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PUB. SAIBA COMO VOTAR NA PÁGINA 15 DO TETRA À TRETA! UM BENFICA IRRECONHECÍVEL ESTADIA PERMANENTE ASSEGURADA Encarnados ganharam dois jogos em seis disputados. E sofreram 14 golos! Sporting também não foi brilhante e o FC Porto promete... PÁGINA 27 BREXIT Nº 192 < Ano 11 < 31 Julho 2017 Director: Daniel Santos Mensal < Gratuito PORTUGAL OPERADORAS DE TELEMÓVEIS FACTURAM DINHEIRO A MAIS! FUNCHAL E PORTIMÃO LIGADOS POR ‘FERRY’ RTP VAI DEIXAR DE TRANSMITIR TOURADAS “Não há consenso no Parlamento ou na sociedade portuguesa sobre as touradas” refere o director de programas da estação pública. Página 12 MADEIRA Governo Regional está a finalizar um concurso para ligação Funchal-Portimão, via ferry, em menos de 24 horas e, pelo menos, uma vez por semana. A ligação vai custar três milhões por ano aos cofres regionais. Página 14 INTERNACIONAL VENEZUELA:MAIS SETE MORTOS NO DOMINGO MORREU A ACTRIZ FRANCESA JEANNE MOREAU O regime ditatorial imposto por Nicolás Maduro continua a matar. Já se con- tabiliza mais de uma centena de mortos em quatro meses. Página 17 A galardoada actriz morreu aos 89 anos, na sua casa em Paris. Página 17 LAZER KATIA AVEIRO TEM UM ‘BRUXO’ Pois tem... mas não lhe tem servido de muito! Página 24 Theresa May apresentou uma proposta do Governo britânico para resolver a questão dos direitos dos imi- grantes da UE após o Brexit, que passarão a ter residência automática e grande parte dos direitos adquiri- dos durante o período de adesão ao mercado único por parte do Reino Unido. Página 19 HORÓSCOPO Saiba tudo sobre o seu signo. Página 25 COMUNIDADES “O REINO UNIDO PRECISA DOS PORTUGUESES E NÓS PRECISAMOS DO REINO UNIDO” MANUEL LOBO ANTUNES Excertos da entrevista que o Embaixador de Portugal deu ao Diário de Notícias. Página 23 CIENTISTA PORTUGUESA PREMIADA EM OXFORD MARIA DA LUZ SOUSA FIALHO Jovem estudante ganhou o prémio anual do “William C. Stanley Early Investigator”, com um estudo sobre diabetes. Página 22 PÁGINA 13

UM BENFICA IRRECONHECÍVEL DO TETRA À TRETA! · responsabilidade dos anunciantes. Os artigos de opinião ... certamente digna de constar de um qualquer compêndio de frases ... bruxedo

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SAIBA COMO VOTAR NA PÁGINA 15

DO TETRAÀ TRETA!

UM BENFICA IRRECONHECÍVEL

ESTADIAPERMANENTEASSEGURADA

Encarnados ganharam doisjogos em seis disputados.

E sofreram 14 golos! Sportingtambém não foi brilhante e o FC Porto promete...

PÁGINA 27

BREXIT

Nº 192 < Ano 11 < 31 Julho 2017 Director: Daniel Santos Mensal<Gratuito

PORTUGAL

OPERADORAS DE TELEMÓVEISFACTURAMDINHEIROA MAIS!

FUNCHAL E PORTIMÃO LIGADOS POR ‘FERRY’

RTP VAI DEIXAR DE TRANSMITIR TOURADAS“Não há consenso no Parlamento ou na sociedade portuguesa sobre astouradas” refere o director de programas da estação pública. Página 12

MADEIRA

Governo Regional está a finalizar um concurso para ligação Funchal-Portimão,via ferry, em menos de 24 horas e, pelo menos, uma vez por semana. A ligaçãovai custar três milhões por ano aos cofres regionais. Página 14

INTERNACIONAL

VENEZUELA:MAIS SETE MORTOS NO DOMINGO

MORREU A ACTRIZ FRANCESA JEANNE MOREAU

O regime ditatorial imposto por Nicolás Maduro continua a matar. Já se con-tabiliza mais de uma centena de mortos em quatro meses. Página 17

A galardoada actriz morreu aos 89 anos, na sua casa em Paris. Página 17

LAZERKATIA AVEIROTEM UM ‘BRUXO’Pois tem... mas não lhe tem servido de muito! Página 24

Theresa May apresentou uma proposta do Governo britânico para resolver a questão dos direitos dos imi-grantes da UE após o Brexit, que passarão a ter residência automática e grande parte dos direitos adquiri-dos durante o período de adesão ao mercado único por parte do Reino Unido. Página 19

HORÓSCOPOSaiba tudo sobre o seu signo. Página 25

COMUNIDADES

“O REINO UNIDO PRECISA DOS PORTUGUESES E NÓSPRECISAMOS DO REINO UNIDO”

MANUEL LOBO ANTUNES

Excertos da entrevista que o Embaixador de Portugal deu ao Diário de Notícias. Página 23

CIENTISTA PORTUGUESAPREMIADA EM OXFORD

MARIA DA LUZ SOUSA FIALHO

Jovem estudante ganhou o prémio anual do “William C. Stanley Early Investigator”, com um estudo sobre diabetes. Página 22

PÁGINA 13

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CRÓNICA

2 31 Julho 2017

ENTRE NÓS

www.jornalasnoticias.co.uk

t. 03330111715

[email protected]@jornalasnoticias.co.uk

editorial

Oque se fez foi o máximo que se podia fazer, disse o Presidente da República (PR),ainda a catástrofe iniciada em Pedrógão Grande era uma criança a quem já se adi-vinhava triste futuro, mais tarde confirmado pelo evoluir dos acontecimentos.

Tempos depois, quando as dantescas chamas voltaram para ameaçar Mação e as localida-des limítrofes, eis que o omnipresente Marcelo para lá se dirigiu, sempre solícito, coope-rante e palrador. De imediato se viu rodeado pela comunicação social amiga, ávida debeber nas palavras do PR a solução mágica para apagar fogos – este e muitos outros queirão surgir devido à ineficácia de quem os combate, naturalmente excluídos os valorososbombeiros deste imenso lote de incapazes que há quase dois meses vêm dando provas dasua ineficácia.

Então... o que foi Marcelo dizer a Mação? Banalidades, como é óbvio, palavras soltasque o vento levou até aos microfones gulosos dos repórteres das televisões, suficiente-mente mal preparados para não entenderem as vacuidades expelidas por Sua Excelência.Como esta, certamente digna de constar de um qualquer compêndio de frases célebres:“Em ditadura, lembro-me há 50 anos, era possível haver tragédias e nunca ninguém per-cebia bem qual eram os contornos das tragédias porque não havia um Ministério Públicoautónomo, juízes independentes e comunicação social livre. Em democracia há tudo isto.“Brilhante! E mais adiante, uma outra máxima digna de registo: “A prioridade agora é com-bater o fogo.” Marcelo dixit, publique-se sem demora e sem comentários, as palavras doPR são inquestionáveis, quem ousaria rebatê-las ou criticá-las? Eu! Sim, eu, um modestojornalista que gostaria de ver bem explicada essa comparação entre as tragédias dos tem-pos da outra senhora e as que agora ocorrem – será que Marcelo está a comparar, e a des-culpar, a incompetência de hoje com o secretismo de outrora? É que nos dias que corremtambém não se percebem bem “os contornos” das tragédias, anda tudo baralhado, pare-ce que ninguém se entende! Estará Marcelo a tentar “limpar” a inoperância actual com osilêncio de antanho? E de que nos vale a tal “comunicação social livre” se este governo, quetão descaradamente apoia, acaba de impor uma lei da rolha igualzinha àquela com que,há 50 anos, nos tapavam a boca? Sobre esta imposição antidemocrática ainda não o ouvi-mos, senhor Presidente, importa saber se está com esta atitude ditatorial ou contra ela,não basta recordar os tempos do “faxismo” que eu também vivi, ao PR também se exigelíngua afiada quando o governo se mete por caminhos sinuosos e impõe blackouts quenos fazem regressar a esses tempos de má memória!

Dias depois, porém, em entrevista ao “Diário de Notícias”, e depois de ter dado uma nocravo, Marcelo deu outra na ferradura ao exigir o apuramento de “todas as responsabili-dades” – afinal as mesmas palavras que empregou aquando do roubo em Tancos, as mes-mas frases vazias de um Presidente da República que, assim que o fogo da crítica se fazsentir, logo se apresta a deitar água na fervura e a substituir o governo dizendo o que estereceia manifestar. E essa coisa do “aproveitamento político” acerca do número de mortosnão é a exploração duma tragédia, como insinua, é a transparência no lugar da opacida-de, essa mágica alimentada pelo xico-espertismo de Costa e seus acólitos, um truquebarato que já poucos engana, a demagogia como última arma de arremesso de quem nãotem mais argumentos para utilizar em sua defesa!

Deixe-se de tretas, de comparações infelizes e de recadinhos à esquerda e à direita,senhor Presidente. Como muito bem disse, a prioridade agora é combater os fogos – poisentão seja bombeiro, pegue lá no seu capacete, no seu machado e na sua mangueira eatire-se às chamas, mesmo àquelas que vêm chamuscando este governo que apoia edefende descaradamente. Mas faça-o com afecto, com a mesma disponibilidade que põenas selfies, nos beijinhos e nos abraços.

Marcelo, o bombeiro

Tudo o que se faz e decideaqui tem isto: É frio como obreu! Nada se pode enfrentarna vida cosmopolita britânicasem se sentir esta sensação degelo. E agora lançaram umnovo produto, em forma de‘brrrrand’ novo e roto, poronde entra o frio que nos con-gela há mais de um ano e nos

conduz a perplexidade a muitos pontos abaixo zerodo termómetro da compreensão. Nada se faz ou con-duz direito. Como se o povo britânico que conhece-mos e convivemos tivesse, de repente, conseguidocriar um estado omnipotência recentemente descon-gelada dos confins dos séculos e posta a pairar sobrea razão europeia. O mesmo ‘pontapé na lua’ queHenrique VIII deu na Igreja quando a paciênciasexual chegou a termos com a vontade, e PIMBA!Vamos partir o gelo e lançar uma tempestade depedra e inundar a Europa com ideias ‘molhadas’,perplexa de tantas fragilidades e incoerências. Umareligião igual à substituída, cuja independência éapenas circunstancial.

Depois temos as negociações em Bruxelas. Umbruxedo que me faz lembrar um jogo que fazia comos meus irmãos quando criança. Escondíamos umdoce e conforme os que o procuravam se aproxima-vam do mesmo, gritávamos ‘frio’ ou ‘quente’!Muitas vezes estendido para o ‘toque e foge’. OGoverno britânico anda às escuras à procura deideias. Introduz a meta do mínimo de cinco anos deresidência, para que possamos todos ficar, masesquece-se do fundamental: muitos dos direitos

adquiridos. Por outro lado, restringe os britânicosnoutros países da Europa a um só país – não sepodem movimentar livremente!

Tudo leva a crer que a decisão do Brexit foi tomadaa ‘quente’ e nós sabemos bem como os britânicos têmdificuldade em enfrentar os ‘escaldões’. No partidoconservador tudo anda às avessas e ninguém faladireito. O passo trôpego e ziguezagueante dos quedefenderam o Brexit, leva a crer que tudo foi decididonum qualquer ‘PUB’ do ‘Far age’. Todos nós sabemose conhecemos a forma organizada e meticulosa comoos ingleses processam tudo e todos, então o quefalhou? Assim que o Brexit rebentou, criou um estadode terrorismo verbal difícil de entender e perceber virdo mesmo povo que tão bem conhecemos. Depois, apercepção que nada estava pensado, que a ‘borrada’foi e é total e que muitos dos planos prometidos sãoimpraticáveis a curto e médio prazo. Tanto mais, a faseagora em que todos dizem e se desdizem e que nos iráacompanhar até 2022 neste bombardear de tempesta-des frias e inóxias que só geram incertezas.

À medida que o tempo passa, mais parece queCirco veio à cidade e que por entre a confusão fol-gam-nos as costas. Ver tudo isto cria arrepios de frio,mal-estar, interrogações e incertezas. A vida ensinou-nos que nada de bom vem deste tipo de situações.Explica-nos bem como o Mundo anda às avessascom os políticos, que muitos cada vez mais abraçamo contraditório e o disparate. Fogem a sete pés dopublico, como insectos de DTT. Tal como vai a‘coisa’ tudo é possível… até mesmo, considerar quetudo ficar na mesma!

Está um frio de rachar – Brrrrrrrrrrrrrexit! Vamosmas é de férias!!!

Por JOÃO DE NORONHA

Brrrrrrrrrrrrrrrrrrrexit!!!

Como temos vindo a noticiar, a The PortugueseOffer é uma feira para encontro de negócios,chamam-lhe os entendidos ‘Business-to-

Business’ (B2B), que se vai realizar nos dias 20 e 21 deOutubro, no Business Design Centre, em Londres. Aprimeira grande mostra de produtos, industrias, imobil-iária, turismo e serviços de Portugal no Reino Unido,com capital totalmente investido por empresas detidaspor portugueses, emigrados na Grã-Bretanha.

Da organização, que tem sido mencionada em váriosmeios de comunicação em Portugal, recebemos um‘press release’ que começa por noticiar “o apoio doAICEP, assim como a presença de personalidades derelevo e onde os compradores e investidores do mercadoinglês vão poder conhecer maissobre Portugal e o seu incríveldinamismo nos sectores alirepresentados.”

O mesmo documento falat a m b é m   d o   l a n ç a m e n t odo Match & Meet 3.0, “umaplataforma informática desen-volvida por uma equipa portu-guesa e duas empresas de mar-keting inglesas. Numa primeirafase, leva a cabo contactos e registos em plataforma decompradores e investidores que operam no mercado bri-tânico e, numa segunda fase, partilha os contactos comos expositores numa área online altamente profissionalonde se estimula o contacto directo e marcação de reu-niões na própria feira.” Mais uma vez empresas de altatecnologia informática portuguesas auxiliam na criaçãode um instrumento informático único e, de certa manei-ra, revolucionário, no sentido deste tipo de evento.

Segundo a organização, a The Portuguese Offer, ocupa“uma área total de 1.400 m2 com capacidade para 132expositores e está dividida em dois pisos onde aconte-cem, em simultâneo, as duas grandes áreas de negócio:

PRODUCTS & SERVICES / REAL ESTATE & TOU-RISM onde estão representadas algumas das maioresmarcas, empresas exportadoras, oportunidades de inves-timento imobiliário e Turismo em Portugal, mas tambémaquelas que se estão a lançar, pela primeira vez, nestedesígnio verdadeiramente nacional: EXPORTAR.”Refere também a organização “que no ano passado onúmero de empresas que venderam produtos para o mer-cado britânico disparou 38%, para 3.733, de acordo comdados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE). OReino Unido é, de resto, o quarto maior cliente de bensnacionais, tendo recebido 7% das exportações portugue-sas em 2016, que totalizaram 3.540 milhões de euros,mais 5,5% do que em 2015. Em 2016 mais de 2,5

milhões de britânicos viaja-ram para o nosso país estabe-lecendo um novo recorde e,no saldo acumulado da últimadécada, calcula-se que 12,9milhões de britânicos se des-locaram a Portugal segundo osite oficial do Governo Inglês(www.gov.co.uk) o que, ajuntar aos fortes e ancestraislaços culturais e comerciais,

nos coloca numa posição privilegiada junto do ReinoUnido.”

Um evento que os próprios responsáveis não escon-dem “o êxito e a aceitação no mercado de exportaçãoportuguês”, afirmou-nos Carlos Ribeiro, que continuou“Falta-nos muito pouco para a lotação esgotada e a ante-ver a adesão de mais algumas grandes associações, oespaço ficará totalmente tomado e passaremos a concen-trarmo-nos na selecção dos potenciais compradores, pro-fissionais que vamos atrair à feira.”

Nesta última semana a organização recebeu o apoiooficial da InvestLisboa e da SIMAB e promete, parabreve, confirmar mais apoios substanciais.

THE PORTUGUESE OFFER

Tudo pronto para receber Portugal exportador

331 Julho 2017

REINO UNIDO

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O fraco crescimento da economia britânica noarranque deste ano prolongou-se no segundo trimes-tre, um período marcado pela incerteza política epelas preocupações relacionadas com o futuro doReino Unido fora da União Europeia.

Segundo os dados revelados pelo gabinete nacionalde estatística, o PIB do Reino Unido cresceu 0,3% noperíodo entre Abril e Junho, em linha com as estima-tivas dos economistas, mas abaixo da projecção de0,4% do Banco de Inglaterra.

Esta evolução, que se segue a uma subida do PIB de0,2% nos primeiros três meses do ano, levou o institutode estatísticas a considerar que a economia sofreu “umanotável desaceleração na primeira metade do ano”.

