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72 www.backstage.com.br 72 Um novo som para uma nova igreja nova Igrej a nova as últimas décadas e com algumas exceções, a história dos templos e igrejas evangélicas segue o mesmo padrão em se tratando de sono- rização. Primeiro o pastor procura um espaço N “quase pronto” para os cultos, o que normalmente é um antigo cinema, teatro ou galpão. Em alguns casos, o pastor consegue recursos para construir a sua igreja. Com espaços adaptados ou construídos, a parte mais importante para que a palavra (evan- gelho) seja bem compreendida e, portanto aceita, normalmente é relegada a um segundo plano e só pensada dias antes da inauguração. O projeto e a instalação do sistema de som que deveria ser a principal preocupação do pastor acabam nas mãos de algum conhecido da igreja ou de uma loja, que Um novo som para uma Igrej a [email protected] As tentações pelos preços nos produtos baratos normalmente causam vários problemas de qualidade. O caro é o barato que não funciona Foto: Divulgação

Um novo som para uma Igrej nova - backstage.com.br · da Dança, Balé Aéreo, Teatro, Coral Gospel com 100 vozes, Grupo de Louvor, Intercessão, Oração, Recepção, Evangelismo,

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segue o mesmo padrão em se tratando de sono-rização. Primeiro o pastor procura um espaço

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“quase pronto” para os cultos, o que normalmenteé um antigo cinema, teatro ou galpão. Em algunscasos, o pastor consegue recursos para construir asua igreja. Com espaços adaptados ou construídos,a parte mais importante para que a palavra (evan-gelho) seja bem compreendida e, portanto aceita,normalmente é relegada a um segundo plano e sópensada dias antes da inauguração. O projeto e ainstalação do sistema de som que deveria ser aprincipal preocupação do pastor acabam nas mãosde algum conhecido da igreja ou de uma loja, que

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As tentações pelos preçosnos produtos baratosnormalmente causam váriosproblemas de qualidade. Ocaro é o barato que nãofunciona

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sem ninguém preparado para afunção, pode acabar pedindoajuda a pessoas que só pensamem vender equipamentos.A Igreja Batista Nacional deCampinas - IBN - (Casa deDeus) é um grande exemplo decomo um planejamento criterio-so e profissional pode criar umtemplo com todas as condiçõesideais para que a palavra ouvidaseja transmitida, compreendidae, como conseqüência, assimila-da. E o mais importante, com pla-nejamento e assessoria profissio-nal, todo projeto acaba sendo mais econômico, poisnão há gastos com tentativas ou muitos erros e pou-cos acertos.

A HISTÓRIA DA IBNSegundo o Pr. Rafael Borges, a Igreja Batista Naci-onal de Campinas - IBN - (Casa de Deus) foi fun-dada em 29 de março de 1987, permanecendo fir-me no propósito divino: o IDE de Jesus Cristo.“Iniciamos com as reuniões realizadas nos gruposde oração em residências particulares. Com otempo e muita oração, fomos expandindo a ‘ten-da’ e passamos as nossas atividades para um pré-dio alugado no bairro Parque Industrial. Poucotempo depois o local já não comportava mais ocrescimento vertiginoso da igreja e, sob a lideran-ça do pastor-presidente Jorge Navac, os mais de80 membros, em 1990, deram o passo inicial paraa conquista de uma sede própria e compraram umterreno para construir o primeiro templo no bair-ro São Bernardo. O passo foi audacioso, afinal anova casa, que nasceu no coração de Deus e foirevelada ao seu servo Jorge Navac, comportariaem torno de 500 membros. A unidade da igrejafoi fundamental para que o plano divino fosse le-vado a efeito. E essa união resultou em uma cons-trução realizada em tempo recorde. Para isso con-tou com a ajuda dos irmãos da Primeira Igreja Ba-tista de Jundiaí (PIBJ), a qual o Pr. Jorge Navactambém preside”. A PIBJ é a chamada “igreja-

