15
Universidade Estadual de Maringá 07 a 09 de Maio de 2012 1 UM ESTUDO SOBRE AS ESCOLAS TÉCNICAS NO INÍCIO DO PARANÁ REPUBLICANO ZANLORENSE Maria Joselia (UEPG) 1 NASCIMENTO Maria Isabel Moura (UEPG) 2 SOUSA Nilvan Laurindo (UEPG) 3 Agencia Financiadora: CNPq Este estudo refere-se a uma pesquisa de mestrado em andamento e tem como finalidade contribuir para a História da Educação Brasileira, bem como com a história do Paraná diante da temática a qual se reporta a criação das primeiras Escolas Técnicas do Estado do Paraná instaladas nos primeiros cinqüenta anos do século XX. Período este que trata da instauração da República e seu imaginário de sociedade desenvolvida que vê na educação o elemento fundamental de mudança social e elevação do indivíduo que contribuiria com o desenvolvimento da sociedade. O amor a pátria, a formação da moral do brasileiro e formar o trabalhador para o meio o qual estava inserido permeava os ideais de educação do mencionado período. No final do século XIX o Brasil passa por crises política e nas relações de produção. Neste cenário se consolida um novo cenário social e político brasileiro, o trabalho livre e assalariado e o regime republicano. Com o crescimento da agricultura cafeeira no final do século XIX e um novo sistema de organização social fundamentado na mão de obra assalariada, dois fatores interdependestes se fizeram expressar neste período, a imigração com um grande contingente de pessoas vindo da Europa para trabalhar no cultivo do café e a industrialização que se fazia nascente, que se desenvolve com o decorrer dos tempos republicanos e recebe maior ênfase após os anos trinta do século XX. 1 Mestranda em História e Políticas Educacionais da Universidade Estadual de Ponta Grossa. 2 Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Ponta Grossa. 3 Mestranda em História e Políticas Educacionais da Universidade Estadual de Ponta Grossa.

UM ESTUDO SOBRE AS ESCOLAS TÉCNICAS NO INÍCIO DO … · grande espaço no mercado mundial e fará do Brasil um exportador por excelência durante as décadas finais do século XIX

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UM ESTUDO SOBRE AS ESCOLAS TÉCNICAS NO INÍCIO DO … · grande espaço no mercado mundial e fará do Brasil um exportador por excelência durante as décadas finais do século XIX

Universidade Estadual de Maringá 07 a 09 de Maio de 2012

1

UM ESTUDO SOBRE AS ESCOLAS TÉCNICAS NO INÍCIO DO

PARANÁ REPUBLICANO

ZANLORENSE Maria Joselia (UEPG) 1

NASCIMENTO Maria Isabel Moura (UEPG) 2

SOUSA Nilvan Laurindo (UEPG) 3

Agencia Financiadora: CNPq

Este estudo refere-se a uma pesquisa de mestrado em andamento e tem como

finalidade contribuir para a História da Educação Brasileira, bem como com a história

do Paraná diante da temática a qual se reporta a criação das primeiras Escolas Técnicas

do Estado do Paraná instaladas nos primeiros cinqüenta anos do século XX. Período

este que trata da instauração da República e seu imaginário de sociedade desenvolvida

que vê na educação o elemento fundamental de mudança social e elevação do indivíduo

que contribuiria com o desenvolvimento da sociedade. O amor a pátria, a formação da

moral do brasileiro e formar o trabalhador para o meio o qual estava inserido permeava

os ideais de educação do mencionado período.

No final do século XIX o Brasil passa por crises política e nas relações de

produção. Neste cenário se consolida um novo cenário social e político brasileiro, o

trabalho livre e assalariado e o regime republicano. Com o crescimento da agricultura

cafeeira no final do século XIX e um novo sistema de organização social fundamentado

na mão de obra assalariada, dois fatores interdependestes se fizeram expressar neste

período, a imigração com um grande contingente de pessoas vindo da Europa para

trabalhar no cultivo do café e a industrialização que se fazia nascente, que se desenvolve

com o decorrer dos tempos republicanos e recebe maior ênfase após os anos trinta do

século XX.

1 Mestranda em História e Políticas Educacionais da Universidade Estadual de Ponta Grossa. 2 Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Ponta Grossa. 3 Mestranda em História e Políticas Educacionais da Universidade Estadual de Ponta Grossa.

Page 2: UM ESTUDO SOBRE AS ESCOLAS TÉCNICAS NO INÍCIO DO … · grande espaço no mercado mundial e fará do Brasil um exportador por excelência durante as décadas finais do século XIX

Universidade Estadual de Maringá 07 a 09 de Maio de 2012

2

O Brasil termina o século XIX e adentra o XX com a economia eminentemente

agrícola e exportadora. Entre os produtos produzidos no Brasil, o café assume o

primeiro lugar na lista dos grandes produtos exportáveis. Embora o café tenha passado

por crises no ano de 1896, com superprodução e queda no comércio e nos preços, entrou

no século XX no auge de sua produção gerando para o país grande acréscimo

econômico e manteve esta predominância nas três primeiras décadas do século XX.

