Um Contraste Terrível

Sermão nº 2473

Por Charles H. Spurgeon (1834-1892)

Traduzido, Adaptado e

Editado por Silvio Dutra

Jul/2018

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S772 Spurgeon, Charles H.- 1834-1892 Um contraste terrível / Charles H. Spurgeon Tradução e adaptação Silvio Dutra Alves – Rio de Janeiro, 2018. 35p.; 14,8 x21cm 1. Teologia. 2. Pregação. 3. Alves, Silvio Dutra. I. Título. CDD 252

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“Então cuspiram na sua cara.” (Mateus 26:67)

“E vi um grande trono branco e o que estava

assentado sobre ele, de cuja face fugiram a terra

e o céu.” (Apocalipse 20:11)

Orientado por nosso texto no Evangelho de

Mateus, vamos primeiro pensar no palácio de

Caifás, o sumo sacerdote, e aí vamos, em

profunda tristeza, perceber o significado dessas

terríveis palavras: “Então cuspiram em sua

face”. Há mais trovões profundos e terríveis

nelas do que no raio que se estende por cima, há

mais terror vívido nelas do que no relâmpago

mais agudo: “Então eles cuspiram na cara dele.”

Observe que esses homens, os sacerdotes, e os

escribas, e as ordens, e seus servos, fizeram esse

ato vergonhoso depois de ouvirem nosso

Senhor dizer: “De agora em diante, vereis o

Filho do homem assentado à direita do poder e

entrando nas nuvens do céu.“ Foi em desacato a

esta alegação, em escárnio desta honra que ele

predisse para si mesmo, que “então eles

cuspiram em sua face”, como se eles não

pudessem suportar mais, que ele, aquele que se

levantou para ser julgado por eles, devesse

reivindicar ser seu juiz; que ele, a quem eles

tinham trazido como morto na noite do jardim

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do Getsêmani, deveria falar em vir nas nuvens

do céu: "Então eles cuspiram na sua face."

Também não deixo de acrescentar que eles

atacaram nosso Senhor depois que o sumo

sacerdote rasgou suas roupas. Meus irmãos,

não esqueçam que o sumo sacerdote era o

representante de tudo que era bom e venerável

entre os judeus. O sumo sacerdote era a cabeça

terrena de sua religião; ele era quem, sozinho de

homens mortais, poderia entrar no misterioso

véu; todavia foi ele quem condenou o Senhor da

glória, quando rasgou as suas vestes e disse: “Ele

blasfemou; que necessidade ainda temos de

testemunhas? Eis que agora ouvistes a sua

blasfêmia”. Isso me faz tremer quando penso

em quão eminentes podemos estar a serviço de

Deus e, no entanto, quão terrivelmente

podemos ser inimigos do Cristo de Deus. Que

nenhum de nós pense que, embora subamos até

os lugares mais altos da igreja, somos salvos.

Podemos ser sumos sacerdotes, vestir o Urim e

o Tumim, e colocar o peitoral com todas as suas

maravilhosas pedras místicas, e amarrar em

torno de nós o curioso cinto do éfode, e ainda

assim, apesar de tudo, podemos ser líderes em

expressar desprezo a Deus e ao seu Cristo. Foi

quando Caifás, o sumo sacerdote, pronunciou a

palavra de condenação contra Cristo, que

“então cuspiram em sua face”. Deus conceda

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que nunca nos assumamos qualquer ofício na

Igreja de Deus, e então, cingidos com a

autoridade e influência que tal ofício pode nos

emprestar, ser o primeiro a derramar escárnio e

desprezo sobre o Cristo de Deus! No entanto,

não hesito em dizer que quando os homens

olham para o sacerdócio terreno em vez de

olhar para Cristo, o grande Sumo Sacerdote,

quando os homens são ensinados a confiar na

massa em vez de confiar no único sacrifício de

Cristo pelo pecado na cruz, então os próprios

sacerdotes guiam o caminho cuspindo na cara

dele. O Anticristo nunca mais certamente

habita em qualquer lugar do que no lugar onde

Cristo é assim desonrado, e ninguém lhe faz tal

desgraça terrível como aqueles que devem se

curvar a seus pés, e elevá-lo no alto entre os

filhos dos homens, ainda que o rejeitem e

recusem suas reivindicações legítimas.

“Então cuspiram na cara dele”, depois de

proclamar sua Divindade como Rei e Juiz de

todos, e depois que o homem que deveria ter

sido seu principal servo terrestre tornou-se

arqui-inimigo, e liderou o caminho em desprezo

por ele, acusando-o de blasfêmia. "Então eles

cuspiram em seu rosto."

