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UIVERSIDADE REGIOAL DE BLUMEAU - FURB FUDAÇÃO DOS ADMIISTRADORES DE SATA CATARIA – FUDASC MBA – GESTÃO FIACEIRA APLICADA A TRÍADE DA GESTÃO FIACEIRA PESSOAL FÁBIO MAURICIO SHIUS CHAPECÓ 2009

UI VERSIDADE REGIOA L DE BLUMEA U - FURB FUD AÇÃO …“Não se trata apenas de uma questão de dinheiro. O que você terá em uma situação financeira de equilíbrio é paz de

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U�IVERSIDADE REGIO�AL DE BLUME�AU - FURB

FU�DAÇÃO DOS ADMI�ISTRADORES DE SA�TA CATARI�A – FU�DASC

MBA – GESTÃO FI�A�CEIRA APLICADA

A TRÍADE DA GESTÃO FI�A�CEIRA PESSOAL

FÁBIO MAURICIO SHIUS

CHAPECÓ

2009

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A TRÍADE DA GESTÃO FI�A�CEIRA PESSOAL

Fábio Mauricio Shius1

Mauricio Fernandes Pereira

Resumo Com uma economia mais estável, a população brasileira começa a perceber a importância de conhecer alguns conceitos básicos de gestão financeira, todavia as informações disponíveis, de uma forma geral, trazem o assunto com um tom de complexidade que limita o uso de ferramentas que são muito simples de se utilizar. No presente trabalho, são apresentados três elementos fundamentais para um bom planejamento financeiro pessoal: controle, orçamento e poupança. O controle como força motriz de um processo onde foi inserido o orçamento, e que após o processamento resultará na poupança, que nada mais é do que o lucro resultante de uma boa gestão financeira. Palavras-chave: Finanças pessoais, orçamento familiar, economia doméstica, gestão financeira. Abstract With the economic stability, the Brazilian population is starting to acknowledge the importance of knowing some basic aspects of financial management. However, the available information, although simple is presented in a complex form which limits its application. In this work, we present three fundamental elements that are important to a good personal financial management: control, budget and savings. The control is the base of the process in which a budget was estimated, therefore after the process is complete will result in savings. The savings result in capital, which is a consequence of a good financial management. Key-Words: Personal Finances, family budget, domestic economy, financial management. 1 Administrador de empresas. Professor de administração na Anyg Formação Profissional (Microlins), e sócio do Estúdio Pilates Reação. E-mail: [email protected].

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1. I�TRODUÇÃO

Nos tempos atuais, e cada vez mais crescente, brasileiros estão percebendo que

gestão financeira não é assunto restrito às pessoas jurídicas, mas sim também, das pessoas

físicas. E desta forma busca-se aqui uma maneira de atingir aquele público que já percebeu

essa necessidade, mas que ainda, por qualquer motivo não iniciou suas buscas por uma

melhor qualidade de vida financeira. “Não se trata apenas de uma questão de dinheiro. O que

você terá em uma situação financeira de equilíbrio é paz de espírito, possibilidade de focar

suas energias em algo muito mais prazeroso que o dinheiro.” (DOMINGOS, 2008, p. 118).

A palavra ‘finança’ carrega uma série de ‘pré’-conceitos, que criam barreiras para a

maioria das pessoas. Muitos não procuram mais sobre o assunto, simplesmente por imaginar

que pode ser algo chato, complicado e desgastante. Isso se deve, basicamente, pela falta de

um modelo básico, simples, que esteja escrito em linguagem entendível por todos. E para

chegarmos a isso precisamos de EDUCAÇÃO FINANCEIRA, tema pouco explorado em

nosso país. A visão da necessidade de fazer com que mais pessoas detenham certos

conhecimentos básicos sobre finanças ainda é muito jovem no Brasil.

Pires (2009) diz que na sociedade contemporânea a compreensão básica do dinheiro

é ferramenta básica de sobrevivência. E sobre a implantação de educação financeira nos

bancos escolares diz que existe um problema grave que é a falta de literatura sobre o tema

proposto (finanças) para o perfil do público desejado.

Kiosaki (2000) se dizia preocupado com o fato de tantas pessoas estarem muito

focadas em dinheiro e se esquecendo da educação, que é a maior riqueza do ser humano. E

que a inteligência resolve problemas e gera dinheiro.

O objetivo geral do presente trabalho é criar um modelo de gestão financeira pessoal

que possa ser compreendido por todos, e ainda: pesquisar hábitos e opiniões dos indivíduos no

que tange finanças pessoais; apresentar um modelo simples e direto sobre gestão de finanças

pessoais; desmistificar o assunto para o público não especialista; ajudar interessados iniciantes

a darem os primeiros passos em seus planejamentos; mostrar ao público em geral, que não

devemos aguardar uma crise financeira para preocupar-se com planejamento financeiro.

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Mas com tanta informação disponível atualmente, o que falta para as pessoas

iniciarem seus planejamentos? Qual seria o foco central da inicialização da educação

financeira? Seria o problema conceitual ou cultural? Cabe ressaltar que não houve a intenção

de elaborar uma fórmula para a conquista da riqueza como proposto por diversos trabalhos

disponíveis no mercado, onde muitas vezes o que fica é mais a impressão comercial da

utilização do tema “fortuna”, que propriamente a busca por uma alternativa para a melhoria da

vida financeira das pessoas. Mas sim, fazer com que o leitor entenda que não é a riqueza em

si, aquela apresentada pelas mídias de comunicação, que trará uma boa saúde financeira, e sim

a forma que se lida com o dinheiro, e que se faz esse crescer de forma sustentável.

Para atingir os objetivos propostos, foi utilizada a metodologia da pesquisa de

opinião pública, e também de pesquisa bibliográfica. Para saber como as pessoas estão

lidando com o assunto, elaborou-se um questionário que foi apresentado para diversos nichos,

e assim se responderam algumas questões que estavam abertas sobre o assunto, e que foram

usadas como base para a elaboração do modelo proposto.

2. DI�HEIRO

A palavra citada no título do capítulo pode causar diferentes tipos de sentimentos nas

pessoas. Alguns podem sentir motivação, outros pelo contrário, alguns podem sentir repulsa,

outros pelo contrário, alguns podem visualizar o mal, outros pelo contrário, e assim por

diante. Muito difícil criar um definição coletiva para essa peça chave da sociedade atual. A

única coisa que todos concordarão é que de uma forma ou outra o dinheiro é útil.

Deixem-me falar desta outra emoção, que é o desejo. Alguns chamam de ganância mas eu prefiro desejo. É perfeitamente normal querer coisas melhores, mais bonitas, mais divertidas ou empolgantes. Portanto, as pessoas também trabalham por dinheiro por causa do desejo. Elas desejam o dinheiro pela alegria que, acreditam, o dinheiro pode comprar. Mas a alegria que o dinheiro traz muitas vezes tem curta duração e é preciso mais dinheiro para adquirir mais alegria, mais satisfação, mais conforto, mais segurança. Assim, continua-se trabalhando, pensando que o dinheiro um dia acalmará suas almas perturbadas pelo medo e pelo desejo. Mas o dinheiro não pode fazer isso. (KIYOSAKI, 2000, p. 48).

Culturalmente, no Brasil, existem alguns paradigmas sobre o assunto, que tratam do

dinheiro como algo ruim. Fernandes (2008) cita que no Brasil, duvidamos da riqueza,

acreditamos na pobreza. Nossas novelas enfatizam o núcleo pobre como sendo feliz, o núcleo

rico: egoísta e traiçoeiro. Escândalos explorados na mídia sempre enfatizam os ricos que são

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pegos em falcatruas, e com a mesma força noticiam que algum menos abastado “acha mala

cheia de dinheiro em banheiro de aeroporto e devolve intacta ao seu dono”. Quando na

verdade nenhum desses valores tem a ver com a quantidade de dinheiro disponível na conta

de cada um, mas sim com caráter.

Mas para iniciar esse estudo é necessário separar os conceitos, e assim tentar

entender o dinheiro.

