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Um ano de trabalho! Foram 365 dias de empenho e realizações (pgs. 6, 7 e 8) Sociedade Brasileira de Pediatria N o 5 Ano I Abril - Maio / 99 Pediatras e obstetras se unem contra a mortalidade perinatal 11 NOTÍCIAS Sucesso no I Fórum de Defesa Profissional 5 Sociedade propõe sanção aos cartórios que cobram por registros de nascimento 9 Hospital pioneiro é referência em Porto Alegre 4 Especialistas falam das vacinas contra a gripe e a meningite 3 Foto: Michael Hart / Keystone

Um ano de trabalho! · 2017-04-21 · gem à prevenção de drogas, exames ... de deverão ter um pediatra no pronto atendimento. Arnaldo Donato Marcon é pediatra em Florianópolis

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Um ano detrabalho!

Foram 365 diasde empenho e

realizações(pgs. 6, 7 e 8)

Sociedade Brasileira de Pediatria No 5 Ano I Abril - Maio / 99

Pediatras e obstetrasse unem contra amortalidadeperinatal

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N O T Í C I A S

Sucesso no I Fórumde DefesaProfissional

5Sociedade propõesanção aos cartóriosque cobram porregistros denascimento

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Hospital pioneiro éreferência em PortoAlegre

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Especialistas falamdas vacinas contra agripe e a meningite

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difícil, numa edi-ção de balanço,falarmos de tudoo que tem sidofeito na SBP. Afi-

nal, são Diretorias, Grupos de Traba-

consolidaçãodos Departa-

mentos Científi-cos (DCs) pelaatual Diretoriatornou impres-cindível sua par-ticipação emgrande parte das

ações da SBP. Neste processo, ficou evi-dente a importância de cada Departa-mento, para que as metas programadassejam alcançadas. No último ano, hou-

SBP NotíciasUma publicação da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Conselho Editorial: Lincoln Freire, Wania del Faveroe Reinaldo Martins.

Editora e coordenadora de produção: Maria CelinaMachado (reg. prof. 2.774/ MG) /ENFIM Comunicação;

Relações Públicas da SBP: Andréa de Souza;

Projeto gráfico e diagramação: Paulo Felício;

Estagiária: Daniela Zdanowsky;

Colaboram nesta edição: Ana Cristina Costa, TacyanaArce, José Eudes Alencar, os fotógrafos Angélica deCarvalho, Rogério Albuquerque, Beto Felicio e o ilustradorBruno Liberati.

Colaboraram também os funcionários da SBP;

Impressão: Grafline Artes Gráficas e Editora Ltda. Av.Mem de Sá 69 - Centro - Rio de Janeiro- RJ. Cep20230-150 Tel. (021) 221-6331.

Endereço para correspondência: SBP/ Rua SantaClara, 292.Copacabana, Rio de Janeiro. CEP 22041-010. RJ. Tel./Fax (021) 548-1999.E-mail: [email protected]: http://www.sbp.com.br

into-me hon-rado em par-

ticipar do SBPNotícias, e apro-veito para opinarsobre esse novodesafio na vidado Pediatra, queé atender ao ado-

lescente. Há alguns anos venho traba-lhando com jovens e posso dizer que égrande a carência de profissionais inte-ressados em acompanhá-los nesta faseda vida, em nossa região.Assim, penso que o pediatra deve serencorajado e incentivado a atender eorientar adequadamente esta popula-ção. Creio que isso talvez pudesse in-clusive contribuir para diminuir os ín-dices de gravidez na adolescência, quevêm aumentando a cada ano na Gran-de Florianópolis. Outra questãopreocupante é a padronização do trata-mento da asma no adolescente. Infor-mações divulgadas no último Congres-so de Alergia e Imunologia, em abrilúltimo, dão conta de que o adolescenteapresenta um índice importante de

lho, Departamentos Científicos e Co-missões – tanto nacionais, quanto nasSociedade estaduais – isso sem falarde ex-presidentes e tantos outros co-legas que, de uma maneira ou de ou-tra, têm se disposto a estar conosconesta batalha cotidiana, que é lutarpela defesa de nossos interesses pro-fissionais e pela dignidade das crian-

ças e dos adolescentes deste país.Neste número do SBP Notícias,

você vai ver uma avaliação inicial,na qual tentamos informar e refletirsobre o trabalho que vem sendo rea-lizado por muitos, neste primeiro anode gestão. Trata-se de um levanta-mento parcial, com o objetivo de se-guirmos mais conscientes. Creio ser

um bom momento para agradecer oempenho de todos, pediatras e funci-onários da entidade, e reafirmar oprazer que tem sido trabalhar comtodos vocês.

Lincoln FreirePara falar com o presidente, o endereço

eletrônico é: [email protected]

ve um aumento de 47% no número demembros participantes dos DCs, indica-dor de um renovado interesse dos sóci-os. Foi criado um cadastro geral, atuali-zado periodicamente, dos membros decada Departamento, para facilitar a co-municação entre presidentes e membros.

A última reunião dos presidentes deDepartamentos, dia 13 de março, contri-buiu bastante para sua integração comas várias diretorias da SBP (Cursos eEventos, PRONAP, Publicações, Centrode Informações Científicas, Centro deTreinamento em Serviços). Na ocasião,foi instituída uma comissão para

reestruturação e aprimoramento da atualestrutura dos 28 DCs, que possuem hojecerca de 400 integrantes nos ConselhosCientíficos e Núcleos Gerenciais. O ob-jetivo é evitar o paralelismo de ações.

Com o estabelecimento de edital pa-drão pela AMB para convocação de con-curso para área de atuação em especia-lidades pediátricas, os Departamentosestão se articulando com as Sociedadesdas respectivas especialidades para osConcursos. Dois Congressos Pediátricosde Especialidades (Alergia e Endocri-nologia) superaram as expectativas. OFórum de Defesa Profissional e o lança-

mento da Campanha de Prevenção deAcidentes, foram também importantesatividades dos DCs neste início de ges-tão. Para a implantação do Centro deTreinamento em Serviços, que ofereceaos pediatras estágios de atualização emserviços credenciados, será fundamen-tal e indispensável a participação dosDepartamentos. Estes, portanto, têm ati-vidade intensa, cumprindo, dentro dopossível, as metas planejadas por estadiretoria da SBP.

Nelson Rosário FilhoDiretor-geral dos Departamentos Científicos

morbimortalidade por esta doença.P: Como o sr. está vendo o trabalhodesenvolvido pela SBP?R: Absolutamente surpreso. A visão darealidade do pediatra, fora dos níveis dasuniversidades, era ignorada. Hoje temosum presidente que sai do Rio de Janeiropara discutir nossas necessidades eanseios. É, no mínimo, uma atitude po-liticamente correta. O empenho para arealização do I Fórum de Defesa Profis-sional é outro ponto fundamental. A ad-ministração da SBP apresentada pelopresidente, em seu discurso, na abertu-ra do Congresso Brasileiro de Alergia eImunologia, nos enche de orgulho e cla-reza. Estamos mudando para melhor, nãosó cientificamente, mas também politi-camente.P: Quais as suas sugestões para oaprimoramento da atuação da SBP?R: Sugiro que o Departamento de Ado-lescência programe cursos de atualiza-ção teórico-práticos em ginecologia pe-diátrica. Essa atualização incluiria ques-tões relacionadas com sexualidade, do-enças transmissíveis sexualmente, pla-nejamento familiar, uso de contracepti-vos , questões psicossociais, aborda-gem à prevenção de drogas, exames

para participação em esportes, etc. Naminha opinião o curso deveria ser mi-nistrado para grupos pequenos. Ha-veria uma taxa de inscrição préviapara despesas administrativas e paraos demais honorários procuraríamosuma parceria interessada. Seria impor-tante também a edição de uma Orien-tação para Serviços Preventivos daAdolescência (...); mostrar ao pedia-tra as oportunidades oferecidas pelaSBP em matéria de cursos de atuali-zação, congressos, revista pediátrica,Pronap, SBP notícias e tantas outrasopções (...); estimular os pediatrasnão ligados a universidades e institui-ções de ensino e pesquisa a partici-parem de temas livres nos congressos(...); atrair o pediatra para participardas reuniões científicas (...); procurarpatrocínio e parcerias empresariais(...), parcerias sérias, sem que o pe-diatra seja envolvido por segundos in-teresses e lembrando sempre que omaior compromisso é com a criança eo adolescente . As clínicas de apoio erecuperação de adolescente em usode drogas devem ter, obrigatoriamen-te, o acompanhamento do médico pe-diatra. Escolas de porte médio e gran-

de deverão ter um pediatra no prontoatendimento.

