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UNICRUZ UNIVERSIDADE DE CRUZ ALTA UNIJUÍ UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE CRISTIANE LÜDTKE HEUSER ESTUDO SOBRE O PEELING DE ÁCIDO GLICÓLICO 70% ASSOCIADO AO PEELING DE 5- FLUOROURACIL 5% COMPARADO AO USO TÓPICO DE 5-FLUOROURACIL 5% CREME NO TRATAMENTO DAS CERATOSES ACTÍNICAS: UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO 2018

UNICRUZ UNIVERSIDADE DE CRUZ ALTA UNIVERSIDADE … · Heuser, Cristiane Lüdtke. Estudo sobre o peeling de ácido glicólico 70% associado ao peeling de 5-fluorouracil 5% comparado

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UNICRUZ – UNIVERSIDADE DE CRUZ ALTA

UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

EM ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE

CRISTIANE LÜDTKE HEUSER

ESTUDO SOBRE O PEELING DE ÁCIDO GLICÓLICO

70% ASSOCIADO AO PEELING DE 5-

FLUOROURACIL 5% COMPARADO AO USO

TÓPICO DE 5-FLUOROURACIL 5% CREME NO

TRATAMENTO DAS CERATOSES ACTÍNICAS: UM

ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO

2018

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ESTUDO SOBRE O PEELING DE ÁCIDO GLICÓLICO 70% ASSOCIADO AO

PEELING DE 5-FLUOROURACIL 5% COMPARADO AO USO TÓPICO DE 5-

FLUOROURACIL 5% CREME NO TRATAMENTO DAS CERATOSES

ACTÍNICAS: UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO

Por

CRISTIANE LÜDTKE HEUSER

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Atenção Integral à Saúde, da Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ, RS), em associação ampla à Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUI, RS), como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Atenção Integral à Saúde.

Orientadora: Profª. Drª. Janice de Fátima Pavan Zanella

Co-Orientadora: Profª. Drª. Eliane Roseli Winkelmann

Ijuí - RS, Brasil 2018

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Catalogação na Publicação

Ginamara de Oliveira Lima

CRB10/1204

H595e Heuser, Cristiane Lüdtke. Estudo sobre o peeling de ácido glicólico 70% associado ao peeling de 5-fluorouracil 5% comparado ao uso tópico de 5-fluorouracil 5% creme no tratamento das ceratoses actínicas: um ensaio clínico randomizado / Cristiane Lüdtke Heuser. – Ijuí, 2018.

78 f.: il. ; 30 cm.

Dissertação (mestrado) – Universidade de Cruz Alta / Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Campus Ijuí). Atenção Integral à Saúde.

Orientadora: Profª. Drª. Janice de Fátima Pavan Zanella. Co-Orientadora: Profª. Drª. Eliane Roseli Winkelmann

. 1. Ceratose actínica. 2. Membros superiores. 3 Peeling. 4. Raios ultravioleta. 5. fluorouracil. I. Zanella, Janice de Fátima Pavan. II. Winkelmann, Eliane Roseli. III. Título.

CDU: 687.5:616.5

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UNIVERSIDADE DE CRUZ ALTA E UNIVERSIDADE REGIONAL D O NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM

ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE

A Comissão Examinadora, abaixo assinada,

aprova a Dissertação de Mestrado

ESTUDO SOBRE O PEELING DE ÁCIDO GLICÓLICO 70% ASSOCIADO A 5-FLUOROURACIL 5% COMPARADO AO USO

TÓPICO DE 5-FLUOROURACIL 5% CREME NO TRATAMENTO DAS CERATOSES ACTÍNICAS: UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO

elaborada por:

Cristiane Ludtke Heuser

Como requisito parcial para a obtenção do grau de

Mestre em Atenção Integral à Saúde

_________________________________________ Profª. Drª. Janice de Fátima Pavan Zanella

(Orientadora)

_________________________________________ Profª. Drª. Eliane Roseli Winkelmann

(Coorientadora)

COMISSÃO EXAMINADORA

________________________________________

Prof. Dr. Renan Rangel Bonamigo – (UFRGS/ UFCSPA)

Profª. Drª. Carine Cristina Callegaro - (UFSM)

_________________________________________

Profª. Drª. Janaina Coser - (UNICRUZ)

Ijuí (RS), 30 de maio de 2018

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“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”

Cora Carolina.

Dedico este trabalho ao meu querido marido Guilherme Galante Heuser, mestrando em Atenção Integral à Saúde, que, junto com o Antônio, são os alicerces e os amores da minha vida.

Dedico também aos meus pais, Mário e Janete, sempre compreensíveis com minhas ausências ao longo destes dois anos e meio.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço muito a minha professora orientadora Janice de Fátima Pavan Zanella, que,

apesar da distância Ijuí - Cruz Alta, não poupou esforços para me auxiliar nesta longa e

árdua jornada. Sou muito grata pelos conhecimentos compartilhados e pela atenção a

mim dedicada.

À professora Eliane Roseli Wilkelmann, minha co-orientadora, que me guiou desde a

escolha do tema para esta dissertação até sua defesa. Com certeza foi o pilar de sustento

deste estudo pois enfrentou comigo todas as dificuldades e acreditou no meu potencial

de trabalho, me estimulando sempre. Agradeço por me permitir aprender tanto contigo e

pela tua disponibilidade imensurável.

Ao diretor clínico Dr. Edson Ristow e à diretora executiva Rosane Schiavo, por

permitirem o desenvolvimento da pesquisa no âmbito do Hospital Bom Pastor de Ijuí.

À Sra. Ana Denque, secretária do Hospital Bom Pastor, que me auxiliou na

organização do fluxo de pacientes na recepção do Hospital.

À Sra. Camila Martins Borges, cuja participação ativa em diversas etapas deste

trabalho, com sua eficiência costumeira, tornou a tarefa menos árdua.

À Júlia Casagrande, estagiária e acadêmica de Fisioterapia, pela inestimável ajuda

com a digitação dos dados.

E, ao médico Guilherme Galante Heuser, meu marido e meu forte braço amigo

sempre e durante todo o estudo. Além de me auxiliar na execução do trabalho com a

aplicação dos peelings nos pacientes do estudo e compreender minha ausência, foi meu

grande incentivador e motivador ao longo de toda esta jornada.

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SUMÁRIO

RESUMO..........................................................................................................................05

ABSTRACT.....................................................................................................................06

LISTA DE ABREVIATURAS........................................................................................07

LISTA DE APÊNDICES.................................................................................................08

LISTA DE ANEXOS.......................................................................................................09

APRESENTAÇÃO...........................................................................................................10

1. INTRODUÇÃO............................................................................................................11

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...................................................................................13

2.1 Ceratoses Actínicas......................................................................................................13

2.2 Epidemiologia..............................................................................................................14

2.3 Fatores de Risco...........................................................................................................14

2.4 Patogenicidade.............................................................................................................15

2.5 Diagnóstico..................................................................................................................16

2.6 Aspectos Preventivos...................................................................................................17

2.7 Tratamentos..................................................................................................................18

2.7.1 Imiquimode...........................................................................................................18

2.7.2 Mebutato de Ingenol.............................................................................................19

2.7.3 Diclofenaco de Sódio............................................................................................19

2.7.4 Colchicina.............................................................................................................20

2.7.5 Terapia Fotodinâmica...........................................................................................20

2.7.6 Tratamento Oral....................................................................................................21

2.7.7 5-Fluorouracil........................................................................................................21

2.7.8 Peelings.................................................................................................................23

2.7.9 Criopeeling............................................................................................................25

3. OBJETIVOS.................................................................................................................27

3.1 Objetivo Geral..............................................................................................................27

3.2 Objetivos Específicos...................................................................................................27

4. MANUSCRITO CIENTÍFICO...................................................................................28

CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................55

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................57

APÊNDICE 1....................................................................................................................68

APÊNDICE 2....................................................................................................................72

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ANEXO 1........................................................................................................................74

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RESUMO

Introdução: O uso do 5-fluorouracil (5-FU) 5% creme e o peeling de ácido glicólico

(AG) 70% associado ao peeling de 5-FU 5% são alternativas para o tratamento de

ceratoses actínicas (CAs) em membros superiores. O primeiro é considerado tratamento

tópico padrão ouro enquanto que o último, proposto mais recentemente, ainda possui

poucos estudos na literatura a respeito de sua eficácia no tratamento das lesões actínicas.

Objetivos: Comparar a eficácia do peeling de AG 70% associado ao peeling de 5-FU

5% em relação ao uso de 5-FU 5% creme no tratamento de CAs em membros

superiores. Métodos: Ensaio clínico randomizado controlado em que 17 membros

superiores foram randomizados para o tratamento com peeling de AG 70% seguido do

peeling de 5-FU 5% e 17 membros superiores submetidos ao tratamento com 5-FU 5%

creme. Os peelings foram aplicados em consultório médico, pelo médico assistente, a

cada 15 dias e, a aplicação de 5-FU 5% creme foi realizada pelo próprio paciente em

seu domicílio, 2 vezes ao dia por 15 dias, com nova aplicação (2 vezes ao dia por 15

dias) em 15 dias. Os pacientes foram acompanhados por 60 dias. Como desfecho, foram

avaliados o número e o tamanho das CAs no início e após o tratamento. Os efeitos

colaterais dos tratamentos propostos também foram avaliados, porém estes durante e

após o término do tratamento. Resultados: Na análise, entre o momento pré e pós

intervenção, foi observada uma melhora significativa tanto no tratamento com peeling,

quanto no tratamento com 5-FU 5% creme. Houve uma redução significativa de 75% e

85,71% no número médio de lesões e de 74,5% e 85,71% no tamanho das mesmas, nos

membros superiores dos pacientes tratados com peeling e 5-FU 5% creme (p ≤ 0,001),

respectivamente. No entanto, nenhum dos tratamentos foi superior ao outro em relação à

eficácia, não havendo diferença significativa (p ≥ 0,05) entre os tratamentos, tanto no

momento pós intervenção, assim como na diferença entre os momentos pré e pós

intervenção, quanto ao número e ao tamanho de lesões. Ambos os tratamentos

evidenciaram poucos e similares efeitos colaterais similares nas quatro avaliações

quinzenais realizadas, sendo que nenhum paciente abandonou o estudo por gravidade

dos sintomas. Conclusão: Conclui-se que tanto o peeling de AG 70% associado ao

peeling de 5-FU 5%, assim como o 5-FU 5% creme são métodos eficazes para o

tratamento de CAs em membros superiores. No entanto, não foi identificada a

superioridade de um tratamento em relação ao outro. Palavras-chave: ceratose actínica;

membros superiores; peeling; raios ultravioleta; 5- fluorouracil.

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ABSTRACT

Introduction: The use of 5% 5-fluorouracil cream and 70% glycolic acid peeling

associated with 5-fluorouracil 5% peeling are alternatives for the treatment of actinic

keratosis in the upper limbs. The former is considered gold standard topical treatment

whereas the latter, more recently proposed, still has few studies in the literature

regarding its efficacy in the treatment of actinic lesions. Objetive: To compare the

effectiveness of 70% glycolic acid peeling associated with 5% 5-fluorouracil peeling in

relation to the use of 5% 5-fluorouracil cream in the treatment of actinic keratosis in the

upper limbs. Methods: Randomized controlled trial in which the 17 upper limbs were

randomized to treatment with 70% glycolic acid peeling followed by 5% 5-FU peeling

and 17 upper limbs received 5% 5-FU cream for the treatment. Peelings were applied in

a doctor's office by the attending physician every 15 days and the application of 5% 5-

FU cream was performed by the patient himself at his home twice a day for fifteen days,

with a new application (twice a day for 15 days) in 15 days. The patients were followed

for 60 days. As a result, the number and size of actinic keratosis were evaluated at

baseline and after treatment. The side effects of the proposed treatments were also

evaluated, but these were during and after the end of the treatment. Results:

In the analysis, between the pre and post intervention moments, a significant

improvement was observed both in the treatment with peeling, and in the treatment with

5-FU 5% cream. There was a significant reduction of 75% and 85.71% in the mean

number of lesions and of 74.5% and 85.71% in their size, in the upper limbs of patients

treated with peeling and 5-FU 5% cream (p ≤ 0.001), respectively. However, none of

the treatments were superior to the other in relation to efficacy, and there was no

significant difference (p ≥ 0.05) between the treatments, both at the post-intervention

moment, as well as in the difference between the pre and post intervention moments, of

number and size of lesions. Both treatments had few and similar side effects in the four

biweekly evaluations performed, and no patient left the study because of the severity of

the symptoms. Conclusion: It is concluded that both the 70% AG peeling associated

with the 5-FU 5% peeling as well as the 5-FU 5% cream are effective methods for the

treatment of CAs in the upper limbs. However the superiority of one treatment over the

other was not identified.

Keywords: actinic keratosis; peeling; ultraviolet rays; upper limbs; 5-fluorouracil.