Há dois ou três pensamentos que me vêm à

mente quando penso que esses homens iníquos

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cuspiram na face de Cristo - naquela face que é

a luz do céu, a alegria dos anjos, a bem-

aventurança dos santos e o próprio brilho da

glória do Pai. Esta cusparada nos mostra, em

primeiro lugar, até onde vai o pecado. Se

queremos a prova da depravação do coração do

homem, não vou apontá-lo para os guetos de

Sodoma e Gomorra, nem vou levá-lo para os

lugares onde o sangue é derramado em

córregos por miseráveis como Herodes e

homens desse tipo. Não, a mais clara prova de

que o homem está completamente caído e que o

coração natural é inimizade contra Deus, é visto

no fato de que cuspiram na face de Cristo, o

acusaram falsamente, condenaram-no e o

conduziram como malfeitor e penduraram-no

como um criminoso para que ele pudesse

morrer na cruz. Por que mal que ele fez? O que

havia em toda a sua vida que deveria lhes dar

ocasião de cuspir na cara dele? Mesmo naquele

momento, seu rosto piscou indignado contra

eles? Ele olhou com desprezo para eles? Não;

pois ele era todo gentileza e ternura mesmo

para com estes seus inimigos, e seus corações

deveriam ter sido duros e brutais que então

cuspiram na cara dele? Ele havia curado seus

doentes, alimentado sua fome, ele havia sido

uma fonte de bênção para cima e para baixo na

Judéia e em Samaria; e, no entanto, “então

cuspiram na cara dele”. Repito, não me refiro

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aos crimes das nações antigas, nem aos

horríveis males cometidos por homens

incivilizados, nem às iniquidades mais

elaboradas de nossas grandes cidades; não me

fales das abominações da Grécia ou de Roma; -

isto - isto, aos olhos dos anjos de Deus e aos olhos

do Deus dos anjos, é a obra-prima de toda a

iniquidade: "Então cuspiram em sua face".

Entrar no próprio palácio do Rei, e chegar perto

de seu filho unigênito, e cuspir na cara dele, -

este é o crime de crimes que revela a maldade

infame dos homens. A humanidade está

condenada à mais negra iniquidade, agora que

chegou ao ponto de cuspir na face de Cristo.

Minha meditação também se volta para o Bem-

amado em cujo rosto cuspiram; e meu

pensamento a respeito dele é o quão profunda

foi a humilhação que ele teve que suportar!

Quando ele foi feito pecado por nós, embora ele

mesmo não conhecesse pecado; quando nosso

Senhor Jesus Cristo tomou sobre si as

iniquidades de seu povo, e foi sobrecarregado

com o tremendo peso de sua culpa, coube à

justiça de Deus tratá-lo como se ele fosse

realmente um pecador. Ele não era pecador, e

ele não podia ser nenhum; ele era homem

perfeito e Deus perfeito, contudo permaneceu

no lugar dos pecadores, e o Senhor fez com que

carregasse sobre si a iniquidade de todo o seu

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povo. Portanto, no tempo da humilhação, ele

não deve ser tratado como o Filho de Deus, nem

deve ser considerado em honra como um

homem justo; ele deve primeiro ser entregue à

vergonha e ao desprezo, e depois ao sofrimento

e à morte; e, consequentemente, ele não foi

poupado deste último e mais brutal dos insultos:

"Então eles cuspiram na sua face." Ó meu

Senhor, a que terrível degradação você foi

trazido! Em que profundidade estendeste o meu

pecado e o pecado de todas as multidões, cujas

iniquidades foram feitas para se encontrarem

contra ti! Ó meus irmãos, vamos odiar o pecado;

Ó minhas irmãs, detestemos o pecado, não só

porque ele perfurou aquelas abençoadas mãos e

pés do nosso querido Redentor, mas porque

ousou cuspir na cara dele! Ninguém pode

conhecer toda a vergonha que o Senhor da

glória sofreu quando cuspiram na face dele.

Essas palavras deslizam sobre minha língua

muito suavemente; talvez até eu não as sinta

como deveriam ser sentidas, embora o fizesse se

pudesse. Mas eu poderia sentir como deveria

me sentir em solidariedade com a terrível

vergonha de Cristo, e então eu poderia

interpretar esses sentimentos por qualquer

linguagem conhecida pelo homem mortal,

certamente você iria curvar sua cabeça e corar,

e você se sentiria subindo dentro de seu

espírito? Uma ardente indignação contra o

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pecado que ousou colocar o Cristo de Deus em

tal vergonha como esta. Eu quero beijar seus pés

quando penso que eles cuspiram em seu rosto.

Então, mais uma vez, meus pensamentos

correm para ele novamente dessa forma, penso

na tenra onipotência de seu amor. Como ele

poderia suportar esse cuspe quando, com um

olhar de relance, estivera apenas com raiva, a

chama poderia tê-los matado e estragado tudo?

No entanto, ele ficou parado mesmo quando

cuspiram na cara dele; e eles não foram os

únicos a insultá-lo assim, pois, depois, quando

ele foi levado pelos soldados ao salão de Pilatos,

eles também cuspiram nele com desprezo e

escárnio cruéis.

“Veja como o paciente Jesus permanece,

Insultado no mais baixo grau

Os pecadores amarraram

as mãos do Todo Poderoso

e cuspiram no rosto do Criador.”

Como poderia suportar isso? Amigos, ele não

poderia suportá-lo se não fosse onipotente. Essa

própria onipotência, que lhe teria permitido

destruí-los, era onipotência de amor e

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onipotência de força. Foi isso que o fez - se assim

posso dizer - “se conter”, pois não há

onipotência como aquela que restringe a

onipotência. No entanto, assim foi que ele

poderia suportar essa cuspida dos homens; mas

você pode pensar nesta maravilhosa

condescendência sem sentir seus corações

todos em chamas com amor a ele, de modo que

anseia por fazer algum ato especial de

homenagem a ele, pelo qual você pode mostrar

que você iria recompensá-lo por essa vergonha

se você pudesse.