Arnaldo Donato Marconé pediatra em Florianópolis (SC). Foi escolhidoaleatoriamente para participar desta seção, que acada edição ouve um profissional. Por falta de espaço,não publicamos todas as suas sugestões, mas estasforam remetidas na íntegra ao Departamento deAdolescência da SBP.

PALAVRA DO PEDIATRA

PALAVRA DO DIRETOR

PALAVRA DO PRESIDENTE

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Idade Nº de doses Intervalo

Vacina contra Haemophilus influenzae b (Hib)e Vacina contra a gripe

Uma estará disponível nos postos de saúde pela primeiravez no país ainda em maio. A outra, recentementelançada para uso pediátrico, tem sido motivo de dúvidase confusões. Para esclarecê-las, o SBP Notíciasconvidou o presidente do Departamento Científico de

BP Notícias: Dr. Eduardo, como o sr. vê o es-quema elaborado pelo Ministério da Saúde paraa vacina contra Haemophlius influenzae b?

Dr. Eduardo Carvalho: Finalmente a vacina contraHaemophilus influenzae tipo b será introduzida na roti-na do Calendário do Ministério da Saúde. Isto paranós, da Sociedade Brasileira de Pediatria, é motivo dealegria, pois temos lutado há anos para que esta vaci-na seja incorporada aos nossos esquemas oficiais. As

infecções invasivas porHaemophilus influenzae tipob, das quais a mais temidaé a meningite, ocorrem qua-se que só em crianças commenos de cinco anos de ida-de, mais freqüentemente en-tre os três meses e doisanos.A vacina deve ser dada emmais de uma dose e inúme-ros esquemas têm sido pre-conizados pelos diversos es-

tudiosos do assunto. O esquema mais adotado e que éseguido pelo Departamento de Infectologia da SBP é oque indica três doses no 1o semestre de vida (2, 4 e 6meses) e um reforço cerca de um ano após. Esquemasmais simples têm sido preconizados, com menor nú-mero de doses. O adotado pelo Ministério da Saúde,com três doses no primeiro ano de vida, sem o reforçoapós um ano, simplificando assim os procedimentosde vacinação, é válido para aplicação em larga esca-la, desde que acompanhado por vacinação maciça dascrianças que, já tendo completado um ano de idade,não tenham ainda recebido a vacina.SBP Notícias: Dra. Lily, a vacina contra a gripeé recomendada para crianças?Dra. Lily Weckx: Ao contrário do que acontece comos idosos, a vacina não é indicada rotineiramente paraaplicação em crianças. Os principais grupos a seremvacinados são as crianças acima de seis meses comfatores de risco (asma e outras doenças pulmonarescrônicas, doença cardíaca com repercussãohemodinâmica, doença ou terapia imunossupressora,infecção por HIV, anemia falciforme e outrashemoglobinopatias e uso prolongado de aspirina) e ou-

FALAM OS ESPECIALISTAS

tros grupos de risco, como osportadores de diabetesmellitus, doença renal crô-nica, doença metabólicacrônica e outros com-prometimentos debase.SBP Notícias:Quais são as vaci-nas contra a gripee como devem serusadas?Dra. Lily Weckx:Existem três vacinascontra influenza comregistro no Brasil: Fluzone ® (Connaught Lab.),Vaxigrip® (Pasteur –Mérieux Connaught) e Fluarix®(Smithkline Beecham), sendo comercializadas apenasa Vaxigrip e a Fluarix. Ambas são vacinas do tipo frag-mentadas (split) ou sub-unitárias, podendo ser utiliza-das em crianças. No protocolo de registro da Vaxigrip,foi aprovada a bula em que consta a recomendação dolaboratório produtor para uso de meia dose (0,25 ml)em crianças até 10 anos de idade, sempre com duasdoses por ano. Já a Fluarix foi registrada em nosso

Infectologia da SBP, dr. Eduardo Carvalho e a dra.Lily Yin Weckx, autora do documento científico sobreo assunto, assumido pelo mesmo Departamento. Ambossão professores da Escola Paulista de Medicina, daUniversidade Federal de São Paulo.

meio com orientação do laboratório para uso de meiadose até seis anos de idade. Estas recomendaçõesdivergem entre si, assim como das normas interna-cionais vigentes. Este é o ponto conflitante, poistodas as vacinas contra influenza são produzidas deacordo com a normatização da Organização Mundi-al de Saúde, com as mesmas cepas recomendadaspara o ano, e todas contendo 15 µg de cada cepa pordose.Não dispomos ainda de normas próprias para uso davacina contra influenza em crianças. Assim, uma vezque as vacinas são muito semelhantes entre si, acre-ditamos que do ponto de vista técnico, devemos ado-tar as já tradicionais recomendações da ACIP (o Co-mitê Assessor de Imunizações dos EUA) e da Aca-

demia Americana de Pediatria:

A vacina contra Haemophilus influenzae b que seráutilizada inicialmente é a conjugada com a proteínaCRM 197. Posteriormente, Biomanguinhos deverá for-necer vacina combinada DTP/Hib conjugada à PRP-T.De acordo com informações do Comitê Assessor deImunizações do MS, o esquema básico de vacinaçãovisa simplificar os procedimentos, assegurando boaproteção. São recomendadas três doses no 1º ano devida. No 1º ano de implantação, será feita uma dosenas crianças que tenham de 12 até 23 meses deidade. Nos anos subseqüentes, prevê-se vacinação derotina Hib somente no 1º ano de vida. A aplicação éintramuscular, no vasto lateral da coxa.

Observações:1 - Crianças (12-23 meses) que não completaram oesquema de 3 doses no primeiro ano de vida deverãofazer apenas 1 dose complementar (mesmo aquelas

O Ministério da Saúde informa

que só fizeram uma dose no primeiro ano de vida);2- Crianças(12-23 meses) com esquema completo de3 doses no primeiro ano de vida não precisam de dosecomplementar;3- Não há intervalo máximo entre as doses;4- A vacina Hib pode ser dada simultaneamente ouseqüencialmente com outras vacinas do calendário;5- Não se recomenda ainda que a vacina Hib a serutilizada nos postos de saúde seja misturada na mes-ma seringa com outras vacinas do calendário de imu-nizações.

60 dias 30 dias

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12-23 meses 1

Vacina contra Hib

Ideal Mínimo

6-35 meses somente virus fragmentados 0,25 1-2*

3 -8 anos somente virus fragmentados 0,5 1-2*

9 -12 anos somente virus fragmentados 0,5 1

> 12 anos virus inteiro ou fragmentado 0,5 1

* duas doses administradas com 1 mês de intervalo são recomendadaspara crianças que estão recebendo a vacina contra influenza pelaprimeira vez, e uma dose nos anos subsequentes.

Idade Vacinarecomendada

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Dra. Lily Weckx

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Hospital faz história no Rio Grande do SulMEMÓRIA’

ais antigo hospital pediátrico dePorto Alegre, o Santo Antônioé motivo de orgulho para todoo Rio Grande. Sua história, des-

de a construção, também é recheada deacontecimentos pito-rescos. Foi durante aSegunda Guerra Mun-dial, que o jornal Cor-reio do Povo, periódi-co tradicional da capi-tal gaúcha, começouuma campanha de ar-recadação de fundospara a construção deabrigos anti-aéreos.Com a comoção da po-pulação, que realmen-te acreditava na possi-bilidade do Brasil so-frer ataques aéreos, ojornal conseguiu le-vantar uma grande quantia, que acabounão sendo usada, devido ao final da guer-ra. Aproveitando então o dinheiro em po-der do jornal, Arquimedes Fortini, um dosidealizadores do primeiro centro de pe-diatria de Porto Alegre e provedor daSanta Casa de Misericórdia, deu conti-nuidade às obras do Santo Antônio.

Como desde o início o Hospital con-tou com a solidariedade da população,registrou também outras importantescontribuições. Os alicerces, por exem-plo, foram construídos com pedras do-adas pela Sociedade de Ginástica dePorto Alegre (Sogipa). Na ocasião, aSogipa queria construir seu campo deatletismo, mas no local havia uma pe-dreira. Para não desperdiçar as pedrasque sofreram explosão para que pas-sasse a pista de atletismo, a Sogipa re-solveu doá-las para as obras do hospi-tal. Outra ajuda da comunidade veio dacampanha feita pela Legião Brasileirade Assistência (LBA) que, na décadade 70, conseguiu o suficiente para aconstrução de mais um pavimento.

