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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA - UniCEUB FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - FASA CURSO: ADMINISTRAÇÃO DISCIPLINA: MONOGRAFIA PROFESSOR ORIENTADOR: JOSÉ ANTÔNIO RODRIGUES DO NASCIMENTO MODALIDADE DE LICITAÇÃO PREGÃO CAROLINE SANTOS MACHADO MATRICULA Nº. 2043448/6 Brasília/DF, junho de 2005.

UniCEUB FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

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  • CENTRO UNIVERSITRIO DE BRASLIA - UniCEUB FACULDADE DE CINCIAS SOCIAIS APLICADAS - FASA CURSO: ADMINISTRAO DISCIPLINA: MONOGRAFIA PROFESSOR ORIENTADOR: JOS ANTNIO RODRIGUES DO NASCIMENTO

    MODALIDADE DE LICITAO PREGO

    CAROLINE SANTOS MACHADO MATRICULA N. 2043448/6

    Braslia/DF, junho de 2005.

  • CAROLINE SANTOS MACHADO

    MODALIDADE DE LICITAO PREGO

    Monografia apresentada como

    requisito para concluso do curso

    de bacharelado em Administrao

    do UniCEUB Centro

    Universitrio de Braslia.

    Professor Orientador: Jos

    Antnio Rodrigues do

    Nascimento

    Braslia/DF, junho de 2005.

  • CENTRO UNIVERSITRIO DE BRASLIA - UniCEUB FACULDADE DE CINCIAS SOCIAIS APLICADAS - FASA CURSO: ADMINISTRAO SUPERVISO DE MONOGRAFIA

    MODALIDADE DE LICITAO PREGO

    MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA

    MEMBROS DA BANCA

    ASSINATURA

    PROFESSOR ORIENTADOR: Jos Antonio Rodrigues do Nascimento

    PROFESSOR(A) CONVIDADO(A):

    PROFESSOR(A) CONVIDADO(A):

    MENO FINAL:

    Braslia/DF,.......... de ............................ de 2005.

  • A idia de estabelecer uma competio mais acirrada pelo menor preo em licitaes favorece a Administrao Pblica, os fornecedores e a sociedade, que pode exercer maior controle sobre as contrataes.

    (MOTTA, 2002)

  • Dedico ao meu noivo, Arthur, por me ensinar a enfrentar dificuldades com calma e sabedoria. A Deus, por me acompanhar em mais uma etapa de minha vida.

  • .

    Agradeo ao meu noivo, Arthur pelo total apoio e compreenso prestados nos momentos de dificuldades, e que assim como eu, batalhou muito concretizao deste trabalho. A meus pais e irm, Letcia, que apesar da distncia estiveram presentes me incentivando na concluso deste trabalho.

    Aos professores do Curso de Administrao de Empresas do UniCEUB, especialmente ao Prof. Jos Antnio Rodrigues do Nascimento, meus agradecimentos por terem exercido, com maestria, a difcil arte de ensinar.

  • SUMRIO

    1. INTRODUO..............................................................................................................01

    1.1 Delimitao doTema................................................................................................ 01

    1.2 Problema.................................................................................................................. 02

    1.3 Objetivos.................................................................................................................. 02

    1.3.1 Objetivo geral................................................................................................. 02

    1.3.2 Objetivos especficos...................................................................................... 03

    1.4 Justificativa........................................................................................................ 03

    2. METODOLOGIA.......................................................................................................... 04

    2.1 Mtodo de abordagem............................................................................................. 04

    2.2 Mtodo de Procedimento......................................................................................... 04

    2.3 Tcnicas de Pesquisa............................................................................................... 05

    2.4 Universo e amostra.................................................................................................. 05

    3. REFERENCIAL TERICO.........................................................................................06

    3.1 Licitao: Normas gerais, conceito e princpios...................................................... 06

    3.1.1 Conceito .............................................................................................. ............06

    3.1.2 Normas Gerais................................................................................................... 07

    3.1.3 Princpios aplicveis s Licitaes.................................................................... 08

    3.1.3.1 Legalidade.................................................................................................... 09

    3.1.3.2 Isonomia / Igualdade.................................................................................... 09

    3.1.3.3 Impessoalidade.............................................................................................09

    3.1.3.4 Moralidade................................................................................................... 09

    3.1.3.5 Publicidade................................................................................................... 09

    3.2 MODALIDADE DE LICITAO......................................................................... 10

    3.2.1 Concorrncia..................................................................................................... 12

    3.2.2 Tomada de Preo................................................................................................13

    3.2.3 Convite.............................................................................................................. 15

    3.2.4 Concurso........................................................................................................... 16

    3.2.5 Leilo................................................................................................................ 18

    3.2.6 Prego................................................................................................................ 19

    3.2.6.1 Prego Presencial e Eletrnico.....................................................................22

  • 3.3 DIFERENAS DO PREGO EM RELAO AS DEMAIS MODALIDADES.......................................................................................................... 23

    3.3.1 Inverso das fases de habilitao e anlise de condies Comerciais........................................................................................................ 24

    3.3.2 Possibilidade de ofertas verbais........................................................................ 24

    3.3.3 Responsabilidade pela conduo do certame.................................................... 25

    3.4 TIPOS DE LICITAO......................................................................................... 25

    3.4.1 Menor preo...................................................................................................... 26

    3.4.2 Melhor tcnica................................................................................................... 27

    3.4.3 Tcnica e preo................................................................................................. 29

    3.4.4 Maior lance e oferta.......................................................................................... 30

    4. APRESENTAO, ANLISE E RESULTADOS..................................................... 31

    4.1 Apresentao e Anlise dos dados........................................................................... 31

    4.2 Resultados .......................................................................................................... 52

    5. CONCLUSO................................................................................................................ 55

    6. BIBLIOGRAFIA........................................................................................................... 57

    7. APNDICES.................................................................................................................. 59

    7.1 Carta de apresentao.............................................................................................. 59

    7.2 Entrevista................................................................................................................. 60

  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    ANEEL Agncia Nacional de Energia Eltrica

    LLC Lei de Licitaes e Contrataes

    MAE Mercado Atacadista de Energia

    MME Ministrio de Minas e Energia

    TCU Tribunal de Contas da Unio

    TFR Tribunal Federal de Recursos

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 Tabela para Licitaes....................................................................................... 11

  • LISTA DE QUADROS

    Quadro 1 Modalidades de licitao que atendem necessidades de aquisio da

    ANEEL................................................................................................................................ 31

    Quadro 2 Critrios utilizados para a definio da modalidade de licitao a ser

    realizada............................................................................................................................... 32

    Quadro 3 Procedimento mais adotado para se contratar.................................................. 32

    Quadro 4 Razo(es) que leva(m) a ANEEL a determinar o Prego como a

    modalidade mais utilizada para as suas contrataes.......................................................... 32

    Quadro 5 Existe limite de valor, ou outro critrio de restrio, na modalidade

    de Prego............................................................................................................................. 33

    Quadro 6 Diferena(s) da modalidade de licitao Prego das demais modalidades....... 34

    Quadro 7 Os resultados da utilizao do Prego sobre as demais modalidades............... 34

    Quadro 8 Possibilidade de utilizar o tipo tcnica e preo no Prego................................ 35

    Quadro 9 Desvantagens do Prego sobre as demais modalidades de licitao................ 35

    Quadro 10 Crticas feitas ao Prego................................................................................. 36

    Quadro 11 Procedimentos para uma empresa participar de um Prego e

    obteno de informaes sobre os preges em andamento................................................. 36

    Quadro 12 Considera a Internet uma ferramenta importante para compras..................... 37

    Quadro 13 A ANEEL j utilizou o prego eletrnico para a aquisio de bens

    e servios comuns................................................................................................................ 37

    Quadro 14 Tendncia em realizar o prego eletrnico, facilitando os processos............. 37

    Quadro 15 Quais so as pessoas/funes que so envolvidas em um Prego.................. 38

    Quadro 16 Tempo mdio entre a publicao de um edital de prego e o fim do

    processo de compra........................... .................................................................................. 39

    Quadro 17 O Prego permite a contratao de um ou mais itens..................................... 39

    Quadro 18 Se o Prego for por itens e se para um deles todas as

    propostas forem desclassificadas possvel continuar a licitao.......................................39

    Quadro 19 Se uma proposta for desclassificada, o licitante que a ofertou

    pode participar dos lances verbais....................................................................................... 40

    Quadro 20 Os procedimentos realizados nas outras modalidades de licitao

    quanto fase de habilitao so similares aos utilizados no prego ................................... 40

    Quadro 21 Diferena em relao Lei n 8.666/93 quanto aos prazos para

    interposio de recursos no Prego......................................................................................41

  • Quadro 22 Procedimento adotado quanto todas as propostas forem desclassificadas..... 42

    Quadro 23 O Prego a forma mais transparente de se fazer aquisies/contrataes... 42

    Quadro 24 possvel fazer contratao mediante prego para bens e servios

    contemplados nos incisos I e II do artigo 24 da Lei n 8.666/93 (contratao direta

    em razo da dispensa em razo do valor)............................................................................ 43

    Quadro 25 Licitaes ocorridas na Aneel no ano de 2004 Modalidade/Objeto............ 43

    Quadro 26 Licitaes ocorridas na Aneel no ano de 2005 Modalidade/Objeto............ 50

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 Tabela para Licitaes....................................................................................... 11

  • RESUMO

    Este trabalho aborda o tema modalidade de licitao prego. Seu objetivo analisar o desempenho da utilizao da modalidade de licitao prego quando da aquisio de bens e da contratao de servios pela Administrao em relao s demais modalidades de licitao estabelecidas pela Lei 8.666/93 (concorrncia, tomada de preos, convite, concurso e leilo). No seu desenvolvimento foi utilizada a metodologia do estudo de caso, contando com o auxlio da pesquisa bibliogrfica, documental e de campo, a qual teve como instrumento a aplicao de um entrevista composta por 26 questes abertas, aplicada com a pregoeira da Agncia Nacional de Energia Eltrica (ANEEL). Como dar apoio s interpretaes e relaes propostas, preliminarmente empreendeu-se um amplo estudo na doutrina e legislao sobre Licitaes, aprofundando os conhecimentos sobre a matria e, em especfico sobre as modalidades de licitaes tradicionais, ou seja, constantes na Lei 8.666/93, bem como sobre a nova modalidade de licitao prego, criada pela Medida Provisria 2.026/00 e regulamentada pelo Decreto 3.555/00, acrescida na Lei 10.520, de 17 de julho de 2002, que converteu em lei a medida provisria que dispunha sobre o prego. Incluindo ainda comentrios sobre a inovao da tecnologia perante as contrataes, caracterizando o Prego Eletrnico, a forma de licitao que preferencialmente dever ser utilizada entre os rgos Pblico, considerado desnecessrio apenas com justificativas plausveis, conforme regulamentado no Decreto n. 5.450 de 31 de maio de 2005, entrando em vigor em 1 de julho de 2005. Todo estudo , de uma forma geral, tem por objetivo, mostrar os resultados do estudo bibliogrfico e de estudo de caso realizado, os quais apontaram que o prego presencial ou eletrnico como modalidade de licitao, tendncia irreversvel em compras pblicas pela celeridade do processo, eficincia, economicidade e desburocratizao do sistema. Palavras-chave: Licitao; Prego; demais modalidades; Administrao Pblica.