Não vou dizer mais sobre esse ponto, pois o fato

vergonhoso permanece indelevelmente

registrado nas Escrituras: “Então cuspiram em

sua face”; mas quero trazer a verdade para casa,

irmãos, e mostrar-lhes como podemos fazer a

Cristo o que esses homens iníquos fizeram.

“Oh!” Diz um, “eu não estava lá; eu não cuspi na

cara dele.” Ouça; talvez você tenha cuspido na

cara dele. Você se lembra daquele hino tocante

que às vezes cantamos:

“Meu Jesus!

diga que desgraçado ousou

amarrar as mãos sagradas?

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E quem ousou ferir tanto

o rosto tão manso e bondoso?

Meu Jesus, quais mãos que teceram

aquela cruel coroa espinhosa?

Quem fez aquela cruz dura e pesada

que pesou nos seus ombros?

Jesus! Quem com cuspe vil

Atingiu sua face sagrada?

Ou cujo flagelo impiedoso fez

Com que precioso sangue fluísse?

Eu tenho feito assim no entanto,

Jesus, tem compaixão!

Oh, poupe-me e perdoe-me,

meu Senhor,

por amor da tua benção!”

Há ainda alguns que cospem na face de Cristo,

negando a sua divindade. Eles dizem: “Ele é um

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simples homem; um homem bom, é verdade,

mas apenas um homem”, embora como se

atrevem a dizer isso, eu não posso entender,

pois ele não seria um bom homem que alegasse

ser Deus se não fosse Deus. Jesus de Nazaré foi o

mais vil dos impostores que já viveram se

permitisse que seus discípulos o adorassem, e

se ele deixasse para trás uma vida que nos

compele a adorá-lo, se ele não fosse realmente e

verdadeiramente Deus; portanto, de todos

aqueles que declaram que ele não é Deus - e há

uma grande companhia deles até mesmo entre

as pessoas nominalmente religiosas dos dias

atuais – dos quais devemos tristemente, mas

sinceramente dizer: “Então eles cuspiram em

seu rosto”. Também fazem o mesmo aquele que

critica seu evangelho. Há muitos, nestes dias,

que parecem não poder ser felizes, a menos que

estejam dilacerando o evangelho.

Especialmente o mistério divino do sacrifício

substitutivo de Cristo é o alvo das flechas dos

sábios, quero dizer daqueles que são sábios de

acordo com a sabedoria deste mundo.

Nós nos deleitamos em saber que nosso Senhor

Jesus Cristo sofreu no lugar de seu povo. "Ele

suportou para que jamais pudéssemos suportar

a ira justa de seu Pai". No entanto, li algumas

coisas horríveis que foram escritas contra essa

doutrina abençoada. e quando as li só pude dizer

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a mim mesmo: “Então cuspiram na cara dele.”

Se existe algo que está acima de tudo a glória de

Cristo, é seu sacrifício expiatório; e se alguma

vez você empurrar seu dedo para a própria

menina de seus olhos, e tocar sua honra no mais

tenro ponto possível, é quando você tem algo a

dizer contra sua oferta de si mesmo como um

sacrifício a Deus, sem defeito e sem mancha,

para que ele pudesse cobrir as iniquidades de

seu povo. Portanto julguem-se a si mesmos

neste assunto, e se alguma vez negaram a

Deidade de Cristo, ou se alguma vez atacaram

seu sacrifício expiatório, verdadeiramente

poderia ter sido dito a respeito de vocês: “Então

cuspiram em sua face”. Além disso, esse mal é

também feito quando os homens preferem a sua

própria justiça à justiça de Cristo. Há alguns que

dizem: “Não precisamos de perdão, não

queremos ser justificados pela fé em Cristo, já

somos suficientemente bons” ou “estamos

trabalhando em nossa própria salvação; nós

queremos salvar a nós mesmos.” Ó senhores, se

vocês puderem salvar a si mesmos, por que

Jesus sangrou na cruz? Seria realmente muito

supérfluo que o Filho de Deus morresse em

forma humana se houvesse uma possibilidade

de salvação por teus próprios méritos; e se

preferires os teus méritos aos dele, também se

deve dizer de ti: “Então cuspiram na sua cara”.

As tuas justiças são apenas farrapos imundos; e

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se você prefere isto ao justo linho branco que é a

justiça dos santos, se você pensa em se lavar em

suas lágrimas, e então você despreza aquele

precioso sangue além do qual não há

purificação de nosso pecado, ainda para você o

nosso texto se aplica, "então eles cuspiram em

seu rosto", quando eles preferiram a sua própria

justiça à de Cristo.

