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28.10.1998 COM(1998) 605 COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO AO CONSELHO, AO PARLAMENTO EUROPEU, AO COMITÉ ECONÓMICO E SOCIAL E AO COMITÉ DAS REGIÕES DESENVOLVIMENTO URBANO SUSTENTÁVEL NA UNIÃO EUROPEIA: UM QUADRO DE ACÇÃO

Um quadro de accão - Ciência Viva · 2005-03-07 · 3 2. Promoção da igualdade, inclusão social e regeneração nas zonas urbanas A futura cooperação ao nível do combate à

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28.10.1998COM(1998) 605

COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO

AO CONSELHO, AO PARLAMENTO EUROPEU,AO COMITÉ ECONÓMICO E SOCIAL E

AO COMITÉ DAS REGIÕES

DESENVOLVIMENTO URBANO SUSTENTÁVEL NAUNIÃO EUROPEIA: UM QUADRO DE ACÇÃO

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Desenvolvimento Urbano Sustentável naUnião Europeia: um Quadro de Acção

SÍNTESE

Em 1997, a Comissão adoptou a comunicação "Para uma Agenda Urbana da UniãoEuropeia", na qual manifestou a sua intenção de examinar as políticas da UE do ponto devista do seu impacto urbano e melhorar a integração das políticas a nível urbano. Asinstituições da UE, os ministros da Política Regional e do Ordenamento Territorial nosseus encontros informais e as organizações externas pronunciaram-se positivamente sobreeste documento, tendo exortado a Comissão a prosseguir a sua acção.

Muitas políticas da UE têm, efectivamente, uma grande importância a nível urbano, factoque a UE não pode ignorar. A Comunidade tem a responsabilidade de assegurar que aspolíticas comunitárias se tornem mais eficazes, tomando mais em conta o potencial daszonas urbanas e os desafios que estas enfrentam. No presente Quadro de Acção, aComissão dá um passo no sentido de aumentar a eficácia das políticas da UE previstas noTratado, procurando torná-las mais "sensíveis" às necessidades das zonas urbanas eassegurar que essas políticas contribuam para um desenvolvimento urbano integrado. Nãose pretende adquirir novas responsabilidades em assuntos urbanos nem formular definiçõesou soluções urbanas específicas a nível europeu. Estas terão de decorrer, necessariamente,de situações locais e de se inserir no contexto institucional de cada Estado-Membro.

O Quadro de Acção da UE para o desenvolvimento urbano sustentável visa uma melhorcoordenação e orientação das acções comunitárias dirigidas a problemas urbanos e foiestruturado segundo quatro objectivos políticos interdependentes.

1. Reforço da prosperidade económica e emprego nas cidades

A Comissão sublinha a importância de melhorar a eficácia do apoio dos FundosEstruturais conferindo à programação regional uma dimensão urbana explícita. Prevêainda que os Fundos Estruturais venham a promover a cooperação entre as zonasurbanas dos vários Estados-Membros, com vista a aumentar as oportunidades dedesenvolvimento conjunto.

Dá-se relevo à criação de uma dimensão urbana mais forte ao nível das políticas deemprego, através do reforço da participação local e apoio às iniciativas locais deemprego e do desenvolvimento. O papel das cidades como centros de inovação edesenvolvimento económico será reforçado.

A Comissão tenciona, igualmente, promover estratégias de transportes tendentes areduzir o congestionamento do tráfego e examinar formas de melhorar o quadroregulamentar dos transportes públicos nacionais.

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2. Promoção da igualdade, inclusão social e regeneração nas zonas urbanas

A futura cooperação ao nível do combate à discriminação e à exclusão com base noTratado de Amsterdão deve reconhecer que uma e outra estão especialmenteconcentradas nas zonas urbanas.

A Comissão defende que seja adoptada uma abordagem zona a zona em relação àregeneração de zonas urbanas desfavorecidas no âmbito dos Fundos Estruturais,integrando os aspectos económico, social, cultural, ambiental, de transportes e desegurança. É igualmente importante a articulação de zonas urbanas em dificuldade comestratégias sociais e económicas mais amplas, a fim de evitar a segregação urbana.

A Comissão prevê um apoio permanente a "segundas oportunidades de educação eformação".

3. Protecção e melhoria do ambiente urbano: rumo à sustentabilidade local e global

O Quadro de Acção dá especial destaque às acções ambientais com mais probabilidadede levar a melhorias demonstráveis no terreno, nas zonas urbanas, e reúne uma série deiniciativas comunitárias que afectam a qualidade do ambiente urbano, designadamente agestão da energia urbana, transportes, resíduos, qualidade do ar, água, ruído e soloscontaminados.

Dá-se relevo a abordagens integradas da gestão ambiental e à forma como os FundosEstruturais podem contribuir para um ambiente urbano mais sustentável.

O Quadro de Acção sublinha a necessidade de alargar a atribuição de rótulos ecológicos,a gestão ecológica e os sistemas de auditoria com vista a melhorar o desempenhoambiental dos sectores público e privado.

A Comissão sublinha a importância da proposta de uma Directiva sobre a tributação dosprodutos energéticos com vista à protecção do clima, bem como o papel das zonasurbanas neste contexto.

4. Contribuir para a boa administração urbana e a responsabilização local

Verifica-se a necessidade de uma maior integração política entre os vários níveis deadministração e os sectores de políticas, bem como de responsabilização e participaçãodos cidadãos.

A Comissão prevê medidas de sensibilização e aumento de capacidades, e o apoio aestratégias de desenvolvimento urbano inovadoras destinadas a promover a boaadministração urbana, a responsabilização e a segurança urbana. Propõe acçõestendentes a melhorar a informação comparativa sobre as condições urbanas e ofereceapoio à "Iniciativa de Intercâmbio Urbano" lançada pelos Estados Membros.

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No que se refere a estes quatro objectivos, a Comissão propõe-se melhorar o know-how epromover o intercâmbio de experiências entre todos os intervenientes. O 5º Programa-Quadro de IDT dará um importante contributo nesta área.

Seguimento

O Quadro de Acção será discutido com um vasto leque de intervenientes no Fórum Urbanoque a Comissão está a organizar em Viena, e que terá lugar em 26 e 27 de Novembro de1998.

A Comissão tenciona melhorar a coordenação dos serviços internos no que respeita àsquestões urbanas. As implicações das políticas e instrumentos da UE em termos urbanoscontinuarão a ser examinadas por um grupo interserviços, com vista à sua maior integraçãoe a torná-los mais sensíveis aos problemas urbanos. Serão desenvolvidas acçõestransversais sob a responsabilidade conjunta dos serviços competentes da Comissão.

A Comissão prevê ainda a criação de um grupo de peritos para discutir os progressosrealizados ao nível da aplicação do Quadro de Acção, e para aconselhar a Comissão sobrefuturas actividades. Poderão ser organizados diálogos com representantes de todos osníveis do administração e outros interessados através de "Plataformas Abertas" e darealização periódica do Fórum Urbano.

A Comissão procederá a uma avaliação global dos progressos realizados ao nível daaplicação do Quadro de Acção no seu relatório trienal sobre a coesão económica e social.

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ÍNDICE

1 CONTEXTO.................................................................................................................6

2 FUNDAMENTAÇÃO DA ANÁLISE DAS POLÍTICAS DA UE...........................7

3 UM QUADRO DE ACÇÃO......................................................................................103.1 Reforço da prosperidade económica e do emprego nas cidades ................................... 12

3.1.1 Objectivos políticos ................................................................................................................. 123.1.2 Acções...................................................................................................................................... 13

3.2 Promoção da igualdade, inclusão social e regeneração nas zonas urbanas ................. 183.2.1 Objectivos políticos ................................................................................................................ 183.2.2 Acções...................................................................................................................................... 18

3.3 Protecção e melhoria do ambiente urbano: rumo à sustentabilidade local e global... 223.3.1 Objectivos políticos ................................................................................................................ 223.3.2 Acções...................................................................................................................................... 23

3.4 Contribuir para a boa administração urbana e a responsabilização local .................. 293.4.1 Objectivos políticos ................................................................................................................. 293.4.2 Acções..................................................................................................................................... 30

4 SEGUIMENTO..........................................................................................................33

ANEXO: OS DESAFIOS DAS CIDADES EUROPEIAS

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1 CONTEXTO

Em Maio de 1997, a Comissão adoptou a Comunicação "Para uma Agenda Urbana daUnião Europeia" (COM(97)197), lançando um debate alargado sobre as políticas urbanas esuscitando grande interesse por parte das instituições da UE. Os ministros da PolíticaRegional e do Ordenamento Territorial acolheram com agrado a acção da Comissão. OParlamento Europeu, o Comité das Regiões e o Comité Económico e Social adoptarampareceres que exortam a Comissão a empreender novas acções. As associações deautarquias e várias cidades também reagiram de forma favorável.

A fim de dar seguimento a esse debate, a Comissão decidiu apresentar um Quadro deAcção da União Europeia para o Desenvolvimento Urbano Sustentável. Este Quadro deAcção é um primeiro passo no sentido de satisfazer o compromisso assumido naComunicação no que se refere a "uma maior integração das políticas comunitáriasrelevantes para o desenvolvimento urbano" de modo a "consolidar ou restaurar o papel dascidades da Europa como lugares de integração social e cultural, fontes de prosperidadeeconómica e de desenvolvimento sustentável e bases da democracia". Além de darcontinuidade a anteriores iniciativas urbanas a nível da UE, o Quadro de Acção tambémtem em conta acontecimentos recentes que são particularmente relevantes para as políticasurbanas:

• Tratado de Amesterdão, que estabelece o desenvolvimento sustentável como umobjectivo explícito da UE, reforça os requisitos da integração política e inclui ocombate à discriminação e à exclusão social como novos campos de acção.

• A Agenda 20001 e as novas propostas de regulamentos sobre os Fundos Estruturais,

que dão especial relevo às "zonas urbanas em dificuldade", ao desenvolvimento local eà inclusão social, bem como ao crescimento e competitividade nas regiões maisatrasadas; a adopção de estratégias de pré-adesão reforçadas relativamente aos paísescandidatos.

• O compromisso assumido pela UE em 1997, no Protocolo de Quioto, aprovado pela

Terceira Conferência das Partes à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre asAlterações Climáticas, que contém objectivos juridicamente vinculativos para aredução e limitação das emissões responsáveis pelo efeito de estufa. A UE e osEstados-Membros são signatários da Convenção e tencionam assinar o protocolo.

• A revisão do Quinto Programa de Acção no domínio do Ambiente2, que prevê a

definição de "uma abordagem completa das questões urbanas, com especial incidênciana assistência necessária para apoiar acções empreendidas pelas autoridades locais comvista a aplicar o Programa e a Agenda Local 21'.

• As Orientações sobre o Emprego3 e os Planos de Acção Nacionais para o Emprego.

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• A proposta de um Quinto Programa-Quadro de RDT4, que estabelece uma série deprogramas temáticos relevantes para as políticas urbanas, designadamente a acção-chave "A Cidade de Amanhã e o Património Cultural".

• A Comunicação da Comissão "Por uma Europa do Conhecimento"5, que propõe uma

reformulação dos programas comunitários nas áreas da educação, formação ejuventude.

• A Comunicação da Comissão em que se propõe um programa-quadro da Comunidade

Europeia para a cultura6

• projecto de Perspectiva Europeia de Ordenamento Territorial, que sublinha a

necessidade de um desenvolvimento urbano equilibrado e policêntrico.

