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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENTOMOLOGIA URBANA: TEORIA E PRÁTICA Avaliação de pontos críticos em equipamentos de controle de pragas urbanas Julio Flávio Cassin Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana . 12/2010

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENTOMOLOGIA URBANA: TEOR IA E PRÁTICA

Avaliação de pontos críticos em equipamentos de controle de pragas urbanas

Julio Flávio Cassin

Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana .

12/2010

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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENTOMOLOGIA URBANA: TEORIA E PRÁTICA

Avaliação de pontos críticos em equipamentos de controle de pragas urbanas

Julio Flávio Cassin

Pesquisador Doutor Marcos Potenza

Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana .

12/2010

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AGRADECIMENTOS

A Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho e ao Instituto

Biológico de São Paulo.

Aos professores do Curso de Entomologia Urbana em especial a Ana

Eugênia, Odair, Lelis e Malaspina por todo apoio.

A meus pais Wilson Cassin e Helena Cassin por todo incentivo, as

minhas tias Wilda e Aparecida por sempre estarem ao meu lado e a minha irmã

Flávia por todo cooperação.

A minha namorada Fernanda pelo amor e carinho.

A Eleninha da Biblioteca Central da USP São Carlos por toda a atenção.

Ao Pesquisador Marcos Potenza não apenas pelas orientações sempre

sábias como também sua extrema de dedicação e companheirismo durante o

projeto.

A Guarany Indústria e Comércio LTDA pelo apoio e por me permitir ter a

oportunidade de ampliar meus conhecimentos por meio desse curso.

A Walter Marini “Gerente Comercial Técnico – Guarany” pela permissão

e incentivo para a realização desse curso e a José Maria Nunes “Assistência

Técnica” - Guarany pelas importantes orientações para esse projeto.

A meus amigos de alojamento André, Marcela, Érika, Daniela e

Valmerice pelos momentos de alegria.

Aos meus amigos de curso Marcelo, Moises, Pedro, Rodrigo, Daniel,

Jamile e todos outros pela ótima convivência.

Ao Amigo Ademilson pela colaboração.

A Jesus Cristo, sem o senhor nada seria possível.

Meu senhor, muito obrigado.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS - P.VI

LISTA DE TABELAS - P.VII

LISTA DE GRÁFICOS - P.VIII

LISTA DE DIAGRAMAS - P.VIII

RESUMO - P.IX

ABSTRACT - P.X

1) Introdução - P.1

1.1 – Delimitação do Tema - P.3

1.2 – Justificativa - P.3

2) Referencial Teórico - P.4

2.1 – Pulverizadores - P.4

2.2 – Atomizadores - P.8

3) Objetivos - P.10

2.3 – Geral - P.10

2.4 – Específicos - P.10

4) Materiais e Métodos - P.11

4.1 - Análise dos testes em equipamentos de controle de pragas sinantrópicas -

P.11

4.2 - Testes com equipamentos - P.11

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5) Resultados e Discussão - P.21

6) Considerações Finais - P.34

7) Referências Bibliográficas - P.37

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Pulverizador de compressão prévia – P.12

Figura 2 – Ponta regulável cone vazio em pulverização aberta – P.12

Figura 3 – Teste de vazão com PCA – P.13

Figura 4 – Bico rotativo cone vazio – P.14

Figura 5 – Ponta leque plano inox (PLI) – P.14

Figura 6 – Pulverização em cartolinas sobre o piso – P.15

Figura 7 – Pulverização em cartolinas em canto de parede – P.15

Figura 8 – Pulverização em parede – P.16

Figura 9 – Corante indicador de pulverização – P.16

Figura 10 – Regulador de vazão – P.17

Figura 11 – Testes com papéis sensíveis – P.17

Figura 12 – Papéis hidro sensíveis – P.18

Figura 13 – Fixação de papeis Hidro sensíveis em árvore – P.18

Figura 14 – Simulação de aplicação com ACM – P.19

Figura 15 – Simulação de aplicação horizontal com ACM – P.19

Figura 16 – Simulação de aplicação vertical com ACM – P.19

Figura 17 – Avaliação de deposição de gotas em túmulos de cemitério –

P.20

Figura 18 – Aplicação em cemitério – P.20

Figura 19 – Pulverização em cartolinas sobre o piso com corante – P.26

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Figura 20 – Pulverização em cartolinas em canto de parede com corante

– P.26

Figura 21 – Pulverização em parede estabelecendo faixa de

sobreposição –P.27

Figura 22 e 23 – Deposição em Papel hidro sensível após aplicação

com ACM – P.32

Figura 24 – Deposição em folha após aplicação com ACM – P.32

Figura 25 – Deposição de gotas em papéis hidro sensíveis em túmulos

– P.33

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Classificação da pulverização segundo tamanho de gotas –

P.7

Tabela 2 – Teste de vazão com PCP – P.23

Tabela 3 – Teste de avaliação de tamanho e distribuição de gotas a

partir de uma PRF – P.30

Tabela 4 – Teste de avaliação de tamanho e distribuição de gotas a partir de uma PLI – P.30

Tabela 5 – Teste de avaliação de tamanho e distribuição de gotas a partir de uma PLI com regulador de vazão – P.30

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Teste de aferimento vazão de PCP – P.22

Gráfico 2 – Variação de pressão – P.22

Gráfico 3 – Teste de vazão com PCA – P.24

Gráfico 4 – Teste de avaliação de número de gotas por cm2 – P.28

Gráfico 5 – Teste da média do tamanho de gotas por cm2 – P.29

LISTA DE DIAGRAMAS

Diagrama 1 – Temas de pesquisa para o embasamento teórico do trabalho – P.4

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RESUMO

Este trabalho de Entomologia Urbana foi desenvolvido a partir de testes

realizados com os principais equipamentos utilizados no controle de pragas

urbanas. Dentre os testes pode-se citar: Teste de vazão em Pulverizadores de

Compressão Prévia (PCP) e Pulverizadores Costais de Alavanca (PCA), testes

de visualização de pulverização por meio da utilização de corantes, testes de

determinação do tamanho e distribuição de gotas em pulverizadores e testes

de distância de aplicação e análise de gotas em Nebulizadores Costais

Motorizados. As práticas com os equipamentos foram realizados no Instituto

Biológico do Município de São Paulo. Os testes acima mencionados serviram

como ferramentas no desenvolvimento de novos procedimentos de usos de

equipamentos de controle de pragas urbanas, promovendo assim melhorias no

trabalho realizado pelos aplicadores. Em paralelo aos testes realizados, o

trabalho permitiu estabelecer uma metodologia que preconiza a forma correta

de uso de equipamentos bem como novas alternativas que permitam

maximizar a eficiência de aplicação.

