30
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA - AJES ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL NEUROCIÊNCIA E APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVA ELIZETHE APARECIDA FERRI ORIENTADOR: PROF. ILSO FERNANDES DO CARMO PRIMAVERA DO LESTE/2014

UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVAbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140923153403.pdf · APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVAbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140923153403.pdf · APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO

INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA - AJES

ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL NEUROCIÊNCIA E

APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL

UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVA

ELIZETHE APARECIDA FERRI

ORIENTADOR: PROF. ILSO FERNANDES DO CARMO

PRIMAVERA DO LESTE/2014

Page 2: UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVAbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140923153403.pdf · APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO

INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA - AJES

ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL NEUROCIÊNCIA E

APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL

UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVA

ELIZETHE APARECIDA FERRI

ORIENTADOR: PROF. ILSO FERNANDES DO CARMO

"Trabalho apresentado como exigência parcial para a obtenção do Título de Especialização em Educação Infantil Neurociência e Aprendizagem/Psicopedagogia e Educação Infantil."

PRIMAVERA DO LESTE/2014

Page 3: UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVAbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140923153403.pdf · APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO

DEDICATÓRIA

Dedico primeiramente a Deus que me iluminou todos esses anos que me fez

não desistir do meu sonho, e aos meus pais que me apoiaram nesta jornada na

minha vida se não fosse eles eu não conseguiria concluir este curso. Hoje eu estou

aqui prestes a concluir, eu agradeço muito a eles. Dedico este trabalho as pessoas

que lutam diariamente ao meu lado, transmitindo fé, amor, alegria, determinação,

paciência, e coragem, tornando os meus dias mais felizes e bonitos.

Page 4: UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVAbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140923153403.pdf · APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO

AGRADECIMENTOS

Ao todo criador, Deus, que está acima de todas as coisas deste mundo.

Concebendo sempre os nossos desejos e vontades, mesmo quando de forma

oculta.

Agradeço também a todos os professores que me acompanharam durante a

Pós Graduação, responsáveis pela realização deste trabalho.

A todos os meus amigos e colegas de sala, que com certeza plantaram um

pedaço de si em meu coração.

Page 5: UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVAbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140923153403.pdf · APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO

Nossas mentes têm sido

condicionadas a pensar sobre a cruz

como uma redenção que faz menos

do que redimir, e a pensar sobre

Cristo como um salvador que faz

menos do que salvar, e a pensar

sobre a fé como a ajuda humana de

que Deus necessita para cumprir os

seus propósitos.

J. I. Packer (via thiagoanunes)

Page 6: UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVAbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140923153403.pdf · APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO

RESUMO

A educação inclusiva é pauta de pesquisas, projetos, documentos e debates

variados no mundo contemporâneo com o foco de análise à educação de alunos

com necessidades educacionais especiais. Diante do processo de inclusão dos

alunos com necessidades educacionais especiais à escola regular, a mesma

necessita adequar-se de modo que obtenha estrutura com recursos físicos e

humanos para tal público.

No entanto, a intenção do presente trabalho é abordar e refletir objeções

entre a escola regular e a educação inclusiva, bem como analisar o progresso da

mesma historicamente através de pesquisa bibliográficas, bem como verificar

benefícios que ela proporciona às pessoas com necessidades educacionais

especiais, família.

Em pesquisa constata-se que a inclusão escolar é um processo gradativo, e,

para que aconteça na prática é necessário o comprometimento da família e

comunidade escolar.

Palavras-chave: Inclusão; Preconceito; Família.

Page 7: UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVAbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140923153403.pdf · APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO

SUMÁRIO

Introdução-----------------------------------------------------------------------------------------------07

1. EDUCAÇÃO INCLUSIVA-------------------------------------------------------------------------12

1.1Preconceitos na Inclusão------------------------------------------------------------------------13

2. INCLUSÃO X INTEGRAÇÃO-------------------------------------------------------------------16

2.1 A Importância da Família na Inclusão Escolar--------------------------------------------17

3. OS GRANDES DESAFIOS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL-------18

4. OS DESAFIOS PARA OS PROFESSORES EM RECEBER OS ALUNOS---------22

CONCLUSÃO-------------------------------------------------------------------------------------------25

REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS----------------------------------------------------------------27

Page 8: UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVAbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140923153403.pdf · APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO

INTRODUÇÃO

A inclusão de alunos com necessidades especiais no sistema regular de

ensino tem sido um assunto bastante discutido, tanto nos segmentos educacionais

quanto nos sociais, no entanto falar de inclusão não é tarefa fácil, porém necessária.

Incluir não significa colocar o aluno na escola sem dá condições necessário de

permanecia e assistência educacional, mas sim dá suporte pedagógico, além de um

ensino de qualidade que desenvolva de forma tridimensional as suas

potencialidades, sejam elas: cognitivas, motoras e afetivo-sociais.

A inclusão escolar, enquanto paradigma educacional tem como objetivo a

construção de uma escola acolhedora, onde não existam critérios ou exigências de

natureza alguma, nem mecanismos de seleção ou discriminação para o acesso e a

permanência com sucesso de todos os alunos. Este paradigma requer um processo

de ressignificação de concepções e práticas, no qual os educadores passem a

compreender a diferença humana em sua complexidade, não mais com um caráter

fixo e um lugar: preponderantemente no outro, mas entendendo que as diferenças

estão sendo constantemente feitas e refeitas e estão em todos e em cada um.

Ao mesmo tempo, contribui para transformar a realidade histórica de

segregação escolar e social das pessoas com deficiência, tornando efetivo o direito

de todos à educação. Educar é um fazer que envolve todas as dimensões do viver

humano com o propósito de integrar corpo e espírito, tendo a consciência de que,

quando isso não ocorre, teremos a alienação, a perda do sentido individual e social

do viver. Educar exige, antes de tudo, fazer e conseguir a aceitação e a legitimação

do outro numa perspectiva social e solidária. É essa solidariedade que permite dar

sentido a vidas desfeitas, e sentido a vidas que tiveram sua dignidade destruída.

