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Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 1 Unidade Auditada: SECRETARIA DE ATENCAO A SAUDE Exercício: 2012 Processo: 25000049692201348 Município: Brasília - DF Relatório nº: 201305858 UCI Executora: SFC/DSSAU - Coordenação-Geral de Auditoria da Área de Saúde _______________________________________________ Análise Gerencial Senhor Coordenador-Geral, Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço n.º 201305858, e consoante o estabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC n.º 01, de 06/04/2001, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de contas anual apresentada pelo (a) SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE. 1. Introdução Os trabalhos de campo conclusivos foram realizados no período de 15/04/2013 a 10/05/2013, por meio de testes, análises e consolidação de informações coletadas ao longo do exercício sob exame e a partir da apresentação do processo de contas pela Unidade Auditada, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal. Houve restrição à realização dos exames, em função da ausência de resposta tempestiva e completa aos questionamentos da CGU contidos nas Solicitações de Auditoria emitidas no decorrer dos trabalhos. 2. Resultados dos trabalhos Verificamos na Prestação de Contas da Unidade a não conformidade com o inteiro teor das peças e respectivos conteúdos exigidos pelas DN TCU nº 119/2012, DN TCU nº 124/2012 e Portaria TCU nº 150/2012, tendo sido adotadas, por ocasião dos trabalhos de auditoria conduzidos junto à Unidade, providências que estão tratadas em itens específicos deste relatório de auditoria.

Unidade Auditada: SECRETARIA DE ATENCAO A SAUDE Katia Rocha... · áreas relacionadas à conformidade do registro de gestão e aos atos de gestão financeira, não desempenharam as

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Unidade Auditada: SECRETARIA DE ATENCAO A SAUDE

Exercício: 2012 Processo: 25000049692201348 Município: Brasília - DF Relatório nº: 201305858 UCI Executora: SFC/DSSAU - Coordenação-Geral de Auditoria da Área de Saúde

_______________________________________________ Análise Gerencial Senhor Coordenador-Geral,

Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço n.º 201305858, e consoante o estabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC n.º 01, de 06/04/2001, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de contas anual apresentada pelo (a) SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE.

1. Introdução

Os trabalhos de campo conclusivos foram realizados no período de 15/04/2013 a 10/05/2013, por meio de testes, análises e consolidação de informações coletadas ao longo do exercício sob exame e a partir da apresentação do processo de contas pela Unidade Auditada, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal. Houve restrição à realização dos exames, em função da ausência de resposta tempestiva e completa aos questionamentos da CGU contidos nas Solicitações de Auditoria emitidas no decorrer dos trabalhos.

2. Resultados dos trabalhos

Verificamos na Prestação de Contas da Unidade a não conformidade com o inteiro teor das peças e respectivos conteúdos exigidos pelas DN TCU nº 119/2012, DN TCU nº 124/2012 e Portaria TCU nº 150/2012, tendo sido adotadas, por ocasião dos trabalhos de auditoria conduzidos junto à Unidade, providências que estão tratadas em itens específicos deste relatório de auditoria.

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Não houve no exercício de 2012, por parte da UJ, atos de gestão relacionados aos itens 7 - Avaliação da Gestão das Transferências, 8 - Avaliação da Gestão de Compras e Contratações, 10 - Avaliação dos Passivos sem Prévia Previsão Orçamentária, 11 - Avaliação da Gestão de Tecnologia da Informação e 13 - Avaliação da Gestão do Patrimônio Imobiliário, do Anexo IV da DN TCU nº 124/2012. Em face dos exames realizados, efetuamos as seguintes análises:

2.1 Composição do Relatório de Auditoria

1. Item 1 do Anexo IV - Avaliação da Conformidade das Peças: Com objetivo de avaliar a conformidade das peças do processo de contas da Secretaria de Atenção à Saúde – UG 250010, foi analisado o Processo nº 25000.049692.2013-48 e constatado que a Unidade não elaborou todas as peças a ela atribuídas pelas normas do Tribunal de Contas da União para o exercício de 2012, haja vista a não apresentação das seguintes informações no Relatório de Gestão, conforme disposto no Anexo II da DN TCU n.º 119/2012: - Informações acerca dos macroprocessos finalísticos da unidade jurisdicionada, bem como sobre os principais macroprocessos de apoio ao exercício das competências e finalidades da unidade. - Informações sobre o funcionamento do sistema de controle interno da UJ, contemplando os seguintes elementos: a) Ambiente de controle; b) Avaliação de risco; c) Atividades de controle; d) Informação e Comunicação; e) Monitoramento.

- Informações sobre os objetivos e iniciativas vinculados a programas temáticos do Plano Plurianual vigente que estiveram integral ou parcialmente na responsabilidade da unidade jurisdicionada. - Informações sobre o cumprimento das obrigações estabelecidas na Lei nº 8.730, de 10 de novembro de 1993, relacionadas à entrega e ao tratamento das declarações de bens e rendas. Ressalta-se que a Unidade, em resposta à Solicitação de Auditoria nº 201305858/003, de 24/04/2013, apresentou as informações em complementação às apresentadas originalmente no Relatório de Gestão. No que diz respeito à conformidade das peças complementares ao Relatório de Gestão encaminhadas pela Secretaria de Atenção à Saúde a fim de compor o respectivo Processo de Contas, verificou-se que a Unidade não apresentou o Relatório conclusivo acerca da avaliação dos resultados obtidos, no exercício de 2012, com a execução do contrato de gestão firmado entre o MS e a APS, a fim de atender ao disposto na DN

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TCU nº 124/2012. A ausência da referida peça será abordada em item específico deste Relatório de Auditoria. Quanto ao rol de responsáveis da Unidade, foram observadas incongruências de preenchimento do referido documento. As incongruências se referiram à ausência de integrantes da SAS que, em função da natureza de responsabilidade de seus cargos e da estrutura organizacional da Unidade, deveriam estar contemplados no rol de responsáveis. Também foi identificada a inclusão de agentes que, embora atuem em áreas relacionadas à conformidade do registro de gestão e aos atos de gestão financeira, não desempenharam as naturezas de responsabilidade definidas no Artigo 10 da IN TCU nº 63/2010 e, portanto, não devem integrar o rol de responsáveis da Unidade. No intuito de solucionar essas falhas ainda no período dos trabalhos de campo, esta equipe de auditoria emitiu a Nota de Auditoria n.º 201305858/01, datada de 22/04/2013. Por intermédio do Ofício GS n.º 608, de 26/04/2013, a SAS encaminhou o rol de responsáveis ajustado a esta equipe de auditoria. As informações de retificação foram anexadas ao Processo n.º 25000.049692.2013-48 às folhas 13 a 20. Assim, as informações constantes do Rol de Responsáveis estão adequadas e completas. As demais peças do Processo de Contas da SAS contemplam os formatos e conteúdos obrigatórios nos termos da DN TCU nº 119/2012, DN TCU nº 124/2012 e da Portaria TCU nº 150/2012.

2. Item 2 do Anexo IV - Resultados Quantitativos e Qualitativos A fim de verificar se as metas físicas e financeiras das ações planejadas ou pactuadas para o exercício foram cumpridas, a equipe de auditoria selecionou para análise, em função de critérios de materialidade e criticidade, três ações orçamentárias vinculadas às iniciativas constantes do PPA 2012-2015 de responsabilidade da Secretaria de Atenção à Saúde. Foram, ainda, incorporados neste Relatório, os resultados dos trabalhos de Acompanhamento Permanente da Gestão realizados durante o exercício de 2012 por meio da Ordem de Serviço nº 201216622, cujas constatações e recomendações foram apresentadas e discutidas com a Unidade. A seguir estão apresentados os quadros que sintetizam a execução física e financeira das Ações avaliadas, bem como a análise efetuada pela equipe de auditoria. Cumpre ressaltar que não houve divergências entre os dados de execução financeira informados no Relatório de Gestão da Unidade e os dados extraídos do SIAFI. Quadro 1 – Execução física da Ação 8585 no exercício de 2012 UJ 250010 – Secretaria de Atenção à Saúde Programa 2015 - Aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS)

Ação Meta física

Previsão Execução Execução/Previsão (%)

8585 - Atenção à Saúde da População para Procedimentos em Média e Alta Complexidade

2.083.385.104 procedimentos

1.992.861.247 procedimentos

95,65%

Fonte: Relatório de Gestão da SAS/MS, referente ao exercício de 2012.

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Quadro 2 – Execução financeira da Ação 8585 no exercício de 2012

UJ 250010 – Secretaria de Atenção à Saúde Programa 2015 - Aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS)

Ação

Meta Financeira Fixação (dotação

final/atualizada)

Execução (despesa

empenhada)

Despesa Liquidada

Despesa Liquidada)/ Fixação (%)

8585 - Atenção à Saúde da População para Procedimentos em Média e Alta Complexidade

R$ 34.113.964.942,00

R$ 34.095.456.762,00

R$ 33.291.071.177,00

97,58 %

Fonte: Relatório de Gestão da SAS/MS, referente ao exercício de 2012. Em que pese a adequada execução física e financeira da Ação 8585, foram identificadas, em função dos trabalhos de auditoria de Acompanhamento da Gestão realizados no exercício de 2012, deficiências nos mecanismos de monitoramento e avaliação da produção ambulatorial e hospitalar informada pelos serviços de Média e Alta Complexidade, bem como inconsistências nos processos referentes à concessão de aumento dos limites financeiros de média e alta complexidade de estados e municípios, as quais serão abordadas em itens específicos deste Relatório de Auditoria. Quadro 3 – Execução física da Ação 8761 no exercício de 2012 UJ 250010 – Secretaria de Atenção à Saúde Programa 2015 - Aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS)

Ação Meta física

Previsão Execução Execução/Previsão (%) Ação 8761 – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU 192

540 Ambulâncias ou UTI móveis adquiridas

440 Ambulâncias ou UTI móveis adquiridas

81,48%

Fonte: Relatório de Gestão da SAS/MS, referente ao exercício de 2012. Quadro 4 – Execução financeira da Ação 8761 no exercício de 2012 UJ 250010 – Secretaria de Atenção à Saúde Programa 2015 - Aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS)

Ação

Meta Financeira Fixação (dotação

final/atualizada)

Execução (despesa

empenhada)

Despesa Liquidada

Despesa Liquidada)/ Fixação (%)

Ação 8761 – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU 192

R$ 891.700.000,00

R$ 830.099.897,00

R$ 646.264.169,00 93,09%

Fonte: Relatório de Gestão da SAS/MS, referente ao exercício de 2012. A expansão do serviço de atendimento móvel de urgência – SAMU 192, que atualmente apresenta cobertura populacional no Brasil de 70,3%, bem como o aprimoramento do marco legal, no que diz respeito às diretrizes para a implantação do SAMU 192 e aos critérios de qualificação dos serviços existentes, foram bastantes significativos, no exercício de 2012.

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Em relação à execução física da Ação 8761, considera-se necessária a revisão da Unidade de medida utilizada, uma vez que a etapa de aquisição de veículos não representa, por si só, a real estruturação e funcionamento dos Serviços de Atendimento Móvel de Urgência e sua disponibilização à população. Foram ainda observados, por meio de auditorias de Acompanhamento da Gestão realizadas no exercício de 2012, repasses de incentivo de custeio a unidades do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) que não cumprem os condicionantes legais para recebimento dos recursos, o que inclusive motivou a adoção de providências por parte da Coordenação-Geral de Urgência e Emergência - CGUE/SAS, conforme descrito em item específico deste relatório. Quadro 5 – Execução física da Ação 12L4 no exercício de 2012 UJ 250010 – Secretaria de Atenção à Saúde Programa 2015 - Aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS)

Ação Meta física

Previsão Execução Execução/Previsão (%) Ação 12L4 - Implantação, Construção e Ampliação de Unidades de Pronto Atendimento - UPA

105 Unidades construídas/ampliadas

121 Unidades construídas/ampliadas

115,23%

Fonte: Relatório de Gestão da SAS/MS, referente ao exercício de 2012. Quadro 6 – Execução financeira da Ação 12L4 no exercício de 2012 UJ 250010 – Secretaria de Atenção à Saúde Programa 2015 - Aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS)

Ação

Meta Financeira Fixação (dotação

final/atualizada)

Execução (despesa

empenhada)

Despesa Liquidada

Despesa Liquidada)/ Fixação (%)

Ação 12L4 - Implantação, Construção e Ampliação de Unidades de Pronto Atendimento - UPA

R$ 489.693.333,00

R$ 264.211.721,00

R$ 34.013.523,00 6,94%

Fonte: Relatório de Gestão da SAS/MS, referente ao exercício de 2012. Como evidenciado, a execução física da Ação 12L4 superou as expectativas previstas, em consonância com a expansão da Política Nacional de Atenção às Urgências. Entretanto, em que pese o número crescente de Unidades de Pronto Atendimento, não restou demonstrada a evolução nos mecanismos de monitoramento da produção ambulatorial e hospitalar dessas Unidades. Nos trabalhos de Acompanhamento da Gestão realizados no exercício de 2012, foi verificado que há unidades que, apesar de estarem recebendo recursos federais para custeio, não apresentaram produção por três ou mais meses consecutivos. Essas ocorrências serão detalhadas em item específico deste relatório de auditoria.

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3- Item 3 do Anexo IV - Indicadores da Unidade Com o objetivo de verificar se os indicadores apresentados pela Unidade Jurisdicionada em seu Relatório de Gestão atendem aos critérios de completude, comparabilidade, confiabilidade, acessibilidade e economicidade, foram analisados 06 indicadores, os quais estão apresentados no quadro a seguir: Quadro 7 - Avaliação dos indicadores da Secretaria de Atenção à Saúde. Nome do Indicador

Área da Gestão

Descrição do Indicador

Fórmula de Cálculo

Cobertura das equipes de agentes comunitários

Resultados Quantitativos e Qualitativos

Parcela da população residente em áreas com cobertura de agentes comunitários de saúde

nº de ACS x 575 (média de pessoas acompanhadas por um ACS) / População IBGE, com limitador de cobertura de 100%

Cobertura das equipes de saúde da família

Resultados Quantitativos e Qualitativos

Parcela da população residente em áreas cobertas pela estratégia de saúde da família.

nº de ESF x 3450 (média de pessoas acompanhadas por uma ESF) / População IBGE, com limitador de cobertura de 100%

Cobertura do Programa Saúde na Escola

Resultados Quantitativos e Qualitativos

Municípios que alcançaram 70% das metas pactuadas no Programa

Relação percentual do número de municípios que aderiram ao Programa e aqueles que alcançaram 70% das metas pactuadas

Índice de estruturação de redes de urgência e emergência

Resultados Quantitativos e Qualitativos

Número de redes de urgência e emergência estruturadas no período

Número de redes de urgência e emergência estruturadas dividido pelo número pretendido de redes de urgência e emergência para o período, multiplicado por 100.

Índice implantação de Centros de Especialidades Odontológicas

Resultados Quantitativos e Qualitativos

CEO implantados em território nacional

Número de CEO implantados / meta de implantação de CEO.

Taxa de prevalência de excesso de peso

Resultados Quantitativos e Qualitativos

Prevalência de excesso de peso na população maior que 15 anos de idade.

Número de indivíduos de 15 anos ou mais de idade dividido pelo número de indivíduos de 15 anos ou mais de idade residentes, multiplicado por 100. *Excluídas mulheres grávidas, no numerador e denominador.

Fonte: Relatório de Gestão SAS/2012 Ressalta-se que a Unidade não apresentou indicadores relacionados às demais áreas de gestão. Quadro 8 - Avaliação dos indicadores relativos aos resultados quantitativos e qualitativos da SAS no exercício 2012

Nome do

Indicador

Completude Comparabilidade Confiabilidade Acessibilidade Economicidade

Cobertura das equipes de agentes

SIM SIM SIM SIM SIM

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comunitários Cobertura das equipes de saúde da família

SIM SIM SIM SIM SIM

Cobertura do Programa Saúde na Escola

NÃO SIM SIM SIM NÃO FOI POSSÍVEL AVALIAR

Índice de estruturação de redes de urgência e emergência

SIM SIM NÃO SIM NÃO FOI POSSÍVEL AVALIAR

Índice implantação de Centros de Especialidades Odontológicas

SIM SIM SIM SIM SIM

Taxa de prevalência de excesso de peso

NÃO SIM NÃO NÃO NÃO FOI POSSÍVEL AVALIAR

As deficiências identificadas nos indicadores apresentados no Relatório de Gestão da Unidade serão abordadas em item específico deste Relatório.

4. Item 4 do Anexo IV - Indicadores dos Programas Temáticos e das Ações Orçamentárias sob responsabilidade da Unidade Os Indicadores apresentados pela Unidade em seu Relatório de Gestão correspondem a indicadores do programa temático 2015 – Aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde, e foram avaliados conforme descrito no item 3 desta análise gerencial. 5. Item 6 do Anexo IV - Avaliação da Gestão de Pessoas

Porquanto a gestão de Recursos Humanos da SAS/MS está centralizada na Coordenação de Gestão de Pessoas – CGESP da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde, unidade responsável pela política de gestão de pessoas e pelo sistema de administração de recursos humanos, a auditoria realizada sobre a gestão de pessoas da SAS/MS teve o objetivo de avaliar a adequabilidade da força de trabalho frente às suas atribuições, bem como a composição de seu quadro de pessoal, distribuídos entre os diversos departamentos da Unidade. Em consulta ao SIAPE e com base nas informações extraídas do Relatório de Gestão de 2012, verificou-se que o quadro de servidores que integram a força de trabalho da Unidade estava assim constituído no final do exercício 2012: Quadro 9 – Quantitativo de servidores que integram a força de trabalho da Secretaria de Atenção à Saúde

Tipologias dos Cargos Lotação

Autorizada Lotação Efetiva

Ingressos no exercício

Egressos no Exercício

1. Servidores em Cargos Efetivos (1.1 + 1.2) 0 106 15 2

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1.1. Membros de poder e agentes políticos

1.2. Servidores de Carreira (1.2.1+1.2.2+1.2.3+1.2.4)

0 106 15 2

1.2.1. Servidores de carreira vinculada ao Órgão

104 10

1.2.2. Servidores de carreira em exercício descentralizado

2 1

1.2.3. Servidores de carreira em exercício provisório

1.2.4. Servidores requisitados de outros órgãos e esferas

4 2

2. Servidores com Contratos Temporários

63 10 5

3. Servidores sem Vínculo com a Administração Pública

10 9

4. Total de Servidores (1+2+3)

0 169 35 16

Fonte: Relatório Gestão SAS/MS A Secretaria de Atenção à Saúde conta, ainda, com 446 consultores contratados, os quais representam 72,52% da força de trabalho da Unidade, conforme descrito a seguir: - 376 consultores contratados na modalidade “Produto” no âmbito do Termo de Cooperação 43 firmado com a Organização Pan-Americana de Saúde; - 22 consultores contratados na modalidade “Produto” no âmbito do Termo de Cooperação 49, firmado com a Organização Pan-Americana de Saúde; - 44 contratos firmados por meio do Projeto BRA_05/045 - Projeto de Cooperação Técnica do Programa Nacional das Nações Unidas; - 4 contratos firmados por meio do Projeto AD/BRA/K47 - Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime. O baixo ingresso de servidores no exercício, associado ao elevado número de consultores e servidores com contratos temporários que desempenham atividades finalísticas no âmbito da SAS, sinalizam a inadequação da força de trabalho da Unidade frente às suas atribuições, conforme abordado em item específico deste Relatório de Auditoria. 6. Item 9 do Anexo IV - Avaliação da Gestão do Uso do CPGF

A análise das concessões de Suprimentos de Fundos por meio da utilização do Cartão de Pagamento do Governo Federal - CPGF, concedidas no exercício de 2012 pela Secretaria de Atenção à Saúde – SAS, consistiu em consulta ao sítio Portal da Transparência, bem como na avaliação dos dados disponibilizados pelo Observatório da Despesa Pública – ODP, mantido pela Controladoria Geral da União, as quais não

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apontaram irregularidades na utilização de suprimentos de fundo por meio de cartão de pagamento. Foi ainda verificada a compatibilidade entre as informações apresentadas pela Unidade no Quadro XCI item 5.3 do Relatório de Gestão de 2012 e os processos disponibilizados à equipe de auditoria, bem como as informações apresentadas quanto aos controles internos relacionados ao uso do CGPF. Após as análises procedidas considera-se que a utilização dos cartões de pagamentos em uso na SAS/MS está em conformidade com as disposições dos Decretos n.ºs 5.355/2005 e 6.370/2008, assim como os controles internos administrativos existentes para garantir o uso regular estão adequados. Quadro 10 – Gastos com Cartão de Pagamento do Governo Federal, por parte da Secretaria de Atenção à Saúde, no exercício de 2012. Modalidade Quantidade

total de transações do Exercício

Volume total no Relatório de Gestão (R$)

Volume total analisado (R$)

Volume dos recursos em que foi detectada alguma irregularidade (R$)

Fatura 3 3.850,80 3.850,80 - Fonte: Sistema ODP/CGU e Portal da Transparência 7. Item 14 do Anexo IV - Avaliação da Gestão das Renúncias Tributárias

A certificação como Entidade Beneficente de Assistência Social na Área da Saúde (CEBAS -SAÚDE) é condição para que determinada entidade passe a usufruir de isenção do pagamento de contribuições para a seguridade social nos termos da Lei nº 12.101, de 27/11/2009. Cabe à Secretaria de Atenção à Saúde, por meio do Departamento de Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência em Saúde, analisar o cumprimento dos requisitos legais nos requerimentos apresentados pelas entidades de saúde e submetê-los ao Secretário de Atenção à Saúde para concessão ou renovação do CEBAS-SAÚDE, bem como encaminhar à Secretaria da Receita Federal do Brasil informações sobre os pedidos de certificação e renovação deferidos e os definitivamente indeferidos, na forma e prazo por ela estabelecidos (Decreto nº 7.797/2012). Conforme a Lei nº 12.101/2009, para ser considerada beneficente e fazer jus à certificação, a entidade de saúde deverá comprovar o cumprimento das metas estabelecidas em convênio ou instrumento congênere celebrado com o gestor local do SUS, bem como ofertar a prestação de seus serviços ao SUS no percentual mínimo de 60%. Alternativamente, o CEBAS-SAÚDE poderá ser concedido às entidades de reconhecida excelência que realizem projetos de apoio no âmbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS), mediante Termo de Ajuste celebrado com o Ministério da Saúde.

Foram apresentadas, no Relatório de Gestão da Secretaria-Executiva – SE/MS, as informações acerca da gestão das renúncias tributárias concedidas às entidades que realizam projetos no âmbito do Proadi-SUS, os quais são avaliados do ponto de vista técnico por diversas secretarias finalísticas do Ministério da Saúde, dentre elas a SAS, no caso de projetos relacionados à sua área de atuação.

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Entretanto, no que diz respeito à isenção do pagamento de contribuições sociais da qual usufruem as entidades que comprovaram atendimento de percentual superior a 60% de pacientes do SUS, não foi possível emitir opinião acerca da gestão da Secretaria de Atenção à Saúde sobre as renúncias tributárias praticadas, tendo em vista a ausência de informações sobre o tema no Relatório de Gestão da Unidade. 8. Item 15 do Anexo IV - Determinações do TCU

Foram analisadas as providências adotadas pela Secretaria de Atenção à Saúde para dar cumprimento às determinações expressas em Acórdãos exarados pelo Tribunal de Contas da União no exercício de 2012, nos quais exista determinação para acompanhamento por parte da CGU. O Quadro a seguir apresenta os resultados da análise: Quadro 11 – Informações quanto ao cumprimento, pela SAS, dos Acórdãos exarados pelo Tribunal de Contas da União no exercício de 2012 Número de Acórdãos com determinações à UJ em 2012 apresentados no relatório de Gestão

Número de Acórdãos de 2012 destinados à UJ em que houve determinação para acompanhamento por parte da CGU

Número de Acórdãos de 2012 em que houve menção para a atuação da CGU atendidos integralmente

Número de Acórdãos de 2012 em houve menção para a atuação da CGU atendidos parcialmente

Número de Acórdãos de 2012 em houve menção para a atuação da CGU não atendidos

10 01 (nº 5367/2012) 0 0 01 Fonte: Relatório de Gestão e site do TCU

- - – Câmara, o qual determina ao MS que regulamente a apresentação e a guarda da documentação probatória da execução das despesas relacionadas a recursos da União, no âmbito do SUS, transferidos a Estados, Municípios e DF, não foi apresentado no Relatório de Gestão da Unidade. O cumprimento das determinações do TCU, no referido Acórdão, ainda está pendente de atendimento, em função de novo prazo concedido pelo Tribunal, conforme abordado em item específico deste Relatório de Auditoria. 9. Item 15 do Anexo IV - Recomendações CGU

Para a avaliação da implementação, pela Secretaria de Atenção à Saúde, das recomendações expedidas pela Controladoria Geral da União, foram selecionados para verificação itens relacionados aos seguintes Relatórios: - Relatório de Auditoria Anual de Contas referente ao exercício 2010 nº 2011108815; - Relatório de Acompanhamento da Gestão nº 201112052; - Relatório de Acompanhamento da Gestão nº 201211691. Visando à verificação da situação atual quanto ao percentual de atendimento às recomendações, foram considerados os trabalhos de acompanhamento da gestão do exercício no que tange ao Plano Permanente de Providências, bem como foram realizadas análises complementares durante o período dos trabalhos de campo.