  • 1. INTRODUO

    Com a inteno de se obter um resultado eficiente no que diz respeito s contrataes

    realizadas pela Administrao Pblica, em especial, pela possibilidade a criao de novas

    condies de se ofertar bens e servios em prol na busca de reduo de valores, e prazos de

    realizao de suas aquisio, surge projetos apresentando melhorias em seus procedimentos,

    permitindo acirramento da competitividade entre interessados que pretendem assumir

    compromissos junto Administrao.

    Neste contexto, a Administrao faz uso de seus servidores, com a necessidade de

    colocar em prtica uma gama de procedimentos e normas institudos por leis, objetivando a

    realizao de firmar um relacionamento com as partes interessadas no oferecimento de tais

    compromissos, este trabalho estuda a modalidade de licitao prego, implantada no ano de

    2000, no mbito da Unio, para a aquisio de bens e servios comuns.

    Desta forma, definiu-se como problema a ser investigado neste trabalho - o uso da

    modalidade de licitao Prego -, o qual consiste em identificar se a sua aplicabilidade

    apresenta melhor desempenho em detrimento das demais modalidades previstas na Lei N.

    8.666/93.

    A modalidade de licitao prego um tema de atualidade e, situa-se como espcie do

    gnero licitao que corresponde a atividade exercida na grande maioria dos rgos e

    entidades da Administrao Pblica e dos setores administrativos dos Poderes Legislativo e

    Judicirio. A licitao, regida pela Lei 8.666, de 21 de junho de 1993, com as alteraes que

    lhe foram introduzidas pela Lei 8.883, de 08 de junho de 1994, enquanto meio para a

    efetivao de contrataes na Administrao Pblica, era prevista em cinco modalidades:

    concorrncia, tomada de preos, convite, concurso e leilo. Essas modalidades tradicionais se

    caracterizavam pela morosidade, maior probabilidade de erros e menor transparncia, alm de

    imporem licitao uma demora entre quatro a seis meses.

    Com a introduo do prego, entre as modalidades de compras praticadas pelas esferas

    da administrao pblica, inicialmente, no mbito da Unio, atravs da Medida Provisria

    2.026, de 04 de maio de 2000, regulamentada pelo Decreto 3.555/00, a licitao passou a ser

  • realizada em menor tempo, ganhando importncia modalidade prego, instituda no mbito

    da Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios pela Lei 10.520, de 17 de julho de 2002.

    Sendo cada vez mais aplicada pelos rgos e empresas do governo, uma modalidade de

    licitao que vem ganhando crescente importncia, principalmente quando disposto e

    regulamentada pelo Decreto 5.450 de 31 de maio de 2005 onde se vale da premissa que o

    prego deve passar a ser utilizado como modalidade obrigatria na aquisio de bens e

    servios comuns, de maneira que preferencialmente da sua utilizao na sua forma eletrnica.

    Diante desse contexto, busca-se aprimorar os conhecimentos investigando a modalidade

    de licitao prego, a qual vem se apresentando como a mais vantajosa, entre as modalidades

    existentes.

    Para melhor compreenso do leitor, estruturou-se o trabalho em quatro captulos, o

    primeiro contextualiza o estudo, apresentando o tema, o problema, os objetivos, a

    justificativa; o segundo apresenta a metodologia utilizada, com nfase no estudo de caso. O

    terceiro captulo detalha o referencial terico, abordando conceitos e informaes sobre o

    tema atravs da pesquisa bibliogrfica e documental, bem como da anlise das Leis n.

    8.666/93 e Lei n. 10.520. O quarto captulo apresenta os dados coletados, a anlise e os

    resultados obtidos, a partir do estudo empreendido. Por fim apresenta a concluso do trabalho,

    1.1 DELIMITAO DO TEMA

    Modalidade de licitao Prego.

    1.2 DEFINIO DO PROBLEMA

    A modalidade de licitao prego oferece melhor desempenho no processo de aquisio

    e bens e servios comuns no Setor Pblico?

    1.3 OBJETIVOS

    1.3.1 Objetivo geral

    Analisar o desempenho da utilizao da modalidade de licitao prego em detrimento

    s demais modalidades de licitao.

  • 1.3.2 Objetivos especficos

    Identificar e caracterizar as modalidades de licitao

    Investigar as vantagens e desvantagens das modalidades de licitao existentes.

    Comparar as vantagens do prego em relao s demais modalidades,

    1.4 JUSTIFICATIVA

    A realizao deste estudo encontra justificativa no fato do prego como modalidade de

    licitao vir ganhando importncia, sendo cada vez mais aplicada pelos rgos e empresas do

    governo. No entanto, a legislao especfica e uma cultura prpria de procedimentos exige do

    empresrio e administradores a habilidade e conhecimentos para realizar suas vendas neste

    ambiente. Observa-se que o prego tornou-se uma ferramenta importantssima para as

    aquisies e contrataes pblicas, fazendo-se necessrio aos prprios acadmicos de

    Administrao um conhecimento mais minucioso sobre essa inovadora modalidade de

    licitao denominada PREGO, para que conhecendo a matria saibam aplic-la.

  • 2. METODOLOGIA

    Diante da formulao do problema - A modalidade de licitao prego oferece melhor

    desempenho no processo de aquisio e bens e servios comuns no Setor Pblico? - Foram

    estabelecidos os procedimentos metodolgicos a seguir.

    2.1 MTODO DE ABORDAGEM

    O mtodo de abordagem utilizado no trabalho o dedutivo, isto parte dos elementos

    de significado mais abrangentes para os elementos de significado mais especfico, o qual tem

    o propsito de explicar o contedo das premissas analisando se os argumentos dedutivos esto

    corretos ou incorretos, bem como se as premissas sustentam de modo completo a concluso.

    Os principais argumentos dedutivos so os condicionais, ou seja, fatos que podem aparecer

    durante o processo caso ocorra algum problema. Desta forma, a pesquisa permite analisar a

    execuo do processo de licitao, detectar aspectos negativos e positivos que possam

    aparecer no seu processo, permitindo a concluso do estudo. (VIEGAS, 1999)

    2.2 MTODO DE PROCEDIMENTO

    O mtodo de procedimento o exploratrio, o qual, segundo LAKATOS (2003,P.183)

    visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torn-lo explcito.

    Envolve levantamento bibliogrfico; entrevistas com pessoas que tiveram experincias

    prticas com o problema pesquisado; anlise de exemplos que estimulem a compreenso.

    2.3. TCNICAS DE PESQUISA

    Com base no mtodo de procedimento, permite assumir como tcnica de pesquisa a

    Bibliogrficas e Estudos de Caso, sendo a primeira quando elaborada a partir de material j

    publicado, constitudo principalmente de livros, artigos de peridicos e atualmente com

    material disponibilizado na Internet, e tendo a segunda tcnica o envolvimento de um estudo

  • de profundo e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que se permita o seu amplo e

    detalhado conhecimento sobre o tema a ser trabalhado.

    2.4 UNIVERSO E AMOSTRA

    O universo constitudo a Agncia Nacional de Energia Eltrica ANEEL localizada

    no Distrito Federal, e como amostra a Pregoeira responsvel pelo processo de aquisio de

    bens e servios comuns na modalidade prego, contribuindo ao estudo de caso. Ambos

    escolhidos pelo fato de se mostrar dentro de um ambiente oportuno pesquisa em questo,

    voltada para a contratao de materiais Administrao Pblica.

  • 3. REFERENCIAL TERICO

    Tendo em vista que a inteno deste estudo analisar o desempenho da utilizao da

    modalidade de licitao prego em relao s demais modalidades de licitao previstas na

    legislao pertinente (concorrncia, tomada de preos, convite, concurso, leilo), faz-se

    necessrio a elaborao deste referencial de apoio s interpretaes e relaes propostas.

    Nesta direo, torna-se necessrio conceituar licitao, identificar e caracterizar as

    modalidades de licitao, suas vantagens e desvantagens, dentre outros elementos, criando

    subsdios para num segundo momento analisar o desempenho da modalidade de licitao

    prego, no confronto com outras modalidades de licitao previstas em Lei.

    3.1 LICITAO: NORMAS GERAIS, CONCEITO E PRINCIPIOS

    3.1.1 Conceito

    Licitao um procedimento administrativo formal, que vincula Administrao

    Pblica queles que com ela contratam. A literatura sobre o tema evidencia que este

    procedimento a melhor forma encontrada pelo Estado brasileiro para incutir no

    administrador pblico, a seriedade com que deve ser tratado o dinheiro pblico. Seguindo esta

    linha de pensamento, diversos autores formularam conceituaes do que este procedimento

    administrativo. (BRASIL,2003)

    A contribuio de Maral Justen Filho conceituando licitao, segue-se:

    Para realizar suas funes, a Administrao Pblica recorre frequentemente colaborao de terceiros. Vale-se dos servios e dos bens de particulares para melhor cumprir suas finalidades. O recurso da Administrao s atividades e aos bens privados manifesta-se sob modalidades diversas, que vo desde a desapropriao de bens particulares at a alienao de bens pblicos. Uma das formas de atuao conjugada do Estado com o particular o contrato administrativo. (JUSTEM FILHO, 2002;11)

  • Na conceituao de Carvalho Filho, licitao :

    [...] o procedimento administrativo vinculado por meio do qual os entes da Administrao Pblica e aqueles por ela controlados selecionam a melhor proposta entre as oferecidas pelos vrios interessados, com dois objetivos a celebrao de contrato, ou a obteno do melhor trabalho tcnico, artstico ou cientfico. (CARVALHO FILHO, 2001, p. 188).