Em marco de 1953, o professor titu-lar de pediatria da Universidade Fede-ral do Rio Grande do Sul, Décio MartinsCosta - outro idealizador do Santo Antô-

Pioneiro no tratamento de epidemias de difteria e meningite,o Santo Antônio conta hoje com 190 leitos e diversas especialidades.

nio - dava o pontapé inicial para o fun-cionamento da instituição. Ele foi o pri-meiro diretor do hospital pediátrico e con-seguiu manter 253 leitos, além da es-trutura para as aulas da Universidade

Federal do Rio Grandedo Sul e da Faculdadede Ciências Médicasde Porto Alegre (ligadaà Santa Casa). Por ano,só no programa de au-las, o hospital acolhiacerca de 180 alunos,somadas as duas insti-tuições.

O pediatra RaulGastão Seibel, que tra-balhou durante 42 anosno Santo Antônio – 25deles como diretor –lembra que, na época desua inauguração, o hos-

pital passava dificuldades e atendia aospacientes por caridade. “Não havia oINAMPS, que foi criado só na década de60. Naquele tempo, cerca de dez profis-sionais se revezavam para fazer atendi-mento assistencial à população”, conta.

Mas mesmo com as dificuldades en-frentadas, na década de 50 o Santo An-tônio foi o primeiro do Brasil a ter o “pul-mão de aço”. As crianças com paralisiainfantil e insuficiência respiratória eramcolocadas no equipamento, para queconseguissem respirar. “A paralisia àsvezes levava a criança à morte. Com opulmão de aço, a sobrevida podia seraumentada”, explica o dr. Seibel. Outroexemplo de pioneirismo vem dos trata-mentos de desidratação e de difteria uti-lizados, entre outros momentos, numagrande epidemia ocorrida em Porto Ale-gre, na década de 60. Em uma outra epi-demia, dessa vez de meningite menin-

gocócica, na década de 70, o Hospitalchegou a ter 50 crianças internadas coma doença em um só mês.

As inovações continuaram com opassar do tempo. Em 1996, a adminis-

tração passou a ser feita pela Santa Casa.A partir dessa centralização administra-tiva, a instituição passou a ter mais con-tato com a moderna tecnologia. Recen-temente, cerca de 1.400 dos 7.000metros quadrados do hospital passarampor uma grande reforma. O Santo Antô-nio conta atualmente com 190 leitos, di-vididos entre as diversas especialidadescomo cardiologia, pneumologia, onco-logia, nefrologia, entre outras. Além dis-so, possui unidade de terapia intensiva,contribuindo para o atendimento de cri-anças de todo o estado. “Só no ano pas-sado, o ambulatório recebeu cerca de132 mil e cuidou da internação de ou-tras 9.600. Esses números mostram aimportância que nosso hospital tem paraa população do Rio Grande do Sul”, con-clui o pediatra Érico Faustini, diretor-médico desde 1996. n

Mesmo com as dificuldadesenfrentadas, na década de50 foi o primeiro do Brasila ter o “pulmão de aço”

O Hospital Santo Antônio, que é parte do complexo Santa Casa, em 1953.

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Décio Martins Costa, idealizador e pri-meiro diretor da instituição, foi tam-bém presidente da SBP de 1955 a 1963.

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Fórum define planejamento estratégicoPediatras repudiam a terceirização, a privatização dos hospitais e o managed care

falar do próprio fato do debate ter sido realizado comrepresentantes de quase todos os estados do país”,completa o dr. Arnaldo.

Entre as resoluções do Fórum, está o reconheci-mento das cooperativas e centrais de convênioscomo forma de organização do trabalho profissio-nal. A SBP vai recomendar às filiadas o apoio à

formação de cooperativasde pediatras, constituídaspor sócios e com fortevínculo com a entidade.Dra. Eliane assinala que“estas devem se integraràs centrais de convênio –organismo ligados às So-ciedades constituídas eque buscam na união aforça para a negociaçãode valores de consultas”.

De acordo com o dr.Arnaldo Pineschi, entre asdefinições do Fórum, umadas mais importantes foi ade lutar para que seja mu-dado o enfoque da consul-ta pediátrica: “trata-se, naverdade, de um atendimen-to e não apenas de umaconsulta. Temos que criarum capítulo na Lista deProcedimentos Médicos(LPM) da Associação Mé-dica Brasileira (AMB),

para que, dentro dele, possam ser inseridos todos osprocedimentos que fazem parte deste atendimento”,explica. Além disso, o objetivo é a revisão das tabelasdo SUS e da LPM, para melhorar a remuneração, tantono setor público, quanto privado.

A formação profissional foi outro tema muito dis-cutido. Os participantes do Fórum enfatizaram a lutacontra a proliferação de escolas médicas, assim comoa necessidade do acompanhamento dos currrículos dasexistentes. Em relação ao chamado erro médico – temade uma das mesas-redondas do encontro – os pedia-tras decidiram que a SBP deve estimular a formaçãode Comissões Estaduais de Defesa do Médico em todoo país, assim como se posicionar publicamente a favordos colegas injustamente denunciados. Como conse-qüência bastante concreta do Fórum, a entidade vaiencampar e publicar para todo o país o Manual de Ori-entação aos profissionais elaborado pela Comissão deMinas Gerais.

REPORTAGEM / ENTREVISTA

defesa da saúde pública de qualidade e o com-promisso dos pediatras com o bem-estar de cri-anças e adolescentes. Assim o dr. Lincoln Freire,

presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria defi-ne, em linhas gerais, o centro das preocupações do IFórum de Defesa Profissional da SBP, realizado emmarço, no Rio de Janeiro. Segundo a dra. Eliane de

Souza, diretora de Defesa Profissional da entidade,os médicos se posicionaram contra a terceirização ea privatização de hospitais e o modelo de managedmanagedmanagedmanagedmanagedcarecarecarecarecare que as empresas e seguros de saúde tentam im-portar dos Estados Unidos. Para o dr. Arnaldo Pineschi,

que preside o Departamento de Defesa Profissional,foi muito importante ter sido realizado o primeiro pla-nejamento estratégico da SBP para a área, que con-tou com a colaboração de professores da Universida-de de Campinas especializados no assunto. “Isto sem

A SBP deve estimular a formação deComissões Estaduais de Defesa doMédico em todo o país, assim comose posicionar publicamente a favordos colegas injustamente denunciados

O objetivo é a revisão das tabelasdo SUS e da LPM

Da reunião de dois dias, fizeram parte tambémas mesas-redondas sobre a Unimed, a Lista deProcedimentos Médicos da AMB, além doManaged CareManaged CareManaged CareManaged CareManaged Care e das Cooperativas e Centrais de

Convênio. Os pediatras presentes também reali-zaram discussões em grupo, orientadas pelos pro-fessores de Campinas. Ao final, a plenária deci-diu a linha de atuação da SBP na área de defesaprofissional, o que em si já foi considerada umaimportante conquista. Segundo a dra. Eliane deSouza, agora a Diretoria e o Departamento de De-

fesa Profissional vão se reunir com a presidênciada SBP, a fim de definir, dentre as muitas propos-tas do Fórum, o que será implementado a curto,médio e longo prazos.