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x

ABSTRACT

This work of Urban Entomology was developed starting on tests done

with the main equipments used in Urban Pest Control. Among the tests, it can

be mentioned: Flow measurement test in compression sprayers (PCP) and

lever backpack sprayers (PCA), visual spraying test through the utilization of

colorants/dyes, tests of size determination and distribution of drops in sprayers

and also testing distance of application and drop analyses in motorized

nebulizers. The tests with the equipments were made in a biological institute of

São Paulo. The tests above mentioned worked as tools on the development of

new procedures and the use of equipments of urban pest control, promoting

improvements on the work made by the users. At the same time to the tests

made, the work also allowed us to establish a methodology that advises the

correct form of the use of the equipments as well as new alternatives that allow

maximizing the efficiency of the application.

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1 INTRODUÇÃO

A migração das populações do campo para os centros urbanos tem

promovido diversas mudanças na forma de vida das pessoas, dentre elas

pode-se citar o fluxo cada vez maior de veículos nas ruas, a ausência de

saneamento básico e o acumulo de lixo nas vias públicas e aterros.

Dentro das conseqüências negativas dessa nova forma de vida, o controle

de pragas urbanas tornou-se um tema de extrema relevância no ponto de vista

econômico e de saúde pública.

O desenvolvimento de novas tecnologias de aplicação no setor da

entomologia urbana tem evoluído consideravelmente nos últimos tempos, o

surgimento de novos equipamentos e a confecção de novas formulações de

produtos químicos tem colaborado no controle das pragas sinantrópicas.

Espécies sinantrópicas são aquelas que vivem próximas às

habitações humanas. Estes animais aproximaram-se do homem

devido à disponibilidade alimento e abrigo, servindo-se de

frestas em paredes e forros de telhado, ou mesmo objetos

empilhados em quintais para se abrigar. A principal diferença

entre os sinantrópicos e os animais domésticos (gatos, cães,

galinhas, vacas etc.), é que estes são criados em benefício do

homem, servindo como companhia, produção de alimentos,

entre outros. Já os sinantrópicos são geralmente indesejáveis,

por poderem transmitir doenças, inutilizar ou destruir alimentos,

ou sujar as residências (WIKIPÉDIA, 2010).

A ciência da tecnologia de aplicação vem se modernizando a cada dia,

tendo em vista o aumento siginificativo de pragas urbanas em todo mundo,

esse crescimento possui diversas explicações como alterações climáticas, a

mudança nos pradões de vida da autal sociedade e a resistência dos insetos

sinantrópicos aos diversos produtos químicos desenvolvidos para controle

dessas espécies.

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Uma população se torna resistente quando a maioria dos

insetos susceptíveis ao método de controle utilizado foi

removida. A maior taxa de cruzamentos entre insetos

portadores do gene para resistência tornará o controle mais

difícil a cada geração (MACHADO; FIÚZA, 2010).

Chuvas, temperatura e umidade são as maiores influências na

disseminação de patogenias e epidemias. Altas temperaturas,

períodos de cultivo mais longos, ausência de temperaturas

abaixo de zero para matar as bactérias e aumento das chuvas

contribuem para os ambientes propícios a insetos, roedores e

outros organismos que transmitem doenças. As mudanças

climáticas se encarregarão de espalhá-las por regiões antes

não atingidas (ENTENDA..., 2010).

Referente ao sucesso no controle de pragas urbanas, diversos são os

pontos a serem analisados, principalmente a reciclagem constante de

conhecimento nessa área por parte dos controladores. A compreensão do

inseto a ser controlado é fundamental, como também verificar o local onde

esses se estabelecem e a disponibilidade de água e alimento.

A partir do levantamento desses dados se inicia o planejamento do

método de controle a ser realizado, nesse contexto é fundamental saber

escolher o equipamento correto bem como sua utilização.

A eficácia do agrotóxico no controle de pragas, doenças e

plantas daninham depende muito da sua aplicação. O mau uso

do agrotóxico, além de desperdício, pode contaminar pessoas

e o ambiente. Assim, o equipamento usado para aplicação de

agrotóxicos é tão importante quanto o próprio agrotóxico

(BARRIGOSSI, 2006).

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1.1 Delimitação do tema

Observa-se que a sociedade atual vem se caracterizando por condutas

cada vez mais consumistas, dentre as diversas conseqüências destaca-se

crescimento urbano.

O adentramento das cidades em regiões de florestas tem provocado

diversos desequilíbrios, entre eles o crescimento de pragas em centros

urbanos.

Para frear este processo, torna-se necessário estreitar ações entre os

setores privados e públicos. Entre os elementos a serem discutidos destaca-se

a capacitação continua de profissionais que atuam no controle das pragas

sinantrópicas.

Diversos são os pontos referentes ao controle de pragas, procurou-se

em suas etapas avaliar os principais pontos críticos encontrados em

equipamentos de controle.

1.2 Justificativa

A importância das pragas urbanas tem sido um dos temas de maior

discussão entre os setores de saúde pública em todo planeta.

Levando em consideração a proliferação de doenças, os prejuízos

econômicos dentre outros malefícios, o debate sobre esse tema tem-se

aprofundado.

Em especial, a capacitação de profissionais de controle no que se refere

especificamente ao conhecimento sobre a utilização de equipamentos de

controle tornou-se um tema de extrema relevância.

Descrever mecanismos que venham a facilitar o trabalho dos

controladores de pragas e atingir melhor eficiência nesse controle, o presente

trabalho assume sua justificativa.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

A pesquisa foi embasada em um tema principal: equipamentos de

controle de pragas urbanas, dentre esses será abordado temas relacionados

aos pulverizadores e atomizadores.