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O quadro a seguir apresenta as situações constatadas quanto às providências adotadas pelo Gestor: Quadro 12 - Situação de implementação das recomendações da CGU direcionadas à SAS

Número do Relatório

Item do Relatório e Descrição Sumária

Nº Recomendação

Situação Atual Recomendações

Item específico da Parte "achados de

auditoria" do Relatório

2011108815

5.2.2.1 - Inadequação de indicadores do Programa 1220 - Assistência

Ambulatorial e Hospitalar Especializada e ausência de apresentação de dados

relativos aos indicadores no Relatório de Gestão.

1

pendente com impacto na gestão

ITEM 2.1.2.1

2 atendida -

3 atendida -

2011108815

1.1.1.1 - Divergência entre os dados do Relatório de Gestão e os do SIAFI relativos à execução financeira dos

Programas 1214 e 1220 e ausência de informações referentes às metas físicas

das Ações do Programa 1220 no Relatório de Gestão.

1 atendida -

2011108815

5.2.3.2 - Ausência de motivação e de formalização dos atos administrativos referentes às concessões de alterações do limite financeiro dos recursos da

média e alta complexidade.

1 pendente com

impacto na gestão ITEM 1.3.2.1

2 atendida -

3 atendida -

2011108815

5.3.2.1 - Formalização e composição inadequadas dos processos de

habilitação para implantação de UPA 24h.

1 atendida -

2 atendida -

2011108815

5.3.2.2 - Ausência de monitoramento da produção ambulatorial e hospitalar de Unidades de Pronto Atendimento –

UPA 24h.

1 pendente com

impacto na gestão ITEM 1.1.2.1

2011108815

5.1.2.1 - Formalização e composição inadequadas dos processos de

habilitação para implantação de SAMU 192.

1 atendida -

2 atendida -

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12

3 atendida -

2011108815 5.1.2.2 - Ausência do monitoramento

dos relatórios trimestrais das Coordenações Locais do SAMU 192.

1

considerada atendida por perda

de objeto da recomendação em

função de mudanças na

legislação

-

2 atendida -

2011108815

4.1.2.1 - Ausência de atendimento às recomendações relativas às

impropriedades detectadas pelo Programa de Fiscalização a partir de Sorteios Públicos de Municípios na

execução da Ação 1214.8577 - Piso de Atenção Básica Fixo.

1 pendente com

impacto na gestão ITEM 1.2.2.1

2 pendente com

impacto na gestão ITEM 1.2.2.1

3 pendente com

impacto na gestão ITEM 1.2.2.1

201112052

1.1.1.2 - Priorização de propostas de projetos de aquisição de equipamentos

sem a utilização de critérios objetivos.

1 pendente sem

impacto na gestão ITEM 3.2.1.3

2 pendente sem

impacto na gestão

A recomendação será monitorada via Plano de

Providências Permanente

3 pendente sem

impacto na gestão

A recomendação será monitorada via Plano de

Providências Permanente

201112052

1.1.1.4 - Divergências na aplicação de critérios populacionais para aprovação

de propostas de projetos de aquisição de equipamentos.

1

pendente sem impacto na gestão

A recomendação será monitorada via Plano de

Providências Permanente

2 pendente sem

impacto na gestão

A recomendação será monitorada via Plano de

Providências Permanente

201211691

1.1.1.2 - Risco de restrição do acesso de pacientes do SUS aos procedimentos de

radioterapia disponibilizados com recursos públicos caso ocorra

favorecimento de pacientes do sistema privado de saúde.

1 pendente sem

impacto

A recomendação será monitorada via Plano de

Providências Permanente

2 pendente sem

impacto

A recomendação será monitorada via Plano de

Providências Permanente

4 pendente sem

impacto

A recomendação será monitorada via Plano de

Providências Permanente

201211691 1.1.1.3 - Realização de processo

licitatório para aquisição de 80 soluções de radioterapia sem a prévia seleção

1 atendida -

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definitiva dos hospitais beneficiários

2 pendente sem

impacto

A recomendação será monitorada via Plano de

Providências Permanente

201211691

1.1.1.4 - Fornecimento de soluções de radioterapia para a ampliação de

hospitais privados sem fins lucrativos que em 2010 apresentaram produção de procedimentos de radioterapia inferior a

50% do esperado.

1 pendente sem

impacto

A recomendação será monitorada via Plano de

Providências Permanente

2 pendente sem

impacto

A recomendação será monitorada via Plano de

Providências Permanente

Fonte: Respostas às Solicitações de Auditorias de Acompanhamento da Gestão e Anual de Contas e Relatório de Gestão da SAS - 2012. 10. Item 15 do Anexo IV - Conteúdo Específico Em relação ao conteúdo específico do Relatório de Gestão da Unidade, definido na Parte B do Anexo II da Decisão Normativa TCU nº 119/2012, não foram apresentadas informações sobre o acompanhamento da execução do contrato de gestão firmado entre o Ministério da Saúde e a Associação das Pioneiras Sociais, no que diz respeito à análise das metas estabelecidas e das medidas adotadas pelo supervisor, visando ao alcance das metas acordadas.

A ausência dessas informações no Relatório de gestão será abordada em item específico deste Relatório de Auditoria.

11. Item 5 do Anexo IV - Avaliação Controles Internos Administrativos

A fim de verificar se os controles internos administrativos instituídos pela Unidade garantem o atingimento de seus objetivos estratégicos, foram avaliados os controles internos relacionados à área de gestão de resultados quantitativos e qualitativos das Ações de responsabilidade da SAS, notadamente quanto às Ações 8585, 8671 e 12L4. Nessa avaliação foram contemplados os seguintes componentes: Ambiente de controle; Avaliação de risco; Procedimentos de controle; Informação e Comunicação; e Monitoramento. Ressalta-se que a Unidade não apresentou, em seu Relatório de Gestão, as informações relativas à auto avaliação do sistema de controles internos. As referidas informações foram obtidas por meio da Solicitação de Auditoria nº 201305858/003, de 24/04/2013, respondida por meio do Ofício GS nº 632, de 10/05/2013. A seguir, é apresentada a comparação entre a auto avaliação da Unidade, que representa um diagnóstico baseado na percepção da UJ a respeito da sua estrutura de controles internos, e a apreciação da auditoria, sob os mesmos aspectos, tendo em vista os resultados dos exames de auditoria. Os conceitos utilizados dizem respeito à predominância de respostas no quadro de auto avaliação apresentado pela Unidade. A avaliação “totalmente válida” significa que o fundamento descrito em relação ao controle interno é integralmente observado no contexto da UJ. A avaliação “parcialmente válida” significa que os fundamentos são

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observados parcialmente, porém em sua maioria. O conceito “neutra” foi atribuído quando a UJ concentrou sua avaliação na impossibilidade de afirmar se há aplicação dos fundamentos. Já o conceito “parcialmente inválida” significa a aplicação parcial (em sua minoria) dos fundamentos do aspecto avaliado. Enquanto que a avaliação “totalmente inválida” significa que o fundamento descrito relacionado ao controle interno da UJ é integralmente não observado no contexto da UJ. Quadro 13 - Avaliação sobre os componentes da estrutura de controle interno da Secretaria de Atenção à Saúde.

Componentes da estrutura de Controle Interno

Auto avaliação do gestor Avaliação da Equipe de

auditoria Ambiente de Controle Parcialmente válida Parcialmente válida

Avaliação de Risco Parcialmente válida Parcialmente válida Procedimentos de Controle Parcialmente válida Parcialmente inválida Informação e Comunicação Parcialmente válida Parcialmente inválida

Monitoramento Parcialmente inválida Parcialmente inválida

Em relação ao componente “Procedimentos de controle”, os testes adotados pela equipe de auditoria apontaram fragilidades relacionadas ao gerenciamento dos riscos identificados, bem como falta de troca de informações entre os responsáveis por avaliar e gerenciar os riscos. Tais fragilidades foram causas de ocorrências apontadas em itens específicos deste Relatório de Auditoria, tais como: Repasse de incentivo de custeio a unidades do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) que não cumprem os condicionantes legais para recebimento dos recursos, inadequação no monitoramento da produção ambulatorial e hospitalar de Unidades de Pronto Atendimento – UPA 24h, e deficiências nos mecanismos de monitoramento e avaliação da produção ambulatorial e hospitalar informada pelos serviços de média e alta complexidade. Quanto ao componente informação e comunicação, foram identificadas deficiências no processo de elaboração dos indicadores de gestão da Secretaria de Atenção à Saúde, de modo a comprometer a qualidade, a precisão e a acessibilidade das informações acerca dos resultados obtidos por meio das atividades finalísticas da Unidade. O componente monitoramento foi avaliado por meio da existência de mecanismos para atender as recomendações dos órgãos de controle, de forma a possibilitar a melhoria do desempenho da Unidade ao longo do tempo. Quanto a esse aspecto, foram abordadas em itens específicos deste Relatório de Auditoria, questões relativas a fragilidades nos controles internos da Unidade no que tange ao acompanhamento e atendimento às recomendações da CGU e às determinações do TCU, bem como ausência de acompanhamento do Plano de Providências Permanente por parte da Unidade, o que resultou no baixo percentual de atendimento às recomendações da CGU. ##/Fato##

2.2 Ocorrência com dano ou prejuízo Achados da Auditoria - nº 201305858 - Repasse de incentivo de custeio a unidades do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) que não cumprem os condicionantes legais para recebimento dos

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recursos, acarretando prejuízo potencial de R$ 17.040.000,00. 3. Conclusão

Os resultados dos trabalhos de auditoria evidenciaram falhas relativas ao monitoramento e avaliação da produção ambulatorial e hospitalar informada pelos serviços de Média e Alta Complexidade, pelas Unidades do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) e pelas Unidades de Pronto Atendimento - UPA 24h, as quais resultaram em repasses de recursos a Unidades que não cumprem os condicionantes legais para recebimento de incentivos de custeio. Quanto às atividades de supervisão do contrato de gestão firmado pelo Ministério da Saúde com a Associação das Pioneiras Sociais (APS), foi constatada a ausência de acompanhamento da execução do referido contrato durante o exercício. Verificou-se, ainda, que os esforços empreendidos pela Unidade em 2012 para o atendimento das recomendações da CGU não têm sido suficientes para sanar os problemas identificados na execução das Ações de sua responsabilidade, tendo em vista a ausência de apresentação das providências adotadas em 71% dos municípios em que foram identificadas impropriedades por meio do Programa de Fiscalização a partir de Sorteios Públicos.

Ademais, os exames evidenciaram fragilidades nos controles internos da Unidade no tocante ao atendimento e acompanhamento das recomendações da CGU por meio do Plano de Providências Permanente, o que resultou no quantitativo de recomendações pendentes de atendimento superior a 50%. Eventuais questões formais que não tenham causado prejuízo ao erário foram devidamente tratadas por Nota de Auditoria e as providências corretivas a serem adotadas serão incluídas no Plano de Providências Permanente ajustado com a UJ e monitorado pelo Controle Interno. Tendo sido abordados os pontos requeridos pela legislação aplicável, submetemos o presente relatório à consideração superior, de modo a possibilitar a emissão do competente Certificado de Auditoria.

Brasília/DF, 30 de Julho de 2013.

Nome: Cargo: Assinatura:

Nome: Cargo: Assinatura:

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Relatório supervisionado e aprovado por:

_____________________________________________________________ Coordenador-Geral de Auditoria da Área de Saúde

_______________________________________________ Achados da Auditoria - nº 201305858 1 Aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS)

1.1 Implantação, Construção e Ampliação de Unidades de Pronto Atendimento -

UPA

1.1.1 ORIGEM DO PROGRAMA/PROJETO

1.1.1.1 INFORMAÇÃO Informação básica da Ação de Governo 12L4 - Implantação, Construção e Ampliação de Unidades de Pronto Atendimento - UPA Fato O Objetivo Estratégico nº 0717 visa aprimorar a rede de urgência e emergência, com expansão e adequação de Unidades de Pronto Atendimento – UPA, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU, de pronto socorros e centrais de regulação, articulando-a com as outras redes de atenção. Dentre as ações orçamentárias relacionadas a esse objetivo, tem-se a Ação 12L4 - Implantação, Construção e Ampliação de Unidades de Pronto Atendimento – UPA. No exercício de 2012 foi executado o montante de R$ 264.211.721,00 por meio da Ação 12L4. Em relação à execução física, segundo informações do Relatório de Gestão da Unidade, foram construídas/ampliadas 121 Unidades de Pronto Atendimento no exercício. Os dados relativos à execução comparada com as metas da Ação 12L4 estão apresentados nos quadros 5 e 6 da análise gerencial deste Relatório. As UPA são integrantes do componente pré-hospitalar fixo da Política Nacional de Atenção às Urgências. Entende-se por UPA o estabelecimento de saúde de complexidade intermediária entre as unidades básicas de saúde/saúde da família e a rede hospitalar e que deve compor junto a essas uma rede organizada de atenção às urgências.

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O Ministério da Saúde estabeleceu, através das Portarias nº 2.648/GM de 07/11/2011 e nº 1.171, nº 1.172/GM de 05/06/2012, as diretrizes para a implantação e custeio do componente pré-hospitalar fixo para a organização de redes loco regionais de atenção integral às urgências em conformidade com a Política Nacional de Atenção às Urgências. As UPA devem ser implantadas em locais estratégicos para a configuração das redes de atenção à urgência, com acolhimento e classificação de risco em todas as unidades. Podemos classificar as UPA em três (3) diferentes portes, de acordo com a população da região a ser coberta e sua capacidade instalada (área física, número de leitos disponíveis, recursos humanos e capacidade diária de atendimentos médicos). Para cada porte foi instituído o valor do incentivo financeiro de investimento para implantação da UPA, além do valor do incentivo para seu custeio mensal. Esses valores podem ainda ter acréscimos caso a UPA atenda aos quesitos de qualificação, como inserção na Rede de Atenção às Urgências e Emergências e comprovação de aumento na qualidade dos serviços prestados à população. ##/Fato##

1.1.2 EFETIVIDADE DOS RESULTADOS OPERACIONAIS

1.1.2.1 CONSTATAÇÃO Repasse de incentivo de custeio a Unidades de Pronto Atendimento - UPA 24h que não cumprem os condicionantes legais para recebimento dos recursos. Fato

No exercício de 2012, por meio da Ordem de Serviço nº 201216622, foram desenvolvidos os trabalhos de acompanhamento da gestão da Secretaria de Atenção à Saúde.

Foi efetuada a verificação do monitoramento, executado pela Secretaria de Atenção à Saúde – SAS, da produção ambulatorial e hospitalar realizada pelas Unidades de Pronto Atendimento – UPA 24h custeadas pelo Ministério da Saúde, considerando o disposto na Portaria GM/MS n° 1.172/2012.

No que tange ao monitoramento da produção, o Art. 24 da referida portaria determina que é obrigatória a inscrição da UPA 24h no SCNES e a alimentação do Sistema de Informação Ambulatorial (SIA/SUS) com os dados de produção de serviços das unidades habilitadas, mesmo que não geradores de pagamento de procedimentos por produção, ficando estabelecido em seu parágrafo único que a não alimentação do SIA/SUS por 3 (três) meses consecutivos implicará a suspensão do repasse de recursos de incentivo financeiro para custeio, de acordo com a Portaria nº 3.462/GM/MS, de 11 de novembro de 2010.

Com base na informação do CNES de cada Unidade, foi realizado um levantamento da alimentação da produção no Sistema de Informações Ambulatoriais – SIA, das UPA 24h habilitadas para recebimento do incentivo mensal para despesas de custeio do período de janeiro de 2012 a junho de 2012.

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O resultado desse levantamento é apresentado na tabela a seguir, com a identificação dos CNES das UPA que não informaram produção ambulatorial no período pesquisado:

Quadro 14 - CNES de UPA sem informação de produção no período entre janeiro e junho de 2012

CNES Porte da UPA UF 5955211 III RJ 5955629 III RJ 5955637 III RJ 5955645 III RJ 5955653 III RJ 5955661 III RJ 5955688 III RJ 6037526 III RJ 6037550 III RJ 6037569 III RJ 6038883 III RJ 6038891 III RJ 6038905 III RJ 6038913 III RJ 6220584 III RJ 6858317 III RJ

Fonte: SIA/DataSUS e SCNES

Ainda, verificou-se que algumas UPA não apresentaram informação da produção ambulatorial em período específico, conforme detalhado a seguir:

Quadro 15 - CNES de UPA sem informação de produção em período específico

CNES Período sem informação

6542891 jan a mai/2012 6629385 jan a mar/2012 6754325 fev a jun/2012 6855334 mar a jun/2012

Fonte: SIA/DataSUS e SCNES

Como evidenciado, foi verificado que há unidades que, apesar de estarem recebendo recursos federais para custeio, não apresentaram produção por três ou mais meses consecutivos. Essas ocorrências demonstram o descumprimento do disposto no parágrafo único do Art. 24 da Portaria GM/MS n° 1.172/2012 e ensejam suspensão do repasse dos recursos.

Levando-se em conta apenas as 16 UPA que não apresentaram quaisquer dados de produção durante o primeiro semestre de 2012, e considerando o porte das Unidades informado no CNES e os respectivos valores mensais de custeio definidos na Portaria nº 2821, de 28/11/2011, vigente no período examinado, verificou-se que o montante repassado às referidas Unidades foi de R$ 24.000.000,00 no período analisado.

Assim, mediante Solicitação de Auditoria n° 201216622/01, de 23/11/2012, foi requisitado ao gestor que informasse detalhadamente como é efetuado o monitoramento da produção ambulatorial e hospitalar realizada pelas Unidades de Pronto Atendimento – UPA 24h custeadas pelo Ministério da Saúde a partir da publicação de portaria de

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habilitação específica, destacando etapas e Unidades responsáveis desse processo e apresentando Procedimento Operacional Padrão sobre esse tema se houver (item 3.1 da SA). Ainda, considerando a possibilidade de suspensão do repasse de recursos, foi questionado se existiu alguma ocorrência dessa natureza no exercício de 2012, e qual a providência adotada pela Secretaria de Atenção à Saúde em cada caso (item 3.2 da SA).

Por meio do Parecer Técnico nº 1565, de 04/12/2012, encaminhado pelo Ofício GAB/SAS/nº 2230, de 11/12/2012, o gestor informou o que segue:

Resposta ao item 3.1: “Conforme a Portaria GM n°1.172, de 05/07/2012, é obrigatória a inscrição da UPA 24h no Sistema de Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde / SCNES e a alimentação do Sistema de Informação Ambulatorial – SIA / SUS com os dados de produção (ainda que os repasses de custeio não tomem a produção como referência), ocorrendo a suspensão do repasse caso essa alimentação não ocorra por 3 meses consecutivos;

A CGUE encomendou ao Departamento de Regulação, Avaliação e Controle – DRAC a feitura de um sistema que permita o monitoramento mais efetivo do funcionamento das UPA 24h por intermédio das informações de produção, ainda que essas informações não gerem faturamento. O resultado desse produto foi a publicação da Portaria SAS nº 706 , de 20/07/2012, que versa sobre a Parametrização das Redes de Atenção à Saúde com seus respectivos componentes. Com os Artigos 7º e 8º fica incluído no SCNES e no Sistema SIGTAP as Redes de Atenção à Saúde – dentre eles a Urgência e Emergência, permitindo assim elementos necessários para que o SIA / SUS possa efetuar a geração de dados e proporcionar o monitoramento e consequentemente a avaliação da produção ambulatorial das UPAS 24h.

De acordo com o Artigo 7ª, §2º, Inciso I, Portaria SAS nº 706/2012, fica estabelecido que os Gestores Municipais, Estaduais e do Distrito Federal devem atualizar no prazo máximo de 03 (três) competências o cadastro dos estabelecimentos incluindo os subtipos: 03 – UPA Porte I; 04 – UPA Porte II e 05 – UPA Porte III.

Os gestores estão em fase final de atualização dos equipamentos de saúde no SCNES, conforme as diretrizes pactuadas pela Portaria SAS Nº 706/2012. Para posterior alinhamento das ações e monitoramento da produção informada no SAI/SUS, em articulação entre CGUE/DAE e CGIS/DERAC. A CGUE tem realizado a avaliação de consistência dos cadastros já realizados.

Conforme o art. 25 da Portaria GM / MS n° 1172 , “ Caberá aos órgãos de controle interno, especialmente ao Sistema Nacional de Auditoria do SUS / SNA e a Controladoria Geral da União / CGU, o monitoramento da correta aplicação dos incentivos financeiros previstos nesta Portaria “.Em caso de irregularidades constatadas pelo órgãos definidos nessa portaria, os recursos serão restituídos ao Fundo Nacional de Saúde ( Parágrafo único da mesma Portaria );”

Resposta ao item 3.2: “Não houve, até 28/11/2012, suspensão dos repasses de recursos de incentivos financeiros para custeio/investimento das UPA 24h. O Ministério da Saúde - MS em parceria com o Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão-MPOG têm realizado reuniões no sentido de definirmos prazos para o cumprimento das etapas de habilitação incluindo, por exemplo, período máximo para conclusão da obra a partir do recebimento da primeira parcela, periodicidade para alimentação do sistema de monitoramento de obras, além de prazo para início efetivo do

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funcionamento das unidades. A partir dessas definições, serão estabelecidas sanções, ainda em processo de discussão e validação como: bloqueio dos repasses até a execução adequada do que já fora repassado, exigência de complementação dos recursos pelo ente que se beneficiou da transferência, devolução/redirecionamento de recursos, etc.” (sic)

Embora tenha sido solicitada ao gestor a apresentação da metodologia utilizada com vistas a verificar a produção ambulatorial e hospitalar das UPA 24h, de maneira a suspender o repasse de recursos em caso de não alimentação dos sistemas informatizados do SIA e SIH, não foi demonstrada a efetivação de rotina específica quanto a esse aspecto.

Ainda, por meio da Solicitação de Auditoria n° 201216622/03, de 05/12/2012, foram feitos os seguintes questionamentos ao gestor:

- Informar o número atual de UPA devidamente cadastradas no CNES;(item 2.1)

- Informar quais ações a CGUE desenvolve junto aos gestores locais a fim de concluir o cadastramento no CNES de todas as UPA; (item 2.2)

- Informar como ocorre o processo de monitoramento da produção das UPA no âmbito da CGUE; (item 2.3)

- Detalhar, se houver, as dificuldades operacionais que impactam negativamente o processo de inserção dos dados de produção das UPA no SIA; (item 2.4)

- Informar quais ações a CGUE desenvolve junto aos gestores locais a fim de que UPA, já cadastradas no CNES, iniciem a inserção dos respectivos dados de produção nos sistemas informatizados no MS; (item 2.5) e

- Informar quais providências estão sendo adotadas em relação às UPA que deixaram de inserir os dados relativos à sua produção por três ou mais meses consecutivos. (item 2.6)

Por meio do Parecer Técnico nº 1620, de 12/12/2012, encaminhado pelo Ofício GAB/SAS/N° 2258, de 17/12/2012, o gestor teceu as seguintes informações:

“Respostas:

2.1) Atualmente temos 242 UPAs devidamente cadastradas no CNES.

2.2) O gestor apresentou o mesmo conteúdo da resposta ao item 3.1) da Solicitação de Auditoria n° 201216622/01.

2.3) Conforme informado no item 2.2), os gestores estão em fase final de atualização dos dados no SCNES, conforme as diretrizes pactuadas pela Portaria SAS nº 706/2012. No âmbito da Coordenação iniciou-se um alinhamento das ações e monitoramento da produção informada entre CGUE/DAE e CGIS/DRAC.

2.4) Até o momento não houve ocorrência de dificuldades operacionais no processo de inserção dos dados das UPAs, por ser um processo novo e construção entre as coordenações envolvidas.

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2.5) O Ministério da Saúde elabora, implementa, fomenta e financia a Política Nacional de Atenção às Urgências, dentre elas o SAMU 192 e UPA 24h mas devido a descentralização das políticas públicas, a assistência prestada ao usuário é de responsabilidade do município prestador do serviço, assim como o preenchimento do cadastro no SCNES e informações no SIA, desta maneira a CGUE tem entrado em contato via email, telefone e ofícios solicitando uma maior agilidade no cadastro pelo gestor local.”

Não foi apresentada a metodologia de monitoramento da produção ambulatorial e hospitalar realizada pelas Unidades de Pronto Atendimento, de maneira que a alimentação dos sistemas de informação oficiais, requisito para o recebimento dos recursos destinados ao custeio da UPA, conforme previsto no parágrafo único do Art. 24 da Portaria GM/MS n° 1.172/2012, não teve o acompanhamento adequado por parte do gestor.

Durante os trabalhos da Auditoria Anual de Contas, a Unidade encaminhou o Ofício GS nº 606, de 26/04/2013, em resposta ao Relatório de Auditoria nº 201216622. No entanto, o referido expediente não traz novos esclarecimentos ou justificativas acerca do fato apontado.

Cabe ressaltar que a manutenção do repasse mensal de recursos federais a estados e municípios que não informam os dados relativos à produção de suas Unidades de Pronto Atendimento nos sistemas informatizados do MS pode acarretar prejuízo ao erário, na medida em que possibilita a transferência de recursos relativos a Unidades que não estão em pleno funcionamento.

Ademais, ao deixar de suspender o repasse dos recursos de custeio às unidades que não registram sua produção nos sistemas de informação do SUS por 3 (três) meses consecutivos, a Secretaria de Atenção à Saúde está incorrendo em infração à norma legal que indica tal suspensão nessa situação.