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LISTA DE ABREVIATURAS

5-FU – 5-Fluorouracil

AG – Ácido glicólico

AHA – Alfa-hidróxi-ácidos

ALA – Ácido 5-aminolevulínico

ATA - Ácido tricloroacético

CA – Ceratose actínica

CBC – Carcinoma basocelular

CEC – Carcinoma escamocelular

CPNM – Câncer de pele não melanoma

DCP – Dímeros ciclobutano-pirimidina

DS – Diclofenaco de sódio

DNA - Ácido desoxirribonucleico

FDA – Food Drug Administration

MAL – Metalaminolevulinato

MebIng – Mebutato de ingenol

MCR – Microscopia Confocal Reflectante

TFD – Terapia fotodinâmica

RNA – Ácido ribonucleico

RUV – Radiação ultravioleta

UVA – Ultravioleta A

UVB – Ultravioleta B

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LISTA DE APÊNDICES

APÊNDICE 1 - Ficha de Identificação e Avaliação Clínica

APÊNDICE 2 – Ficha de Avaliação da Segurança do Tratamento

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LISTA DE ANEXOS

ANEXO 1 – Carta de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa

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APRESENTAÇÃO

Esta dissertação é composta de uma breve introdução a respeito do tema

abordado, após é reiterado com uma revisão bibliográfica e posteriormente são

apresentados os objetivos do estudo. Os resultados são apresentados na forma de

manuscrito, inseridos no item MANUSCRITOS CIENTÍFICOS. As seções Materiais e

Métodos, Resultados, Discussão, Conclusão e Referências, encontram-se descritas no

próprio manuscrito e representam a íntegra deste trabalho. As CONSIDERAÇÕES

FINAIS, incluídas ao final desta dissertação, apresentam comentários gerais acerca do

trabalho realizado e sobre o manuscrito científico. O item REFERÊNCIAS refere-se

somente às citações que aparecem nos itens INTRODUÇÃO e REVISÃO DE

LITERATURA desta dissertação.

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1 – INTRODUÇÃO

As ceratoses actínicas (CAs) são lesões frequentemente vistas na prática

dermatológica. Alguns estudos evidenciam prevalência geral destas lesões entre 11 a

25% e até 60% em indivíduos acima dos 40 anos de idade no hemisfério sul

(STOCKFLETH et al., 2008; MEMON et al., 2001). Em uma pesquisa com visitas ao

dermatologista nos Estados Unidos de 1993 a 2010, a CA foi o principal diagnóstico em

pacientes com idade superior a 45 anos (BETTENCOURT, 2016). Na Austrália, país

em que as taxas de CAs e de câncer de pele são as mais freqüentes do mundo, a

prevalência chega em torno de 40 a 50% em indivíduos maiores de 40 anos de idade

(SALASCHE, 2000). No Brasil, segundo dados da Dermatologia (2006) as CAs

representam o principal motivo de consulta em serviços de Dermatologia (17,2%),

quando se trata de pacientes maiores de 65 anos de idade. Esta pesquisa também

demonstrou variações de acordo com a região do país; as CAs representaram 2,89% dos

diagnósticos na região Norte e 7,4% na região Sul.

Além da alta prevalência, é importante ressaltar que as CAs acometem mais

indivíduos expostos cronicamente à radiação ultravioleta (RUV) e são conhecidas

também como lesões pré-câncer, pois tem o potencial de evoluir para câncer de pele do

tipo não melanoma (CPNM). Em geral, os estudos mostram riscos variados de

progressão para carcinoma escamocelular (CEC) de 0,025 a 1% até 16 a 20% de todas

as CAs, ficando um consenso em torno de 10 a 15% (SCHWARTZ et al., 2008;

STOCKFLETH et al., 2008; MEMON et al., 2001).

O diagnóstico e o tratamento precoce da CA são fundamentais para evitar a

progressão para o CPNM, enfermidade que exige maior complexidade no tratamento.

As CAs predominam em áreas expostas ao sol, como face, couro cabeludo e membros

superiores. Nestes as CAs são, em geral, múltiplas, e seguem um plano de continuidade

(campo de cancerização), tornando o tratamento ainda mais desafiador.

Nos consultórios dermatológicos, entre os inúmeros tratamentos propostos para

CAs múltiplas em membros superiores, o 5-fluorouracil (5-FU) 5% creme é uma opção

eficaz e amplamente utilizada por sua ação quimioterápica. No entanto outras

modalidades terapêuticas estão sendo estudadas e ainda são pouco empregadas, como os

peelings químicos.

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A literatura sobre peelings químicos é extensa e periodicamente apresenta

artigos de atualização e recomendações, porém os estudos com desenhos adequados e

de qualidade metodológica elevada ainda são raros. Além disso, as evidências de

eficácia são limitadas e muitas controvérsias persistem pela escassez de estudos

controlados, randomizados, com padronização de indicações versus agentes e técnica de

aplicação (BAGATIN; HASSUN; TALARICO, 2009). É considerada uma técnica

recente e ainda pouco utilizada nos consultórios médicos para tratamento de

determinadas afecções cutâneas, como o fotodano. São poucos os estudos disponíveis

na literatura científica que comparam o uso do peeling com outras técnicas para o

tratamento de CAs.

Diante disso, este estudo vem com o objetivo de comparar a eficácia de um

tratamento já extensamente usado com um tratamento mais recente, porém pouco

estudado para CAs múltiplas em membros superiores, ou seja, comparar a eficácia do

peeling de ácido glicólico (AG) 70% associado ao peeling de 5-FU 5% em relação ao

uso de 5-FU 5% creme no tratamento de CAs em membros superiores.

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2- REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Ceratoses Actínicas

Descritas por Dubreuilh em 1826, as CAs ou queratoses actínicas/solares são

uma das dermatoses mais vistas nos consultórios dermatológicos (CASTRO et al.,

2006). Grande parte delas é encontrada em áreas da pele que receberam exposição solar

crônica, como face e couro cabeludo, pescoço, colo, antebraços e mãos (COHEN,

2010).

Conhecida como uma condição comum em trabalhadores rurais, a CA pode se

manifestar como uma lesão clinicamente detectável, mas também como uma lesão

subclínica e, portanto, não visível dentro de uma área de pele danificada (EMILIO et al.,

2016). Ao longo do tempo, as CAs podem se resolver, permanecer estáveis, ou

progredir (POMERANTZ et al., 2015). Padrões de expressão gênica e análise

histopatológica sugerem que as CAs fazem parte de uma doença contínua, começando

com a pele danificada pelo sol subclinicamente e, finalmente, levando ao

desenvolvimento potencial de CEC, um tipo de CPNM. Embora essa progressão não

possa ser predita, a maioria dos CECs surge de CAs contíguas e concomitantes

(BETTENCOURT, 2016). De acordo com Pomerantz et al. (2015), a taxa de

transformação para CEC é em torno de 0,1% a 0,6% de lesão por ano. Dréno et al.

(2014) identificaram o risco de progressão ao longo de um período de 10 anos para

pacientes com múltiplas CAs estimado em 10%. Segundo Dohil (2016) cerca de

0,025% a 16% das lesões pode evoluir para CEC invasivo, mas este índice pode variar

de acordo com idade, sexo, grau de exposição crônica aos RUV e localização da lesão.

Alguns autores consideram a CA como o estágio precoce de um continuum biológico

que varia de CEC in situ até CEC invasivo. Nos indivíduos portadores de CAs é comum

também o aparecimento de outras lesões associadas à exposição solar, como o

carcinoma basocelular (CBC), um tipo de CPNM e, com menor freqüência, o melanoma

(SALASCHE, 2000).

Acredita-se que a displasia surja pela ação da RUV, que causa alterações no

ácido desoxirribonucleico (DNA), mutações no gene supressor de tumores p53 e

imunossupressão local e sistêmica (HASHIM et al., 2016).

Em determinados casos as lesões podem regredir espontaneamente, mas sabe-se

que em pessoas que já possuíam CA previamente há maior chance de aparecerem novas

lesões (WERNER et al., 2013).

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2.2 Epidemiologia

As CAs são lesões consideradas frequentes, porém sua prevalência varia

consideravelmente e está estimada em 1,4 a 25% da população (TENNVALL et al.,

2015). São mais comuns no sexo masculino, com prevalência de 15,4% a 34% nos

homens e 5,9% a 18,2% em mulheres, de 40 e 70 anos de idade, respectivamente. No

hemisfério sul, a prevalência pode chegar a 40-60% da população idosa com fototipo

claro. Estima-se uma frequência de 5% desta condição nos franceses (DRÉNO et al.,

2014). Na Europa a prevalência varia entre 11 e 25% em pessoas maiores do que 40

anos de idade (EMMERT et al., 2016). Nos Estados Unidos, ao longo de um período de

10 anos (1990-1999), a CA foi diagnosticada em mais de 47 milhões de visitas e foi

encontrado em 14% de todos os pacientes que visitaram os dermatologistas (KIRBY et

al., 2015). De acordo com a Dermatologia (2006), a CA foi o quarto mais frequente

diagnóstico entre 57.343 consultas, ocorrendo em 5,1% dos atendimentos, variando

entre 7,4% na região Sul e 2,9% na região Norte.

2.3 Fatores de Riscos

Diversos fatores de riscos já são conhecidos para o aparecimento das CAs, sendo

a exposição à RUV cumulativa o mais importante. Outros fatores de risco incluem o

aumento da idade, sexo masculino, calvície, cor da pele (fototipos I-III de FitzPatrick)

(WOLFF et al., 2008), imunossupressão e infecções por vírus do papiloma humano.

Variantes genéticas comuns (genes IRF4, MC1R e TYR) também têm demonstrado

aumentar a susceptibilidade à CA (JACOBS et al., 2015). Da mesma forma,

transplantados de órgãos possuem maior chance de adquirir CAs por causa de sua

exposição a medicamentos imunossupressores. Estes pacientes têm 65 a 250 mais vezes

de evoluir para CEC do que a população geral, tornando-se imprescindível o tratamento

das CAs, para impedir sua progressão para carcinoma (MOHANNA; HOFBAUER,

2015). Os fatores de risco mais associados para o surgimento de CA estão apresentados

na figura 1.

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2.4 Patogenicidade

O mecanismo de patogênese das CAs envolve a exposição solar crônica. Os

raios ultravioleta B (UVB) (290-320 nm) são diretamente absorvidos pelo ácido

desoxirribonucleico (DNA), produzindo produtos tais como dímeros de ciclobutano

pirimidina (DCP). Se não forem reparados, estes produtos podem causar mutações.

Além disso, tanto a própria radiação UVB como a radiação ultravioleta A (UVA) (320-

400 nm), absorvidas por vários cromóforos da pele, podem resultar na produção de

espécies de oxigénio reativas. Através desse estresse oxidativo, acredita-se que ocorram

danos indiretos no DNA, que podem desempenhar um papel na promoção de tumores.

Através de estresse oxidativo contínuo e acumulação de mutações, processos como a

proliferação, diferenciação e apoptose podem falhar, não respondendo a células

sinalizadoras normais. Assim as células anormais podem crescer em colônias

displásicas e, eventualmente, evoluir para a malignidade (ERLENDSSON et al., 2016).

Figura 1. Fatores de risco para o desenvolvimento de ceratose actínica.

(DIDONA et al., 2018)

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16

2.5 Diagnóstico

O diagnóstico das lesões é essencialmente clínico. As lesões podem se

manifestar como máculas, pápulas ou placas queratósicas com descamação superficial e

base eritematosa. A maioria das lesões é assintomática, mas em alguns casos pode haver

sintomas como o prurido e ardência (BOBYR et al., 2016). Ao redor das CAs visíveis

podem existir áreas de dano solar não visível (lesões subclínicas), propensas ao

desenvolvimento de lesões de CAs visíveis ou recorrentes e de lesões de câncer de pele,

conhecidas como campo de cancerização (DRÉNO et al., 2017).

Recentemente, estão disponíveis alguns sistemas de classificação clínica para

categorizar as lesões de CA. A classificação de Olsen permite estratificar CA com base

na espessura total de lesões individuais. Neste esquema, as lesões de grau um são

ligeiramente palpáveis, lesões de grau dois são moderadamente espessas e lesões de

grau três são muito espessas e hiperqueratósicas (SCHMITZ et al., 2016). Em 2006, o

uso da dermatoscopia como método complementar no diagnóstico de CAs foi descrito

por Zalaudek et al. (2006). Os principais achados dermatoscópicos incluem eritema,

uma forte “pseudo-rede” rosa a vermelha que envolve os folículos pilosos; descamação

superficial branca a amarela; vasos finos, lineares e ondulados ao redor dos folículos

pilosos; e tampões ceratóticos amarelados nas aberturas dos folículos pilosos e/ou

circundados por um halo esbranquiçado. Em 95% dos casos, esses recursos combinados

produzem um tipo de aparência de “morango” (CASARI; CHESTER; PELLACANI,

2018).

Em determinados casos, o diagnóstico clínico necessita ser complementado por

exame anatomopatológico. Este, por sua vez, evidencia os achados como proliferação

desregulada de queratinócitos e arquitetura epitelial anormal (EMMERT et al., 2016).