No segundo trimestre, o crescimento foi impulsio-nado exclusivamente pelo sector dos serviços, queavançou 0,5%. A produção e a construção deram umcontributo negativo, ao passo que a agricultura teveum impacto nulo. Dentro dos serviços, o retalho e aindústria cinematográfica deram os maiores contribu-tos positivos.

Apesar disso, o crescimento do sector do retalhotem sido penalizado pela subida da inflação este ano –reflectindo a queda da libra desde o referendo doBrexit – que tira poder de compra aos consumidores.

Os dados revelados esta quarta-feira reforçam avisão de que o forte desempenho da economia britâni-ca depois do referendo do Brexit, em Junho do anopassado, não deverá ser sustentável este ano. Issomesmo antecipa o Fundo Monetário Internacional(FMI) que, no início desta semana, reviu em baixa asestimativas de crescimento do Reino Unido, em 2017,de 2% para 1,7%.

Mais pessimistas estão os analistas consultados pelaBloomberg, que prevêem um crescimento do PIB de1,6% este ano e 1,3% no próximo.

Os dados sobre a evolução da economia no segun-do trimestre são conhecidos dias depois de uma rondanegocial entre a UE e o Reino Unido ter terminadosem avanços, nomeadamente no que respeita às res-ponsabilidades financeiras de Londres e aos direitosdos cidadãos europeus a residir no Reino Unido.

Economia cresce... mas poucochinho!

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em baixaa estimativa de crescimento para o Reino Unido e para osEstados Unidos. A previsão anterior apontava para um crescimento de

2% da economia britânica. Afinal, em 2017, o PIB doReino Unido, deverá aumentar apenas 1,7%. NosEstados Unidos, o crescimento deverá ficar-se pelos2,1%, em vez de 2,3%.

Ao invés, as estimativas para a zona euro foram revis-tas em alta. O PIB da zona euro deverá crescer 1,9% esteano e 1,7% em 2018. Quanto aos salários, as perspectivas são menos opti-

mistas. Os últimos dados do FMI são do passado mêsde Abril e indicam que, devido ao impacto das tecnolo-gias, nas últimas décadas, os salários têm perdido terre-no para o capital.

FMI com previsões pouco optimistas

O ministro britânico da Economia, Philip Hammond, disse na sexta-feiraque o período de transição entre a saída do Reino Unido da União Europeiae a introdução de um novo acordo bilateral deve acabar no máximo em 2022.

Em declarações ao programa radiofónico Today, da BBC, Hammonddisse: “Nós falámos de um ano, de dois, de três… creio que há um amploconsenso de que o processo deve estar terminado na data programada daspróximas eleições legislativas, que é Junho de 2022“.

O ministro acrescentou que no dia depois do Brexit, previsto para 29 deMarço de 2019, “muitas coisas vão parecer como são agora, e depois have-rá um processo, entre a data em que deixaremos a UE e a data em que entramem vigor os novos acordos baseados nos tratados entre o Reino Unido e aUnião Europeia”.

O Governo britânico espera acordar um período transitório que vá desde adata de saída do bloco até à entrada em vigor do acordo bilateral que vaienquadrar a relação entre o Reino Unido e a União Europeia.

Na sequência do referendo a 23 de Junho de 2016, o Reino Unido invo-cou, a 29 de Março último, o artigo 50.º do Tratado de Lisboa que permite asaída de um Estado-membro do bloco europeu.

De acordo com o calendário do processo de saída, a data oficial de saídado Reino Unido da UE acontece dois anos após a activação do artigo 50.º doTratado Europeu, ou seja, a 29 de Março de 2019.

Período de transição do Brexit deve terminar em 2022

MINISTRO DA ECONOMIA

531 Julho 2017

REINO UNIDO

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No Reino Unido, a venda de veículos abrandou, depois de umperíodo de vendas recorde. O sector automóvel britânico deve-rá assim produzir menos do que os dois milhões de veículosligeiros por ano previstos para os próximos três anos.

Os dados são da Sociedade de Construtores e Vendedores deVeículos do Reino Unido, a SMMT.

Segundo a SMMT, a produção de veículos caiu 13,7% emJunho, quando comparada com o mesmo periodo do ano passa-do. Uma queda na produção que acompanhou um declínio nasvendas. Durante os primeiros seis meses do ano, as vendasforam afectadas pelo aumento do imposto sobre a circulaçãoautomóvel no Reino Unido, que teve lugar no mês de Abril.

Quando comparadas com período homólogo do ano anterior,as vendas de veículos novos caíram 9,5% nos primeiros seismeses de 2017.

Os industriais do sector preocupam-se também com os efei-tos da saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit,nomeadamente no que às exportações e importações diz respei-to. O aumento das tarifas aduaneiras poderia provocar umaumento dos custos e um declínio de até 10% nas vendas.

Outro grande desafio para o mercado automóvel britânico é adecisão de banir veículos a gasolina e a diesel a partir de 2040.Uma decisão que obriga à produção em assa de ligeiros híbri-dos e eléctricos.Carros a gasolina e a gasóleo banidos a partir de 2040. O

Reino Unido vai proibir a venda de carros a gasolina e gasóleoa partir de 2040, de forma a reduzir a poluição atmosférica. Amedida põe fim a mais de um século de utilização de energiasfósseis para motores de veículos, com um inegável impactosobre a qualidade do ar que respiramos. No entanto, haverátambém consideráveis mudanças no mercado do sector auto-móvel a nível europeu e mundial.

Em primeiro lugar, haverá uma importante mudança a nívelcomercial. Por agora, os números estão longe representaremuma fasquia importante. Apenas 0,2% dos veículos ligeiros

vendidos no continente europeu em 2016 são eléctricos. Se con-tarmos com modelos híbridos – ou seja, com motor eléctrico ea gasolina – como o Toyota Prius, a cifra sobe para 1,3%.

Em segundo lugar, a mudança no fabrico de automóveis teráum impacto sobre a estrutura – e mão-de-obra – necessáriaspara a produção dos mesmos. Um automóvel com motor tradi-cional utiliza cerca de 1.400 peças, entre transmissão, sistemaexaustor e o próprio motor. Um veículo totalmente eléctrico uti-liza uma média de 200 componentes.

A associação de empresas da indústria automóvel alemã(VDA, sigla em alemão), estima que a proibição da produçãode veículos movidos a combustíveis fósseis poderia ameaçaraté 600 mil empregos no país, 430 mil dos quais directamenterelacionados com a produção de componentes para os veículos.

Existem mais de 120 unidades de produção de componentespara veículos no continente europeu. Há mais de 100 mil traba-lhadores no sector em diferentes países.

A criação de unidades de produção automóvel especializadas

em híbridos e eléctricos poderia criar até 25 mil novos postosde trabalho entre 2015 e 2030, segundo a consultora AlixPartners. Os híbridos poderiam também contribuir para umarelativa absorção das ondas de choque provocadas pela trans-formação do serviço produtivo, já que este tipo de veículosincorpora também motores tradicionais, ou seja, a gasolina.Importância da medida para a Alemanha. Em 2016, o

Reino Unido foi o mais importante mercado de exportação paraas construtoras alemãs em todo o mundo, tendo em conta quesão exportados menos veículos para mercados como a China ouos Estados Unidos por existirem unidades de produção nessespaíses. Foram vendidos, no ano passado, cerca de 800 mil veí-culos de marcas alemãs em todo o Reino Unido, o que corres-ponde a cerca de 20% do total das exportações de veículos ale-mães a nível mundial. Desta forma, parece inevitável que asgrandes construtoras alemãs acelerem o seu processo de adap-tação à produção em massa de veículos eléctricos para conser-varem a presença neste importante mercado de exportação anível mundial.Que custo de produção? Cerca de 60% do custo de produ-

ção dos veículos eléctricos é absorvido pela produção da bate-ria, o que significa que esta é ainda cara, ainda que os valoresde produção tenham caído de forma importante e permanente.

Espera-se que o custo de produção das baterias desça até che-gar ao mesmo nível que o custo de produção de um motor com-bustível, com todos os componentes incluídos, o que poderáacontecer entre 2020 e 2030. O aumento dos impostos sobre oscombustíveis e os mecanismos de compensação para a comprade veículos eléctricos deverão contribuir para a tendência.Que nível de investimento? É importante apostar em esta-

ções de recarga dos veículos. Londres, por exemplo, deverá rea-lizar investimentos na ordem dos 10 mil milhões de euros paraeste tipo de infraestruturas. Segundo a consultora AlixPartners,nenhum destes investimentos foi ainda levado a cabo até aomomento.

Queda na produção e venda de automóveis

6 31 Julho 2017

REINO UNIDO

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O príncipe William realizou o seu último turnocomo piloto de ambulância aérea, antes de se dedicarexclusivamente aos seus deveres reais, como herdeirodo trono britânico.

William, o segundo na sucessão real, vai trabalharhoje no turno nocturno na organização de solidarieda-de East Anglian Air Ambulance, onde, nos últimosdois anos, tem transportado equipas médicas paraemergências, como acidentes de viação.

O príncipe, com 35 anos, afirmou-se “muito orgulho-so” por ter servido os serviços de emergência, pelosquais disse ter “um respeito profundo”, mas relatou tam-bém ter testemunhado “tragédias horríveis”, num textopublicado no jornal regional Estearn Daily Press.

Os membros mais novos da família real britânicaestão a assumir progressivamente mais papéis ofi-ciais, como visitas ao estrangeiro, ao mesmo tempoque a rainha, Isabel II, com 90 anos, e o seu marido, oduque de Edimburgo, dão um passo atrás para darespaço às novas gerações.

William e a sua mulher, Kate, também vão passarmais tempo no Palácio de Kensington, em Londres,onde o filho mais velho, George, deverá começar afrequentar a escola.

Com o desejo de viver como um cidadão comum, opríncipe William é o primeiro membro da família realque pode subir ao trono depois de ter tido um empre-go na vida civil.

William fez último voona ambulância aérea...

A polícia de Londres está a ponderar apresentar processos de homicídiocontra as autoridades locais do distrito de Kensington e Chelsea, onde 80pessoas perderam a vida num incêndio na torre Grenfell de habitação social,foi divulgado na passada quinta-feira.

De acordo com informações tornadas hojepúblicas, a polícia londrina enviou cartassobre o incêndio ao município local e aoK e n s i n g t o n   a n d   C h e l s e a   Te n a n tManagement Organisation (KCTMO), orga-nismo público encarregado da administraçãodos apartamentos sociais.

Nas cartas, os investigadores encarregadosdo inquérito explicam que “existem motivosrazoáveis para suspeitar que as duas entida-des cometeram o crime de homicídio”.

Citam, nomeadamente, “uma enormequantidade de material recuperado e numero-sos testemunhos recolhidos” para justificaras suspeitas, acrescentando que os visadosdeverão ser ouvidos em breve.

O balanço do incêndio, que ocorreu a 14 de Junho e destruiu totalmente atorre, de 24 andares, é de pelo menos 80 mortos, mas poderá ainda subir, por-que continuam pessoas dadas como desaparecidas.

Os habitantes responsabilizaram o revestimento recentemente colocado noimóvel - composto por alumínio e plástico - como o grande propulsionadordas chamas, iniciadas num frigorífico.

Familiares de algumas das vítimas realizaram uma cerimónia para recor-dar aqueles que perderam no incêndio: “Era um lugar feliz, e agora pareceuma zona de guerra, sangrenta, cheia de esqueletos, e das vozes silenciosasque nunca mais serão ouvidas”, disse Adelaide Mendy, tia de uma das víti-mas, segundo a agência PA.

Polícia londrina pondera fazer acusações de homicídio

INCÊNDIO DA TORRE GRENFELL

8 31 Julho 2017

REINO UNIDO

Aemissão de um documentário no Reino Unido,com confissões feitas pela princesa Diana aoseu treinador de voz, está envolta em polémica.

Diana fala da sua relação com o Príncipe de Gales — edo facto de Charles apenas mostrar vontade de ter sexoa (um estranho “padrão”) de três semanas –, da sua pai-xão por um guarda-costas do Palácio de Buckinghamque morreu num acidente de mota semanas depois deser afastado das suas funções — e que a princesa sus-peitava ter sido assassinado — e da sua luta pessoalcontra a bulimia.

Em 2004, alguns excertos dessas gravações foramemitidos pela cadeia norte-americana NBC. Mas a deci-são do Channel 4 de emitir o documentário “Diana, nassuas próprias palavras” no Reino Unido assume umaoutra dimensão — muito maior –, sobretudo quandopassam 20 anos sobre a morte da princesa, em Paris,num acidente de carro em que também seguia o seucompanheiro da altura, o milionário Dodi Fayed.

Sentada num sofá, com uma câmara a poucos metros numplano fechado sobre si, Diana falou longamente com PeterSetteen sobre a sua pessoal. Estava a treinar “a sua voz” e assessões serviriam, sugerem alguns media britânicos, para pre-parar a princesa para uma entrevista de vida. No momento emque as “entrevistas” acontecem, Diana e Carlos já não estavama viver juntos, ainda que o divórcio só viesse a ser oficializadoem 1996.

É durante esses encontros que a princesa aborda os pormeno-

res mais privados da sua vida. Entre eles, a sua relação sexualcom o Príncipe de Gales.

“Nunca havia disponibilidade da parte dele para isso — umavez de três em três semanas, por aí — e eu pensava que essecomportamento seguia um padrão”, admite Diana. “Ele costu-mava ver a sua senhora [Camilla Parker Bowles, com quemCarlos viria a casar-se mais tarde] a cada três semanas antes denos casarmos”, refere ainda.

Noutro momento, Diana — que confessa ter ficado traumati-zada com a forma como Carlos respondeu a uma pergunta

sobre se estava apaixonado (o herdeiro ao tronotermina a resposta com um “o que quer que o amorsignifique”) — fala sobre a sua relação comManakee, um guarda-costas do Palácio deBuckingham por quem se apaixonou.

“Estava absolutamente disposta a abdicar detudo isto para partir e ir viver com ele”, admiteDiana a Peter Setteen. Quando surgiram rumoresdo caso entre os dois, Manakee foi transferido paraoutras funções. Acabaria por morrer num acidentede mota algumas semanas mais tarde, num episó-dio que a princesa estava convicta não ter sido umacaso. “Foi tudo descoberto e ele foi corrido edepois morreu. Foi o maior golpe da minha vida,devo dizer.”

Quando Diana morreu, no último dia de agostode 1997, as cassetes ficaram na posse do seu mor-domo, Paul Burrell. Depois de uma batalha legal, o

irmão mais novo da princesa tentou que os tribunais lhe atri-buíssem a titularidade dos vídeos, mas a decisão acabou pordeterminar que seria o ator e professor de voz de Diana (quegravou as conversas) a ficar com as cassetes.

A emissão do documentário coincide com a divulgação deum outro trabalho documental em que os filhos de Diana,William e Harry, falam de forma mais pessoal sobre a sua mãee sobre as memórias que guardam da princesa. O segundo e ter-ceiro herdeiros ao trono britânico decidiram falar agora paramostrar uma faceta de Diana que não conhecida do público.

Diana confessa que o príncipe Carlos só queria sexo de três em três semanas!

Documentário polémicocom confissões pessoaisda princesa Diana vai ser

emitido em breve, no Reino Unido, quandopassam 20 anos sobre

a sua morte. Diana suspeitava que um

amante tinha sido morto

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Parece que o príncipe não era muito dado

às actividades sexuais

Adolescente foi violada pelo homem a quem pediu ajuda após tersido atacada sexualmente por outro indivíduo

A polícia britânica deteve dois homens suspeitos de estarem envolvidos no caso de dupla vio-lação que aconteceu entre o final de dia de terça-feira e a madrugada do dia seguinte: uma ado-lescente foi violada pelo homem a quem pediu ajuda após ter sido atacada sexualmente por outroindivíduo, em Birmingham.Estes dois homens agora detidos, de 27 e 35 anos, estarão ligados apenas ao primeiro inci-

dente, que terá acontecido cerca de quatro horas antes de um outro, em que a adolescente de14 anos (primeiras informações avançavam que tinha 15) foi sexualmente atacada ao homem aquem pediu ajuda.O primeiro ataque à jovem terá acontecido numa zona mais escondida da estação de comboio

de Witton, em Birmingham, perto do estádio do clube de futebol Aston Vila. Cerca das duas damanhã, terá sido largada junto à entrada da estação. Terá pedido ajuda e um homem que pas-sava de carro terá parado e tê-la-á violado de novo.As autoridades procuram ainda o autor deste segundo ataque, depois da detenção dos dois

homens alegadamente ligados ao primeiro após a divulgação de imagens de videovigilância.