##/Fato##

Causa A Diretora do Departamento de Atenção Especializada não implementou rotinas e procedimentos para os controles relativos ao monitoramento da produção das Unidades de Pronto Atendimento – UPA 24h, bem como não adotou providências relacionadas ao descumprimento, por parte dos gestores locais, da obrigatoriedade de alimentar os sistemas informatizados do Ministério da Saúde com os dados de produção das UPA 24h sob sua gestão.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Em resposta ao Relatório Preliminar de Auditoria, a Unidade forneceu as seguintes informações por meio do Ofício GS nº 836, de 01/07/2013: “O Departamento de Atenção Especializada (DAE/SAS/MS) produziu a Nota Técnica nº 429/2013, por meio da qual explicita que a não suspensão dos recursos pela falta de alimentação consecutiva por 3 meses não implicou ausência de monitoramento das UPA 24h pelo Ministério da saúde, bem como ressalta que essa falta de alimentação do sistema de informação SIA/SUS não significou inexistência de produção dessas unidades, de modo a possibilitar o entendimento de que não houve dano ao erário no

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valor apontado no Relatório Preliminar. Ademais, ressalta-se, nesse sentido, que a Secretaria de Atenção à Saúde (SAS/MS) não deixou de realizar o acompanhamento do funcionamento das UPA 24h, garantindo-se o zelo no trato com a aplicação dos recursos destinados a esses serviços.” Foram encaminhados, ainda, cópia da Nota Técnica nº 429/2013, relatórios de visitas efetuadas por técnicos da CGUE/SAS às Unidades de Pronto Atendimento, bem como relatórios compilados sobre a produção de cada UPA encaminhados pelos gestores locais à CGUE, entre os dias 17 e 26 de junho de 2013. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Por meio dos documentos apresentados pela Unidade foi informado o quantitativo de procedimentos de saúde realizados pelas UPA no exercício de 2012. Entretanto, os dados de produção não foram extraídos do Sistema de Informações Ambulatoriais do Ministério da Saúde, uma vez que todas as UPA relacionadas no quadro 14 deste Relatório informaram que realizam a compilação dos dados em sistemas próprios. Ressalta-se, ainda, que os dados de produção referentes ao exercício de 2012 foram encaminhados à CGUE com aproximadamente seis meses de atraso.

Quanto às visitas técnicas realizadas, ressalta-se que todas foram motivadas pela solicitação do gestor para qualificação das respectivas UPA. Nas referidas visitas, realizadas nos meses de março e agosto de 2012, as equipes da CGUE observaram o atendimento ao disposto no artigo 17 da Portaria GM/MS nº 1.172/2012. Porém, desconsideraram o fato de que as Unidades não cumpriam, na ocasião, o disposto no artigo 24 da mencionada Portaria, quanto à obrigatoriedade de alimentação do Sistema de Informações Ambulatoriais.

Tal fato ensejaria a suspensão dos recursos de custeio a serem repassados às referidas unidades. Ao contrário, essas foram elevadas à condição de UPA qualificada, e passaram a receber incremento mensal de R$ 250.000,00 nos respectivos valores de custeio. Tal situação evidencia a ausência de monitoramento da produção ambulatorial das UPA ao longo do exercício de 2012, o que ocasionou o repasse de recursos a Unidades de Pronto Atendimento que não cumpriram os condicionantes legais para recebimento dos recursos.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Monitorar e analisar sistematicamente os dados de produção das UPA 24h constantes do Sistema de Informações Ambulatoriais - SIA. Recomendação 2: Notificar os gestores que não informaram dados de produção das UPA sob sua gestão por 3 ou mais meses consecutivos para que efetuem os devidos registros no SIA, sob pena de suspensão dos recursos de custeio destinados às referidas Unidades. Recomendação 3: Abster-se de autorizar novas habilitações de Unidades de Pronto Atendimento aos gestores estaduais/municipais que possuem Unidades sob sua gestão com ausência injustificada de inserção de dados de produção nos sistemas informatizados no Ministério da Saúde ou que não estejam cadastradas no CNES.

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Recomendação 4: Estabelecer e pactuar cronograma com os gestores locais com a finalidade de promover o cadastramento no CNES de todas as Unidades de Pronto Atendimento, assim como apresentar plano de ação com o estabelecimento de prazos para a realização das atividades, como: inserção dos dados de produção das unidades, notificação daquelas que estiverem descumprindo a legislação e, caso for, suspensão dos repasses. Recomendação 5: Disponibilizar os dados referentes à condição de habilitação/qualificação das UPA no CNES e inserir nas bases de dados de acesso público do Ministério da Saúde as informações de financiamento das mesmas, de modo que estejam disponíveis de forma estratificada, por município e por Unidade de Pronto Atendimento. 1.2 Piso de Atenção Básica Variável - Saúde da Família

1.2.1 ORIGEM DO PROGRAMA/PROJETO

1.2.1.1 INFORMAÇÃO Informação básica sobre a Ação de Governo 20AD - Piso de Atenção Básica Variável - Saúde da Família Fato No contexto do Programa 2015 - Aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS), que integra o Plano Plurianual 2012-2015, o Objetivo de nº 0713 visa garantir o acesso da população a serviços de qualidade, com equidade e em tempo adequado ao atendimento das necessidades de saúde, aprimorando a política de atenção básica e a atenção especializada. Dentre as iniciativas vinculadas ao Objetivo 0713, destaca-se a iniciativa 02PW - Reordenamento da atenção especializada visando à integralidade de atenção, assim como ampliação da atenção primária e especializada em redes de atenção à saúde, com qualificação das práticas e da gestão do cuidado, buscando assegurar resolutividade. Diversas ações orçamentárias sob responsabilidade da SAS e vinculadas à iniciativa 02PW têm seus recursos financeiros transferidos por meio do Bloco de Financiamento da Atenção Básica, dentre as quais destacam-se as seguintes: Ação 20AD - Piso de Atenção Básica Variável - Saúde da Família Quadro 16 – Execução física da Ação 20AD no exercício de 2012 UJ 250010 – Secretaria de Atenção à Saúde Programa 2015 - Aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS)

Ação Meta física

Previsão Execução 20AD - Piso de Atenção Básica

Variável - Saúde da Família

34.326 equipes mantidas 33.404 equipes mantidas

Fonte: Relatório de Gestão da SAS/MS, referente ao exercício de 2012.

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Quadro 17 – Execução financeira da Ação 20AD no exercício de 2012 UJ 250010 – Secretaria de Atenção à Saúde

Programa 2015 - Aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS)

Ação

Meta Financeira Fixação (dotação

final/atualizada)

Execução (despesa

empenhada)

Despesa Liquidada

20AD - Piso de Atenção Básica

Variável - Saúde da Família

R$ 8.128.167.000,00

R$ 8.128.167.000,00 R$ 8.065.567.432,00

Fonte: Relatório de Gestão da SAS/MS, referente ao exercício de 2012. Ação 8577 – Piso de Atenção Básica Fixo Quadro 18 – Execução física da Ação 8577 no exercício de 2012

UJ 250010 – Secretaria de Atenção à Saúde Programa 2015 - Aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS)

Ação Meta física

Previsão Execução 8577 – Piso de atenção básica

fixo

5.565 municípios beneficiados 5.565 municípios beneficiados

Fonte: Relatório de Gestão da SAS/MS, referente ao exercício de 2012. Quadro 19 – Execução financeira da Ação 8577 no exercício de 2012

UJ 250010 – Secretaria de Atenção à Saúde Programa 2015 - Aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS)

Ação

Meta Financeira Fixação (dotação

final/atualizada)

Execução (despesa

empenhada)

Despesa Liquidada

8577 – Piso de atenção básica

fixo R$ 4.422.000.000,00 R$

4.421.999.999,00 R$ 4.404.566.941,00

Fonte: Relatório de Gestão da SAS/MS, referente ao exercício de 2012. Ação 8581 – Estruturação da Rede de Serviços de Atenção Básica de Saúde Quadro 20 – Execução física da Ação 8581 no exercício de 2012

UJ 250010 – Secretaria de Atenção à Saúde Programa 2015 - Aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS)

Ação Meta física

Previsão Execução 8581 –

Estruturação da 1.000 academias de saúde

implantadas 1.070 academias de saúde

implantadas

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Rede de Serviços de Atenção

Básica de Saúde Fonte: Relatório de Gestão da SAS/MS, referente ao exercício de 2012. Quadro 21 – Execução financeira da Ação 8581 no exercício de 2012

UJ 250010 – Secretaria de Atenção à Saúde Programa 2015 - Aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS)

Ação

Meta Financeira Fixação (dotação

final/atualizada)

Execução (despesa

empenhada)

Despesa Liquidada

8581 – Estruturação da Rede de Serviços de

Atenção Básica de Saúde

R$ 2.971.957.666,00 R$ 684.875.304,00 R$ 166.803.986,00

Fonte: Relatório de Gestão da SAS/MS, referente ao exercício de 2012. A Ação 20AD – Piso de Atenção Básica Variável – Saúde da Família, é a Ação de maior materialidade no Bloco da Atenção Básica e tem como finalidade estimular a implantação de equipes de saúde da família – ESF, agentes comunitários de saúde – ACS e equipes de saúde bucal –ESB – nos municípios, visando à reorientação das práticas assistenciais básicas, com ênfase nas ações de prevenção de doenças e promoção da saúde. Para financiamento das ações a serem desenvolvidas no âmbito da Atenção Básica/Estratégia Saúde da Família, o Ministério da Saúde efetua repasses financeiros mensalmente, de forma regular e automática, por meio de transferência direta do Fundo Nacional de Saúde (FNS) para o Fundo Municipal de Saúde (FMS), em conta específica, aberta exclusivamente para tanto (denominada “FMS - Nome do Município/PAB”), de acordo com a normatização geral de transferências fundo a fundo do Ministério da Saúde. O valor a ser transferido é definido com base no número de equipes cadastradas na base nacional do CNES, e tendo em vista que o financiamento da atenção básica se dá em composição tripartite, os estados e municípios devem implementar as respectivas contrapartidas. Após sua implantação, as equipes multiprofissionais atuam em unidades básicas de saúde - UBS e são responsáveis por um número predeterminado de famílias localizadas numa área delimitada. Essas equipes são compostas de médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e até 12 agentes comunitários de saúde. As equipes poderão contar também com odontólogo, técnico de higiene dental e/ou auxiliar de consultório dentário caso desempenhem atividades de saúde bucal. ##/Fato##

1.2.2 AUDITORIA DE PROCESSOS DE CONTAS

1.2.2.1 CONSTATAÇÃO

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Ausência de apresentação das providências adotadas em 71% dos municípios em que foram identificadas impropriedades por meio do Programa de Fiscalização a partir de Sorteios Públicos. Fato Trata-se da verificação quanto à adequada e oportuna implementação pela Secretaria de Atenção à Saúde – SAS/MS, das recomendações expedidas pela Secretaria Federal de Controle Interno da Controladoria-Geral da União – SFC/CGU – em ações de controle realizadas em municípios por meio do Programa de Fiscalização a partir de Sorteios Públicos de Municípios. Durante o exercício de 2012 foram realizadas as 34ª e 35ª etapas de Sorteios Públicos, tendo como objetos a Estratégia Saúde da Família, a Gestão Financeira do Bloco de Atenção Básica e a Estruturação da Rede de Serviços de Atenção Básica de Saúde. Todavia, constatou-se inadequado o encaminhamento de respostas sobre as providências adotadas por parte da Secretaria de Atenção à Saúde – SAS, sobretudo considerando que os fatos foram encaminhados à SAS em 29/03/2012 (Ofício nº 9296 – 34º Sorteio); em 30/03/2012 (Ofício nº 9398/DSSAU/DS/SFC/CGU-PR – 34º Sorteio); em 25/05/2012 (Ofício nº 14.578/DSSAU/DS/SFC/CGU-PR – 35º Sorteio), e em 10/07/2012 (Ofício nº 19511/DSSAU/DS/SFC/CGU-PR – 35º Sorteio), conforme apresentado a seguir por Programa: a) Ação 20AD - Piso de Atenção Básica Variável - Saúde da Família: a.1) (34º Sorteio): Em um universo de 39 municípios em que foram constatadas situações passíveis de adoção de providências por parte do gestor federal, não foram apresentadas providências/justificativas para 29 municípios, conforme quadro a seguir: Quadro 22 – Municípios nos quais foram apontados fatos no relatório do 34º Sorteio (Ação – Piso de Atenção Básica Variável - Saúde da Família).

Município UF Respostas

enviadas pelo gestor

Município UF Respostas

enviadas pelo gestor

Manoel Urbano AC SIM

Santo Antônio do Leste MT NÃO

Feliz Deserto AL SIM Bagre PA SIM Urucurituba AM NÃO Primavera PA NÃO América Dourada BA NÃO Curral de Cima PB NÃO Aurelino Leal BA NÃO Manaíra PB NÃO Canápolis BA NÃO Quipapá PE NÃO Lamarão BA NÃO Betânia do Piauí PI SIM Iracema CE NÃO Roncador PR SIM Itapagé CE NÃO Fernando Pedroza RN NÃO Jaguaribe CE NÃO João Câmara RN SIM Nova Glória GO SIM Upanema RN NÃO Santo Antônio da Barra GO NÃO Arroio dos Ratos RS NÃO Bela Vista do Maranhão MA NÃO Muçum RS SIM São Raimundo do Doca Bezerra MA NÃO

Segredo RS NÃO

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Borda da Mata MG NÃO Benedito Novo SC NÃO Caputira MG NÃO Japaratuba SE NÃO Durandé MG NÃO Cesário Lange SP SIM Minduri MG NÃO Novo Acordo TO NÃO Santana de Cataguases MG SIM Reserva do Cabaçal MT NÃO Selvíria MS NÃO

Fonte: Relatório do 34º Sorteio. As principais ocorrências detectadas na 34ª Etapa de Sorteios Públicos estão relacionadas a seguir: - De um total de 90 Equipes de Saúde da Família-ESF avaliadas, verificou-se que em 60 delas (67%) os médicos descumpriam a carga horária prevista; - Das 163 famílias que responderam ao questionamento, em 35 casos (21%) informou-se que a família não recebeu atendimento em sua residência quando o paciente precisava de atendimento e estava impossibilitado de deslocar-se até a Unidade Básica de Saúde; - Das 497 famílias que responderam ao questionamento, em 57 casos (11%) informou-se que a família não recebeu atendimento na Unidade Básica de Saúde quando a ela se dirigiu em busca de atendimento; - Em 100 Unidades Básicas de Saúde avaliadas, verificou-se que em 85% havia materiais, equipamentos ou insumos necessários à realização das atividades dos profissionais; - Das 320 famílias que responderam aos questionamentos sobre a frequência das visitas dos Agentes Comunitários de Saúde às residências, em 307 casos (96%) informou-se que o ACS realizava visitas periodicamente; - De 104 ESF avaliadas quanto a sua composição, 95 (91%) estavam completas, isto é, dispunham de todos os profissionais componentes da Equipe (médico, enfermeiro, odontólogo, auxiliar de enfermagem, ACS). a.2) (35º Sorteio): Em um universo de 57 municípios em que foram constatadas situações passíveis de adoção de providências por parte do gestor federal, não foram apresentadas providências/justificativas para 36 municípios, conforme quadro a seguir: Quadro 23 – Municípios nos quais foram apontados fatos no relatório do 35º Sorteio (Ação – Piso de Atenção Básica Variável - Saúde da Família).

Município UF Enviadas

respostas pelo gestor

Município UF Enviadas

respostas pelo gestor

Santana do Mundaú AL NÃO Orocó PE NÃO Barreiras

BA NÃO Taquaritinga do Norte PE NÃO

Morro do Chapéu BA NÃO

Bela Vista do Piauí PI NÃO

Nova Ibiá BA NÃO

Santo Antônio dos Milagres PI NÃO

Tremedal BA NÃO Bituruna PR SIM Rio do Antônio BA NÃO Indianópolis PR SIM Arneiroz CE SIM Itaguajé PR SIM Farias Brito CE SIM Itaú RN SIM Poranga CE SIM Parazinho RN SIM Ponto Belo ES SIM São Miguel RN SIM

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Diorama GO NÃO

Presidente Médici RO SIM

Piracanjuba GO NÃO Uiramutã RR NÃO Palminópolis GO NÃO Relvado RS SIM Fortuna

MA SIM Santa Clara do Sul RS NÃO

Itaipava do Grajaú MA NÃO Glorinha RS NÃO Cláudio MG NÃO Itaara RS NÃO Desterro de Entre Rios MG NÃO Sangão SC SIM Itinga MG NÃO Jupiá SC NÃO Mesquita MG NÃO Divina Pastora SE NÃO Carrancas

MG NÃO Nossa Senhora Aparecida SE NÃO

Patrocínio MG SIM Auriflama SP SIM São João do Manteninha MG NÃO

Pontes Gestal SP SIM

Antônio João MS NÃO Riversul SP SIM Colíder

MT NÃO São Sebastião da Grama SP SIM

Bujaru PA NÃO Adamantina SP NÃO Santa Maria do Pará PA NÃO Palmares Paulista SP NÃO São Félix do Xingu

PA NÃO Bandeirantes do Tocantins TO NÃO

Queimadas PB SIM Agrestina PE NÃO Umbuzeiro PB SIM

Fonte: Relatório do 35º Sorteio. As principais ocorrências detectadas na 35ª Etapa de Sorteios Públicos estão relacionadas a seguir:

- De um total de 141 Equipes de Saúde da Família-ESF avaliadas, verificou-se que em 83 delas (59%) os médicos descumpriam a carga horária prevista; - Das 208 famílias que responderam ao questionamento, em 40 casos (19%) informou-se que a família não recebeu atendimento em sua residência quando o paciente precisava de atendimento, mas estava impossibilitado de deslocar-se até a Unidade Básica de Saúde; - Das 651 famílias que responderam ao questionamento, em 40 casos (6%) informou-se que a família não recebeu atendimento na Unidade Básica de Saúde quando a ela se dirigiu em busca de atendimento; - Em 182 Unidades Básicas de Saúde avaliadas, verificou-se que em 145 (80%) havia materiais, equipamentos ou insumos necessários à realização das atividades dos profissionais. - Das 663 famílias que responderam aos questionamentos sobre a frequência das visitas dos Agentes Comunitários de Saúde às residências, em 650 casos (98%) informou-se que o ACS realizava visitas periodicamente; - De 190 ESF avaliadas quanto a sua composição, 175 (92%) estavam completas, isto é, dispunham de todos os profissionais componentes da Equipe (médico, enfermeiro, odontólogo, auxiliar de enfermagem, ACS);

b) Ação 8581 – Estruturação da Rede de Serviços de Atenção Básica de Saúde: b.1) 34º e 35º Sorteios: Em um universo de 05 municípios no 34º Sorteio e 07 municípios no 35º Sorteio, em que foram constatadas situações passíveis de adoção de providências por parte do gestor

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federal, não foram apresentadas quaisquer providências/justificativas para a totalidade dos municípios, conforme quadro a seguir: Quadro 24 – Municípios para os quais não foram apresentadas providências diante dos fatos apontados no relatório do 34º Sorteio (Ação - Estruturação da Rede de Serviços de Atenção Básica de Saúde).

Município UF Município UF Jaguaribe CE Primavera PA Caputira MG Quipapá PE Selvíria MS

Fonte: Relatório do 34º Sorteio.

Quadro 25 – Municípios para os quais não foram apresentadas providências diante dos fatos apontados no relatório do 35º Sorteio (Ação - Estruturação da Rede de Serviços de Atenção Básica de Saúde).

Município UF Município UF Barreiras BA Agrestina PE Horizonte CE Orocó PE Umbuzeiro PB Presidente Médici RO São Sebastião da Grama SP

Fonte: Relatório do 35º Sorteio.

As principais ocorrências detectadas na 34ª e 35º Etapas de Sorteios Públicos estão relacionadas às seguintes constatações: - Obras paralisadas; - Pagamento por serviços não executados; - Contratação e pagamento de obra por preço superior à mediana do SINAPI; - Realização de pagamento relacionado à execução de obra de Unidade Básica de Saúde sem respaldo documental de sua respectiva medição. c) Programação 0145 - Bloco Atenção Básica - Recursos Financeiros: c.1) (34º e 35º Sorteios): Em um universo de 25 municípios no 34º Sorteio e 55 municípios no 35º Sorteio, em que foram constatadas situações passíveis de adoção de providências por parte do gestor federal, não foram apresentadas quaisquer providências/justificativas para a totalidade dos municípios, conforme quadros a seguir: Quadro 26 – Municípios para os quais não foram apresentadas providências diante dos fatos apontados no relatório do 34º Sorteio (Gestão Financeira do Piso de Atenção Básica).

Município UF Município UF

Feliz Deserto AL Curral de Cima PB

Aurelino Leal BA Manaíra PB

Canápolis BA Quipapá PE

Iracema CE Betânia do Piauí PI

Santo Antônio da Barra GO Roncador PR

Bela Vista do Maranhão MA João Câmara RN

São Raimundo do Doca Bezerra MA Muçum RS

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Borda da Mata MG Japaratuba SE

Caputira MG Cesário Lange SP

Durandé MG Pratânia SP

Minduri MG Santa Albertina SP

Selvíria MS Primavera PA

Bagre PA

Fonte: Relatório do 34º Sorteio.

Quadro 27 – Municípios para os quais não foram apresentadas providências diante dos fatos apontados no relatório do 35º Sorteio (Gestão Financeira do Piso de Atenção Básica).

Município UF Município UF

Santana do Mundaú AL Orocó PE

Barreiras BA Taquaritinga do Norte PE

Morro do Chapéu BA Bela Vista do Piauí PI

Nova Ibiá BA Santo Antônio dos Milagres PI

Rio do Antônio BA Bituruna PR

Tremedal BA Indianópolis PR

Arneiroz CE Itaguajé PR

Farias Brito CE São Miguel RN

Ponto Belo ES Presidente Médici RO

Diorama GO Uiramutã RR

Fortuna MA Glorinha RS

Itaipava do Grajaú MA Itaara RS

Carrancas MG Relvado RS

Cláudio MG Santa Clara do Sul RS

Desterro de Entre Rios MG Jupiá SC

Itinga MG Sangão SC

Mesquita MG Divina Pastora SE

Patrocínio MG Nossa Senhora Aparecida SE

São João do Manteninha MG Auriflama SP

Antônio João MS Palmares Paulista SP

Colíder MT Pontes Gestal SP

Bujaru PA Riversul SP

Santa Maria do Pará PA São Sebastião da Grama SP

São Félix do Xingu PA Bandeirantes do Tocantins TO

Umbuzeiro PB Poranga CE

Agrestina PE Palminópolis GO

Parazinho RN Itaú RN

Adamantina SP

Fonte: Relatório do 35º Sorteio.

Além da precariedade no atendimento às recomendações expedidas no exercício 2012, existem inúmeras pendências de atendimento às recomendações emanadas à SAS pela CGU concernentes a diversas etapas de sorteios públicos realizadas em exercícios anteriores, tais como 2010 e 2011.

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No exercício de 2010, por meio do Relatório de Auditoria Anual de Contas nº 2011108815, foi apontada a ausência de atendimento às recomendações relativas às impropriedades detectadas pelo Programa de Fiscalização a partir de Sorteios Públicos de Municípios na execução da Ação 1214.8577 - Piso de Atenção Básica Fixo, as quais decorreram das constatações oriundas de relatórios do 28°, 29° e 30° sorteios, discriminadas a seguir: - Falta de controle nos registros do Fundo Municipal de Saúde; - Irregularidades nos contratos ou no recebimento de produtos e serviços; - Utilização indevida ou imprópria dos recursos do PAB Fixo. Quanto às irregularidades nos contratos ou no recebimento de produtos e serviços custeados com recursos do PAB Fixo, foi recomendado à SAS que, em conjunto com o Departamento Nacional de Auditoria do SUS – DENASUS/MS, realizasse auditoria específica nesses municípios, no sentido de aprofundar a aplicação da Lei de Licitações na aquisição de bens e contratação de serviços com a utilização de recursos do PAB Fixo e outros repassados pelo Ministério da Saúde, a fim de levantar elementos suficientes para eventual abertura de processo de Tomada de Contas Especial. Quanto à utilização indevida ou imprópria dos recursos do PAB Fixo, foi recomendado à Secretaria de Atenção à Saúde que notificasse esses municípios para que fosse negociada a edição de um Termo de Ajuste Sanitário – TAS, previsto no Art. 38 da Portaria MS nº 204/07, no prazo máximo de 60 dias a contar do recebimento da notificação, com a finalidade de se promover a devolução dos recursos gastos indevidamente à conta corrente do Fundo Municipal de Saúde, sob pena de suspensão das transferências do PAB Fixo para o município, até a definitiva regularização, conforme determinações da Portaria MS/GM n.º 204/2007. Diante do exposto, por meio da Solicitação de Auditoria nº 201305858/004, de 30/04/2013, a Unidade foi instada a apresentar justificativas para a ausência de atendimento às recomendações da CGU, bem como para o inadequado encaminhamento das respostas sobre as providências adotadas. Em resposta, por meio de Ofício nº 631, de 10/05/2013, a Unidade informou que encaminhou diligências às Secretarias Estaduais de Saúde e às Secretarias Municipais de Saúde solicitando o encaminhamento de justificativas e da documentação comprobatória das providências adotadas para saneamento das irregularidades e que, após o recebimento das devolutivas com as manifestações dos entes federados, toda a documentação apresentada será analisada pela área técnica de controle do Departamento de Atenção Básica. Informou, ainda, que já ocorreram manifestações de alguns municípios e que, nos casos de ausência de envio à SAS das informações solicitadas, os gestores estaduais e municipais serão reiterados a encaminhar manifestação, sob pena de aplicação das penalidades previstas na Portaria 2.488/2011 (Política Nacional de Atenção Básica). Em que pese a justificativa da Unidade, verifica-se que a maioria dos problemas apontados em Relatórios de Fiscalização a partir do Programa de Sorteios Públicos de Municípios ainda encontra-se pendente de resolução, apesar das diversas reiterações que têm sido realizadas. Nesse sentido, considera-se a necessidade de atuação efetiva da Unidade a fim de alcançar a implementação das recomendações formuladas. ##/Fato##

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Causa O Diretor do Departamento de Atenção Básica não adotou providências efetivas para sanar as falhas apontadas por ocasião das fiscalizações por meio de sorteios públicos de municípios, bem como não informou tempestivamente à CGU o resultado das medidas adotadas. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Em resposta ao Relatório Preliminar de Auditoria, a Unidade encaminhou o Ofício GS nº 836, de 01/07/2013, por meio do qual informa as providências adotadas diante das impropriedades identificadas pela Controladoria-Geral da União por ocasião do Programa de Fiscalização a partir de Sorteios Públicos.