Cada ação pedagógica e cada passo educativo precisam agregar valor à

vida de cada criança. Implica em parar para ver o que cada criança tem de bom, o

que nela existe em potencial, sem a exclusão por antecipação. É dizer não ao rótulo

de “incapazes” porque os esperados talentos não se coadunam às atividades

previstas. É desejar oferecer ambientes de aprendizagem nos quais a

responsabilidade fará realizar tarefas, não somente pela obrigatoriedade, mas por

que motivadas a se sentirem bem com aquilo que fazem.

Page 9: UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVAbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140923153403.pdf · APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO

Para MITTLER (2001), a educação inclusiva só começa com uma radical

reforma da escola, com a mudança do sistema existente e repensando-se

inteiramente o currículo para se alcançar as necessidades de todas as crianças.

Para esse autor a inclusão não significa transferir o aluno da escola especial para a

escola regular, pois, ela representa uma mudança na mente e nos valores para as

escolas e para a sociedade em geral, porque subjacente à sua filosofia está à

celebração da diversidade.

Consoante a este pensamento MITTLER (2003 p.25), diz que:

Isto se refere a todas as crianças que não estão beneficiando-se com a escolarização e não apenas aquelas que são rotuladas com o termo necessidades educacionais especiais.

A educação inclusiva segundo RODRIGUES, apud RIBEIRO e BAUMEL

(2003), não deve ser tratada como uma abordagem tradicional onde era sinônimo de

uniformização, mas numa abordagem de atenção a diversidade e a igualdade com

respeito pelas diferenças e pelas necessidades individuais, desenvolvendo as

potencialidades de cada aluno através de percursos individualizados de

aprendizagem, respeitando as características e o ritmo de cada um.

Neste sentido, PERRENOUD (1988), apud NÓVOA (2007, p.14), diz que:

Ao longo das últimas décadas, os especialistas da educação têm-se esforçado por racionalizar o ensino procurando controlar a priori os fatores aleatórios e imprevisíveis do ato educativo, expurgando o 17 cotidiano pedagógico de todas as práticas, de todos os tempos que não contribuem para o trabalho escolar propriamente dito.

Para BAPTISTA (2006), primeiramente a escola deve estar adequada

àquela criança, jovem ou adulto. Tendo profissionais adequados e espaços

direcionados as determinadas deficiências. Essa escola deve também respeitar os

limites do educando e desenvolver uma real integração social na comunidade em

que vivem a inclusão implica também em uma mudança de paradigmas, de

conceitos e costumes, que fogem as regras tradicionais, ainda fortemente calcados

na linearidade do pensamento, no primado do racional e do ensino, na transferência

dos conteúdos curriculares. Ainda existe uma resistência por parte das escolas, em

concretizar essa inclusão, suas desculpas variam entre não ter profissionais

especializados, salas adequadas ou acessos dentro das escolas, exemplo para os

cadeirantes, entre outras. A inclusão é, portanto um conceito intrigante, que busca

retirar as barreiras impostas pela exclusão em seu sentido mais global. A educação

08

Page 10: UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVAbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140923153403.pdf · APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO

é, portanto um direito de todos, e assegurá-lo é necessariamente, dar boas vindas a

esse aluno, sem questionar suas possibilidade ou dificuldades. Respeitando-os,

integrando-os ao cotidiano escolar, visando capacitar e melhorar a vida desses

educando. As desigualdades sociais no Brasil afetam diretamente as diversas

condições de acesso à educação no país. Quase todos os indicadores educacionais

brasileiros evidenciam este fato.

Para o autor FERREIRA (2005, p. 44) a inclusão envolve:

[...] uma filosofia que valoriza diversidade de força, habilidades e necessidades [do ser humano] como natural e desejável, trazendo para cada comunidade a oportunidade de responder de forma que conduza à aprendizagem e do crescimento da comunidade como um todo, e dando a cada membro desta comunidade um papel de valor.

Em face disso, nota-se que a materialização da escola verdadeiramente

inclusiva trabalha baseando-se na defesa de princípios e valores éticos, na projeção

dos ideais de cidadania e justiça, nivelada a uma proposta que visa à promoção de

práticas pedagógicas contemplando o aluno, individualmente, em sua maneira

peculiar durante o processo de aprendizagem e envolvendo, com compromisso e

empenho, a comunidade escolar.

A inclusão é um processo dinâmico e gradual, esta se resume em

“cooperação/solidariedade, respeito às diferenças, comunidade, valorização das

diferenças, melhora para todos, pesquisa reflexiva.” (SANCHEZ, 2005, p. 17).

O educador é o mediador e responsável pela construção do conhecimento,

interação e socialização do aluno com NEE, sendo a inclusão considerada uma

tentativa de reedificar esse público, analisando desde os casos mais complexos aos

mais singelos, pois uma educação de qualidade é direito de todos. (SANCHEZ,

2005, p. 17).

Deficiência: caracterização e conceituação, a história da atenção à pessoa

com deficiência tem-se caracterizado pela segregação, acompanhada pela

consequente e gradativa exclusão, sob diferentes argumentos, dependendo do

momento histórico focalizado. Para conhecer as ideias que norteiam a concepção

acerca da deficiência, recorremos, em particular, à autora Maria Salete Aranha

(2000), que se reporta à história para buscar uma melhor compreensão do lugar que

a pessoa com deficiência ocupa na sociedade contemporânea.

09

Page 11: UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVAbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140923153403.pdf · APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO

As práticas educativas vêm sendo aprimoradas a cada dia, para que se

possa acompanhar o desenvolvimento do aluno envolvido no processo de ensino e

aprendizagem. Os fatores que influenciam nas mudanças das práticas já existentes

são fatores sociais, culturais econômicos entre outros. Porém, os que mais são

observados são os fatores socioculturais, pois é a partir da vivência dos alunos e do

seu contexto social que poderemos elaborar atividades pedagógicas que venham ao

encontro das necessidades e particularidades dos nossos alunos. As mudanças e as

adaptações das práticas educativas existentes são fundamentais para um bom

desenvolvimento do trabalho, pois conhecer e tentar entender o mundo no qual o

aluno está inserido é o primeiro passo a ser desenvolvido. Proporcionar atividades

interessantes que cativem a curiosidade do aluno é essencial. (SANCHEZ, 2005, p.

17).