CASO DA DUPLA VIOLAÇÃO

Polícia deteve dois homens

10 31 Julho 2017

PORTUGAL

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Costa é hipócrita, Zorrinho também, Galamba idem – os três mani-festaram-se horrorizados por um deputado socialista, ainda antesda saga “André Ventura”, ter chamado cigana a outra deputada

socialista. É óbvio que isto nada teve a ver com etnias, racismos, xenofo-bias ou homofobias, isto não passou de um ajuste de contas entre Manueldos Santos e Luísa Salgueiro, eram contas antigas dum rosário poli-tiqueiro agora trazido à praça pública, com Costa a exigir a cabeça dosegurista Manuel, sempre incómodo – e muitas vezes rude e ofensivo –nas suas afirmações e posições. Não será este o caso, o Manuel, desta vez,limitou-se a expressar a sua opinião sobre uma camarada de partido queele considera vendida aos interesses do nosso primeiro e da capital, umadeputada eleita pelo Porto e que, como todos os outros que andavam adormir na forma, assinou de cruz a candidatura de Lisboa para sede daAgência Europeia do Medicamento (EMA).

Dentro daquele espírito do hipocritamente correcto que vem dominan-do a nossa política, logo se ouviram as vozes dos senhores supracitados– da ofendida não se conhece qualquer incómodo ou resposta, será quelhe bastaram as tomadas de posição daqueles três estarolas, armados emcavaleiros andantes, para a senhora se sentir cabalmente defendida na suahonra e suficientemente ressarcida da manuelina ofensa? Será que ossocialistas vão ter a coragem de expulsar um militante por tais palavras,debitadas numa das muitas redes sociais que os políticos de hoje utilizama granel e das quais se servem para enviar recados que, se apresentadosno parlamento, seriam recebidos com ruidosa pateada? Não sou social-ista, nada tenho a ver com as lutas intestinas desse partido – mas que istocheira mal, lá isso cheira, parece que a pluralidade e a liberdade deexpressão começam a ser limitadas lá pelas bandas do Rato, Costa eCésar manobram o país e o partido a seu belo prazer, os portugueses estãocontentes, os militantes calados...

O que António Costa quis fazer ao Manuel dos Santos (e o que aesquerda quer fazer a André Ventura) é que é uma verdadeira ciganice, éo aproveitamento duma expressão banal, corriqueira e inócua para engen-drar mais uma trafulhice! Se há ciganos em todo este imbróglio um delesserá, certamente, o primeiro-ministro – não é pelo tom de pele nem pelaetnia que o classificamos, talvez ele esteja apenas a ser burlão, impostor,trapaceiro e velhaco, afinal os sinónimos que o dicionário nos oferecepara definir um cigano!

O Costa, o Manuel e os ciganos

Há um Carocha de 1968 entre os 42 veículos que aCâmara Municipal de Lisboa vai vender, a 31 de agosto,em hasta pública, com preços-base a partir dos 500euros. A maioria dos carros tem problemas — danos nointerior ou na carroçaria –, boa parte está imobilizada“por causas desconhecidas” e alguns nem sequer têmchaves ou documentos.

Ainda assim, se estiver interessado em ir até ao edifí-cio municipal do Campo Grande, aqui tem a lista doscarros e respectivas características. A lista começa napágina 15 do edital.

Há vários Opel Corsa brancos de 1997, Peugeot 607de 2003/2004 e até carrinhas Toyota Hilux de 1999. Ocarro mais enigmático é, contudo, o Carocha verde de

1968 que está “incompleto” e “imobilizado por causasdesconhecidas”; também não tem chaves nem documen-tos. Poderá, contudo, ser atractivo para adeptos darestauração de automóveis clássicos.

A base de licitação mais baixa é de 500 euros e a maisalta é de 4.500 euros. Somados estes valores, a câmarapoderá receber algo como 50 mil euros, no mínimo, casotodos os carros sejam vendidos.

“As propostas devem ser remetidas [até 30 de Agosto]por correio em envelope opaco e fechado, sob registo ecom aviso de receção, ou entregues por mão própriapelos candidatos ou seus representantes, contra recibo”,estipula a Câmara Municipal. Se quiser ir ver os carrospode fazê-lo durante a semana, entre as 8 e as 20 horas.

Câmara Municipal de Lisboa vendecarros clássicos a partir de 500€

O Presidente da República reconhece que aCaixa Geral de Depósitos conseguiu negociar umarecapitalização “difícil, muito difícil” e que, por isso,tem “consequências” que passam por cumprirmetas rígidas de redução de custos e rentabili-dade. Contudo, Marcelo Rebelo de Sousa dizesperar que “seja possível uma solução que tam-bém possa permitir à Caixa Geral de Depósitoscumprir a sua missão, começando por ser viável eque, por outro lado, tenha em linha de conta o teci-do social português”.O comentário de Marcelo, em entrevista publica-

da no domingo no Diário de Notícias, surge numaaltura em que a Caixa Geral de Depósitos anun-ciou uma limitação das isenções de comissõesbancárias para os reformados. A Caixa vai cobrarcomissões a uma parte significativa das 700.000pessoas que até agora não pagavam, ficando defora apenas os que tiverem mais de 65 anos ereformas inferiores a 835 euros.“Naturalmente, sou sensível no sentido em que

acompanho aquilo que é, por um lado, a preocu-pação da administração da Caixa de cumprir umameta para ter ali um banco forte ao serviço daeconomia portuguesa, mas também sou sensívelsobretudo àqueles com uma situação mais deprim-ida do ponto de vista económico e que podem sofr-er com certas medidas”, afirma Marcelo Rebelo deSousa.“Como se lembrará, num caso completamente

diferente que teve a ver com a reestruturaçãoorgânica no território continental, eu acompanhei

de perto algumas situações e penso que foi possív-el chegar a acordo nessas situações; o que euespero é que seja possível uma solução que tam-bém possa permitir à Caixa Geral de Depósitoscumprir a sua missão, começando por ser viável eque, por outro lado, tenha em linha de conta o teci-do social português”Na sexta-feira, ao apresentar os resultados do

primeiro semestre do banco público, Paulo Macedosublinhou que “a Caixa tem as comissões maisbaixas do mercado — não em todos os produtos,nem é o objectivo — mas a Caixa cobra entre umterço e metade das comissões dos outros bancos”.Com a polémica recente da reintrodução dascomissões para contas de reformados, PauloMacedo diz que não há um aumento da comissãomas, sim, havia uma isenção e que os clientes“mais vulneráveis” têm acesso às contas deserviços mínimos. Paulo Macedo sublinhou, contu-do, que “a Caixa tem uma determinação de cumpriro seu plano estratégico” e lembrou que “o acordoque foi celebrado vai no sentido de um aumentodas comissões”.Quanto à questão do crédito malparado nos ban-

cos portugueses, incluindo a Caixa, MarceloRebelo de Sousa diz que há uma “fórmula que temsido trabalhada ultimamente pelo Governo, peloBanco de Portugal, pela Comissão Europeia e peloBanco Central Europeu” mas que “se deixou defalar em fórmulas que eram as fórmulas que pare-ciam as mais tentadoras há um ano ou há um anoe meio”.

Caixa Geral de Depósitos tem de ter em conta o tecido social português

É O PRESIDENTE DA REPÚBLICA QUE O DIZ...

12 31 Julho 2017

PORTUGAL

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O governo previa, no Orçamento de 2017,obter uma receita anual com o ImpostoMunicipal sobre as Transmissões Onerosas deImóveis (IMT) de 649 milhões de euros, poucomenos do que os 655 milhões da coleta de2016. Mas a realidade parece ter ultrapassadoas melhores expectativas. O mercado imobil-iário está cada vez mais dinâmico e isso sente-se na receita fiscal. Disparou. De acordo a exe-cução orçamental do primeiro semestre, a cole-ta de IMT já vai em 420 milhões de euros, umasubida de quase 24% em relação à primeirametade do ano passado. São 80 milhões a maisa entrarem nos cofres do Fisco. E mais receitapara as câmaras.

Ainda vamos a meio de 2017 e a receitacobrada em sede daquele imposto (que incidesobre a compra e venda de casas e outro imobil-iário) já representa dois terços do valor que seprevê arrecadar no ano todo. O aumento de24% na receita de IMT contrasta com a subidade apenas 10% na receita fiscal global dasautarquias ou com a quebra de 1,2% na coletade impostos por parte do Estado, ensombradatemporariamente pelo maior fluxo de reembol-sos do IRS, que este ano ocorreram mais cedodo que em 2016.

"A receita de IMT está a ser afectada tantopelo número, como pelo valor das transações"de casas, reconhece fonte oficial do gabinete deMário Centeno em declarações ao DN/DinheiroVivo. Em Junho, a Direcção-Geral doOrçamento já havia destacado "o contributo doIMT e do IMI [Imposto Municipal sobreImóveis] por influência da evolução positivaque se tem verificado no mercado imobiliário edo consequente aumento das transações imobil-iárias". Mas também pela escalada dos preçosdas casas.

Questionadas sobre se a verba da receita deIMT inscrita no Orçamento não irá ser supera-da, a mesma fonte preferiu "não comentar".

Mas é evidente que há sinais de uma folgafavorável ao défice. O governo estava a contarcom uma receita, mas esta, afinal, deve ser bemmaior, para mais quando há sinais de que oboom do mercado imobiliário não vai parar tãocedo. A compra e venda de prédios, andares emoradias para efeitos de turismo tem umaimportante quota-parte de responsabilidadeneste mercado em ebulição.

No mais recente diagnóstico ao mercado por-tuguês, publicado esta semana, a consultoraCushman & Wakefield (C&W) confirma queno imobiliário para turismo "a primeira metadedo ano aponta já para novos máximos de ativi-dade". A C&W repara, por exemplo, que se teminvestido "com força no setor do turismo e res-idencial de luxo nos últimos três anos".

Ricardo Guimarães, diretor da ConfidencialImobiliário, outra consultora do setor, explica

que "não há muito tempo, os preços das casasapenas cresciam nas principais localizações,nomeadamente em Lisboa e no Porto". "Estecomportamento era específico para os centroshistóricos, motivado pela dinâmica de reabili-tação urbana. Noutras partes das cidades, eainda mais noutras localizações, os preçosestavam estagnados ou mesmo em queda. Hoje,todos os mercados se encontram em recuper-ação e a tendência positiva está a generalizar-se." Os números estão aí: o preço das casas deuum pulo de 6,2% nos primeiros três meses desteano; e só não aumentou em 15 dos 278 concel-hos do país. "A entrada de novos imóveis nomercado continua a cair, pressionando ospreços" em alta, refere a consultora. E o merca-do de arrendamento, supostamente a alternativapara quem não quer ou não pode comprar, estáquase congelado em centros como Lisboa,havendo pouca oferta a preços comportáveis. .

Curioso é que o IMI, o imposto que todos osanos incide sobre proprietários de prédios rústi-cos e urbanos e a maior fonte de receita dascâmaras, está a evoluir em linha com o previs-to no Orçamento. Está inscrito um crescimentode 4% (face à execução final confirmada pelaConta Geral do Estado de 2016), para um totalde 1548 milhões de euros; no primeiro semes-tre, a receita arrecadada estava ligeiramenteabaixo da meta (foi cobrado 47% do valor pre-visto), mas ainda assim subiu 3,8%.

As Finanças recordam que "aquando daaquisição de uma casa é possível, de acordocom o código do IMI, solicitar a isenção desteimposto, o que causa um desfasamento entre omomento da transação e o início do impactosobre a colecta". Não menos, quase um terçodos municípios portugueses, que a 1 de outubropróximo vão a eleições, decidiu este ano baixaras taxas de IMI. E uma fatia de 70% manteve astaxas. Dois factores que também ajudam atravar a subida do imposto.

‘Boom’ do imobiliário e turismo dá 80 milhões a mais ao fisco no IMTNo Orçamento deste ano, a previsão para o IMT, imposto sobre venda e compra de casas, cai ligeiramente face ao que foi recebido em 2016.

Mas a realidade é outra: esta receita das câmaras subiu 23,6% só no primeiro semestre

Turismo tem sidoum grandeimpulsionadorda nossa economia

Director de programas da RTP afirmaque a transmissão de mais espectáculosalém dos que já estão previstos "está forade questão". Estão previstas mais duasemissões este ano, a 11 de Agosto e a 12de Outubro.

A RTP transmitiu recentemente umacorrida de touros que aumentou a suaaudiência, o que a PróToiro considera umaconfirmação do sucesso televisivo dastouradas, ao passo que a Plataforma Basta(antitaurinos) duvida dos resultados,avança o Diário de Notícias. Para os anti-taurinos se as “corridas” dessem audiên-cias, então os três canais abertos não teri-am reduzido ou mesmo deixado de trans-mitir.

A televisão pública tem previstas trêstransmissões de corridas de touros nesteano. A primeira, a Corrida TV Norte, teveuma audiência média de 400 mil especta-dores. Na sequência disso as associaçõespró-tourada reclamam mais transmissõesdeste espetáculo na programação mas aRTP recusou.

Daniel Deusdado, diretor de programasda RTP, afirmou que a transmissão de maisespectáculos além dos três que a estaçãopública tem previstos todos os anos “estáfora de questão”.

Deusdado refere, em declarações ao DN,que o aumento de audiências “não é rele-vante para a decisão de ter ou nãotouradas em antena”. “Não há consenso noParlamento ou na sociedade portuguesasobre as touradas” refere o director de pro-gramas, quando questionado sobre seconsidera a tourada um espetáculo comcariz cultural e tradicional.

RTP vai deixarde transmitir

touradas

NÃO HÁ CONSENSO

1331 Julho 2017

PORTUGAL

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Operadoras de telemóveis cobraram50 milhões de euros indevidamente!

Cinquenta milhões de euros. É quanto os operadores de telecomuni-cações terão cobrado a mais aos clientes com a subida dos preços que aAnacom, o regulador de mercado, considera terem de ser revertidosporque não cumpriram com o dever de informação previsto na nova Lei dasComunicações. As contas são da Deco. A Associação de Defesa doConsumidor não hesita em classificar "ilegal" o valor cobrado pelas oper-adoras aos seus milhões de clientes nos últimos sete a nove meses. "É casopara dizer que grão a grão enche o operador o papo", diz Tito Rodrigues,jurista da Deco. Agora, perante a deliberação da Anacom, as operadorasdeverão reembolsar os clientes, defende.

O número exacto de clientes afectados não é conhecido, por isso,Tito Rodrigues admite que o valor de 50 mil-

hões "tanto pode ser na mouche, curtoou ir além".

"Só considerámos os dois oper-adores de que tínhamos reclamações[a NOS e o Meo] e dos quais tínhamosfacturas, o que nos permitiria ter val-

ores mais realistas e não mera-mente especulativos", explicao jurista sobre a forma como

os técnicos da associaçãochegaram a este valor.Os cálculos têm comob a s e o s d a d o scomunicados no último

trimestre de 2016 aoregu lador. Se o

aumento foi apli-cado a todos

os consumi-

dores já clientes nesse período, poderão ter sido cobrados de forma indev-ida cerca de 50 milhões, dizem.

"Em Portugal, existem 3,5 milhões de pessoas com pacotes de serviço.Ou seja, 87 em cada cem portugueses têm um pacote de telecom, sendocerto que o mais comum já é o 5P [em que o consumidor tem telemóvel edados móveis], que tem um custo perto dos 55 euros", descreve TitoRodrigues. "Estamos a falar de aumentos médios de 2 euros para ospacotes 3P e de 3,5 euros para as ofertas 4P e 5P."

As contas incidem apenas sobre as operadoras Meo e NOS ("represen-tam cerca de 80% do mercado") e sobre os pacotes de comunicações queterão registado em média aumentos de 3,4% a 7,4%. "Não incluem osaumentos sobre os tarifários móveis. No caso do WTF (tarifário móvel daNOS), o aumento foi de 19,5%", exemplifica Tito Rodrigues.

Cada cliente poderá ter pago a mais, neste período de sete a novemeses, um montante que pode oscilar entre 14 e 32 euros pelo seu pacote.Um valor até relativamente baixo, se considerado individualmente, masque "se multiplicado pelos muitos clientes das operadoras implica de gan-hos de muitos milhões".

A deliberação da Anacom não determina que o operador tenha de fazero reembolso do montante cobrado indevidamente durante esse período,pois a lei não lhe permite dirimir conflitos entre os operadores e os clientes,justificou fonte oficial do regulador. Por isso, a deliberação determinouapenas que, perante a falha de comunicar esse aumento no prazo legal, osoperadores estão obrigados a uma de duas medidas correctivas: reverter oscontratos para os valores antigos ou dar ao cliente a possibilidade derescindir, mesmo em período de fidelização, sem custos adicionais.

"Estou bastante esperançado que os operadores, acatando a decisão doregulador, acabem por fazer o reembolso ao cliente", diz Tito Rodrigues. Deoutro modo, caso queira ver reembolsado o que pagou a mais, o clientepoderá ter de recorrer a tribunais arbitrais, um confronto "entre David eGolias", que poderá levar os consumidores a desistir.