No referido expediente, a Secretaria de Atenção à Saúde, por intermédio do Departamento de Atenção Básica - DAB, afirma não possuir competência para promover as medidas coercitivas e saneadoras quanto às constatações apontadas nas fiscalizações realizadas pela CGU sobre a aplicação dos recursos financeiros transferidos aos municípios por meio do Bloco Financeiro da Atenção Básica em Saúde, pois entende tratar-se dos recursos atinentes exclusivamente ao Componente PAB-Fixo.

Do mesmo modo, a Secretaria de Atenção à Saúde não se manifestou em relação às impropriedades relativas à execução da Ação de Governo 8581 – Estruturação da Rede de Serviços de Atenção Básica de Saúde.

Quanto à Ação 20AD - Piso de Atenção Básica Variável - Saúde da Família, a Unidade apresentou Notas Técnicas informando as providências adotadas diante dos apontamentos realizados em 10 municípios fiscalizados no 34º sorteio (Canápolis/BA, Caputira/MG, Durande/MG, Selvíria/MS, Santo Antônio do Leste/MT, Manaíra/PB, Quipapá/PE, Fernando Pedroza/RN, Arroio dos Ratos/RS e Japaratuba/SE) e para 05 municípios fiscalizados no 35º sorteio (Santana do Mundaú/AL, Barreiras/BA, Bela Vista do Piauí/PI, Santa Clara do Sul/RS e Itinga/MG). Foram ainda apresentadas cópias dos Ofícios encaminhados para 08 Secretarias Municipais de Saúde reiterando a necessidade de manifestação sobre os apontamentos feitos pela CGU (Urucurituba/AM, América Dourada/BA, Aurelino Leal/BA, Lamarão/BA, Bela Vista do Maranhão/MA, São Raimundo do Doca Bezerra/MA, Upanema/RN e Novo Acordo/TO). ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

As fiscalizações da CGU, no tocante ao Bloco Financeiro da Atenção Básica, abrangem tanto o Componente PAB-Fixo quanto o Componente PAB-Variável, neste último caso sendo incluídas todas as suas estratégias (Saúde da Família, Agentes Comunitários de Saúde, Saúde Bucal, Fator de Incentivo de Atenção Básica aos Povos Indígenas etc.). Deve ser ressaltado que o PAB-Fixo, conquanto seja um incentivo definido per capita, é destinado à Atenção Primária em Saúde, portanto também da competência da SAS/MS.

Considerando a competência prevista no inciso VIII do art. 258 da Portaria nº 3.965/2010, cabe à Coordenação-Geral de Acompanhamento e Avaliação da Atenção Básica/DAB/SAS desenvolver e propor mecanismos de controle dos recursos federais

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da atenção primária à saúde, articulados aos órgãos de controle externos e internos do SUS. Dessa forma, observa-se que a SAS, embora seja uma área finalística, possui atribuições voltadas ao acompanhamento da aplicação dos recursos transferidos aos municípios, nada obstante tenha de se valer de outros órgãos do Ministério da Saúde para implementação das recomendações formuladas pela CGU no que se refere a falhas relacionadas à aplicação indevida dos recursos financeiros da atenção primária.

No âmbito do Ministério da Saúde, os órgãos responsáveis pela obtenção do ressarcimento dos valores irregularmente aplicados são o Departamento Nacional de Auditoria do SUS-DENASUS e o Fundo Nacional de Saúde-FNS. Sobre as competências desses órgãos, o TCU se manifestou por meio do Acórdão nº 3.362/2012-Plenário e exarou entendimento de que cabe ao DENASUS apurar as irregularidades relacionadas à má aplicação dos recursos financeiros, isto é, realizar a instrução dos processos voltados ao ressarcimento ao erário. Quanto ao FNS, o Tribunal e os próprios normativos existentes já definem lhe caber a competência para instauração de tomada de contas especial ante o insucesso de outras medidas voltadas à obtenção dos ressarcimentos pretendidos.

Diante do contexto apresentado, a CGU tem encaminhado à SAS/MS os relatórios resultantes das fiscalizações realizadas nos Sorteios Públicos de Municípios quanto aos recursos do Bloco Financeiro da Atenção Básica em Saúde por entender que à SAS/MS cabe adotar medidas voltadas à suspensão das transferências destinadas a todas as estratégias da Atenção Básica – e não somente ao PAB Variável. Tal entendimento advém da análise do que dispunha a Portaria nº 648/2006 em seu Item 5, subitem ii, e do que dispõe a Portaria nº 2.488/2011, conforme adiante transcrito:

O Ministério da Saúde suspenderá o repasse de recursos do PAB aos municípios e ao Distrito Federal, quando: (...) II - Forem detectados, por meio de auditoria federal ou estadual, malversação ou desvio de finalidade na utilização dos recursos.

Verifica-se, pois, que os normativos mencionados tratam da suspensão dos recursos do PAB sem fazer distinção entre a parte fixa e a variável (estratégias e programas prioritários). Pelas razões expostas, considera-se que a SAS, de posse dos relatórios de fiscalização produzidos pela CGU acerca da aplicação dos recursos do Bloco Financeiro da Atenção Básica, deveria ter adotado providências voltadas à suspensão das transferências dos recursos e, cumulativamente, acionado o DENASUS e o FNS para a adoção de medidas voltadas à obtenção do ressarcimento dos valores irregularmente empregados pelos municípios. No tocante aos relatórios de fiscalização referentes ao PAB Variável – Saúde da Família, há que se destacar três situações distintas: i) após tomar conhecimento do Relatório Preliminar de Auditoria, a SAS reiterou às Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde a necessidade de manifestação sobre os apontamentos feitos pela CGU; ii) a SAS já havia adotado providências, porém não fez os encaminhamentos necessários à CGU; e iii) não constam providências adotadas pela SAS/MS. Em relação à primeira situação, considera-se que a ausência de manifestação por parte das Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde prejudicou o andamento do processo.

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Concernente à segunda situação, a SAS/MS falhou ao não apresentar à CGU as providências adotadas, embora as tenha adotado. Entretanto, restam 11 municípios do 34º sorteio e 31 municípios do 35º sorteio para os quais não foi encaminhado nenhum tipo de informação ou documento que evidencie a adoção de providências por parte do Departamento de Atenção Básica. Convém ressaltar que, consolidando os dados relativos às Ações e Programações citadas anteriormente, verifica-se que a SAS não informou as providências adotadas frente aos fatos apontados nos relatórios do 34º e 35º sorteios em 71% dos municípios, destacando-se que em relação à Ação 8581 – Estruturação da Rede de Serviços de Atenção Básica de Saúde e à Programação 0145 - Bloco Atenção Básica - Recursos Financeiros não foram informadas as providências adotadas para a totalidade dos municípios fiscalizados. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Comunicar à CGU, de forma tempestiva, os resultados e as medidas já implementadas em face das impropriedades/irregularidades constatadas nas fiscalizações por intermédio do Programa de Fiscalização a partir de Sorteios Públicos de Municípios. Recomendação 2: Articular-se com as demais áreas do Ministério da Saúde envolvidas na gestão das Ações 20AD - Piso de Atenção Básica Variável - Saúde da Família e 8581 - Estruturação da Rede de Serviços de Atenção Básica de Saúde, com vistas a estabelecer mecanismos de estímulo ou indução para que os municípios se adequem aos requisitos legais para o recebimento de recursos federais, sob pena de sua suspensão. Recomendação 3: Definir os responsáveis e o fluxo de atendimento das demandas emanadas pela CGU em decorrência das impropriedades detectadas quando da realização do Programa de Fiscalização a partir de Sorteios Públicos. 1.3 Atenção à Saúde da População para Procedimentos em Média e Alta

Complexidade

1.3.1 ORIGEM DO PROGRAMA/PROJETO

1.3.1.1 INFORMAÇÃO Informação básica da Ação de Governo 8585 - Atenção à Saúde da População para Procedimentos em Média e Alta Complexidade Fato O Programa 2015 - Aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS), que integra o Plano Plurianual 2012-2015, contempla 13 Objetivos, entre os quais o de nº 0713, que visa garantir o acesso da população a serviços de qualidade, com equidade e em tempo adequado ao atendimento das necessidades de saúde, aprimorando a política de atenção básica e a atenção especializada. O mencionado Objetivo abrange a Atenção Especializada em Saúde, outrora executada por intermédio do Programa 1220 – Assistência Ambulatorial e Hospitalar Especializada.

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A Ação 8585 – Atenção à Saúde da População para Procedimentos em Média e Alta Complexidade tem como finalidade viabilizar, de forma descentralizada, a atenção à saúde da população nos estados e municípios. A ação relativa aos procedimentos de saúde de média e alta complexidade é executada por meio do co-financiamento federal, estadual e municipal, sendo os recursos federais repassados, na quase totalidade, na modalidade fundo a fundo aos demais entes federados. Essas transferências são efetuadas mensalmente pelo Fundo Nacional de Saúde aos Fundos Municipais ou Estaduais, levando-se em consideração critérios e valores previamente acordados entre as três esferas de governo. No exercício de 2012 foi executado o montante de R$ 34.095.456.762,00 por meio da Ação 8585. Em relação à execução física, segundo informações do Relatório de Gestão da Unidade, foram realizados 1.992.861.247 procedimentos de saúde no exercício. Os dados relativos à execução comparada com as metas da Ação 8585 estão apresentados nos quadros 1 e 2 da análise gerencial deste Relatório. Simplificadamente, o fluxo da ação de governo pode ser dividido em cinco etapas: I. Definição dos valores dos procedimentos de saúde e do teto financeiro dos Estados/Municípios, II. Repasse dos recursos federais por meio do bloco de financiamento da média e alta complexidade (Bloco MAC) e planejamento da prestação dos serviços de saúde; III. Execução dos serviços de saúde; IV. Inserção dos dados de produção de serviços nos sistemas informatizados do Ministério da Saúde; V. Prestação de contas dos recursos repassados. O Bloco MAC é constituído por dois componentes: 1) Limite Financeiro da Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar; e 2) Fundo de Ações Estratégicas e Compensação – FAEC. O primeiro componente contempla o Teto MAC e os incentivos financeiros. O Teto MAC financia a maioria dos procedimentos de média e alta complexidade realizados no país no âmbito do SUS. Já os incentivos financeiros destinam-se aos financiamentos específicos, tais como para a implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU, das Unidades de Pronto Atendimento – UPA 24h e do Centro de Especialidades Odontológicas – CEO. ##/Fato##

1.3.2 EFETIVIDADE DOS RESULTADOS OPERACIONAIS

1.3.2.1 CONSTATAÇÃO Ausência de motivação dos atos relativos à concessão de aumento dos limites financeiros de média e alta complexidade de estados e municípios. Fato

No exercício de 2012, por meio da Ordem de Serviço nº 201216622, foram desenvolvidos pela CGU os trabalhos de acompanhamento da gestão da Secretaria de Atenção à Saúde.

Um dos objetivos do referido acompanhamento foi verificar o atendimento às recomendações formuladas por ocasião do Relatório de Auditoria de Gestão nº 201108815, no que diz respeito à motivação das alterações de limite financeiro dos recursos da média e alta complexidade (Limite financeiro de MAC).

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Para tanto, foi efetuada consulta ao Sistema de Controle de Limite Financeiro da Média e Alta Complexidade – SISMAC, que permite o acompanhamento dos recursos federais transferidos aos estados e municípios para custeio de ações e serviços de saúde de média e alta complexidade. Nesse sistema, foram levantadas as Portarias publicadas no exercício de 2012 por meio das quais foi autorizado o aumento dos limites financeiros a serem transferidos aos entes federados com a classificação do tipo “acréscimo” e o assunto “ampliação da oferta de serviço”. Desse modo, foram identificadas 13 publicações. Por meio da Solicitação de Auditoria n° 201216622/001, de 23/11/2012, foi requisitado ao gestor que disponibilizasse os processos administrativos referentes às análises técnicas que subsidiaram as concessões de elevação do limite financeiro, as quais levaram à publicação das Portarias discriminadas a seguir:

Quadro 28 – Relação de Portarias para aumento do Limite Financeiro de MAC relacionadas aos processos administrativos selecionados

Número da Portaria Data da Portaria Data da publicação

2.104 17/09/12 20/09/12

1.681 08/08/12 09/08/12

1.505 12/07/12 13/07/12

1.411 06/07/12 09/07/12

1.322 27/06/12 28/06/12

1.263 20/06/12 21/06/12

1.151 05/06/12 06/06/12

1.005 16/05/12 21/05/12

952 15/05/12 16/05/12

763 18/04/12 20/04/12

532 28/03/12 29/03/12

411 08/03/12 09/03/12

101 18/01/12 19/01/12

Fonte: Pesquisa no Sistema de Legislação da Saúde (Saúde Legis)

Dos 13 processos administrativos solicitados, 12 foram disponibilizados pela Unidade, nos quais foram realizadas verificações a fim de identificar a presença de documentos que evidenciassem a realização das análises técnica e econômico-financeira por parte da Secretaria de Atenção à Saúde previamente à publicação das Portarias que estabelecem recursos a serem adicionados ao Limite Financeiro de Média e Alta Complexidade de Estados e Municípios.

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Dentre os processos analisados, verificou-se que as publicações das Portarias nº 1.263, de 20/06/2012; nº 952, de 15/05/2012; nº 1.151, de 05/06/2012; nº 101, de 18/01/2012; nº 532, de 28/03/2012 e nº 1.505, de 12/07/2012 foram adequadamente precedidas de análise técnica por parte dos Departamentos competentes no âmbito da SAS. As referidas análises foram anexadas aos autos dos processos que contêm documentação referente à solicitação do gestor local, à resolução da CIB, à análise de viabilidade econômico-financeira efetuada pela Subsecretaria de Planejamento e Orçamento e aos demais encaminhamentos entre as Unidades do MS. Entretanto, foram identificadas seis ocorrências que denotam falhas relacionadas ao processo de concessão de aumento do limite financeiro dos recursos da média e alta complexidade, descritas a seguir: - Três casos nos quais não há evidências nos autos de realização de análise técnica do pleito previamente à publicação da Portaria de concessão de recursos (Portarias nº 1.411, de 06/07/2012; nº 1.005, de 16/05/2012 e nº 1.681, de 08/08/2012). Nesses casos, os documentos apresentados são de caráter eminentemente informativo, de modo que não restou evidenciada a realização de análise conclusiva quanto à pertinência da concessão de novo aporte de recursos. - Uma ocorrência de parecer técnico contrário à solicitação de concessão de aumento do limite financeiro do Teto MAC, o qual não foi efetivo em promover a revisão dos valores a serem concedidos, uma vez que o incremento foi concedido. (Portaria nº 1.322, de 27/06/2012), - Uma ocorrência de análise técnica efetuada intempestivamente (Portaria nº 411, de 08/03/2012), e - Uma ocorrência em que a análise técnica efetuada embasa o aporte de recursos, porém não foi devidamente anexada aos autos do processo, tendo sido disponibilizada em resposta à Solicitação de Auditoria (Portaria nº 763, de 18/04/2012). Ressalta-se que não foi possível emitir opinião quanto à adequada motivação da alteração do limite financeiro dos recursos da média e alta complexidade do Estado do Pará, estabelecida por meio da Portaria nº 2.104, de 17/09/2012, uma vez que o referido processo não foi disponibilizado à equipe de auditoria.

Quadro 29 - Inconsistências observadas nos processos referentes às portarias de concessão de aumento dos limites financeiros de MAC de Estados e Municípios

Portaria UF Solicitação do

gestor Resolução

CIB

Análise técnica (evidenciada por

meio de nota técnica ou

parecer técnico constante do

Processo)

Observações

Nº 411, de 08/03/2012

GO Ofício nº 054/2011, de 21/01/2011

nº 017/2012 Análise técnica efetuada intempestivamente.

Foi disponibilizada a cópia da nota técnica CGPAS nº 30176, de 19/06/2012, que embasa o incremento. Entretanto a NT foi emitida em data posterior à portaria, e não consta do processo.

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Nº 1.322, de 27/06/2012

MT Não consta. nº 131/2012 Parecer técnico contrário à solicitação de concessão de aumento do limite financeiro do Teto MAC.

Foram disponibilizadas cópias de duas notas técnicas emitidas pela CGPAS, a saber: NT informativa (sem data e sem assinatura) e a NT S/N de 08/05/2012, que recomenda a revisão dos valores solicitados por parte do gestor.

Nº 1.411, de 06/07/2012

MG Ofício nº 0969, de 14/06/2012 – Gabinete do Secretário Estadual de Saúde

nº1154/2012 Não há evidências nos autos de realização da análise técnica quanto à pertinência da concessão de novo aporte de recursos.

Foi disponibilizada cópia de Nota técnica informativa CGPAS (sem data).

Nº 1.005, de 16/05/2012

BA Ofício SESAB nº 158, de 27/04/2012

nº 141/2012 Não há evidências nos autos de realização da análise técnica quanto à pertinência da concessão de novo aporte de recursos.

Consta o Despacho CGMAC /DAE nº 252/2012, o qual não apresenta elementos suficientes que denotem a análise efetuada pela SAS, e restringe-se ao encaminhamento da demanda ao DRAC.

Consta ainda o documento do DRAC S/N, que trata apenas do impacto financeiro para atendimento da solicitação e encaminha o processo à SPO.

Nº 763, de 18/04/2012

AM Ofício GSUSAM nº 0853, de 02/02/ 2012

Nº 21/2012 Não há nota técnica anexada aos autos.

Consta documento do DRAC S/N, que trata apenas do impacto financeiro para atendimento da solicitação e encaminha o processo à SPO.

Consta NT DAB S/N, de 18/04/12.

Houve reiteração do gabinete da SAS para que o DRAC emita nota técnica sobre o assunto, mas não consta no processo qualquer análise técnica do DRAC ou do DAE.

Foi disponibilizada cópia de Nota técnica S/N emitida pelo DRAC (sem data e sem assinatura) que embasa o aporte de recursos, entretanto não

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consta do processo.

Nº 1.681, de 08/08/2012

MG Ofício Sec. 0873, de 15 de maio de 2012

Nº 794/2011 Não há evidências nos autos de realização da análise técnica quanto à pertinência da concessão de novo aporte de recursos.

Consta documento do DRAC S/N, que trata apenas do impacto financeiro para atendimento da solicitação e encaminha o processo à SPO.

Não há análise técnica por parte da SAS. Foi disponibilizada cópia de nota técnica informativa (sem data e sem assinatura) que não consta do processo.

Fonte: Processos administrativos disponibilizados pela Unidade à equipe de auditoria.

Especificamente sobre o Processo nº 25000.117368/2012-89, referente à publicação da Portaria nº 1.322, de 27/06/2012, ressalta-se que embora o parecer técnico tenha se mostrado contrário à concessão de aumento do limite financeiro do Teto MAC, o aumento foi concedido, no montante anual de R$ 66.974.600,00 a ser incorporado ao Limite Financeiro de Média e Alta Complexidade do Estado de Mato Grosso. Conforme disposto na citada Portaria, os recursos serão destinados ao custeio do Hospital Metropolitano de Várzea Grande, Hospital Albert Sabin de Alta Floresta e Hospital de Sinop.

Quanto à composição do referido processo administrativo foi verificada a existência dos seguintes documentos: - Contrato de Gestão nº 002/2012, firmado em 13 de janeiro de 2012 entre a Secretaria de Estado de Saúde do Mato Grosso e o Instituto Social Fibra, qualificado como Organização Social, e que tem como objeto o gerenciamento, operacionalização e execução das ações e serviços de saúde, no Hospital Regional de Alta Floresta. - Cópia da Resolução CIB/MT nº 131 de 17 de maio de 2012, que aprovou a solicitação de incremento mensal do teto MAC do estado de Mato Grosso no valor de R$ 5.621.776,30, o que corresponde a 70% do valor total e custeio dos três hospitais. Especificamente em relação ao Hospital Albert Sabin de Alta Floresta, foi considerado pela CIB o Contrato de Gestão nº 002/2012, com um custo mensal de R$ 2.500.000,00 bem como a estadualização do referido hospital. - Documento DRAC S/N, de 08/06/2012, que quantifica o montante de recursos, define o programa de trabalho que será onerado e encaminha o processo à Subsecretaria de Planejamento e Orçamento. -Despacho da SPO S/N, de 13/06/2012, que afirma existir disponibilidade orçamentária para atender o pleito.

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-Documento da SAS, que encaminha minuta de portaria que estabelece recurso a ser incorporado ao teto de média e alta complexidade do estado do Mato Grosso. O referido documento menciona que os recursos foram aprovados pela SPO/SE/MS, entretanto não menciona qualquer análise de natureza técnica efetuada pelos departamentos da SAS. Além do aludido processo, foi disponibilizada à equipe de auditoria cópia da Nota Técnica CGPAS/DRAC/SAS S/N de 08/05/2012, a qual faz referência à solicitação do gestor estadual de acréscimo de R$ 5.621.776,30, referente ao custeio de 70% dos Hospitais metropolitano de Várzea Grande, Albert Sabin de Alta Floresta e Sinop, e registra a análise atualizada dos limites financeiros MAC do Estado do Mato Grosso, Municípios de Várzea Grande, Alta Floresta e Sinop. O conteúdo da Nota Técnica, no que se refere ao Hospital Regional de Alta Floresta Albert Sabin está transcrito a seguir: "Hospital Regional de Alta Floresta Albert Sabin O Hospital Regional de Alta Floresta Albert Sabin tem registro no CNES com o número 2471345, possui esfera administrativa estadual e gestão estadual. Possui 72 leitos hospitalares, todos SUS, divididos em: clínicos, cirúrgicos, obstétricos, complementares e pediátricos, conforme quadro abaixo:

Detalhamento dos leitos do Hospital Regional de Alta floresta:

Descrição existente SUS

cirúrgico 16 16

clínico 21 21

complementar 6 6

obstétrico 7 7

pediátrico 21 21

Outras especialidades 1 1

Total geral 72 72

O Hospital Regional de Alta Floresta Albert Sabin apresentou uma produção hospitalar aprovada, no ano de 2011, de R$ 1.380.448,09. A produção ambulatorial aprovada, no mesmo período, foi de R$ 855.347,98, totalizando R$ 2.235.796,07. Se fizermos uma média mensal de produção, no período estudado, chegaremos a R$ 186.316,34. Em consulta realizada ao sistema oficial de informação TABWIN/DATASUS, verifica-se que a taxa de ocupação do Hospital, no período de novembro de 2010 a outubro de 2011, foi de 46,12%, ficando muito aquém da meta de 80% preconizada pelo Ministério da saúde, conforme a Portaria GM/MS nº 1.101/2002." Sobre o pleito do gestor, é abordado na Nota Técnica: "38. A partir das informações apresentadas, podem-se destacar as seguintes observações: IV. O Hospital Albert Sabin de Alta Floresta apresentou, no ano de 2011, uma taxa de ocupação de leitos muito baixa e uma produção ambulatorial e hospitalar em média de

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R$ 188.027,89/mês. O valor solicitado pelo estado representaria um aumento de mais de 700%. ... Com base no exposto, sugerimos que o gestor estadual reveja o valor solicitado a este Ministério da Saúde ou que apresente informações adicionais que possam embasar o pleito, bem como submeta à apreciação da Coordenação do Sistema Nacional de Transplante (SNT) o projeto do Hospital de Transplante." Cabe ressaltar que a presente Nota Técnica não está anexada ao Processo nº 25000.117368/2012-89 e que não consta, no referido processo, qualquer menção ao teor da Nota ou quaisquer questionamentos efetuados ao gestor acerca da pertinência da solicitação. Nesse caso, embora a análise técnica tenha sido realizada tempestivamente, esta não gerou os devidos encaminhamentos nem subsidiou a decisão de conceder o aumento no limite financeiro MAC solicitado pelo gestor, uma vez que apesar da sugestão de revisão dos valores solicitados, o aumento do limite financeiro foi concedido.

Diante dos fatos citados anteriormente e registrados no Relatório de Auditoria nº 201216622, a Unidade encaminhou, durante os trabalhos de auditoria anual de contas, o Ofício GS nº 606, de 26/04/2013, em resposta ao aludido Relatório de Auditoria. No entanto, o referido expediente não traz novos esclarecimentos ou justificativas acerca dos fatos apontados. ##/Fato##

Causa Falhas nos controles internos relativos ao processo de concessão de aumento do limite financeiro de MAC de estados e municípios, as quais possibilitaram a aprovação dos incrementos, pela Diretora do Departamento de Regulação, Avaliação e Controle de Sistemas – DRAC/SAS, sem a devida verificação da existência de análise técnica quanto à pertinência das solicitações. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Em resposta ao Relatório Preliminar de Auditoria, a Unidade encaminhou cópia da Nota Técnica nº 11/2013 – ASTEC/DRAC/SAS/MS, por meio da qual informa que concernente à instrução do processo para o aumento do teto financeiro dos estados e municípios, a SAS adota os seguintes procedimentos:

“I- Os aumentos de teto financeiro dos Estados e Municípios baseados em reajuste e/ou inclusão de novos procedimentos da tabela do SUS são efetuados após emissão de parecer técnico pelas áreas técnicas da SAS e pelo Departamento de Economia da Saúde, Investimentos e Desenvolvimento, da Secretaria-Executiva (DESID/SE/MS);

II – No caso de habilitações e/ou credenciamentos de serviços de alta complexidade, os incrementos são efetuados com base em parecer técnico emitido pelas áreas técnicas da SAS, que analisam as solicitações aprovadas pelas Comissões Intergestores Bipartite (CIBs) em conformidade com a necessidade de cada território;

III – Quando há solicitação de aumento do teto MAC devido à inserção de novos estabelecimentos de saúde no SUS, as áreas técnicas da SAS realizam estudos e emitem parecer técnico para embasar esse aumento, levando-se em consideração o real custo

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dos estabelecimentos. Como regra, o MS disponibiliza o montante equivalente a 70% do custo total do estabelecimento;

IV - Os aumentos de teto financeiro para expansão da oferta de serviços, geralmente, são efetuados com base em parecer das áreas técnicas da SAS, com ênfase no aumento da produção de serviços e/ou criação de novas unidades.”

