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UN-HABITAT GUIA ONLINE 1. Histórico e mandato do comitê O Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (UNHABITAT) 1 é a agência da ONU que lida com a questão das habitações, visando moradias sustentáveis em termos sociais e ambientais. Ele foi estabelecido em 1978, após a reunião de Vancouver, Canadá, conhecida como Habitat I. Desde então, a agência foi ganhando importância devido à metade do mundo ter se tornado urbano, quando, antes disso, o nível de urbanização mundial era apenas cerca de 1/3. Em face disso, a segunda conferência das Nações Unidas sobre o tema, a Habitat II, foi realizada em 1996, em Istambul, Turquia, tendo sido motivada a estabelecer novas metas para o milênio que se aproximava. Dessa reunião, surgiu a Agenda do Habitat, adotada por 171 países, um documento chave para a política habitacional mundial, que contém cerca de 100 comprometimentos e 600 recomendações, em estrutura de plano de ação. Em 2002, o mandato da agência foi reforçado, tendo seu status elevado a Programa das Nações Unidas pela resolução da Assembleia Geral A/56/206. Assim, o UN-Habitat ficou responsável por visar ao desenvolvimento urbano, a metas sobre moradias e a objetivos da Declaração do Milênio. O Programa foi então considerado como uma peça-chave dentro do projeto de desenvolvimento mundial das Nações Unidas, principalmente no que se refere ao combate à pobreza. A partir de 2002, então, a questão urbana foi revitalizada, alcançando mais espaço e importância entre as preocupações da agenda internacional, com prioridades e planos de ação melhor definidos. As preocupações do UNHABITAT acerca da vida nas cidades perpassam vários níveis, como o aumento das atividades criminosas, poluição, doenças em função de saneamento precário e, é claro, a disseminação das condições de pobreza. Um dos 1 Recomenda-se a visita ao sítio oficial (em inglês), disponível em <http://www.unhabitat.org>.

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UN-HABITAT

GUIA ONLINE

1. Histórico e mandato do comitê

O Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (UNHABITAT)1

é a agência da ONU que lida com a questão das habitações, visando moradias

sustentáveis em termos sociais e ambientais. Ele foi estabelecido em 1978, após a

reunião de Vancouver, Canadá, conhecida como Habitat I. Desde então, a agência foi

ganhando importância devido à metade do mundo ter se tornado urbano, quando, antes

disso, o nível de urbanização mundial era apenas cerca de 1/3. Em face disso, a segunda

conferência das Nações Unidas sobre o tema, a Habitat II, foi realizada em 1996, em

Istambul, Turquia, tendo sido motivada a estabelecer novas metas para o milênio que se

aproximava. Dessa reunião, surgiu a Agenda do Habitat, adotada por 171 países, um

documento chave para a política habitacional mundial, que contém cerca de 100

comprometimentos e 600 recomendações, em estrutura de plano de ação.

Em 2002, o mandato da agência foi reforçado, tendo seu status elevado a

Programa das Nações Unidas pela resolução da Assembleia Geral A/56/206. Assim, o

UN-Habitat ficou responsável por visar ao desenvolvimento urbano, a metas sobre

moradias e a objetivos da Declaração do Milênio. O Programa foi então considerado

como uma peça-chave dentro do projeto de desenvolvimento mundial das Nações

Unidas, principalmente no que se refere ao combate à pobreza. A partir de 2002, então,

a questão urbana foi revitalizada, alcançando mais espaço e importância entre as

preocupações da agenda internacional, com prioridades e planos de ação melhor

definidos.

As preocupações do UNHABITAT acerca da vida nas cidades perpassam vários

níveis, como o aumento das atividades criminosas, poluição, doenças em função de

saneamento precário e, é claro, a disseminação das condições de pobreza. Um dos

1 Recomenda-se a visita ao sítio oficial (em inglês), disponível em <http://www.unhabitat.org>.

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maiores desafios do UNHABITAT, portanto, acordado com a Declaração do Milênio, é

a melhoria das condições de vida de cerca de 100 milhões de moradores de bairros

pobres até o ano de 2020 (alvo 11 da Meta 7). Esse número significa cerca de 10% do

total de um bilhão deles. Se nada for feito, estima-se a quantidade de moradores de

bairros pobres pode triplicar até 2050.

Tendo em vista esse cenário, em 2007 foram estabelecidas algumas peças-chave

da estratégia de ação do Programa, baseando-se em quatro pilares, sendo eles o acesso à

moradia para todos, a governança e o planejamento participativos, a promoção de

serviços e infraestrutura sustentáveis e o financiamento de moradias. Isso tem por base a

visão de que a urbanização representa uma força a favor do crescimento

socioeconômico na presente economia globalizada.

As reuniões do UNHABITAT são bienais, sempre em anos ímpares, e são

chamadas de Conselhos de Administração, com a presença de 58 delegações. Em tais

conferências, são estabelecidas novas metas até o próximo encontro, sendo o

planejamento do programa, portanto, também bienal. Como órgão subordinado ao

Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (ECOSOC), as resoluções dos

Conselhos de Administração são recomendadas ao ECOSOC que, por sua vez,

apresenta-as na Assembleia Geral. Sua sede localiza-se em Nairóbi, no Quênia, mas há

escritórios regionais espalhados por todo o mundo – no Brasil, por exemplo, ele se

localiza na cidade do Rio de Janeiro.

Uma função-chave para o Programa poder cumprir seu mandato baseia-se no

monitoramento das condições de avaliação do progresso de implementação da Agenda

do Habitat. Esse monitoramento é feito pelos instrumentos de Observatório Urbano

Global e Estatística e de Boas Práticas. Atuando em todos os níveis e com muitos

parceiros, esses instrumentos visam ao reforço das políticas mútuas de desenvolvimento

social, econômico e ambiental. Os indicadores dessas ferramentas de monitoramento

levam em conta a porcentagem de pessoas com acesso a saneamento, à água potável, ao

direito de propriedade e em moradias/abrigos permanentes.

O UNHABITAT também é o órgão das Nações Unidas responsável pelos

relatórios anuais sobre as condições dos assentamentos humanos e das cidades, dentre

outras publicações. Ele também se encarrega da organização dos Fóruns Urbanos

Mundiais, tendo sua 5ª edição sido realizada no Rio de Janeiro, em março de 2010,

assim como do Dia Mundial do Habitat (04 de outubro) e do Dia Mundial da Água (22

de março).