Assim pontua Prado Junior (2008):

De todos os produtos brasileiros modernos, o primeiro e soberano lugar cabe ao café. [...]. Ele se classificará no século XX, entre os primeiros, se não o primeiro gênero primário do comercio internacional; e o Brasil, com sua quota de 70% da produção, gozará de primazia indisputada. (PRADO JUNIOR, 2008, p. 225-226).

O Paraná no findar do Império e início do período republicano adentrando no

século XX apresentava como elemento mais forte de sua economia a produção de erva-

mate. Contava esta recente Província, como no restante do país com a mão de obra

escrava, instalado no Paraná primeiro com a com a exploração do ouro no litoral

paranaense, depois com a produção da erva mate. Embora este sistema de mão de obra

não se mostrasse de forma intensa como no Nordeste do Brasil com a produção do

açúcar o mesmo se fez presente neste Estado “O Paraná passou a ser a terra da erva-

mate. Tornou-se o maior produtor e exportador do país [...]” (WACHOWICZ, 1995, p.

128).

Com nosso estudo direcionado para o mesmo período, fim do século XIX e

inicio do século XX pretendemos averiguar as mudanças socioeconômicas que

ocorreram no mencionado período juntamente com os ideais republicanos de sociedade,

acompanhado do desejo de progresso que permeava o novo regime que a pouco tempo

havia se instalado no país. Neste contexto pretendemos constatar as necessidades que

emergiam da sociedade e os discursos que permearam a criação das escolas técnicas na

zona rural e urbana do Estado do Paraná.

Com economia predominantemente agrícola pautada nas grandes fazendas, a

população paranaense das regiões mais antigas do povoamento paranaense, Paranaguá,

a qual era cidade portuária, Curitiba e Campos Gerais eram caracterizadas pelos antigos

Page 3: UM ESTUDO SOBRE AS ESCOLAS TÉCNICAS NO INÍCIO DO … · grande espaço no mercado mundial e fará do Brasil um exportador por excelência durante as décadas finais do século XIX

Universidade Estadual de Maringá 07 a 09 de Maio de 2012

3

moradores brasileiro os portugueses, os negros e os índios (WACHOWICZ, 1995, p.

268) nas demais regiões do Paraná contava também com mineiros e paulistas.

Estado paranaense recebeu um grande número de imigrantes de diferentes

nacionalidades que se instalaram também em diferentes localidades e regiões do Paraná

“[...] alemães, poloneses, italianos, ucranianos, sírio-libaneses, austríacos, franceses,

ingleses, holandeses, etc. Os alemães influenciaram mais as cidades e os poloneses a

produção agrícola. (WACHOWICZ, 1995, p. 268). Diante deste contexto o Estado do

Paraná passa a conquistar posição no cenário econômico nacional.

O cultivo do café conquista espaço cada vez mais na economia brasileira e ocupa

o lugar central da economia brasileira como produto de exportação. Este encontrará

grande espaço no mercado mundial e fará do Brasil um exportador por excelência

durante as décadas finais do século XIX e alguns decênios do século XX. Oriunda desde

os meados do século XIX, a economia cafeeira influenciou fortemente o

desenvolvimento econômico e social brasileiro.

O café já era o principal produto brasileiro de exportação na década de 1840; mas na segunda metade do século XIX, sobretudo a partir das décadas de 1860 e 1870, a produção cafeeira passou por transformações profundas. A história dessas transformações é a história da formação de novas relações de produção não somente na economia cafeeira, mas no conjunto da sociedade brasileira (SILVA, 1976, p. 12).

A valorização do café gerou alterações na sociedade, pois enquanto o Norte

decaía como grande produtor de café devido a falta de mão de obra o Oeste do país

tomava para si a produção do produto em voga para exportação. Com estes

acontecimentos o que acontece é o deslocamento de grande parte da população do Norte

para o Sul do país.

[...] o deslocamento de populações de todas as partes do país, mas em particular do norte, para o sul, e São Paulo especialmente; mesmo com a maciça imigração européia e a abolição da escravidão; a própria Federação e a República mergulham suas raízes profundas nesse solo fecundo onde vicejou o último soberano, até data muito recente, do Brasil econômico: o rei café, [...] (PRADO JUNIOR, 2008, p.167).

Page 4: UM ESTUDO SOBRE AS ESCOLAS TÉCNICAS NO INÍCIO DO … · grande espaço no mercado mundial e fará do Brasil um exportador por excelência durante as décadas finais do século XIX

Universidade Estadual de Maringá 07 a 09 de Maio de 2012

4

Para atender a esta demanda de desenvolvimento no século XX, vindo a

responder as necessidades e avanços da economia agrícola nacional, ao lado deste

avanço houve também o desenvolvimento das estradas de ferro. Salvo que no período

imperial esta iniciativa já havia sido tomada, mas de modo muito tênue. Poucas estradas

foram criadas nesta ocasião, das quais se destacava em maior proporção eram as

estradas de ferro. “O aparelhamento técnico se desenvolvera bastante. As estradas de

ferro, cujo estabelecimento data de 1852, somavam cerca de 9 mil km de linhas em

tráfego, e outros 1.500 em construção” (PRADO JUNIOR, 2008, p. 196). Quanto às

estradas de rodagem sua proporção seria muito menor diante do exposto sobre as de

ferro, conforme apresenta. Contava o Brasil apenas com as estradas “União e Indústria”

que ligava Petrópolis e Juiz de Fora, a estrada que ligava Curitiba e Antonina no Paraná.