    A Lei 8.666/93, em seu art. 3, tambm tratou de conceituar licitao, em conformidade

    com os conceitos doutrinrios j vistos, nos seguintes termos:

    Art. 3. A licitao destina-se a garantir a observncia do princpio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administrao e ser processada e julgada em estrita conformidade com os princpios bsicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculao ao instrumento convocatrio, do julgamento objetivo e dos que lhes so correlatos. ( 1 do Art.3 da Lei 8.666/93).

    Com base nessas explanaes, entende-se que licitao trata-se de um conjunto de atos

    administrativos, praticados pela administrao Pblica, no intuito de efetivar os

    procedimentos voltados para a realizao de certame pblico, com o objetivo principal a

    obteno de ofertas de terceiros interessados em celebrar um elo de relacionamento - fornecer

    um bem ou prestar um servio pretendido pelo agente pblico, permitindo assim,

    Administrao a escolha, para fins de contratao, da proposta mais vantajosa, sempre

    colocando em condies de igualdade os candidatos que queiram participar do certame.

    3.1.2 Normas Gerais

    Segundo PEIXOTO (2001, p. 1), a competncia para legislar sobre licitao assiste s

    quatro ordens de pessoas jurdicas de capacidade poltica (Unio, Estados, Distrito Federal e

    Municpios), competindo Unio a edio de normas gerais sobre o assunto.

    As licitaes pblicas so regidas pela Lei 8.666, de 21 de junho de 1993. No espao de

    um ano, essa lei sofreu diversas alteraes introduzidas por diversas Medidas Provisrias, o

    que importou na edio da Lei 8.883, publicada no D. O. U. de 09 de junho de 1994. Essas

  • normas gerais tratam sobre licitaes e contratos administrativos referentes a obras, prestao

    de servios, fornecimento de bens para atendimento de necessidades pblicas inclusive de

    publicidade, compras, alienaes e locaes no mbito dos Poderes da Unio, dos Estados, do

    Distrito Federal e dos Municpios. (Lei N. 8.666/93)

    Segundo ZAGO (1998), a Constituio Federal de 1988 denominou a licitao entre

    princpios onde se mostram com cunho de obrigao frente Administrao Pblica direta,

    fundacional ou direta, sendo qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal

    e dos Municpios, conforme dispe o art. 37, XXI.

    Ressalvados os casos especificados na legislao, as obras, servios, compras e alienaes sero contratados mediante processo de licitao pblica, que assegure igualdade de condies a todos os concorrentes, com clusulas que estabeleam obrigaes de pagamento, mantidas as condies efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitir as exigncias de qualificao indispensveis garantia do cumprimento da obrigao. (CF/88).

    De acordo com AFONSO DA SILVA (1997, p. 573), licitao um princpio

    instrumental de realizao dos princpios da moralidade administrativa e do tratamento

    isonmico dos eventuais contratantes com o Poder Pblico.

    Assim sendo, o ato de licitar todo como um princpio, com exceo de restries legais

    como oferecimento, investigao e estabelecimento da disputa sobre suas aquisies ou

    vendas, constituindo assim crime o descumprimento observao deste princpio e das

    possveis hipteses previstas em lei, conforme previsto nos artigos 89 e 90 da Lei 8.666/93

    (ZAGO, 1998).

    Diante do exposto, percebe-se que a licitao como instituto especial de Direito

    Administrativo, consiste no processo administrativo de preparao da vontade de contratar

    obras, servios e compras e como tal possui normas gerais de execuo semelhante em toda a

    federao, dentre essas normas, existem princpios a serem seguidos.

    3.1.3 Princpios aplicveis s licitaes

    Para alcanar o estado ideal, ou seja, a melhor contratao, a realizao de prvia

    licitao e a escolha da modalidade correspondente so condutas desejveis, tendo como

    sinalizao os princpios constitucionais previstos no caput do art. 37, que assim dispe:

  • Art. 37. A administrao pblica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do distrito Federal e dos Municpios obedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade e eficincia. (art. 37. inc.II da lei n. 8.666/93).

    Em face ao artigo mencionado acima, faz-se oportuno mencionar alguns dos princpios

    bsicos que norteiam os procedimentos licitatrios:

    3.1.3.1 Legalidade

    Nos procedimentos de licitao, vincula esse princpio os licitantes e a Administrao

    Pblica s regras previamente estabelecidas nas normas e princpios em vigor. (BRASIL,

    2003)

    3.1.3.2 Isonomia / Igualdade

    Esse princpio significa oferecer igual tratamento a todos os interessados em participar

    da licitao, sendo condio essencial garantia da competio em todas as suas fases.

    (BRASIL, 2003)

    3.1.3.3 Impessoalidade

    Princpio esse que vincula a Administrao, nas suas decises, analisar critrios pr-

    estabelecidos, afastando qualquer interesse pessoal do agente em detrimento do interesse

    pblico. (BRASIL, 2003)

    3.1.3.4 Moralidade

    Refere-se conduta dos licitantes e do agente pblico, que alm de lcita, deve ser

    compatvel com a tica e moral, ou seja, bons costumes e regras de uma boa administrao.

    (BRASIL, 2003)

    3.1.3.5 Publicidade

    Diz respeito divulgao dos atos praticados pelo agente pblico, a qual deve permitir o

    acesso e conhecimento da informao por parte dos interessados s licitaes. (BRASIL,

    2003)

    Alm desse artigo e seu inciso XXI, mencionado anteriormente, que determina que as

    contrataes da Administrao Pblica sejam realizadas mediante prvia licitao, afirma-se

  • na prtica a necessria escolha da correta modalidade de licitao a ser aplicada em cada caso.

    Nesse caminho, ser apresentada cada uma dessas modalidades, a seguir.

    3.2 MODALIDADES DE LICITAO

    A partir da anlise da licitao enquanto meio para a efetivao de contrataes na

    Administrao Pblica, procede-se nesta seo, a um detalhamento acerca das diversas

    modalidades de licitao.

    Para a efetivao da licitao, vrios critrios foram definidos por lei, destacando-se o

    tipo de contratao a ser adotado pela Administrao Pblica e o seu valor. Em vista disso, o

    administrador deve escolher entre as modalidades de licitao existentes, a que melhor atende

    ao seu interesse e necessidade.

    Pelo art. 22 da Lei 8.666/93, existem cinco modalidades de licitao, conforme

    expresso:

    Art. 22 So modalidades de licitao: I concorrncia; II tomada de preos; III convite; IV concurso; V leilo (art. 22 da LEI N. 8.666/93)

    A essas cinco modalidades de licitao, foi agregada pela Lei 10.520, de 17 de julho de

    2002, uma sexta modalidade, que o prego. Portanto, o administrador deve escolher a

    melhor modalidade dentre as seis modalidades de licitao citadas. (LEI N. 10.520/02)

    De conformidade com o evidenciado anteriormente, as modalidades de licitao so

    somente aquelas previstas em lei, como prev o 8, do art. 22, da Lei 8.666/93. Portanto, so

    estudadas aqui as seis espcies de modalidades de licitao admitidas no Direito brasileiro, ou

    seja, as modalidades criadas pela Lei 8.666/93: concorrncia, tomada de preos, convite,

    concurso e leilo. E a modalidade de licitao prego, criada pela Lei 10.520/2002.

  • Para um melhor entendimento, segue de acordo com a Lei Federal 8.666/93, 8.883/94 e

    9.648/98, a tabela para licitaes, com vigncia a partir de 28 de maio de 1998 para leitor se

    familiarizar com o que se ser descrito no captulo a seguir:

    TABELA 1 Tabela para licitaes

    LIMITE PARA COMPRAS E SERVIOS

    LIMITE PARA OBRAS E SERVIOS DE ENGENHARIA

    DISPENSVEL At R$ 8.000,00 At R$ 15.000,00 CONVITE at R$ 80.000,00 at R$ 150.000,00 TOMADA DE PREOS

    at R$ 650.000,00 at R$ 1.500.000,00

    CONCORRNCIA Acima de R$ 650.000,00 acima de R$ 1.500.000,00 PREGO Bens e servios de uso

    comum No tm limite No pode

    MODALIDADE

    PRAZO PARA PUBLICIDADE

    CONVOCAO

    CONVITE

    05 dias teis

    POR ESCRITO, sob recibo, aos escolhidos pela Administrao (mnimo de trs). Afixar cpia do Convite no Quadro prprio de Editais.

    TOMADA DE PREOS

    15 dias corridos

    AFIXAO DO EDITAL, em local acessvel, PUBLICAO EM RGO OFICIAL e na imprensa diria, conforme Art. 21, inciso I, II e III, no mnimo por uma vez, de aviso resumido de abertura e indicao do local para obter o edital e informaes.

    CONCORRNCIA

    30 dias corridos

    AFIXAO DO EDITAL em local acessvel, PUBLICAO EM RGO OFICIAL e na imprensa diria, conforme Art. 21, inciso I, II e III, no mnimo por uma vez, de aviso resumido de abertura e indicao do local para obter o edital e informaes.

    PREGO

    8 dias teis

    No pode, no bem ou servio comum, conforme Lei 10.520/02, e

    regulamento federal. Fonte: Adaptado da Lei N. 8.66/93 e Lei N. 10.520/02)

  • 3.2.1 Concorrncia

    De acordo com o art. 22, 1 da Lei 8.666/93:

    Concorrncia a modalidade de licitao entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitao preliminar, comprovem possuir os requisitos mnimos de qualificao exigidos no edital para execuo de seu objeto (art. 22, 1 da Lei 8.666/93).

    Segundo PEREIRA JUNIOR (2002, p. 236), a inexistncia de requisito para participar

    no dispensa o interessado de comprovar, na fase de habilitao preliminar, o atendimento s

    exigncias de qualificao escritas no edital.

    De acordo com o art. 23, da Lei 8.666/93 a concorrncia ser determinada em funo

    dos seguintes limites: inciso I para obras e servios de engenharia (Redao dada pela Lei

    9.648/98): valor acima de R$ 1.500.000,00; II para compras e servios no referidos no

    inciso anterior: valor acima de 650.000,00. (art. 23 da Lei n. 8.666/93). Entretanto,

    independente do valor a ser contratado, previsto na lei que esta modalidade seja adotada

    para a aquisio de compra de bens imveis, alienaes de bens imveis para os quais a

    modalidade leilo no se tenha sido adotada, concesses de direito de uso real, servio ou

    obra pblica e licitaes internacionais.

    O edital de concorrncia deve ser publicado com, no mnimo, trinta dias teis de

    intervalo entre a publicao e o recebimento das propostas. Se o contrato for por empreitada

    integral ou for estabelecida de acordo com os tipos, como os de menor preo, tcnica e preo

    e melhor tcnica, esse intervalo mnimo estendido para quarenta e cinco dias (BRASIL,

    2003).