Desde o inicio da nossa civilização percebeu-se que não seria possível ser auto-

suficiente na produção de bens e serviços que suprissem as necessidades, e assim as pessoas

começam a trocar seus produtos e serviços excedentes pelos produtos e serviços excedentes

do outro, e assim inicia o que hoje se conhece por comércio.

O comércio primitivo criou as comunidades por necessidade. As pessoas tinham pouca escolha, a não ser contar umas com as outras para as necessidades básicas e a sobrevivência. O dinheiro alterou essa realidade e modificou a experiência humana de maneiras que eram inconcebíveis antes de sua invenção. À medida que as pessoas passavam a confiar cada vez menos umas nas outras , a experiência da comunidade acabou diminuindo, embora ainda ansiemos por ela. (PRICE, 2008, p.44).

2.1. História

Não se encontra uma definição exata histórica sobre a criação do dinheiro. Alguns

remetem à 3.000 a.C., na mesopotâmia, quando os antigos hebreus utilizam ouro e prata como

moeda de troca no comércio. Outros iniciam a história por volta de 550 a.C., quando Creso,

rei de Lídia, começou a cunhar moedas para fins comerciais. Coincidentemente, os lídios

também inventaram os dados, e por isso o jogo teria uma relação tão forte com o dinheiro.

Outros ainda atribuem a invenção do dinheiro aos Chineses que já teriam cunhado moedas

antes do século VII a.C.

Sabe-se que os gregos também, pouco depois do século VII a.C. começaram a cunhar

suas moedas, visto o sucesso dos Lídios, e os gregos tornaram-se o centro do comércio no

oriente do mediterrâneo. E à medida que o comércio aumentava, trazia consigo o aumento das

riquezas. Price (2008) cita que a medida que essa riqueza aumentava, as pessoas começavam

a ter mais tempo para o lazer e a buscar novas formas de expressões artísticas e intelectuais.

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Com tudo isso os romanos também se interessaram por cunhar suas moedas, todavia

com uma cultura um tanto quanto diferente, perceberam que o dinheiro poderia comprar tudo

o que quisessem, e a isso se entregaram, e essa sociedade centrada no dinheiro veio a ruir,

fazendo com que o dinheiro desaparecesse da Europa Ocidental por quase mil anos.

No século XII outro capítulo sobre o dinheiro, quando o rei da França - Filipe II,

declara guerra contra os templários – um grupo de guerreiros que defendiam as riquezas da

nobreza européia, e vence. Todavia com a batalha entre a Igreja e Estado pelo controle da

fortuna, o sistema financeira entra em colapso novamente.

A partir da descoberta das Américas, quando os reis de Espanha e Portugal

começaram a retirar toda a riqueza que podiam dos índios, e a gastá-la com uma velocidade

maior ainda, começam os primeiros indícios de inflação da história, visto que os reis, mesmo

com muito dinheiro em vista, pegavam emprestado de outros governos, para poder gastar

mais e mais.

2.2. Educação Financeira

Inconscientemente, aceitamos que o dinheiro é nosso maior recurso, e depois sentimos que o desperdiçamos, negligenciamos, abusamos dele, que o evitamos ou cobiçamos. Tomamos decisões baseados em nossos sentimentos de não ter dinheiro suficiente. (Price, 2008, p.26).

Educação é o termo utilizado para definir os processos de perpetuação de

conhecimento, que pode ser cultural, técnico, escolar, etc. Para o mundo das finanças, em

específico das finanças pessoais, não pode ser diferente: educação financeira é o ato de

repassar aos demais, conhecimentos financeiros.

No Brasil essa prática foi deixada de lado por muitas gerações, onde a figura

patriarca da família (também não detentora de maiores conhecimentos no assunto) era o único

que lidava com dinheiro, e não sentia a necessidade de compartilhar as informações.

Ainda falando do nosso país, deve-se considerar uma grande parte da história

econômica cercada por elevados índices de inflação. Atualmente com a inflação mais

controlada, a visão dos escassos recursos fica mais clara e acaba surgindo uma necessidade

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maior de se entender o funcionamento do mercado financeiro, com o intuito de fazer com que

os recursos atuais se mantenham no futuro.

Não se tem dados quantitativos sobre os benefícios da educação financeira, mas o

tema fica óbvio quando se vê números como os divulgados pelo banco central que apontam

80% da população economicamente ativa como endividada – que possui dívida, não

necessariamente com débitos em atraso.

Segundo o site organizesuavida.com, a adoção de princípios básicos de planejamento

e controle financeiro possibilita um alcance mais rápido dos objetos de consumo, assim como

uma maior folga no orçamento, o que em última instância traz maior tranqüilidade.

O ideal seria que já as crianças na escola começassem a ter noções de como lidar

com o dinheiro, principalmente com o mercado atual cada vez mais consumista, mas são

poucas as instituições de ensino de séries iniciais que tratam do assunto. O que acaba

deixando apenas com os pais a missão de orientador financeiro. Onde nem sempre será

possível um trabalho de qualidade, visto que nem os próprios pais ainda concentram o

conhecimento necessário. Segundo a pesquisa elaborada para este trabalho, mais da metade

das poucas pessoas que possuem um sistema de gestão financeira pessoal, o iniciaram

somente após uma crise ou fazem por medo de passar dificuldades, quando o correto seria que

fizessem por responsabilidade com seu próprio trabalho.

Ainda tem-se a idéia de que muito dinheiro solucionaria os problemas financeiros, o

que não é verdade e já foi provado por diversos veículos de comunicação que evidenciaram

pessoas que por motivos variados ficaram milionárias do dia para a noite e com uma

velocidade muito parecida voltaram a levar a vida anterior, ou em alguns casos até pior. Isso

acontece única e exclusivamente por falta de educação financeira, aquela educação que

mostra que não é a quantidade de dinheiro que vai mudar a vida de alguém, mas sim como

esse alguém lida com essa quantidade de dinheiro. A compra de uma casa, de um carro, ou

qualquer outro bem, não envolve apenas aquele valor para obtenção da posse daquele artigo,

mas quem compra algo leva consigo a obrigação da manutenção daquilo. Cerbasi (2004)

lembra que uma casa gera despesas diversas, que dependendo do tamanho da casa, variam

muito de uma para outra. Assim como o carro, que além de peças com mesmas características,

e com preços oscilantes dependendo da marca, ainda agregam diferentes valores para

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impostos, seguros, etc. Será que todos consideram esses fatores ao tomarem suas decisões de

compra?

Há pessoas preocupadas com os valores que possuem em caixa, sem se preocupar

com o poder de compra daquela quantia. Um exemplo clássico disso é quando se vê a

felicidade de alguns que viram o preço da carne despencar no supermercado. Poucos ouvem a

notícia até o fim, quando explicam que isso ocorreu devido ao fraco movimento nas

exportações. E isso fez com que a indústria tivesse que escoar sua produção no mercado local,

mesmo com lucros menores. O que significa uma retração no seu poder de investimento, que

pode levar até o desemprego de alguns, que diminui o poder de compra desses, que param de

fazer o dinheiro circular. Consequentemente enfraquecem todo o mercado, incluindo aquele

que estava comemorando a redução do preço da carne.

Robert Shiller (2009), em entrevista à revista Veja, disse que:

Da mesma forma como quem passa mal pode obter atendimento gratuito em hospitais públicos, os cidadãos deveriam ter conselheiros financeiros a disposição quando precisassem tomar uma decisão importante, visto tamanha fragilidade e desamparo que ficam algumas pessoas ao buscarem soluções para seus problemas financeiros.

Mas que essa dificuldade poderia ser minimizada muito se tivéssemos a educação

financeira como prioridade em nosso país.

3. PESQUISA

Segundo Labes (1998), o levantamento de dados para uma pesquisa pode ser feito

através de entrevista, pesquisa documental, observação pessoal e questionário.

Mesmo sabendo-se que algumas destas técnicas podem ser mais eficazes no alcance

dos objetivos propostos, optou-se pelo questionário, devido cronograma e recursos

disponíveis. Neste questionário foram colhidas informações sobre o perfil participante (idade

e escolaridade), opiniões sobre as informações disponíveis sobre finanças pessoais, e hábitos

sobre o tema.