A pesquisa aplicada deste projeto será realizada por meio de referencial

teórico. A inclusão deve ser entendida como fazendo parte dum combate mais

alargado destinado a suplantar discursos e práticas de exclusão, assumindo-se

contra a ideologia que quer ver cada indivíduo completamente separado e isolado. A

inclusão tem em vista uma melhoria da instrução. Longe de ser uma disciplina

marginal destinada a encontrar metodologias para escolarizar um grupo

relativamente restrito de alunos num quadro escolar clássico, a inclusão constrói os

fundamentos de uma abordagem que poderá conduzir à transformação do próprio

sistema. (SALAMANQUE, 2008).

O título desse trabalho já contém em si mesmo a mensagem de que o tema

pode ser examinado sobre vários enfoques porque inúmeras são as teorias para

explicar a Educação Inclusiva, entre elas este trabalho destaca: a Inclusão, os

Preconceitos na Inclusão, Inclusão x Integração, a Importância da Família na

Inclusão, os Grandes desafios para os professores em receber essas crianças.

Mudanças na concepção de como a aprendizagem se dão acarretam

mudanças nas explicações acerca das dificuldades enfrentadas pelos alunos e

professores. O presente trabalho surgiu da preocupação e da necessidade de

melhor compreensão do processo de Inclusão de Crianças na escola regular.

Veremos nos próximos capítulos que a Educação Inclusiva ainda é uma

grande dificuldade em nossas escolas, e como lidar com essas mudanças, e as

10

Page 12: UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVAbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140923153403.pdf · APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO

estratégias usadas, segundo autores e seus relatos, conversa com familiares, e

chegar a uma conclusão.

11

Page 13: UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVAbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140923153403.pdf · APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO

1. UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇAO INCLUSIVA

No ano de 1994 é publicada a Política Nacional de Educação Especial, que

orientou o processo de integração instrucional e condicionou o acesso às classes

comuns do ensino regular àqueles que “(...) possuem condições de acompanhar e

desenvolver as atividades curriculares programadas do ensino comum, no mesmo

ritmo que os alunos ditos normais.” (BRASIL, 1994, p.19). A Política Nacional de

Educação Especial (BRASIL,1994), fruto da concepção integracionista, cujo modelo

condicionava o acesso nas classes comuns do ensino regular àqueles alunos

considerados aptos ou adaptados às condições e ritmo de aprendizagem da turma o

termo usado por este Plano para se referir aos alunos que gozavam destes direitos é

‘pessoas com deficiência, condutas típicas, altas habilidades/superlotação’.

A política de inclusão escolar, diferente da política de integração que

colocava o ônus da adaptação no aluno, segundo ROSA (2005) implica em todo um

remanejamento e reestruturação da dinâmica da escola para receber esses alunos

especiais. Na escola inclusiva é necessário um planejamento individualizado para

cada aluno, que recebe dentro de sua própria classe, os recursos e o suporte psico-

educacional necessários para seu desenvolvimento. É necessário também que haja

um profissional especializado acompanhando diretamente o aluno durante a aula e

orientando o professor do ensino regular na adaptação curricular e metodológica.

ROSA (2005, p. 88) defende que:

[...] o aprimoramento da qualidade do ensino regular e a adição de princípios educacionais válidas para todos os alunos resultarão naturalmente na inclusão escolar dos portadores de deficiência. Em consequência, a educação especial adquire uma nova significação. Torna-se uma modalidade de ensino destinada não apenas a um grupo exclusivo de alunos – o dos portadores de deficiência – mas uma modalidade de ensino especializada no aluno e dedicada à pesquisa e desenvolvimento de novas maneiras de se ensinar, adequadas à heterogeneidade dos aprendizes e compatíveis com ideais democráticos de uma educação para todos.

Analisando o conceito de deficiência descrito por essa convenção,

percebemos que as atitudes excludentes da sociedade contribuem com perpetuação

das diferenças e impedem o desenvolvimento da PNEE. Se formos indivíduos que

aprendemos essencialmente através das trocas sociais com os seres da mesma

espécie, a exclusão certamente é um obstáculo ao crescimento de qualquer pessoa.

Existindo apenas interação entre as pessoas com deficiência, como defende o

Page 14: UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVAbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140923153403.pdf · APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO

modelo de segregação, ou sugere o paradigma integracionista, a sociedade estará

negando o direito à diferença e o direito a igualdade de oportunidades.

MANTOAN (2009, p. 16) relata que:

É necessário que a sociedade reflita a função da escola enquanto agente de transformação social e responsável por uma educação de qualidade que atenda a diversidade, pois inclusão é um direito de todos. Não se justifica mais que instituições responsáveis pela educação formal ainda perpetuem práticas excludentes. Numa escola inclusiva, as pessoas com deficiência não precisam se modificar para serem incluídas.

Estudos apontam para uma tendência da solidificação de uma cultura

inclusiva, ou seja, a de escola para todos, no cenário educacional brasileiro,

exigindo-se a construção de um novo referencial que englobe os sistemas regular e

especial de ensino. A esse respeito, Melo et al.(2009) afirmam que a

democratização do ensino, na ótica da inclusão, e sua ampliação para todos, exige a

adequação da escola à recepção de todos os alunos e não o inverso.

Sabe-se que pelo fato de ser essa uma nova cultura, ainda em processo,

muitos pontos permanecem obscuros, sem respostas e passíveis de

questionamentos pelos professores e pesquisadores. Partindo-se dessa perspectiva,

propõe-se uma reflexão relacionada às tendências de inclusão no Ensino Superior,

pois, se por um lado houve avanços importantes nos processos inclusivos nos

ensinos fundamental e médio, as discussões a respeito da inclusão de pessoas com

necessidades especiais no Ensino Superior brasileiro ainda são incipientes.

Portanto, não há exagero em se afirmar que essa temática está restrita, ainda, aos

círculos acadêmicos e governamentais, pois não ganhou espaço significativo nas

mídias ou nos diversos fóruns que informam (e formam) os diferentes contextos

sociais.