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Também é comum a parceria do UNHABITAT com outros órgãos do sistema

ONU, como o Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime (UNODC), o

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Organização das

Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e o Alto

Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR). Dentre outros programas

relevantes, estão a Aliança das Cidades, o Programa de Cidades Sustentáveis (SCP) e o

Programa de Administração Urbana (UMP).

2. ANEXO A – Criminalidade e Segurança Pública

O processo de urbanização visto nas cidades, assim como a falta de

planejamento deste e as condições em que acontece, constitui-se como um aspecto

decisivo para o desenvolvimento de índices de crime e violência nos espaços urbanos.

Uma vez que a maior ocorrência de delitos como roubo e agressão estão

predominantemente concentrados em áreas consideradas de baixa renda e de maior risco

para a habitação (UN-HABITAT, 2007, 81), a configuração urbana apresenta-se como

questão primordial a ser discutida nos dias de hoje.

Para entendermos não somente a existência de alta criminalidade, como também

de maiores deficiências sociais nas periferias e bairros pobres, deve-se não apenas

desmitificar esta relação entre pobreza e tendência ao crime, e sim observar e

compreender o papel central do fator econômico nesse contexto. A exclusão econômica

coloca o indivíduo fora de outras esferas (sociais, políticas, culturais); assim “os pobres

ficam mais pobres através de outras formas de marginalização”2 (UN-HABITAT, 2008).

No caso do desenvolvimento urbano, por exemplo, eles são, em geral, segregados a

áreas menos privilegiadas e grandes subúrbios, na maioria das vezes desprovidos de

condições adequadas de habitação e sobrevivência dignas. A pobreza, portanto, não

somente tem papel relevante quando se analisam as causas e o surgimento da

criminalidade, mas também apresenta grande importância se são consideradas suas

consequências, como por exemplo, o fato de essa atingir principalmente pessoas que

possuem menor renda.

Dessa forma, os fatores por trás do crime e da violência são vários: aspectos

sociais e culturais, pobreza, desigualdade, densidade e tamanho de centros urbanos,

2 Tradução Livre.

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crescimento acelerado da população, entre outros. Segundo documento do Escritório

contra Drogas e Crime das Nações Unidas (2004, 5):

A criminalidade urbana se caracteriza por uma multiplicidade de fatores e

formas. Uma abordagem que envolva diversas instituições, assim como uma

resposta coordenada no nível local, de acordo com um plano de ação

integrada de prevenção ao crime, resultará quase sempre em benefícios, e

deverá incluir: (a) Um levantamento local, para fins de diagnóstico, dos

fenômenos criminais, suas características, os fatores que os desencadeiam, as

formas que assumem e sua dimensão; (b) A identificação de todos os atores

relevantes que poderiam participar desse diagnóstico sobre prevenção à

criminalidade e combate ao crime, como por exemplo instituições públicas

(nacionais ou locais), políticos locais eleitos, setor privado (associações,

empresas), voluntários, representantes comunitários, etc.; (c) A criação,

quando necessário, de mecanismos de consulta que estimulem contatos mais

estreitos, intercâmbio de informações, trabalho conjunto e o delineamento de

uma estratégia coerente; (d) A elaboração de possíveis soluções para esse

problema no contexto local.

A criminalidade e a deficiência na segurança pública das cidades causam,

portanto, uma série de impactos na sociedade, desde o comprometimento do turismo

local e de investimentos na região afetada, até o aumento de custos e gastos do governo

com serviços sociais e com saúde3 (UN-HABITAT, 2007, 73-79). Além disso, o rápido

processo de urbanização em muitos países em desenvolvimento e o resultado do

crescente tamanho e densidade das cidades estão associados com o aumento do crime e

da violência, ocasionando maior desigualdade social, pobreza, carência por serviços

públicos básicos, e desemprego, por exemplo. Assim, crime e pobreza estão cada vez

mais correlacionados, fazendo com que a população esteja constantemente vulnerável as

práticas criminosas. Isso acontece pois um rápido desenvolvimento, como o visto nessas

regiões, pressiona consideravelmente as autoridades locais quanto à questão de se

harmonizar a segurança demandada pela população e as medidas efetivamente adotadas

para esse fim, destacando a capacidade destas diante de uma sociedade que a cada dia

cresce e se desenvolve mais (UN-HABITAT, 2007).

Portanto, vemos que a configuração das cidades é um importante fato a ser

repensado, pois “a ausência de integração de estratégias de prevenção ao crime e

3 “Por exemplo, o colapso do sistema hospitalar público brasileiro nas décadas de 1980 e 1990 foi

atribuído ao peso do grande número de homicídios e de lesões de origem criminal” (UN-HABITAT, 2007,

74).

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práticas de planejamento urbano conscientes é um fator que facilita as oportunidades de

crime urbano”4 (UN-HABITAT, 2007, 2). E, segundo Costa (2010)

5:

Na luta contra a violência, os vários métodos de intervenção devem ser

aplicados de maneira integrada. O planejamento urbano possui importante

papel para melhoria da segurança nas cidades. Se por um lado o êxodo rural e

a ocupação desordenada das cidades contribuem significativamente para o

avanço da violência urbana, por outro lado a planificação, o desenho e a

gestão urbana e física podem colaborar com a prevenção da criminalidade

nas cidades.

Assim, o combate ao crime e à violência nas cidades torna-se essencial, já que,

antes de qualquer coisa, os indivíduos são o principal objeto nessa relação. São eles que,

direta ou indiretamente, convivem com a criminalidade urbana. Dessa forma, é

importante ressaltar que o crime não apenas traz inúmeras consequências para a vida em

sociedade, mas altera também nossas relações sociais. Afinal de contas, quem nunca

ouviu alguém dizer que há algum tempo as crianças ainda podiam brincar nas ruas?

