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Distribuição Gratuita Edição: 179 - Fevereiro 2018 Jornal A Gaxéta (11) 9-7254-3676 agaxéta agaxeta ELEIÇÕES 2018 CUIDADO, AS RAPOSAS ESTÃO POR ... V OTE BEM PARA GOVERNADOR . PÁGINA: 5 UMBANDA Entenda como funciona a mediunidade A interessante, jornada de nossos antepassados, para nós recebermos a vida de nossos pais: ANCESTRALIDADE PÁGINA: 10 DEUS ESTÁ MORTO PÁGINA: 13 Instituto àwúre Incentivo Cultural Afro Brasileiro O BRASIL NÃO É DE JESUS NÃO. Missio- nária te de Collins O BRASIL É LAICO! No último dia 04 de fevereiro a senhora Daize Michele de Aguiar Gonçalves conhecida como Missionária Michele Collins, que ocupa uma das ca- deiras como vereadora na câmara municipal da cidade do Recife, utilizou sua página no Facebook para pro- pagar ódio aos pertencentes e as práticas sagradas das religiões de matriz afro-brasileira, texto da mensagem declara: “Noite de Intercessão no Recife, orando por Per- nambuco e pelo Brasil, na orla de Boa Viagem, cla- mando e quebrando toda maldição de Iemanjá lançada contra nossa terra em nome de Jesus. O Brasil é do Senhor Jesus. Quem concorda e crê diz amém.” Se a senhora Missionária Michele Collins, não sabe temos o dever de te informar. A partir da seculariza- ção – ruptura entre Estado e Religião – fica rejeitada a idéia de um Estado confessional, perceba suas pala- vras O BRASIL NÃO É DE JESUS NÃO, O BRASIL É LAICO! E a senhora enquanto VEREADORA deve ajudar a garantir a Lei, e a cumprir o papel do Estado na tolerância religiosa:GARANTIR AS CONDIÇÕES DE IGUAL LIBERDADE RELIGIOSA E MORAL. Lamentamos a mensagem postada pela pessoa pu- blica da vereadora Missionária Michele Collins, que desrespeita a Lei e incita a intolerância reforçando com seus atos do ódio religioso, ferindo o direito constitu- cional de um povo, tão importante que é nossa liberda- de de crença e LAICIDADE DO ESTADO. Entende- mos nossos direitos e sabemos da importância histórico cultural do culto a Iemanjá tanto no Brasil quanto na África. Exigimos respeitos as nossas práticas, as nos- sas divindades e aos nossos territórios sagrados. Reti- rar a postagem da internet não é o suficiente. Providên- cias jurídicas devem ser imediatamente tomadas. Mós da diretoria do IAIC conclamamos ao Minis- tério Público do Recife que se manifeste quanto a esta agressão! (sic) Leia na íntegra nossa carta de repúdio: HTTPS:// drive.google.com/open?id=1_x8n52g_7r1-r_FQG- Mo3oa2u88YIwuRE

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Distribuição Gratuita Edição: 179 - Fevereiro 2018Jornal A Gaxéta (11) 9-7254-3676agaxétaagaxeta

ELEIÇÕES 2018CUIDADO, AS RAPOSAS ESTÃO POR AÍ... VOTE BEM PARA GOVERNADOR.

PÁGINA: 5

UMBANDAEntenda como funciona a mediunidade

A interessante, jornada de nossos antepassados, para nós recebermos a vida de nossos pais:

ANCESTRALIDADE

PÁGINA: 10

DEUS ESTÁ MORTO PÁGINA: 13

Instituto àwúre Incentivo Cultural Afro Brasileiro

O BRASIL NÃO É DE JESUS NÃO. Missio-nária te de Collins O BRASIL É LAICO!

No último dia 04 de fevereiro a senhora Daize Michele de Aguiar Gonçalves conhecida como Missionária Michele Collins, que ocupa uma das ca-deiras como vereadora na câmara municipal da cidade do Recife, utilizou sua página no Facebook para pro-pagar ódio aos pertencentes e as práticas sagradas das religiões de matriz afro-brasileira, texto da mensagem declara:

“Noite de Intercessão no Recife, orando por Per-nambuco e pelo Brasil, na orla de Boa Viagem, cla-mando e quebrando toda maldição de Iemanjá lançada contra nossa terra em nome de Jesus. O Brasil é do Senhor Jesus. Quem concorda e crê diz amém.”

Se a senhora Missionária Michele Collins, não sabe temos o dever de te informar. A partir da seculariza-ção – ruptura entre Estado e Religião – fi ca rejeitada a idéia de um Estado confessional, perceba suas pala-vras O BRASIL NÃO É DE JESUS NÃO, O BRASIL É LAICO! E a senhora enquanto VEREADORA deve

ajudar a garantir a Lei, e a cumprir o papel do Estado na tolerância religiosa:GARANTIR AS CONDIÇÕES DE IGUAL LIBERDADE RELIGIOSA E MORAL.

Lamentamos a mensagem postada pela pessoa pu-blica da vereadora Missionária Michele Collins, que desrespeita a Lei e incita a intolerância reforçando com seus atos do ódio religioso, ferindo o direito constitu-cional de um povo, tão importante que é nossa liberda-de de crença e LAICIDADE DO ESTADO. Entende-mos nossos direitos e sabemos da importância histórico cultural do culto a Iemanjá tanto no Brasil quanto na África. Exigimos respeitos as nossas práticas, as nos-sas divindades e aos nossos territórios sagrados. Reti-rar a postagem da internet não é o sufi ciente. Providên-cias jurídicas devem ser imediatamente tomadas.

Mós da diretoria do IAIC conclamamos ao Minis-tério Público do Recife que se manifeste quanto a esta agressão! (sic)

Leia na íntegra nossa carta de repúdio: HTTPS://drive.google.com/open?id=1_x8n52g_7r1-r_FQG-Mo3oa2u88YIwuRE

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Jornal A Gaxéta2

1-CriticidadeEm nossos artigos as abordagens

são sempre feitas com refinado senso crítico, privilegiando a verdade, a ética e buscando desmistificar o conceito de que importantes são os que TEM, para valorizar os que SÃO. Desta forma não estimulamos as ‘aparências’, mas tentamos ressaltar as ‘essências’ dos atos e situações que publicamos;

2- (Im)parcialidadeTrabalhamos de forma estar trilhando

nos caminhos da imparcialidade, apesar de termos consciência de que somos fiéis aos Cultos Afros (Umbanda e Candomblé) e aos Direitos Humanos, o que caracteriza ‘parcialidade’. Esta atitude miscigenada se justifica pela ausência de direitos e de igualdade de oportunidades dos segmentos em destaque;

3- ExcelênciaO sucesso de nosso trabalho se dá

pelo pioneirismo de nossa proposta, pela credibilidade de nossos informes e pela responsabilidade de ‘formar opinião’, levando nossos leitores a uma visão real, coerente e panorâmica das necessidades. Nossa meta é polemizar;

4- Formação de Opinião Além de universalizar os

acontecimentos, denunciar e buscar espaços de Igualdade, temos como ALVOS as crianças e os jovens, com a responsável proposta de formar opiniões centradas, objetivas e sem tendenciosidade. Fiéis multiplicadores.

5 - ReportagensElaboramos reportagens com muito

cuidado e teor jornalístico, priorizando a comunicação visual

NOSSOS VALORES

14 anos

A Editora Ápis não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. "Os artigos com assinatura não traduzem a opinião do Jornal.

Suas publicações visam estimular a reflexão, o debate e visam também o respeito pelos princípios democráticos e ao direito constitucional de liberdade de expressão e de ideias".