Com incremento nas estradas de ferro e de rodagem o setor industrial brasileiro

principia seu desenvolvimento devido aos diversos fatores favoráveis a este processo.

Podemos apontar entre eles a acumulação de capital com a exportação do café, o

aumento do consumo interno, a disponibilidade de mão de obra livre e assalariada, a

elevação do preço das mercadorias importadas (NAGLE 1974).

O setor econômico brasileiro apresentou taxa de aumentos e declínios após as

décadas de 1930, com o desenvolvimento tanto da agricultura quanto da indústria.

Aumenta a produção agrícola para o consumo interno brasileiro e a indústria começa a

dar seus passos em direção à produção do consumo interno.

As taxas de crescimento anual da indústria permitem entender melhor o processo de industrialização posterior de 1930. Elas indicam um considerável avanço entre 1933 e 1939 e um ímpeto menor entre 1939 e 1945. Isto significa que a indústria se recuperou rapidamente dos anos de depressão iniciados em 1929 (FAUSTO, 2001, p. 217).

O Paraná, Estado que teve seu crescimento pautado na produção cafeeira no

final do Império até o período de 1930, contava de tal modo com a diversificação da

produção na sua economia saído da predominância da erva-mate e passando para o

pinho, tendo sua ênfase na exportação (WACHOWICZ, 1995). Quanto ao progresso do

Estado do Paraná no setor econômico os relatórios disponibilizam o panorama em que

se apresentava a esfera do desenvolvimento da economia paranaense. Como consta no

Page 5: UM ESTUDO SOBRE AS ESCOLAS TÉCNICAS NO INÍCIO DO … · grande espaço no mercado mundial e fará do Brasil um exportador por excelência durante as décadas finais do século XIX

Universidade Estadual de Maringá 07 a 09 de Maio de 2012

5

Relatório do Secretário de Negócios e Obras Publicas e imigração Francisco Gutierrez

Beltrão ao Exmo. Sr. Dr. Presidente do Paraná Vicente Machado da Silva Lima:

A conservação das estradas e caminhos de rodagem que ligam as diversas zonas do Estado e a construção das necessárias ao desenvolvimento das indústrias e proveitosa exploração das riquezas do solo paranaense, constituem um dos importantes ramos de serviços affectos a este departamento da administração publica e tem merecido acurada attenção para que sejam executados o programma e determinações de V. Ex. ( PARANÁ, 1906, p. 22).

Possibilidades estas que se concretizaram em proporções cada vez mais

extensas. Propiciaram amplo desenvolvimento ao Brasil que emergia diante das

influências internacionais no setor industrial. Passando a economia brasileira não

somente ao setor agrícola, mas também o industrial. Ao lado deste vieram

conseqüentemente o desenvolvimento social com as imigrações e povoamentos.

Surge no setor industrial nos primeiros tempos da república a necessidade de

preparação para o trabalho nas indústrias e no comércio. Torna se indispensável a

formação da mão de obra devido o crescimento do setor econômico brasileiro. Espaço

o qual a educação também se mostrava inteirada das questões emergentes e delas se

fazia direcionar para a busca de soluções que suprissem a demanda da mão de obra na

esfera social imposta pela economia crescente, pois “os fatores econômicos também

exerciam pressão no sentido de ser melhorada a mão-de-obra dos estabelecimentos

fabris” (FONSECA, 1986, p. 173).

O novo cenário social e econômico paranaense exigem novas ações e dentro da

demanda que emerge na sociedade, a educação pública requer ser pensada. Foram

atendidas as cidades de maior representação na economia paranaense, entre estas está

Curitiba - capital do Estado do Paraná, Paranaguá, Ponta Grossa, Guarapuava e Castro,

as quais são as cidades mais antigas do Estado e que o comércio se fazia mais intenso

para a criação dos Institutos Comerciais.

Com o intuito de compreender este contexto, bem como a criação das escolas

técnicas no Paraná, é que o presente estudo enfoca o período compreendido entre os

anos iniciais do século XX até a sua metade, ou seja, 1900 a 1950. Dada a importância

desse período para o desenvolvimento educacional no Paraná – PR, quando foram

Page 6: UM ESTUDO SOBRE AS ESCOLAS TÉCNICAS NO INÍCIO DO … · grande espaço no mercado mundial e fará do Brasil um exportador por excelência durante as décadas finais do século XIX

Universidade Estadual de Maringá 07 a 09 de Maio de 2012

6

criadas as primeiras escolas técnicas do ensino público, como concretização do

importante papel da educação no processo de desenvolvimento e modernização da

sociedade brasileira. A delimitação do objeto, de tempo e de região no presente estudo

possibilita compreender o movimento parte todo do Ensino Técnico no período da

instauração republicana.