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Dra. Eliane de Souza, diretora de Defesa Profissional: “Recomendamos às filiadas o apoio às coopera-tivas de pediatras, constituídas por sócios e com forte vínculo com a SBP”

A consulta pediátrica é, na verdade, um atendimento, que inclui exa-me clínico, diagnóstico, prescrição, orientações sobre alimentação,vacinas, saúde preventiva em geral

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Com os olhos no presenteDesde 23 de abril do ano passado, quando a atual diretoriatomou posse na SBP, muitos projetos têm sido consolidados,outros estão em fase final de planejamento. Das propostasanunciadas pelo dr. Lincoln Freire, em entrevista aoSBP Notícias nº1, pode-se afirmar que nada ficou apenas nocampo das intenções. Na ocasião, o presidente definiu o que

cial e o primeiro grande passo foi o lançamento, emoutubro passado, da Campanha de Prevenção de Aci-dentes na Infância e Adolescência. De antemão, obti-vemos duas conquistas importantes: a criação do Co-mitê de Prevenção de Acidentes e Contra a Violênciano Ministério da Saúde, com a participação da SBP, e aabsorção, pelo Ministério da Educação, do ProjetoEscola Segura – um trabalho conjunto do grupo da en-tidade do Rio Grande do Sul e do Departamento deSegurança Infantil. Este ano, já conseguimos novas eimportantes adesões. Além dos Ministérios e do Unicef,que já estavam conosco, aderiram ao movimento aOrganização Pan-americana de Saúde (OPAS) e a Pas-toral da Criança. Para o próximo 12 de Outubro,estamos planejando um novo ato público em favor davida. Juntamente com a Federação Brasileira das So-ciedades de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO),vamos levantar a questão da mortalidade perinatal.P: Que outras ações têm sido realizadas a favorda infância?R: Entendemos que a entidade deve atuar junto aosórgãos formuladores das políticas de atenção à crian-ça. Por isso, temos nos empenhado em estar presentese hoje assessoramos mais de uma dezena de comis-sões do Ministério da Saúde. Com relação ao Congres-

so Nacional, contratamos um assessor parlamentar, querealizou um levantamento de todos os projetos de inte-resse dos pediatras, das crianças e dos adolescentesem tramitação. Já realizamos também duas reuniõescom deputados de diferentes partidos, todos médicos,alguns deles pediatras e também com um senador. Fo-

mos muito bem re-cebidos e estamosformando uma ban-cada para lutar e de-fender as causas dapediatria. O primeiroprojeto apresentado foio que prevê sanção aoscartórios que cobrarempelos registros de nasci-mento e óbito (leia mais em Notícias de Brasília, pág. 9).P: E quanto ao Selo da SBP?R:R:R:R:R: A idéia vem sendo amadurecida nas três últimasgestões e agora estamos lançando o projeto experi-mental. O objetivo é orientar pais, crianças e adoles-centes na hora de comprar um produto ou contratar umserviço. Vamos chancelar e assim garantir a seguran-ça de alimentos, bebidas, brinquedos, vestuário, cos-méticos, móveis destinados à população infanto-juve-nil, atestando sua confiabilidade. A exemplo do queacontece nos Estados Unidos, México e Argentina, ondeas sociedades de pediatria prestam este tipo de servi-ço, será um passo importante na promoção do bem-estar da população e na Prevenção de Acidentes. Ago-ra, nesta primeira fase de implantação, apenas alguns

produtos receberão o Selo. Vamos criar os ConselhosRegulamentadores, organismos formados por profissi-onais especializados e que vão opinar sobre os pare-ceres técnicos elaborados pela empresa que contrata-mos para esta avaliação. Daqui a seis meses, testadotodo o processo, vamos abrir para o mercado.

BP Notícias: Além da defesa profissional,que ganhou força com a realização do IFórum, quais são as ações voltadas para avalorização do pediatra?

Lincoln Freire: Estamos reformulando nosso proces-so de educação continuada. A lógica é universalizar oconhecimento. Por isso, implantamos os CursosItinerantes e o primeiro módulo está chegando esteano a 80 cidades do Brasil. Além disso, promovemoscongressos regionais. O primeiro, da região Nordeste,

ocorreu em Recife.Estamos preparandoagora o do Centro-Oes-te, em Cuiabá. O Con-gresso Brasileiro serárealizado no ano 2.000,em Fortaleza, com ati-va participação da So-ciedade de Pediatria doCeará. Além disso, estáem fase final de estudo

a implantação do sistema de educação continuada porcanal de TV. Várias propostas estão sendo analisadas,de utilização da Embratel e de canais existentes, in-clusive o Canal Médico do Conselho Federal de Medi-cina. Nos próximos meses, criaremos oito pólos deCursos de Reanimação Pediátrica. Para isso já fize-mos o treinamento de 24 instrutores e estamos fechandoo patrocínio para a compra de equipamentos. O Cursode Reanimação Neonatal, que já treinou mais de cin-co mil profissionais, está sendo dinamizado. Os Se-rões de Pediatria foram reformulados, com a inclusãode temas sociais. Quanto às publicações, a reduçãode custos do Pronap e os suplementos do Jornal dePediatria já fazem parte de nossa realidade, além dopróprio SBP Notícias, que tem levado aos associadosas informações sobre a entidade e discutido questõesda pediatria. Na área de benefícios, creio que tambémserá de grande valia o Catálogo Nacional e temos umadiretoria trabalhando para concretizá-lo.P: Mas a Sociedade não tem se contentado emser uma entidade estritamente científica. Comoestão os projetos em relação à cidadania da cri-ança?R: Decidimos que a SBP deveria estar à frente demovimentos sociais de interesses da população infanto-juvenil. Criamos, assim, a Diretoria de Promoção So-

CAPA

pretendia: “Uma entidade moderna, que trabalha em defesada cidadania da criança, do adolescente e do pediatra, que sepreocupa com o exercício profissional e atualiza o processo deeducação continuada”. Nesta conversa, faz um balanço sobre oprimeiro ano de trabalho e explicita um de seus objetivos: “Queroque o pediatra tenha orgulho de sua entidade!”.

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Diretoria da SBP analisa propostas para implantar sistema de educação continuada por canal de televisão

Lincoln Freire: “Vamos lançar umacampanha de valorização do pediatra”

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Curso de Reanimação NeonatalCriado em 1994 pela SBP, o Curso de Reanimação Neonatal já formou mais de5.000 alunos em todo o país. Tem duração de um dia e é oferecido individualmenteou nos congressos da especialidade, quando são treinados mais de 100 alunos. Aavaliação é feita antes e após o curso, de forma prática e teórica.De acordo com a coordenadora, dra. Alzira Lobo, a SBP conta hoje com cerca de150 instrutores e está trabalhando para a ampliação deste número. Para isto, vaipercorrer os estados, promovendo cursos nas capitais. Estes já foram realizadosem Porto Alegre e Fortaleza. A idéia é que pelo menos 2 pediatras de 6 cidades decada estado se tornem instrutores, tornando a região auto-suficiente.

Ainda este ano, também serão realizados três grandes Cursos de Reciclagem para Instrutores, em Cuiabá,São Luiz e Curitiba. Os interessados devem entrar em contato com a coordenação local ou regional doevento ou com a Secretaria da SBP, no telefone (021) 548-1999.

P: Internamente, como tem sido o trabalho deorganização administrativa?R:R:R:R:R: A SBP passou por um processo de reorgani-zação administrativa. Elaboramos e cumpri-mos o plano de cargos e salários e estamosimplantando um processo de avaliação dosfuncionários. Estamos também fazendo umaauditoria contábil-administrativa a cada seismeses. Aprovada a nova estrutura orgânica, estamosainda, nesse momento, passando para a descentraliza-ção administrativa, com a criação de escritórios esta-duais. Inauguramos um em São Paulo, temos um gabi-nete em Belo Horizonte e uma diretoria funcionando emPorto Alegre. Seguramente, tudo isto vai permitir, a cur-to prazo, uma grande melhoria na prestação de serviçoao associado. Também é muito importante o trabalhoque vem sendo feito pela Diretoria de Patrimônio, que,além do controle dos bens da entidade, vem atuando doprojeto-sede, que visa ajudar as Sociedades estaduaisque não possuem, a viabilizar sua sede própria. Temostambém um grupo concluindo o projeto de reforma doEstatuto da SBP, a ser colocado em discussão numa pró-xima assembléia-geral da entidade.P: Como a diretoria tem agido para agregar ospediatras em sua entidade?RRRRR::::: Tenho viajado por todo o país, me reunido com asdiretorias de nossas filiadas, com pediatras em geral,participado de congressos e cursos. Abrimos diversasfrentes de trabalho e este processo conta com o esfor-ço de muita gente, de ex-presidentes, de toda a direto-ria, dos Departamentos Científicos e Grupos de Traba-lho. Vencida a etapa eleitoral, o próprio grupo que es-teve na outra chapa tem nos ajudado e contamos comsua presença em várias ações. Nos próximos dias,vamos lançar uma campanha de filiação. Queremostrazer para a entidade todos os profissionais que aten-dem crianças neste país. Vamos também convidar onosso associado a atualizar o seu cadastro na SBP. Jáconseguimos o patrocínio e várias peças publicitáriasestão sendo elaboradas. Será uma campanha de valo-rização do pediatra. n