Assim como na clínica, histologicamente as lesões actínicas também podem ser

classificadas como: hipertrófica, bowenóide, atrófica, acantolítica, epidermolítica,

liquenóide e/ou pigmentada (BOBYR et al., 2016). Ulrich et al. (2007) introduziu um

esquema de classificação histológica que agora é comumente usado para classificar

lesões de CA, que é baseado na extensão de queratinócitos atípicos na epiderme. Na

classe CA I (leve), os queratinócitos atípicos são restritos às camadas basal e suprabasal,

limitados ao terço inferior da epiderme. Na classe CA II (moderada), os queratinócitos

atípicos estendem-se aos dois terços inferiores da epiderme. No grau CA III (grave), a

atipia é encontrada em toda a espessura da epiderme, e é equivalente a lesões

denominadas de CEC in situ (SCHMITZ et al., 2016).

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A microscopia confocal de reflectância e fluorescência in vivo (MCR) tem sido

utilizada para avaliação das características morfológicas do CPNM, mas parâmetros de

avaliação da MCR para o diagnóstico de CAs também têm sido relatados. Ela gera

secções horizontais de pele numa resolução comparável à histologia de rotina e no caso

das CAs, realça os achados como paraceratose, desarranjo arquitetônico e pleomorfismo

dos queratinócitos. É alternativa diagnóstica não invasiva nos casos em que o

diagnóstico clínico não é suficiente e a biópsia em vários pontos no campo de

cancerização não é possível. Em estudo cego realizado por dois investigadores

independentes, 97,7% de todas as amostras de pele foram identificadas como CA e

2,3% foram incorretamente identificadas como pele normal, usando a MCR (ULRICH

et al., 2007).

2.6 Aspectos Preventivos

Em relação à prevenção das CAs, existem algumas formas de evitar ou reduzir o

seu aparecimento. Alguns estudos evidenciam o papel do uso de retinóides tópicos e

sistêmicos (isotretinoína, acitretina, etretinato). O mecanismo pelo qual estes atuam na

prevenção e tratamento não está totalmente elucidado, entretanto sabe-se que

demonstram propriedades antiproliferativas, promovem a diferenciação celular,

interferem no processo de iniciação tumoral, reduzem a regulação dos proto-oncogens,

aumentam a expressão da p53 e caspases pró-apoptóticas e sensibilizam os

queratinócitos à apoptose (IANHEZ et al., 2013).

Além disso, a necessidade da fotoproteção é uma realidade irrefutável. Diversos

estudos evidenciam que o uso adequado e regular de fotoprotetores reduz o número de

casos de CA e CEC. Isto é alcançado com uso de filtros solares orgânicos ou

inorgânicos, com proteção tanto para raios UVA como para raios UVB (BALOGH et

al., 2011).

Estudos recentes mostram que o uso do filtro solar FPS 100 associado à fotoliase

traz um incremento à fotoproteção convencional pela possibilidade de reparar o dano já

estabelecido no DNA celular. A fotoliase é uma enzima presente em praticamente todos

os seres vivos expostos à luz (com exceção dos mamíferos placentários) e mostrou

remoção de 40-45% dos dímeros do DNA da pele humana irradiada com RUV. Ela liga-

se aos DCPs e, a exposição do complexo fotoliase-DCPs à RUV converte as pirimidinas

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dimerizadas para sua estrutura original, combatendo este processo de carcinogênese

(RSTOM et al., 2014).

Há estudos randomizados que mostram que a dieta com baixo teor de gordura

diminui a incidência das CAs. O uso de óleo de peixe e o hábito de ingerir vinho tinto,

pela presença do resveratrol, também podem atuar como agentes quimiopreventivos no

desenvolvimento de CAs. O uso de anti-inflamatórios não esteroides em alguns estudos

evidenciam ação quimiopreventiva no desenvolvimento de CAs e CEC (BERMAN;

COHEN; AMINI, 2012).

Devido ao aumento da incidência de CPNM em todo o mundo e ao risco

reconhecido de transformação da CA em CEC, a detecção precoce e o tratamento da CA

são necessários. Até o momento, não há um algoritmo de tratamento específico de

terapias de primeira e segunda linha pela falta de estudos comparativos, que levem em

consideração as características dos pacientes (tipo e número de lesões, área anatômica

envolvida, comorbidades do paciente, disponibilidade de recursos e experiência do

dermatologista) (CANTISANI et al., 2016).

2.7 Tratamentos

Vários tipos de tratamento podem ser propostos para a cura da CA, impedindo

sua evolução para CEC. A escolha da opção terapêutica deve considerar a área a ser

tratada, o número e a extensão da lesão, as comorbidades do paciente, o custo e a

incidência de efeitos adversos (SEGATTO et al., 2013). No entanto, até o momento não

há um guideline formal para o tratamento das CAs (ABDALLA; RSTOM;

PASCHOAL, 2014).

Em lesões isoladas e hiperceratóticas, os métodos mais comumente eleitos são a

excisão, a eletrocauterização, a dermoabrasão, a curetagem e a crioterapia. Já lesões

mais extensas e de campo de cancerização, por sua vez, podem exigir a aplicação de

imiquimode 5% creme, mebutato de ingenol (MebIng) 0.015% e 0.05% gel, diclofenaco

de sódio (DS) 3% gel, colchicina 0.5% e 1% gel, terapia fotodinâmica (TFD),

tratamentos orais, 5-FU 5% creme, peelings químicos ou criopeeling (COSTA et al.,

2015; BAGATIN; HASSUN; TALARICO, 2009).

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2.7.1 Imiquimode

O imiquimode, um análogo nucleosídeo sintético da família das

imidazoquinolinas, ativa receptores Toll-like 7 e 8, levando à indução da resposta imune

inata. Essa resposta aumenta o interferon, o fator de necrose tumoral e as interleucinas 1

e 12 e estimula ainda mais uma resposta imune adquirida através da ativação de células

TH1 (UROSEVIC et al., 2003). A aplicação tópica de imiquimod induz o IFNα dentro

de lesões de CA e, subsequentemente, desencadeia essa resposta imune inata e

adaptativa (TORRES et al., 2007). Aprovado pelo Food Drug Administration (FDA)

para tratamento de CAs em 2004, o imiquimode 5% creme pode ser aplicado duas vezes

por semana durante 16 semanas ou três vezes por semana por períodos mais curtos.

Recentemente as formulações de 2,5% e 3,75% também são utilizadas, com aplicações

diárias durante duas semanas com um período de descanso de duas semanas seguido por

novo um ciclo de tratamento de duas semanas, com efeitos adversos menores (ASCHE

et al., 2016; BUBNA, 2015).

2.7.2 Mebutato de Ingenol

Obtido pela seiva da planta Euphorbia peplus, o MebIng foi a modalidade

terapêutica mais recentemente aprovada pelo FDA para tratamento de campo de CAs

em áreas contíguas de 25cm² na face, couro cabeludo, tronco e extremidades. Na

Europa é muito utilizado para o tratamento de CAs não hiperceratóticas/hipertróficas da

face e do couro cabeludo. A aplicação da formulação de 0,015% é recomendada

diariamente por três dias consecutivos para a face ou couro cabeludo, enquanto que a

formulação de 0,05% é sugerida uma vez ao dia por dois dias consecutivos para tronco

ou extremidades (VEGTER; TOLLEY, 2014; GRAS, 2013; LEBWOHL et al., 2012).

Seu mecanismo de ação tem sido parcialmente explicado com uma rápida atividade

citotóxica em sua maior concentração e com a ativação do sistema imunológico, em sua

menor concentração (ROSEN et al., 2012). Após o tratamento são observadas baixas

taxas de recorrência de CAs que podem ser justicadas pela longa duração da vigilância

imunológica e pela depuração de clones de células tumorais isoladas no campo da

cancerização (MICALI et al., 2014).

2.7.3 Diclofenaco de sódio

O DS 3% associado ao ácido hialurônico 2,5% também se mostrou eficaz no

tratamento das CAs em estudos randomizados, duplo-cegos, controlados por veículo

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gel. O mecanismo de ação do DS não é totalmente compreendido, sendo atribuído a

uma diminuição da formação de metabólitos do ácido araquidônico através da inibição

da enzima ciclooxigenase. Alguns desses metabólitos inibem a apoptose e a vigilância

imunológica e aumentam a angiogênese e a capacidade invasiva das células tumorais.

Ele é aprovado pelo FDA e seu uso é recomendado duas vezes ao dia por 60 a 90 dias.

Os efeitos adversos descritos na literatura incluem prurido, pele seca, eritema e erupção

(SEGATTO et al., 2013).

2.7.4 Colchicina

Colchicina tópica foi usada pela primeira vez para o tratamento de CAs por

Marshall (1968) e poucos estudos sobre a colchicina foram realizados desde então.

Trata-se de um agente antimitótico que se liga às proteínas microtubulares e interfere na

atividade do fuso mitótico, interrompendo a mitose na metáfase, além de inibir a

quimiotaxia de leucócitos polimorfonucleares (MOLAD, 2002; MALKINSON, 1982).

Os efeitos colaterais podem incluir dor abdominal, náusea, vômito, agranulocitose e

anemia aplástica. A aplicação tópica pode causar eritema, edema, crostas e vesículas na

área tratada (LEVY; PHARM; READ, 1991). Foi estudada em concentrações de 0,5 e

1% em gel e foi demonstrado que reduziu as CAs em 77% com resultados estéticos

satisfatórios após o tratamento (AKAR et al., 2001).

2.7.5 Terapia Fotodinâmica

A TFD é uma modalidade de tratamento que induz a citotoxicidade das células

em proliferação de um tumor através de uma fonte de emissão de luz. Esta atividade é

localizada através de um agente fotossensibilizante que pode ser oral ou tópico e dois

agentes fotossensibilizadores são licenciados: ácido 5-aminolevulínico (ALA) e seu

derivado lipofílico, aminolevulinato de metila (MAL) (TOREZAN; NIWA; FESTA

NETO, 2009; SZEIMIES et al., 1996). A MAL é preferida por seu mecanismo de

absorção não saturável, que resulta em maior penetração e, portanto, maior captação

pelas células neoplásicas (MORTON; SZEIMIES; BRATHEEN, 2014). Na

dermatologia, a TFD é usada para o tratamento de tumores de pele pré-malignos e

CPNM, tais como CAs, CBC superficial e doença de Bowen, ou CEC in situ (OZOG et

al., 2016). A TFD mostrou taxas de resposta próximas a 90% em CAs de grau leve e

moderada na face e no couro cabeludo, e essa resposta mostrou-se sustentada por um

ano em 39 a 63% dos pacientes com apenas uma sessão e 78% dos pacientes com duas

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sessões. Além disso, foram demonstrados uma boa tolerabilidade, efeitos adversos

mínimos com uma curta duração e resultados estéticos muito satisfatórios (GOLD et al.,

2006). O ensaio clínico randomizado que está sendo realizado por Miola et al. (2018)

compara o uso de colchicina 0.5% creme por 10 dias com uma sessão de MAL-TFD em

antebraços de pacientes avaliados clinicamente e biopsiados para histopatologia e

imuno-histoquímica (p53 e Ki67). Nesta pesquisa em andamento se espera que a

colchicina seja superior à MAL-TFD na redução de CAs e na cancerização do campo de

pele, com boa tolerabilidade em ambos os grupos e baixo custo de tratamento (MIOLA

et al., 2018). De acordo com avaliação econômica de 2006, que compara a resposta

clínica, os resultados estéticos e custo da excisão de CBCs, a TFD é uma intervenção

econômica para múltiplas CAs, no entanto, não está disponível na maioria dos serviços

de saúde pública em países em desenvolvimento (CAEKELBERGH et al., 2006).

2.7.6 Tratamento oral

Medicamentos orais também têm sido propostos para o tratamento das CAs,

principalmente quando se trata de múltiplas lesões. Surjana et al. (2012) avaliou 35

pacientes imunocompetentes com pelo menos quatro CAs palpáveis tratados com 500

mg de nicotinamida via oral ou com um placebo correspondente duas vezes ao dia por

quatro meses em couro cabeludo, face e membros superiores. A nicotinamida provou

ser eficaz na redução das lesões, com redução relativa de 35% na contagem aos quatro

meses (p = 0,0006) e mostra promessa para quimioprevenção do CPNM.

Os retinóides também são opções descritas no tratamento de CAs. Há maior

prevalência de estudos envolvendo retinóides sistêmicos (acitretina e etretinato) para as

CAs em conjunto com CEC e CBC, enquanto os retinóides tópicos são preferidos

quando as CAs são avaliadas isoladamente. O ensaio clínico de Smit e Jong (2004)

analisou o uso de acitretina na dose de 0,4 mg/kg/dia por três meses, baseado em

achados histopatológicos e imuno-histoquímicos. Conclui-se que a droga reduziu

significativamente a espessura da epiderme, melhorou o aparecimento de CAs por

alterar a queratinização e resultou em descamação do estrato córneo.

