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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA UnB FACULDADE DE CEILÂNDIA FCe CURSO DE ENFERMAGEM ÚLCERAS POR PRESSÃO EM PACIENTES DA ATENÇÃO DOMICILIAR LUCAS LOBATO DE SOUZA CEILÂNDIA 2014

ÚLCERAS POR PRESSÃO EM PACIENTES DA ATENÇÃO …bdm.unb.br/bitstream/10483/9324/1/2014_LucasLobatoDeSouza.pdf · em pacientes internados na atenção domiciliar, sendo assim, é

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UNIVERSIDADE DE BRASIacuteLIA ndash UnB

FACULDADE DE CEILAcircNDIA ndash FCe

CURSO DE ENFERMAGEM

UacuteLCERAS POR PRESSAtildeO EM PACIENTES DA ATENCcedilAtildeO DOMICILIAR

LUCAS LOBATO DE SOUZA

CEILAcircNDIA

2014

LUCAS LOBATO DE SOUZA

UacuteLCERAS POR PRESSAtildeO EM PACIENTES DA ATENCcedilAtildeO DOMICILIAR

Monografia apresentada agrave disciplina Trabalho

de Conclusatildeo de Curso II em Enfermagem

como requisito parcial para obtenccedilatildeo do grau de

Bacharel em Enfermagem pela Faculdade de

Ceilacircndia da Universidade de Brasiacutelia

Orientador Prof MSc Luciano Ramos de Lima

CEILAcircNDIA

2014

Autorizo a reproduccedilatildeo e divulgaccedilatildeo total ou parcial desse trabalho por qualquer meio

convencional ou eletrocircnico para fins de estudo e pesquisa desde que cite a fonte

Lobato Lucas

Uacutelceras por pressatildeo em pacientes da atenccedilatildeo domiciliar Lucas Lobato de Souza

Brasiacutelia [sn] 2014

60f il

Monografia (graduaccedilatildeo) ndash Universidade de Brasiacutelia Faculdade de Ceilacircndia Curso de

Enfermagem 2014

Incluem anexos e apecircndices

Orientador Prof Msc Luciano Ramos de Lima

1 Uacutelcera por pressatildeo 2 Assistecircncia Domiciliar 3 Enfermagem

I Lobato Lucas II Uacutelceras por pressatildeo em pacientes da atenccedilatildeo domiciliar

Uacutelceras por pressatildeo em pacientes da atenccedilatildeo domiciliar

LUCAS LOBATO DE SOUZA

Comissatildeo Julgadora

______________________________________________________

Prof MSc Luciano Ramos de Lima

Orientador

______________________________________________________

ProfordfDrordf Marina Morato Stival

Avaliadora

______________________________________________________

Profordf Drordf Walterlania Silva Santos

Avaliadora

DEDICATOacuteRIA

A toda a minha famiacutelia pela forccedila e por acreditarem em mim E em especial agrave

minha matildeeMaria Aparecida Lobato de Souza que me concedeu o dom da vida me

formou e educou agrave minha tia Antocircnia Lobato Piauilino que me acolheu como filho em

sua casa e sempre me deu todo o apoio necessaacuterio antes e durante a faculdade e agrave

minha avoacute Celi Lobato Barros falecida devido a um cacircncer de pacircncreas Saudades de ti

vovoacute Celi

Aos enfermeiros que satildeo os protagonistas no processo do cuidare que se

dedicam em construir uma sauacutede puacuteblica melhor fazendo a diferenccedila no campo de

atuaccedilatildeo profissional

Aos pacientes acometidos com a presenccedila de uacutelceras por pressatildeo

AGRADECIMENTOS

Gratidatildeo primeiramente a Deus por seu imenso amor e bondade Obrigado

Senhorporque de maneira concreta os meus planos e projetos se prostram diante de Ti e

da Tua vontade Onde estaria eu se natildeo fosse o Teu amor Senhor A Ti todo o louvor e

todo o reconhecimento pelas obras que realizas em mim e pelo Teu senhorio em minha

vida Sejas meu tudo Senhor e engrandeceis o meu nada Sejas a vida que pulsa em

mim Eu te agradeccedilo Senhor por me proporcionar a oportunidade de cursar e concluir

esta graduaccedilatildeo em enfermagem

Agrave minha Matildee do ceacuteu Nossa Senhora Aparecida que intercede sempre em meu

favor e me conduz a estar proacuteximo doteu Filho O Cristo que ressuscitado estaacutes Eacutes tu

Maria exemplo de esperanccedila de humildade de simplicidade de vida de oraccedilatildeo de

serviccedilo de doaccedilatildeo e de amor ao proacuteximo Totus Tuus Mariae

Aos meus pais agraves minhas irmatildes e agrave minha tia Antocircnia por acreditarem em mim

por me formarem e me ensinarem a ser a pessoa que sou hoje Meu muito obrigado por

todo o apoio que vocecircs me deram para que esse sonho se concretizasse Gratidatildeo

tambeacutem a todos os meus familiares que torceram e apostaram em mim

Agrave minha namorada que esteve ao meu lado desde a preparaccedilatildeo preacute-vestibular

ateacute a conclusatildeo desta graduaccedilatildeo A ti sou grato meu anjo por sua paciecircncia por seu

companheirismo e por sua compreensatildeo durante os momentos difiacuteceis desta caminhada

Amo vocecirc

Ao meu orientador o professor e mestre Luciano Ramos de Lima por sua

paciecircncia ensino e dedicaccedilatildeo pontos fundamentais que me auxiliaram na construccedilatildeo

econcretizaccedilatildeo desta pesquisa

Agrave Universidade de Brasiacutelia e ao corpo docente da Faculdade de Ceilacircndia por

contribuiacuterem com a minha formaccedilatildeo como enfermeiro e como cidadatildeo

Agrave enfermeira Valdenisia Apolinario Alencar pela colaboraccedilatildeo com esta

pesquisa a toda a equipe do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia e ao

Prof Dr Emerson Fachin Martins que coordenou o Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo

Continuada ldquoMelhor em Casardquo e o Projeto de Pesquisa ldquoLimites e possibilidades do

programa de internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por

portadores de doenccedilas crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade

de Ceilacircndia Aos acadecircmicos que participaram desses projetos e em especial ao meu

amigo Luiacutes Carlos Beda do Nascimento por sua colaboraccedilatildeo durante a aacuterdua coleta de

dados nos prontuaacuterios natildeo informatizados

Aos membros da Liga Acadecircmica de Feridas em Enfermagem da Universidade

de Brasiacutelia ndash Faculdade de Ceilacircndia (LAFEn-UnB) que se empenham no estudo

aprofundado do que tange ao conhecimento teacutecnico-cientiacutefico sobre o manejo com

feridas visando prestarem uma melhor assistecircncia aos pacientes acometidos pelos mais

diversos tipos de lesotildees em pele

Aos meus amigos de curso que fizeram desta caminhada universitaacuteria uma fase

divertida e inesqueciacutevel Que possamos ser fieacuteis a esta amizade e levaacute-la por toda a vida

pois foi muito bom ter convivido e partilhado a minha vida com vocecircs durante este

periacuteodo acadecircmico Obrigado pelo apoio que encontro em vocecircs

Aos meus irmatildeos da Comunidade Catoacutelica Shalom por me conduzirem agrave

experiecircncia de verdadeiramente conhecer Deus Gratidatildeo por me fazerem encontrar o

sentido do meu viver Agradeccedilo pela fraternidade e pela alegria que encontro em meio agrave

vivecircncia comunitaacuteria Obrigado pelas oraccedilotildees e pela forccedila durante esta reta final da

faculdade

A todos o meu muito obrigado

Shalom do Pai e o amor de Maria

ldquoO senhor natildeo daria banho em um leproso nem por

um milhatildeo de doacutelares Nem eu Somente por amor

se pode dar banho em um leproso

Eu vejo Deus em cada ser humano Quando limpo

as feridas do leproso sinto que estou cuidando do

proacuteprio Senhor Natildeo eacute uma experiecircncia

maravilhosardquo

Madre Teresa de Calcutaacute

LOBATO L Uacutelceras por pressatildeo em pacientes da atenccedilatildeo domiciliar 60p 2014

Trabalho de Conclusatildeo de Curso (Graduaccedilatildeo em Enfermagem) ndash Universidade de

Brasiacutelia Faculdade de Ceilacircndia Brasiacutelia 2014

RESUMO

INTRODUCcedilAtildeO A uacutelcera por pressatildeo (UP) eacute uma complicaccedilatildeo multifatorial frequente

em pacientes internados na atenccedilatildeo domiciliar sendo assim eacute importante investigar as

caracteriacutesticas desses indiviacuteduos e de suas feridas para melhor planejar o cuidado de

enfermagem OBJETIVO Descrever o perfil dos pacientes com UP na Atenccedilatildeo

Domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

(NRAD-CEI) - DF METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa retrospectiva

descritiva de abordagem quantitativa desenvolvida a partir do levantamento de dados

em 82 prontuaacuterios de pacientes acometidos por UP assistidos pelo NRAD-CEI num

periacuteodo de quatro anos entre maio de 2009 a abril de 2013 RESULTADOS O perfil

dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de homens idosos

acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica e Diabetes Mellitus com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e

com presenccedila de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados O NRAD-CEI foi resolutivo na cicatrizaccedilatildeo ou melhora de

quase 60 das UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe de enfermagem a cada

paciente por mecircs CONCLUSAtildeO O aparecimento de UPs esteve relacionado com a

condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e com sua capacidade funcional comprometida Destacou-

se neste contexto de Atenccedilatildeo Domiciliar o protagonismo do enfermeiro no que tange ao

tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia nos

cuidadosao paciente portador de lesotildees a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Descritores Uacutelcera por Pressatildeo Assistecircncia Domiciliar Enfermagem

LOBATO L Pressure ulcers in home care patients 60p 2014 Completion of

course work (Nursing Course) ndash University of Brasilia Faculty of Ceilacircndia Brasilia

2014

ABSTRACT

INTRODUCTION Pressure ulcers (UP) is a common multifactorial complication in

patients admitted to home careso it is important to investigate the characteristics of

these individuals and their wounds better plan for nursing care OBJECTIVE To

describe the profile of patients with UP in Home Care assisted by the Regional Center

for Home Care Ceilacircndia (NRAD-CEI) -Federal District METHODS The study is a

retrospective cross-sectional descriptive quantitative research approach developed from

survey data in medical records of 82 patients affected by UP assisted by NRAD-CEI in

a period of four years from May 2009 to April 2013 RESULTS Profile of patients with

UPs in Home Care is predominantly bedridden elderly men with neurological diagnosis

and or cancer carriers of Hypertension and Diabetes Mellitus with an average length

of stay of a year and with the presence of one to three pressure sores in sacral

trochanteric and calcaneal in varying degrees The NRAD-CEI was resolute in healing

or improvement of almost 60 of patients with UPs with the average of 221 visits the

nursing staff to each patient per month CONCLUSION The appearance of UPs was

related to the clinical condition of the patient and their compromised functional

capacity He excelled in this context the role of Home Care nurses regarding the

treatment and prevention of UPs and the effective insertion of the caregiver and the

family in the care of patients with UPs from health education

Keywords Pressure Ulcer Home Nursing Nursing

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndashDF segundo a quantidade de uacutelceras por

pressatildeo por usuaacuterio maio de 2009 a abril de 2013 28

Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013 29

Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 30

Tabela 4 Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF

maio de 2009 a abril de 2013 31

Tabela 5 Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 34

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos

pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013 32

Figura 2 Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 32

Figura 3 Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 33

Figura 4 Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF

maio de 2009 a abril de 2013 34

Figura 5 Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar

de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013 35

Figura 6 Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem

(VDE) aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 36

Figura 7 Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por

paciente com uacutelcera por pressatildeo usuaacuterio do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013 36

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

AVC Acidente Vascular Cerebral

AVD Atividades de Vida Diaacuteria

CA Cacircncer

CEI Ceilacircndia

CFM Conselho Federal de Medicina

CIPNSP Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP

COFEn Conselho Federal de Enfermagem

DF Distrito Federal

DM Diabetes Mellitus

DP Desvio Padratildeo

DPOC Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica

EMAD Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar

EMAP Equipes Multidisciplinar de Apoio

FCe Faculdade de Ceilacircndia

Fiocruz Fundaccedilatildeo Oswaldo Cruz

HAS Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

HRC Hospital Regional de Ceilacircndia

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

Maacutex Maacuteximo

Miacuten Miacutenimo

MS Ministeacuterio da Sauacutede

MSc Mestre

NRAD Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar

OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

PID Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

PNH Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo

PNSP Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente

POD Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

Prof Professor

SAD Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar

SAMU Serviccedilo de Atendimento Moacutevel de Urgecircncia

SES-DF Secretaria de Estado de Sauacutede do Distrito Federal

SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede

UnB Universidade de Brasiacutelia

UPs Uacutelceras por pressatildeo

VDE Visitas Domiciliares de Enfermagem

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 15

2 OBJETIVOS 19

21 Geral 19

22 Especiacuteficos 19

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 20

31 Uacutelcera por pressatildeo 20

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar22

4 METODOLOGIA 25

5 RESULTADOS 27

6 DISCUSSAtildeO 37

7 CONCLUSAtildeO 46

8 REFEREcircNCIAS 48

ANEXO

APEcircNDICES

1 INTRODUCcedilAtildeO

As uacutelceras por pressatildeo (UPs) satildeo lesotildees de uma aacuterea localizada na pele e dos

tecidos subjacentes causadas por pressatildeo tensatildeo tangencial fricccedilatildeo eou uma

combinaccedilatildeo destes fatores As UPs tambeacutem estatildeo associadas a outros fatores

contribuintes cujo papel ainda natildeo se encontra totalmente esclarecidos no

acometimento (EPUAP 2011) As UPs custam e afetam milhotildees de pacientes nos

domiciacutelios nos centros de sauacutede e nas instituiccedilotildees hospitalares (LOURO et al 2007)A

Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) utiliza a prevalecircncia e incidecircncia das UPs como

indicadores para determinar a qualidade dos cuidados prestados (SOARES et al 2011)

Alguns dados recentes descrevem a epidemiologia das UPs entre os encontrados

estaacute um estudo realizado nas unidades de cliacutenica meacutedica e ciruacutergica em um hospital

puacuteblico de Uberaba-MG que aponta um grupo com idade meacutedia acima de 50 anos

sendo que natildeo houve diferenccedila significativa entre sexo masculino e feminino

predominando em pacientes de cor branca (SILVIA et al 2011) Haacute afirmaccedilotildees que a

pele negra tem maior resistecircncia agrave agressatildeo externa causada pela umidade e fricccedilatildeo

somado agrave dificuldade em identificar lesotildees de grau I em indiviacuteduos negros (MORO et

al 2007) Uma pesquisa realizada em Unidade de Terapia Intensiva Cliacutenicas Meacutedica e

Ciruacutergica de um hospital em Joatildeo Pessoa-PB demonstrou que as UPs tiveram

prevalecircncia de 71 no sexo feminino 428 em pacientes com idade acima de 59 anos

e 40 com doenccedilas crocircnicas degenerativas (ARAUacuteJO et al 2010)

Outro estudo realizado sobre assistecircncia domiciliar em Fortaleza-CE apresentou

a ocorrecircncia de UPs com predominacircncia de 692 em pacientes do sexo feminino e

68 em idosos acima de 80 anos de idade As principais comorbidades predisponentes

ao aparecimento de UPs foram a doenccedila de Alzheimer em 33 dos pacientes e sequelas

de Acidente Vascular Cerebral em 263 dos pacientes sendo que do total 263 eram

hipertensos e 119 eram diabeacuteticos fatores que prejudicam o processo cicatricial da

ferida (COEcircLHO et al 2012) Haacute tambeacutem pesquisas que obtiveram como resultado

incidecircncia maior no sexo masculino 882 em Unidade de Urgecircncia e Emergecircncia do

estado do Paraacute e confirmando prevalecircncia elevada de 588 em idosos acima de 60

anos (SOARES et al 2011)

Entre os principais fatores de risco associados ao aparecimento de UPs estatildeo

fatores bioloacutegicos como idade avanccedilada nutriccedilatildeo desequilibrada hiporexia anorexia

16

processos infecciosos diversas patologias integridade da pele prejudicada (umidade

excessiva ou ressecamento extremo) incontinecircncia urinaacuteria e fecal e fatores fiacutesicos e

mecacircnicos como atritos abrasotildees traumasimobilidade falta da mudanccedila de decuacutebito

etc Similarmente ao paciente que tem diminuiccedilatildeo do niacutevel de consciecircncia o paciente

imoacutevel tambeacutem natildeo alivia a pressatildeo nas regiotildees de proeminecircncias oacutesseas mantendo

assim os fatores de intensidade e duraccedilatildeo da pressatildeo como a maior causa do

desenvolvimento da lesatildeo (MORO et al 2007STUDART et al 2011)

Soares et al (2011) afirmam que as lesotildees por pressatildeo representam uma das

principais complicaccedilotildees que acometem pacientes criacuteticos institucionalizados devido agrave

exposiccedilatildeo aos fatores predisponentes para UPs e devido a ocorrecircncia de procedimentos

ciruacutergicos de longa duraccedilatildeo

Segundo a OMS cerca de 95 das UPs satildeo evitaacuteveis por isso eacute imprescindiacutevel

que sejam utilizados todos os meios disponiacuteveis para realizar uma prevenccedilatildeo eficaz

aleacutem do tratamento das UPs jaacute estabelecidas (SOARES et al 2011) As orientaccedilotildees

relacionadas aos cuidados e prevenccedilatildeo de UPs satildeo essenciais para o bom prognoacutestico do

paciente acometido por UPs Entre as principais orientaccedilotildees para esses pacientes estatildeo

mudanccedila de decuacutebito a cada duas horas manter lenccediloacuteis secos e esticados colchotildees

articulados nutriccedilatildeo adequada hidrataccedilatildeo da pele entre outros (LOURO et al 2007)

No acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar poucos estudos cientiacuteficos relatam a

frequecircncia de uacutelceras por pressatildeo entre os pacientes talvez isso se deva ao fato de

atenccedilatildeo domiciliar no Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) ser uma modalidade recente

Mesmo apoacutes a publicaccedilatildeo da portaria que instituiu a atenccedilatildeo domiciliar muitos lugares

no Brasil ainda demoraram a implementaacute-la por questotildees de organizaccedilatildeo de espaccedilo

fiacutesico formaccedilatildeo de equipes e disponibilizaccedilatildeo de recursos aleacutem disso soma-se o fato de

que muitas cidades brasileiras ainda natildeo tenham implementado essa modalidade de

atenccedilatildeo por essas e outras dificuldades proacuteprias (SILVA et al 2005) Gargano et al

(2004) aponta que 65 dos pacientes de um programa de atenccedilatildeo domiciliar no sul do

Brasil apresentaram como motivo de internaccedilatildeo a presenccedila de infecccedilotildees cutacircneas

Bendo et al (2005) descrevem as UPs como diagnoacutestico principal em 17 dos

pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de Cascavel (MG) Outro estudo mais

recente aponta que entre um grupo de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de

Ribeiratildeo Preto (SP) 191 apresentavam uacutelcera por pressatildeo (CHAYAMITI CALIRI

2010) Atraveacutes das evidecircncias destes estudos fica claro tambeacutem que as UPs tecircm

prevalecircncia maior em idosos por conta da proacutepria natureza dessa faixa etaacuteria que estaacute

17

associada ao aparecimento de doenccedilas crocircnicas que muitas vezes ocasionam a reduccedilatildeo

da mobilidade fiacutesica favorecendo o aparecimento das UPs Quanto agrave ocupaccedilatildeo alguns

estudos demonstram frequecircncia acima de 90 em aposentados ou pensionistas Aleacutem

disso ficouevidenciado ainda nestes estudos a frequecircncia maior de UPs no sexo

feminino Ressalta-se que aspectos relativos agrave estrutura familiar e aquela proporcionada

pelos serviccedilos de atenccedilatildeo domiciliar devem ser investigados com maior atenccedilatildeo para

que melhor se compreenda o problema (GARGANO et al 2004 BENDO et al 2005

CHAYAMITI CALIRI 2010 COEcircLHO et al 2012)

A internaccedilatildeo domiciliar eacute uma modalidade de atenccedilatildeo implantada pelo SUS que

visa atender pacientes crocircnicos em estado grave estaacutevel eou em cuidados paliativos

Um dos seus principais focos eacute a desospitalizaccedilatildeo e a humanizaccedilatildeo do cuidado No

Distrito Federal o projeto de implantaccedilatildeo do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar soacute foi

publicado em 2008 baseado nas diretrizes operacionais doPlano Diretor de

Regionalizaccedilatildeo da Assistecircncia do Distrito Federal2005 nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo2006 do CITCONASS na PoliacuteticaNacional de

Humanizaccedilatildeo e na Portaria ndeg 25292006 do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004

2005 2006a 2006b 2008)

Nesse sentido enfatiza-se o cuidado com a UP que deve ser realizado por uma

equipe multiprofissional Os principais profissionais que devem compor a equipe

multiprofissional no acircmbito da Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo o enfermeiro o teacutecnico de

enfermagem o assistente social o odontologista o meacutedico o nutricionista o psicoacutelogo

o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional Eacute importante ressaltar que aleacutem da situaccedilatildeo

cliacutenica comprometida e da dependecircncia para realizar as atividades diaacuterias um dos

principais criteacuterios para admissatildeo no programa eacute a existecircncia de um cuidador que fique

responsaacutevel pelo paciente no ambiente domiciliar esse cuidador pode ser simplesmente

algueacutem da famiacutelia ou uma pessoa que tenha feito um curso de capacitaccedilatildeo para

cuidador A participaccedilatildeo da famiacutelia no cuidado eacute fundamental pois este programa natildeo

funciona como um Home Care A assistecircncia eacute prestada apenas na forma de visitas

domiciliares durante a semana e por acompanhamento telefocircnico sendo assim a equipe

multiprofissional habilita a famiacuteliacuidador a prestar os cuidados necessaacuterios de acordo

com os seus conhecimentos teacutecnicos e suas capacidades (BRASIL 2008 2012b)

Chama-se atenccedilatildeo para cuidado domiciliar com vistas a ser desenvolvido nestes

pacientes O cuidado domiciliar tem se mostrado efetivo na resposta agraves demandas de

indiviacuteduos dependentes para Atividades de Vida Diaacuteria (AVD) oferecendo aleacutem da

18

estabilidade cliacutenica pelos cuidados de sauacutede no domiciacutelio a dignidade e conforto

preconizados pela Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) do Ministeacuterio da Sauacutede ndash

MS (BRASIL 2004 2012b)

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Descrever o perfil dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar

assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Identificar o percentil de ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo em pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar na cidade de Ceilacircndia (DF) no periacuteodo avaliado

Descrever caracteriacutesticas cliacutenico-demograacuteficas dos pacientes com uacutelceras por

pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

Caracterizar o perfil das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes estudados na Atenccedilatildeo

Domiciliar

Verificar o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na

Atenccedilatildeo Domiciliar

Identificar a resolutividade do tratamento referente agraves uacutelceras por pressatildeo no

acircmbito domiciliar

Verificar a quantidade de visitas domiciliares de enfermagem aos pacientes

acometidos por uacutelceras por pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Uacutelcera por pressatildeo

A UP eacute uma complicaccedilatildeo frequente em pacientes internados tanto na atenccedilatildeo

hospitalar como domiciliar Pacientes acometidos por morbidades que levam agrave

imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como idade avanccedilada

desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele quadro de sauacutede

deficiente anemia possiacuteveis edemas incontinecircncia urinaacuteria por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento desse tipo de lesotildees cutacircneas ocasionadas pela fricccedilatildeo eou

pressatildeo da pele contra o leito comumente em pontos proacuteximos as proeminecircncias oacutesseas

como p ex regiatildeo trocanteacuterica sacral e calcacircneo ou em aacutereas onde o tecido adiposo

subcutacircneo eacute escasso Com isso haacute reduccedilatildeo na circulaccedilatildeo perifeacuterica do sangue em aacutereas

sob pressatildeo acarretando em maacute perfusatildeo tecidual e consequentemente surgimento de

feridas (LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012)

O aparecimento de UPs eacute um problema tanto para a qualidade de vida do

paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais

provindos de recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria

famiacutelia do paciente (BRASIL 2013a)

Existe uma classificaccedilatildeo publicada pela European Pressure Ulcer Advisory

Panel (EPUAP) que auxilia o enfermeiro no estadiamento das UPs esta classificaccedilatildeo

contribui para estabelecer o perfil de ferida e possibilitaa definiccedilatildeo de uma estrateacutegia de

cuidados para tratamento evitando recorrecircncia e o aparecimento de outras feridas A

classificaccedilatildeo define o estadiamento em Grau I ndash eritema natildeo branqueaacutevel em pele

intacta a lesatildeo precursora da pele Em pacientes de pele escura o calor o edema e o

endurecimento da regiatildeo tambeacutem podem ser indicadores Grau II ndash perda parcial da

pele que envolve a epiderme a derme ou ambas Grau III ndash perda de espessura total da

pele podendo incluir lesotildees ou mesmo necrose do tecido subcutacircneo com extensatildeo ateacute

a faacutescia subjacente mas natildeo atraveacutes dessa Grau IV ndash destruiccedilatildeo extensa necrose dos

tecidos ou lesatildeo muscular eou exposiccedilatildeo oacutessea ou das estruturas de apoio Grau ldquonatildeo

estadiaacutevelrdquo - perda tissular de espessura completa em que a base da uacutelcera estaacute coberta

por crosta (amarela marrom-claro cinza verde ou castanha) eou escara (marrom-claro

21

castanha ou negra) Sendo assim ateacute que a pele macerada eou necrosada seja removida

expondo a base da ferida a profundidade verdadeira e o grau natildeo podem ser

determinados (EPUAP 2011)

Atualmente existem diversos instrumentos de medidas e escalas que avaliam e

classificam o risco de pacientes desenvolverem UPs Entre os mais conhecidos e

utilizados estaacute a escala de Braden que avalia o risco de UP focalizando no cuidado agrave

pele com accedilotildees terapecircuticas preventivas e de educaccedilatildeo em sauacutede aleacutem de abordar

sobre a superfiacutecie de suporte e aliacutevio de carga mecacircnica A escala de Braden jaacute foi

testada e validada em diversos paiacuteses e eacute considerada de grande confiabilidade aleacutem de

possuir faacutecil utilizaccedilatildeo e vasta aceitaccedilatildeo tanto pelos enfermeiros como pelos proacuteprios

pacientes No entanto eacute importante ressaltar que haacute outras escalas bastante conhecidas

como p ex a escala de Norton a escala de Gosnell e a escala de Waterlow (ARAUacuteJO

et al 2010 COEcircLHO et al 2012)

Coecirclho et al (2012 p41) explica ainda de maneira bastante clara como estaacute

estruturada e organizada a escala de Braden e quais fatores satildeo avaliados em cada item

Sua organizaccedilatildeo baseia-se na fisiopatogenia da UP Assim eacute composta por

seis subescalas as quais avaliam a percepccedilatildeo sensorial a umidade da pele a

atividade a mobilidade o estado nutricional a fricccedilatildeo e o cisalhamento Das

seis subescalas trecircs medem determinantes cliacutenicos de exposiccedilatildeo para pressatildeo

prolongada e intensa (percepccedilatildeo sensorial atividade e mobilidade) e trecircs

mensuram a toleracircncia do tecido agrave pressatildeo (umidade nutriccedilatildeo fricccedilatildeo e

cisalhamento) Cada subescala eacute acompanhada de um tiacutetulo e cada niacutevel de

um conceito descritor-chave aleacutem de uma ou duas frases descrevendo ou

qualificando os atributos a serem avaliados

Arauacutejo et al (2010) referem que a escala de Braden pode variar de 4 a 23

pontos Escores abaixo de 11 pontos indicam alto risco para desenvolver UPs

pontuaccedilatildeo entre 11 e 16 aponta risco moderado e igual ou superior a 16 pontos eacute

considerado como pequeno risco para o aparecimento de UPs

Na Europa e Aacutesia encontram-se mais de 40 protocolos relacionados agrave prevenccedilatildeo

e ao tratamento de feridas e UPs (ARAUacuteJO et al 2011) No entanto ateacute recentemente

dentro do contexto de sauacutede brasileira ainda natildeo havia uma padronizaccedilatildeo da atenccedilatildeo ou

mesmo um protocolo oficial rotina de trabalho etc que auxiliasse a atuaccedilatildeo do

enfermeiro diante do surgimento de feridas e prevenccedilatildeo de uacutelceras por pressatildeo o que

pode levar o mesmo algumas vezes a uma avaliaccedilatildeo subjetiva e focada somente na

cicatrizaccedilatildeo da ferida mas sem uma fundamentaccedilatildeo profilaacutetica adequada para cada caso

22

(ROGENSKI SANTOS 2005) A partir dessa e outras necessidades quanto agrave seguranccedila

do paciente o Ministeacuterio da Sauacutede lanccedilou a portaria nordm 529 de 1ordm de abril de 2013 que

institui o Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente ndash PNSP Nesta portaria ficou

instituiacutedo um Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP (CIPNSP) ao qual foi designado

promover accedilotildees que visem agrave melhoria da seguranccedila do cuidado em sauacutede por meio da

elaboraccedilatildeo consensual e validaccedilatildeo de protocolos em sauacutede entre os diversos membros

que participam do CIPNSP entre eles CFM COFEN ANVISA e Fiocruz (BRASIL

2013b) Alguns meses depois foi lanccedilado pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Protocolo para

Prevenccedilatildeo de Uacutelcera por Pressatildeo (BRASIL 2013a) de acordo com a Portaria nordm 1377

de 9 de julho de 2013 que aprovou esse e outros protocolos de seguranccedila do paciente

(BRASIL 2013c)

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar

O Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID) eacute uma modalidade de internaccedilatildeo

extra-hospitalar que assiste a pacientes que necessitam de cuidados especiais de sauacutede

mas que podem permanecer internados em seu domiciacutelio O PID objetiva a

desospitalizaccedilatildeo humanizada eficaz e de qualidade com foco nas atividades de

promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede representando uma estrateacutegia na reversatildeo do atual

modelo hospitalocecircntrico (BRASIL 2008 MARTELLI et al 2011)

A melhor utilizaccedilatildeo do siacutetio hospitalar eacute um desafio para os atuais sistemas de

sauacutede com a otimizaccedilatildeo de recursos hospitalares e reduccedilatildeo de internaccedilotildees evitaacuteveis Em

resposta a esta demanda houve um ato na consolidaccedilatildeo da atual Poliacutetica de Atenccedilatildeo

Domiciliar com o lanccedilamento da Portaria 2527 de 27 de Outubro de 2011 que

regularizou o Programa Melhor em Casa e definiu a Atenccedilatildeo Domiciliar como nova

modalidade de atenccedilatildeo agrave sauacutede substitutiva ou complementar agraves jaacute existentes

caracterizada por um conjunto de accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento

de doenccedilas e reabilitaccedilatildeo prestadas em domiciacutelio com garantia de continuidade de

cuidados e integrada agraves redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 2011 2012b)

Os NRADrsquos satildeo Nuacutecleos Regionais de Atenccedilatildeo Domiciliar que nasceram no DF

a partir da necessidade de se implantar o PID eles estatildeo vinculados agraves Regionais de

Sauacutede das cidades sateacutelites conforme a organizaccedilatildeo feita pela Secretaria de Estado de

Sauacutede do Distrito Federal (SES-DF) O DF eacute composto por 15 Nuacutecleos Regionais de

Atenccedilatildeo Domiciliar e um deles eacute o NRAD - Ceilacircndia (NRAD-CEI) cujo atendimento

23

abrange uma populaccedilatildeo de 402729 mil habitantes na referida cidade segundo dados do

censo de 2010 do IBGE De acordo com a Portaria nordm 25272011 que redefine a atenccedilatildeo

domiciliar no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) o ideal seria que cada Equipe

Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar (EMAD) atenda apenas um grupo populacional

de 100 mil habitantes As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes

Multidisciplinar de Apoio (EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede

na atenccedilatildeo domiciliar A Portaria nordm 15332012 altera e acrescenta alguns pontos agrave

Portaria nordm 25272011 estabelecendo que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil habitantes

o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio poderaacute

constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes Esta

portaria estabelece ainda que satildeo requisitos miacutenimos para a instalaccedilatildeo do Serviccedilo de

Atenccedilatildeo Domiciliar (SAD) que o municiacutepio apresente populaccedilatildeo igual ou superior a 40

mil habitantes possua cobertura do SAMU ou de algum outro tipo de serviccedilo moacutevel de

urgecircncia e possua um hospital referecircncia na sua aacuterea de abrangecircncia (BRASIL 2008

2011 2012a IBGE 2010)

A transiccedilatildeo epidemioloacutegica e demograacutefica tem causado grande impacto social

com repercussatildeo em diversas aacutereas como economia habitaccedilatildeo previdecircncia e sauacutede

Tais mudanccedilas exigem uma reengenharia multidimensional Particularmente na sauacutede eacute

preciso empreender e fortalecer poliacuteticas puacuteblicas que viabilizem os princiacutepios e

diretrizes do SUS Neste cenaacuterio a Atenccedilatildeo Domiciliar tem se consolidado na reversatildeo

do atual modelo de sauacutede centrado nos hospitais para uma modalidade de accedilotildees

desenvolvidas no domiciacutelio por uma equipe multiprofissional a partir do diagnoacutestico da

realidade em que o paciente estaacute inserido considerando seus potenciais e limitaccedilotildees A

Atenccedilatildeo Domiciliar visa agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao paciente minimizando ou controlando

as sequelas de condiccedilotildees crocircnicas de maneira a favorecer o restabelecimento de sua

independecircncia e a preservaccedilatildeo de sua autonomia (BRASIL 2008 MENDES 2011

MENDES 2012)

Diante do exposto sobre a atenccedilatildeo domiciliar e da mudanccedila na piracircmide etaacuteria

do Brasil nos uacuteltimos anos considera-se que o aumento da populaccedilatildeo idosa e

consequentemente a elevaccedilatildeo no nuacutemero de casos de doenccedilas crocircnicas tornam as accedilotildees

desenvolvidas pelas equipes multiprofissionais do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

(PID) e do Programa de Oxigenoterapia Domiciliar (POD) como ferramentas essenciais

para impulsionar o Programa Melhor em Casa e fortalecer a Poliacutetica Nacional de

Humanizaccedilatildeo aleacutem de contribuir consideravelmente na reduccedilatildeo dos custos hospitalares

24

e na disponibilizaccedilatildeo de leitos em hospitais puacuteblicos para pacientes em estado instaacutevel

que necessitam de monitoramento contiacutenuo Os NRADrsquos vecircm proporcionando entre

outras coisas uma seacuterie de cuidados paliativos aos pacientes do SUS que podem

permanecer internados em domiciacutelio e que satildeo portadores de doenccedilas crocircnicas graves

estaacuteveis tais como Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica (DPOC) sequela de Acidente

Vascular Cerebral (AVC) cacircncer (CA) e diversos distuacuterbios crocircnicos degenerativos

agravos estes que podem acabar contribuindo para o aparecimento das uacutelceras por

pressatildeo como uma complicaccedilatildeo (BRASIL 2004 2012b)

4 METODOLOGIA

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva de abordagem quantitativa

desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes acometidos

por uacutelceras por pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2013

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada

ldquoMelhor em Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do

programa de internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por

portadores de doenccedilas crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade

de Ceilacircndia e foi autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede

do Governo do Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 (Anexo)

Enfatiza-se que foi respeitado os princiacutepios da Resoluccedilatildeo nordm4662012 no que se refere a

pesquisas com seres humanos (BRASIL 2012) Destaca-se que coordenador do projeto

e a chefia do NRAD-CEI autorizaram a utilizaccedilatildeo dos dados mediante termo de

consentimento livre e esclarecido (Apecircndice A) visto que o autor desta pesquisa foi

bolsista deste projeto e trabalhou na coleta de dados durante o periacuteodo de abril de 2012

a abril de 2013

Foram incluiacutedos dados de prontuaacuterios de pacientes acometidos por uacutelceras por

pressatildeo assistidos pelo NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio de 2009 a abril de 2013

somando-se amostra final de 82 prontuaacuterios pesquisados Os criteacuterios de exclusatildeo foram

pacientes natildeo acometidos por uacutelceras por pressatildeo pacientes natildeo assistidos pelo NRAD-

CEI periacuteodo anterior a maio de 2009 e posterior a abril de 2013 e prontuaacuterios com

dados insuficientes ou incompletos

Entre os benefiacutecios do presente estudo estatildeo o levantamento de informaccedilotildees que

posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos cuidados

multiprofissionais e especificamente de enfermagem para pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo no ambiente domiciliar Os riscos deste estudo consistiram em expor

informaccedilotildees dos pesquisados de forma a identificar a sua identidade desta forma este

risco foi minimizado devido agrave manutenccedilatildeo de sigilo com substituiccedilatildeo de nomes e natildeo

divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees que possam remeter a sua identificaccedilatildeo

A anaacutelise de dados se deu a partir do levantamento de dados consultados em

prontuaacuterios dos pacientes com instrumento de coleta (Apecircndice B) apoacutes realizada

26

tabulaccedilatildeo dos dados organizados eletronicamente por meio da criaccedilatildeo de planilhas em

arquivo do software de Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 210

Foi realizada uma anaacutelise exploratoacuteria dos dados (descritiva) as variaacuteveis numeacutericas

foram exploradas pelas medidas descritivas de centralidade (meacutedia) e de dispersatildeo

(miacutenimo maacuteximo e desvio padratildeo) e as variaacuteveis categoacutericas foram exploradas por

frequecircncias simples absolutas e percentuais A apresentaccedilatildeo dos dados foi organizada

por meio graacuteficos e tabelas

5 RESULTADOS

Foram avaliados na pesquisa os prontuaacuterios de 313 pacientes no entanto

somente 82 apresentaram registros de ocorrecircncia de UPs o que equivale ao

acometimento de 262 dos pacientes atendidos no NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio

de 2009 a abril de 2013

Dos 82 pacientes avaliados a idade meacutedia foi de 722 anos (DP=plusmn184 anos

Miacuten=10 anos Maacutex=98 anos) A maioria dos prontuaacuterios revisados demonstra que

827 da amostra satildeo idosos com faixa etaacuteria acima de 60 anos de idade Dentre os

pacientes identificados a tabela 1 demonstra que a maior representatividade foi 329

dos pacientes entre 80-89 anos 292 de 70-79 anose a menor foi de 48 entre 50-59

anos

Quanto agrave variaacutevel sexo percebe-se uma frequecircncia proacutexima entre os

sexos525masculino e475 feminino No entanto relacionando-se a variaacutevel sexo

com a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por paciente nota-se que os usuaacuterios do sexo

masculino com duas trecircs quatro cinco ou mais UPs apresentaram de discreta a elevada

predominacircncia em niacutevel crescente (563 579 629 e 667 respectivamente)

quando comparados agraves usuaacuterias do sexo feminino As pacientes do sexo feminino

apresentaram valores superiores aos homens (63) apenas quando se trata de

pacientesacometidos por apenas uma uacutenica UP (Tabela 1)

Dentre os pacientes atendidos na atenccedilatildeo domiciliar identificou-se que 952

dos usuaacuterios com UPs fazem parte do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID)

enquanto apenas 48 estatildeo vinculados ao Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

(POD)

No que se refere agrave situaccedilatildeo dos pacientes atendidos pelo NRAD entre os anos de

2009 a 2013 a maioria 658 dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito 245

permaneceu internado na atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia e apenas 97 receberam alta

da equipe do PID ou POD

28

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF segundo a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por usuaacuterio

maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS NUacuteMERO DE UacuteLCERAS POR PRESSAtildeO

1 UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

n n n n n n

27 329 16 195 19 231 8 97 12 146 82 100

FAIXA ETAacuteRIA

10- 49 anos 2 74 1 63 2 105 1 125 4 333 10 121

50-59 anos 1 37 1 63 2 105 - - - - 4 48

60-69 anos 3 111 1 63 3 158 2 25 1 83 10 121

70-79 anos 11 407 5 313 2 105 4 50 2 167 24 292

80-89 anos 7 259 6 375 9 474 1 125 4 333 27 329

ge 90 anos 3 111 2 125 1 53 - - 1 83 7 85

SEXO

Masculino 10 37 9 563 11 579 5 625 8 667 43 525

Feminino 17 63 7 437 8 421 3 375 4 333 39 475

PROGRAMA

PID 24 888 15 938 19 100 8 100 12 100 78 952

POD 3 112 1 62 - - - - - - 4 48

EVOLUCcedilAtildeO

Internado 7 259 4 25 5 263 2 25 2 167 20 245

Alta 2 74 2 125 1 53 2 25 1 83 8 97

Oacutebito 18 667 10 625 13 684 4 50 9 75 54 658

Uacutelcera por pressatildeo Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

A pesquisa identificou que a quantidade meacutedia de UPs na admissatildeo do paciente

eacute de aproximadamente duas lesotildees e a quantidade total de UPs no decorrer da internaccedilatildeo

eacute em meacutedia 25 UPs por paciente No que tange agrave quantidade de UPs por paciente a

maior representatividade foi dos pacientes com apenas uma lesatildeo (329) e o menor

percentual (97) foi referente aos pacientes com quatro lesotildees simultacircneas

Outra variaacutevel interessante eacute sobre o tempo de permanecircncia dos pacientes nos

programas de internaccedilatildeo do NRAD-Ceilacircndia sendo o tempo meacutedio de 3877 dias o

29

que equivale a pouco mais de 1 ano de internaccedilatildeo por paciente com miacutenimo de 4 dias e

maacuteximo de 1520 dias equivalente a pouco mais de 4 anos (Tabela 2)

Tabela 2- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS MEacuteDIA DP MIacuteNIMO MAacuteXIMO

Idade 722 184 10 98

Tempo de permanecircncia do

paciente no NRAD (dias) 3877 3961 4 1520

Quantidade de UPs na admissatildeo 21 16 0 7

Quantidade de UPs por paciente 25 15 1 7

Desvio Padratildeo

De acordo com a tabela 3 percebe-se que 804 dos pacientes possuem como

diagnoacutestico principal algum tipo de agravo em sauacutede relacionado ao sistema

neuroloacutegico Outros 17 possuem algum diagnoacutestico oncoloacutegico (CA hepaacutetico

prostaacutetico uterino bexiga metaacutestase oacutessea entre outros) apenas 13 com agravo

respiratoacuterio e 13 com agravo osteomuscular

Considerando os 804 de pacientes com algum agravo neuroloacutegico os

principais diagnoacutesticos encontrados foram sequela AVC (658) Dentre estes 561

com AVC como diagnoacutestico uacutenico e os demais pacientes que representam 97

possuiacuteam sequela de AVC associada a outras doenccedilas entre elas Parkinson Alzheimer

e Encefalopatia anoacutexica Ainda dentro do rol de outros problemas neuroloacutegicos (146)

tambeacutem foi possiacutevel encontrar Siacutendrome de Rasmussen Siacutendrome de Devic Demecircncia

Senil Esclerose Muacuteltipla Paralisia Cerebral Lesatildeo Espinomedular (Tetraplegia) e

Alzheimer (Tabela 3)

Como diagnoacutestico secundaacuterio 39 dos pacientes tambeacutem eram acometidos com

HAS e 232 com DM Sendo que destes 134 apresentaram HAS e DM

simultaneamente Outros pacientes apresentaram ainda desnutriccedilatildeo crocircnica e fratura do

fecircmur 61 cada (Tabela 3)

30

Tabela 3-Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

DIAGNOacuteSTICO PRINCIPAL n

Agravos Neuroloacutegicos 66 804

Agravos Neoplaacutesicos 14 17

Agravos Respiratoacuterios 1 13

Agravos Osteomusculares 1 13

COMORBIDADES n

Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) 32 39

Diabetes Mellitus(DM) tipo I ou II 19 232

Desnutriccedilatildeo Crocircnica 5 61

Fratura de fecircmur 5 61

DPOC 3 36

Outros agravos 18 22

Dos agravos neuroloacutegicos 658 eram sequelas de AVC Destes 134 apresentavam diagnoacutestico

de DM e HAS concomitantemente

Em uma visatildeo geral diante dos dados da tabela 4 nota-se que a assistecircncia de

enfermagem no tratamento das UPs gerou resolutividade em 378 dos pacientes 22

apresentou melhora da UPs e apenas 85 apresentaram quadro de piora Referente ao

nuacutemero de UPs os pacientes que apresentaram maiores percentis de piora 25 e de

manutenccedilatildeo da UP 50 foram aqueles que possuiacuteam quantidade igual ou superior a

cinco UPs

Do total da amostra 158 apresentaram infecccedilatildeo em alguma UP durante

determinado momento do tratamento Eacute interessante perceber que quanto maior a

quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de infecccedilatildeo na ferida Identifica-

se isso em 211 dos usuaacuterios com trecircs UPs 25 com quatro UPs e 333 dos

pacientes com cinco ou mais lesotildees que apresentaram infecccedilatildeo na ferida (Tabela 4)

Apenas 6 dos clientes apresentaram em algum momento reabertura de lesotildees

jaacute anteriormente resolvidas Tambeacutem seguindo a mesma loacutegica das infecccedilotildees de feridas

nota-se que quanto maior a quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de

reabertura de lesotildees isto foi possiacutevel identificar nos resultados que evidenciam que

105 dos pacientes com trecircs lesotildees 125 dos clientes com quatro lesotildees e 167

daqueles com cinco ou mais lesotildees apresentaram reabertura de UP (Tabela 4)

31

Tabela 4 - Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do

Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013

1UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

DESFECHO

DAS UPs

PACIENTE

n n n n n n

Cicatrizada 15 556 7 438 6 316 3 375 - - 31 378

Melhora 3 111 5 313 6 316 1 125 3 25 18 22

Piora 1 37 1 63 1 53 1 125 3 25 7 85

Mantida 8 296 3 188 6 316 3 375 6 50 26 317

INFECCcedilAtildeO

Sim 2 74 1 63 4 211 2 25 4 333 13 158

Natildeo 25 926 15 937 15 789 6 75 8 667 69 842

REABERTURA

Sim - - - - 2 105 1 125 2 167 5 6

Natildeo 27 100 16 100 17 895 7 875 10 833 77 94

ADMISSAtildeO

Com UP 20 741 12 75 19 100 8 100 12 100 71 865

Sem UP 7 259 4 25 - - - - - - 11 135

QUANTIDADE

UPs na

admissatildeo

1 UP 20 741 3 188 1 53 2 25 - - 26 317

2UPs - - 9 563 3 158 1 125 - - 13 158

3UPs - - - - 15 789 1 125 2 167 18 22

4UPs - - - - - - 4 50 1 83 5 6

5UPs - - - - - - - - 6 50 6 73

6UPs - - - - - - - - 2 167 2 24

7UPs - - - - - - - - 1 83 1 12

Vale ressaltar que segundo o resultado da pesquisa 865 destes pacientes

atendidos pelo NRAD jaacute foram admitidos com a presenccedila de UPs Somente 135 dos

usuaacuterios que passaram pela atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia desenvolveram UPs apoacutes a

admissatildeo em um dos programas natildeo ultrapassando a quantidade de duas UPs por

paciente Dos 865 de pacientes que jaacute foram internados em domiciacutelio com UP 317

apresentavam apenas uma UP na admissatildeo 22 com trecircs UPs e 12 com sete UPs jaacute

desde a admissatildeo conforme visualizado na figura 1

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

LUCAS LOBATO DE SOUZA

UacuteLCERAS POR PRESSAtildeO EM PACIENTES DA ATENCcedilAtildeO DOMICILIAR

Monografia apresentada agrave disciplina Trabalho

de Conclusatildeo de Curso II em Enfermagem

como requisito parcial para obtenccedilatildeo do grau de

Bacharel em Enfermagem pela Faculdade de

Ceilacircndia da Universidade de Brasiacutelia

Orientador Prof MSc Luciano Ramos de Lima

CEILAcircNDIA

2014

Autorizo a reproduccedilatildeo e divulgaccedilatildeo total ou parcial desse trabalho por qualquer meio

convencional ou eletrocircnico para fins de estudo e pesquisa desde que cite a fonte

Lobato Lucas

Uacutelceras por pressatildeo em pacientes da atenccedilatildeo domiciliar Lucas Lobato de Souza

Brasiacutelia [sn] 2014

60f il

Monografia (graduaccedilatildeo) ndash Universidade de Brasiacutelia Faculdade de Ceilacircndia Curso de

Enfermagem 2014

Incluem anexos e apecircndices

Orientador Prof Msc Luciano Ramos de Lima

1 Uacutelcera por pressatildeo 2 Assistecircncia Domiciliar 3 Enfermagem

I Lobato Lucas II Uacutelceras por pressatildeo em pacientes da atenccedilatildeo domiciliar

Uacutelceras por pressatildeo em pacientes da atenccedilatildeo domiciliar

LUCAS LOBATO DE SOUZA

Comissatildeo Julgadora

______________________________________________________

Prof MSc Luciano Ramos de Lima

Orientador

______________________________________________________

ProfordfDrordf Marina Morato Stival

Avaliadora

______________________________________________________

Profordf Drordf Walterlania Silva Santos

Avaliadora

DEDICATOacuteRIA

A toda a minha famiacutelia pela forccedila e por acreditarem em mim E em especial agrave

minha matildeeMaria Aparecida Lobato de Souza que me concedeu o dom da vida me

formou e educou agrave minha tia Antocircnia Lobato Piauilino que me acolheu como filho em

sua casa e sempre me deu todo o apoio necessaacuterio antes e durante a faculdade e agrave

minha avoacute Celi Lobato Barros falecida devido a um cacircncer de pacircncreas Saudades de ti

vovoacute Celi

Aos enfermeiros que satildeo os protagonistas no processo do cuidare que se

dedicam em construir uma sauacutede puacuteblica melhor fazendo a diferenccedila no campo de

atuaccedilatildeo profissional

Aos pacientes acometidos com a presenccedila de uacutelceras por pressatildeo

AGRADECIMENTOS

Gratidatildeo primeiramente a Deus por seu imenso amor e bondade Obrigado

Senhorporque de maneira concreta os meus planos e projetos se prostram diante de Ti e

da Tua vontade Onde estaria eu se natildeo fosse o Teu amor Senhor A Ti todo o louvor e

todo o reconhecimento pelas obras que realizas em mim e pelo Teu senhorio em minha

vida Sejas meu tudo Senhor e engrandeceis o meu nada Sejas a vida que pulsa em

mim Eu te agradeccedilo Senhor por me proporcionar a oportunidade de cursar e concluir

esta graduaccedilatildeo em enfermagem

Agrave minha Matildee do ceacuteu Nossa Senhora Aparecida que intercede sempre em meu

favor e me conduz a estar proacuteximo doteu Filho O Cristo que ressuscitado estaacutes Eacutes tu

Maria exemplo de esperanccedila de humildade de simplicidade de vida de oraccedilatildeo de

serviccedilo de doaccedilatildeo e de amor ao proacuteximo Totus Tuus Mariae

Aos meus pais agraves minhas irmatildes e agrave minha tia Antocircnia por acreditarem em mim

por me formarem e me ensinarem a ser a pessoa que sou hoje Meu muito obrigado por

todo o apoio que vocecircs me deram para que esse sonho se concretizasse Gratidatildeo

tambeacutem a todos os meus familiares que torceram e apostaram em mim

Agrave minha namorada que esteve ao meu lado desde a preparaccedilatildeo preacute-vestibular

ateacute a conclusatildeo desta graduaccedilatildeo A ti sou grato meu anjo por sua paciecircncia por seu

companheirismo e por sua compreensatildeo durante os momentos difiacuteceis desta caminhada

Amo vocecirc

Ao meu orientador o professor e mestre Luciano Ramos de Lima por sua

paciecircncia ensino e dedicaccedilatildeo pontos fundamentais que me auxiliaram na construccedilatildeo

econcretizaccedilatildeo desta pesquisa

Agrave Universidade de Brasiacutelia e ao corpo docente da Faculdade de Ceilacircndia por

contribuiacuterem com a minha formaccedilatildeo como enfermeiro e como cidadatildeo

Agrave enfermeira Valdenisia Apolinario Alencar pela colaboraccedilatildeo com esta

pesquisa a toda a equipe do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia e ao

Prof Dr Emerson Fachin Martins que coordenou o Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo

Continuada ldquoMelhor em Casardquo e o Projeto de Pesquisa ldquoLimites e possibilidades do

programa de internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por

portadores de doenccedilas crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade

de Ceilacircndia Aos acadecircmicos que participaram desses projetos e em especial ao meu

amigo Luiacutes Carlos Beda do Nascimento por sua colaboraccedilatildeo durante a aacuterdua coleta de

dados nos prontuaacuterios natildeo informatizados

Aos membros da Liga Acadecircmica de Feridas em Enfermagem da Universidade

de Brasiacutelia ndash Faculdade de Ceilacircndia (LAFEn-UnB) que se empenham no estudo

aprofundado do que tange ao conhecimento teacutecnico-cientiacutefico sobre o manejo com

feridas visando prestarem uma melhor assistecircncia aos pacientes acometidos pelos mais

diversos tipos de lesotildees em pele

Aos meus amigos de curso que fizeram desta caminhada universitaacuteria uma fase

divertida e inesqueciacutevel Que possamos ser fieacuteis a esta amizade e levaacute-la por toda a vida

pois foi muito bom ter convivido e partilhado a minha vida com vocecircs durante este

periacuteodo acadecircmico Obrigado pelo apoio que encontro em vocecircs

Aos meus irmatildeos da Comunidade Catoacutelica Shalom por me conduzirem agrave

experiecircncia de verdadeiramente conhecer Deus Gratidatildeo por me fazerem encontrar o

sentido do meu viver Agradeccedilo pela fraternidade e pela alegria que encontro em meio agrave

vivecircncia comunitaacuteria Obrigado pelas oraccedilotildees e pela forccedila durante esta reta final da

faculdade

A todos o meu muito obrigado

Shalom do Pai e o amor de Maria

ldquoO senhor natildeo daria banho em um leproso nem por

um milhatildeo de doacutelares Nem eu Somente por amor

se pode dar banho em um leproso

Eu vejo Deus em cada ser humano Quando limpo

as feridas do leproso sinto que estou cuidando do

proacuteprio Senhor Natildeo eacute uma experiecircncia

maravilhosardquo

Madre Teresa de Calcutaacute

LOBATO L Uacutelceras por pressatildeo em pacientes da atenccedilatildeo domiciliar 60p 2014

Trabalho de Conclusatildeo de Curso (Graduaccedilatildeo em Enfermagem) ndash Universidade de

Brasiacutelia Faculdade de Ceilacircndia Brasiacutelia 2014

RESUMO

INTRODUCcedilAtildeO A uacutelcera por pressatildeo (UP) eacute uma complicaccedilatildeo multifatorial frequente

em pacientes internados na atenccedilatildeo domiciliar sendo assim eacute importante investigar as

caracteriacutesticas desses indiviacuteduos e de suas feridas para melhor planejar o cuidado de

enfermagem OBJETIVO Descrever o perfil dos pacientes com UP na Atenccedilatildeo

Domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

(NRAD-CEI) - DF METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa retrospectiva

descritiva de abordagem quantitativa desenvolvida a partir do levantamento de dados

em 82 prontuaacuterios de pacientes acometidos por UP assistidos pelo NRAD-CEI num

periacuteodo de quatro anos entre maio de 2009 a abril de 2013 RESULTADOS O perfil

dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de homens idosos

acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica e Diabetes Mellitus com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e

com presenccedila de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados O NRAD-CEI foi resolutivo na cicatrizaccedilatildeo ou melhora de

quase 60 das UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe de enfermagem a cada

paciente por mecircs CONCLUSAtildeO O aparecimento de UPs esteve relacionado com a

condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e com sua capacidade funcional comprometida Destacou-

se neste contexto de Atenccedilatildeo Domiciliar o protagonismo do enfermeiro no que tange ao

tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia nos

cuidadosao paciente portador de lesotildees a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Descritores Uacutelcera por Pressatildeo Assistecircncia Domiciliar Enfermagem

LOBATO L Pressure ulcers in home care patients 60p 2014 Completion of

course work (Nursing Course) ndash University of Brasilia Faculty of Ceilacircndia Brasilia

2014

ABSTRACT

INTRODUCTION Pressure ulcers (UP) is a common multifactorial complication in

patients admitted to home careso it is important to investigate the characteristics of

these individuals and their wounds better plan for nursing care OBJECTIVE To

describe the profile of patients with UP in Home Care assisted by the Regional Center

for Home Care Ceilacircndia (NRAD-CEI) -Federal District METHODS The study is a

retrospective cross-sectional descriptive quantitative research approach developed from

survey data in medical records of 82 patients affected by UP assisted by NRAD-CEI in

a period of four years from May 2009 to April 2013 RESULTS Profile of patients with

UPs in Home Care is predominantly bedridden elderly men with neurological diagnosis

and or cancer carriers of Hypertension and Diabetes Mellitus with an average length

of stay of a year and with the presence of one to three pressure sores in sacral

trochanteric and calcaneal in varying degrees The NRAD-CEI was resolute in healing

or improvement of almost 60 of patients with UPs with the average of 221 visits the

nursing staff to each patient per month CONCLUSION The appearance of UPs was

related to the clinical condition of the patient and their compromised functional

capacity He excelled in this context the role of Home Care nurses regarding the

treatment and prevention of UPs and the effective insertion of the caregiver and the

family in the care of patients with UPs from health education

Keywords Pressure Ulcer Home Nursing Nursing

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndashDF segundo a quantidade de uacutelceras por

pressatildeo por usuaacuterio maio de 2009 a abril de 2013 28

Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013 29

Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 30

Tabela 4 Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF

maio de 2009 a abril de 2013 31

Tabela 5 Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 34

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos

pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013 32

Figura 2 Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 32

Figura 3 Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 33

Figura 4 Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF

maio de 2009 a abril de 2013 34

Figura 5 Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar

de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013 35

Figura 6 Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem

(VDE) aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 36

Figura 7 Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por

paciente com uacutelcera por pressatildeo usuaacuterio do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013 36

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

AVC Acidente Vascular Cerebral

AVD Atividades de Vida Diaacuteria

CA Cacircncer

CEI Ceilacircndia

CFM Conselho Federal de Medicina

CIPNSP Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP

COFEn Conselho Federal de Enfermagem

DF Distrito Federal

DM Diabetes Mellitus

DP Desvio Padratildeo

DPOC Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica

EMAD Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar

EMAP Equipes Multidisciplinar de Apoio

FCe Faculdade de Ceilacircndia

Fiocruz Fundaccedilatildeo Oswaldo Cruz

HAS Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

HRC Hospital Regional de Ceilacircndia

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

Maacutex Maacuteximo

Miacuten Miacutenimo

MS Ministeacuterio da Sauacutede

MSc Mestre

NRAD Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar

OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

PID Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

PNH Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo

PNSP Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente

POD Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

Prof Professor

SAD Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar

SAMU Serviccedilo de Atendimento Moacutevel de Urgecircncia

SES-DF Secretaria de Estado de Sauacutede do Distrito Federal

SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede

UnB Universidade de Brasiacutelia

UPs Uacutelceras por pressatildeo

VDE Visitas Domiciliares de Enfermagem

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 15

2 OBJETIVOS 19

21 Geral 19

22 Especiacuteficos 19

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 20

31 Uacutelcera por pressatildeo 20

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar22

4 METODOLOGIA 25

5 RESULTADOS 27

6 DISCUSSAtildeO 37

7 CONCLUSAtildeO 46

8 REFEREcircNCIAS 48

ANEXO

APEcircNDICES

1 INTRODUCcedilAtildeO

As uacutelceras por pressatildeo (UPs) satildeo lesotildees de uma aacuterea localizada na pele e dos

tecidos subjacentes causadas por pressatildeo tensatildeo tangencial fricccedilatildeo eou uma

combinaccedilatildeo destes fatores As UPs tambeacutem estatildeo associadas a outros fatores

contribuintes cujo papel ainda natildeo se encontra totalmente esclarecidos no

acometimento (EPUAP 2011) As UPs custam e afetam milhotildees de pacientes nos

domiciacutelios nos centros de sauacutede e nas instituiccedilotildees hospitalares (LOURO et al 2007)A

Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) utiliza a prevalecircncia e incidecircncia das UPs como

indicadores para determinar a qualidade dos cuidados prestados (SOARES et al 2011)

Alguns dados recentes descrevem a epidemiologia das UPs entre os encontrados

estaacute um estudo realizado nas unidades de cliacutenica meacutedica e ciruacutergica em um hospital

puacuteblico de Uberaba-MG que aponta um grupo com idade meacutedia acima de 50 anos

sendo que natildeo houve diferenccedila significativa entre sexo masculino e feminino

predominando em pacientes de cor branca (SILVIA et al 2011) Haacute afirmaccedilotildees que a

pele negra tem maior resistecircncia agrave agressatildeo externa causada pela umidade e fricccedilatildeo

somado agrave dificuldade em identificar lesotildees de grau I em indiviacuteduos negros (MORO et

al 2007) Uma pesquisa realizada em Unidade de Terapia Intensiva Cliacutenicas Meacutedica e

Ciruacutergica de um hospital em Joatildeo Pessoa-PB demonstrou que as UPs tiveram

prevalecircncia de 71 no sexo feminino 428 em pacientes com idade acima de 59 anos

e 40 com doenccedilas crocircnicas degenerativas (ARAUacuteJO et al 2010)

Outro estudo realizado sobre assistecircncia domiciliar em Fortaleza-CE apresentou

a ocorrecircncia de UPs com predominacircncia de 692 em pacientes do sexo feminino e

68 em idosos acima de 80 anos de idade As principais comorbidades predisponentes

ao aparecimento de UPs foram a doenccedila de Alzheimer em 33 dos pacientes e sequelas

de Acidente Vascular Cerebral em 263 dos pacientes sendo que do total 263 eram

hipertensos e 119 eram diabeacuteticos fatores que prejudicam o processo cicatricial da

ferida (COEcircLHO et al 2012) Haacute tambeacutem pesquisas que obtiveram como resultado

incidecircncia maior no sexo masculino 882 em Unidade de Urgecircncia e Emergecircncia do

estado do Paraacute e confirmando prevalecircncia elevada de 588 em idosos acima de 60

anos (SOARES et al 2011)

Entre os principais fatores de risco associados ao aparecimento de UPs estatildeo

fatores bioloacutegicos como idade avanccedilada nutriccedilatildeo desequilibrada hiporexia anorexia

16

processos infecciosos diversas patologias integridade da pele prejudicada (umidade

excessiva ou ressecamento extremo) incontinecircncia urinaacuteria e fecal e fatores fiacutesicos e

mecacircnicos como atritos abrasotildees traumasimobilidade falta da mudanccedila de decuacutebito

etc Similarmente ao paciente que tem diminuiccedilatildeo do niacutevel de consciecircncia o paciente

imoacutevel tambeacutem natildeo alivia a pressatildeo nas regiotildees de proeminecircncias oacutesseas mantendo

assim os fatores de intensidade e duraccedilatildeo da pressatildeo como a maior causa do

desenvolvimento da lesatildeo (MORO et al 2007STUDART et al 2011)

Soares et al (2011) afirmam que as lesotildees por pressatildeo representam uma das

principais complicaccedilotildees que acometem pacientes criacuteticos institucionalizados devido agrave

exposiccedilatildeo aos fatores predisponentes para UPs e devido a ocorrecircncia de procedimentos

ciruacutergicos de longa duraccedilatildeo

Segundo a OMS cerca de 95 das UPs satildeo evitaacuteveis por isso eacute imprescindiacutevel

que sejam utilizados todos os meios disponiacuteveis para realizar uma prevenccedilatildeo eficaz

aleacutem do tratamento das UPs jaacute estabelecidas (SOARES et al 2011) As orientaccedilotildees

relacionadas aos cuidados e prevenccedilatildeo de UPs satildeo essenciais para o bom prognoacutestico do

paciente acometido por UPs Entre as principais orientaccedilotildees para esses pacientes estatildeo

mudanccedila de decuacutebito a cada duas horas manter lenccediloacuteis secos e esticados colchotildees

articulados nutriccedilatildeo adequada hidrataccedilatildeo da pele entre outros (LOURO et al 2007)

No acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar poucos estudos cientiacuteficos relatam a

frequecircncia de uacutelceras por pressatildeo entre os pacientes talvez isso se deva ao fato de

atenccedilatildeo domiciliar no Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) ser uma modalidade recente

Mesmo apoacutes a publicaccedilatildeo da portaria que instituiu a atenccedilatildeo domiciliar muitos lugares

no Brasil ainda demoraram a implementaacute-la por questotildees de organizaccedilatildeo de espaccedilo

fiacutesico formaccedilatildeo de equipes e disponibilizaccedilatildeo de recursos aleacutem disso soma-se o fato de

que muitas cidades brasileiras ainda natildeo tenham implementado essa modalidade de

atenccedilatildeo por essas e outras dificuldades proacuteprias (SILVA et al 2005) Gargano et al

(2004) aponta que 65 dos pacientes de um programa de atenccedilatildeo domiciliar no sul do

Brasil apresentaram como motivo de internaccedilatildeo a presenccedila de infecccedilotildees cutacircneas

Bendo et al (2005) descrevem as UPs como diagnoacutestico principal em 17 dos

pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de Cascavel (MG) Outro estudo mais

recente aponta que entre um grupo de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de

Ribeiratildeo Preto (SP) 191 apresentavam uacutelcera por pressatildeo (CHAYAMITI CALIRI

2010) Atraveacutes das evidecircncias destes estudos fica claro tambeacutem que as UPs tecircm

prevalecircncia maior em idosos por conta da proacutepria natureza dessa faixa etaacuteria que estaacute

17

associada ao aparecimento de doenccedilas crocircnicas que muitas vezes ocasionam a reduccedilatildeo

da mobilidade fiacutesica favorecendo o aparecimento das UPs Quanto agrave ocupaccedilatildeo alguns

estudos demonstram frequecircncia acima de 90 em aposentados ou pensionistas Aleacutem

disso ficouevidenciado ainda nestes estudos a frequecircncia maior de UPs no sexo

feminino Ressalta-se que aspectos relativos agrave estrutura familiar e aquela proporcionada

pelos serviccedilos de atenccedilatildeo domiciliar devem ser investigados com maior atenccedilatildeo para

que melhor se compreenda o problema (GARGANO et al 2004 BENDO et al 2005

CHAYAMITI CALIRI 2010 COEcircLHO et al 2012)

A internaccedilatildeo domiciliar eacute uma modalidade de atenccedilatildeo implantada pelo SUS que

visa atender pacientes crocircnicos em estado grave estaacutevel eou em cuidados paliativos

Um dos seus principais focos eacute a desospitalizaccedilatildeo e a humanizaccedilatildeo do cuidado No

Distrito Federal o projeto de implantaccedilatildeo do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar soacute foi

publicado em 2008 baseado nas diretrizes operacionais doPlano Diretor de

Regionalizaccedilatildeo da Assistecircncia do Distrito Federal2005 nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo2006 do CITCONASS na PoliacuteticaNacional de

Humanizaccedilatildeo e na Portaria ndeg 25292006 do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004

2005 2006a 2006b 2008)

Nesse sentido enfatiza-se o cuidado com a UP que deve ser realizado por uma

equipe multiprofissional Os principais profissionais que devem compor a equipe

multiprofissional no acircmbito da Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo o enfermeiro o teacutecnico de

enfermagem o assistente social o odontologista o meacutedico o nutricionista o psicoacutelogo

o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional Eacute importante ressaltar que aleacutem da situaccedilatildeo

cliacutenica comprometida e da dependecircncia para realizar as atividades diaacuterias um dos

principais criteacuterios para admissatildeo no programa eacute a existecircncia de um cuidador que fique

responsaacutevel pelo paciente no ambiente domiciliar esse cuidador pode ser simplesmente

algueacutem da famiacutelia ou uma pessoa que tenha feito um curso de capacitaccedilatildeo para

cuidador A participaccedilatildeo da famiacutelia no cuidado eacute fundamental pois este programa natildeo

funciona como um Home Care A assistecircncia eacute prestada apenas na forma de visitas

domiciliares durante a semana e por acompanhamento telefocircnico sendo assim a equipe

multiprofissional habilita a famiacuteliacuidador a prestar os cuidados necessaacuterios de acordo

com os seus conhecimentos teacutecnicos e suas capacidades (BRASIL 2008 2012b)

Chama-se atenccedilatildeo para cuidado domiciliar com vistas a ser desenvolvido nestes

pacientes O cuidado domiciliar tem se mostrado efetivo na resposta agraves demandas de

indiviacuteduos dependentes para Atividades de Vida Diaacuteria (AVD) oferecendo aleacutem da

18

estabilidade cliacutenica pelos cuidados de sauacutede no domiciacutelio a dignidade e conforto

preconizados pela Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) do Ministeacuterio da Sauacutede ndash

MS (BRASIL 2004 2012b)

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Descrever o perfil dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar

assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Identificar o percentil de ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo em pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar na cidade de Ceilacircndia (DF) no periacuteodo avaliado

Descrever caracteriacutesticas cliacutenico-demograacuteficas dos pacientes com uacutelceras por

pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

Caracterizar o perfil das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes estudados na Atenccedilatildeo

Domiciliar

Verificar o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na

Atenccedilatildeo Domiciliar

Identificar a resolutividade do tratamento referente agraves uacutelceras por pressatildeo no

acircmbito domiciliar

Verificar a quantidade de visitas domiciliares de enfermagem aos pacientes

acometidos por uacutelceras por pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Uacutelcera por pressatildeo

A UP eacute uma complicaccedilatildeo frequente em pacientes internados tanto na atenccedilatildeo

hospitalar como domiciliar Pacientes acometidos por morbidades que levam agrave

imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como idade avanccedilada

desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele quadro de sauacutede

deficiente anemia possiacuteveis edemas incontinecircncia urinaacuteria por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento desse tipo de lesotildees cutacircneas ocasionadas pela fricccedilatildeo eou

pressatildeo da pele contra o leito comumente em pontos proacuteximos as proeminecircncias oacutesseas

como p ex regiatildeo trocanteacuterica sacral e calcacircneo ou em aacutereas onde o tecido adiposo

subcutacircneo eacute escasso Com isso haacute reduccedilatildeo na circulaccedilatildeo perifeacuterica do sangue em aacutereas

sob pressatildeo acarretando em maacute perfusatildeo tecidual e consequentemente surgimento de

feridas (LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012)

O aparecimento de UPs eacute um problema tanto para a qualidade de vida do

paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais

provindos de recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria

famiacutelia do paciente (BRASIL 2013a)

Existe uma classificaccedilatildeo publicada pela European Pressure Ulcer Advisory

Panel (EPUAP) que auxilia o enfermeiro no estadiamento das UPs esta classificaccedilatildeo

contribui para estabelecer o perfil de ferida e possibilitaa definiccedilatildeo de uma estrateacutegia de

cuidados para tratamento evitando recorrecircncia e o aparecimento de outras feridas A

classificaccedilatildeo define o estadiamento em Grau I ndash eritema natildeo branqueaacutevel em pele

intacta a lesatildeo precursora da pele Em pacientes de pele escura o calor o edema e o

endurecimento da regiatildeo tambeacutem podem ser indicadores Grau II ndash perda parcial da

pele que envolve a epiderme a derme ou ambas Grau III ndash perda de espessura total da

pele podendo incluir lesotildees ou mesmo necrose do tecido subcutacircneo com extensatildeo ateacute

a faacutescia subjacente mas natildeo atraveacutes dessa Grau IV ndash destruiccedilatildeo extensa necrose dos

tecidos ou lesatildeo muscular eou exposiccedilatildeo oacutessea ou das estruturas de apoio Grau ldquonatildeo

estadiaacutevelrdquo - perda tissular de espessura completa em que a base da uacutelcera estaacute coberta

por crosta (amarela marrom-claro cinza verde ou castanha) eou escara (marrom-claro

21

castanha ou negra) Sendo assim ateacute que a pele macerada eou necrosada seja removida

expondo a base da ferida a profundidade verdadeira e o grau natildeo podem ser

determinados (EPUAP 2011)

Atualmente existem diversos instrumentos de medidas e escalas que avaliam e

classificam o risco de pacientes desenvolverem UPs Entre os mais conhecidos e

utilizados estaacute a escala de Braden que avalia o risco de UP focalizando no cuidado agrave

pele com accedilotildees terapecircuticas preventivas e de educaccedilatildeo em sauacutede aleacutem de abordar

sobre a superfiacutecie de suporte e aliacutevio de carga mecacircnica A escala de Braden jaacute foi

testada e validada em diversos paiacuteses e eacute considerada de grande confiabilidade aleacutem de

possuir faacutecil utilizaccedilatildeo e vasta aceitaccedilatildeo tanto pelos enfermeiros como pelos proacuteprios

pacientes No entanto eacute importante ressaltar que haacute outras escalas bastante conhecidas

como p ex a escala de Norton a escala de Gosnell e a escala de Waterlow (ARAUacuteJO

et al 2010 COEcircLHO et al 2012)

Coecirclho et al (2012 p41) explica ainda de maneira bastante clara como estaacute

estruturada e organizada a escala de Braden e quais fatores satildeo avaliados em cada item

Sua organizaccedilatildeo baseia-se na fisiopatogenia da UP Assim eacute composta por

seis subescalas as quais avaliam a percepccedilatildeo sensorial a umidade da pele a

atividade a mobilidade o estado nutricional a fricccedilatildeo e o cisalhamento Das

seis subescalas trecircs medem determinantes cliacutenicos de exposiccedilatildeo para pressatildeo

prolongada e intensa (percepccedilatildeo sensorial atividade e mobilidade) e trecircs

mensuram a toleracircncia do tecido agrave pressatildeo (umidade nutriccedilatildeo fricccedilatildeo e

cisalhamento) Cada subescala eacute acompanhada de um tiacutetulo e cada niacutevel de

um conceito descritor-chave aleacutem de uma ou duas frases descrevendo ou

qualificando os atributos a serem avaliados

Arauacutejo et al (2010) referem que a escala de Braden pode variar de 4 a 23

pontos Escores abaixo de 11 pontos indicam alto risco para desenvolver UPs

pontuaccedilatildeo entre 11 e 16 aponta risco moderado e igual ou superior a 16 pontos eacute

considerado como pequeno risco para o aparecimento de UPs

Na Europa e Aacutesia encontram-se mais de 40 protocolos relacionados agrave prevenccedilatildeo

e ao tratamento de feridas e UPs (ARAUacuteJO et al 2011) No entanto ateacute recentemente

dentro do contexto de sauacutede brasileira ainda natildeo havia uma padronizaccedilatildeo da atenccedilatildeo ou

mesmo um protocolo oficial rotina de trabalho etc que auxiliasse a atuaccedilatildeo do

enfermeiro diante do surgimento de feridas e prevenccedilatildeo de uacutelceras por pressatildeo o que

pode levar o mesmo algumas vezes a uma avaliaccedilatildeo subjetiva e focada somente na

cicatrizaccedilatildeo da ferida mas sem uma fundamentaccedilatildeo profilaacutetica adequada para cada caso

22

(ROGENSKI SANTOS 2005) A partir dessa e outras necessidades quanto agrave seguranccedila

do paciente o Ministeacuterio da Sauacutede lanccedilou a portaria nordm 529 de 1ordm de abril de 2013 que

institui o Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente ndash PNSP Nesta portaria ficou

instituiacutedo um Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP (CIPNSP) ao qual foi designado

promover accedilotildees que visem agrave melhoria da seguranccedila do cuidado em sauacutede por meio da

elaboraccedilatildeo consensual e validaccedilatildeo de protocolos em sauacutede entre os diversos membros

que participam do CIPNSP entre eles CFM COFEN ANVISA e Fiocruz (BRASIL

2013b) Alguns meses depois foi lanccedilado pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Protocolo para

Prevenccedilatildeo de Uacutelcera por Pressatildeo (BRASIL 2013a) de acordo com a Portaria nordm 1377

de 9 de julho de 2013 que aprovou esse e outros protocolos de seguranccedila do paciente

(BRASIL 2013c)

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar

O Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID) eacute uma modalidade de internaccedilatildeo

extra-hospitalar que assiste a pacientes que necessitam de cuidados especiais de sauacutede

mas que podem permanecer internados em seu domiciacutelio O PID objetiva a

desospitalizaccedilatildeo humanizada eficaz e de qualidade com foco nas atividades de

promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede representando uma estrateacutegia na reversatildeo do atual

modelo hospitalocecircntrico (BRASIL 2008 MARTELLI et al 2011)

A melhor utilizaccedilatildeo do siacutetio hospitalar eacute um desafio para os atuais sistemas de

sauacutede com a otimizaccedilatildeo de recursos hospitalares e reduccedilatildeo de internaccedilotildees evitaacuteveis Em

resposta a esta demanda houve um ato na consolidaccedilatildeo da atual Poliacutetica de Atenccedilatildeo

Domiciliar com o lanccedilamento da Portaria 2527 de 27 de Outubro de 2011 que

regularizou o Programa Melhor em Casa e definiu a Atenccedilatildeo Domiciliar como nova

modalidade de atenccedilatildeo agrave sauacutede substitutiva ou complementar agraves jaacute existentes

caracterizada por um conjunto de accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento

de doenccedilas e reabilitaccedilatildeo prestadas em domiciacutelio com garantia de continuidade de

cuidados e integrada agraves redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 2011 2012b)

Os NRADrsquos satildeo Nuacutecleos Regionais de Atenccedilatildeo Domiciliar que nasceram no DF

a partir da necessidade de se implantar o PID eles estatildeo vinculados agraves Regionais de

Sauacutede das cidades sateacutelites conforme a organizaccedilatildeo feita pela Secretaria de Estado de

Sauacutede do Distrito Federal (SES-DF) O DF eacute composto por 15 Nuacutecleos Regionais de

Atenccedilatildeo Domiciliar e um deles eacute o NRAD - Ceilacircndia (NRAD-CEI) cujo atendimento

23

abrange uma populaccedilatildeo de 402729 mil habitantes na referida cidade segundo dados do

censo de 2010 do IBGE De acordo com a Portaria nordm 25272011 que redefine a atenccedilatildeo

domiciliar no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) o ideal seria que cada Equipe

Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar (EMAD) atenda apenas um grupo populacional

de 100 mil habitantes As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes

Multidisciplinar de Apoio (EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede

na atenccedilatildeo domiciliar A Portaria nordm 15332012 altera e acrescenta alguns pontos agrave

Portaria nordm 25272011 estabelecendo que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil habitantes

o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio poderaacute

constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes Esta

portaria estabelece ainda que satildeo requisitos miacutenimos para a instalaccedilatildeo do Serviccedilo de

Atenccedilatildeo Domiciliar (SAD) que o municiacutepio apresente populaccedilatildeo igual ou superior a 40

mil habitantes possua cobertura do SAMU ou de algum outro tipo de serviccedilo moacutevel de

urgecircncia e possua um hospital referecircncia na sua aacuterea de abrangecircncia (BRASIL 2008

2011 2012a IBGE 2010)

A transiccedilatildeo epidemioloacutegica e demograacutefica tem causado grande impacto social

com repercussatildeo em diversas aacutereas como economia habitaccedilatildeo previdecircncia e sauacutede

Tais mudanccedilas exigem uma reengenharia multidimensional Particularmente na sauacutede eacute

preciso empreender e fortalecer poliacuteticas puacuteblicas que viabilizem os princiacutepios e

diretrizes do SUS Neste cenaacuterio a Atenccedilatildeo Domiciliar tem se consolidado na reversatildeo

do atual modelo de sauacutede centrado nos hospitais para uma modalidade de accedilotildees

desenvolvidas no domiciacutelio por uma equipe multiprofissional a partir do diagnoacutestico da

realidade em que o paciente estaacute inserido considerando seus potenciais e limitaccedilotildees A

Atenccedilatildeo Domiciliar visa agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao paciente minimizando ou controlando

as sequelas de condiccedilotildees crocircnicas de maneira a favorecer o restabelecimento de sua

independecircncia e a preservaccedilatildeo de sua autonomia (BRASIL 2008 MENDES 2011

MENDES 2012)

Diante do exposto sobre a atenccedilatildeo domiciliar e da mudanccedila na piracircmide etaacuteria

do Brasil nos uacuteltimos anos considera-se que o aumento da populaccedilatildeo idosa e

consequentemente a elevaccedilatildeo no nuacutemero de casos de doenccedilas crocircnicas tornam as accedilotildees

desenvolvidas pelas equipes multiprofissionais do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

(PID) e do Programa de Oxigenoterapia Domiciliar (POD) como ferramentas essenciais

para impulsionar o Programa Melhor em Casa e fortalecer a Poliacutetica Nacional de

Humanizaccedilatildeo aleacutem de contribuir consideravelmente na reduccedilatildeo dos custos hospitalares

24

e na disponibilizaccedilatildeo de leitos em hospitais puacuteblicos para pacientes em estado instaacutevel

que necessitam de monitoramento contiacutenuo Os NRADrsquos vecircm proporcionando entre

outras coisas uma seacuterie de cuidados paliativos aos pacientes do SUS que podem

permanecer internados em domiciacutelio e que satildeo portadores de doenccedilas crocircnicas graves

estaacuteveis tais como Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica (DPOC) sequela de Acidente

Vascular Cerebral (AVC) cacircncer (CA) e diversos distuacuterbios crocircnicos degenerativos

agravos estes que podem acabar contribuindo para o aparecimento das uacutelceras por

pressatildeo como uma complicaccedilatildeo (BRASIL 2004 2012b)

4 METODOLOGIA

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva de abordagem quantitativa

desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes acometidos

por uacutelceras por pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2013

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada

ldquoMelhor em Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do

programa de internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por

portadores de doenccedilas crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade

de Ceilacircndia e foi autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede

do Governo do Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 (Anexo)

Enfatiza-se que foi respeitado os princiacutepios da Resoluccedilatildeo nordm4662012 no que se refere a

pesquisas com seres humanos (BRASIL 2012) Destaca-se que coordenador do projeto

e a chefia do NRAD-CEI autorizaram a utilizaccedilatildeo dos dados mediante termo de

consentimento livre e esclarecido (Apecircndice A) visto que o autor desta pesquisa foi

bolsista deste projeto e trabalhou na coleta de dados durante o periacuteodo de abril de 2012

a abril de 2013

Foram incluiacutedos dados de prontuaacuterios de pacientes acometidos por uacutelceras por

pressatildeo assistidos pelo NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio de 2009 a abril de 2013

somando-se amostra final de 82 prontuaacuterios pesquisados Os criteacuterios de exclusatildeo foram

pacientes natildeo acometidos por uacutelceras por pressatildeo pacientes natildeo assistidos pelo NRAD-

CEI periacuteodo anterior a maio de 2009 e posterior a abril de 2013 e prontuaacuterios com

dados insuficientes ou incompletos

Entre os benefiacutecios do presente estudo estatildeo o levantamento de informaccedilotildees que

posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos cuidados

multiprofissionais e especificamente de enfermagem para pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo no ambiente domiciliar Os riscos deste estudo consistiram em expor

informaccedilotildees dos pesquisados de forma a identificar a sua identidade desta forma este

risco foi minimizado devido agrave manutenccedilatildeo de sigilo com substituiccedilatildeo de nomes e natildeo

divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees que possam remeter a sua identificaccedilatildeo

A anaacutelise de dados se deu a partir do levantamento de dados consultados em

prontuaacuterios dos pacientes com instrumento de coleta (Apecircndice B) apoacutes realizada

26

tabulaccedilatildeo dos dados organizados eletronicamente por meio da criaccedilatildeo de planilhas em

arquivo do software de Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 210

Foi realizada uma anaacutelise exploratoacuteria dos dados (descritiva) as variaacuteveis numeacutericas

foram exploradas pelas medidas descritivas de centralidade (meacutedia) e de dispersatildeo

(miacutenimo maacuteximo e desvio padratildeo) e as variaacuteveis categoacutericas foram exploradas por

frequecircncias simples absolutas e percentuais A apresentaccedilatildeo dos dados foi organizada

por meio graacuteficos e tabelas

5 RESULTADOS

Foram avaliados na pesquisa os prontuaacuterios de 313 pacientes no entanto

somente 82 apresentaram registros de ocorrecircncia de UPs o que equivale ao

acometimento de 262 dos pacientes atendidos no NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio

de 2009 a abril de 2013

Dos 82 pacientes avaliados a idade meacutedia foi de 722 anos (DP=plusmn184 anos

Miacuten=10 anos Maacutex=98 anos) A maioria dos prontuaacuterios revisados demonstra que

827 da amostra satildeo idosos com faixa etaacuteria acima de 60 anos de idade Dentre os

pacientes identificados a tabela 1 demonstra que a maior representatividade foi 329

dos pacientes entre 80-89 anos 292 de 70-79 anose a menor foi de 48 entre 50-59

anos

Quanto agrave variaacutevel sexo percebe-se uma frequecircncia proacutexima entre os

sexos525masculino e475 feminino No entanto relacionando-se a variaacutevel sexo

com a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por paciente nota-se que os usuaacuterios do sexo

masculino com duas trecircs quatro cinco ou mais UPs apresentaram de discreta a elevada

predominacircncia em niacutevel crescente (563 579 629 e 667 respectivamente)

quando comparados agraves usuaacuterias do sexo feminino As pacientes do sexo feminino

apresentaram valores superiores aos homens (63) apenas quando se trata de

pacientesacometidos por apenas uma uacutenica UP (Tabela 1)

Dentre os pacientes atendidos na atenccedilatildeo domiciliar identificou-se que 952

dos usuaacuterios com UPs fazem parte do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID)

enquanto apenas 48 estatildeo vinculados ao Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

(POD)

No que se refere agrave situaccedilatildeo dos pacientes atendidos pelo NRAD entre os anos de

2009 a 2013 a maioria 658 dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito 245

permaneceu internado na atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia e apenas 97 receberam alta

da equipe do PID ou POD

28

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF segundo a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por usuaacuterio

maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS NUacuteMERO DE UacuteLCERAS POR PRESSAtildeO

1 UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

n n n n n n

27 329 16 195 19 231 8 97 12 146 82 100

FAIXA ETAacuteRIA

10- 49 anos 2 74 1 63 2 105 1 125 4 333 10 121

50-59 anos 1 37 1 63 2 105 - - - - 4 48

60-69 anos 3 111 1 63 3 158 2 25 1 83 10 121

70-79 anos 11 407 5 313 2 105 4 50 2 167 24 292

80-89 anos 7 259 6 375 9 474 1 125 4 333 27 329

ge 90 anos 3 111 2 125 1 53 - - 1 83 7 85

SEXO

Masculino 10 37 9 563 11 579 5 625 8 667 43 525

Feminino 17 63 7 437 8 421 3 375 4 333 39 475

PROGRAMA

PID 24 888 15 938 19 100 8 100 12 100 78 952

POD 3 112 1 62 - - - - - - 4 48

EVOLUCcedilAtildeO

Internado 7 259 4 25 5 263 2 25 2 167 20 245

Alta 2 74 2 125 1 53 2 25 1 83 8 97

Oacutebito 18 667 10 625 13 684 4 50 9 75 54 658

Uacutelcera por pressatildeo Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

A pesquisa identificou que a quantidade meacutedia de UPs na admissatildeo do paciente

eacute de aproximadamente duas lesotildees e a quantidade total de UPs no decorrer da internaccedilatildeo

eacute em meacutedia 25 UPs por paciente No que tange agrave quantidade de UPs por paciente a

maior representatividade foi dos pacientes com apenas uma lesatildeo (329) e o menor

percentual (97) foi referente aos pacientes com quatro lesotildees simultacircneas

Outra variaacutevel interessante eacute sobre o tempo de permanecircncia dos pacientes nos

programas de internaccedilatildeo do NRAD-Ceilacircndia sendo o tempo meacutedio de 3877 dias o

29

que equivale a pouco mais de 1 ano de internaccedilatildeo por paciente com miacutenimo de 4 dias e

maacuteximo de 1520 dias equivalente a pouco mais de 4 anos (Tabela 2)

Tabela 2- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS MEacuteDIA DP MIacuteNIMO MAacuteXIMO

Idade 722 184 10 98

Tempo de permanecircncia do

paciente no NRAD (dias) 3877 3961 4 1520

Quantidade de UPs na admissatildeo 21 16 0 7

Quantidade de UPs por paciente 25 15 1 7

Desvio Padratildeo

De acordo com a tabela 3 percebe-se que 804 dos pacientes possuem como

diagnoacutestico principal algum tipo de agravo em sauacutede relacionado ao sistema

neuroloacutegico Outros 17 possuem algum diagnoacutestico oncoloacutegico (CA hepaacutetico

prostaacutetico uterino bexiga metaacutestase oacutessea entre outros) apenas 13 com agravo

respiratoacuterio e 13 com agravo osteomuscular

Considerando os 804 de pacientes com algum agravo neuroloacutegico os

principais diagnoacutesticos encontrados foram sequela AVC (658) Dentre estes 561

com AVC como diagnoacutestico uacutenico e os demais pacientes que representam 97

possuiacuteam sequela de AVC associada a outras doenccedilas entre elas Parkinson Alzheimer

e Encefalopatia anoacutexica Ainda dentro do rol de outros problemas neuroloacutegicos (146)

tambeacutem foi possiacutevel encontrar Siacutendrome de Rasmussen Siacutendrome de Devic Demecircncia

Senil Esclerose Muacuteltipla Paralisia Cerebral Lesatildeo Espinomedular (Tetraplegia) e

Alzheimer (Tabela 3)

Como diagnoacutestico secundaacuterio 39 dos pacientes tambeacutem eram acometidos com

HAS e 232 com DM Sendo que destes 134 apresentaram HAS e DM

simultaneamente Outros pacientes apresentaram ainda desnutriccedilatildeo crocircnica e fratura do

fecircmur 61 cada (Tabela 3)

30

Tabela 3-Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

DIAGNOacuteSTICO PRINCIPAL n

Agravos Neuroloacutegicos 66 804

Agravos Neoplaacutesicos 14 17

Agravos Respiratoacuterios 1 13

Agravos Osteomusculares 1 13

COMORBIDADES n

Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) 32 39

Diabetes Mellitus(DM) tipo I ou II 19 232

Desnutriccedilatildeo Crocircnica 5 61

Fratura de fecircmur 5 61

DPOC 3 36

Outros agravos 18 22

Dos agravos neuroloacutegicos 658 eram sequelas de AVC Destes 134 apresentavam diagnoacutestico

de DM e HAS concomitantemente

Em uma visatildeo geral diante dos dados da tabela 4 nota-se que a assistecircncia de

enfermagem no tratamento das UPs gerou resolutividade em 378 dos pacientes 22

apresentou melhora da UPs e apenas 85 apresentaram quadro de piora Referente ao

nuacutemero de UPs os pacientes que apresentaram maiores percentis de piora 25 e de

manutenccedilatildeo da UP 50 foram aqueles que possuiacuteam quantidade igual ou superior a

cinco UPs

Do total da amostra 158 apresentaram infecccedilatildeo em alguma UP durante

determinado momento do tratamento Eacute interessante perceber que quanto maior a

quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de infecccedilatildeo na ferida Identifica-

se isso em 211 dos usuaacuterios com trecircs UPs 25 com quatro UPs e 333 dos

pacientes com cinco ou mais lesotildees que apresentaram infecccedilatildeo na ferida (Tabela 4)

Apenas 6 dos clientes apresentaram em algum momento reabertura de lesotildees

jaacute anteriormente resolvidas Tambeacutem seguindo a mesma loacutegica das infecccedilotildees de feridas

nota-se que quanto maior a quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de

reabertura de lesotildees isto foi possiacutevel identificar nos resultados que evidenciam que

105 dos pacientes com trecircs lesotildees 125 dos clientes com quatro lesotildees e 167

daqueles com cinco ou mais lesotildees apresentaram reabertura de UP (Tabela 4)

31

Tabela 4 - Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do

Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013

1UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

DESFECHO

DAS UPs

PACIENTE

n n n n n n

Cicatrizada 15 556 7 438 6 316 3 375 - - 31 378

Melhora 3 111 5 313 6 316 1 125 3 25 18 22

Piora 1 37 1 63 1 53 1 125 3 25 7 85

Mantida 8 296 3 188 6 316 3 375 6 50 26 317

INFECCcedilAtildeO

Sim 2 74 1 63 4 211 2 25 4 333 13 158

Natildeo 25 926 15 937 15 789 6 75 8 667 69 842

REABERTURA

Sim - - - - 2 105 1 125 2 167 5 6

Natildeo 27 100 16 100 17 895 7 875 10 833 77 94

ADMISSAtildeO

Com UP 20 741 12 75 19 100 8 100 12 100 71 865

Sem UP 7 259 4 25 - - - - - - 11 135

QUANTIDADE

UPs na

admissatildeo

1 UP 20 741 3 188 1 53 2 25 - - 26 317

2UPs - - 9 563 3 158 1 125 - - 13 158

3UPs - - - - 15 789 1 125 2 167 18 22

4UPs - - - - - - 4 50 1 83 5 6

5UPs - - - - - - - - 6 50 6 73

6UPs - - - - - - - - 2 167 2 24

7UPs - - - - - - - - 1 83 1 12

Vale ressaltar que segundo o resultado da pesquisa 865 destes pacientes

atendidos pelo NRAD jaacute foram admitidos com a presenccedila de UPs Somente 135 dos

usuaacuterios que passaram pela atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia desenvolveram UPs apoacutes a

admissatildeo em um dos programas natildeo ultrapassando a quantidade de duas UPs por

paciente Dos 865 de pacientes que jaacute foram internados em domiciacutelio com UP 317

apresentavam apenas uma UP na admissatildeo 22 com trecircs UPs e 12 com sete UPs jaacute

desde a admissatildeo conforme visualizado na figura 1

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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14472013000100014amplng=enampnrm=isogt Acesso em outubro de 2014

SILVA KL et al Internaccedilatildeo Domiciliar no Sistema Uacutenico de Sauacutede Rev Sauacutede

Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 3 p391-397 2005 Disponiacutevel em

lthttpwwwscielobrpdfrspv39n324792pdfgt Acesso em novembro de 2013

SILVIA DP et al Uacutelcera por pressatildeo avaliaccedilatildeo de fatores de risco em pacientes

internados em um hospital universitaacuterio Rev Eletr Enf v 13 n 1 p 118-23

janmar 2011 Disponiacutevel em

lthttpwwwfenufgbrrevistav13n1pdfv13n1a13pdfgt Acesso em setembro de

2014

SOARES D AS et al Anaacutelise da incidecircncia de uacutelcera de pressatildeo no Hospital

Metropolitano de Urgecircncia e Emergecircncia em Ananindeua PA Rev Bras Cir Plaacutest

Satildeo Paulo v 26 n 4 Dec 2011 Disponiacutevel em

lthttpwwwscielobrscielophppid=S1983-51752011000400007ampscript=sci_arttextgt

Acesso em junho de 2014

STUDART RMB et al Tecnologia de enfermagem na prevenccedilatildeo da uacutelcera por

pressatildeo em pessoas com lesatildeo medular Rev bras enferm v 64 n 3 p 494-500

2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrebenv64n3v64n3a13gt Acesso em

setembro de 2013

55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

Autorizo a reproduccedilatildeo e divulgaccedilatildeo total ou parcial desse trabalho por qualquer meio

convencional ou eletrocircnico para fins de estudo e pesquisa desde que cite a fonte

Lobato Lucas

Uacutelceras por pressatildeo em pacientes da atenccedilatildeo domiciliar Lucas Lobato de Souza

Brasiacutelia [sn] 2014

60f il

Monografia (graduaccedilatildeo) ndash Universidade de Brasiacutelia Faculdade de Ceilacircndia Curso de

Enfermagem 2014

Incluem anexos e apecircndices

Orientador Prof Msc Luciano Ramos de Lima

1 Uacutelcera por pressatildeo 2 Assistecircncia Domiciliar 3 Enfermagem

I Lobato Lucas II Uacutelceras por pressatildeo em pacientes da atenccedilatildeo domiciliar

Uacutelceras por pressatildeo em pacientes da atenccedilatildeo domiciliar

LUCAS LOBATO DE SOUZA

Comissatildeo Julgadora

______________________________________________________

Prof MSc Luciano Ramos de Lima

Orientador

______________________________________________________

ProfordfDrordf Marina Morato Stival

Avaliadora

______________________________________________________

Profordf Drordf Walterlania Silva Santos

Avaliadora

DEDICATOacuteRIA

A toda a minha famiacutelia pela forccedila e por acreditarem em mim E em especial agrave

minha matildeeMaria Aparecida Lobato de Souza que me concedeu o dom da vida me

formou e educou agrave minha tia Antocircnia Lobato Piauilino que me acolheu como filho em

sua casa e sempre me deu todo o apoio necessaacuterio antes e durante a faculdade e agrave

minha avoacute Celi Lobato Barros falecida devido a um cacircncer de pacircncreas Saudades de ti

vovoacute Celi

Aos enfermeiros que satildeo os protagonistas no processo do cuidare que se

dedicam em construir uma sauacutede puacuteblica melhor fazendo a diferenccedila no campo de

atuaccedilatildeo profissional

Aos pacientes acometidos com a presenccedila de uacutelceras por pressatildeo

AGRADECIMENTOS

Gratidatildeo primeiramente a Deus por seu imenso amor e bondade Obrigado

Senhorporque de maneira concreta os meus planos e projetos se prostram diante de Ti e

da Tua vontade Onde estaria eu se natildeo fosse o Teu amor Senhor A Ti todo o louvor e

todo o reconhecimento pelas obras que realizas em mim e pelo Teu senhorio em minha

vida Sejas meu tudo Senhor e engrandeceis o meu nada Sejas a vida que pulsa em

mim Eu te agradeccedilo Senhor por me proporcionar a oportunidade de cursar e concluir

esta graduaccedilatildeo em enfermagem

Agrave minha Matildee do ceacuteu Nossa Senhora Aparecida que intercede sempre em meu

favor e me conduz a estar proacuteximo doteu Filho O Cristo que ressuscitado estaacutes Eacutes tu

Maria exemplo de esperanccedila de humildade de simplicidade de vida de oraccedilatildeo de

serviccedilo de doaccedilatildeo e de amor ao proacuteximo Totus Tuus Mariae

Aos meus pais agraves minhas irmatildes e agrave minha tia Antocircnia por acreditarem em mim

por me formarem e me ensinarem a ser a pessoa que sou hoje Meu muito obrigado por

todo o apoio que vocecircs me deram para que esse sonho se concretizasse Gratidatildeo

tambeacutem a todos os meus familiares que torceram e apostaram em mim

Agrave minha namorada que esteve ao meu lado desde a preparaccedilatildeo preacute-vestibular

ateacute a conclusatildeo desta graduaccedilatildeo A ti sou grato meu anjo por sua paciecircncia por seu

companheirismo e por sua compreensatildeo durante os momentos difiacuteceis desta caminhada

Amo vocecirc

Ao meu orientador o professor e mestre Luciano Ramos de Lima por sua

paciecircncia ensino e dedicaccedilatildeo pontos fundamentais que me auxiliaram na construccedilatildeo

econcretizaccedilatildeo desta pesquisa

Agrave Universidade de Brasiacutelia e ao corpo docente da Faculdade de Ceilacircndia por

contribuiacuterem com a minha formaccedilatildeo como enfermeiro e como cidadatildeo

Agrave enfermeira Valdenisia Apolinario Alencar pela colaboraccedilatildeo com esta

pesquisa a toda a equipe do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia e ao

Prof Dr Emerson Fachin Martins que coordenou o Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo

Continuada ldquoMelhor em Casardquo e o Projeto de Pesquisa ldquoLimites e possibilidades do

programa de internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por

portadores de doenccedilas crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade

de Ceilacircndia Aos acadecircmicos que participaram desses projetos e em especial ao meu

amigo Luiacutes Carlos Beda do Nascimento por sua colaboraccedilatildeo durante a aacuterdua coleta de

dados nos prontuaacuterios natildeo informatizados

Aos membros da Liga Acadecircmica de Feridas em Enfermagem da Universidade

de Brasiacutelia ndash Faculdade de Ceilacircndia (LAFEn-UnB) que se empenham no estudo

aprofundado do que tange ao conhecimento teacutecnico-cientiacutefico sobre o manejo com

feridas visando prestarem uma melhor assistecircncia aos pacientes acometidos pelos mais

diversos tipos de lesotildees em pele

Aos meus amigos de curso que fizeram desta caminhada universitaacuteria uma fase

divertida e inesqueciacutevel Que possamos ser fieacuteis a esta amizade e levaacute-la por toda a vida

pois foi muito bom ter convivido e partilhado a minha vida com vocecircs durante este

periacuteodo acadecircmico Obrigado pelo apoio que encontro em vocecircs

Aos meus irmatildeos da Comunidade Catoacutelica Shalom por me conduzirem agrave

experiecircncia de verdadeiramente conhecer Deus Gratidatildeo por me fazerem encontrar o

sentido do meu viver Agradeccedilo pela fraternidade e pela alegria que encontro em meio agrave

vivecircncia comunitaacuteria Obrigado pelas oraccedilotildees e pela forccedila durante esta reta final da

faculdade

A todos o meu muito obrigado

Shalom do Pai e o amor de Maria

ldquoO senhor natildeo daria banho em um leproso nem por

um milhatildeo de doacutelares Nem eu Somente por amor

se pode dar banho em um leproso

Eu vejo Deus em cada ser humano Quando limpo

as feridas do leproso sinto que estou cuidando do

proacuteprio Senhor Natildeo eacute uma experiecircncia

maravilhosardquo

Madre Teresa de Calcutaacute

LOBATO L Uacutelceras por pressatildeo em pacientes da atenccedilatildeo domiciliar 60p 2014

Trabalho de Conclusatildeo de Curso (Graduaccedilatildeo em Enfermagem) ndash Universidade de

Brasiacutelia Faculdade de Ceilacircndia Brasiacutelia 2014

RESUMO

INTRODUCcedilAtildeO A uacutelcera por pressatildeo (UP) eacute uma complicaccedilatildeo multifatorial frequente

em pacientes internados na atenccedilatildeo domiciliar sendo assim eacute importante investigar as

caracteriacutesticas desses indiviacuteduos e de suas feridas para melhor planejar o cuidado de

enfermagem OBJETIVO Descrever o perfil dos pacientes com UP na Atenccedilatildeo

Domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

(NRAD-CEI) - DF METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa retrospectiva

descritiva de abordagem quantitativa desenvolvida a partir do levantamento de dados

em 82 prontuaacuterios de pacientes acometidos por UP assistidos pelo NRAD-CEI num

periacuteodo de quatro anos entre maio de 2009 a abril de 2013 RESULTADOS O perfil

dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de homens idosos

acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica e Diabetes Mellitus com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e

com presenccedila de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados O NRAD-CEI foi resolutivo na cicatrizaccedilatildeo ou melhora de

quase 60 das UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe de enfermagem a cada

paciente por mecircs CONCLUSAtildeO O aparecimento de UPs esteve relacionado com a

condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e com sua capacidade funcional comprometida Destacou-

se neste contexto de Atenccedilatildeo Domiciliar o protagonismo do enfermeiro no que tange ao

tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia nos

cuidadosao paciente portador de lesotildees a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Descritores Uacutelcera por Pressatildeo Assistecircncia Domiciliar Enfermagem

LOBATO L Pressure ulcers in home care patients 60p 2014 Completion of

course work (Nursing Course) ndash University of Brasilia Faculty of Ceilacircndia Brasilia

2014

ABSTRACT

INTRODUCTION Pressure ulcers (UP) is a common multifactorial complication in

patients admitted to home careso it is important to investigate the characteristics of

these individuals and their wounds better plan for nursing care OBJECTIVE To

describe the profile of patients with UP in Home Care assisted by the Regional Center

for Home Care Ceilacircndia (NRAD-CEI) -Federal District METHODS The study is a

retrospective cross-sectional descriptive quantitative research approach developed from

survey data in medical records of 82 patients affected by UP assisted by NRAD-CEI in

a period of four years from May 2009 to April 2013 RESULTS Profile of patients with

UPs in Home Care is predominantly bedridden elderly men with neurological diagnosis

and or cancer carriers of Hypertension and Diabetes Mellitus with an average length

of stay of a year and with the presence of one to three pressure sores in sacral

trochanteric and calcaneal in varying degrees The NRAD-CEI was resolute in healing

or improvement of almost 60 of patients with UPs with the average of 221 visits the

nursing staff to each patient per month CONCLUSION The appearance of UPs was

related to the clinical condition of the patient and their compromised functional

capacity He excelled in this context the role of Home Care nurses regarding the

treatment and prevention of UPs and the effective insertion of the caregiver and the

family in the care of patients with UPs from health education

Keywords Pressure Ulcer Home Nursing Nursing

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndashDF segundo a quantidade de uacutelceras por

pressatildeo por usuaacuterio maio de 2009 a abril de 2013 28

Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013 29

Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 30

Tabela 4 Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF

maio de 2009 a abril de 2013 31

Tabela 5 Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 34

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos

pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013 32

Figura 2 Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 32

Figura 3 Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 33

Figura 4 Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF

maio de 2009 a abril de 2013 34

Figura 5 Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar

de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013 35

Figura 6 Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem

(VDE) aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 36

Figura 7 Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por

paciente com uacutelcera por pressatildeo usuaacuterio do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013 36

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

AVC Acidente Vascular Cerebral

AVD Atividades de Vida Diaacuteria

CA Cacircncer

CEI Ceilacircndia

CFM Conselho Federal de Medicina

CIPNSP Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP

COFEn Conselho Federal de Enfermagem

DF Distrito Federal

DM Diabetes Mellitus

DP Desvio Padratildeo

DPOC Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica

EMAD Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar

EMAP Equipes Multidisciplinar de Apoio

FCe Faculdade de Ceilacircndia

Fiocruz Fundaccedilatildeo Oswaldo Cruz

HAS Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

HRC Hospital Regional de Ceilacircndia

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

Maacutex Maacuteximo

Miacuten Miacutenimo

MS Ministeacuterio da Sauacutede

MSc Mestre

NRAD Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar

OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

PID Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

PNH Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo

PNSP Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente

POD Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

Prof Professor

SAD Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar

SAMU Serviccedilo de Atendimento Moacutevel de Urgecircncia

SES-DF Secretaria de Estado de Sauacutede do Distrito Federal

SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede

UnB Universidade de Brasiacutelia

UPs Uacutelceras por pressatildeo

VDE Visitas Domiciliares de Enfermagem

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 15

2 OBJETIVOS 19

21 Geral 19

22 Especiacuteficos 19

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 20

31 Uacutelcera por pressatildeo 20

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar22

4 METODOLOGIA 25

5 RESULTADOS 27

6 DISCUSSAtildeO 37

7 CONCLUSAtildeO 46

8 REFEREcircNCIAS 48

ANEXO

APEcircNDICES

1 INTRODUCcedilAtildeO

As uacutelceras por pressatildeo (UPs) satildeo lesotildees de uma aacuterea localizada na pele e dos

tecidos subjacentes causadas por pressatildeo tensatildeo tangencial fricccedilatildeo eou uma

combinaccedilatildeo destes fatores As UPs tambeacutem estatildeo associadas a outros fatores

contribuintes cujo papel ainda natildeo se encontra totalmente esclarecidos no

acometimento (EPUAP 2011) As UPs custam e afetam milhotildees de pacientes nos

domiciacutelios nos centros de sauacutede e nas instituiccedilotildees hospitalares (LOURO et al 2007)A

Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) utiliza a prevalecircncia e incidecircncia das UPs como

indicadores para determinar a qualidade dos cuidados prestados (SOARES et al 2011)

Alguns dados recentes descrevem a epidemiologia das UPs entre os encontrados

estaacute um estudo realizado nas unidades de cliacutenica meacutedica e ciruacutergica em um hospital

puacuteblico de Uberaba-MG que aponta um grupo com idade meacutedia acima de 50 anos

sendo que natildeo houve diferenccedila significativa entre sexo masculino e feminino

predominando em pacientes de cor branca (SILVIA et al 2011) Haacute afirmaccedilotildees que a

pele negra tem maior resistecircncia agrave agressatildeo externa causada pela umidade e fricccedilatildeo

somado agrave dificuldade em identificar lesotildees de grau I em indiviacuteduos negros (MORO et

al 2007) Uma pesquisa realizada em Unidade de Terapia Intensiva Cliacutenicas Meacutedica e

Ciruacutergica de um hospital em Joatildeo Pessoa-PB demonstrou que as UPs tiveram

prevalecircncia de 71 no sexo feminino 428 em pacientes com idade acima de 59 anos

e 40 com doenccedilas crocircnicas degenerativas (ARAUacuteJO et al 2010)

Outro estudo realizado sobre assistecircncia domiciliar em Fortaleza-CE apresentou

a ocorrecircncia de UPs com predominacircncia de 692 em pacientes do sexo feminino e

68 em idosos acima de 80 anos de idade As principais comorbidades predisponentes

ao aparecimento de UPs foram a doenccedila de Alzheimer em 33 dos pacientes e sequelas

de Acidente Vascular Cerebral em 263 dos pacientes sendo que do total 263 eram

hipertensos e 119 eram diabeacuteticos fatores que prejudicam o processo cicatricial da

ferida (COEcircLHO et al 2012) Haacute tambeacutem pesquisas que obtiveram como resultado

incidecircncia maior no sexo masculino 882 em Unidade de Urgecircncia e Emergecircncia do

estado do Paraacute e confirmando prevalecircncia elevada de 588 em idosos acima de 60

anos (SOARES et al 2011)

Entre os principais fatores de risco associados ao aparecimento de UPs estatildeo

fatores bioloacutegicos como idade avanccedilada nutriccedilatildeo desequilibrada hiporexia anorexia

16

processos infecciosos diversas patologias integridade da pele prejudicada (umidade

excessiva ou ressecamento extremo) incontinecircncia urinaacuteria e fecal e fatores fiacutesicos e

mecacircnicos como atritos abrasotildees traumasimobilidade falta da mudanccedila de decuacutebito

etc Similarmente ao paciente que tem diminuiccedilatildeo do niacutevel de consciecircncia o paciente

imoacutevel tambeacutem natildeo alivia a pressatildeo nas regiotildees de proeminecircncias oacutesseas mantendo

assim os fatores de intensidade e duraccedilatildeo da pressatildeo como a maior causa do

desenvolvimento da lesatildeo (MORO et al 2007STUDART et al 2011)

Soares et al (2011) afirmam que as lesotildees por pressatildeo representam uma das

principais complicaccedilotildees que acometem pacientes criacuteticos institucionalizados devido agrave

exposiccedilatildeo aos fatores predisponentes para UPs e devido a ocorrecircncia de procedimentos

ciruacutergicos de longa duraccedilatildeo

Segundo a OMS cerca de 95 das UPs satildeo evitaacuteveis por isso eacute imprescindiacutevel

que sejam utilizados todos os meios disponiacuteveis para realizar uma prevenccedilatildeo eficaz

aleacutem do tratamento das UPs jaacute estabelecidas (SOARES et al 2011) As orientaccedilotildees

relacionadas aos cuidados e prevenccedilatildeo de UPs satildeo essenciais para o bom prognoacutestico do

paciente acometido por UPs Entre as principais orientaccedilotildees para esses pacientes estatildeo

mudanccedila de decuacutebito a cada duas horas manter lenccediloacuteis secos e esticados colchotildees

articulados nutriccedilatildeo adequada hidrataccedilatildeo da pele entre outros (LOURO et al 2007)

No acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar poucos estudos cientiacuteficos relatam a

frequecircncia de uacutelceras por pressatildeo entre os pacientes talvez isso se deva ao fato de

atenccedilatildeo domiciliar no Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) ser uma modalidade recente

Mesmo apoacutes a publicaccedilatildeo da portaria que instituiu a atenccedilatildeo domiciliar muitos lugares

no Brasil ainda demoraram a implementaacute-la por questotildees de organizaccedilatildeo de espaccedilo

fiacutesico formaccedilatildeo de equipes e disponibilizaccedilatildeo de recursos aleacutem disso soma-se o fato de

que muitas cidades brasileiras ainda natildeo tenham implementado essa modalidade de

atenccedilatildeo por essas e outras dificuldades proacuteprias (SILVA et al 2005) Gargano et al

(2004) aponta que 65 dos pacientes de um programa de atenccedilatildeo domiciliar no sul do

Brasil apresentaram como motivo de internaccedilatildeo a presenccedila de infecccedilotildees cutacircneas

Bendo et al (2005) descrevem as UPs como diagnoacutestico principal em 17 dos

pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de Cascavel (MG) Outro estudo mais

recente aponta que entre um grupo de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de

Ribeiratildeo Preto (SP) 191 apresentavam uacutelcera por pressatildeo (CHAYAMITI CALIRI

2010) Atraveacutes das evidecircncias destes estudos fica claro tambeacutem que as UPs tecircm

prevalecircncia maior em idosos por conta da proacutepria natureza dessa faixa etaacuteria que estaacute

17

associada ao aparecimento de doenccedilas crocircnicas que muitas vezes ocasionam a reduccedilatildeo

da mobilidade fiacutesica favorecendo o aparecimento das UPs Quanto agrave ocupaccedilatildeo alguns

estudos demonstram frequecircncia acima de 90 em aposentados ou pensionistas Aleacutem

disso ficouevidenciado ainda nestes estudos a frequecircncia maior de UPs no sexo

feminino Ressalta-se que aspectos relativos agrave estrutura familiar e aquela proporcionada

pelos serviccedilos de atenccedilatildeo domiciliar devem ser investigados com maior atenccedilatildeo para

que melhor se compreenda o problema (GARGANO et al 2004 BENDO et al 2005

CHAYAMITI CALIRI 2010 COEcircLHO et al 2012)

A internaccedilatildeo domiciliar eacute uma modalidade de atenccedilatildeo implantada pelo SUS que

visa atender pacientes crocircnicos em estado grave estaacutevel eou em cuidados paliativos

Um dos seus principais focos eacute a desospitalizaccedilatildeo e a humanizaccedilatildeo do cuidado No

Distrito Federal o projeto de implantaccedilatildeo do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar soacute foi

publicado em 2008 baseado nas diretrizes operacionais doPlano Diretor de

Regionalizaccedilatildeo da Assistecircncia do Distrito Federal2005 nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo2006 do CITCONASS na PoliacuteticaNacional de

Humanizaccedilatildeo e na Portaria ndeg 25292006 do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004

2005 2006a 2006b 2008)

Nesse sentido enfatiza-se o cuidado com a UP que deve ser realizado por uma

equipe multiprofissional Os principais profissionais que devem compor a equipe

multiprofissional no acircmbito da Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo o enfermeiro o teacutecnico de

enfermagem o assistente social o odontologista o meacutedico o nutricionista o psicoacutelogo

o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional Eacute importante ressaltar que aleacutem da situaccedilatildeo

cliacutenica comprometida e da dependecircncia para realizar as atividades diaacuterias um dos

principais criteacuterios para admissatildeo no programa eacute a existecircncia de um cuidador que fique

responsaacutevel pelo paciente no ambiente domiciliar esse cuidador pode ser simplesmente

algueacutem da famiacutelia ou uma pessoa que tenha feito um curso de capacitaccedilatildeo para

cuidador A participaccedilatildeo da famiacutelia no cuidado eacute fundamental pois este programa natildeo

funciona como um Home Care A assistecircncia eacute prestada apenas na forma de visitas

domiciliares durante a semana e por acompanhamento telefocircnico sendo assim a equipe

multiprofissional habilita a famiacuteliacuidador a prestar os cuidados necessaacuterios de acordo

com os seus conhecimentos teacutecnicos e suas capacidades (BRASIL 2008 2012b)

Chama-se atenccedilatildeo para cuidado domiciliar com vistas a ser desenvolvido nestes

pacientes O cuidado domiciliar tem se mostrado efetivo na resposta agraves demandas de

indiviacuteduos dependentes para Atividades de Vida Diaacuteria (AVD) oferecendo aleacutem da

18

estabilidade cliacutenica pelos cuidados de sauacutede no domiciacutelio a dignidade e conforto

preconizados pela Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) do Ministeacuterio da Sauacutede ndash

MS (BRASIL 2004 2012b)

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Descrever o perfil dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar

assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Identificar o percentil de ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo em pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar na cidade de Ceilacircndia (DF) no periacuteodo avaliado

Descrever caracteriacutesticas cliacutenico-demograacuteficas dos pacientes com uacutelceras por

pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

Caracterizar o perfil das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes estudados na Atenccedilatildeo

Domiciliar

Verificar o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na

Atenccedilatildeo Domiciliar

Identificar a resolutividade do tratamento referente agraves uacutelceras por pressatildeo no

acircmbito domiciliar

Verificar a quantidade de visitas domiciliares de enfermagem aos pacientes

acometidos por uacutelceras por pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Uacutelcera por pressatildeo

A UP eacute uma complicaccedilatildeo frequente em pacientes internados tanto na atenccedilatildeo

hospitalar como domiciliar Pacientes acometidos por morbidades que levam agrave

imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como idade avanccedilada

desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele quadro de sauacutede

deficiente anemia possiacuteveis edemas incontinecircncia urinaacuteria por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento desse tipo de lesotildees cutacircneas ocasionadas pela fricccedilatildeo eou

pressatildeo da pele contra o leito comumente em pontos proacuteximos as proeminecircncias oacutesseas

como p ex regiatildeo trocanteacuterica sacral e calcacircneo ou em aacutereas onde o tecido adiposo

subcutacircneo eacute escasso Com isso haacute reduccedilatildeo na circulaccedilatildeo perifeacuterica do sangue em aacutereas

sob pressatildeo acarretando em maacute perfusatildeo tecidual e consequentemente surgimento de

feridas (LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012)

O aparecimento de UPs eacute um problema tanto para a qualidade de vida do

paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais

provindos de recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria

famiacutelia do paciente (BRASIL 2013a)

Existe uma classificaccedilatildeo publicada pela European Pressure Ulcer Advisory

Panel (EPUAP) que auxilia o enfermeiro no estadiamento das UPs esta classificaccedilatildeo

contribui para estabelecer o perfil de ferida e possibilitaa definiccedilatildeo de uma estrateacutegia de

cuidados para tratamento evitando recorrecircncia e o aparecimento de outras feridas A

classificaccedilatildeo define o estadiamento em Grau I ndash eritema natildeo branqueaacutevel em pele

intacta a lesatildeo precursora da pele Em pacientes de pele escura o calor o edema e o

endurecimento da regiatildeo tambeacutem podem ser indicadores Grau II ndash perda parcial da

pele que envolve a epiderme a derme ou ambas Grau III ndash perda de espessura total da

pele podendo incluir lesotildees ou mesmo necrose do tecido subcutacircneo com extensatildeo ateacute

a faacutescia subjacente mas natildeo atraveacutes dessa Grau IV ndash destruiccedilatildeo extensa necrose dos

tecidos ou lesatildeo muscular eou exposiccedilatildeo oacutessea ou das estruturas de apoio Grau ldquonatildeo

estadiaacutevelrdquo - perda tissular de espessura completa em que a base da uacutelcera estaacute coberta

por crosta (amarela marrom-claro cinza verde ou castanha) eou escara (marrom-claro

21

castanha ou negra) Sendo assim ateacute que a pele macerada eou necrosada seja removida

expondo a base da ferida a profundidade verdadeira e o grau natildeo podem ser

determinados (EPUAP 2011)

Atualmente existem diversos instrumentos de medidas e escalas que avaliam e

classificam o risco de pacientes desenvolverem UPs Entre os mais conhecidos e

utilizados estaacute a escala de Braden que avalia o risco de UP focalizando no cuidado agrave

pele com accedilotildees terapecircuticas preventivas e de educaccedilatildeo em sauacutede aleacutem de abordar

sobre a superfiacutecie de suporte e aliacutevio de carga mecacircnica A escala de Braden jaacute foi

testada e validada em diversos paiacuteses e eacute considerada de grande confiabilidade aleacutem de

possuir faacutecil utilizaccedilatildeo e vasta aceitaccedilatildeo tanto pelos enfermeiros como pelos proacuteprios

pacientes No entanto eacute importante ressaltar que haacute outras escalas bastante conhecidas

como p ex a escala de Norton a escala de Gosnell e a escala de Waterlow (ARAUacuteJO

et al 2010 COEcircLHO et al 2012)

Coecirclho et al (2012 p41) explica ainda de maneira bastante clara como estaacute

estruturada e organizada a escala de Braden e quais fatores satildeo avaliados em cada item

Sua organizaccedilatildeo baseia-se na fisiopatogenia da UP Assim eacute composta por

seis subescalas as quais avaliam a percepccedilatildeo sensorial a umidade da pele a

atividade a mobilidade o estado nutricional a fricccedilatildeo e o cisalhamento Das

seis subescalas trecircs medem determinantes cliacutenicos de exposiccedilatildeo para pressatildeo

prolongada e intensa (percepccedilatildeo sensorial atividade e mobilidade) e trecircs

mensuram a toleracircncia do tecido agrave pressatildeo (umidade nutriccedilatildeo fricccedilatildeo e

cisalhamento) Cada subescala eacute acompanhada de um tiacutetulo e cada niacutevel de

um conceito descritor-chave aleacutem de uma ou duas frases descrevendo ou

qualificando os atributos a serem avaliados

Arauacutejo et al (2010) referem que a escala de Braden pode variar de 4 a 23

pontos Escores abaixo de 11 pontos indicam alto risco para desenvolver UPs

pontuaccedilatildeo entre 11 e 16 aponta risco moderado e igual ou superior a 16 pontos eacute

considerado como pequeno risco para o aparecimento de UPs

Na Europa e Aacutesia encontram-se mais de 40 protocolos relacionados agrave prevenccedilatildeo

e ao tratamento de feridas e UPs (ARAUacuteJO et al 2011) No entanto ateacute recentemente

dentro do contexto de sauacutede brasileira ainda natildeo havia uma padronizaccedilatildeo da atenccedilatildeo ou

mesmo um protocolo oficial rotina de trabalho etc que auxiliasse a atuaccedilatildeo do

enfermeiro diante do surgimento de feridas e prevenccedilatildeo de uacutelceras por pressatildeo o que

pode levar o mesmo algumas vezes a uma avaliaccedilatildeo subjetiva e focada somente na

cicatrizaccedilatildeo da ferida mas sem uma fundamentaccedilatildeo profilaacutetica adequada para cada caso