Como critério de delimitação do campo de pesquisa foi adotado a região do

Paraná frente ao número significativo de escolas técnicas neste Estado. Também, ao

realizar o resgate da história destas instituições objetivamos contribuir para a história do

Estado e da educação paranaense. Até a primeira metade do século XX o Estado do

Paraná conta com as seguintes localidades elevadas à categoria de cidade por decretos

pelo do Estado do Paraná4, Curitiba 1842, Foz do Iguaçu 1943, Castro 1857, Ponta

grossa 1862, Morretes 1869, Guarapuava 1871, Palmeira 1877, Campo largo 1882, Rio

Negro 1896, Palmas 1896, São José da Boa Vista 1897, Tibagi 1897, São José dos

Pinhais 1897, Jaguariaiva 1908, Imbituva 1910, Jacarezinho 1911, Ribeirão Claro 1911,

Jataizinho1929, Santo Antonio da Platina 1929, Prudentópolis1929, Ipiranga 1930,

Rebouças 1937, Piraquara 1938 (FERREIRA, 1996).

O presente estudo se integra a um projeto maior sobre as instituições escolares,

que tem por objetivo o levantamento e catalogação das fontes primárias e secundárias

desenvolvido pelo Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no

Brasil” com sede na Faculdade de Educação da Universidade de Campinas-UNICAMP

(NASCIMENTO, 2004).

O Estado do Paraná até a metade do século XX contava com o povoamento de

uma grande leva de imigrantes, com característica predominantemente agrícola e o setor

econômico girava de início em torno em torno da produção da erva mate, seguida da

exportação de madeira e produção do café5, elemento base da economia brasileira neste

período.

4 As datas que seguem os nomes das cidades são referentes ao período de elevação das

localidades à categoria de cidades. Os dados foram retirados da obra de FERREIRA, João Carlos Vicente, 1996.

5 Sobre essa questão ver: Sérgio Silva. Expansão cafeeira e origens das indústrias no Brasil,

1976.

Page 7: UM ESTUDO SOBRE AS ESCOLAS TÉCNICAS NO INÍCIO DO … · grande espaço no mercado mundial e fará do Brasil um exportador por excelência durante as décadas finais do século XIX

Universidade Estadual de Maringá 07 a 09 de Maio de 2012

7

O desenvolvimento e urbanização deste Estado foram acrescidos pela

construção da estrada de ferro e de rodovias contribuindo para o surgimento de novas

cidades, principalmente no norte do Paraná.

Embora este estudo tenha como objeto as escolas técnicas do Paraná vale

ressaltar que estas instituições não se desenvolveram de modo desvinculado da

realidade social e educacional brasileira, mas se mostram como reflexo de uma

realidade maior de determinada sociedade evidenciando desta forma seus aspectos

sociais e econômicos. Assim sendo a história das escolas técnicas do Paraná tem suas

particularidades que as fazem singulares enquanto objeto de pesquisa. No entanto para

compreender seu surgimento torna-se necessário apreender sua ligação com a realidade

nacional de forma mais ampla, bem como as carências surgidas naquele contexto.

No interior das instituições há um quebra-cabeça a ser decifrado. Uma vez dentro da instituição, trata-se de se fazer o jogo das peças em busca dos seus respectivos lugares. Legislação, padrões disciplinares, conteúdos escolares, relações de poder, ordenamento do cotidiano, uso dos espaços, docentes, alunos e infinitas outras coisas ali se cruzam. Pode-se dizer que uma instituição escolar ou educativa é a síntese de múltiplas determinações, de variadíssimas instancias (política, econômica, cultural, religiosa, da educação geral, moral, ideológica etc.) que agem e interagem entre si, “acomodando-se” dialeticamente de maneira tal que daí resulte uma identidade (SANFELICE, 2007, p. 77).

Propomo-nos nesta pesquisa em realizar o resgate das fontes históricas e de

reconstrução histórica das Instituições Escolares Técnicas Públicas. No qual nos

defrontamos com dois problemas presentes nas investigações da História das

Instituições Escolares, que são: o trabalho de levantamento e catalogação de fontes

diante das condições de armazenamento e manutenção pelas escolas públicas e o

trabalho de articulação dos diversos tipos de fontes, de modo a não deixar escapar as

características e o significado do fenômeno investigado (SAVIANI, 1999).

O processo de resgate das fontes das Instituições escolares técnicas e de escrever

a história destas Instituições amplia as possibilidades de compreensão da própria

História da Educação, na medida em que elas se relacionam com o todo, e não são uma

mera subdivisão da educação. A reconstrução histórica depende essencialmente das

Page 8: UM ESTUDO SOBRE AS ESCOLAS TÉCNICAS NO INÍCIO DO … · grande espaço no mercado mundial e fará do Brasil um exportador por excelência durante as décadas finais do século XIX

Universidade Estadual de Maringá 07 a 09 de Maio de 2012

8

fontes6, que são o ponto de origem, a base e o ponto de apoio para a produção

historiográfica e ganha significado na medida em que traz a expressão de sujeitos ou

grupos sociais específicos, que representam um contexto histórico determinado, sendo

relevantes para compreensão da História da Educação de uma sociedade.