Diagrama 1 – Temas de pesquisa para o embasamento teórico do trabalho

2.1 Pulverizadores

Um pulverizador (abreviatura empregada em perfumería) é um

recipiente onde se armazena um líquido, que tem um

dispositivo na parte superior que permite expulsar esse líquido

em forma vaporizada (reduzido a gotas muito finas).

O mecanismo de expulsão pode ser activado manualmente

(PULVERIZADOR...,2010).

Os pulverizadores são equipamentos utilizados para diversas

finalidades, dentre os quais, destaca-se no controle de pragas urbanas.

Para Chaim (2009, p. 23):

“O objetivo principal de uma pulverização é a aplicação da quantidade

mínima de ingrediente ativo sobre o alvo para a obtenção de um máximo de

eficiência, sem contudo contaminar as áreas adjacentes – não alvo”.

Equipamentos de Controle de Pragas

Urbanas

Pulverizadores

Atomizadores

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Existem no mercado diversos modelos de pulverizadores, dentre os

principais, destaca-se os pulverizadores costais de alavanca e os

pulverizadores de compressão prévia.

Os pulverizadores com bicos hidráulicos também podem ser

classificados dois grupos: pulverizadores costais, acionados

por alavanca, e pulverizadores por compressão. Nos acionados

por alavanca, o tanque principal não é pressurizado, mas a

pressão é gerada em uma câmera de pressão por meio do

bombeamento intermitente. Nos pulverizadores por

compressão, todo o tanque é pressurizado antes da

pulverização. No Brasil, estes últimos são utilizados em áreas

limitadas e em situações específicas (ZAMBOLIM;

CONCEIÇÃO; SANTIAGO, 2003).

A saída dos produtos por meio dos pulverizadores ocorre por meio das

pontas e bicos, que são compartimentos dessas máquinas responsáveis por

dosar a quantidade de produto adequada a ser aplicado em determinado local.

Habitualmente o termo “bico de pulverização” é utilizado como

sinônimo de “ponta de pulverização”, entretanto, correspondem

a estrutura diferentes. O bico é composto por todo conjunto

com suas estruturas de fixação na barra (corpo, peneira, ponta

e capa), enquanto que a ponta corresponde ao componente do

bico responsável pela formação de gotas (RAMOS et al.,

2004).

As pontas de jato cônico ainda são de uso muito comum dentre

os bicos hidráulicos, sendo os de cone vazio predominantes. A

deposição de gotas, no cone vazio, concentra-se somente na

periferia do cone, no centro praticamente não há gotas. Já o de

cone cheio, as gotas atingem o centro da pulverização

(ZAMBOLIM; CONCEIÇÃO; SANTIAGO, 2003).

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As pontas jato leque plano produzem jato em um só plano e o

seu uso é mais indicado para alvos planos, como solo, parede

ou mesmo culturas como soja etc. Como a maioria dos

herbicidas é aplicada na superficie do solo, ficou arraigada a

crença de que de que o bico leque é para se aplicar herbicidas.

Entretanto o bico leque é indicado tambem para aplicar

inseticidas fungicidas ao solo (e à parede no caso de

programas de saúde pública) ou culturas como amendoim etc.,

pois a ponta deve ser selecionada considerando todos os

fatores que qualificam a função de uma ponta (vazão,

distribuição e tamanho de gotas geradas) e do alvo

(ZAMBOLIM; CONCEIÇÃO; SANTIAGO, 2003).

As pontas de pulverização estabelecem a vazão desejada a partir de

uma pressão pré-estabelecida, assim torna-se necessário quando se utilizar

esses equipamentos criar procedimentos que permitam equalizar essa

grandeza.

“A vazão de uma ponta de pulverização ocorre de acordo com o

tamanho do orifício de saída: as características do líquido utilizado na

pulverização, como densidade e viscosidade; e a pressão de trabalho”

(ZAMBOLIM; CONCEIÇÃO; SANTIAGO, 2003).

Pode-se controlar a pressão em pulverizadores por meio de

procedimentos de uso, bem como a partir do ajuste de acessórios que regulam

a vazão desses equipamentos, são chamados de “reguladores de vazão”.

Os reguladores de vazão para a utilização em costais podem

ser basicamente de dois tipos: válvulas e registro. As válvulas

reguladoras de vazão não proporcionam pressão uniforme na

ponta de pulverização, como também funcionam como

antigotejante, evitando a saída de calda após a válvula de

gatilho ter sido fechada ou quando, por qualquer outro motivo,

a pressão do sistema abaixo da desejada. Consiste de uma

válvula de diafragma, há um pistão, cuja forma restringe o fluxo

de líquido da ponta de pulverização quando a pressão excede

àquela preestabelecida. A válvula pode ser fixada na válvula de

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gatilho, mas é mais comumente fixada junto à ponta de

pulverização, no extremo da lança. As pressões de trabalho da

válvulas reguladoras de vazão são preestabelecidas de

fabricas, devendo-se selecionar a mais adequada para cada

tipo de pulverização (ZAMBOLIM; CONCEIÇÃO; SANTIAGO,

2003).

Para realizar uma aplicação, é fundamental estabelecer um controle

eficiente, e, isso se torna possível a partir da uniformidade do tamanho e

distribuição de gotas.

A determinação do tamanho de gotas é fundamental para se

enquadrar é a pulverização dentro das classes: muito fina, fina,

média, grossa, e muito grossa. Os bicos de pulverização

devem ser enquadrados nessas classes e as recomendações

de seus usos são estabelecidas segundo a classificação. Um

bom catálogo de bicos traz sempre a classificação nas

diferentes condições de uso (ZAMBOLIM; CONCEIÇÃO;

SANTIAGO, 2003).

Designação Vmd (µm)

Pulverização Grossa � 500

Pulverização Média 200 – 500

Pulverização Fina 100 – 200

Pulverização Muito Fina 30 – 100

Aerossol < 30

Tabela 1 – Classificação da pulverização segundo tamanho de gotas

Fonte – Zambolim, Conceição e Santiago (2003)

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2.2 Atomizadores

O processo de atomização desenvolvido pelos atomizadores ocorre a

partir do fluxo de ar gerado pela ventoinha que se encontra acoplado ao motor,

esse fluxo é captado e conduzido pelo tubo de extensão até o bocal de

atomização, nesse há fixada uma ponta de vazão pré-determinada onde o ar

promove o arrasto do produto a uma alta velocidade criando o processo de

atomização.