Eu tenho falado com você sobre a parábola do

filho pródigo; mas, possivelmente, o seu caso é

mais parecido com o do irmão mais velho da

parábola; você tem sua porção de bens, é toda

sua, e você a mantém. Você é rico e aumenta em

bens e não precisa de nada. Você é hipócrita,

acha que pode fazer muito bem sem Deus e sem

Cristo, e meio que suspeita que Deus

dificilmente pode passar sem você. Você está

fazendo isso muito bem na observância de ritos

e cerimônias, e a realização de caridade e

devoções que, se você for para o país distante,

você fará uma figura muito respeitável; você

será um desses excelentes cidadãos daquele

país que, no devido tempo, enviará alguns

pobres pródigos aos seus campos para

alimentar seus porcos. Estou inclinado a

acreditar que o seu caso é ainda mais triste e

sem esperança do que o do próprio filho

pródigo. Você também se afastou de Deus, você

está vivendo sem ele. Ele não está em todos os

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seus pensamentos, você quase poderia desejar

que não houvesse Deus, pois então não haveria

nenhuma nuvem escura pairando à distância

para estragar o seu dia de verão, sem medo de

tempestades para estragar a alegria da hora. Tão

verdadeiramente como do infiel declarado que

abertamente rejeita a Cristo, deve ser dito de

você: "Então eles cuspiram em sua face."

A mesma coisa é, oh! tão tristemente verdade

quando alguém abandona a profissão de ser um

seguidor de Cristo. Existem alguns,

infelizmente! que, durante algum tempo,

pareciam estar bem na Igreja de Deus - não os

julgarei, mas houve alguns que, depois de

fazerem profissão de religião, voltaram

deliberadamente ao mundo. Depois de parecer

por muito tempo serem muito zelosos, eles se

tornaram mundanos, e talvez até lascivos e vis.

Eles quebram o dia do Senhor, eles

negligenciam a Palavra de Deus, eles

abandonam o propiciatório; e seu último fim é

pior que o primeiro. Quando um homem

abandona a Cristo por uma prostituta, quando

ele desiste do céu por ouro, quando ele renuncia

às alegrias que professou ter em Cristo, a fim de

encontrar alegria na companhia dos ímpios, é

outro exemplo da verdade dessas palavras:

“Então cuspiram em seu cara.”

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Preferir qualquer uma dessas coisas a Cristo é

infame; e o simples ato de cuspir da boca parece

pouco comparado com esse pecado de cuspir

com o coração e a alma, e derramar desdém em

Cristo escolhendo algum pecado em

preferência a ele.

Ainda assim, ai! quantos ainda estão cuspindo

no rosto de Cristo. Talvez alguns agora

presentes o estejam fazendo. Se, queridos

amigos, nossa consciência em qualquer medida

nos acusar desse pecado, vamos imediatamente

confessá-lo; humilhemo-nos diante do Senhor;

e com a própria boca que cuspiu sobre ele,

vamos beijar o Filho para que ele não fique

zangado, e nós venhamos perecer no caminho,

quando a sua ira se acender um pouco. E quando

confessarmos o pecado, vamos acreditar que ele

é capaz e disposto a nos perdoar. Eu sei que

requer um grande ato de fé, quando o pecado é

conscientemente sentido, acreditar no

esplendor da misericórdia divina; mas, queridos

amigos, acreditem nisso. Faça ao Senhor Jesus a

grande honra de dizer-lhe: “Senhor meu, lava-

me no teu precioso sangue; ainda que cuspi no

teu rosto, lava-me nesse manancial de

purificação e serei mais branco do que a neve; e,

segundo a vossa fé, assim se fará a vós.

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Você terá o perdão mesmo deste grande pecado

se você confessar isto, e acreditar que Cristo é

tanto capaz quanto disposto a perdoá-lo. E

quando você tiver feito isso, então toda a sua

vida seja gasta tentando magnificar e glorificar

a quem você e outros têm difamado e

desonrado.

Ah, penso que, se alguma vez neguei a Deidade

de Cristo, eu gostaria de estar neste púlpito

noite e dia para revogar o que eu havia dito e

declarar que ele é o Filho de Deus com poder!

Eu acho que, se eu tivesse criado alguma coisa

em oposição a ele, eu deveria querer dia e noite

colocá-lo acima de tudo, como de fato, eu desejo

fazer. Venham, irmãs e irmãos cristãos, façamos

algo incomum em honra de Cristo; vamos

descobrir algo ou inventar algo novo, seja na

companhia de outros ou de todos por nós

mesmos, pelo qual possamos glorificar ainda

mais seu nome abençoado.

No entanto, se alguma vez alguém nos desprezar

por amor de Cristo, não o consideremos como

sendo algo duro e difícil, mas vamos estar

dispostos a suportar desprezo e humilhação por

ele. Vamos dizer a nós mesmos: “Então eles

cuspiram em sua face”. O que fazer, então, se

eles também cospem na minha? Se o fizerem, eu

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irei “reprovar e saudar a vergonha”, uma vez

que me ocorre que devo suportá-lo por amor a

ele. Veja, aquele desgraçado que está prestes a

cuspir na face de Cristo! Ponha a sua face para

frente, para que você possa pegar aquela saliva

em seu rosto, para que ela não caia sobre ele

novamente, pois como ele foi colocado em tal

terrível vergonha, todo aquele que foi redimido

com seu precioso sangue deve considerar uma

honra ser um participante da vergonha, se de

alguma forma pudermos impedi-lo de ser ainda

mais desprezado e rejeitado pelos homens.

Mas, queridos amigos, eu não tenho pregado,

acabei de falar muito, muito debilmente, e de

modo nenhum como desejava e esperava poder

fazer, sobre este texto maravilhoso: "Então eles

cuspiram na cara dele."