Este trabalho de resgate das fontes e de reconstrução histórica das Escolas

técnicas tem um significado especial para a comunidade escolar e para os grupos sociais

com os quais tem relações, no sentido, de possibilitar uma melhor compreensão do

desenvolvimento histórico das comunidades onde as instituições estão inseridas, visto

que, ao estudar uma determinada região ou instituições estas não se apresentam isoladas

de uma abrangência maior e se mostram como reflexo dos acontecimentos gerais de

uma determinada época em seus diferentes aspectos.

Para a compreensão do objeto de pesquisa neste exposto, necessário se fez

conhecer a totalidade dos acontecimentos ocorridos na história e as mudanças ocorridas

na sociedade, inteirando deste estudo o conhecimento do processo de transição da mão

de obra escrava para o trabalho assalariado, a passagem do Império para a República e o

crescimento da produção de exportação o café como fator de destaque da economia

brasileira. Estes elementos tiveram significativa importância no processo de

transformação social e econômica nacional. Transformam-se também neste contexto as

relações de trabalho que sai do sistema escravista para o trabalho assalariado. O

trabalhador perde sua identidade de ser transformador da natureza, passa a ser um meio

de produção dentro do sistema capitalista ao vender sua força de trabalho, de certa

forma – uma mercadoria.

Pelo trabalho o ser humano se diferencia dos demais animais como ser pensante,

ser racional que planeja suas ações, também é pelo trabalho que se integram homem e

natureza, satisfaz as necessidades de sobrevivência e por meio deste, a sociedade se

organiza. No sistema capitalista o trabalho assume outra perspectiva. A separação do

homem daquilo que ele produz impossibilita o ser humano de se reconhecer como

produtor, não vê o resultado final do seu trabalho, alem de não ser proprietário dos

meios dos quais produz. Torna-se mero instrumento, possuidor de uma mercadoria

6 Estamos nos apropriando do sentido de Fonte ver Dermeval Saviani em: Instituições escolares,

2007.

Page 9: UM ESTUDO SOBRE AS ESCOLAS TÉCNICAS NO INÍCIO DO … · grande espaço no mercado mundial e fará do Brasil um exportador por excelência durante as décadas finais do século XIX

Universidade Estadual de Maringá 07 a 09 de Maio de 2012

9

chamada “força de trabalho”. O trabalho, agora dentro deste novo molde empregado

pela transição da mão de obra escrava para o trabalho livre assume os anseios do capital.

(MARX, 2011).

A separação do trabalhador dos meios e técnicas de produção e dos resultados de seu trabalho, torna-o alienado, constituindo-se num ser estranho ao próprio mundo e às coisas que produz. Além disso, a divisão social do trabalho no capitalismo estabelece o lugar dos indivíduos na sociedade, colocando-os em classes sociais opostas: a classe dos proprietários dos meios de produção e a classe dos que possuem apenas a sua força de trabalho para vender no mercado de trabalho, em relações baseadas na exploração dos trabalhadores pelos que são proprietários e, realmente, controlam os meios de produção (NASCIMENTO, 2009, p. 16).

A estas mudanças acompanharam também o grande afluxo de imigrantes e o

desenvolvimento da indústria, com tais alterações a educação passa a ser vista como

elemento e meio de ascensão social por meio da alfabetização. “Como pano de fundo na

Primeira República, o que havia era uma preocupação marcante em acabar com o

analfabetismo por meio da escola elementar para o povo” (NASCIMENTO, 2006, p.

327).

Acompanhando os anseios capitalistas o Brasil toma iniciativas de organização

do ensino e passa a criar as escolas técnicas e assim responder as necessidades de

formar o trabalhador para as industrias nascente.

Ao lado do desenvolvimento econômico brasileiro, foram criadas as Escolas

Técnicas para corresponder a interesses que viessem a contribuir para a continuidade da

economia capitalista e gerar novos trabalhadores, agora instruídos conforme o desejo

dos ideais republicanos para a nação. O progresso econômico direcionava o empenho de

novas formas de ensino, nesse contexto se investe no ensino profissional para os

diferentes setores da economia.

Para tanto, esta pesquisa tem por objetivo geral: promover a reconstrução

histórica das Instituições Escolares do Ensino Técnico do Estado do Paraná criadas no

período de 1900 a 1950, organizar os documentos de criação e instauração destas

instituições e como objetivos específicos pretendemos discutir o processo de

constituição do ensino técnico no Brasil Republicano; analisar o processo de criação das

Page 10: UM ESTUDO SOBRE AS ESCOLAS TÉCNICAS NO INÍCIO DO … · grande espaço no mercado mundial e fará do Brasil um exportador por excelência durante as décadas finais do século XIX

Universidade Estadual de Maringá 07 a 09 de Maio de 2012

10

Escolas Técnicas urbanas do Estado do Paraná; analisar o processo de criação das

Escolas Técnicas rurais do Estado do Paraná.