    Outras caractersticas da concorrncia extradas da Lei 8.666/93:

    a) A concorrncia a modalidade de licitao de maior complexidade, estando em regra

    destinada quelas contrataes de valor mais elevado;

    b) Participao universal: devido possibilidade de participao de qualquer interessado

    que comprove sua qualificao em fase preliminar;

  • c) Ampla publicidade: a abertura da concorrncia necessita ser amplamente divulgada,

    para que eventuais interessados em contratar tomem cincia do procedimento e estejam aptos

    e qualificados a apresentarem suas propostas; a lei tambm exige que em se tratando de

    concorrncia, se publique o aviso contendo o resumo do edital no mnimo uma vez, no

    D.O.U, quando entidade da Administrao federal ou financiada por recursos federais; no

    Dirio Oficial do Estado, quando se tratar de licitao por entidade ou rgo da

    Administrao estadual ou da Administrao municipal, como exceo neste ltimo caso,

    quando a publicao possa ser feita em publicao oficial do prprio municpio; em jornal

    dirio de grande circulao do Estado, qualquer que seja a entidade licitante;

    d) Habilitao preliminar: fase da concorrncia destinada comprovao da plena

    qualificao dos interessados para execuo de seu objeto, em conformidade com as

    condies especificadas no edital. por isso que na forma do art. 27 da Lei 8.666/93, nessa

    fase, quando se verifica a idoneidade dos concorrentes, somente so exigidos os documentos

    que comprovem a habilitao jurdica, a qualificao tcnica, a qualificao econmico-

    financeira e a regularidade fiscal.

    e) quando cabvel o convite, a juzo da Administrao.

    3.2.2 Tomada de preos

    Definida no art. 22, 2 da Lei 8.666/93, a modalidade de licitao tomada de preos

    caracteriza-se por ser:

    [...] a modalidade de licitao realizada entre interessados previamente cadastrados ou que atenderem a todas as condies exigidas para cadastramento at o terceiro dia anterior data do recebimento das propostas, observada a necessria qualificao. (art. 22, 2 da Lei 8.666/93)

    A tomada de preos uma modalidade de complexidade mdia, sendo assim, em base

    de regra, destinada quelas contrataes de valor mdio, com larga publicidade e participao

    de interessados previamente cadastrados ou que atendam s condies exigidas para cadastro

    no prazo legal, desde que observada a necessria qualificao. (MELLO, 2002).

    Nesse sentido, tambm menciona, o autor PEREIRA JUNIOR, que a Lei 8.666/93

    inovou na definio desta modalidade ao admitir a permisso da participao dos

    interessados que, embora no cadastrados, venham a atender todas as condies exigidas

  • para cadastramento at o terceiro dia anterior data do recebimento das propostas, observada

    a necessria qualificao PEREIRA JUNIOR (2002, p. 237).

    Esta modalidade de licitao em consonncia com o art. 23, da Lei 8.666/93 ser

    determinada em funo dos seguintes limites: inc. I para obras e servios de engenharia:

    at R$ 1.500.000,00 (Redao dada pela Lei 9.648/98) ; II para compras e servios no

    referidos no inciso anterior: at R$ 650.000,00 (Redao dada pela Lei 9.648/98) . (art. 23,

    da Lei 8.666/93)

    Da anlise da Lei 8.666/93 e alteraes introduzidas pelas Leis 8.883/94 e 9.648/98, so

    extradas ainda as seguintes caractersticas da tomada de preos:

    a) Ampla publicidade: nessa modalidade, a publicidade quase to ampla/larga quanto

    na concorrncia, diferenciada apenas quanto aos prazos de publicao do edital que so de 30

    dias teis para a tomada de preos, para a licitao do tipo melhor tcnica ou tcnica e preo,

    e 15 dias, para os demais casos. Confirmando entendimento da lei n. 8.666/93, ZAGO (1998)

    esclarece que a tomada de preos dever correr um prazo de quinze dias, no mnimo, entre a

    publicao e a data fixada para o recebimento das propostas. Entretanto, caso o contrato seja

    julgado pelos critrios de melhor tcnica ou de tcnica e preo, o prazo ser de, pelo menos,

    trinta dias, sendo a contagem feita da mesma forma que na concorrncia.

    b) Habilitao preliminar simplificada: nessa modalidade a fase de habilitao mais

    simples, podendo se limitar a conferncia dos certificados de registro cadastral atualizados,

    exceto quando interessados no cadastrados se mostrarem dispostos a participar, ou se a

    complexidade do objeto necessitar a comprovao da qualificao, at ento no exigida no

    cadastro geral. Caso ocorra esta situao, as unidades administrativas podem pesquisar em

    registros cadastrais de outros rgos ou entidades de Ordem Pblica.

    c) Vale mencionar que pode ser usada essa modalidade para licitaes internacionais.

    Nesse caminho, ZAGO (1998, p. 21) refere: Admite-se a tomada de preos nas licitaes

    internacionais, quando o rgo ou entidade licitante possuir cadastro internacional de

    fornecedores.

    d) quando cabvel o convite, a juzo da Administrao.

  • 3.2.3 Convite

    Da leitura do art. 22, 3 da Lei 8.666/93, tem-se que:

    Convite a modalidade de licitao entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou no, escolhidos e convidados em nmero mnimo de 3 (trs) pela unidade administrativa, a qual afixar, em local apropriado, cpia do instrumento convocatrio e o estender aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedncia de at 24 (vinte e quatro) horas da apresentao das propostas. (art. 22, 3 da Lei 8.666/93).

    De acordo com o texto do art. 23, nessa modalidade as licitaes sero determinadas em

    funo dos seguintes limites: inc. I para obras e servios de engenharia: at R$ 150.000,00;

    II para compras e servios no referidos no inciso anterior: at R$ 80.000,00 (cfe. Redao

    dada pela Lei 9.648/98). (art. 23 da Lei n. 8.666/93).

    Entre as caractersticas bsicas do convite, delineadas a partir da Lei 8.666/93 e suas

    alteraes esto:

    a) Participao entre interessados convidados: significa nessa modalidade que o rgo

    Pblico tem a faculdade de convidar no mnimo 3 interessados especialistas do ramo referente

    ao objeto a ser licitado, com suas propostas vlidas no sendo suficiente a obteno de trs

    propostas sendo uma invlida. Os convidados podem cadastrados ou no. Deve afixar em

    local apropriado cpia do instrumento convocatrio, estendendo a todos demais cadastrados

    interessados na licitao, com um prazo de at 24 horas antes da apresentao das propostas.

    Para evitar favorecimentos indevidos, determinado que se existe na praa mais de 3

    possveis licitantes interessados, a cada novo convite para o mesmo objeto ou semelhante, a

    obrigatoriedade, o convite para no mnimo mais um interessado.

    b) Publicidade dirigida: o convite entre as modalidades a nica que dispensa

    publicao na imprensa, sendo a de menor complexidade em sua contratao (PEREIRA

    JNIOR, 2002). A publicidade feita de duas formas: a) pela carta-convite, dirigida a no

    mnimo 3 interessados; b) pela fixao, em local apropriado, que ser estendido aos demais

    cadastrados. O prazo mnimo entre a publicidade e o recebimento das propostas de 5 dias

    teis.

    c) Habilitao preliminar simplificada: neste caso, a habilitao ainda mais

    simplificada do que na tomada de preos, em virtude de os participantes serem convidados,

  • sendo a habilitao j conhecida pela Administrao. Neste caso, segundo JUSTEM FILHO

    (2000, p. 201), este dever estar cadastrado na especialidade correspondente ao objeto da

    licitao. Este autor ainda afirma que se um terceiro participante que no requereu inscrio

    no cadastro, conclui-se este no possuir interesse por licitaes de pequeno valor.

    Vale mencionar que a lei acolhe a possibilidade de dar continuidade licitao mesmo

    que a ela acorram menos de trs convidados, pois a quantidade de interessados no condio

    essencial da repetio do convite. Alm disso, a lei admite o convite nas licitaes

    internacionais, caso inexista fornecedor no pas. (ZAGO, 1998).

    3.2.4 Concurso

    O concurso segundo o art. 22, 4 da Lei 8.666/93, assim conceituado:

    [...] a modalidade de licitao entre quaisquer interessados para escolha de trabalho tcnico, cientfico ou artstico, mediante a instituio de prmio ou remunerao aos vencedores, segundo critrios constantes de edital publicado na imprensa oficial, com antecedncia mnima de 45 (quarenta e cinco) dias. (art. 22, 4 da Lei 8.666/93).

    O concurso a modalidade que mais se utiliza para a obteno de cargo de professor

    universitrio ou para o desenvolvimento de projetos. (ZAGO,1998). O que significa a

    inteno por parte da Administrao no que tange o interesse na seleo de pessoal ou

    trabalhos tcnicos ou artsticos, para atender uma necessidade do momento. (Justen Filho,

    2000), O concurso no uma modalidade comum de licitao, onde a execuo da prestao

    por terceiro faz-se aps a licitao. No concurso, os interessados apresentam o resultado de

    seu esforo e o submetem anlise da Administrao (JUSTEN FILHO, 2000, p. 206).

    De acordo com ZAGO (1998, p. 25), em se tratando de contratos para prestao de

    servios tcnicos especializados devero, ser celebrados mediante a realizao de concurso,

    com estipulao prvia de prmio ou remunerao.

    Caso o concurso siga as exigncias contidas na Lei 8.666/93, ter regulamento prprio,

    conforme expressam os dispositivos, in verbis:

  • Art. 51. A habilitao preliminar, a inscrio em registro cadastral, a sua alterao ou cancelamento, e as propostas sero processadas e julgadas por comisso permanente ou especial de, no mnimo, 3 (trs) membros, sendo pelo menos 2 (dois) deles servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos rgos da Administrao responsveis pela licitao. (art. 51 da Lei n. 8.666/93) [...] 4 A investidura dos membros das Comisses permanentes no exceder a 1 (um) ano, vedada a reconduo da totalidade de seus membros para a mesma comisso no perodo subseqente. (art. 51, 4 da Lei n. 8.666/93) [...] Art. 52. O concurso a que se refere o 4o do art. 22 desta Lei deve ser precedido de regulamento prprio, a ser obtido pelos interessados no local indicado no edital. (art. 52 da Lei n. 8.666/93).

    Vale ainda lembrar que, em se tratando de projeto, o vencedor dever autorizar a

    Administrao a execut-lo quando julgar conveniente (JUSTEN FILHO, 2000, p.208).