II. Agora tente me seguir, apenas por alguns

minutos, enquanto eu deixo você ver o mesmo

rosto sob uma luz muito diferente. Nosso

segundo texto está no capítulo 20 do Apocalipse,

no verso 11: - ““E vi um grande trono branco e o

que estava assentado sobre ele, de cuja face

fugiram a terra e o céu.”; e não foi encontrado

lugar para eles.” Esta passagem não precisa de

palavras minhas para explicá-la. Observe como

o apóstolo começa: “Eu vi”. Oh, eu gostaria de ter

o poder de fazer você também ver essa grande

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visão! Às vezes, vividamente para perceber uma

verdade, mesmo uma vez, é muito melhor do

que ter apenas ouvido dizer dez mil vezes.

Lembro-me da história de um soldado

empregado em conexão com uma das pesquisas

da Palestina. Ele estava com alguns outros da

companhia no vale de Jeosafá e, sem pensar

seriamente em suas palavras, disse a seus

camaradas: “Algumas pessoas dizem que,

quando Cristo vier pela segunda vez para julgar

o mundo, o juízo terá lugar. no vale de Jeosafá,

neste mesmo lugar onde estamos agora”. E

acrescentou: “Quando se estabelecer o grande

trono branco, pergunto-me onde estarei”. Diz-

se que ele exclamou descuidadamente: “sente-

se aqui sobre esta grande pedra”, e ele sentou-

se; mas num instante ele ficou horrorizado e

desmaiou, porque no ato de se sentar começou

a perceber um pouco da grandeza e do terror

daquela tremenda cena. Eu gostaria de saber

como fazer ou dizer qualquer coisa que pudesse

fazer você perceber essa cena que João viu em

visão. O Senhor Jesus Cristo subiu ao céu do alto

do monte das Oliveiras em seu próprio corpo, e

assim ele virá da mesma maneira que foi levado

ao céu; mas ele virá, não o humilde homem das

dores, mas como juiz de todos os que se

assentam sobre um grande trono branco; e João

diz: "Eu vi". nós cantamos, alguns minutos atrás,

- ]

20

“O Senhor virá!

mas não o mesmo

Como uma vez na humildade ele veio,

Um cordeiro silencioso diante de seus inimigos,

Um homem cansado e cheio de aflições.

O Senhor virá!

Numa forma terrível,

com grinalda de arco-íris

e vestes de tempestade;

em asas de querubim e asas de vento,

Como juiz de toda a humanidade.”

Eu desejo, queridos amigos, que mesmo em

seus sonhos você possa ver esta visão, pois,

embora eu não confie em sonhos por si

mesmos, mas qualquer realização desta grande

verdade será melhor do que a mera audição

dela. "Eu vi", disse João, "um grande trono

branco". Ele viu um trono, pois Cristo agora

reina, ele é rei dos reis e Senhor dos senhores; e

quando a mentira vier novamente, ele virá no

21

poder da soberania universal como o juiz

designado de toda a humanidade. Ele virá a um

trono, desse trono é dito ser branco. Que outro

trono pode ser assim descrito? Os tronos de

meros mortais são frequentemente manchados

de injustiça, ou respingados do sangue de

guerras cruéis; mas o trono de Cristo é branco,

porque ele pratica justiça e retidão, e seu nome

é verdade.

Também será um grande trono branco - um

trono tão grande que todos os tronos de antigos

reis e príncipes serão como nada em

comparação com isto. Os tronos da Assíria, da

Babilônia, da Pérsia, da Grécia e de Roma

parecerão apenas pequenas gotas de orvalho a

serem exaladas em um momento; mas este

grande trono branco será a sede reconhecida do

Rei dos reis, da Soberania sobre todas as

soberanias: "Eu vi um grande trono branco". João

não apenas viu o grande trono branco, mas

também "O que estava assentado sobre ele". Que

visão maravilhosa foi essa! João o viu, aquele

cujos olhos são “como uma chama de fogo e

seus pés semelhantes a latão polido, como se

eles tivessem sido queimados em uma

fornalha”. João viu aquele cuja divina majestade

resplandecerá mesmo através das cicatrizes de

cravos que ele ainda apresenta quando sentado

no grande trono branco. Que visão foi para João,

22

que havia encostado a cabeça no peito de Cristo,

contemplar aquele mesmo Mestre, a quem ele

tinha visto morrer na cruz, agora sentado no

trono do julgamento universal: “Eu vi um

grande trono branco, e aquele que estava

sentado sobre ele”. Agora observe o que

aconteceu: “de cuja face a terra e o céu

fugiram”. Assim que este grande trono branco

apareceu, o céu e a terra começaram a rolar

como uma onda que se afastava da praia. O que

deve ser diante de quem o céu e a terra recuarão

como em desalento? Observe primeiro o poder

de Cristo. Ele não afasta o céu e a terra; ele nem

fala com eles; a visão de seu rosto é tudo o que é

necessário, e o velho céu e a velha terra

manchada de pecado começarão a fugir, “os

elementos se fundirão com calor fervente, a

terra também e as obras que nela estão serão

queimadas.”; e tudo isso pela mera exibição da

face de Cristo. Ele não precisa levantar o braço,

nem deve pegar um dardo e jogá-lo na terra

condenada; à vista de seu rosto, o céu e a terra

fugirão. Assuma o terror da majestade de Cristo.