ALERTA DA DECO

Os lucros da Galp cresceram 1% no primeiro semestre para 250 milhões de euros, em comparaçãocom os 247 milhões de euros verificados no mesmo período de 2016. A petrolífera liderada por CarlosGomes da Silva beneficiou do aumento das receitas no segmento de exploração & produção e refi-nação & distribuição nos primeiros seis meses de 2017, de acordo com o relatório e contas apresenta-do esta segunda-feira junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

No segmento de refinação & distribuição, o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, amortizações edepreciações) cresceram 45% para os 420 milhões de euros, ” suportado pela envolvente de merca-do e pela disponibilidade operacional das refinarias”. Neste segmento de negócio, a petrolífera ben-eficiou igualmente de uma maior margem de refinação.

No negócio de exploração & produção, o EBITDA somou 391 milhões de euros, graças ao arranqueda produção de petróleo em mais unidades. Além disso, a empresa beneficiou de uma subida dopreço médio de venda de 43,9 dólares/boe, face a 32,1 dólares/boe no período homólogo de 2016.

A área de gas & power foi a única que recuou no primeiro semestre. O EBITDA do segmento de gásnatural e eletricidade recuou 64%, de 187 para 68 milhões de euros, depois da “desconsolidação dasoperações” da Galp Gás Natural Distribuição (GGND) – onde tem uma parceria com os japoneses daMarubeni -, os “menores resultados nas atividades de comercialização ibérica e trading de GNL” (gásnatural liquefeito”, aos “efeitos da paragem da cogeração da refinaria de Matosinhos”, e o desfasa-mento desfavorável nos índices de preço de compra de gás natural e de venda da energia produzida.

Nos primeiros seis meses de 2016, verificou-se uma redução de 35% no investimento, para 411milhões de euros, devido ao “estado avançado de execução dos projetos Lula/Iracema”.

A dívida líquida da Galp baixou para 1,856 mil milhões de euros no final do primeiro semestre.

Lucros da Galp cresceram 1%para 250 milhões de euros

14 31 Julho 2017

MADEIRA

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O Curral das Freiras não conseguiu um lugar entre as 14 aldeias que vão disputar o estatuto de melhor aldeia de Portugal, no concurso "7 Maravilhas"que vai decorrendo por esta altura no país. Concorrendo na categoria de “aldeias remotas", o Curral das Freiras foi ontem a concurso, na condição de pré-finalista, mãos não logrou subir mais uma degrau, vendo Piódão e Castro Laboreiro seguirem em frente, reunindo maior número de votos, através de tele-fonemas, no decorrer da gala transmitida em direto através da RTP. Nesta altura, no final de quatro galas, estão já apuradas oito aldeias, faltando aindaencontrar seis, nas três galas que se seguem, a cada domingo. A grande final tem já lugar marcado: será em Piódão.

MELHOR ALDEIA DE PORTUGAL

CURRAL DAS FREIRAS ‘ELIMINADO’

A Madeira e o Algarve vão estar ligados em breve por um ferry boat detransporte de passageiros e carga que fará, pelo menos, uma ligação semanalentre Funchal e Portimão. O Governo Regional da Madeira, avança estasegunda-feira o diário Público, está a finalizar o concurso para a ligação quejá foi aprovado por Bruxelas e que custará aos cofres regionais três milhõesde euros anuais durante três anos.

O caderno de encargos impõe não só que haja pelo menos uma ligaçãosemanal, mas também que esta se faça sem interrupções, a uma velocidadeque permita que a viagem dure menos de 24 horas e que o ferry tenha umalotação de, pelo menos, 300 passageiros.

A nova linha, explica também o Público, tem como principal core o trans-porte de mercadorias. O objetivo do Governo Regional é precisamentereduzir o tempo de viagem das mercadorias entre a Madeira e o continente,que dura atualmente cerca de quatro dias, já que a ligação passa pelas IlhasCanárias. Isto pode permitir baixar o preço de alguns produtos que entram esaem da Madeira.

Funchal e Portimãoligados por ferry boat

BRUXELAS JÁ APROVOU

O presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz apresentou o renovado parqueinfantil de Gaula. Uma obra da autarquia que se insere numa intervenção maisalargada, que beneficiou vários parques infantis do concelho e ainda da EscolaBásica de Santa Cruz.

Filipe Sousa destacou que estas são pequenas grandes obras que significammuito para a população. Na ocasião, anunciou ainda que está a ser estudado umnovo parque infantil, desta feita para a Achada de Gaula, que não tem qualquerestrutura do género.

Recorde-se que o investimento em todos os parques infantis do concelho rondaos 140 mil euros. São obras que se inserem numa série de outras que estão a serrealizadas pela autarquia, depois de ter sido conquistada a recuperação financeira.

Gaula tem parque infantil renovado

Governo Regional está a finalizar um concurso para ligação Funchal-Portimão, via ferry, em menos de 24 horas e, pelo menos, uma vez por

semana. Vai custar três milhões por ano aos cofres regionais.

Apesar de o governo venezuelano insistir que a eleição para os 545membros da Assembleia Constituinte decorreu ontem com "normalidade",pelo menos sete pessoas morreram nos confrontos entre manifestantes eautoridades. Quatro polícias ficaram também feridos e oito motos foramqueimadas quando rebentou um engenho não identificado à passagem dacoluna em que seguiam. Numa eleição boicotada pela Mesa de UnidadeDemocrática (MUD), a dúvida era conhecer os números da participação,com a oposição a acusar o governo de inflacionar os dados.

"Sou o primeiro a votar no país. Quis ser o primeiro voto pela paz, pelasoberania e pela independência da Venezuela", disse Maduro, logo às 06.00em direto nas televisões. "Peço a bênção de Deus para que o povo possaexercer livremente o seu direito de voto democrático", acrescentou o presi-dente, lembrando que "o imperador Donald Trump [presidente dos EUA]quis travar o direito ao voto do povo venezuelano". Segundo Maduro, "umanova era de combate vai começar".

Mais tarde o presidente quis que ficasse registado que tinha votadoneste "dia histórico", pedindo para fazer a leitura do "cartão da pátria" -lançado neste ano para permitir a venda dos alimentos que são subven-cionados, o registo dos benefícios sociais de cada pessoa e que era obri-gatório para votar. O problema é que quando o fez surgiu no ecrã a frase: "Apessoa não existe ou o cartão foi anulado."

Segundo a oposição, que boicotou a eleição por considerar o processouma "fraude" que só vai servir para perpetuar Maduro no poder, muitasassembleias de voto estavam vazias. Mas o ministro da Comunicação,Ernesto Villegas, publicou no Twitter vídeos e fotos de várias filas por todoo país. Segundo o presidente da Assembleia Nacional, o opositor JulioBorges, que citava fontes dentro do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), ameio da tarde só tinham votado 1,5 milhões de venezuelanos e as estima-tivas é que só três milhões votassem até ao fecho das urnas - a MUD denun-ciou a pressão sobre os funcionários públicos para votar. Contudo, segundoBorges, o CNE já teria preparado um boletim a dizer que 8,5 milhões depessoas tinham votado - no referendo simbólico contra a Constituinte, háduas semanas, votaram 7,6 milhões de venezuelanos.

Ao princípio da tarde, o governo dizia que "todo o processo está a decor-rer muito bem". A exceção, segundo o ministro da Defesa, Vladimir Padrino,eram "os focos de violência que resistem a fortalecer a democracia atravésdo sufrágio", falando em pelo menos cem máquinas eleitorais queimadas,mas defendendo que "a segurança está garantida".

A oposição tinha convocado uma grande marcha em Caracas, que iria

ocupar a Autoestrada Francisco Fajardo, mas ainda de manhã os dirigentesopositores reconheciam que seria impossível manter esses planos porcausa da repressão policial. As manifestações foram proibidas pelo gover-no de Maduro até amanhã, mas houve quem desafiasse a proibição eerguesse barricadas em várias ruas da capital, com as autoridades a seremchamadas a atuar.

Um engenho explosivo rebentou à passagem de uma coluna de motosda polícia, causando ferimentos em pelo menos quatro membros dasforças de segurança. Nove motos terão também ficado queimadas após aexplosão em Altamira, Caracas, onde decorria uma manifestação daoposição. Segundo a agência francesa AFP, o resto dos agentes que inte-gravam a comitiva da polícia - que desde a manhã reprimiam os protestoscontra a Constituinte - desceram das motos para ajudar os colegas e dis-pararam tiros e bombas de gás lacrimogéneo para manter os jornalistasafastados.

Manifestação em Lisboa. "Marcelo, amigo, une-te à luta", gritaramcerca de uma centena de pessoas numa manifestação junto à estátua deSimón Bolívar (o herói da independência das Américas) na Avenida daLiberdade, em Lisboa. Venezuelanos e luso-venezuelanos pedem uma"posição firme" do governo português e uma declaração oficial do executi-vo ou do presidente Marcelo Rebelo de Sousa "contra o regime de NicolásMaduro".

"O filho de um grande amigo foi morto nas manifestações, outro grandeamigo está preso... só por protestar. Eu não posso deixar de vir protestar. Éa minha obrigação. Entristece-me muito ver a falta de uma posição oficialdo governo português, a falta de um interesse real, a atitude doente dealguns partidos portugueses. E não pode ser", disse o luso-venezuelanoGustavo Hernández, há dez anos em Portugal.

"Pedimos duas coisas a Portugal. Uma é que mostre solidariedade e hajaum comunicado do governo português, oficial, contra o regime daVenezuela. Outra é a abertura de um canal humanitário para os portugue-ses que estão lá e que querem sair", afirmou Christian Höhn, responsável daAssociação Civil de Venezuelanos em Lisboa - Venexos, que organizou oprotesto em Lisboa. "Se há negócios ou não entre Portugal e a Venezuela,acho que chegou a altura de pensar um pouco mais em nós, nas pessoas,do que no dinheiro", acrescentou.=

Além dos EUA, que já anunciaram sanções contra a Venezuela, váriosoutros países prometem não reconhecer a Constituinte agora eleita eameaçam com mais medidas contra Caracas.

1731 Julho 2017

INTERNACIONAL

SETE MORTOS EM DOMINGO SANGRENTOVENEZUELA

Oposição, que boicotou eleição para a Assembleia

Constituinte, acusa governo de inflacionar números

da participação

A actriz Jeanne Moreau, um dosmaiores vultos do cinema francês,morreu nasegunda-feira em Paris. Ainformação foi avançada pelo seuagente Jeanne d'Hauteserre.

A actriz de 89 anos faleceu na suacasa na capital francesa, confirmouo mayor de Paris à agência FrancePresse.

O seu desempenho em “Jules e Jim”, o filme de François Truffaut de 1962,foi um dos pontos mais altos de uma carreira de 65 anos.

Antes disso, a sua participação em “Recusa” - o filme de Peter Brook,de 1960, baseado no romance de Marguerite Duras - valeu-lhe o prémiode melhor actriz no Festival de Cinema de Cannes. Em 1967, seria dis-tinguida com o prémio Bafta, da categoria de melhor actriz estrangeira,pelo filme, “Viva Maria!”.

Em 1992 foi distinguida com o reputado prémio francês Cesar comomelhor actriz pela sua participação no filme “La Vieille qui Marchaitdans la Mer”. Participou também em diversos filmes de Orson Welles e jáem 2012 surgiria em “O Gebo e a Sombra” de Manoel de Oliveira.

O Presidente Emmanuel Macron reagiu à notícia da sua morte, afirmandoque Moreau “incorporou o cinema” e foi sempre um espírito livre que “sem-pre se revoltou contra a ordem estabelecida”

É uma reacção às mais recentes sanções propostas pelos EstadosUnidos à Rússia e já tinha sido anunciada na passada sexta-feira peloministro russo dos Negócios Estrangeiros mas só no domingo foi con-cretizada por Vladimir Putin. Em entrevista ao canal Rossiya 1, o presi-dente russo garantiu que até ao próximo dia 1 de Setembro 755 diplo-matas norte-americanos em funções no país vão ter mesmo de sair.

“Esperámos durante algum tempo que alguma coisa mudasse para mel-hor, acalentámos muitas esperanças de que a situação se poderia de algu-ma forma alterar, mas a avaliar pelos últimos desenvolvimentos, semudar, não será nos próximos tempos”, disse Putin, admitindo que secansou de esperar e que perdeu a paciência com os Estados Unidos.

“Mais de mil pessoas trabalhavam e continuam a trabalhar aqui”, con-tinuou Putin, referindo-se aos funcionários dos consulados e da embaix-ada norte-americanos no país. “755 pessoas têm de suspender as suasactividades na Rússia.”

O objectivo será equilibrar os pratos da balança e igualar o número dediplomatas que Moscovo tem nos Estados unidos: 455.

Putin expulsa diplomatas dos EUAPERDEU A PACIÊNCIA...

A polícia alemã afastou para já a hipótese de um atentado terrorista notiroteio ocorrido numa discoteca de Constance, na Alemanha, que provocou,pelo menos, dois mortos e quatro feridos, noticia a AFP.

“Não partimos do princípio que se trate de um acto de violência terrorista”,disse o porta-voz da polícia local, Fritz Bezikofer, ao canal de televisão NTV.

Segundo a polícia alemã, o autor do tiroteio é um homem de 34 anos deorigem iraquiana.

O homem matou a tiro uma pessoa e feriu outras três gravemente no inte-rior da discoteca e, posteriormente, feriu um polícia antes de ser morto pelasforças de segurança, informou a polícia alemã num comunicado.

As autoridades policiais não souberam explicar as razões do tiroteio, queaconteceu por volta das 04:30 horas locais (03:30 horas em Lisboa), numadiscoteca situada na zona industrial da cidade de Constance, no sul do país,que fica próxima da Suíça.

“As motivações deste homem, que agiu, provavelmente sozinho, não sãoconhecidas até ao momento”, sublinha o comunicado da polícia.

Os tiros criaram um pânico generalizado, muitos clientes fugiram do locale outros tentaram esconder-se no interior do estabelecimento.

As forças de segurança foram deslocadas para o local com unidades deintervenção especial e um helicóptero, temendo que pudesse haver mais ati-radores.

O homem que abriu fogo dentro da discoteca “foi atingido pouco depoisde sair do local, após uma troca de tiros com a polícia, tendo morrido nasequência dos ferimentos no hospital”, de acordo com o mesmo comunica-do. O polícia ferido na ocasião “não corre perigo” de vida, segundo a nota dapolícia alemã.

POLÍCIA DESCARTA TERRORISMO

Tiroteio em discoteca na Alemanha

Para ondecaminhaa Venezuela?

Morreu a actriz Jeanne Moreau

TINHA 89 ANOS

18 31 Julho 2017

CRÓNICA

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Se as tradições católicas foramperdendo importância na culturasociológica das nossas aldeias,vilas e cidades, com o povocada vez mais de costas volta-das para a igreja (católica,enquanto outras religiões se vãoespalhando e crescendo de fieise praticantes), as festas de carizpagão ou mistas, essas têmvindo a adquirir relevo em cadapovoado, maior ou mais peque-

no, porque as comissões (de festas, de turismo, etc) e as autar-quias têm “investido” muito dinheiro na promoção da sua terraou na satisfação do povo que, muitas vezes, entre uma melho-ria num equipamento colectivo ou na organização, da festaanual, “vota” nesta última. Festa por três ou mais dias compen-sa as agruras do resto do ano! Com “palhaços e circo”, o povoaté se esquece da crise, etc. Em torno da celebração em honradum “Santo” padroeiro, contratam-se artistas, muitas vezesapelidados de “cantores pimba”, se forem portugueses, porqueas “estrelas estrangeiras”, pagas a peso de ouro, essas não sãopimba. Há comes e bebes, bailarico, música, muito álcool efoguetes, para levarem mais longe o “rugido” daquela festa. Defacto, a utilização de fogo (rebentamento ou de artificio), comoforma de celebração, é um uso , diríamos, quase mundial outalvez dos países mais ricos. Tomemos como exemplo as gran-diosas manifestações de fogo de artificio que assinalam a“Passagem de Ano” por esse mundo fora e que as televisõesdão maior grandiosidade.

Quando era criança e vivia numa aldeia beirã, bem no cora-ção de Portugal (Viseu), mesmo muito pobre e a viver como na

“idade da pedra”, o povo não abdicava de “lançar foguetes” e,se bem me lembro, em três situações. Quando os mancebos iamà inspecção do serviço militar obrigatório, nas celebrações pas-cais e na festa anual do S.Pedro, padroeiro da minha freguesia.No primeiro caso, era uma honra para um jovem ser considera-do apto para o serviço militar, porque era sinal de que era umhomem. Assim, de regresso da cidade, lançavam alguns fogue-tes que ali tinham adquirido. Nos outros dos casos, faziam partede festas importantes na comunidade, mais do que o Natal, porexemplo, mas se uma era de cariz estritamente religiosa, a festamais sentida de todas as que que se celebravam - a Páscoa - aoutra,, em honra do Santo, era de cariz misto, mas quase irrele-vante a componente religiosa.