Para compreender a realidade da época em que se apresentam as escolas técnicas

no período de 1900 a 1950, partiremos do entendimento da totalidade deste contexto, o

que compreende os aspectos sociais, econômicos e políticos que se apresentavam neste

período. É necessário “[...] que o objeto, a sociedade, esteja constantemente presente no

espírito como dado primeiro.” (MARX, 2003, p. 249). No estudo da sociedade e suas

múltiplas relações enquanto totalidade, abordaremos as instituições escolares do Ensino

Técnico do Estado do Paraná enquanto o específico dentro destas relações a serem

estudadas.

Para evidenciar o movimento das alterações sociais e elucidar os elementos

determinantes das referidas mudanças na sociedade capitalista brasileira utilizaremos o

enfoque do materialismo histórico elencando cinco categorias de analise: trabalho,

sociedade, educação, rural e urbano. Este proceder possibilita uma compreensão mais

acurada da totalidade em que se insere o objeto de estudo permitindo a contextualização

da pesquisa na história, compreendendo e apreendendo a realidade dos acontecimentos,

suas relações e a produção destas relações. “Em todas as formas de sociedade é uma

produção determinada e as relações por ela produzidas que estabelecem a todas as

outras produções e às relações a que elas dão origem a sua categoria e a sua

importância” (MARX, 2003, p. 255-256).

Nesta linha de pensamento para a análise dos acontecimentos faremos uso do

método dialético o qual possibilita evidenciar as relações do objeto estudado com a

totalidade social e histórica, ou seja, as influências econômicas, políticas e as intenções

que permeiam o espaço educacional do momento estudado. Este proceder deve

acontecer ao elucidar os documentos, passando pelo processo de questionamento das

fontes, confrontando com os objetivos os quais são usados como justificativas daqueles

que criaram as instituições e para que e quem fosse criada. Caracterizando com este

proceder os reais interesses contidos na criação das escolas técnicas bem como na

educação brasileira, materializando o real que nem sempre se mostra aparente. “O

concreto é concreto por ser a análise de múltiplas determinações, logo, unidade da

diversidade (MARX, 2003, p. 248).

Page 11: UM ESTUDO SOBRE AS ESCOLAS TÉCNICAS NO INÍCIO DO … · grande espaço no mercado mundial e fará do Brasil um exportador por excelência durante as décadas finais do século XIX

Universidade Estadual de Maringá 07 a 09 de Maio de 2012

11

Desta forma visamos conhecer e compreender os acontecimentos e a totalidade

dos fatos no decorrer da história da educação brasileira, necessidade esta fundamental

para se evidencie as influências e necessidades que determinaram o surgimento e

instalação das Escolas Técnicas do Estado do Paraná bem como as alterações que estas

instituições sofreram no decorrer do mencionado período.

O ano de 1950 encerra um ciclo de criação de escolas técnicas republicanas,

tendo em vista, que a partir da década de 1950 a escolarização amplia-se

significativamente. No levantamento das Instituições Escolares Técnicas criadas no

Estado e no período delimitado para esta pesquisa foram registradas preliminarmente as

seguintes escolas:

LISTA DAS ESCOLAS Nº ESCOLA ANO DE

CRIAÇÃO LOCALIZAÇÃO TIPO

1 Instituto Comercial do Paraná 1905 Curitiba Urbana 2 Instituto Comercial de Castro 1905 Castro Urbana 3 Instituto Comercial de

Guarapuava 1905 Guarapuava Urbana

4 Instituto Comercial de Ponta Grossa

1907 Ponta Grossa Urbana

5 Instituto Comercial de Paranaguá 1910 Paranaguá Urbana 7 Escola de Aprendizes Artífices

1937 – A instituição passa a ser chamada de Liceu Industrial de Curitiba

1909 Curitiba Urbana

8 Escola de Trabalhadores Rurais do Canguiri

1933 Piraquara Rural

9 Grupo Escolar Júlio Teodorico 1935 Ponta Grossa Urbana 10 Escolas dos Trabalhadores Rurais

Olegário Macedo 1935 Castro Rural

11 Escola de Pescadores Antonio Serafim Lopes

1936 Paranaguá – Ilha das Cobras

Rural

12 Escola de Trabalhadores Rurais Dr. Carlos Cavalcanti

1937 Curitiba Rural

13 Escola de Trabalhadores Rurais Augusto Ribas

1937 Ponta Grossa Rural

14 Escola de Pescadores de Guaratuba

1940 Guaratuba Rural

15 Escola de Trabalhadores Rurais Lysimaco Ferreira da Costa

1940 Rio Negro Rural

16 Escola de Trabalhadores Rurais Gil Stein.

1940 Ivaí Rural

17 Escola de Trabalhadores Rurais de Três Bicos

1940 Faxinal de Catanduva - Cândido de Abreu

Rural

18 Escola de Trabalhadores Rurais e 1940 Campo Comprido Rural

Page 12: UM ESTUDO SOBRE AS ESCOLAS TÉCNICAS NO INÍCIO DO … · grande espaço no mercado mundial e fará do Brasil um exportador por excelência durante as décadas finais do século XIX