1.1 PRECONCEITOS NA INCLUSÃO

Para ADORNO (2002), a barbárie, que por sua vez é irmã dileta do

preconceito, não é fruto exatamente de um capitalismo, é uma condição intrínseca a

um processo civilizador. Para ele progresso e barbárie são inseparáveis, no entanto,

em uma posição diferencial, que devemos alterar nossas relações sociais, como

forma de produção de novas relações, estas mesmas relações produziriam uma

resistência diferencial nesse sistema de produção, A adaptação e a diversificação de

13

Page 15: UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVAbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140923153403.pdf · APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO

conteúdos devem fazer parte de uma preparação para o estilo de aprendizagem que

o educador levará aos seus alunos para que se sintam satisfeitos e iguais a todos os

outros, sem exclusão. Todo conteúdo programado deverá atender as necessidades:

É preciso, sobretudo, compreender a nossa incompreensão, a nossa resistência em compreender o outro como agente de reprodução de iniquidade que o vitima e ao vitimá-lo nos vitima também. Porque no fim, na prepotência de querer libertá-lo, o que queremos é nos libertar dele, nos livrar dele. “Porque não estamos propondo a construção do novo – apenas a extensão a ele do que já é velho, dos mecanismos de reprodução das relações sociais e não da produção de novas relações. (p. 45).

Não sem razão, a identidade também é constituída pela família, enquanto

que a diferença é um território social, onde as designações de suas representações

no âmbito social pertencem. BAUMAN (2001), reitera que esse território social a que

chamamos diferenças requer estudo, exercício e disciplina no âmbito da convivência

social:

A capacidade de conviver com a diferença, sem falar na capacidade de gostar dessa vida e beneficiar-se dela, não é fácil de adquirir e não se faz sozinha. Essa capacidade é uma arte que, como toda arte requer estudo e exercício. A incapacidade de enfrentar a pluralidade de seres humanos e a ambivalência de todas as decisões classificatórias, ao contrário, se autoperpetuam e reforçam: quanto mais eficazes a tendência à homogeneidade e o esforço para eliminar a diferença, tanto mais difícil sentir-se à vontade em presença de estranhos, tanto mais ameaçadora a diferença e tanto mais intensa a ansiedade que ela gera. (p. 123).

Mas devemos destacar que se o grupo é uma instância importante para o

desenvolvimento do preconceito, isso não significa que ele seja a fonte de seu

surgimento. Nesse sentido concordamos com HELLER (1972), quando afirma:

Dizemos tudo isso apenas com a finalidade de refutar o ponto de vista dominante na sociologia contemporânea, segundo o qual a fonte de preconceitos é o grupo enquanto tal, a coesão grupal em si; ora, o próprio conceito de ‘grupo’ já nos parece uma categoria ultra generalizadora e, por conseguinte, de escasso rigor científico; as simples concordâncias formais não são suficientes para justificar que se tratem como idênticas as formações grupais ‘face-to-face’ e as integrações sociais. Essas são hoje, como dissemos as produtoras dos preconceitos socialmente influentes; e não estão baseadas em relações ‘face-to-face’. (p. 55).

A relação da ideologia com o preconceito em nível individual é destacado

pela autora. Todo indivíduo é particular, singular, no que diz respeito aos seus

interesses próprios, mais imediatos, e é humano-genérico quando consegue

transcender esses interesses e passa a se preocupar com a realização do que é

próprio à essência humana: o trabalho como objetivação, a sociabilidade, a

universalidade, a consciência e a liberdade (ver p.4). Os preconceitos se associam

aos interesses particulares e se contrapõem ao humano-genérico. A ideologia

14

Page 16: UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVAbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140923153403.pdf · APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO

fomenta a particularidade dos interesses, associando-os ao desenvolvimento de

preconceitos. (HELLER, 1972).

15

Page 17: UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVAbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140923153403.pdf · APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO

2. INCLUSÃO X INTEGRAÇÃO

Incluir alunos especiais na escola regular, não é somente transferir os

mesmos de uma escola especial para a regular, ou seja, além de mudanças na

estrutura dos edifícios escolares, tem que haver preparação para os professores,

para que deem a assistência necessária a esses alunos, essas mudanças são

necessárias, pois não é possível falar em inclusão sem que haja ajustes de cada

unidade escolar e adaptações curriculares. No sentido etimológico, integração vem

do verbo integrar, que significa formar, coordenar ou combinar num todo unificado.

Inclusão, do verbo incluir, significa compreender, fazer parte de, ou participar de.

Nota-se que, no significado de inclusão, aparece à palavra participar, fazer parte, o

que pressupõe outra visão. Participação é uma necessidade fundamental do ser

humano, logo o homem só terá possibilidade de total desenvolvimento numa

sociedade que permita e facilite a sua participação. (VOIVODIC, 2004).

A educação para o trabalho e o fenômeno da globalização, embora não se

possa estabelecer entre ambos os temas uma relação biunívoca, sem dúvida que

há, entre eles, estreitas relações que agravam a referida crise. Se a competição que

tem caracterizado as relações interinstitucionais e interpessoais é ameaçadora para

cidadãos "comuns", o que dizer quando se trata de cidadãos “peculiares" e que tem

exercitado, plenamente, seus direitos de apropriação do saber e do saber fazer?

Como enfatiza DEMO (1997, p. 12):

A educação profissional é sempre formação e não treinamento. E mais: “o caráter educativo do processo” profissionalizante precisa predominar sobre todos os outros aspectos, porque não se trata apenas de inserisse no mercado, mas de envolver o todo no contexto da cidadania; saber pensar e aprender a pensar de notam não só habilidades propedêuticas de estilo formal e inovador, mas, sobretudo, a qualidade política de quem, ao mesmo tempo, maneja bem o conhecimento e o humaniza; (...) embora o esforço educativo no campo profissionalizante corra sempre o risco de subordinar-se ao mercado ou de cair no vazio por desvinculação com o mercado, se aceita hoje que o trabalhador só tem a ganhar se o processo profissionalizante se centrar na qualidade educativa, para poder retirar daí tanto à capacidade de inserir-se no mercado quanto, sobretudo, de poder confrontar-se com ele.

Para ROSA (2005, p. 91),

as adaptações curriculares são estratégias para promover maior eficácia educativa, a fim de contribuir, de forma mais coerente, com o sistema de inclusão e com o atual estado dos sistemas educacionais, que são, ainda, insuficientes para atender os alunos das escolas regulares, especialmente

Page 18: UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVAbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140923153403.pdf · APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO

os alunos com necessidades educativas especiais. As adaptações curriculares se caracterizam pela procura de uma maior flexibilidade e dinamismo do Projeto Político Pedagógico de cada instituição de ensino e da formação de cada educador.