No cabeçalho foram colocadas observações sobre a pesquisa, o responsável,

objetivos, anonimato do respondente, e utilização das informações colhidas. Antes da

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distribuição dos questionários, realizou

voluntários, onde não se verificou problemas em relação a isso.

A distribuição foi feita através de correspondência eletrônica com endereços

aleatórios, além da entrega física do formulário

Com a intenção de diversificar o nicho pesquisado, o único filtro utilizado para seleção dos

participantes foi que a idade deveria ser maior de 18 anos e que o participa

aposentado. A pesquisa foi realizada em agosto de 2009, e o total de participantes foi de 336

pessoas. A margem de erro amostral é de 4,5% para mais ou para menos.

3.1. Resultados

Sobre o perfil dos participantes da pesquisa,

Foi perguntado: “

trabalhar e viver com a renda ou capital adquirido no decorrer da sua vida profissional.

respostas foram conforme o gráfico 3. Podemos notar que não existe uma proporção direta

Entre 18 e 25 anos:49,22%

Fonte: dados da pesquisa

Superior:

Fonte: dados da pesquisa

distribuição dos questionários, realizou-se um teste de interpretação das questões, feito com

voluntários, onde não se verificou problemas em relação a isso.

A distribuição foi feita através de correspondência eletrônica com endereços

rios, além da entrega física do formulário a diversas pessoas da cidade de Chapecó/SC.

Com a intenção de diversificar o nicho pesquisado, o único filtro utilizado para seleção dos

participantes foi que a idade deveria ser maior de 18 anos e que o participa

aposentado. A pesquisa foi realizada em agosto de 2009, e o total de participantes foi de 336

pessoas. A margem de erro amostral é de 4,5% para mais ou para menos.

Sobre o perfil dos participantes da pesquisa, apurou-se o seguinte:

“Quanto tempo falta para você se aposentar? Entenda: parar de

trabalhar e viver com a renda ou capital adquirido no decorrer da sua vida profissional.

respostas foram conforme o gráfico 3. Podemos notar que não existe uma proporção direta

Entre 26 e 35 anos:36,43%

Entre 36 e 45 anos:9,69% Mais que 45

anos:4,66%

Gráfico 1: Idade

Fonte: dados da pesquisa

Fundamental: 3,88%

Médio: 47,67%

Superior: 48,45%

Gráfico 2: Escolaridade

Fonte: dados da pesquisa

9

se um teste de interpretação das questões, feito com

A distribuição foi feita através de correspondência eletrônica com endereços

da cidade de Chapecó/SC.

Com a intenção de diversificar o nicho pesquisado, o único filtro utilizado para seleção dos

participantes foi que a idade deveria ser maior de 18 anos e que o participante não fosse

aposentado. A pesquisa foi realizada em agosto de 2009, e o total de participantes foi de 336

pessoas. A margem de erro amostral é de 4,5% para mais ou para menos.

seguinte:

Quanto tempo falta para você se aposentar? Entenda: parar de

trabalhar e viver com a renda ou capital adquirido no decorrer da sua vida profissional.” As

respostas foram conforme o gráfico 3. Podemos notar que não existe uma proporção direta

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com a idade das pessoas, e isso pode acontecer por dois motivos: a) existe um planejamento e

as pessoas querem aposentar

quando se aposentarão.

Em outra questão,

suas fontes de receita na aposentadoria, e como notamos no gráfico 4, a grande maioria (mais

de 70%) ainda não têm esse conhecimento. Mas se relaciona

aposentar-se com o conhecimento das fontes de receita

relação direta com a idade do participante, ou seja, quanto mais próximo de se aposentar

maior o conhecimento das suas fontes de recei

ressaltar que quanto antes nos preocuparmos

feitos no presente para um melhor rendimento no futuro

Mais que 30 anos: 56,97%

Gráfico 3: Tempo para aposentar

Fonte: dados da pesquisa

Não: 71,71%

Gráfico 4: Já sabe quais serão as fontes de

Fonte: dados da pesquisa

com a idade das pessoas, e isso pode acontecer por dois motivos: a) existe um planejamento e

as pessoas querem aposentar-se em idades diferentes; b) os questionados

Em outra questão, foi perguntado ao participante se o mesmo

suas fontes de receita na aposentadoria, e como notamos no gráfico 4, a grande maioria (mais

de 70%) ainda não têm esse conhecimento. Mas se relacionado o tempo que falta para

se com o conhecimento das fontes de receita para aquela época

relação direta com a idade do participante, ou seja, quanto mais próximo de se aposentar

maior o conhecimento das suas fontes de receita, conforme vemos no gráfico 5

quanto antes nos preocuparmos com a previdência, menor são os investimentos

feitos no presente para um melhor rendimento no futuro.

Entre 20 e 29 anos: 27,52%

Entre 10 e 19 anos: 10,08%

Menos que 10 anos: 5,43%

Gráfico 3: Tempo para aposentar-se

Fonte: dados da pesquisa

Sim: 28,29%

Não: 71,71%

Gráfico 4: Já sabe quais serão as fontes de receitas na aposentadoria?

Fonte: dados da pesquisa

10

com a idade das pessoas, e isso pode acontecer por dois motivos: a) existe um planejamento e

se em idades diferentes; b) os questionados não sabem ao certo

se o mesmo já sabia quais seriam

suas fontes de receita na aposentadoria, e como notamos no gráfico 4, a grande maioria (mais

o tempo que falta para

a aquela época, encontrar-se-á uma

relação direta com a idade do participante, ou seja, quanto mais próximo de se aposentar

ta, conforme vemos no gráfico 5. Deve-se

, menor são os investimentos

Sim: 28,29%

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Também se buscou

“emergencial”, e para tentar filtrar essa informação perguntou

• Você tem um plano para o caso de ficar sem a renda atual nos próximos 6

meses?

E também:

• Acha que faz compras desnece

As respostas foram como seguem nos gráficos 6 e 7, e nota

existe, pelo menos para a maioria, esse tipo de planejamento, já que mais de 60% não sabe

como se manter no caso de ficar sem a renda atual, e quase a mesma quantidade

admite fazer compras desnecessárias, evidencian

gastando seus recursos por impulso.

Mais que 30 anos: 17,01%

Gráfico 5: Tempo de aposentadoria conhecimento das fontes de receita

Fonte: dados da pesquisa

não: 61,63%

Gráfico 6: Tem um plano para os próximos 6 meses para o caso de ficar sem a renda atual?

Fonte: dados da pesquisa

buscou saber se as pessoas detêm algum planejamento de curto prazo, ou

“emergencial”, e para tentar filtrar essa informação perguntou-se:

Você tem um plano para o caso de ficar sem a renda atual nos próximos 6

Acha que faz compras desnecessárias?

As respostas foram como seguem nos gráficos 6 e 7, e nota-se

existe, pelo menos para a maioria, esse tipo de planejamento, já que mais de 60% não sabe

como se manter no caso de ficar sem a renda atual, e quase a mesma quantidade

admite fazer compras desnecessárias, evidenciando que não planejam seus gastos, e acabam

gastando seus recursos por impulso.

Entre 20 e 29 anos: 36,62%

Entre 10 e 19 anos: 46,15%

Menos que 10 anos: 71,43%

Gráfico 5: Tempo de aposentadoria versusconhecimento das fontes de receita

sabem as fontesFonte: dados da pesquisa

sim: 38,37%

não: 61,63%

Gráfico 6: Tem um plano para os próximos 6 meses para o caso de ficar sem a renda atual?

Fonte: dados da pesquisa

11

saber se as pessoas detêm algum planejamento de curto prazo, ou

Você tem um plano para o caso de ficar sem a renda atual nos próximos 6

se claramente que não

existe, pelo menos para a maioria, esse tipo de planejamento, já que mais de 60% não sabe

como se manter no caso de ficar sem a renda atual, e quase a mesma quantidade de pessoas

do que não planejam seus gastos, e acabam

sim: 38,37%

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Outras perguntas se voltaram para o nível de conhecimento dos questionados sobre o

assunto: finanças pessoais. Dua

seguir:

Apesar de ser um assunto muito discutido em várias mídias de informação, quase

20% dos participantes admitiu não saber o significado real da palavra “juros”.

não: 43,41%

Gráfico 7: Julga fazer compras desnecessárias?

