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Um trabalho a partir do Blog: Geoenergia 13:26 Quarta feira, 17 de outubro de 2012 Geoenergia é um blogue dedicado à análise geopolítica da energia, petróleo e gás da autoria de Ruben Eiras , especialista em segurança energética. Com o Mestrado Executivo em Sistemas Sustentáveis de Energia do MIT-Portugal, atualmente está a realizar o doutoramento em políticas de cooperação no domínio da segurança energética entre Portugal e Brasil, na área de História, Defesa e Relacões Internacionais do ISCTE-IUL e da Academia Militar. Desenvolve também atividade de investigação no Instituto Superior de Gestão e é membro do Grupo de Estudos de Relações Portugal-Brasil do Instituto de Defesa Nacional. Ao procurar informação sobre a exploração shale gas em Portugal este ano, pouco se encontra sobre o trabalho de campo, mas muito lobbing está em activo nas universidades, jornais, grupos económicos, etc... Globalização de interesses. Encontros internacionais, municipais, estatais, artigos científicos e jornalísticos estão em tudo o lado basta querer saber. Desde que à 2 anos iniciei esta campanha sobre e contra as Oil Shale, em Portugal a resposta de muitos professores, ambientalistas, geólogos, ativistas, grupos de proteção ambiental foi: Isso está parado, o País não têm dinheiro, é mentira, não é muito preocupante, existem coisas piores, etc... Ainda hoje assim é... “O que não se vê, não se sente”, tradição pensamos. Esta fácil investigação vêm provar que para quem investe, lucra, recebe, procura poder não existe assunto mais importante no momento de Portugal e do Mundo, como preparação para o sec XXI. Ruben Eiras é só mais um, muitos existem. Abaixo vão vários excertos de artigos de “Opinião” deste lobbista do petróleo e gás e dos valores nacionais (Atlânticos) como tanta vez repete. A importância do colonialismo é repetida e relembrada na forma da língua e tecnologia. Países supostamente autónomos, são identificados como uma extenção dos valores portugueses. A globalização é abraçada como um milagre, a aposta no fracking e novas formas de energia que sustente a civilização e as tecnologias necessárias para a manter é a nova fé, os explorados os mesmos.

Um trabalho a partir do Blog: Geoenergia · E a par da caravela outras inovações tecnológicas foram introduzidas na ... onde o apoio à caça ás bruxas e bruxos, levou muitos

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Um trabalho a partir do Blog: Geoenergia

13:26 Quarta feira, 17 de outubro de 2012 Geoenergia é um blogue dedicado à análise geopolítica da energia, petróleo e gás da autoria de Ruben Eiras, especialista em segurança energética. Com o Mestrado Executivo em Sistemas Sustentáveis de Energia do MIT-Portugal, atualmente está a realizar o doutoramento em políticas de cooperação no domínio da segurança energética entre Portugal e Brasil, na área de História, Defesa e Relacões Internacionais do ISCTE-IUL e da Academia Militar. Desenvolve também atividade de investigação no Instituto Superior de Gestão e é membro do Grupo de Estudos de Relações Portugal-Brasil do Instituto de Defesa Nacional.

Ao procurar informação sobre a exploração shale gas em Portugal este ano, pouco se encontra sobre o trabalho de campo, mas muito lobbing está em activo nas universidades, jornais, grupos económicos, etc... Globalização de interesses.

Encontros internacionais, municipais, estatais, artigos científicos e jornalísticos estão em tudo o lado basta querer saber.

Desde que à 2 anos iniciei esta campanha sobre e contra as Oil Shale, em Portugal a resposta de muitos professores, ambientalistas, geólogos, ativistas, grupos de proteção ambiental foi: Isso está parado, o País não têm dinheiro, é mentira, não é muito preocupante, existem coisas piores, etc...

Ainda hoje assim é... “O que não se vê, não se sente”, tradição pensamos.

Esta fácil investigação vêm provar que para quem investe, lucra, recebe, procura poder não existe assunto mais importante no momento de Portugal e do Mundo, como preparação para o sec XXI.