2 FUNDAMENTAÇÃO DA ANÁLISE DAS POLÍTICAS DA UE A Europa urbana é extremamente diversa. Cerca de 20% da população da UE vive emgrandes conturbações com mais de 250.000 habitantes, outros 20% em cidades dedimensão média com 50.000 a 250.000 habitantes, e 40% em aglomerados urbanos maispequenos com 10.000 a 50.000 habitantes. Os desafios que as zonas urbanas enfrentam sãodeterminados por importantes diferenças ao nível da estrutura e funções económicas,composição social, dimensão da população e estrutura demográfica, e localizaçãogeográfica. As diferenças nacionais em termos de tradições e cultura, desempenhoeconómico, disposições jurídicas e institucionais, e políticas públicas têm um grandeimpacto nas cidades. Não existe um modelo único de cidade europeia. O alargamento daUE levará à inclusão de novas cidades cujo desenvolvimento nas últimas décadas estevesujeito a forças diferentes. A qualidade da administração local condiciona a capacidadepara enfrentar novos desafios. Apesar da sua diversidade, as cidades da Europa enfrentam o desafio comum dodesenvolvimento urbano sustentável que em algumas delas se está a processar maiseficazmente do que noutras (no Anexo I descrevem-se os desafios). A prosperidadeeconómica e o emprego, a inclusão social e a protecção e melhoria do ambiente devem serobjectivos complementares, que se reforcem mutuamente; as estratégias urbanas precisamde combinar acções tendentes a: • aumentar a vitalidade económica das cidades, especialmente nas regiões mais atrasadas,

incentivando a inovação, aumentando a produtividade e explorando novas fontes deemprego tanto nas cidades pequenas e médias, como nas grandes cidades, e a promoverum sistema urbano europeu equilibrado e policêntrico;

• organizar o acesso aos benefícios da maior produtividade e competitividade de uma

forma justa, reduzir a exclusão social e melhorar a segurança; a exclusão é um flagelopara as suas vítimas e põe em perigo a integração social, a competitividade e asustentabilidade das cidades;

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• tornar as cidades mais sustentáveis em termos ambientais e evitar impor os custos dodesenvolvimento ao seu ambiente próximo, às zonas rurais circundantes, às regiões, aopróprio planeta ou às gerações futuras;

• incentivar processos de decisão e instituições urbanas inovadores e flexíveis, que

promovam uma maior participação e integração das acções dos parceiros nos sectoresurbanos público, privado e das comunidades locais, desde o nível europeu ao nívellocal, e aumentem a sinergia e cooperação entre os processos e recursos institucionaisexistentes.

Isto implica acções a todos os níveis de administração. Dum modo geral, competeprincipalmente aos Estados-Membros e às autoridades regionais locais desenvolveremestas acções. Há, todavia, três razões principais pelas quais a Comunidade também devededicar mais atenção aos assuntos urbanos: Em primeiro lugar, 80% da população da UE vive em cidades1. É nas zonas urbanas que severifica uma maior concentração dos problemas decorrentes das transformaçõeseconómicas, sociais e demográficas, do consumo excessivo de energia e recursos naturais,da produção de resíduos e da poluição, bem como dos riscos de catástrofes naturais etecnológicas. Simultaneamente, devido à concentração de recursos económicos, físicos eintelectuais, as cidades são centros de comunicação, criatividade, inovação e patrimóniocultural. Elas são os motores da economia europeia, permitindo que a UE mantenha umaforte posição na economia e comunidade globais, oferecendo ao mesmo tempo condiçõespara se criarem empregos, resolver problemas ambientais e assegurar a todos os cidadãosuma elevada qualidade de vida. São também elas que produzem os modelos que vãoexercer uma influência considerável no mundo rural. A sua diversidade e característicasdistintas são um importante aspecto da civilização europeia. Em segundo lugar, muitas políticas da UE têm, efectivamente, uma grande relevânciaurbana que a UE não pode ignorar. A Comunidade tem a responsabilidade de assegurar queas políticas comunitárias relevantes se tornem mais eficazes tomando mais em conta osdesafios e potencialidades das zonas urbanas. Isto aplica-se particularmente às políticas decoesão económica e social e de protecção do ambiente previstas no Tratado da UE. OTratado de Amesterdão prevê novas acções da UE no que se refere ao emprego, combate àexclusão, eliminação da discriminação e reforço da segurança através da cooperaçãopolicial e judicial. Estipula ainda que o ambiente e a defesa da saúde pública sejam tidosem conta em todas as políticas da UE. A fim de reforçar a coesão económica e social, a UE mobiliza recursos financeiros muitoconsideráveis, tendo um interesse directo em promover acções mais eficazes, bem como aresponsabilidade de o fazer. As disparidades regionais que se verificam a nível da UEreflectem principalmente os pontos fortes e fragilidades relativos das suas cidades. Osesforços da UE para reduzir essas disparidades tornar-se-ão mais eficazes quando visaremexplicitamente a resolução dos problemas de desenvolvimento urbano e tirarem partido dafunção das cidades como motores do crescimento económico e centros de inovação. Aspressões no sentido de uma maior concentração das actividades económicas e de uma

1 A definição exacta de "cidade" ou "área urbana" varia de país para país. No presente documento, estestermos são indistintamente utilizados para designar os vários tipos de aglomerações urbanas.

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urbanização mais rápida irão intensificar-se com o alargamento. A UE tem um papel adesempenhar no que respeita a incentivar um sistema urbano europeu mais equilibrado. A dimensão urbana também pode ser progressivamente incorporada nas políticas da UEgraças às novas disposições em matéria de emprego, exclusão e discriminação previstas noTratado de Amesterdão. Embora as políticas macroeconómicas e as políticas geraisrelativas ao mercado de trabalho sejam os principais instrumentos da política de emprego,têm vindo a ser progressivamente reconhecidas as capacidades existentes a nível local paracriar empregos urbanos através da exploração das novas fontes de emprego geradas pelasiniciativas locais no domínio do desenvolvimento e do emprego, das parcerias entre ossectores público e privado e do apoio às PME. Uma sociedade que promova a inclusão étambém uma área do Programa de Acção Social da Comissão: é possível melhorar aeficácia dos esforços para combater a exclusão social e promover a igualdade deoportunidades através da adopção de abordagens bem orientadas e coordenadas em relaçãoàs zonas urbanas. O correcto funcionamento do mercado único exige condições de igualdade em todo oterritório europeu, bem como normas comuns em matéria de ambiente tendentes a protegertanto o ambiente, como a qualidade de vida e a saúde daqueles que habitam nas zonasurbanas. As políticas e programas da UE proporcionam um enquadramento para a acçãonacional, regional e local; neste momento, essas políticas já estão a produzir um impactono ambiente das zonas urbanas e periféricas-urbanas e a criar responsabilidade eoportunidades para as administrações locais e regionais. Alguns problemas ambientais quese verificam nas zonas urbanas (por exemplo, a poluição do ar e a exposição a perigosnaturais ou tecnológicos) têm efeitos que se fazem sentir além das fronteiras nacionais, ouque não podem ser resolvidos apenas pelas administrações nacionais, regionais ou locais,exigindo, portanto, acções a nível da UE. Outros (como o ruído ambiental) exigem especialatenção, devido à extensão ou gravidade das suas repercussões nos ecossistemas ou nasaúde humana. Alguns problemas ambientais, como as baixas concentrações de ozono e asobreexploração das reservas de água de subsolo estão a agravar-se e não a melhorar.7 Numplano mais amplo, é improvável que a UE consiga cumprir as suas obrigaçõesinternacionais em matéria de ambiente global - em particular, os novos compromissosassumidos no contexto da Convenção das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas -se não dedicar uma atenção especial às zonas urbanas. As políticas da UE em todos estes domínio são particularmente importantes para as zonasurbanas, e, paralelamente às responsabilidades europeias e nacionais, as cidade podemdesempenhar um importante papel na consecução dos objectivos consagrados no Tratado.A UE também tem um papel a desempenhar na promoção da cooperação e na criação deredes no âmbito de várias políticas comunitárias que envolvem as acções e instituições daszonas urbanas de toda a União. A UE está numa posição que lhe permite identificar edivulgar lições sobre as novas abordagens políticas que estão a surgir nos Estados-Membros, bem como ajudar a desenvolver modelos das melhores práticas. A Comunidadejá está a desenvolver importantes esforços deste tipo em muitos campos, designadamenteos da coesão social e económica; educação, formação e aprendizagem ao longo da vida;investigação e desenvolvimento; informação e comunicações; desenvolvimento dasempresas e da capacidade empresarial; ambiente, transportes e cultura. Um reconhecimentomais explícito da dimensão urbana destes esforços e uma melhor coordenação poderãoaumentar a sua relevância e sinergia com vista ao desenvolvimento urbano sustentável.

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Em terceiro lugar, no pleno respeito da subsidiariedade, é importante assegurar que aspolíticas e acções da UE contribuam para dar respostas mais integradas aos problemasurbanos, e que a boa administração urbana não seja posta em causa por normas e práticasutilizadas a nível da UE. O desenvolvimento de abordagens integradas da gestão urbana,que são consideradas essenciais para resolver problemas complexos que estão relacionadosentre si e para maximizar o potencial urbano, está a ser prejudicado por abordagenssectoriais tradicionais e pela fragmentação de competências e responsabilidades entre osvários níveis de administração. Isto reduz a capacidade para resolver problemas a nívellocal. Os cidadãos também têm um papel próprio a desempenhar. Todos os cidadãos eresidentes da UE têm direito a uma administração urbana transparente, responsável eeficaz, bem como o direito de influenciar a forma como as suas comunidades locais ecidades são administrados. Têm a sua quota-parte de responsabilidade em assegurar que aszonas urbanas da Europa se tornem locais mais sustentáveis para viver e trabalhar. A boaadministração urbana e a acção local são importantes para a aplicação eficaz das políticasda UE e o bom cumprimento dos compromissos internacionais em matéria dedesenvolvimento sustentável, em conformidade com a Agenda 21 e o programa Habitat II.

3 UM QUADRO DE ACÇÃO A Comissão está a examinar com grande empenho as implicações urbanas das políticas einstrumentos da UE e a forma de melhorar a sua aplicação e coordenação. Nesta secçãodescrevem-se as acções previstas pela Comissão Europeia destinadas a abordar as questõesurbanas de uma forma estratégica, integrada e, em última análise, sustentável. A Comissãoirá continuar a ponderar as acções que poderão ser empreendidas futuramente nessesentido. Já existe um vasto leque de políticas e instrumentos relevantes para as zonas urbanas. Comeste Plano, a Comissão Europeia está a dar um passo no sentido de aumentar a eficácia daspolíticas e instrumentos da UE previstos no Tratado, tornando-se mais "sensíveis" àsnecessidades das zonas urbanas e assegurando que eles sejam aplicados na prossecução deobjectivos comuns. Alguns dos instrumentos existentes precisam de ser ajustados. Emalguns campos há a necessidade de criar novos instrumentos a fim de complementarem os"kit de ferramentas" existentes. As acções apresentadas são norteadas, em particular, pelos princípios seguintes:subsidiariedade, integração, parceria, sustentabilidade ambiental e eficiência do mercado.Será necessário que a análise e desenvolvimento de estratégias a nível local, dentro docontexto institucional de cada Estado-Membro, produzam definições e soluções urbanasespecíficas. A subsidiariedade assegura que a tomada de decisões se processe ao mais baixo nívelapropriado. As acções da UE nas zonas urbanas serão mais eficazes se forem umcomplemento de acções nacionais, regionais e locais, e se representarem um valoracrescentado comunitário. A UE deve empreender acções que não possam ser realizadas aum nível mais baixo com a mesma eficácia e custos. Regra geral, isso deverá tornar oquadro de políticas da UE mais sensível às necessidades urbanas e criar ferramentas que ascidades possam utilizar em benefício próprio. Deve ainda incentivar os Estados-Membros a