O pulverizador costal motorizado é um equipamento que aplica

líquido dividido em gotas de diversos tamanhos, possui motor

próprio e é transportado no dorso do operador. Para um

completo entendimento do modo de operação deste tipo

equipamento, visando assegurar uma alta eficiência de

controle, se torna necessário o exame de todos os aspectos

que contribuem para otimizar a aplicação de agroquímicos. O

tamanho de gotas geradas por esses equipamentos varia em

função de fluxo e fluxo de líquido. Com o fluxo de ar é

basicamente constante (embora com relação ao volume e

velocidade de ar gerado por eles, exista uma variação

dependendo do fabricante e de suas especificações técnicas),

pois os pulverizadores motorizados devem trabalhar com toda

a aceleração, o tamanho de gotas varia em função do fluxo de

líquido, este, não é constante, pois depende do dosador, ou da

torneira que regula. Geralmente os pulverizadores cotais

motorizados vêm acompanhados por uma série de dosadores

de diferentes vazões ou são equipados com torneira graduada,

com vazões crescentes, à medida que se abre sue curso

(COSTA et al., 2010).

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A atomização é um tipo de controle que se caracteriza principalmente

pela aplicação de altas vazões, ou seja, pode gerar um efeito residual onde as

gotas de maior diâmetro permanecem aderidas no alvo por um longo período

de tempo. A quantidade de produto a ser aplicada dependerá da troca das

pontas com vazões pré-determinadas, bem como do fluxo de ar gerado pela

ventoinha do motor. Tendo em vista que o equipamento também possui pontas

de baixa vazão, terá a condição de realizar aplicação espacial com excelência,

onde as gotas geradas por esse equipamento permanecem suspensas

(flutuação) por um longo período de tempo, suficiente para entrar em contato

com o inseto alado (adulto) e promover o controle.

A qualidade da atomização, como diâmetro médio das

gotículas e uniformidade de tamanhos, está relacionada com

aspectos do projeto do bico, condições de sua operação e

propriedades físicas do material a ser atomizado. Por exemplo,

um aumento da rotação e a redução da vazão de liquido

causam uma diminuição do tamanho de gotícula

(SECAGEM...,2010).

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3 OBJETIVOS 3.1 Geral

O objetivo do presente trabalho foi identificar e buscar soluções para

alguns pontos críticos de equipamentos (pulverizadores e atomizadores) de

aplicação de produtos químicos em centros urbanos.

3.2 Específicos

- Determinar a vazão em pulverizadores com a finalidade de se detectar

procedimentos corretos de utilização de equipamentos;

- Promover pulverização a partir da utilização de corantes com o objetivo de se

visualizar a faixa de cobertura que esse processo estabelece;

- Estabelecer tamanho e distribuição de gotas em processos de pulverização,

bem como atomização na busca de se atingir processos corretos de aplicação

no controle de pragas sinantrópicas;

- Divulgar a forma correta de uso de equipamentos com a finalidade de

informar aos operadores procedimentos adequados que permitam atingir

conforto no trabalho;

- Testar o desempenho de pontas de pulverização para que se possa

aconselhar corretamente seus usos;

- Transmitir informações que permitam melhorar a eficiência no controle de

insetos rasteiros e alados.

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

Foram feitos testes com equipamentos para controle de pragas

sinantrópicas. A base de sua implementação esteve alicerçadas em testes

relacionados à aplicação de produtos no controle de insetos rasteiros e alados.

A busca em determinar resultados que venham a contribuir na eficácia da

atuação dos controladores de pragas urbanas esteve presente em todo projeto.

4.1 Análise dos testes em equipamentos de controle de pragas

sinantrópicas

Os testes propostos, foram desenvolvidos no Instituto Biológico de São

Paulo, enfocando pontos críticos na utilização de equipamentos de controle de

pragas sinantrópicas.

Com a linha de atuação bem definida estabeleceu-se na metodologia, os

testes com equipamentos e a cronologia do projeto para alcançar os objetivos

propostos.

4.2 Testes com equipamentos

Diversos testes foram realizados com pulverizadores costais de

alavanca, pulverizadores de compressão prévia e atomizadores costais

motorizados, conforme descritos a seguir:

• Teste de vazão relacionado ao pulverizador de compr essão prévia

(PCP)

O PCP foi abastecido em sua capacidade máxima de produto, com

aproximadamente (8 litros), o que corresponde a três quartos do tanque de

produto químico. Em relação ao volume restante foi feito a pressurização

(injeção de ar) por meio do acionamento da bomba manual.

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Figura 1 – Pulverizador de compressão prévia

Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)

Realizou-se quinze verificações de vazão com o PCP em intervalos de

trinta segundos cada.

O teste foi realizado com água pura, utilizando-se uma ponta regulável

cone vazio com rosca totalmente fechada (PRF), gerando a formação de uma

pulverização aberta. Promoveu-se a coleta da vazão em uma proveta de vidro

de um litro de volume.

Figura 2 – Ponta regulável cone vazio em pulverização aberta

Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)

• Teste de vazão relacionado ao pulverizador costal d e alavanca

(PCA)

Promoveu-se teste de vazão com o PCA buscando estabelecer um

procedimento correto de uso do equipamento com o objetivo de realizar uma

aplicação uniforme e proporcionar conforto ao operador da máquina.

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Os pulverizadores costais de alavanca da marca “Guarany” possuem a

capacidade de acumular aproximadamente (cento e vinte libras) de pressão

máxima, quando se inicia a aplicação, a pressão de inicio reduz drasticamente

nos primeiros segundos, havendo a necessidade de sua reposição por meio do

acionamento da alavanca, assim essa prática busca estabelecer um padrão

correto de utilização deste equipamento, de forma que a pressão de trabalho

seja constante durante todo o processo de deposição de gotas e a ergonomia

se aproxime do ideal, ou seja, que o operador não movimente a alavanca de

forma ininterrupta, promovendo cansaço desnecessário e formação de pressão

acima daquela estipulada para o bico rotativo em questão (quarenta e cinco

libras).

