado ou natildeo Die-go Lopes acredita que ldquocom o estaacutegio vocecirc adquire experiecircncia de mercado de trabalho aprende a trabalhar sobre pressatildeo e se qualifica para vagas que

seratildeo destinadas a pessoas formadasrdquoNo caso do curso de Miacutedias Digi-

tais a regulamentaccedilatildeo diz ldquoEstaacutegio supervisionado em meio profissional ou acadecircmico totalizando 300 horas objetivando a observaccedilatildeo e intervenccedilatildeo do estudante para o exerciacutecio profissio-nal bem como facilitar sua integraccedilatildeo no meio profissionalrdquo O curso estabe-lece convecircnio com o Centro Integrado Empresa-Escola (CIEE) e entre ou-tras entidades puacuteblicas e privadas

O CIEE eacute uma instituiccedilatildeo filantroacute-pica que procura encontrar estaacutegios e oportunidades de aprendizado para es-tudantes dos niacuteveis meacutedio teacutecnico e su-perior Estaacute presente em todo territoacuterio nacional auxiliando a entrada dos jo-vens no mercado de trabalho Algumas empresas jaacute possuem convecircnio com a UFPB Mas alguns alunos ainda encon-tram dificuldades para conseguir seu

espaccedilo Eacute o exemplo de Joseacute Carlos Pe-reira (22 anos) estudante de Ciecircncias bioloacutegicas da UFPB Ele tentou entrar num estaacutegio oferecido pela profes-sora de seu curso mas por choque de horaacuterios natildeo pode fazecirc-lo ldquoalguns es-taacutegios que eu queria pegar eram no ho-raacuterio da manhatilde Horaacuterio este em que eu estava ocupado com as aulasrdquo

Segundo a Lei 11788 Art 8ordm da Constituiccedilatildeo brasileira os convecircnios tanto com empresas puacuteblicas quanto as privadas satildeo facultativos A UFPB eacute conveniada a mais de 300 institui-ccedilotildees Entre elas estatildeo o Banco do Bra-sil Carrefour TV Tambauacute Petrobraacutes e diversas prefeituras como a de Joatildeo Pessoa e Campina grande Segundo o Art 11ordm da mesma lei a duraccedilatildeo maacute-xima do estaacutegio eacute de dois anos exceto quando o estagiaacuterio possui necessida-des especiais

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 27

A PRG-CEM estaacute localizada na Reitoria da Universidade Federal da Paraiacuteba

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Reportagem Layse Pereira eRayssa Alcacircntara

Estaacutegios Cadastrados pela CEM2009-2013

Obrigatoacuterio

Natildeo-obrigatoacuterio

Bolsa Estaacutegio Meacuted

2009 2010 2011 2012 2013

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1425 1340 961 96

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Os nuacutemeros variam pois estamos no decorrer do ano Dados da PRG-CEM

O Lado bom

Apesar de algumas barreiras en-contradas os universitaacuterios tem uma opiniatildeo em comum O estaacutegio eacute uma etapa importante para a entrada no mercado de trabalho ldquoAleacutem de ad-quirir conhecimentos antes do tempo eacute uma oacutetima oportunidade pra se de-senvolver no mercado Quando se estaacute dentro desse ecossistema o aprendiza-do agrega em vocecirc mesmo que vocecirc natildeo queirardquo declarou Ermeson Lira

Professores como Alberto Pessoa (autor e pesquisador de histoacuterias em quadrinhos) tambeacutem acreditam na importacircncia do estaacutegio Segundo ele quando se estuda e trabalha o aluno consegue aproveitar melhor a gradua-ccedilatildeo ldquoQuando vocecirc trabalha vocecirc natildeo tem tempo de deixar pra laacute Entatildeo vocecirc aproveita melhor a universidade vocecirc estuda mais vocecirc tem um senso de res-ponsabilidade melhorrdquo argumenta

Primeiros Passos

Os estaacutegios dentro da universidade satildeo oferecidos pelos pela UFPB e via-bilizados pelos professores Para soli-citar a bolsa os alunos devem apresen-tar uma seacuterie de documentos Segundo Eliane Ferraz coordenadora da CEM (Coordenaccedilatildeo de Estaacutegio e Monito-

ramento) primeiramente o estudante deve encaminhar um ofiacutecio ao Proacute-Rei-tor de Planejamento da Universidade Federal da Paraiacuteba (Proplan-UFPB) contendo justificativas da solicitaccedilatildeo e detalhes sobre o estaacutegio

Outros documentos necessaacuterios satildeo o formulaacuterio de Solicitaccedilatildeo de Bolsa estaacutegio a Ficha Cadastral (Bolsa-EstaacutegioUFPB) Histoacuterico Escolar do aluno coacutepias da Identidade CPF Tiacutetu-lo de Eleitor e para os homens a coacutepia

do Certificado de quitaccedilatildeo como o ser-viccedilo militar Ao final de cada periacuteodo este processo eacute repetido para renovar a Bolsa

As informaccedilotildees sobre estaacutegios ex-ternos ainda eacute mal divulgado pela uni-versidade Os estudantes costumam ter a iniciativa de procuraacute-los por meio de amigos conhecidos Hoje com a in-ternet ficou mais faacutecil encontrar traba-lhos por meio de sites como por exem-plo o Gogojobcom (wwwgogojobcombr) que divulga vagas na aacuterea de publicidade Quando a oportunidade de estagiar eacute oferecida por instituiccedilotildees conveniadas agrave UFPB o universitaacuterio tambeacutem deve procurar a CEM Apoacutes assinado o convecircnio o aluno estaacute ofi-cialmente estagiando Em ambos os processos ao final de cada semestre deve ser entregue um relatoacuterio

Segundo a coordenadora da CEM os convecircnios realizados pela UFPB eacute uma maneira de atender agraves demandas acadecircmicas Para contemplar um maior nuacutemero de cursos da universidade ldquoOs convecircnios para a concessatildeo de estaacutegios supervisionados devem portanto ser celebrados de forma mais abrangente possiacutevel visando a atender de forma mais ampla a concessatildeo de estaacutegio a alunos regularmente matriculadosrdquo

INTERACcedilAtildeO

28 - UFPB em Revista

Em evento que lotou o auditoacuterio da reitoria da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba Joatildeo Pessoa

recebeu o neurocientista brasileiro Mi-guel Nicolelis que realizou a palestra ldquoA ciecircncia como agente de transforma-ccedilatildeo socialrdquo Nicolelis atraiu professo-res profissionais da aacuterea estudantes da UFPB e de outras universidades mas chamou ainda a atenccedilatildeo de cida-datildeos comuns com problemas de para-plegia tetraplegia deficientes visuais auditivos e pessoas que possuem entes queridos na mesma condiccedilatildeo O enor-me puacuteblico presente ao evento coorde-nado pelo Foacuterum Universitaacuterio deixou o auditoacuterio pequeno com a esperanccedila de ouvir das palavras do meacutedico que eles teriam seus problemas resolvidos pela ciecircncia seja em curto meacutedio ou longo prazo

Nicolelis que lidera um grupo de

pesquisadores da aacuterea de Neurociecircncia na Universidade Duke - EUA apresen-tou como um dos pilares da palestra a mesma questatildeo base do seu chamado Manifesto da Ciecircncia Tropical Nele o neurocientista sugere que o Brasil pode potencializar o desenvolvimen-to cientiacutefico e educacional a partir da cooperaccedilatildeo de ambos e propotildee quinze medidas para firmar o paiacutes como lide-ranccedila mundial na produccedilatildeo e uso de-mocratizante do conhecimento

Miguel Nicolelis falou tambeacutem so-bre a instituiccedilatildeo na cidade de Macaiacute-ba no Rio grande do Norte onde ele realiza um projeto chamado Educaccedilatildeo para toda a vida O projeto ensina para crianccedilas da periferia de Macaiacuteba e Na-tal conhecimentos nas aacutereas de roboacuteti-ca fiacutesica biologia geografia histoacuteria e informaacutetica Durante a palestra o neu-rocientista ainda explanou que desde

o iniacutecio do seu trabalho na cidade de Macaiacuteba a evasatildeo escolar da institui-ccedilatildeo eacute de apenas 2 e que as crianccedilas que estatildeo sendo formadas nessa insti-tuiccedilatildeo saem com mesmo niacutevel de es-colas de elite do Rio grande do Norte

O meacutedico disse aos presentes que acredita que a ciecircncia eacute grande agente responsaacutevel pela capacidade de ino-vaccedilatildeo e deve ser estimulada desde os primeiros momentos da vida Afirmou ainda que haacute uma carecircncia de investi-mento na aacuterea de intersecccedilatildeo da neu-rociecircncia e que se possiacutevel deveria existir acompanhamento ainda no preacute-natal para que a crianccedila nascesse com o maacuteximo de potencial neuroloacutegico Em 2014 Nicolelis abriraacute o primeiro Instituto Primata de Neurociecircncia com uma escola cujo aprendizado se inicia-raacute desde o nascimento Ainda que seja um sonho um pouco distante o meacutedico

Neurocientista Miguel Nicolelis reabre Foacuterum Universitaacuterio

Reabertura do foacuterum universitaacuterio tem como primeiro palestrante o neurocientista Miguel Nicolelis

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 29

acredita que futuramente Macaiacuteba seraacute a primeira ldquocidade ceacuterebrordquo do mundo

Durante a palestra o neurocien-tista tambeacutem abordou as experiecircncias que realiza sobre a interaccedilatildeo do ceacutere-bro e a maacutequina que consiste em fa-zer o movimento da maacutequina a partir dos estiacutemulos enviados pelo ceacuterebro que seratildeo convertidos em impulsos eleacutetricos e proporcionaratildeo o movi-mento mecacircnico de proacuteteses Ainda que ateacute o momento seus experimentos tenham sido feitos apenas com maca-cos jaacute causam ansiedade em pessoas que sofreram acidentes e hoje tem a locomoccedilatildeo comprometida O meacutedico acrescentou que pretende realizar uma demonstraccedilatildeo em 2014 quando uma brasileira parapleacutegica deveraacute caminhar 20 passos e dar o pontapeacute inicial da Copa do Mundo ldquoEsse seraacute um pre-sente do Brasil para toda a humanida-derdquo declarou Nicolelis

O foacuterum universitaacuterio

Apoacutes seis anos desativado a pre-senccedila de Miguel Nicolelis marcou de forma extraordinaacuteria o retorno do Foacute-rum Universitaacuterio Fundado na deacutecada de 1980 pelo professor Joseacute Jackson Carneiro o Foacuterum tem como objetivo discutir assuntos relevantes agrave socieda-de tanto em um niacutevel nacional como local Segundo o coordenador do Foacute-rum Iedo Fontes nunca ficou clara a razatildeo pela qual a gestatildeo anterior da UFPB paralisou o evento ldquoNunca ex-plicaramrdquo comentou Fontes

Para reforccedilar a natureza fomenta-dora de debates do Foacuterum Fontes dis-se que um dos primeiros debates entre presidenciaacuteveis poacutes-ditadura militar jaacute com vistas agraves eleiccedilotildees de 1989 foi promovido pela UFPB no antigo cam-pus de Campina Grande (que hoje eacute de competecircncia da UFCG) ldquoSoacute natildeo veio Collor Lula Brizola e outros estive-ram presentesrdquo comentou

Com o auditoacuterio lotado (600 pro-fessores de acordo com os nuacutemeros de Fontes) o retorno do Foacuterum foi con-siderado positivo A programaccedilatildeo fu-tura ainda estaacute sendo planejada mas a tendecircncia eacute que o Foacuterum seja realizado bimestralmente ldquoFoi uma declaraccedilatildeo da reitora a um jornal local de que ela tem interesse de que o Foacuterum aconte-ccedila num intervalo de dois meses O que nos permite fazer uma programaccedilatildeo Simulaccedilatildeo do exoesqueleto na abertura da Copa de 2014

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mais pensadardquo declarou o coordena-dor

Alguns temas jaacute estatildeo sendo con-siderados o bloqueio do crescimento econocircmico brasileiro nos uacuteltimos anos 500 anos da obra de Maquiavel dis-cussatildeo da obra do geoacutegrafo Josueacute de Castro federalizaccedilatildeo dos niacuteveis infan-til fundamental e meacutedio da educaccedilatildeo e a obra de Luiz Gonzaga e seu impacto sobre a vida regional (este uacuteltimo jaacute sendo organizado para o mecircs de ju-nho)

A princiacutepio o Foacuterum natildeo prioriza-ria nenhuma aacuterea em especiacutefico nem mesmo a proacutepria academia Fontes dis-se ldquoficou claro na reabertura oficial do Foacuterum que noacutes natildeo o reativamos ape-nas para professores estudantes e fun-cionaacuterios mas tambeacutem para a socieda-de pessoense () pessoas de diferentes ramos de atividade comeacutercio induacutes-tria academiardquo Poreacutem o coordenador esclareceu que uma atenccedilatildeo especial deveraacute ser dada agrave discussotildees relaciona-das agrave educaccedilatildeo - e essa preocupaccedilatildeo eacute percebida com a escolha de Miguel

Nicolelis para o primeiro encontro apoacutes a reativaccedilatildeo do Foacuterum ldquoSe tem uma aacuterea que noacutes devemos priorizar no

Brasil e fazer um grande debate nacio-nal eacute a educaccedilatildeordquo explicou Fontes

A exemplo de Nicolelis o Foacuterum tambeacutem foi responsaacutevel por trazer ou-tras personalidades conhecidas nacio-nalmente agrave Joatildeo Pessoa como os se-nadores Cristoacutevatildeo Buarque e Roberto Requiatildeo e o economista Carlos Les-sa Para uma futura ediccedilatildeo do foacuterum a Universidade estaacute tentando trazer o jornalista Paulo Henrique Amorim A ideia poreacutem natildeo eacute ficar preso a nomes de acircmbito nacional e abrir espaccedilo para pessoas que tenham impacto na socie-dade regional - ateacute pela histoacuteria e pelo legado que o Foacuterum tem de realizar debates de interesse da populaccedilatildeo em geral

ldquoFoacuterum eacute para discutir os proble-mas do estado Somos uma entidade produtora e reprodutora de conheci-mento () Na mesa de debate deve ter um professor de destaque mas tambeacutem algueacutem da aacuterea senatildeo fica apenas a niacute-vel de conferecircncia o que natildeo eacute bom pois natildeo promove o debaterdquo afirmou Fontes

Reportagem Una Txai e Rudah Silva

INFRAESTRUTURA

32 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Paraiacuteba enfrenta o caos na infraestrutura do sistema viaacuterio e estaciona-

mentos para veiacuteculos dos alunos pro-fessores e funcionaacuterios Eacute um problema de toda cidade que se reflete na univer-sidade gerando transtornos e problemas de logiacutestica em determinados horaacuterios As dificuldades na mobilidade interna ao Campus I decorrem na deficiecircncia no planejamento da expansatildeo da Instituiccedilatildeo aliadas ao aumento do nuacutemero de veiacute-culos nos uacuteltimos 10 anos O problema eacute reflexo da prioridade do veiacuteculo parti-cular sobre o uso de transporte coletivo

O campus I da instituiccedilatildeo estaacute pas-sando por algumas reestruturaccedilotildees e reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos jaacute existentes No periacuteodo de 2012 a 2013 o nuacutemero de vagas para estacionamento subiu consideravelmente de 2 mil para 2500 Em meacutedio prazo (dois anos) a administraccedilatildeo pretende criar mais 1500 vagas atraveacutes da continuaccedilatildeo do projeto de reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos (no CACE CCEN e HU) e da finali-zaccedilatildeo do Centro de Energias Renovaacute-veis ainda em construccedilatildeo por traacutes do CCHLA

Estacionamento precaacuterio provoca transtorno na UFPB

Vaacuterios carros estacionados de forma irregular e inconveniente no estacionamento da Central de Aulas do campus I

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Projetos

Segundo Marcelo Diniz da Divi-satildeo de Estudos e Projetos da Prefeitura Universitaacuteria a reorganizaccedilatildeo dos esta-cionamentos eacute prioridade e vem sendo implementada em vaacuterios estacionamen-tos da universidade O projeto modi-fica a posiccedilatildeo de entrada dos veiacuteculos de 45ordm (diagonal) para 90ordm (frontal) e a largura da vaga do estacionamento para impossibilitar improvisos que prejudi-cam o traacutefego como por exemplo as filas duplas No projeto as motos se-ratildeo contempladas com estacionamento proacuteprio para evitar a desorganizaccedilatildeo e acidentes nas passarelas e corredores das salas ldquoIremos instalar placas de ad-vertecircncia para as motos natildeo transitarem no espaccedilo destinado aos pedestresrdquo diz Marcelo

Um dos locais com maior problema fica proacuteximo ao preacutedio da Reitoria e da Biblioteca Central devido agrave concen-traccedilatildeo de vaacuterios serviccedilos e dos preacutedios acadecircmicos Nesse local estatildeo reuni-das agecircncias de trecircs bancos livrarias restaurantes DCE (Diretoacuterio Central Estudantil) e AdufPB (sindicato dos

professores) Por conta da via nesse lo-cal ser muito estreita a Prefeitura Uni-versitaacuteria utilizou prismas de concreto no trecho para evitar que os motoristas estacionem os veiacuteculos indevidamente na via de passagem dos carros ocasio-nando transtornos e risco de acidente

Somando-se a esse local estaacute em construccedilatildeo o preacutedio do Centro Arte e Cultura com auditoacuterio estimado para duas mil pessoas em frente agrave Reitoria No projeto da construccedilatildeo natildeo haacute ne-nhum estacionamento previsto para esse preacutedio e na ocasiatildeo de algum evento os visitantes iratildeo estacionar seus veiacuteculos por traacutes da Reitoria que comporta precariamente os usuaacuterios que jaacute utilizam o espaccedilo Para a soluccedilatildeo desse problema Marcelo Diniz informa haver um projeto para construccedilatildeo de um estacionamento por traacutes da Reitoria de um ou dois andares com valor estimado em 10 milhotildees de reais por andar

Usuaacuterios

Os usuaacuterios que utilizam os esta-cionamentos com regularidade pro-potildeem soluccedilotildees como criaccedilatildeo de vagas

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 33

Situaccedilatildeo corriqueira nas vias do campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba

A falta de vagas destinadas para motos eacute a justificativa dos motociclistas

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Reportagem Rodrigo Vitorino e Windsor Souza

destinadas exclusivamente a professo-res Josemar dos Santos professor de Estatiacutestica diz que ldquofalta a prefeitura organizar o estacionamento Haacute deter-minadas horas que vir do departamen-to para a sala de aula de carro se tornou inviaacutevel pois o nuacutemero de veiacuteculos cresceu bastante Poderiam organizar vagas destinadas a professores pois noacutes temos que ficar de bloco em bloco para dar aula enquanto os alunos vecircm assistem a uma aula e vatildeo emborardquo

Outro problema que tambeacutem in-comoda eacute a falta de vagas destinadas agraves bicicletas e motocicletas ldquoAgraves vezes natildeo tem nem espaccedilo para transitar pois tem motociclista estacionando as mo-tos nas vias passarelas e corredores dos blocos pois natildeo haacute vagas destina-das para estacionar as motosrdquo acres-centa Josemar

A falta de estacionamento para motos faz com que elas se amontoem de forma desorganizada Isso as trans-forma em vilatildes e campeatildes de recla-maccedilotildees Elas trafegam e estacionam onde eacute via de pedestres cadeirantes passagem de materiais para os preacutedios da universidade Diversas reclamaccedilotildees jaacute foram feitas por conta de atropela-mentos por dificultar a passagem e ateacute mesmo acidentes envolvendo deficien-tes visuais

Faacutebio Fonseca professor de Pe-dagogia tambeacutem reclama das motos e dos transtornos que elas causam quan-do deixadas em local inconveniente ldquoA universidade estaacute ficando muito pequena para a quantidade de auto-

moacuteveis Eacute preciso organizar o espaccedilo existente e criaccedilatildeo de espaccedilos especiacutefi-cos para motos A falta de organizaccedilatildeo faz com que os corredores passarelas e vias se transformam em estaciona-mento para as motos dificultando por exemplo a passagem de cadeirantesrdquo

O problema da falta de vagas acaba tambeacutem interferindo na aprendizagem dos alunos Aliado a isso haacute o proble-ma de seguranccedila dentro do campus Alunos servidores e professores natildeo confiam no sistema de cartotildees entre-gue na entrada da universidade ldquoGe-ralmente os alunos chegam na hora da aula que coincidem em todas as disci-plinas e a falta de vaga faz com que percamos tempo para estacionar Eacute o caos Muitas vezes encontramos uma vaga muito longe do local em que va-mos estudar E em eacutepoca de chuva pio-

ra Tambeacutem tem o perigo de assaltordquo diz a estudante de Biologia Daniele Lacerda

Empecilho

Alguns estacionamentos no cam-pus I da UFPB possuem aacutervores tom-badas e sob proteccedilatildeo que natildeo podem ser derrubadas Desta maneira a pre-feitura universitaacuteria desenvolveu o projeto de reestruturaccedilatildeo e organiza-ccedilatildeo dos estacionamentos respeitan-do a localizaccedilatildeo dessas aacutervores Nos estacionamentos jaacute finalizados como da Reitoria eacute perceptiacutevel a falta de arborizaccedilatildeo que influecircncia o aqueci-mento local e a desagradaacutevel sensaccedilatildeo de estar num ambiente claro e quente Outro problema encontrado eacute a falta de planejamento de escoamento da chuva Desta maneira em eacutepocas de chuva intensa haacute risco de alagamento

Com todo o empenho e desenvol-vimento estrutural eacute de suma impor-tacircncia o investimento em seguranccedila Mas tambeacutem organizar o tracircnsito au-xiliando os condutores onde devem estacionar e na fluidez do tracircnsito Devido agrave ausecircncia de fiscalizaccedilatildeo para coibir as infraccedilotildees de tracircnsito as vias se tornam estacionamentos irregula-res atrapalhando e colocando em risco a seguranccedila dos integrantes da comu-nidade universitaacuteria

INFRAESTRUTURA

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Ano de 2015 eacute limite para meta plena de acessibilidade

Ausecircncia de acessibilidade eacute constante nos novos preacutedios da UFPB

Segundo dados do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a Paraiacuteba eacute o estado que possui a maior parcela de habitantes com necessidades especiais no Bra-sil empatando com o Rio Grande do Norte Quase 30 dos paraiba-nos tecircm algum tipo de necessidade especial Apesar da estatiacutestica e da existecircncia do Decreto Lei 5296 que determina a acessibilidade em todas as edificaccedilotildees puacuteblicas 90 por cento das construccedilotildees realizadas durante gestatildeo dos professores Rocircmulo Po-lari e Iara Matos a frente da UFPB natildeo respeitaram o seu cumprimento

No momento a atual adminis-traccedilatildeo estaacute empenhada num pra-zo de dois anos a assistir a todos os alunos com deficiecircncia cumprin-do as normas teacutecnicas de acessi-bilidade da Associaccedilatildeo Brasilei-ra de Normas Teacutecnicas (ABNT)

Dentre as medidas a serem ado-tadas estaacute a reforma na acessibilida-de arquitetocircnica das vias (calccediladas) Tambeacutem estaacute prevista a construccedilatildeo do Centro de Inclusatildeo (que vai in-tegrar todos os projetos de inclusatildeo em um soacute) agregar serviccedilos dispo-nibilizar salas de aula adquirir uma seacuterie de equipamentos fora do paiacutes (entre eles esfigmomanocircmetro que possibilita a traduccedilatildeo de textos em aacuteudio bengala que identifica obs-taacuteculos e computadores especiais)

Ateacute o momento apenas 15 preacute-dios estatildeo acessiacuteveis para os 30 alu-nos com necessidades especiais ca-dastrados na UFPB O uacutenico trecho com acessibilidade externa no Cam-pus I se encontra da Biblioteca Cen-tral ateacute o Refeitoacuterio Universitaacuterio No Campus II em Areia a primeira parte do projeto jaacute vem com todas as normas de acessibilidade executadas disse Marcelo Andrade Diniz Diretor do Departamento de Arquitetura da Prefeitura Universitaacuteria desde 2010

O que estaacute previsto

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 35

Segundo Marcelo Diniz que acompanhou a antiga gestatildeo da Uni-versidade o recurso era limitado e natildeo havia comprometimento dos ad-ministradores para cumprir as normas exigidas aleacutem da fiscalizaccedilatildeo pouco eficaz do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Ateacute 2010 pouco havia sido pensado discutido e realizado para incluir so-cialmente as pessoas com deficiecircn-cia Com o aumento significativo e progressivo no nuacutemero de estudan-tes em funccedilatildeo da Reestruturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universidades Fede-rais (Reuni) a situaccedilatildeo agravou-se

Desde entatildeo o Governo Federal estaacute destinando uma verba especiacutefica para as Instituiccedilotildees Federais de En-sino (Ifes) cumprirem as normas de acessibilidade impostas pela ABNT O MEC por sua vez vem fiscalizan-do com rigor as Ifes de todo o Brasil

Comitecirc existe desde 2011

No ano de 2011 foi criado na UFPB o Comitecirc de Inclusatildeo e Aces-sibilidade que tem como objetivo garantir a todos os alunos com defi-ciecircncia a permanecircncia e conclusatildeo do curso Segundo a coordenadora do

comitecirc Andreza Aparecida Polia estaacute prevista a chegada de 44 alunos espe-ciais para o proacuteximo semestre letivo nuacutemero que ultrapassa os 5 por cen-to designado pelo sistema de cotas ldquoAno passado fizemos pedido de equi-pamentos para suprir os alunos que jaacute estatildeo cadastrados Enquanto natildeo che-ga os coordenadores tem de ter um computador exclusivo para esses estu-dantesrdquo pontificou Andreza Polia O comitecirc conta com representantes dos cursos de Psicopedagogia Terapia Ocupacional Arquitetura e Educaccedilatildeo

Ainda em fase de projeto o Centro de Inclusatildeo e Acessibilidade estaacute pre-visto para ficar pronto em 2015 Ele contaraacute dentre outras coisas com pla-cas em Braille piso taacutetil carteiras es-peciais plataforma elevatoacuteria eleva-dor e tecnologias inclusivas em geral

Outro projeto que estaacute sendo desenvolvido pela Prefeitura Uni-versitaacuteria eacute a urbanizaccedilatildeo do La-boratoacuterio de Energias Renovaacuteveis (LERS) que iraacute se estender por todo o estacionamento contando com rampas pisos taacuteteis e mais de 6 quilocircmetros de rotas acessiacuteveis

Os estudantes com necessidades especiais contam com um programa

Projeto em 3d das futuras instalaccedilotildees elaborado pela Prefeitura da UFPB

Reportagem Giuliano Viscardi

de apoio onde um aluno monitor os acompanha geralmente por discipli-na dando assistecircncia necessaacuteria gra-vando aulas e tirando duacutevidas com os professores O Nuacutecleo de Educaccedilatildeo Especial (Nedesp) tambeacutem os ajuda nesse processo de adaptaccedilatildeo Na Bi-blioteca Central e no Nedesp os alu-nos dispotildee de impressora em braille

A Proacute-reitoria de Gestatildeo de Pes-soas (Progep) ofereceu por dois anos consecutivos um curso de capacita-ccedilatildeo para docentes e servidores da uni-versidade tendo formado duas turmas ateacute agora Poreacutem a grande maioria dos capacitados foi funcionaacuterios A UFPB conta com apenas um tradutor ldquoPreci-samos de mais contrataccedilotildeesrdquo alega Po-lia que estaacute coordenando o Comitecirc de Inclusatildeo e Acessibilidade desde 2011

A prefeitura da Instituiccedilatildeo tambeacutem fez um convenio com o Laboratoacuterio de Acessibilidade (Lacesse) coordenado por Marcelo Diniz e pela professora do curso de arquitetura Angelina Costa O espaccedilo fiacutesico onde funciona o labo-ratoacuterio foi inaugurado dia 12 de abril no Centro de Tecnologia bloco N

INFRAESTRUTURA

36 - UFPB em Revista

O rombo de mais de 22 milhotildees na Fundaccedilatildeo Casa de Joseacute Ameacuterico (FCJA) constata-

do pelo Tribunal de Contas da Uniatildeo (TCU) eacute a principal heranccedila deixada pela antiga administraccedilatildeo da universi-dade e que atinge diretamente o Res-taurante Universitaacuterio da UFPB Os es-cacircndalos envolvem o responsaacutevel pelo fornecimento de gecircneros alimentiacutecios e o pagamento de alguns funcionaacuterios do Restaurante Universitaacuterio (RU)

Segundo o TCU foram usados re-cursos federais depositados em contas especiacuteficas de convecircnios para paga-mentos agrave empresas fornecedoras de gecircneros alimentiacutecios As irregularida-des foram cometidas pelo ex-diretor da Fundaccedilatildeo Eugecircnio Pacceli Trigueiro Pereira Com isso o TCU suspendeu o repasse de recursos da Uniatildeo para a Fundaccedilatildeo Joseacute Ameacuterico e a direccedilatildeo do RU enfrentou problemas com a falta de estoque de alimentos e atraso no paga-mento de funcionaacuterios refletindo no atendimento precaacuterio das necessidades dos alunos que frequentam o Restau-rante

O RU que fornece refeiccedilotildees gra-tuitas para estudantes de baixa renda e cadastrados da UFPB conta com 90

profissionais Os gecircneros alimentiacutecios de uma refeiccedilatildeo custam em meacutedia de R$ 410 a R$ 530 Nesse valor natildeo estaacute considerado a despesa do preparo trabalho dos funcionaacuterios e energia dos aproximadamente 2200 almoccedilos e 900 jantares por dia

A nova reitoria da UFPB ampliou as investigaccedilotildees e o levantamento de contas da Universidade para averiguar quais problemas seratildeo enfrentados pela gestatildeo Durante as investigaccedilotildees foram detectadas vaacuterias irregula-ridades cometidas pela adminis-traccedilatildeo passada a exemplo da au-secircncia de prestaccedilatildeo de contas de diversos convecircnios

Antocircnio Luiz de Albuquer-que Gomes professor do De-partamento de Quiacutemica do Cen-tro de Tecnologia da UFPB assumiu o cargo de Superintendente do Sistema de Restaurantes Universitaacuterios - que com-preende os restaurantes do Campus 1 do Litoral Norte Areia e Bananeiras - no dia 12112012 Ele conta que rece-beu o RU com um estoque insuficiente de alimentos apesar dos pregotildees ainda estarem em andamento

O superintendente esclareceu que um desses pregotildees estava desa-

parecido e soacute depois de muita inves-tigaccedilatildeo a empresa foi contatada para cumprir o contrato O outro pregatildeo es-tava com o pedido de realinhamento de preccedilos e somente apoacutes a administraccedilatildeo entrar em contato para negociar com os fornecedores explicando a delicadeza da situaccedilatildeo eacute que foi possiacutevel normali-zar as entregas dos suprimentos

Segundo o professor Antocircnio Luiz ainda haacute muitos problemas com os fornecedores As licitaccedilotildees (pregotildees) emitidas pelas empresas tem um preccedilo muito abaixo do valor de mercado Em decorrecircncia desse fato as companhias tem prejuiacutezo e antes de completar os seis meses algumas deixam de forne-cer os gecircneros apesar de ainda terem saldo em caixa com a Universidade

Um dos problemas a serem contor-nados pela atual administraccedilatildeo diz res-peito a burocracia e lentidatildeo de alguns setores na etapa de licitaccedilatildeo e pregatildeo para aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios Na Proacute-Reitoria Administrativa (Divi-satildeo de Materiais) a entrada dos pre-gotildees foi feita em dezembro poreacutem os processos ficaram mais de dois meses parados dentro de uma gaveta e por isso ainda existem licitaccedilotildees de com-pras paradas em abril

A administraccedilatildeo da Universidade

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeo

Prof Antocircnio Luiz Superintendente do RU

Vista frontal do Restaurante Universitaacuterio da UFPB

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Atualmente o professor Antocircnio Luiz estaacute procurando resolver os as-suntos mais urgentes do RU fazendo o levantamento do que precisa ser fei-to a exemplo dos pedidos de compras de equipamentos de seguranccedila e para a cozinha Haacute tambeacutem uma proposta

a partir dos levantamentos feitos pelo professor Antocircnio Luiz tomou um seacute-rie de iniciativas entre elas consultas juriacutedicas onde foram detectados o atra-so de salaacuterios entre outras irregularida-des trabalhistas Por conta do rombo a FCJA deixou de pagar o fundo de ga-rantia salaacuterios feacuterias e 13ordm salaacuterio aos funcionaacuterios As diacutevidas tiveram que ser quitadas pela prefeitura universitaacute-ria que repassou a verba e cumpriu a obrigaccedilatildeo social para com todos os fun-cionaacuterios Hoje a FCJA eacute dirigida por Boanerges Felix que estaacute regularizan-do as atividades da fundaccedilatildeo

O professor Antocircnio Luiz ressalta que existiam diversos problemas com equipamentos e com funcionaacuterios Na cozinha haviam vazamentos e instru-mentos como serras de cortar carne e aparelho de cortar frutas quebrados Ateacute o conserto desses aparelhos os trabalhos vinham sendo feitos manu-almente Ele encontrou equipamentos com 10 a 15 anos de uso sem programa de reposiccedilatildeo ldquoEacute impossiacutevel um siste-ma desse porte funcionar sem repor o equipamento porque ele tem vida uacutetil As caldeiras satildeo razoavelmente novas com 3 ou 4 anos de uso mas sem um sistema de manutenccedilatildeo Vazamento de oacuteleo caldeiras quebradas Foi uma si-tuaccedilatildeo que eu natildeo imaginava que en-contrariardquo observa o superintendente

Outra questatildeo importante que a nova administraccedilatildeo teve que mudar foi o fato de que os funcionaacuterios natildeo esta-vam acostumados a obedecer aos horaacute-rios Poreacutem aos poucos o pessoal foi se adaptando ao novo modelo de gestatildeo

encaminhada para concretizaccedilatildeo de um serviccedilo de auto atendimento (self servi-ce) O desperdiacutecio de comida eacute um dos grandes problemas para o Restaurante pois os alunos deixam nos pratos restos de comida suficientes para alimentar mais de 400 pessoas segundo o supe-rintendente

A equipe que trabalha no RU pre-tende realizar uma campanha de cons-cientizaccedilatildeo para que os comensais com a instalaccedilatildeo do self service co-loquem no prato apenas a quantidade realmente necessaacuteria evitando assim o desperdiacutecio Estaacute nos planos promover treinamento dos funcionaacuterios executar atividades humaniacutesticas promovendo a interaccedilatildeo entre as pessoas melhorar cada vez mais o sabor da comida (a qua-lidade jaacute existe) e aumentar o nuacutemero de funcionaacuterios e equipamentos acarre-tando numa melhora do fluxo e minimi-zando o problema das longas filas

Tambeacutem eacute interesse terminar a obra comeccedilada na administraccedilatildeo pas-sada - que jaacute deveria ter sido finaliza-da - de um complexo ao lado do atual RU Laacute seraacute instalado um restaurante para que os funcionaacuterios e estudantes natildeo contemplados pelo RU possam co-mer pagando apenas uma pequena taxa pela refeiccedilatildeo Eacute preciso ainda analisar a viabilidade dessa opccedilatildeo consultando a comunidade acadecircmica e aguardando o teacutermino das obras A comida seraacute a mesma que eacute servida gratuitamente aos alunos comensais

Comida que sobra nos pratos seria capaz de preencher 400 novas refeiccedilotildees

Restaurante Universitaacuterio em horaacuterio de funcionamento

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Reportagem Marina Maracajaacute e Nayane Maia

e mudando os haacutebitos no ambiente de trabalho A atual administraccedilatildeo prima pelo exemplo adotando a praacutetica de se-rem os primeiros a chegar e os uacuteltimos a sair colaborando com os outros fun-cionaacuterios e ajudando sempre que pos-siacutevel nas suas diferentes funccedilotildees seja no setor administrativo seja na parte de manutenccedilatildeo dos equipamentos

Proposiccedilotildees

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Blocos isolados congestiona-mentos nos horaacuterios de pico falta de estacionamento satildeo

esses alguns dos problemas que po-dem ser ocasionados pela falta de um bom plano diretor Na UFPB isso natildeo eacute diferente Encontrar agrave noite uma vaga proacutexima ao CCHLA eacute praticamente uma maratona Esse e muitos outros problemas poderiam ter sidos evita-dos se tivesse sido criado um plano diretor que limitasse as aacutereas de esta-cionamento construccedilatildeo e ainda com o planejamento da aacuterea de preservaccedilatildeo na universidade

Em 2007 em sua defesa de tese de doutorado em engenharia civil Renato Saboya explica ldquoPlano Diretor eacute um documento que sintetiza e torna expliacute-citos os objetivos consensuados para o Municiacutepio e estabelece princiacutepios diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as decisotildees dos atores envolvidos no processo de de-senvolvimento urbano convirjam tan-to quanto possiacutevel na direccedilatildeo desses objetivosrdquo

Para Acircngela Braz aluna do quinto periacuteodo de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal da Paraiacuteba pro-blemas comuns como salas com maacute ventilaccedilatildeo ou com insolaccedilatildeo intensa poderiam ter sido evitados se a insti-tuiccedilatildeo tivesse em seu plano diretor as melhores localizaccedilotildees para a constru-ccedilatildeo dos blocos Com tal planejamen-to seriam evitadas aacutereas voltadas di-retamente para o nascente ou poente e tambeacutem aacutereas natildeo favorecidas pelos ventos

Planos Diretores no Brasil

Quando questionados a maioria dos brasileiros pensam que exemplos de planejamento preventivo existem apenas em paiacuteses de ldquoprimeiro mun-dordquo poreacutem em diversos municiacutepios brasileiros planos diretores tiveram relativo sucesso como por exemplo Curitiba Brasiacutelia e ateacute mesmo Joatildeo Pessoa Sendo a uacuteltima um dos melho-res exemplos nacionais de preservaccedilatildeo de sua orla mariacutetima onde existe um

bloqueio para edifiacutecios superiores a quatro andares

ldquoA questatildeo da falta de planejamen-to urbano eacute muito mais grave do que parece o recobrimento dos solos com materiais impermeaacuteveis juntamente com o adensamento de construccedilotildees acaba ocasionando o aumento de tem-peratura em determinadas regiotildeesrdquo indaga Acircngela

O impedimento da construccedilatildeo de preacutedios altos na orla evita o conhecido fenocircmeno em diversas praias sombra Em praias de Recife Rio de Janeiro e Balneaacuterio Camboriuacute por exemplo possuem sombra na faixa de areia mes-mo horas antes do pocircr do sol devido aos gigantes que ali se encontramldquoSalas cada vez menores para turmas cada vez maioresrdquo

Para Andreacute Siqueira aluno do se-gundo periacuteodo de Arquitetura e Urba-nismo na Universidade Federal da Pa-raiacuteba a falta de um real planejamento cria ateacute mesmo a falta de acessibilida-de em diversas aacutereas da Universida-de Calccediladas estreitas com caminhos

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidade

Protesto de alunos de Miacutedias Digitais devido ao atraso de mais de dois anos na entrega do bloco do curso

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Soluccedilatildeo a longo prazo

Flaacutevio Tavares membro do pro-jeto de iniciaccedilatildeo cientiacutefica ldquoTerritoacute-rios e urbanidades praacuteticas urbanas e poliacuteticas culturais no espaccedilo puacuteblico contemporacircneordquo mostra-se indignado com o fato de que o porte que a uni-versidade tem atingido seja de espa-ccedilo fiacutesico ndash com grande quantidade de alunos e funcionaacuterios circulando no seu campus - seja do volume de recur-sos aplicados anualmente e ainda natildeo possua um plano diretor em vigor Ele permitiria accedilotildees integradas de longo prazo garantindo que os investimentos ocorram de acordo com os principais anseios da comunidade universitaacuteria jaacute que a elaboraccedilatildeo do plano se daacute necessariamente a partir da discussatildeo conjunta entre os envolvidos com a re-giatildeo

Indagado sobre as possiacuteveis accedilotildees

que poderiam sanar os atuais (e fu-turos) problemas Tavares diz que a Universidade deve iniciar de imedia-to a construccedilatildeo de um ldquoPlano Diretor Participativo Integrado para o Cam-pus Joatildeo Pessoa da UFPBrdquo incluindo questotildees de planejamento participativo na proposiccedilatildeo das futuras obras per-mitindo que a comunidade acadecircmica possa opinar sobre as obras que ali se-ratildeo executadas resultando numa maior conexatildeo e identificaccedilatildeo com os usuaacute-rios Quanto a uma obra especiacutefica ele acredita que uma ampla intervenccedilatildeo no

desenho urbano do campus seria ne-cessaacuteria priorizando o fluxo de pedes-tres com pisos adequados vegetaccedilatildeo passarelas etc

Para finalizar Flaacutevio lembra que agora que a Universidade acolhe um maior nuacutemero de pessoas com defici-ecircncia tendo o dever natildeo soacute legal mas tambeacutem social de incluir estas pessoas num deslocar seguro e independente Sendo esse apenas possiacutevel com um planejamento efetivo da estrutura fiacutesi-ca da Universidade

No final de 2012 Margareth Diniz assumiu a Reitoria da Uni-versidade Federal da Paraiacute-ba e com ela iniciaram-se projetos de um Plano Dire-tor Esse Plano teraacute como principal foco proteger a reserva de mata atlacircntica na qual a Instituiccedilatildeo estaacute sediada O professor Seacutergio Alonso recentemente em-possado prefeito do Campus I eacute um dos membros desta comissatildeo que discute a cria-ccedilatildeo do Plano na UFPB Ele teraacute a missatildeo de coordenar as discussotildees sobre o PD

Planejamento evita problemas como o demonstrado no viacutedeo acima

Novo campus em Rio Tinto Obras que esteticamente feias e sem utilidade

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ReportagemFrancisco de Oliveira

Guilherme Pontes

confusos ou ateacute mesmo inexistentes e ainda praccedilas de permanecircncia sem co-bertura satildeo outros exemplos lembra-dos por Siqueira

Sobre o futuro Andreacute eacute pessi-mista e comenta que a cada dia mais problemas surgem Ser deficiente na UFPB eacute praticamente impossiacutevel Blocos aleatoacuterios para cursos que de-veriam ter salas proacuteximas Essas in-clusive estatildeo cada vez menores para turmas cada vez maiores ldquoSalas com janelotildees feitas para serem usadas com projetor que tipo de arquiteto aprova issordquo provoca

INFRAESTRUTURA

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Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Central

Construiacuteda haacute mais de 30 anos a Biblioteca Central da UFPB nunca passou por uma grande reforma

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Se algueacutem que frequenta a Bi-blioteca Central da UFPB atu-almente fosse perguntado sobre

qual a sua impressatildeo sobre o local as respostas certamente seriam se-melhantes agraves de quem respondesse a mesma pergunta haacute dez ou vinte anos calor poeira mofo falta de acessibilidade e estrutura deficitaacuteria estariam entre as palavras mais cita-das Isso se explica pelo fato do preacute-dio construiacutedo na deacutecada de 1970 ter sido mal planejado e nunca ter passado por uma grande reforma

Com o acervo atual em torno dos 400 mil exemplares a Bibliote-ca Central tem como principal fina-lidade dar suporte de informaccedilotildees aos programas de ensino pesquisa e extensatildeo Construiacuteda ao lado de uma mata ndash a UFPB estaacute localizada em uma regiatildeo de Mata Atlacircntica ndash so-fre com a maacute conservaccedilatildeo do acervo

exposto agrave umidade poeira e insetosSegundo a bibliotecaacuteria TM que preferiu natildeo se identificar o uacutelti-mo governo ateacute fez investimentos importantes no local ldquoAtraveacutes de pregotildees e ouvindo sugestotildees de co-ordenadores de cursos e professores foram adquiridos milhares de novos tiacutetulos Aleacutem disso foram instala-dos novos computadores cadeiras e feita a climatizaccedilatildeo de algumas salasrdquo A ideia eacute que nos proacuteximos anos sejam feitos novos investimen-tos no local ldquoA nova Reitora pro-meteu um sistema de climatizaccedilatildeo completo para o preacutediordquo afirma TM

Apesar das melhorias nos uacutel-timos anos e a promessa de novos investimentos para um futuro proacute-ximo muitas mudanccedilas inclusive estruturais precisam acontecer na Biblioteca Central ldquoO projeto ar-quitetocircnico eacute defeituoso Eacute impos-

siacutevel falar em climatizaccedilatildeo enquan-to natildeo for solucionado o problema das grandes frestas nas paredes do lugar Tambeacutem natildeo adianta climati-zar sem ser feita uma higienizaccedilatildeo em todo o preacutediordquo afirma o fun-cionaacuterio Francisco Joseacute Assistente Administrativo do local haacute 25 anos

Natildeo bastasse o problema de con-servaccedilatildeo do acervo existe uma ques-tatildeo ainda mais grave a ser tratada a sauacutede dos que frequentam a Bibliote-ca Central Vaacuterios funcionaacuterios rela-taram problemas de sauacutede por causa da higiene e estrutura do local O acuacutemulo de poeira e fungos jaacute causou vaacuterias doenccedilas de pele desde cocei-ras ateacute alergias seacuterias Aleacutem disso eacute comum funcionaacuterios reclamarem de problemas de coluna causados pelo manuseio das pesadas estantes e pro-blemas de mobilidade com os carros de matildeo que transportam os livros

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Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

A realidade

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 43

Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

b i o -logia e geo-

grafia estatildeo ok tem ar condicionado data

show etc As de quiacutemica () satildeo horriacuteveis tem umas que os

ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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PELO CAMPUS

46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 49

dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

PELO CAMPUS

52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

Recepccedilatildeo Local

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 10: UFPB em revista

ENSINO

12 - UFPB em Revista

UFPB Virtual e o Ensino agrave distacircncia na Paraiacuteba

Polo presencial no campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba em Joatildeo Pessoa

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O ensino a distacircncia jaacute eacute uma re-alidade que se consolida cada vez mais nas universidades do

Brasil e do mundo Com a Universi-dade Federal da Paraiacuteba natildeo eacute dife-rente a UFPB Virtual tem recebido cada vez mais alunos o que confirma a tendecircncia de crescimento da educa-ccedilatildeo agrave distacircncia (EAD) no cenaacuterio pa-raibano

Todos os cursos oferecidos pela UFPB virtual funcionam de maneira similar Poreacutem cada qual com modi-ficaccedilotildees para atender as necessidades especiacuteficas de cada aacuterea O curso de licenciatura em ciecircncias bioloacutegicas agrave distacircncia por exemplo aleacutem das au-las virtuais e encontros presenciais possui aulas de campo e em laboratoacute-rio para uma formaccedilatildeo mais completa e soacutelida dos alunos De acordo com o facebook da UFPB Virtual ldquoAlguns procedimentos satildeo padronizados ou-tros natildeo O uacutenico que todos tem em comum 100 satildeo as provas presen-ciais obrigatoacuterias pelo MECrdquo

Cursos agrave distacircncia na UFPB

Os cursos ofertados pela UFPB Virtual satildeo ministrados via Moodle software que serve como plataforma virtual de aprendizagem Haacute tambeacutem aulas presenciais cuja localizaccedilatildeo e periodicidade variam O curso de Pe-dagogia por exemplo possui mais de 15 poacutelos em diferentes municiacutepios da Paraiacuteba para viabilizar as aulas presen-ciais

O preparo dos professores eacute fei-to por meio do e-tutor um projeto de capacitaccedilatildeo continuada da UFPB vir-tual Nele qualquer professor ou tutor da UFPB pode se inscrever _ na coor-denaccedilatildeo do curso do qual faz parte _ para a seleccedilatildeo do processo de cursos de capacitaccedilatildeo que possuem vagas li-mitadas

Ateacute o momento todas as gradua-ccedilotildees pela UFPB Virtual satildeo ofertadas na modalidade Licenciatura com ex-ceccedilatildeo do Bacharelado em Adminis-traccedilatildeo Puacuteblica Haacute tambeacutem uma poacutes-

graduaccedilatildeo especializaccedilatildeo em Gestatildeo Puacuteblica As graduaccedilotildees satildeo Ciecircncias Agraacuterias Ciecircncias Bioloacutegicas Ciecircn-cias Naturais Matemaacutetica LetrasPor-tuguecircs LetrasLIBRAS Computaccedilatildeo e Pedagogia

Um dos principais objetivos da oferta de cursos agrave distacircncia eacute dar a oportunidade agraves pessoas que natildeo po-dem se deslocar para outras localidades com o intuito de realizar tais cursos Dessa forma a oferta de curso online pela UFPB jaacute ultrapassou ateacute mesmo as fronteiras do estado Eacute possiacutevel ci-tar como exemplo o curso de Ciecircncias Bioloacutegicas que possui um polo na ci-dade de Jacaraci na Bahia Haacute tambeacutem dois poacutelos para o curso de Pedagogia no estado de Pernambuco nas cidades de Limoeiro e Ipojuca Apoacutes a conclu-satildeo dos cursos de graduaccedilatildeo a distacircn-cia eacute possiacutevel continuar os estudos com uma especializaccedilatildeo lato sensu ou strictu sensu O diploma eacute vaacutelido como o de qualquer outra graduaccedilatildeo realiza-da na modalidade presencial

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 13

Treinamento de professores pelo e-tutor

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Reportagem Walter Liciacutenio e Eacuterika Antunes

Os cursos de licenciatura agrave distacircn-cia satildeo ofertados com o intuito de for-mar professores aptos a ministrarem aulas na segunda etapa do ensino fun-damental e no ensino meacutedio atenden-do a necessidade de aprimoramento de professores que natildeo tecircm ensino supe-rior e formando pessoas residentes nas cidades do interior do estado que natildeo possuem faacutecil acesso agrave educaccedilatildeo ldquoHaacute todo tipo de aluno sem-terra pessoas da zona rural pessoas de alta e baixa renda etc Se vocecirc der uma olhada em nosso edital vocecirc veraacute que atendemos 3 tipos de puacuteblico distintos Demanda social professores da rede puacuteblica e surdosrdquo afirma a paacutegina do facebook da UFPB Virtual

Um dos maiores esforccedilos da edu-caccedilatildeo agrave distacircncia eacute manter a qualidade de ensino para que seus cursos sejam tatildeo eficientes quanto os presenciais Para que isso seja possiacutevel tem-se mantido paracircmetros dos cursos pre-senciais equivalentes Por exemplo o curso de Ciecircncias Bioloacutegicas oferece um fluxograma curricular igual ao mi-nistrado presencialmente com o mes-mo nuacutemero de horas-aula e creacuteditos Jaacute o curso de Matemaacutetica conta com apenas 90 horas a menos que seu equi-valente presencial

Preconceito

Pessoas mais tradicionais tendem a pensar que um formado em EAD

natildeo eacute tatildeo capaz quanto um formado em curso presencial A realidade eacute bem contraacuteria com a flexibilidade de horaacute-rios a pessoa que estaacute matriculada em um curso a distacircncia deve ser focada organizada e ter disciplina para man-ter seus estudos _ natildeo se dispersar seja com o ambiente onde estaacute ou a inter-net

Desde o ano de 2004 o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) aprovou a inser-ccedilatildeo de 20 da carga horaacuteria curricular em cursos superiores presenciais como aulas ministradas agrave distacircncia Tal posi-cionamento de um oacutergatildeo governamen-tal pode ser o indiacutecio de uma aceitaccedilatildeo

maior da modalidade de ensino ldquoO preconceito relacionado a EaD eacute uma discussatildeo ampla poreacutem ainda existe simrdquo constata o canal de contato on-line da UFPB Virtual Talvez a proacute-pria falta de conhecimento acerca da modalidade de ensino seja a razatildeo de parte da populaccedilatildeo negar-se a acreditar nesse meacutetodo educacional que com a difusatildeo do acesso agrave rede continuaraacute a se expandir

Ensino agrave distacircncia

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ENSINO

14 - UFPB em Revista

Alunas do Cursinho sendo entrevistadas

Curso preacute-vestibular funciona de modo precaacuterioAriany Melo 17 anos Emma-

nuela da Silva 24 Mayra Lu-cena 18 e Larissa dos Anjos

tambeacutem de 17 anos satildeo alunas do Cur-sinho Preacute-Vestibular que se iniciou em 14 fevereiro na UFPB - Universidade Federal da Paraiacuteba - todas elas tecircm em comum o sonho da aprovaccedilatildeo no ves-tibular

Para Ariany Melo que pretende cursar Relaccedilotildees Puacuteblicas e estaacute pela 2ordf vez no Cursinho Preparatoacuterio falta uma melhor organizaccedilatildeo para o funcio-namento das aulas ldquoO curso eacute legal mas eu esperava mais Noacutes temos mui-tas aulas vagas no ano passado natildeo era assim Pelo horaacuterio que recebemos as aulas deveriam ir das 13 agraves 17 horas Muitas vezes temos que esperar para ter apenas a uacuteltima aula simplesmente porque ningueacutem nos avisardquo comenta

O curso tem grande procura e a idade meacutedia dos frequentadores vai de 17 a 60 anos ldquoEacute difiacutecil entrar aqui a seleccedilatildeo eacute feita pela avaliaccedilatildeo da renda e o histoacuterico escolar do aluno Tambeacutem natildeo temos gastos adicionais pagamos apenas pelas coacutepias do material dispo-nibilizado pelos professores e as passa-gens de ocircnibus ainda temos o direito de tirar a carteirinha de estudanterdquo diz

Emmanuela da Silva que vai prestar vestibular para Serviccedilo Social

A turma que elas fazem parte conta com alunos portadores de necessidades especiais entre eles estaacute Larissa dos Anjos que sonha em fazer Psicologia Para ela a rotina de pegar material de-pois das aulas eacute um pouco diferente Jaacute que natildeo enxerga Larissa tem que ir ateacute o setor da universidade responsaacutevel em passar para o Braile o material dispo-nibilizado ldquoNoacutes pegamos o material necessaacuterio para as aulas com exceccedilatildeo de Matemaacutetica Quiacutemica e Fiacutesica que natildeo fica disponiacutevel Esses professores fazem o que podem enviam por email e eu estudo com ajuda do leitor virtu-alrdquo conta

Larissa Leite disse ainda que sente falta de algumas atitudes para ela eacute pre-ciso maior empenho para que as coisas funcionem melhor Mayra Lucena que espera cursar Jornalismo ou Pedagogia no ano que vem concorda com a cole-ga ldquoNo comeccedilo das aulas tinha uma pessoa aqui para acompanhar e ajudar no que eles precisassem agora somos noacutes que fazemos isso Inclusive temos um colega esquizofrecircnico e fica visiacutevel a falta de preparo dos professores quan-do acontece alguma situaccedilatildeordquo explica

Entrevista

A Coordenadora do Nuacutecleo de Jo-vens e Adultos da UFPB - Universida-de Federal da Paraiacuteba - Maria de Faacute-tima dos Santos Oliveira negou-se a dar declaraccedilotildees sobre o Cursinho Preacute-Vestibular o qual ela eacute responsaacutevel Ela exigiu uma Carta de Apresentaccedilatildeo da equipe de reportagem argumentan-do que esse eacute um procedimento de pra-xe no Departamento

Inicialmente a coordenadora omi-tiu tambeacutem o local e horaacuterio de fun-cionamento do curso Maria de Faacuteti-ma afirmou ser ldquoincorreto da parte de vocecircs (noacutes da reportagem) procurar alunos e professores do curso sem autorizaccedilatildeordquo acrescentou Maria de Faacutetima disse ainda que os professores sabem da necessidade dessa autoriza-ccedilatildeo ldquoQuem estaacute sendo inconveniente aqui eacute o professor de vocecircs porque ele sabe que isso eacute preciso Eacute uma forma de nos resguardarrdquo finalizou

O Professor Derval Golzio cha-mado de inconveniente por Faacutetima discorda dessa posiccedilatildeo ldquoeacute no miacutenimo um absurdo que um funcionaacuterio puacutebli-co se negue a disponibilizar esse tipo de informaccedilatildeo principalmente por se

tratar de coisas tatildeo simplesrdquo Golzio ainda questionou qual seria o inconveniente de prestar informaccedilotildees tatildeo baacutesicas que a professora Maria de Faacutetima sob pre-textos burocraacuteticos injustifi-caacuteveis faz tanto segredo

Greve na UFPB

A greve na UFPB foi o fator determinante para os resultados negativos obti-dos ano passado pelos es-tudantes que frequentaram o Cursinho Preacute-Vestibular da UFPB eacute o que diz o Pro-fessor de Matemaacutetica Paulo Rogeacuterio Para ele a interrup-

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 15

ccedilatildeo nas aulas causou o elevado niacutevel de evasatildeo nas turmas ldquoOs resultados ano passado natildeo foram bons a greve iniciada praticamente na metade do ano desestimulou os nossos alunos no comeccedilo do ano as salas eram cheiasrdquo pondera

Criado por um convecircnio entre a Universidade e a Secretaria de Edu-caccedilatildeo do Estado da Paraiacuteba o Curso faz parte do Nuacutecleo de Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos e foi inicialmente pensado para os estudantes do ensino meacutedio na UFPB que estatildeo no EJA ndash Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos - mas a alta procura fez com que fossem aber-tas novas vagas conta Rogeacuterio

O Professor explica que hoje exis-tem 2 turmas agrave tarde e 1 agrave noite com uma meacutedia de 150 alunos no total a maioria constituiacuteda de jovens Para ele lidar com Portadores de Necessi-dades Especiais eacute um desafio ldquoTraba-lhei com pessoas portadoras de algum tipo de deficiecircncia apenas uma vez mas faz muito tempo Natildeo tive ne-nhum tipo de treinamento acho que todo professor precisa receber um bom preparado infelizmente isso ain-da natildeo acontece O que me estimula eacute ver a forccedila de vontade desses alunosrdquo completou

Cursos de idioma pelo Departamen-to de Letras

Curso de extensatildeo em liacutenguas es-trangeiras eacute uma iniciativa do DLEM (Departamento de Letras Estrangeiras Modernas) Ele eacute aberto para toda co-

munidade seu uacutenico preacute-requisito eacute ter mais de 18 anos Satildeo oferecidos cur-sos de Liacutengua Inglesa Alematilde France-sa e Espanhola Para adentrar no curso eacute necessaacuterio fazer uma prova de sele-ccedilatildeo (em liacutengua portuguesa) O chefe do DLEM Professor Doutor Roberto Carlos de Assis natildeo soube precisar qual era a concorrecircncia do processo de seleccedilatildeo para uma das vagas dos cursos no entanto ele acredita que a concor-recircncia gira em torno de seis alunos por vaga

Os alunos de graduaccedilatildeo em Letras da UFPB supervisionados por seus professores satildeo os responsaacuteveis pelas as aulas do curso de extensatildeo Eles re-cebem uma bolsa de aproximadamente 200 reais Para dar essas aulas eacute preci-so estaacute no 4ordm periacuteodo do curso de gra-duaccedilatildeo ou jaacute ter experiecircncia compro-vada em sala de aula

O material para acompanhar as aulas fica por conta dos alunos Aleacutem disso se o aluno passar no processo se-letivo ainda tem uma taxa de matriacutecu-la no valor 100 reais para comunidade em geral e 90 reais para os alunos de letras Os alunos da residecircncia univer-sitaacuteria satildeo isentos dessa taxa

O professor Doutor Roberto Carlos de Assis crer que o percentual de eva-satildeo do curso de extensatildeo se aproxima dos 30 Para ele essa taxa eacute normal Natildeo haacute nenhum levantamento sobre quem mais procura o curso mas ele acredita que pessoas das mais diferen-tes aacutereas o procuram

Ana Carla graduanda do curso de Turismo faz o segundo semestre de in-

glecircs do curso de extensatildeo Ela acredita que o curso oferece uma boa oportu-nidade para aprender uma liacutengua to-davia o aluno tambeacutem tem que fazer sua parte para aprender mais Ela deci-diu aprender inglecircs porque na opiniatildeo dela ser biliacutengue eacute essencial para qual-quer pessoa que queira entrar no mer-cado de trabalho principalmente na aacuterea que ela pretende atuar o turismo

Ana Carla jaacute tinha uma base de co-nhecimento de inglecircs antes de entrar no curso No entanto nem todos os alunos satildeo assim Eacute o que afirma o bolsista do curso de extensatildeo Caio Antocircnio alu-no de graduaccedilatildeo em Letras Inglecircs Para ele as turmas iniciantes do curso de extensatildeo satildeo as mais trabalhosas pois muita gente natildeo tem uma boa base na liacutengua Como ele costuma dar suas au-las falando o inglecircs na maior parte do tempo algumas pessoas apresentam dificuldade Para ser melhor compre-endido por essas pessoas ele muitas vezes faz o uso da miacutemica

Outra dificuldade encontrada por Caio Antocircnio eacute o nuacutemero de alunos em sala de aula As turmas comeccedilam com 25 alunos Para o bolsista eacute possiacutevel dar uma aula com esse nuacutemero de alu-nos mas o rendimento cresce em tur-mas menores Segundo ele numa tur-ma com poucas pessoas eacute possiacutevel dar uma atenccedilatildeo individual aos alunos

Reportagem Francisco Dantas e Rocircmulo Jeferson

Curso de liacutenguas estrangeiras eacute uma iniciativa do DLEM (Departamento de Letras Estrangeiras Modernas)

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PESQUISA

18 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Para-iacuteba dispotildee de dois viveiros de animais para pesquisas labora-

toriais tambeacutem conhecidos como bio-teacuterio Satildeo locais inteiramente voltados para estudo de animais quer seja com-portamental procriaccedilatildeo ou mesmo para realizaccedilatildeo de experiecircncias No entanto apenas uma dessas unidades encontra-se ativa e haacute diferenccedilas notaacute-veis em ambos desde sua localizaccedilatildeo agraves suas atividades

Inaugurado em Fevereiro de 2004 com 900 metros quadrados o Bioteacuterio Thomas George eacute um exemplo como setor de pesquisa de uma universida-de Integra o Laboratoacuterio de Tecnolo-gia Farmaceutica (LTF) e ocupa aacuterea dentro da UFPB cercada e com guarita proacutepria O bioteacuterio foi financiado du-rante sua criaccedilatildeo pela Agecircncia Nacio-

nal de Vigilacircncia Sanitaacuteria (Anvisa) e atualmente sua manutenccedilatildeo eacute assegu-rada por projeacutetos de pesquisa proacuteprios doaccedilotildees e pela reitoria

Dentre as espeacutecies disponiacuteveis para pesquisa o laboratoacuterio possui ratos Wistar conhecida como rato-branco-de-laboratoacuterio camundongos Swiss e coelhos prontos para estudo pesquisa e experimentos quer seja em animais vivos ou em vitro (experimentos com sistemas fechados que podem ser iso-lados temporariamente em recipientes de vidro) Os roedores satildeo alguns dos animais mais importantes em pesqui-sas laboratoriais por serem faacuteceis de cuidar com ciclo de vida curto manu-tenccedilatildeo barata e por possuiacuterem seme-lhanccedilas fisioloacutegicas com o organismo humano ao ponto de desenvolver al-gumas das mesmas enfermidades

Como funciona

Para integridade dos dados colhi-dos nas pesquisas as dependecircncias do bioteacuterio seguem estritas normas de am-bientaccedilatildeo interna Segundo o teacutecnico bioterista Joseacute Crispim ldquocada sala eacute cli-matizada e mantida com pressotildees distin-tas positivas e negativasrdquo (termo usado para definir niacuteveis de pressatildeo maiores ou menores que a pressatildeo atmosfeacuterica comum definidos de acordo com as es-peacutecies e experimentos em andamento) Os dejetos dos animais satildeo recolhidos por uma camada de maravalha (resiacuteduo de madeira semelhante agrave serragem mas de dimensotildees superiores) seus utensiacute-lios laboratoriais satildeo esterilizados por um autoclave aparelho comum em laboratoacuterios e usa vapor pressurizado para realizar a limpeza de ferramentas

Bioteacuterios da UFPB revelam diferenccedilas e abandono

Preacutedio do viveiro do LTF Bioteacuterio Professor Thomas George

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 19

Cada ambiente isolado obedece a um ciclo de 12 horas que segue a orien-taccedilatildeo de fotoceacutelulas naturalmente lo-calizadas no exterior da estrutura Esse procedimento eacute necessaacuterio para simu-lar a luz natural dentro dos ambientes e mantecirc-los isolados De acordo com o estudo realizado nessas salas sua cli-matizaccedilatildeo pode tanto obedecer agrave luz natural como inverter-se fazendo com que as salas fiquem escuras durante o dia e claras agrave noite Em qualquer caso o ciclo de 12 horas eacute mantido tentan-do natildeo estressar os animais na intenccedilatildeo de manter a integridade dos dados co-letados em suas pesquisas

O Centro destina-se apenas a estu-dos e pesquisas de poacutes-graduaccedilatildeo ten-do ateacute entatildeo prestado assistecircncia aos cursos de quiacutemica biologia fisiotera-pia e farmacologia Este ultimo sendo o mais comum e funccedilatildeo primaacuteria do bioteacuterio nas palavras de Crispim ldquo90 por cento das pesquisas satildeo com os alunos da poacutes graduaccedilatildeo de farmaacuteciardquo

Contrapartida

Natildeo muito distante ao bioteacuterio do LTF mas presente tambeacutem na UFPB existe o que hoje eacute apenas cercas e pe-quenas aacutereas encobertas por mata do viveiro gerenciado pelo Departamento de Sistemaacutetica e Ecologia jaacute conheci-do como Laboratoacuterio Tropical de Pri-matologia criado em 1982

O bioteacuterio foi desativado em 2012 pelos dirigentes da proacutepria Instituiccedilatildeo por tempo indeterminado sob pre-

sala de pesquisa chegou a hospedar 108 primatas de nove espeacutecies

Aleacutem de docentes o local tinha um veterinaacuterio e trecircs funcionaacuterios para tratamento dos animais e servia como local para conclusatildeo de estaacutegios Hoje aparentemente apenas um funcionaacuterio que natildeo pocircde ser encontrado trabalha no local no turno da manhatilde ocasional-mente regando plantas

Sempre que as atividades do bioteacute-rio de Ciecircncias Bioloacutegicas satildeo postas em questatildeo obtem-se respostas como ldquoo custo dos animais era muito caro natildeo dava para manterrdquo seguidas de ldquoo animal em cativeiro natildeo serve para ob-servaccedilatildeo natildeo estaacute em seu habitat natu-ralrdquo Respostas simplistas como estas contrariam o histoacuterico de 30 anos do bioteacuterio e seu propoacutesito que incluiacutea ob-servar animais em cativeiro

Sobra

O Departamento de Sistemaacuteti-ca e Biologia atualmente natildeo possui qualquer criadouro de animais vivos resumindo sua biblioteca bioloacutegica a uma cultura entomoloacutegica (de insetos) conservados agrave base de ar-ceco e muita naftalina Atualmente nem os endere-ccedilos on-line relacionados agrave UFPB que carregam ldquodserdquo em suas URLs fun-cionam retornando paacutegina apoacutes paacutegi-na de erros onde o servidor do centro natildeo pocircde ser localizado

texto de estar passando por reestrutu-raccedilatildeo e mudanccedilas disse a professora Caroline Ele estaacute localizado a poucos metros da cerca que adentra a mata atlacircntica por uma trilha de difiacutecil loca-lizaccedilatildeo Continha macacos prego e ser-via como centro de criaccedilatildeo e manejo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo A observaccedilatildeo e documentaccedilatildeo do com-portamento dos primatas era orientada aos alunos de biologia em atividades extracurriculares (apesar de localizar-se adjacente ao bloco de quiacutemica)

Quando funcionava

O viveiro com 1200 metros qua-drados e 43 aacutereas fechadas possuiacutea co-zinha sala de atendimento veterinaacuterio e

Exemplo de rato Wistar usado em pesquisas

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ReportagemEduardo Cezar

Gustavo de AlmeidaCituaccedilatildeo do viveiro de Ciecircncias Bioloacutegicas

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PESQUISA

20 - UFPB em Revista

F undado em 2010 e jaacute premia-do no Expocom Nordeste 2011 na categoria Ediccedilatildeo de Livro o

projeto de pesquisa Para Ler o Digital coordenado pelo Professor Marcos Ni-colau do PPGC-UFPB e do curso de Miacutedias Digitais - UFPB eacute um exemplo do quatildeo importante eacute essa aacuterea de atu-accedilatildeo Tendo como objeto de pesquisa o eBook tambeacutem conhecido como livro digital o grupo eacute pioneiro na pesquisa e desenvolvimento de novos recursos de diagramaccedilatildeo e editoraccedilatildeo

Inicialmente trabalhando com obras dos professores do Departamen-to de Miacutedias Digitais o grupo recebeu convites para ampliar seus trabalhos a todo o Centro de ciecircncias humanas letras e artes (CCHLA) e participar da criaccedilatildeo do projeto editorial digital da Editora Universitaacuteria

Em entrevista o estudante e bol-sist O estudante e bolsista do projeto Para Ler o Digital Rennam Virginio explica sua trajetoacuteria e funccedilatildeo dentro grupo ldquoentrei quando ainda estava no primeiro mecircs do curso no intuito de de-

senvolver habilidades na aacuterea de Edi-toraccedilatildeo mas natildeo era meu foco que a princiacutepio era Viacutedeo Com o tempo aca-bei me identificando com a aacuterea Den-tro do projeto sou Bolsista da Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica escrevo artigos cientiacuteficos semestralmente sobre livros digitais faccedilo a editoraccedilatildeo de ePubs e a confec-ccedilatildeo de capas de alguns dos livros pro-duzidos no Projetordquo

O problema maior de ser estudan-te e pesquisador eacute ter que balancear as duas atividades na maioria dos casos o grupo de pesquisa tende a ser da mes-ma aacuterea de estudo do aluno o que pode ajudar na economia do tempo embora o aluno ainda tenha que enfrentar al-gumas dificuldades principalmente quando o horaacuterio de algumas discipli-nas do curso coincide com uma ativi-dade referente da pesquisa

Despertar a vocaccedilatildeo cientiacutefica e in-centivar novos talentos entre estudan-tes de graduaccedilatildeo eacute um dos objetivos especiacuteficos do Programa Institucional

de Bolsas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica o PIBIC Ele visa apoiar a poliacutetica de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica desenvolvida nas Instituiccedilotildees de Ensino eou Pesquisa por meio da concessatildeo de bolsas a es-tudantes de graduaccedilatildeo integrados na pesquisa cientiacutefica A cota de bolsas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica eacute concedida direta-mente agraves instituiccedilotildees Por sua vez estas satildeo responsaacuteveis pela seleccedilatildeo dos pro-jetos dos pesquisadores orientadores interessados em participar do Progra-ma Os estudantes tornam-se bolsistas a partir da indicaccedilatildeo dos orientadores

A bolsa tem duraccedilatildeo de 12 meses o valor segue uma tabela nacional Atu-almente o valor da bolsa para Iniciaccedilatildeo Cientifica equivale a R$40000 e os uacutenicos requisitos para o estudante satildeo de cursar graduaccedilatildeo e dedicar-se in-tegralmente agraves atividades acadecircmicas e de pesquisa O aluno deve procurar em sua aacuterea de interesse um pesquisa-dor que esteja disposto a integraacute-lo em sua pesquisa e a orientaacute-lo

Rennam ainda se mostra preocu-pado com a situaccedilatildeo dos grupos de

Grupos de pesquisa desafios e metas dos pesquisadores da UFPB

Integrantes do grupo de pesquisa Para Ler O Digital

Bolsa de iniciaccedilatildeo

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 21

pesquisa na Universidade ldquoNo geral acredito que o niacutevel seja bom mas po-deriacuteamos ter mais projetos de pesqui-sa A UFPB deveria incentivar mais os professores a criarem grupos de pesquisas Muitas vezes a PRPG pror-roga duas ou ateacute trecircs vezes as inscri-ccedilotildees para PIBIC e isso eacute sinal que as inscriccedilotildees de projetos foram poucas ou abaixo do esperadordquo

Os Grupos de Pesquisa apresentam alternativas para um trabalho conjun-to entre professores e alunos ambos pesquisadores A Universidade Federal da Paraiacuteba conta com 335 grupos cer-tificados pela instituiccedilatildeo e espalhados por todos os centros Tendo sua maior parte pertencente ao Centro de Sauacutede os grupos na aacuterea da tecnologia vecircm ganhando espaccedilo no cenaacuterio regional

de mais de 40 jovens pesquisadores entre doutores mestres e graduandos que estatildeo interconectados com pesqui-sadores de todo o Brasil e do mundo As pesquisas desenvolvidas satildeo realizadas em parceria com outras universidades institutos de pesquisa e empresas da iniciativa privada Por ser um laboratoacute-rio ativo na aacuterea de desenvolvimento recebe financiamento de instituiccedilotildees parceiras como a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) Finaciadora de Estudos e Projetos (FINEP) e Con-selho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq)

Lavid

O Laboratoacuterio de Aplicaccedilotildees de Viacutedeo Digital (LAVID) criado em 2003 eacute um exemplo a niacutevel nacional da importacircncia dos grupos de pesqui-sa Associado ao Departamento de Informaacutetica (DI) da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba o laboratoacuterio surgiu da proposta de desenvolver projetos de pesquisa e atualmente eacute referecircncia internacional em desenvolvimento de tecnologia para TV Digital

Em marccedilo deste ano os integrantes do Lavid do Centro de Informaacutetica da UFPB apresentaram para teacutecnicos da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e da Agecircncia Nacional de Cine-ma (Ancine) os mais recentes avanccedilos

da tecnologia Fogo Player desenvol-vida e que permite a projeccedilatildeo de ima-gens em ultra HD (4K)

Segundo o gerente de Projetos da RNP Daniel Caetano a RNP jaacute apoiou diversos projetos de pesquisa desen-volvidos pelo Lavid e ressaltou a im-portacircncia da tecnologia Fogo Player para a melhoria da formaccedilatildeo de profis-sionais da aacuterea de sauacutede Ele afirmou que transmissotildees em alta definiccedilatildeo e em tempo real como a que foi testa-da com sucesso pelo Lavid teratildeo uma gama de aplicaccedilotildees em um futuro proacute-ximo servindo natildeo apenas para exibir cirurgias e outros procedimentos de equipes meacutedicas

O Lavid conta com a colaboraccedilatildeo

Guido Lemos apresenta os projetos do Lavid aos representantes da Ancine

Estudantes realizando trabalhos do Lavid

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Reportagem Ermeson David George Juacutenior

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INTERACcedilAtildeO

24 - UFPB em Revista

ldquoSempre tive consciecircncia de que a EJA me proporciona-ria crescimento profissional

e pessoal A frase eacute de Amanda Lima aluna do primeiro periacuteodo do curso de Administraccedilatildeo da Universidade Fede-ral da Paraiacuteba (UFPB) e que acaba de entrar como membro da EJA Consul-toria (Empresa Juacutenior de Administra-ccedilatildeo) Esta empresa caracteriza-se por ser de consultoria sem fins lucrativos que presta serviccedilos na respectiva aacuterea acadecircmica sendo formada exclusiva-mente por alunos do curso de Admi-nistraccedilatildeo da UFPB e que tem como objetivo a capacitaccedilatildeo por meio de conhecimento teacutecnico e empresarial do aluno do curso inserindo-o pos-teriormente no mercado de traba-lho como um jovem empreendedor

Sua estrutura segundo o seu presi-dente Tito Amorim eacute mista de funcio-nal e projetizada A estrutura funcional tem como caracteriacutestica o planejamen-to de serviccedilos abrangendo cargos de analistas de cada departamento entre eles o de qualidade marketing proje-

tos presidecircncia tendo como seus su-periores os diretores Jaacute a projetizada consiste em cargos de consultoria ou seja pessoas restritas a execuccedilatildeo de determinado serviccedilo Os cargos sem-pre estatildeo sendo renovados ao longo dos anos dando oportunidades a outros estudantes da aacuterea para participarem e ateacute aos que jaacute estatildeo em cargos da EJA Consultoria a exercerem atividades em outros Todos estes requerem eleiccedilotildees

Casos de Sucessos

ldquoO estudante entra como universi-taacuterio e sai da EJA como um empreen-dedor atraveacutes da vivecircncia empresarial e gestatildeordquo afirma Tito Em quase 22 anos de existecircncia haacute vaacuterios casos de pessoas que trabalharem na EJA e ob-tiveram sucesso profissional tornando hoje empreendedores de sucesso En-tre os mais sucedidos dois satildeo lembra-dos pelo presidente satildeo eles Leandro Vieira idealizador do administrado-rescom e o Taacutercio Pessoa atualmen-te responsaacutevel pelo Empreender ndash JP

mostrando que o conhecimento adqui-rido na empresa foi bem aproveitado

O curso possibilita o aprendizado atraveacutes de programas de treinamento como Trainee aleacutem de outros eventos como a SDP (Semana de Desenvolvi-mento Profissional) que atinge toda a comunidade acadecircmica mas voltado sempre para o curso de Administraccedilatildeo Com o intuito de transmitir conheci-mento para outros segmentos estu-dantis o evento conhecido como EJA FAZ Palestra promove como o nome mesmo diz palestras sobre respecti-vos temas acerca de administraccedilatildeo Outro evento o Buscando Sorrisos tambeacutem promovido pela empresa de consultoria leva os membros da em-presa para uma instituiccedilatildeo de carida-de ajudando elas possibilitando aos alunos mais contato com a populaccedilatildeo

Pessoas que estatildeo assumindo car-gos agora como eacute o caso da estudante Amanda Lima que acaba de comeccedilar a atuar na funccedilatildeo de analista de qualida-de vecirc a EJA Consultoria como oportu-nidade de crescer no mercado ldquoQuem

EJA Consultoria proporciona crescimento profissional

Cerimocircnia de Posse da gestatildeo 20131 da EJA Consultoria

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 25

busca a EJA eacute um profissional diferen-ciadordquo disse a estudante Segunda ela que jaacute almeja exercer cargos de niacuteveis mais altos o conhecimento dado por esta empresa ajuda tambeacutem no curriacutecu-lo oferecendo uma visatildeo de mercado

A EJA como diferencial

Outros estudantes estatildeo exercendo cargos haacute mais tempo como eacute o caso de Rafael Carvalho que eacute membro da EJA haacute dez meses Ele comeccedilou como consultor e hoje atua como diretor de marketing ldquoEu jaacute trabalhei em car-gos estaduais empresas privadas mas nunca obtive tamanha experiecircncia pro-fissional como a que a EJA me ofere-ceurdquo afirmou Rafael Por estar na em-presa haacute mais tempo ele conclui que todo o conhecimento teoacuterico obtido dentro da sala de aula pode ser colo-cado em praacutetica nesta empresa juacutenior

Rafael relata que tambeacutem enfren-tou dificuldades como o fato de ter que se deslocar para a cidade de Ma-manguape na Paraiacuteba para realizar consultorias e sua transiccedilatildeo de cargo tambeacutem foi um momento difiacutecil por exigir dele o conhecimento em uma es-trutura funcional jaacute que estava saindo

de um cargo de estrutura projetizada Mesmo assim Rafael vecirc os problemas enfrentados como aprendizado ad-quirido almejando tambeacutem alcanccedilar cargos de niacuteveis mais altos ldquoTodo co-nhecimento que hoje eu tenho na aacuterea de administraccedilatildeo consegui na EJA e natildeo em outra empresardquo disse ele

Para ser membro da EJA Consulto-

Posse dos novos membros Idaacutecio Rodrigues e Natyara Santos

Posse do presidente Rodolfo Alves Felizardo

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ReportagemAcircngela Oliveira e

Jessica Morais

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ria o estudante do curso passa por uma seleccedilatildeo que dura aproximadamente uma semana Primeiramente eacute preci-so estar cursando qualquer periacuteodo de Administraccedilatildeo na UFPB em seguida se inscrever na empresa Os alunos selecionados passam por uma capaci-taccedilatildeo de trecircs meses antes de assumir seus respectivos cargos em uma ceri-

mocircnia de posse reali-zada tambeacutem na UFPB

A EJA Consultoria traduz o espiacuterito estu-dantil Aos estudantes que nela trabalham recai cobranccedilas de criatividade bom de-sempenho e boa capa-cidade administrativa Ao sair o estudante eacute visto como um verda-deiro administrador no mercado de trabalho Eacute o laboratoacuterio praacutetico de todo o aprendizado teoacute-rico do aluno no curso de Administraccedilatildeo da UFPB

INTERACcedilAtildeO

26 - UFPB em Revista

A busca pela experiecircncia profissionalEstudante do terceiro periacuteodo de

Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digi-tais (UFPB) Ermeson Lira (18

anos) tomou uma decisatildeo importante em sua vida tornou-se um estagiaacuterio Sua rotina mudou e com ela vieram as responsabilidades Diego Lopes (25 anos) estudante de Ciecircncias da Com-putaccedilatildeo tambeacutem iniciou sua carreira estagiando e ganhando experiecircncia Mas todos os alunos da Universidade Federal da Paraiacuteba conseguem a mes-ma oportunidade que eles

Na UFPB existem dois tipos de es-taacutegios o obrigatoacuterio que conta com a cobertura do seguro de acidentes pes-soais E o natildeo-obrigatoacuterio que eacute opcio-nal e pode ser remunerado ou natildeo Die-go Lopes acredita que ldquocom o estaacutegio vocecirc adquire experiecircncia de mercado de trabalho aprende a trabalhar sobre pressatildeo e se qualifica para vagas que

seratildeo destinadas a pessoas formadasrdquoNo caso do curso de Miacutedias Digi-

tais a regulamentaccedilatildeo diz ldquoEstaacutegio supervisionado em meio profissional ou acadecircmico totalizando 300 horas objetivando a observaccedilatildeo e intervenccedilatildeo do estudante para o exerciacutecio profissio-nal bem como facilitar sua integraccedilatildeo no meio profissionalrdquo O curso estabe-lece convecircnio com o Centro Integrado Empresa-Escola (CIEE) e entre ou-tras entidades puacuteblicas e privadas

O CIEE eacute uma instituiccedilatildeo filantroacute-pica que procura encontrar estaacutegios e oportunidades de aprendizado para es-tudantes dos niacuteveis meacutedio teacutecnico e su-perior Estaacute presente em todo territoacuterio nacional auxiliando a entrada dos jo-vens no mercado de trabalho Algumas empresas jaacute possuem convecircnio com a UFPB Mas alguns alunos ainda encon-tram dificuldades para conseguir seu

espaccedilo Eacute o exemplo de Joseacute Carlos Pe-reira (22 anos) estudante de Ciecircncias bioloacutegicas da UFPB Ele tentou entrar num estaacutegio oferecido pela profes-sora de seu curso mas por choque de horaacuterios natildeo pode fazecirc-lo ldquoalguns es-taacutegios que eu queria pegar eram no ho-raacuterio da manhatilde Horaacuterio este em que eu estava ocupado com as aulasrdquo

Segundo a Lei 11788 Art 8ordm da Constituiccedilatildeo brasileira os convecircnios tanto com empresas puacuteblicas quanto as privadas satildeo facultativos A UFPB eacute conveniada a mais de 300 institui-ccedilotildees Entre elas estatildeo o Banco do Bra-sil Carrefour TV Tambauacute Petrobraacutes e diversas prefeituras como a de Joatildeo Pessoa e Campina grande Segundo o Art 11ordm da mesma lei a duraccedilatildeo maacute-xima do estaacutegio eacute de dois anos exceto quando o estagiaacuterio possui necessida-des especiais

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 27

A PRG-CEM estaacute localizada na Reitoria da Universidade Federal da Paraiacuteba

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Reportagem Layse Pereira eRayssa Alcacircntara

Estaacutegios Cadastrados pela CEM2009-2013

Obrigatoacuterio

Natildeo-obrigatoacuterio

Bolsa Estaacutegio Meacuted

2009 2010 2011 2012 2013

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Os nuacutemeros variam pois estamos no decorrer do ano Dados da PRG-CEM

O Lado bom

Apesar de algumas barreiras en-contradas os universitaacuterios tem uma opiniatildeo em comum O estaacutegio eacute uma etapa importante para a entrada no mercado de trabalho ldquoAleacutem de ad-quirir conhecimentos antes do tempo eacute uma oacutetima oportunidade pra se de-senvolver no mercado Quando se estaacute dentro desse ecossistema o aprendiza-do agrega em vocecirc mesmo que vocecirc natildeo queirardquo declarou Ermeson Lira

Professores como Alberto Pessoa (autor e pesquisador de histoacuterias em quadrinhos) tambeacutem acreditam na importacircncia do estaacutegio Segundo ele quando se estuda e trabalha o aluno consegue aproveitar melhor a gradua-ccedilatildeo ldquoQuando vocecirc trabalha vocecirc natildeo tem tempo de deixar pra laacute Entatildeo vocecirc aproveita melhor a universidade vocecirc estuda mais vocecirc tem um senso de res-ponsabilidade melhorrdquo argumenta

Primeiros Passos

Os estaacutegios dentro da universidade satildeo oferecidos pelos pela UFPB e via-bilizados pelos professores Para soli-citar a bolsa os alunos devem apresen-tar uma seacuterie de documentos Segundo Eliane Ferraz coordenadora da CEM (Coordenaccedilatildeo de Estaacutegio e Monito-

ramento) primeiramente o estudante deve encaminhar um ofiacutecio ao Proacute-Rei-tor de Planejamento da Universidade Federal da Paraiacuteba (Proplan-UFPB) contendo justificativas da solicitaccedilatildeo e detalhes sobre o estaacutegio

Outros documentos necessaacuterios satildeo o formulaacuterio de Solicitaccedilatildeo de Bolsa estaacutegio a Ficha Cadastral (Bolsa-EstaacutegioUFPB) Histoacuterico Escolar do aluno coacutepias da Identidade CPF Tiacutetu-lo de Eleitor e para os homens a coacutepia

do Certificado de quitaccedilatildeo como o ser-viccedilo militar Ao final de cada periacuteodo este processo eacute repetido para renovar a Bolsa

As informaccedilotildees sobre estaacutegios ex-ternos ainda eacute mal divulgado pela uni-versidade Os estudantes costumam ter a iniciativa de procuraacute-los por meio de amigos conhecidos Hoje com a in-ternet ficou mais faacutecil encontrar traba-lhos por meio de sites como por exem-plo o Gogojobcom (wwwgogojobcombr) que divulga vagas na aacuterea de publicidade Quando a oportunidade de estagiar eacute oferecida por instituiccedilotildees conveniadas agrave UFPB o universitaacuterio tambeacutem deve procurar a CEM Apoacutes assinado o convecircnio o aluno estaacute ofi-cialmente estagiando Em ambos os processos ao final de cada semestre deve ser entregue um relatoacuterio

Segundo a coordenadora da CEM os convecircnios realizados pela UFPB eacute uma maneira de atender agraves demandas acadecircmicas Para contemplar um maior nuacutemero de cursos da universidade ldquoOs convecircnios para a concessatildeo de estaacutegios supervisionados devem portanto ser celebrados de forma mais abrangente possiacutevel visando a atender de forma mais ampla a concessatildeo de estaacutegio a alunos regularmente matriculadosrdquo

INTERACcedilAtildeO

28 - UFPB em Revista

Em evento que lotou o auditoacuterio da reitoria da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba Joatildeo Pessoa

recebeu o neurocientista brasileiro Mi-guel Nicolelis que realizou a palestra ldquoA ciecircncia como agente de transforma-ccedilatildeo socialrdquo Nicolelis atraiu professo-res profissionais da aacuterea estudantes da UFPB e de outras universidades mas chamou ainda a atenccedilatildeo de cida-datildeos comuns com problemas de para-plegia tetraplegia deficientes visuais auditivos e pessoas que possuem entes queridos na mesma condiccedilatildeo O enor-me puacuteblico presente ao evento coorde-nado pelo Foacuterum Universitaacuterio deixou o auditoacuterio pequeno com a esperanccedila de ouvir das palavras do meacutedico que eles teriam seus problemas resolvidos pela ciecircncia seja em curto meacutedio ou longo prazo

Nicolelis que lidera um grupo de

pesquisadores da aacuterea de Neurociecircncia na Universidade Duke - EUA apresen-tou como um dos pilares da palestra a mesma questatildeo base do seu chamado Manifesto da Ciecircncia Tropical Nele o neurocientista sugere que o Brasil pode potencializar o desenvolvimen-to cientiacutefico e educacional a partir da cooperaccedilatildeo de ambos e propotildee quinze medidas para firmar o paiacutes como lide-ranccedila mundial na produccedilatildeo e uso de-mocratizante do conhecimento

Miguel Nicolelis falou tambeacutem so-bre a instituiccedilatildeo na cidade de Macaiacute-ba no Rio grande do Norte onde ele realiza um projeto chamado Educaccedilatildeo para toda a vida O projeto ensina para crianccedilas da periferia de Macaiacuteba e Na-tal conhecimentos nas aacutereas de roboacuteti-ca fiacutesica biologia geografia histoacuteria e informaacutetica Durante a palestra o neu-rocientista ainda explanou que desde

o iniacutecio do seu trabalho na cidade de Macaiacuteba a evasatildeo escolar da institui-ccedilatildeo eacute de apenas 2 e que as crianccedilas que estatildeo sendo formadas nessa insti-tuiccedilatildeo saem com mesmo niacutevel de es-colas de elite do Rio grande do Norte

O meacutedico disse aos presentes que acredita que a ciecircncia eacute grande agente responsaacutevel pela capacidade de ino-vaccedilatildeo e deve ser estimulada desde os primeiros momentos da vida Afirmou ainda que haacute uma carecircncia de investi-mento na aacuterea de intersecccedilatildeo da neu-rociecircncia e que se possiacutevel deveria existir acompanhamento ainda no preacute-natal para que a crianccedila nascesse com o maacuteximo de potencial neuroloacutegico Em 2014 Nicolelis abriraacute o primeiro Instituto Primata de Neurociecircncia com uma escola cujo aprendizado se inicia-raacute desde o nascimento Ainda que seja um sonho um pouco distante o meacutedico

Neurocientista Miguel Nicolelis reabre Foacuterum Universitaacuterio

Reabertura do foacuterum universitaacuterio tem como primeiro palestrante o neurocientista Miguel Nicolelis

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 29

acredita que futuramente Macaiacuteba seraacute a primeira ldquocidade ceacuterebrordquo do mundo

Durante a palestra o neurocien-tista tambeacutem abordou as experiecircncias que realiza sobre a interaccedilatildeo do ceacutere-bro e a maacutequina que consiste em fa-zer o movimento da maacutequina a partir dos estiacutemulos enviados pelo ceacuterebro que seratildeo convertidos em impulsos eleacutetricos e proporcionaratildeo o movi-mento mecacircnico de proacuteteses Ainda que ateacute o momento seus experimentos tenham sido feitos apenas com maca-cos jaacute causam ansiedade em pessoas que sofreram acidentes e hoje tem a locomoccedilatildeo comprometida O meacutedico acrescentou que pretende realizar uma demonstraccedilatildeo em 2014 quando uma brasileira parapleacutegica deveraacute caminhar 20 passos e dar o pontapeacute inicial da Copa do Mundo ldquoEsse seraacute um pre-sente do Brasil para toda a humanida-derdquo declarou Nicolelis

O foacuterum universitaacuterio

Apoacutes seis anos desativado a pre-senccedila de Miguel Nicolelis marcou de forma extraordinaacuteria o retorno do Foacute-rum Universitaacuterio Fundado na deacutecada de 1980 pelo professor Joseacute Jackson Carneiro o Foacuterum tem como objetivo discutir assuntos relevantes agrave socieda-de tanto em um niacutevel nacional como local Segundo o coordenador do Foacute-rum Iedo Fontes nunca ficou clara a razatildeo pela qual a gestatildeo anterior da UFPB paralisou o evento ldquoNunca ex-plicaramrdquo comentou Fontes

Para reforccedilar a natureza fomenta-dora de debates do Foacuterum Fontes dis-se que um dos primeiros debates entre presidenciaacuteveis poacutes-ditadura militar jaacute com vistas agraves eleiccedilotildees de 1989 foi promovido pela UFPB no antigo cam-pus de Campina Grande (que hoje eacute de competecircncia da UFCG) ldquoSoacute natildeo veio Collor Lula Brizola e outros estive-ram presentesrdquo comentou

Com o auditoacuterio lotado (600 pro-fessores de acordo com os nuacutemeros de Fontes) o retorno do Foacuterum foi con-siderado positivo A programaccedilatildeo fu-tura ainda estaacute sendo planejada mas a tendecircncia eacute que o Foacuterum seja realizado bimestralmente ldquoFoi uma declaraccedilatildeo da reitora a um jornal local de que ela tem interesse de que o Foacuterum aconte-ccedila num intervalo de dois meses O que nos permite fazer uma programaccedilatildeo Simulaccedilatildeo do exoesqueleto na abertura da Copa de 2014

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mais pensadardquo declarou o coordena-dor

Alguns temas jaacute estatildeo sendo con-siderados o bloqueio do crescimento econocircmico brasileiro nos uacuteltimos anos 500 anos da obra de Maquiavel dis-cussatildeo da obra do geoacutegrafo Josueacute de Castro federalizaccedilatildeo dos niacuteveis infan-til fundamental e meacutedio da educaccedilatildeo e a obra de Luiz Gonzaga e seu impacto sobre a vida regional (este uacuteltimo jaacute sendo organizado para o mecircs de ju-nho)

A princiacutepio o Foacuterum natildeo prioriza-ria nenhuma aacuterea em especiacutefico nem mesmo a proacutepria academia Fontes dis-se ldquoficou claro na reabertura oficial do Foacuterum que noacutes natildeo o reativamos ape-nas para professores estudantes e fun-cionaacuterios mas tambeacutem para a socieda-de pessoense () pessoas de diferentes ramos de atividade comeacutercio induacutes-tria academiardquo Poreacutem o coordenador esclareceu que uma atenccedilatildeo especial deveraacute ser dada agrave discussotildees relaciona-das agrave educaccedilatildeo - e essa preocupaccedilatildeo eacute percebida com a escolha de Miguel

Nicolelis para o primeiro encontro apoacutes a reativaccedilatildeo do Foacuterum ldquoSe tem uma aacuterea que noacutes devemos priorizar no

Brasil e fazer um grande debate nacio-nal eacute a educaccedilatildeordquo explicou Fontes

A exemplo de Nicolelis o Foacuterum tambeacutem foi responsaacutevel por trazer ou-tras personalidades conhecidas nacio-nalmente agrave Joatildeo Pessoa como os se-nadores Cristoacutevatildeo Buarque e Roberto Requiatildeo e o economista Carlos Les-sa Para uma futura ediccedilatildeo do foacuterum a Universidade estaacute tentando trazer o jornalista Paulo Henrique Amorim A ideia poreacutem natildeo eacute ficar preso a nomes de acircmbito nacional e abrir espaccedilo para pessoas que tenham impacto na socie-dade regional - ateacute pela histoacuteria e pelo legado que o Foacuterum tem de realizar debates de interesse da populaccedilatildeo em geral

ldquoFoacuterum eacute para discutir os proble-mas do estado Somos uma entidade produtora e reprodutora de conheci-mento () Na mesa de debate deve ter um professor de destaque mas tambeacutem algueacutem da aacuterea senatildeo fica apenas a niacute-vel de conferecircncia o que natildeo eacute bom pois natildeo promove o debaterdquo afirmou Fontes

Reportagem Una Txai e Rudah Silva

INFRAESTRUTURA

32 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Paraiacuteba enfrenta o caos na infraestrutura do sistema viaacuterio e estaciona-

mentos para veiacuteculos dos alunos pro-fessores e funcionaacuterios Eacute um problema de toda cidade que se reflete na univer-sidade gerando transtornos e problemas de logiacutestica em determinados horaacuterios As dificuldades na mobilidade interna ao Campus I decorrem na deficiecircncia no planejamento da expansatildeo da Instituiccedilatildeo aliadas ao aumento do nuacutemero de veiacute-culos nos uacuteltimos 10 anos O problema eacute reflexo da prioridade do veiacuteculo parti-cular sobre o uso de transporte coletivo

O campus I da instituiccedilatildeo estaacute pas-sando por algumas reestruturaccedilotildees e reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos jaacute existentes No periacuteodo de 2012 a 2013 o nuacutemero de vagas para estacionamento subiu consideravelmente de 2 mil para 2500 Em meacutedio prazo (dois anos) a administraccedilatildeo pretende criar mais 1500 vagas atraveacutes da continuaccedilatildeo do projeto de reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos (no CACE CCEN e HU) e da finali-zaccedilatildeo do Centro de Energias Renovaacute-veis ainda em construccedilatildeo por traacutes do CCHLA

Estacionamento precaacuterio provoca transtorno na UFPB

Vaacuterios carros estacionados de forma irregular e inconveniente no estacionamento da Central de Aulas do campus I

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Projetos

Segundo Marcelo Diniz da Divi-satildeo de Estudos e Projetos da Prefeitura Universitaacuteria a reorganizaccedilatildeo dos esta-cionamentos eacute prioridade e vem sendo implementada em vaacuterios estacionamen-tos da universidade O projeto modi-fica a posiccedilatildeo de entrada dos veiacuteculos de 45ordm (diagonal) para 90ordm (frontal) e a largura da vaga do estacionamento para impossibilitar improvisos que prejudi-cam o traacutefego como por exemplo as filas duplas No projeto as motos se-ratildeo contempladas com estacionamento proacuteprio para evitar a desorganizaccedilatildeo e acidentes nas passarelas e corredores das salas ldquoIremos instalar placas de ad-vertecircncia para as motos natildeo transitarem no espaccedilo destinado aos pedestresrdquo diz Marcelo

Um dos locais com maior problema fica proacuteximo ao preacutedio da Reitoria e da Biblioteca Central devido agrave concen-traccedilatildeo de vaacuterios serviccedilos e dos preacutedios acadecircmicos Nesse local estatildeo reuni-das agecircncias de trecircs bancos livrarias restaurantes DCE (Diretoacuterio Central Estudantil) e AdufPB (sindicato dos

professores) Por conta da via nesse lo-cal ser muito estreita a Prefeitura Uni-versitaacuteria utilizou prismas de concreto no trecho para evitar que os motoristas estacionem os veiacuteculos indevidamente na via de passagem dos carros ocasio-nando transtornos e risco de acidente

Somando-se a esse local estaacute em construccedilatildeo o preacutedio do Centro Arte e Cultura com auditoacuterio estimado para duas mil pessoas em frente agrave Reitoria No projeto da construccedilatildeo natildeo haacute ne-nhum estacionamento previsto para esse preacutedio e na ocasiatildeo de algum evento os visitantes iratildeo estacionar seus veiacuteculos por traacutes da Reitoria que comporta precariamente os usuaacuterios que jaacute utilizam o espaccedilo Para a soluccedilatildeo desse problema Marcelo Diniz informa haver um projeto para construccedilatildeo de um estacionamento por traacutes da Reitoria de um ou dois andares com valor estimado em 10 milhotildees de reais por andar

Usuaacuterios

Os usuaacuterios que utilizam os esta-cionamentos com regularidade pro-potildeem soluccedilotildees como criaccedilatildeo de vagas

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 33

Situaccedilatildeo corriqueira nas vias do campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba

A falta de vagas destinadas para motos eacute a justificativa dos motociclistas

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Reportagem Rodrigo Vitorino e Windsor Souza

destinadas exclusivamente a professo-res Josemar dos Santos professor de Estatiacutestica diz que ldquofalta a prefeitura organizar o estacionamento Haacute deter-minadas horas que vir do departamen-to para a sala de aula de carro se tornou inviaacutevel pois o nuacutemero de veiacuteculos cresceu bastante Poderiam organizar vagas destinadas a professores pois noacutes temos que ficar de bloco em bloco para dar aula enquanto os alunos vecircm assistem a uma aula e vatildeo emborardquo

Outro problema que tambeacutem in-comoda eacute a falta de vagas destinadas agraves bicicletas e motocicletas ldquoAgraves vezes natildeo tem nem espaccedilo para transitar pois tem motociclista estacionando as mo-tos nas vias passarelas e corredores dos blocos pois natildeo haacute vagas destina-das para estacionar as motosrdquo acres-centa Josemar

A falta de estacionamento para motos faz com que elas se amontoem de forma desorganizada Isso as trans-forma em vilatildes e campeatildes de recla-maccedilotildees Elas trafegam e estacionam onde eacute via de pedestres cadeirantes passagem de materiais para os preacutedios da universidade Diversas reclamaccedilotildees jaacute foram feitas por conta de atropela-mentos por dificultar a passagem e ateacute mesmo acidentes envolvendo deficien-tes visuais

Faacutebio Fonseca professor de Pe-dagogia tambeacutem reclama das motos e dos transtornos que elas causam quan-do deixadas em local inconveniente ldquoA universidade estaacute ficando muito pequena para a quantidade de auto-

moacuteveis Eacute preciso organizar o espaccedilo existente e criaccedilatildeo de espaccedilos especiacutefi-cos para motos A falta de organizaccedilatildeo faz com que os corredores passarelas e vias se transformam em estaciona-mento para as motos dificultando por exemplo a passagem de cadeirantesrdquo

O problema da falta de vagas acaba tambeacutem interferindo na aprendizagem dos alunos Aliado a isso haacute o proble-ma de seguranccedila dentro do campus Alunos servidores e professores natildeo confiam no sistema de cartotildees entre-gue na entrada da universidade ldquoGe-ralmente os alunos chegam na hora da aula que coincidem em todas as disci-plinas e a falta de vaga faz com que percamos tempo para estacionar Eacute o caos Muitas vezes encontramos uma vaga muito longe do local em que va-mos estudar E em eacutepoca de chuva pio-

ra Tambeacutem tem o perigo de assaltordquo diz a estudante de Biologia Daniele Lacerda

Empecilho

Alguns estacionamentos no cam-pus I da UFPB possuem aacutervores tom-badas e sob proteccedilatildeo que natildeo podem ser derrubadas Desta maneira a pre-feitura universitaacuteria desenvolveu o projeto de reestruturaccedilatildeo e organiza-ccedilatildeo dos estacionamentos respeitan-do a localizaccedilatildeo dessas aacutervores Nos estacionamentos jaacute finalizados como da Reitoria eacute perceptiacutevel a falta de arborizaccedilatildeo que influecircncia o aqueci-mento local e a desagradaacutevel sensaccedilatildeo de estar num ambiente claro e quente Outro problema encontrado eacute a falta de planejamento de escoamento da chuva Desta maneira em eacutepocas de chuva intensa haacute risco de alagamento

Com todo o empenho e desenvol-vimento estrutural eacute de suma impor-tacircncia o investimento em seguranccedila Mas tambeacutem organizar o tracircnsito au-xiliando os condutores onde devem estacionar e na fluidez do tracircnsito Devido agrave ausecircncia de fiscalizaccedilatildeo para coibir as infraccedilotildees de tracircnsito as vias se tornam estacionamentos irregula-res atrapalhando e colocando em risco a seguranccedila dos integrantes da comu-nidade universitaacuteria

INFRAESTRUTURA

34 - UFPB em Revista

Ano de 2015 eacute limite para meta plena de acessibilidade

Ausecircncia de acessibilidade eacute constante nos novos preacutedios da UFPB

Segundo dados do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a Paraiacuteba eacute o estado que possui a maior parcela de habitantes com necessidades especiais no Bra-sil empatando com o Rio Grande do Norte Quase 30 dos paraiba-nos tecircm algum tipo de necessidade especial Apesar da estatiacutestica e da existecircncia do Decreto Lei 5296 que determina a acessibilidade em todas as edificaccedilotildees puacuteblicas 90 por cento das construccedilotildees realizadas durante gestatildeo dos professores Rocircmulo Po-lari e Iara Matos a frente da UFPB natildeo respeitaram o seu cumprimento

No momento a atual adminis-traccedilatildeo estaacute empenhada num pra-zo de dois anos a assistir a todos os alunos com deficiecircncia cumprin-do as normas teacutecnicas de acessi-bilidade da Associaccedilatildeo Brasilei-ra de Normas Teacutecnicas (ABNT)

Dentre as medidas a serem ado-tadas estaacute a reforma na acessibilida-de arquitetocircnica das vias (calccediladas) Tambeacutem estaacute prevista a construccedilatildeo do Centro de Inclusatildeo (que vai in-tegrar todos os projetos de inclusatildeo em um soacute) agregar serviccedilos dispo-nibilizar salas de aula adquirir uma seacuterie de equipamentos fora do paiacutes (entre eles esfigmomanocircmetro que possibilita a traduccedilatildeo de textos em aacuteudio bengala que identifica obs-taacuteculos e computadores especiais)

Ateacute o momento apenas 15 preacute-dios estatildeo acessiacuteveis para os 30 alu-nos com necessidades especiais ca-dastrados na UFPB O uacutenico trecho com acessibilidade externa no Cam-pus I se encontra da Biblioteca Cen-tral ateacute o Refeitoacuterio Universitaacuterio No Campus II em Areia a primeira parte do projeto jaacute vem com todas as normas de acessibilidade executadas disse Marcelo Andrade Diniz Diretor do Departamento de Arquitetura da Prefeitura Universitaacuteria desde 2010

O que estaacute previsto

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 35

Segundo Marcelo Diniz que acompanhou a antiga gestatildeo da Uni-versidade o recurso era limitado e natildeo havia comprometimento dos ad-ministradores para cumprir as normas exigidas aleacutem da fiscalizaccedilatildeo pouco eficaz do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Ateacute 2010 pouco havia sido pensado discutido e realizado para incluir so-cialmente as pessoas com deficiecircn-cia Com o aumento significativo e progressivo no nuacutemero de estudan-tes em funccedilatildeo da Reestruturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universidades Fede-rais (Reuni) a situaccedilatildeo agravou-se

Desde entatildeo o Governo Federal estaacute destinando uma verba especiacutefica para as Instituiccedilotildees Federais de En-sino (Ifes) cumprirem as normas de acessibilidade impostas pela ABNT O MEC por sua vez vem fiscalizan-do com rigor as Ifes de todo o Brasil

Comitecirc existe desde 2011

No ano de 2011 foi criado na UFPB o Comitecirc de Inclusatildeo e Aces-sibilidade que tem como objetivo garantir a todos os alunos com defi-ciecircncia a permanecircncia e conclusatildeo do curso Segundo a coordenadora do

comitecirc Andreza Aparecida Polia estaacute prevista a chegada de 44 alunos espe-ciais para o proacuteximo semestre letivo nuacutemero que ultrapassa os 5 por cen-to designado pelo sistema de cotas ldquoAno passado fizemos pedido de equi-pamentos para suprir os alunos que jaacute estatildeo cadastrados Enquanto natildeo che-ga os coordenadores tem de ter um computador exclusivo para esses estu-dantesrdquo pontificou Andreza Polia O comitecirc conta com representantes dos cursos de Psicopedagogia Terapia Ocupacional Arquitetura e Educaccedilatildeo

Ainda em fase de projeto o Centro de Inclusatildeo e Acessibilidade estaacute pre-visto para ficar pronto em 2015 Ele contaraacute dentre outras coisas com pla-cas em Braille piso taacutetil carteiras es-peciais plataforma elevatoacuteria eleva-dor e tecnologias inclusivas em geral

Outro projeto que estaacute sendo desenvolvido pela Prefeitura Uni-versitaacuteria eacute a urbanizaccedilatildeo do La-boratoacuterio de Energias Renovaacuteveis (LERS) que iraacute se estender por todo o estacionamento contando com rampas pisos taacuteteis e mais de 6 quilocircmetros de rotas acessiacuteveis

Os estudantes com necessidades especiais contam com um programa

Projeto em 3d das futuras instalaccedilotildees elaborado pela Prefeitura da UFPB

Reportagem Giuliano Viscardi

de apoio onde um aluno monitor os acompanha geralmente por discipli-na dando assistecircncia necessaacuteria gra-vando aulas e tirando duacutevidas com os professores O Nuacutecleo de Educaccedilatildeo Especial (Nedesp) tambeacutem os ajuda nesse processo de adaptaccedilatildeo Na Bi-blioteca Central e no Nedesp os alu-nos dispotildee de impressora em braille

A Proacute-reitoria de Gestatildeo de Pes-soas (Progep) ofereceu por dois anos consecutivos um curso de capacita-ccedilatildeo para docentes e servidores da uni-versidade tendo formado duas turmas ateacute agora Poreacutem a grande maioria dos capacitados foi funcionaacuterios A UFPB conta com apenas um tradutor ldquoPreci-samos de mais contrataccedilotildeesrdquo alega Po-lia que estaacute coordenando o Comitecirc de Inclusatildeo e Acessibilidade desde 2011

A prefeitura da Instituiccedilatildeo tambeacutem fez um convenio com o Laboratoacuterio de Acessibilidade (Lacesse) coordenado por Marcelo Diniz e pela professora do curso de arquitetura Angelina Costa O espaccedilo fiacutesico onde funciona o labo-ratoacuterio foi inaugurado dia 12 de abril no Centro de Tecnologia bloco N

INFRAESTRUTURA

36 - UFPB em Revista

O rombo de mais de 22 milhotildees na Fundaccedilatildeo Casa de Joseacute Ameacuterico (FCJA) constata-

do pelo Tribunal de Contas da Uniatildeo (TCU) eacute a principal heranccedila deixada pela antiga administraccedilatildeo da universi-dade e que atinge diretamente o Res-taurante Universitaacuterio da UFPB Os es-cacircndalos envolvem o responsaacutevel pelo fornecimento de gecircneros alimentiacutecios e o pagamento de alguns funcionaacuterios do Restaurante Universitaacuterio (RU)

Segundo o TCU foram usados re-cursos federais depositados em contas especiacuteficas de convecircnios para paga-mentos agrave empresas fornecedoras de gecircneros alimentiacutecios As irregularida-des foram cometidas pelo ex-diretor da Fundaccedilatildeo Eugecircnio Pacceli Trigueiro Pereira Com isso o TCU suspendeu o repasse de recursos da Uniatildeo para a Fundaccedilatildeo Joseacute Ameacuterico e a direccedilatildeo do RU enfrentou problemas com a falta de estoque de alimentos e atraso no paga-mento de funcionaacuterios refletindo no atendimento precaacuterio das necessidades dos alunos que frequentam o Restau-rante

O RU que fornece refeiccedilotildees gra-tuitas para estudantes de baixa renda e cadastrados da UFPB conta com 90

profissionais Os gecircneros alimentiacutecios de uma refeiccedilatildeo custam em meacutedia de R$ 410 a R$ 530 Nesse valor natildeo estaacute considerado a despesa do preparo trabalho dos funcionaacuterios e energia dos aproximadamente 2200 almoccedilos e 900 jantares por dia

A nova reitoria da UFPB ampliou as investigaccedilotildees e o levantamento de contas da Universidade para averiguar quais problemas seratildeo enfrentados pela gestatildeo Durante as investigaccedilotildees foram detectadas vaacuterias irregula-ridades cometidas pela adminis-traccedilatildeo passada a exemplo da au-secircncia de prestaccedilatildeo de contas de diversos convecircnios

Antocircnio Luiz de Albuquer-que Gomes professor do De-partamento de Quiacutemica do Cen-tro de Tecnologia da UFPB assumiu o cargo de Superintendente do Sistema de Restaurantes Universitaacuterios - que com-preende os restaurantes do Campus 1 do Litoral Norte Areia e Bananeiras - no dia 12112012 Ele conta que rece-beu o RU com um estoque insuficiente de alimentos apesar dos pregotildees ainda estarem em andamento

O superintendente esclareceu que um desses pregotildees estava desa-

parecido e soacute depois de muita inves-tigaccedilatildeo a empresa foi contatada para cumprir o contrato O outro pregatildeo es-tava com o pedido de realinhamento de preccedilos e somente apoacutes a administraccedilatildeo entrar em contato para negociar com os fornecedores explicando a delicadeza da situaccedilatildeo eacute que foi possiacutevel normali-zar as entregas dos suprimentos

Segundo o professor Antocircnio Luiz ainda haacute muitos problemas com os fornecedores As licitaccedilotildees (pregotildees) emitidas pelas empresas tem um preccedilo muito abaixo do valor de mercado Em decorrecircncia desse fato as companhias tem prejuiacutezo e antes de completar os seis meses algumas deixam de forne-cer os gecircneros apesar de ainda terem saldo em caixa com a Universidade

Um dos problemas a serem contor-nados pela atual administraccedilatildeo diz res-peito a burocracia e lentidatildeo de alguns setores na etapa de licitaccedilatildeo e pregatildeo para aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios Na Proacute-Reitoria Administrativa (Divi-satildeo de Materiais) a entrada dos pre-gotildees foi feita em dezembro poreacutem os processos ficaram mais de dois meses parados dentro de uma gaveta e por isso ainda existem licitaccedilotildees de com-pras paradas em abril

A administraccedilatildeo da Universidade

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeo

Prof Antocircnio Luiz Superintendente do RU

Vista frontal do Restaurante Universitaacuterio da UFPB

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 37

Atualmente o professor Antocircnio Luiz estaacute procurando resolver os as-suntos mais urgentes do RU fazendo o levantamento do que precisa ser fei-to a exemplo dos pedidos de compras de equipamentos de seguranccedila e para a cozinha Haacute tambeacutem uma proposta

a partir dos levantamentos feitos pelo professor Antocircnio Luiz tomou um seacute-rie de iniciativas entre elas consultas juriacutedicas onde foram detectados o atra-so de salaacuterios entre outras irregularida-des trabalhistas Por conta do rombo a FCJA deixou de pagar o fundo de ga-rantia salaacuterios feacuterias e 13ordm salaacuterio aos funcionaacuterios As diacutevidas tiveram que ser quitadas pela prefeitura universitaacute-ria que repassou a verba e cumpriu a obrigaccedilatildeo social para com todos os fun-cionaacuterios Hoje a FCJA eacute dirigida por Boanerges Felix que estaacute regularizan-do as atividades da fundaccedilatildeo

O professor Antocircnio Luiz ressalta que existiam diversos problemas com equipamentos e com funcionaacuterios Na cozinha haviam vazamentos e instru-mentos como serras de cortar carne e aparelho de cortar frutas quebrados Ateacute o conserto desses aparelhos os trabalhos vinham sendo feitos manu-almente Ele encontrou equipamentos com 10 a 15 anos de uso sem programa de reposiccedilatildeo ldquoEacute impossiacutevel um siste-ma desse porte funcionar sem repor o equipamento porque ele tem vida uacutetil As caldeiras satildeo razoavelmente novas com 3 ou 4 anos de uso mas sem um sistema de manutenccedilatildeo Vazamento de oacuteleo caldeiras quebradas Foi uma si-tuaccedilatildeo que eu natildeo imaginava que en-contrariardquo observa o superintendente

Outra questatildeo importante que a nova administraccedilatildeo teve que mudar foi o fato de que os funcionaacuterios natildeo esta-vam acostumados a obedecer aos horaacute-rios Poreacutem aos poucos o pessoal foi se adaptando ao novo modelo de gestatildeo

encaminhada para concretizaccedilatildeo de um serviccedilo de auto atendimento (self servi-ce) O desperdiacutecio de comida eacute um dos grandes problemas para o Restaurante pois os alunos deixam nos pratos restos de comida suficientes para alimentar mais de 400 pessoas segundo o supe-rintendente

A equipe que trabalha no RU pre-tende realizar uma campanha de cons-cientizaccedilatildeo para que os comensais com a instalaccedilatildeo do self service co-loquem no prato apenas a quantidade realmente necessaacuteria evitando assim o desperdiacutecio Estaacute nos planos promover treinamento dos funcionaacuterios executar atividades humaniacutesticas promovendo a interaccedilatildeo entre as pessoas melhorar cada vez mais o sabor da comida (a qua-lidade jaacute existe) e aumentar o nuacutemero de funcionaacuterios e equipamentos acarre-tando numa melhora do fluxo e minimi-zando o problema das longas filas

Tambeacutem eacute interesse terminar a obra comeccedilada na administraccedilatildeo pas-sada - que jaacute deveria ter sido finaliza-da - de um complexo ao lado do atual RU Laacute seraacute instalado um restaurante para que os funcionaacuterios e estudantes natildeo contemplados pelo RU possam co-mer pagando apenas uma pequena taxa pela refeiccedilatildeo Eacute preciso ainda analisar a viabilidade dessa opccedilatildeo consultando a comunidade acadecircmica e aguardando o teacutermino das obras A comida seraacute a mesma que eacute servida gratuitamente aos alunos comensais

Comida que sobra nos pratos seria capaz de preencher 400 novas refeiccedilotildees

Restaurante Universitaacuterio em horaacuterio de funcionamento

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Reportagem Marina Maracajaacute e Nayane Maia

e mudando os haacutebitos no ambiente de trabalho A atual administraccedilatildeo prima pelo exemplo adotando a praacutetica de se-rem os primeiros a chegar e os uacuteltimos a sair colaborando com os outros fun-cionaacuterios e ajudando sempre que pos-siacutevel nas suas diferentes funccedilotildees seja no setor administrativo seja na parte de manutenccedilatildeo dos equipamentos

Proposiccedilotildees

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38 - UFPB em Revista

Blocos isolados congestiona-mentos nos horaacuterios de pico falta de estacionamento satildeo

esses alguns dos problemas que po-dem ser ocasionados pela falta de um bom plano diretor Na UFPB isso natildeo eacute diferente Encontrar agrave noite uma vaga proacutexima ao CCHLA eacute praticamente uma maratona Esse e muitos outros problemas poderiam ter sidos evita-dos se tivesse sido criado um plano diretor que limitasse as aacutereas de esta-cionamento construccedilatildeo e ainda com o planejamento da aacuterea de preservaccedilatildeo na universidade

Em 2007 em sua defesa de tese de doutorado em engenharia civil Renato Saboya explica ldquoPlano Diretor eacute um documento que sintetiza e torna expliacute-citos os objetivos consensuados para o Municiacutepio e estabelece princiacutepios diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as decisotildees dos atores envolvidos no processo de de-senvolvimento urbano convirjam tan-to quanto possiacutevel na direccedilatildeo desses objetivosrdquo

Para Acircngela Braz aluna do quinto periacuteodo de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal da Paraiacuteba pro-blemas comuns como salas com maacute ventilaccedilatildeo ou com insolaccedilatildeo intensa poderiam ter sido evitados se a insti-tuiccedilatildeo tivesse em seu plano diretor as melhores localizaccedilotildees para a constru-ccedilatildeo dos blocos Com tal planejamen-to seriam evitadas aacutereas voltadas di-retamente para o nascente ou poente e tambeacutem aacutereas natildeo favorecidas pelos ventos

Planos Diretores no Brasil

Quando questionados a maioria dos brasileiros pensam que exemplos de planejamento preventivo existem apenas em paiacuteses de ldquoprimeiro mun-dordquo poreacutem em diversos municiacutepios brasileiros planos diretores tiveram relativo sucesso como por exemplo Curitiba Brasiacutelia e ateacute mesmo Joatildeo Pessoa Sendo a uacuteltima um dos melho-res exemplos nacionais de preservaccedilatildeo de sua orla mariacutetima onde existe um

bloqueio para edifiacutecios superiores a quatro andares

ldquoA questatildeo da falta de planejamen-to urbano eacute muito mais grave do que parece o recobrimento dos solos com materiais impermeaacuteveis juntamente com o adensamento de construccedilotildees acaba ocasionando o aumento de tem-peratura em determinadas regiotildeesrdquo indaga Acircngela

O impedimento da construccedilatildeo de preacutedios altos na orla evita o conhecido fenocircmeno em diversas praias sombra Em praias de Recife Rio de Janeiro e Balneaacuterio Camboriuacute por exemplo possuem sombra na faixa de areia mes-mo horas antes do pocircr do sol devido aos gigantes que ali se encontramldquoSalas cada vez menores para turmas cada vez maioresrdquo

Para Andreacute Siqueira aluno do se-gundo periacuteodo de Arquitetura e Urba-nismo na Universidade Federal da Pa-raiacuteba a falta de um real planejamento cria ateacute mesmo a falta de acessibilida-de em diversas aacutereas da Universida-de Calccediladas estreitas com caminhos

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidade

Protesto de alunos de Miacutedias Digitais devido ao atraso de mais de dois anos na entrega do bloco do curso

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 39

Soluccedilatildeo a longo prazo

Flaacutevio Tavares membro do pro-jeto de iniciaccedilatildeo cientiacutefica ldquoTerritoacute-rios e urbanidades praacuteticas urbanas e poliacuteticas culturais no espaccedilo puacuteblico contemporacircneordquo mostra-se indignado com o fato de que o porte que a uni-versidade tem atingido seja de espa-ccedilo fiacutesico ndash com grande quantidade de alunos e funcionaacuterios circulando no seu campus - seja do volume de recur-sos aplicados anualmente e ainda natildeo possua um plano diretor em vigor Ele permitiria accedilotildees integradas de longo prazo garantindo que os investimentos ocorram de acordo com os principais anseios da comunidade universitaacuteria jaacute que a elaboraccedilatildeo do plano se daacute necessariamente a partir da discussatildeo conjunta entre os envolvidos com a re-giatildeo

Indagado sobre as possiacuteveis accedilotildees

que poderiam sanar os atuais (e fu-turos) problemas Tavares diz que a Universidade deve iniciar de imedia-to a construccedilatildeo de um ldquoPlano Diretor Participativo Integrado para o Cam-pus Joatildeo Pessoa da UFPBrdquo incluindo questotildees de planejamento participativo na proposiccedilatildeo das futuras obras per-mitindo que a comunidade acadecircmica possa opinar sobre as obras que ali se-ratildeo executadas resultando numa maior conexatildeo e identificaccedilatildeo com os usuaacute-rios Quanto a uma obra especiacutefica ele acredita que uma ampla intervenccedilatildeo no

desenho urbano do campus seria ne-cessaacuteria priorizando o fluxo de pedes-tres com pisos adequados vegetaccedilatildeo passarelas etc

Para finalizar Flaacutevio lembra que agora que a Universidade acolhe um maior nuacutemero de pessoas com defici-ecircncia tendo o dever natildeo soacute legal mas tambeacutem social de incluir estas pessoas num deslocar seguro e independente Sendo esse apenas possiacutevel com um planejamento efetivo da estrutura fiacutesi-ca da Universidade

No final de 2012 Margareth Diniz assumiu a Reitoria da Uni-versidade Federal da Paraiacute-ba e com ela iniciaram-se projetos de um Plano Dire-tor Esse Plano teraacute como principal foco proteger a reserva de mata atlacircntica na qual a Instituiccedilatildeo estaacute sediada O professor Seacutergio Alonso recentemente em-possado prefeito do Campus I eacute um dos membros desta comissatildeo que discute a cria-ccedilatildeo do Plano na UFPB Ele teraacute a missatildeo de coordenar as discussotildees sobre o PD

Planejamento evita problemas como o demonstrado no viacutedeo acima

Novo campus em Rio Tinto Obras que esteticamente feias e sem utilidade

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ReportagemFrancisco de Oliveira

Guilherme Pontes

confusos ou ateacute mesmo inexistentes e ainda praccedilas de permanecircncia sem co-bertura satildeo outros exemplos lembra-dos por Siqueira

Sobre o futuro Andreacute eacute pessi-mista e comenta que a cada dia mais problemas surgem Ser deficiente na UFPB eacute praticamente impossiacutevel Blocos aleatoacuterios para cursos que de-veriam ter salas proacuteximas Essas in-clusive estatildeo cada vez menores para turmas cada vez maiores ldquoSalas com janelotildees feitas para serem usadas com projetor que tipo de arquiteto aprova issordquo provoca

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40 - UFPB em Revista

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Central

Construiacuteda haacute mais de 30 anos a Biblioteca Central da UFPB nunca passou por uma grande reforma

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Se algueacutem que frequenta a Bi-blioteca Central da UFPB atu-almente fosse perguntado sobre

qual a sua impressatildeo sobre o local as respostas certamente seriam se-melhantes agraves de quem respondesse a mesma pergunta haacute dez ou vinte anos calor poeira mofo falta de acessibilidade e estrutura deficitaacuteria estariam entre as palavras mais cita-das Isso se explica pelo fato do preacute-dio construiacutedo na deacutecada de 1970 ter sido mal planejado e nunca ter passado por uma grande reforma

Com o acervo atual em torno dos 400 mil exemplares a Bibliote-ca Central tem como principal fina-lidade dar suporte de informaccedilotildees aos programas de ensino pesquisa e extensatildeo Construiacuteda ao lado de uma mata ndash a UFPB estaacute localizada em uma regiatildeo de Mata Atlacircntica ndash so-fre com a maacute conservaccedilatildeo do acervo

exposto agrave umidade poeira e insetosSegundo a bibliotecaacuteria TM que preferiu natildeo se identificar o uacutelti-mo governo ateacute fez investimentos importantes no local ldquoAtraveacutes de pregotildees e ouvindo sugestotildees de co-ordenadores de cursos e professores foram adquiridos milhares de novos tiacutetulos Aleacutem disso foram instala-dos novos computadores cadeiras e feita a climatizaccedilatildeo de algumas salasrdquo A ideia eacute que nos proacuteximos anos sejam feitos novos investimen-tos no local ldquoA nova Reitora pro-meteu um sistema de climatizaccedilatildeo completo para o preacutediordquo afirma TM

Apesar das melhorias nos uacutel-timos anos e a promessa de novos investimentos para um futuro proacute-ximo muitas mudanccedilas inclusive estruturais precisam acontecer na Biblioteca Central ldquoO projeto ar-quitetocircnico eacute defeituoso Eacute impos-

siacutevel falar em climatizaccedilatildeo enquan-to natildeo for solucionado o problema das grandes frestas nas paredes do lugar Tambeacutem natildeo adianta climati-zar sem ser feita uma higienizaccedilatildeo em todo o preacutediordquo afirma o fun-cionaacuterio Francisco Joseacute Assistente Administrativo do local haacute 25 anos

Natildeo bastasse o problema de con-servaccedilatildeo do acervo existe uma ques-tatildeo ainda mais grave a ser tratada a sauacutede dos que frequentam a Bibliote-ca Central Vaacuterios funcionaacuterios rela-taram problemas de sauacutede por causa da higiene e estrutura do local O acuacutemulo de poeira e fungos jaacute causou vaacuterias doenccedilas de pele desde cocei-ras ateacute alergias seacuterias Aleacutem disso eacute comum funcionaacuterios reclamarem de problemas de coluna causados pelo manuseio das pesadas estantes e pro-blemas de mobilidade com os carros de matildeo que transportam os livros

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 41

Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 43

Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

b i o -logia e geo-

grafia estatildeo ok tem ar condicionado data

show etc As de quiacutemica () satildeo horriacuteveis tem umas que os

ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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PELO CAMPUS

46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

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52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

Recepccedilatildeo Local

Gastos estadia e lazer

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 11: UFPB em revista

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 13

Treinamento de professores pelo e-tutor

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Reportagem Walter Liciacutenio e Eacuterika Antunes

Os cursos de licenciatura agrave distacircn-cia satildeo ofertados com o intuito de for-mar professores aptos a ministrarem aulas na segunda etapa do ensino fun-damental e no ensino meacutedio atenden-do a necessidade de aprimoramento de professores que natildeo tecircm ensino supe-rior e formando pessoas residentes nas cidades do interior do estado que natildeo possuem faacutecil acesso agrave educaccedilatildeo ldquoHaacute todo tipo de aluno sem-terra pessoas da zona rural pessoas de alta e baixa renda etc Se vocecirc der uma olhada em nosso edital vocecirc veraacute que atendemos 3 tipos de puacuteblico distintos Demanda social professores da rede puacuteblica e surdosrdquo afirma a paacutegina do facebook da UFPB Virtual

Um dos maiores esforccedilos da edu-caccedilatildeo agrave distacircncia eacute manter a qualidade de ensino para que seus cursos sejam tatildeo eficientes quanto os presenciais Para que isso seja possiacutevel tem-se mantido paracircmetros dos cursos pre-senciais equivalentes Por exemplo o curso de Ciecircncias Bioloacutegicas oferece um fluxograma curricular igual ao mi-nistrado presencialmente com o mes-mo nuacutemero de horas-aula e creacuteditos Jaacute o curso de Matemaacutetica conta com apenas 90 horas a menos que seu equi-valente presencial

Preconceito

Pessoas mais tradicionais tendem a pensar que um formado em EAD

natildeo eacute tatildeo capaz quanto um formado em curso presencial A realidade eacute bem contraacuteria com a flexibilidade de horaacute-rios a pessoa que estaacute matriculada em um curso a distacircncia deve ser focada organizada e ter disciplina para man-ter seus estudos _ natildeo se dispersar seja com o ambiente onde estaacute ou a inter-net

Desde o ano de 2004 o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) aprovou a inser-ccedilatildeo de 20 da carga horaacuteria curricular em cursos superiores presenciais como aulas ministradas agrave distacircncia Tal posi-cionamento de um oacutergatildeo governamen-tal pode ser o indiacutecio de uma aceitaccedilatildeo

maior da modalidade de ensino ldquoO preconceito relacionado a EaD eacute uma discussatildeo ampla poreacutem ainda existe simrdquo constata o canal de contato on-line da UFPB Virtual Talvez a proacute-pria falta de conhecimento acerca da modalidade de ensino seja a razatildeo de parte da populaccedilatildeo negar-se a acreditar nesse meacutetodo educacional que com a difusatildeo do acesso agrave rede continuaraacute a se expandir

Ensino agrave distacircncia

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ENSINO

14 - UFPB em Revista

Alunas do Cursinho sendo entrevistadas

Curso preacute-vestibular funciona de modo precaacuterioAriany Melo 17 anos Emma-

nuela da Silva 24 Mayra Lu-cena 18 e Larissa dos Anjos

tambeacutem de 17 anos satildeo alunas do Cur-sinho Preacute-Vestibular que se iniciou em 14 fevereiro na UFPB - Universidade Federal da Paraiacuteba - todas elas tecircm em comum o sonho da aprovaccedilatildeo no ves-tibular

Para Ariany Melo que pretende cursar Relaccedilotildees Puacuteblicas e estaacute pela 2ordf vez no Cursinho Preparatoacuterio falta uma melhor organizaccedilatildeo para o funcio-namento das aulas ldquoO curso eacute legal mas eu esperava mais Noacutes temos mui-tas aulas vagas no ano passado natildeo era assim Pelo horaacuterio que recebemos as aulas deveriam ir das 13 agraves 17 horas Muitas vezes temos que esperar para ter apenas a uacuteltima aula simplesmente porque ningueacutem nos avisardquo comenta

O curso tem grande procura e a idade meacutedia dos frequentadores vai de 17 a 60 anos ldquoEacute difiacutecil entrar aqui a seleccedilatildeo eacute feita pela avaliaccedilatildeo da renda e o histoacuterico escolar do aluno Tambeacutem natildeo temos gastos adicionais pagamos apenas pelas coacutepias do material dispo-nibilizado pelos professores e as passa-gens de ocircnibus ainda temos o direito de tirar a carteirinha de estudanterdquo diz

Emmanuela da Silva que vai prestar vestibular para Serviccedilo Social

A turma que elas fazem parte conta com alunos portadores de necessidades especiais entre eles estaacute Larissa dos Anjos que sonha em fazer Psicologia Para ela a rotina de pegar material de-pois das aulas eacute um pouco diferente Jaacute que natildeo enxerga Larissa tem que ir ateacute o setor da universidade responsaacutevel em passar para o Braile o material dispo-nibilizado ldquoNoacutes pegamos o material necessaacuterio para as aulas com exceccedilatildeo de Matemaacutetica Quiacutemica e Fiacutesica que natildeo fica disponiacutevel Esses professores fazem o que podem enviam por email e eu estudo com ajuda do leitor virtu-alrdquo conta