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aplicarem o princípio da subsidiariedade no seu território. A participação, aresponsabilização e a capacidade local são condições necessárias à eficácia dasubsidiariedade. Muitos dos problemas característicos das zonas urbanas são pluridimensionais e têmorigem na falta de integração ao nível das actividades do sector público: não só integraçãovertical entre os vários níveis da administração, mas também integração horizontal entre osvários sectores de política. As políticas nacionais e da UE podem servir de catalisadores,contribuindo para uma colaboração estreita entre os organismos que se ocupam dosaspectos económicos, sociais, culturais, de transportes, tecnológicos e ambientais dodesenvolvimento urbano aos níveis das cidades, sub-regional e regional. É igualmenteimportante um melhor acesso das autoridades urbanas à elaboração e aplicação daspolíticas pertinentes da UE. A parceria é necessária porque há problemas urbanos complexos que não podem serresolvidos por organismos ou entidades governamentais agindo isoladamente. A resoluçãode problemas é uma responsabilidade comum, que exige acção por parte de todos osintervenientes. Ao nível local, é importante assegurar a participação dos cidadãos e dossectores privado e das comunidades locais, garantindo desse modo que: sejam tidas emconta as aspirações dos principais intervenientes, sejam satisfeitas as necessidades debeneficiários-alvo locais, sejam mobilizados todos os recursos possíveis e seja atribuídoum maior valor à "propriedade" e empenhamento, aumentando desse modo a legitimidadee eficácia. As acções da UE em matéria de desenvolvimento urbano devem obedecer ao princípio dasustentabilidade ambiental. Satisfazer as necessidades do presente sem comprometer acapacidade de gerações futuras para satisfazerem as suas próprias necessidades exige umaabordagem de precaução, a utilização eficiente dos recursos naturais e a minimização daprodução de resíduos e poluição, devendo os métodos adoptados para esse efeito serinformados por ideias que tomem em conta os ecossistemas. As actividades comrepercussões ambientais indesejáveis devem ser desincentivadas, por exemplo, através daaplicação do princípio do "poluidor-pagador". É possível reduzir o impacto ambientalreforçando simultaneamente as ligações entre qualidade ambiental e melhorias sociais,económicas e da qualidade de vida a nível urbano. O princípio da eficiência do mercado realça a necessidade de utilizar tanto quanto possívelos mecanismos do mercado para desenvolver o potencial económico das zonas e sistemasurbanos e para ir ao encontro das novas tendências económicas e preferências sociais. Aomesmo tempo, a intervenção é muitas vezes necessária devido a deficiências do mercado,nomeadamente as consequências de uma distribuição adversa ou de uma formação depreços ineficiente. Norteada por estes princípios, a acção a nível da UE pode assumir várias formas oucombinar vários tipos de intervenção: desenvolvimento de políticas, designadamentelegislação nas esferas de competência da UE, conforme necessário; acções tendentes ainfluenciar o mercado; concessão de financiamentos, especialmente através dos FundosEstruturais; desenvolvimento do know-how sobre políticas urbanas e instrumentos depolítica urbana; e intercâmbio de experiências com vista ao aperfeiçoamento da formulaçãoe gestão de políticas urbanas.

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Nos capítulos seguintes, as acções propostas são agrupadas de acordo com quatroobjectivos políticos interdependentes: • Reforço da prosperidade económica e emprego nas cidades;• Promoção da igualdade, inclusão social e regeneração nas zonas urbanas;• Protecção e melhoramento do ambiente urbano tendo em vista a sustentabilidade local

e global;• Contribuição para a boa administração urbana e responsabilização local. Como estes objectivos são interdependentes, as acções poderão muitas vezes visarmúltiplas finalidades. Por exemplo, as acções no âmbito dos Fundos Estruturais destinadasa promover o crescimento económico de base urbana e reduzir as disparidades regionaistambém devem contribuir para a protecção e melhoria do ambiente urbano e para a coesãosocial. As acções destinadas a melhorar a qualidade do ambiente urbano devem realçar oapelo das cidades e a competitividade das empresas nelas localizadas. Além depromoverem as economias urbanas, as medidas tendentes a assegurar a sustentabilidadedos transportes contribuem para a inclusão social e para o melhoramento dos ambientesurbanos. Embora o presente Quadro de Acção diga principalmente respeito à UE com a sua actualconfiguração, pretende-se incentivar vivamente a participação dos países candidatos àadesão nos casos em que ela já exista ou esteja prevista (por exemplo, programas nosdomínios da educação e formação, bem como programas "Juventude para a Europa", LIFE,SAVE e Programa-Quadro de IDT).

3.1 Reforço da prosperidade económica e do emprego nas cidades

3.1.1 Objectivos políticos O mercado único e a União Económica e Monetária asseguram a base económica em queas cidades da Europa podem esperar prosperar. As acções da UE dirigidas especificamenteàs zonas urbanas englobadas nesta categoria devem contribuir principalmente para aconsecução dos seguintes objectivos: • Reforçar o papel das cidades como centros de crescimento económico regional,

produtividade e emprego, através de uma programação urbana integrada e explícita;apoiar um sistema urbano equilibrado e policêntrico8, bem como a cooperaçãointerurbana.

• Promover uma economia urbana variada, flexível e competitiva, dando especial relevo

ao capital humano, inovação, capacidade empresarial e desenvolvimento das PME,incluindo o turismo; alguns dos factores que poderão contribuir para isso são sistemasde transportes, comunicações e planeamento eficientes, um bom ambiente natural efísico, um bom desempenho das empresas em matéria de ambiente, uma boa qualidadede vida em termos sociais e culturais, e uma ambiência urbana atraente.

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• Apoiar o desenvolvimento do conhecimento e da experiência no que respeita aodesempenho económico das zonas urbanas, designadamente as condições subjacentes aesse desempenho, o impacto das políticas comunitárias e boas práticas de gestãourbana.

3.1.2 Acções Os principais instrumentos da UE neste contexto são os Fundos Estruturais. O papel dascidades como centros de crescimento económico regional e de inovação deve ser definidode uma forma mais clara na utilização dos Fundos Estruturais. A capacidade local paragerar empregos nas zonas urbanas é importante e precisa de ser tomada em conta de umaforma mais clara na formulação das políticas de emprego. A Comunidade é aindaresponsável por assegurar um bom enquadramento para a concorrência e pode dar umimportante contributo para o desenvolvimento da cooperação interurbana, bem como aonível do desenvolvimento do know-how sobre boas políticas e práticas. Acção 1: Uma programação urbana explícita com vista ao apoio dos Fundos Estruturais Para o período de 2000-2006, a Comissão propôs um pacote envolvendo um montante totalde 286,3 mil milhões de euros (a preços de 1999) para as políticas estruturais, dos quaiscerca de 2/3 se destinam ao Objectivo nº 1 e 21 mil milhões de euros ao Fundo de Coesão.Além disso, prevê-se a atribuição de 46,9 mil milhões de euros aos países candidatos àadesão, 7,3 mil milhões dos quais através do instrumento de pré-adesão para os transportese o ambiente (ISPA). Dado o papel crucial que as cidades desempenham no desenvolvimento regional, bemcomo as disparidades regionais da UE, é importante para a eficácia da política regional queesses financiamentos sejam relacionados de uma forma mais explícita com as necessidadese potencialidades urbanas ao nível das regiões. Isso será conseguido introduzindoexplicitamente a dimensão urbana na programação dos Fundos Estruturais. Por outro lado,conferiria maior legitimidade e promoveria uma maior responsabilização local ao levar àparticipação dos decisores locais e ao alargamento das parcerias. No passado, a inclusão explícita da dimensão urbana nos principais financiamentos dosFundos Estruturais foi a excepção e não a regra. A iniciativa comunitária URBAN e osprojectos-piloto urbanos têm sublinhado a importância de uma acção urbana integrada etêm despertado um interesse e empenhamento consideráveis por parte das autoridades ecomunidades urbanas, do Parlamento Europeu e do Comité das Regiões. Os projectos de regulamentos dos Fundos Estruturais propostos pela Comissão contêm osprincipais instrumentos para simplificar esta prática, designadamente o alargamento daparceria às autoridades e organismos socioeconómicos locais. A inclusão explícita dadimensão urbana na programação dos Fundos Estruturais fará parte das linhas deorientação que a Comissão tenciona adoptar relativamente à utilização dos fundos pelosEstados-Membros. De um modo geral, isto será conseguido promovendo a preparação eexecução de acções integradas de desenvolvimento urbano.

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As acções integradas de desenvolvimento urbano pretendem ser parte integrante dos planosde desenvolvimento, Quadros Comunitários de Apoio, Documentos Únicos deProgramação, programas operacionais e do suplemento de programação previsto no artigo14º da proposta de regulamento que estabelece as disposições gerais dos FundosEstruturais. Não pretendem ser documentos alternativos aos programas regionais, mascomponentes importantes. Assim, os planos regionais e programas operacionais deverãomencionar explicitamente os problemas de desenvolvimento, potencial e objectivos dasprincipais zonas urbanas da região. Devem, portanto, ir além de uma formulaçãomeramente sectorial da acção regional; devem organizar um pacote de medidas integradasexplícitas para essas zonas urbanas como parte da estratégia regional. Devem aindaidentificar os parceiros adequados, os dados de base e os indicadores de controlo. De acordo com os objectivos supracitados (3.1.1), as acções integradas de desenvolvimentourbano podem combinar medidas, contribuindo para uma economia local variada eflexível, o desenvolvimento do capital humano e de emprego local, o melhoramento doambiente urbano (designadamente sistemas de transportes sustentáveis, fontes de energiarenováveis e gestão racional da energia, que têm todos um potencial significativo emtermos de criação de empregos), a renovação dos centros históricos e o desenvolvimentodas infra-estruturas e tecnologia urbanas. Há que dar especial relevo à renovação econsolidação do tecido urbano e à utilização mista, bem como ter em atenção acomplementaridade que existe entre as zonas urbanas dentro das regiões e entre as zonasurbanas e rurais. O apoio à regeneração das zonas urbanas descrito no ponto 3.2.2 dopresente Quadro de Acção deve fazer parte integrante das acções integradas dedesenvolvimento urbano, quando aplicável. A responsabilidade pela realização de uma acção integrada de desenvolvimento urbanopode frequentemente ser partilhada pelos níveis de administração nacional, regional e localconsoante a estrutura institucional dos Estados-Membros. Trata-se, portanto, de acções quetambém podem contribuir para a integração vertical. A Comissão espera que os Estados-Membros utilizem os subsídios globais como forma privilegiada de financiar as acçõesintegradas de desenvolvimento urbano. Uma programação urbana explícita com vista à obtenção de apoio por parte dos FundosEstruturais pode contribuir para melhorar a coordenação com a acção comunitária nocontexto das redes transeuropeias. Há que dedicar atenção às cidades que não fazem parte,directamente, da rede transeuropeia de transportes (RTT) e apoiar as ligações detransportes locais e regionais às redes nacionais e à RTT, tendo em conta a sustentabilidadee a acessibilidade urbana. As interfaces entre a RTT e as zonas locais que privilegiem aintermodalidade e contribuam para sistemas de transportes urbanos sustentáveis podemreceber apoio do FEDER e do Fundo de Coesão. Do mesmo modo, será particularmentenecessário o apoio do ISPA a este tipo de sistemas atendendo à enorme poluição dascidades dos países candidatos à adesão. Poderá igualmente ser assegurado apoio às redestranseuropeias de telecomunicações, que podem contribuir para uma maior distribuição dosserviços de valor acrescentado orientados para os utentes que sejam particularmenterelevantes para o desenvolvimento urbano. As suas linhas de orientação já prevêem ainteroperabilidade entre as redes e as zonas urbanas. As acções integradas de desenvolvimento urbano também irão contribuir para uma maiorsinergia entre os empréstimos do Banco Europeu de Investimento (BEI) e os Fundos