Periodicidade: MensalDistribuição: Gratuita

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ODE ODENTA(O caçador lança sua flecha)

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PesquisasMartha M. F. Thomaz

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Dúvidas, Críticas ou SugestõesCaixa Postal 2081 - CEP: 08750-970Mogi das Cruzes / [email protected]

Produzido por

Não nos responsabilizamos por artigos assinados

Outro dia um yawô pergun-tou-me:Por que o Sr. dá tanta

importância aos movimentos sociais?Respondi eu, com bastante altivez

(uma característica minha): Caro yawô, e futuro egbomy:Sua pergunta é muito oportuna.

Talvez eu consiga convencer você, para que na sua 'maior idade religiosa', seja mais um, na luta contra as desigualdades que massacram a vida do povo brasileiro, principalmente do nosso povo.Saiba que existem lideranças religiosas que também ques-

tionam minhas atividades. Lideranças que ainda acreditam que só 'ebós', resolvem os problemas causados pela falta de militância política e social. Lideranças que dão 'risadas' daqueles que querem um país melhor para todos, inclusive a liberdade religiosa. Talvez estas lideranças religiosas te-nham interesses muito especiais, para defender a ideia de que 'trabalhos espirituais' resolvam nossos problemas. Parece-me que eles estão no século XIX, ainda!Yawô, eu defendo a tese que:"Nós sacerdotes devemos estar atentos à vida espiritual de

nosso povo, mas também lutar pela vida social, para que, quem sabe, nosso povo encontre respostas e seja feliz, definitivamente. Não aceito preconceitos e discriminações. Não concebo a ex-clusão social e não consigo entender, nem mesmo, o significado da palavra INTOLERÂNCIA.As religiões tem funções sociais importantes e uma força enor-

me, pois mobiliza a população. Você conhece a luta de Dom Helder Cãmara, contra a ditadura militar? E do Papa João Paulo II que derrubou o comunismo na Europa? E Vó Simplí-cia do Ogun, da Casa de Oxumarê, que com sua 'simplicidade' pede ao Presidente Getúlio Vargas, proteção ao Candomblé?Então... sacerdotes tem uma força invisível e fortíssima."É por isso que dou muita importância aos movimentos so-

ciais. Eles falam pelo 'povo'.Respondi sua pergunta?

Pai Flávio de Yansan

Será que estou no caminho certo?

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3Jornal A Gaxéta

O Pilão de Oxoguian, é a cerimônia que encerra o ciclo de festas de Oxalá. Ele representa a comunhão entre os

presentes e, por conseguinte a toda a humanidade. A partir de uma pro-cissão, os presentes à cerimônia carregam as comidas do Santo, tais como o Ebô (canjica), os Inhames e outros como os Atoris (Isan), todos colocados sobre um pano branco.

Começam então a entoar canti-gas para o Orixá, após receberem do Babalorixá, as Varinhas ou Atoris. Ao ritmo do Jagun, Oxoguian relembra o simbolismo da guerra na região de Ejigbô (África), realizada até hoje.

Em seguida, a comida do pilão, que tem em sua prepa-ração um ritual conhecido somente por membros graduados do Ilê, cujo principal ingrediente é o inhame, é oferecida a todos os presentes.

Este compartilhar da mesma comida, realizado sob o Alá, é o momento mais signifi cante da cerimônia. Todos, sem distinção, se “tornam iguais”, se tornam irmãos, co-mendo da mesma comida sob o mesmo teto e afi rman-do a existência de uma cumplicidade que se sobrepõe a qualquer laço consanguíneo.

OxoguianOrigem

Segundo o pesquisador Pierre Verger,

Oxoguian teria nascido em Ifé, bem antes de seu pai se tornar o rei de Ifan. Oxoguian, jun-tamente com um amigo chamado Awoléjé, te-riam vindo de Tápà e a partir daí, correram o mundo, até o momen-to em que Oxoguian e seu amigo chegaram ao local que passou a ser chamado de Ejigbô.

Filiação

Oxoguian é visto ora como fi lho de Oxalufan,

ora como seu irmão. Mas existe um mito que diz que Oxoguian nasceu apenas de Obatalá. Que não teve mãe. Teria nascido dentro de uma concha de caramu-jo. E quando nasceu, não tinha cabeça. Perambulava pelo mundo, sem sentido. Um dia encontrou Ori em uma estrada e este lhe deu uma cabeça feita de inha-me pilado, branca. Apesar de feliz com sua cabeça, ela esquentava muito, e quando

esquentava, Oxoguian cria-va mais confl itos. E sofria muito com isso.

Foi quando um dia en-controu a morte (Iku). Ela lhe ofereceu uma cabeça fria. Apesar do medo que sentia, o calor era insupor-tável, e ele acabou aceitando a cabeça preta que a morte lhe deu. Mas essa cabeça era dolorida e fria demais. Oxoguian fi cou triste, por-que a morte, com sua frieza, estava o tempo todo acom-panhando o Orixá. Foi então que Ogum apareceu e deu sua espada para Oxoguian,

que espantou Iku. Ogum também tentou arrancar a cabeça preta de cima da ca-beça de inhame, mas tanto apertou que as duas se fundi-ram e Oxoguian fi cou com a cabeça azul, agora equilibra-da e sem problemas.

A partir deste dia, ele e Ogum passaram a andar juntos, transformando o mundo: Oxoguian deposi-tando o confl ito de ideias e valores que mudam o mun-do e Ogum fornecendo os meios para a transforma-ção, seja a tecnologia ou a guerra.

CARACTERÍSTICAS

Oxoguian, dentre os Orixás funfun jo-vens, é o que mais se destaca. É o Orixá que impõe o desafio e a diferença en-

tre os seres humanos. Superar a guerra que surge da contradição existente em todo o ser e viver em

comunhão, é o grande desafio colocado por Oxo-guian.

A sua luta acontece em prol da união de todos em torno de um mesmo ideal, do respeito às dife-renças, do diálogo pacificador entre os homens, da busca da paz.

Oxoguian se relaciona diretamente ao prover para o sustento do dia a dia. Luta para alimentar quem tem fome. Guerreia para tirar de quem tem muito e não tem fome.

Combate com sua espada e seu escudo a men-tira, os enganos e é rigoroso com seus filhos que devem evitar brigas e mentiras e principalmente enganar.

Exige que seus filhos agradem muito à Oyá por ser a mãe dos Isan (Espécie de Atori utilizada no Culto a Egun). Para Oxoguian, esquecer-se de Yansan, é o mais grave dos seus interditos. Oxo-guian em momentos de crise representa a estabili-dade; em ocasiões de guerras, a estratégia; na tris-teza é a alegria, no fim é o recomeço.

Pilão de Oxoguian, é a cerimônia que encerra o ciclo de festas de Oxalá. Ele representa a comunhão entre os

presentes e, por conseguinte a toda a

outros como os Atoris (Isan), todos

Começam então a entoar canti-gas para o Orixá, após receberem do

No Brasil

No Brasil, Oxoguian também pode ser chama-do de Ajagunan ou Elemoso. A festa de Oxo-guian nos rituais dos Xangôs do Nordeste,

ganha o nome de Festa do Inhame Novo.Ao se comemorar o Dia do Pilão, toda a decoração

das Casas de Santo em todo o Brasil, tem o azul alternado com o branco, a marca do Orixá Guian.

O Xirê se inicia com o rito do Atori. O Dia do Pilão se caracteriza por fechar o ciclo da renovação e expansão do Axé.

Sendo assim, as festas Funfun, chegam ao fi nal. Um “novo ano” se inicia.

Em Cuba Obatalá Oshagriñán

Na santeria, Obatalá Oshagriñán, é um dos cami-nhos ou manifestações de Obatalá. É o esposo de Oshanla, que também é um dos caminhos de

Obatalá. No início do mundo, Obatalá Oshagriñán tinha a atribuição de inspecionar as tarefas exercidas por Ogun Alá Gueddé e de como este utilizava o Obé (faca). Oshagriñán tinha um fi lho chamado Talabí que se tornou Omó Aggadá.

