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Um sentido para a vida

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Concurso Prémio Católica 2011 Carlos Teixeira e Ricardo Rolim Escola Secundária 3EB Dr. Jorge Correia - Tavira

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Quando a este domínio fulcral numa cidadania activa e responsável se conjuga

a área que mais tem evoluído ao longo dos últimos séculos, obtemos testemunhos,

histórias e factos que surpreendem qualquer um por mostrarem a solidariedade com

que muitas individualidades ou grupos nos têm presenteado no decorrer da História

da Humanidade. Por isso, aproveitámos este concurso para demonstrar quão

importantes têm sido os papéis que muitos desempenharam, no desenvolvimento de

uma sociedade mais solidária, preocupada e consciente.

A noção de voluntariado assenta na prestação de serviços gratuitos à

sociedade, tendo em vista o bem colectivo. A caridade e a necessidade de ajudar o

próximo apresentavam-se, sobretudo há alguns séculos atrás, como imperativos para

a sua realização. A escassez de igualdades sociais, o combate pelos direitos humanos

e o tratamento médico de pessoas que contraíram diversas doenças foram e são

alguns dos fins que levam e levaram massas de pessoas a exercer voluntariado. O

termo “solidariedade” é comummente associado a este tipo de práticas. No que se

refere à saúde, apresentamos aqui um mosaico com algumas personalidades da área

(ver página seguinte). O voluntariado sempre existiu. Umas vezes de forma

organizada, outras de forma dispersa… No domínio da Saúde, numa perspectiva

internacional, será importante destacar Albert Schweitzer, laureado com o Prémio

Nobel da Paz em 1952. Aos 30 anos, após atingir o auge na sua carreira, este médico

alemão decide ir para o Gabão com a sua esposa, onde acabou por fundar um

Hospital Tropical. Aqui prestava cuidados médicos e assistência a pessoas com lepra,

2011 poderá ser recordado daqui a 20, 50 ou 100 anos como o Ano Internacional

das Florestas ou o Ano Internacional da Química… Mas, acima de tudo, deverá perdurar

na memória como o ano em que milhões de europeus, incitados pela iniciativa global da

Comissão Europeia, praticaram voluntariado ou deram o seu contributo para um mundo

melhor, mais justo e mais cooperante.

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sendo que todos os custos da respectiva empreitada foram suportados pela venda dos livros

e dos concertos deste. Nesse mesmo sentido de espírito compassivo, seguiu Ferdinand B.

Masau, um cirurgião cardiovascular de nacionalidade tanzaniana, que se licenciou no Texas.

Desde sempre teve o sonho de criar um centro médico para as doenças cardiovasculares

no seu país de origem. Acabou mesmo por conseguir realizá-lo em 2000, estando hoje o

Tanzania Heart Institute a prestar serviços, quer a nível cirúrgico quer ao nível do

diagnóstico, de forma gratuita e voluntária. Em associação a esta estrutura médica, está

Doreen Rosenstrauch que já participou em diferentes missões humanitárias, ligadas à Saúde,

pelo continente africano. No domínio humanista falta ainda realçar, dois cirurgiões suíços

que, em conjunto com Henri Dunant, o general Guillaume-Henri Dufuor e Gustave

Moynier, co-fundaram o que, mais tarde, tomaria a designação de Federação Internacional

das Sociedades Cruz Vermelha e Crescente Vermelho. Louis Appia, Théodore Maunoir e os

restantes pretendiam, com estes comités, melhorar as condições sanitárias e médicas

daquelas populações que tinham sido fortemente afectadas pela guerra. Para além da Cruz

e Crescente Vermelhos, será de toda a pertinência mencionar um médico francês, Bernard

Kouchner, que co-instituiu duas organizações, composta por médicos voluntários e por

profissionais permanentes, que prestam serviço e assistência no domínio da Saúde. Médicos

do Mundo e Médicos Sem Fronteiras.

Ainda no que toca a referências internacionais, desta feita no domínio técnico-

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-científico, Charles Richard Drew é uma personalidade a destacar. Os bancos de sangue

sedeados em vários pontos do Mundo, não existiriam sem a invenção deste senhor – o

método para a preservação e armazenamento do plasma sanguíneo – tendo até ele próprio

criado um desses depósitos. Por outro lado, Alexis Carrel, médico francês galardoado com o

Nobel de Medicina em 1912, foi o inventor de uma máquina (com um sistema de

respiração integrado), em conjunto com Charles Lindbergh, que permite preservar órgãos

removidos do corpo para serem usados em transplantes e, para além disso, elaborou

métodos para transplantes de tecidos e órgãos e para a preservação de vasos sanguíneos

até ao seu uso cirúrgico. Magdi Yacoub foi o responsável pela criação de um programa à es-

cala mundial de transplantes de pulmão e coração, que assegurou 2.500 vidas e é

considerado pioneiro ao nível de técnicas para a realização de transplantes cardíaco-

pulmonares. É, ainda, o fundador e presidente da Chain of Hope, uma organização

humanitária que, com o auxílio de uma corrente de voluntários, ajuda a trazer crianças de

diversos países africanos até à Europa para que recebam os cuidados médicos que

necessitam, sem o pagamento de nenhuma importância monetária.