Ainda menino, até aos 11 anos de idade e posteriormentemuito esporadicamente ali de visita, estas duas festas encanta-vam-me a minha singeleza dum pequeno aldeão, mesmo quenem um tostão tivesse para dar uma volta no carrossel ou beberum pirolito, por alturas do último fim de semana do mês deJunho, porque o trabalho era duro e as festas só poderiam sercelebradas em “dia santo” ou domingo. No domingo de Páscoaou dia seguinte, porque naquele tempo eram muitos os “fogos”(casas de habitação), decorria a “cerimónia do compassou ouvisita pascal”, que era constituída pelo padre e era acompanha-do, pelo sacristão, que transportava o crucifixo , e o portador daágua-benta, e a família reunia-se então de joelhos na sala dacasa a visitar, onde o padre lhes dava a cruz a beijar. Nas ruas eem frente a cada uma das casas visitavas, cujas entradas se apre-sentavam enfeitadas com verdura e atapetadas de giestas, ros-maninho, alecrim e louro, o povo entoava cânticos pascais. Devez em quando, estalavam foguetes lançados por aldeões inex-perientes, pelo que, por vezes, o perigo espreitava e alguns inci-dentes aconteciam, com maior ou menor gravidade. Confesso,

que não sentia grande entusiasmo, para não dizer que sentiamedo, como alguns, pelo actos pirotécnicos.

Hoje, com esta idade, continuo a não sentir grande entusias-mo pelos espectáculos de pirotecnia, porque sempre pensei nosriscos que o processo implica. Desde o fabrico, armazenamen-to, transporte e processo de lançamento, em cada etapa há ris-cos que, nalgumas situações , podem ser dramáticos.Infelizmente e a poucos dias dum período importante para osnegócios da pirotecnia, o período pascal, ocorreu uma tragédiaem Avões (concelho de Lamego e distrito de Viseu) que fez oitovítimas mortais (cujos corpos ficaram desfeitos, tal a violênciadas explosões, todas elas na flor da idade e que deixam crian-ças órfãs, algumas com poucos meses de idade. Foi um dramae que nos deverá levar a pensar que, em qualquer festa mas tal-vez mais nesta da Pascoa, a primeira das grandes festas anuais,que o espectáculo da “queima de foguetes” pode ter muito san-gue e dor envolvido. Se desde muito cedo me questionava sevalia a pena, isto é, se o espectáculo, por vezes de minutos, por-que cada foguete estoira em segundos, compensa os custosenvolvidos, sejam financeiros ou humanos. Quanto “custam”(uma vida humana não tem preço) as vidas ceifadas em Avões?E se os rebentamentos tivessem ocorrido, por exemplo, notransporte ou numa povoação, quantas vidas se perderiam, tal éa força destruidora da carga, concentrada, de pirotecnia ? Valea pena meditar, não apenas nas muitas festas pascais que vãoocorrer no nosso país, ainda considerado como predominante-mente católico, embora as igrejas, em muitos casos, fiquemvazias. É o negócio, e que é o ganha-pão de muitas pessoas,dizemos todos, mas, nesta Páscoa principalmente, os fogueteslançados vão cheios de lágrimas, não daqueles que morreram,mas dos que ficaram dramaticamente fragilizados. São lágrimasde fogo de artifício carregadas de sangue e dor.

SERAFIM MARQUESECONOMISTA

Lágrimas de fogo de artifícioCRÓNICAS DE LISBOA

1931 Julho 2017

COMUNIDADES

OGoverno de Theresa May, aprovei-tando as suas férias na Itália, conti-nuam numa senda de declarações

contraditórias e guerras arbitrais sobre oBrexit, que mais parece uma luta pelo poderdentro do Partido Conservador, do que umaacção política que defina a estratégia de umaadministração pública.

Depois dos ‘desencontros’ entre PhilipHamond, ministro das finanças, DamienGreen, ministro da economia e de DavidDavies, ministro do Brexit, na passada sema-na, mesmo depois da repreensão da primeira-ministra, entre eles tudo continua na mesma.

Enquanto o líder pelas negociações emBruxelas admite um período de transição,depois de Março de 2019, que manteria oReino Unido membro pleno na UniãoEuropeia por mais um tempo, num acordo aser definido com Bruxelas, o ministro dasfinanças veio, mais uma vez, este fim-de-semana anunciá-lo até 2022, aquando daspróximas eleições, acrescentando que “existeum consenso dentro do governo para aceitartal medida.”

Só que as contradições não ficam por aqui.O Secretário de Estado do Interior, BrandonLewis, declarou à BBC que a “livre circula-ção de imigrantes da UE acaba Março de2019”, declarações que contradizem a suaministra, Amber Rudd, que desdiz o seu

secretário de estado, e deixa no ar que as“medidas a tomar em Março, dependerão doimpacto económico” e que, necessariamente,terá de haver “um período de transição”.

Aproveitando a ocasião, a ministra dointerior britânica anuncia a introdução deum processo de cadastro a ser aplicado atodos os imigrantes ‘europeus’, que reflecti-ria dados sobre a situação actual da popula-ção europeia residente por localidade, umimportante instrumento de consulta paracriação de estratégias e tomada de decisõessobre investimentos em áreas comoEducação, Saúde, Cultura e Infraestruturas.E que, por sua vez, determinaria o impacto ea necessidade que hoje têm os imigranteseuropeus na sociedade, a real dimensãodesta comunidade e a sua cota parte no cres-cimento da economia no Reino Unido.

E como se não fosse já suficiente de opi-niões contraditórias, ontem, no SundayTimes, vem outro membro do governo deTheresa May, Liam Fox, ministro do comér-cio, dizer que a seu ver “não há qualquer con-senso no governo para qualquer período detransição” e acrescenta que “nunca tomouparte em qualquer discussão sobre o assun-to.” A seu ver o Reino Unido “não precisa de

qualquer período de transição e, se precisar,ele terá de ser primeiramente discutido nogoverno.”

Todas estas disputas, são consideradas pelamaior parte dos analistas políticos britânicos,como uma séria indicação que Theresa Maynão ficará muito tempo como líder do partidoe tudo se prepara para outra corrida ao poderno Partido Conservador. E neste caso nãosuprir a importância de Boris Johnson nestacorrida ao poder…E onde nos deixa ficar tudo isto? Para já

estamos na mesma. Com a única diferençaque o nosso futuro passa a estar nas mãos dasnegociações, agora iniciadas, entre Londres eBruxelas. No entanto, toda esta ‘guerra depoder’ dentro do Partido de poder só nosbeneficia, prolongando-nos o estado degraça. Temos um ‘lamiré’ no futuro e queconstitui a base das negociações entre ogoverno britânico e a União Europeia.Situação em que alguns dos direitos adquiri-dos podem estar em risco, se Bruxelas nãointervir. Até Março de 2019 a Grã-Bretanhamanter-se-á como membro do bloco europeue, enquanto isso, manteremos todos os direi-tos e regalias adquiridos até à data.

Entretanto Theresa May apresentou a pro-posta do Governo britânico para resolver aquestão dos direitos dos imigrantes da UEapós o Brexit, que passarão a ter residência

automática e grande parte dos direitos adqui-ridos durante o período de adesão ao merca-do único por parte do Reino Unido.

A primeira-ministra espera que esta medidaajude a ultrapassar o primeiro obstáculo nasnegociações com a UE - e proteja os direitosde 1,2 milhões de cidadãos britânicos quevivem na Europa. Mas existem grandes reser-vas da parte de Bruxelas quanto à proposta e,por isso, prevêem-se longas negociações

sobre o fim da livre circulação para o ReinoUnido de todos nós.

Concretamente a proposta prevê que oscidadãos da UE, que vivam no Reino Unidohá mais de cinco anos, antes da data limite aser indicada pelo governo, possam garantir aresidência permanente. Com isso, ser-lhes-ão

dados os mesmos direitos que os cidadãosbritânicos no diz respeito apenas a cuidadosde saúde, educação, assistência social e pen-sões. A proposta não prevê regras específicaspara o acordo, não permite o acesso ao voto,nem sequer admite ser a solução caso nãohaja acordo entre as partes. Todos os residen-tes com menos de cinco anos de residênciaentrados antes da data a apresentar peloGoverno britânico, ou os que entrem antes de

29 de março de 2019 (a data fixada para asaída da Grã-Bretanha da UE) poderão per-manecer até atingir o limite de cinco anos eganharem a residência permanente.

A data de encerramento, para contar oscinco anos de residência, ainda não foi defi-nida, mas será determinada entre o dia emque a Grã-Bretanha notificou formalmenteBruxelas da sua intenção de sair da UniãoEuropeia (29 de abril de 2017) e o dia em quefinalmente sair, o que está determinado para29 de março de 2019.

Segundo o governo britânico, a legalizaçãode todos os ‘europeus’, com mais de cincoanos de residência, será efectuada pelo preen-chimento de um formulário de 18 páginas,que substitui o cartão de residência. Não sesabe se para isso os imigrantes em questãoterão de pagar pelo preenchimento do novoformulário, se nessa base será emitido umcartão de identidade ou se a condição de‘residência permanente’ será averbada nopassaporte.

O Ministério do Interior britânico tem reuni-do com as Embaixadas, dos países membrosda União Europeia, com representação noReino Unido, a quem tem dado o posiciona-mento da Grã-Bretanha quanto às negociaçõesdo Brexit, tem recebido das mesmas algumasquestões e sugestões quanto ao processamentoda legalização dos imigrantes europeus, quedepois passa ao respectivo Governo.

Umas das questões supomos, terá a vercom a emissão de dezenas de milhar de car-tões de residência como cidadãos europeus,que deveriam servir de prova de residência eautomaticamente, sem custos, servirem paraa emissão dos novos cartões de residênciaagora anunciados.

Tudo ainda está muito no ar e indefinido.Da polémica política, poderá ainda vir a cha-mada para novas eleições antecipadas e maisum tempo de espera para definir a saída, ounão, do Reino Unido da União Europeia.

Mas esta proposta discutida em Bruxelas,essencialmente, abre o ‘túnel’ da esperançaem todos nós.

O Governo, a Embaixada e os Consuladosestão à altura para negociar o melhor desfe-cho para esta nova etapa da vida dos portu-gueses aqui residentes. No entanto, será deBruxelas que virá o mote e a resolução final.

PORTUGUESES MAIS PERTO DA ‘ESTADIA’ PERMANENTEGOVERNO BRITÂNICO DECIDE O FUTURO DE TODOS NÓS

Philip Hamond, ministro das Finanças

Damien Green,ministro da Economia

David Davies,ministrodo Brexit

Amber Rudd,ministrado Interior

Liam Fox,ministrodo Comércio

João de Noronha

20 31 Julho 2017

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Os serviços consulares portugueses, em todo o Mundo, atingiram em 2016 mais 1,9milhões de actos consulares, um aumento de 6,8% em relação a 2015, prevendo-se que, em2017, ultrapasse confortavelmente os 2 milhões. Estes dados foram tornados públicos numaconferência de imprensa em Lisboa, no Ministério dos Negócios Estrangeiros, com a pre-sença do ministro, Augusto Santos Silva e o Secretário de Estado das comunidadesPortuguesas, José Luis Carneiro.

“São os melhores resultados históricos do trabalho consular de que há memória”, afirmouCarneiro, que explicou estes números com a “conjugação de dois factores”: por um lado, oaumento da procura pelos emigrantes portugueses, “que teve um pico em 2013”, e, poroutro, um novo pico que se verifica agora, “por força do aumento continuado da procura devistos, na medida em que o país está a ser cada vez mais procurado por muitas outras nacio-nalidades, para efeitos de trabalho e de turismo”.

A liderar a tabela de 2016 está o consulado-geral de Paris, com 194.387 actos, seguido deSão Paulo (164.195) e Luanda (153.951). Entre os dez consulados-gerais com mais activi-dade, estão ainda Rio de Janeiro, Caracas, Londres, Toronto, Macau, Luxemburgo e Goa —que, em 2016, ocupou a 10ª posição, substituindo Lyon.

A cortiça está ligada desde há séculos àsrolhas das garrafas utilizadas para selar ovinho. Por isso a Associação Portuguesa daCortiça (APCOR) vai investir um milhão deeuros em ações de promoção no ReinoUnido até Maio de 2018 para tentar chegar aoutros países que exportam vinho para omercado britânico.

Segundo esta asso-ciação “as rolhas decortiça asseguram avedação do vinho norecipiente de vidro.Esta vedação, se prolongada no tempo, pro-move a maturação do vinho, ou seja, o seuenvelhecimento nobre através de inúmerosprocessos físico-químicos que ocorrem,quer entre os seus componentes, quer entreestes e as substâncias que compõem oambiente interno da garrafa. Esta evoluçãogradual do vinho em garrafa dá-se numambiente com baixíssimo teor de oxigénio,mas necessário e suficiente para fazer evo-luir o vinho corretamente. Até agora, só arolha de cortiça natural consegue proporcio-nar esse equilíbrio perfeito, permitindo umacorreta evolução do vinho e a formação do

tão apreciado bouquet. O bouquet é consti-tuído por um conjunto de aromas agradáveisque se desenvolvem durante o estágio dovinho em garrafa. É um elemento valoriza-dor, mas que depende da qualidade intrínse-ca do vinho e das condições em que é feitoo estágio.”

“O Reino Unido é osegundo maior mer-cado de importaçãode vinho em valor eem volume. É ummercado que tem uma

capacidade de influência para os consumi-dores internos, mas também para outrosmercados que querem exportar para o ReinoUnido”, explica o presidente da APCOR,João Rui Ferreira.

O setor da cortiça bateu em 2016 todos osrecordes, ao alcançar 937,5 milhões de eurosem exportações, mais 4% do que os 899,3milhões de euros de 2015. A indústria expor-ta 90% da produção para 133 países, sendoque a rolha de cortiça se mantém como “pro-duto premium”, com um peso de 72% nototal das exportações face aos materiais deconstrução (25%) e outros produtos (3%).

Um milhão de euros para promover a cortiça no Reino Unido

Portugal ultrapassará os 2 milhõesde actos consulares em 2017

2131 Julho 2017

COMUNIDADES

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Alunos portugueses de cerca de 50 escolasbritânicas desenvolveram actividades que resul-taram na angariação de 5,8 mil libras para aju-dar as vítimas dos incêndios de PedrógãoGrande, revelou a embaixada de Portugal.

Algumas das acções passaram pela cola-boração directa com os directores dos estabe-lecimentos de ensino, que se associaram aoapelo para que todos os alunos se vestissemde verde ou usassem fitas verdes no pulsonum determinado dia em que estava a serrecolhido dinheiro.

“Houve casos de escolas inglesas que se asso-ciaram e deixaram que os alunos nesse dia nãousassem uniforme para se vestirem de verde,caso em que contribuíssem com donativos”,disse a coordenadora geral do Ensino no ReinoUnido e Ilhas do Canal, Regina Duarte.

A ideia surgiu de uma professora e foi aceitepor todos os restantes docentes da rede de ensi-no do Instituto Camões e realizada na semanaque decorreu entre 3 e 7 de Julho.

As escolas que participaram estavam locali-zadas sobretudo na região de Londres, mastambém em locais mais distantes, como a ilhade Jersey ou em Littlehampton, no sul deInglaterra.

As actividades conseguiram angariar5.836,31 libras (6,5 mil euros), que foram depo-sitadas na conta de solidariedade do FundoRevita. (Lusa)

Ricardo Vilão é mais um jovem português de talento emigrado de Portugal. Actor ehumorista, este nosso compatriota começou por ‘rodar’ nos clubes de comédia emLondres e lança agora um espectáculo totalmente em inglês, que diz “não ser inteiro,podem ser entre 10 a 30 minutos. E é com isso que se vai fazer uma hora. Vais expe-rimentando 10 hoje, 10 amanhã, depois já tens 20, vais aos 30, depois ligas tudo numespetáculo. Numa noite consigo fazer três, no mesmo sítio ou em sítios próximos”,contou.

Falando do espectáculo diz ser as experiências de um português ‘perdido’ emLondres, o seu quotidiano e o “clash” na realidade britânica, de uma forma que faz rir,onde culturas se cruzam de uma forma invertida e divertida, de pernas para o ar…

“É um espetáculo muito intimista, muito pessoal. Fala um bocado dos meus últimos20 anos de vida, mas em registo de ‘standup’. Falo de Portugal e depois vou por alifora a falar de experiências pessoas que eu acho que podem ser importantes para aspessoas. Experiências pessoas que me fizeram ser mais forte - e mais parvo também”,adiantou.