    Em virtude de ser uma modalidade especial de licitao, com base na Lei 8.666/93,

    possvel identificar no concurso as caractersticas:

    a) Participao universal: no concurso como na concorrncia, a participao de

    interessados com qualificao em conformidade com o objeto no vedada a ningum, sendo

    que a qualificao exigida deve ser mencionada no edital.

    b) Ampla publicidade: como na concorrncia, a publicidade no concurso deve ser

    bastante ampla, e a publicao do edital deve ocorrer com no mnimo 45 dias de antecedncia

    ao recebimento das propostas.

    Essas caractersticas confirmam o seguinte perfil do concurso:

    - ausncia de pr-requisito para o interessado participar da licitao; - exigncia de habilitao especfica (v. art. 52, 1, I); - objeto vinculado escolha de trabalho tcnico, cientfico ou artstico, mediante prmio ou remunerao; - convocao mediante edital, com prazo mnimo de 45 dias (art. 21, 2, I, a); - processo e julgamento segundo rito especial (art. 51, 5, e 52, III) (PEREIRA JNIOR, 2002, p. 245-246).

    Por fim, lembra-se que o concurso modalidade de licitao bastante utilizada para a

    escolha de projetos arquitetnicos para a construo de prdios pblicos, como teatros, sedes

    de instituies, etc.

  • 3.2.5 Leilo

    O leilo, referido por JUSTEN FILHO (2000, p. 207) como um procedimento

    tradicional dentro do direito comercial e processual est assim definido:

    [...] a modalidade de licitao entre quaisquer interessados para a venda de bens mveis inservveis para a administrao ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienao de bens imveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliao. (Redao dada pela Lei n. 8.883, de 1994). art. 22, 5, da Lei 8.666/93).

    Os bens imveis so bens, cuja aquisio tenha sido derivada de procedimentos judiciais

    ou de doao em pagamento, os quais podero ser alienados por ato da autoridade

    competente, observadas as regras tais como a avaliao dos bens alienveis; comprovao da

    necessidade ou utilidade da alienao; e adoo do procedimento licitatrio, sob a modalidade

    de concorrncia ou leilo (LEI N. 8.666/93).

    O prazo mnimo desde a publicao do edital do leilo at a data de sua ocorrncia de

    15 dias (art. 21, 2, III). Na data preestabelecida para o leilo, os interessados comparecem,

    formulando verbalmente suas propostas (JUSTEN FILHO, 2000, p. 207).

    So caractersticas do leilo, em consonncia com a Lei 8.666/93:

    a) Participao universal: no existe vedao frente participao de interessados que

    dispuserem de condies de suportar lance igual ou superior ao valor da avaliao do bem;

    b) Ampla publicidade: a publicidade deve ser bastante ampla, semelhante

    concorrncia, sendo que a sua publicao no edital deve obedecer ao mnimo 15 dias de

    antecedncia do recebimento das propostas;

    c) Desnecessidade de habilitao preliminar: no leilo, como no convite, existem

    situaes de dispensa dos documentos analisados qualificao, exceto existncia prova de

    regularidade fiscal junto seguridade social.

    No leilo, o procedimento segue-se de lances sucessivos dos interessados, iguais ou

    superiores avaliao inicial, ficando o proponente vinculado maior oferta, sendo esta

  • sempre a ltima a ocorrer. Portanto, aqui, com base em comentrios de conhecedores do

    assunto:

    [...] vale o melhor preo, sendo desnecessria a fase de habilitao destinada a investigar alguma peculiaridade do interessado, quando muito, a Administrao pode exigir a comprovao de que o interessado dispe de condies econmicas para honrar suas propostas. (JUSTEN FILHO, 2000, p. 207).

    d) Cabimento do leilo:

    [...] na venda de bens mveis inservveis para a Administrao, ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para alienao de bens imveis, cuja aquisio haja derivado de procedimento judicial ou dao em pagamento, na venda de bens mveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia no superior a R$ 650.000,00 combinado com o art. 23, inc. II, alnea b, caso em que a Administrao tambm poder optar por concorrncia, na privatizao de empresas enquadradas no Plano Nacional de Desestatizao, com concesso de servio pblico ou no, sendo este um leilo com regras especficas [...] (BRASIL, 2003, p.32).

    Sobressai desse estudo o seguinte perfil do leilo:

    ausncia de pr-requisito para o interessado participar da licitao; exigncia de lance em valor igual ou superior ao da avaliao do bem; objeto vinculado venda de bens mveis inservveis para a Administrao, de produtos apreendidos ou penhorados, ou de imveis na situao do art. 19; convocao mediante edital, com prazo mnimo de quinze dias (art. 21, 2, III); realizao segundo legislao pertinente (art. 53 Dec.-Lei 37/66 e Decretos 21.981/32, 22.427/33 e 2.089/63 (PEREIRA JNIOR, 2002, p. 246).

    A ttulo de comentrio do autor, lembra-se que a expresso bens mveis inservveis,

    no contexto do leilo deve-se entender que por suas qualidades intrnsecas, o bem no rene

    mais condies materiais de servir (PEREIRA JUNIOR, 2002, p.246).

    3.2.6 Prego

    Frente estes novos projetos e inovaes nasceram as regras de disputa previstas na

    Medida Provisria 2.026, de 04 de maio de 2000, regulamentada pelo Decreto n. 3.555/2000.

  • A partir de ento, a nfase abordada pelo novo processo de competitividade passou a ser

    a obteno de melhores preos e condies, considera a vencedora do certame o interessado

    que conseguir apresentar a melhor oferta, tornando-se apta a executar o futuro contrato, com o

    cumprimento de suas obrigaes, precisamente estabelecidas.

    A modalidade de disputa de fornecedores e prestadores de servios assim chamada

    Prego foi convertida na Lei n. 10.520. Assim, a esta modalidade criaram-se novos

    procedimentos para as contrataes de bens e servios pela Administrao Pblica..

    Nesse sentido, cabe destacar os conceitos de prego, em especial da rea de licitaes

    pblicas, onde a modalidade definida como sendo:

    [...] o procedimento administrativo por meio do qual a Administrao Pblica, garantindo a isonomia, seleciona fornecedor ou prestador de servio, visando execuo de objeto comum no mercado, permitindo aos licitantes, em sesso pblica, reduzir o valor da proposta por meio de lances verbais e sucessivos. (FERNANDEZ 2003 ,p419)

    Prego a nova modalidade de licitao, introduzida pela Medida Provisria 2.026, de 4

    de maio de 2000, convertida na Lei 10.520, de 17 de julho de 2002 (JUSTEN FILHO, 2004).

    O prego assim definido:

    a modalidade de licitao em que a disputa pelo fornecimento de bens ou servios feita em sesso pblica. Os licitantes apresentam suas propostas de preo por escrito e por lances verbais, independentemente do valor estimado da contratao (BRASIL, 2003, p.25).

    Hoje, entre os rgos pblicos, o prego a modalidade que vem ganhando importncia

    e aplicao, sendo a mais praticada na esfera da administrao pblica, em virtude a seus

    processos simplificados, podendo concluir a licitao em um dia apenas, diferenciando-se das

    demais pela sua estruturao procedimental, a forma de elaborao de propostas e o universo

    de possveis participantes, sendo por isso inconfundvel com as modalidades licitatrias

    constantes da Lei 8.666/93 (JUSTEN FILHO, 2004).

    relevante mencionar que uma das caractersticas do prego est represente leilo, ou

    seja, o vencedor conhecido por meio de propostas e lances em sesso pblica (art. 2, Lei

    10.520/02). Este no o nico ponto peculiar, outros ngulos merecem destaque. Segundo

  • Justen Filho (2004), tem-se inicialmente na estrutura procedimental do prego, com duas

    caractersticas: a inverso das fases de habilitao e julgamento; e a possibilidade de

    renovao de lances pelos participantes em parte ou em geral, chegando-se proposta mais

    vantajosa. Em segundo lugar, o prego permite a apresentao de propostas por escrito,

    permitindo logo em seguida de novas propostas atravs dos lances, na forma verbal ou via

    eletrnica (art. 3, 1, Dec. 3.555/00). Em terceiro lugar, podem participar quaisquer

    pessoas, inclusive aquelas no inscritas em cadastro.

    Aparentemente o prego semelhante ao Leilo, mas difere-se, pois a sesso no

    pblica, no se destina alienao de bens pblicos e apesar de permitir que os lances sejam

    verbais, o objetivo do prego a obteno do menor lance e no do maior lance como ocorre

    no leilo, pois justamente foi criado visando aquisies pelo menor preo possvel. (JUSTEN

    FILHO, 2004).

    Com respeito a valores, o prego no tem limite de valor da contratao, e, porm existe

    limite quanto ao objeto de contratao, no sendo aplicado contratao de obras e servios

    de engenharia, alienaes e locaes imobilirias, e sim basicamente bens e servio comuns,

    definidos estes cujos padres de desempenho e qualidade possam ser definidos no edital, sem

    muita complexidade e qualificao tcnica. Tambm no se no se aplica contratao em

    que seria cabvel concorrncia, tomada de preos ou convite, sob o padro de obras e servios

    de engenharia. (JUSTEN FILHO, 2004).

    Ou seja, seu critrio de ordem qualitativo, permite a contratao de objeto comum,

    simples, disponvel no mercado.

    O prego modalidade adequada para obteno de fornecimento de bem ou servio comum, ou seja, simplicidade de sua configuraro. Essa terminologia no constava da Lei 8.666, mas retrata uma tendncia sempre observada nas propostas de reforma da legislativa (JUSTEN FILHO, 2004, p. 20).

    Portanto, a convocao do prego deve indicar as exigncias de qualidade e necessidade

    mnima admissvel, para que a aquisio final satisfaa a administrao obedecendo critrios

    de aceitao. de suas propostas.

  • 3.2.6.1 Prego presencial e eletrnico

    O prego presencial determina fisicamente a presena das pessoas para a conduo do

    certame bem como de seus representantes participantes da licitao, realizado em um

    ambiente fsico real.