Fonte: dados da pesquisa

Gráfico 8: Conhece o impacto dos juros, nas

Fonte: dados da pesquisa

não: 19,38%

Gráfico 9: Sabe, realmente o significado de

Fonte: dados da pesquisa

Outras perguntas se voltaram para o nível de conhecimento dos questionados sobre o

assunto: finanças pessoais. Duas questões perguntavam sobre juros. Observe os gráficos a

Apesar de ser um assunto muito discutido em várias mídias de informação, quase

20% dos participantes admitiu não saber o significado real da palavra “juros”.

sim: 56,59%

não: 43,41%

Gráfico 7: Julga fazer compras desnecessárias?

Fonte: dados da pesquisa

sim: 60,08%

não: 39,92%

Gráfico 8: Conhece o impacto dos juros, nas suas finanças?

Fonte: dados da pesquisa

sim: 80,62%

não: 19,38%

Gráfico 9: Sabe, realmente o significado de "juros"?

Fonte: dados da pesquisa

12

Outras perguntas se voltaram para o nível de conhecimento dos questionados sobre o

s questões perguntavam sobre juros. Observe os gráficos a

Apesar de ser um assunto muito discutido em várias mídias de informação, quase

20% dos participantes admitiu não saber o significado real da palavra “juros”.

sim: 56,59%

sim: 60,08%

sim: 80,62%

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Outra pergunta: “

Pessoais, nas diversas mídias de comunicação que você tem acesso, são claras e lhe ajudam a

manter uma boa saúde financeira?

um equilíbrio entre os que declararam achar as informações claras, e os que acham que não

são. Todavia no gráfico 11, aparecem os dados levantados avaliando outras questões, da

seguinte forma: das pessoas que disseram que achavam as informações claras, se excluiu:

• As que não fazem planejamento

• As que declaram não saber o real significado da palavra “juros”

• As que fazem planejamento há menos de 1 ano

• As que não estão satisfeitas com o planejamento que estão elaborando

• As que não seguem recomendações de terceiros para a

planejamento.

E com isso se filtrou aqueles que

para sua própria organização

pessoas que fazem uso das informações disponíveis.

não: 55,43%

Gráfico 10: As informaçõe disponíveis são

Fonte: dados da pesquisa

Gráfico 11: As informações disponíveis são claras? (confrontando com outras respostas)

Fonte: dados da pesquisa

“Acha que as informações disponíveis atualmente sobre Finanças

Pessoais, nas diversas mídias de comunicação que você tem acesso, são claras e lhe ajudam a

manter uma boa saúde financeira?” No gráfico 10, as respostas, as quais apontam para quase

tre os que declararam achar as informações claras, e os que acham que não

são. Todavia no gráfico 11, aparecem os dados levantados avaliando outras questões, da

seguinte forma: das pessoas que disseram que achavam as informações claras, se excluiu:

não fazem planejamento;

As que declaram não saber o real significado da palavra “juros”

As que fazem planejamento há menos de 1 ano;

As que não estão satisfeitas com o planejamento que estão elaborando

As que não seguem recomendações de terceiros para a

E com isso se filtrou aqueles que julgam as informações claras e que aproveitam isso

para sua própria organização. Percebeu-se assim uma grande redução no percentual de

pessoas que fazem uso das informações disponíveis.

sim: 44,57%

não: 55,43%

Gráfico 10: As informaçõe disponíveis são claras?

Fonte: dados da pesquisa

sim: 8,14%

não: 91,86%

Gráfico 11: As informações disponíveis são claras? (confrontando com outras respostas)

Fonte: dados da pesquisa

13

que as informações disponíveis atualmente sobre Finanças

Pessoais, nas diversas mídias de comunicação que você tem acesso, são claras e lhe ajudam a

No gráfico 10, as respostas, as quais apontam para quase

tre os que declararam achar as informações claras, e os que acham que não

são. Todavia no gráfico 11, aparecem os dados levantados avaliando outras questões, da

seguinte forma: das pessoas que disseram que achavam as informações claras, se excluiu:

As que declaram não saber o real significado da palavra “juros”;

As que não estão satisfeitas com o planejamento que estão elaborando;

As que não seguem recomendações de terceiros para a manutenção do

aras e que aproveitam isso

assim uma grande redução no percentual de

sim: 44,57%

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A última parte do questionário se relaciona com o uso de sistemas de planejamento

financeiro pessoal. Dentre os pesquisados, aproximadamente 35% responderam que fazem

uso de algum tipo de sistema de planejamento financeiro pessoal, conforme gráfico 12.

Destaca-se aqui, que o nível de escolaridade dos pesquisados não reflet

situação do país. A grande maioria dos questionados possui fácil a

O gráfico 13 apresenta o tempo de uso desse sistema. Entende

tempo a pessoa pratica essa gestão, maior sua eficiência.

No gráfico 14, os dados do filtro que procurou quantos

uso de um sistema de planejamento financeiro pessoal há mais de 1 ano, e nota

diminuição para 27% das pess

Gráfico 12: Executam um planejamento

Fonte: dados da pesquisa

menos de seis meses: 12,09%

Gráfico 13: Há quanto tempo elabora esse

Fonte: dados da pesquisa

última parte do questionário se relaciona com o uso de sistemas de planejamento

Dentre os pesquisados, aproximadamente 35% responderam que fazem

uso de algum tipo de sistema de planejamento financeiro pessoal, conforme gráfico 12.

aqui, que o nível de escolaridade dos pesquisados não reflet

. A grande maioria dos questionados possui fácil acesso à informação

O gráfico 13 apresenta o tempo de uso desse sistema. Entende

o a pessoa pratica essa gestão, maior sua eficiência.

No gráfico 14, os dados do filtro que procurou quantos, do total dos pesquisados

uso de um sistema de planejamento financeiro pessoal há mais de 1 ano, e nota

diminuição para 27% das pessoas.

Executa um planejamento:

35,27%

Não executa um planejamento:

64,73%

Gráfico 12: Executam um planejamento

Fonte: dados da pesquisa

entre seis meses e 1 ano: 9,89%

entre 1 e 2 anos: 19,78%

mais de 2 anos: 58,24%

Gráfico 13: Há quanto tempo elabora esse planejamento?

Fonte: dados da pesquisa

14

última parte do questionário se relaciona com o uso de sistemas de planejamento

Dentre os pesquisados, aproximadamente 35% responderam que fazem

uso de algum tipo de sistema de planejamento financeiro pessoal, conforme gráfico 12.

aqui, que o nível de escolaridade dos pesquisados não reflete exatamente a

cesso à informação.

O gráfico 13 apresenta o tempo de uso desse sistema. Entende-se que quanto a mais

, do total dos pesquisados, faz

uso de um sistema de planejamento financeiro pessoal há mais de 1 ano, e nota-se uma

Page 15: UI VERSIDADE REGIOA L DE BLUMEA U - FURB FUD AÇÃO …“Não se trata apenas de uma questão de dinheiro. O que você terá em uma situação financeira de equilíbrio é paz de

Para aqueles que responderam que nunca fizeram um planejamento financeiro ou que

já fez, mas parou, tentou-se identificar seus porquês.

que quase 40% das pessoas nunca começ

pararam o planejamento que estava fazendo por que era complicado.

Também foi perguntado por

gráfico 17.

Gráfico 14: Do total, quantidade de questinados que elaboram um planejamento há mais de 1

Fonte: dados da pesquisa

"organizo tudo de cabeça": 49,50%

Gráfico 15: Por que nunca começou nenhum

Fonte: dados da pesquisa

"achava chato ou

complicado": 33,33%

Gráfico 16: Por que parou com o planejamento?

Fonte: dados da pesquisa

Para aqueles que responderam que nunca fizeram um planejamento financeiro ou que

se identificar seus porquês. Pode ser observado

que quase 40% das pessoas nunca começaram, pois sempre acharam

o planejamento que estava fazendo por que era complicado.