Universidade Estadual de Maringá 07 a 09 de Maio de 2012

12

Estação de Viticultura 19 Escola de Trabalhadores Rurais

Getúlio Vargas 1941 Palmeira Rural

20 Escola Técnica de Comércio de Curitiba

1941 Curitiba Urbana

21 Escola de Trabalhadores Rurais Franklin Roosevelt

1945 Santo Antonio da Platina

Rural

O caminho percorrido para a coleta das fontes mostrou-se um pouco mais difícil

do que se esperava, pois das escolas criadas e instaladas no período de 1905 a 1945

apenas seis ainda existem. Este dado se conferiu ao entrar em contato com as cidades,

iniciando a trajetória a princípio via telefone com as prefeituras, bibliotecas, secretaria

da agricultura, museu da cidade, casa da cultura, núcleo regional de educação, secretaria

municipal de educação e historiadores; conforme se ia direcionando as informações

sobre a escola, isso quando se sabia da existência da mesma. Em certas cidades já não se

conhecia mais a existência destas instituições o que dificultou a localização de algum

tipo de documentos que viessem a comprovar a existência da escola.

O procedimento metodológico empregado na pesquisa foi de inicio entrar em

contato com os órgãos responsáveis e visitar as cidades em que as escolas foram

inseridas, na busca de documentos tais como atas, históricos escolares, fotos,

reportagens, diários de professores, relatórios, documentos de transferência de

professores, etc. e que comprovassem a existências destas instituições.

Das escolas pesquisadas e que possuem seus registros históricos arquivados e em

bom estado foram a Escola de Aprendizes Artífices do Paraná em Curitiba criada em

1909 e em 1937 passou a ser chamada de Liceu Industrial Paranaense, hoje

Universidade Tecnológica do Paraná – UTFPR, a Escola de Trabalhadores Rurais

Lysímaco Ferreira da Costa instalada em 1941 na cidade de Rio Negro Escola de

Trabalhadores Rurais Augusto Ribas de 1937 em Ponta Grossa, hoje Colégio Agrícola,

A Escola de Comércio Júlio Teodorico em Ponta Grossa que passou a denominar-se

Grupo Escolar Júlio Teodorico, Escola de trabalhadores Rurais Gil Stein .

Diante das dificuldades encontradas para a organização dos documentos

direcionamos nossa busca para o Arquivo Público Paranaense, Casa da Memória de

Curitiba, Biblioteca Pública do Paraná com intermináveis buscas em revistas, jornais,

nos Relatórios dos Secretários de Governo e Mensagens dos secretários do Governo, A

Page 13: UM ESTUDO SOBRE AS ESCOLAS TÉCNICAS NO INÍCIO DO … · grande espaço no mercado mundial e fará do Brasil um exportador por excelência durante as décadas finais do século XIX

Universidade Estadual de Maringá 07 a 09 de Maio de 2012

13

Escola, revista do grêmio dos professores públicos do Estado do Paraná. Senso estes as

principais referencias primárias sobre as existências das instituições buscadas nesta

pesquisa.

Para compreender o processo de transição no contexto estudado o presente

estudo se estruturar em três capítulos: no primeiro buscamos Discutir o processo de

constituição do Ensino técnico no Brasil Republicano e entender com estava

organizada a sociedade no período de 1889, momento em que ocorria o processo de

transição da mão de obra escrava para o trabalho livre e assalariado, a mudança do

sistema político que passa da Monarquia para a República, o desenvolvimento

industrial, a grande expansão cafeeira, a imigração e neste contexto como se encontrava

a educação brasileira, em específico a educação profissional.

No segundo capítulo Analisar o processo de criação das escolas Técnicas

urbanas do Estado do Paraná, evidenciamos as especificidades de cada cidade e os

elementos determinantes para a criação desta escola neste local.

No terceiro capítulo Analisar o processo de criação das Escolas Técnicas

rurais do Estado do Paraná, delineamos as características destas localidades que

comportaram este tipo de ensino, bem como as necessidades das quais emergiram a

instalação destas escolas, o porquê desta educação para aquela localidade e quem era o

público atendido.

Considerações

Pretendemos com o presente estudo que se encontra em andamento evidenciar

quais os fatores que determinaram criação das escolas técnicas no Estado do Paraná,

quais as demandas sociais que potencializaram sua instalação, bem como a que público

estas instituições vieram atender.

Diante destes dados delineia-se nas alterações econômicas e sociais a influencia

do capital que se instalara no final do século XIX, bem como no período compreendido

como recorte da referida pesquisa – 1900 a 1950. Com o presente trabalho objetivamos

apresentar como se constituiu o ensino técnico ensino técnico profissional no Brasil no

que se refere ao tempo histórico delimitado já mencionado.