E o que você fará naquele dia, você que cuspiu

na cara dele, você que o desprezou? O que você

fará naquele dia? Suponha que o grande dia do

juízo já tivesse chegado, suponha que o grande

trono branco estivesse ali, e que quando este

culto terminasse, você deveria aparecer com

todos os mortos ressuscitados diante do seu Juiz.

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Alguém teria que dizer: “Eu o recusei; como

devo ousar olhar na sua face?” Outro gritaria:

“Ele me atraiu uma vez, senti o puxão de seu

amor, os impulsos de seu espírito, mas resisti e

não cedi. Como posso conhecê-lo agora? Como

posso olhá-lo na cara?” Outro terá que dizer:

“Tive que me esforçar muito para escapar do

aperto de sua mão de misericórdia; sufoquei a

consciência e voltei ao mundo.” Vocês todos

terão que olhar para aquele rosto, e esse rosto

vai olhar para todos vocês. Um terá que dizer:

"Eu desisti de Cristo para o mundo". "Eu o troquei

pelo teatro", outro deve dizer. "Eu dei-lhe para o

salão de dança", outro vai dizer. "Eu o abandonei

pelo amor das mulheres", outro dirá. “Deixei-o

para que pudesse continuar meus negócios,

pois não poderia continuar se fosse um

verdadeiro cristão; eu desisti de Cristo pelo que

consegui.” Você terá que dizer tudo isso e muito

em breve. Tão certo como você me vê nesta

plataforma agora, você verá o Rei no grande

trono branco então, aquele Rei que uma vez foi

desprezado e rejeitado pelos homens.

Membros desta igreja, eu gostaria que você

pensasse em tudo isso! Não é uma centésima

parte minha preocupação, pois é sua; não tenho

medo de ver o rosto de Cristo, pois ele me olhou

com amor e apagou todos os meus pecados, e eu

o amo e anseio por estar com ele para todo o

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sempre. Mas se você nunca teve esse olhar de

amor, se você nunca se reconciliou com ele, eu

lhe peço; pelo amor que vocês suportam, para

começar a pensar sobre este assunto. Comece a

se preparar para encontrar este Rei dos

homens, esse Senhor do amor, que, tão certo

quanto ele é o Senhor do amor, será o Rei da ira,

pois não há raiva como a ira de amor. Não há

indignação como “a ira do Cordeiro”, da qual

lemos há alguns minutos atrás. O amor divino,

quando se tornou justa indignação, queima

como o carvão de zimbro e é inabalável como o

inferno. Portanto –

“Vós, pecadores,

busquem a graça daquele

cuja ira não podeis suportar;

voai para o abrigo da sua cruz,

e ache a salvação lá”.

E antes que o céu e a terra comecem a fugir da

face daquele que está sentado sobre o trono, e

diante de vós mesmos comecem a clamar às

rochas para cobri-los e as montanhas para

escondê-los daquela face, - busquem seu rosto

com humilde penitência e fé, para que possam

25

estar preparados para encontrá-lo com alegria

naquele último e tremendo dia.

Se o que eu tenho dito for tudo um sonho,

rejeite-o e siga os seus caminhos até os seus

pecados; mas se essas coisas são a verdadeira

verdade de Deus - e, na verdade, são -, aja como

os homens sensatos devem fazer, pense nelas e

se prepare para encontrar seu Juiz. Deus ajude

você a fazer isso, pelo amor de Deus! Amém.

Mateus 26: 57-68:

“57 E os que prenderam Jesus o levaram à casa

de Caifás, o sumo sacerdote, onde se haviam

reunido os escribas e os anciãos.

58 Mas Pedro o seguia de longe até ao pátio do

sumo sacerdote e, tendo entrado, assentou-se

entre os serventuários, para ver o fim.

59 Ora, os principais sacerdotes e todo o

Sinédrio procuravam algum testemunho falso

contra Jesus, a fim de o condenarem à morte.

60 E não acharam, apesar de se terem

apresentado muitas testemunhas falsas. Mas,

afinal, compareceram duas, afirmando:

61 Este disse: Posso destruir o santuário de Deus

e reedificá-lo em três dias.

26

62 E, levantando-se o sumo sacerdote,

perguntou a Jesus: Nada respondes ao que estes

depõem contra ti?

63 Jesus, porém, guardou silêncio. E o sumo

sacerdote lhe disse: Eu te conjuro pelo Deus vivo

que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus.

64 Respondeu-lhe Jesus: Tu o disseste;

entretanto, eu vos declaro que, desde agora,

vereis o Filho do Homem assentado à direita do

Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu.

65 Então, o sumo sacerdote rasgou as suas

vestes, dizendo: Blasfemou! Que necessidade

mais temos de testemunhas? Eis que ouvistes

agora a blasfêmia!

66 Que vos parece? Responderam eles: É réu de

morte.

67 Então, uns cuspiram-lhe no rosto e lhe davam

murros, e outros o esbofeteavam, dizendo:

68 Profetiza-nos, ó Cristo, quem é que te bateu!”

Apocalipse 6: 12-17:

27

“12 Vi quando o Cordeiro abriu o sexto selo, e

sobreveio grande terremoto. O sol se tornou

negro como saco de crina, a lua toda, como

sangue,

13 as estrelas do céu caíram pela terra, como a

figueira, quando abalada por vento forte, deixa

cair os seus figos verdes,

14 e o céu recolheu-se como um pergaminho

quando se enrola. Então, todos os montes e ilhas

foram movidos do seu lugar.