Larissa Leite disse ainda que sente falta de algumas atitudes para ela eacute pre-ciso maior empenho para que as coisas funcionem melhor Mayra Lucena que espera cursar Jornalismo ou Pedagogia no ano que vem concorda com a cole-ga ldquoNo comeccedilo das aulas tinha uma pessoa aqui para acompanhar e ajudar no que eles precisassem agora somos noacutes que fazemos isso Inclusive temos um colega esquizofrecircnico e fica visiacutevel a falta de preparo dos professores quan-do acontece alguma situaccedilatildeordquo explica

Entrevista

A Coordenadora do Nuacutecleo de Jo-vens e Adultos da UFPB - Universida-de Federal da Paraiacuteba - Maria de Faacute-tima dos Santos Oliveira negou-se a dar declaraccedilotildees sobre o Cursinho Preacute-Vestibular o qual ela eacute responsaacutevel Ela exigiu uma Carta de Apresentaccedilatildeo da equipe de reportagem argumentan-do que esse eacute um procedimento de pra-xe no Departamento

Inicialmente a coordenadora omi-tiu tambeacutem o local e horaacuterio de fun-cionamento do curso Maria de Faacuteti-ma afirmou ser ldquoincorreto da parte de vocecircs (noacutes da reportagem) procurar alunos e professores do curso sem autorizaccedilatildeordquo acrescentou Maria de Faacutetima disse ainda que os professores sabem da necessidade dessa autoriza-ccedilatildeo ldquoQuem estaacute sendo inconveniente aqui eacute o professor de vocecircs porque ele sabe que isso eacute preciso Eacute uma forma de nos resguardarrdquo finalizou

O Professor Derval Golzio cha-mado de inconveniente por Faacutetima discorda dessa posiccedilatildeo ldquoeacute no miacutenimo um absurdo que um funcionaacuterio puacutebli-co se negue a disponibilizar esse tipo de informaccedilatildeo principalmente por se

tratar de coisas tatildeo simplesrdquo Golzio ainda questionou qual seria o inconveniente de prestar informaccedilotildees tatildeo baacutesicas que a professora Maria de Faacutetima sob pre-textos burocraacuteticos injustifi-caacuteveis faz tanto segredo

Greve na UFPB

A greve na UFPB foi o fator determinante para os resultados negativos obti-dos ano passado pelos es-tudantes que frequentaram o Cursinho Preacute-Vestibular da UFPB eacute o que diz o Pro-fessor de Matemaacutetica Paulo Rogeacuterio Para ele a interrup-

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 15

ccedilatildeo nas aulas causou o elevado niacutevel de evasatildeo nas turmas ldquoOs resultados ano passado natildeo foram bons a greve iniciada praticamente na metade do ano desestimulou os nossos alunos no comeccedilo do ano as salas eram cheiasrdquo pondera

Criado por um convecircnio entre a Universidade e a Secretaria de Edu-caccedilatildeo do Estado da Paraiacuteba o Curso faz parte do Nuacutecleo de Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos e foi inicialmente pensado para os estudantes do ensino meacutedio na UFPB que estatildeo no EJA ndash Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos - mas a alta procura fez com que fossem aber-tas novas vagas conta Rogeacuterio

O Professor explica que hoje exis-tem 2 turmas agrave tarde e 1 agrave noite com uma meacutedia de 150 alunos no total a maioria constituiacuteda de jovens Para ele lidar com Portadores de Necessi-dades Especiais eacute um desafio ldquoTraba-lhei com pessoas portadoras de algum tipo de deficiecircncia apenas uma vez mas faz muito tempo Natildeo tive ne-nhum tipo de treinamento acho que todo professor precisa receber um bom preparado infelizmente isso ain-da natildeo acontece O que me estimula eacute ver a forccedila de vontade desses alunosrdquo completou

Cursos de idioma pelo Departamen-to de Letras

Curso de extensatildeo em liacutenguas es-trangeiras eacute uma iniciativa do DLEM (Departamento de Letras Estrangeiras Modernas) Ele eacute aberto para toda co-

munidade seu uacutenico preacute-requisito eacute ter mais de 18 anos Satildeo oferecidos cur-sos de Liacutengua Inglesa Alematilde France-sa e Espanhola Para adentrar no curso eacute necessaacuterio fazer uma prova de sele-ccedilatildeo (em liacutengua portuguesa) O chefe do DLEM Professor Doutor Roberto Carlos de Assis natildeo soube precisar qual era a concorrecircncia do processo de seleccedilatildeo para uma das vagas dos cursos no entanto ele acredita que a concor-recircncia gira em torno de seis alunos por vaga

Os alunos de graduaccedilatildeo em Letras da UFPB supervisionados por seus professores satildeo os responsaacuteveis pelas as aulas do curso de extensatildeo Eles re-cebem uma bolsa de aproximadamente 200 reais Para dar essas aulas eacute preci-so estaacute no 4ordm periacuteodo do curso de gra-duaccedilatildeo ou jaacute ter experiecircncia compro-vada em sala de aula

O material para acompanhar as aulas fica por conta dos alunos Aleacutem disso se o aluno passar no processo se-letivo ainda tem uma taxa de matriacutecu-la no valor 100 reais para comunidade em geral e 90 reais para os alunos de letras Os alunos da residecircncia univer-sitaacuteria satildeo isentos dessa taxa

O professor Doutor Roberto Carlos de Assis crer que o percentual de eva-satildeo do curso de extensatildeo se aproxima dos 30 Para ele essa taxa eacute normal Natildeo haacute nenhum levantamento sobre quem mais procura o curso mas ele acredita que pessoas das mais diferen-tes aacutereas o procuram

Ana Carla graduanda do curso de Turismo faz o segundo semestre de in-

glecircs do curso de extensatildeo Ela acredita que o curso oferece uma boa oportu-nidade para aprender uma liacutengua to-davia o aluno tambeacutem tem que fazer sua parte para aprender mais Ela deci-diu aprender inglecircs porque na opiniatildeo dela ser biliacutengue eacute essencial para qual-quer pessoa que queira entrar no mer-cado de trabalho principalmente na aacuterea que ela pretende atuar o turismo

Ana Carla jaacute tinha uma base de co-nhecimento de inglecircs antes de entrar no curso No entanto nem todos os alunos satildeo assim Eacute o que afirma o bolsista do curso de extensatildeo Caio Antocircnio alu-no de graduaccedilatildeo em Letras Inglecircs Para ele as turmas iniciantes do curso de extensatildeo satildeo as mais trabalhosas pois muita gente natildeo tem uma boa base na liacutengua Como ele costuma dar suas au-las falando o inglecircs na maior parte do tempo algumas pessoas apresentam dificuldade Para ser melhor compre-endido por essas pessoas ele muitas vezes faz o uso da miacutemica

Outra dificuldade encontrada por Caio Antocircnio eacute o nuacutemero de alunos em sala de aula As turmas comeccedilam com 25 alunos Para o bolsista eacute possiacutevel dar uma aula com esse nuacutemero de alu-nos mas o rendimento cresce em tur-mas menores Segundo ele numa tur-ma com poucas pessoas eacute possiacutevel dar uma atenccedilatildeo individual aos alunos

Reportagem Francisco Dantas e Rocircmulo Jeferson

Curso de liacutenguas estrangeiras eacute uma iniciativa do DLEM (Departamento de Letras Estrangeiras Modernas)

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PESQUISA

18 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Para-iacuteba dispotildee de dois viveiros de animais para pesquisas labora-

toriais tambeacutem conhecidos como bio-teacuterio Satildeo locais inteiramente voltados para estudo de animais quer seja com-portamental procriaccedilatildeo ou mesmo para realizaccedilatildeo de experiecircncias No entanto apenas uma dessas unidades encontra-se ativa e haacute diferenccedilas notaacute-veis em ambos desde sua localizaccedilatildeo agraves suas atividades

Inaugurado em Fevereiro de 2004 com 900 metros quadrados o Bioteacuterio Thomas George eacute um exemplo como setor de pesquisa de uma universida-de Integra o Laboratoacuterio de Tecnolo-gia Farmaceutica (LTF) e ocupa aacuterea dentro da UFPB cercada e com guarita proacutepria O bioteacuterio foi financiado du-rante sua criaccedilatildeo pela Agecircncia Nacio-

nal de Vigilacircncia Sanitaacuteria (Anvisa) e atualmente sua manutenccedilatildeo eacute assegu-rada por projeacutetos de pesquisa proacuteprios doaccedilotildees e pela reitoria

Dentre as espeacutecies disponiacuteveis para pesquisa o laboratoacuterio possui ratos Wistar conhecida como rato-branco-de-laboratoacuterio camundongos Swiss e coelhos prontos para estudo pesquisa e experimentos quer seja em animais vivos ou em vitro (experimentos com sistemas fechados que podem ser iso-lados temporariamente em recipientes de vidro) Os roedores satildeo alguns dos animais mais importantes em pesqui-sas laboratoriais por serem faacuteceis de cuidar com ciclo de vida curto manu-tenccedilatildeo barata e por possuiacuterem seme-lhanccedilas fisioloacutegicas com o organismo humano ao ponto de desenvolver al-gumas das mesmas enfermidades

Como funciona

Para integridade dos dados colhi-dos nas pesquisas as dependecircncias do bioteacuterio seguem estritas normas de am-bientaccedilatildeo interna Segundo o teacutecnico bioterista Joseacute Crispim ldquocada sala eacute cli-matizada e mantida com pressotildees distin-tas positivas e negativasrdquo (termo usado para definir niacuteveis de pressatildeo maiores ou menores que a pressatildeo atmosfeacuterica comum definidos de acordo com as es-peacutecies e experimentos em andamento) Os dejetos dos animais satildeo recolhidos por uma camada de maravalha (resiacuteduo de madeira semelhante agrave serragem mas de dimensotildees superiores) seus utensiacute-lios laboratoriais satildeo esterilizados por um autoclave aparelho comum em laboratoacuterios e usa vapor pressurizado para realizar a limpeza de ferramentas

Bioteacuterios da UFPB revelam diferenccedilas e abandono

Preacutedio do viveiro do LTF Bioteacuterio Professor Thomas George

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 19

Cada ambiente isolado obedece a um ciclo de 12 horas que segue a orien-taccedilatildeo de fotoceacutelulas naturalmente lo-calizadas no exterior da estrutura Esse procedimento eacute necessaacuterio para simu-lar a luz natural dentro dos ambientes e mantecirc-los isolados De acordo com o estudo realizado nessas salas sua cli-matizaccedilatildeo pode tanto obedecer agrave luz natural como inverter-se fazendo com que as salas fiquem escuras durante o dia e claras agrave noite Em qualquer caso o ciclo de 12 horas eacute mantido tentan-do natildeo estressar os animais na intenccedilatildeo de manter a integridade dos dados co-letados em suas pesquisas

O Centro destina-se apenas a estu-dos e pesquisas de poacutes-graduaccedilatildeo ten-do ateacute entatildeo prestado assistecircncia aos cursos de quiacutemica biologia fisiotera-pia e farmacologia Este ultimo sendo o mais comum e funccedilatildeo primaacuteria do bioteacuterio nas palavras de Crispim ldquo90 por cento das pesquisas satildeo com os alunos da poacutes graduaccedilatildeo de farmaacuteciardquo

Contrapartida

Natildeo muito distante ao bioteacuterio do LTF mas presente tambeacutem na UFPB existe o que hoje eacute apenas cercas e pe-quenas aacutereas encobertas por mata do viveiro gerenciado pelo Departamento de Sistemaacutetica e Ecologia jaacute conheci-do como Laboratoacuterio Tropical de Pri-matologia criado em 1982

O bioteacuterio foi desativado em 2012 pelos dirigentes da proacutepria Instituiccedilatildeo por tempo indeterminado sob pre-

sala de pesquisa chegou a hospedar 108 primatas de nove espeacutecies

Aleacutem de docentes o local tinha um veterinaacuterio e trecircs funcionaacuterios para tratamento dos animais e servia como local para conclusatildeo de estaacutegios Hoje aparentemente apenas um funcionaacuterio que natildeo pocircde ser encontrado trabalha no local no turno da manhatilde ocasional-mente regando plantas

Sempre que as atividades do bioteacute-rio de Ciecircncias Bioloacutegicas satildeo postas em questatildeo obtem-se respostas como ldquoo custo dos animais era muito caro natildeo dava para manterrdquo seguidas de ldquoo animal em cativeiro natildeo serve para ob-servaccedilatildeo natildeo estaacute em seu habitat natu-ralrdquo Respostas simplistas como estas contrariam o histoacuterico de 30 anos do bioteacuterio e seu propoacutesito que incluiacutea ob-servar animais em cativeiro

Sobra

O Departamento de Sistemaacuteti-ca e Biologia atualmente natildeo possui qualquer criadouro de animais vivos resumindo sua biblioteca bioloacutegica a uma cultura entomoloacutegica (de insetos) conservados agrave base de ar-ceco e muita naftalina Atualmente nem os endere-ccedilos on-line relacionados agrave UFPB que carregam ldquodserdquo em suas URLs fun-cionam retornando paacutegina apoacutes paacutegi-na de erros onde o servidor do centro natildeo pocircde ser localizado

texto de estar passando por reestrutu-raccedilatildeo e mudanccedilas disse a professora Caroline Ele estaacute localizado a poucos metros da cerca que adentra a mata atlacircntica por uma trilha de difiacutecil loca-lizaccedilatildeo Continha macacos prego e ser-via como centro de criaccedilatildeo e manejo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo A observaccedilatildeo e documentaccedilatildeo do com-portamento dos primatas era orientada aos alunos de biologia em atividades extracurriculares (apesar de localizar-se adjacente ao bloco de quiacutemica)

Quando funcionava

O viveiro com 1200 metros qua-drados e 43 aacutereas fechadas possuiacutea co-zinha sala de atendimento veterinaacuterio e

Exemplo de rato Wistar usado em pesquisas

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ReportagemEduardo Cezar

Gustavo de AlmeidaCituaccedilatildeo do viveiro de Ciecircncias Bioloacutegicas

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PESQUISA

20 - UFPB em Revista

F undado em 2010 e jaacute premia-do no Expocom Nordeste 2011 na categoria Ediccedilatildeo de Livro o

projeto de pesquisa Para Ler o Digital coordenado pelo Professor Marcos Ni-colau do PPGC-UFPB e do curso de Miacutedias Digitais - UFPB eacute um exemplo do quatildeo importante eacute essa aacuterea de atu-accedilatildeo Tendo como objeto de pesquisa o eBook tambeacutem conhecido como livro digital o grupo eacute pioneiro na pesquisa e desenvolvimento de novos recursos de diagramaccedilatildeo e editoraccedilatildeo

Inicialmente trabalhando com obras dos professores do Departamen-to de Miacutedias Digitais o grupo recebeu convites para ampliar seus trabalhos a todo o Centro de ciecircncias humanas letras e artes (CCHLA) e participar da criaccedilatildeo do projeto editorial digital da Editora Universitaacuteria

Em entrevista o estudante e bol-sist O estudante e bolsista do projeto Para Ler o Digital Rennam Virginio explica sua trajetoacuteria e funccedilatildeo dentro grupo ldquoentrei quando ainda estava no primeiro mecircs do curso no intuito de de-

senvolver habilidades na aacuterea de Edi-toraccedilatildeo mas natildeo era meu foco que a princiacutepio era Viacutedeo Com o tempo aca-bei me identificando com a aacuterea Den-tro do projeto sou Bolsista da Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica escrevo artigos cientiacuteficos semestralmente sobre livros digitais faccedilo a editoraccedilatildeo de ePubs e a confec-ccedilatildeo de capas de alguns dos livros pro-duzidos no Projetordquo

O problema maior de ser estudan-te e pesquisador eacute ter que balancear as duas atividades na maioria dos casos o grupo de pesquisa tende a ser da mes-ma aacuterea de estudo do aluno o que pode ajudar na economia do tempo embora o aluno ainda tenha que enfrentar al-gumas dificuldades principalmente quando o horaacuterio de algumas discipli-nas do curso coincide com uma ativi-dade referente da pesquisa

Despertar a vocaccedilatildeo cientiacutefica e in-centivar novos talentos entre estudan-tes de graduaccedilatildeo eacute um dos objetivos especiacuteficos do Programa Institucional

de Bolsas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica o PIBIC Ele visa apoiar a poliacutetica de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica desenvolvida nas Instituiccedilotildees de Ensino eou Pesquisa por meio da concessatildeo de bolsas a es-tudantes de graduaccedilatildeo integrados na pesquisa cientiacutefica A cota de bolsas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica eacute concedida direta-mente agraves instituiccedilotildees Por sua vez estas satildeo responsaacuteveis pela seleccedilatildeo dos pro-jetos dos pesquisadores orientadores interessados em participar do Progra-ma Os estudantes tornam-se bolsistas a partir da indicaccedilatildeo dos orientadores

A bolsa tem duraccedilatildeo de 12 meses o valor segue uma tabela nacional Atu-almente o valor da bolsa para Iniciaccedilatildeo Cientifica equivale a R$40000 e os uacutenicos requisitos para o estudante satildeo de cursar graduaccedilatildeo e dedicar-se in-tegralmente agraves atividades acadecircmicas e de pesquisa O aluno deve procurar em sua aacuterea de interesse um pesquisa-dor que esteja disposto a integraacute-lo em sua pesquisa e a orientaacute-lo

Rennam ainda se mostra preocu-pado com a situaccedilatildeo dos grupos de

Grupos de pesquisa desafios e metas dos pesquisadores da UFPB

Integrantes do grupo de pesquisa Para Ler O Digital

Bolsa de iniciaccedilatildeo

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 21

pesquisa na Universidade ldquoNo geral acredito que o niacutevel seja bom mas po-deriacuteamos ter mais projetos de pesqui-sa A UFPB deveria incentivar mais os professores a criarem grupos de pesquisas Muitas vezes a PRPG pror-roga duas ou ateacute trecircs vezes as inscri-ccedilotildees para PIBIC e isso eacute sinal que as inscriccedilotildees de projetos foram poucas ou abaixo do esperadordquo

Os Grupos de Pesquisa apresentam alternativas para um trabalho conjun-to entre professores e alunos ambos pesquisadores A Universidade Federal da Paraiacuteba conta com 335 grupos cer-tificados pela instituiccedilatildeo e espalhados por todos os centros Tendo sua maior parte pertencente ao Centro de Sauacutede os grupos na aacuterea da tecnologia vecircm ganhando espaccedilo no cenaacuterio regional

de mais de 40 jovens pesquisadores entre doutores mestres e graduandos que estatildeo interconectados com pesqui-sadores de todo o Brasil e do mundo As pesquisas desenvolvidas satildeo realizadas em parceria com outras universidades institutos de pesquisa e empresas da iniciativa privada Por ser um laboratoacute-rio ativo na aacuterea de desenvolvimento recebe financiamento de instituiccedilotildees parceiras como a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) Finaciadora de Estudos e Projetos (FINEP) e Con-selho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq)

Lavid

O Laboratoacuterio de Aplicaccedilotildees de Viacutedeo Digital (LAVID) criado em 2003 eacute um exemplo a niacutevel nacional da importacircncia dos grupos de pesqui-sa Associado ao Departamento de Informaacutetica (DI) da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba o laboratoacuterio surgiu da proposta de desenvolver projetos de pesquisa e atualmente eacute referecircncia internacional em desenvolvimento de tecnologia para TV Digital

Em marccedilo deste ano os integrantes do Lavid do Centro de Informaacutetica da UFPB apresentaram para teacutecnicos da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e da Agecircncia Nacional de Cine-ma (Ancine) os mais recentes avanccedilos

da tecnologia Fogo Player desenvol-vida e que permite a projeccedilatildeo de ima-gens em ultra HD (4K)

Segundo o gerente de Projetos da RNP Daniel Caetano a RNP jaacute apoiou diversos projetos de pesquisa desen-volvidos pelo Lavid e ressaltou a im-portacircncia da tecnologia Fogo Player para a melhoria da formaccedilatildeo de profis-sionais da aacuterea de sauacutede Ele afirmou que transmissotildees em alta definiccedilatildeo e em tempo real como a que foi testa-da com sucesso pelo Lavid teratildeo uma gama de aplicaccedilotildees em um futuro proacute-ximo servindo natildeo apenas para exibir cirurgias e outros procedimentos de equipes meacutedicas

O Lavid conta com a colaboraccedilatildeo

Guido Lemos apresenta os projetos do Lavid aos representantes da Ancine

Estudantes realizando trabalhos do Lavid

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Reportagem Ermeson David George Juacutenior

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INTERACcedilAtildeO

24 - UFPB em Revista

ldquoSempre tive consciecircncia de que a EJA me proporciona-ria crescimento profissional

e pessoal A frase eacute de Amanda Lima aluna do primeiro periacuteodo do curso de Administraccedilatildeo da Universidade Fede-ral da Paraiacuteba (UFPB) e que acaba de entrar como membro da EJA Consul-toria (Empresa Juacutenior de Administra-ccedilatildeo) Esta empresa caracteriza-se por ser de consultoria sem fins lucrativos que presta serviccedilos na respectiva aacuterea acadecircmica sendo formada exclusiva-mente por alunos do curso de Admi-nistraccedilatildeo da UFPB e que tem como objetivo a capacitaccedilatildeo por meio de conhecimento teacutecnico e empresarial do aluno do curso inserindo-o pos-teriormente no mercado de traba-lho como um jovem empreendedor

Sua estrutura segundo o seu presi-dente Tito Amorim eacute mista de funcio-nal e projetizada A estrutura funcional tem como caracteriacutestica o planejamen-to de serviccedilos abrangendo cargos de analistas de cada departamento entre eles o de qualidade marketing proje-

tos presidecircncia tendo como seus su-periores os diretores Jaacute a projetizada consiste em cargos de consultoria ou seja pessoas restritas a execuccedilatildeo de determinado serviccedilo Os cargos sem-pre estatildeo sendo renovados ao longo dos anos dando oportunidades a outros estudantes da aacuterea para participarem e ateacute aos que jaacute estatildeo em cargos da EJA Consultoria a exercerem atividades em outros Todos estes requerem eleiccedilotildees

Casos de Sucessos

ldquoO estudante entra como universi-taacuterio e sai da EJA como um empreen-dedor atraveacutes da vivecircncia empresarial e gestatildeordquo afirma Tito Em quase 22 anos de existecircncia haacute vaacuterios casos de pessoas que trabalharem na EJA e ob-tiveram sucesso profissional tornando hoje empreendedores de sucesso En-tre os mais sucedidos dois satildeo lembra-dos pelo presidente satildeo eles Leandro Vieira idealizador do administrado-rescom e o Taacutercio Pessoa atualmen-te responsaacutevel pelo Empreender ndash JP

mostrando que o conhecimento adqui-rido na empresa foi bem aproveitado

O curso possibilita o aprendizado atraveacutes de programas de treinamento como Trainee aleacutem de outros eventos como a SDP (Semana de Desenvolvi-mento Profissional) que atinge toda a comunidade acadecircmica mas voltado sempre para o curso de Administraccedilatildeo Com o intuito de transmitir conheci-mento para outros segmentos estu-dantis o evento conhecido como EJA FAZ Palestra promove como o nome mesmo diz palestras sobre respecti-vos temas acerca de administraccedilatildeo Outro evento o Buscando Sorrisos tambeacutem promovido pela empresa de consultoria leva os membros da em-presa para uma instituiccedilatildeo de carida-de ajudando elas possibilitando aos alunos mais contato com a populaccedilatildeo

Pessoas que estatildeo assumindo car-gos agora como eacute o caso da estudante Amanda Lima que acaba de comeccedilar a atuar na funccedilatildeo de analista de qualida-de vecirc a EJA Consultoria como oportu-nidade de crescer no mercado ldquoQuem

EJA Consultoria proporciona crescimento profissional

Cerimocircnia de Posse da gestatildeo 20131 da EJA Consultoria

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 25

busca a EJA eacute um profissional diferen-ciadordquo disse a estudante Segunda ela que jaacute almeja exercer cargos de niacuteveis mais altos o conhecimento dado por esta empresa ajuda tambeacutem no curriacutecu-lo oferecendo uma visatildeo de mercado

A EJA como diferencial

Outros estudantes estatildeo exercendo cargos haacute mais tempo como eacute o caso de Rafael Carvalho que eacute membro da EJA haacute dez meses Ele comeccedilou como consultor e hoje atua como diretor de marketing ldquoEu jaacute trabalhei em car-gos estaduais empresas privadas mas nunca obtive tamanha experiecircncia pro-fissional como a que a EJA me ofere-ceurdquo afirmou Rafael Por estar na em-presa haacute mais tempo ele conclui que todo o conhecimento teoacuterico obtido dentro da sala de aula pode ser colo-cado em praacutetica nesta empresa juacutenior

Rafael relata que tambeacutem enfren-tou dificuldades como o fato de ter que se deslocar para a cidade de Ma-manguape na Paraiacuteba para realizar consultorias e sua transiccedilatildeo de cargo tambeacutem foi um momento difiacutecil por exigir dele o conhecimento em uma es-trutura funcional jaacute que estava saindo

de um cargo de estrutura projetizada Mesmo assim Rafael vecirc os problemas enfrentados como aprendizado ad-quirido almejando tambeacutem alcanccedilar cargos de niacuteveis mais altos ldquoTodo co-nhecimento que hoje eu tenho na aacuterea de administraccedilatildeo consegui na EJA e natildeo em outra empresardquo disse ele

Para ser membro da EJA Consulto-

Posse dos novos membros Idaacutecio Rodrigues e Natyara Santos

Posse do presidente Rodolfo Alves Felizardo

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ReportagemAcircngela Oliveira e

Jessica Morais

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ria o estudante do curso passa por uma seleccedilatildeo que dura aproximadamente uma semana Primeiramente eacute preci-so estar cursando qualquer periacuteodo de Administraccedilatildeo na UFPB em seguida se inscrever na empresa Os alunos selecionados passam por uma capaci-taccedilatildeo de trecircs meses antes de assumir seus respectivos cargos em uma ceri-

mocircnia de posse reali-zada tambeacutem na UFPB

A EJA Consultoria traduz o espiacuterito estu-dantil Aos estudantes que nela trabalham recai cobranccedilas de criatividade bom de-sempenho e boa capa-cidade administrativa Ao sair o estudante eacute visto como um verda-deiro administrador no mercado de trabalho Eacute o laboratoacuterio praacutetico de todo o aprendizado teoacute-rico do aluno no curso de Administraccedilatildeo da UFPB

INTERACcedilAtildeO

26 - UFPB em Revista

A busca pela experiecircncia profissionalEstudante do terceiro periacuteodo de

Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digi-tais (UFPB) Ermeson Lira (18

anos) tomou uma decisatildeo importante em sua vida tornou-se um estagiaacuterio Sua rotina mudou e com ela vieram as responsabilidades Diego Lopes (25 anos) estudante de Ciecircncias da Com-putaccedilatildeo tambeacutem iniciou sua carreira estagiando e ganhando experiecircncia Mas todos os alunos da Universidade Federal da Paraiacuteba conseguem a mes-ma oportunidade que eles

Na UFPB existem dois tipos de es-taacutegios o obrigatoacuterio que conta com a cobertura do seguro de acidentes pes-soais E o natildeo-obrigatoacuterio que eacute opcio-nal e pode ser remunerado ou natildeo Die-go Lopes acredita que ldquocom o estaacutegio vocecirc adquire experiecircncia de mercado de trabalho aprende a trabalhar sobre pressatildeo e se qualifica para vagas que

seratildeo destinadas a pessoas formadasrdquoNo caso do curso de Miacutedias Digi-

tais a regulamentaccedilatildeo diz ldquoEstaacutegio supervisionado em meio profissional ou acadecircmico totalizando 300 horas objetivando a observaccedilatildeo e intervenccedilatildeo do estudante para o exerciacutecio profissio-nal bem como facilitar sua integraccedilatildeo no meio profissionalrdquo O curso estabe-lece convecircnio com o Centro Integrado Empresa-Escola (CIEE) e entre ou-tras entidades puacuteblicas e privadas

O CIEE eacute uma instituiccedilatildeo filantroacute-pica que procura encontrar estaacutegios e oportunidades de aprendizado para es-tudantes dos niacuteveis meacutedio teacutecnico e su-perior Estaacute presente em todo territoacuterio nacional auxiliando a entrada dos jo-vens no mercado de trabalho Algumas empresas jaacute possuem convecircnio com a UFPB Mas alguns alunos ainda encon-tram dificuldades para conseguir seu

espaccedilo Eacute o exemplo de Joseacute Carlos Pe-reira (22 anos) estudante de Ciecircncias bioloacutegicas da UFPB Ele tentou entrar num estaacutegio oferecido pela profes-sora de seu curso mas por choque de horaacuterios natildeo pode fazecirc-lo ldquoalguns es-taacutegios que eu queria pegar eram no ho-raacuterio da manhatilde Horaacuterio este em que eu estava ocupado com as aulasrdquo

Segundo a Lei 11788 Art 8ordm da Constituiccedilatildeo brasileira os convecircnios tanto com empresas puacuteblicas quanto as privadas satildeo facultativos A UFPB eacute conveniada a mais de 300 institui-ccedilotildees Entre elas estatildeo o Banco do Bra-sil Carrefour TV Tambauacute Petrobraacutes e diversas prefeituras como a de Joatildeo Pessoa e Campina grande Segundo o Art 11ordm da mesma lei a duraccedilatildeo maacute-xima do estaacutegio eacute de dois anos exceto quando o estagiaacuterio possui necessida-des especiais

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 27

A PRG-CEM estaacute localizada na Reitoria da Universidade Federal da Paraiacuteba

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FPB

Reportagem Layse Pereira eRayssa Alcacircntara

Estaacutegios Cadastrados pela CEM2009-2013

Obrigatoacuterio

Natildeo-obrigatoacuterio

Bolsa Estaacutegio Meacuted

2009 2010 2011 2012 2013

123

827

76

1425 1340 961 96

113

130

1190

138

18361604

118141

Os nuacutemeros variam pois estamos no decorrer do ano Dados da PRG-CEM

O Lado bom

Apesar de algumas barreiras en-contradas os universitaacuterios tem uma opiniatildeo em comum O estaacutegio eacute uma etapa importante para a entrada no mercado de trabalho ldquoAleacutem de ad-quirir conhecimentos antes do tempo eacute uma oacutetima oportunidade pra se de-senvolver no mercado Quando se estaacute dentro desse ecossistema o aprendiza-do agrega em vocecirc mesmo que vocecirc natildeo queirardquo declarou Ermeson Lira

Professores como Alberto Pessoa (autor e pesquisador de histoacuterias em quadrinhos) tambeacutem acreditam na importacircncia do estaacutegio Segundo ele quando se estuda e trabalha o aluno consegue aproveitar melhor a gradua-ccedilatildeo ldquoQuando vocecirc trabalha vocecirc natildeo tem tempo de deixar pra laacute Entatildeo vocecirc aproveita melhor a universidade vocecirc estuda mais vocecirc tem um senso de res-ponsabilidade melhorrdquo argumenta

Primeiros Passos

Os estaacutegios dentro da universidade satildeo oferecidos pelos pela UFPB e via-bilizados pelos professores Para soli-citar a bolsa os alunos devem apresen-tar uma seacuterie de documentos Segundo Eliane Ferraz coordenadora da CEM (Coordenaccedilatildeo de Estaacutegio e Monito-

ramento) primeiramente o estudante deve encaminhar um ofiacutecio ao Proacute-Rei-tor de Planejamento da Universidade Federal da Paraiacuteba (Proplan-UFPB) contendo justificativas da solicitaccedilatildeo e detalhes sobre o estaacutegio

Outros documentos necessaacuterios satildeo o formulaacuterio de Solicitaccedilatildeo de Bolsa estaacutegio a Ficha Cadastral (Bolsa-EstaacutegioUFPB) Histoacuterico Escolar do aluno coacutepias da Identidade CPF Tiacutetu-lo de Eleitor e para os homens a coacutepia

do Certificado de quitaccedilatildeo como o ser-viccedilo militar Ao final de cada periacuteodo este processo eacute repetido para renovar a Bolsa

As informaccedilotildees sobre estaacutegios ex-ternos ainda eacute mal divulgado pela uni-versidade Os estudantes costumam ter a iniciativa de procuraacute-los por meio de amigos conhecidos Hoje com a in-ternet ficou mais faacutecil encontrar traba-lhos por meio de sites como por exem-plo o Gogojobcom (wwwgogojobcombr) que divulga vagas na aacuterea de publicidade Quando a oportunidade de estagiar eacute oferecida por instituiccedilotildees conveniadas agrave UFPB o universitaacuterio tambeacutem deve procurar a CEM Apoacutes assinado o convecircnio o aluno estaacute ofi-cialmente estagiando Em ambos os processos ao final de cada semestre deve ser entregue um relatoacuterio

Segundo a coordenadora da CEM os convecircnios realizados pela UFPB eacute uma maneira de atender agraves demandas acadecircmicas Para contemplar um maior nuacutemero de cursos da universidade ldquoOs convecircnios para a concessatildeo de estaacutegios supervisionados devem portanto ser celebrados de forma mais abrangente possiacutevel visando a atender de forma mais ampla a concessatildeo de estaacutegio a alunos regularmente matriculadosrdquo

INTERACcedilAtildeO

28 - UFPB em Revista

Em evento que lotou o auditoacuterio da reitoria da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba Joatildeo Pessoa

recebeu o neurocientista brasileiro Mi-guel Nicolelis que realizou a palestra ldquoA ciecircncia como agente de transforma-ccedilatildeo socialrdquo Nicolelis atraiu professo-res profissionais da aacuterea estudantes da UFPB e de outras universidades mas chamou ainda a atenccedilatildeo de cida-datildeos comuns com problemas de para-plegia tetraplegia deficientes visuais auditivos e pessoas que possuem entes queridos na mesma condiccedilatildeo O enor-me puacuteblico presente ao evento coorde-nado pelo Foacuterum Universitaacuterio deixou o auditoacuterio pequeno com a esperanccedila de ouvir das palavras do meacutedico que eles teriam seus problemas resolvidos pela ciecircncia seja em curto meacutedio ou longo prazo

Nicolelis que lidera um grupo de

pesquisadores da aacuterea de Neurociecircncia na Universidade Duke - EUA apresen-tou como um dos pilares da palestra a mesma questatildeo base do seu chamado Manifesto da Ciecircncia Tropical Nele o neurocientista sugere que o Brasil pode potencializar o desenvolvimen-to cientiacutefico e educacional a partir da cooperaccedilatildeo de ambos e propotildee quinze medidas para firmar o paiacutes como lide-ranccedila mundial na produccedilatildeo e uso de-mocratizante do conhecimento

Miguel Nicolelis falou tambeacutem so-bre a instituiccedilatildeo na cidade de Macaiacute-ba no Rio grande do Norte onde ele realiza um projeto chamado Educaccedilatildeo para toda a vida O projeto ensina para crianccedilas da periferia de Macaiacuteba e Na-tal conhecimentos nas aacutereas de roboacuteti-ca fiacutesica biologia geografia histoacuteria e informaacutetica Durante a palestra o neu-rocientista ainda explanou que desde

o iniacutecio do seu trabalho na cidade de Macaiacuteba a evasatildeo escolar da institui-ccedilatildeo eacute de apenas 2 e que as crianccedilas que estatildeo sendo formadas nessa insti-tuiccedilatildeo saem com mesmo niacutevel de es-colas de elite do Rio grande do Norte

O meacutedico disse aos presentes que acredita que a ciecircncia eacute grande agente responsaacutevel pela capacidade de ino-vaccedilatildeo e deve ser estimulada desde os primeiros momentos da vida Afirmou ainda que haacute uma carecircncia de investi-mento na aacuterea de intersecccedilatildeo da neu-rociecircncia e que se possiacutevel deveria existir acompanhamento ainda no preacute-natal para que a crianccedila nascesse com o maacuteximo de potencial neuroloacutegico Em 2014 Nicolelis abriraacute o primeiro Instituto Primata de Neurociecircncia com uma escola cujo aprendizado se inicia-raacute desde o nascimento Ainda que seja um sonho um pouco distante o meacutedico

Neurocientista Miguel Nicolelis reabre Foacuterum Universitaacuterio

Reabertura do foacuterum universitaacuterio tem como primeiro palestrante o neurocientista Miguel Nicolelis

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 29

acredita que futuramente Macaiacuteba seraacute a primeira ldquocidade ceacuterebrordquo do mundo

Durante a palestra o neurocien-tista tambeacutem abordou as experiecircncias que realiza sobre a interaccedilatildeo do ceacutere-bro e a maacutequina que consiste em fa-zer o movimento da maacutequina a partir dos estiacutemulos enviados pelo ceacuterebro que seratildeo convertidos em impulsos eleacutetricos e proporcionaratildeo o movi-mento mecacircnico de proacuteteses Ainda que ateacute o momento seus experimentos tenham sido feitos apenas com maca-cos jaacute causam ansiedade em pessoas que sofreram acidentes e hoje tem a locomoccedilatildeo comprometida O meacutedico acrescentou que pretende realizar uma demonstraccedilatildeo em 2014 quando uma brasileira parapleacutegica deveraacute caminhar 20 passos e dar o pontapeacute inicial da Copa do Mundo ldquoEsse seraacute um pre-sente do Brasil para toda a humanida-derdquo declarou Nicolelis

O foacuterum universitaacuterio

Apoacutes seis anos desativado a pre-senccedila de Miguel Nicolelis marcou de forma extraordinaacuteria o retorno do Foacute-rum Universitaacuterio Fundado na deacutecada de 1980 pelo professor Joseacute Jackson Carneiro o Foacuterum tem como objetivo discutir assuntos relevantes agrave socieda-de tanto em um niacutevel nacional como local Segundo o coordenador do Foacute-rum Iedo Fontes nunca ficou clara a razatildeo pela qual a gestatildeo anterior da UFPB paralisou o evento ldquoNunca ex-plicaramrdquo comentou Fontes

Para reforccedilar a natureza fomenta-dora de debates do Foacuterum Fontes dis-se que um dos primeiros debates entre presidenciaacuteveis poacutes-ditadura militar jaacute com vistas agraves eleiccedilotildees de 1989 foi promovido pela UFPB no antigo cam-pus de Campina Grande (que hoje eacute de competecircncia da UFCG) ldquoSoacute natildeo veio Collor Lula Brizola e outros estive-ram presentesrdquo comentou

Com o auditoacuterio lotado (600 pro-fessores de acordo com os nuacutemeros de Fontes) o retorno do Foacuterum foi con-siderado positivo A programaccedilatildeo fu-tura ainda estaacute sendo planejada mas a tendecircncia eacute que o Foacuterum seja realizado bimestralmente ldquoFoi uma declaraccedilatildeo da reitora a um jornal local de que ela tem interesse de que o Foacuterum aconte-ccedila num intervalo de dois meses O que nos permite fazer uma programaccedilatildeo Simulaccedilatildeo do exoesqueleto na abertura da Copa de 2014

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mais pensadardquo declarou o coordena-dor

Alguns temas jaacute estatildeo sendo con-siderados o bloqueio do crescimento econocircmico brasileiro nos uacuteltimos anos 500 anos da obra de Maquiavel dis-cussatildeo da obra do geoacutegrafo Josueacute de Castro federalizaccedilatildeo dos niacuteveis infan-til fundamental e meacutedio da educaccedilatildeo e a obra de Luiz Gonzaga e seu impacto sobre a vida regional (este uacuteltimo jaacute sendo organizado para o mecircs de ju-nho)

A princiacutepio o Foacuterum natildeo prioriza-ria nenhuma aacuterea em especiacutefico nem mesmo a proacutepria academia Fontes dis-se ldquoficou claro na reabertura oficial do Foacuterum que noacutes natildeo o reativamos ape-nas para professores estudantes e fun-cionaacuterios mas tambeacutem para a socieda-de pessoense () pessoas de diferentes ramos de atividade comeacutercio induacutes-tria academiardquo Poreacutem o coordenador esclareceu que uma atenccedilatildeo especial deveraacute ser dada agrave discussotildees relaciona-das agrave educaccedilatildeo - e essa preocupaccedilatildeo eacute percebida com a escolha de Miguel

Nicolelis para o primeiro encontro apoacutes a reativaccedilatildeo do Foacuterum ldquoSe tem uma aacuterea que noacutes devemos priorizar no

Brasil e fazer um grande debate nacio-nal eacute a educaccedilatildeordquo explicou Fontes

A exemplo de Nicolelis o Foacuterum tambeacutem foi responsaacutevel por trazer ou-tras personalidades conhecidas nacio-nalmente agrave Joatildeo Pessoa como os se-nadores Cristoacutevatildeo Buarque e Roberto Requiatildeo e o economista Carlos Les-sa Para uma futura ediccedilatildeo do foacuterum a Universidade estaacute tentando trazer o jornalista Paulo Henrique Amorim A ideia poreacutem natildeo eacute ficar preso a nomes de acircmbito nacional e abrir espaccedilo para pessoas que tenham impacto na socie-dade regional - ateacute pela histoacuteria e pelo legado que o Foacuterum tem de realizar debates de interesse da populaccedilatildeo em geral

ldquoFoacuterum eacute para discutir os proble-mas do estado Somos uma entidade produtora e reprodutora de conheci-mento () Na mesa de debate deve ter um professor de destaque mas tambeacutem algueacutem da aacuterea senatildeo fica apenas a niacute-vel de conferecircncia o que natildeo eacute bom pois natildeo promove o debaterdquo afirmou Fontes

Reportagem Una Txai e Rudah Silva

INFRAESTRUTURA

32 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Paraiacuteba enfrenta o caos na infraestrutura do sistema viaacuterio e estaciona-

mentos para veiacuteculos dos alunos pro-fessores e funcionaacuterios Eacute um problema de toda cidade que se reflete na univer-sidade gerando transtornos e problemas de logiacutestica em determinados horaacuterios As dificuldades na mobilidade interna ao Campus I decorrem na deficiecircncia no planejamento da expansatildeo da Instituiccedilatildeo aliadas ao aumento do nuacutemero de veiacute-culos nos uacuteltimos 10 anos O problema eacute reflexo da prioridade do veiacuteculo parti-cular sobre o uso de transporte coletivo

O campus I da instituiccedilatildeo estaacute pas-sando por algumas reestruturaccedilotildees e reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos jaacute existentes No periacuteodo de 2012 a 2013 o nuacutemero de vagas para estacionamento subiu consideravelmente de 2 mil para 2500 Em meacutedio prazo (dois anos) a administraccedilatildeo pretende criar mais 1500 vagas atraveacutes da continuaccedilatildeo do projeto de reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos (no CACE CCEN e HU) e da finali-zaccedilatildeo do Centro de Energias Renovaacute-veis ainda em construccedilatildeo por traacutes do CCHLA

Estacionamento precaacuterio provoca transtorno na UFPB

Vaacuterios carros estacionados de forma irregular e inconveniente no estacionamento da Central de Aulas do campus I

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Projetos

Segundo Marcelo Diniz da Divi-satildeo de Estudos e Projetos da Prefeitura Universitaacuteria a reorganizaccedilatildeo dos esta-cionamentos eacute prioridade e vem sendo implementada em vaacuterios estacionamen-tos da universidade O projeto modi-fica a posiccedilatildeo de entrada dos veiacuteculos de 45ordm (diagonal) para 90ordm (frontal) e a largura da vaga do estacionamento para impossibilitar improvisos que prejudi-cam o traacutefego como por exemplo as filas duplas No projeto as motos se-ratildeo contempladas com estacionamento proacuteprio para evitar a desorganizaccedilatildeo e acidentes nas passarelas e corredores das salas ldquoIremos instalar placas de ad-vertecircncia para as motos natildeo transitarem no espaccedilo destinado aos pedestresrdquo diz Marcelo

Um dos locais com maior problema fica proacuteximo ao preacutedio da Reitoria e da Biblioteca Central devido agrave concen-traccedilatildeo de vaacuterios serviccedilos e dos preacutedios acadecircmicos Nesse local estatildeo reuni-das agecircncias de trecircs bancos livrarias restaurantes DCE (Diretoacuterio Central Estudantil) e AdufPB (sindicato dos

professores) Por conta da via nesse lo-cal ser muito estreita a Prefeitura Uni-versitaacuteria utilizou prismas de concreto no trecho para evitar que os motoristas estacionem os veiacuteculos indevidamente na via de passagem dos carros ocasio-nando transtornos e risco de acidente

Somando-se a esse local estaacute em construccedilatildeo o preacutedio do Centro Arte e Cultura com auditoacuterio estimado para duas mil pessoas em frente agrave Reitoria No projeto da construccedilatildeo natildeo haacute ne-nhum estacionamento previsto para esse preacutedio e na ocasiatildeo de algum evento os visitantes iratildeo estacionar seus veiacuteculos por traacutes da Reitoria que comporta precariamente os usuaacuterios que jaacute utilizam o espaccedilo Para a soluccedilatildeo desse problema Marcelo Diniz informa haver um projeto para construccedilatildeo de um estacionamento por traacutes da Reitoria de um ou dois andares com valor estimado em 10 milhotildees de reais por andar

Usuaacuterios

Os usuaacuterios que utilizam os esta-cionamentos com regularidade pro-potildeem soluccedilotildees como criaccedilatildeo de vagas

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 33

Situaccedilatildeo corriqueira nas vias do campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba

A falta de vagas destinadas para motos eacute a justificativa dos motociclistas

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Reportagem Rodrigo Vitorino e Windsor Souza

destinadas exclusivamente a professo-res Josemar dos Santos professor de Estatiacutestica diz que ldquofalta a prefeitura organizar o estacionamento Haacute deter-minadas horas que vir do departamen-to para a sala de aula de carro se tornou inviaacutevel pois o nuacutemero de veiacuteculos cresceu bastante Poderiam organizar vagas destinadas a professores pois noacutes temos que ficar de bloco em bloco para dar aula enquanto os alunos vecircm assistem a uma aula e vatildeo emborardquo

Outro problema que tambeacutem in-comoda eacute a falta de vagas destinadas agraves bicicletas e motocicletas ldquoAgraves vezes natildeo tem nem espaccedilo para transitar pois tem motociclista estacionando as mo-tos nas vias passarelas e corredores dos blocos pois natildeo haacute vagas destina-das para estacionar as motosrdquo acres-centa Josemar

A falta de estacionamento para motos faz com que elas se amontoem de forma desorganizada Isso as trans-forma em vilatildes e campeatildes de recla-maccedilotildees Elas trafegam e estacionam onde eacute via de pedestres cadeirantes passagem de materiais para os preacutedios da universidade Diversas reclamaccedilotildees jaacute foram feitas por conta de atropela-mentos por dificultar a passagem e ateacute mesmo acidentes envolvendo deficien-tes visuais

Faacutebio Fonseca professor de Pe-dagogia tambeacutem reclama das motos e dos transtornos que elas causam quan-do deixadas em local inconveniente ldquoA universidade estaacute ficando muito pequena para a quantidade de auto-

moacuteveis Eacute preciso organizar o espaccedilo existente e criaccedilatildeo de espaccedilos especiacutefi-cos para motos A falta de organizaccedilatildeo faz com que os corredores passarelas e vias se transformam em estaciona-mento para as motos dificultando por exemplo a passagem de cadeirantesrdquo

O problema da falta de vagas acaba tambeacutem interferindo na aprendizagem dos alunos Aliado a isso haacute o proble-ma de seguranccedila dentro do campus Alunos servidores e professores natildeo confiam no sistema de cartotildees entre-gue na entrada da universidade ldquoGe-ralmente os alunos chegam na hora da aula que coincidem em todas as disci-plinas e a falta de vaga faz com que percamos tempo para estacionar Eacute o caos Muitas vezes encontramos uma vaga muito longe do local em que va-mos estudar E em eacutepoca de chuva pio-

ra Tambeacutem tem o perigo de assaltordquo diz a estudante de Biologia Daniele Lacerda

Empecilho

Alguns estacionamentos no cam-pus I da UFPB possuem aacutervores tom-badas e sob proteccedilatildeo que natildeo podem ser derrubadas Desta maneira a pre-feitura universitaacuteria desenvolveu o projeto de reestruturaccedilatildeo e organiza-ccedilatildeo dos estacionamentos respeitan-do a localizaccedilatildeo dessas aacutervores Nos estacionamentos jaacute finalizados como da Reitoria eacute perceptiacutevel a falta de arborizaccedilatildeo que influecircncia o aqueci-mento local e a desagradaacutevel sensaccedilatildeo de estar num ambiente claro e quente Outro problema encontrado eacute a falta de planejamento de escoamento da chuva Desta maneira em eacutepocas de chuva intensa haacute risco de alagamento

Com todo o empenho e desenvol-vimento estrutural eacute de suma impor-tacircncia o investimento em seguranccedila Mas tambeacutem organizar o tracircnsito au-xiliando os condutores onde devem estacionar e na fluidez do tracircnsito Devido agrave ausecircncia de fiscalizaccedilatildeo para coibir as infraccedilotildees de tracircnsito as vias se tornam estacionamentos irregula-res atrapalhando e colocando em risco a seguranccedila dos integrantes da comu-nidade universitaacuteria

INFRAESTRUTURA

34 - UFPB em Revista

Ano de 2015 eacute limite para meta plena de acessibilidade

Ausecircncia de acessibilidade eacute constante nos novos preacutedios da UFPB

Segundo dados do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a Paraiacuteba eacute o estado que possui a maior parcela de habitantes com necessidades especiais no Bra-sil empatando com o Rio Grande do Norte Quase 30 dos paraiba-nos tecircm algum tipo de necessidade especial Apesar da estatiacutestica e da existecircncia do Decreto Lei 5296 que determina a acessibilidade em todas as edificaccedilotildees puacuteblicas 90 por cento das construccedilotildees realizadas durante gestatildeo dos professores Rocircmulo Po-lari e Iara Matos a frente da UFPB natildeo respeitaram o seu cumprimento

No momento a atual adminis-traccedilatildeo estaacute empenhada num pra-zo de dois anos a assistir a todos os alunos com deficiecircncia cumprin-do as normas teacutecnicas de acessi-bilidade da Associaccedilatildeo Brasilei-ra de Normas Teacutecnicas (ABNT)

Dentre as medidas a serem ado-tadas estaacute a reforma na acessibilida-de arquitetocircnica das vias (calccediladas) Tambeacutem estaacute prevista a construccedilatildeo do Centro de Inclusatildeo (que vai in-tegrar todos os projetos de inclusatildeo em um soacute) agregar serviccedilos dispo-nibilizar salas de aula adquirir uma seacuterie de equipamentos fora do paiacutes (entre eles esfigmomanocircmetro que possibilita a traduccedilatildeo de textos em aacuteudio bengala que identifica obs-taacuteculos e computadores especiais)

Ateacute o momento apenas 15 preacute-dios estatildeo acessiacuteveis para os 30 alu-nos com necessidades especiais ca-dastrados na UFPB O uacutenico trecho com acessibilidade externa no Cam-pus I se encontra da Biblioteca Cen-tral ateacute o Refeitoacuterio Universitaacuterio No Campus II em Areia a primeira parte do projeto jaacute vem com todas as normas de acessibilidade executadas disse Marcelo Andrade Diniz Diretor do Departamento de Arquitetura da Prefeitura Universitaacuteria desde 2010

O que estaacute previsto

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 35

Segundo Marcelo Diniz que acompanhou a antiga gestatildeo da Uni-versidade o recurso era limitado e natildeo havia comprometimento dos ad-ministradores para cumprir as normas exigidas aleacutem da fiscalizaccedilatildeo pouco eficaz do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Ateacute 2010 pouco havia sido pensado discutido e realizado para incluir so-cialmente as pessoas com deficiecircn-cia Com o aumento significativo e progressivo no nuacutemero de estudan-tes em funccedilatildeo da Reestruturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universidades Fede-rais (Reuni) a situaccedilatildeo agravou-se

Desde entatildeo o Governo Federal estaacute destinando uma verba especiacutefica para as Instituiccedilotildees Federais de En-sino (Ifes) cumprirem as normas de acessibilidade impostas pela ABNT O MEC por sua vez vem fiscalizan-do com rigor as Ifes de todo o Brasil

Comitecirc existe desde 2011

No ano de 2011 foi criado na UFPB o Comitecirc de Inclusatildeo e Aces-sibilidade que tem como objetivo garantir a todos os alunos com defi-ciecircncia a permanecircncia e conclusatildeo do curso Segundo a coordenadora do

comitecirc Andreza Aparecida Polia estaacute prevista a chegada de 44 alunos espe-ciais para o proacuteximo semestre letivo nuacutemero que ultrapassa os 5 por cen-to designado pelo sistema de cotas ldquoAno passado fizemos pedido de equi-pamentos para suprir os alunos que jaacute estatildeo cadastrados Enquanto natildeo che-ga os coordenadores tem de ter um computador exclusivo para esses estu-dantesrdquo pontificou Andreza Polia O comitecirc conta com representantes dos cursos de Psicopedagogia Terapia Ocupacional Arquitetura e Educaccedilatildeo

Ainda em fase de projeto o Centro de Inclusatildeo e Acessibilidade estaacute pre-visto para ficar pronto em 2015 Ele contaraacute dentre outras coisas com pla-cas em Braille piso taacutetil carteiras es-peciais plataforma elevatoacuteria eleva-dor e tecnologias inclusivas em geral

Outro projeto que estaacute sendo desenvolvido pela Prefeitura Uni-versitaacuteria eacute a urbanizaccedilatildeo do La-boratoacuterio de Energias Renovaacuteveis (LERS) que iraacute se estender por todo o estacionamento contando com rampas pisos taacuteteis e mais de 6 quilocircmetros de rotas acessiacuteveis

Os estudantes com necessidades especiais contam com um programa

Projeto em 3d das futuras instalaccedilotildees elaborado pela Prefeitura da UFPB

Reportagem Giuliano Viscardi

de apoio onde um aluno monitor os acompanha geralmente por discipli-na dando assistecircncia necessaacuteria gra-vando aulas e tirando duacutevidas com os professores O Nuacutecleo de Educaccedilatildeo Especial (Nedesp) tambeacutem os ajuda nesse processo de adaptaccedilatildeo Na Bi-blioteca Central e no Nedesp os alu-nos dispotildee de impressora em braille

A Proacute-reitoria de Gestatildeo de Pes-soas (Progep) ofereceu por dois anos consecutivos um curso de capacita-ccedilatildeo para docentes e servidores da uni-versidade tendo formado duas turmas ateacute agora Poreacutem a grande maioria dos capacitados foi funcionaacuterios A UFPB conta com apenas um tradutor ldquoPreci-samos de mais contrataccedilotildeesrdquo alega Po-lia que estaacute coordenando o Comitecirc de Inclusatildeo e Acessibilidade desde 2011

A prefeitura da Instituiccedilatildeo tambeacutem fez um convenio com o Laboratoacuterio de Acessibilidade (Lacesse) coordenado por Marcelo Diniz e pela professora do curso de arquitetura Angelina Costa O espaccedilo fiacutesico onde funciona o labo-ratoacuterio foi inaugurado dia 12 de abril no Centro de Tecnologia bloco N

INFRAESTRUTURA

36 - UFPB em Revista

O rombo de mais de 22 milhotildees na Fundaccedilatildeo Casa de Joseacute Ameacuterico (FCJA) constata-

do pelo Tribunal de Contas da Uniatildeo (TCU) eacute a principal heranccedila deixada pela antiga administraccedilatildeo da universi-dade e que atinge diretamente o Res-taurante Universitaacuterio da UFPB Os es-cacircndalos envolvem o responsaacutevel pelo fornecimento de gecircneros alimentiacutecios e o pagamento de alguns funcionaacuterios do Restaurante Universitaacuterio (RU)

Segundo o TCU foram usados re-cursos federais depositados em contas especiacuteficas de convecircnios para paga-mentos agrave empresas fornecedoras de gecircneros alimentiacutecios As irregularida-des foram cometidas pelo ex-diretor da Fundaccedilatildeo Eugecircnio Pacceli Trigueiro Pereira Com isso o TCU suspendeu o repasse de recursos da Uniatildeo para a Fundaccedilatildeo Joseacute Ameacuterico e a direccedilatildeo do RU enfrentou problemas com a falta de estoque de alimentos e atraso no paga-mento de funcionaacuterios refletindo no atendimento precaacuterio das necessidades dos alunos que frequentam o Restau-rante

O RU que fornece refeiccedilotildees gra-tuitas para estudantes de baixa renda e cadastrados da UFPB conta com 90

profissionais Os gecircneros alimentiacutecios de uma refeiccedilatildeo custam em meacutedia de R$ 410 a R$ 530 Nesse valor natildeo estaacute considerado a despesa do preparo trabalho dos funcionaacuterios e energia dos aproximadamente 2200 almoccedilos e 900 jantares por dia

A nova reitoria da UFPB ampliou as investigaccedilotildees e o levantamento de contas da Universidade para averiguar quais problemas seratildeo enfrentados pela gestatildeo Durante as investigaccedilotildees foram detectadas vaacuterias irregula-ridades cometidas pela adminis-traccedilatildeo passada a exemplo da au-secircncia de prestaccedilatildeo de contas de diversos convecircnios

Antocircnio Luiz de Albuquer-que Gomes professor do De-partamento de Quiacutemica do Cen-tro de Tecnologia da UFPB assumiu o cargo de Superintendente do Sistema de Restaurantes Universitaacuterios - que com-preende os restaurantes do Campus 1 do Litoral Norte Areia e Bananeiras - no dia 12112012 Ele conta que rece-beu o RU com um estoque insuficiente de alimentos apesar dos pregotildees ainda estarem em andamento

O superintendente esclareceu que um desses pregotildees estava desa-

parecido e soacute depois de muita inves-tigaccedilatildeo a empresa foi contatada para cumprir o contrato O outro pregatildeo es-tava com o pedido de realinhamento de preccedilos e somente apoacutes a administraccedilatildeo entrar em contato para negociar com os fornecedores explicando a delicadeza da situaccedilatildeo eacute que foi possiacutevel normali-zar as entregas dos suprimentos

Segundo o professor Antocircnio Luiz ainda haacute muitos problemas com os fornecedores As licitaccedilotildees (pregotildees) emitidas pelas empresas tem um preccedilo muito abaixo do valor de mercado Em decorrecircncia desse fato as companhias tem prejuiacutezo e antes de completar os seis meses algumas deixam de forne-cer os gecircneros apesar de ainda terem saldo em caixa com a Universidade

Um dos problemas a serem contor-nados pela atual administraccedilatildeo diz res-peito a burocracia e lentidatildeo de alguns setores na etapa de licitaccedilatildeo e pregatildeo para aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios Na Proacute-Reitoria Administrativa (Divi-satildeo de Materiais) a entrada dos pre-gotildees foi feita em dezembro poreacutem os processos ficaram mais de dois meses parados dentro de uma gaveta e por isso ainda existem licitaccedilotildees de com-pras paradas em abril

A administraccedilatildeo da Universidade

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeo

Prof Antocircnio Luiz Superintendente do RU

Vista frontal do Restaurante Universitaacuterio da UFPB

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 37

Atualmente o professor Antocircnio Luiz estaacute procurando resolver os as-suntos mais urgentes do RU fazendo o levantamento do que precisa ser fei-to a exemplo dos pedidos de compras de equipamentos de seguranccedila e para a cozinha Haacute tambeacutem uma proposta

a partir dos levantamentos feitos pelo professor Antocircnio Luiz tomou um seacute-rie de iniciativas entre elas consultas juriacutedicas onde foram detectados o atra-so de salaacuterios entre outras irregularida-des trabalhistas Por conta do rombo a FCJA deixou de pagar o fundo de ga-rantia salaacuterios feacuterias e 13ordm salaacuterio aos funcionaacuterios As diacutevidas tiveram que ser quitadas pela prefeitura universitaacute-ria que repassou a verba e cumpriu a obrigaccedilatildeo social para com todos os fun-cionaacuterios Hoje a FCJA eacute dirigida por Boanerges Felix que estaacute regularizan-do as atividades da fundaccedilatildeo

O professor Antocircnio Luiz ressalta que existiam diversos problemas com equipamentos e com funcionaacuterios Na cozinha haviam vazamentos e instru-mentos como serras de cortar carne e aparelho de cortar frutas quebrados Ateacute o conserto desses aparelhos os trabalhos vinham sendo feitos manu-almente Ele encontrou equipamentos com 10 a 15 anos de uso sem programa de reposiccedilatildeo ldquoEacute impossiacutevel um siste-ma desse porte funcionar sem repor o equipamento porque ele tem vida uacutetil As caldeiras satildeo razoavelmente novas com 3 ou 4 anos de uso mas sem um sistema de manutenccedilatildeo Vazamento de oacuteleo caldeiras quebradas Foi uma si-tuaccedilatildeo que eu natildeo imaginava que en-contrariardquo observa o superintendente

Outra questatildeo importante que a nova administraccedilatildeo teve que mudar foi o fato de que os funcionaacuterios natildeo esta-vam acostumados a obedecer aos horaacute-rios Poreacutem aos poucos o pessoal foi se adaptando ao novo modelo de gestatildeo

encaminhada para concretizaccedilatildeo de um serviccedilo de auto atendimento (self servi-ce) O desperdiacutecio de comida eacute um dos grandes problemas para o Restaurante pois os alunos deixam nos pratos restos de comida suficientes para alimentar mais de 400 pessoas segundo o supe-rintendente

A equipe que trabalha no RU pre-tende realizar uma campanha de cons-cientizaccedilatildeo para que os comensais com a instalaccedilatildeo do self service co-loquem no prato apenas a quantidade realmente necessaacuteria evitando assim o desperdiacutecio Estaacute nos planos promover treinamento dos funcionaacuterios executar atividades humaniacutesticas promovendo a interaccedilatildeo entre as pessoas melhorar cada vez mais o sabor da comida (a qua-lidade jaacute existe) e aumentar o nuacutemero de funcionaacuterios e equipamentos acarre-tando numa melhora do fluxo e minimi-zando o problema das longas filas

Tambeacutem eacute interesse terminar a obra comeccedilada na administraccedilatildeo pas-sada - que jaacute deveria ter sido finaliza-da - de um complexo ao lado do atual RU Laacute seraacute instalado um restaurante para que os funcionaacuterios e estudantes natildeo contemplados pelo RU possam co-mer pagando apenas uma pequena taxa pela refeiccedilatildeo Eacute preciso ainda analisar a viabilidade dessa opccedilatildeo consultando a comunidade acadecircmica e aguardando o teacutermino das obras A comida seraacute a mesma que eacute servida gratuitamente aos alunos comensais

Comida que sobra nos pratos seria capaz de preencher 400 novas refeiccedilotildees

Restaurante Universitaacuterio em horaacuterio de funcionamento

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Reportagem Marina Maracajaacute e Nayane Maia

e mudando os haacutebitos no ambiente de trabalho A atual administraccedilatildeo prima pelo exemplo adotando a praacutetica de se-rem os primeiros a chegar e os uacuteltimos a sair colaborando com os outros fun-cionaacuterios e ajudando sempre que pos-siacutevel nas suas diferentes funccedilotildees seja no setor administrativo seja na parte de manutenccedilatildeo dos equipamentos

Proposiccedilotildees

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INFRAESTRUTURA

38 - UFPB em Revista

Blocos isolados congestiona-mentos nos horaacuterios de pico falta de estacionamento satildeo

esses alguns dos problemas que po-dem ser ocasionados pela falta de um bom plano diretor Na UFPB isso natildeo eacute diferente Encontrar agrave noite uma vaga proacutexima ao CCHLA eacute praticamente uma maratona Esse e muitos outros problemas poderiam ter sidos evita-dos se tivesse sido criado um plano diretor que limitasse as aacutereas de esta-cionamento construccedilatildeo e ainda com o planejamento da aacuterea de preservaccedilatildeo na universidade

Em 2007 em sua defesa de tese de doutorado em engenharia civil Renato Saboya explica ldquoPlano Diretor eacute um documento que sintetiza e torna expliacute-citos os objetivos consensuados para o Municiacutepio e estabelece princiacutepios diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as decisotildees dos atores envolvidos no processo de de-senvolvimento urbano convirjam tan-to quanto possiacutevel na direccedilatildeo desses objetivosrdquo

Para Acircngela Braz aluna do quinto periacuteodo de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal da Paraiacuteba pro-blemas comuns como salas com maacute ventilaccedilatildeo ou com insolaccedilatildeo intensa poderiam ter sido evitados se a insti-tuiccedilatildeo tivesse em seu plano diretor as melhores localizaccedilotildees para a constru-ccedilatildeo dos blocos Com tal planejamen-to seriam evitadas aacutereas voltadas di-retamente para o nascente ou poente e tambeacutem aacutereas natildeo favorecidas pelos ventos

Planos Diretores no Brasil

Quando questionados a maioria dos brasileiros pensam que exemplos de planejamento preventivo existem apenas em paiacuteses de ldquoprimeiro mun-dordquo poreacutem em diversos municiacutepios brasileiros planos diretores tiveram relativo sucesso como por exemplo Curitiba Brasiacutelia e ateacute mesmo Joatildeo Pessoa Sendo a uacuteltima um dos melho-res exemplos nacionais de preservaccedilatildeo de sua orla mariacutetima onde existe um

bloqueio para edifiacutecios superiores a quatro andares

ldquoA questatildeo da falta de planejamen-to urbano eacute muito mais grave do que parece o recobrimento dos solos com materiais impermeaacuteveis juntamente com o adensamento de construccedilotildees acaba ocasionando o aumento de tem-peratura em determinadas regiotildeesrdquo indaga Acircngela

O impedimento da construccedilatildeo de preacutedios altos na orla evita o conhecido fenocircmeno em diversas praias sombra Em praias de Recife Rio de Janeiro e Balneaacuterio Camboriuacute por exemplo possuem sombra na faixa de areia mes-mo horas antes do pocircr do sol devido aos gigantes que ali se encontramldquoSalas cada vez menores para turmas cada vez maioresrdquo

Para Andreacute Siqueira aluno do se-gundo periacuteodo de Arquitetura e Urba-nismo na Universidade Federal da Pa-raiacuteba a falta de um real planejamento cria ateacute mesmo a falta de acessibilida-de em diversas aacutereas da Universida-de Calccediladas estreitas com caminhos

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidade

Protesto de alunos de Miacutedias Digitais devido ao atraso de mais de dois anos na entrega do bloco do curso

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 39

Soluccedilatildeo a longo prazo

Flaacutevio Tavares membro do pro-jeto de iniciaccedilatildeo cientiacutefica ldquoTerritoacute-rios e urbanidades praacuteticas urbanas e poliacuteticas culturais no espaccedilo puacuteblico contemporacircneordquo mostra-se indignado com o fato de que o porte que a uni-versidade tem atingido seja de espa-ccedilo fiacutesico ndash com grande quantidade de alunos e funcionaacuterios circulando no seu campus - seja do volume de recur-sos aplicados anualmente e ainda natildeo possua um plano diretor em vigor Ele permitiria accedilotildees integradas de longo prazo garantindo que os investimentos ocorram de acordo com os principais anseios da comunidade universitaacuteria jaacute que a elaboraccedilatildeo do plano se daacute necessariamente a partir da discussatildeo conjunta entre os envolvidos com a re-giatildeo

Indagado sobre as possiacuteveis accedilotildees

que poderiam sanar os atuais (e fu-turos) problemas Tavares diz que a Universidade deve iniciar de imedia-to a construccedilatildeo de um ldquoPlano Diretor Participativo Integrado para o Cam-pus Joatildeo Pessoa da UFPBrdquo incluindo questotildees de planejamento participativo na proposiccedilatildeo das futuras obras per-mitindo que a comunidade acadecircmica possa opinar sobre as obras que ali se-ratildeo executadas resultando numa maior conexatildeo e identificaccedilatildeo com os usuaacute-rios Quanto a uma obra especiacutefica ele acredita que uma ampla intervenccedilatildeo no

desenho urbano do campus seria ne-cessaacuteria priorizando o fluxo de pedes-tres com pisos adequados vegetaccedilatildeo passarelas etc

Para finalizar Flaacutevio lembra que agora que a Universidade acolhe um maior nuacutemero de pessoas com defici-ecircncia tendo o dever natildeo soacute legal mas tambeacutem social de incluir estas pessoas num deslocar seguro e independente Sendo esse apenas possiacutevel com um planejamento efetivo da estrutura fiacutesi-ca da Universidade

No final de 2012 Margareth Diniz assumiu a Reitoria da Uni-versidade Federal da Paraiacute-ba e com ela iniciaram-se projetos de um Plano Dire-tor Esse Plano teraacute como principal foco proteger a reserva de mata atlacircntica na qual a Instituiccedilatildeo estaacute sediada O professor Seacutergio Alonso recentemente em-possado prefeito do Campus I eacute um dos membros desta comissatildeo que discute a cria-ccedilatildeo do Plano na UFPB Ele teraacute a missatildeo de coordenar as discussotildees sobre o PD

Planejamento evita problemas como o demonstrado no viacutedeo acima

Novo campus em Rio Tinto Obras que esteticamente feias e sem utilidade

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ReportagemFrancisco de Oliveira

Guilherme Pontes

confusos ou ateacute mesmo inexistentes e ainda praccedilas de permanecircncia sem co-bertura satildeo outros exemplos lembra-dos por Siqueira

Sobre o futuro Andreacute eacute pessi-mista e comenta que a cada dia mais problemas surgem Ser deficiente na UFPB eacute praticamente impossiacutevel Blocos aleatoacuterios para cursos que de-veriam ter salas proacuteximas Essas in-clusive estatildeo cada vez menores para turmas cada vez maiores ldquoSalas com janelotildees feitas para serem usadas com projetor que tipo de arquiteto aprova issordquo provoca

INFRAESTRUTURA

40 - UFPB em Revista

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Central

Construiacuteda haacute mais de 30 anos a Biblioteca Central da UFPB nunca passou por uma grande reforma

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Se algueacutem que frequenta a Bi-blioteca Central da UFPB atu-almente fosse perguntado sobre

qual a sua impressatildeo sobre o local as respostas certamente seriam se-melhantes agraves de quem respondesse a mesma pergunta haacute dez ou vinte anos calor poeira mofo falta de acessibilidade e estrutura deficitaacuteria estariam entre as palavras mais cita-das Isso se explica pelo fato do preacute-dio construiacutedo na deacutecada de 1970 ter sido mal planejado e nunca ter passado por uma grande reforma

Com o acervo atual em torno dos 400 mil exemplares a Bibliote-ca Central tem como principal fina-lidade dar suporte de informaccedilotildees aos programas de ensino pesquisa e extensatildeo Construiacuteda ao lado de uma mata ndash a UFPB estaacute localizada em uma regiatildeo de Mata Atlacircntica ndash so-fre com a maacute conservaccedilatildeo do acervo

exposto agrave umidade poeira e insetosSegundo a bibliotecaacuteria TM que preferiu natildeo se identificar o uacutelti-mo governo ateacute fez investimentos importantes no local ldquoAtraveacutes de pregotildees e ouvindo sugestotildees de co-ordenadores de cursos e professores foram adquiridos milhares de novos tiacutetulos Aleacutem disso foram instala-dos novos computadores cadeiras e feita a climatizaccedilatildeo de algumas salasrdquo A ideia eacute que nos proacuteximos anos sejam feitos novos investimen-tos no local ldquoA nova Reitora pro-meteu um sistema de climatizaccedilatildeo completo para o preacutediordquo afirma TM

Apesar das melhorias nos uacutel-timos anos e a promessa de novos investimentos para um futuro proacute-ximo muitas mudanccedilas inclusive estruturais precisam acontecer na Biblioteca Central ldquoO projeto ar-quitetocircnico eacute defeituoso Eacute impos-

siacutevel falar em climatizaccedilatildeo enquan-to natildeo for solucionado o problema das grandes frestas nas paredes do lugar Tambeacutem natildeo adianta climati-zar sem ser feita uma higienizaccedilatildeo em todo o preacutediordquo afirma o fun-cionaacuterio Francisco Joseacute Assistente Administrativo do local haacute 25 anos

Natildeo bastasse o problema de con-servaccedilatildeo do acervo existe uma ques-tatildeo ainda mais grave a ser tratada a sauacutede dos que frequentam a Bibliote-ca Central Vaacuterios funcionaacuterios rela-taram problemas de sauacutede por causa da higiene e estrutura do local O acuacutemulo de poeira e fungos jaacute causou vaacuterias doenccedilas de pele desde cocei-ras ateacute alergias seacuterias Aleacutem disso eacute comum funcionaacuterios reclamarem de problemas de coluna causados pelo manuseio das pesadas estantes e pro-blemas de mobilidade com os carros de matildeo que transportam os livros

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Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

A realidade

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

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ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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PELO CAMPUS

46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 49

dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

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52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

Recepccedilatildeo Local

Gastos estadia e lazer

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 12: UFPB em revista

ENSINO

14 - UFPB em Revista

Alunas do Cursinho sendo entrevistadas

Curso preacute-vestibular funciona de modo precaacuterioAriany Melo 17 anos Emma-

nuela da Silva 24 Mayra Lu-cena 18 e Larissa dos Anjos

tambeacutem de 17 anos satildeo alunas do Cur-sinho Preacute-Vestibular que se iniciou em 14 fevereiro na UFPB - Universidade Federal da Paraiacuteba - todas elas tecircm em comum o sonho da aprovaccedilatildeo no ves-tibular

Para Ariany Melo que pretende cursar Relaccedilotildees Puacuteblicas e estaacute pela 2ordf vez no Cursinho Preparatoacuterio falta uma melhor organizaccedilatildeo para o funcio-namento das aulas ldquoO curso eacute legal mas eu esperava mais Noacutes temos mui-tas aulas vagas no ano passado natildeo era assim Pelo horaacuterio que recebemos as aulas deveriam ir das 13 agraves 17 horas Muitas vezes temos que esperar para ter apenas a uacuteltima aula simplesmente porque ningueacutem nos avisardquo comenta

O curso tem grande procura e a idade meacutedia dos frequentadores vai de 17 a 60 anos ldquoEacute difiacutecil entrar aqui a seleccedilatildeo eacute feita pela avaliaccedilatildeo da renda e o histoacuterico escolar do aluno Tambeacutem natildeo temos gastos adicionais pagamos apenas pelas coacutepias do material dispo-nibilizado pelos professores e as passa-gens de ocircnibus ainda temos o direito de tirar a carteirinha de estudanterdquo diz

Emmanuela da Silva que vai prestar vestibular para Serviccedilo Social

A turma que elas fazem parte conta com alunos portadores de necessidades especiais entre eles estaacute Larissa dos Anjos que sonha em fazer Psicologia Para ela a rotina de pegar material de-pois das aulas eacute um pouco diferente Jaacute que natildeo enxerga Larissa tem que ir ateacute o setor da universidade responsaacutevel em passar para o Braile o material dispo-nibilizado ldquoNoacutes pegamos o material necessaacuterio para as aulas com exceccedilatildeo de Matemaacutetica Quiacutemica e Fiacutesica que natildeo fica disponiacutevel Esses professores fazem o que podem enviam por email e eu estudo com ajuda do leitor virtu-alrdquo conta

Larissa Leite disse ainda que sente falta de algumas atitudes para ela eacute pre-ciso maior empenho para que as coisas funcionem melhor Mayra Lucena que espera cursar Jornalismo ou Pedagogia no ano que vem concorda com a cole-ga ldquoNo comeccedilo das aulas tinha uma pessoa aqui para acompanhar e ajudar no que eles precisassem agora somos noacutes que fazemos isso Inclusive temos um colega esquizofrecircnico e fica visiacutevel a falta de preparo dos professores quan-do acontece alguma situaccedilatildeordquo explica

Entrevista

A Coordenadora do Nuacutecleo de Jo-vens e Adultos da UFPB - Universida-de Federal da Paraiacuteba - Maria de Faacute-tima dos Santos Oliveira negou-se a dar declaraccedilotildees sobre o Cursinho Preacute-Vestibular o qual ela eacute responsaacutevel Ela exigiu uma Carta de Apresentaccedilatildeo da equipe de reportagem argumentan-do que esse eacute um procedimento de pra-xe no Departamento

Inicialmente a coordenadora omi-tiu tambeacutem o local e horaacuterio de fun-cionamento do curso Maria de Faacuteti-ma afirmou ser ldquoincorreto da parte de vocecircs (noacutes da reportagem) procurar alunos e professores do curso sem autorizaccedilatildeordquo acrescentou Maria de Faacutetima disse ainda que os professores sabem da necessidade dessa autoriza-ccedilatildeo ldquoQuem estaacute sendo inconveniente aqui eacute o professor de vocecircs porque ele sabe que isso eacute preciso Eacute uma forma de nos resguardarrdquo finalizou

O Professor Derval Golzio cha-mado de inconveniente por Faacutetima discorda dessa posiccedilatildeo ldquoeacute no miacutenimo um absurdo que um funcionaacuterio puacutebli-co se negue a disponibilizar esse tipo de informaccedilatildeo principalmente por se

tratar de coisas tatildeo simplesrdquo Golzio ainda questionou qual seria o inconveniente de prestar informaccedilotildees tatildeo baacutesicas que a professora Maria de Faacutetima sob pre-textos burocraacuteticos injustifi-caacuteveis faz tanto segredo

Greve na UFPB

A greve na UFPB foi o fator determinante para os resultados negativos obti-dos ano passado pelos es-tudantes que frequentaram o Cursinho Preacute-Vestibular da UFPB eacute o que diz o Pro-fessor de Matemaacutetica Paulo Rogeacuterio Para ele a interrup-

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ccedilatildeo nas aulas causou o elevado niacutevel de evasatildeo nas turmas ldquoOs resultados ano passado natildeo foram bons a greve iniciada praticamente na metade do ano desestimulou os nossos alunos no comeccedilo do ano as salas eram cheiasrdquo pondera

Criado por um convecircnio entre a Universidade e a Secretaria de Edu-caccedilatildeo do Estado da Paraiacuteba o Curso faz parte do Nuacutecleo de Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos e foi inicialmente pensado para os estudantes do ensino meacutedio na UFPB que estatildeo no EJA ndash Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos - mas a alta procura fez com que fossem aber-tas novas vagas conta Rogeacuterio

O Professor explica que hoje exis-tem 2 turmas agrave tarde e 1 agrave noite com uma meacutedia de 150 alunos no total a maioria constituiacuteda de jovens Para ele lidar com Portadores de Necessi-dades Especiais eacute um desafio ldquoTraba-lhei com pessoas portadoras de algum tipo de deficiecircncia apenas uma vez mas faz muito tempo Natildeo tive ne-nhum tipo de treinamento acho que todo professor precisa receber um bom preparado infelizmente isso ain-da natildeo acontece O que me estimula eacute ver a forccedila de vontade desses alunosrdquo completou

Cursos de idioma pelo Departamen-to de Letras

Curso de extensatildeo em liacutenguas es-trangeiras eacute uma iniciativa do DLEM (Departamento de Letras Estrangeiras Modernas) Ele eacute aberto para toda co-

munidade seu uacutenico preacute-requisito eacute ter mais de 18 anos Satildeo oferecidos cur-sos de Liacutengua Inglesa Alematilde France-sa e Espanhola Para adentrar no curso eacute necessaacuterio fazer uma prova de sele-ccedilatildeo (em liacutengua portuguesa) O chefe do DLEM Professor Doutor Roberto Carlos de Assis natildeo soube precisar qual era a concorrecircncia do processo de seleccedilatildeo para uma das vagas dos cursos no entanto ele acredita que a concor-recircncia gira em torno de seis alunos por vaga

Os alunos de graduaccedilatildeo em Letras da UFPB supervisionados por seus professores satildeo os responsaacuteveis pelas as aulas do curso de extensatildeo Eles re-cebem uma bolsa de aproximadamente 200 reais Para dar essas aulas eacute preci-so estaacute no 4ordm periacuteodo do curso de gra-duaccedilatildeo ou jaacute ter experiecircncia compro-vada em sala de aula

O material para acompanhar as aulas fica por conta dos alunos Aleacutem disso se o aluno passar no processo se-letivo ainda tem uma taxa de matriacutecu-la no valor 100 reais para comunidade em geral e 90 reais para os alunos de letras Os alunos da residecircncia univer-sitaacuteria satildeo isentos dessa taxa

O professor Doutor Roberto Carlos de Assis crer que o percentual de eva-satildeo do curso de extensatildeo se aproxima dos 30 Para ele essa taxa eacute normal Natildeo haacute nenhum levantamento sobre quem mais procura o curso mas ele acredita que pessoas das mais diferen-tes aacutereas o procuram

Ana Carla graduanda do curso de Turismo faz o segundo semestre de in-

glecircs do curso de extensatildeo Ela acredita que o curso oferece uma boa oportu-nidade para aprender uma liacutengua to-davia o aluno tambeacutem tem que fazer sua parte para aprender mais Ela deci-diu aprender inglecircs porque na opiniatildeo dela ser biliacutengue eacute essencial para qual-quer pessoa que queira entrar no mer-cado de trabalho principalmente na aacuterea que ela pretende atuar o turismo

Ana Carla jaacute tinha uma base de co-nhecimento de inglecircs antes de entrar no curso No entanto nem todos os alunos satildeo assim Eacute o que afirma o bolsista do curso de extensatildeo Caio Antocircnio alu-no de graduaccedilatildeo em Letras Inglecircs Para ele as turmas iniciantes do curso de extensatildeo satildeo as mais trabalhosas pois muita gente natildeo tem uma boa base na liacutengua Como ele costuma dar suas au-las falando o inglecircs na maior parte do tempo algumas pessoas apresentam dificuldade Para ser melhor compre-endido por essas pessoas ele muitas vezes faz o uso da miacutemica

Outra dificuldade encontrada por Caio Antocircnio eacute o nuacutemero de alunos em sala de aula As turmas comeccedilam com 25 alunos Para o bolsista eacute possiacutevel dar uma aula com esse nuacutemero de alu-nos mas o rendimento cresce em tur-mas menores Segundo ele numa tur-ma com poucas pessoas eacute possiacutevel dar uma atenccedilatildeo individual aos alunos

Reportagem Francisco Dantas e Rocircmulo Jeferson

Curso de liacutenguas estrangeiras eacute uma iniciativa do DLEM (Departamento de Letras Estrangeiras Modernas)

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PESQUISA

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A Universidade Federal da Para-iacuteba dispotildee de dois viveiros de animais para pesquisas labora-

toriais tambeacutem conhecidos como bio-teacuterio Satildeo locais inteiramente voltados para estudo de animais quer seja com-portamental procriaccedilatildeo ou mesmo para realizaccedilatildeo de experiecircncias No entanto apenas uma dessas unidades encontra-se ativa e haacute diferenccedilas notaacute-veis em ambos desde sua localizaccedilatildeo agraves suas atividades

Inaugurado em Fevereiro de 2004 com 900 metros quadrados o Bioteacuterio Thomas George eacute um exemplo como setor de pesquisa de uma universida-de Integra o Laboratoacuterio de Tecnolo-gia Farmaceutica (LTF) e ocupa aacuterea dentro da UFPB cercada e com guarita proacutepria O bioteacuterio foi financiado du-rante sua criaccedilatildeo pela Agecircncia Nacio-

nal de Vigilacircncia Sanitaacuteria (Anvisa) e atualmente sua manutenccedilatildeo eacute assegu-rada por projeacutetos de pesquisa proacuteprios doaccedilotildees e pela reitoria

Dentre as espeacutecies disponiacuteveis para pesquisa o laboratoacuterio possui ratos Wistar conhecida como rato-branco-de-laboratoacuterio camundongos Swiss e coelhos prontos para estudo pesquisa e experimentos quer seja em animais vivos ou em vitro (experimentos com sistemas fechados que podem ser iso-lados temporariamente em recipientes de vidro) Os roedores satildeo alguns dos animais mais importantes em pesqui-sas laboratoriais por serem faacuteceis de cuidar com ciclo de vida curto manu-tenccedilatildeo barata e por possuiacuterem seme-lhanccedilas fisioloacutegicas com o organismo humano ao ponto de desenvolver al-gumas das mesmas enfermidades

Como funciona

Para integridade dos dados colhi-dos nas pesquisas as dependecircncias do bioteacuterio seguem estritas normas de am-bientaccedilatildeo interna Segundo o teacutecnico bioterista Joseacute Crispim ldquocada sala eacute cli-matizada e mantida com pressotildees distin-tas positivas e negativasrdquo (termo usado para definir niacuteveis de pressatildeo maiores ou menores que a pressatildeo atmosfeacuterica comum definidos de acordo com as es-peacutecies e experimentos em andamento) Os dejetos dos animais satildeo recolhidos por uma camada de maravalha (resiacuteduo de madeira semelhante agrave serragem mas de dimensotildees superiores) seus utensiacute-lios laboratoriais satildeo esterilizados por um autoclave aparelho comum em laboratoacuterios e usa vapor pressurizado para realizar a limpeza de ferramentas

Bioteacuterios da UFPB revelam diferenccedilas e abandono

Preacutedio do viveiro do LTF Bioteacuterio Professor Thomas George

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 19

Cada ambiente isolado obedece a um ciclo de 12 horas que segue a orien-taccedilatildeo de fotoceacutelulas naturalmente lo-calizadas no exterior da estrutura Esse procedimento eacute necessaacuterio para simu-lar a luz natural dentro dos ambientes e mantecirc-los isolados De acordo com o estudo realizado nessas salas sua cli-matizaccedilatildeo pode tanto obedecer agrave luz natural como inverter-se fazendo com que as salas fiquem escuras durante o dia e claras agrave noite Em qualquer caso o ciclo de 12 horas eacute mantido tentan-do natildeo estressar os animais na intenccedilatildeo de manter a integridade dos dados co-letados em suas pesquisas

O Centro destina-se apenas a estu-dos e pesquisas de poacutes-graduaccedilatildeo ten-do ateacute entatildeo prestado assistecircncia aos cursos de quiacutemica biologia fisiotera-pia e farmacologia Este ultimo sendo o mais comum e funccedilatildeo primaacuteria do bioteacuterio nas palavras de Crispim ldquo90 por cento das pesquisas satildeo com os alunos da poacutes graduaccedilatildeo de farmaacuteciardquo

Contrapartida

Natildeo muito distante ao bioteacuterio do LTF mas presente tambeacutem na UFPB existe o que hoje eacute apenas cercas e pe-quenas aacutereas encobertas por mata do viveiro gerenciado pelo Departamento de Sistemaacutetica e Ecologia jaacute conheci-do como Laboratoacuterio Tropical de Pri-matologia criado em 1982

O bioteacuterio foi desativado em 2012 pelos dirigentes da proacutepria Instituiccedilatildeo por tempo indeterminado sob pre-

sala de pesquisa chegou a hospedar 108 primatas de nove espeacutecies

Aleacutem de docentes o local tinha um veterinaacuterio e trecircs funcionaacuterios para tratamento dos animais e servia como local para conclusatildeo de estaacutegios Hoje aparentemente apenas um funcionaacuterio que natildeo pocircde ser encontrado trabalha no local no turno da manhatilde ocasional-mente regando plantas

Sempre que as atividades do bioteacute-rio de Ciecircncias Bioloacutegicas satildeo postas em questatildeo obtem-se respostas como ldquoo custo dos animais era muito caro natildeo dava para manterrdquo seguidas de ldquoo animal em cativeiro natildeo serve para ob-servaccedilatildeo natildeo estaacute em seu habitat natu-ralrdquo Respostas simplistas como estas contrariam o histoacuterico de 30 anos do bioteacuterio e seu propoacutesito que incluiacutea ob-servar animais em cativeiro

Sobra

O Departamento de Sistemaacuteti-ca e Biologia atualmente natildeo possui qualquer criadouro de animais vivos resumindo sua biblioteca bioloacutegica a uma cultura entomoloacutegica (de insetos) conservados agrave base de ar-ceco e muita naftalina Atualmente nem os endere-ccedilos on-line relacionados agrave UFPB que carregam ldquodserdquo em suas URLs fun-cionam retornando paacutegina apoacutes paacutegi-na de erros onde o servidor do centro natildeo pocircde ser localizado

texto de estar passando por reestrutu-raccedilatildeo e mudanccedilas disse a professora Caroline Ele estaacute localizado a poucos metros da cerca que adentra a mata atlacircntica por uma trilha de difiacutecil loca-lizaccedilatildeo Continha macacos prego e ser-via como centro de criaccedilatildeo e manejo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo A observaccedilatildeo e documentaccedilatildeo do com-portamento dos primatas era orientada aos alunos de biologia em atividades extracurriculares (apesar de localizar-se adjacente ao bloco de quiacutemica)

Quando funcionava

O viveiro com 1200 metros qua-drados e 43 aacutereas fechadas possuiacutea co-zinha sala de atendimento veterinaacuterio e

Exemplo de rato Wistar usado em pesquisas

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ReportagemEduardo Cezar

Gustavo de AlmeidaCituaccedilatildeo do viveiro de Ciecircncias Bioloacutegicas

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F undado em 2010 e jaacute premia-do no Expocom Nordeste 2011 na categoria Ediccedilatildeo de Livro o

projeto de pesquisa Para Ler o Digital coordenado pelo Professor Marcos Ni-colau do PPGC-UFPB e do curso de Miacutedias Digitais - UFPB eacute um exemplo do quatildeo importante eacute essa aacuterea de atu-accedilatildeo Tendo como objeto de pesquisa o eBook tambeacutem conhecido como livro digital o grupo eacute pioneiro na pesquisa e desenvolvimento de novos recursos de diagramaccedilatildeo e editoraccedilatildeo

Inicialmente trabalhando com obras dos professores do Departamen-to de Miacutedias Digitais o grupo recebeu convites para ampliar seus trabalhos a todo o Centro de ciecircncias humanas letras e artes (CCHLA) e participar da criaccedilatildeo do projeto editorial digital da Editora Universitaacuteria

Em entrevista o estudante e bol-sist O estudante e bolsista do projeto Para Ler o Digital Rennam Virginio explica sua trajetoacuteria e funccedilatildeo dentro grupo ldquoentrei quando ainda estava no primeiro mecircs do curso no intuito de de-

senvolver habilidades na aacuterea de Edi-toraccedilatildeo mas natildeo era meu foco que a princiacutepio era Viacutedeo Com o tempo aca-bei me identificando com a aacuterea Den-tro do projeto sou Bolsista da Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica escrevo artigos cientiacuteficos semestralmente sobre livros digitais faccedilo a editoraccedilatildeo de ePubs e a confec-ccedilatildeo de capas de alguns dos livros pro-duzidos no Projetordquo

O problema maior de ser estudan-te e pesquisador eacute ter que balancear as duas atividades na maioria dos casos o grupo de pesquisa tende a ser da mes-ma aacuterea de estudo do aluno o que pode ajudar na economia do tempo embora o aluno ainda tenha que enfrentar al-gumas dificuldades principalmente quando o horaacuterio de algumas discipli-nas do curso coincide com uma ativi-dade referente da pesquisa

Despertar a vocaccedilatildeo cientiacutefica e in-centivar novos talentos entre estudan-tes de graduaccedilatildeo eacute um dos objetivos especiacuteficos do Programa Institucional

de Bolsas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica o PIBIC Ele visa apoiar a poliacutetica de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica desenvolvida nas Instituiccedilotildees de Ensino eou Pesquisa por meio da concessatildeo de bolsas a es-tudantes de graduaccedilatildeo integrados na pesquisa cientiacutefica A cota de bolsas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica eacute concedida direta-mente agraves instituiccedilotildees Por sua vez estas satildeo responsaacuteveis pela seleccedilatildeo dos pro-jetos dos pesquisadores orientadores interessados em participar do Progra-ma Os estudantes tornam-se bolsistas a partir da indicaccedilatildeo dos orientadores

A bolsa tem duraccedilatildeo de 12 meses o valor segue uma tabela nacional Atu-almente o valor da bolsa para Iniciaccedilatildeo Cientifica equivale a R$40000 e os uacutenicos requisitos para o estudante satildeo de cursar graduaccedilatildeo e dedicar-se in-tegralmente agraves atividades acadecircmicas e de pesquisa O aluno deve procurar em sua aacuterea de interesse um pesquisa-dor que esteja disposto a integraacute-lo em sua pesquisa e a orientaacute-lo

Rennam ainda se mostra preocu-pado com a situaccedilatildeo dos grupos de

Grupos de pesquisa desafios e metas dos pesquisadores da UFPB

Integrantes do grupo de pesquisa Para Ler O Digital

Bolsa de iniciaccedilatildeo

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pesquisa na Universidade ldquoNo geral acredito que o niacutevel seja bom mas po-deriacuteamos ter mais projetos de pesqui-sa A UFPB deveria incentivar mais os professores a criarem grupos de pesquisas Muitas vezes a PRPG pror-roga duas ou ateacute trecircs vezes as inscri-ccedilotildees para PIBIC e isso eacute sinal que as inscriccedilotildees de projetos foram poucas ou abaixo do esperadordquo

Os Grupos de Pesquisa apresentam alternativas para um trabalho conjun-to entre professores e alunos ambos pesquisadores A Universidade Federal da Paraiacuteba conta com 335 grupos cer-tificados pela instituiccedilatildeo e espalhados por todos os centros Tendo sua maior parte pertencente ao Centro de Sauacutede os grupos na aacuterea da tecnologia vecircm ganhando espaccedilo no cenaacuterio regional

de mais de 40 jovens pesquisadores entre doutores mestres e graduandos que estatildeo interconectados com pesqui-sadores de todo o Brasil e do mundo As pesquisas desenvolvidas satildeo realizadas em parceria com outras universidades institutos de pesquisa e empresas da iniciativa privada Por ser um laboratoacute-rio ativo na aacuterea de desenvolvimento recebe financiamento de instituiccedilotildees parceiras como a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) Finaciadora de Estudos e Projetos (FINEP) e Con-selho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq)

Lavid

O Laboratoacuterio de Aplicaccedilotildees de Viacutedeo Digital (LAVID) criado em 2003 eacute um exemplo a niacutevel nacional da importacircncia dos grupos de pesqui-sa Associado ao Departamento de Informaacutetica (DI) da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba o laboratoacuterio surgiu da proposta de desenvolver projetos de pesquisa e atualmente eacute referecircncia internacional em desenvolvimento de tecnologia para TV Digital

Em marccedilo deste ano os integrantes do Lavid do Centro de Informaacutetica da UFPB apresentaram para teacutecnicos da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e da Agecircncia Nacional de Cine-ma (Ancine) os mais recentes avanccedilos

da tecnologia Fogo Player desenvol-vida e que permite a projeccedilatildeo de ima-gens em ultra HD (4K)

Segundo o gerente de Projetos da RNP Daniel Caetano a RNP jaacute apoiou diversos projetos de pesquisa desen-volvidos pelo Lavid e ressaltou a im-portacircncia da tecnologia Fogo Player para a melhoria da formaccedilatildeo de profis-sionais da aacuterea de sauacutede Ele afirmou que transmissotildees em alta definiccedilatildeo e em tempo real como a que foi testa-da com sucesso pelo Lavid teratildeo uma gama de aplicaccedilotildees em um futuro proacute-ximo servindo natildeo apenas para exibir cirurgias e outros procedimentos de equipes meacutedicas

O Lavid conta com a colaboraccedilatildeo

Guido Lemos apresenta os projetos do Lavid aos representantes da Ancine

Estudantes realizando trabalhos do Lavid

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Reportagem Ermeson David George Juacutenior

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INTERACcedilAtildeO

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ldquoSempre tive consciecircncia de que a EJA me proporciona-ria crescimento profissional

e pessoal A frase eacute de Amanda Lima aluna do primeiro periacuteodo do curso de Administraccedilatildeo da Universidade Fede-ral da Paraiacuteba (UFPB) e que acaba de entrar como membro da EJA Consul-toria (Empresa Juacutenior de Administra-ccedilatildeo) Esta empresa caracteriza-se por ser de consultoria sem fins lucrativos que presta serviccedilos na respectiva aacuterea acadecircmica sendo formada exclusiva-mente por alunos do curso de Admi-nistraccedilatildeo da UFPB e que tem como objetivo a capacitaccedilatildeo por meio de conhecimento teacutecnico e empresarial do aluno do curso inserindo-o pos-teriormente no mercado de traba-lho como um jovem empreendedor

Sua estrutura segundo o seu presi-dente Tito Amorim eacute mista de funcio-nal e projetizada A estrutura funcional tem como caracteriacutestica o planejamen-to de serviccedilos abrangendo cargos de analistas de cada departamento entre eles o de qualidade marketing proje-

tos presidecircncia tendo como seus su-periores os diretores Jaacute a projetizada consiste em cargos de consultoria ou seja pessoas restritas a execuccedilatildeo de determinado serviccedilo Os cargos sem-pre estatildeo sendo renovados ao longo dos anos dando oportunidades a outros estudantes da aacuterea para participarem e ateacute aos que jaacute estatildeo em cargos da EJA Consultoria a exercerem atividades em outros Todos estes requerem eleiccedilotildees

Casos de Sucessos

ldquoO estudante entra como universi-taacuterio e sai da EJA como um empreen-dedor atraveacutes da vivecircncia empresarial e gestatildeordquo afirma Tito Em quase 22 anos de existecircncia haacute vaacuterios casos de pessoas que trabalharem na EJA e ob-tiveram sucesso profissional tornando hoje empreendedores de sucesso En-tre os mais sucedidos dois satildeo lembra-dos pelo presidente satildeo eles Leandro Vieira idealizador do administrado-rescom e o Taacutercio Pessoa atualmen-te responsaacutevel pelo Empreender ndash JP

mostrando que o conhecimento adqui-rido na empresa foi bem aproveitado

O curso possibilita o aprendizado atraveacutes de programas de treinamento como Trainee aleacutem de outros eventos como a SDP (Semana de Desenvolvi-mento Profissional) que atinge toda a comunidade acadecircmica mas voltado sempre para o curso de Administraccedilatildeo Com o intuito de transmitir conheci-mento para outros segmentos estu-dantis o evento conhecido como EJA FAZ Palestra promove como o nome mesmo diz palestras sobre respecti-vos temas acerca de administraccedilatildeo Outro evento o Buscando Sorrisos tambeacutem promovido pela empresa de consultoria leva os membros da em-presa para uma instituiccedilatildeo de carida-de ajudando elas possibilitando aos alunos mais contato com a populaccedilatildeo

Pessoas que estatildeo assumindo car-gos agora como eacute o caso da estudante Amanda Lima que acaba de comeccedilar a atuar na funccedilatildeo de analista de qualida-de vecirc a EJA Consultoria como oportu-nidade de crescer no mercado ldquoQuem

EJA Consultoria proporciona crescimento profissional

Cerimocircnia de Posse da gestatildeo 20131 da EJA Consultoria

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busca a EJA eacute um profissional diferen-ciadordquo disse a estudante Segunda ela que jaacute almeja exercer cargos de niacuteveis mais altos o conhecimento dado por esta empresa ajuda tambeacutem no curriacutecu-lo oferecendo uma visatildeo de mercado

A EJA como diferencial

Outros estudantes estatildeo exercendo cargos haacute mais tempo como eacute o caso de Rafael Carvalho que eacute membro da EJA haacute dez meses Ele comeccedilou como consultor e hoje atua como diretor de marketing ldquoEu jaacute trabalhei em car-gos estaduais empresas privadas mas nunca obtive tamanha experiecircncia pro-fissional como a que a EJA me ofere-ceurdquo afirmou Rafael Por estar na em-presa haacute mais tempo ele conclui que todo o conhecimento teoacuterico obtido dentro da sala de aula pode ser colo-cado em praacutetica nesta empresa juacutenior

Rafael relata que tambeacutem enfren-tou dificuldades como o fato de ter que se deslocar para a cidade de Ma-manguape na Paraiacuteba para realizar consultorias e sua transiccedilatildeo de cargo tambeacutem foi um momento difiacutecil por exigir dele o conhecimento em uma es-trutura funcional jaacute que estava saindo

de um cargo de estrutura projetizada Mesmo assim Rafael vecirc os problemas enfrentados como aprendizado ad-quirido almejando tambeacutem alcanccedilar cargos de niacuteveis mais altos ldquoTodo co-nhecimento que hoje eu tenho na aacuterea de administraccedilatildeo consegui na EJA e natildeo em outra empresardquo disse ele

Para ser membro da EJA Consulto-

Posse dos novos membros Idaacutecio Rodrigues e Natyara Santos

Posse do presidente Rodolfo Alves Felizardo

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ReportagemAcircngela Oliveira e

Jessica Morais

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ria o estudante do curso passa por uma seleccedilatildeo que dura aproximadamente uma semana Primeiramente eacute preci-so estar cursando qualquer periacuteodo de Administraccedilatildeo na UFPB em seguida se inscrever na empresa Os alunos selecionados passam por uma capaci-taccedilatildeo de trecircs meses antes de assumir seus respectivos cargos em uma ceri-

mocircnia de posse reali-zada tambeacutem na UFPB

A EJA Consultoria traduz o espiacuterito estu-dantil Aos estudantes que nela trabalham recai cobranccedilas de criatividade bom de-sempenho e boa capa-cidade administrativa Ao sair o estudante eacute visto como um verda-deiro administrador no mercado de trabalho Eacute o laboratoacuterio praacutetico de todo o aprendizado teoacute-rico do aluno no curso de Administraccedilatildeo da UFPB

INTERACcedilAtildeO

26 - UFPB em Revista

A busca pela experiecircncia profissionalEstudante do terceiro periacuteodo de

Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digi-tais (UFPB) Ermeson Lira (18

anos) tomou uma decisatildeo importante em sua vida tornou-se um estagiaacuterio Sua rotina mudou e com ela vieram as responsabilidades Diego Lopes (25 anos) estudante de Ciecircncias da Com-putaccedilatildeo tambeacutem iniciou sua carreira estagiando e ganhando experiecircncia Mas todos os alunos da Universidade Federal da Paraiacuteba conseguem a mes-ma oportunidade que eles

Na UFPB existem dois tipos de es-taacutegios o obrigatoacuterio que conta com a cobertura do seguro de acidentes pes-soais E o natildeo-obrigatoacuterio que eacute opcio-nal e pode ser remunerado ou natildeo Die-go Lopes acredita que ldquocom o estaacutegio vocecirc adquire experiecircncia de mercado de trabalho aprende a trabalhar sobre pressatildeo e se qualifica para vagas que

seratildeo destinadas a pessoas formadasrdquoNo caso do curso de Miacutedias Digi-

tais a regulamentaccedilatildeo diz ldquoEstaacutegio supervisionado em meio profissional ou acadecircmico totalizando 300 horas objetivando a observaccedilatildeo e intervenccedilatildeo do estudante para o exerciacutecio profissio-nal bem como facilitar sua integraccedilatildeo no meio profissionalrdquo O curso estabe-lece convecircnio com o Centro Integrado Empresa-Escola (CIEE) e entre ou-tras entidades puacuteblicas e privadas

O CIEE eacute uma instituiccedilatildeo filantroacute-pica que procura encontrar estaacutegios e oportunidades de aprendizado para es-tudantes dos niacuteveis meacutedio teacutecnico e su-perior Estaacute presente em todo territoacuterio nacional auxiliando a entrada dos jo-vens no mercado de trabalho Algumas empresas jaacute possuem convecircnio com a UFPB Mas alguns alunos ainda encon-tram dificuldades para conseguir seu

espaccedilo Eacute o exemplo de Joseacute Carlos Pe-reira (22 anos) estudante de Ciecircncias bioloacutegicas da UFPB Ele tentou entrar num estaacutegio oferecido pela profes-sora de seu curso mas por choque de horaacuterios natildeo pode fazecirc-lo ldquoalguns es-taacutegios que eu queria pegar eram no ho-raacuterio da manhatilde Horaacuterio este em que eu estava ocupado com as aulasrdquo

Segundo a Lei 11788 Art 8ordm da Constituiccedilatildeo brasileira os convecircnios tanto com empresas puacuteblicas quanto as privadas satildeo facultativos A UFPB eacute conveniada a mais de 300 institui-ccedilotildees Entre elas estatildeo o Banco do Bra-sil Carrefour TV Tambauacute Petrobraacutes e diversas prefeituras como a de Joatildeo Pessoa e Campina grande Segundo o Art 11ordm da mesma lei a duraccedilatildeo maacute-xima do estaacutegio eacute de dois anos exceto quando o estagiaacuterio possui necessida-des especiais

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 27

A PRG-CEM estaacute localizada na Reitoria da Universidade Federal da Paraiacuteba

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Reportagem Layse Pereira eRayssa Alcacircntara

Estaacutegios Cadastrados pela CEM2009-2013

Obrigatoacuterio

Natildeo-obrigatoacuterio

Bolsa Estaacutegio Meacuted

2009 2010 2011 2012 2013

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Os nuacutemeros variam pois estamos no decorrer do ano Dados da PRG-CEM

O Lado bom

Apesar de algumas barreiras en-contradas os universitaacuterios tem uma opiniatildeo em comum O estaacutegio eacute uma etapa importante para a entrada no mercado de trabalho ldquoAleacutem de ad-quirir conhecimentos antes do tempo eacute uma oacutetima oportunidade pra se de-senvolver no mercado Quando se estaacute dentro desse ecossistema o aprendiza-do agrega em vocecirc mesmo que vocecirc natildeo queirardquo declarou Ermeson Lira

Professores como Alberto Pessoa (autor e pesquisador de histoacuterias em quadrinhos) tambeacutem acreditam na importacircncia do estaacutegio Segundo ele quando se estuda e trabalha o aluno consegue aproveitar melhor a gradua-ccedilatildeo ldquoQuando vocecirc trabalha vocecirc natildeo tem tempo de deixar pra laacute Entatildeo vocecirc aproveita melhor a universidade vocecirc estuda mais vocecirc tem um senso de res-ponsabilidade melhorrdquo argumenta

Primeiros Passos

Os estaacutegios dentro da universidade satildeo oferecidos pelos pela UFPB e via-bilizados pelos professores Para soli-citar a bolsa os alunos devem apresen-tar uma seacuterie de documentos Segundo Eliane Ferraz coordenadora da CEM (Coordenaccedilatildeo de Estaacutegio e Monito-

ramento) primeiramente o estudante deve encaminhar um ofiacutecio ao Proacute-Rei-tor de Planejamento da Universidade Federal da Paraiacuteba (Proplan-UFPB) contendo justificativas da solicitaccedilatildeo e detalhes sobre o estaacutegio

Outros documentos necessaacuterios satildeo o formulaacuterio de Solicitaccedilatildeo de Bolsa estaacutegio a Ficha Cadastral (Bolsa-EstaacutegioUFPB) Histoacuterico Escolar do aluno coacutepias da Identidade CPF Tiacutetu-lo de Eleitor e para os homens a coacutepia

do Certificado de quitaccedilatildeo como o ser-viccedilo militar Ao final de cada periacuteodo este processo eacute repetido para renovar a Bolsa

As informaccedilotildees sobre estaacutegios ex-ternos ainda eacute mal divulgado pela uni-versidade Os estudantes costumam ter a iniciativa de procuraacute-los por meio de amigos conhecidos Hoje com a in-ternet ficou mais faacutecil encontrar traba-lhos por meio de sites como por exem-plo o Gogojobcom (wwwgogojobcombr) que divulga vagas na aacuterea de publicidade Quando a oportunidade de estagiar eacute oferecida por instituiccedilotildees conveniadas agrave UFPB o universitaacuterio tambeacutem deve procurar a CEM Apoacutes assinado o convecircnio o aluno estaacute ofi-cialmente estagiando Em ambos os processos ao final de cada semestre deve ser entregue um relatoacuterio

Segundo a coordenadora da CEM os convecircnios realizados pela UFPB eacute uma maneira de atender agraves demandas acadecircmicas Para contemplar um maior nuacutemero de cursos da universidade ldquoOs convecircnios para a concessatildeo de estaacutegios supervisionados devem portanto ser celebrados de forma mais abrangente possiacutevel visando a atender de forma mais ampla a concessatildeo de estaacutegio a alunos regularmente matriculadosrdquo

INTERACcedilAtildeO

28 - UFPB em Revista

Em evento que lotou o auditoacuterio da reitoria da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba Joatildeo Pessoa

recebeu o neurocientista brasileiro Mi-guel Nicolelis que realizou a palestra ldquoA ciecircncia como agente de transforma-ccedilatildeo socialrdquo Nicolelis atraiu professo-res profissionais da aacuterea estudantes da UFPB e de outras universidades mas chamou ainda a atenccedilatildeo de cida-datildeos comuns com problemas de para-plegia tetraplegia deficientes visuais auditivos e pessoas que possuem entes queridos na mesma condiccedilatildeo O enor-me puacuteblico presente ao evento coorde-nado pelo Foacuterum Universitaacuterio deixou o auditoacuterio pequeno com a esperanccedila de ouvir das palavras do meacutedico que eles teriam seus problemas resolvidos pela ciecircncia seja em curto meacutedio ou longo prazo

Nicolelis que lidera um grupo de

pesquisadores da aacuterea de Neurociecircncia na Universidade Duke - EUA apresen-tou como um dos pilares da palestra a mesma questatildeo base do seu chamado Manifesto da Ciecircncia Tropical Nele o neurocientista sugere que o Brasil pode potencializar o desenvolvimen-to cientiacutefico e educacional a partir da cooperaccedilatildeo de ambos e propotildee quinze medidas para firmar o paiacutes como lide-ranccedila mundial na produccedilatildeo e uso de-mocratizante do conhecimento

Miguel Nicolelis falou tambeacutem so-bre a instituiccedilatildeo na cidade de Macaiacute-ba no Rio grande do Norte onde ele realiza um projeto chamado Educaccedilatildeo para toda a vida O projeto ensina para crianccedilas da periferia de Macaiacuteba e Na-tal conhecimentos nas aacutereas de roboacuteti-ca fiacutesica biologia geografia histoacuteria e informaacutetica Durante a palestra o neu-rocientista ainda explanou que desde

o iniacutecio do seu trabalho na cidade de Macaiacuteba a evasatildeo escolar da institui-ccedilatildeo eacute de apenas 2 e que as crianccedilas que estatildeo sendo formadas nessa insti-tuiccedilatildeo saem com mesmo niacutevel de es-colas de elite do Rio grande do Norte

O meacutedico disse aos presentes que acredita que a ciecircncia eacute grande agente responsaacutevel pela capacidade de ino-vaccedilatildeo e deve ser estimulada desde os primeiros momentos da vida Afirmou ainda que haacute uma carecircncia de investi-mento na aacuterea de intersecccedilatildeo da neu-rociecircncia e que se possiacutevel deveria existir acompanhamento ainda no preacute-natal para que a crianccedila nascesse com o maacuteximo de potencial neuroloacutegico Em 2014 Nicolelis abriraacute o primeiro Instituto Primata de Neurociecircncia com uma escola cujo aprendizado se inicia-raacute desde o nascimento Ainda que seja um sonho um pouco distante o meacutedico

Neurocientista Miguel Nicolelis reabre Foacuterum Universitaacuterio

Reabertura do foacuterum universitaacuterio tem como primeiro palestrante o neurocientista Miguel Nicolelis

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acredita que futuramente Macaiacuteba seraacute a primeira ldquocidade ceacuterebrordquo do mundo

Durante a palestra o neurocien-tista tambeacutem abordou as experiecircncias que realiza sobre a interaccedilatildeo do ceacutere-bro e a maacutequina que consiste em fa-zer o movimento da maacutequina a partir dos estiacutemulos enviados pelo ceacuterebro que seratildeo convertidos em impulsos eleacutetricos e proporcionaratildeo o movi-mento mecacircnico de proacuteteses Ainda que ateacute o momento seus experimentos tenham sido feitos apenas com maca-cos jaacute causam ansiedade em pessoas que sofreram acidentes e hoje tem a locomoccedilatildeo comprometida O meacutedico acrescentou que pretende realizar uma demonstraccedilatildeo em 2014 quando uma brasileira parapleacutegica deveraacute caminhar 20 passos e dar o pontapeacute inicial da Copa do Mundo ldquoEsse seraacute um pre-sente do Brasil para toda a humanida-derdquo declarou Nicolelis

O foacuterum universitaacuterio

Apoacutes seis anos desativado a pre-senccedila de Miguel Nicolelis marcou de forma extraordinaacuteria o retorno do Foacute-rum Universitaacuterio Fundado na deacutecada de 1980 pelo professor Joseacute Jackson Carneiro o Foacuterum tem como objetivo discutir assuntos relevantes agrave socieda-de tanto em um niacutevel nacional como local Segundo o coordenador do Foacute-rum Iedo Fontes nunca ficou clara a razatildeo pela qual a gestatildeo anterior da UFPB paralisou o evento ldquoNunca ex-plicaramrdquo comentou Fontes

Para reforccedilar a natureza fomenta-dora de debates do Foacuterum Fontes dis-se que um dos primeiros debates entre presidenciaacuteveis poacutes-ditadura militar jaacute com vistas agraves eleiccedilotildees de 1989 foi promovido pela UFPB no antigo cam-pus de Campina Grande (que hoje eacute de competecircncia da UFCG) ldquoSoacute natildeo veio Collor Lula Brizola e outros estive-ram presentesrdquo comentou

Com o auditoacuterio lotado (600 pro-fessores de acordo com os nuacutemeros de Fontes) o retorno do Foacuterum foi con-siderado positivo A programaccedilatildeo fu-tura ainda estaacute sendo planejada mas a tendecircncia eacute que o Foacuterum seja realizado bimestralmente ldquoFoi uma declaraccedilatildeo da reitora a um jornal local de que ela tem interesse de que o Foacuterum aconte-ccedila num intervalo de dois meses O que nos permite fazer uma programaccedilatildeo Simulaccedilatildeo do exoesqueleto na abertura da Copa de 2014

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mais pensadardquo declarou o coordena-dor

Alguns temas jaacute estatildeo sendo con-siderados o bloqueio do crescimento econocircmico brasileiro nos uacuteltimos anos 500 anos da obra de Maquiavel dis-cussatildeo da obra do geoacutegrafo Josueacute de Castro federalizaccedilatildeo dos niacuteveis infan-til fundamental e meacutedio da educaccedilatildeo e a obra de Luiz Gonzaga e seu impacto sobre a vida regional (este uacuteltimo jaacute sendo organizado para o mecircs de ju-nho)

A princiacutepio o Foacuterum natildeo prioriza-ria nenhuma aacuterea em especiacutefico nem mesmo a proacutepria academia Fontes dis-se ldquoficou claro na reabertura oficial do Foacuterum que noacutes natildeo o reativamos ape-nas para professores estudantes e fun-cionaacuterios mas tambeacutem para a socieda-de pessoense () pessoas de diferentes ramos de atividade comeacutercio induacutes-tria academiardquo Poreacutem o coordenador esclareceu que uma atenccedilatildeo especial deveraacute ser dada agrave discussotildees relaciona-das agrave educaccedilatildeo - e essa preocupaccedilatildeo eacute percebida com a escolha de Miguel

Nicolelis para o primeiro encontro apoacutes a reativaccedilatildeo do Foacuterum ldquoSe tem uma aacuterea que noacutes devemos priorizar no

Brasil e fazer um grande debate nacio-nal eacute a educaccedilatildeordquo explicou Fontes

A exemplo de Nicolelis o Foacuterum tambeacutem foi responsaacutevel por trazer ou-tras personalidades conhecidas nacio-nalmente agrave Joatildeo Pessoa como os se-nadores Cristoacutevatildeo Buarque e Roberto Requiatildeo e o economista Carlos Les-sa Para uma futura ediccedilatildeo do foacuterum a Universidade estaacute tentando trazer o jornalista Paulo Henrique Amorim A ideia poreacutem natildeo eacute ficar preso a nomes de acircmbito nacional e abrir espaccedilo para pessoas que tenham impacto na socie-dade regional - ateacute pela histoacuteria e pelo legado que o Foacuterum tem de realizar debates de interesse da populaccedilatildeo em geral

ldquoFoacuterum eacute para discutir os proble-mas do estado Somos uma entidade produtora e reprodutora de conheci-mento () Na mesa de debate deve ter um professor de destaque mas tambeacutem algueacutem da aacuterea senatildeo fica apenas a niacute-vel de conferecircncia o que natildeo eacute bom pois natildeo promove o debaterdquo afirmou Fontes

Reportagem Una Txai e Rudah Silva

INFRAESTRUTURA

32 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Paraiacuteba enfrenta o caos na infraestrutura do sistema viaacuterio e estaciona-

mentos para veiacuteculos dos alunos pro-fessores e funcionaacuterios Eacute um problema de toda cidade que se reflete na univer-sidade gerando transtornos e problemas de logiacutestica em determinados horaacuterios As dificuldades na mobilidade interna ao Campus I decorrem na deficiecircncia no planejamento da expansatildeo da Instituiccedilatildeo aliadas ao aumento do nuacutemero de veiacute-culos nos uacuteltimos 10 anos O problema eacute reflexo da prioridade do veiacuteculo parti-cular sobre o uso de transporte coletivo

O campus I da instituiccedilatildeo estaacute pas-sando por algumas reestruturaccedilotildees e reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos jaacute existentes No periacuteodo de 2012 a 2013 o nuacutemero de vagas para estacionamento subiu consideravelmente de 2 mil para 2500 Em meacutedio prazo (dois anos) a administraccedilatildeo pretende criar mais 1500 vagas atraveacutes da continuaccedilatildeo do projeto de reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos (no CACE CCEN e HU) e da finali-zaccedilatildeo do Centro de Energias Renovaacute-veis ainda em construccedilatildeo por traacutes do CCHLA

Estacionamento precaacuterio provoca transtorno na UFPB

Vaacuterios carros estacionados de forma irregular e inconveniente no estacionamento da Central de Aulas do campus I

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Projetos

Segundo Marcelo Diniz da Divi-satildeo de Estudos e Projetos da Prefeitura Universitaacuteria a reorganizaccedilatildeo dos esta-cionamentos eacute prioridade e vem sendo implementada em vaacuterios estacionamen-tos da universidade O projeto modi-fica a posiccedilatildeo de entrada dos veiacuteculos de 45ordm (diagonal) para 90ordm (frontal) e a largura da vaga do estacionamento para impossibilitar improvisos que prejudi-cam o traacutefego como por exemplo as filas duplas No projeto as motos se-ratildeo contempladas com estacionamento proacuteprio para evitar a desorganizaccedilatildeo e acidentes nas passarelas e corredores das salas ldquoIremos instalar placas de ad-vertecircncia para as motos natildeo transitarem no espaccedilo destinado aos pedestresrdquo diz Marcelo

Um dos locais com maior problema fica proacuteximo ao preacutedio da Reitoria e da Biblioteca Central devido agrave concen-traccedilatildeo de vaacuterios serviccedilos e dos preacutedios acadecircmicos Nesse local estatildeo reuni-das agecircncias de trecircs bancos livrarias restaurantes DCE (Diretoacuterio Central Estudantil) e AdufPB (sindicato dos

professores) Por conta da via nesse lo-cal ser muito estreita a Prefeitura Uni-versitaacuteria utilizou prismas de concreto no trecho para evitar que os motoristas estacionem os veiacuteculos indevidamente na via de passagem dos carros ocasio-nando transtornos e risco de acidente

Somando-se a esse local estaacute em construccedilatildeo o preacutedio do Centro Arte e Cultura com auditoacuterio estimado para duas mil pessoas em frente agrave Reitoria No projeto da construccedilatildeo natildeo haacute ne-nhum estacionamento previsto para esse preacutedio e na ocasiatildeo de algum evento os visitantes iratildeo estacionar seus veiacuteculos por traacutes da Reitoria que comporta precariamente os usuaacuterios que jaacute utilizam o espaccedilo Para a soluccedilatildeo desse problema Marcelo Diniz informa haver um projeto para construccedilatildeo de um estacionamento por traacutes da Reitoria de um ou dois andares com valor estimado em 10 milhotildees de reais por andar

Usuaacuterios

Os usuaacuterios que utilizam os esta-cionamentos com regularidade pro-potildeem soluccedilotildees como criaccedilatildeo de vagas

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 33

Situaccedilatildeo corriqueira nas vias do campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba

A falta de vagas destinadas para motos eacute a justificativa dos motociclistas

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Reportagem Rodrigo Vitorino e Windsor Souza

destinadas exclusivamente a professo-res Josemar dos Santos professor de Estatiacutestica diz que ldquofalta a prefeitura organizar o estacionamento Haacute deter-minadas horas que vir do departamen-to para a sala de aula de carro se tornou inviaacutevel pois o nuacutemero de veiacuteculos cresceu bastante Poderiam organizar vagas destinadas a professores pois noacutes temos que ficar de bloco em bloco para dar aula enquanto os alunos vecircm assistem a uma aula e vatildeo emborardquo

Outro problema que tambeacutem in-comoda eacute a falta de vagas destinadas agraves bicicletas e motocicletas ldquoAgraves vezes natildeo tem nem espaccedilo para transitar pois tem motociclista estacionando as mo-tos nas vias passarelas e corredores dos blocos pois natildeo haacute vagas destina-das para estacionar as motosrdquo acres-centa Josemar

A falta de estacionamento para motos faz com que elas se amontoem de forma desorganizada Isso as trans-forma em vilatildes e campeatildes de recla-maccedilotildees Elas trafegam e estacionam onde eacute via de pedestres cadeirantes passagem de materiais para os preacutedios da universidade Diversas reclamaccedilotildees jaacute foram feitas por conta de atropela-mentos por dificultar a passagem e ateacute mesmo acidentes envolvendo deficien-tes visuais

Faacutebio Fonseca professor de Pe-dagogia tambeacutem reclama das motos e dos transtornos que elas causam quan-do deixadas em local inconveniente ldquoA universidade estaacute ficando muito pequena para a quantidade de auto-

moacuteveis Eacute preciso organizar o espaccedilo existente e criaccedilatildeo de espaccedilos especiacutefi-cos para motos A falta de organizaccedilatildeo faz com que os corredores passarelas e vias se transformam em estaciona-mento para as motos dificultando por exemplo a passagem de cadeirantesrdquo

O problema da falta de vagas acaba tambeacutem interferindo na aprendizagem dos alunos Aliado a isso haacute o proble-ma de seguranccedila dentro do campus Alunos servidores e professores natildeo confiam no sistema de cartotildees entre-gue na entrada da universidade ldquoGe-ralmente os alunos chegam na hora da aula que coincidem em todas as disci-plinas e a falta de vaga faz com que percamos tempo para estacionar Eacute o caos Muitas vezes encontramos uma vaga muito longe do local em que va-mos estudar E em eacutepoca de chuva pio-

ra Tambeacutem tem o perigo de assaltordquo diz a estudante de Biologia Daniele Lacerda

Empecilho

Alguns estacionamentos no cam-pus I da UFPB possuem aacutervores tom-badas e sob proteccedilatildeo que natildeo podem ser derrubadas Desta maneira a pre-feitura universitaacuteria desenvolveu o projeto de reestruturaccedilatildeo e organiza-ccedilatildeo dos estacionamentos respeitan-do a localizaccedilatildeo dessas aacutervores Nos estacionamentos jaacute finalizados como da Reitoria eacute perceptiacutevel a falta de arborizaccedilatildeo que influecircncia o aqueci-mento local e a desagradaacutevel sensaccedilatildeo de estar num ambiente claro e quente Outro problema encontrado eacute a falta de planejamento de escoamento da chuva Desta maneira em eacutepocas de chuva intensa haacute risco de alagamento

Com todo o empenho e desenvol-vimento estrutural eacute de suma impor-tacircncia o investimento em seguranccedila Mas tambeacutem organizar o tracircnsito au-xiliando os condutores onde devem estacionar e na fluidez do tracircnsito Devido agrave ausecircncia de fiscalizaccedilatildeo para coibir as infraccedilotildees de tracircnsito as vias se tornam estacionamentos irregula-res atrapalhando e colocando em risco a seguranccedila dos integrantes da comu-nidade universitaacuteria

INFRAESTRUTURA

34 - UFPB em Revista

Ano de 2015 eacute limite para meta plena de acessibilidade

Ausecircncia de acessibilidade eacute constante nos novos preacutedios da UFPB

Segundo dados do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a Paraiacuteba eacute o estado que possui a maior parcela de habitantes com necessidades especiais no Bra-sil empatando com o Rio Grande do Norte Quase 30 dos paraiba-nos tecircm algum tipo de necessidade especial Apesar da estatiacutestica e da existecircncia do Decreto Lei 5296 que determina a acessibilidade em todas as edificaccedilotildees puacuteblicas 90 por cento das construccedilotildees realizadas durante gestatildeo dos professores Rocircmulo Po-lari e Iara Matos a frente da UFPB natildeo respeitaram o seu cumprimento

No momento a atual adminis-traccedilatildeo estaacute empenhada num pra-zo de dois anos a assistir a todos os alunos com deficiecircncia cumprin-do as normas teacutecnicas de acessi-bilidade da Associaccedilatildeo Brasilei-ra de Normas Teacutecnicas (ABNT)

Dentre as medidas a serem ado-tadas estaacute a reforma na acessibilida-de arquitetocircnica das vias (calccediladas) Tambeacutem estaacute prevista a construccedilatildeo do Centro de Inclusatildeo (que vai in-tegrar todos os projetos de inclusatildeo em um soacute) agregar serviccedilos dispo-nibilizar salas de aula adquirir uma seacuterie de equipamentos fora do paiacutes (entre eles esfigmomanocircmetro que possibilita a traduccedilatildeo de textos em aacuteudio bengala que identifica obs-taacuteculos e computadores especiais)

Ateacute o momento apenas 15 preacute-dios estatildeo acessiacuteveis para os 30 alu-nos com necessidades especiais ca-dastrados na UFPB O uacutenico trecho com acessibilidade externa no Cam-pus I se encontra da Biblioteca Cen-tral ateacute o Refeitoacuterio Universitaacuterio No Campus II em Areia a primeira parte do projeto jaacute vem com todas as normas de acessibilidade executadas disse Marcelo Andrade Diniz Diretor do Departamento de Arquitetura da Prefeitura Universitaacuteria desde 2010

O que estaacute previsto

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 35

Segundo Marcelo Diniz que acompanhou a antiga gestatildeo da Uni-versidade o recurso era limitado e natildeo havia comprometimento dos ad-ministradores para cumprir as normas exigidas aleacutem da fiscalizaccedilatildeo pouco eficaz do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Ateacute 2010 pouco havia sido pensado discutido e realizado para incluir so-cialmente as pessoas com deficiecircn-cia Com o aumento significativo e progressivo no nuacutemero de estudan-tes em funccedilatildeo da Reestruturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universidades Fede-rais (Reuni) a situaccedilatildeo agravou-se

Desde entatildeo o Governo Federal estaacute destinando uma verba especiacutefica para as Instituiccedilotildees Federais de En-sino (Ifes) cumprirem as normas de acessibilidade impostas pela ABNT O MEC por sua vez vem fiscalizan-do com rigor as Ifes de todo o Brasil

Comitecirc existe desde 2011

No ano de 2011 foi criado na UFPB o Comitecirc de Inclusatildeo e Aces-sibilidade que tem como objetivo garantir a todos os alunos com defi-ciecircncia a permanecircncia e conclusatildeo do curso Segundo a coordenadora do

comitecirc Andreza Aparecida Polia estaacute prevista a chegada de 44 alunos espe-ciais para o proacuteximo semestre letivo nuacutemero que ultrapassa os 5 por cen-to designado pelo sistema de cotas ldquoAno passado fizemos pedido de equi-pamentos para suprir os alunos que jaacute estatildeo cadastrados Enquanto natildeo che-ga os coordenadores tem de ter um computador exclusivo para esses estu-dantesrdquo pontificou Andreza Polia O comitecirc conta com representantes dos cursos de Psicopedagogia Terapia Ocupacional Arquitetura e Educaccedilatildeo

Ainda em fase de projeto o Centro de Inclusatildeo e Acessibilidade estaacute pre-visto para ficar pronto em 2015 Ele contaraacute dentre outras coisas com pla-cas em Braille piso taacutetil carteiras es-peciais plataforma elevatoacuteria eleva-dor e tecnologias inclusivas em geral

Outro projeto que estaacute sendo desenvolvido pela Prefeitura Uni-versitaacuteria eacute a urbanizaccedilatildeo do La-boratoacuterio de Energias Renovaacuteveis (LERS) que iraacute se estender por todo o estacionamento contando com rampas pisos taacuteteis e mais de 6 quilocircmetros de rotas acessiacuteveis

Os estudantes com necessidades especiais contam com um programa

Projeto em 3d das futuras instalaccedilotildees elaborado pela Prefeitura da UFPB

Reportagem Giuliano Viscardi

de apoio onde um aluno monitor os acompanha geralmente por discipli-na dando assistecircncia necessaacuteria gra-vando aulas e tirando duacutevidas com os professores O Nuacutecleo de Educaccedilatildeo Especial (Nedesp) tambeacutem os ajuda nesse processo de adaptaccedilatildeo Na Bi-blioteca Central e no Nedesp os alu-nos dispotildee de impressora em braille

A Proacute-reitoria de Gestatildeo de Pes-soas (Progep) ofereceu por dois anos consecutivos um curso de capacita-ccedilatildeo para docentes e servidores da uni-versidade tendo formado duas turmas ateacute agora Poreacutem a grande maioria dos capacitados foi funcionaacuterios A UFPB conta com apenas um tradutor ldquoPreci-samos de mais contrataccedilotildeesrdquo alega Po-lia que estaacute coordenando o Comitecirc de Inclusatildeo e Acessibilidade desde 2011

A prefeitura da Instituiccedilatildeo tambeacutem fez um convenio com o Laboratoacuterio de Acessibilidade (Lacesse) coordenado por Marcelo Diniz e pela professora do curso de arquitetura Angelina Costa O espaccedilo fiacutesico onde funciona o labo-ratoacuterio foi inaugurado dia 12 de abril no Centro de Tecnologia bloco N

INFRAESTRUTURA

36 - UFPB em Revista

O rombo de mais de 22 milhotildees na Fundaccedilatildeo Casa de Joseacute Ameacuterico (FCJA) constata-

do pelo Tribunal de Contas da Uniatildeo (TCU) eacute a principal heranccedila deixada pela antiga administraccedilatildeo da universi-dade e que atinge diretamente o Res-taurante Universitaacuterio da UFPB Os es-cacircndalos envolvem o responsaacutevel pelo fornecimento de gecircneros alimentiacutecios e o pagamento de alguns funcionaacuterios do Restaurante Universitaacuterio (RU)

Segundo o TCU foram usados re-cursos federais depositados em contas especiacuteficas de convecircnios para paga-mentos agrave empresas fornecedoras de gecircneros alimentiacutecios As irregularida-des foram cometidas pelo ex-diretor da Fundaccedilatildeo Eugecircnio Pacceli Trigueiro Pereira Com isso o TCU suspendeu o repasse de recursos da Uniatildeo para a Fundaccedilatildeo Joseacute Ameacuterico e a direccedilatildeo do RU enfrentou problemas com a falta de estoque de alimentos e atraso no paga-mento de funcionaacuterios refletindo no atendimento precaacuterio das necessidades dos alunos que frequentam o Restau-rante

O RU que fornece refeiccedilotildees gra-tuitas para estudantes de baixa renda e cadastrados da UFPB conta com 90

profissionais Os gecircneros alimentiacutecios de uma refeiccedilatildeo custam em meacutedia de R$ 410 a R$ 530 Nesse valor natildeo estaacute considerado a despesa do preparo trabalho dos funcionaacuterios e energia dos aproximadamente 2200 almoccedilos e 900 jantares por dia

A nova reitoria da UFPB ampliou as investigaccedilotildees e o levantamento de contas da Universidade para averiguar quais problemas seratildeo enfrentados pela gestatildeo Durante as investigaccedilotildees foram detectadas vaacuterias irregula-ridades cometidas pela adminis-traccedilatildeo passada a exemplo da au-secircncia de prestaccedilatildeo de contas de diversos convecircnios