A grande novidade deste espetáculo é ser totalmente em língua inglesa, feito queRicardo Vilão estima que mais nenhum humorista português conseguiu ainda noReino Unido.

“Não é fácil, são milhares de comediantes, mas o circuito é muito bom. Sempre tiveem mente: começar a fazer bons clubes de comédia - felizmente isso tem acontecido- e ter a minha hora. Um comediante de ‘standup’ tem de ter um espetáculo feito, nãopode fazer só 10-15 minutos. Para mostrar o que se vale é preciso ter uma hora”,defendeu.

Ricardo Vilão tem no currículo uma carreira de ator em teatro, televisão e cinemaem Portugal, mas nos últimos 16 anos dedicou-se sobretudo à comédia, tendo feitovárias digressões pelo país, quatro das quais individuais.

Para Ricardo Vilão, depois de concretizado o sonho de entrar no circuito da comé-dia de Londres e estrear um espetáculo individual, as portas parecem estar a abrir-se.

Nos planos estão fazer uma temporada num teatro em Londres, depois talvez umadigressão pelo país e, quem sabe, fazer televisão no Reino Unido.

“O céu é o limite, mas dá trabalho”, diz. (Com a Lusa)

Alunos portuguesesdoaram 5,8 mil librasa Pedrógão Grande

RICARDO VILÃOUma geração de talentosque não tem fronteiras...

22 31 Julho 2017

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Augusto Santos Silva, o chefe da diplomacia portu-guesa, afirmou em Lisboa que “acabou o ciclo negativode decisões políticas para reduzir” a rede externa doMinistério dos Negócios Estrangeiros de Portugal,nomeadamente os consulados e embaixadas.

Uma decisão que, a ser verdade, viria a acabar com asesperas ‘informáticas’ que se registam nos consuladosde Londres e Manchester, onde utentes esperam mesespara conseguir um registo e depois meses para conse-guirem uma marcação.“Finalmente, com este Governo acabou o ciclo nega-

tivo de decisões políticas para reduzir a dimensão darede externa do MNE”, são as palavras do Ministro dosNegócios Estrangeiros que lamenta a “sangria” nosconsulados e embaixadas em todo o Mundo, afirmandoque os serviços do exterior perderam um quarto do pes-soal nos últimos 5 anos.

Segundo Santos Silva, “o fim desse ciclo é muitoimportante, porque permite [ao Estado] estar em melho-res condições de responder às necessidades de reposi-ção dos funcionários que vão saindo, por reforma, limi-te de idade, ou por outro emprego, e ao mesmo tempo,reforçar as estruturas dos países em que razões de natu-reza conjuntural exigem esse reforço”, como são oscasos do Reino Unido e da Venezuela.

Questionado sobre as saídas de funcionários dos ser-viços externos do ministério, Santos Silva comentouque “o ritmo é elevado, contam-se por várias dezenas as

pessoas que abandonam o serviço externo do MNE, emparticular os funcionários consulares, sobretudo emrazão da idade, porque se trata de uma população rela-tivamente envelhecida”.

O Governo socialista lançou vários concursos “justa-mente para repor essas saídas”, disse o ministro, queexplicou que, no Palácio das Necessidades, a regrageral da administração pública — uma entrada por duassaídas — é aplicada “de uma forma bastante mais flexí-vel, procurando aproximar-se da regra de um por um”.

Antes, o secretário de Estado das ComunidadesPortuguesas, José Luís Carneiro, tinha recordado “oesforço do ministério para corresponder ao aumentocontinuado da procura dos serviços consulares”.

Em 2016, foi aberto concurso para mais 21 funcioná-rios em posto, nomeadamente no atendimento, e estáem conclusão um outro para mais 37 lugares, em que “oatendimento é a principal preocupação”.

Entretanto, o MNE recebeu autorização para a aber-tura de um novo concurso para mais 20 trabalhadores.

No ano passado, foram colocados dez chanceleres efoi decidida também a colocação de três cônsules-geraisadjuntos em Paris, São Paulo, Luanda e Reino Unido,bem como de dois encarregados de secção consular emBruxelas e em Berna.

Foi também concluído o concurso para 85 estagiáriosdo programa PEPAC - Programa de EstágiosProfissionais da Administração Central.

MINISTRO PORTUGUÊS DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS

Acabaram as reduções da rede consular e embaixadas

O secretário de Estado das Comunidades com o ministro dos Negócios Estrangeiros

Maria da Luz Sousa Fialho, uma estudante da Universidade de Oxford, nadivisão de medicina científica, ganhou o prémio anual do “William C StanleyEarly Investigator”, no encontro da Sociedade do Coração e MetabolismoVascular. Em Setembro o estudo será apresentado em Weimar, na Alemanha,resultante da distinção com que foi distinguida, a que dão o nome de “Fármacoque aproveita a sinalização de hipoxia para melhorar o metabolismo e a suafunção nas diabetes”.

Para além de lhe ser doada uma soma de 3 mil dólares, Maria da Luz estáapta a pedir nova doação no próximo ano, desde que se mantenha nos critériosexigidos pela Sociedade para este tipo de estudos.

Para além da sincronicidade e especificidade do estudo, é mais uma portu-guesa residente no Reino Unido que é reconhecida na sua especialidade e sedestaca das demais, pelas suas capacidades, conhecimentos e resultados deinvestigação. Mais um prémio que reforça a potencialidade de uma geraçãoportuguesa mais jovem, ainda muito escondida da sociedade britânica.

MARIA DA LUZ SOUSA FIALHO

Portuguesa premiada em Oxfordpor estudo sobre a diabetes

2331 Julho 2017

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As grandes Festas portuguesas estão emrecessão e muito a ver com a falta de adesão dopúblico português e a incapacidade de levarpara a frente a organização destes grandesarraiais, característicos da nossa cultura e festastradicionais.

O Dia de Portugal ainda sobrevive pelas mãosde pessoas que insistem em dedicar-se a não odeixar morrer. Este ano foi motivo de um merca-do de rua, em Lambeth, realizado pela associa-ção das mulheres portuguesas em Londres, lide-rada por Fernanda Correia e do jantar de Gala,pelas mãos do Clube ‘O Cultural’. Em Somerset,Bridgewater, volta a ser Marco Santos a desen-volver, mais uma vez, a sua festa. Sempre osmesmos a empurrar para frente…

Diga-se de passagem, que o Dia de Portugalem Londres já foi a maior festa portuguesa nascomunidades emigradas na Europa e manteveum lugar de relevo durante décadas. No entan-to, nos últimos 4 anos foi entregue a uma orga-nização que, por falta de capacidade, o deixoumorrer.

No que diz respeito ao Festival dePeterborough, uma organização sempre bemalinhada e capacitada, acaba por não vingarfruto de uma decisão camarária em o ‘empurrar’para um local se segunda escolha, sem a quali-dade necessária que uma festa destas merece.

Não esquecer que, enquanto esteve no cen-tro da cidade, o Festival foi inundado por ummar de gente e, fruto de uma organizaçãoesmerada, conseguiu rapidamente impor-se eganhar um lugar destaque na comunidade por-tuguesa no Reino Unido.

Explicar, que tanto uma, como a outra festa,são eventos de grande impacto no seio, não sódos portugueses, mas de todas as comunidades.São festas que espalham a cultura e tradiçõesportuguesas e, normalmente, atraem grandenúmero de outras nacionalidades, britânicainclusive. O facto de ser afastada do centro e tersido dificultado o seu acesso, vai matando oFestival Português de Peterborough. (JR)

Numa entrevista dada a um dos matutinos em Portugal, Manuel Lobo Antunes, o embaixador dePortugal no Reino Unido, fala sobre assuntos importantes como Brexit, a política portuguesa face àemigração na Grã-Bretanha e dos emigrantes portugueses em geral.

A entrevista dada no princípio de Junho, em muitos aspectos continua muito actual, dada a formavagarosa como as negociações do Brexit se desenvolvem. No entanto, a seu ver, o embaixador dePortugal acredita que o nosso país e a Inglaterra continuarão com relações privilegiadas, tal como temsido ao longo de séculos de história.

Sobre as relações com Theresa May, Lobo Antunes, diz haver “interpretações diferentes (sobre oBrexit) (.) Muito pouco ainda está definido sobre os objetivos, sobre como a própria negociação se vaiestruturar.” Acredita que muito do que se diz é especulação e ser “sempre adepto de que o melhor éesperar” pelo resultado das negociações concretas.

Acredita que “May quer o melhor negócio para o Reino Unido, que o Corbyn quer o melhor negó-cio para o Reino Unido e para a Europa e nós também queremos que seja o melhor negócio para todosnós. Portugal e a União Europeia preferiam que o Reino Unido tivesse tido uma outra opção, mas acei-tamos a decisão democrática. Do meu ponto de vista e do governo português, os interesses de todosserão mais bem salvaguardados com um acordo que contemple a continuação de uma relação impor-tante no campo comercial, económico, de defesa, da segurança.”

Sobre o papel do Reino Unido fora da Europa, Lobo Antunes diz que “mesmo fora da UE, continuaa ser uma peça fundamental em termos económicos e geoestratégicos na Europa. Partilha os nossosvalores, a nossa história.”

Explica que Portugal, como membro da União Europeia, mantém uma postura de espera e “face aoque forem os resultados das negociações, é que se poderá encarar a possibilidade de cada Estadomembro poder negociar bilateralmente, mas sempre no respeito dos tratados da UE. Não se podeesquecer que há muitas matérias que são para os Estados membros da exclusiva competência daComissão. E nessas áreas os Estados membros não podem celebrar acordos ou entendimentos bilate-rais com países terceiros, que será o caso do Reino Unido quando sair.”

No que diz respeito à comunidade portuguesa radicada no Reino Unido, diz que a mensagem da

Embaixada “tem sempre sido de calma e confiança. Primeiro que tudo, a nossa comunidade não é aúnica. Não estamos sós e a união faz a força, daí que também seja importante uma posição comumbaseada em princípios que podemos partilhar. Por outro lado, este problema não diz só respeito aoscidadãos portugueses no Reino Unido, também diz respeito aos cidadãos britânicos na UE. Depois, oReino Unido ainda não saiu e as pessoas estão aqui ao abrigo de leis, regulamentos e diretivas que sãoeuropeias e ainda estão em vigor. Dito isto, o atual governo e os outros candidatos têm dito que que-rem garantir um quadro de estabilidade para todos e é nisso que vamos trabalhar. Sobre o futuro dosque queiram vir, aí o Reino Unido estará fora da UE e terá as suas leis, mas mesmo aí estou certo de queas quererá negociar com a UE. Como eu creio que o Reino Unido está grato pelo trabalho de cidadãos daUE aqui, julgo que poderá ter no futuro uma atitude de abertura. Não creio que estejamos diante de umêxodo bíblico de cidadãos europeus. Não haverá um fechar de portas repentino e inexorável.”

Manuel Lobo Antunes explica que, quanto ao fluxo de entrada de portugueses na Grã-Bretanha,há indicações que estará “a diminuir, o que é compreensível. Perante a dúvida, a tendência das pes-soas é procurar alguma coisa que é mais certa. Mas continuam a vir. Continua a haver um saldo impor-tante, o que significa que têm confiança sobre o futuro. É preciso confiança no futuro, o Reino Unidoprecisa dos portugueses e os portugueses precisam que o Reino Unido continue a investir emPortugal, que os turistas do Reino Unido vão a Portugal. Temos um grande superavit comercial, ven-demos mais do que compramos. É importante que este mercado se mantenha, porque o Reino Unidoé um bom cliente de Portugal e isso tem repercussões nas boas performances económicas que o paístem tido nos últimos meses.”

Sobre os actos de terrorismo no Reino Unido, o embaixador de Portugal subscreve aquilo que auto-ridades britânicas dizem e adianta que “somos todos cidadãos europeus que acreditamos em valores,em princípios, e não devemos, por medo ou receio, mesmo que este seja compreensível, abdicar deles.Porque o que o terror pretende é perturbar-nos, é meter-nos medo, é que sejamos aquilo que nãosomos. E isso não podemos deixar que suceda. A liberdade é o melhor dom do ser humano e tem deser preservada. Não nos deixemos abater por aqueles que querem diminuir a nossa condição de sereshumanos livres.” (com o DN)

MANUEL LOBO ANTUNESEMBAIXADOR DE PORTUGAL

“NÃO ESTAMOS SÓSE A UNIÃO FAZ A FORÇA”

Festas portuguesasestão em recessão

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LAZER 31 Julho 2017

ESTE MUNDO MALUCO

Sinto que posso fazer alguma coisa que vocês aplaudem. Vou mandar um peido a ver o que vocêsfazem – foi com estas duas brilhantes frases, dignas de aparecer no “Citador” ao lado de outrasmáximas de grandes vultos da Humanidade, que o Salvador Sobral presenteou os milhares de

pessoas que assistiram ao mega concerto a favor das vítimas dos fogos que continuam a assolar azona centro do País – em casa os telespectadores também terão sido mimoseados com a flatulênciado menino, mas a distância certamente terá impedido que o mau cheiro ferisse a pituitária dosmilhões de portugueses que seguiram o espectáculo.

São gases, senhor, são gases, seria, porventura, a melhor desculpa para ilibar o cantor de mais estainfeliz tirada na linha de outras que nos tem oferecido. De facto, cada vez que o Salvador abre a boca,ou sai amor ou sai asneira – para além da flatulência o moço sofre de incontinência verbal, quem sabese dum distúrbio cerebral que lhe afectará os poucos neurónios que habitam sob aquela vasta cabe-leira. Sobral é assim, é irreverente, é inconformado, é um desalinhado, dirão todos aqueles que, can-sados dos chutos na bola, descobriram um novo herói nacional feito à medida da nossa pequenez eda nossa falta de critério em escolher os exemplos por que nos deveríamos nortear. Se é o povo quefaz os seus heróis, também é verdade que cada povo tem os heróis que merece...

Todos nós nos peidamos, lá isso é verdade, só que não conheço ninguém que anuncie os própriospeidos e que os ofereça. Por norma, por imperativos que a chamada boa educação nos impõe – etambém pelo cheiro – evitamos mandar umas bufas sempre que estejamos acompanhados. É claroque as há disfarçadas e silenciosas, mas também essas acabam por ser traídas pelo odor, há quemafirme, até, que cheiram pior do que o vulgar e ruidoso “peido cantado”, provavelmente a especiali-dade deste jazzista caído nas boas graças da nossa pouco escrupulosa comunicação social, semprepronta a ditar-nos gostos, por mais aberrantes que sejam – o Salvador é a última preferência dos nos-sos jornais, revistas e televisões, será o menino de oiro que ameaça tirar a Medina o epíteto que algu-mas boas almas lhe concederam? Não, Salvador não passa do pivete que é, Salvador é um peido...

Contrariamente ao coro de certos indignados que, na altura, se fizeram ouvir condenando a altruís-ta oferta do Salvador – que horror, dizer uma coisa destas num espectáculo a favor das vítimas dosincêndios! – não me senti chocado, muitos menos ofendido. É que eu não esperava outra coisa dacriatura, não nutro qualquer simpatia pelos seus arrufos, pela sua estudada repugnância a tudo quan-to seja normal, pela sua vaidade encapotada, pela sua injustificada arrogância – e porque estamos nodomínio dos peidos, quero deixar bem claro que desde cedo me pareceu que este Salvador não eraflor que se cheirasse, jamais alinharia com aqueles milhares de pessoas que, mesmo depois de lhespeidarem na cara, continuaram a cantar e a aplaudir a sua canção e os seus gases.

Não há dúvida de que cada povo tem o que merece – se os brasileiros têm uma Rita Lee que lançaperfume, por cá temos um Salvador que lança peidos. Afinal, tudo não passa de uma questão de chei-ros... e de gostos!

Que pivete!

O novo menino querido dos portugueses, o novo herói nacional, afinal não é flor que se cheire...

Em Portugal chama-se Kauai, mas no resto do mundo chamam-lhe Kona – com kapa, claro, quanto mais nãoseja para se diferenciar das outras...ou para evitar os embaraços que naturalmente surgiriam.

Estes japoneses inventam cada nome... ou seremos nós os culpados por dar uma centena de nomes ao órgãogenital feminino? Basta consultar a Desciclopédia para sabermos que há mais de quatro mil nomes para bapti-

zar a vagina, é claro que não os vamospublicar aqui, o nosso bom sensorecomenda-nos prudência e boa edu-cação... seja lá o que isso for.

Pois, este SUV nipónico já está emPortugal, rebaptizado como convém!Mas seria engraçado, caso os japone-ses lhe tivessem mantido o nome ori-ginal, ouvir frases como esta pelasruas e estradas de Portugal: “Lá vaiaquele jovem a conduzir o Kona damãe”, ou sermos confrontados comeste anúncio publicitário: “Com Konavocê chega onde quiser!”. Será que oKona, como a Toyota, também veiopara ficar? Será que vamos ter umainvasão de Konas? Pois que venham,cá estaremos à espera...