2.1 A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NA INCLUSÃO ESCOLAR

FERREIRA & FERREIRA (2004), afirmam que há indícios de que algumas

situações educacionais de superação de dificuldades na escolarização têm sido

devido à participação da família. No decorrer dos anos 90, houve inclusive o

reconhecimento legal sobre a importância da participação da família no processo de

escolarização dos (as) filhos (as), explicitado em documentos, tais como: Estatuto da

Criança e do Adolescente.

Há diversas opiniões, de pais, professores, coordenadores, diretores,

políticos, enfim, opiniões de nossa sociedade, muitos a favor e muitos contra a

inclusão de alunos com deficiência na rede regular de ensino, que devem ser

respeitadas. Mas também deve ser respeitado o direito que nos é garantido

constitucionalmente de ter educação, e aos alunos com necessidades especiais,

garantida a educação preferencialmente no ensino regular. O que beneficia não só

esses alunos, de crescerem e terem oportunidades no mercado de trabalho e na

sociedade, como também, futuras gerações que aprenderão que em nossas

diferenças somos todos iguais.

Conforme MANZINI (2000, p.02), a ideia da inclusão se fundamenta numa

filosofia que reconhece e aceita a diversidade, na vida em sociedade. Isto significa

garantia do acesso de todos a todas as oportunidades, independentemente das

peculiaridades de cada indivíduo ou cada grupo social.

17

Page 19: UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVAbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140923153403.pdf · APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO

3. OS GRANDES DESAFIOS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL

Um dos principais questionamentos a respeito da Educação Especial é de

que forma ocorre a ação pedagógica. De acordo com a Secretaria de Educação

Especial (SEESP), a ação pedagógica deve ser norteada por princípios específicos:

normalização, integração e individualização. Teoricamente, esses princípios, dentre

outros, devem estar interligados durante o processo de inclusão. A ideia de

normalização é vista como base filosófico-ideológica da integração e consiste em:

[...] oferecer aos portadores de necessidades especiais as mesmas condições e oportunidades sociais, educacionais e profissionais a que outras têm acesso [...] respeitando-se as características pessoais, normalização significa aceitar a maneira de esses indivíduos viverem, com direitos e deveres (BRASIL, 1994, p.16).

GONZÁLEZ (2002), defende que os processos de formação inicial sejam

capazes de contribuir para que os professores se formem como pessoas, que

cheguem a compreender a sua responsabilidade no desenvolvimento da escola e

que adquiram uma atitude reflexiva acerca de seu ensino. Para que isso aconteça

aponta que:

Será necessário prestar uma maior atenção no contexto social, político e cultural da escola, com a finalidade de fazer o professor em formação compreender que a tolerância e a flexibilidade, diante das diferenças individuais, sejam do tipo que forem, deve ser uma forma de comportamento habitual na sala de aula, fortalecendo uma formação capaz de enfrentar os desafios de uma educação pluralista. Uma educação, em suma, que seja intercultural. (p. 247).

Partindo-se deste entendimento – da valorização à diversidade e respeito ao

sujeito aprendente – muitas ações práticas podem ser desenvolvidas para a

construção de uma escola pluralista, que articule a diversidade biopsicossocial dos

alunos com seus próprios itinerários (necessidades educacionais) pedagógicos.

Segundo COLL (1995, p. 18), o projeto da escola depende da ousadia de seus

agentes e de cada escola em se assumir como tal, partindo da cara que tem seu

cotidiano e seu tempo-espaço, isto é, no contexto histórico em que ela se insere.

Para termos uma noção real da situação escolar do deficiente no Brasil,

seria necessário que soubéssemos o número exato deles. Pois, a partir da

comparação entre o número de habitantes brasileiros deficientes e o número de

matrículas dos mesmos em instituições de ensino, poderíamos analisar se estas

pessoas estariam sendo atendidas e recebendo uma educação de qualidade.

Entretanto, nem mesmo o IBGE sabe ao certo este número. Desta forma se torna

Page 20: UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVAbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140923153403.pdf · APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO

difícil saber como é a situação dos Deficientes, já que nem mesmo sabemos de

quantos estamos falando.

Entretanto, a escola existe em função do aluno. O aluno nela ingressa para

se apropriar de conhecimentos, de habilidades, para aprender a se relacionar crítica

e na sociedade. Se isto não ocorre, a escola não está cumprindo sua função. O

sucesso dos alunos não pode depender de sua capacidade de se adaptar aos

códigos existentes dentro dela. Essas crianças carentes socialmente e culturalmente

são vistas como incapazes, de aprender e avançar numa escola acabada e perfeita

que se julgue imune á avaliação.

Assim nos ensina ESTEBAN (1992, p. 80):

Buscando a homogeneidade, é escamoteado que crianças diferentes criadas em contextos diferentes, expostas a realidades diferentes, desenvolvem, consequentemente habilidades e conhecimentos diferentes. Embora a diferença não signifique a capacidade de uns para aprender e a incapacidade de outros, sua existência aponta a necessidade de que o trabalho escolar possa incorporar a heterogeneidade que constitui o real, sendo construído o rela, sendo construído a parti desses diferentes, que o tornam mais rico e dinâmico.

Podemos então concluir que a escola como espaço inclusivo deve ter por

desafio o sucesso de todos os alunos sem exceção. Analisamos que nossa escola

não pode mais fugir a esse desafio. Ela terá que estar preparada para lidar com

situações que fujam ao cotidiano. A não garantia de acesso e permanência de todos

na escola é a forma mais perversa e remendável de exclusão escolar e,

consequentemente, de exclusão social. Pois nega o direito elementar de cidadania.

Para um projeto educativo baseado nos princípios de integração/inclusão, devemos

pensar numa renovação pedagógica, que considere as diferenças.

Uma educação de qualidade para todos contende-se, entre outros fatores, a

atribuição de novas dimensões da escola no que consiste não somente na

aceitação, como também na valorização das diferenças, resgatando os valores

culturais e o respeito do aprender e construir, conforme define a Declaração de

Salamanca (BRASIL,1994 p. 8-9):

[...] as crianças e jovens com necessidades educativas especiais devem ter acesso às escolas regulares, que a elas devem se adequar [...] elas constituem os meios mais capazes para combater as atitudes discriminatórias, construindo uma sociedade inclusiva e atingindo a educação para todos.