Suplemento doJornal de Pediatria

está no preloO próximo suplemento do Jornal de Pediatria estaráchegando aos sócios quites da SBP no mês de junho. Otema central será Infecções em Pediatria e constará de13 capítulos. Entre eles estão: meningite,toxoplasmose, mononucleose infecciosa, raiva, infec-ção hospitalar e no recém-nascido, todos redigidos porprofissionais com grande experiência na área. Emdezembro, sairá o segundo suplemento do ano, sobreEmergências em Pediatria. De acordo com o editor, dr. Jefferson Piva, além depesquisas e descobertas científicas, tradicionalmentepublicadas pelo Jornal de Pediatria, é importante queo pediatra tenha acesso ao conhecimento já consoli-dado. Por isso, os Suplementos, lançados no ano pas-sado (o de doenças respiratórias circulou em dezem-bro), trazem uma ampla revisão da literatura médica.Além disso, outra característica relevante é o própriocomprometimento dos autores com aquela conduta queconsideram mais eficaz. n

Curso de Reanimação PediátricaOs oito pólos do Curso de Reanimação Pediátricajá estão sendo formados. Ficam nos estados doCeará, Bahia, Pará, Rio de Janeiro, Minas Gerais,São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Segundo o dr. Paulo Antonacci Carvalho, diretor daSBP responsável pelo Curso, já está sendoviabilizado patrocínio para obtenção de materialnecessário para todos os pólos. A partir do segun-do semestre de 1999, os cursos terão início. Osprimeiros devem ser realizados nos estados de SãoPaulo e Bahia. A duração é de dois dias e aabrangência vai do nascimento aos 18 anos.

Cursos de Reciclagemviajam pelo país

Este ano, os Cursos de Atualização e Recicla-gem Profissional ou Cursos Itinerantes da SBP jáchegaram a 6 estados e 12 cidades. O próximoserá em Porto Velho (RO), 18 e 19 de junho. Noprograma, estão as rinossinusites, a precocidadesexual e a febre reumática, entre outros assun-tos. A seguir, entre os dias 23 e 26 de junho, seráa vez de Timóteo, Montes Claros e Uberaba (MG).Os grandes temas apresentados serão: segurançada criança e do adolescente, reumatologia einfectologia. Na mesma data, o curso aconteceráem Castanhal e Santarém (PA). Tuberculose, ven-tilação mecânica e icterícias no período neonatalserão alguns dos assuntos.

De acordo com o dr. Dirceu Solé, diretor deCursos e Eventos da SBP, em Aracaju (SE), no mêsde abril, 174 pediatras participaram do evento. Éimportante lembrar que sócios da SBP são isentosde taxas. Os formulários de inscrição estão dispo-níveis nas Sociedades Estaduais de Pediatria.

onde o cursojá se realizou

onde serárealizado

1999

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A primeira fase para sua implantação está emandamento. Os serviços já estão sendo identifi-cados. Num segundo momento, serão consultadossobre o que poderão oferecer e de que forma, eentão o projeto será implantado. Segundo o coor-denador, dr. Antônio Carlos Pastorino, a previsãoé que até o final de junho, o Centro já esteja fun-cionando. Os serviços que sol ici tarem ocredenciamento serão submetidos a uma vistoriapara avaliação dos requisitos exigidos. Os queforem credenciados terão, então, divulgação atra-vés dos veículos de comunicação da Sociedade.

Os cursos de reciclagem terão curta duração,de um a dois meses, e os participantes serão sub-metidos a uma avaliação final, para receber o cer-tificado. A carga horária total ficará entre 160 e320 horas. Para participar, os candidatos devemser sócios quites da SBP, inscritos no ConselhoRegional de Medicina, estarem formados há pelomenos dois anos com Título de Especialista ouatuarem na área pediátrica há mais de 10 anos.Não será cobrada nenhuma taxa para inscrição.Maiores informações podem ser obtidas na SBP,na coordenação do Centro de Treinamento em Ser-viço, nos telefones (011) 3068-8618, 3068-8901, 3068-8675 e 3068-8595. nn nn n

CAPA

Criado há um ano, o Centro de Informações ci-entíficas está reestruturando a homepage da SBP.Além do novo lay-out, muitas páginas foram tam-bém criadas. São elas: Diretoria, Sociedades Regi-onais, Departa-mentos Científi-cos, Grupos de Tra-balho, Pronap,Consultas Científi-cas. Em breve, es-tarão também narede os CorreiosSBP e o Selo daentidade. O Jor-nal de Pediatria,número nov/dez jáestá disponível eem breve tambémestarão os Suple-mentos.

A página dosDepartamentos Científicos divulga a produçãocientífica e Conversando com o Departamentoé um serviço no qual os associados poderão fazerperguntas e discutir questões por e-mail. Este jáestá implantado para o Departamento de

Cartão de associado à AAPTodos os sócios da SBP que solicitaram filiação

à Academia Americana de Pediatria foram aprova-dos. O cartão de associado será enviado no mês dejunho, devido a alterações no sistema de informáticada Academia. Os sócios receberão o boletim da AAPe terão direito a descontos nas outras publicaçõesoficiais. Para se filiar à AAP, os sócios quites daSociedade Brasileira pagam uma anuidade deU$60,00 ou U$165,00, por três anos. Interessa-dos devem entrar em contato com a secretaria, pelotelefone (021) 548-1999. nn nn n

Sucesso na campanha de assinaturas do ProgramaNacional de Educação Continuada em Pediatria!Com a redução do preço a um terço, o número deinscritos dobrou em 1.999. Hoje são cerca de 3.000pediatras de todo país que fazem o curso de atuali-zação por correspondência. Além disso, foram dis-tribuídas gratuitamente duas edições extras – a pri-meira a todos os pediatras cadastrados na SBP e asegunda aos sócios quites. O ciclo III do Programateve início em abril deste ano.Os assinantes do ciclo II que deixaram de realizaros testes do módulo de avaliação final, devem en-

Pneumologia e GT de Acompanhamento da Criançade Risco ou Portadora de Deficiência.

Uma nova página para divulgar endereços ele-trônicos dos associados da SBP também será cri-

ada. Para tanto, énecessário que ossócios enviem seuse-mails e/ou home-pages, nome queusam profissional-mente e sua segun-da especialidade(se houver).

Além destasnovidades, o Cen-tro de InformaçõesCientíficas oferecepesquisa biblio-gráfica gratuitaaos sócios, comdireito a cinco ar-

tigos originais. Será também disponibilizada umavideoteca, na qual os associados poderão obter fi-tas com desconto nos preços. O arquivo constará degravação dos eventos que têm apoio da Sociedade,resguardados os direitos autorais do professor.

Centro de Informações CientíficasCongresso de Ensino e Pesquisavai incentivar o conhecimento

O Congresso de Ensino e Pesquisa da SBP, queocorrerá de 22 a 25 de março do ano 2.000, emSão Paulo, terá como objetivo maior divulgar e es-timular a produção científica no Brasil, na área desaúde da criança. O evento discutirá a graduação,a pós-graduação, a residência médica, a sub-espe-cialização e a formação continuada. Serão discuti-das propostas para produção do conhecimento nopróximo milênio. Estarão presentes professores epesquisadores de diversas áreas ligadas à criança,como educação, epidemiologia, psicologia,fonoaudiologia, e cerca de 80 palestrantes, brasi-leiros e estrangeiros. Participarão ainda 80 escolasmédicas.

O primeiro dia do evento será dedicado à discus-são do ensino e os outros à pesquisa. No último diaacontecerá uma plenária que abordará os dois assun-tos. De acordo com o dr. Marco Antônio Barbieri, coor-denador do Grupo de Trabalho de Pesquisa da SBP epresidente do Congresso, a idéia é que estes encontrospassem a se realizar anualmente ou bianualmente. Emalguns países, eventos como este já ocorrem há maisde 50 anos. Os trabalhos apresentados serão, na gran-de maioria, brasileiros. O congresso será precedidopor encontros e a expectativa é que 600 pessoas par-ticipem. Segundo o dr. Marco Antônio, as pesquisas noBrasil são pouco divulgadas e nem 10% do que é pro-duzido é de conhecimento dos pediatras. n

trar em contato com a secretaria do Pronap até odia 30 de junho, para se cadastrarem e receberemnova prova em meados de julho. Caso você não te-nha participado do ciclo II e esteja interessado emadquirí-lo por completo, proceda da mesma forma.O telefone é 011. 3068-8595 e o e-mail ,[email protected] .