2.7.7 5- Fluorouracil

Relatado primeiramente por Spira et al. (1970), o 5-FU é um medicamento anti-

neoplásico que tem sido usado para tratar as CAs desde a década de 1970, quando foi

aprovado pela FDA para uso tópico dermatológico. É um análogo de pirimidina que se

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liga e inibe irreversivelmente a timidilato sintetase, bloqueando a reação de metilação

do ácido deoxirudílico para ácido timidílico e causando redução de timina. Isto leva a

uma redução da síntese de DNA e RNA pois a deficiência de timina, particularmente

nas células que crescem rapidamente, leva ao desequilíbrio do crescimento e morte

celular (GUPTA; DAVEY; MCPHAIL, 2005). Em uma epiderme normal age

preferencialmente na CA, seu alvo (LOYAL; ROMANO; PIERSON, 2016). Sua

apresentação comercial é 0,5%, 1%, 2%, 5%, em diferentes veículos (ABDALLA;

RSTOM; PASCHOAL, 2014). O 5-FU 5% creme tem sido usado com bom sucesso em

pacientes com múltiplas CAs, podendo ser utilizado de várias formas

(DERMATOLOGIA, 2006). A mais tradicional é sua aplicação uma a duas vezes ao dia

por um período de duas a três semanas. Este método é bastante eficaz com uma taxa de

cura de até 75% (BERLIN, 2010). A Associação Britânica de Dermatologia, em 2007,

recomenda o seu uso duas vezes por dia durante até seis semanas com eficácia de até 12

meses (nível de evidência A,I) (ABDALLA; RSTOM; PASCHOAL, 2014). O uso

tópico de 5-FU por duas a quatro semanas tem um grau de recomendação II e um nível

de evidência de categoria B com 96% de taxa clínica e 67% de taxa de cura histológica

(GUPTA; DAVEY; MCPHAIL, 2005, STOCKFLETH; KERL, 2006). Sendo assim, é

considerado o tratamento tópico padrão ouro das CAs (ABDALLA; RSTOM;

PASCHOAL, 2014).

Os efeitos adversos mais comuns do uso do 5-FU são irritação, eritema,

ressecamento e sensação de queimadura na pele (SEGATTO et al., 2013). No entanto,

em alguns casos, o tratamento com creme de 5-FU pode resultar em dermatite grave,

por vezes, acompanhada de infecções, prurido, dor e ulceração, que pode durar todo o

tratamento. A inflamação induzida pode ser tão grave que os pacientes eventualmente

param sua aplicação antes do tempo preconizado e a reação de fotossensibilidade

também limita a sua utilização no verão (CHETTY; CHOI; MITCHELL, 2015). A taxa

de recorrência com o tratamento tópico com o 5-FU é de 54% em 12 meses de follow-

up (ISHIOKA et al., 2015).

Uma meta-análise com 26 estudos randomizados individuais ou centralizados

avaliou a eficácia relativa na indução do clareamento completo de lesões de CAs

considerando oito intervenções principais. Esta análise sugeriu que o 5-FU tópico é o

tratamento mais eficaz seguido por ALA-TFD, imiquimode tópico, MebIng, MAL-

TFD, crioterapia, DS com ácido hialurônico tópico e placebo. No entanto, o ranking das

eficácias relativas deve ser interpretado com cautela devido à variabilidade nos

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parâmetros utilizados para descrever a gravidade das CAs nos estudos incluídos

(GUPTA; PAQUET, 2013). Já outras duas revisões sistemáticas encontraram uma taxa

de eficácia global de aproximadamente 50% do 5-FU na eliminação da CA (ASKEW et

al., 2009; GUPTA; DAVEY; MCPHAIL, 2005).

2.7.8 Peelings

Os peelings químicos foram inicialmente descritos na medicina egípcia, no

papiro de Ebers, em 1550 a.C. Relatórios também são encontrados na literatura antiga

grega e romana. Ao longo dos séculos passados, algumas fórmulas foram transmitidas

pelas populações ciganas. Os dermatologistas começaram a mostrar interesse

por peelings no século XIX (BRODY et al., 2000). São também chamados de

ressurfacing químico, quimioesfoliação ou quimiocirurgia e consistem na aplicação de

um ou mais agentes cáusticos à pele, produzindo uma destruição controlada da

epiderme e sua reepitelialização. Sua popularidade ocorre por propiciar melhoramento

da aparência da pele danificada por fatores extrínsecos, intrínsecos e também por

cicatrizes remanescentes (VELASCO et al., 2004).

O termo peeling se origina do inglês to peel = descamar, pelar, referindo-se à

aplicação de agente químico sobre a pele, que pode provocar a destruição controlada

não só de parte ou da totalidade da epiderme, como também de parte da derme, levando

à esfoliação com remoção de lesões, seguida pela regeneração de novos tecidos

(OREMOVIĆ; BOLANCA; SITUM, 2010; KHUNGER, 2008). São classificados em

quatro grupos de acordo com o nível de profundidade da necrose tecidual provocada

pelo agente esfoliante: 1) Muito superficial: irão afinar ou remover o estrato córneo e

não criam lesão abaixo do estrato granuloso; 2) Superficial: produzem necrose de parte

ou de toda epiderme em qualquer parte do estrato granuloso até a camada de células

basais; 3) Médio: produzem necrose da epiderme e de parte ou toda a derme papilar e 4)

Profundo: produz necrose da epiderme e da derme papilar que se estende até a derme

reticular (GUERRA et al., 2013).

Em relação aos peelings superficiais, os alfa-hidroxiácidos (AHAs) têm sido os

agentes mais utilizados com estes fins. Os AHAs são compostos orgânicos que possuem

em comum a hidroxila na posição alfa. O mais simples e o mais utilizado tem sido o

AG, derivado da cana-de-açúcar, por apresentar em sua estrutura apenas dois átomos de

carbono, permitindo-lhe melhor penetração cutânea. Seu efeito depende de sua

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concentração e do tempo de permanência sobre a pele, ou seja, quanto mais tempo,

maior a ação. Para peelings superficiais ele é utilizado em concentrações que variam de

30 a 70%. Em lesões pré-cancerosas, recomenda-se a aplicação na concentração de 70%

por 3 a 30 minutos, com intervalos quinzenais (peeling médio) (YOKOMIZO et al.,

2013).

Em geral, é aplicado com os dedos enluvados e, ao ser observado o início do

frost ou relato de dor, seu efeito deve ser interrompido. Para isto, é necessário usar uma

formulação que proporcione a sua neutralização ou lavar a pele com água (PRESTES;

OLIVEIRA; LEONARDI, 2013). No caso do AG, a neutralização é realizada com

solução de bicarbonato de sódio a 10-15% (MOY, 1996).

A eficácia do peeling também depende do veículo utilizado. Pelo fato de os

AHA serem solúveis em água, cremes e loções de emulsões de óleo-em-água, são

geralmente a escolha preferida. O veículo mais apropriado para um determinado

produto dependerá da finalidade do produto e do tipo de pele do paciente. Os veículos

podem ser soluções hidro-álcool-glicol e géis (para peles oleosas e acneica), e cremes e

loções cremosas (para peles secas e maduras) (CAMPOS et al., 2014). Recomenda-se a

aplicação em intervalos semanais, quinzenais ou mensais, em média quatro a 10 sessões

(KADUNC, 2013). Os efeitos colaterais associados a este tipo de peeling tais como dor

moderada, sensação de queimadura ou eritema, são, de modo geral, transitórios

(GERBER et al., 2014). Embora seja considerado um peeling simples de ser realizado,

barato e sem downtime, em fototipos mais altos deve-se ter maior cautela quanto ao uso

pois há maior risco de cicatrizes e discromias (SHARAD, 2013).

Coleman e Futrell (1994) testaram o uso de AG 70% associado ao uso de ácido

tricloroacético (ATA) 35% para efeitos de peeling de profundidade média na face.

Tanto clinicamente como histologicamente, o peeling de AG-ATA resultou em lesão de

média profundidade e houve importante melhora nas discromias pigmentares e no dano

actínico dos pacientes tratados. Outro estudo comparou a eficácia do peeling médio de

ATA 40% com e sem tretinoína antes e após o tratamento de 16 pacientes com dano

actínico na face. Nos pacientes pré-tratados com tretinoína, o aparecimento do frosting

foi mais rápido e mais uniforme. Em ambos os tratamentos houve melhora das CAs

porém o pré e pós tratamento com tretinoína não aumentou significativamente a eficácia

do peeling (HUMPHREYS et al., 1996).

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Em 1995, Katz descreveu o fluor-hydroxy pulse peel para tratamento de CAs

múltiplas, um peeling superficial e combinado, em que uma solução de 5-FU 5% em

propilenoglicol é aplicada após a solução de Jessner (ácido salicílico 14%, ácido lático

14%, resorcinol 14% em etanol). Este peeling foi comparado ao uso isolado da solução

de Jessner, em oito pulsos semanais e a eficácia foi avaliada pela contagem das lesões e

fotografias. Com seguimento de seis meses, a diferença foi significativa, e o peeling

combinado produziu clareamento de 86% das lesões (BAGATIN; HASSUN;

TALARICO, 2009).

Já Marrero e Bruce (1998) testaram a combinação de AG 70% seguido de 5-FU

5%. Os resultados foram semelhantes ao fluor-hydroxy pulse peel, porém a redução do

número de lesões foi maior (92%). O mecanismo deste peeling combinado de AG 70%

com 5-FU a 5% envolve a remoção do estrato córneo e o descoesão de queratinócitos

pelo AG, o que permite a penetração de 5-FU até as células atípicas (DINI et al., 2013).

O uso de peeling de fenol para fotodano também já foi descrito. O estudo

prospectivo de Kaminaka e Furukawa (2009) que avaliou a eficácia do peeling de fenol

em 46 pacientes japoneses com CA e doença de Bowen, utilizando critérios clínicos e

histológicos mostrou 39 (84,8%) pacientes com resposta completa após uma a oito

sessões de tratamento. Estatisticamente, as diferenças na melhora clínica com peeling e

o número de sessões de tratamento correlacionaram-se com a histologia, histórico

pessoal de câncer de pele, espessura do tumor e expressão da ciclina A.

2.7.9 Criopeeling

Criopeeling é uma técnica que emprega crioterapia não somente nas CAs mas

em toda a pele danificada (DEONIZIO, 2011). A crioterapia com nitrogênio líquido é

uma das formas mais comuns de tratamento da CA. É uma opção de acesso fácil para os

dermatologistas com bom custo benefício no tratamento dessas lesões. Um sistema

portátil é uma alternativa mais recente para a crioterapia, que usa gases (éter dimetílico,

propano ou isobutano) em um recipiente plástico portátil. Neste método, a ponta pode

atingir uma temperatura de -55°C. Usando o nitrogênio líquido, cujo ponto de ebulição

é de -196°C, a temperatura a ser alcançada no tecido para o tratamento de malignidades

é entre -50°C e -60°C. O criopeeling é uma técnica que utiliza a crioterapia de maneira

difusa em toda a região da pele afetada por danos causados pelo sol, a fim de promover

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26

a renovação e descamação celular, com possíveis benefícios no surgimento de novas

lesões causadas pelo fotodano (DEONIZIO; WERNER; MULINARI-BRENNER,

2014).

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27

3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Comparar a eficácia do peeling de ácido glicólico 70% associado ao peeling de

5-fluorouracil 5% em relação ao uso de 5-fluorouracil 5% creme no tratamento de

ceratoses actínicas em membros superiores.

3.2. Objetivos Específicos

a) Elencar e comparar o número de ceratoses actínicas antes e após o tratamento;

b) Avaliar e comparar o tamanho das ceratoses actínicas antes e após o tratamento;

c) Avaliar os efeitos colaterais dos tratamentos propostos.

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4. MANUSCRITO CIENTÍFICO

Os métodos, os resultados e a discussão desta dissertação estão apresentados

nesta sessão, sob a forma de manuscrito científico, intitulado: “Estudo sobre o peeling

de ácido glicólico 70% associado ao peeling de 5-Fluororouracil 5% comparado ao uso

tópico de 5-Fluororouracil 5% creme no tratamento das ceratoses actínicas: um ensaio

clínico randomizado”. O manuscrito foi registrado no www.ensaiosclinicos.gov.br e

será submetido à revista International Journal of Dermatology ISSN 1365-4632, Estrato

B1 na área de avaliação Interdisciplinar - Qualis CAPES.

O PEELING DE ÁCIDO GLICÓLICO 70% ASSOCIADO AO PEELING DE 5-

FLUOROURACIL 5% É EFICAZ NO TRATAMENTO DE CERATOSES

ACTÍNICAS: UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO

Heuser CL1, Heuser GG 2, Casagrande J 3, Winkelmann ER 4, Zanella JP 5

1Médica Dermatologista. Mestranda em Atenção Integral à Saúde Unijuí/Unicruz.

Dermatologista responsável na Clínica de Dermatologia Cristiane Lüdtke e no Hospital Bom

Pastor de Ijuí/RS.

2Médico Radiologista. Mestrando em Atenção Integral à Saúde (UNICRUZ/UNIJUÍ). Diretor

técnico do Centro de Diagnóstico de Imagem do Hospital Unimed Ijuí/IMED Radiologia.