3. ANEXO B – Boas práticas: planejamento Sustentável

O conceito de sustentabilidade é amplamente discutido nos dias atuais,

juntamente com a ideia de desenvolvimento sustentável6, pois, atualmente, vivenciamos

uma crescente preocupação e agravamento de riscos ambientais decorrentes da questão

do lixo produzido pelo homem e do aquecimento global, por exemplo. Ambos destacam

a importância da otimização e uso eficiente de recursos renováveis integrados ao

progresso social e econômico, enfatizando as necessidades presentes do homem sem o

comprometimento deste, de suas futuras gerações e do ambiente à sua volta (BARONI,

1992, 14-19).

A partir do início da década de 70 do século passado, a concepção de se aliar

preservação ambiental com desenvolvimento econômico ganhou força entre

ambientalistas, ampliando essa forma de pensamento a organismos internacionais que

passavam a considerar o desenvolvimento sustentável como ideal (BEZERRA, 2002).

4 Tradução Livre.

5 Extraído de < http://www2.cidades.pe.gov.br/c/portal/layout?p_l_id=PUB.1381.55>, acesso em

04 dez. 2010. 6 É importante ressaltar que, segundo BARONI (1992,15), “A história do termo desenvolvimento

sustentável se inicia em 1980, quando a UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza)

apresenta o documento Estratégia de Conservação Mundial com o objetivo de alcançar o

desenvolvimento sustentável através da conservação dos recursos vivos”. Assim, percebe-se que apesar

de constituir um tema e um conceito bastante atual e fortemente difundido na mídia nos dias de hoje, o

propósito da sustentabilidade revela-se como um anseio antigo de muitos estudiosos e defensores do meio

ambiente.

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Desse modo, a partir dos anos 90, o conceito de desenvolvimento sustentável passa a ser

idealizado em outras diversas atividades, entre as quais, na área do planejamento urbano.

A preocupação com o desenvolvimento sustentável, no entanto, direciona-se às

mais variadas esferas sociais, históricas e culturais, sendo a urbanização um importante

aspecto dessa questão. O surgimento e o crescimento das cidades são acontecimentos

que alteraram e continuam a alterar a dinâmica do espaço em torno do ser humano,

através da retirada de cobertura vegetal, do esgotamento de solos, de queimadas e

desmatamentos, e das diversas formas de poluição. Dessa maneira, trazendo consigo

diversas causas e consequências para alguns dos problemas enfrentados cotidianamente

pelo homem no ambiente urbano, sendo alguns deles, para Ojima (2006, 8):

As maiores distâncias para a cobertura dos serviços públicos; o agravamento

dos conflitos sociais através do aumento da segregação socioespacial; maior

consumo de recursos naturais; aumento da poluição atmosférica; crescimento

da demanda por transporte automotivo individual; congestionamentos e

maior consumo do tempo médio das viagens diárias; e maior incidência de

alguns problemas de saúde e causas de óbito.

Porém, a questão principal é “como construir a base material da vida sem

esgotar os recursos naturais?” (RIBEIRO, 2007, 67). E, além disso, como promover um

acesso igualitário de serviços públicos, considerando, é claro, a garantia de todos

direitos humanos como a educação, a saúde e habitação adequada? A resposta,

certamente, não nos aparece de imediato. É preciso, antes de tudo, modificar o modo de

vida das pessoas, como também retornar o debate sobre cidadania, uma vez que esta

somente será integralmente exercida “quando a base material da vida estiver distribuída

de modo mais equilibrado, sem colocar em risco gerações futuras, que precisarão de

água, energia e recursos naturais para viverem” (RIBEIRO, 2007, 67).

De acordo com Porter (1996 apud FURLAN, 2007, 98-99):

A melhoria ambiental traz, em termos de produtividade dos recursos,

benefícios dentro de uma economia para o processo e para o produto como:

economias de materiais, resultantes do processamento mais completo, da

substituição, da reutilização ou da reciclagem dos insumos de produção;

aumentos nos rendimentos do processo; [...]; conversão dos desperdícios em

formas de valor; menor consumo de energia durante o processo de produção;

redução dos custos de armazenamento e manuseio de materiais; [...];

produtos com melhor qualidade e mais uniformidade; redução dos custos do

produto e da embalagem; utilização mais eficiente dos recursos pelos

produtos;[...].

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Esses são, portanto, alguns dos inúmeros motivos que temos para mudar o foco

da sociedade através de um desenvolvimento sustentável. Mas, apesar de toda

conscientização acerca do tema, governos e empresas ainda demonstram possuir esse

dilema entre a sustentabilidade alcançada a altos custos e o contínuo e crescente

desenvolvimento que, além de provocar maior degradação ambiental, possui custos

relativamente menores. Fica difícil então saber qual caminho deve ser seguido: o

comprometimento do meio ambiente ou do progresso da economia?

Dessa forma, o planejamento urbano sustentável torna-se mister para o

desenvolvimento promissor da sociedade em termos de melhoria na qualidade de vida

dos habitantes, combate e erradicação de problemas sociais como a pobreza7

, e

preservação de espécies animais e vegetais na natureza. Conforme Silva (2011)8:

As mudanças nos padrões de produção e de consumo da cidade implicam

sobretudo modificações comportamentais. Ações em matéria de educação

ambiental, propiciando a conscientização da população, são fundamentais. Só

assim será possível a redução de desperdícios. Há que se atentar igualmente

para o fomento ao desenvolvimento de tecnologias urbanas sustentáveis,

como em matéria de construção de imóveis e tratamento de resíduos urbanos.

A aplicação de instrumentos econômicos no gerenciamento dos recursos

naturais visando à sustentabilidade urbana deve estar orientada a uma melhor

implementação dos princípios poluidor-pagador e usuário-pagador. Todavia,

isto não pode significar pura e simplesmente a “mercantilização” dos

recursos ambientais e a exclusão de parte da população ao acesso a esses

bens, tais como a água e o ar em quantidade e qualidade suficiente para uma

digna qualidade de vida.