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Estruturais. A Comissão tenciona examinar a possibilidade de criação de novascomplementaridades. O BEI já está a dar apoio ao investimento em programas deregeneração urbana e projectos-modelo urbanos, bem como em sistemas de transportesurbanos e na qualidade do ambiente, incluindo habitação social. O Programa de AcçãoEspecial de Amesterdão para o BEI também irá assegurar recursos para o investimento alongo prazo na educação, formação e saúde. As acções integradas de desenvolvimento urbano também podem ser utilizadas para criarsinergias com outras acções políticas da UE, bem como acções nacionais, regionais elocais. Acção 2: Políticas de emprego com uma dimensão urbana reforçada Desde a sua comunicação de 1995 sobre "Uma estratégia europeia para promover odesenvolvimento local e as iniciativas no domínio do emprego", a Comissão tem vindo apromover activamente uma maior participação local nas políticas de emprego. Aimportância destas iniciativas locais foi confirmada e tem sido reforçada pelas orientaçõespara o emprego. A acção a nível urbano é relevante em termos dos quatro pilares das orientações para oemprego (melhorar a capacidade de emprego; desenvolver a capacidade empresarial;promover a adaptabilidade das empresas e dos seus empregados; reforçar as políticas emmatéria de igualdade de oportunidades). Relativamente ao pilar "desenvolver a capacidadeempresarial", os Estados-Membros comprometeram-se a "estudar medidas que lhespermitam explorar plenamente as possibilidades oferecidas pela criação de empregos anível local, na economia social, e em novas actividades ligadas a necessidades que omercado ainda não satisfaz, e examinar os obstáculos a essas medidas com vista a reduzi-los". O Conselho Europeu a realizar proximamente em Viena, em Dezembro de 1998,deverá confirmar esta abordagem. De acordo com as conclusões da Cimeira do Emprego realizada no Luxemburgo e tendoem vista o novo Título relativo ao Emprego do Tratado de Amesterdão, a Comissãotenciona dar apoio financeiro ao intercâmbio de experiências e boas práticas, bem como aprojectos-piloto neste domínio. A dimensão urbana será uma importante dimensão. OsPactos Territoriais para o Emprego também são muitas vezes aplicados no contextourbano, e a Comissão tenciona continuar a promover o conhecimento transnacional sobreos mesmos. O apoio a iniciativas locais de desenvolvimento e emprego também é um importanteelemento do projecto de regulamento do Fundo Social Europeu, designadamente ainiciativa comunitária para os recursos humanos (Acção 7). Acção 3: Apoio a "centros de conhecimento europeu" No âmbito do novo Programa de Acção comunitário para a educação e formação, será dadoapoio ao "centros de conhecimento europeu" com vista ao desenvolvimento do capitalhumano e do conhecimento nas zonas urbanas.

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Fazendo parte de um programa coordenado da UE, os referidos centros de conhecimentopoderão concentrar recursos e, através da criação de redes, procurar assegurar que os várioscentros beneficiem das melhores práticas contemporâneas, designadamente no que serefere à aplicação das tecnologias da informação e da comunicação à aprendizagem. A fimde promover o intercâmbio entre as cidades da UE com mais recursos e com menosrecursos, a Comissão e os Estados-Membros devem assegurar que sejam estabelecidasligações adequadas entre estes centros e o apoio dos Fundos Estruturais organizado noâmbito das acções integradas de desenvolvimento urbano (Acção 1). Acção 4: Promoção da cooperação interurbana No âmbito da nova iniciativa comunitária para a cooperação transfronteiriça, transnacionale inter-regional, destinada a promover o desenvolvimento equilibrado que a Comissãopropõe para financiamento pelo FEDER a partir do ano 2000, a Comissão também tencionapromover a cooperação entre as zonas urbanas nos vários Estados-Membros. Essacooperação visará, em particular, o desenvolvimento e a aplicação de estratégias dedesenvolvimento urbano transfronteiriço e inter-regionais comuns e o planeamento deabordagens. Está igualmente previsto que, no âmbito da referida iniciativa, a criação deredes e agrupamentos entre intervenientes da UE e centros urbanos dos países candidatosseja também apoiada através do programa PHARE/cooperação transfronteiriça. Acção 5: Promoção de transportes urbanos atraentes As estratégias de transportes urbanos precisam de ter em conta o impacto docongestionamento de tráfego ao nível da eficiência das cidades e do bem-estar pessoal - asformas como a excessiva dependência do automóvel incentiva a expansão das zonasconstruídas e reduz a mobilidade das pessoas que não têm um automóvel, bem como oimpacto da poluição e do ruído no nosso ambiente. A fim de resolver estes problemas, ascidades precisam de adoptar uma abordagem integrada destinada a promover a utilizaçãodos transportes públicos e bicicletas, as deslocações a pé e a partilha de veículosparticulares. Os instrumentos económicos, nomeadamente as tarifas rodoviárias, podemdesempenhar um papel decisivo, quando aplicável. Na sua comunicação "Desenvolver arede dos cidadãos" (COM(98)431), a Comissão apresentou o programa de trabalho quetenciona adoptar para catalisar e apoiar acções nestas áreas por parte das autoridades,operadores e grupos de utentes de transportes. Para serem atraentes, os transportes urbanos também exigem que as autoridades urbanasavaliem que tipo e nível de transportes são necessários na sua zona, fixem (e paguem)níveis de serviços que não são comercialmente viáveis, trabalhem em colaboração com osoperadores de transportes no sentido de desenvolverem novos tipos de serviços esalvaguardarem a qualidade, integração e boa aplicação do dinheiro. É essencial que haja entre os operadores e as autoridades contratos claros, que estabeleçam,designadamente, objectivos de qualidade. A Comissão está neste momento a pensar naforma de actualizar o quadro regulamentar dos transportes públicos nacionais de modo aassegurar que todos os interessados, designadamente as autoridades locais, os operadores eos grupos de utentes, obtenham benefícios máximos.

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Acção 6: Desenvolvimento do know-how e intercâmbio de experiências sobre desempenhoseconómicos urbanos A investigação no âmbito do Quinto Programa-Quadro de IDT poderá contribuir para oaumento da produtividade, emprego e crescimento económico nas cidades. A "cidade" édestacada como questão fundamental, pela primeira vez, no Programa-Quadro, através daacção-chave "A cidade de amanhã e o património cultural". O objectivo da acção-chave "A cidade de amanhã e o património cultural" é promover odesenvolvimento económico sustentável e a competitividade das cidades europeias atravésde serviços fiáveis e acessíveis. Dá-se relevo à integração de todo o leque de questõesurbanas, designadamente o desenvolvimento económico, a competitividade e o emprego, aeficiência dos recursos de edifícios e eficiência dos transportes urbanos (ver também asacções descritas nos pontos 3.2.2, 3.3.2 e 3.4.2). Será ainda realizado trabalho de investigação relevante para as zonas urbanas no âmbito doprograma "Crescimento competitivo e sustentável"; da acção-chave "Produtos, processo eorganização"; e da acção-chave "Transportes terrestres e tecnologia marinha", que visa odesenvolvimento, validação e demonstração da tecnologia de veículos e conceitos deengenharia fundamentais. A Comissão tenciona também realizar uma série de estudos em campos relacionados com acompetitividade e o desenvolvimento económico das zonas urbanas, designadamente sobreos factores do desempenho das cidades nos domínios económico e do emprego, tanto naUE como nos países candidatos; sistemas fiscais locais e regionais; o impacto urbano dasRTT, especialmente nas regiões menos desenvolvidas e nos países candidatos à adesão; opapel das instituições financeiras no que se refere a contribuir para uma capacidadeempresarial favorável ao ambiente ao nível das PME e para o arranque de novas empresasnas zonas urbanas. O desenvolvimento cultural e o património são cruciais para a vitalidade das cidades e parao seu desempenho económico. Eles contribuem para o desenvolvimento da identidade e docapital social das cidades. Através do programa RAPHAEL, a Comissão tenciona financiaro intercâmbio de experiências sobre sistemas que visam tornar as cidades mais atraentes ecompetitivas através do desenvolvimento cultural. Esta acção será apoiada pelainvestigação anteriormente referida. A recreação, o lazer e o turismo empresarial têm vindo a tornar-se cada vez maisimportantes para a prosperidade económica e emprego nas zonas urbanas. A Comissão irátambém promover o intercâmbio de experiências no domínio do turismo urbano, com vistaa aumentar a capacidade das cidades para gerirem a mobilidade dos turistas como parte deestratégias sustentáveis de desenvolvimento urbano.

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3.2 Promoção da igualdade, inclusão social e regeneração nas zonas urbanas

3.2.1 Objectivos políticos O objectivo político neste campo é promover a igualdade de oportunidades e a integraçãosocial e económica, bem como melhores condições de vida e de trabalho para as pessoasque pertencem a grupos de baixo rendimento, grupos que são alvo de discriminação eoutros grupos urbanos socialmente excluídos, e ainda apoiar a regeneração de zonasurbanas em dificuldade. A acção da UE deve contribuir, em particular, para a consecuçãodos seguintes objectivos: • Alargar as vias de acesso ao emprego e à integração, particularmente, para o núcleo

duro de desempregados de longa duração, jovens que abandonaram o ensino, famíliasmonoparentais e minorias étnicas ou raciais, bem como outras vítimas da exclusãoeconómica e social.

• Oferecer serviços básicos adequados, acessíveis e a preços razoáveis, especialmente, no

que se refere ao emprego, educação e formação, saúde, energia, transportes ecomunicações, policiamento e justiça, com vista a prevenir e também corrigir osproblemas da exclusão.

• Intensificar o desenvolvimento económico e o emprego, especialmente através do apoio

ao arranque de novas empresas, criação de infra-estruturas adequadas e de serviços deaconselhamento e de outra natureza para as empresas existentes e para as empresas dascomunidades locais.

• Melhorar o ambiente físico, reduzir a poluição e desenvolver as paisagens naturais nas

zonas urbanas e bairros em dificuldade. • Prevenir o crime urbano, designadamente a delinquência juvenil, e aumentar a

segurança. • Reforçar, de uma forma integrada, as capacidades locais para responder a necessidades

específicas, bem como o potencial das comunidades de zonas urbanas e bairrosdesfavorecidos.

3.2.2 Acções O quadro da acção comunitária neste domínio foi alargado pelo Tratado de Amesterdão. Épossível contribuir para o aumento da cooperação no seio da UE e para o desenvolvimentodo intercâmbio de know-how no combate à exclusão e discriminação através de soluçõeslocais para a regeneração urbana no âmbito dos Fundos Estruturais.

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Acção 7: Cooperação no combate à discriminação e à exclusão social Com a ratificação do Tratado de Amesterdão, a União Europeia será mandatada para: a)combater a exclusão social através da intensificação e melhoramento da cooperação entreos Estados-Membros no terreno (artigo 137º); e b) empreender acções apropriadas decombate à discriminação baseada no sexo, raça ou origem étnica, religião ou convicções,deficiências, idade ou orientação sexual (artigo 13º). O impacto da acção comunitária nestes dois campos, embora de carácter horizontal, podeser importante para as cidades. Nas zonas urbanas verificam-se múltiplas formas dediscriminação. Nas cidades, a introdução de medidas de combate à discriminação pode terum importante impacto, bem como um efeito de demonstração. A elevada incidência econcentração da exclusão e pobreza em muitas cidades pode criar oportunidades decooperação entre os Estados-Membros em termos de políticas e medidas tendentes apromover a inclusão num contexto urbano. Embora muitos destes problemas sejamsemelhantes em toda a Europa, as diferentes abordagens adoptadas nos vários locaistraduzem-se numa grande diversidade de experiências que a acção a nível da UE podeajudar a avaliar e partilhar. A Comissão irá, portanto, procurar promover a cooperação especificamente ao nível daszonas urbanas, sempre que isso seja apropriado, bem como a participação das ONG edoutros intervenientes na sociedade civil. A cooperação visará, normalmente, a aquisição eintercâmbio de conhecimentos acerca da natureza e gravidade da exclusão, a avaliação daeficácia das políticas, de modo a assegurar que a inclusão social se torne uma preocupaçãodominante. A cooperação ao nível de novos meios de combate à discriminação e às desigualdades deacesso ao mercado de trabalho serão tema de uma Iniciativa Comunitária para os recursoshumanos proposta no âmbito dos Fundos Estruturais. Esta iniciativa irá apoiar novasformas de combater a discriminação e as desigualdades em relação ao emprego, bem comofinanciar projectos integrados envolvendo múltiplos parceiros, em que as organizaçõespúblicas, privadas e não-governamentais trabalhem em parceria como membros de redestransnacionais mais amplas. Os projectos incidirão nos mecanismos que geram ouintensificam a discriminação, bem como nas políticas susceptíveis de promoveractivamente a inclusão, com o objectivo de definir soluções conjuntas baseadas nasmelhores práticas passíveis de serem sistematicamente integradas nas políticas nacionais eda União. As autoridades das cidades e os intervenientes urbanos serão importantesparceiros nestes projectos. A acção comunitária de combate à discriminação poderá aliar propostas legislativas a umprograma de acção, tendo em vista um maior conhecimento, o intercâmbio das melhoraspráticas, a sensibilização e a informação. Prevendo a ratificação do Tratado de Amesterdão (nº 2 do artigo 3º), a Comissão propôsainda que os Fundos Estruturais contribuíssem para a eliminação de desigualdades. AComissão tenciona adoptar linhas de orientação que prevejam uma avaliação sistemática docontributo dos fundos para a redução da exclusão, pobreza e outros tipos de desigualdades.