Antocircnio Luiz de Albuquer-que Gomes professor do De-partamento de Quiacutemica do Cen-tro de Tecnologia da UFPB assumiu o cargo de Superintendente do Sistema de Restaurantes Universitaacuterios - que com-preende os restaurantes do Campus 1 do Litoral Norte Areia e Bananeiras - no dia 12112012 Ele conta que rece-beu o RU com um estoque insuficiente de alimentos apesar dos pregotildees ainda estarem em andamento

O superintendente esclareceu que um desses pregotildees estava desa-

parecido e soacute depois de muita inves-tigaccedilatildeo a empresa foi contatada para cumprir o contrato O outro pregatildeo es-tava com o pedido de realinhamento de preccedilos e somente apoacutes a administraccedilatildeo entrar em contato para negociar com os fornecedores explicando a delicadeza da situaccedilatildeo eacute que foi possiacutevel normali-zar as entregas dos suprimentos

Segundo o professor Antocircnio Luiz ainda haacute muitos problemas com os fornecedores As licitaccedilotildees (pregotildees) emitidas pelas empresas tem um preccedilo muito abaixo do valor de mercado Em decorrecircncia desse fato as companhias tem prejuiacutezo e antes de completar os seis meses algumas deixam de forne-cer os gecircneros apesar de ainda terem saldo em caixa com a Universidade

Um dos problemas a serem contor-nados pela atual administraccedilatildeo diz res-peito a burocracia e lentidatildeo de alguns setores na etapa de licitaccedilatildeo e pregatildeo para aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios Na Proacute-Reitoria Administrativa (Divi-satildeo de Materiais) a entrada dos pre-gotildees foi feita em dezembro poreacutem os processos ficaram mais de dois meses parados dentro de uma gaveta e por isso ainda existem licitaccedilotildees de com-pras paradas em abril

A administraccedilatildeo da Universidade

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeo

Prof Antocircnio Luiz Superintendente do RU

Vista frontal do Restaurante Universitaacuterio da UFPB

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 37

Atualmente o professor Antocircnio Luiz estaacute procurando resolver os as-suntos mais urgentes do RU fazendo o levantamento do que precisa ser fei-to a exemplo dos pedidos de compras de equipamentos de seguranccedila e para a cozinha Haacute tambeacutem uma proposta

a partir dos levantamentos feitos pelo professor Antocircnio Luiz tomou um seacute-rie de iniciativas entre elas consultas juriacutedicas onde foram detectados o atra-so de salaacuterios entre outras irregularida-des trabalhistas Por conta do rombo a FCJA deixou de pagar o fundo de ga-rantia salaacuterios feacuterias e 13ordm salaacuterio aos funcionaacuterios As diacutevidas tiveram que ser quitadas pela prefeitura universitaacute-ria que repassou a verba e cumpriu a obrigaccedilatildeo social para com todos os fun-cionaacuterios Hoje a FCJA eacute dirigida por Boanerges Felix que estaacute regularizan-do as atividades da fundaccedilatildeo

O professor Antocircnio Luiz ressalta que existiam diversos problemas com equipamentos e com funcionaacuterios Na cozinha haviam vazamentos e instru-mentos como serras de cortar carne e aparelho de cortar frutas quebrados Ateacute o conserto desses aparelhos os trabalhos vinham sendo feitos manu-almente Ele encontrou equipamentos com 10 a 15 anos de uso sem programa de reposiccedilatildeo ldquoEacute impossiacutevel um siste-ma desse porte funcionar sem repor o equipamento porque ele tem vida uacutetil As caldeiras satildeo razoavelmente novas com 3 ou 4 anos de uso mas sem um sistema de manutenccedilatildeo Vazamento de oacuteleo caldeiras quebradas Foi uma si-tuaccedilatildeo que eu natildeo imaginava que en-contrariardquo observa o superintendente

Outra questatildeo importante que a nova administraccedilatildeo teve que mudar foi o fato de que os funcionaacuterios natildeo esta-vam acostumados a obedecer aos horaacute-rios Poreacutem aos poucos o pessoal foi se adaptando ao novo modelo de gestatildeo

encaminhada para concretizaccedilatildeo de um serviccedilo de auto atendimento (self servi-ce) O desperdiacutecio de comida eacute um dos grandes problemas para o Restaurante pois os alunos deixam nos pratos restos de comida suficientes para alimentar mais de 400 pessoas segundo o supe-rintendente

A equipe que trabalha no RU pre-tende realizar uma campanha de cons-cientizaccedilatildeo para que os comensais com a instalaccedilatildeo do self service co-loquem no prato apenas a quantidade realmente necessaacuteria evitando assim o desperdiacutecio Estaacute nos planos promover treinamento dos funcionaacuterios executar atividades humaniacutesticas promovendo a interaccedilatildeo entre as pessoas melhorar cada vez mais o sabor da comida (a qua-lidade jaacute existe) e aumentar o nuacutemero de funcionaacuterios e equipamentos acarre-tando numa melhora do fluxo e minimi-zando o problema das longas filas

Tambeacutem eacute interesse terminar a obra comeccedilada na administraccedilatildeo pas-sada - que jaacute deveria ter sido finaliza-da - de um complexo ao lado do atual RU Laacute seraacute instalado um restaurante para que os funcionaacuterios e estudantes natildeo contemplados pelo RU possam co-mer pagando apenas uma pequena taxa pela refeiccedilatildeo Eacute preciso ainda analisar a viabilidade dessa opccedilatildeo consultando a comunidade acadecircmica e aguardando o teacutermino das obras A comida seraacute a mesma que eacute servida gratuitamente aos alunos comensais

Comida que sobra nos pratos seria capaz de preencher 400 novas refeiccedilotildees

Restaurante Universitaacuterio em horaacuterio de funcionamento

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Reportagem Marina Maracajaacute e Nayane Maia

e mudando os haacutebitos no ambiente de trabalho A atual administraccedilatildeo prima pelo exemplo adotando a praacutetica de se-rem os primeiros a chegar e os uacuteltimos a sair colaborando com os outros fun-cionaacuterios e ajudando sempre que pos-siacutevel nas suas diferentes funccedilotildees seja no setor administrativo seja na parte de manutenccedilatildeo dos equipamentos

Proposiccedilotildees

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38 - UFPB em Revista

Blocos isolados congestiona-mentos nos horaacuterios de pico falta de estacionamento satildeo

esses alguns dos problemas que po-dem ser ocasionados pela falta de um bom plano diretor Na UFPB isso natildeo eacute diferente Encontrar agrave noite uma vaga proacutexima ao CCHLA eacute praticamente uma maratona Esse e muitos outros problemas poderiam ter sidos evita-dos se tivesse sido criado um plano diretor que limitasse as aacutereas de esta-cionamento construccedilatildeo e ainda com o planejamento da aacuterea de preservaccedilatildeo na universidade

Em 2007 em sua defesa de tese de doutorado em engenharia civil Renato Saboya explica ldquoPlano Diretor eacute um documento que sintetiza e torna expliacute-citos os objetivos consensuados para o Municiacutepio e estabelece princiacutepios diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as decisotildees dos atores envolvidos no processo de de-senvolvimento urbano convirjam tan-to quanto possiacutevel na direccedilatildeo desses objetivosrdquo

Para Acircngela Braz aluna do quinto periacuteodo de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal da Paraiacuteba pro-blemas comuns como salas com maacute ventilaccedilatildeo ou com insolaccedilatildeo intensa poderiam ter sido evitados se a insti-tuiccedilatildeo tivesse em seu plano diretor as melhores localizaccedilotildees para a constru-ccedilatildeo dos blocos Com tal planejamen-to seriam evitadas aacutereas voltadas di-retamente para o nascente ou poente e tambeacutem aacutereas natildeo favorecidas pelos ventos

Planos Diretores no Brasil

Quando questionados a maioria dos brasileiros pensam que exemplos de planejamento preventivo existem apenas em paiacuteses de ldquoprimeiro mun-dordquo poreacutem em diversos municiacutepios brasileiros planos diretores tiveram relativo sucesso como por exemplo Curitiba Brasiacutelia e ateacute mesmo Joatildeo Pessoa Sendo a uacuteltima um dos melho-res exemplos nacionais de preservaccedilatildeo de sua orla mariacutetima onde existe um

bloqueio para edifiacutecios superiores a quatro andares

ldquoA questatildeo da falta de planejamen-to urbano eacute muito mais grave do que parece o recobrimento dos solos com materiais impermeaacuteveis juntamente com o adensamento de construccedilotildees acaba ocasionando o aumento de tem-peratura em determinadas regiotildeesrdquo indaga Acircngela

O impedimento da construccedilatildeo de preacutedios altos na orla evita o conhecido fenocircmeno em diversas praias sombra Em praias de Recife Rio de Janeiro e Balneaacuterio Camboriuacute por exemplo possuem sombra na faixa de areia mes-mo horas antes do pocircr do sol devido aos gigantes que ali se encontramldquoSalas cada vez menores para turmas cada vez maioresrdquo

Para Andreacute Siqueira aluno do se-gundo periacuteodo de Arquitetura e Urba-nismo na Universidade Federal da Pa-raiacuteba a falta de um real planejamento cria ateacute mesmo a falta de acessibilida-de em diversas aacutereas da Universida-de Calccediladas estreitas com caminhos

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidade

Protesto de alunos de Miacutedias Digitais devido ao atraso de mais de dois anos na entrega do bloco do curso

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 39

Soluccedilatildeo a longo prazo

Flaacutevio Tavares membro do pro-jeto de iniciaccedilatildeo cientiacutefica ldquoTerritoacute-rios e urbanidades praacuteticas urbanas e poliacuteticas culturais no espaccedilo puacuteblico contemporacircneordquo mostra-se indignado com o fato de que o porte que a uni-versidade tem atingido seja de espa-ccedilo fiacutesico ndash com grande quantidade de alunos e funcionaacuterios circulando no seu campus - seja do volume de recur-sos aplicados anualmente e ainda natildeo possua um plano diretor em vigor Ele permitiria accedilotildees integradas de longo prazo garantindo que os investimentos ocorram de acordo com os principais anseios da comunidade universitaacuteria jaacute que a elaboraccedilatildeo do plano se daacute necessariamente a partir da discussatildeo conjunta entre os envolvidos com a re-giatildeo

Indagado sobre as possiacuteveis accedilotildees

que poderiam sanar os atuais (e fu-turos) problemas Tavares diz que a Universidade deve iniciar de imedia-to a construccedilatildeo de um ldquoPlano Diretor Participativo Integrado para o Cam-pus Joatildeo Pessoa da UFPBrdquo incluindo questotildees de planejamento participativo na proposiccedilatildeo das futuras obras per-mitindo que a comunidade acadecircmica possa opinar sobre as obras que ali se-ratildeo executadas resultando numa maior conexatildeo e identificaccedilatildeo com os usuaacute-rios Quanto a uma obra especiacutefica ele acredita que uma ampla intervenccedilatildeo no

desenho urbano do campus seria ne-cessaacuteria priorizando o fluxo de pedes-tres com pisos adequados vegetaccedilatildeo passarelas etc

Para finalizar Flaacutevio lembra que agora que a Universidade acolhe um maior nuacutemero de pessoas com defici-ecircncia tendo o dever natildeo soacute legal mas tambeacutem social de incluir estas pessoas num deslocar seguro e independente Sendo esse apenas possiacutevel com um planejamento efetivo da estrutura fiacutesi-ca da Universidade

No final de 2012 Margareth Diniz assumiu a Reitoria da Uni-versidade Federal da Paraiacute-ba e com ela iniciaram-se projetos de um Plano Dire-tor Esse Plano teraacute como principal foco proteger a reserva de mata atlacircntica na qual a Instituiccedilatildeo estaacute sediada O professor Seacutergio Alonso recentemente em-possado prefeito do Campus I eacute um dos membros desta comissatildeo que discute a cria-ccedilatildeo do Plano na UFPB Ele teraacute a missatildeo de coordenar as discussotildees sobre o PD

Planejamento evita problemas como o demonstrado no viacutedeo acima

Novo campus em Rio Tinto Obras que esteticamente feias e sem utilidade

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ReportagemFrancisco de Oliveira

Guilherme Pontes

confusos ou ateacute mesmo inexistentes e ainda praccedilas de permanecircncia sem co-bertura satildeo outros exemplos lembra-dos por Siqueira

Sobre o futuro Andreacute eacute pessi-mista e comenta que a cada dia mais problemas surgem Ser deficiente na UFPB eacute praticamente impossiacutevel Blocos aleatoacuterios para cursos que de-veriam ter salas proacuteximas Essas in-clusive estatildeo cada vez menores para turmas cada vez maiores ldquoSalas com janelotildees feitas para serem usadas com projetor que tipo de arquiteto aprova issordquo provoca

INFRAESTRUTURA

40 - UFPB em Revista

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Central

Construiacuteda haacute mais de 30 anos a Biblioteca Central da UFPB nunca passou por uma grande reforma

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Se algueacutem que frequenta a Bi-blioteca Central da UFPB atu-almente fosse perguntado sobre

qual a sua impressatildeo sobre o local as respostas certamente seriam se-melhantes agraves de quem respondesse a mesma pergunta haacute dez ou vinte anos calor poeira mofo falta de acessibilidade e estrutura deficitaacuteria estariam entre as palavras mais cita-das Isso se explica pelo fato do preacute-dio construiacutedo na deacutecada de 1970 ter sido mal planejado e nunca ter passado por uma grande reforma

Com o acervo atual em torno dos 400 mil exemplares a Bibliote-ca Central tem como principal fina-lidade dar suporte de informaccedilotildees aos programas de ensino pesquisa e extensatildeo Construiacuteda ao lado de uma mata ndash a UFPB estaacute localizada em uma regiatildeo de Mata Atlacircntica ndash so-fre com a maacute conservaccedilatildeo do acervo

exposto agrave umidade poeira e insetosSegundo a bibliotecaacuteria TM que preferiu natildeo se identificar o uacutelti-mo governo ateacute fez investimentos importantes no local ldquoAtraveacutes de pregotildees e ouvindo sugestotildees de co-ordenadores de cursos e professores foram adquiridos milhares de novos tiacutetulos Aleacutem disso foram instala-dos novos computadores cadeiras e feita a climatizaccedilatildeo de algumas salasrdquo A ideia eacute que nos proacuteximos anos sejam feitos novos investimen-tos no local ldquoA nova Reitora pro-meteu um sistema de climatizaccedilatildeo completo para o preacutediordquo afirma TM

Apesar das melhorias nos uacutel-timos anos e a promessa de novos investimentos para um futuro proacute-ximo muitas mudanccedilas inclusive estruturais precisam acontecer na Biblioteca Central ldquoO projeto ar-quitetocircnico eacute defeituoso Eacute impos-

siacutevel falar em climatizaccedilatildeo enquan-to natildeo for solucionado o problema das grandes frestas nas paredes do lugar Tambeacutem natildeo adianta climati-zar sem ser feita uma higienizaccedilatildeo em todo o preacutediordquo afirma o fun-cionaacuterio Francisco Joseacute Assistente Administrativo do local haacute 25 anos

Natildeo bastasse o problema de con-servaccedilatildeo do acervo existe uma ques-tatildeo ainda mais grave a ser tratada a sauacutede dos que frequentam a Bibliote-ca Central Vaacuterios funcionaacuterios rela-taram problemas de sauacutede por causa da higiene e estrutura do local O acuacutemulo de poeira e fungos jaacute causou vaacuterias doenccedilas de pele desde cocei-ras ateacute alergias seacuterias Aleacutem disso eacute comum funcionaacuterios reclamarem de problemas de coluna causados pelo manuseio das pesadas estantes e pro-blemas de mobilidade com os carros de matildeo que transportam os livros

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 41

Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

A realidade

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

b i o -logia e geo-

grafia estatildeo ok tem ar condicionado data

show etc As de quiacutemica () satildeo horriacuteveis tem umas que os

ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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PELO CAMPUS

46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

PELO CAMPUS

52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

Recepccedilatildeo Local

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 13: UFPB em revista

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 15

ccedilatildeo nas aulas causou o elevado niacutevel de evasatildeo nas turmas ldquoOs resultados ano passado natildeo foram bons a greve iniciada praticamente na metade do ano desestimulou os nossos alunos no comeccedilo do ano as salas eram cheiasrdquo pondera

Criado por um convecircnio entre a Universidade e a Secretaria de Edu-caccedilatildeo do Estado da Paraiacuteba o Curso faz parte do Nuacutecleo de Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos e foi inicialmente pensado para os estudantes do ensino meacutedio na UFPB que estatildeo no EJA ndash Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos - mas a alta procura fez com que fossem aber-tas novas vagas conta Rogeacuterio

O Professor explica que hoje exis-tem 2 turmas agrave tarde e 1 agrave noite com uma meacutedia de 150 alunos no total a maioria constituiacuteda de jovens Para ele lidar com Portadores de Necessi-dades Especiais eacute um desafio ldquoTraba-lhei com pessoas portadoras de algum tipo de deficiecircncia apenas uma vez mas faz muito tempo Natildeo tive ne-nhum tipo de treinamento acho que todo professor precisa receber um bom preparado infelizmente isso ain-da natildeo acontece O que me estimula eacute ver a forccedila de vontade desses alunosrdquo completou

Cursos de idioma pelo Departamen-to de Letras

Curso de extensatildeo em liacutenguas es-trangeiras eacute uma iniciativa do DLEM (Departamento de Letras Estrangeiras Modernas) Ele eacute aberto para toda co-

munidade seu uacutenico preacute-requisito eacute ter mais de 18 anos Satildeo oferecidos cur-sos de Liacutengua Inglesa Alematilde France-sa e Espanhola Para adentrar no curso eacute necessaacuterio fazer uma prova de sele-ccedilatildeo (em liacutengua portuguesa) O chefe do DLEM Professor Doutor Roberto Carlos de Assis natildeo soube precisar qual era a concorrecircncia do processo de seleccedilatildeo para uma das vagas dos cursos no entanto ele acredita que a concor-recircncia gira em torno de seis alunos por vaga

Os alunos de graduaccedilatildeo em Letras da UFPB supervisionados por seus professores satildeo os responsaacuteveis pelas as aulas do curso de extensatildeo Eles re-cebem uma bolsa de aproximadamente 200 reais Para dar essas aulas eacute preci-so estaacute no 4ordm periacuteodo do curso de gra-duaccedilatildeo ou jaacute ter experiecircncia compro-vada em sala de aula

O material para acompanhar as aulas fica por conta dos alunos Aleacutem disso se o aluno passar no processo se-letivo ainda tem uma taxa de matriacutecu-la no valor 100 reais para comunidade em geral e 90 reais para os alunos de letras Os alunos da residecircncia univer-sitaacuteria satildeo isentos dessa taxa

O professor Doutor Roberto Carlos de Assis crer que o percentual de eva-satildeo do curso de extensatildeo se aproxima dos 30 Para ele essa taxa eacute normal Natildeo haacute nenhum levantamento sobre quem mais procura o curso mas ele acredita que pessoas das mais diferen-tes aacutereas o procuram

Ana Carla graduanda do curso de Turismo faz o segundo semestre de in-

glecircs do curso de extensatildeo Ela acredita que o curso oferece uma boa oportu-nidade para aprender uma liacutengua to-davia o aluno tambeacutem tem que fazer sua parte para aprender mais Ela deci-diu aprender inglecircs porque na opiniatildeo dela ser biliacutengue eacute essencial para qual-quer pessoa que queira entrar no mer-cado de trabalho principalmente na aacuterea que ela pretende atuar o turismo

Ana Carla jaacute tinha uma base de co-nhecimento de inglecircs antes de entrar no curso No entanto nem todos os alunos satildeo assim Eacute o que afirma o bolsista do curso de extensatildeo Caio Antocircnio alu-no de graduaccedilatildeo em Letras Inglecircs Para ele as turmas iniciantes do curso de extensatildeo satildeo as mais trabalhosas pois muita gente natildeo tem uma boa base na liacutengua Como ele costuma dar suas au-las falando o inglecircs na maior parte do tempo algumas pessoas apresentam dificuldade Para ser melhor compre-endido por essas pessoas ele muitas vezes faz o uso da miacutemica

Outra dificuldade encontrada por Caio Antocircnio eacute o nuacutemero de alunos em sala de aula As turmas comeccedilam com 25 alunos Para o bolsista eacute possiacutevel dar uma aula com esse nuacutemero de alu-nos mas o rendimento cresce em tur-mas menores Segundo ele numa tur-ma com poucas pessoas eacute possiacutevel dar uma atenccedilatildeo individual aos alunos

Reportagem Francisco Dantas e Rocircmulo Jeferson

Curso de liacutenguas estrangeiras eacute uma iniciativa do DLEM (Departamento de Letras Estrangeiras Modernas)

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PESQUISA

18 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Para-iacuteba dispotildee de dois viveiros de animais para pesquisas labora-

toriais tambeacutem conhecidos como bio-teacuterio Satildeo locais inteiramente voltados para estudo de animais quer seja com-portamental procriaccedilatildeo ou mesmo para realizaccedilatildeo de experiecircncias No entanto apenas uma dessas unidades encontra-se ativa e haacute diferenccedilas notaacute-veis em ambos desde sua localizaccedilatildeo agraves suas atividades

Inaugurado em Fevereiro de 2004 com 900 metros quadrados o Bioteacuterio Thomas George eacute um exemplo como setor de pesquisa de uma universida-de Integra o Laboratoacuterio de Tecnolo-gia Farmaceutica (LTF) e ocupa aacuterea dentro da UFPB cercada e com guarita proacutepria O bioteacuterio foi financiado du-rante sua criaccedilatildeo pela Agecircncia Nacio-

nal de Vigilacircncia Sanitaacuteria (Anvisa) e atualmente sua manutenccedilatildeo eacute assegu-rada por projeacutetos de pesquisa proacuteprios doaccedilotildees e pela reitoria

Dentre as espeacutecies disponiacuteveis para pesquisa o laboratoacuterio possui ratos Wistar conhecida como rato-branco-de-laboratoacuterio camundongos Swiss e coelhos prontos para estudo pesquisa e experimentos quer seja em animais vivos ou em vitro (experimentos com sistemas fechados que podem ser iso-lados temporariamente em recipientes de vidro) Os roedores satildeo alguns dos animais mais importantes em pesqui-sas laboratoriais por serem faacuteceis de cuidar com ciclo de vida curto manu-tenccedilatildeo barata e por possuiacuterem seme-lhanccedilas fisioloacutegicas com o organismo humano ao ponto de desenvolver al-gumas das mesmas enfermidades

Como funciona

Para integridade dos dados colhi-dos nas pesquisas as dependecircncias do bioteacuterio seguem estritas normas de am-bientaccedilatildeo interna Segundo o teacutecnico bioterista Joseacute Crispim ldquocada sala eacute cli-matizada e mantida com pressotildees distin-tas positivas e negativasrdquo (termo usado para definir niacuteveis de pressatildeo maiores ou menores que a pressatildeo atmosfeacuterica comum definidos de acordo com as es-peacutecies e experimentos em andamento) Os dejetos dos animais satildeo recolhidos por uma camada de maravalha (resiacuteduo de madeira semelhante agrave serragem mas de dimensotildees superiores) seus utensiacute-lios laboratoriais satildeo esterilizados por um autoclave aparelho comum em laboratoacuterios e usa vapor pressurizado para realizar a limpeza de ferramentas

Bioteacuterios da UFPB revelam diferenccedilas e abandono

Preacutedio do viveiro do LTF Bioteacuterio Professor Thomas George

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 19

Cada ambiente isolado obedece a um ciclo de 12 horas que segue a orien-taccedilatildeo de fotoceacutelulas naturalmente lo-calizadas no exterior da estrutura Esse procedimento eacute necessaacuterio para simu-lar a luz natural dentro dos ambientes e mantecirc-los isolados De acordo com o estudo realizado nessas salas sua cli-matizaccedilatildeo pode tanto obedecer agrave luz natural como inverter-se fazendo com que as salas fiquem escuras durante o dia e claras agrave noite Em qualquer caso o ciclo de 12 horas eacute mantido tentan-do natildeo estressar os animais na intenccedilatildeo de manter a integridade dos dados co-letados em suas pesquisas

O Centro destina-se apenas a estu-dos e pesquisas de poacutes-graduaccedilatildeo ten-do ateacute entatildeo prestado assistecircncia aos cursos de quiacutemica biologia fisiotera-pia e farmacologia Este ultimo sendo o mais comum e funccedilatildeo primaacuteria do bioteacuterio nas palavras de Crispim ldquo90 por cento das pesquisas satildeo com os alunos da poacutes graduaccedilatildeo de farmaacuteciardquo

Contrapartida

Natildeo muito distante ao bioteacuterio do LTF mas presente tambeacutem na UFPB existe o que hoje eacute apenas cercas e pe-quenas aacutereas encobertas por mata do viveiro gerenciado pelo Departamento de Sistemaacutetica e Ecologia jaacute conheci-do como Laboratoacuterio Tropical de Pri-matologia criado em 1982

O bioteacuterio foi desativado em 2012 pelos dirigentes da proacutepria Instituiccedilatildeo por tempo indeterminado sob pre-

sala de pesquisa chegou a hospedar 108 primatas de nove espeacutecies

Aleacutem de docentes o local tinha um veterinaacuterio e trecircs funcionaacuterios para tratamento dos animais e servia como local para conclusatildeo de estaacutegios Hoje aparentemente apenas um funcionaacuterio que natildeo pocircde ser encontrado trabalha no local no turno da manhatilde ocasional-mente regando plantas

Sempre que as atividades do bioteacute-rio de Ciecircncias Bioloacutegicas satildeo postas em questatildeo obtem-se respostas como ldquoo custo dos animais era muito caro natildeo dava para manterrdquo seguidas de ldquoo animal em cativeiro natildeo serve para ob-servaccedilatildeo natildeo estaacute em seu habitat natu-ralrdquo Respostas simplistas como estas contrariam o histoacuterico de 30 anos do bioteacuterio e seu propoacutesito que incluiacutea ob-servar animais em cativeiro

Sobra

O Departamento de Sistemaacuteti-ca e Biologia atualmente natildeo possui qualquer criadouro de animais vivos resumindo sua biblioteca bioloacutegica a uma cultura entomoloacutegica (de insetos) conservados agrave base de ar-ceco e muita naftalina Atualmente nem os endere-ccedilos on-line relacionados agrave UFPB que carregam ldquodserdquo em suas URLs fun-cionam retornando paacutegina apoacutes paacutegi-na de erros onde o servidor do centro natildeo pocircde ser localizado

texto de estar passando por reestrutu-raccedilatildeo e mudanccedilas disse a professora Caroline Ele estaacute localizado a poucos metros da cerca que adentra a mata atlacircntica por uma trilha de difiacutecil loca-lizaccedilatildeo Continha macacos prego e ser-via como centro de criaccedilatildeo e manejo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo A observaccedilatildeo e documentaccedilatildeo do com-portamento dos primatas era orientada aos alunos de biologia em atividades extracurriculares (apesar de localizar-se adjacente ao bloco de quiacutemica)

Quando funcionava

O viveiro com 1200 metros qua-drados e 43 aacutereas fechadas possuiacutea co-zinha sala de atendimento veterinaacuterio e

Exemplo de rato Wistar usado em pesquisas

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ReportagemEduardo Cezar

Gustavo de AlmeidaCituaccedilatildeo do viveiro de Ciecircncias Bioloacutegicas

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PESQUISA

20 - UFPB em Revista

F undado em 2010 e jaacute premia-do no Expocom Nordeste 2011 na categoria Ediccedilatildeo de Livro o

projeto de pesquisa Para Ler o Digital coordenado pelo Professor Marcos Ni-colau do PPGC-UFPB e do curso de Miacutedias Digitais - UFPB eacute um exemplo do quatildeo importante eacute essa aacuterea de atu-accedilatildeo Tendo como objeto de pesquisa o eBook tambeacutem conhecido como livro digital o grupo eacute pioneiro na pesquisa e desenvolvimento de novos recursos de diagramaccedilatildeo e editoraccedilatildeo

Inicialmente trabalhando com obras dos professores do Departamen-to de Miacutedias Digitais o grupo recebeu convites para ampliar seus trabalhos a todo o Centro de ciecircncias humanas letras e artes (CCHLA) e participar da criaccedilatildeo do projeto editorial digital da Editora Universitaacuteria

Em entrevista o estudante e bol-sist O estudante e bolsista do projeto Para Ler o Digital Rennam Virginio explica sua trajetoacuteria e funccedilatildeo dentro grupo ldquoentrei quando ainda estava no primeiro mecircs do curso no intuito de de-

senvolver habilidades na aacuterea de Edi-toraccedilatildeo mas natildeo era meu foco que a princiacutepio era Viacutedeo Com o tempo aca-bei me identificando com a aacuterea Den-tro do projeto sou Bolsista da Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica escrevo artigos cientiacuteficos semestralmente sobre livros digitais faccedilo a editoraccedilatildeo de ePubs e a confec-ccedilatildeo de capas de alguns dos livros pro-duzidos no Projetordquo

O problema maior de ser estudan-te e pesquisador eacute ter que balancear as duas atividades na maioria dos casos o grupo de pesquisa tende a ser da mes-ma aacuterea de estudo do aluno o que pode ajudar na economia do tempo embora o aluno ainda tenha que enfrentar al-gumas dificuldades principalmente quando o horaacuterio de algumas discipli-nas do curso coincide com uma ativi-dade referente da pesquisa

Despertar a vocaccedilatildeo cientiacutefica e in-centivar novos talentos entre estudan-tes de graduaccedilatildeo eacute um dos objetivos especiacuteficos do Programa Institucional

de Bolsas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica o PIBIC Ele visa apoiar a poliacutetica de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica desenvolvida nas Instituiccedilotildees de Ensino eou Pesquisa por meio da concessatildeo de bolsas a es-tudantes de graduaccedilatildeo integrados na pesquisa cientiacutefica A cota de bolsas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica eacute concedida direta-mente agraves instituiccedilotildees Por sua vez estas satildeo responsaacuteveis pela seleccedilatildeo dos pro-jetos dos pesquisadores orientadores interessados em participar do Progra-ma Os estudantes tornam-se bolsistas a partir da indicaccedilatildeo dos orientadores

A bolsa tem duraccedilatildeo de 12 meses o valor segue uma tabela nacional Atu-almente o valor da bolsa para Iniciaccedilatildeo Cientifica equivale a R$40000 e os uacutenicos requisitos para o estudante satildeo de cursar graduaccedilatildeo e dedicar-se in-tegralmente agraves atividades acadecircmicas e de pesquisa O aluno deve procurar em sua aacuterea de interesse um pesquisa-dor que esteja disposto a integraacute-lo em sua pesquisa e a orientaacute-lo

Rennam ainda se mostra preocu-pado com a situaccedilatildeo dos grupos de

Grupos de pesquisa desafios e metas dos pesquisadores da UFPB

Integrantes do grupo de pesquisa Para Ler O Digital

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 21

pesquisa na Universidade ldquoNo geral acredito que o niacutevel seja bom mas po-deriacuteamos ter mais projetos de pesqui-sa A UFPB deveria incentivar mais os professores a criarem grupos de pesquisas Muitas vezes a PRPG pror-roga duas ou ateacute trecircs vezes as inscri-ccedilotildees para PIBIC e isso eacute sinal que as inscriccedilotildees de projetos foram poucas ou abaixo do esperadordquo

Os Grupos de Pesquisa apresentam alternativas para um trabalho conjun-to entre professores e alunos ambos pesquisadores A Universidade Federal da Paraiacuteba conta com 335 grupos cer-tificados pela instituiccedilatildeo e espalhados por todos os centros Tendo sua maior parte pertencente ao Centro de Sauacutede os grupos na aacuterea da tecnologia vecircm ganhando espaccedilo no cenaacuterio regional

de mais de 40 jovens pesquisadores entre doutores mestres e graduandos que estatildeo interconectados com pesqui-sadores de todo o Brasil e do mundo As pesquisas desenvolvidas satildeo realizadas em parceria com outras universidades institutos de pesquisa e empresas da iniciativa privada Por ser um laboratoacute-rio ativo na aacuterea de desenvolvimento recebe financiamento de instituiccedilotildees parceiras como a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) Finaciadora de Estudos e Projetos (FINEP) e Con-selho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq)

Lavid

O Laboratoacuterio de Aplicaccedilotildees de Viacutedeo Digital (LAVID) criado em 2003 eacute um exemplo a niacutevel nacional da importacircncia dos grupos de pesqui-sa Associado ao Departamento de Informaacutetica (DI) da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba o laboratoacuterio surgiu da proposta de desenvolver projetos de pesquisa e atualmente eacute referecircncia internacional em desenvolvimento de tecnologia para TV Digital

Em marccedilo deste ano os integrantes do Lavid do Centro de Informaacutetica da UFPB apresentaram para teacutecnicos da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e da Agecircncia Nacional de Cine-ma (Ancine) os mais recentes avanccedilos

da tecnologia Fogo Player desenvol-vida e que permite a projeccedilatildeo de ima-gens em ultra HD (4K)

Segundo o gerente de Projetos da RNP Daniel Caetano a RNP jaacute apoiou diversos projetos de pesquisa desen-volvidos pelo Lavid e ressaltou a im-portacircncia da tecnologia Fogo Player para a melhoria da formaccedilatildeo de profis-sionais da aacuterea de sauacutede Ele afirmou que transmissotildees em alta definiccedilatildeo e em tempo real como a que foi testa-da com sucesso pelo Lavid teratildeo uma gama de aplicaccedilotildees em um futuro proacute-ximo servindo natildeo apenas para exibir cirurgias e outros procedimentos de equipes meacutedicas

O Lavid conta com a colaboraccedilatildeo

Guido Lemos apresenta os projetos do Lavid aos representantes da Ancine

Estudantes realizando trabalhos do Lavid

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Reportagem Ermeson David George Juacutenior

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INTERACcedilAtildeO

24 - UFPB em Revista

ldquoSempre tive consciecircncia de que a EJA me proporciona-ria crescimento profissional

e pessoal A frase eacute de Amanda Lima aluna do primeiro periacuteodo do curso de Administraccedilatildeo da Universidade Fede-ral da Paraiacuteba (UFPB) e que acaba de entrar como membro da EJA Consul-toria (Empresa Juacutenior de Administra-ccedilatildeo) Esta empresa caracteriza-se por ser de consultoria sem fins lucrativos que presta serviccedilos na respectiva aacuterea acadecircmica sendo formada exclusiva-mente por alunos do curso de Admi-nistraccedilatildeo da UFPB e que tem como objetivo a capacitaccedilatildeo por meio de conhecimento teacutecnico e empresarial do aluno do curso inserindo-o pos-teriormente no mercado de traba-lho como um jovem empreendedor

Sua estrutura segundo o seu presi-dente Tito Amorim eacute mista de funcio-nal e projetizada A estrutura funcional tem como caracteriacutestica o planejamen-to de serviccedilos abrangendo cargos de analistas de cada departamento entre eles o de qualidade marketing proje-

tos presidecircncia tendo como seus su-periores os diretores Jaacute a projetizada consiste em cargos de consultoria ou seja pessoas restritas a execuccedilatildeo de determinado serviccedilo Os cargos sem-pre estatildeo sendo renovados ao longo dos anos dando oportunidades a outros estudantes da aacuterea para participarem e ateacute aos que jaacute estatildeo em cargos da EJA Consultoria a exercerem atividades em outros Todos estes requerem eleiccedilotildees

Casos de Sucessos

ldquoO estudante entra como universi-taacuterio e sai da EJA como um empreen-dedor atraveacutes da vivecircncia empresarial e gestatildeordquo afirma Tito Em quase 22 anos de existecircncia haacute vaacuterios casos de pessoas que trabalharem na EJA e ob-tiveram sucesso profissional tornando hoje empreendedores de sucesso En-tre os mais sucedidos dois satildeo lembra-dos pelo presidente satildeo eles Leandro Vieira idealizador do administrado-rescom e o Taacutercio Pessoa atualmen-te responsaacutevel pelo Empreender ndash JP

mostrando que o conhecimento adqui-rido na empresa foi bem aproveitado

O curso possibilita o aprendizado atraveacutes de programas de treinamento como Trainee aleacutem de outros eventos como a SDP (Semana de Desenvolvi-mento Profissional) que atinge toda a comunidade acadecircmica mas voltado sempre para o curso de Administraccedilatildeo Com o intuito de transmitir conheci-mento para outros segmentos estu-dantis o evento conhecido como EJA FAZ Palestra promove como o nome mesmo diz palestras sobre respecti-vos temas acerca de administraccedilatildeo Outro evento o Buscando Sorrisos tambeacutem promovido pela empresa de consultoria leva os membros da em-presa para uma instituiccedilatildeo de carida-de ajudando elas possibilitando aos alunos mais contato com a populaccedilatildeo

Pessoas que estatildeo assumindo car-gos agora como eacute o caso da estudante Amanda Lima que acaba de comeccedilar a atuar na funccedilatildeo de analista de qualida-de vecirc a EJA Consultoria como oportu-nidade de crescer no mercado ldquoQuem

EJA Consultoria proporciona crescimento profissional

Cerimocircnia de Posse da gestatildeo 20131 da EJA Consultoria

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 25

busca a EJA eacute um profissional diferen-ciadordquo disse a estudante Segunda ela que jaacute almeja exercer cargos de niacuteveis mais altos o conhecimento dado por esta empresa ajuda tambeacutem no curriacutecu-lo oferecendo uma visatildeo de mercado

A EJA como diferencial

Outros estudantes estatildeo exercendo cargos haacute mais tempo como eacute o caso de Rafael Carvalho que eacute membro da EJA haacute dez meses Ele comeccedilou como consultor e hoje atua como diretor de marketing ldquoEu jaacute trabalhei em car-gos estaduais empresas privadas mas nunca obtive tamanha experiecircncia pro-fissional como a que a EJA me ofere-ceurdquo afirmou Rafael Por estar na em-presa haacute mais tempo ele conclui que todo o conhecimento teoacuterico obtido dentro da sala de aula pode ser colo-cado em praacutetica nesta empresa juacutenior

Rafael relata que tambeacutem enfren-tou dificuldades como o fato de ter que se deslocar para a cidade de Ma-manguape na Paraiacuteba para realizar consultorias e sua transiccedilatildeo de cargo tambeacutem foi um momento difiacutecil por exigir dele o conhecimento em uma es-trutura funcional jaacute que estava saindo

de um cargo de estrutura projetizada Mesmo assim Rafael vecirc os problemas enfrentados como aprendizado ad-quirido almejando tambeacutem alcanccedilar cargos de niacuteveis mais altos ldquoTodo co-nhecimento que hoje eu tenho na aacuterea de administraccedilatildeo consegui na EJA e natildeo em outra empresardquo disse ele

Para ser membro da EJA Consulto-

Posse dos novos membros Idaacutecio Rodrigues e Natyara Santos

Posse do presidente Rodolfo Alves Felizardo

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ReportagemAcircngela Oliveira e

Jessica Morais

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ria o estudante do curso passa por uma seleccedilatildeo que dura aproximadamente uma semana Primeiramente eacute preci-so estar cursando qualquer periacuteodo de Administraccedilatildeo na UFPB em seguida se inscrever na empresa Os alunos selecionados passam por uma capaci-taccedilatildeo de trecircs meses antes de assumir seus respectivos cargos em uma ceri-

mocircnia de posse reali-zada tambeacutem na UFPB

A EJA Consultoria traduz o espiacuterito estu-dantil Aos estudantes que nela trabalham recai cobranccedilas de criatividade bom de-sempenho e boa capa-cidade administrativa Ao sair o estudante eacute visto como um verda-deiro administrador no mercado de trabalho Eacute o laboratoacuterio praacutetico de todo o aprendizado teoacute-rico do aluno no curso de Administraccedilatildeo da UFPB

INTERACcedilAtildeO

26 - UFPB em Revista

A busca pela experiecircncia profissionalEstudante do terceiro periacuteodo de

Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digi-tais (UFPB) Ermeson Lira (18

anos) tomou uma decisatildeo importante em sua vida tornou-se um estagiaacuterio Sua rotina mudou e com ela vieram as responsabilidades Diego Lopes (25 anos) estudante de Ciecircncias da Com-putaccedilatildeo tambeacutem iniciou sua carreira estagiando e ganhando experiecircncia Mas todos os alunos da Universidade Federal da Paraiacuteba conseguem a mes-ma oportunidade que eles

Na UFPB existem dois tipos de es-taacutegios o obrigatoacuterio que conta com a cobertura do seguro de acidentes pes-soais E o natildeo-obrigatoacuterio que eacute opcio-nal e pode ser remunerado ou natildeo Die-go Lopes acredita que ldquocom o estaacutegio vocecirc adquire experiecircncia de mercado de trabalho aprende a trabalhar sobre pressatildeo e se qualifica para vagas que

seratildeo destinadas a pessoas formadasrdquoNo caso do curso de Miacutedias Digi-

tais a regulamentaccedilatildeo diz ldquoEstaacutegio supervisionado em meio profissional ou acadecircmico totalizando 300 horas objetivando a observaccedilatildeo e intervenccedilatildeo do estudante para o exerciacutecio profissio-nal bem como facilitar sua integraccedilatildeo no meio profissionalrdquo O curso estabe-lece convecircnio com o Centro Integrado Empresa-Escola (CIEE) e entre ou-tras entidades puacuteblicas e privadas

O CIEE eacute uma instituiccedilatildeo filantroacute-pica que procura encontrar estaacutegios e oportunidades de aprendizado para es-tudantes dos niacuteveis meacutedio teacutecnico e su-perior Estaacute presente em todo territoacuterio nacional auxiliando a entrada dos jo-vens no mercado de trabalho Algumas empresas jaacute possuem convecircnio com a UFPB Mas alguns alunos ainda encon-tram dificuldades para conseguir seu

espaccedilo Eacute o exemplo de Joseacute Carlos Pe-reira (22 anos) estudante de Ciecircncias bioloacutegicas da UFPB Ele tentou entrar num estaacutegio oferecido pela profes-sora de seu curso mas por choque de horaacuterios natildeo pode fazecirc-lo ldquoalguns es-taacutegios que eu queria pegar eram no ho-raacuterio da manhatilde Horaacuterio este em que eu estava ocupado com as aulasrdquo

Segundo a Lei 11788 Art 8ordm da Constituiccedilatildeo brasileira os convecircnios tanto com empresas puacuteblicas quanto as privadas satildeo facultativos A UFPB eacute conveniada a mais de 300 institui-ccedilotildees Entre elas estatildeo o Banco do Bra-sil Carrefour TV Tambauacute Petrobraacutes e diversas prefeituras como a de Joatildeo Pessoa e Campina grande Segundo o Art 11ordm da mesma lei a duraccedilatildeo maacute-xima do estaacutegio eacute de dois anos exceto quando o estagiaacuterio possui necessida-des especiais

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 27

A PRG-CEM estaacute localizada na Reitoria da Universidade Federal da Paraiacuteba

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S-U

FPB

Reportagem Layse Pereira eRayssa Alcacircntara

Estaacutegios Cadastrados pela CEM2009-2013

Obrigatoacuterio

Natildeo-obrigatoacuterio

Bolsa Estaacutegio Meacuted

2009 2010 2011 2012 2013

123

827

76

1425 1340 961 96

113

130

1190

138

18361604

118141

Os nuacutemeros variam pois estamos no decorrer do ano Dados da PRG-CEM

O Lado bom

Apesar de algumas barreiras en-contradas os universitaacuterios tem uma opiniatildeo em comum O estaacutegio eacute uma etapa importante para a entrada no mercado de trabalho ldquoAleacutem de ad-quirir conhecimentos antes do tempo eacute uma oacutetima oportunidade pra se de-senvolver no mercado Quando se estaacute dentro desse ecossistema o aprendiza-do agrega em vocecirc mesmo que vocecirc natildeo queirardquo declarou Ermeson Lira

Professores como Alberto Pessoa (autor e pesquisador de histoacuterias em quadrinhos) tambeacutem acreditam na importacircncia do estaacutegio Segundo ele quando se estuda e trabalha o aluno consegue aproveitar melhor a gradua-ccedilatildeo ldquoQuando vocecirc trabalha vocecirc natildeo tem tempo de deixar pra laacute Entatildeo vocecirc aproveita melhor a universidade vocecirc estuda mais vocecirc tem um senso de res-ponsabilidade melhorrdquo argumenta

Primeiros Passos

Os estaacutegios dentro da universidade satildeo oferecidos pelos pela UFPB e via-bilizados pelos professores Para soli-citar a bolsa os alunos devem apresen-tar uma seacuterie de documentos Segundo Eliane Ferraz coordenadora da CEM (Coordenaccedilatildeo de Estaacutegio e Monito-

ramento) primeiramente o estudante deve encaminhar um ofiacutecio ao Proacute-Rei-tor de Planejamento da Universidade Federal da Paraiacuteba (Proplan-UFPB) contendo justificativas da solicitaccedilatildeo e detalhes sobre o estaacutegio

Outros documentos necessaacuterios satildeo o formulaacuterio de Solicitaccedilatildeo de Bolsa estaacutegio a Ficha Cadastral (Bolsa-EstaacutegioUFPB) Histoacuterico Escolar do aluno coacutepias da Identidade CPF Tiacutetu-lo de Eleitor e para os homens a coacutepia

do Certificado de quitaccedilatildeo como o ser-viccedilo militar Ao final de cada periacuteodo este processo eacute repetido para renovar a Bolsa

As informaccedilotildees sobre estaacutegios ex-ternos ainda eacute mal divulgado pela uni-versidade Os estudantes costumam ter a iniciativa de procuraacute-los por meio de amigos conhecidos Hoje com a in-ternet ficou mais faacutecil encontrar traba-lhos por meio de sites como por exem-plo o Gogojobcom (wwwgogojobcombr) que divulga vagas na aacuterea de publicidade Quando a oportunidade de estagiar eacute oferecida por instituiccedilotildees conveniadas agrave UFPB o universitaacuterio tambeacutem deve procurar a CEM Apoacutes assinado o convecircnio o aluno estaacute ofi-cialmente estagiando Em ambos os processos ao final de cada semestre deve ser entregue um relatoacuterio

Segundo a coordenadora da CEM os convecircnios realizados pela UFPB eacute uma maneira de atender agraves demandas acadecircmicas Para contemplar um maior nuacutemero de cursos da universidade ldquoOs convecircnios para a concessatildeo de estaacutegios supervisionados devem portanto ser celebrados de forma mais abrangente possiacutevel visando a atender de forma mais ampla a concessatildeo de estaacutegio a alunos regularmente matriculadosrdquo

INTERACcedilAtildeO

28 - UFPB em Revista

Em evento que lotou o auditoacuterio da reitoria da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba Joatildeo Pessoa

recebeu o neurocientista brasileiro Mi-guel Nicolelis que realizou a palestra ldquoA ciecircncia como agente de transforma-ccedilatildeo socialrdquo Nicolelis atraiu professo-res profissionais da aacuterea estudantes da UFPB e de outras universidades mas chamou ainda a atenccedilatildeo de cida-datildeos comuns com problemas de para-plegia tetraplegia deficientes visuais auditivos e pessoas que possuem entes queridos na mesma condiccedilatildeo O enor-me puacuteblico presente ao evento coorde-nado pelo Foacuterum Universitaacuterio deixou o auditoacuterio pequeno com a esperanccedila de ouvir das palavras do meacutedico que eles teriam seus problemas resolvidos pela ciecircncia seja em curto meacutedio ou longo prazo

Nicolelis que lidera um grupo de

pesquisadores da aacuterea de Neurociecircncia na Universidade Duke - EUA apresen-tou como um dos pilares da palestra a mesma questatildeo base do seu chamado Manifesto da Ciecircncia Tropical Nele o neurocientista sugere que o Brasil pode potencializar o desenvolvimen-to cientiacutefico e educacional a partir da cooperaccedilatildeo de ambos e propotildee quinze medidas para firmar o paiacutes como lide-ranccedila mundial na produccedilatildeo e uso de-mocratizante do conhecimento

Miguel Nicolelis falou tambeacutem so-bre a instituiccedilatildeo na cidade de Macaiacute-ba no Rio grande do Norte onde ele realiza um projeto chamado Educaccedilatildeo para toda a vida O projeto ensina para crianccedilas da periferia de Macaiacuteba e Na-tal conhecimentos nas aacutereas de roboacuteti-ca fiacutesica biologia geografia histoacuteria e informaacutetica Durante a palestra o neu-rocientista ainda explanou que desde

o iniacutecio do seu trabalho na cidade de Macaiacuteba a evasatildeo escolar da institui-ccedilatildeo eacute de apenas 2 e que as crianccedilas que estatildeo sendo formadas nessa insti-tuiccedilatildeo saem com mesmo niacutevel de es-colas de elite do Rio grande do Norte

O meacutedico disse aos presentes que acredita que a ciecircncia eacute grande agente responsaacutevel pela capacidade de ino-vaccedilatildeo e deve ser estimulada desde os primeiros momentos da vida Afirmou ainda que haacute uma carecircncia de investi-mento na aacuterea de intersecccedilatildeo da neu-rociecircncia e que se possiacutevel deveria existir acompanhamento ainda no preacute-natal para que a crianccedila nascesse com o maacuteximo de potencial neuroloacutegico Em 2014 Nicolelis abriraacute o primeiro Instituto Primata de Neurociecircncia com uma escola cujo aprendizado se inicia-raacute desde o nascimento Ainda que seja um sonho um pouco distante o meacutedico

Neurocientista Miguel Nicolelis reabre Foacuterum Universitaacuterio

Reabertura do foacuterum universitaacuterio tem como primeiro palestrante o neurocientista Miguel Nicolelis

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 29

acredita que futuramente Macaiacuteba seraacute a primeira ldquocidade ceacuterebrordquo do mundo

Durante a palestra o neurocien-tista tambeacutem abordou as experiecircncias que realiza sobre a interaccedilatildeo do ceacutere-bro e a maacutequina que consiste em fa-zer o movimento da maacutequina a partir dos estiacutemulos enviados pelo ceacuterebro que seratildeo convertidos em impulsos eleacutetricos e proporcionaratildeo o movi-mento mecacircnico de proacuteteses Ainda que ateacute o momento seus experimentos tenham sido feitos apenas com maca-cos jaacute causam ansiedade em pessoas que sofreram acidentes e hoje tem a locomoccedilatildeo comprometida O meacutedico acrescentou que pretende realizar uma demonstraccedilatildeo em 2014 quando uma brasileira parapleacutegica deveraacute caminhar 20 passos e dar o pontapeacute inicial da Copa do Mundo ldquoEsse seraacute um pre-sente do Brasil para toda a humanida-derdquo declarou Nicolelis

O foacuterum universitaacuterio

Apoacutes seis anos desativado a pre-senccedila de Miguel Nicolelis marcou de forma extraordinaacuteria o retorno do Foacute-rum Universitaacuterio Fundado na deacutecada de 1980 pelo professor Joseacute Jackson Carneiro o Foacuterum tem como objetivo discutir assuntos relevantes agrave socieda-de tanto em um niacutevel nacional como local Segundo o coordenador do Foacute-rum Iedo Fontes nunca ficou clara a razatildeo pela qual a gestatildeo anterior da UFPB paralisou o evento ldquoNunca ex-plicaramrdquo comentou Fontes

Para reforccedilar a natureza fomenta-dora de debates do Foacuterum Fontes dis-se que um dos primeiros debates entre presidenciaacuteveis poacutes-ditadura militar jaacute com vistas agraves eleiccedilotildees de 1989 foi promovido pela UFPB no antigo cam-pus de Campina Grande (que hoje eacute de competecircncia da UFCG) ldquoSoacute natildeo veio Collor Lula Brizola e outros estive-ram presentesrdquo comentou

Com o auditoacuterio lotado (600 pro-fessores de acordo com os nuacutemeros de Fontes) o retorno do Foacuterum foi con-siderado positivo A programaccedilatildeo fu-tura ainda estaacute sendo planejada mas a tendecircncia eacute que o Foacuterum seja realizado bimestralmente ldquoFoi uma declaraccedilatildeo da reitora a um jornal local de que ela tem interesse de que o Foacuterum aconte-ccedila num intervalo de dois meses O que nos permite fazer uma programaccedilatildeo Simulaccedilatildeo do exoesqueleto na abertura da Copa de 2014

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mais pensadardquo declarou o coordena-dor

Alguns temas jaacute estatildeo sendo con-siderados o bloqueio do crescimento econocircmico brasileiro nos uacuteltimos anos 500 anos da obra de Maquiavel dis-cussatildeo da obra do geoacutegrafo Josueacute de Castro federalizaccedilatildeo dos niacuteveis infan-til fundamental e meacutedio da educaccedilatildeo e a obra de Luiz Gonzaga e seu impacto sobre a vida regional (este uacuteltimo jaacute sendo organizado para o mecircs de ju-nho)

A princiacutepio o Foacuterum natildeo prioriza-ria nenhuma aacuterea em especiacutefico nem mesmo a proacutepria academia Fontes dis-se ldquoficou claro na reabertura oficial do Foacuterum que noacutes natildeo o reativamos ape-nas para professores estudantes e fun-cionaacuterios mas tambeacutem para a socieda-de pessoense () pessoas de diferentes ramos de atividade comeacutercio induacutes-tria academiardquo Poreacutem o coordenador esclareceu que uma atenccedilatildeo especial deveraacute ser dada agrave discussotildees relaciona-das agrave educaccedilatildeo - e essa preocupaccedilatildeo eacute percebida com a escolha de Miguel

Nicolelis para o primeiro encontro apoacutes a reativaccedilatildeo do Foacuterum ldquoSe tem uma aacuterea que noacutes devemos priorizar no

Brasil e fazer um grande debate nacio-nal eacute a educaccedilatildeordquo explicou Fontes

A exemplo de Nicolelis o Foacuterum tambeacutem foi responsaacutevel por trazer ou-tras personalidades conhecidas nacio-nalmente agrave Joatildeo Pessoa como os se-nadores Cristoacutevatildeo Buarque e Roberto Requiatildeo e o economista Carlos Les-sa Para uma futura ediccedilatildeo do foacuterum a Universidade estaacute tentando trazer o jornalista Paulo Henrique Amorim A ideia poreacutem natildeo eacute ficar preso a nomes de acircmbito nacional e abrir espaccedilo para pessoas que tenham impacto na socie-dade regional - ateacute pela histoacuteria e pelo legado que o Foacuterum tem de realizar debates de interesse da populaccedilatildeo em geral

ldquoFoacuterum eacute para discutir os proble-mas do estado Somos uma entidade produtora e reprodutora de conheci-mento () Na mesa de debate deve ter um professor de destaque mas tambeacutem algueacutem da aacuterea senatildeo fica apenas a niacute-vel de conferecircncia o que natildeo eacute bom pois natildeo promove o debaterdquo afirmou Fontes

Reportagem Una Txai e Rudah Silva

INFRAESTRUTURA

32 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Paraiacuteba enfrenta o caos na infraestrutura do sistema viaacuterio e estaciona-

mentos para veiacuteculos dos alunos pro-fessores e funcionaacuterios Eacute um problema de toda cidade que se reflete na univer-sidade gerando transtornos e problemas de logiacutestica em determinados horaacuterios As dificuldades na mobilidade interna ao Campus I decorrem na deficiecircncia no planejamento da expansatildeo da Instituiccedilatildeo aliadas ao aumento do nuacutemero de veiacute-culos nos uacuteltimos 10 anos O problema eacute reflexo da prioridade do veiacuteculo parti-cular sobre o uso de transporte coletivo

O campus I da instituiccedilatildeo estaacute pas-sando por algumas reestruturaccedilotildees e reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos jaacute existentes No periacuteodo de 2012 a 2013 o nuacutemero de vagas para estacionamento subiu consideravelmente de 2 mil para 2500 Em meacutedio prazo (dois anos) a administraccedilatildeo pretende criar mais 1500 vagas atraveacutes da continuaccedilatildeo do projeto de reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos (no CACE CCEN e HU) e da finali-zaccedilatildeo do Centro de Energias Renovaacute-veis ainda em construccedilatildeo por traacutes do CCHLA

Estacionamento precaacuterio provoca transtorno na UFPB

Vaacuterios carros estacionados de forma irregular e inconveniente no estacionamento da Central de Aulas do campus I

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Projetos

Segundo Marcelo Diniz da Divi-satildeo de Estudos e Projetos da Prefeitura Universitaacuteria a reorganizaccedilatildeo dos esta-cionamentos eacute prioridade e vem sendo implementada em vaacuterios estacionamen-tos da universidade O projeto modi-fica a posiccedilatildeo de entrada dos veiacuteculos de 45ordm (diagonal) para 90ordm (frontal) e a largura da vaga do estacionamento para impossibilitar improvisos que prejudi-cam o traacutefego como por exemplo as filas duplas No projeto as motos se-ratildeo contempladas com estacionamento proacuteprio para evitar a desorganizaccedilatildeo e acidentes nas passarelas e corredores das salas ldquoIremos instalar placas de ad-vertecircncia para as motos natildeo transitarem no espaccedilo destinado aos pedestresrdquo diz Marcelo

Um dos locais com maior problema fica proacuteximo ao preacutedio da Reitoria e da Biblioteca Central devido agrave concen-traccedilatildeo de vaacuterios serviccedilos e dos preacutedios acadecircmicos Nesse local estatildeo reuni-das agecircncias de trecircs bancos livrarias restaurantes DCE (Diretoacuterio Central Estudantil) e AdufPB (sindicato dos

professores) Por conta da via nesse lo-cal ser muito estreita a Prefeitura Uni-versitaacuteria utilizou prismas de concreto no trecho para evitar que os motoristas estacionem os veiacuteculos indevidamente na via de passagem dos carros ocasio-nando transtornos e risco de acidente

Somando-se a esse local estaacute em construccedilatildeo o preacutedio do Centro Arte e Cultura com auditoacuterio estimado para duas mil pessoas em frente agrave Reitoria No projeto da construccedilatildeo natildeo haacute ne-nhum estacionamento previsto para esse preacutedio e na ocasiatildeo de algum evento os visitantes iratildeo estacionar seus veiacuteculos por traacutes da Reitoria que comporta precariamente os usuaacuterios que jaacute utilizam o espaccedilo Para a soluccedilatildeo desse problema Marcelo Diniz informa haver um projeto para construccedilatildeo de um estacionamento por traacutes da Reitoria de um ou dois andares com valor estimado em 10 milhotildees de reais por andar

Usuaacuterios

Os usuaacuterios que utilizam os esta-cionamentos com regularidade pro-potildeem soluccedilotildees como criaccedilatildeo de vagas

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 33

Situaccedilatildeo corriqueira nas vias do campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba

A falta de vagas destinadas para motos eacute a justificativa dos motociclistas

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Reportagem Rodrigo Vitorino e Windsor Souza

destinadas exclusivamente a professo-res Josemar dos Santos professor de Estatiacutestica diz que ldquofalta a prefeitura organizar o estacionamento Haacute deter-minadas horas que vir do departamen-to para a sala de aula de carro se tornou inviaacutevel pois o nuacutemero de veiacuteculos cresceu bastante Poderiam organizar vagas destinadas a professores pois noacutes temos que ficar de bloco em bloco para dar aula enquanto os alunos vecircm assistem a uma aula e vatildeo emborardquo

Outro problema que tambeacutem in-comoda eacute a falta de vagas destinadas agraves bicicletas e motocicletas ldquoAgraves vezes natildeo tem nem espaccedilo para transitar pois tem motociclista estacionando as mo-tos nas vias passarelas e corredores dos blocos pois natildeo haacute vagas destina-das para estacionar as motosrdquo acres-centa Josemar

A falta de estacionamento para motos faz com que elas se amontoem de forma desorganizada Isso as trans-forma em vilatildes e campeatildes de recla-maccedilotildees Elas trafegam e estacionam onde eacute via de pedestres cadeirantes passagem de materiais para os preacutedios da universidade Diversas reclamaccedilotildees jaacute foram feitas por conta de atropela-mentos por dificultar a passagem e ateacute mesmo acidentes envolvendo deficien-tes visuais

Faacutebio Fonseca professor de Pe-dagogia tambeacutem reclama das motos e dos transtornos que elas causam quan-do deixadas em local inconveniente ldquoA universidade estaacute ficando muito pequena para a quantidade de auto-

moacuteveis Eacute preciso organizar o espaccedilo existente e criaccedilatildeo de espaccedilos especiacutefi-cos para motos A falta de organizaccedilatildeo faz com que os corredores passarelas e vias se transformam em estaciona-mento para as motos dificultando por exemplo a passagem de cadeirantesrdquo

O problema da falta de vagas acaba tambeacutem interferindo na aprendizagem dos alunos Aliado a isso haacute o proble-ma de seguranccedila dentro do campus Alunos servidores e professores natildeo confiam no sistema de cartotildees entre-gue na entrada da universidade ldquoGe-ralmente os alunos chegam na hora da aula que coincidem em todas as disci-plinas e a falta de vaga faz com que percamos tempo para estacionar Eacute o caos Muitas vezes encontramos uma vaga muito longe do local em que va-mos estudar E em eacutepoca de chuva pio-

ra Tambeacutem tem o perigo de assaltordquo diz a estudante de Biologia Daniele Lacerda

Empecilho

Alguns estacionamentos no cam-pus I da UFPB possuem aacutervores tom-badas e sob proteccedilatildeo que natildeo podem ser derrubadas Desta maneira a pre-feitura universitaacuteria desenvolveu o projeto de reestruturaccedilatildeo e organiza-ccedilatildeo dos estacionamentos respeitan-do a localizaccedilatildeo dessas aacutervores Nos estacionamentos jaacute finalizados como da Reitoria eacute perceptiacutevel a falta de arborizaccedilatildeo que influecircncia o aqueci-mento local e a desagradaacutevel sensaccedilatildeo de estar num ambiente claro e quente Outro problema encontrado eacute a falta de planejamento de escoamento da chuva Desta maneira em eacutepocas de chuva intensa haacute risco de alagamento

Com todo o empenho e desenvol-vimento estrutural eacute de suma impor-tacircncia o investimento em seguranccedila Mas tambeacutem organizar o tracircnsito au-xiliando os condutores onde devem estacionar e na fluidez do tracircnsito Devido agrave ausecircncia de fiscalizaccedilatildeo para coibir as infraccedilotildees de tracircnsito as vias se tornam estacionamentos irregula-res atrapalhando e colocando em risco a seguranccedila dos integrantes da comu-nidade universitaacuteria

INFRAESTRUTURA

34 - UFPB em Revista

Ano de 2015 eacute limite para meta plena de acessibilidade

Ausecircncia de acessibilidade eacute constante nos novos preacutedios da UFPB

Segundo dados do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a Paraiacuteba eacute o estado que possui a maior parcela de habitantes com necessidades especiais no Bra-sil empatando com o Rio Grande do Norte Quase 30 dos paraiba-nos tecircm algum tipo de necessidade especial Apesar da estatiacutestica e da existecircncia do Decreto Lei 5296 que determina a acessibilidade em todas as edificaccedilotildees puacuteblicas 90 por cento das construccedilotildees realizadas durante gestatildeo dos professores Rocircmulo Po-lari e Iara Matos a frente da UFPB natildeo respeitaram o seu cumprimento

No momento a atual adminis-traccedilatildeo estaacute empenhada num pra-zo de dois anos a assistir a todos os alunos com deficiecircncia cumprin-do as normas teacutecnicas de acessi-bilidade da Associaccedilatildeo Brasilei-ra de Normas Teacutecnicas (ABNT)

Dentre as medidas a serem ado-tadas estaacute a reforma na acessibilida-de arquitetocircnica das vias (calccediladas) Tambeacutem estaacute prevista a construccedilatildeo do Centro de Inclusatildeo (que vai in-tegrar todos os projetos de inclusatildeo em um soacute) agregar serviccedilos dispo-nibilizar salas de aula adquirir uma seacuterie de equipamentos fora do paiacutes (entre eles esfigmomanocircmetro que possibilita a traduccedilatildeo de textos em aacuteudio bengala que identifica obs-taacuteculos e computadores especiais)

Ateacute o momento apenas 15 preacute-dios estatildeo acessiacuteveis para os 30 alu-nos com necessidades especiais ca-dastrados na UFPB O uacutenico trecho com acessibilidade externa no Cam-pus I se encontra da Biblioteca Cen-tral ateacute o Refeitoacuterio Universitaacuterio No Campus II em Areia a primeira parte do projeto jaacute vem com todas as normas de acessibilidade executadas disse Marcelo Andrade Diniz Diretor do Departamento de Arquitetura da Prefeitura Universitaacuteria desde 2010

O que estaacute previsto

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 35

Segundo Marcelo Diniz que acompanhou a antiga gestatildeo da Uni-versidade o recurso era limitado e natildeo havia comprometimento dos ad-ministradores para cumprir as normas exigidas aleacutem da fiscalizaccedilatildeo pouco eficaz do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Ateacute 2010 pouco havia sido pensado discutido e realizado para incluir so-cialmente as pessoas com deficiecircn-cia Com o aumento significativo e progressivo no nuacutemero de estudan-tes em funccedilatildeo da Reestruturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universidades Fede-rais (Reuni) a situaccedilatildeo agravou-se

Desde entatildeo o Governo Federal estaacute destinando uma verba especiacutefica para as Instituiccedilotildees Federais de En-sino (Ifes) cumprirem as normas de acessibilidade impostas pela ABNT O MEC por sua vez vem fiscalizan-do com rigor as Ifes de todo o Brasil

Comitecirc existe desde 2011

No ano de 2011 foi criado na UFPB o Comitecirc de Inclusatildeo e Aces-sibilidade que tem como objetivo garantir a todos os alunos com defi-ciecircncia a permanecircncia e conclusatildeo do curso Segundo a coordenadora do

comitecirc Andreza Aparecida Polia estaacute prevista a chegada de 44 alunos espe-ciais para o proacuteximo semestre letivo nuacutemero que ultrapassa os 5 por cen-to designado pelo sistema de cotas ldquoAno passado fizemos pedido de equi-pamentos para suprir os alunos que jaacute estatildeo cadastrados Enquanto natildeo che-ga os coordenadores tem de ter um computador exclusivo para esses estu-dantesrdquo pontificou Andreza Polia O comitecirc conta com representantes dos cursos de Psicopedagogia Terapia Ocupacional Arquitetura e Educaccedilatildeo

Ainda em fase de projeto o Centro de Inclusatildeo e Acessibilidade estaacute pre-visto para ficar pronto em 2015 Ele contaraacute dentre outras coisas com pla-cas em Braille piso taacutetil carteiras es-peciais plataforma elevatoacuteria eleva-dor e tecnologias inclusivas em geral

Outro projeto que estaacute sendo desenvolvido pela Prefeitura Uni-versitaacuteria eacute a urbanizaccedilatildeo do La-boratoacuterio de Energias Renovaacuteveis (LERS) que iraacute se estender por todo o estacionamento contando com rampas pisos taacuteteis e mais de 6 quilocircmetros de rotas acessiacuteveis

Os estudantes com necessidades especiais contam com um programa

Projeto em 3d das futuras instalaccedilotildees elaborado pela Prefeitura da UFPB

Reportagem Giuliano Viscardi

de apoio onde um aluno monitor os acompanha geralmente por discipli-na dando assistecircncia necessaacuteria gra-vando aulas e tirando duacutevidas com os professores O Nuacutecleo de Educaccedilatildeo Especial (Nedesp) tambeacutem os ajuda nesse processo de adaptaccedilatildeo Na Bi-blioteca Central e no Nedesp os alu-nos dispotildee de impressora em braille

A Proacute-reitoria de Gestatildeo de Pes-soas (Progep) ofereceu por dois anos consecutivos um curso de capacita-ccedilatildeo para docentes e servidores da uni-versidade tendo formado duas turmas ateacute agora Poreacutem a grande maioria dos capacitados foi funcionaacuterios A UFPB conta com apenas um tradutor ldquoPreci-samos de mais contrataccedilotildeesrdquo alega Po-lia que estaacute coordenando o Comitecirc de Inclusatildeo e Acessibilidade desde 2011

A prefeitura da Instituiccedilatildeo tambeacutem fez um convenio com o Laboratoacuterio de Acessibilidade (Lacesse) coordenado por Marcelo Diniz e pela professora do curso de arquitetura Angelina Costa O espaccedilo fiacutesico onde funciona o labo-ratoacuterio foi inaugurado dia 12 de abril no Centro de Tecnologia bloco N

INFRAESTRUTURA

36 - UFPB em Revista

O rombo de mais de 22 milhotildees na Fundaccedilatildeo Casa de Joseacute Ameacuterico (FCJA) constata-

do pelo Tribunal de Contas da Uniatildeo (TCU) eacute a principal heranccedila deixada pela antiga administraccedilatildeo da universi-dade e que atinge diretamente o Res-taurante Universitaacuterio da UFPB Os es-cacircndalos envolvem o responsaacutevel pelo fornecimento de gecircneros alimentiacutecios e o pagamento de alguns funcionaacuterios do Restaurante Universitaacuterio (RU)

Segundo o TCU foram usados re-cursos federais depositados em contas especiacuteficas de convecircnios para paga-mentos agrave empresas fornecedoras de gecircneros alimentiacutecios As irregularida-des foram cometidas pelo ex-diretor da Fundaccedilatildeo Eugecircnio Pacceli Trigueiro Pereira Com isso o TCU suspendeu o repasse de recursos da Uniatildeo para a Fundaccedilatildeo Joseacute Ameacuterico e a direccedilatildeo do RU enfrentou problemas com a falta de estoque de alimentos e atraso no paga-mento de funcionaacuterios refletindo no atendimento precaacuterio das necessidades dos alunos que frequentam o Restau-rante

O RU que fornece refeiccedilotildees gra-tuitas para estudantes de baixa renda e cadastrados da UFPB conta com 90

profissionais Os gecircneros alimentiacutecios de uma refeiccedilatildeo custam em meacutedia de R$ 410 a R$ 530 Nesse valor natildeo estaacute considerado a despesa do preparo trabalho dos funcionaacuterios e energia dos aproximadamente 2200 almoccedilos e 900 jantares por dia

A nova reitoria da UFPB ampliou as investigaccedilotildees e o levantamento de contas da Universidade para averiguar quais problemas seratildeo enfrentados pela gestatildeo Durante as investigaccedilotildees foram detectadas vaacuterias irregula-ridades cometidas pela adminis-traccedilatildeo passada a exemplo da au-secircncia de prestaccedilatildeo de contas de diversos convecircnios

Antocircnio Luiz de Albuquer-que Gomes professor do De-partamento de Quiacutemica do Cen-tro de Tecnologia da UFPB assumiu o cargo de Superintendente do Sistema de Restaurantes Universitaacuterios - que com-preende os restaurantes do Campus 1 do Litoral Norte Areia e Bananeiras - no dia 12112012 Ele conta que rece-beu o RU com um estoque insuficiente de alimentos apesar dos pregotildees ainda estarem em andamento

O superintendente esclareceu que um desses pregotildees estava desa-

parecido e soacute depois de muita inves-tigaccedilatildeo a empresa foi contatada para cumprir o contrato O outro pregatildeo es-tava com o pedido de realinhamento de preccedilos e somente apoacutes a administraccedilatildeo entrar em contato para negociar com os fornecedores explicando a delicadeza da situaccedilatildeo eacute que foi possiacutevel normali-zar as entregas dos suprimentos

Segundo o professor Antocircnio Luiz ainda haacute muitos problemas com os fornecedores As licitaccedilotildees (pregotildees) emitidas pelas empresas tem um preccedilo muito abaixo do valor de mercado Em decorrecircncia desse fato as companhias tem prejuiacutezo e antes de completar os seis meses algumas deixam de forne-cer os gecircneros apesar de ainda terem saldo em caixa com a Universidade

Um dos problemas a serem contor-nados pela atual administraccedilatildeo diz res-peito a burocracia e lentidatildeo de alguns setores na etapa de licitaccedilatildeo e pregatildeo para aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios Na Proacute-Reitoria Administrativa (Divi-satildeo de Materiais) a entrada dos pre-gotildees foi feita em dezembro poreacutem os processos ficaram mais de dois meses parados dentro de uma gaveta e por isso ainda existem licitaccedilotildees de com-pras paradas em abril

A administraccedilatildeo da Universidade

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeo

Prof Antocircnio Luiz Superintendente do RU

Vista frontal do Restaurante Universitaacuterio da UFPB

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 37

Atualmente o professor Antocircnio Luiz estaacute procurando resolver os as-suntos mais urgentes do RU fazendo o levantamento do que precisa ser fei-to a exemplo dos pedidos de compras de equipamentos de seguranccedila e para a cozinha Haacute tambeacutem uma proposta

a partir dos levantamentos feitos pelo professor Antocircnio Luiz tomou um seacute-rie de iniciativas entre elas consultas juriacutedicas onde foram detectados o atra-so de salaacuterios entre outras irregularida-des trabalhistas Por conta do rombo a FCJA deixou de pagar o fundo de ga-rantia salaacuterios feacuterias e 13ordm salaacuterio aos funcionaacuterios As diacutevidas tiveram que ser quitadas pela prefeitura universitaacute-ria que repassou a verba e cumpriu a obrigaccedilatildeo social para com todos os fun-cionaacuterios Hoje a FCJA eacute dirigida por Boanerges Felix que estaacute regularizan-do as atividades da fundaccedilatildeo

O professor Antocircnio Luiz ressalta que existiam diversos problemas com equipamentos e com funcionaacuterios Na cozinha haviam vazamentos e instru-mentos como serras de cortar carne e aparelho de cortar frutas quebrados Ateacute o conserto desses aparelhos os trabalhos vinham sendo feitos manu-almente Ele encontrou equipamentos com 10 a 15 anos de uso sem programa de reposiccedilatildeo ldquoEacute impossiacutevel um siste-ma desse porte funcionar sem repor o equipamento porque ele tem vida uacutetil As caldeiras satildeo razoavelmente novas com 3 ou 4 anos de uso mas sem um sistema de manutenccedilatildeo Vazamento de oacuteleo caldeiras quebradas Foi uma si-tuaccedilatildeo que eu natildeo imaginava que en-contrariardquo observa o superintendente

Outra questatildeo importante que a nova administraccedilatildeo teve que mudar foi o fato de que os funcionaacuterios natildeo esta-vam acostumados a obedecer aos horaacute-rios Poreacutem aos poucos o pessoal foi se adaptando ao novo modelo de gestatildeo

encaminhada para concretizaccedilatildeo de um serviccedilo de auto atendimento (self servi-ce) O desperdiacutecio de comida eacute um dos grandes problemas para o Restaurante pois os alunos deixam nos pratos restos de comida suficientes para alimentar mais de 400 pessoas segundo o supe-rintendente

A equipe que trabalha no RU pre-tende realizar uma campanha de cons-cientizaccedilatildeo para que os comensais com a instalaccedilatildeo do self service co-loquem no prato apenas a quantidade realmente necessaacuteria evitando assim o desperdiacutecio Estaacute nos planos promover treinamento dos funcionaacuterios executar atividades humaniacutesticas promovendo a interaccedilatildeo entre as pessoas melhorar cada vez mais o sabor da comida (a qua-lidade jaacute existe) e aumentar o nuacutemero de funcionaacuterios e equipamentos acarre-tando numa melhora do fluxo e minimi-zando o problema das longas filas

Tambeacutem eacute interesse terminar a obra comeccedilada na administraccedilatildeo pas-sada - que jaacute deveria ter sido finaliza-da - de um complexo ao lado do atual RU Laacute seraacute instalado um restaurante para que os funcionaacuterios e estudantes natildeo contemplados pelo RU possam co-mer pagando apenas uma pequena taxa pela refeiccedilatildeo Eacute preciso ainda analisar a viabilidade dessa opccedilatildeo consultando a comunidade acadecircmica e aguardando o teacutermino das obras A comida seraacute a mesma que eacute servida gratuitamente aos alunos comensais

Comida que sobra nos pratos seria capaz de preencher 400 novas refeiccedilotildees

Restaurante Universitaacuterio em horaacuterio de funcionamento

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Reportagem Marina Maracajaacute e Nayane Maia

e mudando os haacutebitos no ambiente de trabalho A atual administraccedilatildeo prima pelo exemplo adotando a praacutetica de se-rem os primeiros a chegar e os uacuteltimos a sair colaborando com os outros fun-cionaacuterios e ajudando sempre que pos-siacutevel nas suas diferentes funccedilotildees seja no setor administrativo seja na parte de manutenccedilatildeo dos equipamentos

Proposiccedilotildees

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INFRAESTRUTURA

38 - UFPB em Revista

Blocos isolados congestiona-mentos nos horaacuterios de pico falta de estacionamento satildeo

esses alguns dos problemas que po-dem ser ocasionados pela falta de um bom plano diretor Na UFPB isso natildeo eacute diferente Encontrar agrave noite uma vaga proacutexima ao CCHLA eacute praticamente uma maratona Esse e muitos outros problemas poderiam ter sidos evita-dos se tivesse sido criado um plano diretor que limitasse as aacutereas de esta-cionamento construccedilatildeo e ainda com o planejamento da aacuterea de preservaccedilatildeo na universidade

Em 2007 em sua defesa de tese de doutorado em engenharia civil Renato Saboya explica ldquoPlano Diretor eacute um documento que sintetiza e torna expliacute-citos os objetivos consensuados para o Municiacutepio e estabelece princiacutepios diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as decisotildees dos atores envolvidos no processo de de-senvolvimento urbano convirjam tan-to quanto possiacutevel na direccedilatildeo desses objetivosrdquo

Para Acircngela Braz aluna do quinto periacuteodo de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal da Paraiacuteba pro-blemas comuns como salas com maacute ventilaccedilatildeo ou com insolaccedilatildeo intensa poderiam ter sido evitados se a insti-tuiccedilatildeo tivesse em seu plano diretor as melhores localizaccedilotildees para a constru-ccedilatildeo dos blocos Com tal planejamen-to seriam evitadas aacutereas voltadas di-retamente para o nascente ou poente e tambeacutem aacutereas natildeo favorecidas pelos ventos

Planos Diretores no Brasil

Quando questionados a maioria dos brasileiros pensam que exemplos de planejamento preventivo existem apenas em paiacuteses de ldquoprimeiro mun-dordquo poreacutem em diversos municiacutepios brasileiros planos diretores tiveram relativo sucesso como por exemplo Curitiba Brasiacutelia e ateacute mesmo Joatildeo Pessoa Sendo a uacuteltima um dos melho-res exemplos nacionais de preservaccedilatildeo de sua orla mariacutetima onde existe um

bloqueio para edifiacutecios superiores a quatro andares

ldquoA questatildeo da falta de planejamen-to urbano eacute muito mais grave do que parece o recobrimento dos solos com materiais impermeaacuteveis juntamente com o adensamento de construccedilotildees acaba ocasionando o aumento de tem-peratura em determinadas regiotildeesrdquo indaga Acircngela

O impedimento da construccedilatildeo de preacutedios altos na orla evita o conhecido fenocircmeno em diversas praias sombra Em praias de Recife Rio de Janeiro e Balneaacuterio Camboriuacute por exemplo possuem sombra na faixa de areia mes-mo horas antes do pocircr do sol devido aos gigantes que ali se encontramldquoSalas cada vez menores para turmas cada vez maioresrdquo

Para Andreacute Siqueira aluno do se-gundo periacuteodo de Arquitetura e Urba-nismo na Universidade Federal da Pa-raiacuteba a falta de um real planejamento cria ateacute mesmo a falta de acessibilida-de em diversas aacutereas da Universida-de Calccediladas estreitas com caminhos

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidade

Protesto de alunos de Miacutedias Digitais devido ao atraso de mais de dois anos na entrega do bloco do curso

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 39

Soluccedilatildeo a longo prazo

Flaacutevio Tavares membro do pro-jeto de iniciaccedilatildeo cientiacutefica ldquoTerritoacute-rios e urbanidades praacuteticas urbanas e poliacuteticas culturais no espaccedilo puacuteblico contemporacircneordquo mostra-se indignado com o fato de que o porte que a uni-versidade tem atingido seja de espa-ccedilo fiacutesico ndash com grande quantidade de alunos e funcionaacuterios circulando no seu campus - seja do volume de recur-sos aplicados anualmente e ainda natildeo possua um plano diretor em vigor Ele permitiria accedilotildees integradas de longo prazo garantindo que os investimentos ocorram de acordo com os principais anseios da comunidade universitaacuteria jaacute que a elaboraccedilatildeo do plano se daacute necessariamente a partir da discussatildeo conjunta entre os envolvidos com a re-giatildeo

Indagado sobre as possiacuteveis accedilotildees

que poderiam sanar os atuais (e fu-turos) problemas Tavares diz que a Universidade deve iniciar de imedia-to a construccedilatildeo de um ldquoPlano Diretor Participativo Integrado para o Cam-pus Joatildeo Pessoa da UFPBrdquo incluindo questotildees de planejamento participativo na proposiccedilatildeo das futuras obras per-mitindo que a comunidade acadecircmica possa opinar sobre as obras que ali se-ratildeo executadas resultando numa maior conexatildeo e identificaccedilatildeo com os usuaacute-rios Quanto a uma obra especiacutefica ele acredita que uma ampla intervenccedilatildeo no

desenho urbano do campus seria ne-cessaacuteria priorizando o fluxo de pedes-tres com pisos adequados vegetaccedilatildeo passarelas etc

Para finalizar Flaacutevio lembra que agora que a Universidade acolhe um maior nuacutemero de pessoas com defici-ecircncia tendo o dever natildeo soacute legal mas tambeacutem social de incluir estas pessoas num deslocar seguro e independente Sendo esse apenas possiacutevel com um planejamento efetivo da estrutura fiacutesi-ca da Universidade

No final de 2012 Margareth Diniz assumiu a Reitoria da Uni-versidade Federal da Paraiacute-ba e com ela iniciaram-se projetos de um Plano Dire-tor Esse Plano teraacute como principal foco proteger a reserva de mata atlacircntica na qual a Instituiccedilatildeo estaacute sediada O professor Seacutergio Alonso recentemente em-possado prefeito do Campus I eacute um dos membros desta comissatildeo que discute a cria-ccedilatildeo do Plano na UFPB Ele teraacute a missatildeo de coordenar as discussotildees sobre o PD

Planejamento evita problemas como o demonstrado no viacutedeo acima

Novo campus em Rio Tinto Obras que esteticamente feias e sem utilidade

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ReportagemFrancisco de Oliveira

Guilherme Pontes

confusos ou ateacute mesmo inexistentes e ainda praccedilas de permanecircncia sem co-bertura satildeo outros exemplos lembra-dos por Siqueira

Sobre o futuro Andreacute eacute pessi-mista e comenta que a cada dia mais problemas surgem Ser deficiente na UFPB eacute praticamente impossiacutevel Blocos aleatoacuterios para cursos que de-veriam ter salas proacuteximas Essas in-clusive estatildeo cada vez menores para turmas cada vez maiores ldquoSalas com janelotildees feitas para serem usadas com projetor que tipo de arquiteto aprova issordquo provoca

INFRAESTRUTURA

40 - UFPB em Revista

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Central

Construiacuteda haacute mais de 30 anos a Biblioteca Central da UFPB nunca passou por uma grande reforma

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Se algueacutem que frequenta a Bi-blioteca Central da UFPB atu-almente fosse perguntado sobre

qual a sua impressatildeo sobre o local as respostas certamente seriam se-melhantes agraves de quem respondesse a mesma pergunta haacute dez ou vinte anos calor poeira mofo falta de acessibilidade e estrutura deficitaacuteria estariam entre as palavras mais cita-das Isso se explica pelo fato do preacute-dio construiacutedo na deacutecada de 1970 ter sido mal planejado e nunca ter passado por uma grande reforma

Com o acervo atual em torno dos 400 mil exemplares a Bibliote-ca Central tem como principal fina-lidade dar suporte de informaccedilotildees aos programas de ensino pesquisa e extensatildeo Construiacuteda ao lado de uma mata ndash a UFPB estaacute localizada em uma regiatildeo de Mata Atlacircntica ndash so-fre com a maacute conservaccedilatildeo do acervo

exposto agrave umidade poeira e insetosSegundo a bibliotecaacuteria TM que preferiu natildeo se identificar o uacutelti-mo governo ateacute fez investimentos importantes no local ldquoAtraveacutes de pregotildees e ouvindo sugestotildees de co-ordenadores de cursos e professores foram adquiridos milhares de novos tiacutetulos Aleacutem disso foram instala-dos novos computadores cadeiras e feita a climatizaccedilatildeo de algumas salasrdquo A ideia eacute que nos proacuteximos anos sejam feitos novos investimen-tos no local ldquoA nova Reitora pro-meteu um sistema de climatizaccedilatildeo completo para o preacutediordquo afirma TM

Apesar das melhorias nos uacutel-timos anos e a promessa de novos investimentos para um futuro proacute-ximo muitas mudanccedilas inclusive estruturais precisam acontecer na Biblioteca Central ldquoO projeto ar-quitetocircnico eacute defeituoso Eacute impos-

siacutevel falar em climatizaccedilatildeo enquan-to natildeo for solucionado o problema das grandes frestas nas paredes do lugar Tambeacutem natildeo adianta climati-zar sem ser feita uma higienizaccedilatildeo em todo o preacutediordquo afirma o fun-cionaacuterio Francisco Joseacute Assistente Administrativo do local haacute 25 anos

Natildeo bastasse o problema de con-servaccedilatildeo do acervo existe uma ques-tatildeo ainda mais grave a ser tratada a sauacutede dos que frequentam a Bibliote-ca Central Vaacuterios funcionaacuterios rela-taram problemas de sauacutede por causa da higiene e estrutura do local O acuacutemulo de poeira e fungos jaacute causou vaacuterias doenccedilas de pele desde cocei-ras ateacute alergias seacuterias Aleacutem disso eacute comum funcionaacuterios reclamarem de problemas de coluna causados pelo manuseio das pesadas estantes e pro-blemas de mobilidade com os carros de matildeo que transportam os livros

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 41

Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

A realidade

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

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ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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PELO CAMPUS

46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 49

dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

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52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

Recepccedilatildeo Local

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 14: UFPB em revista

PESQUISA

18 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Para-iacuteba dispotildee de dois viveiros de animais para pesquisas labora-

toriais tambeacutem conhecidos como bio-teacuterio Satildeo locais inteiramente voltados para estudo de animais quer seja com-portamental procriaccedilatildeo ou mesmo para realizaccedilatildeo de experiecircncias No entanto apenas uma dessas unidades encontra-se ativa e haacute diferenccedilas notaacute-veis em ambos desde sua localizaccedilatildeo agraves suas atividades

Inaugurado em Fevereiro de 2004 com 900 metros quadrados o Bioteacuterio Thomas George eacute um exemplo como setor de pesquisa de uma universida-de Integra o Laboratoacuterio de Tecnolo-gia Farmaceutica (LTF) e ocupa aacuterea dentro da UFPB cercada e com guarita proacutepria O bioteacuterio foi financiado du-rante sua criaccedilatildeo pela Agecircncia Nacio-

nal de Vigilacircncia Sanitaacuteria (Anvisa) e atualmente sua manutenccedilatildeo eacute assegu-rada por projeacutetos de pesquisa proacuteprios doaccedilotildees e pela reitoria

Dentre as espeacutecies disponiacuteveis para pesquisa o laboratoacuterio possui ratos Wistar conhecida como rato-branco-de-laboratoacuterio camundongos Swiss e coelhos prontos para estudo pesquisa e experimentos quer seja em animais vivos ou em vitro (experimentos com sistemas fechados que podem ser iso-lados temporariamente em recipientes de vidro) Os roedores satildeo alguns dos animais mais importantes em pesqui-sas laboratoriais por serem faacuteceis de cuidar com ciclo de vida curto manu-tenccedilatildeo barata e por possuiacuterem seme-lhanccedilas fisioloacutegicas com o organismo humano ao ponto de desenvolver al-gumas das mesmas enfermidades

Como funciona

Para integridade dos dados colhi-dos nas pesquisas as dependecircncias do bioteacuterio seguem estritas normas de am-bientaccedilatildeo interna Segundo o teacutecnico bioterista Joseacute Crispim ldquocada sala eacute cli-matizada e mantida com pressotildees distin-tas positivas e negativasrdquo (termo usado para definir niacuteveis de pressatildeo maiores ou menores que a pressatildeo atmosfeacuterica comum definidos de acordo com as es-peacutecies e experimentos em andamento) Os dejetos dos animais satildeo recolhidos por uma camada de maravalha (resiacuteduo de madeira semelhante agrave serragem mas de dimensotildees superiores) seus utensiacute-lios laboratoriais satildeo esterilizados por um autoclave aparelho comum em laboratoacuterios e usa vapor pressurizado para realizar a limpeza de ferramentas

Bioteacuterios da UFPB revelam diferenccedilas e abandono

Preacutedio do viveiro do LTF Bioteacuterio Professor Thomas George

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 19

Cada ambiente isolado obedece a um ciclo de 12 horas que segue a orien-taccedilatildeo de fotoceacutelulas naturalmente lo-calizadas no exterior da estrutura Esse procedimento eacute necessaacuterio para simu-lar a luz natural dentro dos ambientes e mantecirc-los isolados De acordo com o estudo realizado nessas salas sua cli-matizaccedilatildeo pode tanto obedecer agrave luz natural como inverter-se fazendo com que as salas fiquem escuras durante o dia e claras agrave noite Em qualquer caso o ciclo de 12 horas eacute mantido tentan-do natildeo estressar os animais na intenccedilatildeo de manter a integridade dos dados co-letados em suas pesquisas

O Centro destina-se apenas a estu-dos e pesquisas de poacutes-graduaccedilatildeo ten-do ateacute entatildeo prestado assistecircncia aos cursos de quiacutemica biologia fisiotera-pia e farmacologia Este ultimo sendo o mais comum e funccedilatildeo primaacuteria do bioteacuterio nas palavras de Crispim ldquo90 por cento das pesquisas satildeo com os alunos da poacutes graduaccedilatildeo de farmaacuteciardquo

Contrapartida

Natildeo muito distante ao bioteacuterio do LTF mas presente tambeacutem na UFPB existe o que hoje eacute apenas cercas e pe-quenas aacutereas encobertas por mata do viveiro gerenciado pelo Departamento de Sistemaacutetica e Ecologia jaacute conheci-do como Laboratoacuterio Tropical de Pri-matologia criado em 1982

O bioteacuterio foi desativado em 2012 pelos dirigentes da proacutepria Instituiccedilatildeo por tempo indeterminado sob pre-

sala de pesquisa chegou a hospedar 108 primatas de nove espeacutecies

Aleacutem de docentes o local tinha um veterinaacuterio e trecircs funcionaacuterios para tratamento dos animais e servia como local para conclusatildeo de estaacutegios Hoje aparentemente apenas um funcionaacuterio que natildeo pocircde ser encontrado trabalha no local no turno da manhatilde ocasional-mente regando plantas

Sempre que as atividades do bioteacute-rio de Ciecircncias Bioloacutegicas satildeo postas em questatildeo obtem-se respostas como ldquoo custo dos animais era muito caro natildeo dava para manterrdquo seguidas de ldquoo animal em cativeiro natildeo serve para ob-servaccedilatildeo natildeo estaacute em seu habitat natu-ralrdquo Respostas simplistas como estas contrariam o histoacuterico de 30 anos do bioteacuterio e seu propoacutesito que incluiacutea ob-servar animais em cativeiro

Sobra

O Departamento de Sistemaacuteti-ca e Biologia atualmente natildeo possui qualquer criadouro de animais vivos resumindo sua biblioteca bioloacutegica a uma cultura entomoloacutegica (de insetos) conservados agrave base de ar-ceco e muita naftalina Atualmente nem os endere-ccedilos on-line relacionados agrave UFPB que carregam ldquodserdquo em suas URLs fun-cionam retornando paacutegina apoacutes paacutegi-na de erros onde o servidor do centro natildeo pocircde ser localizado

texto de estar passando por reestrutu-raccedilatildeo e mudanccedilas disse a professora Caroline Ele estaacute localizado a poucos metros da cerca que adentra a mata atlacircntica por uma trilha de difiacutecil loca-lizaccedilatildeo Continha macacos prego e ser-via como centro de criaccedilatildeo e manejo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo A observaccedilatildeo e documentaccedilatildeo do com-portamento dos primatas era orientada aos alunos de biologia em atividades extracurriculares (apesar de localizar-se adjacente ao bloco de quiacutemica)

Quando funcionava

O viveiro com 1200 metros qua-drados e 43 aacutereas fechadas possuiacutea co-zinha sala de atendimento veterinaacuterio e

Exemplo de rato Wistar usado em pesquisas

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ReportagemEduardo Cezar

Gustavo de AlmeidaCituaccedilatildeo do viveiro de Ciecircncias Bioloacutegicas

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PESQUISA

20 - UFPB em Revista

F undado em 2010 e jaacute premia-do no Expocom Nordeste 2011 na categoria Ediccedilatildeo de Livro o

projeto de pesquisa Para Ler o Digital coordenado pelo Professor Marcos Ni-colau do PPGC-UFPB e do curso de Miacutedias Digitais - UFPB eacute um exemplo do quatildeo importante eacute essa aacuterea de atu-accedilatildeo Tendo como objeto de pesquisa o eBook tambeacutem conhecido como livro digital o grupo eacute pioneiro na pesquisa e desenvolvimento de novos recursos de diagramaccedilatildeo e editoraccedilatildeo

Inicialmente trabalhando com obras dos professores do Departamen-to de Miacutedias Digitais o grupo recebeu convites para ampliar seus trabalhos a todo o Centro de ciecircncias humanas letras e artes (CCHLA) e participar da criaccedilatildeo do projeto editorial digital da Editora Universitaacuteria

Em entrevista o estudante e bol-sist O estudante e bolsista do projeto Para Ler o Digital Rennam Virginio explica sua trajetoacuteria e funccedilatildeo dentro grupo ldquoentrei quando ainda estava no primeiro mecircs do curso no intuito de de-

senvolver habilidades na aacuterea de Edi-toraccedilatildeo mas natildeo era meu foco que a princiacutepio era Viacutedeo Com o tempo aca-bei me identificando com a aacuterea Den-tro do projeto sou Bolsista da Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica escrevo artigos cientiacuteficos semestralmente sobre livros digitais faccedilo a editoraccedilatildeo de ePubs e a confec-ccedilatildeo de capas de alguns dos livros pro-duzidos no Projetordquo

O problema maior de ser estudan-te e pesquisador eacute ter que balancear as duas atividades na maioria dos casos o grupo de pesquisa tende a ser da mes-ma aacuterea de estudo do aluno o que pode ajudar na economia do tempo embora o aluno ainda tenha que enfrentar al-gumas dificuldades principalmente quando o horaacuterio de algumas discipli-nas do curso coincide com uma ativi-dade referente da pesquisa

Despertar a vocaccedilatildeo cientiacutefica e in-centivar novos talentos entre estudan-tes de graduaccedilatildeo eacute um dos objetivos especiacuteficos do Programa Institucional

de Bolsas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica o PIBIC Ele visa apoiar a poliacutetica de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica desenvolvida nas Instituiccedilotildees de Ensino eou Pesquisa por meio da concessatildeo de bolsas a es-tudantes de graduaccedilatildeo integrados na pesquisa cientiacutefica A cota de bolsas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica eacute concedida direta-mente agraves instituiccedilotildees Por sua vez estas satildeo responsaacuteveis pela seleccedilatildeo dos pro-jetos dos pesquisadores orientadores interessados em participar do Progra-ma Os estudantes tornam-se bolsistas a partir da indicaccedilatildeo dos orientadores

A bolsa tem duraccedilatildeo de 12 meses o valor segue uma tabela nacional Atu-almente o valor da bolsa para Iniciaccedilatildeo Cientifica equivale a R$40000 e os uacutenicos requisitos para o estudante satildeo de cursar graduaccedilatildeo e dedicar-se in-tegralmente agraves atividades acadecircmicas e de pesquisa O aluno deve procurar em sua aacuterea de interesse um pesquisa-dor que esteja disposto a integraacute-lo em sua pesquisa e a orientaacute-lo

Rennam ainda se mostra preocu-pado com a situaccedilatildeo dos grupos de

Grupos de pesquisa desafios e metas dos pesquisadores da UFPB

Integrantes do grupo de pesquisa Para Ler O Digital

Bolsa de iniciaccedilatildeo

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 21

pesquisa na Universidade ldquoNo geral acredito que o niacutevel seja bom mas po-deriacuteamos ter mais projetos de pesqui-sa A UFPB deveria incentivar mais os professores a criarem grupos de pesquisas Muitas vezes a PRPG pror-roga duas ou ateacute trecircs vezes as inscri-ccedilotildees para PIBIC e isso eacute sinal que as inscriccedilotildees de projetos foram poucas ou abaixo do esperadordquo

Os Grupos de Pesquisa apresentam alternativas para um trabalho conjun-to entre professores e alunos ambos pesquisadores A Universidade Federal da Paraiacuteba conta com 335 grupos cer-tificados pela instituiccedilatildeo e espalhados por todos os centros Tendo sua maior parte pertencente ao Centro de Sauacutede os grupos na aacuterea da tecnologia vecircm ganhando espaccedilo no cenaacuterio regional

de mais de 40 jovens pesquisadores entre doutores mestres e graduandos que estatildeo interconectados com pesqui-sadores de todo o Brasil e do mundo As pesquisas desenvolvidas satildeo realizadas em parceria com outras universidades institutos de pesquisa e empresas da iniciativa privada Por ser um laboratoacute-rio ativo na aacuterea de desenvolvimento recebe financiamento de instituiccedilotildees parceiras como a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) Finaciadora de Estudos e Projetos (FINEP) e Con-selho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq)

Lavid

O Laboratoacuterio de Aplicaccedilotildees de Viacutedeo Digital (LAVID) criado em 2003 eacute um exemplo a niacutevel nacional da importacircncia dos grupos de pesqui-sa Associado ao Departamento de Informaacutetica (DI) da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba o laboratoacuterio surgiu da proposta de desenvolver projetos de pesquisa e atualmente eacute referecircncia internacional em desenvolvimento de tecnologia para TV Digital

Em marccedilo deste ano os integrantes do Lavid do Centro de Informaacutetica da UFPB apresentaram para teacutecnicos da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e da Agecircncia Nacional de Cine-ma (Ancine) os mais recentes avanccedilos

da tecnologia Fogo Player desenvol-vida e que permite a projeccedilatildeo de ima-gens em ultra HD (4K)

Segundo o gerente de Projetos da RNP Daniel Caetano a RNP jaacute apoiou diversos projetos de pesquisa desen-volvidos pelo Lavid e ressaltou a im-portacircncia da tecnologia Fogo Player para a melhoria da formaccedilatildeo de profis-sionais da aacuterea de sauacutede Ele afirmou que transmissotildees em alta definiccedilatildeo e em tempo real como a que foi testa-da com sucesso pelo Lavid teratildeo uma gama de aplicaccedilotildees em um futuro proacute-ximo servindo natildeo apenas para exibir cirurgias e outros procedimentos de equipes meacutedicas

O Lavid conta com a colaboraccedilatildeo

Guido Lemos apresenta os projetos do Lavid aos representantes da Ancine

Estudantes realizando trabalhos do Lavid

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Reportagem Ermeson David George Juacutenior

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INTERACcedilAtildeO

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ldquoSempre tive consciecircncia de que a EJA me proporciona-ria crescimento profissional

e pessoal A frase eacute de Amanda Lima aluna do primeiro periacuteodo do curso de Administraccedilatildeo da Universidade Fede-ral da Paraiacuteba (UFPB) e que acaba de entrar como membro da EJA Consul-toria (Empresa Juacutenior de Administra-ccedilatildeo) Esta empresa caracteriza-se por ser de consultoria sem fins lucrativos que presta serviccedilos na respectiva aacuterea acadecircmica sendo formada exclusiva-mente por alunos do curso de Admi-nistraccedilatildeo da UFPB e que tem como objetivo a capacitaccedilatildeo por meio de conhecimento teacutecnico e empresarial do aluno do curso inserindo-o pos-teriormente no mercado de traba-lho como um jovem empreendedor

Sua estrutura segundo o seu presi-dente Tito Amorim eacute mista de funcio-nal e projetizada A estrutura funcional tem como caracteriacutestica o planejamen-to de serviccedilos abrangendo cargos de analistas de cada departamento entre eles o de qualidade marketing proje-

tos presidecircncia tendo como seus su-periores os diretores Jaacute a projetizada consiste em cargos de consultoria ou seja pessoas restritas a execuccedilatildeo de determinado serviccedilo Os cargos sem-pre estatildeo sendo renovados ao longo dos anos dando oportunidades a outros estudantes da aacuterea para participarem e ateacute aos que jaacute estatildeo em cargos da EJA Consultoria a exercerem atividades em outros Todos estes requerem eleiccedilotildees

Casos de Sucessos

ldquoO estudante entra como universi-taacuterio e sai da EJA como um empreen-dedor atraveacutes da vivecircncia empresarial e gestatildeordquo afirma Tito Em quase 22 anos de existecircncia haacute vaacuterios casos de pessoas que trabalharem na EJA e ob-tiveram sucesso profissional tornando hoje empreendedores de sucesso En-tre os mais sucedidos dois satildeo lembra-dos pelo presidente satildeo eles Leandro Vieira idealizador do administrado-rescom e o Taacutercio Pessoa atualmen-te responsaacutevel pelo Empreender ndash JP

mostrando que o conhecimento adqui-rido na empresa foi bem aproveitado

O curso possibilita o aprendizado atraveacutes de programas de treinamento como Trainee aleacutem de outros eventos como a SDP (Semana de Desenvolvi-mento Profissional) que atinge toda a comunidade acadecircmica mas voltado sempre para o curso de Administraccedilatildeo Com o intuito de transmitir conheci-mento para outros segmentos estu-dantis o evento conhecido como EJA FAZ Palestra promove como o nome mesmo diz palestras sobre respecti-vos temas acerca de administraccedilatildeo Outro evento o Buscando Sorrisos tambeacutem promovido pela empresa de consultoria leva os membros da em-presa para uma instituiccedilatildeo de carida-de ajudando elas possibilitando aos alunos mais contato com a populaccedilatildeo

Pessoas que estatildeo assumindo car-gos agora como eacute o caso da estudante Amanda Lima que acaba de comeccedilar a atuar na funccedilatildeo de analista de qualida-de vecirc a EJA Consultoria como oportu-nidade de crescer no mercado ldquoQuem

EJA Consultoria proporciona crescimento profissional

Cerimocircnia de Posse da gestatildeo 20131 da EJA Consultoria

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busca a EJA eacute um profissional diferen-ciadordquo disse a estudante Segunda ela que jaacute almeja exercer cargos de niacuteveis mais altos o conhecimento dado por esta empresa ajuda tambeacutem no curriacutecu-lo oferecendo uma visatildeo de mercado

A EJA como diferencial

Outros estudantes estatildeo exercendo cargos haacute mais tempo como eacute o caso de Rafael Carvalho que eacute membro da EJA haacute dez meses Ele comeccedilou como consultor e hoje atua como diretor de marketing ldquoEu jaacute trabalhei em car-gos estaduais empresas privadas mas nunca obtive tamanha experiecircncia pro-fissional como a que a EJA me ofere-ceurdquo afirmou Rafael Por estar na em-presa haacute mais tempo ele conclui que todo o conhecimento teoacuterico obtido dentro da sala de aula pode ser colo-cado em praacutetica nesta empresa juacutenior

Rafael relata que tambeacutem enfren-tou dificuldades como o fato de ter que se deslocar para a cidade de Ma-manguape na Paraiacuteba para realizar consultorias e sua transiccedilatildeo de cargo tambeacutem foi um momento difiacutecil por exigir dele o conhecimento em uma es-trutura funcional jaacute que estava saindo

de um cargo de estrutura projetizada Mesmo assim Rafael vecirc os problemas enfrentados como aprendizado ad-quirido almejando tambeacutem alcanccedilar cargos de niacuteveis mais altos ldquoTodo co-nhecimento que hoje eu tenho na aacuterea de administraccedilatildeo consegui na EJA e natildeo em outra empresardquo disse ele

Para ser membro da EJA Consulto-

Posse dos novos membros Idaacutecio Rodrigues e Natyara Santos

Posse do presidente Rodolfo Alves Felizardo

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ReportagemAcircngela Oliveira e

Jessica Morais

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ria o estudante do curso passa por uma seleccedilatildeo que dura aproximadamente uma semana Primeiramente eacute preci-so estar cursando qualquer periacuteodo de Administraccedilatildeo na UFPB em seguida se inscrever na empresa Os alunos selecionados passam por uma capaci-taccedilatildeo de trecircs meses antes de assumir seus respectivos cargos em uma ceri-

mocircnia de posse reali-zada tambeacutem na UFPB

A EJA Consultoria traduz o espiacuterito estu-dantil Aos estudantes que nela trabalham recai cobranccedilas de criatividade bom de-sempenho e boa capa-cidade administrativa Ao sair o estudante eacute visto como um verda-deiro administrador no mercado de trabalho Eacute o laboratoacuterio praacutetico de todo o aprendizado teoacute-rico do aluno no curso de Administraccedilatildeo da UFPB

INTERACcedilAtildeO

26 - UFPB em Revista

A busca pela experiecircncia profissionalEstudante do terceiro periacuteodo de

Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digi-tais (UFPB) Ermeson Lira (18

anos) tomou uma decisatildeo importante em sua vida tornou-se um estagiaacuterio Sua rotina mudou e com ela vieram as responsabilidades Diego Lopes (25 anos) estudante de Ciecircncias da Com-putaccedilatildeo tambeacutem iniciou sua carreira estagiando e ganhando experiecircncia Mas todos os alunos da Universidade Federal da Paraiacuteba conseguem a mes-ma oportunidade que eles

Na UFPB existem dois tipos de es-taacutegios o obrigatoacuterio que conta com a cobertura do seguro de acidentes pes-soais E o natildeo-obrigatoacuterio que eacute opcio-nal e pode ser remunerado ou natildeo Die-go Lopes acredita que ldquocom o estaacutegio vocecirc adquire experiecircncia de mercado de trabalho aprende a trabalhar sobre pressatildeo e se qualifica para vagas que

seratildeo destinadas a pessoas formadasrdquoNo caso do curso de Miacutedias Digi-

tais a regulamentaccedilatildeo diz ldquoEstaacutegio supervisionado em meio profissional ou acadecircmico totalizando 300 horas objetivando a observaccedilatildeo e intervenccedilatildeo do estudante para o exerciacutecio profissio-nal bem como facilitar sua integraccedilatildeo no meio profissionalrdquo O curso estabe-lece convecircnio com o Centro Integrado Empresa-Escola (CIEE) e entre ou-tras entidades puacuteblicas e privadas

O CIEE eacute uma instituiccedilatildeo filantroacute-pica que procura encontrar estaacutegios e oportunidades de aprendizado para es-tudantes dos niacuteveis meacutedio teacutecnico e su-perior Estaacute presente em todo territoacuterio nacional auxiliando a entrada dos jo-vens no mercado de trabalho Algumas empresas jaacute possuem convecircnio com a UFPB Mas alguns alunos ainda encon-tram dificuldades para conseguir seu

espaccedilo Eacute o exemplo de Joseacute Carlos Pe-reira (22 anos) estudante de Ciecircncias bioloacutegicas da UFPB Ele tentou entrar num estaacutegio oferecido pela profes-sora de seu curso mas por choque de horaacuterios natildeo pode fazecirc-lo ldquoalguns es-taacutegios que eu queria pegar eram no ho-raacuterio da manhatilde Horaacuterio este em que eu estava ocupado com as aulasrdquo

Segundo a Lei 11788 Art 8ordm da Constituiccedilatildeo brasileira os convecircnios tanto com empresas puacuteblicas quanto as privadas satildeo facultativos A UFPB eacute conveniada a mais de 300 institui-ccedilotildees Entre elas estatildeo o Banco do Bra-sil Carrefour TV Tambauacute Petrobraacutes e diversas prefeituras como a de Joatildeo Pessoa e Campina grande Segundo o Art 11ordm da mesma lei a duraccedilatildeo maacute-xima do estaacutegio eacute de dois anos exceto quando o estagiaacuterio possui necessida-des especiais

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 27

A PRG-CEM estaacute localizada na Reitoria da Universidade Federal da Paraiacuteba

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Reportagem Layse Pereira eRayssa Alcacircntara

Estaacutegios Cadastrados pela CEM2009-2013

Obrigatoacuterio

Natildeo-obrigatoacuterio

Bolsa Estaacutegio Meacuted

2009 2010 2011 2012 2013

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Os nuacutemeros variam pois estamos no decorrer do ano Dados da PRG-CEM

O Lado bom

Apesar de algumas barreiras en-contradas os universitaacuterios tem uma opiniatildeo em comum O estaacutegio eacute uma etapa importante para a entrada no mercado de trabalho ldquoAleacutem de ad-quirir conhecimentos antes do tempo eacute uma oacutetima oportunidade pra se de-senvolver no mercado Quando se estaacute dentro desse ecossistema o aprendiza-do agrega em vocecirc mesmo que vocecirc natildeo queirardquo declarou Ermeson Lira

Professores como Alberto Pessoa (autor e pesquisador de histoacuterias em quadrinhos) tambeacutem acreditam na importacircncia do estaacutegio Segundo ele quando se estuda e trabalha o aluno consegue aproveitar melhor a gradua-ccedilatildeo ldquoQuando vocecirc trabalha vocecirc natildeo tem tempo de deixar pra laacute Entatildeo vocecirc aproveita melhor a universidade vocecirc estuda mais vocecirc tem um senso de res-ponsabilidade melhorrdquo argumenta

Primeiros Passos

Os estaacutegios dentro da universidade satildeo oferecidos pelos pela UFPB e via-bilizados pelos professores Para soli-citar a bolsa os alunos devem apresen-tar uma seacuterie de documentos Segundo Eliane Ferraz coordenadora da CEM (Coordenaccedilatildeo de Estaacutegio e Monito-

ramento) primeiramente o estudante deve encaminhar um ofiacutecio ao Proacute-Rei-tor de Planejamento da Universidade Federal da Paraiacuteba (Proplan-UFPB) contendo justificativas da solicitaccedilatildeo e detalhes sobre o estaacutegio

Outros documentos necessaacuterios satildeo o formulaacuterio de Solicitaccedilatildeo de Bolsa estaacutegio a Ficha Cadastral (Bolsa-EstaacutegioUFPB) Histoacuterico Escolar do aluno coacutepias da Identidade CPF Tiacutetu-lo de Eleitor e para os homens a coacutepia

do Certificado de quitaccedilatildeo como o ser-viccedilo militar Ao final de cada periacuteodo este processo eacute repetido para renovar a Bolsa

As informaccedilotildees sobre estaacutegios ex-ternos ainda eacute mal divulgado pela uni-versidade Os estudantes costumam ter a iniciativa de procuraacute-los por meio de amigos conhecidos Hoje com a in-ternet ficou mais faacutecil encontrar traba-lhos por meio de sites como por exem-plo o Gogojobcom (wwwgogojobcombr) que divulga vagas na aacuterea de publicidade Quando a oportunidade de estagiar eacute oferecida por instituiccedilotildees conveniadas agrave UFPB o universitaacuterio tambeacutem deve procurar a CEM Apoacutes assinado o convecircnio o aluno estaacute ofi-cialmente estagiando Em ambos os processos ao final de cada semestre deve ser entregue um relatoacuterio

Segundo a coordenadora da CEM os convecircnios realizados pela UFPB eacute uma maneira de atender agraves demandas acadecircmicas Para contemplar um maior nuacutemero de cursos da universidade ldquoOs convecircnios para a concessatildeo de estaacutegios supervisionados devem portanto ser celebrados de forma mais abrangente possiacutevel visando a atender de forma mais ampla a concessatildeo de estaacutegio a alunos regularmente matriculadosrdquo

INTERACcedilAtildeO

28 - UFPB em Revista

Em evento que lotou o auditoacuterio da reitoria da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba Joatildeo Pessoa

recebeu o neurocientista brasileiro Mi-guel Nicolelis que realizou a palestra ldquoA ciecircncia como agente de transforma-ccedilatildeo socialrdquo Nicolelis atraiu professo-res profissionais da aacuterea estudantes da UFPB e de outras universidades mas chamou ainda a atenccedilatildeo de cida-datildeos comuns com problemas de para-plegia tetraplegia deficientes visuais auditivos e pessoas que possuem entes queridos na mesma condiccedilatildeo O enor-me puacuteblico presente ao evento coorde-nado pelo Foacuterum Universitaacuterio deixou o auditoacuterio pequeno com a esperanccedila de ouvir das palavras do meacutedico que eles teriam seus problemas resolvidos pela ciecircncia seja em curto meacutedio ou longo prazo

Nicolelis que lidera um grupo de

pesquisadores da aacuterea de Neurociecircncia na Universidade Duke - EUA apresen-tou como um dos pilares da palestra a mesma questatildeo base do seu chamado Manifesto da Ciecircncia Tropical Nele o neurocientista sugere que o Brasil pode potencializar o desenvolvimen-to cientiacutefico e educacional a partir da cooperaccedilatildeo de ambos e propotildee quinze medidas para firmar o paiacutes como lide-ranccedila mundial na produccedilatildeo e uso de-mocratizante do conhecimento

Miguel Nicolelis falou tambeacutem so-bre a instituiccedilatildeo na cidade de Macaiacute-ba no Rio grande do Norte onde ele realiza um projeto chamado Educaccedilatildeo para toda a vida O projeto ensina para crianccedilas da periferia de Macaiacuteba e Na-tal conhecimentos nas aacutereas de roboacuteti-ca fiacutesica biologia geografia histoacuteria e informaacutetica Durante a palestra o neu-rocientista ainda explanou que desde

o iniacutecio do seu trabalho na cidade de Macaiacuteba a evasatildeo escolar da institui-ccedilatildeo eacute de apenas 2 e que as crianccedilas que estatildeo sendo formadas nessa insti-tuiccedilatildeo saem com mesmo niacutevel de es-colas de elite do Rio grande do Norte

O meacutedico disse aos presentes que acredita que a ciecircncia eacute grande agente responsaacutevel pela capacidade de ino-vaccedilatildeo e deve ser estimulada desde os primeiros momentos da vida Afirmou ainda que haacute uma carecircncia de investi-mento na aacuterea de intersecccedilatildeo da neu-rociecircncia e que se possiacutevel deveria existir acompanhamento ainda no preacute-natal para que a crianccedila nascesse com o maacuteximo de potencial neuroloacutegico Em 2014 Nicolelis abriraacute o primeiro Instituto Primata de Neurociecircncia com uma escola cujo aprendizado se inicia-raacute desde o nascimento Ainda que seja um sonho um pouco distante o meacutedico

Neurocientista Miguel Nicolelis reabre Foacuterum Universitaacuterio

Reabertura do foacuterum universitaacuterio tem como primeiro palestrante o neurocientista Miguel Nicolelis

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acredita que futuramente Macaiacuteba seraacute a primeira ldquocidade ceacuterebrordquo do mundo

Durante a palestra o neurocien-tista tambeacutem abordou as experiecircncias que realiza sobre a interaccedilatildeo do ceacutere-bro e a maacutequina que consiste em fa-zer o movimento da maacutequina a partir dos estiacutemulos enviados pelo ceacuterebro que seratildeo convertidos em impulsos eleacutetricos e proporcionaratildeo o movi-mento mecacircnico de proacuteteses Ainda que ateacute o momento seus experimentos tenham sido feitos apenas com maca-cos jaacute causam ansiedade em pessoas que sofreram acidentes e hoje tem a locomoccedilatildeo comprometida O meacutedico acrescentou que pretende realizar uma demonstraccedilatildeo em 2014 quando uma brasileira parapleacutegica deveraacute caminhar 20 passos e dar o pontapeacute inicial da Copa do Mundo ldquoEsse seraacute um pre-sente do Brasil para toda a humanida-derdquo declarou Nicolelis

O foacuterum universitaacuterio

Apoacutes seis anos desativado a pre-senccedila de Miguel Nicolelis marcou de forma extraordinaacuteria o retorno do Foacute-rum Universitaacuterio Fundado na deacutecada de 1980 pelo professor Joseacute Jackson Carneiro o Foacuterum tem como objetivo discutir assuntos relevantes agrave socieda-de tanto em um niacutevel nacional como local Segundo o coordenador do Foacute-rum Iedo Fontes nunca ficou clara a razatildeo pela qual a gestatildeo anterior da UFPB paralisou o evento ldquoNunca ex-plicaramrdquo comentou Fontes

Para reforccedilar a natureza fomenta-dora de debates do Foacuterum Fontes dis-se que um dos primeiros debates entre presidenciaacuteveis poacutes-ditadura militar jaacute com vistas agraves eleiccedilotildees de 1989 foi promovido pela UFPB no antigo cam-pus de Campina Grande (que hoje eacute de competecircncia da UFCG) ldquoSoacute natildeo veio Collor Lula Brizola e outros estive-ram presentesrdquo comentou

Com o auditoacuterio lotado (600 pro-fessores de acordo com os nuacutemeros de Fontes) o retorno do Foacuterum foi con-siderado positivo A programaccedilatildeo fu-tura ainda estaacute sendo planejada mas a tendecircncia eacute que o Foacuterum seja realizado bimestralmente ldquoFoi uma declaraccedilatildeo da reitora a um jornal local de que ela tem interesse de que o Foacuterum aconte-ccedila num intervalo de dois meses O que nos permite fazer uma programaccedilatildeo Simulaccedilatildeo do exoesqueleto na abertura da Copa de 2014

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mais pensadardquo declarou o coordena-dor

Alguns temas jaacute estatildeo sendo con-siderados o bloqueio do crescimento econocircmico brasileiro nos uacuteltimos anos 500 anos da obra de Maquiavel dis-cussatildeo da obra do geoacutegrafo Josueacute de Castro federalizaccedilatildeo dos niacuteveis infan-til fundamental e meacutedio da educaccedilatildeo e a obra de Luiz Gonzaga e seu impacto sobre a vida regional (este uacuteltimo jaacute sendo organizado para o mecircs de ju-nho)

A princiacutepio o Foacuterum natildeo prioriza-ria nenhuma aacuterea em especiacutefico nem mesmo a proacutepria academia Fontes dis-se ldquoficou claro na reabertura oficial do Foacuterum que noacutes natildeo o reativamos ape-nas para professores estudantes e fun-cionaacuterios mas tambeacutem para a socieda-de pessoense () pessoas de diferentes ramos de atividade comeacutercio induacutes-tria academiardquo Poreacutem o coordenador esclareceu que uma atenccedilatildeo especial deveraacute ser dada agrave discussotildees relaciona-das agrave educaccedilatildeo - e essa preocupaccedilatildeo eacute percebida com a escolha de Miguel

Nicolelis para o primeiro encontro apoacutes a reativaccedilatildeo do Foacuterum ldquoSe tem uma aacuterea que noacutes devemos priorizar no

Brasil e fazer um grande debate nacio-nal eacute a educaccedilatildeordquo explicou Fontes

A exemplo de Nicolelis o Foacuterum tambeacutem foi responsaacutevel por trazer ou-tras personalidades conhecidas nacio-nalmente agrave Joatildeo Pessoa como os se-nadores Cristoacutevatildeo Buarque e Roberto Requiatildeo e o economista Carlos Les-sa Para uma futura ediccedilatildeo do foacuterum a Universidade estaacute tentando trazer o jornalista Paulo Henrique Amorim A ideia poreacutem natildeo eacute ficar preso a nomes de acircmbito nacional e abrir espaccedilo para pessoas que tenham impacto na socie-dade regional - ateacute pela histoacuteria e pelo legado que o Foacuterum tem de realizar debates de interesse da populaccedilatildeo em geral

ldquoFoacuterum eacute para discutir os proble-mas do estado Somos uma entidade produtora e reprodutora de conheci-mento () Na mesa de debate deve ter um professor de destaque mas tambeacutem algueacutem da aacuterea senatildeo fica apenas a niacute-vel de conferecircncia o que natildeo eacute bom pois natildeo promove o debaterdquo afirmou Fontes

Reportagem Una Txai e Rudah Silva

INFRAESTRUTURA

32 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Paraiacuteba enfrenta o caos na infraestrutura do sistema viaacuterio e estaciona-

mentos para veiacuteculos dos alunos pro-fessores e funcionaacuterios Eacute um problema de toda cidade que se reflete na univer-sidade gerando transtornos e problemas de logiacutestica em determinados horaacuterios As dificuldades na mobilidade interna ao Campus I decorrem na deficiecircncia no planejamento da expansatildeo da Instituiccedilatildeo aliadas ao aumento do nuacutemero de veiacute-culos nos uacuteltimos 10 anos O problema eacute reflexo da prioridade do veiacuteculo parti-cular sobre o uso de transporte coletivo

O campus I da instituiccedilatildeo estaacute pas-sando por algumas reestruturaccedilotildees e reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos jaacute existentes No periacuteodo de 2012 a 2013 o nuacutemero de vagas para estacionamento subiu consideravelmente de 2 mil para 2500 Em meacutedio prazo (dois anos) a administraccedilatildeo pretende criar mais 1500 vagas atraveacutes da continuaccedilatildeo do projeto de reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos (no CACE CCEN e HU) e da finali-zaccedilatildeo do Centro de Energias Renovaacute-veis ainda em construccedilatildeo por traacutes do CCHLA

Estacionamento precaacuterio provoca transtorno na UFPB

Vaacuterios carros estacionados de forma irregular e inconveniente no estacionamento da Central de Aulas do campus I

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Projetos

Segundo Marcelo Diniz da Divi-satildeo de Estudos e Projetos da Prefeitura Universitaacuteria a reorganizaccedilatildeo dos esta-cionamentos eacute prioridade e vem sendo implementada em vaacuterios estacionamen-tos da universidade O projeto modi-fica a posiccedilatildeo de entrada dos veiacuteculos de 45ordm (diagonal) para 90ordm (frontal) e a largura da vaga do estacionamento para impossibilitar improvisos que prejudi-cam o traacutefego como por exemplo as filas duplas No projeto as motos se-ratildeo contempladas com estacionamento proacuteprio para evitar a desorganizaccedilatildeo e acidentes nas passarelas e corredores das salas ldquoIremos instalar placas de ad-vertecircncia para as motos natildeo transitarem no espaccedilo destinado aos pedestresrdquo diz Marcelo

Um dos locais com maior problema fica proacuteximo ao preacutedio da Reitoria e da Biblioteca Central devido agrave concen-traccedilatildeo de vaacuterios serviccedilos e dos preacutedios acadecircmicos Nesse local estatildeo reuni-das agecircncias de trecircs bancos livrarias restaurantes DCE (Diretoacuterio Central Estudantil) e AdufPB (sindicato dos

professores) Por conta da via nesse lo-cal ser muito estreita a Prefeitura Uni-versitaacuteria utilizou prismas de concreto no trecho para evitar que os motoristas estacionem os veiacuteculos indevidamente na via de passagem dos carros ocasio-nando transtornos e risco de acidente

Somando-se a esse local estaacute em construccedilatildeo o preacutedio do Centro Arte e Cultura com auditoacuterio estimado para duas mil pessoas em frente agrave Reitoria No projeto da construccedilatildeo natildeo haacute ne-nhum estacionamento previsto para esse preacutedio e na ocasiatildeo de algum evento os visitantes iratildeo estacionar seus veiacuteculos por traacutes da Reitoria que comporta precariamente os usuaacuterios que jaacute utilizam o espaccedilo Para a soluccedilatildeo desse problema Marcelo Diniz informa haver um projeto para construccedilatildeo de um estacionamento por traacutes da Reitoria de um ou dois andares com valor estimado em 10 milhotildees de reais por andar

Usuaacuterios

Os usuaacuterios que utilizam os esta-cionamentos com regularidade pro-potildeem soluccedilotildees como criaccedilatildeo de vagas

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 33

Situaccedilatildeo corriqueira nas vias do campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba

A falta de vagas destinadas para motos eacute a justificativa dos motociclistas

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Reportagem Rodrigo Vitorino e Windsor Souza

destinadas exclusivamente a professo-res Josemar dos Santos professor de Estatiacutestica diz que ldquofalta a prefeitura organizar o estacionamento Haacute deter-minadas horas que vir do departamen-to para a sala de aula de carro se tornou inviaacutevel pois o nuacutemero de veiacuteculos cresceu bastante Poderiam organizar vagas destinadas a professores pois noacutes temos que ficar de bloco em bloco para dar aula enquanto os alunos vecircm assistem a uma aula e vatildeo emborardquo

Outro problema que tambeacutem in-comoda eacute a falta de vagas destinadas agraves bicicletas e motocicletas ldquoAgraves vezes natildeo tem nem espaccedilo para transitar pois tem motociclista estacionando as mo-tos nas vias passarelas e corredores dos blocos pois natildeo haacute vagas destina-das para estacionar as motosrdquo acres-centa Josemar

A falta de estacionamento para motos faz com que elas se amontoem de forma desorganizada Isso as trans-forma em vilatildes e campeatildes de recla-maccedilotildees Elas trafegam e estacionam onde eacute via de pedestres cadeirantes passagem de materiais para os preacutedios da universidade Diversas reclamaccedilotildees jaacute foram feitas por conta de atropela-mentos por dificultar a passagem e ateacute mesmo acidentes envolvendo deficien-tes visuais

Faacutebio Fonseca professor de Pe-dagogia tambeacutem reclama das motos e dos transtornos que elas causam quan-do deixadas em local inconveniente ldquoA universidade estaacute ficando muito pequena para a quantidade de auto-

moacuteveis Eacute preciso organizar o espaccedilo existente e criaccedilatildeo de espaccedilos especiacutefi-cos para motos A falta de organizaccedilatildeo faz com que os corredores passarelas e vias se transformam em estaciona-mento para as motos dificultando por exemplo a passagem de cadeirantesrdquo

O problema da falta de vagas acaba tambeacutem interferindo na aprendizagem dos alunos Aliado a isso haacute o proble-ma de seguranccedila dentro do campus Alunos servidores e professores natildeo confiam no sistema de cartotildees entre-gue na entrada da universidade ldquoGe-ralmente os alunos chegam na hora da aula que coincidem em todas as disci-plinas e a falta de vaga faz com que percamos tempo para estacionar Eacute o caos Muitas vezes encontramos uma vaga muito longe do local em que va-mos estudar E em eacutepoca de chuva pio-

ra Tambeacutem tem o perigo de assaltordquo diz a estudante de Biologia Daniele Lacerda

Empecilho

Alguns estacionamentos no cam-pus I da UFPB possuem aacutervores tom-badas e sob proteccedilatildeo que natildeo podem ser derrubadas Desta maneira a pre-feitura universitaacuteria desenvolveu o projeto de reestruturaccedilatildeo e organiza-ccedilatildeo dos estacionamentos respeitan-do a localizaccedilatildeo dessas aacutervores Nos estacionamentos jaacute finalizados como da Reitoria eacute perceptiacutevel a falta de arborizaccedilatildeo que influecircncia o aqueci-mento local e a desagradaacutevel sensaccedilatildeo de estar num ambiente claro e quente Outro problema encontrado eacute a falta de planejamento de escoamento da chuva Desta maneira em eacutepocas de chuva intensa haacute risco de alagamento

Com todo o empenho e desenvol-vimento estrutural eacute de suma impor-tacircncia o investimento em seguranccedila Mas tambeacutem organizar o tracircnsito au-xiliando os condutores onde devem estacionar e na fluidez do tracircnsito Devido agrave ausecircncia de fiscalizaccedilatildeo para coibir as infraccedilotildees de tracircnsito as vias se tornam estacionamentos irregula-res atrapalhando e colocando em risco a seguranccedila dos integrantes da comu-nidade universitaacuteria

INFRAESTRUTURA

34 - UFPB em Revista

Ano de 2015 eacute limite para meta plena de acessibilidade

Ausecircncia de acessibilidade eacute constante nos novos preacutedios da UFPB

Segundo dados do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a Paraiacuteba eacute o estado que possui a maior parcela de habitantes com necessidades especiais no Bra-sil empatando com o Rio Grande do Norte Quase 30 dos paraiba-nos tecircm algum tipo de necessidade especial Apesar da estatiacutestica e da existecircncia do Decreto Lei 5296 que determina a acessibilidade em todas as edificaccedilotildees puacuteblicas 90 por cento das construccedilotildees realizadas durante gestatildeo dos professores Rocircmulo Po-lari e Iara Matos a frente da UFPB natildeo respeitaram o seu cumprimento

No momento a atual adminis-traccedilatildeo estaacute empenhada num pra-zo de dois anos a assistir a todos os alunos com deficiecircncia cumprin-do as normas teacutecnicas de acessi-bilidade da Associaccedilatildeo Brasilei-ra de Normas Teacutecnicas (ABNT)

Dentre as medidas a serem ado-tadas estaacute a reforma na acessibilida-de arquitetocircnica das vias (calccediladas) Tambeacutem estaacute prevista a construccedilatildeo do Centro de Inclusatildeo (que vai in-tegrar todos os projetos de inclusatildeo em um soacute) agregar serviccedilos dispo-nibilizar salas de aula adquirir uma seacuterie de equipamentos fora do paiacutes (entre eles esfigmomanocircmetro que possibilita a traduccedilatildeo de textos em aacuteudio bengala que identifica obs-taacuteculos e computadores especiais)

Ateacute o momento apenas 15 preacute-dios estatildeo acessiacuteveis para os 30 alu-nos com necessidades especiais ca-dastrados na UFPB O uacutenico trecho com acessibilidade externa no Cam-pus I se encontra da Biblioteca Cen-tral ateacute o Refeitoacuterio Universitaacuterio No Campus II em Areia a primeira parte do projeto jaacute vem com todas as normas de acessibilidade executadas disse Marcelo Andrade Diniz Diretor do Departamento de Arquitetura da Prefeitura Universitaacuteria desde 2010

O que estaacute previsto

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 35

Segundo Marcelo Diniz que acompanhou a antiga gestatildeo da Uni-versidade o recurso era limitado e natildeo havia comprometimento dos ad-ministradores para cumprir as normas exigidas aleacutem da fiscalizaccedilatildeo pouco eficaz do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Ateacute 2010 pouco havia sido pensado discutido e realizado para incluir so-cialmente as pessoas com deficiecircn-cia Com o aumento significativo e progressivo no nuacutemero de estudan-tes em funccedilatildeo da Reestruturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universidades Fede-rais (Reuni) a situaccedilatildeo agravou-se

Desde entatildeo o Governo Federal estaacute destinando uma verba especiacutefica para as Instituiccedilotildees Federais de En-sino (Ifes) cumprirem as normas de acessibilidade impostas pela ABNT O MEC por sua vez vem fiscalizan-do com rigor as Ifes de todo o Brasil

Comitecirc existe desde 2011

No ano de 2011 foi criado na UFPB o Comitecirc de Inclusatildeo e Aces-sibilidade que tem como objetivo garantir a todos os alunos com defi-ciecircncia a permanecircncia e conclusatildeo do curso Segundo a coordenadora do

comitecirc Andreza Aparecida Polia estaacute prevista a chegada de 44 alunos espe-ciais para o proacuteximo semestre letivo nuacutemero que ultrapassa os 5 por cen-to designado pelo sistema de cotas ldquoAno passado fizemos pedido de equi-pamentos para suprir os alunos que jaacute estatildeo cadastrados Enquanto natildeo che-ga os coordenadores tem de ter um computador exclusivo para esses estu-dantesrdquo pontificou Andreza Polia O comitecirc conta com representantes dos cursos de Psicopedagogia Terapia Ocupacional Arquitetura e Educaccedilatildeo

Ainda em fase de projeto o Centro de Inclusatildeo e Acessibilidade estaacute pre-visto para ficar pronto em 2015 Ele contaraacute dentre outras coisas com pla-cas em Braille piso taacutetil carteiras es-peciais plataforma elevatoacuteria eleva-dor e tecnologias inclusivas em geral