22

(ROGENSKI SANTOS 2005) A partir dessa e outras necessidades quanto agrave seguranccedila

do paciente o Ministeacuterio da Sauacutede lanccedilou a portaria nordm 529 de 1ordm de abril de 2013 que

institui o Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente ndash PNSP Nesta portaria ficou

instituiacutedo um Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP (CIPNSP) ao qual foi designado

promover accedilotildees que visem agrave melhoria da seguranccedila do cuidado em sauacutede por meio da

elaboraccedilatildeo consensual e validaccedilatildeo de protocolos em sauacutede entre os diversos membros

que participam do CIPNSP entre eles CFM COFEN ANVISA e Fiocruz (BRASIL

2013b) Alguns meses depois foi lanccedilado pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Protocolo para

Prevenccedilatildeo de Uacutelcera por Pressatildeo (BRASIL 2013a) de acordo com a Portaria nordm 1377

de 9 de julho de 2013 que aprovou esse e outros protocolos de seguranccedila do paciente

(BRASIL 2013c)

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar

O Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID) eacute uma modalidade de internaccedilatildeo

extra-hospitalar que assiste a pacientes que necessitam de cuidados especiais de sauacutede

mas que podem permanecer internados em seu domiciacutelio O PID objetiva a

desospitalizaccedilatildeo humanizada eficaz e de qualidade com foco nas atividades de

promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede representando uma estrateacutegia na reversatildeo do atual

modelo hospitalocecircntrico (BRASIL 2008 MARTELLI et al 2011)

A melhor utilizaccedilatildeo do siacutetio hospitalar eacute um desafio para os atuais sistemas de

sauacutede com a otimizaccedilatildeo de recursos hospitalares e reduccedilatildeo de internaccedilotildees evitaacuteveis Em

resposta a esta demanda houve um ato na consolidaccedilatildeo da atual Poliacutetica de Atenccedilatildeo

Domiciliar com o lanccedilamento da Portaria 2527 de 27 de Outubro de 2011 que

regularizou o Programa Melhor em Casa e definiu a Atenccedilatildeo Domiciliar como nova

modalidade de atenccedilatildeo agrave sauacutede substitutiva ou complementar agraves jaacute existentes

caracterizada por um conjunto de accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento

de doenccedilas e reabilitaccedilatildeo prestadas em domiciacutelio com garantia de continuidade de

cuidados e integrada agraves redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 2011 2012b)

Os NRADrsquos satildeo Nuacutecleos Regionais de Atenccedilatildeo Domiciliar que nasceram no DF

a partir da necessidade de se implantar o PID eles estatildeo vinculados agraves Regionais de

Sauacutede das cidades sateacutelites conforme a organizaccedilatildeo feita pela Secretaria de Estado de

Sauacutede do Distrito Federal (SES-DF) O DF eacute composto por 15 Nuacutecleos Regionais de

Atenccedilatildeo Domiciliar e um deles eacute o NRAD - Ceilacircndia (NRAD-CEI) cujo atendimento

23

abrange uma populaccedilatildeo de 402729 mil habitantes na referida cidade segundo dados do

censo de 2010 do IBGE De acordo com a Portaria nordm 25272011 que redefine a atenccedilatildeo

domiciliar no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) o ideal seria que cada Equipe

Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar (EMAD) atenda apenas um grupo populacional

de 100 mil habitantes As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes

Multidisciplinar de Apoio (EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede

na atenccedilatildeo domiciliar A Portaria nordm 15332012 altera e acrescenta alguns pontos agrave

Portaria nordm 25272011 estabelecendo que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil habitantes

o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio poderaacute

constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes Esta

portaria estabelece ainda que satildeo requisitos miacutenimos para a instalaccedilatildeo do Serviccedilo de

Atenccedilatildeo Domiciliar (SAD) que o municiacutepio apresente populaccedilatildeo igual ou superior a 40

mil habitantes possua cobertura do SAMU ou de algum outro tipo de serviccedilo moacutevel de

urgecircncia e possua um hospital referecircncia na sua aacuterea de abrangecircncia (BRASIL 2008

2011 2012a IBGE 2010)

A transiccedilatildeo epidemioloacutegica e demograacutefica tem causado grande impacto social

com repercussatildeo em diversas aacutereas como economia habitaccedilatildeo previdecircncia e sauacutede

Tais mudanccedilas exigem uma reengenharia multidimensional Particularmente na sauacutede eacute

preciso empreender e fortalecer poliacuteticas puacuteblicas que viabilizem os princiacutepios e

diretrizes do SUS Neste cenaacuterio a Atenccedilatildeo Domiciliar tem se consolidado na reversatildeo

do atual modelo de sauacutede centrado nos hospitais para uma modalidade de accedilotildees

desenvolvidas no domiciacutelio por uma equipe multiprofissional a partir do diagnoacutestico da

realidade em que o paciente estaacute inserido considerando seus potenciais e limitaccedilotildees A

Atenccedilatildeo Domiciliar visa agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao paciente minimizando ou controlando

as sequelas de condiccedilotildees crocircnicas de maneira a favorecer o restabelecimento de sua

independecircncia e a preservaccedilatildeo de sua autonomia (BRASIL 2008 MENDES 2011

MENDES 2012)

Diante do exposto sobre a atenccedilatildeo domiciliar e da mudanccedila na piracircmide etaacuteria

do Brasil nos uacuteltimos anos considera-se que o aumento da populaccedilatildeo idosa e

consequentemente a elevaccedilatildeo no nuacutemero de casos de doenccedilas crocircnicas tornam as accedilotildees

desenvolvidas pelas equipes multiprofissionais do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

(PID) e do Programa de Oxigenoterapia Domiciliar (POD) como ferramentas essenciais

para impulsionar o Programa Melhor em Casa e fortalecer a Poliacutetica Nacional de

Humanizaccedilatildeo aleacutem de contribuir consideravelmente na reduccedilatildeo dos custos hospitalares

24

e na disponibilizaccedilatildeo de leitos em hospitais puacuteblicos para pacientes em estado instaacutevel

que necessitam de monitoramento contiacutenuo Os NRADrsquos vecircm proporcionando entre

outras coisas uma seacuterie de cuidados paliativos aos pacientes do SUS que podem

permanecer internados em domiciacutelio e que satildeo portadores de doenccedilas crocircnicas graves

estaacuteveis tais como Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica (DPOC) sequela de Acidente

Vascular Cerebral (AVC) cacircncer (CA) e diversos distuacuterbios crocircnicos degenerativos

agravos estes que podem acabar contribuindo para o aparecimento das uacutelceras por

pressatildeo como uma complicaccedilatildeo (BRASIL 2004 2012b)

4 METODOLOGIA

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva de abordagem quantitativa

desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes acometidos

por uacutelceras por pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2013

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada

ldquoMelhor em Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do

programa de internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por

portadores de doenccedilas crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade

de Ceilacircndia e foi autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede

do Governo do Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 (Anexo)

Enfatiza-se que foi respeitado os princiacutepios da Resoluccedilatildeo nordm4662012 no que se refere a

pesquisas com seres humanos (BRASIL 2012) Destaca-se que coordenador do projeto

e a chefia do NRAD-CEI autorizaram a utilizaccedilatildeo dos dados mediante termo de

consentimento livre e esclarecido (Apecircndice A) visto que o autor desta pesquisa foi

bolsista deste projeto e trabalhou na coleta de dados durante o periacuteodo de abril de 2012

a abril de 2013

Foram incluiacutedos dados de prontuaacuterios de pacientes acometidos por uacutelceras por

pressatildeo assistidos pelo NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio de 2009 a abril de 2013

somando-se amostra final de 82 prontuaacuterios pesquisados Os criteacuterios de exclusatildeo foram

pacientes natildeo acometidos por uacutelceras por pressatildeo pacientes natildeo assistidos pelo NRAD-

CEI periacuteodo anterior a maio de 2009 e posterior a abril de 2013 e prontuaacuterios com

dados insuficientes ou incompletos

Entre os benefiacutecios do presente estudo estatildeo o levantamento de informaccedilotildees que

posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos cuidados

multiprofissionais e especificamente de enfermagem para pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo no ambiente domiciliar Os riscos deste estudo consistiram em expor

informaccedilotildees dos pesquisados de forma a identificar a sua identidade desta forma este

risco foi minimizado devido agrave manutenccedilatildeo de sigilo com substituiccedilatildeo de nomes e natildeo

divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees que possam remeter a sua identificaccedilatildeo

A anaacutelise de dados se deu a partir do levantamento de dados consultados em

prontuaacuterios dos pacientes com instrumento de coleta (Apecircndice B) apoacutes realizada

26

tabulaccedilatildeo dos dados organizados eletronicamente por meio da criaccedilatildeo de planilhas em

arquivo do software de Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 210

Foi realizada uma anaacutelise exploratoacuteria dos dados (descritiva) as variaacuteveis numeacutericas

foram exploradas pelas medidas descritivas de centralidade (meacutedia) e de dispersatildeo

(miacutenimo maacuteximo e desvio padratildeo) e as variaacuteveis categoacutericas foram exploradas por

frequecircncias simples absolutas e percentuais A apresentaccedilatildeo dos dados foi organizada

por meio graacuteficos e tabelas

5 RESULTADOS

Foram avaliados na pesquisa os prontuaacuterios de 313 pacientes no entanto

somente 82 apresentaram registros de ocorrecircncia de UPs o que equivale ao

acometimento de 262 dos pacientes atendidos no NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio

de 2009 a abril de 2013

Dos 82 pacientes avaliados a idade meacutedia foi de 722 anos (DP=plusmn184 anos

Miacuten=10 anos Maacutex=98 anos) A maioria dos prontuaacuterios revisados demonstra que

827 da amostra satildeo idosos com faixa etaacuteria acima de 60 anos de idade Dentre os

pacientes identificados a tabela 1 demonstra que a maior representatividade foi 329

dos pacientes entre 80-89 anos 292 de 70-79 anose a menor foi de 48 entre 50-59

anos

Quanto agrave variaacutevel sexo percebe-se uma frequecircncia proacutexima entre os

sexos525masculino e475 feminino No entanto relacionando-se a variaacutevel sexo

com a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por paciente nota-se que os usuaacuterios do sexo

masculino com duas trecircs quatro cinco ou mais UPs apresentaram de discreta a elevada

predominacircncia em niacutevel crescente (563 579 629 e 667 respectivamente)

quando comparados agraves usuaacuterias do sexo feminino As pacientes do sexo feminino

apresentaram valores superiores aos homens (63) apenas quando se trata de

pacientesacometidos por apenas uma uacutenica UP (Tabela 1)

Dentre os pacientes atendidos na atenccedilatildeo domiciliar identificou-se que 952

dos usuaacuterios com UPs fazem parte do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID)

enquanto apenas 48 estatildeo vinculados ao Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

(POD)

No que se refere agrave situaccedilatildeo dos pacientes atendidos pelo NRAD entre os anos de

2009 a 2013 a maioria 658 dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito 245

permaneceu internado na atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia e apenas 97 receberam alta

da equipe do PID ou POD

28

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF segundo a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por usuaacuterio

maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS NUacuteMERO DE UacuteLCERAS POR PRESSAtildeO

1 UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

n n n n n n

27 329 16 195 19 231 8 97 12 146 82 100

FAIXA ETAacuteRIA

10- 49 anos 2 74 1 63 2 105 1 125 4 333 10 121

50-59 anos 1 37 1 63 2 105 - - - - 4 48

60-69 anos 3 111 1 63 3 158 2 25 1 83 10 121

70-79 anos 11 407 5 313 2 105 4 50 2 167 24 292

80-89 anos 7 259 6 375 9 474 1 125 4 333 27 329

ge 90 anos 3 111 2 125 1 53 - - 1 83 7 85

SEXO

Masculino 10 37 9 563 11 579 5 625 8 667 43 525

Feminino 17 63 7 437 8 421 3 375 4 333 39 475

PROGRAMA

PID 24 888 15 938 19 100 8 100 12 100 78 952

POD 3 112 1 62 - - - - - - 4 48

EVOLUCcedilAtildeO

Internado 7 259 4 25 5 263 2 25 2 167 20 245

Alta 2 74 2 125 1 53 2 25 1 83 8 97

Oacutebito 18 667 10 625 13 684 4 50 9 75 54 658

Uacutelcera por pressatildeo Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

A pesquisa identificou que a quantidade meacutedia de UPs na admissatildeo do paciente

eacute de aproximadamente duas lesotildees e a quantidade total de UPs no decorrer da internaccedilatildeo

eacute em meacutedia 25 UPs por paciente No que tange agrave quantidade de UPs por paciente a

maior representatividade foi dos pacientes com apenas uma lesatildeo (329) e o menor

percentual (97) foi referente aos pacientes com quatro lesotildees simultacircneas

Outra variaacutevel interessante eacute sobre o tempo de permanecircncia dos pacientes nos

programas de internaccedilatildeo do NRAD-Ceilacircndia sendo o tempo meacutedio de 3877 dias o

29

que equivale a pouco mais de 1 ano de internaccedilatildeo por paciente com miacutenimo de 4 dias e

maacuteximo de 1520 dias equivalente a pouco mais de 4 anos (Tabela 2)

Tabela 2- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS MEacuteDIA DP MIacuteNIMO MAacuteXIMO

Idade 722 184 10 98

Tempo de permanecircncia do

paciente no NRAD (dias) 3877 3961 4 1520

Quantidade de UPs na admissatildeo 21 16 0 7

Quantidade de UPs por paciente 25 15 1 7

Desvio Padratildeo

De acordo com a tabela 3 percebe-se que 804 dos pacientes possuem como

diagnoacutestico principal algum tipo de agravo em sauacutede relacionado ao sistema

neuroloacutegico Outros 17 possuem algum diagnoacutestico oncoloacutegico (CA hepaacutetico

prostaacutetico uterino bexiga metaacutestase oacutessea entre outros) apenas 13 com agravo

respiratoacuterio e 13 com agravo osteomuscular

Considerando os 804 de pacientes com algum agravo neuroloacutegico os

principais diagnoacutesticos encontrados foram sequela AVC (658) Dentre estes 561

com AVC como diagnoacutestico uacutenico e os demais pacientes que representam 97

possuiacuteam sequela de AVC associada a outras doenccedilas entre elas Parkinson Alzheimer

e Encefalopatia anoacutexica Ainda dentro do rol de outros problemas neuroloacutegicos (146)

tambeacutem foi possiacutevel encontrar Siacutendrome de Rasmussen Siacutendrome de Devic Demecircncia

Senil Esclerose Muacuteltipla Paralisia Cerebral Lesatildeo Espinomedular (Tetraplegia) e

Alzheimer (Tabela 3)

Como diagnoacutestico secundaacuterio 39 dos pacientes tambeacutem eram acometidos com

HAS e 232 com DM Sendo que destes 134 apresentaram HAS e DM

simultaneamente Outros pacientes apresentaram ainda desnutriccedilatildeo crocircnica e fratura do

fecircmur 61 cada (Tabela 3)

30

Tabela 3-Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

DIAGNOacuteSTICO PRINCIPAL n

Agravos Neuroloacutegicos 66 804

Agravos Neoplaacutesicos 14 17

Agravos Respiratoacuterios 1 13

Agravos Osteomusculares 1 13

COMORBIDADES n

Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) 32 39

Diabetes Mellitus(DM) tipo I ou II 19 232

Desnutriccedilatildeo Crocircnica 5 61

Fratura de fecircmur 5 61

DPOC 3 36

Outros agravos 18 22

Dos agravos neuroloacutegicos 658 eram sequelas de AVC Destes 134 apresentavam diagnoacutestico

de DM e HAS concomitantemente

Em uma visatildeo geral diante dos dados da tabela 4 nota-se que a assistecircncia de

enfermagem no tratamento das UPs gerou resolutividade em 378 dos pacientes 22

apresentou melhora da UPs e apenas 85 apresentaram quadro de piora Referente ao

nuacutemero de UPs os pacientes que apresentaram maiores percentis de piora 25 e de

manutenccedilatildeo da UP 50 foram aqueles que possuiacuteam quantidade igual ou superior a

cinco UPs

Do total da amostra 158 apresentaram infecccedilatildeo em alguma UP durante

determinado momento do tratamento Eacute interessante perceber que quanto maior a

quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de infecccedilatildeo na ferida Identifica-

se isso em 211 dos usuaacuterios com trecircs UPs 25 com quatro UPs e 333 dos

pacientes com cinco ou mais lesotildees que apresentaram infecccedilatildeo na ferida (Tabela 4)

Apenas 6 dos clientes apresentaram em algum momento reabertura de lesotildees

jaacute anteriormente resolvidas Tambeacutem seguindo a mesma loacutegica das infecccedilotildees de feridas

nota-se que quanto maior a quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de

reabertura de lesotildees isto foi possiacutevel identificar nos resultados que evidenciam que

105 dos pacientes com trecircs lesotildees 125 dos clientes com quatro lesotildees e 167

daqueles com cinco ou mais lesotildees apresentaram reabertura de UP (Tabela 4)

31

Tabela 4 - Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do

Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013

1UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

DESFECHO

DAS UPs

PACIENTE

n n n n n n

Cicatrizada 15 556 7 438 6 316 3 375 - - 31 378

Melhora 3 111 5 313 6 316 1 125 3 25 18 22

Piora 1 37 1 63 1 53 1 125 3 25 7 85

Mantida 8 296 3 188 6 316 3 375 6 50 26 317

INFECCcedilAtildeO

Sim 2 74 1 63 4 211 2 25 4 333 13 158

Natildeo 25 926 15 937 15 789 6 75 8 667 69 842

REABERTURA

Sim - - - - 2 105 1 125 2 167 5 6

Natildeo 27 100 16 100 17 895 7 875 10 833 77 94

ADMISSAtildeO

Com UP 20 741 12 75 19 100 8 100 12 100 71 865

Sem UP 7 259 4 25 - - - - - - 11 135

QUANTIDADE

UPs na

admissatildeo

1 UP 20 741 3 188 1 53 2 25 - - 26 317

2UPs - - 9 563 3 158 1 125 - - 13 158

3UPs - - - - 15 789 1 125 2 167 18 22

4UPs - - - - - - 4 50 1 83 5 6

5UPs - - - - - - - - 6 50 6 73

6UPs - - - - - - - - 2 167 2 24

7UPs - - - - - - - - 1 83 1 12

Vale ressaltar que segundo o resultado da pesquisa 865 destes pacientes

atendidos pelo NRAD jaacute foram admitidos com a presenccedila de UPs Somente 135 dos

usuaacuterios que passaram pela atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia desenvolveram UPs apoacutes a

admissatildeo em um dos programas natildeo ultrapassando a quantidade de duas UPs por

paciente Dos 865 de pacientes que jaacute foram internados em domiciacutelio com UP 317

apresentavam apenas uma UP na admissatildeo 22 com trecircs UPs e 12 com sete UPs jaacute

desde a admissatildeo conforme visualizado na figura 1

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

Uacutelceras por pressatildeo em pacientes da atenccedilatildeo domiciliar

LUCAS LOBATO DE SOUZA

Comissatildeo Julgadora

______________________________________________________

Prof MSc Luciano Ramos de Lima

Orientador

______________________________________________________

ProfordfDrordf Marina Morato Stival

Avaliadora

______________________________________________________

Profordf Drordf Walterlania Silva Santos

Avaliadora

DEDICATOacuteRIA

A toda a minha famiacutelia pela forccedila e por acreditarem em mim E em especial agrave

minha matildeeMaria Aparecida Lobato de Souza que me concedeu o dom da vida me

formou e educou agrave minha tia Antocircnia Lobato Piauilino que me acolheu como filho em

sua casa e sempre me deu todo o apoio necessaacuterio antes e durante a faculdade e agrave

minha avoacute Celi Lobato Barros falecida devido a um cacircncer de pacircncreas Saudades de ti

vovoacute Celi

Aos enfermeiros que satildeo os protagonistas no processo do cuidare que se

dedicam em construir uma sauacutede puacuteblica melhor fazendo a diferenccedila no campo de

atuaccedilatildeo profissional

Aos pacientes acometidos com a presenccedila de uacutelceras por pressatildeo

AGRADECIMENTOS

Gratidatildeo primeiramente a Deus por seu imenso amor e bondade Obrigado

Senhorporque de maneira concreta os meus planos e projetos se prostram diante de Ti e

da Tua vontade Onde estaria eu se natildeo fosse o Teu amor Senhor A Ti todo o louvor e

todo o reconhecimento pelas obras que realizas em mim e pelo Teu senhorio em minha

vida Sejas meu tudo Senhor e engrandeceis o meu nada Sejas a vida que pulsa em

mim Eu te agradeccedilo Senhor por me proporcionar a oportunidade de cursar e concluir

esta graduaccedilatildeo em enfermagem

Agrave minha Matildee do ceacuteu Nossa Senhora Aparecida que intercede sempre em meu

favor e me conduz a estar proacuteximo doteu Filho O Cristo que ressuscitado estaacutes Eacutes tu

Maria exemplo de esperanccedila de humildade de simplicidade de vida de oraccedilatildeo de

serviccedilo de doaccedilatildeo e de amor ao proacuteximo Totus Tuus Mariae

Aos meus pais agraves minhas irmatildes e agrave minha tia Antocircnia por acreditarem em mim

por me formarem e me ensinarem a ser a pessoa que sou hoje Meu muito obrigado por

todo o apoio que vocecircs me deram para que esse sonho se concretizasse Gratidatildeo

tambeacutem a todos os meus familiares que torceram e apostaram em mim

Agrave minha namorada que esteve ao meu lado desde a preparaccedilatildeo preacute-vestibular

ateacute a conclusatildeo desta graduaccedilatildeo A ti sou grato meu anjo por sua paciecircncia por seu

companheirismo e por sua compreensatildeo durante os momentos difiacuteceis desta caminhada

Amo vocecirc

Ao meu orientador o professor e mestre Luciano Ramos de Lima por sua

paciecircncia ensino e dedicaccedilatildeo pontos fundamentais que me auxiliaram na construccedilatildeo

econcretizaccedilatildeo desta pesquisa

Agrave Universidade de Brasiacutelia e ao corpo docente da Faculdade de Ceilacircndia por

contribuiacuterem com a minha formaccedilatildeo como enfermeiro e como cidadatildeo

Agrave enfermeira Valdenisia Apolinario Alencar pela colaboraccedilatildeo com esta

pesquisa a toda a equipe do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia e ao

Prof Dr Emerson Fachin Martins que coordenou o Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo

Continuada ldquoMelhor em Casardquo e o Projeto de Pesquisa ldquoLimites e possibilidades do

programa de internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por

portadores de doenccedilas crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade

de Ceilacircndia Aos acadecircmicos que participaram desses projetos e em especial ao meu

amigo Luiacutes Carlos Beda do Nascimento por sua colaboraccedilatildeo durante a aacuterdua coleta de

dados nos prontuaacuterios natildeo informatizados

Aos membros da Liga Acadecircmica de Feridas em Enfermagem da Universidade

de Brasiacutelia ndash Faculdade de Ceilacircndia (LAFEn-UnB) que se empenham no estudo

aprofundado do que tange ao conhecimento teacutecnico-cientiacutefico sobre o manejo com

feridas visando prestarem uma melhor assistecircncia aos pacientes acometidos pelos mais

diversos tipos de lesotildees em pele

Aos meus amigos de curso que fizeram desta caminhada universitaacuteria uma fase

divertida e inesqueciacutevel Que possamos ser fieacuteis a esta amizade e levaacute-la por toda a vida

pois foi muito bom ter convivido e partilhado a minha vida com vocecircs durante este

periacuteodo acadecircmico Obrigado pelo apoio que encontro em vocecircs

Aos meus irmatildeos da Comunidade Catoacutelica Shalom por me conduzirem agrave

experiecircncia de verdadeiramente conhecer Deus Gratidatildeo por me fazerem encontrar o

sentido do meu viver Agradeccedilo pela fraternidade e pela alegria que encontro em meio agrave

vivecircncia comunitaacuteria Obrigado pelas oraccedilotildees e pela forccedila durante esta reta final da

faculdade

A todos o meu muito obrigado

Shalom do Pai e o amor de Maria

ldquoO senhor natildeo daria banho em um leproso nem por

um milhatildeo de doacutelares Nem eu Somente por amor

se pode dar banho em um leproso

Eu vejo Deus em cada ser humano Quando limpo

as feridas do leproso sinto que estou cuidando do

proacuteprio Senhor Natildeo eacute uma experiecircncia

maravilhosardquo

Madre Teresa de Calcutaacute

LOBATO L Uacutelceras por pressatildeo em pacientes da atenccedilatildeo domiciliar 60p 2014

Trabalho de Conclusatildeo de Curso (Graduaccedilatildeo em Enfermagem) ndash Universidade de

Brasiacutelia Faculdade de Ceilacircndia Brasiacutelia 2014

RESUMO

INTRODUCcedilAtildeO A uacutelcera por pressatildeo (UP) eacute uma complicaccedilatildeo multifatorial frequente

em pacientes internados na atenccedilatildeo domiciliar sendo assim eacute importante investigar as

caracteriacutesticas desses indiviacuteduos e de suas feridas para melhor planejar o cuidado de

enfermagem OBJETIVO Descrever o perfil dos pacientes com UP na Atenccedilatildeo

Domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

(NRAD-CEI) - DF METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa retrospectiva

descritiva de abordagem quantitativa desenvolvida a partir do levantamento de dados

em 82 prontuaacuterios de pacientes acometidos por UP assistidos pelo NRAD-CEI num

periacuteodo de quatro anos entre maio de 2009 a abril de 2013 RESULTADOS O perfil

dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de homens idosos

acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica e Diabetes Mellitus com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e

com presenccedila de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados O NRAD-CEI foi resolutivo na cicatrizaccedilatildeo ou melhora de

quase 60 das UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe de enfermagem a cada

paciente por mecircs CONCLUSAtildeO O aparecimento de UPs esteve relacionado com a

condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e com sua capacidade funcional comprometida Destacou-

se neste contexto de Atenccedilatildeo Domiciliar o protagonismo do enfermeiro no que tange ao

tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia nos

cuidadosao paciente portador de lesotildees a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Descritores Uacutelcera por Pressatildeo Assistecircncia Domiciliar Enfermagem

LOBATO L Pressure ulcers in home care patients 60p 2014 Completion of

course work (Nursing Course) ndash University of Brasilia Faculty of Ceilacircndia Brasilia

2014

ABSTRACT

INTRODUCTION Pressure ulcers (UP) is a common multifactorial complication in

patients admitted to home careso it is important to investigate the characteristics of

these individuals and their wounds better plan for nursing care OBJECTIVE To

describe the profile of patients with UP in Home Care assisted by the Regional Center

for Home Care Ceilacircndia (NRAD-CEI) -Federal District METHODS The study is a

retrospective cross-sectional descriptive quantitative research approach developed from

survey data in medical records of 82 patients affected by UP assisted by NRAD-CEI in

a period of four years from May 2009 to April 2013 RESULTS Profile of patients with

UPs in Home Care is predominantly bedridden elderly men with neurological diagnosis

and or cancer carriers of Hypertension and Diabetes Mellitus with an average length

of stay of a year and with the presence of one to three pressure sores in sacral

trochanteric and calcaneal in varying degrees The NRAD-CEI was resolute in healing

or improvement of almost 60 of patients with UPs with the average of 221 visits the

nursing staff to each patient per month CONCLUSION The appearance of UPs was

related to the clinical condition of the patient and their compromised functional

capacity He excelled in this context the role of Home Care nurses regarding the

treatment and prevention of UPs and the effective insertion of the caregiver and the

family in the care of patients with UPs from health education

Keywords Pressure Ulcer Home Nursing Nursing

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndashDF segundo a quantidade de uacutelceras por

pressatildeo por usuaacuterio maio de 2009 a abril de 2013 28

Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013 29

Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 30

Tabela 4 Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF

maio de 2009 a abril de 2013 31

Tabela 5 Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 34

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos

pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013 32

Figura 2 Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 32

Figura 3 Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 33

Figura 4 Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF

maio de 2009 a abril de 2013 34

Figura 5 Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar

de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013 35

Figura 6 Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem

(VDE) aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 36

Figura 7 Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por

paciente com uacutelcera por pressatildeo usuaacuterio do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013 36

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

AVC Acidente Vascular Cerebral

AVD Atividades de Vida Diaacuteria

CA Cacircncer

CEI Ceilacircndia

CFM Conselho Federal de Medicina

CIPNSP Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP

COFEn Conselho Federal de Enfermagem

DF Distrito Federal

DM Diabetes Mellitus

DP Desvio Padratildeo

DPOC Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica

EMAD Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar

EMAP Equipes Multidisciplinar de Apoio

FCe Faculdade de Ceilacircndia

Fiocruz Fundaccedilatildeo Oswaldo Cruz

HAS Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

HRC Hospital Regional de Ceilacircndia

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

Maacutex Maacuteximo

Miacuten Miacutenimo

MS Ministeacuterio da Sauacutede

MSc Mestre

NRAD Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar

OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

PID Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

PNH Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo

PNSP Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente

POD Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

Prof Professor

SAD Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar

SAMU Serviccedilo de Atendimento Moacutevel de Urgecircncia

SES-DF Secretaria de Estado de Sauacutede do Distrito Federal

SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede

UnB Universidade de Brasiacutelia

UPs Uacutelceras por pressatildeo

VDE Visitas Domiciliares de Enfermagem

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 15

2 OBJETIVOS 19

21 Geral 19

22 Especiacuteficos 19

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 20

31 Uacutelcera por pressatildeo 20

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar22

4 METODOLOGIA 25

5 RESULTADOS 27

6 DISCUSSAtildeO 37

7 CONCLUSAtildeO 46

8 REFEREcircNCIAS 48

ANEXO

APEcircNDICES

1 INTRODUCcedilAtildeO

As uacutelceras por pressatildeo (UPs) satildeo lesotildees de uma aacuterea localizada na pele e dos

tecidos subjacentes causadas por pressatildeo tensatildeo tangencial fricccedilatildeo eou uma

combinaccedilatildeo destes fatores As UPs tambeacutem estatildeo associadas a outros fatores

contribuintes cujo papel ainda natildeo se encontra totalmente esclarecidos no

acometimento (EPUAP 2011) As UPs custam e afetam milhotildees de pacientes nos

domiciacutelios nos centros de sauacutede e nas instituiccedilotildees hospitalares (LOURO et al 2007)A

Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) utiliza a prevalecircncia e incidecircncia das UPs como

indicadores para determinar a qualidade dos cuidados prestados (SOARES et al 2011)

Alguns dados recentes descrevem a epidemiologia das UPs entre os encontrados

estaacute um estudo realizado nas unidades de cliacutenica meacutedica e ciruacutergica em um hospital

puacuteblico de Uberaba-MG que aponta um grupo com idade meacutedia acima de 50 anos

sendo que natildeo houve diferenccedila significativa entre sexo masculino e feminino

predominando em pacientes de cor branca (SILVIA et al 2011) Haacute afirmaccedilotildees que a

pele negra tem maior resistecircncia agrave agressatildeo externa causada pela umidade e fricccedilatildeo

somado agrave dificuldade em identificar lesotildees de grau I em indiviacuteduos negros (MORO et

al 2007) Uma pesquisa realizada em Unidade de Terapia Intensiva Cliacutenicas Meacutedica e

Ciruacutergica de um hospital em Joatildeo Pessoa-PB demonstrou que as UPs tiveram

prevalecircncia de 71 no sexo feminino 428 em pacientes com idade acima de 59 anos

e 40 com doenccedilas crocircnicas degenerativas (ARAUacuteJO et al 2010)

Outro estudo realizado sobre assistecircncia domiciliar em Fortaleza-CE apresentou

a ocorrecircncia de UPs com predominacircncia de 692 em pacientes do sexo feminino e

68 em idosos acima de 80 anos de idade As principais comorbidades predisponentes

ao aparecimento de UPs foram a doenccedila de Alzheimer em 33 dos pacientes e sequelas

de Acidente Vascular Cerebral em 263 dos pacientes sendo que do total 263 eram

hipertensos e 119 eram diabeacuteticos fatores que prejudicam o processo cicatricial da

ferida (COEcircLHO et al 2012) Haacute tambeacutem pesquisas que obtiveram como resultado

incidecircncia maior no sexo masculino 882 em Unidade de Urgecircncia e Emergecircncia do

estado do Paraacute e confirmando prevalecircncia elevada de 588 em idosos acima de 60

anos (SOARES et al 2011)

Entre os principais fatores de risco associados ao aparecimento de UPs estatildeo

fatores bioloacutegicos como idade avanccedilada nutriccedilatildeo desequilibrada hiporexia anorexia

16

processos infecciosos diversas patologias integridade da pele prejudicada (umidade

excessiva ou ressecamento extremo) incontinecircncia urinaacuteria e fecal e fatores fiacutesicos e

mecacircnicos como atritos abrasotildees traumasimobilidade falta da mudanccedila de decuacutebito

etc Similarmente ao paciente que tem diminuiccedilatildeo do niacutevel de consciecircncia o paciente

imoacutevel tambeacutem natildeo alivia a pressatildeo nas regiotildees de proeminecircncias oacutesseas mantendo

assim os fatores de intensidade e duraccedilatildeo da pressatildeo como a maior causa do

desenvolvimento da lesatildeo (MORO et al 2007STUDART et al 2011)

Soares et al (2011) afirmam que as lesotildees por pressatildeo representam uma das

principais complicaccedilotildees que acometem pacientes criacuteticos institucionalizados devido agrave

exposiccedilatildeo aos fatores predisponentes para UPs e devido a ocorrecircncia de procedimentos

ciruacutergicos de longa duraccedilatildeo

Segundo a OMS cerca de 95 das UPs satildeo evitaacuteveis por isso eacute imprescindiacutevel

que sejam utilizados todos os meios disponiacuteveis para realizar uma prevenccedilatildeo eficaz

aleacutem do tratamento das UPs jaacute estabelecidas (SOARES et al 2011) As orientaccedilotildees

relacionadas aos cuidados e prevenccedilatildeo de UPs satildeo essenciais para o bom prognoacutestico do

paciente acometido por UPs Entre as principais orientaccedilotildees para esses pacientes estatildeo

mudanccedila de decuacutebito a cada duas horas manter lenccediloacuteis secos e esticados colchotildees

articulados nutriccedilatildeo adequada hidrataccedilatildeo da pele entre outros (LOURO et al 2007)

No acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar poucos estudos cientiacuteficos relatam a

frequecircncia de uacutelceras por pressatildeo entre os pacientes talvez isso se deva ao fato de

atenccedilatildeo domiciliar no Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) ser uma modalidade recente

Mesmo apoacutes a publicaccedilatildeo da portaria que instituiu a atenccedilatildeo domiciliar muitos lugares

no Brasil ainda demoraram a implementaacute-la por questotildees de organizaccedilatildeo de espaccedilo

fiacutesico formaccedilatildeo de equipes e disponibilizaccedilatildeo de recursos aleacutem disso soma-se o fato de

que muitas cidades brasileiras ainda natildeo tenham implementado essa modalidade de

atenccedilatildeo por essas e outras dificuldades proacuteprias (SILVA et al 2005) Gargano et al

(2004) aponta que 65 dos pacientes de um programa de atenccedilatildeo domiciliar no sul do

Brasil apresentaram como motivo de internaccedilatildeo a presenccedila de infecccedilotildees cutacircneas

Bendo et al (2005) descrevem as UPs como diagnoacutestico principal em 17 dos

pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de Cascavel (MG) Outro estudo mais

recente aponta que entre um grupo de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de

Ribeiratildeo Preto (SP) 191 apresentavam uacutelcera por pressatildeo (CHAYAMITI CALIRI

2010) Atraveacutes das evidecircncias destes estudos fica claro tambeacutem que as UPs tecircm

prevalecircncia maior em idosos por conta da proacutepria natureza dessa faixa etaacuteria que estaacute

17

associada ao aparecimento de doenccedilas crocircnicas que muitas vezes ocasionam a reduccedilatildeo

da mobilidade fiacutesica favorecendo o aparecimento das UPs Quanto agrave ocupaccedilatildeo alguns

estudos demonstram frequecircncia acima de 90 em aposentados ou pensionistas Aleacutem

disso ficouevidenciado ainda nestes estudos a frequecircncia maior de UPs no sexo

feminino Ressalta-se que aspectos relativos agrave estrutura familiar e aquela proporcionada

pelos serviccedilos de atenccedilatildeo domiciliar devem ser investigados com maior atenccedilatildeo para

que melhor se compreenda o problema (GARGANO et al 2004 BENDO et al 2005

CHAYAMITI CALIRI 2010 COEcircLHO et al 2012)

A internaccedilatildeo domiciliar eacute uma modalidade de atenccedilatildeo implantada pelo SUS que

visa atender pacientes crocircnicos em estado grave estaacutevel eou em cuidados paliativos

Um dos seus principais focos eacute a desospitalizaccedilatildeo e a humanizaccedilatildeo do cuidado No

Distrito Federal o projeto de implantaccedilatildeo do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar soacute foi

publicado em 2008 baseado nas diretrizes operacionais doPlano Diretor de

Regionalizaccedilatildeo da Assistecircncia do Distrito Federal2005 nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo2006 do CITCONASS na PoliacuteticaNacional de

Humanizaccedilatildeo e na Portaria ndeg 25292006 do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004

2005 2006a 2006b 2008)

Nesse sentido enfatiza-se o cuidado com a UP que deve ser realizado por uma

equipe multiprofissional Os principais profissionais que devem compor a equipe

multiprofissional no acircmbito da Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo o enfermeiro o teacutecnico de

enfermagem o assistente social o odontologista o meacutedico o nutricionista o psicoacutelogo

o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional Eacute importante ressaltar que aleacutem da situaccedilatildeo

cliacutenica comprometida e da dependecircncia para realizar as atividades diaacuterias um dos

principais criteacuterios para admissatildeo no programa eacute a existecircncia de um cuidador que fique

responsaacutevel pelo paciente no ambiente domiciliar esse cuidador pode ser simplesmente

algueacutem da famiacutelia ou uma pessoa que tenha feito um curso de capacitaccedilatildeo para

cuidador A participaccedilatildeo da famiacutelia no cuidado eacute fundamental pois este programa natildeo

funciona como um Home Care A assistecircncia eacute prestada apenas na forma de visitas

domiciliares durante a semana e por acompanhamento telefocircnico sendo assim a equipe

multiprofissional habilita a famiacuteliacuidador a prestar os cuidados necessaacuterios de acordo

com os seus conhecimentos teacutecnicos e suas capacidades (BRASIL 2008 2012b)

Chama-se atenccedilatildeo para cuidado domiciliar com vistas a ser desenvolvido nestes

pacientes O cuidado domiciliar tem se mostrado efetivo na resposta agraves demandas de

indiviacuteduos dependentes para Atividades de Vida Diaacuteria (AVD) oferecendo aleacutem da

18

estabilidade cliacutenica pelos cuidados de sauacutede no domiciacutelio a dignidade e conforto

preconizados pela Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) do Ministeacuterio da Sauacutede ndash

MS (BRASIL 2004 2012b)

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Descrever o perfil dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar

assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Identificar o percentil de ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo em pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar na cidade de Ceilacircndia (DF) no periacuteodo avaliado

Descrever caracteriacutesticas cliacutenico-demograacuteficas dos pacientes com uacutelceras por

pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

Caracterizar o perfil das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes estudados na Atenccedilatildeo

Domiciliar

Verificar o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na

Atenccedilatildeo Domiciliar

Identificar a resolutividade do tratamento referente agraves uacutelceras por pressatildeo no

acircmbito domiciliar

Verificar a quantidade de visitas domiciliares de enfermagem aos pacientes

acometidos por uacutelceras por pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Uacutelcera por pressatildeo

A UP eacute uma complicaccedilatildeo frequente em pacientes internados tanto na atenccedilatildeo

hospitalar como domiciliar Pacientes acometidos por morbidades que levam agrave

imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como idade avanccedilada

desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele quadro de sauacutede

deficiente anemia possiacuteveis edemas incontinecircncia urinaacuteria por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento desse tipo de lesotildees cutacircneas ocasionadas pela fricccedilatildeo eou

pressatildeo da pele contra o leito comumente em pontos proacuteximos as proeminecircncias oacutesseas

como p ex regiatildeo trocanteacuterica sacral e calcacircneo ou em aacutereas onde o tecido adiposo

subcutacircneo eacute escasso Com isso haacute reduccedilatildeo na circulaccedilatildeo perifeacuterica do sangue em aacutereas

sob pressatildeo acarretando em maacute perfusatildeo tecidual e consequentemente surgimento de

feridas (LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012)

O aparecimento de UPs eacute um problema tanto para a qualidade de vida do

paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais

provindos de recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria

famiacutelia do paciente (BRASIL 2013a)

Existe uma classificaccedilatildeo publicada pela European Pressure Ulcer Advisory

Panel (EPUAP) que auxilia o enfermeiro no estadiamento das UPs esta classificaccedilatildeo

contribui para estabelecer o perfil de ferida e possibilitaa definiccedilatildeo de uma estrateacutegia de

cuidados para tratamento evitando recorrecircncia e o aparecimento de outras feridas A

classificaccedilatildeo define o estadiamento em Grau I ndash eritema natildeo branqueaacutevel em pele

intacta a lesatildeo precursora da pele Em pacientes de pele escura o calor o edema e o

endurecimento da regiatildeo tambeacutem podem ser indicadores Grau II ndash perda parcial da

pele que envolve a epiderme a derme ou ambas Grau III ndash perda de espessura total da

pele podendo incluir lesotildees ou mesmo necrose do tecido subcutacircneo com extensatildeo ateacute

a faacutescia subjacente mas natildeo atraveacutes dessa Grau IV ndash destruiccedilatildeo extensa necrose dos

tecidos ou lesatildeo muscular eou exposiccedilatildeo oacutessea ou das estruturas de apoio Grau ldquonatildeo

estadiaacutevelrdquo - perda tissular de espessura completa em que a base da uacutelcera estaacute coberta

por crosta (amarela marrom-claro cinza verde ou castanha) eou escara (marrom-claro

21

castanha ou negra) Sendo assim ateacute que a pele macerada eou necrosada seja removida

expondo a base da ferida a profundidade verdadeira e o grau natildeo podem ser

determinados (EPUAP 2011)

Atualmente existem diversos instrumentos de medidas e escalas que avaliam e

classificam o risco de pacientes desenvolverem UPs Entre os mais conhecidos e

utilizados estaacute a escala de Braden que avalia o risco de UP focalizando no cuidado agrave

pele com accedilotildees terapecircuticas preventivas e de educaccedilatildeo em sauacutede aleacutem de abordar

sobre a superfiacutecie de suporte e aliacutevio de carga mecacircnica A escala de Braden jaacute foi

testada e validada em diversos paiacuteses e eacute considerada de grande confiabilidade aleacutem de

possuir faacutecil utilizaccedilatildeo e vasta aceitaccedilatildeo tanto pelos enfermeiros como pelos proacuteprios

pacientes No entanto eacute importante ressaltar que haacute outras escalas bastante conhecidas

como p ex a escala de Norton a escala de Gosnell e a escala de Waterlow (ARAUacuteJO

et al 2010 COEcircLHO et al 2012)

Coecirclho et al (2012 p41) explica ainda de maneira bastante clara como estaacute

estruturada e organizada a escala de Braden e quais fatores satildeo avaliados em cada item

Sua organizaccedilatildeo baseia-se na fisiopatogenia da UP Assim eacute composta por

seis subescalas as quais avaliam a percepccedilatildeo sensorial a umidade da pele a

atividade a mobilidade o estado nutricional a fricccedilatildeo e o cisalhamento Das

seis subescalas trecircs medem determinantes cliacutenicos de exposiccedilatildeo para pressatildeo

prolongada e intensa (percepccedilatildeo sensorial atividade e mobilidade) e trecircs

mensuram a toleracircncia do tecido agrave pressatildeo (umidade nutriccedilatildeo fricccedilatildeo e

cisalhamento) Cada subescala eacute acompanhada de um tiacutetulo e cada niacutevel de

um conceito descritor-chave aleacutem de uma ou duas frases descrevendo ou

qualificando os atributos a serem avaliados

Arauacutejo et al (2010) referem que a escala de Braden pode variar de 4 a 23

pontos Escores abaixo de 11 pontos indicam alto risco para desenvolver UPs

pontuaccedilatildeo entre 11 e 16 aponta risco moderado e igual ou superior a 16 pontos eacute

considerado como pequeno risco para o aparecimento de UPs

Na Europa e Aacutesia encontram-se mais de 40 protocolos relacionados agrave prevenccedilatildeo

e ao tratamento de feridas e UPs (ARAUacuteJO et al 2011) No entanto ateacute recentemente

dentro do contexto de sauacutede brasileira ainda natildeo havia uma padronizaccedilatildeo da atenccedilatildeo ou

mesmo um protocolo oficial rotina de trabalho etc que auxiliasse a atuaccedilatildeo do

enfermeiro diante do surgimento de feridas e prevenccedilatildeo de uacutelceras por pressatildeo o que

pode levar o mesmo algumas vezes a uma avaliaccedilatildeo subjetiva e focada somente na

cicatrizaccedilatildeo da ferida mas sem uma fundamentaccedilatildeo profilaacutetica adequada para cada caso

22

(ROGENSKI SANTOS 2005) A partir dessa e outras necessidades quanto agrave seguranccedila

do paciente o Ministeacuterio da Sauacutede lanccedilou a portaria nordm 529 de 1ordm de abril de 2013 que

institui o Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente ndash PNSP Nesta portaria ficou

instituiacutedo um Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP (CIPNSP) ao qual foi designado

promover accedilotildees que visem agrave melhoria da seguranccedila do cuidado em sauacutede por meio da

elaboraccedilatildeo consensual e validaccedilatildeo de protocolos em sauacutede entre os diversos membros

que participam do CIPNSP entre eles CFM COFEN ANVISA e Fiocruz (BRASIL

2013b) Alguns meses depois foi lanccedilado pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Protocolo para

Prevenccedilatildeo de Uacutelcera por Pressatildeo (BRASIL 2013a) de acordo com a Portaria nordm 1377

de 9 de julho de 2013 que aprovou esse e outros protocolos de seguranccedila do paciente

(BRASIL 2013c)

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar

O Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID) eacute uma modalidade de internaccedilatildeo

extra-hospitalar que assiste a pacientes que necessitam de cuidados especiais de sauacutede

mas que podem permanecer internados em seu domiciacutelio O PID objetiva a

desospitalizaccedilatildeo humanizada eficaz e de qualidade com foco nas atividades de

promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede representando uma estrateacutegia na reversatildeo do atual

modelo hospitalocecircntrico (BRASIL 2008 MARTELLI et al 2011)

A melhor utilizaccedilatildeo do siacutetio hospitalar eacute um desafio para os atuais sistemas de

sauacutede com a otimizaccedilatildeo de recursos hospitalares e reduccedilatildeo de internaccedilotildees evitaacuteveis Em

resposta a esta demanda houve um ato na consolidaccedilatildeo da atual Poliacutetica de Atenccedilatildeo

Domiciliar com o lanccedilamento da Portaria 2527 de 27 de Outubro de 2011 que

regularizou o Programa Melhor em Casa e definiu a Atenccedilatildeo Domiciliar como nova

modalidade de atenccedilatildeo agrave sauacutede substitutiva ou complementar agraves jaacute existentes

caracterizada por um conjunto de accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento

de doenccedilas e reabilitaccedilatildeo prestadas em domiciacutelio com garantia de continuidade de

cuidados e integrada agraves redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 2011 2012b)

Os NRADrsquos satildeo Nuacutecleos Regionais de Atenccedilatildeo Domiciliar que nasceram no DF

a partir da necessidade de se implantar o PID eles estatildeo vinculados agraves Regionais de

Sauacutede das cidades sateacutelites conforme a organizaccedilatildeo feita pela Secretaria de Estado de

Sauacutede do Distrito Federal (SES-DF) O DF eacute composto por 15 Nuacutecleos Regionais de

Atenccedilatildeo Domiciliar e um deles eacute o NRAD - Ceilacircndia (NRAD-CEI) cujo atendimento

23

abrange uma populaccedilatildeo de 402729 mil habitantes na referida cidade segundo dados do

censo de 2010 do IBGE De acordo com a Portaria nordm 25272011 que redefine a atenccedilatildeo

domiciliar no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) o ideal seria que cada Equipe

Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar (EMAD) atenda apenas um grupo populacional

de 100 mil habitantes As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes

Multidisciplinar de Apoio (EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede

na atenccedilatildeo domiciliar A Portaria nordm 15332012 altera e acrescenta alguns pontos agrave

Portaria nordm 25272011 estabelecendo que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil habitantes

o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio poderaacute

constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes Esta

portaria estabelece ainda que satildeo requisitos miacutenimos para a instalaccedilatildeo do Serviccedilo de

Atenccedilatildeo Domiciliar (SAD) que o municiacutepio apresente populaccedilatildeo igual ou superior a 40

mil habitantes possua cobertura do SAMU ou de algum outro tipo de serviccedilo moacutevel de

urgecircncia e possua um hospital referecircncia na sua aacuterea de abrangecircncia (BRASIL 2008

2011 2012a IBGE 2010)

A transiccedilatildeo epidemioloacutegica e demograacutefica tem causado grande impacto social

com repercussatildeo em diversas aacutereas como economia habitaccedilatildeo previdecircncia e sauacutede

Tais mudanccedilas exigem uma reengenharia multidimensional Particularmente na sauacutede eacute

preciso empreender e fortalecer poliacuteticas puacuteblicas que viabilizem os princiacutepios e

diretrizes do SUS Neste cenaacuterio a Atenccedilatildeo Domiciliar tem se consolidado na reversatildeo

do atual modelo de sauacutede centrado nos hospitais para uma modalidade de accedilotildees

desenvolvidas no domiciacutelio por uma equipe multiprofissional a partir do diagnoacutestico da

realidade em que o paciente estaacute inserido considerando seus potenciais e limitaccedilotildees A

Atenccedilatildeo Domiciliar visa agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao paciente minimizando ou controlando

as sequelas de condiccedilotildees crocircnicas de maneira a favorecer o restabelecimento de sua

independecircncia e a preservaccedilatildeo de sua autonomia (BRASIL 2008 MENDES 2011

MENDES 2012)

Diante do exposto sobre a atenccedilatildeo domiciliar e da mudanccedila na piracircmide etaacuteria

do Brasil nos uacuteltimos anos considera-se que o aumento da populaccedilatildeo idosa e

consequentemente a elevaccedilatildeo no nuacutemero de casos de doenccedilas crocircnicas tornam as accedilotildees

desenvolvidas pelas equipes multiprofissionais do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

(PID) e do Programa de Oxigenoterapia Domiciliar (POD) como ferramentas essenciais

para impulsionar o Programa Melhor em Casa e fortalecer a Poliacutetica Nacional de

Humanizaccedilatildeo aleacutem de contribuir consideravelmente na reduccedilatildeo dos custos hospitalares

24

e na disponibilizaccedilatildeo de leitos em hospitais puacuteblicos para pacientes em estado instaacutevel

que necessitam de monitoramento contiacutenuo Os NRADrsquos vecircm proporcionando entre

outras coisas uma seacuterie de cuidados paliativos aos pacientes do SUS que podem

permanecer internados em domiciacutelio e que satildeo portadores de doenccedilas crocircnicas graves

estaacuteveis tais como Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica (DPOC) sequela de Acidente

Vascular Cerebral (AVC) cacircncer (CA) e diversos distuacuterbios crocircnicos degenerativos

agravos estes que podem acabar contribuindo para o aparecimento das uacutelceras por

pressatildeo como uma complicaccedilatildeo (BRASIL 2004 2012b)

4 METODOLOGIA

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva de abordagem quantitativa

desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes acometidos

por uacutelceras por pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2013

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada

ldquoMelhor em Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do

programa de internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por

portadores de doenccedilas crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade

de Ceilacircndia e foi autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede

do Governo do Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 (Anexo)

Enfatiza-se que foi respeitado os princiacutepios da Resoluccedilatildeo nordm4662012 no que se refere a

pesquisas com seres humanos (BRASIL 2012) Destaca-se que coordenador do projeto

e a chefia do NRAD-CEI autorizaram a utilizaccedilatildeo dos dados mediante termo de

consentimento livre e esclarecido (Apecircndice A) visto que o autor desta pesquisa foi

bolsista deste projeto e trabalhou na coleta de dados durante o periacuteodo de abril de 2012

a abril de 2013

Foram incluiacutedos dados de prontuaacuterios de pacientes acometidos por uacutelceras por

pressatildeo assistidos pelo NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio de 2009 a abril de 2013

somando-se amostra final de 82 prontuaacuterios pesquisados Os criteacuterios de exclusatildeo foram

pacientes natildeo acometidos por uacutelceras por pressatildeo pacientes natildeo assistidos pelo NRAD-

CEI periacuteodo anterior a maio de 2009 e posterior a abril de 2013 e prontuaacuterios com

dados insuficientes ou incompletos

Entre os benefiacutecios do presente estudo estatildeo o levantamento de informaccedilotildees que

posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos cuidados

multiprofissionais e especificamente de enfermagem para pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo no ambiente domiciliar Os riscos deste estudo consistiram em expor

informaccedilotildees dos pesquisados de forma a identificar a sua identidade desta forma este

risco foi minimizado devido agrave manutenccedilatildeo de sigilo com substituiccedilatildeo de nomes e natildeo

divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees que possam remeter a sua identificaccedilatildeo

A anaacutelise de dados se deu a partir do levantamento de dados consultados em

prontuaacuterios dos pacientes com instrumento de coleta (Apecircndice B) apoacutes realizada

26

tabulaccedilatildeo dos dados organizados eletronicamente por meio da criaccedilatildeo de planilhas em

arquivo do software de Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 210

Foi realizada uma anaacutelise exploratoacuteria dos dados (descritiva) as variaacuteveis numeacutericas

foram exploradas pelas medidas descritivas de centralidade (meacutedia) e de dispersatildeo

(miacutenimo maacuteximo e desvio padratildeo) e as variaacuteveis categoacutericas foram exploradas por

frequecircncias simples absolutas e percentuais A apresentaccedilatildeo dos dados foi organizada

por meio graacuteficos e tabelas

5 RESULTADOS

Foram avaliados na pesquisa os prontuaacuterios de 313 pacientes no entanto

somente 82 apresentaram registros de ocorrecircncia de UPs o que equivale ao

acometimento de 262 dos pacientes atendidos no NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio

de 2009 a abril de 2013

Dos 82 pacientes avaliados a idade meacutedia foi de 722 anos (DP=plusmn184 anos

Miacuten=10 anos Maacutex=98 anos) A maioria dos prontuaacuterios revisados demonstra que

827 da amostra satildeo idosos com faixa etaacuteria acima de 60 anos de idade Dentre os

pacientes identificados a tabela 1 demonstra que a maior representatividade foi 329

dos pacientes entre 80-89 anos 292 de 70-79 anose a menor foi de 48 entre 50-59

anos

Quanto agrave variaacutevel sexo percebe-se uma frequecircncia proacutexima entre os

sexos525masculino e475 feminino No entanto relacionando-se a variaacutevel sexo

com a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por paciente nota-se que os usuaacuterios do sexo

masculino com duas trecircs quatro cinco ou mais UPs apresentaram de discreta a elevada

predominacircncia em niacutevel crescente (563 579 629 e 667 respectivamente)

quando comparados agraves usuaacuterias do sexo feminino As pacientes do sexo feminino

apresentaram valores superiores aos homens (63) apenas quando se trata de

pacientesacometidos por apenas uma uacutenica UP (Tabela 1)

Dentre os pacientes atendidos na atenccedilatildeo domiciliar identificou-se que 952

dos usuaacuterios com UPs fazem parte do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID)

enquanto apenas 48 estatildeo vinculados ao Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

(POD)

No que se refere agrave situaccedilatildeo dos pacientes atendidos pelo NRAD entre os anos de

2009 a 2013 a maioria 658 dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito 245

permaneceu internado na atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia e apenas 97 receberam alta

da equipe do PID ou POD

28

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF segundo a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por usuaacuterio

maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS NUacuteMERO DE UacuteLCERAS POR PRESSAtildeO

1 UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

n n n n n n

27 329 16 195 19 231 8 97 12 146 82 100

FAIXA ETAacuteRIA

10- 49 anos 2 74 1 63 2 105 1 125 4 333 10 121

50-59 anos 1 37 1 63 2 105 - - - - 4 48

60-69 anos 3 111 1 63 3 158 2 25 1 83 10 121

70-79 anos 11 407 5 313 2 105 4 50 2 167 24 292

80-89 anos 7 259 6 375 9 474 1 125 4 333 27 329

ge 90 anos 3 111 2 125 1 53 - - 1 83 7 85

SEXO

Masculino 10 37 9 563 11 579 5 625 8 667 43 525

Feminino 17 63 7 437 8 421 3 375 4 333 39 475

PROGRAMA

PID 24 888 15 938 19 100 8 100 12 100 78 952

POD 3 112 1 62 - - - - - - 4 48

EVOLUCcedilAtildeO

Internado 7 259 4 25 5 263 2 25 2 167 20 245

Alta 2 74 2 125 1 53 2 25 1 83 8 97

Oacutebito 18 667 10 625 13 684 4 50 9 75 54 658

Uacutelcera por pressatildeo Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

A pesquisa identificou que a quantidade meacutedia de UPs na admissatildeo do paciente

eacute de aproximadamente duas lesotildees e a quantidade total de UPs no decorrer da internaccedilatildeo

eacute em meacutedia 25 UPs por paciente No que tange agrave quantidade de UPs por paciente a

maior representatividade foi dos pacientes com apenas uma lesatildeo (329) e o menor

percentual (97) foi referente aos pacientes com quatro lesotildees simultacircneas

Outra variaacutevel interessante eacute sobre o tempo de permanecircncia dos pacientes nos

programas de internaccedilatildeo do NRAD-Ceilacircndia sendo o tempo meacutedio de 3877 dias o

29

que equivale a pouco mais de 1 ano de internaccedilatildeo por paciente com miacutenimo de 4 dias e

maacuteximo de 1520 dias equivalente a pouco mais de 4 anos (Tabela 2)

Tabela 2- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS MEacuteDIA DP MIacuteNIMO MAacuteXIMO

Idade 722 184 10 98

Tempo de permanecircncia do

paciente no NRAD (dias) 3877 3961 4 1520

Quantidade de UPs na admissatildeo 21 16 0 7

Quantidade de UPs por paciente 25 15 1 7

Desvio Padratildeo

De acordo com a tabela 3 percebe-se que 804 dos pacientes possuem como

diagnoacutestico principal algum tipo de agravo em sauacutede relacionado ao sistema

neuroloacutegico Outros 17 possuem algum diagnoacutestico oncoloacutegico (CA hepaacutetico

prostaacutetico uterino bexiga metaacutestase oacutessea entre outros) apenas 13 com agravo

respiratoacuterio e 13 com agravo osteomuscular

Considerando os 804 de pacientes com algum agravo neuroloacutegico os

principais diagnoacutesticos encontrados foram sequela AVC (658) Dentre estes 561

com AVC como diagnoacutestico uacutenico e os demais pacientes que representam 97

possuiacuteam sequela de AVC associada a outras doenccedilas entre elas Parkinson Alzheimer

e Encefalopatia anoacutexica Ainda dentro do rol de outros problemas neuroloacutegicos (146)

tambeacutem foi possiacutevel encontrar Siacutendrome de Rasmussen Siacutendrome de Devic Demecircncia

Senil Esclerose Muacuteltipla Paralisia Cerebral Lesatildeo Espinomedular (Tetraplegia) e

Alzheimer (Tabela 3)

Como diagnoacutestico secundaacuterio 39 dos pacientes tambeacutem eram acometidos com

HAS e 232 com DM Sendo que destes 134 apresentaram HAS e DM

simultaneamente Outros pacientes apresentaram ainda desnutriccedilatildeo crocircnica e fratura do

fecircmur 61 cada (Tabela 3)

30

Tabela 3-Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

DIAGNOacuteSTICO PRINCIPAL n

Agravos Neuroloacutegicos 66 804

Agravos Neoplaacutesicos 14 17

Agravos Respiratoacuterios 1 13

Agravos Osteomusculares 1 13

COMORBIDADES n

Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) 32 39

Diabetes Mellitus(DM) tipo I ou II 19 232

Desnutriccedilatildeo Crocircnica 5 61

Fratura de fecircmur 5 61

DPOC 3 36

Outros agravos 18 22

Dos agravos neuroloacutegicos 658 eram sequelas de AVC Destes 134 apresentavam diagnoacutestico

de DM e HAS concomitantemente

Em uma visatildeo geral diante dos dados da tabela 4 nota-se que a assistecircncia de

enfermagem no tratamento das UPs gerou resolutividade em 378 dos pacientes 22

apresentou melhora da UPs e apenas 85 apresentaram quadro de piora Referente ao

nuacutemero de UPs os pacientes que apresentaram maiores percentis de piora 25 e de

manutenccedilatildeo da UP 50 foram aqueles que possuiacuteam quantidade igual ou superior a

cinco UPs

Do total da amostra 158 apresentaram infecccedilatildeo em alguma UP durante

determinado momento do tratamento Eacute interessante perceber que quanto maior a

quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de infecccedilatildeo na ferida Identifica-

se isso em 211 dos usuaacuterios com trecircs UPs 25 com quatro UPs e 333 dos

pacientes com cinco ou mais lesotildees que apresentaram infecccedilatildeo na ferida (Tabela 4)

Apenas 6 dos clientes apresentaram em algum momento reabertura de lesotildees

jaacute anteriormente resolvidas Tambeacutem seguindo a mesma loacutegica das infecccedilotildees de feridas

nota-se que quanto maior a quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de

reabertura de lesotildees isto foi possiacutevel identificar nos resultados que evidenciam que

105 dos pacientes com trecircs lesotildees 125 dos clientes com quatro lesotildees e 167

daqueles com cinco ou mais lesotildees apresentaram reabertura de UP (Tabela 4)

31

Tabela 4 - Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do

Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013

1UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

DESFECHO

DAS UPs

PACIENTE

n n n n n n

Cicatrizada 15 556 7 438 6 316 3 375 - - 31 378

Melhora 3 111 5 313 6 316 1 125 3 25 18 22

Piora 1 37 1 63 1 53 1 125 3 25 7 85

Mantida 8 296 3 188 6 316 3 375 6 50 26 317

INFECCcedilAtildeO

Sim 2 74 1 63 4 211 2 25 4 333 13 158

Natildeo 25 926 15 937 15 789 6 75 8 667 69 842

REABERTURA

Sim - - - - 2 105 1 125 2 167 5 6

Natildeo 27 100 16 100 17 895 7 875 10 833 77 94

ADMISSAtildeO

Com UP 20 741 12 75 19 100 8 100 12 100 71 865

Sem UP 7 259 4 25 - - - - - - 11 135

QUANTIDADE

UPs na

admissatildeo

1 UP 20 741 3 188 1 53 2 25 - - 26 317

2UPs - - 9 563 3 158 1 125 - - 13 158

3UPs - - - - 15 789 1 125 2 167 18 22

4UPs - - - - - - 4 50 1 83 5 6

5UPs - - - - - - - - 6 50 6 73

6UPs - - - - - - - - 2 167 2 24

7UPs - - - - - - - - 1 83 1 12

Vale ressaltar que segundo o resultado da pesquisa 865 destes pacientes

atendidos pelo NRAD jaacute foram admitidos com a presenccedila de UPs Somente 135 dos

usuaacuterios que passaram pela atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia desenvolveram UPs apoacutes a

admissatildeo em um dos programas natildeo ultrapassando a quantidade de duas UPs por

paciente Dos 865 de pacientes que jaacute foram internados em domiciacutelio com UP 317

apresentavam apenas uma UP na admissatildeo 22 com trecircs UPs e 12 com sete UPs jaacute

desde a admissatildeo conforme visualizado na figura 1

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

DEDICATOacuteRIA

A toda a minha famiacutelia pela forccedila e por acreditarem em mim E em especial agrave

minha matildeeMaria Aparecida Lobato de Souza que me concedeu o dom da vida me

formou e educou agrave minha tia Antocircnia Lobato Piauilino que me acolheu como filho em

sua casa e sempre me deu todo o apoio necessaacuterio antes e durante a faculdade e agrave

minha avoacute Celi Lobato Barros falecida devido a um cacircncer de pacircncreas Saudades de ti

vovoacute Celi

Aos enfermeiros que satildeo os protagonistas no processo do cuidare que se

dedicam em construir uma sauacutede puacuteblica melhor fazendo a diferenccedila no campo de

atuaccedilatildeo profissional

Aos pacientes acometidos com a presenccedila de uacutelceras por pressatildeo

AGRADECIMENTOS

Gratidatildeo primeiramente a Deus por seu imenso amor e bondade Obrigado

Senhorporque de maneira concreta os meus planos e projetos se prostram diante de Ti e

da Tua vontade Onde estaria eu se natildeo fosse o Teu amor Senhor A Ti todo o louvor e

todo o reconhecimento pelas obras que realizas em mim e pelo Teu senhorio em minha

vida Sejas meu tudo Senhor e engrandeceis o meu nada Sejas a vida que pulsa em

mim Eu te agradeccedilo Senhor por me proporcionar a oportunidade de cursar e concluir

esta graduaccedilatildeo em enfermagem

Agrave minha Matildee do ceacuteu Nossa Senhora Aparecida que intercede sempre em meu

favor e me conduz a estar proacuteximo doteu Filho O Cristo que ressuscitado estaacutes Eacutes tu

Maria exemplo de esperanccedila de humildade de simplicidade de vida de oraccedilatildeo de

serviccedilo de doaccedilatildeo e de amor ao proacuteximo Totus Tuus Mariae

Aos meus pais agraves minhas irmatildes e agrave minha tia Antocircnia por acreditarem em mim

por me formarem e me ensinarem a ser a pessoa que sou hoje Meu muito obrigado por

todo o apoio que vocecircs me deram para que esse sonho se concretizasse Gratidatildeo

tambeacutem a todos os meus familiares que torceram e apostaram em mim

Agrave minha namorada que esteve ao meu lado desde a preparaccedilatildeo preacute-vestibular

ateacute a conclusatildeo desta graduaccedilatildeo A ti sou grato meu anjo por sua paciecircncia por seu

companheirismo e por sua compreensatildeo durante os momentos difiacuteceis desta caminhada

Amo vocecirc

Ao meu orientador o professor e mestre Luciano Ramos de Lima por sua

paciecircncia ensino e dedicaccedilatildeo pontos fundamentais que me auxiliaram na construccedilatildeo

econcretizaccedilatildeo desta pesquisa

Agrave Universidade de Brasiacutelia e ao corpo docente da Faculdade de Ceilacircndia por

contribuiacuterem com a minha formaccedilatildeo como enfermeiro e como cidadatildeo

Agrave enfermeira Valdenisia Apolinario Alencar pela colaboraccedilatildeo com esta

pesquisa a toda a equipe do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia e ao

Prof Dr Emerson Fachin Martins que coordenou o Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo

Continuada ldquoMelhor em Casardquo e o Projeto de Pesquisa ldquoLimites e possibilidades do

programa de internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por

portadores de doenccedilas crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade

de Ceilacircndia Aos acadecircmicos que participaram desses projetos e em especial ao meu

amigo Luiacutes Carlos Beda do Nascimento por sua colaboraccedilatildeo durante a aacuterdua coleta de

dados nos prontuaacuterios natildeo informatizados

Aos membros da Liga Acadecircmica de Feridas em Enfermagem da Universidade

de Brasiacutelia ndash Faculdade de Ceilacircndia (LAFEn-UnB) que se empenham no estudo

aprofundado do que tange ao conhecimento teacutecnico-cientiacutefico sobre o manejo com

feridas visando prestarem uma melhor assistecircncia aos pacientes acometidos pelos mais

diversos tipos de lesotildees em pele

Aos meus amigos de curso que fizeram desta caminhada universitaacuteria uma fase

divertida e inesqueciacutevel Que possamos ser fieacuteis a esta amizade e levaacute-la por toda a vida

pois foi muito bom ter convivido e partilhado a minha vida com vocecircs durante este

periacuteodo acadecircmico Obrigado pelo apoio que encontro em vocecircs

Aos meus irmatildeos da Comunidade Catoacutelica Shalom por me conduzirem agrave

experiecircncia de verdadeiramente conhecer Deus Gratidatildeo por me fazerem encontrar o

sentido do meu viver Agradeccedilo pela fraternidade e pela alegria que encontro em meio agrave

vivecircncia comunitaacuteria Obrigado pelas oraccedilotildees e pela forccedila durante esta reta final da

faculdade

A todos o meu muito obrigado

Shalom do Pai e o amor de Maria

ldquoO senhor natildeo daria banho em um leproso nem por

um milhatildeo de doacutelares Nem eu Somente por amor

se pode dar banho em um leproso

Eu vejo Deus em cada ser humano Quando limpo

as feridas do leproso sinto que estou cuidando do

proacuteprio Senhor Natildeo eacute uma experiecircncia

maravilhosardquo

Madre Teresa de Calcutaacute

LOBATO L Uacutelceras por pressatildeo em pacientes da atenccedilatildeo domiciliar 60p 2014

Trabalho de Conclusatildeo de Curso (Graduaccedilatildeo em Enfermagem) ndash Universidade de

Brasiacutelia Faculdade de Ceilacircndia Brasiacutelia 2014

RESUMO

INTRODUCcedilAtildeO A uacutelcera por pressatildeo (UP) eacute uma complicaccedilatildeo multifatorial frequente

em pacientes internados na atenccedilatildeo domiciliar sendo assim eacute importante investigar as

caracteriacutesticas desses indiviacuteduos e de suas feridas para melhor planejar o cuidado de

enfermagem OBJETIVO Descrever o perfil dos pacientes com UP na Atenccedilatildeo

Domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

(NRAD-CEI) - DF METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa retrospectiva

descritiva de abordagem quantitativa desenvolvida a partir do levantamento de dados

em 82 prontuaacuterios de pacientes acometidos por UP assistidos pelo NRAD-CEI num

periacuteodo de quatro anos entre maio de 2009 a abril de 2013 RESULTADOS O perfil

dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de homens idosos

acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica e Diabetes Mellitus com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e

com presenccedila de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados O NRAD-CEI foi resolutivo na cicatrizaccedilatildeo ou melhora de

quase 60 das UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe de enfermagem a cada

paciente por mecircs CONCLUSAtildeO O aparecimento de UPs esteve relacionado com a

condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e com sua capacidade funcional comprometida Destacou-

se neste contexto de Atenccedilatildeo Domiciliar o protagonismo do enfermeiro no que tange ao

tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia nos

cuidadosao paciente portador de lesotildees a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Descritores Uacutelcera por Pressatildeo Assistecircncia Domiciliar Enfermagem

LOBATO L Pressure ulcers in home care patients 60p 2014 Completion of

course work (Nursing Course) ndash University of Brasilia Faculty of Ceilacircndia Brasilia

2014

ABSTRACT

INTRODUCTION Pressure ulcers (UP) is a common multifactorial complication in

patients admitted to home careso it is important to investigate the characteristics of

these individuals and their wounds better plan for nursing care OBJECTIVE To

describe the profile of patients with UP in Home Care assisted by the Regional Center

for Home Care Ceilacircndia (NRAD-CEI) -Federal District METHODS The study is a

retrospective cross-sectional descriptive quantitative research approach developed from

survey data in medical records of 82 patients affected by UP assisted by NRAD-CEI in

a period of four years from May 2009 to April 2013 RESULTS Profile of patients with

UPs in Home Care is predominantly bedridden elderly men with neurological diagnosis

and or cancer carriers of Hypertension and Diabetes Mellitus with an average length

of stay of a year and with the presence of one to three pressure sores in sacral

trochanteric and calcaneal in varying degrees The NRAD-CEI was resolute in healing

or improvement of almost 60 of patients with UPs with the average of 221 visits the

nursing staff to each patient per month CONCLUSION The appearance of UPs was

related to the clinical condition of the patient and their compromised functional

capacity He excelled in this context the role of Home Care nurses regarding the

treatment and prevention of UPs and the effective insertion of the caregiver and the

family in the care of patients with UPs from health education

Keywords Pressure Ulcer Home Nursing Nursing

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndashDF segundo a quantidade de uacutelceras por

pressatildeo por usuaacuterio maio de 2009 a abril de 2013 28

Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013 29

Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 30

Tabela 4 Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF

maio de 2009 a abril de 2013 31

Tabela 5 Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 34

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos

pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013 32

Figura 2 Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 32

Figura 3 Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 33

Figura 4 Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF

maio de 2009 a abril de 2013 34

Figura 5 Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar

de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013 35

Figura 6 Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem

(VDE) aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 36

Figura 7 Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por

paciente com uacutelcera por pressatildeo usuaacuterio do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013 36

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

AVC Acidente Vascular Cerebral

AVD Atividades de Vida Diaacuteria

CA Cacircncer

CEI Ceilacircndia

CFM Conselho Federal de Medicina

CIPNSP Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP

COFEn Conselho Federal de Enfermagem

DF Distrito Federal

DM Diabetes Mellitus

DP Desvio Padratildeo

DPOC Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica

EMAD Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar

EMAP Equipes Multidisciplinar de Apoio

FCe Faculdade de Ceilacircndia

Fiocruz Fundaccedilatildeo Oswaldo Cruz

HAS Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

HRC Hospital Regional de Ceilacircndia

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

Maacutex Maacuteximo

Miacuten Miacutenimo

MS Ministeacuterio da Sauacutede

MSc Mestre

NRAD Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar

OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

PID Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

PNH Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo

PNSP Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente

POD Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

Prof Professor

SAD Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar

SAMU Serviccedilo de Atendimento Moacutevel de Urgecircncia

SES-DF Secretaria de Estado de Sauacutede do Distrito Federal

SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede

UnB Universidade de Brasiacutelia

UPs Uacutelceras por pressatildeo

VDE Visitas Domiciliares de Enfermagem

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 15

2 OBJETIVOS 19

21 Geral 19

22 Especiacuteficos 19

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 20

31 Uacutelcera por pressatildeo 20

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar22

4 METODOLOGIA 25

5 RESULTADOS 27

6 DISCUSSAtildeO 37

7 CONCLUSAtildeO 46

8 REFEREcircNCIAS 48

ANEXO

APEcircNDICES

1 INTRODUCcedilAtildeO

As uacutelceras por pressatildeo (UPs) satildeo lesotildees de uma aacuterea localizada na pele e dos

tecidos subjacentes causadas por pressatildeo tensatildeo tangencial fricccedilatildeo eou uma

combinaccedilatildeo destes fatores As UPs tambeacutem estatildeo associadas a outros fatores

contribuintes cujo papel ainda natildeo se encontra totalmente esclarecidos no

acometimento (EPUAP 2011) As UPs custam e afetam milhotildees de pacientes nos

domiciacutelios nos centros de sauacutede e nas instituiccedilotildees hospitalares (LOURO et al 2007)A

Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) utiliza a prevalecircncia e incidecircncia das UPs como

indicadores para determinar a qualidade dos cuidados prestados (SOARES et al 2011)

Alguns dados recentes descrevem a epidemiologia das UPs entre os encontrados

estaacute um estudo realizado nas unidades de cliacutenica meacutedica e ciruacutergica em um hospital

puacuteblico de Uberaba-MG que aponta um grupo com idade meacutedia acima de 50 anos

sendo que natildeo houve diferenccedila significativa entre sexo masculino e feminino

predominando em pacientes de cor branca (SILVIA et al 2011) Haacute afirmaccedilotildees que a

pele negra tem maior resistecircncia agrave agressatildeo externa causada pela umidade e fricccedilatildeo

somado agrave dificuldade em identificar lesotildees de grau I em indiviacuteduos negros (MORO et

al 2007) Uma pesquisa realizada em Unidade de Terapia Intensiva Cliacutenicas Meacutedica e

Ciruacutergica de um hospital em Joatildeo Pessoa-PB demonstrou que as UPs tiveram

prevalecircncia de 71 no sexo feminino 428 em pacientes com idade acima de 59 anos

e 40 com doenccedilas crocircnicas degenerativas (ARAUacuteJO et al 2010)

Outro estudo realizado sobre assistecircncia domiciliar em Fortaleza-CE apresentou

a ocorrecircncia de UPs com predominacircncia de 692 em pacientes do sexo feminino e

68 em idosos acima de 80 anos de idade As principais comorbidades predisponentes

ao aparecimento de UPs foram a doenccedila de Alzheimer em 33 dos pacientes e sequelas

de Acidente Vascular Cerebral em 263 dos pacientes sendo que do total 263 eram

hipertensos e 119 eram diabeacuteticos fatores que prejudicam o processo cicatricial da

ferida (COEcircLHO et al 2012) Haacute tambeacutem pesquisas que obtiveram como resultado

incidecircncia maior no sexo masculino 882 em Unidade de Urgecircncia e Emergecircncia do

estado do Paraacute e confirmando prevalecircncia elevada de 588 em idosos acima de 60

anos (SOARES et al 2011)

Entre os principais fatores de risco associados ao aparecimento de UPs estatildeo

fatores bioloacutegicos como idade avanccedilada nutriccedilatildeo desequilibrada hiporexia anorexia

16

processos infecciosos diversas patologias integridade da pele prejudicada (umidade

excessiva ou ressecamento extremo) incontinecircncia urinaacuteria e fecal e fatores fiacutesicos e

mecacircnicos como atritos abrasotildees traumasimobilidade falta da mudanccedila de decuacutebito

etc Similarmente ao paciente que tem diminuiccedilatildeo do niacutevel de consciecircncia o paciente

imoacutevel tambeacutem natildeo alivia a pressatildeo nas regiotildees de proeminecircncias oacutesseas mantendo

assim os fatores de intensidade e duraccedilatildeo da pressatildeo como a maior causa do

desenvolvimento da lesatildeo (MORO et al 2007STUDART et al 2011)

Soares et al (2011) afirmam que as lesotildees por pressatildeo representam uma das

principais complicaccedilotildees que acometem pacientes criacuteticos institucionalizados devido agrave

exposiccedilatildeo aos fatores predisponentes para UPs e devido a ocorrecircncia de procedimentos

ciruacutergicos de longa duraccedilatildeo

Segundo a OMS cerca de 95 das UPs satildeo evitaacuteveis por isso eacute imprescindiacutevel

que sejam utilizados todos os meios disponiacuteveis para realizar uma prevenccedilatildeo eficaz

aleacutem do tratamento das UPs jaacute estabelecidas (SOARES et al 2011) As orientaccedilotildees

relacionadas aos cuidados e prevenccedilatildeo de UPs satildeo essenciais para o bom prognoacutestico do

paciente acometido por UPs Entre as principais orientaccedilotildees para esses pacientes estatildeo

mudanccedila de decuacutebito a cada duas horas manter lenccediloacuteis secos e esticados colchotildees

articulados nutriccedilatildeo adequada hidrataccedilatildeo da pele entre outros (LOURO et al 2007)

No acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar poucos estudos cientiacuteficos relatam a

frequecircncia de uacutelceras por pressatildeo entre os pacientes talvez isso se deva ao fato de

atenccedilatildeo domiciliar no Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) ser uma modalidade recente

Mesmo apoacutes a publicaccedilatildeo da portaria que instituiu a atenccedilatildeo domiciliar muitos lugares

no Brasil ainda demoraram a implementaacute-la por questotildees de organizaccedilatildeo de espaccedilo

fiacutesico formaccedilatildeo de equipes e disponibilizaccedilatildeo de recursos aleacutem disso soma-se o fato de

que muitas cidades brasileiras ainda natildeo tenham implementado essa modalidade de

atenccedilatildeo por essas e outras dificuldades proacuteprias (SILVA et al 2005) Gargano et al

(2004) aponta que 65 dos pacientes de um programa de atenccedilatildeo domiciliar no sul do

Brasil apresentaram como motivo de internaccedilatildeo a presenccedila de infecccedilotildees cutacircneas

Bendo et al (2005) descrevem as UPs como diagnoacutestico principal em 17 dos

pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de Cascavel (MG) Outro estudo mais

recente aponta que entre um grupo de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de

Ribeiratildeo Preto (SP) 191 apresentavam uacutelcera por pressatildeo (CHAYAMITI CALIRI

2010) Atraveacutes das evidecircncias destes estudos fica claro tambeacutem que as UPs tecircm

prevalecircncia maior em idosos por conta da proacutepria natureza dessa faixa etaacuteria que estaacute

17

associada ao aparecimento de doenccedilas crocircnicas que muitas vezes ocasionam a reduccedilatildeo

da mobilidade fiacutesica favorecendo o aparecimento das UPs Quanto agrave ocupaccedilatildeo alguns

estudos demonstram frequecircncia acima de 90 em aposentados ou pensionistas Aleacutem

disso ficouevidenciado ainda nestes estudos a frequecircncia maior de UPs no sexo

feminino Ressalta-se que aspectos relativos agrave estrutura familiar e aquela proporcionada

pelos serviccedilos de atenccedilatildeo domiciliar devem ser investigados com maior atenccedilatildeo para

que melhor se compreenda o problema (GARGANO et al 2004 BENDO et al 2005

CHAYAMITI CALIRI 2010 COEcircLHO et al 2012)

A internaccedilatildeo domiciliar eacute uma modalidade de atenccedilatildeo implantada pelo SUS que

visa atender pacientes crocircnicos em estado grave estaacutevel eou em cuidados paliativos

Um dos seus principais focos eacute a desospitalizaccedilatildeo e a humanizaccedilatildeo do cuidado No

Distrito Federal o projeto de implantaccedilatildeo do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar soacute foi

publicado em 2008 baseado nas diretrizes operacionais doPlano Diretor de

Regionalizaccedilatildeo da Assistecircncia do Distrito Federal2005 nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo2006 do CITCONASS na PoliacuteticaNacional de

Humanizaccedilatildeo e na Portaria ndeg 25292006 do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004

2005 2006a 2006b 2008)

Nesse sentido enfatiza-se o cuidado com a UP que deve ser realizado por uma

equipe multiprofissional Os principais profissionais que devem compor a equipe

multiprofissional no acircmbito da Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo o enfermeiro o teacutecnico de

enfermagem o assistente social o odontologista o meacutedico o nutricionista o psicoacutelogo

o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional Eacute importante ressaltar que aleacutem da situaccedilatildeo

cliacutenica comprometida e da dependecircncia para realizar as atividades diaacuterias um dos

principais criteacuterios para admissatildeo no programa eacute a existecircncia de um cuidador que fique

responsaacutevel pelo paciente no ambiente domiciliar esse cuidador pode ser simplesmente

algueacutem da famiacutelia ou uma pessoa que tenha feito um curso de capacitaccedilatildeo para

cuidador A participaccedilatildeo da famiacutelia no cuidado eacute fundamental pois este programa natildeo

funciona como um Home Care A assistecircncia eacute prestada apenas na forma de visitas

domiciliares durante a semana e por acompanhamento telefocircnico sendo assim a equipe

multiprofissional habilita a famiacuteliacuidador a prestar os cuidados necessaacuterios de acordo

com os seus conhecimentos teacutecnicos e suas capacidades (BRASIL 2008 2012b)

Chama-se atenccedilatildeo para cuidado domiciliar com vistas a ser desenvolvido nestes

pacientes O cuidado domiciliar tem se mostrado efetivo na resposta agraves demandas de

indiviacuteduos dependentes para Atividades de Vida Diaacuteria (AVD) oferecendo aleacutem da

18

estabilidade cliacutenica pelos cuidados de sauacutede no domiciacutelio a dignidade e conforto

preconizados pela Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) do Ministeacuterio da Sauacutede ndash

MS (BRASIL 2004 2012b)

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Descrever o perfil dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar

assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Identificar o percentil de ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo em pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar na cidade de Ceilacircndia (DF) no periacuteodo avaliado

Descrever caracteriacutesticas cliacutenico-demograacuteficas dos pacientes com uacutelceras por

pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

Caracterizar o perfil das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes estudados na Atenccedilatildeo

Domiciliar

Verificar o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na

Atenccedilatildeo Domiciliar

Identificar a resolutividade do tratamento referente agraves uacutelceras por pressatildeo no

acircmbito domiciliar

Verificar a quantidade de visitas domiciliares de enfermagem aos pacientes

acometidos por uacutelceras por pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Uacutelcera por pressatildeo

A UP eacute uma complicaccedilatildeo frequente em pacientes internados tanto na atenccedilatildeo

hospitalar como domiciliar Pacientes acometidos por morbidades que levam agrave

imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como idade avanccedilada

desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele quadro de sauacutede

deficiente anemia possiacuteveis edemas incontinecircncia urinaacuteria por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento desse tipo de lesotildees cutacircneas ocasionadas pela fricccedilatildeo eou

pressatildeo da pele contra o leito comumente em pontos proacuteximos as proeminecircncias oacutesseas

como p ex regiatildeo trocanteacuterica sacral e calcacircneo ou em aacutereas onde o tecido adiposo

subcutacircneo eacute escasso Com isso haacute reduccedilatildeo na circulaccedilatildeo perifeacuterica do sangue em aacutereas

sob pressatildeo acarretando em maacute perfusatildeo tecidual e consequentemente surgimento de

feridas (LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012)

O aparecimento de UPs eacute um problema tanto para a qualidade de vida do

paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais

provindos de recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria

famiacutelia do paciente (BRASIL 2013a)

Existe uma classificaccedilatildeo publicada pela European Pressure Ulcer Advisory

Panel (EPUAP) que auxilia o enfermeiro no estadiamento das UPs esta classificaccedilatildeo

contribui para estabelecer o perfil de ferida e possibilitaa definiccedilatildeo de uma estrateacutegia de

cuidados para tratamento evitando recorrecircncia e o aparecimento de outras feridas A

classificaccedilatildeo define o estadiamento em Grau I ndash eritema natildeo branqueaacutevel em pele

intacta a lesatildeo precursora da pele Em pacientes de pele escura o calor o edema e o

endurecimento da regiatildeo tambeacutem podem ser indicadores Grau II ndash perda parcial da

pele que envolve a epiderme a derme ou ambas Grau III ndash perda de espessura total da

pele podendo incluir lesotildees ou mesmo necrose do tecido subcutacircneo com extensatildeo ateacute

a faacutescia subjacente mas natildeo atraveacutes dessa Grau IV ndash destruiccedilatildeo extensa necrose dos

tecidos ou lesatildeo muscular eou exposiccedilatildeo oacutessea ou das estruturas de apoio Grau ldquonatildeo

estadiaacutevelrdquo - perda tissular de espessura completa em que a base da uacutelcera estaacute coberta

por crosta (amarela marrom-claro cinza verde ou castanha) eou escara (marrom-claro

21

castanha ou negra) Sendo assim ateacute que a pele macerada eou necrosada seja removida

expondo a base da ferida a profundidade verdadeira e o grau natildeo podem ser

determinados (EPUAP 2011)

Atualmente existem diversos instrumentos de medidas e escalas que avaliam e

classificam o risco de pacientes desenvolverem UPs Entre os mais conhecidos e

utilizados estaacute a escala de Braden que avalia o risco de UP focalizando no cuidado agrave

pele com accedilotildees terapecircuticas preventivas e de educaccedilatildeo em sauacutede aleacutem de abordar

sobre a superfiacutecie de suporte e aliacutevio de carga mecacircnica A escala de Braden jaacute foi

testada e validada em diversos paiacuteses e eacute considerada de grande confiabilidade aleacutem de

possuir faacutecil utilizaccedilatildeo e vasta aceitaccedilatildeo tanto pelos enfermeiros como pelos proacuteprios

pacientes No entanto eacute importante ressaltar que haacute outras escalas bastante conhecidas

como p ex a escala de Norton a escala de Gosnell e a escala de Waterlow (ARAUacuteJO

et al 2010 COEcircLHO et al 2012)

Coecirclho et al (2012 p41) explica ainda de maneira bastante clara como estaacute

estruturada e organizada a escala de Braden e quais fatores satildeo avaliados em cada item

Sua organizaccedilatildeo baseia-se na fisiopatogenia da UP Assim eacute composta por

seis subescalas as quais avaliam a percepccedilatildeo sensorial a umidade da pele a

atividade a mobilidade o estado nutricional a fricccedilatildeo e o cisalhamento Das

seis subescalas trecircs medem determinantes cliacutenicos de exposiccedilatildeo para pressatildeo

prolongada e intensa (percepccedilatildeo sensorial atividade e mobilidade) e trecircs

mensuram a toleracircncia do tecido agrave pressatildeo (umidade nutriccedilatildeo fricccedilatildeo e

cisalhamento) Cada subescala eacute acompanhada de um tiacutetulo e cada niacutevel de

um conceito descritor-chave aleacutem de uma ou duas frases descrevendo ou

qualificando os atributos a serem avaliados

Arauacutejo et al (2010) referem que a escala de Braden pode variar de 4 a 23

pontos Escores abaixo de 11 pontos indicam alto risco para desenvolver UPs

pontuaccedilatildeo entre 11 e 16 aponta risco moderado e igual ou superior a 16 pontos eacute

considerado como pequeno risco para o aparecimento de UPs

Na Europa e Aacutesia encontram-se mais de 40 protocolos relacionados agrave prevenccedilatildeo

e ao tratamento de feridas e UPs (ARAUacuteJO et al 2011) No entanto ateacute recentemente

dentro do contexto de sauacutede brasileira ainda natildeo havia uma padronizaccedilatildeo da atenccedilatildeo ou

mesmo um protocolo oficial rotina de trabalho etc que auxiliasse a atuaccedilatildeo do

enfermeiro diante do surgimento de feridas e prevenccedilatildeo de uacutelceras por pressatildeo o que

pode levar o mesmo algumas vezes a uma avaliaccedilatildeo subjetiva e focada somente na

cicatrizaccedilatildeo da ferida mas sem uma fundamentaccedilatildeo profilaacutetica adequada para cada caso

22

(ROGENSKI SANTOS 2005) A partir dessa e outras necessidades quanto agrave seguranccedila

do paciente o Ministeacuterio da Sauacutede lanccedilou a portaria nordm 529 de 1ordm de abril de 2013 que

institui o Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente ndash PNSP Nesta portaria ficou

instituiacutedo um Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP (CIPNSP) ao qual foi designado

promover accedilotildees que visem agrave melhoria da seguranccedila do cuidado em sauacutede por meio da

elaboraccedilatildeo consensual e validaccedilatildeo de protocolos em sauacutede entre os diversos membros

que participam do CIPNSP entre eles CFM COFEN ANVISA e Fiocruz (BRASIL

2013b) Alguns meses depois foi lanccedilado pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Protocolo para

Prevenccedilatildeo de Uacutelcera por Pressatildeo (BRASIL 2013a) de acordo com a Portaria nordm 1377

de 9 de julho de 2013 que aprovou esse e outros protocolos de seguranccedila do paciente

(BRASIL 2013c)

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar

O Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID) eacute uma modalidade de internaccedilatildeo

extra-hospitalar que assiste a pacientes que necessitam de cuidados especiais de sauacutede

mas que podem permanecer internados em seu domiciacutelio O PID objetiva a

desospitalizaccedilatildeo humanizada eficaz e de qualidade com foco nas atividades de

promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede representando uma estrateacutegia na reversatildeo do atual

modelo hospitalocecircntrico (BRASIL 2008 MARTELLI et al 2011)

A melhor utilizaccedilatildeo do siacutetio hospitalar eacute um desafio para os atuais sistemas de

sauacutede com a otimizaccedilatildeo de recursos hospitalares e reduccedilatildeo de internaccedilotildees evitaacuteveis Em

resposta a esta demanda houve um ato na consolidaccedilatildeo da atual Poliacutetica de Atenccedilatildeo

Domiciliar com o lanccedilamento da Portaria 2527 de 27 de Outubro de 2011 que

regularizou o Programa Melhor em Casa e definiu a Atenccedilatildeo Domiciliar como nova

modalidade de atenccedilatildeo agrave sauacutede substitutiva ou complementar agraves jaacute existentes

caracterizada por um conjunto de accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento

de doenccedilas e reabilitaccedilatildeo prestadas em domiciacutelio com garantia de continuidade de

cuidados e integrada agraves redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 2011 2012b)

Os NRADrsquos satildeo Nuacutecleos Regionais de Atenccedilatildeo Domiciliar que nasceram no DF

a partir da necessidade de se implantar o PID eles estatildeo vinculados agraves Regionais de

Sauacutede das cidades sateacutelites conforme a organizaccedilatildeo feita pela Secretaria de Estado de

Sauacutede do Distrito Federal (SES-DF) O DF eacute composto por 15 Nuacutecleos Regionais de

Atenccedilatildeo Domiciliar e um deles eacute o NRAD - Ceilacircndia (NRAD-CEI) cujo atendimento

23

abrange uma populaccedilatildeo de 402729 mil habitantes na referida cidade segundo dados do

censo de 2010 do IBGE De acordo com a Portaria nordm 25272011 que redefine a atenccedilatildeo

domiciliar no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) o ideal seria que cada Equipe

Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar (EMAD) atenda apenas um grupo populacional

de 100 mil habitantes As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes

Multidisciplinar de Apoio (EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede

na atenccedilatildeo domiciliar A Portaria nordm 15332012 altera e acrescenta alguns pontos agrave

Portaria nordm 25272011 estabelecendo que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil habitantes

o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio poderaacute

constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes Esta

portaria estabelece ainda que satildeo requisitos miacutenimos para a instalaccedilatildeo do Serviccedilo de

Atenccedilatildeo Domiciliar (SAD) que o municiacutepio apresente populaccedilatildeo igual ou superior a 40

mil habitantes possua cobertura do SAMU ou de algum outro tipo de serviccedilo moacutevel de

urgecircncia e possua um hospital referecircncia na sua aacuterea de abrangecircncia (BRASIL 2008

2011 2012a IBGE 2010)

A transiccedilatildeo epidemioloacutegica e demograacutefica tem causado grande impacto social

com repercussatildeo em diversas aacutereas como economia habitaccedilatildeo previdecircncia e sauacutede

Tais mudanccedilas exigem uma reengenharia multidimensional Particularmente na sauacutede eacute

preciso empreender e fortalecer poliacuteticas puacuteblicas que viabilizem os princiacutepios e

diretrizes do SUS Neste cenaacuterio a Atenccedilatildeo Domiciliar tem se consolidado na reversatildeo

do atual modelo de sauacutede centrado nos hospitais para uma modalidade de accedilotildees

desenvolvidas no domiciacutelio por uma equipe multiprofissional a partir do diagnoacutestico da

realidade em que o paciente estaacute inserido considerando seus potenciais e limitaccedilotildees A

Atenccedilatildeo Domiciliar visa agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao paciente minimizando ou controlando

as sequelas de condiccedilotildees crocircnicas de maneira a favorecer o restabelecimento de sua

independecircncia e a preservaccedilatildeo de sua autonomia (BRASIL 2008 MENDES 2011

MENDES 2012)

Diante do exposto sobre a atenccedilatildeo domiciliar e da mudanccedila na piracircmide etaacuteria

do Brasil nos uacuteltimos anos considera-se que o aumento da populaccedilatildeo idosa e

consequentemente a elevaccedilatildeo no nuacutemero de casos de doenccedilas crocircnicas tornam as accedilotildees

desenvolvidas pelas equipes multiprofissionais do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

(PID) e do Programa de Oxigenoterapia Domiciliar (POD) como ferramentas essenciais

para impulsionar o Programa Melhor em Casa e fortalecer a Poliacutetica Nacional de

Humanizaccedilatildeo aleacutem de contribuir consideravelmente na reduccedilatildeo dos custos hospitalares

24

e na disponibilizaccedilatildeo de leitos em hospitais puacuteblicos para pacientes em estado instaacutevel

que necessitam de monitoramento contiacutenuo Os NRADrsquos vecircm proporcionando entre

outras coisas uma seacuterie de cuidados paliativos aos pacientes do SUS que podem

permanecer internados em domiciacutelio e que satildeo portadores de doenccedilas crocircnicas graves

estaacuteveis tais como Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica (DPOC) sequela de Acidente

Vascular Cerebral (AVC) cacircncer (CA) e diversos distuacuterbios crocircnicos degenerativos

agravos estes que podem acabar contribuindo para o aparecimento das uacutelceras por

pressatildeo como uma complicaccedilatildeo (BRASIL 2004 2012b)

4 METODOLOGIA

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva de abordagem quantitativa

desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes acometidos

por uacutelceras por pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2013

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada

ldquoMelhor em Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do

programa de internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por

portadores de doenccedilas crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade

de Ceilacircndia e foi autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede

do Governo do Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 (Anexo)

Enfatiza-se que foi respeitado os princiacutepios da Resoluccedilatildeo nordm4662012 no que se refere a

pesquisas com seres humanos (BRASIL 2012) Destaca-se que coordenador do projeto

e a chefia do NRAD-CEI autorizaram a utilizaccedilatildeo dos dados mediante termo de

consentimento livre e esclarecido (Apecircndice A) visto que o autor desta pesquisa foi

bolsista deste projeto e trabalhou na coleta de dados durante o periacuteodo de abril de 2012

a abril de 2013

Foram incluiacutedos dados de prontuaacuterios de pacientes acometidos por uacutelceras por

pressatildeo assistidos pelo NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio de 2009 a abril de 2013

somando-se amostra final de 82 prontuaacuterios pesquisados Os criteacuterios de exclusatildeo foram

pacientes natildeo acometidos por uacutelceras por pressatildeo pacientes natildeo assistidos pelo NRAD-

CEI periacuteodo anterior a maio de 2009 e posterior a abril de 2013 e prontuaacuterios com

dados insuficientes ou incompletos

Entre os benefiacutecios do presente estudo estatildeo o levantamento de informaccedilotildees que

posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos cuidados

multiprofissionais e especificamente de enfermagem para pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo no ambiente domiciliar Os riscos deste estudo consistiram em expor

informaccedilotildees dos pesquisados de forma a identificar a sua identidade desta forma este

risco foi minimizado devido agrave manutenccedilatildeo de sigilo com substituiccedilatildeo de nomes e natildeo

divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees que possam remeter a sua identificaccedilatildeo

A anaacutelise de dados se deu a partir do levantamento de dados consultados em

prontuaacuterios dos pacientes com instrumento de coleta (Apecircndice B) apoacutes realizada

26

tabulaccedilatildeo dos dados organizados eletronicamente por meio da criaccedilatildeo de planilhas em

arquivo do software de Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 210

Foi realizada uma anaacutelise exploratoacuteria dos dados (descritiva) as variaacuteveis numeacutericas

foram exploradas pelas medidas descritivas de centralidade (meacutedia) e de dispersatildeo

(miacutenimo maacuteximo e desvio padratildeo) e as variaacuteveis categoacutericas foram exploradas por

frequecircncias simples absolutas e percentuais A apresentaccedilatildeo dos dados foi organizada

por meio graacuteficos e tabelas

5 RESULTADOS

Foram avaliados na pesquisa os prontuaacuterios de 313 pacientes no entanto

somente 82 apresentaram registros de ocorrecircncia de UPs o que equivale ao

acometimento de 262 dos pacientes atendidos no NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio

de 2009 a abril de 2013

Dos 82 pacientes avaliados a idade meacutedia foi de 722 anos (DP=plusmn184 anos

Miacuten=10 anos Maacutex=98 anos) A maioria dos prontuaacuterios revisados demonstra que

827 da amostra satildeo idosos com faixa etaacuteria acima de 60 anos de idade Dentre os

pacientes identificados a tabela 1 demonstra que a maior representatividade foi 329

dos pacientes entre 80-89 anos 292 de 70-79 anose a menor foi de 48 entre 50-59

anos

Quanto agrave variaacutevel sexo percebe-se uma frequecircncia proacutexima entre os

sexos525masculino e475 feminino No entanto relacionando-se a variaacutevel sexo

com a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por paciente nota-se que os usuaacuterios do sexo

masculino com duas trecircs quatro cinco ou mais UPs apresentaram de discreta a elevada

predominacircncia em niacutevel crescente (563 579 629 e 667 respectivamente)

quando comparados agraves usuaacuterias do sexo feminino As pacientes do sexo feminino

apresentaram valores superiores aos homens (63) apenas quando se trata de

pacientesacometidos por apenas uma uacutenica UP (Tabela 1)

Dentre os pacientes atendidos na atenccedilatildeo domiciliar identificou-se que 952

dos usuaacuterios com UPs fazem parte do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID)

enquanto apenas 48 estatildeo vinculados ao Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

(POD)

No que se refere agrave situaccedilatildeo dos pacientes atendidos pelo NRAD entre os anos de

2009 a 2013 a maioria 658 dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito 245

permaneceu internado na atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia e apenas 97 receberam alta

da equipe do PID ou POD

28

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF segundo a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por usuaacuterio

maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS NUacuteMERO DE UacuteLCERAS POR PRESSAtildeO

1 UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

n n n n n n

27 329 16 195 19 231 8 97 12 146 82 100

FAIXA ETAacuteRIA

10- 49 anos 2 74 1 63 2 105 1 125 4 333 10 121

50-59 anos 1 37 1 63 2 105 - - - - 4 48

60-69 anos 3 111 1 63 3 158 2 25 1 83 10 121

70-79 anos 11 407 5 313 2 105 4 50 2 167 24 292

80-89 anos 7 259 6 375 9 474 1 125 4 333 27 329

ge 90 anos 3 111 2 125 1 53 - - 1 83 7 85

SEXO

Masculino 10 37 9 563 11 579 5 625 8 667 43 525

Feminino 17 63 7 437 8 421 3 375 4 333 39 475

PROGRAMA

PID 24 888 15 938 19 100 8 100 12 100 78 952

POD 3 112 1 62 - - - - - - 4 48

EVOLUCcedilAtildeO

Internado 7 259 4 25 5 263 2 25 2 167 20 245

Alta 2 74 2 125 1 53 2 25 1 83 8 97

Oacutebito 18 667 10 625 13 684 4 50 9 75 54 658

Uacutelcera por pressatildeo Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

A pesquisa identificou que a quantidade meacutedia de UPs na admissatildeo do paciente

eacute de aproximadamente duas lesotildees e a quantidade total de UPs no decorrer da internaccedilatildeo

eacute em meacutedia 25 UPs por paciente No que tange agrave quantidade de UPs por paciente a

maior representatividade foi dos pacientes com apenas uma lesatildeo (329) e o menor

percentual (97) foi referente aos pacientes com quatro lesotildees simultacircneas

Outra variaacutevel interessante eacute sobre o tempo de permanecircncia dos pacientes nos

programas de internaccedilatildeo do NRAD-Ceilacircndia sendo o tempo meacutedio de 3877 dias o

29

que equivale a pouco mais de 1 ano de internaccedilatildeo por paciente com miacutenimo de 4 dias e

maacuteximo de 1520 dias equivalente a pouco mais de 4 anos (Tabela 2)

Tabela 2- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS MEacuteDIA DP MIacuteNIMO MAacuteXIMO

Idade 722 184 10 98

Tempo de permanecircncia do

paciente no NRAD (dias) 3877 3961 4 1520

Quantidade de UPs na admissatildeo 21 16 0 7

Quantidade de UPs por paciente 25 15 1 7

Desvio Padratildeo

De acordo com a tabela 3 percebe-se que 804 dos pacientes possuem como

diagnoacutestico principal algum tipo de agravo em sauacutede relacionado ao sistema

neuroloacutegico Outros 17 possuem algum diagnoacutestico oncoloacutegico (CA hepaacutetico

prostaacutetico uterino bexiga metaacutestase oacutessea entre outros) apenas 13 com agravo

respiratoacuterio e 13 com agravo osteomuscular

Considerando os 804 de pacientes com algum agravo neuroloacutegico os

principais diagnoacutesticos encontrados foram sequela AVC (658) Dentre estes 561

com AVC como diagnoacutestico uacutenico e os demais pacientes que representam 97

possuiacuteam sequela de AVC associada a outras doenccedilas entre elas Parkinson Alzheimer

e Encefalopatia anoacutexica Ainda dentro do rol de outros problemas neuroloacutegicos (146)

tambeacutem foi possiacutevel encontrar Siacutendrome de Rasmussen Siacutendrome de Devic Demecircncia

Senil Esclerose Muacuteltipla Paralisia Cerebral Lesatildeo Espinomedular (Tetraplegia) e

Alzheimer (Tabela 3)

Como diagnoacutestico secundaacuterio 39 dos pacientes tambeacutem eram acometidos com

HAS e 232 com DM Sendo que destes 134 apresentaram HAS e DM

simultaneamente Outros pacientes apresentaram ainda desnutriccedilatildeo crocircnica e fratura do

fecircmur 61 cada (Tabela 3)

30

Tabela 3-Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

DIAGNOacuteSTICO PRINCIPAL n

Agravos Neuroloacutegicos 66 804

Agravos Neoplaacutesicos 14 17

Agravos Respiratoacuterios 1 13

Agravos Osteomusculares 1 13

COMORBIDADES n

Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) 32 39

Diabetes Mellitus(DM) tipo I ou II 19 232

Desnutriccedilatildeo Crocircnica 5 61

Fratura de fecircmur 5 61

DPOC 3 36

Outros agravos 18 22

Dos agravos neuroloacutegicos 658 eram sequelas de AVC Destes 134 apresentavam diagnoacutestico

de DM e HAS concomitantemente

Em uma visatildeo geral diante dos dados da tabela 4 nota-se que a assistecircncia de

enfermagem no tratamento das UPs gerou resolutividade em 378 dos pacientes 22

apresentou melhora da UPs e apenas 85 apresentaram quadro de piora Referente ao

nuacutemero de UPs os pacientes que apresentaram maiores percentis de piora 25 e de

manutenccedilatildeo da UP 50 foram aqueles que possuiacuteam quantidade igual ou superior a

cinco UPs

Do total da amostra 158 apresentaram infecccedilatildeo em alguma UP durante

determinado momento do tratamento Eacute interessante perceber que quanto maior a

quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de infecccedilatildeo na ferida Identifica-

se isso em 211 dos usuaacuterios com trecircs UPs 25 com quatro UPs e 333 dos

pacientes com cinco ou mais lesotildees que apresentaram infecccedilatildeo na ferida (Tabela 4)

Apenas 6 dos clientes apresentaram em algum momento reabertura de lesotildees

jaacute anteriormente resolvidas Tambeacutem seguindo a mesma loacutegica das infecccedilotildees de feridas

nota-se que quanto maior a quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de

reabertura de lesotildees isto foi possiacutevel identificar nos resultados que evidenciam que

105 dos pacientes com trecircs lesotildees 125 dos clientes com quatro lesotildees e 167

daqueles com cinco ou mais lesotildees apresentaram reabertura de UP (Tabela 4)

31

Tabela 4 - Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do

Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013

1UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

DESFECHO

DAS UPs

PACIENTE

n n n n n n

Cicatrizada 15 556 7 438 6 316 3 375 - - 31 378

Melhora 3 111 5 313 6 316 1 125 3 25 18 22

Piora 1 37 1 63 1 53 1 125 3 25 7 85

Mantida 8 296 3 188 6 316 3 375 6 50 26 317

INFECCcedilAtildeO

Sim 2 74 1 63 4 211 2 25 4 333 13 158

Natildeo 25 926 15 937 15 789 6 75 8 667 69 842

REABERTURA

Sim - - - - 2 105 1 125 2 167 5 6

Natildeo 27 100 16 100 17 895 7 875 10 833 77 94

ADMISSAtildeO

Com UP 20 741 12 75 19 100 8 100 12 100 71 865

Sem UP 7 259 4 25 - - - - - - 11 135

QUANTIDADE

UPs na

admissatildeo

1 UP 20 741 3 188 1 53 2 25 - - 26 317

2UPs - - 9 563 3 158 1 125 - - 13 158

3UPs - - - - 15 789 1 125 2 167 18 22

4UPs - - - - - - 4 50 1 83 5 6

5UPs - - - - - - - - 6 50 6 73

6UPs - - - - - - - - 2 167 2 24

7UPs - - - - - - - - 1 83 1 12

Vale ressaltar que segundo o resultado da pesquisa 865 destes pacientes

atendidos pelo NRAD jaacute foram admitidos com a presenccedila de UPs Somente 135 dos

usuaacuterios que passaram pela atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia desenvolveram UPs apoacutes a

admissatildeo em um dos programas natildeo ultrapassando a quantidade de duas UPs por

paciente Dos 865 de pacientes que jaacute foram internados em domiciacutelio com UP 317

apresentavam apenas uma UP na admissatildeo 22 com trecircs UPs e 12 com sete UPs jaacute

desde a admissatildeo conforme visualizado na figura 1

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

AGRADECIMENTOS

Gratidatildeo primeiramente a Deus por seu imenso amor e bondade Obrigado

Senhorporque de maneira concreta os meus planos e projetos se prostram diante de Ti e

da Tua vontade Onde estaria eu se natildeo fosse o Teu amor Senhor A Ti todo o louvor e

todo o reconhecimento pelas obras que realizas em mim e pelo Teu senhorio em minha

vida Sejas meu tudo Senhor e engrandeceis o meu nada Sejas a vida que pulsa em

mim Eu te agradeccedilo Senhor por me proporcionar a oportunidade de cursar e concluir

esta graduaccedilatildeo em enfermagem

Agrave minha Matildee do ceacuteu Nossa Senhora Aparecida que intercede sempre em meu

favor e me conduz a estar proacuteximo doteu Filho O Cristo que ressuscitado estaacutes Eacutes tu

Maria exemplo de esperanccedila de humildade de simplicidade de vida de oraccedilatildeo de

serviccedilo de doaccedilatildeo e de amor ao proacuteximo Totus Tuus Mariae

Aos meus pais agraves minhas irmatildes e agrave minha tia Antocircnia por acreditarem em mim

por me formarem e me ensinarem a ser a pessoa que sou hoje Meu muito obrigado por

todo o apoio que vocecircs me deram para que esse sonho se concretizasse Gratidatildeo

tambeacutem a todos os meus familiares que torceram e apostaram em mim

Agrave minha namorada que esteve ao meu lado desde a preparaccedilatildeo preacute-vestibular

ateacute a conclusatildeo desta graduaccedilatildeo A ti sou grato meu anjo por sua paciecircncia por seu

companheirismo e por sua compreensatildeo durante os momentos difiacuteceis desta caminhada

Amo vocecirc

Ao meu orientador o professor e mestre Luciano Ramos de Lima por sua

paciecircncia ensino e dedicaccedilatildeo pontos fundamentais que me auxiliaram na construccedilatildeo

econcretizaccedilatildeo desta pesquisa

Agrave Universidade de Brasiacutelia e ao corpo docente da Faculdade de Ceilacircndia por

contribuiacuterem com a minha formaccedilatildeo como enfermeiro e como cidadatildeo

Agrave enfermeira Valdenisia Apolinario Alencar pela colaboraccedilatildeo com esta

pesquisa a toda a equipe do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia e ao

Prof Dr Emerson Fachin Martins que coordenou o Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo

Continuada ldquoMelhor em Casardquo e o Projeto de Pesquisa ldquoLimites e possibilidades do

programa de internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por

portadores de doenccedilas crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade

de Ceilacircndia Aos acadecircmicos que participaram desses projetos e em especial ao meu

amigo Luiacutes Carlos Beda do Nascimento por sua colaboraccedilatildeo durante a aacuterdua coleta de

dados nos prontuaacuterios natildeo informatizados

Aos membros da Liga Acadecircmica de Feridas em Enfermagem da Universidade

de Brasiacutelia ndash Faculdade de Ceilacircndia (LAFEn-UnB) que se empenham no estudo

aprofundado do que tange ao conhecimento teacutecnico-cientiacutefico sobre o manejo com

feridas visando prestarem uma melhor assistecircncia aos pacientes acometidos pelos mais

diversos tipos de lesotildees em pele

Aos meus amigos de curso que fizeram desta caminhada universitaacuteria uma fase

divertida e inesqueciacutevel Que possamos ser fieacuteis a esta amizade e levaacute-la por toda a vida

pois foi muito bom ter convivido e partilhado a minha vida com vocecircs durante este

periacuteodo acadecircmico Obrigado pelo apoio que encontro em vocecircs

Aos meus irmatildeos da Comunidade Catoacutelica Shalom por me conduzirem agrave

experiecircncia de verdadeiramente conhecer Deus Gratidatildeo por me fazerem encontrar o

sentido do meu viver Agradeccedilo pela fraternidade e pela alegria que encontro em meio agrave

vivecircncia comunitaacuteria Obrigado pelas oraccedilotildees e pela forccedila durante esta reta final da

faculdade

A todos o meu muito obrigado

Shalom do Pai e o amor de Maria

ldquoO senhor natildeo daria banho em um leproso nem por

um milhatildeo de doacutelares Nem eu Somente por amor

se pode dar banho em um leproso

Eu vejo Deus em cada ser humano Quando limpo

as feridas do leproso sinto que estou cuidando do

proacuteprio Senhor Natildeo eacute uma experiecircncia

maravilhosardquo

Madre Teresa de Calcutaacute

LOBATO L Uacutelceras por pressatildeo em pacientes da atenccedilatildeo domiciliar 60p 2014

Trabalho de Conclusatildeo de Curso (Graduaccedilatildeo em Enfermagem) ndash Universidade de

Brasiacutelia Faculdade de Ceilacircndia Brasiacutelia 2014

RESUMO

INTRODUCcedilAtildeO A uacutelcera por pressatildeo (UP) eacute uma complicaccedilatildeo multifatorial frequente

em pacientes internados na atenccedilatildeo domiciliar sendo assim eacute importante investigar as

caracteriacutesticas desses indiviacuteduos e de suas feridas para melhor planejar o cuidado de

enfermagem OBJETIVO Descrever o perfil dos pacientes com UP na Atenccedilatildeo

Domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

(NRAD-CEI) - DF METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa retrospectiva

descritiva de abordagem quantitativa desenvolvida a partir do levantamento de dados

em 82 prontuaacuterios de pacientes acometidos por UP assistidos pelo NRAD-CEI num

periacuteodo de quatro anos entre maio de 2009 a abril de 2013 RESULTADOS O perfil

dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de homens idosos

acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica e Diabetes Mellitus com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e

com presenccedila de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados O NRAD-CEI foi resolutivo na cicatrizaccedilatildeo ou melhora de

quase 60 das UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe de enfermagem a cada

paciente por mecircs CONCLUSAtildeO O aparecimento de UPs esteve relacionado com a

condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e com sua capacidade funcional comprometida Destacou-

se neste contexto de Atenccedilatildeo Domiciliar o protagonismo do enfermeiro no que tange ao

tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia nos

cuidadosao paciente portador de lesotildees a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Descritores Uacutelcera por Pressatildeo Assistecircncia Domiciliar Enfermagem

LOBATO L Pressure ulcers in home care patients 60p 2014 Completion of

course work (Nursing Course) ndash University of Brasilia Faculty of Ceilacircndia Brasilia

2014

ABSTRACT

INTRODUCTION Pressure ulcers (UP) is a common multifactorial complication in

patients admitted to home careso it is important to investigate the characteristics of

these individuals and their wounds better plan for nursing care OBJECTIVE To

describe the profile of patients with UP in Home Care assisted by the Regional Center

for Home Care Ceilacircndia (NRAD-CEI) -Federal District METHODS The study is a

retrospective cross-sectional descriptive quantitative research approach developed from

survey data in medical records of 82 patients affected by UP assisted by NRAD-CEI in

a period of four years from May 2009 to April 2013 RESULTS Profile of patients with

UPs in Home Care is predominantly bedridden elderly men with neurological diagnosis

and or cancer carriers of Hypertension and Diabetes Mellitus with an average length

of stay of a year and with the presence of one to three pressure sores in sacral

trochanteric and calcaneal in varying degrees The NRAD-CEI was resolute in healing

or improvement of almost 60 of patients with UPs with the average of 221 visits the

nursing staff to each patient per month CONCLUSION The appearance of UPs was

related to the clinical condition of the patient and their compromised functional

capacity He excelled in this context the role of Home Care nurses regarding the

treatment and prevention of UPs and the effective insertion of the caregiver and the

family in the care of patients with UPs from health education

Keywords Pressure Ulcer Home Nursing Nursing

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndashDF segundo a quantidade de uacutelceras por

pressatildeo por usuaacuterio maio de 2009 a abril de 2013 28

Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013 29

Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 30

Tabela 4 Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF

maio de 2009 a abril de 2013 31

Tabela 5 Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 34

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos

pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013 32

Figura 2 Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 32

Figura 3 Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 33

Figura 4 Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF

maio de 2009 a abril de 2013 34

Figura 5 Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar

de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013 35

Figura 6 Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem

(VDE) aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 36

Figura 7 Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por

paciente com uacutelcera por pressatildeo usuaacuterio do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013 36

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

AVC Acidente Vascular Cerebral

AVD Atividades de Vida Diaacuteria

CA Cacircncer

CEI Ceilacircndia

CFM Conselho Federal de Medicina

CIPNSP Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP

COFEn Conselho Federal de Enfermagem

DF Distrito Federal

DM Diabetes Mellitus

DP Desvio Padratildeo

DPOC Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica

EMAD Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar

EMAP Equipes Multidisciplinar de Apoio

FCe Faculdade de Ceilacircndia

Fiocruz Fundaccedilatildeo Oswaldo Cruz

HAS Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

HRC Hospital Regional de Ceilacircndia

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

Maacutex Maacuteximo

Miacuten Miacutenimo

MS Ministeacuterio da Sauacutede

MSc Mestre

NRAD Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar

OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

PID Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

PNH Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo

PNSP Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente

POD Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

Prof Professor

SAD Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar

SAMU Serviccedilo de Atendimento Moacutevel de Urgecircncia

SES-DF Secretaria de Estado de Sauacutede do Distrito Federal

SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede

UnB Universidade de Brasiacutelia

UPs Uacutelceras por pressatildeo

VDE Visitas Domiciliares de Enfermagem

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 15

2 OBJETIVOS 19

21 Geral 19

22 Especiacuteficos 19

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 20

31 Uacutelcera por pressatildeo 20

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar22

4 METODOLOGIA 25

5 RESULTADOS 27

6 DISCUSSAtildeO 37

7 CONCLUSAtildeO 46

8 REFEREcircNCIAS 48

ANEXO

APEcircNDICES

1 INTRODUCcedilAtildeO

As uacutelceras por pressatildeo (UPs) satildeo lesotildees de uma aacuterea localizada na pele e dos

tecidos subjacentes causadas por pressatildeo tensatildeo tangencial fricccedilatildeo eou uma

combinaccedilatildeo destes fatores As UPs tambeacutem estatildeo associadas a outros fatores

contribuintes cujo papel ainda natildeo se encontra totalmente esclarecidos no

acometimento (EPUAP 2011) As UPs custam e afetam milhotildees de pacientes nos

domiciacutelios nos centros de sauacutede e nas instituiccedilotildees hospitalares (LOURO et al 2007)A

Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) utiliza a prevalecircncia e incidecircncia das UPs como

indicadores para determinar a qualidade dos cuidados prestados (SOARES et al 2011)

Alguns dados recentes descrevem a epidemiologia das UPs entre os encontrados

estaacute um estudo realizado nas unidades de cliacutenica meacutedica e ciruacutergica em um hospital

puacuteblico de Uberaba-MG que aponta um grupo com idade meacutedia acima de 50 anos

sendo que natildeo houve diferenccedila significativa entre sexo masculino e feminino

predominando em pacientes de cor branca (SILVIA et al 2011) Haacute afirmaccedilotildees que a

pele negra tem maior resistecircncia agrave agressatildeo externa causada pela umidade e fricccedilatildeo

somado agrave dificuldade em identificar lesotildees de grau I em indiviacuteduos negros (MORO et

al 2007) Uma pesquisa realizada em Unidade de Terapia Intensiva Cliacutenicas Meacutedica e

Ciruacutergica de um hospital em Joatildeo Pessoa-PB demonstrou que as UPs tiveram

prevalecircncia de 71 no sexo feminino 428 em pacientes com idade acima de 59 anos

e 40 com doenccedilas crocircnicas degenerativas (ARAUacuteJO et al 2010)

Outro estudo realizado sobre assistecircncia domiciliar em Fortaleza-CE apresentou

a ocorrecircncia de UPs com predominacircncia de 692 em pacientes do sexo feminino e

68 em idosos acima de 80 anos de idade As principais comorbidades predisponentes

ao aparecimento de UPs foram a doenccedila de Alzheimer em 33 dos pacientes e sequelas

de Acidente Vascular Cerebral em 263 dos pacientes sendo que do total 263 eram

hipertensos e 119 eram diabeacuteticos fatores que prejudicam o processo cicatricial da

ferida (COEcircLHO et al 2012) Haacute tambeacutem pesquisas que obtiveram como resultado

incidecircncia maior no sexo masculino 882 em Unidade de Urgecircncia e Emergecircncia do

estado do Paraacute e confirmando prevalecircncia elevada de 588 em idosos acima de 60

anos (SOARES et al 2011)

