12
Um novo paradigma. Para compreender o mundo contemporâneo No dia 27 de junho, o Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores - CEPAT, em Curitiba, promoveu mais uma edição do evento Abrindo o livro, onde foi apresentado e debatido o livro TOURAINE, Alain. Un nouveau paradigme. Pour comprendre le monde daujourdhui. Paris: Fayard, 2005, cuja versão brasileira acaba de aparecer: Um novo paradigma. Para compreender o mundo de hoje. Petrópolis: Vozes, 2006. A seguir apresentamos a síntese do livro que foi elaborada por André Langer, pesquisador do CEPAT. A síntese foi distribuída aos participantes do evento. Primeira parte: Quando falávamos de nós em termos sociais O ponto de partida do livro é que assistimos à decomposição do "social". A análise da realidade social em termos propriamente sociais seguiu ao universo "político" que nos dominou durante um longo período. A crise e a decomposição do paradigma social da vida social criaram um caos onde se precipitam a violência, a guerra, a dominação dos mercados que escapam a toda regulação social, mas também a obsessão identitária dos comunitarismos. A organização social ameaçada "de cima" pela globalização, não pode mais encontrar em si os meios de sua reparação. É "em baixo", num apelo cada vez mais apaixonante e radical ao indivíduo, e não mais à sociedade, que encontramos a força suscetível de resistir a todas as violências. É no universo individualista que muitos procuram e encontram um "sentido" que não se encontra mais nas instituições sociais e políticas. Não estão os três temas (a decomposição do social; o aumento da violência; e o refúgio no individualismo como princípio de uma

Um Novo Paradigma

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Resenha do livro Um novo paradigma de Alain Touraine para os estudantes interessados em sociologia e globalização.

Citation preview

Page 1: Um Novo Paradigma

Um novo paradigma. Para compreender o mundo contemporâneo

No dia 27 de junho, o Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores - CEPAT, em Curitiba, promoveu mais uma edição do evento Abrindo o livro, onde foi apresentado e debatido o livro TOURAINE, Alain. Un nouveau paradigme. Pour comprendre le monde daujourdhui. Paris: Fayard, 2005, cuja versão brasileira acaba de aparecer: Um novo paradigma. Para compreender o mundo de hoje. Petrópolis: Vozes, 2006.

A seguir apresentamos a síntese do livro que foi elaborada por André Langer, pesquisador do CEPAT. A síntese foi distribuída aos participantes do evento.

Primeira parte: Quando falávamos de nós em termos sociais

O ponto de partida do livro é que assistimos à decomposição do "social". A análise da realidade social em termos propriamente sociais seguiu ao universo "político" que nos dominou durante um longo período. A crise e a decomposição do paradigma social da vida social criaram um caos onde se precipitam a violência, a guerra, a dominação dos mercados que escapam a toda regulação social, mas também a obsessão identitária dos comunitarismos.

A organização social ameaçada "de cima" pela globalização, não pode mais encontrar em si os meios de sua reparação. É "em baixo", num apelo cada vez mais apaixonante e radical ao indivíduo, e não mais à sociedade, que encontramos a força suscetível de resistir a todas as violências. É no universo individualista que muitos procuram e encontram um "sentido" que não se encontra mais nas instituições sociais e políticas.

Não estão os três temas (a decomposição do social; o aumento da violência; e o refúgio no individualismo como princípio de uma "moral") interligados entre si? Não é o declínio do social que provoca o aumento da violência e o recurso ao sujeito pessoal?

A proposição central sobre a qual se pode reconstruir uma análise social positiva é que a invasão do campo social por forças impessoais (não sociais) não será combatida por reformas sociais, conquistadas por um movimento social; só poderá ser um apelo a princípios de ação que não são sociais, visto que põem diretamente em questão o que chamamos de direitos humanos. A vida não é somente o que é, mas o movimento pelo qual os atores, em vez de se identificar com um valor ou um objetivo exteriores, descobrem em si, na defesa de sua própria liberdade, sua capacidade de agir de maneira auto-referencial, como o fazia a "sociedade" na situação precedente.