Também foi perguntado por que iniciou o sistema que utiliza hoje. As respostas no

Elaboram: 27,52%

Não elaboram: 72,48%

Gráfico 14: Do total, quantidade de questinados que elaboram um planejamento há mais de 1

ano.

Fonte: dados da pesquisa

"tenho preguiça": 5,94%

"acho muito complicado": 39,61%

"não acho importante": 4,95%

Gráfico 15: Por que nunca começou nenhum planejamento?

Fonte: dados da pesquisa

complicado": "não consegui o resultado esperado": 34,85%

"não sabe": 31,82%

Gráfico 16: Por que parou com o planejamento?

Fonte: dados da pesquisa

15

Para aqueles que responderam que nunca fizeram um planejamento financeiro ou que

ode ser observado nos gráficos 15 e 16

aram complicado, e 33%

iniciou o sistema que utiliza hoje. As respostas no

Page 16: UI VERSIDADE REGIOA L DE BLUMEA U - FURB FUD AÇÃO …“Não se trata apenas de uma questão de dinheiro. O que você terá em uma situação financeira de equilíbrio é paz de

Nota-se que um quarto das pessoas precisou passar por uma crise financeira para

iniciar um sistema de gestão financeira pessoal.

organizada em tudo, e 30% têm medo de uma crise.

que responderam que fazem uso de algum tipo de sistema de planejamento financeiro

(conforme visto anteriormente, 35% do total de pesquisados).

Por fim, uma última observação remete ao questionamento sobre a satisfação com

esse plano, e destaca-se no

algum tipo de sistema de gestão financeira está satisfeita com esse planejamento.

4. GESTÃO FI�A�CEIRA PESSOAL

Os problemas financeiros familiares decorrem de decisões ou escolhas ruins. Se vocêjuros elevados dos bancos, mas sim de um padrão de vida elevado demais para a renda da família. Vocês devem hoje em razão de uma compra feita no passado em um momento em que não havia dinheiro parafinanceiros são verdadeiras armadilhas. Caímos facilmente nelas por pura

"passei por crise

financeira pela falta de um": 24,18%

Gráfico 17: Por que iniciou o planejamento?

Fonte: dados da pesquisa

Gráfico 18: Está satisfeito com esse

Fonte: dados da pesquisa

se que um quarto das pessoas precisou passar por uma crise financeira para

iniciar um sistema de gestão financeira pessoal. Quarenta e cinco por cento

0% têm medo de uma crise. Esses percentuais são apenas das pes

que responderam que fazem uso de algum tipo de sistema de planejamento financeiro

(conforme visto anteriormente, 35% do total de pesquisados).

uma última observação remete ao questionamento sobre a satisfação com

no gráfico 18 que a grande maioria das pessoas que fazem uso de

algum tipo de sistema de gestão financeira está satisfeita com esse planejamento.

GESTÃO FI�A�CEIRA PESSOAL

Os problemas financeiros familiares decorrem de decisões ou escolhas ruins. Se vocês enfrentam dificuldades dessa natureza, a culpa não é dos juros elevados dos bancos, mas sim de um padrão de vida elevado demais para a renda da família. Vocês devem hoje em razão de uma compra feita no passado em um momento em que não havia dinheiro parafinanceiros são verdadeiras armadilhas. Caímos facilmente nelas por pura

"passei por

financeira pela falta de um": 24,18%

"Sou muito organizado em tudo que

faço": 45,05%

"tenho medo de passar dificuldades financeiras": 30,77%

Gráfico 17: Por que iniciou o planejamento?

Fonte: dados da pesquisa

sim: 90,11%

não: 9,89%

Gráfico 18: Está satisfeito com esse planejamento?

Fonte: dados da pesquisa

16

se que um quarto das pessoas precisou passar por uma crise financeira para

Quarenta e cinco por cento declarou ser muito

sses percentuais são apenas das pessoas

que responderam que fazem uso de algum tipo de sistema de planejamento financeiro

uma última observação remete ao questionamento sobre a satisfação com

gráfico 18 que a grande maioria das pessoas que fazem uso de

algum tipo de sistema de gestão financeira está satisfeita com esse planejamento.

Os problemas financeiros familiares decorrem de decisões ou escolhas s enfrentam dificuldades dessa natureza, a culpa não é dos

juros elevados dos bancos, mas sim de um padrão de vida elevado demais para a renda da família. Vocês devem hoje em razão de uma compra feita no passado em um momento em que não havia dinheiro para isso. Os erros financeiros são verdadeiras armadilhas. Caímos facilmente nelas por pura

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17

ingenuidade; depois, vivemos um verdadeiro pesadelo que pode durar meses ou anos. (CERBASI, 2004, p.31)

Planejar significa, segundo o dicionário: traçar, projetar, programar. E planejamento

pode ser visto como uma ferramenta administrativa que visa perceber caminhos, alternativas,

avaliando-os e construindo um referencial para o futuro. E essa atividade envolve muito

trabalho, despender tempo para elaboração. Para muitos, não é uma tarefa que de início seja

simples. E talvez por isso a grande dificuldade da maioria das pessoas em iniciar um

planejamento financeiro. Segundo o site organizesuavida.com.br, muitas pessoas ignoram a

importância de uma vida financeira controlada, seja por achar "muito difícil" organizar as

receitas e despesas, seja por não saber por onde começar ou não ter uma direção a seguir.

Porém, poucos sabem que com uma vida financeira organizada, o dinheiro vai render mais,

possibilitando até mesmo a realização de planos e sonhos considerados "inatingíveis".

Fernandes (2008) diz que daqui a 25 não haverá mais empregos. O autor faz

referencia ao mercado formal, aquele onde a empresa contrata um funcionário por uma

remuneração fixa até o dia em que uma das duas partes não manifestar mais interesse na

relação.

E para entender o porquê de não haver mais empregos no futuro, é necessário

entender um pouco do comportamento do consumidor moderno. Como citado por Price

(2008, p. 16): “estamos vivendo num coma consumista por tempo demais e as conseqüências

desta inconsciência em massa afetam grandemente nossas psiques e estão refletidas no mundo

devastado que nos rodeia.”

O mercado evolui muito rápido devido à cobrança dos consumidores, mas tudo tem

um preço, que nem sempre esses consumidores estão dispostos ou não podem pagar. Para

diminuir esses custos por parte das empresas, muitas vezes o sacrifício recai sobre o recurso

humano. Isso faz com que as pessoas tenham que se adaptar ao mercado, buscando novas

alternativas de trabalho – para esse estudo “trabalho” significa fonte de receitas – o que não é

simples. Em resumo: trabalha-se mais, se ganha mais, consome-se mais, se gasta mais. Para

equilibrar tudo isso, cada vez mais surge a necessidade de um sistema de gestão financeira

pessoal, que visa estudar formas adequadas de gerir nossas necessidades com o recurso

existente.

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18

4.1. A Tríade da Gestão Financeira Pessoal

Cerbasi (2003) dá cinco dicas para conquistar o que o autor chama de independência

financeira, são elas: 1) Dedique tempo à construção de seu plano no papel ou em uma planilha

eletrônica; 2) Relacione todas as suas fontes de recursos financeiros e todos os seus gastos

mensais; 3) Identifique suas possibilidades de redução de gastos e estabeleça limites para os

gastos não programados; 4) Após otimizar seus gastos mensais, identifique de forma precisa o

preço de sua sobrevivência, quanto você gasta mensalmente com segurança; 5) Calcule

quando sobra de sua remuneração para possíveis investimentos mensais.

A primeira dica é de suma relevância para quem pretende organizar sua vida

financeira. A segunda já começa a tratar da ação para iniciar o processo. A partir daí é

necessária uma pausa para análise, pois a terceira dica já trata da identificação de mudanças, o

que só será feita de maneira eficiente se já em andamento estiver os primeiros passos. O

mesmo ocorre com os passos quatro e cinco.