Entre os principais fatores de risco associados ao aparecimento de UPs estatildeo

fatores bioloacutegicos como idade avanccedilada nutriccedilatildeo desequilibrada hiporexia anorexia

16

processos infecciosos diversas patologias integridade da pele prejudicada (umidade

excessiva ou ressecamento extremo) incontinecircncia urinaacuteria e fecal e fatores fiacutesicos e

mecacircnicos como atritos abrasotildees traumasimobilidade falta da mudanccedila de decuacutebito

etc Similarmente ao paciente que tem diminuiccedilatildeo do niacutevel de consciecircncia o paciente

imoacutevel tambeacutem natildeo alivia a pressatildeo nas regiotildees de proeminecircncias oacutesseas mantendo

assim os fatores de intensidade e duraccedilatildeo da pressatildeo como a maior causa do

desenvolvimento da lesatildeo (MORO et al 2007STUDART et al 2011)

Soares et al (2011) afirmam que as lesotildees por pressatildeo representam uma das

principais complicaccedilotildees que acometem pacientes criacuteticos institucionalizados devido agrave

exposiccedilatildeo aos fatores predisponentes para UPs e devido a ocorrecircncia de procedimentos

ciruacutergicos de longa duraccedilatildeo

Segundo a OMS cerca de 95 das UPs satildeo evitaacuteveis por isso eacute imprescindiacutevel

que sejam utilizados todos os meios disponiacuteveis para realizar uma prevenccedilatildeo eficaz

aleacutem do tratamento das UPs jaacute estabelecidas (SOARES et al 2011) As orientaccedilotildees

relacionadas aos cuidados e prevenccedilatildeo de UPs satildeo essenciais para o bom prognoacutestico do

paciente acometido por UPs Entre as principais orientaccedilotildees para esses pacientes estatildeo

mudanccedila de decuacutebito a cada duas horas manter lenccediloacuteis secos e esticados colchotildees

articulados nutriccedilatildeo adequada hidrataccedilatildeo da pele entre outros (LOURO et al 2007)

No acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar poucos estudos cientiacuteficos relatam a

frequecircncia de uacutelceras por pressatildeo entre os pacientes talvez isso se deva ao fato de

atenccedilatildeo domiciliar no Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) ser uma modalidade recente

Mesmo apoacutes a publicaccedilatildeo da portaria que instituiu a atenccedilatildeo domiciliar muitos lugares

no Brasil ainda demoraram a implementaacute-la por questotildees de organizaccedilatildeo de espaccedilo

fiacutesico formaccedilatildeo de equipes e disponibilizaccedilatildeo de recursos aleacutem disso soma-se o fato de

que muitas cidades brasileiras ainda natildeo tenham implementado essa modalidade de

atenccedilatildeo por essas e outras dificuldades proacuteprias (SILVA et al 2005) Gargano et al

(2004) aponta que 65 dos pacientes de um programa de atenccedilatildeo domiciliar no sul do

Brasil apresentaram como motivo de internaccedilatildeo a presenccedila de infecccedilotildees cutacircneas

Bendo et al (2005) descrevem as UPs como diagnoacutestico principal em 17 dos

pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de Cascavel (MG) Outro estudo mais

recente aponta que entre um grupo de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de

Ribeiratildeo Preto (SP) 191 apresentavam uacutelcera por pressatildeo (CHAYAMITI CALIRI

2010) Atraveacutes das evidecircncias destes estudos fica claro tambeacutem que as UPs tecircm

prevalecircncia maior em idosos por conta da proacutepria natureza dessa faixa etaacuteria que estaacute

17

associada ao aparecimento de doenccedilas crocircnicas que muitas vezes ocasionam a reduccedilatildeo

da mobilidade fiacutesica favorecendo o aparecimento das UPs Quanto agrave ocupaccedilatildeo alguns

estudos demonstram frequecircncia acima de 90 em aposentados ou pensionistas Aleacutem

disso ficouevidenciado ainda nestes estudos a frequecircncia maior de UPs no sexo

feminino Ressalta-se que aspectos relativos agrave estrutura familiar e aquela proporcionada

pelos serviccedilos de atenccedilatildeo domiciliar devem ser investigados com maior atenccedilatildeo para

que melhor se compreenda o problema (GARGANO et al 2004 BENDO et al 2005

CHAYAMITI CALIRI 2010 COEcircLHO et al 2012)

A internaccedilatildeo domiciliar eacute uma modalidade de atenccedilatildeo implantada pelo SUS que

visa atender pacientes crocircnicos em estado grave estaacutevel eou em cuidados paliativos

Um dos seus principais focos eacute a desospitalizaccedilatildeo e a humanizaccedilatildeo do cuidado No

Distrito Federal o projeto de implantaccedilatildeo do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar soacute foi

publicado em 2008 baseado nas diretrizes operacionais doPlano Diretor de

Regionalizaccedilatildeo da Assistecircncia do Distrito Federal2005 nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo2006 do CITCONASS na PoliacuteticaNacional de

Humanizaccedilatildeo e na Portaria ndeg 25292006 do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004

2005 2006a 2006b 2008)

Nesse sentido enfatiza-se o cuidado com a UP que deve ser realizado por uma

equipe multiprofissional Os principais profissionais que devem compor a equipe

multiprofissional no acircmbito da Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo o enfermeiro o teacutecnico de

enfermagem o assistente social o odontologista o meacutedico o nutricionista o psicoacutelogo

o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional Eacute importante ressaltar que aleacutem da situaccedilatildeo

cliacutenica comprometida e da dependecircncia para realizar as atividades diaacuterias um dos

principais criteacuterios para admissatildeo no programa eacute a existecircncia de um cuidador que fique

responsaacutevel pelo paciente no ambiente domiciliar esse cuidador pode ser simplesmente

algueacutem da famiacutelia ou uma pessoa que tenha feito um curso de capacitaccedilatildeo para

cuidador A participaccedilatildeo da famiacutelia no cuidado eacute fundamental pois este programa natildeo

funciona como um Home Care A assistecircncia eacute prestada apenas na forma de visitas

domiciliares durante a semana e por acompanhamento telefocircnico sendo assim a equipe

multiprofissional habilita a famiacuteliacuidador a prestar os cuidados necessaacuterios de acordo

com os seus conhecimentos teacutecnicos e suas capacidades (BRASIL 2008 2012b)

Chama-se atenccedilatildeo para cuidado domiciliar com vistas a ser desenvolvido nestes

pacientes O cuidado domiciliar tem se mostrado efetivo na resposta agraves demandas de

indiviacuteduos dependentes para Atividades de Vida Diaacuteria (AVD) oferecendo aleacutem da

18

estabilidade cliacutenica pelos cuidados de sauacutede no domiciacutelio a dignidade e conforto

preconizados pela Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) do Ministeacuterio da Sauacutede ndash

MS (BRASIL 2004 2012b)

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Descrever o perfil dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar

assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Identificar o percentil de ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo em pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar na cidade de Ceilacircndia (DF) no periacuteodo avaliado

Descrever caracteriacutesticas cliacutenico-demograacuteficas dos pacientes com uacutelceras por

pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

Caracterizar o perfil das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes estudados na Atenccedilatildeo

Domiciliar

Verificar o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na

Atenccedilatildeo Domiciliar

Identificar a resolutividade do tratamento referente agraves uacutelceras por pressatildeo no

acircmbito domiciliar

Verificar a quantidade de visitas domiciliares de enfermagem aos pacientes

acometidos por uacutelceras por pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Uacutelcera por pressatildeo

A UP eacute uma complicaccedilatildeo frequente em pacientes internados tanto na atenccedilatildeo

hospitalar como domiciliar Pacientes acometidos por morbidades que levam agrave

imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como idade avanccedilada

desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele quadro de sauacutede

deficiente anemia possiacuteveis edemas incontinecircncia urinaacuteria por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento desse tipo de lesotildees cutacircneas ocasionadas pela fricccedilatildeo eou

pressatildeo da pele contra o leito comumente em pontos proacuteximos as proeminecircncias oacutesseas

como p ex regiatildeo trocanteacuterica sacral e calcacircneo ou em aacutereas onde o tecido adiposo

subcutacircneo eacute escasso Com isso haacute reduccedilatildeo na circulaccedilatildeo perifeacuterica do sangue em aacutereas

sob pressatildeo acarretando em maacute perfusatildeo tecidual e consequentemente surgimento de

feridas (LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012)

O aparecimento de UPs eacute um problema tanto para a qualidade de vida do

paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais

provindos de recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria

famiacutelia do paciente (BRASIL 2013a)

Existe uma classificaccedilatildeo publicada pela European Pressure Ulcer Advisory

Panel (EPUAP) que auxilia o enfermeiro no estadiamento das UPs esta classificaccedilatildeo

contribui para estabelecer o perfil de ferida e possibilitaa definiccedilatildeo de uma estrateacutegia de

cuidados para tratamento evitando recorrecircncia e o aparecimento de outras feridas A

classificaccedilatildeo define o estadiamento em Grau I ndash eritema natildeo branqueaacutevel em pele

intacta a lesatildeo precursora da pele Em pacientes de pele escura o calor o edema e o

endurecimento da regiatildeo tambeacutem podem ser indicadores Grau II ndash perda parcial da

pele que envolve a epiderme a derme ou ambas Grau III ndash perda de espessura total da

pele podendo incluir lesotildees ou mesmo necrose do tecido subcutacircneo com extensatildeo ateacute

a faacutescia subjacente mas natildeo atraveacutes dessa Grau IV ndash destruiccedilatildeo extensa necrose dos

tecidos ou lesatildeo muscular eou exposiccedilatildeo oacutessea ou das estruturas de apoio Grau ldquonatildeo

estadiaacutevelrdquo - perda tissular de espessura completa em que a base da uacutelcera estaacute coberta

por crosta (amarela marrom-claro cinza verde ou castanha) eou escara (marrom-claro

21

castanha ou negra) Sendo assim ateacute que a pele macerada eou necrosada seja removida

expondo a base da ferida a profundidade verdadeira e o grau natildeo podem ser

determinados (EPUAP 2011)

Atualmente existem diversos instrumentos de medidas e escalas que avaliam e

classificam o risco de pacientes desenvolverem UPs Entre os mais conhecidos e

utilizados estaacute a escala de Braden que avalia o risco de UP focalizando no cuidado agrave

pele com accedilotildees terapecircuticas preventivas e de educaccedilatildeo em sauacutede aleacutem de abordar

sobre a superfiacutecie de suporte e aliacutevio de carga mecacircnica A escala de Braden jaacute foi

testada e validada em diversos paiacuteses e eacute considerada de grande confiabilidade aleacutem de

possuir faacutecil utilizaccedilatildeo e vasta aceitaccedilatildeo tanto pelos enfermeiros como pelos proacuteprios

pacientes No entanto eacute importante ressaltar que haacute outras escalas bastante conhecidas

como p ex a escala de Norton a escala de Gosnell e a escala de Waterlow (ARAUacuteJO

et al 2010 COEcircLHO et al 2012)

Coecirclho et al (2012 p41) explica ainda de maneira bastante clara como estaacute

estruturada e organizada a escala de Braden e quais fatores satildeo avaliados em cada item

Sua organizaccedilatildeo baseia-se na fisiopatogenia da UP Assim eacute composta por

seis subescalas as quais avaliam a percepccedilatildeo sensorial a umidade da pele a

atividade a mobilidade o estado nutricional a fricccedilatildeo e o cisalhamento Das

seis subescalas trecircs medem determinantes cliacutenicos de exposiccedilatildeo para pressatildeo

prolongada e intensa (percepccedilatildeo sensorial atividade e mobilidade) e trecircs

mensuram a toleracircncia do tecido agrave pressatildeo (umidade nutriccedilatildeo fricccedilatildeo e

cisalhamento) Cada subescala eacute acompanhada de um tiacutetulo e cada niacutevel de

um conceito descritor-chave aleacutem de uma ou duas frases descrevendo ou

qualificando os atributos a serem avaliados

Arauacutejo et al (2010) referem que a escala de Braden pode variar de 4 a 23

pontos Escores abaixo de 11 pontos indicam alto risco para desenvolver UPs

pontuaccedilatildeo entre 11 e 16 aponta risco moderado e igual ou superior a 16 pontos eacute

considerado como pequeno risco para o aparecimento de UPs

Na Europa e Aacutesia encontram-se mais de 40 protocolos relacionados agrave prevenccedilatildeo

e ao tratamento de feridas e UPs (ARAUacuteJO et al 2011) No entanto ateacute recentemente

dentro do contexto de sauacutede brasileira ainda natildeo havia uma padronizaccedilatildeo da atenccedilatildeo ou

mesmo um protocolo oficial rotina de trabalho etc que auxiliasse a atuaccedilatildeo do

enfermeiro diante do surgimento de feridas e prevenccedilatildeo de uacutelceras por pressatildeo o que

pode levar o mesmo algumas vezes a uma avaliaccedilatildeo subjetiva e focada somente na

cicatrizaccedilatildeo da ferida mas sem uma fundamentaccedilatildeo profilaacutetica adequada para cada caso

22

(ROGENSKI SANTOS 2005) A partir dessa e outras necessidades quanto agrave seguranccedila

do paciente o Ministeacuterio da Sauacutede lanccedilou a portaria nordm 529 de 1ordm de abril de 2013 que

institui o Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente ndash PNSP Nesta portaria ficou

instituiacutedo um Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP (CIPNSP) ao qual foi designado

promover accedilotildees que visem agrave melhoria da seguranccedila do cuidado em sauacutede por meio da

elaboraccedilatildeo consensual e validaccedilatildeo de protocolos em sauacutede entre os diversos membros

que participam do CIPNSP entre eles CFM COFEN ANVISA e Fiocruz (BRASIL

2013b) Alguns meses depois foi lanccedilado pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Protocolo para

Prevenccedilatildeo de Uacutelcera por Pressatildeo (BRASIL 2013a) de acordo com a Portaria nordm 1377

de 9 de julho de 2013 que aprovou esse e outros protocolos de seguranccedila do paciente

(BRASIL 2013c)

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar

O Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID) eacute uma modalidade de internaccedilatildeo

extra-hospitalar que assiste a pacientes que necessitam de cuidados especiais de sauacutede

mas que podem permanecer internados em seu domiciacutelio O PID objetiva a

desospitalizaccedilatildeo humanizada eficaz e de qualidade com foco nas atividades de

promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede representando uma estrateacutegia na reversatildeo do atual

modelo hospitalocecircntrico (BRASIL 2008 MARTELLI et al 2011)

A melhor utilizaccedilatildeo do siacutetio hospitalar eacute um desafio para os atuais sistemas de

sauacutede com a otimizaccedilatildeo de recursos hospitalares e reduccedilatildeo de internaccedilotildees evitaacuteveis Em

resposta a esta demanda houve um ato na consolidaccedilatildeo da atual Poliacutetica de Atenccedilatildeo

Domiciliar com o lanccedilamento da Portaria 2527 de 27 de Outubro de 2011 que

regularizou o Programa Melhor em Casa e definiu a Atenccedilatildeo Domiciliar como nova

modalidade de atenccedilatildeo agrave sauacutede substitutiva ou complementar agraves jaacute existentes

caracterizada por um conjunto de accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento

de doenccedilas e reabilitaccedilatildeo prestadas em domiciacutelio com garantia de continuidade de

cuidados e integrada agraves redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 2011 2012b)

Os NRADrsquos satildeo Nuacutecleos Regionais de Atenccedilatildeo Domiciliar que nasceram no DF

a partir da necessidade de se implantar o PID eles estatildeo vinculados agraves Regionais de

Sauacutede das cidades sateacutelites conforme a organizaccedilatildeo feita pela Secretaria de Estado de

Sauacutede do Distrito Federal (SES-DF) O DF eacute composto por 15 Nuacutecleos Regionais de

Atenccedilatildeo Domiciliar e um deles eacute o NRAD - Ceilacircndia (NRAD-CEI) cujo atendimento

23

abrange uma populaccedilatildeo de 402729 mil habitantes na referida cidade segundo dados do

censo de 2010 do IBGE De acordo com a Portaria nordm 25272011 que redefine a atenccedilatildeo

domiciliar no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) o ideal seria que cada Equipe

Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar (EMAD) atenda apenas um grupo populacional

de 100 mil habitantes As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes

Multidisciplinar de Apoio (EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede

na atenccedilatildeo domiciliar A Portaria nordm 15332012 altera e acrescenta alguns pontos agrave

Portaria nordm 25272011 estabelecendo que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil habitantes

o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio poderaacute

constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes Esta

portaria estabelece ainda que satildeo requisitos miacutenimos para a instalaccedilatildeo do Serviccedilo de

Atenccedilatildeo Domiciliar (SAD) que o municiacutepio apresente populaccedilatildeo igual ou superior a 40

mil habitantes possua cobertura do SAMU ou de algum outro tipo de serviccedilo moacutevel de

urgecircncia e possua um hospital referecircncia na sua aacuterea de abrangecircncia (BRASIL 2008

2011 2012a IBGE 2010)

A transiccedilatildeo epidemioloacutegica e demograacutefica tem causado grande impacto social

com repercussatildeo em diversas aacutereas como economia habitaccedilatildeo previdecircncia e sauacutede

Tais mudanccedilas exigem uma reengenharia multidimensional Particularmente na sauacutede eacute

preciso empreender e fortalecer poliacuteticas puacuteblicas que viabilizem os princiacutepios e

diretrizes do SUS Neste cenaacuterio a Atenccedilatildeo Domiciliar tem se consolidado na reversatildeo

do atual modelo de sauacutede centrado nos hospitais para uma modalidade de accedilotildees

desenvolvidas no domiciacutelio por uma equipe multiprofissional a partir do diagnoacutestico da

realidade em que o paciente estaacute inserido considerando seus potenciais e limitaccedilotildees A

Atenccedilatildeo Domiciliar visa agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao paciente minimizando ou controlando

as sequelas de condiccedilotildees crocircnicas de maneira a favorecer o restabelecimento de sua

independecircncia e a preservaccedilatildeo de sua autonomia (BRASIL 2008 MENDES 2011

MENDES 2012)

Diante do exposto sobre a atenccedilatildeo domiciliar e da mudanccedila na piracircmide etaacuteria

do Brasil nos uacuteltimos anos considera-se que o aumento da populaccedilatildeo idosa e

consequentemente a elevaccedilatildeo no nuacutemero de casos de doenccedilas crocircnicas tornam as accedilotildees

desenvolvidas pelas equipes multiprofissionais do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

(PID) e do Programa de Oxigenoterapia Domiciliar (POD) como ferramentas essenciais

para impulsionar o Programa Melhor em Casa e fortalecer a Poliacutetica Nacional de

Humanizaccedilatildeo aleacutem de contribuir consideravelmente na reduccedilatildeo dos custos hospitalares

24

e na disponibilizaccedilatildeo de leitos em hospitais puacuteblicos para pacientes em estado instaacutevel

que necessitam de monitoramento contiacutenuo Os NRADrsquos vecircm proporcionando entre

outras coisas uma seacuterie de cuidados paliativos aos pacientes do SUS que podem

permanecer internados em domiciacutelio e que satildeo portadores de doenccedilas crocircnicas graves

estaacuteveis tais como Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica (DPOC) sequela de Acidente

Vascular Cerebral (AVC) cacircncer (CA) e diversos distuacuterbios crocircnicos degenerativos

agravos estes que podem acabar contribuindo para o aparecimento das uacutelceras por

pressatildeo como uma complicaccedilatildeo (BRASIL 2004 2012b)

4 METODOLOGIA

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva de abordagem quantitativa

desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes acometidos

por uacutelceras por pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2013

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada

ldquoMelhor em Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do

programa de internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por

portadores de doenccedilas crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade

de Ceilacircndia e foi autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede

do Governo do Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 (Anexo)

Enfatiza-se que foi respeitado os princiacutepios da Resoluccedilatildeo nordm4662012 no que se refere a

pesquisas com seres humanos (BRASIL 2012) Destaca-se que coordenador do projeto

e a chefia do NRAD-CEI autorizaram a utilizaccedilatildeo dos dados mediante termo de

consentimento livre e esclarecido (Apecircndice A) visto que o autor desta pesquisa foi

bolsista deste projeto e trabalhou na coleta de dados durante o periacuteodo de abril de 2012

a abril de 2013

Foram incluiacutedos dados de prontuaacuterios de pacientes acometidos por uacutelceras por

pressatildeo assistidos pelo NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio de 2009 a abril de 2013

somando-se amostra final de 82 prontuaacuterios pesquisados Os criteacuterios de exclusatildeo foram

pacientes natildeo acometidos por uacutelceras por pressatildeo pacientes natildeo assistidos pelo NRAD-

CEI periacuteodo anterior a maio de 2009 e posterior a abril de 2013 e prontuaacuterios com

dados insuficientes ou incompletos

Entre os benefiacutecios do presente estudo estatildeo o levantamento de informaccedilotildees que

posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos cuidados

multiprofissionais e especificamente de enfermagem para pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo no ambiente domiciliar Os riscos deste estudo consistiram em expor

informaccedilotildees dos pesquisados de forma a identificar a sua identidade desta forma este

risco foi minimizado devido agrave manutenccedilatildeo de sigilo com substituiccedilatildeo de nomes e natildeo

divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees que possam remeter a sua identificaccedilatildeo

A anaacutelise de dados se deu a partir do levantamento de dados consultados em

prontuaacuterios dos pacientes com instrumento de coleta (Apecircndice B) apoacutes realizada

26

tabulaccedilatildeo dos dados organizados eletronicamente por meio da criaccedilatildeo de planilhas em

arquivo do software de Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 210

Foi realizada uma anaacutelise exploratoacuteria dos dados (descritiva) as variaacuteveis numeacutericas

foram exploradas pelas medidas descritivas de centralidade (meacutedia) e de dispersatildeo

(miacutenimo maacuteximo e desvio padratildeo) e as variaacuteveis categoacutericas foram exploradas por

frequecircncias simples absolutas e percentuais A apresentaccedilatildeo dos dados foi organizada

por meio graacuteficos e tabelas

5 RESULTADOS

Foram avaliados na pesquisa os prontuaacuterios de 313 pacientes no entanto

somente 82 apresentaram registros de ocorrecircncia de UPs o que equivale ao

acometimento de 262 dos pacientes atendidos no NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio

de 2009 a abril de 2013

Dos 82 pacientes avaliados a idade meacutedia foi de 722 anos (DP=plusmn184 anos

Miacuten=10 anos Maacutex=98 anos) A maioria dos prontuaacuterios revisados demonstra que

827 da amostra satildeo idosos com faixa etaacuteria acima de 60 anos de idade Dentre os

pacientes identificados a tabela 1 demonstra que a maior representatividade foi 329

dos pacientes entre 80-89 anos 292 de 70-79 anose a menor foi de 48 entre 50-59

anos

Quanto agrave variaacutevel sexo percebe-se uma frequecircncia proacutexima entre os

sexos525masculino e475 feminino No entanto relacionando-se a variaacutevel sexo

com a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por paciente nota-se que os usuaacuterios do sexo

masculino com duas trecircs quatro cinco ou mais UPs apresentaram de discreta a elevada

predominacircncia em niacutevel crescente (563 579 629 e 667 respectivamente)

quando comparados agraves usuaacuterias do sexo feminino As pacientes do sexo feminino

apresentaram valores superiores aos homens (63) apenas quando se trata de

pacientesacometidos por apenas uma uacutenica UP (Tabela 1)

Dentre os pacientes atendidos na atenccedilatildeo domiciliar identificou-se que 952

dos usuaacuterios com UPs fazem parte do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID)

enquanto apenas 48 estatildeo vinculados ao Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

(POD)

No que se refere agrave situaccedilatildeo dos pacientes atendidos pelo NRAD entre os anos de

2009 a 2013 a maioria 658 dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito 245

permaneceu internado na atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia e apenas 97 receberam alta

da equipe do PID ou POD

28

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF segundo a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por usuaacuterio

maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS NUacuteMERO DE UacuteLCERAS POR PRESSAtildeO

1 UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

n n n n n n

27 329 16 195 19 231 8 97 12 146 82 100

FAIXA ETAacuteRIA

10- 49 anos 2 74 1 63 2 105 1 125 4 333 10 121

50-59 anos 1 37 1 63 2 105 - - - - 4 48

60-69 anos 3 111 1 63 3 158 2 25 1 83 10 121

70-79 anos 11 407 5 313 2 105 4 50 2 167 24 292

80-89 anos 7 259 6 375 9 474 1 125 4 333 27 329

ge 90 anos 3 111 2 125 1 53 - - 1 83 7 85

SEXO

Masculino 10 37 9 563 11 579 5 625 8 667 43 525

Feminino 17 63 7 437 8 421 3 375 4 333 39 475

PROGRAMA

PID 24 888 15 938 19 100 8 100 12 100 78 952

POD 3 112 1 62 - - - - - - 4 48

EVOLUCcedilAtildeO

Internado 7 259 4 25 5 263 2 25 2 167 20 245

Alta 2 74 2 125 1 53 2 25 1 83 8 97

Oacutebito 18 667 10 625 13 684 4 50 9 75 54 658

Uacutelcera por pressatildeo Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

A pesquisa identificou que a quantidade meacutedia de UPs na admissatildeo do paciente

eacute de aproximadamente duas lesotildees e a quantidade total de UPs no decorrer da internaccedilatildeo

eacute em meacutedia 25 UPs por paciente No que tange agrave quantidade de UPs por paciente a

maior representatividade foi dos pacientes com apenas uma lesatildeo (329) e o menor

percentual (97) foi referente aos pacientes com quatro lesotildees simultacircneas

Outra variaacutevel interessante eacute sobre o tempo de permanecircncia dos pacientes nos

programas de internaccedilatildeo do NRAD-Ceilacircndia sendo o tempo meacutedio de 3877 dias o

29

que equivale a pouco mais de 1 ano de internaccedilatildeo por paciente com miacutenimo de 4 dias e

maacuteximo de 1520 dias equivalente a pouco mais de 4 anos (Tabela 2)

Tabela 2- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS MEacuteDIA DP MIacuteNIMO MAacuteXIMO

Idade 722 184 10 98

Tempo de permanecircncia do

paciente no NRAD (dias) 3877 3961 4 1520

Quantidade de UPs na admissatildeo 21 16 0 7

Quantidade de UPs por paciente 25 15 1 7

Desvio Padratildeo

De acordo com a tabela 3 percebe-se que 804 dos pacientes possuem como

diagnoacutestico principal algum tipo de agravo em sauacutede relacionado ao sistema

neuroloacutegico Outros 17 possuem algum diagnoacutestico oncoloacutegico (CA hepaacutetico

prostaacutetico uterino bexiga metaacutestase oacutessea entre outros) apenas 13 com agravo

respiratoacuterio e 13 com agravo osteomuscular

Considerando os 804 de pacientes com algum agravo neuroloacutegico os

principais diagnoacutesticos encontrados foram sequela AVC (658) Dentre estes 561

com AVC como diagnoacutestico uacutenico e os demais pacientes que representam 97

possuiacuteam sequela de AVC associada a outras doenccedilas entre elas Parkinson Alzheimer

e Encefalopatia anoacutexica Ainda dentro do rol de outros problemas neuroloacutegicos (146)

tambeacutem foi possiacutevel encontrar Siacutendrome de Rasmussen Siacutendrome de Devic Demecircncia

Senil Esclerose Muacuteltipla Paralisia Cerebral Lesatildeo Espinomedular (Tetraplegia) e

Alzheimer (Tabela 3)

Como diagnoacutestico secundaacuterio 39 dos pacientes tambeacutem eram acometidos com

HAS e 232 com DM Sendo que destes 134 apresentaram HAS e DM

simultaneamente Outros pacientes apresentaram ainda desnutriccedilatildeo crocircnica e fratura do

fecircmur 61 cada (Tabela 3)

30

Tabela 3-Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

DIAGNOacuteSTICO PRINCIPAL n

Agravos Neuroloacutegicos 66 804

Agravos Neoplaacutesicos 14 17

Agravos Respiratoacuterios 1 13

Agravos Osteomusculares 1 13

COMORBIDADES n

Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) 32 39

Diabetes Mellitus(DM) tipo I ou II 19 232

Desnutriccedilatildeo Crocircnica 5 61

Fratura de fecircmur 5 61

DPOC 3 36

Outros agravos 18 22

Dos agravos neuroloacutegicos 658 eram sequelas de AVC Destes 134 apresentavam diagnoacutestico

de DM e HAS concomitantemente

Em uma visatildeo geral diante dos dados da tabela 4 nota-se que a assistecircncia de

enfermagem no tratamento das UPs gerou resolutividade em 378 dos pacientes 22

apresentou melhora da UPs e apenas 85 apresentaram quadro de piora Referente ao

nuacutemero de UPs os pacientes que apresentaram maiores percentis de piora 25 e de

manutenccedilatildeo da UP 50 foram aqueles que possuiacuteam quantidade igual ou superior a

cinco UPs

Do total da amostra 158 apresentaram infecccedilatildeo em alguma UP durante

determinado momento do tratamento Eacute interessante perceber que quanto maior a

quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de infecccedilatildeo na ferida Identifica-

se isso em 211 dos usuaacuterios com trecircs UPs 25 com quatro UPs e 333 dos

pacientes com cinco ou mais lesotildees que apresentaram infecccedilatildeo na ferida (Tabela 4)

Apenas 6 dos clientes apresentaram em algum momento reabertura de lesotildees

jaacute anteriormente resolvidas Tambeacutem seguindo a mesma loacutegica das infecccedilotildees de feridas

nota-se que quanto maior a quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de

reabertura de lesotildees isto foi possiacutevel identificar nos resultados que evidenciam que

105 dos pacientes com trecircs lesotildees 125 dos clientes com quatro lesotildees e 167

daqueles com cinco ou mais lesotildees apresentaram reabertura de UP (Tabela 4)

31

Tabela 4 - Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do

Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013

1UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

DESFECHO

DAS UPs

PACIENTE

n n n n n n

Cicatrizada 15 556 7 438 6 316 3 375 - - 31 378

Melhora 3 111 5 313 6 316 1 125 3 25 18 22

Piora 1 37 1 63 1 53 1 125 3 25 7 85

Mantida 8 296 3 188 6 316 3 375 6 50 26 317

INFECCcedilAtildeO

Sim 2 74 1 63 4 211 2 25 4 333 13 158

Natildeo 25 926 15 937 15 789 6 75 8 667 69 842

REABERTURA

Sim - - - - 2 105 1 125 2 167 5 6

Natildeo 27 100 16 100 17 895 7 875 10 833 77 94

ADMISSAtildeO

Com UP 20 741 12 75 19 100 8 100 12 100 71 865

Sem UP 7 259 4 25 - - - - - - 11 135

QUANTIDADE

UPs na

admissatildeo

1 UP 20 741 3 188 1 53 2 25 - - 26 317

2UPs - - 9 563 3 158 1 125 - - 13 158

3UPs - - - - 15 789 1 125 2 167 18 22

4UPs - - - - - - 4 50 1 83 5 6

5UPs - - - - - - - - 6 50 6 73

6UPs - - - - - - - - 2 167 2 24

7UPs - - - - - - - - 1 83 1 12

Vale ressaltar que segundo o resultado da pesquisa 865 destes pacientes

atendidos pelo NRAD jaacute foram admitidos com a presenccedila de UPs Somente 135 dos

usuaacuterios que passaram pela atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia desenvolveram UPs apoacutes a

admissatildeo em um dos programas natildeo ultrapassando a quantidade de duas UPs por

paciente Dos 865 de pacientes que jaacute foram internados em domiciacutelio com UP 317

apresentavam apenas uma UP na admissatildeo 22 com trecircs UPs e 12 com sete UPs jaacute

desde a admissatildeo conforme visualizado na figura 1

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

amigo Luiacutes Carlos Beda do Nascimento por sua colaboraccedilatildeo durante a aacuterdua coleta de

dados nos prontuaacuterios natildeo informatizados

Aos membros da Liga Acadecircmica de Feridas em Enfermagem da Universidade

de Brasiacutelia ndash Faculdade de Ceilacircndia (LAFEn-UnB) que se empenham no estudo

aprofundado do que tange ao conhecimento teacutecnico-cientiacutefico sobre o manejo com

feridas visando prestarem uma melhor assistecircncia aos pacientes acometidos pelos mais

diversos tipos de lesotildees em pele

Aos meus amigos de curso que fizeram desta caminhada universitaacuteria uma fase

divertida e inesqueciacutevel Que possamos ser fieacuteis a esta amizade e levaacute-la por toda a vida

pois foi muito bom ter convivido e partilhado a minha vida com vocecircs durante este

periacuteodo acadecircmico Obrigado pelo apoio que encontro em vocecircs

Aos meus irmatildeos da Comunidade Catoacutelica Shalom por me conduzirem agrave

experiecircncia de verdadeiramente conhecer Deus Gratidatildeo por me fazerem encontrar o

sentido do meu viver Agradeccedilo pela fraternidade e pela alegria que encontro em meio agrave

vivecircncia comunitaacuteria Obrigado pelas oraccedilotildees e pela forccedila durante esta reta final da

faculdade

A todos o meu muito obrigado

Shalom do Pai e o amor de Maria

ldquoO senhor natildeo daria banho em um leproso nem por

um milhatildeo de doacutelares Nem eu Somente por amor

se pode dar banho em um leproso

Eu vejo Deus em cada ser humano Quando limpo

as feridas do leproso sinto que estou cuidando do

proacuteprio Senhor Natildeo eacute uma experiecircncia

maravilhosardquo

Madre Teresa de Calcutaacute

LOBATO L Uacutelceras por pressatildeo em pacientes da atenccedilatildeo domiciliar 60p 2014

Trabalho de Conclusatildeo de Curso (Graduaccedilatildeo em Enfermagem) ndash Universidade de

Brasiacutelia Faculdade de Ceilacircndia Brasiacutelia 2014

RESUMO

INTRODUCcedilAtildeO A uacutelcera por pressatildeo (UP) eacute uma complicaccedilatildeo multifatorial frequente

em pacientes internados na atenccedilatildeo domiciliar sendo assim eacute importante investigar as

caracteriacutesticas desses indiviacuteduos e de suas feridas para melhor planejar o cuidado de

enfermagem OBJETIVO Descrever o perfil dos pacientes com UP na Atenccedilatildeo

Domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

(NRAD-CEI) - DF METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa retrospectiva

descritiva de abordagem quantitativa desenvolvida a partir do levantamento de dados

em 82 prontuaacuterios de pacientes acometidos por UP assistidos pelo NRAD-CEI num

periacuteodo de quatro anos entre maio de 2009 a abril de 2013 RESULTADOS O perfil

dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de homens idosos

acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica e Diabetes Mellitus com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e

com presenccedila de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados O NRAD-CEI foi resolutivo na cicatrizaccedilatildeo ou melhora de

quase 60 das UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe de enfermagem a cada

paciente por mecircs CONCLUSAtildeO O aparecimento de UPs esteve relacionado com a

condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e com sua capacidade funcional comprometida Destacou-

se neste contexto de Atenccedilatildeo Domiciliar o protagonismo do enfermeiro no que tange ao

tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia nos

cuidadosao paciente portador de lesotildees a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Descritores Uacutelcera por Pressatildeo Assistecircncia Domiciliar Enfermagem

LOBATO L Pressure ulcers in home care patients 60p 2014 Completion of

course work (Nursing Course) ndash University of Brasilia Faculty of Ceilacircndia Brasilia

2014

ABSTRACT

INTRODUCTION Pressure ulcers (UP) is a common multifactorial complication in

patients admitted to home careso it is important to investigate the characteristics of

these individuals and their wounds better plan for nursing care OBJECTIVE To

describe the profile of patients with UP in Home Care assisted by the Regional Center

for Home Care Ceilacircndia (NRAD-CEI) -Federal District METHODS The study is a

retrospective cross-sectional descriptive quantitative research approach developed from

survey data in medical records of 82 patients affected by UP assisted by NRAD-CEI in

a period of four years from May 2009 to April 2013 RESULTS Profile of patients with

UPs in Home Care is predominantly bedridden elderly men with neurological diagnosis

and or cancer carriers of Hypertension and Diabetes Mellitus with an average length

of stay of a year and with the presence of one to three pressure sores in sacral

trochanteric and calcaneal in varying degrees The NRAD-CEI was resolute in healing

or improvement of almost 60 of patients with UPs with the average of 221 visits the

nursing staff to each patient per month CONCLUSION The appearance of UPs was

related to the clinical condition of the patient and their compromised functional

capacity He excelled in this context the role of Home Care nurses regarding the

treatment and prevention of UPs and the effective insertion of the caregiver and the

family in the care of patients with UPs from health education

Keywords Pressure Ulcer Home Nursing Nursing

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndashDF segundo a quantidade de uacutelceras por

pressatildeo por usuaacuterio maio de 2009 a abril de 2013 28

Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013 29

Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 30

Tabela 4 Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF

maio de 2009 a abril de 2013 31

Tabela 5 Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 34

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos

pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013 32

Figura 2 Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 32

Figura 3 Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 33

Figura 4 Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF

maio de 2009 a abril de 2013 34

Figura 5 Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar

de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013 35

Figura 6 Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem

(VDE) aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 36

Figura 7 Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por

paciente com uacutelcera por pressatildeo usuaacuterio do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013 36

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

AVC Acidente Vascular Cerebral

AVD Atividades de Vida Diaacuteria

CA Cacircncer

CEI Ceilacircndia

CFM Conselho Federal de Medicina

CIPNSP Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP

COFEn Conselho Federal de Enfermagem

DF Distrito Federal

DM Diabetes Mellitus

DP Desvio Padratildeo

DPOC Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica

EMAD Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar

EMAP Equipes Multidisciplinar de Apoio

FCe Faculdade de Ceilacircndia

Fiocruz Fundaccedilatildeo Oswaldo Cruz

HAS Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

HRC Hospital Regional de Ceilacircndia

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

Maacutex Maacuteximo

Miacuten Miacutenimo

MS Ministeacuterio da Sauacutede

MSc Mestre

NRAD Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar

OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

PID Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

PNH Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo

PNSP Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente

POD Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

Prof Professor

SAD Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar

SAMU Serviccedilo de Atendimento Moacutevel de Urgecircncia

SES-DF Secretaria de Estado de Sauacutede do Distrito Federal

SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede

UnB Universidade de Brasiacutelia

UPs Uacutelceras por pressatildeo

VDE Visitas Domiciliares de Enfermagem

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 15

2 OBJETIVOS 19

21 Geral 19

22 Especiacuteficos 19

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 20

31 Uacutelcera por pressatildeo 20

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar22

4 METODOLOGIA 25

5 RESULTADOS 27

6 DISCUSSAtildeO 37

7 CONCLUSAtildeO 46

8 REFEREcircNCIAS 48

ANEXO

APEcircNDICES

1 INTRODUCcedilAtildeO

As uacutelceras por pressatildeo (UPs) satildeo lesotildees de uma aacuterea localizada na pele e dos

tecidos subjacentes causadas por pressatildeo tensatildeo tangencial fricccedilatildeo eou uma

combinaccedilatildeo destes fatores As UPs tambeacutem estatildeo associadas a outros fatores

contribuintes cujo papel ainda natildeo se encontra totalmente esclarecidos no

acometimento (EPUAP 2011) As UPs custam e afetam milhotildees de pacientes nos

domiciacutelios nos centros de sauacutede e nas instituiccedilotildees hospitalares (LOURO et al 2007)A

Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) utiliza a prevalecircncia e incidecircncia das UPs como

indicadores para determinar a qualidade dos cuidados prestados (SOARES et al 2011)

Alguns dados recentes descrevem a epidemiologia das UPs entre os encontrados

estaacute um estudo realizado nas unidades de cliacutenica meacutedica e ciruacutergica em um hospital

puacuteblico de Uberaba-MG que aponta um grupo com idade meacutedia acima de 50 anos

sendo que natildeo houve diferenccedila significativa entre sexo masculino e feminino

predominando em pacientes de cor branca (SILVIA et al 2011) Haacute afirmaccedilotildees que a

pele negra tem maior resistecircncia agrave agressatildeo externa causada pela umidade e fricccedilatildeo

somado agrave dificuldade em identificar lesotildees de grau I em indiviacuteduos negros (MORO et

al 2007) Uma pesquisa realizada em Unidade de Terapia Intensiva Cliacutenicas Meacutedica e

Ciruacutergica de um hospital em Joatildeo Pessoa-PB demonstrou que as UPs tiveram

prevalecircncia de 71 no sexo feminino 428 em pacientes com idade acima de 59 anos

e 40 com doenccedilas crocircnicas degenerativas (ARAUacuteJO et al 2010)

Outro estudo realizado sobre assistecircncia domiciliar em Fortaleza-CE apresentou

a ocorrecircncia de UPs com predominacircncia de 692 em pacientes do sexo feminino e

68 em idosos acima de 80 anos de idade As principais comorbidades predisponentes

ao aparecimento de UPs foram a doenccedila de Alzheimer em 33 dos pacientes e sequelas

de Acidente Vascular Cerebral em 263 dos pacientes sendo que do total 263 eram

hipertensos e 119 eram diabeacuteticos fatores que prejudicam o processo cicatricial da

ferida (COEcircLHO et al 2012) Haacute tambeacutem pesquisas que obtiveram como resultado

incidecircncia maior no sexo masculino 882 em Unidade de Urgecircncia e Emergecircncia do

estado do Paraacute e confirmando prevalecircncia elevada de 588 em idosos acima de 60

anos (SOARES et al 2011)

Entre os principais fatores de risco associados ao aparecimento de UPs estatildeo

fatores bioloacutegicos como idade avanccedilada nutriccedilatildeo desequilibrada hiporexia anorexia

16

processos infecciosos diversas patologias integridade da pele prejudicada (umidade

excessiva ou ressecamento extremo) incontinecircncia urinaacuteria e fecal e fatores fiacutesicos e

mecacircnicos como atritos abrasotildees traumasimobilidade falta da mudanccedila de decuacutebito

etc Similarmente ao paciente que tem diminuiccedilatildeo do niacutevel de consciecircncia o paciente

imoacutevel tambeacutem natildeo alivia a pressatildeo nas regiotildees de proeminecircncias oacutesseas mantendo

assim os fatores de intensidade e duraccedilatildeo da pressatildeo como a maior causa do

desenvolvimento da lesatildeo (MORO et al 2007STUDART et al 2011)

Soares et al (2011) afirmam que as lesotildees por pressatildeo representam uma das

principais complicaccedilotildees que acometem pacientes criacuteticos institucionalizados devido agrave

exposiccedilatildeo aos fatores predisponentes para UPs e devido a ocorrecircncia de procedimentos

ciruacutergicos de longa duraccedilatildeo

Segundo a OMS cerca de 95 das UPs satildeo evitaacuteveis por isso eacute imprescindiacutevel

que sejam utilizados todos os meios disponiacuteveis para realizar uma prevenccedilatildeo eficaz

aleacutem do tratamento das UPs jaacute estabelecidas (SOARES et al 2011) As orientaccedilotildees

relacionadas aos cuidados e prevenccedilatildeo de UPs satildeo essenciais para o bom prognoacutestico do

paciente acometido por UPs Entre as principais orientaccedilotildees para esses pacientes estatildeo

mudanccedila de decuacutebito a cada duas horas manter lenccediloacuteis secos e esticados colchotildees

articulados nutriccedilatildeo adequada hidrataccedilatildeo da pele entre outros (LOURO et al 2007)

No acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar poucos estudos cientiacuteficos relatam a

frequecircncia de uacutelceras por pressatildeo entre os pacientes talvez isso se deva ao fato de

atenccedilatildeo domiciliar no Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) ser uma modalidade recente

Mesmo apoacutes a publicaccedilatildeo da portaria que instituiu a atenccedilatildeo domiciliar muitos lugares

no Brasil ainda demoraram a implementaacute-la por questotildees de organizaccedilatildeo de espaccedilo

fiacutesico formaccedilatildeo de equipes e disponibilizaccedilatildeo de recursos aleacutem disso soma-se o fato de

que muitas cidades brasileiras ainda natildeo tenham implementado essa modalidade de

atenccedilatildeo por essas e outras dificuldades proacuteprias (SILVA et al 2005) Gargano et al

(2004) aponta que 65 dos pacientes de um programa de atenccedilatildeo domiciliar no sul do

Brasil apresentaram como motivo de internaccedilatildeo a presenccedila de infecccedilotildees cutacircneas

Bendo et al (2005) descrevem as UPs como diagnoacutestico principal em 17 dos

pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de Cascavel (MG) Outro estudo mais

recente aponta que entre um grupo de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de

Ribeiratildeo Preto (SP) 191 apresentavam uacutelcera por pressatildeo (CHAYAMITI CALIRI

2010) Atraveacutes das evidecircncias destes estudos fica claro tambeacutem que as UPs tecircm

prevalecircncia maior em idosos por conta da proacutepria natureza dessa faixa etaacuteria que estaacute

17

associada ao aparecimento de doenccedilas crocircnicas que muitas vezes ocasionam a reduccedilatildeo

da mobilidade fiacutesica favorecendo o aparecimento das UPs Quanto agrave ocupaccedilatildeo alguns

estudos demonstram frequecircncia acima de 90 em aposentados ou pensionistas Aleacutem

disso ficouevidenciado ainda nestes estudos a frequecircncia maior de UPs no sexo

feminino Ressalta-se que aspectos relativos agrave estrutura familiar e aquela proporcionada

pelos serviccedilos de atenccedilatildeo domiciliar devem ser investigados com maior atenccedilatildeo para

que melhor se compreenda o problema (GARGANO et al 2004 BENDO et al 2005

CHAYAMITI CALIRI 2010 COEcircLHO et al 2012)

A internaccedilatildeo domiciliar eacute uma modalidade de atenccedilatildeo implantada pelo SUS que

visa atender pacientes crocircnicos em estado grave estaacutevel eou em cuidados paliativos

Um dos seus principais focos eacute a desospitalizaccedilatildeo e a humanizaccedilatildeo do cuidado No

Distrito Federal o projeto de implantaccedilatildeo do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar soacute foi

publicado em 2008 baseado nas diretrizes operacionais doPlano Diretor de

Regionalizaccedilatildeo da Assistecircncia do Distrito Federal2005 nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo2006 do CITCONASS na PoliacuteticaNacional de

Humanizaccedilatildeo e na Portaria ndeg 25292006 do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004

2005 2006a 2006b 2008)

Nesse sentido enfatiza-se o cuidado com a UP que deve ser realizado por uma

equipe multiprofissional Os principais profissionais que devem compor a equipe

multiprofissional no acircmbito da Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo o enfermeiro o teacutecnico de

enfermagem o assistente social o odontologista o meacutedico o nutricionista o psicoacutelogo

o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional Eacute importante ressaltar que aleacutem da situaccedilatildeo

cliacutenica comprometida e da dependecircncia para realizar as atividades diaacuterias um dos

principais criteacuterios para admissatildeo no programa eacute a existecircncia de um cuidador que fique

responsaacutevel pelo paciente no ambiente domiciliar esse cuidador pode ser simplesmente

algueacutem da famiacutelia ou uma pessoa que tenha feito um curso de capacitaccedilatildeo para

cuidador A participaccedilatildeo da famiacutelia no cuidado eacute fundamental pois este programa natildeo

funciona como um Home Care A assistecircncia eacute prestada apenas na forma de visitas

domiciliares durante a semana e por acompanhamento telefocircnico sendo assim a equipe

multiprofissional habilita a famiacuteliacuidador a prestar os cuidados necessaacuterios de acordo

com os seus conhecimentos teacutecnicos e suas capacidades (BRASIL 2008 2012b)

Chama-se atenccedilatildeo para cuidado domiciliar com vistas a ser desenvolvido nestes

pacientes O cuidado domiciliar tem se mostrado efetivo na resposta agraves demandas de

indiviacuteduos dependentes para Atividades de Vida Diaacuteria (AVD) oferecendo aleacutem da

18

estabilidade cliacutenica pelos cuidados de sauacutede no domiciacutelio a dignidade e conforto

preconizados pela Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) do Ministeacuterio da Sauacutede ndash

MS (BRASIL 2004 2012b)

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Descrever o perfil dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar

assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Identificar o percentil de ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo em pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar na cidade de Ceilacircndia (DF) no periacuteodo avaliado

Descrever caracteriacutesticas cliacutenico-demograacuteficas dos pacientes com uacutelceras por

pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

Caracterizar o perfil das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes estudados na Atenccedilatildeo

Domiciliar

Verificar o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na

Atenccedilatildeo Domiciliar

Identificar a resolutividade do tratamento referente agraves uacutelceras por pressatildeo no

acircmbito domiciliar

Verificar a quantidade de visitas domiciliares de enfermagem aos pacientes

acometidos por uacutelceras por pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Uacutelcera por pressatildeo

A UP eacute uma complicaccedilatildeo frequente em pacientes internados tanto na atenccedilatildeo

hospitalar como domiciliar Pacientes acometidos por morbidades que levam agrave

imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como idade avanccedilada

desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele quadro de sauacutede

deficiente anemia possiacuteveis edemas incontinecircncia urinaacuteria por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento desse tipo de lesotildees cutacircneas ocasionadas pela fricccedilatildeo eou

pressatildeo da pele contra o leito comumente em pontos proacuteximos as proeminecircncias oacutesseas

como p ex regiatildeo trocanteacuterica sacral e calcacircneo ou em aacutereas onde o tecido adiposo

subcutacircneo eacute escasso Com isso haacute reduccedilatildeo na circulaccedilatildeo perifeacuterica do sangue em aacutereas

sob pressatildeo acarretando em maacute perfusatildeo tecidual e consequentemente surgimento de

feridas (LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012)

O aparecimento de UPs eacute um problema tanto para a qualidade de vida do

paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais

provindos de recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria

famiacutelia do paciente (BRASIL 2013a)

Existe uma classificaccedilatildeo publicada pela European Pressure Ulcer Advisory

Panel (EPUAP) que auxilia o enfermeiro no estadiamento das UPs esta classificaccedilatildeo

contribui para estabelecer o perfil de ferida e possibilitaa definiccedilatildeo de uma estrateacutegia de

cuidados para tratamento evitando recorrecircncia e o aparecimento de outras feridas A

classificaccedilatildeo define o estadiamento em Grau I ndash eritema natildeo branqueaacutevel em pele

intacta a lesatildeo precursora da pele Em pacientes de pele escura o calor o edema e o

endurecimento da regiatildeo tambeacutem podem ser indicadores Grau II ndash perda parcial da

pele que envolve a epiderme a derme ou ambas Grau III ndash perda de espessura total da

pele podendo incluir lesotildees ou mesmo necrose do tecido subcutacircneo com extensatildeo ateacute

a faacutescia subjacente mas natildeo atraveacutes dessa Grau IV ndash destruiccedilatildeo extensa necrose dos

tecidos ou lesatildeo muscular eou exposiccedilatildeo oacutessea ou das estruturas de apoio Grau ldquonatildeo

estadiaacutevelrdquo - perda tissular de espessura completa em que a base da uacutelcera estaacute coberta

por crosta (amarela marrom-claro cinza verde ou castanha) eou escara (marrom-claro

21

castanha ou negra) Sendo assim ateacute que a pele macerada eou necrosada seja removida

expondo a base da ferida a profundidade verdadeira e o grau natildeo podem ser

determinados (EPUAP 2011)

Atualmente existem diversos instrumentos de medidas e escalas que avaliam e

classificam o risco de pacientes desenvolverem UPs Entre os mais conhecidos e

utilizados estaacute a escala de Braden que avalia o risco de UP focalizando no cuidado agrave

pele com accedilotildees terapecircuticas preventivas e de educaccedilatildeo em sauacutede aleacutem de abordar

sobre a superfiacutecie de suporte e aliacutevio de carga mecacircnica A escala de Braden jaacute foi

testada e validada em diversos paiacuteses e eacute considerada de grande confiabilidade aleacutem de

possuir faacutecil utilizaccedilatildeo e vasta aceitaccedilatildeo tanto pelos enfermeiros como pelos proacuteprios

pacientes No entanto eacute importante ressaltar que haacute outras escalas bastante conhecidas

como p ex a escala de Norton a escala de Gosnell e a escala de Waterlow (ARAUacuteJO

et al 2010 COEcircLHO et al 2012)

Coecirclho et al (2012 p41) explica ainda de maneira bastante clara como estaacute

estruturada e organizada a escala de Braden e quais fatores satildeo avaliados em cada item

Sua organizaccedilatildeo baseia-se na fisiopatogenia da UP Assim eacute composta por

seis subescalas as quais avaliam a percepccedilatildeo sensorial a umidade da pele a

atividade a mobilidade o estado nutricional a fricccedilatildeo e o cisalhamento Das

seis subescalas trecircs medem determinantes cliacutenicos de exposiccedilatildeo para pressatildeo

prolongada e intensa (percepccedilatildeo sensorial atividade e mobilidade) e trecircs

mensuram a toleracircncia do tecido agrave pressatildeo (umidade nutriccedilatildeo fricccedilatildeo e

cisalhamento) Cada subescala eacute acompanhada de um tiacutetulo e cada niacutevel de

um conceito descritor-chave aleacutem de uma ou duas frases descrevendo ou

qualificando os atributos a serem avaliados

Arauacutejo et al (2010) referem que a escala de Braden pode variar de 4 a 23

pontos Escores abaixo de 11 pontos indicam alto risco para desenvolver UPs

pontuaccedilatildeo entre 11 e 16 aponta risco moderado e igual ou superior a 16 pontos eacute

considerado como pequeno risco para o aparecimento de UPs

Na Europa e Aacutesia encontram-se mais de 40 protocolos relacionados agrave prevenccedilatildeo

e ao tratamento de feridas e UPs (ARAUacuteJO et al 2011) No entanto ateacute recentemente

dentro do contexto de sauacutede brasileira ainda natildeo havia uma padronizaccedilatildeo da atenccedilatildeo ou

mesmo um protocolo oficial rotina de trabalho etc que auxiliasse a atuaccedilatildeo do

enfermeiro diante do surgimento de feridas e prevenccedilatildeo de uacutelceras por pressatildeo o que

pode levar o mesmo algumas vezes a uma avaliaccedilatildeo subjetiva e focada somente na

cicatrizaccedilatildeo da ferida mas sem uma fundamentaccedilatildeo profilaacutetica adequada para cada caso

22

(ROGENSKI SANTOS 2005) A partir dessa e outras necessidades quanto agrave seguranccedila

do paciente o Ministeacuterio da Sauacutede lanccedilou a portaria nordm 529 de 1ordm de abril de 2013 que

institui o Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente ndash PNSP Nesta portaria ficou

instituiacutedo um Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP (CIPNSP) ao qual foi designado

promover accedilotildees que visem agrave melhoria da seguranccedila do cuidado em sauacutede por meio da

elaboraccedilatildeo consensual e validaccedilatildeo de protocolos em sauacutede entre os diversos membros

que participam do CIPNSP entre eles CFM COFEN ANVISA e Fiocruz (BRASIL

2013b) Alguns meses depois foi lanccedilado pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Protocolo para

Prevenccedilatildeo de Uacutelcera por Pressatildeo (BRASIL 2013a) de acordo com a Portaria nordm 1377

de 9 de julho de 2013 que aprovou esse e outros protocolos de seguranccedila do paciente

(BRASIL 2013c)

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar

O Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID) eacute uma modalidade de internaccedilatildeo

extra-hospitalar que assiste a pacientes que necessitam de cuidados especiais de sauacutede

mas que podem permanecer internados em seu domiciacutelio O PID objetiva a

desospitalizaccedilatildeo humanizada eficaz e de qualidade com foco nas atividades de

promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede representando uma estrateacutegia na reversatildeo do atual

modelo hospitalocecircntrico (BRASIL 2008 MARTELLI et al 2011)

A melhor utilizaccedilatildeo do siacutetio hospitalar eacute um desafio para os atuais sistemas de

sauacutede com a otimizaccedilatildeo de recursos hospitalares e reduccedilatildeo de internaccedilotildees evitaacuteveis Em

resposta a esta demanda houve um ato na consolidaccedilatildeo da atual Poliacutetica de Atenccedilatildeo

Domiciliar com o lanccedilamento da Portaria 2527 de 27 de Outubro de 2011 que

regularizou o Programa Melhor em Casa e definiu a Atenccedilatildeo Domiciliar como nova

modalidade de atenccedilatildeo agrave sauacutede substitutiva ou complementar agraves jaacute existentes

caracterizada por um conjunto de accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento

de doenccedilas e reabilitaccedilatildeo prestadas em domiciacutelio com garantia de continuidade de

cuidados e integrada agraves redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 2011 2012b)

Os NRADrsquos satildeo Nuacutecleos Regionais de Atenccedilatildeo Domiciliar que nasceram no DF

a partir da necessidade de se implantar o PID eles estatildeo vinculados agraves Regionais de

Sauacutede das cidades sateacutelites conforme a organizaccedilatildeo feita pela Secretaria de Estado de

Sauacutede do Distrito Federal (SES-DF) O DF eacute composto por 15 Nuacutecleos Regionais de

Atenccedilatildeo Domiciliar e um deles eacute o NRAD - Ceilacircndia (NRAD-CEI) cujo atendimento

23

abrange uma populaccedilatildeo de 402729 mil habitantes na referida cidade segundo dados do

censo de 2010 do IBGE De acordo com a Portaria nordm 25272011 que redefine a atenccedilatildeo

domiciliar no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) o ideal seria que cada Equipe

Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar (EMAD) atenda apenas um grupo populacional

de 100 mil habitantes As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes

Multidisciplinar de Apoio (EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede

na atenccedilatildeo domiciliar A Portaria nordm 15332012 altera e acrescenta alguns pontos agrave

Portaria nordm 25272011 estabelecendo que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil habitantes

o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio poderaacute

constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes Esta

portaria estabelece ainda que satildeo requisitos miacutenimos para a instalaccedilatildeo do Serviccedilo de

Atenccedilatildeo Domiciliar (SAD) que o municiacutepio apresente populaccedilatildeo igual ou superior a 40

mil habitantes possua cobertura do SAMU ou de algum outro tipo de serviccedilo moacutevel de

urgecircncia e possua um hospital referecircncia na sua aacuterea de abrangecircncia (BRASIL 2008

2011 2012a IBGE 2010)

A transiccedilatildeo epidemioloacutegica e demograacutefica tem causado grande impacto social

com repercussatildeo em diversas aacutereas como economia habitaccedilatildeo previdecircncia e sauacutede

Tais mudanccedilas exigem uma reengenharia multidimensional Particularmente na sauacutede eacute

preciso empreender e fortalecer poliacuteticas puacuteblicas que viabilizem os princiacutepios e

diretrizes do SUS Neste cenaacuterio a Atenccedilatildeo Domiciliar tem se consolidado na reversatildeo

do atual modelo de sauacutede centrado nos hospitais para uma modalidade de accedilotildees

desenvolvidas no domiciacutelio por uma equipe multiprofissional a partir do diagnoacutestico da

realidade em que o paciente estaacute inserido considerando seus potenciais e limitaccedilotildees A

Atenccedilatildeo Domiciliar visa agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao paciente minimizando ou controlando

as sequelas de condiccedilotildees crocircnicas de maneira a favorecer o restabelecimento de sua

independecircncia e a preservaccedilatildeo de sua autonomia (BRASIL 2008 MENDES 2011

MENDES 2012)

Diante do exposto sobre a atenccedilatildeo domiciliar e da mudanccedila na piracircmide etaacuteria

do Brasil nos uacuteltimos anos considera-se que o aumento da populaccedilatildeo idosa e

consequentemente a elevaccedilatildeo no nuacutemero de casos de doenccedilas crocircnicas tornam as accedilotildees

desenvolvidas pelas equipes multiprofissionais do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

(PID) e do Programa de Oxigenoterapia Domiciliar (POD) como ferramentas essenciais

para impulsionar o Programa Melhor em Casa e fortalecer a Poliacutetica Nacional de

Humanizaccedilatildeo aleacutem de contribuir consideravelmente na reduccedilatildeo dos custos hospitalares

24

e na disponibilizaccedilatildeo de leitos em hospitais puacuteblicos para pacientes em estado instaacutevel

que necessitam de monitoramento contiacutenuo Os NRADrsquos vecircm proporcionando entre

outras coisas uma seacuterie de cuidados paliativos aos pacientes do SUS que podem

permanecer internados em domiciacutelio e que satildeo portadores de doenccedilas crocircnicas graves

estaacuteveis tais como Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica (DPOC) sequela de Acidente

Vascular Cerebral (AVC) cacircncer (CA) e diversos distuacuterbios crocircnicos degenerativos

agravos estes que podem acabar contribuindo para o aparecimento das uacutelceras por

pressatildeo como uma complicaccedilatildeo (BRASIL 2004 2012b)

4 METODOLOGIA

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva de abordagem quantitativa

desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes acometidos

por uacutelceras por pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2013

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada

ldquoMelhor em Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do

programa de internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por

portadores de doenccedilas crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade

de Ceilacircndia e foi autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede

do Governo do Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 (Anexo)

Enfatiza-se que foi respeitado os princiacutepios da Resoluccedilatildeo nordm4662012 no que se refere a

pesquisas com seres humanos (BRASIL 2012) Destaca-se que coordenador do projeto

e a chefia do NRAD-CEI autorizaram a utilizaccedilatildeo dos dados mediante termo de

consentimento livre e esclarecido (Apecircndice A) visto que o autor desta pesquisa foi

bolsista deste projeto e trabalhou na coleta de dados durante o periacuteodo de abril de 2012

a abril de 2013

Foram incluiacutedos dados de prontuaacuterios de pacientes acometidos por uacutelceras por

pressatildeo assistidos pelo NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio de 2009 a abril de 2013

somando-se amostra final de 82 prontuaacuterios pesquisados Os criteacuterios de exclusatildeo foram

pacientes natildeo acometidos por uacutelceras por pressatildeo pacientes natildeo assistidos pelo NRAD-

CEI periacuteodo anterior a maio de 2009 e posterior a abril de 2013 e prontuaacuterios com

dados insuficientes ou incompletos

Entre os benefiacutecios do presente estudo estatildeo o levantamento de informaccedilotildees que

posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos cuidados

multiprofissionais e especificamente de enfermagem para pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo no ambiente domiciliar Os riscos deste estudo consistiram em expor

informaccedilotildees dos pesquisados de forma a identificar a sua identidade desta forma este

risco foi minimizado devido agrave manutenccedilatildeo de sigilo com substituiccedilatildeo de nomes e natildeo

divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees que possam remeter a sua identificaccedilatildeo

A anaacutelise de dados se deu a partir do levantamento de dados consultados em

prontuaacuterios dos pacientes com instrumento de coleta (Apecircndice B) apoacutes realizada

26

tabulaccedilatildeo dos dados organizados eletronicamente por meio da criaccedilatildeo de planilhas em

arquivo do software de Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 210

Foi realizada uma anaacutelise exploratoacuteria dos dados (descritiva) as variaacuteveis numeacutericas

foram exploradas pelas medidas descritivas de centralidade (meacutedia) e de dispersatildeo

(miacutenimo maacuteximo e desvio padratildeo) e as variaacuteveis categoacutericas foram exploradas por

frequecircncias simples absolutas e percentuais A apresentaccedilatildeo dos dados foi organizada

por meio graacuteficos e tabelas

5 RESULTADOS

Foram avaliados na pesquisa os prontuaacuterios de 313 pacientes no entanto

somente 82 apresentaram registros de ocorrecircncia de UPs o que equivale ao

acometimento de 262 dos pacientes atendidos no NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio

de 2009 a abril de 2013

Dos 82 pacientes avaliados a idade meacutedia foi de 722 anos (DP=plusmn184 anos

Miacuten=10 anos Maacutex=98 anos) A maioria dos prontuaacuterios revisados demonstra que

827 da amostra satildeo idosos com faixa etaacuteria acima de 60 anos de idade Dentre os

pacientes identificados a tabela 1 demonstra que a maior representatividade foi 329

dos pacientes entre 80-89 anos 292 de 70-79 anose a menor foi de 48 entre 50-59

anos

Quanto agrave variaacutevel sexo percebe-se uma frequecircncia proacutexima entre os

sexos525masculino e475 feminino No entanto relacionando-se a variaacutevel sexo

com a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por paciente nota-se que os usuaacuterios do sexo

masculino com duas trecircs quatro cinco ou mais UPs apresentaram de discreta a elevada

predominacircncia em niacutevel crescente (563 579 629 e 667 respectivamente)

quando comparados agraves usuaacuterias do sexo feminino As pacientes do sexo feminino

apresentaram valores superiores aos homens (63) apenas quando se trata de

pacientesacometidos por apenas uma uacutenica UP (Tabela 1)

Dentre os pacientes atendidos na atenccedilatildeo domiciliar identificou-se que 952

dos usuaacuterios com UPs fazem parte do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID)

enquanto apenas 48 estatildeo vinculados ao Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

(POD)

No que se refere agrave situaccedilatildeo dos pacientes atendidos pelo NRAD entre os anos de

2009 a 2013 a maioria 658 dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito 245

permaneceu internado na atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia e apenas 97 receberam alta

da equipe do PID ou POD

28

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF segundo a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por usuaacuterio

maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS NUacuteMERO DE UacuteLCERAS POR PRESSAtildeO

1 UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

n n n n n n

27 329 16 195 19 231 8 97 12 146 82 100

FAIXA ETAacuteRIA

10- 49 anos 2 74 1 63 2 105 1 125 4 333 10 121

50-59 anos 1 37 1 63 2 105 - - - - 4 48

60-69 anos 3 111 1 63 3 158 2 25 1 83 10 121

70-79 anos 11 407 5 313 2 105 4 50 2 167 24 292

80-89 anos 7 259 6 375 9 474 1 125 4 333 27 329

ge 90 anos 3 111 2 125 1 53 - - 1 83 7 85

SEXO

Masculino 10 37 9 563 11 579 5 625 8 667 43 525

Feminino 17 63 7 437 8 421 3 375 4 333 39 475

PROGRAMA

PID 24 888 15 938 19 100 8 100 12 100 78 952

POD 3 112 1 62 - - - - - - 4 48

EVOLUCcedilAtildeO

Internado 7 259 4 25 5 263 2 25 2 167 20 245

Alta 2 74 2 125 1 53 2 25 1 83 8 97

Oacutebito 18 667 10 625 13 684 4 50 9 75 54 658

Uacutelcera por pressatildeo Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

A pesquisa identificou que a quantidade meacutedia de UPs na admissatildeo do paciente

eacute de aproximadamente duas lesotildees e a quantidade total de UPs no decorrer da internaccedilatildeo

eacute em meacutedia 25 UPs por paciente No que tange agrave quantidade de UPs por paciente a

maior representatividade foi dos pacientes com apenas uma lesatildeo (329) e o menor

percentual (97) foi referente aos pacientes com quatro lesotildees simultacircneas

Outra variaacutevel interessante eacute sobre o tempo de permanecircncia dos pacientes nos

programas de internaccedilatildeo do NRAD-Ceilacircndia sendo o tempo meacutedio de 3877 dias o

29

que equivale a pouco mais de 1 ano de internaccedilatildeo por paciente com miacutenimo de 4 dias e

maacuteximo de 1520 dias equivalente a pouco mais de 4 anos (Tabela 2)

Tabela 2- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS MEacuteDIA DP MIacuteNIMO MAacuteXIMO

Idade 722 184 10 98

Tempo de permanecircncia do

paciente no NRAD (dias) 3877 3961 4 1520

Quantidade de UPs na admissatildeo 21 16 0 7

Quantidade de UPs por paciente 25 15 1 7

Desvio Padratildeo

De acordo com a tabela 3 percebe-se que 804 dos pacientes possuem como

diagnoacutestico principal algum tipo de agravo em sauacutede relacionado ao sistema

neuroloacutegico Outros 17 possuem algum diagnoacutestico oncoloacutegico (CA hepaacutetico

prostaacutetico uterino bexiga metaacutestase oacutessea entre outros) apenas 13 com agravo

respiratoacuterio e 13 com agravo osteomuscular

Considerando os 804 de pacientes com algum agravo neuroloacutegico os

principais diagnoacutesticos encontrados foram sequela AVC (658) Dentre estes 561

com AVC como diagnoacutestico uacutenico e os demais pacientes que representam 97

possuiacuteam sequela de AVC associada a outras doenccedilas entre elas Parkinson Alzheimer

e Encefalopatia anoacutexica Ainda dentro do rol de outros problemas neuroloacutegicos (146)

tambeacutem foi possiacutevel encontrar Siacutendrome de Rasmussen Siacutendrome de Devic Demecircncia

Senil Esclerose Muacuteltipla Paralisia Cerebral Lesatildeo Espinomedular (Tetraplegia) e

Alzheimer (Tabela 3)

Como diagnoacutestico secundaacuterio 39 dos pacientes tambeacutem eram acometidos com

HAS e 232 com DM Sendo que destes 134 apresentaram HAS e DM

simultaneamente Outros pacientes apresentaram ainda desnutriccedilatildeo crocircnica e fratura do

fecircmur 61 cada (Tabela 3)

30

Tabela 3-Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

DIAGNOacuteSTICO PRINCIPAL n

Agravos Neuroloacutegicos 66 804

Agravos Neoplaacutesicos 14 17

Agravos Respiratoacuterios 1 13

Agravos Osteomusculares 1 13

COMORBIDADES n

Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) 32 39

Diabetes Mellitus(DM) tipo I ou II 19 232

Desnutriccedilatildeo Crocircnica 5 61

Fratura de fecircmur 5 61

DPOC 3 36

Outros agravos 18 22

Dos agravos neuroloacutegicos 658 eram sequelas de AVC Destes 134 apresentavam diagnoacutestico

de DM e HAS concomitantemente

Em uma visatildeo geral diante dos dados da tabela 4 nota-se que a assistecircncia de

enfermagem no tratamento das UPs gerou resolutividade em 378 dos pacientes 22

apresentou melhora da UPs e apenas 85 apresentaram quadro de piora Referente ao

nuacutemero de UPs os pacientes que apresentaram maiores percentis de piora 25 e de

manutenccedilatildeo da UP 50 foram aqueles que possuiacuteam quantidade igual ou superior a

cinco UPs

Do total da amostra 158 apresentaram infecccedilatildeo em alguma UP durante

determinado momento do tratamento Eacute interessante perceber que quanto maior a

quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de infecccedilatildeo na ferida Identifica-

se isso em 211 dos usuaacuterios com trecircs UPs 25 com quatro UPs e 333 dos

pacientes com cinco ou mais lesotildees que apresentaram infecccedilatildeo na ferida (Tabela 4)

Apenas 6 dos clientes apresentaram em algum momento reabertura de lesotildees

jaacute anteriormente resolvidas Tambeacutem seguindo a mesma loacutegica das infecccedilotildees de feridas

nota-se que quanto maior a quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de

reabertura de lesotildees isto foi possiacutevel identificar nos resultados que evidenciam que

105 dos pacientes com trecircs lesotildees 125 dos clientes com quatro lesotildees e 167

daqueles com cinco ou mais lesotildees apresentaram reabertura de UP (Tabela 4)

31

Tabela 4 - Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do

Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013

1UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

DESFECHO

DAS UPs

PACIENTE

n n n n n n

Cicatrizada 15 556 7 438 6 316 3 375 - - 31 378

Melhora 3 111 5 313 6 316 1 125 3 25 18 22

Piora 1 37 1 63 1 53 1 125 3 25 7 85

Mantida 8 296 3 188 6 316 3 375 6 50 26 317

INFECCcedilAtildeO

Sim 2 74 1 63 4 211 2 25 4 333 13 158

Natildeo 25 926 15 937 15 789 6 75 8 667 69 842

REABERTURA

Sim - - - - 2 105 1 125 2 167 5 6

Natildeo 27 100 16 100 17 895 7 875 10 833 77 94

ADMISSAtildeO

Com UP 20 741 12 75 19 100 8 100 12 100 71 865

Sem UP 7 259 4 25 - - - - - - 11 135

QUANTIDADE

UPs na

admissatildeo

1 UP 20 741 3 188 1 53 2 25 - - 26 317

2UPs - - 9 563 3 158 1 125 - - 13 158

3UPs - - - - 15 789 1 125 2 167 18 22

4UPs - - - - - - 4 50 1 83 5 6

5UPs - - - - - - - - 6 50 6 73

6UPs - - - - - - - - 2 167 2 24

7UPs - - - - - - - - 1 83 1 12

Vale ressaltar que segundo o resultado da pesquisa 865 destes pacientes

atendidos pelo NRAD jaacute foram admitidos com a presenccedila de UPs Somente 135 dos

usuaacuterios que passaram pela atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia desenvolveram UPs apoacutes a

admissatildeo em um dos programas natildeo ultrapassando a quantidade de duas UPs por

paciente Dos 865 de pacientes que jaacute foram internados em domiciacutelio com UP 317

apresentavam apenas uma UP na admissatildeo 22 com trecircs UPs e 12 com sete UPs jaacute

desde a admissatildeo conforme visualizado na figura 1

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

ldquoO senhor natildeo daria banho em um leproso nem por

um milhatildeo de doacutelares Nem eu Somente por amor

se pode dar banho em um leproso

Eu vejo Deus em cada ser humano Quando limpo

as feridas do leproso sinto que estou cuidando do

proacuteprio Senhor Natildeo eacute uma experiecircncia

maravilhosardquo

Madre Teresa de Calcutaacute

LOBATO L Uacutelceras por pressatildeo em pacientes da atenccedilatildeo domiciliar 60p 2014

Trabalho de Conclusatildeo de Curso (Graduaccedilatildeo em Enfermagem) ndash Universidade de

Brasiacutelia Faculdade de Ceilacircndia Brasiacutelia 2014

RESUMO

INTRODUCcedilAtildeO A uacutelcera por pressatildeo (UP) eacute uma complicaccedilatildeo multifatorial frequente

em pacientes internados na atenccedilatildeo domiciliar sendo assim eacute importante investigar as

caracteriacutesticas desses indiviacuteduos e de suas feridas para melhor planejar o cuidado de

enfermagem OBJETIVO Descrever o perfil dos pacientes com UP na Atenccedilatildeo

Domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

(NRAD-CEI) - DF METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa retrospectiva

descritiva de abordagem quantitativa desenvolvida a partir do levantamento de dados

em 82 prontuaacuterios de pacientes acometidos por UP assistidos pelo NRAD-CEI num

periacuteodo de quatro anos entre maio de 2009 a abril de 2013 RESULTADOS O perfil

dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de homens idosos

acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica e Diabetes Mellitus com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e

com presenccedila de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados O NRAD-CEI foi resolutivo na cicatrizaccedilatildeo ou melhora de

quase 60 das UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe de enfermagem a cada

paciente por mecircs CONCLUSAtildeO O aparecimento de UPs esteve relacionado com a

condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e com sua capacidade funcional comprometida Destacou-

se neste contexto de Atenccedilatildeo Domiciliar o protagonismo do enfermeiro no que tange ao

tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia nos

cuidadosao paciente portador de lesotildees a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Descritores Uacutelcera por Pressatildeo Assistecircncia Domiciliar Enfermagem

LOBATO L Pressure ulcers in home care patients 60p 2014 Completion of

course work (Nursing Course) ndash University of Brasilia Faculty of Ceilacircndia Brasilia

2014

ABSTRACT

INTRODUCTION Pressure ulcers (UP) is a common multifactorial complication in

patients admitted to home careso it is important to investigate the characteristics of

these individuals and their wounds better plan for nursing care OBJECTIVE To

describe the profile of patients with UP in Home Care assisted by the Regional Center

for Home Care Ceilacircndia (NRAD-CEI) -Federal District METHODS The study is a

retrospective cross-sectional descriptive quantitative research approach developed from

survey data in medical records of 82 patients affected by UP assisted by NRAD-CEI in

a period of four years from May 2009 to April 2013 RESULTS Profile of patients with

UPs in Home Care is predominantly bedridden elderly men with neurological diagnosis

and or cancer carriers of Hypertension and Diabetes Mellitus with an average length

of stay of a year and with the presence of one to three pressure sores in sacral

trochanteric and calcaneal in varying degrees The NRAD-CEI was resolute in healing

or improvement of almost 60 of patients with UPs with the average of 221 visits the

nursing staff to each patient per month CONCLUSION The appearance of UPs was

related to the clinical condition of the patient and their compromised functional

capacity He excelled in this context the role of Home Care nurses regarding the

treatment and prevention of UPs and the effective insertion of the caregiver and the

family in the care of patients with UPs from health education

Keywords Pressure Ulcer Home Nursing Nursing

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndashDF segundo a quantidade de uacutelceras por

pressatildeo por usuaacuterio maio de 2009 a abril de 2013 28

Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013 29

Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 30

Tabela 4 Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF

maio de 2009 a abril de 2013 31

Tabela 5 Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 34

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos

pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013 32

Figura 2 Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 32

Figura 3 Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 33

Figura 4 Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF

maio de 2009 a abril de 2013 34

Figura 5 Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar

de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013 35

Figura 6 Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem

(VDE) aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 36

Figura 7 Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por

paciente com uacutelcera por pressatildeo usuaacuterio do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013 36

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

AVC Acidente Vascular Cerebral

AVD Atividades de Vida Diaacuteria

CA Cacircncer

CEI Ceilacircndia

CFM Conselho Federal de Medicina

CIPNSP Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP

COFEn Conselho Federal de Enfermagem

DF Distrito Federal

DM Diabetes Mellitus

DP Desvio Padratildeo

DPOC Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica

EMAD Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar

EMAP Equipes Multidisciplinar de Apoio

FCe Faculdade de Ceilacircndia

Fiocruz Fundaccedilatildeo Oswaldo Cruz

HAS Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

HRC Hospital Regional de Ceilacircndia

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

Maacutex Maacuteximo

Miacuten Miacutenimo

MS Ministeacuterio da Sauacutede

MSc Mestre

NRAD Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar

OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

PID Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

PNH Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo

PNSP Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente

POD Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

Prof Professor

SAD Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar

SAMU Serviccedilo de Atendimento Moacutevel de Urgecircncia

SES-DF Secretaria de Estado de Sauacutede do Distrito Federal

SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede

UnB Universidade de Brasiacutelia

UPs Uacutelceras por pressatildeo

VDE Visitas Domiciliares de Enfermagem

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 15

2 OBJETIVOS 19

21 Geral 19

22 Especiacuteficos 19

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 20

31 Uacutelcera por pressatildeo 20

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar22

4 METODOLOGIA 25

5 RESULTADOS 27

6 DISCUSSAtildeO 37

7 CONCLUSAtildeO 46

8 REFEREcircNCIAS 48

ANEXO

APEcircNDICES

1 INTRODUCcedilAtildeO

As uacutelceras por pressatildeo (UPs) satildeo lesotildees de uma aacuterea localizada na pele e dos

tecidos subjacentes causadas por pressatildeo tensatildeo tangencial fricccedilatildeo eou uma

combinaccedilatildeo destes fatores As UPs tambeacutem estatildeo associadas a outros fatores

contribuintes cujo papel ainda natildeo se encontra totalmente esclarecidos no

acometimento (EPUAP 2011) As UPs custam e afetam milhotildees de pacientes nos

domiciacutelios nos centros de sauacutede e nas instituiccedilotildees hospitalares (LOURO et al 2007)A

Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) utiliza a prevalecircncia e incidecircncia das UPs como

indicadores para determinar a qualidade dos cuidados prestados (SOARES et al 2011)

Alguns dados recentes descrevem a epidemiologia das UPs entre os encontrados

estaacute um estudo realizado nas unidades de cliacutenica meacutedica e ciruacutergica em um hospital

puacuteblico de Uberaba-MG que aponta um grupo com idade meacutedia acima de 50 anos

sendo que natildeo houve diferenccedila significativa entre sexo masculino e feminino

predominando em pacientes de cor branca (SILVIA et al 2011) Haacute afirmaccedilotildees que a

pele negra tem maior resistecircncia agrave agressatildeo externa causada pela umidade e fricccedilatildeo

somado agrave dificuldade em identificar lesotildees de grau I em indiviacuteduos negros (MORO et

al 2007) Uma pesquisa realizada em Unidade de Terapia Intensiva Cliacutenicas Meacutedica e

Ciruacutergica de um hospital em Joatildeo Pessoa-PB demonstrou que as UPs tiveram

prevalecircncia de 71 no sexo feminino 428 em pacientes com idade acima de 59 anos

e 40 com doenccedilas crocircnicas degenerativas (ARAUacuteJO et al 2010)

Outro estudo realizado sobre assistecircncia domiciliar em Fortaleza-CE apresentou

a ocorrecircncia de UPs com predominacircncia de 692 em pacientes do sexo feminino e

68 em idosos acima de 80 anos de idade As principais comorbidades predisponentes

ao aparecimento de UPs foram a doenccedila de Alzheimer em 33 dos pacientes e sequelas

de Acidente Vascular Cerebral em 263 dos pacientes sendo que do total 263 eram

hipertensos e 119 eram diabeacuteticos fatores que prejudicam o processo cicatricial da

ferida (COEcircLHO et al 2012) Haacute tambeacutem pesquisas que obtiveram como resultado

incidecircncia maior no sexo masculino 882 em Unidade de Urgecircncia e Emergecircncia do

estado do Paraacute e confirmando prevalecircncia elevada de 588 em idosos acima de 60

anos (SOARES et al 2011)

Entre os principais fatores de risco associados ao aparecimento de UPs estatildeo

fatores bioloacutegicos como idade avanccedilada nutriccedilatildeo desequilibrada hiporexia anorexia

16

processos infecciosos diversas patologias integridade da pele prejudicada (umidade

excessiva ou ressecamento extremo) incontinecircncia urinaacuteria e fecal e fatores fiacutesicos e

mecacircnicos como atritos abrasotildees traumasimobilidade falta da mudanccedila de decuacutebito

etc Similarmente ao paciente que tem diminuiccedilatildeo do niacutevel de consciecircncia o paciente

imoacutevel tambeacutem natildeo alivia a pressatildeo nas regiotildees de proeminecircncias oacutesseas mantendo

assim os fatores de intensidade e duraccedilatildeo da pressatildeo como a maior causa do

desenvolvimento da lesatildeo (MORO et al 2007STUDART et al 2011)

Soares et al (2011) afirmam que as lesotildees por pressatildeo representam uma das

principais complicaccedilotildees que acometem pacientes criacuteticos institucionalizados devido agrave

exposiccedilatildeo aos fatores predisponentes para UPs e devido a ocorrecircncia de procedimentos

ciruacutergicos de longa duraccedilatildeo

Segundo a OMS cerca de 95 das UPs satildeo evitaacuteveis por isso eacute imprescindiacutevel

que sejam utilizados todos os meios disponiacuteveis para realizar uma prevenccedilatildeo eficaz

aleacutem do tratamento das UPs jaacute estabelecidas (SOARES et al 2011) As orientaccedilotildees

relacionadas aos cuidados e prevenccedilatildeo de UPs satildeo essenciais para o bom prognoacutestico do

paciente acometido por UPs Entre as principais orientaccedilotildees para esses pacientes estatildeo

mudanccedila de decuacutebito a cada duas horas manter lenccediloacuteis secos e esticados colchotildees

articulados nutriccedilatildeo adequada hidrataccedilatildeo da pele entre outros (LOURO et al 2007)

No acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar poucos estudos cientiacuteficos relatam a

frequecircncia de uacutelceras por pressatildeo entre os pacientes talvez isso se deva ao fato de

atenccedilatildeo domiciliar no Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) ser uma modalidade recente

Mesmo apoacutes a publicaccedilatildeo da portaria que instituiu a atenccedilatildeo domiciliar muitos lugares

no Brasil ainda demoraram a implementaacute-la por questotildees de organizaccedilatildeo de espaccedilo

fiacutesico formaccedilatildeo de equipes e disponibilizaccedilatildeo de recursos aleacutem disso soma-se o fato de

que muitas cidades brasileiras ainda natildeo tenham implementado essa modalidade de

atenccedilatildeo por essas e outras dificuldades proacuteprias (SILVA et al 2005) Gargano et al

(2004) aponta que 65 dos pacientes de um programa de atenccedilatildeo domiciliar no sul do

Brasil apresentaram como motivo de internaccedilatildeo a presenccedila de infecccedilotildees cutacircneas

Bendo et al (2005) descrevem as UPs como diagnoacutestico principal em 17 dos

pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de Cascavel (MG) Outro estudo mais

recente aponta que entre um grupo de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de

Ribeiratildeo Preto (SP) 191 apresentavam uacutelcera por pressatildeo (CHAYAMITI CALIRI

2010) Atraveacutes das evidecircncias destes estudos fica claro tambeacutem que as UPs tecircm

prevalecircncia maior em idosos por conta da proacutepria natureza dessa faixa etaacuteria que estaacute

17

associada ao aparecimento de doenccedilas crocircnicas que muitas vezes ocasionam a reduccedilatildeo

da mobilidade fiacutesica favorecendo o aparecimento das UPs Quanto agrave ocupaccedilatildeo alguns

estudos demonstram frequecircncia acima de 90 em aposentados ou pensionistas Aleacutem

disso ficouevidenciado ainda nestes estudos a frequecircncia maior de UPs no sexo

feminino Ressalta-se que aspectos relativos agrave estrutura familiar e aquela proporcionada

pelos serviccedilos de atenccedilatildeo domiciliar devem ser investigados com maior atenccedilatildeo para

que melhor se compreenda o problema (GARGANO et al 2004 BENDO et al 2005

CHAYAMITI CALIRI 2010 COEcircLHO et al 2012)

A internaccedilatildeo domiciliar eacute uma modalidade de atenccedilatildeo implantada pelo SUS que

visa atender pacientes crocircnicos em estado grave estaacutevel eou em cuidados paliativos

Um dos seus principais focos eacute a desospitalizaccedilatildeo e a humanizaccedilatildeo do cuidado No

Distrito Federal o projeto de implantaccedilatildeo do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar soacute foi

publicado em 2008 baseado nas diretrizes operacionais doPlano Diretor de

Regionalizaccedilatildeo da Assistecircncia do Distrito Federal2005 nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo2006 do CITCONASS na PoliacuteticaNacional de

Humanizaccedilatildeo e na Portaria ndeg 25292006 do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004

2005 2006a 2006b 2008)

Nesse sentido enfatiza-se o cuidado com a UP que deve ser realizado por uma

equipe multiprofissional Os principais profissionais que devem compor a equipe

multiprofissional no acircmbito da Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo o enfermeiro o teacutecnico de

enfermagem o assistente social o odontologista o meacutedico o nutricionista o psicoacutelogo

o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional Eacute importante ressaltar que aleacutem da situaccedilatildeo

cliacutenica comprometida e da dependecircncia para realizar as atividades diaacuterias um dos

principais criteacuterios para admissatildeo no programa eacute a existecircncia de um cuidador que fique

responsaacutevel pelo paciente no ambiente domiciliar esse cuidador pode ser simplesmente

algueacutem da famiacutelia ou uma pessoa que tenha feito um curso de capacitaccedilatildeo para

cuidador A participaccedilatildeo da famiacutelia no cuidado eacute fundamental pois este programa natildeo

funciona como um Home Care A assistecircncia eacute prestada apenas na forma de visitas

domiciliares durante a semana e por acompanhamento telefocircnico sendo assim a equipe

multiprofissional habilita a famiacuteliacuidador a prestar os cuidados necessaacuterios de acordo

com os seus conhecimentos teacutecnicos e suas capacidades (BRASIL 2008 2012b)

Chama-se atenccedilatildeo para cuidado domiciliar com vistas a ser desenvolvido nestes

pacientes O cuidado domiciliar tem se mostrado efetivo na resposta agraves demandas de

indiviacuteduos dependentes para Atividades de Vida Diaacuteria (AVD) oferecendo aleacutem da

18

estabilidade cliacutenica pelos cuidados de sauacutede no domiciacutelio a dignidade e conforto

preconizados pela Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) do Ministeacuterio da Sauacutede ndash

MS (BRASIL 2004 2012b)

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Descrever o perfil dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar

assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Identificar o percentil de ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo em pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar na cidade de Ceilacircndia (DF) no periacuteodo avaliado

Descrever caracteriacutesticas cliacutenico-demograacuteficas dos pacientes com uacutelceras por

pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

Caracterizar o perfil das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes estudados na Atenccedilatildeo

Domiciliar

Verificar o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na

Atenccedilatildeo Domiciliar

Identificar a resolutividade do tratamento referente agraves uacutelceras por pressatildeo no

acircmbito domiciliar

Verificar a quantidade de visitas domiciliares de enfermagem aos pacientes

acometidos por uacutelceras por pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Uacutelcera por pressatildeo

A UP eacute uma complicaccedilatildeo frequente em pacientes internados tanto na atenccedilatildeo

hospitalar como domiciliar Pacientes acometidos por morbidades que levam agrave

imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como idade avanccedilada

desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele quadro de sauacutede

deficiente anemia possiacuteveis edemas incontinecircncia urinaacuteria por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento desse tipo de lesotildees cutacircneas ocasionadas pela fricccedilatildeo eou

pressatildeo da pele contra o leito comumente em pontos proacuteximos as proeminecircncias oacutesseas

como p ex regiatildeo trocanteacuterica sacral e calcacircneo ou em aacutereas onde o tecido adiposo

subcutacircneo eacute escasso Com isso haacute reduccedilatildeo na circulaccedilatildeo perifeacuterica do sangue em aacutereas

sob pressatildeo acarretando em maacute perfusatildeo tecidual e consequentemente surgimento de

feridas (LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012)

O aparecimento de UPs eacute um problema tanto para a qualidade de vida do

paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais

provindos de recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria

famiacutelia do paciente (BRASIL 2013a)

Existe uma classificaccedilatildeo publicada pela European Pressure Ulcer Advisory

Panel (EPUAP) que auxilia o enfermeiro no estadiamento das UPs esta classificaccedilatildeo

contribui para estabelecer o perfil de ferida e possibilitaa definiccedilatildeo de uma estrateacutegia de

cuidados para tratamento evitando recorrecircncia e o aparecimento de outras feridas A

classificaccedilatildeo define o estadiamento em Grau I ndash eritema natildeo branqueaacutevel em pele

intacta a lesatildeo precursora da pele Em pacientes de pele escura o calor o edema e o

endurecimento da regiatildeo tambeacutem podem ser indicadores Grau II ndash perda parcial da

pele que envolve a epiderme a derme ou ambas Grau III ndash perda de espessura total da

pele podendo incluir lesotildees ou mesmo necrose do tecido subcutacircneo com extensatildeo ateacute

a faacutescia subjacente mas natildeo atraveacutes dessa Grau IV ndash destruiccedilatildeo extensa necrose dos

tecidos ou lesatildeo muscular eou exposiccedilatildeo oacutessea ou das estruturas de apoio Grau ldquonatildeo

estadiaacutevelrdquo - perda tissular de espessura completa em que a base da uacutelcera estaacute coberta

por crosta (amarela marrom-claro cinza verde ou castanha) eou escara (marrom-claro

21

castanha ou negra) Sendo assim ateacute que a pele macerada eou necrosada seja removida

expondo a base da ferida a profundidade verdadeira e o grau natildeo podem ser

determinados (EPUAP 2011)

Atualmente existem diversos instrumentos de medidas e escalas que avaliam e

classificam o risco de pacientes desenvolverem UPs Entre os mais conhecidos e

utilizados estaacute a escala de Braden que avalia o risco de UP focalizando no cuidado agrave

pele com accedilotildees terapecircuticas preventivas e de educaccedilatildeo em sauacutede aleacutem de abordar

sobre a superfiacutecie de suporte e aliacutevio de carga mecacircnica A escala de Braden jaacute foi

testada e validada em diversos paiacuteses e eacute considerada de grande confiabilidade aleacutem de

possuir faacutecil utilizaccedilatildeo e vasta aceitaccedilatildeo tanto pelos enfermeiros como pelos proacuteprios

pacientes No entanto eacute importante ressaltar que haacute outras escalas bastante conhecidas

como p ex a escala de Norton a escala de Gosnell e a escala de Waterlow (ARAUacuteJO

et al 2010 COEcircLHO et al 2012)

Coecirclho et al (2012 p41) explica ainda de maneira bastante clara como estaacute

estruturada e organizada a escala de Braden e quais fatores satildeo avaliados em cada item

Sua organizaccedilatildeo baseia-se na fisiopatogenia da UP Assim eacute composta por

seis subescalas as quais avaliam a percepccedilatildeo sensorial a umidade da pele a

atividade a mobilidade o estado nutricional a fricccedilatildeo e o cisalhamento Das

seis subescalas trecircs medem determinantes cliacutenicos de exposiccedilatildeo para pressatildeo

prolongada e intensa (percepccedilatildeo sensorial atividade e mobilidade) e trecircs

mensuram a toleracircncia do tecido agrave pressatildeo (umidade nutriccedilatildeo fricccedilatildeo e

cisalhamento) Cada subescala eacute acompanhada de um tiacutetulo e cada niacutevel de

um conceito descritor-chave aleacutem de uma ou duas frases descrevendo ou

qualificando os atributos a serem avaliados

Arauacutejo et al (2010) referem que a escala de Braden pode variar de 4 a 23

pontos Escores abaixo de 11 pontos indicam alto risco para desenvolver UPs

pontuaccedilatildeo entre 11 e 16 aponta risco moderado e igual ou superior a 16 pontos eacute

considerado como pequeno risco para o aparecimento de UPs

Na Europa e Aacutesia encontram-se mais de 40 protocolos relacionados agrave prevenccedilatildeo

e ao tratamento de feridas e UPs (ARAUacuteJO et al 2011) No entanto ateacute recentemente

dentro do contexto de sauacutede brasileira ainda natildeo havia uma padronizaccedilatildeo da atenccedilatildeo ou

mesmo um protocolo oficial rotina de trabalho etc que auxiliasse a atuaccedilatildeo do

enfermeiro diante do surgimento de feridas e prevenccedilatildeo de uacutelceras por pressatildeo o que

pode levar o mesmo algumas vezes a uma avaliaccedilatildeo subjetiva e focada somente na

cicatrizaccedilatildeo da ferida mas sem uma fundamentaccedilatildeo profilaacutetica adequada para cada caso

22

(ROGENSKI SANTOS 2005) A partir dessa e outras necessidades quanto agrave seguranccedila

do paciente o Ministeacuterio da Sauacutede lanccedilou a portaria nordm 529 de 1ordm de abril de 2013 que

institui o Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente ndash PNSP Nesta portaria ficou

instituiacutedo um Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP (CIPNSP) ao qual foi designado

promover accedilotildees que visem agrave melhoria da seguranccedila do cuidado em sauacutede por meio da

elaboraccedilatildeo consensual e validaccedilatildeo de protocolos em sauacutede entre os diversos membros

que participam do CIPNSP entre eles CFM COFEN ANVISA e Fiocruz (BRASIL

2013b) Alguns meses depois foi lanccedilado pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Protocolo para

Prevenccedilatildeo de Uacutelcera por Pressatildeo (BRASIL 2013a) de acordo com a Portaria nordm 1377

de 9 de julho de 2013 que aprovou esse e outros protocolos de seguranccedila do paciente

(BRASIL 2013c)

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar

O Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID) eacute uma modalidade de internaccedilatildeo

extra-hospitalar que assiste a pacientes que necessitam de cuidados especiais de sauacutede

mas que podem permanecer internados em seu domiciacutelio O PID objetiva a

desospitalizaccedilatildeo humanizada eficaz e de qualidade com foco nas atividades de

promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede representando uma estrateacutegia na reversatildeo do atual

modelo hospitalocecircntrico (BRASIL 2008 MARTELLI et al 2011)

A melhor utilizaccedilatildeo do siacutetio hospitalar eacute um desafio para os atuais sistemas de

sauacutede com a otimizaccedilatildeo de recursos hospitalares e reduccedilatildeo de internaccedilotildees evitaacuteveis Em

resposta a esta demanda houve um ato na consolidaccedilatildeo da atual Poliacutetica de Atenccedilatildeo

Domiciliar com o lanccedilamento da Portaria 2527 de 27 de Outubro de 2011 que

regularizou o Programa Melhor em Casa e definiu a Atenccedilatildeo Domiciliar como nova

modalidade de atenccedilatildeo agrave sauacutede substitutiva ou complementar agraves jaacute existentes

caracterizada por um conjunto de accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento

de doenccedilas e reabilitaccedilatildeo prestadas em domiciacutelio com garantia de continuidade de

cuidados e integrada agraves redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 2011 2012b)

Os NRADrsquos satildeo Nuacutecleos Regionais de Atenccedilatildeo Domiciliar que nasceram no DF

a partir da necessidade de se implantar o PID eles estatildeo vinculados agraves Regionais de

Sauacutede das cidades sateacutelites conforme a organizaccedilatildeo feita pela Secretaria de Estado de

Sauacutede do Distrito Federal (SES-DF) O DF eacute composto por 15 Nuacutecleos Regionais de

Atenccedilatildeo Domiciliar e um deles eacute o NRAD - Ceilacircndia (NRAD-CEI) cujo atendimento

23

abrange uma populaccedilatildeo de 402729 mil habitantes na referida cidade segundo dados do

censo de 2010 do IBGE De acordo com a Portaria nordm 25272011 que redefine a atenccedilatildeo

domiciliar no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) o ideal seria que cada Equipe

Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar (EMAD) atenda apenas um grupo populacional

de 100 mil habitantes As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes

Multidisciplinar de Apoio (EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede

na atenccedilatildeo domiciliar A Portaria nordm 15332012 altera e acrescenta alguns pontos agrave

Portaria nordm 25272011 estabelecendo que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil habitantes

o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio poderaacute

constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes Esta

portaria estabelece ainda que satildeo requisitos miacutenimos para a instalaccedilatildeo do Serviccedilo de

Atenccedilatildeo Domiciliar (SAD) que o municiacutepio apresente populaccedilatildeo igual ou superior a 40

mil habitantes possua cobertura do SAMU ou de algum outro tipo de serviccedilo moacutevel de

urgecircncia e possua um hospital referecircncia na sua aacuterea de abrangecircncia (BRASIL 2008

2011 2012a IBGE 2010)

A transiccedilatildeo epidemioloacutegica e demograacutefica tem causado grande impacto social

com repercussatildeo em diversas aacutereas como economia habitaccedilatildeo previdecircncia e sauacutede

Tais mudanccedilas exigem uma reengenharia multidimensional Particularmente na sauacutede eacute

preciso empreender e fortalecer poliacuteticas puacuteblicas que viabilizem os princiacutepios e

diretrizes do SUS Neste cenaacuterio a Atenccedilatildeo Domiciliar tem se consolidado na reversatildeo

do atual modelo de sauacutede centrado nos hospitais para uma modalidade de accedilotildees

desenvolvidas no domiciacutelio por uma equipe multiprofissional a partir do diagnoacutestico da

realidade em que o paciente estaacute inserido considerando seus potenciais e limitaccedilotildees A

Atenccedilatildeo Domiciliar visa agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao paciente minimizando ou controlando

as sequelas de condiccedilotildees crocircnicas de maneira a favorecer o restabelecimento de sua

independecircncia e a preservaccedilatildeo de sua autonomia (BRASIL 2008 MENDES 2011

MENDES 2012)

Diante do exposto sobre a atenccedilatildeo domiciliar e da mudanccedila na piracircmide etaacuteria

do Brasil nos uacuteltimos anos considera-se que o aumento da populaccedilatildeo idosa e

consequentemente a elevaccedilatildeo no nuacutemero de casos de doenccedilas crocircnicas tornam as accedilotildees

desenvolvidas pelas equipes multiprofissionais do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

(PID) e do Programa de Oxigenoterapia Domiciliar (POD) como ferramentas essenciais

para impulsionar o Programa Melhor em Casa e fortalecer a Poliacutetica Nacional de

Humanizaccedilatildeo aleacutem de contribuir consideravelmente na reduccedilatildeo dos custos hospitalares

24

e na disponibilizaccedilatildeo de leitos em hospitais puacuteblicos para pacientes em estado instaacutevel

que necessitam de monitoramento contiacutenuo Os NRADrsquos vecircm proporcionando entre

outras coisas uma seacuterie de cuidados paliativos aos pacientes do SUS que podem

permanecer internados em domiciacutelio e que satildeo portadores de doenccedilas crocircnicas graves

estaacuteveis tais como Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica (DPOC) sequela de Acidente

Vascular Cerebral (AVC) cacircncer (CA) e diversos distuacuterbios crocircnicos degenerativos

agravos estes que podem acabar contribuindo para o aparecimento das uacutelceras por

pressatildeo como uma complicaccedilatildeo (BRASIL 2004 2012b)

4 METODOLOGIA

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva de abordagem quantitativa

desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes acometidos

por uacutelceras por pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2013

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada

ldquoMelhor em Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do

programa de internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por

portadores de doenccedilas crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade

de Ceilacircndia e foi autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede

do Governo do Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 (Anexo)

Enfatiza-se que foi respeitado os princiacutepios da Resoluccedilatildeo nordm4662012 no que se refere a

pesquisas com seres humanos (BRASIL 2012) Destaca-se que coordenador do projeto

e a chefia do NRAD-CEI autorizaram a utilizaccedilatildeo dos dados mediante termo de

consentimento livre e esclarecido (Apecircndice A) visto que o autor desta pesquisa foi

bolsista deste projeto e trabalhou na coleta de dados durante o periacuteodo de abril de 2012

a abril de 2013

Foram incluiacutedos dados de prontuaacuterios de pacientes acometidos por uacutelceras por

pressatildeo assistidos pelo NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio de 2009 a abril de 2013

somando-se amostra final de 82 prontuaacuterios pesquisados Os criteacuterios de exclusatildeo foram

pacientes natildeo acometidos por uacutelceras por pressatildeo pacientes natildeo assistidos pelo NRAD-

CEI periacuteodo anterior a maio de 2009 e posterior a abril de 2013 e prontuaacuterios com

dados insuficientes ou incompletos

Entre os benefiacutecios do presente estudo estatildeo o levantamento de informaccedilotildees que

posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos cuidados

multiprofissionais e especificamente de enfermagem para pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo no ambiente domiciliar Os riscos deste estudo consistiram em expor

informaccedilotildees dos pesquisados de forma a identificar a sua identidade desta forma este

risco foi minimizado devido agrave manutenccedilatildeo de sigilo com substituiccedilatildeo de nomes e natildeo

divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees que possam remeter a sua identificaccedilatildeo

A anaacutelise de dados se deu a partir do levantamento de dados consultados em

prontuaacuterios dos pacientes com instrumento de coleta (Apecircndice B) apoacutes realizada

26

tabulaccedilatildeo dos dados organizados eletronicamente por meio da criaccedilatildeo de planilhas em

arquivo do software de Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 210

Foi realizada uma anaacutelise exploratoacuteria dos dados (descritiva) as variaacuteveis numeacutericas

foram exploradas pelas medidas descritivas de centralidade (meacutedia) e de dispersatildeo

(miacutenimo maacuteximo e desvio padratildeo) e as variaacuteveis categoacutericas foram exploradas por

frequecircncias simples absolutas e percentuais A apresentaccedilatildeo dos dados foi organizada

por meio graacuteficos e tabelas

5 RESULTADOS

Foram avaliados na pesquisa os prontuaacuterios de 313 pacientes no entanto

somente 82 apresentaram registros de ocorrecircncia de UPs o que equivale ao

acometimento de 262 dos pacientes atendidos no NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio

de 2009 a abril de 2013

Dos 82 pacientes avaliados a idade meacutedia foi de 722 anos (DP=plusmn184 anos

Miacuten=10 anos Maacutex=98 anos) A maioria dos prontuaacuterios revisados demonstra que

827 da amostra satildeo idosos com faixa etaacuteria acima de 60 anos de idade Dentre os

pacientes identificados a tabela 1 demonstra que a maior representatividade foi 329

dos pacientes entre 80-89 anos 292 de 70-79 anose a menor foi de 48 entre 50-59

anos

Quanto agrave variaacutevel sexo percebe-se uma frequecircncia proacutexima entre os

sexos525masculino e475 feminino No entanto relacionando-se a variaacutevel sexo

com a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por paciente nota-se que os usuaacuterios do sexo

masculino com duas trecircs quatro cinco ou mais UPs apresentaram de discreta a elevada

predominacircncia em niacutevel crescente (563 579 629 e 667 respectivamente)

quando comparados agraves usuaacuterias do sexo feminino As pacientes do sexo feminino

apresentaram valores superiores aos homens (63) apenas quando se trata de

pacientesacometidos por apenas uma uacutenica UP (Tabela 1)

Dentre os pacientes atendidos na atenccedilatildeo domiciliar identificou-se que 952

dos usuaacuterios com UPs fazem parte do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID)

enquanto apenas 48 estatildeo vinculados ao Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

(POD)

No que se refere agrave situaccedilatildeo dos pacientes atendidos pelo NRAD entre os anos de

2009 a 2013 a maioria 658 dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito 245

permaneceu internado na atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia e apenas 97 receberam alta

da equipe do PID ou POD

28

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF segundo a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por usuaacuterio

maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS NUacuteMERO DE UacuteLCERAS POR PRESSAtildeO

1 UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

n n n n n n

27 329 16 195 19 231 8 97 12 146 82 100

FAIXA ETAacuteRIA

10- 49 anos 2 74 1 63 2 105 1 125 4 333 10 121

50-59 anos 1 37 1 63 2 105 - - - - 4 48

60-69 anos 3 111 1 63 3 158 2 25 1 83 10 121

70-79 anos 11 407 5 313 2 105 4 50 2 167 24 292

80-89 anos 7 259 6 375 9 474 1 125 4 333 27 329

ge 90 anos 3 111 2 125 1 53 - - 1 83 7 85

SEXO

Masculino 10 37 9 563 11 579 5 625 8 667 43 525

Feminino 17 63 7 437 8 421 3 375 4 333 39 475

PROGRAMA

PID 24 888 15 938 19 100 8 100 12 100 78 952

POD 3 112 1 62 - - - - - - 4 48

EVOLUCcedilAtildeO

Internado 7 259 4 25 5 263 2 25 2 167 20 245

Alta 2 74 2 125 1 53 2 25 1 83 8 97

Oacutebito 18 667 10 625 13 684 4 50 9 75 54 658

Uacutelcera por pressatildeo Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

A pesquisa identificou que a quantidade meacutedia de UPs na admissatildeo do paciente

eacute de aproximadamente duas lesotildees e a quantidade total de UPs no decorrer da internaccedilatildeo

eacute em meacutedia 25 UPs por paciente No que tange agrave quantidade de UPs por paciente a

maior representatividade foi dos pacientes com apenas uma lesatildeo (329) e o menor

percentual (97) foi referente aos pacientes com quatro lesotildees simultacircneas

Outra variaacutevel interessante eacute sobre o tempo de permanecircncia dos pacientes nos

programas de internaccedilatildeo do NRAD-Ceilacircndia sendo o tempo meacutedio de 3877 dias o

29

que equivale a pouco mais de 1 ano de internaccedilatildeo por paciente com miacutenimo de 4 dias e

maacuteximo de 1520 dias equivalente a pouco mais de 4 anos (Tabela 2)

Tabela 2- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS MEacuteDIA DP MIacuteNIMO MAacuteXIMO

Idade 722 184 10 98

Tempo de permanecircncia do

paciente no NRAD (dias) 3877 3961 4 1520

Quantidade de UPs na admissatildeo 21 16 0 7

Quantidade de UPs por paciente 25 15 1 7

Desvio Padratildeo

De acordo com a tabela 3 percebe-se que 804 dos pacientes possuem como

diagnoacutestico principal algum tipo de agravo em sauacutede relacionado ao sistema

neuroloacutegico Outros 17 possuem algum diagnoacutestico oncoloacutegico (CA hepaacutetico

prostaacutetico uterino bexiga metaacutestase oacutessea entre outros) apenas 13 com agravo

respiratoacuterio e 13 com agravo osteomuscular

Considerando os 804 de pacientes com algum agravo neuroloacutegico os

principais diagnoacutesticos encontrados foram sequela AVC (658) Dentre estes 561

com AVC como diagnoacutestico uacutenico e os demais pacientes que representam 97

possuiacuteam sequela de AVC associada a outras doenccedilas entre elas Parkinson Alzheimer

e Encefalopatia anoacutexica Ainda dentro do rol de outros problemas neuroloacutegicos (146)

tambeacutem foi possiacutevel encontrar Siacutendrome de Rasmussen Siacutendrome de Devic Demecircncia

Senil Esclerose Muacuteltipla Paralisia Cerebral Lesatildeo Espinomedular (Tetraplegia) e

Alzheimer (Tabela 3)

Como diagnoacutestico secundaacuterio 39 dos pacientes tambeacutem eram acometidos com

HAS e 232 com DM Sendo que destes 134 apresentaram HAS e DM

simultaneamente Outros pacientes apresentaram ainda desnutriccedilatildeo crocircnica e fratura do

fecircmur 61 cada (Tabela 3)

30

Tabela 3-Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

DIAGNOacuteSTICO PRINCIPAL n

Agravos Neuroloacutegicos 66 804

Agravos Neoplaacutesicos 14 17

Agravos Respiratoacuterios 1 13

Agravos Osteomusculares 1 13

COMORBIDADES n

Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) 32 39

Diabetes Mellitus(DM) tipo I ou II 19 232

Desnutriccedilatildeo Crocircnica 5 61

Fratura de fecircmur 5 61

DPOC 3 36

Outros agravos 18 22

Dos agravos neuroloacutegicos 658 eram sequelas de AVC Destes 134 apresentavam diagnoacutestico

de DM e HAS concomitantemente

Em uma visatildeo geral diante dos dados da tabela 4 nota-se que a assistecircncia de

enfermagem no tratamento das UPs gerou resolutividade em 378 dos pacientes 22

apresentou melhora da UPs e apenas 85 apresentaram quadro de piora Referente ao

nuacutemero de UPs os pacientes que apresentaram maiores percentis de piora 25 e de

manutenccedilatildeo da UP 50 foram aqueles que possuiacuteam quantidade igual ou superior a

cinco UPs

Do total da amostra 158 apresentaram infecccedilatildeo em alguma UP durante

determinado momento do tratamento Eacute interessante perceber que quanto maior a

quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de infecccedilatildeo na ferida Identifica-

se isso em 211 dos usuaacuterios com trecircs UPs 25 com quatro UPs e 333 dos

pacientes com cinco ou mais lesotildees que apresentaram infecccedilatildeo na ferida (Tabela 4)

Apenas 6 dos clientes apresentaram em algum momento reabertura de lesotildees

jaacute anteriormente resolvidas Tambeacutem seguindo a mesma loacutegica das infecccedilotildees de feridas

nota-se que quanto maior a quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de

reabertura de lesotildees isto foi possiacutevel identificar nos resultados que evidenciam que

105 dos pacientes com trecircs lesotildees 125 dos clientes com quatro lesotildees e 167

daqueles com cinco ou mais lesotildees apresentaram reabertura de UP (Tabela 4)

31

Tabela 4 - Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do

Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013

1UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

DESFECHO

DAS UPs

PACIENTE

n n n n n n

Cicatrizada 15 556 7 438 6 316 3 375 - - 31 378

Melhora 3 111 5 313 6 316 1 125 3 25 18 22

Piora 1 37 1 63 1 53 1 125 3 25 7 85

Mantida 8 296 3 188 6 316 3 375 6 50 26 317

INFECCcedilAtildeO

Sim 2 74 1 63 4 211 2 25 4 333 13 158

Natildeo 25 926 15 937 15 789 6 75 8 667 69 842

REABERTURA

Sim - - - - 2 105 1 125 2 167 5 6

Natildeo 27 100 16 100 17 895 7 875 10 833 77 94

ADMISSAtildeO

Com UP 20 741 12 75 19 100 8 100 12 100 71 865

Sem UP 7 259 4 25 - - - - - - 11 135

QUANTIDADE

UPs na

admissatildeo

1 UP 20 741 3 188 1 53 2 25 - - 26 317

2UPs - - 9 563 3 158 1 125 - - 13 158

3UPs - - - - 15 789 1 125 2 167 18 22

4UPs - - - - - - 4 50 1 83 5 6

5UPs - - - - - - - - 6 50 6 73

6UPs - - - - - - - - 2 167 2 24

7UPs - - - - - - - - 1 83 1 12

Vale ressaltar que segundo o resultado da pesquisa 865 destes pacientes

atendidos pelo NRAD jaacute foram admitidos com a presenccedila de UPs Somente 135 dos

usuaacuterios que passaram pela atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia desenvolveram UPs apoacutes a

admissatildeo em um dos programas natildeo ultrapassando a quantidade de duas UPs por

paciente Dos 865 de pacientes que jaacute foram internados em domiciacutelio com UP 317

apresentavam apenas uma UP na admissatildeo 22 com trecircs UPs e 12 com sete UPs jaacute

desde a admissatildeo conforme visualizado na figura 1

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

LOBATO L Uacutelceras por pressatildeo em pacientes da atenccedilatildeo domiciliar 60p 2014

Trabalho de Conclusatildeo de Curso (Graduaccedilatildeo em Enfermagem) ndash Universidade de

Brasiacutelia Faculdade de Ceilacircndia Brasiacutelia 2014

RESUMO

INTRODUCcedilAtildeO A uacutelcera por pressatildeo (UP) eacute uma complicaccedilatildeo multifatorial frequente

em pacientes internados na atenccedilatildeo domiciliar sendo assim eacute importante investigar as

caracteriacutesticas desses indiviacuteduos e de suas feridas para melhor planejar o cuidado de

enfermagem OBJETIVO Descrever o perfil dos pacientes com UP na Atenccedilatildeo

Domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

(NRAD-CEI) - DF METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa retrospectiva

descritiva de abordagem quantitativa desenvolvida a partir do levantamento de dados

em 82 prontuaacuterios de pacientes acometidos por UP assistidos pelo NRAD-CEI num

periacuteodo de quatro anos entre maio de 2009 a abril de 2013 RESULTADOS O perfil

dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de homens idosos

acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica e Diabetes Mellitus com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e

com presenccedila de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados O NRAD-CEI foi resolutivo na cicatrizaccedilatildeo ou melhora de

quase 60 das UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe de enfermagem a cada

paciente por mecircs CONCLUSAtildeO O aparecimento de UPs esteve relacionado com a

condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e com sua capacidade funcional comprometida Destacou-

se neste contexto de Atenccedilatildeo Domiciliar o protagonismo do enfermeiro no que tange ao

tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia nos

cuidadosao paciente portador de lesotildees a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Descritores Uacutelcera por Pressatildeo Assistecircncia Domiciliar Enfermagem

LOBATO L Pressure ulcers in home care patients 60p 2014 Completion of

course work (Nursing Course) ndash University of Brasilia Faculty of Ceilacircndia Brasilia

2014

ABSTRACT

INTRODUCTION Pressure ulcers (UP) is a common multifactorial complication in

patients admitted to home careso it is important to investigate the characteristics of

these individuals and their wounds better plan for nursing care OBJECTIVE To

describe the profile of patients with UP in Home Care assisted by the Regional Center

for Home Care Ceilacircndia (NRAD-CEI) -Federal District METHODS The study is a

retrospective cross-sectional descriptive quantitative research approach developed from

survey data in medical records of 82 patients affected by UP assisted by NRAD-CEI in

a period of four years from May 2009 to April 2013 RESULTS Profile of patients with

UPs in Home Care is predominantly bedridden elderly men with neurological diagnosis

and or cancer carriers of Hypertension and Diabetes Mellitus with an average length

of stay of a year and with the presence of one to three pressure sores in sacral

trochanteric and calcaneal in varying degrees The NRAD-CEI was resolute in healing

or improvement of almost 60 of patients with UPs with the average of 221 visits the

nursing staff to each patient per month CONCLUSION The appearance of UPs was

related to the clinical condition of the patient and their compromised functional

capacity He excelled in this context the role of Home Care nurses regarding the

treatment and prevention of UPs and the effective insertion of the caregiver and the

family in the care of patients with UPs from health education

Keywords Pressure Ulcer Home Nursing Nursing

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndashDF segundo a quantidade de uacutelceras por

pressatildeo por usuaacuterio maio de 2009 a abril de 2013 28

Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013 29

Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 30

Tabela 4 Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF

maio de 2009 a abril de 2013 31

Tabela 5 Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 34

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos

pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013 32

Figura 2 Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 32

Figura 3 Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 33

Figura 4 Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF

maio de 2009 a abril de 2013 34

Figura 5 Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar

de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013 35

Figura 6 Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem

(VDE) aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 36

Figura 7 Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por

paciente com uacutelcera por pressatildeo usuaacuterio do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013 36

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

AVC Acidente Vascular Cerebral

AVD Atividades de Vida Diaacuteria

CA Cacircncer

CEI Ceilacircndia

CFM Conselho Federal de Medicina

CIPNSP Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP

COFEn Conselho Federal de Enfermagem

DF Distrito Federal

DM Diabetes Mellitus

DP Desvio Padratildeo

DPOC Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica

EMAD Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar

EMAP Equipes Multidisciplinar de Apoio

FCe Faculdade de Ceilacircndia

Fiocruz Fundaccedilatildeo Oswaldo Cruz

HAS Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

HRC Hospital Regional de Ceilacircndia

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

Maacutex Maacuteximo

Miacuten Miacutenimo

MS Ministeacuterio da Sauacutede

MSc Mestre

NRAD Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar

OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

PID Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

PNH Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo

PNSP Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente

POD Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

Prof Professor

SAD Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar

SAMU Serviccedilo de Atendimento Moacutevel de Urgecircncia

SES-DF Secretaria de Estado de Sauacutede do Distrito Federal

SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede

UnB Universidade de Brasiacutelia

UPs Uacutelceras por pressatildeo

VDE Visitas Domiciliares de Enfermagem

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 15

2 OBJETIVOS 19

21 Geral 19

22 Especiacuteficos 19

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 20

31 Uacutelcera por pressatildeo 20

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar22

4 METODOLOGIA 25

5 RESULTADOS 27

6 DISCUSSAtildeO 37

7 CONCLUSAtildeO 46

8 REFEREcircNCIAS 48

ANEXO

APEcircNDICES

1 INTRODUCcedilAtildeO

As uacutelceras por pressatildeo (UPs) satildeo lesotildees de uma aacuterea localizada na pele e dos

tecidos subjacentes causadas por pressatildeo tensatildeo tangencial fricccedilatildeo eou uma

combinaccedilatildeo destes fatores As UPs tambeacutem estatildeo associadas a outros fatores

contribuintes cujo papel ainda natildeo se encontra totalmente esclarecidos no

acometimento (EPUAP 2011) As UPs custam e afetam milhotildees de pacientes nos

domiciacutelios nos centros de sauacutede e nas instituiccedilotildees hospitalares (LOURO et al 2007)A

Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) utiliza a prevalecircncia e incidecircncia das UPs como

indicadores para determinar a qualidade dos cuidados prestados (SOARES et al 2011)

Alguns dados recentes descrevem a epidemiologia das UPs entre os encontrados

estaacute um estudo realizado nas unidades de cliacutenica meacutedica e ciruacutergica em um hospital

puacuteblico de Uberaba-MG que aponta um grupo com idade meacutedia acima de 50 anos

sendo que natildeo houve diferenccedila significativa entre sexo masculino e feminino

predominando em pacientes de cor branca (SILVIA et al 2011) Haacute afirmaccedilotildees que a

pele negra tem maior resistecircncia agrave agressatildeo externa causada pela umidade e fricccedilatildeo

somado agrave dificuldade em identificar lesotildees de grau I em indiviacuteduos negros (MORO et

al 2007) Uma pesquisa realizada em Unidade de Terapia Intensiva Cliacutenicas Meacutedica e

Ciruacutergica de um hospital em Joatildeo Pessoa-PB demonstrou que as UPs tiveram

prevalecircncia de 71 no sexo feminino 428 em pacientes com idade acima de 59 anos

e 40 com doenccedilas crocircnicas degenerativas (ARAUacuteJO et al 2010)

Outro estudo realizado sobre assistecircncia domiciliar em Fortaleza-CE apresentou

a ocorrecircncia de UPs com predominacircncia de 692 em pacientes do sexo feminino e

68 em idosos acima de 80 anos de idade As principais comorbidades predisponentes

ao aparecimento de UPs foram a doenccedila de Alzheimer em 33 dos pacientes e sequelas

de Acidente Vascular Cerebral em 263 dos pacientes sendo que do total 263 eram

hipertensos e 119 eram diabeacuteticos fatores que prejudicam o processo cicatricial da

ferida (COEcircLHO et al 2012) Haacute tambeacutem pesquisas que obtiveram como resultado

incidecircncia maior no sexo masculino 882 em Unidade de Urgecircncia e Emergecircncia do

estado do Paraacute e confirmando prevalecircncia elevada de 588 em idosos acima de 60

anos (SOARES et al 2011)

Entre os principais fatores de risco associados ao aparecimento de UPs estatildeo

fatores bioloacutegicos como idade avanccedilada nutriccedilatildeo desequilibrada hiporexia anorexia

16

processos infecciosos diversas patologias integridade da pele prejudicada (umidade

excessiva ou ressecamento extremo) incontinecircncia urinaacuteria e fecal e fatores fiacutesicos e

mecacircnicos como atritos abrasotildees traumasimobilidade falta da mudanccedila de decuacutebito

etc Similarmente ao paciente que tem diminuiccedilatildeo do niacutevel de consciecircncia o paciente

imoacutevel tambeacutem natildeo alivia a pressatildeo nas regiotildees de proeminecircncias oacutesseas mantendo

assim os fatores de intensidade e duraccedilatildeo da pressatildeo como a maior causa do

desenvolvimento da lesatildeo (MORO et al 2007STUDART et al 2011)