Estes japoneses inventam cada nome...

Chamem-lhe o que quiserem: guru, pastor, guiaespiritual, vidente, aldrabão, trapaceiro... fica ao crité-rio de cada um. Para mim, é mais um bruxo, dessesque estão ligados ao futebol – e este não foge à regra,afinal a sua “paciente” não é irmã do melhor futebo-lista do mundo? Pois é, a Katia anda numa de espíri-tos. A pobre dos ditos, à falta de outros argumentosque a tornem mediática, resolveu contratar os serviçosdum tal Rogério Machado, um brasileiro espertalhãoque até fundou uma nova igreja – Valentes de Deus –que vale o que vale... ou que nada valerá. O que inte-ressa, para esta história que o Correio da Manhã (CM)apadrinhou, é que a mana do Ronaldo parece estarsatisfeitíssima com os serviços prestados peloRogério. Embora não se saiba, por enquanto, qual ovalor do dízimo cobrado pelo espertalhão, o facto éque o dinheiro não constitui problema, o mano lá esta-rá para ajudar com algum, nem que tenha de desviarmais uns milhões do malvado fisco espanhol que ovem perseguindo.

Escreve o CM, sempre baseado em fontes quejamais secam e que brotam todo aquele manancial deinformação que os papalvos gostam de ler, que já senota o efeito das bruxarias do Machado – a carreira daKatia vai de vento em popa, eu não dei por nada... maso CM lá saberá! Cá p’ra mim, que até sou pessoa deler jornais, revistas e de consultar a internet, não con-

sigo descobrir as tais notícias dos êxitos da meninamadeirense – de vez em quando lá lhe arranjam umnamorado novo, que depois foge a sete pés, de quan-do em vez lá lança (espero que seja pela janela fora)um livro de culinária, de vez em quando lá edita umadaquelas músicas que ninguém ouve, de quando emvez lá se mete em negociatas de roupas made in Chinaetiquetadas à francesa... enfim, serão estes os êxitos aque se refere o órgão oficioso do clã Aveiro?

Já aqui escrevi que esta família não se enxerga,todos os seus membros buscam o mediatismo fácil –a mamã vende livros e bananas, as manas metem-seem negócios pouco claros, despem-se e vestem-separa as revistas cor-de-rosa, trocam de namoradoscomo eu troco de camisa, eu sei lá o que esta gente écapaz de fazer para aparecer naquela comunicaçãosocial que lhes vai aparando os golpes, o que interes-sa é vender papel e ser falada nos programas doCláudio Ramos e da Maya – já que estamos no domí-nio da bruxaria, que melhor local para se falar destafamília do que no programa matinal da CMTV?

Fiquemo-nos por aqui, já sei que muita gente me vairogar as maiores infelicidades por ter escrito estetexto. Só vos peço que não se socorram do RogérioMachado e que não façam nenhum feitiço contra aminha língua – preciso dela para continuar a dizer malde toda esta gentinha, tá? Má Língua

Diz o Correio da Manhã que a Katia Aveirose tem socorrido da ajuda dum talRogério Machado (foto à esquerda) paraque a vidinha lhe corra melhor.Sinceramente, ainda não notámos

qualquer melhoria, a Katia apenas é mediatizada nesse matutino, o órgão

oficioso da família. Mas pode ser que estejamos enganados e que com as matanças de umas galinhas pretas a mana do Ronaldo possa tornar-se cantora, ou escritora... ou qualquer outra coisa de jeito. Duvidamos...

O ‘bruxo’ da Katia

O alemão Benjamin Davidencontrou uma maneira inusitadapara fugir do trânsito de Munique,cidade onde mora. Cansado depassar horas dentro do seu carro,David decidiu nadar desde a suacasa até ao trabalho, num trajectorelaxante que percorre cerca dedois quilómetros pelo rio Isar, quejá foi uma das mais importantesrotas entre as cidades de Roma e Viena. Em entrevista à "BBC News", o nadador declarou que aantiga relevância do rio levou-o a tomar a decisão: “Ninguém já usa o Isar como um meio detransporte, então, agora lá estou eu, começando a fazer isso”. Para ele, já existe um movimentode pessoas que gostaram da ideia de nadar para chegar ao trabalho, e David espera que, daquia alguns anos, o rio passe a ser uma importante via de transporte na cidade alemã.

Vai a nado para o emprego

PorViperina

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DESPORTO31 Julho 2017

Por Marques dos Santos

Nós, portugueses, somos assim! Só conhecemos o oito e o oitenta,tanto odiamos visceralmente como amamos incondicionalmente,tanto elevamos deuses ao pedestal como enviamos diabos para os

confins do inferno. Assim acontece em muitas facetas do nosso quotidiano,somos assim – não há nada a fazer!

No futebol, então, essas nossas características evidenciam-se sobremanei-ra. No caso dos deuses, temos o Cristiano Ronaldo, adorado por esse paísfora de forma mais do que exacerbada, transformado em herói nacional aquem se dedicam estátuas e bustos, a quem se dão nomes de pracetas e deaeroportos, medalhas, horas e horas de mediatismo televisivo, páginas epáginas em jornais e revistas – e muitos, muitos milhões... mas esses nãosomos nós que pagamos, pois que ganhe muito e que lhe faça bom proveito!Não, caro leitor, não sou um anti-Ronaldo, sou um simples amante do fute-bol que acha que todo este circo montado à volta do madeirense começa a serfastidioso, quiçá insultuoso para os próprios colegas que o acompanham noReal de Madrid e na nossa selecção, transformados em actores secundáriosnuma modalidade que é jogada em equipa, vitoriosa em equipa, derrotada emequipa – quando ganhamos não é só o Ronaldo que o faz, quando perdemostambém o Ronaldo é derrotado.

O homem é mesmo bom, é o melhor do Mundo, argumentam todos a umasó voz. Pois será um dos melhores jogadores de sempre, disso não tenhodúvidas – mas Ronaldo apenas me interessa enquanto jogador, enquanto cra-que da bola, tanto se me dá como se me deu que encomende gémeos, queemprenhe a namorada, que compre mais um jacto ou um carrão, que vistaGucci e que veja as horas num Rollex. Este endeusamento prestado aalguém, seja ele um político, um cientista, um desportista, um artista – ouqualquer outro ‘ista’ de que nos lembremos – não faz parte dos meus com-portamentos, sei reconhecer os méritos mas tenho grandes dificuldades emdobrar a espinha. Talvez seja da idade...

Uma vergonha. Tratado que está o deus, vamos aos diabos. E quem sãoeles? Ora, ainda dentro do futebol, são facilmente reconhecíveis e identificá-veis, diariamente nos entram em casa pelo ecrã do televisor, assiduamente oslemos nas páginas dos jornais – são todos aqueles que, consciente ou incons-cientemente, estão a matar o nosso futebol. Dirigentes, comentadores, jorna-listas, apresentadores, todos parecem apostados em morder a mão que os ali-menta, criando uma sucessão de casos e de futilidades que só servem paradesacreditar o melhor desporto do Mundo.

Dos vouchers comestíveis aos apitos mais ou menos dourados, dos e-mailspublicitados às conversas informais do presidente, vive-se uma guerra aber-ta que os canais de televisão – grandes culpados pelo lavar de roupa suja aque assistimos – mais interessados em shares e audiências do que no jogojogado, continuam a promover nos inúmeros programas que apresentam. Sãobandos de comentadores à solta, sem tento na língua ou miolos no cérebro,espicaçados por vampirescos pivôs que querem cada vez mais sangue, sãodirigentes com declarações e comportamentos indignos dos lugares institu-cionais que ocupam, são claques que se agridem, que se insultam e que sematam, são árbitros que exigem mais segurança... enfim, sob os olhos, cegos,da Federação e da Liga, Portugal assiste, impávido e sereno, a esta agonialenta que acabará por matar o desporto-rei.

Sendo o futebol, como muitos consideram e admitem, um mundo à parte,também os governos não se querem meter nestas andanças, eles que sematem e que se esfolem! Nenhum executivo teve ainda coragem para pôr tra-vão nisto, por isso toda esta máfia que se serve do futebol em vez de o servirpor aqui há-de continuar, cantando e rindo, amealhando milhões e notorieda-de. Enquanto não houver coragem prevalecerá a agiotagem, chegou a horade repensar todo o nosso futebol – rebaptizem lá a Ilha da Madeira com onome do Cristiano Ronaldo, mas, por favor, mandem p’ro inferno todos estesdiabos que andam a incendiar, e a queimar, o futebol.

Deus... e os diabos

Os pivôs das estações de televisão ajudam à festa, quanto mais“sangue”... melhor. Assim se vai matando lentamente o futebol!

Benficafica mal

PRÉ-ÉPOCA PARA ESQUECER

Rui Vitória parece ser o único benfiquista que nãose mostra preocupado com os resultados obtidosnesta pré-temporada que se revelou um autêntico

desastre. Assumindo um discurso desculpabilizante, otreinador encarnado lá vai dizendo que está tudo bem,quando for “a doer” a equipa lá estará a corresponder –só que, se bem se lembram, esta lengalenga teve o seuinício logo após a goleada frente aos Young Boys. Nessaaltura, Rui Vitória já prometia um Benfica à altura dosseus pergaminhos e da sequência de títulos que ostenta...mas nada disso aconteceu, as águias voltaram a serchumbadas pelo modesto Hull City, goleadas por umArsenal que nem se apresentou na máxima força e der-rotadas, sem apelo nem agravo, por uma equipa alemãrepleta de miúdos. Está tudo bem, não se preocupem,estes jogos são a feijões, daqui a uma semana falamos,insiste o optimista Rui Vitória que já não consegue con-vencer os benfiquistas mais radicais.

Na verdade, este Benfica do tetra mais parece umBenfica da treta! Sem ritmo, sem alegria, sem vontade,sem defesa, sem ataque, sem meio campo, sem futebol,este Benfica que se arrastou por vários campos daEuropa não pode ser a mesma equipa que, há uns meses,se sagrou justamente campeã – aqueles rapazes quetodos nós vimos evoluir na Suíça, em Portugal e emInglaterra, nunca foram capazes de constituir uma equi-pa, aquilo parecia uma manta de retalhos, uma formaçãosem rei nem roque, incapaz de construir jogadas dignasdesse nome, praticando um futebol atabalhoado e semconsistência. Por isso, os 14 golos encaixados em apenas

seis jogos só podem causar admiração a quem não viuesses jogos de má memória.

Enfim... a procissão ainda vai no adro, dirão alguns –pois vai, mas a manter-se este estado de coisas, é bemmelhor que os santos que transportam no andor come-cem desde já a fazer os seus milagres! Caso contrário,não haverá bruxo que valha a este Benfica...

O Sporting também não foi brilhante. Dirão os leõesque ganharam ao Mónaco, à Fiorentina... mas levaramtrês secos do Vitória de Guimarães num jogo em que aexpulsão de Coates não explica tudo, até porque nessaaltura já perdiam por dois a zero. De experiência emexperiência, Jorge Jesus parece não encontrar o sistemacerto para pôr a equipa a funcionar, principalmente nosector mais recuado. E se Adrien e William saírem, entãoo Sporting ver-se-á confrontado com problemas queparecem não ter solução a breve prazo.

Lá para os lados da Invicta há sorrisos de boca rasga-da. Não será caso para tanto, mas dos chamados trêsgrandes o FC Porto parece ser, de momento, a equipamais arrumada, mais aguerrida e com maior espíritoganhador. Resta saber se Sérgio Conceição conseguirámanter estes níveis de entrega por parte dos seus jogado-res, convém não esquecer que por lá andam ‘vedetas’que também adoram fazer as suas birras, deitando porterra o trabalho conjunto que, por enquanto, muito pro-mete...

Daqui a uma semana já haverá teimas para tirar – poisque comece o campeonato, com vídeo-árbitro e tudo theshow must go on!

FC Porto começa bem...

... Sportingnem por isso!

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DESPORTO31 Julho 2017

P rimeiro, foi a cartilha; depois, foram os e-mails; de seguida,os bruxos – uf!, parece que as televisões e os jornais secansaram de bater no Benfica e viraram atenções para o

eterno rival da Segunda Circular. À falta de melhor, a CMTV, resol-vido que está o assunto dos filhos do Ronaldo e da gravidez daGeorgina, voltou-se agora para o Sporting e convidou o antigocolaborador Octávio Machado para lançar umas bocas. A propó-sito da sua saída do clube de Alvalade, o prestável Octávio, qualbombeiro de serviço, lá foi enfrentar as câmaras e os microfonesde que tanto gosta, lá foi o pequeno ex-médio, ex-treinador e ex-director de futebol cascar no ex-patrão...Octávio sentiu-se, pois, uma peneira por onde passaram alguns

dos assuntos mais ‘grossos’ que eventualmente poderiam inco-modar as hostes leoninas – peneirando aqui e ali, o ressabiadoex-empregado lá foi dizendo que, afinal, o Bruno de Carvalho nãopassa dum passarinho que pia muito mas que ainda terá decomer muita alpista até entender este mundo do futebol. De fute-bol, deste mundo à margem do mundo, percebe o Octávio, que seconsidera, ele próprio, uma das poucas pessoas íntegras, hones-tas e verdadeiras que ainda existem no conturbado meio dosxutos e pontapés. Canelada daqui, rasteira dacolá, Octávio lá foicriticando o seu ex-presidente, para ele já morto... mas ainda nãodevidamente enterrado!É claro que Bruno de Carvalho, que também não perde uma

oportunidade para se fazer notado, logo veio responder afir-mando que o zangado Octávio tinha sido uma terceira escolhapara o cargo que desempenhou no clube verde e branco.Terceira escolha? A resposta não demorou e o Machado con-tra-atacou com mais uma profunda machadada: “Não me ofen-de quem quer. Só quem pode. Bruno de Carvalho não temautoridade moral para me acusar de nada. De nada! É alguémque caiu de pára-quedas no futebol, ninguém conhece o pas-sado dele. E tem razão quando diz que o futebol evoluiu muito.Antigamente, dizíamos com certa graça, eram inteligências decarteira, e falavam bem, isto é, tinham dinheiro e grandes auto-móveis. Hoje não é preciso isso, pois as SAD têm e dão aosadministradores carros topo de gama e cartões dourados”,desopilou o homem de Palmela.Continuando a classificar o presidente sportinguista quanto à

espécie, Octávio não largou o mundo animal para referir que“Bruno de Carvalho não é um leão, é um gatinho, um miau-miau”. Mais adiante, porém, volta a classificá-lo como humanopara lhe recomendar tratamento mental – decida-se, homem,afinal em que é que ficamos? Já sabemos que Bruno não éleão... mas como pode ser passarinho e gatinho ao mesmotempo? Aqui não bate a bota com a perdigota, que se saiba osgatinhos gostam de comer passarinhos, sinceramente não per-cebemos o raciocínio do Octávio – não este, em particular, mastodo e qualquer um que emane daquela cabecinha onde jácomeça a faltar cabelo e onde sempre faltaram alguns neuró-nios. De animal em animal, ainda veremos o Octávio a chamarburro ao Bruno, naquele que será, porventura, o único tiro cer-teiro desferido por este indivíduo que diz amar o futebol masque parece estar continuamente zangado com esta modalida-de onde sempre viveu... e de que sempre viveu.A saga promete continuar. Pelo menos enquanto o Octávio

se mantiver na peneira, peneirando... vocês até sabem do queé que eu estou a falar!

Octávio na peneira, Octávio peneirando...

TRANSFERÊNCIAS DE JOGADORESPONTO DA SITUAÇÃO A MAIS DE UM MÊS DE FECHAR O MERCADO

Ainda falta mais de um mês para encerrar omercado de transferências de jogadores. Asmovimentações são diárias, pelo que, quando

o jornal chegar à sua mão, caro leitor, é natural quetodas estas movimentações estejam ultrapassadas.Como diria um certo dirigente desportivo, no futebolé que é verdade hoje... amanhã pode ser uma enormís-sima mentira. Mesmo assim, arriscamos a publicaçãodestas notícias, para lhe dar a saber que o presidentedo Bayern de Munique diz que há 10 clubes interes-sados em Renato Sanches e que Neymar se pegoucom Nélson Semedo no treino e mostra nervosismoquando se fala da transferência para o PSG por 222milhões de euros. Vejamos, então, o que se passa emPortugal e nalguns clubes por essa Europa fora...F. C. Porto. Em Espanha, há vários clubes interes-

sados em Iván Marcano, que está em final de contra-to com os dragões. O central espanhol, um dos capi-tães de equipa, está na mira do Málaga, mas o desejodo jogador é continuar na cidade Invicta. A renovaçãoé algo que está a ser estudado pelos responsáveis por-tistas. O médio André André é cobiçado em França,onde o Nice surge como o principal candidato. Entreos clubes existem boas relações, depois dos emprésti-mos de Ricardo Pereira e Carlos Eduardo nas últimastemporadas.