Outro projeto que estaacute sendo desenvolvido pela Prefeitura Uni-versitaacuteria eacute a urbanizaccedilatildeo do La-boratoacuterio de Energias Renovaacuteveis (LERS) que iraacute se estender por todo o estacionamento contando com rampas pisos taacuteteis e mais de 6 quilocircmetros de rotas acessiacuteveis

Os estudantes com necessidades especiais contam com um programa

Projeto em 3d das futuras instalaccedilotildees elaborado pela Prefeitura da UFPB

Reportagem Giuliano Viscardi

de apoio onde um aluno monitor os acompanha geralmente por discipli-na dando assistecircncia necessaacuteria gra-vando aulas e tirando duacutevidas com os professores O Nuacutecleo de Educaccedilatildeo Especial (Nedesp) tambeacutem os ajuda nesse processo de adaptaccedilatildeo Na Bi-blioteca Central e no Nedesp os alu-nos dispotildee de impressora em braille

A Proacute-reitoria de Gestatildeo de Pes-soas (Progep) ofereceu por dois anos consecutivos um curso de capacita-ccedilatildeo para docentes e servidores da uni-versidade tendo formado duas turmas ateacute agora Poreacutem a grande maioria dos capacitados foi funcionaacuterios A UFPB conta com apenas um tradutor ldquoPreci-samos de mais contrataccedilotildeesrdquo alega Po-lia que estaacute coordenando o Comitecirc de Inclusatildeo e Acessibilidade desde 2011

A prefeitura da Instituiccedilatildeo tambeacutem fez um convenio com o Laboratoacuterio de Acessibilidade (Lacesse) coordenado por Marcelo Diniz e pela professora do curso de arquitetura Angelina Costa O espaccedilo fiacutesico onde funciona o labo-ratoacuterio foi inaugurado dia 12 de abril no Centro de Tecnologia bloco N

INFRAESTRUTURA

36 - UFPB em Revista

O rombo de mais de 22 milhotildees na Fundaccedilatildeo Casa de Joseacute Ameacuterico (FCJA) constata-

do pelo Tribunal de Contas da Uniatildeo (TCU) eacute a principal heranccedila deixada pela antiga administraccedilatildeo da universi-dade e que atinge diretamente o Res-taurante Universitaacuterio da UFPB Os es-cacircndalos envolvem o responsaacutevel pelo fornecimento de gecircneros alimentiacutecios e o pagamento de alguns funcionaacuterios do Restaurante Universitaacuterio (RU)

Segundo o TCU foram usados re-cursos federais depositados em contas especiacuteficas de convecircnios para paga-mentos agrave empresas fornecedoras de gecircneros alimentiacutecios As irregularida-des foram cometidas pelo ex-diretor da Fundaccedilatildeo Eugecircnio Pacceli Trigueiro Pereira Com isso o TCU suspendeu o repasse de recursos da Uniatildeo para a Fundaccedilatildeo Joseacute Ameacuterico e a direccedilatildeo do RU enfrentou problemas com a falta de estoque de alimentos e atraso no paga-mento de funcionaacuterios refletindo no atendimento precaacuterio das necessidades dos alunos que frequentam o Restau-rante

O RU que fornece refeiccedilotildees gra-tuitas para estudantes de baixa renda e cadastrados da UFPB conta com 90

profissionais Os gecircneros alimentiacutecios de uma refeiccedilatildeo custam em meacutedia de R$ 410 a R$ 530 Nesse valor natildeo estaacute considerado a despesa do preparo trabalho dos funcionaacuterios e energia dos aproximadamente 2200 almoccedilos e 900 jantares por dia

A nova reitoria da UFPB ampliou as investigaccedilotildees e o levantamento de contas da Universidade para averiguar quais problemas seratildeo enfrentados pela gestatildeo Durante as investigaccedilotildees foram detectadas vaacuterias irregula-ridades cometidas pela adminis-traccedilatildeo passada a exemplo da au-secircncia de prestaccedilatildeo de contas de diversos convecircnios

Antocircnio Luiz de Albuquer-que Gomes professor do De-partamento de Quiacutemica do Cen-tro de Tecnologia da UFPB assumiu o cargo de Superintendente do Sistema de Restaurantes Universitaacuterios - que com-preende os restaurantes do Campus 1 do Litoral Norte Areia e Bananeiras - no dia 12112012 Ele conta que rece-beu o RU com um estoque insuficiente de alimentos apesar dos pregotildees ainda estarem em andamento

O superintendente esclareceu que um desses pregotildees estava desa-

parecido e soacute depois de muita inves-tigaccedilatildeo a empresa foi contatada para cumprir o contrato O outro pregatildeo es-tava com o pedido de realinhamento de preccedilos e somente apoacutes a administraccedilatildeo entrar em contato para negociar com os fornecedores explicando a delicadeza da situaccedilatildeo eacute que foi possiacutevel normali-zar as entregas dos suprimentos

Segundo o professor Antocircnio Luiz ainda haacute muitos problemas com os fornecedores As licitaccedilotildees (pregotildees) emitidas pelas empresas tem um preccedilo muito abaixo do valor de mercado Em decorrecircncia desse fato as companhias tem prejuiacutezo e antes de completar os seis meses algumas deixam de forne-cer os gecircneros apesar de ainda terem saldo em caixa com a Universidade

Um dos problemas a serem contor-nados pela atual administraccedilatildeo diz res-peito a burocracia e lentidatildeo de alguns setores na etapa de licitaccedilatildeo e pregatildeo para aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios Na Proacute-Reitoria Administrativa (Divi-satildeo de Materiais) a entrada dos pre-gotildees foi feita em dezembro poreacutem os processos ficaram mais de dois meses parados dentro de uma gaveta e por isso ainda existem licitaccedilotildees de com-pras paradas em abril

A administraccedilatildeo da Universidade

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeo

Prof Antocircnio Luiz Superintendente do RU

Vista frontal do Restaurante Universitaacuterio da UFPB

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 37

Atualmente o professor Antocircnio Luiz estaacute procurando resolver os as-suntos mais urgentes do RU fazendo o levantamento do que precisa ser fei-to a exemplo dos pedidos de compras de equipamentos de seguranccedila e para a cozinha Haacute tambeacutem uma proposta

a partir dos levantamentos feitos pelo professor Antocircnio Luiz tomou um seacute-rie de iniciativas entre elas consultas juriacutedicas onde foram detectados o atra-so de salaacuterios entre outras irregularida-des trabalhistas Por conta do rombo a FCJA deixou de pagar o fundo de ga-rantia salaacuterios feacuterias e 13ordm salaacuterio aos funcionaacuterios As diacutevidas tiveram que ser quitadas pela prefeitura universitaacute-ria que repassou a verba e cumpriu a obrigaccedilatildeo social para com todos os fun-cionaacuterios Hoje a FCJA eacute dirigida por Boanerges Felix que estaacute regularizan-do as atividades da fundaccedilatildeo

O professor Antocircnio Luiz ressalta que existiam diversos problemas com equipamentos e com funcionaacuterios Na cozinha haviam vazamentos e instru-mentos como serras de cortar carne e aparelho de cortar frutas quebrados Ateacute o conserto desses aparelhos os trabalhos vinham sendo feitos manu-almente Ele encontrou equipamentos com 10 a 15 anos de uso sem programa de reposiccedilatildeo ldquoEacute impossiacutevel um siste-ma desse porte funcionar sem repor o equipamento porque ele tem vida uacutetil As caldeiras satildeo razoavelmente novas com 3 ou 4 anos de uso mas sem um sistema de manutenccedilatildeo Vazamento de oacuteleo caldeiras quebradas Foi uma si-tuaccedilatildeo que eu natildeo imaginava que en-contrariardquo observa o superintendente

Outra questatildeo importante que a nova administraccedilatildeo teve que mudar foi o fato de que os funcionaacuterios natildeo esta-vam acostumados a obedecer aos horaacute-rios Poreacutem aos poucos o pessoal foi se adaptando ao novo modelo de gestatildeo

encaminhada para concretizaccedilatildeo de um serviccedilo de auto atendimento (self servi-ce) O desperdiacutecio de comida eacute um dos grandes problemas para o Restaurante pois os alunos deixam nos pratos restos de comida suficientes para alimentar mais de 400 pessoas segundo o supe-rintendente

A equipe que trabalha no RU pre-tende realizar uma campanha de cons-cientizaccedilatildeo para que os comensais com a instalaccedilatildeo do self service co-loquem no prato apenas a quantidade realmente necessaacuteria evitando assim o desperdiacutecio Estaacute nos planos promover treinamento dos funcionaacuterios executar atividades humaniacutesticas promovendo a interaccedilatildeo entre as pessoas melhorar cada vez mais o sabor da comida (a qua-lidade jaacute existe) e aumentar o nuacutemero de funcionaacuterios e equipamentos acarre-tando numa melhora do fluxo e minimi-zando o problema das longas filas

Tambeacutem eacute interesse terminar a obra comeccedilada na administraccedilatildeo pas-sada - que jaacute deveria ter sido finaliza-da - de um complexo ao lado do atual RU Laacute seraacute instalado um restaurante para que os funcionaacuterios e estudantes natildeo contemplados pelo RU possam co-mer pagando apenas uma pequena taxa pela refeiccedilatildeo Eacute preciso ainda analisar a viabilidade dessa opccedilatildeo consultando a comunidade acadecircmica e aguardando o teacutermino das obras A comida seraacute a mesma que eacute servida gratuitamente aos alunos comensais

Comida que sobra nos pratos seria capaz de preencher 400 novas refeiccedilotildees

Restaurante Universitaacuterio em horaacuterio de funcionamento

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Reportagem Marina Maracajaacute e Nayane Maia

e mudando os haacutebitos no ambiente de trabalho A atual administraccedilatildeo prima pelo exemplo adotando a praacutetica de se-rem os primeiros a chegar e os uacuteltimos a sair colaborando com os outros fun-cionaacuterios e ajudando sempre que pos-siacutevel nas suas diferentes funccedilotildees seja no setor administrativo seja na parte de manutenccedilatildeo dos equipamentos

Proposiccedilotildees

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38 - UFPB em Revista

Blocos isolados congestiona-mentos nos horaacuterios de pico falta de estacionamento satildeo

esses alguns dos problemas que po-dem ser ocasionados pela falta de um bom plano diretor Na UFPB isso natildeo eacute diferente Encontrar agrave noite uma vaga proacutexima ao CCHLA eacute praticamente uma maratona Esse e muitos outros problemas poderiam ter sidos evita-dos se tivesse sido criado um plano diretor que limitasse as aacutereas de esta-cionamento construccedilatildeo e ainda com o planejamento da aacuterea de preservaccedilatildeo na universidade

Em 2007 em sua defesa de tese de doutorado em engenharia civil Renato Saboya explica ldquoPlano Diretor eacute um documento que sintetiza e torna expliacute-citos os objetivos consensuados para o Municiacutepio e estabelece princiacutepios diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as decisotildees dos atores envolvidos no processo de de-senvolvimento urbano convirjam tan-to quanto possiacutevel na direccedilatildeo desses objetivosrdquo

Para Acircngela Braz aluna do quinto periacuteodo de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal da Paraiacuteba pro-blemas comuns como salas com maacute ventilaccedilatildeo ou com insolaccedilatildeo intensa poderiam ter sido evitados se a insti-tuiccedilatildeo tivesse em seu plano diretor as melhores localizaccedilotildees para a constru-ccedilatildeo dos blocos Com tal planejamen-to seriam evitadas aacutereas voltadas di-retamente para o nascente ou poente e tambeacutem aacutereas natildeo favorecidas pelos ventos

Planos Diretores no Brasil

Quando questionados a maioria dos brasileiros pensam que exemplos de planejamento preventivo existem apenas em paiacuteses de ldquoprimeiro mun-dordquo poreacutem em diversos municiacutepios brasileiros planos diretores tiveram relativo sucesso como por exemplo Curitiba Brasiacutelia e ateacute mesmo Joatildeo Pessoa Sendo a uacuteltima um dos melho-res exemplos nacionais de preservaccedilatildeo de sua orla mariacutetima onde existe um

bloqueio para edifiacutecios superiores a quatro andares

ldquoA questatildeo da falta de planejamen-to urbano eacute muito mais grave do que parece o recobrimento dos solos com materiais impermeaacuteveis juntamente com o adensamento de construccedilotildees acaba ocasionando o aumento de tem-peratura em determinadas regiotildeesrdquo indaga Acircngela

O impedimento da construccedilatildeo de preacutedios altos na orla evita o conhecido fenocircmeno em diversas praias sombra Em praias de Recife Rio de Janeiro e Balneaacuterio Camboriuacute por exemplo possuem sombra na faixa de areia mes-mo horas antes do pocircr do sol devido aos gigantes que ali se encontramldquoSalas cada vez menores para turmas cada vez maioresrdquo

Para Andreacute Siqueira aluno do se-gundo periacuteodo de Arquitetura e Urba-nismo na Universidade Federal da Pa-raiacuteba a falta de um real planejamento cria ateacute mesmo a falta de acessibilida-de em diversas aacutereas da Universida-de Calccediladas estreitas com caminhos

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidade

Protesto de alunos de Miacutedias Digitais devido ao atraso de mais de dois anos na entrega do bloco do curso

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 39

Soluccedilatildeo a longo prazo

Flaacutevio Tavares membro do pro-jeto de iniciaccedilatildeo cientiacutefica ldquoTerritoacute-rios e urbanidades praacuteticas urbanas e poliacuteticas culturais no espaccedilo puacuteblico contemporacircneordquo mostra-se indignado com o fato de que o porte que a uni-versidade tem atingido seja de espa-ccedilo fiacutesico ndash com grande quantidade de alunos e funcionaacuterios circulando no seu campus - seja do volume de recur-sos aplicados anualmente e ainda natildeo possua um plano diretor em vigor Ele permitiria accedilotildees integradas de longo prazo garantindo que os investimentos ocorram de acordo com os principais anseios da comunidade universitaacuteria jaacute que a elaboraccedilatildeo do plano se daacute necessariamente a partir da discussatildeo conjunta entre os envolvidos com a re-giatildeo

Indagado sobre as possiacuteveis accedilotildees

que poderiam sanar os atuais (e fu-turos) problemas Tavares diz que a Universidade deve iniciar de imedia-to a construccedilatildeo de um ldquoPlano Diretor Participativo Integrado para o Cam-pus Joatildeo Pessoa da UFPBrdquo incluindo questotildees de planejamento participativo na proposiccedilatildeo das futuras obras per-mitindo que a comunidade acadecircmica possa opinar sobre as obras que ali se-ratildeo executadas resultando numa maior conexatildeo e identificaccedilatildeo com os usuaacute-rios Quanto a uma obra especiacutefica ele acredita que uma ampla intervenccedilatildeo no

desenho urbano do campus seria ne-cessaacuteria priorizando o fluxo de pedes-tres com pisos adequados vegetaccedilatildeo passarelas etc

Para finalizar Flaacutevio lembra que agora que a Universidade acolhe um maior nuacutemero de pessoas com defici-ecircncia tendo o dever natildeo soacute legal mas tambeacutem social de incluir estas pessoas num deslocar seguro e independente Sendo esse apenas possiacutevel com um planejamento efetivo da estrutura fiacutesi-ca da Universidade

No final de 2012 Margareth Diniz assumiu a Reitoria da Uni-versidade Federal da Paraiacute-ba e com ela iniciaram-se projetos de um Plano Dire-tor Esse Plano teraacute como principal foco proteger a reserva de mata atlacircntica na qual a Instituiccedilatildeo estaacute sediada O professor Seacutergio Alonso recentemente em-possado prefeito do Campus I eacute um dos membros desta comissatildeo que discute a cria-ccedilatildeo do Plano na UFPB Ele teraacute a missatildeo de coordenar as discussotildees sobre o PD

Planejamento evita problemas como o demonstrado no viacutedeo acima

Novo campus em Rio Tinto Obras que esteticamente feias e sem utilidade

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ReportagemFrancisco de Oliveira

Guilherme Pontes

confusos ou ateacute mesmo inexistentes e ainda praccedilas de permanecircncia sem co-bertura satildeo outros exemplos lembra-dos por Siqueira

Sobre o futuro Andreacute eacute pessi-mista e comenta que a cada dia mais problemas surgem Ser deficiente na UFPB eacute praticamente impossiacutevel Blocos aleatoacuterios para cursos que de-veriam ter salas proacuteximas Essas in-clusive estatildeo cada vez menores para turmas cada vez maiores ldquoSalas com janelotildees feitas para serem usadas com projetor que tipo de arquiteto aprova issordquo provoca

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40 - UFPB em Revista

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Central

Construiacuteda haacute mais de 30 anos a Biblioteca Central da UFPB nunca passou por uma grande reforma

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Se algueacutem que frequenta a Bi-blioteca Central da UFPB atu-almente fosse perguntado sobre

qual a sua impressatildeo sobre o local as respostas certamente seriam se-melhantes agraves de quem respondesse a mesma pergunta haacute dez ou vinte anos calor poeira mofo falta de acessibilidade e estrutura deficitaacuteria estariam entre as palavras mais cita-das Isso se explica pelo fato do preacute-dio construiacutedo na deacutecada de 1970 ter sido mal planejado e nunca ter passado por uma grande reforma

Com o acervo atual em torno dos 400 mil exemplares a Bibliote-ca Central tem como principal fina-lidade dar suporte de informaccedilotildees aos programas de ensino pesquisa e extensatildeo Construiacuteda ao lado de uma mata ndash a UFPB estaacute localizada em uma regiatildeo de Mata Atlacircntica ndash so-fre com a maacute conservaccedilatildeo do acervo

exposto agrave umidade poeira e insetosSegundo a bibliotecaacuteria TM que preferiu natildeo se identificar o uacutelti-mo governo ateacute fez investimentos importantes no local ldquoAtraveacutes de pregotildees e ouvindo sugestotildees de co-ordenadores de cursos e professores foram adquiridos milhares de novos tiacutetulos Aleacutem disso foram instala-dos novos computadores cadeiras e feita a climatizaccedilatildeo de algumas salasrdquo A ideia eacute que nos proacuteximos anos sejam feitos novos investimen-tos no local ldquoA nova Reitora pro-meteu um sistema de climatizaccedilatildeo completo para o preacutediordquo afirma TM

Apesar das melhorias nos uacutel-timos anos e a promessa de novos investimentos para um futuro proacute-ximo muitas mudanccedilas inclusive estruturais precisam acontecer na Biblioteca Central ldquoO projeto ar-quitetocircnico eacute defeituoso Eacute impos-

siacutevel falar em climatizaccedilatildeo enquan-to natildeo for solucionado o problema das grandes frestas nas paredes do lugar Tambeacutem natildeo adianta climati-zar sem ser feita uma higienizaccedilatildeo em todo o preacutediordquo afirma o fun-cionaacuterio Francisco Joseacute Assistente Administrativo do local haacute 25 anos

Natildeo bastasse o problema de con-servaccedilatildeo do acervo existe uma ques-tatildeo ainda mais grave a ser tratada a sauacutede dos que frequentam a Bibliote-ca Central Vaacuterios funcionaacuterios rela-taram problemas de sauacutede por causa da higiene e estrutura do local O acuacutemulo de poeira e fungos jaacute causou vaacuterias doenccedilas de pele desde cocei-ras ateacute alergias seacuterias Aleacutem disso eacute comum funcionaacuterios reclamarem de problemas de coluna causados pelo manuseio das pesadas estantes e pro-blemas de mobilidade com os carros de matildeo que transportam os livros

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 41

Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

A realidade

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

b i o -logia e geo-

grafia estatildeo ok tem ar condicionado data

show etc As de quiacutemica () satildeo horriacuteveis tem umas que os

ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

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52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 15: UFPB em revista

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 19

Cada ambiente isolado obedece a um ciclo de 12 horas que segue a orien-taccedilatildeo de fotoceacutelulas naturalmente lo-calizadas no exterior da estrutura Esse procedimento eacute necessaacuterio para simu-lar a luz natural dentro dos ambientes e mantecirc-los isolados De acordo com o estudo realizado nessas salas sua cli-matizaccedilatildeo pode tanto obedecer agrave luz natural como inverter-se fazendo com que as salas fiquem escuras durante o dia e claras agrave noite Em qualquer caso o ciclo de 12 horas eacute mantido tentan-do natildeo estressar os animais na intenccedilatildeo de manter a integridade dos dados co-letados em suas pesquisas

O Centro destina-se apenas a estu-dos e pesquisas de poacutes-graduaccedilatildeo ten-do ateacute entatildeo prestado assistecircncia aos cursos de quiacutemica biologia fisiotera-pia e farmacologia Este ultimo sendo o mais comum e funccedilatildeo primaacuteria do bioteacuterio nas palavras de Crispim ldquo90 por cento das pesquisas satildeo com os alunos da poacutes graduaccedilatildeo de farmaacuteciardquo

Contrapartida

Natildeo muito distante ao bioteacuterio do LTF mas presente tambeacutem na UFPB existe o que hoje eacute apenas cercas e pe-quenas aacutereas encobertas por mata do viveiro gerenciado pelo Departamento de Sistemaacutetica e Ecologia jaacute conheci-do como Laboratoacuterio Tropical de Pri-matologia criado em 1982

O bioteacuterio foi desativado em 2012 pelos dirigentes da proacutepria Instituiccedilatildeo por tempo indeterminado sob pre-

sala de pesquisa chegou a hospedar 108 primatas de nove espeacutecies

Aleacutem de docentes o local tinha um veterinaacuterio e trecircs funcionaacuterios para tratamento dos animais e servia como local para conclusatildeo de estaacutegios Hoje aparentemente apenas um funcionaacuterio que natildeo pocircde ser encontrado trabalha no local no turno da manhatilde ocasional-mente regando plantas

Sempre que as atividades do bioteacute-rio de Ciecircncias Bioloacutegicas satildeo postas em questatildeo obtem-se respostas como ldquoo custo dos animais era muito caro natildeo dava para manterrdquo seguidas de ldquoo animal em cativeiro natildeo serve para ob-servaccedilatildeo natildeo estaacute em seu habitat natu-ralrdquo Respostas simplistas como estas contrariam o histoacuterico de 30 anos do bioteacuterio e seu propoacutesito que incluiacutea ob-servar animais em cativeiro

Sobra

O Departamento de Sistemaacuteti-ca e Biologia atualmente natildeo possui qualquer criadouro de animais vivos resumindo sua biblioteca bioloacutegica a uma cultura entomoloacutegica (de insetos) conservados agrave base de ar-ceco e muita naftalina Atualmente nem os endere-ccedilos on-line relacionados agrave UFPB que carregam ldquodserdquo em suas URLs fun-cionam retornando paacutegina apoacutes paacutegi-na de erros onde o servidor do centro natildeo pocircde ser localizado

texto de estar passando por reestrutu-raccedilatildeo e mudanccedilas disse a professora Caroline Ele estaacute localizado a poucos metros da cerca que adentra a mata atlacircntica por uma trilha de difiacutecil loca-lizaccedilatildeo Continha macacos prego e ser-via como centro de criaccedilatildeo e manejo de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo A observaccedilatildeo e documentaccedilatildeo do com-portamento dos primatas era orientada aos alunos de biologia em atividades extracurriculares (apesar de localizar-se adjacente ao bloco de quiacutemica)

Quando funcionava

O viveiro com 1200 metros qua-drados e 43 aacutereas fechadas possuiacutea co-zinha sala de atendimento veterinaacuterio e

Exemplo de rato Wistar usado em pesquisas

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ReportagemEduardo Cezar

Gustavo de AlmeidaCituaccedilatildeo do viveiro de Ciecircncias Bioloacutegicas

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PESQUISA

20 - UFPB em Revista

F undado em 2010 e jaacute premia-do no Expocom Nordeste 2011 na categoria Ediccedilatildeo de Livro o

projeto de pesquisa Para Ler o Digital coordenado pelo Professor Marcos Ni-colau do PPGC-UFPB e do curso de Miacutedias Digitais - UFPB eacute um exemplo do quatildeo importante eacute essa aacuterea de atu-accedilatildeo Tendo como objeto de pesquisa o eBook tambeacutem conhecido como livro digital o grupo eacute pioneiro na pesquisa e desenvolvimento de novos recursos de diagramaccedilatildeo e editoraccedilatildeo

Inicialmente trabalhando com obras dos professores do Departamen-to de Miacutedias Digitais o grupo recebeu convites para ampliar seus trabalhos a todo o Centro de ciecircncias humanas letras e artes (CCHLA) e participar da criaccedilatildeo do projeto editorial digital da Editora Universitaacuteria

Em entrevista o estudante e bol-sist O estudante e bolsista do projeto Para Ler o Digital Rennam Virginio explica sua trajetoacuteria e funccedilatildeo dentro grupo ldquoentrei quando ainda estava no primeiro mecircs do curso no intuito de de-

senvolver habilidades na aacuterea de Edi-toraccedilatildeo mas natildeo era meu foco que a princiacutepio era Viacutedeo Com o tempo aca-bei me identificando com a aacuterea Den-tro do projeto sou Bolsista da Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica escrevo artigos cientiacuteficos semestralmente sobre livros digitais faccedilo a editoraccedilatildeo de ePubs e a confec-ccedilatildeo de capas de alguns dos livros pro-duzidos no Projetordquo

O problema maior de ser estudan-te e pesquisador eacute ter que balancear as duas atividades na maioria dos casos o grupo de pesquisa tende a ser da mes-ma aacuterea de estudo do aluno o que pode ajudar na economia do tempo embora o aluno ainda tenha que enfrentar al-gumas dificuldades principalmente quando o horaacuterio de algumas discipli-nas do curso coincide com uma ativi-dade referente da pesquisa

Despertar a vocaccedilatildeo cientiacutefica e in-centivar novos talentos entre estudan-tes de graduaccedilatildeo eacute um dos objetivos especiacuteficos do Programa Institucional

de Bolsas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica o PIBIC Ele visa apoiar a poliacutetica de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica desenvolvida nas Instituiccedilotildees de Ensino eou Pesquisa por meio da concessatildeo de bolsas a es-tudantes de graduaccedilatildeo integrados na pesquisa cientiacutefica A cota de bolsas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica eacute concedida direta-mente agraves instituiccedilotildees Por sua vez estas satildeo responsaacuteveis pela seleccedilatildeo dos pro-jetos dos pesquisadores orientadores interessados em participar do Progra-ma Os estudantes tornam-se bolsistas a partir da indicaccedilatildeo dos orientadores

A bolsa tem duraccedilatildeo de 12 meses o valor segue uma tabela nacional Atu-almente o valor da bolsa para Iniciaccedilatildeo Cientifica equivale a R$40000 e os uacutenicos requisitos para o estudante satildeo de cursar graduaccedilatildeo e dedicar-se in-tegralmente agraves atividades acadecircmicas e de pesquisa O aluno deve procurar em sua aacuterea de interesse um pesquisa-dor que esteja disposto a integraacute-lo em sua pesquisa e a orientaacute-lo

Rennam ainda se mostra preocu-pado com a situaccedilatildeo dos grupos de

Grupos de pesquisa desafios e metas dos pesquisadores da UFPB

Integrantes do grupo de pesquisa Para Ler O Digital

Bolsa de iniciaccedilatildeo

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 21

pesquisa na Universidade ldquoNo geral acredito que o niacutevel seja bom mas po-deriacuteamos ter mais projetos de pesqui-sa A UFPB deveria incentivar mais os professores a criarem grupos de pesquisas Muitas vezes a PRPG pror-roga duas ou ateacute trecircs vezes as inscri-ccedilotildees para PIBIC e isso eacute sinal que as inscriccedilotildees de projetos foram poucas ou abaixo do esperadordquo

Os Grupos de Pesquisa apresentam alternativas para um trabalho conjun-to entre professores e alunos ambos pesquisadores A Universidade Federal da Paraiacuteba conta com 335 grupos cer-tificados pela instituiccedilatildeo e espalhados por todos os centros Tendo sua maior parte pertencente ao Centro de Sauacutede os grupos na aacuterea da tecnologia vecircm ganhando espaccedilo no cenaacuterio regional

de mais de 40 jovens pesquisadores entre doutores mestres e graduandos que estatildeo interconectados com pesqui-sadores de todo o Brasil e do mundo As pesquisas desenvolvidas satildeo realizadas em parceria com outras universidades institutos de pesquisa e empresas da iniciativa privada Por ser um laboratoacute-rio ativo na aacuterea de desenvolvimento recebe financiamento de instituiccedilotildees parceiras como a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) Finaciadora de Estudos e Projetos (FINEP) e Con-selho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq)

Lavid

O Laboratoacuterio de Aplicaccedilotildees de Viacutedeo Digital (LAVID) criado em 2003 eacute um exemplo a niacutevel nacional da importacircncia dos grupos de pesqui-sa Associado ao Departamento de Informaacutetica (DI) da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba o laboratoacuterio surgiu da proposta de desenvolver projetos de pesquisa e atualmente eacute referecircncia internacional em desenvolvimento de tecnologia para TV Digital

Em marccedilo deste ano os integrantes do Lavid do Centro de Informaacutetica da UFPB apresentaram para teacutecnicos da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e da Agecircncia Nacional de Cine-ma (Ancine) os mais recentes avanccedilos

da tecnologia Fogo Player desenvol-vida e que permite a projeccedilatildeo de ima-gens em ultra HD (4K)

Segundo o gerente de Projetos da RNP Daniel Caetano a RNP jaacute apoiou diversos projetos de pesquisa desen-volvidos pelo Lavid e ressaltou a im-portacircncia da tecnologia Fogo Player para a melhoria da formaccedilatildeo de profis-sionais da aacuterea de sauacutede Ele afirmou que transmissotildees em alta definiccedilatildeo e em tempo real como a que foi testa-da com sucesso pelo Lavid teratildeo uma gama de aplicaccedilotildees em um futuro proacute-ximo servindo natildeo apenas para exibir cirurgias e outros procedimentos de equipes meacutedicas

O Lavid conta com a colaboraccedilatildeo

Guido Lemos apresenta os projetos do Lavid aos representantes da Ancine

Estudantes realizando trabalhos do Lavid

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Reportagem Ermeson David George Juacutenior

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INTERACcedilAtildeO

24 - UFPB em Revista

ldquoSempre tive consciecircncia de que a EJA me proporciona-ria crescimento profissional

e pessoal A frase eacute de Amanda Lima aluna do primeiro periacuteodo do curso de Administraccedilatildeo da Universidade Fede-ral da Paraiacuteba (UFPB) e que acaba de entrar como membro da EJA Consul-toria (Empresa Juacutenior de Administra-ccedilatildeo) Esta empresa caracteriza-se por ser de consultoria sem fins lucrativos que presta serviccedilos na respectiva aacuterea acadecircmica sendo formada exclusiva-mente por alunos do curso de Admi-nistraccedilatildeo da UFPB e que tem como objetivo a capacitaccedilatildeo por meio de conhecimento teacutecnico e empresarial do aluno do curso inserindo-o pos-teriormente no mercado de traba-lho como um jovem empreendedor

Sua estrutura segundo o seu presi-dente Tito Amorim eacute mista de funcio-nal e projetizada A estrutura funcional tem como caracteriacutestica o planejamen-to de serviccedilos abrangendo cargos de analistas de cada departamento entre eles o de qualidade marketing proje-

tos presidecircncia tendo como seus su-periores os diretores Jaacute a projetizada consiste em cargos de consultoria ou seja pessoas restritas a execuccedilatildeo de determinado serviccedilo Os cargos sem-pre estatildeo sendo renovados ao longo dos anos dando oportunidades a outros estudantes da aacuterea para participarem e ateacute aos que jaacute estatildeo em cargos da EJA Consultoria a exercerem atividades em outros Todos estes requerem eleiccedilotildees

Casos de Sucessos

ldquoO estudante entra como universi-taacuterio e sai da EJA como um empreen-dedor atraveacutes da vivecircncia empresarial e gestatildeordquo afirma Tito Em quase 22 anos de existecircncia haacute vaacuterios casos de pessoas que trabalharem na EJA e ob-tiveram sucesso profissional tornando hoje empreendedores de sucesso En-tre os mais sucedidos dois satildeo lembra-dos pelo presidente satildeo eles Leandro Vieira idealizador do administrado-rescom e o Taacutercio Pessoa atualmen-te responsaacutevel pelo Empreender ndash JP

mostrando que o conhecimento adqui-rido na empresa foi bem aproveitado

O curso possibilita o aprendizado atraveacutes de programas de treinamento como Trainee aleacutem de outros eventos como a SDP (Semana de Desenvolvi-mento Profissional) que atinge toda a comunidade acadecircmica mas voltado sempre para o curso de Administraccedilatildeo Com o intuito de transmitir conheci-mento para outros segmentos estu-dantis o evento conhecido como EJA FAZ Palestra promove como o nome mesmo diz palestras sobre respecti-vos temas acerca de administraccedilatildeo Outro evento o Buscando Sorrisos tambeacutem promovido pela empresa de consultoria leva os membros da em-presa para uma instituiccedilatildeo de carida-de ajudando elas possibilitando aos alunos mais contato com a populaccedilatildeo

Pessoas que estatildeo assumindo car-gos agora como eacute o caso da estudante Amanda Lima que acaba de comeccedilar a atuar na funccedilatildeo de analista de qualida-de vecirc a EJA Consultoria como oportu-nidade de crescer no mercado ldquoQuem

EJA Consultoria proporciona crescimento profissional

Cerimocircnia de Posse da gestatildeo 20131 da EJA Consultoria

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 25

busca a EJA eacute um profissional diferen-ciadordquo disse a estudante Segunda ela que jaacute almeja exercer cargos de niacuteveis mais altos o conhecimento dado por esta empresa ajuda tambeacutem no curriacutecu-lo oferecendo uma visatildeo de mercado

A EJA como diferencial

Outros estudantes estatildeo exercendo cargos haacute mais tempo como eacute o caso de Rafael Carvalho que eacute membro da EJA haacute dez meses Ele comeccedilou como consultor e hoje atua como diretor de marketing ldquoEu jaacute trabalhei em car-gos estaduais empresas privadas mas nunca obtive tamanha experiecircncia pro-fissional como a que a EJA me ofere-ceurdquo afirmou Rafael Por estar na em-presa haacute mais tempo ele conclui que todo o conhecimento teoacuterico obtido dentro da sala de aula pode ser colo-cado em praacutetica nesta empresa juacutenior

Rafael relata que tambeacutem enfren-tou dificuldades como o fato de ter que se deslocar para a cidade de Ma-manguape na Paraiacuteba para realizar consultorias e sua transiccedilatildeo de cargo tambeacutem foi um momento difiacutecil por exigir dele o conhecimento em uma es-trutura funcional jaacute que estava saindo

de um cargo de estrutura projetizada Mesmo assim Rafael vecirc os problemas enfrentados como aprendizado ad-quirido almejando tambeacutem alcanccedilar cargos de niacuteveis mais altos ldquoTodo co-nhecimento que hoje eu tenho na aacuterea de administraccedilatildeo consegui na EJA e natildeo em outra empresardquo disse ele

Para ser membro da EJA Consulto-

Posse dos novos membros Idaacutecio Rodrigues e Natyara Santos

Posse do presidente Rodolfo Alves Felizardo

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ReportagemAcircngela Oliveira e

Jessica Morais

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ria o estudante do curso passa por uma seleccedilatildeo que dura aproximadamente uma semana Primeiramente eacute preci-so estar cursando qualquer periacuteodo de Administraccedilatildeo na UFPB em seguida se inscrever na empresa Os alunos selecionados passam por uma capaci-taccedilatildeo de trecircs meses antes de assumir seus respectivos cargos em uma ceri-

mocircnia de posse reali-zada tambeacutem na UFPB

A EJA Consultoria traduz o espiacuterito estu-dantil Aos estudantes que nela trabalham recai cobranccedilas de criatividade bom de-sempenho e boa capa-cidade administrativa Ao sair o estudante eacute visto como um verda-deiro administrador no mercado de trabalho Eacute o laboratoacuterio praacutetico de todo o aprendizado teoacute-rico do aluno no curso de Administraccedilatildeo da UFPB

INTERACcedilAtildeO

26 - UFPB em Revista

A busca pela experiecircncia profissionalEstudante do terceiro periacuteodo de

Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digi-tais (UFPB) Ermeson Lira (18

anos) tomou uma decisatildeo importante em sua vida tornou-se um estagiaacuterio Sua rotina mudou e com ela vieram as responsabilidades Diego Lopes (25 anos) estudante de Ciecircncias da Com-putaccedilatildeo tambeacutem iniciou sua carreira estagiando e ganhando experiecircncia Mas todos os alunos da Universidade Federal da Paraiacuteba conseguem a mes-ma oportunidade que eles

Na UFPB existem dois tipos de es-taacutegios o obrigatoacuterio que conta com a cobertura do seguro de acidentes pes-soais E o natildeo-obrigatoacuterio que eacute opcio-nal e pode ser remunerado ou natildeo Die-go Lopes acredita que ldquocom o estaacutegio vocecirc adquire experiecircncia de mercado de trabalho aprende a trabalhar sobre pressatildeo e se qualifica para vagas que

seratildeo destinadas a pessoas formadasrdquoNo caso do curso de Miacutedias Digi-

tais a regulamentaccedilatildeo diz ldquoEstaacutegio supervisionado em meio profissional ou acadecircmico totalizando 300 horas objetivando a observaccedilatildeo e intervenccedilatildeo do estudante para o exerciacutecio profissio-nal bem como facilitar sua integraccedilatildeo no meio profissionalrdquo O curso estabe-lece convecircnio com o Centro Integrado Empresa-Escola (CIEE) e entre ou-tras entidades puacuteblicas e privadas

O CIEE eacute uma instituiccedilatildeo filantroacute-pica que procura encontrar estaacutegios e oportunidades de aprendizado para es-tudantes dos niacuteveis meacutedio teacutecnico e su-perior Estaacute presente em todo territoacuterio nacional auxiliando a entrada dos jo-vens no mercado de trabalho Algumas empresas jaacute possuem convecircnio com a UFPB Mas alguns alunos ainda encon-tram dificuldades para conseguir seu

espaccedilo Eacute o exemplo de Joseacute Carlos Pe-reira (22 anos) estudante de Ciecircncias bioloacutegicas da UFPB Ele tentou entrar num estaacutegio oferecido pela profes-sora de seu curso mas por choque de horaacuterios natildeo pode fazecirc-lo ldquoalguns es-taacutegios que eu queria pegar eram no ho-raacuterio da manhatilde Horaacuterio este em que eu estava ocupado com as aulasrdquo

Segundo a Lei 11788 Art 8ordm da Constituiccedilatildeo brasileira os convecircnios tanto com empresas puacuteblicas quanto as privadas satildeo facultativos A UFPB eacute conveniada a mais de 300 institui-ccedilotildees Entre elas estatildeo o Banco do Bra-sil Carrefour TV Tambauacute Petrobraacutes e diversas prefeituras como a de Joatildeo Pessoa e Campina grande Segundo o Art 11ordm da mesma lei a duraccedilatildeo maacute-xima do estaacutegio eacute de dois anos exceto quando o estagiaacuterio possui necessida-des especiais

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 27

A PRG-CEM estaacute localizada na Reitoria da Universidade Federal da Paraiacuteba

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Reportagem Layse Pereira eRayssa Alcacircntara

Estaacutegios Cadastrados pela CEM2009-2013

Obrigatoacuterio

Natildeo-obrigatoacuterio

Bolsa Estaacutegio Meacuted

2009 2010 2011 2012 2013

123

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76

1425 1340 961 96

113

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138

18361604

118141

Os nuacutemeros variam pois estamos no decorrer do ano Dados da PRG-CEM

O Lado bom

Apesar de algumas barreiras en-contradas os universitaacuterios tem uma opiniatildeo em comum O estaacutegio eacute uma etapa importante para a entrada no mercado de trabalho ldquoAleacutem de ad-quirir conhecimentos antes do tempo eacute uma oacutetima oportunidade pra se de-senvolver no mercado Quando se estaacute dentro desse ecossistema o aprendiza-do agrega em vocecirc mesmo que vocecirc natildeo queirardquo declarou Ermeson Lira

Professores como Alberto Pessoa (autor e pesquisador de histoacuterias em quadrinhos) tambeacutem acreditam na importacircncia do estaacutegio Segundo ele quando se estuda e trabalha o aluno consegue aproveitar melhor a gradua-ccedilatildeo ldquoQuando vocecirc trabalha vocecirc natildeo tem tempo de deixar pra laacute Entatildeo vocecirc aproveita melhor a universidade vocecirc estuda mais vocecirc tem um senso de res-ponsabilidade melhorrdquo argumenta

Primeiros Passos

Os estaacutegios dentro da universidade satildeo oferecidos pelos pela UFPB e via-bilizados pelos professores Para soli-citar a bolsa os alunos devem apresen-tar uma seacuterie de documentos Segundo Eliane Ferraz coordenadora da CEM (Coordenaccedilatildeo de Estaacutegio e Monito-

ramento) primeiramente o estudante deve encaminhar um ofiacutecio ao Proacute-Rei-tor de Planejamento da Universidade Federal da Paraiacuteba (Proplan-UFPB) contendo justificativas da solicitaccedilatildeo e detalhes sobre o estaacutegio

Outros documentos necessaacuterios satildeo o formulaacuterio de Solicitaccedilatildeo de Bolsa estaacutegio a Ficha Cadastral (Bolsa-EstaacutegioUFPB) Histoacuterico Escolar do aluno coacutepias da Identidade CPF Tiacutetu-lo de Eleitor e para os homens a coacutepia

do Certificado de quitaccedilatildeo como o ser-viccedilo militar Ao final de cada periacuteodo este processo eacute repetido para renovar a Bolsa

As informaccedilotildees sobre estaacutegios ex-ternos ainda eacute mal divulgado pela uni-versidade Os estudantes costumam ter a iniciativa de procuraacute-los por meio de amigos conhecidos Hoje com a in-ternet ficou mais faacutecil encontrar traba-lhos por meio de sites como por exem-plo o Gogojobcom (wwwgogojobcombr) que divulga vagas na aacuterea de publicidade Quando a oportunidade de estagiar eacute oferecida por instituiccedilotildees conveniadas agrave UFPB o universitaacuterio tambeacutem deve procurar a CEM Apoacutes assinado o convecircnio o aluno estaacute ofi-cialmente estagiando Em ambos os processos ao final de cada semestre deve ser entregue um relatoacuterio

Segundo a coordenadora da CEM os convecircnios realizados pela UFPB eacute uma maneira de atender agraves demandas acadecircmicas Para contemplar um maior nuacutemero de cursos da universidade ldquoOs convecircnios para a concessatildeo de estaacutegios supervisionados devem portanto ser celebrados de forma mais abrangente possiacutevel visando a atender de forma mais ampla a concessatildeo de estaacutegio a alunos regularmente matriculadosrdquo

INTERACcedilAtildeO

28 - UFPB em Revista

Em evento que lotou o auditoacuterio da reitoria da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba Joatildeo Pessoa

recebeu o neurocientista brasileiro Mi-guel Nicolelis que realizou a palestra ldquoA ciecircncia como agente de transforma-ccedilatildeo socialrdquo Nicolelis atraiu professo-res profissionais da aacuterea estudantes da UFPB e de outras universidades mas chamou ainda a atenccedilatildeo de cida-datildeos comuns com problemas de para-plegia tetraplegia deficientes visuais auditivos e pessoas que possuem entes queridos na mesma condiccedilatildeo O enor-me puacuteblico presente ao evento coorde-nado pelo Foacuterum Universitaacuterio deixou o auditoacuterio pequeno com a esperanccedila de ouvir das palavras do meacutedico que eles teriam seus problemas resolvidos pela ciecircncia seja em curto meacutedio ou longo prazo

Nicolelis que lidera um grupo de

pesquisadores da aacuterea de Neurociecircncia na Universidade Duke - EUA apresen-tou como um dos pilares da palestra a mesma questatildeo base do seu chamado Manifesto da Ciecircncia Tropical Nele o neurocientista sugere que o Brasil pode potencializar o desenvolvimen-to cientiacutefico e educacional a partir da cooperaccedilatildeo de ambos e propotildee quinze medidas para firmar o paiacutes como lide-ranccedila mundial na produccedilatildeo e uso de-mocratizante do conhecimento

Miguel Nicolelis falou tambeacutem so-bre a instituiccedilatildeo na cidade de Macaiacute-ba no Rio grande do Norte onde ele realiza um projeto chamado Educaccedilatildeo para toda a vida O projeto ensina para crianccedilas da periferia de Macaiacuteba e Na-tal conhecimentos nas aacutereas de roboacuteti-ca fiacutesica biologia geografia histoacuteria e informaacutetica Durante a palestra o neu-rocientista ainda explanou que desde

o iniacutecio do seu trabalho na cidade de Macaiacuteba a evasatildeo escolar da institui-ccedilatildeo eacute de apenas 2 e que as crianccedilas que estatildeo sendo formadas nessa insti-tuiccedilatildeo saem com mesmo niacutevel de es-colas de elite do Rio grande do Norte

O meacutedico disse aos presentes que acredita que a ciecircncia eacute grande agente responsaacutevel pela capacidade de ino-vaccedilatildeo e deve ser estimulada desde os primeiros momentos da vida Afirmou ainda que haacute uma carecircncia de investi-mento na aacuterea de intersecccedilatildeo da neu-rociecircncia e que se possiacutevel deveria existir acompanhamento ainda no preacute-natal para que a crianccedila nascesse com o maacuteximo de potencial neuroloacutegico Em 2014 Nicolelis abriraacute o primeiro Instituto Primata de Neurociecircncia com uma escola cujo aprendizado se inicia-raacute desde o nascimento Ainda que seja um sonho um pouco distante o meacutedico

Neurocientista Miguel Nicolelis reabre Foacuterum Universitaacuterio

Reabertura do foacuterum universitaacuterio tem como primeiro palestrante o neurocientista Miguel Nicolelis

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acredita que futuramente Macaiacuteba seraacute a primeira ldquocidade ceacuterebrordquo do mundo

Durante a palestra o neurocien-tista tambeacutem abordou as experiecircncias que realiza sobre a interaccedilatildeo do ceacutere-bro e a maacutequina que consiste em fa-zer o movimento da maacutequina a partir dos estiacutemulos enviados pelo ceacuterebro que seratildeo convertidos em impulsos eleacutetricos e proporcionaratildeo o movi-mento mecacircnico de proacuteteses Ainda que ateacute o momento seus experimentos tenham sido feitos apenas com maca-cos jaacute causam ansiedade em pessoas que sofreram acidentes e hoje tem a locomoccedilatildeo comprometida O meacutedico acrescentou que pretende realizar uma demonstraccedilatildeo em 2014 quando uma brasileira parapleacutegica deveraacute caminhar 20 passos e dar o pontapeacute inicial da Copa do Mundo ldquoEsse seraacute um pre-sente do Brasil para toda a humanida-derdquo declarou Nicolelis

O foacuterum universitaacuterio

Apoacutes seis anos desativado a pre-senccedila de Miguel Nicolelis marcou de forma extraordinaacuteria o retorno do Foacute-rum Universitaacuterio Fundado na deacutecada de 1980 pelo professor Joseacute Jackson Carneiro o Foacuterum tem como objetivo discutir assuntos relevantes agrave socieda-de tanto em um niacutevel nacional como local Segundo o coordenador do Foacute-rum Iedo Fontes nunca ficou clara a razatildeo pela qual a gestatildeo anterior da UFPB paralisou o evento ldquoNunca ex-plicaramrdquo comentou Fontes

Para reforccedilar a natureza fomenta-dora de debates do Foacuterum Fontes dis-se que um dos primeiros debates entre presidenciaacuteveis poacutes-ditadura militar jaacute com vistas agraves eleiccedilotildees de 1989 foi promovido pela UFPB no antigo cam-pus de Campina Grande (que hoje eacute de competecircncia da UFCG) ldquoSoacute natildeo veio Collor Lula Brizola e outros estive-ram presentesrdquo comentou

Com o auditoacuterio lotado (600 pro-fessores de acordo com os nuacutemeros de Fontes) o retorno do Foacuterum foi con-siderado positivo A programaccedilatildeo fu-tura ainda estaacute sendo planejada mas a tendecircncia eacute que o Foacuterum seja realizado bimestralmente ldquoFoi uma declaraccedilatildeo da reitora a um jornal local de que ela tem interesse de que o Foacuterum aconte-ccedila num intervalo de dois meses O que nos permite fazer uma programaccedilatildeo Simulaccedilatildeo do exoesqueleto na abertura da Copa de 2014

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mais pensadardquo declarou o coordena-dor

Alguns temas jaacute estatildeo sendo con-siderados o bloqueio do crescimento econocircmico brasileiro nos uacuteltimos anos 500 anos da obra de Maquiavel dis-cussatildeo da obra do geoacutegrafo Josueacute de Castro federalizaccedilatildeo dos niacuteveis infan-til fundamental e meacutedio da educaccedilatildeo e a obra de Luiz Gonzaga e seu impacto sobre a vida regional (este uacuteltimo jaacute sendo organizado para o mecircs de ju-nho)

A princiacutepio o Foacuterum natildeo prioriza-ria nenhuma aacuterea em especiacutefico nem mesmo a proacutepria academia Fontes dis-se ldquoficou claro na reabertura oficial do Foacuterum que noacutes natildeo o reativamos ape-nas para professores estudantes e fun-cionaacuterios mas tambeacutem para a socieda-de pessoense () pessoas de diferentes ramos de atividade comeacutercio induacutes-tria academiardquo Poreacutem o coordenador esclareceu que uma atenccedilatildeo especial deveraacute ser dada agrave discussotildees relaciona-das agrave educaccedilatildeo - e essa preocupaccedilatildeo eacute percebida com a escolha de Miguel

Nicolelis para o primeiro encontro apoacutes a reativaccedilatildeo do Foacuterum ldquoSe tem uma aacuterea que noacutes devemos priorizar no

Brasil e fazer um grande debate nacio-nal eacute a educaccedilatildeordquo explicou Fontes

A exemplo de Nicolelis o Foacuterum tambeacutem foi responsaacutevel por trazer ou-tras personalidades conhecidas nacio-nalmente agrave Joatildeo Pessoa como os se-nadores Cristoacutevatildeo Buarque e Roberto Requiatildeo e o economista Carlos Les-sa Para uma futura ediccedilatildeo do foacuterum a Universidade estaacute tentando trazer o jornalista Paulo Henrique Amorim A ideia poreacutem natildeo eacute ficar preso a nomes de acircmbito nacional e abrir espaccedilo para pessoas que tenham impacto na socie-dade regional - ateacute pela histoacuteria e pelo legado que o Foacuterum tem de realizar debates de interesse da populaccedilatildeo em geral

ldquoFoacuterum eacute para discutir os proble-mas do estado Somos uma entidade produtora e reprodutora de conheci-mento () Na mesa de debate deve ter um professor de destaque mas tambeacutem algueacutem da aacuterea senatildeo fica apenas a niacute-vel de conferecircncia o que natildeo eacute bom pois natildeo promove o debaterdquo afirmou Fontes

Reportagem Una Txai e Rudah Silva

INFRAESTRUTURA

32 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Paraiacuteba enfrenta o caos na infraestrutura do sistema viaacuterio e estaciona-

mentos para veiacuteculos dos alunos pro-fessores e funcionaacuterios Eacute um problema de toda cidade que se reflete na univer-sidade gerando transtornos e problemas de logiacutestica em determinados horaacuterios As dificuldades na mobilidade interna ao Campus I decorrem na deficiecircncia no planejamento da expansatildeo da Instituiccedilatildeo aliadas ao aumento do nuacutemero de veiacute-culos nos uacuteltimos 10 anos O problema eacute reflexo da prioridade do veiacuteculo parti-cular sobre o uso de transporte coletivo

O campus I da instituiccedilatildeo estaacute pas-sando por algumas reestruturaccedilotildees e reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos jaacute existentes No periacuteodo de 2012 a 2013 o nuacutemero de vagas para estacionamento subiu consideravelmente de 2 mil para 2500 Em meacutedio prazo (dois anos) a administraccedilatildeo pretende criar mais 1500 vagas atraveacutes da continuaccedilatildeo do projeto de reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos (no CACE CCEN e HU) e da finali-zaccedilatildeo do Centro de Energias Renovaacute-veis ainda em construccedilatildeo por traacutes do CCHLA

Estacionamento precaacuterio provoca transtorno na UFPB

Vaacuterios carros estacionados de forma irregular e inconveniente no estacionamento da Central de Aulas do campus I

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Projetos

Segundo Marcelo Diniz da Divi-satildeo de Estudos e Projetos da Prefeitura Universitaacuteria a reorganizaccedilatildeo dos esta-cionamentos eacute prioridade e vem sendo implementada em vaacuterios estacionamen-tos da universidade O projeto modi-fica a posiccedilatildeo de entrada dos veiacuteculos de 45ordm (diagonal) para 90ordm (frontal) e a largura da vaga do estacionamento para impossibilitar improvisos que prejudi-cam o traacutefego como por exemplo as filas duplas No projeto as motos se-ratildeo contempladas com estacionamento proacuteprio para evitar a desorganizaccedilatildeo e acidentes nas passarelas e corredores das salas ldquoIremos instalar placas de ad-vertecircncia para as motos natildeo transitarem no espaccedilo destinado aos pedestresrdquo diz Marcelo

Um dos locais com maior problema fica proacuteximo ao preacutedio da Reitoria e da Biblioteca Central devido agrave concen-traccedilatildeo de vaacuterios serviccedilos e dos preacutedios acadecircmicos Nesse local estatildeo reuni-das agecircncias de trecircs bancos livrarias restaurantes DCE (Diretoacuterio Central Estudantil) e AdufPB (sindicato dos

professores) Por conta da via nesse lo-cal ser muito estreita a Prefeitura Uni-versitaacuteria utilizou prismas de concreto no trecho para evitar que os motoristas estacionem os veiacuteculos indevidamente na via de passagem dos carros ocasio-nando transtornos e risco de acidente

Somando-se a esse local estaacute em construccedilatildeo o preacutedio do Centro Arte e Cultura com auditoacuterio estimado para duas mil pessoas em frente agrave Reitoria No projeto da construccedilatildeo natildeo haacute ne-nhum estacionamento previsto para esse preacutedio e na ocasiatildeo de algum evento os visitantes iratildeo estacionar seus veiacuteculos por traacutes da Reitoria que comporta precariamente os usuaacuterios que jaacute utilizam o espaccedilo Para a soluccedilatildeo desse problema Marcelo Diniz informa haver um projeto para construccedilatildeo de um estacionamento por traacutes da Reitoria de um ou dois andares com valor estimado em 10 milhotildees de reais por andar

Usuaacuterios

Os usuaacuterios que utilizam os esta-cionamentos com regularidade pro-potildeem soluccedilotildees como criaccedilatildeo de vagas

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 33

Situaccedilatildeo corriqueira nas vias do campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba

A falta de vagas destinadas para motos eacute a justificativa dos motociclistas

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Reportagem Rodrigo Vitorino e Windsor Souza

destinadas exclusivamente a professo-res Josemar dos Santos professor de Estatiacutestica diz que ldquofalta a prefeitura organizar o estacionamento Haacute deter-minadas horas que vir do departamen-to para a sala de aula de carro se tornou inviaacutevel pois o nuacutemero de veiacuteculos cresceu bastante Poderiam organizar vagas destinadas a professores pois noacutes temos que ficar de bloco em bloco para dar aula enquanto os alunos vecircm assistem a uma aula e vatildeo emborardquo

Outro problema que tambeacutem in-comoda eacute a falta de vagas destinadas agraves bicicletas e motocicletas ldquoAgraves vezes natildeo tem nem espaccedilo para transitar pois tem motociclista estacionando as mo-tos nas vias passarelas e corredores dos blocos pois natildeo haacute vagas destina-das para estacionar as motosrdquo acres-centa Josemar

A falta de estacionamento para motos faz com que elas se amontoem de forma desorganizada Isso as trans-forma em vilatildes e campeatildes de recla-maccedilotildees Elas trafegam e estacionam onde eacute via de pedestres cadeirantes passagem de materiais para os preacutedios da universidade Diversas reclamaccedilotildees jaacute foram feitas por conta de atropela-mentos por dificultar a passagem e ateacute mesmo acidentes envolvendo deficien-tes visuais

Faacutebio Fonseca professor de Pe-dagogia tambeacutem reclama das motos e dos transtornos que elas causam quan-do deixadas em local inconveniente ldquoA universidade estaacute ficando muito pequena para a quantidade de auto-

moacuteveis Eacute preciso organizar o espaccedilo existente e criaccedilatildeo de espaccedilos especiacutefi-cos para motos A falta de organizaccedilatildeo faz com que os corredores passarelas e vias se transformam em estaciona-mento para as motos dificultando por exemplo a passagem de cadeirantesrdquo

O problema da falta de vagas acaba tambeacutem interferindo na aprendizagem dos alunos Aliado a isso haacute o proble-ma de seguranccedila dentro do campus Alunos servidores e professores natildeo confiam no sistema de cartotildees entre-gue na entrada da universidade ldquoGe-ralmente os alunos chegam na hora da aula que coincidem em todas as disci-plinas e a falta de vaga faz com que percamos tempo para estacionar Eacute o caos Muitas vezes encontramos uma vaga muito longe do local em que va-mos estudar E em eacutepoca de chuva pio-

ra Tambeacutem tem o perigo de assaltordquo diz a estudante de Biologia Daniele Lacerda

Empecilho

Alguns estacionamentos no cam-pus I da UFPB possuem aacutervores tom-badas e sob proteccedilatildeo que natildeo podem ser derrubadas Desta maneira a pre-feitura universitaacuteria desenvolveu o projeto de reestruturaccedilatildeo e organiza-ccedilatildeo dos estacionamentos respeitan-do a localizaccedilatildeo dessas aacutervores Nos estacionamentos jaacute finalizados como da Reitoria eacute perceptiacutevel a falta de arborizaccedilatildeo que influecircncia o aqueci-mento local e a desagradaacutevel sensaccedilatildeo de estar num ambiente claro e quente Outro problema encontrado eacute a falta de planejamento de escoamento da chuva Desta maneira em eacutepocas de chuva intensa haacute risco de alagamento

Com todo o empenho e desenvol-vimento estrutural eacute de suma impor-tacircncia o investimento em seguranccedila Mas tambeacutem organizar o tracircnsito au-xiliando os condutores onde devem estacionar e na fluidez do tracircnsito Devido agrave ausecircncia de fiscalizaccedilatildeo para coibir as infraccedilotildees de tracircnsito as vias se tornam estacionamentos irregula-res atrapalhando e colocando em risco a seguranccedila dos integrantes da comu-nidade universitaacuteria

INFRAESTRUTURA

34 - UFPB em Revista

Ano de 2015 eacute limite para meta plena de acessibilidade

Ausecircncia de acessibilidade eacute constante nos novos preacutedios da UFPB

Segundo dados do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a Paraiacuteba eacute o estado que possui a maior parcela de habitantes com necessidades especiais no Bra-sil empatando com o Rio Grande do Norte Quase 30 dos paraiba-nos tecircm algum tipo de necessidade especial Apesar da estatiacutestica e da existecircncia do Decreto Lei 5296 que determina a acessibilidade em todas as edificaccedilotildees puacuteblicas 90 por cento das construccedilotildees realizadas durante gestatildeo dos professores Rocircmulo Po-lari e Iara Matos a frente da UFPB natildeo respeitaram o seu cumprimento

No momento a atual adminis-traccedilatildeo estaacute empenhada num pra-zo de dois anos a assistir a todos os alunos com deficiecircncia cumprin-do as normas teacutecnicas de acessi-bilidade da Associaccedilatildeo Brasilei-ra de Normas Teacutecnicas (ABNT)

Dentre as medidas a serem ado-tadas estaacute a reforma na acessibilida-de arquitetocircnica das vias (calccediladas) Tambeacutem estaacute prevista a construccedilatildeo do Centro de Inclusatildeo (que vai in-tegrar todos os projetos de inclusatildeo em um soacute) agregar serviccedilos dispo-nibilizar salas de aula adquirir uma seacuterie de equipamentos fora do paiacutes (entre eles esfigmomanocircmetro que possibilita a traduccedilatildeo de textos em aacuteudio bengala que identifica obs-taacuteculos e computadores especiais)

Ateacute o momento apenas 15 preacute-dios estatildeo acessiacuteveis para os 30 alu-nos com necessidades especiais ca-dastrados na UFPB O uacutenico trecho com acessibilidade externa no Cam-pus I se encontra da Biblioteca Cen-tral ateacute o Refeitoacuterio Universitaacuterio No Campus II em Areia a primeira parte do projeto jaacute vem com todas as normas de acessibilidade executadas disse Marcelo Andrade Diniz Diretor do Departamento de Arquitetura da Prefeitura Universitaacuteria desde 2010

O que estaacute previsto

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 35

Segundo Marcelo Diniz que acompanhou a antiga gestatildeo da Uni-versidade o recurso era limitado e natildeo havia comprometimento dos ad-ministradores para cumprir as normas exigidas aleacutem da fiscalizaccedilatildeo pouco eficaz do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Ateacute 2010 pouco havia sido pensado discutido e realizado para incluir so-cialmente as pessoas com deficiecircn-cia Com o aumento significativo e progressivo no nuacutemero de estudan-tes em funccedilatildeo da Reestruturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universidades Fede-rais (Reuni) a situaccedilatildeo agravou-se

Desde entatildeo o Governo Federal estaacute destinando uma verba especiacutefica para as Instituiccedilotildees Federais de En-sino (Ifes) cumprirem as normas de acessibilidade impostas pela ABNT O MEC por sua vez vem fiscalizan-do com rigor as Ifes de todo o Brasil

Comitecirc existe desde 2011

No ano de 2011 foi criado na UFPB o Comitecirc de Inclusatildeo e Aces-sibilidade que tem como objetivo garantir a todos os alunos com defi-ciecircncia a permanecircncia e conclusatildeo do curso Segundo a coordenadora do

comitecirc Andreza Aparecida Polia estaacute prevista a chegada de 44 alunos espe-ciais para o proacuteximo semestre letivo nuacutemero que ultrapassa os 5 por cen-to designado pelo sistema de cotas ldquoAno passado fizemos pedido de equi-pamentos para suprir os alunos que jaacute estatildeo cadastrados Enquanto natildeo che-ga os coordenadores tem de ter um computador exclusivo para esses estu-dantesrdquo pontificou Andreza Polia O comitecirc conta com representantes dos cursos de Psicopedagogia Terapia Ocupacional Arquitetura e Educaccedilatildeo

Ainda em fase de projeto o Centro de Inclusatildeo e Acessibilidade estaacute pre-visto para ficar pronto em 2015 Ele contaraacute dentre outras coisas com pla-cas em Braille piso taacutetil carteiras es-peciais plataforma elevatoacuteria eleva-dor e tecnologias inclusivas em geral

Outro projeto que estaacute sendo desenvolvido pela Prefeitura Uni-versitaacuteria eacute a urbanizaccedilatildeo do La-boratoacuterio de Energias Renovaacuteveis (LERS) que iraacute se estender por todo o estacionamento contando com rampas pisos taacuteteis e mais de 6 quilocircmetros de rotas acessiacuteveis

Os estudantes com necessidades especiais contam com um programa

Projeto em 3d das futuras instalaccedilotildees elaborado pela Prefeitura da UFPB

Reportagem Giuliano Viscardi

de apoio onde um aluno monitor os acompanha geralmente por discipli-na dando assistecircncia necessaacuteria gra-vando aulas e tirando duacutevidas com os professores O Nuacutecleo de Educaccedilatildeo Especial (Nedesp) tambeacutem os ajuda nesse processo de adaptaccedilatildeo Na Bi-blioteca Central e no Nedesp os alu-nos dispotildee de impressora em braille

A Proacute-reitoria de Gestatildeo de Pes-soas (Progep) ofereceu por dois anos consecutivos um curso de capacita-ccedilatildeo para docentes e servidores da uni-versidade tendo formado duas turmas ateacute agora Poreacutem a grande maioria dos capacitados foi funcionaacuterios A UFPB conta com apenas um tradutor ldquoPreci-samos de mais contrataccedilotildeesrdquo alega Po-lia que estaacute coordenando o Comitecirc de Inclusatildeo e Acessibilidade desde 2011

A prefeitura da Instituiccedilatildeo tambeacutem fez um convenio com o Laboratoacuterio de Acessibilidade (Lacesse) coordenado por Marcelo Diniz e pela professora do curso de arquitetura Angelina Costa O espaccedilo fiacutesico onde funciona o labo-ratoacuterio foi inaugurado dia 12 de abril no Centro de Tecnologia bloco N

INFRAESTRUTURA

36 - UFPB em Revista

O rombo de mais de 22 milhotildees na Fundaccedilatildeo Casa de Joseacute Ameacuterico (FCJA) constata-

do pelo Tribunal de Contas da Uniatildeo (TCU) eacute a principal heranccedila deixada pela antiga administraccedilatildeo da universi-dade e que atinge diretamente o Res-taurante Universitaacuterio da UFPB Os es-cacircndalos envolvem o responsaacutevel pelo fornecimento de gecircneros alimentiacutecios e o pagamento de alguns funcionaacuterios do Restaurante Universitaacuterio (RU)

Segundo o TCU foram usados re-cursos federais depositados em contas especiacuteficas de convecircnios para paga-mentos agrave empresas fornecedoras de gecircneros alimentiacutecios As irregularida-des foram cometidas pelo ex-diretor da Fundaccedilatildeo Eugecircnio Pacceli Trigueiro Pereira Com isso o TCU suspendeu o repasse de recursos da Uniatildeo para a Fundaccedilatildeo Joseacute Ameacuterico e a direccedilatildeo do RU enfrentou problemas com a falta de estoque de alimentos e atraso no paga-mento de funcionaacuterios refletindo no atendimento precaacuterio das necessidades dos alunos que frequentam o Restau-rante

O RU que fornece refeiccedilotildees gra-tuitas para estudantes de baixa renda e cadastrados da UFPB conta com 90

profissionais Os gecircneros alimentiacutecios de uma refeiccedilatildeo custam em meacutedia de R$ 410 a R$ 530 Nesse valor natildeo estaacute considerado a despesa do preparo trabalho dos funcionaacuterios e energia dos aproximadamente 2200 almoccedilos e 900 jantares por dia

A nova reitoria da UFPB ampliou as investigaccedilotildees e o levantamento de contas da Universidade para averiguar quais problemas seratildeo enfrentados pela gestatildeo Durante as investigaccedilotildees foram detectadas vaacuterias irregula-ridades cometidas pela adminis-traccedilatildeo passada a exemplo da au-secircncia de prestaccedilatildeo de contas de diversos convecircnios

Antocircnio Luiz de Albuquer-que Gomes professor do De-partamento de Quiacutemica do Cen-tro de Tecnologia da UFPB assumiu o cargo de Superintendente do Sistema de Restaurantes Universitaacuterios - que com-preende os restaurantes do Campus 1 do Litoral Norte Areia e Bananeiras - no dia 12112012 Ele conta que rece-beu o RU com um estoque insuficiente de alimentos apesar dos pregotildees ainda estarem em andamento

O superintendente esclareceu que um desses pregotildees estava desa-

parecido e soacute depois de muita inves-tigaccedilatildeo a empresa foi contatada para cumprir o contrato O outro pregatildeo es-tava com o pedido de realinhamento de preccedilos e somente apoacutes a administraccedilatildeo entrar em contato para negociar com os fornecedores explicando a delicadeza da situaccedilatildeo eacute que foi possiacutevel normali-zar as entregas dos suprimentos

Segundo o professor Antocircnio Luiz ainda haacute muitos problemas com os fornecedores As licitaccedilotildees (pregotildees) emitidas pelas empresas tem um preccedilo muito abaixo do valor de mercado Em decorrecircncia desse fato as companhias tem prejuiacutezo e antes de completar os seis meses algumas deixam de forne-cer os gecircneros apesar de ainda terem saldo em caixa com a Universidade

Um dos problemas a serem contor-nados pela atual administraccedilatildeo diz res-peito a burocracia e lentidatildeo de alguns setores na etapa de licitaccedilatildeo e pregatildeo para aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios Na Proacute-Reitoria Administrativa (Divi-satildeo de Materiais) a entrada dos pre-gotildees foi feita em dezembro poreacutem os processos ficaram mais de dois meses parados dentro de uma gaveta e por isso ainda existem licitaccedilotildees de com-pras paradas em abril

A administraccedilatildeo da Universidade

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeo

Prof Antocircnio Luiz Superintendente do RU

Vista frontal do Restaurante Universitaacuterio da UFPB

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 37

Atualmente o professor Antocircnio Luiz estaacute procurando resolver os as-suntos mais urgentes do RU fazendo o levantamento do que precisa ser fei-to a exemplo dos pedidos de compras de equipamentos de seguranccedila e para a cozinha Haacute tambeacutem uma proposta

a partir dos levantamentos feitos pelo professor Antocircnio Luiz tomou um seacute-rie de iniciativas entre elas consultas juriacutedicas onde foram detectados o atra-so de salaacuterios entre outras irregularida-des trabalhistas Por conta do rombo a FCJA deixou de pagar o fundo de ga-rantia salaacuterios feacuterias e 13ordm salaacuterio aos funcionaacuterios As diacutevidas tiveram que ser quitadas pela prefeitura universitaacute-ria que repassou a verba e cumpriu a obrigaccedilatildeo social para com todos os fun-cionaacuterios Hoje a FCJA eacute dirigida por Boanerges Felix que estaacute regularizan-do as atividades da fundaccedilatildeo

O professor Antocircnio Luiz ressalta que existiam diversos problemas com equipamentos e com funcionaacuterios Na cozinha haviam vazamentos e instru-mentos como serras de cortar carne e aparelho de cortar frutas quebrados Ateacute o conserto desses aparelhos os trabalhos vinham sendo feitos manu-almente Ele encontrou equipamentos com 10 a 15 anos de uso sem programa de reposiccedilatildeo ldquoEacute impossiacutevel um siste-ma desse porte funcionar sem repor o equipamento porque ele tem vida uacutetil As caldeiras satildeo razoavelmente novas com 3 ou 4 anos de uso mas sem um sistema de manutenccedilatildeo Vazamento de oacuteleo caldeiras quebradas Foi uma si-tuaccedilatildeo que eu natildeo imaginava que en-contrariardquo observa o superintendente

Outra questatildeo importante que a nova administraccedilatildeo teve que mudar foi o fato de que os funcionaacuterios natildeo esta-vam acostumados a obedecer aos horaacute-rios Poreacutem aos poucos o pessoal foi se adaptando ao novo modelo de gestatildeo

encaminhada para concretizaccedilatildeo de um serviccedilo de auto atendimento (self servi-ce) O desperdiacutecio de comida eacute um dos grandes problemas para o Restaurante pois os alunos deixam nos pratos restos de comida suficientes para alimentar mais de 400 pessoas segundo o supe-rintendente

A equipe que trabalha no RU pre-tende realizar uma campanha de cons-cientizaccedilatildeo para que os comensais com a instalaccedilatildeo do self service co-loquem no prato apenas a quantidade realmente necessaacuteria evitando assim o desperdiacutecio Estaacute nos planos promover treinamento dos funcionaacuterios executar atividades humaniacutesticas promovendo a interaccedilatildeo entre as pessoas melhorar cada vez mais o sabor da comida (a qua-lidade jaacute existe) e aumentar o nuacutemero de funcionaacuterios e equipamentos acarre-tando numa melhora do fluxo e minimi-zando o problema das longas filas

Tambeacutem eacute interesse terminar a obra comeccedilada na administraccedilatildeo pas-sada - que jaacute deveria ter sido finaliza-da - de um complexo ao lado do atual RU Laacute seraacute instalado um restaurante para que os funcionaacuterios e estudantes natildeo contemplados pelo RU possam co-mer pagando apenas uma pequena taxa pela refeiccedilatildeo Eacute preciso ainda analisar a viabilidade dessa opccedilatildeo consultando a comunidade acadecircmica e aguardando o teacutermino das obras A comida seraacute a mesma que eacute servida gratuitamente aos alunos comensais

Comida que sobra nos pratos seria capaz de preencher 400 novas refeiccedilotildees

Restaurante Universitaacuterio em horaacuterio de funcionamento

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Reportagem Marina Maracajaacute e Nayane Maia

e mudando os haacutebitos no ambiente de trabalho A atual administraccedilatildeo prima pelo exemplo adotando a praacutetica de se-rem os primeiros a chegar e os uacuteltimos a sair colaborando com os outros fun-cionaacuterios e ajudando sempre que pos-siacutevel nas suas diferentes funccedilotildees seja no setor administrativo seja na parte de manutenccedilatildeo dos equipamentos

Proposiccedilotildees

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38 - UFPB em Revista

Blocos isolados congestiona-mentos nos horaacuterios de pico falta de estacionamento satildeo

esses alguns dos problemas que po-dem ser ocasionados pela falta de um bom plano diretor Na UFPB isso natildeo eacute diferente Encontrar agrave noite uma vaga proacutexima ao CCHLA eacute praticamente uma maratona Esse e muitos outros problemas poderiam ter sidos evita-dos se tivesse sido criado um plano diretor que limitasse as aacutereas de esta-cionamento construccedilatildeo e ainda com o planejamento da aacuterea de preservaccedilatildeo na universidade

Em 2007 em sua defesa de tese de doutorado em engenharia civil Renato Saboya explica ldquoPlano Diretor eacute um documento que sintetiza e torna expliacute-citos os objetivos consensuados para o Municiacutepio e estabelece princiacutepios diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as decisotildees dos atores envolvidos no processo de de-senvolvimento urbano convirjam tan-to quanto possiacutevel na direccedilatildeo desses objetivosrdquo

Para Acircngela Braz aluna do quinto periacuteodo de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal da Paraiacuteba pro-blemas comuns como salas com maacute ventilaccedilatildeo ou com insolaccedilatildeo intensa poderiam ter sido evitados se a insti-tuiccedilatildeo tivesse em seu plano diretor as melhores localizaccedilotildees para a constru-ccedilatildeo dos blocos Com tal planejamen-to seriam evitadas aacutereas voltadas di-retamente para o nascente ou poente e tambeacutem aacutereas natildeo favorecidas pelos ventos

Planos Diretores no Brasil

Quando questionados a maioria dos brasileiros pensam que exemplos de planejamento preventivo existem apenas em paiacuteses de ldquoprimeiro mun-dordquo poreacutem em diversos municiacutepios brasileiros planos diretores tiveram relativo sucesso como por exemplo Curitiba Brasiacutelia e ateacute mesmo Joatildeo Pessoa Sendo a uacuteltima um dos melho-res exemplos nacionais de preservaccedilatildeo de sua orla mariacutetima onde existe um

bloqueio para edifiacutecios superiores a quatro andares

ldquoA questatildeo da falta de planejamen-to urbano eacute muito mais grave do que parece o recobrimento dos solos com materiais impermeaacuteveis juntamente com o adensamento de construccedilotildees acaba ocasionando o aumento de tem-peratura em determinadas regiotildeesrdquo indaga Acircngela

O impedimento da construccedilatildeo de preacutedios altos na orla evita o conhecido fenocircmeno em diversas praias sombra Em praias de Recife Rio de Janeiro e Balneaacuterio Camboriuacute por exemplo possuem sombra na faixa de areia mes-mo horas antes do pocircr do sol devido aos gigantes que ali se encontramldquoSalas cada vez menores para turmas cada vez maioresrdquo

Para Andreacute Siqueira aluno do se-gundo periacuteodo de Arquitetura e Urba-nismo na Universidade Federal da Pa-raiacuteba a falta de um real planejamento cria ateacute mesmo a falta de acessibilida-de em diversas aacutereas da Universida-de Calccediladas estreitas com caminhos

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidade

Protesto de alunos de Miacutedias Digitais devido ao atraso de mais de dois anos na entrega do bloco do curso

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 39

Soluccedilatildeo a longo prazo

Flaacutevio Tavares membro do pro-jeto de iniciaccedilatildeo cientiacutefica ldquoTerritoacute-rios e urbanidades praacuteticas urbanas e poliacuteticas culturais no espaccedilo puacuteblico contemporacircneordquo mostra-se indignado com o fato de que o porte que a uni-versidade tem atingido seja de espa-ccedilo fiacutesico ndash com grande quantidade de alunos e funcionaacuterios circulando no seu campus - seja do volume de recur-sos aplicados anualmente e ainda natildeo possua um plano diretor em vigor Ele permitiria accedilotildees integradas de longo prazo garantindo que os investimentos ocorram de acordo com os principais anseios da comunidade universitaacuteria jaacute que a elaboraccedilatildeo do plano se daacute necessariamente a partir da discussatildeo conjunta entre os envolvidos com a re-giatildeo

Indagado sobre as possiacuteveis accedilotildees

que poderiam sanar os atuais (e fu-turos) problemas Tavares diz que a Universidade deve iniciar de imedia-to a construccedilatildeo de um ldquoPlano Diretor Participativo Integrado para o Cam-pus Joatildeo Pessoa da UFPBrdquo incluindo questotildees de planejamento participativo na proposiccedilatildeo das futuras obras per-mitindo que a comunidade acadecircmica possa opinar sobre as obras que ali se-ratildeo executadas resultando numa maior conexatildeo e identificaccedilatildeo com os usuaacute-rios Quanto a uma obra especiacutefica ele acredita que uma ampla intervenccedilatildeo no

desenho urbano do campus seria ne-cessaacuteria priorizando o fluxo de pedes-tres com pisos adequados vegetaccedilatildeo passarelas etc

Para finalizar Flaacutevio lembra que agora que a Universidade acolhe um maior nuacutemero de pessoas com defici-ecircncia tendo o dever natildeo soacute legal mas tambeacutem social de incluir estas pessoas num deslocar seguro e independente Sendo esse apenas possiacutevel com um planejamento efetivo da estrutura fiacutesi-ca da Universidade

No final de 2012 Margareth Diniz assumiu a Reitoria da Uni-versidade Federal da Paraiacute-ba e com ela iniciaram-se projetos de um Plano Dire-tor Esse Plano teraacute como principal foco proteger a reserva de mata atlacircntica na qual a Instituiccedilatildeo estaacute sediada O professor Seacutergio Alonso recentemente em-possado prefeito do Campus I eacute um dos membros desta comissatildeo que discute a cria-ccedilatildeo do Plano na UFPB Ele teraacute a missatildeo de coordenar as discussotildees sobre o PD

Planejamento evita problemas como o demonstrado no viacutedeo acima

Novo campus em Rio Tinto Obras que esteticamente feias e sem utilidade

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ReportagemFrancisco de Oliveira

Guilherme Pontes

confusos ou ateacute mesmo inexistentes e ainda praccedilas de permanecircncia sem co-bertura satildeo outros exemplos lembra-dos por Siqueira

Sobre o futuro Andreacute eacute pessi-mista e comenta que a cada dia mais problemas surgem Ser deficiente na UFPB eacute praticamente impossiacutevel Blocos aleatoacuterios para cursos que de-veriam ter salas proacuteximas Essas in-clusive estatildeo cada vez menores para turmas cada vez maiores ldquoSalas com janelotildees feitas para serem usadas com projetor que tipo de arquiteto aprova issordquo provoca

INFRAESTRUTURA

40 - UFPB em Revista

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Central

Construiacuteda haacute mais de 30 anos a Biblioteca Central da UFPB nunca passou por uma grande reforma

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Se algueacutem que frequenta a Bi-blioteca Central da UFPB atu-almente fosse perguntado sobre

qual a sua impressatildeo sobre o local as respostas certamente seriam se-melhantes agraves de quem respondesse a mesma pergunta haacute dez ou vinte anos calor poeira mofo falta de acessibilidade e estrutura deficitaacuteria estariam entre as palavras mais cita-das Isso se explica pelo fato do preacute-dio construiacutedo na deacutecada de 1970 ter sido mal planejado e nunca ter passado por uma grande reforma

Com o acervo atual em torno dos 400 mil exemplares a Bibliote-ca Central tem como principal fina-lidade dar suporte de informaccedilotildees aos programas de ensino pesquisa e extensatildeo Construiacuteda ao lado de uma mata ndash a UFPB estaacute localizada em uma regiatildeo de Mata Atlacircntica ndash so-fre com a maacute conservaccedilatildeo do acervo

exposto agrave umidade poeira e insetosSegundo a bibliotecaacuteria TM que preferiu natildeo se identificar o uacutelti-mo governo ateacute fez investimentos importantes no local ldquoAtraveacutes de pregotildees e ouvindo sugestotildees de co-ordenadores de cursos e professores foram adquiridos milhares de novos tiacutetulos Aleacutem disso foram instala-dos novos computadores cadeiras e feita a climatizaccedilatildeo de algumas salasrdquo A ideia eacute que nos proacuteximos anos sejam feitos novos investimen-tos no local ldquoA nova Reitora pro-meteu um sistema de climatizaccedilatildeo completo para o preacutediordquo afirma TM

Apesar das melhorias nos uacutel-timos anos e a promessa de novos investimentos para um futuro proacute-ximo muitas mudanccedilas inclusive estruturais precisam acontecer na Biblioteca Central ldquoO projeto ar-quitetocircnico eacute defeituoso Eacute impos-

siacutevel falar em climatizaccedilatildeo enquan-to natildeo for solucionado o problema das grandes frestas nas paredes do lugar Tambeacutem natildeo adianta climati-zar sem ser feita uma higienizaccedilatildeo em todo o preacutediordquo afirma o fun-cionaacuterio Francisco Joseacute Assistente Administrativo do local haacute 25 anos

Natildeo bastasse o problema de con-servaccedilatildeo do acervo existe uma ques-tatildeo ainda mais grave a ser tratada a sauacutede dos que frequentam a Bibliote-ca Central Vaacuterios funcionaacuterios rela-taram problemas de sauacutede por causa da higiene e estrutura do local O acuacutemulo de poeira e fungos jaacute causou vaacuterias doenccedilas de pele desde cocei-ras ateacute alergias seacuterias Aleacutem disso eacute comum funcionaacuterios reclamarem de problemas de coluna causados pelo manuseio das pesadas estantes e pro-blemas de mobilidade com os carros de matildeo que transportam os livros

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 41

Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

A realidade

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

b i o -logia e geo-

grafia estatildeo ok tem ar condicionado data

show etc As de quiacutemica () satildeo horriacuteveis tem umas que os

ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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PELO CAMPUS

46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

PELO CAMPUS

52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

Recepccedilatildeo Local

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 16: UFPB em revista

PESQUISA

20 - UFPB em Revista

F undado em 2010 e jaacute premia-do no Expocom Nordeste 2011 na categoria Ediccedilatildeo de Livro o

projeto de pesquisa Para Ler o Digital coordenado pelo Professor Marcos Ni-colau do PPGC-UFPB e do curso de Miacutedias Digitais - UFPB eacute um exemplo do quatildeo importante eacute essa aacuterea de atu-accedilatildeo Tendo como objeto de pesquisa o eBook tambeacutem conhecido como livro digital o grupo eacute pioneiro na pesquisa e desenvolvimento de novos recursos de diagramaccedilatildeo e editoraccedilatildeo

Inicialmente trabalhando com obras dos professores do Departamen-to de Miacutedias Digitais o grupo recebeu convites para ampliar seus trabalhos a todo o Centro de ciecircncias humanas letras e artes (CCHLA) e participar da criaccedilatildeo do projeto editorial digital da Editora Universitaacuteria

Em entrevista o estudante e bol-sist O estudante e bolsista do projeto Para Ler o Digital Rennam Virginio explica sua trajetoacuteria e funccedilatildeo dentro grupo ldquoentrei quando ainda estava no primeiro mecircs do curso no intuito de de-

senvolver habilidades na aacuterea de Edi-toraccedilatildeo mas natildeo era meu foco que a princiacutepio era Viacutedeo Com o tempo aca-bei me identificando com a aacuterea Den-tro do projeto sou Bolsista da Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica escrevo artigos cientiacuteficos semestralmente sobre livros digitais faccedilo a editoraccedilatildeo de ePubs e a confec-ccedilatildeo de capas de alguns dos livros pro-duzidos no Projetordquo

O problema maior de ser estudan-te e pesquisador eacute ter que balancear as duas atividades na maioria dos casos o grupo de pesquisa tende a ser da mes-ma aacuterea de estudo do aluno o que pode ajudar na economia do tempo embora o aluno ainda tenha que enfrentar al-gumas dificuldades principalmente quando o horaacuterio de algumas discipli-nas do curso coincide com uma ativi-dade referente da pesquisa

Despertar a vocaccedilatildeo cientiacutefica e in-centivar novos talentos entre estudan-tes de graduaccedilatildeo eacute um dos objetivos especiacuteficos do Programa Institucional

de Bolsas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica o PIBIC Ele visa apoiar a poliacutetica de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica desenvolvida nas Instituiccedilotildees de Ensino eou Pesquisa por meio da concessatildeo de bolsas a es-tudantes de graduaccedilatildeo integrados na pesquisa cientiacutefica A cota de bolsas de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica eacute concedida direta-mente agraves instituiccedilotildees Por sua vez estas satildeo responsaacuteveis pela seleccedilatildeo dos pro-jetos dos pesquisadores orientadores interessados em participar do Progra-ma Os estudantes tornam-se bolsistas a partir da indicaccedilatildeo dos orientadores

A bolsa tem duraccedilatildeo de 12 meses o valor segue uma tabela nacional Atu-almente o valor da bolsa para Iniciaccedilatildeo Cientifica equivale a R$40000 e os uacutenicos requisitos para o estudante satildeo de cursar graduaccedilatildeo e dedicar-se in-tegralmente agraves atividades acadecircmicas e de pesquisa O aluno deve procurar em sua aacuterea de interesse um pesquisa-dor que esteja disposto a integraacute-lo em sua pesquisa e a orientaacute-lo

Rennam ainda se mostra preocu-pado com a situaccedilatildeo dos grupos de

Grupos de pesquisa desafios e metas dos pesquisadores da UFPB

Integrantes do grupo de pesquisa Para Ler O Digital

Bolsa de iniciaccedilatildeo

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 21

pesquisa na Universidade ldquoNo geral acredito que o niacutevel seja bom mas po-deriacuteamos ter mais projetos de pesqui-sa A UFPB deveria incentivar mais os professores a criarem grupos de pesquisas Muitas vezes a PRPG pror-roga duas ou ateacute trecircs vezes as inscri-ccedilotildees para PIBIC e isso eacute sinal que as inscriccedilotildees de projetos foram poucas ou abaixo do esperadordquo

Os Grupos de Pesquisa apresentam alternativas para um trabalho conjun-to entre professores e alunos ambos pesquisadores A Universidade Federal da Paraiacuteba conta com 335 grupos cer-tificados pela instituiccedilatildeo e espalhados por todos os centros Tendo sua maior parte pertencente ao Centro de Sauacutede os grupos na aacuterea da tecnologia vecircm ganhando espaccedilo no cenaacuterio regional

de mais de 40 jovens pesquisadores entre doutores mestres e graduandos que estatildeo interconectados com pesqui-sadores de todo o Brasil e do mundo As pesquisas desenvolvidas satildeo realizadas em parceria com outras universidades institutos de pesquisa e empresas da iniciativa privada Por ser um laboratoacute-rio ativo na aacuterea de desenvolvimento recebe financiamento de instituiccedilotildees parceiras como a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) Finaciadora de Estudos e Projetos (FINEP) e Con-selho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq)

Lavid

O Laboratoacuterio de Aplicaccedilotildees de Viacutedeo Digital (LAVID) criado em 2003 eacute um exemplo a niacutevel nacional da importacircncia dos grupos de pesqui-sa Associado ao Departamento de Informaacutetica (DI) da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba o laboratoacuterio surgiu da proposta de desenvolver projetos de pesquisa e atualmente eacute referecircncia internacional em desenvolvimento de tecnologia para TV Digital

Em marccedilo deste ano os integrantes do Lavid do Centro de Informaacutetica da UFPB apresentaram para teacutecnicos da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e da Agecircncia Nacional de Cine-ma (Ancine) os mais recentes avanccedilos

da tecnologia Fogo Player desenvol-vida e que permite a projeccedilatildeo de ima-gens em ultra HD (4K)

Segundo o gerente de Projetos da RNP Daniel Caetano a RNP jaacute apoiou diversos projetos de pesquisa desen-volvidos pelo Lavid e ressaltou a im-portacircncia da tecnologia Fogo Player para a melhoria da formaccedilatildeo de profis-sionais da aacuterea de sauacutede Ele afirmou que transmissotildees em alta definiccedilatildeo e em tempo real como a que foi testa-da com sucesso pelo Lavid teratildeo uma gama de aplicaccedilotildees em um futuro proacute-ximo servindo natildeo apenas para exibir cirurgias e outros procedimentos de equipes meacutedicas

O Lavid conta com a colaboraccedilatildeo

Guido Lemos apresenta os projetos do Lavid aos representantes da Ancine

Estudantes realizando trabalhos do Lavid

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Reportagem Ermeson David George Juacutenior

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INTERACcedilAtildeO

24 - UFPB em Revista

ldquoSempre tive consciecircncia de que a EJA me proporciona-ria crescimento profissional

e pessoal A frase eacute de Amanda Lima aluna do primeiro periacuteodo do curso de Administraccedilatildeo da Universidade Fede-ral da Paraiacuteba (UFPB) e que acaba de entrar como membro da EJA Consul-toria (Empresa Juacutenior de Administra-ccedilatildeo) Esta empresa caracteriza-se por ser de consultoria sem fins lucrativos que presta serviccedilos na respectiva aacuterea acadecircmica sendo formada exclusiva-mente por alunos do curso de Admi-nistraccedilatildeo da UFPB e que tem como objetivo a capacitaccedilatildeo por meio de conhecimento teacutecnico e empresarial do aluno do curso inserindo-o pos-teriormente no mercado de traba-lho como um jovem empreendedor

Sua estrutura segundo o seu presi-dente Tito Amorim eacute mista de funcio-nal e projetizada A estrutura funcional tem como caracteriacutestica o planejamen-to de serviccedilos abrangendo cargos de analistas de cada departamento entre eles o de qualidade marketing proje-

tos presidecircncia tendo como seus su-periores os diretores Jaacute a projetizada consiste em cargos de consultoria ou seja pessoas restritas a execuccedilatildeo de determinado serviccedilo Os cargos sem-pre estatildeo sendo renovados ao longo dos anos dando oportunidades a outros estudantes da aacuterea para participarem e ateacute aos que jaacute estatildeo em cargos da EJA Consultoria a exercerem atividades em outros Todos estes requerem eleiccedilotildees

Casos de Sucessos

ldquoO estudante entra como universi-taacuterio e sai da EJA como um empreen-dedor atraveacutes da vivecircncia empresarial e gestatildeordquo afirma Tito Em quase 22 anos de existecircncia haacute vaacuterios casos de pessoas que trabalharem na EJA e ob-tiveram sucesso profissional tornando hoje empreendedores de sucesso En-tre os mais sucedidos dois satildeo lembra-dos pelo presidente satildeo eles Leandro Vieira idealizador do administrado-rescom e o Taacutercio Pessoa atualmen-te responsaacutevel pelo Empreender ndash JP

mostrando que o conhecimento adqui-rido na empresa foi bem aproveitado

O curso possibilita o aprendizado atraveacutes de programas de treinamento como Trainee aleacutem de outros eventos como a SDP (Semana de Desenvolvi-mento Profissional) que atinge toda a comunidade acadecircmica mas voltado sempre para o curso de Administraccedilatildeo Com o intuito de transmitir conheci-mento para outros segmentos estu-dantis o evento conhecido como EJA FAZ Palestra promove como o nome mesmo diz palestras sobre respecti-vos temas acerca de administraccedilatildeo Outro evento o Buscando Sorrisos tambeacutem promovido pela empresa de consultoria leva os membros da em-presa para uma instituiccedilatildeo de carida-de ajudando elas possibilitando aos alunos mais contato com a populaccedilatildeo

Pessoas que estatildeo assumindo car-gos agora como eacute o caso da estudante Amanda Lima que acaba de comeccedilar a atuar na funccedilatildeo de analista de qualida-de vecirc a EJA Consultoria como oportu-nidade de crescer no mercado ldquoQuem

EJA Consultoria proporciona crescimento profissional

Cerimocircnia de Posse da gestatildeo 20131 da EJA Consultoria

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 25

busca a EJA eacute um profissional diferen-ciadordquo disse a estudante Segunda ela que jaacute almeja exercer cargos de niacuteveis mais altos o conhecimento dado por esta empresa ajuda tambeacutem no curriacutecu-lo oferecendo uma visatildeo de mercado

A EJA como diferencial

Outros estudantes estatildeo exercendo cargos haacute mais tempo como eacute o caso de Rafael Carvalho que eacute membro da EJA haacute dez meses Ele comeccedilou como consultor e hoje atua como diretor de marketing ldquoEu jaacute trabalhei em car-gos estaduais empresas privadas mas nunca obtive tamanha experiecircncia pro-fissional como a que a EJA me ofere-ceurdquo afirmou Rafael Por estar na em-presa haacute mais tempo ele conclui que todo o conhecimento teoacuterico obtido dentro da sala de aula pode ser colo-cado em praacutetica nesta empresa juacutenior

Rafael relata que tambeacutem enfren-tou dificuldades como o fato de ter que se deslocar para a cidade de Ma-manguape na Paraiacuteba para realizar consultorias e sua transiccedilatildeo de cargo tambeacutem foi um momento difiacutecil por exigir dele o conhecimento em uma es-trutura funcional jaacute que estava saindo

de um cargo de estrutura projetizada Mesmo assim Rafael vecirc os problemas enfrentados como aprendizado ad-quirido almejando tambeacutem alcanccedilar cargos de niacuteveis mais altos ldquoTodo co-nhecimento que hoje eu tenho na aacuterea de administraccedilatildeo consegui na EJA e natildeo em outra empresardquo disse ele

Para ser membro da EJA Consulto-

Posse dos novos membros Idaacutecio Rodrigues e Natyara Santos

Posse do presidente Rodolfo Alves Felizardo

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ReportagemAcircngela Oliveira e

Jessica Morais

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ria o estudante do curso passa por uma seleccedilatildeo que dura aproximadamente uma semana Primeiramente eacute preci-so estar cursando qualquer periacuteodo de Administraccedilatildeo na UFPB em seguida se inscrever na empresa Os alunos selecionados passam por uma capaci-taccedilatildeo de trecircs meses antes de assumir seus respectivos cargos em uma ceri-

mocircnia de posse reali-zada tambeacutem na UFPB

A EJA Consultoria traduz o espiacuterito estu-dantil Aos estudantes que nela trabalham recai cobranccedilas de criatividade bom de-sempenho e boa capa-cidade administrativa Ao sair o estudante eacute visto como um verda-deiro administrador no mercado de trabalho Eacute o laboratoacuterio praacutetico de todo o aprendizado teoacute-rico do aluno no curso de Administraccedilatildeo da UFPB

INTERACcedilAtildeO

26 - UFPB em Revista

A busca pela experiecircncia profissionalEstudante do terceiro periacuteodo de

Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digi-tais (UFPB) Ermeson Lira (18

anos) tomou uma decisatildeo importante em sua vida tornou-se um estagiaacuterio Sua rotina mudou e com ela vieram as responsabilidades Diego Lopes (25 anos) estudante de Ciecircncias da Com-putaccedilatildeo tambeacutem iniciou sua carreira estagiando e ganhando experiecircncia Mas todos os alunos da Universidade Federal da Paraiacuteba conseguem a mes-ma oportunidade que eles

Na UFPB existem dois tipos de es-taacutegios o obrigatoacuterio que conta com a cobertura do seguro de acidentes pes-soais E o natildeo-obrigatoacuterio que eacute opcio-nal e pode ser remunerado ou natildeo Die-go Lopes acredita que ldquocom o estaacutegio vocecirc adquire experiecircncia de mercado de trabalho aprende a trabalhar sobre pressatildeo e se qualifica para vagas que

seratildeo destinadas a pessoas formadasrdquoNo caso do curso de Miacutedias Digi-

tais a regulamentaccedilatildeo diz ldquoEstaacutegio supervisionado em meio profissional ou acadecircmico totalizando 300 horas objetivando a observaccedilatildeo e intervenccedilatildeo do estudante para o exerciacutecio profissio-nal bem como facilitar sua integraccedilatildeo no meio profissionalrdquo O curso estabe-lece convecircnio com o Centro Integrado Empresa-Escola (CIEE) e entre ou-tras entidades puacuteblicas e privadas

O CIEE eacute uma instituiccedilatildeo filantroacute-pica que procura encontrar estaacutegios e oportunidades de aprendizado para es-tudantes dos niacuteveis meacutedio teacutecnico e su-perior Estaacute presente em todo territoacuterio nacional auxiliando a entrada dos jo-vens no mercado de trabalho Algumas empresas jaacute possuem convecircnio com a UFPB Mas alguns alunos ainda encon-tram dificuldades para conseguir seu

espaccedilo Eacute o exemplo de Joseacute Carlos Pe-reira (22 anos) estudante de Ciecircncias bioloacutegicas da UFPB Ele tentou entrar num estaacutegio oferecido pela profes-sora de seu curso mas por choque de horaacuterios natildeo pode fazecirc-lo ldquoalguns es-taacutegios que eu queria pegar eram no ho-raacuterio da manhatilde Horaacuterio este em que eu estava ocupado com as aulasrdquo

Segundo a Lei 11788 Art 8ordm da Constituiccedilatildeo brasileira os convecircnios tanto com empresas puacuteblicas quanto as privadas satildeo facultativos A UFPB eacute conveniada a mais de 300 institui-ccedilotildees Entre elas estatildeo o Banco do Bra-sil Carrefour TV Tambauacute Petrobraacutes e diversas prefeituras como a de Joatildeo Pessoa e Campina grande Segundo o Art 11ordm da mesma lei a duraccedilatildeo maacute-xima do estaacutegio eacute de dois anos exceto quando o estagiaacuterio possui necessida-des especiais

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 27

A PRG-CEM estaacute localizada na Reitoria da Universidade Federal da Paraiacuteba

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Reportagem Layse Pereira eRayssa Alcacircntara

Estaacutegios Cadastrados pela CEM2009-2013

Obrigatoacuterio

Natildeo-obrigatoacuterio

Bolsa Estaacutegio Meacuted

2009 2010 2011 2012 2013

123

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76

1425 1340 961 96

113

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1190

138

18361604

118141

Os nuacutemeros variam pois estamos no decorrer do ano Dados da PRG-CEM

O Lado bom

Apesar de algumas barreiras en-contradas os universitaacuterios tem uma opiniatildeo em comum O estaacutegio eacute uma etapa importante para a entrada no mercado de trabalho ldquoAleacutem de ad-quirir conhecimentos antes do tempo eacute uma oacutetima oportunidade pra se de-senvolver no mercado Quando se estaacute dentro desse ecossistema o aprendiza-do agrega em vocecirc mesmo que vocecirc natildeo queirardquo declarou Ermeson Lira

Professores como Alberto Pessoa (autor e pesquisador de histoacuterias em quadrinhos) tambeacutem acreditam na importacircncia do estaacutegio Segundo ele quando se estuda e trabalha o aluno consegue aproveitar melhor a gradua-ccedilatildeo ldquoQuando vocecirc trabalha vocecirc natildeo tem tempo de deixar pra laacute Entatildeo vocecirc aproveita melhor a universidade vocecirc estuda mais vocecirc tem um senso de res-ponsabilidade melhorrdquo argumenta

Primeiros Passos

Os estaacutegios dentro da universidade satildeo oferecidos pelos pela UFPB e via-bilizados pelos professores Para soli-citar a bolsa os alunos devem apresen-tar uma seacuterie de documentos Segundo Eliane Ferraz coordenadora da CEM (Coordenaccedilatildeo de Estaacutegio e Monito-

ramento) primeiramente o estudante deve encaminhar um ofiacutecio ao Proacute-Rei-tor de Planejamento da Universidade Federal da Paraiacuteba (Proplan-UFPB) contendo justificativas da solicitaccedilatildeo e detalhes sobre o estaacutegio

Outros documentos necessaacuterios satildeo o formulaacuterio de Solicitaccedilatildeo de Bolsa estaacutegio a Ficha Cadastral (Bolsa-EstaacutegioUFPB) Histoacuterico Escolar do aluno coacutepias da Identidade CPF Tiacutetu-lo de Eleitor e para os homens a coacutepia

do Certificado de quitaccedilatildeo como o ser-viccedilo militar Ao final de cada periacuteodo este processo eacute repetido para renovar a Bolsa

As informaccedilotildees sobre estaacutegios ex-ternos ainda eacute mal divulgado pela uni-versidade Os estudantes costumam ter a iniciativa de procuraacute-los por meio de amigos conhecidos Hoje com a in-ternet ficou mais faacutecil encontrar traba-lhos por meio de sites como por exem-plo o Gogojobcom (wwwgogojobcombr) que divulga vagas na aacuterea de publicidade Quando a oportunidade de estagiar eacute oferecida por instituiccedilotildees conveniadas agrave UFPB o universitaacuterio tambeacutem deve procurar a CEM Apoacutes assinado o convecircnio o aluno estaacute ofi-cialmente estagiando Em ambos os processos ao final de cada semestre deve ser entregue um relatoacuterio

Segundo a coordenadora da CEM os convecircnios realizados pela UFPB eacute uma maneira de atender agraves demandas acadecircmicas Para contemplar um maior nuacutemero de cursos da universidade ldquoOs convecircnios para a concessatildeo de estaacutegios supervisionados devem portanto ser celebrados de forma mais abrangente possiacutevel visando a atender de forma mais ampla a concessatildeo de estaacutegio a alunos regularmente matriculadosrdquo

INTERACcedilAtildeO

28 - UFPB em Revista

Em evento que lotou o auditoacuterio da reitoria da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba Joatildeo Pessoa

recebeu o neurocientista brasileiro Mi-guel Nicolelis que realizou a palestra ldquoA ciecircncia como agente de transforma-ccedilatildeo socialrdquo Nicolelis atraiu professo-res profissionais da aacuterea estudantes da UFPB e de outras universidades mas chamou ainda a atenccedilatildeo de cida-datildeos comuns com problemas de para-plegia tetraplegia deficientes visuais auditivos e pessoas que possuem entes queridos na mesma condiccedilatildeo O enor-me puacuteblico presente ao evento coorde-nado pelo Foacuterum Universitaacuterio deixou o auditoacuterio pequeno com a esperanccedila de ouvir das palavras do meacutedico que eles teriam seus problemas resolvidos pela ciecircncia seja em curto meacutedio ou longo prazo

Nicolelis que lidera um grupo de

pesquisadores da aacuterea de Neurociecircncia na Universidade Duke - EUA apresen-tou como um dos pilares da palestra a mesma questatildeo base do seu chamado Manifesto da Ciecircncia Tropical Nele o neurocientista sugere que o Brasil pode potencializar o desenvolvimen-to cientiacutefico e educacional a partir da cooperaccedilatildeo de ambos e propotildee quinze medidas para firmar o paiacutes como lide-ranccedila mundial na produccedilatildeo e uso de-mocratizante do conhecimento

Miguel Nicolelis falou tambeacutem so-bre a instituiccedilatildeo na cidade de Macaiacute-ba no Rio grande do Norte onde ele realiza um projeto chamado Educaccedilatildeo para toda a vida O projeto ensina para crianccedilas da periferia de Macaiacuteba e Na-tal conhecimentos nas aacutereas de roboacuteti-ca fiacutesica biologia geografia histoacuteria e informaacutetica Durante a palestra o neu-rocientista ainda explanou que desde

o iniacutecio do seu trabalho na cidade de Macaiacuteba a evasatildeo escolar da institui-ccedilatildeo eacute de apenas 2 e que as crianccedilas que estatildeo sendo formadas nessa insti-tuiccedilatildeo saem com mesmo niacutevel de es-colas de elite do Rio grande do Norte

O meacutedico disse aos presentes que acredita que a ciecircncia eacute grande agente responsaacutevel pela capacidade de ino-vaccedilatildeo e deve ser estimulada desde os primeiros momentos da vida Afirmou ainda que haacute uma carecircncia de investi-mento na aacuterea de intersecccedilatildeo da neu-rociecircncia e que se possiacutevel deveria existir acompanhamento ainda no preacute-natal para que a crianccedila nascesse com o maacuteximo de potencial neuroloacutegico Em 2014 Nicolelis abriraacute o primeiro Instituto Primata de Neurociecircncia com uma escola cujo aprendizado se inicia-raacute desde o nascimento Ainda que seja um sonho um pouco distante o meacutedico

Neurocientista Miguel Nicolelis reabre Foacuterum Universitaacuterio

Reabertura do foacuterum universitaacuterio tem como primeiro palestrante o neurocientista Miguel Nicolelis

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acredita que futuramente Macaiacuteba seraacute a primeira ldquocidade ceacuterebrordquo do mundo

Durante a palestra o neurocien-tista tambeacutem abordou as experiecircncias que realiza sobre a interaccedilatildeo do ceacutere-bro e a maacutequina que consiste em fa-zer o movimento da maacutequina a partir dos estiacutemulos enviados pelo ceacuterebro que seratildeo convertidos em impulsos eleacutetricos e proporcionaratildeo o movi-mento mecacircnico de proacuteteses Ainda que ateacute o momento seus experimentos tenham sido feitos apenas com maca-cos jaacute causam ansiedade em pessoas que sofreram acidentes e hoje tem a locomoccedilatildeo comprometida O meacutedico acrescentou que pretende realizar uma demonstraccedilatildeo em 2014 quando uma brasileira parapleacutegica deveraacute caminhar 20 passos e dar o pontapeacute inicial da Copa do Mundo ldquoEsse seraacute um pre-sente do Brasil para toda a humanida-derdquo declarou Nicolelis

O foacuterum universitaacuterio

Apoacutes seis anos desativado a pre-senccedila de Miguel Nicolelis marcou de forma extraordinaacuteria o retorno do Foacute-rum Universitaacuterio Fundado na deacutecada de 1980 pelo professor Joseacute Jackson Carneiro o Foacuterum tem como objetivo discutir assuntos relevantes agrave socieda-de tanto em um niacutevel nacional como local Segundo o coordenador do Foacute-rum Iedo Fontes nunca ficou clara a razatildeo pela qual a gestatildeo anterior da UFPB paralisou o evento ldquoNunca ex-plicaramrdquo comentou Fontes

Para reforccedilar a natureza fomenta-dora de debates do Foacuterum Fontes dis-se que um dos primeiros debates entre presidenciaacuteveis poacutes-ditadura militar jaacute com vistas agraves eleiccedilotildees de 1989 foi promovido pela UFPB no antigo cam-pus de Campina Grande (que hoje eacute de competecircncia da UFCG) ldquoSoacute natildeo veio Collor Lula Brizola e outros estive-ram presentesrdquo comentou

Com o auditoacuterio lotado (600 pro-fessores de acordo com os nuacutemeros de Fontes) o retorno do Foacuterum foi con-siderado positivo A programaccedilatildeo fu-tura ainda estaacute sendo planejada mas a tendecircncia eacute que o Foacuterum seja realizado bimestralmente ldquoFoi uma declaraccedilatildeo da reitora a um jornal local de que ela tem interesse de que o Foacuterum aconte-ccedila num intervalo de dois meses O que nos permite fazer uma programaccedilatildeo Simulaccedilatildeo do exoesqueleto na abertura da Copa de 2014

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mais pensadardquo declarou o coordena-dor

Alguns temas jaacute estatildeo sendo con-siderados o bloqueio do crescimento econocircmico brasileiro nos uacuteltimos anos 500 anos da obra de Maquiavel dis-cussatildeo da obra do geoacutegrafo Josueacute de Castro federalizaccedilatildeo dos niacuteveis infan-til fundamental e meacutedio da educaccedilatildeo e a obra de Luiz Gonzaga e seu impacto sobre a vida regional (este uacuteltimo jaacute sendo organizado para o mecircs de ju-nho)

A princiacutepio o Foacuterum natildeo prioriza-ria nenhuma aacuterea em especiacutefico nem mesmo a proacutepria academia Fontes dis-se ldquoficou claro na reabertura oficial do Foacuterum que noacutes natildeo o reativamos ape-nas para professores estudantes e fun-cionaacuterios mas tambeacutem para a socieda-de pessoense () pessoas de diferentes ramos de atividade comeacutercio induacutes-tria academiardquo Poreacutem o coordenador esclareceu que uma atenccedilatildeo especial deveraacute ser dada agrave discussotildees relaciona-das agrave educaccedilatildeo - e essa preocupaccedilatildeo eacute percebida com a escolha de Miguel

Nicolelis para o primeiro encontro apoacutes a reativaccedilatildeo do Foacuterum ldquoSe tem uma aacuterea que noacutes devemos priorizar no

Brasil e fazer um grande debate nacio-nal eacute a educaccedilatildeordquo explicou Fontes

A exemplo de Nicolelis o Foacuterum tambeacutem foi responsaacutevel por trazer ou-tras personalidades conhecidas nacio-nalmente agrave Joatildeo Pessoa como os se-nadores Cristoacutevatildeo Buarque e Roberto Requiatildeo e o economista Carlos Les-sa Para uma futura ediccedilatildeo do foacuterum a Universidade estaacute tentando trazer o jornalista Paulo Henrique Amorim A ideia poreacutem natildeo eacute ficar preso a nomes de acircmbito nacional e abrir espaccedilo para pessoas que tenham impacto na socie-dade regional - ateacute pela histoacuteria e pelo legado que o Foacuterum tem de realizar debates de interesse da populaccedilatildeo em geral

ldquoFoacuterum eacute para discutir os proble-mas do estado Somos uma entidade produtora e reprodutora de conheci-mento () Na mesa de debate deve ter um professor de destaque mas tambeacutem algueacutem da aacuterea senatildeo fica apenas a niacute-vel de conferecircncia o que natildeo eacute bom pois natildeo promove o debaterdquo afirmou Fontes

Reportagem Una Txai e Rudah Silva

INFRAESTRUTURA

32 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Paraiacuteba enfrenta o caos na infraestrutura do sistema viaacuterio e estaciona-

mentos para veiacuteculos dos alunos pro-fessores e funcionaacuterios Eacute um problema de toda cidade que se reflete na univer-sidade gerando transtornos e problemas de logiacutestica em determinados horaacuterios As dificuldades na mobilidade interna ao Campus I decorrem na deficiecircncia no planejamento da expansatildeo da Instituiccedilatildeo aliadas ao aumento do nuacutemero de veiacute-culos nos uacuteltimos 10 anos O problema eacute reflexo da prioridade do veiacuteculo parti-cular sobre o uso de transporte coletivo

O campus I da instituiccedilatildeo estaacute pas-sando por algumas reestruturaccedilotildees e reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos jaacute existentes No periacuteodo de 2012 a 2013 o nuacutemero de vagas para estacionamento subiu consideravelmente de 2 mil para 2500 Em meacutedio prazo (dois anos) a administraccedilatildeo pretende criar mais 1500 vagas atraveacutes da continuaccedilatildeo do projeto de reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos (no CACE CCEN e HU) e da finali-zaccedilatildeo do Centro de Energias Renovaacute-veis ainda em construccedilatildeo por traacutes do CCHLA

Estacionamento precaacuterio provoca transtorno na UFPB

Vaacuterios carros estacionados de forma irregular e inconveniente no estacionamento da Central de Aulas do campus I

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Projetos

Segundo Marcelo Diniz da Divi-satildeo de Estudos e Projetos da Prefeitura Universitaacuteria a reorganizaccedilatildeo dos esta-cionamentos eacute prioridade e vem sendo implementada em vaacuterios estacionamen-tos da universidade O projeto modi-fica a posiccedilatildeo de entrada dos veiacuteculos de 45ordm (diagonal) para 90ordm (frontal) e a largura da vaga do estacionamento para impossibilitar improvisos que prejudi-cam o traacutefego como por exemplo as filas duplas No projeto as motos se-ratildeo contempladas com estacionamento proacuteprio para evitar a desorganizaccedilatildeo e acidentes nas passarelas e corredores das salas ldquoIremos instalar placas de ad-vertecircncia para as motos natildeo transitarem no espaccedilo destinado aos pedestresrdquo diz Marcelo

Um dos locais com maior problema fica proacuteximo ao preacutedio da Reitoria e da Biblioteca Central devido agrave concen-traccedilatildeo de vaacuterios serviccedilos e dos preacutedios acadecircmicos Nesse local estatildeo reuni-das agecircncias de trecircs bancos livrarias restaurantes DCE (Diretoacuterio Central Estudantil) e AdufPB (sindicato dos

professores) Por conta da via nesse lo-cal ser muito estreita a Prefeitura Uni-versitaacuteria utilizou prismas de concreto no trecho para evitar que os motoristas estacionem os veiacuteculos indevidamente na via de passagem dos carros ocasio-nando transtornos e risco de acidente

Somando-se a esse local estaacute em construccedilatildeo o preacutedio do Centro Arte e Cultura com auditoacuterio estimado para duas mil pessoas em frente agrave Reitoria No projeto da construccedilatildeo natildeo haacute ne-nhum estacionamento previsto para esse preacutedio e na ocasiatildeo de algum evento os visitantes iratildeo estacionar seus veiacuteculos por traacutes da Reitoria que comporta precariamente os usuaacuterios que jaacute utilizam o espaccedilo Para a soluccedilatildeo desse problema Marcelo Diniz informa haver um projeto para construccedilatildeo de um estacionamento por traacutes da Reitoria de um ou dois andares com valor estimado em 10 milhotildees de reais por andar

Usuaacuterios

Os usuaacuterios que utilizam os esta-cionamentos com regularidade pro-potildeem soluccedilotildees como criaccedilatildeo de vagas

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 33

Situaccedilatildeo corriqueira nas vias do campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba

A falta de vagas destinadas para motos eacute a justificativa dos motociclistas

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Reportagem Rodrigo Vitorino e Windsor Souza

destinadas exclusivamente a professo-res Josemar dos Santos professor de Estatiacutestica diz que ldquofalta a prefeitura organizar o estacionamento Haacute deter-minadas horas que vir do departamen-to para a sala de aula de carro se tornou inviaacutevel pois o nuacutemero de veiacuteculos cresceu bastante Poderiam organizar vagas destinadas a professores pois noacutes temos que ficar de bloco em bloco para dar aula enquanto os alunos vecircm assistem a uma aula e vatildeo emborardquo

Outro problema que tambeacutem in-comoda eacute a falta de vagas destinadas agraves bicicletas e motocicletas ldquoAgraves vezes natildeo tem nem espaccedilo para transitar pois tem motociclista estacionando as mo-tos nas vias passarelas e corredores dos blocos pois natildeo haacute vagas destina-das para estacionar as motosrdquo acres-centa Josemar

A falta de estacionamento para motos faz com que elas se amontoem de forma desorganizada Isso as trans-forma em vilatildes e campeatildes de recla-maccedilotildees Elas trafegam e estacionam onde eacute via de pedestres cadeirantes passagem de materiais para os preacutedios da universidade Diversas reclamaccedilotildees jaacute foram feitas por conta de atropela-mentos por dificultar a passagem e ateacute mesmo acidentes envolvendo deficien-tes visuais

Faacutebio Fonseca professor de Pe-dagogia tambeacutem reclama das motos e dos transtornos que elas causam quan-do deixadas em local inconveniente ldquoA universidade estaacute ficando muito pequena para a quantidade de auto-

moacuteveis Eacute preciso organizar o espaccedilo existente e criaccedilatildeo de espaccedilos especiacutefi-cos para motos A falta de organizaccedilatildeo faz com que os corredores passarelas e vias se transformam em estaciona-mento para as motos dificultando por exemplo a passagem de cadeirantesrdquo

O problema da falta de vagas acaba tambeacutem interferindo na aprendizagem dos alunos Aliado a isso haacute o proble-ma de seguranccedila dentro do campus Alunos servidores e professores natildeo confiam no sistema de cartotildees entre-gue na entrada da universidade ldquoGe-ralmente os alunos chegam na hora da aula que coincidem em todas as disci-plinas e a falta de vaga faz com que percamos tempo para estacionar Eacute o caos Muitas vezes encontramos uma vaga muito longe do local em que va-mos estudar E em eacutepoca de chuva pio-

ra Tambeacutem tem o perigo de assaltordquo diz a estudante de Biologia Daniele Lacerda

Empecilho

Alguns estacionamentos no cam-pus I da UFPB possuem aacutervores tom-badas e sob proteccedilatildeo que natildeo podem ser derrubadas Desta maneira a pre-feitura universitaacuteria desenvolveu o projeto de reestruturaccedilatildeo e organiza-ccedilatildeo dos estacionamentos respeitan-do a localizaccedilatildeo dessas aacutervores Nos estacionamentos jaacute finalizados como da Reitoria eacute perceptiacutevel a falta de arborizaccedilatildeo que influecircncia o aqueci-mento local e a desagradaacutevel sensaccedilatildeo de estar num ambiente claro e quente Outro problema encontrado eacute a falta de planejamento de escoamento da chuva Desta maneira em eacutepocas de chuva intensa haacute risco de alagamento

Com todo o empenho e desenvol-vimento estrutural eacute de suma impor-tacircncia o investimento em seguranccedila Mas tambeacutem organizar o tracircnsito au-xiliando os condutores onde devem estacionar e na fluidez do tracircnsito Devido agrave ausecircncia de fiscalizaccedilatildeo para coibir as infraccedilotildees de tracircnsito as vias se tornam estacionamentos irregula-res atrapalhando e colocando em risco a seguranccedila dos integrantes da comu-nidade universitaacuteria

INFRAESTRUTURA

34 - UFPB em Revista

Ano de 2015 eacute limite para meta plena de acessibilidade

Ausecircncia de acessibilidade eacute constante nos novos preacutedios da UFPB

Segundo dados do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a Paraiacuteba eacute o estado que possui a maior parcela de habitantes com necessidades especiais no Bra-sil empatando com o Rio Grande do Norte Quase 30 dos paraiba-nos tecircm algum tipo de necessidade especial Apesar da estatiacutestica e da existecircncia do Decreto Lei 5296 que determina a acessibilidade em todas as edificaccedilotildees puacuteblicas 90 por cento das construccedilotildees realizadas durante gestatildeo dos professores Rocircmulo Po-lari e Iara Matos a frente da UFPB natildeo respeitaram o seu cumprimento

No momento a atual adminis-traccedilatildeo estaacute empenhada num pra-zo de dois anos a assistir a todos os alunos com deficiecircncia cumprin-do as normas teacutecnicas de acessi-bilidade da Associaccedilatildeo Brasilei-ra de Normas Teacutecnicas (ABNT)

Dentre as medidas a serem ado-tadas estaacute a reforma na acessibilida-de arquitetocircnica das vias (calccediladas) Tambeacutem estaacute prevista a construccedilatildeo do Centro de Inclusatildeo (que vai in-tegrar todos os projetos de inclusatildeo em um soacute) agregar serviccedilos dispo-nibilizar salas de aula adquirir uma seacuterie de equipamentos fora do paiacutes (entre eles esfigmomanocircmetro que possibilita a traduccedilatildeo de textos em aacuteudio bengala que identifica obs-taacuteculos e computadores especiais)

Ateacute o momento apenas 15 preacute-dios estatildeo acessiacuteveis para os 30 alu-nos com necessidades especiais ca-dastrados na UFPB O uacutenico trecho com acessibilidade externa no Cam-pus I se encontra da Biblioteca Cen-tral ateacute o Refeitoacuterio Universitaacuterio No Campus II em Areia a primeira parte do projeto jaacute vem com todas as normas de acessibilidade executadas disse Marcelo Andrade Diniz Diretor do Departamento de Arquitetura da Prefeitura Universitaacuteria desde 2010

O que estaacute previsto

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 35

Segundo Marcelo Diniz que acompanhou a antiga gestatildeo da Uni-versidade o recurso era limitado e natildeo havia comprometimento dos ad-ministradores para cumprir as normas exigidas aleacutem da fiscalizaccedilatildeo pouco eficaz do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Ateacute 2010 pouco havia sido pensado discutido e realizado para incluir so-cialmente as pessoas com deficiecircn-cia Com o aumento significativo e progressivo no nuacutemero de estudan-tes em funccedilatildeo da Reestruturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universidades Fede-rais (Reuni) a situaccedilatildeo agravou-se

Desde entatildeo o Governo Federal estaacute destinando uma verba especiacutefica para as Instituiccedilotildees Federais de En-sino (Ifes) cumprirem as normas de acessibilidade impostas pela ABNT O MEC por sua vez vem fiscalizan-do com rigor as Ifes de todo o Brasil

Comitecirc existe desde 2011

No ano de 2011 foi criado na UFPB o Comitecirc de Inclusatildeo e Aces-sibilidade que tem como objetivo garantir a todos os alunos com defi-ciecircncia a permanecircncia e conclusatildeo do curso Segundo a coordenadora do

comitecirc Andreza Aparecida Polia estaacute prevista a chegada de 44 alunos espe-ciais para o proacuteximo semestre letivo nuacutemero que ultrapassa os 5 por cen-to designado pelo sistema de cotas ldquoAno passado fizemos pedido de equi-pamentos para suprir os alunos que jaacute estatildeo cadastrados Enquanto natildeo che-ga os coordenadores tem de ter um computador exclusivo para esses estu-dantesrdquo pontificou Andreza Polia O comitecirc conta com representantes dos cursos de Psicopedagogia Terapia Ocupacional Arquitetura e Educaccedilatildeo

Ainda em fase de projeto o Centro de Inclusatildeo e Acessibilidade estaacute pre-visto para ficar pronto em 2015 Ele contaraacute dentre outras coisas com pla-cas em Braille piso taacutetil carteiras es-peciais plataforma elevatoacuteria eleva-dor e tecnologias inclusivas em geral

Outro projeto que estaacute sendo desenvolvido pela Prefeitura Uni-versitaacuteria eacute a urbanizaccedilatildeo do La-boratoacuterio de Energias Renovaacuteveis (LERS) que iraacute se estender por todo o estacionamento contando com rampas pisos taacuteteis e mais de 6 quilocircmetros de rotas acessiacuteveis

Os estudantes com necessidades especiais contam com um programa

Projeto em 3d das futuras instalaccedilotildees elaborado pela Prefeitura da UFPB

Reportagem Giuliano Viscardi

de apoio onde um aluno monitor os acompanha geralmente por discipli-na dando assistecircncia necessaacuteria gra-vando aulas e tirando duacutevidas com os professores O Nuacutecleo de Educaccedilatildeo Especial (Nedesp) tambeacutem os ajuda nesse processo de adaptaccedilatildeo Na Bi-blioteca Central e no Nedesp os alu-nos dispotildee de impressora em braille

A Proacute-reitoria de Gestatildeo de Pes-soas (Progep) ofereceu por dois anos consecutivos um curso de capacita-ccedilatildeo para docentes e servidores da uni-versidade tendo formado duas turmas ateacute agora Poreacutem a grande maioria dos capacitados foi funcionaacuterios A UFPB conta com apenas um tradutor ldquoPreci-samos de mais contrataccedilotildeesrdquo alega Po-lia que estaacute coordenando o Comitecirc de Inclusatildeo e Acessibilidade desde 2011

A prefeitura da Instituiccedilatildeo tambeacutem fez um convenio com o Laboratoacuterio de Acessibilidade (Lacesse) coordenado por Marcelo Diniz e pela professora do curso de arquitetura Angelina Costa O espaccedilo fiacutesico onde funciona o labo-ratoacuterio foi inaugurado dia 12 de abril no Centro de Tecnologia bloco N

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36 - UFPB em Revista

O rombo de mais de 22 milhotildees na Fundaccedilatildeo Casa de Joseacute Ameacuterico (FCJA) constata-

do pelo Tribunal de Contas da Uniatildeo (TCU) eacute a principal heranccedila deixada pela antiga administraccedilatildeo da universi-dade e que atinge diretamente o Res-taurante Universitaacuterio da UFPB Os es-cacircndalos envolvem o responsaacutevel pelo fornecimento de gecircneros alimentiacutecios e o pagamento de alguns funcionaacuterios do Restaurante Universitaacuterio (RU)

Segundo o TCU foram usados re-cursos federais depositados em contas especiacuteficas de convecircnios para paga-mentos agrave empresas fornecedoras de gecircneros alimentiacutecios As irregularida-des foram cometidas pelo ex-diretor da Fundaccedilatildeo Eugecircnio Pacceli Trigueiro Pereira Com isso o TCU suspendeu o repasse de recursos da Uniatildeo para a Fundaccedilatildeo Joseacute Ameacuterico e a direccedilatildeo do RU enfrentou problemas com a falta de estoque de alimentos e atraso no paga-mento de funcionaacuterios refletindo no atendimento precaacuterio das necessidades dos alunos que frequentam o Restau-rante

O RU que fornece refeiccedilotildees gra-tuitas para estudantes de baixa renda e cadastrados da UFPB conta com 90

profissionais Os gecircneros alimentiacutecios de uma refeiccedilatildeo custam em meacutedia de R$ 410 a R$ 530 Nesse valor natildeo estaacute considerado a despesa do preparo trabalho dos funcionaacuterios e energia dos aproximadamente 2200 almoccedilos e 900 jantares por dia

A nova reitoria da UFPB ampliou as investigaccedilotildees e o levantamento de contas da Universidade para averiguar quais problemas seratildeo enfrentados pela gestatildeo Durante as investigaccedilotildees foram detectadas vaacuterias irregula-ridades cometidas pela adminis-traccedilatildeo passada a exemplo da au-secircncia de prestaccedilatildeo de contas de diversos convecircnios

Antocircnio Luiz de Albuquer-que Gomes professor do De-partamento de Quiacutemica do Cen-tro de Tecnologia da UFPB assumiu o cargo de Superintendente do Sistema de Restaurantes Universitaacuterios - que com-preende os restaurantes do Campus 1 do Litoral Norte Areia e Bananeiras - no dia 12112012 Ele conta que rece-beu o RU com um estoque insuficiente de alimentos apesar dos pregotildees ainda estarem em andamento

O superintendente esclareceu que um desses pregotildees estava desa-

parecido e soacute depois de muita inves-tigaccedilatildeo a empresa foi contatada para cumprir o contrato O outro pregatildeo es-tava com o pedido de realinhamento de preccedilos e somente apoacutes a administraccedilatildeo entrar em contato para negociar com os fornecedores explicando a delicadeza da situaccedilatildeo eacute que foi possiacutevel normali-zar as entregas dos suprimentos

Segundo o professor Antocircnio Luiz ainda haacute muitos problemas com os fornecedores As licitaccedilotildees (pregotildees) emitidas pelas empresas tem um preccedilo muito abaixo do valor de mercado Em decorrecircncia desse fato as companhias tem prejuiacutezo e antes de completar os seis meses algumas deixam de forne-cer os gecircneros apesar de ainda terem saldo em caixa com a Universidade

Um dos problemas a serem contor-nados pela atual administraccedilatildeo diz res-peito a burocracia e lentidatildeo de alguns setores na etapa de licitaccedilatildeo e pregatildeo para aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios Na Proacute-Reitoria Administrativa (Divi-satildeo de Materiais) a entrada dos pre-gotildees foi feita em dezembro poreacutem os processos ficaram mais de dois meses parados dentro de uma gaveta e por isso ainda existem licitaccedilotildees de com-pras paradas em abril

A administraccedilatildeo da Universidade

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeo

Prof Antocircnio Luiz Superintendente do RU

Vista frontal do Restaurante Universitaacuterio da UFPB

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 37

Atualmente o professor Antocircnio Luiz estaacute procurando resolver os as-suntos mais urgentes do RU fazendo o levantamento do que precisa ser fei-to a exemplo dos pedidos de compras de equipamentos de seguranccedila e para a cozinha Haacute tambeacutem uma proposta

a partir dos levantamentos feitos pelo professor Antocircnio Luiz tomou um seacute-rie de iniciativas entre elas consultas juriacutedicas onde foram detectados o atra-so de salaacuterios entre outras irregularida-des trabalhistas Por conta do rombo a FCJA deixou de pagar o fundo de ga-rantia salaacuterios feacuterias e 13ordm salaacuterio aos funcionaacuterios As diacutevidas tiveram que ser quitadas pela prefeitura universitaacute-ria que repassou a verba e cumpriu a obrigaccedilatildeo social para com todos os fun-cionaacuterios Hoje a FCJA eacute dirigida por Boanerges Felix que estaacute regularizan-do as atividades da fundaccedilatildeo

O professor Antocircnio Luiz ressalta que existiam diversos problemas com equipamentos e com funcionaacuterios Na cozinha haviam vazamentos e instru-mentos como serras de cortar carne e aparelho de cortar frutas quebrados Ateacute o conserto desses aparelhos os trabalhos vinham sendo feitos manu-almente Ele encontrou equipamentos com 10 a 15 anos de uso sem programa de reposiccedilatildeo ldquoEacute impossiacutevel um siste-ma desse porte funcionar sem repor o equipamento porque ele tem vida uacutetil As caldeiras satildeo razoavelmente novas com 3 ou 4 anos de uso mas sem um sistema de manutenccedilatildeo Vazamento de oacuteleo caldeiras quebradas Foi uma si-tuaccedilatildeo que eu natildeo imaginava que en-contrariardquo observa o superintendente

Outra questatildeo importante que a nova administraccedilatildeo teve que mudar foi o fato de que os funcionaacuterios natildeo esta-vam acostumados a obedecer aos horaacute-rios Poreacutem aos poucos o pessoal foi se adaptando ao novo modelo de gestatildeo

encaminhada para concretizaccedilatildeo de um serviccedilo de auto atendimento (self servi-ce) O desperdiacutecio de comida eacute um dos grandes problemas para o Restaurante pois os alunos deixam nos pratos restos de comida suficientes para alimentar mais de 400 pessoas segundo o supe-rintendente

A equipe que trabalha no RU pre-tende realizar uma campanha de cons-cientizaccedilatildeo para que os comensais com a instalaccedilatildeo do self service co-loquem no prato apenas a quantidade realmente necessaacuteria evitando assim o desperdiacutecio Estaacute nos planos promover treinamento dos funcionaacuterios executar atividades humaniacutesticas promovendo a interaccedilatildeo entre as pessoas melhorar cada vez mais o sabor da comida (a qua-lidade jaacute existe) e aumentar o nuacutemero de funcionaacuterios e equipamentos acarre-tando numa melhora do fluxo e minimi-zando o problema das longas filas

Tambeacutem eacute interesse terminar a obra comeccedilada na administraccedilatildeo pas-sada - que jaacute deveria ter sido finaliza-da - de um complexo ao lado do atual RU Laacute seraacute instalado um restaurante para que os funcionaacuterios e estudantes natildeo contemplados pelo RU possam co-mer pagando apenas uma pequena taxa pela refeiccedilatildeo Eacute preciso ainda analisar a viabilidade dessa opccedilatildeo consultando a comunidade acadecircmica e aguardando o teacutermino das obras A comida seraacute a mesma que eacute servida gratuitamente aos alunos comensais

Comida que sobra nos pratos seria capaz de preencher 400 novas refeiccedilotildees

Restaurante Universitaacuterio em horaacuterio de funcionamento

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Reportagem Marina Maracajaacute e Nayane Maia

e mudando os haacutebitos no ambiente de trabalho A atual administraccedilatildeo prima pelo exemplo adotando a praacutetica de se-rem os primeiros a chegar e os uacuteltimos a sair colaborando com os outros fun-cionaacuterios e ajudando sempre que pos-siacutevel nas suas diferentes funccedilotildees seja no setor administrativo seja na parte de manutenccedilatildeo dos equipamentos