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Acção 8: Apoio dos Fundos Estruturais a acções locais de regeneração urbana A necessidade de políticas locais envolvendo múltiplos sectores tem vindo a serprogressivamente reconhecida no domínio da regeneração urbana. Essas políticas têm deter em conta a concentração de sofrimento social, degradação ambiental, crime e declínioeconómico em zonas específicas das cidades. Contudo, os problemas das zonasdesfavorecidas não podem ser resolvidos por políticas que incidam exclusivamente nessaszonas. As acções devem integrar essas zonas no tecido social, económico e físico maisamplo da cidade e da região. A Comissão propôs que, no âmbito do novo Objectivo nº 2, o apoio dos Fundos Estruturaisseja dirigido para a conversão económica e social das zonas em dificuldade estruturais,nomeadamente as zonas urbanas. Os projectos de regulamentos propõem que as "zonas urbanas em dificuldade" satisfaçampelo menos um dos seguintes critérios: uma taxa de desemprego de longa duração superiorà média comunitária; um elevado nível de pobreza, incluindo condições de habitaçãoprecárias; um ambiente particularmente degradado; uma elevada taxa de criminalidade;baixos níveis de educação e aproveitamento escolar. A dimensão adequada da zona emtermos de população variará, consoante as necessidades específicas de investimento,recursos disponíveis, e o contexto urbano e nacional. A definição dos limites das zonasdeve reflectir a ponderação desses factores, mas há que evitar uma dispersão de recursos.Além disso, o processo de selecção das zonas deve evitar a estigmatização de bairrosurbanos. As zonas urbanas das regiões do Objectivo nº 1 e de outras regiões do Objectivo nº 2 queestão a atravessar um processo de conversão também poderão adoptar abordagens locaisem relação aos seus problemas urbanos. De acordo com os regulamentos propostos, osesforços orientados para comunidades locais específicas farão parte de programas maisamplos, tanto nas regiões do Objectivo nº 1 como do Objectivo nº 2. No caso do Objectivonº 2, a programação deverá prever o estabelecimento de ligações entre as zonas urbanas emdificuldade e outras zonas de conversão (industriais, rurais, pescas) elegíveis a título doObjectivo nº 2. As acções de regeneração urbana locais devem fazer parte integrante de planos dedesenvolvimento ou de conversão, Quadros Comunitários de Apoio, Documentos Únicosde Programação e Programas Operacionais, bem como do suplemento de programaçãoprevisto no artigo 14º do projecto de regulamento que estabelece as disposições gerais dosFundos Estruturais. Tal como no caso das acções integradas de desenvolvimento urbanomencionadas no número 3.1.2 (de que também poderão fazer parte), as acções deregeneração urbana locais pretendem ser uma componente essencial dos programasregionais, e não alternativas a esses programas. A Comissão tenciona adoptar linhas de orientação para utilização dos Fundos Estruturaisno âmbito dos Objectivos nºs 1 e 2, com vista a promover uma abordagem integrada localdo desenvolvimento da regeneração urbana, com base nas experiências bem-sucedidas dosEstados-Membros, as actuais iniciativas comunitárias URBAN e INTEGRA, e osprojectos-piloto urbanos do FEDER. As principais características da regeneração urbanalocal são:

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• parcerias fortes para definir os desafios, estratégia, prioridades, e distribuição de

recursos, e para executar, controlar e avaliar a estratégia. As parcerias devem incluirparceiros económicos e sociais, ONG e grupos de residentes;

• articulação do plano estratégico para a zona em questão com a rede económica, social e

física de toda a zona urbana, designadamente entre as parcerias das comunidades locaise agentes responsáveis pela estratégia social e económica de toda a conurbação;

• integração dos aspectos económicos, sociais, de segurança, ambiental e de transportes,

incluindo o acesso aos empregos e oportunidades de formação por parte das zonas degrande concentração de exclusão;

• desenvolvimento de capacidades e responsabilização dos grupos excluídos a nível

local; • adopção de uma abordagem plurianual e contratual com resultados acordados e

medidas do desempenho. Os Estados-Membros podem incluir nos programas outras medidas que se relacionem comas que são apoiadas pelos Fundos Estruturais. Acção 9: Escolas de segunda oportunidade No âmbito dos programas de educação, formação e "Juventude para a Europa", a Comissãoirá apoiar acções inovadoras que incidam no desenvolvimento de medidas nas áreas doensino de segunda oportunidade e da formação nas zonas urbanas. Os programas deverãoapoiar, em particular, as parcerias transnacionais entre escolas, medidas para corrigir oinsucesso escolar, acções para combater a exclusão social nas zonas desfavorecidas e apoioà formação de formadores. Acção 10: Desenvolvimento do know-how e intercâmbio de experiências nos domínios dadiscriminação, exclusão e regeneração urbana A investigação, controlo e avaliação a nível da UE no que se refere a questões dediscriminação, exclusão social, pobreza e delinquência nas zonas urbanas serãoincentivados através de medidas que a Comissão tenciona adoptar com base nos artigos 13ºe 137º do novo Tratado de Amesterdão, bem como no âmbito das acções-chave destinadasa melhorar a "base de conhecimentos socioeconómicos" do Quinto Programa-Quadro deIDT. As prioridades de investigação deverão incluir questões relacionadas com a coesãosocial e o multiculturalismo; as dimensões territoriais dos processos e políticasrelacionados com a exclusão; a definição de indicadores de exclusão/inclusão social e"sistemas de alarme precoce"; a protecção social e os serviços públicos; bem como aqualidade de vida. O Quinto Programa-Quadro propõe actividades de investigaçãocomplementares no âmbito da acção-chave relativa ao "Envelhecimento da População". Ointercâmbio de experiências também incidirá na mudança de atitudes e na melhoria dalegislação em matéria de discriminação, prevenção da delinquência, qualidade de vida enecessidades dos idosos em termos de habitação, cuidados, mobilidade, acessibilidade,lazer, etc.

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A Comissão dará seguimento a projectos-piloto para combater o abuso de drogas e arecolha e divulgação de informação conexa sobre boas práticas e experiências. Estesaspectos serão abordados em conjunto com o Observatório da Droga e daToxicodependência.

3.3 Protecção e melhoria do ambiente urbano: rumo à sustentabilidade local eglobal

3.3.1 Objectivos políticos O objectivo geral neste domínio é a protecção e melhoria do ambiente urbano com vista auma melhor qualidade de vida, protecção da saúde humana e dos ecossistemas locais eglobais. A via a seguir é a da redução do impacto ambiental total (ou "projecçãoecológica") das actividades urbanas, já que essa via conduzirá a melhorias tanto nas zonasurbanas da UE como doutros países. A acção da UE deve contribuir, em particular, para aconsecução dos seguintes objectivos: • Melhorar a qualidade do ar nas zonas urbanas, a fiabilidade e qualidade dos

abastecimentos de água para consumo humano, a protecção e gestão das águas desuperfície e de subsolo, reduzir na fonte a quantidade de resíduos que requeremeliminação definitiva e reduzir o ruído ambiental.

• Proteger e melhorar o ambiente construído e o património cultural, bem como a

biodiversidade e os espaços verdes das zonas urbanas. • Promover modalidades de fixação que sejam eficientes em termos de recursos e

minimizem a utilização de solos e a expansão das zonas construídas. • Minimizar o impacto ambiental dos transportes, escolhendo uma via de

desenvolvimento económico que seja menos intensiva em termos de transportes epromovendo a utilização de modos de transporte mais sustentáveis em termosambientais.

• Melhorar o desempenho ambiental das empresas, promovendo a boa gestão ambiental

em todos os sectores. • Efectuar reduções mensuráveis e significativas das emissões de gases responsáveis pelo

efeito de estufa nas zonas urbanas, especialmente através da utilização racional daenergia, do incremento das fontes de energia renováveis, da co-geração de electricidadee calor e da redução de resíduos.

• Minimizar e gerir os riscos ambientais nas zonas urbanas. • Promover abordagens holísticas, integradas e ambientalmente sustentáveis em relação à

gestão das zonas urbanas; dentro das zonas urbanas funcionais, promover abordagensdo desenvolvimento que tenham em conta os ecossistemas e reconheçam a dependência

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recíproca que existe entre as cidades e as zonas rurais, melhorando desse modo asligações entre os centros urbanos e o seu ambiente rural.

3.3.2 Acções Embora todos os aspectos da política ambiental produzam sempre algum impacto urbano,as acções aqui sublinhadas são as que se considera terem mais probabilidade de levar amelhorias demonstráveis no terreno, nas zonas urbanas, ou de promover abordagens maisintegradas e sustentáveis do desenvolvimento e gestão urbanos. A legislação continua a sero principal instrumento da política ambiental. No entanto, através do Quinto Programa deAcção no domínio do Ambiente, a abordagem legislativa é complementada por uma sériede medidas destinadas a permitir que vários grupos, incluindo todos os níveis deadministração, cumpram as suas responsabilidades comuns no que se refere ao ambiente eà sustentabilidade. Essas medidas incluem financiamentos, instrumentos fiscais (porexemplo, impostos e encargos ambientais), incentivos financeiros, instrumentos desensibilização e elaboração de relatórios, como os rótulos ecológicos e as acçõesdesenvolvidas em cooperação (por exemplo, acordos voluntários com a indústria). A co-decisão sobre a revisão do Quinto Programa de Acção vincula a Comunidade à obrigaçãode definir uma abordagem mais completa das questões urbanas e a alargar o leque deinstrumentos, especialmente medidas baseadas no mercado (como a contabilidade verde). Acção 11: Melhor aplicação da legislação existente em matéria de ambiente a nívelurbano A fim de assegurar novas melhorias do ambiente urbano, é especialmente importante aaplicação eficaz das Directivas existentes em matéria de qualidade do ar, águas residuaisurbanas, água para consumo humano, águas balneares, resíduos, controlo integrado dapoluição e avaliação do impacto ambiental, nomeadamente no que se refere às operaçõesdos Fundos Estruturais. Na comunicação sobre a Aplicação da Legislação Comunitária em matéria de Ambiente de19969 foram propostas medidas tendentes a melhorar a execução da legislação. A UEtenciona assegurar uma maior participação dos cidadãos nestes processos. A fim depromover uma maior consistência ao nível da aplicação e execução da legislaçãocomunitária em matéria de ambiente, a Comissão irá incentivar a criação, nos Estados-Membros, de redes de coordenação ligadas à rede informal para a Aplicação e Execução daLegislação Ambiental (IMPEL). Espera-se que estas medidas dêem origem a ligações maisfortes entre as autoridades locais urbanas com responsabilidades em matéria de execução, ea uma maior articulação entre os organismos de execução locais e regionais e a ComissãoEuropeia. A avaliação do impacto ambiental é especialmente importante no que respeita à integraçãodas preocupações ambientais noutras áreas de política da UE, previstas no Tratado. ADirectiva 85/337/CEE sobre os efeitos de determinados projectos públicos e privados noambiente é actualmente o principal instrumento para assegurar que grande parte dos novosempreendimentos urbanos tenham em conta o ambiente e que haja uma consulta do públicoantes de os empreendimentos serem autorizados. A Comissão está a procurar maneiras demelhorar a sua aplicação. A adopção da proposta de Directiva relativa à avaliação dos