O Pilão

NA ÁFRICA

O principal templo consagrado à Oxo-guian, fica em Ejigbô, Estado de Ọsun, na Nigéria, onde ostenta o título de

Eléèjìgbó, ou Rei de Ejigbô. Na África, muitos dos cultos que são realiza-

dos em louvor a Oxoguian, tem profunda ligação

com antigos rituais africanos, relacionados ao cultivo e fertilidade do solo.

O pilão é o símbolo mais expressivo da comu-nhão entre os participantes das festividades e por extensão, à toda a humanidade.

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Jornal A Gaxéta4

A Luta dos Atoris

Na festa anual de Oxoguian, em Ejigbô

(África), os habitantes de dois bairros da ci-dade apanham varas (Isan) de Atori de uma ár-vore sagrada, re-constituindo uma antiga guerra. Na época de sua fundação, Ejigbô era uma simples aldeia. Oxoguian consultou um amigo Babalaô, de nome Awoléjé, que o orientou de como transformar seu reino em um próspero Estado. A cidade cresceu, ganhou um palá-cio, muitas casas e o Eléèjigbó (tí-tulo com o qual Oxoguian era saudado), constituiu um poderoso exército.

Ao retornar a Ejig-bô, o Babalaô sem sa-ber do progresso que a cidade havia atingido e nem que seu velho ami-go estava sendo saudado como Sua Majestade, dirigiu-se aos guardas

e perguntou pelo amigo Orixá-comedor-de-inha-me-pilado. Indignados com a ousadia, os guar-das prenderam e bate-

ram no Babalaô.Através de Ifá, Awo-

léjé, movido por um instinto vingativo, trou-xe seca à cidade, tor-nou mulheres estéreis e doenças começaram a dominar a região. Ao consultar outros Ba-balaôs do Reino, Oxo-guian soube da prisão

de Awoléjé. O mesmo foi trazido à presença de Sua Majestade, que pe-diu perdão ao Babalaô. Este perdoou, em troca

de uma condição: que no dia da festa em lou-vor à Oxoguian, todos os habitantes da cidade lutassem entre si com golpes de vara durante várias horas.

No Brasil, durante a Festa do Pilão de Oxo-guian, a luta é reconsti-tuída com muita beleza.

A importância do Inhame

Entre o Povo Yorubá, o inhame é de-

nominado Isu e quando pilado, recebe o nome de Iyán. Foi introduzido no Brasil pelos negros africanos trazidos com o tráfi co de escravos. Na África, sua colheita ocorre entre os meses de setembro e outubro, pe-ríodo em que ocorrem as festas agrícolas e em que o mesmo atinge a matu-ridade, uma vez que sua plantação acontece no mês de dezembro.

Durante as festas citadas, os casti-gos e as prisões são abolidos. Na ceri-mônia Odún Ìjèsu, ou “Comida Anual do Inhame”, são feitas oferendas de agradecimento.

A preparação do inhame, deve ser realizada em silêncio, para que Oxalá possa aceitá-lo. É servido em formato de bola, pois ao se tirar pedaços para comer, a mão adquire o formato que lembra corcundas.

O Festival do Inhame Novo, tem na agricultura, uma de suas principais ocu-pações. Ocorre de diferentes maneiras, dependendo do local onde é realizado.

Após a colheita, os inhames são levados à praça do mercado. As pes-soas começam a chegar. O Sacerdote (Awôrô), corta um dos inhames em três partes:

- uma para os ancestrais da região;- outra para o assentamento de

Ogun;- e a última para o local de culto do

Olófi n, o rei local.Todos rezam para que a abundância

e a vida longa se perpetuem. Depois de realizado o ato, todos provam dos alimentos colhidos. Em algumas re-giões, após as rezas, o inhame grande (Adekó), que protege a lavoura, é dei-xado no local da cerimônia para apo-drecer e voltar à terra, como símbolo de gratidão.

A celebração da colheita do inhame, não importando em qual de seus diver-sos locais, tem em comum a expressão de gratidão ao responsável pelo nasci-mento dos inhames na lavoura. É mo-mento de comunhão entre os homens e os deuses.

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5Jornal A Gaxéta

EM OUTRAS NAÇÕESLISSÁ, LEMBA

Nação Jeje - Lissá

Lissá ou Segbo-Lisa é o Vodun da Criação, pai e ancestral de todos os demais Voduns, mas a tradição o coloca sempre em segundo

plano em relação à Mawu. Lissá representa o Oeste, o Sol, o fi rmamento - assim como a luz e as águas con-tidas ali. É simbolizado por um camaleão que traz o globo dourado do Sol na boca.

Lissá encarna o trabalho, a seriedade e a determina-ção. Sua cor emblemática é o branco, e seus vodunsis devem andar sempre de branco. Ele recebe oferendas e sacrifícios de alimentos e animais de cor branca. Lissá é considerado um Ji-vodun, e a tradição conta que ele é de Origem Nagô (Yorubá), e seus vodunsis ao fi nal da iniciação são denominados anagonu.

Nação Angola – Lembá

Lembá Dilê foi o primeiro Nkisi criado por Zambi, conectado à criação do mundo. Sua cor é o branco, seu culto tem algumas seme-

lhanças com o do Orixá Oxalá do Candomblé Ketu.A grande Divindade masculina do panteão afro

Bantu, exprime a claridade emitida pela luz solar, es-tando o nascimento do sol diretamente ligado a vinda desta magnífi ca Divindade à terra, estando a mesma relacionada ao nascimento da inteligência (Kilunji)

humana.Essa Divindade Bantu é comparada erroneamente

por muitos, ao Orisá Osalá dos povos Nagô Yorubá, porém, Lembá é uma Divindade de tradição, culto e adoração dos povos de origem Bantu e o Orisá Osalá é uma Divindade de culto e tradição dos povos Nagô Yorubá.

O campo de atuação de Lembá no universo, está ligado também de forma direta, à procriação e à fer-tilidade. Quando da ocasião dos recolhimentos para a realização das obrigações e rituais, suas rezas (Asam-be) costumam ocorrer as 6 horas, hora do nascimento do sol que passa a iluminar o dia incidindo seus raios sobre o planeta.

Lembá é a Divindade da claridade, da luz, o que se torna evidenciado na preferência de sua cor branca, re-presentativa da pureza e da paz que transmite aos seus adeptos.

Senhor da grande sabedoria e dos domínios sobre as espécies, em especial, a raça humana.

Essa Divindade atua diretamente sobre a glândula hipófi se dos seres humanos.

Kala Epi Sakula Uembu Lembá Dianganga! Mpembele!

Quietos aí vem o senhor da paz! Nós te saudamos!

Umbanda

Você chega a um lugar desconhecido, conversa com pessoas que nunca viu, mas tem a nítida sensação de já ter vivido um tempo atrás essa

mesmíssima situação. Ou então, minutos antes de a cam-painha tocar, sabe com certeza absoluta que alguém não esperado chegará à sua porta. Truques da mente ou men-sagens do além?

Muita gente acredita que a mediunidade é um fenôme-no que ocorre apenas com alguns poucos eleitos e que o médium é sempre e exclusivamente quem manifesta dons de certo modo espetaculares ou assombrosos. Outros nem sequer admitem a existência de coisas além daquelas que os nossos sentidos e pensamento racional podem perceber. Porém, céticos radicais à parte, quase todos nós já passa-mos por experiências que podem ser chamadas de medi-únicas.

Todo mundo tem a capacidade de sintonizar freqüên-cias não captadas pelos cinco sentidos. Essas freqüências são uma forma de eletricidade sutil. Como nosso corpo é composto de 70% de água, ótimo condutor de eletricidade, uma hora ou outra entramos em contato com essas ener-gias e isso nada mais é que a mediunidade, mesmo que em levíssima potência", diz Waldemar Falcão, autor de EN-CONTROS COM MÉDIUNS NOTÁVEIS. Falcão, que além de escritor é músico e astrólogo, acha que em tese somos todos médiuns, de maneira explícita ou latente, em maior ou menor grau (este último caso mais sutil ele chama de mediunidade "feijão-com-arroz", categoria na qual se inclui).