Page 2: Um Novo Paradigma

A representação social da sociedade

Estamos no fim de um tipo de sociedade e, em primeiro lugar, de uma representação da sociedade no qual o mundo ocidental viveu durante muitos séculos. O paradigma que se enfraqueceu construiu-se sobre a idéia de que a sociedade não tem outro fundamento senão o social. Quando desapareceu a ordem religiosa do mundo, este lugar foi ocupado pela ordem política e primeiramente o Estado. O período das revoluções, como este pode ser chamado, formou os Estados modernos, as monarquias absolutas e os Estados nacionais. Mas, é preciso deixar bem claro que estamos vivendo o fim da representação "social" da nossa experiência.

O modo europeu de modernização

Este tipo de sociedade adquiriu sua força concentrando todos os recursos nas mãos de uma "elite" dirigente que detinha os conhecimentos, gerando a acumulação e a produção, comandando a vida pública. Ao contrário, foram definidos como inferiores o trabalho manual, o corpo, o sentimento, o consumo imediato, a vida privada, o mundo feminino e o das crianças.

Esta polarização suscita tensões e conflitos, de onde provêm as lutas de classes, as revoluções e os debates ideológicos nestas sociedades. As sociedades ocidentais são, assim, definidas pelo acúmulo de recursos nas mãos de uma elite dirigente e pela força dos conflitos sociais. Nossas sociedades são conquistadoras. Graças ao emprego da força e da razão, elas dominaram a natureza.

As sociedades ocidentais (modelo europeu de modernização) subordinaram tudo as paixões e os interesses ao funcionamento da sociedade que é feita de lutas sociais. O mundo dos interesses e o mundo das paixões permanecem sempre unidos. O mundo europeu de modernização pode ser chamado de masculino na medida em que nenhuma oposição é tão completa em si quanto aquela do homem conquistador, inovador, e da mulher destinada à reprodução.

Quando sistema e atores se separam

A decomposição da sociedade nos países mais modernizados aguarda suas formas extremas quando a ligação entre o sistema e o ator se rompe, quando o sentido de uma norma para o sistema não corresponde mais ao sentido que ela tem para o ator. Tudo toma um duplo

Page 3: Um Novo Paradigma

sentido e o indivíduo quer se afirmar em oposição à linguagem da sociedade. Esta ruptura é menos fácil de perceber do que as destruições materiais ou a extensão da criminalidade, mas é necessário percebê-la se se quer compreender até onde vai o alcance da queda da idéia de sociedade.

Já estamos comprometidos com a passagem que leva de uma sociedade fundada sobre si mesma à produção de si pelos indivíduos, com a ajuda de instituições transformadas. Este é o sentido deste fim do social do qual falo.

O que é a modernidade?

Eu quero em conjunto avançar uma definição da modernidade que opõe o pensamento centrado na sociedade ao da modernidade, e que resume bem uma expressão que será muitas vezes retomada aqui: a modernidade se definiu pelo fato de que ela dá fundamentos não sociais aos fatos sociais, que ela impõe a submissão da sociedade a princípios ou a valores que não são propriamente sociais.

Dois componentes me parecem indispensáveis para a existência da modernidade. O primeiro princípio é a crença na razão e na ação racional. A ciência e a tecnologia, o cálculo e a precisão, a aplicação dos resultados da ciência a campos cada vez mais diversos de nossa vida e da sociedade, são componentes necessários, e quase evidentes, da civilização moderna.

É importante sublinhar que a razão não está fundada na defesa dos interesses coletivos ou individuais, mas sobre si mesma e sobre um conceito de verdade que não se apreende em termos econômicos ou políticos. A razão é um fundamento não social da vida social, assim como o religioso ou o costume eram definidos em termos sociais.