Dobrou o número deassinantes do Pronap

Vem aí o Centro deTreinamento em Serviços!

Cartaz

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Data Evento Local Contato

Junho II Conferência das Universidades e da SPSP São Paulo / SP (011) 284-005105 a 07 na Atualização da Pediatria no Estado de São Paulo

Junho II Congresso Brasileiro de Asma Brasília / DF (061) 245-621824 a 27 I Congresso de Pneumologia e Tisiologia Centro-oeste.

Julho VIII Congresso Brasileiro de Pneumologia Pediátrica Salvador / BA (071) 245-347703 a 07 VIII Jornada Brasileira de Fibrose Cística

I Jornada Brasileira de Fisioterapia Respiratória em Pediatria

Agosto VI Congresso Paraibano de Pediatria João Pessoa /PB (083) 225-381105 a 08

Agosto III Curso Internacional de Otorrinolaringologia Pediátrica Foz do Iguaçu / PR (041) 329-221419 a 21

AGENDA

Está tramitando no Congresso Nacional, projetoda Sociedade Brasileira de Pediatria, apresentadopelo deputado Agnelo Queiroz, que propõe altera-ção na Lei 9.534/97, que garante a gratuidade doregistro e da expedição das certidões de nascimen-to e óbito no país, passando a estabelecer sançõesaos cartórios que a descumprirem. Dados do IBGE– levados ao Congresso pelo dr. Lincoln Freire epelo dr. Dioclécio Campos Júnior, presidente doDepartamento Científico de Pediatria Ambulatorial– revelam que até 30% dos nascimentos deixamde ser registrados em nosso país.

Trata-se de um quadro de subregistro que, se deum lado cassa o direito à cidadania dos brasileirosque, sem sua primeira certidão, sequer existem pe-rante a lei, de outro, torna pouco confiáveis os indi-cadores sociais utilizados na elaboração das políti-cas públicas para a infância no país. O Projeto dánova redação ao artigo 1º da Lei 9.534, de dezem-bro de 1997, ao instituir a multa no valor de 1.000UFIRs aos Cartórios que se negarem a fazer o re-gistro gratuito. Em caso de reincidência, esse va-lor poderá ser dobrado.

Segundo o Unicef e o Ministério da Saúde, dascrianças que morrem antes de completar um ano,43% nunca chegaram formalmente a existir. Pelomenos um milhão dos 3,4 milhões de crianças quenasceram em 1996, não existiram para os regis-tros oficiais naquele ano, segundo levantamentodemográfico encomendado pelo Ministério da Saú-de, ainda em fase de conclusão. No Nordeste, osubregistro de mortalidade em crianças de até umano de idade é estimado pelo IBGE em 66%. NoNorte, 52%; no Centro-Oeste, 23%; no Sul 13% eno Sudeste 6%.

O que acontece hoje, segundo o dr. Dioclécio

NOTICIAS DE BRASILIA´ ´

SBP participa de reunião da AlapeO dr. Lincoln Freire parti-

cipou como convidado, emmaio, de reunião da diretoriada Associação Latino-Ameri-cana de Pediatria (Alape), re-alizada em Mar Del Plata, du-rante o 8º Simpósio Argentino

de Pediatria Social, III Simpósio Argentino de Aleita-mento Materno e I Encontro de Pediatria Social e Alei-tamento Materno do Cone Sul. Além de ter manifesta-do a intenção da SBP em contribuir para o crescimen-to da associação latina, estreitando os laços que jáunem as duas entidades, o presidente brasileiro pro-pôs a reformulação das reuniões da Alape, com a pro-gramação de três encontros anuais das Sociedades dePediatria da América Latina. O objetivo é promover ocrescimento e o entrelaçamento de todas estas entida-des, integrando as ações em benefício do profissionale da criança em todo o continente.Em Mar Del Plata,estava presente também o dr. Mário Santoro, tesourei-ro da Alape e diretor da SBP.

Com o presidente da Sociedade Argentina de Pedi-atria, dr. Osvaldo Blanco, Lincoln Freire discutiu ques-tões relativas à defesa profissional, que possui pontossemelhantes nos dois países. Propôs uma próxima reu-nião de trabalho conjunta, para que seja definida umapolítica comum. n

ENTIDADES

Campos, é que “ao não fixar sanção para odescumprimento de seus mandamentos, a legisla-ção atual, na prática, tem se revelado inócua”. Ouseja, os oficiais de Cartórios de Registro Civil aignoram e continuam a cobrar pelos registros denascimento e assentamento de óbitos. Para o presi-dente da SBP, “a conseqüência direta desta tristerealidade são os cemitérios clandestinos, ou seja,que não exigem a certidão de óbito e para onde vãoas crianças ‘que não existem’ formalmente”. E con-tinua: “é inaceitável que convivamos que esta rea-lidade, de brasileiros sem nome, sem registro, semdocumentos, sem direitos, sem cidadania”.

Município Amigo da Criança

A SBP participou, em março último, de reu-nião para a retomada do Projeto Município Ami-go da Criança. Criado em 1996 pelo ConselhoNacional de Secretários Municipais de Saúde, emparceria com o Unicef, o projeto tem como obje-tivo incentivar a elaboração de políticas públi-cas dirigidas e adequadas às crianças, como pri-oridade das administrações municipais. A Soci-edade integrará a Comissão Nacional, da qualfará parte o Ministério da Saúde, o próprio Unicef,a Pastoral da Criança, dentre outras instituições.Esta Comissão, além de estabelecer os critéri-os, vai julgar quais os municípios aptos a rece-ber a chancela.

Todas as sugestões apresentadas pela SBPcomo critérios para a escolha dos municípios fo-ram aprovadas. Dentre aqueles considerados bá-sicos, estão a cobertura vacinal de 80% em to-das as vacinas do Programa Nacional de Imuni-zação, o percentual de gestantes com pré-nataladequado de 80%, a comprovação de alojamen-to conjunto nas maternidades no município e acomprovação do acompanhamento pelos pais ouresponsáveis da criança hospitalizada nos leitoshospitalares do município.

SBP propõe ao Congresso Nacional:Multa para os cartórios que

descumprirem a lei da gratuidadedos registros de nascimento e óbito!

Padronização do Título deEspecialista da AMB

A AMB informa que está promovendo uma unifi-cação visual dos certificados dos Títulos das Espe-cialidades médicas reconhecidas pelo convênio como CFM. O novo título será confeccionado em perga-minho animal, submetido a tratamento químico, quegarante sua durabilidade definitiva e inviolabilidade.Foram adotadas medidas de segurança, desenvolvi-das para impedir falsificações. Pediatras e todos osmédicos portadores de títulos antigos poderão soli-citar a atualização para o novo padrão. nn nn n

Eleição AMB e CFMNo dia 26 de agosto serão realizadas as eleições

regulares da Associação Médica Brasileira (AMB) ede todas as suas Federadas. As chapas devem solicitarpedido de registro à diretoria na secretaria da entida-de, até o dia 2 de agosto. No dia 22 de outubro haveráeleição para o Conselho Fiscal. As chapas devem serformadas por 10 membros, 5 titulares e 5 suplentes,sem relação com as que foram formadas para a elei-ção de diretoria. A data limite para a inscrição é amesma.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) tambémestará realizando eleições para seus membros titula-res e suplentes entre 10 e 12 de agosto. O prazo deregistro para as chapas de candidatos à conselheirosvai de 14 de junho a 12 de julho. Deve ser efetuadopor requerimento dirigido ao presidente da ComissãoEleitoral e protocolado na secretaria da entidade. n

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FILIADAS

Nome: CPF:

Endereço: Tel: ( )

Bairro: CEP:

Cidade: Estado: E-mail:

Data: / / Assinatura:

Atualize sua inscrição na SBP

1. Faça um depósito em favor da Sociedade Brasileira de Pediatria na conta nº 029292-3 da agência nº 0227-5 do Bradesco (para saber o valor da anuida-de, integral ou parcelada em duas vezes, telefone para 021.548-1999 / Setor de Cadastro da SBP);

2. Preencha os dados do cupom abaixo;

3. Envie cópia do comprovante do depósito pelo fax 021.548-1999 ou pelo Correio, juntamente com o cupom preenchido ou reprodução deste.