3Discente do curso de Fisioterapia (UNIJUÍ) e bolsista voluntária, integrante do Grupo de

Pesquisa em Atenção em Saúde - GPAS.

4Fisioterapeuta, Doutora em Ciências Cardiovasculares (UFRGS), Docente no Programa de

Mestrado em Atenção Integral à Saúde (UNICRUZ/UNIJUÍ).

5Farmacêutica-Bioquímica. Doutora em Biotecnologia (UCS), Docente no Programa de

Mestrado em Atenção Integral à Saúde (UNICRUZ/UNIJUÍ).

*Autor Correspondente: Cristiane Lüdtke Heuser.

Rua Treze de Maio, 67/301. CEP 98700-000. 55 (55) 3333-1247. [email protected]

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RESUMO

Introdução: O 5-fluorouracil (5-FU) 5% creme, considerado tratamento tópico padrão

ouro, e o peeling de ácido glicólico (AG) 70% associado ao peeling de 5-FU 5%,

proposto mais recentemente e com escasso embasamento literário, são alternativas para

o tratamento de ceratoses actínicas. Este estudo tem com objetivo comparar a eficácia

do peeling de AG 70% associado ao peeling de 5-FU 5% em relação ao uso de 5-FU 5%

creme no tratamento de CAs em membros superiores. Métodos: Ensaio clínico

randomizado controlado em que 17 membros superiores foram randomizados para o

tratamento com peeling de AG 70% seguido do peeling de 5-FU 5% e 17 membros

superiores submetidos ao tratamento com 5-FU 5% creme. Os peelings foram aplicados

em consultório médico pelo médico assistente a cada 15 dias e a aplicação de 5-FU 5%

creme foi realizada pelo próprio paciente em seu domicílio duas vezes ao dia por 15

dias, com nova aplicação (2 vezes ao dia por 15 dias) em 15 dias. Os pacientes foram

acompanhados por 60 dias. Como desfecho, foram avaliados o número e o tamanho das

CAs no início e após o tratamento. Também foram avaliados a tolerância e os efeitos

colaterais dos tratamentos propostos durante e após o término do tratamento.

Resultados: Houve redução significativa de 75% e 85,71% no número médio de

ceratoses actínicas e de 74,5% e 85,71% no tamanho das mesmas, nos membros

superiores dos pacientes tratados com peeling e 5-FU 5% creme (p ≤ 0,001),

respectivamente. No entanto, nenhum dos tratamentos foi superior ao outro em relação à

eficácia, não havendo diferença significativa (p ≥ 0,05) entre os tratamentos, tanto no

momento pós intervenção, assim como na diferença entre os momentos pré e pós

intervenção. Ambos os tratamentos apresentaram poucos e similares efeitos colaterais,

sendo que nenhum paciente abandonou o estudo por gravidade dos sintomas.

Conclusão: Conclui-se que tanto o peeling de AG 70% associado ao peeling de 5-FU

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5%, assim como o 5-FU 5% creme são métodos eficazes para o tratamento de CAs em

membros superiores. No entanto, não foi identificada a superioridade de um tratamento

em relação ao outro.

Palavras-chave: ceratose actínica; membros superiores; peeling; raios ultravioleta; 5-

fluorouracil.

ABSTRACT

Introduction: 5-fluorouracil (5-FU) 5% cream, considered gold standard topical

treatment, and the 70% glycolic acid (GA) peeling associated with 5-FU 5% peeling,

most recently proposed and with scarce literary, are alternatives for the treatment of

actinic keratosis. This study aims to compare the efficacy of 70% GA peeling associated

with 5-FU 5% peeling in relation to the use of 5-FU 5% cream in the treatment of CAs

in upper limbs. Methods: Randomized controlled trial in which the 17 upper limbs

were randomized to treatment with 70% glycolic acid peeling followed by 5% 5-FU

peeling and 17 upper limbs received 5% 5-FU cream for the treatment. Peelings were

applied in a doctor's office by the attending physician every 15 days and the application

of 5% 5-FU cream was performed by the patient himself at his home twice a day for

fifteen days, with a new application (twice a day for 15 days) in 15 days. The patients

were followed for 60 days. As a result, the number and size of actinic keratosis were

evaluated at baseline and after treatment. The tolerance and side effects of the proposed

treatments were also evaluated, during and after the end of the treatment. Results:

There was significant reduction of 75% and 85.71% in the mean number of lesions and

of 74.5% and 85.71% in their size, in the upper limbs of patients treated with peeling

and 5-FU 5% cream (p ≤ 0.001), respectively. However, none of the treatments were

superior to the other in relation to efficacy, and there was no significant difference (p ≥

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0.05) between the treatments, both at the post-intervention moment, as well as in the

difference between the pre and post intervention moments, of number and size of

lesions. Both treatments had few and similar side effects, and no patient left the study

because of the severity of the symptoms. Conclusion: It is concluded that both the 70%

GA peeling associated with the 5-FU 5% peeling as well as the 5-FU 5% cream are

effective methods for the treatment of CAs in the upper limbs. However, the superiority

of one treatment over the other was not identified.

Keyword: actinic keratosis; peeling; ultraviolet rays; upper limbs; 5-fluorouracil.

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Introdução

A ceratose actínica (CA) é uma das afecções cutâneas mais freqüentemente

diagnosticadas na prática dermatológica.1 É considerada uma lesão pré-maligna, pois

possui um risco de evoluir para carcinoma escamocelular (CEC) de 0.25-20% ao ano.2

A prevalência da CA varia muito entre os diferentes países com maior

prevalência vista na Austrália (40-60% dos adultos).3 Em alguns países, é uma

dermatose considerada como doença ocupacional para quem trabalha em ambiente

externo.4

Atualmente, existem várias opções de tratamento disponíveis, mas sua eficácia

ainda precisa ser melhorada.5 Basicamente estes tratamentos variam de medicamentos

tópicos a terapias baseadas em luz e procedimentos. Podem ser agrupados em duas

categorias principais: terapias lesionais e terapias de campo. Terapias lesionais, as quais

incluem terapias de crioterapia e excisão, são direcionadas a lesões individuais de CA e

são mais frequentemente implementadas quando há baixo número de lesões. Em

contraste, terapias de campo, incluindo mebutato de ingenol (MebIng), imiquimode

tópico, 5-fluorouracil tópico (5-FU), diclofenaco de sódio (DS) e terapia fotodinâmica

(TFD), são aplicadas para uma maior área da pele no intuito de atingir numerosas

lesões, bem como envolver a pele normal. Desta forma, as terapias de campo

conseguem realizar o tratamento de lesões visíveis, bem como de lesões subclínicas.6 A

escolha entre ambos os tratamentos, localizados ou de campo, depende também da

tolerabilidade do paciente, do método de aplicação, o custo, a resposta clínica e a

incidência de efeitos adversos para o sucesso do tratamento.7-8

Em se tratando de CA em extremidades superiores, estas muitas vezes exibem

menor resposta ao tratamento, fenômeno bem conhecido e descrito na literatura. 9-10-11

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Há diversas opções de tratamento aprovadas para lesões de CA em casos

particularmente difíceis, como dorso das mãos e antebraços. Estes incluem não apenas

procedimentos destrutivos, mas também várias farmacoterapias como 5-FU 5%, baixa

dose 5-FU (0,5%) associado a ácido salicílico 10%, MebIng 0,05% e 3%, DS em ácido

hialurônico 2,5%, aplicações fotodinâmicas e peelings químicos.12

De acordo com guidelines britânicos, o 5-FU é um dos tópicos mais utilizados

nas terapias de campo, com força de recomendação A e nível de evidência I. Ele inibe a

timidilato sintetase, uma enzima responsável pela morte celular e necessária para a

síntese do ácido desoxirribonucleico (DNA).13 Conseqüentemente a esta inibição,

ocorre decréscimo da proliferação e indução da morte celular.14

Por outro lado, os peelings químicos com agentes cáusticos ainda são pouco

usados atualmente no tratamento de CAs, mas podem ser alternativa interessante em

pacientes com lesões múltiplas e extensas. 15 Isto porque causam injúria controlável na

pele, que resulta na regeneração subsequente de uma nova camada epidérmica dos

tecidos dérmicos, melhorando a qualidade da pele fotodanificada. 16

Desta forma, o objetivo deste estudo foi comparar a eficácia do peeling de ácido

glicólico (AG) 70% associado ao peeling de 5-FU 5% em relação ao uso de 5-FU 5%

creme no tratamento de CAs em membros superiores. O estudo permitiu avaliar os

efeitos colaterais dos tratamentos propostos, bem como a tolerância a ambos os

tratamentos.

Métodos

Desenho do estudo

Ensaio clínico randomizado cego, dois braços, paralelo, com uma proporção de

alocação de 1:1, que compara a aplicação do peeling de AG 70% seguido do peeling de

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5-FU 5% com a aplicação tópica de 5-FU 5% creme. A avaliação e a aplicação do

tratamento foram realizadas por médicos diferentes. Apenas o médico dermatologista

avaliador foi cegado quando a alocação de grupo. O fluxograma de acordo com o

Consolidated Standards of Reporting Trials (CONSORT) do procedimento de

randomização pode ser visto na Figura 2.

Os pacientes foram recrutados por intermédio do registro de pacientes atendidos

no Ambulatório de Dermatologia do Hospital Bom Pastor de Ijuí, da cidade de Ijuí, RS,

Brasil, durante o período de março a dezembro de 2017. Este estudo foi aprovado pelo

Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ, sob parecer

n° 1.972.991/2017 e CAEE 62758416.6.0000.5322 e registrado no

www.ensaiosclinicos.gov.br. Todos os participantes do estudo assinaram o termo de

consentimento livre e esclarecido conforme a Resolução do Conselho Nacional de

Saúde nº 466/2012.

Figura 2. Fluxograma do desenho do estudo.

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Critérios de inclusão e exclusão

Foram incluídos pacientes entre 18 e 90 anos de idade, com diagnóstico clínico

de CAs em membros superiores (mãos e antebraços) registrado no prontuário médico,

com no mínimo cinco lesões em cada membro superior e que tivessem assinado o termo

de consentimento livre e esclarecido. Portadores de doenças sistêmicas, tais como,

hipertensão arterial sistêmica controlada, diabetes mellitus tipo II, hipercolesterolemia

foram autorizados a participar do estudo, desde que não suspendessem o uso contínuo

das medicações.

Os critérios de exclusão foram apresentar doenças sistêmicas descompensadas,

realizar tratamento para ceratoses actínicas nos três meses anteriores ao início do estudo

ou fazer aplicação de esteróides tópicos nas quatro semanas antecedentes, apresentar

suspeita clínica de câncer de pele em membros superiores, possuir hipersensibilidade

conhecida ao 5-FU e ao AG e apresentar defeitos na coagulação herdados ou adquiridos.

Randomização

Os participantes foram atribuídos aleatoriamente por randomização simples

(sequência de atribuições aleatórias por sorteio) em uma proporção de 1:1 para receber

tratamento no grupo peeling e no grupo 5-FU 5% creme. A sequência de alocação

aleatória foi gerada por um pesquisador independente que não teve nenhum papel no

recrutamento de pacientes, na atribuição de intervenções e na avaliação dos resultados.

Cegamento

No presente estudo, somente o médico dermatologista avaliador foi cegado para

os tratamentos. Tanto os pacientes quanto o médico assistente que realizou as

intervenções sabiam qual o tipo de tratamento cada membro superior foi submetido. Foi

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orientado ao paciente não fazer menção ao médico dermatologista durante a avaliação

final sobre qual o tratamento realizado em cada membro superior.

Intervenção

À medida que os pacientes foram inseridos no estudo foram alocados por ordem

numérica, de forma que os números ímpares realizaram a aplicação de peeling de AG

70% seguido da aplicação de peeling de 5-FU 5% no membro superior esquerdo, e 5-

FU 5% creme (Efurix®) no membro superior direito. Já nos pacientes pares a aplicação

de peeling de AG 70% seguido da aplicação de peeling de 5-FU 5% ocorreu no membro

superior direito e o 5-FU 5% creme (Efurix®) foi utilizado no membro superior

esquerdo.

Os peelings foram realizados em consultório médico, por médico assistente, a

cada quinze dias, no total de quatro sessões. O procedimento foi iniciado com a limpeza

e desengorduramento da pele com acetona e gaze; a seguir, foi aplicada uma camada de

AG 70% gel com os dedos enluvados até o surgimento de eritema ou frosting, com

posterior neutralização com solução de bicarbonato de sódio 10%. A última etapa se

constituiu na aplicação de solução de 5-FU 5%, com os dedos enluvados que

permaneceu em contato com a pele durante 12 horas, sem associação de agentes

oclusivos. Os pacientes foram instruídos quanto à remoção da substância em sua

residência com lavagem local com água. No dia posterior a cada sessão, o paciente foi

orientado a utilizar vaselina sólida (à noite), protetor solar (FPS≥30, a cada quatro horas

durante o dia), além de dar preferência para o uso de roupas compridas e evitar a

exposição direta ao sol.