O modelo proposto aqui se baseia em três premissas básicas que é chamada de

Tríade da Gestão Financeira Pessoal, composta por: Controle, Orçamento, e Poupança. O

controle como combustível disciplinador do orçamento, dando parâmetros corretos para sua

elaboração, que deve ser construído de acordo com as necessidades de cada um, e por fim a

poupança, entendida como ato de poupar, de gastar menos do que se ganha e com isso

alcançar as suas metas financeiras. Nenhum dos elementos pode ser tratado isoladamente, já

que são interligados.

Graficamente, os elementos da tríade são identificados num processo, da seguinte

maneira:

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19

A entrada do processo é feita com o orçamento como base a ser seguida, e as

movimentações financeiras. O controle é o processamento das informações de receitas e

despesas. Na saída, a poupança. O retorno se dará a partir dos resultados obtidos com o

processamento para posterior revisão orçamentária.

4.1.1. CONTROLE

Literalmente, diz-se que controle faz referência à inspeção, fiscalização, ou aqui, o

ato de manter um banco de dados atualizado.

É preciso entender que para um planejamento adequado, são necessárias anotações

de tudo que acontece com o seu dinheiro. Muitas pessoas têm uma grande dificuldade já nesse

ponto, por não entender a definição de “tudo”. Nenhum controle será bem feito se não houver

atenção aos detalhes. Não existem “detalhes desnecessários” quando lidamos com dinheiro. É

óbvio que pequenas saídas se tornam grandes despesas com o passar do tempo.

Então, para se saber o que está acontecendo, se deve colocar no papel todas as

movimentações diárias que envolvem dinheiro. Logo no início, já é visível como estão sendo

utilizados exatamente os recursos, além de saber quanto se está arrecadando todos os meses, o

que para um profissional liberal, por exemplo, não é algo tão simples como para o assalariado.

Nas economias familiares é muito comum encontrar um casal com duas economias,

ou seja, o um responsável por determinadas contas, e outro, por outras. Isso não funciona! É

como uma empresa com dois sócios onde cada um concentra energia isoladamente para

ganhar mais, o que com certeza dará resultados piores do que se os dois sócios trabalhassem

juntos. Os casais devem ter o mesmo orçamento. Cerbasi (2004, p.18) diz: “Se ambos não

conhecem os objetivos do outro, haverá sempre um sentimento de frustração junto a cada

conquista.”

4.1.1.1. Ferramentas de Controle Financeiro Pessoal

Para um controle eficaz, se utiliza princípios de organização da contabilidade, onde

um balanço patrimonial é dividido em ativo, passivo, receitas e despesas, e estes divididos em

grupos, subgrupos, contas, e assim por diante. Não é preciso necessária a rigidez contábil para

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20

essa realização, mas é necessário, no mínimo, separar cada conta (entenda-se de entrada ou

saída), em centros de custo, por exemplo:

1. RECEITAS

1.1 Salário (1)

1.2 Adiantamentos (1)

1.3 Vale transporte (1)

1.4 Comissões (1)

1.5 Horas Extras (1)

1.6 Adicionais (1)

1.7 Salário família (1)

1.8 Férias (1)

1.9 1ª parcela 13º (1)

1.10 2ª parcela 13º (1)

1.11 outros créditos (1) - especificar

1.12 Descontos de INSS (1)

1.13 Desconto Previdência Privada (1)

1.14 Desconto de IRRF (1)

1.15 Desconto sindicatos (1)

1.16 Desconto Faltas e atrasos (1)

1.17 Desconto Vale transporte (1)

1.18 outros descontos (1) (-) - especificar

1.19 Salário (2)

1.20 Adiantamentos (2)

1.21 Vale transporte (2)

1.22 Comissões (2)

1.23 Horas Extras (2)

1.24 Adicionais (2)

1.25 Salário família (2)

1.26 Férias (2)

1.27 1ª parcela 13º (2)

1.28 2ª parcela 13º (2)

1.29 outros créditos (2) - especificar

1.30 Descontos de INSS (2)

1.31 Desconto Previdência Privada (2)

1.32 Desconto de IRRF (2)

1.33 Desconto sindicatos (2)

1.34 Desconto Faltas e atrasos (2)

1.35 Desconto Vale transporte (2)

1.36 outros descontos (2) (-) - especificar

1.37 OUTRAS RECEITAS - especificar

1.38 OUTROS DESCONTOS - especificar

2. DESPESAS OPERACIO�AIS

2.1 Aluguel

2.2 Condomínio

2.3 Água

2.4 Gás

2.5 Energia Elétrica

2.6 Internet

2.7 TV a cabo

2.8 Faxineira

2.9 IPTU

2.10 Segurança Privada

2.11 Telefone Operadora Principal

2.12 Telefone Outras Operadoras

2.13 Telefone Celular

2.14 Telefone Outros - especificar

2.15 Bancos manutenção c/c (1)

2.16 Bancos manutenção c/c (2)

2.17 Bancos manutenção c/c (3)

2.18 Bancos manutenção c/c (4)

2.19 bancos juros cheque especial

2.20 Bancos despesas cartão Crédito

2.21 Bancos Outros - especificar

2.22 Conselhos profissionais (1)

2.23 Conselhos profissionais (2)

2.24 Imposto de Renda

2.25 Manutenção imóveis

2.26 Manutenção aparelhos domésticos

2.27 Outros - especificar

3. ALIME�TAÇÃO E MERCEARIA

3.1 Supermercado Geral

3.2 Supermercado (alimentação)

3.3 Supermercado (material de limpeza)

3.4 Supermercado (outros)

3.5 Padaria

3.6 Açougue

3.7 Refeições

4. EDUCAÇÃO e PAPELARIA

4.1 Cursos / Palestras

4.2 Fotocópias

4.3 Livros

4.4 Impressões diversas

4.5 Encadernação

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21

4.6 Assinaturas revistas / jornais 4.7 outros - especificar

5. AUTOMÓVEL

5.1 Combustível

5.2 Troca de óleo

5.3 Outras manutenções - especificar

5.4 Acessórios

5.5 Zona Nobre

5.6 Estacionamento

5.7 IPVA

5.8 Licenciamento

5.9 Seguro

5.10 Pedágio

5.11 Lavagens

5.12 Multas

5.13 Outros - especificar

6. SAÚDE

6.1 Consulta médica

6.2 Exames

6.3 Procedimentos diversos

6.4 Plano de saúde

6.5 Dentista

6.6 Manutenção ap. Ortodôntico

6.7 Farmácia

6.8 Salão de Beleza

6.9 Outros - especificar

7. VESTUÁRIO

7.1 Vestuário (1)

7.2 Vestuário (2)

7.3 Vestuário (3)

7.4 Acessórios diversos

7.5 Outros - especificar

8. LAZER

8.1 Cinema

8.2 Locação filmes

8.3 Compra DVDs

8.4 CDs

8.5 happy hour

8.6 Pizzas

8.7 Festas

8.8 Viagens

8.9 Outros - especificar

10. ATIVO IMOBILIZADO

10.1 Financiamento imóvel (1)

10.2 Financiamento imóvel (2)

10.3 Financiamento veículo (1)

10.4 Financiamento veículo (2)

10.5 Outros - especificar

Em todos os casos, cada conta pode ter o nome que o usuário achar mais conveniente

para o entendimento dos controles.

No primeiro grupo: as receitas, onde são lançadas todas as entradas. Repare que os

descontos oriundos destas receitas já são anotados neste mesmo centro de custo, visto que só

existem devido àquelas entradas. Posteriormente as despesas operacionais, alimentação,

veículos, e assim por diante como o usuário achar mais interessante. O importante é que exista

esse controle por escrito.

Hoje, com as planilhas eletrônicas fica muito mais fácil agilizar esse processo, pois

os resultados das fórmulas são apresentados automaticamente.

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22

Uma observação que cabe aqui é feita por Kiyosaki (2000, p.62): “Você tem

conhecer a diferença entre um ativo e um passivo e comprar ativos.” E para entender,

resumidamente um e outro entende-se que os ativos são caracterizados pelos itens que a

pessoa possui, e os passivos são as suas obrigações, ou seja, aquilo que ela deve. O autor dá

uma definição mais aprofundada, dizendo que os ativos são os itens que geram dinheiro, e

nada mais. Ou seja, um veículo (que contabilmente é considerado um ativo), para Kiyosaki

(2000), se não aumenta sua riqueza, ele apenas gera despesa com impostos, manutenção e

combustível, e por isso deve ser considerado um passivo.

