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PORTUGUÊS

Texto para as questões de 01 a 04:

A FALTA DO CONDÃO

Você pode usar uma palavra toda a vida sem ter idéia do seu significado. Ou inferir o que ela si-gnifica sem nunca ter ido verificar. Quem já consultou o dicionário para saber o que, afinal, quer dizer o “condão” da “varinha de condão”, por exemplo? Não é uma palavra comum. Nunca a vi usada a não ser para descrever a tal varinha mágica com que as fadas transformavam gatas borralheiras em princesas e sapos em bons partidos. No dicionário, descobri o que já sabia, que “condão” quer dizer poder sobrena-tural, o “dom” (palavra com a qual compartilha a origem etimológica) de alterar a realidade pela simples vontade. Só ficou o mistério da sua exclusiva associação com o instrumento das fadas. (Sugestão: quando for ao dicionário, procure também o significado de ”borralheira”.)

Não vi o filme Click e ouvi dizer que não presta. Mas o filme é sobre um controle remoto de con-dão, com o qual o protagonista consegue fazer a realidade seguir os seus comandos. Pressionando o botão certo, ele apaga o chato, faz com que os seios da moça balancem em slow-motion dentro da blu-sa, dá um fast-forward em cenas dispensáveis e um rewind nas que merecem repetição – enfim, dirige a vida a seu redor ao seu gosto. Para preguiçosos como eu, o controle remoto foi a segunda maior in-venção do homem depois da escada rolante. Só quem viveu antes do controle remoto dá o devido valor ao dom de mudar de canal sem sair da poltrona. Mas o controle remoto, ao mesmo tempo que nos trou-xe o bendito condão do comando a distância, nos trouxe um agudo senso das suas limitações e do pouco alcance da nossa vontade. Pois do que nos adiantam os sinais eletrônicos que não alteram nos-so destino ou mudam o mundo de acordo com nossas idéias, sem falar do balançar dos seios das mo-ças? É como ter uma varinha mágica só para pequenos milagres domésticos, como eliminar mancha de caqui.

A falta do condão ilimitado nos transforma em reféns da realidade. Nada pode ser apressado, nada pode ser magicamente conquistado ou evitado (...).

A falta do condão, Veríssimo, L.F. , OESP,24.08.06 - D12

01. De acordo com o texto, somente uma das afirmações é correta:

a) O autor deprecia o uso da palavra condão porque é de pouca freqüência. b) A consulta ao dicionário é imprescindível quando se desconhece o significado de determinada pala-

vra. c) O contexto dos contos de fada leva o leitor a inferir o significado de condão. d) O dicionário revela que condão é sinônimo de dom, embora os vocábulos pertençam a radicais dife-

rentes. e) Condão é palavra que só pode ser associada ao instrumento das fadas.

02. De acordo com o cronista, o controle remoto, como um dos recursos tecnológicos, jamais altera nosso destino ou muda o universo de nossas idéias.

A passagem que parece contrariar essa afirmativa é:

a) Para preguiçosos como eu, o controle remoto foi a segunda maior invenção do homem depois da escada rolante.

b) Pressionando o botão certo, ele apaga o chato, faz com que os seios da moça balancem em slow-motion dentro da blusa.

c) Mas o controle remoto (...) nos trouxe um agudo senso das suas limitações e do pouco alcance da nossa vontade.

d) “Condão” quer dizer poder sobrenatural, o “dom”. e) Só quem viveu antes do controle remoto dá o devido valor ao dom de mudar de canal sem sair da

poltrona.

03. Considere o seguinte excerto:

“Mas o controle remoto, ao mesmo tempo que nos trouxe o bendito condão do comando a distância, nos trouxe o agudo senso de suas limitações e do pouco alcance da nossa vontade.”

A conjunção mas introduz uma inversão de tom no texto e pode ser explicitada como:

a) a passagem do humor leve, calcado em informações superficiais, para a ironia.

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b) inicialmente grave, repleto de informações, o tom se torna cômico, pois o cronista passa a dar ênfa-se ao absurdo da realidade.

c) a mudança de um tom jocoso para um tom reflexivo por meio do qual o cronista tece considerações sobre a impossibilidade de soluções mágicas para a resolução de problemas sociais ou pessoais.

d) a passagem da reflexão sobre assuntos do cotidiano para um tom informativo. e) a mudança do cômico, baseado em informações ficcionais, para o informativo, voltado para situa-

ções reais.

04. Quanto à formação de palavras:

1. Sobrenatural (linha 5) é derivação sufixal. 2. Controle (linha 9) é derivação imprópria. 3. Preguiçosos (linha 13) é derivação sufixal. 4. Chato (linha 11) é derivação imprópria.

a) apenas 1 está correta. d) apenas 1 e 3 estão corretas. b) apenas 2 está correta. e) apenas 3 e 4 estão corretas. c) apenas 4 está correta.

05. Leia as “definições” abaixo:

Abensuado: louvado cristãmente por ter feito um grande esforço físico. Instintor: aparelho para aplacar as nossas ânsias. Soltão: dono de harém, mas inteiramente livre de compromissos.

Millôr Fernandes in: Trinta Anos De Mim Mesmo

Sabe-se que o humor deriva, muitas vezes, da quebra de expectativa do interlocutor com relação a quaisquer elementos e/ou níveis de linguagem.

1. Com a definição “louvado cristãmente”, a palavra “abensuado” expressa o sentido de “bênção”, as-sociada ao verbo “soar”.

2. A definição da palavra “soltão” expressa o sentido do adjetivo “solto”, flexionado em grau, associado ao substantivo “sultão”.

3. Na palavra “instintor”, o autor trabalha com duas palavras da língua: “extintor” e “instinto”, e explora o fato de que ambas se iniciam com a mesma seqüência de fonemas.

Tendo em vista as definições de Millôr Fernandes, é possível afirmar que:

a) apenas 1 está correta. d) apenas 1 e 2 estão corretas. b) apenas 2 está correta. e) 1, 2 e 3 estão corretas. c) apenas 3 está correta.