A unidade informou, ainda, que a Nota Técnica é somente um dos requisitos para subsidiar a tomada de decisão na concessão de aumento do teto financeiro MAC dos Estados e Municípios, cuja decisão é discricionária e cabe à autoridade competente.

Foram também apresentadas justificativas para as inconsistências apontadas nos processos referentes às portarias de concessão de aumento dos limites financeiros de MAC de Estados e Municípios, as quais serão abordadas a seguir.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Inicialmente, cabe mencionar o entendimento da Unidade quanto à natureza discricionária dos atos administrativos referentes à concessão de aumento do teto financeiro MAC de estados e municípios. Ressalta-se, contudo, que os atos administrativos discricionários devem estar de acordo com o princípio da finalidade pública, sendo sua validade subordinada à efetiva existência dos motivos invocados pelo administrador para a sua prática.

As justificativas apresentadas pela Unidade quanto aos fatos apontados foram analisadas conforme descrito a seguir: Em relação à Publicação da Portaria nº 411, de 08/03/2012, foi apresentado um documento sem assinatura, denominado Nota Técnica nº 30.252/2011, que teria embasado o incremento no aporte de recursos e teria sido elaborado previamente à publicação da respectiva portaria. Entretanto, tal documento não estava devidamente anexado aos autos do processo tampouco foi disponibilizado à equipe de auditoria durante os trabalhos de campo. Quanto à publicação da Portaria nº 1.322, de 27/06/2012, a Unidade alegou que a nota técnica disponibilizada à equipe de auditoria não se mostrou contrária à concessão do aporte de recursos, e que o texto tão somente sugeria que a liberação do montante deveria ser precedida de reanálise do valor, podendo ser inclusive corrigido a maior. Entretanto, o texto da referida nota técnica, conforme trecho transcrito anteriormente, explicita que o hospital apresentava, no ano de 2011, uma taxa de ocupação de leitos muito baixa, da ordem de 46,12%, ficando muito aquém da meta de 80% preconizada pelo Ministério da Saúde, e que o valor solicitado pelo estado representaria um aumento de mais de 700%, o que indicava a necessidade de revisão dos valores solicitados pelo gestor estadual. Ademais, não consta, no referido processo, qualquer outro parecer técnico ou menção a outros critérios que porventura tenham sido utilizados para subsidiar a decisão de conceder o aumento do teto financeiro MAC. Em relação à publicação da Portaria nº 1.411, de 06/07/2012, a Unidade informou o que segue:

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“Mesmo não havendo Nota Técnica compatível com a solicitação feita (recursos para oncologia e cirurgia cardiovascular), em reuniões diversas com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais havia sido reiterada a solicitação de incremento dos recursos para revisão da programação Pactuada e Integrada (PPI) do Estado, o que pode ser comprovado pelo Ofício SES MG nº 1585, de 2012, enviado ao Ministro da Saúde, acompanhado de estudo técnico da SES e do conselho de secretários municipais de saúde daquele estado (COSEMS-MG) sobre a PPI de Minas Gerais. Além disso, como foi dito no item 8 desta Nota técnica, as NTs que fundamentam os incrementos de teto MAC são apenas balizadoras para a decisão do gestor, existindo outros aspectos que são analisados.” Entretanto, a manifestação da Unidade não procede, pois o Ofício encaminhado pela SES MG é datado de 19/10/2012, posteriormente à data de publicação da Portaria de concessão de recursos, de forma que não poderia ter subsidiado a decisão do gestor federal quanto ao pleito. Os demais documentos citados pela Unidade não foram apresentados, bem como não foram informados quais outros aspectos teriam sido analisados para que fosse concedido o incremento no teto MAC do estado. No que tange à Portaria nº 1.005, de 16/05/2012, a Unidade informou que foi elaborada a Nota técnica nº 30.034, de 08/02/2012 a qual demonstraria a análise técnica quanto à pertinência da concessão de novo aporte de recursos. Porém, a citada nota técnica não foi apresentada em anexo à manifestação da Unidade, tampouco consta dos autos do processo disponibilizado à equipe de auditoria durante os trabalhos de campo, de forma que não é possível considerá-la como integrante de um processo sequencial de atos administrativos que culminaram na concessão da alteração do limite de recursos federais transferidos ao gestor local. Quanto à Portaria nº 763, de 18/04/2012, a Unidade informou, de forma sucinta, as razões para a concessão do aporte de recursos. Entretanto, persiste o problema relativo à ausência de documentos que evidenciem as análises técnicas efetuadas nos autos do processo. Sobre a Portaria nº 1.681, de 08/08/2012, a Unidade apresentou diversos documentos que justificam o aporte de recursos, entre eles informações fornecidas em 10/12/2012 pela Assessoria jurídica da Secretaria de Saúde de Minas Gerais, que tratam da mudança do CNES e da gestão do hospital contemplado com o aporte de recursos. Entretanto, tais documentos não constam do processo, tampouco foram disponibilizados à equipe de auditoria durante os trabalhos de campo, o que evidencia falhas nos controles internos relacionados à gestão documental no âmbito da Unidade. Ressalta-se que a citada Portaria menciona inadequadamente o Hospital Siderúrgica, naquela data já registrado como Hospital São Camilo. Diante do exposto, conclui-se que persistem impropriedades na formalização dos atos administrativos referentes às concessões de alterações do limite financeiro MAC, conforme apontado anteriormente no Relatório de Auditoria de Avaliação da Gestão nº 2011108815. Tais impropriedades foram evidenciadas pela existência de documentos não anexados aos autos, bem como notas técnicas sem data e/ou assinatura (processos referentes às Portarias nº 411, de 08/03/2012, nº 763, de 18/04/2012 e nº 1.681, de 08/08/2012).

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Quanto à motivação dos atos de concessão de aumento do limite financeiro MAC, cabe salientar que nos casos identificados de publicação de Portarias que autorizam o aporte de recursos sem a prévia realização de análise técnica acerca da pertinência da solicitação (Portarias nº 1.411, de 06/07/2012 e nº 1.005, de 16/05/2012), ou em desacordo ao parecer técnico emitido (Portaria nº 1.322, de 27/06/2012), não foram apresentados pela Unidade quaisquer outros critérios utilizados para subsidiar a decisão do gestor. Sendo assim, mantém-se o posicionamento da equipe de auditoria. Ressalta-se que a ausência de motivação e de formalização dos atos administrativos referentes às concessões de alterações do limite financeiro dos recursos de média e alta complexidade já foi objeto de opinião pela ressalva dos atos de gestão praticados pelos responsáveis no exercício de 2010, e que permanece pendente de atendimento a recomendação formulada pela CGU no sentido de que a Unidade instrua os respectivos processos administrativos com as análises técnica e econômico-financeira realizadas. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Proceder à análise técnica das solicitações de aumento do limite financeiro dos recursos da média e alta complexidade previamente à publicação das respectivas Portarias, instruindo os processos administrativos com os documentos que evidenciem as análises efetuadas, em observância aos dispositivos da Lei n° 9784/1999. Recomendação 2: Definir, com clareza e objetividade, os critérios utilizados pela Unidade para a incorporação de recursos ao Teto MAC, de modo que tais critérios configurem-se em elementos que subsidiem as decisões acerca do incremento do limite financeiro de Média e Alta Complexidade de Estados e Municípios. Recomendação 3: Apurar, mediante processo administrativo apropriado, as responsabilidades dos agentes que deram causa à concessão de aumento dos recursos do Limite Financeiro de Média e Alta Complexidade de Estados e Municípios sem a devida realização de análise técnica do pleito ou em desacordo ao parecer técnico emitido. 1.3.2.2 CONSTATAÇÃO Deficiências nos mecanismos de monitoramento e avaliação da produção ambulatorial e hospitalar informada pelos serviços de Média e Alta Complexidade. Fato

No exercício de 2012, por meio da Ordem de Serviço nº 201216622, foram desenvolvidos os trabalhos de acompanhamento da gestão da Secretaria de Atenção à Saúde.

Por ocasião dos referidos trabalhos, a fim de identificar e avaliar a eficácia dos mecanismos de monitoramento da produção ambulatorial e hospitalar dos estabelecimentos de saúde que tiveram ampliação da oferta de serviço custeada pelo Ministério da Saúde, foram selecionadas as Portarias específicas que estabeleceram recursos a serem incorporados ao Teto Financeiro anual de Média e Alta Complexidade de Estados e/ou Municípios, com a justificativa de ampliação da oferta de serviços, publicadas em 2012. Foram identificados, nas referidas Portarias, os estabelecimentos

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de saúde que seriam destinatários dos recursos a serem repassados, pelo número do CNES.

Em seguida, foi efetuada consulta nas bases de dados do sistema de informações ambulatoriais e sistema de informações hospitalares acerca do histórico da produção de serviços dos referidos estabelecimentos no período de janeiro de 2012 a junho de 2012.

A partir dos resultados da referida consulta, foi verificado que o Hospital Albert Sabin de Alta Floresta (CNES 2471345) deixou de inserir os dados relativos à sua produção de serviços durante os meses de fevereiro, março, abril e maio de 2012, e, embora não tenha fornecido quaisquer informações sobre os atendimentos realizados no período, recebeu recursos para incorporação ao Teto MAC por meio da Portaria nº 1.322, de 27 de junho de 2012, que estabelece a incorporação de R$ 66.974.600,00 ao limite financeiro de média e alta complexidade do Estado do Mato Grosso, e dispõe que os recursos serão destinados ao custeio do Hospital Metropolitano de Várzea Grande, Hospital Albert Sabin de Alta Floresta e Hospital de Sinop.

Os dados de produção do Hospital Albert Sabin de Alta Floresta estão apresentados nos quadros a seguir:

Quadro 30 - Dados de produção do Hospital Albert Sabin de Alta Floresta (CNES 2471345) inseridos no Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA) em 2012

Produção no exercício de 2012 (até junho)

Mês janeiro fevereiro março abril maio junho

Quantidade de procedimentos

13.740 0 0 0 0 5.054

Valor (em R$) 61.544,000,00 0,00 0,00 0,00 34.115,10

Fonte: SIA/Datasus.

Quadro 31 - Dados de produção do Hospital Albert Sabin de Alta Floresta inseridos no Sistema de Informações Hospitalares (SIH) em 2012

Produção no exercício de 2012 (até junho)

Mês janeiro fevereiro março abril maio junho Quantidade de procedimentos

245 0 0 0 0 0

Valor (em R$) 123.285,78 0 0 0 0 0

Fonte: SIH/Datasus.

Por meio da Solicitação de Auditoria nº 201216622/001, de 23/11/2012, solicitou-se à Secretaria de Atenção à Saúde informar detalhadamente como é realizado o monitoramento/avaliação da produção ambulatorial e hospitalar realizada pelos

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estabelecimentos de saúde que tiveram ampliação da oferta de serviço, custeada pelo Ministério da Saúde a partir da publicação de portaria específica que estabeleceu recursos a serem incorporados ao Teto Financeiro anual de Média e Alta Complexidade de Estados e/ou Municípios para custeio desses estabelecimentos, destacando etapas e Unidades responsáveis desse processo e apresentando Procedimento Operacional Padrão sobre esse tema se houver.

Em resposta, a Unidade apresentou a Nota Técnica DRAC/SAS s/n, de 05/11/2012, encaminhada pelo Memorando nº 327 DRAC/SAS/MS, de 07/12/2012, transcrita a seguir:

"Em relação ao monitamento e avaliação da produção ambulatorial e hospitalar, temos a dizer que:

Os pleitos realizados pelos entes são de diversas naturezas, tais como: criação de serviços; ampliação da capacidade de produção dos serviços e da oferta; reversão de déficit financeiro existente, devido a diferenças entre os custos reais e os valores repassados conforme estabelecido nas tabelas do sistema único de saúde (SUS). Dessa forma, a incorporação de recursos aos tetos MAC nem sempre tem relação direta com a produção verificada nos Sistemas de Informação em Saúde (SIS).

A responsabilidade direta pelo monitoramento e avaliação do desempenho dos prestadores de serviços de saúde é do gestor estadual ou municipal, ao qual o serviço estiver vinculado.

O Ministério da Saúde, respeitando as competências que lhe cabem, cria as condições e regras para o processo de monitoramento e avaliação, mediante criação e gestão de SIS que englobem o registro, a captação e o processamento da produção realizada pelos estabelecimentos, além do controle dos tetos financeiros.

Por fim, este órgão somente realiza a avaliação de Sistemas de Saúde, por meio da análise do comportamento da produção em relatórios próprios, principalmente em relatórios de gestão."

Ainda, por meio da Solicitação de Auditoria nº 201216622/001, e considerando a possibilidade de suspensão do repasse de recursos de incentivo financeiro para custeio da Média e Alta Complexidade, conforme a Portaria GM/MS n° 3.462/2010, foi solicitado à Unidade informar se existiu alguma ocorrência dessa natureza no exercício de 2012 e qual a providência adotada em cada caso.

Em resposta, a Unidade informou, por meio da Nota Técnica DRAC/SAS s/n, de 05/11/2012, encaminhada pelo Memorando nº 327 DRAC/SAS/MS, de 07/12/2012, o seguinte:

"O Ministério da Saúde não está suspendendo o repasse de recursos de incentivo financeiro para custeio da Média e Alta Complexidade (MAC), pois entende que essa atitude poderia comprometer a assistência à saúde da população.

Portanto, há que se buscar uma alternativa mais racional e menos danosa ao usuário, que não seja suspender todo o teto financeiro de cada gestão.

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Os Contratos Organizativos de Ação Pública (COAPs) e outras normativas do MS têm incentivado a melhoria na alimentação dos SIS.

Existe a prespectiva de que, no início de 2013, sejam publicados novos regramentos em relação a esse tema." (sic)

Especificamente em relação ao Hospital Albert Sabin de Alta Floresta, a Unidade foi instada a informar, por meio da Solicitação de Auditoria nº 201216622/002, de 04/12/2012, quais foram as providências adotadas em relação à ausência de alimentação dos sistemas de informação ambulatorial e hospitalar pelo Hospital por quatro meses consecutivos.

Por meio da Nota Técnica DRAC s/n, de 11/12/2012, encaminhada pelo Ofício GAB/SAS/N° 2264, de 18/12/2012, o gestor informou o que se segue:

"De acordo com as informações do SIH/SUS, não houve processamento de produção de AIHs nos meses de fevereiro a maio de 2012, quando utilizado o filtro " Mês de processamento" na tabulação dos dados, o que poderia caracterizar ausência de informação da produção realizada, algo obrigatório a todos os gestores.

Entretanto, a Portaria SAS/MS nº 472/08 estabelece, em seu art. 6º, que o gestor pode apresentar, em um mês de processamento, a produção de até 4 (quatro) meses anteriores a esse. Ou seja, a produção de fevereiro de um determinado mês do ano pode ser apresentada até o mês de junho do mesmo ano.

Para constatar se houve ou não informação de produção de AIHs nos meses de fevereiro a maio de 2012, foi realizada uma nova tabulação de dados desse sistema, utilizando-se o filtro "mês de internação", cujos dados podem ser visualizados na tabela abaixo:

Hospital MT (CNES)

Nov/11

Dez/11

Jan/12

Mar/12

Abr/12

Jun/12

Jul/12

Ago/12

Set/12

Total

Hospital Regional Albert sabin de Alta Floresta

2 33 210 10 36 113 15 2 1 422

Verifica-se, a partir dos dados apresentados, que no mês de junho houve produção de AIHs acima da média dos meses de março e abril, o que possivelmente justifica a apresentação, no mês de junho, da produção acumulada nos meses anteriores, não ensejando, portanto, providências do Ministério da Saúde no que concerne à não alimentação do sistema de informação."

Após análise das respostas fornecidas pela Unidade, cumpre ressaltar que apesar da Portaria SAS/MS nº 472/2008 estabelecer, em seu Artigo 6º, que no mês de processamento o SIH/SUS aceitará as AIH com alta de no máximo 04 meses anteriores ao mês de processamento, tal fato não exime o gestor da obrigatoriedade de alimentar os

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sistemas informatizados SIA e SIH regularmente, sob pena de suspensão dos recursos, conforme disposto na Portaria nº 3.462/2010:

"Art. 2º Definir a obrigatoriedade de alimentação mensal e sistemática dos Bancos de Dados Nacionais dos Sistemas: Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde - SCNES, Sistema de Informação Ambulatorial - SIA/SUS, Sistema de Informação Hospitalar - SIH/SUS, Comunicação de Internação Hospitalar - CIH, Serviço de Atendimento Médico de Urgência - SAMU, Sistema de Informação da Atenção Básica - SIAB e Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN.

...

Art. 4º Determinar que a Secretaria de Atenção à Saúde/SAS adote as providências necessárias quanto à suspensão da transferência de recursos financeiros a Estados, Municípios e Distrito Federal quando o Banco de Dados Nacional de um dos Sistemas de Informação em Saúde, estabelecidos como obrigatórios para cada gestão, não forem alimentados e devidamente validados por 3 (três) competências consecutivas."

Ressalta-se que o registro da alimentação dos sistemas de informação em saúde se dá em função do mês de processamento, que corresponde ao mês no qual os procedimentos foram devidamente inseridos no sistema.

No caso em questão, não obstante a ausência de informação sobre os atendimentos realizados no Hospital Albert Sabin por quatro meses consecutivos, foi autorizado o incremento do Limite MAC do Estado com a justificativa de custear o contrato de gestão do referido hospital, o que demonstra fragilidades relacionadas ao monitoramento da produção ambulatorial e hospitalar dos estabelecimentos de saúde e o descumprimento dos normativos expedidos pelo Ministério da Saúde.

Cumpre ressaltar que a publicação da Portaria nº 1.322, de 27/06/2012, e o consequente aumento do limite financeiro de Média e Alta Complexidade do Estado de Mato Grosso ocorreram a despeito da existência de parecer técnico contrário à solicitação de aumento do limite financeiro do Teto MAC, conforme abordado no item 1.3.2.1 deste relatório de auditoria.

Durante os trabalhos da Auditoria Anual de Contas, a Unidade encaminhou o Ofício GS nº 606, de 26/04/2013, em resposta ao Relatório de Auditoria nº 201216622. No entanto, o referido expediente não traz novos esclarecimentos ou justificativas acerca do fato apontado.

##/Fato##

Causa A Diretora do Departamento de Regulação, Avaliação e Controle de Sistemas não adotou as providências relacionadas ao descumprimento, por parte dos gestores locais, da obrigatoriedade de alimentar os sistemas informatizados do MS com as informações de produção dos estabelecimentos de saúde sob sua gestão.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Em resposta ao Relatório Preliminar de Auditoria, a Unidade forneceu as seguintes informações por meio do Ofício GS nº 836, de 01/07/2013:

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“Sobre o subitem 1.3.2.2, deficiências nos mecanismos de monitoramento e avaliação da produção ambulatorial e hospitalar informada pelos serviços de média e alta complexidade, informamos que não é possível que o gestor federal se abstenha de autorizar novas habilitações e aportes financeiros para os gestores estaduais e municipais que não inserem dados nos sistemas. Em relação a isso, o Ministério da Saúde adota os mesmos critérios utilizados para julgamento de mérito das solicitações de aporte financeiro ao teto MAC, conforme expresso anteriormente nesta Nota Técnica. Ademais, este órgão tem a compreensão de que não é possível penalizar a população usuária do SUS por falhas cometidas pelos gestores, como neste caso, embora reconheça a necessidade de que sejam informados os dados de produção como uma das formas de controle possíveis para verificar se o recurso financeiro está sendo utilizado conforme preconizado.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno A unidade informou não ser possível se abster de autorizar novos aportes financeiros para os gestores estaduais e municipais que não inserem dados nos sistemas, sob pena de prejudicar a população usuária do SUS. Entretanto, não informou qualquer outra providência adotada diante de casos de ausência de alimentação dos sistemas informatizados do Ministério da Saúde, como demonstrado neste Relatório. Ressalta-se que, segundo disposto em normativos elaborados pelo próprio Ministério da Saúde, a exemplo da Portaria GM/MS n° 3.462/2010, a Secretaria de Atenção à Saúde/SAS deve adotar as providências necessárias quanto à suspensão da transferência de recursos financeiros a Estados, Municípios e Distrito Federal quando o Banco de Dados Nacional de um dos Sistemas de Informação em Saúde, estabelecidos como obrigatórios para cada gestão, não forem alimentados e devidamente validados por 3 (três) competências consecutivas (Artigo 4º).

Ainda, segundo o Decreto nº 7797/2012, que aprova a Estrutura Regimental do Ministério da Saúde, compete ao Departamento de Regulação, Avaliação e Controle de Sistemas:

“VII - gerir os sistemas de informação do SUS no que se refere às macrofunções de cadastramento dos estabelecimentos de saúde, gestão de programação das ações e serviços de saúde, de regulação da atenção e do acesso à assistência, de produção de ações de média e alta complexidade ambulatorial e hospitalar e de execução financeira dos recursos destinados à média e alta complexidade” Desse modo, considerando a responsabilidade do gestor federal quanto ao controle primário da aplicação dos recursos federais transferidos fundo a fundo, foi formulada recomendação no sentido de que a Unidade não autorize o aporte de novos recursos aos gestores estaduais/municipais que possuem estabelecimentos de saúde sob sua gestão com ausência injustificada de inserção de dados de produção nos sistemas informatizados no Ministério da Saúde. É importante salientar que o adequado monitoramento da produção ambulatorial e hospitalar informada pelos serviços de média e alta complexidade possibilitaria à Secretaria de Atenção à Saúde a identificação tempestiva das ocorrências de atraso na inserção dos dados de produção, a solicitação de justificativas aos gestores locais e a

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aplicação de penalidades apenas como medida de exceção, de forma a não prejudicar a assistência à saúde dos usuários do SUS. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Monitorar e analisar sistematicamente os dados de produção constantes do Sistema de Informações Ambulatoriais - SIA e Sistema de Informações Hospitalares - SIH, notificando os gestores que não informaram dados de produção dos estabelecimentos de saúde sob sua gestão por 3 ou mais meses consecutivos para que efetuem os devidos registros. Recomendação 2: Abster-se de autorizar novas habilitações e o aporte de novos recursos aos gestores estaduais/municipais que possuem estabelecimentos de saúde sob sua gestão com ausência injustificada de inserção de dados de produção nos sistemas informatizados no Ministério da Saúde. 1.4 Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - Samu 192

1.4.1 ORIGEM DO PROGRAMA/PROJETO

1.4.1.1 INFORMAÇÃO Informação básica da Ação de Governo 8761 - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU 192 Fato A Ação 8761 - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU 192 tem como finalidade viabilizar a implantação e implementação do Sistema Nacional de Atenção às Urgências decorrentes de agravos, violências e causas externas, com seus respectivos componentes: pré-hospitalar fixo, pré-hospitalar móvel, hospitalar e pós hospitalar. Cumpre ressaltar que a Ação 8761 está vinculada ao Objetivo Estratégico nº 0717 do Programa 2015 - Aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS). O SAMU 192 constitui o componente pré-hospitalar móvel da Política Nacional de Atenção às Urgências, e sua implantação observa o disposto nas Portarias GM/MS n° 1.010/2012 e Portaria nº 356, de 08/04/2013. O SAMU 192 é destinado a todos os municípios, permitindo o atendimento qualificado à população em situação de urgência e emergência no ambiente pré-hospitalar de maneira ininterrupta, 24 horas por dia, 7 dias por semana. Os recursos financeiros são transferidos na modalidade fundo a fundo na forma de incentivo financeiro para implantação e adequação da área física das Centrais de Regulação Médica de Urgências e para o custeio mensal do Serviço, sendo que esse último onera o Programa/Ação 2015.8761. No exercício de 2012 foi executado o montante de R$ 830.099.897,00 por meio da Ação 8761. Em relação à execução física, segundo informações do Relatório de Gestão da Unidade, foram adquiridas 440 ambulâncias/UTI móveis no exercício. Os dados relativos à execução comparada com as metas da Ação 8761 estão apresentados nos quadros 3 e 4 da análise gerencial deste Relatório. A implantação do SAMU perpassa pela apresentação de projeto (aprovado na CIB) pelos Municípios e/ou Estados, aprovação do pleito pela CGUE/SAS (Coordenação

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Geral de Urgência e Emergência) e habilitação do serviço por meio de portarias ministeriais. ##/Fato##

1.4.2 EFETIVIDADE DOS RESULTADOS OPERACIONAIS

1.4.2.1 CONSTATAÇÃO Repasse de incentivo de custeio a unidades do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) que não cumprem os condicionantes legais para recebimento dos recursos, acarretando prejuízo potencial de R$ 17.040.000,00. Fato O financiamento federal do SAMU 192 ocorre por meio da transferência fundo a fundo de recursos, na forma de incentivo financeiro para implantação e adequação da área física da Central de Regulação Médica de Urgências – CRMU e para o custeio mensal do Serviço (CRMU e unidades móveis, tais como ambulâncias e motolâncias), sendo que esse último onera o Programa/Ação 2015.8761.