    Diferentemente deste, constitui-se o prego eletrnico, realizado em um ambiente

    inovador, virtual, permitindo a utilizao de recursos tecnolgicos, onde as pessoas

    interessadas no certame se comunicam atravs de uma rede mundial de computadores, ou

    seja, a Internet. Desta forma estabeleceu-se o nome Prego eletrnico. ( BITTENCOURT,

    2003)

    A base legal do prego eletrnico, no territrio federal a Medida Provisria 2.026, de 4

    de maio de 2000 e o Dec. 3.555, de 8 de agosto de 2000, que a regulamentou. Pelo Decreto

    3.693, de 20 de dezembro de 2000, concedida a nova redao referente modalidade

    prego. (BRASIL,2003)

    Nesse contexto, rgos pblicos passam a utilizar o prego eletrnico com apoio

    operacional do Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto, que atuar como provedor

    do sistema eletrnico, para os rgos integrantes do Sistema de Servios Gerais, em parceria

    com o Portal Comprasnet, instrumento, disponibilizado na Internet, pelo qual o Governo

    Federal realizar, com ampla publicidade, facilidades de uso, segurana, transparncia e

    economicidade, a aquisio de bens e servios (BITTENCOURT, 2003).

    O prego eletrnico, viabilizando compras pela Internet, se constitui em uma maneira

    avanada de licitao, principalmente no que tange, a minimizar a burocratizao e agilizao

    das compras. Alm disso, o prego eletrnico conta em sua utilizao, mostrar transparncia,

    oferecer confiabilidade, os tcnicos que atuam no prego eletrnico contam com vrias

    ferramentas, aperfeioando-as. Destacam-se ferramentas, como a lei sugere, a criptografia,

    conjunto de tcnicas, para criptografar, cifrar a escrita e dificultar o acesso por pessoas

    estranhas a essas convenes. Outra ferramenta a autenticao, a qual visa o reconhecimento

    como verdadeiro um ato. H tambm a senha, previamente ajustada a cada participante.

    (BITTENCOURT, 2003).

  • O funcionamento do prego eletrnico disciplinado pelo Decreto 3.697, de 21 de

    dezembro de 2000, alterando-se este quando se fizer necessrias modificaes.

    Apesar de o prego presencial ser o mais utilizado com relao ao eletrnico, existe uma

    tendncia de este vir a se tornar o de maior utilizao, frente ao novo pronunciamento

    recentemente publicado pelo presidente Lula, o qual em seu DECRETO N. 5.450 DE 31 de

    MAIO de 2005 regulamenta:

    Art. 4: Nas licitaes para aquisio de bens e servios comuns ser obrigatria a modalidade prego, sendo preferencialmente a utilizao na sua forma eletrnica. 1 O prego deve ser utilizado na forma eletrnica, salvo nos casos de comprovada inviabilidade, a ser justificada pela autoridade competente. Art. 6. A licitao na modalidade de prego , na forma eletrnica, no se aplica s contrataes de obras de engenharia , bom como s locaes imobilirias e alienao em geral. Art. 7. Os participantes de licitao na modalidade prego, na forma eletrnica, tm direito pblico subjetivo fiel observncia do procedimento estabelecido neste Decreto, podendo qualquer interessado acompanhar o seu desenvolvimento em tempo real, por meio da internet. Art. 21 A participao no prego eletrnico dar-se- pela utilizao da senha privativa do licitante. (DECRETO N. 5.450, 2005).

    Diante do exposto, verifica-se a tendncia anteriormente j comentada, sobre a questo

    de cada vez mais se utilizar da modalidade de licitao prego, no apenas para pelo fato de o

    certame ocorrer com maior agilidade ou pela diminuio da burocracia, mas principalmente

    quando nos deparamos com o grande volume de recursos financeiros empreendidos pela

    Administrao em suas contrataes, as quais so efetivadas por seus prepostos, que a

    utilizao do prego se justifica e explica essa necessidade constante viabilizar a

    implementao de melhorias, tanto na regulamentao quanto na execuo do processo

    seletivo cuja tnica reside na melhoria das condies em que os contratos pblicos so e sero

    formados.

    3.3 DIFERENAS DO PREGO EM RELAO S DEMAIS MODALIDADES

    Diversas caractersticas diferem o Prego das demais modalidades, entre as regras da

    disputa, mas principalmente as mais importantes sero abordadas neste instrumento de estudo,

    valendo da anlise das normas aplicveis Administrao Pblica.

  • 3.3.1 Inverso das fases de habilitao e anlise de condies comerciais

    Nas licitaes tratadas na Lei n. 8.666/93, inicialmente avalia-se a documentao

    habilitao de cada interessado, com o propsito de investigar a regularidade jurdica, fiscal,

    qualificao econmico-financeira e qualificao tcnica, para em seguida tomar

    conhecimento e analisar as propostas comerciais (dos preos) definidas pelos licitantes

    interessados, os quais devidamente julgados habilitados em continuidade do certame.

    (JUSTEN FILHO, 2004)

    Em contrapartida, este procedimento difere-se do prego, pois se efetua de ordem

    inversa, isto , no primeiro momento busca-se em um primeiro tomar conhecimento dos

    envelopes os quais contm as propostas comerciais (dos preos) a fim de se obter uma

    margem de reduo da mesma, a qual inicialmente foi apresentada pelo participante. Somente

    aps definido o participante vencedor da disputa que apresentou menor valor, se dar a

    abertura do envelope de documentos de habilitao apenas do vencedor, facilitando assim o

    processo. Certamente caso o vencedor no apresente documentao adequada, o participante

    na seqncia dos valores, ou seja, o que ofereceu a proposta inferior ao primeiro vencedor,

    poder tornar-se o mais novo vencedor da disputa, e assim sucessivamente caso ocorram

    novos imprevistos na documentao. (JUSTEN FILHO, 2004)

    3.3.2 Possibilidade de ofertas verbais

    O que no ocorre nas modalidades previstas na Lei n. 8.666/93 passa a existir no prego

    a possibilidade de os preos apresentados serem nas propostas inicialmente escritas e

    entregues em envelopes, serem reduzidas perante aos lances verbais permitidos nessa

    licitao, onde se caracterizam por serem, sucessivos e decrescentes pelos participantes, isto,

    ocorrendo em uma nica sesso, normalmente de um turno, podendo se prolongar, conforme a

    quantidade de participantes ou devido quantidade de itens a serem adquiridos em uma

    licitao. Os novos lances sero formulados verbalmente, por parte da pessoa fsica que dispuser dos poderes para tanto. Ser possvel estabelecer uma fase de lances por via escrita, ainda que entre os presentes? No parece que essa seja a soluo mais adequada. Imagine-se, no entanto, que o representante tenha uma dificuldade de fonao (permanente ou temporria). No se poderia impedir que formulasse seus lances sucessivos em um papel, apresentando-os ao pregoeiro. Lembre-se que o prego eletrnico, regulado pelo Dec. n. 3.697 e objeto de comentrio adiante, consiste basicamente na utilizao de

  • meios eletrnicos para formulao de lances. (JUSTEN FILHO, 2004, p. 127).

    3.3.3 Responsabilidade pela conduo do certame

    Em licitaes do tipo concorrncia, tomada de preos, convite, a responsabilidade desde

    o recebimento dos documentos e andamento da sesso, fica a cargo de uma comisso formada

    por uma equipe de apoio com no mnimo trs membros, o que diferentemente no ocorre no

    prego, pois esta responsabilidade exclusiva do pregoeiro, o qual conduz a sesso do inicio

    ao fim, inclusive no ato dos lances verbais o qual toma a frente para realizar a negociao

    entre os participantes e a administrao pblica, praticamente, procede a sesso a seu critrio,

    sendo qualquer deciso carretada sobre a sua pessoa. Sendo necessrio para esta pessoa a

    conduzir o certame profundo conhecimento e desenvoltura e pulso acerca dos atos ali

    tomados, ou seja, cabe ao pregoeiro uma capacitao tcnica especfica. (JUSTEN FILHO,

    2004)

    Acrescida a estas diferenas, o que demonstra algumas vantagens do prego sobre as

    demais modalidades no se pode deixar de mencionar o fato do prazo a ser encerrado o

    processo licitatrio pra a aquisio do objeto em pauta, bem como o prazo para o inicio do

    certame em relao a sua publicao, sendo esta de 8 dias teis aps sua publicao, os

    participantes j estaro aptos a disponibilizar os seus servios.

    Outro ponto interessante encontra-se na questo dos valores a serem contratados, fato

    este que no existe limite de valor, permitindo assim, em a administrao barganhar em suas

    contrataes.

    3.4 TIPOS DE LICITAO

    Alm das modalidades de licitao estudadas em seo anterior, a lei refere a tipos de

    licitao. Nesse sentido, segue:

    O julgamento das propostas ser objetivo, devendo a Comisso de licitao ou o responsvel pelo convite realiz-lo em conformidade com os tipos de licitao, os critrios previamente estabelecidos no ato convocatrio e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a

  • possibilitar sua aferio pelos licitantes e pelos rgos de controle. (art. 45 da Lei 8.666/93).

    Para efeitos deste artigo, o pargrafo 1 da referida lei estabelece que constituem tipos

    de licitao, exceto na modalidade concurso:

    I - a de menor preo quando o critrio de seleo da proposta mais vantajosa para a Administrao determinar que ser vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificaes do edital ou convite e ofertar o menor preo; II - a de melhor tcnica; III - a de tcnica e preo; IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienao de bens ou concesso de direito real de uso (Includo pela Lei n. 8.883, de 1994).(art. 45, 1 da Lei n. 8.666/93)

    Resumindo, v-se que a Lei 8.666/93, com as alteraes trazidas pela Lei 8.883/94,

    introduziu no art. 45 quatro tipos de licitao: menor preo; melhor tcnica; tcnica e preo; e

    maior lance ou oferta.

    Para que no ocorra confuso entre modalidades e tipos, definiu-se que as modalidades

    de licitao (concorrncia, tomada de preos, convite, concurso e leilo), identificam as

    caractersticas e o processamento do certame; em contrapartida, os tipos de licitao indicam

    a maneira pela qual as propostas sero julgadas, partindo basicamente do princpio de objetivo

    de julgamento. O que significa, segundo ZAGO (1998, p. 20), que os chamados tipos so, na

    realidade, critrios de julgamento.

    Assim, quanto ao critrio de julgamento das propostas, definem-se os seguintes

    conceitos:

    3.4.1 Menor preo

    Segundo o Tribunal de Contas da Unio (BRASIL, 2003, p. 34), o menor preo o

    critrio de seleo em que a proposta mais vantajosa para a Administrao a de menor

    preo. tambm evidenciado pelo TCU que este critrio utilizado para compras e

    servios de modo geral e para contratao de bens e servios de informtica, nos casos

    indicados em decreto do Poder Executivo.

  • Significa que nesse tipo de licitao, o preo seja compatvel com o praticado no

    mercado. A Comisso de licitaes quando do julgamento das propostas obrigada a verificar

    essa compatibilidade atravs de uma pesquisa de mercado com no mnimo trs concorrentes.