19

Page 21: UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVAbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140923153403.pdf · APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO

Iniciativas particulares são bem vindas, mas insuficientes para um trabalho

da envergadura da educação inclusiva. O comprometimento coletivo fará com que a

inclusão seja vivenciada para desenvolver uma educação voltada para a

diversidade.

O trabalho de investigação ajudou a perceber o tamanho da complexidade

do processo de inclusão escolar. As mudanças necessárias vão muito além da

percepção do diferente numa escola e dentro de uma sala de aula. A inclusão

escolar é uma vivência diária que precisa ser cultivada pelo diálogo constante, pela

humildade do pedir ajuda, reconhecendo as próprias fragilidades e insuficiências.

O desafio da inclusão escolar está associado ao desafio de superar,

gradativamente, a brutal exclusão social, ainda uma das marcas fortes de nossa

contemporaneidade. É um grande desafio, difícil, complexo, mas não impossível. A

educação inclusiva possibilita uma mudança de mentalidade, alarga horizontes de

esperança inclusiva para articular a sociabilidade com o potencial dos diferentes.

Criar sensibilidade para a inclusão é uma tarefa exigente, mas possível

como o é o próprio ato do aprender, do conhecer e do viver. A escola inclusiva, para

fazer educação inclusiva, precisa de educadores que oportunizem a todos os alunos

e a cada um dos alunos o desafio do pensar. São necessários educadores que

despertem em cada aluno o prazer do pensar, que despertem o prazer da

aprendizagem e que objetivem a vivência convidativa e insubstituível do diálogo

educadores que no conversar e no diálogo reconhecem que cada aluno é um sujeito

de ideias e um sujeito de palavras. (SEVERINO, 2002). Essa escola precisa de

educadores que saibam que cada aluno tem o que dizer, e que ele é capaz de dizê-

lo e, melhor ainda, que será ouvido.

Para VARELA (1990), apud MORAES (2003, p. 109), “o papel central da

inteligência humana deixou de ser a capacidade para resolver problemas para ser a

capacidade de ingressar num mundo compartilhado.” Eis um dos grandes desafios

da educação inclusiva e, também, um dos grandes desafios da atualidade.

Sabe-se que existem várias leis que garantem o acesso e permanecia do

aluno com necessidade especial no sistema de ensino. A constituição brasileira em

seu inciso III do Art. 208 afirma que o atendimento educacional ao portador de

necessidades especiais deve ocorrer “preferencialmente na rede regular de ensino.”

20

Page 22: UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVAbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140923153403.pdf · APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO

E esta afirmação é reforçada com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional (Lei nº 9.349/96) que prevê “currículos, métodos e técnicas,

recursos educativos e organização específicos” para o atendimento adequado de

Necessidades Educativas Especiais (art. 59, I) e “... professores de ensino regular

capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns.” (art. 59, III).

21

Page 23: UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVAbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140923153403.pdf · APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO

4. OS DESAFIOS PARA OS PROFESSORES EM RECEBER OS ALUNOS

A formação de professores é um aspecto que merece ênfase quando se

aborda a inclusão. Muitos dos futuros professores sentem-se inseguros e ansiosos

diante da possibilidade de receber uma criança com necessidades especiais na sala

de aula. Há uma queixa geral de estudantes de pedagogia, de licenciatura e dos

professores: “Não fui preparado para lidar com crianças com deficiência.” (LIMA,

2002, p.40).

Acredita-se que a formação docente e a busca da qualidade do ensino para

crianças com necessidades educativas especiais envolvem, pelo menos, dois tipos

de formação profissional: a primeira é a dos professores do ensino regular que conte

com o conhecimento mínimo exigido, uma vez que há a possibilidade de lidarem

com alunos com “necessidades educativas especiais”; a segunda é a de professores

especialistas nas variadas “necessidades educativas especiais” que possam atender

diretamente os discentes com tais necessidades e/ou para auxiliar o professor do

ensino regular em sala de aula. (BUENO, 1993).

Essa falta de capacitação se dá porque no Brasil, de acordo com SIEMS

(2010), a preocupação com a formação dos professores voltada para a educação

inclusiva é muito recente. De acordo com a autora, é necessário mais investimentos

nos processos de formação para reconstruir as práticas educacionais, reorientando,

assim, os processos exercidos na Formação de Professores.

Segundo a abordagem histórico-cultural no que diz respeito ao

desenvolvimento da criança e sua aprendizagem, esta ocorre mediante a

transformação construtiva de pensamentos, sentimentos e ações, envolvendo uma

interação entre conhecimentos preliminares e conhecimentos novos que constroem

outros significados psicológicos, resultantes em outras ações, pensamento e

linguagem. Desenvolvimento e aprendizagem são coisas distintas e relacionadas,

sendo preciso considerar o nível de desenvolvimento já conquistado e também o

nível de desenvolvimento emergente ligado à capacidade de resolução de

problemas, a partir do auxílio de outras pessoas que se encontram mais experientes

ou possibilitadas, indicando que a criança poderá ser autônoma no porvir quando o

nível de desenvolvimento da mesma permitir. (VIGOTSKY, 1994). Com relação ao

Page 24: UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVAbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140923153403.pdf · APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO

desenvolvimento da atenção, o indivíduo durante toda sua vida constrói signos que o

possibilitam ter conhecimento sobre os estímulos diversos que lhe exercem

influência, igualmente, conhecer e dominar seus processos de comportamento e

desenvolver e tomar para si o autocontrole daquilo que faz, sente e pensa.

(VIGOTSKI, 1995).

Na perspectiva histórico-cultural, o aluno é sujeito ativo de seu processo de

formação e desenvolvimento intelectual, social e afetivo. O professor cumpre o papel

de mediador desse processo com o proporcionamento e favorecimento da inter-

relação (encontro/confronto) entre o sujeito, o aluno, e o objeto de seu

conhecimento, que é o conteúdo escolar. (ORRÚ, 2010).

Nesse processo de mediação, o saber do aluno, enquanto sujeito ativo é

muito importante na formação de seu conhecimento. O ensino é compreendido

como uma intervenção repleta de intencionalidade, inferindo nos processos

intelectuais, sociais e afetivos do aluno, visando à construção do conhecimento por

parte do mesmo, sendo ele o centro do ensino, o sujeito do processo. Portanto,

neste sentido, o professor deve ser um mediador que explora a sensibilidade de seu

aluno a fim de perceber quais são os significados construídos por seus alunos com

referência aos conceitos que estão sendo formados, quer sejam conceitos mais

elementares ou complexos.