Texto para questões de 06 a 09:

A VIRGEM MARIA

OFICIAL do registro civil, o coletor de impostos, o mordomo da Santa Casa e o administrador do cemitério de São João Batista Cavaram com enxadas Com pás Com as unhas Com os dentes Cavaram uma cova mais funda que o meu suspiro de renúncia Depois me botaram lá dentro E puseram por cima As Tábuas da Lei Mas de lá de dentro do fundo da treva do chão da cova Eu ouvia a vozinha da Virgem Maria Dizer que fazia sol lá fora Dizer i n s i s t e n t e m e n t e Que fazia sol lá fora. Manuel Bandeira, Libertinagem

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06. Tendo em vista a leitura do texto, pode-se afirmar que:

1. O poema manifesta antíteses entre o espaço inferior e o superior, a interioridade e a exterioridade, representadas respectivamente pelos termos “cova” e “sol”.

2. As antíteses, figuras da esfera da conotação, relacionam-se respectivamente, no texto, à oposição entre morte e vida.

3. Um tom lírico pessimista prevalece no poema, uma vez que o sujeito poético não vê perspectivas de transformação de seu estado, marcado pela renúncia em relação à vida.

a) apenas 1 está correta. b) apenas 1 e 2 estão corretas. c) apenas 2 está correta. d) apenas 2 e 3 estão corretas. e) 1, 2 e 3 estão corretas.

07. Em relação aos versos: “Eu ouvia a vozinha da Virgem Maria / Dizer que fazia sol lá fora”, pode-se afirmar que:

1. ocorre discurso direto. 2. ocorre discurso indireto. 3. em “vozinha”, o diminutivo expressa valor semântico de carinho.

Está correto o que se afirma:

a) apenas em 1. b) apenas em 2. c) apenas em 3. d) apenas em 1 e 3. e) apenas em 2 e 3.

08. As expressões “com enxadas, com pás, com as unhas” e “com os dentes” :

a) opõem-se conotativamente. b) equivalem-se sintaticamente. c) contrastam semanticamente. d) distanciam-se estilisticamente. e) aproximam-se foneticamente.

09. A vozinha da Virgem Maria denunciava:

a) angústia. b) revolta. c) imprudência. d) conformismo. e) certeza.

10. O apreço pela vida campestre; obediência às leis da natureza, as quais resultam na felicidade na Terra, na prática da sabedoria e do bem; busca da simplicidade formal.

Consideradas as características acima, assinale a opção referente ao período literário brasileiro a que correspondem:

a) parnasiana, representada por Raimundo Correia. b) romântica, que tem Gonçalves Dias como representante. c) modernista, com a liberdade estética de Mário de Andrade. d) árcade, cujo maior representante é Tomás Antônio Gonzaga. e) barroca, representada por Gregório de Matos.

Fragmento para as questões de 11 a 13:

Por mor de uma peste daquela, maltratava-se um pai de família. Pensou na mulher, nos filhos e na cachorrinha. Engatinhando, procurou os alforjes, que haviam caído no chão, certificou-se de que os objetos comprados na feira estavam todos ali. Podia ter-se perdido alguma coisa na confusão. Lembrou-se de uma fazenda vista na última das lojas que visitara. Bonita, encorpada, larga, vermelha e com ramagens, exatamente o que sinha Vitória dese-java. Encolhendo um tostão em côvado, por sovinice, acabava o dia daquele jeito. Tornou a mexer nos alforjes.

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Sinha Vitória devia estar desassossegada com a demora dele. A casa no escuro, os meninos em redor do fogo, a cachorra Baleia vigiando. Com certeza haviam fechado a porta da frente. ... Agora Fabiano conseguia arranjar as idéias. O que o segurava era a família. Vivia preso como um novilho amarra-do ao mourão, suportando ferro quente. Se não fosse isso, um soldado amarelo não lhe pisava o pé não. O que lhe amolecia o corpo era a lembrança da mulher e dos filhos. Sem aqueles cambões pesados, não envergaria o espinhaço não, sairia dali como onça e faria uma asneira. Carregaria a espingarda e daria um tiro de pé de pau no soldado amarelo. Não. O soldado amarelo era um infeliz que nem merecia um tabefe com as costas da mão. Ma-taria os donos dele. Entraria num bando de cangaceiros e faria estrago nos homens que dirigiam o soldado ama-relo. Não ficaria um para semente. Era a idéia que lhe fervia na cabeça. Mas havia a mulher, havia os meninos, havia a cachorrinha.

Graciliano Ramos, Vidas Secas

11. Assinale a opção incorreta:

a) Fabiano rememora as humilhações a que o soldado amarelo o submetera. b) Fabiano comprara tecido para sinha Vitória e temia tê-lo perdido na confusão em que se metera com

o soldado amarelo. c) Fabiano sente-se tolhido pelo peso da responsabilidade familiar e, apesar de querer, adquire a cons-

ciência de que não teria coragem de empreender vingança contra o soldado amarelo que o humilha-ra e aprisionara.

d) A revolta de Fabiano contra o soldado não o impede de perceber, de maneira tosca, que o amarelo apenas refletia, por meio de suas atitudes prepotentes, o peso de um regime repressor que o trans-cendia.

e) O espaço físico em que se encontra Fabiano é a cadeia, mas o espaço psicológico é o que prevale-ce no excerto em que o narrador dá vazão ao universo interior, ao pensamento da personagem.

12. Em “Por mor de uma peste daquela, maltratava-se um pai de família”:

a) ”por mor de” é locução em desuso na língua portuguesa, inadequada ao contexto da linguagem for-mal do texto, da qual destoa.

b) “por mor de” tem valor causal. c) “por mor de” introduz o pensamento de Fabiano em discurso indireto. d) “se” é índice de indeterminação do sujeito. e) o uso da vírgula é opcional, ao separar a oração subordinada da oração principal.

13. Em “Se não fosse isso, um soldado amarelo não lhe pisava o pé não”:

1. “isso” é elemento coesivo e retoma o conteúdo expresso na oração anterior. 2. “lhe” tem valor possessivo e refere-se ao soldado amarelo. 3. “não” é redundante e tem valor de reforço.

a) apenas 1 está correta. d) apenas 1 e 3 estão corretas. b) apenas 2 está correta. e) apenas 2 e 3 estão corretas. c) apenas 3 está correta.