15 Os reis da terra, os grandes, os comandantes,

os ricos, os poderosos e todo escravo e todo livre

se esconderam nas cavernas e nos penhascos

dos montes

16 e disseram aos montes e aos rochedos: Caí

sobre nós e escondei-nos da face daquele que se

assenta no trono e da ira do Cordeiro,

17 porque chegou o grande Dia da ira deles; e

quem é que pode suster-se?”

Apocalipse 19: 11-16:

“11 Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu

cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e

peleja com justiça.

28

12 Os seus olhos são chama de fogo; na sua

cabeça, há muitos diademas; tem um nome

escrito que ninguém conhece, senão ele

mesmo.

13 Está vestido com um manto tinto de sangue, e

o seu nome se chama o Verbo de Deus;

14 e seguiam-no os exércitos que há no céu,

montando cavalos brancos, com vestiduras de

linho finíssimo, branco e puro.

15 Sai da sua boca uma espada afiada, para com

ela ferir as nações; e ele mesmo as regerá com

cetro de ferro e, pessoalmente, pisa o lagar do

vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso.

16 Tem no seu manto e na sua coxa um nome

inscrito: REI DOS REIS E SENHOR DOS

SENHORES.”

Apocalipse 20: 11-15:

“11 Vi um grande trono branco e aquele que nele

se assenta, de cuja presença fugiram a terra e o

céu, e não se achou lugar para eles.

12 Vi também os mortos, os grandes e os

pequenos, postos em pé diante do trono. Então,

se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da

Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados,

29

segundo as suas obras, conforme o que se

achava escrito nos livros.

13 Deu o mar os mortos que nele estavam. A

morte e o além entregaram os mortos que neles

havia. E foram julgados, um por um, segundo as

suas obras.

14 Então, a morte e o inferno foram lançados

para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda

morte, o lago de fogo.

15 E, se alguém não foi achado inscrito no Livro

da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de

fogo.”

Apocalipse 21: 1.

“1 Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu

e a primeira terra passaram, e o mar já não

existe.”

Vamos ler duas ou três porções curtas da

Palavra de Deus, a fim de trazer diante de você o

maravilhoso contraste a que estou prestes a

dirigir seus pensamentos. Mateus 26:57. E os

que tinham se apegado a Jesus levaram-no para

junto de Caifás, o sumo sacerdote, onde os

escribas e os anciãos estavam reunidos. Era

30

noite, mas estes ímpios podiam sentar-se para

este ato, para julgar o Senhor da glória; colocar

o inocente em vergonha. Eles o levaram para o

sumo sacerdote Caifás, onde os escribas e os

anciãos estavam reunidos. Mas Pedro o seguiu

de longe até o palácio do sumo sacerdote, e

entrou, e sentou-se com os servos, para ver o

fim. Eu ouvi Pedro representado como se ele

tivesse errado em seguir a Cristo “de longe”. Eu

acho que ele era o mais valente de todos os

apóstolos, pois quase nenhum deles seguiu a

Cristo naquele tempo. Depois disso, João pensou

e entrou na sala de julgamento. Pedro manteve

a distância de seu Senhor, mas ele o seguiu, e ele

entrou no palácio do sumo sacerdote. Ele

“entrou e sentou-se com os servos para ver o

fim”. Pedro estava certo ao seguir a Cristo; mais

tarde, quando veio a tentação, ele caiu tão

gravemente. Versos 59, 60. Ora, os principais

sacerdotes, e os anciãos, e como o concílio,

procuraram falso testemunho contra Jesus,

para entregá-lo à morte; mas não acharam

nenhum: porque eles não concordaram, eles

não segurariam junto. Essa é a fraqueza da

falsidade, que ela se contradiz. Esses homens

achavam que deviam ter alguma demonstração

de semelhança com a verdade, mesmo em

condenar a Cristo, e isso eles não conseguiam, a

princípio, nem mesmo com suas falsas

testemunhas. Versos 60, 61. Sim, embora muitas

31

testemunhas falsas viessem, ainda não

encontraram nenhuma. No final vieram duas

testemunhas falsas, e disseram, Este homem

disse, eu sou capaz de destruir o templo de Deus,

e construí-lo em três dias. Irmãos, observem,

que isto era uma pequena distorção das palavras

de Cristo, mas aquela ligeira distorção as tornou

tão diferentes quanto possível do que Cristo

realmente disse. Eu suponho que, se você quiser

saber como distorção é feita, qualquer uma de

nossas eleições gerais lhe dará os exemplos

mais maravilhosos de como tudo o que qualquer

homem pode dizer pode ser distorcido para

significar o reverso do que ele disse . Se há uma

coisa em que os ingleses são especialistas além

de todos os outros, é na arte de citar

erroneamente, distorcer e deturpar. Como

nosso Senhor foi injustiçado dessa maneira,

ninguém precisa se surpreender se o

semelhante acontecer com ele. “Este homem

disse: Eu posso destruir o templo de Deus e

construí-lo em três dias.” Verso 62. E o sumo

sacerdote se levantou e lhe disse: Não

respondes nada? O que é que estes

testemunham contra ti? Qual seria o bem de

responder? O que é sempre bom em responder

quando a única evidência trazida contra alguém

é uma deturpação palpável e deliberada? Então

o Salvador ficou em silêncio; e assim, ele não

apenas provou sua sabedoria, mas também

32

cumpriu aquela maravilhosa profecia de Isaías:

“Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a

boca; ele é levado como um cordeiro para o

matadouro, e como um ovelhas diante de seus

tosquiadores, assim ele não abre a sua boca.”