O fator biológico não deve ser considerado como determinante para o

desenvolvimento e aprendizagem da criança. Segundo as proposições de

VIGOTSKY (1997), acerca da criança com dificuldades de aprendizagem e seu

desenvolvimento são importantes com relação à determinação da maneira como

essa condição deve ser compreendida e trabalhada no contexto da educação,

conferindo a este aluno o direito a seu papel ativo na construção de seu

desenvolvimento, a partir de sua capacidade individual de apropriar-se e internalizar

formas sociais de comportamento como participante de seu processo de

conhecimento como sujeito histórico. Deste modo, esta criança passa a ser

percebida e compreendida como indivíduo possuidor de diferentes capacidades e

potencialidades em emergência que devem ser encorajadas para ser o alicerce do

desenvolvimento das funções superiores. (ORRÚ, 2008).

Sob este prisma, o professor deve ser um facilitador da aprendizagem, um

mediador envolvido e participante ativo de todo esse contexto e o aluno deve ser

23

Page 25: UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVAbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140923153403.pdf · APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO

concebido como sujeito ativo da construção de sua história, de seu aprendizado, um

sujeito com possibilidades de aprendizagem. A supervalorização dos diagnósticos

pela escola e seu apoio à medicalização da vida da criança são caminhos opostos

cujo enfoque é a desconsideração da subjetividade do sujeito e aniquilação de sua

personalidade. É a expressão mais nítida de barreiras atitudinais que adjetivam uma

escola excludente e esse não deveria ser o reflexo de uma instituição formadora de

cidadãos.

A formação de professores é um aspecto que merece ênfase quando se

aborda a inclusão. Muitos dos futuros professores sentem-se inseguros e ansiosos

diante da possibilidade de receber uma criança com necessidades especiais na sala

de aula. Há uma queixa geral de estudantes de pedagogia, de licenciatura e dos

professores: “Não fui preparado para lidar com crianças com deficiência.” (LIMA,

2002, p.40).

FERNANDEZ (1991), menciona que “para aprender, necessitam-se dois

personagens (ensinante e aprendente) e um vínculo que se estabelece entre

ambos.” Segundo a autora, para chegar a uma aprendizagem efetiva deve haver um

ensinante e um aprendente e, entre eles, um relacionamento. Quando há um

fracasso na aprendizagem, é preciso pensar sobre estas situações, pois o problema

pode estar no professor, na escola, nos pais e não exclusivamente no aprendente.

(p.47).

Para FREITAS (1998),

a professora se comporta como se fosse à proprietária da sala de aula, bem como de tudo que está ali dentro: mesa, quadro, giz e, inclusive, os alunos. É por isso que ela se sente no pleno direito de manipulá-los conforme sua vontade. (p.74).

24

Page 26: UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVAbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140923153403.pdf · APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO

CONCLUSÃO

Falar de inclusão, em nossa sociedade, é um desafio. Porque simplesmente,

esta dita sociedade possui barreiras para separar as escolas regulares dos alunos

com necessidades especiais. A primeira, e mais difícil, é o preconceito. A segunda é

a estrutura física, que embora não seja tão difícil de ser superado, o poder público

não tem disponibilizado verbas suficientes para que estas barreiras sejam

superadas. Outra barreira é a falta de conhecimento a respeito dos direitos dos

deficientes por parte dos seus familiares. Como lutar por direitos se não se sabe

nem mesmo que eles existem.

O desafio não é apenas colocar alunos com necessidades especiais dentro

de uma mesma sala de aula e sim fazer com que essa educação inclusiva

proporcione a esses alunos uma evolução no seu desenvolvimento educacional e

pessoal, e os faça sentir inclusos numa sociedade que deveria ser igual para todos a

educação Especial é uma das modalidades de ensino que mais necessita de

atenção e investimento por parte dos órgãos competentes, no entanto, o que

observa na prática é que muito do que vem sendo feito de forma concreta e positiva

para esta área parte de iniciativas pessoais e individuais do professor. Não se vê na

prática um trabalho consistente que dê suporte e estrutura para o professor trabalhar

com o aluno incluído.

No entanto, apesar de todos os problemas que dificultam a inclusão pôde-se

constatar que no que se referem à socialização os alunos incluídos demonstraram

uma grande alegria e prazer de estar num ambiente com crianças diferentes dela.

Além dos pais, professores e colegas de turma, o próprio aluno com necessidades

educativas especiais deixa claro que prefere estar no ensino comum, que gosta de

fazer as mesmas coisas que as outras crianças de sua idade, ou seja, brincar,

correr, pular, discutir, etc.

Acreditamos que para ter uma educação de qualidade é necessária uma

infraestrutura adequada, um corpo docente qualificado e para isso é necessário que

exista ações governamentais comprometidas com esse processo de mudanças e

adaptações, onde haja disponibilização de verbas, valorização e qualificação da

comunidade escolar, especialmente de professores e corpo técnico da escola, sendo

Page 27: UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVAbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140923153403.pdf · APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO

necessário inspecionar para que as leis sejam cumpridas. Dá mesma é

imprescindível que a sociedade aprenda a conviver com a diversidade humana,

através da compreensão e cooperação para que ocorra realmente uma inclusão.

Deste modo o processo de inclusão é amplo, com transformações

pequenas e grandes, tanto em ambientes físicos, como na sociedade, onde as

pessoas sofrem marginalizações desde suas raízes históricas, seja pela classe

social que ocupa, pela sua condição étnica ou pela orientação sexual, e para tentar

mudar essa realidade é necessária uma junção de esforços tanto daqueles que

desenvolvem e aplicam as políticas públicas como de todas as pessoas que

compõem o universo social.

Assim para se tiver uma educação inclusiva deve-se ocorre uma

transformação profunda na estrutura, na organização e na compreensão que

poderemos vir a ter sobre as relações sociais de modo geral, onde a exclusão

realmente não mais ocorra. E, para isso, através de condições humanas e materiais

reais criadas no ambiente escolar, poderíamos começar seriamente a pensar e

exercer uma prática pedagógica onde a inclusão, de fato, pudesse começar a ser

uma realidade.