Benfica. O sucessor de Nélson Semedo continua aser uma prioridade para os encarnados e o alemãoJeremy Toljan, do Hoffenheim, está em cima da mesa.O jogador tem mais um ano de contrato mas não vairenovar e a saída é inevitável. O Benfica segue comatenção o processo, mas há mais clubes na corridapelo lateral direito, de 22 anos.Sporting. Cédric Carrasso perfila-se como o subs-

tituto de Beto no plantel leonino. O guardião francêsestá livre, depois de oito épocas ao serviço doBordéus, e tem características que agradam aos diri-gentes e à equipa técnica, uma vez que se trata de umelemento experiente, reunindo condições para seralternativa a Rui Patrício. Beto está perto de rumar aoGoztepe, que subiu na última época à primeira divisãoda Turquia. Marvin também tem via livre para deixar

Alvalade e o Twente, da Holanda, pode avançar paraa aquisição do lateral esquerdo.Marítimo. Os madeirenses estão a fazer todos os

esforços para garantir o médio André Horta, porempréstimo do Benfica. O presidente Carlos Pereiraconfirmou as negociações: “Gostava de dar essa pren-da ao treinador. Há diálogo com o Benfica. Não sei sevamos conseguir, mas estamos preparados para rece-ber essa entrada”.Barcelona. Neymar está nervoso. O astro brasilei-

ro, que tem sido associado ao Paris Saint Germain,que estará disposto a bater a cláusula de rescisão de222 milhões de euros, pegou-se no treino com o por-

tuguês Nélson Semedo, depois de uma disputa debola. O craque quis ir para cima do lateral ex-Benficae teve de ser agarrado pelos colegas. Despiu o colete,rematou uma bola e abandonou o treino. Um simplesarrufo de Neymar ou estratégia para forçar a saída? Newcastle. O clube inglês, que está de regresso à

Premier League, anunciou a entrada de Mikel Merino,internacional sub-21 de Espanha. O jogador chega porempréstimo do Borussia Dortmund, onde apenas foiutilizado em nove jogos na época passada.

.Bayern Munique. O emblema bávaro, pela voz dopresidente Karl-Heinz Rummenigge, actualizou ofolhetim Renato Sanches, uma das grandes novelas domercado. O internacional português deve mesmo dei-xar a Baviera, mas só por empréstimo. O Chelsea jun-tou-se ao Milan, mas há mais clubes activos no leilão.“Pelo menos 10 equipas estão atrás do Sanches. Conte[treinador do Chelsea] pediu informações sobre ele”,revelou Rummenigge.

O Leça Futebol Clube tem um nome importante no plantel 2017/18: Mário Jardel Júnior. Sim, não há comoenganar. O avançado de 20 anos é filho do goleador ex-FC Porto e Sporting, nome maior do futebol nacional natransição de século. Jardel Júnior vai jogar na principal divisão da AF Porto - Elite Pró-Nacional - e ter a primeiraexperiência no futebol sénior. Antes, o filho do inesquecível Super Mário jogou nos escalões de formação doEstoril-Praia e do GDS Cascais. Mário Jardel Júnior rumou posteriormente aos Estados Unidos, através de umabolsa de estudo, mas a experiência social e desportivamente não correspondeu às expetativas. No Leça, JardelJúnior carregará às costas as normais comparações com o progenitor e tentará ajudar o histórico emblemamatosinhense a voltar aos campeonatos nacionais. O Leça militou na I Divisão durante quatro temporadas eprocura voltar aos maiores palcos.

«Voltei a Portugal e quis vir para o Norte, onde há mais oportunidades no futebol e as pessoas são maiscalorosas. Habituei-me às comparações com o meu pai, o que nem sempre é fácil. Agora lido bem com isso», disseJardel Jr. ao O Jogo. De acordo com o seu novo treinador, Domingos Barros, o filho de Mário Jardel necessita gan-har «alguma robustez», embora tenha um toque de bola «mais refinado do que o pai».

Filho de Mário Jardel no Leça

Espanhóis do Málagatêm os olhos postos em Marcano...

Neymar anda nervosocom tantos milhõesà vista!!

Renato Sanches jogou pouco... mas é

muito pretendido

3131 Julho 2017

DESPORTO

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Serão feitas apenas 500 unidades do Porsche 911Turbo S Exclusive Series, que surge com o intimi-dante rótulo de “o mais potente e único 911

Turbo S alguma vez criado”. Tem 607cv, ou seja, mais27cv que o Turbo S, e já tem preço para Portugal:297.875 euros. Esta edição limitada será totalmenteconstruída à mão na nova divisão Porsche ExclusiveManufaktur, nas instalações de Zuffenhausen.Anteriormente conhecida como “Porsche Exclusive”,esta divisão é especializada em pedidos adaptadosaos desejos pessoais dos clientes, mas também res-ponsável pelas edições limitadas.

A grande diferença para o 911 Turbo S passa peloaumento de potência do motor de seis cilindros boxerbiturbo com 3,8 litros, que passou a debitar 607cv(mais 27cv) e 750 Nm entre as 2.250 e as 4.000 rpm.

É capaz de acelerar dos 0 aos 100 km/h em 2,9segundos e leva 9,6 segundos para quebrar a barrei-ra dos 200 km/h. A velocidade máxima é de 330 km/he o consumo de combustível combinado é de 9,1l/100 km, o mesmo do modelo de série.

O 911 Turbo S Exclusive Series tem jantes de 20polegadas de aperto central, de série, com acaba-mentos em “Amarelo Ouro Metalizado”. Pela primei-ra vez, as pinças do sistema de travagem de cerâmica,PCCB, estão disponíveis em preto com o logótipo daPorsche em “Amarelo Ouro metalizado”.

A tonalidade, de resto, estende-se a toda a carroça-ria e aos diversos componentes em carbono, como ocapô, o tejadilho e as saias laterais. As duas faixas emcarbono que adornam o tejadilho e o capô acentuama imagem desportiva do veículo. Atrás, destaque paraa asa do Pacote Turbo Aerokit, pelo novo spoiler,pelas entradas de ar em carbono e pelo sistema deescape com duas saídas duplas em aço preto. As asassão decoradas com a marca Porsche ExclusiveManufaktur. No interior, os luxos deste 911 exclusivoincluem bancos com regulação eléctrica, tendo essesum revestimento a pele e faixas douradas, placas coma numeração da unidade e soleiras das portas em car-bono com iluminação do nome e série do modelo,entre outras características.

PORSCHE 911TURBO S EXCLUSIVE SERIES

O MAIS POTENTE DE SEMPRE!

Uma máquina de quase 300 mil euros, luxuosa e suficientemente potente para convencer os apaixonados desta marca alemã

A McLaren está a preparar o seu hipercarro de estrada mais extremopara apresentação no final deste ano. Com o nome de série P15, o novomodelo só perderá no desempenho para o P1 GTR – mas este só poderodar em pista…

Com o motor de 3.8 litros V8 twin-turbo a debitar 789 cv de potência,o P15 é feito para bater o P1 de estrada, que não só fica pelos 727 cv,como é mais pesado: 1.547 kg.

O P15 privilegiará a estrutura em fibra de carbono e virá desprovido detodo o peso dispensável com um interior espartano para não ultrapassaros 1.300 kg. Mais leve e mais potente, o novo hipercarro é candidato abater os 2,8 segundos que o P1 atinge dos 0 aos 100 km/h.

Só a potência dos 903 cv combinados do P1 GTR híbrido exclusivo depista não estará ao alcance do novo P15.

Os avanços em imagem são feitos pela «Autocar» de acordo com asinformações recolhidas que vão desde motorização aos materiais passan-do pelos spoilers autoajustáveis e pelo grande difusor nos aspetos aerod-inâmicos.

A apresentação oficial do McLaren P15 será reservada a clientes damarca e outros potenciais compradores. A apresentação ao público acon-tecerá no Salão de genebra de 2018, em março.

A resposta da McLaren ao Aston Martin Valkyrie e ao Mercedes-AMGProjetc One terá uma produção de 500 unidades a um preço de quase 800mil euros cada, antes de impostos.

McLaren prepara uma verdadeira “fera”

O antigo piloto espanhol ÁngelNieto está internado em estado graveapós um acidente quando conduziaum quad nas ruas de Ibiza, ondereside.

Com 70 anos de idade, Nieto sofreuum forte golpe na cabeça e está inter-nado no serviço de neurocirigia deuma unidade hospitalar de Ibiza.

Segundo relata o «Diario de Ibiza»,o antigo campeão mundial de 50 e 125cc nas décadas de 1970 e 80 circulavanum quad na manhã desta quarta-feiraquando sofreu o embate de um carropor trás que não viu que ele travava.

Neito foi projetado pelo ar e fez umforte golpe na cabeça. O periódicoavança que o antigo piloto já terá dadoentrada no bloco de operações.

A condutora do veículo terá acusadonegativo no teste de alcoolemia.

Ángel Nieto sofre grave acidente

Nº 192 | Ano 11 | 31 Julho 2017

A liberdade de expressão das esquerdas

Pois... fazem asneira da grossa e depois culpam-me a mim! Sim, andam aos papéis há quasedois meses e agora vêm dizer que, se não fosse eu, nada disto teria acontecido! Dizem quebebo água demais, que tenho umas raízes insaciáveis, que não sirvo p’ra nada, que estou

feito com essa malta da celulose e que medro como o caraças – merda p’ra toda essa gente, paratodos esses entendidos que nem sequer me conhecem, para esses sabichões de pacotilha quenão me gramam e que estão mortinhos por me substituir por carvalhos e azinheiras, se calhar lána terra deles também têm uns hectares cheios de mim, falam, falam, falam... e depois plantam-me a granel, eles sabem bem que dou pouco trabalho e algum rendimento.

Tou chateado com esta malta toda. Agora também a Catarina, a pequena, essa gaja de esquer-da, quer acabar comigo; o Costa já disse que me vai limitar a reprodução e o Jerónimo só não memanda p’ra Sibéria porque eu não me dou bem com esses climas. Está tudo contra mim, é o queé! Eu, que estou ali quietinho, à beira da estrada, a ver os carros passar... Se não me atirarem bea-tas, se não fizerem piqueniques à minha sombra e se me derem um pára-raios, prometo que ficoquietinho, ninguém ouvirá falar de mim – mas não, todos gostam de brincar com o fogo... edepois quem arde sou eu, sou o mexilhão da floresta!

“Acabe-se já com a raça”, estou farto de ouvir nas televisões! Vê-se mesmo que essa malta nãome conhece, não sabem dos meus poderes milagrosos, essa malta nunca foi ao Google pesqui-sar sobre mim, eles não sabem nem sonham que eu curo gripes, constipações, rinites, sinusites,pneumonias, tuberculoses, dores musculares, bronquites... sou mais medicinal do que a canna-bis e cheiro muito melhor! Mas a cannabis é a erva da esquerda, não é?

Sinceramente, não sei o que me irá acontecer. Tou preocupado à brava, acho que se está a pre-parar uma campanha nazi para o meu extermínio, como não conseguiram acabar com os judeusagora querem acabar comigo... e com os meus! Mas nós somos mais do que seis milhões, têm detrabalhar muito – a não ser, claro, que nos peguem fogo, mais aí voltaria tudo ao princípio, láviriam os especialistas dizer que a culpa é nossa, blá, blá, blá, malditos eucaliptos que queimamterras, incendeiam florestas, esturricam pessoas e chamuscam governos, malditos eucaliptosque até de desculpa servem para a negligência dos homens!

Eu, Calipto, aqui me confesso, só quero que me compreendam, que me ordenem, que me distri-buam como deve ser, que me plantem onde for mais conveniente – não sou de fazer má vizinhança,dou-me bem com azinheiras, carvalhos, loureiros, faias e castanheiros, há espaço para todos vivermosem harmonia, se a Natureza me criou é porque algum préstimo me achou... D.S.

Eu, Calipto, me confesso...

Aí está o politicamente correcto para animar a silly season dos políticos e des-viar as atenções para o supérfluo, aí está o politicamente correcto ditado pormeia dúzia de esquerdistas que nos querem todos iguais, a pensar da mesma

forma e a falar do mesmo modo – lá virá o dia em que vestiremos igual e comere-mos igual, lá virá o dia em que nos distinguiremos por núme-ros e não por nomes, lá virá o dia em que pagaremos, com avida, o facto de não alinharmos nesta ditadura do politicamen-te correcto totalitário e antidemocrático que nos querem impor.

Gentil Martins, em entrevista ao Expresso, disse o que pen-sava sobre vários temas que lhe propuseram apreciar. Vai daí, oconhecido cirurgião falou e disse que, para ele, a homossexua-lidade é uma anomalia e que o Ronaldo, que compra filhoscomo eu compro maços de cigarros, não passa de um estupormoral! Ai, meu Deus, o velho está senil, como pode um concei-tuado cirurgião afrontar os gays e os seguidores de Ronaldonuma mesma entrevista? O velho esticou-se, lê-se e ouve-sepor aí, é preciso metê-lo na ordem – e logo a Ordem, onde também parece reinar aimposição do discurso clinicamente saudável, veio a terreiro anunciar que lhe iriatratar da saúde, a ele, ao Martins que nada teve de gentil ao tratar os homossexuaiscomo doentes e o Ronaldo como estupor. Crime de lesa pátria, sai já um inquérito,sai já um exame psiquiátrico ao velhote, um tal Conselho de Jurisdição da Ordem

dos Médicos irá analisar a ética e a deontologia que o senhor doutor acaba de ofen-der, depois se saberá, ou não, se o reputado médico meteu a pata na poça ou, sim-plesmente, a boca no trombone!

Ao que isto chegou! Sem pôr em causa, no campo científico, as afirmações doreputado cirurgião – outros cientistas afirmarão o mesmo... sóque não são portugueses, logo não estarão sob a alçada censu-radora do PS, do Bloco e do PCP – a verdade é que as forçasocultas socialistas, bloquistas e comunistas, de imediato vie-ram a terreiro exigir todas e mais algumas punições sobre odescarado cirurgião. Catarina, a pequena, e Isabel Moreira, amagérrima, dizem que isto não pode ficar assim, o senhor dou-tor tem de ser devidamente castigado, expulsem-no daOrdem, tirem-lhe a carteira profissional, cortem-lhe a língua,prendam-no, açoitem-no, e, em último caso, enforquem-no –e se houver mais crianças para operar, mais siameses paraseparar, mais vidas para salvar, então chamem a Catarina e a

Isabel, pois então...Ciganices. Depois da feroz censura à entrevista de Gentil Martins, também

André Ventura caiu sob a alçada do politicamente correcto, desta vez muito maisabrangente – até o CDS se juntou ao coro indignado das esquerdas para criticar asafirmações do candidato social-democrata à Câmara de Loures, declarações essas

em que o jurista afirmava algo que se ouve por aí, à boca cheia e em surdina, masque não pode ser dito em público, há minorias a defender, há votos a recolher. AndréVentura disse que, em Loures, há famílias ciganas a viverem à custa do Estado, dosbenefícios e dos subsídios – esta parece ser, afinal, uma situação que todos conhe-cemos e que, infelizmente, não é exclusiva da etnia cigana... só que estes darão maisnas vistas, não têm qualquer problema em passear-se em carros topo de gama, emexibir jóias e roupas de marca, em gastar à tripa forra como se não houvesse ama-nhã. São assim os ciganos – e daí não viria grande mal ao mundo se toda esta osten-tação fosse suportada por empregos decentes e legais, cada um gasta como quer,não é? Só que o outro lado da moeda diz-nos que cada um não pode ganhar comoquer, não pode andar a gastar o dinheirinho (muito) dos meus impostos em festasde arromba e em BMW luxuosos, não pode viver à conta de uma Segurança Socialdesleixada que tira a muitos para dar a alguns!

É claro que as declarações de André Ventura fizeram vibrar os tímpanos deAntónio Costa e das esquerdas em geral – ora aí está o impoluto PS a tirar dividen-dos eleitoralistas de situações pontuais, ora aí está mais uma ciganice que podecolher votos, ora aí está mais uma ciganada a que os socialistas já nos habituaram– quais minorias, quais carapuças, quais racismos e quais xenofobismos, eles sabembem como as coisas se passam, eles sabem bem que todos nós, tal como o AndréVentura, sabemos do que falamos. Porque não dizê-lo, então? Apenas porque não époliticamente correcto fazê-lo, a esquerda dixit, só há que cumprir! Daniel Santos

A esquerda quertratar da saúdeao cirurgião...

É um verdadeiro choque o que sesente ao olhar para esta bela

italiana, Francesca de seu nome e uma séria candidata a brilhar,

num futuro próximo, num qualquer filme que passe num cinema perto de si. Não perca,

se for caso disso, valerá a pena ver o que mais terá

a bela Francesca para nos oferecer...