14. Em relação ao conto A menina de lá, de Guimarães Rosa, só não se pode afirmar que:

a) Nhinhinha revela traços de incapacidade física e mental. b) com a morte da menina, a família, que a considerava desatinada, revolta-se. c) as falas e estórias da menina revelam um caráter mitopoético. d) os traços de incapacidade física e mental da menina são lidos pela família, após a sua morte, como

signos de eleição, característica do universo mítico. e) tudo que a menina queria, que falava, magicamente acontecia, de acordo com o ponto de vista de

sua família.

Excertos para as questões.15 e 16:

CAPITULO CXCVIII

AO VENCEDOR, AS BATATAS! – exclamou Rubião quando deu com os olhos na rua, sem noi-te, sem água, beijada do sol.

CAPITULO CXCIX

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Foi a comadre do Rubião que o agasalhou e mais ao cachorro, vendo-o passar defronte da por-ta. Rubião conheceu-a, aceitou o abrigo e o almoço. (...) Angélica, animada por tantas pessoas, tomou-lhe o pulso, e achou-o febril.Mandou vir o médico, (....) Rubião conheceu-o também; e respondeu-lhe que não era nada. Capturara o rei da Prússia, não sabendo ainda se o mandaria fuzilar ou não; era cer-to, porém, que exigiria uma indenização pecuniária enorme, – cinco bilhões de francos. – Ao vencedor, as batatas! concluiu rindo.

CAPÍTULO CCI

Queria dizer aqui o fim do Quincas Borba, que adoeceu também, ganiu infinitamente, fugiu des-vairado em busca do dono e amanheceu morto na rua, três dias depois. Mas, vendo a morte do cão narrada em capítulo especial, é provável que me perguntes se ele, se o seu defunto homônimo é que dá título ao livro, e por que antes um que outro – questão prenhe de questões, que nos levariam longe... Eia! Chora os dois recentes mortos, se tens lágrimas. Se só tens riso, ri-te! É a mesma coisa. O Cruzei-ro, que a linda Sofia não quis fitar, como lhe pedia Rubião, está assaz alto para não discernir os risos e as lágrimas dos homens.

Machado de Assis, Quincas Borba

15. Os capítulos finais do romance impõem-nos, numa visão retrospectiva, algumas conclusões:

1. Rubião configura o déficit do indivíduo, o fraco, o vencido que se refugia na loucura, numa forma de autodefesa.

2. Os dois recentes mortos, a que o último capítulo se refere, são o cão e o filósofo Quincas Borba. 3. A referência à linda Sofia e ao episódio de seu encontro com Rubião relembra uma vertente do ro-

mance que conduz ao triunfo da ambição. 4. A volta de Rubião a Barbacena, apesar da boa acolhida de antigos conhecidos e da compaixão de

antigos desafetos, não foi suficiente para conter sua derrocada.

a) apenas 1 e 2 estão corretas. d) apenas 1, 2 e 4 estão corretas. b) apenas 1 e 3 estão corretas. e) apenas 2, 3 e 4 estão corretas. c) apenas 2 e 3 estão corretas.

16. Ao vencedor, as batatas! Essa frase, fundamental para a investigação filosófica no romance, não se aplica:

a) ao ponto central de uma teoria formulada por Quincas Borba: aos mais fortes a vitória e a sobrevi-vência. Representa uma visão pessimista da vida e dos homens.

b) ao Humanitismo – princípio que Rubião, ao ser abatido pela demência, evoca ao morrer, ao contrário de seu mestre.

c) a um dos pontos do Humanitismo que afirma não haver, rigorosamente, um exterminado numa bata-lha, pois este é assimilado pelo vencedor.

d) ao estado agônico da personagem que, nesse momento crucial, resume a explicação de tudo que ocorrera.

e) à Humanitas, princípio único e indestrutível, regulador do Universo e, conseqüentemente, do ho-mem.

Poemas para as questões 17 e 18:

1. CANÇÃO DO EXÍLIO

Minha terra tem macieiras da Califórnia Onde cantam gaturamos de Veneza. Os poetas da minha terra São pretos que vivem em torres de ametista, Os sargentos do exército são monistas, cubistas, Os filósofos são polacos vendendo a prestações. (...) Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade E ouvir um sabiá com certidão de idade!

Murilo Mendes in Presença da Literatura Brasileira. vol III, p. 184

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2. CANTO DE REGRESSO À PÁTRIA

Minha terra tem palmares Onde gorjeia o mar Os passarinhos aqui Não cantam como os de lá

Minha terra tem mais rosa E quase que mais amores Minha terra tem mais ouro Minha terra tem mais terra (...) Não permita Deus que eu morra Sem que volte pra São Paulo Sem que veja a Rua 15 E o progresso de São Paulo

Oswald de Andrade, Pau Brasil. Presença da Literatura Brasileira, vol III, p. 82

17. A respeito dos poemas, só não se pode afirmar:

a) Apenas o texto 2 pertence ao primeiro tempo do Modernismo brasileiro e deve ser considerado uma crítica negativa às formas românticas.

b) Ambos refletem uma posição de vanguarda, marca do primeiro tempo do Modernismo brasileiro, que consiste no diálogo com textos da tradição cultural brasileira, por meio do sarcasmo e irreverência.

c) São paródias de conhecido poema que configura a visão nacionalista e ufanista da estética românti-ca.

d) Além do caráter parodístico, nos poemas percebe-se um registro coloquial na representação do coti-diano com o intuito de escandalizar a opinião pública conservadora em termos de padrões estéticos.

e) Inconformados com a tradição comportada e beletrista, os poetas modernistas procuram descontrair a literatura brasileira.

18. Nos versos “Não permita Deus que eu morra / Sem que volte pra São Paulo” observa-se:

a) a presença da apóstrofe em “Deus” e do verbo no imperativo, típicos da função apelativa. b) o predomínio da função emotiva, centrada no sujeito poético. c) o predomínio da função fática, voltada para o contato entre o sujeito poético e a divindade. d) o predomínio da função referencial, focada no contexto. e) a função metalingüística, voltada para o código poético.