A médium Maria Sílvia Eustáquio entende que a pos-sibilidade de entrar em contato com outra dimensão da re-

alidade é inata ao ser humano, e nesse sentido podemos dizer, sim, que somos todos sensitivos. Mas, na prática, o termo é usado para designar aquelas pessoas que têm uma percepção muito mais acentuada. "A proposta delas é real-

mente intermediar o contato e a comunicação entre o nosso mundo terreno e o espiritual. Para a maioria, a função da mediunidade é facilitar o crescimento e a busca do equilí-brio", explica. Esse tipo de médium que se destaca dos co-muns dos mortais existe desde que o mundo é mundo. São aqueles que entram em um estado alterado de consciência, no qual se comunicam com seres que morreram ou da na-tureza. "Os xamãs faziam isso, os sacerdotes da religião do antigo Egito ou as pitonisas dos oráculos gregos também", explica o psiquiatra Frederico Camelo Leão, diretor clínico da Casa André Luiz e membro do Núcleo de Estudos dos Problemas Espirituais e Religiosos do Instituto de Psiquia-tria da USP.

Entre as religiões mediúnicas mais conhecidas estão o espiritismo, o candomblé e a umbanda. As mais antigas são o hinduísmo e o taoísmo, segundo Ronie Lima, autor de MÉDIUNS DO ESPAÇO. Ele também considera os mila-gres realizados por santos católicos ou as premonições dos profetas do Antigo Testamento como manifestações de me-diunidade, embora não sejam reconhecidas como tais pelo judaísmo, cristianismo e islamismo. No Ocidente, a não-aceitação religiosa dos médiuns foi reforçada pelo meio cultural. O iluminismo (movimento intelectual dos sécu-los 17 e 18, caracterizado pela hipervalorização da razão) rejeitou todo tipo de fenômeno que escapasse às explica-ções racionais. Nessa época, as manifestações mediúnicas começaram a ser tratadas como patologias psíquicas. Por isso, até hoje muitas pessoas que têm o dom acentuado e inato sofrem e sentem-se extremamente confusas, achando que estão fi cando loucas. Outras simplesmente ignoram e passam batido por experiências mais espirituais.

Entenda como funciona a mediunidadePressentimentos e sonhos "estranhos" todo mundo tem. O que os especialistas discutem é em que medida essas

manifestações podem ser chamadas de mediúnicas.

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Jornal A Gaxéta6

Os sete Mandamentos da fé Umbandista

1. Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti;

2. Não cobices o que não te pertences;

3. Ajuda os necessitados sem fazer perguntas;

4. Respeita todas as reli-giões, pois todas pro-vêm de Deus;

5. Não critiques o que não compreendes;

6. Cumpre a tua mis-são, mesmo que isso signifi que sacrifício pessoal;

7. Afasta-te dos que pra-ticam o mal e resiste à tentação.

Além disso, baseiam

a sua fé nos seguintes pontos :• Crença nos elementais;• Crença na reencarna-

ção;• Crença na imortalidade

do espírito;• Crença na lei do karma;

• Crença na lei da caridade;• Crença da vivência num

campo de vibrações;• Crença na Umbanda

como modo de vida;

Matta e Silva escreve assim: "toda essa com-plexa mistura, que o lei-go chama de macumba, baixo espiritismo, magia negra, envolvendo práti-cas fetichistas e barulhen-tas… era a situação exis-tente, quando surgiu um vigoroso movimento de luz, ordenado pelo astral superior, feito pelos espí-ritos que se apresentavam como Caboclos, Pretos Velhos e Crianças. "

UMBANDA, E SUAS SETE LINHAS

As linhas de U m b a n d a , nada mais

são do que os diversos grupos de espíritos en-cantados, que se uniram de diversas regiões, que se dividem na maior e completa, perfeita har-monia, se dividem em uma hierarquia muito bem divi-dida, cada um em sua especialidade dão o movimento necessário à rea-lização de obras e missões da Umbanda na terra.

Acima de to-das as coisas está Olorum, O Grande Espírito ou Tupã, Deus Criador, que criou todas as coi-sas. Criou os Deu-ses e Deusas para admi-nistrarem as forças da natureza, estes Deuses, habitam o Céu e a Ter-ra. Estes Deuses utili-zam seu poder dado por Olorum para adminis-trar sua criação, a mãe natureza, assim como o homem. São Deuses do Fogo, Terra, Agua, Ar, Trovão, Justiça, Tem-

po, Guerra, Deusa dos Mortos, lama e das pro-fundezas dos rios, se-reias encantadas dentre muitos outros Deuses compõe o panteão Di-vino. O panteão Divino se divide em sete li-nhas. Estas linhas, pos-suem seus chefes, que

recebem a mensagem de Olorum Pai Criador, para expressão de sua Sagrada Vontade, aos mais diversos setores de sua Criação, permitin-do assim a evolução de todos seres que compõe a grande obra a Criação de todo o Universo.

Estas sete linhas são:

1ª linha - Linha de Oxalá.

2ª linha - Linha de Ogum.

3ª linha - Linha de Oxóssi.

4ª linha - Linha de Xangô.

5ª linha - Linha de Abaluaye ou Yorimá.

6ª linha - Linha de Ibeji, Cosme Damião ou Yori.

7ª linha - Linha de Yemanjá e to-das as divindades femininas.

Os encantados dirigentes destas linhas são deno-minados Orixás Regentes. Estes Orixás Regentes, tem seus coman-dados, que são os

espíritos iluminados ou encantados (espíritos que atigiram ilumina-ção, e sua grande maio-ria não presisam voltar mais a terra a nossa esfera), são chamados de; guias, caboclos, pre-tos-velhos, erês, yaras, boiadeiros, marinhei-ros, baianos, entre tan-tos outros.

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7Jornal A Gaxéta

Há muitos séculos, um senhor por nome de Exu não estava passando muito bem de vida. Então, aconselharam a ele fazer um sacrifí-

cio, a fi m de obter melhorias na sua vida e nos seus ne-gócios. Feito tudo indicado para o ebó, Exu viajou para uma grande cidade, e lá chegando foi se hospedar em casa de uma pessoa particular e de posição ofi cial naque-le lugar, entregando uma talha para guardar com outros apetrechos.

O costume da cidade era hospedar os visitantes no palácio do chefe da comuna, o que sucedeu ao contrário.

Quando foi lá para alta noite, Exu se levantou, foi ao quintal como quem queria urinar e riscou um fósforo, in-cendiando o telhado da casa. Depois, se fazendo de ino-cente, começou a gritar por socorro, que lhe acudissem, pois estava perdido desde quando toda sua fortuna estava dentro da talha que ele tinha entregado junto com os seus apetrechos ao dono da casa na presença de várias pessoas que ali se achavam no momento, quando ele chegou.

Com esses alaridos, as coisas tomaram um grande vulto até que chegou aos ouvidos do presidente da terra, que sem perda de tempo, foi até o lugar do sinistro e disse para Exu:

- Não está tudo perdido, de acordo com o testemunho de todos. De fato, o valor de seus objetos era incalcu-lável, e por não se poder pagar a indenização, de hoje por diante você será o rei dessa cidade e eu fi carei à sua disposição para assumir o cargo que achar conveniente.

E assim Exu tornou-se o rei de uma das maiores cida-des do mundo, naquela época.

Fonte:Contos de Mestre Didi

Como Exu tornou-se rei de uma cidade

Há muitos anos passados, Oxalá teve um filho por nome Ôwo, mui-to presunçoso e arrogante, a ponto de dizer a Oxalá, seu pai e rei, na presença de várias pessoas, que era tão poderoso quanto Êle,

pois era acostumado a andar com a Morte e levá-la para qualquer lugar.Para dar prova disto, um dia ele saiu pensando como poderia trazer presa

de qualquer forma a Morte, conforme tinha dito a Oxalá, na presença de todos do reinado.