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efeitos de determinados planos e programas no ambiente (avaliação ambiental estratégica(AAE)) estipulará que a avaliação do impacto ambiental seja efectuada nas primeiras fasesdo processo de planeamento, de modo a permitir a selecção das opções de desenvolvimentourbano mais sustentáveis. Acção 12: Nova legislação em matéria de resíduos, qualidade do ar, água e ruído Além de controlar os resíduos e determinados poluentes, a legislação nesta áreafundamental exige que sejam adoptadas abordagens integradas em relação à gestão doambiente urbano. Por exemplo, as Directivas relativas a resíduos10 já obrigam os Estados-Membros aelaborarem planos de gestão para a eliminação de vários tipos de resíduos em que seidentifiquem a quantidade, origem e itinerários utilizados. As novas Directivas e asDirectivas modificadas obrigam cada vez mais os Estados-Membros a criar sistemas derecolha para resíduos separados e a definir soluções para fluxos de resíduos específicos,tais como produtos de consumo em fim de vida útil (especialmente automóveis e resíduoselectrónicos) e matéria orgânica. A Directiva-Quadro 96/62/CE relativa à qualidade do ar alia valores-limite para váriospoluentes à obrigação de os Estados-Membros apresentarem planos de acçãopormenorizados ao nível das zonas ou aglomerados urbanos, em que se demonstre a formacomo esses limites irão ser cumpridos, e de informar os cidadãos sempre que os limites depoluição do ar sejam ultrapassados. Esta Directiva também autoriza a Comissão a publicaranualmente uma lista das cidades que não estão a cumprir esses limites, uma medida quepoderá ter importantes repercussões em termos da imagem dessas cidades. Em colaboraçãocom a Agência Europeia do Ambiente, a Comissão irá preparar orientações para ajudar osEstados-Membros e as autoridades locais na aplicação da Directiva. A Comissão procurará assegurar que a dimensão urbana seja tida em conta na preparaçãode toda a nova legislação ambiental e de outros instrumentos. Uma forma de o fazer serápromover a participação das autoridades urbanas locais bem como doutros interessados naformulação de novos instrumentos, tal como já acontece na preparação de legislação sobreo ruído ambiental. Acção 13: Reforço do controlo da poluição e acções de saneamento nas cidades A UE já criou um poderoso regime de prevenção e controlo integrados da poluição quebeneficia as zonas urbanas.11

A legislação a ser proposta no âmbito do Livro Branco sobre responsabilidade em matériade ambiente irá introduzir medidas destinadas a aplicar os princípios da prevenção, daprecaução e do poluidor-pagador, atribuindo responsabilidade pelo saneamento de terrascontaminadas e assegurando que sejam assegurados fundos para fins de restauração esaneamento. O regime de responsabilidade ambiental aplicar-se-á também a outros tipos dedanos ambientais, designadamente danos a recursos naturais como, por exemplo, os quegozam de protecção nos termos das Directivas relativas ao habitat e às aves e da Directiva-quadro relativa à água. Embora grande parte desses locais se situem em zonas rurais,

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alguns são adjacentes a grandes cidades, e há algumas espécies protegidas que têm umhabitat urbano. Acção 14: Contribuir para a redução do impacto ambiental dos transportes urbanos A redução do impacto ambiental dos transportes nas zonas urbanas exige uma grandediversidade de acções. Isto implica reduzir a quantidade de poluição emitida por cadamodo de transporte, por quilómetro de deslocação; promover a utilização de modos detransporte mais sustentáveis; e dedicar uma maior atenção aos factores que determinam aprocura total de transportes. No âmbito do processo de revisão das orientações do Conselho relativas à RTT, que teráinício em 1999, a Comissão irá decidir se deverá incluir terminais de passageirosintermodais. A Comissão irá igualmente considerar se haverá circunstâncias específicas emque devam ser incluídas na rede ligações às infra-estruturas locais e regionais; a forma deassegurar que os promotores de sistemas de RTT tenham em conta a acessibilidade porparte de pessoas com reduzida mobilidade; a forma de levar os promotores a tirarempartido das novas oportunidades criadas por melhorias ao nível das capacidades, com vistaa promover modos de transporte sustentáveis e um melhor ambiente local. São necessárias melhorias tecnológicas e novos combustíveis para reduzir as emissões detodos os tipos de veículos a motor. O programa Auto/Oil é uma medida fundamental nestecontexto. A Comissão irá apresentar critérios de elevada qualidade facultativos para osveículos a motor, dando assim às autoridades urbanas uma excelente oportunidade depromoverem veículos e motores menos nocivos para o ambiente relativamente a gruposespecíficos de veículos, tais como táxis, autocarros, veículos ligeiros de mercadorias ecamiões de recolha de lixo. A Comissão está neste momento a aplicar a estratégia daComunidade relativa às emissões de CO2 dos automóveis através de um acordo ambientalcom a indústria automóvel e de propostas legislativas sobre um sistema de controlo e sobreum sistema destinado a informar os consumidores sobre a economia de combustíveis. Acção 15: Gestão sustentável da energia urbana Dado o consumo significativo de energia nas zonas urbanas e todas as questões ambientaisque daí decorrem, é importante promover uma gestão sustentável da energia. A Comissãoprosseguirá os seus esforços no sentido de promover um maior rendimento energético e aeconomia de energia, bem como uma utilização mais intensiva de fontes de energiarenováveis nas zonas urbanas, através de acções no âmbito de todas as políticas pertinentese dos programas ALTENER II e SAVE II, e das partes pertinentes do Quinto Programa-Quadro de IDT. Será proposto um plano de acção com uma dimensão urbana em que serão definidas asprioridades da política de rendimento energético da Comunidade no contexto dos acordosde Quioto. Serão propostas acções com uma dimensão urbana no que se refere às energiasrenováveis, no contexto do seguimento dado ao Livro Branco sobre as energias renováveis.A Comissão também procurará assegurar que a dimensão urbana seja tida em conta nacriação de nova legislação e outros instrumentos.

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Dada a necessidade de agir a nível local, a Comissão continuará a incentivar a criação deorganismos locais e regionais de energia através do programa SAVE II. Procurar-se-átambém incentivar as autoridades locais a recorrerem ao apoio dos Fundos Estruturais, talcomo se prevê mais adiante, na Acção 18. Além disso, serão estabelecidas ligações comautoridades locais e regionais dos países candidatos à adesão. Acção 16: Protecção do clima As primeiras medidas no domínio das alterações climáticas, no contexto do programa deacções definido após a Conferência de Quioto, são definidas na Comunicação sobreAlterações Climáticas - Para uma estratégia da UE pós-Quioto.12 Neste documentoreferem-se questões fundamentais a serem discutidas tanto a nível da Comunidade comodos Estados-Membros, por exemplo, o rendimento energético e a duplicação para 12% dapercentagem das energias renováveis no equilíbrio energético até ao ano 2010, ostransportes e a eliminação de resíduos, que têm todos uma importante dimensão urbana. Asmedidas que os Estados-Membros têm de tomar produzirão, inevitavelmente, um impactonas cidades. Outras medidas que estão a ser preparadas deverão melhorar as "condições-quadro" necessárias para se trabalhar no sentido do desenvolvimento urbano sustentável,em particular a proposta de uma Directiva sobre a tributação dos produtos energéticos quedeverá contribuir para uma redução das emissões de CO2. Vários Estados-Membrosintroduziram impostos aplicáveis às emissões de CO2 com vista a conseguir reduções deemissões superiores aos objectivos de Quioto, uma medida que a adopção da presenteproposta irá facilitar. Acção 17: Alargamento da atribuição de rótulo ecológico e o Sistema de Ecogestão eAuditoria (SEA) Estes dois sistemas baseados no mercado destinam-se a assegurar que os produtos (selos deecoprodutos) e os processos ecológicos sejam recompensados no mercado.13 A participaçãoneles é voluntária. Tendo sido inicialmente criados tendo em vista a indústria fabril, osregulamentos que criam estes sistemas estão actualmente a ser revistos a fim de alargar asua aplicação a outros sectores, nomeadamente o dos serviços (por exemplo, turismo,transportes, banca e seguros). A revisão do regulamento sobre a atribuição de rótulosecológicos está neste momento a ser discutida com as outras instituições da UE. Aexistência de produtos e serviços declarados "verdes" deverá contribuir para umacontratação pública com impacto ambiental reduzido. Pretende-se promover a aplicaçãodestes sistemas e de outras boas práticas de gestão ambiental principalmente ao nível dasPME, já que é essencial estas empresas terem um melhor desempenho em termosambientais para se manterem e incentivarem zonas de utilização mista dinâmicas noscentros urbanos. A conclusão da revisão do Regulamento sobre a atribuição de rótulos ecológicos e asauditorias extendendo a sua aplicação às administrações municipais (com base em acçõesexperimentais bem-sucedidas em alguns Estados-Membros) irá alargar o seu âmbito comoinstrumento de uma melhor gestão urbana e de melhor cumprimento da legislação (já queas organizações com um registo SEA se comprometem a cumprir determinadas obrigaçõeslegais).

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O SEA também tem aplicação na área dos contratos públicos, dado que os operadores queparticipam no sistema também são obrigados a verificar o desempenho ambiental dos seusempreiteiros, subempreiteiros e fornecedores. A aquisição de produtos e serviços com umimpacto ambiental reduzido - por exemplo, transportes - pelas autoridades urbanas locais éuma das formas mais significativas de essas autoridades promoverem o desenvolvimentosustentável. O quadro legislativo existente oferece margem de manobra e a Comissãogostaria que as autoridades locais e regionais tirassem maior partido dele. Através darecente Comunicação sobre os Contratos Públicos14, a Comissão compromete-se a publicarum documento de interpretação sobre a integração das preocupações ambientais noscontratos públicos. Está igualmente a ser preparada uma comunicação sobre o MercadoÚnico. Acção 18: Apoio dos Fundos Estruturais à protecção e melhoramento do ambiente urbano Muitos dos investimentos realizados nas regiões dos Objectivos nºs 1 e 2, bem como osprojectos financiados pelo Fundo de Coesão, têm repercussões directas no ambienteurbano. Os regulamentos já existentes e as propostas de regulamentos relativos aos FundosEstruturais exigem que as operações sejam compatíveis com as políticas comunitárias e alegislação em matéria de ambiente. A Comissão tenciona adoptar linhas de orientação destinadas a assegurar que osfinanciamentos protejam e melhorem o ambiente urbano. De acordo com os projectos deregulamentos, as orientações sobre a utilização dos Fundos Estruturais mencionarão anecessidade de utilizar critérios de sustentabilidade ambiental explícitos para orientar aescolha da estratégia de desenvolvimento; o empenhamento na boa gestão ambiental dasorganizações beneficiárias; o cumprimento da legislação da UE, designadamente no que serefere à avaliação do impacto ambiental; e a participação dos organismos que desenvolvemactividade no domínio do ambiente. Será igualmente dado relevo a medidas tendentes a promover a utilização racional e agestão eficiente da energia e a utilização de fontes renováveis; a minimizar resíduos e aadopção de tecnologias limpas; a promover a sustentabilidade dos transportes e omelhoramento dos transportes públicos; a promover o desenvolvimento urbano flexívelque preveja as utilizações mistas; a renovar e consolidar o tecido urbano, privilegiando areurbanização de terrenos industriais abandonados em detrimento dos terrenos nãourbanizados, a necessidade de tornar os centros urbanos atraentes através da preservação dopatrimónio cultural; a proteger e melhorar os espaços públicos (designadamente terrasagrícolas) nas zonas urbanas e na periferia urbana; a minimizar e gerir os riscos ambientais;a promover novas oportunidades de emprego e formação ligadas às necessidades urbanas. Os critérios de sustentabilidade significam que as propostas de melhoramentos rodoviárioslocais e regionais que contribuam para o agravamento dos problemas de congestão nãoserão passíveis de apoio. Por outro lado, a Comissão reconhece que os melhoramentos bemorientados dos transportes públicos como parte de um conceito de desenvolvimentoregional podem aumentar a capacidade das zonas urbanas para gerar emprego ecrescimento económico, para reduzir o congestionamento e para melhorar o ambiente. As zonas rurais podem aproveitar as oportunidades de criação de empregos oferecidaspelas cidades, por exemplo, nas áreas da energia da biomassa e do turismo verde. As