Texto para as questões 19 e 20:

E O FEIO SE TORNOU BONITO...

O Maior Amor do Mundo, de Cacá Diegues, ilustra como o esquerdismo bocó dos anos 60 deu no popu-lismo de exaltação

O filme O Maior Amor do Mundo, de Cacá Diegues, que estreou no Dia da Independência, prova que, “nestepaiz”, só o individualismo é mais pecaminoso do que o lucro. A idéia de que o indivíduo é responsável por seus atos ofende os órfãos pidões, tutelados pelo Estado. No filme, o astrofísico Antô-nio (José Wilker), de volta ao Brasil depois de fazer carreira nos Estados Unidos, visita o pai adotivo num asilo e obtém pistas de sua mãe verdadeira. O útero é metáfora da pátria. Ele está com câncer e quer unir as duas pontas da vida. Na busca, o racionalista e um tanto apatetado Antônio se apaixona pela suburbana sensual Luciana (Taís Araújo). O clichê celebra a vitória. Ele, nascido no dia da derrota do Brasil para o Uruguai, em 1950 – um mau presságio –, encon-tra vitalidade na pobreza edênica, tornada cultura de resistência. Se tudo começa com a mãe, Diegues manda Freud para o divã do populismo. A música concilia a razão branca, culpada e de olhos verdes de Chico Buarque, a contestação integrada do AfroReggae e pitadas do oficialismo de Gilberto Gil. A câ-mera lambe as paisagens das “vastas solidões”, como diria o abolicionista Joaquim Nabuco, mas tam-bém as carências da periferia – aquela que Regina Casé, no Fantástico, diz ser “o centro”. Não se denunciam mazelas, a exemplo do que fazia o antigo Centro Popular de Cultura (CPC), da União Nacional dos Estudantes. Elas são antes uma verdadeira afirmativa. O CPC cantava “feio não é bonito”, “o morro existe, mas pede para se acabar”. Hoje o morro reivindica identidade. Uma certa Central Única das Favelas (Cufa) forneceu mão-de-obra e metafísica a Diegues. Queremos ser consci-

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entizados pelo oprimido. (...) O filme não acredita em indivíduos órfãos de tutela. Quer uma pátria gre-gária, como a Cufa. Nos moldes da CUT, ela tem de filiar “sindicatos” e produzir valores. Antônio se reeduca. A astrofísica que se dane com Plutão. (...) Ninguém quer ensinar Mozart ou Kant aos pobres. Eles têm de aprender batuque, funk e rap. É batata: há uma relação inversamente proporcional entre a variedade de instrumentos de percussão e saneamento básico. Onde excedem o “baticumbum” e os versos de pé quebrado, falta água encanada. E sobejam verminoses. Do esquerdismo bocó da década de 60 para o populismo de exaltação de hoje, o feio se tornou bonito. Só não abrimos mão da orfandade pidonha – que é a morte do indivíduo.

Reinaldo Azevedo, in Veja, 13.09.06, pp.122–123

19. Na análise que o autor faz do filme, a transformação do feio em bonito é justificada:

a) pela mudança de postura do Centro Popular de Cultura que filia sindicatos. b) pela conciliação da razão branca, com a contestação integrada dos pobres. c) por meio da passagem do esquerdismo bocó de ontem ao populismo entusiástico de hoje. d) pela nova identidade reivindicada pela favela, valorizada pela exposição de suas carências. e) pela nova maneira de ver o mundo da personagem Antônio.

20. Encontram-se exemplos de linguagem figurada, nos trechos abaixo transcritos, exceto em:

a) “...quer unir as duas pontas da vida.” b) “O útero é metáfora da pátria.” c) “A câmera lambe as paisagens das ‘vastas solidões’...” d) “...Diegues manda Freud para o divã do populismo.” e) “Hoje o morro reivindica identidade.”

REDAÇÃO

ORIENTAÇÃO GERAL

Há dois temas sugeridos para redação. Escolha apenas um deles e desenvolva-o de acordo com as instruções.

Indique, no alto da folha, o tema escolhido (A ou B) e transcreva-o por inteiro no espaço pautado. NÃO COLOQUE TÍTULO. A redação deverá ser apresentada a tinta.

TEMA A – FELICIDADE

Objeto preferido da tradição filosófica, a felicidade é uma idéia que atravessa a história de todas as civilizações. Ela aparece entre os antigos, nas filosofias de Platão e Aristóteles, e em especial no pensamento dos epicuristas e estóicos.

Na sociedade contemporânea “o dever de ser feliz” tornou-se um dogma. A safra recente de li-vros sobre o tema é um sintoma da felicidade como fenômeno cultural que extrapola os manuais de auto-ajuda e passa a ser valorizado nas universidades.

Os escritores alimentam os debates sobre a questão da felicidade porque atraem mais a atenção dos leitores convencionais a pesquisas acadêmicas conduzidas por economistas, filósofos, psicólogos, geneticistas.

Os estudos sobre a felicidade – ou “a nova ciência da felicidade” – se tornaram assunto comum em toda parte recentemente. O curso mais popular em Harvard, no momento, é um ciclo de aulas sobre a questão da felicidade, também conhecida como “psicologia positiva”. A Universidade de Cambridge também oferece esse tipo de curso.

Uma das mais recentes publicações sobre o assunto, The Happinesss Hypothesis – Putting An-cient Wisdom to the Test of Modern Science (A Hipótese da Felicidade – Submetendo a Sabedoria do Passado ao Teste da Ciência Moderna) revela que a felicidade aparentemente demonstra surpreenden-tes traços hereditários.

Segundo os autores do livro acima, entre 50% e 80% da variação entre os diferentes médios ní-veis de felicidade que as pessoas ostentam pode ser explicada por seus genes, e não pelas experiên-cias de vida pelas quais passaram.

Texto adaptado a partir de A felicidade não se compra, Caderno Mais, Folha de S. Paulo, 27.08.06

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PROPOSTA

Será que há de fato algo como um estado objetivo de felicidade que possa ser observado e mensurado cientificamente? Elabore uma dissertação em prosa, na qual você exponha suas idéias sobre a felici-dade, levando em conta o texto acima.