Ruben Eiras é só mais um, muitos existem.

Abaixo vão vários excertos de artigos de “Opinião” deste lobbista do petróleo e gás e dos valores nacionais (Atlânticos) como tanta vez repete. A importância do colonialismo é repetida e relembrada na forma da língua e tecnologia. Países supostamente autónomos, são identificados como uma extenção dos valores portugueses.

A globalização é abraçada como um milagre, a aposta no fracking e novas formas de energia que sustente a civilização e as tecnologias necessárias para a manter é a nova fé, os explorados os mesmos.

Das caravelas das especiarias aos navios para petróleo e gás13:18Terça feira, 18 de junho de 2013 Uma das marcas mais relevantes dos Descobrimentos portugueses foi a invenção da caravela, uma embarcação para viagens marítimas de longo alcance, baseada numa integração de tecnologias navais islâmicas e europeias.

E a par da caravela outras inovações tecnológicas foram introduzidas na navegação, desde novos instrumentos de naútica (como o astrolábio), a colocação de canhões nos navios para conferir superioridade qualitativa em situação de conflito bélico e novas técnicas de navegar, como por exemplo, a bolina (para navegar em sentido contrário ao do vento).

Ou seja, os portugueses para criarem uma nova rota para transporte marítimo das valiosas especiarias do Extremo Oriente, tiveram de inovar tecnologicamente para o conseguirem, como explica muito bem Jorge Nascimento Rodrigues nos seus livros "Portugal - Pioneiro da Globalização" e no mais recente "As Lições dos Descobrimentos" .

E não foi por terem especiariais no território português que o fizeram - foi exatamente por não as terem. E com isso os portugueses criaram uma indústria naval totalmente nova para os padrões europeus e mundiais de há 500 anos.

Uma das marcas dos portugueses foi a escravatura, a inquisição, a pilhagem. Outra marca foi a perseguição aos infiéis ( novas ideias e ateus) onde o apoio à caça ás bruxas e bruxos, levou muitos às fogueiras, às masmorras, aos mosteiros. A tecnologia primitiva iniciar o comércio de escravos, construir fortes e igrejas para se protegerem do povo e do mal. Outra marca foi a necessidade de pedir emprestado, alugado, oferecido, técnicas, materiais, homens, deuses. Sem os reis de Itália, Espanha, etc, nunca seriamos os grandes homens dos descobrimentos. Sem usurpar o conhecimento de outros povos, continuávamos parte de Espanha, talvez.

A superioridade qualitativa em situação de conflito bélico, tornou possível o mercado de escravos, a pilhagem, a imposição mercantil em povos distantes como América do Sul ou Índia. Novas técnicas para navegar contra os povos, em nome da nação e de Deus.

Ora seja os portugueses para criarem uma nova rota de transporte, iniciou a caça aos “piratas”, domesticou “selvagens” e iniciou guerras com outros reinos civilizados europeus.

Nada sobrou dos descobrimentos a não ser comércio, conversão, nacionalismo, colonialismo cultural, físico e imoral. Hoje muitos dos países “ Descobridores” de outros tempos, colonizam ainda hoje muitos povos pelo mundo, África é um exemplo de grande escala, tendo Moçambique, Angola e Cabo Verde ainda hoje a pagar “ As lições dos descobrimentos”, estando economicamente dependentes dos seus colonizadores económicos.

Há 500 anos iniciámos a Globalização, hoje estamos a pagar tudo, (à quem diga que é karma”)

mas podem-se se chamar de dívidas e acordos, numa linguagem mais política.

Para trazer riquezas, não sustentabilidade criámos a tecnologia necessária para explorar, impingir, vender e lucrar. Muitos senhores portugueses e mundiais continuam a aceitar os danos colaterais do negócio como parte integrante da vida dos mais adaptados, e hoje somos os piratas, os selvagens, os necessitados, os dependentes, os dominados, os escravos, os que pagam a Globalização.