Proposiccedilotildees

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38 - UFPB em Revista

Blocos isolados congestiona-mentos nos horaacuterios de pico falta de estacionamento satildeo

esses alguns dos problemas que po-dem ser ocasionados pela falta de um bom plano diretor Na UFPB isso natildeo eacute diferente Encontrar agrave noite uma vaga proacutexima ao CCHLA eacute praticamente uma maratona Esse e muitos outros problemas poderiam ter sidos evita-dos se tivesse sido criado um plano diretor que limitasse as aacutereas de esta-cionamento construccedilatildeo e ainda com o planejamento da aacuterea de preservaccedilatildeo na universidade

Em 2007 em sua defesa de tese de doutorado em engenharia civil Renato Saboya explica ldquoPlano Diretor eacute um documento que sintetiza e torna expliacute-citos os objetivos consensuados para o Municiacutepio e estabelece princiacutepios diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as decisotildees dos atores envolvidos no processo de de-senvolvimento urbano convirjam tan-to quanto possiacutevel na direccedilatildeo desses objetivosrdquo

Para Acircngela Braz aluna do quinto periacuteodo de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal da Paraiacuteba pro-blemas comuns como salas com maacute ventilaccedilatildeo ou com insolaccedilatildeo intensa poderiam ter sido evitados se a insti-tuiccedilatildeo tivesse em seu plano diretor as melhores localizaccedilotildees para a constru-ccedilatildeo dos blocos Com tal planejamen-to seriam evitadas aacutereas voltadas di-retamente para o nascente ou poente e tambeacutem aacutereas natildeo favorecidas pelos ventos

Planos Diretores no Brasil

Quando questionados a maioria dos brasileiros pensam que exemplos de planejamento preventivo existem apenas em paiacuteses de ldquoprimeiro mun-dordquo poreacutem em diversos municiacutepios brasileiros planos diretores tiveram relativo sucesso como por exemplo Curitiba Brasiacutelia e ateacute mesmo Joatildeo Pessoa Sendo a uacuteltima um dos melho-res exemplos nacionais de preservaccedilatildeo de sua orla mariacutetima onde existe um

bloqueio para edifiacutecios superiores a quatro andares

ldquoA questatildeo da falta de planejamen-to urbano eacute muito mais grave do que parece o recobrimento dos solos com materiais impermeaacuteveis juntamente com o adensamento de construccedilotildees acaba ocasionando o aumento de tem-peratura em determinadas regiotildeesrdquo indaga Acircngela

O impedimento da construccedilatildeo de preacutedios altos na orla evita o conhecido fenocircmeno em diversas praias sombra Em praias de Recife Rio de Janeiro e Balneaacuterio Camboriuacute por exemplo possuem sombra na faixa de areia mes-mo horas antes do pocircr do sol devido aos gigantes que ali se encontramldquoSalas cada vez menores para turmas cada vez maioresrdquo

Para Andreacute Siqueira aluno do se-gundo periacuteodo de Arquitetura e Urba-nismo na Universidade Federal da Pa-raiacuteba a falta de um real planejamento cria ateacute mesmo a falta de acessibilida-de em diversas aacutereas da Universida-de Calccediladas estreitas com caminhos

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidade

Protesto de alunos de Miacutedias Digitais devido ao atraso de mais de dois anos na entrega do bloco do curso

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 39

Soluccedilatildeo a longo prazo

Flaacutevio Tavares membro do pro-jeto de iniciaccedilatildeo cientiacutefica ldquoTerritoacute-rios e urbanidades praacuteticas urbanas e poliacuteticas culturais no espaccedilo puacuteblico contemporacircneordquo mostra-se indignado com o fato de que o porte que a uni-versidade tem atingido seja de espa-ccedilo fiacutesico ndash com grande quantidade de alunos e funcionaacuterios circulando no seu campus - seja do volume de recur-sos aplicados anualmente e ainda natildeo possua um plano diretor em vigor Ele permitiria accedilotildees integradas de longo prazo garantindo que os investimentos ocorram de acordo com os principais anseios da comunidade universitaacuteria jaacute que a elaboraccedilatildeo do plano se daacute necessariamente a partir da discussatildeo conjunta entre os envolvidos com a re-giatildeo

Indagado sobre as possiacuteveis accedilotildees

que poderiam sanar os atuais (e fu-turos) problemas Tavares diz que a Universidade deve iniciar de imedia-to a construccedilatildeo de um ldquoPlano Diretor Participativo Integrado para o Cam-pus Joatildeo Pessoa da UFPBrdquo incluindo questotildees de planejamento participativo na proposiccedilatildeo das futuras obras per-mitindo que a comunidade acadecircmica possa opinar sobre as obras que ali se-ratildeo executadas resultando numa maior conexatildeo e identificaccedilatildeo com os usuaacute-rios Quanto a uma obra especiacutefica ele acredita que uma ampla intervenccedilatildeo no

desenho urbano do campus seria ne-cessaacuteria priorizando o fluxo de pedes-tres com pisos adequados vegetaccedilatildeo passarelas etc

Para finalizar Flaacutevio lembra que agora que a Universidade acolhe um maior nuacutemero de pessoas com defici-ecircncia tendo o dever natildeo soacute legal mas tambeacutem social de incluir estas pessoas num deslocar seguro e independente Sendo esse apenas possiacutevel com um planejamento efetivo da estrutura fiacutesi-ca da Universidade

No final de 2012 Margareth Diniz assumiu a Reitoria da Uni-versidade Federal da Paraiacute-ba e com ela iniciaram-se projetos de um Plano Dire-tor Esse Plano teraacute como principal foco proteger a reserva de mata atlacircntica na qual a Instituiccedilatildeo estaacute sediada O professor Seacutergio Alonso recentemente em-possado prefeito do Campus I eacute um dos membros desta comissatildeo que discute a cria-ccedilatildeo do Plano na UFPB Ele teraacute a missatildeo de coordenar as discussotildees sobre o PD

Planejamento evita problemas como o demonstrado no viacutedeo acima

Novo campus em Rio Tinto Obras que esteticamente feias e sem utilidade

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ReportagemFrancisco de Oliveira

Guilherme Pontes

confusos ou ateacute mesmo inexistentes e ainda praccedilas de permanecircncia sem co-bertura satildeo outros exemplos lembra-dos por Siqueira

Sobre o futuro Andreacute eacute pessi-mista e comenta que a cada dia mais problemas surgem Ser deficiente na UFPB eacute praticamente impossiacutevel Blocos aleatoacuterios para cursos que de-veriam ter salas proacuteximas Essas in-clusive estatildeo cada vez menores para turmas cada vez maiores ldquoSalas com janelotildees feitas para serem usadas com projetor que tipo de arquiteto aprova issordquo provoca

INFRAESTRUTURA

40 - UFPB em Revista

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Central

Construiacuteda haacute mais de 30 anos a Biblioteca Central da UFPB nunca passou por uma grande reforma

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Se algueacutem que frequenta a Bi-blioteca Central da UFPB atu-almente fosse perguntado sobre

qual a sua impressatildeo sobre o local as respostas certamente seriam se-melhantes agraves de quem respondesse a mesma pergunta haacute dez ou vinte anos calor poeira mofo falta de acessibilidade e estrutura deficitaacuteria estariam entre as palavras mais cita-das Isso se explica pelo fato do preacute-dio construiacutedo na deacutecada de 1970 ter sido mal planejado e nunca ter passado por uma grande reforma

Com o acervo atual em torno dos 400 mil exemplares a Bibliote-ca Central tem como principal fina-lidade dar suporte de informaccedilotildees aos programas de ensino pesquisa e extensatildeo Construiacuteda ao lado de uma mata ndash a UFPB estaacute localizada em uma regiatildeo de Mata Atlacircntica ndash so-fre com a maacute conservaccedilatildeo do acervo

exposto agrave umidade poeira e insetosSegundo a bibliotecaacuteria TM que preferiu natildeo se identificar o uacutelti-mo governo ateacute fez investimentos importantes no local ldquoAtraveacutes de pregotildees e ouvindo sugestotildees de co-ordenadores de cursos e professores foram adquiridos milhares de novos tiacutetulos Aleacutem disso foram instala-dos novos computadores cadeiras e feita a climatizaccedilatildeo de algumas salasrdquo A ideia eacute que nos proacuteximos anos sejam feitos novos investimen-tos no local ldquoA nova Reitora pro-meteu um sistema de climatizaccedilatildeo completo para o preacutediordquo afirma TM

Apesar das melhorias nos uacutel-timos anos e a promessa de novos investimentos para um futuro proacute-ximo muitas mudanccedilas inclusive estruturais precisam acontecer na Biblioteca Central ldquoO projeto ar-quitetocircnico eacute defeituoso Eacute impos-

siacutevel falar em climatizaccedilatildeo enquan-to natildeo for solucionado o problema das grandes frestas nas paredes do lugar Tambeacutem natildeo adianta climati-zar sem ser feita uma higienizaccedilatildeo em todo o preacutediordquo afirma o fun-cionaacuterio Francisco Joseacute Assistente Administrativo do local haacute 25 anos

Natildeo bastasse o problema de con-servaccedilatildeo do acervo existe uma ques-tatildeo ainda mais grave a ser tratada a sauacutede dos que frequentam a Bibliote-ca Central Vaacuterios funcionaacuterios rela-taram problemas de sauacutede por causa da higiene e estrutura do local O acuacutemulo de poeira e fungos jaacute causou vaacuterias doenccedilas de pele desde cocei-ras ateacute alergias seacuterias Aleacutem disso eacute comum funcionaacuterios reclamarem de problemas de coluna causados pelo manuseio das pesadas estantes e pro-blemas de mobilidade com os carros de matildeo que transportam os livros

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Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

A realidade

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

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ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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PELO CAMPUS

46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

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48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

PELO CAMPUS

52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 17: UFPB em revista

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 21

pesquisa na Universidade ldquoNo geral acredito que o niacutevel seja bom mas po-deriacuteamos ter mais projetos de pesqui-sa A UFPB deveria incentivar mais os professores a criarem grupos de pesquisas Muitas vezes a PRPG pror-roga duas ou ateacute trecircs vezes as inscri-ccedilotildees para PIBIC e isso eacute sinal que as inscriccedilotildees de projetos foram poucas ou abaixo do esperadordquo

Os Grupos de Pesquisa apresentam alternativas para um trabalho conjun-to entre professores e alunos ambos pesquisadores A Universidade Federal da Paraiacuteba conta com 335 grupos cer-tificados pela instituiccedilatildeo e espalhados por todos os centros Tendo sua maior parte pertencente ao Centro de Sauacutede os grupos na aacuterea da tecnologia vecircm ganhando espaccedilo no cenaacuterio regional

de mais de 40 jovens pesquisadores entre doutores mestres e graduandos que estatildeo interconectados com pesqui-sadores de todo o Brasil e do mundo As pesquisas desenvolvidas satildeo realizadas em parceria com outras universidades institutos de pesquisa e empresas da iniciativa privada Por ser um laboratoacute-rio ativo na aacuterea de desenvolvimento recebe financiamento de instituiccedilotildees parceiras como a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) Finaciadora de Estudos e Projetos (FINEP) e Con-selho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq)

Lavid

O Laboratoacuterio de Aplicaccedilotildees de Viacutedeo Digital (LAVID) criado em 2003 eacute um exemplo a niacutevel nacional da importacircncia dos grupos de pesqui-sa Associado ao Departamento de Informaacutetica (DI) da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba o laboratoacuterio surgiu da proposta de desenvolver projetos de pesquisa e atualmente eacute referecircncia internacional em desenvolvimento de tecnologia para TV Digital

Em marccedilo deste ano os integrantes do Lavid do Centro de Informaacutetica da UFPB apresentaram para teacutecnicos da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e da Agecircncia Nacional de Cine-ma (Ancine) os mais recentes avanccedilos

da tecnologia Fogo Player desenvol-vida e que permite a projeccedilatildeo de ima-gens em ultra HD (4K)

Segundo o gerente de Projetos da RNP Daniel Caetano a RNP jaacute apoiou diversos projetos de pesquisa desen-volvidos pelo Lavid e ressaltou a im-portacircncia da tecnologia Fogo Player para a melhoria da formaccedilatildeo de profis-sionais da aacuterea de sauacutede Ele afirmou que transmissotildees em alta definiccedilatildeo e em tempo real como a que foi testa-da com sucesso pelo Lavid teratildeo uma gama de aplicaccedilotildees em um futuro proacute-ximo servindo natildeo apenas para exibir cirurgias e outros procedimentos de equipes meacutedicas

O Lavid conta com a colaboraccedilatildeo

Guido Lemos apresenta os projetos do Lavid aos representantes da Ancine

Estudantes realizando trabalhos do Lavid

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Reportagem Ermeson David George Juacutenior

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INTERACcedilAtildeO

24 - UFPB em Revista

ldquoSempre tive consciecircncia de que a EJA me proporciona-ria crescimento profissional

e pessoal A frase eacute de Amanda Lima aluna do primeiro periacuteodo do curso de Administraccedilatildeo da Universidade Fede-ral da Paraiacuteba (UFPB) e que acaba de entrar como membro da EJA Consul-toria (Empresa Juacutenior de Administra-ccedilatildeo) Esta empresa caracteriza-se por ser de consultoria sem fins lucrativos que presta serviccedilos na respectiva aacuterea acadecircmica sendo formada exclusiva-mente por alunos do curso de Admi-nistraccedilatildeo da UFPB e que tem como objetivo a capacitaccedilatildeo por meio de conhecimento teacutecnico e empresarial do aluno do curso inserindo-o pos-teriormente no mercado de traba-lho como um jovem empreendedor

Sua estrutura segundo o seu presi-dente Tito Amorim eacute mista de funcio-nal e projetizada A estrutura funcional tem como caracteriacutestica o planejamen-to de serviccedilos abrangendo cargos de analistas de cada departamento entre eles o de qualidade marketing proje-

tos presidecircncia tendo como seus su-periores os diretores Jaacute a projetizada consiste em cargos de consultoria ou seja pessoas restritas a execuccedilatildeo de determinado serviccedilo Os cargos sem-pre estatildeo sendo renovados ao longo dos anos dando oportunidades a outros estudantes da aacuterea para participarem e ateacute aos que jaacute estatildeo em cargos da EJA Consultoria a exercerem atividades em outros Todos estes requerem eleiccedilotildees

Casos de Sucessos

ldquoO estudante entra como universi-taacuterio e sai da EJA como um empreen-dedor atraveacutes da vivecircncia empresarial e gestatildeordquo afirma Tito Em quase 22 anos de existecircncia haacute vaacuterios casos de pessoas que trabalharem na EJA e ob-tiveram sucesso profissional tornando hoje empreendedores de sucesso En-tre os mais sucedidos dois satildeo lembra-dos pelo presidente satildeo eles Leandro Vieira idealizador do administrado-rescom e o Taacutercio Pessoa atualmen-te responsaacutevel pelo Empreender ndash JP

mostrando que o conhecimento adqui-rido na empresa foi bem aproveitado

O curso possibilita o aprendizado atraveacutes de programas de treinamento como Trainee aleacutem de outros eventos como a SDP (Semana de Desenvolvi-mento Profissional) que atinge toda a comunidade acadecircmica mas voltado sempre para o curso de Administraccedilatildeo Com o intuito de transmitir conheci-mento para outros segmentos estu-dantis o evento conhecido como EJA FAZ Palestra promove como o nome mesmo diz palestras sobre respecti-vos temas acerca de administraccedilatildeo Outro evento o Buscando Sorrisos tambeacutem promovido pela empresa de consultoria leva os membros da em-presa para uma instituiccedilatildeo de carida-de ajudando elas possibilitando aos alunos mais contato com a populaccedilatildeo

Pessoas que estatildeo assumindo car-gos agora como eacute o caso da estudante Amanda Lima que acaba de comeccedilar a atuar na funccedilatildeo de analista de qualida-de vecirc a EJA Consultoria como oportu-nidade de crescer no mercado ldquoQuem

EJA Consultoria proporciona crescimento profissional

Cerimocircnia de Posse da gestatildeo 20131 da EJA Consultoria

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 25

busca a EJA eacute um profissional diferen-ciadordquo disse a estudante Segunda ela que jaacute almeja exercer cargos de niacuteveis mais altos o conhecimento dado por esta empresa ajuda tambeacutem no curriacutecu-lo oferecendo uma visatildeo de mercado

A EJA como diferencial

Outros estudantes estatildeo exercendo cargos haacute mais tempo como eacute o caso de Rafael Carvalho que eacute membro da EJA haacute dez meses Ele comeccedilou como consultor e hoje atua como diretor de marketing ldquoEu jaacute trabalhei em car-gos estaduais empresas privadas mas nunca obtive tamanha experiecircncia pro-fissional como a que a EJA me ofere-ceurdquo afirmou Rafael Por estar na em-presa haacute mais tempo ele conclui que todo o conhecimento teoacuterico obtido dentro da sala de aula pode ser colo-cado em praacutetica nesta empresa juacutenior

Rafael relata que tambeacutem enfren-tou dificuldades como o fato de ter que se deslocar para a cidade de Ma-manguape na Paraiacuteba para realizar consultorias e sua transiccedilatildeo de cargo tambeacutem foi um momento difiacutecil por exigir dele o conhecimento em uma es-trutura funcional jaacute que estava saindo

de um cargo de estrutura projetizada Mesmo assim Rafael vecirc os problemas enfrentados como aprendizado ad-quirido almejando tambeacutem alcanccedilar cargos de niacuteveis mais altos ldquoTodo co-nhecimento que hoje eu tenho na aacuterea de administraccedilatildeo consegui na EJA e natildeo em outra empresardquo disse ele

Para ser membro da EJA Consulto-

Posse dos novos membros Idaacutecio Rodrigues e Natyara Santos

Posse do presidente Rodolfo Alves Felizardo

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ReportagemAcircngela Oliveira e

Jessica Morais

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ria o estudante do curso passa por uma seleccedilatildeo que dura aproximadamente uma semana Primeiramente eacute preci-so estar cursando qualquer periacuteodo de Administraccedilatildeo na UFPB em seguida se inscrever na empresa Os alunos selecionados passam por uma capaci-taccedilatildeo de trecircs meses antes de assumir seus respectivos cargos em uma ceri-

mocircnia de posse reali-zada tambeacutem na UFPB

A EJA Consultoria traduz o espiacuterito estu-dantil Aos estudantes que nela trabalham recai cobranccedilas de criatividade bom de-sempenho e boa capa-cidade administrativa Ao sair o estudante eacute visto como um verda-deiro administrador no mercado de trabalho Eacute o laboratoacuterio praacutetico de todo o aprendizado teoacute-rico do aluno no curso de Administraccedilatildeo da UFPB

INTERACcedilAtildeO

26 - UFPB em Revista

A busca pela experiecircncia profissionalEstudante do terceiro periacuteodo de

Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digi-tais (UFPB) Ermeson Lira (18

anos) tomou uma decisatildeo importante em sua vida tornou-se um estagiaacuterio Sua rotina mudou e com ela vieram as responsabilidades Diego Lopes (25 anos) estudante de Ciecircncias da Com-putaccedilatildeo tambeacutem iniciou sua carreira estagiando e ganhando experiecircncia Mas todos os alunos da Universidade Federal da Paraiacuteba conseguem a mes-ma oportunidade que eles

Na UFPB existem dois tipos de es-taacutegios o obrigatoacuterio que conta com a cobertura do seguro de acidentes pes-soais E o natildeo-obrigatoacuterio que eacute opcio-nal e pode ser remunerado ou natildeo Die-go Lopes acredita que ldquocom o estaacutegio vocecirc adquire experiecircncia de mercado de trabalho aprende a trabalhar sobre pressatildeo e se qualifica para vagas que

seratildeo destinadas a pessoas formadasrdquoNo caso do curso de Miacutedias Digi-

tais a regulamentaccedilatildeo diz ldquoEstaacutegio supervisionado em meio profissional ou acadecircmico totalizando 300 horas objetivando a observaccedilatildeo e intervenccedilatildeo do estudante para o exerciacutecio profissio-nal bem como facilitar sua integraccedilatildeo no meio profissionalrdquo O curso estabe-lece convecircnio com o Centro Integrado Empresa-Escola (CIEE) e entre ou-tras entidades puacuteblicas e privadas

O CIEE eacute uma instituiccedilatildeo filantroacute-pica que procura encontrar estaacutegios e oportunidades de aprendizado para es-tudantes dos niacuteveis meacutedio teacutecnico e su-perior Estaacute presente em todo territoacuterio nacional auxiliando a entrada dos jo-vens no mercado de trabalho Algumas empresas jaacute possuem convecircnio com a UFPB Mas alguns alunos ainda encon-tram dificuldades para conseguir seu

espaccedilo Eacute o exemplo de Joseacute Carlos Pe-reira (22 anos) estudante de Ciecircncias bioloacutegicas da UFPB Ele tentou entrar num estaacutegio oferecido pela profes-sora de seu curso mas por choque de horaacuterios natildeo pode fazecirc-lo ldquoalguns es-taacutegios que eu queria pegar eram no ho-raacuterio da manhatilde Horaacuterio este em que eu estava ocupado com as aulasrdquo

Segundo a Lei 11788 Art 8ordm da Constituiccedilatildeo brasileira os convecircnios tanto com empresas puacuteblicas quanto as privadas satildeo facultativos A UFPB eacute conveniada a mais de 300 institui-ccedilotildees Entre elas estatildeo o Banco do Bra-sil Carrefour TV Tambauacute Petrobraacutes e diversas prefeituras como a de Joatildeo Pessoa e Campina grande Segundo o Art 11ordm da mesma lei a duraccedilatildeo maacute-xima do estaacutegio eacute de dois anos exceto quando o estagiaacuterio possui necessida-des especiais

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 27

A PRG-CEM estaacute localizada na Reitoria da Universidade Federal da Paraiacuteba

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Reportagem Layse Pereira eRayssa Alcacircntara

Estaacutegios Cadastrados pela CEM2009-2013

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Natildeo-obrigatoacuterio

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2009 2010 2011 2012 2013

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1425 1340 961 96

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Os nuacutemeros variam pois estamos no decorrer do ano Dados da PRG-CEM

O Lado bom

Apesar de algumas barreiras en-contradas os universitaacuterios tem uma opiniatildeo em comum O estaacutegio eacute uma etapa importante para a entrada no mercado de trabalho ldquoAleacutem de ad-quirir conhecimentos antes do tempo eacute uma oacutetima oportunidade pra se de-senvolver no mercado Quando se estaacute dentro desse ecossistema o aprendiza-do agrega em vocecirc mesmo que vocecirc natildeo queirardquo declarou Ermeson Lira

Professores como Alberto Pessoa (autor e pesquisador de histoacuterias em quadrinhos) tambeacutem acreditam na importacircncia do estaacutegio Segundo ele quando se estuda e trabalha o aluno consegue aproveitar melhor a gradua-ccedilatildeo ldquoQuando vocecirc trabalha vocecirc natildeo tem tempo de deixar pra laacute Entatildeo vocecirc aproveita melhor a universidade vocecirc estuda mais vocecirc tem um senso de res-ponsabilidade melhorrdquo argumenta

Primeiros Passos

Os estaacutegios dentro da universidade satildeo oferecidos pelos pela UFPB e via-bilizados pelos professores Para soli-citar a bolsa os alunos devem apresen-tar uma seacuterie de documentos Segundo Eliane Ferraz coordenadora da CEM (Coordenaccedilatildeo de Estaacutegio e Monito-

ramento) primeiramente o estudante deve encaminhar um ofiacutecio ao Proacute-Rei-tor de Planejamento da Universidade Federal da Paraiacuteba (Proplan-UFPB) contendo justificativas da solicitaccedilatildeo e detalhes sobre o estaacutegio

Outros documentos necessaacuterios satildeo o formulaacuterio de Solicitaccedilatildeo de Bolsa estaacutegio a Ficha Cadastral (Bolsa-EstaacutegioUFPB) Histoacuterico Escolar do aluno coacutepias da Identidade CPF Tiacutetu-lo de Eleitor e para os homens a coacutepia

do Certificado de quitaccedilatildeo como o ser-viccedilo militar Ao final de cada periacuteodo este processo eacute repetido para renovar a Bolsa

As informaccedilotildees sobre estaacutegios ex-ternos ainda eacute mal divulgado pela uni-versidade Os estudantes costumam ter a iniciativa de procuraacute-los por meio de amigos conhecidos Hoje com a in-ternet ficou mais faacutecil encontrar traba-lhos por meio de sites como por exem-plo o Gogojobcom (wwwgogojobcombr) que divulga vagas na aacuterea de publicidade Quando a oportunidade de estagiar eacute oferecida por instituiccedilotildees conveniadas agrave UFPB o universitaacuterio tambeacutem deve procurar a CEM Apoacutes assinado o convecircnio o aluno estaacute ofi-cialmente estagiando Em ambos os processos ao final de cada semestre deve ser entregue um relatoacuterio

Segundo a coordenadora da CEM os convecircnios realizados pela UFPB eacute uma maneira de atender agraves demandas acadecircmicas Para contemplar um maior nuacutemero de cursos da universidade ldquoOs convecircnios para a concessatildeo de estaacutegios supervisionados devem portanto ser celebrados de forma mais abrangente possiacutevel visando a atender de forma mais ampla a concessatildeo de estaacutegio a alunos regularmente matriculadosrdquo

INTERACcedilAtildeO

28 - UFPB em Revista

Em evento que lotou o auditoacuterio da reitoria da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba Joatildeo Pessoa

recebeu o neurocientista brasileiro Mi-guel Nicolelis que realizou a palestra ldquoA ciecircncia como agente de transforma-ccedilatildeo socialrdquo Nicolelis atraiu professo-res profissionais da aacuterea estudantes da UFPB e de outras universidades mas chamou ainda a atenccedilatildeo de cida-datildeos comuns com problemas de para-plegia tetraplegia deficientes visuais auditivos e pessoas que possuem entes queridos na mesma condiccedilatildeo O enor-me puacuteblico presente ao evento coorde-nado pelo Foacuterum Universitaacuterio deixou o auditoacuterio pequeno com a esperanccedila de ouvir das palavras do meacutedico que eles teriam seus problemas resolvidos pela ciecircncia seja em curto meacutedio ou longo prazo

Nicolelis que lidera um grupo de

pesquisadores da aacuterea de Neurociecircncia na Universidade Duke - EUA apresen-tou como um dos pilares da palestra a mesma questatildeo base do seu chamado Manifesto da Ciecircncia Tropical Nele o neurocientista sugere que o Brasil pode potencializar o desenvolvimen-to cientiacutefico e educacional a partir da cooperaccedilatildeo de ambos e propotildee quinze medidas para firmar o paiacutes como lide-ranccedila mundial na produccedilatildeo e uso de-mocratizante do conhecimento

Miguel Nicolelis falou tambeacutem so-bre a instituiccedilatildeo na cidade de Macaiacute-ba no Rio grande do Norte onde ele realiza um projeto chamado Educaccedilatildeo para toda a vida O projeto ensina para crianccedilas da periferia de Macaiacuteba e Na-tal conhecimentos nas aacutereas de roboacuteti-ca fiacutesica biologia geografia histoacuteria e informaacutetica Durante a palestra o neu-rocientista ainda explanou que desde

o iniacutecio do seu trabalho na cidade de Macaiacuteba a evasatildeo escolar da institui-ccedilatildeo eacute de apenas 2 e que as crianccedilas que estatildeo sendo formadas nessa insti-tuiccedilatildeo saem com mesmo niacutevel de es-colas de elite do Rio grande do Norte

O meacutedico disse aos presentes que acredita que a ciecircncia eacute grande agente responsaacutevel pela capacidade de ino-vaccedilatildeo e deve ser estimulada desde os primeiros momentos da vida Afirmou ainda que haacute uma carecircncia de investi-mento na aacuterea de intersecccedilatildeo da neu-rociecircncia e que se possiacutevel deveria existir acompanhamento ainda no preacute-natal para que a crianccedila nascesse com o maacuteximo de potencial neuroloacutegico Em 2014 Nicolelis abriraacute o primeiro Instituto Primata de Neurociecircncia com uma escola cujo aprendizado se inicia-raacute desde o nascimento Ainda que seja um sonho um pouco distante o meacutedico

Neurocientista Miguel Nicolelis reabre Foacuterum Universitaacuterio

Reabertura do foacuterum universitaacuterio tem como primeiro palestrante o neurocientista Miguel Nicolelis

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acredita que futuramente Macaiacuteba seraacute a primeira ldquocidade ceacuterebrordquo do mundo

Durante a palestra o neurocien-tista tambeacutem abordou as experiecircncias que realiza sobre a interaccedilatildeo do ceacutere-bro e a maacutequina que consiste em fa-zer o movimento da maacutequina a partir dos estiacutemulos enviados pelo ceacuterebro que seratildeo convertidos em impulsos eleacutetricos e proporcionaratildeo o movi-mento mecacircnico de proacuteteses Ainda que ateacute o momento seus experimentos tenham sido feitos apenas com maca-cos jaacute causam ansiedade em pessoas que sofreram acidentes e hoje tem a locomoccedilatildeo comprometida O meacutedico acrescentou que pretende realizar uma demonstraccedilatildeo em 2014 quando uma brasileira parapleacutegica deveraacute caminhar 20 passos e dar o pontapeacute inicial da Copa do Mundo ldquoEsse seraacute um pre-sente do Brasil para toda a humanida-derdquo declarou Nicolelis

O foacuterum universitaacuterio

Apoacutes seis anos desativado a pre-senccedila de Miguel Nicolelis marcou de forma extraordinaacuteria o retorno do Foacute-rum Universitaacuterio Fundado na deacutecada de 1980 pelo professor Joseacute Jackson Carneiro o Foacuterum tem como objetivo discutir assuntos relevantes agrave socieda-de tanto em um niacutevel nacional como local Segundo o coordenador do Foacute-rum Iedo Fontes nunca ficou clara a razatildeo pela qual a gestatildeo anterior da UFPB paralisou o evento ldquoNunca ex-plicaramrdquo comentou Fontes

Para reforccedilar a natureza fomenta-dora de debates do Foacuterum Fontes dis-se que um dos primeiros debates entre presidenciaacuteveis poacutes-ditadura militar jaacute com vistas agraves eleiccedilotildees de 1989 foi promovido pela UFPB no antigo cam-pus de Campina Grande (que hoje eacute de competecircncia da UFCG) ldquoSoacute natildeo veio Collor Lula Brizola e outros estive-ram presentesrdquo comentou

Com o auditoacuterio lotado (600 pro-fessores de acordo com os nuacutemeros de Fontes) o retorno do Foacuterum foi con-siderado positivo A programaccedilatildeo fu-tura ainda estaacute sendo planejada mas a tendecircncia eacute que o Foacuterum seja realizado bimestralmente ldquoFoi uma declaraccedilatildeo da reitora a um jornal local de que ela tem interesse de que o Foacuterum aconte-ccedila num intervalo de dois meses O que nos permite fazer uma programaccedilatildeo Simulaccedilatildeo do exoesqueleto na abertura da Copa de 2014

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mais pensadardquo declarou o coordena-dor

Alguns temas jaacute estatildeo sendo con-siderados o bloqueio do crescimento econocircmico brasileiro nos uacuteltimos anos 500 anos da obra de Maquiavel dis-cussatildeo da obra do geoacutegrafo Josueacute de Castro federalizaccedilatildeo dos niacuteveis infan-til fundamental e meacutedio da educaccedilatildeo e a obra de Luiz Gonzaga e seu impacto sobre a vida regional (este uacuteltimo jaacute sendo organizado para o mecircs de ju-nho)

A princiacutepio o Foacuterum natildeo prioriza-ria nenhuma aacuterea em especiacutefico nem mesmo a proacutepria academia Fontes dis-se ldquoficou claro na reabertura oficial do Foacuterum que noacutes natildeo o reativamos ape-nas para professores estudantes e fun-cionaacuterios mas tambeacutem para a socieda-de pessoense () pessoas de diferentes ramos de atividade comeacutercio induacutes-tria academiardquo Poreacutem o coordenador esclareceu que uma atenccedilatildeo especial deveraacute ser dada agrave discussotildees relaciona-das agrave educaccedilatildeo - e essa preocupaccedilatildeo eacute percebida com a escolha de Miguel

Nicolelis para o primeiro encontro apoacutes a reativaccedilatildeo do Foacuterum ldquoSe tem uma aacuterea que noacutes devemos priorizar no

Brasil e fazer um grande debate nacio-nal eacute a educaccedilatildeordquo explicou Fontes

A exemplo de Nicolelis o Foacuterum tambeacutem foi responsaacutevel por trazer ou-tras personalidades conhecidas nacio-nalmente agrave Joatildeo Pessoa como os se-nadores Cristoacutevatildeo Buarque e Roberto Requiatildeo e o economista Carlos Les-sa Para uma futura ediccedilatildeo do foacuterum a Universidade estaacute tentando trazer o jornalista Paulo Henrique Amorim A ideia poreacutem natildeo eacute ficar preso a nomes de acircmbito nacional e abrir espaccedilo para pessoas que tenham impacto na socie-dade regional - ateacute pela histoacuteria e pelo legado que o Foacuterum tem de realizar debates de interesse da populaccedilatildeo em geral

ldquoFoacuterum eacute para discutir os proble-mas do estado Somos uma entidade produtora e reprodutora de conheci-mento () Na mesa de debate deve ter um professor de destaque mas tambeacutem algueacutem da aacuterea senatildeo fica apenas a niacute-vel de conferecircncia o que natildeo eacute bom pois natildeo promove o debaterdquo afirmou Fontes

Reportagem Una Txai e Rudah Silva

INFRAESTRUTURA

32 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Paraiacuteba enfrenta o caos na infraestrutura do sistema viaacuterio e estaciona-

mentos para veiacuteculos dos alunos pro-fessores e funcionaacuterios Eacute um problema de toda cidade que se reflete na univer-sidade gerando transtornos e problemas de logiacutestica em determinados horaacuterios As dificuldades na mobilidade interna ao Campus I decorrem na deficiecircncia no planejamento da expansatildeo da Instituiccedilatildeo aliadas ao aumento do nuacutemero de veiacute-culos nos uacuteltimos 10 anos O problema eacute reflexo da prioridade do veiacuteculo parti-cular sobre o uso de transporte coletivo

O campus I da instituiccedilatildeo estaacute pas-sando por algumas reestruturaccedilotildees e reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos jaacute existentes No periacuteodo de 2012 a 2013 o nuacutemero de vagas para estacionamento subiu consideravelmente de 2 mil para 2500 Em meacutedio prazo (dois anos) a administraccedilatildeo pretende criar mais 1500 vagas atraveacutes da continuaccedilatildeo do projeto de reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos (no CACE CCEN e HU) e da finali-zaccedilatildeo do Centro de Energias Renovaacute-veis ainda em construccedilatildeo por traacutes do CCHLA

Estacionamento precaacuterio provoca transtorno na UFPB

Vaacuterios carros estacionados de forma irregular e inconveniente no estacionamento da Central de Aulas do campus I

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Projetos

Segundo Marcelo Diniz da Divi-satildeo de Estudos e Projetos da Prefeitura Universitaacuteria a reorganizaccedilatildeo dos esta-cionamentos eacute prioridade e vem sendo implementada em vaacuterios estacionamen-tos da universidade O projeto modi-fica a posiccedilatildeo de entrada dos veiacuteculos de 45ordm (diagonal) para 90ordm (frontal) e a largura da vaga do estacionamento para impossibilitar improvisos que prejudi-cam o traacutefego como por exemplo as filas duplas No projeto as motos se-ratildeo contempladas com estacionamento proacuteprio para evitar a desorganizaccedilatildeo e acidentes nas passarelas e corredores das salas ldquoIremos instalar placas de ad-vertecircncia para as motos natildeo transitarem no espaccedilo destinado aos pedestresrdquo diz Marcelo

Um dos locais com maior problema fica proacuteximo ao preacutedio da Reitoria e da Biblioteca Central devido agrave concen-traccedilatildeo de vaacuterios serviccedilos e dos preacutedios acadecircmicos Nesse local estatildeo reuni-das agecircncias de trecircs bancos livrarias restaurantes DCE (Diretoacuterio Central Estudantil) e AdufPB (sindicato dos

professores) Por conta da via nesse lo-cal ser muito estreita a Prefeitura Uni-versitaacuteria utilizou prismas de concreto no trecho para evitar que os motoristas estacionem os veiacuteculos indevidamente na via de passagem dos carros ocasio-nando transtornos e risco de acidente

Somando-se a esse local estaacute em construccedilatildeo o preacutedio do Centro Arte e Cultura com auditoacuterio estimado para duas mil pessoas em frente agrave Reitoria No projeto da construccedilatildeo natildeo haacute ne-nhum estacionamento previsto para esse preacutedio e na ocasiatildeo de algum evento os visitantes iratildeo estacionar seus veiacuteculos por traacutes da Reitoria que comporta precariamente os usuaacuterios que jaacute utilizam o espaccedilo Para a soluccedilatildeo desse problema Marcelo Diniz informa haver um projeto para construccedilatildeo de um estacionamento por traacutes da Reitoria de um ou dois andares com valor estimado em 10 milhotildees de reais por andar

Usuaacuterios

Os usuaacuterios que utilizam os esta-cionamentos com regularidade pro-potildeem soluccedilotildees como criaccedilatildeo de vagas

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 33

Situaccedilatildeo corriqueira nas vias do campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba

A falta de vagas destinadas para motos eacute a justificativa dos motociclistas

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Reportagem Rodrigo Vitorino e Windsor Souza

destinadas exclusivamente a professo-res Josemar dos Santos professor de Estatiacutestica diz que ldquofalta a prefeitura organizar o estacionamento Haacute deter-minadas horas que vir do departamen-to para a sala de aula de carro se tornou inviaacutevel pois o nuacutemero de veiacuteculos cresceu bastante Poderiam organizar vagas destinadas a professores pois noacutes temos que ficar de bloco em bloco para dar aula enquanto os alunos vecircm assistem a uma aula e vatildeo emborardquo

Outro problema que tambeacutem in-comoda eacute a falta de vagas destinadas agraves bicicletas e motocicletas ldquoAgraves vezes natildeo tem nem espaccedilo para transitar pois tem motociclista estacionando as mo-tos nas vias passarelas e corredores dos blocos pois natildeo haacute vagas destina-das para estacionar as motosrdquo acres-centa Josemar

A falta de estacionamento para motos faz com que elas se amontoem de forma desorganizada Isso as trans-forma em vilatildes e campeatildes de recla-maccedilotildees Elas trafegam e estacionam onde eacute via de pedestres cadeirantes passagem de materiais para os preacutedios da universidade Diversas reclamaccedilotildees jaacute foram feitas por conta de atropela-mentos por dificultar a passagem e ateacute mesmo acidentes envolvendo deficien-tes visuais

Faacutebio Fonseca professor de Pe-dagogia tambeacutem reclama das motos e dos transtornos que elas causam quan-do deixadas em local inconveniente ldquoA universidade estaacute ficando muito pequena para a quantidade de auto-

moacuteveis Eacute preciso organizar o espaccedilo existente e criaccedilatildeo de espaccedilos especiacutefi-cos para motos A falta de organizaccedilatildeo faz com que os corredores passarelas e vias se transformam em estaciona-mento para as motos dificultando por exemplo a passagem de cadeirantesrdquo

O problema da falta de vagas acaba tambeacutem interferindo na aprendizagem dos alunos Aliado a isso haacute o proble-ma de seguranccedila dentro do campus Alunos servidores e professores natildeo confiam no sistema de cartotildees entre-gue na entrada da universidade ldquoGe-ralmente os alunos chegam na hora da aula que coincidem em todas as disci-plinas e a falta de vaga faz com que percamos tempo para estacionar Eacute o caos Muitas vezes encontramos uma vaga muito longe do local em que va-mos estudar E em eacutepoca de chuva pio-

ra Tambeacutem tem o perigo de assaltordquo diz a estudante de Biologia Daniele Lacerda

Empecilho

Alguns estacionamentos no cam-pus I da UFPB possuem aacutervores tom-badas e sob proteccedilatildeo que natildeo podem ser derrubadas Desta maneira a pre-feitura universitaacuteria desenvolveu o projeto de reestruturaccedilatildeo e organiza-ccedilatildeo dos estacionamentos respeitan-do a localizaccedilatildeo dessas aacutervores Nos estacionamentos jaacute finalizados como da Reitoria eacute perceptiacutevel a falta de arborizaccedilatildeo que influecircncia o aqueci-mento local e a desagradaacutevel sensaccedilatildeo de estar num ambiente claro e quente Outro problema encontrado eacute a falta de planejamento de escoamento da chuva Desta maneira em eacutepocas de chuva intensa haacute risco de alagamento

Com todo o empenho e desenvol-vimento estrutural eacute de suma impor-tacircncia o investimento em seguranccedila Mas tambeacutem organizar o tracircnsito au-xiliando os condutores onde devem estacionar e na fluidez do tracircnsito Devido agrave ausecircncia de fiscalizaccedilatildeo para coibir as infraccedilotildees de tracircnsito as vias se tornam estacionamentos irregula-res atrapalhando e colocando em risco a seguranccedila dos integrantes da comu-nidade universitaacuteria

INFRAESTRUTURA

34 - UFPB em Revista

Ano de 2015 eacute limite para meta plena de acessibilidade

Ausecircncia de acessibilidade eacute constante nos novos preacutedios da UFPB

Segundo dados do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a Paraiacuteba eacute o estado que possui a maior parcela de habitantes com necessidades especiais no Bra-sil empatando com o Rio Grande do Norte Quase 30 dos paraiba-nos tecircm algum tipo de necessidade especial Apesar da estatiacutestica e da existecircncia do Decreto Lei 5296 que determina a acessibilidade em todas as edificaccedilotildees puacuteblicas 90 por cento das construccedilotildees realizadas durante gestatildeo dos professores Rocircmulo Po-lari e Iara Matos a frente da UFPB natildeo respeitaram o seu cumprimento

No momento a atual adminis-traccedilatildeo estaacute empenhada num pra-zo de dois anos a assistir a todos os alunos com deficiecircncia cumprin-do as normas teacutecnicas de acessi-bilidade da Associaccedilatildeo Brasilei-ra de Normas Teacutecnicas (ABNT)

Dentre as medidas a serem ado-tadas estaacute a reforma na acessibilida-de arquitetocircnica das vias (calccediladas) Tambeacutem estaacute prevista a construccedilatildeo do Centro de Inclusatildeo (que vai in-tegrar todos os projetos de inclusatildeo em um soacute) agregar serviccedilos dispo-nibilizar salas de aula adquirir uma seacuterie de equipamentos fora do paiacutes (entre eles esfigmomanocircmetro que possibilita a traduccedilatildeo de textos em aacuteudio bengala que identifica obs-taacuteculos e computadores especiais)

Ateacute o momento apenas 15 preacute-dios estatildeo acessiacuteveis para os 30 alu-nos com necessidades especiais ca-dastrados na UFPB O uacutenico trecho com acessibilidade externa no Cam-pus I se encontra da Biblioteca Cen-tral ateacute o Refeitoacuterio Universitaacuterio No Campus II em Areia a primeira parte do projeto jaacute vem com todas as normas de acessibilidade executadas disse Marcelo Andrade Diniz Diretor do Departamento de Arquitetura da Prefeitura Universitaacuteria desde 2010

O que estaacute previsto

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 35

Segundo Marcelo Diniz que acompanhou a antiga gestatildeo da Uni-versidade o recurso era limitado e natildeo havia comprometimento dos ad-ministradores para cumprir as normas exigidas aleacutem da fiscalizaccedilatildeo pouco eficaz do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Ateacute 2010 pouco havia sido pensado discutido e realizado para incluir so-cialmente as pessoas com deficiecircn-cia Com o aumento significativo e progressivo no nuacutemero de estudan-tes em funccedilatildeo da Reestruturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universidades Fede-rais (Reuni) a situaccedilatildeo agravou-se

Desde entatildeo o Governo Federal estaacute destinando uma verba especiacutefica para as Instituiccedilotildees Federais de En-sino (Ifes) cumprirem as normas de acessibilidade impostas pela ABNT O MEC por sua vez vem fiscalizan-do com rigor as Ifes de todo o Brasil

Comitecirc existe desde 2011

No ano de 2011 foi criado na UFPB o Comitecirc de Inclusatildeo e Aces-sibilidade que tem como objetivo garantir a todos os alunos com defi-ciecircncia a permanecircncia e conclusatildeo do curso Segundo a coordenadora do

comitecirc Andreza Aparecida Polia estaacute prevista a chegada de 44 alunos espe-ciais para o proacuteximo semestre letivo nuacutemero que ultrapassa os 5 por cen-to designado pelo sistema de cotas ldquoAno passado fizemos pedido de equi-pamentos para suprir os alunos que jaacute estatildeo cadastrados Enquanto natildeo che-ga os coordenadores tem de ter um computador exclusivo para esses estu-dantesrdquo pontificou Andreza Polia O comitecirc conta com representantes dos cursos de Psicopedagogia Terapia Ocupacional Arquitetura e Educaccedilatildeo

Ainda em fase de projeto o Centro de Inclusatildeo e Acessibilidade estaacute pre-visto para ficar pronto em 2015 Ele contaraacute dentre outras coisas com pla-cas em Braille piso taacutetil carteiras es-peciais plataforma elevatoacuteria eleva-dor e tecnologias inclusivas em geral

Outro projeto que estaacute sendo desenvolvido pela Prefeitura Uni-versitaacuteria eacute a urbanizaccedilatildeo do La-boratoacuterio de Energias Renovaacuteveis (LERS) que iraacute se estender por todo o estacionamento contando com rampas pisos taacuteteis e mais de 6 quilocircmetros de rotas acessiacuteveis

Os estudantes com necessidades especiais contam com um programa

Projeto em 3d das futuras instalaccedilotildees elaborado pela Prefeitura da UFPB

Reportagem Giuliano Viscardi

de apoio onde um aluno monitor os acompanha geralmente por discipli-na dando assistecircncia necessaacuteria gra-vando aulas e tirando duacutevidas com os professores O Nuacutecleo de Educaccedilatildeo Especial (Nedesp) tambeacutem os ajuda nesse processo de adaptaccedilatildeo Na Bi-blioteca Central e no Nedesp os alu-nos dispotildee de impressora em braille

A Proacute-reitoria de Gestatildeo de Pes-soas (Progep) ofereceu por dois anos consecutivos um curso de capacita-ccedilatildeo para docentes e servidores da uni-versidade tendo formado duas turmas ateacute agora Poreacutem a grande maioria dos capacitados foi funcionaacuterios A UFPB conta com apenas um tradutor ldquoPreci-samos de mais contrataccedilotildeesrdquo alega Po-lia que estaacute coordenando o Comitecirc de Inclusatildeo e Acessibilidade desde 2011

A prefeitura da Instituiccedilatildeo tambeacutem fez um convenio com o Laboratoacuterio de Acessibilidade (Lacesse) coordenado por Marcelo Diniz e pela professora do curso de arquitetura Angelina Costa O espaccedilo fiacutesico onde funciona o labo-ratoacuterio foi inaugurado dia 12 de abril no Centro de Tecnologia bloco N

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36 - UFPB em Revista

O rombo de mais de 22 milhotildees na Fundaccedilatildeo Casa de Joseacute Ameacuterico (FCJA) constata-

do pelo Tribunal de Contas da Uniatildeo (TCU) eacute a principal heranccedila deixada pela antiga administraccedilatildeo da universi-dade e que atinge diretamente o Res-taurante Universitaacuterio da UFPB Os es-cacircndalos envolvem o responsaacutevel pelo fornecimento de gecircneros alimentiacutecios e o pagamento de alguns funcionaacuterios do Restaurante Universitaacuterio (RU)

Segundo o TCU foram usados re-cursos federais depositados em contas especiacuteficas de convecircnios para paga-mentos agrave empresas fornecedoras de gecircneros alimentiacutecios As irregularida-des foram cometidas pelo ex-diretor da Fundaccedilatildeo Eugecircnio Pacceli Trigueiro Pereira Com isso o TCU suspendeu o repasse de recursos da Uniatildeo para a Fundaccedilatildeo Joseacute Ameacuterico e a direccedilatildeo do RU enfrentou problemas com a falta de estoque de alimentos e atraso no paga-mento de funcionaacuterios refletindo no atendimento precaacuterio das necessidades dos alunos que frequentam o Restau-rante

O RU que fornece refeiccedilotildees gra-tuitas para estudantes de baixa renda e cadastrados da UFPB conta com 90

profissionais Os gecircneros alimentiacutecios de uma refeiccedilatildeo custam em meacutedia de R$ 410 a R$ 530 Nesse valor natildeo estaacute considerado a despesa do preparo trabalho dos funcionaacuterios e energia dos aproximadamente 2200 almoccedilos e 900 jantares por dia

A nova reitoria da UFPB ampliou as investigaccedilotildees e o levantamento de contas da Universidade para averiguar quais problemas seratildeo enfrentados pela gestatildeo Durante as investigaccedilotildees foram detectadas vaacuterias irregula-ridades cometidas pela adminis-traccedilatildeo passada a exemplo da au-secircncia de prestaccedilatildeo de contas de diversos convecircnios

Antocircnio Luiz de Albuquer-que Gomes professor do De-partamento de Quiacutemica do Cen-tro de Tecnologia da UFPB assumiu o cargo de Superintendente do Sistema de Restaurantes Universitaacuterios - que com-preende os restaurantes do Campus 1 do Litoral Norte Areia e Bananeiras - no dia 12112012 Ele conta que rece-beu o RU com um estoque insuficiente de alimentos apesar dos pregotildees ainda estarem em andamento

O superintendente esclareceu que um desses pregotildees estava desa-

parecido e soacute depois de muita inves-tigaccedilatildeo a empresa foi contatada para cumprir o contrato O outro pregatildeo es-tava com o pedido de realinhamento de preccedilos e somente apoacutes a administraccedilatildeo entrar em contato para negociar com os fornecedores explicando a delicadeza da situaccedilatildeo eacute que foi possiacutevel normali-zar as entregas dos suprimentos

Segundo o professor Antocircnio Luiz ainda haacute muitos problemas com os fornecedores As licitaccedilotildees (pregotildees) emitidas pelas empresas tem um preccedilo muito abaixo do valor de mercado Em decorrecircncia desse fato as companhias tem prejuiacutezo e antes de completar os seis meses algumas deixam de forne-cer os gecircneros apesar de ainda terem saldo em caixa com a Universidade

Um dos problemas a serem contor-nados pela atual administraccedilatildeo diz res-peito a burocracia e lentidatildeo de alguns setores na etapa de licitaccedilatildeo e pregatildeo para aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios Na Proacute-Reitoria Administrativa (Divi-satildeo de Materiais) a entrada dos pre-gotildees foi feita em dezembro poreacutem os processos ficaram mais de dois meses parados dentro de uma gaveta e por isso ainda existem licitaccedilotildees de com-pras paradas em abril

A administraccedilatildeo da Universidade

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeo

Prof Antocircnio Luiz Superintendente do RU

Vista frontal do Restaurante Universitaacuterio da UFPB

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 37

Atualmente o professor Antocircnio Luiz estaacute procurando resolver os as-suntos mais urgentes do RU fazendo o levantamento do que precisa ser fei-to a exemplo dos pedidos de compras de equipamentos de seguranccedila e para a cozinha Haacute tambeacutem uma proposta

a partir dos levantamentos feitos pelo professor Antocircnio Luiz tomou um seacute-rie de iniciativas entre elas consultas juriacutedicas onde foram detectados o atra-so de salaacuterios entre outras irregularida-des trabalhistas Por conta do rombo a FCJA deixou de pagar o fundo de ga-rantia salaacuterios feacuterias e 13ordm salaacuterio aos funcionaacuterios As diacutevidas tiveram que ser quitadas pela prefeitura universitaacute-ria que repassou a verba e cumpriu a obrigaccedilatildeo social para com todos os fun-cionaacuterios Hoje a FCJA eacute dirigida por Boanerges Felix que estaacute regularizan-do as atividades da fundaccedilatildeo

O professor Antocircnio Luiz ressalta que existiam diversos problemas com equipamentos e com funcionaacuterios Na cozinha haviam vazamentos e instru-mentos como serras de cortar carne e aparelho de cortar frutas quebrados Ateacute o conserto desses aparelhos os trabalhos vinham sendo feitos manu-almente Ele encontrou equipamentos com 10 a 15 anos de uso sem programa de reposiccedilatildeo ldquoEacute impossiacutevel um siste-ma desse porte funcionar sem repor o equipamento porque ele tem vida uacutetil As caldeiras satildeo razoavelmente novas com 3 ou 4 anos de uso mas sem um sistema de manutenccedilatildeo Vazamento de oacuteleo caldeiras quebradas Foi uma si-tuaccedilatildeo que eu natildeo imaginava que en-contrariardquo observa o superintendente

Outra questatildeo importante que a nova administraccedilatildeo teve que mudar foi o fato de que os funcionaacuterios natildeo esta-vam acostumados a obedecer aos horaacute-rios Poreacutem aos poucos o pessoal foi se adaptando ao novo modelo de gestatildeo

encaminhada para concretizaccedilatildeo de um serviccedilo de auto atendimento (self servi-ce) O desperdiacutecio de comida eacute um dos grandes problemas para o Restaurante pois os alunos deixam nos pratos restos de comida suficientes para alimentar mais de 400 pessoas segundo o supe-rintendente

A equipe que trabalha no RU pre-tende realizar uma campanha de cons-cientizaccedilatildeo para que os comensais com a instalaccedilatildeo do self service co-loquem no prato apenas a quantidade realmente necessaacuteria evitando assim o desperdiacutecio Estaacute nos planos promover treinamento dos funcionaacuterios executar atividades humaniacutesticas promovendo a interaccedilatildeo entre as pessoas melhorar cada vez mais o sabor da comida (a qua-lidade jaacute existe) e aumentar o nuacutemero de funcionaacuterios e equipamentos acarre-tando numa melhora do fluxo e minimi-zando o problema das longas filas

Tambeacutem eacute interesse terminar a obra comeccedilada na administraccedilatildeo pas-sada - que jaacute deveria ter sido finaliza-da - de um complexo ao lado do atual RU Laacute seraacute instalado um restaurante para que os funcionaacuterios e estudantes natildeo contemplados pelo RU possam co-mer pagando apenas uma pequena taxa pela refeiccedilatildeo Eacute preciso ainda analisar a viabilidade dessa opccedilatildeo consultando a comunidade acadecircmica e aguardando o teacutermino das obras A comida seraacute a mesma que eacute servida gratuitamente aos alunos comensais

Comida que sobra nos pratos seria capaz de preencher 400 novas refeiccedilotildees

Restaurante Universitaacuterio em horaacuterio de funcionamento

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Reportagem Marina Maracajaacute e Nayane Maia

e mudando os haacutebitos no ambiente de trabalho A atual administraccedilatildeo prima pelo exemplo adotando a praacutetica de se-rem os primeiros a chegar e os uacuteltimos a sair colaborando com os outros fun-cionaacuterios e ajudando sempre que pos-siacutevel nas suas diferentes funccedilotildees seja no setor administrativo seja na parte de manutenccedilatildeo dos equipamentos

Proposiccedilotildees

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38 - UFPB em Revista

Blocos isolados congestiona-mentos nos horaacuterios de pico falta de estacionamento satildeo

esses alguns dos problemas que po-dem ser ocasionados pela falta de um bom plano diretor Na UFPB isso natildeo eacute diferente Encontrar agrave noite uma vaga proacutexima ao CCHLA eacute praticamente uma maratona Esse e muitos outros problemas poderiam ter sidos evita-dos se tivesse sido criado um plano diretor que limitasse as aacutereas de esta-cionamento construccedilatildeo e ainda com o planejamento da aacuterea de preservaccedilatildeo na universidade

Em 2007 em sua defesa de tese de doutorado em engenharia civil Renato Saboya explica ldquoPlano Diretor eacute um documento que sintetiza e torna expliacute-citos os objetivos consensuados para o Municiacutepio e estabelece princiacutepios diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as decisotildees dos atores envolvidos no processo de de-senvolvimento urbano convirjam tan-to quanto possiacutevel na direccedilatildeo desses objetivosrdquo

Para Acircngela Braz aluna do quinto periacuteodo de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal da Paraiacuteba pro-blemas comuns como salas com maacute ventilaccedilatildeo ou com insolaccedilatildeo intensa poderiam ter sido evitados se a insti-tuiccedilatildeo tivesse em seu plano diretor as melhores localizaccedilotildees para a constru-ccedilatildeo dos blocos Com tal planejamen-to seriam evitadas aacutereas voltadas di-retamente para o nascente ou poente e tambeacutem aacutereas natildeo favorecidas pelos ventos

Planos Diretores no Brasil

Quando questionados a maioria dos brasileiros pensam que exemplos de planejamento preventivo existem apenas em paiacuteses de ldquoprimeiro mun-dordquo poreacutem em diversos municiacutepios brasileiros planos diretores tiveram relativo sucesso como por exemplo Curitiba Brasiacutelia e ateacute mesmo Joatildeo Pessoa Sendo a uacuteltima um dos melho-res exemplos nacionais de preservaccedilatildeo de sua orla mariacutetima onde existe um

bloqueio para edifiacutecios superiores a quatro andares

ldquoA questatildeo da falta de planejamen-to urbano eacute muito mais grave do que parece o recobrimento dos solos com materiais impermeaacuteveis juntamente com o adensamento de construccedilotildees acaba ocasionando o aumento de tem-peratura em determinadas regiotildeesrdquo indaga Acircngela

O impedimento da construccedilatildeo de preacutedios altos na orla evita o conhecido fenocircmeno em diversas praias sombra Em praias de Recife Rio de Janeiro e Balneaacuterio Camboriuacute por exemplo possuem sombra na faixa de areia mes-mo horas antes do pocircr do sol devido aos gigantes que ali se encontramldquoSalas cada vez menores para turmas cada vez maioresrdquo

Para Andreacute Siqueira aluno do se-gundo periacuteodo de Arquitetura e Urba-nismo na Universidade Federal da Pa-raiacuteba a falta de um real planejamento cria ateacute mesmo a falta de acessibilida-de em diversas aacutereas da Universida-de Calccediladas estreitas com caminhos

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidade

Protesto de alunos de Miacutedias Digitais devido ao atraso de mais de dois anos na entrega do bloco do curso

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 39

Soluccedilatildeo a longo prazo

Flaacutevio Tavares membro do pro-jeto de iniciaccedilatildeo cientiacutefica ldquoTerritoacute-rios e urbanidades praacuteticas urbanas e poliacuteticas culturais no espaccedilo puacuteblico contemporacircneordquo mostra-se indignado com o fato de que o porte que a uni-versidade tem atingido seja de espa-ccedilo fiacutesico ndash com grande quantidade de alunos e funcionaacuterios circulando no seu campus - seja do volume de recur-sos aplicados anualmente e ainda natildeo possua um plano diretor em vigor Ele permitiria accedilotildees integradas de longo prazo garantindo que os investimentos ocorram de acordo com os principais anseios da comunidade universitaacuteria jaacute que a elaboraccedilatildeo do plano se daacute necessariamente a partir da discussatildeo conjunta entre os envolvidos com a re-giatildeo

Indagado sobre as possiacuteveis accedilotildees

que poderiam sanar os atuais (e fu-turos) problemas Tavares diz que a Universidade deve iniciar de imedia-to a construccedilatildeo de um ldquoPlano Diretor Participativo Integrado para o Cam-pus Joatildeo Pessoa da UFPBrdquo incluindo questotildees de planejamento participativo na proposiccedilatildeo das futuras obras per-mitindo que a comunidade acadecircmica possa opinar sobre as obras que ali se-ratildeo executadas resultando numa maior conexatildeo e identificaccedilatildeo com os usuaacute-rios Quanto a uma obra especiacutefica ele acredita que uma ampla intervenccedilatildeo no

desenho urbano do campus seria ne-cessaacuteria priorizando o fluxo de pedes-tres com pisos adequados vegetaccedilatildeo passarelas etc

Para finalizar Flaacutevio lembra que agora que a Universidade acolhe um maior nuacutemero de pessoas com defici-ecircncia tendo o dever natildeo soacute legal mas tambeacutem social de incluir estas pessoas num deslocar seguro e independente Sendo esse apenas possiacutevel com um planejamento efetivo da estrutura fiacutesi-ca da Universidade

No final de 2012 Margareth Diniz assumiu a Reitoria da Uni-versidade Federal da Paraiacute-ba e com ela iniciaram-se projetos de um Plano Dire-tor Esse Plano teraacute como principal foco proteger a reserva de mata atlacircntica na qual a Instituiccedilatildeo estaacute sediada O professor Seacutergio Alonso recentemente em-possado prefeito do Campus I eacute um dos membros desta comissatildeo que discute a cria-ccedilatildeo do Plano na UFPB Ele teraacute a missatildeo de coordenar as discussotildees sobre o PD

Planejamento evita problemas como o demonstrado no viacutedeo acima

Novo campus em Rio Tinto Obras que esteticamente feias e sem utilidade

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ReportagemFrancisco de Oliveira

Guilherme Pontes

confusos ou ateacute mesmo inexistentes e ainda praccedilas de permanecircncia sem co-bertura satildeo outros exemplos lembra-dos por Siqueira

Sobre o futuro Andreacute eacute pessi-mista e comenta que a cada dia mais problemas surgem Ser deficiente na UFPB eacute praticamente impossiacutevel Blocos aleatoacuterios para cursos que de-veriam ter salas proacuteximas Essas in-clusive estatildeo cada vez menores para turmas cada vez maiores ldquoSalas com janelotildees feitas para serem usadas com projetor que tipo de arquiteto aprova issordquo provoca

INFRAESTRUTURA

40 - UFPB em Revista

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Central

Construiacuteda haacute mais de 30 anos a Biblioteca Central da UFPB nunca passou por uma grande reforma

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Se algueacutem que frequenta a Bi-blioteca Central da UFPB atu-almente fosse perguntado sobre

qual a sua impressatildeo sobre o local as respostas certamente seriam se-melhantes agraves de quem respondesse a mesma pergunta haacute dez ou vinte anos calor poeira mofo falta de acessibilidade e estrutura deficitaacuteria estariam entre as palavras mais cita-das Isso se explica pelo fato do preacute-dio construiacutedo na deacutecada de 1970 ter sido mal planejado e nunca ter passado por uma grande reforma

Com o acervo atual em torno dos 400 mil exemplares a Bibliote-ca Central tem como principal fina-lidade dar suporte de informaccedilotildees aos programas de ensino pesquisa e extensatildeo Construiacuteda ao lado de uma mata ndash a UFPB estaacute localizada em uma regiatildeo de Mata Atlacircntica ndash so-fre com a maacute conservaccedilatildeo do acervo

exposto agrave umidade poeira e insetosSegundo a bibliotecaacuteria TM que preferiu natildeo se identificar o uacutelti-mo governo ateacute fez investimentos importantes no local ldquoAtraveacutes de pregotildees e ouvindo sugestotildees de co-ordenadores de cursos e professores foram adquiridos milhares de novos tiacutetulos Aleacutem disso foram instala-dos novos computadores cadeiras e feita a climatizaccedilatildeo de algumas salasrdquo A ideia eacute que nos proacuteximos anos sejam feitos novos investimen-tos no local ldquoA nova Reitora pro-meteu um sistema de climatizaccedilatildeo completo para o preacutediordquo afirma TM

Apesar das melhorias nos uacutel-timos anos e a promessa de novos investimentos para um futuro proacute-ximo muitas mudanccedilas inclusive estruturais precisam acontecer na Biblioteca Central ldquoO projeto ar-quitetocircnico eacute defeituoso Eacute impos-

siacutevel falar em climatizaccedilatildeo enquan-to natildeo for solucionado o problema das grandes frestas nas paredes do lugar Tambeacutem natildeo adianta climati-zar sem ser feita uma higienizaccedilatildeo em todo o preacutediordquo afirma o fun-cionaacuterio Francisco Joseacute Assistente Administrativo do local haacute 25 anos

Natildeo bastasse o problema de con-servaccedilatildeo do acervo existe uma ques-tatildeo ainda mais grave a ser tratada a sauacutede dos que frequentam a Bibliote-ca Central Vaacuterios funcionaacuterios rela-taram problemas de sauacutede por causa da higiene e estrutura do local O acuacutemulo de poeira e fungos jaacute causou vaacuterias doenccedilas de pele desde cocei-ras ateacute alergias seacuterias Aleacutem disso eacute comum funcionaacuterios reclamarem de problemas de coluna causados pelo manuseio das pesadas estantes e pro-blemas de mobilidade com os carros de matildeo que transportam os livros

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 41

Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

A realidade

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

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grafia estatildeo ok tem ar condicionado data

show etc As de quiacutemica () satildeo horriacuteveis tem umas que os

ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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PELO CAMPUS

46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

PELO CAMPUS

52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

Recepccedilatildeo Local

Gastos estadia e lazer

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 18: UFPB em revista

INTERACcedilAtildeO

24 - UFPB em Revista

ldquoSempre tive consciecircncia de que a EJA me proporciona-ria crescimento profissional

e pessoal A frase eacute de Amanda Lima aluna do primeiro periacuteodo do curso de Administraccedilatildeo da Universidade Fede-ral da Paraiacuteba (UFPB) e que acaba de entrar como membro da EJA Consul-toria (Empresa Juacutenior de Administra-ccedilatildeo) Esta empresa caracteriza-se por ser de consultoria sem fins lucrativos que presta serviccedilos na respectiva aacuterea acadecircmica sendo formada exclusiva-mente por alunos do curso de Admi-nistraccedilatildeo da UFPB e que tem como objetivo a capacitaccedilatildeo por meio de conhecimento teacutecnico e empresarial do aluno do curso inserindo-o pos-teriormente no mercado de traba-lho como um jovem empreendedor

Sua estrutura segundo o seu presi-dente Tito Amorim eacute mista de funcio-nal e projetizada A estrutura funcional tem como caracteriacutestica o planejamen-to de serviccedilos abrangendo cargos de analistas de cada departamento entre eles o de qualidade marketing proje-

tos presidecircncia tendo como seus su-periores os diretores Jaacute a projetizada consiste em cargos de consultoria ou seja pessoas restritas a execuccedilatildeo de determinado serviccedilo Os cargos sem-pre estatildeo sendo renovados ao longo dos anos dando oportunidades a outros estudantes da aacuterea para participarem e ateacute aos que jaacute estatildeo em cargos da EJA Consultoria a exercerem atividades em outros Todos estes requerem eleiccedilotildees

Casos de Sucessos

ldquoO estudante entra como universi-taacuterio e sai da EJA como um empreen-dedor atraveacutes da vivecircncia empresarial e gestatildeordquo afirma Tito Em quase 22 anos de existecircncia haacute vaacuterios casos de pessoas que trabalharem na EJA e ob-tiveram sucesso profissional tornando hoje empreendedores de sucesso En-tre os mais sucedidos dois satildeo lembra-dos pelo presidente satildeo eles Leandro Vieira idealizador do administrado-rescom e o Taacutercio Pessoa atualmen-te responsaacutevel pelo Empreender ndash JP

mostrando que o conhecimento adqui-rido na empresa foi bem aproveitado

O curso possibilita o aprendizado atraveacutes de programas de treinamento como Trainee aleacutem de outros eventos como a SDP (Semana de Desenvolvi-mento Profissional) que atinge toda a comunidade acadecircmica mas voltado sempre para o curso de Administraccedilatildeo Com o intuito de transmitir conheci-mento para outros segmentos estu-dantis o evento conhecido como EJA FAZ Palestra promove como o nome mesmo diz palestras sobre respecti-vos temas acerca de administraccedilatildeo Outro evento o Buscando Sorrisos tambeacutem promovido pela empresa de consultoria leva os membros da em-presa para uma instituiccedilatildeo de carida-de ajudando elas possibilitando aos alunos mais contato com a populaccedilatildeo

Pessoas que estatildeo assumindo car-gos agora como eacute o caso da estudante Amanda Lima que acaba de comeccedilar a atuar na funccedilatildeo de analista de qualida-de vecirc a EJA Consultoria como oportu-nidade de crescer no mercado ldquoQuem

EJA Consultoria proporciona crescimento profissional

Cerimocircnia de Posse da gestatildeo 20131 da EJA Consultoria

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 25

busca a EJA eacute um profissional diferen-ciadordquo disse a estudante Segunda ela que jaacute almeja exercer cargos de niacuteveis mais altos o conhecimento dado por esta empresa ajuda tambeacutem no curriacutecu-lo oferecendo uma visatildeo de mercado

A EJA como diferencial

Outros estudantes estatildeo exercendo cargos haacute mais tempo como eacute o caso de Rafael Carvalho que eacute membro da EJA haacute dez meses Ele comeccedilou como consultor e hoje atua como diretor de marketing ldquoEu jaacute trabalhei em car-gos estaduais empresas privadas mas nunca obtive tamanha experiecircncia pro-fissional como a que a EJA me ofere-ceurdquo afirmou Rafael Por estar na em-presa haacute mais tempo ele conclui que todo o conhecimento teoacuterico obtido dentro da sala de aula pode ser colo-cado em praacutetica nesta empresa juacutenior

Rafael relata que tambeacutem enfren-tou dificuldades como o fato de ter que se deslocar para a cidade de Ma-manguape na Paraiacuteba para realizar consultorias e sua transiccedilatildeo de cargo tambeacutem foi um momento difiacutecil por exigir dele o conhecimento em uma es-trutura funcional jaacute que estava saindo

de um cargo de estrutura projetizada Mesmo assim Rafael vecirc os problemas enfrentados como aprendizado ad-quirido almejando tambeacutem alcanccedilar cargos de niacuteveis mais altos ldquoTodo co-nhecimento que hoje eu tenho na aacuterea de administraccedilatildeo consegui na EJA e natildeo em outra empresardquo disse ele

Para ser membro da EJA Consulto-

Posse dos novos membros Idaacutecio Rodrigues e Natyara Santos

Posse do presidente Rodolfo Alves Felizardo

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ReportagemAcircngela Oliveira e

Jessica Morais

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ria o estudante do curso passa por uma seleccedilatildeo que dura aproximadamente uma semana Primeiramente eacute preci-so estar cursando qualquer periacuteodo de Administraccedilatildeo na UFPB em seguida se inscrever na empresa Os alunos selecionados passam por uma capaci-taccedilatildeo de trecircs meses antes de assumir seus respectivos cargos em uma ceri-

mocircnia de posse reali-zada tambeacutem na UFPB

A EJA Consultoria traduz o espiacuterito estu-dantil Aos estudantes que nela trabalham recai cobranccedilas de criatividade bom de-sempenho e boa capa-cidade administrativa Ao sair o estudante eacute visto como um verda-deiro administrador no mercado de trabalho Eacute o laboratoacuterio praacutetico de todo o aprendizado teoacute-rico do aluno no curso de Administraccedilatildeo da UFPB

INTERACcedilAtildeO

26 - UFPB em Revista

A busca pela experiecircncia profissionalEstudante do terceiro periacuteodo de

Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digi-tais (UFPB) Ermeson Lira (18

anos) tomou uma decisatildeo importante em sua vida tornou-se um estagiaacuterio Sua rotina mudou e com ela vieram as responsabilidades Diego Lopes (25 anos) estudante de Ciecircncias da Com-putaccedilatildeo tambeacutem iniciou sua carreira estagiando e ganhando experiecircncia Mas todos os alunos da Universidade Federal da Paraiacuteba conseguem a mes-ma oportunidade que eles

Na UFPB existem dois tipos de es-taacutegios o obrigatoacuterio que conta com a cobertura do seguro de acidentes pes-soais E o natildeo-obrigatoacuterio que eacute opcio-nal e pode ser remunerado ou natildeo Die-go Lopes acredita que ldquocom o estaacutegio vocecirc adquire experiecircncia de mercado de trabalho aprende a trabalhar sobre pressatildeo e se qualifica para vagas que

seratildeo destinadas a pessoas formadasrdquoNo caso do curso de Miacutedias Digi-

tais a regulamentaccedilatildeo diz ldquoEstaacutegio supervisionado em meio profissional ou acadecircmico totalizando 300 horas objetivando a observaccedilatildeo e intervenccedilatildeo do estudante para o exerciacutecio profissio-nal bem como facilitar sua integraccedilatildeo no meio profissionalrdquo O curso estabe-lece convecircnio com o Centro Integrado Empresa-Escola (CIEE) e entre ou-tras entidades puacuteblicas e privadas

O CIEE eacute uma instituiccedilatildeo filantroacute-pica que procura encontrar estaacutegios e oportunidades de aprendizado para es-tudantes dos niacuteveis meacutedio teacutecnico e su-perior Estaacute presente em todo territoacuterio nacional auxiliando a entrada dos jo-vens no mercado de trabalho Algumas empresas jaacute possuem convecircnio com a UFPB Mas alguns alunos ainda encon-tram dificuldades para conseguir seu

espaccedilo Eacute o exemplo de Joseacute Carlos Pe-reira (22 anos) estudante de Ciecircncias bioloacutegicas da UFPB Ele tentou entrar num estaacutegio oferecido pela profes-sora de seu curso mas por choque de horaacuterios natildeo pode fazecirc-lo ldquoalguns es-taacutegios que eu queria pegar eram no ho-raacuterio da manhatilde Horaacuterio este em que eu estava ocupado com as aulasrdquo

Segundo a Lei 11788 Art 8ordm da Constituiccedilatildeo brasileira os convecircnios tanto com empresas puacuteblicas quanto as privadas satildeo facultativos A UFPB eacute conveniada a mais de 300 institui-ccedilotildees Entre elas estatildeo o Banco do Bra-sil Carrefour TV Tambauacute Petrobraacutes e diversas prefeituras como a de Joatildeo Pessoa e Campina grande Segundo o Art 11ordm da mesma lei a duraccedilatildeo maacute-xima do estaacutegio eacute de dois anos exceto quando o estagiaacuterio possui necessida-des especiais

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 27

A PRG-CEM estaacute localizada na Reitoria da Universidade Federal da Paraiacuteba

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Reportagem Layse Pereira eRayssa Alcacircntara

Estaacutegios Cadastrados pela CEM2009-2013

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Bolsa Estaacutegio Meacuted

2009 2010 2011 2012 2013

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113

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138

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Os nuacutemeros variam pois estamos no decorrer do ano Dados da PRG-CEM

O Lado bom

Apesar de algumas barreiras en-contradas os universitaacuterios tem uma opiniatildeo em comum O estaacutegio eacute uma etapa importante para a entrada no mercado de trabalho ldquoAleacutem de ad-quirir conhecimentos antes do tempo eacute uma oacutetima oportunidade pra se de-senvolver no mercado Quando se estaacute dentro desse ecossistema o aprendiza-do agrega em vocecirc mesmo que vocecirc natildeo queirardquo declarou Ermeson Lira

Professores como Alberto Pessoa (autor e pesquisador de histoacuterias em quadrinhos) tambeacutem acreditam na importacircncia do estaacutegio Segundo ele quando se estuda e trabalha o aluno consegue aproveitar melhor a gradua-ccedilatildeo ldquoQuando vocecirc trabalha vocecirc natildeo tem tempo de deixar pra laacute Entatildeo vocecirc aproveita melhor a universidade vocecirc estuda mais vocecirc tem um senso de res-ponsabilidade melhorrdquo argumenta

Primeiros Passos

Os estaacutegios dentro da universidade satildeo oferecidos pelos pela UFPB e via-bilizados pelos professores Para soli-citar a bolsa os alunos devem apresen-tar uma seacuterie de documentos Segundo Eliane Ferraz coordenadora da CEM (Coordenaccedilatildeo de Estaacutegio e Monito-

ramento) primeiramente o estudante deve encaminhar um ofiacutecio ao Proacute-Rei-tor de Planejamento da Universidade Federal da Paraiacuteba (Proplan-UFPB) contendo justificativas da solicitaccedilatildeo e detalhes sobre o estaacutegio

Outros documentos necessaacuterios satildeo o formulaacuterio de Solicitaccedilatildeo de Bolsa estaacutegio a Ficha Cadastral (Bolsa-EstaacutegioUFPB) Histoacuterico Escolar do aluno coacutepias da Identidade CPF Tiacutetu-lo de Eleitor e para os homens a coacutepia

do Certificado de quitaccedilatildeo como o ser-viccedilo militar Ao final de cada periacuteodo este processo eacute repetido para renovar a Bolsa

As informaccedilotildees sobre estaacutegios ex-ternos ainda eacute mal divulgado pela uni-versidade Os estudantes costumam ter a iniciativa de procuraacute-los por meio de amigos conhecidos Hoje com a in-ternet ficou mais faacutecil encontrar traba-lhos por meio de sites como por exem-plo o Gogojobcom (wwwgogojobcombr) que divulga vagas na aacuterea de publicidade Quando a oportunidade de estagiar eacute oferecida por instituiccedilotildees conveniadas agrave UFPB o universitaacuterio tambeacutem deve procurar a CEM Apoacutes assinado o convecircnio o aluno estaacute ofi-cialmente estagiando Em ambos os processos ao final de cada semestre deve ser entregue um relatoacuterio

Segundo a coordenadora da CEM os convecircnios realizados pela UFPB eacute uma maneira de atender agraves demandas acadecircmicas Para contemplar um maior nuacutemero de cursos da universidade ldquoOs convecircnios para a concessatildeo de estaacutegios supervisionados devem portanto ser celebrados de forma mais abrangente possiacutevel visando a atender de forma mais ampla a concessatildeo de estaacutegio a alunos regularmente matriculadosrdquo

INTERACcedilAtildeO

28 - UFPB em Revista

Em evento que lotou o auditoacuterio da reitoria da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba Joatildeo Pessoa

recebeu o neurocientista brasileiro Mi-guel Nicolelis que realizou a palestra ldquoA ciecircncia como agente de transforma-ccedilatildeo socialrdquo Nicolelis atraiu professo-res profissionais da aacuterea estudantes da UFPB e de outras universidades mas chamou ainda a atenccedilatildeo de cida-datildeos comuns com problemas de para-plegia tetraplegia deficientes visuais auditivos e pessoas que possuem entes queridos na mesma condiccedilatildeo O enor-me puacuteblico presente ao evento coorde-nado pelo Foacuterum Universitaacuterio deixou o auditoacuterio pequeno com a esperanccedila de ouvir das palavras do meacutedico que eles teriam seus problemas resolvidos pela ciecircncia seja em curto meacutedio ou longo prazo

Nicolelis que lidera um grupo de

pesquisadores da aacuterea de Neurociecircncia na Universidade Duke - EUA apresen-tou como um dos pilares da palestra a mesma questatildeo base do seu chamado Manifesto da Ciecircncia Tropical Nele o neurocientista sugere que o Brasil pode potencializar o desenvolvimen-to cientiacutefico e educacional a partir da cooperaccedilatildeo de ambos e propotildee quinze medidas para firmar o paiacutes como lide-ranccedila mundial na produccedilatildeo e uso de-mocratizante do conhecimento

Miguel Nicolelis falou tambeacutem so-bre a instituiccedilatildeo na cidade de Macaiacute-ba no Rio grande do Norte onde ele realiza um projeto chamado Educaccedilatildeo para toda a vida O projeto ensina para crianccedilas da periferia de Macaiacuteba e Na-tal conhecimentos nas aacutereas de roboacuteti-ca fiacutesica biologia geografia histoacuteria e informaacutetica Durante a palestra o neu-rocientista ainda explanou que desde

o iniacutecio do seu trabalho na cidade de Macaiacuteba a evasatildeo escolar da institui-ccedilatildeo eacute de apenas 2 e que as crianccedilas que estatildeo sendo formadas nessa insti-tuiccedilatildeo saem com mesmo niacutevel de es-colas de elite do Rio grande do Norte

O meacutedico disse aos presentes que acredita que a ciecircncia eacute grande agente responsaacutevel pela capacidade de ino-vaccedilatildeo e deve ser estimulada desde os primeiros momentos da vida Afirmou ainda que haacute uma carecircncia de investi-mento na aacuterea de intersecccedilatildeo da neu-rociecircncia e que se possiacutevel deveria existir acompanhamento ainda no preacute-natal para que a crianccedila nascesse com o maacuteximo de potencial neuroloacutegico Em 2014 Nicolelis abriraacute o primeiro Instituto Primata de Neurociecircncia com uma escola cujo aprendizado se inicia-raacute desde o nascimento Ainda que seja um sonho um pouco distante o meacutedico

Neurocientista Miguel Nicolelis reabre Foacuterum Universitaacuterio

Reabertura do foacuterum universitaacuterio tem como primeiro palestrante o neurocientista Miguel Nicolelis

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acredita que futuramente Macaiacuteba seraacute a primeira ldquocidade ceacuterebrordquo do mundo

Durante a palestra o neurocien-tista tambeacutem abordou as experiecircncias que realiza sobre a interaccedilatildeo do ceacutere-bro e a maacutequina que consiste em fa-zer o movimento da maacutequina a partir dos estiacutemulos enviados pelo ceacuterebro que seratildeo convertidos em impulsos eleacutetricos e proporcionaratildeo o movi-mento mecacircnico de proacuteteses Ainda que ateacute o momento seus experimentos tenham sido feitos apenas com maca-cos jaacute causam ansiedade em pessoas que sofreram acidentes e hoje tem a locomoccedilatildeo comprometida O meacutedico acrescentou que pretende realizar uma demonstraccedilatildeo em 2014 quando uma brasileira parapleacutegica deveraacute caminhar 20 passos e dar o pontapeacute inicial da Copa do Mundo ldquoEsse seraacute um pre-sente do Brasil para toda a humanida-derdquo declarou Nicolelis

O foacuterum universitaacuterio

Apoacutes seis anos desativado a pre-senccedila de Miguel Nicolelis marcou de forma extraordinaacuteria o retorno do Foacute-rum Universitaacuterio Fundado na deacutecada de 1980 pelo professor Joseacute Jackson Carneiro o Foacuterum tem como objetivo discutir assuntos relevantes agrave socieda-de tanto em um niacutevel nacional como local Segundo o coordenador do Foacute-rum Iedo Fontes nunca ficou clara a razatildeo pela qual a gestatildeo anterior da UFPB paralisou o evento ldquoNunca ex-plicaramrdquo comentou Fontes

Para reforccedilar a natureza fomenta-dora de debates do Foacuterum Fontes dis-se que um dos primeiros debates entre presidenciaacuteveis poacutes-ditadura militar jaacute com vistas agraves eleiccedilotildees de 1989 foi promovido pela UFPB no antigo cam-pus de Campina Grande (que hoje eacute de competecircncia da UFCG) ldquoSoacute natildeo veio Collor Lula Brizola e outros estive-ram presentesrdquo comentou

Com o auditoacuterio lotado (600 pro-fessores de acordo com os nuacutemeros de Fontes) o retorno do Foacuterum foi con-siderado positivo A programaccedilatildeo fu-tura ainda estaacute sendo planejada mas a tendecircncia eacute que o Foacuterum seja realizado bimestralmente ldquoFoi uma declaraccedilatildeo da reitora a um jornal local de que ela tem interesse de que o Foacuterum aconte-ccedila num intervalo de dois meses O que nos permite fazer uma programaccedilatildeo Simulaccedilatildeo do exoesqueleto na abertura da Copa de 2014

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mais pensadardquo declarou o coordena-dor

Alguns temas jaacute estatildeo sendo con-siderados o bloqueio do crescimento econocircmico brasileiro nos uacuteltimos anos 500 anos da obra de Maquiavel dis-cussatildeo da obra do geoacutegrafo Josueacute de Castro federalizaccedilatildeo dos niacuteveis infan-til fundamental e meacutedio da educaccedilatildeo e a obra de Luiz Gonzaga e seu impacto sobre a vida regional (este uacuteltimo jaacute sendo organizado para o mecircs de ju-nho)

A princiacutepio o Foacuterum natildeo prioriza-ria nenhuma aacuterea em especiacutefico nem mesmo a proacutepria academia Fontes dis-se ldquoficou claro na reabertura oficial do Foacuterum que noacutes natildeo o reativamos ape-nas para professores estudantes e fun-cionaacuterios mas tambeacutem para a socieda-de pessoense () pessoas de diferentes ramos de atividade comeacutercio induacutes-tria academiardquo Poreacutem o coordenador esclareceu que uma atenccedilatildeo especial deveraacute ser dada agrave discussotildees relaciona-das agrave educaccedilatildeo - e essa preocupaccedilatildeo eacute percebida com a escolha de Miguel

Nicolelis para o primeiro encontro apoacutes a reativaccedilatildeo do Foacuterum ldquoSe tem uma aacuterea que noacutes devemos priorizar no

Brasil e fazer um grande debate nacio-nal eacute a educaccedilatildeordquo explicou Fontes

A exemplo de Nicolelis o Foacuterum tambeacutem foi responsaacutevel por trazer ou-tras personalidades conhecidas nacio-nalmente agrave Joatildeo Pessoa como os se-nadores Cristoacutevatildeo Buarque e Roberto Requiatildeo e o economista Carlos Les-sa Para uma futura ediccedilatildeo do foacuterum a Universidade estaacute tentando trazer o jornalista Paulo Henrique Amorim A ideia poreacutem natildeo eacute ficar preso a nomes de acircmbito nacional e abrir espaccedilo para pessoas que tenham impacto na socie-dade regional - ateacute pela histoacuteria e pelo legado que o Foacuterum tem de realizar debates de interesse da populaccedilatildeo em geral

ldquoFoacuterum eacute para discutir os proble-mas do estado Somos uma entidade produtora e reprodutora de conheci-mento () Na mesa de debate deve ter um professor de destaque mas tambeacutem algueacutem da aacuterea senatildeo fica apenas a niacute-vel de conferecircncia o que natildeo eacute bom pois natildeo promove o debaterdquo afirmou Fontes

Reportagem Una Txai e Rudah Silva

INFRAESTRUTURA

32 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Paraiacuteba enfrenta o caos na infraestrutura do sistema viaacuterio e estaciona-

mentos para veiacuteculos dos alunos pro-fessores e funcionaacuterios Eacute um problema de toda cidade que se reflete na univer-sidade gerando transtornos e problemas de logiacutestica em determinados horaacuterios As dificuldades na mobilidade interna ao Campus I decorrem na deficiecircncia no planejamento da expansatildeo da Instituiccedilatildeo aliadas ao aumento do nuacutemero de veiacute-culos nos uacuteltimos 10 anos O problema eacute reflexo da prioridade do veiacuteculo parti-cular sobre o uso de transporte coletivo

O campus I da instituiccedilatildeo estaacute pas-sando por algumas reestruturaccedilotildees e reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos jaacute existentes No periacuteodo de 2012 a 2013 o nuacutemero de vagas para estacionamento subiu consideravelmente de 2 mil para 2500 Em meacutedio prazo (dois anos) a administraccedilatildeo pretende criar mais 1500 vagas atraveacutes da continuaccedilatildeo do projeto de reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos (no CACE CCEN e HU) e da finali-zaccedilatildeo do Centro de Energias Renovaacute-veis ainda em construccedilatildeo por traacutes do CCHLA

Estacionamento precaacuterio provoca transtorno na UFPB

Vaacuterios carros estacionados de forma irregular e inconveniente no estacionamento da Central de Aulas do campus I

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Projetos

Segundo Marcelo Diniz da Divi-satildeo de Estudos e Projetos da Prefeitura Universitaacuteria a reorganizaccedilatildeo dos esta-cionamentos eacute prioridade e vem sendo implementada em vaacuterios estacionamen-tos da universidade O projeto modi-fica a posiccedilatildeo de entrada dos veiacuteculos de 45ordm (diagonal) para 90ordm (frontal) e a largura da vaga do estacionamento para impossibilitar improvisos que prejudi-cam o traacutefego como por exemplo as filas duplas No projeto as motos se-ratildeo contempladas com estacionamento proacuteprio para evitar a desorganizaccedilatildeo e acidentes nas passarelas e corredores das salas ldquoIremos instalar placas de ad-vertecircncia para as motos natildeo transitarem no espaccedilo destinado aos pedestresrdquo diz Marcelo

Um dos locais com maior problema fica proacuteximo ao preacutedio da Reitoria e da Biblioteca Central devido agrave concen-traccedilatildeo de vaacuterios serviccedilos e dos preacutedios acadecircmicos Nesse local estatildeo reuni-das agecircncias de trecircs bancos livrarias restaurantes DCE (Diretoacuterio Central Estudantil) e AdufPB (sindicato dos

professores) Por conta da via nesse lo-cal ser muito estreita a Prefeitura Uni-versitaacuteria utilizou prismas de concreto no trecho para evitar que os motoristas estacionem os veiacuteculos indevidamente na via de passagem dos carros ocasio-nando transtornos e risco de acidente

Somando-se a esse local estaacute em construccedilatildeo o preacutedio do Centro Arte e Cultura com auditoacuterio estimado para duas mil pessoas em frente agrave Reitoria No projeto da construccedilatildeo natildeo haacute ne-nhum estacionamento previsto para esse preacutedio e na ocasiatildeo de algum evento os visitantes iratildeo estacionar seus veiacuteculos por traacutes da Reitoria que comporta precariamente os usuaacuterios que jaacute utilizam o espaccedilo Para a soluccedilatildeo desse problema Marcelo Diniz informa haver um projeto para construccedilatildeo de um estacionamento por traacutes da Reitoria de um ou dois andares com valor estimado em 10 milhotildees de reais por andar

Usuaacuterios

Os usuaacuterios que utilizam os esta-cionamentos com regularidade pro-potildeem soluccedilotildees como criaccedilatildeo de vagas

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 33

Situaccedilatildeo corriqueira nas vias do campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba

A falta de vagas destinadas para motos eacute a justificativa dos motociclistas

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Reportagem Rodrigo Vitorino e Windsor Souza

destinadas exclusivamente a professo-res Josemar dos Santos professor de Estatiacutestica diz que ldquofalta a prefeitura organizar o estacionamento Haacute deter-minadas horas que vir do departamen-to para a sala de aula de carro se tornou inviaacutevel pois o nuacutemero de veiacuteculos cresceu bastante Poderiam organizar vagas destinadas a professores pois noacutes temos que ficar de bloco em bloco para dar aula enquanto os alunos vecircm assistem a uma aula e vatildeo emborardquo

Outro problema que tambeacutem in-comoda eacute a falta de vagas destinadas agraves bicicletas e motocicletas ldquoAgraves vezes natildeo tem nem espaccedilo para transitar pois tem motociclista estacionando as mo-tos nas vias passarelas e corredores dos blocos pois natildeo haacute vagas destina-das para estacionar as motosrdquo acres-centa Josemar

A falta de estacionamento para motos faz com que elas se amontoem de forma desorganizada Isso as trans-forma em vilatildes e campeatildes de recla-maccedilotildees Elas trafegam e estacionam onde eacute via de pedestres cadeirantes passagem de materiais para os preacutedios da universidade Diversas reclamaccedilotildees jaacute foram feitas por conta de atropela-mentos por dificultar a passagem e ateacute mesmo acidentes envolvendo deficien-tes visuais

Faacutebio Fonseca professor de Pe-dagogia tambeacutem reclama das motos e dos transtornos que elas causam quan-do deixadas em local inconveniente ldquoA universidade estaacute ficando muito pequena para a quantidade de auto-

moacuteveis Eacute preciso organizar o espaccedilo existente e criaccedilatildeo de espaccedilos especiacutefi-cos para motos A falta de organizaccedilatildeo faz com que os corredores passarelas e vias se transformam em estaciona-mento para as motos dificultando por exemplo a passagem de cadeirantesrdquo

O problema da falta de vagas acaba tambeacutem interferindo na aprendizagem dos alunos Aliado a isso haacute o proble-ma de seguranccedila dentro do campus Alunos servidores e professores natildeo confiam no sistema de cartotildees entre-gue na entrada da universidade ldquoGe-ralmente os alunos chegam na hora da aula que coincidem em todas as disci-plinas e a falta de vaga faz com que percamos tempo para estacionar Eacute o caos Muitas vezes encontramos uma vaga muito longe do local em que va-mos estudar E em eacutepoca de chuva pio-

ra Tambeacutem tem o perigo de assaltordquo diz a estudante de Biologia Daniele Lacerda

Empecilho

Alguns estacionamentos no cam-pus I da UFPB possuem aacutervores tom-badas e sob proteccedilatildeo que natildeo podem ser derrubadas Desta maneira a pre-feitura universitaacuteria desenvolveu o projeto de reestruturaccedilatildeo e organiza-ccedilatildeo dos estacionamentos respeitan-do a localizaccedilatildeo dessas aacutervores Nos estacionamentos jaacute finalizados como da Reitoria eacute perceptiacutevel a falta de arborizaccedilatildeo que influecircncia o aqueci-mento local e a desagradaacutevel sensaccedilatildeo de estar num ambiente claro e quente Outro problema encontrado eacute a falta de planejamento de escoamento da chuva Desta maneira em eacutepocas de chuva intensa haacute risco de alagamento

Com todo o empenho e desenvol-vimento estrutural eacute de suma impor-tacircncia o investimento em seguranccedila Mas tambeacutem organizar o tracircnsito au-xiliando os condutores onde devem estacionar e na fluidez do tracircnsito Devido agrave ausecircncia de fiscalizaccedilatildeo para coibir as infraccedilotildees de tracircnsito as vias se tornam estacionamentos irregula-res atrapalhando e colocando em risco a seguranccedila dos integrantes da comu-nidade universitaacuteria

INFRAESTRUTURA

34 - UFPB em Revista

Ano de 2015 eacute limite para meta plena de acessibilidade

Ausecircncia de acessibilidade eacute constante nos novos preacutedios da UFPB

Segundo dados do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a Paraiacuteba eacute o estado que possui a maior parcela de habitantes com necessidades especiais no Bra-sil empatando com o Rio Grande do Norte Quase 30 dos paraiba-nos tecircm algum tipo de necessidade especial Apesar da estatiacutestica e da existecircncia do Decreto Lei 5296 que determina a acessibilidade em todas as edificaccedilotildees puacuteblicas 90 por cento das construccedilotildees realizadas durante gestatildeo dos professores Rocircmulo Po-lari e Iara Matos a frente da UFPB natildeo respeitaram o seu cumprimento

No momento a atual adminis-traccedilatildeo estaacute empenhada num pra-zo de dois anos a assistir a todos os alunos com deficiecircncia cumprin-do as normas teacutecnicas de acessi-bilidade da Associaccedilatildeo Brasilei-ra de Normas Teacutecnicas (ABNT)

Dentre as medidas a serem ado-tadas estaacute a reforma na acessibilida-de arquitetocircnica das vias (calccediladas) Tambeacutem estaacute prevista a construccedilatildeo do Centro de Inclusatildeo (que vai in-tegrar todos os projetos de inclusatildeo em um soacute) agregar serviccedilos dispo-nibilizar salas de aula adquirir uma seacuterie de equipamentos fora do paiacutes (entre eles esfigmomanocircmetro que possibilita a traduccedilatildeo de textos em aacuteudio bengala que identifica obs-taacuteculos e computadores especiais)

Ateacute o momento apenas 15 preacute-dios estatildeo acessiacuteveis para os 30 alu-nos com necessidades especiais ca-dastrados na UFPB O uacutenico trecho com acessibilidade externa no Cam-pus I se encontra da Biblioteca Cen-tral ateacute o Refeitoacuterio Universitaacuterio No Campus II em Areia a primeira parte do projeto jaacute vem com todas as normas de acessibilidade executadas disse Marcelo Andrade Diniz Diretor do Departamento de Arquitetura da Prefeitura Universitaacuteria desde 2010

O que estaacute previsto

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 35

Segundo Marcelo Diniz que acompanhou a antiga gestatildeo da Uni-versidade o recurso era limitado e natildeo havia comprometimento dos ad-ministradores para cumprir as normas exigidas aleacutem da fiscalizaccedilatildeo pouco eficaz do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Ateacute 2010 pouco havia sido pensado discutido e realizado para incluir so-cialmente as pessoas com deficiecircn-cia Com o aumento significativo e progressivo no nuacutemero de estudan-tes em funccedilatildeo da Reestruturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universidades Fede-rais (Reuni) a situaccedilatildeo agravou-se

Desde entatildeo o Governo Federal estaacute destinando uma verba especiacutefica para as Instituiccedilotildees Federais de En-sino (Ifes) cumprirem as normas de acessibilidade impostas pela ABNT O MEC por sua vez vem fiscalizan-do com rigor as Ifes de todo o Brasil

Comitecirc existe desde 2011

No ano de 2011 foi criado na UFPB o Comitecirc de Inclusatildeo e Aces-sibilidade que tem como objetivo garantir a todos os alunos com defi-ciecircncia a permanecircncia e conclusatildeo do curso Segundo a coordenadora do

comitecirc Andreza Aparecida Polia estaacute prevista a chegada de 44 alunos espe-ciais para o proacuteximo semestre letivo nuacutemero que ultrapassa os 5 por cen-to designado pelo sistema de cotas ldquoAno passado fizemos pedido de equi-pamentos para suprir os alunos que jaacute estatildeo cadastrados Enquanto natildeo che-ga os coordenadores tem de ter um computador exclusivo para esses estu-dantesrdquo pontificou Andreza Polia O comitecirc conta com representantes dos cursos de Psicopedagogia Terapia Ocupacional Arquitetura e Educaccedilatildeo

Ainda em fase de projeto o Centro de Inclusatildeo e Acessibilidade estaacute pre-visto para ficar pronto em 2015 Ele contaraacute dentre outras coisas com pla-cas em Braille piso taacutetil carteiras es-peciais plataforma elevatoacuteria eleva-dor e tecnologias inclusivas em geral

Outro projeto que estaacute sendo desenvolvido pela Prefeitura Uni-versitaacuteria eacute a urbanizaccedilatildeo do La-boratoacuterio de Energias Renovaacuteveis (LERS) que iraacute se estender por todo o estacionamento contando com rampas pisos taacuteteis e mais de 6 quilocircmetros de rotas acessiacuteveis

Os estudantes com necessidades especiais contam com um programa

Projeto em 3d das futuras instalaccedilotildees elaborado pela Prefeitura da UFPB

Reportagem Giuliano Viscardi

de apoio onde um aluno monitor os acompanha geralmente por discipli-na dando assistecircncia necessaacuteria gra-vando aulas e tirando duacutevidas com os professores O Nuacutecleo de Educaccedilatildeo Especial (Nedesp) tambeacutem os ajuda nesse processo de adaptaccedilatildeo Na Bi-blioteca Central e no Nedesp os alu-nos dispotildee de impressora em braille

A Proacute-reitoria de Gestatildeo de Pes-soas (Progep) ofereceu por dois anos consecutivos um curso de capacita-ccedilatildeo para docentes e servidores da uni-versidade tendo formado duas turmas ateacute agora Poreacutem a grande maioria dos capacitados foi funcionaacuterios A UFPB conta com apenas um tradutor ldquoPreci-samos de mais contrataccedilotildeesrdquo alega Po-lia que estaacute coordenando o Comitecirc de Inclusatildeo e Acessibilidade desde 2011

A prefeitura da Instituiccedilatildeo tambeacutem fez um convenio com o Laboratoacuterio de Acessibilidade (Lacesse) coordenado por Marcelo Diniz e pela professora do curso de arquitetura Angelina Costa O espaccedilo fiacutesico onde funciona o labo-ratoacuterio foi inaugurado dia 12 de abril no Centro de Tecnologia bloco N

INFRAESTRUTURA

36 - UFPB em Revista

O rombo de mais de 22 milhotildees na Fundaccedilatildeo Casa de Joseacute Ameacuterico (FCJA) constata-

do pelo Tribunal de Contas da Uniatildeo (TCU) eacute a principal heranccedila deixada pela antiga administraccedilatildeo da universi-dade e que atinge diretamente o Res-taurante Universitaacuterio da UFPB Os es-cacircndalos envolvem o responsaacutevel pelo fornecimento de gecircneros alimentiacutecios e o pagamento de alguns funcionaacuterios do Restaurante Universitaacuterio (RU)

Segundo o TCU foram usados re-cursos federais depositados em contas especiacuteficas de convecircnios para paga-mentos agrave empresas fornecedoras de gecircneros alimentiacutecios As irregularida-des foram cometidas pelo ex-diretor da Fundaccedilatildeo Eugecircnio Pacceli Trigueiro Pereira Com isso o TCU suspendeu o repasse de recursos da Uniatildeo para a Fundaccedilatildeo Joseacute Ameacuterico e a direccedilatildeo do RU enfrentou problemas com a falta de estoque de alimentos e atraso no paga-mento de funcionaacuterios refletindo no atendimento precaacuterio das necessidades dos alunos que frequentam o Restau-rante

O RU que fornece refeiccedilotildees gra-tuitas para estudantes de baixa renda e cadastrados da UFPB conta com 90

profissionais Os gecircneros alimentiacutecios de uma refeiccedilatildeo custam em meacutedia de R$ 410 a R$ 530 Nesse valor natildeo estaacute considerado a despesa do preparo trabalho dos funcionaacuterios e energia dos aproximadamente 2200 almoccedilos e 900 jantares por dia

A nova reitoria da UFPB ampliou as investigaccedilotildees e o levantamento de contas da Universidade para averiguar quais problemas seratildeo enfrentados pela gestatildeo Durante as investigaccedilotildees foram detectadas vaacuterias irregula-ridades cometidas pela adminis-traccedilatildeo passada a exemplo da au-secircncia de prestaccedilatildeo de contas de diversos convecircnios

Antocircnio Luiz de Albuquer-que Gomes professor do De-partamento de Quiacutemica do Cen-tro de Tecnologia da UFPB assumiu o cargo de Superintendente do Sistema de Restaurantes Universitaacuterios - que com-preende os restaurantes do Campus 1 do Litoral Norte Areia e Bananeiras - no dia 12112012 Ele conta que rece-beu o RU com um estoque insuficiente de alimentos apesar dos pregotildees ainda estarem em andamento

O superintendente esclareceu que um desses pregotildees estava desa-

parecido e soacute depois de muita inves-tigaccedilatildeo a empresa foi contatada para cumprir o contrato O outro pregatildeo es-tava com o pedido de realinhamento de preccedilos e somente apoacutes a administraccedilatildeo entrar em contato para negociar com os fornecedores explicando a delicadeza da situaccedilatildeo eacute que foi possiacutevel normali-zar as entregas dos suprimentos

Segundo o professor Antocircnio Luiz ainda haacute muitos problemas com os fornecedores As licitaccedilotildees (pregotildees) emitidas pelas empresas tem um preccedilo muito abaixo do valor de mercado Em decorrecircncia desse fato as companhias tem prejuiacutezo e antes de completar os seis meses algumas deixam de forne-cer os gecircneros apesar de ainda terem saldo em caixa com a Universidade

Um dos problemas a serem contor-nados pela atual administraccedilatildeo diz res-peito a burocracia e lentidatildeo de alguns setores na etapa de licitaccedilatildeo e pregatildeo para aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios Na Proacute-Reitoria Administrativa (Divi-satildeo de Materiais) a entrada dos pre-gotildees foi feita em dezembro poreacutem os processos ficaram mais de dois meses parados dentro de uma gaveta e por isso ainda existem licitaccedilotildees de com-pras paradas em abril

A administraccedilatildeo da Universidade

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeo

Prof Antocircnio Luiz Superintendente do RU

Vista frontal do Restaurante Universitaacuterio da UFPB

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 37

Atualmente o professor Antocircnio Luiz estaacute procurando resolver os as-suntos mais urgentes do RU fazendo o levantamento do que precisa ser fei-to a exemplo dos pedidos de compras de equipamentos de seguranccedila e para a cozinha Haacute tambeacutem uma proposta

a partir dos levantamentos feitos pelo professor Antocircnio Luiz tomou um seacute-rie de iniciativas entre elas consultas juriacutedicas onde foram detectados o atra-so de salaacuterios entre outras irregularida-des trabalhistas Por conta do rombo a FCJA deixou de pagar o fundo de ga-rantia salaacuterios feacuterias e 13ordm salaacuterio aos funcionaacuterios As diacutevidas tiveram que ser quitadas pela prefeitura universitaacute-ria que repassou a verba e cumpriu a obrigaccedilatildeo social para com todos os fun-cionaacuterios Hoje a FCJA eacute dirigida por Boanerges Felix que estaacute regularizan-do as atividades da fundaccedilatildeo

O professor Antocircnio Luiz ressalta que existiam diversos problemas com equipamentos e com funcionaacuterios Na cozinha haviam vazamentos e instru-mentos como serras de cortar carne e aparelho de cortar frutas quebrados Ateacute o conserto desses aparelhos os trabalhos vinham sendo feitos manu-almente Ele encontrou equipamentos com 10 a 15 anos de uso sem programa de reposiccedilatildeo ldquoEacute impossiacutevel um siste-ma desse porte funcionar sem repor o equipamento porque ele tem vida uacutetil As caldeiras satildeo razoavelmente novas com 3 ou 4 anos de uso mas sem um sistema de manutenccedilatildeo Vazamento de oacuteleo caldeiras quebradas Foi uma si-tuaccedilatildeo que eu natildeo imaginava que en-contrariardquo observa o superintendente

Outra questatildeo importante que a nova administraccedilatildeo teve que mudar foi o fato de que os funcionaacuterios natildeo esta-vam acostumados a obedecer aos horaacute-rios Poreacutem aos poucos o pessoal foi se adaptando ao novo modelo de gestatildeo

encaminhada para concretizaccedilatildeo de um serviccedilo de auto atendimento (self servi-ce) O desperdiacutecio de comida eacute um dos grandes problemas para o Restaurante pois os alunos deixam nos pratos restos de comida suficientes para alimentar mais de 400 pessoas segundo o supe-rintendente

A equipe que trabalha no RU pre-tende realizar uma campanha de cons-cientizaccedilatildeo para que os comensais com a instalaccedilatildeo do self service co-loquem no prato apenas a quantidade realmente necessaacuteria evitando assim o desperdiacutecio Estaacute nos planos promover treinamento dos funcionaacuterios executar atividades humaniacutesticas promovendo a interaccedilatildeo entre as pessoas melhorar cada vez mais o sabor da comida (a qua-lidade jaacute existe) e aumentar o nuacutemero de funcionaacuterios e equipamentos acarre-tando numa melhora do fluxo e minimi-zando o problema das longas filas

Tambeacutem eacute interesse terminar a obra comeccedilada na administraccedilatildeo pas-sada - que jaacute deveria ter sido finaliza-da - de um complexo ao lado do atual RU Laacute seraacute instalado um restaurante para que os funcionaacuterios e estudantes natildeo contemplados pelo RU possam co-mer pagando apenas uma pequena taxa pela refeiccedilatildeo Eacute preciso ainda analisar a viabilidade dessa opccedilatildeo consultando a comunidade acadecircmica e aguardando o teacutermino das obras A comida seraacute a mesma que eacute servida gratuitamente aos alunos comensais

Comida que sobra nos pratos seria capaz de preencher 400 novas refeiccedilotildees

Restaurante Universitaacuterio em horaacuterio de funcionamento

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Reportagem Marina Maracajaacute e Nayane Maia

e mudando os haacutebitos no ambiente de trabalho A atual administraccedilatildeo prima pelo exemplo adotando a praacutetica de se-rem os primeiros a chegar e os uacuteltimos a sair colaborando com os outros fun-cionaacuterios e ajudando sempre que pos-siacutevel nas suas diferentes funccedilotildees seja no setor administrativo seja na parte de manutenccedilatildeo dos equipamentos

Proposiccedilotildees

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38 - UFPB em Revista

Blocos isolados congestiona-mentos nos horaacuterios de pico falta de estacionamento satildeo

esses alguns dos problemas que po-dem ser ocasionados pela falta de um bom plano diretor Na UFPB isso natildeo eacute diferente Encontrar agrave noite uma vaga proacutexima ao CCHLA eacute praticamente uma maratona Esse e muitos outros problemas poderiam ter sidos evita-dos se tivesse sido criado um plano diretor que limitasse as aacutereas de esta-cionamento construccedilatildeo e ainda com o planejamento da aacuterea de preservaccedilatildeo na universidade

Em 2007 em sua defesa de tese de doutorado em engenharia civil Renato Saboya explica ldquoPlano Diretor eacute um documento que sintetiza e torna expliacute-citos os objetivos consensuados para o Municiacutepio e estabelece princiacutepios diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as decisotildees dos atores envolvidos no processo de de-senvolvimento urbano convirjam tan-to quanto possiacutevel na direccedilatildeo desses objetivosrdquo

Para Acircngela Braz aluna do quinto periacuteodo de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal da Paraiacuteba pro-blemas comuns como salas com maacute ventilaccedilatildeo ou com insolaccedilatildeo intensa poderiam ter sido evitados se a insti-tuiccedilatildeo tivesse em seu plano diretor as melhores localizaccedilotildees para a constru-ccedilatildeo dos blocos Com tal planejamen-to seriam evitadas aacutereas voltadas di-retamente para o nascente ou poente e tambeacutem aacutereas natildeo favorecidas pelos ventos

Planos Diretores no Brasil

Quando questionados a maioria dos brasileiros pensam que exemplos de planejamento preventivo existem apenas em paiacuteses de ldquoprimeiro mun-dordquo poreacutem em diversos municiacutepios brasileiros planos diretores tiveram relativo sucesso como por exemplo Curitiba Brasiacutelia e ateacute mesmo Joatildeo Pessoa Sendo a uacuteltima um dos melho-res exemplos nacionais de preservaccedilatildeo de sua orla mariacutetima onde existe um

bloqueio para edifiacutecios superiores a quatro andares

ldquoA questatildeo da falta de planejamen-to urbano eacute muito mais grave do que parece o recobrimento dos solos com materiais impermeaacuteveis juntamente com o adensamento de construccedilotildees acaba ocasionando o aumento de tem-peratura em determinadas regiotildeesrdquo indaga Acircngela

O impedimento da construccedilatildeo de preacutedios altos na orla evita o conhecido fenocircmeno em diversas praias sombra Em praias de Recife Rio de Janeiro e Balneaacuterio Camboriuacute por exemplo possuem sombra na faixa de areia mes-mo horas antes do pocircr do sol devido aos gigantes que ali se encontramldquoSalas cada vez menores para turmas cada vez maioresrdquo

Para Andreacute Siqueira aluno do se-gundo periacuteodo de Arquitetura e Urba-nismo na Universidade Federal da Pa-raiacuteba a falta de um real planejamento cria ateacute mesmo a falta de acessibilida-de em diversas aacutereas da Universida-de Calccediladas estreitas com caminhos

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidade

Protesto de alunos de Miacutedias Digitais devido ao atraso de mais de dois anos na entrega do bloco do curso

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 39

Soluccedilatildeo a longo prazo

Flaacutevio Tavares membro do pro-jeto de iniciaccedilatildeo cientiacutefica ldquoTerritoacute-rios e urbanidades praacuteticas urbanas e poliacuteticas culturais no espaccedilo puacuteblico contemporacircneordquo mostra-se indignado com o fato de que o porte que a uni-versidade tem atingido seja de espa-ccedilo fiacutesico ndash com grande quantidade de alunos e funcionaacuterios circulando no seu campus - seja do volume de recur-sos aplicados anualmente e ainda natildeo possua um plano diretor em vigor Ele permitiria accedilotildees integradas de longo prazo garantindo que os investimentos ocorram de acordo com os principais anseios da comunidade universitaacuteria jaacute que a elaboraccedilatildeo do plano se daacute necessariamente a partir da discussatildeo conjunta entre os envolvidos com a re-giatildeo

Indagado sobre as possiacuteveis accedilotildees

que poderiam sanar os atuais (e fu-turos) problemas Tavares diz que a Universidade deve iniciar de imedia-to a construccedilatildeo de um ldquoPlano Diretor Participativo Integrado para o Cam-pus Joatildeo Pessoa da UFPBrdquo incluindo questotildees de planejamento participativo na proposiccedilatildeo das futuras obras per-mitindo que a comunidade acadecircmica possa opinar sobre as obras que ali se-ratildeo executadas resultando numa maior conexatildeo e identificaccedilatildeo com os usuaacute-rios Quanto a uma obra especiacutefica ele acredita que uma ampla intervenccedilatildeo no

desenho urbano do campus seria ne-cessaacuteria priorizando o fluxo de pedes-tres com pisos adequados vegetaccedilatildeo passarelas etc

Para finalizar Flaacutevio lembra que agora que a Universidade acolhe um maior nuacutemero de pessoas com defici-ecircncia tendo o dever natildeo soacute legal mas tambeacutem social de incluir estas pessoas num deslocar seguro e independente Sendo esse apenas possiacutevel com um planejamento efetivo da estrutura fiacutesi-ca da Universidade

No final de 2012 Margareth Diniz assumiu a Reitoria da Uni-versidade Federal da Paraiacute-ba e com ela iniciaram-se projetos de um Plano Dire-tor Esse Plano teraacute como principal foco proteger a reserva de mata atlacircntica na qual a Instituiccedilatildeo estaacute sediada O professor Seacutergio Alonso recentemente em-possado prefeito do Campus I eacute um dos membros desta comissatildeo que discute a cria-ccedilatildeo do Plano na UFPB Ele teraacute a missatildeo de coordenar as discussotildees sobre o PD

Planejamento evita problemas como o demonstrado no viacutedeo acima

Novo campus em Rio Tinto Obras que esteticamente feias e sem utilidade

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ReportagemFrancisco de Oliveira

Guilherme Pontes

confusos ou ateacute mesmo inexistentes e ainda praccedilas de permanecircncia sem co-bertura satildeo outros exemplos lembra-dos por Siqueira

Sobre o futuro Andreacute eacute pessi-mista e comenta que a cada dia mais problemas surgem Ser deficiente na UFPB eacute praticamente impossiacutevel Blocos aleatoacuterios para cursos que de-veriam ter salas proacuteximas Essas in-clusive estatildeo cada vez menores para turmas cada vez maiores ldquoSalas com janelotildees feitas para serem usadas com projetor que tipo de arquiteto aprova issordquo provoca

INFRAESTRUTURA

40 - UFPB em Revista

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Central

Construiacuteda haacute mais de 30 anos a Biblioteca Central da UFPB nunca passou por uma grande reforma

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Se algueacutem que frequenta a Bi-blioteca Central da UFPB atu-almente fosse perguntado sobre

qual a sua impressatildeo sobre o local as respostas certamente seriam se-melhantes agraves de quem respondesse a mesma pergunta haacute dez ou vinte anos calor poeira mofo falta de acessibilidade e estrutura deficitaacuteria estariam entre as palavras mais cita-das Isso se explica pelo fato do preacute-dio construiacutedo na deacutecada de 1970 ter sido mal planejado e nunca ter passado por uma grande reforma

Com o acervo atual em torno dos 400 mil exemplares a Bibliote-ca Central tem como principal fina-lidade dar suporte de informaccedilotildees aos programas de ensino pesquisa e extensatildeo Construiacuteda ao lado de uma mata ndash a UFPB estaacute localizada em uma regiatildeo de Mata Atlacircntica ndash so-fre com a maacute conservaccedilatildeo do acervo

exposto agrave umidade poeira e insetosSegundo a bibliotecaacuteria TM que preferiu natildeo se identificar o uacutelti-mo governo ateacute fez investimentos importantes no local ldquoAtraveacutes de pregotildees e ouvindo sugestotildees de co-ordenadores de cursos e professores foram adquiridos milhares de novos tiacutetulos Aleacutem disso foram instala-dos novos computadores cadeiras e feita a climatizaccedilatildeo de algumas salasrdquo A ideia eacute que nos proacuteximos anos sejam feitos novos investimen-tos no local ldquoA nova Reitora pro-meteu um sistema de climatizaccedilatildeo completo para o preacutediordquo afirma TM

Apesar das melhorias nos uacutel-timos anos e a promessa de novos investimentos para um futuro proacute-ximo muitas mudanccedilas inclusive estruturais precisam acontecer na Biblioteca Central ldquoO projeto ar-quitetocircnico eacute defeituoso Eacute impos-

siacutevel falar em climatizaccedilatildeo enquan-to natildeo for solucionado o problema das grandes frestas nas paredes do lugar Tambeacutem natildeo adianta climati-zar sem ser feita uma higienizaccedilatildeo em todo o preacutediordquo afirma o fun-cionaacuterio Francisco Joseacute Assistente Administrativo do local haacute 25 anos

Natildeo bastasse o problema de con-servaccedilatildeo do acervo existe uma ques-tatildeo ainda mais grave a ser tratada a sauacutede dos que frequentam a Bibliote-ca Central Vaacuterios funcionaacuterios rela-taram problemas de sauacutede por causa da higiene e estrutura do local O acuacutemulo de poeira e fungos jaacute causou vaacuterias doenccedilas de pele desde cocei-ras ateacute alergias seacuterias Aleacutem disso eacute comum funcionaacuterios reclamarem de problemas de coluna causados pelo manuseio das pesadas estantes e pro-blemas de mobilidade com os carros de matildeo que transportam os livros

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 41

Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

A realidade

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

b i o -logia e geo-

grafia estatildeo ok tem ar condicionado data

show etc As de quiacutemica () satildeo horriacuteveis tem umas que os

ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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PELO CAMPUS

46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

PELO CAMPUS

52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

Recepccedilatildeo Local

Gastos estadia e lazer

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 19: UFPB em revista

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 25

busca a EJA eacute um profissional diferen-ciadordquo disse a estudante Segunda ela que jaacute almeja exercer cargos de niacuteveis mais altos o conhecimento dado por esta empresa ajuda tambeacutem no curriacutecu-lo oferecendo uma visatildeo de mercado

A EJA como diferencial

Outros estudantes estatildeo exercendo cargos haacute mais tempo como eacute o caso de Rafael Carvalho que eacute membro da EJA haacute dez meses Ele comeccedilou como consultor e hoje atua como diretor de marketing ldquoEu jaacute trabalhei em car-gos estaduais empresas privadas mas nunca obtive tamanha experiecircncia pro-fissional como a que a EJA me ofere-ceurdquo afirmou Rafael Por estar na em-presa haacute mais tempo ele conclui que todo o conhecimento teoacuterico obtido dentro da sala de aula pode ser colo-cado em praacutetica nesta empresa juacutenior

Rafael relata que tambeacutem enfren-tou dificuldades como o fato de ter que se deslocar para a cidade de Ma-manguape na Paraiacuteba para realizar consultorias e sua transiccedilatildeo de cargo tambeacutem foi um momento difiacutecil por exigir dele o conhecimento em uma es-trutura funcional jaacute que estava saindo

de um cargo de estrutura projetizada Mesmo assim Rafael vecirc os problemas enfrentados como aprendizado ad-quirido almejando tambeacutem alcanccedilar cargos de niacuteveis mais altos ldquoTodo co-nhecimento que hoje eu tenho na aacuterea de administraccedilatildeo consegui na EJA e natildeo em outra empresardquo disse ele

Para ser membro da EJA Consulto-

Posse dos novos membros Idaacutecio Rodrigues e Natyara Santos

Posse do presidente Rodolfo Alves Felizardo

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ReportagemAcircngela Oliveira e

Jessica Morais

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ria o estudante do curso passa por uma seleccedilatildeo que dura aproximadamente uma semana Primeiramente eacute preci-so estar cursando qualquer periacuteodo de Administraccedilatildeo na UFPB em seguida se inscrever na empresa Os alunos selecionados passam por uma capaci-taccedilatildeo de trecircs meses antes de assumir seus respectivos cargos em uma ceri-

mocircnia de posse reali-zada tambeacutem na UFPB

A EJA Consultoria traduz o espiacuterito estu-dantil Aos estudantes que nela trabalham recai cobranccedilas de criatividade bom de-sempenho e boa capa-cidade administrativa Ao sair o estudante eacute visto como um verda-deiro administrador no mercado de trabalho Eacute o laboratoacuterio praacutetico de todo o aprendizado teoacute-rico do aluno no curso de Administraccedilatildeo da UFPB

INTERACcedilAtildeO

26 - UFPB em Revista

A busca pela experiecircncia profissionalEstudante do terceiro periacuteodo de

Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digi-tais (UFPB) Ermeson Lira (18

anos) tomou uma decisatildeo importante em sua vida tornou-se um estagiaacuterio Sua rotina mudou e com ela vieram as responsabilidades Diego Lopes (25 anos) estudante de Ciecircncias da Com-putaccedilatildeo tambeacutem iniciou sua carreira estagiando e ganhando experiecircncia Mas todos os alunos da Universidade Federal da Paraiacuteba conseguem a mes-ma oportunidade que eles

Na UFPB existem dois tipos de es-taacutegios o obrigatoacuterio que conta com a cobertura do seguro de acidentes pes-soais E o natildeo-obrigatoacuterio que eacute opcio-nal e pode ser remunerado ou natildeo Die-go Lopes acredita que ldquocom o estaacutegio vocecirc adquire experiecircncia de mercado de trabalho aprende a trabalhar sobre pressatildeo e se qualifica para vagas que

seratildeo destinadas a pessoas formadasrdquoNo caso do curso de Miacutedias Digi-

tais a regulamentaccedilatildeo diz ldquoEstaacutegio supervisionado em meio profissional ou acadecircmico totalizando 300 horas objetivando a observaccedilatildeo e intervenccedilatildeo do estudante para o exerciacutecio profissio-nal bem como facilitar sua integraccedilatildeo no meio profissionalrdquo O curso estabe-lece convecircnio com o Centro Integrado Empresa-Escola (CIEE) e entre ou-tras entidades puacuteblicas e privadas

O CIEE eacute uma instituiccedilatildeo filantroacute-pica que procura encontrar estaacutegios e oportunidades de aprendizado para es-tudantes dos niacuteveis meacutedio teacutecnico e su-perior Estaacute presente em todo territoacuterio nacional auxiliando a entrada dos jo-vens no mercado de trabalho Algumas empresas jaacute possuem convecircnio com a UFPB Mas alguns alunos ainda encon-tram dificuldades para conseguir seu

espaccedilo Eacute o exemplo de Joseacute Carlos Pe-reira (22 anos) estudante de Ciecircncias bioloacutegicas da UFPB Ele tentou entrar num estaacutegio oferecido pela profes-sora de seu curso mas por choque de horaacuterios natildeo pode fazecirc-lo ldquoalguns es-taacutegios que eu queria pegar eram no ho-raacuterio da manhatilde Horaacuterio este em que eu estava ocupado com as aulasrdquo

Segundo a Lei 11788 Art 8ordm da Constituiccedilatildeo brasileira os convecircnios tanto com empresas puacuteblicas quanto as privadas satildeo facultativos A UFPB eacute conveniada a mais de 300 institui-ccedilotildees Entre elas estatildeo o Banco do Bra-sil Carrefour TV Tambauacute Petrobraacutes e diversas prefeituras como a de Joatildeo Pessoa e Campina grande Segundo o Art 11ordm da mesma lei a duraccedilatildeo maacute-xima do estaacutegio eacute de dois anos exceto quando o estagiaacuterio possui necessida-des especiais

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 27

A PRG-CEM estaacute localizada na Reitoria da Universidade Federal da Paraiacuteba

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Reportagem Layse Pereira eRayssa Alcacircntara

Estaacutegios Cadastrados pela CEM2009-2013

Obrigatoacuterio

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2009 2010 2011 2012 2013

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Os nuacutemeros variam pois estamos no decorrer do ano Dados da PRG-CEM

O Lado bom

Apesar de algumas barreiras en-contradas os universitaacuterios tem uma opiniatildeo em comum O estaacutegio eacute uma etapa importante para a entrada no mercado de trabalho ldquoAleacutem de ad-quirir conhecimentos antes do tempo eacute uma oacutetima oportunidade pra se de-senvolver no mercado Quando se estaacute dentro desse ecossistema o aprendiza-do agrega em vocecirc mesmo que vocecirc natildeo queirardquo declarou Ermeson Lira

Professores como Alberto Pessoa (autor e pesquisador de histoacuterias em quadrinhos) tambeacutem acreditam na importacircncia do estaacutegio Segundo ele quando se estuda e trabalha o aluno consegue aproveitar melhor a gradua-ccedilatildeo ldquoQuando vocecirc trabalha vocecirc natildeo tem tempo de deixar pra laacute Entatildeo vocecirc aproveita melhor a universidade vocecirc estuda mais vocecirc tem um senso de res-ponsabilidade melhorrdquo argumenta

Primeiros Passos

Os estaacutegios dentro da universidade satildeo oferecidos pelos pela UFPB e via-bilizados pelos professores Para soli-citar a bolsa os alunos devem apresen-tar uma seacuterie de documentos Segundo Eliane Ferraz coordenadora da CEM (Coordenaccedilatildeo de Estaacutegio e Monito-

ramento) primeiramente o estudante deve encaminhar um ofiacutecio ao Proacute-Rei-tor de Planejamento da Universidade Federal da Paraiacuteba (Proplan-UFPB) contendo justificativas da solicitaccedilatildeo e detalhes sobre o estaacutegio

Outros documentos necessaacuterios satildeo o formulaacuterio de Solicitaccedilatildeo de Bolsa estaacutegio a Ficha Cadastral (Bolsa-EstaacutegioUFPB) Histoacuterico Escolar do aluno coacutepias da Identidade CPF Tiacutetu-lo de Eleitor e para os homens a coacutepia

do Certificado de quitaccedilatildeo como o ser-viccedilo militar Ao final de cada periacuteodo este processo eacute repetido para renovar a Bolsa

As informaccedilotildees sobre estaacutegios ex-ternos ainda eacute mal divulgado pela uni-versidade Os estudantes costumam ter a iniciativa de procuraacute-los por meio de amigos conhecidos Hoje com a in-ternet ficou mais faacutecil encontrar traba-lhos por meio de sites como por exem-plo o Gogojobcom (wwwgogojobcombr) que divulga vagas na aacuterea de publicidade Quando a oportunidade de estagiar eacute oferecida por instituiccedilotildees conveniadas agrave UFPB o universitaacuterio tambeacutem deve procurar a CEM Apoacutes assinado o convecircnio o aluno estaacute ofi-cialmente estagiando Em ambos os processos ao final de cada semestre deve ser entregue um relatoacuterio

Segundo a coordenadora da CEM os convecircnios realizados pela UFPB eacute uma maneira de atender agraves demandas acadecircmicas Para contemplar um maior nuacutemero de cursos da universidade ldquoOs convecircnios para a concessatildeo de estaacutegios supervisionados devem portanto ser celebrados de forma mais abrangente possiacutevel visando a atender de forma mais ampla a concessatildeo de estaacutegio a alunos regularmente matriculadosrdquo

INTERACcedilAtildeO

28 - UFPB em Revista

Em evento que lotou o auditoacuterio da reitoria da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba Joatildeo Pessoa

recebeu o neurocientista brasileiro Mi-guel Nicolelis que realizou a palestra ldquoA ciecircncia como agente de transforma-ccedilatildeo socialrdquo Nicolelis atraiu professo-res profissionais da aacuterea estudantes da UFPB e de outras universidades mas chamou ainda a atenccedilatildeo de cida-datildeos comuns com problemas de para-plegia tetraplegia deficientes visuais auditivos e pessoas que possuem entes queridos na mesma condiccedilatildeo O enor-me puacuteblico presente ao evento coorde-nado pelo Foacuterum Universitaacuterio deixou o auditoacuterio pequeno com a esperanccedila de ouvir das palavras do meacutedico que eles teriam seus problemas resolvidos pela ciecircncia seja em curto meacutedio ou longo prazo

Nicolelis que lidera um grupo de

pesquisadores da aacuterea de Neurociecircncia na Universidade Duke - EUA apresen-tou como um dos pilares da palestra a mesma questatildeo base do seu chamado Manifesto da Ciecircncia Tropical Nele o neurocientista sugere que o Brasil pode potencializar o desenvolvimen-to cientiacutefico e educacional a partir da cooperaccedilatildeo de ambos e propotildee quinze medidas para firmar o paiacutes como lide-ranccedila mundial na produccedilatildeo e uso de-mocratizante do conhecimento

Miguel Nicolelis falou tambeacutem so-bre a instituiccedilatildeo na cidade de Macaiacute-ba no Rio grande do Norte onde ele realiza um projeto chamado Educaccedilatildeo para toda a vida O projeto ensina para crianccedilas da periferia de Macaiacuteba e Na-tal conhecimentos nas aacutereas de roboacuteti-ca fiacutesica biologia geografia histoacuteria e informaacutetica Durante a palestra o neu-rocientista ainda explanou que desde

o iniacutecio do seu trabalho na cidade de Macaiacuteba a evasatildeo escolar da institui-ccedilatildeo eacute de apenas 2 e que as crianccedilas que estatildeo sendo formadas nessa insti-tuiccedilatildeo saem com mesmo niacutevel de es-colas de elite do Rio grande do Norte

O meacutedico disse aos presentes que acredita que a ciecircncia eacute grande agente responsaacutevel pela capacidade de ino-vaccedilatildeo e deve ser estimulada desde os primeiros momentos da vida Afirmou ainda que haacute uma carecircncia de investi-mento na aacuterea de intersecccedilatildeo da neu-rociecircncia e que se possiacutevel deveria existir acompanhamento ainda no preacute-natal para que a crianccedila nascesse com o maacuteximo de potencial neuroloacutegico Em 2014 Nicolelis abriraacute o primeiro Instituto Primata de Neurociecircncia com uma escola cujo aprendizado se inicia-raacute desde o nascimento Ainda que seja um sonho um pouco distante o meacutedico

Neurocientista Miguel Nicolelis reabre Foacuterum Universitaacuterio

Reabertura do foacuterum universitaacuterio tem como primeiro palestrante o neurocientista Miguel Nicolelis

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acredita que futuramente Macaiacuteba seraacute a primeira ldquocidade ceacuterebrordquo do mundo

Durante a palestra o neurocien-tista tambeacutem abordou as experiecircncias que realiza sobre a interaccedilatildeo do ceacutere-bro e a maacutequina que consiste em fa-zer o movimento da maacutequina a partir dos estiacutemulos enviados pelo ceacuterebro que seratildeo convertidos em impulsos eleacutetricos e proporcionaratildeo o movi-mento mecacircnico de proacuteteses Ainda que ateacute o momento seus experimentos tenham sido feitos apenas com maca-cos jaacute causam ansiedade em pessoas que sofreram acidentes e hoje tem a locomoccedilatildeo comprometida O meacutedico acrescentou que pretende realizar uma demonstraccedilatildeo em 2014 quando uma brasileira parapleacutegica deveraacute caminhar 20 passos e dar o pontapeacute inicial da Copa do Mundo ldquoEsse seraacute um pre-sente do Brasil para toda a humanida-derdquo declarou Nicolelis

O foacuterum universitaacuterio

Apoacutes seis anos desativado a pre-senccedila de Miguel Nicolelis marcou de forma extraordinaacuteria o retorno do Foacute-rum Universitaacuterio Fundado na deacutecada de 1980 pelo professor Joseacute Jackson Carneiro o Foacuterum tem como objetivo discutir assuntos relevantes agrave socieda-de tanto em um niacutevel nacional como local Segundo o coordenador do Foacute-rum Iedo Fontes nunca ficou clara a razatildeo pela qual a gestatildeo anterior da UFPB paralisou o evento ldquoNunca ex-plicaramrdquo comentou Fontes

Para reforccedilar a natureza fomenta-dora de debates do Foacuterum Fontes dis-se que um dos primeiros debates entre presidenciaacuteveis poacutes-ditadura militar jaacute com vistas agraves eleiccedilotildees de 1989 foi promovido pela UFPB no antigo cam-pus de Campina Grande (que hoje eacute de competecircncia da UFCG) ldquoSoacute natildeo veio Collor Lula Brizola e outros estive-ram presentesrdquo comentou

Com o auditoacuterio lotado (600 pro-fessores de acordo com os nuacutemeros de Fontes) o retorno do Foacuterum foi con-siderado positivo A programaccedilatildeo fu-tura ainda estaacute sendo planejada mas a tendecircncia eacute que o Foacuterum seja realizado bimestralmente ldquoFoi uma declaraccedilatildeo da reitora a um jornal local de que ela tem interesse de que o Foacuterum aconte-ccedila num intervalo de dois meses O que nos permite fazer uma programaccedilatildeo Simulaccedilatildeo do exoesqueleto na abertura da Copa de 2014