Soares et al (2011) afirmam que as lesotildees por pressatildeo representam uma das

principais complicaccedilotildees que acometem pacientes criacuteticos institucionalizados devido agrave

exposiccedilatildeo aos fatores predisponentes para UPs e devido a ocorrecircncia de procedimentos

ciruacutergicos de longa duraccedilatildeo

Segundo a OMS cerca de 95 das UPs satildeo evitaacuteveis por isso eacute imprescindiacutevel

que sejam utilizados todos os meios disponiacuteveis para realizar uma prevenccedilatildeo eficaz

aleacutem do tratamento das UPs jaacute estabelecidas (SOARES et al 2011) As orientaccedilotildees

relacionadas aos cuidados e prevenccedilatildeo de UPs satildeo essenciais para o bom prognoacutestico do

paciente acometido por UPs Entre as principais orientaccedilotildees para esses pacientes estatildeo

mudanccedila de decuacutebito a cada duas horas manter lenccediloacuteis secos e esticados colchotildees

articulados nutriccedilatildeo adequada hidrataccedilatildeo da pele entre outros (LOURO et al 2007)

No acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar poucos estudos cientiacuteficos relatam a

frequecircncia de uacutelceras por pressatildeo entre os pacientes talvez isso se deva ao fato de

atenccedilatildeo domiciliar no Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) ser uma modalidade recente

Mesmo apoacutes a publicaccedilatildeo da portaria que instituiu a atenccedilatildeo domiciliar muitos lugares

no Brasil ainda demoraram a implementaacute-la por questotildees de organizaccedilatildeo de espaccedilo

fiacutesico formaccedilatildeo de equipes e disponibilizaccedilatildeo de recursos aleacutem disso soma-se o fato de

que muitas cidades brasileiras ainda natildeo tenham implementado essa modalidade de

atenccedilatildeo por essas e outras dificuldades proacuteprias (SILVA et al 2005) Gargano et al

(2004) aponta que 65 dos pacientes de um programa de atenccedilatildeo domiciliar no sul do

Brasil apresentaram como motivo de internaccedilatildeo a presenccedila de infecccedilotildees cutacircneas

Bendo et al (2005) descrevem as UPs como diagnoacutestico principal em 17 dos

pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de Cascavel (MG) Outro estudo mais

recente aponta que entre um grupo de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de

Ribeiratildeo Preto (SP) 191 apresentavam uacutelcera por pressatildeo (CHAYAMITI CALIRI

2010) Atraveacutes das evidecircncias destes estudos fica claro tambeacutem que as UPs tecircm

prevalecircncia maior em idosos por conta da proacutepria natureza dessa faixa etaacuteria que estaacute

17

associada ao aparecimento de doenccedilas crocircnicas que muitas vezes ocasionam a reduccedilatildeo

da mobilidade fiacutesica favorecendo o aparecimento das UPs Quanto agrave ocupaccedilatildeo alguns

estudos demonstram frequecircncia acima de 90 em aposentados ou pensionistas Aleacutem

disso ficouevidenciado ainda nestes estudos a frequecircncia maior de UPs no sexo

feminino Ressalta-se que aspectos relativos agrave estrutura familiar e aquela proporcionada

pelos serviccedilos de atenccedilatildeo domiciliar devem ser investigados com maior atenccedilatildeo para

que melhor se compreenda o problema (GARGANO et al 2004 BENDO et al 2005

CHAYAMITI CALIRI 2010 COEcircLHO et al 2012)

A internaccedilatildeo domiciliar eacute uma modalidade de atenccedilatildeo implantada pelo SUS que

visa atender pacientes crocircnicos em estado grave estaacutevel eou em cuidados paliativos

Um dos seus principais focos eacute a desospitalizaccedilatildeo e a humanizaccedilatildeo do cuidado No

Distrito Federal o projeto de implantaccedilatildeo do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar soacute foi

publicado em 2008 baseado nas diretrizes operacionais doPlano Diretor de

Regionalizaccedilatildeo da Assistecircncia do Distrito Federal2005 nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo2006 do CITCONASS na PoliacuteticaNacional de

Humanizaccedilatildeo e na Portaria ndeg 25292006 do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004

2005 2006a 2006b 2008)

Nesse sentido enfatiza-se o cuidado com a UP que deve ser realizado por uma

equipe multiprofissional Os principais profissionais que devem compor a equipe

multiprofissional no acircmbito da Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo o enfermeiro o teacutecnico de

enfermagem o assistente social o odontologista o meacutedico o nutricionista o psicoacutelogo

o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional Eacute importante ressaltar que aleacutem da situaccedilatildeo

cliacutenica comprometida e da dependecircncia para realizar as atividades diaacuterias um dos

principais criteacuterios para admissatildeo no programa eacute a existecircncia de um cuidador que fique

responsaacutevel pelo paciente no ambiente domiciliar esse cuidador pode ser simplesmente

algueacutem da famiacutelia ou uma pessoa que tenha feito um curso de capacitaccedilatildeo para

cuidador A participaccedilatildeo da famiacutelia no cuidado eacute fundamental pois este programa natildeo

funciona como um Home Care A assistecircncia eacute prestada apenas na forma de visitas

domiciliares durante a semana e por acompanhamento telefocircnico sendo assim a equipe

multiprofissional habilita a famiacuteliacuidador a prestar os cuidados necessaacuterios de acordo

com os seus conhecimentos teacutecnicos e suas capacidades (BRASIL 2008 2012b)

Chama-se atenccedilatildeo para cuidado domiciliar com vistas a ser desenvolvido nestes

pacientes O cuidado domiciliar tem se mostrado efetivo na resposta agraves demandas de

indiviacuteduos dependentes para Atividades de Vida Diaacuteria (AVD) oferecendo aleacutem da

18

estabilidade cliacutenica pelos cuidados de sauacutede no domiciacutelio a dignidade e conforto

preconizados pela Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) do Ministeacuterio da Sauacutede ndash

MS (BRASIL 2004 2012b)

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Descrever o perfil dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar

assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Identificar o percentil de ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo em pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar na cidade de Ceilacircndia (DF) no periacuteodo avaliado

Descrever caracteriacutesticas cliacutenico-demograacuteficas dos pacientes com uacutelceras por

pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

Caracterizar o perfil das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes estudados na Atenccedilatildeo

Domiciliar

Verificar o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na

Atenccedilatildeo Domiciliar

Identificar a resolutividade do tratamento referente agraves uacutelceras por pressatildeo no

acircmbito domiciliar

Verificar a quantidade de visitas domiciliares de enfermagem aos pacientes

acometidos por uacutelceras por pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Uacutelcera por pressatildeo

A UP eacute uma complicaccedilatildeo frequente em pacientes internados tanto na atenccedilatildeo

hospitalar como domiciliar Pacientes acometidos por morbidades que levam agrave

imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como idade avanccedilada

desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele quadro de sauacutede

deficiente anemia possiacuteveis edemas incontinecircncia urinaacuteria por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento desse tipo de lesotildees cutacircneas ocasionadas pela fricccedilatildeo eou

pressatildeo da pele contra o leito comumente em pontos proacuteximos as proeminecircncias oacutesseas

como p ex regiatildeo trocanteacuterica sacral e calcacircneo ou em aacutereas onde o tecido adiposo

subcutacircneo eacute escasso Com isso haacute reduccedilatildeo na circulaccedilatildeo perifeacuterica do sangue em aacutereas

sob pressatildeo acarretando em maacute perfusatildeo tecidual e consequentemente surgimento de

feridas (LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012)

O aparecimento de UPs eacute um problema tanto para a qualidade de vida do

paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais

provindos de recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria

famiacutelia do paciente (BRASIL 2013a)

Existe uma classificaccedilatildeo publicada pela European Pressure Ulcer Advisory

Panel (EPUAP) que auxilia o enfermeiro no estadiamento das UPs esta classificaccedilatildeo

contribui para estabelecer o perfil de ferida e possibilitaa definiccedilatildeo de uma estrateacutegia de

cuidados para tratamento evitando recorrecircncia e o aparecimento de outras feridas A

classificaccedilatildeo define o estadiamento em Grau I ndash eritema natildeo branqueaacutevel em pele

intacta a lesatildeo precursora da pele Em pacientes de pele escura o calor o edema e o

endurecimento da regiatildeo tambeacutem podem ser indicadores Grau II ndash perda parcial da

pele que envolve a epiderme a derme ou ambas Grau III ndash perda de espessura total da

pele podendo incluir lesotildees ou mesmo necrose do tecido subcutacircneo com extensatildeo ateacute

a faacutescia subjacente mas natildeo atraveacutes dessa Grau IV ndash destruiccedilatildeo extensa necrose dos

tecidos ou lesatildeo muscular eou exposiccedilatildeo oacutessea ou das estruturas de apoio Grau ldquonatildeo

estadiaacutevelrdquo - perda tissular de espessura completa em que a base da uacutelcera estaacute coberta

por crosta (amarela marrom-claro cinza verde ou castanha) eou escara (marrom-claro

21

castanha ou negra) Sendo assim ateacute que a pele macerada eou necrosada seja removida

expondo a base da ferida a profundidade verdadeira e o grau natildeo podem ser

determinados (EPUAP 2011)

Atualmente existem diversos instrumentos de medidas e escalas que avaliam e

classificam o risco de pacientes desenvolverem UPs Entre os mais conhecidos e

utilizados estaacute a escala de Braden que avalia o risco de UP focalizando no cuidado agrave

pele com accedilotildees terapecircuticas preventivas e de educaccedilatildeo em sauacutede aleacutem de abordar

sobre a superfiacutecie de suporte e aliacutevio de carga mecacircnica A escala de Braden jaacute foi

testada e validada em diversos paiacuteses e eacute considerada de grande confiabilidade aleacutem de

possuir faacutecil utilizaccedilatildeo e vasta aceitaccedilatildeo tanto pelos enfermeiros como pelos proacuteprios

pacientes No entanto eacute importante ressaltar que haacute outras escalas bastante conhecidas

como p ex a escala de Norton a escala de Gosnell e a escala de Waterlow (ARAUacuteJO

et al 2010 COEcircLHO et al 2012)

Coecirclho et al (2012 p41) explica ainda de maneira bastante clara como estaacute

estruturada e organizada a escala de Braden e quais fatores satildeo avaliados em cada item

Sua organizaccedilatildeo baseia-se na fisiopatogenia da UP Assim eacute composta por

seis subescalas as quais avaliam a percepccedilatildeo sensorial a umidade da pele a

atividade a mobilidade o estado nutricional a fricccedilatildeo e o cisalhamento Das

seis subescalas trecircs medem determinantes cliacutenicos de exposiccedilatildeo para pressatildeo

prolongada e intensa (percepccedilatildeo sensorial atividade e mobilidade) e trecircs

mensuram a toleracircncia do tecido agrave pressatildeo (umidade nutriccedilatildeo fricccedilatildeo e

cisalhamento) Cada subescala eacute acompanhada de um tiacutetulo e cada niacutevel de

um conceito descritor-chave aleacutem de uma ou duas frases descrevendo ou

qualificando os atributos a serem avaliados

Arauacutejo et al (2010) referem que a escala de Braden pode variar de 4 a 23

pontos Escores abaixo de 11 pontos indicam alto risco para desenvolver UPs

pontuaccedilatildeo entre 11 e 16 aponta risco moderado e igual ou superior a 16 pontos eacute

considerado como pequeno risco para o aparecimento de UPs

Na Europa e Aacutesia encontram-se mais de 40 protocolos relacionados agrave prevenccedilatildeo

e ao tratamento de feridas e UPs (ARAUacuteJO et al 2011) No entanto ateacute recentemente

dentro do contexto de sauacutede brasileira ainda natildeo havia uma padronizaccedilatildeo da atenccedilatildeo ou

mesmo um protocolo oficial rotina de trabalho etc que auxiliasse a atuaccedilatildeo do

enfermeiro diante do surgimento de feridas e prevenccedilatildeo de uacutelceras por pressatildeo o que

pode levar o mesmo algumas vezes a uma avaliaccedilatildeo subjetiva e focada somente na

cicatrizaccedilatildeo da ferida mas sem uma fundamentaccedilatildeo profilaacutetica adequada para cada caso

22

(ROGENSKI SANTOS 2005) A partir dessa e outras necessidades quanto agrave seguranccedila

do paciente o Ministeacuterio da Sauacutede lanccedilou a portaria nordm 529 de 1ordm de abril de 2013 que

institui o Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente ndash PNSP Nesta portaria ficou

instituiacutedo um Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP (CIPNSP) ao qual foi designado

promover accedilotildees que visem agrave melhoria da seguranccedila do cuidado em sauacutede por meio da

elaboraccedilatildeo consensual e validaccedilatildeo de protocolos em sauacutede entre os diversos membros

que participam do CIPNSP entre eles CFM COFEN ANVISA e Fiocruz (BRASIL

2013b) Alguns meses depois foi lanccedilado pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Protocolo para

Prevenccedilatildeo de Uacutelcera por Pressatildeo (BRASIL 2013a) de acordo com a Portaria nordm 1377

de 9 de julho de 2013 que aprovou esse e outros protocolos de seguranccedila do paciente

(BRASIL 2013c)

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar

O Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID) eacute uma modalidade de internaccedilatildeo

extra-hospitalar que assiste a pacientes que necessitam de cuidados especiais de sauacutede

mas que podem permanecer internados em seu domiciacutelio O PID objetiva a

desospitalizaccedilatildeo humanizada eficaz e de qualidade com foco nas atividades de

promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede representando uma estrateacutegia na reversatildeo do atual

modelo hospitalocecircntrico (BRASIL 2008 MARTELLI et al 2011)

A melhor utilizaccedilatildeo do siacutetio hospitalar eacute um desafio para os atuais sistemas de

sauacutede com a otimizaccedilatildeo de recursos hospitalares e reduccedilatildeo de internaccedilotildees evitaacuteveis Em

resposta a esta demanda houve um ato na consolidaccedilatildeo da atual Poliacutetica de Atenccedilatildeo

Domiciliar com o lanccedilamento da Portaria 2527 de 27 de Outubro de 2011 que

regularizou o Programa Melhor em Casa e definiu a Atenccedilatildeo Domiciliar como nova

modalidade de atenccedilatildeo agrave sauacutede substitutiva ou complementar agraves jaacute existentes

caracterizada por um conjunto de accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento

de doenccedilas e reabilitaccedilatildeo prestadas em domiciacutelio com garantia de continuidade de

cuidados e integrada agraves redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 2011 2012b)

Os NRADrsquos satildeo Nuacutecleos Regionais de Atenccedilatildeo Domiciliar que nasceram no DF

a partir da necessidade de se implantar o PID eles estatildeo vinculados agraves Regionais de

Sauacutede das cidades sateacutelites conforme a organizaccedilatildeo feita pela Secretaria de Estado de

Sauacutede do Distrito Federal (SES-DF) O DF eacute composto por 15 Nuacutecleos Regionais de

Atenccedilatildeo Domiciliar e um deles eacute o NRAD - Ceilacircndia (NRAD-CEI) cujo atendimento

23

abrange uma populaccedilatildeo de 402729 mil habitantes na referida cidade segundo dados do

censo de 2010 do IBGE De acordo com a Portaria nordm 25272011 que redefine a atenccedilatildeo

domiciliar no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) o ideal seria que cada Equipe

Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar (EMAD) atenda apenas um grupo populacional

de 100 mil habitantes As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes

Multidisciplinar de Apoio (EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede

na atenccedilatildeo domiciliar A Portaria nordm 15332012 altera e acrescenta alguns pontos agrave

Portaria nordm 25272011 estabelecendo que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil habitantes

o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio poderaacute

constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes Esta

portaria estabelece ainda que satildeo requisitos miacutenimos para a instalaccedilatildeo do Serviccedilo de

Atenccedilatildeo Domiciliar (SAD) que o municiacutepio apresente populaccedilatildeo igual ou superior a 40

mil habitantes possua cobertura do SAMU ou de algum outro tipo de serviccedilo moacutevel de

urgecircncia e possua um hospital referecircncia na sua aacuterea de abrangecircncia (BRASIL 2008

2011 2012a IBGE 2010)

A transiccedilatildeo epidemioloacutegica e demograacutefica tem causado grande impacto social

com repercussatildeo em diversas aacutereas como economia habitaccedilatildeo previdecircncia e sauacutede

Tais mudanccedilas exigem uma reengenharia multidimensional Particularmente na sauacutede eacute

preciso empreender e fortalecer poliacuteticas puacuteblicas que viabilizem os princiacutepios e

diretrizes do SUS Neste cenaacuterio a Atenccedilatildeo Domiciliar tem se consolidado na reversatildeo

do atual modelo de sauacutede centrado nos hospitais para uma modalidade de accedilotildees

desenvolvidas no domiciacutelio por uma equipe multiprofissional a partir do diagnoacutestico da

realidade em que o paciente estaacute inserido considerando seus potenciais e limitaccedilotildees A

Atenccedilatildeo Domiciliar visa agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao paciente minimizando ou controlando

as sequelas de condiccedilotildees crocircnicas de maneira a favorecer o restabelecimento de sua

independecircncia e a preservaccedilatildeo de sua autonomia (BRASIL 2008 MENDES 2011

MENDES 2012)

Diante do exposto sobre a atenccedilatildeo domiciliar e da mudanccedila na piracircmide etaacuteria

do Brasil nos uacuteltimos anos considera-se que o aumento da populaccedilatildeo idosa e

consequentemente a elevaccedilatildeo no nuacutemero de casos de doenccedilas crocircnicas tornam as accedilotildees

desenvolvidas pelas equipes multiprofissionais do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

(PID) e do Programa de Oxigenoterapia Domiciliar (POD) como ferramentas essenciais

para impulsionar o Programa Melhor em Casa e fortalecer a Poliacutetica Nacional de

Humanizaccedilatildeo aleacutem de contribuir consideravelmente na reduccedilatildeo dos custos hospitalares

24

e na disponibilizaccedilatildeo de leitos em hospitais puacuteblicos para pacientes em estado instaacutevel

que necessitam de monitoramento contiacutenuo Os NRADrsquos vecircm proporcionando entre

outras coisas uma seacuterie de cuidados paliativos aos pacientes do SUS que podem

permanecer internados em domiciacutelio e que satildeo portadores de doenccedilas crocircnicas graves

estaacuteveis tais como Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica (DPOC) sequela de Acidente

Vascular Cerebral (AVC) cacircncer (CA) e diversos distuacuterbios crocircnicos degenerativos

agravos estes que podem acabar contribuindo para o aparecimento das uacutelceras por

pressatildeo como uma complicaccedilatildeo (BRASIL 2004 2012b)

4 METODOLOGIA

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva de abordagem quantitativa

desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes acometidos

por uacutelceras por pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2013

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada

ldquoMelhor em Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do

programa de internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por

portadores de doenccedilas crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade

de Ceilacircndia e foi autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede

do Governo do Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 (Anexo)

Enfatiza-se que foi respeitado os princiacutepios da Resoluccedilatildeo nordm4662012 no que se refere a

pesquisas com seres humanos (BRASIL 2012) Destaca-se que coordenador do projeto

e a chefia do NRAD-CEI autorizaram a utilizaccedilatildeo dos dados mediante termo de

consentimento livre e esclarecido (Apecircndice A) visto que o autor desta pesquisa foi

bolsista deste projeto e trabalhou na coleta de dados durante o periacuteodo de abril de 2012

a abril de 2013

Foram incluiacutedos dados de prontuaacuterios de pacientes acometidos por uacutelceras por

pressatildeo assistidos pelo NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio de 2009 a abril de 2013

somando-se amostra final de 82 prontuaacuterios pesquisados Os criteacuterios de exclusatildeo foram

pacientes natildeo acometidos por uacutelceras por pressatildeo pacientes natildeo assistidos pelo NRAD-

CEI periacuteodo anterior a maio de 2009 e posterior a abril de 2013 e prontuaacuterios com

dados insuficientes ou incompletos

Entre os benefiacutecios do presente estudo estatildeo o levantamento de informaccedilotildees que

posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos cuidados

multiprofissionais e especificamente de enfermagem para pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo no ambiente domiciliar Os riscos deste estudo consistiram em expor

informaccedilotildees dos pesquisados de forma a identificar a sua identidade desta forma este

risco foi minimizado devido agrave manutenccedilatildeo de sigilo com substituiccedilatildeo de nomes e natildeo

divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees que possam remeter a sua identificaccedilatildeo

A anaacutelise de dados se deu a partir do levantamento de dados consultados em

prontuaacuterios dos pacientes com instrumento de coleta (Apecircndice B) apoacutes realizada

26

tabulaccedilatildeo dos dados organizados eletronicamente por meio da criaccedilatildeo de planilhas em

arquivo do software de Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 210

Foi realizada uma anaacutelise exploratoacuteria dos dados (descritiva) as variaacuteveis numeacutericas

foram exploradas pelas medidas descritivas de centralidade (meacutedia) e de dispersatildeo

(miacutenimo maacuteximo e desvio padratildeo) e as variaacuteveis categoacutericas foram exploradas por

frequecircncias simples absolutas e percentuais A apresentaccedilatildeo dos dados foi organizada

por meio graacuteficos e tabelas

5 RESULTADOS

Foram avaliados na pesquisa os prontuaacuterios de 313 pacientes no entanto

somente 82 apresentaram registros de ocorrecircncia de UPs o que equivale ao

acometimento de 262 dos pacientes atendidos no NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio

de 2009 a abril de 2013

Dos 82 pacientes avaliados a idade meacutedia foi de 722 anos (DP=plusmn184 anos

Miacuten=10 anos Maacutex=98 anos) A maioria dos prontuaacuterios revisados demonstra que

827 da amostra satildeo idosos com faixa etaacuteria acima de 60 anos de idade Dentre os

pacientes identificados a tabela 1 demonstra que a maior representatividade foi 329

dos pacientes entre 80-89 anos 292 de 70-79 anose a menor foi de 48 entre 50-59

anos

Quanto agrave variaacutevel sexo percebe-se uma frequecircncia proacutexima entre os

sexos525masculino e475 feminino No entanto relacionando-se a variaacutevel sexo

com a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por paciente nota-se que os usuaacuterios do sexo

masculino com duas trecircs quatro cinco ou mais UPs apresentaram de discreta a elevada

predominacircncia em niacutevel crescente (563 579 629 e 667 respectivamente)

quando comparados agraves usuaacuterias do sexo feminino As pacientes do sexo feminino

apresentaram valores superiores aos homens (63) apenas quando se trata de

pacientesacometidos por apenas uma uacutenica UP (Tabela 1)

Dentre os pacientes atendidos na atenccedilatildeo domiciliar identificou-se que 952

dos usuaacuterios com UPs fazem parte do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID)

enquanto apenas 48 estatildeo vinculados ao Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

(POD)

No que se refere agrave situaccedilatildeo dos pacientes atendidos pelo NRAD entre os anos de

2009 a 2013 a maioria 658 dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito 245

permaneceu internado na atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia e apenas 97 receberam alta

da equipe do PID ou POD

28

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF segundo a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por usuaacuterio

maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS NUacuteMERO DE UacuteLCERAS POR PRESSAtildeO

1 UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

n n n n n n

27 329 16 195 19 231 8 97 12 146 82 100

FAIXA ETAacuteRIA

10- 49 anos 2 74 1 63 2 105 1 125 4 333 10 121

50-59 anos 1 37 1 63 2 105 - - - - 4 48

60-69 anos 3 111 1 63 3 158 2 25 1 83 10 121

70-79 anos 11 407 5 313 2 105 4 50 2 167 24 292

80-89 anos 7 259 6 375 9 474 1 125 4 333 27 329

ge 90 anos 3 111 2 125 1 53 - - 1 83 7 85

SEXO

Masculino 10 37 9 563 11 579 5 625 8 667 43 525

Feminino 17 63 7 437 8 421 3 375 4 333 39 475

PROGRAMA

PID 24 888 15 938 19 100 8 100 12 100 78 952

POD 3 112 1 62 - - - - - - 4 48

EVOLUCcedilAtildeO

Internado 7 259 4 25 5 263 2 25 2 167 20 245

Alta 2 74 2 125 1 53 2 25 1 83 8 97

Oacutebito 18 667 10 625 13 684 4 50 9 75 54 658

Uacutelcera por pressatildeo Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

A pesquisa identificou que a quantidade meacutedia de UPs na admissatildeo do paciente

eacute de aproximadamente duas lesotildees e a quantidade total de UPs no decorrer da internaccedilatildeo

eacute em meacutedia 25 UPs por paciente No que tange agrave quantidade de UPs por paciente a

maior representatividade foi dos pacientes com apenas uma lesatildeo (329) e o menor

percentual (97) foi referente aos pacientes com quatro lesotildees simultacircneas

Outra variaacutevel interessante eacute sobre o tempo de permanecircncia dos pacientes nos

programas de internaccedilatildeo do NRAD-Ceilacircndia sendo o tempo meacutedio de 3877 dias o

29

que equivale a pouco mais de 1 ano de internaccedilatildeo por paciente com miacutenimo de 4 dias e

maacuteximo de 1520 dias equivalente a pouco mais de 4 anos (Tabela 2)

Tabela 2- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS MEacuteDIA DP MIacuteNIMO MAacuteXIMO

Idade 722 184 10 98

Tempo de permanecircncia do

paciente no NRAD (dias) 3877 3961 4 1520

Quantidade de UPs na admissatildeo 21 16 0 7

Quantidade de UPs por paciente 25 15 1 7

Desvio Padratildeo

De acordo com a tabela 3 percebe-se que 804 dos pacientes possuem como

diagnoacutestico principal algum tipo de agravo em sauacutede relacionado ao sistema

neuroloacutegico Outros 17 possuem algum diagnoacutestico oncoloacutegico (CA hepaacutetico

prostaacutetico uterino bexiga metaacutestase oacutessea entre outros) apenas 13 com agravo

respiratoacuterio e 13 com agravo osteomuscular

Considerando os 804 de pacientes com algum agravo neuroloacutegico os

principais diagnoacutesticos encontrados foram sequela AVC (658) Dentre estes 561

com AVC como diagnoacutestico uacutenico e os demais pacientes que representam 97

possuiacuteam sequela de AVC associada a outras doenccedilas entre elas Parkinson Alzheimer

e Encefalopatia anoacutexica Ainda dentro do rol de outros problemas neuroloacutegicos (146)

tambeacutem foi possiacutevel encontrar Siacutendrome de Rasmussen Siacutendrome de Devic Demecircncia

Senil Esclerose Muacuteltipla Paralisia Cerebral Lesatildeo Espinomedular (Tetraplegia) e

Alzheimer (Tabela 3)

Como diagnoacutestico secundaacuterio 39 dos pacientes tambeacutem eram acometidos com

HAS e 232 com DM Sendo que destes 134 apresentaram HAS e DM

simultaneamente Outros pacientes apresentaram ainda desnutriccedilatildeo crocircnica e fratura do

fecircmur 61 cada (Tabela 3)

30

Tabela 3-Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

DIAGNOacuteSTICO PRINCIPAL n

Agravos Neuroloacutegicos 66 804

Agravos Neoplaacutesicos 14 17

Agravos Respiratoacuterios 1 13

Agravos Osteomusculares 1 13

COMORBIDADES n

Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) 32 39

Diabetes Mellitus(DM) tipo I ou II 19 232

Desnutriccedilatildeo Crocircnica 5 61

Fratura de fecircmur 5 61

DPOC 3 36

Outros agravos 18 22

Dos agravos neuroloacutegicos 658 eram sequelas de AVC Destes 134 apresentavam diagnoacutestico

de DM e HAS concomitantemente

Em uma visatildeo geral diante dos dados da tabela 4 nota-se que a assistecircncia de

enfermagem no tratamento das UPs gerou resolutividade em 378 dos pacientes 22

apresentou melhora da UPs e apenas 85 apresentaram quadro de piora Referente ao

nuacutemero de UPs os pacientes que apresentaram maiores percentis de piora 25 e de

manutenccedilatildeo da UP 50 foram aqueles que possuiacuteam quantidade igual ou superior a

cinco UPs

Do total da amostra 158 apresentaram infecccedilatildeo em alguma UP durante

determinado momento do tratamento Eacute interessante perceber que quanto maior a

quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de infecccedilatildeo na ferida Identifica-

se isso em 211 dos usuaacuterios com trecircs UPs 25 com quatro UPs e 333 dos

pacientes com cinco ou mais lesotildees que apresentaram infecccedilatildeo na ferida (Tabela 4)

Apenas 6 dos clientes apresentaram em algum momento reabertura de lesotildees

jaacute anteriormente resolvidas Tambeacutem seguindo a mesma loacutegica das infecccedilotildees de feridas

nota-se que quanto maior a quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de

reabertura de lesotildees isto foi possiacutevel identificar nos resultados que evidenciam que

105 dos pacientes com trecircs lesotildees 125 dos clientes com quatro lesotildees e 167

daqueles com cinco ou mais lesotildees apresentaram reabertura de UP (Tabela 4)

31

Tabela 4 - Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do

Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013

1UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

DESFECHO

DAS UPs

PACIENTE

n n n n n n

Cicatrizada 15 556 7 438 6 316 3 375 - - 31 378

Melhora 3 111 5 313 6 316 1 125 3 25 18 22

Piora 1 37 1 63 1 53 1 125 3 25 7 85

Mantida 8 296 3 188 6 316 3 375 6 50 26 317

INFECCcedilAtildeO

Sim 2 74 1 63 4 211 2 25 4 333 13 158

Natildeo 25 926 15 937 15 789 6 75 8 667 69 842

REABERTURA

Sim - - - - 2 105 1 125 2 167 5 6

Natildeo 27 100 16 100 17 895 7 875 10 833 77 94

ADMISSAtildeO

Com UP 20 741 12 75 19 100 8 100 12 100 71 865

Sem UP 7 259 4 25 - - - - - - 11 135

QUANTIDADE

UPs na

admissatildeo

1 UP 20 741 3 188 1 53 2 25 - - 26 317

2UPs - - 9 563 3 158 1 125 - - 13 158

3UPs - - - - 15 789 1 125 2 167 18 22

4UPs - - - - - - 4 50 1 83 5 6

5UPs - - - - - - - - 6 50 6 73

6UPs - - - - - - - - 2 167 2 24

7UPs - - - - - - - - 1 83 1 12

Vale ressaltar que segundo o resultado da pesquisa 865 destes pacientes

atendidos pelo NRAD jaacute foram admitidos com a presenccedila de UPs Somente 135 dos

usuaacuterios que passaram pela atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia desenvolveram UPs apoacutes a

admissatildeo em um dos programas natildeo ultrapassando a quantidade de duas UPs por

paciente Dos 865 de pacientes que jaacute foram internados em domiciacutelio com UP 317

apresentavam apenas uma UP na admissatildeo 22 com trecircs UPs e 12 com sete UPs jaacute

desde a admissatildeo conforme visualizado na figura 1

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

LOBATO L Pressure ulcers in home care patients 60p 2014 Completion of

course work (Nursing Course) ndash University of Brasilia Faculty of Ceilacircndia Brasilia

2014

ABSTRACT

INTRODUCTION Pressure ulcers (UP) is a common multifactorial complication in

patients admitted to home careso it is important to investigate the characteristics of

these individuals and their wounds better plan for nursing care OBJECTIVE To

describe the profile of patients with UP in Home Care assisted by the Regional Center

for Home Care Ceilacircndia (NRAD-CEI) -Federal District METHODS The study is a

retrospective cross-sectional descriptive quantitative research approach developed from

survey data in medical records of 82 patients affected by UP assisted by NRAD-CEI in

a period of four years from May 2009 to April 2013 RESULTS Profile of patients with

UPs in Home Care is predominantly bedridden elderly men with neurological diagnosis

and or cancer carriers of Hypertension and Diabetes Mellitus with an average length

of stay of a year and with the presence of one to three pressure sores in sacral

trochanteric and calcaneal in varying degrees The NRAD-CEI was resolute in healing

or improvement of almost 60 of patients with UPs with the average of 221 visits the

nursing staff to each patient per month CONCLUSION The appearance of UPs was

related to the clinical condition of the patient and their compromised functional

capacity He excelled in this context the role of Home Care nurses regarding the

treatment and prevention of UPs and the effective insertion of the caregiver and the

family in the care of patients with UPs from health education

Keywords Pressure Ulcer Home Nursing Nursing

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndashDF segundo a quantidade de uacutelceras por

pressatildeo por usuaacuterio maio de 2009 a abril de 2013 28

Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013 29

Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 30

Tabela 4 Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF

maio de 2009 a abril de 2013 31

Tabela 5 Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 34

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos

pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013 32

Figura 2 Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 32

Figura 3 Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 33

Figura 4 Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF

maio de 2009 a abril de 2013 34

Figura 5 Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar

de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013 35

Figura 6 Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem

(VDE) aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 36

Figura 7 Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por

paciente com uacutelcera por pressatildeo usuaacuterio do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013 36

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

AVC Acidente Vascular Cerebral

AVD Atividades de Vida Diaacuteria

CA Cacircncer

CEI Ceilacircndia

CFM Conselho Federal de Medicina

CIPNSP Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP

COFEn Conselho Federal de Enfermagem

DF Distrito Federal

DM Diabetes Mellitus

DP Desvio Padratildeo

DPOC Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica

EMAD Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar

EMAP Equipes Multidisciplinar de Apoio

FCe Faculdade de Ceilacircndia

Fiocruz Fundaccedilatildeo Oswaldo Cruz

HAS Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

HRC Hospital Regional de Ceilacircndia

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

Maacutex Maacuteximo

Miacuten Miacutenimo

MS Ministeacuterio da Sauacutede

MSc Mestre

NRAD Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar

OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

PID Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

PNH Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo

PNSP Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente

POD Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

Prof Professor

SAD Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar

SAMU Serviccedilo de Atendimento Moacutevel de Urgecircncia

SES-DF Secretaria de Estado de Sauacutede do Distrito Federal

SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede

UnB Universidade de Brasiacutelia

UPs Uacutelceras por pressatildeo

VDE Visitas Domiciliares de Enfermagem

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 15

2 OBJETIVOS 19

21 Geral 19

22 Especiacuteficos 19

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 20

31 Uacutelcera por pressatildeo 20

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar22

4 METODOLOGIA 25

5 RESULTADOS 27

6 DISCUSSAtildeO 37

7 CONCLUSAtildeO 46

8 REFEREcircNCIAS 48

ANEXO

APEcircNDICES

1 INTRODUCcedilAtildeO

As uacutelceras por pressatildeo (UPs) satildeo lesotildees de uma aacuterea localizada na pele e dos

tecidos subjacentes causadas por pressatildeo tensatildeo tangencial fricccedilatildeo eou uma

combinaccedilatildeo destes fatores As UPs tambeacutem estatildeo associadas a outros fatores

contribuintes cujo papel ainda natildeo se encontra totalmente esclarecidos no

acometimento (EPUAP 2011) As UPs custam e afetam milhotildees de pacientes nos

domiciacutelios nos centros de sauacutede e nas instituiccedilotildees hospitalares (LOURO et al 2007)A

Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) utiliza a prevalecircncia e incidecircncia das UPs como

indicadores para determinar a qualidade dos cuidados prestados (SOARES et al 2011)

Alguns dados recentes descrevem a epidemiologia das UPs entre os encontrados

estaacute um estudo realizado nas unidades de cliacutenica meacutedica e ciruacutergica em um hospital

puacuteblico de Uberaba-MG que aponta um grupo com idade meacutedia acima de 50 anos

sendo que natildeo houve diferenccedila significativa entre sexo masculino e feminino

predominando em pacientes de cor branca (SILVIA et al 2011) Haacute afirmaccedilotildees que a

pele negra tem maior resistecircncia agrave agressatildeo externa causada pela umidade e fricccedilatildeo

somado agrave dificuldade em identificar lesotildees de grau I em indiviacuteduos negros (MORO et

al 2007) Uma pesquisa realizada em Unidade de Terapia Intensiva Cliacutenicas Meacutedica e

Ciruacutergica de um hospital em Joatildeo Pessoa-PB demonstrou que as UPs tiveram

prevalecircncia de 71 no sexo feminino 428 em pacientes com idade acima de 59 anos

e 40 com doenccedilas crocircnicas degenerativas (ARAUacuteJO et al 2010)

Outro estudo realizado sobre assistecircncia domiciliar em Fortaleza-CE apresentou

a ocorrecircncia de UPs com predominacircncia de 692 em pacientes do sexo feminino e

68 em idosos acima de 80 anos de idade As principais comorbidades predisponentes

ao aparecimento de UPs foram a doenccedila de Alzheimer em 33 dos pacientes e sequelas

de Acidente Vascular Cerebral em 263 dos pacientes sendo que do total 263 eram

hipertensos e 119 eram diabeacuteticos fatores que prejudicam o processo cicatricial da

ferida (COEcircLHO et al 2012) Haacute tambeacutem pesquisas que obtiveram como resultado

incidecircncia maior no sexo masculino 882 em Unidade de Urgecircncia e Emergecircncia do

estado do Paraacute e confirmando prevalecircncia elevada de 588 em idosos acima de 60

anos (SOARES et al 2011)

Entre os principais fatores de risco associados ao aparecimento de UPs estatildeo

fatores bioloacutegicos como idade avanccedilada nutriccedilatildeo desequilibrada hiporexia anorexia

16

processos infecciosos diversas patologias integridade da pele prejudicada (umidade

excessiva ou ressecamento extremo) incontinecircncia urinaacuteria e fecal e fatores fiacutesicos e

mecacircnicos como atritos abrasotildees traumasimobilidade falta da mudanccedila de decuacutebito

etc Similarmente ao paciente que tem diminuiccedilatildeo do niacutevel de consciecircncia o paciente

imoacutevel tambeacutem natildeo alivia a pressatildeo nas regiotildees de proeminecircncias oacutesseas mantendo

assim os fatores de intensidade e duraccedilatildeo da pressatildeo como a maior causa do

desenvolvimento da lesatildeo (MORO et al 2007STUDART et al 2011)

Soares et al (2011) afirmam que as lesotildees por pressatildeo representam uma das

principais complicaccedilotildees que acometem pacientes criacuteticos institucionalizados devido agrave

exposiccedilatildeo aos fatores predisponentes para UPs e devido a ocorrecircncia de procedimentos

ciruacutergicos de longa duraccedilatildeo

Segundo a OMS cerca de 95 das UPs satildeo evitaacuteveis por isso eacute imprescindiacutevel

que sejam utilizados todos os meios disponiacuteveis para realizar uma prevenccedilatildeo eficaz

aleacutem do tratamento das UPs jaacute estabelecidas (SOARES et al 2011) As orientaccedilotildees

relacionadas aos cuidados e prevenccedilatildeo de UPs satildeo essenciais para o bom prognoacutestico do

paciente acometido por UPs Entre as principais orientaccedilotildees para esses pacientes estatildeo

mudanccedila de decuacutebito a cada duas horas manter lenccediloacuteis secos e esticados colchotildees

articulados nutriccedilatildeo adequada hidrataccedilatildeo da pele entre outros (LOURO et al 2007)

No acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar poucos estudos cientiacuteficos relatam a

frequecircncia de uacutelceras por pressatildeo entre os pacientes talvez isso se deva ao fato de

atenccedilatildeo domiciliar no Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) ser uma modalidade recente

Mesmo apoacutes a publicaccedilatildeo da portaria que instituiu a atenccedilatildeo domiciliar muitos lugares

no Brasil ainda demoraram a implementaacute-la por questotildees de organizaccedilatildeo de espaccedilo

fiacutesico formaccedilatildeo de equipes e disponibilizaccedilatildeo de recursos aleacutem disso soma-se o fato de

que muitas cidades brasileiras ainda natildeo tenham implementado essa modalidade de

atenccedilatildeo por essas e outras dificuldades proacuteprias (SILVA et al 2005) Gargano et al

(2004) aponta que 65 dos pacientes de um programa de atenccedilatildeo domiciliar no sul do

Brasil apresentaram como motivo de internaccedilatildeo a presenccedila de infecccedilotildees cutacircneas

Bendo et al (2005) descrevem as UPs como diagnoacutestico principal em 17 dos

pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de Cascavel (MG) Outro estudo mais

recente aponta que entre um grupo de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de

Ribeiratildeo Preto (SP) 191 apresentavam uacutelcera por pressatildeo (CHAYAMITI CALIRI

2010) Atraveacutes das evidecircncias destes estudos fica claro tambeacutem que as UPs tecircm

prevalecircncia maior em idosos por conta da proacutepria natureza dessa faixa etaacuteria que estaacute

17

associada ao aparecimento de doenccedilas crocircnicas que muitas vezes ocasionam a reduccedilatildeo

da mobilidade fiacutesica favorecendo o aparecimento das UPs Quanto agrave ocupaccedilatildeo alguns

estudos demonstram frequecircncia acima de 90 em aposentados ou pensionistas Aleacutem

disso ficouevidenciado ainda nestes estudos a frequecircncia maior de UPs no sexo

feminino Ressalta-se que aspectos relativos agrave estrutura familiar e aquela proporcionada

pelos serviccedilos de atenccedilatildeo domiciliar devem ser investigados com maior atenccedilatildeo para

que melhor se compreenda o problema (GARGANO et al 2004 BENDO et al 2005

CHAYAMITI CALIRI 2010 COEcircLHO et al 2012)

A internaccedilatildeo domiciliar eacute uma modalidade de atenccedilatildeo implantada pelo SUS que

visa atender pacientes crocircnicos em estado grave estaacutevel eou em cuidados paliativos

Um dos seus principais focos eacute a desospitalizaccedilatildeo e a humanizaccedilatildeo do cuidado No

Distrito Federal o projeto de implantaccedilatildeo do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar soacute foi

publicado em 2008 baseado nas diretrizes operacionais doPlano Diretor de

Regionalizaccedilatildeo da Assistecircncia do Distrito Federal2005 nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo2006 do CITCONASS na PoliacuteticaNacional de

Humanizaccedilatildeo e na Portaria ndeg 25292006 do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004

2005 2006a 2006b 2008)

Nesse sentido enfatiza-se o cuidado com a UP que deve ser realizado por uma

equipe multiprofissional Os principais profissionais que devem compor a equipe

multiprofissional no acircmbito da Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo o enfermeiro o teacutecnico de

enfermagem o assistente social o odontologista o meacutedico o nutricionista o psicoacutelogo

o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional Eacute importante ressaltar que aleacutem da situaccedilatildeo

cliacutenica comprometida e da dependecircncia para realizar as atividades diaacuterias um dos

principais criteacuterios para admissatildeo no programa eacute a existecircncia de um cuidador que fique

responsaacutevel pelo paciente no ambiente domiciliar esse cuidador pode ser simplesmente

algueacutem da famiacutelia ou uma pessoa que tenha feito um curso de capacitaccedilatildeo para

cuidador A participaccedilatildeo da famiacutelia no cuidado eacute fundamental pois este programa natildeo

funciona como um Home Care A assistecircncia eacute prestada apenas na forma de visitas

domiciliares durante a semana e por acompanhamento telefocircnico sendo assim a equipe

multiprofissional habilita a famiacuteliacuidador a prestar os cuidados necessaacuterios de acordo

com os seus conhecimentos teacutecnicos e suas capacidades (BRASIL 2008 2012b)

Chama-se atenccedilatildeo para cuidado domiciliar com vistas a ser desenvolvido nestes

pacientes O cuidado domiciliar tem se mostrado efetivo na resposta agraves demandas de

indiviacuteduos dependentes para Atividades de Vida Diaacuteria (AVD) oferecendo aleacutem da

18

estabilidade cliacutenica pelos cuidados de sauacutede no domiciacutelio a dignidade e conforto

preconizados pela Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) do Ministeacuterio da Sauacutede ndash

MS (BRASIL 2004 2012b)

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Descrever o perfil dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar

assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Identificar o percentil de ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo em pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar na cidade de Ceilacircndia (DF) no periacuteodo avaliado

Descrever caracteriacutesticas cliacutenico-demograacuteficas dos pacientes com uacutelceras por

pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

Caracterizar o perfil das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes estudados na Atenccedilatildeo

Domiciliar

Verificar o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na

Atenccedilatildeo Domiciliar

Identificar a resolutividade do tratamento referente agraves uacutelceras por pressatildeo no

acircmbito domiciliar

Verificar a quantidade de visitas domiciliares de enfermagem aos pacientes

acometidos por uacutelceras por pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Uacutelcera por pressatildeo

A UP eacute uma complicaccedilatildeo frequente em pacientes internados tanto na atenccedilatildeo

hospitalar como domiciliar Pacientes acometidos por morbidades que levam agrave

imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como idade avanccedilada

desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele quadro de sauacutede

deficiente anemia possiacuteveis edemas incontinecircncia urinaacuteria por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento desse tipo de lesotildees cutacircneas ocasionadas pela fricccedilatildeo eou

pressatildeo da pele contra o leito comumente em pontos proacuteximos as proeminecircncias oacutesseas

como p ex regiatildeo trocanteacuterica sacral e calcacircneo ou em aacutereas onde o tecido adiposo

subcutacircneo eacute escasso Com isso haacute reduccedilatildeo na circulaccedilatildeo perifeacuterica do sangue em aacutereas

sob pressatildeo acarretando em maacute perfusatildeo tecidual e consequentemente surgimento de

feridas (LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012)

O aparecimento de UPs eacute um problema tanto para a qualidade de vida do

paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais

provindos de recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria

famiacutelia do paciente (BRASIL 2013a)

Existe uma classificaccedilatildeo publicada pela European Pressure Ulcer Advisory

Panel (EPUAP) que auxilia o enfermeiro no estadiamento das UPs esta classificaccedilatildeo

contribui para estabelecer o perfil de ferida e possibilitaa definiccedilatildeo de uma estrateacutegia de

cuidados para tratamento evitando recorrecircncia e o aparecimento de outras feridas A

classificaccedilatildeo define o estadiamento em Grau I ndash eritema natildeo branqueaacutevel em pele

intacta a lesatildeo precursora da pele Em pacientes de pele escura o calor o edema e o

endurecimento da regiatildeo tambeacutem podem ser indicadores Grau II ndash perda parcial da

pele que envolve a epiderme a derme ou ambas Grau III ndash perda de espessura total da

pele podendo incluir lesotildees ou mesmo necrose do tecido subcutacircneo com extensatildeo ateacute

a faacutescia subjacente mas natildeo atraveacutes dessa Grau IV ndash destruiccedilatildeo extensa necrose dos

tecidos ou lesatildeo muscular eou exposiccedilatildeo oacutessea ou das estruturas de apoio Grau ldquonatildeo

estadiaacutevelrdquo - perda tissular de espessura completa em que a base da uacutelcera estaacute coberta

por crosta (amarela marrom-claro cinza verde ou castanha) eou escara (marrom-claro

21

castanha ou negra) Sendo assim ateacute que a pele macerada eou necrosada seja removida

expondo a base da ferida a profundidade verdadeira e o grau natildeo podem ser

determinados (EPUAP 2011)

Atualmente existem diversos instrumentos de medidas e escalas que avaliam e

classificam o risco de pacientes desenvolverem UPs Entre os mais conhecidos e

utilizados estaacute a escala de Braden que avalia o risco de UP focalizando no cuidado agrave

pele com accedilotildees terapecircuticas preventivas e de educaccedilatildeo em sauacutede aleacutem de abordar

sobre a superfiacutecie de suporte e aliacutevio de carga mecacircnica A escala de Braden jaacute foi

testada e validada em diversos paiacuteses e eacute considerada de grande confiabilidade aleacutem de

possuir faacutecil utilizaccedilatildeo e vasta aceitaccedilatildeo tanto pelos enfermeiros como pelos proacuteprios

pacientes No entanto eacute importante ressaltar que haacute outras escalas bastante conhecidas

como p ex a escala de Norton a escala de Gosnell e a escala de Waterlow (ARAUacuteJO

et al 2010 COEcircLHO et al 2012)

Coecirclho et al (2012 p41) explica ainda de maneira bastante clara como estaacute

estruturada e organizada a escala de Braden e quais fatores satildeo avaliados em cada item

Sua organizaccedilatildeo baseia-se na fisiopatogenia da UP Assim eacute composta por

seis subescalas as quais avaliam a percepccedilatildeo sensorial a umidade da pele a

atividade a mobilidade o estado nutricional a fricccedilatildeo e o cisalhamento Das

seis subescalas trecircs medem determinantes cliacutenicos de exposiccedilatildeo para pressatildeo

prolongada e intensa (percepccedilatildeo sensorial atividade e mobilidade) e trecircs

mensuram a toleracircncia do tecido agrave pressatildeo (umidade nutriccedilatildeo fricccedilatildeo e

cisalhamento) Cada subescala eacute acompanhada de um tiacutetulo e cada niacutevel de

um conceito descritor-chave aleacutem de uma ou duas frases descrevendo ou

qualificando os atributos a serem avaliados

Arauacutejo et al (2010) referem que a escala de Braden pode variar de 4 a 23

pontos Escores abaixo de 11 pontos indicam alto risco para desenvolver UPs

pontuaccedilatildeo entre 11 e 16 aponta risco moderado e igual ou superior a 16 pontos eacute

considerado como pequeno risco para o aparecimento de UPs

Na Europa e Aacutesia encontram-se mais de 40 protocolos relacionados agrave prevenccedilatildeo

e ao tratamento de feridas e UPs (ARAUacuteJO et al 2011) No entanto ateacute recentemente

dentro do contexto de sauacutede brasileira ainda natildeo havia uma padronizaccedilatildeo da atenccedilatildeo ou

mesmo um protocolo oficial rotina de trabalho etc que auxiliasse a atuaccedilatildeo do

enfermeiro diante do surgimento de feridas e prevenccedilatildeo de uacutelceras por pressatildeo o que

pode levar o mesmo algumas vezes a uma avaliaccedilatildeo subjetiva e focada somente na

cicatrizaccedilatildeo da ferida mas sem uma fundamentaccedilatildeo profilaacutetica adequada para cada caso

22

(ROGENSKI SANTOS 2005) A partir dessa e outras necessidades quanto agrave seguranccedila

do paciente o Ministeacuterio da Sauacutede lanccedilou a portaria nordm 529 de 1ordm de abril de 2013 que

institui o Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente ndash PNSP Nesta portaria ficou

instituiacutedo um Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP (CIPNSP) ao qual foi designado

promover accedilotildees que visem agrave melhoria da seguranccedila do cuidado em sauacutede por meio da

elaboraccedilatildeo consensual e validaccedilatildeo de protocolos em sauacutede entre os diversos membros

que participam do CIPNSP entre eles CFM COFEN ANVISA e Fiocruz (BRASIL

2013b) Alguns meses depois foi lanccedilado pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Protocolo para

Prevenccedilatildeo de Uacutelcera por Pressatildeo (BRASIL 2013a) de acordo com a Portaria nordm 1377

de 9 de julho de 2013 que aprovou esse e outros protocolos de seguranccedila do paciente

(BRASIL 2013c)

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar

O Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID) eacute uma modalidade de internaccedilatildeo

extra-hospitalar que assiste a pacientes que necessitam de cuidados especiais de sauacutede

mas que podem permanecer internados em seu domiciacutelio O PID objetiva a

desospitalizaccedilatildeo humanizada eficaz e de qualidade com foco nas atividades de

promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede representando uma estrateacutegia na reversatildeo do atual

modelo hospitalocecircntrico (BRASIL 2008 MARTELLI et al 2011)

A melhor utilizaccedilatildeo do siacutetio hospitalar eacute um desafio para os atuais sistemas de

sauacutede com a otimizaccedilatildeo de recursos hospitalares e reduccedilatildeo de internaccedilotildees evitaacuteveis Em

resposta a esta demanda houve um ato na consolidaccedilatildeo da atual Poliacutetica de Atenccedilatildeo

Domiciliar com o lanccedilamento da Portaria 2527 de 27 de Outubro de 2011 que

regularizou o Programa Melhor em Casa e definiu a Atenccedilatildeo Domiciliar como nova

modalidade de atenccedilatildeo agrave sauacutede substitutiva ou complementar agraves jaacute existentes

caracterizada por um conjunto de accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento

de doenccedilas e reabilitaccedilatildeo prestadas em domiciacutelio com garantia de continuidade de

cuidados e integrada agraves redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 2011 2012b)

Os NRADrsquos satildeo Nuacutecleos Regionais de Atenccedilatildeo Domiciliar que nasceram no DF

a partir da necessidade de se implantar o PID eles estatildeo vinculados agraves Regionais de

Sauacutede das cidades sateacutelites conforme a organizaccedilatildeo feita pela Secretaria de Estado de

Sauacutede do Distrito Federal (SES-DF) O DF eacute composto por 15 Nuacutecleos Regionais de

Atenccedilatildeo Domiciliar e um deles eacute o NRAD - Ceilacircndia (NRAD-CEI) cujo atendimento

23

abrange uma populaccedilatildeo de 402729 mil habitantes na referida cidade segundo dados do

censo de 2010 do IBGE De acordo com a Portaria nordm 25272011 que redefine a atenccedilatildeo

domiciliar no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) o ideal seria que cada Equipe

Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar (EMAD) atenda apenas um grupo populacional

de 100 mil habitantes As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes

Multidisciplinar de Apoio (EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede

na atenccedilatildeo domiciliar A Portaria nordm 15332012 altera e acrescenta alguns pontos agrave

Portaria nordm 25272011 estabelecendo que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil habitantes

o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio poderaacute

constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes Esta

portaria estabelece ainda que satildeo requisitos miacutenimos para a instalaccedilatildeo do Serviccedilo de

Atenccedilatildeo Domiciliar (SAD) que o municiacutepio apresente populaccedilatildeo igual ou superior a 40

mil habitantes possua cobertura do SAMU ou de algum outro tipo de serviccedilo moacutevel de

urgecircncia e possua um hospital referecircncia na sua aacuterea de abrangecircncia (BRASIL 2008

2011 2012a IBGE 2010)

A transiccedilatildeo epidemioloacutegica e demograacutefica tem causado grande impacto social

com repercussatildeo em diversas aacutereas como economia habitaccedilatildeo previdecircncia e sauacutede

Tais mudanccedilas exigem uma reengenharia multidimensional Particularmente na sauacutede eacute

preciso empreender e fortalecer poliacuteticas puacuteblicas que viabilizem os princiacutepios e

diretrizes do SUS Neste cenaacuterio a Atenccedilatildeo Domiciliar tem se consolidado na reversatildeo

do atual modelo de sauacutede centrado nos hospitais para uma modalidade de accedilotildees

desenvolvidas no domiciacutelio por uma equipe multiprofissional a partir do diagnoacutestico da

realidade em que o paciente estaacute inserido considerando seus potenciais e limitaccedilotildees A

Atenccedilatildeo Domiciliar visa agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao paciente minimizando ou controlando

as sequelas de condiccedilotildees crocircnicas de maneira a favorecer o restabelecimento de sua

independecircncia e a preservaccedilatildeo de sua autonomia (BRASIL 2008 MENDES 2011

MENDES 2012)

Diante do exposto sobre a atenccedilatildeo domiciliar e da mudanccedila na piracircmide etaacuteria

do Brasil nos uacuteltimos anos considera-se que o aumento da populaccedilatildeo idosa e

consequentemente a elevaccedilatildeo no nuacutemero de casos de doenccedilas crocircnicas tornam as accedilotildees

desenvolvidas pelas equipes multiprofissionais do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

(PID) e do Programa de Oxigenoterapia Domiciliar (POD) como ferramentas essenciais

para impulsionar o Programa Melhor em Casa e fortalecer a Poliacutetica Nacional de

Humanizaccedilatildeo aleacutem de contribuir consideravelmente na reduccedilatildeo dos custos hospitalares

24

e na disponibilizaccedilatildeo de leitos em hospitais puacuteblicos para pacientes em estado instaacutevel

que necessitam de monitoramento contiacutenuo Os NRADrsquos vecircm proporcionando entre

outras coisas uma seacuterie de cuidados paliativos aos pacientes do SUS que podem

permanecer internados em domiciacutelio e que satildeo portadores de doenccedilas crocircnicas graves

estaacuteveis tais como Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica (DPOC) sequela de Acidente

Vascular Cerebral (AVC) cacircncer (CA) e diversos distuacuterbios crocircnicos degenerativos

agravos estes que podem acabar contribuindo para o aparecimento das uacutelceras por

pressatildeo como uma complicaccedilatildeo (BRASIL 2004 2012b)

4 METODOLOGIA

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva de abordagem quantitativa

desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes acometidos

por uacutelceras por pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2013

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada

ldquoMelhor em Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do

programa de internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por

portadores de doenccedilas crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade

de Ceilacircndia e foi autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede

do Governo do Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 (Anexo)

Enfatiza-se que foi respeitado os princiacutepios da Resoluccedilatildeo nordm4662012 no que se refere a

pesquisas com seres humanos (BRASIL 2012) Destaca-se que coordenador do projeto

e a chefia do NRAD-CEI autorizaram a utilizaccedilatildeo dos dados mediante termo de

consentimento livre e esclarecido (Apecircndice A) visto que o autor desta pesquisa foi

bolsista deste projeto e trabalhou na coleta de dados durante o periacuteodo de abril de 2012

a abril de 2013

Foram incluiacutedos dados de prontuaacuterios de pacientes acometidos por uacutelceras por

pressatildeo assistidos pelo NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio de 2009 a abril de 2013

somando-se amostra final de 82 prontuaacuterios pesquisados Os criteacuterios de exclusatildeo foram

pacientes natildeo acometidos por uacutelceras por pressatildeo pacientes natildeo assistidos pelo NRAD-

CEI periacuteodo anterior a maio de 2009 e posterior a abril de 2013 e prontuaacuterios com

dados insuficientes ou incompletos

Entre os benefiacutecios do presente estudo estatildeo o levantamento de informaccedilotildees que

posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos cuidados

multiprofissionais e especificamente de enfermagem para pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo no ambiente domiciliar Os riscos deste estudo consistiram em expor

informaccedilotildees dos pesquisados de forma a identificar a sua identidade desta forma este

risco foi minimizado devido agrave manutenccedilatildeo de sigilo com substituiccedilatildeo de nomes e natildeo

divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees que possam remeter a sua identificaccedilatildeo

A anaacutelise de dados se deu a partir do levantamento de dados consultados em

prontuaacuterios dos pacientes com instrumento de coleta (Apecircndice B) apoacutes realizada

26

tabulaccedilatildeo dos dados organizados eletronicamente por meio da criaccedilatildeo de planilhas em

arquivo do software de Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 210

Foi realizada uma anaacutelise exploratoacuteria dos dados (descritiva) as variaacuteveis numeacutericas

foram exploradas pelas medidas descritivas de centralidade (meacutedia) e de dispersatildeo

(miacutenimo maacuteximo e desvio padratildeo) e as variaacuteveis categoacutericas foram exploradas por

frequecircncias simples absolutas e percentuais A apresentaccedilatildeo dos dados foi organizada

por meio graacuteficos e tabelas

5 RESULTADOS

Foram avaliados na pesquisa os prontuaacuterios de 313 pacientes no entanto

somente 82 apresentaram registros de ocorrecircncia de UPs o que equivale ao

acometimento de 262 dos pacientes atendidos no NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio

de 2009 a abril de 2013

Dos 82 pacientes avaliados a idade meacutedia foi de 722 anos (DP=plusmn184 anos

Miacuten=10 anos Maacutex=98 anos) A maioria dos prontuaacuterios revisados demonstra que

827 da amostra satildeo idosos com faixa etaacuteria acima de 60 anos de idade Dentre os

pacientes identificados a tabela 1 demonstra que a maior representatividade foi 329

dos pacientes entre 80-89 anos 292 de 70-79 anose a menor foi de 48 entre 50-59

anos

Quanto agrave variaacutevel sexo percebe-se uma frequecircncia proacutexima entre os

sexos525masculino e475 feminino No entanto relacionando-se a variaacutevel sexo

com a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por paciente nota-se que os usuaacuterios do sexo

masculino com duas trecircs quatro cinco ou mais UPs apresentaram de discreta a elevada

predominacircncia em niacutevel crescente (563 579 629 e 667 respectivamente)

quando comparados agraves usuaacuterias do sexo feminino As pacientes do sexo feminino

apresentaram valores superiores aos homens (63) apenas quando se trata de

pacientesacometidos por apenas uma uacutenica UP (Tabela 1)

Dentre os pacientes atendidos na atenccedilatildeo domiciliar identificou-se que 952

dos usuaacuterios com UPs fazem parte do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID)

enquanto apenas 48 estatildeo vinculados ao Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

(POD)

No que se refere agrave situaccedilatildeo dos pacientes atendidos pelo NRAD entre os anos de

2009 a 2013 a maioria 658 dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito 245

permaneceu internado na atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia e apenas 97 receberam alta

da equipe do PID ou POD

28

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF segundo a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por usuaacuterio

maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS NUacuteMERO DE UacuteLCERAS POR PRESSAtildeO

1 UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

n n n n n n

27 329 16 195 19 231 8 97 12 146 82 100

FAIXA ETAacuteRIA

10- 49 anos 2 74 1 63 2 105 1 125 4 333 10 121

50-59 anos 1 37 1 63 2 105 - - - - 4 48

60-69 anos 3 111 1 63 3 158 2 25 1 83 10 121

70-79 anos 11 407 5 313 2 105 4 50 2 167 24 292

80-89 anos 7 259 6 375 9 474 1 125 4 333 27 329

ge 90 anos 3 111 2 125 1 53 - - 1 83 7 85

SEXO

Masculino 10 37 9 563 11 579 5 625 8 667 43 525

Feminino 17 63 7 437 8 421 3 375 4 333 39 475

PROGRAMA

PID 24 888 15 938 19 100 8 100 12 100 78 952

POD 3 112 1 62 - - - - - - 4 48

EVOLUCcedilAtildeO

Internado 7 259 4 25 5 263 2 25 2 167 20 245

Alta 2 74 2 125 1 53 2 25 1 83 8 97

Oacutebito 18 667 10 625 13 684 4 50 9 75 54 658

Uacutelcera por pressatildeo Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

A pesquisa identificou que a quantidade meacutedia de UPs na admissatildeo do paciente

eacute de aproximadamente duas lesotildees e a quantidade total de UPs no decorrer da internaccedilatildeo

eacute em meacutedia 25 UPs por paciente No que tange agrave quantidade de UPs por paciente a

maior representatividade foi dos pacientes com apenas uma lesatildeo (329) e o menor

percentual (97) foi referente aos pacientes com quatro lesotildees simultacircneas

Outra variaacutevel interessante eacute sobre o tempo de permanecircncia dos pacientes nos

programas de internaccedilatildeo do NRAD-Ceilacircndia sendo o tempo meacutedio de 3877 dias o

29

que equivale a pouco mais de 1 ano de internaccedilatildeo por paciente com miacutenimo de 4 dias e

maacuteximo de 1520 dias equivalente a pouco mais de 4 anos (Tabela 2)

Tabela 2- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS MEacuteDIA DP MIacuteNIMO MAacuteXIMO

Idade 722 184 10 98

Tempo de permanecircncia do

paciente no NRAD (dias) 3877 3961 4 1520

Quantidade de UPs na admissatildeo 21 16 0 7

Quantidade de UPs por paciente 25 15 1 7

Desvio Padratildeo

De acordo com a tabela 3 percebe-se que 804 dos pacientes possuem como

diagnoacutestico principal algum tipo de agravo em sauacutede relacionado ao sistema

neuroloacutegico Outros 17 possuem algum diagnoacutestico oncoloacutegico (CA hepaacutetico

prostaacutetico uterino bexiga metaacutestase oacutessea entre outros) apenas 13 com agravo

respiratoacuterio e 13 com agravo osteomuscular

Considerando os 804 de pacientes com algum agravo neuroloacutegico os

principais diagnoacutesticos encontrados foram sequela AVC (658) Dentre estes 561

com AVC como diagnoacutestico uacutenico e os demais pacientes que representam 97

possuiacuteam sequela de AVC associada a outras doenccedilas entre elas Parkinson Alzheimer

e Encefalopatia anoacutexica Ainda dentro do rol de outros problemas neuroloacutegicos (146)

tambeacutem foi possiacutevel encontrar Siacutendrome de Rasmussen Siacutendrome de Devic Demecircncia

Senil Esclerose Muacuteltipla Paralisia Cerebral Lesatildeo Espinomedular (Tetraplegia) e

Alzheimer (Tabela 3)

Como diagnoacutestico secundaacuterio 39 dos pacientes tambeacutem eram acometidos com

HAS e 232 com DM Sendo que destes 134 apresentaram HAS e DM

simultaneamente Outros pacientes apresentaram ainda desnutriccedilatildeo crocircnica e fratura do

fecircmur 61 cada (Tabela 3)

30

Tabela 3-Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

DIAGNOacuteSTICO PRINCIPAL n

Agravos Neuroloacutegicos 66 804

Agravos Neoplaacutesicos 14 17

Agravos Respiratoacuterios 1 13

Agravos Osteomusculares 1 13

COMORBIDADES n

Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) 32 39

Diabetes Mellitus(DM) tipo I ou II 19 232

Desnutriccedilatildeo Crocircnica 5 61

Fratura de fecircmur 5 61

DPOC 3 36

Outros agravos 18 22

Dos agravos neuroloacutegicos 658 eram sequelas de AVC Destes 134 apresentavam diagnoacutestico

de DM e HAS concomitantemente

Em uma visatildeo geral diante dos dados da tabela 4 nota-se que a assistecircncia de

enfermagem no tratamento das UPs gerou resolutividade em 378 dos pacientes 22

apresentou melhora da UPs e apenas 85 apresentaram quadro de piora Referente ao

nuacutemero de UPs os pacientes que apresentaram maiores percentis de piora 25 e de

manutenccedilatildeo da UP 50 foram aqueles que possuiacuteam quantidade igual ou superior a

cinco UPs

Do total da amostra 158 apresentaram infecccedilatildeo em alguma UP durante

determinado momento do tratamento Eacute interessante perceber que quanto maior a

quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de infecccedilatildeo na ferida Identifica-

se isso em 211 dos usuaacuterios com trecircs UPs 25 com quatro UPs e 333 dos

pacientes com cinco ou mais lesotildees que apresentaram infecccedilatildeo na ferida (Tabela 4)

Apenas 6 dos clientes apresentaram em algum momento reabertura de lesotildees

jaacute anteriormente resolvidas Tambeacutem seguindo a mesma loacutegica das infecccedilotildees de feridas

nota-se que quanto maior a quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de

reabertura de lesotildees isto foi possiacutevel identificar nos resultados que evidenciam que

105 dos pacientes com trecircs lesotildees 125 dos clientes com quatro lesotildees e 167

daqueles com cinco ou mais lesotildees apresentaram reabertura de UP (Tabela 4)

31

Tabela 4 - Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do

Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013

1UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

DESFECHO

DAS UPs

PACIENTE

n n n n n n

Cicatrizada 15 556 7 438 6 316 3 375 - - 31 378

Melhora 3 111 5 313 6 316 1 125 3 25 18 22

Piora 1 37 1 63 1 53 1 125 3 25 7 85

Mantida 8 296 3 188 6 316 3 375 6 50 26 317

INFECCcedilAtildeO

Sim 2 74 1 63 4 211 2 25 4 333 13 158

Natildeo 25 926 15 937 15 789 6 75 8 667 69 842

REABERTURA

Sim - - - - 2 105 1 125 2 167 5 6

Natildeo 27 100 16 100 17 895 7 875 10 833 77 94

ADMISSAtildeO

Com UP 20 741 12 75 19 100 8 100 12 100 71 865

Sem UP 7 259 4 25 - - - - - - 11 135

QUANTIDADE

UPs na

admissatildeo

1 UP 20 741 3 188 1 53 2 25 - - 26 317

2UPs - - 9 563 3 158 1 125 - - 13 158

3UPs - - - - 15 789 1 125 2 167 18 22

4UPs - - - - - - 4 50 1 83 5 6

5UPs - - - - - - - - 6 50 6 73

6UPs - - - - - - - - 2 167 2 24

7UPs - - - - - - - - 1 83 1 12

Vale ressaltar que segundo o resultado da pesquisa 865 destes pacientes

atendidos pelo NRAD jaacute foram admitidos com a presenccedila de UPs Somente 135 dos

usuaacuterios que passaram pela atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia desenvolveram UPs apoacutes a

admissatildeo em um dos programas natildeo ultrapassando a quantidade de duas UPs por

paciente Dos 865 de pacientes que jaacute foram internados em domiciacutelio com UP 317

apresentavam apenas uma UP na admissatildeo 22 com trecircs UPs e 12 com sete UPs jaacute

desde a admissatildeo conforme visualizado na figura 1

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndashDF segundo a quantidade de uacutelceras por

pressatildeo por usuaacuterio maio de 2009 a abril de 2013 28

Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013 29

Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 30

Tabela 4 Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF

maio de 2009 a abril de 2013 31

Tabela 5 Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 34

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos

pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013 32

Figura 2 Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 32

Figura 3 Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 33

Figura 4 Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF

maio de 2009 a abril de 2013 34

Figura 5 Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar

de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013 35

Figura 6 Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem

(VDE) aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 36

Figura 7 Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por

paciente com uacutelcera por pressatildeo usuaacuterio do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013 36

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

AVC Acidente Vascular Cerebral

AVD Atividades de Vida Diaacuteria

CA Cacircncer

CEI Ceilacircndia

CFM Conselho Federal de Medicina

CIPNSP Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP

COFEn Conselho Federal de Enfermagem

DF Distrito Federal

DM Diabetes Mellitus

DP Desvio Padratildeo

DPOC Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica

EMAD Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar

EMAP Equipes Multidisciplinar de Apoio

FCe Faculdade de Ceilacircndia

Fiocruz Fundaccedilatildeo Oswaldo Cruz

HAS Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

HRC Hospital Regional de Ceilacircndia

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

Maacutex Maacuteximo

Miacuten Miacutenimo

MS Ministeacuterio da Sauacutede

MSc Mestre

NRAD Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar

OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

PID Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

PNH Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo

PNSP Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente

POD Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

Prof Professor

SAD Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar

SAMU Serviccedilo de Atendimento Moacutevel de Urgecircncia

SES-DF Secretaria de Estado de Sauacutede do Distrito Federal

SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede

UnB Universidade de Brasiacutelia

UPs Uacutelceras por pressatildeo

VDE Visitas Domiciliares de Enfermagem

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 15

2 OBJETIVOS 19

21 Geral 19

22 Especiacuteficos 19

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 20

31 Uacutelcera por pressatildeo 20

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar22

4 METODOLOGIA 25

5 RESULTADOS 27

6 DISCUSSAtildeO 37

7 CONCLUSAtildeO 46

8 REFEREcircNCIAS 48

ANEXO

APEcircNDICES

1 INTRODUCcedilAtildeO

As uacutelceras por pressatildeo (UPs) satildeo lesotildees de uma aacuterea localizada na pele e dos

tecidos subjacentes causadas por pressatildeo tensatildeo tangencial fricccedilatildeo eou uma

combinaccedilatildeo destes fatores As UPs tambeacutem estatildeo associadas a outros fatores

contribuintes cujo papel ainda natildeo se encontra totalmente esclarecidos no

acometimento (EPUAP 2011) As UPs custam e afetam milhotildees de pacientes nos

domiciacutelios nos centros de sauacutede e nas instituiccedilotildees hospitalares (LOURO et al 2007)A

Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) utiliza a prevalecircncia e incidecircncia das UPs como

indicadores para determinar a qualidade dos cuidados prestados (SOARES et al 2011)

Alguns dados recentes descrevem a epidemiologia das UPs entre os encontrados

estaacute um estudo realizado nas unidades de cliacutenica meacutedica e ciruacutergica em um hospital

puacuteblico de Uberaba-MG que aponta um grupo com idade meacutedia acima de 50 anos

sendo que natildeo houve diferenccedila significativa entre sexo masculino e feminino

predominando em pacientes de cor branca (SILVIA et al 2011) Haacute afirmaccedilotildees que a

pele negra tem maior resistecircncia agrave agressatildeo externa causada pela umidade e fricccedilatildeo

somado agrave dificuldade em identificar lesotildees de grau I em indiviacuteduos negros (MORO et

al 2007) Uma pesquisa realizada em Unidade de Terapia Intensiva Cliacutenicas Meacutedica e

Ciruacutergica de um hospital em Joatildeo Pessoa-PB demonstrou que as UPs tiveram

prevalecircncia de 71 no sexo feminino 428 em pacientes com idade acima de 59 anos

e 40 com doenccedilas crocircnicas degenerativas (ARAUacuteJO et al 2010)

Outro estudo realizado sobre assistecircncia domiciliar em Fortaleza-CE apresentou

a ocorrecircncia de UPs com predominacircncia de 692 em pacientes do sexo feminino e

68 em idosos acima de 80 anos de idade As principais comorbidades predisponentes

ao aparecimento de UPs foram a doenccedila de Alzheimer em 33 dos pacientes e sequelas

de Acidente Vascular Cerebral em 263 dos pacientes sendo que do total 263 eram

hipertensos e 119 eram diabeacuteticos fatores que prejudicam o processo cicatricial da

ferida (COEcircLHO et al 2012) Haacute tambeacutem pesquisas que obtiveram como resultado

incidecircncia maior no sexo masculino 882 em Unidade de Urgecircncia e Emergecircncia do

estado do Paraacute e confirmando prevalecircncia elevada de 588 em idosos acima de 60

anos (SOARES et al 2011)

Entre os principais fatores de risco associados ao aparecimento de UPs estatildeo

fatores bioloacutegicos como idade avanccedilada nutriccedilatildeo desequilibrada hiporexia anorexia

16

processos infecciosos diversas patologias integridade da pele prejudicada (umidade

excessiva ou ressecamento extremo) incontinecircncia urinaacuteria e fecal e fatores fiacutesicos e

mecacircnicos como atritos abrasotildees traumasimobilidade falta da mudanccedila de decuacutebito

etc Similarmente ao paciente que tem diminuiccedilatildeo do niacutevel de consciecircncia o paciente

imoacutevel tambeacutem natildeo alivia a pressatildeo nas regiotildees de proeminecircncias oacutesseas mantendo

assim os fatores de intensidade e duraccedilatildeo da pressatildeo como a maior causa do

desenvolvimento da lesatildeo (MORO et al 2007STUDART et al 2011)

Soares et al (2011) afirmam que as lesotildees por pressatildeo representam uma das

principais complicaccedilotildees que acometem pacientes criacuteticos institucionalizados devido agrave

exposiccedilatildeo aos fatores predisponentes para UPs e devido a ocorrecircncia de procedimentos

ciruacutergicos de longa duraccedilatildeo

Segundo a OMS cerca de 95 das UPs satildeo evitaacuteveis por isso eacute imprescindiacutevel

que sejam utilizados todos os meios disponiacuteveis para realizar uma prevenccedilatildeo eficaz

aleacutem do tratamento das UPs jaacute estabelecidas (SOARES et al 2011) As orientaccedilotildees

relacionadas aos cuidados e prevenccedilatildeo de UPs satildeo essenciais para o bom prognoacutestico do

paciente acometido por UPs Entre as principais orientaccedilotildees para esses pacientes estatildeo

mudanccedila de decuacutebito a cada duas horas manter lenccediloacuteis secos e esticados colchotildees

articulados nutriccedilatildeo adequada hidrataccedilatildeo da pele entre outros (LOURO et al 2007)

No acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar poucos estudos cientiacuteficos relatam a

frequecircncia de uacutelceras por pressatildeo entre os pacientes talvez isso se deva ao fato de

atenccedilatildeo domiciliar no Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) ser uma modalidade recente

Mesmo apoacutes a publicaccedilatildeo da portaria que instituiu a atenccedilatildeo domiciliar muitos lugares

no Brasil ainda demoraram a implementaacute-la por questotildees de organizaccedilatildeo de espaccedilo

fiacutesico formaccedilatildeo de equipes e disponibilizaccedilatildeo de recursos aleacutem disso soma-se o fato de

que muitas cidades brasileiras ainda natildeo tenham implementado essa modalidade de

atenccedilatildeo por essas e outras dificuldades proacuteprias (SILVA et al 2005) Gargano et al

(2004) aponta que 65 dos pacientes de um programa de atenccedilatildeo domiciliar no sul do

Brasil apresentaram como motivo de internaccedilatildeo a presenccedila de infecccedilotildees cutacircneas

Bendo et al (2005) descrevem as UPs como diagnoacutestico principal em 17 dos

pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de Cascavel (MG) Outro estudo mais

recente aponta que entre um grupo de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de

Ribeiratildeo Preto (SP) 191 apresentavam uacutelcera por pressatildeo (CHAYAMITI CALIRI

2010) Atraveacutes das evidecircncias destes estudos fica claro tambeacutem que as UPs tecircm

prevalecircncia maior em idosos por conta da proacutepria natureza dessa faixa etaacuteria que estaacute

17

associada ao aparecimento de doenccedilas crocircnicas que muitas vezes ocasionam a reduccedilatildeo

da mobilidade fiacutesica favorecendo o aparecimento das UPs Quanto agrave ocupaccedilatildeo alguns

estudos demonstram frequecircncia acima de 90 em aposentados ou pensionistas Aleacutem

disso ficouevidenciado ainda nestes estudos a frequecircncia maior de UPs no sexo

feminino Ressalta-se que aspectos relativos agrave estrutura familiar e aquela proporcionada

pelos serviccedilos de atenccedilatildeo domiciliar devem ser investigados com maior atenccedilatildeo para

que melhor se compreenda o problema (GARGANO et al 2004 BENDO et al 2005

CHAYAMITI CALIRI 2010 COEcircLHO et al 2012)

A internaccedilatildeo domiciliar eacute uma modalidade de atenccedilatildeo implantada pelo SUS que

visa atender pacientes crocircnicos em estado grave estaacutevel eou em cuidados paliativos

Um dos seus principais focos eacute a desospitalizaccedilatildeo e a humanizaccedilatildeo do cuidado No

Distrito Federal o projeto de implantaccedilatildeo do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar soacute foi

publicado em 2008 baseado nas diretrizes operacionais doPlano Diretor de

Regionalizaccedilatildeo da Assistecircncia do Distrito Federal2005 nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo2006 do CITCONASS na PoliacuteticaNacional de

Humanizaccedilatildeo e na Portaria ndeg 25292006 do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004

2005 2006a 2006b 2008)

Nesse sentido enfatiza-se o cuidado com a UP que deve ser realizado por uma

equipe multiprofissional Os principais profissionais que devem compor a equipe

multiprofissional no acircmbito da Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo o enfermeiro o teacutecnico de

enfermagem o assistente social o odontologista o meacutedico o nutricionista o psicoacutelogo

o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional Eacute importante ressaltar que aleacutem da situaccedilatildeo

cliacutenica comprometida e da dependecircncia para realizar as atividades diaacuterias um dos

principais criteacuterios para admissatildeo no programa eacute a existecircncia de um cuidador que fique

responsaacutevel pelo paciente no ambiente domiciliar esse cuidador pode ser simplesmente

algueacutem da famiacutelia ou uma pessoa que tenha feito um curso de capacitaccedilatildeo para

cuidador A participaccedilatildeo da famiacutelia no cuidado eacute fundamental pois este programa natildeo

funciona como um Home Care A assistecircncia eacute prestada apenas na forma de visitas

domiciliares durante a semana e por acompanhamento telefocircnico sendo assim a equipe

multiprofissional habilita a famiacuteliacuidador a prestar os cuidados necessaacuterios de acordo

com os seus conhecimentos teacutecnicos e suas capacidades (BRASIL 2008 2012b)

Chama-se atenccedilatildeo para cuidado domiciliar com vistas a ser desenvolvido nestes

pacientes O cuidado domiciliar tem se mostrado efetivo na resposta agraves demandas de

indiviacuteduos dependentes para Atividades de Vida Diaacuteria (AVD) oferecendo aleacutem da

18

estabilidade cliacutenica pelos cuidados de sauacutede no domiciacutelio a dignidade e conforto

preconizados pela Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) do Ministeacuterio da Sauacutede ndash

MS (BRASIL 2004 2012b)

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Descrever o perfil dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar

assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Identificar o percentil de ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo em pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar na cidade de Ceilacircndia (DF) no periacuteodo avaliado

Descrever caracteriacutesticas cliacutenico-demograacuteficas dos pacientes com uacutelceras por

pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

Caracterizar o perfil das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes estudados na Atenccedilatildeo

Domiciliar

Verificar o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na

Atenccedilatildeo Domiciliar

Identificar a resolutividade do tratamento referente agraves uacutelceras por pressatildeo no

acircmbito domiciliar

Verificar a quantidade de visitas domiciliares de enfermagem aos pacientes

acometidos por uacutelceras por pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Uacutelcera por pressatildeo

A UP eacute uma complicaccedilatildeo frequente em pacientes internados tanto na atenccedilatildeo

hospitalar como domiciliar Pacientes acometidos por morbidades que levam agrave

imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como idade avanccedilada

desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele quadro de sauacutede

deficiente anemia possiacuteveis edemas incontinecircncia urinaacuteria por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento desse tipo de lesotildees cutacircneas ocasionadas pela fricccedilatildeo eou

pressatildeo da pele contra o leito comumente em pontos proacuteximos as proeminecircncias oacutesseas

como p ex regiatildeo trocanteacuterica sacral e calcacircneo ou em aacutereas onde o tecido adiposo

subcutacircneo eacute escasso Com isso haacute reduccedilatildeo na circulaccedilatildeo perifeacuterica do sangue em aacutereas

sob pressatildeo acarretando em maacute perfusatildeo tecidual e consequentemente surgimento de

feridas (LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012)

O aparecimento de UPs eacute um problema tanto para a qualidade de vida do

paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais

provindos de recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria

famiacutelia do paciente (BRASIL 2013a)

Existe uma classificaccedilatildeo publicada pela European Pressure Ulcer Advisory

Panel (EPUAP) que auxilia o enfermeiro no estadiamento das UPs esta classificaccedilatildeo

contribui para estabelecer o perfil de ferida e possibilitaa definiccedilatildeo de uma estrateacutegia de

cuidados para tratamento evitando recorrecircncia e o aparecimento de outras feridas A

classificaccedilatildeo define o estadiamento em Grau I ndash eritema natildeo branqueaacutevel em pele

intacta a lesatildeo precursora da pele Em pacientes de pele escura o calor o edema e o

endurecimento da regiatildeo tambeacutem podem ser indicadores Grau II ndash perda parcial da

pele que envolve a epiderme a derme ou ambas Grau III ndash perda de espessura total da

pele podendo incluir lesotildees ou mesmo necrose do tecido subcutacircneo com extensatildeo ateacute

a faacutescia subjacente mas natildeo atraveacutes dessa Grau IV ndash destruiccedilatildeo extensa necrose dos

tecidos ou lesatildeo muscular eou exposiccedilatildeo oacutessea ou das estruturas de apoio Grau ldquonatildeo

estadiaacutevelrdquo - perda tissular de espessura completa em que a base da uacutelcera estaacute coberta

por crosta (amarela marrom-claro cinza verde ou castanha) eou escara (marrom-claro

21

castanha ou negra) Sendo assim ateacute que a pele macerada eou necrosada seja removida

expondo a base da ferida a profundidade verdadeira e o grau natildeo podem ser

determinados (EPUAP 2011)

Atualmente existem diversos instrumentos de medidas e escalas que avaliam e

classificam o risco de pacientes desenvolverem UPs Entre os mais conhecidos e

utilizados estaacute a escala de Braden que avalia o risco de UP focalizando no cuidado agrave

pele com accedilotildees terapecircuticas preventivas e de educaccedilatildeo em sauacutede aleacutem de abordar

sobre a superfiacutecie de suporte e aliacutevio de carga mecacircnica A escala de Braden jaacute foi

testada e validada em diversos paiacuteses e eacute considerada de grande confiabilidade aleacutem de

possuir faacutecil utilizaccedilatildeo e vasta aceitaccedilatildeo tanto pelos enfermeiros como pelos proacuteprios

pacientes No entanto eacute importante ressaltar que haacute outras escalas bastante conhecidas

como p ex a escala de Norton a escala de Gosnell e a escala de Waterlow (ARAUacuteJO

et al 2010 COEcircLHO et al 2012)

Coecirclho et al (2012 p41) explica ainda de maneira bastante clara como estaacute

estruturada e organizada a escala de Braden e quais fatores satildeo avaliados em cada item

Sua organizaccedilatildeo baseia-se na fisiopatogenia da UP Assim eacute composta por

seis subescalas as quais avaliam a percepccedilatildeo sensorial a umidade da pele a

atividade a mobilidade o estado nutricional a fricccedilatildeo e o cisalhamento Das

seis subescalas trecircs medem determinantes cliacutenicos de exposiccedilatildeo para pressatildeo

prolongada e intensa (percepccedilatildeo sensorial atividade e mobilidade) e trecircs

mensuram a toleracircncia do tecido agrave pressatildeo (umidade nutriccedilatildeo fricccedilatildeo e

cisalhamento) Cada subescala eacute acompanhada de um tiacutetulo e cada niacutevel de

um conceito descritor-chave aleacutem de uma ou duas frases descrevendo ou

qualificando os atributos a serem avaliados

Arauacutejo et al (2010) referem que a escala de Braden pode variar de 4 a 23

pontos Escores abaixo de 11 pontos indicam alto risco para desenvolver UPs

pontuaccedilatildeo entre 11 e 16 aponta risco moderado e igual ou superior a 16 pontos eacute

considerado como pequeno risco para o aparecimento de UPs

Na Europa e Aacutesia encontram-se mais de 40 protocolos relacionados agrave prevenccedilatildeo

e ao tratamento de feridas e UPs (ARAUacuteJO et al 2011) No entanto ateacute recentemente

dentro do contexto de sauacutede brasileira ainda natildeo havia uma padronizaccedilatildeo da atenccedilatildeo ou

mesmo um protocolo oficial rotina de trabalho etc que auxiliasse a atuaccedilatildeo do

enfermeiro diante do surgimento de feridas e prevenccedilatildeo de uacutelceras por pressatildeo o que

pode levar o mesmo algumas vezes a uma avaliaccedilatildeo subjetiva e focada somente na

cicatrizaccedilatildeo da ferida mas sem uma fundamentaccedilatildeo profilaacutetica adequada para cada caso

22

(ROGENSKI SANTOS 2005) A partir dessa e outras necessidades quanto agrave seguranccedila

do paciente o Ministeacuterio da Sauacutede lanccedilou a portaria nordm 529 de 1ordm de abril de 2013 que

institui o Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente ndash PNSP Nesta portaria ficou

instituiacutedo um Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP (CIPNSP) ao qual foi designado

promover accedilotildees que visem agrave melhoria da seguranccedila do cuidado em sauacutede por meio da

elaboraccedilatildeo consensual e validaccedilatildeo de protocolos em sauacutede entre os diversos membros

que participam do CIPNSP entre eles CFM COFEN ANVISA e Fiocruz (BRASIL

2013b) Alguns meses depois foi lanccedilado pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Protocolo para

Prevenccedilatildeo de Uacutelcera por Pressatildeo (BRASIL 2013a) de acordo com a Portaria nordm 1377

de 9 de julho de 2013 que aprovou esse e outros protocolos de seguranccedila do paciente

(BRASIL 2013c)

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar

O Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID) eacute uma modalidade de internaccedilatildeo

extra-hospitalar que assiste a pacientes que necessitam de cuidados especiais de sauacutede

mas que podem permanecer internados em seu domiciacutelio O PID objetiva a

desospitalizaccedilatildeo humanizada eficaz e de qualidade com foco nas atividades de

promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede representando uma estrateacutegia na reversatildeo do atual

modelo hospitalocecircntrico (BRASIL 2008 MARTELLI et al 2011)

A melhor utilizaccedilatildeo do siacutetio hospitalar eacute um desafio para os atuais sistemas de

sauacutede com a otimizaccedilatildeo de recursos hospitalares e reduccedilatildeo de internaccedilotildees evitaacuteveis Em

resposta a esta demanda houve um ato na consolidaccedilatildeo da atual Poliacutetica de Atenccedilatildeo

Domiciliar com o lanccedilamento da Portaria 2527 de 27 de Outubro de 2011 que

regularizou o Programa Melhor em Casa e definiu a Atenccedilatildeo Domiciliar como nova

modalidade de atenccedilatildeo agrave sauacutede substitutiva ou complementar agraves jaacute existentes

caracterizada por um conjunto de accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento

de doenccedilas e reabilitaccedilatildeo prestadas em domiciacutelio com garantia de continuidade de

cuidados e integrada agraves redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 2011 2012b)

Os NRADrsquos satildeo Nuacutecleos Regionais de Atenccedilatildeo Domiciliar que nasceram no DF

a partir da necessidade de se implantar o PID eles estatildeo vinculados agraves Regionais de

Sauacutede das cidades sateacutelites conforme a organizaccedilatildeo feita pela Secretaria de Estado de

Sauacutede do Distrito Federal (SES-DF) O DF eacute composto por 15 Nuacutecleos Regionais de

Atenccedilatildeo Domiciliar e um deles eacute o NRAD - Ceilacircndia (NRAD-CEI) cujo atendimento

23

abrange uma populaccedilatildeo de 402729 mil habitantes na referida cidade segundo dados do

censo de 2010 do IBGE De acordo com a Portaria nordm 25272011 que redefine a atenccedilatildeo

domiciliar no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) o ideal seria que cada Equipe

Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar (EMAD) atenda apenas um grupo populacional

de 100 mil habitantes As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes

Multidisciplinar de Apoio (EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede

na atenccedilatildeo domiciliar A Portaria nordm 15332012 altera e acrescenta alguns pontos agrave

Portaria nordm 25272011 estabelecendo que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil habitantes

o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio poderaacute

constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes Esta

portaria estabelece ainda que satildeo requisitos miacutenimos para a instalaccedilatildeo do Serviccedilo de

Atenccedilatildeo Domiciliar (SAD) que o municiacutepio apresente populaccedilatildeo igual ou superior a 40

mil habitantes possua cobertura do SAMU ou de algum outro tipo de serviccedilo moacutevel de

urgecircncia e possua um hospital referecircncia na sua aacuterea de abrangecircncia (BRASIL 2008

2011 2012a IBGE 2010)

A transiccedilatildeo epidemioloacutegica e demograacutefica tem causado grande impacto social

com repercussatildeo em diversas aacutereas como economia habitaccedilatildeo previdecircncia e sauacutede

Tais mudanccedilas exigem uma reengenharia multidimensional Particularmente na sauacutede eacute

preciso empreender e fortalecer poliacuteticas puacuteblicas que viabilizem os princiacutepios e

diretrizes do SUS Neste cenaacuterio a Atenccedilatildeo Domiciliar tem se consolidado na reversatildeo

do atual modelo de sauacutede centrado nos hospitais para uma modalidade de accedilotildees

desenvolvidas no domiciacutelio por uma equipe multiprofissional a partir do diagnoacutestico da

realidade em que o paciente estaacute inserido considerando seus potenciais e limitaccedilotildees A

Atenccedilatildeo Domiciliar visa agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao paciente minimizando ou controlando

as sequelas de condiccedilotildees crocircnicas de maneira a favorecer o restabelecimento de sua

independecircncia e a preservaccedilatildeo de sua autonomia (BRASIL 2008 MENDES 2011

MENDES 2012)

Diante do exposto sobre a atenccedilatildeo domiciliar e da mudanccedila na piracircmide etaacuteria

do Brasil nos uacuteltimos anos considera-se que o aumento da populaccedilatildeo idosa e

consequentemente a elevaccedilatildeo no nuacutemero de casos de doenccedilas crocircnicas tornam as accedilotildees

desenvolvidas pelas equipes multiprofissionais do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

(PID) e do Programa de Oxigenoterapia Domiciliar (POD) como ferramentas essenciais

para impulsionar o Programa Melhor em Casa e fortalecer a Poliacutetica Nacional de

Humanizaccedilatildeo aleacutem de contribuir consideravelmente na reduccedilatildeo dos custos hospitalares

24

e na disponibilizaccedilatildeo de leitos em hospitais puacuteblicos para pacientes em estado instaacutevel

que necessitam de monitoramento contiacutenuo Os NRADrsquos vecircm proporcionando entre

outras coisas uma seacuterie de cuidados paliativos aos pacientes do SUS que podem

permanecer internados em domiciacutelio e que satildeo portadores de doenccedilas crocircnicas graves

estaacuteveis tais como Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica (DPOC) sequela de Acidente

Vascular Cerebral (AVC) cacircncer (CA) e diversos distuacuterbios crocircnicos degenerativos

agravos estes que podem acabar contribuindo para o aparecimento das uacutelceras por

pressatildeo como uma complicaccedilatildeo (BRASIL 2004 2012b)

4 METODOLOGIA

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva de abordagem quantitativa

desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes acometidos

por uacutelceras por pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2013

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada

ldquoMelhor em Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do

programa de internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por

portadores de doenccedilas crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade

de Ceilacircndia e foi autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede

do Governo do Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 (Anexo)

Enfatiza-se que foi respeitado os princiacutepios da Resoluccedilatildeo nordm4662012 no que se refere a

pesquisas com seres humanos (BRASIL 2012) Destaca-se que coordenador do projeto

e a chefia do NRAD-CEI autorizaram a utilizaccedilatildeo dos dados mediante termo de

consentimento livre e esclarecido (Apecircndice A) visto que o autor desta pesquisa foi

bolsista deste projeto e trabalhou na coleta de dados durante o periacuteodo de abril de 2012

a abril de 2013

Foram incluiacutedos dados de prontuaacuterios de pacientes acometidos por uacutelceras por

pressatildeo assistidos pelo NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio de 2009 a abril de 2013

somando-se amostra final de 82 prontuaacuterios pesquisados Os criteacuterios de exclusatildeo foram

pacientes natildeo acometidos por uacutelceras por pressatildeo pacientes natildeo assistidos pelo NRAD-

CEI periacuteodo anterior a maio de 2009 e posterior a abril de 2013 e prontuaacuterios com

dados insuficientes ou incompletos

Entre os benefiacutecios do presente estudo estatildeo o levantamento de informaccedilotildees que

posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos cuidados

multiprofissionais e especificamente de enfermagem para pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo no ambiente domiciliar Os riscos deste estudo consistiram em expor

informaccedilotildees dos pesquisados de forma a identificar a sua identidade desta forma este

risco foi minimizado devido agrave manutenccedilatildeo de sigilo com substituiccedilatildeo de nomes e natildeo

divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees que possam remeter a sua identificaccedilatildeo

A anaacutelise de dados se deu a partir do levantamento de dados consultados em

prontuaacuterios dos pacientes com instrumento de coleta (Apecircndice B) apoacutes realizada

26

tabulaccedilatildeo dos dados organizados eletronicamente por meio da criaccedilatildeo de planilhas em

arquivo do software de Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 210

Foi realizada uma anaacutelise exploratoacuteria dos dados (descritiva) as variaacuteveis numeacutericas

foram exploradas pelas medidas descritivas de centralidade (meacutedia) e de dispersatildeo

(miacutenimo maacuteximo e desvio padratildeo) e as variaacuteveis categoacutericas foram exploradas por

frequecircncias simples absolutas e percentuais A apresentaccedilatildeo dos dados foi organizada

por meio graacuteficos e tabelas

5 RESULTADOS

Foram avaliados na pesquisa os prontuaacuterios de 313 pacientes no entanto

somente 82 apresentaram registros de ocorrecircncia de UPs o que equivale ao

acometimento de 262 dos pacientes atendidos no NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio

de 2009 a abril de 2013

Dos 82 pacientes avaliados a idade meacutedia foi de 722 anos (DP=plusmn184 anos

Miacuten=10 anos Maacutex=98 anos) A maioria dos prontuaacuterios revisados demonstra que

827 da amostra satildeo idosos com faixa etaacuteria acima de 60 anos de idade Dentre os

pacientes identificados a tabela 1 demonstra que a maior representatividade foi 329

dos pacientes entre 80-89 anos 292 de 70-79 anose a menor foi de 48 entre 50-59

anos

Quanto agrave variaacutevel sexo percebe-se uma frequecircncia proacutexima entre os

sexos525masculino e475 feminino No entanto relacionando-se a variaacutevel sexo

com a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por paciente nota-se que os usuaacuterios do sexo

masculino com duas trecircs quatro cinco ou mais UPs apresentaram de discreta a elevada

predominacircncia em niacutevel crescente (563 579 629 e 667 respectivamente)

quando comparados agraves usuaacuterias do sexo feminino As pacientes do sexo feminino

apresentaram valores superiores aos homens (63) apenas quando se trata de

pacientesacometidos por apenas uma uacutenica UP (Tabela 1)

Dentre os pacientes atendidos na atenccedilatildeo domiciliar identificou-se que 952

dos usuaacuterios com UPs fazem parte do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID)

enquanto apenas 48 estatildeo vinculados ao Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

(POD)

No que se refere agrave situaccedilatildeo dos pacientes atendidos pelo NRAD entre os anos de

2009 a 2013 a maioria 658 dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito 245

permaneceu internado na atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia e apenas 97 receberam alta

da equipe do PID ou POD

28

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF segundo a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por usuaacuterio

maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS NUacuteMERO DE UacuteLCERAS POR PRESSAtildeO

1 UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

n n n n n n

27 329 16 195 19 231 8 97 12 146 82 100

FAIXA ETAacuteRIA

10- 49 anos 2 74 1 63 2 105 1 125 4 333 10 121

50-59 anos 1 37 1 63 2 105 - - - - 4 48

60-69 anos 3 111 1 63 3 158 2 25 1 83 10 121

70-79 anos 11 407 5 313 2 105 4 50 2 167 24 292

80-89 anos 7 259 6 375 9 474 1 125 4 333 27 329

ge 90 anos 3 111 2 125 1 53 - - 1 83 7 85

SEXO

Masculino 10 37 9 563 11 579 5 625 8 667 43 525

Feminino 17 63 7 437 8 421 3 375 4 333 39 475

PROGRAMA

PID 24 888 15 938 19 100 8 100 12 100 78 952

POD 3 112 1 62 - - - - - - 4 48

EVOLUCcedilAtildeO

Internado 7 259 4 25 5 263 2 25 2 167 20 245

Alta 2 74 2 125 1 53 2 25 1 83 8 97

Oacutebito 18 667 10 625 13 684 4 50 9 75 54 658

Uacutelcera por pressatildeo Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

A pesquisa identificou que a quantidade meacutedia de UPs na admissatildeo do paciente

eacute de aproximadamente duas lesotildees e a quantidade total de UPs no decorrer da internaccedilatildeo

eacute em meacutedia 25 UPs por paciente No que tange agrave quantidade de UPs por paciente a

maior representatividade foi dos pacientes com apenas uma lesatildeo (329) e o menor

percentual (97) foi referente aos pacientes com quatro lesotildees simultacircneas

Outra variaacutevel interessante eacute sobre o tempo de permanecircncia dos pacientes nos

programas de internaccedilatildeo do NRAD-Ceilacircndia sendo o tempo meacutedio de 3877 dias o

29

que equivale a pouco mais de 1 ano de internaccedilatildeo por paciente com miacutenimo de 4 dias e

maacuteximo de 1520 dias equivalente a pouco mais de 4 anos (Tabela 2)

Tabela 2- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS MEacuteDIA DP MIacuteNIMO MAacuteXIMO

Idade 722 184 10 98

Tempo de permanecircncia do

paciente no NRAD (dias) 3877 3961 4 1520

Quantidade de UPs na admissatildeo 21 16 0 7

Quantidade de UPs por paciente 25 15 1 7

Desvio Padratildeo

De acordo com a tabela 3 percebe-se que 804 dos pacientes possuem como

diagnoacutestico principal algum tipo de agravo em sauacutede relacionado ao sistema

neuroloacutegico Outros 17 possuem algum diagnoacutestico oncoloacutegico (CA hepaacutetico

prostaacutetico uterino bexiga metaacutestase oacutessea entre outros) apenas 13 com agravo

respiratoacuterio e 13 com agravo osteomuscular

Considerando os 804 de pacientes com algum agravo neuroloacutegico os

principais diagnoacutesticos encontrados foram sequela AVC (658) Dentre estes 561

com AVC como diagnoacutestico uacutenico e os demais pacientes que representam 97

possuiacuteam sequela de AVC associada a outras doenccedilas entre elas Parkinson Alzheimer

e Encefalopatia anoacutexica Ainda dentro do rol de outros problemas neuroloacutegicos (146)

tambeacutem foi possiacutevel encontrar Siacutendrome de Rasmussen Siacutendrome de Devic Demecircncia

Senil Esclerose Muacuteltipla Paralisia Cerebral Lesatildeo Espinomedular (Tetraplegia) e

Alzheimer (Tabela 3)

Como diagnoacutestico secundaacuterio 39 dos pacientes tambeacutem eram acometidos com

HAS e 232 com DM Sendo que destes 134 apresentaram HAS e DM

simultaneamente Outros pacientes apresentaram ainda desnutriccedilatildeo crocircnica e fratura do

fecircmur 61 cada (Tabela 3)

30

Tabela 3-Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

DIAGNOacuteSTICO PRINCIPAL n

Agravos Neuroloacutegicos 66 804

Agravos Neoplaacutesicos 14 17

Agravos Respiratoacuterios 1 13

Agravos Osteomusculares 1 13

COMORBIDADES n

Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) 32 39

Diabetes Mellitus(DM) tipo I ou II 19 232

Desnutriccedilatildeo Crocircnica 5 61

Fratura de fecircmur 5 61

DPOC 3 36

Outros agravos 18 22

Dos agravos neuroloacutegicos 658 eram sequelas de AVC Destes 134 apresentavam diagnoacutestico

de DM e HAS concomitantemente

Em uma visatildeo geral diante dos dados da tabela 4 nota-se que a assistecircncia de

enfermagem no tratamento das UPs gerou resolutividade em 378 dos pacientes 22

apresentou melhora da UPs e apenas 85 apresentaram quadro de piora Referente ao

nuacutemero de UPs os pacientes que apresentaram maiores percentis de piora 25 e de

manutenccedilatildeo da UP 50 foram aqueles que possuiacuteam quantidade igual ou superior a

cinco UPs

Do total da amostra 158 apresentaram infecccedilatildeo em alguma UP durante

determinado momento do tratamento Eacute interessante perceber que quanto maior a

quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de infecccedilatildeo na ferida Identifica-

se isso em 211 dos usuaacuterios com trecircs UPs 25 com quatro UPs e 333 dos

pacientes com cinco ou mais lesotildees que apresentaram infecccedilatildeo na ferida (Tabela 4)

Apenas 6 dos clientes apresentaram em algum momento reabertura de lesotildees

jaacute anteriormente resolvidas Tambeacutem seguindo a mesma loacutegica das infecccedilotildees de feridas

nota-se que quanto maior a quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de

reabertura de lesotildees isto foi possiacutevel identificar nos resultados que evidenciam que

105 dos pacientes com trecircs lesotildees 125 dos clientes com quatro lesotildees e 167

daqueles com cinco ou mais lesotildees apresentaram reabertura de UP (Tabela 4)

31

Tabela 4 - Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do

Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013

1UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

DESFECHO

DAS UPs

PACIENTE

n n n n n n

Cicatrizada 15 556 7 438 6 316 3 375 - - 31 378

Melhora 3 111 5 313 6 316 1 125 3 25 18 22

Piora 1 37 1 63 1 53 1 125 3 25 7 85

Mantida 8 296 3 188 6 316 3 375 6 50 26 317

INFECCcedilAtildeO

Sim 2 74 1 63 4 211 2 25 4 333 13 158

Natildeo 25 926 15 937 15 789 6 75 8 667 69 842

REABERTURA

Sim - - - - 2 105 1 125 2 167 5 6

Natildeo 27 100 16 100 17 895 7 875 10 833 77 94

ADMISSAtildeO

Com UP 20 741 12 75 19 100 8 100 12 100 71 865

Sem UP 7 259 4 25 - - - - - - 11 135

QUANTIDADE

UPs na

admissatildeo

1 UP 20 741 3 188 1 53 2 25 - - 26 317

2UPs - - 9 563 3 158 1 125 - - 13 158

3UPs - - - - 15 789 1 125 2 167 18 22

4UPs - - - - - - 4 50 1 83 5 6

5UPs - - - - - - - - 6 50 6 73

6UPs - - - - - - - - 2 167 2 24

7UPs - - - - - - - - 1 83 1 12

Vale ressaltar que segundo o resultado da pesquisa 865 destes pacientes

atendidos pelo NRAD jaacute foram admitidos com a presenccedila de UPs Somente 135 dos

usuaacuterios que passaram pela atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia desenvolveram UPs apoacutes a

admissatildeo em um dos programas natildeo ultrapassando a quantidade de duas UPs por

paciente Dos 865 de pacientes que jaacute foram internados em domiciacutelio com UP 317

apresentavam apenas uma UP na admissatildeo 22 com trecircs UPs e 12 com sete UPs jaacute

desde a admissatildeo conforme visualizado na figura 1

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos

pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013 32

Figura 2 Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 32

Figura 3 Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 33

Figura 4 Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF

maio de 2009 a abril de 2013 34

Figura 5 Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar

de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013 35

Figura 6 Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem

(VDE) aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013 36

Figura 7 Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por

paciente com uacutelcera por pressatildeo usuaacuterio do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013 36

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

AVC Acidente Vascular Cerebral

AVD Atividades de Vida Diaacuteria

CA Cacircncer

CEI Ceilacircndia

CFM Conselho Federal de Medicina

CIPNSP Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP

COFEn Conselho Federal de Enfermagem

DF Distrito Federal

DM Diabetes Mellitus

DP Desvio Padratildeo

DPOC Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica

EMAD Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar

EMAP Equipes Multidisciplinar de Apoio

FCe Faculdade de Ceilacircndia

Fiocruz Fundaccedilatildeo Oswaldo Cruz

HAS Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

HRC Hospital Regional de Ceilacircndia

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

Maacutex Maacuteximo

Miacuten Miacutenimo

MS Ministeacuterio da Sauacutede

MSc Mestre

NRAD Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar

OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

PID Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

PNH Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo

PNSP Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente

POD Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

Prof Professor

SAD Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar

SAMU Serviccedilo de Atendimento Moacutevel de Urgecircncia

SES-DF Secretaria de Estado de Sauacutede do Distrito Federal

SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede

UnB Universidade de Brasiacutelia

UPs Uacutelceras por pressatildeo

VDE Visitas Domiciliares de Enfermagem

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 15

2 OBJETIVOS 19

21 Geral 19

22 Especiacuteficos 19

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 20

31 Uacutelcera por pressatildeo 20

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar22

4 METODOLOGIA 25

5 RESULTADOS 27

6 DISCUSSAtildeO 37

7 CONCLUSAtildeO 46

8 REFEREcircNCIAS 48

ANEXO

APEcircNDICES

1 INTRODUCcedilAtildeO

As uacutelceras por pressatildeo (UPs) satildeo lesotildees de uma aacuterea localizada na pele e dos

tecidos subjacentes causadas por pressatildeo tensatildeo tangencial fricccedilatildeo eou uma

combinaccedilatildeo destes fatores As UPs tambeacutem estatildeo associadas a outros fatores

contribuintes cujo papel ainda natildeo se encontra totalmente esclarecidos no

acometimento (EPUAP 2011) As UPs custam e afetam milhotildees de pacientes nos

domiciacutelios nos centros de sauacutede e nas instituiccedilotildees hospitalares (LOURO et al 2007)A

Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) utiliza a prevalecircncia e incidecircncia das UPs como

indicadores para determinar a qualidade dos cuidados prestados (SOARES et al 2011)

Alguns dados recentes descrevem a epidemiologia das UPs entre os encontrados

estaacute um estudo realizado nas unidades de cliacutenica meacutedica e ciruacutergica em um hospital

puacuteblico de Uberaba-MG que aponta um grupo com idade meacutedia acima de 50 anos

sendo que natildeo houve diferenccedila significativa entre sexo masculino e feminino

predominando em pacientes de cor branca (SILVIA et al 2011) Haacute afirmaccedilotildees que a

pele negra tem maior resistecircncia agrave agressatildeo externa causada pela umidade e fricccedilatildeo

somado agrave dificuldade em identificar lesotildees de grau I em indiviacuteduos negros (MORO et

al 2007) Uma pesquisa realizada em Unidade de Terapia Intensiva Cliacutenicas Meacutedica e

Ciruacutergica de um hospital em Joatildeo Pessoa-PB demonstrou que as UPs tiveram

prevalecircncia de 71 no sexo feminino 428 em pacientes com idade acima de 59 anos

e 40 com doenccedilas crocircnicas degenerativas (ARAUacuteJO et al 2010)

Outro estudo realizado sobre assistecircncia domiciliar em Fortaleza-CE apresentou

a ocorrecircncia de UPs com predominacircncia de 692 em pacientes do sexo feminino e

68 em idosos acima de 80 anos de idade As principais comorbidades predisponentes

ao aparecimento de UPs foram a doenccedila de Alzheimer em 33 dos pacientes e sequelas

de Acidente Vascular Cerebral em 263 dos pacientes sendo que do total 263 eram

hipertensos e 119 eram diabeacuteticos fatores que prejudicam o processo cicatricial da

ferida (COEcircLHO et al 2012) Haacute tambeacutem pesquisas que obtiveram como resultado

incidecircncia maior no sexo masculino 882 em Unidade de Urgecircncia e Emergecircncia do

estado do Paraacute e confirmando prevalecircncia elevada de 588 em idosos acima de 60

anos (SOARES et al 2011)

Entre os principais fatores de risco associados ao aparecimento de UPs estatildeo

fatores bioloacutegicos como idade avanccedilada nutriccedilatildeo desequilibrada hiporexia anorexia

16

processos infecciosos diversas patologias integridade da pele prejudicada (umidade

excessiva ou ressecamento extremo) incontinecircncia urinaacuteria e fecal e fatores fiacutesicos e

mecacircnicos como atritos abrasotildees traumasimobilidade falta da mudanccedila de decuacutebito

etc Similarmente ao paciente que tem diminuiccedilatildeo do niacutevel de consciecircncia o paciente

imoacutevel tambeacutem natildeo alivia a pressatildeo nas regiotildees de proeminecircncias oacutesseas mantendo

assim os fatores de intensidade e duraccedilatildeo da pressatildeo como a maior causa do

desenvolvimento da lesatildeo (MORO et al 2007STUDART et al 2011)

Soares et al (2011) afirmam que as lesotildees por pressatildeo representam uma das

principais complicaccedilotildees que acometem pacientes criacuteticos institucionalizados devido agrave

exposiccedilatildeo aos fatores predisponentes para UPs e devido a ocorrecircncia de procedimentos

ciruacutergicos de longa duraccedilatildeo

Segundo a OMS cerca de 95 das UPs satildeo evitaacuteveis por isso eacute imprescindiacutevel

que sejam utilizados todos os meios disponiacuteveis para realizar uma prevenccedilatildeo eficaz

aleacutem do tratamento das UPs jaacute estabelecidas (SOARES et al 2011) As orientaccedilotildees

relacionadas aos cuidados e prevenccedilatildeo de UPs satildeo essenciais para o bom prognoacutestico do

paciente acometido por UPs Entre as principais orientaccedilotildees para esses pacientes estatildeo

mudanccedila de decuacutebito a cada duas horas manter lenccediloacuteis secos e esticados colchotildees

articulados nutriccedilatildeo adequada hidrataccedilatildeo da pele entre outros (LOURO et al 2007)

No acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar poucos estudos cientiacuteficos relatam a

frequecircncia de uacutelceras por pressatildeo entre os pacientes talvez isso se deva ao fato de

atenccedilatildeo domiciliar no Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) ser uma modalidade recente

Mesmo apoacutes a publicaccedilatildeo da portaria que instituiu a atenccedilatildeo domiciliar muitos lugares

no Brasil ainda demoraram a implementaacute-la por questotildees de organizaccedilatildeo de espaccedilo

fiacutesico formaccedilatildeo de equipes e disponibilizaccedilatildeo de recursos aleacutem disso soma-se o fato de

que muitas cidades brasileiras ainda natildeo tenham implementado essa modalidade de

atenccedilatildeo por essas e outras dificuldades proacuteprias (SILVA et al 2005) Gargano et al

(2004) aponta que 65 dos pacientes de um programa de atenccedilatildeo domiciliar no sul do

Brasil apresentaram como motivo de internaccedilatildeo a presenccedila de infecccedilotildees cutacircneas

Bendo et al (2005) descrevem as UPs como diagnoacutestico principal em 17 dos

pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de Cascavel (MG) Outro estudo mais

recente aponta que entre um grupo de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de

Ribeiratildeo Preto (SP) 191 apresentavam uacutelcera por pressatildeo (CHAYAMITI CALIRI

2010) Atraveacutes das evidecircncias destes estudos fica claro tambeacutem que as UPs tecircm

prevalecircncia maior em idosos por conta da proacutepria natureza dessa faixa etaacuteria que estaacute

17

associada ao aparecimento de doenccedilas crocircnicas que muitas vezes ocasionam a reduccedilatildeo

da mobilidade fiacutesica favorecendo o aparecimento das UPs Quanto agrave ocupaccedilatildeo alguns

estudos demonstram frequecircncia acima de 90 em aposentados ou pensionistas Aleacutem

disso ficouevidenciado ainda nestes estudos a frequecircncia maior de UPs no sexo

feminino Ressalta-se que aspectos relativos agrave estrutura familiar e aquela proporcionada

pelos serviccedilos de atenccedilatildeo domiciliar devem ser investigados com maior atenccedilatildeo para

que melhor se compreenda o problema (GARGANO et al 2004 BENDO et al 2005

CHAYAMITI CALIRI 2010 COEcircLHO et al 2012)

A internaccedilatildeo domiciliar eacute uma modalidade de atenccedilatildeo implantada pelo SUS que

visa atender pacientes crocircnicos em estado grave estaacutevel eou em cuidados paliativos

Um dos seus principais focos eacute a desospitalizaccedilatildeo e a humanizaccedilatildeo do cuidado No

Distrito Federal o projeto de implantaccedilatildeo do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar soacute foi

publicado em 2008 baseado nas diretrizes operacionais doPlano Diretor de

Regionalizaccedilatildeo da Assistecircncia do Distrito Federal2005 nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo2006 do CITCONASS na PoliacuteticaNacional de

Humanizaccedilatildeo e na Portaria ndeg 25292006 do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004

2005 2006a 2006b 2008)

Nesse sentido enfatiza-se o cuidado com a UP que deve ser realizado por uma

equipe multiprofissional Os principais profissionais que devem compor a equipe

multiprofissional no acircmbito da Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo o enfermeiro o teacutecnico de

enfermagem o assistente social o odontologista o meacutedico o nutricionista o psicoacutelogo

o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional Eacute importante ressaltar que aleacutem da situaccedilatildeo

cliacutenica comprometida e da dependecircncia para realizar as atividades diaacuterias um dos

principais criteacuterios para admissatildeo no programa eacute a existecircncia de um cuidador que fique

responsaacutevel pelo paciente no ambiente domiciliar esse cuidador pode ser simplesmente

algueacutem da famiacutelia ou uma pessoa que tenha feito um curso de capacitaccedilatildeo para

cuidador A participaccedilatildeo da famiacutelia no cuidado eacute fundamental pois este programa natildeo

funciona como um Home Care A assistecircncia eacute prestada apenas na forma de visitas

domiciliares durante a semana e por acompanhamento telefocircnico sendo assim a equipe

multiprofissional habilita a famiacuteliacuidador a prestar os cuidados necessaacuterios de acordo

com os seus conhecimentos teacutecnicos e suas capacidades (BRASIL 2008 2012b)

Chama-se atenccedilatildeo para cuidado domiciliar com vistas a ser desenvolvido nestes

pacientes O cuidado domiciliar tem se mostrado efetivo na resposta agraves demandas de

indiviacuteduos dependentes para Atividades de Vida Diaacuteria (AVD) oferecendo aleacutem da

18

estabilidade cliacutenica pelos cuidados de sauacutede no domiciacutelio a dignidade e conforto

preconizados pela Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) do Ministeacuterio da Sauacutede ndash

MS (BRASIL 2004 2012b)

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Descrever o perfil dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar

assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Identificar o percentil de ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo em pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar na cidade de Ceilacircndia (DF) no periacuteodo avaliado

Descrever caracteriacutesticas cliacutenico-demograacuteficas dos pacientes com uacutelceras por

pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

Caracterizar o perfil das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes estudados na Atenccedilatildeo

Domiciliar

Verificar o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na

Atenccedilatildeo Domiciliar

Identificar a resolutividade do tratamento referente agraves uacutelceras por pressatildeo no

acircmbito domiciliar

Verificar a quantidade de visitas domiciliares de enfermagem aos pacientes

acometidos por uacutelceras por pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Uacutelcera por pressatildeo

A UP eacute uma complicaccedilatildeo frequente em pacientes internados tanto na atenccedilatildeo

hospitalar como domiciliar Pacientes acometidos por morbidades que levam agrave

imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como idade avanccedilada

desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele quadro de sauacutede

deficiente anemia possiacuteveis edemas incontinecircncia urinaacuteria por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento desse tipo de lesotildees cutacircneas ocasionadas pela fricccedilatildeo eou

pressatildeo da pele contra o leito comumente em pontos proacuteximos as proeminecircncias oacutesseas

como p ex regiatildeo trocanteacuterica sacral e calcacircneo ou em aacutereas onde o tecido adiposo

subcutacircneo eacute escasso Com isso haacute reduccedilatildeo na circulaccedilatildeo perifeacuterica do sangue em aacutereas

sob pressatildeo acarretando em maacute perfusatildeo tecidual e consequentemente surgimento de

feridas (LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012)

O aparecimento de UPs eacute um problema tanto para a qualidade de vida do

paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais

provindos de recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria

famiacutelia do paciente (BRASIL 2013a)

Existe uma classificaccedilatildeo publicada pela European Pressure Ulcer Advisory

Panel (EPUAP) que auxilia o enfermeiro no estadiamento das UPs esta classificaccedilatildeo

contribui para estabelecer o perfil de ferida e possibilitaa definiccedilatildeo de uma estrateacutegia de

cuidados para tratamento evitando recorrecircncia e o aparecimento de outras feridas A

classificaccedilatildeo define o estadiamento em Grau I ndash eritema natildeo branqueaacutevel em pele

intacta a lesatildeo precursora da pele Em pacientes de pele escura o calor o edema e o

endurecimento da regiatildeo tambeacutem podem ser indicadores Grau II ndash perda parcial da

pele que envolve a epiderme a derme ou ambas Grau III ndash perda de espessura total da

pele podendo incluir lesotildees ou mesmo necrose do tecido subcutacircneo com extensatildeo ateacute

a faacutescia subjacente mas natildeo atraveacutes dessa Grau IV ndash destruiccedilatildeo extensa necrose dos

tecidos ou lesatildeo muscular eou exposiccedilatildeo oacutessea ou das estruturas de apoio Grau ldquonatildeo

estadiaacutevelrdquo - perda tissular de espessura completa em que a base da uacutelcera estaacute coberta

por crosta (amarela marrom-claro cinza verde ou castanha) eou escara (marrom-claro

21

castanha ou negra) Sendo assim ateacute que a pele macerada eou necrosada seja removida

expondo a base da ferida a profundidade verdadeira e o grau natildeo podem ser

determinados (EPUAP 2011)

Atualmente existem diversos instrumentos de medidas e escalas que avaliam e

classificam o risco de pacientes desenvolverem UPs Entre os mais conhecidos e

utilizados estaacute a escala de Braden que avalia o risco de UP focalizando no cuidado agrave

pele com accedilotildees terapecircuticas preventivas e de educaccedilatildeo em sauacutede aleacutem de abordar

sobre a superfiacutecie de suporte e aliacutevio de carga mecacircnica A escala de Braden jaacute foi

testada e validada em diversos paiacuteses e eacute considerada de grande confiabilidade aleacutem de

possuir faacutecil utilizaccedilatildeo e vasta aceitaccedilatildeo tanto pelos enfermeiros como pelos proacuteprios

pacientes No entanto eacute importante ressaltar que haacute outras escalas bastante conhecidas

como p ex a escala de Norton a escala de Gosnell e a escala de Waterlow (ARAUacuteJO

et al 2010 COEcircLHO et al 2012)

Coecirclho et al (2012 p41) explica ainda de maneira bastante clara como estaacute

estruturada e organizada a escala de Braden e quais fatores satildeo avaliados em cada item

Sua organizaccedilatildeo baseia-se na fisiopatogenia da UP Assim eacute composta por

seis subescalas as quais avaliam a percepccedilatildeo sensorial a umidade da pele a

atividade a mobilidade o estado nutricional a fricccedilatildeo e o cisalhamento Das

seis subescalas trecircs medem determinantes cliacutenicos de exposiccedilatildeo para pressatildeo

prolongada e intensa (percepccedilatildeo sensorial atividade e mobilidade) e trecircs

mensuram a toleracircncia do tecido agrave pressatildeo (umidade nutriccedilatildeo fricccedilatildeo e

cisalhamento) Cada subescala eacute acompanhada de um tiacutetulo e cada niacutevel de

um conceito descritor-chave aleacutem de uma ou duas frases descrevendo ou

qualificando os atributos a serem avaliados

Arauacutejo et al (2010) referem que a escala de Braden pode variar de 4 a 23

pontos Escores abaixo de 11 pontos indicam alto risco para desenvolver UPs

pontuaccedilatildeo entre 11 e 16 aponta risco moderado e igual ou superior a 16 pontos eacute

considerado como pequeno risco para o aparecimento de UPs

Na Europa e Aacutesia encontram-se mais de 40 protocolos relacionados agrave prevenccedilatildeo

e ao tratamento de feridas e UPs (ARAUacuteJO et al 2011) No entanto ateacute recentemente

dentro do contexto de sauacutede brasileira ainda natildeo havia uma padronizaccedilatildeo da atenccedilatildeo ou

mesmo um protocolo oficial rotina de trabalho etc que auxiliasse a atuaccedilatildeo do

enfermeiro diante do surgimento de feridas e prevenccedilatildeo de uacutelceras por pressatildeo o que

pode levar o mesmo algumas vezes a uma avaliaccedilatildeo subjetiva e focada somente na

cicatrizaccedilatildeo da ferida mas sem uma fundamentaccedilatildeo profilaacutetica adequada para cada caso