Você sabia?Na Sociedade Brasileira de Pediatria, não existem débitos anteriores. Cada inscrição vale por um ano e pode ser feita em qualquermês. Se você é sócio e não está quite, siga o roteiro abaixo e voltará a obter os benefícios de ser associado de uma das maiores entidadesmédicas do mundo:

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SPSP tem projetos deeducação continuada

A Sociedade de Pediatria de SãoPaulo (SPSP), por sua Diretoria de Cur-sos e Eventos, coordenada pela dra.Cléa Rodrigues Leone, está desenvol-vendo dois projetos de educação con-tinuada. O “Interfaces” tem o objetivode promover cursos, em parceria comoutras especialidades médicas que pos-suam áreas afins com a pediatria. Opróximo a ser realizado é o de Derma-tologia, dias 28 e 29 de maio. De acordocom o dr. Clóvis Constantino, presidenteda SPSP, a idéia érealizá-los bimestral-mente. Quanto ao “Pro-jeto Infância”, promovi-do em parceria com asregionais, busca atenderàs demandas de conhe-cimento do interior doestado. Já foi realizadoem cidades como Presi-dente Prudente, Santos,Jundiaí, entre outras.

Em agosto, será lan-çado novo projeto: “Apediatria e as suas múl-tiplas faces”. Serão cur-sos de aprofundamentonas áreas de atuação. Oprimeiro terá como temaa Neonatologia. A Sociedade tambémestará promovendo, de 05 a 07 dejunho, a II Conferência das Universi-dades e da SPSP sobre Atualização daPediatria no Estado de São Paulo. nn nn n

Porto Alegre, São Paulo e Goiânia

O presidente da SBP esteve tam-bém em Porto Alegre, na inauguraçãoda sede da Sociedade de Pediatria doRio Grande do Sul. Em São Paulo (SP),se reuniu com os pediatras da Socie-dade Estadual e reafirmou as metaspara a gestão. Alguns dos assuntosdiscutidos foram a educação continu-ada e a atuação das entidades em no-vas áreas, como junto ao CongressoNacional. Em Goiânia, participou daabertura do VI Congresso Goiano dePediatria e de reunião da diretoria daSociedade de Pediatria do estado. nn nn n

SBP participa do lançamentodo Projeto “ Mãe Curitibana”

O dr. Lincoln Freire participou do lan-çamento do projeto Mãe Curitibana. Es-tiveram presentes também, na capital doParaná: o governador Jaime Lerner, o pre-feito Cássio Taniguchi, o secretário Mu-nicipal de Saúde, Luciano Ducci, JoãoYunes, Secretário Nacional de Políticasde Saúde do Ministério da Saúde e VesnaBanjak, representante do Unicef, entreoutras autoridades. O projeto é uma im-portante estratégia para a redução da mor-talidade materna e neonatal e tem comolema a qualidade, segurança e ahumanização do atendimento. Entre suasações, está a assinatura de um convênio,por parte das maternidades, comprome-tendo-se a ter o obstetra ou enfermeiroobstetriz e o pediatra na sala do parto,além de preencher o partograma. n

Em setembro, Congresso Nacional de Pediatria :Região Centro-Oeste!

O II Congresso Nacional de Pedia-tria : Região Centro-Oeste será reali-zado de 8 a 11 de setembro em Cuiabá(MT). Entre outros temas, estão no pro-grama: atualidades em infectologia eimunização, emergências na práticadiária e novos antibióticos – uso raci-onal e resistência bacteriana. Confe-rências, mesas-redondas, colóquios epalestras farão parte do evento, alémdos cursos pré-congresso sobre ado-

lescência, visão do especialista naprát ica pediátr ica, entre outros .Maiores informações na SociedadeMatogrossense de Pediatria, nos te-l e fones (065) 623-4709 e 624-3725. n

Pediatras da Bahia fazemhomenagem a Nelson Barros

Atual presidente do Conselho Acadê-mico da SBP, dr. Nelson de CarvalhoAssis Barros, aposentou-se recentemen-te da Universidade Federal da Bahia.Permanecerá como colaborador ativo,assessorando o reitor Heonir Rocha nosassuntos ligados aos hospitais de ensi-no. Na instituição, foi professor titularde Pediatria, chefe de Departamento ecoordenador do Mestrado em Assistên-cia Materno-Infantil. Na homenagem,prestada por seus colegas de trabalho

dia 16 de março, estavam presentes adra. Lícia Moreira, presidente da Socie-dade de Pediatria da Bahia e a dra.Luciana Rodrigues, vice-presidente daSBP, que entregou ao mestre uma placaem nome da entidade. n

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DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS´

Pediatras se integramcada vez mais aosBancos de Leite

Cresce a participação de pedia-tras nos movimentos pelo aleitamen-to materno. Prova disto, foi o I En-contro de Centros de Referência Es-taduais em Bancos de Leite Huma-no, que ocorreu em março no Riode Janeiro. O evento contou com 11profissionais, o que significa a me-tade dos representantes de Bancosde Leite presentes. Segundo a dra.Sônia Salviano, presidente do Depar-tamento de Aleitamento Materno daSBP, este engajamento é o resultadode um trabalho conjunto com o Mi-nistério da Saúde e representa umganho inestimável, já que a atuaçãodos pediatras é imprescindível à cau-sa da amamentação.

Entre os assuntos abordados, es-tavam a capacitação de profissio-nais e a implementação do sistemade controle de qualidade em todosos Bancos de Leite do país. Dra.Sônia acrescenta que o Brasil tem amaior rede mundial de Bancos deLeite Humano. Em 1998, só no Dis-trito Federal, foram coletados cercade 14 mil litros, que beneficiaramaproximadamente 31 mil crianças.De acordo com a médica, o papeldo pediatra é incentivar, apoiar eajudar a mulher a manter a lactação.Se houver excesso de leite, ela deveser orientada sobre como fazer adoação. n

Semana Mundialserá em outubro

Para quem ainda não sabe, esteano a Semana Mundial do Aleita-mento Materno será em outubro,com o tema “Amamentar: educarpara a vida”. O Departamento jáestá definindo as ações que se-rão promovidas, além dos crité-rios para a realização do concur-so de fotografias de mulheresamamentando. Os inscritos pre-cisam ser pediatras. Os residen-tes em pediatria poderão concor-rer com monografias sobre o alei-tamento natural. Maiores infor-mações na próxima edição doSBP NotíciasSBP NotíciasSBP NotíciasSBP NotíciasSBP Notícias . nn nn n

Congresso de EndocrinologiaO III Congresso Brasileiro de

Endocrinologia e Metabologia, realiza-do em Curitiba, em abril, discutiu temasatuais, como o desenvolvimento e cres-cimento de crianças nascidas pequenaspara a idade gestacional, prevenção econtrole da obesidade na infância e ade-quação das atividades físicas para cri-anças. De acordo com o Dr. RomoloSandrini, presidente do congresso, o al-moço com os professores, com espaçoreservado para perguntas aospalestrantes, foi também uma experiên-cia muito positiva. Com 55 conferencis-tas, brasileiros e estrangeiros, o Con-gresso registrou cerca de 600 inscritos.O número de trabalhos apresentadoschegou a 150, representando o dobro emrelação ao último evento da especiali-dade. n

VII Congresso Brasileiro deAlergia e Imunologia

em PediatriaPromovido pela SBP e Sociedade

de Pediatria de Brasília, o VII Con-gresso Brasileiro de Alergia eImunologia em Pediatria, realizadoem abril, contou com 614 inscritos,além de 80 palestrantes brasileirose 11 estrangeiros. Segundo o dr.Wellington Borges, que presidiu oevento, metade dos participanteseram pediatras generalistas, o que de-monstra a necessidade de reciclagemem alergia e imunologia. De acordocom o presidente, no Brasil “cercade 15% das crianças de até 12 anosapresentam doenças alérgicas”. OCongresso foi aberto também para ati-vidades com a população da cidade.Convidados a participar de fóruns po-

pulares, pais efamiliares depacientes alér-gicos e porta-dores de doen-ça imunológicapuderam tirarsuas dúvidassobre o assun-to, além de as-sistir ao espe-táculo de mími-ca “Asma emgestos”, consi-derado muitointeressante. nn nn n

Campanha de Prevenção deAcidentes na Infância

e AdolescênciaDois cartazes com orientações aos

pediatras e à população estão sendodistribuídos. As primeiras remessas já

foram enviadas para as Socie-dades Estaduais de Pe-

diatria. De seu lado,as instituições par-ceiras nesta Cam-panha, como oUnicef e o Minis-tério da Saúde –encarregado de

remetê-los às Secretarias Estaduais deSaúde –, estão empenhadas em fazero material circular. A Pastoral da Cri-ança já o enviou para 260arquidioceses do país, atingindo, po-tencialmente, cerca de 100 mil pes-soas. A SBP também tem atendido apedidos de diferentes comunidades,interessadas em colaborar.