A aplicação de 5-FU 5% creme (Efurix®, Valeant) foi realizada pelo próprio

paciente em sua residência, duas vezes ao dia por quinze dias, com intervalos de quinze

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dias, completando o total de dois ciclos, forma de tratamento descrita na literatura e

comum na prática diária do dermatologista assistente.17 O paciente foi orientado a

aplicar o produto em toda a extensão do antebraço e dorso da mão. O mesmo também

foi instruído a dar preferência para o uso de roupas compridas e evitar a exposição

direta ao sol e, após os quinze dias de tratamento, utilizar vaselina sólida (à noite),

protetor solar (FPS≥30, a cada quatro horas durante o dia).

Os riscos e efeitos colaterais foram relatados aos pacientes antes dos

tratamentos. No caso de ardência intolerável durante a aplicação do peeling, seria

realizada a neutralização da medicação pelo médico assistente antes do tempo previsto

para melhor conforto do mesmo. Por conseguinte, se houvesse irritação intensa

(ardência e eritema importantes) durante a aplicação domiciliar de 5-FU 5% creme, o

paciente foi instruído a informar o dermatologista assistente, que tomaria as medidas

cabíveis.

Os produtos para aplicação dos peelings foram formulados pela farmácia

Farmatec (Porto Alegre/RS), sendo que os veículos utilizados do AG 70% e do 5-FU

5% foram em gel e solução, respectivamente. Já o 5-FU 5% creme e a vaselina sólida

foram adquiridos em uma farmácia local. Durante o estudo foram fornecidas aos

pacientes amostras gratuitas de filtros solares Filtrum Vit FPS 50 creme (Libbs, Brasil).

Desfechos

Os desfechos principais deste estudo foram o número e o tamanho das lesões.

Estes foram avaliados no início e no final do estudo pelo médico dermatologista

(avaliador cego). Os desfechos secundários foram os efeitos colaterais e a tolerância aos

tratamentos propostos. Estes dados foram coletados com frequência quinzenal pelo

médico assistente que aplicou os peelings.

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Na avaliação inicial, as lesões foram diagnosticadas clinicamente, mapeadas e

enumeradas, contadas, medidas e fotografadas pelo médico dermatologista. Estes

registros foram preenchidos na Ficha de Identificação e Avaliação do Paciente, na qual

foram coletados os dados da anamnese e exame físico. Em seguida, o paciente foi

submetido ao registro fotográfico. A captura das imagens ocorreu por meio de câmera

fotográfica (Canon® PowerShot SX 410 IS, Japão) do seguinte modo: os membros

superiores dos pacientes foram acomodados sobre um plano de fundo escuro (preto), em

um ambiente com boa luminosidade, e as imagens foram captadas com distância de

50cm entre a lente da câmera fotográfica e a superfície em que os membros estavam

apoiados. As imagens corresponderam à face dorsal das mãos e antebraços direito e

esquerdo e seguiram padrão em relação ao local de captura, luminosidade e distância da

lente/superfície de apoio. Após o registro fotográfico dos membros superiores, foi

realizada a demarcação das lesões manualmente através do contorno das lesões com

lápis branco, seguida da enumeração de cada uma das lesões. Sequentemente à

demarcação, o paciente foi submetido a novo registro fotográfico. Logo após o registro,

foi realizada a aferição de cada uma das lesões demarcadas com régua de 15cm

transparente, e foi considerado o seu maior diâmetro em centímetros.

A avaliação dos efeitos colaterais dos tratamentos foi realizada com frequência

quinzenal, nos dias coincidentes às aplicações dos peelings, antes da realização dos

mesmos, pelo médico assistente. A última coleta destes dados se fez após 15 dias da

última sessão de peeling, na mesma oportunidade na qual se realizou a avaliação final

pelo médico dermatologista. Durante esta avaliação clínica foram oportunizados a

visualização e o relato dos efeitos adversos aos tratamentos, registrado na Ficha de

Avaliação de Segurança do Tratamento, caso estes viessem a ocorrer. A Ficha de

Avaliação de Segurança do Tratamento é um questionário quanto à presença de efeitos

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adversos como eritema, edema, dor, prurido, vesiculação e crostas. Estes foram

classificados em uma escala de zero a três, sendo zero: ausente; um: leve; dois:

moderado e três: grave.

A avaliação final foi realizada 15 dias após a última sessão de peeling, pelo

médico dermatologista. Nesta oportunidade, as lesões foram diagnosticadas

clinicamente, mapeadas e enumeradas, contadas, medidas e fotografadas. Estes registros

foram novamente preenchidos na Ficha de Identificação e Avaliação do paciente. Em

seguida, o paciente foi submetido ao registro fotográfico com a mesma câmera

fotográfica, seguindo os mesmos padrões da avaliação inicial quanto ao plano de fundo,

luminosidade e distância entre lente/superfície de apoio. Após o registro fotográfico dos

membros superiores, foi realizada a demarcação das lesões manualmente através do

contorno das lesões com lápis branco, seguida da enumeração de cada uma das lesões.

Sequentemente à demarcação, o paciente foi submetido a novo registro fotográfico.

Logo após o registro, foi realizada a aferição de cada uma das lesões demarcadas com

régua de 15cm transparente, e foi considerado o seu maior diâmetro em centímetros.

Cálculo amostral

O cálculo da amostra foi realizado no programa www.lee.dante.br (Laboratório de

Epidemiologia e Estatística). Calculou-se que a inclusão de seis membros superiores em

cada grupo proporcionaria ao estudo um poder de teste de 95% para evidenciar uma

diferença de 14.25 e um desvio padrão de 6.69 no número de lesões em pacientes com

ceratoses actínicas com nível de significância de 5%. Considerando-se eventuais perdas

de seguimento, realizou-se a randomização de 22 membros em cada grupo.

Métodos estatísticos

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Todas as análises foram conduzidas utilizando o software Statistical Package for

the Social Sciences (SPSS Inc., Chicago, IL, EUA) versão 23.0. Os dados contínuos

foram descritos através de mediana e intervalo de confiança ou média ± desvio padrão e

os dados categóricos através de frequência absoluta e relativa. Foi realizado o teste de

normalidade de Kolmorov Smirnov. A análise dos valores basais, pós intervenção e a

diferença dos valores pré e pós intervenção em relação ao número e tamanho das lesões

nos pacientes com CAs tratados com peeling e com 5-FU 5% creme foram avaliados

com o teste para comparação de amostras independentes Mann-Whitney. A análise do

número e do tamanho das lesões actínicas entre o momento pré e pós intervenção nos

pacientes tratados com peeling e 5-FU 5% creme foi realizada com o teste não

paramétrico de Wilcoxon. Na análise dos efeitos colaterais e da tolerância aos

tratamentos, somente o eritema na primeira avaliação foi estimado com o teste do qui-

quadrado. O eritema nas avaliações seguintes e os demais efeitos (vesícula, prurido, dor,

edema e crosta) foram calculados com o teste de Fisher. Considerou-se um nível de

significância de 5%.

Resultados

Pacientes

Um total de 22 pacientes com diagnóstico clínico de CAs nos membros

superiores foram triados para o estudo. Os membros superiores dos pacientes foram

randomizados para receber os tratamentos, de forma que 22 membros superiores foram

tratados com 5-FU 5% creme e 22 foram tratados com peeling de AG 70% seguido do

peeling de 5-FU 5%. Destes 22 pacientes, cinco foram excluídos, três devido à

aplicação domiciliar errônea do 5-FU 5% creme no mesmo membro superior onde foi

aplicado o peeling e dois por não comparecerem mais às consultas. Estes, por sua vez,

foram tratados posteriormente com crioterapia pelo dermatologista assistente.

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Completaram o estudo 17 pacientes, sendo que foram tratados com 5-FU 5% creme 17

membros superiores e os outros 17 membros superiores receberam a aplicação de

peeling de ácido glicólico 70% e 5-FU 5% (Figura 1).

Perfil epidemiológico e clínico

No presente estudo houve predomínio de homens (71%) com fototipo I (76%),

com idade média de 60 anos e com profissão associada à exposição solar diária (94%).

Maior parte da amostra (53%) relatou histórico prévio de câncer de pele, sendo o

carcinoma basocelular (CBC) o tipo mais comum (29%). Um terço dos pacientes

afirmou tratamento prévio de CAs há mais de três meses, sendo a crioterapia isolada e a

crioterapia associada ao uso de DS 3% gel as únicas terapêuticas citadas. Grande parte

dos pacientes referiu uso diário de filtro solar tanto no verão (76%) como no inverno

(71%) e apenas 29% relataram exposição solar diária intensa (> seis horas). O perfil

epidemiológico e clínico dos pacientes com ceratoses actínicas nos membros superiores

estão descritos na Tabela 1.

Tabela 1. Perfil epidemiológico e clínico dos pacientes com ceratoses actínicas nos

membros superiores.

Características clínicas n(%)

Sexo (F/M) 5 (29,4) / 12 (70,6)

Idade (anos) média ± DP 59,6 ± 13,6

Fototipo (I/II) 13 (76,5) / 4 (23,6)

Profissão

Agricultor 14 (82,4)

Pedreiro 2 (11,8)

Do lar 1 (5,9)

História prévia de câncer de pele

CBC 5 (29,4)

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Não sabe o tipo 4 (23,5)

Não possui história prévia 8 (47,1)

Tratamento prévio de ceratoses actínicas

Crioterapia 5 (29,4)

Crioterapia + DS 3% gel

Não realizou tratamento prévio

1 (5,9)

11 (64,7)

Horas diárias de exposição solar

< 2 horas 6 (35,3)

2– 6 horas 6 (35,3)

> 6 horas 5 (29,4)

Uso de filtro solar diário verão/ inverno 13 (76,5) / 12 (70,6)

Outros meios de proteção

Boné/chapéu 4 (23,5)

Boné/chapéu + camiseta 12 (70,6)

Não faz meio de proteção 1 (5,9)

F: feminino; M: masculino; Fototipo I: fototipo branco, queima com facilidade e nunca bronzeia (Classificação de

FitzPatrick); Fototipo II: fototipo branco, queima com facilidade e bronzeia muito pouco (Classificação de

FitzPatrick) 18; CBC: carcinoma basocelular; CEC: carcinoma escamocelular; DS 3% gel: diclofenaco 3% gel. n:

número de pacientes; %: percentual de pacientes.

Valores Basais

Os valores basais do número e do tamanho das lesões para ambos os grupos

(peeling ou 5-FU 5% creme) foram similares após a randomização, como pode ser

visualizado na Tabela 2.

Tabela 2. Valores basais do número e do tamanho das lesões nos indivíduos com CAs

nos membros randomizados para tratamento com peeling ou 5-FU 5% creme.

Peeling

Mediana (IC)

5-FU 5% creme

Mediana (IC)

p

Nº lesões 12 (8,77-16,41) 14 (10,74-20,32) 0,290

Tamanho das lesões 5,10 (4,89-10,75) 7,10 (6,65-13,94) 0,218

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Nº de lesões: nº de lesões nos membros superiores antes do tratamento. Tamanho das lesões: soma do maior diâmetro

de todas as lesões antes do tratamento. Peeling: Grupo de tratamento com peeling de ácido glicólico 70% seguido de

peeling de 5-fluorouracil 5%; 5-FU 5% creme: Grupo de tratamento com 5-fluorouracil 5% creme. Teste para

comparação de amostras independentes Mann-Whitney, p ≤ 0,05: significativo estatisticamente.

Número e tamanho das lesões nos membros superiores

Na análise, entre o momento pré e pós intervenção, foi observada uma melhora

significativa tanto no tratamento com peeling, assim como no tratamento com 5-FU 5%

creme, com diferença estatisticamente significativa (p ≤ 0,001). Houve uma redução de

75% no número de lesões tratadas com peeling e de 85,71% nas lesões tratadas com 5-

FU 5% creme. Em relação ao tamanho das lesões, foi percebida uma redução de 74,5%

e 85,91%, nos pacientes tratados com peeling e 5-FU, respectivamente (Tabela 3).

Tabela 3. Avaliação do número e tamanho das lesões nos membros randomizados para

tratamento com peeling ou 5-FU 5% creme.

Peeling p 5-FU 5% creme p

Pré

Mediana (IC)

Pós

Mediana (IC)

Pré

Mediana (IC)

Pós

Mediana (IC)

Nº de lesões 12 (8,77-16,41) 3 (2,42-4,52) ≤ 0,001 14 (10,74-20,32) 2 (1,72-3,57) ≤0,001

Tamanho das lesões

5,10 (4,89-10,75)

1,30 (1,14-2,24) ≤ 0,001 7,10 (6,65-13,94) 1,00 (0,58-1,46) ≤0,001

Nº de lesões: soma do nº de lesões nos membros superiores pré e pós tratamento. Tamanho das lesões: soma do maior

diâmetro das lesões em membros superiores pré e pós tratamento. Peeling: Grupo de tratamento com peeling de ácido

glicólico 70% seguido de peeling de 5-Fluorouracil 5%; 5-FU 5% creme: Grupo de tratamento com 5-fluorouracil 5%

creme. Teste não paramétrico de Wilcoxon, p ≤ 0,05: significativo estatisticamente.