Nisto, ocorreu-lhe a ideia de deitar-se em uma encruzilhada. Dito e feito, logo que encontrou uma, deitou-se nela ficando quieto, aguardando o que poderia acontecer.

As pessoas que passavam pela estrada e se deparavam com ele deitado ali na encruzilhada, diziam:

- Xi! Como está aquele homem deitado ali, com a cabeça para a casa da Morte, os pés para a porta da Moléstia e os lados para o lugar da Desavença.

Depois de ditas estas palavras pelas pessoas que por ali passavam, e que ele se achou sozinho, levantou-se e disse:

- Então “de ironia” já sei tudo o que era preciso saber e conhecer. Estou com os meus planos já feitos.

E lá se foi ele direitinho para a casa da Morte.Chegando na chácara dela, começou a bater nos tambores funestos de que

a Morte fazia uso, quando queria matar as pessoas indicadas.Assim, ele que já estava de posse de uma rede que tinha conseguido no

caminho, ficou preparado aguardando que a Morte viesse à ele para reclamar.Dito e feito. A Morte, ouvindo os sons dos tambores, chegou bastante

apressada a fim de saber quem estava tocando.O homem Ôwo envolveu-a na rede e levou-a ao maioral Oxalá, dizendo

estas palavras:- Aqui está a Morte que prometi trazer em pessoa à Vossa presença.Oxalá respondeu:- Vai-te embora com a Morte e tudo de melhor que possa levar ao mundo,

pois tu és o causador de tudo de bom e de mal. Suma daqui! Leve-a e pode passar a conquistar o universo.

Por este motivo é que por causa do dinheiro, todas as qualidades de cri-mes tem sido e continuam a ser praticados.

Fonte: Contos de Mestre Didi

O Filho de Oxalá que se chamava dinheiro (ôwo)

Festa com os Orixás

Fui convidado a uma festa com todos os orixás.

Mas apenas podia me dirigir a eles uma vez e com uma única pergunta. Assim o fi z.

A Exu perguntei: Como movi-mentar a vida quando tudo se en-contra cristalizado?

Exu respondeu: Produzindo in-versões nos padrões que estão esta-belecidos.

A Ogum perguntei: Como abrir meus caminhos quando eles se en-contram fechados?

Ogum respondeu: Com a cora-gem do guerreiro que nunca se dá por vencido.

A Oxossi perguntei: Como dis-tribuir fartura para aqueles que amo?

Oxossi respondeu: Ninguém é tão pobre que não tenha nada para dar!

A Omolu perguntei: Como curar os outros, mesmo estando ferido?

Omolu respondeu: Aprendendo que a dor dos outros não é menor que a sua. Nenhuma dor deve ser desprezada. Abra mão de seu Ego e será capaz de se curar curando.

A Oxumarê perguntei: Como ser capaz de se regenerar de tempos em tempos como a serpente?

Oxumarê respondeu: Deixando

morrer a pele que já não te serve mais. Enquanto você insistir em ha-bitar uma pele morta, sua vida não poderá ser regenerada.

A Ossain perguntei: Por que a verdadeira magia está na simplici-dade das ervas?

Ossain respondeu: Porque só através de muito esforço consegui-mos ser simples como a natureza!

A Nanã perguntei: Como cuidar da minha ancestralidade?

Nanã respondeu: Tendo a cons-ciência que um dia você também será um ancestral. Cuide de seus ancestrais como você gostaria que seus descendentes cuidassem de você.

A Oxum perguntei: Como en-contrar o amor verdadeiro?

Oxum simplesmente disse: Olhando sempre para o espelho!

A Iansã perguntei: Como ser li-

vre e independente, como ser livre como o vento?

Iansã respondeu: Sabendo reco-nhecer aquilo que te aprisiona. Se você não souber o que te prende, jamais será capaz de fl uir como o vento.

A Xangô perguntei: Como aprender a ser justo?

Xangô respondeu: Sabendo ou-vir a todos e desprender-se do Ego.

A Obá perguntei: Como perse-verar enquanto tudo desmorona?

Obá respondeu: Mantendo o amor intocável dentro de si mesmo.

A iyewa perguntei: Como ter vi-são espiritual?

Iyewa respondeu: Conectando-se profundamente aos ciclos natu-rais e as energias universais.

A Logun-Edé perguntei: Como ser fl exível?

Logun respondeu: Tendo capaci-dade de se adaptar a qualquer am-biente.

A Iemanjá perguntei: Como en-contrar harmonia e paz na família?

Iemanjá respondeu: Sendo você mesmo a paz que deseja;

A Oxalá perguntei: Como seme-ar a paz em meio a guerra?

Oxalá respondeu: Ouvindo tudo que você ouviu até aqui e aplicando em sua vida.

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Jornal A Gaxéta8

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9Jornal A Gaxéta

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Jornal A Gaxéta10

Ancestralidade

Vejam que interessan-te, a jornada

de nossos antepassados, para enfi m nós receber-mos a vida de nos-sos pais:

Pais: 2Avós: 4Bisavós: 8Trisavós: 16Tetravós: 32Pentavós: 64Hexavós: 128Heptavós: 256Octavós: 512Eneavós: 1024Decavós: 2048

Total de 11 gerações: 2048 ancestrais, cerca de 300 anos antes de você nas-cer!

Pense um instante:Quantas lutas, quan-

tas guerras, quantas difi culdades, quantas crianças abortadas ou

natimortas, quanta fome, quantas tristezas e coisas difíceis, todos estes ante-passados viveram?

De onde vieram?

E, nesta conta não estão incluídos os ir-mãos, seus tios, seus tios avós..., os adotados, os excluídos.

Por outro lado, quan-ta força, quanto amor, muitas alegrias e estímu-los, quanto instinto de

sobrevivência cada um deles teve dentro de si para que hoje nós esteja-mos aqui vivos?

Nós só existimos graças a tudo o que cada um deles pas-sou!

Curve-se!R e v e r e n c i e

seus antepassados!Gratidão a to-

dos os ancestrais. Sem vocês, não te-ríamos o privilégio de conhecer o que é ter "Vida"!!!

Ancestralida-de... biológica ou religiosa... um axé que não se pode esquecer. Imagine

as duas partes ances-trais... QUANTOS SE-RES NOS ASSISTIN-DO... AVALIANDO... E TIRANDO SUAS CONCLUSÕES.

A bênção a todos os meus Ancestrais!

O outro

Olha que refl exão linda!Você sabia que...?Seu NASCIMENTO foi

através de Outros;Seus primeiros BANHOS foram dados

por Outros;Seu NOME foi dado por Outros;Você foi EDUCADO por Outros;A sua RENDA, ainda que indiretamen-

te, vem por meio de Outros;Se você quer se DIVERTIR, ou faz uma

viagem, vai a um show, cinema, teatro, res-taurante, estádio, são os Outros que te ser-virão;

Quando você ADOECE é cuidado por Outros;

O RESPEITO a si é dado por Outros;Seu ÚLTIMO BANHO será dado por

Outros;O seu FUNERAL será realizado por Ou-

tros;E os PERTENCES e PROPRIEDA-

DES serão herdados por Outros.Então, questiono-me por que motivo

alguns de nós deixamos o nosso EGO, nos-so TEMPO, nossa CARREIRA, nosso DI-NHEIRO e nossas CRENÇAS nos levarem a menosprezar o valor dos OUTROS.

Está na hora de nos tornarmos mais amorosos, mais humildes e vivermos paci-fi camente com os *OUTROS;

Porque nesta vida precisamos uns dos outros em todo o tempo.

Tenhamos gratidão com o próximo!Cada um de nós é O OUTRO DO OU-

TRO. Vamos cuidar uns dos outros!Lembre-se:Em tudo, eu e você precisamos

UM DO OUTRO!