Estima-se que a cada passo de um operador dure aproximadamente um

segundo, o teste realizado estipulou que seis passos serão equivalentes há

seis segundos e a partir desse período realizaram-se dois acionamentos na

alavanca.

A vazão do bico rotativo é de (seiscentos mililitros) por minuto, com

rosca totalmente fechada, gerando pulverização aberta com pressão constante

de (quarenta e cinco libras), de acordo com o seu fabricante.

O procedimento para realizar o teste foi de coletar a vazão produzida

pelo PCA em uma proveta de vidro, a cada seis segundos era registrada a

vazão correspondente e durante esse período a alavanca de acionamento foi

movimentada por duas vezes.

Figura 3 – Teste de vazão com PCA

Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)

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Para aperfeiçoar a análise realizou-se um teste complementar, nas

mesmas condições que o anterior, contudo promoveu-se o acionamento da

alavanca de pressurização de forma ininterrupta para se avaliar qual será a

vazão a partir desse procedimento.

• Testes de visualização de pulverização com corante em PCA

Realizou-se um teste para visualizar a aplicação a partir de água com

corante de coloração azul. As pontas utilizadas foram a PRF e a ponta leque

plano inox (PLI).

A PRF promove a vazão de seiscentos mililitros por minuto, a uma

pressão constante de (quarenta e cinco libras), de acordo com seu fabricante.

Figura 4 – Bico rotativo cone vazio

Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)

A PLI promove a vazão de setecentos e cinqüenta mililitros por minuto, a

uma pressão constante de (quarenta e cinco libras) de acordo com o seu

fabricante.

Figura 5 – Ponta leque plano inox (PLI)

Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)

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15

O teste foi feito em papel cartolina de cor branca, onde se simularam

duas diferentes situações de aplicação:

1) Avaliação de aplicação em cartolina sobre o piso:

Utilizou-se oito cartolinas de cor branca depositadas sobre o piso com o

objetivo de se observar uma pulverização em determinado ambiente.

Figura 6 – Pulverização em cartolinas sobre o piso

Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)

2) Avaliação de aplicação em cartolina em canto de parede:

Utilizou-se cinco cartolinas de cor branca depositadas no canto de

parede com o objetivo de se observar uma pulverização nesse local.

Figura 7 – Pulverização em cartolinas em canto de parede

Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)

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16

Nessa avaliação, utilizou-se água com corante de coloração azul para

que se pudesse observar com nitidez a faixa de pulverização que é realizada

durante determinada aplicação.

3) Avaliação de aplicação estabelecendo faixa de sobreposição:

Realizou-se aplicação em parede para se observar uma pulverização

estabelecendo faixa de sobreposição.

Figura 8 – Pulverização em parede

Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)

Esse corante, desenvolvido pelo fabricante “Rigrantec”, e utilizado

nesse teste é indicado para diversas finalidades, inclusive para testes de

avaliação de padrão gotas em pulverização.

Figura 9 – Corante indicador de pulverização

Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)

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17

• Teste de avaliação de tamanho e distribuição de got as em papel

sensível com PCA

Realizou-se uma avaliação de tamanho e distribuição de gotas geradas

a partir de uma PRF, uma PLI e uma PLI acompanhada por um regulador de

vazão (RV), cujo acessório possui uma pressão fixa pré-determinada (quarenta

e cinco libras). O equipamento utilizado no teste foi o PCA.

Figura 10 – Regulador de vazão

Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)

O teste foi realizado a partir de cinco papéis hidro sensíveis separados a

uma distância de um metro cada, depositados sob azulejos em um processo de

simulação de aplicação.

Figura 11 – Testes com papéis sensíveis

Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)

A averiguação do tamanho e distribuição de gotas foi feita em um

microscópio apropriado para medição de tamanho de gotas.

Os papéis hidro sensíveis possuem aproximadamente oito centímetros

de comprimento e três centímetros de largura, o que corresponde a vinte e

quatro centímetros quadrados.

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18

Determinou-se três centímetros quadrados para cada papel hidro

sensível e a partir desse procedeu-se a análise por meio da média entre essas

áreas.

Figura 12 – Papéis hidro sensíveis

Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)

• Teste de avaliação visual com atomizador costal mot orizado (ACM)

em áreas urbanas

1) Parques e jardins

Realizou-se teste de simulação de atomização com vazão pré-

estabelecida de 1,5 litros por minuto em controle de insetos alados com (ACM)

em jardins, para se observar a deposição de gotas e distância ideal realizada

por esses equipamentos em árvores.

Fixou-se de forma aleatória diversos papéis hidro sensíveis em uma

árvore e buscou-se observar a deposição de gotas geradas nesta simulação.

Figura 13 – Fixação de papeis Hidro sensíveis em árvore

Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)

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19

Figura 14 – Simulação de aplicação com ACM

Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)

Figura 15 – Simulação de aplicação horizontal com ACM

Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)

Figura 16 – Simulação de aplicação vertical com ACM

Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)

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20

2) Cemitérios

Realizou-se teste com (ACM) em cemitério com objetivo de se avaliar o

comportamento desse equipamento no controle de insetos rasteiros.

O (ACM) estava com vazão pré-determinada de 1,5 litros por minuto e

avaliou-se a deposição de gotas em túmulos, bem como a distância ideal de

aplicação.

Fixou-se de forma aleatória diversos papéis hidro sensíveis em um

túmulo e buscou-se observar a deposição de gotas geradas nesta simulação.

Figura 17 – Avaliação de deposição de gotas em túmulos de cemitério

Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)

Figura 18 – Aplicação em cemitério

Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)

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21

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Baseado nos materiais e métodos, os resultados desse projeto serão

descritos de acordo com as práticas a seguir:

• Teste de vazão relacionado ao PCP

A determinação de dados de vazão do PCP tem por objetivo analisar a

uniformidade de vazão no momento de aplicação de determinado produto para

o controle de insetos.