O homem, portanto, tem somente a ganhar, seja em qualidade de vida para a sua

e para as próximas gerações, seja em termos financeiros, uma vez que é sim possível

obter lucros e, ao mesmo tempo, promover uma prática sustentável. Segundo RIBEIRO

(2007, 60), “As cidades só ganham sentido com a presença humana. Não há outra razão

para elas existirem a não ser essa: abrigar seres humanos e suas cada vez mais densas

relações sociais”. Assim, é possível perceber que antes de tudo, a cidade deve adequar-

7 “A premissa básica do desenvolvimento sustentável é que a pobreza é largamente responsável

pela degradação ambiental. Assim, a remoção da pobreza (ou seja, o desenvolvimento) é necessária para a

sustentabilidade ecológica”(BARONI, 1992, 21). 8 Extraído de < http://www3.esmpu.gov.br/linha-editorial/outras-publicacoes/serie-grandes-

eventos-meio-ambiente/Solange_Teles_Politicas_publicas_e_sustentabilidade.pdf >, acesso em 13 jan.

2011.

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se às necessidades de seus moradores e, acerca disso, devemos nos pautar em aliar essas

necessidades a um desenvolvimento sustentável.

4. Posição de blocos

4.1. Alemanha, Austrália, Espanha, Estados Unidos, Japão, Polônia, Reino Unido,

Suécia.

A população urbana nos países desenvolvidos deverá permanecer praticamente

inalterada durante as próximas décadas, passando de 920 milhões de pessoas em 2009

para pouco mais de 1 bilhão em 2025. As cidades destes locais estão crescendo a uma

taxa de aproximadamente 0,75 por cento por ano (UN-HABITAT, 2006, 6). A

imigração - legal e ilegal - representa mais de dois terços do crescimento urbano nos

países desenvolvidos. Sem ela, a população urbana desses países, provavelmente, iria

diminuir ou permanecer a mesma nas próximas décadas. (UN-HABITAT, 2010b, 5).

Mesmo assim, as cidades não estão perdendo sua importância econômica: no mundo

desenvolvido, as cidades geram mais de 80% do produto interno (UN-HABITAT, 2006,

10).

Embora seja um problema usualmente associado a países em desenvolvimento a

superpopulação também ocorre em nações desenvolvidas. A superlotação é uma das

formas mais significativas de que a pobreza urbana se manifesta; análise estatística

realizada pelo UN-HABITAT mostra que a superlotação é frequentemente associada

com problemas como a falta de água potável e de saneamento básico.

Estudos realizados em países desenvolvidos demonstram que a que a

superlotação afeta algumas populações mais do que outras. Podemos utilizar como

exemplo o caso dos Estados Unidos: a residências ocupadas por inquilinos são mais

suscetíveis a serem superlotadas do que as casas ocupadas pelos seus proprietários.

Comunidades hispânicas e asiáticas representam 8,3% do total de domicílios nos

Estados Unidos, mas eles representam 46,6% de todas as moradias com problemas de

superlotação (UN-HABITAT, 2006, 74).

Para compreendermos melhor as características das cidades devemos levar em

consideração fatores que possibilitem a prática social, politica, cultural, e o

desenvolvimento econômico; esses fatores não estão isolados, se relacionam entre si.

Dentre eles podemos destacar os fatores econômicos. Podemos utilizar os indicadores

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de desigualdade de renda e consumo para compreender as divisões econômicas

existentes nas cidades (UN-HABITAT, 2010a, p.60).

Em termos gerais, os níveis de desigualdade de renda nos países desenvolvidos

são relativamente baixos. Pouco se sabe sobre as desigualdades existentes a nível

urbano, visto que os dados disponíveis não são geralmente desagregados para as áreas

metropolitanas ou para as cidades individualmente, isso acaba escondendo algumas

desigualdades que existem nas cidades do mundo desenvolvido. Entretanto, existem

alguns países como a Austrália, o Japão e os Estados Unidos, onde é possível encontrar

dados localizados sobre os indicadores sociais.

Informações sobre os coeficientes de Gini – esse coeficiente varia de zero a um;

zero significaria, hipoteticamente, que todos os indivíduos teriam a mesma renda e um,

mostraria que apenas um indivíduo teria toda a renda de uma sociedade - nos países

desenvolvidos9 são geralmente fornecidas em escala nacional. Os índices de Gini nesses

países podem variar valores muitos baixos: como o encontrado na Suécia (0,23),

chegando a índices medianos (entre 0,3 e 0,4) encontrados na Polônia, Espanha, Reino

Unido, Austrália, Japão e Estados Unidos (UN-HABITAT, 2010a, p.61).

As desigualdades de renda nacional nos países desenvolvidos aumentaram

significantemente a partir de 1980. Deve-se dar destaque para a Polónia e a Alemanha,

que registraram aumentos de até 17% e 10%, respectivamente, em seus índices de

desigualdade de renda entre os anos de 2000 e 2005. Na contramão desta tendência

estão países como o Reino Unido, Grécia e a Espanha, que experimentaram queda de 4

a 7% em seus índices de Gini. Cálculos realizados a partir de dados da OCDE a respeito

de 25 nações desenvolvidas, porém, mostram que o valor de Gini mudou nesses países

menos de 1% entre 2000 e 2005. (UN-HABITAT, 2010a, 61).

No que tange aos serviços de saneamento, os habitantes do mundo desenvolvido

desfrutam de condições razoavelmente universalizadas. Praticamente todos os

habitantes dispõem de acesso a saneamento adequado10

, visto que o sistema de esgoto

nesses países chega a 98% das residências; mesmo aquelas que não são ligadas à rede

de esgoto utilizam soluções como fossas sépticas que são reguladas e inspecionadas

regularmente pelas autoridades competentes.

9 Sobre o coeficiente de Gini: http://web.worldbank.org/WBSITE/EXTERNAL/TOPICS/

EXTPOVERTY/EXTPA/0,,contentMDK:20238991~menuPK:492138~pagePK:148956~piPK:216618~th

eSitePK:430367,00.html (em inglês). 10

Para a definição de saneamento adequado consulte: http://www.wssinfo.org/en/definitions-

methods/watsan-categories/ (em inglês).

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No Japão, por exemplo, 100% da população tem acesso a saneamento adequado;

81% da população está conectada à rede de esgotos e os 19% restantes dispõem de

fossas sépticas (chamadas de johkasoh) ou utilizam soluções equivalentes na zona rural.

Mas é a América do Norte que possui a maior cobertura de saneamento adequado por

região do mundo como um todo: 100% de sua população é atendida por esses serviços.