Concluímos assim que estas personalidades foram de extrema importância no

desenvolvimento de um pensamento mais solidário. Acções como a doação de sangue e de

órgãos saudáveis para transplante são reconhecidas como actos louváveis. Se assim são

conotadas, quem desenvolve as práticas que permitem a realização destas atitudes, que

enaltecem a bondade humana, tem quase a totalidade da responsabilidade na formação de

um cordão humano caritativo. Logo, as personalidades supracitadas, com grande destaque

no domínio da Saúde, têm uma forte ligação com as causas sociais.

Por outro lado, vejamos agora qual o impacto do voluntariado, no nosso país, ao

longo dos tempos. José António Marques foi o fundador da Cruz Vermelha Portuguesa. A

pedido do rei D. Luís I, representou Portugal na Convenção de Genebra. Ao assiná-la, com

outros 11 países, permitiu a existência de ajuda médica para aqueles que estiveram a servir o

país em conflitos militares. Assim, em 1865, funda a “Comissão Portuguesa de Socorros a

Feridos e Doentes Militares em Tempo de Guerra” – a primitiva designação para a Cruz

Vermelha. Esta instituição luta, de forma voluntária e meritória, para aliviar o sofrimento

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humano e promover o respeito pelo Homem. Adelaide Cabete, médica de profissão,

nascida em 1867, implementou aquilo a que se chamam Ligas de Bondade, associações de

solidariedade social, geridas por mulheres, que eram consideradas relevantes para a

formação de muitos jovens. Esta mulher deixou a sua marca na História dos Direitos da

Mulher em Portugal e no Mundo, ao ser uma feminista com uma vida cívica tão activa e

exemplar. Numa abordagem à actualidade, Fernando Nobre e a AMI. O médico, nascido

em 1951, tem diversas prestações na área do voluntariado e solidariedade. Fez parte de

mais de duzentas missões de assistência médica humanitária, em 70 países, e integrou a lista

dos 100 Grandes Portugueses elaborada pela RTP e votada por milhares de pessoas, no 25º

posto. Na Bélgica, onde estudou e residiu durante alguns anos, foi administrador dos

Médicos Sem Fronteiras, até que ao regressar a Portugal, em 1984, funda a AMI –

Assistência Médica Internacional – e muitos outros centros sociais por todo o país. Esta ONG,

em 2010, ajudou, através de microprojectos que financiou, mais de 235 mil pessoas.

Ao fazermos o balanço acerca da relação entre o Voluntariado e as Ciências da

Saúde, concluímos que estas estão intimamente interligadas. Profissionais ilustres fizeram,

fazem e farão com que a palavra “voluntariado” nunca chegue a desaparecer do dicionário,

praticando-o para o progresso da nossa comunidade, país e sociedade. É realmente

entusiasmante ver o número de pessoas que dedicaram ou dedicam a sua vida para o bem

de outros.

Desta forma, pretendemos demonstrar que os desafios que hoje se impõem,

enquanto cidadãos do Mundo, poderão ser ultrapassados através de uma atitude solidária.

Muitos já o fizeram, outros fazem-no neste momento e, cabe-nos a nós, fazê-lo num futuro

próximo. 2011. 56 semanas. 365 dias. 8760 horas. 525600 minutos. Muito tempo para ser

voluntário.

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(ANEXO 1)

Indica-me alguém que passe horas sem fim a trabalhar sem ser pagamento, E, eu mostrar-te-ei um voluntário.

Indica-me alguém onde um grito de ajuda origine uma reacção imediata, E, eu mostrar-te-ei um voluntário.

Indica-me alguém que esteja devastado quando vidas se perdem ou se mutilam, E, eu mostrar-te-ei um voluntário.

Indica-me alguém que é tão bem-recebida tal como um vizinho da porta ao lado,

E, eu mostrar-te-ei um voluntário.

Indica-me alguém que é mais ridicularizada do que cumprimentada, E, eu mostrar-te-ei um voluntário.

Indica-me alguém cujo carro está estacionado com a grade do radiador à mostra,

E, eu mostrar-te-ei um voluntário.

Indica-me alguém que sacrifique a vida familiar, a televisão… e mesmo momentos ternos,

E, eu mostrar-te-ei um voluntário.

Indica-me alguém que se emociona com os acordes do Hino Nacional, E, eu mostrar-te-ei um voluntário.

Indica-me alguém a quem lhe podem pedir mais do que dedicação, E, eu mostrar-te-ei um voluntário.

Indica-me alguém a quem peçam para dar cada vez mais…, E, eu mostrar-te-ei um voluntário.

Envolve-te na tua comunidade, Ajuda a dar um rumo melhor…

A recompensa é grande por dar de livre vontade,

Resolver os problemas de hoje…

(R) Voluntaria-te pela tua comunidade, É bom seres voluntário.

Ajuda a criar um amanhã radioso. Dá algum do teu dinheiro ou tempo.

Os voluntários podem alimentar os famintos,

Ajudar os solitários a encontrar o caminho. Os voluntários podem fazer a diferença,

Resolver os problemas de hoje.

(R) Dá a ti próprio um novo começo Agarra a oportunidade e tu encontrarás…

O voluntariado é como começar, Um novo estado de espírito.

Escrita por Paul

Horrisberger com Dick Kimmel, em 1985