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1 PORTUGUÊS Sugestões de atividades 9 Unidade 8 Literatura

Unidade 8 Literatura - editoradobrasil.com.br · conceitos e nomes, não dá conta de tudo, como do sabor das frutas. b) Porque os poetas tentam, na poesia, “dizer o indizível”,

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PORTUGUÊS

Sugestões de atividades

9

Unidade 8Literatura

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Português

Poesia: Não-coisa

O que o poeta quer dizer

no discurso não cabe

e se o diz é pra saber

o que ainda não sabe.

Uma fruta uma flor

um odor que relume…

Como dizer o sabor,

seu clarão seu perfume?

Como enfim traduzir

na lógica do ouvido

o que na coisa é coisa

e que não tem sentido?

A linguagem dispõe

de conceitos, de nomes

mas o gosto da fruta

só o sabes se a comes

[...]

No entanto, o poeta

desafia o impossível

e tenta no poema

dizer o indizível:

subverte a sintaxe

implode a fala, ousa

incutir na linguagem

densidade de coisa

sem permitir, porém,

que perca a transparência

já que a coisa é fechada

à humana consciência.

O que o poeta faz

mais do que mencioná-la

é torná-la aparência

pura – e iluminá-la.

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Toda coisa tem peso:

uma noite em seu centro.

O poema é uma coisa

que não tem nada dentro,

a não ser o ressoar

de uma imprecisa voz

que não quer se apagar— essa voz somos nós.

Ferreira Gullar. Cadernos de Literatura Brasileira. São Paulo: Instituto Moreira Salles, 1998. p. 77-78. p. 138.

1. O poema reflete sobre a difícil tarefa de traduzir sensações, sabores, cores por meio da linguagem.

a) Identifique uma das dificuldades apontadas nas quatro primeiras estrofes do poema.

b) Explique por que, de acordo com o texto, os poetas desafiam o impossível.

c) O poema é metalinguístico, isto é, usa a poesia para refletir sobre o fazer poético. Retire do texto dois exemplos de metalinguagem.

2. Examine o plano de expressão do poema.

a) Há rimas? Em que versos elas aparecem?

b) Conte as sílabas métricas da primeira estrofe assinalando-as e indicando a quantidade de sílabas em cada verso.

3. Leia atentamente os trechos abaixo:A linguagem dispõe de conceitos, de nomesmas o gosto da frutasó o sabes se a comes

No entanto, o poetadesafia o impossívele tenta no poemadizer o indizível

a) Que relação os conectores destacados estabelecem nas estrofes acima?

b) Explique como essa relação é estabelecida em cada uma das estrofes.

4. Leia atentamente a tirinha do personagem Armandinho:

a) Destaque os períodos em que há orações introduzidas pelo conector e.

b) Compare o valor do conectivo e nas duas orações por ele introduzidas. Explique a diferença.

Ale

xand

re B

eck

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5. Leia as tiras e responda às questões:

Tira I

Tira II

Disponíveis em: https://www.facebook.com/tirasarmandinho

a) Forme um período com as orações da tira I usando, no lugar das reticências, o conector adequado.

b) Reescreva as falas da tira II de modo que cada quadrinho corresponda a um período. Siga as seguin-tes instruções em relação ao último quadrinho:

• use o registro formal, eliminando o traço de oralidade;• elimine o ponto de exclamação da primeira oração;• una as duas orações por meio de um conector, de acordo com o sentido da tira.

Ale

xand

re B

eck

Ale

xand

re B

eck

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PortuguêsGabarito

1. a) Na primeira estrofe o poema mostra que os temas que inspiram os poetas não cabem no discurso, isto é, não podem ser ditos; na segunda estrofe aponta a dificuldade de “dizer o sabor”, de traduzir para o verbal sensações como o odor de uma flor; a terceira estrofe aponta as dificuldades de falar sobre as coisas que parecem inapreensíveis; a quarta estrofe mostra que a linguagem, mesmo com conceitos e nomes, não dá conta de tudo, como do sabor das frutas.

b) Porque os poetas tentam, na poesia, “dizer o indizível”, isto é, tentam transformar em palavras as coi-sas do mundo, expressar por meio de palavras o sabor, a cor, a forma, aquilo que só será realmente conhecido se for provado, experimentado. É, portanto, um trabalho de tentar abarcar com o discur-so algo que nele não cabe, desafiando o impossível.

c) Professor, há diversos trechos metalinguísticos. Exemplos: “O que o poeta quer dizer no discurso não cabe”, “o poeta desafia o impossível e tenta no poema dizer o indizível”, “O poema é uma coisa que não tem nada dentro”.

2. a) Há rimas. Nas duas primeiras estrofes e na última, o primeiro e o terceiro versos rimam (dizer/saber, flor/sabor, ressoar/apagar), assim como o segundo e o quarto (cabe/sabe, relume/perfume, voz/nós), formando o esquema acbd. Nas demais, há rimas apenas entre o segundo e o quarto versos (exemplos: ouvido/sentido, nomes/comes).

b)

O/ que o/ po/e/ta/ quer/ di/zer/ - 8

no/ dis/cur/so/ não/ ca/be - 6

e/ se/ o/ diz/ é/ pra/ sa/ber/ - 8

o/ que a/in/da/ não/ sa/be. – 6

3. a) Os dois estabelecem relação de contrariedade.

b) Na primeira estrofe, a conjunção mas estabelece uma contrariedade em relação ao que foi dito anteriormente, destacando a informação que vem depois, isto é, o eu lírico diz que, apesar de a lin-guagem dispor de conceitos e de nomes, ela não é suficiente, pois uma pessoa só conhece o gosto de uma fruta quando a come. Já na segunda estrofe citada, a locução conjuntiva no entanto ressalta o fato de o poeta desafiar o impossível e tentar dizer o indizível. O conectivo retoma o que foi dito nas outras estrofes (sobre a dificuldade de se transpor as coisas para as palavras), para mostrar que, apesar de todas as dificuldades, o poeta desafia o impossível.

4. a) “Quero levar pouca coisa e viajar sem muita pressa!”; “Seguir leve pela vida e dar valor ao que interessa!”

b) No primeiro período, a conjunção “e” tem valor aditivo, pois a oração por ele introduzida traz uma ideia que se soma à expressa na oração anterior. Já no seguinte, período simples “E adivinha o que aconte-ceu?”, a conjunção e tem valor adversativo e poderia ser substituída por mas, no entanto etc.

5. a) Sapo, se um dia você usar o Facebook, não esqueça que você se torna eternamente responsável por aquilo que compartilha.

b) Autógrafos quinta-feira em Floripa? Vou ver se tenho espaço na agenda! Não tenho, porque já está toda desenhada.