Dedico esse texto para todas as pessoas que tem cora-gem de dar o primeiro ves-

tido azul.Num bairro pobre de uma cidade

distante, morava uma garotinha muito bonita. Ela frequentava a escola local. Sua mãe não tinha muito cuidado e a criança estava quase sempre suja. Suas roupas eram muito velhas e maltrata-das. O professor ficou penalizado com a situação da menina.

– Como é que, uma menina tão bonita, pode vir para a escola tão mal arrumada?

Separou algum dinheiro do seu sa-lário e, embora com dificuldade, com-prou-lhe um vestido novo.

Ela ficou linda no vestido azul. Quando a mãe viu a filha naquele lin-do vestido azul, sentiu que era lamen-tável que sua filha, vestindo aquele traje novo, fosse tão suja para a escola. Por isso, passou a lhe dar banho todos os dias, pentear seus cabelos, e cortar suas unhas.

Quando acabou a semana, o pai fa-lou:

– Mulher, você não acha uma ver-gonha que nossa filha, sendo tão boni-ta e bem arrumada, more em um lugar como este, caindo aos pedaços? Que tal você ajeitar a casa? Nas horas va-gas, eu vou dar uma pintura nas pa-redes, consertar a cerca e plantar um jardim.

Logo depois, a casa se destacava na pequena vila, pela beleza das flores que enchiam o jardim, e o cuidado em todos os detalhes. Os vizinhos ficaram envergonhados por morar em barracos feios e resolveram, também, arrumar as suas casas, plantar flores, usar pin-tura e criatividade.

Em pouco tempo, o bairro todo es-tava transformado. Um homem, que acompanhava os esforços e a luta da-quela gente, pensou que eles bem me-reciam um auxílio das autoridades. Foi ao prefeito, expôs suas idéias e saiu de lá com autorização para formar uma comissão, a fim de estudar os melho-

ramentos que seriam necessários ao bairro.

A rua de barro e lama foi substituí-da por asfalto e calçadas de pedra. Os esgotos a céu aberto foram canalizados e o bairro ganhou ares de cidadania.

E tudo começou com um vestido azul. Não era intenção daquele profes-sor consertar toda a rua, nem criar um organismo que socorresse o bairro. Ele fez o que podia, deu a sua parte. Fez o primeiro movimento, que acabou fa-zendo com que outras pessoas se moti-vassem a lutar por melhorias.

Será que cada um de nós está fazen-do a sua parte no lugar em que vive?

Por acaso, somos daqueles que so-mente apontamos os barracos da rua, as crianças sem escola e a violência do trânsito?

Lembremos que é difícil mudar o es-tado total das coisas. Que é difícil lim-par toda a rua, mas é fácil varrer a nossa calçada. É difícil reconstruir um planeta, mas é possível dar um vestido azul.

Há moedas de amor, que valem mais do que os tesouros bancários, quando endereçadas no momento pró-prio e com bondade. Você acaba de re-ceber um lindo vestido azul!

Faça a sua parte!O amor contagia e transforma tudo

em sua volta.Ame, mas ame muito.E como num passe de mágica, tudo

será azul.

O Vestido AzulDO LIVRO NOVAS ESTÓRIAS AO ENTARDECER

DE WILLIAM NETTO CÂNDIDO

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11Jornal A Gaxéta

Virado à paulista é tombado e se torna 'patrimônio imaterial'

Prato leva ingredientes como feijão, farinha, carne-seca, bisteca e torresmo

Em 17 de agosto de 1822, Dom Pedro 1º, já em seu caminho para as margens do

Ipiranga, teria se abastecido de um vi-rado para ter energia e dar seu grito, de acordo com a historiografia.

O prato apreciado pelos paulistas e tradicional às segundas-feiras trans-formou-se agora em um patrimônio imaterial do Estado.

O virado à paulista foi tombado pelo Condephaat, conselho de patri-mônio estadual, que reconheceu sua significância histórica e cultural.

Feijão, farinha de milho, carne-seca, arroz, bisteca, torresmo, couve, ovo frito, banana empanada e linguiça são os ingredientes básicos da receita tombada pelo órgão.

O prato tem raízes no século XVI, tendo sido usado como alimentação dos bandeirantes. Feito originalmen-te de farinha e toucinho de porco, foi agregando os demais elementos ao longo dos anos, tecendo assim compo-sição que inclui influências portugue-sas, indígenas, italianas.

E também africanas, como nos ca-sos do arroz (cuja cocção é herdada da África) e da banana, cuja incorpo-ração em pratos salgados seria típica desse continente, explica em seu pa-recer Wagner de Melo Romão, que é conselheiro do Condephaat.

'PLAQUINHA'Para que o tombamento do virado

seja oficializado só falta a homologa-

Virado a Paulista com couve, linguiça, bisteca, banana, ovos e torresmo

ção do secretário estadual de Cultura, José Penna questão meramente buro-crática, já que ele mesmo se declara abertamente favorável à homenagem.

O prato agrega séculos de encon-tros de culturas, de tradições, de co-nhecimento e de prazer sensorial, afir-ma Penna.

O tombamento tem como efeito o reconhecimento do valor cultural da receita. Para efeitos práticos, o sujei-to poderá colocar a plaquinha aqui se serve o verdadeiro virado à paulista do Condephaat, caso siga a receita do tombamento, brinca Carlos Faggin, presidente do órgão.

USO POLÍTICOVoz destoante em relação à em-

polgação dos envolvidos, o sociólogo especializado em gastronomia Carlos Alberto Dória vê o tombamento como inócuo e com objetivos políticos.

"Existe um certo oportunismo, já que são bens vigentes, não estão ame-açados. São correntes e fazem parte da vida das pessoas", afirma.

"O Condephaat e outros órgãos promovem esses tombamentos de pra-tos e danças porque assim produzem uma realidade simbólica e o Estado pode tirar proveito dela", conclui o sociólogo.

Moleque, cafuné, ginga, can-jica, fubá, marimbondo. O que todos estes termos

têm em comum? Poucos sabem, mas es-sas palavras e tantas outras do repertório linguístico dos brasileiros têm origem no kimbundu, língua falada em Angola, per-tencente à família bantu.

Escavar as raízes destes “emprésti-mos lexicais” e entrar em contanto com o kimbundu é trazer à tona a história e identidade deste povo e, consequente-mente, valorizar sua contribuição para cultura afro-brasileira. É desta premissa que parte o aplicativo gratuito Alfaban-tu que propõe ensinar a língua angolana para as crianças.

“Como professores da rede, percebe-mos que havia ainda muito difi culdade sobre como praticar a Lei 10.639/03 nas escolas [que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africa-na]. Quase sempre a abordagem que se fa-zia era por meio da questão religiosa, mas não ia muito além disso”, conta a profes-sora e socióloga Odara Dèlé, idealizadora do app ao lado do historiador Edson Pe-reira.

Escavar as raízes destes “empréstimos lexicais” e entrar em contanto com o kim-bundu é valorizar a história e identidade deste povo e sua contribuição para cultura afro-brasileira

Da constatação, surgiu a ideia de criar a ferramenta, lançada em novembro do

ano passado. “A ideia não era fazer um aplicativo de tradução, mas algo que pro-porcionasse a aprendizagem por meio da brincadeira, de forma interativa e que enfatizasse essa contribuição kimbundu e bantu”, conta. “Como os alunos passam muito tempo em seus celulares, o formato app pareceu oportuno”, acrescenta Odara.

Como funcionaO app se assemelha a um jogo e é

composto por um glossário formado por diversas palavras, o alfabeto kimbundu, números, saudações, partes do corpo, no-mes de animais e ainda um quiz pensado como estratégia de memorização das pa-lavras.

No Alfabantu, as palavras em kimbun-du são apresentadas, acompanhadas de sua tradução para o português, pronúncia e uma ilustração. “O áudio permite esse outro conhecimento, pois a pronúncia, mesmo das palavras incorporadas pelo português brasileiro, é diferente. O kim-bundu é uma língua mais nasalada”.