Querendo voltar a não ser dependente as energias, mais do que a alimentação está no topo da lista da luta para a independência nacional. O trabalho, a expansão são louvadas, reza-se que a paz social e o controle dos piratas e terroristas permita a normal exploração das riquezas do solo, sub solo e acima.

A nova indústria naval do petróleo e gás

Atualmente há um sector que necessita com grande urgência de exímias competências na indústria naval, muitas destas existente em Portugal: a exploração e produção de petróleo e gás em águas profundas.

Com efeito, a exploração petrolífera em mar aberto e o crescimento da importância do mercado spot de gás natural liquefeito (GNL) estão a dinamizar a indústria naval de uma forma gigantesca.

Por exemplo, só no Brasil, na exploração do bloco Lula, na Bacia de Campos, onde a Galp Energia é membro do consórcio em conjunto com a Petrobras, serão necessários até 2020 perto de 40 FPSO (Floating, Production, Storage and Offloading), navios de produção de produção de petróleo e gás de gigantescas dimensões. E em conjunto com estas unidades navais, são também necessárias outras míriades de embarcações para tarefas logísticas e de manutenção.

Por outro lado, com o mercado de GNL já a representar 25% do mercado mundial de gás natural, e com significativas perspetivas de crescimento futuro, a procura de grandes transportadores de GNL tem vindo a aumentar de ano para ano.

Mais uma vez a industria naval é apontada como parte integrante deste grande país, Portugal. Desta vez no Petróleo e Gás, que existe no nosso território e que muito contribuiria para o crescimento da economia portuguesa, criação de postos de trabalho, e segurança nacional. Apresenta-se o Brasil com exemplo, nada muda de há 500 anos para cá. A exploração de petróleo, carvão e outras estão a destruir o ecossistema da América do Sul, a matar indígenas, a voltar à inquisição e à imposição da verdade por parte de estrangeiros. O negócio do gás natural em Portugal é igual, o investimento é maioritariamente estrangeiro, e o português serve para aumentar o seu volume de negócios de de lucro. O mar português está vendido para turismo e extração de petróleo.

A exploração em Portugal de gás natural (Fracking) poucos barcos vai necessitar, os gasodutos grande parte estão construidos, postos de armazenamento também, portanto as necessidades da industria naval como apoio só para servir os interesses de multinacionais estrangeiras, como Gulbenkian (partex Oil and gas), ou Petrobras, Mohave Oil, etc. Portugal não têm certeza da quantidade das “suas” reservas petrolíferas, no futuro como hoje como no passado, vai precisar de importar diesel, petróleo, gás natural, etc. Quem necessita deste negocio são as multinacionais e a Globalização, não o povo português. A economia que vai crescer é a corporativa e não a das famílias. Tudo como à 500 anos. Em nome de Portugal e da Igreja, em nome de Portugal e da economia. Só ver a história e quem paga são os mesmos, povo. Obrigados a ir nas naus, obrigados a vir nas naus. Obrigados a nadar em petróleo, obrigados a comprar energias.

As oportunidades para a indústria portuguesaEsta tendência significa que se Portugal definir um foco estratégico para a indústria naval de petróleo e gás, será possível com a infraestrutura de indústria naval e algum investimento externo (Brasil, Noruega e/ou Coreia do Sul, por exemplo) conquistar um posicionamente competitivo para apoio das operações marítimas na exploração petrolífera realizada no Atlântico Sul e, a muito mais longo prazo, no Atlântico Norte, no Ártico.

É um facto que os sul-coreanos conseguiram construir uma forte indústria naval para petróleo e gás sem terem uma gota de crude no seu mar.

Se Portugal já fez o mesmo com as especiarias, não conseguirá também repetir a proeza com o petróleo e gás? Conseguiremos sim, se ultrapassarmos o nosso principal défice, o de pensamento estratégico, como já o disse André Magrinho, no portal Inteligência Económica .