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mais pensadardquo declarou o coordena-dor

Alguns temas jaacute estatildeo sendo con-siderados o bloqueio do crescimento econocircmico brasileiro nos uacuteltimos anos 500 anos da obra de Maquiavel dis-cussatildeo da obra do geoacutegrafo Josueacute de Castro federalizaccedilatildeo dos niacuteveis infan-til fundamental e meacutedio da educaccedilatildeo e a obra de Luiz Gonzaga e seu impacto sobre a vida regional (este uacuteltimo jaacute sendo organizado para o mecircs de ju-nho)

A princiacutepio o Foacuterum natildeo prioriza-ria nenhuma aacuterea em especiacutefico nem mesmo a proacutepria academia Fontes dis-se ldquoficou claro na reabertura oficial do Foacuterum que noacutes natildeo o reativamos ape-nas para professores estudantes e fun-cionaacuterios mas tambeacutem para a socieda-de pessoense () pessoas de diferentes ramos de atividade comeacutercio induacutes-tria academiardquo Poreacutem o coordenador esclareceu que uma atenccedilatildeo especial deveraacute ser dada agrave discussotildees relaciona-das agrave educaccedilatildeo - e essa preocupaccedilatildeo eacute percebida com a escolha de Miguel

Nicolelis para o primeiro encontro apoacutes a reativaccedilatildeo do Foacuterum ldquoSe tem uma aacuterea que noacutes devemos priorizar no

Brasil e fazer um grande debate nacio-nal eacute a educaccedilatildeordquo explicou Fontes

A exemplo de Nicolelis o Foacuterum tambeacutem foi responsaacutevel por trazer ou-tras personalidades conhecidas nacio-nalmente agrave Joatildeo Pessoa como os se-nadores Cristoacutevatildeo Buarque e Roberto Requiatildeo e o economista Carlos Les-sa Para uma futura ediccedilatildeo do foacuterum a Universidade estaacute tentando trazer o jornalista Paulo Henrique Amorim A ideia poreacutem natildeo eacute ficar preso a nomes de acircmbito nacional e abrir espaccedilo para pessoas que tenham impacto na socie-dade regional - ateacute pela histoacuteria e pelo legado que o Foacuterum tem de realizar debates de interesse da populaccedilatildeo em geral

ldquoFoacuterum eacute para discutir os proble-mas do estado Somos uma entidade produtora e reprodutora de conheci-mento () Na mesa de debate deve ter um professor de destaque mas tambeacutem algueacutem da aacuterea senatildeo fica apenas a niacute-vel de conferecircncia o que natildeo eacute bom pois natildeo promove o debaterdquo afirmou Fontes

Reportagem Una Txai e Rudah Silva

INFRAESTRUTURA

32 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Paraiacuteba enfrenta o caos na infraestrutura do sistema viaacuterio e estaciona-

mentos para veiacuteculos dos alunos pro-fessores e funcionaacuterios Eacute um problema de toda cidade que se reflete na univer-sidade gerando transtornos e problemas de logiacutestica em determinados horaacuterios As dificuldades na mobilidade interna ao Campus I decorrem na deficiecircncia no planejamento da expansatildeo da Instituiccedilatildeo aliadas ao aumento do nuacutemero de veiacute-culos nos uacuteltimos 10 anos O problema eacute reflexo da prioridade do veiacuteculo parti-cular sobre o uso de transporte coletivo

O campus I da instituiccedilatildeo estaacute pas-sando por algumas reestruturaccedilotildees e reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos jaacute existentes No periacuteodo de 2012 a 2013 o nuacutemero de vagas para estacionamento subiu consideravelmente de 2 mil para 2500 Em meacutedio prazo (dois anos) a administraccedilatildeo pretende criar mais 1500 vagas atraveacutes da continuaccedilatildeo do projeto de reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos (no CACE CCEN e HU) e da finali-zaccedilatildeo do Centro de Energias Renovaacute-veis ainda em construccedilatildeo por traacutes do CCHLA

Estacionamento precaacuterio provoca transtorno na UFPB

Vaacuterios carros estacionados de forma irregular e inconveniente no estacionamento da Central de Aulas do campus I

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Projetos

Segundo Marcelo Diniz da Divi-satildeo de Estudos e Projetos da Prefeitura Universitaacuteria a reorganizaccedilatildeo dos esta-cionamentos eacute prioridade e vem sendo implementada em vaacuterios estacionamen-tos da universidade O projeto modi-fica a posiccedilatildeo de entrada dos veiacuteculos de 45ordm (diagonal) para 90ordm (frontal) e a largura da vaga do estacionamento para impossibilitar improvisos que prejudi-cam o traacutefego como por exemplo as filas duplas No projeto as motos se-ratildeo contempladas com estacionamento proacuteprio para evitar a desorganizaccedilatildeo e acidentes nas passarelas e corredores das salas ldquoIremos instalar placas de ad-vertecircncia para as motos natildeo transitarem no espaccedilo destinado aos pedestresrdquo diz Marcelo

Um dos locais com maior problema fica proacuteximo ao preacutedio da Reitoria e da Biblioteca Central devido agrave concen-traccedilatildeo de vaacuterios serviccedilos e dos preacutedios acadecircmicos Nesse local estatildeo reuni-das agecircncias de trecircs bancos livrarias restaurantes DCE (Diretoacuterio Central Estudantil) e AdufPB (sindicato dos

professores) Por conta da via nesse lo-cal ser muito estreita a Prefeitura Uni-versitaacuteria utilizou prismas de concreto no trecho para evitar que os motoristas estacionem os veiacuteculos indevidamente na via de passagem dos carros ocasio-nando transtornos e risco de acidente

Somando-se a esse local estaacute em construccedilatildeo o preacutedio do Centro Arte e Cultura com auditoacuterio estimado para duas mil pessoas em frente agrave Reitoria No projeto da construccedilatildeo natildeo haacute ne-nhum estacionamento previsto para esse preacutedio e na ocasiatildeo de algum evento os visitantes iratildeo estacionar seus veiacuteculos por traacutes da Reitoria que comporta precariamente os usuaacuterios que jaacute utilizam o espaccedilo Para a soluccedilatildeo desse problema Marcelo Diniz informa haver um projeto para construccedilatildeo de um estacionamento por traacutes da Reitoria de um ou dois andares com valor estimado em 10 milhotildees de reais por andar

Usuaacuterios

Os usuaacuterios que utilizam os esta-cionamentos com regularidade pro-potildeem soluccedilotildees como criaccedilatildeo de vagas

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 33

Situaccedilatildeo corriqueira nas vias do campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba

A falta de vagas destinadas para motos eacute a justificativa dos motociclistas

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Reportagem Rodrigo Vitorino e Windsor Souza

destinadas exclusivamente a professo-res Josemar dos Santos professor de Estatiacutestica diz que ldquofalta a prefeitura organizar o estacionamento Haacute deter-minadas horas que vir do departamen-to para a sala de aula de carro se tornou inviaacutevel pois o nuacutemero de veiacuteculos cresceu bastante Poderiam organizar vagas destinadas a professores pois noacutes temos que ficar de bloco em bloco para dar aula enquanto os alunos vecircm assistem a uma aula e vatildeo emborardquo

Outro problema que tambeacutem in-comoda eacute a falta de vagas destinadas agraves bicicletas e motocicletas ldquoAgraves vezes natildeo tem nem espaccedilo para transitar pois tem motociclista estacionando as mo-tos nas vias passarelas e corredores dos blocos pois natildeo haacute vagas destina-das para estacionar as motosrdquo acres-centa Josemar

A falta de estacionamento para motos faz com que elas se amontoem de forma desorganizada Isso as trans-forma em vilatildes e campeatildes de recla-maccedilotildees Elas trafegam e estacionam onde eacute via de pedestres cadeirantes passagem de materiais para os preacutedios da universidade Diversas reclamaccedilotildees jaacute foram feitas por conta de atropela-mentos por dificultar a passagem e ateacute mesmo acidentes envolvendo deficien-tes visuais

Faacutebio Fonseca professor de Pe-dagogia tambeacutem reclama das motos e dos transtornos que elas causam quan-do deixadas em local inconveniente ldquoA universidade estaacute ficando muito pequena para a quantidade de auto-

moacuteveis Eacute preciso organizar o espaccedilo existente e criaccedilatildeo de espaccedilos especiacutefi-cos para motos A falta de organizaccedilatildeo faz com que os corredores passarelas e vias se transformam em estaciona-mento para as motos dificultando por exemplo a passagem de cadeirantesrdquo

O problema da falta de vagas acaba tambeacutem interferindo na aprendizagem dos alunos Aliado a isso haacute o proble-ma de seguranccedila dentro do campus Alunos servidores e professores natildeo confiam no sistema de cartotildees entre-gue na entrada da universidade ldquoGe-ralmente os alunos chegam na hora da aula que coincidem em todas as disci-plinas e a falta de vaga faz com que percamos tempo para estacionar Eacute o caos Muitas vezes encontramos uma vaga muito longe do local em que va-mos estudar E em eacutepoca de chuva pio-

ra Tambeacutem tem o perigo de assaltordquo diz a estudante de Biologia Daniele Lacerda

Empecilho

Alguns estacionamentos no cam-pus I da UFPB possuem aacutervores tom-badas e sob proteccedilatildeo que natildeo podem ser derrubadas Desta maneira a pre-feitura universitaacuteria desenvolveu o projeto de reestruturaccedilatildeo e organiza-ccedilatildeo dos estacionamentos respeitan-do a localizaccedilatildeo dessas aacutervores Nos estacionamentos jaacute finalizados como da Reitoria eacute perceptiacutevel a falta de arborizaccedilatildeo que influecircncia o aqueci-mento local e a desagradaacutevel sensaccedilatildeo de estar num ambiente claro e quente Outro problema encontrado eacute a falta de planejamento de escoamento da chuva Desta maneira em eacutepocas de chuva intensa haacute risco de alagamento

Com todo o empenho e desenvol-vimento estrutural eacute de suma impor-tacircncia o investimento em seguranccedila Mas tambeacutem organizar o tracircnsito au-xiliando os condutores onde devem estacionar e na fluidez do tracircnsito Devido agrave ausecircncia de fiscalizaccedilatildeo para coibir as infraccedilotildees de tracircnsito as vias se tornam estacionamentos irregula-res atrapalhando e colocando em risco a seguranccedila dos integrantes da comu-nidade universitaacuteria

INFRAESTRUTURA

34 - UFPB em Revista

Ano de 2015 eacute limite para meta plena de acessibilidade

Ausecircncia de acessibilidade eacute constante nos novos preacutedios da UFPB

Segundo dados do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a Paraiacuteba eacute o estado que possui a maior parcela de habitantes com necessidades especiais no Bra-sil empatando com o Rio Grande do Norte Quase 30 dos paraiba-nos tecircm algum tipo de necessidade especial Apesar da estatiacutestica e da existecircncia do Decreto Lei 5296 que determina a acessibilidade em todas as edificaccedilotildees puacuteblicas 90 por cento das construccedilotildees realizadas durante gestatildeo dos professores Rocircmulo Po-lari e Iara Matos a frente da UFPB natildeo respeitaram o seu cumprimento

No momento a atual adminis-traccedilatildeo estaacute empenhada num pra-zo de dois anos a assistir a todos os alunos com deficiecircncia cumprin-do as normas teacutecnicas de acessi-bilidade da Associaccedilatildeo Brasilei-ra de Normas Teacutecnicas (ABNT)

Dentre as medidas a serem ado-tadas estaacute a reforma na acessibilida-de arquitetocircnica das vias (calccediladas) Tambeacutem estaacute prevista a construccedilatildeo do Centro de Inclusatildeo (que vai in-tegrar todos os projetos de inclusatildeo em um soacute) agregar serviccedilos dispo-nibilizar salas de aula adquirir uma seacuterie de equipamentos fora do paiacutes (entre eles esfigmomanocircmetro que possibilita a traduccedilatildeo de textos em aacuteudio bengala que identifica obs-taacuteculos e computadores especiais)

Ateacute o momento apenas 15 preacute-dios estatildeo acessiacuteveis para os 30 alu-nos com necessidades especiais ca-dastrados na UFPB O uacutenico trecho com acessibilidade externa no Cam-pus I se encontra da Biblioteca Cen-tral ateacute o Refeitoacuterio Universitaacuterio No Campus II em Areia a primeira parte do projeto jaacute vem com todas as normas de acessibilidade executadas disse Marcelo Andrade Diniz Diretor do Departamento de Arquitetura da Prefeitura Universitaacuteria desde 2010

O que estaacute previsto

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 35

Segundo Marcelo Diniz que acompanhou a antiga gestatildeo da Uni-versidade o recurso era limitado e natildeo havia comprometimento dos ad-ministradores para cumprir as normas exigidas aleacutem da fiscalizaccedilatildeo pouco eficaz do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Ateacute 2010 pouco havia sido pensado discutido e realizado para incluir so-cialmente as pessoas com deficiecircn-cia Com o aumento significativo e progressivo no nuacutemero de estudan-tes em funccedilatildeo da Reestruturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universidades Fede-rais (Reuni) a situaccedilatildeo agravou-se

Desde entatildeo o Governo Federal estaacute destinando uma verba especiacutefica para as Instituiccedilotildees Federais de En-sino (Ifes) cumprirem as normas de acessibilidade impostas pela ABNT O MEC por sua vez vem fiscalizan-do com rigor as Ifes de todo o Brasil

Comitecirc existe desde 2011

No ano de 2011 foi criado na UFPB o Comitecirc de Inclusatildeo e Aces-sibilidade que tem como objetivo garantir a todos os alunos com defi-ciecircncia a permanecircncia e conclusatildeo do curso Segundo a coordenadora do

comitecirc Andreza Aparecida Polia estaacute prevista a chegada de 44 alunos espe-ciais para o proacuteximo semestre letivo nuacutemero que ultrapassa os 5 por cen-to designado pelo sistema de cotas ldquoAno passado fizemos pedido de equi-pamentos para suprir os alunos que jaacute estatildeo cadastrados Enquanto natildeo che-ga os coordenadores tem de ter um computador exclusivo para esses estu-dantesrdquo pontificou Andreza Polia O comitecirc conta com representantes dos cursos de Psicopedagogia Terapia Ocupacional Arquitetura e Educaccedilatildeo

Ainda em fase de projeto o Centro de Inclusatildeo e Acessibilidade estaacute pre-visto para ficar pronto em 2015 Ele contaraacute dentre outras coisas com pla-cas em Braille piso taacutetil carteiras es-peciais plataforma elevatoacuteria eleva-dor e tecnologias inclusivas em geral

Outro projeto que estaacute sendo desenvolvido pela Prefeitura Uni-versitaacuteria eacute a urbanizaccedilatildeo do La-boratoacuterio de Energias Renovaacuteveis (LERS) que iraacute se estender por todo o estacionamento contando com rampas pisos taacuteteis e mais de 6 quilocircmetros de rotas acessiacuteveis

Os estudantes com necessidades especiais contam com um programa

Projeto em 3d das futuras instalaccedilotildees elaborado pela Prefeitura da UFPB

Reportagem Giuliano Viscardi

de apoio onde um aluno monitor os acompanha geralmente por discipli-na dando assistecircncia necessaacuteria gra-vando aulas e tirando duacutevidas com os professores O Nuacutecleo de Educaccedilatildeo Especial (Nedesp) tambeacutem os ajuda nesse processo de adaptaccedilatildeo Na Bi-blioteca Central e no Nedesp os alu-nos dispotildee de impressora em braille

A Proacute-reitoria de Gestatildeo de Pes-soas (Progep) ofereceu por dois anos consecutivos um curso de capacita-ccedilatildeo para docentes e servidores da uni-versidade tendo formado duas turmas ateacute agora Poreacutem a grande maioria dos capacitados foi funcionaacuterios A UFPB conta com apenas um tradutor ldquoPreci-samos de mais contrataccedilotildeesrdquo alega Po-lia que estaacute coordenando o Comitecirc de Inclusatildeo e Acessibilidade desde 2011

A prefeitura da Instituiccedilatildeo tambeacutem fez um convenio com o Laboratoacuterio de Acessibilidade (Lacesse) coordenado por Marcelo Diniz e pela professora do curso de arquitetura Angelina Costa O espaccedilo fiacutesico onde funciona o labo-ratoacuterio foi inaugurado dia 12 de abril no Centro de Tecnologia bloco N

INFRAESTRUTURA

36 - UFPB em Revista

O rombo de mais de 22 milhotildees na Fundaccedilatildeo Casa de Joseacute Ameacuterico (FCJA) constata-

do pelo Tribunal de Contas da Uniatildeo (TCU) eacute a principal heranccedila deixada pela antiga administraccedilatildeo da universi-dade e que atinge diretamente o Res-taurante Universitaacuterio da UFPB Os es-cacircndalos envolvem o responsaacutevel pelo fornecimento de gecircneros alimentiacutecios e o pagamento de alguns funcionaacuterios do Restaurante Universitaacuterio (RU)

Segundo o TCU foram usados re-cursos federais depositados em contas especiacuteficas de convecircnios para paga-mentos agrave empresas fornecedoras de gecircneros alimentiacutecios As irregularida-des foram cometidas pelo ex-diretor da Fundaccedilatildeo Eugecircnio Pacceli Trigueiro Pereira Com isso o TCU suspendeu o repasse de recursos da Uniatildeo para a Fundaccedilatildeo Joseacute Ameacuterico e a direccedilatildeo do RU enfrentou problemas com a falta de estoque de alimentos e atraso no paga-mento de funcionaacuterios refletindo no atendimento precaacuterio das necessidades dos alunos que frequentam o Restau-rante

O RU que fornece refeiccedilotildees gra-tuitas para estudantes de baixa renda e cadastrados da UFPB conta com 90

profissionais Os gecircneros alimentiacutecios de uma refeiccedilatildeo custam em meacutedia de R$ 410 a R$ 530 Nesse valor natildeo estaacute considerado a despesa do preparo trabalho dos funcionaacuterios e energia dos aproximadamente 2200 almoccedilos e 900 jantares por dia

A nova reitoria da UFPB ampliou as investigaccedilotildees e o levantamento de contas da Universidade para averiguar quais problemas seratildeo enfrentados pela gestatildeo Durante as investigaccedilotildees foram detectadas vaacuterias irregula-ridades cometidas pela adminis-traccedilatildeo passada a exemplo da au-secircncia de prestaccedilatildeo de contas de diversos convecircnios

Antocircnio Luiz de Albuquer-que Gomes professor do De-partamento de Quiacutemica do Cen-tro de Tecnologia da UFPB assumiu o cargo de Superintendente do Sistema de Restaurantes Universitaacuterios - que com-preende os restaurantes do Campus 1 do Litoral Norte Areia e Bananeiras - no dia 12112012 Ele conta que rece-beu o RU com um estoque insuficiente de alimentos apesar dos pregotildees ainda estarem em andamento

O superintendente esclareceu que um desses pregotildees estava desa-

parecido e soacute depois de muita inves-tigaccedilatildeo a empresa foi contatada para cumprir o contrato O outro pregatildeo es-tava com o pedido de realinhamento de preccedilos e somente apoacutes a administraccedilatildeo entrar em contato para negociar com os fornecedores explicando a delicadeza da situaccedilatildeo eacute que foi possiacutevel normali-zar as entregas dos suprimentos

Segundo o professor Antocircnio Luiz ainda haacute muitos problemas com os fornecedores As licitaccedilotildees (pregotildees) emitidas pelas empresas tem um preccedilo muito abaixo do valor de mercado Em decorrecircncia desse fato as companhias tem prejuiacutezo e antes de completar os seis meses algumas deixam de forne-cer os gecircneros apesar de ainda terem saldo em caixa com a Universidade

Um dos problemas a serem contor-nados pela atual administraccedilatildeo diz res-peito a burocracia e lentidatildeo de alguns setores na etapa de licitaccedilatildeo e pregatildeo para aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios Na Proacute-Reitoria Administrativa (Divi-satildeo de Materiais) a entrada dos pre-gotildees foi feita em dezembro poreacutem os processos ficaram mais de dois meses parados dentro de uma gaveta e por isso ainda existem licitaccedilotildees de com-pras paradas em abril

A administraccedilatildeo da Universidade

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeo

Prof Antocircnio Luiz Superintendente do RU

Vista frontal do Restaurante Universitaacuterio da UFPB

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 37

Atualmente o professor Antocircnio Luiz estaacute procurando resolver os as-suntos mais urgentes do RU fazendo o levantamento do que precisa ser fei-to a exemplo dos pedidos de compras de equipamentos de seguranccedila e para a cozinha Haacute tambeacutem uma proposta

a partir dos levantamentos feitos pelo professor Antocircnio Luiz tomou um seacute-rie de iniciativas entre elas consultas juriacutedicas onde foram detectados o atra-so de salaacuterios entre outras irregularida-des trabalhistas Por conta do rombo a FCJA deixou de pagar o fundo de ga-rantia salaacuterios feacuterias e 13ordm salaacuterio aos funcionaacuterios As diacutevidas tiveram que ser quitadas pela prefeitura universitaacute-ria que repassou a verba e cumpriu a obrigaccedilatildeo social para com todos os fun-cionaacuterios Hoje a FCJA eacute dirigida por Boanerges Felix que estaacute regularizan-do as atividades da fundaccedilatildeo

O professor Antocircnio Luiz ressalta que existiam diversos problemas com equipamentos e com funcionaacuterios Na cozinha haviam vazamentos e instru-mentos como serras de cortar carne e aparelho de cortar frutas quebrados Ateacute o conserto desses aparelhos os trabalhos vinham sendo feitos manu-almente Ele encontrou equipamentos com 10 a 15 anos de uso sem programa de reposiccedilatildeo ldquoEacute impossiacutevel um siste-ma desse porte funcionar sem repor o equipamento porque ele tem vida uacutetil As caldeiras satildeo razoavelmente novas com 3 ou 4 anos de uso mas sem um sistema de manutenccedilatildeo Vazamento de oacuteleo caldeiras quebradas Foi uma si-tuaccedilatildeo que eu natildeo imaginava que en-contrariardquo observa o superintendente

Outra questatildeo importante que a nova administraccedilatildeo teve que mudar foi o fato de que os funcionaacuterios natildeo esta-vam acostumados a obedecer aos horaacute-rios Poreacutem aos poucos o pessoal foi se adaptando ao novo modelo de gestatildeo

encaminhada para concretizaccedilatildeo de um serviccedilo de auto atendimento (self servi-ce) O desperdiacutecio de comida eacute um dos grandes problemas para o Restaurante pois os alunos deixam nos pratos restos de comida suficientes para alimentar mais de 400 pessoas segundo o supe-rintendente

A equipe que trabalha no RU pre-tende realizar uma campanha de cons-cientizaccedilatildeo para que os comensais com a instalaccedilatildeo do self service co-loquem no prato apenas a quantidade realmente necessaacuteria evitando assim o desperdiacutecio Estaacute nos planos promover treinamento dos funcionaacuterios executar atividades humaniacutesticas promovendo a interaccedilatildeo entre as pessoas melhorar cada vez mais o sabor da comida (a qua-lidade jaacute existe) e aumentar o nuacutemero de funcionaacuterios e equipamentos acarre-tando numa melhora do fluxo e minimi-zando o problema das longas filas

Tambeacutem eacute interesse terminar a obra comeccedilada na administraccedilatildeo pas-sada - que jaacute deveria ter sido finaliza-da - de um complexo ao lado do atual RU Laacute seraacute instalado um restaurante para que os funcionaacuterios e estudantes natildeo contemplados pelo RU possam co-mer pagando apenas uma pequena taxa pela refeiccedilatildeo Eacute preciso ainda analisar a viabilidade dessa opccedilatildeo consultando a comunidade acadecircmica e aguardando o teacutermino das obras A comida seraacute a mesma que eacute servida gratuitamente aos alunos comensais

Comida que sobra nos pratos seria capaz de preencher 400 novas refeiccedilotildees

Restaurante Universitaacuterio em horaacuterio de funcionamento

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Reportagem Marina Maracajaacute e Nayane Maia

e mudando os haacutebitos no ambiente de trabalho A atual administraccedilatildeo prima pelo exemplo adotando a praacutetica de se-rem os primeiros a chegar e os uacuteltimos a sair colaborando com os outros fun-cionaacuterios e ajudando sempre que pos-siacutevel nas suas diferentes funccedilotildees seja no setor administrativo seja na parte de manutenccedilatildeo dos equipamentos

Proposiccedilotildees

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38 - UFPB em Revista

Blocos isolados congestiona-mentos nos horaacuterios de pico falta de estacionamento satildeo

esses alguns dos problemas que po-dem ser ocasionados pela falta de um bom plano diretor Na UFPB isso natildeo eacute diferente Encontrar agrave noite uma vaga proacutexima ao CCHLA eacute praticamente uma maratona Esse e muitos outros problemas poderiam ter sidos evita-dos se tivesse sido criado um plano diretor que limitasse as aacutereas de esta-cionamento construccedilatildeo e ainda com o planejamento da aacuterea de preservaccedilatildeo na universidade

Em 2007 em sua defesa de tese de doutorado em engenharia civil Renato Saboya explica ldquoPlano Diretor eacute um documento que sintetiza e torna expliacute-citos os objetivos consensuados para o Municiacutepio e estabelece princiacutepios diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as decisotildees dos atores envolvidos no processo de de-senvolvimento urbano convirjam tan-to quanto possiacutevel na direccedilatildeo desses objetivosrdquo

Para Acircngela Braz aluna do quinto periacuteodo de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal da Paraiacuteba pro-blemas comuns como salas com maacute ventilaccedilatildeo ou com insolaccedilatildeo intensa poderiam ter sido evitados se a insti-tuiccedilatildeo tivesse em seu plano diretor as melhores localizaccedilotildees para a constru-ccedilatildeo dos blocos Com tal planejamen-to seriam evitadas aacutereas voltadas di-retamente para o nascente ou poente e tambeacutem aacutereas natildeo favorecidas pelos ventos

Planos Diretores no Brasil

Quando questionados a maioria dos brasileiros pensam que exemplos de planejamento preventivo existem apenas em paiacuteses de ldquoprimeiro mun-dordquo poreacutem em diversos municiacutepios brasileiros planos diretores tiveram relativo sucesso como por exemplo Curitiba Brasiacutelia e ateacute mesmo Joatildeo Pessoa Sendo a uacuteltima um dos melho-res exemplos nacionais de preservaccedilatildeo de sua orla mariacutetima onde existe um

bloqueio para edifiacutecios superiores a quatro andares

ldquoA questatildeo da falta de planejamen-to urbano eacute muito mais grave do que parece o recobrimento dos solos com materiais impermeaacuteveis juntamente com o adensamento de construccedilotildees acaba ocasionando o aumento de tem-peratura em determinadas regiotildeesrdquo indaga Acircngela

O impedimento da construccedilatildeo de preacutedios altos na orla evita o conhecido fenocircmeno em diversas praias sombra Em praias de Recife Rio de Janeiro e Balneaacuterio Camboriuacute por exemplo possuem sombra na faixa de areia mes-mo horas antes do pocircr do sol devido aos gigantes que ali se encontramldquoSalas cada vez menores para turmas cada vez maioresrdquo

Para Andreacute Siqueira aluno do se-gundo periacuteodo de Arquitetura e Urba-nismo na Universidade Federal da Pa-raiacuteba a falta de um real planejamento cria ateacute mesmo a falta de acessibilida-de em diversas aacutereas da Universida-de Calccediladas estreitas com caminhos

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidade

Protesto de alunos de Miacutedias Digitais devido ao atraso de mais de dois anos na entrega do bloco do curso

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 39

Soluccedilatildeo a longo prazo

Flaacutevio Tavares membro do pro-jeto de iniciaccedilatildeo cientiacutefica ldquoTerritoacute-rios e urbanidades praacuteticas urbanas e poliacuteticas culturais no espaccedilo puacuteblico contemporacircneordquo mostra-se indignado com o fato de que o porte que a uni-versidade tem atingido seja de espa-ccedilo fiacutesico ndash com grande quantidade de alunos e funcionaacuterios circulando no seu campus - seja do volume de recur-sos aplicados anualmente e ainda natildeo possua um plano diretor em vigor Ele permitiria accedilotildees integradas de longo prazo garantindo que os investimentos ocorram de acordo com os principais anseios da comunidade universitaacuteria jaacute que a elaboraccedilatildeo do plano se daacute necessariamente a partir da discussatildeo conjunta entre os envolvidos com a re-giatildeo

Indagado sobre as possiacuteveis accedilotildees

que poderiam sanar os atuais (e fu-turos) problemas Tavares diz que a Universidade deve iniciar de imedia-to a construccedilatildeo de um ldquoPlano Diretor Participativo Integrado para o Cam-pus Joatildeo Pessoa da UFPBrdquo incluindo questotildees de planejamento participativo na proposiccedilatildeo das futuras obras per-mitindo que a comunidade acadecircmica possa opinar sobre as obras que ali se-ratildeo executadas resultando numa maior conexatildeo e identificaccedilatildeo com os usuaacute-rios Quanto a uma obra especiacutefica ele acredita que uma ampla intervenccedilatildeo no

desenho urbano do campus seria ne-cessaacuteria priorizando o fluxo de pedes-tres com pisos adequados vegetaccedilatildeo passarelas etc

Para finalizar Flaacutevio lembra que agora que a Universidade acolhe um maior nuacutemero de pessoas com defici-ecircncia tendo o dever natildeo soacute legal mas tambeacutem social de incluir estas pessoas num deslocar seguro e independente Sendo esse apenas possiacutevel com um planejamento efetivo da estrutura fiacutesi-ca da Universidade

No final de 2012 Margareth Diniz assumiu a Reitoria da Uni-versidade Federal da Paraiacute-ba e com ela iniciaram-se projetos de um Plano Dire-tor Esse Plano teraacute como principal foco proteger a reserva de mata atlacircntica na qual a Instituiccedilatildeo estaacute sediada O professor Seacutergio Alonso recentemente em-possado prefeito do Campus I eacute um dos membros desta comissatildeo que discute a cria-ccedilatildeo do Plano na UFPB Ele teraacute a missatildeo de coordenar as discussotildees sobre o PD

Planejamento evita problemas como o demonstrado no viacutedeo acima

Novo campus em Rio Tinto Obras que esteticamente feias e sem utilidade

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ReportagemFrancisco de Oliveira

Guilherme Pontes

confusos ou ateacute mesmo inexistentes e ainda praccedilas de permanecircncia sem co-bertura satildeo outros exemplos lembra-dos por Siqueira

Sobre o futuro Andreacute eacute pessi-mista e comenta que a cada dia mais problemas surgem Ser deficiente na UFPB eacute praticamente impossiacutevel Blocos aleatoacuterios para cursos que de-veriam ter salas proacuteximas Essas in-clusive estatildeo cada vez menores para turmas cada vez maiores ldquoSalas com janelotildees feitas para serem usadas com projetor que tipo de arquiteto aprova issordquo provoca

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40 - UFPB em Revista

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Central

Construiacuteda haacute mais de 30 anos a Biblioteca Central da UFPB nunca passou por uma grande reforma

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Se algueacutem que frequenta a Bi-blioteca Central da UFPB atu-almente fosse perguntado sobre

qual a sua impressatildeo sobre o local as respostas certamente seriam se-melhantes agraves de quem respondesse a mesma pergunta haacute dez ou vinte anos calor poeira mofo falta de acessibilidade e estrutura deficitaacuteria estariam entre as palavras mais cita-das Isso se explica pelo fato do preacute-dio construiacutedo na deacutecada de 1970 ter sido mal planejado e nunca ter passado por uma grande reforma

Com o acervo atual em torno dos 400 mil exemplares a Bibliote-ca Central tem como principal fina-lidade dar suporte de informaccedilotildees aos programas de ensino pesquisa e extensatildeo Construiacuteda ao lado de uma mata ndash a UFPB estaacute localizada em uma regiatildeo de Mata Atlacircntica ndash so-fre com a maacute conservaccedilatildeo do acervo

exposto agrave umidade poeira e insetosSegundo a bibliotecaacuteria TM que preferiu natildeo se identificar o uacutelti-mo governo ateacute fez investimentos importantes no local ldquoAtraveacutes de pregotildees e ouvindo sugestotildees de co-ordenadores de cursos e professores foram adquiridos milhares de novos tiacutetulos Aleacutem disso foram instala-dos novos computadores cadeiras e feita a climatizaccedilatildeo de algumas salasrdquo A ideia eacute que nos proacuteximos anos sejam feitos novos investimen-tos no local ldquoA nova Reitora pro-meteu um sistema de climatizaccedilatildeo completo para o preacutediordquo afirma TM

Apesar das melhorias nos uacutel-timos anos e a promessa de novos investimentos para um futuro proacute-ximo muitas mudanccedilas inclusive estruturais precisam acontecer na Biblioteca Central ldquoO projeto ar-quitetocircnico eacute defeituoso Eacute impos-

siacutevel falar em climatizaccedilatildeo enquan-to natildeo for solucionado o problema das grandes frestas nas paredes do lugar Tambeacutem natildeo adianta climati-zar sem ser feita uma higienizaccedilatildeo em todo o preacutediordquo afirma o fun-cionaacuterio Francisco Joseacute Assistente Administrativo do local haacute 25 anos

Natildeo bastasse o problema de con-servaccedilatildeo do acervo existe uma ques-tatildeo ainda mais grave a ser tratada a sauacutede dos que frequentam a Bibliote-ca Central Vaacuterios funcionaacuterios rela-taram problemas de sauacutede por causa da higiene e estrutura do local O acuacutemulo de poeira e fungos jaacute causou vaacuterias doenccedilas de pele desde cocei-ras ateacute alergias seacuterias Aleacutem disso eacute comum funcionaacuterios reclamarem de problemas de coluna causados pelo manuseio das pesadas estantes e pro-blemas de mobilidade com os carros de matildeo que transportam os livros

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 41

Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 43

Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

b i o -logia e geo-

grafia estatildeo ok tem ar condicionado data

show etc As de quiacutemica () satildeo horriacuteveis tem umas que os

ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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PELO CAMPUS

46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

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52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

Recepccedilatildeo Local

Gastos estadia e lazer

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 20: UFPB em revista

INTERACcedilAtildeO

26 - UFPB em Revista

A busca pela experiecircncia profissionalEstudante do terceiro periacuteodo de

Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digi-tais (UFPB) Ermeson Lira (18

anos) tomou uma decisatildeo importante em sua vida tornou-se um estagiaacuterio Sua rotina mudou e com ela vieram as responsabilidades Diego Lopes (25 anos) estudante de Ciecircncias da Com-putaccedilatildeo tambeacutem iniciou sua carreira estagiando e ganhando experiecircncia Mas todos os alunos da Universidade Federal da Paraiacuteba conseguem a mes-ma oportunidade que eles

Na UFPB existem dois tipos de es-taacutegios o obrigatoacuterio que conta com a cobertura do seguro de acidentes pes-soais E o natildeo-obrigatoacuterio que eacute opcio-nal e pode ser remunerado ou natildeo Die-go Lopes acredita que ldquocom o estaacutegio vocecirc adquire experiecircncia de mercado de trabalho aprende a trabalhar sobre pressatildeo e se qualifica para vagas que

seratildeo destinadas a pessoas formadasrdquoNo caso do curso de Miacutedias Digi-

tais a regulamentaccedilatildeo diz ldquoEstaacutegio supervisionado em meio profissional ou acadecircmico totalizando 300 horas objetivando a observaccedilatildeo e intervenccedilatildeo do estudante para o exerciacutecio profissio-nal bem como facilitar sua integraccedilatildeo no meio profissionalrdquo O curso estabe-lece convecircnio com o Centro Integrado Empresa-Escola (CIEE) e entre ou-tras entidades puacuteblicas e privadas

O CIEE eacute uma instituiccedilatildeo filantroacute-pica que procura encontrar estaacutegios e oportunidades de aprendizado para es-tudantes dos niacuteveis meacutedio teacutecnico e su-perior Estaacute presente em todo territoacuterio nacional auxiliando a entrada dos jo-vens no mercado de trabalho Algumas empresas jaacute possuem convecircnio com a UFPB Mas alguns alunos ainda encon-tram dificuldades para conseguir seu

espaccedilo Eacute o exemplo de Joseacute Carlos Pe-reira (22 anos) estudante de Ciecircncias bioloacutegicas da UFPB Ele tentou entrar num estaacutegio oferecido pela profes-sora de seu curso mas por choque de horaacuterios natildeo pode fazecirc-lo ldquoalguns es-taacutegios que eu queria pegar eram no ho-raacuterio da manhatilde Horaacuterio este em que eu estava ocupado com as aulasrdquo

Segundo a Lei 11788 Art 8ordm da Constituiccedilatildeo brasileira os convecircnios tanto com empresas puacuteblicas quanto as privadas satildeo facultativos A UFPB eacute conveniada a mais de 300 institui-ccedilotildees Entre elas estatildeo o Banco do Bra-sil Carrefour TV Tambauacute Petrobraacutes e diversas prefeituras como a de Joatildeo Pessoa e Campina grande Segundo o Art 11ordm da mesma lei a duraccedilatildeo maacute-xima do estaacutegio eacute de dois anos exceto quando o estagiaacuterio possui necessida-des especiais

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 27

A PRG-CEM estaacute localizada na Reitoria da Universidade Federal da Paraiacuteba

CC

S-U

FPB

Reportagem Layse Pereira eRayssa Alcacircntara

Estaacutegios Cadastrados pela CEM2009-2013

Obrigatoacuterio

Natildeo-obrigatoacuterio

Bolsa Estaacutegio Meacuted

2009 2010 2011 2012 2013

123

827

76

1425 1340 961 96

113

130

1190

138

18361604

118141

Os nuacutemeros variam pois estamos no decorrer do ano Dados da PRG-CEM

O Lado bom

Apesar de algumas barreiras en-contradas os universitaacuterios tem uma opiniatildeo em comum O estaacutegio eacute uma etapa importante para a entrada no mercado de trabalho ldquoAleacutem de ad-quirir conhecimentos antes do tempo eacute uma oacutetima oportunidade pra se de-senvolver no mercado Quando se estaacute dentro desse ecossistema o aprendiza-do agrega em vocecirc mesmo que vocecirc natildeo queirardquo declarou Ermeson Lira

Professores como Alberto Pessoa (autor e pesquisador de histoacuterias em quadrinhos) tambeacutem acreditam na importacircncia do estaacutegio Segundo ele quando se estuda e trabalha o aluno consegue aproveitar melhor a gradua-ccedilatildeo ldquoQuando vocecirc trabalha vocecirc natildeo tem tempo de deixar pra laacute Entatildeo vocecirc aproveita melhor a universidade vocecirc estuda mais vocecirc tem um senso de res-ponsabilidade melhorrdquo argumenta

Primeiros Passos

Os estaacutegios dentro da universidade satildeo oferecidos pelos pela UFPB e via-bilizados pelos professores Para soli-citar a bolsa os alunos devem apresen-tar uma seacuterie de documentos Segundo Eliane Ferraz coordenadora da CEM (Coordenaccedilatildeo de Estaacutegio e Monito-

ramento) primeiramente o estudante deve encaminhar um ofiacutecio ao Proacute-Rei-tor de Planejamento da Universidade Federal da Paraiacuteba (Proplan-UFPB) contendo justificativas da solicitaccedilatildeo e detalhes sobre o estaacutegio

Outros documentos necessaacuterios satildeo o formulaacuterio de Solicitaccedilatildeo de Bolsa estaacutegio a Ficha Cadastral (Bolsa-EstaacutegioUFPB) Histoacuterico Escolar do aluno coacutepias da Identidade CPF Tiacutetu-lo de Eleitor e para os homens a coacutepia

do Certificado de quitaccedilatildeo como o ser-viccedilo militar Ao final de cada periacuteodo este processo eacute repetido para renovar a Bolsa

As informaccedilotildees sobre estaacutegios ex-ternos ainda eacute mal divulgado pela uni-versidade Os estudantes costumam ter a iniciativa de procuraacute-los por meio de amigos conhecidos Hoje com a in-ternet ficou mais faacutecil encontrar traba-lhos por meio de sites como por exem-plo o Gogojobcom (wwwgogojobcombr) que divulga vagas na aacuterea de publicidade Quando a oportunidade de estagiar eacute oferecida por instituiccedilotildees conveniadas agrave UFPB o universitaacuterio tambeacutem deve procurar a CEM Apoacutes assinado o convecircnio o aluno estaacute ofi-cialmente estagiando Em ambos os processos ao final de cada semestre deve ser entregue um relatoacuterio

Segundo a coordenadora da CEM os convecircnios realizados pela UFPB eacute uma maneira de atender agraves demandas acadecircmicas Para contemplar um maior nuacutemero de cursos da universidade ldquoOs convecircnios para a concessatildeo de estaacutegios supervisionados devem portanto ser celebrados de forma mais abrangente possiacutevel visando a atender de forma mais ampla a concessatildeo de estaacutegio a alunos regularmente matriculadosrdquo

INTERACcedilAtildeO

28 - UFPB em Revista

Em evento que lotou o auditoacuterio da reitoria da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba Joatildeo Pessoa

recebeu o neurocientista brasileiro Mi-guel Nicolelis que realizou a palestra ldquoA ciecircncia como agente de transforma-ccedilatildeo socialrdquo Nicolelis atraiu professo-res profissionais da aacuterea estudantes da UFPB e de outras universidades mas chamou ainda a atenccedilatildeo de cida-datildeos comuns com problemas de para-plegia tetraplegia deficientes visuais auditivos e pessoas que possuem entes queridos na mesma condiccedilatildeo O enor-me puacuteblico presente ao evento coorde-nado pelo Foacuterum Universitaacuterio deixou o auditoacuterio pequeno com a esperanccedila de ouvir das palavras do meacutedico que eles teriam seus problemas resolvidos pela ciecircncia seja em curto meacutedio ou longo prazo

Nicolelis que lidera um grupo de

pesquisadores da aacuterea de Neurociecircncia na Universidade Duke - EUA apresen-tou como um dos pilares da palestra a mesma questatildeo base do seu chamado Manifesto da Ciecircncia Tropical Nele o neurocientista sugere que o Brasil pode potencializar o desenvolvimen-to cientiacutefico e educacional a partir da cooperaccedilatildeo de ambos e propotildee quinze medidas para firmar o paiacutes como lide-ranccedila mundial na produccedilatildeo e uso de-mocratizante do conhecimento

Miguel Nicolelis falou tambeacutem so-bre a instituiccedilatildeo na cidade de Macaiacute-ba no Rio grande do Norte onde ele realiza um projeto chamado Educaccedilatildeo para toda a vida O projeto ensina para crianccedilas da periferia de Macaiacuteba e Na-tal conhecimentos nas aacutereas de roboacuteti-ca fiacutesica biologia geografia histoacuteria e informaacutetica Durante a palestra o neu-rocientista ainda explanou que desde

o iniacutecio do seu trabalho na cidade de Macaiacuteba a evasatildeo escolar da institui-ccedilatildeo eacute de apenas 2 e que as crianccedilas que estatildeo sendo formadas nessa insti-tuiccedilatildeo saem com mesmo niacutevel de es-colas de elite do Rio grande do Norte

O meacutedico disse aos presentes que acredita que a ciecircncia eacute grande agente responsaacutevel pela capacidade de ino-vaccedilatildeo e deve ser estimulada desde os primeiros momentos da vida Afirmou ainda que haacute uma carecircncia de investi-mento na aacuterea de intersecccedilatildeo da neu-rociecircncia e que se possiacutevel deveria existir acompanhamento ainda no preacute-natal para que a crianccedila nascesse com o maacuteximo de potencial neuroloacutegico Em 2014 Nicolelis abriraacute o primeiro Instituto Primata de Neurociecircncia com uma escola cujo aprendizado se inicia-raacute desde o nascimento Ainda que seja um sonho um pouco distante o meacutedico

Neurocientista Miguel Nicolelis reabre Foacuterum Universitaacuterio

Reabertura do foacuterum universitaacuterio tem como primeiro palestrante o neurocientista Miguel Nicolelis

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 29

acredita que futuramente Macaiacuteba seraacute a primeira ldquocidade ceacuterebrordquo do mundo

Durante a palestra o neurocien-tista tambeacutem abordou as experiecircncias que realiza sobre a interaccedilatildeo do ceacutere-bro e a maacutequina que consiste em fa-zer o movimento da maacutequina a partir dos estiacutemulos enviados pelo ceacuterebro que seratildeo convertidos em impulsos eleacutetricos e proporcionaratildeo o movi-mento mecacircnico de proacuteteses Ainda que ateacute o momento seus experimentos tenham sido feitos apenas com maca-cos jaacute causam ansiedade em pessoas que sofreram acidentes e hoje tem a locomoccedilatildeo comprometida O meacutedico acrescentou que pretende realizar uma demonstraccedilatildeo em 2014 quando uma brasileira parapleacutegica deveraacute caminhar 20 passos e dar o pontapeacute inicial da Copa do Mundo ldquoEsse seraacute um pre-sente do Brasil para toda a humanida-derdquo declarou Nicolelis

O foacuterum universitaacuterio

Apoacutes seis anos desativado a pre-senccedila de Miguel Nicolelis marcou de forma extraordinaacuteria o retorno do Foacute-rum Universitaacuterio Fundado na deacutecada de 1980 pelo professor Joseacute Jackson Carneiro o Foacuterum tem como objetivo discutir assuntos relevantes agrave socieda-de tanto em um niacutevel nacional como local Segundo o coordenador do Foacute-rum Iedo Fontes nunca ficou clara a razatildeo pela qual a gestatildeo anterior da UFPB paralisou o evento ldquoNunca ex-plicaramrdquo comentou Fontes

Para reforccedilar a natureza fomenta-dora de debates do Foacuterum Fontes dis-se que um dos primeiros debates entre presidenciaacuteveis poacutes-ditadura militar jaacute com vistas agraves eleiccedilotildees de 1989 foi promovido pela UFPB no antigo cam-pus de Campina Grande (que hoje eacute de competecircncia da UFCG) ldquoSoacute natildeo veio Collor Lula Brizola e outros estive-ram presentesrdquo comentou

Com o auditoacuterio lotado (600 pro-fessores de acordo com os nuacutemeros de Fontes) o retorno do Foacuterum foi con-siderado positivo A programaccedilatildeo fu-tura ainda estaacute sendo planejada mas a tendecircncia eacute que o Foacuterum seja realizado bimestralmente ldquoFoi uma declaraccedilatildeo da reitora a um jornal local de que ela tem interesse de que o Foacuterum aconte-ccedila num intervalo de dois meses O que nos permite fazer uma programaccedilatildeo Simulaccedilatildeo do exoesqueleto na abertura da Copa de 2014

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mais pensadardquo declarou o coordena-dor

Alguns temas jaacute estatildeo sendo con-siderados o bloqueio do crescimento econocircmico brasileiro nos uacuteltimos anos 500 anos da obra de Maquiavel dis-cussatildeo da obra do geoacutegrafo Josueacute de Castro federalizaccedilatildeo dos niacuteveis infan-til fundamental e meacutedio da educaccedilatildeo e a obra de Luiz Gonzaga e seu impacto sobre a vida regional (este uacuteltimo jaacute sendo organizado para o mecircs de ju-nho)

A princiacutepio o Foacuterum natildeo prioriza-ria nenhuma aacuterea em especiacutefico nem mesmo a proacutepria academia Fontes dis-se ldquoficou claro na reabertura oficial do Foacuterum que noacutes natildeo o reativamos ape-nas para professores estudantes e fun-cionaacuterios mas tambeacutem para a socieda-de pessoense () pessoas de diferentes ramos de atividade comeacutercio induacutes-tria academiardquo Poreacutem o coordenador esclareceu que uma atenccedilatildeo especial deveraacute ser dada agrave discussotildees relaciona-das agrave educaccedilatildeo - e essa preocupaccedilatildeo eacute percebida com a escolha de Miguel

Nicolelis para o primeiro encontro apoacutes a reativaccedilatildeo do Foacuterum ldquoSe tem uma aacuterea que noacutes devemos priorizar no

Brasil e fazer um grande debate nacio-nal eacute a educaccedilatildeordquo explicou Fontes

A exemplo de Nicolelis o Foacuterum tambeacutem foi responsaacutevel por trazer ou-tras personalidades conhecidas nacio-nalmente agrave Joatildeo Pessoa como os se-nadores Cristoacutevatildeo Buarque e Roberto Requiatildeo e o economista Carlos Les-sa Para uma futura ediccedilatildeo do foacuterum a Universidade estaacute tentando trazer o jornalista Paulo Henrique Amorim A ideia poreacutem natildeo eacute ficar preso a nomes de acircmbito nacional e abrir espaccedilo para pessoas que tenham impacto na socie-dade regional - ateacute pela histoacuteria e pelo legado que o Foacuterum tem de realizar debates de interesse da populaccedilatildeo em geral

ldquoFoacuterum eacute para discutir os proble-mas do estado Somos uma entidade produtora e reprodutora de conheci-mento () Na mesa de debate deve ter um professor de destaque mas tambeacutem algueacutem da aacuterea senatildeo fica apenas a niacute-vel de conferecircncia o que natildeo eacute bom pois natildeo promove o debaterdquo afirmou Fontes

Reportagem Una Txai e Rudah Silva

INFRAESTRUTURA

32 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Paraiacuteba enfrenta o caos na infraestrutura do sistema viaacuterio e estaciona-

mentos para veiacuteculos dos alunos pro-fessores e funcionaacuterios Eacute um problema de toda cidade que se reflete na univer-sidade gerando transtornos e problemas de logiacutestica em determinados horaacuterios As dificuldades na mobilidade interna ao Campus I decorrem na deficiecircncia no planejamento da expansatildeo da Instituiccedilatildeo aliadas ao aumento do nuacutemero de veiacute-culos nos uacuteltimos 10 anos O problema eacute reflexo da prioridade do veiacuteculo parti-cular sobre o uso de transporte coletivo

O campus I da instituiccedilatildeo estaacute pas-sando por algumas reestruturaccedilotildees e reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos jaacute existentes No periacuteodo de 2012 a 2013 o nuacutemero de vagas para estacionamento subiu consideravelmente de 2 mil para 2500 Em meacutedio prazo (dois anos) a administraccedilatildeo pretende criar mais 1500 vagas atraveacutes da continuaccedilatildeo do projeto de reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos (no CACE CCEN e HU) e da finali-zaccedilatildeo do Centro de Energias Renovaacute-veis ainda em construccedilatildeo por traacutes do CCHLA

Estacionamento precaacuterio provoca transtorno na UFPB

Vaacuterios carros estacionados de forma irregular e inconveniente no estacionamento da Central de Aulas do campus I

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Projetos

Segundo Marcelo Diniz da Divi-satildeo de Estudos e Projetos da Prefeitura Universitaacuteria a reorganizaccedilatildeo dos esta-cionamentos eacute prioridade e vem sendo implementada em vaacuterios estacionamen-tos da universidade O projeto modi-fica a posiccedilatildeo de entrada dos veiacuteculos de 45ordm (diagonal) para 90ordm (frontal) e a largura da vaga do estacionamento para impossibilitar improvisos que prejudi-cam o traacutefego como por exemplo as filas duplas No projeto as motos se-ratildeo contempladas com estacionamento proacuteprio para evitar a desorganizaccedilatildeo e acidentes nas passarelas e corredores das salas ldquoIremos instalar placas de ad-vertecircncia para as motos natildeo transitarem no espaccedilo destinado aos pedestresrdquo diz Marcelo

Um dos locais com maior problema fica proacuteximo ao preacutedio da Reitoria e da Biblioteca Central devido agrave concen-traccedilatildeo de vaacuterios serviccedilos e dos preacutedios acadecircmicos Nesse local estatildeo reuni-das agecircncias de trecircs bancos livrarias restaurantes DCE (Diretoacuterio Central Estudantil) e AdufPB (sindicato dos

professores) Por conta da via nesse lo-cal ser muito estreita a Prefeitura Uni-versitaacuteria utilizou prismas de concreto no trecho para evitar que os motoristas estacionem os veiacuteculos indevidamente na via de passagem dos carros ocasio-nando transtornos e risco de acidente

Somando-se a esse local estaacute em construccedilatildeo o preacutedio do Centro Arte e Cultura com auditoacuterio estimado para duas mil pessoas em frente agrave Reitoria No projeto da construccedilatildeo natildeo haacute ne-nhum estacionamento previsto para esse preacutedio e na ocasiatildeo de algum evento os visitantes iratildeo estacionar seus veiacuteculos por traacutes da Reitoria que comporta precariamente os usuaacuterios que jaacute utilizam o espaccedilo Para a soluccedilatildeo desse problema Marcelo Diniz informa haver um projeto para construccedilatildeo de um estacionamento por traacutes da Reitoria de um ou dois andares com valor estimado em 10 milhotildees de reais por andar

Usuaacuterios

Os usuaacuterios que utilizam os esta-cionamentos com regularidade pro-potildeem soluccedilotildees como criaccedilatildeo de vagas

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 33

Situaccedilatildeo corriqueira nas vias do campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba

A falta de vagas destinadas para motos eacute a justificativa dos motociclistas

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Reportagem Rodrigo Vitorino e Windsor Souza

destinadas exclusivamente a professo-res Josemar dos Santos professor de Estatiacutestica diz que ldquofalta a prefeitura organizar o estacionamento Haacute deter-minadas horas que vir do departamen-to para a sala de aula de carro se tornou inviaacutevel pois o nuacutemero de veiacuteculos cresceu bastante Poderiam organizar vagas destinadas a professores pois noacutes temos que ficar de bloco em bloco para dar aula enquanto os alunos vecircm assistem a uma aula e vatildeo emborardquo

Outro problema que tambeacutem in-comoda eacute a falta de vagas destinadas agraves bicicletas e motocicletas ldquoAgraves vezes natildeo tem nem espaccedilo para transitar pois tem motociclista estacionando as mo-tos nas vias passarelas e corredores dos blocos pois natildeo haacute vagas destina-das para estacionar as motosrdquo acres-centa Josemar

A falta de estacionamento para motos faz com que elas se amontoem de forma desorganizada Isso as trans-forma em vilatildes e campeatildes de recla-maccedilotildees Elas trafegam e estacionam onde eacute via de pedestres cadeirantes passagem de materiais para os preacutedios da universidade Diversas reclamaccedilotildees jaacute foram feitas por conta de atropela-mentos por dificultar a passagem e ateacute mesmo acidentes envolvendo deficien-tes visuais

Faacutebio Fonseca professor de Pe-dagogia tambeacutem reclama das motos e dos transtornos que elas causam quan-do deixadas em local inconveniente ldquoA universidade estaacute ficando muito pequena para a quantidade de auto-

moacuteveis Eacute preciso organizar o espaccedilo existente e criaccedilatildeo de espaccedilos especiacutefi-cos para motos A falta de organizaccedilatildeo faz com que os corredores passarelas e vias se transformam em estaciona-mento para as motos dificultando por exemplo a passagem de cadeirantesrdquo

O problema da falta de vagas acaba tambeacutem interferindo na aprendizagem dos alunos Aliado a isso haacute o proble-ma de seguranccedila dentro do campus Alunos servidores e professores natildeo confiam no sistema de cartotildees entre-gue na entrada da universidade ldquoGe-ralmente os alunos chegam na hora da aula que coincidem em todas as disci-plinas e a falta de vaga faz com que percamos tempo para estacionar Eacute o caos Muitas vezes encontramos uma vaga muito longe do local em que va-mos estudar E em eacutepoca de chuva pio-

ra Tambeacutem tem o perigo de assaltordquo diz a estudante de Biologia Daniele Lacerda

Empecilho

Alguns estacionamentos no cam-pus I da UFPB possuem aacutervores tom-badas e sob proteccedilatildeo que natildeo podem ser derrubadas Desta maneira a pre-feitura universitaacuteria desenvolveu o projeto de reestruturaccedilatildeo e organiza-ccedilatildeo dos estacionamentos respeitan-do a localizaccedilatildeo dessas aacutervores Nos estacionamentos jaacute finalizados como da Reitoria eacute perceptiacutevel a falta de arborizaccedilatildeo que influecircncia o aqueci-mento local e a desagradaacutevel sensaccedilatildeo de estar num ambiente claro e quente Outro problema encontrado eacute a falta de planejamento de escoamento da chuva Desta maneira em eacutepocas de chuva intensa haacute risco de alagamento

Com todo o empenho e desenvol-vimento estrutural eacute de suma impor-tacircncia o investimento em seguranccedila Mas tambeacutem organizar o tracircnsito au-xiliando os condutores onde devem estacionar e na fluidez do tracircnsito Devido agrave ausecircncia de fiscalizaccedilatildeo para coibir as infraccedilotildees de tracircnsito as vias se tornam estacionamentos irregula-res atrapalhando e colocando em risco a seguranccedila dos integrantes da comu-nidade universitaacuteria

INFRAESTRUTURA

34 - UFPB em Revista

Ano de 2015 eacute limite para meta plena de acessibilidade

Ausecircncia de acessibilidade eacute constante nos novos preacutedios da UFPB

Segundo dados do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a Paraiacuteba eacute o estado que possui a maior parcela de habitantes com necessidades especiais no Bra-sil empatando com o Rio Grande do Norte Quase 30 dos paraiba-nos tecircm algum tipo de necessidade especial Apesar da estatiacutestica e da existecircncia do Decreto Lei 5296 que determina a acessibilidade em todas as edificaccedilotildees puacuteblicas 90 por cento das construccedilotildees realizadas durante gestatildeo dos professores Rocircmulo Po-lari e Iara Matos a frente da UFPB natildeo respeitaram o seu cumprimento

No momento a atual adminis-traccedilatildeo estaacute empenhada num pra-zo de dois anos a assistir a todos os alunos com deficiecircncia cumprin-do as normas teacutecnicas de acessi-bilidade da Associaccedilatildeo Brasilei-ra de Normas Teacutecnicas (ABNT)

Dentre as medidas a serem ado-tadas estaacute a reforma na acessibilida-de arquitetocircnica das vias (calccediladas) Tambeacutem estaacute prevista a construccedilatildeo do Centro de Inclusatildeo (que vai in-tegrar todos os projetos de inclusatildeo em um soacute) agregar serviccedilos dispo-nibilizar salas de aula adquirir uma seacuterie de equipamentos fora do paiacutes (entre eles esfigmomanocircmetro que possibilita a traduccedilatildeo de textos em aacuteudio bengala que identifica obs-taacuteculos e computadores especiais)

Ateacute o momento apenas 15 preacute-dios estatildeo acessiacuteveis para os 30 alu-nos com necessidades especiais ca-dastrados na UFPB O uacutenico trecho com acessibilidade externa no Cam-pus I se encontra da Biblioteca Cen-tral ateacute o Refeitoacuterio Universitaacuterio No Campus II em Areia a primeira parte do projeto jaacute vem com todas as normas de acessibilidade executadas disse Marcelo Andrade Diniz Diretor do Departamento de Arquitetura da Prefeitura Universitaacuteria desde 2010

O que estaacute previsto

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 35

Segundo Marcelo Diniz que acompanhou a antiga gestatildeo da Uni-versidade o recurso era limitado e natildeo havia comprometimento dos ad-ministradores para cumprir as normas exigidas aleacutem da fiscalizaccedilatildeo pouco eficaz do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Ateacute 2010 pouco havia sido pensado discutido e realizado para incluir so-cialmente as pessoas com deficiecircn-cia Com o aumento significativo e progressivo no nuacutemero de estudan-tes em funccedilatildeo da Reestruturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universidades Fede-rais (Reuni) a situaccedilatildeo agravou-se

Desde entatildeo o Governo Federal estaacute destinando uma verba especiacutefica para as Instituiccedilotildees Federais de En-sino (Ifes) cumprirem as normas de acessibilidade impostas pela ABNT O MEC por sua vez vem fiscalizan-do com rigor as Ifes de todo o Brasil

Comitecirc existe desde 2011

No ano de 2011 foi criado na UFPB o Comitecirc de Inclusatildeo e Aces-sibilidade que tem como objetivo garantir a todos os alunos com defi-ciecircncia a permanecircncia e conclusatildeo do curso Segundo a coordenadora do

comitecirc Andreza Aparecida Polia estaacute prevista a chegada de 44 alunos espe-ciais para o proacuteximo semestre letivo nuacutemero que ultrapassa os 5 por cen-to designado pelo sistema de cotas ldquoAno passado fizemos pedido de equi-pamentos para suprir os alunos que jaacute estatildeo cadastrados Enquanto natildeo che-ga os coordenadores tem de ter um computador exclusivo para esses estu-dantesrdquo pontificou Andreza Polia O comitecirc conta com representantes dos cursos de Psicopedagogia Terapia Ocupacional Arquitetura e Educaccedilatildeo

Ainda em fase de projeto o Centro de Inclusatildeo e Acessibilidade estaacute pre-visto para ficar pronto em 2015 Ele contaraacute dentre outras coisas com pla-cas em Braille piso taacutetil carteiras es-peciais plataforma elevatoacuteria eleva-dor e tecnologias inclusivas em geral

Outro projeto que estaacute sendo desenvolvido pela Prefeitura Uni-versitaacuteria eacute a urbanizaccedilatildeo do La-boratoacuterio de Energias Renovaacuteveis (LERS) que iraacute se estender por todo o estacionamento contando com rampas pisos taacuteteis e mais de 6 quilocircmetros de rotas acessiacuteveis

Os estudantes com necessidades especiais contam com um programa

Projeto em 3d das futuras instalaccedilotildees elaborado pela Prefeitura da UFPB

Reportagem Giuliano Viscardi

de apoio onde um aluno monitor os acompanha geralmente por discipli-na dando assistecircncia necessaacuteria gra-vando aulas e tirando duacutevidas com os professores O Nuacutecleo de Educaccedilatildeo Especial (Nedesp) tambeacutem os ajuda nesse processo de adaptaccedilatildeo Na Bi-blioteca Central e no Nedesp os alu-nos dispotildee de impressora em braille

A Proacute-reitoria de Gestatildeo de Pes-soas (Progep) ofereceu por dois anos consecutivos um curso de capacita-ccedilatildeo para docentes e servidores da uni-versidade tendo formado duas turmas ateacute agora Poreacutem a grande maioria dos capacitados foi funcionaacuterios A UFPB conta com apenas um tradutor ldquoPreci-samos de mais contrataccedilotildeesrdquo alega Po-lia que estaacute coordenando o Comitecirc de Inclusatildeo e Acessibilidade desde 2011

A prefeitura da Instituiccedilatildeo tambeacutem fez um convenio com o Laboratoacuterio de Acessibilidade (Lacesse) coordenado por Marcelo Diniz e pela professora do curso de arquitetura Angelina Costa O espaccedilo fiacutesico onde funciona o labo-ratoacuterio foi inaugurado dia 12 de abril no Centro de Tecnologia bloco N

INFRAESTRUTURA

36 - UFPB em Revista

O rombo de mais de 22 milhotildees na Fundaccedilatildeo Casa de Joseacute Ameacuterico (FCJA) constata-

do pelo Tribunal de Contas da Uniatildeo (TCU) eacute a principal heranccedila deixada pela antiga administraccedilatildeo da universi-dade e que atinge diretamente o Res-taurante Universitaacuterio da UFPB Os es-cacircndalos envolvem o responsaacutevel pelo fornecimento de gecircneros alimentiacutecios e o pagamento de alguns funcionaacuterios do Restaurante Universitaacuterio (RU)

Segundo o TCU foram usados re-cursos federais depositados em contas especiacuteficas de convecircnios para paga-mentos agrave empresas fornecedoras de gecircneros alimentiacutecios As irregularida-des foram cometidas pelo ex-diretor da Fundaccedilatildeo Eugecircnio Pacceli Trigueiro Pereira Com isso o TCU suspendeu o repasse de recursos da Uniatildeo para a Fundaccedilatildeo Joseacute Ameacuterico e a direccedilatildeo do RU enfrentou problemas com a falta de estoque de alimentos e atraso no paga-mento de funcionaacuterios refletindo no atendimento precaacuterio das necessidades dos alunos que frequentam o Restau-rante

O RU que fornece refeiccedilotildees gra-tuitas para estudantes de baixa renda e cadastrados da UFPB conta com 90

profissionais Os gecircneros alimentiacutecios de uma refeiccedilatildeo custam em meacutedia de R$ 410 a R$ 530 Nesse valor natildeo estaacute considerado a despesa do preparo trabalho dos funcionaacuterios e energia dos aproximadamente 2200 almoccedilos e 900 jantares por dia

A nova reitoria da UFPB ampliou as investigaccedilotildees e o levantamento de contas da Universidade para averiguar quais problemas seratildeo enfrentados pela gestatildeo Durante as investigaccedilotildees foram detectadas vaacuterias irregula-ridades cometidas pela adminis-traccedilatildeo passada a exemplo da au-secircncia de prestaccedilatildeo de contas de diversos convecircnios

Antocircnio Luiz de Albuquer-que Gomes professor do De-partamento de Quiacutemica do Cen-tro de Tecnologia da UFPB assumiu o cargo de Superintendente do Sistema de Restaurantes Universitaacuterios - que com-preende os restaurantes do Campus 1 do Litoral Norte Areia e Bananeiras - no dia 12112012 Ele conta que rece-beu o RU com um estoque insuficiente de alimentos apesar dos pregotildees ainda estarem em andamento

O superintendente esclareceu que um desses pregotildees estava desa-

parecido e soacute depois de muita inves-tigaccedilatildeo a empresa foi contatada para cumprir o contrato O outro pregatildeo es-tava com o pedido de realinhamento de preccedilos e somente apoacutes a administraccedilatildeo entrar em contato para negociar com os fornecedores explicando a delicadeza da situaccedilatildeo eacute que foi possiacutevel normali-zar as entregas dos suprimentos

Segundo o professor Antocircnio Luiz ainda haacute muitos problemas com os fornecedores As licitaccedilotildees (pregotildees) emitidas pelas empresas tem um preccedilo muito abaixo do valor de mercado Em decorrecircncia desse fato as companhias tem prejuiacutezo e antes de completar os seis meses algumas deixam de forne-cer os gecircneros apesar de ainda terem saldo em caixa com a Universidade

Um dos problemas a serem contor-nados pela atual administraccedilatildeo diz res-peito a burocracia e lentidatildeo de alguns setores na etapa de licitaccedilatildeo e pregatildeo para aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios Na Proacute-Reitoria Administrativa (Divi-satildeo de Materiais) a entrada dos pre-gotildees foi feita em dezembro poreacutem os processos ficaram mais de dois meses parados dentro de uma gaveta e por isso ainda existem licitaccedilotildees de com-pras paradas em abril

A administraccedilatildeo da Universidade

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeo

Prof Antocircnio Luiz Superintendente do RU

Vista frontal do Restaurante Universitaacuterio da UFPB

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 37

Atualmente o professor Antocircnio Luiz estaacute procurando resolver os as-suntos mais urgentes do RU fazendo o levantamento do que precisa ser fei-to a exemplo dos pedidos de compras de equipamentos de seguranccedila e para a cozinha Haacute tambeacutem uma proposta

a partir dos levantamentos feitos pelo professor Antocircnio Luiz tomou um seacute-rie de iniciativas entre elas consultas juriacutedicas onde foram detectados o atra-so de salaacuterios entre outras irregularida-des trabalhistas Por conta do rombo a FCJA deixou de pagar o fundo de ga-rantia salaacuterios feacuterias e 13ordm salaacuterio aos funcionaacuterios As diacutevidas tiveram que ser quitadas pela prefeitura universitaacute-ria que repassou a verba e cumpriu a obrigaccedilatildeo social para com todos os fun-cionaacuterios Hoje a FCJA eacute dirigida por Boanerges Felix que estaacute regularizan-do as atividades da fundaccedilatildeo

O professor Antocircnio Luiz ressalta que existiam diversos problemas com equipamentos e com funcionaacuterios Na cozinha haviam vazamentos e instru-mentos como serras de cortar carne e aparelho de cortar frutas quebrados Ateacute o conserto desses aparelhos os trabalhos vinham sendo feitos manu-almente Ele encontrou equipamentos com 10 a 15 anos de uso sem programa de reposiccedilatildeo ldquoEacute impossiacutevel um siste-ma desse porte funcionar sem repor o equipamento porque ele tem vida uacutetil As caldeiras satildeo razoavelmente novas com 3 ou 4 anos de uso mas sem um sistema de manutenccedilatildeo Vazamento de oacuteleo caldeiras quebradas Foi uma si-tuaccedilatildeo que eu natildeo imaginava que en-contrariardquo observa o superintendente

Outra questatildeo importante que a nova administraccedilatildeo teve que mudar foi o fato de que os funcionaacuterios natildeo esta-vam acostumados a obedecer aos horaacute-rios Poreacutem aos poucos o pessoal foi se adaptando ao novo modelo de gestatildeo

encaminhada para concretizaccedilatildeo de um serviccedilo de auto atendimento (self servi-ce) O desperdiacutecio de comida eacute um dos grandes problemas para o Restaurante pois os alunos deixam nos pratos restos de comida suficientes para alimentar mais de 400 pessoas segundo o supe-rintendente

A equipe que trabalha no RU pre-tende realizar uma campanha de cons-cientizaccedilatildeo para que os comensais com a instalaccedilatildeo do self service co-loquem no prato apenas a quantidade realmente necessaacuteria evitando assim o desperdiacutecio Estaacute nos planos promover treinamento dos funcionaacuterios executar atividades humaniacutesticas promovendo a interaccedilatildeo entre as pessoas melhorar cada vez mais o sabor da comida (a qua-lidade jaacute existe) e aumentar o nuacutemero de funcionaacuterios e equipamentos acarre-tando numa melhora do fluxo e minimi-zando o problema das longas filas

Tambeacutem eacute interesse terminar a obra comeccedilada na administraccedilatildeo pas-sada - que jaacute deveria ter sido finaliza-da - de um complexo ao lado do atual RU Laacute seraacute instalado um restaurante para que os funcionaacuterios e estudantes natildeo contemplados pelo RU possam co-mer pagando apenas uma pequena taxa pela refeiccedilatildeo Eacute preciso ainda analisar a viabilidade dessa opccedilatildeo consultando a comunidade acadecircmica e aguardando o teacutermino das obras A comida seraacute a mesma que eacute servida gratuitamente aos alunos comensais

Comida que sobra nos pratos seria capaz de preencher 400 novas refeiccedilotildees

Restaurante Universitaacuterio em horaacuterio de funcionamento

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Reportagem Marina Maracajaacute e Nayane Maia

e mudando os haacutebitos no ambiente de trabalho A atual administraccedilatildeo prima pelo exemplo adotando a praacutetica de se-rem os primeiros a chegar e os uacuteltimos a sair colaborando com os outros fun-cionaacuterios e ajudando sempre que pos-siacutevel nas suas diferentes funccedilotildees seja no setor administrativo seja na parte de manutenccedilatildeo dos equipamentos

Proposiccedilotildees

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INFRAESTRUTURA

38 - UFPB em Revista

Blocos isolados congestiona-mentos nos horaacuterios de pico falta de estacionamento satildeo

esses alguns dos problemas que po-dem ser ocasionados pela falta de um bom plano diretor Na UFPB isso natildeo eacute diferente Encontrar agrave noite uma vaga proacutexima ao CCHLA eacute praticamente uma maratona Esse e muitos outros problemas poderiam ter sidos evita-dos se tivesse sido criado um plano diretor que limitasse as aacutereas de esta-cionamento construccedilatildeo e ainda com o planejamento da aacuterea de preservaccedilatildeo na universidade

Em 2007 em sua defesa de tese de doutorado em engenharia civil Renato Saboya explica ldquoPlano Diretor eacute um documento que sintetiza e torna expliacute-citos os objetivos consensuados para o Municiacutepio e estabelece princiacutepios diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as decisotildees dos atores envolvidos no processo de de-senvolvimento urbano convirjam tan-to quanto possiacutevel na direccedilatildeo desses objetivosrdquo

Para Acircngela Braz aluna do quinto periacuteodo de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal da Paraiacuteba pro-blemas comuns como salas com maacute ventilaccedilatildeo ou com insolaccedilatildeo intensa poderiam ter sido evitados se a insti-tuiccedilatildeo tivesse em seu plano diretor as melhores localizaccedilotildees para a constru-ccedilatildeo dos blocos Com tal planejamen-to seriam evitadas aacutereas voltadas di-retamente para o nascente ou poente e tambeacutem aacutereas natildeo favorecidas pelos ventos

Planos Diretores no Brasil

Quando questionados a maioria dos brasileiros pensam que exemplos de planejamento preventivo existem apenas em paiacuteses de ldquoprimeiro mun-dordquo poreacutem em diversos municiacutepios brasileiros planos diretores tiveram relativo sucesso como por exemplo Curitiba Brasiacutelia e ateacute mesmo Joatildeo Pessoa Sendo a uacuteltima um dos melho-res exemplos nacionais de preservaccedilatildeo de sua orla mariacutetima onde existe um

bloqueio para edifiacutecios superiores a quatro andares

ldquoA questatildeo da falta de planejamen-to urbano eacute muito mais grave do que parece o recobrimento dos solos com materiais impermeaacuteveis juntamente com o adensamento de construccedilotildees acaba ocasionando o aumento de tem-peratura em determinadas regiotildeesrdquo indaga Acircngela

O impedimento da construccedilatildeo de preacutedios altos na orla evita o conhecido fenocircmeno em diversas praias sombra Em praias de Recife Rio de Janeiro e Balneaacuterio Camboriuacute por exemplo possuem sombra na faixa de areia mes-mo horas antes do pocircr do sol devido aos gigantes que ali se encontramldquoSalas cada vez menores para turmas cada vez maioresrdquo

Para Andreacute Siqueira aluno do se-gundo periacuteodo de Arquitetura e Urba-nismo na Universidade Federal da Pa-raiacuteba a falta de um real planejamento cria ateacute mesmo a falta de acessibilida-de em diversas aacutereas da Universida-de Calccediladas estreitas com caminhos

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidade

Protesto de alunos de Miacutedias Digitais devido ao atraso de mais de dois anos na entrega do bloco do curso

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 39

Soluccedilatildeo a longo prazo

Flaacutevio Tavares membro do pro-jeto de iniciaccedilatildeo cientiacutefica ldquoTerritoacute-rios e urbanidades praacuteticas urbanas e poliacuteticas culturais no espaccedilo puacuteblico contemporacircneordquo mostra-se indignado com o fato de que o porte que a uni-versidade tem atingido seja de espa-ccedilo fiacutesico ndash com grande quantidade de alunos e funcionaacuterios circulando no seu campus - seja do volume de recur-sos aplicados anualmente e ainda natildeo possua um plano diretor em vigor Ele permitiria accedilotildees integradas de longo prazo garantindo que os investimentos ocorram de acordo com os principais anseios da comunidade universitaacuteria jaacute que a elaboraccedilatildeo do plano se daacute necessariamente a partir da discussatildeo conjunta entre os envolvidos com a re-giatildeo

Indagado sobre as possiacuteveis accedilotildees

que poderiam sanar os atuais (e fu-turos) problemas Tavares diz que a Universidade deve iniciar de imedia-to a construccedilatildeo de um ldquoPlano Diretor Participativo Integrado para o Cam-pus Joatildeo Pessoa da UFPBrdquo incluindo questotildees de planejamento participativo na proposiccedilatildeo das futuras obras per-mitindo que a comunidade acadecircmica possa opinar sobre as obras que ali se-ratildeo executadas resultando numa maior conexatildeo e identificaccedilatildeo com os usuaacute-rios Quanto a uma obra especiacutefica ele acredita que uma ampla intervenccedilatildeo no

desenho urbano do campus seria ne-cessaacuteria priorizando o fluxo de pedes-tres com pisos adequados vegetaccedilatildeo passarelas etc

Para finalizar Flaacutevio lembra que agora que a Universidade acolhe um maior nuacutemero de pessoas com defici-ecircncia tendo o dever natildeo soacute legal mas tambeacutem social de incluir estas pessoas num deslocar seguro e independente Sendo esse apenas possiacutevel com um planejamento efetivo da estrutura fiacutesi-ca da Universidade

No final de 2012 Margareth Diniz assumiu a Reitoria da Uni-versidade Federal da Paraiacute-ba e com ela iniciaram-se projetos de um Plano Dire-tor Esse Plano teraacute como principal foco proteger a reserva de mata atlacircntica na qual a Instituiccedilatildeo estaacute sediada O professor Seacutergio Alonso recentemente em-possado prefeito do Campus I eacute um dos membros desta comissatildeo que discute a cria-ccedilatildeo do Plano na UFPB Ele teraacute a missatildeo de coordenar as discussotildees sobre o PD

Planejamento evita problemas como o demonstrado no viacutedeo acima

Novo campus em Rio Tinto Obras que esteticamente feias e sem utilidade

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ReportagemFrancisco de Oliveira

Guilherme Pontes

confusos ou ateacute mesmo inexistentes e ainda praccedilas de permanecircncia sem co-bertura satildeo outros exemplos lembra-dos por Siqueira

Sobre o futuro Andreacute eacute pessi-mista e comenta que a cada dia mais problemas surgem Ser deficiente na UFPB eacute praticamente impossiacutevel Blocos aleatoacuterios para cursos que de-veriam ter salas proacuteximas Essas in-clusive estatildeo cada vez menores para turmas cada vez maiores ldquoSalas com janelotildees feitas para serem usadas com projetor que tipo de arquiteto aprova issordquo provoca

INFRAESTRUTURA

40 - UFPB em Revista

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Central

Construiacuteda haacute mais de 30 anos a Biblioteca Central da UFPB nunca passou por uma grande reforma

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Se algueacutem que frequenta a Bi-blioteca Central da UFPB atu-almente fosse perguntado sobre

qual a sua impressatildeo sobre o local as respostas certamente seriam se-melhantes agraves de quem respondesse a mesma pergunta haacute dez ou vinte anos calor poeira mofo falta de acessibilidade e estrutura deficitaacuteria estariam entre as palavras mais cita-das Isso se explica pelo fato do preacute-dio construiacutedo na deacutecada de 1970 ter sido mal planejado e nunca ter passado por uma grande reforma

Com o acervo atual em torno dos 400 mil exemplares a Bibliote-ca Central tem como principal fina-lidade dar suporte de informaccedilotildees aos programas de ensino pesquisa e extensatildeo Construiacuteda ao lado de uma mata ndash a UFPB estaacute localizada em uma regiatildeo de Mata Atlacircntica ndash so-fre com a maacute conservaccedilatildeo do acervo

exposto agrave umidade poeira e insetosSegundo a bibliotecaacuteria TM que preferiu natildeo se identificar o uacutelti-mo governo ateacute fez investimentos importantes no local ldquoAtraveacutes de pregotildees e ouvindo sugestotildees de co-ordenadores de cursos e professores foram adquiridos milhares de novos tiacutetulos Aleacutem disso foram instala-dos novos computadores cadeiras e feita a climatizaccedilatildeo de algumas salasrdquo A ideia eacute que nos proacuteximos anos sejam feitos novos investimen-tos no local ldquoA nova Reitora pro-meteu um sistema de climatizaccedilatildeo completo para o preacutediordquo afirma TM

Apesar das melhorias nos uacutel-timos anos e a promessa de novos investimentos para um futuro proacute-ximo muitas mudanccedilas inclusive estruturais precisam acontecer na Biblioteca Central ldquoO projeto ar-quitetocircnico eacute defeituoso Eacute impos-

siacutevel falar em climatizaccedilatildeo enquan-to natildeo for solucionado o problema das grandes frestas nas paredes do lugar Tambeacutem natildeo adianta climati-zar sem ser feita uma higienizaccedilatildeo em todo o preacutediordquo afirma o fun-cionaacuterio Francisco Joseacute Assistente Administrativo do local haacute 25 anos

Natildeo bastasse o problema de con-servaccedilatildeo do acervo existe uma ques-tatildeo ainda mais grave a ser tratada a sauacutede dos que frequentam a Bibliote-ca Central Vaacuterios funcionaacuterios rela-taram problemas de sauacutede por causa da higiene e estrutura do local O acuacutemulo de poeira e fungos jaacute causou vaacuterias doenccedilas de pele desde cocei-ras ateacute alergias seacuterias Aleacutem disso eacute comum funcionaacuterios reclamarem de problemas de coluna causados pelo manuseio das pesadas estantes e pro-blemas de mobilidade com os carros de matildeo que transportam os livros

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 41

Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

A realidade

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

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ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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PELO CAMPUS

46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 49

dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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PELO CAMPUS

50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

PELO CAMPUS

52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

Recepccedilatildeo Local

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 21: UFPB em revista

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 27

A PRG-CEM estaacute localizada na Reitoria da Universidade Federal da Paraiacuteba

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Reportagem Layse Pereira eRayssa Alcacircntara

Estaacutegios Cadastrados pela CEM2009-2013

Obrigatoacuterio

Natildeo-obrigatoacuterio

Bolsa Estaacutegio Meacuted

2009 2010 2011 2012 2013

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1425 1340 961 96

113

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1190

138

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118141

Os nuacutemeros variam pois estamos no decorrer do ano Dados da PRG-CEM

O Lado bom

Apesar de algumas barreiras en-contradas os universitaacuterios tem uma opiniatildeo em comum O estaacutegio eacute uma etapa importante para a entrada no mercado de trabalho ldquoAleacutem de ad-quirir conhecimentos antes do tempo eacute uma oacutetima oportunidade pra se de-senvolver no mercado Quando se estaacute dentro desse ecossistema o aprendiza-do agrega em vocecirc mesmo que vocecirc natildeo queirardquo declarou Ermeson Lira

Professores como Alberto Pessoa (autor e pesquisador de histoacuterias em quadrinhos) tambeacutem acreditam na importacircncia do estaacutegio Segundo ele quando se estuda e trabalha o aluno consegue aproveitar melhor a gradua-ccedilatildeo ldquoQuando vocecirc trabalha vocecirc natildeo tem tempo de deixar pra laacute Entatildeo vocecirc aproveita melhor a universidade vocecirc estuda mais vocecirc tem um senso de res-ponsabilidade melhorrdquo argumenta

Primeiros Passos

Os estaacutegios dentro da universidade satildeo oferecidos pelos pela UFPB e via-bilizados pelos professores Para soli-citar a bolsa os alunos devem apresen-tar uma seacuterie de documentos Segundo Eliane Ferraz coordenadora da CEM (Coordenaccedilatildeo de Estaacutegio e Monito-

ramento) primeiramente o estudante deve encaminhar um ofiacutecio ao Proacute-Rei-tor de Planejamento da Universidade Federal da Paraiacuteba (Proplan-UFPB) contendo justificativas da solicitaccedilatildeo e detalhes sobre o estaacutegio

Outros documentos necessaacuterios satildeo o formulaacuterio de Solicitaccedilatildeo de Bolsa estaacutegio a Ficha Cadastral (Bolsa-EstaacutegioUFPB) Histoacuterico Escolar do aluno coacutepias da Identidade CPF Tiacutetu-lo de Eleitor e para os homens a coacutepia

do Certificado de quitaccedilatildeo como o ser-viccedilo militar Ao final de cada periacuteodo este processo eacute repetido para renovar a Bolsa

As informaccedilotildees sobre estaacutegios ex-ternos ainda eacute mal divulgado pela uni-versidade Os estudantes costumam ter a iniciativa de procuraacute-los por meio de amigos conhecidos Hoje com a in-ternet ficou mais faacutecil encontrar traba-lhos por meio de sites como por exem-plo o Gogojobcom (wwwgogojobcombr) que divulga vagas na aacuterea de publicidade Quando a oportunidade de estagiar eacute oferecida por instituiccedilotildees conveniadas agrave UFPB o universitaacuterio tambeacutem deve procurar a CEM Apoacutes assinado o convecircnio o aluno estaacute ofi-cialmente estagiando Em ambos os processos ao final de cada semestre deve ser entregue um relatoacuterio

Segundo a coordenadora da CEM os convecircnios realizados pela UFPB eacute uma maneira de atender agraves demandas acadecircmicas Para contemplar um maior nuacutemero de cursos da universidade ldquoOs convecircnios para a concessatildeo de estaacutegios supervisionados devem portanto ser celebrados de forma mais abrangente possiacutevel visando a atender de forma mais ampla a concessatildeo de estaacutegio a alunos regularmente matriculadosrdquo

INTERACcedilAtildeO

28 - UFPB em Revista

Em evento que lotou o auditoacuterio da reitoria da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba Joatildeo Pessoa

recebeu o neurocientista brasileiro Mi-guel Nicolelis que realizou a palestra ldquoA ciecircncia como agente de transforma-ccedilatildeo socialrdquo Nicolelis atraiu professo-res profissionais da aacuterea estudantes da UFPB e de outras universidades mas chamou ainda a atenccedilatildeo de cida-datildeos comuns com problemas de para-plegia tetraplegia deficientes visuais auditivos e pessoas que possuem entes queridos na mesma condiccedilatildeo O enor-me puacuteblico presente ao evento coorde-nado pelo Foacuterum Universitaacuterio deixou o auditoacuterio pequeno com a esperanccedila de ouvir das palavras do meacutedico que eles teriam seus problemas resolvidos pela ciecircncia seja em curto meacutedio ou longo prazo

Nicolelis que lidera um grupo de

pesquisadores da aacuterea de Neurociecircncia na Universidade Duke - EUA apresen-tou como um dos pilares da palestra a mesma questatildeo base do seu chamado Manifesto da Ciecircncia Tropical Nele o neurocientista sugere que o Brasil pode potencializar o desenvolvimen-to cientiacutefico e educacional a partir da cooperaccedilatildeo de ambos e propotildee quinze medidas para firmar o paiacutes como lide-ranccedila mundial na produccedilatildeo e uso de-mocratizante do conhecimento

Miguel Nicolelis falou tambeacutem so-bre a instituiccedilatildeo na cidade de Macaiacute-ba no Rio grande do Norte onde ele realiza um projeto chamado Educaccedilatildeo para toda a vida O projeto ensina para crianccedilas da periferia de Macaiacuteba e Na-tal conhecimentos nas aacutereas de roboacuteti-ca fiacutesica biologia geografia histoacuteria e informaacutetica Durante a palestra o neu-rocientista ainda explanou que desde

o iniacutecio do seu trabalho na cidade de Macaiacuteba a evasatildeo escolar da institui-ccedilatildeo eacute de apenas 2 e que as crianccedilas que estatildeo sendo formadas nessa insti-tuiccedilatildeo saem com mesmo niacutevel de es-colas de elite do Rio grande do Norte

O meacutedico disse aos presentes que acredita que a ciecircncia eacute grande agente responsaacutevel pela capacidade de ino-vaccedilatildeo e deve ser estimulada desde os primeiros momentos da vida Afirmou ainda que haacute uma carecircncia de investi-mento na aacuterea de intersecccedilatildeo da neu-rociecircncia e que se possiacutevel deveria existir acompanhamento ainda no preacute-natal para que a crianccedila nascesse com o maacuteximo de potencial neuroloacutegico Em 2014 Nicolelis abriraacute o primeiro Instituto Primata de Neurociecircncia com uma escola cujo aprendizado se inicia-raacute desde o nascimento Ainda que seja um sonho um pouco distante o meacutedico

Neurocientista Miguel Nicolelis reabre Foacuterum Universitaacuterio

Reabertura do foacuterum universitaacuterio tem como primeiro palestrante o neurocientista Miguel Nicolelis

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 29

acredita que futuramente Macaiacuteba seraacute a primeira ldquocidade ceacuterebrordquo do mundo

Durante a palestra o neurocien-tista tambeacutem abordou as experiecircncias que realiza sobre a interaccedilatildeo do ceacutere-bro e a maacutequina que consiste em fa-zer o movimento da maacutequina a partir dos estiacutemulos enviados pelo ceacuterebro que seratildeo convertidos em impulsos eleacutetricos e proporcionaratildeo o movi-mento mecacircnico de proacuteteses Ainda que ateacute o momento seus experimentos tenham sido feitos apenas com maca-cos jaacute causam ansiedade em pessoas que sofreram acidentes e hoje tem a locomoccedilatildeo comprometida O meacutedico acrescentou que pretende realizar uma demonstraccedilatildeo em 2014 quando uma brasileira parapleacutegica deveraacute caminhar 20 passos e dar o pontapeacute inicial da Copa do Mundo ldquoEsse seraacute um pre-sente do Brasil para toda a humanida-derdquo declarou Nicolelis

O foacuterum universitaacuterio

Apoacutes seis anos desativado a pre-senccedila de Miguel Nicolelis marcou de forma extraordinaacuteria o retorno do Foacute-rum Universitaacuterio Fundado na deacutecada de 1980 pelo professor Joseacute Jackson Carneiro o Foacuterum tem como objetivo discutir assuntos relevantes agrave socieda-de tanto em um niacutevel nacional como local Segundo o coordenador do Foacute-rum Iedo Fontes nunca ficou clara a razatildeo pela qual a gestatildeo anterior da UFPB paralisou o evento ldquoNunca ex-plicaramrdquo comentou Fontes

Para reforccedilar a natureza fomenta-dora de debates do Foacuterum Fontes dis-se que um dos primeiros debates entre presidenciaacuteveis poacutes-ditadura militar jaacute com vistas agraves eleiccedilotildees de 1989 foi promovido pela UFPB no antigo cam-pus de Campina Grande (que hoje eacute de competecircncia da UFCG) ldquoSoacute natildeo veio Collor Lula Brizola e outros estive-ram presentesrdquo comentou

Com o auditoacuterio lotado (600 pro-fessores de acordo com os nuacutemeros de Fontes) o retorno do Foacuterum foi con-siderado positivo A programaccedilatildeo fu-tura ainda estaacute sendo planejada mas a tendecircncia eacute que o Foacuterum seja realizado bimestralmente ldquoFoi uma declaraccedilatildeo da reitora a um jornal local de que ela tem interesse de que o Foacuterum aconte-ccedila num intervalo de dois meses O que nos permite fazer uma programaccedilatildeo Simulaccedilatildeo do exoesqueleto na abertura da Copa de 2014

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mais pensadardquo declarou o coordena-dor

Alguns temas jaacute estatildeo sendo con-siderados o bloqueio do crescimento econocircmico brasileiro nos uacuteltimos anos 500 anos da obra de Maquiavel dis-cussatildeo da obra do geoacutegrafo Josueacute de Castro federalizaccedilatildeo dos niacuteveis infan-til fundamental e meacutedio da educaccedilatildeo e a obra de Luiz Gonzaga e seu impacto sobre a vida regional (este uacuteltimo jaacute sendo organizado para o mecircs de ju-nho)

A princiacutepio o Foacuterum natildeo prioriza-ria nenhuma aacuterea em especiacutefico nem mesmo a proacutepria academia Fontes dis-se ldquoficou claro na reabertura oficial do Foacuterum que noacutes natildeo o reativamos ape-nas para professores estudantes e fun-cionaacuterios mas tambeacutem para a socieda-de pessoense () pessoas de diferentes ramos de atividade comeacutercio induacutes-tria academiardquo Poreacutem o coordenador esclareceu que uma atenccedilatildeo especial deveraacute ser dada agrave discussotildees relaciona-das agrave educaccedilatildeo - e essa preocupaccedilatildeo eacute percebida com a escolha de Miguel

Nicolelis para o primeiro encontro apoacutes a reativaccedilatildeo do Foacuterum ldquoSe tem uma aacuterea que noacutes devemos priorizar no

Brasil e fazer um grande debate nacio-nal eacute a educaccedilatildeordquo explicou Fontes

A exemplo de Nicolelis o Foacuterum tambeacutem foi responsaacutevel por trazer ou-tras personalidades conhecidas nacio-nalmente agrave Joatildeo Pessoa como os se-nadores Cristoacutevatildeo Buarque e Roberto Requiatildeo e o economista Carlos Les-sa Para uma futura ediccedilatildeo do foacuterum a Universidade estaacute tentando trazer o jornalista Paulo Henrique Amorim A ideia poreacutem natildeo eacute ficar preso a nomes de acircmbito nacional e abrir espaccedilo para pessoas que tenham impacto na socie-dade regional - ateacute pela histoacuteria e pelo legado que o Foacuterum tem de realizar debates de interesse da populaccedilatildeo em geral

ldquoFoacuterum eacute para discutir os proble-mas do estado Somos uma entidade produtora e reprodutora de conheci-mento () Na mesa de debate deve ter um professor de destaque mas tambeacutem algueacutem da aacuterea senatildeo fica apenas a niacute-vel de conferecircncia o que natildeo eacute bom pois natildeo promove o debaterdquo afirmou Fontes

Reportagem Una Txai e Rudah Silva

INFRAESTRUTURA

32 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Paraiacuteba enfrenta o caos na infraestrutura do sistema viaacuterio e estaciona-

mentos para veiacuteculos dos alunos pro-fessores e funcionaacuterios Eacute um problema de toda cidade que se reflete na univer-sidade gerando transtornos e problemas de logiacutestica em determinados horaacuterios As dificuldades na mobilidade interna ao Campus I decorrem na deficiecircncia no planejamento da expansatildeo da Instituiccedilatildeo aliadas ao aumento do nuacutemero de veiacute-culos nos uacuteltimos 10 anos O problema eacute reflexo da prioridade do veiacuteculo parti-cular sobre o uso de transporte coletivo

O campus I da instituiccedilatildeo estaacute pas-sando por algumas reestruturaccedilotildees e reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos jaacute existentes No periacuteodo de 2012 a 2013 o nuacutemero de vagas para estacionamento subiu consideravelmente de 2 mil para 2500 Em meacutedio prazo (dois anos) a administraccedilatildeo pretende criar mais 1500 vagas atraveacutes da continuaccedilatildeo do projeto de reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos (no CACE CCEN e HU) e da finali-zaccedilatildeo do Centro de Energias Renovaacute-veis ainda em construccedilatildeo por traacutes do CCHLA

Estacionamento precaacuterio provoca transtorno na UFPB

Vaacuterios carros estacionados de forma irregular e inconveniente no estacionamento da Central de Aulas do campus I

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Projetos

Segundo Marcelo Diniz da Divi-satildeo de Estudos e Projetos da Prefeitura Universitaacuteria a reorganizaccedilatildeo dos esta-cionamentos eacute prioridade e vem sendo implementada em vaacuterios estacionamen-tos da universidade O projeto modi-fica a posiccedilatildeo de entrada dos veiacuteculos de 45ordm (diagonal) para 90ordm (frontal) e a largura da vaga do estacionamento para impossibilitar improvisos que prejudi-cam o traacutefego como por exemplo as filas duplas No projeto as motos se-ratildeo contempladas com estacionamento proacuteprio para evitar a desorganizaccedilatildeo e acidentes nas passarelas e corredores das salas ldquoIremos instalar placas de ad-vertecircncia para as motos natildeo transitarem no espaccedilo destinado aos pedestresrdquo diz Marcelo

Um dos locais com maior problema fica proacuteximo ao preacutedio da Reitoria e da Biblioteca Central devido agrave concen-traccedilatildeo de vaacuterios serviccedilos e dos preacutedios acadecircmicos Nesse local estatildeo reuni-das agecircncias de trecircs bancos livrarias restaurantes DCE (Diretoacuterio Central Estudantil) e AdufPB (sindicato dos

professores) Por conta da via nesse lo-cal ser muito estreita a Prefeitura Uni-versitaacuteria utilizou prismas de concreto no trecho para evitar que os motoristas estacionem os veiacuteculos indevidamente na via de passagem dos carros ocasio-nando transtornos e risco de acidente

Somando-se a esse local estaacute em construccedilatildeo o preacutedio do Centro Arte e Cultura com auditoacuterio estimado para duas mil pessoas em frente agrave Reitoria No projeto da construccedilatildeo natildeo haacute ne-nhum estacionamento previsto para esse preacutedio e na ocasiatildeo de algum evento os visitantes iratildeo estacionar seus veiacuteculos por traacutes da Reitoria que comporta precariamente os usuaacuterios que jaacute utilizam o espaccedilo Para a soluccedilatildeo desse problema Marcelo Diniz informa haver um projeto para construccedilatildeo de um estacionamento por traacutes da Reitoria de um ou dois andares com valor estimado em 10 milhotildees de reais por andar

Usuaacuterios

Os usuaacuterios que utilizam os esta-cionamentos com regularidade pro-potildeem soluccedilotildees como criaccedilatildeo de vagas

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 33

Situaccedilatildeo corriqueira nas vias do campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba

A falta de vagas destinadas para motos eacute a justificativa dos motociclistas

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Reportagem Rodrigo Vitorino e Windsor Souza

destinadas exclusivamente a professo-res Josemar dos Santos professor de Estatiacutestica diz que ldquofalta a prefeitura organizar o estacionamento Haacute deter-minadas horas que vir do departamen-to para a sala de aula de carro se tornou inviaacutevel pois o nuacutemero de veiacuteculos cresceu bastante Poderiam organizar vagas destinadas a professores pois noacutes temos que ficar de bloco em bloco para dar aula enquanto os alunos vecircm assistem a uma aula e vatildeo emborardquo

Outro problema que tambeacutem in-comoda eacute a falta de vagas destinadas agraves bicicletas e motocicletas ldquoAgraves vezes natildeo tem nem espaccedilo para transitar pois tem motociclista estacionando as mo-tos nas vias passarelas e corredores dos blocos pois natildeo haacute vagas destina-das para estacionar as motosrdquo acres-centa Josemar

A falta de estacionamento para motos faz com que elas se amontoem de forma desorganizada Isso as trans-forma em vilatildes e campeatildes de recla-maccedilotildees Elas trafegam e estacionam onde eacute via de pedestres cadeirantes passagem de materiais para os preacutedios da universidade Diversas reclamaccedilotildees jaacute foram feitas por conta de atropela-mentos por dificultar a passagem e ateacute mesmo acidentes envolvendo deficien-tes visuais

Faacutebio Fonseca professor de Pe-dagogia tambeacutem reclama das motos e dos transtornos que elas causam quan-do deixadas em local inconveniente ldquoA universidade estaacute ficando muito pequena para a quantidade de auto-

moacuteveis Eacute preciso organizar o espaccedilo existente e criaccedilatildeo de espaccedilos especiacutefi-cos para motos A falta de organizaccedilatildeo faz com que os corredores passarelas e vias se transformam em estaciona-mento para as motos dificultando por exemplo a passagem de cadeirantesrdquo

O problema da falta de vagas acaba tambeacutem interferindo na aprendizagem dos alunos Aliado a isso haacute o proble-ma de seguranccedila dentro do campus Alunos servidores e professores natildeo confiam no sistema de cartotildees entre-gue na entrada da universidade ldquoGe-ralmente os alunos chegam na hora da aula que coincidem em todas as disci-plinas e a falta de vaga faz com que percamos tempo para estacionar Eacute o caos Muitas vezes encontramos uma vaga muito longe do local em que va-mos estudar E em eacutepoca de chuva pio-

ra Tambeacutem tem o perigo de assaltordquo diz a estudante de Biologia Daniele Lacerda

Empecilho

Alguns estacionamentos no cam-pus I da UFPB possuem aacutervores tom-badas e sob proteccedilatildeo que natildeo podem ser derrubadas Desta maneira a pre-feitura universitaacuteria desenvolveu o projeto de reestruturaccedilatildeo e organiza-ccedilatildeo dos estacionamentos respeitan-do a localizaccedilatildeo dessas aacutervores Nos estacionamentos jaacute finalizados como da Reitoria eacute perceptiacutevel a falta de arborizaccedilatildeo que influecircncia o aqueci-mento local e a desagradaacutevel sensaccedilatildeo de estar num ambiente claro e quente Outro problema encontrado eacute a falta de planejamento de escoamento da chuva Desta maneira em eacutepocas de chuva intensa haacute risco de alagamento

Com todo o empenho e desenvol-vimento estrutural eacute de suma impor-tacircncia o investimento em seguranccedila Mas tambeacutem organizar o tracircnsito au-xiliando os condutores onde devem estacionar e na fluidez do tracircnsito Devido agrave ausecircncia de fiscalizaccedilatildeo para coibir as infraccedilotildees de tracircnsito as vias se tornam estacionamentos irregula-res atrapalhando e colocando em risco a seguranccedila dos integrantes da comu-nidade universitaacuteria

INFRAESTRUTURA

34 - UFPB em Revista

Ano de 2015 eacute limite para meta plena de acessibilidade

Ausecircncia de acessibilidade eacute constante nos novos preacutedios da UFPB

Segundo dados do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a Paraiacuteba eacute o estado que possui a maior parcela de habitantes com necessidades especiais no Bra-sil empatando com o Rio Grande do Norte Quase 30 dos paraiba-nos tecircm algum tipo de necessidade especial Apesar da estatiacutestica e da existecircncia do Decreto Lei 5296 que determina a acessibilidade em todas as edificaccedilotildees puacuteblicas 90 por cento das construccedilotildees realizadas durante gestatildeo dos professores Rocircmulo Po-lari e Iara Matos a frente da UFPB natildeo respeitaram o seu cumprimento

No momento a atual adminis-traccedilatildeo estaacute empenhada num pra-zo de dois anos a assistir a todos os alunos com deficiecircncia cumprin-do as normas teacutecnicas de acessi-bilidade da Associaccedilatildeo Brasilei-ra de Normas Teacutecnicas (ABNT)

Dentre as medidas a serem ado-tadas estaacute a reforma na acessibilida-de arquitetocircnica das vias (calccediladas) Tambeacutem estaacute prevista a construccedilatildeo do Centro de Inclusatildeo (que vai in-tegrar todos os projetos de inclusatildeo em um soacute) agregar serviccedilos dispo-nibilizar salas de aula adquirir uma seacuterie de equipamentos fora do paiacutes (entre eles esfigmomanocircmetro que possibilita a traduccedilatildeo de textos em aacuteudio bengala que identifica obs-taacuteculos e computadores especiais)

Ateacute o momento apenas 15 preacute-dios estatildeo acessiacuteveis para os 30 alu-nos com necessidades especiais ca-dastrados na UFPB O uacutenico trecho com acessibilidade externa no Cam-pus I se encontra da Biblioteca Cen-tral ateacute o Refeitoacuterio Universitaacuterio No Campus II em Areia a primeira parte do projeto jaacute vem com todas as normas de acessibilidade executadas disse Marcelo Andrade Diniz Diretor do Departamento de Arquitetura da Prefeitura Universitaacuteria desde 2010

O que estaacute previsto

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 35

Segundo Marcelo Diniz que acompanhou a antiga gestatildeo da Uni-versidade o recurso era limitado e natildeo havia comprometimento dos ad-ministradores para cumprir as normas exigidas aleacutem da fiscalizaccedilatildeo pouco eficaz do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Ateacute 2010 pouco havia sido pensado discutido e realizado para incluir so-cialmente as pessoas com deficiecircn-cia Com o aumento significativo e progressivo no nuacutemero de estudan-tes em funccedilatildeo da Reestruturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universidades Fede-rais (Reuni) a situaccedilatildeo agravou-se

Desde entatildeo o Governo Federal estaacute destinando uma verba especiacutefica para as Instituiccedilotildees Federais de En-sino (Ifes) cumprirem as normas de acessibilidade impostas pela ABNT O MEC por sua vez vem fiscalizan-do com rigor as Ifes de todo o Brasil

Comitecirc existe desde 2011

No ano de 2011 foi criado na UFPB o Comitecirc de Inclusatildeo e Aces-sibilidade que tem como objetivo garantir a todos os alunos com defi-ciecircncia a permanecircncia e conclusatildeo do curso Segundo a coordenadora do

comitecirc Andreza Aparecida Polia estaacute prevista a chegada de 44 alunos espe-ciais para o proacuteximo semestre letivo nuacutemero que ultrapassa os 5 por cen-to designado pelo sistema de cotas ldquoAno passado fizemos pedido de equi-pamentos para suprir os alunos que jaacute estatildeo cadastrados Enquanto natildeo che-ga os coordenadores tem de ter um computador exclusivo para esses estu-dantesrdquo pontificou Andreza Polia O comitecirc conta com representantes dos cursos de Psicopedagogia Terapia Ocupacional Arquitetura e Educaccedilatildeo

Ainda em fase de projeto o Centro de Inclusatildeo e Acessibilidade estaacute pre-visto para ficar pronto em 2015 Ele contaraacute dentre outras coisas com pla-cas em Braille piso taacutetil carteiras es-peciais plataforma elevatoacuteria eleva-dor e tecnologias inclusivas em geral

Outro projeto que estaacute sendo desenvolvido pela Prefeitura Uni-versitaacuteria eacute a urbanizaccedilatildeo do La-boratoacuterio de Energias Renovaacuteveis (LERS) que iraacute se estender por todo o estacionamento contando com rampas pisos taacuteteis e mais de 6 quilocircmetros de rotas acessiacuteveis

Os estudantes com necessidades especiais contam com um programa

Projeto em 3d das futuras instalaccedilotildees elaborado pela Prefeitura da UFPB

Reportagem Giuliano Viscardi

de apoio onde um aluno monitor os acompanha geralmente por discipli-na dando assistecircncia necessaacuteria gra-vando aulas e tirando duacutevidas com os professores O Nuacutecleo de Educaccedilatildeo Especial (Nedesp) tambeacutem os ajuda nesse processo de adaptaccedilatildeo Na Bi-blioteca Central e no Nedesp os alu-nos dispotildee de impressora em braille

A Proacute-reitoria de Gestatildeo de Pes-soas (Progep) ofereceu por dois anos consecutivos um curso de capacita-ccedilatildeo para docentes e servidores da uni-versidade tendo formado duas turmas ateacute agora Poreacutem a grande maioria dos capacitados foi funcionaacuterios A UFPB conta com apenas um tradutor ldquoPreci-samos de mais contrataccedilotildeesrdquo alega Po-lia que estaacute coordenando o Comitecirc de Inclusatildeo e Acessibilidade desde 2011

A prefeitura da Instituiccedilatildeo tambeacutem fez um convenio com o Laboratoacuterio de Acessibilidade (Lacesse) coordenado por Marcelo Diniz e pela professora do curso de arquitetura Angelina Costa O espaccedilo fiacutesico onde funciona o labo-ratoacuterio foi inaugurado dia 12 de abril no Centro de Tecnologia bloco N

INFRAESTRUTURA

36 - UFPB em Revista

O rombo de mais de 22 milhotildees na Fundaccedilatildeo Casa de Joseacute Ameacuterico (FCJA) constata-

do pelo Tribunal de Contas da Uniatildeo (TCU) eacute a principal heranccedila deixada pela antiga administraccedilatildeo da universi-dade e que atinge diretamente o Res-taurante Universitaacuterio da UFPB Os es-cacircndalos envolvem o responsaacutevel pelo fornecimento de gecircneros alimentiacutecios e o pagamento de alguns funcionaacuterios do Restaurante Universitaacuterio (RU)

Segundo o TCU foram usados re-cursos federais depositados em contas especiacuteficas de convecircnios para paga-mentos agrave empresas fornecedoras de gecircneros alimentiacutecios As irregularida-des foram cometidas pelo ex-diretor da Fundaccedilatildeo Eugecircnio Pacceli Trigueiro Pereira Com isso o TCU suspendeu o repasse de recursos da Uniatildeo para a Fundaccedilatildeo Joseacute Ameacuterico e a direccedilatildeo do RU enfrentou problemas com a falta de estoque de alimentos e atraso no paga-mento de funcionaacuterios refletindo no atendimento precaacuterio das necessidades dos alunos que frequentam o Restau-rante

O RU que fornece refeiccedilotildees gra-tuitas para estudantes de baixa renda e cadastrados da UFPB conta com 90

profissionais Os gecircneros alimentiacutecios de uma refeiccedilatildeo custam em meacutedia de R$ 410 a R$ 530 Nesse valor natildeo estaacute considerado a despesa do preparo trabalho dos funcionaacuterios e energia dos aproximadamente 2200 almoccedilos e 900 jantares por dia

A nova reitoria da UFPB ampliou as investigaccedilotildees e o levantamento de contas da Universidade para averiguar quais problemas seratildeo enfrentados pela gestatildeo Durante as investigaccedilotildees foram detectadas vaacuterias irregula-ridades cometidas pela adminis-traccedilatildeo passada a exemplo da au-secircncia de prestaccedilatildeo de contas de diversos convecircnios

Antocircnio Luiz de Albuquer-que Gomes professor do De-partamento de Quiacutemica do Cen-tro de Tecnologia da UFPB assumiu o cargo de Superintendente do Sistema de Restaurantes Universitaacuterios - que com-preende os restaurantes do Campus 1 do Litoral Norte Areia e Bananeiras - no dia 12112012 Ele conta que rece-beu o RU com um estoque insuficiente de alimentos apesar dos pregotildees ainda estarem em andamento

O superintendente esclareceu que um desses pregotildees estava desa-

parecido e soacute depois de muita inves-tigaccedilatildeo a empresa foi contatada para cumprir o contrato O outro pregatildeo es-tava com o pedido de realinhamento de preccedilos e somente apoacutes a administraccedilatildeo entrar em contato para negociar com os fornecedores explicando a delicadeza da situaccedilatildeo eacute que foi possiacutevel normali-zar as entregas dos suprimentos

Segundo o professor Antocircnio Luiz ainda haacute muitos problemas com os fornecedores As licitaccedilotildees (pregotildees) emitidas pelas empresas tem um preccedilo muito abaixo do valor de mercado Em decorrecircncia desse fato as companhias tem prejuiacutezo e antes de completar os seis meses algumas deixam de forne-cer os gecircneros apesar de ainda terem saldo em caixa com a Universidade

Um dos problemas a serem contor-nados pela atual administraccedilatildeo diz res-peito a burocracia e lentidatildeo de alguns setores na etapa de licitaccedilatildeo e pregatildeo para aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios Na Proacute-Reitoria Administrativa (Divi-satildeo de Materiais) a entrada dos pre-gotildees foi feita em dezembro poreacutem os processos ficaram mais de dois meses parados dentro de uma gaveta e por isso ainda existem licitaccedilotildees de com-pras paradas em abril

A administraccedilatildeo da Universidade

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeo

Prof Antocircnio Luiz Superintendente do RU

Vista frontal do Restaurante Universitaacuterio da UFPB

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 37

Atualmente o professor Antocircnio Luiz estaacute procurando resolver os as-suntos mais urgentes do RU fazendo o levantamento do que precisa ser fei-to a exemplo dos pedidos de compras de equipamentos de seguranccedila e para a cozinha Haacute tambeacutem uma proposta

a partir dos levantamentos feitos pelo professor Antocircnio Luiz tomou um seacute-rie de iniciativas entre elas consultas juriacutedicas onde foram detectados o atra-so de salaacuterios entre outras irregularida-des trabalhistas Por conta do rombo a FCJA deixou de pagar o fundo de ga-rantia salaacuterios feacuterias e 13ordm salaacuterio aos funcionaacuterios As diacutevidas tiveram que ser quitadas pela prefeitura universitaacute-ria que repassou a verba e cumpriu a obrigaccedilatildeo social para com todos os fun-cionaacuterios Hoje a FCJA eacute dirigida por Boanerges Felix que estaacute regularizan-do as atividades da fundaccedilatildeo

O professor Antocircnio Luiz ressalta que existiam diversos problemas com equipamentos e com funcionaacuterios Na cozinha haviam vazamentos e instru-mentos como serras de cortar carne e aparelho de cortar frutas quebrados Ateacute o conserto desses aparelhos os trabalhos vinham sendo feitos manu-almente Ele encontrou equipamentos com 10 a 15 anos de uso sem programa de reposiccedilatildeo ldquoEacute impossiacutevel um siste-ma desse porte funcionar sem repor o equipamento porque ele tem vida uacutetil As caldeiras satildeo razoavelmente novas com 3 ou 4 anos de uso mas sem um sistema de manutenccedilatildeo Vazamento de oacuteleo caldeiras quebradas Foi uma si-tuaccedilatildeo que eu natildeo imaginava que en-contrariardquo observa o superintendente

Outra questatildeo importante que a nova administraccedilatildeo teve que mudar foi o fato de que os funcionaacuterios natildeo esta-vam acostumados a obedecer aos horaacute-rios Poreacutem aos poucos o pessoal foi se adaptando ao novo modelo de gestatildeo

encaminhada para concretizaccedilatildeo de um serviccedilo de auto atendimento (self servi-ce) O desperdiacutecio de comida eacute um dos grandes problemas para o Restaurante pois os alunos deixam nos pratos restos de comida suficientes para alimentar mais de 400 pessoas segundo o supe-rintendente

A equipe que trabalha no RU pre-tende realizar uma campanha de cons-cientizaccedilatildeo para que os comensais com a instalaccedilatildeo do self service co-loquem no prato apenas a quantidade realmente necessaacuteria evitando assim o desperdiacutecio Estaacute nos planos promover treinamento dos funcionaacuterios executar atividades humaniacutesticas promovendo a interaccedilatildeo entre as pessoas melhorar cada vez mais o sabor da comida (a qua-lidade jaacute existe) e aumentar o nuacutemero de funcionaacuterios e equipamentos acarre-tando numa melhora do fluxo e minimi-zando o problema das longas filas

Tambeacutem eacute interesse terminar a obra comeccedilada na administraccedilatildeo pas-sada - que jaacute deveria ter sido finaliza-da - de um complexo ao lado do atual RU Laacute seraacute instalado um restaurante para que os funcionaacuterios e estudantes natildeo contemplados pelo RU possam co-mer pagando apenas uma pequena taxa pela refeiccedilatildeo Eacute preciso ainda analisar a viabilidade dessa opccedilatildeo consultando a comunidade acadecircmica e aguardando o teacutermino das obras A comida seraacute a mesma que eacute servida gratuitamente aos alunos comensais

Comida que sobra nos pratos seria capaz de preencher 400 novas refeiccedilotildees

Restaurante Universitaacuterio em horaacuterio de funcionamento

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Reportagem Marina Maracajaacute e Nayane Maia

e mudando os haacutebitos no ambiente de trabalho A atual administraccedilatildeo prima pelo exemplo adotando a praacutetica de se-rem os primeiros a chegar e os uacuteltimos a sair colaborando com os outros fun-cionaacuterios e ajudando sempre que pos-siacutevel nas suas diferentes funccedilotildees seja no setor administrativo seja na parte de manutenccedilatildeo dos equipamentos

Proposiccedilotildees

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38 - UFPB em Revista

Blocos isolados congestiona-mentos nos horaacuterios de pico falta de estacionamento satildeo

esses alguns dos problemas que po-dem ser ocasionados pela falta de um bom plano diretor Na UFPB isso natildeo eacute diferente Encontrar agrave noite uma vaga proacutexima ao CCHLA eacute praticamente uma maratona Esse e muitos outros problemas poderiam ter sidos evita-dos se tivesse sido criado um plano diretor que limitasse as aacutereas de esta-cionamento construccedilatildeo e ainda com o planejamento da aacuterea de preservaccedilatildeo na universidade

Em 2007 em sua defesa de tese de doutorado em engenharia civil Renato Saboya explica ldquoPlano Diretor eacute um documento que sintetiza e torna expliacute-citos os objetivos consensuados para o Municiacutepio e estabelece princiacutepios diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as decisotildees dos atores envolvidos no processo de de-senvolvimento urbano convirjam tan-to quanto possiacutevel na direccedilatildeo desses objetivosrdquo

Para Acircngela Braz aluna do quinto periacuteodo de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal da Paraiacuteba pro-blemas comuns como salas com maacute ventilaccedilatildeo ou com insolaccedilatildeo intensa poderiam ter sido evitados se a insti-tuiccedilatildeo tivesse em seu plano diretor as melhores localizaccedilotildees para a constru-ccedilatildeo dos blocos Com tal planejamen-to seriam evitadas aacutereas voltadas di-retamente para o nascente ou poente e tambeacutem aacutereas natildeo favorecidas pelos ventos

Planos Diretores no Brasil

Quando questionados a maioria dos brasileiros pensam que exemplos de planejamento preventivo existem apenas em paiacuteses de ldquoprimeiro mun-dordquo poreacutem em diversos municiacutepios brasileiros planos diretores tiveram relativo sucesso como por exemplo Curitiba Brasiacutelia e ateacute mesmo Joatildeo Pessoa Sendo a uacuteltima um dos melho-res exemplos nacionais de preservaccedilatildeo de sua orla mariacutetima onde existe um

bloqueio para edifiacutecios superiores a quatro andares

ldquoA questatildeo da falta de planejamen-to urbano eacute muito mais grave do que parece o recobrimento dos solos com materiais impermeaacuteveis juntamente com o adensamento de construccedilotildees acaba ocasionando o aumento de tem-peratura em determinadas regiotildeesrdquo indaga Acircngela

O impedimento da construccedilatildeo de preacutedios altos na orla evita o conhecido fenocircmeno em diversas praias sombra Em praias de Recife Rio de Janeiro e Balneaacuterio Camboriuacute por exemplo possuem sombra na faixa de areia mes-mo horas antes do pocircr do sol devido aos gigantes que ali se encontramldquoSalas cada vez menores para turmas cada vez maioresrdquo

Para Andreacute Siqueira aluno do se-gundo periacuteodo de Arquitetura e Urba-nismo na Universidade Federal da Pa-raiacuteba a falta de um real planejamento cria ateacute mesmo a falta de acessibilida-de em diversas aacutereas da Universida-de Calccediladas estreitas com caminhos

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidade

Protesto de alunos de Miacutedias Digitais devido ao atraso de mais de dois anos na entrega do bloco do curso

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 39

Soluccedilatildeo a longo prazo

Flaacutevio Tavares membro do pro-jeto de iniciaccedilatildeo cientiacutefica ldquoTerritoacute-rios e urbanidades praacuteticas urbanas e poliacuteticas culturais no espaccedilo puacuteblico contemporacircneordquo mostra-se indignado com o fato de que o porte que a uni-versidade tem atingido seja de espa-ccedilo fiacutesico ndash com grande quantidade de alunos e funcionaacuterios circulando no seu campus - seja do volume de recur-sos aplicados anualmente e ainda natildeo possua um plano diretor em vigor Ele permitiria accedilotildees integradas de longo prazo garantindo que os investimentos ocorram de acordo com os principais anseios da comunidade universitaacuteria jaacute que a elaboraccedilatildeo do plano se daacute necessariamente a partir da discussatildeo conjunta entre os envolvidos com a re-giatildeo

Indagado sobre as possiacuteveis accedilotildees

que poderiam sanar os atuais (e fu-turos) problemas Tavares diz que a Universidade deve iniciar de imedia-to a construccedilatildeo de um ldquoPlano Diretor Participativo Integrado para o Cam-pus Joatildeo Pessoa da UFPBrdquo incluindo questotildees de planejamento participativo na proposiccedilatildeo das futuras obras per-mitindo que a comunidade acadecircmica possa opinar sobre as obras que ali se-ratildeo executadas resultando numa maior conexatildeo e identificaccedilatildeo com os usuaacute-rios Quanto a uma obra especiacutefica ele acredita que uma ampla intervenccedilatildeo no

desenho urbano do campus seria ne-cessaacuteria priorizando o fluxo de pedes-tres com pisos adequados vegetaccedilatildeo passarelas etc

Para finalizar Flaacutevio lembra que agora que a Universidade acolhe um maior nuacutemero de pessoas com defici-ecircncia tendo o dever natildeo soacute legal mas tambeacutem social de incluir estas pessoas num deslocar seguro e independente Sendo esse apenas possiacutevel com um planejamento efetivo da estrutura fiacutesi-ca da Universidade

No final de 2012 Margareth Diniz assumiu a Reitoria da Uni-versidade Federal da Paraiacute-ba e com ela iniciaram-se projetos de um Plano Dire-tor Esse Plano teraacute como principal foco proteger a reserva de mata atlacircntica na qual a Instituiccedilatildeo estaacute sediada O professor Seacutergio Alonso recentemente em-possado prefeito do Campus I eacute um dos membros desta comissatildeo que discute a cria-ccedilatildeo do Plano na UFPB Ele teraacute a missatildeo de coordenar as discussotildees sobre o PD

Planejamento evita problemas como o demonstrado no viacutedeo acima

Novo campus em Rio Tinto Obras que esteticamente feias e sem utilidade

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ReportagemFrancisco de Oliveira

Guilherme Pontes

confusos ou ateacute mesmo inexistentes e ainda praccedilas de permanecircncia sem co-bertura satildeo outros exemplos lembra-dos por Siqueira

Sobre o futuro Andreacute eacute pessi-mista e comenta que a cada dia mais problemas surgem Ser deficiente na UFPB eacute praticamente impossiacutevel Blocos aleatoacuterios para cursos que de-veriam ter salas proacuteximas Essas in-clusive estatildeo cada vez menores para turmas cada vez maiores ldquoSalas com janelotildees feitas para serem usadas com projetor que tipo de arquiteto aprova issordquo provoca

INFRAESTRUTURA

40 - UFPB em Revista

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Central

Construiacuteda haacute mais de 30 anos a Biblioteca Central da UFPB nunca passou por uma grande reforma

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Se algueacutem que frequenta a Bi-blioteca Central da UFPB atu-almente fosse perguntado sobre

qual a sua impressatildeo sobre o local as respostas certamente seriam se-melhantes agraves de quem respondesse a mesma pergunta haacute dez ou vinte anos calor poeira mofo falta de acessibilidade e estrutura deficitaacuteria estariam entre as palavras mais cita-das Isso se explica pelo fato do preacute-dio construiacutedo na deacutecada de 1970 ter sido mal planejado e nunca ter passado por uma grande reforma

Com o acervo atual em torno dos 400 mil exemplares a Bibliote-ca Central tem como principal fina-lidade dar suporte de informaccedilotildees aos programas de ensino pesquisa e extensatildeo Construiacuteda ao lado de uma mata ndash a UFPB estaacute localizada em uma regiatildeo de Mata Atlacircntica ndash so-fre com a maacute conservaccedilatildeo do acervo

exposto agrave umidade poeira e insetosSegundo a bibliotecaacuteria TM que preferiu natildeo se identificar o uacutelti-mo governo ateacute fez investimentos importantes no local ldquoAtraveacutes de pregotildees e ouvindo sugestotildees de co-ordenadores de cursos e professores foram adquiridos milhares de novos tiacutetulos Aleacutem disso foram instala-dos novos computadores cadeiras e feita a climatizaccedilatildeo de algumas salasrdquo A ideia eacute que nos proacuteximos anos sejam feitos novos investimen-tos no local ldquoA nova Reitora pro-meteu um sistema de climatizaccedilatildeo completo para o preacutediordquo afirma TM

Apesar das melhorias nos uacutel-timos anos e a promessa de novos investimentos para um futuro proacute-ximo muitas mudanccedilas inclusive estruturais precisam acontecer na Biblioteca Central ldquoO projeto ar-quitetocircnico eacute defeituoso Eacute impos-

siacutevel falar em climatizaccedilatildeo enquan-to natildeo for solucionado o problema das grandes frestas nas paredes do lugar Tambeacutem natildeo adianta climati-zar sem ser feita uma higienizaccedilatildeo em todo o preacutediordquo afirma o fun-cionaacuterio Francisco Joseacute Assistente Administrativo do local haacute 25 anos

Natildeo bastasse o problema de con-servaccedilatildeo do acervo existe uma ques-tatildeo ainda mais grave a ser tratada a sauacutede dos que frequentam a Bibliote-ca Central Vaacuterios funcionaacuterios rela-taram problemas de sauacutede por causa da higiene e estrutura do local O acuacutemulo de poeira e fungos jaacute causou vaacuterias doenccedilas de pele desde cocei-ras ateacute alergias seacuterias Aleacutem disso eacute comum funcionaacuterios reclamarem de problemas de coluna causados pelo manuseio das pesadas estantes e pro-blemas de mobilidade com os carros de matildeo que transportam os livros

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 41

Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

A realidade

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

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grafia estatildeo ok tem ar condicionado data

show etc As de quiacutemica () satildeo horriacuteveis tem umas que os

ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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PELO CAMPUS

46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

PELO CAMPUS

52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 22: UFPB em revista

INTERACcedilAtildeO

28 - UFPB em Revista

Em evento que lotou o auditoacuterio da reitoria da Universidade Fe-deral da Paraiacuteba Joatildeo Pessoa

recebeu o neurocientista brasileiro Mi-guel Nicolelis que realizou a palestra ldquoA ciecircncia como agente de transforma-ccedilatildeo socialrdquo Nicolelis atraiu professo-res profissionais da aacuterea estudantes da UFPB e de outras universidades mas chamou ainda a atenccedilatildeo de cida-datildeos comuns com problemas de para-plegia tetraplegia deficientes visuais auditivos e pessoas que possuem entes queridos na mesma condiccedilatildeo O enor-me puacuteblico presente ao evento coorde-nado pelo Foacuterum Universitaacuterio deixou o auditoacuterio pequeno com a esperanccedila de ouvir das palavras do meacutedico que eles teriam seus problemas resolvidos pela ciecircncia seja em curto meacutedio ou longo prazo

Nicolelis que lidera um grupo de

pesquisadores da aacuterea de Neurociecircncia na Universidade Duke - EUA apresen-tou como um dos pilares da palestra a mesma questatildeo base do seu chamado Manifesto da Ciecircncia Tropical Nele o neurocientista sugere que o Brasil pode potencializar o desenvolvimen-to cientiacutefico e educacional a partir da cooperaccedilatildeo de ambos e propotildee quinze medidas para firmar o paiacutes como lide-ranccedila mundial na produccedilatildeo e uso de-mocratizante do conhecimento

Miguel Nicolelis falou tambeacutem so-bre a instituiccedilatildeo na cidade de Macaiacute-ba no Rio grande do Norte onde ele realiza um projeto chamado Educaccedilatildeo para toda a vida O projeto ensina para crianccedilas da periferia de Macaiacuteba e Na-tal conhecimentos nas aacutereas de roboacuteti-ca fiacutesica biologia geografia histoacuteria e informaacutetica Durante a palestra o neu-rocientista ainda explanou que desde

o iniacutecio do seu trabalho na cidade de Macaiacuteba a evasatildeo escolar da institui-ccedilatildeo eacute de apenas 2 e que as crianccedilas que estatildeo sendo formadas nessa insti-tuiccedilatildeo saem com mesmo niacutevel de es-colas de elite do Rio grande do Norte

O meacutedico disse aos presentes que acredita que a ciecircncia eacute grande agente responsaacutevel pela capacidade de ino-vaccedilatildeo e deve ser estimulada desde os primeiros momentos da vida Afirmou ainda que haacute uma carecircncia de investi-mento na aacuterea de intersecccedilatildeo da neu-rociecircncia e que se possiacutevel deveria existir acompanhamento ainda no preacute-natal para que a crianccedila nascesse com o maacuteximo de potencial neuroloacutegico Em 2014 Nicolelis abriraacute o primeiro Instituto Primata de Neurociecircncia com uma escola cujo aprendizado se inicia-raacute desde o nascimento Ainda que seja um sonho um pouco distante o meacutedico

Neurocientista Miguel Nicolelis reabre Foacuterum Universitaacuterio

Reabertura do foacuterum universitaacuterio tem como primeiro palestrante o neurocientista Miguel Nicolelis

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 29

acredita que futuramente Macaiacuteba seraacute a primeira ldquocidade ceacuterebrordquo do mundo

Durante a palestra o neurocien-tista tambeacutem abordou as experiecircncias que realiza sobre a interaccedilatildeo do ceacutere-bro e a maacutequina que consiste em fa-zer o movimento da maacutequina a partir dos estiacutemulos enviados pelo ceacuterebro que seratildeo convertidos em impulsos eleacutetricos e proporcionaratildeo o movi-mento mecacircnico de proacuteteses Ainda que ateacute o momento seus experimentos tenham sido feitos apenas com maca-cos jaacute causam ansiedade em pessoas que sofreram acidentes e hoje tem a locomoccedilatildeo comprometida O meacutedico acrescentou que pretende realizar uma demonstraccedilatildeo em 2014 quando uma brasileira parapleacutegica deveraacute caminhar 20 passos e dar o pontapeacute inicial da Copa do Mundo ldquoEsse seraacute um pre-sente do Brasil para toda a humanida-derdquo declarou Nicolelis

O foacuterum universitaacuterio

Apoacutes seis anos desativado a pre-senccedila de Miguel Nicolelis marcou de forma extraordinaacuteria o retorno do Foacute-rum Universitaacuterio Fundado na deacutecada de 1980 pelo professor Joseacute Jackson Carneiro o Foacuterum tem como objetivo discutir assuntos relevantes agrave socieda-de tanto em um niacutevel nacional como local Segundo o coordenador do Foacute-rum Iedo Fontes nunca ficou clara a razatildeo pela qual a gestatildeo anterior da UFPB paralisou o evento ldquoNunca ex-plicaramrdquo comentou Fontes

Para reforccedilar a natureza fomenta-dora de debates do Foacuterum Fontes dis-se que um dos primeiros debates entre presidenciaacuteveis poacutes-ditadura militar jaacute com vistas agraves eleiccedilotildees de 1989 foi promovido pela UFPB no antigo cam-pus de Campina Grande (que hoje eacute de competecircncia da UFCG) ldquoSoacute natildeo veio Collor Lula Brizola e outros estive-ram presentesrdquo comentou

Com o auditoacuterio lotado (600 pro-fessores de acordo com os nuacutemeros de Fontes) o retorno do Foacuterum foi con-siderado positivo A programaccedilatildeo fu-tura ainda estaacute sendo planejada mas a tendecircncia eacute que o Foacuterum seja realizado bimestralmente ldquoFoi uma declaraccedilatildeo da reitora a um jornal local de que ela tem interesse de que o Foacuterum aconte-ccedila num intervalo de dois meses O que nos permite fazer uma programaccedilatildeo Simulaccedilatildeo do exoesqueleto na abertura da Copa de 2014

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mais pensadardquo declarou o coordena-dor

Alguns temas jaacute estatildeo sendo con-siderados o bloqueio do crescimento econocircmico brasileiro nos uacuteltimos anos 500 anos da obra de Maquiavel dis-cussatildeo da obra do geoacutegrafo Josueacute de Castro federalizaccedilatildeo dos niacuteveis infan-til fundamental e meacutedio da educaccedilatildeo e a obra de Luiz Gonzaga e seu impacto sobre a vida regional (este uacuteltimo jaacute sendo organizado para o mecircs de ju-nho)

A princiacutepio o Foacuterum natildeo prioriza-ria nenhuma aacuterea em especiacutefico nem mesmo a proacutepria academia Fontes dis-se ldquoficou claro na reabertura oficial do Foacuterum que noacutes natildeo o reativamos ape-nas para professores estudantes e fun-cionaacuterios mas tambeacutem para a socieda-de pessoense () pessoas de diferentes ramos de atividade comeacutercio induacutes-tria academiardquo Poreacutem o coordenador esclareceu que uma atenccedilatildeo especial deveraacute ser dada agrave discussotildees relaciona-das agrave educaccedilatildeo - e essa preocupaccedilatildeo eacute percebida com a escolha de Miguel

Nicolelis para o primeiro encontro apoacutes a reativaccedilatildeo do Foacuterum ldquoSe tem uma aacuterea que noacutes devemos priorizar no

Brasil e fazer um grande debate nacio-nal eacute a educaccedilatildeordquo explicou Fontes

A exemplo de Nicolelis o Foacuterum tambeacutem foi responsaacutevel por trazer ou-tras personalidades conhecidas nacio-nalmente agrave Joatildeo Pessoa como os se-nadores Cristoacutevatildeo Buarque e Roberto Requiatildeo e o economista Carlos Les-sa Para uma futura ediccedilatildeo do foacuterum a Universidade estaacute tentando trazer o jornalista Paulo Henrique Amorim A ideia poreacutem natildeo eacute ficar preso a nomes de acircmbito nacional e abrir espaccedilo para pessoas que tenham impacto na socie-dade regional - ateacute pela histoacuteria e pelo legado que o Foacuterum tem de realizar debates de interesse da populaccedilatildeo em geral

ldquoFoacuterum eacute para discutir os proble-mas do estado Somos uma entidade produtora e reprodutora de conheci-mento () Na mesa de debate deve ter um professor de destaque mas tambeacutem algueacutem da aacuterea senatildeo fica apenas a niacute-vel de conferecircncia o que natildeo eacute bom pois natildeo promove o debaterdquo afirmou Fontes