Com o auxílio da tecnologia, é pos-sível elaborar planos de aula que deem conta, por exemplo, de apresentar o con-tinente africano sem estereótipos, contem-plando toda sua diversidade étnica-cultu-ral. “Ainda se tem essa falsa ideia de que a África é um país só, mas o continente é muito múltiplo e diverso. E explorar suas línguas é um caminho para essa descober-ta”, aponta Odara.

Aplicativo ensina língua kimbundu para crianças

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Jornal A Gaxéta12

A sociedade bra-sileira, ou pelo menos parte dela,

precisa do divã de um ana-lista. Um tratamento para se livrar do preconceito, do ra-cismo, da intolerância e das fobias. Apela-se para pia-das sem a menor graça para depreciar as pessoas, ou aquelas que se convencio-nou chamar de “diferentes”. Mas diferentes em quê? Negros seriam diferentes por causa da cor da pele? Os não adeptos das religiões de matriz europeia seriam diferentes por terem formas próprias de diálogo com o sagrado? Os não héte-ros seriam diferentes em razão de se relacionar com pes-soas do mesmo sexo?

Independentemente da etnia, do credo e da orientação sexual todos são humanos, condição imutável para que sejam merecedores de respeito. Simplesmente, respeito. Ninguém precisa ser tolerado e, sim, respeitado. Ao lon-go da semana, um apresentador de tevê criticou a emis-sora concorrente e, em tom jocoso e com palavras chulas, afi rmou que a adversária tem no seu staff homossexual em excesso.

O que seria engraçado — na verdade, uma manifes-tação inequívoca do atraso e ato de violência — foi mais um dos muitos subterfúgios usados para agredir a popu-lação de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis (LGBTs). Aceitar o comentário como “brincadeira” é na-turalizar a discriminação e o preconceito, absolutamen-te nocivos às relações humanas. Hoje, o Brasil, seguido do México e dos Estados Unidos, é o país com o maior número de homicídios de homossexuais do planeta. Em 2016, mais de 340 gays foram mortos, alvo do discurso e da prática do ódio, que assume proporções absurdas no cenário nacional.

Mais: o Brasil se destaca, no ranking mundial, com 61.619 homicídios por ano. Um dado vergonhoso, que

mostra a inefi ciência do po-der público em garantir a segurança dos cidadãos. É nesse cenário de horror que os homossexuais, negros e os tidos como “diferentes” são tratados ante os muitos retrocessos políticos e so-ciais que punem a todos sem

distinção.Atitudes gratuitas de agressões não são

repreendidas. Há quem as considerem normais e as incentive usando a projeção social conquistada. Refor-ça-se, dessa forma, uma cultura medieval e um estigma contra casais do mesmo sexo, algo inconcebível para os atuais tempos. O Judiciário reconheceu como legítima a união homoafetiva, em julgamento histórico pelo Supre-mo Tribunal Federal, em 2011, que teve como relator o então ministro Carlos Ayres Britto.

O preconceito por sexo, etnia, credo é expressamente vedado pela Constituição. Mas, ainda assim, há os que o defendem. Adotam comportamento invasivo e afrontam direito do outro à privacidade e de dispor da sua sexuali-dade como bem entender. O homofóbico não reconhece que o padrão de família se transformou e evoluiu.

Casais gays deixaram a clandestinidade e deram novo formato ao núcleo doméstico. A mudança é legal e acolhi-da não só pelo Judiciário, mas por instituições seculares que sempre a condenaram. O líder máximo da Igreja Ca-tólica, o papa Francisco cumprimentou o casal brasileiro de homossexuais que, em junho do ano passado, batizou os três fi lhos adotivos. O gesto do pontífi ce sinalizou ao mundo que a era da fogueira acabou.

Ainda que não tenha tido a intenção, o papa dei-xou claro aos que vivem e agem nos subterrâneos dos tempos do obscurantismo que, no século 21 e daí em diante, entre os humanos deve prevalecer um dos dog-mas LGBT: “Love is love”. Assim, a humanidade ca-minhará melhor.

Fonte: Correio Braziliense

por

distinção.Atitudes gratuitas de agressões não são

repreendidas. Há quem as considerem normais e as incentive usando a projeção social conquistada. Refor-ça-se, dessa forma, uma cultura medieval e um estigma

Abominável preconceitoDEP. FEDERAL ORLANDO SILVA(PCDOB) E DEP. ESTADUAL LECI BRANDÃO(PCDOB) DISTRIBUEM AÇÃO JUDICIAL CONTRA CRIAÇÃO DE BLOCO

CARNAVALESCO

O deputado fe-deral (PCdoB/SP) Orlando

Silva e a deputada estadu-al Leci Brandão (PCdoB) distribuíram no dia 6 de fevereiro uma ação judi-cial contra os membros do grupo “Direita São Paulo”, criadores do blo-co carnavalesco “Porão do DOPS”.

O objetivo da ação não é suspender as atividades ou o desfi le do bloco, mas sim que a justiça proíba qualquer tipo de apologia ou homenagem ao crime de tortura e/ou torturado-res, como previsto em lei.

“Liberdade de expressão não pode tolerar apologia ao crime. É um absurdo que pessoas façam home-nagens a quem praticou tortura, que, pela lei bra-sileira, é considerado cri-me inafi ançável e sequer pode ser anistiado. Além de ser um desrespeito aos muitos que sofreram nos porões da ditadura e uma afronta à história do Bra-sil, fruto de ignorância histórica e culto ao ódio político, é um ato crimi-noso que não deve pros-perar”, afi rma o deputado Orlando Silva.

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13Jornal A Gaxéta

VEJA AS AÇÕES DE PRECONCEITO QUE ACONTECEM NO BRASIL

Nietzsche não gostava muito da igreja cató-

lica. A afi rmação que fez na obra O Anticristo, de que “Deus está morto”, causa mini enfartos nos cristãos até hoje. A princi-pal ideia que o fi lósofo ata-cava era a da moral cristã. Para ele, os cristãos não são bons (ou tentam ser) porque se preocupam com o próximo. Eles são bons porque têm medo de quei-mar no inferno. Não é uma bondade genuína. Segundo ele, é nesse medo da puni-ção em que se baseia toda a fé cristã. Por isso, ele propôs uma ideia de ética que dependia simplesmen-te da própria pessoa — que não deveria acreditar em recompensas além da vida ou em deuses que o tratas-

sem como gado. Ou seja, a pessoa seria boa simples-mente porque assim ela se sentiria bem consigo mes-ma e não porque uma en-tidade superior e vingativa puxaria seu pé à noite.

Ele não via sentido em negar o sexo, o corpo

Fonte: Galileu Ciência NietzscheRecebido de Eduardo Brasil via WhatsApp

Deus está mortoFilosofia

Alunos da rede paulista podem ser deputados

por dois dias

Os alunos da rede estadual de São Paulo terão a oportuni-dade de serem deputados por

dois dias e vivenciar a rotina de uma casa legislativa por meio do programa Parla-mento Jovem Paulista.

O intuito do projeto, criado em 1999 pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), é esclarecer a ra-zão de ser, as funções e o cotidiano do Poder Legislativo, bem como mostrar para os jovens alguns aspectos da de-mocracia brasileira e como os processos legislativos influenciam a vida cotidiana de todos.

PARA PARTICIPARPodem inscrever-se no programa Par-

lamento Jovem Paulista os alunos do 9º ano do Ensinos Fundamental, do Ensino Médio ou Técnico, que tenham entre 14 e 21 anos de idade.

Para participar, os jovens devem pre-parar um trabalho na forma de projeto de lei, conforme orientações do manual do candidato e procurar a diretoria da escola em que estuda. Os projetos serão recebi-dos de 5 de fevereiro a 9 de março, e a a divulgação dos 47 deputados-mirins será feita em 2 de abril.