Portugal já é um foco estratégico para a industria naval de petróleo e gás. Desde a construção da Petrolífera de Sines nos anos 70, que petroleiros utilizam a costa portuguesa para largar petróleo vindo da América do Sul, África e países da Europa. Hoje os Países com mais interesse na aposta no gás natural em Portugal e na Europa são os EUA, Canadá, China, Países do norte de África. A posição que Portugal pode vir a alcançar para poder competir a nível energético é como os descobrimentos de passagem, e depois de dividas e cedências.

Parece que os senhores, os investidores e economistas não aprenderam nada com as especiarias e querem, voltar a repetir os mesmos erros, desta vez com mais consequenciais diretas no bem estar da população portuguesa. Antes era do défice moral e cultural agora vende-se a cultura à Globalização, as terras ás corporações e a população aos políticos, sempre com a avaliação dos economistas.

Para ultrapassar o nosso principal défice, o do pensamento popular, temos de eliminar a necessidade de energias fósseis, nucleares e das criadas para alimentar a Globalização.

O expresso têm sido um dos Média que apoia o lobbing da economia e do petróleo e gás em Portugal

Alguns exemplos: Ano 2013 e fim de 2012. ( penso que antes não existia)

18:12Sexta feira, 28 de junho de 2013 “Segundo o último BP Statistical Review, esta inversão deve-se à seguinte combinação de factores: baixa do preço carvão para geração de eletricidade; elevação do preço do gás natural russo; baixo preço do gás natural norueguês, devido a este não estar ligado à flutuação do preço do petróleo.Será que esta tendência afeta o desempenho económico da Gazprom? Não muito, porque a empresa tem diversificado os seus clientes de gás natural. Mas dá um golpe significativo na projeção geopolítica russa na UE baseada na "arma energética" gasífera.

Com efeito, podemos incluir este evento num rol de outros que sinalizam um início de mudança na política europeia conducente a um maior reforço da sua segurança energética: a Europa (e a Alemanha) está a abrir possibilidades à exploração do shale gas (principalmente no centro da Europa, Espanha e Reino Unido) e está criar enquadramento político para as recentes descobertas de petróleo e gás no Chipre e na Grécia.

Estaremos a caminho de uma Europa mais atlantista na energia?”

22:02Quinta feira, 27 de junho de 2013“Os EUA poderão tornar-se no principal produtor de petróleo ainda nesta década.Um estudo recente prevê que a produção do petróleo de xisto (não convencional, vulgo shale oil) irá triplicar até 2017, atingindo um total de 16 milhões de barris por dia. A análise é de Leonardo Maugeri, investigador do Belfer Center, da Harvard Kennedy School”

“E a Europa (Alemanha) tem a oportunidade de reduzir a sua dependência da importação de petróleo do Médio Oriente e de gás da Rússia se olhar para o Atlântico e para o Mediterrâneo Oriental (Chipre e Grécia).

Pois é - a esperança geopolítica da Europa está no seu Sul.”

12:37Sexta feira, 7 de junho de 2013“Com efeito, é um facto marcante para o mundo de expressão portuguesa: mais de 50% das novas descobertas de petróleo e gás realizadas na última década foram-no em países lusófonos: Brasil à cabeça, seguido de Moçambique e Angola.”

“Um novo poder no petróleo...

Uma tendência que pode abrir novas janelas de oportunidade para a competitividade industrial da economia portuguesa. Com efeito, há fortes sinais neste sentido. A Galp Energia anunciou recentemente a criação do ISPG - Instituto de Petróleo e Gás , em parceria com as seis maiores universidades portuguesas. O objetivo é dinamizar a I&D e a formação avançada em toda a cadeia de valor dos hidrocarbonetos”

17:14Quinta feira, 23 de maio de 2013 “O Conselho Europeu realizado nesta semana decidiu que a UE deve "recorrer de uma forma muito mais sistemática a fontes endógenas de energia on-shore e off-shore, numa perspetiva da sua exploração segura, sustentável e rentável, respeitando as escolhas do mix energético dos Estados-membros". “Esta volta de 180º na estratégia energética europeia deve-se sobretudo a dois novos factos: as enormes reservas de shale gas no centro da Europa (Polónia e Alemanha) e os gigantescos reservatórios de petróleo e gás na Grécia e no Chipre “

16:02Terça feira, 21 de maio de 2013 “O mercado de energia limpa (renováveis e tecnologias energéticas eficientes) chinês é 13 vezes maior agora do que em 2005: de 5 mil milhões cresceu para 65 mil milhões em 2012.”