mãe”, onde tudo começou nosanos 70 com um grande aviva-mento. A inauguração do pri-meiro templo em Campinasfoi marcada por grande festaem 21 de abril de 1992. No anode 1995 a IBN é presenteadacom a chegada do evangelistaRafael Borges, atual pastor evice-presidente da igreja. Nodia 21 de abril de 1997 Borges éordenado o primeiro pastordeste ministério. “Desde entãoa igreja adquiriu uma nova di-mensão. Os ministérios já im-

plantados pelo Pr. Jorge Navac expandiram-se edesenvolveram-se, atendendo à demanda de seusmembros. No início da era de 2000, o templo doSão Bernardo tornou-se pequeno. A partir daíhouve a necessidade urgente de ter um local ain-da maior para que os ministérios pudessem de-senvolver suas potencialidades e salvar almas.Deus aponta para o profeta Jorge Navac o endere-ço: Avenida das Amoreiras, 3.370 e no dia 16 de

janeiro de 2004 é concretizada a compra do imóvel.Em 15 de fevereiro de 2004, liderado pelo Pr. RafaelBorges, inicia-se o processo de construção com todoo cuidado de proporcionarmos maior conforto paratodas as pessoas que participassem das nossas reu-niões, pois consideramos que esses elementos es-tão inteiramente ligados à dinâmica do culto, jáque um áudio com problemas pode prejudicartoda a reunião. Paralela a isso vislumbra a procu-ra crescente do mercado evangélico por obter umlocal com infra-estrutura para eventos de grande

Pr. Rafael Borges

A Igreja Batista Nacional de Campinas é um grande

exemplo de como um planejamento criterioso e

profissional pode criar um templo com todas as

condições ideais para que a palavra ouvida seja

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porte, como shows e gravações ao vivo, já que osgrandes teatros e casas, quase sempre muito bemequipados e com ótima infra-estrutura, pouco trazi-am do ambiente normalmente encontrado nasigrejas. Pensando nisso, resolvemos investir nessainfra-estrutura para podermos atender a todas as

demandas que requer um grande evento. E em mea-dos de junho de 2008 acontece a mudança para anova Casa de Deus que passa a comportar os seuscultos semanais e programações especiais por meioda Dança, Balé Aéreo, Teatro, Coral Gospel com100 vozes, Grupo de Louvor, Intercessão, Oração,Recepção, Evangelismo, Grupos Jovens, de Adoles-centes e Escola Bíblica”, acrescenta o pastor Rafael.

PROJETO DE SONORIZAÇÃODiego Scutti é musico e profissional de áudio des-de 2000, responsável pela parte técnica do áudiona Igreja. Ele nos conta como foi o processo da es-colha do projeto e dos equipamentos de som.“Durante o escopo do projeto fomos definindoque o nosso principal objetivo era proporcionarinteligibilidade sonora para todas as pessoas queestivessem em qualquer lugar do templo, tantono louvor como também nas pregações, mas tam-bém buscando equipamentos que possuísseminterface para gravação ao vivo e broadcasting, queé o próximo objetivo da igreja. Optamos por entre-gar o projeto ao Marcelo Claret devido à sua vastaexperiência como sound designer e pela grandepreocupação dele em tornar o áudio no país umareferência. Este é um dos objetivos que tambémqueremos trazer para o mercado fonográfico evan-gélico. Também contratamos a assessoria do enge-nheiro Framklim Garrido, um grande especialistaem áudio e elétrica no Brasil. O Framklim tem nosajudado muito com toda a parte elétrica e debroadcasting. Já para os projetos de iluminação cê-nica, contamos com a ajuda de um grande amigo que

Um dos maiores problemas das igrejas evangélicas

é justamente a falta de critério na determinação

dos investimentos em duas áreas fundamentais:

o áudio e a acústica

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Técnicos da esquerda para direita - Danilo,Diogo, Lucio, Rodrigo, Thiago e Eduardo

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conhecemos por meio doClaret, o lighting designerMarcelo Gonzalez, respon-sável técnico do teatroAbril e de grandes espetá-culos musicais no Brasil”.