O segundo princípio fundador da modernidade é o reconhecimento dos direitos do indivíduo, isto é, a afirmação de um universalismo que dá a todos os indivíduos os mesmos direitos.

Uma sociedade moderna é fundada sobre dois princípios que não são de natureza social: a ação racional e o reconhecimento de direitos universais a todos os indivíduos. Assim como a acabo de definir, a modernidade não é mais uma forma de vida social, mas a união de forças opostas e complementares.

Page 4: Um Novo Paradigma

Hoje, a modernidade ultrapassa a sociedade, porque a sociedade crítica descobriu no funcionamento das sociedades mais dominação que racionalidade, mais deveres que direitos, tornou-se cada vez mais difícil acreditar que é se integrando na sociedade, às suas normas e às suas leis que o ser humano se torna um ser livre e responsável. A modernidade estava durante longo tempo assentada na idéia de sociedade; hoje, ela só pode se desenvolver desembaraçando-se dela, inclusive combatê-la e apropriar-se do sujeito - que está cada vez mais diretamente oposto à idéia de sociedade.

O fim do pensamento social e o surgimento do individualismo libertador

Nós não podemos mais, não devemos mais pensar socialmente os fatos sociais.

A criação de subjetividade por parte dos trabalhadores, colonizados, mulheres e minorias de diversos tipos, tornou impossível deter-se em apenas lastimar a exploração de tantas categorias dominadas, como se não pudessem ser outra coisa senão vítimas.

Mas, um novo modelo de modernização é possível?

Sim, mediante o princípio do individualismo que é capaz de impedir que nossas sociedades caiam numa extenuante concorrência generalizada. Nós evocamos o movimento de libertação no qual os dominados, rejeitando sua submissão, se dão uma subjetividade, afirmando-se como seres de direitos rejeitando a injustiça, a desigualdade e a humilhação.

Esta forma de resistência carrega em si uma afirmação de si, não somente como ator social, mas como sujeito pessoal.

A destruição da idéia de sociedade só pode nos salvar de uma catástrofe se ela leva à construção da idéia de sujeito, à busca de uma ação que não procura nem o lucro nem o poder nem a glória, mas que afirma a dignidade de cada ser humano e o respeito que ele merece.

O despertar do sujeito

A subjetividade é a expressão do dominado, quer seja escravo, mulher ou trabalhador. À medida que os movimentos sociais enfraqueceram as dominações, os dominados reencontraram uma subjetividade libertada de sua inferioridade. Atualmente, esta

Page 5: Um Novo Paradigma

subjetividade não é mais somente vivida, mas reclamada e reivindicada como direito. O sujeito não é apenas aquele que diz eu, mas aquele que tem a consciência do direito de dizer eu. É por essa razão que a história social é dominada pela reivindicação de direitos: direitos civis, sociais, culturais...

Mas, o sujeito em formação pode se perder em falsos caminhos (obstáculos): nacionalismos, modelo cultural ocidental, noção de identidade, autoritarismo, ignorância, isolamento. Estes obstáculos são reforçados pela educação e os valores dominantes que tendem a assinalar a cada um seu lugar e a integrá-lo no sistema social sobre o qual não pode exercer influência.

Segunda parte: Agora que falamos de nós em termos culturais

O sujeito

A decomposição dos quadros sociais faz triunfar o indivíduo, dessocializado mas capaz de combater tanto a ordem social dominante como as forças da morte. O sujeito se forma na vontade de escapar das forças, das regras, dos poderes que nos impedem de ser nós mesmos, que procuram nos reduzir ao estado de componentes de seu sistema. Essas lutas contra aquilo que nos tira o sentido de nossa existência são sempre lutas desiguais contra um poder, contra uma ordem. Só há sujeito que se rebela, dividido entre a raiva e a esperança.