Após a coleta dos dados pôde-se perceber que a pressão inicial do

equipamento (sessenta libras) sofre uma queda acentuada na primeira tomada

de vazão no período de trinta segundos, atingindo (cinqüenta libras), ou seja,

(dez libras) a menos. A vazão correspondente nesse período foi de trezentos e

quinze mililitros, os registros de vazões posteriores foram menores no mesmo

período, tendo em vista que a pressão foi diminuindo no decorrer de cada

aferimento de vazão.

A uniformidade na distribuição da calda aplicada pela barra,

em pulverizações de defensivos agrícolas, é dada pelas

condições de montagem e de operação: espaçamento entre

bicos, altura da barra, ângulo de aspersão dos bicos e

pressão de trabalho. O objetivo da pulverização é o de

distribuir o produto selecionado de forma uniforme em toda a

área a ser tratada (PERESSIN; PERECIN, 2010).

Identifica-se no Gráfico 1, que no inicio de uma determinada aplicação, a

pressão máxima do equipamento tende a sofrer uma queda brusca no início do

trabalho de pulverização e após determinado tempo a pressão vai se

estabilizando promovendo uma vazão mais uniforme.

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22

0

10

20

30

40

50

315290285270260250245225 220 215 210 200 200 200 180

50

43

3732

2927

2523 22

20 19 18 17 16 15

Teste de Aferimento de Vazão em PCP

Gráfico 1 – Teste de aferimento vazão de PCP

O Gráfico 2, demonstra que em cada aferimento de vazão, no período

de trinta segundos, a pressão sofreu diversas alterações, contudo esta variável

tende a se estabilizar, como indica os últimos cinco aferimentos. Essa prática

demonstra que a pressão desse equipamento diminui com o tempo

promovendo alteração na vazão.

Gráfico 2 – Variação de pressão

PR

ES

O (

PS

I)

Vazão (mm/min.)

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23

A Tabela 2 descreve as variações indicadas nos Gráficos 1 e 2.

Teste de vazão em PCP Tempo (s) Pressão Inicial (psi) Pressão Final (psi) Volume (mm)

30 60 50 315 60 50 43 290 90 43 37 285

120 37 32 270 150 32 29 260 180 29 27 250 210 27 25 245 240 25 23 225 270 23 22 225 300 22 20 220 330 20 19 210 360 19 18 200 390 18 17 200 450 17 16 200 480 16 15 180

Tabela 2 – Teste de vazão com PCP

• Teste de vazão relacionado ao PCA

A determinação de dados de vazão do PCA tem por objetivo estabelecer

um procedimento de uso correto do equipamento em termos de geração de

uma aplicação uniforme, proporcionado ergonomia ao operador do

equipamento.

Após a coleta dos dados foi possível perceber que a vazão

correspondente a partir de dois movimentos da alavanca de acionamento

(responsável pela pressurização do equipamento), estabelece em um volume

final de seiscentos e vinte e cinco mililitros coletados em uma proveta de vidro,

no período de sessenta segundos, ou seja, vinte e cinco mililitros a mais que a

vazão estabelecida pelo fabricante para esse bico, conforme Gráfico 3.

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24

0

100

200

300

400

500

600

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60

80140

200260

315370

430490

545625

PULVERIZADOR COSTAL SIMÉTRICO

PULVERIZADOR COSTAL SIMÉTRICO

Gráfico 3 – Teste de vazão com PCA

A partir dessas observações pode-se concluir que este procedimento de

movimento da alavanca de acionamento promove a geração de uma pressão

de aproximadamente (quarenta e cinco libras) constante.

Ao se estabelecer pressão constante no equipamento, este

procedimento de uso irá assegurar que em todo local de aplicação, o volume a

ser depositado será aproximadamente o mesmo, garantindo uma aplicação

uniforme e evitando perda de produto químico.

“O Pulverizador é uma máquina que, por meio de bombeamento, lança o

líquido sobre pressão ao exterior, passando por orifícios (bicos) que fracionam

em pequenas gotas que são distribuídas uniformemente sobre o alvo”

(RESENDE, 1998).

O conforto no uso do equipamento em relação ao operador é outro ponto

de análise, tendo em vista que o processo usual de utilização é de movimentar

a alavanca de acionamento de forma ininterrupta, aproximadamente um

movimento por segundo. Esse teste permite ao operador utilizar a máquina

através de dois movimentos a cada seis segundos, ou seja, 66% (sessenta e

seis por cento) a menos de esforço realizado pelo aplicador.

VA

O (

ML)

TEMPO - SEGUNDOS

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25

Através da análise ergonômica do trabalho, condições de

trabalho impostas, muitas vezes por ritmos são investigadas

sendo freqüentemente detectados trabalhos realizados em

posturas e ambientes ergonomicamente inadequados,

predispondo os trabalhadores a lesões (VIEIRA; KUMAR,

2004).

A avaliação do teste complementar de vazão com o PCA a partir do

acionamento da alavanca de forma ininterrupta foi de oitocentos e dez mililitros

por minuto, ou seja, duzentos e dez mililitros a mais que a vazão estipulada

para a ponta em questão, o que corresponde a um aumento de 35% (trinta e

cinco por cento), ocasionando perda de produto e desconforto para o operador

pelo excesso de acionamento da alavanca.

• Testes de visualização de pulverização com corante

A determinação visual de uma pulverização é fundamental para que se

possa verificar a eficácia de qualquer tipo de aplicação. O teste em questão

teve por objetivo promover a visualização de aplicação por meio da coloração

feita em água a partir de um corante apropriado.

O teste foi realizado com um PCA e com pontas (PRF e PLI):

1) Avaliação de aplicação em cartolina sobre o piso

Durante a aplicação em cartolina sobre o piso pode-se observar que

ambas as pontas de pulverização conseguiram preencher por completo o

espaço pré-determinado.

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26

Figura 19 – Pulverização em cartolinas sobre o piso com corante

Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)

2) Avaliação de aplicação em cartolina em canto de parede

Durante a aplicação em cartolina em canto de parede pode-se observar

que ambas as pontas de pulverização conseguiram preencher por completo o

espaço pré- determinado.