Uma vez que o SAMU esteja em funcionamento, é publicada Portaria de habilitação para repasse mensal dos recursos federais a estados e municípios, em valor pré-estabelecido conforme critérios populacionais e o número de unidades móveis habilitadas.

Posteriormente, conforme estabelecido pela Secretaria de Atenção à Saúde, ao realizar o atendimento dos pacientes, as Centrais de Regulação das Urgências e as unidades móveis de saúde devem inserir os procedimentos realizados no Sistema de Informações Ambulatoriais do Ministério da Saúde (SIA/SUS). Ressalta-se que esse registro da produção no SIA/SUS é obrigatório, mesmo não se convertendo em pagamento por produção (Portaria nº 1.010, de 21/05/12).

Nesse contexto, no exercício de 2012, por meio da Ordem de Serviço nº 201216622, a CGU realizou trabalhos de acompanhamento da gestão da Secretaria de Atenção à Saúde. Por ocasião dos referidos trabalhos, a fim de identificar e avaliar a eficácia dos mecanismos de monitoramento da produção ambulatorial realizada pelos Serviços de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) custeados pelo Ministério da Saúde, foram identificadas, por meio de consulta ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde - CNES, as Centrais de Regulação das Urgências e Unidades Móveis habilitadas.

Em seguida, foi efetuada consulta nas bases de dados do sistema de informações ambulatoriais acerca do histórico da produção de serviços de 178 Centrais de Regulação das Urgências e de 2084 Unidades Móveis do SAMU 192 no período de janeiro a junho de 2012.

A partir dos resultados da referida consulta, foram identificadas 75 Centrais de Regulação que não inseriram quaisquer dados de produção ambulatorial no período pesquisado (42%).

Considerando que os valores de custeio a serem repassados mensalmente às Centrais de Regulação variam em função do seu porte populacional, conforme disposto na Portaria nº 2026, de 24/08/2011, vigente no período examinado, e considerando os valores

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definidos na citada Portaria, o montante repassado às unidades no período analisado foi de R$ 17.040.000,00.

Quadro 32 - Centrais de Regulação sem inserção de produção no período de janeiro a junho de 2012.

CNES Município Número de Habitantes

CNES Município

Número de Habitantes

2399156 Joao Pessoa 723.515 6944701 Itapeva 87.765

2679531 Natal 803.739 6944906 Araguaina 150.484

3554996 Bage 116.794 6945740 Gurupi 76.755

3560848 Maringa 357.077 6945783 Joacaba 27.020

3617416 Alagoinhas 141.949 6946283 Recife 1.537.704

3659550 Pelotas 328.275 6946453 B. Camboriu 108.107

3671844 Campina Grande 385.213 6946976 Marilia 216.684

3859827 Teresina 814.230 6947433 Coroata 61.725

3981304 Manaus 1.802.014 6948375 Juazeiro 197.965

5072808 Cascavel 286.205 6948383 Bom Principio 11.789

5086280 Picos 73.414 6948472 Imperatriz 247.505

5099978 Salvador 2.675.656 6948502 Sobral 188.233

5401348 Macaiba 69.467 6948618 Madre de Deus 17.376

5411734 Cruzeiro do Sul 78.507 6948723 Camacari 242.970

5500303 Montes Claros 361.915 6949223 Timon 155.460

5658985 Porto Franco 21.530 6949312 Tuntum 39.183

6092616 Cubatao 118.797 6950302 Sorocaba 586.625

6413684 Jequie 151.921 6950329 Pianco 15.465

6653596 Aparecida de

Goiania 455.657

6950515 Inga 18.180

6920233 Itapetininga 144.416 6950558 Guanambi 78.833

6939007 Barra de Santa

Rosa 14.157

6951228 Rondonopolis 195.476

6939252 Pontalina 17.121 6951546 Santarem 294.580

6939392 Florianopolis 421.240 6951775 Anapolis 334.613

6939503 Patos de Minas 138.710 6952518 Bacabal 100.014

6939686 Caxias 155.129 6952704 Criciuma 192.308

6940056 Jundiai 370.126 6953751 Blumenau 309.214

6940455 Goiania 1.302.001 6953875 Lages 156.727

6940544 Caldas Novas 70.473 6961916 Uruara 44.789

6941192 Itanhaem 87.057 6963900 Belterra 16.318

6941427 Sertaozinho 110.074 6966705 Santana do Araguaia 56.153

6941885 Aracaju 570.937 6972772 Gurinhem 13.872

6942059 Paulo Afonso 108.396 6974058 Mage 227.322

6942431 Bauru 344.039 6975925 Avare 82.935

6942792 Foz do Iguacu 256.088 6978606 Joinville 515.250

6943101 Osasco 666.469 6984363 Ipatinga 239.468

6943586 Feira de Santana 556.642 6993192 Arapiraca 214.006

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6943942 Porto Alegre 1.409.939 6996930 Porto Alegre 1.409.939

6944493 Votorantim 108.872

Fonte: SIA/SUS e dados do censo/2010 – IBGE

Quadro 33 - CNES de centrais de regulação sem inserção de produção em período específico

CNES de centrais de regulação sem inserção de produção em período

específico

3556271 (mar a jun/2012)

3750698 (mar a jun/2012)

3783618 (mar a mai/2012)

5216540 (mar a jun/2012)

5445515 (jan a fev/2012)

5784182 (abr a jun/2012)

5991439 (jan a mar/2012)

6658954 (abr a jun/2012)

6943438 (fev a jun/2012)

Fonte: SIA/SUS

Em relação às 2084 Unidades Móveis, verificou-se que apenas 792 forneceram dados de produção ambulatorial no primeiro semestre de 2012, o que resultou em 1292 Unidades Móveis que não informaram os procedimentos executados nesse período (62%).

Não obstante o fato de não informarem a realização de procedimentos no SIA, as referidas Centrais de Regulação e Unidades Móveis continuaram recebendo os recursos de custeio. Tal fato contraria o disposto na Portaria nº 1010/12, que vincula o recebimento dos incentivos de custeio ao registro mensal da produção no Sistema de Informações Ambulatoriais, conforme transcrito a seguir:

Art. 33. A Central de Regulação das Urgências e as Unidades Móveis do Componente SAMU 192 incluirão mensalmente a produção realizada no Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA/SUS), conforme a Portaria nº 804/SAS/MS, de 28 de novembro de 2011.

Parágrafo único. Os incentivos de custeio definidos na Seção II do Capítulo V ficarão vinculados aos registros mensais de produção no SIA/SUS, conforme o determinado neste art.

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Por meio da Solicitação de Auditoria nº 201216622/001, de 23/11/2012, a Unidade foi instada a informar detalhadamente como é realizado o monitoramento/avaliação da produção ambulatorial realizada pelos Serviços de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192), destacando etapas e Unidades responsáveis desse processo e apresentando Procedimento Operacional Padrão sobre esse tema se houver (item 4.1 da SA). Ainda, a Unidade foi questionada a respeito da eventual ocorrência de suspensão do repasse de recursos de incentivo financeiro para custeio do SAMU 192, conforme a Portaria GM/MS n° 1.010/2012 e a Portaria SAS/MS n° 804/2011, e qual a providência adotada pela Secretaria de Atenção à Saúde em cada caso (item 4.2 da SA).

Em resposta, a Unidade apresentou o parecer técnico nº 1565, de 04/12/2012, encaminhado pelo Ofício GAB/SAS nº 2230, conforme o que segue:

Item 4.1:“A Portaria 804/2011 foi um avanço no processo de cadastramento e identificação, no Sistema de Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (SCNES), das Centrais de Regulação das Urgências e das equipes de atendimento das unidades de suporte básico, suporte avançado, atendimento aéreo, ambulancha, motolância e veículo de intervenção rápida, bem como a produção associada a esses elementos.

As áreas envolvidas no monitoramento e avaliação deste processo é a Coordenação Geral de Urgência e Emergência – CGUE/DAE/SAS/MS e a Coordenação Geral de Sistemas de Informação - CGSI/DRAC/SAS.

O processo de monitoramento/avaliação é realizado mensalmente onde a CGSI emite relatórios cadastrais retirados do Sistema de Cadastramento nacional dos Estabelecimentos de Saúde - SCNES e a produção do Sistema de Informações Ambulatorial – SIA e envia para a CGUE para que sejam realizadas as avaliações quantitativas referente aos cadastros e produção.

Atualmente temos 100% das Centrais de Regulação das Urgências cadastradas e 88% das Unidades Móveis.

Entretanto, como a Portaria 804/2011 desencadeia uma série de ações relativamente novas carece ainda de um processo mais dinâmico junto as esferas de governo sobre “como fazer”. Com efeito, foram detectados muitas dificuldades e erros no cadastro que resultaram a um preenchimento muito baixo na produção. Estes fatores ainda estão sendo apurados e irão resultar em uma nova portaria. Já esta em fase final de revisão e em um processo de treinamento juntos aos Serviços.”

Item 4.2: “Não houve nenhuma ocorrência desta natureza. Pois, devido às informações citadas no item 4.1, a CGUE em parceria com CGSI julgou que seria inviável executar suspensão de custeio baseado na 804/2011 perante tantos vieses detectados no processo.”

Por meio da Solicitação de Auditoria nº 201216622/003, de 05/12/2012, foram efetuados os seguintes questionamentos acerca do Processo de cadastramento das centrais de regulação e unidades móveis do SAMU no CNES e acerca do monitoramento da inserção da produção das unidades do SAMU no Sistema de Informações Ambulatoriais:

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- Informar o número atual de centrais de regulação e unidades móveis do SAMU devidamente cadastradas no CNES (item 1.1).

- Informar quais ações a CGUE desenvolve junto aos gestores locais a fim de concluir o cadastramento no CNES de todas as unidades móveis do SAMU (item 1.2).

- Informar como ocorre o processo de monitoramento da produção das unidades do SAMU no âmbito da CGUE (item 1.3).

- Detalhar, se houver, as dificuldades operacionais que impactam negativamente o processo de inserção dos dados de produção das unidades do SAMU no SIA (item 1.4).

- Informar quais ações a CGUE desenvolve junto aos gestores locais a fim de que as unidades do SAMU, já cadastradas no CNES, iniciem a inserção dos respectivos dados de produção nos sistemas informatizados no MS (item 1.5).

- Informar quais providências estão sendo adotadas em relação às centrais de regulação do SAMU que deixaram de inserir os dados relativos à sua produção por três ou mais meses consecutivos (item 1.6).

Em resposta, a Unidade apresentou o parecer técnico nº 1620, de 12/12/12, encaminhado pelo Ofício GAB/SAS nº 2258, de 17/12/12, contendo as seguintes informações:

“A publicação da Portaria 804/2011 que define as diretrizes para o cadastro do SAMU no SCNES foi um avanço no processo de identificação no Sistema de Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (SCNES) das Centrais de Regulação das Urgências e das equipes de atendimento das unidades de suporte básico, suporte avançado, atendimento aéreo, ambulancha, motolância e veículo de intervenção rápida, bem como sua produção.

As áreas envolvidas no monitoramento e avaliação deste processo é a Coordenação Geral de Urgência e Emergência – CGUE/DAE/SAS/MS e a Coordenação Geral de Sistemas de Informação - CGSI/DRAC/SAS.

O processo de monitoramento/avaliação é realizado mensalmente onde a CGSI emite relatórios cadastrais retirados do Sistema de Cadastramento nacional dos Estabelecimentos de Saúde - SCNES e a produção do Sistema de Informações Ambulatorial – SIA e envia para a CGUE para as avaliações quantitativas referentes aos cadastros e produção.

Atualmente temos 179 centrais cadastradas e 2436 unidades móveis, correspondendo a 100% das Centrais de Regulação das Urgências cadastradas e 88% das Unidades Móveis.

Entretanto, como a Portaria 804/2011 foi uma ação muito nova, e faltou um processo mais dinâmico junto às esferas de governo sobre “como fazer” foram detectadas muitas dificuldades e erros no cadastro que resultaram a um preenchimento muito baixo na produção. Estes fatores ainda estão sendo apurados e irão resultar em uma nova portaria que já está em fase final de revisão e um processo de treinamento junto aos Serviços.”

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Cabe ressaltar que o Ministério da Saúde tem a atribuição de promover a suspensão do repasse do incentivo de custeio às Unidades do SAMU nas hipóteses previstas no artigo 34 da Portaria GM/MS nº 1010/2012, dentre as quais destacamos:

“Art. 34. O Ministério da Saúde suspenderá o repasse do incentivo de custeio destinado às Unidades Móveis do Componente SAMU 192 e/ou à respectiva Central de Regulação das Urgências nas seguintes hipóteses:

(...)

III - quantitativo de atendimento informado para cada Unidade Móvel do SAMU 192 ou para a Central de Regulação das Urgências inferior à meta estabelecida em Portaria específica da SAS/MS, conforme Portaria nº 804/SAS/MS, de 2011, salvo em caso de justificativa apresentada pelo gestor e aceita pelo Ministério da Saúde;

IV - ausência de registro da produção no SIA/SUS por 3 (três) meses consecutivos, conforme a Portaria nº 804/SAS/MS, de 2011;”

Observa-se que no Parecer Técnico nº 1620, de 12/12/12, não foram fornecidas novas informações ou respostas aos questionamentos formulados, em especial no que se refere às ações concretas que a CGUE tem desenvolvido junto aos gestores locais a fim de promover o cadastramento no CNES de todas as unidades móveis do SAMU, bem como no sentido de estimular as unidades do SAMU, já cadastradas no CNES, a iniciar a inserção dos respectivos dados de produção nos sistemas informatizados no Ministério da Saúde. A Unidade também não informou quais as providências adotadas em relação às 75 Centrais de Regulação do SAMU que, embora já cadastradas no CNES, não informaram dados relativos à sua produção.

A perpetuação do repasse de recursos federais a estados e municípios que não informam os dados obrigatórios relativos ao funcionamento das unidades do SAMU configura-se como um prejuízo potencial ao erário, uma vez que possibilita a transferência de recursos a unidades que não estão em condições de funcionamento.

Ademais, ao não suspender o repasse dos recursos de custeio às unidades que não registram sua produção no SIA/SUS por 3 (três) meses consecutivos, a SAS está incorrendo em infração às normas que regulamentam tal obrigatoriedade.

##/Fato##

Causa A Diretora do Departamento de Atenção Especializada não implementou rotinas e procedimentos para os controles relativos ao monitoramento da produção das Unidades do SAMU, bem como não adotou providências relacionadas ao descumprimento, por parte dos gestores locais, da obrigatoriedade de alimentar os sistemas informatizados do Ministério da Saúde com os dados de produção das Unidades do SAMU sob sua responsabilidade.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

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Durante os trabalhos da Auditoria Anual de Contas, a Unidade encaminhou, por meio do Ofício GS nº 606, de 26/04/2013, o Parecer técnico nº 329/2013 - CGUE/DAE/SAS/MS, informando que foi efetuada a revisão e republicação da Portaria nº 804/2011. A Portaria vigente é a Portaria nº 356, de 08/04/2013. Foi também elaborado cronograma de atividades relacionadas à análise do cadastramento já existente das centrais de regulação das urgências e unidades móveis no CNES, bem como análise descritiva e quantitativa da Produção informada no sistema de informações ambulatoriais.

A unidade informou, ainda, que iniciará o monitoramento mensal do cadastramento e a produção das centrais de regulação e unidades móveis, identificando os déficits e inconsistências e informando ao gestor municipal sua pendência com prazos para regularização.

Adicionalmente, em resposta ao Relatório Preliminar de Auditoria, a Unidade encaminhou cópia da Nota Técnica nº 437/2013, por meio da qual foram apresentadas as seguintes informações: “O Relatório informa um prejuízo potencial de 17 milhões de incentivo de custeio que não cumprem os condicionantes legais. E, faz a relação deste prejuízo com a não informação no SIA de 75 centrais e 1792 unidades móveis, em consulta no período de janeiro a junho de 2012, calculados com base em Portaria já revogada, 2026/2011. Acreditamos que não houve este prejuízo e sim uma postergação do corte do custeio devido a várias falhas detectadas no processo.” A Unidade destacou, ainda, diversas dificuldades relacionadas à inserção da produção no SIA: “A produção do SIA também foi pautada de várias dificuldades. Mas, no ano de 2012, mesmo com as inconsistências do cadastramento, foi possível mensurar alguns resultados: 1 – Das 27 UF, 26 conseguiram inserir alguma produção no SIA/SUS no período supracitado; 2 – Em uma análise prévia, observamos que foram registrados no SIA/SUS 5,7 milhões de ligações atendidas por 139 centrais. E, destas, foi observado que 32% (1,8 milhões) de ligações culminaram na necessidade de envio de alguma Unidade Móvel para atendimento. Fazendo uma projeção preliminar de atendimento, a cada 4 minutos no Brasil o SAMU faz um atendimento; 3 – Entretanto, a Portaria SAS 804/2011 elencou alguns procedimentos o que causou um grau de dificuldade nos gestores municipais principalmente no contexto da retirada dos dados dos sistemas de informação das centrais e sua inserção no SIA/SUS, dentre outras dificuldades. Isto resultou na inserção de muitos dados errôneos, inconsistentes, não refletindo a realidade esperada para cada procedimento; 4 – Devido às inconsistências de preenchimento, esforços foram concentrados na tentativa de se ministrar treinamentos por vídeo, orientações por telefone, com objetivo de aprimorar as informações e sua validação. Mas os resultados ainda não foram os desejados, e a ausência de informação e/ou informação não válida, dificultou/inviabilizou a análise mensal e comunicação com os serviços tidos como inadimplentes segundo a Portaria SAS 804/2011 art 11º. 5 - Outro problema detectado foi que em 2012, das 179 centrais, em torno de 50% não possuíam qualquer informatização, comprometendo o registro, consolidação e inserção de dados no SIA/SUS;

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6 - Observou-se então que a publicação da Portaria SAS 804/2011 não foi acompanhada das devidas adequações das unidades produtoras de serviços e dos sistemas de informação para a sua efetiva implementação, como a consequente suspensão dos recursos de custeio das unidades sem registro de produção por 03 meses consecutivos.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A Unidade não apresentou quaisquer documentos que comprovem o devido funcionamento das 75 Centrais de Regulação que receberam recursos de custeio sem informar dados de produção ambulatorial no período de janeiro a junho de 2012.

Ademais, a informação apresentada de que, no período analisado, cerca de 50% das centrais de regulação não possuíam qualquer informatização demonstra que essas unidades não estavam em condições adequadas de funcionamento. Ressalta-se que as centrais de regulação do SAMU recebem incentivo financeiro de investimento para a aquisição de equipamentos de tecnologia de rede de informática, com valores variando de R$ 96.847,21 a R$ 302.902,15 de acordo com o porte populacional da central de regulação.

Diante do exposto, verifica-se que houve iniciativas por parte da CGUE a fim de atender às recomendações anteriormente formuladas pela CGU. Contudo, tais iniciativas não foram suficientes para sanar as falhas apontadas, em especial no que se refere ao repasse de incentivos de custeio a centrais de regulação que não cumpriram os condicionantes legais para recebimento dos recursos.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Monitorar e analisar sistematicamente os dados de produção do SAMU constantes do Sistema de Informações Ambulatoriais - SIA. Recomendação 2: Notificar os gestores que não informaram dados de produção do SAMU sob sua gestão por 3 ou mais meses consecutivos, para que efetuem os devidos registros, sob pena de suspensão dos recursos de custeio destinados às referidas Unidades. Recomendação 3: Abster-se de autorizar novas habilitações de Unidades do SAMU aos gestores estaduais/municipais que possuem Unidades sob sua gestão com ausência injustificada de inserção de dados de produção nos sistemas informatizados no Ministério da Saúde ou que não estejam cadastradas no CNES. Recomendação 4: Atuar junto aos gestores locais de forma a concluir o cadastramento no CNES de todas as Unidades Móveis do SAMU. Recomendação 5: Atuar junto aos gestores locais de forma a promover a adequada inserção dos dados de produção ambulatorial das unidades do SAMU no Sistema de Informações Ambulatoriais. Recomendação 6: Exigir a comprovação da adequada aplicação dos recursos federais transferidos e adotar providências para a obtenção do ressarcimento dos recursos cuja aplicação não for comprovada, instaurando Tomada de Contas Especial quando

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esgotadas as medidas administrativas internas sem obtenção do ressarcimento pretendido, conforme preceitua o art. 4º da Instrução Normativa TCU nº 71/2012. Recomendação 7: Apurar, mediante processo administrativo apropriado, as responsabilidades dos agentes que deram causa à continuidade do repasse de recursos às Unidades do SAMU que não apresentaram dados de produção no SIA por 3 ou mais meses consecutivos. 2 GESTÃO OPERACIONAL

2.1 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS

2.1.1 EFETIVIDADE DOS RESULTADOS OPERACIONAIS

2.1.1.1 CONSTATAÇÃO Ausência de acompanhamento da execução do contrato de gestão firmado pelo Ministério da Saúde com a Associação das Pioneiras Sociais (APS) Fato Em relação às peças complementares ao Relatório de Gestão elaboradas pela Secretaria de Atenção à Saúde a fim de compor o respectivo Processo de Contas, verificou-se que não foi apresentado o Relatório conclusivo acerca da avaliação dos resultados obtidos com a execução do contrato de gestão firmado entre o Ministério da Saúde e a Associação das Pioneiras Sociais – Rede Sarah.

De acordo com o disposto na Lei nº 8.246, de 22/10/1991, o Ministério da Saúde é o órgão responsável pela supervisão da execução do referido contrato de gestão. Para subsidiar o MS na supervisão, acompanhamento e avaliação do desempenho dos hospitais da Associação das Pioneiras Sociais, em especial no tocante aos objetivos e metas acordados no contrato de gestão, foi instituída, por meio da Portaria GM/MS nº 319/2001, a Comissão de Acompanhamento e Avaliação, a qual atua sob coordenação do primeiro representante titular da Secretaria de Atenção à Saúde. Conforme disposto no Anexo III à DN TCU nº 124, de 5 de dezembro de 2012, as Unidades Jurisdicionadas que tenham firmado contrato de gestão com outras entidades públicas ou privadas, na posição de contratante, ou que sejam responsáveis pela supervisão da execução de contrato de gestão devem apresentar relatório conclusivo acerca da avaliação dos resultados obtidos com a execução do referido contrato. Desse modo, entende-se que tal documento deve ser apresentado como peça complementar obrigatória ao Relatório de Gestão da Secretaria de Atenção à Saúde. A apresentação de informações acerca do mencionado contrato de gestão foi também objeto do Acórdão TCU nº 604/2012 - 2ª Câmara, direcionado à Secretaria-Executiva/MS, o qual determina que: “1.7. Reiterar a determinação à Secretaria-Executiva do Ministério da Saúde, expressa no item 9.3 do Acórdão 537/2008 - Plenário - Sessão 2/4/2008 - TC 020.546/2006-3, para que inclua, nas respectivas contas, os pareceres conclusivos sobre a execução do plano de trabalho dos contratos de gestão firmados pelo Ministério da Saúde com a Associação das Pioneiras Sociais (APS), em cumprimento ao disposto no art. 3º, inciso XIII, da Lei nº 8.246/1991, e no art. 4º, incisos I e IX, do Decreto nº 5.974/2006”

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A Secretaria-Executiva, por sua vez, informou em seu Relatório de Gestão que manteve tratativas junto à SAS a fim de que essa Secretaria adotasse as providências de sua competência quanto ao atendimento da determinação do TCU.

No intuito de solucionar essa falha ainda no período dos trabalhos de campo, a equipe de auditoria emitiu a Nota de Auditoria nº 201305858/01, datada de 22/04/2013, por meio da qual a Unidade foi instada a apresentar relatório conclusivo acerca da avaliação dos resultados obtidos, no exercício 2012, com a execução do contrato de gestão firmado entre o MS e a Associação das Pioneiras Sociais, a fim de atender ao disposto na DN TCU nº 124/2012.

Ainda, por meio da Solicitação de Auditoria nº 201305858/003, de 24/04/2013, foram solicitadas informações sobre o acompanhamento das ações relacionadas ao referido contrato de gestão, contemplando o volume de recursos repassados, a avaliação da execução do contrato no tocante aos objetivos e metas acordados, bem como os resultados obtidos com a contratação.

Em resposta, a Unidade encaminhou, por meio do Ofício GS/SAS nº 630, de 10/05/2013, informações acerca do volume de recursos financeiros que mantêm as unidades da Rede Sarah, bem como acerca da composição e do cronograma de reuniões periódicas da Comissão de Acompanhamento e Avaliação do contrato de gestão. Segundo informado por meio do referido expediente, o montante executado no contrato de Gestão, no exercício de 2012, foi de R$ 716.325.800,00.

Quanto às atividades da Comissão de Acompanhamento e Avaliação do contrato de gestão, verificou-se que não houve reuniões da comissão no exercício de 2012. Conforme informações da Unidade, a aprovação dos relatórios anuais dos exercícios de 2011 e 2012, bem como do plano de trabalho para o exercício de 2013 somente foi concluída em 08/05/2013.