NA PRÁTICANo final do mês de abril, nos dias 26

e 27, ocorrerá a vivência na Alesp, onde farão parte da rotina da casa legislativa, passando por eleição dos membros da Mesa Diretora, apreciação e votação de projetos de lei, tramitação nas comissões até o momento em que a proposta se tor-na lei.

Para encerrar a edição de 2018 do pro-grama Parlamento Jovem Paulista, have-rá uma sessão especial do Legislativo di-rigida por 47 jovens parlamentares.

Fonte: Redes Sociais

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Jornal A Gaxéta14

abuso! A devolução em dobro do que paguei, eles estão esper-

neando para pagar, mas vão acabar tendo de fazê-lo e minha mensalidade passou para R$ 682,00 pelo menos até ao fi nal do ano, quando deve sofrer mais um pequeno reajuste.

Esqueci de dizer que como somos considerados idosos, temos prioridade na marcação das audiências, o que fez o desenrolar mais rápido que o normal.

Não se deixem enganar, nós temos nossos direitos. Fico imaginando quantas pessoas que por desconhece-

rem este Estatuto pararam de pagar e abandonaram seus se-guros de saúde." (sic)

Plano de saúde após 60 anos Segue uma informação sobre a cobertura pelo INSS

para viagens internacionais. Há direitos que existem, mas, infelizmente,

não usufruímos por desconhecê-los. Um deles é o "Seguro Saúde" para os contribuintes ou

benefi ciários do INSS quando em viagem para: PORTU-GAL - ESPANHA - ITÁLIA - GRÉCIA - ARGENTINA - CHILE e URUGUAI. Antes da viagem é necessário re-querer no Setor de Acordos Internacionais do INSS, na Rua México 128 (e outros locais em cidades Brasileiras), o for-mulário apropriado (IB2 para a Itália etc).

Com esse documento, no caso de acidentes, você poderá ser socorrido e medicado pelo serviço público do país que enviará a conta para o INSS pagar.

É bom lembrar que em alguns desses países a saúde pública é de excelente qualidade e que, não tomando essas providências, quem pagará a conta poderá ser você. PARA MAIORES INFORMAÇÕES CONSULTEM O LINK:

SEGURO SAÚDE EM VIAGENS INTERNACIONAIS PARA OS CONTRIBUINTES

OU BENEFICIÁRIOS DO INSS

Há cicatrizes que ninguém vê.Lágrimas que não molham.Feridas que não sangram,

E gritos que ninguém ouve.Combatam os mosquitos e não

os macacos. Eles não são os culpados pela Febre amarela.

Febre amarela

O Ministério dos Direitos Humanos através da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial - SEPPIR lançou no dia

05/02, a Campanha "Neste Carnaval Diga não ao Racismo". O objetivo principal da campanha é a valorização da cultura negra, sensibilizando o público em geral quanto à importân-cia do respeito à identidade negra com enfoque no racismo sofrido por mulheres e homens negros no carnaval.

Passageiros, foliões e turistas dos principais aeroportos e rodoviárias do país receberão material informativo de en-frentamento ao uso negativo e caricato da imagem do negro como blackface e “nega maluca”, onde as pessoas pintam o rosto com tinta preta e usam peruca black power imitando pejorativamente a textura natural do cabelo crespo como forma de “homenagem”.

Serão espalhados 50 mil folders em formato de leques entre as esteiras de bagagem e balcões de informações dos aeroportos de Recife (PE), Congonhas (SP), Curitiba (PR), Rondônia (RO), Confi ns e Belo Horizonte (MG). Desen-volvida em parceria com a Empresa Brasileira de Infraestru-tura Aeroportuária (INFRAERO), esses aeroportos exibirão em seu sistema de telas informativas a identidade visual da Campanha.

Em Salvador, o lançamento da campanha foi realizado na sede do Ministério Público da Bahia e na inauguração da Casa do Carnaval da Bahia. Em Recife, na terça-feira, dia 06/02, a ação contou com o apoio do Secretário de Jus-tiça e Direitos Humanos, José Eurico que fez o lançamento ofi cial do carnaval e da campanha na Secretaria de Justiça e Direitos Humanos. Já no Parque São Pedro, a festa fi cou por conta da animação dos blocos de afoxé Casas Populares da BR 23, Abê Adu Lofé, Maracatu Porto Rico e Afoxé Oxum Pandá.

O Secretário Nacional de Politicas de Promoção da Igualdade Racial, Juvenal Araújo alerta que nenhuma forma de preconceito ou de discriminação deve servir como justi-fi cativa de “piada”, “adereços” ou “acessórios” e destaca o caráter de violação de direitos dessa prática racista, já que racismo é crime previsto na Lei 7.716.

“O propósito da Campanha é ser usada como platafor-ma para combater esta modalidade de racismo enraizado na sociedade. Qualquer tipo de ação utilizada para ridicularizar o negro não deve ser praticada no Carnaval. O Blackface e a ‘nega maluca’ não são ferramentas de folia, mas sim de opressão e escárnio. Vamos juntos compartilhar nas redes sociais durante o carnaval a hashtag da campanha #Carna-valSemRacismo”, ressalta.

As cidades do Rio de Janeiro, Brasília, Goiânia, Ma-naus, Belém, Palmas, Acre também serão contempladas pelas ações da Campanha.

PARA DENÚNCIAS: DISQUE 100 OU BAIXE APLICATIVO PROTEJA BRASIL

CAMPANHA CONTRA RACISMO NO CARNAVAL É LANÇADA EM

NÍVEL NACIONAL

#CarnavalSemRacismo

"Queridos amigos, Como sou uma das mais velhas de nossa turma

e a maioria entra nos 60 este ano, gostaria de alertá-los para o que aconteceu comigo em novembro último.

Sou assegurada da Amil em um plano mais ou menos alto (opções plus) faz mais de 10 anos.

No início de novembro recebi um novo carnê com o va-lor de minha mensalidade indevidamente reajustado por ter chegado aos 60. O valor que era de R$ 639,00 passou a R$ 1.787,00.

Indignada resolvi entrar na justiça contra a Amil. Pro-

curei um advogado especialista em pequenas causas e levei meu contrato e carnês para saber como deveria agir.

O meu contrato previa um aumento de 165 % quando eu chegasse aos 60. Porém, meu advogado esclareceu que em-bora eu tivesse assinado este contrato, existe um "Estatuto do Idoso" que prevalece sobre o contrato, que não permite nenhum aumento depois dos 59 anos.

Tudo que eles poderiam cobrar seria um reajuste de cus-tos anual de acordo com a lei.

Baseado nisso, e sem deixar de pagar as prestações já aumentadas (paguei 2 meses) o advogado entrou com uma petição contra o aumento e pedindo de volta, EM DOBRO, tudo que eu pagasse a mais, além, do que fosse legalmente decidido.

Logo na primeira audiência a Amil foi citada para man-dar um novo carnê com o valor antigo até a solução do caso.

Finalmente saiu o resultado e eu ganhei a causa.Fui 2 vezes ao Fórum, onde o advogado da Amil disse

que não haveria acordo e 2 meses depois saiu o veredicto. Portanto, não aceite os aumentos passivamente, é um

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15Jornal A Gaxéta

APOSENTADORIAJOSÉ SARNEY.......................... 109.892,00TEMER................................... 68.985,00FHC....................................... 67.450,00JOAQUIM BARBOSA................. 45.320,00ELIZEU PADILHA...................... 32.467,00ÁLVARO DIAS........................... 29.481,00

DONA ANTONIA....... 965,00DONA ANTONIA ESTÁ

ACABANDO COM O BRASIL

Se virem essas pistolinhas coloridas na mão de algum menino, não é brin-quedo... É a nova Taurus SPECTRUM 38 com capacidade para 6 munições, 7

com uma na câmera.Em uma situação de assalto, nunca re-

aja, sua vida é mais importante que tudo.

ATENÇÃO!

NÃO PENSEM QUE É DE BRINQUEDO!

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