A Coordenação da Campanha infor-ma ainda que emitiu correspondência,solicitando sugestões a Departamen-tos, Sociedade estaduais, Comissões,Grupos de Trabalho, en-fim, à comunidade pe-diátrica envolvida naorganização daSBP e a respostatem sido extrema-mente rica. Alémdisso, inúmerasatividades têm sido realizadas no país.Estas vão de entrevistas aos meios decomunicação a eventos científicos. In-forma, por fim, que os cartazes podem(e devem) ser solicitados por aquelesque se disponham a afixá-los em seuslocais de trabalho ou em lugares pú-blicos. Faça seu pedido à Sociedadede Pediatria de seu estado!

TEPCom a colaboração dos Departa-

mentos Científicos (DCs), a prova doTítulo de Especialista em Pediatria(TEP) está sendo reformulada, paramelhor se adequar à realidade do exer-cício profissional. Além disso, na linhade valorização do Título, a SBP consti-tuiu uma Comissão, coordenada peloprofessor José Martins Filho, para es-tabelecer critérios – a serem discuti-dos pelos DCs e pelo Conselho Superi-or – para revalidação do TEP. n

União contra a mortalidade perinatalA Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Federação Brasileira das

Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) decidiram formarum Departamento conjunto de Perinatologia. O objetivo, segundo o dr. LincolnFreire, presidente da SBP, é a elaboração de um documento com diagnósticoe propostas conjuntas, a ser entregue ao Ministério da Saúde no Dia da Cri-ança, para reduzir os alarmantes índices de mortalidade perinatal, hoje aprincipal para a população infanto-juvenil (foram 78.204 óbitos em 1995).Pediatras e obstetras estão se unindo para defender a humanização do aten-dimento à gestante e a qualidade do pré-natal. Querem também sensibilizaras próprias mulheres, para que procurem este atendimento.

Estiveram presentes à reunião conjunta, em São Paulo, além do dr.Lincoln Freire, o dr. Benjamin Kopelman, presidente do Departamentode Neonatologia da SBP, o dr. Edmund Chada Baracat, presidente daFebrasgo e o dr. Soubhi Kahhale, coordenador da área de Perinatologiada Febrasgo. A intenção é realizar um trabalho integrado também noincentivo ao aleitamento materno.

Para trocar experiências e integrar suas ações, presidentes dos De-partamentos Científicos se reuniram pela segunda vez nesta gestão.O encontro ocorreu em março, em São Paulo.

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Criatividade pela pazTENDÊNCIAS & CULTURA

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o Brasil tudo acaba em futebol.Sorte dos adolescentes do bairroNazaré, na periferia de Belo Ho-rizonte (MG), que por terem aca-

bado com uma briga de gangues de es-colas rivais, usando a paixão nacional,ganharam o direito de representar o Paísna Conferência Internacional de Haya,na Holanda, de 11 a 24 de maio. Osadolescentes são alunos da Escola Mu-nicipal Maria Mazzarello, uma das maiscarentes da cidade, e até a fama repen-tina nunca tinham viajado para fora doEstado. Agora,do outro lado do Atlânti-co, só se fala desta façanha.

Tudo isso por terem vencido, sem nemsaber que estavam participando, um con-curso internacional de vídeos sobre vio-lência e adolescência, que aconteceu noinício do ano emN o v a I o r q u e(EUA). No anopassado, EltonFelipe Magalhães,16 anos, Estefâniade Brito Pinto, 13anos, José JúniorMagalhães, 14anos, Flávia Kellyda Silva Pinto, 14anos e FabrícioAlves Mendes, 19anos, criaram ovídeo “Briga deEscola”, que eminglês ganhou atradução de “Fightno more” (Briganunca mais).

A produção dequase quatro mi-nutos é uma sátiraà realidade queassola muitas comunidades: a briga en-tre galeras de escolas rivais. No vídeo,os alunos das escolas municipais MariaMazzarello e Agenor de Carvalho, queficam a menos de três quadras uma daoutra, são representados por soldadinhosde papel que se enfrentam em cavalosde pau, com espadas feitas de cabo devassoura. Um intrépido repórter acom-panha o desenrolar da guerra, que jácontinha muitas baixas, quando um ra-dical resolveu por fim ao conflito atiran-do uma bomba. O artefato mal toca ochão e a garotada percebe nele outrafunção. A bomba logo vira uma bola e orepórter anuncia feliz o final do conflito:

“aqui tudo acaba em futebol”.O jargão é antigo, mas a fórmula sim-

ples seduziu o júri do concurso que re-solveu escolher “Briga de Escola” paraa abertura da centésima conferência deHaya, onde está sendo definida a agen-da de mobilizações pela paz no próximoséculo. “Violência e adolescência” nãofoi um tema escolhido aleatoriamente.Um dos maiores desafios da sociedadepara o próximo milênio será conseguirdominar a onda de violência crescente

entre os jovens, que ateiam fogo em ín-dios e indigentes, depredam escolas,participam de rachas e fuzilam colegasde escola.

Mais do que arrebatar o prêmio emNova Iorque, “Briga de Escola” conse-guiu minimizar as “batalhas” entre osestudantes. Os alunos comemoram a tré-gua. “Na época em que as oficinas es-tavam sendo realizadas, havia muita bri-ga da gente com a turma do Agenor. Erasó as galeras se encontrarem, que a con-fusão estava armada. A gente resolveuretratar isso, para ver se o povo se toca-va e parava com as brigas. A gente nun-ca quis falar que a culpa era do Agenor

ou da Mazzarello. Só queria mostrar queera ridículo”, diz Elton Felipe.

Na tentativa de realmente conseguira paz, a garotada da escola MariaMazzarello resolveu convidar Estefânia,que na época estudava na escola rival,para participar da produção. A garotaconta, entretanto, que o ambiente naescola Agenor de Carvalho continua ten-so. “A briga era tão feia, que quando opessoal do Agenor ficou sabendo dovídeo, preferiu fingir que nada estava

acontecendo. Mas pelo menos as brigasentre as escolas terminaram. Lá o pes-soal ainda briga muito internamente, porisso mudei de escola”, conta.

Em Minas Gerais, estudantes ganham prêmio internacionalcombatendo brigas dentro e fora das escolas

Na batalha por um patrocínio paraestar presente na exibição do vídeo, JoséJúnior só pensava na possibilidade denão viajar quando se lembrava que aEuropa está atravessando uma das suaspiores guerras. “É por isso também queo vídeo fica ainda mais importante. Ele

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vai ser visto por um monte de jovens devários países e vai ser muito difundidoaqui também. É bom porque vai servirde incentivo para outras escolas que têmo mesmo problema. Briga não está comnada. A gente tem que se preocupar écom a paz. Olha só lá em Kosovo. Játem tanta guerra por aí”, lembra.

O vídeo está sendo apresentado emHaya por Ana Tereza Brandão e JanaínaPatrocínio, recém-formadas em jornalis-mo e monitoras das oficinas de vídeo naescola Mazarello. “Briga de Escola” foifeito através do extinto projeto TV Salade Aula, uma parceria da Secretaria Mu-nicipal da Educação com o curso de Co-municação Social da Universidade Fe-deral de Minas Gerais (UFMG). A par-ceria já não existe mais, mas asmonitoras se juntaram a professores dasescolas beneficiadas pelas oficinas efundaram a organização não-governa-mental Associação Imagem Comunitá-ria. Foi a ONG que inscreveu o trabalhono concurso de Nova Iorque. Agora aexpectativa é conseguir patrocínio paracontinuar com o projeto de oficinas devídeo em escolas públicas. O objetivo éprevenir o uso de drogas e a violência,oferecendo aos alunos contato com ummundo bem diferente da dura realidadeda periferia.

Um dos maiores desafios dasociedade para o próximomilênio será conseguirdominar a onda da violênciacrescente entre os jovens

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