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políticas de desenvolvimento rural deverão promover uma maior diversificação das zonasrurais. As propostas da Comissão relativas à reforma da política agrícola comum incluemuma série de medidas que poderão ter aplicação nas zonas periféricas-urbanas. Aoaplicarem essas medidas, os Estados-Membros precisarão de tomar providências no sentidode proteger a biodiversidade, as paisagens, a qualidade da água para consumo humano e aságuas de subsolo. Os modelos de ecossistemas são especialmente úteis para compreenderas interligações complexas que existem entre os centros urbanos e as zonas ruraiscircundantes. Acção 19: Desenvolvimento do know-how e intercâmbio de experiências sobre o ambienteurbano Através do Quinto Programa-Quadro de IDT, em particular, da acção-chave "A cidade deamanhã e o património cultural", a Comissão apoiará a investigação sobre a cidadesustentável. Essa investigação incidirá sobre a concepção e utilização de solos urbanos;aplicação de instrumentos fiscais ao planeamento da utilização de solos; as novastecnologias orientadas para o rendimento energético e os transportes, bem como patrimóniocultural, histórico e arquitectónico, tendo em especial atenção os centros históricos dascidades.15 O Programa-Quadro de Cultura da UE também incluirá acções tendentes apromover a qualidade arquitectónica; a formação transnacional em arquitectura e técnicasrelacionadas com o ambiente construído pode ser apoiada através do programa Leonardoda Vinci e das bolsas de investigação Marie Curie. A Comissão continuará a apoiar estudos, projectos-piloto, a criação de redes e os encontrostransnacionais relacionados com questões de ambiente urbano que exigem acções eficazesa nível local, tais como as águas residuais urbanas; as reservas de água de subsolo; abiodiversidade e a protecção e utilização mista ecológica de espaços públicos urbanos erecursos silvícolas nas cidades;16 as pressões ambientais sobre as cidades do litoral17,designadamente a questão da qualidade das águas balneares. Para complementar asmedidas físicas existentes destinadas a reduzir os riscos ambientais, o apoio técnico àprotecção civil prosseguirá18, nomeadamente para prevenção de desmoronamentos,incêndios e enxurradas, e avaliação da segurança dos edifícios depois de um tremor deterra. A força do instrumento financeiro LIFE reside no seu mecanismo de intervenção directa eno facto de se concentrar nas questões ambientais em todo o território da UE. Os recursosdo instrumento LIFE são limitados, mas podem dar um contributo significativo para odesenvolvimento de know-how. Neste momento, o instrumento LIFE pode co-financiar acções de conservação da natureza,acções inovadoras e de demonstração para promover o desenvolvimento sustentável dasactividades industriais, a integração de considerações ambientais na urbanização eplaneamento da utilização de solos, e acções preparatórias nos domínios da gestão eprotecção das zonas costeiras, redução dos resíduos, protecção dos recursos hídricos epoluição do ar. O instrumento LIFE também promove abordagens participativas, aaplicação eficaz da legislação em matéria de ambiente e a gestão eficiente dos recursosnaturais.

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A revisão do regulamento LIFE19 deverá ser feita até final de 1999. A Comissão procurarádeterminar se são necessárias introduzir modificações aos actuais campos de acção. Dada aimportância do ambiente urbano, a Comissão irá considerar a possibilidade de criaroportunidades para novos projectos urbanos, especialmente projectos inovadores e dedemonstração que promovam abordagens integradas e contribuam para o desenvolvimentosustentável, designadamente acções para medir e reduzir a projecção ecológica das zonasurbanas, para converter zonas de construção descontrolada em subúrbios sustentáveis("retro-fitting"/ recuperação) e para reduzir a procura de transportas nas zonas urbanas.

3.4 Contribuir para a boa administração urbana e a responsabilização local

3.4.1 Objectivos políticos Tal como foi referido anteriormente, a boa administração urbana e a responsabilizaçãolocal são factores cruciais para aumentar a qualidade de vida das cidades e para as gerir deforma mais sustentável. A administração urbana pode ser melhorada através de uma maiorintegração vertical das actividades dos vários níveis de administração e de uma maiorintegração horizontal no seio das organizações, e entre essas organizações, a nível local, eatravés da participação dos interessados e dos cidadãos nas políticas urbanas. A questãoconsiste em determinar como é que as instituições e estruturas poderão adoptar objectivosestratégicos comuns e satisfazer as novas exigências em matéria de acção colectiva. No pleno respeito da subsidiariedade, a acção da UE pode desempenhar um papel noestabelecimento de melhores ligações entre os intervenientes a todos os níveis, podendoassegurar a promoção das parcerias para questões urbanas. A acção da UE deve contribuir,em particular, para os seguintes objectivos: • Aumentar a informação sobre as políticas da UE prestada às autoridades locais e

outros intervenientes urbanos, incluindo os cidadãos, e desenvolver o diálogo entre osmesmos na formulação das políticas da UE.

• Levar as cidades a participar mais plenamente na aplicação das políticas da UE. • Promover a integração de políticas e a sinergia em todos os níveis de administração e

entre eles, nas zonas urbanas funcionais. • Apoiar o desenvolvimento das capacidades locais de modo a aumentar a qualidade e

eficácia da administração urbana, designadamente através do intercâmbio de boaspráticas entre as cidades, da cooperação transnacional e das redes.

• Promover abordagens inovadoras do alargamento da democracia, participação e

responsabilização locais, e da criação de parcerias envolvendo o sector privado, ascomunidades e os residentes.

• Melhorar a recolha e utilização de informação comparativa sobre as condições urbanas

em toda a Europa, o diagnóstico de problemas urbanos e a identificação de soluçõespolíticas eficazes, permitindo que os intervenientes a todos os níveis de administração

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adaptem as suas políticas às necessidades locais e controlem e avaliem o desempenhodas suas políticas em termos de resultados quantitativos e qualitativos no terreno.

3.4.2 Acções As acções já apresentadas em secções anteriores (por exemplo, "acções integradas dedesenvolvimento urbano" (3.1.2) e a abordagem orientada das zonas urbanas emdificuldade (3.2.2), a investigação e o intercâmbio de experiências podem contribuirdecisivamente para melhorar a administração urbana através da promoção dodesenvolvimento de estratégias, integração de políticas, parcerias e articulação no seio dasgrandes zonas urbanas funcionais e com estratégias regionais. Além disso, a Comissãopensa empreender acções destinadas a aumentar a sensibilização do público, a inovação e aparticipação das comunidades, bem como melhorar a informação comparativa sobre aszonas urbanas, designadamente as dos países candidatos à adesão. Acção 20: Sensibilização, intercâmbio de experiências e desenvolvimento de capacidadescom vista ao desenvolvimento urbano sustentável A Comissão tenciona apoiar uma série de actividades de sensibilização com vista a mantere desenvolver o know-how e as capacidades a nível urbano, de modo que os principaistemas do Quadro de Acção possam ser postos em prática. Este trabalho irá abranger odesenvolvimento e intercâmbio de experiências no que se refere a toda a gama de questõesurbanas. Irá incidir particularmente na necessidade de superar a fragmentação de esforçosentre os vários organismos e departamentos e entre os sectores público, privado e dascomunidades locais, e incluirá a promoção da participação e responsabilização dascomunidades locais. As acções a empreender incidirão principalmente no seguinte: • Criação de uma rede de bases de dados da UE sobre questões urbanas, resumindo a

informação sobre projectos inovadores e de demonstração apoiados pela União, e,posteriormente, outras fontes. Esta rede deverá incluir as bases de dados relevantes jáexistentes, por exemplo, o Serviço Europeu de Informação sobre os TransportesLocais20, bem como novas bases de dados. A Comissão examinará o potencial destarede como instrumento de controlo dos progressos ao nível das políticas.

• Desenvolvimento de uma dimensão urbana na nova "Rede europeia de detecção de

boas práticas" no âmbito de futuras acções inovadores relacionadas com os FundosEstruturais (ver adiante). Pretende-se com isto recolher e divulgar as boas práticas efacilitar o intercâmbio de experiências, designadamente a experiência adquirida atravésde projectos de desenvolvimento urbano sustentável realizados no âmbito de outrosprogramas financiados pela UE, como o LIFE, o SAVE, o Quinto Programa-Quadro deInvestigação e Desenvolvimento Tecnológico, o PHARE e a RTT.

• Apoio permanente à criação de redes das administrações locais que envolvam

intervenientes dos sectores privados e das comunidades locais. Entre estas referem-se: aCampanha Europeia das Cidades Sustentáveis; uma Plataforma Europeia de Gestão daMobilidade; Cidades sem Automóveis; IAL (Integração e Acção Locais em prol dasminorias étnicas); Agências da Energia Locais; a rede de Fóruns Urbanos com vista aodesenvolvimento sustentável e as redes que estão a pôr em prática, a título

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experimental, temas específicos do presente Quadro de Acção, tais como, as tarifasrodoviárias e a protecção do clima. A Comissão incentivará a interligação dessas redese das actividades da Agenda 21 no que se refere a temas de interesse comum, eassegurará uma base jurídica apropriada para financiar essas actividades numa baseplurianual. As cidades dos países candidatos à adesão são encorajadas a participarnestas actividades de criação de redes.21

• Reconhecimento a nível da UE, através de um sistema único de concessão de prémios

da Comissão, das inovações e progressos realizados pelas cidades a título individual nodesenvolvimento e aplicação de abordagens integradas e participativas maisestratégicas da sustentabilidade urbana, de acordo com as ideias do presente Quadro deAcção.22 A Comissão acolhe com agrado uma maior sensibilização dos decisores pelasassociações europeias, por exemplo, a adopção da nova Carta de Atenas pelo ConselhoEuropeu dos Urbanistas.

• Para além das acções de formação apoiadas pelo Fundo Social Europeu, os programas

Leonardo da Vinci, Socrates e Juventude para a Europa podem ajudar a organizar aformação dos intervenientes no desenvolvimento urbano, de modo a melhorar ascapacidades locais e a aprendizagem transnacional.

• O apoio ao desenvolvimento de capacidades institucionais será alargado às cidades dos

países candidatos à adesão no âmbito do programa PHARE, de modo a ajudá-las aprepararem-se para a participação nos programas da UE e para as responsabilidades quesobre elas recairão no que se refere à aplicação de estratégias ambientais nacionais e dalegislação relativa à aplicação do direito da UE. Além disso o projecto "Cities inCompliance" será alargado em 1999, de modo a apoiar a aplicação de legislaçãofundamental em matéria de ambiente que dê especial relevo a abordagens de gestãointegrada.

• A utilização de novas abordagens de comunicação e informação, designadamente a

Internet, para apoiar a preparação de futuras actividades da Comissão que sejamrelevantes para as zonas urbanas. Isto permitirá consultas mais amplas com osintervenientes urbanos, designadamente os dos sectores privado e das comunidadeslocais, e reduzirá as barreiras à participação local em trabalhos relacionados com a UE.