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44

A Figura 2 apresenta imagens dos membros superiores que receberam

tratamento com peeling e 5-FU 5% creme, sendo que a coluna da esquerda (A) mostra

os membros superiores pré-intervenção e a coluna da direita (B) mostra os membros

superiores pós intervenção.

Figura 2. Avaliação dos membros superiores pré e pós intervenção com tratamento

peeling ou 5-FU 5% creme.

A

B

A F

B

A

B

P3

P3

P2

P2

P1

P1

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45

A Tabela 4 mostra que houve uma tendência de melhora mais significativa nos

membros superiores tratados com peeling no momento pós intervenção em relação ao

tamanho das lesões. No entanto na diferença entre os momentos pré e pós intervenção

não houve diferença estatisticamente significativa entre ambos os tratamentos quanto ao

número e ao tamanho de lesões.

Tabela 4. Número e tamanho das lesões analisados no momento pós intervenção e a

diferença entre o momento pré e pós intervenção, nos membros randomizados, para

tratamento com peeling ou 5-FU 5% creme.

Pós Diferença entre Pré e Pós

Peeling

Mediana (IC)

5-FU 5% creme

Mediana (IC)

p Peeling

Mediana (IC)

5-FU 5% creme

Mediana (IC)

p

Nº de lesões 3 (2,42-4,52) 2 (1,72-3,57) 0,322 12,00 (8,77-16,41) 14,00 (10,74-20,32) 0,610

Tamanho das

lesões

1,3 (1,14-2,24) 1,00 (0,58-1,46) 0,053 5,70 (5,25-12,95) 4,50 (3,72-8,90) 0,518

Nº de lesões: soma do nº de lesões nos membros superiores pré e pós tratamento. Tamanho das lesões: soma do maior

diâmetro das lesões em membros superiores pré e pós tratamento. Peeling: Grupo de tratamento com peeling de ácido

A

B

P1, P2: Pacientes tratados com peeling em membro superior esquerdo e 5-FU 5% creme em membro superior

direito; P3, P4: Pacientes tratados com 5-FU 5% creme em membro superior esquerdo e peeling em membro

superior direito. A: pré intervenção; B: pós intervenção.

P4

P4

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glicólico 70% seguido de peeling de 5-fluorouracil 5%; 5-FU 5% creme: Grupo de tratamento com 5-fluorouracil 5%

creme. Teste de Mann-Whitney, p ≤ 0,05: significativo estatisticamente.

Efeitos colaterais dos tratamentos

Os efeitos colaterais dos tratamentos dos membros superiores que receberam

peeling ou 5-FU 5% creme estão na Tabela 5.

Tanto os tratamentos com peeling como com 5-FU 5% creme evidenciaram

poucos efeitos colaterais. Na maioria dos pacientes o eritema foi considerado ausente e

leve pelo médico avaliador, sendo caracterizado como moderado em alguns pacientes

apenas na primeira avaliação em ambos os tratamentos. Nenhum paciente apresentou

vesiculação no decorrer do estudo. A maior parte dos pacientes não se queixou de

prurido e de dor. Quanto ao edema, este foi ausente na maioria dos casos e foi referido

como leve apenas em alguns pacientes na primeira sessão em ambos os tratamentos. Em

relação à presença de crosta, esta não foi evidenciada na maioria dos pacientes, exceto

em mais da metade dos pacientes tratados com 5-FU 5% creme na primeira avaliação,

classificada como leve nesta ocasião. No entanto, não houve diferença estatisticamente

significativa na verificação dos efeitos colaterais em ambos os tratamentos nas quatro

avaliações realizadas quinzenalmente (p ≥ 0,05).

Tabela 5. Efeitos colaterais do tratamento dos membros superiores que receberam

peeling ou 5-FU 5% creme.

Variáveis Peeling n (%) 5-FU 5% creme n (%)

1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª

Eritema

Ausente 0 (0) 8 (47,1) 7 (41,2) 5 (29,4) 1 (5,9) 10 (58,8) 7 (41,2) 7 (41,2)

Leve 16 (94,1) 9 (52,9) 10 (58,8) 12 (70,6) 13 (76,5) 7 (41,2) 10 (58,8) 10 (58,8)

Moderado 1 (5,9) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 3 (17,6) 0 (0) 0 (0) 0 (0)

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Vesícula

Ausente 17 (100) 17 (100) 17 (100) 17 (100) 17 (100) 17 (100) 17 (100) 17 (100)

Presente 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0)

Prurido

Ausente 13 (76,5) 11 (64,7) 14 (82,4) 14 (82,4) 10 (58,8) 13 (76,5) 14 (82,4) 15 (88,2)

Leve 4 (23,5) 6 (35,3) 3 (17,6) 3 (17,6) 7 (41,2) 4 (23,5) 3 (17,6) 2 (11,8)

Dor

Ausente 17 (100) 15 (88,2) 15 (82,2) 15 (82,2) 14 (82,4) 16 (94,1) 16 (94,1) 16 (94,1)

Leve 0 (0) 2 (11,8) 2 (11,8) 2 (11,8) 3 (17,6) 1 (5,9) 1 (5,9) 1 (5,9)

Edema

Ausente 15 (88,2) 17 (100) 17 (100) 17 (100) 15 (88,2) 17 (100) 17 (100) 17 (100)

Leve 2 (11,8) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 2 (11,8) 0 (0) 0 (0) 0 (0)

Crosta

Ausente 9 (52,9) 13 (76,5) 12 (70,6) 12 (70,6) 8 (47,1) 14 (82,4) 13 (76,5) 11 (64,7)

Leve 8 (47,1) 4 (23,5) 5 (29,4) 5 (29,4) 9 (52,9) 3 (17,6) 4 (23,5) 6 (35,3)

Eritema: 0- Ausente: não há presença de vermelhidão;1- Leve: pele pouco rósea na área tratada; 2- Moderado:

vermelhidão facilmente visível na área tratada; Vesículas: 0- Ausente: não há formação de bolhas ou vesículas na

área tratada; 1- Presente: há formação de bolhas ou vesículas na área tratada. Prurido: 0- Ausente: não há sensação de

coceira na área tratada; 1- Leve: coceira leve, não afeta atividade diária do paciente. Dor: 0- Ausente: não há dor ou

ardência; 1- Leve: dor tolerável, não afeta atividade diária do paciente, sem analgesia. Edema: 0- Ausente: não há

formação de edema na área tratada; 1- Leve: edema leve, não afeta atividade diária do paciente. Crosta: 0- Ausente:

não há formação de crostas; 1- Leve: crostas leves, não impede atividade diária do paciente. Peeling: Grupo de

tratamento com peeling de ácido glicólico 70% seguido de peeling de 5-fluorouracil 5%; 5-FU 5% creme: Grupo de

tratamento com 5-fluorouracil 5% creme. n: número de membros superiores, %: percentual de membros superiores.

1ª: primeira avaliação; 2ª: segunda avaliação; 3ª: terceira avaliação; 4ª: quarta avaliação. Teste de Fisher e do qui-

quadrado, p ≤ 0,05: significativo estatisticamente.

Discussão

Este estudo comparou a eficácia do peeling de AG 70% seguido do peeling de 5-

FU 5% com o creme de 5-FU 5% no tratamento de CAs em membros superiores.

Constatou-se que tanto o peeling de AG 70% associado ao peeling de 5-FU 5%, assim

como o 5-FU 5% creme são métodos eficazes para o tratamento de CAs em membros

superiores. Trata-se de um ensaio clínico randomizado, inédito por avaliar a eficácia do

tratamento de CA em membros superiores com o uso do peeling de AG 70% associado

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ao peeling de 5-FU 5% e o uso de 5-FU 5% creme e levar em consideração tanto o

número quanto o tamanho das lesões actínicas como desfechos secundários.

Na análise, entre o momento pré e pós intervenção, foi observada uma melhora

significativa tanto no tratamento com peeling, quanto no tratamento com 5-FU 5%

creme. Houve uma redução significativa de 75% e 85,71% no número médio de lesões e

de 74,5% e 85,71% no tamanho das mesmas, nos membros superiores dos pacientes

tratados com peeling e 5-FU 5% creme (p ≤ 0,001), respectivamente. Nenhum dos

tratamentos foi superior ao outro em relação à eficácia, não havendo diferença

significativa (p ≥ 0,05) entre os tratamentos, tanto no momento pós intervenção, assim

como na diferença entre os momentos pré e pós intervenção, quanto ao número e ao

tamanho de lesões. No entanto, no momento pós intervenção houve discreta

superioridade do peeling na redução do tamanho das lesões diante dos valores do

intervalo de confiança e do p limítrofe (<0,053). Outro achado foi a similaridade dos

efeitos colaterais nas quatro avaliações quinzenais realizadas, sendo que nenhum

paciente abandonou o estudo por gravidade dos sintomas.

Os achados deste estudo não foram influenciados pelo sexo e pela idade e estão

de acordo com os descritos em estudos prévios. 19-20. Szeimies et al.21 também

utilizaram os mesmos desfechos secundários no tratamento de CAs graus I e II de Olsen

et al.22, em face e corpo, de 1051 pacientes, com o uso de 5-FU em baixa concentração

(0,5%) associado ao ácido salicílico 10%. Estes pesquisadores observaram uma

diminuição de 70% no número médio e 80% no tamanho médio das lesões e, quando

considerados apenas os membros superiores, a redução do número médio foi de

64,7%.21 No presente estudo não considerou o grau de espessura das lesões tratadas, o

que pode ter interferido na avaliação da eficácia dos tratamentos propostos, uma vez que

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lesões mais espessas são mais resistentes às terapêuticas tópicas e, muitas vezes, exigem

crioterapia, eletrocauterização ou curetagem. 23, 24, 11

Em estudo similar, Dini et al.25 avaliaram cinco pacientes com CAs em membros

superiores, que foram submetidos a tratamentos semelhantes aos propostos no presente

estudo (peeling químico superficial quinzenal com AG 70% gel seguido de 5-FU 5%

solução x criopeeling mensal), com resposta clínica satisfatória, melhora das CAs e de

toda área de dano actínico, com boa tolerância dos pacientes ao tratamento. Estes

achados também foram encontrados no presente estudo, porém com critérios

metodológicos mais rigorosos como maior número de pacientes tratados, randomização

dos membros superiores e cegamento do médico avaliador, condições que contribuem

para maior fidelidade dos desfechos encontrados.

A presença de efeitos adversos é importante para a adesão do paciente ao

tratamento. Este aspecto foi considerado neste estudo e mostrou que as opções

terapêuticas testadas, além de eficazes na redução do tamanho e número das lesões,

apresentaram poucos efeitos colaterais, sem diferença estatisticamente significativa

entre os tratamentos. No estudo de Lawrence et al.26, que compara o peeling de solução

de Jessner associado ao ácido tricloroacético (ATA) 35% com o 5-FU 5% creme,

também não foram observados efeitos colaterais indesejáveis com o peeling químico.

Nesta pesquisa verificou-se que, apesar de um relato de eritema transitório, a maioria

dos pacientes preferiu o peeling ao 5-FU 5% creme pela aplicação única e menor

morbidade. Marrero e Katz 27 também perceberam poucos efeitos colaterais transitórios,

como ligeiro eritema facial e xerose leve ao avaliar o peeling de AG 70% seguido do

peeling de 5-FU 5%. No estudo de Guimarães et al.28, que avaliou a eficácia e segurança

do 5-FU 5% em creme e em peeling em antebraços fotodanificados, os pacientes

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relataram melhor tolerabilidade ao peeling e, embora alguns eventos adversos

previsíveis tenham ocorrido, não houve diferenças entre os tratamentos.

Este estudo é importante por mostrar os efeitos da intervenção usualmente

empregada no tratamento da CA. É um estudo clínico randomizado, cego com rigor

científico metodológico na seleção da amostra e realização da coleta dos dados. Desta

forma, os resultados são importantes para elucidar os efeitos dos tratamentos,

beneficiando os profissionais especialistas na prescrição e execução da técnica. Porém,

algumas limitações do estudo podem ser citadas como: não foram avaliados a espessura

das CAs, o seguimento dos pacientes a longo prazo para verificar recidivas e a análise

dos custos dos procedimentos. Além disto, não foi realizado o exame

anatomopatológico29-30, método que permite avaliar as lesões subclínicas que

dificilmente são percebidas pelo exame físico e pela dermatoscopia. Recomenda-se que

estes aspectos devam ser explorados em futuros estudos.

Conclui-se que tanto o peeling de AG 70% associado ao peeling de 5-FU 5%,

assim como o 5-FU 5% creme são métodos eficazes para o tratamento de CAs em

membros superiores. No entanto não foi identificada a superioridade de um tratamento

em relação ao outro.

Agradecimentos

Os autores gostariam de agradecer à Direção Clínica e Executiva do Hospital

Bom Pastor de Ijuí, por permitirem e oportunizarem o desenvolvimento da pesquisa no

âmbito do hospital e aos demais pesquisadores e funcionários que participaram deste

estudo.