“Só no solar a China captou 25% do total deste grupo geopolítico, com um recorde de 31,2 mil milhões de dólares. No segmento eólico, foram investidos no Império do Meio 37% do "bolo" do G-20, enquanto que as outras tecnologias energéticas registaram 47%”

“E é justamente isso que a China está a fazer. Se, por um lado, está substituir os EUA como a maior “gula" energética do planeta no que se refere a importações de petróleo, por outro está a competir de igual para igual nas tecnologias renováveis e limpas. E o primeiro segmento a receber este impacto é a indústria da energia solar, assolada por uma guerra comercial entre a China de um lado e a UE e os EUA do outr o.

Ou seja, no domínio energético, a segurança tecnológica passou a ser criticamente estratégica a par da segurança dos recursos, porque atualmente a energia não só permite que as economias funcionem, mas também cria "novas economias".

17:53Domingo, 5 de maio de 2013 “Nos últimos 18 meses a oferta de petróleo no mercado global contraiu 3%, ou seja, foram retirados do mercado 2,5 triliões de barris por dia (MMb/d). Marshal Adkins refere que a vantagem competitiva do preço do gás natural norte-americano é imbatível. Por isso, a recente vaga de reindustrialização da economia dos EUA vai garantir o seu consumo, como também uma crescente gaseificação da mobilidade de veículos pesados.”

“Quanto às futuras fontes de maior geração de lucro no negócio de crude a nível global, aquele especialista aponta a refinação e o transporte de produtos refinados. Isto devido à crescente diversificação de ramas de crude e da sua localização geográfica”“Primeiro, que se a Europa insistir em metas tão rígidas e fundamentalistas no que respeita às emissões de CO2, para além de ser dependente da importação de crude e gás natural, irá perder a sua indústria de refinação e petroquímica. Irá gerar uma nova dependência económico-energética, criando mais desemprego e menos competitividade”

E para Portugal o que significam estas tendências?Sendo um dos países da UE com maior défice energético, e daí com maior sensibilidade às subidas de preço do crude, além de promover uma exploração sustentável das suas fontes renováveis, tem de fazer o mesmo no que concerne às suas fontes fósseis. E, claro, promover a eficiência energética.

Mas tão mais importante que a produção energética é também a diplomacia energética. Ou seja,

Portugal tem de promover relações comerciais e de cooperação com países estratégicos no fornecimento de crude ou na produção deste. Em concreto, por exemplo, canalizar a formação de quadros altamente qualificados para a exploração de petróleo em águas profundas para o Brasil, numa aliança com a Noruega.

13:34Quarta feira, 10 de abril de 2013 “As reservas de gás natural tecnicamente recuperáveis nos EUA aumentaram em 25%, para 2,384 triliões de pés cúbicos (tcf), ou seja, mais 486 tcf desde a última avaliação realizada em 2010.

A análise levada a cabo pelo Potential Gas Commitee (PGC) , uma organização que reúne todos os stakeholders envolvidos na indústria do gás natural no mercado norte-americano (existente há 48 anos), revela ainda que as bacias na costa Atlântica são as que detêm a maior quantidade deste recurso (33%), tendo crescido 110% desde 2010.”

“A primeira é que se reforça a convicção de que os EUA voltarão a ser uma potência energética, como o foram durante a primeira metade do século XX. Mas agora assente no gás natural”

“Além disso, provavelmente assistir-se-á a uma gaseificação da mobilidade nos EUA, sobretudo nos veículos de transporte de mercadorias e coletivos de passageiros. E, no médio-longo prazo, no crescimento de produção de gasolina e diesel a partir de gás natural, por meio da via gas-to-liquid.”