26

Page 28: UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVAbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140923153403.pdf · APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ADORNO, T. W. Educação após Auschwitz. In: Educação e emancipação. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002. p. 45. ARANHA, Maria Salete. Educação de qualidade para todos: formando professores para inclusão escolar. Temas sobre desenvolvimento, São Paulo, V. 7, n. 40, p. 44-48, 2000. BAPTISTA, Cláudio Roberto (org.). Inclusão e escolarização: múltiplas perspectivas. Porto Alegre: Mediação, 2006. BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2001. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 1988. BRASIL. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: CORDE, 1994. BRASIL. Direito à educação: subsídios para a gestão dos sistemas educacionais. Orientações gerais e marcos legal. Brasília: MEC/SEESP, 2004. BRASIL. Expansão e melhoria da educação especial nos municípios brasileiros Brasília: MEC/SEESP, 1994. BRASIL. Lei de diretrizes e bases da educação nacional, LDB 9.394 de 20 de dezembro de 1996. BRASIL. Plano decenal de educação para todos. Em aberto, Brasília, Nº. 59 (especial), ano 13, jul./set. 1993. BRASIL. Política nacional de educação especial. Brasília: MEC/SEESP, 1994. BROWN, R. Prejudice: It´s social psychology. Oxford: Blakcwell Publishers, 1995. BUENO, J.G;S. Educação especial brasileira: integração /segregação do aluno diferente. São Paulo: EDUC/PUCSP, 1993. COLL, César et al. Documento norteador para a elaboração do plano municipal de educação. São Paulo: SEB/MEC, 2005. COLL, César et al. Desenvolvimento psicológico e educação: necessidades educativas especiais e aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. DEMO. Pedro. Educação profissional: desafio da competência para trabalhar. In: FAT- Fundo de Amparo ao Trabalhador. Educação profissional: o debate da (s) competência (s), 1997. p 12.

Page 29: UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVAbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140923153403.pdf · APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO

ESTEBAN, Maria Teresa. Repensando o fracasso escolar. In: O sucesso escolar: um desafio pedagógico – Caderno Cede. São Paulo: Papirus, 1992.p 49. FERNANDEZ, A. A inteligência aprisionada. Porto Alegre: ARTMED, 1991. FERREIRA, Maria Cecília Carareto &. FERREIRA, Júlio Romero. Sobre inclusão, políticas públicas e práticas pedagógicas. In: GÓES, Maria Cecília Rafael de & LAPLANE, Adriana Lia Frieszman de. (Orgs.). Políticas e práticas de educação inclusiva. Campina: Autores associados, 2004. FERREIRA, Windyz B. Educação Inclusiva: será que sou a favor ou contra uma escola de qualidade para todos? Revista da Educação Especial, Rio de Janeiro, p. 44, out. 2005. FREITAS, L. B. L. A produção da ignorância na escola: uma análise crítica do ensino da língua escrita na sala de aula. São Paulo: Cortez, 1998. GONZÁLEZ, J. A. T.. Educação e diversidade: bases didáticas e organizativas. Trad. Rosa Ernani. Porto Alegre: Artmed, 2002. HELLER, A. O quotidiano e a história. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1972. LIMA P. A. Educação inclusiva e igualdade social. São Paulo: AVERCAMP, 2002. MANTOAN, Maria Tereza Eglér. Ensino inclusivo/educação (de qualidade) para todos. Revista Integração. Brasília: MEC/SEESP, 2009. p 16. MANZINI, E. J. Educação especial temas atuais. São Paulo: Marília publicações, 2000. MELO S.C; LIRA. S.M; FACION. J R. Políticas inclusivas e implicações no ambiente escolar. In: FACION, J.R. (org.). Inclusão escolar e suas implicações. Curitiba: IBPEX, 2009. p.53 - 75. MITTLER, Peter. Educação inclusiva: contextos sociais. São Paulo: Artmed, 2001. MITTLER, Peter. Educação inclusiva: contextos sociais. São Paulo: Artmed, 2003. MORAES, M. C. Educar na biologia do amor e da solidariedade. Petrópolis: Vozes, 2003. ORRÚ, S.E. Os estudos da análise do comportamento e a abordagem histórico-cultural no trabalho educacional com autistas. Revista Ibero-americana de Educación, São Paulo, N.º 45/3, p. 25, feb. 2008. PERRENOUD, Philippe. A prática reflexiva no ofício de professor: profissionalização e razão pedagógica. Trad Claúdia Schilling. Porto Alegre. Artmed, 1988.

28

Page 30: UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVAbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140923153403.pdf · APRENDIZAGEM/PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO

RIBEIRO, Maria Luisa Sprovieri e BAUMEL, Roseli Cecília Rocha de (orgs.). Educação especial: do querer ao fazer. São Paulo: Avercamp, 2003. RODRIGUES, David (org.). Inclusão e educação: doze olhares sobre educação. São Paulo: Summus, 2006. ROSA, S. P. S. Fundamentos teóricos e metodológicos da inclusão. Curitiba: IESD, 2005. SALAMANQUE. Educação Inclusiva - um processo e um desafio. Trad. Jorge Santos. UNESCO, 1994. SALAMANQUE. Educação inclusiva - um processo e um desafio. Trad. Jorge Santos, UNESCO, 2008. SANCHEZ, Pilar Arnaiz. A educação inclusiva: um meio de construir escolas para todos no século XXI. Revista da Educação Especial, São Paulo, p.17, set. 2005. SANT’ANA I. M. Educação inclusiva: concepções de professores e diretores. Psicologia em Estudo, Fortaleza, 10(2): 227-234 2005. SEVERINO, A. J. Educação e transdisciplinaridade. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. SIEMS, Mer. Educação especial em tempos de educação inclusiva: identidade docente em questão. São Carlos: Pedro & João Editores, 2010. VIGOTSKI, L. S. Fundamentos de defectologia. In: Obras completas. Tomo V. Havana: Editorial Pueblo y Education, 1997. VIGOTSKI, L.S. Obras escogidas III. Madri: Visor, 1995. VIGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1994. VOIVODIC, Mª A. M. A. Inclusão escolar de crianças com deficiência. Petrópolis: Vozes, 2004.

29