Depois de organizar as contas é hora de começar a lançar diariamente os valores

gastos ou recebidos em cada uma delas. Em uma planilha, isso pode ser feito nas células à

direita da conta, uma a uma, dia a dia, como exemplo:

DIA 1 2 3 ... ...

1. RECEITAS

1.1 Salário (1)

1.2 Adiantamentos (1)

1.3 Vale transporte (1)

1.4 Comissões (1)

1.5 Horas Extras (1)

1.6 Adicionais (1)

1.7 ...

1.8 ...

1.9 ...

Para lembrar todas as despesas, é recomendado que se faça conforme solicitado pelos

governos, pedindo sempre nota fiscal, ou cupom fiscal. E que, principalmente no início, faça

as anotações diariamente, pois a lembrança do dia está mais presente.

Deve ser feito também o que se pode chamar de fechamento de caixa, ou seja, uma

conferência, lançando os valores que se tem em casa, no banco, entre outros, e conferindo

com o valor final do dia após os lançamentos. Para facilitar, e não precisar consultar todas as

contas bancárias ao final de cada dia, anota-se o valor inicial que tem em carteira no início do

dia, e utiliza-se o valor final para conferência, todavia, se for utilizado cartão de débito, por

exemplo, não se poderá deixar de consultar a conta corrente.

As formas de pagamento do tipo crédito (cartão de crédito, cheque pré-datado,

compras à prazo) devem ter um controle específico. Muitos se confundem e acabam fazendo o

lançamento da despesa apenas quando vem a fatura do cartão de crédito, e lançando como

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23

“cartão de crédito”, o que não é correto, afinal, houve despesas com cinema, supermercado,

combustível, e assim por diante, e não com o citado título. E deixar para detalhar apenas

quando chega a fatura também pode ser prejudicial aos controles, já que as faturas costumam

vir em muitos casos, no mês seguinte ao da despesa. Deve-se possuir um controle paralelo

dessas despesas, assim, além de saber exatamente quando foi feito, pode-se controlar o uso do

cartão.

Ainda sobre títulos de crédito destacam-se as armadilhas e vantagens dessas formas

de pagamento. Resumidamente, um título de crédito tem como principal vantagem o tempo

para pagamento de uma determinada dívida. Todavia, agregado a isso tem as despesas com

manutenção e uma quase inevitável queda na compra por impulso que gera um descontrole

nos planos, e com isso uma possível falta de recursos para quitar a fatura, já que em muitos

casos as taxas de juros são elevadíssimas em relação a outras alternativas de crédito

disponíveis no mercado.

4.1.1.2. Disciplina

Parece-me que uma boa maneira de superar as tentações naturais é assumirmos compromissos com nós mesmos. Devemos sempre estabelecer metas, escrever regras e reavaliar nossos desempenho periodicamente. Esse exercício requer muita disciplina, mas trará boas recompensas. (HALFELD, 2001, P.16)

Não roube de si mesmo! Talvez seja a principal recomendação dos especialistas.

Quem está disposto a organizar sua vida financeira, deve estar disposto a fazer isso de forma

correta, pronto para ver coisas que preferiu não enxergar até aqui. Toledo (2008, p.58) diz:

“Seja seu próprio fiscal. Se fizer concessões em relação às suas metas, barganhar consigo

mesmo e não cumprir os objetivos propostos, a conta vai bater no seu bolso.”

Como já citado o primeiro passo para iniciar essa disciplina é fazer os lançamentos

diariamente. Depois é ser fiel aos propósitos que se criou, como é visto no item orçamento,

mais adiante.

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24

Cada caso deve ser estudado de forma diferenciada. Pessoas inadimplentes devem ter

uma postura frente suas novas compras, assim como os endividados, até os mais organizados

financeiramente.

Muitos conselheiros estão disponíveis no mercado para dar dicas de acordo com cada

perfil, seguir esses conselhos de forma inteligente, sabendo adaptá-los a cada caso pode ser

difícil no começo, mas com certeza será o melhor a se fazer. E assim aparecerão as respostas

sobre como utilizar o cartão de crédito, quando comprar a prazo, entre outras respostas, que

devem ser analisadas, além de tudo com o conjunto de informações disponíveis para o

mercado atual. Seguir um modelo de compra por toda a vida torna-se uma armadilha frente a

volatilidade do mercado.

Antes de partir para o orçamento é preciso acostumar-se com o controle. Após

algumas semanas fazendo os lançamentos a pessoa estará mais condicionada aos dados que

precisará para iniciar o passo seguinte, tendo parâmetros para a elaboração do orçamento.

4.1.2. ORÇAMENTO

O segundo elemento da tríade trata daquele item que visa organizar o planejamento

em um determinado período de tempo.

Horngren, Foster e Datar (1997, apud LUNKES, 2003, p.26) diz:

Um orçamento é a expressão de um plano de ação futuro da administração para determinado período. Ele pode abranger aspectos financeiros e não financeiros desses planos e funciona como um projeto para a empresa seguir no período vindouro. Os orçamentos referentes a aspectos financeiros quantificam as expectativas da administração com relação a receitas futuras, fluxo de caixa e posição financeira. Do mesmo modo que as demonstrações financeiras são elaboradas referentemente a períodos passados, podem também ser preparadas para períodos futuros.

Nesse caso, é preciso entender demonstrações financeiras citadas anteriormente

como sendo o controle da tríade.

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25

Segundo Lunkes (2003, p. 27) “o orçamento é a etapa do processo do planejamento

estratégico em que se estima e determina a melhor relação entre resultados e despesas para

atender às necessidades, características e objetivos da empresa no período esperado.”

Com os números obtidos no controle é possível ter parâmetros para a realização do

orçamento. Muitos acreditam que podem realizar o orçamento sem esses dados, todavia isso é

muito difícil visto a falta de conhecimento dos detalhes que estão inseridos nas despesas do

dia-a-dia, as quais são esquecidas pelos usuários. Contudo, com os dados do controle é mais

fácil para fazer uma observação em uma linha de tempo (linha que será maior na medida em

que a experiência do usuário vai aumentando), sobre as despesas, e assim, trabalhar com

dados mais confiáveis.

É nesse passo que se organizam as metas e se visualiza o ponto que se quer chegar.

O que sempre existirá em qualquer orçamento é uma margem de erro. Para as

organizações empresariais fica difícil trabalhar com incertezas quando tratado desse assunto, e

o orçamento em vários casos acaba engessando o comportamento financeiro da empresa.

Zdanowics (1983, apud LUNKES, 2003, p.28) “salienta que o processo orçamentário deve

apresentar as seguintes características: projeção do futuro, flexibilidade na aplicação e

participação direta dos responsáveis”. Nesse caso, da gestão financeira pessoal, é tratado de

uma economia onde os responsáveis estão gerindo o funcionamento do plano diretamente, o

que facilita muito a administração e elaboração do orçamento, e assim, pequenas correções

podem ser perfeitamente feitas, desde que não prejudiquem demais as metas.

Desta forma, para o planejamento financeiro pessoal fica evidente a necessidade de

um bom orçamento, detalhando as entradas e saídas. Considera-se sempre uma visão

pessimista para os lançamentos do orçamento, subestimando as receitas e superestimando as

despesas, assim, a margem de erro prejudicial fica bastante reduzida, e caso exista, a

probabilidade maior é que seja positiva, ou seja, nos casos das receitas é mais provável que se

receba mais do que orçou, e nos casos das despesas, que se gaste menos que o orçado. Na

contabilidade, isso é conhecido como princípio da prudência. Cita Belúzio (2007, p.30): “é o

critério de evitar que os registros contábeis levem a uma apuração iminente de um lucro que

possa não se realizar.”