DEPOIMENTO DOMARCELO CLARETUm dos maiores proble-mas das igrejas evangéli-cas é justamente a faltade critério técnico nadeterminação dos inves-timentos em duas áreasfundamentais: o áudio ea acústica. Normalmen-te por questões de faltade verba, acaba-se optan-do por caminhos inicial-mente mais baratos, masque no final acarretam emcustos de duas a três vezes superiores para se tentarconsertar os erros cometidos pelas adaptações queinvestimentos equivocados proporcionam.Isso não aconteceu na Batista Nacional de Cam-pinas. Os investimentos realizados sob o comandodo Pr. Rafael seguiram as orientações que os con-sultores contratados em cada área determinaram.Em um prazo que talvez pudesse ter sido mais cur-to, caso tivessem optado por soluções aparente-mente mais econômicas, os investimentos realiza-dos já trazem benefícios que durarão por muitos

Relação de equipamentosPA: 22 FZ J08A (médias/altas); 3 FZ J212A (suple-

mento de graves); 4 FZ 218A (subs); 4 FZ 108 (sob

o mezanino).

Monitor: 12 Avion A-16II (para banda e backing vo-

cal); 2 FZ 102; 6 K414 e 6 K324; 4 In-ear IVM-4 AKG.

Palco: 1 ND 967 Eletro Voice; 1 RE 20 Eletro Voice;

1 ND 868 Eletro Voice; 4 SM 58; 10 E604, 4 E64 e 4

E835 (Sennheiser); 3 C400B AKG; 4 bastões Beta

87A (Shure); 2 bastões EW64; (Sennheiser); 1

headset CountryMan; 1 Amplificador Marshall

AVT275X; 1 Amplificador G&K 400RB IV.

House: 1 Console LS9 32 – 64 canais; 2 UHF-R e

1 PGW (Shure); 2 EW172 Sennheiser; 1 IMac

Mb324ll; 1 Digi002; 1 Fast Track Pro M-Audio; 1

234XL dbx; 1 FZ Ware.

anos. É nisso que se ba-seia uma consultoria:produzir resultados dife-renciados e gerar benefí-cios de longo prazo a seusclientes. No caso de umaIgreja, o mais importanteé garantir que a palavraseja compreendida portodos os presentes.O projeto da Igreja BatistaNacional em Campinasnasceu há vários anosquando um antigo alunodo IAV, Diogo Scutti, pro-curou-me com a idéia defazer em sua igreja aquiloque aprendera no curso deáudio. Ele queria – e essesentimento sempre este-ve presente em toda acomunidade – que a Igre-

ja Batista tivesse um exemplo de profissionalismono áudio, na acústica e em suas áreas correlatas.A partir daí começamos uma série de reuniõesainda na fase de projeto. Isso foi fundamentalpara o sucesso alcançado, pois o que normalmen-te acontece é que depois de tudo “pronto” as pes-

Marcelo Claret

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soas vão procurar alguém para “resolver” a acús-tica e “colocar” um som na igreja... A essa alturapode ser tarde demais.Quando vi o projeto inicial eu tinha certeza deque a Igreja Batista Nacional seria uma das me-lhores do Brasil.Todos os detalhesestavam sendo dis-cutidos, desde ospontos de fixaçãodas caixas acústi-cas com suas res-pectivas cargas,até o aterramentotécnico e a equipo-tencialização do sis-tema. Foi nessa fa-se que, estudandoa forma da igreja eos ângulos e altu-ras disponíveis,propus que fizéssemos a sonorização com três co-lunas principais de line array, valorizando princi-palmente o cluster central. Essa idéia do centroser mais importante que as laterais tem sido ado-tada por muitos projetistas, pois dessa forma osom acompanha a imagem, e aquilo que é maisimportante está sempre no centro. Por isso, ocluster central é bem maior que os laterais em umprimeiro momento; entretanto, eles poderão serigualados em quantidade de caixas na medida emque a lotação da igreja (cerca de sete mil lugares)supera os 80% de sua capacidade.A escolha das caixas FZ aconteceu em uma reu-nião com o Pr. Rafael, após a análise da relaçãocusto/benefício, diante das outras opções – todasimportadas – que se apresentavam. O item decisi-vo foi o novo sistema de processamento com DSPdisponível nas caixas FZ. É um sistema extrema-mente completo e preciso que permite o controleabsoluto de tudo o que acontece com a caixa, coma visualização da temperatura dos amplificadores,do estado de funcionamento dos componentes estatus de clipping com memorização dos últimostrês dias, além de oferecer equalização paramétrica