TEMA B – O COTIDIANO PÓS-TERRORISMO

PROPOSTA

Os acontecimentos dos últimos meses obrigaram as pessoas do mundo inteiro a alterar sua rotina. Utili-zando como motivação os textos abaixo, redija um texto argumentativo, em prosa, sobre o tema.

A idéia de uma sociedade evolutiva, que tem presidido todo o pensamento sociológico, começa a relativizar-se pela concepção de que a sociedade contemporânea é antes de tudo adaptativa e contro-lável (...) A relativa docilidade adaptativa das populações a duas situações de pânico ocorridas nesta semana, a milhares de quilômetros uma da outra, em São Paulo e em Londres, constitui praticamente a expressão de situações espontâneas.(...) Passei boa parte da manhã da última quinta-feira, dia 10, a-companhando em Genebra o noticiário da BBC e CNN sobre as medidas tomadas de madrugada pela Scotland Yard para impedir que nos aeroportos ingleses os passageiros embarcassem com bagagem de mão. A descoberta de um suposto plano terrorista para explodir nove aviões no trajeto entre o Reino Unido e os Estados Unidos da América foi responsável pela medida. (...) No outro lado do mundo, em São Paulo e cidades do interior, um acontecimento diferente, mas de mesmo conteúdo (...) a terceira onda de um conjunto de ataques supostamente do PCC. (...) Embora seja grande a distância e enorme a diferença de protagonistas, é inevitável a comparação das duas situações. Ambas nos põem diante do fato inevitável de que estamos presenciando graves e radicais rupturas na vida cotidiana da cidade mo-derna e do mundo moderno.

José de Souza Martins, O fim do cotidiano que outrora conhecemos. O Estado de S. Paulo, Aliás,13.08. 06 J5 - excertos

MEDO DE ATO TERRORISTA DESVIA AVIÃO

Aeronave que fazia rota Amsterdã-Mumbai voltou para a Holanda por causa de ‘atitude suspeita’ de passageiros. (...) No incidente de ontem (23.08.06) não está claro se houve de fato a iminência de um ato terrorista ou se a atitude do piloto foi mais um capítulo da paranóia que se alastrou após o anúncio da descoberta do complô na Grã-Bretanha.

O Estado de S. Paulo, 24.08.06 - A17

BIOLOGIA

21. Uma das etapas da respiração celular é a seqüência de reações químicas que transforma a glicose em ácido pirúvico. Analise as afirmações apresentadas sobre esta seqüência de reações químicas:

1. Parte destas reações ocorre na mitocôndria, consome oxigênio e produz 36 ATP. 2. Ocorre no citosol ou hialoplasma da célula, não consome oxigênio e rende apenas 2 ATP. 3. Ocorre no citosol ou hialoplasma da célula, consome oxigênio e rende 4 ATP.

a) apenas 1 está correta. d) apenas 1 e 2 estão corretas. b) apenas 2 está correta. e) nenhuma delas está correta. c) apenas 3 está correta.

22. Ausência de cromatina sexual, baixa estatura, órgãos sexuais e caracteres sexuais secundários pouco desenvolvidos, esterilidade e, em alguns casos, pescoço curto e largo são algumas das caracte-rísticas encontradas na síndrome de Turner. Nesse caso, a composição cromossômica do indivíduo é:

a) 45, Y. b) 47, XXY. c) 47, XXX. d) 45, X. e) 47, XYY.

23. Um dos hormônios produzidos pelas glândulas supra-renais ou adrenais, na espécie humana, regu-la:

a) o metabolismo do íon cálcio. d) o crescimento da parede uterina. b) as concentrações sanguíneas dos íons sódio e potássio. e) a contração uterina durante o parto. c) a produção do leite materno.

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24. A utilização da glicose, de aminoácidos e de vitaminas por um organismo depende de permeases, proteínas específicas que transportam a substância para o interior das células, sem gasto de energia. Esse tipo de transporte através da membrana plasmática é conhecido como:

a) transporte ativo. b) difusão facilitada. c) fagocitose. d) osmose. e) pinocitose.

25. As doenças relacionadas abaixo são causadas por infecção viral, exceto:

a) caxumba. b) aids. c) cólera. d) dengue. e) febre amarela.

26. Proteínas são compostos orgânicos de alto peso molecular formadas pela associação de vários aminoácidos. No corpo humano, as proteínas têm diversas funções, como as relacionadas abaixo, ex-ceto:

a) transporte de oxigênio para as células. b) coagulação do sangue. c) composição das membranas celulares. d) catalisador de várias reações químicas celulares. e) precursor de hormônios sexuais, como a testosterona e a progesterona.

27. Durante a organogênese humana, o endoderma dará origem:

a) ao sistema nervoso. b) ao revestimento interno da bexiga urinária. c) aos músculos esqueléticos. d) às glândulas sudoríparas. e) aos pêlos.

28. As auxinas são fitormônios que atuam na elongação de caule e raiz, no fototropismo, no geotropis-mo, na dominância apical e no desenvolvimento dos frutos.

Analise as afirmações abaixo, referentes a esse grupo de hormônios vegetais e escolha a opção correta:

1. As auxinas são produzidas somente pelos meristemas apicais da raiz. 2. Independente das concentrações desse hormônio e da parte do vegetal onde atua, ele sempre pro-

duzirá distensão da parede celular e multiplicação das células. 3. As auxinas produzidas pelo meristema do ápice do caule inibem o desenvolvimento das gemas late-

rais, promovendo a sua dormência.

a) todas estão corretas. d) apenas 2 está correta. b) apenas 1 e 2 estão corretas. e) apenas 3 está correta. c) apenas 1 está correta.