22

(ROGENSKI SANTOS 2005) A partir dessa e outras necessidades quanto agrave seguranccedila

do paciente o Ministeacuterio da Sauacutede lanccedilou a portaria nordm 529 de 1ordm de abril de 2013 que

institui o Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente ndash PNSP Nesta portaria ficou

instituiacutedo um Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP (CIPNSP) ao qual foi designado

promover accedilotildees que visem agrave melhoria da seguranccedila do cuidado em sauacutede por meio da

elaboraccedilatildeo consensual e validaccedilatildeo de protocolos em sauacutede entre os diversos membros

que participam do CIPNSP entre eles CFM COFEN ANVISA e Fiocruz (BRASIL

2013b) Alguns meses depois foi lanccedilado pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Protocolo para

Prevenccedilatildeo de Uacutelcera por Pressatildeo (BRASIL 2013a) de acordo com a Portaria nordm 1377

de 9 de julho de 2013 que aprovou esse e outros protocolos de seguranccedila do paciente

(BRASIL 2013c)

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar

O Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID) eacute uma modalidade de internaccedilatildeo

extra-hospitalar que assiste a pacientes que necessitam de cuidados especiais de sauacutede

mas que podem permanecer internados em seu domiciacutelio O PID objetiva a

desospitalizaccedilatildeo humanizada eficaz e de qualidade com foco nas atividades de

promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede representando uma estrateacutegia na reversatildeo do atual

modelo hospitalocecircntrico (BRASIL 2008 MARTELLI et al 2011)

A melhor utilizaccedilatildeo do siacutetio hospitalar eacute um desafio para os atuais sistemas de

sauacutede com a otimizaccedilatildeo de recursos hospitalares e reduccedilatildeo de internaccedilotildees evitaacuteveis Em

resposta a esta demanda houve um ato na consolidaccedilatildeo da atual Poliacutetica de Atenccedilatildeo

Domiciliar com o lanccedilamento da Portaria 2527 de 27 de Outubro de 2011 que

regularizou o Programa Melhor em Casa e definiu a Atenccedilatildeo Domiciliar como nova

modalidade de atenccedilatildeo agrave sauacutede substitutiva ou complementar agraves jaacute existentes

caracterizada por um conjunto de accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento

de doenccedilas e reabilitaccedilatildeo prestadas em domiciacutelio com garantia de continuidade de

cuidados e integrada agraves redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 2011 2012b)

Os NRADrsquos satildeo Nuacutecleos Regionais de Atenccedilatildeo Domiciliar que nasceram no DF

a partir da necessidade de se implantar o PID eles estatildeo vinculados agraves Regionais de

Sauacutede das cidades sateacutelites conforme a organizaccedilatildeo feita pela Secretaria de Estado de

Sauacutede do Distrito Federal (SES-DF) O DF eacute composto por 15 Nuacutecleos Regionais de

Atenccedilatildeo Domiciliar e um deles eacute o NRAD - Ceilacircndia (NRAD-CEI) cujo atendimento

23

abrange uma populaccedilatildeo de 402729 mil habitantes na referida cidade segundo dados do

censo de 2010 do IBGE De acordo com a Portaria nordm 25272011 que redefine a atenccedilatildeo

domiciliar no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) o ideal seria que cada Equipe

Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar (EMAD) atenda apenas um grupo populacional

de 100 mil habitantes As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes

Multidisciplinar de Apoio (EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede

na atenccedilatildeo domiciliar A Portaria nordm 15332012 altera e acrescenta alguns pontos agrave

Portaria nordm 25272011 estabelecendo que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil habitantes

o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio poderaacute

constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes Esta

portaria estabelece ainda que satildeo requisitos miacutenimos para a instalaccedilatildeo do Serviccedilo de

Atenccedilatildeo Domiciliar (SAD) que o municiacutepio apresente populaccedilatildeo igual ou superior a 40

mil habitantes possua cobertura do SAMU ou de algum outro tipo de serviccedilo moacutevel de

urgecircncia e possua um hospital referecircncia na sua aacuterea de abrangecircncia (BRASIL 2008

2011 2012a IBGE 2010)

A transiccedilatildeo epidemioloacutegica e demograacutefica tem causado grande impacto social

com repercussatildeo em diversas aacutereas como economia habitaccedilatildeo previdecircncia e sauacutede

Tais mudanccedilas exigem uma reengenharia multidimensional Particularmente na sauacutede eacute

preciso empreender e fortalecer poliacuteticas puacuteblicas que viabilizem os princiacutepios e

diretrizes do SUS Neste cenaacuterio a Atenccedilatildeo Domiciliar tem se consolidado na reversatildeo

do atual modelo de sauacutede centrado nos hospitais para uma modalidade de accedilotildees

desenvolvidas no domiciacutelio por uma equipe multiprofissional a partir do diagnoacutestico da

realidade em que o paciente estaacute inserido considerando seus potenciais e limitaccedilotildees A

Atenccedilatildeo Domiciliar visa agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao paciente minimizando ou controlando

as sequelas de condiccedilotildees crocircnicas de maneira a favorecer o restabelecimento de sua

independecircncia e a preservaccedilatildeo de sua autonomia (BRASIL 2008 MENDES 2011

MENDES 2012)

Diante do exposto sobre a atenccedilatildeo domiciliar e da mudanccedila na piracircmide etaacuteria

do Brasil nos uacuteltimos anos considera-se que o aumento da populaccedilatildeo idosa e

consequentemente a elevaccedilatildeo no nuacutemero de casos de doenccedilas crocircnicas tornam as accedilotildees

desenvolvidas pelas equipes multiprofissionais do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

(PID) e do Programa de Oxigenoterapia Domiciliar (POD) como ferramentas essenciais

para impulsionar o Programa Melhor em Casa e fortalecer a Poliacutetica Nacional de

Humanizaccedilatildeo aleacutem de contribuir consideravelmente na reduccedilatildeo dos custos hospitalares

24

e na disponibilizaccedilatildeo de leitos em hospitais puacuteblicos para pacientes em estado instaacutevel

que necessitam de monitoramento contiacutenuo Os NRADrsquos vecircm proporcionando entre

outras coisas uma seacuterie de cuidados paliativos aos pacientes do SUS que podem

permanecer internados em domiciacutelio e que satildeo portadores de doenccedilas crocircnicas graves

estaacuteveis tais como Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica (DPOC) sequela de Acidente

Vascular Cerebral (AVC) cacircncer (CA) e diversos distuacuterbios crocircnicos degenerativos

agravos estes que podem acabar contribuindo para o aparecimento das uacutelceras por

pressatildeo como uma complicaccedilatildeo (BRASIL 2004 2012b)

4 METODOLOGIA

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva de abordagem quantitativa

desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes acometidos

por uacutelceras por pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2013

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada

ldquoMelhor em Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do

programa de internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por

portadores de doenccedilas crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade

de Ceilacircndia e foi autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede

do Governo do Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 (Anexo)

Enfatiza-se que foi respeitado os princiacutepios da Resoluccedilatildeo nordm4662012 no que se refere a

pesquisas com seres humanos (BRASIL 2012) Destaca-se que coordenador do projeto

e a chefia do NRAD-CEI autorizaram a utilizaccedilatildeo dos dados mediante termo de

consentimento livre e esclarecido (Apecircndice A) visto que o autor desta pesquisa foi

bolsista deste projeto e trabalhou na coleta de dados durante o periacuteodo de abril de 2012

a abril de 2013

Foram incluiacutedos dados de prontuaacuterios de pacientes acometidos por uacutelceras por

pressatildeo assistidos pelo NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio de 2009 a abril de 2013

somando-se amostra final de 82 prontuaacuterios pesquisados Os criteacuterios de exclusatildeo foram

pacientes natildeo acometidos por uacutelceras por pressatildeo pacientes natildeo assistidos pelo NRAD-

CEI periacuteodo anterior a maio de 2009 e posterior a abril de 2013 e prontuaacuterios com

dados insuficientes ou incompletos

Entre os benefiacutecios do presente estudo estatildeo o levantamento de informaccedilotildees que

posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos cuidados

multiprofissionais e especificamente de enfermagem para pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo no ambiente domiciliar Os riscos deste estudo consistiram em expor

informaccedilotildees dos pesquisados de forma a identificar a sua identidade desta forma este

risco foi minimizado devido agrave manutenccedilatildeo de sigilo com substituiccedilatildeo de nomes e natildeo

divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees que possam remeter a sua identificaccedilatildeo

A anaacutelise de dados se deu a partir do levantamento de dados consultados em

prontuaacuterios dos pacientes com instrumento de coleta (Apecircndice B) apoacutes realizada

26

tabulaccedilatildeo dos dados organizados eletronicamente por meio da criaccedilatildeo de planilhas em

arquivo do software de Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 210

Foi realizada uma anaacutelise exploratoacuteria dos dados (descritiva) as variaacuteveis numeacutericas

foram exploradas pelas medidas descritivas de centralidade (meacutedia) e de dispersatildeo

(miacutenimo maacuteximo e desvio padratildeo) e as variaacuteveis categoacutericas foram exploradas por

frequecircncias simples absolutas e percentuais A apresentaccedilatildeo dos dados foi organizada

por meio graacuteficos e tabelas

5 RESULTADOS

Foram avaliados na pesquisa os prontuaacuterios de 313 pacientes no entanto

somente 82 apresentaram registros de ocorrecircncia de UPs o que equivale ao

acometimento de 262 dos pacientes atendidos no NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio

de 2009 a abril de 2013

Dos 82 pacientes avaliados a idade meacutedia foi de 722 anos (DP=plusmn184 anos

Miacuten=10 anos Maacutex=98 anos) A maioria dos prontuaacuterios revisados demonstra que

827 da amostra satildeo idosos com faixa etaacuteria acima de 60 anos de idade Dentre os

pacientes identificados a tabela 1 demonstra que a maior representatividade foi 329

dos pacientes entre 80-89 anos 292 de 70-79 anose a menor foi de 48 entre 50-59

anos

Quanto agrave variaacutevel sexo percebe-se uma frequecircncia proacutexima entre os

sexos525masculino e475 feminino No entanto relacionando-se a variaacutevel sexo

com a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por paciente nota-se que os usuaacuterios do sexo

masculino com duas trecircs quatro cinco ou mais UPs apresentaram de discreta a elevada

predominacircncia em niacutevel crescente (563 579 629 e 667 respectivamente)

quando comparados agraves usuaacuterias do sexo feminino As pacientes do sexo feminino

apresentaram valores superiores aos homens (63) apenas quando se trata de

pacientesacometidos por apenas uma uacutenica UP (Tabela 1)

Dentre os pacientes atendidos na atenccedilatildeo domiciliar identificou-se que 952

dos usuaacuterios com UPs fazem parte do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID)

enquanto apenas 48 estatildeo vinculados ao Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

(POD)

No que se refere agrave situaccedilatildeo dos pacientes atendidos pelo NRAD entre os anos de

2009 a 2013 a maioria 658 dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito 245

permaneceu internado na atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia e apenas 97 receberam alta

da equipe do PID ou POD

28

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF segundo a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por usuaacuterio

maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS NUacuteMERO DE UacuteLCERAS POR PRESSAtildeO

1 UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

n n n n n n

27 329 16 195 19 231 8 97 12 146 82 100

FAIXA ETAacuteRIA

10- 49 anos 2 74 1 63 2 105 1 125 4 333 10 121

50-59 anos 1 37 1 63 2 105 - - - - 4 48

60-69 anos 3 111 1 63 3 158 2 25 1 83 10 121

70-79 anos 11 407 5 313 2 105 4 50 2 167 24 292

80-89 anos 7 259 6 375 9 474 1 125 4 333 27 329

ge 90 anos 3 111 2 125 1 53 - - 1 83 7 85

SEXO

Masculino 10 37 9 563 11 579 5 625 8 667 43 525

Feminino 17 63 7 437 8 421 3 375 4 333 39 475

PROGRAMA

PID 24 888 15 938 19 100 8 100 12 100 78 952

POD 3 112 1 62 - - - - - - 4 48

EVOLUCcedilAtildeO

Internado 7 259 4 25 5 263 2 25 2 167 20 245

Alta 2 74 2 125 1 53 2 25 1 83 8 97

Oacutebito 18 667 10 625 13 684 4 50 9 75 54 658

Uacutelcera por pressatildeo Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

A pesquisa identificou que a quantidade meacutedia de UPs na admissatildeo do paciente

eacute de aproximadamente duas lesotildees e a quantidade total de UPs no decorrer da internaccedilatildeo

eacute em meacutedia 25 UPs por paciente No que tange agrave quantidade de UPs por paciente a

maior representatividade foi dos pacientes com apenas uma lesatildeo (329) e o menor

percentual (97) foi referente aos pacientes com quatro lesotildees simultacircneas

Outra variaacutevel interessante eacute sobre o tempo de permanecircncia dos pacientes nos

programas de internaccedilatildeo do NRAD-Ceilacircndia sendo o tempo meacutedio de 3877 dias o

29

que equivale a pouco mais de 1 ano de internaccedilatildeo por paciente com miacutenimo de 4 dias e

maacuteximo de 1520 dias equivalente a pouco mais de 4 anos (Tabela 2)

Tabela 2- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS MEacuteDIA DP MIacuteNIMO MAacuteXIMO

Idade 722 184 10 98

Tempo de permanecircncia do

paciente no NRAD (dias) 3877 3961 4 1520

Quantidade de UPs na admissatildeo 21 16 0 7

Quantidade de UPs por paciente 25 15 1 7

Desvio Padratildeo

De acordo com a tabela 3 percebe-se que 804 dos pacientes possuem como

diagnoacutestico principal algum tipo de agravo em sauacutede relacionado ao sistema

neuroloacutegico Outros 17 possuem algum diagnoacutestico oncoloacutegico (CA hepaacutetico

prostaacutetico uterino bexiga metaacutestase oacutessea entre outros) apenas 13 com agravo

respiratoacuterio e 13 com agravo osteomuscular

Considerando os 804 de pacientes com algum agravo neuroloacutegico os

principais diagnoacutesticos encontrados foram sequela AVC (658) Dentre estes 561

com AVC como diagnoacutestico uacutenico e os demais pacientes que representam 97

possuiacuteam sequela de AVC associada a outras doenccedilas entre elas Parkinson Alzheimer

e Encefalopatia anoacutexica Ainda dentro do rol de outros problemas neuroloacutegicos (146)

tambeacutem foi possiacutevel encontrar Siacutendrome de Rasmussen Siacutendrome de Devic Demecircncia

Senil Esclerose Muacuteltipla Paralisia Cerebral Lesatildeo Espinomedular (Tetraplegia) e

Alzheimer (Tabela 3)

Como diagnoacutestico secundaacuterio 39 dos pacientes tambeacutem eram acometidos com

HAS e 232 com DM Sendo que destes 134 apresentaram HAS e DM

simultaneamente Outros pacientes apresentaram ainda desnutriccedilatildeo crocircnica e fratura do

fecircmur 61 cada (Tabela 3)

30

Tabela 3-Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

DIAGNOacuteSTICO PRINCIPAL n

Agravos Neuroloacutegicos 66 804

Agravos Neoplaacutesicos 14 17

Agravos Respiratoacuterios 1 13

Agravos Osteomusculares 1 13

COMORBIDADES n

Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) 32 39

Diabetes Mellitus(DM) tipo I ou II 19 232

Desnutriccedilatildeo Crocircnica 5 61

Fratura de fecircmur 5 61

DPOC 3 36

Outros agravos 18 22

Dos agravos neuroloacutegicos 658 eram sequelas de AVC Destes 134 apresentavam diagnoacutestico

de DM e HAS concomitantemente

Em uma visatildeo geral diante dos dados da tabela 4 nota-se que a assistecircncia de

enfermagem no tratamento das UPs gerou resolutividade em 378 dos pacientes 22

apresentou melhora da UPs e apenas 85 apresentaram quadro de piora Referente ao

nuacutemero de UPs os pacientes que apresentaram maiores percentis de piora 25 e de

manutenccedilatildeo da UP 50 foram aqueles que possuiacuteam quantidade igual ou superior a

cinco UPs

Do total da amostra 158 apresentaram infecccedilatildeo em alguma UP durante

determinado momento do tratamento Eacute interessante perceber que quanto maior a

quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de infecccedilatildeo na ferida Identifica-

se isso em 211 dos usuaacuterios com trecircs UPs 25 com quatro UPs e 333 dos

pacientes com cinco ou mais lesotildees que apresentaram infecccedilatildeo na ferida (Tabela 4)

Apenas 6 dos clientes apresentaram em algum momento reabertura de lesotildees

jaacute anteriormente resolvidas Tambeacutem seguindo a mesma loacutegica das infecccedilotildees de feridas

nota-se que quanto maior a quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de

reabertura de lesotildees isto foi possiacutevel identificar nos resultados que evidenciam que

105 dos pacientes com trecircs lesotildees 125 dos clientes com quatro lesotildees e 167

daqueles com cinco ou mais lesotildees apresentaram reabertura de UP (Tabela 4)

31

Tabela 4 - Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do

Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013

1UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

DESFECHO

DAS UPs

PACIENTE

n n n n n n

Cicatrizada 15 556 7 438 6 316 3 375 - - 31 378

Melhora 3 111 5 313 6 316 1 125 3 25 18 22

Piora 1 37 1 63 1 53 1 125 3 25 7 85

Mantida 8 296 3 188 6 316 3 375 6 50 26 317

INFECCcedilAtildeO

Sim 2 74 1 63 4 211 2 25 4 333 13 158

Natildeo 25 926 15 937 15 789 6 75 8 667 69 842

REABERTURA

Sim - - - - 2 105 1 125 2 167 5 6

Natildeo 27 100 16 100 17 895 7 875 10 833 77 94

ADMISSAtildeO

Com UP 20 741 12 75 19 100 8 100 12 100 71 865

Sem UP 7 259 4 25 - - - - - - 11 135

QUANTIDADE

UPs na

admissatildeo

1 UP 20 741 3 188 1 53 2 25 - - 26 317

2UPs - - 9 563 3 158 1 125 - - 13 158

3UPs - - - - 15 789 1 125 2 167 18 22

4UPs - - - - - - 4 50 1 83 5 6

5UPs - - - - - - - - 6 50 6 73

6UPs - - - - - - - - 2 167 2 24

7UPs - - - - - - - - 1 83 1 12

Vale ressaltar que segundo o resultado da pesquisa 865 destes pacientes

atendidos pelo NRAD jaacute foram admitidos com a presenccedila de UPs Somente 135 dos

usuaacuterios que passaram pela atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia desenvolveram UPs apoacutes a

admissatildeo em um dos programas natildeo ultrapassando a quantidade de duas UPs por

paciente Dos 865 de pacientes que jaacute foram internados em domiciacutelio com UP 317

apresentavam apenas uma UP na admissatildeo 22 com trecircs UPs e 12 com sete UPs jaacute

desde a admissatildeo conforme visualizado na figura 1

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

AVC Acidente Vascular Cerebral

AVD Atividades de Vida Diaacuteria

CA Cacircncer

CEI Ceilacircndia

CFM Conselho Federal de Medicina

CIPNSP Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP

COFEn Conselho Federal de Enfermagem

DF Distrito Federal

DM Diabetes Mellitus

DP Desvio Padratildeo

DPOC Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica

EMAD Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar

EMAP Equipes Multidisciplinar de Apoio

FCe Faculdade de Ceilacircndia

Fiocruz Fundaccedilatildeo Oswaldo Cruz

HAS Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

HRC Hospital Regional de Ceilacircndia

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

Maacutex Maacuteximo

Miacuten Miacutenimo

MS Ministeacuterio da Sauacutede

MSc Mestre

NRAD Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar

OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

PID Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

PNH Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo

PNSP Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente

POD Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

Prof Professor

SAD Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar

SAMU Serviccedilo de Atendimento Moacutevel de Urgecircncia

SES-DF Secretaria de Estado de Sauacutede do Distrito Federal

SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede

UnB Universidade de Brasiacutelia

UPs Uacutelceras por pressatildeo

VDE Visitas Domiciliares de Enfermagem

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 15

2 OBJETIVOS 19

21 Geral 19

22 Especiacuteficos 19

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 20

31 Uacutelcera por pressatildeo 20

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar22

4 METODOLOGIA 25

5 RESULTADOS 27

6 DISCUSSAtildeO 37

7 CONCLUSAtildeO 46

8 REFEREcircNCIAS 48

ANEXO

APEcircNDICES

1 INTRODUCcedilAtildeO

As uacutelceras por pressatildeo (UPs) satildeo lesotildees de uma aacuterea localizada na pele e dos

tecidos subjacentes causadas por pressatildeo tensatildeo tangencial fricccedilatildeo eou uma

combinaccedilatildeo destes fatores As UPs tambeacutem estatildeo associadas a outros fatores

contribuintes cujo papel ainda natildeo se encontra totalmente esclarecidos no

acometimento (EPUAP 2011) As UPs custam e afetam milhotildees de pacientes nos

domiciacutelios nos centros de sauacutede e nas instituiccedilotildees hospitalares (LOURO et al 2007)A

Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) utiliza a prevalecircncia e incidecircncia das UPs como

indicadores para determinar a qualidade dos cuidados prestados (SOARES et al 2011)

Alguns dados recentes descrevem a epidemiologia das UPs entre os encontrados

estaacute um estudo realizado nas unidades de cliacutenica meacutedica e ciruacutergica em um hospital

puacuteblico de Uberaba-MG que aponta um grupo com idade meacutedia acima de 50 anos

sendo que natildeo houve diferenccedila significativa entre sexo masculino e feminino

predominando em pacientes de cor branca (SILVIA et al 2011) Haacute afirmaccedilotildees que a

pele negra tem maior resistecircncia agrave agressatildeo externa causada pela umidade e fricccedilatildeo

somado agrave dificuldade em identificar lesotildees de grau I em indiviacuteduos negros (MORO et

al 2007) Uma pesquisa realizada em Unidade de Terapia Intensiva Cliacutenicas Meacutedica e

Ciruacutergica de um hospital em Joatildeo Pessoa-PB demonstrou que as UPs tiveram

prevalecircncia de 71 no sexo feminino 428 em pacientes com idade acima de 59 anos

e 40 com doenccedilas crocircnicas degenerativas (ARAUacuteJO et al 2010)

Outro estudo realizado sobre assistecircncia domiciliar em Fortaleza-CE apresentou

a ocorrecircncia de UPs com predominacircncia de 692 em pacientes do sexo feminino e

68 em idosos acima de 80 anos de idade As principais comorbidades predisponentes

ao aparecimento de UPs foram a doenccedila de Alzheimer em 33 dos pacientes e sequelas

de Acidente Vascular Cerebral em 263 dos pacientes sendo que do total 263 eram

hipertensos e 119 eram diabeacuteticos fatores que prejudicam o processo cicatricial da

ferida (COEcircLHO et al 2012) Haacute tambeacutem pesquisas que obtiveram como resultado

incidecircncia maior no sexo masculino 882 em Unidade de Urgecircncia e Emergecircncia do

estado do Paraacute e confirmando prevalecircncia elevada de 588 em idosos acima de 60

anos (SOARES et al 2011)

Entre os principais fatores de risco associados ao aparecimento de UPs estatildeo

fatores bioloacutegicos como idade avanccedilada nutriccedilatildeo desequilibrada hiporexia anorexia

16

processos infecciosos diversas patologias integridade da pele prejudicada (umidade

excessiva ou ressecamento extremo) incontinecircncia urinaacuteria e fecal e fatores fiacutesicos e

mecacircnicos como atritos abrasotildees traumasimobilidade falta da mudanccedila de decuacutebito

etc Similarmente ao paciente que tem diminuiccedilatildeo do niacutevel de consciecircncia o paciente

imoacutevel tambeacutem natildeo alivia a pressatildeo nas regiotildees de proeminecircncias oacutesseas mantendo

assim os fatores de intensidade e duraccedilatildeo da pressatildeo como a maior causa do

desenvolvimento da lesatildeo (MORO et al 2007STUDART et al 2011)

Soares et al (2011) afirmam que as lesotildees por pressatildeo representam uma das

principais complicaccedilotildees que acometem pacientes criacuteticos institucionalizados devido agrave

exposiccedilatildeo aos fatores predisponentes para UPs e devido a ocorrecircncia de procedimentos

ciruacutergicos de longa duraccedilatildeo

Segundo a OMS cerca de 95 das UPs satildeo evitaacuteveis por isso eacute imprescindiacutevel

que sejam utilizados todos os meios disponiacuteveis para realizar uma prevenccedilatildeo eficaz

aleacutem do tratamento das UPs jaacute estabelecidas (SOARES et al 2011) As orientaccedilotildees

relacionadas aos cuidados e prevenccedilatildeo de UPs satildeo essenciais para o bom prognoacutestico do

paciente acometido por UPs Entre as principais orientaccedilotildees para esses pacientes estatildeo

mudanccedila de decuacutebito a cada duas horas manter lenccediloacuteis secos e esticados colchotildees

articulados nutriccedilatildeo adequada hidrataccedilatildeo da pele entre outros (LOURO et al 2007)

No acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar poucos estudos cientiacuteficos relatam a

frequecircncia de uacutelceras por pressatildeo entre os pacientes talvez isso se deva ao fato de

atenccedilatildeo domiciliar no Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) ser uma modalidade recente

Mesmo apoacutes a publicaccedilatildeo da portaria que instituiu a atenccedilatildeo domiciliar muitos lugares

no Brasil ainda demoraram a implementaacute-la por questotildees de organizaccedilatildeo de espaccedilo

fiacutesico formaccedilatildeo de equipes e disponibilizaccedilatildeo de recursos aleacutem disso soma-se o fato de

que muitas cidades brasileiras ainda natildeo tenham implementado essa modalidade de

atenccedilatildeo por essas e outras dificuldades proacuteprias (SILVA et al 2005) Gargano et al

(2004) aponta que 65 dos pacientes de um programa de atenccedilatildeo domiciliar no sul do

Brasil apresentaram como motivo de internaccedilatildeo a presenccedila de infecccedilotildees cutacircneas

Bendo et al (2005) descrevem as UPs como diagnoacutestico principal em 17 dos

pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de Cascavel (MG) Outro estudo mais

recente aponta que entre um grupo de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de

Ribeiratildeo Preto (SP) 191 apresentavam uacutelcera por pressatildeo (CHAYAMITI CALIRI

2010) Atraveacutes das evidecircncias destes estudos fica claro tambeacutem que as UPs tecircm

prevalecircncia maior em idosos por conta da proacutepria natureza dessa faixa etaacuteria que estaacute

17

associada ao aparecimento de doenccedilas crocircnicas que muitas vezes ocasionam a reduccedilatildeo

da mobilidade fiacutesica favorecendo o aparecimento das UPs Quanto agrave ocupaccedilatildeo alguns

estudos demonstram frequecircncia acima de 90 em aposentados ou pensionistas Aleacutem

disso ficouevidenciado ainda nestes estudos a frequecircncia maior de UPs no sexo

feminino Ressalta-se que aspectos relativos agrave estrutura familiar e aquela proporcionada

pelos serviccedilos de atenccedilatildeo domiciliar devem ser investigados com maior atenccedilatildeo para

que melhor se compreenda o problema (GARGANO et al 2004 BENDO et al 2005

CHAYAMITI CALIRI 2010 COEcircLHO et al 2012)

A internaccedilatildeo domiciliar eacute uma modalidade de atenccedilatildeo implantada pelo SUS que

visa atender pacientes crocircnicos em estado grave estaacutevel eou em cuidados paliativos

Um dos seus principais focos eacute a desospitalizaccedilatildeo e a humanizaccedilatildeo do cuidado No

Distrito Federal o projeto de implantaccedilatildeo do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar soacute foi

publicado em 2008 baseado nas diretrizes operacionais doPlano Diretor de

Regionalizaccedilatildeo da Assistecircncia do Distrito Federal2005 nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo2006 do CITCONASS na PoliacuteticaNacional de

Humanizaccedilatildeo e na Portaria ndeg 25292006 do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004

2005 2006a 2006b 2008)

Nesse sentido enfatiza-se o cuidado com a UP que deve ser realizado por uma

equipe multiprofissional Os principais profissionais que devem compor a equipe

multiprofissional no acircmbito da Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo o enfermeiro o teacutecnico de

enfermagem o assistente social o odontologista o meacutedico o nutricionista o psicoacutelogo

o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional Eacute importante ressaltar que aleacutem da situaccedilatildeo

cliacutenica comprometida e da dependecircncia para realizar as atividades diaacuterias um dos

principais criteacuterios para admissatildeo no programa eacute a existecircncia de um cuidador que fique

responsaacutevel pelo paciente no ambiente domiciliar esse cuidador pode ser simplesmente

algueacutem da famiacutelia ou uma pessoa que tenha feito um curso de capacitaccedilatildeo para

cuidador A participaccedilatildeo da famiacutelia no cuidado eacute fundamental pois este programa natildeo

funciona como um Home Care A assistecircncia eacute prestada apenas na forma de visitas

domiciliares durante a semana e por acompanhamento telefocircnico sendo assim a equipe

multiprofissional habilita a famiacuteliacuidador a prestar os cuidados necessaacuterios de acordo

com os seus conhecimentos teacutecnicos e suas capacidades (BRASIL 2008 2012b)

Chama-se atenccedilatildeo para cuidado domiciliar com vistas a ser desenvolvido nestes

pacientes O cuidado domiciliar tem se mostrado efetivo na resposta agraves demandas de

indiviacuteduos dependentes para Atividades de Vida Diaacuteria (AVD) oferecendo aleacutem da

18

estabilidade cliacutenica pelos cuidados de sauacutede no domiciacutelio a dignidade e conforto

preconizados pela Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) do Ministeacuterio da Sauacutede ndash

MS (BRASIL 2004 2012b)

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Descrever o perfil dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar

assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Identificar o percentil de ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo em pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar na cidade de Ceilacircndia (DF) no periacuteodo avaliado

Descrever caracteriacutesticas cliacutenico-demograacuteficas dos pacientes com uacutelceras por

pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

Caracterizar o perfil das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes estudados na Atenccedilatildeo

Domiciliar

Verificar o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na

Atenccedilatildeo Domiciliar

Identificar a resolutividade do tratamento referente agraves uacutelceras por pressatildeo no

acircmbito domiciliar

Verificar a quantidade de visitas domiciliares de enfermagem aos pacientes

acometidos por uacutelceras por pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Uacutelcera por pressatildeo

A UP eacute uma complicaccedilatildeo frequente em pacientes internados tanto na atenccedilatildeo

hospitalar como domiciliar Pacientes acometidos por morbidades que levam agrave

imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como idade avanccedilada

desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele quadro de sauacutede

deficiente anemia possiacuteveis edemas incontinecircncia urinaacuteria por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento desse tipo de lesotildees cutacircneas ocasionadas pela fricccedilatildeo eou

pressatildeo da pele contra o leito comumente em pontos proacuteximos as proeminecircncias oacutesseas

como p ex regiatildeo trocanteacuterica sacral e calcacircneo ou em aacutereas onde o tecido adiposo

subcutacircneo eacute escasso Com isso haacute reduccedilatildeo na circulaccedilatildeo perifeacuterica do sangue em aacutereas

sob pressatildeo acarretando em maacute perfusatildeo tecidual e consequentemente surgimento de

feridas (LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012)

O aparecimento de UPs eacute um problema tanto para a qualidade de vida do

paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais

provindos de recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria

famiacutelia do paciente (BRASIL 2013a)

Existe uma classificaccedilatildeo publicada pela European Pressure Ulcer Advisory

Panel (EPUAP) que auxilia o enfermeiro no estadiamento das UPs esta classificaccedilatildeo

contribui para estabelecer o perfil de ferida e possibilitaa definiccedilatildeo de uma estrateacutegia de

cuidados para tratamento evitando recorrecircncia e o aparecimento de outras feridas A

classificaccedilatildeo define o estadiamento em Grau I ndash eritema natildeo branqueaacutevel em pele

intacta a lesatildeo precursora da pele Em pacientes de pele escura o calor o edema e o

endurecimento da regiatildeo tambeacutem podem ser indicadores Grau II ndash perda parcial da

pele que envolve a epiderme a derme ou ambas Grau III ndash perda de espessura total da

pele podendo incluir lesotildees ou mesmo necrose do tecido subcutacircneo com extensatildeo ateacute

a faacutescia subjacente mas natildeo atraveacutes dessa Grau IV ndash destruiccedilatildeo extensa necrose dos

tecidos ou lesatildeo muscular eou exposiccedilatildeo oacutessea ou das estruturas de apoio Grau ldquonatildeo

estadiaacutevelrdquo - perda tissular de espessura completa em que a base da uacutelcera estaacute coberta

por crosta (amarela marrom-claro cinza verde ou castanha) eou escara (marrom-claro

21

castanha ou negra) Sendo assim ateacute que a pele macerada eou necrosada seja removida

expondo a base da ferida a profundidade verdadeira e o grau natildeo podem ser

determinados (EPUAP 2011)

Atualmente existem diversos instrumentos de medidas e escalas que avaliam e

classificam o risco de pacientes desenvolverem UPs Entre os mais conhecidos e

utilizados estaacute a escala de Braden que avalia o risco de UP focalizando no cuidado agrave

pele com accedilotildees terapecircuticas preventivas e de educaccedilatildeo em sauacutede aleacutem de abordar

sobre a superfiacutecie de suporte e aliacutevio de carga mecacircnica A escala de Braden jaacute foi

testada e validada em diversos paiacuteses e eacute considerada de grande confiabilidade aleacutem de

possuir faacutecil utilizaccedilatildeo e vasta aceitaccedilatildeo tanto pelos enfermeiros como pelos proacuteprios

pacientes No entanto eacute importante ressaltar que haacute outras escalas bastante conhecidas

como p ex a escala de Norton a escala de Gosnell e a escala de Waterlow (ARAUacuteJO

et al 2010 COEcircLHO et al 2012)

Coecirclho et al (2012 p41) explica ainda de maneira bastante clara como estaacute

estruturada e organizada a escala de Braden e quais fatores satildeo avaliados em cada item

Sua organizaccedilatildeo baseia-se na fisiopatogenia da UP Assim eacute composta por

seis subescalas as quais avaliam a percepccedilatildeo sensorial a umidade da pele a

atividade a mobilidade o estado nutricional a fricccedilatildeo e o cisalhamento Das

seis subescalas trecircs medem determinantes cliacutenicos de exposiccedilatildeo para pressatildeo

prolongada e intensa (percepccedilatildeo sensorial atividade e mobilidade) e trecircs

mensuram a toleracircncia do tecido agrave pressatildeo (umidade nutriccedilatildeo fricccedilatildeo e

cisalhamento) Cada subescala eacute acompanhada de um tiacutetulo e cada niacutevel de

um conceito descritor-chave aleacutem de uma ou duas frases descrevendo ou

qualificando os atributos a serem avaliados

Arauacutejo et al (2010) referem que a escala de Braden pode variar de 4 a 23

pontos Escores abaixo de 11 pontos indicam alto risco para desenvolver UPs

pontuaccedilatildeo entre 11 e 16 aponta risco moderado e igual ou superior a 16 pontos eacute

considerado como pequeno risco para o aparecimento de UPs

Na Europa e Aacutesia encontram-se mais de 40 protocolos relacionados agrave prevenccedilatildeo

e ao tratamento de feridas e UPs (ARAUacuteJO et al 2011) No entanto ateacute recentemente

dentro do contexto de sauacutede brasileira ainda natildeo havia uma padronizaccedilatildeo da atenccedilatildeo ou

mesmo um protocolo oficial rotina de trabalho etc que auxiliasse a atuaccedilatildeo do

enfermeiro diante do surgimento de feridas e prevenccedilatildeo de uacutelceras por pressatildeo o que

pode levar o mesmo algumas vezes a uma avaliaccedilatildeo subjetiva e focada somente na

cicatrizaccedilatildeo da ferida mas sem uma fundamentaccedilatildeo profilaacutetica adequada para cada caso

22

(ROGENSKI SANTOS 2005) A partir dessa e outras necessidades quanto agrave seguranccedila

do paciente o Ministeacuterio da Sauacutede lanccedilou a portaria nordm 529 de 1ordm de abril de 2013 que

institui o Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente ndash PNSP Nesta portaria ficou

instituiacutedo um Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP (CIPNSP) ao qual foi designado

promover accedilotildees que visem agrave melhoria da seguranccedila do cuidado em sauacutede por meio da

elaboraccedilatildeo consensual e validaccedilatildeo de protocolos em sauacutede entre os diversos membros

que participam do CIPNSP entre eles CFM COFEN ANVISA e Fiocruz (BRASIL

2013b) Alguns meses depois foi lanccedilado pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Protocolo para

Prevenccedilatildeo de Uacutelcera por Pressatildeo (BRASIL 2013a) de acordo com a Portaria nordm 1377

de 9 de julho de 2013 que aprovou esse e outros protocolos de seguranccedila do paciente

(BRASIL 2013c)

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar

O Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID) eacute uma modalidade de internaccedilatildeo

extra-hospitalar que assiste a pacientes que necessitam de cuidados especiais de sauacutede

mas que podem permanecer internados em seu domiciacutelio O PID objetiva a

desospitalizaccedilatildeo humanizada eficaz e de qualidade com foco nas atividades de

promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede representando uma estrateacutegia na reversatildeo do atual

modelo hospitalocecircntrico (BRASIL 2008 MARTELLI et al 2011)

A melhor utilizaccedilatildeo do siacutetio hospitalar eacute um desafio para os atuais sistemas de

sauacutede com a otimizaccedilatildeo de recursos hospitalares e reduccedilatildeo de internaccedilotildees evitaacuteveis Em

resposta a esta demanda houve um ato na consolidaccedilatildeo da atual Poliacutetica de Atenccedilatildeo

Domiciliar com o lanccedilamento da Portaria 2527 de 27 de Outubro de 2011 que

regularizou o Programa Melhor em Casa e definiu a Atenccedilatildeo Domiciliar como nova

modalidade de atenccedilatildeo agrave sauacutede substitutiva ou complementar agraves jaacute existentes

caracterizada por um conjunto de accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento

de doenccedilas e reabilitaccedilatildeo prestadas em domiciacutelio com garantia de continuidade de

cuidados e integrada agraves redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 2011 2012b)

Os NRADrsquos satildeo Nuacutecleos Regionais de Atenccedilatildeo Domiciliar que nasceram no DF

a partir da necessidade de se implantar o PID eles estatildeo vinculados agraves Regionais de

Sauacutede das cidades sateacutelites conforme a organizaccedilatildeo feita pela Secretaria de Estado de

Sauacutede do Distrito Federal (SES-DF) O DF eacute composto por 15 Nuacutecleos Regionais de

Atenccedilatildeo Domiciliar e um deles eacute o NRAD - Ceilacircndia (NRAD-CEI) cujo atendimento

23

abrange uma populaccedilatildeo de 402729 mil habitantes na referida cidade segundo dados do

censo de 2010 do IBGE De acordo com a Portaria nordm 25272011 que redefine a atenccedilatildeo

domiciliar no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) o ideal seria que cada Equipe

Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar (EMAD) atenda apenas um grupo populacional

de 100 mil habitantes As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes

Multidisciplinar de Apoio (EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede

na atenccedilatildeo domiciliar A Portaria nordm 15332012 altera e acrescenta alguns pontos agrave

Portaria nordm 25272011 estabelecendo que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil habitantes

o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio poderaacute

constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes Esta

portaria estabelece ainda que satildeo requisitos miacutenimos para a instalaccedilatildeo do Serviccedilo de

Atenccedilatildeo Domiciliar (SAD) que o municiacutepio apresente populaccedilatildeo igual ou superior a 40

mil habitantes possua cobertura do SAMU ou de algum outro tipo de serviccedilo moacutevel de

urgecircncia e possua um hospital referecircncia na sua aacuterea de abrangecircncia (BRASIL 2008

2011 2012a IBGE 2010)

A transiccedilatildeo epidemioloacutegica e demograacutefica tem causado grande impacto social

com repercussatildeo em diversas aacutereas como economia habitaccedilatildeo previdecircncia e sauacutede

Tais mudanccedilas exigem uma reengenharia multidimensional Particularmente na sauacutede eacute

preciso empreender e fortalecer poliacuteticas puacuteblicas que viabilizem os princiacutepios e

diretrizes do SUS Neste cenaacuterio a Atenccedilatildeo Domiciliar tem se consolidado na reversatildeo

do atual modelo de sauacutede centrado nos hospitais para uma modalidade de accedilotildees

desenvolvidas no domiciacutelio por uma equipe multiprofissional a partir do diagnoacutestico da

realidade em que o paciente estaacute inserido considerando seus potenciais e limitaccedilotildees A

Atenccedilatildeo Domiciliar visa agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao paciente minimizando ou controlando

as sequelas de condiccedilotildees crocircnicas de maneira a favorecer o restabelecimento de sua

independecircncia e a preservaccedilatildeo de sua autonomia (BRASIL 2008 MENDES 2011

MENDES 2012)

Diante do exposto sobre a atenccedilatildeo domiciliar e da mudanccedila na piracircmide etaacuteria

do Brasil nos uacuteltimos anos considera-se que o aumento da populaccedilatildeo idosa e

consequentemente a elevaccedilatildeo no nuacutemero de casos de doenccedilas crocircnicas tornam as accedilotildees

desenvolvidas pelas equipes multiprofissionais do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

(PID) e do Programa de Oxigenoterapia Domiciliar (POD) como ferramentas essenciais

para impulsionar o Programa Melhor em Casa e fortalecer a Poliacutetica Nacional de

Humanizaccedilatildeo aleacutem de contribuir consideravelmente na reduccedilatildeo dos custos hospitalares

24

e na disponibilizaccedilatildeo de leitos em hospitais puacuteblicos para pacientes em estado instaacutevel

que necessitam de monitoramento contiacutenuo Os NRADrsquos vecircm proporcionando entre

outras coisas uma seacuterie de cuidados paliativos aos pacientes do SUS que podem

permanecer internados em domiciacutelio e que satildeo portadores de doenccedilas crocircnicas graves

estaacuteveis tais como Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica (DPOC) sequela de Acidente

Vascular Cerebral (AVC) cacircncer (CA) e diversos distuacuterbios crocircnicos degenerativos

agravos estes que podem acabar contribuindo para o aparecimento das uacutelceras por

pressatildeo como uma complicaccedilatildeo (BRASIL 2004 2012b)

4 METODOLOGIA

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva de abordagem quantitativa

desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes acometidos

por uacutelceras por pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2013

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada

ldquoMelhor em Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do

programa de internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por

portadores de doenccedilas crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade

de Ceilacircndia e foi autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede

do Governo do Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 (Anexo)

Enfatiza-se que foi respeitado os princiacutepios da Resoluccedilatildeo nordm4662012 no que se refere a

pesquisas com seres humanos (BRASIL 2012) Destaca-se que coordenador do projeto

e a chefia do NRAD-CEI autorizaram a utilizaccedilatildeo dos dados mediante termo de

consentimento livre e esclarecido (Apecircndice A) visto que o autor desta pesquisa foi

bolsista deste projeto e trabalhou na coleta de dados durante o periacuteodo de abril de 2012

a abril de 2013

Foram incluiacutedos dados de prontuaacuterios de pacientes acometidos por uacutelceras por

pressatildeo assistidos pelo NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio de 2009 a abril de 2013

somando-se amostra final de 82 prontuaacuterios pesquisados Os criteacuterios de exclusatildeo foram

pacientes natildeo acometidos por uacutelceras por pressatildeo pacientes natildeo assistidos pelo NRAD-

CEI periacuteodo anterior a maio de 2009 e posterior a abril de 2013 e prontuaacuterios com

dados insuficientes ou incompletos

Entre os benefiacutecios do presente estudo estatildeo o levantamento de informaccedilotildees que

posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos cuidados

multiprofissionais e especificamente de enfermagem para pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo no ambiente domiciliar Os riscos deste estudo consistiram em expor

informaccedilotildees dos pesquisados de forma a identificar a sua identidade desta forma este

risco foi minimizado devido agrave manutenccedilatildeo de sigilo com substituiccedilatildeo de nomes e natildeo

divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees que possam remeter a sua identificaccedilatildeo

A anaacutelise de dados se deu a partir do levantamento de dados consultados em

prontuaacuterios dos pacientes com instrumento de coleta (Apecircndice B) apoacutes realizada

26

tabulaccedilatildeo dos dados organizados eletronicamente por meio da criaccedilatildeo de planilhas em

arquivo do software de Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 210

Foi realizada uma anaacutelise exploratoacuteria dos dados (descritiva) as variaacuteveis numeacutericas

foram exploradas pelas medidas descritivas de centralidade (meacutedia) e de dispersatildeo

(miacutenimo maacuteximo e desvio padratildeo) e as variaacuteveis categoacutericas foram exploradas por

frequecircncias simples absolutas e percentuais A apresentaccedilatildeo dos dados foi organizada

por meio graacuteficos e tabelas

5 RESULTADOS

Foram avaliados na pesquisa os prontuaacuterios de 313 pacientes no entanto

somente 82 apresentaram registros de ocorrecircncia de UPs o que equivale ao

acometimento de 262 dos pacientes atendidos no NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio

de 2009 a abril de 2013

Dos 82 pacientes avaliados a idade meacutedia foi de 722 anos (DP=plusmn184 anos

Miacuten=10 anos Maacutex=98 anos) A maioria dos prontuaacuterios revisados demonstra que

827 da amostra satildeo idosos com faixa etaacuteria acima de 60 anos de idade Dentre os

pacientes identificados a tabela 1 demonstra que a maior representatividade foi 329

dos pacientes entre 80-89 anos 292 de 70-79 anose a menor foi de 48 entre 50-59

anos

Quanto agrave variaacutevel sexo percebe-se uma frequecircncia proacutexima entre os

sexos525masculino e475 feminino No entanto relacionando-se a variaacutevel sexo

com a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por paciente nota-se que os usuaacuterios do sexo

masculino com duas trecircs quatro cinco ou mais UPs apresentaram de discreta a elevada

predominacircncia em niacutevel crescente (563 579 629 e 667 respectivamente)

quando comparados agraves usuaacuterias do sexo feminino As pacientes do sexo feminino

apresentaram valores superiores aos homens (63) apenas quando se trata de

pacientesacometidos por apenas uma uacutenica UP (Tabela 1)

Dentre os pacientes atendidos na atenccedilatildeo domiciliar identificou-se que 952

dos usuaacuterios com UPs fazem parte do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID)

enquanto apenas 48 estatildeo vinculados ao Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

(POD)

No que se refere agrave situaccedilatildeo dos pacientes atendidos pelo NRAD entre os anos de

2009 a 2013 a maioria 658 dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito 245

permaneceu internado na atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia e apenas 97 receberam alta

da equipe do PID ou POD

28

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF segundo a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por usuaacuterio

maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS NUacuteMERO DE UacuteLCERAS POR PRESSAtildeO

1 UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

n n n n n n

27 329 16 195 19 231 8 97 12 146 82 100

FAIXA ETAacuteRIA

10- 49 anos 2 74 1 63 2 105 1 125 4 333 10 121

50-59 anos 1 37 1 63 2 105 - - - - 4 48

60-69 anos 3 111 1 63 3 158 2 25 1 83 10 121

70-79 anos 11 407 5 313 2 105 4 50 2 167 24 292

80-89 anos 7 259 6 375 9 474 1 125 4 333 27 329

ge 90 anos 3 111 2 125 1 53 - - 1 83 7 85

SEXO

Masculino 10 37 9 563 11 579 5 625 8 667 43 525

Feminino 17 63 7 437 8 421 3 375 4 333 39 475

PROGRAMA

PID 24 888 15 938 19 100 8 100 12 100 78 952

POD 3 112 1 62 - - - - - - 4 48

EVOLUCcedilAtildeO

Internado 7 259 4 25 5 263 2 25 2 167 20 245

Alta 2 74 2 125 1 53 2 25 1 83 8 97

Oacutebito 18 667 10 625 13 684 4 50 9 75 54 658

Uacutelcera por pressatildeo Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

A pesquisa identificou que a quantidade meacutedia de UPs na admissatildeo do paciente

eacute de aproximadamente duas lesotildees e a quantidade total de UPs no decorrer da internaccedilatildeo

eacute em meacutedia 25 UPs por paciente No que tange agrave quantidade de UPs por paciente a

maior representatividade foi dos pacientes com apenas uma lesatildeo (329) e o menor

percentual (97) foi referente aos pacientes com quatro lesotildees simultacircneas

Outra variaacutevel interessante eacute sobre o tempo de permanecircncia dos pacientes nos

programas de internaccedilatildeo do NRAD-Ceilacircndia sendo o tempo meacutedio de 3877 dias o

29

que equivale a pouco mais de 1 ano de internaccedilatildeo por paciente com miacutenimo de 4 dias e

maacuteximo de 1520 dias equivalente a pouco mais de 4 anos (Tabela 2)

Tabela 2- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS MEacuteDIA DP MIacuteNIMO MAacuteXIMO

Idade 722 184 10 98

Tempo de permanecircncia do

paciente no NRAD (dias) 3877 3961 4 1520

Quantidade de UPs na admissatildeo 21 16 0 7

Quantidade de UPs por paciente 25 15 1 7

Desvio Padratildeo

De acordo com a tabela 3 percebe-se que 804 dos pacientes possuem como

diagnoacutestico principal algum tipo de agravo em sauacutede relacionado ao sistema

neuroloacutegico Outros 17 possuem algum diagnoacutestico oncoloacutegico (CA hepaacutetico

prostaacutetico uterino bexiga metaacutestase oacutessea entre outros) apenas 13 com agravo

respiratoacuterio e 13 com agravo osteomuscular

Considerando os 804 de pacientes com algum agravo neuroloacutegico os

principais diagnoacutesticos encontrados foram sequela AVC (658) Dentre estes 561

com AVC como diagnoacutestico uacutenico e os demais pacientes que representam 97

possuiacuteam sequela de AVC associada a outras doenccedilas entre elas Parkinson Alzheimer

e Encefalopatia anoacutexica Ainda dentro do rol de outros problemas neuroloacutegicos (146)

tambeacutem foi possiacutevel encontrar Siacutendrome de Rasmussen Siacutendrome de Devic Demecircncia

Senil Esclerose Muacuteltipla Paralisia Cerebral Lesatildeo Espinomedular (Tetraplegia) e

Alzheimer (Tabela 3)

Como diagnoacutestico secundaacuterio 39 dos pacientes tambeacutem eram acometidos com

HAS e 232 com DM Sendo que destes 134 apresentaram HAS e DM

simultaneamente Outros pacientes apresentaram ainda desnutriccedilatildeo crocircnica e fratura do

fecircmur 61 cada (Tabela 3)

30

Tabela 3-Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

DIAGNOacuteSTICO PRINCIPAL n

Agravos Neuroloacutegicos 66 804

Agravos Neoplaacutesicos 14 17

Agravos Respiratoacuterios 1 13

Agravos Osteomusculares 1 13

COMORBIDADES n

Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) 32 39

Diabetes Mellitus(DM) tipo I ou II 19 232

Desnutriccedilatildeo Crocircnica 5 61

Fratura de fecircmur 5 61

DPOC 3 36

Outros agravos 18 22

Dos agravos neuroloacutegicos 658 eram sequelas de AVC Destes 134 apresentavam diagnoacutestico

de DM e HAS concomitantemente

Em uma visatildeo geral diante dos dados da tabela 4 nota-se que a assistecircncia de

enfermagem no tratamento das UPs gerou resolutividade em 378 dos pacientes 22

apresentou melhora da UPs e apenas 85 apresentaram quadro de piora Referente ao

nuacutemero de UPs os pacientes que apresentaram maiores percentis de piora 25 e de

manutenccedilatildeo da UP 50 foram aqueles que possuiacuteam quantidade igual ou superior a

cinco UPs

Do total da amostra 158 apresentaram infecccedilatildeo em alguma UP durante

determinado momento do tratamento Eacute interessante perceber que quanto maior a

quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de infecccedilatildeo na ferida Identifica-

se isso em 211 dos usuaacuterios com trecircs UPs 25 com quatro UPs e 333 dos

pacientes com cinco ou mais lesotildees que apresentaram infecccedilatildeo na ferida (Tabela 4)

Apenas 6 dos clientes apresentaram em algum momento reabertura de lesotildees

jaacute anteriormente resolvidas Tambeacutem seguindo a mesma loacutegica das infecccedilotildees de feridas

nota-se que quanto maior a quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de

reabertura de lesotildees isto foi possiacutevel identificar nos resultados que evidenciam que

105 dos pacientes com trecircs lesotildees 125 dos clientes com quatro lesotildees e 167

daqueles com cinco ou mais lesotildees apresentaram reabertura de UP (Tabela 4)

31

Tabela 4 - Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do

Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013

1UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

DESFECHO

DAS UPs

PACIENTE

n n n n n n

Cicatrizada 15 556 7 438 6 316 3 375 - - 31 378

Melhora 3 111 5 313 6 316 1 125 3 25 18 22

Piora 1 37 1 63 1 53 1 125 3 25 7 85

Mantida 8 296 3 188 6 316 3 375 6 50 26 317

INFECCcedilAtildeO

Sim 2 74 1 63 4 211 2 25 4 333 13 158

Natildeo 25 926 15 937 15 789 6 75 8 667 69 842

REABERTURA

Sim - - - - 2 105 1 125 2 167 5 6

Natildeo 27 100 16 100 17 895 7 875 10 833 77 94

ADMISSAtildeO

Com UP 20 741 12 75 19 100 8 100 12 100 71 865

Sem UP 7 259 4 25 - - - - - - 11 135

QUANTIDADE

UPs na

admissatildeo

1 UP 20 741 3 188 1 53 2 25 - - 26 317

2UPs - - 9 563 3 158 1 125 - - 13 158

3UPs - - - - 15 789 1 125 2 167 18 22

4UPs - - - - - - 4 50 1 83 5 6

5UPs - - - - - - - - 6 50 6 73

6UPs - - - - - - - - 2 167 2 24

7UPs - - - - - - - - 1 83 1 12

Vale ressaltar que segundo o resultado da pesquisa 865 destes pacientes

atendidos pelo NRAD jaacute foram admitidos com a presenccedila de UPs Somente 135 dos

usuaacuterios que passaram pela atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia desenvolveram UPs apoacutes a

admissatildeo em um dos programas natildeo ultrapassando a quantidade de duas UPs por

paciente Dos 865 de pacientes que jaacute foram internados em domiciacutelio com UP 317

apresentavam apenas uma UP na admissatildeo 22 com trecircs UPs e 12 com sete UPs jaacute

desde a admissatildeo conforme visualizado na figura 1

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

8 REFEREcircNCIAS

ALVES N DEANA NF O accediluacutecar refinado no tratamento da infecccedilatildeo por

pseudomonas sp em uacutelcera por pressatildeo Rev enferm UERJ Rio de Janeiro v 17 n

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

PNSP Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente

POD Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

Prof Professor

SAD Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar

SAMU Serviccedilo de Atendimento Moacutevel de Urgecircncia

SES-DF Secretaria de Estado de Sauacutede do Distrito Federal

SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede

UnB Universidade de Brasiacutelia

UPs Uacutelceras por pressatildeo

VDE Visitas Domiciliares de Enfermagem

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 15

2 OBJETIVOS 19

21 Geral 19

22 Especiacuteficos 19

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 20

31 Uacutelcera por pressatildeo 20

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar22

4 METODOLOGIA 25

5 RESULTADOS 27

6 DISCUSSAtildeO 37

7 CONCLUSAtildeO 46

8 REFEREcircNCIAS 48

ANEXO

APEcircNDICES

1 INTRODUCcedilAtildeO

As uacutelceras por pressatildeo (UPs) satildeo lesotildees de uma aacuterea localizada na pele e dos

tecidos subjacentes causadas por pressatildeo tensatildeo tangencial fricccedilatildeo eou uma

combinaccedilatildeo destes fatores As UPs tambeacutem estatildeo associadas a outros fatores

contribuintes cujo papel ainda natildeo se encontra totalmente esclarecidos no

acometimento (EPUAP 2011) As UPs custam e afetam milhotildees de pacientes nos

domiciacutelios nos centros de sauacutede e nas instituiccedilotildees hospitalares (LOURO et al 2007)A

Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) utiliza a prevalecircncia e incidecircncia das UPs como

indicadores para determinar a qualidade dos cuidados prestados (SOARES et al 2011)

Alguns dados recentes descrevem a epidemiologia das UPs entre os encontrados

estaacute um estudo realizado nas unidades de cliacutenica meacutedica e ciruacutergica em um hospital

puacuteblico de Uberaba-MG que aponta um grupo com idade meacutedia acima de 50 anos

sendo que natildeo houve diferenccedila significativa entre sexo masculino e feminino

predominando em pacientes de cor branca (SILVIA et al 2011) Haacute afirmaccedilotildees que a

pele negra tem maior resistecircncia agrave agressatildeo externa causada pela umidade e fricccedilatildeo

somado agrave dificuldade em identificar lesotildees de grau I em indiviacuteduos negros (MORO et

al 2007) Uma pesquisa realizada em Unidade de Terapia Intensiva Cliacutenicas Meacutedica e

Ciruacutergica de um hospital em Joatildeo Pessoa-PB demonstrou que as UPs tiveram

prevalecircncia de 71 no sexo feminino 428 em pacientes com idade acima de 59 anos

e 40 com doenccedilas crocircnicas degenerativas (ARAUacuteJO et al 2010)

Outro estudo realizado sobre assistecircncia domiciliar em Fortaleza-CE apresentou

a ocorrecircncia de UPs com predominacircncia de 692 em pacientes do sexo feminino e

68 em idosos acima de 80 anos de idade As principais comorbidades predisponentes

ao aparecimento de UPs foram a doenccedila de Alzheimer em 33 dos pacientes e sequelas

de Acidente Vascular Cerebral em 263 dos pacientes sendo que do total 263 eram

hipertensos e 119 eram diabeacuteticos fatores que prejudicam o processo cicatricial da

ferida (COEcircLHO et al 2012) Haacute tambeacutem pesquisas que obtiveram como resultado

incidecircncia maior no sexo masculino 882 em Unidade de Urgecircncia e Emergecircncia do

estado do Paraacute e confirmando prevalecircncia elevada de 588 em idosos acima de 60

anos (SOARES et al 2011)

Entre os principais fatores de risco associados ao aparecimento de UPs estatildeo

fatores bioloacutegicos como idade avanccedilada nutriccedilatildeo desequilibrada hiporexia anorexia

16

processos infecciosos diversas patologias integridade da pele prejudicada (umidade

excessiva ou ressecamento extremo) incontinecircncia urinaacuteria e fecal e fatores fiacutesicos e

mecacircnicos como atritos abrasotildees traumasimobilidade falta da mudanccedila de decuacutebito

etc Similarmente ao paciente que tem diminuiccedilatildeo do niacutevel de consciecircncia o paciente

imoacutevel tambeacutem natildeo alivia a pressatildeo nas regiotildees de proeminecircncias oacutesseas mantendo

assim os fatores de intensidade e duraccedilatildeo da pressatildeo como a maior causa do

desenvolvimento da lesatildeo (MORO et al 2007STUDART et al 2011)

Soares et al (2011) afirmam que as lesotildees por pressatildeo representam uma das

principais complicaccedilotildees que acometem pacientes criacuteticos institucionalizados devido agrave

exposiccedilatildeo aos fatores predisponentes para UPs e devido a ocorrecircncia de procedimentos

ciruacutergicos de longa duraccedilatildeo

Segundo a OMS cerca de 95 das UPs satildeo evitaacuteveis por isso eacute imprescindiacutevel

que sejam utilizados todos os meios disponiacuteveis para realizar uma prevenccedilatildeo eficaz

aleacutem do tratamento das UPs jaacute estabelecidas (SOARES et al 2011) As orientaccedilotildees

relacionadas aos cuidados e prevenccedilatildeo de UPs satildeo essenciais para o bom prognoacutestico do

paciente acometido por UPs Entre as principais orientaccedilotildees para esses pacientes estatildeo

mudanccedila de decuacutebito a cada duas horas manter lenccediloacuteis secos e esticados colchotildees

articulados nutriccedilatildeo adequada hidrataccedilatildeo da pele entre outros (LOURO et al 2007)

No acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar poucos estudos cientiacuteficos relatam a

frequecircncia de uacutelceras por pressatildeo entre os pacientes talvez isso se deva ao fato de

atenccedilatildeo domiciliar no Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) ser uma modalidade recente

Mesmo apoacutes a publicaccedilatildeo da portaria que instituiu a atenccedilatildeo domiciliar muitos lugares

no Brasil ainda demoraram a implementaacute-la por questotildees de organizaccedilatildeo de espaccedilo

fiacutesico formaccedilatildeo de equipes e disponibilizaccedilatildeo de recursos aleacutem disso soma-se o fato de

que muitas cidades brasileiras ainda natildeo tenham implementado essa modalidade de

atenccedilatildeo por essas e outras dificuldades proacuteprias (SILVA et al 2005) Gargano et al

(2004) aponta que 65 dos pacientes de um programa de atenccedilatildeo domiciliar no sul do

Brasil apresentaram como motivo de internaccedilatildeo a presenccedila de infecccedilotildees cutacircneas

Bendo et al (2005) descrevem as UPs como diagnoacutestico principal em 17 dos

pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de Cascavel (MG) Outro estudo mais

recente aponta que entre um grupo de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de

Ribeiratildeo Preto (SP) 191 apresentavam uacutelcera por pressatildeo (CHAYAMITI CALIRI

2010) Atraveacutes das evidecircncias destes estudos fica claro tambeacutem que as UPs tecircm

prevalecircncia maior em idosos por conta da proacutepria natureza dessa faixa etaacuteria que estaacute

17

associada ao aparecimento de doenccedilas crocircnicas que muitas vezes ocasionam a reduccedilatildeo

da mobilidade fiacutesica favorecendo o aparecimento das UPs Quanto agrave ocupaccedilatildeo alguns

estudos demonstram frequecircncia acima de 90 em aposentados ou pensionistas Aleacutem

disso ficouevidenciado ainda nestes estudos a frequecircncia maior de UPs no sexo

feminino Ressalta-se que aspectos relativos agrave estrutura familiar e aquela proporcionada

pelos serviccedilos de atenccedilatildeo domiciliar devem ser investigados com maior atenccedilatildeo para

que melhor se compreenda o problema (GARGANO et al 2004 BENDO et al 2005

CHAYAMITI CALIRI 2010 COEcircLHO et al 2012)

A internaccedilatildeo domiciliar eacute uma modalidade de atenccedilatildeo implantada pelo SUS que

visa atender pacientes crocircnicos em estado grave estaacutevel eou em cuidados paliativos

Um dos seus principais focos eacute a desospitalizaccedilatildeo e a humanizaccedilatildeo do cuidado No

Distrito Federal o projeto de implantaccedilatildeo do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar soacute foi

publicado em 2008 baseado nas diretrizes operacionais doPlano Diretor de

Regionalizaccedilatildeo da Assistecircncia do Distrito Federal2005 nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo2006 do CITCONASS na PoliacuteticaNacional de

Humanizaccedilatildeo e na Portaria ndeg 25292006 do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004

2005 2006a 2006b 2008)

Nesse sentido enfatiza-se o cuidado com a UP que deve ser realizado por uma

equipe multiprofissional Os principais profissionais que devem compor a equipe

multiprofissional no acircmbito da Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo o enfermeiro o teacutecnico de

enfermagem o assistente social o odontologista o meacutedico o nutricionista o psicoacutelogo

o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional Eacute importante ressaltar que aleacutem da situaccedilatildeo

cliacutenica comprometida e da dependecircncia para realizar as atividades diaacuterias um dos

principais criteacuterios para admissatildeo no programa eacute a existecircncia de um cuidador que fique

responsaacutevel pelo paciente no ambiente domiciliar esse cuidador pode ser simplesmente

algueacutem da famiacutelia ou uma pessoa que tenha feito um curso de capacitaccedilatildeo para

cuidador A participaccedilatildeo da famiacutelia no cuidado eacute fundamental pois este programa natildeo

funciona como um Home Care A assistecircncia eacute prestada apenas na forma de visitas

domiciliares durante a semana e por acompanhamento telefocircnico sendo assim a equipe

multiprofissional habilita a famiacuteliacuidador a prestar os cuidados necessaacuterios de acordo

com os seus conhecimentos teacutecnicos e suas capacidades (BRASIL 2008 2012b)

Chama-se atenccedilatildeo para cuidado domiciliar com vistas a ser desenvolvido nestes

pacientes O cuidado domiciliar tem se mostrado efetivo na resposta agraves demandas de

indiviacuteduos dependentes para Atividades de Vida Diaacuteria (AVD) oferecendo aleacutem da

18

estabilidade cliacutenica pelos cuidados de sauacutede no domiciacutelio a dignidade e conforto

preconizados pela Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) do Ministeacuterio da Sauacutede ndash

MS (BRASIL 2004 2012b)

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Descrever o perfil dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar

assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Identificar o percentil de ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo em pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar na cidade de Ceilacircndia (DF) no periacuteodo avaliado

Descrever caracteriacutesticas cliacutenico-demograacuteficas dos pacientes com uacutelceras por

pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

Caracterizar o perfil das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes estudados na Atenccedilatildeo

Domiciliar

Verificar o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na

Atenccedilatildeo Domiciliar

Identificar a resolutividade do tratamento referente agraves uacutelceras por pressatildeo no

acircmbito domiciliar

Verificar a quantidade de visitas domiciliares de enfermagem aos pacientes

acometidos por uacutelceras por pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Uacutelcera por pressatildeo

A UP eacute uma complicaccedilatildeo frequente em pacientes internados tanto na atenccedilatildeo

hospitalar como domiciliar Pacientes acometidos por morbidades que levam agrave

imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como idade avanccedilada

desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele quadro de sauacutede

deficiente anemia possiacuteveis edemas incontinecircncia urinaacuteria por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento desse tipo de lesotildees cutacircneas ocasionadas pela fricccedilatildeo eou

pressatildeo da pele contra o leito comumente em pontos proacuteximos as proeminecircncias oacutesseas

como p ex regiatildeo trocanteacuterica sacral e calcacircneo ou em aacutereas onde o tecido adiposo

subcutacircneo eacute escasso Com isso haacute reduccedilatildeo na circulaccedilatildeo perifeacuterica do sangue em aacutereas

sob pressatildeo acarretando em maacute perfusatildeo tecidual e consequentemente surgimento de

feridas (LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012)

O aparecimento de UPs eacute um problema tanto para a qualidade de vida do

paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais

provindos de recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria

famiacutelia do paciente (BRASIL 2013a)

Existe uma classificaccedilatildeo publicada pela European Pressure Ulcer Advisory

Panel (EPUAP) que auxilia o enfermeiro no estadiamento das UPs esta classificaccedilatildeo

contribui para estabelecer o perfil de ferida e possibilitaa definiccedilatildeo de uma estrateacutegia de

cuidados para tratamento evitando recorrecircncia e o aparecimento de outras feridas A

classificaccedilatildeo define o estadiamento em Grau I ndash eritema natildeo branqueaacutevel em pele

intacta a lesatildeo precursora da pele Em pacientes de pele escura o calor o edema e o

endurecimento da regiatildeo tambeacutem podem ser indicadores Grau II ndash perda parcial da

pele que envolve a epiderme a derme ou ambas Grau III ndash perda de espessura total da

pele podendo incluir lesotildees ou mesmo necrose do tecido subcutacircneo com extensatildeo ateacute

a faacutescia subjacente mas natildeo atraveacutes dessa Grau IV ndash destruiccedilatildeo extensa necrose dos

tecidos ou lesatildeo muscular eou exposiccedilatildeo oacutessea ou das estruturas de apoio Grau ldquonatildeo

estadiaacutevelrdquo - perda tissular de espessura completa em que a base da uacutelcera estaacute coberta

por crosta (amarela marrom-claro cinza verde ou castanha) eou escara (marrom-claro

21

castanha ou negra) Sendo assim ateacute que a pele macerada eou necrosada seja removida

expondo a base da ferida a profundidade verdadeira e o grau natildeo podem ser

determinados (EPUAP 2011)

Atualmente existem diversos instrumentos de medidas e escalas que avaliam e

classificam o risco de pacientes desenvolverem UPs Entre os mais conhecidos e

utilizados estaacute a escala de Braden que avalia o risco de UP focalizando no cuidado agrave

pele com accedilotildees terapecircuticas preventivas e de educaccedilatildeo em sauacutede aleacutem de abordar

sobre a superfiacutecie de suporte e aliacutevio de carga mecacircnica A escala de Braden jaacute foi

testada e validada em diversos paiacuteses e eacute considerada de grande confiabilidade aleacutem de

possuir faacutecil utilizaccedilatildeo e vasta aceitaccedilatildeo tanto pelos enfermeiros como pelos proacuteprios

pacientes No entanto eacute importante ressaltar que haacute outras escalas bastante conhecidas

como p ex a escala de Norton a escala de Gosnell e a escala de Waterlow (ARAUacuteJO

et al 2010 COEcircLHO et al 2012)

Coecirclho et al (2012 p41) explica ainda de maneira bastante clara como estaacute

estruturada e organizada a escala de Braden e quais fatores satildeo avaliados em cada item

Sua organizaccedilatildeo baseia-se na fisiopatogenia da UP Assim eacute composta por

seis subescalas as quais avaliam a percepccedilatildeo sensorial a umidade da pele a

atividade a mobilidade o estado nutricional a fricccedilatildeo e o cisalhamento Das

seis subescalas trecircs medem determinantes cliacutenicos de exposiccedilatildeo para pressatildeo

prolongada e intensa (percepccedilatildeo sensorial atividade e mobilidade) e trecircs

mensuram a toleracircncia do tecido agrave pressatildeo (umidade nutriccedilatildeo fricccedilatildeo e

cisalhamento) Cada subescala eacute acompanhada de um tiacutetulo e cada niacutevel de

um conceito descritor-chave aleacutem de uma ou duas frases descrevendo ou

qualificando os atributos a serem avaliados

Arauacutejo et al (2010) referem que a escala de Braden pode variar de 4 a 23

pontos Escores abaixo de 11 pontos indicam alto risco para desenvolver UPs

pontuaccedilatildeo entre 11 e 16 aponta risco moderado e igual ou superior a 16 pontos eacute

considerado como pequeno risco para o aparecimento de UPs

Na Europa e Aacutesia encontram-se mais de 40 protocolos relacionados agrave prevenccedilatildeo

e ao tratamento de feridas e UPs (ARAUacuteJO et al 2011) No entanto ateacute recentemente

dentro do contexto de sauacutede brasileira ainda natildeo havia uma padronizaccedilatildeo da atenccedilatildeo ou

mesmo um protocolo oficial rotina de trabalho etc que auxiliasse a atuaccedilatildeo do

enfermeiro diante do surgimento de feridas e prevenccedilatildeo de uacutelceras por pressatildeo o que

pode levar o mesmo algumas vezes a uma avaliaccedilatildeo subjetiva e focada somente na

cicatrizaccedilatildeo da ferida mas sem uma fundamentaccedilatildeo profilaacutetica adequada para cada caso

22

(ROGENSKI SANTOS 2005) A partir dessa e outras necessidades quanto agrave seguranccedila

do paciente o Ministeacuterio da Sauacutede lanccedilou a portaria nordm 529 de 1ordm de abril de 2013 que

institui o Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente ndash PNSP Nesta portaria ficou

instituiacutedo um Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP (CIPNSP) ao qual foi designado

promover accedilotildees que visem agrave melhoria da seguranccedila do cuidado em sauacutede por meio da

elaboraccedilatildeo consensual e validaccedilatildeo de protocolos em sauacutede entre os diversos membros

que participam do CIPNSP entre eles CFM COFEN ANVISA e Fiocruz (BRASIL

2013b) Alguns meses depois foi lanccedilado pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Protocolo para

Prevenccedilatildeo de Uacutelcera por Pressatildeo (BRASIL 2013a) de acordo com a Portaria nordm 1377

de 9 de julho de 2013 que aprovou esse e outros protocolos de seguranccedila do paciente

(BRASIL 2013c)

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar

O Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID) eacute uma modalidade de internaccedilatildeo

extra-hospitalar que assiste a pacientes que necessitam de cuidados especiais de sauacutede

mas que podem permanecer internados em seu domiciacutelio O PID objetiva a

desospitalizaccedilatildeo humanizada eficaz e de qualidade com foco nas atividades de

promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede representando uma estrateacutegia na reversatildeo do atual

modelo hospitalocecircntrico (BRASIL 2008 MARTELLI et al 2011)

A melhor utilizaccedilatildeo do siacutetio hospitalar eacute um desafio para os atuais sistemas de

sauacutede com a otimizaccedilatildeo de recursos hospitalares e reduccedilatildeo de internaccedilotildees evitaacuteveis Em

resposta a esta demanda houve um ato na consolidaccedilatildeo da atual Poliacutetica de Atenccedilatildeo

Domiciliar com o lanccedilamento da Portaria 2527 de 27 de Outubro de 2011 que

regularizou o Programa Melhor em Casa e definiu a Atenccedilatildeo Domiciliar como nova

modalidade de atenccedilatildeo agrave sauacutede substitutiva ou complementar agraves jaacute existentes

caracterizada por um conjunto de accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento

de doenccedilas e reabilitaccedilatildeo prestadas em domiciacutelio com garantia de continuidade de

cuidados e integrada agraves redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 2011 2012b)

Os NRADrsquos satildeo Nuacutecleos Regionais de Atenccedilatildeo Domiciliar que nasceram no DF

a partir da necessidade de se implantar o PID eles estatildeo vinculados agraves Regionais de

Sauacutede das cidades sateacutelites conforme a organizaccedilatildeo feita pela Secretaria de Estado de

Sauacutede do Distrito Federal (SES-DF) O DF eacute composto por 15 Nuacutecleos Regionais de

Atenccedilatildeo Domiciliar e um deles eacute o NRAD - Ceilacircndia (NRAD-CEI) cujo atendimento

23

abrange uma populaccedilatildeo de 402729 mil habitantes na referida cidade segundo dados do

censo de 2010 do IBGE De acordo com a Portaria nordm 25272011 que redefine a atenccedilatildeo

domiciliar no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) o ideal seria que cada Equipe

Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar (EMAD) atenda apenas um grupo populacional

de 100 mil habitantes As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes

Multidisciplinar de Apoio (EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede

na atenccedilatildeo domiciliar A Portaria nordm 15332012 altera e acrescenta alguns pontos agrave

Portaria nordm 25272011 estabelecendo que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil habitantes

o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio poderaacute

constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes Esta

portaria estabelece ainda que satildeo requisitos miacutenimos para a instalaccedilatildeo do Serviccedilo de

Atenccedilatildeo Domiciliar (SAD) que o municiacutepio apresente populaccedilatildeo igual ou superior a 40

mil habitantes possua cobertura do SAMU ou de algum outro tipo de serviccedilo moacutevel de

urgecircncia e possua um hospital referecircncia na sua aacuterea de abrangecircncia (BRASIL 2008

2011 2012a IBGE 2010)

A transiccedilatildeo epidemioloacutegica e demograacutefica tem causado grande impacto social

com repercussatildeo em diversas aacutereas como economia habitaccedilatildeo previdecircncia e sauacutede

Tais mudanccedilas exigem uma reengenharia multidimensional Particularmente na sauacutede eacute

preciso empreender e fortalecer poliacuteticas puacuteblicas que viabilizem os princiacutepios e

diretrizes do SUS Neste cenaacuterio a Atenccedilatildeo Domiciliar tem se consolidado na reversatildeo

do atual modelo de sauacutede centrado nos hospitais para uma modalidade de accedilotildees

desenvolvidas no domiciacutelio por uma equipe multiprofissional a partir do diagnoacutestico da

realidade em que o paciente estaacute inserido considerando seus potenciais e limitaccedilotildees A

Atenccedilatildeo Domiciliar visa agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao paciente minimizando ou controlando

as sequelas de condiccedilotildees crocircnicas de maneira a favorecer o restabelecimento de sua

independecircncia e a preservaccedilatildeo de sua autonomia (BRASIL 2008 MENDES 2011

MENDES 2012)

Diante do exposto sobre a atenccedilatildeo domiciliar e da mudanccedila na piracircmide etaacuteria

do Brasil nos uacuteltimos anos considera-se que o aumento da populaccedilatildeo idosa e

consequentemente a elevaccedilatildeo no nuacutemero de casos de doenccedilas crocircnicas tornam as accedilotildees

desenvolvidas pelas equipes multiprofissionais do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

(PID) e do Programa de Oxigenoterapia Domiciliar (POD) como ferramentas essenciais

para impulsionar o Programa Melhor em Casa e fortalecer a Poliacutetica Nacional de

Humanizaccedilatildeo aleacutem de contribuir consideravelmente na reduccedilatildeo dos custos hospitalares

24

e na disponibilizaccedilatildeo de leitos em hospitais puacuteblicos para pacientes em estado instaacutevel

que necessitam de monitoramento contiacutenuo Os NRADrsquos vecircm proporcionando entre

outras coisas uma seacuterie de cuidados paliativos aos pacientes do SUS que podem

permanecer internados em domiciacutelio e que satildeo portadores de doenccedilas crocircnicas graves

estaacuteveis tais como Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica (DPOC) sequela de Acidente

Vascular Cerebral (AVC) cacircncer (CA) e diversos distuacuterbios crocircnicos degenerativos

agravos estes que podem acabar contribuindo para o aparecimento das uacutelceras por

pressatildeo como uma complicaccedilatildeo (BRASIL 2004 2012b)

4 METODOLOGIA

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva de abordagem quantitativa

desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes acometidos

por uacutelceras por pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2013

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada

ldquoMelhor em Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do

programa de internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por

portadores de doenccedilas crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade

de Ceilacircndia e foi autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede

do Governo do Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 (Anexo)

Enfatiza-se que foi respeitado os princiacutepios da Resoluccedilatildeo nordm4662012 no que se refere a

pesquisas com seres humanos (BRASIL 2012) Destaca-se que coordenador do projeto

e a chefia do NRAD-CEI autorizaram a utilizaccedilatildeo dos dados mediante termo de

consentimento livre e esclarecido (Apecircndice A) visto que o autor desta pesquisa foi

bolsista deste projeto e trabalhou na coleta de dados durante o periacuteodo de abril de 2012

a abril de 2013

Foram incluiacutedos dados de prontuaacuterios de pacientes acometidos por uacutelceras por

pressatildeo assistidos pelo NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio de 2009 a abril de 2013

somando-se amostra final de 82 prontuaacuterios pesquisados Os criteacuterios de exclusatildeo foram

pacientes natildeo acometidos por uacutelceras por pressatildeo pacientes natildeo assistidos pelo NRAD-

CEI periacuteodo anterior a maio de 2009 e posterior a abril de 2013 e prontuaacuterios com

dados insuficientes ou incompletos

Entre os benefiacutecios do presente estudo estatildeo o levantamento de informaccedilotildees que

posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos cuidados

multiprofissionais e especificamente de enfermagem para pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo no ambiente domiciliar Os riscos deste estudo consistiram em expor

informaccedilotildees dos pesquisados de forma a identificar a sua identidade desta forma este

risco foi minimizado devido agrave manutenccedilatildeo de sigilo com substituiccedilatildeo de nomes e natildeo

divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees que possam remeter a sua identificaccedilatildeo

A anaacutelise de dados se deu a partir do levantamento de dados consultados em

prontuaacuterios dos pacientes com instrumento de coleta (Apecircndice B) apoacutes realizada

26

tabulaccedilatildeo dos dados organizados eletronicamente por meio da criaccedilatildeo de planilhas em

arquivo do software de Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 210

Foi realizada uma anaacutelise exploratoacuteria dos dados (descritiva) as variaacuteveis numeacutericas

foram exploradas pelas medidas descritivas de centralidade (meacutedia) e de dispersatildeo

(miacutenimo maacuteximo e desvio padratildeo) e as variaacuteveis categoacutericas foram exploradas por

frequecircncias simples absolutas e percentuais A apresentaccedilatildeo dos dados foi organizada

por meio graacuteficos e tabelas

5 RESULTADOS

Foram avaliados na pesquisa os prontuaacuterios de 313 pacientes no entanto

somente 82 apresentaram registros de ocorrecircncia de UPs o que equivale ao

acometimento de 262 dos pacientes atendidos no NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio

de 2009 a abril de 2013

Dos 82 pacientes avaliados a idade meacutedia foi de 722 anos (DP=plusmn184 anos

Miacuten=10 anos Maacutex=98 anos) A maioria dos prontuaacuterios revisados demonstra que

827 da amostra satildeo idosos com faixa etaacuteria acima de 60 anos de idade Dentre os

pacientes identificados a tabela 1 demonstra que a maior representatividade foi 329

dos pacientes entre 80-89 anos 292 de 70-79 anose a menor foi de 48 entre 50-59

anos

Quanto agrave variaacutevel sexo percebe-se uma frequecircncia proacutexima entre os

sexos525masculino e475 feminino No entanto relacionando-se a variaacutevel sexo

com a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por paciente nota-se que os usuaacuterios do sexo

masculino com duas trecircs quatro cinco ou mais UPs apresentaram de discreta a elevada

predominacircncia em niacutevel crescente (563 579 629 e 667 respectivamente)

quando comparados agraves usuaacuterias do sexo feminino As pacientes do sexo feminino

apresentaram valores superiores aos homens (63) apenas quando se trata de

pacientesacometidos por apenas uma uacutenica UP (Tabela 1)

Dentre os pacientes atendidos na atenccedilatildeo domiciliar identificou-se que 952

dos usuaacuterios com UPs fazem parte do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID)

enquanto apenas 48 estatildeo vinculados ao Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

(POD)

No que se refere agrave situaccedilatildeo dos pacientes atendidos pelo NRAD entre os anos de

2009 a 2013 a maioria 658 dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito 245

permaneceu internado na atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia e apenas 97 receberam alta

da equipe do PID ou POD

28

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF segundo a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por usuaacuterio

maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS NUacuteMERO DE UacuteLCERAS POR PRESSAtildeO

1 UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

n n n n n n

27 329 16 195 19 231 8 97 12 146 82 100

FAIXA ETAacuteRIA

10- 49 anos 2 74 1 63 2 105 1 125 4 333 10 121

50-59 anos 1 37 1 63 2 105 - - - - 4 48

60-69 anos 3 111 1 63 3 158 2 25 1 83 10 121

70-79 anos 11 407 5 313 2 105 4 50 2 167 24 292

80-89 anos 7 259 6 375 9 474 1 125 4 333 27 329

ge 90 anos 3 111 2 125 1 53 - - 1 83 7 85

SEXO

Masculino 10 37 9 563 11 579 5 625 8 667 43 525

Feminino 17 63 7 437 8 421 3 375 4 333 39 475

PROGRAMA

PID 24 888 15 938 19 100 8 100 12 100 78 952

POD 3 112 1 62 - - - - - - 4 48

EVOLUCcedilAtildeO

Internado 7 259 4 25 5 263 2 25 2 167 20 245

Alta 2 74 2 125 1 53 2 25 1 83 8 97

Oacutebito 18 667 10 625 13 684 4 50 9 75 54 658

Uacutelcera por pressatildeo Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

A pesquisa identificou que a quantidade meacutedia de UPs na admissatildeo do paciente

eacute de aproximadamente duas lesotildees e a quantidade total de UPs no decorrer da internaccedilatildeo

eacute em meacutedia 25 UPs por paciente No que tange agrave quantidade de UPs por paciente a

maior representatividade foi dos pacientes com apenas uma lesatildeo (329) e o menor

percentual (97) foi referente aos pacientes com quatro lesotildees simultacircneas

Outra variaacutevel interessante eacute sobre o tempo de permanecircncia dos pacientes nos

programas de internaccedilatildeo do NRAD-Ceilacircndia sendo o tempo meacutedio de 3877 dias o

29

que equivale a pouco mais de 1 ano de internaccedilatildeo por paciente com miacutenimo de 4 dias e

maacuteximo de 1520 dias equivalente a pouco mais de 4 anos (Tabela 2)

Tabela 2- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS MEacuteDIA DP MIacuteNIMO MAacuteXIMO

Idade 722 184 10 98

Tempo de permanecircncia do

paciente no NRAD (dias) 3877 3961 4 1520

Quantidade de UPs na admissatildeo 21 16 0 7

Quantidade de UPs por paciente 25 15 1 7

Desvio Padratildeo

De acordo com a tabela 3 percebe-se que 804 dos pacientes possuem como

diagnoacutestico principal algum tipo de agravo em sauacutede relacionado ao sistema

neuroloacutegico Outros 17 possuem algum diagnoacutestico oncoloacutegico (CA hepaacutetico

prostaacutetico uterino bexiga metaacutestase oacutessea entre outros) apenas 13 com agravo

respiratoacuterio e 13 com agravo osteomuscular

Considerando os 804 de pacientes com algum agravo neuroloacutegico os

principais diagnoacutesticos encontrados foram sequela AVC (658) Dentre estes 561

com AVC como diagnoacutestico uacutenico e os demais pacientes que representam 97

possuiacuteam sequela de AVC associada a outras doenccedilas entre elas Parkinson Alzheimer

e Encefalopatia anoacutexica Ainda dentro do rol de outros problemas neuroloacutegicos (146)

tambeacutem foi possiacutevel encontrar Siacutendrome de Rasmussen Siacutendrome de Devic Demecircncia

Senil Esclerose Muacuteltipla Paralisia Cerebral Lesatildeo Espinomedular (Tetraplegia) e

Alzheimer (Tabela 3)

Como diagnoacutestico secundaacuterio 39 dos pacientes tambeacutem eram acometidos com

HAS e 232 com DM Sendo que destes 134 apresentaram HAS e DM

simultaneamente Outros pacientes apresentaram ainda desnutriccedilatildeo crocircnica e fratura do

fecircmur 61 cada (Tabela 3)

30

Tabela 3-Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

DIAGNOacuteSTICO PRINCIPAL n

Agravos Neuroloacutegicos 66 804

Agravos Neoplaacutesicos 14 17

Agravos Respiratoacuterios 1 13

Agravos Osteomusculares 1 13

COMORBIDADES n

Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) 32 39

Diabetes Mellitus(DM) tipo I ou II 19 232

Desnutriccedilatildeo Crocircnica 5 61

Fratura de fecircmur 5 61

DPOC 3 36

Outros agravos 18 22

Dos agravos neuroloacutegicos 658 eram sequelas de AVC Destes 134 apresentavam diagnoacutestico

de DM e HAS concomitantemente

Em uma visatildeo geral diante dos dados da tabela 4 nota-se que a assistecircncia de

enfermagem no tratamento das UPs gerou resolutividade em 378 dos pacientes 22

apresentou melhora da UPs e apenas 85 apresentaram quadro de piora Referente ao

nuacutemero de UPs os pacientes que apresentaram maiores percentis de piora 25 e de

manutenccedilatildeo da UP 50 foram aqueles que possuiacuteam quantidade igual ou superior a

cinco UPs

Do total da amostra 158 apresentaram infecccedilatildeo em alguma UP durante

determinado momento do tratamento Eacute interessante perceber que quanto maior a

quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de infecccedilatildeo na ferida Identifica-

se isso em 211 dos usuaacuterios com trecircs UPs 25 com quatro UPs e 333 dos

pacientes com cinco ou mais lesotildees que apresentaram infecccedilatildeo na ferida (Tabela 4)

Apenas 6 dos clientes apresentaram em algum momento reabertura de lesotildees

jaacute anteriormente resolvidas Tambeacutem seguindo a mesma loacutegica das infecccedilotildees de feridas

nota-se que quanto maior a quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de

reabertura de lesotildees isto foi possiacutevel identificar nos resultados que evidenciam que

105 dos pacientes com trecircs lesotildees 125 dos clientes com quatro lesotildees e 167

daqueles com cinco ou mais lesotildees apresentaram reabertura de UP (Tabela 4)

31

Tabela 4 - Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do

Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013

1UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

DESFECHO

DAS UPs

PACIENTE

n n n n n n

Cicatrizada 15 556 7 438 6 316 3 375 - - 31 378

Melhora 3 111 5 313 6 316 1 125 3 25 18 22

Piora 1 37 1 63 1 53 1 125 3 25 7 85

Mantida 8 296 3 188 6 316 3 375 6 50 26 317

INFECCcedilAtildeO

Sim 2 74 1 63 4 211 2 25 4 333 13 158

Natildeo 25 926 15 937 15 789 6 75 8 667 69 842

REABERTURA

Sim - - - - 2 105 1 125 2 167 5 6

Natildeo 27 100 16 100 17 895 7 875 10 833 77 94

ADMISSAtildeO

Com UP 20 741 12 75 19 100 8 100 12 100 71 865

Sem UP 7 259 4 25 - - - - - - 11 135

QUANTIDADE

UPs na

admissatildeo

1 UP 20 741 3 188 1 53 2 25 - - 26 317

2UPs - - 9 563 3 158 1 125 - - 13 158

3UPs - - - - 15 789 1 125 2 167 18 22

4UPs - - - - - - 4 50 1 83 5 6

5UPs - - - - - - - - 6 50 6 73

6UPs - - - - - - - - 2 167 2 24

7UPs - - - - - - - - 1 83 1 12

Vale ressaltar que segundo o resultado da pesquisa 865 destes pacientes

atendidos pelo NRAD jaacute foram admitidos com a presenccedila de UPs Somente 135 dos

usuaacuterios que passaram pela atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia desenvolveram UPs apoacutes a

admissatildeo em um dos programas natildeo ultrapassando a quantidade de duas UPs por

paciente Dos 865 de pacientes que jaacute foram internados em domiciacutelio com UP 317

apresentavam apenas uma UP na admissatildeo 22 com trecircs UPs e 12 com sete UPs jaacute

desde a admissatildeo conforme visualizado na figura 1

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 15

2 OBJETIVOS 19

21 Geral 19

22 Especiacuteficos 19

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 20

31 Uacutelcera por pressatildeo 20

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar22

4 METODOLOGIA 25

5 RESULTADOS 27

6 DISCUSSAtildeO 37

7 CONCLUSAtildeO 46

8 REFEREcircNCIAS 48

ANEXO

APEcircNDICES

1 INTRODUCcedilAtildeO

As uacutelceras por pressatildeo (UPs) satildeo lesotildees de uma aacuterea localizada na pele e dos

tecidos subjacentes causadas por pressatildeo tensatildeo tangencial fricccedilatildeo eou uma

combinaccedilatildeo destes fatores As UPs tambeacutem estatildeo associadas a outros fatores

contribuintes cujo papel ainda natildeo se encontra totalmente esclarecidos no

acometimento (EPUAP 2011) As UPs custam e afetam milhotildees de pacientes nos

domiciacutelios nos centros de sauacutede e nas instituiccedilotildees hospitalares (LOURO et al 2007)A

Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) utiliza a prevalecircncia e incidecircncia das UPs como

indicadores para determinar a qualidade dos cuidados prestados (SOARES et al 2011)

Alguns dados recentes descrevem a epidemiologia das UPs entre os encontrados

estaacute um estudo realizado nas unidades de cliacutenica meacutedica e ciruacutergica em um hospital

puacuteblico de Uberaba-MG que aponta um grupo com idade meacutedia acima de 50 anos

sendo que natildeo houve diferenccedila significativa entre sexo masculino e feminino

predominando em pacientes de cor branca (SILVIA et al 2011) Haacute afirmaccedilotildees que a

pele negra tem maior resistecircncia agrave agressatildeo externa causada pela umidade e fricccedilatildeo

somado agrave dificuldade em identificar lesotildees de grau I em indiviacuteduos negros (MORO et

al 2007) Uma pesquisa realizada em Unidade de Terapia Intensiva Cliacutenicas Meacutedica e

Ciruacutergica de um hospital em Joatildeo Pessoa-PB demonstrou que as UPs tiveram

prevalecircncia de 71 no sexo feminino 428 em pacientes com idade acima de 59 anos

e 40 com doenccedilas crocircnicas degenerativas (ARAUacuteJO et al 2010)

Outro estudo realizado sobre assistecircncia domiciliar em Fortaleza-CE apresentou

a ocorrecircncia de UPs com predominacircncia de 692 em pacientes do sexo feminino e

68 em idosos acima de 80 anos de idade As principais comorbidades predisponentes

ao aparecimento de UPs foram a doenccedila de Alzheimer em 33 dos pacientes e sequelas

de Acidente Vascular Cerebral em 263 dos pacientes sendo que do total 263 eram

hipertensos e 119 eram diabeacuteticos fatores que prejudicam o processo cicatricial da

ferida (COEcircLHO et al 2012) Haacute tambeacutem pesquisas que obtiveram como resultado

incidecircncia maior no sexo masculino 882 em Unidade de Urgecircncia e Emergecircncia do

estado do Paraacute e confirmando prevalecircncia elevada de 588 em idosos acima de 60

anos (SOARES et al 2011)

Entre os principais fatores de risco associados ao aparecimento de UPs estatildeo

fatores bioloacutegicos como idade avanccedilada nutriccedilatildeo desequilibrada hiporexia anorexia

16

processos infecciosos diversas patologias integridade da pele prejudicada (umidade

excessiva ou ressecamento extremo) incontinecircncia urinaacuteria e fecal e fatores fiacutesicos e

mecacircnicos como atritos abrasotildees traumasimobilidade falta da mudanccedila de decuacutebito

etc Similarmente ao paciente que tem diminuiccedilatildeo do niacutevel de consciecircncia o paciente

imoacutevel tambeacutem natildeo alivia a pressatildeo nas regiotildees de proeminecircncias oacutesseas mantendo

assim os fatores de intensidade e duraccedilatildeo da pressatildeo como a maior causa do

desenvolvimento da lesatildeo (MORO et al 2007STUDART et al 2011)

Soares et al (2011) afirmam que as lesotildees por pressatildeo representam uma das

principais complicaccedilotildees que acometem pacientes criacuteticos institucionalizados devido agrave

exposiccedilatildeo aos fatores predisponentes para UPs e devido a ocorrecircncia de procedimentos

ciruacutergicos de longa duraccedilatildeo

Segundo a OMS cerca de 95 das UPs satildeo evitaacuteveis por isso eacute imprescindiacutevel

que sejam utilizados todos os meios disponiacuteveis para realizar uma prevenccedilatildeo eficaz

aleacutem do tratamento das UPs jaacute estabelecidas (SOARES et al 2011) As orientaccedilotildees

relacionadas aos cuidados e prevenccedilatildeo de UPs satildeo essenciais para o bom prognoacutestico do

paciente acometido por UPs Entre as principais orientaccedilotildees para esses pacientes estatildeo

mudanccedila de decuacutebito a cada duas horas manter lenccediloacuteis secos e esticados colchotildees

articulados nutriccedilatildeo adequada hidrataccedilatildeo da pele entre outros (LOURO et al 2007)

No acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar poucos estudos cientiacuteficos relatam a

frequecircncia de uacutelceras por pressatildeo entre os pacientes talvez isso se deva ao fato de

atenccedilatildeo domiciliar no Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) ser uma modalidade recente

Mesmo apoacutes a publicaccedilatildeo da portaria que instituiu a atenccedilatildeo domiciliar muitos lugares

no Brasil ainda demoraram a implementaacute-la por questotildees de organizaccedilatildeo de espaccedilo

fiacutesico formaccedilatildeo de equipes e disponibilizaccedilatildeo de recursos aleacutem disso soma-se o fato de

que muitas cidades brasileiras ainda natildeo tenham implementado essa modalidade de

atenccedilatildeo por essas e outras dificuldades proacuteprias (SILVA et al 2005) Gargano et al

(2004) aponta que 65 dos pacientes de um programa de atenccedilatildeo domiciliar no sul do

Brasil apresentaram como motivo de internaccedilatildeo a presenccedila de infecccedilotildees cutacircneas

Bendo et al (2005) descrevem as UPs como diagnoacutestico principal em 17 dos

pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de Cascavel (MG) Outro estudo mais

recente aponta que entre um grupo de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de

Ribeiratildeo Preto (SP) 191 apresentavam uacutelcera por pressatildeo (CHAYAMITI CALIRI

2010) Atraveacutes das evidecircncias destes estudos fica claro tambeacutem que as UPs tecircm

prevalecircncia maior em idosos por conta da proacutepria natureza dessa faixa etaacuteria que estaacute

17

associada ao aparecimento de doenccedilas crocircnicas que muitas vezes ocasionam a reduccedilatildeo

da mobilidade fiacutesica favorecendo o aparecimento das UPs Quanto agrave ocupaccedilatildeo alguns

estudos demonstram frequecircncia acima de 90 em aposentados ou pensionistas Aleacutem

disso ficouevidenciado ainda nestes estudos a frequecircncia maior de UPs no sexo

feminino Ressalta-se que aspectos relativos agrave estrutura familiar e aquela proporcionada

pelos serviccedilos de atenccedilatildeo domiciliar devem ser investigados com maior atenccedilatildeo para

que melhor se compreenda o problema (GARGANO et al 2004 BENDO et al 2005

CHAYAMITI CALIRI 2010 COEcircLHO et al 2012)

A internaccedilatildeo domiciliar eacute uma modalidade de atenccedilatildeo implantada pelo SUS que

visa atender pacientes crocircnicos em estado grave estaacutevel eou em cuidados paliativos

Um dos seus principais focos eacute a desospitalizaccedilatildeo e a humanizaccedilatildeo do cuidado No

Distrito Federal o projeto de implantaccedilatildeo do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar soacute foi

publicado em 2008 baseado nas diretrizes operacionais doPlano Diretor de

Regionalizaccedilatildeo da Assistecircncia do Distrito Federal2005 nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo2006 do CITCONASS na PoliacuteticaNacional de

Humanizaccedilatildeo e na Portaria ndeg 25292006 do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004

2005 2006a 2006b 2008)

Nesse sentido enfatiza-se o cuidado com a UP que deve ser realizado por uma

equipe multiprofissional Os principais profissionais que devem compor a equipe

multiprofissional no acircmbito da Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo o enfermeiro o teacutecnico de

enfermagem o assistente social o odontologista o meacutedico o nutricionista o psicoacutelogo

o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional Eacute importante ressaltar que aleacutem da situaccedilatildeo

cliacutenica comprometida e da dependecircncia para realizar as atividades diaacuterias um dos

principais criteacuterios para admissatildeo no programa eacute a existecircncia de um cuidador que fique

responsaacutevel pelo paciente no ambiente domiciliar esse cuidador pode ser simplesmente

algueacutem da famiacutelia ou uma pessoa que tenha feito um curso de capacitaccedilatildeo para

cuidador A participaccedilatildeo da famiacutelia no cuidado eacute fundamental pois este programa natildeo

funciona como um Home Care A assistecircncia eacute prestada apenas na forma de visitas

domiciliares durante a semana e por acompanhamento telefocircnico sendo assim a equipe

multiprofissional habilita a famiacuteliacuidador a prestar os cuidados necessaacuterios de acordo

com os seus conhecimentos teacutecnicos e suas capacidades (BRASIL 2008 2012b)

Chama-se atenccedilatildeo para cuidado domiciliar com vistas a ser desenvolvido nestes

pacientes O cuidado domiciliar tem se mostrado efetivo na resposta agraves demandas de

indiviacuteduos dependentes para Atividades de Vida Diaacuteria (AVD) oferecendo aleacutem da

18

estabilidade cliacutenica pelos cuidados de sauacutede no domiciacutelio a dignidade e conforto

preconizados pela Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) do Ministeacuterio da Sauacutede ndash

MS (BRASIL 2004 2012b)

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Descrever o perfil dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar

assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Identificar o percentil de ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo em pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar na cidade de Ceilacircndia (DF) no periacuteodo avaliado

Descrever caracteriacutesticas cliacutenico-demograacuteficas dos pacientes com uacutelceras por

pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

Caracterizar o perfil das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes estudados na Atenccedilatildeo

Domiciliar

Verificar o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na

Atenccedilatildeo Domiciliar

Identificar a resolutividade do tratamento referente agraves uacutelceras por pressatildeo no

acircmbito domiciliar

Verificar a quantidade de visitas domiciliares de enfermagem aos pacientes

acometidos por uacutelceras por pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Uacutelcera por pressatildeo

A UP eacute uma complicaccedilatildeo frequente em pacientes internados tanto na atenccedilatildeo

hospitalar como domiciliar Pacientes acometidos por morbidades que levam agrave

imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como idade avanccedilada

desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele quadro de sauacutede

deficiente anemia possiacuteveis edemas incontinecircncia urinaacuteria por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento desse tipo de lesotildees cutacircneas ocasionadas pela fricccedilatildeo eou

pressatildeo da pele contra o leito comumente em pontos proacuteximos as proeminecircncias oacutesseas

como p ex regiatildeo trocanteacuterica sacral e calcacircneo ou em aacutereas onde o tecido adiposo

subcutacircneo eacute escasso Com isso haacute reduccedilatildeo na circulaccedilatildeo perifeacuterica do sangue em aacutereas

sob pressatildeo acarretando em maacute perfusatildeo tecidual e consequentemente surgimento de

feridas (LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012)

O aparecimento de UPs eacute um problema tanto para a qualidade de vida do

paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais

provindos de recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria

famiacutelia do paciente (BRASIL 2013a)

Existe uma classificaccedilatildeo publicada pela European Pressure Ulcer Advisory

Panel (EPUAP) que auxilia o enfermeiro no estadiamento das UPs esta classificaccedilatildeo

contribui para estabelecer o perfil de ferida e possibilitaa definiccedilatildeo de uma estrateacutegia de

cuidados para tratamento evitando recorrecircncia e o aparecimento de outras feridas A

classificaccedilatildeo define o estadiamento em Grau I ndash eritema natildeo branqueaacutevel em pele

intacta a lesatildeo precursora da pele Em pacientes de pele escura o calor o edema e o

endurecimento da regiatildeo tambeacutem podem ser indicadores Grau II ndash perda parcial da

pele que envolve a epiderme a derme ou ambas Grau III ndash perda de espessura total da

pele podendo incluir lesotildees ou mesmo necrose do tecido subcutacircneo com extensatildeo ateacute

a faacutescia subjacente mas natildeo atraveacutes dessa Grau IV ndash destruiccedilatildeo extensa necrose dos

tecidos ou lesatildeo muscular eou exposiccedilatildeo oacutessea ou das estruturas de apoio Grau ldquonatildeo

estadiaacutevelrdquo - perda tissular de espessura completa em que a base da uacutelcera estaacute coberta

por crosta (amarela marrom-claro cinza verde ou castanha) eou escara (marrom-claro

21

castanha ou negra) Sendo assim ateacute que a pele macerada eou necrosada seja removida

expondo a base da ferida a profundidade verdadeira e o grau natildeo podem ser

determinados (EPUAP 2011)

Atualmente existem diversos instrumentos de medidas e escalas que avaliam e

classificam o risco de pacientes desenvolverem UPs Entre os mais conhecidos e

utilizados estaacute a escala de Braden que avalia o risco de UP focalizando no cuidado agrave

pele com accedilotildees terapecircuticas preventivas e de educaccedilatildeo em sauacutede aleacutem de abordar

sobre a superfiacutecie de suporte e aliacutevio de carga mecacircnica A escala de Braden jaacute foi

testada e validada em diversos paiacuteses e eacute considerada de grande confiabilidade aleacutem de

possuir faacutecil utilizaccedilatildeo e vasta aceitaccedilatildeo tanto pelos enfermeiros como pelos proacuteprios

pacientes No entanto eacute importante ressaltar que haacute outras escalas bastante conhecidas

como p ex a escala de Norton a escala de Gosnell e a escala de Waterlow (ARAUacuteJO

et al 2010 COEcircLHO et al 2012)

Coecirclho et al (2012 p41) explica ainda de maneira bastante clara como estaacute

estruturada e organizada a escala de Braden e quais fatores satildeo avaliados em cada item

Sua organizaccedilatildeo baseia-se na fisiopatogenia da UP Assim eacute composta por

seis subescalas as quais avaliam a percepccedilatildeo sensorial a umidade da pele a

atividade a mobilidade o estado nutricional a fricccedilatildeo e o cisalhamento Das

seis subescalas trecircs medem determinantes cliacutenicos de exposiccedilatildeo para pressatildeo

prolongada e intensa (percepccedilatildeo sensorial atividade e mobilidade) e trecircs

mensuram a toleracircncia do tecido agrave pressatildeo (umidade nutriccedilatildeo fricccedilatildeo e

cisalhamento) Cada subescala eacute acompanhada de um tiacutetulo e cada niacutevel de

um conceito descritor-chave aleacutem de uma ou duas frases descrevendo ou

qualificando os atributos a serem avaliados

Arauacutejo et al (2010) referem que a escala de Braden pode variar de 4 a 23

pontos Escores abaixo de 11 pontos indicam alto risco para desenvolver UPs

pontuaccedilatildeo entre 11 e 16 aponta risco moderado e igual ou superior a 16 pontos eacute

considerado como pequeno risco para o aparecimento de UPs

Na Europa e Aacutesia encontram-se mais de 40 protocolos relacionados agrave prevenccedilatildeo

e ao tratamento de feridas e UPs (ARAUacuteJO et al 2011) No entanto ateacute recentemente

dentro do contexto de sauacutede brasileira ainda natildeo havia uma padronizaccedilatildeo da atenccedilatildeo ou

mesmo um protocolo oficial rotina de trabalho etc que auxiliasse a atuaccedilatildeo do

enfermeiro diante do surgimento de feridas e prevenccedilatildeo de uacutelceras por pressatildeo o que

pode levar o mesmo algumas vezes a uma avaliaccedilatildeo subjetiva e focada somente na

cicatrizaccedilatildeo da ferida mas sem uma fundamentaccedilatildeo profilaacutetica adequada para cada caso

22

(ROGENSKI SANTOS 2005) A partir dessa e outras necessidades quanto agrave seguranccedila

do paciente o Ministeacuterio da Sauacutede lanccedilou a portaria nordm 529 de 1ordm de abril de 2013 que

institui o Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente ndash PNSP Nesta portaria ficou

instituiacutedo um Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP (CIPNSP) ao qual foi designado

promover accedilotildees que visem agrave melhoria da seguranccedila do cuidado em sauacutede por meio da

elaboraccedilatildeo consensual e validaccedilatildeo de protocolos em sauacutede entre os diversos membros

que participam do CIPNSP entre eles CFM COFEN ANVISA e Fiocruz (BRASIL

2013b) Alguns meses depois foi lanccedilado pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Protocolo para

Prevenccedilatildeo de Uacutelcera por Pressatildeo (BRASIL 2013a) de acordo com a Portaria nordm 1377

de 9 de julho de 2013 que aprovou esse e outros protocolos de seguranccedila do paciente

(BRASIL 2013c)

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar

O Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID) eacute uma modalidade de internaccedilatildeo

extra-hospitalar que assiste a pacientes que necessitam de cuidados especiais de sauacutede

mas que podem permanecer internados em seu domiciacutelio O PID objetiva a

desospitalizaccedilatildeo humanizada eficaz e de qualidade com foco nas atividades de

promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede representando uma estrateacutegia na reversatildeo do atual

modelo hospitalocecircntrico (BRASIL 2008 MARTELLI et al 2011)

A melhor utilizaccedilatildeo do siacutetio hospitalar eacute um desafio para os atuais sistemas de

sauacutede com a otimizaccedilatildeo de recursos hospitalares e reduccedilatildeo de internaccedilotildees evitaacuteveis Em

resposta a esta demanda houve um ato na consolidaccedilatildeo da atual Poliacutetica de Atenccedilatildeo

Domiciliar com o lanccedilamento da Portaria 2527 de 27 de Outubro de 2011 que

regularizou o Programa Melhor em Casa e definiu a Atenccedilatildeo Domiciliar como nova

modalidade de atenccedilatildeo agrave sauacutede substitutiva ou complementar agraves jaacute existentes

caracterizada por um conjunto de accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento

de doenccedilas e reabilitaccedilatildeo prestadas em domiciacutelio com garantia de continuidade de

cuidados e integrada agraves redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 2011 2012b)

Os NRADrsquos satildeo Nuacutecleos Regionais de Atenccedilatildeo Domiciliar que nasceram no DF

a partir da necessidade de se implantar o PID eles estatildeo vinculados agraves Regionais de

Sauacutede das cidades sateacutelites conforme a organizaccedilatildeo feita pela Secretaria de Estado de

Sauacutede do Distrito Federal (SES-DF) O DF eacute composto por 15 Nuacutecleos Regionais de

Atenccedilatildeo Domiciliar e um deles eacute o NRAD - Ceilacircndia (NRAD-CEI) cujo atendimento

23

abrange uma populaccedilatildeo de 402729 mil habitantes na referida cidade segundo dados do

censo de 2010 do IBGE De acordo com a Portaria nordm 25272011 que redefine a atenccedilatildeo

domiciliar no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) o ideal seria que cada Equipe

Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar (EMAD) atenda apenas um grupo populacional

de 100 mil habitantes As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes

Multidisciplinar de Apoio (EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede

na atenccedilatildeo domiciliar A Portaria nordm 15332012 altera e acrescenta alguns pontos agrave

Portaria nordm 25272011 estabelecendo que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil habitantes

o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio poderaacute

constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes Esta

portaria estabelece ainda que satildeo requisitos miacutenimos para a instalaccedilatildeo do Serviccedilo de

Atenccedilatildeo Domiciliar (SAD) que o municiacutepio apresente populaccedilatildeo igual ou superior a 40

mil habitantes possua cobertura do SAMU ou de algum outro tipo de serviccedilo moacutevel de

urgecircncia e possua um hospital referecircncia na sua aacuterea de abrangecircncia (BRASIL 2008

2011 2012a IBGE 2010)

A transiccedilatildeo epidemioloacutegica e demograacutefica tem causado grande impacto social

com repercussatildeo em diversas aacutereas como economia habitaccedilatildeo previdecircncia e sauacutede

Tais mudanccedilas exigem uma reengenharia multidimensional Particularmente na sauacutede eacute

preciso empreender e fortalecer poliacuteticas puacuteblicas que viabilizem os princiacutepios e

diretrizes do SUS Neste cenaacuterio a Atenccedilatildeo Domiciliar tem se consolidado na reversatildeo

do atual modelo de sauacutede centrado nos hospitais para uma modalidade de accedilotildees

desenvolvidas no domiciacutelio por uma equipe multiprofissional a partir do diagnoacutestico da

realidade em que o paciente estaacute inserido considerando seus potenciais e limitaccedilotildees A

Atenccedilatildeo Domiciliar visa agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao paciente minimizando ou controlando

as sequelas de condiccedilotildees crocircnicas de maneira a favorecer o restabelecimento de sua

independecircncia e a preservaccedilatildeo de sua autonomia (BRASIL 2008 MENDES 2011

MENDES 2012)

Diante do exposto sobre a atenccedilatildeo domiciliar e da mudanccedila na piracircmide etaacuteria

do Brasil nos uacuteltimos anos considera-se que o aumento da populaccedilatildeo idosa e

consequentemente a elevaccedilatildeo no nuacutemero de casos de doenccedilas crocircnicas tornam as accedilotildees

desenvolvidas pelas equipes multiprofissionais do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

(PID) e do Programa de Oxigenoterapia Domiciliar (POD) como ferramentas essenciais

para impulsionar o Programa Melhor em Casa e fortalecer a Poliacutetica Nacional de

Humanizaccedilatildeo aleacutem de contribuir consideravelmente na reduccedilatildeo dos custos hospitalares

24

e na disponibilizaccedilatildeo de leitos em hospitais puacuteblicos para pacientes em estado instaacutevel

que necessitam de monitoramento contiacutenuo Os NRADrsquos vecircm proporcionando entre

outras coisas uma seacuterie de cuidados paliativos aos pacientes do SUS que podem

permanecer internados em domiciacutelio e que satildeo portadores de doenccedilas crocircnicas graves

estaacuteveis tais como Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica (DPOC) sequela de Acidente

Vascular Cerebral (AVC) cacircncer (CA) e diversos distuacuterbios crocircnicos degenerativos

agravos estes que podem acabar contribuindo para o aparecimento das uacutelceras por

pressatildeo como uma complicaccedilatildeo (BRASIL 2004 2012b)

4 METODOLOGIA

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva de abordagem quantitativa

desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes acometidos

por uacutelceras por pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2013

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada

ldquoMelhor em Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do

programa de internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por

portadores de doenccedilas crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade

de Ceilacircndia e foi autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede

do Governo do Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 (Anexo)

Enfatiza-se que foi respeitado os princiacutepios da Resoluccedilatildeo nordm4662012 no que se refere a

pesquisas com seres humanos (BRASIL 2012) Destaca-se que coordenador do projeto

e a chefia do NRAD-CEI autorizaram a utilizaccedilatildeo dos dados mediante termo de

consentimento livre e esclarecido (Apecircndice A) visto que o autor desta pesquisa foi

bolsista deste projeto e trabalhou na coleta de dados durante o periacuteodo de abril de 2012

a abril de 2013

Foram incluiacutedos dados de prontuaacuterios de pacientes acometidos por uacutelceras por

pressatildeo assistidos pelo NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio de 2009 a abril de 2013

somando-se amostra final de 82 prontuaacuterios pesquisados Os criteacuterios de exclusatildeo foram

pacientes natildeo acometidos por uacutelceras por pressatildeo pacientes natildeo assistidos pelo NRAD-

CEI periacuteodo anterior a maio de 2009 e posterior a abril de 2013 e prontuaacuterios com

dados insuficientes ou incompletos

Entre os benefiacutecios do presente estudo estatildeo o levantamento de informaccedilotildees que

posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos cuidados

multiprofissionais e especificamente de enfermagem para pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo no ambiente domiciliar Os riscos deste estudo consistiram em expor

informaccedilotildees dos pesquisados de forma a identificar a sua identidade desta forma este

risco foi minimizado devido agrave manutenccedilatildeo de sigilo com substituiccedilatildeo de nomes e natildeo

divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees que possam remeter a sua identificaccedilatildeo

A anaacutelise de dados se deu a partir do levantamento de dados consultados em

prontuaacuterios dos pacientes com instrumento de coleta (Apecircndice B) apoacutes realizada

26

tabulaccedilatildeo dos dados organizados eletronicamente por meio da criaccedilatildeo de planilhas em

arquivo do software de Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 210

Foi realizada uma anaacutelise exploratoacuteria dos dados (descritiva) as variaacuteveis numeacutericas

foram exploradas pelas medidas descritivas de centralidade (meacutedia) e de dispersatildeo

(miacutenimo maacuteximo e desvio padratildeo) e as variaacuteveis categoacutericas foram exploradas por

frequecircncias simples absolutas e percentuais A apresentaccedilatildeo dos dados foi organizada

por meio graacuteficos e tabelas

5 RESULTADOS

Foram avaliados na pesquisa os prontuaacuterios de 313 pacientes no entanto

somente 82 apresentaram registros de ocorrecircncia de UPs o que equivale ao

acometimento de 262 dos pacientes atendidos no NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio

de 2009 a abril de 2013

Dos 82 pacientes avaliados a idade meacutedia foi de 722 anos (DP=plusmn184 anos

Miacuten=10 anos Maacutex=98 anos) A maioria dos prontuaacuterios revisados demonstra que

827 da amostra satildeo idosos com faixa etaacuteria acima de 60 anos de idade Dentre os

pacientes identificados a tabela 1 demonstra que a maior representatividade foi 329

dos pacientes entre 80-89 anos 292 de 70-79 anose a menor foi de 48 entre 50-59

anos

Quanto agrave variaacutevel sexo percebe-se uma frequecircncia proacutexima entre os

sexos525masculino e475 feminino No entanto relacionando-se a variaacutevel sexo

com a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por paciente nota-se que os usuaacuterios do sexo

masculino com duas trecircs quatro cinco ou mais UPs apresentaram de discreta a elevada

predominacircncia em niacutevel crescente (563 579 629 e 667 respectivamente)

quando comparados agraves usuaacuterias do sexo feminino As pacientes do sexo feminino

apresentaram valores superiores aos homens (63) apenas quando se trata de

pacientesacometidos por apenas uma uacutenica UP (Tabela 1)

Dentre os pacientes atendidos na atenccedilatildeo domiciliar identificou-se que 952

dos usuaacuterios com UPs fazem parte do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID)

enquanto apenas 48 estatildeo vinculados ao Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

(POD)

No que se refere agrave situaccedilatildeo dos pacientes atendidos pelo NRAD entre os anos de

2009 a 2013 a maioria 658 dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito 245

permaneceu internado na atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia e apenas 97 receberam alta

da equipe do PID ou POD

28

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF segundo a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por usuaacuterio

maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS NUacuteMERO DE UacuteLCERAS POR PRESSAtildeO

1 UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

n n n n n n

27 329 16 195 19 231 8 97 12 146 82 100

FAIXA ETAacuteRIA

10- 49 anos 2 74 1 63 2 105 1 125 4 333 10 121

50-59 anos 1 37 1 63 2 105 - - - - 4 48

60-69 anos 3 111 1 63 3 158 2 25 1 83 10 121

70-79 anos 11 407 5 313 2 105 4 50 2 167 24 292

80-89 anos 7 259 6 375 9 474 1 125 4 333 27 329

ge 90 anos 3 111 2 125 1 53 - - 1 83 7 85

SEXO

Masculino 10 37 9 563 11 579 5 625 8 667 43 525

Feminino 17 63 7 437 8 421 3 375 4 333 39 475

PROGRAMA

PID 24 888 15 938 19 100 8 100 12 100 78 952

POD 3 112 1 62 - - - - - - 4 48

EVOLUCcedilAtildeO

Internado 7 259 4 25 5 263 2 25 2 167 20 245

Alta 2 74 2 125 1 53 2 25 1 83 8 97

Oacutebito 18 667 10 625 13 684 4 50 9 75 54 658

Uacutelcera por pressatildeo Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

A pesquisa identificou que a quantidade meacutedia de UPs na admissatildeo do paciente

eacute de aproximadamente duas lesotildees e a quantidade total de UPs no decorrer da internaccedilatildeo

eacute em meacutedia 25 UPs por paciente No que tange agrave quantidade de UPs por paciente a

maior representatividade foi dos pacientes com apenas uma lesatildeo (329) e o menor

percentual (97) foi referente aos pacientes com quatro lesotildees simultacircneas

Outra variaacutevel interessante eacute sobre o tempo de permanecircncia dos pacientes nos

programas de internaccedilatildeo do NRAD-Ceilacircndia sendo o tempo meacutedio de 3877 dias o

29

que equivale a pouco mais de 1 ano de internaccedilatildeo por paciente com miacutenimo de 4 dias e

maacuteximo de 1520 dias equivalente a pouco mais de 4 anos (Tabela 2)

Tabela 2- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS MEacuteDIA DP MIacuteNIMO MAacuteXIMO

Idade 722 184 10 98

Tempo de permanecircncia do

paciente no NRAD (dias) 3877 3961 4 1520

Quantidade de UPs na admissatildeo 21 16 0 7

Quantidade de UPs por paciente 25 15 1 7

Desvio Padratildeo

De acordo com a tabela 3 percebe-se que 804 dos pacientes possuem como

diagnoacutestico principal algum tipo de agravo em sauacutede relacionado ao sistema

neuroloacutegico Outros 17 possuem algum diagnoacutestico oncoloacutegico (CA hepaacutetico

prostaacutetico uterino bexiga metaacutestase oacutessea entre outros) apenas 13 com agravo

respiratoacuterio e 13 com agravo osteomuscular

Considerando os 804 de pacientes com algum agravo neuroloacutegico os

principais diagnoacutesticos encontrados foram sequela AVC (658) Dentre estes 561

com AVC como diagnoacutestico uacutenico e os demais pacientes que representam 97

possuiacuteam sequela de AVC associada a outras doenccedilas entre elas Parkinson Alzheimer

e Encefalopatia anoacutexica Ainda dentro do rol de outros problemas neuroloacutegicos (146)

tambeacutem foi possiacutevel encontrar Siacutendrome de Rasmussen Siacutendrome de Devic Demecircncia

Senil Esclerose Muacuteltipla Paralisia Cerebral Lesatildeo Espinomedular (Tetraplegia) e

Alzheimer (Tabela 3)

Como diagnoacutestico secundaacuterio 39 dos pacientes tambeacutem eram acometidos com

HAS e 232 com DM Sendo que destes 134 apresentaram HAS e DM

simultaneamente Outros pacientes apresentaram ainda desnutriccedilatildeo crocircnica e fratura do

fecircmur 61 cada (Tabela 3)