O sujeito é definido na sua resistência ao mundo impessoal do consumo ou da violência e da guerra. O sujeito é um chamado a si, uma vontade de retorno a si, à contra-corrente da vida cotidiana. A idéia de sujeito evoca uma luta social como aquela da consciência de classe ou a de nação nas sociedades anteriores, mas com um conteúdo diferente, privado de toda exteriorização, voltado inteiramente para si. Em segundo lugar, o sujeito nunca se identifica completamente consigo, e ele continua colocado na ordem dos direitos e dos deveres, na ordem da moralidade e não da experiência.

O sujeito é a convicção que anima um movimento social e a referência às instituições que protegem as liberdades. Por falta de palavras melhores, podemos falar da substituição de um tipo de instituições por outro: aquelas que impunham regras e normas são substituídas por aquelas cujo objetivo é proteger e reforçar os indivíduos como sujeitos. A defesa do cidadão contra o Estado é, acima de tudo, uma defesa do cidadão.

As origens do sujeito

Page 6: Um Novo Paradigma

Durante muito tempo procuramos o sentido da nossa vida numa ordem do universo ou num destino divino, numa cidade ideal ou numa sociedade de iguais, num progresso sem fim ou numa transparência absoluta. Quanto mais a vida passou a depender de nós mesmos, mais tomamos consciência de todos os aspectos da nossa experiência. Nós só nos tornamos plenamente sujeitos quando aceitamos como nosso ideal nos reconhecer como seres individuais, que defendem e constroem sua singularidade e dando, através dos nossos atos de resistência, um sentido à nossa existência.

O que cada um de nós busca é construir sua vida individualmente com sua diferença em relação a todos os outros e sua capacidade de dar um sentido geral a cada acontecimento particular. Esta imagem de indivíduo se apresenta a nós de maneira crescente como a do ser humano que se afirma como ser de direitos, direito de ser acima de tudo indivíduo.

Os direitos

A noção de sujeito está estreitamente ligada à de direitos. A história do sujeito é a da reivindicação de direitos cada vez mais concretos, que protegem particularidades culturais cada vez menos geradas pela ação coletiva voluntária e por instituições criadoras de pertencimento e de dever. É esta passagem, que vai dos direitos mais abstratos aos mais concretos, que conduz à realidade do sujeito.

Somos todos sujeitos?

Podemos todos nos considerar como sujeitos? Se entendemos por isso a consciência clara e compartilhada de ser sujeitos, a resposta é negativa. Mas podemos descobrir a marca do sujeito em todos os indivíduos. E nosso trabalho consiste precisamente em descobrir em cada um uma referência a si mesmo como sujeito.

Para que esta consciência do sujeito se forme, é preciso que apareçam e se combinem três componentes:

1°) A relação consigo, ao ser individual, como portador de direitos fundamentais. Isso marca uma ruptura com referência a princípios universalistas ou mesmo a uma lei divina. O sujeito é seu próprio fim.

Page 7: Um Novo Paradigma

2°) O sujeito se forma quando entra conscientemente em conflito com as forças dominantes que lhe negam o direito e a possibilidade de agir como um sujeito.

3°) Cada qual, como sujeito, propõe uma certa concepção geral do indivíduo.

O sujeito e os movimentos sociais

Se a parte sombria dos movimentos sociais é a da sociedade, sua parte luminosa é a da modernidade. Eles se apegam, com efeito, do lado da razão contra a arbitrariedade do poder, mas sobretudo do lado dos direitos universais dos indivíduos. Em todo conflito e movimento social se pode ouvir um apelo à igualdade, à liberdade, à justiça e ao respeito a cada um.

O movimento social, enquanto carrega o sujeito sobre seus ombros a fim de que possa ver mais longe que a multidão, nunca é visível em estado puro. Assim, o sujeito carregado por um movimento social se encontra mais facilmente no crepúsculo do que em pleno meio-dia.

O sujeito, carregado ou não por um movimento social, se manifesta na consciência do ator. Mas, esta manifestação na consciência não significa que o sujeito ou o movimento social estejam inteiramente na consciência do ator. Primeiramente, porque a presença do sujeito é sempre encoberta por outros níveis de leitura das condutas e das atitudes. É mais fácil defender um assalariado do que estar consciente da presença de luta mais geral.