29. Em abóboras, dois genes não alelos (A e B) determinam a forma dos frutos. Os alelos dominantes A e B condicionam forma esférica dos frutos, mas se ambos estiverem presentes no mesmo organismo, a abóbora terá forma achatada. A ausência de ambos os alelos dominantes, ou seja, abóboras com o genótipo aabb têm forma alongada. Qual a proporção de abóboras esféricas quando são cruzados dois diíbridos (AaBb) de frutos achatados?

a) 1/16 b) 1/8 c) 3/16 d) ¼ e) 3/8

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30. A associação correta entre as duas colunas que indicam interações ecológicas é:

Interação necessária à sobrevivência de duas espécies, em que ambas se benefici-am e não conseguem viver separadamente. Interação em que uma das espécies vive sobre ou dentro da outra, alimentando-se dela, porém geralmente sem matá-la. Interação em que uma das espécies se beneficia, usando restos alimentares da outra espécie, que não é prejudicada. Interação em que uma das espécies inibe o crescimento ou reprodução da outra. Interação em que uma espécie se alimenta da outra.

a) I – 4, II – 5, III – 3, IV – 1, V – 2 d) I – 4, II – 3, III – 5, IV – 1, V – 2 b) I – 5, II – 3, III – 4, IV – 2, V – 1 e) I – 4, II – 1, III – 5, IV – 3, V – 2 c) I – 2, II – 3, III – 5, IV – 1, V – 4

31. Células localizadas em lacunas, matriz extracelular constituída somente por substâncias orgânicas, ausência de vasos sanguíneos e nervos na matriz extracelular. Tais características referem-se ao tecido:

a) cartilaginoso. ) ósseo. c) conjuntivo propriamente dito. d) nervoso. e) muscular liso.

32. A figura mostra, esquematicamente, o processo de síntese de proteínas. Os números 1, 2 e 3 indicam, respectivamente:

a) RNA mensageiro, RNA transportador e cadeia polipeptídica. b) RNA transportador, RNA mensageiro e cadeia polipeptídica. c) RNA transportador, cadeia polipeptídica e RNA mensageiro. d) cadeia polipeptídica, RNA transportador e RNA mensageiro. e) RNA mensageiro, cadeia polipeptídica e RNA transportador.

33. Abaixo são descritas características de algumas estruturas citoplasmáticas:

1. Organela membranosa com forma aproximadamente esférica em cujo interior são encontradas en-zimas hidrolíticas para digestão, como ocorre, por exemplo, nas células de defesa após fagocitose de bactérias.

2. Organela formada por dupla membrana onde ocorre a formação de moléculas de uso energético imediato pelas células, como ocorre, por exemplo, nas células musculares para a contração.

3. Grânulo formado por RNA onde ocorre a síntese de proteínas, como ocorre, por exemplo, durante a síntese das enzimas do suco pancreático por algumas células do pâncreas.

As descrições referem-se, respectivamente, às seguintes estruturas:

a) peroxissomo, mitocôndria e retículo endoplasmático rugoso. b) lisossomo, cloroplasto e ribossomo. c) retículo endoplasmático rugoso, lisossomo e retículo endoplasmático liso. d) lisossomo, mitocôndria e ribossomo. e) mitocôndria, cloroplasto e lisossomo.

34. Sobre o esquema ilustrativo abaixo, assinale a opção incorreta:

a) Em 1, a célula se encontra metabolicamente ativa podendo sintetizar DNA, RNA e proteínas.

1. Amensalismo. 2. Predatismo. 3. Parasitismo 4. Mutualismo. 5. Comensalismo

I. II. III. IV. V.

1 2 3 4 5

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b) Em 2, inicia-se o processo de condensação dos cromossomos e da desintegração da membrana nuclear.

c) A fase 3 é a melhor para se fazer uma observação microscópica dos cromossomos de um indivíduo. d) Em 4, ocorre a separação dos cromossomos homólogos com a migração destes para os pólos opos-

tos da célula. e) Em 5, ocorre a citocinese, as membranas nucleares se refazem e os cromossomos se encontram

novamente descondensados.

35. Opção que preenche, na seqüência correta, os parênteses da coluna da direita:

1. bananeira ( ) briófita 2. tomateiro ( ) pteridófita 3. musgo ( ) gimnosperma 4. pinheiro-do-paraná ( ) monocotiledônea 5. samambaia ( ) dicotiledônea

a) 1, 4, 3, 2, 5. b) 5, 3, 2, 1, 4. c) 3, 1, 5, 4, 2. d) 3, 5, 4, 2, 1. e) 3, 5, 4, 1, 2.

36. Sobre a figura abaixo, que representa um corte transversal da medula espinhal com suas raízes A e B, assinale a opção correta.

a) Impulsos nervosos responsáveis pela sensibilidade da pele se propagam tanto em A como em B. b) Impulsos nervosos responsáveis pela contração do músculo esquelético se propagam tanto em A

como em B. c) Impulsos nervosos responsáveis pela sensibilidade da pele se propagam em A e impulsos nervosos

responsáveis pela contração do músculo esquelético se propagam em B. d) Impulsos nervosos responsáveis pela contração do músculo esquelético se propagam em A e impul-

sos nervosos responsáveis pela sensibilidade da pele se propagam em B. e) Impulsos nervosos responsáveis pela sensibilidade da pele e pela contração do músculo esquelético

se propagam tanto em A como em B.

37. Uma das opções contém somente animais com o coração dividido em quatro cavidades:

a) Cavalo, beija-flor e sapo. b) Leão, pombo e jacaré. c) Coelho, cobra e lambari. d) Morcego, coruja e tubarão. e) Macaco, tartaruga e salamandra.

A

B

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38. Na figura pode-se notar a presença da linha lateral, ou seja, as aberturas na superfície, de cada lado do corpo do peixe, de células sensoriais ciliadas, dispostas linearmente e denominadas de neuro-mastos. Essa estrutura serve para detectar variações:

a) nas concentrações osmóticas do meio. b) na temperatura do meio. c) na temperatura e nas concentrações osmóticas do meio. d) luminosas do meio. e) de pressão hidrostática e os movimentos de correntes líquidas do meio.

39. Ao lado está representado, resumidamente, o ciclo do carbono. Os itens I, II, III, IV e V indicam, respectivamente, os processos de:

a) decomposição, respiração, nutrição, respiração e fotossíntese. b) respiração, fotossíntese, decomposição, nutrição e respiração. c) fotossíntese, respiração, nutrição, respiração e decomposição. d) fotossíntese, decomposição, nutrição, respiração e decomposição. e) respiração, respiração, fotossíntese, decomposição e nutrição.