Já os dados estatísticos europeus são extremamente fracos – ao contrário do que se

poderia supor – o que faz com que os dados disponíveis para essa região não sejam

estatisticamente representativos. Os dados disponíveis indicam que 99% da população

europeia tem acesso a saneamento adequado, mas, em muitas das novas economias da

região, como a Polônia, a infraestrutura de saneamento ainda precisa ser desenvolvida.

Consequentemente, mais de 80 milhões de pessoas na região, ou 10% da população

total, não tem acesso a saneamento adequado (UN-HABITAT, 2006, 86).

Nas regiões desenvolvidas, estima-se que quase todas as habitações estão em

conformidade com os códigos e regulamentos. O governo canadense, por exemplo,

relata que apenas uma fração das casas do país – 5% a 10% - não estão de acordo com

as regras de construção. Em algumas cidades europeias, uma pequena quantidade de

construções ocorre na ausência de licenças de construção e em violação das normas de

zoneamento. Essas casas são ilegais, no sentido técnico, mas, na maioria dos casos, eles

respeitam as normas de construção. Há, no entanto, um pequeno número de casas que

não cumprem essas normas, sendo que parte dessas casas é considerada como

habitações insalubres. Em Barcelona, por exemplo, as "pensões ilegais" são um

problema (UN-HABITAT, 2006, 60).

Um padrão interessante que surge a partir dos dados sobre as habitações em

países desenvolvidos revela que as unidades que estão em pior condição e exigem

reparações são, na maioria das vezes, casas de minorias étnicas ou de imigrantes. Muitas

delas são habitações superpovoadas localizadas em bairros de baixa renda, construídas

na década de 1970 ou anterior, como parte de projetos governamentais de

desenvolvimento da habitação em zonas antigas das cidades. Muitas dessas casas

precárias sofrem com falta de luz, de circulação de ar e de espaço aberto. Mesmo com o

número dessas moradias sendo estatisticamente insignificante, elas não deixam de

tipificar alguns dos padrões de exclusão e as formas de degradação física e social

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prevalentes entre as minorias empobrecidas no mundo desenvolvido11

(UN-HABITAT,

2006, 61).

4.2. Colômbia, Equador, Nigéria, Quênia, Costa do Marfim, Bangladesh, Filipinas,

Tailândia, Sri Lanka, Panamá.

Esse bloco é caracterizado pela existência de países em cujo âmbito urbano a

ausência de planejamento e de disponibilidade de áreas urbanizadas marcam de forma

acentuada a produção de moradias inadequadas, assim como a ocupação de terrenos em

áreas irregulares ou de risco. É importante ressaltar que os habitantes desses tipos de

habitação, em favelas e grandes periferias, enfrentam cotidianamente diversos

problemas urbanos, como a falta de saneamento básico, tratamento de esgoto, acesso à

água potável e demais serviços oferecidos pelo governo. Além disso, deve-se levar em

conta a rápida urbanização de alguns centros urbanos, enfatizando o crescimento

populacional acelerado em condições inadequadas e de pobreza extrema em alguns

casos.

Na América Latina, é possível observar um rápido processo de urbanização,

ocorrido de forma desordenada e ocasionado devido à elevada taxa de crescimento

urbano e à migração de residentes rurais para zonas urbanas, em busca de melhores

condições de habitação e oportunidades de trabalho. Assim, Colômbia, Equador e

Panamá apresentam atualmente 74%, 64% e 56% de suas populações, respectivamente,

vivendo em cidades (UN-HABITAT)12

. Apesar de estes países apresentarem populações

com uma grande porcentagem de acesso à água, saneamento básico e construções

duráveis, se comparados a outros deste mesmo bloco, também é necessário solucionar

ainda muitos problemas habitacionais e de acesso a serviços públicos, nos quais se

devem considerar os altos níveis de pobreza, de exclusão social e, principalmente, de

desigualdade. O Equador, por exemplo, é conhecido por apresentar um dos maiores

índices de desigualdade no mundo, em consequência das crises política e financeira que

dificultaram o crescimento econômico no país (UN-HABITAT, 2008, 6).

No entanto, mesmo com os problemas apresentados pelos três países latino-

americanos, a Colômbia destaca-se com a implantação de políticas públicas exitosas no

11

Para mais detalhes acerca da qualidade das moradias no mundo desenvolvido consulte: UN-

HABITAT. Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos. State of the World‟s Cities

2006-07, 2006. P. 62. 12

Dados extraídos de <http://www.unhabitat.org/categories.asp?catid=159>,

<http://www.unhabitat.org/pmss/listItemDetails.aspx?publicationID=2694> e

<http://www.unhabitat.org/pmss/listItemDetails.aspx?publicationID=2697>. Acesso em 5 jan. 2011.

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que diz respeito à gestão do solo urbano, intervenção em favelas, modelagem de

financiamentos e subsídios habitacionais. Sendo, dessa forma, “o país na região que tem,

desde o ponto de vista institucional e normativo, as maiores oportunidades para

propiciar um desenvolvimento urbano mais inclusivo e equitativo” (UN-HABITAT,

2008, 8)13

.

Os representantes africanos no bloco, por sua vez, indicam altos índices de

crescimento populacional, numa média de aproximadamente 5%, resultado de uma

urbanização acelerada14

, que pressiona consideravelmente a cidade, suas estruturas e seu

entorno. Observa-se em Nigéria, Quênia e Costa do Marfim uma parcela ainda muito

pequena da população com acesso a serviços públicos de primeira necessidade: na

Nigéria, por exemplo, a porcentagem da população que possui água potável não chega a

40% (UN-HABITAT, 2008, 6). Este aspecto corrobora para alta mortalidade e presença

de graves problemas de saúde, como a proliferação do vírus HIV/AIDS e de outras

doenças nesses países.

Porém, o aumento exacerbado da população não constitui o único problema

desses países africanos. Estes enfrentam não somente o sucateamento dos serviços

públicos nas áreas urbanas, mas também a pobreza que assola uma quantia gigantesca

da população total de seus países, uma vez que cerca de 70% vivem em favelas e

ambientes impróprios para a habitação (UN-HABITAT). Com isso, a violência urbana

caracteriza-se como outro grande fator que toma vulto dentro dessas sociedades, em

decorrência da pobreza e desemprego na região, mostrando esse „processo em cadeia‟

em que se revelam os problemas urbanos.