No entanto, cabe ressaltar que, até o momento da elaboração deste Relatório Preliminar, a Unidade não havia apresentado o relatório anual de acompanhamento das atividades desenvolvidas no âmbito do Contrato de Gestão. ##/Fato##

Causa O Secretário de Atenção à Saúde deixou de adotar medidas para garantir a atuação tempestiva e suficiente da comissão de acompanhamento e avaliação do contrato de gestão, sob sua coordenação.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Em resposta ao Relatório Preliminar de Auditoria, a Unidade encaminhou o Ofício GS nº 836, de 01/07/2013, por meio do qual apresentou cópias dos seguintes documentos: -Relatório final do exercício de 2011, Relatório final do 1º semestre de 2012 e Relatório final do exercício de 2012, elaborados pela comissão de acompanhamento e avaliação do contrato de gestão; -Cópia do Ofício nº 143/2012-PR/APS, subscrito pela Presidente da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação – Associação das Pioneiras Sociais, por meio do qual foi

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encaminhado ao Ministério da Saúde o programa de trabalho da APS para o exercício de 2013; e -Portaria nº 779/GM/MS, de 09/05/2013, que designa os membros da comissão de acompanhamento e avaliação. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Após análise dos documentos apresentados, verificou-se que os relatórios finais de acompanhamento da execução do contrato de gestão não foram tempestivamente elaborados pela comissão de acompanhamento e avaliação. Conforme verificado pelos expedientes encaminhados pela Rede Sarah ao Ministério da Saúde, o relatório de atividades referente ao exercício de 2011, encaminhado por meio do Ofício nº 004/2012 PR/APS, de 30/01/2012, e o relatório de atividades do 1º semestre de 2012, encaminhado por meio do Ofício nº 099/2012 PR/APS, de 23/07/2012, somente foram aprovados em 10/05/2013, data de conclusão dos relatórios finais de acompanhamento. Da mesma forma, o programa de trabalho para 2013, encaminhado por meio do Ofício nº 143/2012 – PR/APS, de 31/10/2012, foi aprovado depois de transcorridos quatro meses do início do exercício, em 10/05/2013. Ressalta-se que durante o exercício de 2012 não houve reuniões da comissão, cujos membros foram designados pela Portaria nº 2381/GM/MS, de 07/10/2011, a qual deixou de exercer suas atribuições no sentido de subsidiar o Ministério da Saúde na supervisão da execução do contrato de gestão firmado entre o MS e a APS, impactando negativamente a prestação de contas dos recursos executados no âmbito do referido contrato. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 2: Promover reuniões da comissão de acompanhamento e avaliação do contrato de gestão em periodicidade mínima semestral, a fim de analisar tempestivamente os relatórios apresentados pelo Serviço Social Autônomo Associação das Pioneiras Sociais sobre a execução do contrato de gestão, bem como os planos de trabalho. Recomendação 3: Apresentar anualmente, no Relatório de Gestão da Unidade, informações acerca da execução do contrato de gestão firmado entre o MS e a Associação das Pioneiras Sociais. 2.1.2 RESULTADOS DA MISSÃO INSTITUCIONAL

2.1.2.1 CONSTATAÇÃO Deficiências quanto à completude, acessibilidade e confiabilidade dos indicadores apresentados pela Secretaria de Atenção à Saúde no Relatório de Gestão Fato A utilização de indicadores tem o intuito de permitir a mensuração do alcance dos objetivos considerados prioritários pela Unidade. Dos indicadores apresentados pela

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Secretaria de Atenção à Saúde no Relatório de Gestão os seis indicadores listados a seguir, os quais foram analisados pela equipe de auditoria:

• Cobertura das equipes de agentes comunitários • Cobertura das equipes de saúde da família • Cobertura do Programa Saúde na Escola • Índice de estruturação de redes de urgência e emergência • Índice implantação de Centros de Especialidades Odontológicas • Taxa de prevalência de excesso de peso

Dos indicadores analisados, três apresentam deficiências que reduzem a sua capacidade de representar o fenômeno que a Unidade pretende medir, bem como reduzem a sua utilidade para fins de subsidiar a tomada de decisões gerencias, conforme descrito a seguir. Em relação ao indicador Cobertura do Programa Saúde na Escola, foram identificadas deficiências em relação à completude, uma vez que a sua fórmula de cálculo expressa a relação percentual entre o número de municípios que aderiram ao Programa e aqueles que alcançaram 70% das metas pactuadas. Uma vez que não são considerados os municípios não aderentes ao programa, o indicador deixa de refletir a realidade da atual cobertura do programa para a população brasileira. No que se refere ao indicador Índice de estruturação de redes de urgência e emergência, as deficiências dizem respeito à confiabilidade, uma vez que se considera, em sua fórmula de cálculo, o número de redes de urgência e emergência estruturadas dividido pelo número pretendido de redes de urgência e emergência para o período. A complexidade de tais redes, as quais contam com diversos componentes, dificulta a mensuração de seu real estágio de estruturação, especialmente por agentes externos à Unidade.

Em relação ao indicador Taxa de prevalência de excesso de peso, as deficiências relativas à sua completude são evidenciadas a partir da avaliação de sua fórmula de cálculo, que está apresentada da seguinte forma:

Número de indivíduos de 15 anos ou mais de idade dividido pelo número de indivíduos de 15 anos ou mais de idade residentes, multiplicado por 100. *Excluídas mulheres grávidas, no numerador e denominador.

Apesar da referência aos indivíduos residentes em determinada localidade, foram utilizados dados apenas dos indivíduos residentes nas capitais do país, o que restringe o alcance do indicador. Ademais, as divergências entre os dados obtidos pela utilização de fontes do IBGE e do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN também prejudicam a confiabilidade e a acessibilidade do indicador, uma vez que o SISVAN considera apenas a parcela da população que está em acompanhamento pelo SUS, e assim não pode ser considerado como representativo da população do país.

Cabe destacar, ainda, a ausência de indicadores relacionados a todos os Objetivos Estratégicos sob responsabilidade da SAS, em especial quanto ao Objetivo Estratégico 3 – Promover atenção integral à saúde da mulher e da criança e implementar a Rede Cegonha, com especial atenção às áreas e populações de maior vulnerabilidade.

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Em relação aos controles internos administrativos da Unidade relacionados ao processo de formulação e monitoramento dos seus indicadores de desempenho, foram encaminhados os seguintes questionamentos à Unidade, por meio da solicitação de Auditoria nº 201305858/004, de 30/04/2013:

Em relação aos indicadores apresentados no Relatório de Gestão da Unidade, informar:

a) A Unidade mantém uma rotina de elaboração e utilização de indicadores de desempenho?

b) Estão definidos em normativos internos os responsáveis pelo processo de elaboração de indicadores de desempenho?

c) Os indicadores apresentados refletem a expressão dos produtos relacionados aos macroprocessos finalísticos da Unidade?

d) Os indicadores apresentados estão sendo utilizados pelos gestores para a tomada de decisões gerenciais?

Em resposta, a Unidade encaminhou o Ofício GS/SAS nº 631, de 10/05/2013, que encaminha o Despacho nº 49/2013 – CGPO/SAS/MS. Após análise das informações fornecidas pela SAS, verifica-se que houve aprimoramento de alguns dos indicadores apresentados pela Unidade em seu Relatório de Gestão, e que os indicadores apresentados têm sido utilizados para subsidiar a tomada de decisões gerenciais. A inadequação dos indicadores utilizados pela Secretaria de Atenção à Saúde já foi objeto de constatação no Relatório de Auditoria de avaliação da gestão referente ao exercício de 2010. Na ocasião, foi recomendado à Unidade que estabeleça mecanismos para a definição de indicadores adequados para o monitoramento dos programas sob responsabilidade da SAS que irão compor os próximos Planos Plurianuais, considerando atributos tais como utilidade, mensurabilidade e validade. ##/Fato##

Causa Deficiências no processo de elaboração dos indicadores utilizados pela Unidade. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada A Unidade não se manifestou em relação ao Relatório Preliminar de Auditoria. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno As citadas deficiências nos indicadores apresentados e a ausência de indicadores relacionados a todos os objetivos estratégicos sob responsabilidade da Unidade denotam a persistência de fragilidades relacionadas aos processos de formulação e utilização de indicadores de desempenho no âmbito da SAS. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

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Recomendação 1: Aprimorar a fórmula de cálculo dos indicadores atualmente utilizados pela Unidade, a fim de permitir que os resultados apurados reflitam o alcance dos objetivos propostos. Recomendação 2: Formular e utilizar indicadores de desempenho para cada um dos objetivos estratégicos sob responsabilidade da Unidade. 3 CONTROLES DA GESTÃO

3.1 CONTROLES EXTERNOS

3.1.1 ATUAÇÃO DO TCU/SECEX NO EXERCÍCIO

3.1.1.1 INFORMAÇÃO Determinações exaradas pelo Tribunal de Contas da União Pendentes de Atendimento Fato Tendo por objetivo analisar as providências adotadas pela Unidade em atendimento aos Acórdãos e decisões efetuadas pelo TCU no exercício de 2012, seja por haver determinação expressa para exame pelo Controle Interno, seja pela relevância do conteúdo de alguns Acórdãos, foi requerida à SAS/MS, por meio da Solicitação de Auditoria nº 2013058558/001, de 15/04/2013, informação acerca do estágio atual de implementação das providências visando ao cumprimento de determinações dos seguintes Acórdãos:

• Acórdão nº 578/2012 - Plenário • Acórdão nº 2221/2012 - Plenário • Acórdão – Câmara

1) Acórdão nº 578/2012 – Plenário

Determina à SAS que em conjunto com o Denasus, informe ao Tribunal, no prazo de até sessenta dias, acerca da sistemática de fiscalização a ser adotada para verificar a regularidade na formalização dos contratos com os prestadores de serviços de saúde ao SUS, de modo a dar cumprimento ao item 9.3.2 do Acórdão 1189/2010-TCU-Plenário.

Por intermédio do Ofício GS/nº 558, de 02/04/2013, no qual encaminha a esta equipe de auditoria o Memorando GS nº 751 de 17/04/2013, a Unidade informou o que segue:

“... 3. Com relação ao assunto, informamos que o MS por meio do

Departamento de Regulação, Avaliação e Controle de Sistemas está revisando o Manual de Orientações Técnicas para Contratação de Estabelecimentos, com vista a orientar os gestores estaduais, municipais e Distrito Federal (sic), bem como os prestadores de serviços privados na formulação de contratos com o SUS. No momento, o documento encontra-se na Consultoria Jurídica/MS, para análise e emissão de parecer técnico, conforme cópia do Memorando DRAC/SAS/MS nº 069/2013, anexa.

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4. Ainda no que se refere ao assunto, outras iniciativas estão sendo implementadas pelo DAE/SAS/MS, por intermédio da Coordenação Geral de Atenção Hospitalar.

5. A Política Nacional de Atenção Hospitalar – PNHOSP está sendo reformulada juntamente com a Portaria de Contratualização que regulamenta as diretrizes operacionais da contratualização hospitalar. Em seu artigo 39 estabelece que os gestores de saúde deverão formalizar a relação com o conjunto dos hospitais que prestam serviços ao SUS por meio de instrumento de contrato, convênio ou congênere, independente de sua natureza jurídica, esfera administrativa e de gestão.

6. Os dois documentos, tanto a PNHOSP como a Portaria de Contratualização estiveram em consulta pública no período de 05/11/12 a 08/01/2013 no endereço www.saude.gov.br/consultapublica, as contribuições e proposições apresentadas estão sendo analisadas para posterior aprovação e publicação, com vigência em todo o território nacional.”

Em que pese a Unidade ter considerado em seu Relatório de Gestão que adotou medidas visando ao atendimento da deliberação e ainda ter apresentado informações a esta equipe acerca das providências adotadas, verificou-se a implementação parcial de suas determinações vez que o processo não está concluído porquanto os referidos documentos ainda encontram-se pendentes de análises para publicação e divulgação. Cabe ressaltar que não foram disponibilizadas cópias do Manual e da Portaria em comento, bem como de outros documentos comprobatórios das medidas adotadas. Dessa forma, considera-se o referido Acórdão carente de adimplemento.

2) Acórdão nº 2221/2012 – Plenário

Determina à SAS que encaminhe ao TCU plano de ação contendo medidas a serem tomadas junto às secretarias locais de saúde e suas respectivas coordenações do SAMU, para aumentar a efetiva utilização das motolâncias, incluindo estimativas de prazos para cumprimento, conforme transcrito a seguir:

“9.3. com fulcro no art. 250, inciso II, do Regimento Interno do TCU, determinar à Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde que:

9.3.1. encaminhe a este Tribunal, no prazo de 90 (noventa) dias, plano de ação contendo medidas a serem tomadas junto às secretarias locais de saúde e suas respectivas coordenações do Samu, para aumentar a efetiva utilização das motolâncias, incluindo estimativas de prazos para cumprimento;

9.3.2. execute o disposto nas cláusulas segunda, terceira e quarta dos Termos de Doação com Encargos das motolâncias, para que os municípios que não intencionam utilizar o recurso recebido restituam a motocicleta para redistribuição a municípios que tenham capacidade operacional para colocá-las em funcionamento;

9.3.3. execute o disposto nas cláusulas quinta e sexta dos Termos de Doação com Encargos das motolâncias, de forma que seja realizada a adequada fiscalização das obrigações e determinadas as providências a serem adotadas pelos donatários para adequação contratual, quando for o caso;

9.3.4. execute o disposto no item "A" do Anexo à Portaria GM/MS 1.864/2003 e no item 14 do Programa Mínimo para Implantação das Motolâncias na Rede Samu 192, para

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que seja realizado o devido acompanhamento e avaliação das ações previstas na Portaria GM/MS 2.971/2008 e nos Termos de Doação com Encargos;

9.5. com fulcro no art. 250, inciso III, do Regimento Interno do TCU, recomendar à Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde que defina prazo para que os municípios que receberam motolâncias deem cumprimento às obrigações previstas nos Termos de Doação com Encargos, destinando o equipamento doado para ações de atendimento de emergência da coordenação do Samu donatária;”

Durante os trabalhos de auditoria não houve manifestação da Unidade sobre providências adotadas em relação ao Acórdão citado. Entretanto, em resposta ao Relatório Preliminar de Auditoria, a Unidade encaminhou o Ofício GS nº 836, de 01/07/2013, por meio do qual são apresentadas informações sobre o plano de ação visando o aprimoramento e solução das questões relativas às motolâncias do SAMU 192 no território nacional. O citado plano de ação contempla 4 etapas, a saber:

1ª etapa: Busca e aprimoramento das informações disponíveis sobre as motolâncias do SAMU 192 no Brasil.

2ª etapa: Revisão da legislação e busca eletrônica de dados com avaliação crítica e recomendações finais.

3ª etapa: Empregar os resultados na prática diária.

4ª etapa: Intervenção.

Ressalta-se que as etapas 3 e 4 ainda não foram iniciadas, e que a Unidade registrou em seu Relatório de Gestão o não cumprimento das determinações do Tribunal. Dessa forma, entende-se a pendência no atendimento.

3) Acórdão – Câmara

Determina ao MS que regulamente a apresentação e a guarda da documentação comprobatória da execução das despesas relacionadas a recursos da União, no âmbito do SUS, transferidos a Estados, Municípios e DF, conforme transcrito a seguir:

"1.6.2 ao Ministério da Saúde que regulamente, no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, por meio de normativo específico a ser observado imediatamente pelos estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios com mais de 50.000 (cinquenta mil) habitantes, e, a partir do prazo estabelecido no art. 73-B, inciso III, da Lei Complementar n.º131, de 27/5/2009, pelos demais municípios, a questão acerca da apresentação e guarda da documentação comprobatória da execução das despesas relacionadas a recursos da União, no âmbito do SUS, que lhes sejam transferidos, inclusive, fixando lapso mínimo de tempo para guarda da respectiva documentação nas entidades públicas e privadas vinculadas ao SUS;"

9.3 dar ciência da presente deliberação à Controladoria-Geral da União, em vista do item 1.6.3 do Acórdão n.º 4.926/2008-2ª Câmara, que determina que o órgão verifique a implementação da determinação ora reformada;”

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A Unidade informou por intermédio do Ofício GS/nº 555, de 18/04/2013, que solicitou ao TCU dilação de prazo para atendimento, tendo em vista a necessidade de manifestação da Consultoria Jurídica acerca da aplicabilidade das disposições das minutas de Portaria e do Decreto em apreço. Em resposta ao pedido de dilação, foi anexado o Ofício nº 0204/2013-TCU/SECEX-MS de 01/04/2013, o qual autorizou a dilação de prazo por mais noventa dias contados da data de 12/02/2013.

Assim sendo, conforme manifestação, verifica-se que o cumprimento das determinações do TCU ao Ministério da Saúde, no referido Acórdão, ainda está pendente de atendimento, contudo, segundo a Unidade, em processo de implementação dentro de novo prazo concedido pelo TCU. Cabe ressalvar a ausência de registro desse Acórdão no Relatório de Gestão da Unidade. Quanto à determinação destinada a este órgão de controle no item 9.3 desse mesmo Acórdão, informa-se que o acompanhamento e o monitoramento das ações implementadas dar-se-ão por meio de ações de acompanhamento da gestão até a verificação da completude do atendimento. ##/Fato##

3.2 CONTROLES INTERNOS

3.2.1 AUDITORIA DE PROCESSOS DE CONTAS

3.2.1.1 INFORMAÇÃO Informações complementadas às apresentadas originalmente no Relatório de Gestão Fato A Secretaria de Atenção à Saúde não apresentou as informações a seguir no Relatório de Gestão do exercício de 2013, as quais foram posteriormente complementadas em atendimento à Solicitação de Auditoria nº 201305858/003, datada de 24/04/2013. Quadro 34 – Informações não apresentadas no Relatório de Gestão da Unidade e posteriormente complementadas pela SAS

Informação complementada Peça Item/Normativo

Macroprocessos finalísticos da unidade jurisdicionada, com a indicação dos principais produtos e serviços que tais processos devem oferecer aos cidadãos-usuários ou clientes.

Relatório de Gestão

Item 1.4 da parte A do Anexo II da DN TCU nº 119/2012.

Principais macroprocessos de apoio ao exercício das competências e finalidades da unidade jurisdicionada.

Relatório de Gestão

Item 1.5 da parte A do Anexo II da DN TCU nº 119/2012.

Informações sobre o funcionamento do sistema de

Relatório de Gestão

Item 3.2 da parte A do Anexo II da DN TCU nº

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controle interno da UJ, contemplando os seguintes elementos: a) Ambiente de controle; b) Avaliação de risco; c) Atividades de controle; d) Informação e Comunicação; e) Monitoramento.

119/2012.

Relação dos programas do Plano Plurianual vigente que estiveram integral ou parcialmente na responsabilidade da unidade jurisdicionada ou de unidade consolidada no relatório de gestão, especificando: a) Identificação do programa; b) Informações sobre a programação e a execução orçamentária e financeira relativa ao programa; c) Avaliação dos resultados dos indicadores associados ao programa; d) Reflexos de contingenciamentos sobre os resultados dos programas; e) Reflexos dos restos a pagar na execução dos programas.

Relatório de Gestão

Item 4.1 da parte A do Anexo II da DN TCU nº 119/2012.

Informações sobre o cumprimento das obrigações estabelecidas na Lei nº 8.730, de 10 de novembro de 1993, relacionadas à entrega e ao tratamento das declarações de bens e rendas.

Relatório de Gestão Item 10.3 da parte A do Anexo II da DN TCU nº 119/2012.

As informações foram apresentadas por meio dos Ofícios nº 630 GS/SAS, de 10/05/2013 e nº 632 GS/SAS, de 10/05/2013. ##/Fato##

3.2.1.2 INFORMAÇÃO Ausência de Informações no Relatório de Gestão Fato No processo de contas do exercício de 2013, a Secretaria de Atenção à Saúde deixou de apresentar as informações abaixo relacionadas, mesmo sendo instada a fazê-lo por meio da Solicitação de Auditoria nº 201305858/003, de 24/04/2013, descumprindo o disposto na DN TCU nº 119/2012 no que se refere ao conteúdo específico do Relatório de Gestão a ser apresentado pela Unidade Jurisdicionada.

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Quadro 35 – Informações não apresentadas no Relatório de Gestão da Unidade Informação não apresentada Peça Item/Normativo

Informações sobre o acompanhamento e avaliação relacionada à supervisão de entidades públicas e privadas que tenham celebrado contrato de gestão, incluindo a análise das metas estabelecidas e medidas adotadas pelo supervisor, visando ao alcance das metas acordadas, no formato definido na portaria prevista no art. 4º, § 7º da DN TCU nº 119/2012.

Relatório de Gestão

Item 19 da parte B do Anexo II da DN TCU nº 119/2012.

Por meio da Solicitação de Auditoria nº 201305858/003, de 24/04/2013, foram solicitadas informações sobre o acompanhamento das ações relacionadas ao contrato de gestão firmado entre o Ministério da Saúde e a Associação das Pioneiras Sociais, contemplando, entre outros, o volume de recursos repassados, a avaliação da execução do referido contrato no tocante a objetivos e metas acordados, bem como os resultados obtidos com a contratação.

Em resposta, a Unidade encaminhou, por meio do Ofício GS/SAS nº 630, de 10/05/2013, informações acerca do volume de recursos financeiros executados pelas unidades da Rede Sarah em 2012 (R$ 716.325.800,00) bem como acerca da composição da comissão de acompanhamento e avaliação do contrato de gestão, incluindo seu cronograma de reuniões periódicas. Entretanto, não constam do expediente encaminhado as informações relativas à análise das metas acordadas e às medidas adotadas pela SAS visando ao alcance das metas pactuadas entre o Ministério da Saúde e a Associação das Pioneiras Sociais.

Em resposta ao Relatório Preliminar de Auditoria, a Unidade encaminhou o Ofício GS nº 836, de 01/07/2013, por meio do qual apresentou cópia do Relatório final do exercício de 2012, elaborado pela comissão de acompanhamento e avaliação do contrato de gestão em 10/05/2013. ##/Fato##

3.2.1.3 INFORMAÇÃO Priorização de propostas para aquisição de equipamentos por estados e municípios, a partir da transferência de recursos federais, sem a divulgação dos critérios utilizados. Fato

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Por meio da Ordem de Serviço nº 201112052, foram desenvolvidos os trabalhos de acompanhamento da gestão da Secretaria de Atenção à Saúde, cujo Relatório foi encaminhado à Unidade por meio do Ofício nº 6284 DSSAU/DS/SFC/CGU-PR de 05/03/2012. Por ocasião dos referidos trabalhos, foram analisadas as rotinas de apreciação das propostas de projetos de aquisição de equipamentos encaminhadas à SAS.

A priorização das propostas de projetos inseridas no Sistema de Cadastro de Propostas Fundo a Fundo precede a análise de mérito pelos Departamentos de Atenção Básica e Especializada da SAS/MS. A priorização trata-se, portanto, de etapa de suma importância no processo de aprovação das propostas a serem contempladas com recursos federais, uma vez que define quais projetos serão analisados pelas áreas técnicas do MS a fim de se verificar a conformidade dos documentos e informações encaminhadas pelo proponente à legislação vigente.

No exercício de 2011, 12,5 % das propostas para aquisição de equipamentos inseridas no SISPAG foram priorizadas e seguiram para análise de mérito. O quadro a seguir apresenta as informações constantes do SISPAG acerca do processo de priorização:

Quadro 36: Propostas de projetos de aquisição de equipamentos inseridas no SISPAG no exercício de 2011

Objeto da Proposta Fonte de recursos Total de propostas

inseridas no SISPAG em 2011

Priorização

NÃO SIM

Equipamento

Emenda Parlamentar 626 25 601 Programas de Governo

6635 6328 307

Total 7261 6353 908 Fonte: Sistema de Propostas de Projetos/MS

Observou-se que não constam, no sistema, informações relativas aos critérios utilizados para a priorização. A informação disponível limita-se a classificar a proposta em priorizada ou não priorizada, sem que haja o devido registro do processo de aplicação dos critérios de priorização em cada caso.

Por meio das Solicitações de Auditoria nº 201112052/003 e 201112052/005, a Unidade foi questionada acerca do processo de priorização das propostas de projetos de aquisição de equipamentos, construção de UBS e construção de UPA cadastradas no SISPAG.

Em resposta à Solicitação de Auditoria nº 201112052/003, a qual solicitou informações quanto aos critérios de priorização preconizados pelo Departamento de Atenção Básica para a emissão dos pareceres de mérito relativos aos projetos de construção de Unidades Básicas de Saúde e de aquisição de equipamentos, a Unidade encaminhou as seguintes informações:

“Quando se tratar de propostas com recursos de emendas parlamentares, a priorização vem predeterminada pela Secretaria Executiva/MS. Quando se tratar de propostas com recursos de PROGRAMA, o DAB avalia as propostas cadastradas cruzando os critérios preconizados, tanto na Portaria nº 2226/2009 (construção de UBS), quanto na Portaria nº2198/2009 (aquisição de equipamentos e material permanente), com a dotação orçamentária aprovada na LOA do ano corrente.”