    Nesse sentido, escreveu SUNDFELD (1994, p. 150): "[...] o menor preo no o

    numericamente inferior, mas o que, sendo-o, ao mesmo tempo apresenta-se, como justo,

    porque compatvel com o do mercado, e exeqvel, por permitir a fiel e integral execuo do

    objeto contratado".

    Em sntese, a utilizao do tipo de licitao menor preo no implica alterao do

    processo, mantendo inalteradas as fases do certame, que, na concorrncia, so a habilitao

    (Envelope "1") e as propostas (Envelope "2"). Nesse tipo de licitao, os prazos mnimos de

    publicidade dos instrumentos convocatrios so: concorrncia (quarenta e cinco dias, quando

    o contrato contemplar o regime de empreitada integral, e trinta dias, nos demais regimes);

    tomada de preos (quinze dias); e convite (cinco dias teis), conforme mencionado

    anteriormente. (BRASIL, 2003)

    3.4.2 Melhor tcnica

    Esse critrio recebe do Tribunal de Contas da Unio a seguinte definio:

    Critrio de seleo em que a proposta mais vantajosa para a Administrao escolhida com base em fatores de ordem tcnica. usado exclusivamente em servios de natureza predominantemente intelectual, em especial na elaborao de projetos, clculos, fiscalizao, superviso e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral, e em particular, para elaborao de estudos tcnicos preliminares e projetos bsicos e executivos. (BRASIL, 2003, p. 34-35).

    Na Lei 8.666/93, verifica-se que esse tipo de licitao tem utilizao restrita aos casos

    de contratao de servios de natureza intelectual, mais especificamente dos servios tcnicos

    profissionais especializados (art. 13 e 46, da lei de licitaes).

    Esse tipo de licitao diferente do menor preo provoca alterao nos processos da

    modalidade adotada, com a adio de mais uma fase (proposta tcnica). Os licitantes, no caso

    de uma concorrncia, apresentaro trs envelopes: Envelope "1" - documentos de habilitao;

    Envelope "2" - propostas tcnicas; e Envelope "3" - propostas comerciais (de preo). Na

    primeira fase, a da habilitao preliminar, a comisso analisar os requisitos de habilitao,

  • sendo que aos inabilitados sero devolvidos intactos os envelopes subseqentes "2" e "3",

    efetuando apenas a abertura dos envelopes "2" dos licitantes habilitados, desde que haja

    transcorrido o prazo sem interposio de recurso, ou tenha havido desistncia expressa, ou

    ainda aps o julgamento dos recursos interpostos (art. 46, 1, I, art. 43, incs. I a III da lei n.

    8.666/93).

    As propostas tcnicas, analisadas de acordo com os critrios de julgamento previamente

    inscrito no instrumento de convocao, sendo desclassificadas aquelas que no alcanar as

    notas mnimas, sendo devolvidos os envelopes "3" aos respectivos concorrentes de acordo

    com o mesmo procedimento adotado na habilitao. As propostas tcnicas, que obtiveram a

    nota mnima, sero classificadas em ordem decrescente das respectivas notas. (BRASIL,

    2003)

    Abertas as propostas de preos, desclassificadas sero as que apresentarem preos

    superiores ao estabelecido no edital ou carta-convite, aps iniciar negociao com a melhor

    classificada em tcnica com o objetivo de a Administrao barganhar no preo menor. No

    havendo xito nesta negociao iniciada, faz-se necessrio novo procedimento igual com as

    restantes licitantes observando a ordem de classificao das propostas tcnicas, at que se

    efetua a contratao (BRASIL, 2003).

    Ao restringir a utilizao do tipo melhor tcnica nas contrataes, a tendncia do

    procedimento fazer com que a Administrao firme contrato com o menor preo e,

    consequentemente, uma tcnica inferior. No ensinamento de Meirelles no outro o

    entendimento:

    Nesse tipo de licitao o preo no o elemento decisivo para o julgamento, porque nem sempre se pode obter a melhor tcnica pelo menor preo. Diante dessa realidade, lcito Administrao dar prevalncia a outros fatores sobre o preo. Em tais licitaes o edital deve indicar o limite de disponibilidade financeira para o contrato, a fim de que os interessados possam formular suas propostas at o montante estabelecido. No julgamento desse tipo de licitao vence o proponente que apresentar a melhor tcnica dentro das especificaes do pedido e do limite mximo de preo fixado no edital. (MEIRELLES, 1999, p. 138).

    O mesmo autor afirma que nada obstaria a negociao com a primeira colocada no

    certame, que poderia, espontaneamente, conceder outras vantagens, inclusive uma reduo no

    preo por ela apresentado. (MEIRELLES1999, p. 200). Os prazos mnimos de publicidade

  • do edital so de 45 dias para concorrncia, 30 dias para tomada de preos e 5 dias para

    convite. (MEIRELLES, 1999)

    3.4.3 Tcnica e preo

    Na definio do Tribunal de Contas da Unio, define-se como o:

    [...] critrio de seleo em que a proposta mais vantajosa para a Administrao escolhida com base na maior mdia ponderada, considerando-se as notas obtidas nas propostas de preo e de tcnica. De acordo com a Lei 8.666/93, o tipo de licitao tcnica e preo s pode ser utilizado quando o objeto do certame contemplar a contratao de bens e servios de informtica, assim como de servios de natureza predominantemente intelectual. (BRASIL, 2003, p. 35).

    Sob a hiptese de contratao de bens e servios de informtica, a Administrao

    obrigatoriamente deve adotar esse tipo de licitao, com restrio na modalidade de convite,

    podendo ser utilizado outro tipo (menor preo ou melhor tcnica).

    O procedimento desse tipo de licitao , nos termos da lei, praticamente idntico ao da

    melhor tcnica. Portanto, os licitantes apresentaro trs envelopes, quando a modalidade for

    concorrncia: habilitao, propostas tcnicas e propostas comerciais.

    Quanto carta-convite, quando adotar esse tipo de licitao, no necessita de um

    mnimo de tcnica nem um preo. As propostas tcnicas devero ser classificadas de acordo

    com e critrios anteriormente indicados na convocao. Aps, sero avaliados os envelopes

    de preo, sendo a classificao final encontrada por meio da mdia ponderada das

    valorizaes das propostas tcnicas e de preo, conforme exposto na Lei 8.666/93.

    Lembra-se tambm que quanto aos prazos de publicidade dos instrumentos

    convocatrios so iguais aos estabelecidos para o tipo de melhor tcnica: quarenta e cinco

    dias para a concorrncia; trinta dias para a tomada de preo; e cinco dias teis para o convite.

  • 3.4.4 Maior lance ou oferta

    Critrio introduzido na Lei 8.666/93, esse tipo de licitao de carter especfico aos

    casos de alienao de bens ou concesso de direito real de uso, onde os licitantes vencedores

    apresentam o maior lance (leilo), ou a maior oferta (convite e concorrncia).

    Quando o objeto do contrato aquisio se valer de uma concesso de direito real de

    uso, uma compra ou alienao de bens imveis, a concorrncia deve ser a modalidade de

    licitao a ser adotada, independentemente do valor da contratao (art. 23, 3 - Lei n.

    8.666/93). A alienao de bens imveis, cuja aquisio haja derivado de procedimentos

    judiciais ou de dao em pagamento, poder ser procedida, tambm, por intermdio de leilo

    (art. 19, 3 da Lei n. 8.666/93).

    Apesar de ser possvel a utilizao de tomada de preos para a alienao de material, na

    opinio de JUSTEN FILHO (2004), a referida modalidade no considera a mais adequada

    para esse tipo de contrato, pelo fato de no ser finalidade principal da Administrao alienar

    seus bens. Nesses casos, a Administrao deve adotar o convite, o leilo ou a concorrncia,

    conforme o vulto ou o objeto da licitao.

  • 4 APRESENTAO, ANLISE E RESULTADOS

    Neste captulo relatada a experincia obtida em aplicar a teoria sobre licitao a um

    estudo de caso real. Em vista disso, inicialmente foi selecionado o ente pblico com o perfil a

    ser analisado.

    4.1 Apresentao e Anlise dos Dados

    Observando a metodologia proposta, nesta seo apresenta-se o ente envolvido no

    estudo, ou seja, a ANEEL, bem como os dados coletados atravs de aplicao de entrevista

    com 26 questes, realizada no ms de maio de 2005 com a Pregoeira da Aneel, a qual faz

    parte da Superintendncia de licitaes e controle de contratos e convnios, onde as

    atribuies da superintendncia esto em realizar os processos licitatrios nas modalidades

    Prego, Concorrncia, Tomada de Preo, Convite, Credenciamento e Concurso, controlar

    contratos de bens e servios, bem como os convnios firmados pela Agncia e seus

    fornecedores. O estudo de caso nesta Agncia possui o objetivo de formar subsdios

    esclarecedores sobre o uso correto das modalidades de licitao e o desempenho da

    modalidade prego no setor pblico. As respostas da respondente s 26 questes abertas,

    formuladas em bloco nico, so transcritas nos quadros a seguir, e analisadas.

    Quadro 1 Modalidades de licitao que atendem necessidades de aquisio da ANEEL

    Atendimento s necessidades de aquisio - Modalidade de licitao Prego - Demais modalidades de licitao - Exceo a essas modalidades, quando os prazos determinados na LLC so superiores ao prazo de concluso do servio ou da aquisio de produtos. Resposta cedida em entrevista, pela pregoeira da Aneel

    Quanto s modalidades de licitao que atendem corretamente s necessidades de

    aquisio da ANEEL, a respondente informou que quando no se pode licitar por Prego, as

    demais modalidades de licitao atendem s necessidades da Agncia, exceto quando os

    prazos determinados na Lei de Licitaes so superiores ao prazo de concluso do servio ou

    da aquisio de produtos, conforme demonstrado no quadro 1. Ao apontar que as demais

    modalidades de licitao somente so utilizadas quando no se pode licitar por Prego, a

  • resposta demonstra a preferncia da ANEEL pelo prego e a tendncia da administrao

    pblica em simplificar processos.

    Quadro 2 Critrios utilizados para a definio da modalidade de licitao a ser realizada

    Critrios de definio da modalidade de licitao - Interesse e convenincia da Administrao - Em razo do valor estimado pela rea demandante (art. 23 da Lei n 8.666/93) - Em razo da matria pela caracterstica da atividade ser ou no servios de engenharia - Em razo da necessidade de celeridade para a aquisio bens ou prestao de servios comuns, quando adotado o Prego. Resposta cedida em entrevista, pela pregoeira da Aneel

    Ao responder sobre os critrios, a responsvel pelas licitaes e contratos da ANEEL

    evidencia que entre os critrios de compras deste ente pblico esto o interesse e convenincia

    da Administrao, o enquadramento da modalidade segundo o valor estimado da contratao,

    para as modalidades estabelecidas na Lei 8.666/93; segundo a matria pela caracterstica da

    atividade ser ou no servio de engenharia; e em razo da necessidade de celeridade na

    aquisio de bens ou servios comuns, se prego, conforme quadro 2.