30

Tabela 3-Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

DIAGNOacuteSTICO PRINCIPAL n

Agravos Neuroloacutegicos 66 804

Agravos Neoplaacutesicos 14 17

Agravos Respiratoacuterios 1 13

Agravos Osteomusculares 1 13

COMORBIDADES n

Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) 32 39

Diabetes Mellitus(DM) tipo I ou II 19 232

Desnutriccedilatildeo Crocircnica 5 61

Fratura de fecircmur 5 61

DPOC 3 36

Outros agravos 18 22

Dos agravos neuroloacutegicos 658 eram sequelas de AVC Destes 134 apresentavam diagnoacutestico

de DM e HAS concomitantemente

Em uma visatildeo geral diante dos dados da tabela 4 nota-se que a assistecircncia de

enfermagem no tratamento das UPs gerou resolutividade em 378 dos pacientes 22

apresentou melhora da UPs e apenas 85 apresentaram quadro de piora Referente ao

nuacutemero de UPs os pacientes que apresentaram maiores percentis de piora 25 e de

manutenccedilatildeo da UP 50 foram aqueles que possuiacuteam quantidade igual ou superior a

cinco UPs

Do total da amostra 158 apresentaram infecccedilatildeo em alguma UP durante

determinado momento do tratamento Eacute interessante perceber que quanto maior a

quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de infecccedilatildeo na ferida Identifica-

se isso em 211 dos usuaacuterios com trecircs UPs 25 com quatro UPs e 333 dos

pacientes com cinco ou mais lesotildees que apresentaram infecccedilatildeo na ferida (Tabela 4)

Apenas 6 dos clientes apresentaram em algum momento reabertura de lesotildees

jaacute anteriormente resolvidas Tambeacutem seguindo a mesma loacutegica das infecccedilotildees de feridas

nota-se que quanto maior a quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de

reabertura de lesotildees isto foi possiacutevel identificar nos resultados que evidenciam que

105 dos pacientes com trecircs lesotildees 125 dos clientes com quatro lesotildees e 167

daqueles com cinco ou mais lesotildees apresentaram reabertura de UP (Tabela 4)

31

Tabela 4 - Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do

Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013

1UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

DESFECHO

DAS UPs

PACIENTE

n n n n n n

Cicatrizada 15 556 7 438 6 316 3 375 - - 31 378

Melhora 3 111 5 313 6 316 1 125 3 25 18 22

Piora 1 37 1 63 1 53 1 125 3 25 7 85

Mantida 8 296 3 188 6 316 3 375 6 50 26 317

INFECCcedilAtildeO

Sim 2 74 1 63 4 211 2 25 4 333 13 158

Natildeo 25 926 15 937 15 789 6 75 8 667 69 842

REABERTURA

Sim - - - - 2 105 1 125 2 167 5 6

Natildeo 27 100 16 100 17 895 7 875 10 833 77 94

ADMISSAtildeO

Com UP 20 741 12 75 19 100 8 100 12 100 71 865

Sem UP 7 259 4 25 - - - - - - 11 135

QUANTIDADE

UPs na

admissatildeo

1 UP 20 741 3 188 1 53 2 25 - - 26 317

2UPs - - 9 563 3 158 1 125 - - 13 158

3UPs - - - - 15 789 1 125 2 167 18 22

4UPs - - - - - - 4 50 1 83 5 6

5UPs - - - - - - - - 6 50 6 73

6UPs - - - - - - - - 2 167 2 24

7UPs - - - - - - - - 1 83 1 12

Vale ressaltar que segundo o resultado da pesquisa 865 destes pacientes

atendidos pelo NRAD jaacute foram admitidos com a presenccedila de UPs Somente 135 dos

usuaacuterios que passaram pela atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia desenvolveram UPs apoacutes a

admissatildeo em um dos programas natildeo ultrapassando a quantidade de duas UPs por

paciente Dos 865 de pacientes que jaacute foram internados em domiciacutelio com UP 317

apresentavam apenas uma UP na admissatildeo 22 com trecircs UPs e 12 com sete UPs jaacute

desde a admissatildeo conforme visualizado na figura 1

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

1 INTRODUCcedilAtildeO

As uacutelceras por pressatildeo (UPs) satildeo lesotildees de uma aacuterea localizada na pele e dos

tecidos subjacentes causadas por pressatildeo tensatildeo tangencial fricccedilatildeo eou uma

combinaccedilatildeo destes fatores As UPs tambeacutem estatildeo associadas a outros fatores

contribuintes cujo papel ainda natildeo se encontra totalmente esclarecidos no

acometimento (EPUAP 2011) As UPs custam e afetam milhotildees de pacientes nos

domiciacutelios nos centros de sauacutede e nas instituiccedilotildees hospitalares (LOURO et al 2007)A

Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) utiliza a prevalecircncia e incidecircncia das UPs como

indicadores para determinar a qualidade dos cuidados prestados (SOARES et al 2011)

Alguns dados recentes descrevem a epidemiologia das UPs entre os encontrados

estaacute um estudo realizado nas unidades de cliacutenica meacutedica e ciruacutergica em um hospital

puacuteblico de Uberaba-MG que aponta um grupo com idade meacutedia acima de 50 anos

sendo que natildeo houve diferenccedila significativa entre sexo masculino e feminino

predominando em pacientes de cor branca (SILVIA et al 2011) Haacute afirmaccedilotildees que a

pele negra tem maior resistecircncia agrave agressatildeo externa causada pela umidade e fricccedilatildeo

somado agrave dificuldade em identificar lesotildees de grau I em indiviacuteduos negros (MORO et

al 2007) Uma pesquisa realizada em Unidade de Terapia Intensiva Cliacutenicas Meacutedica e

Ciruacutergica de um hospital em Joatildeo Pessoa-PB demonstrou que as UPs tiveram

prevalecircncia de 71 no sexo feminino 428 em pacientes com idade acima de 59 anos

e 40 com doenccedilas crocircnicas degenerativas (ARAUacuteJO et al 2010)

Outro estudo realizado sobre assistecircncia domiciliar em Fortaleza-CE apresentou

a ocorrecircncia de UPs com predominacircncia de 692 em pacientes do sexo feminino e

68 em idosos acima de 80 anos de idade As principais comorbidades predisponentes

ao aparecimento de UPs foram a doenccedila de Alzheimer em 33 dos pacientes e sequelas

de Acidente Vascular Cerebral em 263 dos pacientes sendo que do total 263 eram

hipertensos e 119 eram diabeacuteticos fatores que prejudicam o processo cicatricial da

ferida (COEcircLHO et al 2012) Haacute tambeacutem pesquisas que obtiveram como resultado

incidecircncia maior no sexo masculino 882 em Unidade de Urgecircncia e Emergecircncia do

estado do Paraacute e confirmando prevalecircncia elevada de 588 em idosos acima de 60

anos (SOARES et al 2011)

Entre os principais fatores de risco associados ao aparecimento de UPs estatildeo

fatores bioloacutegicos como idade avanccedilada nutriccedilatildeo desequilibrada hiporexia anorexia

16

processos infecciosos diversas patologias integridade da pele prejudicada (umidade

excessiva ou ressecamento extremo) incontinecircncia urinaacuteria e fecal e fatores fiacutesicos e

mecacircnicos como atritos abrasotildees traumasimobilidade falta da mudanccedila de decuacutebito

etc Similarmente ao paciente que tem diminuiccedilatildeo do niacutevel de consciecircncia o paciente

imoacutevel tambeacutem natildeo alivia a pressatildeo nas regiotildees de proeminecircncias oacutesseas mantendo

assim os fatores de intensidade e duraccedilatildeo da pressatildeo como a maior causa do

desenvolvimento da lesatildeo (MORO et al 2007STUDART et al 2011)

Soares et al (2011) afirmam que as lesotildees por pressatildeo representam uma das

principais complicaccedilotildees que acometem pacientes criacuteticos institucionalizados devido agrave

exposiccedilatildeo aos fatores predisponentes para UPs e devido a ocorrecircncia de procedimentos

ciruacutergicos de longa duraccedilatildeo

Segundo a OMS cerca de 95 das UPs satildeo evitaacuteveis por isso eacute imprescindiacutevel

que sejam utilizados todos os meios disponiacuteveis para realizar uma prevenccedilatildeo eficaz

aleacutem do tratamento das UPs jaacute estabelecidas (SOARES et al 2011) As orientaccedilotildees

relacionadas aos cuidados e prevenccedilatildeo de UPs satildeo essenciais para o bom prognoacutestico do

paciente acometido por UPs Entre as principais orientaccedilotildees para esses pacientes estatildeo

mudanccedila de decuacutebito a cada duas horas manter lenccediloacuteis secos e esticados colchotildees

articulados nutriccedilatildeo adequada hidrataccedilatildeo da pele entre outros (LOURO et al 2007)

No acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar poucos estudos cientiacuteficos relatam a

frequecircncia de uacutelceras por pressatildeo entre os pacientes talvez isso se deva ao fato de

atenccedilatildeo domiciliar no Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) ser uma modalidade recente

Mesmo apoacutes a publicaccedilatildeo da portaria que instituiu a atenccedilatildeo domiciliar muitos lugares

no Brasil ainda demoraram a implementaacute-la por questotildees de organizaccedilatildeo de espaccedilo

fiacutesico formaccedilatildeo de equipes e disponibilizaccedilatildeo de recursos aleacutem disso soma-se o fato de

que muitas cidades brasileiras ainda natildeo tenham implementado essa modalidade de

atenccedilatildeo por essas e outras dificuldades proacuteprias (SILVA et al 2005) Gargano et al

(2004) aponta que 65 dos pacientes de um programa de atenccedilatildeo domiciliar no sul do

Brasil apresentaram como motivo de internaccedilatildeo a presenccedila de infecccedilotildees cutacircneas

Bendo et al (2005) descrevem as UPs como diagnoacutestico principal em 17 dos

pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de Cascavel (MG) Outro estudo mais

recente aponta que entre um grupo de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de

Ribeiratildeo Preto (SP) 191 apresentavam uacutelcera por pressatildeo (CHAYAMITI CALIRI

2010) Atraveacutes das evidecircncias destes estudos fica claro tambeacutem que as UPs tecircm

prevalecircncia maior em idosos por conta da proacutepria natureza dessa faixa etaacuteria que estaacute

17

associada ao aparecimento de doenccedilas crocircnicas que muitas vezes ocasionam a reduccedilatildeo

da mobilidade fiacutesica favorecendo o aparecimento das UPs Quanto agrave ocupaccedilatildeo alguns

estudos demonstram frequecircncia acima de 90 em aposentados ou pensionistas Aleacutem

disso ficouevidenciado ainda nestes estudos a frequecircncia maior de UPs no sexo

feminino Ressalta-se que aspectos relativos agrave estrutura familiar e aquela proporcionada

pelos serviccedilos de atenccedilatildeo domiciliar devem ser investigados com maior atenccedilatildeo para

que melhor se compreenda o problema (GARGANO et al 2004 BENDO et al 2005

CHAYAMITI CALIRI 2010 COEcircLHO et al 2012)

A internaccedilatildeo domiciliar eacute uma modalidade de atenccedilatildeo implantada pelo SUS que

visa atender pacientes crocircnicos em estado grave estaacutevel eou em cuidados paliativos

Um dos seus principais focos eacute a desospitalizaccedilatildeo e a humanizaccedilatildeo do cuidado No

Distrito Federal o projeto de implantaccedilatildeo do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar soacute foi

publicado em 2008 baseado nas diretrizes operacionais doPlano Diretor de

Regionalizaccedilatildeo da Assistecircncia do Distrito Federal2005 nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo2006 do CITCONASS na PoliacuteticaNacional de

Humanizaccedilatildeo e na Portaria ndeg 25292006 do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004

2005 2006a 2006b 2008)

Nesse sentido enfatiza-se o cuidado com a UP que deve ser realizado por uma

equipe multiprofissional Os principais profissionais que devem compor a equipe

multiprofissional no acircmbito da Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo o enfermeiro o teacutecnico de

enfermagem o assistente social o odontologista o meacutedico o nutricionista o psicoacutelogo

o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional Eacute importante ressaltar que aleacutem da situaccedilatildeo

cliacutenica comprometida e da dependecircncia para realizar as atividades diaacuterias um dos

principais criteacuterios para admissatildeo no programa eacute a existecircncia de um cuidador que fique

responsaacutevel pelo paciente no ambiente domiciliar esse cuidador pode ser simplesmente

algueacutem da famiacutelia ou uma pessoa que tenha feito um curso de capacitaccedilatildeo para

cuidador A participaccedilatildeo da famiacutelia no cuidado eacute fundamental pois este programa natildeo

funciona como um Home Care A assistecircncia eacute prestada apenas na forma de visitas

domiciliares durante a semana e por acompanhamento telefocircnico sendo assim a equipe

multiprofissional habilita a famiacuteliacuidador a prestar os cuidados necessaacuterios de acordo

com os seus conhecimentos teacutecnicos e suas capacidades (BRASIL 2008 2012b)

Chama-se atenccedilatildeo para cuidado domiciliar com vistas a ser desenvolvido nestes

pacientes O cuidado domiciliar tem se mostrado efetivo na resposta agraves demandas de

indiviacuteduos dependentes para Atividades de Vida Diaacuteria (AVD) oferecendo aleacutem da

18

estabilidade cliacutenica pelos cuidados de sauacutede no domiciacutelio a dignidade e conforto

preconizados pela Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) do Ministeacuterio da Sauacutede ndash

MS (BRASIL 2004 2012b)

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Descrever o perfil dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar

assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Identificar o percentil de ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo em pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar na cidade de Ceilacircndia (DF) no periacuteodo avaliado

Descrever caracteriacutesticas cliacutenico-demograacuteficas dos pacientes com uacutelceras por

pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

Caracterizar o perfil das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes estudados na Atenccedilatildeo

Domiciliar

Verificar o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na

Atenccedilatildeo Domiciliar

Identificar a resolutividade do tratamento referente agraves uacutelceras por pressatildeo no

acircmbito domiciliar

Verificar a quantidade de visitas domiciliares de enfermagem aos pacientes

acometidos por uacutelceras por pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Uacutelcera por pressatildeo

A UP eacute uma complicaccedilatildeo frequente em pacientes internados tanto na atenccedilatildeo

hospitalar como domiciliar Pacientes acometidos por morbidades que levam agrave

imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como idade avanccedilada

desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele quadro de sauacutede

deficiente anemia possiacuteveis edemas incontinecircncia urinaacuteria por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento desse tipo de lesotildees cutacircneas ocasionadas pela fricccedilatildeo eou

pressatildeo da pele contra o leito comumente em pontos proacuteximos as proeminecircncias oacutesseas

como p ex regiatildeo trocanteacuterica sacral e calcacircneo ou em aacutereas onde o tecido adiposo

subcutacircneo eacute escasso Com isso haacute reduccedilatildeo na circulaccedilatildeo perifeacuterica do sangue em aacutereas

sob pressatildeo acarretando em maacute perfusatildeo tecidual e consequentemente surgimento de

feridas (LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012)

O aparecimento de UPs eacute um problema tanto para a qualidade de vida do

paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais

provindos de recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria

famiacutelia do paciente (BRASIL 2013a)

Existe uma classificaccedilatildeo publicada pela European Pressure Ulcer Advisory

Panel (EPUAP) que auxilia o enfermeiro no estadiamento das UPs esta classificaccedilatildeo

contribui para estabelecer o perfil de ferida e possibilitaa definiccedilatildeo de uma estrateacutegia de

cuidados para tratamento evitando recorrecircncia e o aparecimento de outras feridas A

classificaccedilatildeo define o estadiamento em Grau I ndash eritema natildeo branqueaacutevel em pele

intacta a lesatildeo precursora da pele Em pacientes de pele escura o calor o edema e o

endurecimento da regiatildeo tambeacutem podem ser indicadores Grau II ndash perda parcial da

pele que envolve a epiderme a derme ou ambas Grau III ndash perda de espessura total da

pele podendo incluir lesotildees ou mesmo necrose do tecido subcutacircneo com extensatildeo ateacute

a faacutescia subjacente mas natildeo atraveacutes dessa Grau IV ndash destruiccedilatildeo extensa necrose dos

tecidos ou lesatildeo muscular eou exposiccedilatildeo oacutessea ou das estruturas de apoio Grau ldquonatildeo

estadiaacutevelrdquo - perda tissular de espessura completa em que a base da uacutelcera estaacute coberta

por crosta (amarela marrom-claro cinza verde ou castanha) eou escara (marrom-claro

21

castanha ou negra) Sendo assim ateacute que a pele macerada eou necrosada seja removida

expondo a base da ferida a profundidade verdadeira e o grau natildeo podem ser

determinados (EPUAP 2011)

Atualmente existem diversos instrumentos de medidas e escalas que avaliam e

classificam o risco de pacientes desenvolverem UPs Entre os mais conhecidos e

utilizados estaacute a escala de Braden que avalia o risco de UP focalizando no cuidado agrave

pele com accedilotildees terapecircuticas preventivas e de educaccedilatildeo em sauacutede aleacutem de abordar

sobre a superfiacutecie de suporte e aliacutevio de carga mecacircnica A escala de Braden jaacute foi

testada e validada em diversos paiacuteses e eacute considerada de grande confiabilidade aleacutem de

possuir faacutecil utilizaccedilatildeo e vasta aceitaccedilatildeo tanto pelos enfermeiros como pelos proacuteprios

pacientes No entanto eacute importante ressaltar que haacute outras escalas bastante conhecidas

como p ex a escala de Norton a escala de Gosnell e a escala de Waterlow (ARAUacuteJO

et al 2010 COEcircLHO et al 2012)

Coecirclho et al (2012 p41) explica ainda de maneira bastante clara como estaacute

estruturada e organizada a escala de Braden e quais fatores satildeo avaliados em cada item

Sua organizaccedilatildeo baseia-se na fisiopatogenia da UP Assim eacute composta por

seis subescalas as quais avaliam a percepccedilatildeo sensorial a umidade da pele a

atividade a mobilidade o estado nutricional a fricccedilatildeo e o cisalhamento Das

seis subescalas trecircs medem determinantes cliacutenicos de exposiccedilatildeo para pressatildeo

prolongada e intensa (percepccedilatildeo sensorial atividade e mobilidade) e trecircs

mensuram a toleracircncia do tecido agrave pressatildeo (umidade nutriccedilatildeo fricccedilatildeo e

cisalhamento) Cada subescala eacute acompanhada de um tiacutetulo e cada niacutevel de

um conceito descritor-chave aleacutem de uma ou duas frases descrevendo ou

qualificando os atributos a serem avaliados

Arauacutejo et al (2010) referem que a escala de Braden pode variar de 4 a 23

pontos Escores abaixo de 11 pontos indicam alto risco para desenvolver UPs

pontuaccedilatildeo entre 11 e 16 aponta risco moderado e igual ou superior a 16 pontos eacute

considerado como pequeno risco para o aparecimento de UPs

Na Europa e Aacutesia encontram-se mais de 40 protocolos relacionados agrave prevenccedilatildeo

e ao tratamento de feridas e UPs (ARAUacuteJO et al 2011) No entanto ateacute recentemente

dentro do contexto de sauacutede brasileira ainda natildeo havia uma padronizaccedilatildeo da atenccedilatildeo ou

mesmo um protocolo oficial rotina de trabalho etc que auxiliasse a atuaccedilatildeo do

enfermeiro diante do surgimento de feridas e prevenccedilatildeo de uacutelceras por pressatildeo o que

pode levar o mesmo algumas vezes a uma avaliaccedilatildeo subjetiva e focada somente na

cicatrizaccedilatildeo da ferida mas sem uma fundamentaccedilatildeo profilaacutetica adequada para cada caso

22

(ROGENSKI SANTOS 2005) A partir dessa e outras necessidades quanto agrave seguranccedila

do paciente o Ministeacuterio da Sauacutede lanccedilou a portaria nordm 529 de 1ordm de abril de 2013 que

institui o Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente ndash PNSP Nesta portaria ficou

instituiacutedo um Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP (CIPNSP) ao qual foi designado

promover accedilotildees que visem agrave melhoria da seguranccedila do cuidado em sauacutede por meio da

elaboraccedilatildeo consensual e validaccedilatildeo de protocolos em sauacutede entre os diversos membros

que participam do CIPNSP entre eles CFM COFEN ANVISA e Fiocruz (BRASIL

2013b) Alguns meses depois foi lanccedilado pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Protocolo para

Prevenccedilatildeo de Uacutelcera por Pressatildeo (BRASIL 2013a) de acordo com a Portaria nordm 1377

de 9 de julho de 2013 que aprovou esse e outros protocolos de seguranccedila do paciente

(BRASIL 2013c)

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar

O Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID) eacute uma modalidade de internaccedilatildeo

extra-hospitalar que assiste a pacientes que necessitam de cuidados especiais de sauacutede

mas que podem permanecer internados em seu domiciacutelio O PID objetiva a

desospitalizaccedilatildeo humanizada eficaz e de qualidade com foco nas atividades de

promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede representando uma estrateacutegia na reversatildeo do atual

modelo hospitalocecircntrico (BRASIL 2008 MARTELLI et al 2011)

A melhor utilizaccedilatildeo do siacutetio hospitalar eacute um desafio para os atuais sistemas de

sauacutede com a otimizaccedilatildeo de recursos hospitalares e reduccedilatildeo de internaccedilotildees evitaacuteveis Em

resposta a esta demanda houve um ato na consolidaccedilatildeo da atual Poliacutetica de Atenccedilatildeo

Domiciliar com o lanccedilamento da Portaria 2527 de 27 de Outubro de 2011 que

regularizou o Programa Melhor em Casa e definiu a Atenccedilatildeo Domiciliar como nova

modalidade de atenccedilatildeo agrave sauacutede substitutiva ou complementar agraves jaacute existentes

caracterizada por um conjunto de accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento

de doenccedilas e reabilitaccedilatildeo prestadas em domiciacutelio com garantia de continuidade de

cuidados e integrada agraves redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 2011 2012b)

Os NRADrsquos satildeo Nuacutecleos Regionais de Atenccedilatildeo Domiciliar que nasceram no DF

a partir da necessidade de se implantar o PID eles estatildeo vinculados agraves Regionais de

Sauacutede das cidades sateacutelites conforme a organizaccedilatildeo feita pela Secretaria de Estado de

Sauacutede do Distrito Federal (SES-DF) O DF eacute composto por 15 Nuacutecleos Regionais de

Atenccedilatildeo Domiciliar e um deles eacute o NRAD - Ceilacircndia (NRAD-CEI) cujo atendimento

23

abrange uma populaccedilatildeo de 402729 mil habitantes na referida cidade segundo dados do

censo de 2010 do IBGE De acordo com a Portaria nordm 25272011 que redefine a atenccedilatildeo

domiciliar no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) o ideal seria que cada Equipe

Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar (EMAD) atenda apenas um grupo populacional

de 100 mil habitantes As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes

Multidisciplinar de Apoio (EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede

na atenccedilatildeo domiciliar A Portaria nordm 15332012 altera e acrescenta alguns pontos agrave

Portaria nordm 25272011 estabelecendo que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil habitantes

o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio poderaacute

constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes Esta

portaria estabelece ainda que satildeo requisitos miacutenimos para a instalaccedilatildeo do Serviccedilo de

Atenccedilatildeo Domiciliar (SAD) que o municiacutepio apresente populaccedilatildeo igual ou superior a 40

mil habitantes possua cobertura do SAMU ou de algum outro tipo de serviccedilo moacutevel de

urgecircncia e possua um hospital referecircncia na sua aacuterea de abrangecircncia (BRASIL 2008

2011 2012a IBGE 2010)

A transiccedilatildeo epidemioloacutegica e demograacutefica tem causado grande impacto social

com repercussatildeo em diversas aacutereas como economia habitaccedilatildeo previdecircncia e sauacutede

Tais mudanccedilas exigem uma reengenharia multidimensional Particularmente na sauacutede eacute

preciso empreender e fortalecer poliacuteticas puacuteblicas que viabilizem os princiacutepios e

diretrizes do SUS Neste cenaacuterio a Atenccedilatildeo Domiciliar tem se consolidado na reversatildeo

do atual modelo de sauacutede centrado nos hospitais para uma modalidade de accedilotildees

desenvolvidas no domiciacutelio por uma equipe multiprofissional a partir do diagnoacutestico da

realidade em que o paciente estaacute inserido considerando seus potenciais e limitaccedilotildees A

Atenccedilatildeo Domiciliar visa agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao paciente minimizando ou controlando

as sequelas de condiccedilotildees crocircnicas de maneira a favorecer o restabelecimento de sua

independecircncia e a preservaccedilatildeo de sua autonomia (BRASIL 2008 MENDES 2011

MENDES 2012)

Diante do exposto sobre a atenccedilatildeo domiciliar e da mudanccedila na piracircmide etaacuteria

do Brasil nos uacuteltimos anos considera-se que o aumento da populaccedilatildeo idosa e

consequentemente a elevaccedilatildeo no nuacutemero de casos de doenccedilas crocircnicas tornam as accedilotildees

desenvolvidas pelas equipes multiprofissionais do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

(PID) e do Programa de Oxigenoterapia Domiciliar (POD) como ferramentas essenciais

para impulsionar o Programa Melhor em Casa e fortalecer a Poliacutetica Nacional de

Humanizaccedilatildeo aleacutem de contribuir consideravelmente na reduccedilatildeo dos custos hospitalares

24

e na disponibilizaccedilatildeo de leitos em hospitais puacuteblicos para pacientes em estado instaacutevel

que necessitam de monitoramento contiacutenuo Os NRADrsquos vecircm proporcionando entre

outras coisas uma seacuterie de cuidados paliativos aos pacientes do SUS que podem

permanecer internados em domiciacutelio e que satildeo portadores de doenccedilas crocircnicas graves

estaacuteveis tais como Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica (DPOC) sequela de Acidente

Vascular Cerebral (AVC) cacircncer (CA) e diversos distuacuterbios crocircnicos degenerativos

agravos estes que podem acabar contribuindo para o aparecimento das uacutelceras por

pressatildeo como uma complicaccedilatildeo (BRASIL 2004 2012b)

4 METODOLOGIA

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva de abordagem quantitativa

desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes acometidos

por uacutelceras por pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2013

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada

ldquoMelhor em Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do

programa de internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por

portadores de doenccedilas crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade

de Ceilacircndia e foi autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede

do Governo do Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 (Anexo)

Enfatiza-se que foi respeitado os princiacutepios da Resoluccedilatildeo nordm4662012 no que se refere a

pesquisas com seres humanos (BRASIL 2012) Destaca-se que coordenador do projeto

e a chefia do NRAD-CEI autorizaram a utilizaccedilatildeo dos dados mediante termo de

consentimento livre e esclarecido (Apecircndice A) visto que o autor desta pesquisa foi

bolsista deste projeto e trabalhou na coleta de dados durante o periacuteodo de abril de 2012

a abril de 2013

Foram incluiacutedos dados de prontuaacuterios de pacientes acometidos por uacutelceras por

pressatildeo assistidos pelo NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio de 2009 a abril de 2013

somando-se amostra final de 82 prontuaacuterios pesquisados Os criteacuterios de exclusatildeo foram

pacientes natildeo acometidos por uacutelceras por pressatildeo pacientes natildeo assistidos pelo NRAD-

CEI periacuteodo anterior a maio de 2009 e posterior a abril de 2013 e prontuaacuterios com

dados insuficientes ou incompletos

Entre os benefiacutecios do presente estudo estatildeo o levantamento de informaccedilotildees que

posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos cuidados

multiprofissionais e especificamente de enfermagem para pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo no ambiente domiciliar Os riscos deste estudo consistiram em expor

informaccedilotildees dos pesquisados de forma a identificar a sua identidade desta forma este

risco foi minimizado devido agrave manutenccedilatildeo de sigilo com substituiccedilatildeo de nomes e natildeo

divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees que possam remeter a sua identificaccedilatildeo

A anaacutelise de dados se deu a partir do levantamento de dados consultados em

prontuaacuterios dos pacientes com instrumento de coleta (Apecircndice B) apoacutes realizada

26

tabulaccedilatildeo dos dados organizados eletronicamente por meio da criaccedilatildeo de planilhas em

arquivo do software de Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 210

Foi realizada uma anaacutelise exploratoacuteria dos dados (descritiva) as variaacuteveis numeacutericas

foram exploradas pelas medidas descritivas de centralidade (meacutedia) e de dispersatildeo

(miacutenimo maacuteximo e desvio padratildeo) e as variaacuteveis categoacutericas foram exploradas por

frequecircncias simples absolutas e percentuais A apresentaccedilatildeo dos dados foi organizada

por meio graacuteficos e tabelas

5 RESULTADOS

Foram avaliados na pesquisa os prontuaacuterios de 313 pacientes no entanto

somente 82 apresentaram registros de ocorrecircncia de UPs o que equivale ao

acometimento de 262 dos pacientes atendidos no NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio

de 2009 a abril de 2013

Dos 82 pacientes avaliados a idade meacutedia foi de 722 anos (DP=plusmn184 anos

Miacuten=10 anos Maacutex=98 anos) A maioria dos prontuaacuterios revisados demonstra que

827 da amostra satildeo idosos com faixa etaacuteria acima de 60 anos de idade Dentre os

pacientes identificados a tabela 1 demonstra que a maior representatividade foi 329

dos pacientes entre 80-89 anos 292 de 70-79 anose a menor foi de 48 entre 50-59

anos

Quanto agrave variaacutevel sexo percebe-se uma frequecircncia proacutexima entre os

sexos525masculino e475 feminino No entanto relacionando-se a variaacutevel sexo

com a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por paciente nota-se que os usuaacuterios do sexo

masculino com duas trecircs quatro cinco ou mais UPs apresentaram de discreta a elevada

predominacircncia em niacutevel crescente (563 579 629 e 667 respectivamente)

quando comparados agraves usuaacuterias do sexo feminino As pacientes do sexo feminino

apresentaram valores superiores aos homens (63) apenas quando se trata de

pacientesacometidos por apenas uma uacutenica UP (Tabela 1)

Dentre os pacientes atendidos na atenccedilatildeo domiciliar identificou-se que 952

dos usuaacuterios com UPs fazem parte do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID)

enquanto apenas 48 estatildeo vinculados ao Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

(POD)

No que se refere agrave situaccedilatildeo dos pacientes atendidos pelo NRAD entre os anos de

2009 a 2013 a maioria 658 dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito 245

permaneceu internado na atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia e apenas 97 receberam alta

da equipe do PID ou POD

28

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF segundo a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por usuaacuterio

maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS NUacuteMERO DE UacuteLCERAS POR PRESSAtildeO

1 UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

n n n n n n

27 329 16 195 19 231 8 97 12 146 82 100

FAIXA ETAacuteRIA

10- 49 anos 2 74 1 63 2 105 1 125 4 333 10 121

50-59 anos 1 37 1 63 2 105 - - - - 4 48

60-69 anos 3 111 1 63 3 158 2 25 1 83 10 121

70-79 anos 11 407 5 313 2 105 4 50 2 167 24 292

80-89 anos 7 259 6 375 9 474 1 125 4 333 27 329

ge 90 anos 3 111 2 125 1 53 - - 1 83 7 85

SEXO

Masculino 10 37 9 563 11 579 5 625 8 667 43 525

Feminino 17 63 7 437 8 421 3 375 4 333 39 475

PROGRAMA

PID 24 888 15 938 19 100 8 100 12 100 78 952

POD 3 112 1 62 - - - - - - 4 48

EVOLUCcedilAtildeO

Internado 7 259 4 25 5 263 2 25 2 167 20 245

Alta 2 74 2 125 1 53 2 25 1 83 8 97

Oacutebito 18 667 10 625 13 684 4 50 9 75 54 658

Uacutelcera por pressatildeo Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

A pesquisa identificou que a quantidade meacutedia de UPs na admissatildeo do paciente

eacute de aproximadamente duas lesotildees e a quantidade total de UPs no decorrer da internaccedilatildeo

eacute em meacutedia 25 UPs por paciente No que tange agrave quantidade de UPs por paciente a

maior representatividade foi dos pacientes com apenas uma lesatildeo (329) e o menor

percentual (97) foi referente aos pacientes com quatro lesotildees simultacircneas

Outra variaacutevel interessante eacute sobre o tempo de permanecircncia dos pacientes nos

programas de internaccedilatildeo do NRAD-Ceilacircndia sendo o tempo meacutedio de 3877 dias o

29

que equivale a pouco mais de 1 ano de internaccedilatildeo por paciente com miacutenimo de 4 dias e

maacuteximo de 1520 dias equivalente a pouco mais de 4 anos (Tabela 2)

Tabela 2- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS MEacuteDIA DP MIacuteNIMO MAacuteXIMO

Idade 722 184 10 98

Tempo de permanecircncia do

paciente no NRAD (dias) 3877 3961 4 1520

Quantidade de UPs na admissatildeo 21 16 0 7

Quantidade de UPs por paciente 25 15 1 7

Desvio Padratildeo

De acordo com a tabela 3 percebe-se que 804 dos pacientes possuem como

diagnoacutestico principal algum tipo de agravo em sauacutede relacionado ao sistema

neuroloacutegico Outros 17 possuem algum diagnoacutestico oncoloacutegico (CA hepaacutetico

prostaacutetico uterino bexiga metaacutestase oacutessea entre outros) apenas 13 com agravo

respiratoacuterio e 13 com agravo osteomuscular

Considerando os 804 de pacientes com algum agravo neuroloacutegico os

principais diagnoacutesticos encontrados foram sequela AVC (658) Dentre estes 561

com AVC como diagnoacutestico uacutenico e os demais pacientes que representam 97

possuiacuteam sequela de AVC associada a outras doenccedilas entre elas Parkinson Alzheimer

e Encefalopatia anoacutexica Ainda dentro do rol de outros problemas neuroloacutegicos (146)

tambeacutem foi possiacutevel encontrar Siacutendrome de Rasmussen Siacutendrome de Devic Demecircncia

Senil Esclerose Muacuteltipla Paralisia Cerebral Lesatildeo Espinomedular (Tetraplegia) e

Alzheimer (Tabela 3)

Como diagnoacutestico secundaacuterio 39 dos pacientes tambeacutem eram acometidos com

HAS e 232 com DM Sendo que destes 134 apresentaram HAS e DM

simultaneamente Outros pacientes apresentaram ainda desnutriccedilatildeo crocircnica e fratura do

fecircmur 61 cada (Tabela 3)

30

Tabela 3-Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

DIAGNOacuteSTICO PRINCIPAL n

Agravos Neuroloacutegicos 66 804

Agravos Neoplaacutesicos 14 17

Agravos Respiratoacuterios 1 13

Agravos Osteomusculares 1 13

COMORBIDADES n

Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) 32 39

Diabetes Mellitus(DM) tipo I ou II 19 232

Desnutriccedilatildeo Crocircnica 5 61

Fratura de fecircmur 5 61

DPOC 3 36

Outros agravos 18 22

Dos agravos neuroloacutegicos 658 eram sequelas de AVC Destes 134 apresentavam diagnoacutestico

de DM e HAS concomitantemente

Em uma visatildeo geral diante dos dados da tabela 4 nota-se que a assistecircncia de

enfermagem no tratamento das UPs gerou resolutividade em 378 dos pacientes 22

apresentou melhora da UPs e apenas 85 apresentaram quadro de piora Referente ao

nuacutemero de UPs os pacientes que apresentaram maiores percentis de piora 25 e de

manutenccedilatildeo da UP 50 foram aqueles que possuiacuteam quantidade igual ou superior a

cinco UPs

Do total da amostra 158 apresentaram infecccedilatildeo em alguma UP durante

determinado momento do tratamento Eacute interessante perceber que quanto maior a

quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de infecccedilatildeo na ferida Identifica-

se isso em 211 dos usuaacuterios com trecircs UPs 25 com quatro UPs e 333 dos

pacientes com cinco ou mais lesotildees que apresentaram infecccedilatildeo na ferida (Tabela 4)

Apenas 6 dos clientes apresentaram em algum momento reabertura de lesotildees

jaacute anteriormente resolvidas Tambeacutem seguindo a mesma loacutegica das infecccedilotildees de feridas

nota-se que quanto maior a quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de

reabertura de lesotildees isto foi possiacutevel identificar nos resultados que evidenciam que

105 dos pacientes com trecircs lesotildees 125 dos clientes com quatro lesotildees e 167

daqueles com cinco ou mais lesotildees apresentaram reabertura de UP (Tabela 4)

31

Tabela 4 - Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do

Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013

1UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

DESFECHO

DAS UPs

PACIENTE

n n n n n n

Cicatrizada 15 556 7 438 6 316 3 375 - - 31 378

Melhora 3 111 5 313 6 316 1 125 3 25 18 22

Piora 1 37 1 63 1 53 1 125 3 25 7 85

Mantida 8 296 3 188 6 316 3 375 6 50 26 317

INFECCcedilAtildeO

Sim 2 74 1 63 4 211 2 25 4 333 13 158

Natildeo 25 926 15 937 15 789 6 75 8 667 69 842

REABERTURA

Sim - - - - 2 105 1 125 2 167 5 6

Natildeo 27 100 16 100 17 895 7 875 10 833 77 94

ADMISSAtildeO

Com UP 20 741 12 75 19 100 8 100 12 100 71 865

Sem UP 7 259 4 25 - - - - - - 11 135

QUANTIDADE

UPs na

admissatildeo

1 UP 20 741 3 188 1 53 2 25 - - 26 317

2UPs - - 9 563 3 158 1 125 - - 13 158

3UPs - - - - 15 789 1 125 2 167 18 22

4UPs - - - - - - 4 50 1 83 5 6

5UPs - - - - - - - - 6 50 6 73

6UPs - - - - - - - - 2 167 2 24

7UPs - - - - - - - - 1 83 1 12

Vale ressaltar que segundo o resultado da pesquisa 865 destes pacientes

atendidos pelo NRAD jaacute foram admitidos com a presenccedila de UPs Somente 135 dos

usuaacuterios que passaram pela atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia desenvolveram UPs apoacutes a

admissatildeo em um dos programas natildeo ultrapassando a quantidade de duas UPs por

paciente Dos 865 de pacientes que jaacute foram internados em domiciacutelio com UP 317

apresentavam apenas uma UP na admissatildeo 22 com trecircs UPs e 12 com sete UPs jaacute

desde a admissatildeo conforme visualizado na figura 1

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

8 REFEREcircNCIAS

ALVES N DEANA NF O accediluacutecar refinado no tratamento da infecccedilatildeo por

pseudomonas sp em uacutelcera por pressatildeo Rev enferm UERJ Rio de Janeiro v 17 n

2 p194-197 abrjun 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwfacenfuerjbrv17n2v17n2a09pdfgt Acesso em outubro de 2014

ARAUacuteJO CRD et al A enfermagem e a utilizaccedilatildeo da escala de Braden em uacutelcera por

pressatildeo Rev enferm UERJ v18 n3 p359-364 2010 Disponiacutevel em

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

16

processos infecciosos diversas patologias integridade da pele prejudicada (umidade

excessiva ou ressecamento extremo) incontinecircncia urinaacuteria e fecal e fatores fiacutesicos e

mecacircnicos como atritos abrasotildees traumasimobilidade falta da mudanccedila de decuacutebito

etc Similarmente ao paciente que tem diminuiccedilatildeo do niacutevel de consciecircncia o paciente

imoacutevel tambeacutem natildeo alivia a pressatildeo nas regiotildees de proeminecircncias oacutesseas mantendo

assim os fatores de intensidade e duraccedilatildeo da pressatildeo como a maior causa do

desenvolvimento da lesatildeo (MORO et al 2007STUDART et al 2011)

Soares et al (2011) afirmam que as lesotildees por pressatildeo representam uma das

principais complicaccedilotildees que acometem pacientes criacuteticos institucionalizados devido agrave

exposiccedilatildeo aos fatores predisponentes para UPs e devido a ocorrecircncia de procedimentos

ciruacutergicos de longa duraccedilatildeo

Segundo a OMS cerca de 95 das UPs satildeo evitaacuteveis por isso eacute imprescindiacutevel

que sejam utilizados todos os meios disponiacuteveis para realizar uma prevenccedilatildeo eficaz

aleacutem do tratamento das UPs jaacute estabelecidas (SOARES et al 2011) As orientaccedilotildees

relacionadas aos cuidados e prevenccedilatildeo de UPs satildeo essenciais para o bom prognoacutestico do

paciente acometido por UPs Entre as principais orientaccedilotildees para esses pacientes estatildeo

mudanccedila de decuacutebito a cada duas horas manter lenccediloacuteis secos e esticados colchotildees

articulados nutriccedilatildeo adequada hidrataccedilatildeo da pele entre outros (LOURO et al 2007)

No acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar poucos estudos cientiacuteficos relatam a

frequecircncia de uacutelceras por pressatildeo entre os pacientes talvez isso se deva ao fato de

atenccedilatildeo domiciliar no Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) ser uma modalidade recente

Mesmo apoacutes a publicaccedilatildeo da portaria que instituiu a atenccedilatildeo domiciliar muitos lugares

no Brasil ainda demoraram a implementaacute-la por questotildees de organizaccedilatildeo de espaccedilo

fiacutesico formaccedilatildeo de equipes e disponibilizaccedilatildeo de recursos aleacutem disso soma-se o fato de

que muitas cidades brasileiras ainda natildeo tenham implementado essa modalidade de

atenccedilatildeo por essas e outras dificuldades proacuteprias (SILVA et al 2005) Gargano et al

(2004) aponta que 65 dos pacientes de um programa de atenccedilatildeo domiciliar no sul do

Brasil apresentaram como motivo de internaccedilatildeo a presenccedila de infecccedilotildees cutacircneas

Bendo et al (2005) descrevem as UPs como diagnoacutestico principal em 17 dos

pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de Cascavel (MG) Outro estudo mais

recente aponta que entre um grupo de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar no municiacutepio de

Ribeiratildeo Preto (SP) 191 apresentavam uacutelcera por pressatildeo (CHAYAMITI CALIRI

2010) Atraveacutes das evidecircncias destes estudos fica claro tambeacutem que as UPs tecircm

prevalecircncia maior em idosos por conta da proacutepria natureza dessa faixa etaacuteria que estaacute

17

associada ao aparecimento de doenccedilas crocircnicas que muitas vezes ocasionam a reduccedilatildeo

da mobilidade fiacutesica favorecendo o aparecimento das UPs Quanto agrave ocupaccedilatildeo alguns

estudos demonstram frequecircncia acima de 90 em aposentados ou pensionistas Aleacutem

disso ficouevidenciado ainda nestes estudos a frequecircncia maior de UPs no sexo

feminino Ressalta-se que aspectos relativos agrave estrutura familiar e aquela proporcionada

pelos serviccedilos de atenccedilatildeo domiciliar devem ser investigados com maior atenccedilatildeo para

que melhor se compreenda o problema (GARGANO et al 2004 BENDO et al 2005

CHAYAMITI CALIRI 2010 COEcircLHO et al 2012)

A internaccedilatildeo domiciliar eacute uma modalidade de atenccedilatildeo implantada pelo SUS que

visa atender pacientes crocircnicos em estado grave estaacutevel eou em cuidados paliativos

Um dos seus principais focos eacute a desospitalizaccedilatildeo e a humanizaccedilatildeo do cuidado No

Distrito Federal o projeto de implantaccedilatildeo do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar soacute foi

publicado em 2008 baseado nas diretrizes operacionais doPlano Diretor de

Regionalizaccedilatildeo da Assistecircncia do Distrito Federal2005 nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo2006 do CITCONASS na PoliacuteticaNacional de

Humanizaccedilatildeo e na Portaria ndeg 25292006 do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004

2005 2006a 2006b 2008)

Nesse sentido enfatiza-se o cuidado com a UP que deve ser realizado por uma

equipe multiprofissional Os principais profissionais que devem compor a equipe

multiprofissional no acircmbito da Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo o enfermeiro o teacutecnico de

enfermagem o assistente social o odontologista o meacutedico o nutricionista o psicoacutelogo

o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional Eacute importante ressaltar que aleacutem da situaccedilatildeo

cliacutenica comprometida e da dependecircncia para realizar as atividades diaacuterias um dos

principais criteacuterios para admissatildeo no programa eacute a existecircncia de um cuidador que fique

responsaacutevel pelo paciente no ambiente domiciliar esse cuidador pode ser simplesmente

algueacutem da famiacutelia ou uma pessoa que tenha feito um curso de capacitaccedilatildeo para

cuidador A participaccedilatildeo da famiacutelia no cuidado eacute fundamental pois este programa natildeo

funciona como um Home Care A assistecircncia eacute prestada apenas na forma de visitas

domiciliares durante a semana e por acompanhamento telefocircnico sendo assim a equipe

multiprofissional habilita a famiacuteliacuidador a prestar os cuidados necessaacuterios de acordo

com os seus conhecimentos teacutecnicos e suas capacidades (BRASIL 2008 2012b)

Chama-se atenccedilatildeo para cuidado domiciliar com vistas a ser desenvolvido nestes

pacientes O cuidado domiciliar tem se mostrado efetivo na resposta agraves demandas de

indiviacuteduos dependentes para Atividades de Vida Diaacuteria (AVD) oferecendo aleacutem da

18

estabilidade cliacutenica pelos cuidados de sauacutede no domiciacutelio a dignidade e conforto

preconizados pela Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) do Ministeacuterio da Sauacutede ndash

MS (BRASIL 2004 2012b)

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Descrever o perfil dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar

assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Identificar o percentil de ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo em pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar na cidade de Ceilacircndia (DF) no periacuteodo avaliado

Descrever caracteriacutesticas cliacutenico-demograacuteficas dos pacientes com uacutelceras por

pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

Caracterizar o perfil das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes estudados na Atenccedilatildeo

Domiciliar

Verificar o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na

Atenccedilatildeo Domiciliar

Identificar a resolutividade do tratamento referente agraves uacutelceras por pressatildeo no

acircmbito domiciliar

Verificar a quantidade de visitas domiciliares de enfermagem aos pacientes

acometidos por uacutelceras por pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Uacutelcera por pressatildeo

A UP eacute uma complicaccedilatildeo frequente em pacientes internados tanto na atenccedilatildeo

hospitalar como domiciliar Pacientes acometidos por morbidades que levam agrave

imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como idade avanccedilada

desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele quadro de sauacutede

deficiente anemia possiacuteveis edemas incontinecircncia urinaacuteria por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento desse tipo de lesotildees cutacircneas ocasionadas pela fricccedilatildeo eou

pressatildeo da pele contra o leito comumente em pontos proacuteximos as proeminecircncias oacutesseas

como p ex regiatildeo trocanteacuterica sacral e calcacircneo ou em aacutereas onde o tecido adiposo

subcutacircneo eacute escasso Com isso haacute reduccedilatildeo na circulaccedilatildeo perifeacuterica do sangue em aacutereas

sob pressatildeo acarretando em maacute perfusatildeo tecidual e consequentemente surgimento de

feridas (LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012)

O aparecimento de UPs eacute um problema tanto para a qualidade de vida do

paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais

provindos de recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria

famiacutelia do paciente (BRASIL 2013a)

Existe uma classificaccedilatildeo publicada pela European Pressure Ulcer Advisory

Panel (EPUAP) que auxilia o enfermeiro no estadiamento das UPs esta classificaccedilatildeo

contribui para estabelecer o perfil de ferida e possibilitaa definiccedilatildeo de uma estrateacutegia de

cuidados para tratamento evitando recorrecircncia e o aparecimento de outras feridas A

classificaccedilatildeo define o estadiamento em Grau I ndash eritema natildeo branqueaacutevel em pele

intacta a lesatildeo precursora da pele Em pacientes de pele escura o calor o edema e o

endurecimento da regiatildeo tambeacutem podem ser indicadores Grau II ndash perda parcial da

pele que envolve a epiderme a derme ou ambas Grau III ndash perda de espessura total da

pele podendo incluir lesotildees ou mesmo necrose do tecido subcutacircneo com extensatildeo ateacute

a faacutescia subjacente mas natildeo atraveacutes dessa Grau IV ndash destruiccedilatildeo extensa necrose dos

tecidos ou lesatildeo muscular eou exposiccedilatildeo oacutessea ou das estruturas de apoio Grau ldquonatildeo

estadiaacutevelrdquo - perda tissular de espessura completa em que a base da uacutelcera estaacute coberta

por crosta (amarela marrom-claro cinza verde ou castanha) eou escara (marrom-claro

21

castanha ou negra) Sendo assim ateacute que a pele macerada eou necrosada seja removida

expondo a base da ferida a profundidade verdadeira e o grau natildeo podem ser

determinados (EPUAP 2011)

Atualmente existem diversos instrumentos de medidas e escalas que avaliam e

classificam o risco de pacientes desenvolverem UPs Entre os mais conhecidos e

utilizados estaacute a escala de Braden que avalia o risco de UP focalizando no cuidado agrave

pele com accedilotildees terapecircuticas preventivas e de educaccedilatildeo em sauacutede aleacutem de abordar

sobre a superfiacutecie de suporte e aliacutevio de carga mecacircnica A escala de Braden jaacute foi

testada e validada em diversos paiacuteses e eacute considerada de grande confiabilidade aleacutem de

possuir faacutecil utilizaccedilatildeo e vasta aceitaccedilatildeo tanto pelos enfermeiros como pelos proacuteprios

pacientes No entanto eacute importante ressaltar que haacute outras escalas bastante conhecidas

como p ex a escala de Norton a escala de Gosnell e a escala de Waterlow (ARAUacuteJO

et al 2010 COEcircLHO et al 2012)

Coecirclho et al (2012 p41) explica ainda de maneira bastante clara como estaacute

estruturada e organizada a escala de Braden e quais fatores satildeo avaliados em cada item

Sua organizaccedilatildeo baseia-se na fisiopatogenia da UP Assim eacute composta por

seis subescalas as quais avaliam a percepccedilatildeo sensorial a umidade da pele a

atividade a mobilidade o estado nutricional a fricccedilatildeo e o cisalhamento Das

seis subescalas trecircs medem determinantes cliacutenicos de exposiccedilatildeo para pressatildeo

prolongada e intensa (percepccedilatildeo sensorial atividade e mobilidade) e trecircs

mensuram a toleracircncia do tecido agrave pressatildeo (umidade nutriccedilatildeo fricccedilatildeo e

cisalhamento) Cada subescala eacute acompanhada de um tiacutetulo e cada niacutevel de

um conceito descritor-chave aleacutem de uma ou duas frases descrevendo ou

qualificando os atributos a serem avaliados

Arauacutejo et al (2010) referem que a escala de Braden pode variar de 4 a 23

pontos Escores abaixo de 11 pontos indicam alto risco para desenvolver UPs

pontuaccedilatildeo entre 11 e 16 aponta risco moderado e igual ou superior a 16 pontos eacute

considerado como pequeno risco para o aparecimento de UPs

Na Europa e Aacutesia encontram-se mais de 40 protocolos relacionados agrave prevenccedilatildeo

e ao tratamento de feridas e UPs (ARAUacuteJO et al 2011) No entanto ateacute recentemente

dentro do contexto de sauacutede brasileira ainda natildeo havia uma padronizaccedilatildeo da atenccedilatildeo ou

mesmo um protocolo oficial rotina de trabalho etc que auxiliasse a atuaccedilatildeo do

enfermeiro diante do surgimento de feridas e prevenccedilatildeo de uacutelceras por pressatildeo o que

pode levar o mesmo algumas vezes a uma avaliaccedilatildeo subjetiva e focada somente na

cicatrizaccedilatildeo da ferida mas sem uma fundamentaccedilatildeo profilaacutetica adequada para cada caso

22

(ROGENSKI SANTOS 2005) A partir dessa e outras necessidades quanto agrave seguranccedila

do paciente o Ministeacuterio da Sauacutede lanccedilou a portaria nordm 529 de 1ordm de abril de 2013 que

institui o Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente ndash PNSP Nesta portaria ficou

instituiacutedo um Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP (CIPNSP) ao qual foi designado

promover accedilotildees que visem agrave melhoria da seguranccedila do cuidado em sauacutede por meio da

elaboraccedilatildeo consensual e validaccedilatildeo de protocolos em sauacutede entre os diversos membros

que participam do CIPNSP entre eles CFM COFEN ANVISA e Fiocruz (BRASIL

2013b) Alguns meses depois foi lanccedilado pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Protocolo para

Prevenccedilatildeo de Uacutelcera por Pressatildeo (BRASIL 2013a) de acordo com a Portaria nordm 1377

de 9 de julho de 2013 que aprovou esse e outros protocolos de seguranccedila do paciente

(BRASIL 2013c)

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar

O Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID) eacute uma modalidade de internaccedilatildeo

extra-hospitalar que assiste a pacientes que necessitam de cuidados especiais de sauacutede

mas que podem permanecer internados em seu domiciacutelio O PID objetiva a

desospitalizaccedilatildeo humanizada eficaz e de qualidade com foco nas atividades de

promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede representando uma estrateacutegia na reversatildeo do atual

modelo hospitalocecircntrico (BRASIL 2008 MARTELLI et al 2011)

A melhor utilizaccedilatildeo do siacutetio hospitalar eacute um desafio para os atuais sistemas de

sauacutede com a otimizaccedilatildeo de recursos hospitalares e reduccedilatildeo de internaccedilotildees evitaacuteveis Em

resposta a esta demanda houve um ato na consolidaccedilatildeo da atual Poliacutetica de Atenccedilatildeo

Domiciliar com o lanccedilamento da Portaria 2527 de 27 de Outubro de 2011 que

regularizou o Programa Melhor em Casa e definiu a Atenccedilatildeo Domiciliar como nova

modalidade de atenccedilatildeo agrave sauacutede substitutiva ou complementar agraves jaacute existentes

caracterizada por um conjunto de accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento

de doenccedilas e reabilitaccedilatildeo prestadas em domiciacutelio com garantia de continuidade de

cuidados e integrada agraves redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 2011 2012b)

Os NRADrsquos satildeo Nuacutecleos Regionais de Atenccedilatildeo Domiciliar que nasceram no DF

a partir da necessidade de se implantar o PID eles estatildeo vinculados agraves Regionais de

Sauacutede das cidades sateacutelites conforme a organizaccedilatildeo feita pela Secretaria de Estado de

Sauacutede do Distrito Federal (SES-DF) O DF eacute composto por 15 Nuacutecleos Regionais de

Atenccedilatildeo Domiciliar e um deles eacute o NRAD - Ceilacircndia (NRAD-CEI) cujo atendimento

23

abrange uma populaccedilatildeo de 402729 mil habitantes na referida cidade segundo dados do

censo de 2010 do IBGE De acordo com a Portaria nordm 25272011 que redefine a atenccedilatildeo

domiciliar no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) o ideal seria que cada Equipe

Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar (EMAD) atenda apenas um grupo populacional

de 100 mil habitantes As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes

Multidisciplinar de Apoio (EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede

na atenccedilatildeo domiciliar A Portaria nordm 15332012 altera e acrescenta alguns pontos agrave

Portaria nordm 25272011 estabelecendo que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil habitantes

o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio poderaacute

constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes Esta

portaria estabelece ainda que satildeo requisitos miacutenimos para a instalaccedilatildeo do Serviccedilo de

Atenccedilatildeo Domiciliar (SAD) que o municiacutepio apresente populaccedilatildeo igual ou superior a 40

mil habitantes possua cobertura do SAMU ou de algum outro tipo de serviccedilo moacutevel de

urgecircncia e possua um hospital referecircncia na sua aacuterea de abrangecircncia (BRASIL 2008

2011 2012a IBGE 2010)

A transiccedilatildeo epidemioloacutegica e demograacutefica tem causado grande impacto social

com repercussatildeo em diversas aacutereas como economia habitaccedilatildeo previdecircncia e sauacutede

Tais mudanccedilas exigem uma reengenharia multidimensional Particularmente na sauacutede eacute

preciso empreender e fortalecer poliacuteticas puacuteblicas que viabilizem os princiacutepios e

diretrizes do SUS Neste cenaacuterio a Atenccedilatildeo Domiciliar tem se consolidado na reversatildeo

do atual modelo de sauacutede centrado nos hospitais para uma modalidade de accedilotildees

desenvolvidas no domiciacutelio por uma equipe multiprofissional a partir do diagnoacutestico da

realidade em que o paciente estaacute inserido considerando seus potenciais e limitaccedilotildees A

Atenccedilatildeo Domiciliar visa agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao paciente minimizando ou controlando

as sequelas de condiccedilotildees crocircnicas de maneira a favorecer o restabelecimento de sua

independecircncia e a preservaccedilatildeo de sua autonomia (BRASIL 2008 MENDES 2011

MENDES 2012)

Diante do exposto sobre a atenccedilatildeo domiciliar e da mudanccedila na piracircmide etaacuteria

do Brasil nos uacuteltimos anos considera-se que o aumento da populaccedilatildeo idosa e

consequentemente a elevaccedilatildeo no nuacutemero de casos de doenccedilas crocircnicas tornam as accedilotildees

desenvolvidas pelas equipes multiprofissionais do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

(PID) e do Programa de Oxigenoterapia Domiciliar (POD) como ferramentas essenciais

para impulsionar o Programa Melhor em Casa e fortalecer a Poliacutetica Nacional de

Humanizaccedilatildeo aleacutem de contribuir consideravelmente na reduccedilatildeo dos custos hospitalares

24

e na disponibilizaccedilatildeo de leitos em hospitais puacuteblicos para pacientes em estado instaacutevel

que necessitam de monitoramento contiacutenuo Os NRADrsquos vecircm proporcionando entre

outras coisas uma seacuterie de cuidados paliativos aos pacientes do SUS que podem

permanecer internados em domiciacutelio e que satildeo portadores de doenccedilas crocircnicas graves

estaacuteveis tais como Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica (DPOC) sequela de Acidente

Vascular Cerebral (AVC) cacircncer (CA) e diversos distuacuterbios crocircnicos degenerativos

agravos estes que podem acabar contribuindo para o aparecimento das uacutelceras por

pressatildeo como uma complicaccedilatildeo (BRASIL 2004 2012b)

4 METODOLOGIA

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva de abordagem quantitativa

desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes acometidos

por uacutelceras por pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2013

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada

ldquoMelhor em Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do

programa de internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por

portadores de doenccedilas crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade

de Ceilacircndia e foi autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede

do Governo do Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 (Anexo)

Enfatiza-se que foi respeitado os princiacutepios da Resoluccedilatildeo nordm4662012 no que se refere a

pesquisas com seres humanos (BRASIL 2012) Destaca-se que coordenador do projeto

e a chefia do NRAD-CEI autorizaram a utilizaccedilatildeo dos dados mediante termo de

consentimento livre e esclarecido (Apecircndice A) visto que o autor desta pesquisa foi

bolsista deste projeto e trabalhou na coleta de dados durante o periacuteodo de abril de 2012

a abril de 2013

Foram incluiacutedos dados de prontuaacuterios de pacientes acometidos por uacutelceras por

pressatildeo assistidos pelo NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio de 2009 a abril de 2013

somando-se amostra final de 82 prontuaacuterios pesquisados Os criteacuterios de exclusatildeo foram

pacientes natildeo acometidos por uacutelceras por pressatildeo pacientes natildeo assistidos pelo NRAD-

CEI periacuteodo anterior a maio de 2009 e posterior a abril de 2013 e prontuaacuterios com

dados insuficientes ou incompletos

Entre os benefiacutecios do presente estudo estatildeo o levantamento de informaccedilotildees que

posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos cuidados

multiprofissionais e especificamente de enfermagem para pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo no ambiente domiciliar Os riscos deste estudo consistiram em expor

informaccedilotildees dos pesquisados de forma a identificar a sua identidade desta forma este

risco foi minimizado devido agrave manutenccedilatildeo de sigilo com substituiccedilatildeo de nomes e natildeo

divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees que possam remeter a sua identificaccedilatildeo

A anaacutelise de dados se deu a partir do levantamento de dados consultados em

prontuaacuterios dos pacientes com instrumento de coleta (Apecircndice B) apoacutes realizada

26

tabulaccedilatildeo dos dados organizados eletronicamente por meio da criaccedilatildeo de planilhas em

arquivo do software de Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 210

Foi realizada uma anaacutelise exploratoacuteria dos dados (descritiva) as variaacuteveis numeacutericas

foram exploradas pelas medidas descritivas de centralidade (meacutedia) e de dispersatildeo

(miacutenimo maacuteximo e desvio padratildeo) e as variaacuteveis categoacutericas foram exploradas por

frequecircncias simples absolutas e percentuais A apresentaccedilatildeo dos dados foi organizada

por meio graacuteficos e tabelas

5 RESULTADOS

Foram avaliados na pesquisa os prontuaacuterios de 313 pacientes no entanto

somente 82 apresentaram registros de ocorrecircncia de UPs o que equivale ao

acometimento de 262 dos pacientes atendidos no NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio

de 2009 a abril de 2013

Dos 82 pacientes avaliados a idade meacutedia foi de 722 anos (DP=plusmn184 anos

Miacuten=10 anos Maacutex=98 anos) A maioria dos prontuaacuterios revisados demonstra que

827 da amostra satildeo idosos com faixa etaacuteria acima de 60 anos de idade Dentre os

pacientes identificados a tabela 1 demonstra que a maior representatividade foi 329

dos pacientes entre 80-89 anos 292 de 70-79 anose a menor foi de 48 entre 50-59

anos

Quanto agrave variaacutevel sexo percebe-se uma frequecircncia proacutexima entre os

sexos525masculino e475 feminino No entanto relacionando-se a variaacutevel sexo

com a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por paciente nota-se que os usuaacuterios do sexo

masculino com duas trecircs quatro cinco ou mais UPs apresentaram de discreta a elevada

predominacircncia em niacutevel crescente (563 579 629 e 667 respectivamente)

quando comparados agraves usuaacuterias do sexo feminino As pacientes do sexo feminino

apresentaram valores superiores aos homens (63) apenas quando se trata de

pacientesacometidos por apenas uma uacutenica UP (Tabela 1)

Dentre os pacientes atendidos na atenccedilatildeo domiciliar identificou-se que 952

dos usuaacuterios com UPs fazem parte do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID)

enquanto apenas 48 estatildeo vinculados ao Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

(POD)

No que se refere agrave situaccedilatildeo dos pacientes atendidos pelo NRAD entre os anos de

2009 a 2013 a maioria 658 dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito 245

permaneceu internado na atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia e apenas 97 receberam alta

da equipe do PID ou POD

28

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF segundo a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por usuaacuterio

maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS NUacuteMERO DE UacuteLCERAS POR PRESSAtildeO

1 UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

n n n n n n

27 329 16 195 19 231 8 97 12 146 82 100

FAIXA ETAacuteRIA

10- 49 anos 2 74 1 63 2 105 1 125 4 333 10 121

50-59 anos 1 37 1 63 2 105 - - - - 4 48

60-69 anos 3 111 1 63 3 158 2 25 1 83 10 121

70-79 anos 11 407 5 313 2 105 4 50 2 167 24 292

80-89 anos 7 259 6 375 9 474 1 125 4 333 27 329

ge 90 anos 3 111 2 125 1 53 - - 1 83 7 85

SEXO

Masculino 10 37 9 563 11 579 5 625 8 667 43 525

Feminino 17 63 7 437 8 421 3 375 4 333 39 475

PROGRAMA

PID 24 888 15 938 19 100 8 100 12 100 78 952

POD 3 112 1 62 - - - - - - 4 48

EVOLUCcedilAtildeO

Internado 7 259 4 25 5 263 2 25 2 167 20 245

Alta 2 74 2 125 1 53 2 25 1 83 8 97

Oacutebito 18 667 10 625 13 684 4 50 9 75 54 658

Uacutelcera por pressatildeo Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

A pesquisa identificou que a quantidade meacutedia de UPs na admissatildeo do paciente

eacute de aproximadamente duas lesotildees e a quantidade total de UPs no decorrer da internaccedilatildeo

eacute em meacutedia 25 UPs por paciente No que tange agrave quantidade de UPs por paciente a

maior representatividade foi dos pacientes com apenas uma lesatildeo (329) e o menor

percentual (97) foi referente aos pacientes com quatro lesotildees simultacircneas

Outra variaacutevel interessante eacute sobre o tempo de permanecircncia dos pacientes nos

programas de internaccedilatildeo do NRAD-Ceilacircndia sendo o tempo meacutedio de 3877 dias o

29

que equivale a pouco mais de 1 ano de internaccedilatildeo por paciente com miacutenimo de 4 dias e

maacuteximo de 1520 dias equivalente a pouco mais de 4 anos (Tabela 2)

Tabela 2- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS MEacuteDIA DP MIacuteNIMO MAacuteXIMO

Idade 722 184 10 98

Tempo de permanecircncia do

paciente no NRAD (dias) 3877 3961 4 1520

Quantidade de UPs na admissatildeo 21 16 0 7

Quantidade de UPs por paciente 25 15 1 7

Desvio Padratildeo

De acordo com a tabela 3 percebe-se que 804 dos pacientes possuem como

diagnoacutestico principal algum tipo de agravo em sauacutede relacionado ao sistema

neuroloacutegico Outros 17 possuem algum diagnoacutestico oncoloacutegico (CA hepaacutetico

prostaacutetico uterino bexiga metaacutestase oacutessea entre outros) apenas 13 com agravo

respiratoacuterio e 13 com agravo osteomuscular

Considerando os 804 de pacientes com algum agravo neuroloacutegico os

principais diagnoacutesticos encontrados foram sequela AVC (658) Dentre estes 561

com AVC como diagnoacutestico uacutenico e os demais pacientes que representam 97

possuiacuteam sequela de AVC associada a outras doenccedilas entre elas Parkinson Alzheimer

e Encefalopatia anoacutexica Ainda dentro do rol de outros problemas neuroloacutegicos (146)

tambeacutem foi possiacutevel encontrar Siacutendrome de Rasmussen Siacutendrome de Devic Demecircncia

Senil Esclerose Muacuteltipla Paralisia Cerebral Lesatildeo Espinomedular (Tetraplegia) e

Alzheimer (Tabela 3)

Como diagnoacutestico secundaacuterio 39 dos pacientes tambeacutem eram acometidos com

HAS e 232 com DM Sendo que destes 134 apresentaram HAS e DM

simultaneamente Outros pacientes apresentaram ainda desnutriccedilatildeo crocircnica e fratura do

fecircmur 61 cada (Tabela 3)

30

Tabela 3-Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

DIAGNOacuteSTICO PRINCIPAL n

Agravos Neuroloacutegicos 66 804

Agravos Neoplaacutesicos 14 17

Agravos Respiratoacuterios 1 13

Agravos Osteomusculares 1 13

COMORBIDADES n

Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) 32 39

Diabetes Mellitus(DM) tipo I ou II 19 232

Desnutriccedilatildeo Crocircnica 5 61

Fratura de fecircmur 5 61

DPOC 3 36

Outros agravos 18 22

Dos agravos neuroloacutegicos 658 eram sequelas de AVC Destes 134 apresentavam diagnoacutestico

de DM e HAS concomitantemente

Em uma visatildeo geral diante dos dados da tabela 4 nota-se que a assistecircncia de

enfermagem no tratamento das UPs gerou resolutividade em 378 dos pacientes 22

apresentou melhora da UPs e apenas 85 apresentaram quadro de piora Referente ao

nuacutemero de UPs os pacientes que apresentaram maiores percentis de piora 25 e de

manutenccedilatildeo da UP 50 foram aqueles que possuiacuteam quantidade igual ou superior a

cinco UPs

Do total da amostra 158 apresentaram infecccedilatildeo em alguma UP durante

determinado momento do tratamento Eacute interessante perceber que quanto maior a

quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de infecccedilatildeo na ferida Identifica-

se isso em 211 dos usuaacuterios com trecircs UPs 25 com quatro UPs e 333 dos

pacientes com cinco ou mais lesotildees que apresentaram infecccedilatildeo na ferida (Tabela 4)

Apenas 6 dos clientes apresentaram em algum momento reabertura de lesotildees

jaacute anteriormente resolvidas Tambeacutem seguindo a mesma loacutegica das infecccedilotildees de feridas

nota-se que quanto maior a quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de

reabertura de lesotildees isto foi possiacutevel identificar nos resultados que evidenciam que

105 dos pacientes com trecircs lesotildees 125 dos clientes com quatro lesotildees e 167

daqueles com cinco ou mais lesotildees apresentaram reabertura de UP (Tabela 4)

31

Tabela 4 - Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do

Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013

1UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

DESFECHO

DAS UPs

PACIENTE

n n n n n n

Cicatrizada 15 556 7 438 6 316 3 375 - - 31 378

Melhora 3 111 5 313 6 316 1 125 3 25 18 22

Piora 1 37 1 63 1 53 1 125 3 25 7 85

Mantida 8 296 3 188 6 316 3 375 6 50 26 317

INFECCcedilAtildeO

Sim 2 74 1 63 4 211 2 25 4 333 13 158

Natildeo 25 926 15 937 15 789 6 75 8 667 69 842

REABERTURA

Sim - - - - 2 105 1 125 2 167 5 6

Natildeo 27 100 16 100 17 895 7 875 10 833 77 94

ADMISSAtildeO

Com UP 20 741 12 75 19 100 8 100 12 100 71 865

Sem UP 7 259 4 25 - - - - - - 11 135

QUANTIDADE

UPs na

admissatildeo

1 UP 20 741 3 188 1 53 2 25 - - 26 317

2UPs - - 9 563 3 158 1 125 - - 13 158

3UPs - - - - 15 789 1 125 2 167 18 22

4UPs - - - - - - 4 50 1 83 5 6

5UPs - - - - - - - - 6 50 6 73

6UPs - - - - - - - - 2 167 2 24

7UPs - - - - - - - - 1 83 1 12

Vale ressaltar que segundo o resultado da pesquisa 865 destes pacientes

atendidos pelo NRAD jaacute foram admitidos com a presenccedila de UPs Somente 135 dos

usuaacuterios que passaram pela atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia desenvolveram UPs apoacutes a

admissatildeo em um dos programas natildeo ultrapassando a quantidade de duas UPs por

paciente Dos 865 de pacientes que jaacute foram internados em domiciacutelio com UP 317

apresentavam apenas uma UP na admissatildeo 22 com trecircs UPs e 12 com sete UPs jaacute

desde a admissatildeo conforme visualizado na figura 1

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

17

associada ao aparecimento de doenccedilas crocircnicas que muitas vezes ocasionam a reduccedilatildeo

da mobilidade fiacutesica favorecendo o aparecimento das UPs Quanto agrave ocupaccedilatildeo alguns

estudos demonstram frequecircncia acima de 90 em aposentados ou pensionistas Aleacutem

disso ficouevidenciado ainda nestes estudos a frequecircncia maior de UPs no sexo

feminino Ressalta-se que aspectos relativos agrave estrutura familiar e aquela proporcionada

pelos serviccedilos de atenccedilatildeo domiciliar devem ser investigados com maior atenccedilatildeo para

que melhor se compreenda o problema (GARGANO et al 2004 BENDO et al 2005

CHAYAMITI CALIRI 2010 COEcircLHO et al 2012)

A internaccedilatildeo domiciliar eacute uma modalidade de atenccedilatildeo implantada pelo SUS que

visa atender pacientes crocircnicos em estado grave estaacutevel eou em cuidados paliativos

Um dos seus principais focos eacute a desospitalizaccedilatildeo e a humanizaccedilatildeo do cuidado No

Distrito Federal o projeto de implantaccedilatildeo do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar soacute foi

publicado em 2008 baseado nas diretrizes operacionais doPlano Diretor de

Regionalizaccedilatildeo da Assistecircncia do Distrito Federal2005 nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo2006 do CITCONASS na PoliacuteticaNacional de

Humanizaccedilatildeo e na Portaria ndeg 25292006 do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004

2005 2006a 2006b 2008)

Nesse sentido enfatiza-se o cuidado com a UP que deve ser realizado por uma

equipe multiprofissional Os principais profissionais que devem compor a equipe

multiprofissional no acircmbito da Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo o enfermeiro o teacutecnico de

enfermagem o assistente social o odontologista o meacutedico o nutricionista o psicoacutelogo

o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional Eacute importante ressaltar que aleacutem da situaccedilatildeo

cliacutenica comprometida e da dependecircncia para realizar as atividades diaacuterias um dos

principais criteacuterios para admissatildeo no programa eacute a existecircncia de um cuidador que fique

responsaacutevel pelo paciente no ambiente domiciliar esse cuidador pode ser simplesmente

algueacutem da famiacutelia ou uma pessoa que tenha feito um curso de capacitaccedilatildeo para

cuidador A participaccedilatildeo da famiacutelia no cuidado eacute fundamental pois este programa natildeo

funciona como um Home Care A assistecircncia eacute prestada apenas na forma de visitas

domiciliares durante a semana e por acompanhamento telefocircnico sendo assim a equipe

multiprofissional habilita a famiacuteliacuidador a prestar os cuidados necessaacuterios de acordo

com os seus conhecimentos teacutecnicos e suas capacidades (BRASIL 2008 2012b)

Chama-se atenccedilatildeo para cuidado domiciliar com vistas a ser desenvolvido nestes

pacientes O cuidado domiciliar tem se mostrado efetivo na resposta agraves demandas de

indiviacuteduos dependentes para Atividades de Vida Diaacuteria (AVD) oferecendo aleacutem da

18

estabilidade cliacutenica pelos cuidados de sauacutede no domiciacutelio a dignidade e conforto

preconizados pela Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) do Ministeacuterio da Sauacutede ndash

MS (BRASIL 2004 2012b)

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Descrever o perfil dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar

assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Identificar o percentil de ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo em pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar na cidade de Ceilacircndia (DF) no periacuteodo avaliado

Descrever caracteriacutesticas cliacutenico-demograacuteficas dos pacientes com uacutelceras por

pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

Caracterizar o perfil das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes estudados na Atenccedilatildeo

Domiciliar

Verificar o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na

Atenccedilatildeo Domiciliar

Identificar a resolutividade do tratamento referente agraves uacutelceras por pressatildeo no

acircmbito domiciliar

Verificar a quantidade de visitas domiciliares de enfermagem aos pacientes

acometidos por uacutelceras por pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Uacutelcera por pressatildeo

A UP eacute uma complicaccedilatildeo frequente em pacientes internados tanto na atenccedilatildeo

hospitalar como domiciliar Pacientes acometidos por morbidades que levam agrave

imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como idade avanccedilada

desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele quadro de sauacutede

deficiente anemia possiacuteveis edemas incontinecircncia urinaacuteria por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento desse tipo de lesotildees cutacircneas ocasionadas pela fricccedilatildeo eou

pressatildeo da pele contra o leito comumente em pontos proacuteximos as proeminecircncias oacutesseas

como p ex regiatildeo trocanteacuterica sacral e calcacircneo ou em aacutereas onde o tecido adiposo

subcutacircneo eacute escasso Com isso haacute reduccedilatildeo na circulaccedilatildeo perifeacuterica do sangue em aacutereas

sob pressatildeo acarretando em maacute perfusatildeo tecidual e consequentemente surgimento de

feridas (LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012)

O aparecimento de UPs eacute um problema tanto para a qualidade de vida do

paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais

provindos de recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria

famiacutelia do paciente (BRASIL 2013a)

Existe uma classificaccedilatildeo publicada pela European Pressure Ulcer Advisory

Panel (EPUAP) que auxilia o enfermeiro no estadiamento das UPs esta classificaccedilatildeo

contribui para estabelecer o perfil de ferida e possibilitaa definiccedilatildeo de uma estrateacutegia de

cuidados para tratamento evitando recorrecircncia e o aparecimento de outras feridas A

classificaccedilatildeo define o estadiamento em Grau I ndash eritema natildeo branqueaacutevel em pele

intacta a lesatildeo precursora da pele Em pacientes de pele escura o calor o edema e o

endurecimento da regiatildeo tambeacutem podem ser indicadores Grau II ndash perda parcial da

pele que envolve a epiderme a derme ou ambas Grau III ndash perda de espessura total da

pele podendo incluir lesotildees ou mesmo necrose do tecido subcutacircneo com extensatildeo ateacute

a faacutescia subjacente mas natildeo atraveacutes dessa Grau IV ndash destruiccedilatildeo extensa necrose dos

tecidos ou lesatildeo muscular eou exposiccedilatildeo oacutessea ou das estruturas de apoio Grau ldquonatildeo

estadiaacutevelrdquo - perda tissular de espessura completa em que a base da uacutelcera estaacute coberta

por crosta (amarela marrom-claro cinza verde ou castanha) eou escara (marrom-claro

21

castanha ou negra) Sendo assim ateacute que a pele macerada eou necrosada seja removida

expondo a base da ferida a profundidade verdadeira e o grau natildeo podem ser

determinados (EPUAP 2011)

Atualmente existem diversos instrumentos de medidas e escalas que avaliam e

classificam o risco de pacientes desenvolverem UPs Entre os mais conhecidos e

utilizados estaacute a escala de Braden que avalia o risco de UP focalizando no cuidado agrave

pele com accedilotildees terapecircuticas preventivas e de educaccedilatildeo em sauacutede aleacutem de abordar

sobre a superfiacutecie de suporte e aliacutevio de carga mecacircnica A escala de Braden jaacute foi

testada e validada em diversos paiacuteses e eacute considerada de grande confiabilidade aleacutem de

possuir faacutecil utilizaccedilatildeo e vasta aceitaccedilatildeo tanto pelos enfermeiros como pelos proacuteprios

pacientes No entanto eacute importante ressaltar que haacute outras escalas bastante conhecidas

como p ex a escala de Norton a escala de Gosnell e a escala de Waterlow (ARAUacuteJO

et al 2010 COEcircLHO et al 2012)

Coecirclho et al (2012 p41) explica ainda de maneira bastante clara como estaacute

estruturada e organizada a escala de Braden e quais fatores satildeo avaliados em cada item

Sua organizaccedilatildeo baseia-se na fisiopatogenia da UP Assim eacute composta por

seis subescalas as quais avaliam a percepccedilatildeo sensorial a umidade da pele a

atividade a mobilidade o estado nutricional a fricccedilatildeo e o cisalhamento Das

seis subescalas trecircs medem determinantes cliacutenicos de exposiccedilatildeo para pressatildeo

prolongada e intensa (percepccedilatildeo sensorial atividade e mobilidade) e trecircs

mensuram a toleracircncia do tecido agrave pressatildeo (umidade nutriccedilatildeo fricccedilatildeo e

cisalhamento) Cada subescala eacute acompanhada de um tiacutetulo e cada niacutevel de

um conceito descritor-chave aleacutem de uma ou duas frases descrevendo ou

qualificando os atributos a serem avaliados

Arauacutejo et al (2010) referem que a escala de Braden pode variar de 4 a 23

pontos Escores abaixo de 11 pontos indicam alto risco para desenvolver UPs

pontuaccedilatildeo entre 11 e 16 aponta risco moderado e igual ou superior a 16 pontos eacute

considerado como pequeno risco para o aparecimento de UPs

Na Europa e Aacutesia encontram-se mais de 40 protocolos relacionados agrave prevenccedilatildeo

e ao tratamento de feridas e UPs (ARAUacuteJO et al 2011) No entanto ateacute recentemente

dentro do contexto de sauacutede brasileira ainda natildeo havia uma padronizaccedilatildeo da atenccedilatildeo ou

mesmo um protocolo oficial rotina de trabalho etc que auxiliasse a atuaccedilatildeo do

enfermeiro diante do surgimento de feridas e prevenccedilatildeo de uacutelceras por pressatildeo o que

pode levar o mesmo algumas vezes a uma avaliaccedilatildeo subjetiva e focada somente na

cicatrizaccedilatildeo da ferida mas sem uma fundamentaccedilatildeo profilaacutetica adequada para cada caso

22

(ROGENSKI SANTOS 2005) A partir dessa e outras necessidades quanto agrave seguranccedila

do paciente o Ministeacuterio da Sauacutede lanccedilou a portaria nordm 529 de 1ordm de abril de 2013 que

institui o Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente ndash PNSP Nesta portaria ficou

instituiacutedo um Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP (CIPNSP) ao qual foi designado

promover accedilotildees que visem agrave melhoria da seguranccedila do cuidado em sauacutede por meio da

elaboraccedilatildeo consensual e validaccedilatildeo de protocolos em sauacutede entre os diversos membros

que participam do CIPNSP entre eles CFM COFEN ANVISA e Fiocruz (BRASIL

2013b) Alguns meses depois foi lanccedilado pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Protocolo para

Prevenccedilatildeo de Uacutelcera por Pressatildeo (BRASIL 2013a) de acordo com a Portaria nordm 1377

de 9 de julho de 2013 que aprovou esse e outros protocolos de seguranccedila do paciente

(BRASIL 2013c)

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar

O Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID) eacute uma modalidade de internaccedilatildeo

extra-hospitalar que assiste a pacientes que necessitam de cuidados especiais de sauacutede

mas que podem permanecer internados em seu domiciacutelio O PID objetiva a

desospitalizaccedilatildeo humanizada eficaz e de qualidade com foco nas atividades de

promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede representando uma estrateacutegia na reversatildeo do atual

modelo hospitalocecircntrico (BRASIL 2008 MARTELLI et al 2011)

A melhor utilizaccedilatildeo do siacutetio hospitalar eacute um desafio para os atuais sistemas de

sauacutede com a otimizaccedilatildeo de recursos hospitalares e reduccedilatildeo de internaccedilotildees evitaacuteveis Em

resposta a esta demanda houve um ato na consolidaccedilatildeo da atual Poliacutetica de Atenccedilatildeo

Domiciliar com o lanccedilamento da Portaria 2527 de 27 de Outubro de 2011 que

regularizou o Programa Melhor em Casa e definiu a Atenccedilatildeo Domiciliar como nova

modalidade de atenccedilatildeo agrave sauacutede substitutiva ou complementar agraves jaacute existentes

caracterizada por um conjunto de accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento

de doenccedilas e reabilitaccedilatildeo prestadas em domiciacutelio com garantia de continuidade de

cuidados e integrada agraves redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 2011 2012b)

Os NRADrsquos satildeo Nuacutecleos Regionais de Atenccedilatildeo Domiciliar que nasceram no DF

a partir da necessidade de se implantar o PID eles estatildeo vinculados agraves Regionais de

Sauacutede das cidades sateacutelites conforme a organizaccedilatildeo feita pela Secretaria de Estado de

Sauacutede do Distrito Federal (SES-DF) O DF eacute composto por 15 Nuacutecleos Regionais de

Atenccedilatildeo Domiciliar e um deles eacute o NRAD - Ceilacircndia (NRAD-CEI) cujo atendimento

23

abrange uma populaccedilatildeo de 402729 mil habitantes na referida cidade segundo dados do

censo de 2010 do IBGE De acordo com a Portaria nordm 25272011 que redefine a atenccedilatildeo

domiciliar no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) o ideal seria que cada Equipe

Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar (EMAD) atenda apenas um grupo populacional

de 100 mil habitantes As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes

Multidisciplinar de Apoio (EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede

na atenccedilatildeo domiciliar A Portaria nordm 15332012 altera e acrescenta alguns pontos agrave

Portaria nordm 25272011 estabelecendo que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil habitantes

o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio poderaacute

constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes Esta

portaria estabelece ainda que satildeo requisitos miacutenimos para a instalaccedilatildeo do Serviccedilo de

Atenccedilatildeo Domiciliar (SAD) que o municiacutepio apresente populaccedilatildeo igual ou superior a 40

mil habitantes possua cobertura do SAMU ou de algum outro tipo de serviccedilo moacutevel de

urgecircncia e possua um hospital referecircncia na sua aacuterea de abrangecircncia (BRASIL 2008

2011 2012a IBGE 2010)

A transiccedilatildeo epidemioloacutegica e demograacutefica tem causado grande impacto social

com repercussatildeo em diversas aacutereas como economia habitaccedilatildeo previdecircncia e sauacutede

Tais mudanccedilas exigem uma reengenharia multidimensional Particularmente na sauacutede eacute

preciso empreender e fortalecer poliacuteticas puacuteblicas que viabilizem os princiacutepios e

diretrizes do SUS Neste cenaacuterio a Atenccedilatildeo Domiciliar tem se consolidado na reversatildeo

do atual modelo de sauacutede centrado nos hospitais para uma modalidade de accedilotildees

desenvolvidas no domiciacutelio por uma equipe multiprofissional a partir do diagnoacutestico da

realidade em que o paciente estaacute inserido considerando seus potenciais e limitaccedilotildees A

Atenccedilatildeo Domiciliar visa agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao paciente minimizando ou controlando

as sequelas de condiccedilotildees crocircnicas de maneira a favorecer o restabelecimento de sua

independecircncia e a preservaccedilatildeo de sua autonomia (BRASIL 2008 MENDES 2011

MENDES 2012)

Diante do exposto sobre a atenccedilatildeo domiciliar e da mudanccedila na piracircmide etaacuteria

do Brasil nos uacuteltimos anos considera-se que o aumento da populaccedilatildeo idosa e

consequentemente a elevaccedilatildeo no nuacutemero de casos de doenccedilas crocircnicas tornam as accedilotildees

desenvolvidas pelas equipes multiprofissionais do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

(PID) e do Programa de Oxigenoterapia Domiciliar (POD) como ferramentas essenciais

para impulsionar o Programa Melhor em Casa e fortalecer a Poliacutetica Nacional de

Humanizaccedilatildeo aleacutem de contribuir consideravelmente na reduccedilatildeo dos custos hospitalares

24

e na disponibilizaccedilatildeo de leitos em hospitais puacuteblicos para pacientes em estado instaacutevel

que necessitam de monitoramento contiacutenuo Os NRADrsquos vecircm proporcionando entre

outras coisas uma seacuterie de cuidados paliativos aos pacientes do SUS que podem

permanecer internados em domiciacutelio e que satildeo portadores de doenccedilas crocircnicas graves

estaacuteveis tais como Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica (DPOC) sequela de Acidente

Vascular Cerebral (AVC) cacircncer (CA) e diversos distuacuterbios crocircnicos degenerativos

agravos estes que podem acabar contribuindo para o aparecimento das uacutelceras por

pressatildeo como uma complicaccedilatildeo (BRASIL 2004 2012b)

4 METODOLOGIA

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva de abordagem quantitativa

desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes acometidos

por uacutelceras por pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2013

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada

ldquoMelhor em Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do

programa de internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por

portadores de doenccedilas crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade

de Ceilacircndia e foi autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede

do Governo do Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 (Anexo)

Enfatiza-se que foi respeitado os princiacutepios da Resoluccedilatildeo nordm4662012 no que se refere a

pesquisas com seres humanos (BRASIL 2012) Destaca-se que coordenador do projeto

e a chefia do NRAD-CEI autorizaram a utilizaccedilatildeo dos dados mediante termo de

consentimento livre e esclarecido (Apecircndice A) visto que o autor desta pesquisa foi

bolsista deste projeto e trabalhou na coleta de dados durante o periacuteodo de abril de 2012

a abril de 2013

Foram incluiacutedos dados de prontuaacuterios de pacientes acometidos por uacutelceras por

pressatildeo assistidos pelo NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio de 2009 a abril de 2013

somando-se amostra final de 82 prontuaacuterios pesquisados Os criteacuterios de exclusatildeo foram

pacientes natildeo acometidos por uacutelceras por pressatildeo pacientes natildeo assistidos pelo NRAD-

CEI periacuteodo anterior a maio de 2009 e posterior a abril de 2013 e prontuaacuterios com

dados insuficientes ou incompletos

Entre os benefiacutecios do presente estudo estatildeo o levantamento de informaccedilotildees que

posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos cuidados

multiprofissionais e especificamente de enfermagem para pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo no ambiente domiciliar Os riscos deste estudo consistiram em expor

informaccedilotildees dos pesquisados de forma a identificar a sua identidade desta forma este

risco foi minimizado devido agrave manutenccedilatildeo de sigilo com substituiccedilatildeo de nomes e natildeo

divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees que possam remeter a sua identificaccedilatildeo

A anaacutelise de dados se deu a partir do levantamento de dados consultados em

prontuaacuterios dos pacientes com instrumento de coleta (Apecircndice B) apoacutes realizada

26

tabulaccedilatildeo dos dados organizados eletronicamente por meio da criaccedilatildeo de planilhas em

arquivo do software de Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 210

Foi realizada uma anaacutelise exploratoacuteria dos dados (descritiva) as variaacuteveis numeacutericas

foram exploradas pelas medidas descritivas de centralidade (meacutedia) e de dispersatildeo

(miacutenimo maacuteximo e desvio padratildeo) e as variaacuteveis categoacutericas foram exploradas por

frequecircncias simples absolutas e percentuais A apresentaccedilatildeo dos dados foi organizada

por meio graacuteficos e tabelas

5 RESULTADOS

Foram avaliados na pesquisa os prontuaacuterios de 313 pacientes no entanto

somente 82 apresentaram registros de ocorrecircncia de UPs o que equivale ao

acometimento de 262 dos pacientes atendidos no NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio

de 2009 a abril de 2013

Dos 82 pacientes avaliados a idade meacutedia foi de 722 anos (DP=plusmn184 anos

Miacuten=10 anos Maacutex=98 anos) A maioria dos prontuaacuterios revisados demonstra que

827 da amostra satildeo idosos com faixa etaacuteria acima de 60 anos de idade Dentre os

pacientes identificados a tabela 1 demonstra que a maior representatividade foi 329

dos pacientes entre 80-89 anos 292 de 70-79 anose a menor foi de 48 entre 50-59

anos

Quanto agrave variaacutevel sexo percebe-se uma frequecircncia proacutexima entre os

sexos525masculino e475 feminino No entanto relacionando-se a variaacutevel sexo

com a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por paciente nota-se que os usuaacuterios do sexo

masculino com duas trecircs quatro cinco ou mais UPs apresentaram de discreta a elevada

predominacircncia em niacutevel crescente (563 579 629 e 667 respectivamente)

quando comparados agraves usuaacuterias do sexo feminino As pacientes do sexo feminino

apresentaram valores superiores aos homens (63) apenas quando se trata de

pacientesacometidos por apenas uma uacutenica UP (Tabela 1)

Dentre os pacientes atendidos na atenccedilatildeo domiciliar identificou-se que 952

dos usuaacuterios com UPs fazem parte do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID)

enquanto apenas 48 estatildeo vinculados ao Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

(POD)

No que se refere agrave situaccedilatildeo dos pacientes atendidos pelo NRAD entre os anos de

2009 a 2013 a maioria 658 dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito 245

permaneceu internado na atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia e apenas 97 receberam alta

da equipe do PID ou POD

28

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF segundo a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por usuaacuterio

maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS NUacuteMERO DE UacuteLCERAS POR PRESSAtildeO

1 UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

n n n n n n

27 329 16 195 19 231 8 97 12 146 82 100

FAIXA ETAacuteRIA

10- 49 anos 2 74 1 63 2 105 1 125 4 333 10 121

50-59 anos 1 37 1 63 2 105 - - - - 4 48

60-69 anos 3 111 1 63 3 158 2 25 1 83 10 121

70-79 anos 11 407 5 313 2 105 4 50 2 167 24 292

80-89 anos 7 259 6 375 9 474 1 125 4 333 27 329

ge 90 anos 3 111 2 125 1 53 - - 1 83 7 85

SEXO

Masculino 10 37 9 563 11 579 5 625 8 667 43 525

Feminino 17 63 7 437 8 421 3 375 4 333 39 475

PROGRAMA

PID 24 888 15 938 19 100 8 100 12 100 78 952

POD 3 112 1 62 - - - - - - 4 48

EVOLUCcedilAtildeO

Internado 7 259 4 25 5 263 2 25 2 167 20 245

Alta 2 74 2 125 1 53 2 25 1 83 8 97

Oacutebito 18 667 10 625 13 684 4 50 9 75 54 658

Uacutelcera por pressatildeo Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

A pesquisa identificou que a quantidade meacutedia de UPs na admissatildeo do paciente

eacute de aproximadamente duas lesotildees e a quantidade total de UPs no decorrer da internaccedilatildeo

eacute em meacutedia 25 UPs por paciente No que tange agrave quantidade de UPs por paciente a

maior representatividade foi dos pacientes com apenas uma lesatildeo (329) e o menor

percentual (97) foi referente aos pacientes com quatro lesotildees simultacircneas

Outra variaacutevel interessante eacute sobre o tempo de permanecircncia dos pacientes nos

programas de internaccedilatildeo do NRAD-Ceilacircndia sendo o tempo meacutedio de 3877 dias o

29

que equivale a pouco mais de 1 ano de internaccedilatildeo por paciente com miacutenimo de 4 dias e

maacuteximo de 1520 dias equivalente a pouco mais de 4 anos (Tabela 2)

Tabela 2- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS MEacuteDIA DP MIacuteNIMO MAacuteXIMO

Idade 722 184 10 98

Tempo de permanecircncia do

paciente no NRAD (dias) 3877 3961 4 1520

Quantidade de UPs na admissatildeo 21 16 0 7

Quantidade de UPs por paciente 25 15 1 7

Desvio Padratildeo

De acordo com a tabela 3 percebe-se que 804 dos pacientes possuem como

diagnoacutestico principal algum tipo de agravo em sauacutede relacionado ao sistema

neuroloacutegico Outros 17 possuem algum diagnoacutestico oncoloacutegico (CA hepaacutetico

prostaacutetico uterino bexiga metaacutestase oacutessea entre outros) apenas 13 com agravo

respiratoacuterio e 13 com agravo osteomuscular

Considerando os 804 de pacientes com algum agravo neuroloacutegico os

principais diagnoacutesticos encontrados foram sequela AVC (658) Dentre estes 561

com AVC como diagnoacutestico uacutenico e os demais pacientes que representam 97

possuiacuteam sequela de AVC associada a outras doenccedilas entre elas Parkinson Alzheimer

e Encefalopatia anoacutexica Ainda dentro do rol de outros problemas neuroloacutegicos (146)

tambeacutem foi possiacutevel encontrar Siacutendrome de Rasmussen Siacutendrome de Devic Demecircncia

Senil Esclerose Muacuteltipla Paralisia Cerebral Lesatildeo Espinomedular (Tetraplegia) e

Alzheimer (Tabela 3)

Como diagnoacutestico secundaacuterio 39 dos pacientes tambeacutem eram acometidos com

HAS e 232 com DM Sendo que destes 134 apresentaram HAS e DM

simultaneamente Outros pacientes apresentaram ainda desnutriccedilatildeo crocircnica e fratura do

fecircmur 61 cada (Tabela 3)

30

Tabela 3-Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

DIAGNOacuteSTICO PRINCIPAL n

Agravos Neuroloacutegicos 66 804

Agravos Neoplaacutesicos 14 17

Agravos Respiratoacuterios 1 13

Agravos Osteomusculares 1 13

COMORBIDADES n

Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) 32 39

Diabetes Mellitus(DM) tipo I ou II 19 232

Desnutriccedilatildeo Crocircnica 5 61

Fratura de fecircmur 5 61

DPOC 3 36

Outros agravos 18 22

Dos agravos neuroloacutegicos 658 eram sequelas de AVC Destes 134 apresentavam diagnoacutestico

de DM e HAS concomitantemente

Em uma visatildeo geral diante dos dados da tabela 4 nota-se que a assistecircncia de

enfermagem no tratamento das UPs gerou resolutividade em 378 dos pacientes 22

apresentou melhora da UPs e apenas 85 apresentaram quadro de piora Referente ao

nuacutemero de UPs os pacientes que apresentaram maiores percentis de piora 25 e de

manutenccedilatildeo da UP 50 foram aqueles que possuiacuteam quantidade igual ou superior a

cinco UPs

Do total da amostra 158 apresentaram infecccedilatildeo em alguma UP durante

determinado momento do tratamento Eacute interessante perceber que quanto maior a

quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de infecccedilatildeo na ferida Identifica-

se isso em 211 dos usuaacuterios com trecircs UPs 25 com quatro UPs e 333 dos

pacientes com cinco ou mais lesotildees que apresentaram infecccedilatildeo na ferida (Tabela 4)

Apenas 6 dos clientes apresentaram em algum momento reabertura de lesotildees

jaacute anteriormente resolvidas Tambeacutem seguindo a mesma loacutegica das infecccedilotildees de feridas

nota-se que quanto maior a quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de

reabertura de lesotildees isto foi possiacutevel identificar nos resultados que evidenciam que

105 dos pacientes com trecircs lesotildees 125 dos clientes com quatro lesotildees e 167

daqueles com cinco ou mais lesotildees apresentaram reabertura de UP (Tabela 4)

31

Tabela 4 - Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do

Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013

1UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

DESFECHO

DAS UPs

PACIENTE

n n n n n n

Cicatrizada 15 556 7 438 6 316 3 375 - - 31 378

Melhora 3 111 5 313 6 316 1 125 3 25 18 22

Piora 1 37 1 63 1 53 1 125 3 25 7 85

Mantida 8 296 3 188 6 316 3 375 6 50 26 317

INFECCcedilAtildeO

Sim 2 74 1 63 4 211 2 25 4 333 13 158

Natildeo 25 926 15 937 15 789 6 75 8 667 69 842

REABERTURA

Sim - - - - 2 105 1 125 2 167 5 6

Natildeo 27 100 16 100 17 895 7 875 10 833 77 94

ADMISSAtildeO

Com UP 20 741 12 75 19 100 8 100 12 100 71 865

Sem UP 7 259 4 25 - - - - - - 11 135

QUANTIDADE

UPs na

admissatildeo

1 UP 20 741 3 188 1 53 2 25 - - 26 317

2UPs - - 9 563 3 158 1 125 - - 13 158

3UPs - - - - 15 789 1 125 2 167 18 22

4UPs - - - - - - 4 50 1 83 5 6

5UPs - - - - - - - - 6 50 6 73

6UPs - - - - - - - - 2 167 2 24

7UPs - - - - - - - - 1 83 1 12

Vale ressaltar que segundo o resultado da pesquisa 865 destes pacientes

atendidos pelo NRAD jaacute foram admitidos com a presenccedila de UPs Somente 135 dos

usuaacuterios que passaram pela atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia desenvolveram UPs apoacutes a

admissatildeo em um dos programas natildeo ultrapassando a quantidade de duas UPs por

paciente Dos 865 de pacientes que jaacute foram internados em domiciacutelio com UP 317

apresentavam apenas uma UP na admissatildeo 22 com trecircs UPs e 12 com sete UPs jaacute

desde a admissatildeo conforme visualizado na figura 1

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

8 REFEREcircNCIAS

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

18

estabilidade cliacutenica pelos cuidados de sauacutede no domiciacutelio a dignidade e conforto

preconizados pela Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) do Ministeacuterio da Sauacutede ndash

MS (BRASIL 2004 2012b)

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Descrever o perfil dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar

assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Identificar o percentil de ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo em pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar na cidade de Ceilacircndia (DF) no periacuteodo avaliado

Descrever caracteriacutesticas cliacutenico-demograacuteficas dos pacientes com uacutelceras por

pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

Caracterizar o perfil das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes estudados na Atenccedilatildeo

Domiciliar

Verificar o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na

Atenccedilatildeo Domiciliar

Identificar a resolutividade do tratamento referente agraves uacutelceras por pressatildeo no

acircmbito domiciliar

Verificar a quantidade de visitas domiciliares de enfermagem aos pacientes

acometidos por uacutelceras por pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Uacutelcera por pressatildeo

A UP eacute uma complicaccedilatildeo frequente em pacientes internados tanto na atenccedilatildeo

hospitalar como domiciliar Pacientes acometidos por morbidades que levam agrave

imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como idade avanccedilada

desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele quadro de sauacutede

deficiente anemia possiacuteveis edemas incontinecircncia urinaacuteria por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento desse tipo de lesotildees cutacircneas ocasionadas pela fricccedilatildeo eou

pressatildeo da pele contra o leito comumente em pontos proacuteximos as proeminecircncias oacutesseas

como p ex regiatildeo trocanteacuterica sacral e calcacircneo ou em aacutereas onde o tecido adiposo

subcutacircneo eacute escasso Com isso haacute reduccedilatildeo na circulaccedilatildeo perifeacuterica do sangue em aacutereas

sob pressatildeo acarretando em maacute perfusatildeo tecidual e consequentemente surgimento de

feridas (LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012)

O aparecimento de UPs eacute um problema tanto para a qualidade de vida do

paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais

provindos de recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria

famiacutelia do paciente (BRASIL 2013a)

Existe uma classificaccedilatildeo publicada pela European Pressure Ulcer Advisory

Panel (EPUAP) que auxilia o enfermeiro no estadiamento das UPs esta classificaccedilatildeo

contribui para estabelecer o perfil de ferida e possibilitaa definiccedilatildeo de uma estrateacutegia de

cuidados para tratamento evitando recorrecircncia e o aparecimento de outras feridas A

classificaccedilatildeo define o estadiamento em Grau I ndash eritema natildeo branqueaacutevel em pele

intacta a lesatildeo precursora da pele Em pacientes de pele escura o calor o edema e o

endurecimento da regiatildeo tambeacutem podem ser indicadores Grau II ndash perda parcial da

pele que envolve a epiderme a derme ou ambas Grau III ndash perda de espessura total da

pele podendo incluir lesotildees ou mesmo necrose do tecido subcutacircneo com extensatildeo ateacute

a faacutescia subjacente mas natildeo atraveacutes dessa Grau IV ndash destruiccedilatildeo extensa necrose dos

tecidos ou lesatildeo muscular eou exposiccedilatildeo oacutessea ou das estruturas de apoio Grau ldquonatildeo

estadiaacutevelrdquo - perda tissular de espessura completa em que a base da uacutelcera estaacute coberta

por crosta (amarela marrom-claro cinza verde ou castanha) eou escara (marrom-claro

21

castanha ou negra) Sendo assim ateacute que a pele macerada eou necrosada seja removida

expondo a base da ferida a profundidade verdadeira e o grau natildeo podem ser

determinados (EPUAP 2011)

Atualmente existem diversos instrumentos de medidas e escalas que avaliam e

classificam o risco de pacientes desenvolverem UPs Entre os mais conhecidos e

utilizados estaacute a escala de Braden que avalia o risco de UP focalizando no cuidado agrave

pele com accedilotildees terapecircuticas preventivas e de educaccedilatildeo em sauacutede aleacutem de abordar

sobre a superfiacutecie de suporte e aliacutevio de carga mecacircnica A escala de Braden jaacute foi

testada e validada em diversos paiacuteses e eacute considerada de grande confiabilidade aleacutem de

possuir faacutecil utilizaccedilatildeo e vasta aceitaccedilatildeo tanto pelos enfermeiros como pelos proacuteprios

pacientes No entanto eacute importante ressaltar que haacute outras escalas bastante conhecidas

como p ex a escala de Norton a escala de Gosnell e a escala de Waterlow (ARAUacuteJO

et al 2010 COEcircLHO et al 2012)

Coecirclho et al (2012 p41) explica ainda de maneira bastante clara como estaacute

estruturada e organizada a escala de Braden e quais fatores satildeo avaliados em cada item

Sua organizaccedilatildeo baseia-se na fisiopatogenia da UP Assim eacute composta por

seis subescalas as quais avaliam a percepccedilatildeo sensorial a umidade da pele a

atividade a mobilidade o estado nutricional a fricccedilatildeo e o cisalhamento Das

seis subescalas trecircs medem determinantes cliacutenicos de exposiccedilatildeo para pressatildeo

prolongada e intensa (percepccedilatildeo sensorial atividade e mobilidade) e trecircs

mensuram a toleracircncia do tecido agrave pressatildeo (umidade nutriccedilatildeo fricccedilatildeo e

cisalhamento) Cada subescala eacute acompanhada de um tiacutetulo e cada niacutevel de

um conceito descritor-chave aleacutem de uma ou duas frases descrevendo ou

qualificando os atributos a serem avaliados

Arauacutejo et al (2010) referem que a escala de Braden pode variar de 4 a 23

pontos Escores abaixo de 11 pontos indicam alto risco para desenvolver UPs

pontuaccedilatildeo entre 11 e 16 aponta risco moderado e igual ou superior a 16 pontos eacute

considerado como pequeno risco para o aparecimento de UPs

Na Europa e Aacutesia encontram-se mais de 40 protocolos relacionados agrave prevenccedilatildeo

e ao tratamento de feridas e UPs (ARAUacuteJO et al 2011) No entanto ateacute recentemente

dentro do contexto de sauacutede brasileira ainda natildeo havia uma padronizaccedilatildeo da atenccedilatildeo ou

mesmo um protocolo oficial rotina de trabalho etc que auxiliasse a atuaccedilatildeo do

enfermeiro diante do surgimento de feridas e prevenccedilatildeo de uacutelceras por pressatildeo o que

pode levar o mesmo algumas vezes a uma avaliaccedilatildeo subjetiva e focada somente na

cicatrizaccedilatildeo da ferida mas sem uma fundamentaccedilatildeo profilaacutetica adequada para cada caso

22

(ROGENSKI SANTOS 2005) A partir dessa e outras necessidades quanto agrave seguranccedila

do paciente o Ministeacuterio da Sauacutede lanccedilou a portaria nordm 529 de 1ordm de abril de 2013 que

institui o Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente ndash PNSP Nesta portaria ficou

instituiacutedo um Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP (CIPNSP) ao qual foi designado

promover accedilotildees que visem agrave melhoria da seguranccedila do cuidado em sauacutede por meio da

elaboraccedilatildeo consensual e validaccedilatildeo de protocolos em sauacutede entre os diversos membros

que participam do CIPNSP entre eles CFM COFEN ANVISA e Fiocruz (BRASIL

2013b) Alguns meses depois foi lanccedilado pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Protocolo para

Prevenccedilatildeo de Uacutelcera por Pressatildeo (BRASIL 2013a) de acordo com a Portaria nordm 1377

de 9 de julho de 2013 que aprovou esse e outros protocolos de seguranccedila do paciente

(BRASIL 2013c)

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar

O Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID) eacute uma modalidade de internaccedilatildeo

extra-hospitalar que assiste a pacientes que necessitam de cuidados especiais de sauacutede

mas que podem permanecer internados em seu domiciacutelio O PID objetiva a

desospitalizaccedilatildeo humanizada eficaz e de qualidade com foco nas atividades de

promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede representando uma estrateacutegia na reversatildeo do atual

modelo hospitalocecircntrico (BRASIL 2008 MARTELLI et al 2011)

A melhor utilizaccedilatildeo do siacutetio hospitalar eacute um desafio para os atuais sistemas de

sauacutede com a otimizaccedilatildeo de recursos hospitalares e reduccedilatildeo de internaccedilotildees evitaacuteveis Em

resposta a esta demanda houve um ato na consolidaccedilatildeo da atual Poliacutetica de Atenccedilatildeo

Domiciliar com o lanccedilamento da Portaria 2527 de 27 de Outubro de 2011 que

regularizou o Programa Melhor em Casa e definiu a Atenccedilatildeo Domiciliar como nova

modalidade de atenccedilatildeo agrave sauacutede substitutiva ou complementar agraves jaacute existentes

caracterizada por um conjunto de accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento

de doenccedilas e reabilitaccedilatildeo prestadas em domiciacutelio com garantia de continuidade de

cuidados e integrada agraves redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 2011 2012b)

Os NRADrsquos satildeo Nuacutecleos Regionais de Atenccedilatildeo Domiciliar que nasceram no DF

a partir da necessidade de se implantar o PID eles estatildeo vinculados agraves Regionais de

Sauacutede das cidades sateacutelites conforme a organizaccedilatildeo feita pela Secretaria de Estado de

Sauacutede do Distrito Federal (SES-DF) O DF eacute composto por 15 Nuacutecleos Regionais de

Atenccedilatildeo Domiciliar e um deles eacute o NRAD - Ceilacircndia (NRAD-CEI) cujo atendimento

23

abrange uma populaccedilatildeo de 402729 mil habitantes na referida cidade segundo dados do

censo de 2010 do IBGE De acordo com a Portaria nordm 25272011 que redefine a atenccedilatildeo

domiciliar no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) o ideal seria que cada Equipe

Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar (EMAD) atenda apenas um grupo populacional

de 100 mil habitantes As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes

Multidisciplinar de Apoio (EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede

na atenccedilatildeo domiciliar A Portaria nordm 15332012 altera e acrescenta alguns pontos agrave

Portaria nordm 25272011 estabelecendo que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil habitantes

o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio poderaacute

constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes Esta

portaria estabelece ainda que satildeo requisitos miacutenimos para a instalaccedilatildeo do Serviccedilo de

Atenccedilatildeo Domiciliar (SAD) que o municiacutepio apresente populaccedilatildeo igual ou superior a 40

mil habitantes possua cobertura do SAMU ou de algum outro tipo de serviccedilo moacutevel de

urgecircncia e possua um hospital referecircncia na sua aacuterea de abrangecircncia (BRASIL 2008

2011 2012a IBGE 2010)

A transiccedilatildeo epidemioloacutegica e demograacutefica tem causado grande impacto social

com repercussatildeo em diversas aacutereas como economia habitaccedilatildeo previdecircncia e sauacutede

Tais mudanccedilas exigem uma reengenharia multidimensional Particularmente na sauacutede eacute

preciso empreender e fortalecer poliacuteticas puacuteblicas que viabilizem os princiacutepios e

diretrizes do SUS Neste cenaacuterio a Atenccedilatildeo Domiciliar tem se consolidado na reversatildeo

do atual modelo de sauacutede centrado nos hospitais para uma modalidade de accedilotildees

desenvolvidas no domiciacutelio por uma equipe multiprofissional a partir do diagnoacutestico da

realidade em que o paciente estaacute inserido considerando seus potenciais e limitaccedilotildees A

Atenccedilatildeo Domiciliar visa agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao paciente minimizando ou controlando

as sequelas de condiccedilotildees crocircnicas de maneira a favorecer o restabelecimento de sua

independecircncia e a preservaccedilatildeo de sua autonomia (BRASIL 2008 MENDES 2011

MENDES 2012)

Diante do exposto sobre a atenccedilatildeo domiciliar e da mudanccedila na piracircmide etaacuteria

do Brasil nos uacuteltimos anos considera-se que o aumento da populaccedilatildeo idosa e

consequentemente a elevaccedilatildeo no nuacutemero de casos de doenccedilas crocircnicas tornam as accedilotildees

desenvolvidas pelas equipes multiprofissionais do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

(PID) e do Programa de Oxigenoterapia Domiciliar (POD) como ferramentas essenciais

para impulsionar o Programa Melhor em Casa e fortalecer a Poliacutetica Nacional de

Humanizaccedilatildeo aleacutem de contribuir consideravelmente na reduccedilatildeo dos custos hospitalares

24

e na disponibilizaccedilatildeo de leitos em hospitais puacuteblicos para pacientes em estado instaacutevel

que necessitam de monitoramento contiacutenuo Os NRADrsquos vecircm proporcionando entre

outras coisas uma seacuterie de cuidados paliativos aos pacientes do SUS que podem

permanecer internados em domiciacutelio e que satildeo portadores de doenccedilas crocircnicas graves

estaacuteveis tais como Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica (DPOC) sequela de Acidente

Vascular Cerebral (AVC) cacircncer (CA) e diversos distuacuterbios crocircnicos degenerativos

agravos estes que podem acabar contribuindo para o aparecimento das uacutelceras por

pressatildeo como uma complicaccedilatildeo (BRASIL 2004 2012b)

4 METODOLOGIA

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva de abordagem quantitativa

desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes acometidos

por uacutelceras por pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2013

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada

ldquoMelhor em Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do

programa de internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por

portadores de doenccedilas crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade

de Ceilacircndia e foi autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede

do Governo do Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 (Anexo)

Enfatiza-se que foi respeitado os princiacutepios da Resoluccedilatildeo nordm4662012 no que se refere a

pesquisas com seres humanos (BRASIL 2012) Destaca-se que coordenador do projeto

e a chefia do NRAD-CEI autorizaram a utilizaccedilatildeo dos dados mediante termo de

consentimento livre e esclarecido (Apecircndice A) visto que o autor desta pesquisa foi

bolsista deste projeto e trabalhou na coleta de dados durante o periacuteodo de abril de 2012

a abril de 2013

Foram incluiacutedos dados de prontuaacuterios de pacientes acometidos por uacutelceras por

pressatildeo assistidos pelo NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio de 2009 a abril de 2013

somando-se amostra final de 82 prontuaacuterios pesquisados Os criteacuterios de exclusatildeo foram

pacientes natildeo acometidos por uacutelceras por pressatildeo pacientes natildeo assistidos pelo NRAD-

CEI periacuteodo anterior a maio de 2009 e posterior a abril de 2013 e prontuaacuterios com

dados insuficientes ou incompletos

Entre os benefiacutecios do presente estudo estatildeo o levantamento de informaccedilotildees que

posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos cuidados

multiprofissionais e especificamente de enfermagem para pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo no ambiente domiciliar Os riscos deste estudo consistiram em expor

informaccedilotildees dos pesquisados de forma a identificar a sua identidade desta forma este

risco foi minimizado devido agrave manutenccedilatildeo de sigilo com substituiccedilatildeo de nomes e natildeo

divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees que possam remeter a sua identificaccedilatildeo

A anaacutelise de dados se deu a partir do levantamento de dados consultados em

prontuaacuterios dos pacientes com instrumento de coleta (Apecircndice B) apoacutes realizada

26

tabulaccedilatildeo dos dados organizados eletronicamente por meio da criaccedilatildeo de planilhas em

arquivo do software de Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 210

Foi realizada uma anaacutelise exploratoacuteria dos dados (descritiva) as variaacuteveis numeacutericas

foram exploradas pelas medidas descritivas de centralidade (meacutedia) e de dispersatildeo

(miacutenimo maacuteximo e desvio padratildeo) e as variaacuteveis categoacutericas foram exploradas por

frequecircncias simples absolutas e percentuais A apresentaccedilatildeo dos dados foi organizada

por meio graacuteficos e tabelas

5 RESULTADOS

Foram avaliados na pesquisa os prontuaacuterios de 313 pacientes no entanto

somente 82 apresentaram registros de ocorrecircncia de UPs o que equivale ao

acometimento de 262 dos pacientes atendidos no NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio

de 2009 a abril de 2013

Dos 82 pacientes avaliados a idade meacutedia foi de 722 anos (DP=plusmn184 anos

Miacuten=10 anos Maacutex=98 anos) A maioria dos prontuaacuterios revisados demonstra que

827 da amostra satildeo idosos com faixa etaacuteria acima de 60 anos de idade Dentre os

pacientes identificados a tabela 1 demonstra que a maior representatividade foi 329

dos pacientes entre 80-89 anos 292 de 70-79 anose a menor foi de 48 entre 50-59

anos

Quanto agrave variaacutevel sexo percebe-se uma frequecircncia proacutexima entre os

sexos525masculino e475 feminino No entanto relacionando-se a variaacutevel sexo

com a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por paciente nota-se que os usuaacuterios do sexo

masculino com duas trecircs quatro cinco ou mais UPs apresentaram de discreta a elevada

predominacircncia em niacutevel crescente (563 579 629 e 667 respectivamente)

quando comparados agraves usuaacuterias do sexo feminino As pacientes do sexo feminino

apresentaram valores superiores aos homens (63) apenas quando se trata de

pacientesacometidos por apenas uma uacutenica UP (Tabela 1)

Dentre os pacientes atendidos na atenccedilatildeo domiciliar identificou-se que 952

dos usuaacuterios com UPs fazem parte do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID)

enquanto apenas 48 estatildeo vinculados ao Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

(POD)

No que se refere agrave situaccedilatildeo dos pacientes atendidos pelo NRAD entre os anos de

2009 a 2013 a maioria 658 dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito 245

permaneceu internado na atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia e apenas 97 receberam alta

da equipe do PID ou POD

28

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF segundo a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por usuaacuterio

maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS NUacuteMERO DE UacuteLCERAS POR PRESSAtildeO

1 UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

n n n n n n

27 329 16 195 19 231 8 97 12 146 82 100

FAIXA ETAacuteRIA

10- 49 anos 2 74 1 63 2 105 1 125 4 333 10 121

50-59 anos 1 37 1 63 2 105 - - - - 4 48

60-69 anos 3 111 1 63 3 158 2 25 1 83 10 121

70-79 anos 11 407 5 313 2 105 4 50 2 167 24 292

80-89 anos 7 259 6 375 9 474 1 125 4 333 27 329

ge 90 anos 3 111 2 125 1 53 - - 1 83 7 85

SEXO

Masculino 10 37 9 563 11 579 5 625 8 667 43 525

Feminino 17 63 7 437 8 421 3 375 4 333 39 475

PROGRAMA

PID 24 888 15 938 19 100 8 100 12 100 78 952

POD 3 112 1 62 - - - - - - 4 48

EVOLUCcedilAtildeO

Internado 7 259 4 25 5 263 2 25 2 167 20 245

Alta 2 74 2 125 1 53 2 25 1 83 8 97

Oacutebito 18 667 10 625 13 684 4 50 9 75 54 658

Uacutelcera por pressatildeo Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

A pesquisa identificou que a quantidade meacutedia de UPs na admissatildeo do paciente

eacute de aproximadamente duas lesotildees e a quantidade total de UPs no decorrer da internaccedilatildeo

eacute em meacutedia 25 UPs por paciente No que tange agrave quantidade de UPs por paciente a

maior representatividade foi dos pacientes com apenas uma lesatildeo (329) e o menor

percentual (97) foi referente aos pacientes com quatro lesotildees simultacircneas

Outra variaacutevel interessante eacute sobre o tempo de permanecircncia dos pacientes nos

programas de internaccedilatildeo do NRAD-Ceilacircndia sendo o tempo meacutedio de 3877 dias o

29

que equivale a pouco mais de 1 ano de internaccedilatildeo por paciente com miacutenimo de 4 dias e

maacuteximo de 1520 dias equivalente a pouco mais de 4 anos (Tabela 2)

Tabela 2- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS MEacuteDIA DP MIacuteNIMO MAacuteXIMO

Idade 722 184 10 98

Tempo de permanecircncia do

paciente no NRAD (dias) 3877 3961 4 1520

Quantidade de UPs na admissatildeo 21 16 0 7

Quantidade de UPs por paciente 25 15 1 7

Desvio Padratildeo

De acordo com a tabela 3 percebe-se que 804 dos pacientes possuem como

diagnoacutestico principal algum tipo de agravo em sauacutede relacionado ao sistema

neuroloacutegico Outros 17 possuem algum diagnoacutestico oncoloacutegico (CA hepaacutetico

prostaacutetico uterino bexiga metaacutestase oacutessea entre outros) apenas 13 com agravo

respiratoacuterio e 13 com agravo osteomuscular

Considerando os 804 de pacientes com algum agravo neuroloacutegico os

principais diagnoacutesticos encontrados foram sequela AVC (658) Dentre estes 561

com AVC como diagnoacutestico uacutenico e os demais pacientes que representam 97

possuiacuteam sequela de AVC associada a outras doenccedilas entre elas Parkinson Alzheimer

e Encefalopatia anoacutexica Ainda dentro do rol de outros problemas neuroloacutegicos (146)

tambeacutem foi possiacutevel encontrar Siacutendrome de Rasmussen Siacutendrome de Devic Demecircncia

Senil Esclerose Muacuteltipla Paralisia Cerebral Lesatildeo Espinomedular (Tetraplegia) e

Alzheimer (Tabela 3)

Como diagnoacutestico secundaacuterio 39 dos pacientes tambeacutem eram acometidos com

HAS e 232 com DM Sendo que destes 134 apresentaram HAS e DM

simultaneamente Outros pacientes apresentaram ainda desnutriccedilatildeo crocircnica e fratura do

fecircmur 61 cada (Tabela 3)

30

Tabela 3-Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

DIAGNOacuteSTICO PRINCIPAL n

Agravos Neuroloacutegicos 66 804

Agravos Neoplaacutesicos 14 17

Agravos Respiratoacuterios 1 13

Agravos Osteomusculares 1 13

COMORBIDADES n

Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) 32 39

Diabetes Mellitus(DM) tipo I ou II 19 232

Desnutriccedilatildeo Crocircnica 5 61

Fratura de fecircmur 5 61

DPOC 3 36

Outros agravos 18 22

Dos agravos neuroloacutegicos 658 eram sequelas de AVC Destes 134 apresentavam diagnoacutestico

de DM e HAS concomitantemente

Em uma visatildeo geral diante dos dados da tabela 4 nota-se que a assistecircncia de

enfermagem no tratamento das UPs gerou resolutividade em 378 dos pacientes 22

apresentou melhora da UPs e apenas 85 apresentaram quadro de piora Referente ao

nuacutemero de UPs os pacientes que apresentaram maiores percentis de piora 25 e de

manutenccedilatildeo da UP 50 foram aqueles que possuiacuteam quantidade igual ou superior a

cinco UPs

Do total da amostra 158 apresentaram infecccedilatildeo em alguma UP durante

determinado momento do tratamento Eacute interessante perceber que quanto maior a

quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de infecccedilatildeo na ferida Identifica-

se isso em 211 dos usuaacuterios com trecircs UPs 25 com quatro UPs e 333 dos

pacientes com cinco ou mais lesotildees que apresentaram infecccedilatildeo na ferida (Tabela 4)

Apenas 6 dos clientes apresentaram em algum momento reabertura de lesotildees

jaacute anteriormente resolvidas Tambeacutem seguindo a mesma loacutegica das infecccedilotildees de feridas

nota-se que quanto maior a quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de

reabertura de lesotildees isto foi possiacutevel identificar nos resultados que evidenciam que

105 dos pacientes com trecircs lesotildees 125 dos clientes com quatro lesotildees e 167

daqueles com cinco ou mais lesotildees apresentaram reabertura de UP (Tabela 4)