de oito bandas, filtros HPF e LPF, dois Shelving –um no grave outro no agudo – ajuste de delay enível por caixa. Só com isso a diferença de custo ede resultado supera qualquer outro sistema namesma faixa de preço. Aliados a esse fator, somam-

se os recursos dis-poníveis nas me-sas digitais e o sis-tema de retornode fone com mi-xagem indepen-dente para cadamúsico. Ou seja, oideal de consumode qualquer músi-co, técnico e dosPregadores parabenefício de to-dos os que parti-cipam dos cultos.

FZ ÁUDIO NA IGREJADe acordo com Fábio Zacarias, diretor da FZÁudio, a empresa foi procurada pelo Diogo Scuttiem maio de 2008 para atender a um projeto desonorização em um templo que estava sendo er-guido na Campinas (SP). O mesmo teria capaci-dade para cerca de 7 mil pessoas e um nível deacabamento e detalhamento únicos.“Realmente ao visitar a obra pude constatar aqualidade e o excelente acabamento além, é cla-ro, da arquitetura. O sistema de áudio deveria sercondizente com o nível e investimento da obra etambém contemplar a complexidade das fontesde sinais, pois haveria corais e bandas com váriosinstrumentos acústicos e elétricos e acima detudo isso, os vocais que deveriam ser claros e in-teligíveis. De início, sugerimos o uso da FZJ 08A /FZ J212A , line array amplificado composto por 2x Alto falantes de 8” e 1 x driver de 1,4” distribu-ídos em 3 sistemas , central e L/R , sendo 11 noarray central e 7 em cada lateral. O modelo é am-plificado, o que dispensaria o uso de racks de am-plificadores que geralmente fica difícil de acomo-dar, além de precisar de uma sala isolada devido

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ao ruído das ventoinhas. Havia uma preocupaçãocom a estética e, por isso, foi desenvolvida umapintura no tom que mais se adequasse ao ambien-te. O resultado final é uma leveza e um conjuntoharmonioso. Havia um problema ainda a ser resol-vido – subwoffers. Precisávamos de muita energianesta região, porém de forma controlada. A opçãofoi então usar 4 x subs FZ 218A em um nicho aci-ma do palco em montagem cardióide para que opalco ficasse livre de retorno de graves. No palcoforam utilizados 4 FZ 102A para monitoração dospastores. Todo o sistema é gerenciado pelo soft-ware de controle FZ ware, a partir do micro insta-lado na house mix podendo verificar todo o funci-onamento e controlar individualmente cada ele-mento. Isso permitiu fazer ajustes finos em deter-minadas áreas resultando em uma grande coerên-cia na cobertura. Nossos especialistas em instala-ções, Fernando Gabriel e Henrique Marques auxi-liaram o projetista Marcelo Claret com os últimosdetalhes e nossa equipe acompanhou toda a etapa

de instalação. Finalmente com tudo pronto o pró-prio Marcelo fez os alinhamentos finais com osoftware de medição Systune usando vários micro-fones espalhados pela sala. Ficamos todos muito

satisfeitos com a oportunidade de trabalhar nesteprojeto, não só pela equipe da Igreja Batista Nacio-nal que nos deixou sempre muito à vontade parasugerir otimizações assim como a grande qualidadedo resultado final”, relata o diretor.

A escolha das caixas FZ aconteceu em uma reunião

com o Pastor Rafael, após a análise da relação

custo/benefício, diante das outras opções – todas

importadas – que se apresentavam

Para saber mais

www.ibncampinas.com.br