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55

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia do 5-FU 5% creme e do peeling

combinado de ácido glicólico 70% e 5-FU 5% no tratamento de ceratoses actínicas em

membros superiores.

Na análise, entre o momento pré e pós intervenção, foi observada uma melhora

significativa tanto no tratamento com peeling, quanto no tratamento com 5-FU 5%

creme. Houve uma redução significativa de 75% e 85,71% no número médio de lesões e

de 74,5% e 85,71% no tamanho das mesmas, nos membros superiores dos pacientes

tratados com peeling e 5-FU 5% creme (p ≤ 0,001), respectivamente. No entanto,

nenhum dos tratamentos foi superior ao outro em relação à eficácia, não havendo

diferença significativa (p ≥ 0,05) entre os tratamentos, tanto no momento pós

intervenção, assim como na diferença entre os momentos pré e pós intervenção, quanto

ao número e ao tamanho de lesões.

Na literatura há poucos estudos descritos sobre o tratamento de ceratoses

actínicas que avaliam tanto o número como o tamanho das lesões como desfecho

principal. Este estudo utilizou as duas variáveis de desfecho descritas e mostrou que

ambos os tratamentos (peeling x 5-FU 5% creme) foram eficazes no tratamento das

ceratoses actínicas em membros superiores.

Seu ponto forte foi a randomização dos membros superiores dos pacientes para

assegurar a comparação acurada de ambos os tratamentos, oferecendo benefícios nos

dados comparativos de eficácia. Além disso, o cegamento do médico avaliador

contribuiu para maior confiabilidade dos dados encontrados.

Neste estudo não houve seguimento dos pacientes para avaliar a recorrência das

lesões a longo prazo. Portanto estudos futuros devem ser realizados para comparar a

eficácia de ambos os tratamentos por período de observação mais longo.

Outro achado foi a presença de poucos efeitos colaterais, que foram similares em

todas as avaliações realizadas, sem diferença significativa (p ≥ 0,05) entre os

tratamentos, sendo que nenhum paciente abandonou o estudo por gravidade dos

sintomas. A boa segurança das opções terapêuticas do presente estudo permite ao

paciente melhor conforto durante o tratamento e maior adesão a ele, condição que leva a

melhor resposta clínica das ceratoses actínicas. O tratamento eficaz e precoce desta

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dermatose altamente prevalente nos consultórios dermatológicos colabora para a

redução da incidência de câncer de pele do tipo não melanoma, condição que exige

maior custo e complexidade no tratamento.

Conclui-se que tanto o peeling de AG 70% associado ao peeling de 5-FU 5%,

assim como o 5-FU 5% creme são métodos eficazes para o tratamento de CAs em

membros superiores. No entanto não foi identificada a superioridade de um tratamento

em relação ao outro.

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APÊNDICE 1

FICHA DE IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO CLÍNICA

Anamnese

Nome: .......................................................................................................

Idade: ....................... Sexo: ( ) Masc ( ) Fem

Procedência: ...................

Profissão: .......................................................................

Fototipo (Classificação de Fitzpatrick): ( ) I ( ) II ( ) III ( ) IV ( ) V ( ) VI

Calvície: ( ) sim ( ) não

Comorbidades / Medicações em uso:

.............................................................................................................................................

.............................................................................................................................................

.......................................................................................................................................

...........................................................................................................................................

História prévia de câncer de pele? ( ) sim ( ) não

Caso sim, qual o tipo: ( ) Melanoma ( ) CBC ( ) CEC

Tratamento prévio para ceratose actínica há mais de 3 meses? ( ) sim ( ) não

Caso sim, qual (is):

.............................................................................................................................................

.........................................................................................................................................

Já realizou algum transplante de órgão? ( ) sim ( ) não

História de exposição solar no passado: ( ) sim ( ) não

Exposição de horas diárias aos raios solares atualmente:

( ) até 2 horas ( ) de 2 a 6 horas ( ) mais que 6 horas

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Exposição solar: ( ) ocupacional ( ) lazer

Uso de protetor solar diariamente no verão: ( ) sim ( ) não ( ) às vezes

Uso de protetor solar diariamente no inverno? ( ) sim ( ) não ( ) às vezes

Caso sim, qual o fator de proteção solar usado:( ) até 8 ( ) entre 8 e 15 ( ) entre 15 e

30 ( ) maior ou igual a 30 ( ) nenhum

Meios físicos para se proteger, quando contato com sol:

( ) não

( ) sim, quais: ( ) chapéu / boné ( ) camiseta ( ) guarda-sol ( ) óculos

( ) outros:..............................

Exame físico

Membro superior direito

Nº de lesões: 1ª consulta- ........................... última consulta: ...............................

Localização das lesões / maior diâmetro (1ª e última consulta)

Lesão 1: .............................................................................................-............/...........cm

Lesão 2: ..............................................................................................-.........../...........cm

Lesão 3: ..............................................................................................-.........../...........cm

Lesão 4: ...............................................................................................-.........../..........cm

Lesão 5: ...............................................................................................-.........../..........cm

Lesão 6: .............................................................................................-............/...........cm

Lesão 7: ..............................................................................................-.........../...........cm

Lesão 8: ..............................................................................................-.........../...........cm

Lesão 9: ...............................................................................................-.........../..........cm

Lesão 10: .............................................................................................-.........../..........cm

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Lesão 11: ............................................................................................-............/..........cm

Lesão 12: ............................................................................................-.........../...........cm

Lesão 13: ............................................................................................-.........../...........cm

Lesão 14: .............................................................................................-.........../..........cm

Lesão 15: .............................................................................................-.........../..........cm

Lesão 16: ..............................................................................................-........../..........cm

Lesão 17: ............................................................................................-.........../...........cm

Lesão 18: ............................................................................................-.........../...........cm

Lesão 19: .............................................................................................-.........../..........cm

Lesão 20: .............................................................................................-.........../..........cm

Membro superior esquerdo (T2)

Nº de lesões: 1ª consulta- ........................... última consulta: ...............................

Localização das lesões e maior diâmetro (1ª e última consulta)

Lesão 1: .............................................................................................-............/...........cm

Lesão 2: ..............................................................................................-.........../...........cm

Lesão 3: ..............................................................................................-.........../...........cm

Lesão 4: ...............................................................................................-.........../..........cm

Lesão 5: ...............................................................................................-.........../..........cm

Lesão 6: .............................................................................................-............/...........cm

Lesão 7: ..............................................................................................-.........../...........cm

Lesão 8: ..............................................................................................-.........../...........cm

Lesão 9: ...............................................................................................-.........../..........cm

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Lesão 10: .............................................................................................-.........../..........cm

Lesão 11: ............................................................................................-............/..........cm

Lesão 12: ............................................................................................-.........../...........cm

Lesão 13: ............................................................................................-.........../...........cm

Lesão 14: .............................................................................................-.........../..........cm

Lesão 15: .............................................................................................-.........../..........cm

Lesão 16: ..............................................................................................-........../..........cm

Lesão 17: ............................................................................................-.........../...........cm

Lesão 18: ............................................................................................-.........../...........cm

Lesão 19: .............................................................................................-.........../..........cm

Lesão 20: .............................................................................................-.........../..........cm

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72

APÊNDICE 2

FICHA DE AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA DO TRATAMENTO

Paciente: ..................................................................................................

Membro Superior Direito (T1)

1ª avaliação (..../....): ( ) eritema ( ) vesiculação ( ) prurido ( ) dor ( ) edema ( ) crosta

2ª avaliação (..../....): ( ) eritema ( ) vesiculação ( ) prurido ( ) dor ( ) edema ( ) crosta

3ª avaliação (..../....): ( ) eritema ( ) vesiculação ( ) prurido ( ) dor ( ) edema ( ) crosta

4ª avaliação (..../....): ( ) eritema ( ) vesiculação ( ) prurido ( ) dor ( ) edema ( ) crosta

Membro Superior Esquerdo (T2)

1ª avaliação (..../....): ( ) eritema ( ) vesiculação ( ) prurido ( ) dor ( ) edema ( ) crosta

2ª avaliação (..../....): ( ) eritema ( ) vesiculação ( ) prurido ( ) dor ( ) edema ( ) crosta

3ª avaliação (..../....): ( ) eritema ( ) vesiculação ( ) prurido ( ) dor ( ) edema ( ) crosta

4ª avaliação (..../....): ( ) eritema ( ) vesiculação ( ) prurido ( ) dor ( ) edema ( ) crosta

Eritema

0- Ausente: não há presença de vermelhidão 1- Leve: pele pouco rósea na área tratada 2- Moderado: vermelhidão facilmente visível na área tratada 3- Grave: vermelhidão intensa na área tratada

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Vesiculação

0- Ausente: não há formação de bolhas ou vesículas na área tratada 1- Presente: há formação de bolhas ou vesículas na área tratada

Prurido

0- Ausente: não há sensação de coceira na área tratada 1- Leve: coceira leve, não afeta atividade diária do paciente 2- Moderado: coceira moderada, afeta atividade diária sem impedi-la 3- Grave: coceira intensa, impede atividade diária do paciente

Dor ou ardência

0- Ausente: não há dor ou ardência 1- Leve: dor tolerável, não afeta atividade diária do paciente, sem analgesia 2- Moderada: dor moderada, afeta atividade diária do paciente sem impedi-la,

alívio total com analgésicos simples 3- Grave: dor importante, afeta atividade diária do paciente, alívio parcial com

analgésicos simples

Edema

0- Ausente: não há formação de edema na área tratada 1- Leve: edema leve, não afeta atividade diária do paciente 2- Moderado: edema moderado, afeta atividade diária, sem impedi-la 3- Grave: edema importante, impede atividade diária do paciente

Crostas

0- Ausente: não há formação de crostas 1- Leve: crostas leves, não impede atividade diária do paciente 2- Moderado: crostas moderadas, afeta atividade diária, sem impedi-la 3- Grave: crostas intensas, impede atividade diária do paciente.

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ANEXO 1

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA

Título da Pesquisa: ESTUDO SOBRE O PEELING DE ÁCIDO GLICÓLICO 70% ASSOCIADO A 5FLUOROURACIL 5% COMPARADO AO USO TÓPICO DE 5-FLUOROURACIL 5% CREME NO TRATAMENTO DAS CERATOSES ACTÍNICAS: UM ENSAIO CLÍNICO

NÃO RANDOMIZADO

Pesquisador: Janice de Fatima Pavan Zanella

Area Temática:

Versão: 2

CAAE: 62758416.6.0000.5322

Instituição Proponente: Fundação Universidade de Cruz Alta -

UNICRUZ/RS Patrocinador Principal: Financiamento Próprio

Número do Parecer: 1.972.991

Apresentação do Projeto:

vide

parecer I.

Objetiv

da

Pesquisa:

vide parecer 1.

Avaliação dos Riscos e Benefícios:

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vide parecer 1.

Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:

vide parecer 1.

Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:

vide parecer 1.

Recomendações:

vide parecer 1.

Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:

A pesquisadora atendeu a solicitação do CEP quanto a responsabilidade da mesma em arcar

com despesas médicas caso seja necessário. Desta forma o projeto está aprovado.

Considerações Finais a critério do CEP:

Este parecer foi elaborado baseado nos documentos abaixo

relacionados:

Tipo Documento Arquivo Postagem Autor Situação

Informações Básicas

do Pro•eto PB INFORMAÇOES BASICAS_DO P

ROJETO 829810. Di

21/12/2016 Aceito

Outros 8 RISCOS_E DIFICULDADES.docx 21/12/2016 Janice de Fatima

Pavan Zanella

Aceito

Outros RESPOSTA CEP.docx 21/12/2016 Janice de Fatima

Pavan Zanella

Aceito

Outros folha_de_rosto.jpg 07/12/2016

08:51

Aline Lima Deicke Aceito

Outros oficio.pdf 06/12/2016

17:36:23

Janice de Fatima

Pavan Zanella

Aceito

Outros autorizacao_diretora.pdf 06/12/2016

17:33:41

Janice de Fatima

Pavan Zanella

Aceito

Outros autorizacao_diretor.pdf 06/12/2016

17:33:16

Janice de Fatima

Pavan Zanella

Aceito

Folha de Rosto folha_rosto.pdf 06/12/2016 Janice de Fatima Aceito

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17:30:47 Pavan Zanella

Outros termo_confidencialidade.pdf 06/12/2016

17:30:04

Janice de Fatima

Pavan Zanella

Aceito

Cronograma cronograma.docx 05/12/2016

22:59:47

Janice de Fatima

Pavan Zanella

Aceito

TCLE / Termos de

Assentimento /

Justificativa de

Ausência

TCLE.docx 05/12/2016

22:50:38

Janice de Fatima

Pavan Zanella

Aceito

Projeto Detalhado /

Brochura

Investi ador

Projeto.docx 05/12/2016

22:29:20

Janice de Fatima

Pavan Zanella

Aceito

Situação do Parecer:

Aprovado

Necessita Apreciação da CONEP: Não

Assinado por: Rita Leal Sperotto

(Coordenador)

CRUZ ALTA, 20 de Março d 2017