31

Tabela 4 - Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do

Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013

1UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

DESFECHO

DAS UPs

PACIENTE

n n n n n n

Cicatrizada 15 556 7 438 6 316 3 375 - - 31 378

Melhora 3 111 5 313 6 316 1 125 3 25 18 22

Piora 1 37 1 63 1 53 1 125 3 25 7 85

Mantida 8 296 3 188 6 316 3 375 6 50 26 317

INFECCcedilAtildeO

Sim 2 74 1 63 4 211 2 25 4 333 13 158

Natildeo 25 926 15 937 15 789 6 75 8 667 69 842

REABERTURA

Sim - - - - 2 105 1 125 2 167 5 6

Natildeo 27 100 16 100 17 895 7 875 10 833 77 94

ADMISSAtildeO

Com UP 20 741 12 75 19 100 8 100 12 100 71 865

Sem UP 7 259 4 25 - - - - - - 11 135

QUANTIDADE

UPs na

admissatildeo

1 UP 20 741 3 188 1 53 2 25 - - 26 317

2UPs - - 9 563 3 158 1 125 - - 13 158

3UPs - - - - 15 789 1 125 2 167 18 22

4UPs - - - - - - 4 50 1 83 5 6

5UPs - - - - - - - - 6 50 6 73

6UPs - - - - - - - - 2 167 2 24

7UPs - - - - - - - - 1 83 1 12

Vale ressaltar que segundo o resultado da pesquisa 865 destes pacientes

atendidos pelo NRAD jaacute foram admitidos com a presenccedila de UPs Somente 135 dos

usuaacuterios que passaram pela atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia desenvolveram UPs apoacutes a

admissatildeo em um dos programas natildeo ultrapassando a quantidade de duas UPs por

paciente Dos 865 de pacientes que jaacute foram internados em domiciacutelio com UP 317

apresentavam apenas uma UP na admissatildeo 22 com trecircs UPs e 12 com sete UPs jaacute

desde a admissatildeo conforme visualizado na figura 1

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Descrever o perfil dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar

assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Identificar o percentil de ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo em pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar na cidade de Ceilacircndia (DF) no periacuteodo avaliado

Descrever caracteriacutesticas cliacutenico-demograacuteficas dos pacientes com uacutelceras por

pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

Caracterizar o perfil das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes estudados na Atenccedilatildeo

Domiciliar

Verificar o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes com uacutelceras por pressatildeo na

Atenccedilatildeo Domiciliar

Identificar a resolutividade do tratamento referente agraves uacutelceras por pressatildeo no

acircmbito domiciliar

Verificar a quantidade de visitas domiciliares de enfermagem aos pacientes

acometidos por uacutelceras por pressatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Uacutelcera por pressatildeo

A UP eacute uma complicaccedilatildeo frequente em pacientes internados tanto na atenccedilatildeo

hospitalar como domiciliar Pacientes acometidos por morbidades que levam agrave

imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como idade avanccedilada

desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele quadro de sauacutede

deficiente anemia possiacuteveis edemas incontinecircncia urinaacuteria por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento desse tipo de lesotildees cutacircneas ocasionadas pela fricccedilatildeo eou

pressatildeo da pele contra o leito comumente em pontos proacuteximos as proeminecircncias oacutesseas

como p ex regiatildeo trocanteacuterica sacral e calcacircneo ou em aacutereas onde o tecido adiposo

subcutacircneo eacute escasso Com isso haacute reduccedilatildeo na circulaccedilatildeo perifeacuterica do sangue em aacutereas

sob pressatildeo acarretando em maacute perfusatildeo tecidual e consequentemente surgimento de

feridas (LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012)

O aparecimento de UPs eacute um problema tanto para a qualidade de vida do

paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais

provindos de recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria

famiacutelia do paciente (BRASIL 2013a)

Existe uma classificaccedilatildeo publicada pela European Pressure Ulcer Advisory

Panel (EPUAP) que auxilia o enfermeiro no estadiamento das UPs esta classificaccedilatildeo

contribui para estabelecer o perfil de ferida e possibilitaa definiccedilatildeo de uma estrateacutegia de

cuidados para tratamento evitando recorrecircncia e o aparecimento de outras feridas A

classificaccedilatildeo define o estadiamento em Grau I ndash eritema natildeo branqueaacutevel em pele

intacta a lesatildeo precursora da pele Em pacientes de pele escura o calor o edema e o

endurecimento da regiatildeo tambeacutem podem ser indicadores Grau II ndash perda parcial da

pele que envolve a epiderme a derme ou ambas Grau III ndash perda de espessura total da

pele podendo incluir lesotildees ou mesmo necrose do tecido subcutacircneo com extensatildeo ateacute

a faacutescia subjacente mas natildeo atraveacutes dessa Grau IV ndash destruiccedilatildeo extensa necrose dos

tecidos ou lesatildeo muscular eou exposiccedilatildeo oacutessea ou das estruturas de apoio Grau ldquonatildeo

estadiaacutevelrdquo - perda tissular de espessura completa em que a base da uacutelcera estaacute coberta

por crosta (amarela marrom-claro cinza verde ou castanha) eou escara (marrom-claro

21

castanha ou negra) Sendo assim ateacute que a pele macerada eou necrosada seja removida

expondo a base da ferida a profundidade verdadeira e o grau natildeo podem ser

determinados (EPUAP 2011)

Atualmente existem diversos instrumentos de medidas e escalas que avaliam e

classificam o risco de pacientes desenvolverem UPs Entre os mais conhecidos e

utilizados estaacute a escala de Braden que avalia o risco de UP focalizando no cuidado agrave

pele com accedilotildees terapecircuticas preventivas e de educaccedilatildeo em sauacutede aleacutem de abordar

sobre a superfiacutecie de suporte e aliacutevio de carga mecacircnica A escala de Braden jaacute foi

testada e validada em diversos paiacuteses e eacute considerada de grande confiabilidade aleacutem de

possuir faacutecil utilizaccedilatildeo e vasta aceitaccedilatildeo tanto pelos enfermeiros como pelos proacuteprios

pacientes No entanto eacute importante ressaltar que haacute outras escalas bastante conhecidas

como p ex a escala de Norton a escala de Gosnell e a escala de Waterlow (ARAUacuteJO

et al 2010 COEcircLHO et al 2012)

Coecirclho et al (2012 p41) explica ainda de maneira bastante clara como estaacute

estruturada e organizada a escala de Braden e quais fatores satildeo avaliados em cada item

Sua organizaccedilatildeo baseia-se na fisiopatogenia da UP Assim eacute composta por

seis subescalas as quais avaliam a percepccedilatildeo sensorial a umidade da pele a

atividade a mobilidade o estado nutricional a fricccedilatildeo e o cisalhamento Das

seis subescalas trecircs medem determinantes cliacutenicos de exposiccedilatildeo para pressatildeo

prolongada e intensa (percepccedilatildeo sensorial atividade e mobilidade) e trecircs

mensuram a toleracircncia do tecido agrave pressatildeo (umidade nutriccedilatildeo fricccedilatildeo e

cisalhamento) Cada subescala eacute acompanhada de um tiacutetulo e cada niacutevel de

um conceito descritor-chave aleacutem de uma ou duas frases descrevendo ou

qualificando os atributos a serem avaliados

Arauacutejo et al (2010) referem que a escala de Braden pode variar de 4 a 23

pontos Escores abaixo de 11 pontos indicam alto risco para desenvolver UPs

pontuaccedilatildeo entre 11 e 16 aponta risco moderado e igual ou superior a 16 pontos eacute

considerado como pequeno risco para o aparecimento de UPs

Na Europa e Aacutesia encontram-se mais de 40 protocolos relacionados agrave prevenccedilatildeo

e ao tratamento de feridas e UPs (ARAUacuteJO et al 2011) No entanto ateacute recentemente

dentro do contexto de sauacutede brasileira ainda natildeo havia uma padronizaccedilatildeo da atenccedilatildeo ou

mesmo um protocolo oficial rotina de trabalho etc que auxiliasse a atuaccedilatildeo do

enfermeiro diante do surgimento de feridas e prevenccedilatildeo de uacutelceras por pressatildeo o que

pode levar o mesmo algumas vezes a uma avaliaccedilatildeo subjetiva e focada somente na

cicatrizaccedilatildeo da ferida mas sem uma fundamentaccedilatildeo profilaacutetica adequada para cada caso

22

(ROGENSKI SANTOS 2005) A partir dessa e outras necessidades quanto agrave seguranccedila

do paciente o Ministeacuterio da Sauacutede lanccedilou a portaria nordm 529 de 1ordm de abril de 2013 que

institui o Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente ndash PNSP Nesta portaria ficou

instituiacutedo um Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP (CIPNSP) ao qual foi designado

promover accedilotildees que visem agrave melhoria da seguranccedila do cuidado em sauacutede por meio da

elaboraccedilatildeo consensual e validaccedilatildeo de protocolos em sauacutede entre os diversos membros

que participam do CIPNSP entre eles CFM COFEN ANVISA e Fiocruz (BRASIL

2013b) Alguns meses depois foi lanccedilado pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Protocolo para

Prevenccedilatildeo de Uacutelcera por Pressatildeo (BRASIL 2013a) de acordo com a Portaria nordm 1377

de 9 de julho de 2013 que aprovou esse e outros protocolos de seguranccedila do paciente

(BRASIL 2013c)

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar

O Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID) eacute uma modalidade de internaccedilatildeo

extra-hospitalar que assiste a pacientes que necessitam de cuidados especiais de sauacutede

mas que podem permanecer internados em seu domiciacutelio O PID objetiva a

desospitalizaccedilatildeo humanizada eficaz e de qualidade com foco nas atividades de

promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede representando uma estrateacutegia na reversatildeo do atual

modelo hospitalocecircntrico (BRASIL 2008 MARTELLI et al 2011)

A melhor utilizaccedilatildeo do siacutetio hospitalar eacute um desafio para os atuais sistemas de

sauacutede com a otimizaccedilatildeo de recursos hospitalares e reduccedilatildeo de internaccedilotildees evitaacuteveis Em

resposta a esta demanda houve um ato na consolidaccedilatildeo da atual Poliacutetica de Atenccedilatildeo

Domiciliar com o lanccedilamento da Portaria 2527 de 27 de Outubro de 2011 que

regularizou o Programa Melhor em Casa e definiu a Atenccedilatildeo Domiciliar como nova

modalidade de atenccedilatildeo agrave sauacutede substitutiva ou complementar agraves jaacute existentes

caracterizada por um conjunto de accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento

de doenccedilas e reabilitaccedilatildeo prestadas em domiciacutelio com garantia de continuidade de

cuidados e integrada agraves redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 2011 2012b)

Os NRADrsquos satildeo Nuacutecleos Regionais de Atenccedilatildeo Domiciliar que nasceram no DF

a partir da necessidade de se implantar o PID eles estatildeo vinculados agraves Regionais de

Sauacutede das cidades sateacutelites conforme a organizaccedilatildeo feita pela Secretaria de Estado de

Sauacutede do Distrito Federal (SES-DF) O DF eacute composto por 15 Nuacutecleos Regionais de

Atenccedilatildeo Domiciliar e um deles eacute o NRAD - Ceilacircndia (NRAD-CEI) cujo atendimento

23

abrange uma populaccedilatildeo de 402729 mil habitantes na referida cidade segundo dados do

censo de 2010 do IBGE De acordo com a Portaria nordm 25272011 que redefine a atenccedilatildeo

domiciliar no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) o ideal seria que cada Equipe

Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar (EMAD) atenda apenas um grupo populacional

de 100 mil habitantes As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes

Multidisciplinar de Apoio (EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede

na atenccedilatildeo domiciliar A Portaria nordm 15332012 altera e acrescenta alguns pontos agrave

Portaria nordm 25272011 estabelecendo que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil habitantes

o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio poderaacute

constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes Esta

portaria estabelece ainda que satildeo requisitos miacutenimos para a instalaccedilatildeo do Serviccedilo de

Atenccedilatildeo Domiciliar (SAD) que o municiacutepio apresente populaccedilatildeo igual ou superior a 40

mil habitantes possua cobertura do SAMU ou de algum outro tipo de serviccedilo moacutevel de

urgecircncia e possua um hospital referecircncia na sua aacuterea de abrangecircncia (BRASIL 2008

2011 2012a IBGE 2010)

A transiccedilatildeo epidemioloacutegica e demograacutefica tem causado grande impacto social

com repercussatildeo em diversas aacutereas como economia habitaccedilatildeo previdecircncia e sauacutede

Tais mudanccedilas exigem uma reengenharia multidimensional Particularmente na sauacutede eacute

preciso empreender e fortalecer poliacuteticas puacuteblicas que viabilizem os princiacutepios e

diretrizes do SUS Neste cenaacuterio a Atenccedilatildeo Domiciliar tem se consolidado na reversatildeo

do atual modelo de sauacutede centrado nos hospitais para uma modalidade de accedilotildees

desenvolvidas no domiciacutelio por uma equipe multiprofissional a partir do diagnoacutestico da

realidade em que o paciente estaacute inserido considerando seus potenciais e limitaccedilotildees A

Atenccedilatildeo Domiciliar visa agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao paciente minimizando ou controlando

as sequelas de condiccedilotildees crocircnicas de maneira a favorecer o restabelecimento de sua

independecircncia e a preservaccedilatildeo de sua autonomia (BRASIL 2008 MENDES 2011

MENDES 2012)

Diante do exposto sobre a atenccedilatildeo domiciliar e da mudanccedila na piracircmide etaacuteria

do Brasil nos uacuteltimos anos considera-se que o aumento da populaccedilatildeo idosa e

consequentemente a elevaccedilatildeo no nuacutemero de casos de doenccedilas crocircnicas tornam as accedilotildees

desenvolvidas pelas equipes multiprofissionais do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

(PID) e do Programa de Oxigenoterapia Domiciliar (POD) como ferramentas essenciais

para impulsionar o Programa Melhor em Casa e fortalecer a Poliacutetica Nacional de

Humanizaccedilatildeo aleacutem de contribuir consideravelmente na reduccedilatildeo dos custos hospitalares

24

e na disponibilizaccedilatildeo de leitos em hospitais puacuteblicos para pacientes em estado instaacutevel

que necessitam de monitoramento contiacutenuo Os NRADrsquos vecircm proporcionando entre

outras coisas uma seacuterie de cuidados paliativos aos pacientes do SUS que podem

permanecer internados em domiciacutelio e que satildeo portadores de doenccedilas crocircnicas graves

estaacuteveis tais como Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica (DPOC) sequela de Acidente

Vascular Cerebral (AVC) cacircncer (CA) e diversos distuacuterbios crocircnicos degenerativos

agravos estes que podem acabar contribuindo para o aparecimento das uacutelceras por

pressatildeo como uma complicaccedilatildeo (BRASIL 2004 2012b)

4 METODOLOGIA

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva de abordagem quantitativa

desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes acometidos

por uacutelceras por pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2013

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada

ldquoMelhor em Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do

programa de internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por

portadores de doenccedilas crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade

de Ceilacircndia e foi autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede

do Governo do Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 (Anexo)

Enfatiza-se que foi respeitado os princiacutepios da Resoluccedilatildeo nordm4662012 no que se refere a

pesquisas com seres humanos (BRASIL 2012) Destaca-se que coordenador do projeto

e a chefia do NRAD-CEI autorizaram a utilizaccedilatildeo dos dados mediante termo de

consentimento livre e esclarecido (Apecircndice A) visto que o autor desta pesquisa foi

bolsista deste projeto e trabalhou na coleta de dados durante o periacuteodo de abril de 2012

a abril de 2013

Foram incluiacutedos dados de prontuaacuterios de pacientes acometidos por uacutelceras por

pressatildeo assistidos pelo NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio de 2009 a abril de 2013

somando-se amostra final de 82 prontuaacuterios pesquisados Os criteacuterios de exclusatildeo foram

pacientes natildeo acometidos por uacutelceras por pressatildeo pacientes natildeo assistidos pelo NRAD-

CEI periacuteodo anterior a maio de 2009 e posterior a abril de 2013 e prontuaacuterios com

dados insuficientes ou incompletos

Entre os benefiacutecios do presente estudo estatildeo o levantamento de informaccedilotildees que

posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos cuidados

multiprofissionais e especificamente de enfermagem para pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo no ambiente domiciliar Os riscos deste estudo consistiram em expor

informaccedilotildees dos pesquisados de forma a identificar a sua identidade desta forma este

risco foi minimizado devido agrave manutenccedilatildeo de sigilo com substituiccedilatildeo de nomes e natildeo

divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees que possam remeter a sua identificaccedilatildeo

A anaacutelise de dados se deu a partir do levantamento de dados consultados em

prontuaacuterios dos pacientes com instrumento de coleta (Apecircndice B) apoacutes realizada

26

tabulaccedilatildeo dos dados organizados eletronicamente por meio da criaccedilatildeo de planilhas em

arquivo do software de Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 210

Foi realizada uma anaacutelise exploratoacuteria dos dados (descritiva) as variaacuteveis numeacutericas

foram exploradas pelas medidas descritivas de centralidade (meacutedia) e de dispersatildeo

(miacutenimo maacuteximo e desvio padratildeo) e as variaacuteveis categoacutericas foram exploradas por

frequecircncias simples absolutas e percentuais A apresentaccedilatildeo dos dados foi organizada

por meio graacuteficos e tabelas

5 RESULTADOS

Foram avaliados na pesquisa os prontuaacuterios de 313 pacientes no entanto

somente 82 apresentaram registros de ocorrecircncia de UPs o que equivale ao

acometimento de 262 dos pacientes atendidos no NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio

de 2009 a abril de 2013

Dos 82 pacientes avaliados a idade meacutedia foi de 722 anos (DP=plusmn184 anos

Miacuten=10 anos Maacutex=98 anos) A maioria dos prontuaacuterios revisados demonstra que

827 da amostra satildeo idosos com faixa etaacuteria acima de 60 anos de idade Dentre os

pacientes identificados a tabela 1 demonstra que a maior representatividade foi 329

dos pacientes entre 80-89 anos 292 de 70-79 anose a menor foi de 48 entre 50-59

anos

Quanto agrave variaacutevel sexo percebe-se uma frequecircncia proacutexima entre os

sexos525masculino e475 feminino No entanto relacionando-se a variaacutevel sexo

com a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por paciente nota-se que os usuaacuterios do sexo

masculino com duas trecircs quatro cinco ou mais UPs apresentaram de discreta a elevada

predominacircncia em niacutevel crescente (563 579 629 e 667 respectivamente)

quando comparados agraves usuaacuterias do sexo feminino As pacientes do sexo feminino

apresentaram valores superiores aos homens (63) apenas quando se trata de

pacientesacometidos por apenas uma uacutenica UP (Tabela 1)

Dentre os pacientes atendidos na atenccedilatildeo domiciliar identificou-se que 952

dos usuaacuterios com UPs fazem parte do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID)

enquanto apenas 48 estatildeo vinculados ao Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

(POD)

No que se refere agrave situaccedilatildeo dos pacientes atendidos pelo NRAD entre os anos de

2009 a 2013 a maioria 658 dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito 245

permaneceu internado na atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia e apenas 97 receberam alta

da equipe do PID ou POD

28

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF segundo a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por usuaacuterio

maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS NUacuteMERO DE UacuteLCERAS POR PRESSAtildeO

1 UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

n n n n n n

27 329 16 195 19 231 8 97 12 146 82 100

FAIXA ETAacuteRIA

10- 49 anos 2 74 1 63 2 105 1 125 4 333 10 121

50-59 anos 1 37 1 63 2 105 - - - - 4 48

60-69 anos 3 111 1 63 3 158 2 25 1 83 10 121

70-79 anos 11 407 5 313 2 105 4 50 2 167 24 292

80-89 anos 7 259 6 375 9 474 1 125 4 333 27 329

ge 90 anos 3 111 2 125 1 53 - - 1 83 7 85

SEXO

Masculino 10 37 9 563 11 579 5 625 8 667 43 525

Feminino 17 63 7 437 8 421 3 375 4 333 39 475

PROGRAMA

PID 24 888 15 938 19 100 8 100 12 100 78 952

POD 3 112 1 62 - - - - - - 4 48

EVOLUCcedilAtildeO

Internado 7 259 4 25 5 263 2 25 2 167 20 245

Alta 2 74 2 125 1 53 2 25 1 83 8 97

Oacutebito 18 667 10 625 13 684 4 50 9 75 54 658

Uacutelcera por pressatildeo Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

A pesquisa identificou que a quantidade meacutedia de UPs na admissatildeo do paciente

eacute de aproximadamente duas lesotildees e a quantidade total de UPs no decorrer da internaccedilatildeo

eacute em meacutedia 25 UPs por paciente No que tange agrave quantidade de UPs por paciente a

maior representatividade foi dos pacientes com apenas uma lesatildeo (329) e o menor

percentual (97) foi referente aos pacientes com quatro lesotildees simultacircneas

Outra variaacutevel interessante eacute sobre o tempo de permanecircncia dos pacientes nos

programas de internaccedilatildeo do NRAD-Ceilacircndia sendo o tempo meacutedio de 3877 dias o

29

que equivale a pouco mais de 1 ano de internaccedilatildeo por paciente com miacutenimo de 4 dias e

maacuteximo de 1520 dias equivalente a pouco mais de 4 anos (Tabela 2)

Tabela 2- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS MEacuteDIA DP MIacuteNIMO MAacuteXIMO

Idade 722 184 10 98

Tempo de permanecircncia do

paciente no NRAD (dias) 3877 3961 4 1520

Quantidade de UPs na admissatildeo 21 16 0 7

Quantidade de UPs por paciente 25 15 1 7

Desvio Padratildeo

De acordo com a tabela 3 percebe-se que 804 dos pacientes possuem como

diagnoacutestico principal algum tipo de agravo em sauacutede relacionado ao sistema

neuroloacutegico Outros 17 possuem algum diagnoacutestico oncoloacutegico (CA hepaacutetico

prostaacutetico uterino bexiga metaacutestase oacutessea entre outros) apenas 13 com agravo

respiratoacuterio e 13 com agravo osteomuscular

Considerando os 804 de pacientes com algum agravo neuroloacutegico os

principais diagnoacutesticos encontrados foram sequela AVC (658) Dentre estes 561

com AVC como diagnoacutestico uacutenico e os demais pacientes que representam 97

possuiacuteam sequela de AVC associada a outras doenccedilas entre elas Parkinson Alzheimer

e Encefalopatia anoacutexica Ainda dentro do rol de outros problemas neuroloacutegicos (146)

tambeacutem foi possiacutevel encontrar Siacutendrome de Rasmussen Siacutendrome de Devic Demecircncia

Senil Esclerose Muacuteltipla Paralisia Cerebral Lesatildeo Espinomedular (Tetraplegia) e

Alzheimer (Tabela 3)

Como diagnoacutestico secundaacuterio 39 dos pacientes tambeacutem eram acometidos com

HAS e 232 com DM Sendo que destes 134 apresentaram HAS e DM

simultaneamente Outros pacientes apresentaram ainda desnutriccedilatildeo crocircnica e fratura do

fecircmur 61 cada (Tabela 3)

30

Tabela 3-Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

DIAGNOacuteSTICO PRINCIPAL n

Agravos Neuroloacutegicos 66 804

Agravos Neoplaacutesicos 14 17

Agravos Respiratoacuterios 1 13

Agravos Osteomusculares 1 13

COMORBIDADES n

Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) 32 39

Diabetes Mellitus(DM) tipo I ou II 19 232

Desnutriccedilatildeo Crocircnica 5 61

Fratura de fecircmur 5 61

DPOC 3 36

Outros agravos 18 22

Dos agravos neuroloacutegicos 658 eram sequelas de AVC Destes 134 apresentavam diagnoacutestico

de DM e HAS concomitantemente

Em uma visatildeo geral diante dos dados da tabela 4 nota-se que a assistecircncia de

enfermagem no tratamento das UPs gerou resolutividade em 378 dos pacientes 22

apresentou melhora da UPs e apenas 85 apresentaram quadro de piora Referente ao

nuacutemero de UPs os pacientes que apresentaram maiores percentis de piora 25 e de

manutenccedilatildeo da UP 50 foram aqueles que possuiacuteam quantidade igual ou superior a

cinco UPs

Do total da amostra 158 apresentaram infecccedilatildeo em alguma UP durante

determinado momento do tratamento Eacute interessante perceber que quanto maior a

quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de infecccedilatildeo na ferida Identifica-

se isso em 211 dos usuaacuterios com trecircs UPs 25 com quatro UPs e 333 dos

pacientes com cinco ou mais lesotildees que apresentaram infecccedilatildeo na ferida (Tabela 4)

Apenas 6 dos clientes apresentaram em algum momento reabertura de lesotildees

jaacute anteriormente resolvidas Tambeacutem seguindo a mesma loacutegica das infecccedilotildees de feridas

nota-se que quanto maior a quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de

reabertura de lesotildees isto foi possiacutevel identificar nos resultados que evidenciam que

105 dos pacientes com trecircs lesotildees 125 dos clientes com quatro lesotildees e 167

daqueles com cinco ou mais lesotildees apresentaram reabertura de UP (Tabela 4)

31

Tabela 4 - Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do

Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013

1UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

DESFECHO

DAS UPs

PACIENTE

n n n n n n

Cicatrizada 15 556 7 438 6 316 3 375 - - 31 378

Melhora 3 111 5 313 6 316 1 125 3 25 18 22

Piora 1 37 1 63 1 53 1 125 3 25 7 85

Mantida 8 296 3 188 6 316 3 375 6 50 26 317

INFECCcedilAtildeO

Sim 2 74 1 63 4 211 2 25 4 333 13 158

Natildeo 25 926 15 937 15 789 6 75 8 667 69 842

REABERTURA

Sim - - - - 2 105 1 125 2 167 5 6

Natildeo 27 100 16 100 17 895 7 875 10 833 77 94

ADMISSAtildeO

Com UP 20 741 12 75 19 100 8 100 12 100 71 865

Sem UP 7 259 4 25 - - - - - - 11 135

QUANTIDADE

UPs na

admissatildeo

1 UP 20 741 3 188 1 53 2 25 - - 26 317

2UPs - - 9 563 3 158 1 125 - - 13 158

3UPs - - - - 15 789 1 125 2 167 18 22

4UPs - - - - - - 4 50 1 83 5 6

5UPs - - - - - - - - 6 50 6 73

6UPs - - - - - - - - 2 167 2 24

7UPs - - - - - - - - 1 83 1 12

Vale ressaltar que segundo o resultado da pesquisa 865 destes pacientes

atendidos pelo NRAD jaacute foram admitidos com a presenccedila de UPs Somente 135 dos

usuaacuterios que passaram pela atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia desenvolveram UPs apoacutes a

admissatildeo em um dos programas natildeo ultrapassando a quantidade de duas UPs por

paciente Dos 865 de pacientes que jaacute foram internados em domiciacutelio com UP 317

apresentavam apenas uma UP na admissatildeo 22 com trecircs UPs e 12 com sete UPs jaacute

desde a admissatildeo conforme visualizado na figura 1

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Uacutelcera por pressatildeo

A UP eacute uma complicaccedilatildeo frequente em pacientes internados tanto na atenccedilatildeo

hospitalar como domiciliar Pacientes acometidos por morbidades que levam agrave

imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como idade avanccedilada

desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele quadro de sauacutede

deficiente anemia possiacuteveis edemas incontinecircncia urinaacuteria por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento desse tipo de lesotildees cutacircneas ocasionadas pela fricccedilatildeo eou

pressatildeo da pele contra o leito comumente em pontos proacuteximos as proeminecircncias oacutesseas

como p ex regiatildeo trocanteacuterica sacral e calcacircneo ou em aacutereas onde o tecido adiposo

subcutacircneo eacute escasso Com isso haacute reduccedilatildeo na circulaccedilatildeo perifeacuterica do sangue em aacutereas

sob pressatildeo acarretando em maacute perfusatildeo tecidual e consequentemente surgimento de

feridas (LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012)

O aparecimento de UPs eacute um problema tanto para a qualidade de vida do

paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais

provindos de recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria

famiacutelia do paciente (BRASIL 2013a)

Existe uma classificaccedilatildeo publicada pela European Pressure Ulcer Advisory

Panel (EPUAP) que auxilia o enfermeiro no estadiamento das UPs esta classificaccedilatildeo

contribui para estabelecer o perfil de ferida e possibilitaa definiccedilatildeo de uma estrateacutegia de

cuidados para tratamento evitando recorrecircncia e o aparecimento de outras feridas A

classificaccedilatildeo define o estadiamento em Grau I ndash eritema natildeo branqueaacutevel em pele

intacta a lesatildeo precursora da pele Em pacientes de pele escura o calor o edema e o

endurecimento da regiatildeo tambeacutem podem ser indicadores Grau II ndash perda parcial da

pele que envolve a epiderme a derme ou ambas Grau III ndash perda de espessura total da

pele podendo incluir lesotildees ou mesmo necrose do tecido subcutacircneo com extensatildeo ateacute

a faacutescia subjacente mas natildeo atraveacutes dessa Grau IV ndash destruiccedilatildeo extensa necrose dos

tecidos ou lesatildeo muscular eou exposiccedilatildeo oacutessea ou das estruturas de apoio Grau ldquonatildeo

estadiaacutevelrdquo - perda tissular de espessura completa em que a base da uacutelcera estaacute coberta

por crosta (amarela marrom-claro cinza verde ou castanha) eou escara (marrom-claro

21

castanha ou negra) Sendo assim ateacute que a pele macerada eou necrosada seja removida

expondo a base da ferida a profundidade verdadeira e o grau natildeo podem ser

determinados (EPUAP 2011)

Atualmente existem diversos instrumentos de medidas e escalas que avaliam e

classificam o risco de pacientes desenvolverem UPs Entre os mais conhecidos e

utilizados estaacute a escala de Braden que avalia o risco de UP focalizando no cuidado agrave

pele com accedilotildees terapecircuticas preventivas e de educaccedilatildeo em sauacutede aleacutem de abordar

sobre a superfiacutecie de suporte e aliacutevio de carga mecacircnica A escala de Braden jaacute foi

testada e validada em diversos paiacuteses e eacute considerada de grande confiabilidade aleacutem de

possuir faacutecil utilizaccedilatildeo e vasta aceitaccedilatildeo tanto pelos enfermeiros como pelos proacuteprios

pacientes No entanto eacute importante ressaltar que haacute outras escalas bastante conhecidas

como p ex a escala de Norton a escala de Gosnell e a escala de Waterlow (ARAUacuteJO

et al 2010 COEcircLHO et al 2012)

Coecirclho et al (2012 p41) explica ainda de maneira bastante clara como estaacute

estruturada e organizada a escala de Braden e quais fatores satildeo avaliados em cada item

Sua organizaccedilatildeo baseia-se na fisiopatogenia da UP Assim eacute composta por

seis subescalas as quais avaliam a percepccedilatildeo sensorial a umidade da pele a

atividade a mobilidade o estado nutricional a fricccedilatildeo e o cisalhamento Das

seis subescalas trecircs medem determinantes cliacutenicos de exposiccedilatildeo para pressatildeo

prolongada e intensa (percepccedilatildeo sensorial atividade e mobilidade) e trecircs

mensuram a toleracircncia do tecido agrave pressatildeo (umidade nutriccedilatildeo fricccedilatildeo e

cisalhamento) Cada subescala eacute acompanhada de um tiacutetulo e cada niacutevel de

um conceito descritor-chave aleacutem de uma ou duas frases descrevendo ou

qualificando os atributos a serem avaliados

Arauacutejo et al (2010) referem que a escala de Braden pode variar de 4 a 23

pontos Escores abaixo de 11 pontos indicam alto risco para desenvolver UPs

pontuaccedilatildeo entre 11 e 16 aponta risco moderado e igual ou superior a 16 pontos eacute

considerado como pequeno risco para o aparecimento de UPs

Na Europa e Aacutesia encontram-se mais de 40 protocolos relacionados agrave prevenccedilatildeo

e ao tratamento de feridas e UPs (ARAUacuteJO et al 2011) No entanto ateacute recentemente

dentro do contexto de sauacutede brasileira ainda natildeo havia uma padronizaccedilatildeo da atenccedilatildeo ou

mesmo um protocolo oficial rotina de trabalho etc que auxiliasse a atuaccedilatildeo do

enfermeiro diante do surgimento de feridas e prevenccedilatildeo de uacutelceras por pressatildeo o que

pode levar o mesmo algumas vezes a uma avaliaccedilatildeo subjetiva e focada somente na

cicatrizaccedilatildeo da ferida mas sem uma fundamentaccedilatildeo profilaacutetica adequada para cada caso

22

(ROGENSKI SANTOS 2005) A partir dessa e outras necessidades quanto agrave seguranccedila

do paciente o Ministeacuterio da Sauacutede lanccedilou a portaria nordm 529 de 1ordm de abril de 2013 que

institui o Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente ndash PNSP Nesta portaria ficou

instituiacutedo um Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP (CIPNSP) ao qual foi designado

promover accedilotildees que visem agrave melhoria da seguranccedila do cuidado em sauacutede por meio da

elaboraccedilatildeo consensual e validaccedilatildeo de protocolos em sauacutede entre os diversos membros

que participam do CIPNSP entre eles CFM COFEN ANVISA e Fiocruz (BRASIL

2013b) Alguns meses depois foi lanccedilado pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Protocolo para

Prevenccedilatildeo de Uacutelcera por Pressatildeo (BRASIL 2013a) de acordo com a Portaria nordm 1377

de 9 de julho de 2013 que aprovou esse e outros protocolos de seguranccedila do paciente

(BRASIL 2013c)

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar

O Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID) eacute uma modalidade de internaccedilatildeo

extra-hospitalar que assiste a pacientes que necessitam de cuidados especiais de sauacutede

mas que podem permanecer internados em seu domiciacutelio O PID objetiva a

desospitalizaccedilatildeo humanizada eficaz e de qualidade com foco nas atividades de

promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede representando uma estrateacutegia na reversatildeo do atual

modelo hospitalocecircntrico (BRASIL 2008 MARTELLI et al 2011)

A melhor utilizaccedilatildeo do siacutetio hospitalar eacute um desafio para os atuais sistemas de

sauacutede com a otimizaccedilatildeo de recursos hospitalares e reduccedilatildeo de internaccedilotildees evitaacuteveis Em

resposta a esta demanda houve um ato na consolidaccedilatildeo da atual Poliacutetica de Atenccedilatildeo

Domiciliar com o lanccedilamento da Portaria 2527 de 27 de Outubro de 2011 que

regularizou o Programa Melhor em Casa e definiu a Atenccedilatildeo Domiciliar como nova

modalidade de atenccedilatildeo agrave sauacutede substitutiva ou complementar agraves jaacute existentes

caracterizada por um conjunto de accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento

de doenccedilas e reabilitaccedilatildeo prestadas em domiciacutelio com garantia de continuidade de

cuidados e integrada agraves redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 2011 2012b)

Os NRADrsquos satildeo Nuacutecleos Regionais de Atenccedilatildeo Domiciliar que nasceram no DF

a partir da necessidade de se implantar o PID eles estatildeo vinculados agraves Regionais de

Sauacutede das cidades sateacutelites conforme a organizaccedilatildeo feita pela Secretaria de Estado de

Sauacutede do Distrito Federal (SES-DF) O DF eacute composto por 15 Nuacutecleos Regionais de

Atenccedilatildeo Domiciliar e um deles eacute o NRAD - Ceilacircndia (NRAD-CEI) cujo atendimento

23

abrange uma populaccedilatildeo de 402729 mil habitantes na referida cidade segundo dados do

censo de 2010 do IBGE De acordo com a Portaria nordm 25272011 que redefine a atenccedilatildeo

domiciliar no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) o ideal seria que cada Equipe

Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar (EMAD) atenda apenas um grupo populacional

de 100 mil habitantes As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes

Multidisciplinar de Apoio (EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede

na atenccedilatildeo domiciliar A Portaria nordm 15332012 altera e acrescenta alguns pontos agrave

Portaria nordm 25272011 estabelecendo que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil habitantes

o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio poderaacute

constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes Esta

portaria estabelece ainda que satildeo requisitos miacutenimos para a instalaccedilatildeo do Serviccedilo de

Atenccedilatildeo Domiciliar (SAD) que o municiacutepio apresente populaccedilatildeo igual ou superior a 40

mil habitantes possua cobertura do SAMU ou de algum outro tipo de serviccedilo moacutevel de

urgecircncia e possua um hospital referecircncia na sua aacuterea de abrangecircncia (BRASIL 2008

2011 2012a IBGE 2010)

A transiccedilatildeo epidemioloacutegica e demograacutefica tem causado grande impacto social

com repercussatildeo em diversas aacutereas como economia habitaccedilatildeo previdecircncia e sauacutede

Tais mudanccedilas exigem uma reengenharia multidimensional Particularmente na sauacutede eacute

preciso empreender e fortalecer poliacuteticas puacuteblicas que viabilizem os princiacutepios e

diretrizes do SUS Neste cenaacuterio a Atenccedilatildeo Domiciliar tem se consolidado na reversatildeo

do atual modelo de sauacutede centrado nos hospitais para uma modalidade de accedilotildees

desenvolvidas no domiciacutelio por uma equipe multiprofissional a partir do diagnoacutestico da

realidade em que o paciente estaacute inserido considerando seus potenciais e limitaccedilotildees A

Atenccedilatildeo Domiciliar visa agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao paciente minimizando ou controlando

as sequelas de condiccedilotildees crocircnicas de maneira a favorecer o restabelecimento de sua

independecircncia e a preservaccedilatildeo de sua autonomia (BRASIL 2008 MENDES 2011

MENDES 2012)

Diante do exposto sobre a atenccedilatildeo domiciliar e da mudanccedila na piracircmide etaacuteria

do Brasil nos uacuteltimos anos considera-se que o aumento da populaccedilatildeo idosa e

consequentemente a elevaccedilatildeo no nuacutemero de casos de doenccedilas crocircnicas tornam as accedilotildees

desenvolvidas pelas equipes multiprofissionais do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

(PID) e do Programa de Oxigenoterapia Domiciliar (POD) como ferramentas essenciais

para impulsionar o Programa Melhor em Casa e fortalecer a Poliacutetica Nacional de

Humanizaccedilatildeo aleacutem de contribuir consideravelmente na reduccedilatildeo dos custos hospitalares

24

e na disponibilizaccedilatildeo de leitos em hospitais puacuteblicos para pacientes em estado instaacutevel

que necessitam de monitoramento contiacutenuo Os NRADrsquos vecircm proporcionando entre

outras coisas uma seacuterie de cuidados paliativos aos pacientes do SUS que podem

permanecer internados em domiciacutelio e que satildeo portadores de doenccedilas crocircnicas graves

estaacuteveis tais como Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica (DPOC) sequela de Acidente

Vascular Cerebral (AVC) cacircncer (CA) e diversos distuacuterbios crocircnicos degenerativos

agravos estes que podem acabar contribuindo para o aparecimento das uacutelceras por

pressatildeo como uma complicaccedilatildeo (BRASIL 2004 2012b)

4 METODOLOGIA

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva de abordagem quantitativa

desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes acometidos

por uacutelceras por pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2013

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada

ldquoMelhor em Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do

programa de internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por

portadores de doenccedilas crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade

de Ceilacircndia e foi autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede

do Governo do Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 (Anexo)

Enfatiza-se que foi respeitado os princiacutepios da Resoluccedilatildeo nordm4662012 no que se refere a

pesquisas com seres humanos (BRASIL 2012) Destaca-se que coordenador do projeto

e a chefia do NRAD-CEI autorizaram a utilizaccedilatildeo dos dados mediante termo de

consentimento livre e esclarecido (Apecircndice A) visto que o autor desta pesquisa foi

bolsista deste projeto e trabalhou na coleta de dados durante o periacuteodo de abril de 2012

a abril de 2013

Foram incluiacutedos dados de prontuaacuterios de pacientes acometidos por uacutelceras por

pressatildeo assistidos pelo NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio de 2009 a abril de 2013

somando-se amostra final de 82 prontuaacuterios pesquisados Os criteacuterios de exclusatildeo foram

pacientes natildeo acometidos por uacutelceras por pressatildeo pacientes natildeo assistidos pelo NRAD-

CEI periacuteodo anterior a maio de 2009 e posterior a abril de 2013 e prontuaacuterios com

dados insuficientes ou incompletos

Entre os benefiacutecios do presente estudo estatildeo o levantamento de informaccedilotildees que

posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos cuidados

multiprofissionais e especificamente de enfermagem para pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo no ambiente domiciliar Os riscos deste estudo consistiram em expor

informaccedilotildees dos pesquisados de forma a identificar a sua identidade desta forma este

risco foi minimizado devido agrave manutenccedilatildeo de sigilo com substituiccedilatildeo de nomes e natildeo

divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees que possam remeter a sua identificaccedilatildeo

A anaacutelise de dados se deu a partir do levantamento de dados consultados em

prontuaacuterios dos pacientes com instrumento de coleta (Apecircndice B) apoacutes realizada

26

tabulaccedilatildeo dos dados organizados eletronicamente por meio da criaccedilatildeo de planilhas em

arquivo do software de Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 210

Foi realizada uma anaacutelise exploratoacuteria dos dados (descritiva) as variaacuteveis numeacutericas

foram exploradas pelas medidas descritivas de centralidade (meacutedia) e de dispersatildeo

(miacutenimo maacuteximo e desvio padratildeo) e as variaacuteveis categoacutericas foram exploradas por

frequecircncias simples absolutas e percentuais A apresentaccedilatildeo dos dados foi organizada

por meio graacuteficos e tabelas

5 RESULTADOS

Foram avaliados na pesquisa os prontuaacuterios de 313 pacientes no entanto

somente 82 apresentaram registros de ocorrecircncia de UPs o que equivale ao

acometimento de 262 dos pacientes atendidos no NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio

de 2009 a abril de 2013

Dos 82 pacientes avaliados a idade meacutedia foi de 722 anos (DP=plusmn184 anos

Miacuten=10 anos Maacutex=98 anos) A maioria dos prontuaacuterios revisados demonstra que

827 da amostra satildeo idosos com faixa etaacuteria acima de 60 anos de idade Dentre os

pacientes identificados a tabela 1 demonstra que a maior representatividade foi 329

dos pacientes entre 80-89 anos 292 de 70-79 anose a menor foi de 48 entre 50-59

anos

Quanto agrave variaacutevel sexo percebe-se uma frequecircncia proacutexima entre os

sexos525masculino e475 feminino No entanto relacionando-se a variaacutevel sexo

com a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por paciente nota-se que os usuaacuterios do sexo

masculino com duas trecircs quatro cinco ou mais UPs apresentaram de discreta a elevada

predominacircncia em niacutevel crescente (563 579 629 e 667 respectivamente)

quando comparados agraves usuaacuterias do sexo feminino As pacientes do sexo feminino

apresentaram valores superiores aos homens (63) apenas quando se trata de

pacientesacometidos por apenas uma uacutenica UP (Tabela 1)

Dentre os pacientes atendidos na atenccedilatildeo domiciliar identificou-se que 952

dos usuaacuterios com UPs fazem parte do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID)

enquanto apenas 48 estatildeo vinculados ao Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

(POD)

No que se refere agrave situaccedilatildeo dos pacientes atendidos pelo NRAD entre os anos de

2009 a 2013 a maioria 658 dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito 245

permaneceu internado na atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia e apenas 97 receberam alta

da equipe do PID ou POD

28

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF segundo a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por usuaacuterio

maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS NUacuteMERO DE UacuteLCERAS POR PRESSAtildeO

1 UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

n n n n n n

27 329 16 195 19 231 8 97 12 146 82 100

FAIXA ETAacuteRIA

10- 49 anos 2 74 1 63 2 105 1 125 4 333 10 121

50-59 anos 1 37 1 63 2 105 - - - - 4 48

60-69 anos 3 111 1 63 3 158 2 25 1 83 10 121

70-79 anos 11 407 5 313 2 105 4 50 2 167 24 292

80-89 anos 7 259 6 375 9 474 1 125 4 333 27 329

ge 90 anos 3 111 2 125 1 53 - - 1 83 7 85

SEXO

Masculino 10 37 9 563 11 579 5 625 8 667 43 525

Feminino 17 63 7 437 8 421 3 375 4 333 39 475

PROGRAMA

PID 24 888 15 938 19 100 8 100 12 100 78 952

POD 3 112 1 62 - - - - - - 4 48

EVOLUCcedilAtildeO

Internado 7 259 4 25 5 263 2 25 2 167 20 245

Alta 2 74 2 125 1 53 2 25 1 83 8 97

Oacutebito 18 667 10 625 13 684 4 50 9 75 54 658

Uacutelcera por pressatildeo Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

A pesquisa identificou que a quantidade meacutedia de UPs na admissatildeo do paciente

eacute de aproximadamente duas lesotildees e a quantidade total de UPs no decorrer da internaccedilatildeo

eacute em meacutedia 25 UPs por paciente No que tange agrave quantidade de UPs por paciente a

maior representatividade foi dos pacientes com apenas uma lesatildeo (329) e o menor

percentual (97) foi referente aos pacientes com quatro lesotildees simultacircneas

Outra variaacutevel interessante eacute sobre o tempo de permanecircncia dos pacientes nos

programas de internaccedilatildeo do NRAD-Ceilacircndia sendo o tempo meacutedio de 3877 dias o

29

que equivale a pouco mais de 1 ano de internaccedilatildeo por paciente com miacutenimo de 4 dias e

maacuteximo de 1520 dias equivalente a pouco mais de 4 anos (Tabela 2)

Tabela 2- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS MEacuteDIA DP MIacuteNIMO MAacuteXIMO

Idade 722 184 10 98

Tempo de permanecircncia do

paciente no NRAD (dias) 3877 3961 4 1520

Quantidade de UPs na admissatildeo 21 16 0 7

Quantidade de UPs por paciente 25 15 1 7

Desvio Padratildeo

De acordo com a tabela 3 percebe-se que 804 dos pacientes possuem como

diagnoacutestico principal algum tipo de agravo em sauacutede relacionado ao sistema

neuroloacutegico Outros 17 possuem algum diagnoacutestico oncoloacutegico (CA hepaacutetico

prostaacutetico uterino bexiga metaacutestase oacutessea entre outros) apenas 13 com agravo

respiratoacuterio e 13 com agravo osteomuscular

Considerando os 804 de pacientes com algum agravo neuroloacutegico os

principais diagnoacutesticos encontrados foram sequela AVC (658) Dentre estes 561

com AVC como diagnoacutestico uacutenico e os demais pacientes que representam 97

possuiacuteam sequela de AVC associada a outras doenccedilas entre elas Parkinson Alzheimer

e Encefalopatia anoacutexica Ainda dentro do rol de outros problemas neuroloacutegicos (146)

tambeacutem foi possiacutevel encontrar Siacutendrome de Rasmussen Siacutendrome de Devic Demecircncia

Senil Esclerose Muacuteltipla Paralisia Cerebral Lesatildeo Espinomedular (Tetraplegia) e

Alzheimer (Tabela 3)

Como diagnoacutestico secundaacuterio 39 dos pacientes tambeacutem eram acometidos com

HAS e 232 com DM Sendo que destes 134 apresentaram HAS e DM

simultaneamente Outros pacientes apresentaram ainda desnutriccedilatildeo crocircnica e fratura do

fecircmur 61 cada (Tabela 3)

30

Tabela 3-Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

DIAGNOacuteSTICO PRINCIPAL n

Agravos Neuroloacutegicos 66 804

Agravos Neoplaacutesicos 14 17

Agravos Respiratoacuterios 1 13

Agravos Osteomusculares 1 13

COMORBIDADES n

Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) 32 39

Diabetes Mellitus(DM) tipo I ou II 19 232

Desnutriccedilatildeo Crocircnica 5 61

Fratura de fecircmur 5 61

DPOC 3 36

Outros agravos 18 22

Dos agravos neuroloacutegicos 658 eram sequelas de AVC Destes 134 apresentavam diagnoacutestico

de DM e HAS concomitantemente

Em uma visatildeo geral diante dos dados da tabela 4 nota-se que a assistecircncia de

enfermagem no tratamento das UPs gerou resolutividade em 378 dos pacientes 22

apresentou melhora da UPs e apenas 85 apresentaram quadro de piora Referente ao

nuacutemero de UPs os pacientes que apresentaram maiores percentis de piora 25 e de

manutenccedilatildeo da UP 50 foram aqueles que possuiacuteam quantidade igual ou superior a

cinco UPs

Do total da amostra 158 apresentaram infecccedilatildeo em alguma UP durante

determinado momento do tratamento Eacute interessante perceber que quanto maior a

quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de infecccedilatildeo na ferida Identifica-

se isso em 211 dos usuaacuterios com trecircs UPs 25 com quatro UPs e 333 dos

pacientes com cinco ou mais lesotildees que apresentaram infecccedilatildeo na ferida (Tabela 4)

Apenas 6 dos clientes apresentaram em algum momento reabertura de lesotildees

jaacute anteriormente resolvidas Tambeacutem seguindo a mesma loacutegica das infecccedilotildees de feridas

nota-se que quanto maior a quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de

reabertura de lesotildees isto foi possiacutevel identificar nos resultados que evidenciam que

105 dos pacientes com trecircs lesotildees 125 dos clientes com quatro lesotildees e 167

daqueles com cinco ou mais lesotildees apresentaram reabertura de UP (Tabela 4)

31

Tabela 4 - Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do

Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013

1UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

DESFECHO

DAS UPs

PACIENTE

n n n n n n

Cicatrizada 15 556 7 438 6 316 3 375 - - 31 378

Melhora 3 111 5 313 6 316 1 125 3 25 18 22

Piora 1 37 1 63 1 53 1 125 3 25 7 85

Mantida 8 296 3 188 6 316 3 375 6 50 26 317

INFECCcedilAtildeO

Sim 2 74 1 63 4 211 2 25 4 333 13 158

Natildeo 25 926 15 937 15 789 6 75 8 667 69 842

REABERTURA

Sim - - - - 2 105 1 125 2 167 5 6

Natildeo 27 100 16 100 17 895 7 875 10 833 77 94

ADMISSAtildeO

Com UP 20 741 12 75 19 100 8 100 12 100 71 865

Sem UP 7 259 4 25 - - - - - - 11 135

QUANTIDADE

UPs na

admissatildeo

1 UP 20 741 3 188 1 53 2 25 - - 26 317

2UPs - - 9 563 3 158 1 125 - - 13 158

3UPs - - - - 15 789 1 125 2 167 18 22

4UPs - - - - - - 4 50 1 83 5 6

5UPs - - - - - - - - 6 50 6 73

6UPs - - - - - - - - 2 167 2 24

7UPs - - - - - - - - 1 83 1 12

Vale ressaltar que segundo o resultado da pesquisa 865 destes pacientes

atendidos pelo NRAD jaacute foram admitidos com a presenccedila de UPs Somente 135 dos

usuaacuterios que passaram pela atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia desenvolveram UPs apoacutes a

admissatildeo em um dos programas natildeo ultrapassando a quantidade de duas UPs por

paciente Dos 865 de pacientes que jaacute foram internados em domiciacutelio com UP 317

apresentavam apenas uma UP na admissatildeo 22 com trecircs UPs e 12 com sete UPs jaacute

desde a admissatildeo conforme visualizado na figura 1

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

21

castanha ou negra) Sendo assim ateacute que a pele macerada eou necrosada seja removida

expondo a base da ferida a profundidade verdadeira e o grau natildeo podem ser

determinados (EPUAP 2011)

Atualmente existem diversos instrumentos de medidas e escalas que avaliam e

classificam o risco de pacientes desenvolverem UPs Entre os mais conhecidos e

utilizados estaacute a escala de Braden que avalia o risco de UP focalizando no cuidado agrave

pele com accedilotildees terapecircuticas preventivas e de educaccedilatildeo em sauacutede aleacutem de abordar

sobre a superfiacutecie de suporte e aliacutevio de carga mecacircnica A escala de Braden jaacute foi

testada e validada em diversos paiacuteses e eacute considerada de grande confiabilidade aleacutem de

possuir faacutecil utilizaccedilatildeo e vasta aceitaccedilatildeo tanto pelos enfermeiros como pelos proacuteprios

pacientes No entanto eacute importante ressaltar que haacute outras escalas bastante conhecidas

como p ex a escala de Norton a escala de Gosnell e a escala de Waterlow (ARAUacuteJO

et al 2010 COEcircLHO et al 2012)

Coecirclho et al (2012 p41) explica ainda de maneira bastante clara como estaacute

estruturada e organizada a escala de Braden e quais fatores satildeo avaliados em cada item

Sua organizaccedilatildeo baseia-se na fisiopatogenia da UP Assim eacute composta por

seis subescalas as quais avaliam a percepccedilatildeo sensorial a umidade da pele a

atividade a mobilidade o estado nutricional a fricccedilatildeo e o cisalhamento Das

seis subescalas trecircs medem determinantes cliacutenicos de exposiccedilatildeo para pressatildeo

prolongada e intensa (percepccedilatildeo sensorial atividade e mobilidade) e trecircs

mensuram a toleracircncia do tecido agrave pressatildeo (umidade nutriccedilatildeo fricccedilatildeo e

cisalhamento) Cada subescala eacute acompanhada de um tiacutetulo e cada niacutevel de

um conceito descritor-chave aleacutem de uma ou duas frases descrevendo ou

qualificando os atributos a serem avaliados

Arauacutejo et al (2010) referem que a escala de Braden pode variar de 4 a 23

pontos Escores abaixo de 11 pontos indicam alto risco para desenvolver UPs

pontuaccedilatildeo entre 11 e 16 aponta risco moderado e igual ou superior a 16 pontos eacute

considerado como pequeno risco para o aparecimento de UPs

Na Europa e Aacutesia encontram-se mais de 40 protocolos relacionados agrave prevenccedilatildeo

e ao tratamento de feridas e UPs (ARAUacuteJO et al 2011) No entanto ateacute recentemente

dentro do contexto de sauacutede brasileira ainda natildeo havia uma padronizaccedilatildeo da atenccedilatildeo ou

mesmo um protocolo oficial rotina de trabalho etc que auxiliasse a atuaccedilatildeo do

enfermeiro diante do surgimento de feridas e prevenccedilatildeo de uacutelceras por pressatildeo o que

pode levar o mesmo algumas vezes a uma avaliaccedilatildeo subjetiva e focada somente na

cicatrizaccedilatildeo da ferida mas sem uma fundamentaccedilatildeo profilaacutetica adequada para cada caso

22

(ROGENSKI SANTOS 2005) A partir dessa e outras necessidades quanto agrave seguranccedila

do paciente o Ministeacuterio da Sauacutede lanccedilou a portaria nordm 529 de 1ordm de abril de 2013 que

institui o Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente ndash PNSP Nesta portaria ficou

instituiacutedo um Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP (CIPNSP) ao qual foi designado

promover accedilotildees que visem agrave melhoria da seguranccedila do cuidado em sauacutede por meio da

elaboraccedilatildeo consensual e validaccedilatildeo de protocolos em sauacutede entre os diversos membros

que participam do CIPNSP entre eles CFM COFEN ANVISA e Fiocruz (BRASIL

2013b) Alguns meses depois foi lanccedilado pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Protocolo para

Prevenccedilatildeo de Uacutelcera por Pressatildeo (BRASIL 2013a) de acordo com a Portaria nordm 1377

de 9 de julho de 2013 que aprovou esse e outros protocolos de seguranccedila do paciente

(BRASIL 2013c)

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar

O Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID) eacute uma modalidade de internaccedilatildeo

extra-hospitalar que assiste a pacientes que necessitam de cuidados especiais de sauacutede

mas que podem permanecer internados em seu domiciacutelio O PID objetiva a

desospitalizaccedilatildeo humanizada eficaz e de qualidade com foco nas atividades de

promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede representando uma estrateacutegia na reversatildeo do atual

modelo hospitalocecircntrico (BRASIL 2008 MARTELLI et al 2011)

A melhor utilizaccedilatildeo do siacutetio hospitalar eacute um desafio para os atuais sistemas de

sauacutede com a otimizaccedilatildeo de recursos hospitalares e reduccedilatildeo de internaccedilotildees evitaacuteveis Em

resposta a esta demanda houve um ato na consolidaccedilatildeo da atual Poliacutetica de Atenccedilatildeo

Domiciliar com o lanccedilamento da Portaria 2527 de 27 de Outubro de 2011 que

regularizou o Programa Melhor em Casa e definiu a Atenccedilatildeo Domiciliar como nova

modalidade de atenccedilatildeo agrave sauacutede substitutiva ou complementar agraves jaacute existentes

caracterizada por um conjunto de accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento

de doenccedilas e reabilitaccedilatildeo prestadas em domiciacutelio com garantia de continuidade de

cuidados e integrada agraves redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 2011 2012b)

Os NRADrsquos satildeo Nuacutecleos Regionais de Atenccedilatildeo Domiciliar que nasceram no DF

a partir da necessidade de se implantar o PID eles estatildeo vinculados agraves Regionais de

Sauacutede das cidades sateacutelites conforme a organizaccedilatildeo feita pela Secretaria de Estado de

Sauacutede do Distrito Federal (SES-DF) O DF eacute composto por 15 Nuacutecleos Regionais de

Atenccedilatildeo Domiciliar e um deles eacute o NRAD - Ceilacircndia (NRAD-CEI) cujo atendimento

23

abrange uma populaccedilatildeo de 402729 mil habitantes na referida cidade segundo dados do

censo de 2010 do IBGE De acordo com a Portaria nordm 25272011 que redefine a atenccedilatildeo

domiciliar no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) o ideal seria que cada Equipe

Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar (EMAD) atenda apenas um grupo populacional

de 100 mil habitantes As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes

Multidisciplinar de Apoio (EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede

na atenccedilatildeo domiciliar A Portaria nordm 15332012 altera e acrescenta alguns pontos agrave

Portaria nordm 25272011 estabelecendo que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil habitantes

o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio poderaacute

constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes Esta

portaria estabelece ainda que satildeo requisitos miacutenimos para a instalaccedilatildeo do Serviccedilo de

Atenccedilatildeo Domiciliar (SAD) que o municiacutepio apresente populaccedilatildeo igual ou superior a 40

mil habitantes possua cobertura do SAMU ou de algum outro tipo de serviccedilo moacutevel de

urgecircncia e possua um hospital referecircncia na sua aacuterea de abrangecircncia (BRASIL 2008

2011 2012a IBGE 2010)

A transiccedilatildeo epidemioloacutegica e demograacutefica tem causado grande impacto social

com repercussatildeo em diversas aacutereas como economia habitaccedilatildeo previdecircncia e sauacutede

Tais mudanccedilas exigem uma reengenharia multidimensional Particularmente na sauacutede eacute

preciso empreender e fortalecer poliacuteticas puacuteblicas que viabilizem os princiacutepios e

diretrizes do SUS Neste cenaacuterio a Atenccedilatildeo Domiciliar tem se consolidado na reversatildeo

do atual modelo de sauacutede centrado nos hospitais para uma modalidade de accedilotildees

desenvolvidas no domiciacutelio por uma equipe multiprofissional a partir do diagnoacutestico da

realidade em que o paciente estaacute inserido considerando seus potenciais e limitaccedilotildees A

Atenccedilatildeo Domiciliar visa agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao paciente minimizando ou controlando

as sequelas de condiccedilotildees crocircnicas de maneira a favorecer o restabelecimento de sua

independecircncia e a preservaccedilatildeo de sua autonomia (BRASIL 2008 MENDES 2011

MENDES 2012)

Diante do exposto sobre a atenccedilatildeo domiciliar e da mudanccedila na piracircmide etaacuteria

do Brasil nos uacuteltimos anos considera-se que o aumento da populaccedilatildeo idosa e

consequentemente a elevaccedilatildeo no nuacutemero de casos de doenccedilas crocircnicas tornam as accedilotildees

desenvolvidas pelas equipes multiprofissionais do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

(PID) e do Programa de Oxigenoterapia Domiciliar (POD) como ferramentas essenciais

para impulsionar o Programa Melhor em Casa e fortalecer a Poliacutetica Nacional de

Humanizaccedilatildeo aleacutem de contribuir consideravelmente na reduccedilatildeo dos custos hospitalares

24

e na disponibilizaccedilatildeo de leitos em hospitais puacuteblicos para pacientes em estado instaacutevel

que necessitam de monitoramento contiacutenuo Os NRADrsquos vecircm proporcionando entre

outras coisas uma seacuterie de cuidados paliativos aos pacientes do SUS que podem

permanecer internados em domiciacutelio e que satildeo portadores de doenccedilas crocircnicas graves

estaacuteveis tais como Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica (DPOC) sequela de Acidente

Vascular Cerebral (AVC) cacircncer (CA) e diversos distuacuterbios crocircnicos degenerativos

agravos estes que podem acabar contribuindo para o aparecimento das uacutelceras por

pressatildeo como uma complicaccedilatildeo (BRASIL 2004 2012b)

4 METODOLOGIA

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva de abordagem quantitativa

desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes acometidos

por uacutelceras por pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2013

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada

ldquoMelhor em Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do

programa de internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por

portadores de doenccedilas crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade

de Ceilacircndia e foi autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede

do Governo do Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 (Anexo)

Enfatiza-se que foi respeitado os princiacutepios da Resoluccedilatildeo nordm4662012 no que se refere a

pesquisas com seres humanos (BRASIL 2012) Destaca-se que coordenador do projeto

e a chefia do NRAD-CEI autorizaram a utilizaccedilatildeo dos dados mediante termo de

consentimento livre e esclarecido (Apecircndice A) visto que o autor desta pesquisa foi

bolsista deste projeto e trabalhou na coleta de dados durante o periacuteodo de abril de 2012

a abril de 2013

Foram incluiacutedos dados de prontuaacuterios de pacientes acometidos por uacutelceras por

pressatildeo assistidos pelo NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio de 2009 a abril de 2013

somando-se amostra final de 82 prontuaacuterios pesquisados Os criteacuterios de exclusatildeo foram

pacientes natildeo acometidos por uacutelceras por pressatildeo pacientes natildeo assistidos pelo NRAD-

CEI periacuteodo anterior a maio de 2009 e posterior a abril de 2013 e prontuaacuterios com

dados insuficientes ou incompletos

Entre os benefiacutecios do presente estudo estatildeo o levantamento de informaccedilotildees que

posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos cuidados

multiprofissionais e especificamente de enfermagem para pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo no ambiente domiciliar Os riscos deste estudo consistiram em expor

informaccedilotildees dos pesquisados de forma a identificar a sua identidade desta forma este

risco foi minimizado devido agrave manutenccedilatildeo de sigilo com substituiccedilatildeo de nomes e natildeo

divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees que possam remeter a sua identificaccedilatildeo

A anaacutelise de dados se deu a partir do levantamento de dados consultados em

prontuaacuterios dos pacientes com instrumento de coleta (Apecircndice B) apoacutes realizada

26

tabulaccedilatildeo dos dados organizados eletronicamente por meio da criaccedilatildeo de planilhas em

arquivo do software de Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 210

Foi realizada uma anaacutelise exploratoacuteria dos dados (descritiva) as variaacuteveis numeacutericas

foram exploradas pelas medidas descritivas de centralidade (meacutedia) e de dispersatildeo

(miacutenimo maacuteximo e desvio padratildeo) e as variaacuteveis categoacutericas foram exploradas por

frequecircncias simples absolutas e percentuais A apresentaccedilatildeo dos dados foi organizada

por meio graacuteficos e tabelas

5 RESULTADOS

Foram avaliados na pesquisa os prontuaacuterios de 313 pacientes no entanto

somente 82 apresentaram registros de ocorrecircncia de UPs o que equivale ao

acometimento de 262 dos pacientes atendidos no NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio

de 2009 a abril de 2013

Dos 82 pacientes avaliados a idade meacutedia foi de 722 anos (DP=plusmn184 anos

Miacuten=10 anos Maacutex=98 anos) A maioria dos prontuaacuterios revisados demonstra que

827 da amostra satildeo idosos com faixa etaacuteria acima de 60 anos de idade Dentre os

pacientes identificados a tabela 1 demonstra que a maior representatividade foi 329

dos pacientes entre 80-89 anos 292 de 70-79 anose a menor foi de 48 entre 50-59

anos

Quanto agrave variaacutevel sexo percebe-se uma frequecircncia proacutexima entre os

sexos525masculino e475 feminino No entanto relacionando-se a variaacutevel sexo

com a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por paciente nota-se que os usuaacuterios do sexo

masculino com duas trecircs quatro cinco ou mais UPs apresentaram de discreta a elevada

predominacircncia em niacutevel crescente (563 579 629 e 667 respectivamente)

quando comparados agraves usuaacuterias do sexo feminino As pacientes do sexo feminino

apresentaram valores superiores aos homens (63) apenas quando se trata de

pacientesacometidos por apenas uma uacutenica UP (Tabela 1)

Dentre os pacientes atendidos na atenccedilatildeo domiciliar identificou-se que 952

dos usuaacuterios com UPs fazem parte do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID)

enquanto apenas 48 estatildeo vinculados ao Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

(POD)

No que se refere agrave situaccedilatildeo dos pacientes atendidos pelo NRAD entre os anos de

2009 a 2013 a maioria 658 dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito 245

permaneceu internado na atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia e apenas 97 receberam alta

da equipe do PID ou POD

28

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF segundo a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por usuaacuterio

maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS NUacuteMERO DE UacuteLCERAS POR PRESSAtildeO

1 UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

n n n n n n

27 329 16 195 19 231 8 97 12 146 82 100

FAIXA ETAacuteRIA

10- 49 anos 2 74 1 63 2 105 1 125 4 333 10 121

50-59 anos 1 37 1 63 2 105 - - - - 4 48

60-69 anos 3 111 1 63 3 158 2 25 1 83 10 121

70-79 anos 11 407 5 313 2 105 4 50 2 167 24 292

80-89 anos 7 259 6 375 9 474 1 125 4 333 27 329

ge 90 anos 3 111 2 125 1 53 - - 1 83 7 85

SEXO

Masculino 10 37 9 563 11 579 5 625 8 667 43 525

Feminino 17 63 7 437 8 421 3 375 4 333 39 475

PROGRAMA

PID 24 888 15 938 19 100 8 100 12 100 78 952

POD 3 112 1 62 - - - - - - 4 48

EVOLUCcedilAtildeO

Internado 7 259 4 25 5 263 2 25 2 167 20 245

Alta 2 74 2 125 1 53 2 25 1 83 8 97

Oacutebito 18 667 10 625 13 684 4 50 9 75 54 658

Uacutelcera por pressatildeo Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

A pesquisa identificou que a quantidade meacutedia de UPs na admissatildeo do paciente

eacute de aproximadamente duas lesotildees e a quantidade total de UPs no decorrer da internaccedilatildeo

eacute em meacutedia 25 UPs por paciente No que tange agrave quantidade de UPs por paciente a

maior representatividade foi dos pacientes com apenas uma lesatildeo (329) e o menor

percentual (97) foi referente aos pacientes com quatro lesotildees simultacircneas

Outra variaacutevel interessante eacute sobre o tempo de permanecircncia dos pacientes nos

programas de internaccedilatildeo do NRAD-Ceilacircndia sendo o tempo meacutedio de 3877 dias o

29

que equivale a pouco mais de 1 ano de internaccedilatildeo por paciente com miacutenimo de 4 dias e

maacuteximo de 1520 dias equivalente a pouco mais de 4 anos (Tabela 2)

Tabela 2- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS MEacuteDIA DP MIacuteNIMO MAacuteXIMO

Idade 722 184 10 98

Tempo de permanecircncia do

paciente no NRAD (dias) 3877 3961 4 1520

Quantidade de UPs na admissatildeo 21 16 0 7

Quantidade de UPs por paciente 25 15 1 7

Desvio Padratildeo

De acordo com a tabela 3 percebe-se que 804 dos pacientes possuem como

diagnoacutestico principal algum tipo de agravo em sauacutede relacionado ao sistema

neuroloacutegico Outros 17 possuem algum diagnoacutestico oncoloacutegico (CA hepaacutetico

prostaacutetico uterino bexiga metaacutestase oacutessea entre outros) apenas 13 com agravo

respiratoacuterio e 13 com agravo osteomuscular

Considerando os 804 de pacientes com algum agravo neuroloacutegico os

principais diagnoacutesticos encontrados foram sequela AVC (658) Dentre estes 561

com AVC como diagnoacutestico uacutenico e os demais pacientes que representam 97

possuiacuteam sequela de AVC associada a outras doenccedilas entre elas Parkinson Alzheimer

e Encefalopatia anoacutexica Ainda dentro do rol de outros problemas neuroloacutegicos (146)

tambeacutem foi possiacutevel encontrar Siacutendrome de Rasmussen Siacutendrome de Devic Demecircncia

Senil Esclerose Muacuteltipla Paralisia Cerebral Lesatildeo Espinomedular (Tetraplegia) e

Alzheimer (Tabela 3)

Como diagnoacutestico secundaacuterio 39 dos pacientes tambeacutem eram acometidos com

HAS e 232 com DM Sendo que destes 134 apresentaram HAS e DM

simultaneamente Outros pacientes apresentaram ainda desnutriccedilatildeo crocircnica e fratura do

fecircmur 61 cada (Tabela 3)

30

Tabela 3-Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

DIAGNOacuteSTICO PRINCIPAL n

Agravos Neuroloacutegicos 66 804

Agravos Neoplaacutesicos 14 17

Agravos Respiratoacuterios 1 13

Agravos Osteomusculares 1 13

COMORBIDADES n

Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) 32 39

Diabetes Mellitus(DM) tipo I ou II 19 232

Desnutriccedilatildeo Crocircnica 5 61

Fratura de fecircmur 5 61

DPOC 3 36

Outros agravos 18 22

Dos agravos neuroloacutegicos 658 eram sequelas de AVC Destes 134 apresentavam diagnoacutestico

de DM e HAS concomitantemente

Em uma visatildeo geral diante dos dados da tabela 4 nota-se que a assistecircncia de

enfermagem no tratamento das UPs gerou resolutividade em 378 dos pacientes 22

apresentou melhora da UPs e apenas 85 apresentaram quadro de piora Referente ao

nuacutemero de UPs os pacientes que apresentaram maiores percentis de piora 25 e de

manutenccedilatildeo da UP 50 foram aqueles que possuiacuteam quantidade igual ou superior a

cinco UPs

Do total da amostra 158 apresentaram infecccedilatildeo em alguma UP durante

determinado momento do tratamento Eacute interessante perceber que quanto maior a

quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de infecccedilatildeo na ferida Identifica-

se isso em 211 dos usuaacuterios com trecircs UPs 25 com quatro UPs e 333 dos

pacientes com cinco ou mais lesotildees que apresentaram infecccedilatildeo na ferida (Tabela 4)

Apenas 6 dos clientes apresentaram em algum momento reabertura de lesotildees

jaacute anteriormente resolvidas Tambeacutem seguindo a mesma loacutegica das infecccedilotildees de feridas

nota-se que quanto maior a quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de

reabertura de lesotildees isto foi possiacutevel identificar nos resultados que evidenciam que

105 dos pacientes com trecircs lesotildees 125 dos clientes com quatro lesotildees e 167

daqueles com cinco ou mais lesotildees apresentaram reabertura de UP (Tabela 4)

31

Tabela 4 - Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do

Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013

1UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

DESFECHO

DAS UPs

PACIENTE

n n n n n n

Cicatrizada 15 556 7 438 6 316 3 375 - - 31 378

Melhora 3 111 5 313 6 316 1 125 3 25 18 22

Piora 1 37 1 63 1 53 1 125 3 25 7 85

Mantida 8 296 3 188 6 316 3 375 6 50 26 317

INFECCcedilAtildeO

Sim 2 74 1 63 4 211 2 25 4 333 13 158

Natildeo 25 926 15 937 15 789 6 75 8 667 69 842

REABERTURA

Sim - - - - 2 105 1 125 2 167 5 6

Natildeo 27 100 16 100 17 895 7 875 10 833 77 94

ADMISSAtildeO

Com UP 20 741 12 75 19 100 8 100 12 100 71 865

Sem UP 7 259 4 25 - - - - - - 11 135

QUANTIDADE

UPs na

admissatildeo

1 UP 20 741 3 188 1 53 2 25 - - 26 317

2UPs - - 9 563 3 158 1 125 - - 13 158

3UPs - - - - 15 789 1 125 2 167 18 22

4UPs - - - - - - 4 50 1 83 5 6

5UPs - - - - - - - - 6 50 6 73

6UPs - - - - - - - - 2 167 2 24

7UPs - - - - - - - - 1 83 1 12

Vale ressaltar que segundo o resultado da pesquisa 865 destes pacientes

atendidos pelo NRAD jaacute foram admitidos com a presenccedila de UPs Somente 135 dos

usuaacuterios que passaram pela atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia desenvolveram UPs apoacutes a

admissatildeo em um dos programas natildeo ultrapassando a quantidade de duas UPs por

paciente Dos 865 de pacientes que jaacute foram internados em domiciacutelio com UP 317

apresentavam apenas uma UP na admissatildeo 22 com trecircs UPs e 12 com sete UPs jaacute

desde a admissatildeo conforme visualizado na figura 1

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

22

(ROGENSKI SANTOS 2005) A partir dessa e outras necessidades quanto agrave seguranccedila

do paciente o Ministeacuterio da Sauacutede lanccedilou a portaria nordm 529 de 1ordm de abril de 2013 que

institui o Programa Nacional de Seguranccedila do Paciente ndash PNSP Nesta portaria ficou

instituiacutedo um Comitecirc de Implementaccedilatildeo do PNSP (CIPNSP) ao qual foi designado

promover accedilotildees que visem agrave melhoria da seguranccedila do cuidado em sauacutede por meio da

elaboraccedilatildeo consensual e validaccedilatildeo de protocolos em sauacutede entre os diversos membros

que participam do CIPNSP entre eles CFM COFEN ANVISA e Fiocruz (BRASIL

2013b) Alguns meses depois foi lanccedilado pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Protocolo para

Prevenccedilatildeo de Uacutelcera por Pressatildeo (BRASIL 2013a) de acordo com a Portaria nordm 1377

de 9 de julho de 2013 que aprovou esse e outros protocolos de seguranccedila do paciente

(BRASIL 2013c)

32 Poliacuteticas para assistecircncia domiciliar

O Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID) eacute uma modalidade de internaccedilatildeo

extra-hospitalar que assiste a pacientes que necessitam de cuidados especiais de sauacutede

mas que podem permanecer internados em seu domiciacutelio O PID objetiva a

desospitalizaccedilatildeo humanizada eficaz e de qualidade com foco nas atividades de

promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo agrave sauacutede representando uma estrateacutegia na reversatildeo do atual

modelo hospitalocecircntrico (BRASIL 2008 MARTELLI et al 2011)

A melhor utilizaccedilatildeo do siacutetio hospitalar eacute um desafio para os atuais sistemas de

sauacutede com a otimizaccedilatildeo de recursos hospitalares e reduccedilatildeo de internaccedilotildees evitaacuteveis Em

resposta a esta demanda houve um ato na consolidaccedilatildeo da atual Poliacutetica de Atenccedilatildeo

Domiciliar com o lanccedilamento da Portaria 2527 de 27 de Outubro de 2011 que

regularizou o Programa Melhor em Casa e definiu a Atenccedilatildeo Domiciliar como nova

modalidade de atenccedilatildeo agrave sauacutede substitutiva ou complementar agraves jaacute existentes

caracterizada por um conjunto de accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento

de doenccedilas e reabilitaccedilatildeo prestadas em domiciacutelio com garantia de continuidade de

cuidados e integrada agraves redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 2011 2012b)

Os NRADrsquos satildeo Nuacutecleos Regionais de Atenccedilatildeo Domiciliar que nasceram no DF

a partir da necessidade de se implantar o PID eles estatildeo vinculados agraves Regionais de

Sauacutede das cidades sateacutelites conforme a organizaccedilatildeo feita pela Secretaria de Estado de

Sauacutede do Distrito Federal (SES-DF) O DF eacute composto por 15 Nuacutecleos Regionais de

Atenccedilatildeo Domiciliar e um deles eacute o NRAD - Ceilacircndia (NRAD-CEI) cujo atendimento

23

abrange uma populaccedilatildeo de 402729 mil habitantes na referida cidade segundo dados do

censo de 2010 do IBGE De acordo com a Portaria nordm 25272011 que redefine a atenccedilatildeo

domiciliar no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) o ideal seria que cada Equipe

Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar (EMAD) atenda apenas um grupo populacional

de 100 mil habitantes As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes

Multidisciplinar de Apoio (EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede

na atenccedilatildeo domiciliar A Portaria nordm 15332012 altera e acrescenta alguns pontos agrave

Portaria nordm 25272011 estabelecendo que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil habitantes

o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio poderaacute

constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes Esta

portaria estabelece ainda que satildeo requisitos miacutenimos para a instalaccedilatildeo do Serviccedilo de

Atenccedilatildeo Domiciliar (SAD) que o municiacutepio apresente populaccedilatildeo igual ou superior a 40

mil habitantes possua cobertura do SAMU ou de algum outro tipo de serviccedilo moacutevel de

urgecircncia e possua um hospital referecircncia na sua aacuterea de abrangecircncia (BRASIL 2008

2011 2012a IBGE 2010)

A transiccedilatildeo epidemioloacutegica e demograacutefica tem causado grande impacto social

com repercussatildeo em diversas aacutereas como economia habitaccedilatildeo previdecircncia e sauacutede

Tais mudanccedilas exigem uma reengenharia multidimensional Particularmente na sauacutede eacute

preciso empreender e fortalecer poliacuteticas puacuteblicas que viabilizem os princiacutepios e

diretrizes do SUS Neste cenaacuterio a Atenccedilatildeo Domiciliar tem se consolidado na reversatildeo

do atual modelo de sauacutede centrado nos hospitais para uma modalidade de accedilotildees

desenvolvidas no domiciacutelio por uma equipe multiprofissional a partir do diagnoacutestico da

realidade em que o paciente estaacute inserido considerando seus potenciais e limitaccedilotildees A

Atenccedilatildeo Domiciliar visa agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao paciente minimizando ou controlando

as sequelas de condiccedilotildees crocircnicas de maneira a favorecer o restabelecimento de sua

independecircncia e a preservaccedilatildeo de sua autonomia (BRASIL 2008 MENDES 2011

MENDES 2012)

Diante do exposto sobre a atenccedilatildeo domiciliar e da mudanccedila na piracircmide etaacuteria

do Brasil nos uacuteltimos anos considera-se que o aumento da populaccedilatildeo idosa e

consequentemente a elevaccedilatildeo no nuacutemero de casos de doenccedilas crocircnicas tornam as accedilotildees

desenvolvidas pelas equipes multiprofissionais do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

(PID) e do Programa de Oxigenoterapia Domiciliar (POD) como ferramentas essenciais

para impulsionar o Programa Melhor em Casa e fortalecer a Poliacutetica Nacional de

Humanizaccedilatildeo aleacutem de contribuir consideravelmente na reduccedilatildeo dos custos hospitalares

24

e na disponibilizaccedilatildeo de leitos em hospitais puacuteblicos para pacientes em estado instaacutevel

que necessitam de monitoramento contiacutenuo Os NRADrsquos vecircm proporcionando entre

outras coisas uma seacuterie de cuidados paliativos aos pacientes do SUS que podem

permanecer internados em domiciacutelio e que satildeo portadores de doenccedilas crocircnicas graves

estaacuteveis tais como Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica (DPOC) sequela de Acidente

Vascular Cerebral (AVC) cacircncer (CA) e diversos distuacuterbios crocircnicos degenerativos

agravos estes que podem acabar contribuindo para o aparecimento das uacutelceras por

pressatildeo como uma complicaccedilatildeo (BRASIL 2004 2012b)

4 METODOLOGIA

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva de abordagem quantitativa

desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes acometidos

por uacutelceras por pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2013

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada

ldquoMelhor em Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do

programa de internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por

portadores de doenccedilas crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade

de Ceilacircndia e foi autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede

do Governo do Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 (Anexo)

Enfatiza-se que foi respeitado os princiacutepios da Resoluccedilatildeo nordm4662012 no que se refere a

pesquisas com seres humanos (BRASIL 2012) Destaca-se que coordenador do projeto

e a chefia do NRAD-CEI autorizaram a utilizaccedilatildeo dos dados mediante termo de

consentimento livre e esclarecido (Apecircndice A) visto que o autor desta pesquisa foi

bolsista deste projeto e trabalhou na coleta de dados durante o periacuteodo de abril de 2012

a abril de 2013

Foram incluiacutedos dados de prontuaacuterios de pacientes acometidos por uacutelceras por

pressatildeo assistidos pelo NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio de 2009 a abril de 2013

somando-se amostra final de 82 prontuaacuterios pesquisados Os criteacuterios de exclusatildeo foram

pacientes natildeo acometidos por uacutelceras por pressatildeo pacientes natildeo assistidos pelo NRAD-

CEI periacuteodo anterior a maio de 2009 e posterior a abril de 2013 e prontuaacuterios com

dados insuficientes ou incompletos

Entre os benefiacutecios do presente estudo estatildeo o levantamento de informaccedilotildees que

posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos cuidados

multiprofissionais e especificamente de enfermagem para pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo no ambiente domiciliar Os riscos deste estudo consistiram em expor

informaccedilotildees dos pesquisados de forma a identificar a sua identidade desta forma este

risco foi minimizado devido agrave manutenccedilatildeo de sigilo com substituiccedilatildeo de nomes e natildeo

divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees que possam remeter a sua identificaccedilatildeo

A anaacutelise de dados se deu a partir do levantamento de dados consultados em

prontuaacuterios dos pacientes com instrumento de coleta (Apecircndice B) apoacutes realizada

26

tabulaccedilatildeo dos dados organizados eletronicamente por meio da criaccedilatildeo de planilhas em

arquivo do software de Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 210

Foi realizada uma anaacutelise exploratoacuteria dos dados (descritiva) as variaacuteveis numeacutericas

foram exploradas pelas medidas descritivas de centralidade (meacutedia) e de dispersatildeo

(miacutenimo maacuteximo e desvio padratildeo) e as variaacuteveis categoacutericas foram exploradas por

frequecircncias simples absolutas e percentuais A apresentaccedilatildeo dos dados foi organizada

por meio graacuteficos e tabelas

5 RESULTADOS

Foram avaliados na pesquisa os prontuaacuterios de 313 pacientes no entanto

somente 82 apresentaram registros de ocorrecircncia de UPs o que equivale ao

acometimento de 262 dos pacientes atendidos no NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio

de 2009 a abril de 2013

Dos 82 pacientes avaliados a idade meacutedia foi de 722 anos (DP=plusmn184 anos

Miacuten=10 anos Maacutex=98 anos) A maioria dos prontuaacuterios revisados demonstra que

827 da amostra satildeo idosos com faixa etaacuteria acima de 60 anos de idade Dentre os

pacientes identificados a tabela 1 demonstra que a maior representatividade foi 329

dos pacientes entre 80-89 anos 292 de 70-79 anose a menor foi de 48 entre 50-59

anos

Quanto agrave variaacutevel sexo percebe-se uma frequecircncia proacutexima entre os

sexos525masculino e475 feminino No entanto relacionando-se a variaacutevel sexo

com a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por paciente nota-se que os usuaacuterios do sexo

masculino com duas trecircs quatro cinco ou mais UPs apresentaram de discreta a elevada

predominacircncia em niacutevel crescente (563 579 629 e 667 respectivamente)

quando comparados agraves usuaacuterias do sexo feminino As pacientes do sexo feminino

apresentaram valores superiores aos homens (63) apenas quando se trata de

pacientesacometidos por apenas uma uacutenica UP (Tabela 1)

Dentre os pacientes atendidos na atenccedilatildeo domiciliar identificou-se que 952

dos usuaacuterios com UPs fazem parte do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID)

enquanto apenas 48 estatildeo vinculados ao Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

(POD)

No que se refere agrave situaccedilatildeo dos pacientes atendidos pelo NRAD entre os anos de

2009 a 2013 a maioria 658 dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito 245

permaneceu internado na atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia e apenas 97 receberam alta

da equipe do PID ou POD

28

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF segundo a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por usuaacuterio

maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS NUacuteMERO DE UacuteLCERAS POR PRESSAtildeO

1 UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

n n n n n n

27 329 16 195 19 231 8 97 12 146 82 100

FAIXA ETAacuteRIA

10- 49 anos 2 74 1 63 2 105 1 125 4 333 10 121

50-59 anos 1 37 1 63 2 105 - - - - 4 48

60-69 anos 3 111 1 63 3 158 2 25 1 83 10 121

70-79 anos 11 407 5 313 2 105 4 50 2 167 24 292

80-89 anos 7 259 6 375 9 474 1 125 4 333 27 329

ge 90 anos 3 111 2 125 1 53 - - 1 83 7 85

SEXO

Masculino 10 37 9 563 11 579 5 625 8 667 43 525

Feminino 17 63 7 437 8 421 3 375 4 333 39 475

PROGRAMA

PID 24 888 15 938 19 100 8 100 12 100 78 952

POD 3 112 1 62 - - - - - - 4 48

EVOLUCcedilAtildeO

Internado 7 259 4 25 5 263 2 25 2 167 20 245

Alta 2 74 2 125 1 53 2 25 1 83 8 97

Oacutebito 18 667 10 625 13 684 4 50 9 75 54 658

Uacutelcera por pressatildeo Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

A pesquisa identificou que a quantidade meacutedia de UPs na admissatildeo do paciente

eacute de aproximadamente duas lesotildees e a quantidade total de UPs no decorrer da internaccedilatildeo

eacute em meacutedia 25 UPs por paciente No que tange agrave quantidade de UPs por paciente a

maior representatividade foi dos pacientes com apenas uma lesatildeo (329) e o menor

percentual (97) foi referente aos pacientes com quatro lesotildees simultacircneas

Outra variaacutevel interessante eacute sobre o tempo de permanecircncia dos pacientes nos

programas de internaccedilatildeo do NRAD-Ceilacircndia sendo o tempo meacutedio de 3877 dias o

29

que equivale a pouco mais de 1 ano de internaccedilatildeo por paciente com miacutenimo de 4 dias e

maacuteximo de 1520 dias equivalente a pouco mais de 4 anos (Tabela 2)

Tabela 2- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS MEacuteDIA DP MIacuteNIMO MAacuteXIMO

Idade 722 184 10 98

Tempo de permanecircncia do

paciente no NRAD (dias) 3877 3961 4 1520

Quantidade de UPs na admissatildeo 21 16 0 7

Quantidade de UPs por paciente 25 15 1 7

Desvio Padratildeo

De acordo com a tabela 3 percebe-se que 804 dos pacientes possuem como

diagnoacutestico principal algum tipo de agravo em sauacutede relacionado ao sistema

neuroloacutegico Outros 17 possuem algum diagnoacutestico oncoloacutegico (CA hepaacutetico

prostaacutetico uterino bexiga metaacutestase oacutessea entre outros) apenas 13 com agravo

respiratoacuterio e 13 com agravo osteomuscular

Considerando os 804 de pacientes com algum agravo neuroloacutegico os

principais diagnoacutesticos encontrados foram sequela AVC (658) Dentre estes 561

com AVC como diagnoacutestico uacutenico e os demais pacientes que representam 97

possuiacuteam sequela de AVC associada a outras doenccedilas entre elas Parkinson Alzheimer

e Encefalopatia anoacutexica Ainda dentro do rol de outros problemas neuroloacutegicos (146)

tambeacutem foi possiacutevel encontrar Siacutendrome de Rasmussen Siacutendrome de Devic Demecircncia

Senil Esclerose Muacuteltipla Paralisia Cerebral Lesatildeo Espinomedular (Tetraplegia) e

Alzheimer (Tabela 3)

Como diagnoacutestico secundaacuterio 39 dos pacientes tambeacutem eram acometidos com

HAS e 232 com DM Sendo que destes 134 apresentaram HAS e DM

simultaneamente Outros pacientes apresentaram ainda desnutriccedilatildeo crocircnica e fratura do

fecircmur 61 cada (Tabela 3)

30

Tabela 3-Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

DIAGNOacuteSTICO PRINCIPAL n

Agravos Neuroloacutegicos 66 804

Agravos Neoplaacutesicos 14 17

Agravos Respiratoacuterios 1 13

Agravos Osteomusculares 1 13

COMORBIDADES n

Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) 32 39

Diabetes Mellitus(DM) tipo I ou II 19 232

Desnutriccedilatildeo Crocircnica 5 61

Fratura de fecircmur 5 61

DPOC 3 36

Outros agravos 18 22

Dos agravos neuroloacutegicos 658 eram sequelas de AVC Destes 134 apresentavam diagnoacutestico

de DM e HAS concomitantemente

Em uma visatildeo geral diante dos dados da tabela 4 nota-se que a assistecircncia de

enfermagem no tratamento das UPs gerou resolutividade em 378 dos pacientes 22

apresentou melhora da UPs e apenas 85 apresentaram quadro de piora Referente ao

nuacutemero de UPs os pacientes que apresentaram maiores percentis de piora 25 e de

manutenccedilatildeo da UP 50 foram aqueles que possuiacuteam quantidade igual ou superior a

cinco UPs

Do total da amostra 158 apresentaram infecccedilatildeo em alguma UP durante

determinado momento do tratamento Eacute interessante perceber que quanto maior a

quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de infecccedilatildeo na ferida Identifica-

se isso em 211 dos usuaacuterios com trecircs UPs 25 com quatro UPs e 333 dos

pacientes com cinco ou mais lesotildees que apresentaram infecccedilatildeo na ferida (Tabela 4)

Apenas 6 dos clientes apresentaram em algum momento reabertura de lesotildees

jaacute anteriormente resolvidas Tambeacutem seguindo a mesma loacutegica das infecccedilotildees de feridas

nota-se que quanto maior a quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de

reabertura de lesotildees isto foi possiacutevel identificar nos resultados que evidenciam que

105 dos pacientes com trecircs lesotildees 125 dos clientes com quatro lesotildees e 167

daqueles com cinco ou mais lesotildees apresentaram reabertura de UP (Tabela 4)

31

Tabela 4 - Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do

Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013

1UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

DESFECHO

DAS UPs

PACIENTE

n n n n n n

Cicatrizada 15 556 7 438 6 316 3 375 - - 31 378

Melhora 3 111 5 313 6 316 1 125 3 25 18 22

Piora 1 37 1 63 1 53 1 125 3 25 7 85

Mantida 8 296 3 188 6 316 3 375 6 50 26 317

INFECCcedilAtildeO

Sim 2 74 1 63 4 211 2 25 4 333 13 158

Natildeo 25 926 15 937 15 789 6 75 8 667 69 842

REABERTURA

Sim - - - - 2 105 1 125 2 167 5 6

Natildeo 27 100 16 100 17 895 7 875 10 833 77 94

ADMISSAtildeO

Com UP 20 741 12 75 19 100 8 100 12 100 71 865

Sem UP 7 259 4 25 - - - - - - 11 135

QUANTIDADE

UPs na

admissatildeo

1 UP 20 741 3 188 1 53 2 25 - - 26 317

2UPs - - 9 563 3 158 1 125 - - 13 158

3UPs - - - - 15 789 1 125 2 167 18 22

4UPs - - - - - - 4 50 1 83 5 6

5UPs - - - - - - - - 6 50 6 73

6UPs - - - - - - - - 2 167 2 24

7UPs - - - - - - - - 1 83 1 12

Vale ressaltar que segundo o resultado da pesquisa 865 destes pacientes

atendidos pelo NRAD jaacute foram admitidos com a presenccedila de UPs Somente 135 dos

usuaacuterios que passaram pela atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia desenvolveram UPs apoacutes a

admissatildeo em um dos programas natildeo ultrapassando a quantidade de duas UPs por

paciente Dos 865 de pacientes que jaacute foram internados em domiciacutelio com UP 317

apresentavam apenas uma UP na admissatildeo 22 com trecircs UPs e 12 com sete UPs jaacute

desde a admissatildeo conforme visualizado na figura 1

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

23

abrange uma populaccedilatildeo de 402729 mil habitantes na referida cidade segundo dados do

censo de 2010 do IBGE De acordo com a Portaria nordm 25272011 que redefine a atenccedilatildeo

domiciliar no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) o ideal seria que cada Equipe

Multidisciplinar de Atenccedilatildeo Domiciliar (EMAD) atenda apenas um grupo populacional

de 100 mil habitantes As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes

Multidisciplinar de Apoio (EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede

na atenccedilatildeo domiciliar A Portaria nordm 15332012 altera e acrescenta alguns pontos agrave

Portaria nordm 25272011 estabelecendo que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil habitantes

o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio poderaacute

constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes Esta

portaria estabelece ainda que satildeo requisitos miacutenimos para a instalaccedilatildeo do Serviccedilo de

Atenccedilatildeo Domiciliar (SAD) que o municiacutepio apresente populaccedilatildeo igual ou superior a 40

mil habitantes possua cobertura do SAMU ou de algum outro tipo de serviccedilo moacutevel de

urgecircncia e possua um hospital referecircncia na sua aacuterea de abrangecircncia (BRASIL 2008

2011 2012a IBGE 2010)

A transiccedilatildeo epidemioloacutegica e demograacutefica tem causado grande impacto social

com repercussatildeo em diversas aacutereas como economia habitaccedilatildeo previdecircncia e sauacutede

Tais mudanccedilas exigem uma reengenharia multidimensional Particularmente na sauacutede eacute

preciso empreender e fortalecer poliacuteticas puacuteblicas que viabilizem os princiacutepios e

diretrizes do SUS Neste cenaacuterio a Atenccedilatildeo Domiciliar tem se consolidado na reversatildeo

do atual modelo de sauacutede centrado nos hospitais para uma modalidade de accedilotildees

desenvolvidas no domiciacutelio por uma equipe multiprofissional a partir do diagnoacutestico da

realidade em que o paciente estaacute inserido considerando seus potenciais e limitaccedilotildees A

Atenccedilatildeo Domiciliar visa agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao paciente minimizando ou controlando

as sequelas de condiccedilotildees crocircnicas de maneira a favorecer o restabelecimento de sua

independecircncia e a preservaccedilatildeo de sua autonomia (BRASIL 2008 MENDES 2011

MENDES 2012)

Diante do exposto sobre a atenccedilatildeo domiciliar e da mudanccedila na piracircmide etaacuteria

do Brasil nos uacuteltimos anos considera-se que o aumento da populaccedilatildeo idosa e

consequentemente a elevaccedilatildeo no nuacutemero de casos de doenccedilas crocircnicas tornam as accedilotildees

desenvolvidas pelas equipes multiprofissionais do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar

(PID) e do Programa de Oxigenoterapia Domiciliar (POD) como ferramentas essenciais

para impulsionar o Programa Melhor em Casa e fortalecer a Poliacutetica Nacional de

Humanizaccedilatildeo aleacutem de contribuir consideravelmente na reduccedilatildeo dos custos hospitalares

24

e na disponibilizaccedilatildeo de leitos em hospitais puacuteblicos para pacientes em estado instaacutevel

que necessitam de monitoramento contiacutenuo Os NRADrsquos vecircm proporcionando entre

outras coisas uma seacuterie de cuidados paliativos aos pacientes do SUS que podem

permanecer internados em domiciacutelio e que satildeo portadores de doenccedilas crocircnicas graves

estaacuteveis tais como Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica (DPOC) sequela de Acidente

Vascular Cerebral (AVC) cacircncer (CA) e diversos distuacuterbios crocircnicos degenerativos

agravos estes que podem acabar contribuindo para o aparecimento das uacutelceras por

pressatildeo como uma complicaccedilatildeo (BRASIL 2004 2012b)

4 METODOLOGIA

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva de abordagem quantitativa

desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes acometidos

por uacutelceras por pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2013

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada

ldquoMelhor em Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do

programa de internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por

portadores de doenccedilas crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade

de Ceilacircndia e foi autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede

do Governo do Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 (Anexo)

Enfatiza-se que foi respeitado os princiacutepios da Resoluccedilatildeo nordm4662012 no que se refere a

pesquisas com seres humanos (BRASIL 2012) Destaca-se que coordenador do projeto

e a chefia do NRAD-CEI autorizaram a utilizaccedilatildeo dos dados mediante termo de

consentimento livre e esclarecido (Apecircndice A) visto que o autor desta pesquisa foi

bolsista deste projeto e trabalhou na coleta de dados durante o periacuteodo de abril de 2012

a abril de 2013

Foram incluiacutedos dados de prontuaacuterios de pacientes acometidos por uacutelceras por

pressatildeo assistidos pelo NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio de 2009 a abril de 2013

somando-se amostra final de 82 prontuaacuterios pesquisados Os criteacuterios de exclusatildeo foram

pacientes natildeo acometidos por uacutelceras por pressatildeo pacientes natildeo assistidos pelo NRAD-

CEI periacuteodo anterior a maio de 2009 e posterior a abril de 2013 e prontuaacuterios com

dados insuficientes ou incompletos

Entre os benefiacutecios do presente estudo estatildeo o levantamento de informaccedilotildees que

posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos cuidados

multiprofissionais e especificamente de enfermagem para pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo no ambiente domiciliar Os riscos deste estudo consistiram em expor

informaccedilotildees dos pesquisados de forma a identificar a sua identidade desta forma este

risco foi minimizado devido agrave manutenccedilatildeo de sigilo com substituiccedilatildeo de nomes e natildeo

divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees que possam remeter a sua identificaccedilatildeo

A anaacutelise de dados se deu a partir do levantamento de dados consultados em

prontuaacuterios dos pacientes com instrumento de coleta (Apecircndice B) apoacutes realizada

26

tabulaccedilatildeo dos dados organizados eletronicamente por meio da criaccedilatildeo de planilhas em

arquivo do software de Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 210

Foi realizada uma anaacutelise exploratoacuteria dos dados (descritiva) as variaacuteveis numeacutericas

foram exploradas pelas medidas descritivas de centralidade (meacutedia) e de dispersatildeo

(miacutenimo maacuteximo e desvio padratildeo) e as variaacuteveis categoacutericas foram exploradas por

frequecircncias simples absolutas e percentuais A apresentaccedilatildeo dos dados foi organizada

por meio graacuteficos e tabelas

5 RESULTADOS

Foram avaliados na pesquisa os prontuaacuterios de 313 pacientes no entanto

somente 82 apresentaram registros de ocorrecircncia de UPs o que equivale ao

acometimento de 262 dos pacientes atendidos no NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio

de 2009 a abril de 2013

Dos 82 pacientes avaliados a idade meacutedia foi de 722 anos (DP=plusmn184 anos

Miacuten=10 anos Maacutex=98 anos) A maioria dos prontuaacuterios revisados demonstra que

827 da amostra satildeo idosos com faixa etaacuteria acima de 60 anos de idade Dentre os

pacientes identificados a tabela 1 demonstra que a maior representatividade foi 329

dos pacientes entre 80-89 anos 292 de 70-79 anose a menor foi de 48 entre 50-59

anos

Quanto agrave variaacutevel sexo percebe-se uma frequecircncia proacutexima entre os

sexos525masculino e475 feminino No entanto relacionando-se a variaacutevel sexo

com a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por paciente nota-se que os usuaacuterios do sexo

masculino com duas trecircs quatro cinco ou mais UPs apresentaram de discreta a elevada

predominacircncia em niacutevel crescente (563 579 629 e 667 respectivamente)

quando comparados agraves usuaacuterias do sexo feminino As pacientes do sexo feminino

apresentaram valores superiores aos homens (63) apenas quando se trata de

pacientesacometidos por apenas uma uacutenica UP (Tabela 1)

Dentre os pacientes atendidos na atenccedilatildeo domiciliar identificou-se que 952

dos usuaacuterios com UPs fazem parte do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID)

enquanto apenas 48 estatildeo vinculados ao Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

(POD)

No que se refere agrave situaccedilatildeo dos pacientes atendidos pelo NRAD entre os anos de

2009 a 2013 a maioria 658 dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito 245

permaneceu internado na atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia e apenas 97 receberam alta

da equipe do PID ou POD

28

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF segundo a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por usuaacuterio

maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS NUacuteMERO DE UacuteLCERAS POR PRESSAtildeO

1 UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

n n n n n n

27 329 16 195 19 231 8 97 12 146 82 100

FAIXA ETAacuteRIA

10- 49 anos 2 74 1 63 2 105 1 125 4 333 10 121

50-59 anos 1 37 1 63 2 105 - - - - 4 48

60-69 anos 3 111 1 63 3 158 2 25 1 83 10 121

70-79 anos 11 407 5 313 2 105 4 50 2 167 24 292

80-89 anos 7 259 6 375 9 474 1 125 4 333 27 329

ge 90 anos 3 111 2 125 1 53 - - 1 83 7 85

SEXO

Masculino 10 37 9 563 11 579 5 625 8 667 43 525

Feminino 17 63 7 437 8 421 3 375 4 333 39 475

PROGRAMA

PID 24 888 15 938 19 100 8 100 12 100 78 952

POD 3 112 1 62 - - - - - - 4 48

EVOLUCcedilAtildeO

Internado 7 259 4 25 5 263 2 25 2 167 20 245

Alta 2 74 2 125 1 53 2 25 1 83 8 97

Oacutebito 18 667 10 625 13 684 4 50 9 75 54 658

Uacutelcera por pressatildeo Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

A pesquisa identificou que a quantidade meacutedia de UPs na admissatildeo do paciente

eacute de aproximadamente duas lesotildees e a quantidade total de UPs no decorrer da internaccedilatildeo

eacute em meacutedia 25 UPs por paciente No que tange agrave quantidade de UPs por paciente a

maior representatividade foi dos pacientes com apenas uma lesatildeo (329) e o menor

percentual (97) foi referente aos pacientes com quatro lesotildees simultacircneas

Outra variaacutevel interessante eacute sobre o tempo de permanecircncia dos pacientes nos

programas de internaccedilatildeo do NRAD-Ceilacircndia sendo o tempo meacutedio de 3877 dias o

29

que equivale a pouco mais de 1 ano de internaccedilatildeo por paciente com miacutenimo de 4 dias e

maacuteximo de 1520 dias equivalente a pouco mais de 4 anos (Tabela 2)

Tabela 2- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS MEacuteDIA DP MIacuteNIMO MAacuteXIMO

Idade 722 184 10 98

Tempo de permanecircncia do

paciente no NRAD (dias) 3877 3961 4 1520

Quantidade de UPs na admissatildeo 21 16 0 7

Quantidade de UPs por paciente 25 15 1 7

Desvio Padratildeo

De acordo com a tabela 3 percebe-se que 804 dos pacientes possuem como

diagnoacutestico principal algum tipo de agravo em sauacutede relacionado ao sistema

neuroloacutegico Outros 17 possuem algum diagnoacutestico oncoloacutegico (CA hepaacutetico

prostaacutetico uterino bexiga metaacutestase oacutessea entre outros) apenas 13 com agravo

respiratoacuterio e 13 com agravo osteomuscular

Considerando os 804 de pacientes com algum agravo neuroloacutegico os

principais diagnoacutesticos encontrados foram sequela AVC (658) Dentre estes 561

com AVC como diagnoacutestico uacutenico e os demais pacientes que representam 97

possuiacuteam sequela de AVC associada a outras doenccedilas entre elas Parkinson Alzheimer

e Encefalopatia anoacutexica Ainda dentro do rol de outros problemas neuroloacutegicos (146)

tambeacutem foi possiacutevel encontrar Siacutendrome de Rasmussen Siacutendrome de Devic Demecircncia

Senil Esclerose Muacuteltipla Paralisia Cerebral Lesatildeo Espinomedular (Tetraplegia) e

Alzheimer (Tabela 3)

Como diagnoacutestico secundaacuterio 39 dos pacientes tambeacutem eram acometidos com

HAS e 232 com DM Sendo que destes 134 apresentaram HAS e DM

simultaneamente Outros pacientes apresentaram ainda desnutriccedilatildeo crocircnica e fratura do

fecircmur 61 cada (Tabela 3)

30

Tabela 3-Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

DIAGNOacuteSTICO PRINCIPAL n

Agravos Neuroloacutegicos 66 804

Agravos Neoplaacutesicos 14 17

Agravos Respiratoacuterios 1 13

Agravos Osteomusculares 1 13

COMORBIDADES n

Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) 32 39

Diabetes Mellitus(DM) tipo I ou II 19 232

Desnutriccedilatildeo Crocircnica 5 61

Fratura de fecircmur 5 61

DPOC 3 36

Outros agravos 18 22

Dos agravos neuroloacutegicos 658 eram sequelas de AVC Destes 134 apresentavam diagnoacutestico

de DM e HAS concomitantemente

Em uma visatildeo geral diante dos dados da tabela 4 nota-se que a assistecircncia de

enfermagem no tratamento das UPs gerou resolutividade em 378 dos pacientes 22

apresentou melhora da UPs e apenas 85 apresentaram quadro de piora Referente ao

nuacutemero de UPs os pacientes que apresentaram maiores percentis de piora 25 e de

manutenccedilatildeo da UP 50 foram aqueles que possuiacuteam quantidade igual ou superior a

cinco UPs

Do total da amostra 158 apresentaram infecccedilatildeo em alguma UP durante

determinado momento do tratamento Eacute interessante perceber que quanto maior a

quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de infecccedilatildeo na ferida Identifica-

se isso em 211 dos usuaacuterios com trecircs UPs 25 com quatro UPs e 333 dos

pacientes com cinco ou mais lesotildees que apresentaram infecccedilatildeo na ferida (Tabela 4)

Apenas 6 dos clientes apresentaram em algum momento reabertura de lesotildees

jaacute anteriormente resolvidas Tambeacutem seguindo a mesma loacutegica das infecccedilotildees de feridas

nota-se que quanto maior a quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de

reabertura de lesotildees isto foi possiacutevel identificar nos resultados que evidenciam que

105 dos pacientes com trecircs lesotildees 125 dos clientes com quatro lesotildees e 167

daqueles com cinco ou mais lesotildees apresentaram reabertura de UP (Tabela 4)

31

Tabela 4 - Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do

Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013

1UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

DESFECHO

DAS UPs

PACIENTE

n n n n n n

Cicatrizada 15 556 7 438 6 316 3 375 - - 31 378

Melhora 3 111 5 313 6 316 1 125 3 25 18 22

Piora 1 37 1 63 1 53 1 125 3 25 7 85

Mantida 8 296 3 188 6 316 3 375 6 50 26 317

INFECCcedilAtildeO

Sim 2 74 1 63 4 211 2 25 4 333 13 158

Natildeo 25 926 15 937 15 789 6 75 8 667 69 842

REABERTURA

Sim - - - - 2 105 1 125 2 167 5 6

Natildeo 27 100 16 100 17 895 7 875 10 833 77 94

ADMISSAtildeO

Com UP 20 741 12 75 19 100 8 100 12 100 71 865

Sem UP 7 259 4 25 - - - - - - 11 135

QUANTIDADE

UPs na

admissatildeo

1 UP 20 741 3 188 1 53 2 25 - - 26 317

2UPs - - 9 563 3 158 1 125 - - 13 158

3UPs - - - - 15 789 1 125 2 167 18 22

4UPs - - - - - - 4 50 1 83 5 6

5UPs - - - - - - - - 6 50 6 73

6UPs - - - - - - - - 2 167 2 24

7UPs - - - - - - - - 1 83 1 12

Vale ressaltar que segundo o resultado da pesquisa 865 destes pacientes

atendidos pelo NRAD jaacute foram admitidos com a presenccedila de UPs Somente 135 dos

usuaacuterios que passaram pela atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia desenvolveram UPs apoacutes a

admissatildeo em um dos programas natildeo ultrapassando a quantidade de duas UPs por

paciente Dos 865 de pacientes que jaacute foram internados em domiciacutelio com UP 317

apresentavam apenas uma UP na admissatildeo 22 com trecircs UPs e 12 com sete UPs jaacute

desde a admissatildeo conforme visualizado na figura 1

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

24

e na disponibilizaccedilatildeo de leitos em hospitais puacuteblicos para pacientes em estado instaacutevel

que necessitam de monitoramento contiacutenuo Os NRADrsquos vecircm proporcionando entre

outras coisas uma seacuterie de cuidados paliativos aos pacientes do SUS que podem

permanecer internados em domiciacutelio e que satildeo portadores de doenccedilas crocircnicas graves

estaacuteveis tais como Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica (DPOC) sequela de Acidente

Vascular Cerebral (AVC) cacircncer (CA) e diversos distuacuterbios crocircnicos degenerativos

agravos estes que podem acabar contribuindo para o aparecimento das uacutelceras por

pressatildeo como uma complicaccedilatildeo (BRASIL 2004 2012b)

4 METODOLOGIA

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva de abordagem quantitativa

desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes acometidos

por uacutelceras por pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2013

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada

ldquoMelhor em Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do

programa de internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por

portadores de doenccedilas crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade

de Ceilacircndia e foi autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede

do Governo do Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 (Anexo)

Enfatiza-se que foi respeitado os princiacutepios da Resoluccedilatildeo nordm4662012 no que se refere a

pesquisas com seres humanos (BRASIL 2012) Destaca-se que coordenador do projeto

e a chefia do NRAD-CEI autorizaram a utilizaccedilatildeo dos dados mediante termo de

consentimento livre e esclarecido (Apecircndice A) visto que o autor desta pesquisa foi

bolsista deste projeto e trabalhou na coleta de dados durante o periacuteodo de abril de 2012

a abril de 2013

Foram incluiacutedos dados de prontuaacuterios de pacientes acometidos por uacutelceras por

pressatildeo assistidos pelo NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio de 2009 a abril de 2013

somando-se amostra final de 82 prontuaacuterios pesquisados Os criteacuterios de exclusatildeo foram

pacientes natildeo acometidos por uacutelceras por pressatildeo pacientes natildeo assistidos pelo NRAD-

CEI periacuteodo anterior a maio de 2009 e posterior a abril de 2013 e prontuaacuterios com

dados insuficientes ou incompletos

Entre os benefiacutecios do presente estudo estatildeo o levantamento de informaccedilotildees que

posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos cuidados

multiprofissionais e especificamente de enfermagem para pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo no ambiente domiciliar Os riscos deste estudo consistiram em expor

informaccedilotildees dos pesquisados de forma a identificar a sua identidade desta forma este

risco foi minimizado devido agrave manutenccedilatildeo de sigilo com substituiccedilatildeo de nomes e natildeo

divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees que possam remeter a sua identificaccedilatildeo

A anaacutelise de dados se deu a partir do levantamento de dados consultados em

prontuaacuterios dos pacientes com instrumento de coleta (Apecircndice B) apoacutes realizada

26

tabulaccedilatildeo dos dados organizados eletronicamente por meio da criaccedilatildeo de planilhas em

arquivo do software de Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 210

Foi realizada uma anaacutelise exploratoacuteria dos dados (descritiva) as variaacuteveis numeacutericas

foram exploradas pelas medidas descritivas de centralidade (meacutedia) e de dispersatildeo

(miacutenimo maacuteximo e desvio padratildeo) e as variaacuteveis categoacutericas foram exploradas por

frequecircncias simples absolutas e percentuais A apresentaccedilatildeo dos dados foi organizada

por meio graacuteficos e tabelas

5 RESULTADOS

Foram avaliados na pesquisa os prontuaacuterios de 313 pacientes no entanto

somente 82 apresentaram registros de ocorrecircncia de UPs o que equivale ao

acometimento de 262 dos pacientes atendidos no NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio

de 2009 a abril de 2013

Dos 82 pacientes avaliados a idade meacutedia foi de 722 anos (DP=plusmn184 anos

Miacuten=10 anos Maacutex=98 anos) A maioria dos prontuaacuterios revisados demonstra que

827 da amostra satildeo idosos com faixa etaacuteria acima de 60 anos de idade Dentre os

pacientes identificados a tabela 1 demonstra que a maior representatividade foi 329

dos pacientes entre 80-89 anos 292 de 70-79 anose a menor foi de 48 entre 50-59

anos

Quanto agrave variaacutevel sexo percebe-se uma frequecircncia proacutexima entre os

sexos525masculino e475 feminino No entanto relacionando-se a variaacutevel sexo

com a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por paciente nota-se que os usuaacuterios do sexo

masculino com duas trecircs quatro cinco ou mais UPs apresentaram de discreta a elevada

predominacircncia em niacutevel crescente (563 579 629 e 667 respectivamente)

quando comparados agraves usuaacuterias do sexo feminino As pacientes do sexo feminino

apresentaram valores superiores aos homens (63) apenas quando se trata de

pacientesacometidos por apenas uma uacutenica UP (Tabela 1)

Dentre os pacientes atendidos na atenccedilatildeo domiciliar identificou-se que 952

dos usuaacuterios com UPs fazem parte do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID)

enquanto apenas 48 estatildeo vinculados ao Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

(POD)

No que se refere agrave situaccedilatildeo dos pacientes atendidos pelo NRAD entre os anos de

2009 a 2013 a maioria 658 dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito 245

permaneceu internado na atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia e apenas 97 receberam alta

da equipe do PID ou POD

28

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF segundo a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por usuaacuterio

maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS NUacuteMERO DE UacuteLCERAS POR PRESSAtildeO

1 UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

n n n n n n

27 329 16 195 19 231 8 97 12 146 82 100

FAIXA ETAacuteRIA

10- 49 anos 2 74 1 63 2 105 1 125 4 333 10 121

50-59 anos 1 37 1 63 2 105 - - - - 4 48

60-69 anos 3 111 1 63 3 158 2 25 1 83 10 121

70-79 anos 11 407 5 313 2 105 4 50 2 167 24 292

80-89 anos 7 259 6 375 9 474 1 125 4 333 27 329

ge 90 anos 3 111 2 125 1 53 - - 1 83 7 85

SEXO

Masculino 10 37 9 563 11 579 5 625 8 667 43 525

Feminino 17 63 7 437 8 421 3 375 4 333 39 475

PROGRAMA

PID 24 888 15 938 19 100 8 100 12 100 78 952

POD 3 112 1 62 - - - - - - 4 48

EVOLUCcedilAtildeO

Internado 7 259 4 25 5 263 2 25 2 167 20 245

Alta 2 74 2 125 1 53 2 25 1 83 8 97

Oacutebito 18 667 10 625 13 684 4 50 9 75 54 658

Uacutelcera por pressatildeo Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

A pesquisa identificou que a quantidade meacutedia de UPs na admissatildeo do paciente

eacute de aproximadamente duas lesotildees e a quantidade total de UPs no decorrer da internaccedilatildeo

eacute em meacutedia 25 UPs por paciente No que tange agrave quantidade de UPs por paciente a

maior representatividade foi dos pacientes com apenas uma lesatildeo (329) e o menor

percentual (97) foi referente aos pacientes com quatro lesotildees simultacircneas

Outra variaacutevel interessante eacute sobre o tempo de permanecircncia dos pacientes nos

programas de internaccedilatildeo do NRAD-Ceilacircndia sendo o tempo meacutedio de 3877 dias o

29

que equivale a pouco mais de 1 ano de internaccedilatildeo por paciente com miacutenimo de 4 dias e

maacuteximo de 1520 dias equivalente a pouco mais de 4 anos (Tabela 2)

Tabela 2- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS MEacuteDIA DP MIacuteNIMO MAacuteXIMO

Idade 722 184 10 98

Tempo de permanecircncia do

paciente no NRAD (dias) 3877 3961 4 1520

Quantidade de UPs na admissatildeo 21 16 0 7

Quantidade de UPs por paciente 25 15 1 7

Desvio Padratildeo

De acordo com a tabela 3 percebe-se que 804 dos pacientes possuem como

diagnoacutestico principal algum tipo de agravo em sauacutede relacionado ao sistema

neuroloacutegico Outros 17 possuem algum diagnoacutestico oncoloacutegico (CA hepaacutetico

prostaacutetico uterino bexiga metaacutestase oacutessea entre outros) apenas 13 com agravo

respiratoacuterio e 13 com agravo osteomuscular

Considerando os 804 de pacientes com algum agravo neuroloacutegico os

principais diagnoacutesticos encontrados foram sequela AVC (658) Dentre estes 561

com AVC como diagnoacutestico uacutenico e os demais pacientes que representam 97

possuiacuteam sequela de AVC associada a outras doenccedilas entre elas Parkinson Alzheimer

e Encefalopatia anoacutexica Ainda dentro do rol de outros problemas neuroloacutegicos (146)

tambeacutem foi possiacutevel encontrar Siacutendrome de Rasmussen Siacutendrome de Devic Demecircncia

Senil Esclerose Muacuteltipla Paralisia Cerebral Lesatildeo Espinomedular (Tetraplegia) e

Alzheimer (Tabela 3)

Como diagnoacutestico secundaacuterio 39 dos pacientes tambeacutem eram acometidos com

HAS e 232 com DM Sendo que destes 134 apresentaram HAS e DM

simultaneamente Outros pacientes apresentaram ainda desnutriccedilatildeo crocircnica e fratura do

fecircmur 61 cada (Tabela 3)

30

Tabela 3-Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

DIAGNOacuteSTICO PRINCIPAL n

Agravos Neuroloacutegicos 66 804

Agravos Neoplaacutesicos 14 17

Agravos Respiratoacuterios 1 13

Agravos Osteomusculares 1 13

COMORBIDADES n

Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) 32 39

Diabetes Mellitus(DM) tipo I ou II 19 232

Desnutriccedilatildeo Crocircnica 5 61

Fratura de fecircmur 5 61

DPOC 3 36

Outros agravos 18 22

Dos agravos neuroloacutegicos 658 eram sequelas de AVC Destes 134 apresentavam diagnoacutestico

de DM e HAS concomitantemente

Em uma visatildeo geral diante dos dados da tabela 4 nota-se que a assistecircncia de

enfermagem no tratamento das UPs gerou resolutividade em 378 dos pacientes 22

apresentou melhora da UPs e apenas 85 apresentaram quadro de piora Referente ao

nuacutemero de UPs os pacientes que apresentaram maiores percentis de piora 25 e de

manutenccedilatildeo da UP 50 foram aqueles que possuiacuteam quantidade igual ou superior a

cinco UPs

Do total da amostra 158 apresentaram infecccedilatildeo em alguma UP durante

determinado momento do tratamento Eacute interessante perceber que quanto maior a

quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de infecccedilatildeo na ferida Identifica-

se isso em 211 dos usuaacuterios com trecircs UPs 25 com quatro UPs e 333 dos

pacientes com cinco ou mais lesotildees que apresentaram infecccedilatildeo na ferida (Tabela 4)

Apenas 6 dos clientes apresentaram em algum momento reabertura de lesotildees

jaacute anteriormente resolvidas Tambeacutem seguindo a mesma loacutegica das infecccedilotildees de feridas

nota-se que quanto maior a quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de

reabertura de lesotildees isto foi possiacutevel identificar nos resultados que evidenciam que

105 dos pacientes com trecircs lesotildees 125 dos clientes com quatro lesotildees e 167

daqueles com cinco ou mais lesotildees apresentaram reabertura de UP (Tabela 4)

31

Tabela 4 - Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do

Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013

1UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

DESFECHO

DAS UPs

PACIENTE

n n n n n n

Cicatrizada 15 556 7 438 6 316 3 375 - - 31 378

Melhora 3 111 5 313 6 316 1 125 3 25 18 22

Piora 1 37 1 63 1 53 1 125 3 25 7 85

Mantida 8 296 3 188 6 316 3 375 6 50 26 317

INFECCcedilAtildeO

Sim 2 74 1 63 4 211 2 25 4 333 13 158

Natildeo 25 926 15 937 15 789 6 75 8 667 69 842

REABERTURA

Sim - - - - 2 105 1 125 2 167 5 6

Natildeo 27 100 16 100 17 895 7 875 10 833 77 94

ADMISSAtildeO

Com UP 20 741 12 75 19 100 8 100 12 100 71 865

Sem UP 7 259 4 25 - - - - - - 11 135

QUANTIDADE

UPs na

admissatildeo

1 UP 20 741 3 188 1 53 2 25 - - 26 317

2UPs - - 9 563 3 158 1 125 - - 13 158

3UPs - - - - 15 789 1 125 2 167 18 22

4UPs - - - - - - 4 50 1 83 5 6

5UPs - - - - - - - - 6 50 6 73

6UPs - - - - - - - - 2 167 2 24

7UPs - - - - - - - - 1 83 1 12

Vale ressaltar que segundo o resultado da pesquisa 865 destes pacientes

atendidos pelo NRAD jaacute foram admitidos com a presenccedila de UPs Somente 135 dos

usuaacuterios que passaram pela atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia desenvolveram UPs apoacutes a

admissatildeo em um dos programas natildeo ultrapassando a quantidade de duas UPs por

paciente Dos 865 de pacientes que jaacute foram internados em domiciacutelio com UP 317

apresentavam apenas uma UP na admissatildeo 22 com trecircs UPs e 12 com sete UPs jaacute

desde a admissatildeo conforme visualizado na figura 1

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

8 REFEREcircNCIAS

ALVES N DEANA NF O accediluacutecar refinado no tratamento da infecccedilatildeo por

pseudomonas sp em uacutelcera por pressatildeo Rev enferm UERJ Rio de Janeiro v 17 n

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

4 METODOLOGIA

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva de abordagem quantitativa

desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes acometidos

por uacutelceras por pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de

Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2013

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada

ldquoMelhor em Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do

programa de internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por

portadores de doenccedilas crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade

de Ceilacircndia e foi autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede

do Governo do Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 (Anexo)