Dentro do bloco, os países de origem asiática apresentam, de forma geral, os

principais problemas já vistos nos casos anteriores em decorrência de uma rápida

urbanização. As Filipinas indicam uma das mais rápidas urbanizações na Ásia (UN-

HABITAT), assim como a cidade de Dhaka, em Bangladesh, que possuía 2,2 milhões

de habitantes no ano de 1975 e passou a contar com 12,3 milhões vinte e cinco anos

depois (HOSSAIN, 2006, 1).

São vários os problemas acarretados em consequência dessa urbanização

acelerada, que não foi acompanhada pelo desenvolvimento em outras áreas, como a

13

Tradução Livre. 14

“Proliferação de favelas , degradação das condições ambientais, redução da expectativa de vida,

nutrição inadequada, incapacidade de acesso a serviços médicos e educação adequados, ausência de

habitações apropriadas e aumento da vulnerabilidade ao HIV/AIDS e outras doenças são algumas das

consequências dessa situação”(UN-HABITAT).

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saúde e educação, por exemplo. O grande aumento na população desses países é

responsável pela demanda cada vez maior por serviços públicos nas regiões urbanas que,

além da precariedade do acesso à água, saneamento e rede de esgotos, vivencia, também,

situações de trânsito congestionado, poluição sonora e, principalmente, do ar, sendo

prejudiciais à saúde da população.

A pobreza também evidencia um fator importante para compreender a

conjuntura urbana de Bangladesh, Tailândia, Sri Lanka e Filipinas, visto que é

considerável o número de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza habitando

favelas e moradias de risco. Em Bangladesh, um terço da população vive em favelas,

sendo que muitos não possuem acesso à educação ou qualquer tipo de seguro ou plano

de saúde (UN-HABITAT). É importante ressaltar também a vulnerabilidade a diversos

riscos que apresentam essas habitações, como inundações15

e proliferação de inúmeras

doenças. O preço elevado de terrenos, assim como desastres naturais e conflitos

armados16

também constituem a lista de problemas vistos em alguns destes países.

Desse modo, fornecer áreas seguras e adequadas para a população pobre fica mais e

mais difícil.

O Sri Lanka mostra avanços ainda bastante tímidos em relação à resolução

desses problemas, embora este país possua o maior IDH17

de países em

desenvolvimento na região do sul asiático (UN-HABITAT, 2005, 5), tendo atingido tal

conquista graças ao maior investimento do governo no acesso universal a saúde e

educação, e setores como estradas e telecomunicações. Assim, percebe-se mais uma vez

a importância de uma melhoria na infraestrutura das cidades, proporcionando condições

mais saudáveis e adequadas à habitação – além de este fato ser responsável por uma

15

“Além de desastres de origem antrópica, as cidades asiáticas são as mais vulneráveis a desastres

naturais no mundo. No topo destes, as alterações climáticas, com seus efeitos sobre os padrões de chuva e

monções, têm um impacto significativo, principalmente, nas cidades costeiras que, muitas vezes, são os

motores de prosperidade na região. Transportes públicos insustentáveis, a proliferação de veículos com

motores convencionais, ar condicionado e construções inadequadas inserem emissões de gases de efeito

estufa e efeitos perigosos do aquecimento do ar. Juntamente com o aumento do nível do mar, essas

condições podem transformar milhões de moradores urbanos da Ásia em „refugiados do clima‟. Tudo isso

exige adaptação e mitigação, incluindo mudanças no uso de energia e custos, sistemas de transportes,

planejamento e construção de projetos.”. Tradução Livre (UN-HABITAT, 2010, 1). 16

“Conflitos armados que duraram 35 anos em Mindanao deslocaram um grande número de

famílias filipinas de seus assentamentos. Nos últimos cinco anos, a cidade de Contabato viu sua

população dobrar de tamanho, principalmente, devido à migração dos deslocados”. Tradução Livre (UN-

HABITAT, 2008, 9). 17

“O índice de desenvolvimento humano – IDH, criado pelas Nações Unidas, tem como objetivo

avaliar a qualidade de vida nos países. O IDH, que considera em seu cálculo três variáveis, quais sejam,

saúde, educação e renda per capita, varia entre zero e um, classificando os países em três grupos: os de

baixo desenvolvimento (IDH menor que 0,5); os de médio desenvolvimento (IDH entre 0,5 e 0,8); e os de

alto desenvolvimento (IDH maior do que 0,8).” (BRAGA; PAULANI, 2000, 241).

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maior integração dos setores urbanos e consequente inclusão da parte populacional que

se encontrava segregada em favelas e precários assentamentos.

4.3. Brasil, Cuba, México, Chile, África do Sul, Índia, Paquistão, China, Rússia,

Mongólia, Indonésia.

Embora a Mongólia seja a exceção com apenas 3 milhões de habitantes, os

demais países do bloco, em sua maioria, possuem população grandiosa. Destes 11, seis

estão entre os 10 mais populosos do mundo, segundo dados da Agência Central de

Inteligência. A população da Índia dobrou entre 1947 e 1981, chegando a superar 1

bilhão em 2001. Apenas uma pequena parte desse país não é habitada. A China, já em

1762, tinha 200 milhões de habitantes, número que dobrou em 1834 e que hoje atinge

mais de 1,3 bi. (BRITANNICA, 2011).

Entretanto, a grandiosa população dos países do bloco não está, em sua maioria,

fixada nas áreas urbanas ao passo que a maior parte das pessoas desses países ainda vive

nas áreas rurais. A Índia, por exemplo, tem apenas 28% dos mais de 1,1 bilhões de seus

habitantes em áreas urbanas, e a China apenas 2/5 de toda a população. Mongólia e

Indonésia têm enormes áreas rurais, e esta última apresenta mais da metade da

população vivendo em áreas focadas na agricultura. (BRITANNICA, 2011).

Ainda assim, há países com intensa população urbana, como é o caso do Brasil e

do Chile, com 82 e 86% de habitantes em áreas urbanas (UN-HABITAT, 2011). A

administração de grandes populações vivendo nas cidades se revela, então, um desafio

para os governantes, que têm de gerir adequadamente os recursos a fim de prover toda a

população com os serviços e recursos básicos à vida, como a moradia, a saúde e o

emprego, por exemplo.