    Quadro 3 - Procedimento mais adotado para se contratar

    Modalidade mais utilizada - Prego Resposta cedida em entrevista, pela pregoeira da Aneel

    Ao apontar a modalidade de prego como a mais utilizada pela ANEEL, como o

    procedimento mais adotado para contratar, novamente a resposta restringe s demais

    modalidades, como pode ser verificado no quadro 3.

    Quadro 4 Razo(es) que leva(m) a ANEEL a determinar o Prego como a modalidade mais

    utilizada para as suas contrataes

    Razes para utilizao do Prego - Celeridade do processo: Fases comercial e de habilitao em uma nica sesso Manifestao dos recursos na mesma sesso - Prazos de publicao do edital (8 dias) e de interposio recursal (3 dias) menor do que nas outras modalidades Resposta cedida em entrevista, pela pregoeira da Aneel

  • Questionada sobre as razes que levam a ANEEL em determinar o Prego como a

    modalidade mais utilizada para as suas contrataes, a respondente referiu que a razo

    fundamental a celeridade do processo, pelo fato de, em uma nica sesso, se esgotarem as

    fases comercial e de habilitao, bem como manifestao de recurso na mesma sesso, alm

    de ter os prazos de publicao do edital (8 dias teis) e de interposio recursal (3 dias teis)

    inferiores s demais modalidades, conforme constatado no quadro 4.

    Quadro 5 Existe limite de valor, ou outro critrio de restrio, na modalidade de Prego

    Limite de valor no Prego - No h - O prego no se relaciona com o valor da contratao - O prego cabe s contrataes destitudas de maior complexidade - O critrio do prego qualitativo - A qualificao do objeto como comum depende da padronizao, no de seu valor Resposta cedida em entrevista, pela pregoeira da Aneel

    Interrogada a respondente se existe limite de valor, ou outro critrio de restrio na

    modalidade de Prego, respondeu que no, pois ao contrrio da Lei n 8.666/93, a

    definio do cabimento da modalidade licitatria depende fundamentalmente do valor da

    contratao (art. 23 da Lei de Licitaes).

    Tambm argumentou que o cabimento do prego no se relaciona com o valor da

    contratao porque se configura outro modelo. Cabe o prego para contrataes que versam

    sobre objetos destitudos de mais complexidade, ou seja, o critrio de utilizao do prego

    qualitativo e no quantitativo. A qualificao do objeto como comum no depende de seu

    valor, mas da padronizao. E complementa dizendo que o prego pode ter por objeto bens

    de pequeno valor tanto como sobre contrataes de grande vulto, conforme demonstrado

    no quadro 5.

    Da anlise das questes acima, depreende-se que a tendncia pela utilizao do

    prego, em detrimento das modalidades de licitao estabelecidas pela Lei 8.666/93 devido

    ao prego como modalidade de licitao atender ao interesse e convenincia da

    Administrao Pblica que busca agilidade e desburocratizao. O prego apresenta um

    processo clere, menos complexo nas fases comercial e de habilitao e, tem os prazos de

    publicao do edital e recursal menores do que a concorrncia, a tomada de preos ou outra

    modalidade constante da Lei de Licitaes.

  • Quadro 6 Diferena(s) da modalidade de licitao Prego das demais modalidades

    Diferenas entre o Prego e demais modalidades 1. Inverso das fases de habilitao e anlise de propostas de preos; 2. Possibilidade de ofertas verbais; 3. Responsabilidade pela conduo do certame, que se concentra na pessoa do Pregoeiro; 4. Escolha da modalidade, que independe do valor da disponibilidade oramentria; 5. Prazo para a divulgao do ato convocatrio (8 dias teis); 6. Sesso uma em que so analisadas a aceitabilidade das propostas de preos e dos documentos de habilitao; 7. Recorribilidade, em que a oportunidade de interposio se d em um nico momento, ao final da sesso, com a manifestao da inteno de interposio recursal. Resposta cedida em entrevista, pela pregoeira da Aneel

    Ao responder sobre as diferenas da modalidade de licitao Prego das demais

    modalidades, a respondente relacionou sete diferenas, como pode ser constatado no quadro

    6.

    Quadro 7 - Os resultados da utilizao do Prego sobre as demais modalidades

    Resultados do Prego - Resultados alcanados altamente satisfatrios - Economia de recursos financeiros - Melhor emprego dos recursos humanos da unidade licitadora - Decorrentes da aplicao de princpios norteadores: celeridade, finalidade, razoabilidade, proporcionalidade, competitividade, justo preo, seletividade e comparao objetiva das propostas. Resposta cedida em entrevista, pela pregoeira da Aneel

    Quando perguntada sobre quais os resultados da utilizao do Prego sobre as demais

    modalidades, obteve-se a seguinte resposta: Aps a sua adoo nos diversos entes da

    Administrao Pblica, restou comprovado que os resultados alcanados foram altamente

    satisfatrios, sobretudo pela economia de recursos financeiros e pelo melhor emprego dos

    recursos humanos da unidade licitadora, decorrentes da aplicao dos princpios norteadores

    da modalidade, definidos no art. 4 do decreto regulamentador (Decreto n 3.555/2000), quais

    sejam: celeridade, finalidade, razoabilidade, proporcionalidade, competitividade, justo preo,

    seletividade e comparao objetiva das propostas, conforme evidenciado no quadro 7.

  • Quadro 8 Possibilidade de utilizar o tipo tcnica e preo no Prego

    Utilizao do tipo tcnica e preo no Prego - No possvel - O critrio de julgamento somente o de menor preo Resposta cedida em entrevista, pela pregoeira da Aneel

    Buscou-se tambm saber se possvel utilizar o tipo tcnica e preo no Prego, e a

    resposta da respondente foi de que no possvel, de acordo com o expresso no inciso X do

    artigo 4 da Lei que regula a modalidade de Prego (Lei 10.520/2002) que orienta que o

    critrio de julgamento a ser adotado somente o de menor preo nessa modalidade,

    conforme diz o inciso: para julgamento e classificao das propostas, ser adotado o critrio

    de menor preo, observados os prazos mximos para fornecimento, as especificaes tcnicas

    e parmetros mnimos de desempenho e qualidade definidos no edital, conforme sintetizado

    no quadro 8.

    Como pode ser visto no quadro acima, pela Lei 10.520/02, que regulamenta o Prego, o

    critrio de julgamento a ser adotado nesta modalidade de licitao somente o de menor

    preo, para julgamento e classificao das propostas, observados os prazos mximos para

    fornecimento, as especificaes tcnicas e parmetros mnimos de desempenho e qualidade

    definidos no edital.

    Quadro 9 Desvantagens do Prego sobre as demais modalidades de licitao

    Desvantagens do Prego - Contrataes temerrias em razo dos valores muitas vezes nfimos das contrataes Resposta cedida em entrevista, pela pregoeira da Aneel

    Perguntada sobre as desvantagens do Prego sobre as demais modalidades de licitao, a

    respondente referiu que na prtica, [...] a adoo desta modalidade d ensejo a contrataes

    temerrias em razo dos valores muitas vezes nfimos em relao ao valor estimado pelas

    reas demandantes, sobretudo quanto exeqibilidade dos servios e satisfatrio

    fornecimento de bens.

  • Quadro 10 Crticas feitas ao Prego

    Crticas ao Prego - Existncia de pontos frgeis e passveis de melhorias: Responsabilidade pela realizao do certame a uma nica pessoa o pregoeiro Necessidade de o pregoeiro possuir habilidades tpicas dos compradores da iniciativa privada para assegurar o melhor resultado da licitao Necessidade de o ente realizador possuir equipamentos e recursos materiais especficos para assegurar a transparncia e a publicidade da sesso Inviabilidade da adoo do prego pelas pequenas unidades administrativas Resposta cedida em entrevista, pela pregoeira da Aneel

    Considerando a possibilidade da existncia de alguma desvantagem do Prego em

    relao s demais modalidades de licitao, investigou-se sobre quais as crticas feitas sobre o

    Prego, obtendo-se como resposta que alguns pontos so enumerados como frgeis ou

    passveis de melhorias, como ocorrem em relao atribuio de toda a responsabilidade pela

    realizao do certame a uma nica pessoa o pregoeiro; necessidade de o pregoeiro possuir

    habilidades tpicas dos compradores da iniciativa privada para assegurar o melhor resultado

    da licitao, o que no comum entre os agentes pblicos; e necessidade de o ente

    realizador da licitao possuir equipamentos e recursos materiais especficos para assegurar a

    transparncia e a publicidade da sesso, inviabilizando a adoo desse procedimento pelas

    pequenas unidades administrativas. Estas crticas esto assim resumidas no quadro 10.

    Quadro 11 Procedimentos para uma empresa participar de um Prego e obteno de

    informaes sobre os preges em andamento

    Procedimentos para participar e obteno de informaes dos preges em andamento - Procedimentos descritos no art. 4 da Lei 10.520/02, incs. VII ao XXIII - Informaes sobre os preges em andamento podem ser obtidas na ANEEL, no site da Agncia, nos jornais e no Dirio Oficial da Unio Resposta cedida em entrevista, pela pregoeira da Aneel

    Analisando a resposta sobre os procedimentos para uma empresa participar de um

    Prego, conforme descritos nos incisos VII ao XXIII do art. 4 da Lei n 10.520/2002,

    verifica-se que para uma empresa participar de um prego necessrio a apresentao da

    declarao dando cincia do cumprimento dos requisitos de habilitao; a entrega dos

    envelopes contendo a indicao do objeto e do preo oferecido; o autor da oferta do preo

    mais baixo poder fazer novos lances verbais e sucessivos; exame e classificao da proposta

    pelo pregoeiro e sua aceitao; estar em situao regular perante a Fazenda Nacional, a

  • Seguridade Social e o Fundo de Garantia do Tempo de Servio FGTS, e as Fazendas

    Estaduais e Municipais, quando for o caso, dentre outros.

    Quadro 12 - Considera a Internet uma ferramenta importante para compras

    A Internet importante como ferramenta para compras - Sim - Facilita o acesso dos licitantes Resposta cedida em en