40. Os estudos de Hardy-Weinberg os levaram a concluir que, para que uma população se mantenha em equilíbrio genético, ela deve enquadrar-se em todas as condições abaixo, exceto:

a) Sua dimensão deve ser razoavelmente grande. b) Deve ser formada por indivíduos que se cruzam ao acaso. c) Não deve ocorrer qualquer mutação. d) A seleção natural deve atuar eliminando os indivíduos menos adaptados. e) Não deve existir fluxo gênico, ou seja, entrada ou saída de grande número de indivíduos a ponto de

afetar a freqüência dos genes.

QUÍMICA

41. “Um copo de suco de laranja tomado diariamente nos dá a vitamina C suficiente para as necessi-dades diárias e também parece prevenir o surgimento de novos cálculos renais (pedra nos rins) em pessoas predispostas a esse problema. Em pesquisa patrocinada pelos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA, a médica observa que o suco de laranja aumenta os níveis de citrato na urina e reduz a crista-lização do ácido úrico e do oxalato de cálcio, componentes dos cálculos renais freqüentemente acha-dos.”

Folha de S. Paulo, 03.09.06

Sobre esse assunto são feitas as seguintes afirmações:

1. A formação desses cálculos ocorre em urinas muito concentradas, quando substâncias nela presen-tes se misturam a minerais e, sob a forma de cristais, formam a pedra.

I

II

III

IV

V

CO2 atmosférico

matéria orgânica de vegetais

matéria orgânica de animais

excrementos e restos orgânicos

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2. Junto com o citrato do suco de laranja está o íon potássio, que atua como substituto do citrato de potássio, uma das indicações para a dissolução do cálculo de ácido úrico.

3. Os cálculos formados por oxalato de cálcio, aumentam a incidência quando a concentração do íon oxalato aumenta muito no plasma sanguíneo.

4. O oxalato de cálcio é um sal solúvel.

a) apenas 1 e 2 estão corretas. b) apenas 2 e 3 estão corretas. c) apenas 1, 2 e 3 estão corretas. d) apenas 1 e 4 estão corretas. e) 1, 2, 3 e 4 estão corretas.

42. Atualmente, milhões de toneladas de alumínio são gastas no mundo inteiro para fabricar recipientes para refrigerantes, cervejas, água e outras bebidas. A utilização do alumínio nesse tipo de indústria de-ve-se principalmente ao fato de ele ser leve, não tóxico, inodoro, insípido e bom condutor de calor, o que permite o rápido resfriamento do líquido contido nesses recipientes. O grande inconveniente da utilização do alumínio para esse fim é que anualmente milhões de toneladas desse metal vão para o lixo, poluindo o meio ambiente. Para amenizar os problemas decorrentes do desperdício de alumínio, a melhor saída é a reciclagem. Façamos aqui, então, uma comparação entre a energia consumida para produzir alumínio a partir da bauxita (minério do qual o alumínio é extraído) e da energia gasta para reciclar o metal. A partir da bauxita, o primeiro passo é um tratamento do minério para obtenção da a-lumina pura (Al2O3) da qual se obtém diretamente o alumínio como mostra a reação:

2 Al2O3 (s) + 3C (s) → 4 Al (l) + 3 CO2 (g) Dados: Al = 27, O = 16, C = 12

A quantidade de energia elétrica para se produzir 1 mol (27g) de alumínio é de 297 kJ. Já no processo de reciclagem, o material (latas) é aquecido até a temperatura atingir seu ponto de fusão, que é de 660oC, com um consumo de energia da ordem de 26,1 kJ. Assim, pode-se concluir corretamente que:

a) são necessários 500 g de alumina para a obtenção de 1 Kg de alumínio puro no processo de obten-ção a partir da bauxita, além de a economia de energia na reciclagem ser da ordem de 91%.

b) são necessários 204 g de alumina para a obtenção de 1 Kg de alumínio puro no processo de obten-ção a partir da bauxita, além de a economia de energia na reciclagem ser da ordem de 9%.

c) o processo de reciclagem é mais vantajoso pela economia de energia, apesar do alto rendimento na obtenção através da bauxita.

d) são necessários cerca de 1889 g de alumina para a obtenção de 1 Kg de alumínio puro no processo de obtenção a partir da bauxita, além de a economia de energia na reciclagem ser da ordem de 91%.

e) são necessários 204 g de alumina para a obtenção de 1 Kg de alumínio puro no processo de obten-ção a partir da bauxita, além de a economia de energia na reciclagem ser da ordem de 91%.

43. Moléculas de aminoácidos, das quais as proteínas são construídas, apresentam a propriedade de não se superporem com suas imagens especulares. Devido a isso, são ditas quirais, ou que possuem lateralidade. Embora ambas as formas da imagem especular sejam teoricamente possíveis como as do aminoácido alanina, a vida na Terra se desenvolveu de uma maneira que a maioria dos aminoácidos são de imagem especular da forma dita “levógira”. Entretanto, a razão pela qual a maioria dos aminoá-cidos é da forma canhota não é conhecida. Na ausência de uma influência que possua lateralidade co-mo um sistema vivo, reações químicas produzem uma mistura igual de ambas as formas de imagem especular. Assim, dos aminoácidos apresentados abaixo, pode-se afirmar que não apresenta nenhuma atividade óptica a:

a) leucina.

Dados: Ca = 40 C = 12 O = 16

Oxalato de cálcio = CaC2O4

NH2 – CH – C – OH

CH2

O

CH

CH3 H3C

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b) asparagina.

c) fenilalanina.

d) valina.

e) glicina.

44. Uma amostra de fruta pesando 0,518g é dissolvida em certo volume de água para ser analisada quanto à quantidade de vitamina C (C6H8O6) presente. O sistema é titulado com uma solução de NaOH (0,25 M). São necessários 10 mL desta solução para reagir com toda vitamina C. Qual a porcentagem de vitamina C na amostra de fruta?

a) 25% b) 52% c) 10% d) 75% e) 85%

45. “Brasileiro morre após atingir topo do Everest. O alpinista brasileiro Vitor Negrete, 38, morreu na decida no monte Everest na manhã de ontem. O Everest está localizado na fronteira entre a China e o Nepal. A primeira expedição bem-sucedida até o topo foi realizada em 1953, pela face sul da montanha.