Figura 20 – Pulverização em cartolinas em canto de parede com corante

Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)

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27

3) Avaliação de aplicação estabelecendo faixa de sobreposição

Durante a aplicação em parede pode-se visualizar pulverização,

estabelecendo faixas de sobreposição, procedimentos esses, necessários para

corrigir a não uniformidade de aplicação, ou seja, quando uma faixa se

sobrepõe a outra para que não ocorra formação de faixas sem produto, regiões

que podem servir de local para pouso ou passagem de insetos, promovendo

assim um controle não satisfatório.

“A faixa total de aplicação é considerada um parâmetro básico do

planejamento operacional eficiente da aplicação da área, quando se procede a

sobreposição das faixas” (CUNHA; CARVALHO, 2005).

Figura 21 – Pulverização em parede estabelecendo faixa de sobreposição

Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)

• Teste de avaliação de tamanho e distribuição de got as em papel

hidro sensível

Para avaliar a qualidade de um processo de pulverização em

determinado controle, deve-se objetivar uma aplicação uniforme. O

procedimento utilizado nessa prática, foi o de observar dados referentes a

utilização de diferentes pontas de pulverização, bem como os provenientes a

partir da utilização de acessórios (reguladores de vazão que buscam a partir de

uma pressão fixa pré-determinada estabelecer uma vazão constante) que

busca maximizar a eficiência neste processo. O teste em questão comparou a

aplicação de uma PRF, uma PLI e uma PLI acompanhada por um RV.

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Gráfico 4 – Teste de avaliação de número de gotas por cm2

No Gráfico 4, o número de gotas por centímetro quadrado que obteve a

melhor uniformidade foi a PLI com RV, isso demonstra a importância de se

estabelecer uma pressão constante, o primeiro ponto de coleta comparado ao

quinto obteve pouca variação aproximadamente 3% (Três por cento), sendo

que a PLI sem RV obteve um desempenho satisfatório (variação entre o

primeiro o último ponto de coleta próximo aos 16 % (Dezesseis por cento)) e

por fim a PRF obteve uma variação de aproximadamente 30% (Trinta por

cento) entre o primeiro e o quinto ponto de coleta.

Distância de aplicação

Méd

ia d

o nú

mer

o de

got

as p

or c

m2

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29

0

20

40

60

80

100

120

140

160

1 metro 2 metros 3 metros 4 metros 5 metros

6167

7073

77

126129

132

141144

121 117 118 123120

PRF

Ponta Leque Plano Inox

Ponta Leque Plano Inox com Regulador de Vazão

Teste de avaliação da média de tamanho de gotas em micras por cm 2

Gráfico 5 – Teste da média do tamanho de gotas por cm2

No Gráfico 5, a média de tamanho de gotas em micras por centímetro

quadrado que obteve novamente a melhor uniformidade foi a PLI com RV. O

primeiro ponto de coleta comparado ao quinto obteve pouca variação

aproximadamente 1% (um por cento), sendo que a PLI sem RV obteve um

desempenho satisfatório (variação entre o primeiro o último ponto de coleta

próximo aos 12% (doze por cento)) e por fim a PRF obteve uma variação de

aproximadamente 21% (vinte e um por cento) entre o primeiro ponto de coleta

e o quinto.

Méd

ia d

o ta

man

ho d

e go

tas

em m

icra

s po

r cm

2

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30

Papel sensível

(Distância em

metros)

Número de

gotas

Média dos

tamanhos de

gotas (micras)

Maior gota

encontrada

Menor gota

encontrada

1 98 61 60 20

2 89 67 70 38

3 79 70 73 41

4 67 73 85 44

5 61 57 90 47

Tabela 3 – Teste de avaliação de tamanho e distribuição de gotas a partir de uma PRF

Papel sensível

(Distância em

metros)

Número de

gotas

Média dos

tamanhos de

gotas (micras)

Maior gota

encontrada

Menor gota

encontrada

1 57 126 147 102

2 56 129 151 104

3 53 132 152 108

4 51 141 160 110

5 48 144 166 113

Tabela 4 – Teste de avaliação de tamanho e distribuição de gotas a partir de uma PLI

Papel sensível

(Distância em

metros)

Número de

gotas

Média dos

tamanhos de

gotas (micras)

Maior gota

encontrada

Menor gota

encontrada

1 41 121 127 110

2 39 117 122 109

3 39 118 122 111

4 42 123 131 113

5 40 120 128 111

Tabela 5 – Teste de avaliação de tamanho e distribuição de gotas a partir de uma PLI com regulador de vazão

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• Teste de avaliação visual com Atomizador Costal Mot orizado (ACM)

em áreas urbanas

1) Parques e jardins

A avaliação de deposição de gotas por meio de um ACM em jardins teve

como objetivo visualizar o processo de atomização no controle de pragas

urbanas em ambientes considerados abertos, ou seja, que diferem de locais

fechados, sendo esses últimos os mais comuns em termos de controle de

insetos sinantópicos.

Esses equipamentos possuem a capacidade de produzir gotas de

tamanhos diferentes (atomização e nebulização), ou seja, para cada situação

orienta-se produzir gotas maiores ou menores.

Atomizar a pulverização em gotas menores irá aumentar a

cobertura do alvo, mas deve se considerar o potencial de

evaporação, de deriva, penetração no dossel e depósito das

partículas pulverizadas. Quanto menor a gota, maior o risco

de deriva (RIZARDI et al., 2003).

O processo de atomização esta relacionado à deposição de gotas em

determinado local, esperando que o inseto alvo possa entrar em contato com o

produto, promovendo assim o controle, já a nebulização consiste em uma

aplicação onde as gotas produzidas são consideradas de menor tamanho, com

o objetivo de se atingir os insetos adultos em vôo, esse processo também é

conhecido como ultra baixo volume (UBV).

Uma pulverização – tecnicamente a geração de uma neblina

(algumas vezes referidas como um aerosol) – é uma aplicação

de inseticida dispersado na forma de centenas de centenas de

milhões de pequenas gotas menores que 50 µm de diâmetro,

eficazes enquanto as gotas se mantêm suspensas no ar.

Nas pulverizações do espaço são empregadas principalmente,

na forma de névoas térmicas e névoas frias (SCIANI, 2010).