• A fim de promover uma maior aprendizagem no seio da sua instituição, a Comissão

continuará a incentivar a transferência temporária de trabalhadores das autoridadeslocais e regionais, com vista a assegurar que a sua experiência seja incorporada notrabalho da Comissão.

A Comissão está ainda a pensar rever a Directiva relativa ao acesso à informação sobre oambiente (90/313/CEE), que é um instrumento essencial à transparência da administraçãourbana. Ao estabelecer o direito dos cidadãos à informação sobre o ambiente, a Comissãopermite aos consumidores fazerem opções ecológicas. Essa revisão é necessária paraaplicar a Convenção sobre a informação, participação do público no processo de decisão eacesso à justiça em assuntos ambientais (Convenção de Aarhus), aprovada em Junho de1998 e assinada pela Comunidade Europeia e pela maioria dos Estados-Membros.23 AConvenção vai mas longe do que a Directiva existente em termos de direitos dos cidadãos

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a requererem informação, designadamente informação sobre a qualidade do ar, ruído,energia, saúde humana e segurança, locais culturais e estruturas construídas. Acção 21: Estratégias inovadoras de desenvolvimento urbano A Comissão pretende que as acções inovadoras empreendidas no âmbito dos FundosEstruturais apoiem as estratégias urbanas inovadoras, incidindo em particular na introduçãode melhores mecanismos de administração, tais como por exemplo: gestão dos serviçospelas comunidades locais; novas abordagens do desenvolvimento de capacidades e daparticipação dos residentes; abordagens da segurança urbana envolvendo múltiplosorganismos; sistemas integrados de regeneração. A Comissão seleccionará as estratégiasatravés do lançamento de concursos públicos no novo período de programação dos FundosEstruturais (2000-2006). Acção 22: Aumentar a segurança através da promoção da prevenção no domínio do crimeurbano A Comissão apoiará a formulação de políticas no domínio da prevenção do crime urbano,nomeadamente no que respeita à delinquência juvenil, através dos instrumentos financeirosdisponíveis, tais como o programa Falcone.24 Tenciona, em particular, ajudar asautoridades locais e ONG a conceber iniciativas inovadoras através de projectos-piloto e dacriação de redes de responsáveis na área da prevenção do crime urbano. Irá ainda apoiar arecolha e divulgação de boas práticas e experiências, e incentivar a formação deresponsáveis nesses domínios através de projectos de intercâmbio. Esta acção terá de serempreendida em conjunto com acções relacionadas com a discriminação e a exclusãosocial. Acção 23: Melhorar a informação comparativa sobre condições urbanas Os indicadores são indispensáveis para avaliar o desempenho urbano, mas há práticasmuito diferentes ao nível da recolha de dados e informação. Os decisores políticosprecisam, cada vez mais, de informação comparativa sobre as várias cidades, tanto emtermos das suas características num dado momento, como das tendências subjacentes. OEurostat empreendeu uma série de projectos-piloto relacionados com a observação daTerra, o Inquérito sobre a População Activa e os indicadores das pressões ambientais. AAgência Europeia do Ambiente apresenta regularmente relatórios sobre o estado doambiente urbano. A Comissão lançou recentemente uma auditoria urbana que, durante asua fase-piloto, recolherá informação comparável sobre uma série de indicadoreseconómicos, sociais, ambientais e relativos à sociedade civil, que estão ligados à"qualidade de vida" de 58 cidades da UE. A investigação sobre indicadores urbanostambém está prevista no Quinto Programa-Quadro de IDT. No âmbito da Agenda 21 Local,procurar-se-á levar as autoridades locais a desenvolverem indicadores de sustentabilidadeconsiderados relevantes a nível local. Enquanto se procura criar as bases para estatísticasurbanas comparativas, será necessário um esforço concertado para se avançar em direcçãoa um sistema de informação estatística sobre os aglomerados urbanos baseado emestatísticas oficiais. Procurar-se-á estabelecer ligações com os Sistemas de InformaçãoGeográfica, e serão igualmente asseguradas as ligações com a rede de utilizadores deindicadores recentemente criada a nível da Comissão.25

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A aferição de desempenhos (benchmarking) tem demonstrado ser uma técnica eficaz paraum aperfeiçoamento permanente. Pode ser aplicada aos serviços e sistemas urbanos atravésda auto-avaliação pelas administrações locais. A Comissão tenciona desenvolver o seutrabalho de detecção das melhores práticas, com base na experiência adquirida no âmbitodo seu actual exercício-piloto de aferição de desempenhos dos transportes urbanos e dotrabalho sobre indicadores urbanos, a fim de incentivar uma utilização mais intensiva daaferição de desempenhos a nível urbano. Acção 24: Contribuição para a "Iniciativa de Intercâmbio Urbano" dos Estados-Membros Por ocasião da reunião ministerial informal de Glasgow, realizada em Junho de 1998, osministros responsáveis pela Política Regional e pelo Ordenamento Territorial concluíramque a iniciativa intergovernamental que está a ser levada a cabo pelos Estados-Membroscom vista à identificação de boas práticas em matéria de políticas urbanas deverá produzirum quadro informal não-vinculativo por volta do ano 2000. A Comissão contribuirá paraeste processo, apresentando nos encontros ministeriais informais um relatório sobre oseguimento dado ao seu Quadro de Acção, estabelecendo assim uma ponte entre o Quadrode Acção e as iniciativas empreendidas pelos Estados-Membros.

4 SEGUIMENTO A Comissão irá propor a discussão do presente Quadro de Acção a um vasto leque deintervenientes dos sectores público, privado e das comunidades locais no Fórum Urbano arealizar em Viena em 26 e 27 de Novembro de 1998. As acções a realizar terão plenamenteem conta as discussões no âmbito do Fórum. Um dos principais desafios mencionados no presente documento, que se aplica a todos osníveis de administração, é a necessidade de ultrapassar a situação de isolamento em quetrabalham os vários departamentos da administração no que respeita às questões queafectam as zonas urbanas. Na comunicação "Para uma Agenda Urbana da UE", de 1997, aComissão comprometeu-se a estudar a forma de adaptar a sua organização interna de modoa criar mecanismos passíveis de assegurar abordagens mais integradas dos assuntosurbanos. A fim de garantir uma maior coordenação e integração, em princípios de 1999serão adoptadas as seguintes medidas: • Um grupo interserviços da Comissão continuará a examinar as repercussões urbanas

das políticas e instrumentos da UE, com vista a integrá-los e a torná-los mais sensíveisàs questões urbanas. Este grupo acompanhará atentamente a aplicação do Quadro deAcção, supervisionando as actividades da rede europeia com vista à detecção dasmelhores práticas em questões urbanas.

• Os serviços competentes da Comissão serão responsáveis por uma série de acções

transversais, com múltiplas finalidades, como, por exemplo, o estabelecimento de umarede integrada de bases de dados sobre questões urbanas, aferição de desempenhos eindicadores, e estratégias de informação dirigidas ao nível local.

Depois do Fórum Urbano, a Comissão considerará quaisquer outras medidas que possamser necessárias para assegurar uma maior coordenação.

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Além disso, a Comissão prevê: • a criação de um grupo de peritos (com um número limitado mas representativo de

elementos), que se reunirá periodicamente para discutir os progressos realizados aonível da aplicação do Quadro de Acção e para aconselhar a Comissão sobre futurasacções. Este grupo procurará desenvolver a experiência adquirida através demecanismos de consulta já existentes;

• a criação de "Plataformas Abertas" com representantes de todos os níveis de

administração e de vários sectores, incluindo os sectores privado e das comunidadeslocais, para discutir elementos específicos do Quadro de Acção. Estas Plataformasserão estabelecidas em colaboração com o grupo de peritos, que ajudará a Comissão adefinir as atribuições, e contarão com a participação dos países candidatos à adesão;

• realização periódica do Fórum Urbano.

As acções identificadas neste quadro obedecem às normas das políticas comunitárias a quedizem respeito. Irão ser empreendidas pela Comissão a partir de 1999 e deverão estar bemlançadas no ano 2001. A Comissão avaliará os progressos gerais realizados ao nível daaplicação do Quadro de Acção no contexto do seu relatório trienal sobre a coesãoeconómica e social. O relatório de 2002 será o primeiro a examinar pormenorizadamenteos progressos realizados.

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Notas

1 Agenda 2000 - uma União reforçada e alargada - Boletim da União Europeia, Suplemento 5/97, 1997 2 Decisão nº 2179/98/CE do PE e do Conselho, de 24 de Setembro de 1998. 3 Resolução do Conselho nº 13200/97 de 15 de Dezembro de 1997. 4 COM(1998)305 final. 5 COM(1998)563 final. 6 COM(1998)266 final. 7 Agência Europeia do Ambiente, Europe's Environment: the Second Assessment, 1998. (O ambiente daEuropa: a segunda avaliação, 1998) 8 Um sistema urbano europeu equilibrado e policêntrico implica um desenvolvimento territorialdescentralizado com vários centros de gravidade urbanos a nível europeu e um elevado número de cidadesdinâmicas e de aglomerados urbanos, bem distribuídos por todo o território europeu, incluindo as regiõesmais periféricas e rurais da UE. A criação de um sistema deste tipo constitui uma orientação políticafundamental do projecto de Perspectiva do Desenvolvimento do Território Europeu preparado pelos Estados-Membros e pela Comissão. 9 COM(96)500 final. 10 91/156/CEE, 91/689/CEE e 94/62/CE. 11 A Directiva 96/61/CE obriga os Estados-Membros a assegurar que a poluição de grandes instalaçõesindustriais - muitas das quais se situam dentro de zonas urbanas ou próximo das mesma - seja minimizada, eque, após cessação da actividade, se reponham os locais em estado satisfatório. 12 COM(98)353. 13 Estes sistemas são estabelecidos pelos regulamentos 880/92 e 1836/98, respectivamente. 14 COM(96)583 final. 15 A Carta Internacional para a Conservação dos Monumentos e Locais (Carta de Veneza, 1964) e a Cartapara a Conservação das Cidades Históricas e Zonas Urbanas (1987) influenciaram os métodos e técnicas derestauração e reutilização do património cultural. A Comissão pode incentivar a actualização destes textos e ainclusão nos mesmos de uma forte dimensão urbana. 16 Ver Comunicação da Comunidade Europeia sobre uma "Estratégia da CE em matéria de diversidadebiológica" (COM(98)42 final). 17 Ver Programa de Gestão Integrada das Zonas Costeiras; COM(95)511, COM(97)744 final. 18 Decisão do Conselho de 19 de Dezembro de 1997 que cria um Programa de Acção Comunitária nodomínio da protecção civil (98/22/CE). JO Nº L 008, 14 de Janeiro de 1998. 19 Regulamento 1973/92 com as alterações introduzidas pelo Regulamento 1404/96. 20 http://www.eltis.org 21 COM(98)294 final. 22 Estes prémios basear-se-ão nos sistemas já existentes do Prémio da Cidade Europeia Sustentável e doPrémio Europeu de Planeamento Urbano e Regional.

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23 "Convenção sobre a informação, participação do público no processo de decisão e acesso à justiça emassuntos ambientais", Nações Unidas, Comissão Económica para a Europa, Quarta Reunião Ministerial sobreo Ambiente para a Europa, Aarhus, 23-25 de Junho de 1998. 24 Acção Conjunta de 19 de Março de 1998 aprovada pelo Conselho, que cria um programa de intercâmbio,formação e cooperação para pessoas responsáveis pelas acções de combate ao crime organizado. 25 A Comissão criou uma rede interserviços destinada aos utilizadores de indicadores, em que o Eurostat e aAgência Europeia do Ambiente desempenham um importante papel. Esta rede irá criar um sistema paracontrolar a aplicação de várias políticas da UE no domínio do desenvolvimento sustentável, designadamente anível urbano. A AEA apresentará anualmente um relatório baseado em indicadores sobre o estado doambiente da Europa em colaboração com a Comissão.