Uma sociedade de mulheres

O único modelo cultural suscetível de dar nova vida a um Ocidente agora disseminado em grande parte do globo é aquele que opõe à polarização de um tipo de modernização, atualmente em declínio, o movimento contrário, o da recomposição e da recombinação dos elementos que haviam sido separados para que um dominasse o outro. Modelo que avança também a idéia de que o novo é criado e gerado por aquelas que tinham sido a principal figura da dependência e que empreendem agora ultrapassar a oposição homens/mulheres mais do que substituir a dominação masculina pela dominação feminina.

Page 8: Um Novo Paradigma

A hipótese central deste livro é a passagem de uma sociedade que se percebia e agia em termos sócio-econômicos a um tipo societal que chamo pós-social porque todas as categorias que organizam nossa representação e nossa ação não são mais propriamente sociais, mas culturais. A razão é que a nossa experiência não é mais transformada pela sociedade de massa somente na ordem da produção, mas também na do consumo e da comunicação.

Corpo, sexualidade

A relação com o corpo ocupa um lugar tão central na sociedade contemporânea quanto o trabalho na sociedade industrial ou o estatuto político de liberdade ou de escravidão nas sociedades políticas. A sexualidade está presente em cada um dos aspectos da personalidade e toma uma grande parte da construção de nós mesmos para nós.

É na ordem da sexualidade que se colocam a afirmação e a vontade de criação das mulheres. Em outras palavras, é reivindicando uma sexualidade que seja independente das funções de reprodução e de maternidade que as mulheres se constituem verdadeiramente num movimento social e avançam cada vez mais - mais longe do que pela luta pela igualdade e contra a discriminação.

São as mulheres que fazem passar nossa sociedade de uma visão conquistadora do mundo a uma visão de si criadora de novas orientações livres, o que corresponde à grande derrocada que conduziu o modelo cultural europeu clássico a evoluir para a situação que descrevo neste livro.

O par sexo-gênero, construído e depois desconstruído pelas feministas radicais, deve ser descartado de nossa reflexão e substituído pelo par sexo-sexualidade, se por sexualidade entendemos não uma força que nos atravessa, mas a construção de uma relação consigo como ser de desejo, ser de relações e consciência de si, como ator da integração de si e do mundo.

Para um grupo de feministas, trata-se, para além mesmo da luta pela igualdade, afirmar uma diferença: há dois sexos. A mulher deve ser definida na relação consigo mesma e não em referência aos seus papéis sociais e às suas relações com o homem. Outro grupo questiona a própria categoria de "mulher". Considera, com as feministas queer, que é preciso libertar as mulheres do modelo heterossexual que as domina e as situa num papel subordinado. É preciso terminar com a oposição entre homem e mulher e para isso é preciso destruir a categoria "mulher" que foi construída a partir da dominação masculina numa relação heterossexual normativamente imposta.

Page 9: Um Novo Paradigma

Na realidade, nada permite afirmar que a mulher é uma categoria definida por uma série de atributos; o mesmo vale para o homem. Existe uma grande diversidade de tipos masculinos e femininos e a identificação do homem à autoridade é não apenas uma construção cultural assim como está longe de corresponder à realidade.

A categoria "mulher" foi construída num contexto de dominação masculina e para reforçá-la. De sorte que a mulher só pode libertar-se desta dominação deixando de se definir como mulher.

Nós não avançamos para uma sociedade de igualdade entre homens e mulheres; nem mais para uma sociedade andrógena; nós já entramos numa cultura (e, portanto, numa vida social) orientada pelas mulheres; nós já entramos numa sociedade de mulheres. Objeções e sarcasmos à parte, os homens têm o poder e o dinheiro, mas as mulheres já têm o sentido das situações vividas e a capacidade de formulá-los.