Dos países do bloco, dá-se destaque para os pertencentes ao grupo BRICS. São

eles Brasil, Rússia, Índia, China e, mais recentemente, a África do Sul. A característica

que os coloca no mesmo grupo é a de possuírem um grande potencial de crescimento

não só econômico, mas também social e político. Os membros do BRICS estão

presentes em quatro continentes e ocupam um território de aproximadamente 30% da

superfície terrestre (BRITTO, 2009). Sua participação na população mundial, levando-

se em conta que apenas 5 países fazem parte do grupo, é ainda mais impressionante -

43% da população mundial, segundo a Divisão de Estatísticas das Nações Unidas

(IDEM).

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O abastecimento de água e energia, a provisão de saneamento básico e serviços

médicos é tarefa de responsabilidade dos governantes não só do BRICS, mas de todos

os países citados e direito dos cidadãos pertencentes a tais nações. Políticas devem ser e

estão sendo tomadas para que não faltem tais fatores essenciais às grandes populações.

Para que se entendam mais a fundo os problemas dos países do bloco, algumas

descrições são apresentadas nas linhas seguintes. A migração doméstica é uma das

principais causas do crescimento das cidades no Brasil. Elas se deram essencialmente

devido à baixa renda obtida com o campo, às limitações na posse da terra e às condições

climáticas desafiadoras. No século 21 o Brasil já tinha 4 quintos de sua população

definida como urbana (BRITANNICA, 2011). Decorrente do surto de urbanização que

ocorreu no país, sobretudo na década de 1930 e depois na de 1970, atualmente o déficit

habitacional brasileiro chega a aproximadamente 5,8 milhões de moradias, segundo o

IBGE. Algumas políticas se iniciaram durante o governo Lula, porém com velocidade

de construção e entrega de moradias populares ainda pequena e insuficiente (SUL21,

2010).

Vilas aglomeradas de moradias sem muita forma são característica dos

assentamentos na Índia. Ainda que não sejam planejados, esses assentamentos são

divididos por castas, num processo no qual as castas mais altas vivem nas áreas centrais

e as castas mais baixas, como por exemplo, os artesãos, nas áreas periféricas

(BRITANNICA, 2011). O relatório da National Consultation on Exclusion of Dalit-

Disaster Risk Reduction Interventions-Effective civil society Monitoring, que visa

diminuir a exclusão de grupos minoritários como os dalits e que aconteceu nos dias 18 e

19 de junho de 2010, incentive os governantes a visitarem a habitações dalits – muitas

das quais em situação de emergência (India Habitat Centre, 2010).

Com a maior população do mundo – 1.330.141.295 hab. – as moradias na China

se caracterizam principalmente por vilas compactas em ruas estreitas. Há também certas

moradias em cavernas, geralmente na parte rural do país, que permitem a ação isolante

tanto no verão quanto no inverno. Na China há principalmente o problema da grande

população, que faz aumentar os esforços do governo para obter condições adequadas

tanto de alimentação quanto de moradia. Por esse motivo, os representantes tomaram

políticas para a contenção do aumento da natalidade. A última dessas políticas se deu

em 1979, com intuito de implementar a política de uma criança por família.

(BRITANNICA, 2011)

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Mais da metade da população da África do Sul habita em áreas urbanas em

condições não tão adequadas. Muitos dos assentamentos são informais e ilegais sem

estruturas básicas de saneamento, eletricidade e transporte, por exemplo. Grande parte

da população negra do país vive nos Bantustan, territórios designados pelo governo

branco para a habitação de negros africanos. (BRITANNICA, 2011)

As habitações na Indonésia, país com industrialização mais baixa se comparada

a de países com desenvolvimento econômico semelhante, são influenciadas ou até

limitadas pela presença de diversos vulcões, além da presença de desequilíbrios naturais,

como tsunamis. Tentativas de conter os impactos causados pela natureza incluem a

construção de casas temporárias para mais de 11 mil pessoas. Essas casas são

construídas com o envolvimento dos próprios residentes a fim de motivá-los a voltarem

a suas vidas normais (IRIN, 2010).

Os yurt ou ger são tradicionais habitações do interior da Mongólia, que têm

forma de cone, são leves e móveis, para se que os moradores possam se dirigir a lugares

adequados nos diversos climas e estações. Interessante é a cidade de Darhan, que é

exemplo de urbanização planejada e que suporta hoje mais de 50 mil habitantes.

(BRITANNICA, 2011)

As cidades do Paquistão enfrentam problemas como as enchentes, que destroem

grande parte das moradias da população, e forçam a tomada de políticas de

reconstruções das habitações. No entanto, sem tantos recursos, as casas construídas não

são feitas de materiais de qualidade, que não as manterá erguidas no ocorrer de novos

episódios como os citados. Nesse país, o desrespeito aos direitos humanos, decorrente

principalmente de questões religiosas, deve ser contido. Hindus e Cristãos são excluídos

e até mortos por razões religiosas.

Embora os países do bloco possam ter problemas estruturais, como habitações

irregulares nas áreas urbanas, principalmente no Paquistão, Mongólia e Índia, onde 74%,

65% e 55% da população urbana, respectivamente, vive em más condições de moradia,

bons indícios estão claramente presentes. A direção certa a ser tomada é a de utilizar

esses crescimentos econômicos, recursos naturais e outros fatores de evidência para se

alcançar melhoria das áreas urbanas de cada país, que merecem soluções adequadas

para problemas típicos de cada local.

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4.4. Egito, Marrocos, Irã, Iraque, Líbano, Jordânia

A questão habitacional no Iraque é uma questão de constante preocupação, em

função dos bombardeios da guerra. Há intentos de reconstrução das moradias do país

por esforços do UNHABITAT, com especial atenção à alocação dos grupos mais

vulneráveis. Por mais que o Iraque seja um país com potencialidades energéticas de

petróleo, os gastos com a própria reconstrução impedem um melhor desenvolvimento.

Um outro problema é falta de iniciativas do legislativas de como lidar com essas

questões.

