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Wilma Alves de França UNIDADE IV – ESTILOS DE ÉPOCA Elabore uma coletânea de textos literários que exemplifiquem cada um dos estilos de época estudados no texto. TROVADORISMO “A dona que eu am'e tenho por Senhor amostrade-me-a Deus, se vos en prazer for, se non dade-me-a morte. A que tenh'eu por lume d'estes olhos meus e porque choran sempr(e) amostrade-me-a Deus, se non dade-me-a morte. Essa que Vós fezestes melhor parecer de quantas sei, a Deus, fazede-me-a veer, se non dade-me-a morte. A Deus, que me-a fizestes mais amar, mostrade-me-a algo possa con ela falar, se non dade-me-a morte”. (Bernal de Bonaval) RENASCENTISMO “As armas e os barões assinalados, Que da ocidental praia Lusitana, Por mares nunca de antes navegados, Passaram ainda além da Taprobana, Em perigos e guerras esforçados, Mais do que prometia a força humana, E entre gente remota edificaram Novo Reino, que tanto sublimaram; (...)”. (Luis de Camões) BARROCO

UNIDADE 4 Teoria Literária - Atividade Complementar

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Wilma Alves de Frana

UNIDADE IV ESTILOS DE POCAElabore uma coletnea de textos literrios que exemplifiquem cada um dos estilos de poca estudados no texto.

TROVADORISMO

A dona que eu am'e tenho por Senhor

amostrade-me-a Deus, se vos en prazer for,

se non dade-me-a morte.

A que tenh'eu por lume d'estes olhos meus

e porque choran sempr(e) amostrade-me-a Deus,

se non dade-me-a morte.

Essa que Vs fezestes melhor parecer

de quantas sei, a Deus, fazede-me-a veer,

se non dade-me-a morte.

A Deus, que me-a fizestes mais amar,

mostrade-me-a algo possa con ela falar,

se non dade-me-a morte.

(Bernal de Bonaval)RENASCENTISMO

As armas e os bares assinalados,

Que da ocidental praia Lusitana,

Por mares nunca de antes navegados,

Passaram ainda alm da Taprobana,

Em perigos e guerras esforados,

Mais do que prometia a fora humana,

E entre gente remota edificaram

Novo Reino, que tanto sublimaram; (...).(Luis de Cames)

BARROCO

Descarto-me da tronga, que me chupa,

Corro por um conchego todo o mapa,

O ar da feia me arrebata a capa,

O gadanho da limpa at a garupa.

Busco uma freira, que me desemtupa

A via, que o desuso s vezes tapa,

Topo-a, topando-a todo o bolo rapa,

Que as cartas lhe do sempre com chalupa.

Que hei de fazer, se sou de boa cepa,

E na hora de ver repleta a tripa,

Darei por quem mo vase toda Europa?

Amigo, quem se alimpa da carepa,

Ou sofre uma muchacha, que o dissipa,

Ou faz da mo sua cachopa.

(Gregrio de Matos)

NEOCLACISSISMO

Eu, Marlia, no sou algum vaqueiro,

Que viva de guardar alheio gado,

De tosco trato, de expresses grosseiro,

Dos frios gelos e dos sis queimado.

Tenho prprio casal e nele assisto;

D-me vinho, legume, fruta, azeite;

Das brancas ovelhinhas tiro o leite,

E mais as finas ls, de que visto.(Toms Antnio Gonzaga)

ROMANTISMO

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabi;

As aves, que aqui gorjeiam,

No gorjeiam como l.

Nosso cu tem mais estrelas,

Nossas vrzeas tm mais flores,

Nossos bosques tm mais vida,

Nossa vida mais amores.(Gonalves Dias)

REALISMO/NATURALISMO

Bertoleza representava agora ao lado de Joo Romo o papel trplice de caixeiro, de criada e de amante. Mourejava a valer, mas de cara alegre; s quatro da madrugada estava j na faina de todos os dias, aviando o caf para os fregueses e depois preparando o almoo para os trabalhadores de uma pedreira que havia para alm de um grande capinzal aos fundos da venda. Varria a casa, cozinhava, vendia ao balco na taverna, quando o amigo andava ocupado l por fora; fazia a sua quitanda durante o dia no intervalo de outros servios, e noite passava-se para a porta da venda, e, defronte de um fogareiro de barro, fritava fgado e frigia sardinhas, que Romo ia pela manh, em mangas de camisa, de tamancos e sem meias, comprar praia do Peixe. E o demnio da mulher ainda encontrava tempo para lavar e consertar, alm da sua, a roupa do seu homem, que esta, valha a verdade, no era tanta.(Aluzio Azevedo)

PARNASIANISMOOra ( direis ) ouvir estrelas!

Certo, perdeste o senso!

E eu vos direi, no entanto

Que, para ouv-las,

muitas vezes desperto

E abro as janelas, plido de espanto.

(Olavo Bilac)

SIMBOLISMO

Cabelos! Quantas sensaes ao v-los!

Cabelos negros, do esplendor sombrio,

por onde corre o fluido vago e frio

dos brumosos e longos pesadelos...

Sonhos, mistrios, ansiedades, zelos,

tudo que lembra as convulses de um rio

passa na noite clida, no estio

da noite tropical dos teus cabelos.

Passa atravs dos teus cabelos quentes,

pela chama dos beijos inclementes,

das dolncias fatais, da nostalgia...

Aurola negra, majestosa, ondeada,

alma de treva, densa e perfumada,

lnguida noite da melancolia!

(Cruz e Sousa)PR-MODERNISMO

Num pas em que toda a gente acomoda a sua vidinha num cantinho de secretaria, ou numa aposentadoria, eu estou, depois de haver trabalhado tanto, galhardamente, sem posio definida! Reivindico, assim, o belo ttulo de ltimo dos romnticos, no j do Brasil apenas, mas do mundo todo, neste tempos utilitrios!.

(Euclides da Cunha)MODERNISMO

Eu insulto o burgs! O burgus-nquel,

o burgus-burgus!

A digesto bem feita de So Paulo!

O homem-curva! o homem-ndegas!

O homem que sendo francs, brasileiro, italiano,

sempre um cauteloso pouco-a-pouco!.

(Mrio de Andrade)

PS MODERNISMO

Quando nasci um anjo esbelto,

desses que tocam trombeta, anunciou:

vai carregar bandeira.

Cargo muito pesado pra mulher,

esta espcie ainda envergonhada.

Aceito os subterfgios que me cabem,

sem precisar mentir.

No sou to feia que no possa casar,

acho o Rio de Janeiro uma beleza e

ora sim, ora no, creio em parto sem dor.

Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.

Inauguro linhagens, fundo reinos

-- dor no amargura.

Minha tristeza no tem pedigree,

j a minha vontade de alegria,

sua raiz vai ao meu mil av.

Vai ser coxo na vida maldio pra homem.

Mulher desdobrvel. Eu sou.(Adlia Prado)