Reportagem Una Txai e Rudah Silva

INFRAESTRUTURA

32 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Paraiacuteba enfrenta o caos na infraestrutura do sistema viaacuterio e estaciona-

mentos para veiacuteculos dos alunos pro-fessores e funcionaacuterios Eacute um problema de toda cidade que se reflete na univer-sidade gerando transtornos e problemas de logiacutestica em determinados horaacuterios As dificuldades na mobilidade interna ao Campus I decorrem na deficiecircncia no planejamento da expansatildeo da Instituiccedilatildeo aliadas ao aumento do nuacutemero de veiacute-culos nos uacuteltimos 10 anos O problema eacute reflexo da prioridade do veiacuteculo parti-cular sobre o uso de transporte coletivo

O campus I da instituiccedilatildeo estaacute pas-sando por algumas reestruturaccedilotildees e reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos jaacute existentes No periacuteodo de 2012 a 2013 o nuacutemero de vagas para estacionamento subiu consideravelmente de 2 mil para 2500 Em meacutedio prazo (dois anos) a administraccedilatildeo pretende criar mais 1500 vagas atraveacutes da continuaccedilatildeo do projeto de reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos (no CACE CCEN e HU) e da finali-zaccedilatildeo do Centro de Energias Renovaacute-veis ainda em construccedilatildeo por traacutes do CCHLA

Estacionamento precaacuterio provoca transtorno na UFPB

Vaacuterios carros estacionados de forma irregular e inconveniente no estacionamento da Central de Aulas do campus I

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Projetos

Segundo Marcelo Diniz da Divi-satildeo de Estudos e Projetos da Prefeitura Universitaacuteria a reorganizaccedilatildeo dos esta-cionamentos eacute prioridade e vem sendo implementada em vaacuterios estacionamen-tos da universidade O projeto modi-fica a posiccedilatildeo de entrada dos veiacuteculos de 45ordm (diagonal) para 90ordm (frontal) e a largura da vaga do estacionamento para impossibilitar improvisos que prejudi-cam o traacutefego como por exemplo as filas duplas No projeto as motos se-ratildeo contempladas com estacionamento proacuteprio para evitar a desorganizaccedilatildeo e acidentes nas passarelas e corredores das salas ldquoIremos instalar placas de ad-vertecircncia para as motos natildeo transitarem no espaccedilo destinado aos pedestresrdquo diz Marcelo

Um dos locais com maior problema fica proacuteximo ao preacutedio da Reitoria e da Biblioteca Central devido agrave concen-traccedilatildeo de vaacuterios serviccedilos e dos preacutedios acadecircmicos Nesse local estatildeo reuni-das agecircncias de trecircs bancos livrarias restaurantes DCE (Diretoacuterio Central Estudantil) e AdufPB (sindicato dos

professores) Por conta da via nesse lo-cal ser muito estreita a Prefeitura Uni-versitaacuteria utilizou prismas de concreto no trecho para evitar que os motoristas estacionem os veiacuteculos indevidamente na via de passagem dos carros ocasio-nando transtornos e risco de acidente

Somando-se a esse local estaacute em construccedilatildeo o preacutedio do Centro Arte e Cultura com auditoacuterio estimado para duas mil pessoas em frente agrave Reitoria No projeto da construccedilatildeo natildeo haacute ne-nhum estacionamento previsto para esse preacutedio e na ocasiatildeo de algum evento os visitantes iratildeo estacionar seus veiacuteculos por traacutes da Reitoria que comporta precariamente os usuaacuterios que jaacute utilizam o espaccedilo Para a soluccedilatildeo desse problema Marcelo Diniz informa haver um projeto para construccedilatildeo de um estacionamento por traacutes da Reitoria de um ou dois andares com valor estimado em 10 milhotildees de reais por andar

Usuaacuterios

Os usuaacuterios que utilizam os esta-cionamentos com regularidade pro-potildeem soluccedilotildees como criaccedilatildeo de vagas

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 33

Situaccedilatildeo corriqueira nas vias do campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba

A falta de vagas destinadas para motos eacute a justificativa dos motociclistas

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Reportagem Rodrigo Vitorino e Windsor Souza

destinadas exclusivamente a professo-res Josemar dos Santos professor de Estatiacutestica diz que ldquofalta a prefeitura organizar o estacionamento Haacute deter-minadas horas que vir do departamen-to para a sala de aula de carro se tornou inviaacutevel pois o nuacutemero de veiacuteculos cresceu bastante Poderiam organizar vagas destinadas a professores pois noacutes temos que ficar de bloco em bloco para dar aula enquanto os alunos vecircm assistem a uma aula e vatildeo emborardquo

Outro problema que tambeacutem in-comoda eacute a falta de vagas destinadas agraves bicicletas e motocicletas ldquoAgraves vezes natildeo tem nem espaccedilo para transitar pois tem motociclista estacionando as mo-tos nas vias passarelas e corredores dos blocos pois natildeo haacute vagas destina-das para estacionar as motosrdquo acres-centa Josemar

A falta de estacionamento para motos faz com que elas se amontoem de forma desorganizada Isso as trans-forma em vilatildes e campeatildes de recla-maccedilotildees Elas trafegam e estacionam onde eacute via de pedestres cadeirantes passagem de materiais para os preacutedios da universidade Diversas reclamaccedilotildees jaacute foram feitas por conta de atropela-mentos por dificultar a passagem e ateacute mesmo acidentes envolvendo deficien-tes visuais

Faacutebio Fonseca professor de Pe-dagogia tambeacutem reclama das motos e dos transtornos que elas causam quan-do deixadas em local inconveniente ldquoA universidade estaacute ficando muito pequena para a quantidade de auto-

moacuteveis Eacute preciso organizar o espaccedilo existente e criaccedilatildeo de espaccedilos especiacutefi-cos para motos A falta de organizaccedilatildeo faz com que os corredores passarelas e vias se transformam em estaciona-mento para as motos dificultando por exemplo a passagem de cadeirantesrdquo

O problema da falta de vagas acaba tambeacutem interferindo na aprendizagem dos alunos Aliado a isso haacute o proble-ma de seguranccedila dentro do campus Alunos servidores e professores natildeo confiam no sistema de cartotildees entre-gue na entrada da universidade ldquoGe-ralmente os alunos chegam na hora da aula que coincidem em todas as disci-plinas e a falta de vaga faz com que percamos tempo para estacionar Eacute o caos Muitas vezes encontramos uma vaga muito longe do local em que va-mos estudar E em eacutepoca de chuva pio-

ra Tambeacutem tem o perigo de assaltordquo diz a estudante de Biologia Daniele Lacerda

Empecilho

Alguns estacionamentos no cam-pus I da UFPB possuem aacutervores tom-badas e sob proteccedilatildeo que natildeo podem ser derrubadas Desta maneira a pre-feitura universitaacuteria desenvolveu o projeto de reestruturaccedilatildeo e organiza-ccedilatildeo dos estacionamentos respeitan-do a localizaccedilatildeo dessas aacutervores Nos estacionamentos jaacute finalizados como da Reitoria eacute perceptiacutevel a falta de arborizaccedilatildeo que influecircncia o aqueci-mento local e a desagradaacutevel sensaccedilatildeo de estar num ambiente claro e quente Outro problema encontrado eacute a falta de planejamento de escoamento da chuva Desta maneira em eacutepocas de chuva intensa haacute risco de alagamento

Com todo o empenho e desenvol-vimento estrutural eacute de suma impor-tacircncia o investimento em seguranccedila Mas tambeacutem organizar o tracircnsito au-xiliando os condutores onde devem estacionar e na fluidez do tracircnsito Devido agrave ausecircncia de fiscalizaccedilatildeo para coibir as infraccedilotildees de tracircnsito as vias se tornam estacionamentos irregula-res atrapalhando e colocando em risco a seguranccedila dos integrantes da comu-nidade universitaacuteria

INFRAESTRUTURA

34 - UFPB em Revista

Ano de 2015 eacute limite para meta plena de acessibilidade

Ausecircncia de acessibilidade eacute constante nos novos preacutedios da UFPB

Segundo dados do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a Paraiacuteba eacute o estado que possui a maior parcela de habitantes com necessidades especiais no Bra-sil empatando com o Rio Grande do Norte Quase 30 dos paraiba-nos tecircm algum tipo de necessidade especial Apesar da estatiacutestica e da existecircncia do Decreto Lei 5296 que determina a acessibilidade em todas as edificaccedilotildees puacuteblicas 90 por cento das construccedilotildees realizadas durante gestatildeo dos professores Rocircmulo Po-lari e Iara Matos a frente da UFPB natildeo respeitaram o seu cumprimento

No momento a atual adminis-traccedilatildeo estaacute empenhada num pra-zo de dois anos a assistir a todos os alunos com deficiecircncia cumprin-do as normas teacutecnicas de acessi-bilidade da Associaccedilatildeo Brasilei-ra de Normas Teacutecnicas (ABNT)

Dentre as medidas a serem ado-tadas estaacute a reforma na acessibilida-de arquitetocircnica das vias (calccediladas) Tambeacutem estaacute prevista a construccedilatildeo do Centro de Inclusatildeo (que vai in-tegrar todos os projetos de inclusatildeo em um soacute) agregar serviccedilos dispo-nibilizar salas de aula adquirir uma seacuterie de equipamentos fora do paiacutes (entre eles esfigmomanocircmetro que possibilita a traduccedilatildeo de textos em aacuteudio bengala que identifica obs-taacuteculos e computadores especiais)

Ateacute o momento apenas 15 preacute-dios estatildeo acessiacuteveis para os 30 alu-nos com necessidades especiais ca-dastrados na UFPB O uacutenico trecho com acessibilidade externa no Cam-pus I se encontra da Biblioteca Cen-tral ateacute o Refeitoacuterio Universitaacuterio No Campus II em Areia a primeira parte do projeto jaacute vem com todas as normas de acessibilidade executadas disse Marcelo Andrade Diniz Diretor do Departamento de Arquitetura da Prefeitura Universitaacuteria desde 2010

O que estaacute previsto

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 35

Segundo Marcelo Diniz que acompanhou a antiga gestatildeo da Uni-versidade o recurso era limitado e natildeo havia comprometimento dos ad-ministradores para cumprir as normas exigidas aleacutem da fiscalizaccedilatildeo pouco eficaz do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Ateacute 2010 pouco havia sido pensado discutido e realizado para incluir so-cialmente as pessoas com deficiecircn-cia Com o aumento significativo e progressivo no nuacutemero de estudan-tes em funccedilatildeo da Reestruturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universidades Fede-rais (Reuni) a situaccedilatildeo agravou-se

Desde entatildeo o Governo Federal estaacute destinando uma verba especiacutefica para as Instituiccedilotildees Federais de En-sino (Ifes) cumprirem as normas de acessibilidade impostas pela ABNT O MEC por sua vez vem fiscalizan-do com rigor as Ifes de todo o Brasil

Comitecirc existe desde 2011

No ano de 2011 foi criado na UFPB o Comitecirc de Inclusatildeo e Aces-sibilidade que tem como objetivo garantir a todos os alunos com defi-ciecircncia a permanecircncia e conclusatildeo do curso Segundo a coordenadora do

comitecirc Andreza Aparecida Polia estaacute prevista a chegada de 44 alunos espe-ciais para o proacuteximo semestre letivo nuacutemero que ultrapassa os 5 por cen-to designado pelo sistema de cotas ldquoAno passado fizemos pedido de equi-pamentos para suprir os alunos que jaacute estatildeo cadastrados Enquanto natildeo che-ga os coordenadores tem de ter um computador exclusivo para esses estu-dantesrdquo pontificou Andreza Polia O comitecirc conta com representantes dos cursos de Psicopedagogia Terapia Ocupacional Arquitetura e Educaccedilatildeo

Ainda em fase de projeto o Centro de Inclusatildeo e Acessibilidade estaacute pre-visto para ficar pronto em 2015 Ele contaraacute dentre outras coisas com pla-cas em Braille piso taacutetil carteiras es-peciais plataforma elevatoacuteria eleva-dor e tecnologias inclusivas em geral

Outro projeto que estaacute sendo desenvolvido pela Prefeitura Uni-versitaacuteria eacute a urbanizaccedilatildeo do La-boratoacuterio de Energias Renovaacuteveis (LERS) que iraacute se estender por todo o estacionamento contando com rampas pisos taacuteteis e mais de 6 quilocircmetros de rotas acessiacuteveis

Os estudantes com necessidades especiais contam com um programa

Projeto em 3d das futuras instalaccedilotildees elaborado pela Prefeitura da UFPB

Reportagem Giuliano Viscardi

de apoio onde um aluno monitor os acompanha geralmente por discipli-na dando assistecircncia necessaacuteria gra-vando aulas e tirando duacutevidas com os professores O Nuacutecleo de Educaccedilatildeo Especial (Nedesp) tambeacutem os ajuda nesse processo de adaptaccedilatildeo Na Bi-blioteca Central e no Nedesp os alu-nos dispotildee de impressora em braille

A Proacute-reitoria de Gestatildeo de Pes-soas (Progep) ofereceu por dois anos consecutivos um curso de capacita-ccedilatildeo para docentes e servidores da uni-versidade tendo formado duas turmas ateacute agora Poreacutem a grande maioria dos capacitados foi funcionaacuterios A UFPB conta com apenas um tradutor ldquoPreci-samos de mais contrataccedilotildeesrdquo alega Po-lia que estaacute coordenando o Comitecirc de Inclusatildeo e Acessibilidade desde 2011

A prefeitura da Instituiccedilatildeo tambeacutem fez um convenio com o Laboratoacuterio de Acessibilidade (Lacesse) coordenado por Marcelo Diniz e pela professora do curso de arquitetura Angelina Costa O espaccedilo fiacutesico onde funciona o labo-ratoacuterio foi inaugurado dia 12 de abril no Centro de Tecnologia bloco N

INFRAESTRUTURA

36 - UFPB em Revista

O rombo de mais de 22 milhotildees na Fundaccedilatildeo Casa de Joseacute Ameacuterico (FCJA) constata-

do pelo Tribunal de Contas da Uniatildeo (TCU) eacute a principal heranccedila deixada pela antiga administraccedilatildeo da universi-dade e que atinge diretamente o Res-taurante Universitaacuterio da UFPB Os es-cacircndalos envolvem o responsaacutevel pelo fornecimento de gecircneros alimentiacutecios e o pagamento de alguns funcionaacuterios do Restaurante Universitaacuterio (RU)

Segundo o TCU foram usados re-cursos federais depositados em contas especiacuteficas de convecircnios para paga-mentos agrave empresas fornecedoras de gecircneros alimentiacutecios As irregularida-des foram cometidas pelo ex-diretor da Fundaccedilatildeo Eugecircnio Pacceli Trigueiro Pereira Com isso o TCU suspendeu o repasse de recursos da Uniatildeo para a Fundaccedilatildeo Joseacute Ameacuterico e a direccedilatildeo do RU enfrentou problemas com a falta de estoque de alimentos e atraso no paga-mento de funcionaacuterios refletindo no atendimento precaacuterio das necessidades dos alunos que frequentam o Restau-rante

O RU que fornece refeiccedilotildees gra-tuitas para estudantes de baixa renda e cadastrados da UFPB conta com 90

profissionais Os gecircneros alimentiacutecios de uma refeiccedilatildeo custam em meacutedia de R$ 410 a R$ 530 Nesse valor natildeo estaacute considerado a despesa do preparo trabalho dos funcionaacuterios e energia dos aproximadamente 2200 almoccedilos e 900 jantares por dia

A nova reitoria da UFPB ampliou as investigaccedilotildees e o levantamento de contas da Universidade para averiguar quais problemas seratildeo enfrentados pela gestatildeo Durante as investigaccedilotildees foram detectadas vaacuterias irregula-ridades cometidas pela adminis-traccedilatildeo passada a exemplo da au-secircncia de prestaccedilatildeo de contas de diversos convecircnios

Antocircnio Luiz de Albuquer-que Gomes professor do De-partamento de Quiacutemica do Cen-tro de Tecnologia da UFPB assumiu o cargo de Superintendente do Sistema de Restaurantes Universitaacuterios - que com-preende os restaurantes do Campus 1 do Litoral Norte Areia e Bananeiras - no dia 12112012 Ele conta que rece-beu o RU com um estoque insuficiente de alimentos apesar dos pregotildees ainda estarem em andamento

O superintendente esclareceu que um desses pregotildees estava desa-

parecido e soacute depois de muita inves-tigaccedilatildeo a empresa foi contatada para cumprir o contrato O outro pregatildeo es-tava com o pedido de realinhamento de preccedilos e somente apoacutes a administraccedilatildeo entrar em contato para negociar com os fornecedores explicando a delicadeza da situaccedilatildeo eacute que foi possiacutevel normali-zar as entregas dos suprimentos

Segundo o professor Antocircnio Luiz ainda haacute muitos problemas com os fornecedores As licitaccedilotildees (pregotildees) emitidas pelas empresas tem um preccedilo muito abaixo do valor de mercado Em decorrecircncia desse fato as companhias tem prejuiacutezo e antes de completar os seis meses algumas deixam de forne-cer os gecircneros apesar de ainda terem saldo em caixa com a Universidade

Um dos problemas a serem contor-nados pela atual administraccedilatildeo diz res-peito a burocracia e lentidatildeo de alguns setores na etapa de licitaccedilatildeo e pregatildeo para aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios Na Proacute-Reitoria Administrativa (Divi-satildeo de Materiais) a entrada dos pre-gotildees foi feita em dezembro poreacutem os processos ficaram mais de dois meses parados dentro de uma gaveta e por isso ainda existem licitaccedilotildees de com-pras paradas em abril

A administraccedilatildeo da Universidade

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeo

Prof Antocircnio Luiz Superintendente do RU

Vista frontal do Restaurante Universitaacuterio da UFPB

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 37

Atualmente o professor Antocircnio Luiz estaacute procurando resolver os as-suntos mais urgentes do RU fazendo o levantamento do que precisa ser fei-to a exemplo dos pedidos de compras de equipamentos de seguranccedila e para a cozinha Haacute tambeacutem uma proposta

a partir dos levantamentos feitos pelo professor Antocircnio Luiz tomou um seacute-rie de iniciativas entre elas consultas juriacutedicas onde foram detectados o atra-so de salaacuterios entre outras irregularida-des trabalhistas Por conta do rombo a FCJA deixou de pagar o fundo de ga-rantia salaacuterios feacuterias e 13ordm salaacuterio aos funcionaacuterios As diacutevidas tiveram que ser quitadas pela prefeitura universitaacute-ria que repassou a verba e cumpriu a obrigaccedilatildeo social para com todos os fun-cionaacuterios Hoje a FCJA eacute dirigida por Boanerges Felix que estaacute regularizan-do as atividades da fundaccedilatildeo

O professor Antocircnio Luiz ressalta que existiam diversos problemas com equipamentos e com funcionaacuterios Na cozinha haviam vazamentos e instru-mentos como serras de cortar carne e aparelho de cortar frutas quebrados Ateacute o conserto desses aparelhos os trabalhos vinham sendo feitos manu-almente Ele encontrou equipamentos com 10 a 15 anos de uso sem programa de reposiccedilatildeo ldquoEacute impossiacutevel um siste-ma desse porte funcionar sem repor o equipamento porque ele tem vida uacutetil As caldeiras satildeo razoavelmente novas com 3 ou 4 anos de uso mas sem um sistema de manutenccedilatildeo Vazamento de oacuteleo caldeiras quebradas Foi uma si-tuaccedilatildeo que eu natildeo imaginava que en-contrariardquo observa o superintendente

Outra questatildeo importante que a nova administraccedilatildeo teve que mudar foi o fato de que os funcionaacuterios natildeo esta-vam acostumados a obedecer aos horaacute-rios Poreacutem aos poucos o pessoal foi se adaptando ao novo modelo de gestatildeo

encaminhada para concretizaccedilatildeo de um serviccedilo de auto atendimento (self servi-ce) O desperdiacutecio de comida eacute um dos grandes problemas para o Restaurante pois os alunos deixam nos pratos restos de comida suficientes para alimentar mais de 400 pessoas segundo o supe-rintendente

A equipe que trabalha no RU pre-tende realizar uma campanha de cons-cientizaccedilatildeo para que os comensais com a instalaccedilatildeo do self service co-loquem no prato apenas a quantidade realmente necessaacuteria evitando assim o desperdiacutecio Estaacute nos planos promover treinamento dos funcionaacuterios executar atividades humaniacutesticas promovendo a interaccedilatildeo entre as pessoas melhorar cada vez mais o sabor da comida (a qua-lidade jaacute existe) e aumentar o nuacutemero de funcionaacuterios e equipamentos acarre-tando numa melhora do fluxo e minimi-zando o problema das longas filas

Tambeacutem eacute interesse terminar a obra comeccedilada na administraccedilatildeo pas-sada - que jaacute deveria ter sido finaliza-da - de um complexo ao lado do atual RU Laacute seraacute instalado um restaurante para que os funcionaacuterios e estudantes natildeo contemplados pelo RU possam co-mer pagando apenas uma pequena taxa pela refeiccedilatildeo Eacute preciso ainda analisar a viabilidade dessa opccedilatildeo consultando a comunidade acadecircmica e aguardando o teacutermino das obras A comida seraacute a mesma que eacute servida gratuitamente aos alunos comensais

Comida que sobra nos pratos seria capaz de preencher 400 novas refeiccedilotildees

Restaurante Universitaacuterio em horaacuterio de funcionamento

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Reportagem Marina Maracajaacute e Nayane Maia

e mudando os haacutebitos no ambiente de trabalho A atual administraccedilatildeo prima pelo exemplo adotando a praacutetica de se-rem os primeiros a chegar e os uacuteltimos a sair colaborando com os outros fun-cionaacuterios e ajudando sempre que pos-siacutevel nas suas diferentes funccedilotildees seja no setor administrativo seja na parte de manutenccedilatildeo dos equipamentos

Proposiccedilotildees

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INFRAESTRUTURA

38 - UFPB em Revista

Blocos isolados congestiona-mentos nos horaacuterios de pico falta de estacionamento satildeo

esses alguns dos problemas que po-dem ser ocasionados pela falta de um bom plano diretor Na UFPB isso natildeo eacute diferente Encontrar agrave noite uma vaga proacutexima ao CCHLA eacute praticamente uma maratona Esse e muitos outros problemas poderiam ter sidos evita-dos se tivesse sido criado um plano diretor que limitasse as aacutereas de esta-cionamento construccedilatildeo e ainda com o planejamento da aacuterea de preservaccedilatildeo na universidade

Em 2007 em sua defesa de tese de doutorado em engenharia civil Renato Saboya explica ldquoPlano Diretor eacute um documento que sintetiza e torna expliacute-citos os objetivos consensuados para o Municiacutepio e estabelece princiacutepios diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as decisotildees dos atores envolvidos no processo de de-senvolvimento urbano convirjam tan-to quanto possiacutevel na direccedilatildeo desses objetivosrdquo

Para Acircngela Braz aluna do quinto periacuteodo de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal da Paraiacuteba pro-blemas comuns como salas com maacute ventilaccedilatildeo ou com insolaccedilatildeo intensa poderiam ter sido evitados se a insti-tuiccedilatildeo tivesse em seu plano diretor as melhores localizaccedilotildees para a constru-ccedilatildeo dos blocos Com tal planejamen-to seriam evitadas aacutereas voltadas di-retamente para o nascente ou poente e tambeacutem aacutereas natildeo favorecidas pelos ventos

Planos Diretores no Brasil

Quando questionados a maioria dos brasileiros pensam que exemplos de planejamento preventivo existem apenas em paiacuteses de ldquoprimeiro mun-dordquo poreacutem em diversos municiacutepios brasileiros planos diretores tiveram relativo sucesso como por exemplo Curitiba Brasiacutelia e ateacute mesmo Joatildeo Pessoa Sendo a uacuteltima um dos melho-res exemplos nacionais de preservaccedilatildeo de sua orla mariacutetima onde existe um

bloqueio para edifiacutecios superiores a quatro andares

ldquoA questatildeo da falta de planejamen-to urbano eacute muito mais grave do que parece o recobrimento dos solos com materiais impermeaacuteveis juntamente com o adensamento de construccedilotildees acaba ocasionando o aumento de tem-peratura em determinadas regiotildeesrdquo indaga Acircngela

O impedimento da construccedilatildeo de preacutedios altos na orla evita o conhecido fenocircmeno em diversas praias sombra Em praias de Recife Rio de Janeiro e Balneaacuterio Camboriuacute por exemplo possuem sombra na faixa de areia mes-mo horas antes do pocircr do sol devido aos gigantes que ali se encontramldquoSalas cada vez menores para turmas cada vez maioresrdquo

Para Andreacute Siqueira aluno do se-gundo periacuteodo de Arquitetura e Urba-nismo na Universidade Federal da Pa-raiacuteba a falta de um real planejamento cria ateacute mesmo a falta de acessibilida-de em diversas aacutereas da Universida-de Calccediladas estreitas com caminhos

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidade

Protesto de alunos de Miacutedias Digitais devido ao atraso de mais de dois anos na entrega do bloco do curso

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 39

Soluccedilatildeo a longo prazo

Flaacutevio Tavares membro do pro-jeto de iniciaccedilatildeo cientiacutefica ldquoTerritoacute-rios e urbanidades praacuteticas urbanas e poliacuteticas culturais no espaccedilo puacuteblico contemporacircneordquo mostra-se indignado com o fato de que o porte que a uni-versidade tem atingido seja de espa-ccedilo fiacutesico ndash com grande quantidade de alunos e funcionaacuterios circulando no seu campus - seja do volume de recur-sos aplicados anualmente e ainda natildeo possua um plano diretor em vigor Ele permitiria accedilotildees integradas de longo prazo garantindo que os investimentos ocorram de acordo com os principais anseios da comunidade universitaacuteria jaacute que a elaboraccedilatildeo do plano se daacute necessariamente a partir da discussatildeo conjunta entre os envolvidos com a re-giatildeo

Indagado sobre as possiacuteveis accedilotildees

que poderiam sanar os atuais (e fu-turos) problemas Tavares diz que a Universidade deve iniciar de imedia-to a construccedilatildeo de um ldquoPlano Diretor Participativo Integrado para o Cam-pus Joatildeo Pessoa da UFPBrdquo incluindo questotildees de planejamento participativo na proposiccedilatildeo das futuras obras per-mitindo que a comunidade acadecircmica possa opinar sobre as obras que ali se-ratildeo executadas resultando numa maior conexatildeo e identificaccedilatildeo com os usuaacute-rios Quanto a uma obra especiacutefica ele acredita que uma ampla intervenccedilatildeo no

desenho urbano do campus seria ne-cessaacuteria priorizando o fluxo de pedes-tres com pisos adequados vegetaccedilatildeo passarelas etc

Para finalizar Flaacutevio lembra que agora que a Universidade acolhe um maior nuacutemero de pessoas com defici-ecircncia tendo o dever natildeo soacute legal mas tambeacutem social de incluir estas pessoas num deslocar seguro e independente Sendo esse apenas possiacutevel com um planejamento efetivo da estrutura fiacutesi-ca da Universidade

No final de 2012 Margareth Diniz assumiu a Reitoria da Uni-versidade Federal da Paraiacute-ba e com ela iniciaram-se projetos de um Plano Dire-tor Esse Plano teraacute como principal foco proteger a reserva de mata atlacircntica na qual a Instituiccedilatildeo estaacute sediada O professor Seacutergio Alonso recentemente em-possado prefeito do Campus I eacute um dos membros desta comissatildeo que discute a cria-ccedilatildeo do Plano na UFPB Ele teraacute a missatildeo de coordenar as discussotildees sobre o PD

Planejamento evita problemas como o demonstrado no viacutedeo acima

Novo campus em Rio Tinto Obras que esteticamente feias e sem utilidade

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ReportagemFrancisco de Oliveira

Guilherme Pontes

confusos ou ateacute mesmo inexistentes e ainda praccedilas de permanecircncia sem co-bertura satildeo outros exemplos lembra-dos por Siqueira

Sobre o futuro Andreacute eacute pessi-mista e comenta que a cada dia mais problemas surgem Ser deficiente na UFPB eacute praticamente impossiacutevel Blocos aleatoacuterios para cursos que de-veriam ter salas proacuteximas Essas in-clusive estatildeo cada vez menores para turmas cada vez maiores ldquoSalas com janelotildees feitas para serem usadas com projetor que tipo de arquiteto aprova issordquo provoca

INFRAESTRUTURA

40 - UFPB em Revista

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Central

Construiacuteda haacute mais de 30 anos a Biblioteca Central da UFPB nunca passou por uma grande reforma

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Se algueacutem que frequenta a Bi-blioteca Central da UFPB atu-almente fosse perguntado sobre

qual a sua impressatildeo sobre o local as respostas certamente seriam se-melhantes agraves de quem respondesse a mesma pergunta haacute dez ou vinte anos calor poeira mofo falta de acessibilidade e estrutura deficitaacuteria estariam entre as palavras mais cita-das Isso se explica pelo fato do preacute-dio construiacutedo na deacutecada de 1970 ter sido mal planejado e nunca ter passado por uma grande reforma

Com o acervo atual em torno dos 400 mil exemplares a Bibliote-ca Central tem como principal fina-lidade dar suporte de informaccedilotildees aos programas de ensino pesquisa e extensatildeo Construiacuteda ao lado de uma mata ndash a UFPB estaacute localizada em uma regiatildeo de Mata Atlacircntica ndash so-fre com a maacute conservaccedilatildeo do acervo

exposto agrave umidade poeira e insetosSegundo a bibliotecaacuteria TM que preferiu natildeo se identificar o uacutelti-mo governo ateacute fez investimentos importantes no local ldquoAtraveacutes de pregotildees e ouvindo sugestotildees de co-ordenadores de cursos e professores foram adquiridos milhares de novos tiacutetulos Aleacutem disso foram instala-dos novos computadores cadeiras e feita a climatizaccedilatildeo de algumas salasrdquo A ideia eacute que nos proacuteximos anos sejam feitos novos investimen-tos no local ldquoA nova Reitora pro-meteu um sistema de climatizaccedilatildeo completo para o preacutediordquo afirma TM

Apesar das melhorias nos uacutel-timos anos e a promessa de novos investimentos para um futuro proacute-ximo muitas mudanccedilas inclusive estruturais precisam acontecer na Biblioteca Central ldquoO projeto ar-quitetocircnico eacute defeituoso Eacute impos-

siacutevel falar em climatizaccedilatildeo enquan-to natildeo for solucionado o problema das grandes frestas nas paredes do lugar Tambeacutem natildeo adianta climati-zar sem ser feita uma higienizaccedilatildeo em todo o preacutediordquo afirma o fun-cionaacuterio Francisco Joseacute Assistente Administrativo do local haacute 25 anos

Natildeo bastasse o problema de con-servaccedilatildeo do acervo existe uma ques-tatildeo ainda mais grave a ser tratada a sauacutede dos que frequentam a Bibliote-ca Central Vaacuterios funcionaacuterios rela-taram problemas de sauacutede por causa da higiene e estrutura do local O acuacutemulo de poeira e fungos jaacute causou vaacuterias doenccedilas de pele desde cocei-ras ateacute alergias seacuterias Aleacutem disso eacute comum funcionaacuterios reclamarem de problemas de coluna causados pelo manuseio das pesadas estantes e pro-blemas de mobilidade com os carros de matildeo que transportam os livros

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 41

Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

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ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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PELO CAMPUS

46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 49

dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

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52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

Recepccedilatildeo Local

Gastos estadia e lazer

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 29

acredita que futuramente Macaiacuteba seraacute a primeira ldquocidade ceacuterebrordquo do mundo

Durante a palestra o neurocien-tista tambeacutem abordou as experiecircncias que realiza sobre a interaccedilatildeo do ceacutere-bro e a maacutequina que consiste em fa-zer o movimento da maacutequina a partir dos estiacutemulos enviados pelo ceacuterebro que seratildeo convertidos em impulsos eleacutetricos e proporcionaratildeo o movi-mento mecacircnico de proacuteteses Ainda que ateacute o momento seus experimentos tenham sido feitos apenas com maca-cos jaacute causam ansiedade em pessoas que sofreram acidentes e hoje tem a locomoccedilatildeo comprometida O meacutedico acrescentou que pretende realizar uma demonstraccedilatildeo em 2014 quando uma brasileira parapleacutegica deveraacute caminhar 20 passos e dar o pontapeacute inicial da Copa do Mundo ldquoEsse seraacute um pre-sente do Brasil para toda a humanida-derdquo declarou Nicolelis

O foacuterum universitaacuterio

Apoacutes seis anos desativado a pre-senccedila de Miguel Nicolelis marcou de forma extraordinaacuteria o retorno do Foacute-rum Universitaacuterio Fundado na deacutecada de 1980 pelo professor Joseacute Jackson Carneiro o Foacuterum tem como objetivo discutir assuntos relevantes agrave socieda-de tanto em um niacutevel nacional como local Segundo o coordenador do Foacute-rum Iedo Fontes nunca ficou clara a razatildeo pela qual a gestatildeo anterior da UFPB paralisou o evento ldquoNunca ex-plicaramrdquo comentou Fontes

Para reforccedilar a natureza fomenta-dora de debates do Foacuterum Fontes dis-se que um dos primeiros debates entre presidenciaacuteveis poacutes-ditadura militar jaacute com vistas agraves eleiccedilotildees de 1989 foi promovido pela UFPB no antigo cam-pus de Campina Grande (que hoje eacute de competecircncia da UFCG) ldquoSoacute natildeo veio Collor Lula Brizola e outros estive-ram presentesrdquo comentou

Com o auditoacuterio lotado (600 pro-fessores de acordo com os nuacutemeros de Fontes) o retorno do Foacuterum foi con-siderado positivo A programaccedilatildeo fu-tura ainda estaacute sendo planejada mas a tendecircncia eacute que o Foacuterum seja realizado bimestralmente ldquoFoi uma declaraccedilatildeo da reitora a um jornal local de que ela tem interesse de que o Foacuterum aconte-ccedila num intervalo de dois meses O que nos permite fazer uma programaccedilatildeo Simulaccedilatildeo do exoesqueleto na abertura da Copa de 2014

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mais pensadardquo declarou o coordena-dor

Alguns temas jaacute estatildeo sendo con-siderados o bloqueio do crescimento econocircmico brasileiro nos uacuteltimos anos 500 anos da obra de Maquiavel dis-cussatildeo da obra do geoacutegrafo Josueacute de Castro federalizaccedilatildeo dos niacuteveis infan-til fundamental e meacutedio da educaccedilatildeo e a obra de Luiz Gonzaga e seu impacto sobre a vida regional (este uacuteltimo jaacute sendo organizado para o mecircs de ju-nho)

A princiacutepio o Foacuterum natildeo prioriza-ria nenhuma aacuterea em especiacutefico nem mesmo a proacutepria academia Fontes dis-se ldquoficou claro na reabertura oficial do Foacuterum que noacutes natildeo o reativamos ape-nas para professores estudantes e fun-cionaacuterios mas tambeacutem para a socieda-de pessoense () pessoas de diferentes ramos de atividade comeacutercio induacutes-tria academiardquo Poreacutem o coordenador esclareceu que uma atenccedilatildeo especial deveraacute ser dada agrave discussotildees relaciona-das agrave educaccedilatildeo - e essa preocupaccedilatildeo eacute percebida com a escolha de Miguel

Nicolelis para o primeiro encontro apoacutes a reativaccedilatildeo do Foacuterum ldquoSe tem uma aacuterea que noacutes devemos priorizar no

Brasil e fazer um grande debate nacio-nal eacute a educaccedilatildeordquo explicou Fontes

A exemplo de Nicolelis o Foacuterum tambeacutem foi responsaacutevel por trazer ou-tras personalidades conhecidas nacio-nalmente agrave Joatildeo Pessoa como os se-nadores Cristoacutevatildeo Buarque e Roberto Requiatildeo e o economista Carlos Les-sa Para uma futura ediccedilatildeo do foacuterum a Universidade estaacute tentando trazer o jornalista Paulo Henrique Amorim A ideia poreacutem natildeo eacute ficar preso a nomes de acircmbito nacional e abrir espaccedilo para pessoas que tenham impacto na socie-dade regional - ateacute pela histoacuteria e pelo legado que o Foacuterum tem de realizar debates de interesse da populaccedilatildeo em geral

ldquoFoacuterum eacute para discutir os proble-mas do estado Somos uma entidade produtora e reprodutora de conheci-mento () Na mesa de debate deve ter um professor de destaque mas tambeacutem algueacutem da aacuterea senatildeo fica apenas a niacute-vel de conferecircncia o que natildeo eacute bom pois natildeo promove o debaterdquo afirmou Fontes

Reportagem Una Txai e Rudah Silva

INFRAESTRUTURA

32 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Paraiacuteba enfrenta o caos na infraestrutura do sistema viaacuterio e estaciona-

mentos para veiacuteculos dos alunos pro-fessores e funcionaacuterios Eacute um problema de toda cidade que se reflete na univer-sidade gerando transtornos e problemas de logiacutestica em determinados horaacuterios As dificuldades na mobilidade interna ao Campus I decorrem na deficiecircncia no planejamento da expansatildeo da Instituiccedilatildeo aliadas ao aumento do nuacutemero de veiacute-culos nos uacuteltimos 10 anos O problema eacute reflexo da prioridade do veiacuteculo parti-cular sobre o uso de transporte coletivo

O campus I da instituiccedilatildeo estaacute pas-sando por algumas reestruturaccedilotildees e reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos jaacute existentes No periacuteodo de 2012 a 2013 o nuacutemero de vagas para estacionamento subiu consideravelmente de 2 mil para 2500 Em meacutedio prazo (dois anos) a administraccedilatildeo pretende criar mais 1500 vagas atraveacutes da continuaccedilatildeo do projeto de reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos (no CACE CCEN e HU) e da finali-zaccedilatildeo do Centro de Energias Renovaacute-veis ainda em construccedilatildeo por traacutes do CCHLA

Estacionamento precaacuterio provoca transtorno na UFPB

Vaacuterios carros estacionados de forma irregular e inconveniente no estacionamento da Central de Aulas do campus I

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Projetos

Segundo Marcelo Diniz da Divi-satildeo de Estudos e Projetos da Prefeitura Universitaacuteria a reorganizaccedilatildeo dos esta-cionamentos eacute prioridade e vem sendo implementada em vaacuterios estacionamen-tos da universidade O projeto modi-fica a posiccedilatildeo de entrada dos veiacuteculos de 45ordm (diagonal) para 90ordm (frontal) e a largura da vaga do estacionamento para impossibilitar improvisos que prejudi-cam o traacutefego como por exemplo as filas duplas No projeto as motos se-ratildeo contempladas com estacionamento proacuteprio para evitar a desorganizaccedilatildeo e acidentes nas passarelas e corredores das salas ldquoIremos instalar placas de ad-vertecircncia para as motos natildeo transitarem no espaccedilo destinado aos pedestresrdquo diz Marcelo

Um dos locais com maior problema fica proacuteximo ao preacutedio da Reitoria e da Biblioteca Central devido agrave concen-traccedilatildeo de vaacuterios serviccedilos e dos preacutedios acadecircmicos Nesse local estatildeo reuni-das agecircncias de trecircs bancos livrarias restaurantes DCE (Diretoacuterio Central Estudantil) e AdufPB (sindicato dos

professores) Por conta da via nesse lo-cal ser muito estreita a Prefeitura Uni-versitaacuteria utilizou prismas de concreto no trecho para evitar que os motoristas estacionem os veiacuteculos indevidamente na via de passagem dos carros ocasio-nando transtornos e risco de acidente

Somando-se a esse local estaacute em construccedilatildeo o preacutedio do Centro Arte e Cultura com auditoacuterio estimado para duas mil pessoas em frente agrave Reitoria No projeto da construccedilatildeo natildeo haacute ne-nhum estacionamento previsto para esse preacutedio e na ocasiatildeo de algum evento os visitantes iratildeo estacionar seus veiacuteculos por traacutes da Reitoria que comporta precariamente os usuaacuterios que jaacute utilizam o espaccedilo Para a soluccedilatildeo desse problema Marcelo Diniz informa haver um projeto para construccedilatildeo de um estacionamento por traacutes da Reitoria de um ou dois andares com valor estimado em 10 milhotildees de reais por andar

Usuaacuterios

Os usuaacuterios que utilizam os esta-cionamentos com regularidade pro-potildeem soluccedilotildees como criaccedilatildeo de vagas

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 33

Situaccedilatildeo corriqueira nas vias do campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba

A falta de vagas destinadas para motos eacute a justificativa dos motociclistas

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Reportagem Rodrigo Vitorino e Windsor Souza

destinadas exclusivamente a professo-res Josemar dos Santos professor de Estatiacutestica diz que ldquofalta a prefeitura organizar o estacionamento Haacute deter-minadas horas que vir do departamen-to para a sala de aula de carro se tornou inviaacutevel pois o nuacutemero de veiacuteculos cresceu bastante Poderiam organizar vagas destinadas a professores pois noacutes temos que ficar de bloco em bloco para dar aula enquanto os alunos vecircm assistem a uma aula e vatildeo emborardquo

Outro problema que tambeacutem in-comoda eacute a falta de vagas destinadas agraves bicicletas e motocicletas ldquoAgraves vezes natildeo tem nem espaccedilo para transitar pois tem motociclista estacionando as mo-tos nas vias passarelas e corredores dos blocos pois natildeo haacute vagas destina-das para estacionar as motosrdquo acres-centa Josemar

A falta de estacionamento para motos faz com que elas se amontoem de forma desorganizada Isso as trans-forma em vilatildes e campeatildes de recla-maccedilotildees Elas trafegam e estacionam onde eacute via de pedestres cadeirantes passagem de materiais para os preacutedios da universidade Diversas reclamaccedilotildees jaacute foram feitas por conta de atropela-mentos por dificultar a passagem e ateacute mesmo acidentes envolvendo deficien-tes visuais

Faacutebio Fonseca professor de Pe-dagogia tambeacutem reclama das motos e dos transtornos que elas causam quan-do deixadas em local inconveniente ldquoA universidade estaacute ficando muito pequena para a quantidade de auto-

moacuteveis Eacute preciso organizar o espaccedilo existente e criaccedilatildeo de espaccedilos especiacutefi-cos para motos A falta de organizaccedilatildeo faz com que os corredores passarelas e vias se transformam em estaciona-mento para as motos dificultando por exemplo a passagem de cadeirantesrdquo

O problema da falta de vagas acaba tambeacutem interferindo na aprendizagem dos alunos Aliado a isso haacute o proble-ma de seguranccedila dentro do campus Alunos servidores e professores natildeo confiam no sistema de cartotildees entre-gue na entrada da universidade ldquoGe-ralmente os alunos chegam na hora da aula que coincidem em todas as disci-plinas e a falta de vaga faz com que percamos tempo para estacionar Eacute o caos Muitas vezes encontramos uma vaga muito longe do local em que va-mos estudar E em eacutepoca de chuva pio-

ra Tambeacutem tem o perigo de assaltordquo diz a estudante de Biologia Daniele Lacerda

Empecilho

Alguns estacionamentos no cam-pus I da UFPB possuem aacutervores tom-badas e sob proteccedilatildeo que natildeo podem ser derrubadas Desta maneira a pre-feitura universitaacuteria desenvolveu o projeto de reestruturaccedilatildeo e organiza-ccedilatildeo dos estacionamentos respeitan-do a localizaccedilatildeo dessas aacutervores Nos estacionamentos jaacute finalizados como da Reitoria eacute perceptiacutevel a falta de arborizaccedilatildeo que influecircncia o aqueci-mento local e a desagradaacutevel sensaccedilatildeo de estar num ambiente claro e quente Outro problema encontrado eacute a falta de planejamento de escoamento da chuva Desta maneira em eacutepocas de chuva intensa haacute risco de alagamento

Com todo o empenho e desenvol-vimento estrutural eacute de suma impor-tacircncia o investimento em seguranccedila Mas tambeacutem organizar o tracircnsito au-xiliando os condutores onde devem estacionar e na fluidez do tracircnsito Devido agrave ausecircncia de fiscalizaccedilatildeo para coibir as infraccedilotildees de tracircnsito as vias se tornam estacionamentos irregula-res atrapalhando e colocando em risco a seguranccedila dos integrantes da comu-nidade universitaacuteria

INFRAESTRUTURA

34 - UFPB em Revista

Ano de 2015 eacute limite para meta plena de acessibilidade

Ausecircncia de acessibilidade eacute constante nos novos preacutedios da UFPB

Segundo dados do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a Paraiacuteba eacute o estado que possui a maior parcela de habitantes com necessidades especiais no Bra-sil empatando com o Rio Grande do Norte Quase 30 dos paraiba-nos tecircm algum tipo de necessidade especial Apesar da estatiacutestica e da existecircncia do Decreto Lei 5296 que determina a acessibilidade em todas as edificaccedilotildees puacuteblicas 90 por cento das construccedilotildees realizadas durante gestatildeo dos professores Rocircmulo Po-lari e Iara Matos a frente da UFPB natildeo respeitaram o seu cumprimento

No momento a atual adminis-traccedilatildeo estaacute empenhada num pra-zo de dois anos a assistir a todos os alunos com deficiecircncia cumprin-do as normas teacutecnicas de acessi-bilidade da Associaccedilatildeo Brasilei-ra de Normas Teacutecnicas (ABNT)

Dentre as medidas a serem ado-tadas estaacute a reforma na acessibilida-de arquitetocircnica das vias (calccediladas) Tambeacutem estaacute prevista a construccedilatildeo do Centro de Inclusatildeo (que vai in-tegrar todos os projetos de inclusatildeo em um soacute) agregar serviccedilos dispo-nibilizar salas de aula adquirir uma seacuterie de equipamentos fora do paiacutes (entre eles esfigmomanocircmetro que possibilita a traduccedilatildeo de textos em aacuteudio bengala que identifica obs-taacuteculos e computadores especiais)

Ateacute o momento apenas 15 preacute-dios estatildeo acessiacuteveis para os 30 alu-nos com necessidades especiais ca-dastrados na UFPB O uacutenico trecho com acessibilidade externa no Cam-pus I se encontra da Biblioteca Cen-tral ateacute o Refeitoacuterio Universitaacuterio No Campus II em Areia a primeira parte do projeto jaacute vem com todas as normas de acessibilidade executadas disse Marcelo Andrade Diniz Diretor do Departamento de Arquitetura da Prefeitura Universitaacuteria desde 2010

O que estaacute previsto

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 35

Segundo Marcelo Diniz que acompanhou a antiga gestatildeo da Uni-versidade o recurso era limitado e natildeo havia comprometimento dos ad-ministradores para cumprir as normas exigidas aleacutem da fiscalizaccedilatildeo pouco eficaz do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Ateacute 2010 pouco havia sido pensado discutido e realizado para incluir so-cialmente as pessoas com deficiecircn-cia Com o aumento significativo e progressivo no nuacutemero de estudan-tes em funccedilatildeo da Reestruturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universidades Fede-rais (Reuni) a situaccedilatildeo agravou-se

Desde entatildeo o Governo Federal estaacute destinando uma verba especiacutefica para as Instituiccedilotildees Federais de En-sino (Ifes) cumprirem as normas de acessibilidade impostas pela ABNT O MEC por sua vez vem fiscalizan-do com rigor as Ifes de todo o Brasil

Comitecirc existe desde 2011

No ano de 2011 foi criado na UFPB o Comitecirc de Inclusatildeo e Aces-sibilidade que tem como objetivo garantir a todos os alunos com defi-ciecircncia a permanecircncia e conclusatildeo do curso Segundo a coordenadora do

comitecirc Andreza Aparecida Polia estaacute prevista a chegada de 44 alunos espe-ciais para o proacuteximo semestre letivo nuacutemero que ultrapassa os 5 por cen-to designado pelo sistema de cotas ldquoAno passado fizemos pedido de equi-pamentos para suprir os alunos que jaacute estatildeo cadastrados Enquanto natildeo che-ga os coordenadores tem de ter um computador exclusivo para esses estu-dantesrdquo pontificou Andreza Polia O comitecirc conta com representantes dos cursos de Psicopedagogia Terapia Ocupacional Arquitetura e Educaccedilatildeo

Ainda em fase de projeto o Centro de Inclusatildeo e Acessibilidade estaacute pre-visto para ficar pronto em 2015 Ele contaraacute dentre outras coisas com pla-cas em Braille piso taacutetil carteiras es-peciais plataforma elevatoacuteria eleva-dor e tecnologias inclusivas em geral

Outro projeto que estaacute sendo desenvolvido pela Prefeitura Uni-versitaacuteria eacute a urbanizaccedilatildeo do La-boratoacuterio de Energias Renovaacuteveis (LERS) que iraacute se estender por todo o estacionamento contando com rampas pisos taacuteteis e mais de 6 quilocircmetros de rotas acessiacuteveis

Os estudantes com necessidades especiais contam com um programa

Projeto em 3d das futuras instalaccedilotildees elaborado pela Prefeitura da UFPB

Reportagem Giuliano Viscardi

de apoio onde um aluno monitor os acompanha geralmente por discipli-na dando assistecircncia necessaacuteria gra-vando aulas e tirando duacutevidas com os professores O Nuacutecleo de Educaccedilatildeo Especial (Nedesp) tambeacutem os ajuda nesse processo de adaptaccedilatildeo Na Bi-blioteca Central e no Nedesp os alu-nos dispotildee de impressora em braille

A Proacute-reitoria de Gestatildeo de Pes-soas (Progep) ofereceu por dois anos consecutivos um curso de capacita-ccedilatildeo para docentes e servidores da uni-versidade tendo formado duas turmas ateacute agora Poreacutem a grande maioria dos capacitados foi funcionaacuterios A UFPB conta com apenas um tradutor ldquoPreci-samos de mais contrataccedilotildeesrdquo alega Po-lia que estaacute coordenando o Comitecirc de Inclusatildeo e Acessibilidade desde 2011

A prefeitura da Instituiccedilatildeo tambeacutem fez um convenio com o Laboratoacuterio de Acessibilidade (Lacesse) coordenado por Marcelo Diniz e pela professora do curso de arquitetura Angelina Costa O espaccedilo fiacutesico onde funciona o labo-ratoacuterio foi inaugurado dia 12 de abril no Centro de Tecnologia bloco N

INFRAESTRUTURA

36 - UFPB em Revista

O rombo de mais de 22 milhotildees na Fundaccedilatildeo Casa de Joseacute Ameacuterico (FCJA) constata-

do pelo Tribunal de Contas da Uniatildeo (TCU) eacute a principal heranccedila deixada pela antiga administraccedilatildeo da universi-dade e que atinge diretamente o Res-taurante Universitaacuterio da UFPB Os es-cacircndalos envolvem o responsaacutevel pelo fornecimento de gecircneros alimentiacutecios e o pagamento de alguns funcionaacuterios do Restaurante Universitaacuterio (RU)

Segundo o TCU foram usados re-cursos federais depositados em contas especiacuteficas de convecircnios para paga-mentos agrave empresas fornecedoras de gecircneros alimentiacutecios As irregularida-des foram cometidas pelo ex-diretor da Fundaccedilatildeo Eugecircnio Pacceli Trigueiro Pereira Com isso o TCU suspendeu o repasse de recursos da Uniatildeo para a Fundaccedilatildeo Joseacute Ameacuterico e a direccedilatildeo do RU enfrentou problemas com a falta de estoque de alimentos e atraso no paga-mento de funcionaacuterios refletindo no atendimento precaacuterio das necessidades dos alunos que frequentam o Restau-rante

O RU que fornece refeiccedilotildees gra-tuitas para estudantes de baixa renda e cadastrados da UFPB conta com 90

profissionais Os gecircneros alimentiacutecios de uma refeiccedilatildeo custam em meacutedia de R$ 410 a R$ 530 Nesse valor natildeo estaacute considerado a despesa do preparo trabalho dos funcionaacuterios e energia dos aproximadamente 2200 almoccedilos e 900 jantares por dia

A nova reitoria da UFPB ampliou as investigaccedilotildees e o levantamento de contas da Universidade para averiguar quais problemas seratildeo enfrentados pela gestatildeo Durante as investigaccedilotildees foram detectadas vaacuterias irregula-ridades cometidas pela adminis-traccedilatildeo passada a exemplo da au-secircncia de prestaccedilatildeo de contas de diversos convecircnios

Antocircnio Luiz de Albuquer-que Gomes professor do De-partamento de Quiacutemica do Cen-tro de Tecnologia da UFPB assumiu o cargo de Superintendente do Sistema de Restaurantes Universitaacuterios - que com-preende os restaurantes do Campus 1 do Litoral Norte Areia e Bananeiras - no dia 12112012 Ele conta que rece-beu o RU com um estoque insuficiente de alimentos apesar dos pregotildees ainda estarem em andamento

O superintendente esclareceu que um desses pregotildees estava desa-

parecido e soacute depois de muita inves-tigaccedilatildeo a empresa foi contatada para cumprir o contrato O outro pregatildeo es-tava com o pedido de realinhamento de preccedilos e somente apoacutes a administraccedilatildeo entrar em contato para negociar com os fornecedores explicando a delicadeza da situaccedilatildeo eacute que foi possiacutevel normali-zar as entregas dos suprimentos

Segundo o professor Antocircnio Luiz ainda haacute muitos problemas com os fornecedores As licitaccedilotildees (pregotildees) emitidas pelas empresas tem um preccedilo muito abaixo do valor de mercado Em decorrecircncia desse fato as companhias tem prejuiacutezo e antes de completar os seis meses algumas deixam de forne-cer os gecircneros apesar de ainda terem saldo em caixa com a Universidade

Um dos problemas a serem contor-nados pela atual administraccedilatildeo diz res-peito a burocracia e lentidatildeo de alguns setores na etapa de licitaccedilatildeo e pregatildeo para aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios Na Proacute-Reitoria Administrativa (Divi-satildeo de Materiais) a entrada dos pre-gotildees foi feita em dezembro poreacutem os processos ficaram mais de dois meses parados dentro de uma gaveta e por isso ainda existem licitaccedilotildees de com-pras paradas em abril

A administraccedilatildeo da Universidade

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeo

Prof Antocircnio Luiz Superintendente do RU

Vista frontal do Restaurante Universitaacuterio da UFPB

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 37

Atualmente o professor Antocircnio Luiz estaacute procurando resolver os as-suntos mais urgentes do RU fazendo o levantamento do que precisa ser fei-to a exemplo dos pedidos de compras de equipamentos de seguranccedila e para a cozinha Haacute tambeacutem uma proposta

a partir dos levantamentos feitos pelo professor Antocircnio Luiz tomou um seacute-rie de iniciativas entre elas consultas juriacutedicas onde foram detectados o atra-so de salaacuterios entre outras irregularida-des trabalhistas Por conta do rombo a FCJA deixou de pagar o fundo de ga-rantia salaacuterios feacuterias e 13ordm salaacuterio aos funcionaacuterios As diacutevidas tiveram que ser quitadas pela prefeitura universitaacute-ria que repassou a verba e cumpriu a obrigaccedilatildeo social para com todos os fun-cionaacuterios Hoje a FCJA eacute dirigida por Boanerges Felix que estaacute regularizan-do as atividades da fundaccedilatildeo

O professor Antocircnio Luiz ressalta que existiam diversos problemas com equipamentos e com funcionaacuterios Na cozinha haviam vazamentos e instru-mentos como serras de cortar carne e aparelho de cortar frutas quebrados Ateacute o conserto desses aparelhos os trabalhos vinham sendo feitos manu-almente Ele encontrou equipamentos com 10 a 15 anos de uso sem programa de reposiccedilatildeo ldquoEacute impossiacutevel um siste-ma desse porte funcionar sem repor o equipamento porque ele tem vida uacutetil As caldeiras satildeo razoavelmente novas com 3 ou 4 anos de uso mas sem um sistema de manutenccedilatildeo Vazamento de oacuteleo caldeiras quebradas Foi uma si-tuaccedilatildeo que eu natildeo imaginava que en-contrariardquo observa o superintendente

Outra questatildeo importante que a nova administraccedilatildeo teve que mudar foi o fato de que os funcionaacuterios natildeo esta-vam acostumados a obedecer aos horaacute-rios Poreacutem aos poucos o pessoal foi se adaptando ao novo modelo de gestatildeo

encaminhada para concretizaccedilatildeo de um serviccedilo de auto atendimento (self servi-ce) O desperdiacutecio de comida eacute um dos grandes problemas para o Restaurante pois os alunos deixam nos pratos restos de comida suficientes para alimentar mais de 400 pessoas segundo o supe-rintendente

A equipe que trabalha no RU pre-tende realizar uma campanha de cons-cientizaccedilatildeo para que os comensais com a instalaccedilatildeo do self service co-loquem no prato apenas a quantidade realmente necessaacuteria evitando assim o desperdiacutecio Estaacute nos planos promover treinamento dos funcionaacuterios executar atividades humaniacutesticas promovendo a interaccedilatildeo entre as pessoas melhorar cada vez mais o sabor da comida (a qua-lidade jaacute existe) e aumentar o nuacutemero de funcionaacuterios e equipamentos acarre-tando numa melhora do fluxo e minimi-zando o problema das longas filas

Tambeacutem eacute interesse terminar a obra comeccedilada na administraccedilatildeo pas-sada - que jaacute deveria ter sido finaliza-da - de um complexo ao lado do atual RU Laacute seraacute instalado um restaurante para que os funcionaacuterios e estudantes natildeo contemplados pelo RU possam co-mer pagando apenas uma pequena taxa pela refeiccedilatildeo Eacute preciso ainda analisar a viabilidade dessa opccedilatildeo consultando a comunidade acadecircmica e aguardando o teacutermino das obras A comida seraacute a mesma que eacute servida gratuitamente aos alunos comensais

Comida que sobra nos pratos seria capaz de preencher 400 novas refeiccedilotildees

Restaurante Universitaacuterio em horaacuterio de funcionamento

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Reportagem Marina Maracajaacute e Nayane Maia

e mudando os haacutebitos no ambiente de trabalho A atual administraccedilatildeo prima pelo exemplo adotando a praacutetica de se-rem os primeiros a chegar e os uacuteltimos a sair colaborando com os outros fun-cionaacuterios e ajudando sempre que pos-siacutevel nas suas diferentes funccedilotildees seja no setor administrativo seja na parte de manutenccedilatildeo dos equipamentos

Proposiccedilotildees

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38 - UFPB em Revista

Blocos isolados congestiona-mentos nos horaacuterios de pico falta de estacionamento satildeo

esses alguns dos problemas que po-dem ser ocasionados pela falta de um bom plano diretor Na UFPB isso natildeo eacute diferente Encontrar agrave noite uma vaga proacutexima ao CCHLA eacute praticamente uma maratona Esse e muitos outros problemas poderiam ter sidos evita-dos se tivesse sido criado um plano diretor que limitasse as aacutereas de esta-cionamento construccedilatildeo e ainda com o planejamento da aacuterea de preservaccedilatildeo na universidade

Em 2007 em sua defesa de tese de doutorado em engenharia civil Renato Saboya explica ldquoPlano Diretor eacute um documento que sintetiza e torna expliacute-citos os objetivos consensuados para o Municiacutepio e estabelece princiacutepios diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as decisotildees dos atores envolvidos no processo de de-senvolvimento urbano convirjam tan-to quanto possiacutevel na direccedilatildeo desses objetivosrdquo

Para Acircngela Braz aluna do quinto periacuteodo de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal da Paraiacuteba pro-blemas comuns como salas com maacute ventilaccedilatildeo ou com insolaccedilatildeo intensa poderiam ter sido evitados se a insti-tuiccedilatildeo tivesse em seu plano diretor as melhores localizaccedilotildees para a constru-ccedilatildeo dos blocos Com tal planejamen-to seriam evitadas aacutereas voltadas di-retamente para o nascente ou poente e tambeacutem aacutereas natildeo favorecidas pelos ventos

Planos Diretores no Brasil

Quando questionados a maioria dos brasileiros pensam que exemplos de planejamento preventivo existem apenas em paiacuteses de ldquoprimeiro mun-dordquo poreacutem em diversos municiacutepios brasileiros planos diretores tiveram relativo sucesso como por exemplo Curitiba Brasiacutelia e ateacute mesmo Joatildeo Pessoa Sendo a uacuteltima um dos melho-res exemplos nacionais de preservaccedilatildeo de sua orla mariacutetima onde existe um

bloqueio para edifiacutecios superiores a quatro andares

ldquoA questatildeo da falta de planejamen-to urbano eacute muito mais grave do que parece o recobrimento dos solos com materiais impermeaacuteveis juntamente com o adensamento de construccedilotildees acaba ocasionando o aumento de tem-peratura em determinadas regiotildeesrdquo indaga Acircngela

O impedimento da construccedilatildeo de preacutedios altos na orla evita o conhecido fenocircmeno em diversas praias sombra Em praias de Recife Rio de Janeiro e Balneaacuterio Camboriuacute por exemplo possuem sombra na faixa de areia mes-mo horas antes do pocircr do sol devido aos gigantes que ali se encontramldquoSalas cada vez menores para turmas cada vez maioresrdquo

Para Andreacute Siqueira aluno do se-gundo periacuteodo de Arquitetura e Urba-nismo na Universidade Federal da Pa-raiacuteba a falta de um real planejamento cria ateacute mesmo a falta de acessibilida-de em diversas aacutereas da Universida-de Calccediladas estreitas com caminhos

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidade

Protesto de alunos de Miacutedias Digitais devido ao atraso de mais de dois anos na entrega do bloco do curso

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 39

Soluccedilatildeo a longo prazo

Flaacutevio Tavares membro do pro-jeto de iniciaccedilatildeo cientiacutefica ldquoTerritoacute-rios e urbanidades praacuteticas urbanas e poliacuteticas culturais no espaccedilo puacuteblico contemporacircneordquo mostra-se indignado com o fato de que o porte que a uni-versidade tem atingido seja de espa-ccedilo fiacutesico ndash com grande quantidade de alunos e funcionaacuterios circulando no seu campus - seja do volume de recur-sos aplicados anualmente e ainda natildeo possua um plano diretor em vigor Ele permitiria accedilotildees integradas de longo prazo garantindo que os investimentos ocorram de acordo com os principais anseios da comunidade universitaacuteria jaacute que a elaboraccedilatildeo do plano se daacute necessariamente a partir da discussatildeo conjunta entre os envolvidos com a re-giatildeo

Indagado sobre as possiacuteveis accedilotildees

que poderiam sanar os atuais (e fu-turos) problemas Tavares diz que a Universidade deve iniciar de imedia-to a construccedilatildeo de um ldquoPlano Diretor Participativo Integrado para o Cam-pus Joatildeo Pessoa da UFPBrdquo incluindo questotildees de planejamento participativo na proposiccedilatildeo das futuras obras per-mitindo que a comunidade acadecircmica possa opinar sobre as obras que ali se-ratildeo executadas resultando numa maior conexatildeo e identificaccedilatildeo com os usuaacute-rios Quanto a uma obra especiacutefica ele acredita que uma ampla intervenccedilatildeo no

desenho urbano do campus seria ne-cessaacuteria priorizando o fluxo de pedes-tres com pisos adequados vegetaccedilatildeo passarelas etc

Para finalizar Flaacutevio lembra que agora que a Universidade acolhe um maior nuacutemero de pessoas com defici-ecircncia tendo o dever natildeo soacute legal mas tambeacutem social de incluir estas pessoas num deslocar seguro e independente Sendo esse apenas possiacutevel com um planejamento efetivo da estrutura fiacutesi-ca da Universidade

No final de 2012 Margareth Diniz assumiu a Reitoria da Uni-versidade Federal da Paraiacute-ba e com ela iniciaram-se projetos de um Plano Dire-tor Esse Plano teraacute como principal foco proteger a reserva de mata atlacircntica na qual a Instituiccedilatildeo estaacute sediada O professor Seacutergio Alonso recentemente em-possado prefeito do Campus I eacute um dos membros desta comissatildeo que discute a cria-ccedilatildeo do Plano na UFPB Ele teraacute a missatildeo de coordenar as discussotildees sobre o PD

Planejamento evita problemas como o demonstrado no viacutedeo acima

Novo campus em Rio Tinto Obras que esteticamente feias e sem utilidade

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ReportagemFrancisco de Oliveira

Guilherme Pontes

confusos ou ateacute mesmo inexistentes e ainda praccedilas de permanecircncia sem co-bertura satildeo outros exemplos lembra-dos por Siqueira

Sobre o futuro Andreacute eacute pessi-mista e comenta que a cada dia mais problemas surgem Ser deficiente na UFPB eacute praticamente impossiacutevel Blocos aleatoacuterios para cursos que de-veriam ter salas proacuteximas Essas in-clusive estatildeo cada vez menores para turmas cada vez maiores ldquoSalas com janelotildees feitas para serem usadas com projetor que tipo de arquiteto aprova issordquo provoca

INFRAESTRUTURA

40 - UFPB em Revista

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Central

Construiacuteda haacute mais de 30 anos a Biblioteca Central da UFPB nunca passou por uma grande reforma

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Se algueacutem que frequenta a Bi-blioteca Central da UFPB atu-almente fosse perguntado sobre

qual a sua impressatildeo sobre o local as respostas certamente seriam se-melhantes agraves de quem respondesse a mesma pergunta haacute dez ou vinte anos calor poeira mofo falta de acessibilidade e estrutura deficitaacuteria estariam entre as palavras mais cita-das Isso se explica pelo fato do preacute-dio construiacutedo na deacutecada de 1970 ter sido mal planejado e nunca ter passado por uma grande reforma

Com o acervo atual em torno dos 400 mil exemplares a Bibliote-ca Central tem como principal fina-lidade dar suporte de informaccedilotildees aos programas de ensino pesquisa e extensatildeo Construiacuteda ao lado de uma mata ndash a UFPB estaacute localizada em uma regiatildeo de Mata Atlacircntica ndash so-fre com a maacute conservaccedilatildeo do acervo

exposto agrave umidade poeira e insetosSegundo a bibliotecaacuteria TM que preferiu natildeo se identificar o uacutelti-mo governo ateacute fez investimentos importantes no local ldquoAtraveacutes de pregotildees e ouvindo sugestotildees de co-ordenadores de cursos e professores foram adquiridos milhares de novos tiacutetulos Aleacutem disso foram instala-dos novos computadores cadeiras e feita a climatizaccedilatildeo de algumas salasrdquo A ideia eacute que nos proacuteximos anos sejam feitos novos investimen-tos no local ldquoA nova Reitora pro-meteu um sistema de climatizaccedilatildeo completo para o preacutediordquo afirma TM

Apesar das melhorias nos uacutel-timos anos e a promessa de novos investimentos para um futuro proacute-ximo muitas mudanccedilas inclusive estruturais precisam acontecer na Biblioteca Central ldquoO projeto ar-quitetocircnico eacute defeituoso Eacute impos-

siacutevel falar em climatizaccedilatildeo enquan-to natildeo for solucionado o problema das grandes frestas nas paredes do lugar Tambeacutem natildeo adianta climati-zar sem ser feita uma higienizaccedilatildeo em todo o preacutediordquo afirma o fun-cionaacuterio Francisco Joseacute Assistente Administrativo do local haacute 25 anos

Natildeo bastasse o problema de con-servaccedilatildeo do acervo existe uma ques-tatildeo ainda mais grave a ser tratada a sauacutede dos que frequentam a Bibliote-ca Central Vaacuterios funcionaacuterios rela-taram problemas de sauacutede por causa da higiene e estrutura do local O acuacutemulo de poeira e fungos jaacute causou vaacuterias doenccedilas de pele desde cocei-ras ateacute alergias seacuterias Aleacutem disso eacute comum funcionaacuterios reclamarem de problemas de coluna causados pelo manuseio das pesadas estantes e pro-blemas de mobilidade com os carros de matildeo que transportam os livros

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 41

Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

A realidade

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

b i o -logia e geo-

grafia estatildeo ok tem ar condicionado data

show etc As de quiacutemica () satildeo horriacuteveis tem umas que os

ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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PELO CAMPUS

46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

PELO CAMPUS

52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 24: UFPB em revista

INFRAESTRUTURA

32 - UFPB em Revista

A Universidade Federal da Paraiacuteba enfrenta o caos na infraestrutura do sistema viaacuterio e estaciona-

mentos para veiacuteculos dos alunos pro-fessores e funcionaacuterios Eacute um problema de toda cidade que se reflete na univer-sidade gerando transtornos e problemas de logiacutestica em determinados horaacuterios As dificuldades na mobilidade interna ao Campus I decorrem na deficiecircncia no planejamento da expansatildeo da Instituiccedilatildeo aliadas ao aumento do nuacutemero de veiacute-culos nos uacuteltimos 10 anos O problema eacute reflexo da prioridade do veiacuteculo parti-cular sobre o uso de transporte coletivo

O campus I da instituiccedilatildeo estaacute pas-sando por algumas reestruturaccedilotildees e reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos jaacute existentes No periacuteodo de 2012 a 2013 o nuacutemero de vagas para estacionamento subiu consideravelmente de 2 mil para 2500 Em meacutedio prazo (dois anos) a administraccedilatildeo pretende criar mais 1500 vagas atraveacutes da continuaccedilatildeo do projeto de reorganizaccedilatildeo dos estacionamentos (no CACE CCEN e HU) e da finali-zaccedilatildeo do Centro de Energias Renovaacute-veis ainda em construccedilatildeo por traacutes do CCHLA

Estacionamento precaacuterio provoca transtorno na UFPB

Vaacuterios carros estacionados de forma irregular e inconveniente no estacionamento da Central de Aulas do campus I

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Projetos

Segundo Marcelo Diniz da Divi-satildeo de Estudos e Projetos da Prefeitura Universitaacuteria a reorganizaccedilatildeo dos esta-cionamentos eacute prioridade e vem sendo implementada em vaacuterios estacionamen-tos da universidade O projeto modi-fica a posiccedilatildeo de entrada dos veiacuteculos de 45ordm (diagonal) para 90ordm (frontal) e a largura da vaga do estacionamento para impossibilitar improvisos que prejudi-cam o traacutefego como por exemplo as filas duplas No projeto as motos se-ratildeo contempladas com estacionamento proacuteprio para evitar a desorganizaccedilatildeo e acidentes nas passarelas e corredores das salas ldquoIremos instalar placas de ad-vertecircncia para as motos natildeo transitarem no espaccedilo destinado aos pedestresrdquo diz Marcelo

Um dos locais com maior problema fica proacuteximo ao preacutedio da Reitoria e da Biblioteca Central devido agrave concen-traccedilatildeo de vaacuterios serviccedilos e dos preacutedios acadecircmicos Nesse local estatildeo reuni-das agecircncias de trecircs bancos livrarias restaurantes DCE (Diretoacuterio Central Estudantil) e AdufPB (sindicato dos

professores) Por conta da via nesse lo-cal ser muito estreita a Prefeitura Uni-versitaacuteria utilizou prismas de concreto no trecho para evitar que os motoristas estacionem os veiacuteculos indevidamente na via de passagem dos carros ocasio-nando transtornos e risco de acidente

Somando-se a esse local estaacute em construccedilatildeo o preacutedio do Centro Arte e Cultura com auditoacuterio estimado para duas mil pessoas em frente agrave Reitoria No projeto da construccedilatildeo natildeo haacute ne-nhum estacionamento previsto para esse preacutedio e na ocasiatildeo de algum evento os visitantes iratildeo estacionar seus veiacuteculos por traacutes da Reitoria que comporta precariamente os usuaacuterios que jaacute utilizam o espaccedilo Para a soluccedilatildeo desse problema Marcelo Diniz informa haver um projeto para construccedilatildeo de um estacionamento por traacutes da Reitoria de um ou dois andares com valor estimado em 10 milhotildees de reais por andar

Usuaacuterios

Os usuaacuterios que utilizam os esta-cionamentos com regularidade pro-potildeem soluccedilotildees como criaccedilatildeo de vagas

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 33

Situaccedilatildeo corriqueira nas vias do campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba

A falta de vagas destinadas para motos eacute a justificativa dos motociclistas

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Reportagem Rodrigo Vitorino e Windsor Souza

destinadas exclusivamente a professo-res Josemar dos Santos professor de Estatiacutestica diz que ldquofalta a prefeitura organizar o estacionamento Haacute deter-minadas horas que vir do departamen-to para a sala de aula de carro se tornou inviaacutevel pois o nuacutemero de veiacuteculos cresceu bastante Poderiam organizar vagas destinadas a professores pois noacutes temos que ficar de bloco em bloco para dar aula enquanto os alunos vecircm assistem a uma aula e vatildeo emborardquo

Outro problema que tambeacutem in-comoda eacute a falta de vagas destinadas agraves bicicletas e motocicletas ldquoAgraves vezes natildeo tem nem espaccedilo para transitar pois tem motociclista estacionando as mo-tos nas vias passarelas e corredores dos blocos pois natildeo haacute vagas destina-das para estacionar as motosrdquo acres-centa Josemar

A falta de estacionamento para motos faz com que elas se amontoem de forma desorganizada Isso as trans-forma em vilatildes e campeatildes de recla-maccedilotildees Elas trafegam e estacionam onde eacute via de pedestres cadeirantes passagem de materiais para os preacutedios da universidade Diversas reclamaccedilotildees jaacute foram feitas por conta de atropela-mentos por dificultar a passagem e ateacute mesmo acidentes envolvendo deficien-tes visuais

Faacutebio Fonseca professor de Pe-dagogia tambeacutem reclama das motos e dos transtornos que elas causam quan-do deixadas em local inconveniente ldquoA universidade estaacute ficando muito pequena para a quantidade de auto-

moacuteveis Eacute preciso organizar o espaccedilo existente e criaccedilatildeo de espaccedilos especiacutefi-cos para motos A falta de organizaccedilatildeo faz com que os corredores passarelas e vias se transformam em estaciona-mento para as motos dificultando por exemplo a passagem de cadeirantesrdquo

O problema da falta de vagas acaba tambeacutem interferindo na aprendizagem dos alunos Aliado a isso haacute o proble-ma de seguranccedila dentro do campus Alunos servidores e professores natildeo confiam no sistema de cartotildees entre-gue na entrada da universidade ldquoGe-ralmente os alunos chegam na hora da aula que coincidem em todas as disci-plinas e a falta de vaga faz com que percamos tempo para estacionar Eacute o caos Muitas vezes encontramos uma vaga muito longe do local em que va-mos estudar E em eacutepoca de chuva pio-

ra Tambeacutem tem o perigo de assaltordquo diz a estudante de Biologia Daniele Lacerda

Empecilho

Alguns estacionamentos no cam-pus I da UFPB possuem aacutervores tom-badas e sob proteccedilatildeo que natildeo podem ser derrubadas Desta maneira a pre-feitura universitaacuteria desenvolveu o projeto de reestruturaccedilatildeo e organiza-ccedilatildeo dos estacionamentos respeitan-do a localizaccedilatildeo dessas aacutervores Nos estacionamentos jaacute finalizados como da Reitoria eacute perceptiacutevel a falta de arborizaccedilatildeo que influecircncia o aqueci-mento local e a desagradaacutevel sensaccedilatildeo de estar num ambiente claro e quente Outro problema encontrado eacute a falta de planejamento de escoamento da chuva Desta maneira em eacutepocas de chuva intensa haacute risco de alagamento

Com todo o empenho e desenvol-vimento estrutural eacute de suma impor-tacircncia o investimento em seguranccedila Mas tambeacutem organizar o tracircnsito au-xiliando os condutores onde devem estacionar e na fluidez do tracircnsito Devido agrave ausecircncia de fiscalizaccedilatildeo para coibir as infraccedilotildees de tracircnsito as vias se tornam estacionamentos irregula-res atrapalhando e colocando em risco a seguranccedila dos integrantes da comu-nidade universitaacuteria

INFRAESTRUTURA

34 - UFPB em Revista

Ano de 2015 eacute limite para meta plena de acessibilidade

Ausecircncia de acessibilidade eacute constante nos novos preacutedios da UFPB

Segundo dados do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a Paraiacuteba eacute o estado que possui a maior parcela de habitantes com necessidades especiais no Bra-sil empatando com o Rio Grande do Norte Quase 30 dos paraiba-nos tecircm algum tipo de necessidade especial Apesar da estatiacutestica e da existecircncia do Decreto Lei 5296 que determina a acessibilidade em todas as edificaccedilotildees puacuteblicas 90 por cento das construccedilotildees realizadas durante gestatildeo dos professores Rocircmulo Po-lari e Iara Matos a frente da UFPB natildeo respeitaram o seu cumprimento

No momento a atual adminis-traccedilatildeo estaacute empenhada num pra-zo de dois anos a assistir a todos os alunos com deficiecircncia cumprin-do as normas teacutecnicas de acessi-bilidade da Associaccedilatildeo Brasilei-ra de Normas Teacutecnicas (ABNT)

Dentre as medidas a serem ado-tadas estaacute a reforma na acessibilida-de arquitetocircnica das vias (calccediladas) Tambeacutem estaacute prevista a construccedilatildeo do Centro de Inclusatildeo (que vai in-tegrar todos os projetos de inclusatildeo em um soacute) agregar serviccedilos dispo-nibilizar salas de aula adquirir uma seacuterie de equipamentos fora do paiacutes (entre eles esfigmomanocircmetro que possibilita a traduccedilatildeo de textos em aacuteudio bengala que identifica obs-taacuteculos e computadores especiais)

Ateacute o momento apenas 15 preacute-dios estatildeo acessiacuteveis para os 30 alu-nos com necessidades especiais ca-dastrados na UFPB O uacutenico trecho com acessibilidade externa no Cam-pus I se encontra da Biblioteca Cen-tral ateacute o Refeitoacuterio Universitaacuterio No Campus II em Areia a primeira parte do projeto jaacute vem com todas as normas de acessibilidade executadas disse Marcelo Andrade Diniz Diretor do Departamento de Arquitetura da Prefeitura Universitaacuteria desde 2010

O que estaacute previsto

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 35

Segundo Marcelo Diniz que acompanhou a antiga gestatildeo da Uni-versidade o recurso era limitado e natildeo havia comprometimento dos ad-ministradores para cumprir as normas exigidas aleacutem da fiscalizaccedilatildeo pouco eficaz do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Ateacute 2010 pouco havia sido pensado discutido e realizado para incluir so-cialmente as pessoas com deficiecircn-cia Com o aumento significativo e progressivo no nuacutemero de estudan-tes em funccedilatildeo da Reestruturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universidades Fede-rais (Reuni) a situaccedilatildeo agravou-se

Desde entatildeo o Governo Federal estaacute destinando uma verba especiacutefica para as Instituiccedilotildees Federais de En-sino (Ifes) cumprirem as normas de acessibilidade impostas pela ABNT O MEC por sua vez vem fiscalizan-do com rigor as Ifes de todo o Brasil

Comitecirc existe desde 2011

No ano de 2011 foi criado na UFPB o Comitecirc de Inclusatildeo e Aces-sibilidade que tem como objetivo garantir a todos os alunos com defi-ciecircncia a permanecircncia e conclusatildeo do curso Segundo a coordenadora do

comitecirc Andreza Aparecida Polia estaacute prevista a chegada de 44 alunos espe-ciais para o proacuteximo semestre letivo nuacutemero que ultrapassa os 5 por cen-to designado pelo sistema de cotas ldquoAno passado fizemos pedido de equi-pamentos para suprir os alunos que jaacute estatildeo cadastrados Enquanto natildeo che-ga os coordenadores tem de ter um computador exclusivo para esses estu-dantesrdquo pontificou Andreza Polia O comitecirc conta com representantes dos cursos de Psicopedagogia Terapia Ocupacional Arquitetura e Educaccedilatildeo

Ainda em fase de projeto o Centro de Inclusatildeo e Acessibilidade estaacute pre-visto para ficar pronto em 2015 Ele contaraacute dentre outras coisas com pla-cas em Braille piso taacutetil carteiras es-peciais plataforma elevatoacuteria eleva-dor e tecnologias inclusivas em geral

Outro projeto que estaacute sendo desenvolvido pela Prefeitura Uni-versitaacuteria eacute a urbanizaccedilatildeo do La-boratoacuterio de Energias Renovaacuteveis (LERS) que iraacute se estender por todo o estacionamento contando com rampas pisos taacuteteis e mais de 6 quilocircmetros de rotas acessiacuteveis

Os estudantes com necessidades especiais contam com um programa

Projeto em 3d das futuras instalaccedilotildees elaborado pela Prefeitura da UFPB

Reportagem Giuliano Viscardi

de apoio onde um aluno monitor os acompanha geralmente por discipli-na dando assistecircncia necessaacuteria gra-vando aulas e tirando duacutevidas com os professores O Nuacutecleo de Educaccedilatildeo Especial (Nedesp) tambeacutem os ajuda nesse processo de adaptaccedilatildeo Na Bi-blioteca Central e no Nedesp os alu-nos dispotildee de impressora em braille

A Proacute-reitoria de Gestatildeo de Pes-soas (Progep) ofereceu por dois anos consecutivos um curso de capacita-ccedilatildeo para docentes e servidores da uni-versidade tendo formado duas turmas ateacute agora Poreacutem a grande maioria dos capacitados foi funcionaacuterios A UFPB conta com apenas um tradutor ldquoPreci-samos de mais contrataccedilotildeesrdquo alega Po-lia que estaacute coordenando o Comitecirc de Inclusatildeo e Acessibilidade desde 2011

A prefeitura da Instituiccedilatildeo tambeacutem fez um convenio com o Laboratoacuterio de Acessibilidade (Lacesse) coordenado por Marcelo Diniz e pela professora do curso de arquitetura Angelina Costa O espaccedilo fiacutesico onde funciona o labo-ratoacuterio foi inaugurado dia 12 de abril no Centro de Tecnologia bloco N

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36 - UFPB em Revista

O rombo de mais de 22 milhotildees na Fundaccedilatildeo Casa de Joseacute Ameacuterico (FCJA) constata-

do pelo Tribunal de Contas da Uniatildeo (TCU) eacute a principal heranccedila deixada pela antiga administraccedilatildeo da universi-dade e que atinge diretamente o Res-taurante Universitaacuterio da UFPB Os es-cacircndalos envolvem o responsaacutevel pelo fornecimento de gecircneros alimentiacutecios e o pagamento de alguns funcionaacuterios do Restaurante Universitaacuterio (RU)

Segundo o TCU foram usados re-cursos federais depositados em contas especiacuteficas de convecircnios para paga-mentos agrave empresas fornecedoras de gecircneros alimentiacutecios As irregularida-des foram cometidas pelo ex-diretor da Fundaccedilatildeo Eugecircnio Pacceli Trigueiro Pereira Com isso o TCU suspendeu o repasse de recursos da Uniatildeo para a Fundaccedilatildeo Joseacute Ameacuterico e a direccedilatildeo do RU enfrentou problemas com a falta de estoque de alimentos e atraso no paga-mento de funcionaacuterios refletindo no atendimento precaacuterio das necessidades dos alunos que frequentam o Restau-rante

O RU que fornece refeiccedilotildees gra-tuitas para estudantes de baixa renda e cadastrados da UFPB conta com 90

profissionais Os gecircneros alimentiacutecios de uma refeiccedilatildeo custam em meacutedia de R$ 410 a R$ 530 Nesse valor natildeo estaacute considerado a despesa do preparo trabalho dos funcionaacuterios e energia dos aproximadamente 2200 almoccedilos e 900 jantares por dia

A nova reitoria da UFPB ampliou as investigaccedilotildees e o levantamento de contas da Universidade para averiguar quais problemas seratildeo enfrentados pela gestatildeo Durante as investigaccedilotildees foram detectadas vaacuterias irregula-ridades cometidas pela adminis-traccedilatildeo passada a exemplo da au-secircncia de prestaccedilatildeo de contas de diversos convecircnios

Antocircnio Luiz de Albuquer-que Gomes professor do De-partamento de Quiacutemica do Cen-tro de Tecnologia da UFPB assumiu o cargo de Superintendente do Sistema de Restaurantes Universitaacuterios - que com-preende os restaurantes do Campus 1 do Litoral Norte Areia e Bananeiras - no dia 12112012 Ele conta que rece-beu o RU com um estoque insuficiente de alimentos apesar dos pregotildees ainda estarem em andamento

O superintendente esclareceu que um desses pregotildees estava desa-

parecido e soacute depois de muita inves-tigaccedilatildeo a empresa foi contatada para cumprir o contrato O outro pregatildeo es-tava com o pedido de realinhamento de preccedilos e somente apoacutes a administraccedilatildeo entrar em contato para negociar com os fornecedores explicando a delicadeza da situaccedilatildeo eacute que foi possiacutevel normali-zar as entregas dos suprimentos

Segundo o professor Antocircnio Luiz ainda haacute muitos problemas com os fornecedores As licitaccedilotildees (pregotildees) emitidas pelas empresas tem um preccedilo muito abaixo do valor de mercado Em decorrecircncia desse fato as companhias tem prejuiacutezo e antes de completar os seis meses algumas deixam de forne-cer os gecircneros apesar de ainda terem saldo em caixa com a Universidade

Um dos problemas a serem contor-nados pela atual administraccedilatildeo diz res-peito a burocracia e lentidatildeo de alguns setores na etapa de licitaccedilatildeo e pregatildeo para aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios Na Proacute-Reitoria Administrativa (Divi-satildeo de Materiais) a entrada dos pre-gotildees foi feita em dezembro poreacutem os processos ficaram mais de dois meses parados dentro de uma gaveta e por isso ainda existem licitaccedilotildees de com-pras paradas em abril

A administraccedilatildeo da Universidade

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeo

Prof Antocircnio Luiz Superintendente do RU

Vista frontal do Restaurante Universitaacuterio da UFPB

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 37

Atualmente o professor Antocircnio Luiz estaacute procurando resolver os as-suntos mais urgentes do RU fazendo o levantamento do que precisa ser fei-to a exemplo dos pedidos de compras de equipamentos de seguranccedila e para a cozinha Haacute tambeacutem uma proposta

a partir dos levantamentos feitos pelo professor Antocircnio Luiz tomou um seacute-rie de iniciativas entre elas consultas juriacutedicas onde foram detectados o atra-so de salaacuterios entre outras irregularida-des trabalhistas Por conta do rombo a FCJA deixou de pagar o fundo de ga-rantia salaacuterios feacuterias e 13ordm salaacuterio aos funcionaacuterios As diacutevidas tiveram que ser quitadas pela prefeitura universitaacute-ria que repassou a verba e cumpriu a obrigaccedilatildeo social para com todos os fun-cionaacuterios Hoje a FCJA eacute dirigida por Boanerges Felix que estaacute regularizan-do as atividades da fundaccedilatildeo

O professor Antocircnio Luiz ressalta que existiam diversos problemas com equipamentos e com funcionaacuterios Na cozinha haviam vazamentos e instru-mentos como serras de cortar carne e aparelho de cortar frutas quebrados Ateacute o conserto desses aparelhos os trabalhos vinham sendo feitos manu-almente Ele encontrou equipamentos com 10 a 15 anos de uso sem programa de reposiccedilatildeo ldquoEacute impossiacutevel um siste-ma desse porte funcionar sem repor o equipamento porque ele tem vida uacutetil As caldeiras satildeo razoavelmente novas com 3 ou 4 anos de uso mas sem um sistema de manutenccedilatildeo Vazamento de oacuteleo caldeiras quebradas Foi uma si-tuaccedilatildeo que eu natildeo imaginava que en-contrariardquo observa o superintendente

Outra questatildeo importante que a nova administraccedilatildeo teve que mudar foi o fato de que os funcionaacuterios natildeo esta-vam acostumados a obedecer aos horaacute-rios Poreacutem aos poucos o pessoal foi se adaptando ao novo modelo de gestatildeo

encaminhada para concretizaccedilatildeo de um serviccedilo de auto atendimento (self servi-ce) O desperdiacutecio de comida eacute um dos grandes problemas para o Restaurante pois os alunos deixam nos pratos restos de comida suficientes para alimentar mais de 400 pessoas segundo o supe-rintendente

A equipe que trabalha no RU pre-tende realizar uma campanha de cons-cientizaccedilatildeo para que os comensais com a instalaccedilatildeo do self service co-loquem no prato apenas a quantidade realmente necessaacuteria evitando assim o desperdiacutecio Estaacute nos planos promover treinamento dos funcionaacuterios executar atividades humaniacutesticas promovendo a interaccedilatildeo entre as pessoas melhorar cada vez mais o sabor da comida (a qua-lidade jaacute existe) e aumentar o nuacutemero de funcionaacuterios e equipamentos acarre-tando numa melhora do fluxo e minimi-zando o problema das longas filas

Tambeacutem eacute interesse terminar a obra comeccedilada na administraccedilatildeo pas-sada - que jaacute deveria ter sido finaliza-da - de um complexo ao lado do atual RU Laacute seraacute instalado um restaurante para que os funcionaacuterios e estudantes natildeo contemplados pelo RU possam co-mer pagando apenas uma pequena taxa pela refeiccedilatildeo Eacute preciso ainda analisar a viabilidade dessa opccedilatildeo consultando a comunidade acadecircmica e aguardando o teacutermino das obras A comida seraacute a mesma que eacute servida gratuitamente aos alunos comensais

Comida que sobra nos pratos seria capaz de preencher 400 novas refeiccedilotildees

Restaurante Universitaacuterio em horaacuterio de funcionamento

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Reportagem Marina Maracajaacute e Nayane Maia

e mudando os haacutebitos no ambiente de trabalho A atual administraccedilatildeo prima pelo exemplo adotando a praacutetica de se-rem os primeiros a chegar e os uacuteltimos a sair colaborando com os outros fun-cionaacuterios e ajudando sempre que pos-siacutevel nas suas diferentes funccedilotildees seja no setor administrativo seja na parte de manutenccedilatildeo dos equipamentos

Proposiccedilotildees

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38 - UFPB em Revista

Blocos isolados congestiona-mentos nos horaacuterios de pico falta de estacionamento satildeo

esses alguns dos problemas que po-dem ser ocasionados pela falta de um bom plano diretor Na UFPB isso natildeo eacute diferente Encontrar agrave noite uma vaga proacutexima ao CCHLA eacute praticamente uma maratona Esse e muitos outros problemas poderiam ter sidos evita-dos se tivesse sido criado um plano diretor que limitasse as aacutereas de esta-cionamento construccedilatildeo e ainda com o planejamento da aacuterea de preservaccedilatildeo na universidade

Em 2007 em sua defesa de tese de doutorado em engenharia civil Renato Saboya explica ldquoPlano Diretor eacute um documento que sintetiza e torna expliacute-citos os objetivos consensuados para o Municiacutepio e estabelece princiacutepios diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as decisotildees dos atores envolvidos no processo de de-senvolvimento urbano convirjam tan-to quanto possiacutevel na direccedilatildeo desses objetivosrdquo

Para Acircngela Braz aluna do quinto periacuteodo de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal da Paraiacuteba pro-blemas comuns como salas com maacute ventilaccedilatildeo ou com insolaccedilatildeo intensa poderiam ter sido evitados se a insti-tuiccedilatildeo tivesse em seu plano diretor as melhores localizaccedilotildees para a constru-ccedilatildeo dos blocos Com tal planejamen-to seriam evitadas aacutereas voltadas di-retamente para o nascente ou poente e tambeacutem aacutereas natildeo favorecidas pelos ventos

Planos Diretores no Brasil

Quando questionados a maioria dos brasileiros pensam que exemplos de planejamento preventivo existem apenas em paiacuteses de ldquoprimeiro mun-dordquo poreacutem em diversos municiacutepios brasileiros planos diretores tiveram relativo sucesso como por exemplo Curitiba Brasiacutelia e ateacute mesmo Joatildeo Pessoa Sendo a uacuteltima um dos melho-res exemplos nacionais de preservaccedilatildeo de sua orla mariacutetima onde existe um

bloqueio para edifiacutecios superiores a quatro andares

ldquoA questatildeo da falta de planejamen-to urbano eacute muito mais grave do que parece o recobrimento dos solos com materiais impermeaacuteveis juntamente com o adensamento de construccedilotildees acaba ocasionando o aumento de tem-peratura em determinadas regiotildeesrdquo indaga Acircngela

O impedimento da construccedilatildeo de preacutedios altos na orla evita o conhecido fenocircmeno em diversas praias sombra Em praias de Recife Rio de Janeiro e Balneaacuterio Camboriuacute por exemplo possuem sombra na faixa de areia mes-mo horas antes do pocircr do sol devido aos gigantes que ali se encontramldquoSalas cada vez menores para turmas cada vez maioresrdquo

Para Andreacute Siqueira aluno do se-gundo periacuteodo de Arquitetura e Urba-nismo na Universidade Federal da Pa-raiacuteba a falta de um real planejamento cria ateacute mesmo a falta de acessibilida-de em diversas aacutereas da Universida-de Calccediladas estreitas com caminhos

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidade

Protesto de alunos de Miacutedias Digitais devido ao atraso de mais de dois anos na entrega do bloco do curso

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 39

Soluccedilatildeo a longo prazo

Flaacutevio Tavares membro do pro-jeto de iniciaccedilatildeo cientiacutefica ldquoTerritoacute-rios e urbanidades praacuteticas urbanas e poliacuteticas culturais no espaccedilo puacuteblico contemporacircneordquo mostra-se indignado com o fato de que o porte que a uni-versidade tem atingido seja de espa-ccedilo fiacutesico ndash com grande quantidade de alunos e funcionaacuterios circulando no seu campus - seja do volume de recur-sos aplicados anualmente e ainda natildeo possua um plano diretor em vigor Ele permitiria accedilotildees integradas de longo prazo garantindo que os investimentos ocorram de acordo com os principais anseios da comunidade universitaacuteria jaacute que a elaboraccedilatildeo do plano se daacute necessariamente a partir da discussatildeo conjunta entre os envolvidos com a re-giatildeo

Indagado sobre as possiacuteveis accedilotildees

que poderiam sanar os atuais (e fu-turos) problemas Tavares diz que a Universidade deve iniciar de imedia-to a construccedilatildeo de um ldquoPlano Diretor Participativo Integrado para o Cam-pus Joatildeo Pessoa da UFPBrdquo incluindo questotildees de planejamento participativo na proposiccedilatildeo das futuras obras per-mitindo que a comunidade acadecircmica possa opinar sobre as obras que ali se-ratildeo executadas resultando numa maior conexatildeo e identificaccedilatildeo com os usuaacute-rios Quanto a uma obra especiacutefica ele acredita que uma ampla intervenccedilatildeo no

desenho urbano do campus seria ne-cessaacuteria priorizando o fluxo de pedes-tres com pisos adequados vegetaccedilatildeo passarelas etc

Para finalizar Flaacutevio lembra que agora que a Universidade acolhe um maior nuacutemero de pessoas com defici-ecircncia tendo o dever natildeo soacute legal mas tambeacutem social de incluir estas pessoas num deslocar seguro e independente Sendo esse apenas possiacutevel com um planejamento efetivo da estrutura fiacutesi-ca da Universidade

No final de 2012 Margareth Diniz assumiu a Reitoria da Uni-versidade Federal da Paraiacute-ba e com ela iniciaram-se projetos de um Plano Dire-tor Esse Plano teraacute como principal foco proteger a reserva de mata atlacircntica na qual a Instituiccedilatildeo estaacute sediada O professor Seacutergio Alonso recentemente em-possado prefeito do Campus I eacute um dos membros desta comissatildeo que discute a cria-ccedilatildeo do Plano na UFPB Ele teraacute a missatildeo de coordenar as discussotildees sobre o PD

Planejamento evita problemas como o demonstrado no viacutedeo acima

Novo campus em Rio Tinto Obras que esteticamente feias e sem utilidade

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ReportagemFrancisco de Oliveira

Guilherme Pontes

confusos ou ateacute mesmo inexistentes e ainda praccedilas de permanecircncia sem co-bertura satildeo outros exemplos lembra-dos por Siqueira

Sobre o futuro Andreacute eacute pessi-mista e comenta que a cada dia mais problemas surgem Ser deficiente na UFPB eacute praticamente impossiacutevel Blocos aleatoacuterios para cursos que de-veriam ter salas proacuteximas Essas in-clusive estatildeo cada vez menores para turmas cada vez maiores ldquoSalas com janelotildees feitas para serem usadas com projetor que tipo de arquiteto aprova issordquo provoca

INFRAESTRUTURA

40 - UFPB em Revista

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Central

Construiacuteda haacute mais de 30 anos a Biblioteca Central da UFPB nunca passou por uma grande reforma

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Se algueacutem que frequenta a Bi-blioteca Central da UFPB atu-almente fosse perguntado sobre

qual a sua impressatildeo sobre o local as respostas certamente seriam se-melhantes agraves de quem respondesse a mesma pergunta haacute dez ou vinte anos calor poeira mofo falta de acessibilidade e estrutura deficitaacuteria estariam entre as palavras mais cita-das Isso se explica pelo fato do preacute-dio construiacutedo na deacutecada de 1970 ter sido mal planejado e nunca ter passado por uma grande reforma

Com o acervo atual em torno dos 400 mil exemplares a Bibliote-ca Central tem como principal fina-lidade dar suporte de informaccedilotildees aos programas de ensino pesquisa e extensatildeo Construiacuteda ao lado de uma mata ndash a UFPB estaacute localizada em uma regiatildeo de Mata Atlacircntica ndash so-fre com a maacute conservaccedilatildeo do acervo

exposto agrave umidade poeira e insetosSegundo a bibliotecaacuteria TM que preferiu natildeo se identificar o uacutelti-mo governo ateacute fez investimentos importantes no local ldquoAtraveacutes de pregotildees e ouvindo sugestotildees de co-ordenadores de cursos e professores foram adquiridos milhares de novos tiacutetulos Aleacutem disso foram instala-dos novos computadores cadeiras e feita a climatizaccedilatildeo de algumas salasrdquo A ideia eacute que nos proacuteximos anos sejam feitos novos investimen-tos no local ldquoA nova Reitora pro-meteu um sistema de climatizaccedilatildeo completo para o preacutediordquo afirma TM

Apesar das melhorias nos uacutel-timos anos e a promessa de novos investimentos para um futuro proacute-ximo muitas mudanccedilas inclusive estruturais precisam acontecer na Biblioteca Central ldquoO projeto ar-quitetocircnico eacute defeituoso Eacute impos-

siacutevel falar em climatizaccedilatildeo enquan-to natildeo for solucionado o problema das grandes frestas nas paredes do lugar Tambeacutem natildeo adianta climati-zar sem ser feita uma higienizaccedilatildeo em todo o preacutediordquo afirma o fun-cionaacuterio Francisco Joseacute Assistente Administrativo do local haacute 25 anos

Natildeo bastasse o problema de con-servaccedilatildeo do acervo existe uma ques-tatildeo ainda mais grave a ser tratada a sauacutede dos que frequentam a Bibliote-ca Central Vaacuterios funcionaacuterios rela-taram problemas de sauacutede por causa da higiene e estrutura do local O acuacutemulo de poeira e fungos jaacute causou vaacuterias doenccedilas de pele desde cocei-ras ateacute alergias seacuterias Aleacutem disso eacute comum funcionaacuterios reclamarem de problemas de coluna causados pelo manuseio das pesadas estantes e pro-blemas de mobilidade com os carros de matildeo que transportam os livros

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 41

Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

A realidade

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

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ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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PELO CAMPUS

46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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PELO CAMPUS

50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

PELO CAMPUS

52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 25: UFPB em revista

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 33

Situaccedilatildeo corriqueira nas vias do campus I da Universidade Federal da Paraiacuteba

A falta de vagas destinadas para motos eacute a justificativa dos motociclistas

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Reportagem Rodrigo Vitorino e Windsor Souza

destinadas exclusivamente a professo-res Josemar dos Santos professor de Estatiacutestica diz que ldquofalta a prefeitura organizar o estacionamento Haacute deter-minadas horas que vir do departamen-to para a sala de aula de carro se tornou inviaacutevel pois o nuacutemero de veiacuteculos cresceu bastante Poderiam organizar vagas destinadas a professores pois noacutes temos que ficar de bloco em bloco para dar aula enquanto os alunos vecircm assistem a uma aula e vatildeo emborardquo

Outro problema que tambeacutem in-comoda eacute a falta de vagas destinadas agraves bicicletas e motocicletas ldquoAgraves vezes natildeo tem nem espaccedilo para transitar pois tem motociclista estacionando as mo-tos nas vias passarelas e corredores dos blocos pois natildeo haacute vagas destina-das para estacionar as motosrdquo acres-centa Josemar

A falta de estacionamento para motos faz com que elas se amontoem de forma desorganizada Isso as trans-forma em vilatildes e campeatildes de recla-maccedilotildees Elas trafegam e estacionam onde eacute via de pedestres cadeirantes passagem de materiais para os preacutedios da universidade Diversas reclamaccedilotildees jaacute foram feitas por conta de atropela-mentos por dificultar a passagem e ateacute mesmo acidentes envolvendo deficien-tes visuais

Faacutebio Fonseca professor de Pe-dagogia tambeacutem reclama das motos e dos transtornos que elas causam quan-do deixadas em local inconveniente ldquoA universidade estaacute ficando muito pequena para a quantidade de auto-

moacuteveis Eacute preciso organizar o espaccedilo existente e criaccedilatildeo de espaccedilos especiacutefi-cos para motos A falta de organizaccedilatildeo faz com que os corredores passarelas e vias se transformam em estaciona-mento para as motos dificultando por exemplo a passagem de cadeirantesrdquo

O problema da falta de vagas acaba tambeacutem interferindo na aprendizagem dos alunos Aliado a isso haacute o proble-ma de seguranccedila dentro do campus Alunos servidores e professores natildeo confiam no sistema de cartotildees entre-gue na entrada da universidade ldquoGe-ralmente os alunos chegam na hora da aula que coincidem em todas as disci-plinas e a falta de vaga faz com que percamos tempo para estacionar Eacute o caos Muitas vezes encontramos uma vaga muito longe do local em que va-mos estudar E em eacutepoca de chuva pio-

ra Tambeacutem tem o perigo de assaltordquo diz a estudante de Biologia Daniele Lacerda

Empecilho

Alguns estacionamentos no cam-pus I da UFPB possuem aacutervores tom-badas e sob proteccedilatildeo que natildeo podem ser derrubadas Desta maneira a pre-feitura universitaacuteria desenvolveu o projeto de reestruturaccedilatildeo e organiza-ccedilatildeo dos estacionamentos respeitan-do a localizaccedilatildeo dessas aacutervores Nos estacionamentos jaacute finalizados como da Reitoria eacute perceptiacutevel a falta de arborizaccedilatildeo que influecircncia o aqueci-mento local e a desagradaacutevel sensaccedilatildeo de estar num ambiente claro e quente Outro problema encontrado eacute a falta de planejamento de escoamento da chuva Desta maneira em eacutepocas de chuva intensa haacute risco de alagamento

Com todo o empenho e desenvol-vimento estrutural eacute de suma impor-tacircncia o investimento em seguranccedila Mas tambeacutem organizar o tracircnsito au-xiliando os condutores onde devem estacionar e na fluidez do tracircnsito Devido agrave ausecircncia de fiscalizaccedilatildeo para coibir as infraccedilotildees de tracircnsito as vias se tornam estacionamentos irregula-res atrapalhando e colocando em risco a seguranccedila dos integrantes da comu-nidade universitaacuteria

INFRAESTRUTURA

34 - UFPB em Revista

Ano de 2015 eacute limite para meta plena de acessibilidade

Ausecircncia de acessibilidade eacute constante nos novos preacutedios da UFPB

Segundo dados do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a Paraiacuteba eacute o estado que possui a maior parcela de habitantes com necessidades especiais no Bra-sil empatando com o Rio Grande do Norte Quase 30 dos paraiba-nos tecircm algum tipo de necessidade especial Apesar da estatiacutestica e da existecircncia do Decreto Lei 5296 que determina a acessibilidade em todas as edificaccedilotildees puacuteblicas 90 por cento das construccedilotildees realizadas durante gestatildeo dos professores Rocircmulo Po-lari e Iara Matos a frente da UFPB natildeo respeitaram o seu cumprimento

No momento a atual adminis-traccedilatildeo estaacute empenhada num pra-zo de dois anos a assistir a todos os alunos com deficiecircncia cumprin-do as normas teacutecnicas de acessi-bilidade da Associaccedilatildeo Brasilei-ra de Normas Teacutecnicas (ABNT)

Dentre as medidas a serem ado-tadas estaacute a reforma na acessibilida-de arquitetocircnica das vias (calccediladas) Tambeacutem estaacute prevista a construccedilatildeo do Centro de Inclusatildeo (que vai in-tegrar todos os projetos de inclusatildeo em um soacute) agregar serviccedilos dispo-nibilizar salas de aula adquirir uma seacuterie de equipamentos fora do paiacutes (entre eles esfigmomanocircmetro que possibilita a traduccedilatildeo de textos em aacuteudio bengala que identifica obs-taacuteculos e computadores especiais)

Ateacute o momento apenas 15 preacute-dios estatildeo acessiacuteveis para os 30 alu-nos com necessidades especiais ca-dastrados na UFPB O uacutenico trecho com acessibilidade externa no Cam-pus I se encontra da Biblioteca Cen-tral ateacute o Refeitoacuterio Universitaacuterio No Campus II em Areia a primeira parte do projeto jaacute vem com todas as normas de acessibilidade executadas disse Marcelo Andrade Diniz Diretor do Departamento de Arquitetura da Prefeitura Universitaacuteria desde 2010

O que estaacute previsto

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 35

Segundo Marcelo Diniz que acompanhou a antiga gestatildeo da Uni-versidade o recurso era limitado e natildeo havia comprometimento dos ad-ministradores para cumprir as normas exigidas aleacutem da fiscalizaccedilatildeo pouco eficaz do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Ateacute 2010 pouco havia sido pensado discutido e realizado para incluir so-cialmente as pessoas com deficiecircn-cia Com o aumento significativo e progressivo no nuacutemero de estudan-tes em funccedilatildeo da Reestruturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universidades Fede-rais (Reuni) a situaccedilatildeo agravou-se

Desde entatildeo o Governo Federal estaacute destinando uma verba especiacutefica para as Instituiccedilotildees Federais de En-sino (Ifes) cumprirem as normas de acessibilidade impostas pela ABNT O MEC por sua vez vem fiscalizan-do com rigor as Ifes de todo o Brasil

Comitecirc existe desde 2011

No ano de 2011 foi criado na UFPB o Comitecirc de Inclusatildeo e Aces-sibilidade que tem como objetivo garantir a todos os alunos com defi-ciecircncia a permanecircncia e conclusatildeo do curso Segundo a coordenadora do

comitecirc Andreza Aparecida Polia estaacute prevista a chegada de 44 alunos espe-ciais para o proacuteximo semestre letivo nuacutemero que ultrapassa os 5 por cen-to designado pelo sistema de cotas ldquoAno passado fizemos pedido de equi-pamentos para suprir os alunos que jaacute estatildeo cadastrados Enquanto natildeo che-ga os coordenadores tem de ter um computador exclusivo para esses estu-dantesrdquo pontificou Andreza Polia O comitecirc conta com representantes dos cursos de Psicopedagogia Terapia Ocupacional Arquitetura e Educaccedilatildeo

Ainda em fase de projeto o Centro de Inclusatildeo e Acessibilidade estaacute pre-visto para ficar pronto em 2015 Ele contaraacute dentre outras coisas com pla-cas em Braille piso taacutetil carteiras es-peciais plataforma elevatoacuteria eleva-dor e tecnologias inclusivas em geral

Outro projeto que estaacute sendo desenvolvido pela Prefeitura Uni-versitaacuteria eacute a urbanizaccedilatildeo do La-boratoacuterio de Energias Renovaacuteveis (LERS) que iraacute se estender por todo o estacionamento contando com rampas pisos taacuteteis e mais de 6 quilocircmetros de rotas acessiacuteveis

Os estudantes com necessidades especiais contam com um programa

Projeto em 3d das futuras instalaccedilotildees elaborado pela Prefeitura da UFPB

Reportagem Giuliano Viscardi

de apoio onde um aluno monitor os acompanha geralmente por discipli-na dando assistecircncia necessaacuteria gra-vando aulas e tirando duacutevidas com os professores O Nuacutecleo de Educaccedilatildeo Especial (Nedesp) tambeacutem os ajuda nesse processo de adaptaccedilatildeo Na Bi-blioteca Central e no Nedesp os alu-nos dispotildee de impressora em braille

A Proacute-reitoria de Gestatildeo de Pes-soas (Progep) ofereceu por dois anos consecutivos um curso de capacita-ccedilatildeo para docentes e servidores da uni-versidade tendo formado duas turmas ateacute agora Poreacutem a grande maioria dos capacitados foi funcionaacuterios A UFPB conta com apenas um tradutor ldquoPreci-samos de mais contrataccedilotildeesrdquo alega Po-lia que estaacute coordenando o Comitecirc de Inclusatildeo e Acessibilidade desde 2011

A prefeitura da Instituiccedilatildeo tambeacutem fez um convenio com o Laboratoacuterio de Acessibilidade (Lacesse) coordenado por Marcelo Diniz e pela professora do curso de arquitetura Angelina Costa O espaccedilo fiacutesico onde funciona o labo-ratoacuterio foi inaugurado dia 12 de abril no Centro de Tecnologia bloco N

INFRAESTRUTURA

36 - UFPB em Revista

O rombo de mais de 22 milhotildees na Fundaccedilatildeo Casa de Joseacute Ameacuterico (FCJA) constata-

do pelo Tribunal de Contas da Uniatildeo (TCU) eacute a principal heranccedila deixada pela antiga administraccedilatildeo da universi-dade e que atinge diretamente o Res-taurante Universitaacuterio da UFPB Os es-cacircndalos envolvem o responsaacutevel pelo fornecimento de gecircneros alimentiacutecios e o pagamento de alguns funcionaacuterios do Restaurante Universitaacuterio (RU)

Segundo o TCU foram usados re-cursos federais depositados em contas especiacuteficas de convecircnios para paga-mentos agrave empresas fornecedoras de gecircneros alimentiacutecios As irregularida-des foram cometidas pelo ex-diretor da Fundaccedilatildeo Eugecircnio Pacceli Trigueiro Pereira Com isso o TCU suspendeu o repasse de recursos da Uniatildeo para a Fundaccedilatildeo Joseacute Ameacuterico e a direccedilatildeo do RU enfrentou problemas com a falta de estoque de alimentos e atraso no paga-mento de funcionaacuterios refletindo no atendimento precaacuterio das necessidades dos alunos que frequentam o Restau-rante

O RU que fornece refeiccedilotildees gra-tuitas para estudantes de baixa renda e cadastrados da UFPB conta com 90

profissionais Os gecircneros alimentiacutecios de uma refeiccedilatildeo custam em meacutedia de R$ 410 a R$ 530 Nesse valor natildeo estaacute considerado a despesa do preparo trabalho dos funcionaacuterios e energia dos aproximadamente 2200 almoccedilos e 900 jantares por dia

A nova reitoria da UFPB ampliou as investigaccedilotildees e o levantamento de contas da Universidade para averiguar quais problemas seratildeo enfrentados pela gestatildeo Durante as investigaccedilotildees foram detectadas vaacuterias irregula-ridades cometidas pela adminis-traccedilatildeo passada a exemplo da au-secircncia de prestaccedilatildeo de contas de diversos convecircnios

Antocircnio Luiz de Albuquer-que Gomes professor do De-partamento de Quiacutemica do Cen-tro de Tecnologia da UFPB assumiu o cargo de Superintendente do Sistema de Restaurantes Universitaacuterios - que com-preende os restaurantes do Campus 1 do Litoral Norte Areia e Bananeiras - no dia 12112012 Ele conta que rece-beu o RU com um estoque insuficiente de alimentos apesar dos pregotildees ainda estarem em andamento

O superintendente esclareceu que um desses pregotildees estava desa-

parecido e soacute depois de muita inves-tigaccedilatildeo a empresa foi contatada para cumprir o contrato O outro pregatildeo es-tava com o pedido de realinhamento de preccedilos e somente apoacutes a administraccedilatildeo entrar em contato para negociar com os fornecedores explicando a delicadeza da situaccedilatildeo eacute que foi possiacutevel normali-zar as entregas dos suprimentos

Segundo o professor Antocircnio Luiz ainda haacute muitos problemas com os fornecedores As licitaccedilotildees (pregotildees) emitidas pelas empresas tem um preccedilo muito abaixo do valor de mercado Em decorrecircncia desse fato as companhias tem prejuiacutezo e antes de completar os seis meses algumas deixam de forne-cer os gecircneros apesar de ainda terem saldo em caixa com a Universidade

Um dos problemas a serem contor-nados pela atual administraccedilatildeo diz res-peito a burocracia e lentidatildeo de alguns setores na etapa de licitaccedilatildeo e pregatildeo para aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios Na Proacute-Reitoria Administrativa (Divi-satildeo de Materiais) a entrada dos pre-gotildees foi feita em dezembro poreacutem os processos ficaram mais de dois meses parados dentro de uma gaveta e por isso ainda existem licitaccedilotildees de com-pras paradas em abril

A administraccedilatildeo da Universidade

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeo

Prof Antocircnio Luiz Superintendente do RU

Vista frontal do Restaurante Universitaacuterio da UFPB

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 37

Atualmente o professor Antocircnio Luiz estaacute procurando resolver os as-suntos mais urgentes do RU fazendo o levantamento do que precisa ser fei-to a exemplo dos pedidos de compras de equipamentos de seguranccedila e para a cozinha Haacute tambeacutem uma proposta

a partir dos levantamentos feitos pelo professor Antocircnio Luiz tomou um seacute-rie de iniciativas entre elas consultas juriacutedicas onde foram detectados o atra-so de salaacuterios entre outras irregularida-des trabalhistas Por conta do rombo a FCJA deixou de pagar o fundo de ga-rantia salaacuterios feacuterias e 13ordm salaacuterio aos funcionaacuterios As diacutevidas tiveram que ser quitadas pela prefeitura universitaacute-ria que repassou a verba e cumpriu a obrigaccedilatildeo social para com todos os fun-cionaacuterios Hoje a FCJA eacute dirigida por Boanerges Felix que estaacute regularizan-do as atividades da fundaccedilatildeo

O professor Antocircnio Luiz ressalta que existiam diversos problemas com equipamentos e com funcionaacuterios Na cozinha haviam vazamentos e instru-mentos como serras de cortar carne e aparelho de cortar frutas quebrados Ateacute o conserto desses aparelhos os trabalhos vinham sendo feitos manu-almente Ele encontrou equipamentos com 10 a 15 anos de uso sem programa de reposiccedilatildeo ldquoEacute impossiacutevel um siste-ma desse porte funcionar sem repor o equipamento porque ele tem vida uacutetil As caldeiras satildeo razoavelmente novas com 3 ou 4 anos de uso mas sem um sistema de manutenccedilatildeo Vazamento de oacuteleo caldeiras quebradas Foi uma si-tuaccedilatildeo que eu natildeo imaginava que en-contrariardquo observa o superintendente

Outra questatildeo importante que a nova administraccedilatildeo teve que mudar foi o fato de que os funcionaacuterios natildeo esta-vam acostumados a obedecer aos horaacute-rios Poreacutem aos poucos o pessoal foi se adaptando ao novo modelo de gestatildeo

encaminhada para concretizaccedilatildeo de um serviccedilo de auto atendimento (self servi-ce) O desperdiacutecio de comida eacute um dos grandes problemas para o Restaurante pois os alunos deixam nos pratos restos de comida suficientes para alimentar mais de 400 pessoas segundo o supe-rintendente

A equipe que trabalha no RU pre-tende realizar uma campanha de cons-cientizaccedilatildeo para que os comensais com a instalaccedilatildeo do self service co-loquem no prato apenas a quantidade realmente necessaacuteria evitando assim o desperdiacutecio Estaacute nos planos promover treinamento dos funcionaacuterios executar atividades humaniacutesticas promovendo a interaccedilatildeo entre as pessoas melhorar cada vez mais o sabor da comida (a qua-lidade jaacute existe) e aumentar o nuacutemero de funcionaacuterios e equipamentos acarre-tando numa melhora do fluxo e minimi-zando o problema das longas filas

Tambeacutem eacute interesse terminar a obra comeccedilada na administraccedilatildeo pas-sada - que jaacute deveria ter sido finaliza-da - de um complexo ao lado do atual RU Laacute seraacute instalado um restaurante para que os funcionaacuterios e estudantes natildeo contemplados pelo RU possam co-mer pagando apenas uma pequena taxa pela refeiccedilatildeo Eacute preciso ainda analisar a viabilidade dessa opccedilatildeo consultando a comunidade acadecircmica e aguardando o teacutermino das obras A comida seraacute a mesma que eacute servida gratuitamente aos alunos comensais

Comida que sobra nos pratos seria capaz de preencher 400 novas refeiccedilotildees

Restaurante Universitaacuterio em horaacuterio de funcionamento

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Reportagem Marina Maracajaacute e Nayane Maia

e mudando os haacutebitos no ambiente de trabalho A atual administraccedilatildeo prima pelo exemplo adotando a praacutetica de se-rem os primeiros a chegar e os uacuteltimos a sair colaborando com os outros fun-cionaacuterios e ajudando sempre que pos-siacutevel nas suas diferentes funccedilotildees seja no setor administrativo seja na parte de manutenccedilatildeo dos equipamentos

Proposiccedilotildees

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INFRAESTRUTURA

38 - UFPB em Revista

Blocos isolados congestiona-mentos nos horaacuterios de pico falta de estacionamento satildeo

esses alguns dos problemas que po-dem ser ocasionados pela falta de um bom plano diretor Na UFPB isso natildeo eacute diferente Encontrar agrave noite uma vaga proacutexima ao CCHLA eacute praticamente uma maratona Esse e muitos outros problemas poderiam ter sidos evita-dos se tivesse sido criado um plano diretor que limitasse as aacutereas de esta-cionamento construccedilatildeo e ainda com o planejamento da aacuterea de preservaccedilatildeo na universidade

Em 2007 em sua defesa de tese de doutorado em engenharia civil Renato Saboya explica ldquoPlano Diretor eacute um documento que sintetiza e torna expliacute-citos os objetivos consensuados para o Municiacutepio e estabelece princiacutepios diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as decisotildees dos atores envolvidos no processo de de-senvolvimento urbano convirjam tan-to quanto possiacutevel na direccedilatildeo desses objetivosrdquo

Para Acircngela Braz aluna do quinto periacuteodo de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal da Paraiacuteba pro-blemas comuns como salas com maacute ventilaccedilatildeo ou com insolaccedilatildeo intensa poderiam ter sido evitados se a insti-tuiccedilatildeo tivesse em seu plano diretor as melhores localizaccedilotildees para a constru-ccedilatildeo dos blocos Com tal planejamen-to seriam evitadas aacutereas voltadas di-retamente para o nascente ou poente e tambeacutem aacutereas natildeo favorecidas pelos ventos

Planos Diretores no Brasil

Quando questionados a maioria dos brasileiros pensam que exemplos de planejamento preventivo existem apenas em paiacuteses de ldquoprimeiro mun-dordquo poreacutem em diversos municiacutepios brasileiros planos diretores tiveram relativo sucesso como por exemplo Curitiba Brasiacutelia e ateacute mesmo Joatildeo Pessoa Sendo a uacuteltima um dos melho-res exemplos nacionais de preservaccedilatildeo de sua orla mariacutetima onde existe um

bloqueio para edifiacutecios superiores a quatro andares

ldquoA questatildeo da falta de planejamen-to urbano eacute muito mais grave do que parece o recobrimento dos solos com materiais impermeaacuteveis juntamente com o adensamento de construccedilotildees acaba ocasionando o aumento de tem-peratura em determinadas regiotildeesrdquo indaga Acircngela

O impedimento da construccedilatildeo de preacutedios altos na orla evita o conhecido fenocircmeno em diversas praias sombra Em praias de Recife Rio de Janeiro e Balneaacuterio Camboriuacute por exemplo possuem sombra na faixa de areia mes-mo horas antes do pocircr do sol devido aos gigantes que ali se encontramldquoSalas cada vez menores para turmas cada vez maioresrdquo

Para Andreacute Siqueira aluno do se-gundo periacuteodo de Arquitetura e Urba-nismo na Universidade Federal da Pa-raiacuteba a falta de um real planejamento cria ateacute mesmo a falta de acessibilida-de em diversas aacutereas da Universida-de Calccediladas estreitas com caminhos

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidade

Protesto de alunos de Miacutedias Digitais devido ao atraso de mais de dois anos na entrega do bloco do curso

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 39

Soluccedilatildeo a longo prazo

Flaacutevio Tavares membro do pro-jeto de iniciaccedilatildeo cientiacutefica ldquoTerritoacute-rios e urbanidades praacuteticas urbanas e poliacuteticas culturais no espaccedilo puacuteblico contemporacircneordquo mostra-se indignado com o fato de que o porte que a uni-versidade tem atingido seja de espa-ccedilo fiacutesico ndash com grande quantidade de alunos e funcionaacuterios circulando no seu campus - seja do volume de recur-sos aplicados anualmente e ainda natildeo possua um plano diretor em vigor Ele permitiria accedilotildees integradas de longo prazo garantindo que os investimentos ocorram de acordo com os principais anseios da comunidade universitaacuteria jaacute que a elaboraccedilatildeo do plano se daacute necessariamente a partir da discussatildeo conjunta entre os envolvidos com a re-giatildeo

Indagado sobre as possiacuteveis accedilotildees

que poderiam sanar os atuais (e fu-turos) problemas Tavares diz que a Universidade deve iniciar de imedia-to a construccedilatildeo de um ldquoPlano Diretor Participativo Integrado para o Cam-pus Joatildeo Pessoa da UFPBrdquo incluindo questotildees de planejamento participativo na proposiccedilatildeo das futuras obras per-mitindo que a comunidade acadecircmica possa opinar sobre as obras que ali se-ratildeo executadas resultando numa maior conexatildeo e identificaccedilatildeo com os usuaacute-rios Quanto a uma obra especiacutefica ele acredita que uma ampla intervenccedilatildeo no

desenho urbano do campus seria ne-cessaacuteria priorizando o fluxo de pedes-tres com pisos adequados vegetaccedilatildeo passarelas etc

Para finalizar Flaacutevio lembra que agora que a Universidade acolhe um maior nuacutemero de pessoas com defici-ecircncia tendo o dever natildeo soacute legal mas tambeacutem social de incluir estas pessoas num deslocar seguro e independente Sendo esse apenas possiacutevel com um planejamento efetivo da estrutura fiacutesi-ca da Universidade

No final de 2012 Margareth Diniz assumiu a Reitoria da Uni-versidade Federal da Paraiacute-ba e com ela iniciaram-se projetos de um Plano Dire-tor Esse Plano teraacute como principal foco proteger a reserva de mata atlacircntica na qual a Instituiccedilatildeo estaacute sediada O professor Seacutergio Alonso recentemente em-possado prefeito do Campus I eacute um dos membros desta comissatildeo que discute a cria-ccedilatildeo do Plano na UFPB Ele teraacute a missatildeo de coordenar as discussotildees sobre o PD

Planejamento evita problemas como o demonstrado no viacutedeo acima

Novo campus em Rio Tinto Obras que esteticamente feias e sem utilidade

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ReportagemFrancisco de Oliveira

Guilherme Pontes

confusos ou ateacute mesmo inexistentes e ainda praccedilas de permanecircncia sem co-bertura satildeo outros exemplos lembra-dos por Siqueira

Sobre o futuro Andreacute eacute pessi-mista e comenta que a cada dia mais problemas surgem Ser deficiente na UFPB eacute praticamente impossiacutevel Blocos aleatoacuterios para cursos que de-veriam ter salas proacuteximas Essas in-clusive estatildeo cada vez menores para turmas cada vez maiores ldquoSalas com janelotildees feitas para serem usadas com projetor que tipo de arquiteto aprova issordquo provoca

INFRAESTRUTURA

40 - UFPB em Revista

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Central

Construiacuteda haacute mais de 30 anos a Biblioteca Central da UFPB nunca passou por uma grande reforma

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Se algueacutem que frequenta a Bi-blioteca Central da UFPB atu-almente fosse perguntado sobre

qual a sua impressatildeo sobre o local as respostas certamente seriam se-melhantes agraves de quem respondesse a mesma pergunta haacute dez ou vinte anos calor poeira mofo falta de acessibilidade e estrutura deficitaacuteria estariam entre as palavras mais cita-das Isso se explica pelo fato do preacute-dio construiacutedo na deacutecada de 1970 ter sido mal planejado e nunca ter passado por uma grande reforma

Com o acervo atual em torno dos 400 mil exemplares a Bibliote-ca Central tem como principal fina-lidade dar suporte de informaccedilotildees aos programas de ensino pesquisa e extensatildeo Construiacuteda ao lado de uma mata ndash a UFPB estaacute localizada em uma regiatildeo de Mata Atlacircntica ndash so-fre com a maacute conservaccedilatildeo do acervo

exposto agrave umidade poeira e insetosSegundo a bibliotecaacuteria TM que preferiu natildeo se identificar o uacutelti-mo governo ateacute fez investimentos importantes no local ldquoAtraveacutes de pregotildees e ouvindo sugestotildees de co-ordenadores de cursos e professores foram adquiridos milhares de novos tiacutetulos Aleacutem disso foram instala-dos novos computadores cadeiras e feita a climatizaccedilatildeo de algumas salasrdquo A ideia eacute que nos proacuteximos anos sejam feitos novos investimen-tos no local ldquoA nova Reitora pro-meteu um sistema de climatizaccedilatildeo completo para o preacutediordquo afirma TM

Apesar das melhorias nos uacutel-timos anos e a promessa de novos investimentos para um futuro proacute-ximo muitas mudanccedilas inclusive estruturais precisam acontecer na Biblioteca Central ldquoO projeto ar-quitetocircnico eacute defeituoso Eacute impos-

siacutevel falar em climatizaccedilatildeo enquan-to natildeo for solucionado o problema das grandes frestas nas paredes do lugar Tambeacutem natildeo adianta climati-zar sem ser feita uma higienizaccedilatildeo em todo o preacutediordquo afirma o fun-cionaacuterio Francisco Joseacute Assistente Administrativo do local haacute 25 anos

Natildeo bastasse o problema de con-servaccedilatildeo do acervo existe uma ques-tatildeo ainda mais grave a ser tratada a sauacutede dos que frequentam a Bibliote-ca Central Vaacuterios funcionaacuterios rela-taram problemas de sauacutede por causa da higiene e estrutura do local O acuacutemulo de poeira e fungos jaacute causou vaacuterias doenccedilas de pele desde cocei-ras ateacute alergias seacuterias Aleacutem disso eacute comum funcionaacuterios reclamarem de problemas de coluna causados pelo manuseio das pesadas estantes e pro-blemas de mobilidade com os carros de matildeo que transportam os livros

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 41

Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

A realidade

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

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ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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PELO CAMPUS

46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 49

dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

PELO CAMPUS

52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 26: UFPB em revista

INFRAESTRUTURA

34 - UFPB em Revista

Ano de 2015 eacute limite para meta plena de acessibilidade

Ausecircncia de acessibilidade eacute constante nos novos preacutedios da UFPB

Segundo dados do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a Paraiacuteba eacute o estado que possui a maior parcela de habitantes com necessidades especiais no Bra-sil empatando com o Rio Grande do Norte Quase 30 dos paraiba-nos tecircm algum tipo de necessidade especial Apesar da estatiacutestica e da existecircncia do Decreto Lei 5296 que determina a acessibilidade em todas as edificaccedilotildees puacuteblicas 90 por cento das construccedilotildees realizadas durante gestatildeo dos professores Rocircmulo Po-lari e Iara Matos a frente da UFPB natildeo respeitaram o seu cumprimento

No momento a atual adminis-traccedilatildeo estaacute empenhada num pra-zo de dois anos a assistir a todos os alunos com deficiecircncia cumprin-do as normas teacutecnicas de acessi-bilidade da Associaccedilatildeo Brasilei-ra de Normas Teacutecnicas (ABNT)

Dentre as medidas a serem ado-tadas estaacute a reforma na acessibilida-de arquitetocircnica das vias (calccediladas) Tambeacutem estaacute prevista a construccedilatildeo do Centro de Inclusatildeo (que vai in-tegrar todos os projetos de inclusatildeo em um soacute) agregar serviccedilos dispo-nibilizar salas de aula adquirir uma seacuterie de equipamentos fora do paiacutes (entre eles esfigmomanocircmetro que possibilita a traduccedilatildeo de textos em aacuteudio bengala que identifica obs-taacuteculos e computadores especiais)

Ateacute o momento apenas 15 preacute-dios estatildeo acessiacuteveis para os 30 alu-nos com necessidades especiais ca-dastrados na UFPB O uacutenico trecho com acessibilidade externa no Cam-pus I se encontra da Biblioteca Cen-tral ateacute o Refeitoacuterio Universitaacuterio No Campus II em Areia a primeira parte do projeto jaacute vem com todas as normas de acessibilidade executadas disse Marcelo Andrade Diniz Diretor do Departamento de Arquitetura da Prefeitura Universitaacuteria desde 2010

O que estaacute previsto

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 35

Segundo Marcelo Diniz que acompanhou a antiga gestatildeo da Uni-versidade o recurso era limitado e natildeo havia comprometimento dos ad-ministradores para cumprir as normas exigidas aleacutem da fiscalizaccedilatildeo pouco eficaz do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Ateacute 2010 pouco havia sido pensado discutido e realizado para incluir so-cialmente as pessoas com deficiecircn-cia Com o aumento significativo e progressivo no nuacutemero de estudan-tes em funccedilatildeo da Reestruturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universidades Fede-rais (Reuni) a situaccedilatildeo agravou-se

Desde entatildeo o Governo Federal estaacute destinando uma verba especiacutefica para as Instituiccedilotildees Federais de En-sino (Ifes) cumprirem as normas de acessibilidade impostas pela ABNT O MEC por sua vez vem fiscalizan-do com rigor as Ifes de todo o Brasil

Comitecirc existe desde 2011

No ano de 2011 foi criado na UFPB o Comitecirc de Inclusatildeo e Aces-sibilidade que tem como objetivo garantir a todos os alunos com defi-ciecircncia a permanecircncia e conclusatildeo do curso Segundo a coordenadora do

comitecirc Andreza Aparecida Polia estaacute prevista a chegada de 44 alunos espe-ciais para o proacuteximo semestre letivo nuacutemero que ultrapassa os 5 por cen-to designado pelo sistema de cotas ldquoAno passado fizemos pedido de equi-pamentos para suprir os alunos que jaacute estatildeo cadastrados Enquanto natildeo che-ga os coordenadores tem de ter um computador exclusivo para esses estu-dantesrdquo pontificou Andreza Polia O comitecirc conta com representantes dos cursos de Psicopedagogia Terapia Ocupacional Arquitetura e Educaccedilatildeo

Ainda em fase de projeto o Centro de Inclusatildeo e Acessibilidade estaacute pre-visto para ficar pronto em 2015 Ele contaraacute dentre outras coisas com pla-cas em Braille piso taacutetil carteiras es-peciais plataforma elevatoacuteria eleva-dor e tecnologias inclusivas em geral

Outro projeto que estaacute sendo desenvolvido pela Prefeitura Uni-versitaacuteria eacute a urbanizaccedilatildeo do La-boratoacuterio de Energias Renovaacuteveis (LERS) que iraacute se estender por todo o estacionamento contando com rampas pisos taacuteteis e mais de 6 quilocircmetros de rotas acessiacuteveis