Enfatiza-se que foi respeitado os princiacutepios da Resoluccedilatildeo nordm4662012 no que se refere a

pesquisas com seres humanos (BRASIL 2012) Destaca-se que coordenador do projeto

e a chefia do NRAD-CEI autorizaram a utilizaccedilatildeo dos dados mediante termo de

consentimento livre e esclarecido (Apecircndice A) visto que o autor desta pesquisa foi

bolsista deste projeto e trabalhou na coleta de dados durante o periacuteodo de abril de 2012

a abril de 2013

Foram incluiacutedos dados de prontuaacuterios de pacientes acometidos por uacutelceras por

pressatildeo assistidos pelo NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio de 2009 a abril de 2013

somando-se amostra final de 82 prontuaacuterios pesquisados Os criteacuterios de exclusatildeo foram

pacientes natildeo acometidos por uacutelceras por pressatildeo pacientes natildeo assistidos pelo NRAD-

CEI periacuteodo anterior a maio de 2009 e posterior a abril de 2013 e prontuaacuterios com

dados insuficientes ou incompletos

Entre os benefiacutecios do presente estudo estatildeo o levantamento de informaccedilotildees que

posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos cuidados

multiprofissionais e especificamente de enfermagem para pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo no ambiente domiciliar Os riscos deste estudo consistiram em expor

informaccedilotildees dos pesquisados de forma a identificar a sua identidade desta forma este

risco foi minimizado devido agrave manutenccedilatildeo de sigilo com substituiccedilatildeo de nomes e natildeo

divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees que possam remeter a sua identificaccedilatildeo

A anaacutelise de dados se deu a partir do levantamento de dados consultados em

prontuaacuterios dos pacientes com instrumento de coleta (Apecircndice B) apoacutes realizada

26

tabulaccedilatildeo dos dados organizados eletronicamente por meio da criaccedilatildeo de planilhas em

arquivo do software de Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 210

Foi realizada uma anaacutelise exploratoacuteria dos dados (descritiva) as variaacuteveis numeacutericas

foram exploradas pelas medidas descritivas de centralidade (meacutedia) e de dispersatildeo

(miacutenimo maacuteximo e desvio padratildeo) e as variaacuteveis categoacutericas foram exploradas por

frequecircncias simples absolutas e percentuais A apresentaccedilatildeo dos dados foi organizada

por meio graacuteficos e tabelas

5 RESULTADOS

Foram avaliados na pesquisa os prontuaacuterios de 313 pacientes no entanto

somente 82 apresentaram registros de ocorrecircncia de UPs o que equivale ao

acometimento de 262 dos pacientes atendidos no NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio

de 2009 a abril de 2013

Dos 82 pacientes avaliados a idade meacutedia foi de 722 anos (DP=plusmn184 anos

Miacuten=10 anos Maacutex=98 anos) A maioria dos prontuaacuterios revisados demonstra que

827 da amostra satildeo idosos com faixa etaacuteria acima de 60 anos de idade Dentre os

pacientes identificados a tabela 1 demonstra que a maior representatividade foi 329

dos pacientes entre 80-89 anos 292 de 70-79 anose a menor foi de 48 entre 50-59

anos

Quanto agrave variaacutevel sexo percebe-se uma frequecircncia proacutexima entre os

sexos525masculino e475 feminino No entanto relacionando-se a variaacutevel sexo

com a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por paciente nota-se que os usuaacuterios do sexo

masculino com duas trecircs quatro cinco ou mais UPs apresentaram de discreta a elevada

predominacircncia em niacutevel crescente (563 579 629 e 667 respectivamente)

quando comparados agraves usuaacuterias do sexo feminino As pacientes do sexo feminino

apresentaram valores superiores aos homens (63) apenas quando se trata de

pacientesacometidos por apenas uma uacutenica UP (Tabela 1)

Dentre os pacientes atendidos na atenccedilatildeo domiciliar identificou-se que 952

dos usuaacuterios com UPs fazem parte do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID)

enquanto apenas 48 estatildeo vinculados ao Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

(POD)

No que se refere agrave situaccedilatildeo dos pacientes atendidos pelo NRAD entre os anos de

2009 a 2013 a maioria 658 dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito 245

permaneceu internado na atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia e apenas 97 receberam alta

da equipe do PID ou POD

28

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF segundo a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por usuaacuterio

maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS NUacuteMERO DE UacuteLCERAS POR PRESSAtildeO

1 UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

n n n n n n

27 329 16 195 19 231 8 97 12 146 82 100

FAIXA ETAacuteRIA

10- 49 anos 2 74 1 63 2 105 1 125 4 333 10 121

50-59 anos 1 37 1 63 2 105 - - - - 4 48

60-69 anos 3 111 1 63 3 158 2 25 1 83 10 121

70-79 anos 11 407 5 313 2 105 4 50 2 167 24 292

80-89 anos 7 259 6 375 9 474 1 125 4 333 27 329

ge 90 anos 3 111 2 125 1 53 - - 1 83 7 85

SEXO

Masculino 10 37 9 563 11 579 5 625 8 667 43 525

Feminino 17 63 7 437 8 421 3 375 4 333 39 475

PROGRAMA

PID 24 888 15 938 19 100 8 100 12 100 78 952

POD 3 112 1 62 - - - - - - 4 48

EVOLUCcedilAtildeO

Internado 7 259 4 25 5 263 2 25 2 167 20 245

Alta 2 74 2 125 1 53 2 25 1 83 8 97

Oacutebito 18 667 10 625 13 684 4 50 9 75 54 658

Uacutelcera por pressatildeo Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

A pesquisa identificou que a quantidade meacutedia de UPs na admissatildeo do paciente

eacute de aproximadamente duas lesotildees e a quantidade total de UPs no decorrer da internaccedilatildeo

eacute em meacutedia 25 UPs por paciente No que tange agrave quantidade de UPs por paciente a

maior representatividade foi dos pacientes com apenas uma lesatildeo (329) e o menor

percentual (97) foi referente aos pacientes com quatro lesotildees simultacircneas

Outra variaacutevel interessante eacute sobre o tempo de permanecircncia dos pacientes nos

programas de internaccedilatildeo do NRAD-Ceilacircndia sendo o tempo meacutedio de 3877 dias o

29

que equivale a pouco mais de 1 ano de internaccedilatildeo por paciente com miacutenimo de 4 dias e

maacuteximo de 1520 dias equivalente a pouco mais de 4 anos (Tabela 2)

Tabela 2- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS MEacuteDIA DP MIacuteNIMO MAacuteXIMO

Idade 722 184 10 98

Tempo de permanecircncia do

paciente no NRAD (dias) 3877 3961 4 1520

Quantidade de UPs na admissatildeo 21 16 0 7

Quantidade de UPs por paciente 25 15 1 7

Desvio Padratildeo

De acordo com a tabela 3 percebe-se que 804 dos pacientes possuem como

diagnoacutestico principal algum tipo de agravo em sauacutede relacionado ao sistema

neuroloacutegico Outros 17 possuem algum diagnoacutestico oncoloacutegico (CA hepaacutetico

prostaacutetico uterino bexiga metaacutestase oacutessea entre outros) apenas 13 com agravo

respiratoacuterio e 13 com agravo osteomuscular

Considerando os 804 de pacientes com algum agravo neuroloacutegico os

principais diagnoacutesticos encontrados foram sequela AVC (658) Dentre estes 561

com AVC como diagnoacutestico uacutenico e os demais pacientes que representam 97

possuiacuteam sequela de AVC associada a outras doenccedilas entre elas Parkinson Alzheimer

e Encefalopatia anoacutexica Ainda dentro do rol de outros problemas neuroloacutegicos (146)

tambeacutem foi possiacutevel encontrar Siacutendrome de Rasmussen Siacutendrome de Devic Demecircncia

Senil Esclerose Muacuteltipla Paralisia Cerebral Lesatildeo Espinomedular (Tetraplegia) e

Alzheimer (Tabela 3)

Como diagnoacutestico secundaacuterio 39 dos pacientes tambeacutem eram acometidos com

HAS e 232 com DM Sendo que destes 134 apresentaram HAS e DM

simultaneamente Outros pacientes apresentaram ainda desnutriccedilatildeo crocircnica e fratura do

fecircmur 61 cada (Tabela 3)

30

Tabela 3-Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

DIAGNOacuteSTICO PRINCIPAL n

Agravos Neuroloacutegicos 66 804

Agravos Neoplaacutesicos 14 17

Agravos Respiratoacuterios 1 13

Agravos Osteomusculares 1 13

COMORBIDADES n

Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) 32 39

Diabetes Mellitus(DM) tipo I ou II 19 232

Desnutriccedilatildeo Crocircnica 5 61

Fratura de fecircmur 5 61

DPOC 3 36

Outros agravos 18 22

Dos agravos neuroloacutegicos 658 eram sequelas de AVC Destes 134 apresentavam diagnoacutestico

de DM e HAS concomitantemente

Em uma visatildeo geral diante dos dados da tabela 4 nota-se que a assistecircncia de

enfermagem no tratamento das UPs gerou resolutividade em 378 dos pacientes 22

apresentou melhora da UPs e apenas 85 apresentaram quadro de piora Referente ao

nuacutemero de UPs os pacientes que apresentaram maiores percentis de piora 25 e de

manutenccedilatildeo da UP 50 foram aqueles que possuiacuteam quantidade igual ou superior a

cinco UPs

Do total da amostra 158 apresentaram infecccedilatildeo em alguma UP durante

determinado momento do tratamento Eacute interessante perceber que quanto maior a

quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de infecccedilatildeo na ferida Identifica-

se isso em 211 dos usuaacuterios com trecircs UPs 25 com quatro UPs e 333 dos

pacientes com cinco ou mais lesotildees que apresentaram infecccedilatildeo na ferida (Tabela 4)

Apenas 6 dos clientes apresentaram em algum momento reabertura de lesotildees

jaacute anteriormente resolvidas Tambeacutem seguindo a mesma loacutegica das infecccedilotildees de feridas

nota-se que quanto maior a quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de

reabertura de lesotildees isto foi possiacutevel identificar nos resultados que evidenciam que

105 dos pacientes com trecircs lesotildees 125 dos clientes com quatro lesotildees e 167

daqueles com cinco ou mais lesotildees apresentaram reabertura de UP (Tabela 4)

31

Tabela 4 - Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do

Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013

1UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

DESFECHO

DAS UPs

PACIENTE

n n n n n n

Cicatrizada 15 556 7 438 6 316 3 375 - - 31 378

Melhora 3 111 5 313 6 316 1 125 3 25 18 22

Piora 1 37 1 63 1 53 1 125 3 25 7 85

Mantida 8 296 3 188 6 316 3 375 6 50 26 317

INFECCcedilAtildeO

Sim 2 74 1 63 4 211 2 25 4 333 13 158

Natildeo 25 926 15 937 15 789 6 75 8 667 69 842

REABERTURA

Sim - - - - 2 105 1 125 2 167 5 6

Natildeo 27 100 16 100 17 895 7 875 10 833 77 94

ADMISSAtildeO

Com UP 20 741 12 75 19 100 8 100 12 100 71 865

Sem UP 7 259 4 25 - - - - - - 11 135

QUANTIDADE

UPs na

admissatildeo

1 UP 20 741 3 188 1 53 2 25 - - 26 317

2UPs - - 9 563 3 158 1 125 - - 13 158

3UPs - - - - 15 789 1 125 2 167 18 22

4UPs - - - - - - 4 50 1 83 5 6

5UPs - - - - - - - - 6 50 6 73

6UPs - - - - - - - - 2 167 2 24

7UPs - - - - - - - - 1 83 1 12

Vale ressaltar que segundo o resultado da pesquisa 865 destes pacientes

atendidos pelo NRAD jaacute foram admitidos com a presenccedila de UPs Somente 135 dos

usuaacuterios que passaram pela atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia desenvolveram UPs apoacutes a

admissatildeo em um dos programas natildeo ultrapassando a quantidade de duas UPs por

paciente Dos 865 de pacientes que jaacute foram internados em domiciacutelio com UP 317

apresentavam apenas uma UP na admissatildeo 22 com trecircs UPs e 12 com sete UPs jaacute

desde a admissatildeo conforme visualizado na figura 1

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

26

tabulaccedilatildeo dos dados organizados eletronicamente por meio da criaccedilatildeo de planilhas em

arquivo do software de Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 210

Foi realizada uma anaacutelise exploratoacuteria dos dados (descritiva) as variaacuteveis numeacutericas

foram exploradas pelas medidas descritivas de centralidade (meacutedia) e de dispersatildeo

(miacutenimo maacuteximo e desvio padratildeo) e as variaacuteveis categoacutericas foram exploradas por

frequecircncias simples absolutas e percentuais A apresentaccedilatildeo dos dados foi organizada

por meio graacuteficos e tabelas

5 RESULTADOS

Foram avaliados na pesquisa os prontuaacuterios de 313 pacientes no entanto

somente 82 apresentaram registros de ocorrecircncia de UPs o que equivale ao

acometimento de 262 dos pacientes atendidos no NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio

de 2009 a abril de 2013

Dos 82 pacientes avaliados a idade meacutedia foi de 722 anos (DP=plusmn184 anos

Miacuten=10 anos Maacutex=98 anos) A maioria dos prontuaacuterios revisados demonstra que

827 da amostra satildeo idosos com faixa etaacuteria acima de 60 anos de idade Dentre os

pacientes identificados a tabela 1 demonstra que a maior representatividade foi 329

dos pacientes entre 80-89 anos 292 de 70-79 anose a menor foi de 48 entre 50-59

anos

Quanto agrave variaacutevel sexo percebe-se uma frequecircncia proacutexima entre os

sexos525masculino e475 feminino No entanto relacionando-se a variaacutevel sexo

com a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por paciente nota-se que os usuaacuterios do sexo

masculino com duas trecircs quatro cinco ou mais UPs apresentaram de discreta a elevada

predominacircncia em niacutevel crescente (563 579 629 e 667 respectivamente)

quando comparados agraves usuaacuterias do sexo feminino As pacientes do sexo feminino

apresentaram valores superiores aos homens (63) apenas quando se trata de

pacientesacometidos por apenas uma uacutenica UP (Tabela 1)

Dentre os pacientes atendidos na atenccedilatildeo domiciliar identificou-se que 952

dos usuaacuterios com UPs fazem parte do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID)

enquanto apenas 48 estatildeo vinculados ao Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

(POD)

No que se refere agrave situaccedilatildeo dos pacientes atendidos pelo NRAD entre os anos de

2009 a 2013 a maioria 658 dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito 245

permaneceu internado na atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia e apenas 97 receberam alta

da equipe do PID ou POD

28

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF segundo a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por usuaacuterio

maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS NUacuteMERO DE UacuteLCERAS POR PRESSAtildeO

1 UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

n n n n n n

27 329 16 195 19 231 8 97 12 146 82 100

FAIXA ETAacuteRIA

10- 49 anos 2 74 1 63 2 105 1 125 4 333 10 121

50-59 anos 1 37 1 63 2 105 - - - - 4 48

60-69 anos 3 111 1 63 3 158 2 25 1 83 10 121

70-79 anos 11 407 5 313 2 105 4 50 2 167 24 292

80-89 anos 7 259 6 375 9 474 1 125 4 333 27 329

ge 90 anos 3 111 2 125 1 53 - - 1 83 7 85

SEXO

Masculino 10 37 9 563 11 579 5 625 8 667 43 525

Feminino 17 63 7 437 8 421 3 375 4 333 39 475

PROGRAMA

PID 24 888 15 938 19 100 8 100 12 100 78 952

POD 3 112 1 62 - - - - - - 4 48

EVOLUCcedilAtildeO

Internado 7 259 4 25 5 263 2 25 2 167 20 245

Alta 2 74 2 125 1 53 2 25 1 83 8 97

Oacutebito 18 667 10 625 13 684 4 50 9 75 54 658

Uacutelcera por pressatildeo Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

A pesquisa identificou que a quantidade meacutedia de UPs na admissatildeo do paciente

eacute de aproximadamente duas lesotildees e a quantidade total de UPs no decorrer da internaccedilatildeo

eacute em meacutedia 25 UPs por paciente No que tange agrave quantidade de UPs por paciente a

maior representatividade foi dos pacientes com apenas uma lesatildeo (329) e o menor

percentual (97) foi referente aos pacientes com quatro lesotildees simultacircneas

Outra variaacutevel interessante eacute sobre o tempo de permanecircncia dos pacientes nos

programas de internaccedilatildeo do NRAD-Ceilacircndia sendo o tempo meacutedio de 3877 dias o

29

que equivale a pouco mais de 1 ano de internaccedilatildeo por paciente com miacutenimo de 4 dias e

maacuteximo de 1520 dias equivalente a pouco mais de 4 anos (Tabela 2)

Tabela 2- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS MEacuteDIA DP MIacuteNIMO MAacuteXIMO

Idade 722 184 10 98

Tempo de permanecircncia do

paciente no NRAD (dias) 3877 3961 4 1520

Quantidade de UPs na admissatildeo 21 16 0 7

Quantidade de UPs por paciente 25 15 1 7

Desvio Padratildeo

De acordo com a tabela 3 percebe-se que 804 dos pacientes possuem como

diagnoacutestico principal algum tipo de agravo em sauacutede relacionado ao sistema

neuroloacutegico Outros 17 possuem algum diagnoacutestico oncoloacutegico (CA hepaacutetico

prostaacutetico uterino bexiga metaacutestase oacutessea entre outros) apenas 13 com agravo

respiratoacuterio e 13 com agravo osteomuscular

Considerando os 804 de pacientes com algum agravo neuroloacutegico os

principais diagnoacutesticos encontrados foram sequela AVC (658) Dentre estes 561

com AVC como diagnoacutestico uacutenico e os demais pacientes que representam 97

possuiacuteam sequela de AVC associada a outras doenccedilas entre elas Parkinson Alzheimer

e Encefalopatia anoacutexica Ainda dentro do rol de outros problemas neuroloacutegicos (146)

tambeacutem foi possiacutevel encontrar Siacutendrome de Rasmussen Siacutendrome de Devic Demecircncia

Senil Esclerose Muacuteltipla Paralisia Cerebral Lesatildeo Espinomedular (Tetraplegia) e

Alzheimer (Tabela 3)

Como diagnoacutestico secundaacuterio 39 dos pacientes tambeacutem eram acometidos com

HAS e 232 com DM Sendo que destes 134 apresentaram HAS e DM

simultaneamente Outros pacientes apresentaram ainda desnutriccedilatildeo crocircnica e fratura do

fecircmur 61 cada (Tabela 3)

30

Tabela 3-Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

DIAGNOacuteSTICO PRINCIPAL n

Agravos Neuroloacutegicos 66 804

Agravos Neoplaacutesicos 14 17

Agravos Respiratoacuterios 1 13

Agravos Osteomusculares 1 13

COMORBIDADES n

Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) 32 39

Diabetes Mellitus(DM) tipo I ou II 19 232

Desnutriccedilatildeo Crocircnica 5 61

Fratura de fecircmur 5 61

DPOC 3 36

Outros agravos 18 22

Dos agravos neuroloacutegicos 658 eram sequelas de AVC Destes 134 apresentavam diagnoacutestico

de DM e HAS concomitantemente

Em uma visatildeo geral diante dos dados da tabela 4 nota-se que a assistecircncia de

enfermagem no tratamento das UPs gerou resolutividade em 378 dos pacientes 22

apresentou melhora da UPs e apenas 85 apresentaram quadro de piora Referente ao

nuacutemero de UPs os pacientes que apresentaram maiores percentis de piora 25 e de

manutenccedilatildeo da UP 50 foram aqueles que possuiacuteam quantidade igual ou superior a

cinco UPs

Do total da amostra 158 apresentaram infecccedilatildeo em alguma UP durante

determinado momento do tratamento Eacute interessante perceber que quanto maior a

quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de infecccedilatildeo na ferida Identifica-

se isso em 211 dos usuaacuterios com trecircs UPs 25 com quatro UPs e 333 dos

pacientes com cinco ou mais lesotildees que apresentaram infecccedilatildeo na ferida (Tabela 4)

Apenas 6 dos clientes apresentaram em algum momento reabertura de lesotildees

jaacute anteriormente resolvidas Tambeacutem seguindo a mesma loacutegica das infecccedilotildees de feridas

nota-se que quanto maior a quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de

reabertura de lesotildees isto foi possiacutevel identificar nos resultados que evidenciam que

105 dos pacientes com trecircs lesotildees 125 dos clientes com quatro lesotildees e 167

daqueles com cinco ou mais lesotildees apresentaram reabertura de UP (Tabela 4)

31

Tabela 4 - Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do

Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013

1UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

DESFECHO

DAS UPs

PACIENTE

n n n n n n

Cicatrizada 15 556 7 438 6 316 3 375 - - 31 378

Melhora 3 111 5 313 6 316 1 125 3 25 18 22

Piora 1 37 1 63 1 53 1 125 3 25 7 85

Mantida 8 296 3 188 6 316 3 375 6 50 26 317

INFECCcedilAtildeO

Sim 2 74 1 63 4 211 2 25 4 333 13 158

Natildeo 25 926 15 937 15 789 6 75 8 667 69 842

REABERTURA

Sim - - - - 2 105 1 125 2 167 5 6

Natildeo 27 100 16 100 17 895 7 875 10 833 77 94

ADMISSAtildeO

Com UP 20 741 12 75 19 100 8 100 12 100 71 865

Sem UP 7 259 4 25 - - - - - - 11 135

QUANTIDADE

UPs na

admissatildeo

1 UP 20 741 3 188 1 53 2 25 - - 26 317

2UPs - - 9 563 3 158 1 125 - - 13 158

3UPs - - - - 15 789 1 125 2 167 18 22

4UPs - - - - - - 4 50 1 83 5 6

5UPs - - - - - - - - 6 50 6 73

6UPs - - - - - - - - 2 167 2 24

7UPs - - - - - - - - 1 83 1 12

Vale ressaltar que segundo o resultado da pesquisa 865 destes pacientes

atendidos pelo NRAD jaacute foram admitidos com a presenccedila de UPs Somente 135 dos

usuaacuterios que passaram pela atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia desenvolveram UPs apoacutes a

admissatildeo em um dos programas natildeo ultrapassando a quantidade de duas UPs por

paciente Dos 865 de pacientes que jaacute foram internados em domiciacutelio com UP 317

apresentavam apenas uma UP na admissatildeo 22 com trecircs UPs e 12 com sete UPs jaacute

desde a admissatildeo conforme visualizado na figura 1

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

5 RESULTADOS

Foram avaliados na pesquisa os prontuaacuterios de 313 pacientes no entanto

somente 82 apresentaram registros de ocorrecircncia de UPs o que equivale ao

acometimento de 262 dos pacientes atendidos no NRAD-CEI entre o periacuteodo de maio

de 2009 a abril de 2013

Dos 82 pacientes avaliados a idade meacutedia foi de 722 anos (DP=plusmn184 anos

Miacuten=10 anos Maacutex=98 anos) A maioria dos prontuaacuterios revisados demonstra que

827 da amostra satildeo idosos com faixa etaacuteria acima de 60 anos de idade Dentre os

pacientes identificados a tabela 1 demonstra que a maior representatividade foi 329

dos pacientes entre 80-89 anos 292 de 70-79 anose a menor foi de 48 entre 50-59

anos

Quanto agrave variaacutevel sexo percebe-se uma frequecircncia proacutexima entre os

sexos525masculino e475 feminino No entanto relacionando-se a variaacutevel sexo

com a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por paciente nota-se que os usuaacuterios do sexo

masculino com duas trecircs quatro cinco ou mais UPs apresentaram de discreta a elevada

predominacircncia em niacutevel crescente (563 579 629 e 667 respectivamente)

quando comparados agraves usuaacuterias do sexo feminino As pacientes do sexo feminino

apresentaram valores superiores aos homens (63) apenas quando se trata de

pacientesacometidos por apenas uma uacutenica UP (Tabela 1)

Dentre os pacientes atendidos na atenccedilatildeo domiciliar identificou-se que 952

dos usuaacuterios com UPs fazem parte do Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar (PID)

enquanto apenas 48 estatildeo vinculados ao Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

(POD)

No que se refere agrave situaccedilatildeo dos pacientes atendidos pelo NRAD entre os anos de

2009 a 2013 a maioria 658 dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito 245

permaneceu internado na atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia e apenas 97 receberam alta

da equipe do PID ou POD

28

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF segundo a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por usuaacuterio

maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS NUacuteMERO DE UacuteLCERAS POR PRESSAtildeO

1 UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

n n n n n n

27 329 16 195 19 231 8 97 12 146 82 100

FAIXA ETAacuteRIA

10- 49 anos 2 74 1 63 2 105 1 125 4 333 10 121

50-59 anos 1 37 1 63 2 105 - - - - 4 48

60-69 anos 3 111 1 63 3 158 2 25 1 83 10 121

70-79 anos 11 407 5 313 2 105 4 50 2 167 24 292

80-89 anos 7 259 6 375 9 474 1 125 4 333 27 329

ge 90 anos 3 111 2 125 1 53 - - 1 83 7 85

SEXO

Masculino 10 37 9 563 11 579 5 625 8 667 43 525

Feminino 17 63 7 437 8 421 3 375 4 333 39 475

PROGRAMA

PID 24 888 15 938 19 100 8 100 12 100 78 952

POD 3 112 1 62 - - - - - - 4 48

EVOLUCcedilAtildeO

Internado 7 259 4 25 5 263 2 25 2 167 20 245

Alta 2 74 2 125 1 53 2 25 1 83 8 97

Oacutebito 18 667 10 625 13 684 4 50 9 75 54 658

Uacutelcera por pressatildeo Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

A pesquisa identificou que a quantidade meacutedia de UPs na admissatildeo do paciente

eacute de aproximadamente duas lesotildees e a quantidade total de UPs no decorrer da internaccedilatildeo

eacute em meacutedia 25 UPs por paciente No que tange agrave quantidade de UPs por paciente a

maior representatividade foi dos pacientes com apenas uma lesatildeo (329) e o menor

percentual (97) foi referente aos pacientes com quatro lesotildees simultacircneas

Outra variaacutevel interessante eacute sobre o tempo de permanecircncia dos pacientes nos

programas de internaccedilatildeo do NRAD-Ceilacircndia sendo o tempo meacutedio de 3877 dias o

29

que equivale a pouco mais de 1 ano de internaccedilatildeo por paciente com miacutenimo de 4 dias e

maacuteximo de 1520 dias equivalente a pouco mais de 4 anos (Tabela 2)

Tabela 2- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS MEacuteDIA DP MIacuteNIMO MAacuteXIMO

Idade 722 184 10 98

Tempo de permanecircncia do

paciente no NRAD (dias) 3877 3961 4 1520

Quantidade de UPs na admissatildeo 21 16 0 7

Quantidade de UPs por paciente 25 15 1 7

Desvio Padratildeo

De acordo com a tabela 3 percebe-se que 804 dos pacientes possuem como

diagnoacutestico principal algum tipo de agravo em sauacutede relacionado ao sistema

neuroloacutegico Outros 17 possuem algum diagnoacutestico oncoloacutegico (CA hepaacutetico

prostaacutetico uterino bexiga metaacutestase oacutessea entre outros) apenas 13 com agravo

respiratoacuterio e 13 com agravo osteomuscular

Considerando os 804 de pacientes com algum agravo neuroloacutegico os

principais diagnoacutesticos encontrados foram sequela AVC (658) Dentre estes 561

com AVC como diagnoacutestico uacutenico e os demais pacientes que representam 97

possuiacuteam sequela de AVC associada a outras doenccedilas entre elas Parkinson Alzheimer

e Encefalopatia anoacutexica Ainda dentro do rol de outros problemas neuroloacutegicos (146)

tambeacutem foi possiacutevel encontrar Siacutendrome de Rasmussen Siacutendrome de Devic Demecircncia

Senil Esclerose Muacuteltipla Paralisia Cerebral Lesatildeo Espinomedular (Tetraplegia) e

Alzheimer (Tabela 3)

Como diagnoacutestico secundaacuterio 39 dos pacientes tambeacutem eram acometidos com

HAS e 232 com DM Sendo que destes 134 apresentaram HAS e DM

simultaneamente Outros pacientes apresentaram ainda desnutriccedilatildeo crocircnica e fratura do

fecircmur 61 cada (Tabela 3)

30

Tabela 3-Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

DIAGNOacuteSTICO PRINCIPAL n

Agravos Neuroloacutegicos 66 804

Agravos Neoplaacutesicos 14 17

Agravos Respiratoacuterios 1 13

Agravos Osteomusculares 1 13

COMORBIDADES n

Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) 32 39

Diabetes Mellitus(DM) tipo I ou II 19 232

Desnutriccedilatildeo Crocircnica 5 61

Fratura de fecircmur 5 61

DPOC 3 36

Outros agravos 18 22

Dos agravos neuroloacutegicos 658 eram sequelas de AVC Destes 134 apresentavam diagnoacutestico

de DM e HAS concomitantemente

Em uma visatildeo geral diante dos dados da tabela 4 nota-se que a assistecircncia de

enfermagem no tratamento das UPs gerou resolutividade em 378 dos pacientes 22

apresentou melhora da UPs e apenas 85 apresentaram quadro de piora Referente ao

nuacutemero de UPs os pacientes que apresentaram maiores percentis de piora 25 e de

manutenccedilatildeo da UP 50 foram aqueles que possuiacuteam quantidade igual ou superior a

cinco UPs

Do total da amostra 158 apresentaram infecccedilatildeo em alguma UP durante

determinado momento do tratamento Eacute interessante perceber que quanto maior a

quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de infecccedilatildeo na ferida Identifica-

se isso em 211 dos usuaacuterios com trecircs UPs 25 com quatro UPs e 333 dos

pacientes com cinco ou mais lesotildees que apresentaram infecccedilatildeo na ferida (Tabela 4)

Apenas 6 dos clientes apresentaram em algum momento reabertura de lesotildees

jaacute anteriormente resolvidas Tambeacutem seguindo a mesma loacutegica das infecccedilotildees de feridas

nota-se que quanto maior a quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de

reabertura de lesotildees isto foi possiacutevel identificar nos resultados que evidenciam que

105 dos pacientes com trecircs lesotildees 125 dos clientes com quatro lesotildees e 167

daqueles com cinco ou mais lesotildees apresentaram reabertura de UP (Tabela 4)

31

Tabela 4 - Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do

Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013

1UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

DESFECHO

DAS UPs

PACIENTE

n n n n n n

Cicatrizada 15 556 7 438 6 316 3 375 - - 31 378

Melhora 3 111 5 313 6 316 1 125 3 25 18 22

Piora 1 37 1 63 1 53 1 125 3 25 7 85

Mantida 8 296 3 188 6 316 3 375 6 50 26 317

INFECCcedilAtildeO

Sim 2 74 1 63 4 211 2 25 4 333 13 158

Natildeo 25 926 15 937 15 789 6 75 8 667 69 842

REABERTURA

Sim - - - - 2 105 1 125 2 167 5 6

Natildeo 27 100 16 100 17 895 7 875 10 833 77 94

ADMISSAtildeO

Com UP 20 741 12 75 19 100 8 100 12 100 71 865

Sem UP 7 259 4 25 - - - - - - 11 135

QUANTIDADE

UPs na

admissatildeo

1 UP 20 741 3 188 1 53 2 25 - - 26 317

2UPs - - 9 563 3 158 1 125 - - 13 158

3UPs - - - - 15 789 1 125 2 167 18 22

4UPs - - - - - - 4 50 1 83 5 6

5UPs - - - - - - - - 6 50 6 73

6UPs - - - - - - - - 2 167 2 24

7UPs - - - - - - - - 1 83 1 12

Vale ressaltar que segundo o resultado da pesquisa 865 destes pacientes

atendidos pelo NRAD jaacute foram admitidos com a presenccedila de UPs Somente 135 dos

usuaacuterios que passaram pela atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia desenvolveram UPs apoacutes a

admissatildeo em um dos programas natildeo ultrapassando a quantidade de duas UPs por

paciente Dos 865 de pacientes que jaacute foram internados em domiciacutelio com UP 317

apresentavam apenas uma UP na admissatildeo 22 com trecircs UPs e 12 com sete UPs jaacute

desde a admissatildeo conforme visualizado na figura 1

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

28

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF segundo a quantidade de uacutelceras por pressatildeo por usuaacuterio

maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS NUacuteMERO DE UacuteLCERAS POR PRESSAtildeO

1 UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

n n n n n n

27 329 16 195 19 231 8 97 12 146 82 100

FAIXA ETAacuteRIA

10- 49 anos 2 74 1 63 2 105 1 125 4 333 10 121

50-59 anos 1 37 1 63 2 105 - - - - 4 48

60-69 anos 3 111 1 63 3 158 2 25 1 83 10 121

70-79 anos 11 407 5 313 2 105 4 50 2 167 24 292

80-89 anos 7 259 6 375 9 474 1 125 4 333 27 329

ge 90 anos 3 111 2 125 1 53 - - 1 83 7 85

SEXO

Masculino 10 37 9 563 11 579 5 625 8 667 43 525

Feminino 17 63 7 437 8 421 3 375 4 333 39 475

PROGRAMA

PID 24 888 15 938 19 100 8 100 12 100 78 952

POD 3 112 1 62 - - - - - - 4 48

EVOLUCcedilAtildeO

Internado 7 259 4 25 5 263 2 25 2 167 20 245

Alta 2 74 2 125 1 53 2 25 1 83 8 97

Oacutebito 18 667 10 625 13 684 4 50 9 75 54 658

Uacutelcera por pressatildeo Programa de Internaccedilatildeo Domiciliar Programa de Oxigenoterapia Domiciliar

A pesquisa identificou que a quantidade meacutedia de UPs na admissatildeo do paciente

eacute de aproximadamente duas lesotildees e a quantidade total de UPs no decorrer da internaccedilatildeo

eacute em meacutedia 25 UPs por paciente No que tange agrave quantidade de UPs por paciente a

maior representatividade foi dos pacientes com apenas uma lesatildeo (329) e o menor

percentual (97) foi referente aos pacientes com quatro lesotildees simultacircneas

Outra variaacutevel interessante eacute sobre o tempo de permanecircncia dos pacientes nos

programas de internaccedilatildeo do NRAD-Ceilacircndia sendo o tempo meacutedio de 3877 dias o

29

que equivale a pouco mais de 1 ano de internaccedilatildeo por paciente com miacutenimo de 4 dias e

maacuteximo de 1520 dias equivalente a pouco mais de 4 anos (Tabela 2)

Tabela 2- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS MEacuteDIA DP MIacuteNIMO MAacuteXIMO

Idade 722 184 10 98

Tempo de permanecircncia do

paciente no NRAD (dias) 3877 3961 4 1520

Quantidade de UPs na admissatildeo 21 16 0 7

Quantidade de UPs por paciente 25 15 1 7

Desvio Padratildeo

De acordo com a tabela 3 percebe-se que 804 dos pacientes possuem como

diagnoacutestico principal algum tipo de agravo em sauacutede relacionado ao sistema

neuroloacutegico Outros 17 possuem algum diagnoacutestico oncoloacutegico (CA hepaacutetico

prostaacutetico uterino bexiga metaacutestase oacutessea entre outros) apenas 13 com agravo

respiratoacuterio e 13 com agravo osteomuscular

Considerando os 804 de pacientes com algum agravo neuroloacutegico os

principais diagnoacutesticos encontrados foram sequela AVC (658) Dentre estes 561

com AVC como diagnoacutestico uacutenico e os demais pacientes que representam 97

possuiacuteam sequela de AVC associada a outras doenccedilas entre elas Parkinson Alzheimer

e Encefalopatia anoacutexica Ainda dentro do rol de outros problemas neuroloacutegicos (146)

tambeacutem foi possiacutevel encontrar Siacutendrome de Rasmussen Siacutendrome de Devic Demecircncia

Senil Esclerose Muacuteltipla Paralisia Cerebral Lesatildeo Espinomedular (Tetraplegia) e

Alzheimer (Tabela 3)

Como diagnoacutestico secundaacuterio 39 dos pacientes tambeacutem eram acometidos com

HAS e 232 com DM Sendo que destes 134 apresentaram HAS e DM

simultaneamente Outros pacientes apresentaram ainda desnutriccedilatildeo crocircnica e fratura do

fecircmur 61 cada (Tabela 3)

30

Tabela 3-Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

DIAGNOacuteSTICO PRINCIPAL n

Agravos Neuroloacutegicos 66 804

Agravos Neoplaacutesicos 14 17

Agravos Respiratoacuterios 1 13

Agravos Osteomusculares 1 13

COMORBIDADES n

Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) 32 39

Diabetes Mellitus(DM) tipo I ou II 19 232

Desnutriccedilatildeo Crocircnica 5 61

Fratura de fecircmur 5 61

DPOC 3 36

Outros agravos 18 22

Dos agravos neuroloacutegicos 658 eram sequelas de AVC Destes 134 apresentavam diagnoacutestico

de DM e HAS concomitantemente

Em uma visatildeo geral diante dos dados da tabela 4 nota-se que a assistecircncia de

enfermagem no tratamento das UPs gerou resolutividade em 378 dos pacientes 22

apresentou melhora da UPs e apenas 85 apresentaram quadro de piora Referente ao

nuacutemero de UPs os pacientes que apresentaram maiores percentis de piora 25 e de

manutenccedilatildeo da UP 50 foram aqueles que possuiacuteam quantidade igual ou superior a

cinco UPs

Do total da amostra 158 apresentaram infecccedilatildeo em alguma UP durante

determinado momento do tratamento Eacute interessante perceber que quanto maior a

quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de infecccedilatildeo na ferida Identifica-

se isso em 211 dos usuaacuterios com trecircs UPs 25 com quatro UPs e 333 dos

pacientes com cinco ou mais lesotildees que apresentaram infecccedilatildeo na ferida (Tabela 4)

Apenas 6 dos clientes apresentaram em algum momento reabertura de lesotildees

jaacute anteriormente resolvidas Tambeacutem seguindo a mesma loacutegica das infecccedilotildees de feridas

nota-se que quanto maior a quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de

reabertura de lesotildees isto foi possiacutevel identificar nos resultados que evidenciam que

105 dos pacientes com trecircs lesotildees 125 dos clientes com quatro lesotildees e 167

daqueles com cinco ou mais lesotildees apresentaram reabertura de UP (Tabela 4)

31

Tabela 4 - Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do

Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013

1UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

DESFECHO

DAS UPs

PACIENTE

n n n n n n

Cicatrizada 15 556 7 438 6 316 3 375 - - 31 378

Melhora 3 111 5 313 6 316 1 125 3 25 18 22

Piora 1 37 1 63 1 53 1 125 3 25 7 85

Mantida 8 296 3 188 6 316 3 375 6 50 26 317

INFECCcedilAtildeO

Sim 2 74 1 63 4 211 2 25 4 333 13 158

Natildeo 25 926 15 937 15 789 6 75 8 667 69 842

REABERTURA

Sim - - - - 2 105 1 125 2 167 5 6

Natildeo 27 100 16 100 17 895 7 875 10 833 77 94

ADMISSAtildeO

Com UP 20 741 12 75 19 100 8 100 12 100 71 865

Sem UP 7 259 4 25 - - - - - - 11 135

QUANTIDADE

UPs na

admissatildeo

1 UP 20 741 3 188 1 53 2 25 - - 26 317

2UPs - - 9 563 3 158 1 125 - - 13 158

3UPs - - - - 15 789 1 125 2 167 18 22

4UPs - - - - - - 4 50 1 83 5 6

5UPs - - - - - - - - 6 50 6 73

6UPs - - - - - - - - 2 167 2 24

7UPs - - - - - - - - 1 83 1 12

Vale ressaltar que segundo o resultado da pesquisa 865 destes pacientes

atendidos pelo NRAD jaacute foram admitidos com a presenccedila de UPs Somente 135 dos

usuaacuterios que passaram pela atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia desenvolveram UPs apoacutes a

admissatildeo em um dos programas natildeo ultrapassando a quantidade de duas UPs por

paciente Dos 865 de pacientes que jaacute foram internados em domiciacutelio com UP 317

apresentavam apenas uma UP na admissatildeo 22 com trecircs UPs e 12 com sete UPs jaacute

desde a admissatildeo conforme visualizado na figura 1

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

8 REFEREcircNCIAS

ALVES N DEANA NF O accediluacutecar refinado no tratamento da infecccedilatildeo por

pseudomonas sp em uacutelcera por pressatildeo Rev enferm UERJ Rio de Janeiro v 17 n

2 p194-197 abrjun 2009 Disponiacutevel em

lthttpwwwfacenfuerjbrv17n2v17n2a09pdfgt Acesso em outubro de 2014

ARAUacuteJO CRD et al A enfermagem e a utilizaccedilatildeo da escala de Braden em uacutelcera por

pressatildeo Rev enferm UERJ v18 n3 p359-364 2010 Disponiacutevel em

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

29

que equivale a pouco mais de 1 ano de internaccedilatildeo por paciente com miacutenimo de 4 dias e

maacuteximo de 1520 dias equivalente a pouco mais de 4 anos (Tabela 2)

Tabela 2- Caracterizaccedilatildeo do perfil dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

VARIAacuteVEIS MEacuteDIA DP MIacuteNIMO MAacuteXIMO

Idade 722 184 10 98

Tempo de permanecircncia do

paciente no NRAD (dias) 3877 3961 4 1520

Quantidade de UPs na admissatildeo 21 16 0 7

Quantidade de UPs por paciente 25 15 1 7

Desvio Padratildeo

De acordo com a tabela 3 percebe-se que 804 dos pacientes possuem como

diagnoacutestico principal algum tipo de agravo em sauacutede relacionado ao sistema

neuroloacutegico Outros 17 possuem algum diagnoacutestico oncoloacutegico (CA hepaacutetico

prostaacutetico uterino bexiga metaacutestase oacutessea entre outros) apenas 13 com agravo

respiratoacuterio e 13 com agravo osteomuscular

Considerando os 804 de pacientes com algum agravo neuroloacutegico os

principais diagnoacutesticos encontrados foram sequela AVC (658) Dentre estes 561

com AVC como diagnoacutestico uacutenico e os demais pacientes que representam 97

possuiacuteam sequela de AVC associada a outras doenccedilas entre elas Parkinson Alzheimer

e Encefalopatia anoacutexica Ainda dentro do rol de outros problemas neuroloacutegicos (146)

tambeacutem foi possiacutevel encontrar Siacutendrome de Rasmussen Siacutendrome de Devic Demecircncia

Senil Esclerose Muacuteltipla Paralisia Cerebral Lesatildeo Espinomedular (Tetraplegia) e

Alzheimer (Tabela 3)

Como diagnoacutestico secundaacuterio 39 dos pacientes tambeacutem eram acometidos com

HAS e 232 com DM Sendo que destes 134 apresentaram HAS e DM

simultaneamente Outros pacientes apresentaram ainda desnutriccedilatildeo crocircnica e fratura do

fecircmur 61 cada (Tabela 3)

30

Tabela 3-Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

DIAGNOacuteSTICO PRINCIPAL n

Agravos Neuroloacutegicos 66 804

Agravos Neoplaacutesicos 14 17

Agravos Respiratoacuterios 1 13

Agravos Osteomusculares 1 13

COMORBIDADES n

Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) 32 39

Diabetes Mellitus(DM) tipo I ou II 19 232

Desnutriccedilatildeo Crocircnica 5 61

Fratura de fecircmur 5 61

DPOC 3 36

Outros agravos 18 22

Dos agravos neuroloacutegicos 658 eram sequelas de AVC Destes 134 apresentavam diagnoacutestico

de DM e HAS concomitantemente

Em uma visatildeo geral diante dos dados da tabela 4 nota-se que a assistecircncia de

enfermagem no tratamento das UPs gerou resolutividade em 378 dos pacientes 22

apresentou melhora da UPs e apenas 85 apresentaram quadro de piora Referente ao

nuacutemero de UPs os pacientes que apresentaram maiores percentis de piora 25 e de

manutenccedilatildeo da UP 50 foram aqueles que possuiacuteam quantidade igual ou superior a

cinco UPs

Do total da amostra 158 apresentaram infecccedilatildeo em alguma UP durante

determinado momento do tratamento Eacute interessante perceber que quanto maior a

quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de infecccedilatildeo na ferida Identifica-

se isso em 211 dos usuaacuterios com trecircs UPs 25 com quatro UPs e 333 dos

pacientes com cinco ou mais lesotildees que apresentaram infecccedilatildeo na ferida (Tabela 4)

Apenas 6 dos clientes apresentaram em algum momento reabertura de lesotildees

jaacute anteriormente resolvidas Tambeacutem seguindo a mesma loacutegica das infecccedilotildees de feridas

nota-se que quanto maior a quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de

reabertura de lesotildees isto foi possiacutevel identificar nos resultados que evidenciam que

105 dos pacientes com trecircs lesotildees 125 dos clientes com quatro lesotildees e 167

daqueles com cinco ou mais lesotildees apresentaram reabertura de UP (Tabela 4)

31

Tabela 4 - Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do

Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013

1UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

DESFECHO

DAS UPs

PACIENTE

n n n n n n

Cicatrizada 15 556 7 438 6 316 3 375 - - 31 378

Melhora 3 111 5 313 6 316 1 125 3 25 18 22

Piora 1 37 1 63 1 53 1 125 3 25 7 85

Mantida 8 296 3 188 6 316 3 375 6 50 26 317

INFECCcedilAtildeO

Sim 2 74 1 63 4 211 2 25 4 333 13 158

Natildeo 25 926 15 937 15 789 6 75 8 667 69 842

REABERTURA

Sim - - - - 2 105 1 125 2 167 5 6

Natildeo 27 100 16 100 17 895 7 875 10 833 77 94

ADMISSAtildeO

Com UP 20 741 12 75 19 100 8 100 12 100 71 865

Sem UP 7 259 4 25 - - - - - - 11 135

QUANTIDADE

UPs na

admissatildeo

1 UP 20 741 3 188 1 53 2 25 - - 26 317

2UPs - - 9 563 3 158 1 125 - - 13 158

3UPs - - - - 15 789 1 125 2 167 18 22

4UPs - - - - - - 4 50 1 83 5 6

5UPs - - - - - - - - 6 50 6 73

6UPs - - - - - - - - 2 167 2 24

7UPs - - - - - - - - 1 83 1 12

Vale ressaltar que segundo o resultado da pesquisa 865 destes pacientes

atendidos pelo NRAD jaacute foram admitidos com a presenccedila de UPs Somente 135 dos

usuaacuterios que passaram pela atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia desenvolveram UPs apoacutes a

admissatildeo em um dos programas natildeo ultrapassando a quantidade de duas UPs por

paciente Dos 865 de pacientes que jaacute foram internados em domiciacutelio com UP 317

apresentavam apenas uma UP na admissatildeo 22 com trecircs UPs e 12 com sete UPs jaacute

desde a admissatildeo conforme visualizado na figura 1

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

30

Tabela 3-Caracterizaccedilatildeo do perfil cliacutenicodos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

DIAGNOacuteSTICO PRINCIPAL n

Agravos Neuroloacutegicos 66 804

Agravos Neoplaacutesicos 14 17

Agravos Respiratoacuterios 1 13

Agravos Osteomusculares 1 13

COMORBIDADES n

Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) 32 39

Diabetes Mellitus(DM) tipo I ou II 19 232

Desnutriccedilatildeo Crocircnica 5 61

Fratura de fecircmur 5 61

DPOC 3 36

Outros agravos 18 22

Dos agravos neuroloacutegicos 658 eram sequelas de AVC Destes 134 apresentavam diagnoacutestico

de DM e HAS concomitantemente

Em uma visatildeo geral diante dos dados da tabela 4 nota-se que a assistecircncia de

enfermagem no tratamento das UPs gerou resolutividade em 378 dos pacientes 22

apresentou melhora da UPs e apenas 85 apresentaram quadro de piora Referente ao

nuacutemero de UPs os pacientes que apresentaram maiores percentis de piora 25 e de

manutenccedilatildeo da UP 50 foram aqueles que possuiacuteam quantidade igual ou superior a

cinco UPs

Do total da amostra 158 apresentaram infecccedilatildeo em alguma UP durante

determinado momento do tratamento Eacute interessante perceber que quanto maior a

quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de infecccedilatildeo na ferida Identifica-

se isso em 211 dos usuaacuterios com trecircs UPs 25 com quatro UPs e 333 dos

pacientes com cinco ou mais lesotildees que apresentaram infecccedilatildeo na ferida (Tabela 4)

Apenas 6 dos clientes apresentaram em algum momento reabertura de lesotildees

jaacute anteriormente resolvidas Tambeacutem seguindo a mesma loacutegica das infecccedilotildees de feridas

nota-se que quanto maior a quantidade de UPs por paciente maiores satildeo os iacutendices de

reabertura de lesotildees isto foi possiacutevel identificar nos resultados que evidenciam que

105 dos pacientes com trecircs lesotildees 125 dos clientes com quatro lesotildees e 167

daqueles com cinco ou mais lesotildees apresentaram reabertura de UP (Tabela 4)

31

Tabela 4 - Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do

Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013

1UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

DESFECHO

DAS UPs

PACIENTE

n n n n n n

Cicatrizada 15 556 7 438 6 316 3 375 - - 31 378

Melhora 3 111 5 313 6 316 1 125 3 25 18 22

Piora 1 37 1 63 1 53 1 125 3 25 7 85

Mantida 8 296 3 188 6 316 3 375 6 50 26 317

INFECCcedilAtildeO

Sim 2 74 1 63 4 211 2 25 4 333 13 158

Natildeo 25 926 15 937 15 789 6 75 8 667 69 842

REABERTURA

Sim - - - - 2 105 1 125 2 167 5 6

Natildeo 27 100 16 100 17 895 7 875 10 833 77 94

ADMISSAtildeO

Com UP 20 741 12 75 19 100 8 100 12 100 71 865

Sem UP 7 259 4 25 - - - - - - 11 135

QUANTIDADE

UPs na

admissatildeo

1 UP 20 741 3 188 1 53 2 25 - - 26 317

2UPs - - 9 563 3 158 1 125 - - 13 158

3UPs - - - - 15 789 1 125 2 167 18 22

4UPs - - - - - - 4 50 1 83 5 6

5UPs - - - - - - - - 6 50 6 73

6UPs - - - - - - - - 2 167 2 24

7UPs - - - - - - - - 1 83 1 12

Vale ressaltar que segundo o resultado da pesquisa 865 destes pacientes

atendidos pelo NRAD jaacute foram admitidos com a presenccedila de UPs Somente 135 dos

usuaacuterios que passaram pela atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia desenvolveram UPs apoacutes a

admissatildeo em um dos programas natildeo ultrapassando a quantidade de duas UPs por

paciente Dos 865 de pacientes que jaacute foram internados em domiciacutelio com UP 317

apresentavam apenas uma UP na admissatildeo 22 com trecircs UPs e 12 com sete UPs jaacute

desde a admissatildeo conforme visualizado na figura 1

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

8 REFEREcircNCIAS

ALVES N DEANA NF O accediluacutecar refinado no tratamento da infecccedilatildeo por

pseudomonas sp em uacutelcera por pressatildeo Rev enferm UERJ Rio de Janeiro v 17 n

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

31

Tabela 4 - Caracteriacutesticas relacionadas agraves uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do

Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de

2013

1UP 2UP 3UP 4UP ge 5UP TOTAL

DESFECHO

DAS UPs

PACIENTE

n n n n n n

Cicatrizada 15 556 7 438 6 316 3 375 - - 31 378

Melhora 3 111 5 313 6 316 1 125 3 25 18 22

Piora 1 37 1 63 1 53 1 125 3 25 7 85

Mantida 8 296 3 188 6 316 3 375 6 50 26 317

INFECCcedilAtildeO

Sim 2 74 1 63 4 211 2 25 4 333 13 158

Natildeo 25 926 15 937 15 789 6 75 8 667 69 842

REABERTURA

Sim - - - - 2 105 1 125 2 167 5 6

Natildeo 27 100 16 100 17 895 7 875 10 833 77 94

ADMISSAtildeO

Com UP 20 741 12 75 19 100 8 100 12 100 71 865

Sem UP 7 259 4 25 - - - - - - 11 135

QUANTIDADE

UPs na

admissatildeo

1 UP 20 741 3 188 1 53 2 25 - - 26 317

2UPs - - 9 563 3 158 1 125 - - 13 158

3UPs - - - - 15 789 1 125 2 167 18 22

4UPs - - - - - - 4 50 1 83 5 6

5UPs - - - - - - - - 6 50 6 73

6UPs - - - - - - - - 2 167 2 24

7UPs - - - - - - - - 1 83 1 12

Vale ressaltar que segundo o resultado da pesquisa 865 destes pacientes

atendidos pelo NRAD jaacute foram admitidos com a presenccedila de UPs Somente 135 dos

usuaacuterios que passaram pela atenccedilatildeo domiciliar de Ceilacircndia desenvolveram UPs apoacutes a

admissatildeo em um dos programas natildeo ultrapassando a quantidade de duas UPs por

paciente Dos 865 de pacientes que jaacute foram internados em domiciacutelio com UP 317

apresentavam apenas uma UP na admissatildeo 22 com trecircs UPs e 12 com sete UPs jaacute

desde a admissatildeo conforme visualizado na figura 1

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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Acesso em junho de 2014

STUDART RMB et al Tecnologia de enfermagem na prevenccedilatildeo da uacutelcera por

pressatildeo em pessoas com lesatildeo medular Rev bras enferm v 64 n 3 p 494-500

2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrebenv64n3v64n3a13gt Acesso em

setembro de 2013

55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

32

Figura 1 ndash Quantidade de Uacutelceras por Pressatildeo no momento da admissatildeo dos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

Foram estudadas 212 uacutelceras por pressatildeo em 82 prontuaacuterios de pacientes

Conforme a figura 2 houve certa predominacircncia de UPs em grau II (345) seguida de

UPs em estaacutegio III (184) Ao longo da coleta de dados notou-se que em 268 das

UPs natildeo haviam estadiamento registrado no prontuaacuterio do paciente

Figura 2 ndash Estadiamento das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 3 demonstra que as localizaccedilotildees que apresentaram maiores iacutendices de

UPs foram as regiotildees trocanteacuterica 339 sacral 283 e calcacircnea 198 Eacute importante

destacar que destas 241 eram bitrocanteacutericas e 103 eram bicalcacircneas Outras

regiotildees corpoacutereas apresentaram baixas incidecircncias se comparadas agraves demais citadas

317

158

22

6

73

24 12

1 UP na admissatildeo

2 UPs na admissatildeo

3 UPs na admissatildeo

4 UPs na admissatildeo

5 UPs na admissatildeo

6 UPs na admissatildeo

7 UPs na admissatildeo

268

95

184

345

108

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Grau natildeo identificado

Grau IV

Grau III

Grau II

Grau I

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

33

anteriormente sendo 61 maleolar 28 gluacutetea 28 cotovelo 24 escapular 19

dorsal 1 haacutelux 05 orelha e 05 hemitoraacutecica As regiotildees trocanteacuterica e sacral

foram as que mais apresentaram iacutendices de infecccedilatildeo 47 e 37 respectivamente e de

reabertura de lesotildees 04 e 09 respectivamente

Figura 3 ndash Localizaccedilatildeo das uacutelceras por pressatildeo dos pacientes usuaacuterios do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A tabela 5 expotildee o tempo que cada paciente levou para ter todas as uacutelceras por

pressatildeo resolvidas apoacutes a admissatildeo na Atenccedilatildeo Domiciliar Os resultados foram

organizados em faixas de dois em dois meses Dessa forma percebe-se que 23 dos

pacientes pesquisados tiveram resoluccedilatildeo das feridas em menos de dois meses apoacutes a

admissatildeo na atenccedilatildeo domiciliar e 49 dos pacientes tiveram UPs resolvidas entre trecircs e

quatro meses Destaca-se que no periacuteodo da pesquisa 85 dos prontuaacuterios pesquisados

eram de pacientes ativos que ainda encontravam-se com o tratamento das feridas em

andamento Outro dado que chama atenccedilatildeo eacute que 475 dos pacientes natildeo tiveram o

tratamento das lesotildees finalizado devido evoluccedilatildeo a oacutebito durante o periacuteodo de

internaccedilatildeo domiciliar

Trocacircnter

339

Sacral

283

Calcacircneo

198

Maleacuteolo

61

Gluacuteteo

28

Cotovelo

28

Escaacutepula

24

Dorsal

19

Haacutelux

1

Hemitoacuterax

05

Orelha

05Outras

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

34

Tabela 5 ndash Tempo de tratamento das uacutelceras por pressatildeo por paciente do Nuacutecleo

Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 4 evidencia em porcentagem a proporccedilatildeo de visitas domiciliares

realizadas pela equipe multiprofissional aos pacientes atendidos pelo NRAD-CEI Nota-

se que a equipe de enfermagem foi a que mais realizou visitas domiciliares (43)

seguida por248 da equipe meacutedica 126 da nutriccedilatildeo 72 da fisioterapia e 58

assistecircncia social

Figura 4 ndash Porcentagem de visitas domiciliares por aacuterea profissional aos pacientes

usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a

abril de 2013

TEMPO DE TRATAMENTO DAS UPs

POR PACIENTE n

0-2 meses 19 230

3-4 meses 4 49

5-6 meses 3 37

7-8 meses 2 25

9-10 meses 2 25

11-12 meses 4 49

gt12meses 2 25

Natildeo concluiacutedo devido oacutebito 39 475

Tratamento em andamento 7 85

43

248

126

72

5835 31

Enfermagem

Medicina

Nutriccedilatildeo

Fisioterapia

Assistecircncia Social

Odondologia

Terapia Ocupacional

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

8 REFEREcircNCIAS

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

35

No periacuteodo que corresponde aos quatro anos pesquisados foram realizadas um

total de 1124 visitas domiciliares de enfermagem (VDE) aos pacientes acometidos por

uacutelceras por pressatildeo Ao descartar os resultados parciais de 2013 observa-se que ocorreu

um aumento no nuacutemero anual de VDE se comparado ao ano imediatamente anterior

sendo 2009 o ano com menos VDE (124) e 2012 o ano com mais VDE (330) conforme

ilustrado no graacutefico da figura 5

Figura 5 ndash Total de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) aos pacientes com

uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash

DF maio de 2009 a abril de 2013

Quanto agrave meacutedia mensal de VDE 2013 foi o ano com menor meacutedia (155 visitas)

e 2012 com maior meacutedia (275 visitas) conforme visualizado no graacutefico da figura 6

Referente a esses dados a meacutedia total do periacuteodo de quatro anos pesquisados eacute de 217

visitas de enfermagem por mecircs isso significa que no periacuteodo de um mecircs a equipe de

enfermagem realizava aproximadamente 22 visitas domiciliares A pesquisa demonstrou

que o ano de 2011 foi o que apresentou maior quantidade de VDE em um mesmo mecircs

com o total de 56 visitas da equipe de enfermagem Vale ressaltar que os dados de 2009

e 2013 satildeo parciais visto que no primeiro caso contou-se a meacutedia de oito meses a partir

da instalaccedilatildeo do NRAD-CEI no mecircs de maio de 2009 ateacute o fim do mesmo ano e no

segundo caso a meacutedia eacute de quatro meses sendo os dados obtidos de janeiro a abril de

2013

124

291

321 330

58

0

50

100

150

200

250

300

350

2009 2010 2011 2012 2013

Nuacutemero de VDE

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

36

Figura 6 -Meacutedia da quantidade mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE)

aos pacientes com uacutelceras por pressatildeo usuaacuterios do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

A figura 7 ilustra que tanto em 2009 quanto em 2010 as meacutedias de VDE por

paciente apresentaram o mesmo valor 161 visitas mensais Jaacute em 2011 e 2012 ambas

as meacutedias tambeacutem foram idecircnticas 272 visitas mensais por paciente apresentando

relativa elevaccedilatildeo se comparadas aos anos anteriores e relativa queda se comparada ao

ano subsequente com meacutedia de 241 em 2013 Neste estudo a meacutedia total de VDE por

paciente com UP entre 2009 e 2013 foi de 221 o que significa que em meacutedia cada

paciente era visitado em torno de duas vezes por mecircs

Figura 7 - Meacutedia mensal de Visitas Domiciliares de Enfermagem (VDE) por paciente

comuacutelcera por pressatildeousuaacuterio do Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia

ndash DF maio de 2009 a abril de 2013

155

242

267 275

145

0

5

10

15

20

25

30

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

161 161

272 272

241

0

05

1

15

2

25

3

2009 2010 2011 2012 2013

Meacutedia mensal de VDE

por paciente

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

6 DISCUSSAtildeO

A UP eacute um acometimento frequente na internaccedilatildeo domiciliar e atinge 26 dos

pacientes conforme estudo de Brick Smith e Linkewich (2006) Chayamiti e Caliri

(2010) e Bendo et al (2005) tambeacutem descreveram a ocorrecircncia de UPs em 191 e em

17 dos pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar no municiacutepios de Ribeiratildeo Preto - SP e de

Cascavel ndash MG respectivamente Estes valores satildeo proacuteximos ao encontrado nesta

pesquisa entre os pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia ndash DF sendo que o valor

encontrado por Brick Smith e Lindewich eacute praticamente idecircntico ao do NRAD-CEI

Os idosos satildeo mais suscetiacuteveis ao comprometimento da integridade da pele

inclusive ao aparecimento de UPs jaacute que com o avanccedilo da idade haacute reduccedilatildeo do turgor e

da elasticidade da pele alteraccedilotildees na sensibilidade taacutetil e nos mecanismos de defesa que

atuam como fatores de proteccedilatildeo Natildeo existem associaccedilotildees diretas entre idade e o

aparecimento de UPs no entanto as piores condiccedilotildees de mobilidade nutriccedilatildeo ou

oxigenaccedilatildeo estatildeo entre os muacuteltiplos fatores que contribuem para o surgimento destas

(QUEIROZ et al 2014 STUDART et al 2011)

No que tange agrave Atenccedilatildeo Domiciliar diversos estudos comprovam que a

populaccedilatildeo com idade superior a 60 anos eacute a mais prevalente entre os pacientes sendo

representada por 607 no estudo de Maroldi et al (2012) 635 em Martelli et al

(2011) e 738 em Fernandez e Casas (2012) Embora a presente pesquisa tenha

demonstrado um percentil de idosos acima de 80 anos o resultado segue proacuteximo da

linha da prevalecircncia desse tipo de puacuteblico atendidos na Atenccedilatildeo Domiciliar de outras

localidades Eacute provaacutevel que o fato da maioria de pacientes seja de idosos tenha relaccedilatildeo

com o aumento da expectativa de vida associado ao acometimento por enfermidades

crocircnicas o que os deixam mais propiacutecios a precisarem de cuidados domiciliares

Ainda com relaccedilatildeo agrave idade as pesquisas apontam meacutedias entre 64 a 683 anos

(BLANES et al 2004 MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ

e CASAS 2012 MAROLDI et al 2012) A idade meacutedia do presente estudo (722

anos)mostrou-se discretamente maior que as encontradas na literatura Sendo assim as

pesquisas corroboram o resultado deste estudo

Maroldi et al (2012) e Blanes et al (2004) demonstram que o sexo masculino

possui prevalecircncia entre os pacientes com UPs nos usuaacuterios do serviccedilo de Atenccedilatildeo

Domiciliar 572 e 577 respectivamente Estes achados confirmam os resultados da

pesquisa na Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia-DF no entanto outras pesquisas revelam

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

38

o contraacuterio sendo o puacuteblico feminino prevalente em internaccedilotildees domiciliares

(MARTELLI et al 2011 LUCENA et al 2011 FERNANDEZ CASAS 2012

COEcircLHO et al 2012)

Sendo assim o fato dos pacientes apresentarem perfil predominante de idosos

implica para a Atenccedilatildeo Domiciliar uma maior necessidade de vigilacircncia dos cuidadores

e de orientaccedilotildees da enfermagem visto que pelas caracteriacutesticas proacuteprias do

envelhecimento associado agraves doenccedilas crocircnico-degenerativas de forma avanccedilada e com

repercussotildees cliacutenicas que limitam a mobilidade e o estado nutricional os tornam mais

propensos ao aparecimento de UPs Uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a prevalecircncia de UPs

em homens na atenccedilatildeo domiciliar eacute o fato destes comumente apresentarem maior peso

corpoacutereo que as mulheres fator que talvez dificulte a realizaccedilatildeo adequada de mudanccedilas

de decuacutebito no domiciacutelio pelo cuidador destes que geralmente eacute uma pessoa do sexo

feminino (irmatilde esposa ou filha) e que naturalmente apresenta maior dificuldade em

movimentar o paciente por questotildees como a fragilidade feminina em contraste com o

peso do paciente masculino acamado No entanto na literatura natildeo se encontram

associaccedilotildees entre o sexo masculino e a ocorrecircncia de UPs

Natildeo foram encontrados na literatura estudos comparativos entre pacientes da

Atenccedilatildeo Domiciliar nas modalidades de PID e POD Entretanto sabe-se que o PID

presta assistecircncia a pacientes acamados portadores de sequelas e comorbidades de

doenccedilas crocircnicas como cuidados paliativos oncoloacutegicos e neuroloacutegicos uacutelceras de

decuacutebito em graus moderado e grave traqueostomia e com quadros cliacutenicos estaacuteveis

que natildeo necessitem de ventilaccedilatildeo mecacircnica invasiva cuidados intensivos de

enfermagem entre outros Por outro lado o POD eacute destinado a assistir pacientes com

agravos pulmonares que apresentem insuficiecircncia respiratoacuteria crocircnica ocasionada por

lesotildees pulmonares irreversiacuteveis (BRASIL 2013d) Sendo assim considerando-se as

caracteriacutesticas dos pacientes em cada modalidade de atenccedilatildeo domiciliar eacute natural que a

quase totalidade dos pacientes com UPs estudados nesta pesquisa pertenccedilam ao PID

devido agraves suas caracteriacutesticas cliacutenicas associadas ao estado de imobilidade fiacutesica

A Atenccedilatildeo Domiciliar tem crescido e ganhado destaque como estrateacutegia

assistencial tanto em instituiccedilotildees de sauacutede puacuteblica e como particulares Neste sentido o

enfermeiro que atua neste cenaacuterio desempenha papel essencial no cuidado ao paciente

junto agrave equipe multiprofissional Sua importacircncia ultrapassa a assistecircncia ao agravo em

sauacutede e destaca-se pela inserccedilatildeo do cuidador e da famiacutelia na assistecircncia ao paciente

intra-domiciliar por meio de praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede e assim como em outros

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

39

ambientes do cuidado na Atenccedilatildeo Domiciliar a enfermagem tambeacutem eacute norteada pela

sistematizaccedilatildeo da assistecircncia (GOMES et al 2008) A enfermagem domiciliar eacute uma

praacutetica profissional considerada como especialidade em enfermagem Sendo assim a

atuaccedilatildeo neste campo exige conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e habilidades de autonomia

lideranccedila relacionamento interpessoal para lidar com a equipe pacientes cuidador e

familiares (LACERDA et al 2006)

Quanto agrave evoluccedilatildeo cliacutenica do paciente da atenccedilatildeo domiciliar Martelli et al

(2011) identificaram em Montes Claros - MG que 59 receberam alta com melhora do

quadro 28 faleceram e 13 permaneceram internados com quadro cliacutenico inalterado

ou transferido para outra instituiccedilatildeo de assistecircncia domiciliar Nenhuma pesquisa

encontrada demonstrou a evoluccedilatildeo cliacutenica dos pacientes com UPs na atenccedilatildeo domiciliar

Os resultados obtidos a partir da pesquisa em questatildeo revelam que na assistecircncia

domiciliar de Ceilacircndia a maioria dos pacientes com UPs evoluiu a oacutebito e uma pequena

parte recebeu alta da equipe de atenccedilatildeo domiciliar Talvez esse alto percentil de

pacientes que evoluiacuteram a oacutebito nesta pesquisa se deva ao fato de que em sua maioria

satildeo pacientes terminais em cuidados paliativos

A pesquisa de Queiroz et al (2014) sobre UPs em pacientes sob cuidados

paliativos domiciliares revela que com relaccedilatildeo agrave quantidade de lesotildees por pressatildeo

583 desenvolveram apenas uma UP 25 desenvolveram duas UPs e 167 trecircs UPs

Este mesmo estudo natildeo demonstrou pacientes com quantidades iguais ou superiores a

quatro UPs simultacircneas Costa et al (2005) revelou em seu estudo que sua amostra

possuiacutea quantidade meacutedia de 17 UPs por paciente Estes achados validam os

encontrados na presente pesquisa que demonstrou que a maior representatividade de

pacientes com UPs satildeo aqueles que apresentam apenas uma lesatildeo por pressatildeo sendo um

terccedilo dos pacientes avaliados A porcentagem de pacientes com duas e trecircs UPs tambeacutem

se mostraram proacuteximas do percentual do estudo de Queiroz et al (2014) no entanto eacute

demonstrado ainda na pesquisa da Ceilacircndia que haviam pacientes com quatro UPs

(97) e com cinco ou mais UPs (146) concomitantes sendo a meacutedia do nuacutemero de

UPs por paciente em Ceilacircndia (25) superior agrave encontrada na pesquisa citada

O tempo meacutedio de cada internaccedilatildeo dos pacientes na assistecircncia domiciliar no

programa Hospital Universitaacuterio em casa de Montes Claros - MG segundo Martelli et

al (2011) foi de 30 dias e 482 dos usuaacuterios necessitaram de reinternaccedilotildees Jaacute na

assistecircncia domiciliar de Ceilacircndia o tempo meacutedio foisuperior equivalente ao periacuteodo

aproximado de um ano de internaccedilatildeo poreacutem sem relatos de reinternaccedilotildees

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

40

Os principais motivos de internaccedilatildeo de pacientes na atenccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia estatildeo em acordo com os evidenciados na literatura cientiacutefica prevalecendo os

distuacuterbios neuroloacutegicos e as complicaccedilotildees neoplaacutesicas Somados os agravos

neuroloacutegicos tanto cerebrovasculares como neurodegenerativas siacutendromes e distuacuterbios

do sistema nervoso estes representam respectivamente 75 731 e 664 nos

pacientes estudados por Maroldi et al (2012) Fernandez e Casas (2012) e Lucena et al

(2011) valores proacuteximos ao encontrado em Ceilacircndia As neoplasias tambeacutem satildeo

evidenciadas na literatura com proporccedilotildees de 17 16 e 137entre os pacientes

pesquisados respectivamente por Fabriacutecio et al (2004) Santos et al (2013) e Lucena et

al(2011) concordando com os percentualentre os internados com UPs em Ceilacircndia

Santos et al (2013) explicam que pacientes acometidos por AVC tem

predisposiccedilatildeo em desenvolver UPs pelo fato de permanecerem muito tempo acamados

ou restritos em cadeiras de rodas O mesmo autor expotildee que com o avanccedilo do cacircncer e

com os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia os pacientes oncoloacutegicos

tendem a ter dificuldades de alimentaccedilatildeo e consequentemente deacuteficit nutricional e

quadros de magreza possibilitando maior probabilidade de surgimento de UPs

As comorbidades mais frequentes neste tipo de puacuteblico satildeo a Hipertensatildeo

Arterial Sistecircmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) Autores evidenciam frequecircncias

de hipertensos iguais a 56 40 436 respectivamente em Blanes et al (2004)

Lucena et al (2011) e Fernandez e Casas (2012) Quanto a DM os estudos demonstram

sua presenccedila em 27 244 e 238 dos casos de pacientes com UPs avaliados por

Lucena et al (2011) Blanes et al (2004) e Fernandez e Casas (2012) respectivamente

Ressalta-se que estes resultados especialmente os de Fernandez e Casas (2012) que

estudaram especificamente no acircmbito da atenccedilatildeo domiciliar apresentam-se muito

proacuteximos aos encontrados nesta pesquisa com HAS em maior percentual e DM em

segundo lugar Ainda quanto agraves comorbidades Maroldi et al (2012) evidenciam

presenccedila de fraturas em 6 dos pacientes na internaccedilatildeo domiciliar o que ratifica o valor

similar encontrado o presente estudo

Sabe-se que no diabetes em especial ocorre um desequiliacutebrio entre o

fornecimento e a demanda de insulina fator que pode desencadear complicaccedilotildees

vasculares perifeacutericas e diminuiccedilatildeo da sensibilidade que satildeo fatores de risco para a

formaccedilatildeo das lesotildees (MORO et al 2007 IRION 2012)

Natildeo foi encontrado na literatura estudos que revelassem sobre a resolutividade

do tratamento de UPs no contexto domiciliar no entanto os resultados da presente

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

41

pesquisa evidenciam que o serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no

fechamento ou na melhora das UPs na maior parte dos casos Costa et al (2005) revelou

em seu estudo com pacientes acamados predominantemente devido lesatildeo medular

apresentaram taxa de sucesso no tratamento de UPs entre 66 e 84 dos casos valores

que variaram de acordo com a localizaccedilatildeo das uacutelceras

Quanto agrave presenccedila de infecccedilotildees nas UPs Alves e Deana (2009) afirmam que isto

pode ocasionar inuacutemeras complicaccedilotildees e agravar o estado cliacutenico dos pacientes

especialmente em idosos debilitados visto que possuem alteraccedilotildees fisioloacutegicas proacuteprias

do envelhecimento como a suscetibilidade do sistema imune Aleacutem disso as UPs em

estaacutegios mais avanccedilados estatildeo mais propensas a apresentarem infecccedilatildeo e retardar o

processo de cicatrizaccedilatildeo tecidual elevando a morbidade e podendo causar a morte do

paciente pela bacteremia Hans Bitencourt e Pinheiro (2011) demonstram em seu

estudo que haacute correlaccedilatildeo entre o desenvolvimento de UP com os fatores de risco

adicionais agrave Escala de Braden entre eles infecccedilatildeo e sepse Nesta pesquisa realizada em

Ceilacircndia a minoria dos pacientes apresentou nos prontuaacuterios o relato de infecccedilatildeo em

UP no entanto natildeo haacute tambeacutem registros sobre a realizaccedilatildeo de culturas de bioacutepsias da

ferida ou cultura de swab nas lesotildees o que indica que a detecccedilatildeo de infecccedilatildeo se deu

somente a partir dos sinais cliacutenicos presentes na ferida

Irion (2012) relata que em feridas crocircnicas como UPs a infecccedilatildeo pode ser

detectada visualmente como um escurecimento circundado por tecido avermelhado

anormal indicando invasatildeo de bacteacuterias em tecido circunvizinho sadio outros sinais

indicativos de infecccedilatildeo satildeo a presenccedila de secreccedilatildeo purulenta secreccedilatildeo

serosanguinolenta com tom esverdeado descamaccedilatildeo amarelo fibrinosa odor feacutetido

presenccedila dos sinais de inflamaccedilatildeo como induraccedilatildeo febre dor edema e eritema Dessa

maneira as infecccedilotildees podem levar agrave necrose tecidual piorando e aumentando a

extensatildeo da UP O mesmo autor explica que o tecido necroacutetico retarda a regeneraccedilatildeo da

ferida e aumenta o risco de infecccedilatildeo neste sentido o desbridamento auxilia na reduccedilatildeo

do risco de infecccedilatildeo e relata ainda que no tratamento de UPs infectadas eacute recomendado

o uso de antibioticoterapia sistecircmica e toacutepica conforme prescriccedilatildeo meacutedica

Com relaccedilatildeo agrave reabertura de UPs Queiroz et al (2014) afirmam que

aproximadamente 50 dos pacientes de seu estudo com pacientes em cuidados

paliativos domiciliares jaacute haviam apresentado UP anteriormente Segundo o autor a

incidecircncia de reaberturas pode ser explicada pelo fato de na uacuteltima etapa do processo

cicatricial haver a formaccedilatildeo do tecido de granulaccedilatildeo e posteriormente ocorrer a

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

8 REFEREcircNCIAS

ALVES N DEANA NF O accediluacutecar refinado no tratamento da infecccedilatildeo por

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

42

reepitelizaccedilatildeo com reorganizaccedilatildeo das fibras de colaacutegeno o que leva a pele a ganhar

maior resistecircncia no fim deste processo No entanto este fortalecimento epitelial

demanda meses e enquanto isso a regiatildeo permanece fina e com maior sensibilidade que

o normal e por consequecircnciaisso eleva a suscetibilidade do paciente ao surgimento de

novas feridas nos mesmos locais o que pode explicar a ocorrecircncia de reaberturas de

UPs

Neste sentido cabe ao enfermeiro a importante atribuiccedilatildeo de orientar

extensivamente o cuidador e a famiacutelia sobre os cuidados com a pele a fim de prevenir a

abertura eou reabertura de lesotildees como tambeacutem para evitar o agravamento das lesotildees jaacute

existentes visando ainda manter e melhorar a toleracircncia tecidual agrave compressatildeo Dessa

maneira eacute recomendada a inspeccedilatildeo sistemaacutetica da pele no miacutenimo uma vez ao dia com

especial atenccedilatildeo para as proeminecircncias oacutesseas Ressalta-se que se deve evitar massagear

as proeminecircncias oacutesseas com sinais de injuacuteria na pele jaacute que tal praacutetica pode provocar

lesotildees em vez de preveni-las Deve-se dar especial atenccedilatildeo aos pacientes com

incontinecircncia visto que tanto a composiccedilatildeo da urina como das fezes apresentam em

geral acidez devido ao pH urinaacuterio e agraves concentraccedilotildees dos aacutecidos biliares fatores que

podem irritar a pele (IRION 2012 BRASIL 2013a)

Aleacutem disso eacute essencial evitar tanto a umidade excessiva da pele como o

ressecamento da mesma Eacute importante orientar sobre o uso de agentes de limpeza

brandos que minimizam a irritaccedilatildeo e manteacutem a umidade adequada da pele A pele seca

deve ser tratada com agentes umectantes como p ex os emolientes com concentraccedilatildeo

elevada de oacuteleo e soacutelidos natildeo sendo muito efetivo o uso de loccedilotildees aquosas jaacute que os

umectantes adequados ajudam a reter o liacutequido na pele e ao mesmo tempo a protege da

umidade excessiva como incontinecircncia transpiraccedilatildeo ou secreccedilotildees das feridas No

entanto quando natildeo eacute possiacutevel controlar as fontes de umidade pode-se optar pelo uso de

fraldas absortivas nessas condiccedilotildees Outro cuidado que pode ser tomado eacute o

encaminhamento agrave fisioterapia visando quando possiacutevel a melhora da mobilidade e o

encaminhamento agrave nutricionista visando a melhora do quadro dieteacutetico do paciente

fator que influi tanto na prevenccedilatildeo como no tratamento das lesotildees (IRION 2012

BRASIL 2013a)

Ainda no que tange aos cuidados o enfermeiro deve orientar a famiacutelia e o

cuidador quanto aos materiais de proteccedilatildeo como p ex o uso de placas de hidrocoloide

peliacuteculas transparente compressas protetoras espuma protetora de calcacircneo etc

Ressaltam-se tambeacutem as orientaccedilotildees quanto agraves superfiacutecies de acomodaccedilatildeo uso de

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

43

almofadas e colchotildees de redistribuiccedilatildeo e aliacutevio de pressatildeo Outra preocupaccedilatildeo eacute quanto

aos esquemas de reposicionamento do paciente que deve ser um esquema

individualizado de acordo com o quadro cliacutenico de cada paciente e realizado pelo

cuidador a cada duas horas com mudanccedilas de decuacutebito que tradicionalmente se alternam

entre decuacutebito lateral esquerdo decuacutebito dorsal decuacutebito lateral direito e decuacutebito

ventral sendo esta uacuteltima a menos utilizada por conta da pressatildeo no osso frontal patela

e dorso do peacute As posiccedilotildees de decuacutebito lateral devem ser utilizadas com o paciente

girado em 30deg a fim de se evitar a compressatildeo direta sobre o trocanter maior

recomenda-se utilizar o auxiacutelio de travesseiros neste posicionamento No decuacutebito

dorsal pode-se utilizar o travesseiro sob as pernas a fim de deixar os calcacircneos

suspensos aliviando a pressatildeo nestes locais Entre outros inuacutemeros cuidados deve-se

estar atento ao cuidado com os lenccediloacuteis que devem estar secos limpos e esticados O

risco de cisalhamento pode ser diminuiacutedo utilizando a posiccedilatildeo semi-Fowler que evita

que o paciente deslize no leito aleacutem disso as orientaccedilotildees sobre as teacutecnicas de

transferecircncias e movimentaccedilatildeo do paciente no leito com o auxiacutelio do traccedilado ajudam a

reduzir o atrito na pele do paciente (LOURO et al 2007 IRION 2012 BRASIL

2013a)

Vale considerar que a maneira como o cuidador desempenha os cuidados e

aplica ou natildeo as orientaccedilotildees dadas pelo enfermeiro influenciamnas condiccedilotildees das

feridas de cada enfermo No entanto apesar dos cuidados criteriosos as UPs podem

apresentar piora do quadro caso as condiccedilotildees sistecircmicas do paciente sejam

desfavoraacuteveis conforme afirmam Queiroz et al (2014)

Referente ao ambiente em que surgiram as UPs Queiroz et al (2014) revelam

que quase 60 dos pacientes de seu estudo jaacute foram admitidos com presenccedila de UPs no

serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar e pouco mais de 40 desenvolveram as lesotildees no

decorrer do atendimento assistencial em domiciacutelio Os resultados da presente pesquisa

revelam que a maioria dos pacientes atendidos jaacute foram admitidos no serviccedilo domiciliar

de Ceilacircndia com presenccedila de lesotildees por pressatildeo e um pequeno percentual de pacientes

tiveram UPs que surgiram apoacutes a admissatildeo O mesmo autor explica que geralmente uma

parte consideraacutevel dos pacientes em cuidados paliativos recebe tardiamente o

encaminhamento para o serviccedilo domiciliar com isso muitos adentram nessa modalidade

de atenccedilatildeo jaacute apresentando a presenccedila de UPs Isso aleacutem de gerar sobrecarga do serviccedilo

pode ainda prejudicar o acompanhamento desses pacientes por exigirem visitas

perioacutedicas mais frequentes e que nem sempre eacute possiacutevel ser realizado pela equipe

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

44

Quanto agrave classificaccedilatildeo das UPs Santos et al (2013) identificam em sua pesquisa

que 90 das UPs foram classificadas como estaacutegio I e 10 como estaacutegio II ou mais

Fernandez e Casas (2012) relatam que 75 das lesotildees estudadas apresentavam-se em

graus superficiais como grau I ou grau II Jaacute nas UPs estudadas por Blanes et al (2004)

244 eram de estaacutegio I 385 em estaacutegio II 115 grau III e 128 grau IV

totalizando assim 872 das UPs em questatildeo dessa maneira subentende-se que as

demais 128 das UPs deste estudo natildeo foram possiacuteveis identificar o estadiamento A

partir da anaacutelise das 212 UPs estudadas nos 82 pacientes da Ceilacircndia nota-se que os

resultados obtidos aproximam-se mais daqueles encontrados por Blanes et al (2004)

evidenciando-se na presente pesquisa os resultados com as UPs grau II tambeacutem em

primeiro lugar seguidas das grau III e I

No que tange agraves localizaccedilotildees anatocircmicas afetadas a pesquisa na Ceilacircndia segue

o padratildeo encontrado na literatura que aponta as regiotildees sacral trocanteacutericas e calcacircneas

como as que apresentam maiores ocorrecircncias de desenvolvimento de UPs (BLANES et

al 2004LUZ et al 2010 FERNANDES et al 2012 QUEIROZ et al 2014)

Estes resultados relativos ao estadiamento e agraves localizaccedilotildees frequentes das UPs

implicam para o enfermeiro da Atenccedilatildeo Domiciliar e para o cuidador uma maior

necessidade de protocolar e aplicar medidas de prevenccedilatildeo como o uso de escalas de

avaliaccedilatildeo de risco para UPs mudanccedilas de decuacutebito de duas em duas horas proteccedilatildeo das

proeminecircncias oacutesseas identificaccedilatildeo precoce de lesotildees em estaacutegios iniciais e

conhecimento das coberturas para tratamento adequado das lesotildees conforme

treinamento e orientaccedilotildees do enfermeiro aos cuidadores

Sobre otempo de tratamento das UPs no contexto domiciliar tambeacutem natildeo foram

encontrados na literatura pesquisas que revelassem tal dado No entanto sabe-se que o

tempo de tratamento das lesotildees variade acordo com a extensatildeo e a gravidade da UP

entre outros inuacutemeros fatores jaacute mencionados neste trabalho No estudo de Costa et al

(2005) o tempo meacutedio de tratamento das UPs foi de quase trecircs meses Na internaccedilatildeo

domiciliar deste estudo a maior representatividade foi das UPs resolvidas em menos de

dois meses no entanto houve presenccedila de tratamentos de UPs que perduraram periacuteodos

entre trecircs meses e um ano Uma parcela das UPs tratadas no NRAD-CEI natildeo teve

tratamento concluiacutedo devido o oacutebito do paciente

Considerando-se as Portarias nordm 25272011 e nordm 15332012 que tratam da

organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Domiciliar no acircmbito do SUS e considerando tambeacutem o

tamanho populacional da cidade de Ceilacircndia-DF (402729 mil habitantes) segundo

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

45

dados do censo de 2010 do IBGE percebe-se que os requisitos miacutenimos para instalaccedilatildeo

do Serviccedilo de Atenccedilatildeo Domiciliar satildeo atendidos pelo NRAD-CEI jaacute que existe uma

populaccedilatildeo superior a 40 mil habitantes haacute a cobertura do SAMUe haacute o hospital de

referecircncia na aacuterea de abrangecircncia no caso o Hospital Regional de Ceilacircndia Ressalta-se

que a Portaria nordm 15332012 define que a primeira Equipe Multidisciplinar de Atenccedilatildeo

Domiciliar (EMAD) deve ser constituiacuteda para atender apenas um grupo populacional de

100 mil habitantes estabelecendo ainda que ao atingir a populaccedilatildeo de 150 mil

habitantes o municiacutepio poderaacute constituir uma segunda EMAD e apoacutes isso o municiacutepio

poderaacute constituir sucessivamente uma nova EMAD a cada 100 mil novos habitantes

As EMADs podem ainda solicitar a implantaccedilatildeo de Equipes Multidisciplinar de Apoio

(EMAPs) para dar suporte e complementar as accedilotildees de sauacutede na atenccedilatildeo domiciliarNo

entanto atualmente o NRAD-CEI conta apenas com uma EMAD e nenhuma EMAP

sendo assim para que seja oferecida uma melhor assistecircncia dentro desse nuacutecleo faz-se

necessaacuterio a formaccedilatildeo de no miacutenimo mais trecircs EMADs levando-se em conta o tamanho

populacional da referida cidade (BRASIL 2011 2012a IBGE 2010)

Possivelmente a sobrecarga da equipe do NRAD-CEI seja um dos fatores que

explique o baixo nuacutemero de visitas domiciliares realizada pela equipe de enfermagem e

pelos outros profissionais a partir do que foi evidenciado nos resultados da presente

pesquisa Deve-se levar em conta ainda que a equipe do NRAD-CEI possui dificuldade

em conseguir transporte da SES-DF e motorista para o deslocamento da equipe ateacute os

domiciacutelios Notou-se durante as vivecircncias com a equipe que muitas vezes os

profissionais se deslocavam com os proacuteprios veiacuteculos para realizar as visitas devido agraves

dificuldades encontradas com a liberaccedilatildeo do transporte da SES-DF que natildeo era de uso

exclusivo do NRAD-CEI mas servia tambeacutem as demandas dos Centros de Sauacutede da

referida cidade e portanto nem sempre se encontrava disponiacutevel para a realizaccedilatildeo da

visitas domiciliares

Apesar dessas dificuldades percebeu-se que a equipe de enfermagem foi a que

mais realizou visitas domiciliares fator que corrobora com o estudo de Maroldi et al

(2012) que demonstrou em sua pesquisa que mais de 60 das visitas domiciliares eram

realizadas pela equipe de enfermagem do Serviccedilo de Internaccedilatildeo Domiciliar de um

hospital no interior do estado de Satildeo Paulo

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

7 CONCLUSAtildeO

O perfil dos pacientes com UPs na Atenccedilatildeo Domiciliar eacute predominantemente de

homens idosos acamados com diagnoacutestico neuroloacutegico eou oncoloacutegico portadores de

HAS e DM vinculados ao PID com tempo meacutedio de internaccedilatildeo de um ano e com

presenccedila predominante de uma a trecircs lesotildees por pressatildeo em regiotildees sacral trocanteacuterica e

calcacircnea em graus variados com maioria de grau II sendo quase 90 da UPs

adquiridas no ambiente hospitalar antes da admissatildeo na internaccedilatildeo domiciliar de

Ceilacircndia O serviccedilo de atendimento domiciliar foi resolutivo no fechamento ou

melhora de quase 60 dos pacientes com UPs tendo a meacutedia de 221 visitas da equipe

de enfermagem a cada paciente por mecircs aleacutem do acompanhamento telefocircnico

Notou-se tambeacutem que o paciente domiciliar possui caracteriacutesticas diferenciadas

quando comparadas as comumente encontradas no paciente hospitalar visto que na

atenccedilatildeo domiciliar os usuaacuterios geralmente estatildeo em cuidados paliativos possuem

quadro cliacutenico estaacutevel e natildeo necessitam de procedimentos invasivos

O aparecimento de UPs esteve relacionado com a condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e

com sua capacidade funcional comprometida aleacutem disso ressalta-se que o

aparecimento de UPs eacute um indicador negativo da qualidade da assistecircncia de uma

instituiccedilatildeo de sauacutede mesmo em atendimentos domiciliares

Sendo assim os profissionais de sauacutede devem embasar seus conhecimentos e

habilidades a fim de obterem sucesso na prevenccedilatildeo e no tratamento de feridas

reduzindo-se assim os indicadores negativos e aumentando a qualidade da assistecircncia

prestada

O trabalho em equipe neste espaccedilo do cuidado eacute um dos fatores essenciais para a

adequada intervenccedilatildeo terapecircutica e boa evoluccedilatildeo cliacutenica do enfermo No entanto

destaca-se dentro deste contexto o protagonismo do profissional enfermeiro no que

tange ao tratamento e prevenccedilatildeo de UPs e na inserccedilatildeo eficaz do cuidador e da famiacutelia no

cuidado a partir da educaccedilatildeo em sauacutede

Evidencia-se ainda a necessidade de implantar uma escala sistematizada de

identificaccedilatildeo de pacientes em riscos de desenvolvimento de UPs e outro instrumento

padronizado de avaliaccedilatildeo e acompanhamento da evoluccedilatildeo das feridas para aqueles

pacientes que jaacute se encontram com lesotildees por pressatildeo

Diante do exposto eacute fundamental tambeacutem que os profissionais de sauacutede

envolvidos em especial o enfermeiro atue na prevenccedilatildeo ena educaccedilatildeo em sauacutede como

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

47

por exemplo na escolha da cobertura adequada a fim de promover a qualidade de vida

dos pacientes propiciando a cicatrizaccedilatildeo da ferida e impedindo a abertura de novas

uacutelceras e a reincidecircncia das jaacute anteriormente cicatrizadas aleacutem de otimizar a reduccedilatildeo na

demanda de recursos materiais adquiridos pela famiacutelia ou pela instituiccedilatildeo e gerenciados

pelo enfermeiro

Enfatiza-se que foi encontrado reduzido nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas no que

tange a temaacutetica sobre a ocorrecircncia de uacutelceras por pressatildeo especificamente na atenccedilatildeo

domiciliar o que entre outros motivos tornou justificaacutevel a realizaccedilatildeo do presente

estudo que poderaacuteapoiaros enfermeiros na praacutetica profissional durante a tomada de

decisotildees conforme o cuidado baseado em evidecircncias aleacutem depoder contribuir para o

ensino e para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea por meio das reflexotildees e

dos resultados encontrados neste estudo

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

8 REFEREcircNCIAS

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

49

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55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

50

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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva Departamento de Apoio agrave

Descentralizaccedilatildeo Coordenaccedilatildeo-Geral de Apoio agrave Gestatildeo Descentralizada Diretrizes

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imperativo da consolidaccedilatildeo da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Brasiacutelia Organizaccedilatildeo

Pan-Americana da Sauacutede 2012 Disponiacutevel em lthttpapsredesorgsite2012wp-

contentuploadsdownloads201204RedesdeAtencaocondicoescronicaspdfgt Acesso

em julho de 2014

MORO A et al Avaliaccedilatildeo dos pacientes portadores de lesatildeo por pressatildeo internados em

hospital geral Rev Assoc Med Bras v 53 n 4 p 300-304 2007 Disponiacutevel em

lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-42302007000400013gt

Acesso em agosto de 2014

QUEIROZ ACCM et al Uacutelceras por pressatildeo em pacientes em cuidados paliativos

domiciliares prevalecircncia e caracteriacutesticas Rev esc enferm USP Satildeo Paulo v 48 n

2 abr 2014 Disponiacutevel em

54

lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0080-

62342014000200264amplng=enampnrm=isogt Acesso em outubro de 2014

ROGENSKI N M B SANTOS VLCG Estudo sobre a incidecircncia de uacutelceras por

pressatildeo em um hospital universitaacuterio Rev Latino-Am Enfermagem v13 n4 p

474-480 2005Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrlaev13n4v13n4a03pdfgt

Acesso em outubro de 2014

SANTOS CT et al Indicador de qualidade assistencial uacutelcera por pressatildeo anaacutelise de

prontuaacuterio e de notificaccedilatildeo de incidente Rev Gauacutecha Enferm Porto Alegre v

34 n 1 mar 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1983-

14472013000100014amplng=enampnrm=isogt Acesso em outubro de 2014

SILVA KL et al Internaccedilatildeo Domiciliar no Sistema Uacutenico de Sauacutede Rev Sauacutede

Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 3 p391-397 2005 Disponiacutevel em

lthttpwwwscielobrpdfrspv39n324792pdfgt Acesso em novembro de 2013

SILVIA DP et al Uacutelcera por pressatildeo avaliaccedilatildeo de fatores de risco em pacientes

internados em um hospital universitaacuterio Rev Eletr Enf v 13 n 1 p 118-23

janmar 2011 Disponiacutevel em

lthttpwwwfenufgbrrevistav13n1pdfv13n1a13pdfgt Acesso em setembro de

2014

SOARES D AS et al Anaacutelise da incidecircncia de uacutelcera de pressatildeo no Hospital

Metropolitano de Urgecircncia e Emergecircncia em Ananindeua PA Rev Bras Cir Plaacutest

Satildeo Paulo v 26 n 4 Dec 2011 Disponiacutevel em

lthttpwwwscielobrscielophppid=S1983-51752011000400007ampscript=sci_arttextgt

Acesso em junho de 2014

STUDART RMB et al Tecnologia de enfermagem na prevenccedilatildeo da uacutelcera por

pressatildeo em pessoas com lesatildeo medular Rev bras enferm v 64 n 3 p 494-500

2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrebenv64n3v64n3a13gt Acesso em

setembro de 2013

55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

51

lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0103-21002010000100005gt

Acesso em julho de 2014

COEcircLHO ADA et al O idoso e a uacutelcera por pressatildeo em serviccedilo de atendimento

domiciliar Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste v 13 n 3 p 639-49

2012 Disponiacutevel em

lthttpwwwrevistareneufcbrrevistaindexphprevistaarticleview731gt Acesso em

julho de 2014

COSTA MPet al Epidemiologia e tratamento das uacutelceras de pressatildeo experiecircncia de

77 casos Acta ortop bras Satildeo Paulo v13 n3 2005 Disponiacutevel em

lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-

78522005000300005amplng=enampnrm=isogt Acesso em outubro de 2014

EPUAPEuropean Pressure Ulcer Advisory PanelDiretrizes para a Prevenccedilatildeo de

Uacutelceras de Pressatildeo Conference 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwepuaporggt

Acesso em outubro de 2013

FABRIacuteCIO SCC et al Assistecircncia domiciliar a experiecircncia de um hospital do

interior paulista Rev Latino-Am Enfermagem v 12 n 5 p721-6 2004

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophppid=S0104-

11692004000500004ampscript=sci_arttextgt Acesso em julho de 2014

FERNANDES MGM et al Risco para uacutelcera por pressatildeo em idosos hospitalizados

aplicaccedilatildeo da escala de Waterlow Rev enferm UERJ v 20 n 1 p 56-60 janmar

2012 Disponiacutevel em lthttpwwwe-

publicacoesuerjbrindexphpenfermagemuerjarticleview3977gt Acesso em julho de

2014

FERNANDEZ OS CASAS S B Caracterizacioacuten de salud dependencia inmovilidad

y riesgo de uacutelceras por presioacuten de enfermos ingresados al programa de atencioacuten

domiciliaria Cienc enferm Concepcioacuten v 18 n 3 2012 Disponiacutevel em

lthttpwwwscieloclscielophpscript=sci_arttextamppid=S0717-

95532012000300007amplng=esampnrm=isogt Acesso em novembro de 2014

52

GARGANO F et al Internaccedilatildeo domiciliaacuteria uma experiecircncia no sul do Brasil Revista

AMRIGS v 48 n 2 p 90-94 2004 Disponiacutevel em

lthttpwwwamrigscombrrevista48-02ao2004pdfgt Acesso em julho de 2014

GOMES I et al A atenccedilatildeo domiciliar agrave sauacutede e seu estado da arte estudo

bibliograacutefico Online Brazilian Journal of Nursing Niteroacutei (RJ) v 7 n3 Out 2008

Disponiacutevel em lthttpwwwobjnursinguffbrindexphpnursingarticleviewj1676-

428520081781411gt Acesso em outubro de 2014

HANS M BITENCOURT JVOV PINHEIRO F Fatores de risco adicionais agrave

Escala de Braden um risco para uacutelceras de pressatildeo Enfermagem em Foco v 2 n 4

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IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo

Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwcenso2010ibgegovbrgt Acesso em

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IRION GL Feridas novas abordagens manejo cliacutenico e atlas em cores [revisatildeo

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LACERDA M et alPadrotildees do conhecimento de enfermagem e sua interface ao

atendimento domiciliar agrave sauacutede Online Brazilian Journal of Nursing Niteroacutei (RJ) v

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LUCENA AF et al Perfil cliacutenico e diagnoacutesticos de enfermagem de pacientes em

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53

lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-

11692011000300011amplng=enampnrm=isogt Acesso em 16 de outubro de 2014

LUZ SR et al Uacutelceras de Pressatildeo Geriatria amp Gerontologia v 4 n 1 p 36-43

2010Disponiacutevel em lthttpwwwsbggorgbrprofissionaisarquivorevistavolume4-

numero1artigo06pdfgt Acesso em julho de 2014

MAROLDI MAC et al Internaccedilatildeo domiciliar caracterizaccedilatildeo de usuaacuterios e

cuidadores CuidArte Enferm v 6 n 1 p24-29 jan-jun 2012 Disponiacutevel em

lthttpfundacaopadrealbinoorgbrfacfipanerpdfCuidArte20Enfermagem20v20

620n20120jan20jun202012pdfgtAcesso em setembro de 2014

MARTELLI DRB et al Internaccedilatildeo domiciliar o perfil dos pacientes assistidos pelo

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lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0103-

73312011000100009amplng=enampnrm=isogt Acesso em outubro de 2014

MENDES EV As redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede Brasiacutelia Organizaccedilatildeo Pan-Americana

da Sauacutede 2011 Disponiacutevel em

lthttpwwwconassorgbrpdfRedes_de_Atencaopdfgt Acesso em julho de 2014

MENDES EV O cuidado das condiccedilotildees crocircnicas na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede o

imperativo da consolidaccedilatildeo da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Brasiacutelia Organizaccedilatildeo

Pan-Americana da Sauacutede 2012 Disponiacutevel em lthttpapsredesorgsite2012wp-

contentuploadsdownloads201204RedesdeAtencaocondicoescronicaspdfgt Acesso

em julho de 2014

MORO A et al Avaliaccedilatildeo dos pacientes portadores de lesatildeo por pressatildeo internados em

hospital geral Rev Assoc Med Bras v 53 n 4 p 300-304 2007 Disponiacutevel em

lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-42302007000400013gt

Acesso em agosto de 2014

QUEIROZ ACCM et al Uacutelceras por pressatildeo em pacientes em cuidados paliativos

domiciliares prevalecircncia e caracteriacutesticas Rev esc enferm USP Satildeo Paulo v 48 n

2 abr 2014 Disponiacutevel em

54

lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0080-

62342014000200264amplng=enampnrm=isogt Acesso em outubro de 2014

ROGENSKI N M B SANTOS VLCG Estudo sobre a incidecircncia de uacutelceras por

pressatildeo em um hospital universitaacuterio Rev Latino-Am Enfermagem v13 n4 p

474-480 2005Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrlaev13n4v13n4a03pdfgt

Acesso em outubro de 2014

SANTOS CT et al Indicador de qualidade assistencial uacutelcera por pressatildeo anaacutelise de

prontuaacuterio e de notificaccedilatildeo de incidente Rev Gauacutecha Enferm Porto Alegre v

34 n 1 mar 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1983-

14472013000100014amplng=enampnrm=isogt Acesso em outubro de 2014

SILVA KL et al Internaccedilatildeo Domiciliar no Sistema Uacutenico de Sauacutede Rev Sauacutede

Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 3 p391-397 2005 Disponiacutevel em

lthttpwwwscielobrpdfrspv39n324792pdfgt Acesso em novembro de 2013

SILVIA DP et al Uacutelcera por pressatildeo avaliaccedilatildeo de fatores de risco em pacientes

internados em um hospital universitaacuterio Rev Eletr Enf v 13 n 1 p 118-23

janmar 2011 Disponiacutevel em

lthttpwwwfenufgbrrevistav13n1pdfv13n1a13pdfgt Acesso em setembro de

2014

SOARES D AS et al Anaacutelise da incidecircncia de uacutelcera de pressatildeo no Hospital

Metropolitano de Urgecircncia e Emergecircncia em Ananindeua PA Rev Bras Cir Plaacutest

Satildeo Paulo v 26 n 4 Dec 2011 Disponiacutevel em

lthttpwwwscielobrscielophppid=S1983-51752011000400007ampscript=sci_arttextgt

Acesso em junho de 2014

STUDART RMB et al Tecnologia de enfermagem na prevenccedilatildeo da uacutelcera por

pressatildeo em pessoas com lesatildeo medular Rev bras enferm v 64 n 3 p 494-500

2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrebenv64n3v64n3a13gt Acesso em

setembro de 2013

55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

52

GARGANO F et al Internaccedilatildeo domiciliaacuteria uma experiecircncia no sul do Brasil Revista

AMRIGS v 48 n 2 p 90-94 2004 Disponiacutevel em

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HANS M BITENCOURT JVOV PINHEIRO F Fatores de risco adicionais agrave

Escala de Braden um risco para uacutelceras de pressatildeo Enfermagem em Foco v 2 n 4

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IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo

Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwcenso2010ibgegovbrgt Acesso em

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teacutecnica Maria de Faacutetima Azevedo traduccedilatildeo Roxane Gomes dos Santos Jacobson e

Eduardo Ferreira de Figuereido] Rio de Janeiro Guanabara Koogan cap 3 e 7 2012

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19 n 3 jun 2011 Disponiacutevel em

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lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-

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LUZ SR et al Uacutelceras de Pressatildeo Geriatria amp Gerontologia v 4 n 1 p 36-43

2010Disponiacutevel em lthttpwwwsbggorgbrprofissionaisarquivorevistavolume4-

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MAROLDI MAC et al Internaccedilatildeo domiciliar caracterizaccedilatildeo de usuaacuterios e

cuidadores CuidArte Enferm v 6 n 1 p24-29 jan-jun 2012 Disponiacutevel em

lthttpfundacaopadrealbinoorgbrfacfipanerpdfCuidArte20Enfermagem20v20

620n20120jan20jun202012pdfgtAcesso em setembro de 2014

MARTELLI DRB et al Internaccedilatildeo domiciliar o perfil dos pacientes assistidos pelo

Programa HU em Casa Physis Revista de Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v21

n1 2011 Disponiacutevel em

lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0103-

73312011000100009amplng=enampnrm=isogt Acesso em outubro de 2014

MENDES EV As redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede Brasiacutelia Organizaccedilatildeo Pan-Americana

da Sauacutede 2011 Disponiacutevel em

lthttpwwwconassorgbrpdfRedes_de_Atencaopdfgt Acesso em julho de 2014

MENDES EV O cuidado das condiccedilotildees crocircnicas na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede o

imperativo da consolidaccedilatildeo da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Brasiacutelia Organizaccedilatildeo

Pan-Americana da Sauacutede 2012 Disponiacutevel em lthttpapsredesorgsite2012wp-

contentuploadsdownloads201204RedesdeAtencaocondicoescronicaspdfgt Acesso

em julho de 2014

MORO A et al Avaliaccedilatildeo dos pacientes portadores de lesatildeo por pressatildeo internados em

hospital geral Rev Assoc Med Bras v 53 n 4 p 300-304 2007 Disponiacutevel em

lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-42302007000400013gt

Acesso em agosto de 2014

QUEIROZ ACCM et al Uacutelceras por pressatildeo em pacientes em cuidados paliativos

domiciliares prevalecircncia e caracteriacutesticas Rev esc enferm USP Satildeo Paulo v 48 n

2 abr 2014 Disponiacutevel em

54

lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0080-

62342014000200264amplng=enampnrm=isogt Acesso em outubro de 2014

ROGENSKI N M B SANTOS VLCG Estudo sobre a incidecircncia de uacutelceras por

pressatildeo em um hospital universitaacuterio Rev Latino-Am Enfermagem v13 n4 p

474-480 2005Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrlaev13n4v13n4a03pdfgt

Acesso em outubro de 2014

SANTOS CT et al Indicador de qualidade assistencial uacutelcera por pressatildeo anaacutelise de

prontuaacuterio e de notificaccedilatildeo de incidente Rev Gauacutecha Enferm Porto Alegre v

34 n 1 mar 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1983-

14472013000100014amplng=enampnrm=isogt Acesso em outubro de 2014

SILVA KL et al Internaccedilatildeo Domiciliar no Sistema Uacutenico de Sauacutede Rev Sauacutede

Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 3 p391-397 2005 Disponiacutevel em

lthttpwwwscielobrpdfrspv39n324792pdfgt Acesso em novembro de 2013

SILVIA DP et al Uacutelcera por pressatildeo avaliaccedilatildeo de fatores de risco em pacientes

internados em um hospital universitaacuterio Rev Eletr Enf v 13 n 1 p 118-23

janmar 2011 Disponiacutevel em

lthttpwwwfenufgbrrevistav13n1pdfv13n1a13pdfgt Acesso em setembro de

2014

SOARES D AS et al Anaacutelise da incidecircncia de uacutelcera de pressatildeo no Hospital

Metropolitano de Urgecircncia e Emergecircncia em Ananindeua PA Rev Bras Cir Plaacutest

Satildeo Paulo v 26 n 4 Dec 2011 Disponiacutevel em

lthttpwwwscielobrscielophppid=S1983-51752011000400007ampscript=sci_arttextgt

Acesso em junho de 2014

STUDART RMB et al Tecnologia de enfermagem na prevenccedilatildeo da uacutelcera por

pressatildeo em pessoas com lesatildeo medular Rev bras enferm v 64 n 3 p 494-500

2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrebenv64n3v64n3a13gt Acesso em

setembro de 2013

55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

53

lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-

11692011000300011amplng=enampnrm=isogt Acesso em 16 de outubro de 2014

LUZ SR et al Uacutelceras de Pressatildeo Geriatria amp Gerontologia v 4 n 1 p 36-43

2010Disponiacutevel em lthttpwwwsbggorgbrprofissionaisarquivorevistavolume4-

numero1artigo06pdfgt Acesso em julho de 2014

MAROLDI MAC et al Internaccedilatildeo domiciliar caracterizaccedilatildeo de usuaacuterios e

cuidadores CuidArte Enferm v 6 n 1 p24-29 jan-jun 2012 Disponiacutevel em

lthttpfundacaopadrealbinoorgbrfacfipanerpdfCuidArte20Enfermagem20v20

620n20120jan20jun202012pdfgtAcesso em setembro de 2014

MARTELLI DRB et al Internaccedilatildeo domiciliar o perfil dos pacientes assistidos pelo

Programa HU em Casa Physis Revista de Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v21

n1 2011 Disponiacutevel em

lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0103-

73312011000100009amplng=enampnrm=isogt Acesso em outubro de 2014

MENDES EV As redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede Brasiacutelia Organizaccedilatildeo Pan-Americana

da Sauacutede 2011 Disponiacutevel em

lthttpwwwconassorgbrpdfRedes_de_Atencaopdfgt Acesso em julho de 2014

MENDES EV O cuidado das condiccedilotildees crocircnicas na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede o

imperativo da consolidaccedilatildeo da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Brasiacutelia Organizaccedilatildeo

Pan-Americana da Sauacutede 2012 Disponiacutevel em lthttpapsredesorgsite2012wp-

contentuploadsdownloads201204RedesdeAtencaocondicoescronicaspdfgt Acesso

em julho de 2014

MORO A et al Avaliaccedilatildeo dos pacientes portadores de lesatildeo por pressatildeo internados em

hospital geral Rev Assoc Med Bras v 53 n 4 p 300-304 2007 Disponiacutevel em

lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-42302007000400013gt

Acesso em agosto de 2014

QUEIROZ ACCM et al Uacutelceras por pressatildeo em pacientes em cuidados paliativos

domiciliares prevalecircncia e caracteriacutesticas Rev esc enferm USP Satildeo Paulo v 48 n

2 abr 2014 Disponiacutevel em

54

lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0080-

62342014000200264amplng=enampnrm=isogt Acesso em outubro de 2014

ROGENSKI N M B SANTOS VLCG Estudo sobre a incidecircncia de uacutelceras por

pressatildeo em um hospital universitaacuterio Rev Latino-Am Enfermagem v13 n4 p

474-480 2005Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrlaev13n4v13n4a03pdfgt

Acesso em outubro de 2014

SANTOS CT et al Indicador de qualidade assistencial uacutelcera por pressatildeo anaacutelise de

prontuaacuterio e de notificaccedilatildeo de incidente Rev Gauacutecha Enferm Porto Alegre v

34 n 1 mar 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1983-

14472013000100014amplng=enampnrm=isogt Acesso em outubro de 2014

SILVA KL et al Internaccedilatildeo Domiciliar no Sistema Uacutenico de Sauacutede Rev Sauacutede

Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 3 p391-397 2005 Disponiacutevel em

lthttpwwwscielobrpdfrspv39n324792pdfgt Acesso em novembro de 2013

SILVIA DP et al Uacutelcera por pressatildeo avaliaccedilatildeo de fatores de risco em pacientes

internados em um hospital universitaacuterio Rev Eletr Enf v 13 n 1 p 118-23

janmar 2011 Disponiacutevel em

lthttpwwwfenufgbrrevistav13n1pdfv13n1a13pdfgt Acesso em setembro de

2014

SOARES D AS et al Anaacutelise da incidecircncia de uacutelcera de pressatildeo no Hospital

Metropolitano de Urgecircncia e Emergecircncia em Ananindeua PA Rev Bras Cir Plaacutest

Satildeo Paulo v 26 n 4 Dec 2011 Disponiacutevel em

lthttpwwwscielobrscielophppid=S1983-51752011000400007ampscript=sci_arttextgt

Acesso em junho de 2014

STUDART RMB et al Tecnologia de enfermagem na prevenccedilatildeo da uacutelcera por

pressatildeo em pessoas com lesatildeo medular Rev bras enferm v 64 n 3 p 494-500

2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrebenv64n3v64n3a13gt Acesso em

setembro de 2013

55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

54

lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0080-

62342014000200264amplng=enampnrm=isogt Acesso em outubro de 2014

ROGENSKI N M B SANTOS VLCG Estudo sobre a incidecircncia de uacutelceras por

pressatildeo em um hospital universitaacuterio Rev Latino-Am Enfermagem v13 n4 p

474-480 2005Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrlaev13n4v13n4a03pdfgt

Acesso em outubro de 2014

SANTOS CT et al Indicador de qualidade assistencial uacutelcera por pressatildeo anaacutelise de

prontuaacuterio e de notificaccedilatildeo de incidente Rev Gauacutecha Enferm Porto Alegre v

34 n 1 mar 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1983-

14472013000100014amplng=enampnrm=isogt Acesso em outubro de 2014

SILVA KL et al Internaccedilatildeo Domiciliar no Sistema Uacutenico de Sauacutede Rev Sauacutede

Puacuteblica Satildeo Paulo v 39 n 3 p391-397 2005 Disponiacutevel em

lthttpwwwscielobrpdfrspv39n324792pdfgt Acesso em novembro de 2013

SILVIA DP et al Uacutelcera por pressatildeo avaliaccedilatildeo de fatores de risco em pacientes

internados em um hospital universitaacuterio Rev Eletr Enf v 13 n 1 p 118-23

janmar 2011 Disponiacutevel em

lthttpwwwfenufgbrrevistav13n1pdfv13n1a13pdfgt Acesso em setembro de

2014

SOARES D AS et al Anaacutelise da incidecircncia de uacutelcera de pressatildeo no Hospital

Metropolitano de Urgecircncia e Emergecircncia em Ananindeua PA Rev Bras Cir Plaacutest

Satildeo Paulo v 26 n 4 Dec 2011 Disponiacutevel em

lthttpwwwscielobrscielophppid=S1983-51752011000400007ampscript=sci_arttextgt

Acesso em junho de 2014

STUDART RMB et al Tecnologia de enfermagem na prevenccedilatildeo da uacutelcera por

pressatildeo em pessoas com lesatildeo medular Rev bras enferm v 64 n 3 p 494-500

2011 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrebenv64n3v64n3a13gt Acesso em

setembro de 2013

55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

55

ANEXO A ndash Autorizaccedilatildeo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

56

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

57

APEcircNDICE A ndash Termo de consentimento da chefia da equipe do NRAD-CEI

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu Lucas Lobato de Souza responsaacutevel pela pesquisa ldquoUacutelceras por pressatildeo em

pacientes da Atenccedilatildeo Domiciliarrdquo sob supervisatildeo do Prof Dr Emerson Fachin Martins

solicito autorizaccedilatildeo da chefia do NRAD Ceilacircndia para utilizaccedilatildeo de dados referentes

aos pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo coletados no periacuteodo de estaacutegio em

projeto de extensatildeo pela Universidade de Brasiacutelia

Estes dados seratildeo utilizados para elaboraccedilatildeo de trabalho de conclusatildeo de curso

em enfermagem da Universidade de Brasiacutelia e pretende revelar o perfil dos pacientes

com uacutelceras de pressatildeo na atenccedilatildeo domiciliar assistidos pelo Nuacutecleo Regional de

Atenccedilatildeo Domiciliar de Ceilacircndia - DF A realizaccedilatildeo desta pesquisa eacute relevante pelos

seguintes motivos

Pacientes tanto da atenccedilatildeo hospitalar como domiciliar acometidos por morbidades

que levam agrave imobilidade fiacutesica ou agrave restriccedilatildeo no leito associado a fatores como

idade avanccedilada desnutriccedilatildeo hidrataccedilatildeo inadequada umidade excessiva da pele

quadro de sauacutede deficiente anemia possiacuteveis edemas por exemplo estatildeo

suscetiacuteveis ao aparecimento de uacutelceras de pressatildeo

O aparecimento de uacutelceras de pressatildeo eacute um problema tanto para a qualidade de vida

do paciente como do cuidador e da famiacutelia que muitas vezes natildeo estatildeo preparados

psicologicamente e tecnicamente para lidar com o curativo da ferida realizada em

acircmbito domiciliar

Aleacutem disso a realizaccedilatildeo de curativos demanda insumos materiais provindos de

recursos nem sempre disponiacuteveis da instituiccedilatildeo de sauacutede ou da proacutepria famiacutelia do

paciente

A OMS considera a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo como um indicador negativo

de sauacutede

Algumas pesquisas apontam a ocorrecircncia de uacutelceras de pressatildeo com iacutendices

superiores a 17 em grupos de pacientes da atenccedilatildeo domiciliar (BENDO et al

2005 CHAYAMITI CALIRI 2010)

Existem poucos estudos cientiacuteficos que abordam a frequecircncia de uacutelceras de pressatildeo

especificamente na atenccedilatildeo domiciliar

O estudo eacute uma pesquisa retrospectiva descritiva transversal de abordagem

quantitativa desenvolvida a partir de levantamento de dados em prontuaacuterios de pacientes

acometidos por uacutelceras de pressatildeo assistidos pelo Nuacutecleo Regional de Atenccedilatildeo

Domiciliar de Ceilacircndia (NRAD-CEI) no Distrito Federal no periacuteodo de 2009 a 2012

Este estudo eacute parte integrante do Projeto de Extensatildeo de Accedilatildeo Continuada ldquoMelhor em

Casardquo e do Projeto de Pesquisa intitulado ldquoLimites e possibilidades do programa de

internaccedilatildeo domiciliar desocupar leitos hospitalares ocupados por portadores de doenccedilas

crocircnico-degenerativasrdquo da Universidade de Brasiacutelia - Faculdade de Ceilacircndia e foi

autorizado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Secretaria de Sauacutede do Governo do

Distrito Federal mediante o parecer de nuacutemero 04462011 respeitando os princiacutepios da

Resoluccedilatildeo nordm 19696 no que se refere a pesquisas com seres humanos A anaacutelise de

dados se daraacute a partir do levantamento de dados consultados em prontuaacuterios dos

pacientes apoacutes realizada tabulaccedilatildeo e consistiraacute na correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis

descritas nos objetivos especiacuteficos buscando-se traccedilar um perfil dos pacientes em

questatildeo

Eacute possiacutevel que aconteccedilam os seguintes desconfortos ou riscos (desconfortos e

riscos previsiacuteveis) Entre os benefiacutecios do presente estudo estaacute o levantamento de

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

58

informaccedilotildees que posteriormente poderatildeo subsidiar o desenvolvimento de estrateacutegias nos

cuidados multiprofissionais baseado em evidecircncias e especificamente de enfermagem

para pacientes acometidos por uacutelceras de pressatildeo no ambiente domiciliar aleacutem de servir

como base para o desenvolvimento de novas pesquisas nesta aacuterea

A autorizaccedilatildeo deste estudo eacute voluntaacuteria e vocecirc possuiraacute o direito de desautorizar

a utilizaccedilatildeo dos dados qualquer momento da realizaccedilatildeo da pesquisa sem prejuiacutezos ou

retaliaccedilotildees Durante todo o periacuteodo da pesquisa vocecirc tem o direito de tirar qualquer

duacutevida ou pedir qualquer outro esclarecimento bastando para isso entrar em contato

com algum dos pesquisadores ou com o Conselho de Eacutetica em Pesquisa

As informaccedilotildees desta pesquisa seratildeo confidenciais e seratildeo divulgadas apenas

em eventos ou publicaccedilotildees cientiacuteficas natildeo havendo identificaccedilatildeo dos pacientes a natildeo

ser entre os responsaacuteveis pelo estudo sendo assegurado o sigilo dos dados

Autorizaccedilatildeo

Eu ______________________________________ responsaacutevel pela chefia do NRAD

apoacutes a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador

responsaacutevel para esclarecer todas as minhas duacutevidas acredito estar suficientemente

informado ficando claro para mim que minha autorizaccedilatildeo eacute voluntaacuteria e que posso

retirar este consentimento a qualquer momento sem penalidades Estou ciente tambeacutem

dos objetivos da pesquisa dos procedimentos dos possiacuteveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejarDiante do exposto expresso minha concordacircncia de espontacircnea vontade em

autorizar a utilizaccedilatildeo de dados dos prontuaacuterios de NRAD- Ceilacircndia neste estudo

Assinatura __________________________________________

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e

Esclarecido para a realizaccedilatildeo deste estudo

Assinatura do responsaacutevel pela obtenccedilatildeo do TCLE

_______________________________

59

APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____

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APENDICE B Formulaacuterio de Coleta de Dados

1 Nome _______________________________

2 Faixa etaacuteria ( ) lt40 ( ) 40-49 ( ) 50-59 ( ) 60-69 ( ) 70-79 ( ) 80-89 ( ) 90-99

( )gt99

3 Sexo ( )Masc ( )Fem

4 Modalidade de internaccedilatildeo ( ) PID ( ) POD

5 Diagnoacutestico principal ___________________________

6 Tempo de Internaccedilatildeo (meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

7 Situaccedilatildeo atual ( )Internado ( )Alta ( )Oacutebito

8 Foi admitido com uacutelceras ( )Sim ( )Natildeo

9 Se sim quantas uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )mais de 6

10 Qual o grau das uacutelceras( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )natildeo identificado

11 Qual a localizaccedilatildeo das uacutelceras ( )Sacral ( )Calcacircneo ( )Calcacircneo bilateral

( )Maleolar ( )Maleolar bilateral ( )Trocanteacuterica ( )Trocanteacuterica bilateral

( )Escapular ( )Isquiaacutetica ( )Haacutelux ( )Orelha ( )Cotovelo ( )CostasDorsal

( )Hemitoacuterax ( )Outra localizaccedilatildeo

12 Alguma uacutelcera apresentou infecccedilatildeo ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

13 Alguma uacutelcera resolvida apresentou reabertura ( )Natildeo ( )Sim quantas ______

14 Quantidade de uacutelceras resolvidas _____

15 Tempo de resoluccedilatildeo(em meses) ( )lt2 ( )2-4 ( )4-6 ( )6-8 ( )8-10 ( )10-12

( )12-14 ( )14-16 ( )16-18 ( )18-20 ( )20-22 ( )22-24 ( )gt24

16 Quantidade de uacutelceras natildeo resolvidas _____

Motivo ( )Oacutebito do paciente ( )Alta do paciente ( )Tratamento em andamento

paciente segue internado

17 Quantidade de visitas domiciliares do enfermeiro _____