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26

Muitas vezes os resultados finais que aparecerão no controle não estarão 100% de

acordo com o orçamento. Isso pode acontecer por diversos motivos: falta de disciplina, falta

de manutenção do planejamento (o ideal é não deixar de fazer os lançamentos em períodos de

tempo maior que três dias), falta de prática, de foco, entre outros. Mas com o tempo, quanto

maior a dedicação à elaboração do planejamento, mais resultados positivos, e com certeza, a

motivação para o saneamento dos problemas aparecerá.

Deve-se ainda citar Lunkes (2003) que lembra que os dados do orçamento não

passam de estimativas, e que estão sujeitos a intervenções por fatores internos e externos, que

podem afetar o processo de previsão.

4.1.3. POUPANÇA

“Um centavo poupado é igual a um centavo ganho”.

Benjamin Franklin.

Na economia, poupança é aquela diferença positiva entre as receitas e despesas, que

não foi gasta naquele determinado período de tempo, e será guardada para utilização futura.

Deve-se cuidar para não confundir com a poupança do investimento financeiro, aquele de

baixo risco, oferecido pelas instituições bancárias. Na tríade, o termo poupança deve ser

entendido simplesmente como acumulação de capital.

A idéia de se acumular capital para o futuro vem da premissa que não existe o poder

de prever esse futuro, mas pode-se, através de simples ações, evitar situações financeiras

ruins. Então se deve, após o inicio dessa gestão financeira, entender o poder dos juros

compostos. Kiyosaki (2000) conta sobre a aquisição da ilha de Manhattan, que foi comprada

por US$ 24, e que se esse dinheiro fosse investido a juros de 8% ao ano (um investimento de

fácil acesso), em 1995 o capital acumulado seria maior que US$ 28 trilhões, o que daria para

recomprar a ilha com tudo o que tem em cima hoje, ou seja, o coração financeiro do mundo,

com todos os seus imóveis.

Segundo Cerbasi (2004) muitos de nós trabalham por toda a vida para no momento

da aposentadoria, aquele que deveria ser utilizado para colher os benefícios conquistados no

decorrer da sua história laboral, diminuir o poder de compra. Isso pode e deve ser evitado, e

para que isso aconteça precisa existir a poupança.

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Alguns autores pregam que o dinheiro deve trabalhar para as pessoas e não ao

contrário, como cita Kiyosaki (2000, p.45): “Os pobres e a classe média trabalham pelo

dinheiro. Os ricos fazem o dinheiro trabalhar para eles.” Assim sendo então, tratando da tríade

da gestão financeira pessoal, este é o momento que aparece a oportunidade de traçar planos

para que isso aconteça.

Halfeld (2001) enfatiza o fato de antes de qualquer tipo de investimento que vise

aumentar o patrimônio, é necessário uma poupança de alta liquidez (que possa ser sacada a

qualquer tempo) que equivalha a seis meses do valor gasto mensalmente com despesas

operacionais (aquelas necessárias para nosso dia-a-dia). Essa atitude visa livrar as pessoas de

em um momento de necessidade utilizar de recursos que estão “parados” em investimentos

que trarão retornos maiores no futuro, e que se sacados com urgência podem acabar

representando um prejuízo.

5. CO�CLUSÃO

Criar informação mais acessível com um entendimento mais prático pode estimular

as pessoas a iniciarem algum tipo de planejamento financeiro pessoal, e isso, com certeza se

refletirá na sociedade como um todo.

Entende-se então que se as informações sobre finanças pessoais continuarem restritas

aos que detêm algum tipo de conhecimento na área, pouco poderá mudar. É preciso embutir

nas gerações presentes e consequentemente nas futuras, e assim por diante, a idéia da gestão

financeira pessoal como base em nossa educação, não só tratando do assunto pela escola, mas

sim também pela casa.

As pessoas demonstram já terem percebido a importância de controlar suas finanças,

e isso pode ser observado na pesquisa deste trabalho, quando alguns declararam já possuir

algum tipo de planejamento de curto e longo prazo, todavia apenas “idéias” não trarão as

mudanças desejadas. É preciso uma ação, mas os modelos recomendados até hoje não

introduzem o assunto de forma simples, e suas idéias acabam ecoando como algo que apenas

detentores de conhecimentos financeiros poderiam o fazer.

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Pela simplicidade de entendimento, o modelo proposto neste trabalho deve ser

encarado como uma introdução ao mundo das finanças pessoais. E a partir disso o usuário

começará a desenvolver os demais passos, tais como: melhores práticas para compras,

incluindo as à prazo, investimentos, e assim por diante, pois despertará a vontade de

economizar, de buscar soluções para suas finanças, não só quando em crise, mas sempre, pois

será possível visualizar as vantagens dessa boa gestão financeira pessoal.

REFER�CIAS

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Acesso em 24/08/2009.

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A�EXOS QUESTIONÁRIO DE PESQUISA

Este questionário tem a finalidade de conhecer um pouco mais sobre a utilização de

sistemas de planejamento financeiro pessoal. Os dados serão utilizados para elaboração de artigo de conclusão de curso de especialização na área de finanças. Não é necessária a sua identificação. O autor se compromete a não repassar informações a qualquer título.

RESPONSÁVEL: Fábio Mauricio Shius. Pós-graduando em Finanças Aplicadas pela

FURB/SC. Favor assinalar aquela (única) alternativa que corresponde melhor à sua situação. 1) Sua idade está entre:

( ) 18 e 25 ( ) 26 e 35 ( ) 36 e 45 ( ) Mais que 45 2) Escolaridade (completa ou cursando):

( ) Fundamental ( ) Médio ( ) Superior 3) Acha que as informações disponíveis atualmente sobre Finanças Pessoais, nas diversas mídias de

comunicação que você tem acesso, são claras e lhe ajudam a manter uma boa saúde financeira? ( ) sim ( ) não

4) Quanto tempo falta para você se aposentar? Entenda: parar de trabalhar e viver com a renda ou capital adquirido no decorrer da sua vida profissional. ( ) Mais que 30 anos ( ) Entre 20 e 29 anos ( ) Entre 10 e 19 anos ( ) Menos de 10 anos

5) Já sabe quais serão suas fontes de receita na aposentadoria? ( ) sim ( ) não

6) Você tem um plano para o caso de ficar sem a renda atual nos próximos 6 meses? ( ) sim ( ) não

7) Acha que faz compras desnecessárias? ( ) sim ( ) não

8) Sabe realmente qual o impacto dos juros (do cheque especial, da compra à prazo, do financiamento, etc) sobre as suas finanças? ( ) sim ( ) não

9) Sabe realmente o que significa a palavra JUROS? ( ) sim ( ) não

10) Sobre Planejamento Financeiro Pessoal: a. ( ) “Nunca comecei nenhum” b. ( ) “Já fiz há algum tempo, mas parei” c. ( ) “Tenho um sistema de planejamento financeiro pessoal por escrito”

Para continuar: caso tenha respondido, na última questão, com a letra “A”, favor responder apenas a questão número 11. Se respondeu com a letra “B”, favor responder apenas a questão número 12. Caso tenha respondido “C”, continue a partir da questão número 13. 11) Por que nunca se interessou em começar a fazer um planejamento financeiro pessoal?

( ) “Organizo tudo de cabeça” ( ) “Tenho Preguiça” ( ) “Acho muito complicado” ( ) “Não acho importante, pois ninguém sabe do futuro.”

12) Por que não faz mais? ( ) “achava chato ou complicado” ( ) “não consegui o resultado esperado” ( )”não sei”

13) A quanto tempo elabora esse planejamento? ( ) Há menos de 6 meses ( ) Entre 6 meses e 1 ano ( ) Entre 1 e 2 anos ( ) Mais de 2 anos

14) Você se sente satisfeito com esse planejamento? Acha que ele lhe ajuda a controlar e a manter uma boa saúde financeira? ( ) sim ( ) não

15) Segue as recomendações de alguém para a manutenção do seu planejamento? Lê ou já leu livros sobre o assunto? ( ) sim ( ) não

16) Por que resolveu começar a elaborar um planejamento financeiro pessoal? ( ) “Passei por uma crise financeira pela falta de um” ( ) “Sou muito organizado em tudo o que faço” ( ) “tenho medo de passar por dificuldades financeiras”

Obrigado. Sua participação foi muito importante.