Os estudantes com necessidades especiais contam com um programa

Projeto em 3d das futuras instalaccedilotildees elaborado pela Prefeitura da UFPB

Reportagem Giuliano Viscardi

de apoio onde um aluno monitor os acompanha geralmente por discipli-na dando assistecircncia necessaacuteria gra-vando aulas e tirando duacutevidas com os professores O Nuacutecleo de Educaccedilatildeo Especial (Nedesp) tambeacutem os ajuda nesse processo de adaptaccedilatildeo Na Bi-blioteca Central e no Nedesp os alu-nos dispotildee de impressora em braille

A Proacute-reitoria de Gestatildeo de Pes-soas (Progep) ofereceu por dois anos consecutivos um curso de capacita-ccedilatildeo para docentes e servidores da uni-versidade tendo formado duas turmas ateacute agora Poreacutem a grande maioria dos capacitados foi funcionaacuterios A UFPB conta com apenas um tradutor ldquoPreci-samos de mais contrataccedilotildeesrdquo alega Po-lia que estaacute coordenando o Comitecirc de Inclusatildeo e Acessibilidade desde 2011

A prefeitura da Instituiccedilatildeo tambeacutem fez um convenio com o Laboratoacuterio de Acessibilidade (Lacesse) coordenado por Marcelo Diniz e pela professora do curso de arquitetura Angelina Costa O espaccedilo fiacutesico onde funciona o labo-ratoacuterio foi inaugurado dia 12 de abril no Centro de Tecnologia bloco N

INFRAESTRUTURA

36 - UFPB em Revista

O rombo de mais de 22 milhotildees na Fundaccedilatildeo Casa de Joseacute Ameacuterico (FCJA) constata-

do pelo Tribunal de Contas da Uniatildeo (TCU) eacute a principal heranccedila deixada pela antiga administraccedilatildeo da universi-dade e que atinge diretamente o Res-taurante Universitaacuterio da UFPB Os es-cacircndalos envolvem o responsaacutevel pelo fornecimento de gecircneros alimentiacutecios e o pagamento de alguns funcionaacuterios do Restaurante Universitaacuterio (RU)

Segundo o TCU foram usados re-cursos federais depositados em contas especiacuteficas de convecircnios para paga-mentos agrave empresas fornecedoras de gecircneros alimentiacutecios As irregularida-des foram cometidas pelo ex-diretor da Fundaccedilatildeo Eugecircnio Pacceli Trigueiro Pereira Com isso o TCU suspendeu o repasse de recursos da Uniatildeo para a Fundaccedilatildeo Joseacute Ameacuterico e a direccedilatildeo do RU enfrentou problemas com a falta de estoque de alimentos e atraso no paga-mento de funcionaacuterios refletindo no atendimento precaacuterio das necessidades dos alunos que frequentam o Restau-rante

O RU que fornece refeiccedilotildees gra-tuitas para estudantes de baixa renda e cadastrados da UFPB conta com 90

profissionais Os gecircneros alimentiacutecios de uma refeiccedilatildeo custam em meacutedia de R$ 410 a R$ 530 Nesse valor natildeo estaacute considerado a despesa do preparo trabalho dos funcionaacuterios e energia dos aproximadamente 2200 almoccedilos e 900 jantares por dia

A nova reitoria da UFPB ampliou as investigaccedilotildees e o levantamento de contas da Universidade para averiguar quais problemas seratildeo enfrentados pela gestatildeo Durante as investigaccedilotildees foram detectadas vaacuterias irregula-ridades cometidas pela adminis-traccedilatildeo passada a exemplo da au-secircncia de prestaccedilatildeo de contas de diversos convecircnios

Antocircnio Luiz de Albuquer-que Gomes professor do De-partamento de Quiacutemica do Cen-tro de Tecnologia da UFPB assumiu o cargo de Superintendente do Sistema de Restaurantes Universitaacuterios - que com-preende os restaurantes do Campus 1 do Litoral Norte Areia e Bananeiras - no dia 12112012 Ele conta que rece-beu o RU com um estoque insuficiente de alimentos apesar dos pregotildees ainda estarem em andamento

O superintendente esclareceu que um desses pregotildees estava desa-

parecido e soacute depois de muita inves-tigaccedilatildeo a empresa foi contatada para cumprir o contrato O outro pregatildeo es-tava com o pedido de realinhamento de preccedilos e somente apoacutes a administraccedilatildeo entrar em contato para negociar com os fornecedores explicando a delicadeza da situaccedilatildeo eacute que foi possiacutevel normali-zar as entregas dos suprimentos

Segundo o professor Antocircnio Luiz ainda haacute muitos problemas com os fornecedores As licitaccedilotildees (pregotildees) emitidas pelas empresas tem um preccedilo muito abaixo do valor de mercado Em decorrecircncia desse fato as companhias tem prejuiacutezo e antes de completar os seis meses algumas deixam de forne-cer os gecircneros apesar de ainda terem saldo em caixa com a Universidade

Um dos problemas a serem contor-nados pela atual administraccedilatildeo diz res-peito a burocracia e lentidatildeo de alguns setores na etapa de licitaccedilatildeo e pregatildeo para aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios Na Proacute-Reitoria Administrativa (Divi-satildeo de Materiais) a entrada dos pre-gotildees foi feita em dezembro poreacutem os processos ficaram mais de dois meses parados dentro de uma gaveta e por isso ainda existem licitaccedilotildees de com-pras paradas em abril

A administraccedilatildeo da Universidade

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeo

Prof Antocircnio Luiz Superintendente do RU

Vista frontal do Restaurante Universitaacuterio da UFPB

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 37

Atualmente o professor Antocircnio Luiz estaacute procurando resolver os as-suntos mais urgentes do RU fazendo o levantamento do que precisa ser fei-to a exemplo dos pedidos de compras de equipamentos de seguranccedila e para a cozinha Haacute tambeacutem uma proposta

a partir dos levantamentos feitos pelo professor Antocircnio Luiz tomou um seacute-rie de iniciativas entre elas consultas juriacutedicas onde foram detectados o atra-so de salaacuterios entre outras irregularida-des trabalhistas Por conta do rombo a FCJA deixou de pagar o fundo de ga-rantia salaacuterios feacuterias e 13ordm salaacuterio aos funcionaacuterios As diacutevidas tiveram que ser quitadas pela prefeitura universitaacute-ria que repassou a verba e cumpriu a obrigaccedilatildeo social para com todos os fun-cionaacuterios Hoje a FCJA eacute dirigida por Boanerges Felix que estaacute regularizan-do as atividades da fundaccedilatildeo

O professor Antocircnio Luiz ressalta que existiam diversos problemas com equipamentos e com funcionaacuterios Na cozinha haviam vazamentos e instru-mentos como serras de cortar carne e aparelho de cortar frutas quebrados Ateacute o conserto desses aparelhos os trabalhos vinham sendo feitos manu-almente Ele encontrou equipamentos com 10 a 15 anos de uso sem programa de reposiccedilatildeo ldquoEacute impossiacutevel um siste-ma desse porte funcionar sem repor o equipamento porque ele tem vida uacutetil As caldeiras satildeo razoavelmente novas com 3 ou 4 anos de uso mas sem um sistema de manutenccedilatildeo Vazamento de oacuteleo caldeiras quebradas Foi uma si-tuaccedilatildeo que eu natildeo imaginava que en-contrariardquo observa o superintendente

Outra questatildeo importante que a nova administraccedilatildeo teve que mudar foi o fato de que os funcionaacuterios natildeo esta-vam acostumados a obedecer aos horaacute-rios Poreacutem aos poucos o pessoal foi se adaptando ao novo modelo de gestatildeo

encaminhada para concretizaccedilatildeo de um serviccedilo de auto atendimento (self servi-ce) O desperdiacutecio de comida eacute um dos grandes problemas para o Restaurante pois os alunos deixam nos pratos restos de comida suficientes para alimentar mais de 400 pessoas segundo o supe-rintendente

A equipe que trabalha no RU pre-tende realizar uma campanha de cons-cientizaccedilatildeo para que os comensais com a instalaccedilatildeo do self service co-loquem no prato apenas a quantidade realmente necessaacuteria evitando assim o desperdiacutecio Estaacute nos planos promover treinamento dos funcionaacuterios executar atividades humaniacutesticas promovendo a interaccedilatildeo entre as pessoas melhorar cada vez mais o sabor da comida (a qua-lidade jaacute existe) e aumentar o nuacutemero de funcionaacuterios e equipamentos acarre-tando numa melhora do fluxo e minimi-zando o problema das longas filas

Tambeacutem eacute interesse terminar a obra comeccedilada na administraccedilatildeo pas-sada - que jaacute deveria ter sido finaliza-da - de um complexo ao lado do atual RU Laacute seraacute instalado um restaurante para que os funcionaacuterios e estudantes natildeo contemplados pelo RU possam co-mer pagando apenas uma pequena taxa pela refeiccedilatildeo Eacute preciso ainda analisar a viabilidade dessa opccedilatildeo consultando a comunidade acadecircmica e aguardando o teacutermino das obras A comida seraacute a mesma que eacute servida gratuitamente aos alunos comensais

Comida que sobra nos pratos seria capaz de preencher 400 novas refeiccedilotildees

Restaurante Universitaacuterio em horaacuterio de funcionamento

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Reportagem Marina Maracajaacute e Nayane Maia

e mudando os haacutebitos no ambiente de trabalho A atual administraccedilatildeo prima pelo exemplo adotando a praacutetica de se-rem os primeiros a chegar e os uacuteltimos a sair colaborando com os outros fun-cionaacuterios e ajudando sempre que pos-siacutevel nas suas diferentes funccedilotildees seja no setor administrativo seja na parte de manutenccedilatildeo dos equipamentos

Proposiccedilotildees

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INFRAESTRUTURA

38 - UFPB em Revista

Blocos isolados congestiona-mentos nos horaacuterios de pico falta de estacionamento satildeo

esses alguns dos problemas que po-dem ser ocasionados pela falta de um bom plano diretor Na UFPB isso natildeo eacute diferente Encontrar agrave noite uma vaga proacutexima ao CCHLA eacute praticamente uma maratona Esse e muitos outros problemas poderiam ter sidos evita-dos se tivesse sido criado um plano diretor que limitasse as aacutereas de esta-cionamento construccedilatildeo e ainda com o planejamento da aacuterea de preservaccedilatildeo na universidade

Em 2007 em sua defesa de tese de doutorado em engenharia civil Renato Saboya explica ldquoPlano Diretor eacute um documento que sintetiza e torna expliacute-citos os objetivos consensuados para o Municiacutepio e estabelece princiacutepios diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as decisotildees dos atores envolvidos no processo de de-senvolvimento urbano convirjam tan-to quanto possiacutevel na direccedilatildeo desses objetivosrdquo

Para Acircngela Braz aluna do quinto periacuteodo de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal da Paraiacuteba pro-blemas comuns como salas com maacute ventilaccedilatildeo ou com insolaccedilatildeo intensa poderiam ter sido evitados se a insti-tuiccedilatildeo tivesse em seu plano diretor as melhores localizaccedilotildees para a constru-ccedilatildeo dos blocos Com tal planejamen-to seriam evitadas aacutereas voltadas di-retamente para o nascente ou poente e tambeacutem aacutereas natildeo favorecidas pelos ventos

Planos Diretores no Brasil

Quando questionados a maioria dos brasileiros pensam que exemplos de planejamento preventivo existem apenas em paiacuteses de ldquoprimeiro mun-dordquo poreacutem em diversos municiacutepios brasileiros planos diretores tiveram relativo sucesso como por exemplo Curitiba Brasiacutelia e ateacute mesmo Joatildeo Pessoa Sendo a uacuteltima um dos melho-res exemplos nacionais de preservaccedilatildeo de sua orla mariacutetima onde existe um

bloqueio para edifiacutecios superiores a quatro andares

ldquoA questatildeo da falta de planejamen-to urbano eacute muito mais grave do que parece o recobrimento dos solos com materiais impermeaacuteveis juntamente com o adensamento de construccedilotildees acaba ocasionando o aumento de tem-peratura em determinadas regiotildeesrdquo indaga Acircngela

O impedimento da construccedilatildeo de preacutedios altos na orla evita o conhecido fenocircmeno em diversas praias sombra Em praias de Recife Rio de Janeiro e Balneaacuterio Camboriuacute por exemplo possuem sombra na faixa de areia mes-mo horas antes do pocircr do sol devido aos gigantes que ali se encontramldquoSalas cada vez menores para turmas cada vez maioresrdquo

Para Andreacute Siqueira aluno do se-gundo periacuteodo de Arquitetura e Urba-nismo na Universidade Federal da Pa-raiacuteba a falta de um real planejamento cria ateacute mesmo a falta de acessibilida-de em diversas aacutereas da Universida-de Calccediladas estreitas com caminhos

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidade

Protesto de alunos de Miacutedias Digitais devido ao atraso de mais de dois anos na entrega do bloco do curso

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 39

Soluccedilatildeo a longo prazo

Flaacutevio Tavares membro do pro-jeto de iniciaccedilatildeo cientiacutefica ldquoTerritoacute-rios e urbanidades praacuteticas urbanas e poliacuteticas culturais no espaccedilo puacuteblico contemporacircneordquo mostra-se indignado com o fato de que o porte que a uni-versidade tem atingido seja de espa-ccedilo fiacutesico ndash com grande quantidade de alunos e funcionaacuterios circulando no seu campus - seja do volume de recur-sos aplicados anualmente e ainda natildeo possua um plano diretor em vigor Ele permitiria accedilotildees integradas de longo prazo garantindo que os investimentos ocorram de acordo com os principais anseios da comunidade universitaacuteria jaacute que a elaboraccedilatildeo do plano se daacute necessariamente a partir da discussatildeo conjunta entre os envolvidos com a re-giatildeo

Indagado sobre as possiacuteveis accedilotildees

que poderiam sanar os atuais (e fu-turos) problemas Tavares diz que a Universidade deve iniciar de imedia-to a construccedilatildeo de um ldquoPlano Diretor Participativo Integrado para o Cam-pus Joatildeo Pessoa da UFPBrdquo incluindo questotildees de planejamento participativo na proposiccedilatildeo das futuras obras per-mitindo que a comunidade acadecircmica possa opinar sobre as obras que ali se-ratildeo executadas resultando numa maior conexatildeo e identificaccedilatildeo com os usuaacute-rios Quanto a uma obra especiacutefica ele acredita que uma ampla intervenccedilatildeo no

desenho urbano do campus seria ne-cessaacuteria priorizando o fluxo de pedes-tres com pisos adequados vegetaccedilatildeo passarelas etc

Para finalizar Flaacutevio lembra que agora que a Universidade acolhe um maior nuacutemero de pessoas com defici-ecircncia tendo o dever natildeo soacute legal mas tambeacutem social de incluir estas pessoas num deslocar seguro e independente Sendo esse apenas possiacutevel com um planejamento efetivo da estrutura fiacutesi-ca da Universidade

No final de 2012 Margareth Diniz assumiu a Reitoria da Uni-versidade Federal da Paraiacute-ba e com ela iniciaram-se projetos de um Plano Dire-tor Esse Plano teraacute como principal foco proteger a reserva de mata atlacircntica na qual a Instituiccedilatildeo estaacute sediada O professor Seacutergio Alonso recentemente em-possado prefeito do Campus I eacute um dos membros desta comissatildeo que discute a cria-ccedilatildeo do Plano na UFPB Ele teraacute a missatildeo de coordenar as discussotildees sobre o PD

Planejamento evita problemas como o demonstrado no viacutedeo acima

Novo campus em Rio Tinto Obras que esteticamente feias e sem utilidade

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ReportagemFrancisco de Oliveira

Guilherme Pontes

confusos ou ateacute mesmo inexistentes e ainda praccedilas de permanecircncia sem co-bertura satildeo outros exemplos lembra-dos por Siqueira

Sobre o futuro Andreacute eacute pessi-mista e comenta que a cada dia mais problemas surgem Ser deficiente na UFPB eacute praticamente impossiacutevel Blocos aleatoacuterios para cursos que de-veriam ter salas proacuteximas Essas in-clusive estatildeo cada vez menores para turmas cada vez maiores ldquoSalas com janelotildees feitas para serem usadas com projetor que tipo de arquiteto aprova issordquo provoca

INFRAESTRUTURA

40 - UFPB em Revista

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Central

Construiacuteda haacute mais de 30 anos a Biblioteca Central da UFPB nunca passou por uma grande reforma

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Se algueacutem que frequenta a Bi-blioteca Central da UFPB atu-almente fosse perguntado sobre

qual a sua impressatildeo sobre o local as respostas certamente seriam se-melhantes agraves de quem respondesse a mesma pergunta haacute dez ou vinte anos calor poeira mofo falta de acessibilidade e estrutura deficitaacuteria estariam entre as palavras mais cita-das Isso se explica pelo fato do preacute-dio construiacutedo na deacutecada de 1970 ter sido mal planejado e nunca ter passado por uma grande reforma

Com o acervo atual em torno dos 400 mil exemplares a Bibliote-ca Central tem como principal fina-lidade dar suporte de informaccedilotildees aos programas de ensino pesquisa e extensatildeo Construiacuteda ao lado de uma mata ndash a UFPB estaacute localizada em uma regiatildeo de Mata Atlacircntica ndash so-fre com a maacute conservaccedilatildeo do acervo

exposto agrave umidade poeira e insetosSegundo a bibliotecaacuteria TM que preferiu natildeo se identificar o uacutelti-mo governo ateacute fez investimentos importantes no local ldquoAtraveacutes de pregotildees e ouvindo sugestotildees de co-ordenadores de cursos e professores foram adquiridos milhares de novos tiacutetulos Aleacutem disso foram instala-dos novos computadores cadeiras e feita a climatizaccedilatildeo de algumas salasrdquo A ideia eacute que nos proacuteximos anos sejam feitos novos investimen-tos no local ldquoA nova Reitora pro-meteu um sistema de climatizaccedilatildeo completo para o preacutediordquo afirma TM

Apesar das melhorias nos uacutel-timos anos e a promessa de novos investimentos para um futuro proacute-ximo muitas mudanccedilas inclusive estruturais precisam acontecer na Biblioteca Central ldquoO projeto ar-quitetocircnico eacute defeituoso Eacute impos-

siacutevel falar em climatizaccedilatildeo enquan-to natildeo for solucionado o problema das grandes frestas nas paredes do lugar Tambeacutem natildeo adianta climati-zar sem ser feita uma higienizaccedilatildeo em todo o preacutediordquo afirma o fun-cionaacuterio Francisco Joseacute Assistente Administrativo do local haacute 25 anos

Natildeo bastasse o problema de con-servaccedilatildeo do acervo existe uma ques-tatildeo ainda mais grave a ser tratada a sauacutede dos que frequentam a Bibliote-ca Central Vaacuterios funcionaacuterios rela-taram problemas de sauacutede por causa da higiene e estrutura do local O acuacutemulo de poeira e fungos jaacute causou vaacuterias doenccedilas de pele desde cocei-ras ateacute alergias seacuterias Aleacutem disso eacute comum funcionaacuterios reclamarem de problemas de coluna causados pelo manuseio das pesadas estantes e pro-blemas de mobilidade com os carros de matildeo que transportam os livros

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 41

Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

A realidade

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

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ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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PELO CAMPUS

46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

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52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 27: UFPB em revista

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 35

Segundo Marcelo Diniz que acompanhou a antiga gestatildeo da Uni-versidade o recurso era limitado e natildeo havia comprometimento dos ad-ministradores para cumprir as normas exigidas aleacutem da fiscalizaccedilatildeo pouco eficaz do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Ateacute 2010 pouco havia sido pensado discutido e realizado para incluir so-cialmente as pessoas com deficiecircn-cia Com o aumento significativo e progressivo no nuacutemero de estudan-tes em funccedilatildeo da Reestruturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universidades Fede-rais (Reuni) a situaccedilatildeo agravou-se

Desde entatildeo o Governo Federal estaacute destinando uma verba especiacutefica para as Instituiccedilotildees Federais de En-sino (Ifes) cumprirem as normas de acessibilidade impostas pela ABNT O MEC por sua vez vem fiscalizan-do com rigor as Ifes de todo o Brasil

Comitecirc existe desde 2011

No ano de 2011 foi criado na UFPB o Comitecirc de Inclusatildeo e Aces-sibilidade que tem como objetivo garantir a todos os alunos com defi-ciecircncia a permanecircncia e conclusatildeo do curso Segundo a coordenadora do

comitecirc Andreza Aparecida Polia estaacute prevista a chegada de 44 alunos espe-ciais para o proacuteximo semestre letivo nuacutemero que ultrapassa os 5 por cen-to designado pelo sistema de cotas ldquoAno passado fizemos pedido de equi-pamentos para suprir os alunos que jaacute estatildeo cadastrados Enquanto natildeo che-ga os coordenadores tem de ter um computador exclusivo para esses estu-dantesrdquo pontificou Andreza Polia O comitecirc conta com representantes dos cursos de Psicopedagogia Terapia Ocupacional Arquitetura e Educaccedilatildeo

Ainda em fase de projeto o Centro de Inclusatildeo e Acessibilidade estaacute pre-visto para ficar pronto em 2015 Ele contaraacute dentre outras coisas com pla-cas em Braille piso taacutetil carteiras es-peciais plataforma elevatoacuteria eleva-dor e tecnologias inclusivas em geral

Outro projeto que estaacute sendo desenvolvido pela Prefeitura Uni-versitaacuteria eacute a urbanizaccedilatildeo do La-boratoacuterio de Energias Renovaacuteveis (LERS) que iraacute se estender por todo o estacionamento contando com rampas pisos taacuteteis e mais de 6 quilocircmetros de rotas acessiacuteveis

Os estudantes com necessidades especiais contam com um programa

Projeto em 3d das futuras instalaccedilotildees elaborado pela Prefeitura da UFPB

Reportagem Giuliano Viscardi

de apoio onde um aluno monitor os acompanha geralmente por discipli-na dando assistecircncia necessaacuteria gra-vando aulas e tirando duacutevidas com os professores O Nuacutecleo de Educaccedilatildeo Especial (Nedesp) tambeacutem os ajuda nesse processo de adaptaccedilatildeo Na Bi-blioteca Central e no Nedesp os alu-nos dispotildee de impressora em braille

A Proacute-reitoria de Gestatildeo de Pes-soas (Progep) ofereceu por dois anos consecutivos um curso de capacita-ccedilatildeo para docentes e servidores da uni-versidade tendo formado duas turmas ateacute agora Poreacutem a grande maioria dos capacitados foi funcionaacuterios A UFPB conta com apenas um tradutor ldquoPreci-samos de mais contrataccedilotildeesrdquo alega Po-lia que estaacute coordenando o Comitecirc de Inclusatildeo e Acessibilidade desde 2011

A prefeitura da Instituiccedilatildeo tambeacutem fez um convenio com o Laboratoacuterio de Acessibilidade (Lacesse) coordenado por Marcelo Diniz e pela professora do curso de arquitetura Angelina Costa O espaccedilo fiacutesico onde funciona o labo-ratoacuterio foi inaugurado dia 12 de abril no Centro de Tecnologia bloco N

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36 - UFPB em Revista

O rombo de mais de 22 milhotildees na Fundaccedilatildeo Casa de Joseacute Ameacuterico (FCJA) constata-

do pelo Tribunal de Contas da Uniatildeo (TCU) eacute a principal heranccedila deixada pela antiga administraccedilatildeo da universi-dade e que atinge diretamente o Res-taurante Universitaacuterio da UFPB Os es-cacircndalos envolvem o responsaacutevel pelo fornecimento de gecircneros alimentiacutecios e o pagamento de alguns funcionaacuterios do Restaurante Universitaacuterio (RU)

Segundo o TCU foram usados re-cursos federais depositados em contas especiacuteficas de convecircnios para paga-mentos agrave empresas fornecedoras de gecircneros alimentiacutecios As irregularida-des foram cometidas pelo ex-diretor da Fundaccedilatildeo Eugecircnio Pacceli Trigueiro Pereira Com isso o TCU suspendeu o repasse de recursos da Uniatildeo para a Fundaccedilatildeo Joseacute Ameacuterico e a direccedilatildeo do RU enfrentou problemas com a falta de estoque de alimentos e atraso no paga-mento de funcionaacuterios refletindo no atendimento precaacuterio das necessidades dos alunos que frequentam o Restau-rante

O RU que fornece refeiccedilotildees gra-tuitas para estudantes de baixa renda e cadastrados da UFPB conta com 90

profissionais Os gecircneros alimentiacutecios de uma refeiccedilatildeo custam em meacutedia de R$ 410 a R$ 530 Nesse valor natildeo estaacute considerado a despesa do preparo trabalho dos funcionaacuterios e energia dos aproximadamente 2200 almoccedilos e 900 jantares por dia

A nova reitoria da UFPB ampliou as investigaccedilotildees e o levantamento de contas da Universidade para averiguar quais problemas seratildeo enfrentados pela gestatildeo Durante as investigaccedilotildees foram detectadas vaacuterias irregula-ridades cometidas pela adminis-traccedilatildeo passada a exemplo da au-secircncia de prestaccedilatildeo de contas de diversos convecircnios

Antocircnio Luiz de Albuquer-que Gomes professor do De-partamento de Quiacutemica do Cen-tro de Tecnologia da UFPB assumiu o cargo de Superintendente do Sistema de Restaurantes Universitaacuterios - que com-preende os restaurantes do Campus 1 do Litoral Norte Areia e Bananeiras - no dia 12112012 Ele conta que rece-beu o RU com um estoque insuficiente de alimentos apesar dos pregotildees ainda estarem em andamento

O superintendente esclareceu que um desses pregotildees estava desa-

parecido e soacute depois de muita inves-tigaccedilatildeo a empresa foi contatada para cumprir o contrato O outro pregatildeo es-tava com o pedido de realinhamento de preccedilos e somente apoacutes a administraccedilatildeo entrar em contato para negociar com os fornecedores explicando a delicadeza da situaccedilatildeo eacute que foi possiacutevel normali-zar as entregas dos suprimentos

Segundo o professor Antocircnio Luiz ainda haacute muitos problemas com os fornecedores As licitaccedilotildees (pregotildees) emitidas pelas empresas tem um preccedilo muito abaixo do valor de mercado Em decorrecircncia desse fato as companhias tem prejuiacutezo e antes de completar os seis meses algumas deixam de forne-cer os gecircneros apesar de ainda terem saldo em caixa com a Universidade

Um dos problemas a serem contor-nados pela atual administraccedilatildeo diz res-peito a burocracia e lentidatildeo de alguns setores na etapa de licitaccedilatildeo e pregatildeo para aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios Na Proacute-Reitoria Administrativa (Divi-satildeo de Materiais) a entrada dos pre-gotildees foi feita em dezembro poreacutem os processos ficaram mais de dois meses parados dentro de uma gaveta e por isso ainda existem licitaccedilotildees de com-pras paradas em abril

A administraccedilatildeo da Universidade

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeo

Prof Antocircnio Luiz Superintendente do RU

Vista frontal do Restaurante Universitaacuterio da UFPB

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 37

Atualmente o professor Antocircnio Luiz estaacute procurando resolver os as-suntos mais urgentes do RU fazendo o levantamento do que precisa ser fei-to a exemplo dos pedidos de compras de equipamentos de seguranccedila e para a cozinha Haacute tambeacutem uma proposta

a partir dos levantamentos feitos pelo professor Antocircnio Luiz tomou um seacute-rie de iniciativas entre elas consultas juriacutedicas onde foram detectados o atra-so de salaacuterios entre outras irregularida-des trabalhistas Por conta do rombo a FCJA deixou de pagar o fundo de ga-rantia salaacuterios feacuterias e 13ordm salaacuterio aos funcionaacuterios As diacutevidas tiveram que ser quitadas pela prefeitura universitaacute-ria que repassou a verba e cumpriu a obrigaccedilatildeo social para com todos os fun-cionaacuterios Hoje a FCJA eacute dirigida por Boanerges Felix que estaacute regularizan-do as atividades da fundaccedilatildeo

O professor Antocircnio Luiz ressalta que existiam diversos problemas com equipamentos e com funcionaacuterios Na cozinha haviam vazamentos e instru-mentos como serras de cortar carne e aparelho de cortar frutas quebrados Ateacute o conserto desses aparelhos os trabalhos vinham sendo feitos manu-almente Ele encontrou equipamentos com 10 a 15 anos de uso sem programa de reposiccedilatildeo ldquoEacute impossiacutevel um siste-ma desse porte funcionar sem repor o equipamento porque ele tem vida uacutetil As caldeiras satildeo razoavelmente novas com 3 ou 4 anos de uso mas sem um sistema de manutenccedilatildeo Vazamento de oacuteleo caldeiras quebradas Foi uma si-tuaccedilatildeo que eu natildeo imaginava que en-contrariardquo observa o superintendente

Outra questatildeo importante que a nova administraccedilatildeo teve que mudar foi o fato de que os funcionaacuterios natildeo esta-vam acostumados a obedecer aos horaacute-rios Poreacutem aos poucos o pessoal foi se adaptando ao novo modelo de gestatildeo

encaminhada para concretizaccedilatildeo de um serviccedilo de auto atendimento (self servi-ce) O desperdiacutecio de comida eacute um dos grandes problemas para o Restaurante pois os alunos deixam nos pratos restos de comida suficientes para alimentar mais de 400 pessoas segundo o supe-rintendente

A equipe que trabalha no RU pre-tende realizar uma campanha de cons-cientizaccedilatildeo para que os comensais com a instalaccedilatildeo do self service co-loquem no prato apenas a quantidade realmente necessaacuteria evitando assim o desperdiacutecio Estaacute nos planos promover treinamento dos funcionaacuterios executar atividades humaniacutesticas promovendo a interaccedilatildeo entre as pessoas melhorar cada vez mais o sabor da comida (a qua-lidade jaacute existe) e aumentar o nuacutemero de funcionaacuterios e equipamentos acarre-tando numa melhora do fluxo e minimi-zando o problema das longas filas

Tambeacutem eacute interesse terminar a obra comeccedilada na administraccedilatildeo pas-sada - que jaacute deveria ter sido finaliza-da - de um complexo ao lado do atual RU Laacute seraacute instalado um restaurante para que os funcionaacuterios e estudantes natildeo contemplados pelo RU possam co-mer pagando apenas uma pequena taxa pela refeiccedilatildeo Eacute preciso ainda analisar a viabilidade dessa opccedilatildeo consultando a comunidade acadecircmica e aguardando o teacutermino das obras A comida seraacute a mesma que eacute servida gratuitamente aos alunos comensais

Comida que sobra nos pratos seria capaz de preencher 400 novas refeiccedilotildees

Restaurante Universitaacuterio em horaacuterio de funcionamento

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Reportagem Marina Maracajaacute e Nayane Maia

e mudando os haacutebitos no ambiente de trabalho A atual administraccedilatildeo prima pelo exemplo adotando a praacutetica de se-rem os primeiros a chegar e os uacuteltimos a sair colaborando com os outros fun-cionaacuterios e ajudando sempre que pos-siacutevel nas suas diferentes funccedilotildees seja no setor administrativo seja na parte de manutenccedilatildeo dos equipamentos

Proposiccedilotildees

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INFRAESTRUTURA

38 - UFPB em Revista

Blocos isolados congestiona-mentos nos horaacuterios de pico falta de estacionamento satildeo

esses alguns dos problemas que po-dem ser ocasionados pela falta de um bom plano diretor Na UFPB isso natildeo eacute diferente Encontrar agrave noite uma vaga proacutexima ao CCHLA eacute praticamente uma maratona Esse e muitos outros problemas poderiam ter sidos evita-dos se tivesse sido criado um plano diretor que limitasse as aacutereas de esta-cionamento construccedilatildeo e ainda com o planejamento da aacuterea de preservaccedilatildeo na universidade

Em 2007 em sua defesa de tese de doutorado em engenharia civil Renato Saboya explica ldquoPlano Diretor eacute um documento que sintetiza e torna expliacute-citos os objetivos consensuados para o Municiacutepio e estabelece princiacutepios diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as decisotildees dos atores envolvidos no processo de de-senvolvimento urbano convirjam tan-to quanto possiacutevel na direccedilatildeo desses objetivosrdquo

Para Acircngela Braz aluna do quinto periacuteodo de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal da Paraiacuteba pro-blemas comuns como salas com maacute ventilaccedilatildeo ou com insolaccedilatildeo intensa poderiam ter sido evitados se a insti-tuiccedilatildeo tivesse em seu plano diretor as melhores localizaccedilotildees para a constru-ccedilatildeo dos blocos Com tal planejamen-to seriam evitadas aacutereas voltadas di-retamente para o nascente ou poente e tambeacutem aacutereas natildeo favorecidas pelos ventos

Planos Diretores no Brasil

Quando questionados a maioria dos brasileiros pensam que exemplos de planejamento preventivo existem apenas em paiacuteses de ldquoprimeiro mun-dordquo poreacutem em diversos municiacutepios brasileiros planos diretores tiveram relativo sucesso como por exemplo Curitiba Brasiacutelia e ateacute mesmo Joatildeo Pessoa Sendo a uacuteltima um dos melho-res exemplos nacionais de preservaccedilatildeo de sua orla mariacutetima onde existe um

bloqueio para edifiacutecios superiores a quatro andares

ldquoA questatildeo da falta de planejamen-to urbano eacute muito mais grave do que parece o recobrimento dos solos com materiais impermeaacuteveis juntamente com o adensamento de construccedilotildees acaba ocasionando o aumento de tem-peratura em determinadas regiotildeesrdquo indaga Acircngela

O impedimento da construccedilatildeo de preacutedios altos na orla evita o conhecido fenocircmeno em diversas praias sombra Em praias de Recife Rio de Janeiro e Balneaacuterio Camboriuacute por exemplo possuem sombra na faixa de areia mes-mo horas antes do pocircr do sol devido aos gigantes que ali se encontramldquoSalas cada vez menores para turmas cada vez maioresrdquo

Para Andreacute Siqueira aluno do se-gundo periacuteodo de Arquitetura e Urba-nismo na Universidade Federal da Pa-raiacuteba a falta de um real planejamento cria ateacute mesmo a falta de acessibilida-de em diversas aacutereas da Universida-de Calccediladas estreitas com caminhos

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidade

Protesto de alunos de Miacutedias Digitais devido ao atraso de mais de dois anos na entrega do bloco do curso

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 39

Soluccedilatildeo a longo prazo

Flaacutevio Tavares membro do pro-jeto de iniciaccedilatildeo cientiacutefica ldquoTerritoacute-rios e urbanidades praacuteticas urbanas e poliacuteticas culturais no espaccedilo puacuteblico contemporacircneordquo mostra-se indignado com o fato de que o porte que a uni-versidade tem atingido seja de espa-ccedilo fiacutesico ndash com grande quantidade de alunos e funcionaacuterios circulando no seu campus - seja do volume de recur-sos aplicados anualmente e ainda natildeo possua um plano diretor em vigor Ele permitiria accedilotildees integradas de longo prazo garantindo que os investimentos ocorram de acordo com os principais anseios da comunidade universitaacuteria jaacute que a elaboraccedilatildeo do plano se daacute necessariamente a partir da discussatildeo conjunta entre os envolvidos com a re-giatildeo

Indagado sobre as possiacuteveis accedilotildees

que poderiam sanar os atuais (e fu-turos) problemas Tavares diz que a Universidade deve iniciar de imedia-to a construccedilatildeo de um ldquoPlano Diretor Participativo Integrado para o Cam-pus Joatildeo Pessoa da UFPBrdquo incluindo questotildees de planejamento participativo na proposiccedilatildeo das futuras obras per-mitindo que a comunidade acadecircmica possa opinar sobre as obras que ali se-ratildeo executadas resultando numa maior conexatildeo e identificaccedilatildeo com os usuaacute-rios Quanto a uma obra especiacutefica ele acredita que uma ampla intervenccedilatildeo no

desenho urbano do campus seria ne-cessaacuteria priorizando o fluxo de pedes-tres com pisos adequados vegetaccedilatildeo passarelas etc

Para finalizar Flaacutevio lembra que agora que a Universidade acolhe um maior nuacutemero de pessoas com defici-ecircncia tendo o dever natildeo soacute legal mas tambeacutem social de incluir estas pessoas num deslocar seguro e independente Sendo esse apenas possiacutevel com um planejamento efetivo da estrutura fiacutesi-ca da Universidade

No final de 2012 Margareth Diniz assumiu a Reitoria da Uni-versidade Federal da Paraiacute-ba e com ela iniciaram-se projetos de um Plano Dire-tor Esse Plano teraacute como principal foco proteger a reserva de mata atlacircntica na qual a Instituiccedilatildeo estaacute sediada O professor Seacutergio Alonso recentemente em-possado prefeito do Campus I eacute um dos membros desta comissatildeo que discute a cria-ccedilatildeo do Plano na UFPB Ele teraacute a missatildeo de coordenar as discussotildees sobre o PD

Planejamento evita problemas como o demonstrado no viacutedeo acima

Novo campus em Rio Tinto Obras que esteticamente feias e sem utilidade

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ReportagemFrancisco de Oliveira

Guilherme Pontes

confusos ou ateacute mesmo inexistentes e ainda praccedilas de permanecircncia sem co-bertura satildeo outros exemplos lembra-dos por Siqueira

Sobre o futuro Andreacute eacute pessi-mista e comenta que a cada dia mais problemas surgem Ser deficiente na UFPB eacute praticamente impossiacutevel Blocos aleatoacuterios para cursos que de-veriam ter salas proacuteximas Essas in-clusive estatildeo cada vez menores para turmas cada vez maiores ldquoSalas com janelotildees feitas para serem usadas com projetor que tipo de arquiteto aprova issordquo provoca

INFRAESTRUTURA

40 - UFPB em Revista

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Central

Construiacuteda haacute mais de 30 anos a Biblioteca Central da UFPB nunca passou por uma grande reforma

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Se algueacutem que frequenta a Bi-blioteca Central da UFPB atu-almente fosse perguntado sobre

qual a sua impressatildeo sobre o local as respostas certamente seriam se-melhantes agraves de quem respondesse a mesma pergunta haacute dez ou vinte anos calor poeira mofo falta de acessibilidade e estrutura deficitaacuteria estariam entre as palavras mais cita-das Isso se explica pelo fato do preacute-dio construiacutedo na deacutecada de 1970 ter sido mal planejado e nunca ter passado por uma grande reforma

Com o acervo atual em torno dos 400 mil exemplares a Bibliote-ca Central tem como principal fina-lidade dar suporte de informaccedilotildees aos programas de ensino pesquisa e extensatildeo Construiacuteda ao lado de uma mata ndash a UFPB estaacute localizada em uma regiatildeo de Mata Atlacircntica ndash so-fre com a maacute conservaccedilatildeo do acervo

exposto agrave umidade poeira e insetosSegundo a bibliotecaacuteria TM que preferiu natildeo se identificar o uacutelti-mo governo ateacute fez investimentos importantes no local ldquoAtraveacutes de pregotildees e ouvindo sugestotildees de co-ordenadores de cursos e professores foram adquiridos milhares de novos tiacutetulos Aleacutem disso foram instala-dos novos computadores cadeiras e feita a climatizaccedilatildeo de algumas salasrdquo A ideia eacute que nos proacuteximos anos sejam feitos novos investimen-tos no local ldquoA nova Reitora pro-meteu um sistema de climatizaccedilatildeo completo para o preacutediordquo afirma TM

Apesar das melhorias nos uacutel-timos anos e a promessa de novos investimentos para um futuro proacute-ximo muitas mudanccedilas inclusive estruturais precisam acontecer na Biblioteca Central ldquoO projeto ar-quitetocircnico eacute defeituoso Eacute impos-

siacutevel falar em climatizaccedilatildeo enquan-to natildeo for solucionado o problema das grandes frestas nas paredes do lugar Tambeacutem natildeo adianta climati-zar sem ser feita uma higienizaccedilatildeo em todo o preacutediordquo afirma o fun-cionaacuterio Francisco Joseacute Assistente Administrativo do local haacute 25 anos

Natildeo bastasse o problema de con-servaccedilatildeo do acervo existe uma ques-tatildeo ainda mais grave a ser tratada a sauacutede dos que frequentam a Bibliote-ca Central Vaacuterios funcionaacuterios rela-taram problemas de sauacutede por causa da higiene e estrutura do local O acuacutemulo de poeira e fungos jaacute causou vaacuterias doenccedilas de pele desde cocei-ras ateacute alergias seacuterias Aleacutem disso eacute comum funcionaacuterios reclamarem de problemas de coluna causados pelo manuseio das pesadas estantes e pro-blemas de mobilidade com os carros de matildeo que transportam os livros

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 41

Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

A realidade

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

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ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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PELO CAMPUS

46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

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Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

PELO CAMPUS

52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 28: UFPB em revista

INFRAESTRUTURA

36 - UFPB em Revista

O rombo de mais de 22 milhotildees na Fundaccedilatildeo Casa de Joseacute Ameacuterico (FCJA) constata-

do pelo Tribunal de Contas da Uniatildeo (TCU) eacute a principal heranccedila deixada pela antiga administraccedilatildeo da universi-dade e que atinge diretamente o Res-taurante Universitaacuterio da UFPB Os es-cacircndalos envolvem o responsaacutevel pelo fornecimento de gecircneros alimentiacutecios e o pagamento de alguns funcionaacuterios do Restaurante Universitaacuterio (RU)

Segundo o TCU foram usados re-cursos federais depositados em contas especiacuteficas de convecircnios para paga-mentos agrave empresas fornecedoras de gecircneros alimentiacutecios As irregularida-des foram cometidas pelo ex-diretor da Fundaccedilatildeo Eugecircnio Pacceli Trigueiro Pereira Com isso o TCU suspendeu o repasse de recursos da Uniatildeo para a Fundaccedilatildeo Joseacute Ameacuterico e a direccedilatildeo do RU enfrentou problemas com a falta de estoque de alimentos e atraso no paga-mento de funcionaacuterios refletindo no atendimento precaacuterio das necessidades dos alunos que frequentam o Restau-rante

O RU que fornece refeiccedilotildees gra-tuitas para estudantes de baixa renda e cadastrados da UFPB conta com 90

profissionais Os gecircneros alimentiacutecios de uma refeiccedilatildeo custam em meacutedia de R$ 410 a R$ 530 Nesse valor natildeo estaacute considerado a despesa do preparo trabalho dos funcionaacuterios e energia dos aproximadamente 2200 almoccedilos e 900 jantares por dia

A nova reitoria da UFPB ampliou as investigaccedilotildees e o levantamento de contas da Universidade para averiguar quais problemas seratildeo enfrentados pela gestatildeo Durante as investigaccedilotildees foram detectadas vaacuterias irregula-ridades cometidas pela adminis-traccedilatildeo passada a exemplo da au-secircncia de prestaccedilatildeo de contas de diversos convecircnios

Antocircnio Luiz de Albuquer-que Gomes professor do De-partamento de Quiacutemica do Cen-tro de Tecnologia da UFPB assumiu o cargo de Superintendente do Sistema de Restaurantes Universitaacuterios - que com-preende os restaurantes do Campus 1 do Litoral Norte Areia e Bananeiras - no dia 12112012 Ele conta que rece-beu o RU com um estoque insuficiente de alimentos apesar dos pregotildees ainda estarem em andamento

O superintendente esclareceu que um desses pregotildees estava desa-

parecido e soacute depois de muita inves-tigaccedilatildeo a empresa foi contatada para cumprir o contrato O outro pregatildeo es-tava com o pedido de realinhamento de preccedilos e somente apoacutes a administraccedilatildeo entrar em contato para negociar com os fornecedores explicando a delicadeza da situaccedilatildeo eacute que foi possiacutevel normali-zar as entregas dos suprimentos

Segundo o professor Antocircnio Luiz ainda haacute muitos problemas com os fornecedores As licitaccedilotildees (pregotildees) emitidas pelas empresas tem um preccedilo muito abaixo do valor de mercado Em decorrecircncia desse fato as companhias tem prejuiacutezo e antes de completar os seis meses algumas deixam de forne-cer os gecircneros apesar de ainda terem saldo em caixa com a Universidade

Um dos problemas a serem contor-nados pela atual administraccedilatildeo diz res-peito a burocracia e lentidatildeo de alguns setores na etapa de licitaccedilatildeo e pregatildeo para aquisiccedilatildeo de gecircneros alimentiacutecios Na Proacute-Reitoria Administrativa (Divi-satildeo de Materiais) a entrada dos pre-gotildees foi feita em dezembro poreacutem os processos ficaram mais de dois meses parados dentro de uma gaveta e por isso ainda existem licitaccedilotildees de com-pras paradas em abril

A administraccedilatildeo da Universidade

Restaurante Universitaacuterio do problema agrave soluccedilatildeo

Prof Antocircnio Luiz Superintendente do RU

Vista frontal do Restaurante Universitaacuterio da UFPB

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 37

Atualmente o professor Antocircnio Luiz estaacute procurando resolver os as-suntos mais urgentes do RU fazendo o levantamento do que precisa ser fei-to a exemplo dos pedidos de compras de equipamentos de seguranccedila e para a cozinha Haacute tambeacutem uma proposta

a partir dos levantamentos feitos pelo professor Antocircnio Luiz tomou um seacute-rie de iniciativas entre elas consultas juriacutedicas onde foram detectados o atra-so de salaacuterios entre outras irregularida-des trabalhistas Por conta do rombo a FCJA deixou de pagar o fundo de ga-rantia salaacuterios feacuterias e 13ordm salaacuterio aos funcionaacuterios As diacutevidas tiveram que ser quitadas pela prefeitura universitaacute-ria que repassou a verba e cumpriu a obrigaccedilatildeo social para com todos os fun-cionaacuterios Hoje a FCJA eacute dirigida por Boanerges Felix que estaacute regularizan-do as atividades da fundaccedilatildeo

O professor Antocircnio Luiz ressalta que existiam diversos problemas com equipamentos e com funcionaacuterios Na cozinha haviam vazamentos e instru-mentos como serras de cortar carne e aparelho de cortar frutas quebrados Ateacute o conserto desses aparelhos os trabalhos vinham sendo feitos manu-almente Ele encontrou equipamentos com 10 a 15 anos de uso sem programa de reposiccedilatildeo ldquoEacute impossiacutevel um siste-ma desse porte funcionar sem repor o equipamento porque ele tem vida uacutetil As caldeiras satildeo razoavelmente novas com 3 ou 4 anos de uso mas sem um sistema de manutenccedilatildeo Vazamento de oacuteleo caldeiras quebradas Foi uma si-tuaccedilatildeo que eu natildeo imaginava que en-contrariardquo observa o superintendente

Outra questatildeo importante que a nova administraccedilatildeo teve que mudar foi o fato de que os funcionaacuterios natildeo esta-vam acostumados a obedecer aos horaacute-rios Poreacutem aos poucos o pessoal foi se adaptando ao novo modelo de gestatildeo

encaminhada para concretizaccedilatildeo de um serviccedilo de auto atendimento (self servi-ce) O desperdiacutecio de comida eacute um dos grandes problemas para o Restaurante pois os alunos deixam nos pratos restos de comida suficientes para alimentar mais de 400 pessoas segundo o supe-rintendente

A equipe que trabalha no RU pre-tende realizar uma campanha de cons-cientizaccedilatildeo para que os comensais com a instalaccedilatildeo do self service co-loquem no prato apenas a quantidade realmente necessaacuteria evitando assim o desperdiacutecio Estaacute nos planos promover treinamento dos funcionaacuterios executar atividades humaniacutesticas promovendo a interaccedilatildeo entre as pessoas melhorar cada vez mais o sabor da comida (a qua-lidade jaacute existe) e aumentar o nuacutemero de funcionaacuterios e equipamentos acarre-tando numa melhora do fluxo e minimi-zando o problema das longas filas

Tambeacutem eacute interesse terminar a obra comeccedilada na administraccedilatildeo pas-sada - que jaacute deveria ter sido finaliza-da - de um complexo ao lado do atual RU Laacute seraacute instalado um restaurante para que os funcionaacuterios e estudantes natildeo contemplados pelo RU possam co-mer pagando apenas uma pequena taxa pela refeiccedilatildeo Eacute preciso ainda analisar a viabilidade dessa opccedilatildeo consultando a comunidade acadecircmica e aguardando o teacutermino das obras A comida seraacute a mesma que eacute servida gratuitamente aos alunos comensais

Comida que sobra nos pratos seria capaz de preencher 400 novas refeiccedilotildees

Restaurante Universitaacuterio em horaacuterio de funcionamento

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Reportagem Marina Maracajaacute e Nayane Maia

e mudando os haacutebitos no ambiente de trabalho A atual administraccedilatildeo prima pelo exemplo adotando a praacutetica de se-rem os primeiros a chegar e os uacuteltimos a sair colaborando com os outros fun-cionaacuterios e ajudando sempre que pos-siacutevel nas suas diferentes funccedilotildees seja no setor administrativo seja na parte de manutenccedilatildeo dos equipamentos

Proposiccedilotildees

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38 - UFPB em Revista

Blocos isolados congestiona-mentos nos horaacuterios de pico falta de estacionamento satildeo

esses alguns dos problemas que po-dem ser ocasionados pela falta de um bom plano diretor Na UFPB isso natildeo eacute diferente Encontrar agrave noite uma vaga proacutexima ao CCHLA eacute praticamente uma maratona Esse e muitos outros problemas poderiam ter sidos evita-dos se tivesse sido criado um plano diretor que limitasse as aacutereas de esta-cionamento construccedilatildeo e ainda com o planejamento da aacuterea de preservaccedilatildeo na universidade

Em 2007 em sua defesa de tese de doutorado em engenharia civil Renato Saboya explica ldquoPlano Diretor eacute um documento que sintetiza e torna expliacute-citos os objetivos consensuados para o Municiacutepio e estabelece princiacutepios diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as decisotildees dos atores envolvidos no processo de de-senvolvimento urbano convirjam tan-to quanto possiacutevel na direccedilatildeo desses objetivosrdquo

Para Acircngela Braz aluna do quinto periacuteodo de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal da Paraiacuteba pro-blemas comuns como salas com maacute ventilaccedilatildeo ou com insolaccedilatildeo intensa poderiam ter sido evitados se a insti-tuiccedilatildeo tivesse em seu plano diretor as melhores localizaccedilotildees para a constru-ccedilatildeo dos blocos Com tal planejamen-to seriam evitadas aacutereas voltadas di-retamente para o nascente ou poente e tambeacutem aacutereas natildeo favorecidas pelos ventos

Planos Diretores no Brasil

Quando questionados a maioria dos brasileiros pensam que exemplos de planejamento preventivo existem apenas em paiacuteses de ldquoprimeiro mun-dordquo poreacutem em diversos municiacutepios brasileiros planos diretores tiveram relativo sucesso como por exemplo Curitiba Brasiacutelia e ateacute mesmo Joatildeo Pessoa Sendo a uacuteltima um dos melho-res exemplos nacionais de preservaccedilatildeo de sua orla mariacutetima onde existe um

bloqueio para edifiacutecios superiores a quatro andares

ldquoA questatildeo da falta de planejamen-to urbano eacute muito mais grave do que parece o recobrimento dos solos com materiais impermeaacuteveis juntamente com o adensamento de construccedilotildees acaba ocasionando o aumento de tem-peratura em determinadas regiotildeesrdquo indaga Acircngela

O impedimento da construccedilatildeo de preacutedios altos na orla evita o conhecido fenocircmeno em diversas praias sombra Em praias de Recife Rio de Janeiro e Balneaacuterio Camboriuacute por exemplo possuem sombra na faixa de areia mes-mo horas antes do pocircr do sol devido aos gigantes que ali se encontramldquoSalas cada vez menores para turmas cada vez maioresrdquo

Para Andreacute Siqueira aluno do se-gundo periacuteodo de Arquitetura e Urba-nismo na Universidade Federal da Pa-raiacuteba a falta de um real planejamento cria ateacute mesmo a falta de acessibilida-de em diversas aacutereas da Universida-de Calccediladas estreitas com caminhos

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidade

Protesto de alunos de Miacutedias Digitais devido ao atraso de mais de dois anos na entrega do bloco do curso

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Soluccedilatildeo a longo prazo

Flaacutevio Tavares membro do pro-jeto de iniciaccedilatildeo cientiacutefica ldquoTerritoacute-rios e urbanidades praacuteticas urbanas e poliacuteticas culturais no espaccedilo puacuteblico contemporacircneordquo mostra-se indignado com o fato de que o porte que a uni-versidade tem atingido seja de espa-ccedilo fiacutesico ndash com grande quantidade de alunos e funcionaacuterios circulando no seu campus - seja do volume de recur-sos aplicados anualmente e ainda natildeo possua um plano diretor em vigor Ele permitiria accedilotildees integradas de longo prazo garantindo que os investimentos ocorram de acordo com os principais anseios da comunidade universitaacuteria jaacute que a elaboraccedilatildeo do plano se daacute necessariamente a partir da discussatildeo conjunta entre os envolvidos com a re-giatildeo

Indagado sobre as possiacuteveis accedilotildees

que poderiam sanar os atuais (e fu-turos) problemas Tavares diz que a Universidade deve iniciar de imedia-to a construccedilatildeo de um ldquoPlano Diretor Participativo Integrado para o Cam-pus Joatildeo Pessoa da UFPBrdquo incluindo questotildees de planejamento participativo na proposiccedilatildeo das futuras obras per-mitindo que a comunidade acadecircmica possa opinar sobre as obras que ali se-ratildeo executadas resultando numa maior conexatildeo e identificaccedilatildeo com os usuaacute-rios Quanto a uma obra especiacutefica ele acredita que uma ampla intervenccedilatildeo no

desenho urbano do campus seria ne-cessaacuteria priorizando o fluxo de pedes-tres com pisos adequados vegetaccedilatildeo passarelas etc

Para finalizar Flaacutevio lembra que agora que a Universidade acolhe um maior nuacutemero de pessoas com defici-ecircncia tendo o dever natildeo soacute legal mas tambeacutem social de incluir estas pessoas num deslocar seguro e independente Sendo esse apenas possiacutevel com um planejamento efetivo da estrutura fiacutesi-ca da Universidade

No final de 2012 Margareth Diniz assumiu a Reitoria da Uni-versidade Federal da Paraiacute-ba e com ela iniciaram-se projetos de um Plano Dire-tor Esse Plano teraacute como principal foco proteger a reserva de mata atlacircntica na qual a Instituiccedilatildeo estaacute sediada O professor Seacutergio Alonso recentemente em-possado prefeito do Campus I eacute um dos membros desta comissatildeo que discute a cria-ccedilatildeo do Plano na UFPB Ele teraacute a missatildeo de coordenar as discussotildees sobre o PD

Planejamento evita problemas como o demonstrado no viacutedeo acima

Novo campus em Rio Tinto Obras que esteticamente feias e sem utilidade

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ReportagemFrancisco de Oliveira

Guilherme Pontes

confusos ou ateacute mesmo inexistentes e ainda praccedilas de permanecircncia sem co-bertura satildeo outros exemplos lembra-dos por Siqueira

Sobre o futuro Andreacute eacute pessi-mista e comenta que a cada dia mais problemas surgem Ser deficiente na UFPB eacute praticamente impossiacutevel Blocos aleatoacuterios para cursos que de-veriam ter salas proacuteximas Essas in-clusive estatildeo cada vez menores para turmas cada vez maiores ldquoSalas com janelotildees feitas para serem usadas com projetor que tipo de arquiteto aprova issordquo provoca

INFRAESTRUTURA

40 - UFPB em Revista

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Central

Construiacuteda haacute mais de 30 anos a Biblioteca Central da UFPB nunca passou por uma grande reforma

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Se algueacutem que frequenta a Bi-blioteca Central da UFPB atu-almente fosse perguntado sobre

qual a sua impressatildeo sobre o local as respostas certamente seriam se-melhantes agraves de quem respondesse a mesma pergunta haacute dez ou vinte anos calor poeira mofo falta de acessibilidade e estrutura deficitaacuteria estariam entre as palavras mais cita-das Isso se explica pelo fato do preacute-dio construiacutedo na deacutecada de 1970 ter sido mal planejado e nunca ter passado por uma grande reforma

Com o acervo atual em torno dos 400 mil exemplares a Bibliote-ca Central tem como principal fina-lidade dar suporte de informaccedilotildees aos programas de ensino pesquisa e extensatildeo Construiacuteda ao lado de uma mata ndash a UFPB estaacute localizada em uma regiatildeo de Mata Atlacircntica ndash so-fre com a maacute conservaccedilatildeo do acervo

exposto agrave umidade poeira e insetosSegundo a bibliotecaacuteria TM que preferiu natildeo se identificar o uacutelti-mo governo ateacute fez investimentos importantes no local ldquoAtraveacutes de pregotildees e ouvindo sugestotildees de co-ordenadores de cursos e professores foram adquiridos milhares de novos tiacutetulos Aleacutem disso foram instala-dos novos computadores cadeiras e feita a climatizaccedilatildeo de algumas salasrdquo A ideia eacute que nos proacuteximos anos sejam feitos novos investimen-tos no local ldquoA nova Reitora pro-meteu um sistema de climatizaccedilatildeo completo para o preacutediordquo afirma TM

Apesar das melhorias nos uacutel-timos anos e a promessa de novos investimentos para um futuro proacute-ximo muitas mudanccedilas inclusive estruturais precisam acontecer na Biblioteca Central ldquoO projeto ar-quitetocircnico eacute defeituoso Eacute impos-

siacutevel falar em climatizaccedilatildeo enquan-to natildeo for solucionado o problema das grandes frestas nas paredes do lugar Tambeacutem natildeo adianta climati-zar sem ser feita uma higienizaccedilatildeo em todo o preacutediordquo afirma o fun-cionaacuterio Francisco Joseacute Assistente Administrativo do local haacute 25 anos

Natildeo bastasse o problema de con-servaccedilatildeo do acervo existe uma ques-tatildeo ainda mais grave a ser tratada a sauacutede dos que frequentam a Bibliote-ca Central Vaacuterios funcionaacuterios rela-taram problemas de sauacutede por causa da higiene e estrutura do local O acuacutemulo de poeira e fungos jaacute causou vaacuterias doenccedilas de pele desde cocei-ras ateacute alergias seacuterias Aleacutem disso eacute comum funcionaacuterios reclamarem de problemas de coluna causados pelo manuseio das pesadas estantes e pro-blemas de mobilidade com os carros de matildeo que transportam os livros

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 41

Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

A realidade

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

b i o -logia e geo-

grafia estatildeo ok tem ar condicionado data

show etc As de quiacutemica () satildeo horriacuteveis tem umas que os

ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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PELO CAMPUS

46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

PELO CAMPUS

52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 29: UFPB em revista

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 37

Atualmente o professor Antocircnio Luiz estaacute procurando resolver os as-suntos mais urgentes do RU fazendo o levantamento do que precisa ser fei-to a exemplo dos pedidos de compras de equipamentos de seguranccedila e para a cozinha Haacute tambeacutem uma proposta

a partir dos levantamentos feitos pelo professor Antocircnio Luiz tomou um seacute-rie de iniciativas entre elas consultas juriacutedicas onde foram detectados o atra-so de salaacuterios entre outras irregularida-des trabalhistas Por conta do rombo a FCJA deixou de pagar o fundo de ga-rantia salaacuterios feacuterias e 13ordm salaacuterio aos funcionaacuterios As diacutevidas tiveram que ser quitadas pela prefeitura universitaacute-ria que repassou a verba e cumpriu a obrigaccedilatildeo social para com todos os fun-cionaacuterios Hoje a FCJA eacute dirigida por Boanerges Felix que estaacute regularizan-do as atividades da fundaccedilatildeo

O professor Antocircnio Luiz ressalta que existiam diversos problemas com equipamentos e com funcionaacuterios Na cozinha haviam vazamentos e instru-mentos como serras de cortar carne e aparelho de cortar frutas quebrados Ateacute o conserto desses aparelhos os trabalhos vinham sendo feitos manu-almente Ele encontrou equipamentos com 10 a 15 anos de uso sem programa de reposiccedilatildeo ldquoEacute impossiacutevel um siste-ma desse porte funcionar sem repor o equipamento porque ele tem vida uacutetil As caldeiras satildeo razoavelmente novas com 3 ou 4 anos de uso mas sem um sistema de manutenccedilatildeo Vazamento de oacuteleo caldeiras quebradas Foi uma si-tuaccedilatildeo que eu natildeo imaginava que en-contrariardquo observa o superintendente

Outra questatildeo importante que a nova administraccedilatildeo teve que mudar foi o fato de que os funcionaacuterios natildeo esta-vam acostumados a obedecer aos horaacute-rios Poreacutem aos poucos o pessoal foi se adaptando ao novo modelo de gestatildeo

encaminhada para concretizaccedilatildeo de um serviccedilo de auto atendimento (self servi-ce) O desperdiacutecio de comida eacute um dos grandes problemas para o Restaurante pois os alunos deixam nos pratos restos de comida suficientes para alimentar mais de 400 pessoas segundo o supe-rintendente

A equipe que trabalha no RU pre-tende realizar uma campanha de cons-cientizaccedilatildeo para que os comensais com a instalaccedilatildeo do self service co-loquem no prato apenas a quantidade realmente necessaacuteria evitando assim o desperdiacutecio Estaacute nos planos promover treinamento dos funcionaacuterios executar atividades humaniacutesticas promovendo a interaccedilatildeo entre as pessoas melhorar cada vez mais o sabor da comida (a qua-lidade jaacute existe) e aumentar o nuacutemero de funcionaacuterios e equipamentos acarre-tando numa melhora do fluxo e minimi-zando o problema das longas filas

Tambeacutem eacute interesse terminar a obra comeccedilada na administraccedilatildeo pas-sada - que jaacute deveria ter sido finaliza-da - de um complexo ao lado do atual RU Laacute seraacute instalado um restaurante para que os funcionaacuterios e estudantes natildeo contemplados pelo RU possam co-mer pagando apenas uma pequena taxa pela refeiccedilatildeo Eacute preciso ainda analisar a viabilidade dessa opccedilatildeo consultando a comunidade acadecircmica e aguardando o teacutermino das obras A comida seraacute a mesma que eacute servida gratuitamente aos alunos comensais

Comida que sobra nos pratos seria capaz de preencher 400 novas refeiccedilotildees

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Reportagem Marina Maracajaacute e Nayane Maia

e mudando os haacutebitos no ambiente de trabalho A atual administraccedilatildeo prima pelo exemplo adotando a praacutetica de se-rem os primeiros a chegar e os uacuteltimos a sair colaborando com os outros fun-cionaacuterios e ajudando sempre que pos-siacutevel nas suas diferentes funccedilotildees seja no setor administrativo seja na parte de manutenccedilatildeo dos equipamentos

Proposiccedilotildees

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INFRAESTRUTURA

38 - UFPB em Revista

Blocos isolados congestiona-mentos nos horaacuterios de pico falta de estacionamento satildeo

esses alguns dos problemas que po-dem ser ocasionados pela falta de um bom plano diretor Na UFPB isso natildeo eacute diferente Encontrar agrave noite uma vaga proacutexima ao CCHLA eacute praticamente uma maratona Esse e muitos outros problemas poderiam ter sidos evita-dos se tivesse sido criado um plano diretor que limitasse as aacutereas de esta-cionamento construccedilatildeo e ainda com o planejamento da aacuterea de preservaccedilatildeo na universidade

Em 2007 em sua defesa de tese de doutorado em engenharia civil Renato Saboya explica ldquoPlano Diretor eacute um documento que sintetiza e torna expliacute-citos os objetivos consensuados para o Municiacutepio e estabelece princiacutepios diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as decisotildees dos atores envolvidos no processo de de-senvolvimento urbano convirjam tan-to quanto possiacutevel na direccedilatildeo desses objetivosrdquo

Para Acircngela Braz aluna do quinto periacuteodo de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal da Paraiacuteba pro-blemas comuns como salas com maacute ventilaccedilatildeo ou com insolaccedilatildeo intensa poderiam ter sido evitados se a insti-tuiccedilatildeo tivesse em seu plano diretor as melhores localizaccedilotildees para a constru-ccedilatildeo dos blocos Com tal planejamen-to seriam evitadas aacutereas voltadas di-retamente para o nascente ou poente e tambeacutem aacutereas natildeo favorecidas pelos ventos

Planos Diretores no Brasil

Quando questionados a maioria dos brasileiros pensam que exemplos de planejamento preventivo existem apenas em paiacuteses de ldquoprimeiro mun-dordquo poreacutem em diversos municiacutepios brasileiros planos diretores tiveram relativo sucesso como por exemplo Curitiba Brasiacutelia e ateacute mesmo Joatildeo Pessoa Sendo a uacuteltima um dos melho-res exemplos nacionais de preservaccedilatildeo de sua orla mariacutetima onde existe um

bloqueio para edifiacutecios superiores a quatro andares

ldquoA questatildeo da falta de planejamen-to urbano eacute muito mais grave do que parece o recobrimento dos solos com materiais impermeaacuteveis juntamente com o adensamento de construccedilotildees acaba ocasionando o aumento de tem-peratura em determinadas regiotildeesrdquo indaga Acircngela

O impedimento da construccedilatildeo de preacutedios altos na orla evita o conhecido fenocircmeno em diversas praias sombra Em praias de Recife Rio de Janeiro e Balneaacuterio Camboriuacute por exemplo possuem sombra na faixa de areia mes-mo horas antes do pocircr do sol devido aos gigantes que ali se encontramldquoSalas cada vez menores para turmas cada vez maioresrdquo

Para Andreacute Siqueira aluno do se-gundo periacuteodo de Arquitetura e Urba-nismo na Universidade Federal da Pa-raiacuteba a falta de um real planejamento cria ateacute mesmo a falta de acessibilida-de em diversas aacutereas da Universida-de Calccediladas estreitas com caminhos

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidade

Protesto de alunos de Miacutedias Digitais devido ao atraso de mais de dois anos na entrega do bloco do curso

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 39

Soluccedilatildeo a longo prazo

Flaacutevio Tavares membro do pro-jeto de iniciaccedilatildeo cientiacutefica ldquoTerritoacute-rios e urbanidades praacuteticas urbanas e poliacuteticas culturais no espaccedilo puacuteblico contemporacircneordquo mostra-se indignado com o fato de que o porte que a uni-versidade tem atingido seja de espa-ccedilo fiacutesico ndash com grande quantidade de alunos e funcionaacuterios circulando no seu campus - seja do volume de recur-sos aplicados anualmente e ainda natildeo possua um plano diretor em vigor Ele permitiria accedilotildees integradas de longo prazo garantindo que os investimentos ocorram de acordo com os principais anseios da comunidade universitaacuteria jaacute que a elaboraccedilatildeo do plano se daacute necessariamente a partir da discussatildeo conjunta entre os envolvidos com a re-giatildeo

Indagado sobre as possiacuteveis accedilotildees

que poderiam sanar os atuais (e fu-turos) problemas Tavares diz que a Universidade deve iniciar de imedia-to a construccedilatildeo de um ldquoPlano Diretor Participativo Integrado para o Cam-pus Joatildeo Pessoa da UFPBrdquo incluindo questotildees de planejamento participativo na proposiccedilatildeo das futuras obras per-mitindo que a comunidade acadecircmica possa opinar sobre as obras que ali se-ratildeo executadas resultando numa maior conexatildeo e identificaccedilatildeo com os usuaacute-rios Quanto a uma obra especiacutefica ele acredita que uma ampla intervenccedilatildeo no

desenho urbano do campus seria ne-cessaacuteria priorizando o fluxo de pedes-tres com pisos adequados vegetaccedilatildeo passarelas etc

Para finalizar Flaacutevio lembra que agora que a Universidade acolhe um maior nuacutemero de pessoas com defici-ecircncia tendo o dever natildeo soacute legal mas tambeacutem social de incluir estas pessoas num deslocar seguro e independente Sendo esse apenas possiacutevel com um planejamento efetivo da estrutura fiacutesi-ca da Universidade

No final de 2012 Margareth Diniz assumiu a Reitoria da Uni-versidade Federal da Paraiacute-ba e com ela iniciaram-se projetos de um Plano Dire-tor Esse Plano teraacute como principal foco proteger a reserva de mata atlacircntica na qual a Instituiccedilatildeo estaacute sediada O professor Seacutergio Alonso recentemente em-possado prefeito do Campus I eacute um dos membros desta comissatildeo que discute a cria-ccedilatildeo do Plano na UFPB Ele teraacute a missatildeo de coordenar as discussotildees sobre o PD

Planejamento evita problemas como o demonstrado no viacutedeo acima

Novo campus em Rio Tinto Obras que esteticamente feias e sem utilidade

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ReportagemFrancisco de Oliveira

Guilherme Pontes

confusos ou ateacute mesmo inexistentes e ainda praccedilas de permanecircncia sem co-bertura satildeo outros exemplos lembra-dos por Siqueira

Sobre o futuro Andreacute eacute pessi-mista e comenta que a cada dia mais problemas surgem Ser deficiente na UFPB eacute praticamente impossiacutevel Blocos aleatoacuterios para cursos que de-veriam ter salas proacuteximas Essas in-clusive estatildeo cada vez menores para turmas cada vez maiores ldquoSalas com janelotildees feitas para serem usadas com projetor que tipo de arquiteto aprova issordquo provoca

INFRAESTRUTURA

40 - UFPB em Revista

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Central

Construiacuteda haacute mais de 30 anos a Biblioteca Central da UFPB nunca passou por uma grande reforma

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Se algueacutem que frequenta a Bi-blioteca Central da UFPB atu-almente fosse perguntado sobre

qual a sua impressatildeo sobre o local as respostas certamente seriam se-melhantes agraves de quem respondesse a mesma pergunta haacute dez ou vinte anos calor poeira mofo falta de acessibilidade e estrutura deficitaacuteria estariam entre as palavras mais cita-das Isso se explica pelo fato do preacute-dio construiacutedo na deacutecada de 1970 ter sido mal planejado e nunca ter passado por uma grande reforma

Com o acervo atual em torno dos 400 mil exemplares a Bibliote-ca Central tem como principal fina-lidade dar suporte de informaccedilotildees aos programas de ensino pesquisa e extensatildeo Construiacuteda ao lado de uma mata ndash a UFPB estaacute localizada em uma regiatildeo de Mata Atlacircntica ndash so-fre com a maacute conservaccedilatildeo do acervo

exposto agrave umidade poeira e insetosSegundo a bibliotecaacuteria TM que preferiu natildeo se identificar o uacutelti-mo governo ateacute fez investimentos importantes no local ldquoAtraveacutes de pregotildees e ouvindo sugestotildees de co-ordenadores de cursos e professores foram adquiridos milhares de novos tiacutetulos Aleacutem disso foram instala-dos novos computadores cadeiras e feita a climatizaccedilatildeo de algumas salasrdquo A ideia eacute que nos proacuteximos anos sejam feitos novos investimen-tos no local ldquoA nova Reitora pro-meteu um sistema de climatizaccedilatildeo completo para o preacutediordquo afirma TM

Apesar das melhorias nos uacutel-timos anos e a promessa de novos investimentos para um futuro proacute-ximo muitas mudanccedilas inclusive estruturais precisam acontecer na Biblioteca Central ldquoO projeto ar-quitetocircnico eacute defeituoso Eacute impos-

siacutevel falar em climatizaccedilatildeo enquan-to natildeo for solucionado o problema das grandes frestas nas paredes do lugar Tambeacutem natildeo adianta climati-zar sem ser feita uma higienizaccedilatildeo em todo o preacutediordquo afirma o fun-cionaacuterio Francisco Joseacute Assistente Administrativo do local haacute 25 anos

Natildeo bastasse o problema de con-servaccedilatildeo do acervo existe uma ques-tatildeo ainda mais grave a ser tratada a sauacutede dos que frequentam a Bibliote-ca Central Vaacuterios funcionaacuterios rela-taram problemas de sauacutede por causa da higiene e estrutura do local O acuacutemulo de poeira e fungos jaacute causou vaacuterias doenccedilas de pele desde cocei-ras ateacute alergias seacuterias Aleacutem disso eacute comum funcionaacuterios reclamarem de problemas de coluna causados pelo manuseio das pesadas estantes e pro-blemas de mobilidade com os carros de matildeo que transportam os livros

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 41

Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 43

Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

b i o -logia e geo-

grafia estatildeo ok tem ar condicionado data

show etc As de quiacutemica () satildeo horriacuteveis tem umas que os

ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 49

dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

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52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

Recepccedilatildeo Local

Gastos estadia e lazer

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 30: UFPB em revista

INFRAESTRUTURA

38 - UFPB em Revista

Blocos isolados congestiona-mentos nos horaacuterios de pico falta de estacionamento satildeo

esses alguns dos problemas que po-dem ser ocasionados pela falta de um bom plano diretor Na UFPB isso natildeo eacute diferente Encontrar agrave noite uma vaga proacutexima ao CCHLA eacute praticamente uma maratona Esse e muitos outros problemas poderiam ter sidos evita-dos se tivesse sido criado um plano diretor que limitasse as aacutereas de esta-cionamento construccedilatildeo e ainda com o planejamento da aacuterea de preservaccedilatildeo na universidade

Em 2007 em sua defesa de tese de doutorado em engenharia civil Renato Saboya explica ldquoPlano Diretor eacute um documento que sintetiza e torna expliacute-citos os objetivos consensuados para o Municiacutepio e estabelece princiacutepios diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as decisotildees dos atores envolvidos no processo de de-senvolvimento urbano convirjam tan-to quanto possiacutevel na direccedilatildeo desses objetivosrdquo

Para Acircngela Braz aluna do quinto periacuteodo de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal da Paraiacuteba pro-blemas comuns como salas com maacute ventilaccedilatildeo ou com insolaccedilatildeo intensa poderiam ter sido evitados se a insti-tuiccedilatildeo tivesse em seu plano diretor as melhores localizaccedilotildees para a constru-ccedilatildeo dos blocos Com tal planejamen-to seriam evitadas aacutereas voltadas di-retamente para o nascente ou poente e tambeacutem aacutereas natildeo favorecidas pelos ventos

Planos Diretores no Brasil

Quando questionados a maioria dos brasileiros pensam que exemplos de planejamento preventivo existem apenas em paiacuteses de ldquoprimeiro mun-dordquo poreacutem em diversos municiacutepios brasileiros planos diretores tiveram relativo sucesso como por exemplo Curitiba Brasiacutelia e ateacute mesmo Joatildeo Pessoa Sendo a uacuteltima um dos melho-res exemplos nacionais de preservaccedilatildeo de sua orla mariacutetima onde existe um

bloqueio para edifiacutecios superiores a quatro andares

ldquoA questatildeo da falta de planejamen-to urbano eacute muito mais grave do que parece o recobrimento dos solos com materiais impermeaacuteveis juntamente com o adensamento de construccedilotildees acaba ocasionando o aumento de tem-peratura em determinadas regiotildeesrdquo indaga Acircngela

O impedimento da construccedilatildeo de preacutedios altos na orla evita o conhecido fenocircmeno em diversas praias sombra Em praias de Recife Rio de Janeiro e Balneaacuterio Camboriuacute por exemplo possuem sombra na faixa de areia mes-mo horas antes do pocircr do sol devido aos gigantes que ali se encontramldquoSalas cada vez menores para turmas cada vez maioresrdquo

Para Andreacute Siqueira aluno do se-gundo periacuteodo de Arquitetura e Urba-nismo na Universidade Federal da Pa-raiacuteba a falta de um real planejamento cria ateacute mesmo a falta de acessibilida-de em diversas aacutereas da Universida-de Calccediladas estreitas com caminhos

Falta de planejamento afetaraacute crescimento da Universidade

Protesto de alunos de Miacutedias Digitais devido ao atraso de mais de dois anos na entrega do bloco do curso

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 39

Soluccedilatildeo a longo prazo

Flaacutevio Tavares membro do pro-jeto de iniciaccedilatildeo cientiacutefica ldquoTerritoacute-rios e urbanidades praacuteticas urbanas e poliacuteticas culturais no espaccedilo puacuteblico contemporacircneordquo mostra-se indignado com o fato de que o porte que a uni-versidade tem atingido seja de espa-ccedilo fiacutesico ndash com grande quantidade de alunos e funcionaacuterios circulando no seu campus - seja do volume de recur-sos aplicados anualmente e ainda natildeo possua um plano diretor em vigor Ele permitiria accedilotildees integradas de longo prazo garantindo que os investimentos ocorram de acordo com os principais anseios da comunidade universitaacuteria jaacute que a elaboraccedilatildeo do plano se daacute necessariamente a partir da discussatildeo conjunta entre os envolvidos com a re-giatildeo

Indagado sobre as possiacuteveis accedilotildees

que poderiam sanar os atuais (e fu-turos) problemas Tavares diz que a Universidade deve iniciar de imedia-to a construccedilatildeo de um ldquoPlano Diretor Participativo Integrado para o Cam-pus Joatildeo Pessoa da UFPBrdquo incluindo questotildees de planejamento participativo na proposiccedilatildeo das futuras obras per-mitindo que a comunidade acadecircmica possa opinar sobre as obras que ali se-ratildeo executadas resultando numa maior conexatildeo e identificaccedilatildeo com os usuaacute-rios Quanto a uma obra especiacutefica ele acredita que uma ampla intervenccedilatildeo no

desenho urbano do campus seria ne-cessaacuteria priorizando o fluxo de pedes-tres com pisos adequados vegetaccedilatildeo passarelas etc

Para finalizar Flaacutevio lembra que agora que a Universidade acolhe um maior nuacutemero de pessoas com defici-ecircncia tendo o dever natildeo soacute legal mas tambeacutem social de incluir estas pessoas num deslocar seguro e independente Sendo esse apenas possiacutevel com um planejamento efetivo da estrutura fiacutesi-ca da Universidade

No final de 2012 Margareth Diniz assumiu a Reitoria da Uni-versidade Federal da Paraiacute-ba e com ela iniciaram-se projetos de um Plano Dire-tor Esse Plano teraacute como principal foco proteger a reserva de mata atlacircntica na qual a Instituiccedilatildeo estaacute sediada O professor Seacutergio Alonso recentemente em-possado prefeito do Campus I eacute um dos membros desta comissatildeo que discute a cria-ccedilatildeo do Plano na UFPB Ele teraacute a missatildeo de coordenar as discussotildees sobre o PD

Planejamento evita problemas como o demonstrado no viacutedeo acima

Novo campus em Rio Tinto Obras que esteticamente feias e sem utilidade

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ReportagemFrancisco de Oliveira

Guilherme Pontes

confusos ou ateacute mesmo inexistentes e ainda praccedilas de permanecircncia sem co-bertura satildeo outros exemplos lembra-dos por Siqueira

Sobre o futuro Andreacute eacute pessi-mista e comenta que a cada dia mais problemas surgem Ser deficiente na UFPB eacute praticamente impossiacutevel Blocos aleatoacuterios para cursos que de-veriam ter salas proacuteximas Essas in-clusive estatildeo cada vez menores para turmas cada vez maiores ldquoSalas com janelotildees feitas para serem usadas com projetor que tipo de arquiteto aprova issordquo provoca

INFRAESTRUTURA

40 - UFPB em Revista

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Central

Construiacuteda haacute mais de 30 anos a Biblioteca Central da UFPB nunca passou por uma grande reforma

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Se algueacutem que frequenta a Bi-blioteca Central da UFPB atu-almente fosse perguntado sobre

qual a sua impressatildeo sobre o local as respostas certamente seriam se-melhantes agraves de quem respondesse a mesma pergunta haacute dez ou vinte anos calor poeira mofo falta de acessibilidade e estrutura deficitaacuteria estariam entre as palavras mais cita-das Isso se explica pelo fato do preacute-dio construiacutedo na deacutecada de 1970 ter sido mal planejado e nunca ter passado por uma grande reforma

Com o acervo atual em torno dos 400 mil exemplares a Bibliote-ca Central tem como principal fina-lidade dar suporte de informaccedilotildees aos programas de ensino pesquisa e extensatildeo Construiacuteda ao lado de uma mata ndash a UFPB estaacute localizada em uma regiatildeo de Mata Atlacircntica ndash so-fre com a maacute conservaccedilatildeo do acervo

exposto agrave umidade poeira e insetosSegundo a bibliotecaacuteria TM que preferiu natildeo se identificar o uacutelti-mo governo ateacute fez investimentos importantes no local ldquoAtraveacutes de pregotildees e ouvindo sugestotildees de co-ordenadores de cursos e professores foram adquiridos milhares de novos tiacutetulos Aleacutem disso foram instala-dos novos computadores cadeiras e feita a climatizaccedilatildeo de algumas salasrdquo A ideia eacute que nos proacuteximos anos sejam feitos novos investimen-tos no local ldquoA nova Reitora pro-meteu um sistema de climatizaccedilatildeo completo para o preacutediordquo afirma TM

Apesar das melhorias nos uacutel-timos anos e a promessa de novos investimentos para um futuro proacute-ximo muitas mudanccedilas inclusive estruturais precisam acontecer na Biblioteca Central ldquoO projeto ar-quitetocircnico eacute defeituoso Eacute impos-

siacutevel falar em climatizaccedilatildeo enquan-to natildeo for solucionado o problema das grandes frestas nas paredes do lugar Tambeacutem natildeo adianta climati-zar sem ser feita uma higienizaccedilatildeo em todo o preacutediordquo afirma o fun-cionaacuterio Francisco Joseacute Assistente Administrativo do local haacute 25 anos

Natildeo bastasse o problema de con-servaccedilatildeo do acervo existe uma ques-tatildeo ainda mais grave a ser tratada a sauacutede dos que frequentam a Bibliote-ca Central Vaacuterios funcionaacuterios rela-taram problemas de sauacutede por causa da higiene e estrutura do local O acuacutemulo de poeira e fungos jaacute causou vaacuterias doenccedilas de pele desde cocei-ras ateacute alergias seacuterias Aleacutem disso eacute comum funcionaacuterios reclamarem de problemas de coluna causados pelo manuseio das pesadas estantes e pro-blemas de mobilidade com os carros de matildeo que transportam os livros

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 41

Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

A realidade

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

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ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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PELO CAMPUS

46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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PELO CAMPUS

50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

PELO CAMPUS

52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 31: UFPB em revista

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 39

Soluccedilatildeo a longo prazo

Flaacutevio Tavares membro do pro-jeto de iniciaccedilatildeo cientiacutefica ldquoTerritoacute-rios e urbanidades praacuteticas urbanas e poliacuteticas culturais no espaccedilo puacuteblico contemporacircneordquo mostra-se indignado com o fato de que o porte que a uni-versidade tem atingido seja de espa-ccedilo fiacutesico ndash com grande quantidade de alunos e funcionaacuterios circulando no seu campus - seja do volume de recur-sos aplicados anualmente e ainda natildeo possua um plano diretor em vigor Ele permitiria accedilotildees integradas de longo prazo garantindo que os investimentos ocorram de acordo com os principais anseios da comunidade universitaacuteria jaacute que a elaboraccedilatildeo do plano se daacute necessariamente a partir da discussatildeo conjunta entre os envolvidos com a re-giatildeo

Indagado sobre as possiacuteveis accedilotildees

que poderiam sanar os atuais (e fu-turos) problemas Tavares diz que a Universidade deve iniciar de imedia-to a construccedilatildeo de um ldquoPlano Diretor Participativo Integrado para o Cam-pus Joatildeo Pessoa da UFPBrdquo incluindo questotildees de planejamento participativo na proposiccedilatildeo das futuras obras per-mitindo que a comunidade acadecircmica possa opinar sobre as obras que ali se-ratildeo executadas resultando numa maior conexatildeo e identificaccedilatildeo com os usuaacute-rios Quanto a uma obra especiacutefica ele acredita que uma ampla intervenccedilatildeo no

desenho urbano do campus seria ne-cessaacuteria priorizando o fluxo de pedes-tres com pisos adequados vegetaccedilatildeo passarelas etc

Para finalizar Flaacutevio lembra que agora que a Universidade acolhe um maior nuacutemero de pessoas com defici-ecircncia tendo o dever natildeo soacute legal mas tambeacutem social de incluir estas pessoas num deslocar seguro e independente Sendo esse apenas possiacutevel com um planejamento efetivo da estrutura fiacutesi-ca da Universidade

No final de 2012 Margareth Diniz assumiu a Reitoria da Uni-versidade Federal da Paraiacute-ba e com ela iniciaram-se projetos de um Plano Dire-tor Esse Plano teraacute como principal foco proteger a reserva de mata atlacircntica na qual a Instituiccedilatildeo estaacute sediada O professor Seacutergio Alonso recentemente em-possado prefeito do Campus I eacute um dos membros desta comissatildeo que discute a cria-ccedilatildeo do Plano na UFPB Ele teraacute a missatildeo de coordenar as discussotildees sobre o PD

Planejamento evita problemas como o demonstrado no viacutedeo acima

Novo campus em Rio Tinto Obras que esteticamente feias e sem utilidade

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ReportagemFrancisco de Oliveira

Guilherme Pontes

confusos ou ateacute mesmo inexistentes e ainda praccedilas de permanecircncia sem co-bertura satildeo outros exemplos lembra-dos por Siqueira

Sobre o futuro Andreacute eacute pessi-mista e comenta que a cada dia mais problemas surgem Ser deficiente na UFPB eacute praticamente impossiacutevel Blocos aleatoacuterios para cursos que de-veriam ter salas proacuteximas Essas in-clusive estatildeo cada vez menores para turmas cada vez maiores ldquoSalas com janelotildees feitas para serem usadas com projetor que tipo de arquiteto aprova issordquo provoca

INFRAESTRUTURA

40 - UFPB em Revista

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Central

Construiacuteda haacute mais de 30 anos a Biblioteca Central da UFPB nunca passou por uma grande reforma

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Se algueacutem que frequenta a Bi-blioteca Central da UFPB atu-almente fosse perguntado sobre

qual a sua impressatildeo sobre o local as respostas certamente seriam se-melhantes agraves de quem respondesse a mesma pergunta haacute dez ou vinte anos calor poeira mofo falta de acessibilidade e estrutura deficitaacuteria estariam entre as palavras mais cita-das Isso se explica pelo fato do preacute-dio construiacutedo na deacutecada de 1970 ter sido mal planejado e nunca ter passado por uma grande reforma

Com o acervo atual em torno dos 400 mil exemplares a Bibliote-ca Central tem como principal fina-lidade dar suporte de informaccedilotildees aos programas de ensino pesquisa e extensatildeo Construiacuteda ao lado de uma mata ndash a UFPB estaacute localizada em uma regiatildeo de Mata Atlacircntica ndash so-fre com a maacute conservaccedilatildeo do acervo

exposto agrave umidade poeira e insetosSegundo a bibliotecaacuteria TM que preferiu natildeo se identificar o uacutelti-mo governo ateacute fez investimentos importantes no local ldquoAtraveacutes de pregotildees e ouvindo sugestotildees de co-ordenadores de cursos e professores foram adquiridos milhares de novos tiacutetulos Aleacutem disso foram instala-dos novos computadores cadeiras e feita a climatizaccedilatildeo de algumas salasrdquo A ideia eacute que nos proacuteximos anos sejam feitos novos investimen-tos no local ldquoA nova Reitora pro-meteu um sistema de climatizaccedilatildeo completo para o preacutediordquo afirma TM

Apesar das melhorias nos uacutel-timos anos e a promessa de novos investimentos para um futuro proacute-ximo muitas mudanccedilas inclusive estruturais precisam acontecer na Biblioteca Central ldquoO projeto ar-quitetocircnico eacute defeituoso Eacute impos-

siacutevel falar em climatizaccedilatildeo enquan-to natildeo for solucionado o problema das grandes frestas nas paredes do lugar Tambeacutem natildeo adianta climati-zar sem ser feita uma higienizaccedilatildeo em todo o preacutediordquo afirma o fun-cionaacuterio Francisco Joseacute Assistente Administrativo do local haacute 25 anos

Natildeo bastasse o problema de con-servaccedilatildeo do acervo existe uma ques-tatildeo ainda mais grave a ser tratada a sauacutede dos que frequentam a Bibliote-ca Central Vaacuterios funcionaacuterios rela-taram problemas de sauacutede por causa da higiene e estrutura do local O acuacutemulo de poeira e fungos jaacute causou vaacuterias doenccedilas de pele desde cocei-ras ateacute alergias seacuterias Aleacutem disso eacute comum funcionaacuterios reclamarem de problemas de coluna causados pelo manuseio das pesadas estantes e pro-blemas de mobilidade com os carros de matildeo que transportam os livros

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 41

Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 43

Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

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grafia estatildeo ok tem ar condicionado data

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ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

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46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 49

dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

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52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

Recepccedilatildeo Local

Gastos estadia e lazer

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 32: UFPB em revista

INFRAESTRUTURA

40 - UFPB em Revista

Fungos e poeira prejudicam acervo da Biblioteca Central

Construiacuteda haacute mais de 30 anos a Biblioteca Central da UFPB nunca passou por uma grande reforma

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Se algueacutem que frequenta a Bi-blioteca Central da UFPB atu-almente fosse perguntado sobre

qual a sua impressatildeo sobre o local as respostas certamente seriam se-melhantes agraves de quem respondesse a mesma pergunta haacute dez ou vinte anos calor poeira mofo falta de acessibilidade e estrutura deficitaacuteria estariam entre as palavras mais cita-das Isso se explica pelo fato do preacute-dio construiacutedo na deacutecada de 1970 ter sido mal planejado e nunca ter passado por uma grande reforma

Com o acervo atual em torno dos 400 mil exemplares a Bibliote-ca Central tem como principal fina-lidade dar suporte de informaccedilotildees aos programas de ensino pesquisa e extensatildeo Construiacuteda ao lado de uma mata ndash a UFPB estaacute localizada em uma regiatildeo de Mata Atlacircntica ndash so-fre com a maacute conservaccedilatildeo do acervo

exposto agrave umidade poeira e insetosSegundo a bibliotecaacuteria TM que preferiu natildeo se identificar o uacutelti-mo governo ateacute fez investimentos importantes no local ldquoAtraveacutes de pregotildees e ouvindo sugestotildees de co-ordenadores de cursos e professores foram adquiridos milhares de novos tiacutetulos Aleacutem disso foram instala-dos novos computadores cadeiras e feita a climatizaccedilatildeo de algumas salasrdquo A ideia eacute que nos proacuteximos anos sejam feitos novos investimen-tos no local ldquoA nova Reitora pro-meteu um sistema de climatizaccedilatildeo completo para o preacutediordquo afirma TM

Apesar das melhorias nos uacutel-timos anos e a promessa de novos investimentos para um futuro proacute-ximo muitas mudanccedilas inclusive estruturais precisam acontecer na Biblioteca Central ldquoO projeto ar-quitetocircnico eacute defeituoso Eacute impos-

siacutevel falar em climatizaccedilatildeo enquan-to natildeo for solucionado o problema das grandes frestas nas paredes do lugar Tambeacutem natildeo adianta climati-zar sem ser feita uma higienizaccedilatildeo em todo o preacutediordquo afirma o fun-cionaacuterio Francisco Joseacute Assistente Administrativo do local haacute 25 anos

Natildeo bastasse o problema de con-servaccedilatildeo do acervo existe uma ques-tatildeo ainda mais grave a ser tratada a sauacutede dos que frequentam a Bibliote-ca Central Vaacuterios funcionaacuterios rela-taram problemas de sauacutede por causa da higiene e estrutura do local O acuacutemulo de poeira e fungos jaacute causou vaacuterias doenccedilas de pele desde cocei-ras ateacute alergias seacuterias Aleacutem disso eacute comum funcionaacuterios reclamarem de problemas de coluna causados pelo manuseio das pesadas estantes e pro-blemas de mobilidade com os carros de matildeo que transportam os livros

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 41

Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

A realidade

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

b i o -logia e geo-

grafia estatildeo ok tem ar condicionado data

show etc As de quiacutemica () satildeo horriacuteveis tem umas que os

ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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PELO CAMPUS

46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

PELO CAMPUS

52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

Recepccedilatildeo Local

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 33: UFPB em revista

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 41

Biblioteca Setorial Vanildo Brito tambeacutem sofre com problemas estruturais

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As criacuteticas natildeo se limitam aos fun-cionaacuterios Segundo a estudante Pa-triacutecia Aacutevila que frequenta o local pelo menos trecircs vezes por semana os maiores problemas satildeo o forte calor e a poeira ldquoPassamos forte calor nas mesas jaacute que a maioria dos ventila-dores estatildeo quebrados Jaacute nas estan-tes a poeira eacute forte Os livros muitas vezes satildeo sujos e comeccedilo a espir-rar ao pegaacute-losrdquo conta indignada

Biblioteca Setorial

Na Biblioteca Setorial Vanil-do Brito que faz parte do CCHLA - Centro de Ciecircncias Humanas Le-tras e Artes ndash o espaccedilo fiacutesico dispo-niacutevel para a manipulaccedilatildeo e para a estocagem de diversos tiacutetulos eacute in-suficiente Satildeo 118msup2 de aacuterea cons-truiacuteda que comportam mais de 50 mil tiacutetulos das diversas aacutereas que o CCHLA agrupa entre obras de re-ferecircncia coleccedilotildees especiais (mono-grafias dissertaccedilotildees e teses) e livros

Para resolver o problema estaacute em construccedilatildeo um espaccedilo que conta com 400 metros quadrados de aacuterea De acordo com a bibliotecaacuteria res-ponsaacutevel Cleyciane Pereira as no-vas instalaccedilotildees podem ser a soluccedilatildeo parcial mas natildeo definitiva ldquoA me-lhoria ocorre devido a uma seacuterie de fatores que influenciam diretamente na rotina da biblioteca Natildeo se pode construir uma biblioteca sem acom-panhamento do projeto e sem a defi-niccedilatildeo detalhada da acuacutestica do localrdquo

Aleacutem dos problemas de espaccedilo fiacutesico existem tambeacutem os de or-dem operacional que comprome-tem o funcionamento da bibliote-ca A falta de material baacutesico para a etiquetaccedilatildeo de livros impede a organizaccedilatildeo e atrasa o andamen-to dos serviccedilos ldquoNatildeo eacute necessaacuterio apenas oferecer estrutura fiacutesica mas tambeacutem uma estrutura de conserva-ccedilatildeo e boa manipulaccedilatildeo do acervo se-natildeo nada foi feitordquo conta Cleyciane

Para ela os bibliotecaacuterios preci-

sam de mais espaccedilo e participaccedilatildeo na tomada de decisotildees que dizem res-peito agrave biblioteca ldquoEacute estranho pensar assim mas as pessoas que estatildeo lidando diariamente com os proble-mas estruturais e organizacionais das bibliotecas natildeo satildeo perguntadas so-bre as reais necessidades do lugarrdquo

As obras do novo preacutedio estatildeo em andamento A ideia eacute que a entrega aconteccedila em um prazo de dois me-ses O que preocupa a bibliotecaacuteria e suas colegas eacute a acuacutestica do local que fica bem ao lado de uma avenida bastate movimentada ldquoMuitas partes do projeto que foram solicitadas por noacutes natildeo foram atendidas Natildeo tere-mos o espaccedilo adequado reservado para leitura e os locais para guardar os livros deixam muito a desejarrdquo

Bibliotecas Hiacutebridas

Um novo sistema online de con-sulta e empreacutestimo de livros em breve seraacute adotado pela Biblioteca

Central Trazido da UFRN eacute mais leve simplese custa menos Aleacutem de vantagens de usabilidade pretende me-lhorar a integraccedilatildeo entre a Biblioteca Central e as Se-toriais ndash que tambeacutem englo-bam as dos Campus de Areia Bananeiras Mamanguape e Rio Tinto Com um cadastro uacutenico o usuaacuterio poderaacute con-sultar o acervo de todas elas

Esse eacute o primeiro passo para o desenvolvimento de um sistema de Bibliotecas Hiacute-bridas na UFPB A ideia eacute que o sistema abranja os diversos acervos e permita que todos os serviccedilos sejam oferecidos simultaneamente de maneira fiacutesica e virtual seguindo uma tendecircncia de digitalizaccedilatildeo e tornando mais faacutecil e aacutegil a re-laccedilatildeo entre biblioteca e puacutebli-co Esse sistema tambeacutem per-mitiraacute que os alunos de cursos a distacircncia possam encontrar tambeacutem a distacircncia as obras necessaacuterias para suas aulas

ReportagemGustavo Mikaell

Luan Matias

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

A realidade

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 43

Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

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ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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PELO CAMPUS

46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

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52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

Recepccedilatildeo Local

Gastos estadia e lazer

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 34: UFPB em revista

INFRAESTRUTURA

42 - UFPB em Revista

A umento no nuacutemero de vagas cursos e bolsas ofertadas Ex-pansatildeo do campus com preacute-

dios novos e interiorizaccedilatildeo da univer-sidade Novos equipamentos Novos cursos de extensatildeo Essa eacute a Univer-sidade Federal da Paraiacuteba segundo ela mesma presente em seu site (wwwufpbbr) e relatoacuterios recentes produ- zidos pela gestatildeo do ex-reitor Rocirc-mulo Polari No ranking nordestino de instituiccedilotildees de pesquisa ocupa a quarta posiccedilatildeo perdendo apenas para as universidades federais de Pernam-buco Bahia e Rio Grande do Norte

As melhorias descritas ocorreram graccedilas sobretudo aos recursos do Programa de Apoio a Planos de Rees-truturaccedilatildeo e Expansatildeo das Universi-dades Federais (Reuni) cerca de 120 milhotildees de reais A administraccedilatildeo da universidade deveria gerir esses re-cursos de forma que promovesse a ampliaccedilatildeo do acesso e da permanecircn-cia na educaccedilatildeo superior

Mas em uma raacutepida caminha-

A UFPB do relatoacuterio Polari contrasta com a realidade da Instituiccedilatildeo

Entrada da UFPB receacutem reforma

A realidade

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da eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre o que estaacute escrito e o que eacute observado na realidade Haacute a dificuldade em encontrar onde os recursos foram empregados e os avanccedilos presentes nos relatoacuterios Qual posiccedilatildeo a UFPB ocuparia no ranking da praacutetica da eficiecircncia que atende os alunos pro-fessores e funcionaacuterios da institui-ccedilatildeo em seu dia-a-dia Essa avalia-ccedilatildeo aliaacutes a UFPB jaacute estaacute vivendo segundo determinaccedilatildeo da Lei de Di-retrizes e Ba-ses da Educaccedilatildeo Para tanto eacute preciso reunir e interpretar dados produzir diagnoacutesticos iden-tificar fragilidades e potencialida-des dos cursos ou da instituiccedilatildeo

ldquoA UFPB enfrenta problemas baacutesicosrdquo disse o professor Gustavo Tavares coordenador geral do Reu-ni na Instituiccedilatildeo ldquoAqui noacutes esta-mos na base Noacutes estamos pedindo livro biblioteca internet laboratoacute-rio restaurante seguranccedilardquo Quan-

tos aos livros por exemplo estava previsto a compra de em dois rela-toacuterios sobre uma mesma obra um diz que o dinheiro saiu do Reuni e em outro diz que saiu da Reitoria Natildeo se sabe a informaccedilatildeo correta

Haacute controveacutersias na gestatildeo do dinheiro do Reuni Durante a entrevista o professor Gustavo Tavares usa uma metaacutefora de quebra-cabeccedilas para explicar como os recursos foram geri-dos ldquo119 milhotildees 544 mil e 822 reais Todos esses recursos foram geridos no papelrdquo Para ele cada quantia de dinheiro representa uma peccedila do jogo e como eacute comum que vaacuterias peccedilas acabem se perdendo a montagem completa se torna impossiacutevel

Outro exemplo da maacute ad-ministraccedilatildeo eacute o que estaacute acon-tecendo no curso de engenharia mecacircnica Desde 2011 o dinhei-

Falta de um sistema de informccedilatildeo dificulta a procura e monutenccedilatildeo dos livros

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Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

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ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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46 - UFPB em Revista

Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

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quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

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Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

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dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

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Sem espaccedilo adequado para acomodar e instalar os equipamentos soluccedilotildees criativas foram adotadas nas caixas dos computadores que foram comprados

Reportagem Diego Duarte e Marianna Teixeira

ro para compra de um braccedilo mecacircnico foi empenhado mas a compra nunca chegou a ser realizada Agora os res-ponsaacuteveis pela compra correm con-tra o tempo jaacute que se a compra natildeo for efetuada o dinheiro voltaraacute para a Uniatildeo E pior o preccedilo do equipamen-to aumentou e o dinheiro empenha-do natildeo eacute mais compatiacutevel O mesmo aconteceu na solicitaccedilatildeo de computa-dores para o laboratoacuterio do curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais A demora foi tanta que com o dinhei-

ro reservado anteriormente soacute daria para comprar metade do nuacutemero de equipamentos previstos segundo o professor Derval Gozio

Quando questionada sobre a si-tuaccedilatildeo dos equipamentos e dos la-boratoacuterios uma aluna de Engenharia Ambiental que pediu para natildeo ser identificada demonstrou indignaccedilatildeo

ldquoEquipamentos A gente soacute teve uma aula de laboratoacuterio ateacute hoje (em dois anos de curso) Os professores sempre falam que eacute complicado usar o laboratoacuteriordquo Quanto agrave estrutura disse ldquoAs salas do CCEN da parte de

Quadro Ambientes fiacutesicos construiacutedos com os recursos do Reuni presente em relatoacuterio enviado pelo professor Gustavo Tavares

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ventiladores estatildeo quebrados e quando chove molha ateacute dentro da

salardquo Ela ponderou ainda a relaccedilatildeo com os professores ldquoSatildeo competen-tes e tudo mais principalmente os do CCEN(Centro de Ciecircncias Exatas e da Natureza) O complicado satildeo os professores do CT(Centro de Tecno-logia)rdquo

Taxa de evasatildeo elevada

Essa realidade natildeo eacute propiacutecia para o surgimento de alunos pesqui-sadores e professores interessados e comprometidos com a instituiccedilatildeo Natildeo cumprindo assim a principal meta do Reuni diminuir a taxa de evasatildeo estudantil que na administra-ccedilatildeo Polari registrou taxa de 49 para cada 100 alunos Haacute o programa da Universidade Participativa (UP) ldquoque busca inverter a loacutegica das de-cisotildees descentralizando as accedilotildees O programa serve como instrumento de base para tratar junto com a comuni-dade universitaacuteria o processo de dis-cussatildeo do orccedilamento projetos obras e serviccedilos da Administraccedilatildeo Central atraveacutes de um espaccedilo democraacuteticordquo (Definiccedilatildeo extraiacuteda de noticias no site oficial da UFPB) Haacute tambeacutem um plano constituiacutedo de quatro accedilotildees baacute-sicas para evitar a desistecircncia peda-goacutegicas de infraestrutura assistecircncia estudantil e administrativa

Compra de equipamentos

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Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

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As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

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O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

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quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

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Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

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dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

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Encontrar gatos na UFPB deixou de ser um acontecimento raro Por todo o Campus eacute possiacutevel

vecirc-los procurando comida escalando aacutervores ou simplesmente amontoados pelos cantos O que pode ser um coliacuterio para os muitos amantes de felinos tam-beacutem tem gerado grandes reclamaccedilotildees de professores alunos e funcionaacuterios da UFPB As principais reclamaccedilotildees estatildeo relacionadas ao mau cheiro e aos trans-tornos que os animais tecircm causado aos comerciantes da universidade

Uma das principais razotildees aponta-das para o excesso de gatos eacute o abando-no pela populaccedilatildeo Aleacutem disso a espeacute-cie tem um periacuteodo de gestaccedilatildeo muito curto e gera muitos filhotes por gesta-ccedilatildeo o que provoca um aumento expo-nencial da populaccedilatildeo de animais Para a pesquisadora Doutora em recursos naturais e funcionaacuteria da UFPB Teresa Cristina Grisi a cidade de Joatildeo Pessoa eacute desassistida de abrigos para os animais o que faz com que as pessoas despe-jem seus gatos como meros objetos no Campus na esperanccedila de que algueacutem cuide deles por laacute

A pesquisadora tambeacutem afirma que jaacute presenciou pessoas levando animais escondidos em malas poreacutem como natildeo haacute fiscalizaccedilatildeo na entrada da institui-

ccedilatildeo natildeo existe uma forma de contro-le que evite esse tipo de ocorrecircncia A medida mais eficaz segundo a Doutora eacute fazer um trabalho de conscientizaccedilatildeo nas pessoas principalmente nas regiotildees proacuteximas e promover cada vez mais feiras de adoccedilatildeo de filhotes e a castra-ccedilatildeo dos gatos que eacute uma das accedilotildees mais importantes

No departamento de psicologia os gatos natildeo satildeo bem vindos Certa vez houve uma infestaccedilatildeo de pulgas no setor interrompendo uma reuniatildeo de departamento e atingindo a cliacutenica-es-

Onde os gatos tecircm vez

O estudante Djalma Amorim de 20 anos caminhava para mais um dia de aula no curso de Comunicaccedilatildeo em Miacutedias Digitais quando ouviu miados vindos da floresta Preocupado Djalma procurou a origem do ruiacutedo e encon-trou dois filhotes de gato abandonados Movido por sua paixatildeo pelos animais o aluno iniciou uma busca por alimen-to no Campus utilizou uma caixa para levar os filhotes pra casa e apesar dos cuidados do estudante os gatos natildeo resistiram Atitudes como a de Djalma satildeo frequentemente tomadas por pesso-as que buscam acima de tudo o bem estar dos animais

A presenccedila dos gatos pela UFPB tem no entanto causado incocircmodos agrave populaccedilatildeo universitaacuteria Um exemplo disso eacute o estudante de Psicologia Ar-

O campus de Joatildeo Pessoa da Universidade Federal da Paraiacuteba comporta uma grande populaccedilatildeo de gatos abandonados

Cada gato no seu galho

Proacutes e contras

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thur Homrich Para ele os gatos aleacutem de natildeo agradar tambeacutem trazem consigo doenccedilas sendo considerados um risco agrave sauacutede de quem eacute obrigado a convi-ver com eles O estudante afirma que os animais invadem as salas de aula entram em contato com os alunos e de-fecam nas proximidades produzindo assim mau cheiro e contaminando ateacute o ar que respiram

Jaacute para o estudante de biologia Joseacute Carlos Pereira dos Santos os ga-tos nunca o incomodaram nem provo-caram qualquer transtorno No entanto ele acredita que natildeo haacute condiccedilotildees de manter os animais na universidade da maneira em que estatildeo pois representam seacuterios riscos agrave biodiversidade da mata podendo em casos extremos contribuir para a extinccedilatildeo de algumas espeacutecies De acordo com o estudante que eacute comple-tamente contra a eutanaacutesia dos gatos eles deveriam ser encaminhados para abrigos que cuidassem deles

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As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

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O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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PELO CAMPUS

50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

PELO CAMPUS

52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

Recepccedilatildeo Local

Gastos estadia e lazer

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 37: UFPB em revista

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 47

As consequecircncias causadas pela superpopulaccedilatildeo de gatos na UFPB vatildeo aleacutem dos problemas ambientais Se-gundo o comerciante e dono de uma lanchonete no Departamento de Co-municaccedilatildeo Antocircnio Guerra os bicha-nos jaacute causaram prejuiacutezos financeiros a seu estabelecimento Ele afirma que os gatos invadem as barracas andam pelos telhados e consomem alimen-tos do local aleacutem de espantar clientes que por questotildees de higiene acabam optando por um ambiente mais limpo e livre de felinos Aleacutem do mais os gatos tecircm ocupado espaccedilos que seriam reservados para estudos e praacuteticas aca-decircmicas

No entanto para a Dra Teresa as possiacuteveis soluccedilotildees para esse caso natildeo se encontram na atitude radical de sim-plesmente realizar a eutanaacutesia ou aban-donar os animais em outros lugares Segundo ela aleacutem de natildeo resolver o problema pois a reproduccedilatildeo dos gatos eacute extremamente acelerada e as pesso-as continuariam a lanccedilar os animais na universidade eacute preciso tomar atitudes mais inteligentes que garantam espaccedilo para os felinos um dos mais importan-tes predadores de pragas urbanas e ao mesmo tempo respeito agrave liberdade da-queles que convivem na universidade

Com relaccedilatildeo agraves interferecircn-cias ambientais que os gatos poderiam provocar na biodiversidade da mata a doutora afirma que apesar de os gatos abaterem alguns animais silvestres nas

No Departamento de Psicologia os gatos fazem as vezes de alunos

O que estaacute sendo feito

Transtornos e Soluccedilotildees

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ReportagemAna Carolina Caldas e

Valberto Cabral

De acordo com a Dra Teresa o ideal seria que houvesse aleacutem de um esforccedilo interno accedilotildees de fora da uni-versidade especialmente por parte do poder puacuteblico A pesquisadora que faz parte de um grupo que tenta solucionar os problemas com gatos tem atuado ao lado de professores e alunos em cam-panhas educativas e de adoccedilatildeo O gru-po tem levado informaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo local sobre a necessidade de castrar os animais aleacutem de ter procurado oacutergatildeos puacuteblicos e setores da universidade em busca de soluccedilotildees para o problema A

extremidades da mata esses casos natildeo satildeo de grande relevacircncia pois a par-cela de animais silvestres nessas regi-otildees eacute muito pequena jaacute que a grande maioria estaacute nas regiotildees centrais lo-cais onde segundo ela os gatos natildeo tecircm acesso

Aleacutem disso para a bioacuteloga os ani-mais silvestres conseguem perceber a presenccedila dos gatos no ambiente e por-tanto evitam se dirigir agraves regiotildees pe-rifeacutericas o que os livra de acidentes e contatos com o homem fazendo com que esses animais se mantenham em seu habitat natural

No entanto para ela o problema reside no excesso de felinos pelas proacute-prias condiccedilotildees que os animais enfren-tam no campus e pela falta de controle de reproduccedilatildeo o que exige soluccedilotildees conjuntas inteligentes e eficazes

equipe tambeacutem costuma atuar no com-bate aos maus tratos contra os animais Em uma das ocorrecircncias um aluno da residecircncia universitaacuteria foi denuncia-do por seus colegas por ter atirado um gato contra a parede causando a morte do bicho

A luta pela construccedilatildeo de um abri-go eacute uma das principais reivindicaccedilotildees do grupo mas segundo a pesquisadora Grisi as accedilotildees esbarram na burocracia Recentemente uma verba foi aprova-da mas os recursos natildeo puderam ser utilizados porque tinham origem no Ministeacuterio da Sauacutede e questotildees de animais domeacutesticos natildeo satildeo cataloga-dos como problema de sauacutede puacuteblica Aleacutem disso o grupo tem lutado pela construccedilatildeo na universidade de um hospital puacuteblico veterinaacuterio Segun-do Teresa essa medida permitiria um nuacutemero de cirurgias de castraccedilatildeo bem maior aleacutem de servir como suporte agrave formaccedilatildeo profissional do estudante de veterinaacuteria

A situaccedilatildeo dos gatos na UFPB eacute sempre um assunto polecircmico mas em um ponto quase todos concordam o assunto precisa ser debatido para que soluccedilotildees inteligentes sejam tomadas de forma a garantir que todas as partes tenham seus direitos respeitados

cola de psicologia um local que tam-beacutem atende a comunidade externa Foi preciso contratar uma empresa para dedetizar o ambiente e tentar controlar a praga que causou transtornos agrave co-munidade acadecircmica Durante aquele periacuteodo diversas atividades essenciais para o bom funcionamento do curso foram interrompidas o que causou a revolta de alunos e professores

Em outra ocasiatildeo um gato pas-sou dias em decomposiccedilatildeo em um es-paccedilo onde alunos costumam estudar Durante um longo tempo estudantes evitavam ir a esse local que exalava mau cheiro a metros de distacircncia O problema soacute foi resolvido quando um grupo de alunas por iniciativa proacutepria resolveu limpar o local Mesmo assim ainda existe uma grande populaccedilatildeo de gatos no setor

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 49

dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

PELO CAMPUS

52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

Recepccedilatildeo Local

Gastos estadia e lazer

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 38: UFPB em revista

PELO CAMPUS

48 - UFPB em Revista

O investimento do governo na educaccedilatildeo puacuteblica eacute um assunto muito discutido e reivindicado

por quem quer melhores condiccedilotildees de formaccedilatildeo acadecircmica Quando dados concretos dos valores desse investi-mento na educaccedilatildeo satildeo coletados e comparados a outros gastos federais a reaccedilatildeo nem sempre eacute positiva Agrave pri-meira vista a importacircncia que o go-verno brasileiro daacute a um presidiaacuterio eacute maior do que a um aluno universitaacuterio levando em conta o valor que eacute inves-tido em cada um Enquanto o primeiro custa R$ 331200 ou outro vale para o governo R$ 149800 tornando assim o presidiaacuterio 120 mais caro que um universitaacuterio segundo levantamento do R7 junto ao (Departamento Peni-tenciaacuterio Nacional do Ministeacuterio da Justiccedila) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)

Prazos para investimentos

Medidas imediatistas estatildeo sem-pre presentes no atual governo Um exemplo disso eacute o combate agrave vio-lecircncia a curto prazo a construccedilatildeo de prisotildees e maiores investimentos para presidiaacuterios em vez de concentrar es-forccedilos na educaccedilatildeo que tomam mais tempo para serem concretizadas Es-sas medidas com longo tempo de du-raccedilatildeo para apresentar frutos satisfatoacute-rios podem ser a soluccedilatildeo para que a construccedilatildeo de mais presiacutedios natildeo seja necessaacuteria Visto que a educaccedilatildeo nas escolas e universidades tem por ob-jetivo capacitar o cidadatildeo aumentan-do as chances de sucesso no mundo profissional e consequentemente o ti-rando da possibilidade de seguir uma vida de crimes

Outra atitude do governo na tenta-

tiva de remediar o problema da educa-ccedilatildeo de forma mais raacutepida foi a criaccedilatildeo das cotas universitaacuterias para estudan-tes de escolas puacuteblicas deficientes negros e indiacutegenas Atitude essa que ainda hoje causa polecircmica e diver-gecircncias quanto agrave eficiecircncia real para o futuro do paiacutes Se aliada a medidas de longo prazo a aplicaccedilatildeo de cotas pode equilibrar o deacuteficit de entrada de alunos de escolas puacuteblicas mas soacute se a capacitaccedilatildeo de professores e cons-truccedilatildeo de mais escolas estejam ligadas a essas entradas preferenciais

ldquoO governo sempre tenta tapar o sol com a peneira Taacute na hora de acor-dar e perceber que uma naccedilatildeo desen-volvida eacute aquela que daacute prioridade agrave educaccedilatildeo A educaccedilatildeo eacute a base para um futuro sem criminalidade com um mercado repleto de obra de matildeo quali-ficada cientistas e pesquisadores Es-

Qual o valor do estudante universitaacuterio para o governo

Estudantes das universidades federais brasileiras questionam o investimento do governo na qualidade da educaccedilatildeo

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dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

EBSERH

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

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Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

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dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

Recepccedilatildeo Local

Gastos estadia e lazer

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

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dos numeacutericos eacute possiacutevel esclarecer a situaccedilatildeo real da relaccedilatildeo entre o go-verno e seus alunos suas medidas e seus investimentos Tanto a educaccedilatildeo quanto a seguranccedila merecem ter aten-ccedilatildeo do governo e o que todos espe-ram eacute que a verba que sai do bolso de cada cidadatildeo seja aplicada de forma que todos saiam ganhando com possi-bilidades de um futuro com mais qua-lidade de vida

Reportagem Amanda Carvalho Diniz

Matheus Lucena de Medeiros

sas greves que tanto atrapalha o tem-po de formaccedilatildeo dos alunos natildeo seriam necessaacuterias se a educaccedilatildeo no Brasil fosse tratada como deveria Que deve-ria ser proporcionada desde sua infacircn-cia passando pela adolescecircncia para que quando chegasse na fase adulta tivesse capacidade de entrar no mer-cado de trabalhordquo reivindica Raissa Silva estudante do quinto semestre do curso de Farmaacutecia na UFPB

Valores equivalentes

Dentro de cada universidade o valor equivalente do aluno muda de acordo com cada reitoria Na UFPB por exemplo temos um investimen-to equivalente maior para alunos na aacuterea de sauacutede do que para alunos de humanas ldquoNa tentativa de superar a dificuldade natural de se promover comparaccedilotildees do custoaluno entre instituiccedilotildees foi necessaacuterio procurar fazer algum esforccedilo na direccedilatildeo de ho-mogeneizaccedilatildeo desta variaacutevel Ou seja se um aluno da aacuterea de sauacutede conso-me bem mais recursos que um aluno por exemplo da aacuterea de humanas a comparaccedilatildeo de custoaluno sem essa homogeneizaccedilatildeo ficaria distorcidardquo explica Muacutecio Souto proacute-reitor subs-tituto da Universidade Federal da Pa-raiacuteba

A UFPB hoje tem 35250 alunos matriculados em seus cursos de gra-duaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo stricto sen-su o que resulta em 39182 alunos equivalentes que por sua vez leva a um custoaluno de R$ 1423718 por ano segundo dados da proacute-reitoria Mas aleacutem do custo de cada aluno eacute

importante destacar que mesmo custando mais para o governo o aluno de sauacutede pode natildeo ser o aluno mais caro pois existe outra taxa que eacute a da retenccedilatildeo Reten-ccedilatildeo eacute a situaccedilatildeo em que apesar de esgotado o prazo maacuteximo de inte-gralizaccedilatildeo curricular e mesmo natildeo tendo concluiacutedo o curso o aluno se manteacutem ou consta como matri-culado na Universidade Por isso o governo continua gastando com esse aluno que utiliza um tempo maior que o normal para concluir a graduaccedilatildeo

O Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturaccedilatildeo e Ex-pansatildeo das Universidades Fede-rais) tem uma meta recomenda-da para as universidades de uma aprovaccedilatildeo e conclusatildeo de 95 dos alunos que ingressam nos cursos superiores federais Ao ser questionado sobre os dados atuais e a possibilidade de essa taxa ser real na Universidade Federal da Paraiacuteba o Proacute-Reitor Substituto Muacutecio Souto afirmou que soacute seraacute possiacutevel ter certeza dos nuacutemeros quando todos os cursos do Reuni formarem suas primeiras turmas

Aplicaccedilatildeo da verba puacuteblica

Para entender como o dinheiro puacuteblico eacute aplicado eacute necessaacuteria a anaacutelise de diversos fatores des-de os diferentes tipos de investi-mentos aplicados ateacute opniotildees de pessoas envolvidas tanto a favor quanto contra

Diante de todos esses fatos e da-

Dinheiro gasto com presidiaacuterio eacute 120 maior que com estudante universitaacuterio

Taxa de fator de retenccedilatildeo na UFPB

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PELO CAMPUS

50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

Creacute

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

EBSERH

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

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52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

Foto

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

Recepccedilatildeo Local

Gastos estadia e lazer

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 40: UFPB em revista

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50 - UFPB em Revista

A nova direccedilatildeo do Diretoacuterio Central de Estudantes da Uni-versidade Federal da Paraiacuteba

foi eleita no iniacutecio de 2013 e promete lutar para dar credibilidade ao movi-mento estudantil que segundo a Coor-denaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE estaacute muito desgastado devido a alguns pro-blemas e polecircmicas judiciais externas e internas

Aleacutem disso as uacuteltimas gestotildees do Diretoacuterio tecircm embasado suas candida-turas apenas em realizaccedilotildees de calou-radas e emissotildees de carteiras de estu-dante o que abalou ainda mais a sua fama no meio discente Recentemente as disputas entre as vaacuterias tendecircncias

que fazem o movimento estudantil resultaram em desaparecimentos das carteiras estudantis e jaacute houve dispu-tas inclusive entre o DCE e a empresa estudante10 pelo direito de emitir as mesmas

Movimento Estudantil no qual ele estaacute inserido A escolha desses membros geralmente eacute feita de forma direta e o respectivo Movimento Estudantil eacute eleito atraveacutes de uma votaccedilatildeo em que os professores e alunos da universida-de participam

DCE da UFPB sob gestatildeo da chapa 1 A hora eacute agora

Futuros planos do DCE

Sede do Diretoacuterio Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraiacuteba

O que eacute o DCE

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O Diretoacuterio Central de Estudantes eacute uma entidade estudantil que repre-senta todo o corpo discente de uma universidade faculdade ou qualquer outra instituiccedilatildeo de ensino superior Sua principal funccedilatildeo eacute assumir a lide-ranccedila nas lutas pelas causas estudantis O DCE eacute formado por um conjunto de membros selecionados a partir do

De acordo com a Coordenaccedilatildeo de Organizaccedilatildeo do DCE representada por Diego Ferreira o Diretoacuterio estaacute determinado a fazer uma boa gestatildeo contando com o apoio dos discentes e dando foco agrave assistecircncia estudantil principalmente do ponto de vista so-cial buscando ajuda tanto na Reitoria

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

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52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

Foto

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

Recepccedilatildeo Local

Gastos estadia e lazer

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 41: UFPB em revista

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 51

quanto fora da Universidade Diego afirmou que por enquanto houve ape-nas uma audiecircncia com a Reitoria mas a relaccedilatildeo jaacute eacute amistosa Segundo ele algumas reivindicaccedilotildees feitas pelo DCE jaacute estatildeo sendo atendidas

Sobre os vaacuterios assuntos que ain-da devem ser tratados com a Reitoria Diego Ferreira disse que entre as prio-ridades estatildeo a Residecircncia universitaacute-ria o Restaurante Universitaacuterio e pro-jetos de pesquisa e extensatildeo (demanda de mais bolsas)

Estudante do DCE e coordenador de Organizaccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Farmaacutecia os alunos do curso de Far-maacutecia estatildeo se posicionando contra ao EBSERH mas a maioria dos estu-dantes ainda natildeo tem consciecircncia so-bre o projeto porque muitos deles natildeo

acompanham o movimento estudan-til e natildeo participam dos foacuteruns de discussotildees Anderson afirmou que em outras universidades o projeto EBSERH estaacute funcionando bem mas que eacute necessaacuteria a realizaccedilatildeo de foacuteruns para saberem qual o posicio-namento dos estudantes

Sobre a importacircncia do DCE para a UFPB Joseacute Anderson disse que o papel do Diretoacuterio eacute ouvir a opiniatildeo dos estudantes e dar prio-ridade ao que a maioria decidir ldquoA nossa missatildeo eacute representar os estu-dantesrdquo enfatizou

Perguntado sobre porque o DCE natildeo tem se manifestado de manei-ra efetiva nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim da homofo-bia Diego citou o caso do deputado Feliciano que foi eleito e empossado na Comissatildeo de Direitos Humanos da Cacircmara de Deputados e afirmou que apesar de natildeo ter sido publicada ne-nhuma nota sobre o assunto o DCE assumiu posiccedilatildeo contraacuteria agrave eleiccedilatildeo ao participar de uma passeata contra as atitudes do deputado

Diego Ferreira falou tambeacutem so-bre qual eacute o posicionamento do DCE em relaccedilatildeo ao EBSERH projeto da presidente Dilma Rousseff e do minis-tro da Educaccedilatildeo Aloizio Mercadante que pretende terceirizar os serviccedilos nos Hospitais Universitaacuterios em todo o paiacutes Ele disse que como o projeto ainda estaacute sendo construiacutedo o DCE pretende apresentar o EBSERH para

os estudantes atraveacutes de um foacuterum de conhecimento e logo apoacutes realizar discussotildees para que o DCE possa to-mar uma posiccedilatildeo atraveacutes da opiniatildeo dos estudantes

Segundo Joseacute Anderson coor-denador do Processo de Carteiras de

Logo da chapa eleita

Reuniatildeo entre DCE entidades sindicais e movimentos populares

EBSERH

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Reportagem Filipe Ferreira Renan Guerra

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52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

Foto

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Turis

mo

e In

terc

acircmbi

o

Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

Recepccedilatildeo Local

Gastos estadia e lazer

Foto

Rud

ah S

ilva

Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

Page 42: UFPB em revista

PELO CAMPUS

52 - UFPB em Revista

Eacute cada vez mais comum encon-trar jovens que buscam ex-pandir seus conhecimentos

fazendo intercacircmbio Fazer um cur-so superior em outro paiacutes pode enri-quecer o curriacuteculo natildeo soacute pelo fato da aprendizagem ou aperfeiccediloamen-to de um novo idioma mas tambeacutem pelo enriquecedor contato com novas pessoas em um lugar culturalmente diferente do qual se estaacute habituado

O Brasil natildeo apenas exporta es-tudantes para dezenas de universida-des do mundo mas tambeacutem recebe centenas de jovens de diversas partes do mundo interessados na cultura e na liacutengua brasileira Na Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) em uma caminhada de poucos minutos eacute pos-siacutevel perceber dezenas de estrangei-ros com diferentes feiccedilotildees e liacutenguas misturando-se aos estudantes locais e tornando o ambiente mais dinacircmico

Os dados e estatiacutesticas dos es-trangeiros matriculados na UFPB satildeo hoje impossiacuteveis de serem ana-

Quem satildeo e como vivem osestrangeiros na UFPB

Estudantes Africanos

Dentre o montante de estudantes estrangeiros presentes na instituiccedilatildeo haacute um nuacutemero expressivo de estu-

DadosConvecircnios com Universidades

Estudantes estrangeiros satildeo cada vez mais faacuteceis de serem encontrados na Universidade Federal da Paraiacuteba

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Dados de 2011 da AAI apontam que a UFPB era conveniada com ou-tras onze instituiccedilotildees de ensino supe-rior de paiacuteses como Argentina Reino

lisados Para ter acesso agraves infor-maccedilotildees quantitativas e qualitativas desses estudantes haacute uma seacuterie de burocracia imposta pela Proacute Reitoria de Graduaccedilatildeo (PRG) e uma falta de conhecimento por parte da Assesso-ria de Assuntos Internacionais(AAI)

A AAI justifica a ausecircncia de infor-maccedilotildees atualizadas devido agrave recente troca na gestatildeo na universidade fazen-do com que haja a necessidade de rea-valiar todos os dados antigos e renovar contratos com universidades do exte-rior Jaacute a PRG exige que para entregar os dados de quantidade de estudantes de fora do paiacutes bem como em qual cur-so eles estatildeo estudando eacute preciso fazer um requerimento protocolado e aguar-dar pela resposta Esse procedimento foi realizado poreacutem sem sucesso natildeo foi possiacutevel conseguir os dados deseja-dos por causa da demora no processo

Unido Franccedila Alemanha e Portugal Os convecircnios de cooperaccedilatildeo acadecirc-mica funcionam tanto para os estu-dantes que querem estudar em outros paiacuteses como para os estrangeiros que vecircm ao Brasil para estudar na Pa-raiacuteba A ldquotrocardquo de alunos acontece como uma balanccedila onde se busca igualar o nuacutemero de estudantes que chegam para estudar e os que vatildeo

Algumas instituiccedilotildees limitam os cursos que seratildeo dispostos para rece-ber estudantes brasileiros assim como o tempo de convecircnio Com a recente mudanccedila de gestatildeo na UFPB a AAI estaacute se encarregando de atualizar os contratos firmados com as universida-des os nuacutemeros atuais de estrangeiros discentes na universidade e em quais cursos estatildeo matriculados Por essa ra-zatildeo natildeo foi possiacutevel obter dados pre-cisos sobre a quantidade de intercam-bistas presentes atualmente na UFPB

Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

Recepccedilatildeo Local

Gastos estadia e lazer

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

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Os desafios para a Instituiccedilatildeo - 53

dantes de origem africana matricula-dos em cursos como Letras Histoacuteria Serviccedilo Social Filosofia Ciecircncias Sociais Design Matemaacutetica Fiacutesica e Biologia Ainda de acordo com os da-dos de 2011 da Assessoria de Assun-tos Internacionais da UFPB a maior parte desses estudantes vecircm de Cabo Verde seguido de Guineacute Bissau e Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Geralmente esses estudantes viajam atraveacutes do convecircnio Brasil-Aacutefrica Programa de Estudan-tes-Convecircnio de Graduaccedilatildeo (PECG) E diferente da maior parte dos outros estrangeiros que soacute possuem visto de estudante alunos africanos podem permanecer mais tempo no Brasil

O intercambista do curso de Re-laccedilotildees Internacionais Vivian Muviacute 27 oriundo de Benin na Aacutefrica do Oeste estaacute na Paraiacuteba haacute um ano Ini-cialmente ele natildeo falava portuguecircs por isso teve que passar pelo curso de Liacutengua Portuguesa para Estrangeiros oferecido pela UFPB durante um pe-riacuteodo que eacute variaacutevel de acordo com o niacutevel de portuguecircs do estudante

Vivian Muviacute estudante africano que faz intercacircmbio na UFPB

Preconceito

Recepccedilatildeo Local

Gastos estadia e lazer

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Reportagem Gabriela Melo e Isabella Diniz

Nesse tempo em que esteve por Joatildeo Pessoa Muvi afirma que muitas vezes foi obrigado a ouvir pergun-tas como ldquoTem comida de onde vocecirc vemrdquo rdquoTem aacuteguardquo e para ele isso reflete a falta de informaccedilatildeo que mui-tas pessoas tecircm sobre outras regiotildees em especial a Aacutefrica ldquoAs pessoas tecircm uma ideia muito errada do que eacute a Aacutefrica e eu senti um certo precon-ceito assim que cheguei aqui Agora eu jaacute natildeo passo mais issordquo afirma Vivian

Antes de iniciar o curso na UFPB o estudante morou algum tempo no Rio de Janeiro e observou que eacute co-mum a desinformaccedilatildeo do brasileiro com o que eacute de fora Ele relata que quando dizia que ia viajar para a Pa-raiacuteba muitos cariocas se referiam com descaso insinuando que morar na ca-pital paraibana seria inferior a ficar em outras regiotildees do sul ou sudeste Muviacute diz ser uma pena que ateacute den-tro do proacuteprio paiacutes o preconceito natildeo permita que as pessoas conheccedilam as inuacutemeras qualidades de outra regiatildeo

Segundo Muviacute os estudantes lo-cais da universidade satildeo fechados

Para se manter financeiramente na capital paraibana o estudante Vivian Muviacute tem que desembolsar ateacute dez ve-zes mais dinheiro do que se fosse gas-tar em seu paiacutes natal ldquoAqui se tu quer fazer um lanche tem que gastar dez re-ais Em Benin eu consigo fazer o mes-

inicialmente mas depois de certo tempo de conviacutevio satildeo hospitaleiros e gentis Jaacute o estudante francecircs Louis Weil que estaacute cursando direito haacute 9 meses na UFPB diz que foi faacutecil se integrar agrave cultura paraibana ldquoConse-gui aprender o baacutesico do portuguecircs em pouco tempo e fiz alguns amigos por aquirdquo comenta o intercambista

Em agosto Louis volta para a Franccedila e diz que a Paraiacuteba deixaraacute saudades ldquoAs pessoas satildeo comunica-tivas e quentes recebem muito bem os estrangeiros Mal posso esperar para voltar aqui quando eu for prin-cipalmente porque eu fiz amigos para a vida nesse lugarrdquo finalizou Weil

mo lanche com apenas um real Eacute tudo muito caro para mimrdquo lamenta Muviacute

Na hora de procurar um local para morar os estudantes internacio-nais que chegam para estudar rece-bem o apoio da AAI que os ajuda a encontrar um local proacuteximo da uni-versidade e acessiacutevel Ao contraacuterio do que pensam algumas pessoas es-ses discentes estrangeiros natildeo tecircm acesso agraves residecircncias universitaacuterias que satildeo reservadas exclusivamente para estudantes brasileiros carentes

Na hora do tempo livre os es-tudantes estrangeiros tecircm gostos di-versos Por exemplo Muviacute gosta de ficar em casa conversando com os amigos de Benin pelas redes sociais enquanto Louis gosta de sair explo-rar bares e restaurantes da cidade com os amigos locais ir ao cinema e a festas As opccedilotildees satildeo diversas e sa-tisfazem os mais diferentes gostos

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