Dados: 1 mol de vitamina C reage com 1 mol de hidróxido de sódio

Massas atômicas: C = 12, H = 1, O = 16, Na = 23

NH4 – CH – C – OH

H

O

NH2 – CH – C – OH

O

CH

CH3 H3C

NH2 – CH – C – OH

CH2

O

C

NH2 O

NH2 – CH – C – OH

CH2

O

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A rota é considerada a mais fácil para se chegar ao topo. A maioria das tentativas é feita entre os me-ses de abril e maio. Nesta época do ano, a velocidade do vento é menor, facilitando a escalada.”

Folha de S. Paulo, 20.05.06

8 pessoas morreram neste ano no Everest.

80% dos acidentes em escaladas ocorrem na volta do cume.

-40oC é a temperatura média no pico do Everest nesta época do ano.

162 km/h é a velocidade média do vento no cume da montanha.

Observe o texto ao lado e as reações apresentadas a seguir:

1. H2CO3 → 2H+ + CO3- -

2. H2CO3 ↔ CO2 + H2O 3. Ca++ + CO3

- - → CaCO3 4. 2NaOH + H2CO3 → Na2CO3 + 2H2O

Melhor explica(m) o que ocorreu:

a) apenas 1 e 2. d) apenas 1 e 4. b) apenas 1, 2 e 3. e) 1, 2, 3 e 4. c) apenas 1.

46. A tabela relaciona os metais e suas respectivas densidades:

Em um laboratório foi analisada uma peça metálica que pesou 37,8 g. Antes do início da experiência, uma proveta de 250mL continha exatos 10mL de água. A peça metálica foi colocada na proveta haven-do um deslocamento do menisco para 24mL. Após realizar esse teste, podemos afirmar que a peça metálica em análise é feita do metal:

a) Pb b) Mg c) Fe d) Al e) Ag

47. As constantes de dissociação ácida para as reações de hidrólise em geral aumentam com o au-mento da carga e a diminuição do raio do íon. A hidrólise ácida dos sais metálicos em concentração 1,0 mol/L dá os seguintes valores aproximados de pH.

O Na+ não exibe hidrólise ácida e produz solução neutra porque o íon Na+:

Metais

Chumbo

Magnésio

Ferro

Alumínio

Prata

Densidade

11,3 g/cm3

1,8 g/cm3

7,9 g/cm3

2,7 g/cm3

10,5 g/cm3

Sal metálico

Nitrato de sódio – NaNO3

Nitrato de cálcio – Ca(NO3)2

Nitrato de zinco – Zn(NO3)2

Nitrato de alumínio – Al(NO3)3

Nitrato de ferro – Fe(NO3)3

pH

7,0

6,9

5,5

3,5 2,5

É a chamada “zona da morte”, onde há risco de edema pulmonar e edema cerebral.

Freqüência cardíaca e respiração aumentam para suprir o organismo de oxigênio.

Os pulmões eliminam mais CO2, tornando o sangue ácido. Atividade renal aumenta. Desidratação.

OXIGÊNIO OS EFEITOS DA ALTITUDE

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a) é grande e tem apenas uma carga positiva (1+). b) é um cátion de uma base fraca. c) é um metal alcalino terroso. d) é proveniente de um sal insolúvel. e) é muito pouco reativo.

48. Um catalisador abaixa a energia de ativação total de uma reação química. Na figura aqui represen-tada temos o perfil de energia para a decomposição não catalisada da água oxigenada (H2O2) e para a reação catalisada pelo íon brometo. A reação catalisada envolve duas etapas sucessivas, cada uma das quais tem menor energia de ativação que a reação não catalisada. Observe que as energias dos reagentes e dos produtos não são modificadas pelo catalisador.

Qual é o catalisador da reação sabendo que ele a acelera sem sofrer variação líquida?

a) H2O2

b) H2O c) Br2 d) Br – e) O2

49. A seguir apresentamos as seguintes definições:

1. Isótopos são átomos do mesmo elemento químico com o mesmo número de prótons e diferente nú-mero de massa.

2. Isóbaros são átomos de diferentes números de prótons, mas que possuem o mesmo número de massa.

3. Isótonos são átomos de diferentes números de prótons, diferente número de massa, porém com o mesmo número de nêutrons.

Das séries citadas abaixo, qual delas apresenta propriedades químicas iguais?

a) e d) e

b) e e) e

c) e

Reação não-catalisada

Reação catalisada

2H2O2 + 2Br – + 2H+

2H2O + O2 + 2Br – + 2H+

H2O2 + 2H2O + Br2

Caminho da reação

16 8 O,

17 8 O

18 8 O.

40 19 K

40 20 Ca.

10 5 Be

14 6 C.

37 17 Cl

40 20 Ca.

42 20 Ca,

42 21 Sc

42 22 Ti.

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50. Na tabela de microelementos temos uma relação entre o elemento químico, sua fonte natural, sua função biológica e os sintomas de carência.

MICROELEMENTOS

Elemento fontes função sintomas naturais biológica de carência

Ferro carne vermelha, formação dos anemia, cansa- miúdos, espinafre, glóbulos vermelhos ço, insônia, etc

brócolis, etc. do sangue

Iodo sal de cozinha, formação dos hor- bócio, retardo peixe do mar, etc. mônios da tireóide mental (crianças)

Magnésio cereais integrais, formação dos ossos, fadiga, palpita- germe de trigo, absorção de proteí- ção, hipertensão, tofu, etc. nas e carboidratos artrite

Zinco carne, fígado, ger- antioxidante, forma- queda de imuni- me de trigo, crustá- ção do colágeno dade, falta de a- ceos, etc. petite

Selênio castanha-do-pará, antioxidante, produ- fadiga, palpita- ostra, sardinha, etc. ção de células de ção

defesa

Fonte: TORTORA, Gerard J. Corpo Humano – Fundamentos de Anatomia e Fisiologia, 2000

Dentre os elementos citados, o representante do grupo dos halogênios é o:

a) Fe b) I2 c) Mg d) Zn e) Se