"O potencial para Portugal “Sendo que Portugal faz fronteira marítima com os EUA, há aqui uma potencial oportunidade para maximizar a posição geoestratégica do país, sobretudo com Sines operar como plataforma reexportadora do gás natural americano para o mercado europeu.

No limite, até se deveria estudar a viabilidade de uma solução GTL em Sines para abastecer de diesel o mercado europeu ou de combustíveis líquidos os mercados latino-americanos em que a capacidade de refinação se encontra estrangulada (como o brasileiro, por exemplo).”

10:26 Quinta feira, 7 de março de 2013 O Médio Oriente irá contar com mais um produtor de petróleo, mas desta feita não-convencional (shale oil): a Jordânia, um dos poucos estados árabes com uma relação funcional com Israel e que funciona como pivot do Ocidente no turbulento ambiente geopolítico daquela região.

Se à Jordânia juntarmos as descobertas de gás no off-shore israelita , verificamos que dois dos países mais próximos de Washington no Médio Oriente vão tornar-se auto-suficientes em energia e, no limite, exportadores líquidos de hidrocarbonetos.

14:20 Terça feira, 5 de março de 2013 “A Austrália, a seguir aos EUA, será provavelmente o próximo hotspot global de shale gas, como também de shale oil. Segundo o último World Energy Outlook da Agência Internacional de Energia, até 2035 é expectável que a produção australiana de gás natural liquefeito atinja os 160 bcm anuais, ou seja, 70% da produção do Qatar prevista para o mesmo período.

E na região de Cobber Pedy (atentamente indicado neste post do Inteligência Económica ), foi identificada uma bacia de petróleo de xisto que poderá conter até 233 triliões de barris, tornando aquele país dos antípodas auto-suficiente em crude. A esta nova importância geoeconómica da ilha-nação, junta-se um outro factor geopolítico: o aprofundamento da sua aliança militar com os EUA . Isto porque sendo um país costeiro e isolado, é extremamente dependente das rotas marítimas para a realização do seu comércio.”

11:20Quarta feira, 20 de fevereiro de 2013 “Moçambique será, a médio prazo, a potência energética do Índico. As enormes reservas de gás natural e de carvão estão a transformar profundamente a importância geopolítica do país africano oriental de língua portuguesa.

Com efeito, as últimas projeções apontam para Moçambique como um potencial "segundo Qatar", o maior produtor de gás natural liquefeito (GNL) do mundo . Das reservas provadas, aquele país possui a magnífica quantidade de 104 triliões de metros cúbicos de gás, dos quais a empresa portuguesa Galp Energia possui uma fatia de 10% na bacia do Rovuma. Além disso, é neste país onde se descobriram quase 25% das novas fontes mundiais de petróleo e gás .

E se a este factor juntarmos os enormes recursos de carvão, Moçambique tornar-se-á numa década

num dos 10 maiores exportadores mundiais desta fonte energética, com a produção prevista de 100 milhões de toneladas (mt) anuais (a Austrália irá liderar com 400 mt).”

“Tudo isto mudou por completo a importância geoeconómica de Moçambique. Dada a sua localização geográfica no Índico, numa zona livre de disputas fronteiriças e sem ameaças de pirataria marítima, o país encontra-se numa posição privilegiada para se tornar num fornecedor seguro de gás e carvão para a Índia, China e Japão.”

“E o que dizer de Portugal? Com o adequado posicionamento estratégico, o nosso país pode beneficiar em muito desta nova prosperidade energética "em português".

Primeiro, Portugal possui relações ancestrais, e atualmente em bom estado, com todos os países do IBSA e o Japão. Por sua vez, também está de boas relações com Moçambique.”