Page 14: UM ESTUDO SOBRE AS ESCOLAS TÉCNICAS NO INÍCIO DO … · grande espaço no mercado mundial e fará do Brasil um exportador por excelência durante as décadas finais do século XIX

Universidade Estadual de Maringá 07 a 09 de Maio de 2012

14

Atentamos-nos pelo fato deste estudo encontrar-se em andamento, assim

levamos em consideração as possibilidades dos diferentes resultados que possivelmente

pode se evidenciar. Neste sentido o que temos a considerar é o conhecimento de que,

das escolas técnicas criadas no início do século XX, um pequeno número delas se

encontra em atividade atualmente. Outro fator que não podemos descartar é a

possibilidade de que no decorrer desta pesquisa outras instituições além das elencadas

no quadro acima podem surgir.

Esta possibilidade indica que o resultado de uma pesquisa não é algo acabado

em sua concepção inicial, quando se traça o caminho de estudo, mas resultado que se

revela no decorrer do processo e que pode mostrar resultados não esperados, quando se

baseia em hipóteses. Isto abre oportunidades de encaminhamentos para novas pesquisas,

o que instiga o propósito do pesquisador.

REFERÊNCIAS

FAUSTO. Boris. História Concisa do Brasil. São Paulo: editora da Universidade de São Paulo, Imprense Oficial do Estado, 2001. FERREIRA, João Carlos Vicente. O Paraná seus municípios. – Maringá, Paraná: Memória Brasileira, 1996. FONSECA, Celso Suckow da. História do ensino industrial no Brasil. – Rio de janeiro: SENAI/DN/DPEA, 1986. Vol. 1. MARX, Karl. Contribuição á crítica da economia política. [ Tradução a partir da edição francesa] Maria Helena Barreiro Alves; revisão de tradução Carlos Roberto F. Nogueira. - – 3ª Ed. – São Paulo: Martins Fontes, 2003. NAGLE, Jorge. Educação e sociedade na primeira República. São Paulo, EPU, Ed. da Universidade de São Paulo, 1974. NASCIMENTO, Maria Isabel Moura. LOMBARDI, José Claudinei. (Orgs.). Fontes, história e historiografia da educação 1ª Edição Campinas: Autores Associados, 2004. ______. A Escola Pública No Brasil: História E Historiografia. Campina-SP: Autores Associados, 2005. ______. A primeira escola de professores dos Campos Gerais - Pr. Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, 2004.

Page 15: UM ESTUDO SOBRE AS ESCOLAS TÉCNICAS NO INÍCIO DO … · grande espaço no mercado mundial e fará do Brasil um exportador por excelência durante as décadas finais do século XIX

Universidade Estadual de Maringá 07 a 09 de Maio de 2012

15

______. [et al.], (Orgs.) Instituições escolares no Brasil: conceito e reconstrução histórica. Campinas, SP: Autores Associados: HISTEDBR; Sorocaba, SP: UNISINO; Ponta Grossa, PR: UEPG, 2007. NASCIMENTO, Maria Isabel Moura. Grupos escolares na região dos Campos Gerais – PR. In: VIDAL, D. G. Grupos escolares: cultura escolar primária e escolarização da infância no Brasil (1893-1971). Campinas: Mercado de Letras, 2006. NASCIMENTO, Manoel Nelito Matheus. História, trabalho e educação: relações de produção e qualificação da força de trabalho na agroindústria canavieira. Campinas, SP, 2009 (Tese de Doutorado). Disponível em: http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=000447065. Acessado em: 12 de dez. de 2011. MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. Livro I. Tradução de Reginaldo Sant’ Anna. – 28ª – Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011. PRADO JUNIOR, Caio. História econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 2008. PARANÁ, Estado do. Relatório apresentado ao Exmo. Snr. Dr. Vicente Machado da Silva Lima, Presidente do Estado do Paraná por Francisco Gutierrez Beltrão Secretário d’Estado dos Negócios de Obras e Colonização. 1906. SANFELICE, José Luís. História das instituições escolares. In: NASCIMENTO, Maria Isabel Moura. [et al.], (Orgs.). Instituições escolares no Brasil: conceito e reconstrução histórica. – Campinas, SP: Autores Associados: HISTEDBR; Sorocaba, SP: UNISO; Ponta Grossa, PR: UEPG, 2007. SAVIANI, Dermeval. História das Idéias Pedagógicas: reconstruindo o conceito. In: FARIA FILHO, L. M. (ORG). Pesquisas em História da Educação: Perspectivas de análise, objeto e fonte- Belo Horizonte: HG edições, 1999. ______. In: NASCIMENTO, Maria Isabel Moura. [et al.], (Orgs.). Instituições escolares no Brasil: conceito e reconstrução histórica. – Campinas, SP: Autores Associados: HISTEDBR; Sorocaba, SP: UNISO; Ponta Grossa,PR: UEPG, 2007. SCHELBAUER, Analete Regina. LOMBARDI, José Claudinei. MACHADO, Maria Cristina Gomes. (Orgs.). Educação em debate: perspectivas, abordagens e historiografia. Campinas, SP: Autores Associados, 2006. SILVA, Sergio. Expansão cafeeira e origens da indústria no Brasil. 7ª Ed. São Paulo: Editora Alfa-Ômega, 1986. WACHOWICZ, Rui Christowan. História do Paraná. 7ª Ed. – Curitiba: Editora Gráfica Vicentina, 1995.