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25/05/2016 Um Som Por um Perfume http://metaforas.com.br/umsomporumperfume 1/3 Um som por um perfume Detalhes Publicado: 18 Março 2000 Um pobre viajante parou ao meio-dia para descansar à sombra de uma frondosa árvore. Ele viera de muito longe e sobrara apenas um pedaço de pão para almoçar. Do outro lado da estrada, havia um quiosque com tentadores pastéis e bolos; o viajante se deliciava sentindo as fragrâncias que flutuavam pelo ar, enquanto mascava seu pedacinho de pão dormido. Ao se levantar para seguir caminho, o padeiro subitamente saiu correndo do quiosque, atravessou a estrada e agarrou-o pelo colarinho. - Espere aí! - gritou o padeiro. - Você tem que pagar pelos bolos! - Que é isso? - protestou o espantado viajante. - Eu nem encostei nos seus bolos! - Seu ladrão! - berrava o padeiro. - É perfeitamente óbvio que você aproveitou seu próprio pão dormido bem melhor, só sentindo os cheirinhos deliciosos da minha padaria. Você não sai daqui enquanto não me pagar pelo que levou. Eu não trabalho à toa não, camarada! Uma multidão se juntou e instou para que levasse o caso ao juiz

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Um som por um perfume

DetalhesPublicado: 18 Março 2000

       Um pobre viajante parou ao meio-dia para descansar à sombrade uma frondosa árvore. Ele viera de muito longe e sobrara apenasum pedaço de pão para almoçar. Do outro lado da estrada, havia umquiosque com tentadores pastéis e bolos; o viajante se deliciavasentindo as fragrâncias que flutuavam pelo ar, enquanto mascavaseu pedacinho de pão dormido.

       Ao se levantar para seguir caminho, o padeiro subitamente saiucorrendo do quiosque, atravessou a estrada e agarrou-o pelocolarinho.

       - Espere aí! - gritou o padeiro. - Você tem que pagar pelos bolos!

       - Que é isso? - protestou o espantado viajante. - Eu nemencostei nos seus bolos!

       - Seu ladrão! - berrava o padeiro. - É perfeitamente óbvio quevocê aproveitou seu próprio pão dormido bem melhor, só sentindoos cheirinhos deliciosos da minha padaria. Você não sai daquienquanto não me pagar pelo que levou. Eu não trabalho à toa não,camarada!

       Uma multidão se juntou e instou para que levasse o caso ao juiz

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local, um velho muito sábio. O juiz ouviu os argumentos, pensoubastante e depois ditou a sentença.

       - Você está certo - disse ao padeiro. - Este viajante saboreou osfrutos do seu trabalho. E julgo que o perfume dos seus bolos valetrês moedas de ouro.

       - Isso é um absurdo! Objetou o viajante. - Além disso, gasteimeu dinheiro todo na viagem. Não tenho mais nem um centavo.

       - Ah... - disse o juiz. - Neste caso, vou ajudá-lo.

       Tirou três moedas de ouro do próprio bolso, e o padeiro logoavançou para pegar.

       - Ainda não - disse o juiz. - Você diz que esse viajantemeramente sentiu o cheiro dos seus bolos, não é?

       - É isso mesmo - respondeu o padeiro.

       - Mas ele não engoliu nem um pedacinho?

       - Já lhe disse que não.

       - Nem provou nem um pastel?

       - Não!

       - Nem encostou nas tortas?

       - Não!

       - Então, já que ele consumiu apenas o perfume, você será pago

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apenas com som. Abra os ouvidos para receber o que você merece.

       O sábio juiz jogou as moedas de uma mão para outra, fazendo-asretinir bem perto das gananciosas orelhas do padeiro.

       - Se ao menos você tivesse a bondade de ajudar esse pobrehomem em viagem - disse o juiz -, você até ganharia recompensasem ouro, no Céu.

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