18:07 Segunda feira, 21 de janeiro de 2013 “Portugal importa da Argélia 50% do gás natural que consome, sendo este entregue via gasoduto. Os recentes eventos terroristas na fábrica de In Amena revelam que o risco geopolítico argelino face a uma interrupção no abastecimento de gás argelino aumentou brutalmente para o nosso país.”

“Portugal, por exemplo, tem refocalizado a diversificação da sua carteira de fornecedores de hidrocarbonetos em zonas de paz de segurança, ou seja, nos mares do Atlântico Sul (com Brasil e Angola à cabeça) e do Índico (Moçambique). A prazo, esta opção permitirá que o país seja totalmente abastecido de petróleo e gás a partir de países sem problemas de terrorismo e com potencial de conflito praticamente nulo.”

12:00Domingo, 23 de dezembro de 2012 “Uma das mudanças mais profundas em curso com os adventos do petróleo de águas profundas e o gás não-convencional (shale gas) é o aprofundamento da integração tecnológica entre as renováveis e os "novos" hidrocarbonetos.”

"E nesta tendência de aliança tecnológica entre as renováveis e os hidrocarbonetos, outro sinal importante é a recente turbina criada pela General Eletric que permite utilizar de forma integrada gás natural e renováveis, de forma a compensar a volatilidade e aproveitar a diversidade destas últimas.O insuspeito Rocky Mountain Institute , um dos mais respeitados think tanks de energias renováveis nos EUA (o seu presidente Amory Lovins é conselheiro de Obama), classificou esta tecnologia

como sendo estratégica para aumentar a penetração de renováveis no mercado.”

0:02Quinta feira, 20 de dezembro de 2012 “Portugal tem potencial para se tornar num "smart hub" de serviços industriais para o sector de petróleo e gás. Isto não só pela sua interessante posição geoestratégica no Atlântico, mas sobretudo pela excelência do seu sistema científico e tecnológico no ensino e prática da engenharia.

Para o efeito passo a dar dois exemplos concretos. O primeiro é a Lusotechnip , a subsidiária da francesa Technip, uma das 10 maiores empresas mundiais de Oil Field Services (serviços e equipamentos para petróleo e gás). Esta organização é altamente especializada em equipamentos para exploração petrolífera em águas profundas, especialmente desenvolvidos para aplicação no pré-sal brasileiro.”

“ O outro exemplo é o Instituto de Soldadura e Qualidade , que já fatura 70% da sua atividade fora de Portugal, sendo que mais de metade desta está concentrada na indústria do petróleo e gás, sobretudo nas operações em plataforma petrolíferas. Qual a vantagem competitiva? Um serviço especializado e integrado na segurança das operações, altamente qualificado e a um custo competitivo.”

17:19 Quinta feira, 22 de novembro de 2012 “Cerca de 50% das novas descobertas de petróleo e gás realizadas desde 2005 estão localizadas em países lusófonos. Este será um factor transformacional da importância geopolítica do português na economia global.

Com efeito, esta tendência de fundo foi o tema de capa numa edição recente da prestigiada revista Monocle , que classificou o português como "a nova língua global do poder e do comércio".

De facto, segundo as últimas análises das consultoras IHS e Bernstein Analysis , três países de língua oficial portuguesa lideram o ranking das 10 maiores descobertas de petróleo e gás do planeta na presente década.”

“A Petrobras já está a trilhar esse caminho há mais de 30 anos. A empresa brasileira não só é a quarta maior petrolífera mundial a investir em I&D , como é das únicas operadoras a deter tecnologia proprietária para a exploração de petróleo e gás em águas ultra-profundas A Galp Energia, por sua vez, está presente em Angola, Brasil e Moçambique, e já possui parcerias de formação avançada com a Petrobras. Isto significa que existe substrato para criar uma indústria avançada de petróleo e gás, em português, no espaço da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP ), com impacto à escala global. Portanto, se forem dados passos no reforço da cooperação empresarial, científica, tecnológica, legal e económica no domínio do petróleo e gás entre os países lusófonos, esta transformação geopolítica redundará na construção de uma segurança energética e prosperidade inteligentes para os povos que falam português.”