O Líbano também é um país que sofre com os destroços da guerra de 2006, que

destruiu cerca de 12.000 habitações. Isso se agrava pelo fato de no país não haver

adequada regulação dos mecanismos de reconstrução, falta de planejamento e pouco

alerta às comunidades. Tanto o Líbano quanto a Jordânia são países pouco populosos,

mas que vêm presenciando um aumento na população residente em bairros pobres. Na

Jordânia há também a questão do grande número de refugiados palestinos, presentes em

parte também no Líbano, e o desafio de como integrá-los socialmente concedendo-lhes

adequadas condições de vida.

Nesse sentido, no Marrocos, há um problema sobre os grupos fundamentalistas

marroquinos que vivem nos bairros pobres e atentam contra a segurança pública. O

problema também advém em função de esses grupos serem socialmente excluídos,

recorrendo às práticas criminosas também como forma de retaliação. São, assim, locais

de recrutamento de milícias fundamentalistas. No leste da capital iraquiana, cerca de 3

milhões de pessoas aglomeram-se no subúrbio controlado pelos xiitas. As condições

dessas habitações de ambos os países são precárias, o que faz aumentar o sentimento de

revolta.

Situação parecida ocorre no Irã; é grande a população iraniana residente em

bairros pobres, exposta a situações de crime, tráfico de drogas e pouco acesso à saúde

pública e condições sanitárias. A restauração dessas habitações, portanto, deve ser feita

com a participação das comunidades, uma vez que elas não se sentem identificadas com

o lugar onde habitam, o que dificulta sua inserção social e mitiga suas condições de

adequado desenvolvimento.

Por exemplo, no Egito, a condição de favela refere-se tanto às habitações

deterioradas quanto àquelas que não respeitam os direitos de propriedade. Esperam-se

melhores iniciativas do governo quanto à promoção de melhores condições de moradia,

embora ele já tenha reconhecido a importância do desenvolvimento de estratégias de

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prevenção pelo envolvimento da população no planejamento urbano, pela criação de

uma capacidade nacional para o Desenvolvimento Econômico Local.

4.5. Gâmbia, Níger, Haiti, Zâmbia, Camboja

A população do Camboja residente em bairros pobres no país é muito extensa,

chegando a cerca de 70% do total de população urbana. O país conta com um histórico

de guerras, expulsões forçadas e situação política complicada. Há esforços entre o

Camboja e outros países da Ásia e África para mitigar a pobreza das condições urbanas.

Segundo iniciativa de 2004, a Parceria para a Redução da Pobreza Urbana, mais de 31

mil famílias foram beneficiadas. Entre os envolvidos, estavam o Fundo para Segurança

Humana das Nações Unidas, Phnom Pehn e o escritório regional do UNHABITAT para

Ásia e Pacífico. O Fundo para Segurança Humana das Nações Unidas estima ajuda de

um bilhão de dólares para auxiliar na melhoria dos bairros pobres e a redução da

pobreza.

A Gâmbia é um dos países menos industrializados do mundo e também um dos

países menos povoados do oeste da África; já a Zâmbia configura-se um dos países

mais urbanizados da África, possuindo algumas iniciativas com o UNHABITAT sobre

financiamento de moradias de baixo custo e o desenvolvimento de uma política nacional

sobre assentamentos. O país também conta com uma parceria com a ONG Homeless

International na redução da pobreza urbana.

Na Zâmbia, encontram-se muitos grupos étnicos, e estimam-se 35.000

moradores de bairros pobres no país. Já tanto a Gâmbia quanto Níger são países pouco

urbanizados, de maioria muçulmana e que sofrem com altas taxas de mortalidade.

Adiciona-se isso ao fato de que a maior parte da população urbana da Gâmbia vive em

bairros pobres e também abaixo da linha de pobreza, sendo que um terço dela não

possui acesso à água potável e há poucas condições sanitárias. Enquanto na Gâmbia a

população se aloca perto dos rios, ribeirinhos e planaltos arenitos, Níger revela-se como

um país predominantemente desértico.

No Haiti, a porcentagem de moradores em bairros pobres também é muito

grande. As maiores favelas do país estão sobre o comando de gangues criminosas, fato

acentuado após o terremoto de 2010, que dificultou o processo de reconstrução dos

assentamentos do país. Desse modo, a questão da violência é um dos maiores desafios a

serem resolvidos. Além disso, o dano ao país fez com que as condições sanitárias já

precárias fossem pioradas, gerando epidemias à população sobrevivente. O terremoto

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também gerou um extenso numero de desabrigados, recentemente estimados em mais de

um milhão, que residem em acampamentos formados de forma espontânea, sem

planejamento, sem nenhum acesso à água potável, eletricidade, serviços de saúde e

infraestrutura básica. As mulheres residentes nesses acampamentos estão muito

expostas a situações de risco, sendo vítimas de abuso sexual.

5. Questões que uma resolução deve responder

Como construir habitações sustentáveis para a população que necessita?

Sabendo que a baixa expectativa de vida da população do continente africano é

influenciada pelas más condições de moradia, como resolver o problema?

Além do problema das habitações, a infraestrutura tem grandes limitações ainda

em muitos países do continente africano. Como resolver problemas de acesso a

serviços básicos como o saneamento básico e a assistência médica, por

exemplo?

Como resolver o problema da localização de risco das habitações irregulares das

periferias asiáticas com a falta de espaços nos centros urbanos?

Quais os fatores relevantes a serem pensados para que as cidades médias, que

crescem às vezes até mais que as grandes metrópoles, não abarquem os mesmos

problemas das cidades grandes?

Qual seria a forma mais adequada a se chegar a uma melhor distribuição de

renda com vistas a erradicar a pobreza, ao passo que o simples aumento do PIB

ou da renda do país como um todo não garante condições financeiras decentes

para toda a população?

Quais medidas podem ser tomadas para a garantia da proteção aos costumes e

demais atributos culturais da população, considerando sua disposição

socioespacial?

Que iniciativas de cooperação internacional podem ser instigadas para que uma

ação conjunta seja mais eficaz na melhoria da infraestrutura urbana?

6. Referências Bibliográficas

Histórico e Mandato do Comitê

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<http://www.unhabitat.org/content.asp?typeid=19&catid=10&cid=931>. Acesso em 20

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<http://www16.fgv.br/rae/artigos/835.pdf>. Acesso em 17 nov. 2010.

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