Verso 63. Mas Jesus manteve a paz. E o sumo

sacerdote disse-lhe: Conjuro-te pelo Deus vivo

que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus.

Agora veio a resposta, a boa confissão que o

nosso Senhor testemunhou diante dos seus

adversários cruéis. Disse-lhe Jesus: Tu disseste:

todavia, digo-vos: De agora em diante vereis o

Filho do homem assentado à direita do poder, e

vindo nas nuvens do céu. Como essa sentença

deve ter vindo com a vivacidade de um

relâmpago diante de seus rostos! Que

declaração de poder de Alguém que estava ali

preso diante de seus inimigos, aparentemente

impotente, e prestes a morrer! Versos 65-68.

Então o sumo sacerdote rasgou as suas vestes,

dizendo: blasfemou; que necessidade ainda

temos de testemunhas? Eis que agora ouvistes a

sua blasfêmia. O que você acha? Eles

responderam e disseram: Ele é culpado de

morte. Então eles cuspiram em seu rosto e o

esbofetearam; e outros o feriram com as palmas

das mãos, dizendo: Profetiza-nos, ó Cristo, quem

é o que te feriu? Nosso Senhor disse a esses

escarnecedores que um dia o veriam vindo nas

nuvens do céu.

33

Vamos ler no Livro do Apocalipse sobre esse

grande evento. 6: 12-16. E eu vi quando ele abriu

o sexto selo, e eis que houve um grande

terremoto, e o sol se tornou negro como pano de

saco, e a lua se tornou como sangue, e as estrelas

do céu caíram sobre a terra, assim como a

figueira lança seus figos temporãos, quando ela

é sacudida por um vento forte. E o céu partiu

como um rolo, quando é enrolado; e todas as

montanhas e ilhas foram removidas de seus

lugares. E os reis da terra, e os grandes e ricos, e

os principais, e os poderosos, e todo escravo, e

todo livre, se esconderam nas cavernas e nas

rochas das montanhas, e disseram os homens

que as montanhas e as rochas caiam sobre nós e

nos escondam da face daquele que está sentado

no trono e da ira do Cordeiro. Pense no

contraste entre esse choro horrível e a frase que

lemos agora: “Então, cuspiram na cara dele.”

“Montanhas e pedras caiam sobre nós e nos

escondem da face daquele que está sentado no

trono.” Pense também no contraste de que

fomos lembrados em nosso hino de abertura:

“Enquanto pecadores em desespero dirão:

“Pedras nos escondam; montanhas, caiam

sobre nós!“ Os santos, subindo do sepulcro,

alegrar-se-ão cantando: ”O Senhor está vindo!“

Verso 17. Pois o grande dia da sua ira chegou; e

quem será capaz de permanecer? Leiamos mais

adiante no mesmo Livro. 19:11 e 12. E vi o céu

34

aberto, e eis um cavalo branco, e aquele que

estava assentado sobre ele se chamava Fiel e

Verdadeiro, e na justiça ele julga e faz guerra.

Seus olhos eram como uma chama de fogo, e em

sua cabeça havia muitas coroas: “Brilhantes

com todas as suas coroas de glória, veja a face

real da Vitória.” Novamente observe o contraste:

“Então eles cuspiram em seu rosto” - na sua

cabeça havia muitas coroas” - 12-16. E ele tinha

um nome escrito, que ninguém sabia, mas ele

mesmo. E ele estava vestido com uma vestidura

mergulhada em sangue: e seu nome é chamado

A Palavra de Deus. E os exércitos que estavam no

céu o seguiram sobre cavalos brancos, vestidos

de linho fino, branco e limpo. E da sua boca saía

uma espada afiada, para ferir com ela as nações;

e ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é

o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do

Deus Todo-Poderoso. E ele tem no seu manto e

na sua coxa um nome escrito, REI DOS REIS E

SENHOR DOS SENHORES. E este é aquele em

cuja face os seus inimigos cuspiram. Agora vire

para o próximo capítulo. 20:11. E eu vi um grande

trono branco e o que estava assentado sobre ele,

de cuja face fugiram a terra e o céu; e não foi

encontrado lugar para eles. Divididos, como a

palha perante o vento, da face daquele que

estava sentado no trono. 12-15. E vi os mortos,

pequenos e grandes, em pé diante de Deus; e os

livros foram abertos: e outro livro foi aberto, que

35

é o livro da vida: e os mortos foram julgados

pelas coisas que estavam escritas nos livros, de

acordo com suas obras. E o mar entregou os

mortos que nele havia; e a morte e o inferno

entregaram os mortos que neles havia; e foram

julgados cada um segundo as suas obras. E a

morte e o inferno foram lançados no lago de

fogo. Esta é a segunda morte. E todo aquele que

não foi achado inscrito no livro da vida, foi

lançado no lago de fogo. 21: 1. E vi um novo céu e

uma nova terra: pois o primeiro céu e a primeira

terra foram passados; e não havia mais mar.