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Figura 22 e 23 – Deposição em Papel hidro sensível após aplicação com ACM

Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)

Figura 24 – Deposição em folha após aplicação com ACM

Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)

Após observar a deposição de gotas em papéis hidro sensíveis em

aplicação com ACM, percebeu-se uma boa cobertura nos diversos pontos da

árvore, promovendo bom controle por meio do processo de atomização. Como

a vazão estabelecida de um litro e meio por minuto é considera alta, irá

promover a geração de gotas maiores possuindo menor influência de deriva e

evaporação. As simulações em aplicação vertical e horizontal demonstram o

bom alcance realizado por esses equipamentos em controles de áreas

adensadas.

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33

2) Cemitérios

Promoveu-se teste de aplicação com ACM em controle de insetos

rasteiros em cemitérios, a vazão estabelecida foi de um litro e meio por minuto.

Percebeu-se que a cobertura realizada nos túmulos durante esse processo foi

satisfatória, tendo em vista a boa distribuição de gotas verificada nos papéis

hidro sensíveis.

Como a vazão estabelecida de um litro e meio por minuto é considerada

alta, promoverá a geração de gotas maiores possuindo menor influência de

evaporação, como trata-se de aplicar em túmulos expostos ao sol, o tamanho

de gotas maiores é fundamental para se obter um melhor efeito residual.

Em termos de análise de distância, identificou-se que nesse tipo de

controle o ideal é estar próximo do alvo para gerar uma melhor aplicação em

termos de residualidade.

Figura 25 – Deposição de gotas em papéis hidro sensíveis em túmulos

Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)

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34

7- CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Projeto de Avaliação de pontos críticos em equipamentos de controle

de pragas urbanas teve como objetivo identificar e buscar soluções para os

equipamentos de aplicação de produtos químicos em centros urbanos.

No desenvolvimento do projeto procurou-se descrever ações

mensuráveis que permitam utilizar os equipamentos de forma adequada e

eficiente.

Ao se avaliar os equipamentos observou-se a necessidade de

mencionar por meio de testes, procedimentos para maximizar o controle de

insetos rasteiros e alados a partir pontos considerados críticos, ou seja,

aqueles que dependem do conhecimento técnico por parte dos operadores

para melhorar qualquer tipo de aplicação.

A tecnologia de aplicação não se resume ao ato de aplicar o

produto, mas sim na interação entre vários fatores (praga,

doença, produto, equipamento e ambiente) buscando um

controle eficiente, com custo baixo e mínima contaminação

ambiental (VARGAS; GLEBER, 2005).

Os operadores precisam ampliar seus conhecimentos em relação à

tecnologia de aplicação, investir em capacitação técnica em relação ao uso de

máquinas, produtos químicos e equipamentos de proteção individual, esses

pontos são fundamentais para exercer o ofício de controlador com sucesso.

A falta de conhecimento referente aos principais equipamentos de

controle, sem dúvidas é um dos principais pontos que dificulta o alcance de um

bom controle, tendo em vista o desperdício de produto químico, o aumento de

contaminação do meio ambiente e uma aplicação tecnicamente irregular.

Assim sendo, os testes descritos nesse trabalho orientam para alguns

pontos fundamentais, como a importância de se estabelecer a pressão

constante em pulverizadores, bem como, o alcance atingido pelo produto nos

atomizadores.

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Os agentes de controle são protagonistas em relação à atividade de

combate a pragas urbanas, assim torna-se essencial a capacitação constante

de seus conceitos sobre a este tema.

Para Chaim (2009, p. 23):

A Tecnologia de aplicação de agrotóxicos atualmente

empregada é extremamente desperdiçadora e decorre da falta

de conhecimentos básicos sobre a multidisciplinaridade e o

funcionamento da cadeia dos processos envolvidos nessa

ciência aplicada. Soma-se a esse problema a falta de

treinamento dos agrônomos, dos agricultores e/ou de outros

profissionais ligados a fitossanidade. Uma maior eficiência da

aplicação requer seleção correta de equipamento, com bico de

pulverização que produza gotas adequadas de deposição de um

resíduo ótimo para o controle da praga; precauções com as

condições meteorológicas; identificação e conhecimento da

biologia do alvo da aplicação; e principalmente, adoção de uma

prática de manejo integrado do problema fitossanitário.

Os objetivos propostos foram alcançados pelos resultados

apresentados? Pode-se responder que sim, a partir dos testes realizados

coletou-se informações que permitem ampliar o conhecimento em termos de

conforto ao operador e procedimentos corretos de aplicação.

Os pulverizadores são equipamentos utilizados nos centros urbanos

para controle de insetos rasteiros, dentre eles se destacam aqueles

pertencentes à ordem blattodea, conhecidos popularmente como baratas,

sendo esses insetos responsáveis pela proliferação de diversas doenças.

Os blatódeos sinantrópicos podem atuar como vetores e também

como reservatórios de agentes patogênicos, determinando sua

importância na saúde pública. Insetos da ordem Blattodea são

cosmopolitas, com mais de quatro mil espécies conhecidas no

mundo, sendo apenas 1% associada ao homem. Possuem

hábito noturno, alimentação onívora e grande potencial

reprodutivo. Em Periplaneta americana, com relação às

condições de vetor e/ou reservatório de agentes patogênicos, já

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foram identificadas várias espécies de vírus, bactérias, fungos,

protozoários e pelo menos 12 espécies de helmintos (THYSSEN

et al. 2004).

Os atomizadores são utilizados nos centros urbanos principalmente para

controle de insetos alados, dentre eles, destacam-se aqueles pertencentes à

ordem díptera, conhecidos popularmente como mosquitos, sendo esses insetos

também responsáveis pela proliferação de diversas doenças.

“Com relação à importância médica citam-se que os mosquitos

sugadores de sangue, entre eles muitos pernilongos que podem transmitir

doenças como a malária, febre amarela, dengue, encefalite, etc” (GALLO et al.,

1988, p.60).

Os conhecimentos adquiridos possibilitarão um melhor controle de

insetos alados e rasteiros, colaborando assim, com a diminuição de doenças

vinculadas a essas pragas urbanas.

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