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Em resposta à Solicitação de Auditoria nº 201112052/005, a qual solicitou informações quanto aos critérios utilizados pela Secretaria de Atenção à Saúde para fins de priorização das propostas de projetos de aquisição de equipamentos, construção de UBS e construção de UPA a serem financiados com recursos oriundos de Programas de Governo, a Unidade encaminhou as seguintes informações:

“ Os critérios de seleção para construção de UBS e UPA são estabelecidos pela Secretaria de Atenção à Saúde - SAS/MS em conjunto com o GEPAC – Grupo Executivo do PAC. Em relação à UPA os critérios que serão utilizados para a nova seleção prevista para o início do ano que vem são o porte populacional, a distribuição máxima de 01 UPA por município (com exceção das capitais que poderão ter mais de 01) e cobertura ou com previsão de implantação/expansão do SAMU. As Comissões Intergestores Bipartite – CIB também serão envolvidas no processo, validando ou indicando outro (s) município (s) em que a implantação de UPA atenderá melhor aos objetivos de implantação/consolidação de rede de atenção às urgências. Em relação às UBS, houve inicialmente um extenso mapeamento da situação dessas unidades no Brasil. Por meio do Programa de Requalificação das UBS, 4.170 municípios apresentaram a situação de suas unidades, sendo possível estimar a necessidade de 11.087 ampliações. Para 2012, serão selecionadas 5.540 unidades para ampliação. A seleção também será em janeiro de 2012, mas o Departamento de Atenção Básica – DAB/SAS, disponibilizou em outubro de 2011 um questionário eletrônico para que os municípios cadastrem a sua pré-proposta. As pré-propostas serão submetidas às CIB para discussão e ratificação. Após, a SAS e o GEPAC farão a seleção considerando os critérios do percentual de população em situação de extrema pobreza e o Produto Interno Bruto (PIB) per capita da respectiva Unidade da Federação.

Os critérios de seleção não estão previstos em normativos, mas serão amplamente divulgados através da dinâmica de seleção do PAC 2, a qual é estabelecida pelo GEPAC. Deve-se observar, entretanto que há normativos específicos definindo as diretrizes de implantação desses componentes – Portaria 2.648 de 7/11/2011 (UPA) e PORTARIA Nº 2.394, DE 11 DE OUTUBRO DE 2011 (UBS).

A seleção que ocorrerá em janeiro de 2012, sua dinâmica e registro, são definidos pelo GEPAC.”

Adicionalmente, em referência ao Relatório preliminar de Auditoria, a Unidade forneceu as seguintes informações:

" Informamos a existência de critérios objetivos de priorização das propostas dos projetos inseridos no SISPAG, no que diz respeito às Unidades de Pronto Atendimento - UPA 24h, qual seja a definição, pela Comissão Intergestores Bipartite - CIB, de quais propostas apresentadas pelos Municípios de determinado Estado serão objeto de análise pela equipe técnica do Ministério da Saúde. Quem define a prioridade dos projetos a serem analisados são as comissões Intergestores Bipartite existentes em cada estado da federação, a partir de discussões e pactuações realizadas entre Estado e Municípios."

" Observe-se, por oportuno, que os critérios para priorização das propostas relacionadas ao componente Ampliação do Programa (requalificação de UBS) já se encontram delimitados na Portaria n° 2.394/2011, mais especificamente no art. 3°, Parágrafo único e art. 6°, os quais tratam dos requisitos a serem adotados pelo Ministério da Saúde como critérios de prioridade para definição do montante de recursos a ser repassado, a saber: 1) O percentual de população em situação de extrema pobreza; 2) O produto interno Bruto (PIB) per capita da respectiva Unidade da Federação e 3) O percentual de UBS em situação inadequada nos termos dos diagnósticos disponíveis no Ministério da Saúde."

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Em análise às informações fornecidas pela Unidade à época, observou-se que a Secretaria de Atenção à Saúde informou os critérios utilizados para a priorização dos projetos de construção de UPA e UBS inseridos no SISPAG.

Quanto aos projetos para aquisição de equipamentos, não foram apresentados os critérios aplicados na priorização das propostas a serem financiadas com recursos de Programas de Governo. Deve-se ressaltar que a Secretaria de Atenção à Saúde tem participação direta nesse processo, e que a ausência de critérios objetivos para a seleção das propostas possibilitaria o atendimento a demandas menos relevantes em detrimento de outras demandas prioritárias para uma determinada Unidade de Saúde, o que pode prejudicar a execução das Ações de Governo sob responsabilidade da SAS.

Diante dos fatos apontados a Unidade foi instada, por meio da Solicitação de Auditoria nº 201305858/001, de 15/04/2013, a apresentar informações atualizadas acerca das providências adotadas a fim de atender às recomendações constantes do Relatório de Auditoria nº 201112052.

Em resposta, a Unidade encaminhou o Ofício GS nº 606, de 26/04/2013, que encaminha a Nota Técnica CGMAC/DAE/SAS nº 926/2013, por meio do qual informa:

“Em atenção ao assunto acima referido, esta Coordenação-Geral de Média e Alta Complexidade informa que os critérios objetivos para priorização de propostas do Departamento de Atenção especializada - DAE seguem os critérios das portarias da Rede de Atenção à Saúde e as políticas públicas de saúde que compõem o departamento, conforme ao documento já respondido no ano de 2012 por essa coordenação através do despacho nº 610/2012.

Ressaltando que todas as propostas encaminhadas para análise a este departamento são priorizadas pela Secretaria de Atenção à Saúde, a qual estabelece os critérios de priorização. Dessa forma, não é de competência da Coordenação de Média e Alta Complexidade criar novos critérios além dos que já são utilizados ou elaborar normativos que regulamentem a aplicação e ampla divulgação dos critérios solicitados no relatório”

A resposta fornecida pela CGMAC/DAE expressa o entendimento desse departamento quanto às suas atribuições relacionadas ao processo de priorização das propostas encaminhadas. Entretanto, não foram apresentadas informações adicionais por parte da Secretaria de Atenção à Saúde quanto aos responsáveis pelo processo de priorização, assim como não foram apresentados os critérios atualmente utilizados para priorização das propostas de aquisição de equipamentos a serem financiadas com recursos de Programas de Governo.

Em resposta ao Relatório Preliminar de Auditoria, a Unidade encaminhou o Ofício GS nº 836, de 01/07/2013, por meio do qual informou as providências que vem sendo adotadas a fim de aprimorar o processo de priorização das propostas de aquisição de equipamentos a serem financiadas com recursos das ações orçamentárias sob responsabilidade da SAS.

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Dentre as providências adotadas, a Unidade destacou a exclusão do cadastro de cerca de 200 pessoas que possuíam o perfil para priorização de propostas no sistema SISPAG e autorização desse perfil apenas ao Dirigente máximo da Unidade e a dois Diretores.

A Unidade informou, ainda, que a motivação para priorização das propostas de aquisição de equipamentos com recursos de Programas de Governo relaciona-se à avaliação da inserção da proposta em plano de ação das redes ou em ponto de atenção estratégico para expansão das redes de atenção à saúde, bem como à disponibilidade orçamentária. Ainda, a Unidade reconheceu a necessidade de avançar no sentido de conferir maior transparência a esse processo.

Nesse sentido, faz-se necessário o aprimoramento da dinâmica de aplicação dos critérios de priorização informados, por meio da ampla divulgação dos referidos critérios e do adequado registro do processo de priorização no Sistema de Cadastro de Propostas Fundo a Fundo - SISPAG, de forma a atender ao princípio constitucional da publicidade dos atos administrativos.

##/Fato##

3.2.1.4 CONSTATAÇÃO Quantitativo de recomendações pendentes de atendimento superior a 50% e ausência de acompanhamento do Plano de Providências Permanente . Fato O Plano de Providências Permanente (PPP), como instrumento que consolida as medidas a serem adotadas pela Unidade, deverá conter todas as recomendações feitas pelo Órgão de Controle Interno, acompanhadas das providências assumidas pela gestão para resolução das falhas apontadas ou das justificativas para sua não adoção. De acordo com a Portaria CGU n.º 133, de 18 de janeiro de 2013, que revogou a Portaria CGU nº 2546 de 27 de dezembro de 2010, é responsabilidade do gestor garantir a execução das providências por ele assumidas, assim como manter atualizado esse instrumento na medida da adoção de providências no âmbito da Unidade. Assim, tal instrumento se viabiliza por meio de documento elaborado pela Unidade e encaminhado à CGU para o monitoramento da implementação das referidas providências. Ainda, o PPP caracteriza-se por ser um instrumento de monitoramento contínuo, no qual é registrado gradualmente o encaminhamento das medidas adotadas pelo gestor para resolução das constatações identificadas por ocasião da auditoria anual de contas e por outras ações de controle realizadas durante o exercício. Com esse entendimento, visando à análise do PPP e à avaliação do grau de implementação das recomendações propostas pela CGU à Secretaria de Atenção à Saúde – SAS/MS por intermédio dos Relatórios de Auditoria n° 201108815 (referente à avaliação da Gestão de 2010) e n° 201112052 (referente ao acompanhamento da Gestão de 2011), a Unidade foi questionada acerca das providências adotadas a fim de implementar as recomendações formuladas, por ocasião dos trabalhos de acompanhamento da gestão de 2012, cujas análises foram consignadas no Relatório de Acompanhamento da Gestão nº 201216622.

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No entanto, à época, a Unidade manifestou-se somente em relação a alguns itens constantes dos Relatórios n° 201108815 e n° 201112052, o que motivou o encaminhamento à Unidade da SA nº 201305858/001, de 15/04/2013, requisitando informações atualizadas acerca das providências adotadas a fim de atender às recomendações consignadas nos referidos relatórios, bem como requisitando informações acerca das providências adotadas diante dos fatos apontados no Relatório nº 201211691, referente ao acompanhamento permanente dos gastos (análise preventiva de edital de licitação). A Unidade apresentou manifestações conforme explicitado a seguir:

1) Relatório nº 201108815:

- Ofício nº 607, de 02/05/2013, a Unidade se manifestou quanto às constatações 5.1.2.1 e 5.3.2.1;

- Ofício nº 557, de 19/04/2013, a Unidade se manifestou quanto ao item 5.2.3.2 por meio de encaminhamento de cópia da Nota Técnica de 11/12/2012 já apresentada por ocasião de auditoria de acompanhamento da gestão do exercício de 2012, consignada no Relatório 201216622;

- Ofício nº 557, de 19/04/2013, a Unidade se manifestou quanto ao item 4.1.2.1 por meio de encaminhamento de cópia do Memorando nº 42 de 31/01/2013 já apresentado por ocasião de auditoria de acompanhamento da gestão do exercício de 2012, consignada no Relatório 201216622;

- Ofício nº 557, de 19/04/2013, a Unidade se manifestou quanto aos itens 5.3.2.2 e 5.1.2.2 por meio de encaminhamento de cópia do Parecer Técnico nº 1565 de 04/12/2012 já apresentado por ocasião de auditoria de acompanhamento da gestão do exercício de 2012, consignada no Relatório 201216622;

2) Relatório nº 201112052:

- Ofício nº 557, de 19/04/2013, a Unidade se manifestou quanto ao item 1.1.1.2 por meio de encaminhamento de cópia do Despacho 610/2012 de 30/11/2012 e quanto ao item 1.1.1.4 por meio de Nota Técnica sem nº, de 14/08/2012 ambos já apresentados por ocasião de auditoria de acompanhamento da gestão do exercício de 2012, consignados no Relatório 201216622.

3) Relatório nº 201211691:

- Ofício nº 627, de 09/05/2013, a Unidade apresentou manifestação para todos os itens do relatório.

Após a análise do teor dessas manifestações, verificou-se que a Unidade apresentou novas informações apenas para alguns itens dos relatórios acima citados, contudo permaneceu silente quanto à adoção de providências para o saneamento de outros itens apresentados nos relatórios ou se limitou a encaminhar cópias de documentos já fornecidos anteriormente por ocasião dos trabalhos de auditoria de acompanhamento da gestão. Nesse sentido, em análise às manifestações da Unidade quanto às providências adotadas para saneamento das falhas consignadas no Relatório nº 201108815,, verificou-se que a maioria não foi suficiente para alterar o entendimento consignado no Relatório nº 201216622 acerca do adimplemento das recomendações. De 18 recomendações

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emanadas naquele relatório, 12 foram atendidas. As 06 recomendações pendentes foram consideradas impactantes na gestão. Procedendo-se a análise quanto ao Relatório n° 201112052, restou cabível a opinião pelo não adimplemento das recomendações, pois de 05 recomendações emanadas nesse relatório, nenhuma foi considerada atendida. Em relação ao Relatório nº 201211691 a Unidade apresentou manifestações para todos os itens, contudo tais manifestações não apontam providências para as falhas constatadas, seja porque a Unidade discorda das recomendações, seja porque ela entende que a recomendação já foi atendida em etapas anteriores. Do total de 07 recomendações, apenas uma foi considerada atendida. Cabe ressaltar que, apesar de a Unidade ter atualmente discordado do teor de determinadas recomendações, todas elas já haviam sido previamente discutidas com integrantes da Secretaria de Atenção à Saúde, os quais haviam concordado com as recomendações propostas. De todo o exposto, foi constatada a ausência de atendimento a diversas recomendações expedidas pela CGU, tanto por discordância expressa ao teor da recomendação quanto por ausência de manifestação ou ainda por pendências na sua implementação. De 30 recomendações pertencentes ao Plano de Providências dos relatórios selecionados para avaliação nesta auditoria apenas 13 foram consideradas atendidas pela equipe, o que denota um alto percentual (56%) de recomendações do Órgão de Controle Interno – OCI pendentes de atendimento. Há que se falar ainda acerca da ausência de atendimento às recomendações relativas às impropriedades detectadas pelo Programa de Fiscalização a partir de Sorteios Públicos de Municípios na execução de ações de responsabilidade da SAS (item 4.1.2.1 Relatório de Auditoria Anual de Contas nº 2011108815 e item 3.2.1.3 deste Relatório), visto que tal ausência reduz sobremaneira o percentual de atendimento às recomendações. Essa dificuldade em atender as recomendações do OCI e implementar as providências visando a melhoria da gestão se apresenta como um fator de risco para a Unidade e demonstra fragilidades nos seus controles internos. Ademais, foi verificado que não constam no Relatório de Gestão as recomendações expedidas pela CGU nos relatórios citados, tampouco justificativas para o não acatamento dessas recomendações, conforme disposto no Anexo Único da Portaria TCU Nº. 150, de 03/07/2012. Por fim, foi encaminhada SA nº 201305858/004, de 30/04/2013, solicitando à Unidade informar sobre a existência de um plano de contingência para sanar as recomendações pendentes de atendimento, considerando o déficit que a SAS apresenta em relação às providências assumidas pela Gestão por ocasião de reuniões de busca conjunta de soluções dos diversos relatórios de auditoria emitidos no exercício de 2011 e 2012. Em resposta, por meio de Ofício nº 632, de 10/05/2013, a Unidade informou que: “Inexiste um plano de contingência para sanar as recomendações pendentes de atendimento. A busca de regularização dessas pendências ocorre, mormente, mediante as reiterações realizadas junto ao órgão da SAS/MS responsável pela sua execução.” ##/Fato##

Causa

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O Secretário de Atenção à Saúde deixou de adotar medidas ou adotou medidas parciais em relação ao atendimento das recomendações formuladas pela CGU, não sendo essas medidas levadas a termo em sua totalidade o que, por conseguinte, não foi suficiente para atender às recomendações formuladas. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Em resposta ao Relatório Preliminar de Auditoria, a Unidade encaminhou o Ofício GS nº 836, de 01/07/2013, por meio do qual são prestados esclarecimentos pela Área Técnica de Saúde da Mulher do DAPES/SAS/MS quanto à constatação referente à prestação de serviços no evento “comemoração ao dia internacional da mulher”. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Os esclarecimentos apresentados pela Unidade se referem a item constante do Relatório de Auditoria Anual de Contas nº 201108809 realizada no Departamento de Logística em Saúde – DLOG, de forma que não se correlacionam ao Plano de Providências Permanente da Secretaria de Atenção à Saúde. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Adotar rotina de gerenciamento das recomendações do Órgão de Controle Interno (CGU), por meio de Plano de Providências Permanente a ser encaminhado à CGU, em periodicidade trimestral, para monitoramento das providências adotadas para atendimento às recomendações expedidas. Recomendação 2: Elaborar e executar um plano de contingência visando à implementação do alto estoque de recomendações pendentes de atendimento consignadas em Relatórios produzidos pelo Órgão de Controle Interno. Recomendação 3: Estruturar área/setor específico no âmbito da SAS, com capacidade técnica e operacional adequadas, responsável pela implementação de sistemática de gerenciamento das recomendações, determinações e orientações emanadas pelos órgãos de controles interno e externo. 3.2.2 AVALIAÇÃO DOS CONTROLES INTERNOS

3.2.2.1 INFORMAÇÃO Fragilidades nos controles internos da Unidade no que tange ao acompanhamento e atendimento às recomendações e determinações dos órgãos de controle interno e externo. Fato Foram constatadas falhas gerenciais no processo de gestão das recomendações emanadas pela CGU e das determinações exaradas pelo TCU durante o exercício de 2012, tendo sido evidenciados diversos não atendimentos de recomendações e determinações, inclusive com reincidência na ocorrência das impropriedades apontadas em relatórios de auditoria anual de contas e de acompanhamento da gestão em exercícios anteriores. Para avaliação da implementação das determinações em Acórdãos do TCU foram selecionados os Acórdãos: – –

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– Câmara, dada a relevância de seu conteúdo. Todavia tais determinações continuam pendentes de atendimento. Considerando as recomendações emanadas pela CGU em Relatórios de Acompanhamento da Gestão, Relatório de Auditoria Anual de Contas e Relatórios de Fiscalização a partir de Sorteios Públicos, o percentual de atendimento ficou abaixo de 20%. Em relação às recomendações expedidas pela CGU para a adoção de providências visando o saneamento de situações constatadas em Relatórios de Demandas Externas – decorrentes de solicitações e requisições efetuadas pelo Ministério Público, pela Polícia Federal, pelo Tribunal de Contas da União e outros - apurou-se que durante o exercício de 2012 foram encaminhados à SAS diversos expedientes contendo solicitações de providências no intuito de sanear as impropriedades e irregularidades detectadas. Entretanto, verificou-se que a SAS não encaminhou manifestação no sentido de apresentar justificativas, esclarecimentos ou providências à CGU para 82 expedientes enviados.

Em função da situação constatada e no intuito de avaliar os controles internos da Unidade quanto à adequada e oportuna implementação das determinações e recomendações expedidas pelos órgãos de controle externo e interno, foi encaminhada a Solicitação de Auditoria - SA nº 201305858/003, de 24/04/2013, solicitando à Unidade esclarecimentos acerca do cumprimento das determinações do Tribunal de Contas da União, conforme segue:

- Informar a rotina de acompanhamento e cumprimento das determinações exaradas em Acórdãos do TCU, destacando etapas e responsáveis por esse processo e apresentando procedimento operacional padrão sobre esse tema, se houver;

- Apresentar cópias dos normativos internos que formalizem as atividades e procedimentos relacionados ao cumprimento das determinações proferidas em Acórdãos do TCU direcionadas à SAS.

E ainda com relação ao atendimento às recomendações da Controladoria-Geral da União:

- Informar a rotina de acompanhamento e atendimento às recomendações emanadas pela CGU em relatórios de auditorias, notas técnicas, notas de auditoria, relatórios de demandas especiais e relatórios de fiscalização de sorteios, destacando etapas e responsáveis por esse processo e apresentando procedimento operacional padrão sobre esse tema, se houver. Nos casos de recomendações que visem à instauração de TCE, e à apuração de responsabilidade, informar o fluxograma de atendimento específico, se houver;

- Apresentar cópias dos normativos internos que formalizem as atividades e procedimentos relacionados ao atendimento às recomendações da Controladoria-Geral da União, direcionadas à SAS.

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Por meio de Ofício nº 632, de 10/05/2013, a Unidade se manifestou informando a rotina e o fluxo de acompanhamento e cumprimento das diligências direcionadas à SAS pelos Órgãos de Controle. Indicou as áreas envolvidas nesse acompanhamento, a saber: Apoio Administrativo/DIVAD/SAS, ASJUR/GAB/SAS e Chefia de Gabinete. Informou ainda que “a rotina de acompanhamento e cumprimento das determinações do TCU é a mesma realizada para acompanhamento e cumprimento das demais diligências direcionadas à SAS pelos órgãos de controle com a ressalva de que se busca garantir a priorização das advindas do TCU.”

Quanto aos normativos internos, informou que inexistem na SAS atos normativos que formalizem as atividades e procedimentos relacionados aos órgãos de controle interno e externo, contudo acrescentou que a ASJUR/GAB/SAS formulou proposta de instituição de um Grupo de Trabalho no âmbito da SAS com a finalidade de elaborar uma proposta de institucionalização de um sistema de controle interno da Secretaria.

Por ocasião dos trabalhos de campo, também foi possível observar deficiências na comunicação entre as diversas áreas/departamentos no sentido de providenciar respostas tempestivas e soluções para os problemas apontados pela equipe de auditoria. Nesse sentido, em algumas respostas apresentadas à equipe, os Departamentos justificam a ausência de providências e ações efetivas por entenderem não ser de sua responsabilidade tal iniciativa, embora as suas competências estejam bem definidas em normativos, a exemplo do Decreto nº 7797, de 30/08/2012.

Em que pese a Unidade ter informado rotinas e fluxos relacionados ao atendimento das demandas acima citadas verificou-se que tais procedimentos não têm sido suficientes para caracterizar o atendimento adequado e tempestivo dessas demandas.

De todo o exposto conclui-se pela ausência de efetividade quanto ao pleno atendimento das recomendações da CGU e determinações do TCU conquanto várias delas sejam estruturantes e primordiais para o atingimento dos objetivos estratégicos da Unidade.

##/Fato##

4 GESTÃO FINANCEIRA

4.1 ANÁLISE DA EXECUÇÃO

4.1.1 ANÁLISE DA GESTÃO FISCAL RESPONSÁVEL

4.1.1.1 INFORMAÇÃO Análise da atuação do DCEBAS quando à renovação do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social na área da Saúde das entidades de reconhecida excelência. Fato A fim de avaliar as rotinas instituídas no âmbito do DCEBAS/SAS para análise dos pedidos de renovação do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social na área da Saúde (CEBAS-SAÚDE), foram solicitados os processos de renovação, conduzidos no exercício de 2012, das seguintes entidades de reconhecida excelência:

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Sociedade Hospital Samaritano, Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein, Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio Libanês e Associação Hospitalar Moinhos de Vento.

As referidas Unidades desenvolveram, no triênio 2009 – 2011, diversos projetos no âmbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS), conforme pactuado nos seguintes termos de ajuste:

• Termo de ajuste nº 01/2008 que entre si celebram a União, por intermédio do MS e a Sociedade Hospital Samaritano;

• Termo de Ajuste nº 04/2008 que entre si celebram a União, por intermédio do MS e a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein;

• Termo de ajuste nº 05/2008 que entre si celebram a União, por intermédio do MS e a Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio Libanês;

• Termo de ajuste nº 06/2008 que entre si celebram a União, por intermédio do MS e a Associação Hospitalar Moinhos de Vento.

As solicitações de renovação da certificação, bem como os documentos encaminhados pelos referidos Hospitais foram autuados em processos individualizados, os quais foram analisados pela equipe de auditoria. A seguir estão apresentadas as informações acerca dos Termos de Ajuste firmados com as mencionadas entidades: Quadro 37 – Análise dos termos de ajuste firmados com o Ministério da Saúde por hospitais de excelência

Entidade: Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein Processo de renovação do CEBAS - SAÚDE (SIPAR): 25000.108622/2012-58

Número de Projetos

aprovados no Termo de

Ajuste

Valor dos projetos

aprovados no Termo de

Ajuste (em R$)

Valor estimado das isenções das

contribuições sociais para o período de 3

anos da entidade (em R$)

Unidades do MS responsáveis pela

supervisão dos projetos

Nota técnica de análise - DCEBAS

32 projetos 383.168.316,2

6 377.586.091,63

28 projetos - SAS 1 projeto-ANVISA 3 projetos - SCTIE

Nota técnica nº 930/2012-

CGAGPS/DCEBAS/SAS/MS

Entidade: Associação Hospitalar Moinhos de Vento/RS Processo de renovação do CEBAS - SAÚDE (SIPAR): 25000.120590/2012-69

Número de Projetos

aprovados no Termo de

Ajuste

Valor dos projetos

aprovados no Termo de

Ajuste (em R$)

Valor estimado das isenções das

contribuições sociais para o período de 3

anos da entidade (em R$)

Unidades do MS responsáveis pela

supervisão dos projetos

Nota técnica de análise - DCEBAS

4 projetos 73.140.624,88 73.140.624,88 4 projetos - SAS Nota técnica nº

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939/2012 CGAGPS/DCEBAS/

SAS/MS Entidade: Sociedade Hospital Samaritano Processo de renovação do CEBAS - SAÚDE (SIPAR): 25000.027646/2012-1

Número de Projetos

aprovados no Termo de

Ajuste

Valor dos projetos

aprovados no Termo de

Ajuste (em R$)

Valor estimado das isenções das

contribuições sociais para o período de 3

anos da entidade (em R$)

Unidades do MS responsáveis pela

supervisão dos projetos

Nota técnica de análise - DCEBAS

21 projetos 48.960.894,30 48.840.571,83 17 projetos -SAS

1 projeto -ANVISA 3 projetos -SCTIE

Nota técnica nº 571/2012

CGAGPS/DCEBAS/ SAS/MS

Entidade: Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio Libanês Processo de renovação do CEBAS - SAÚDE (SIPAR): 25000.090716/2012-63

Número de Projetos

aprovados no Termo de

Ajuste

Valor dos projetos

aprovados no Termo de

Ajuste (em R$)

Valor estimado das isenções das

contribuições sociais para o período de 3

anos da entidade (em R$)

Unidades do MS responsáveis pela

supervisão dos projetos

Nota técnica de análise - DCEBAS

20 projetos 114.316.119,9

6 158.327.763,00

14 projetos -SAS 1 projeto - SE

2 projetos - SCTIE 1 projeto -

SCTIE/SVS 1 projeto - SVS

1 projeto - SGTES

Nota técnica nº 711/2012

CGAGPS/DCEBAS/ SAS/MS

Fonte: Processos administrativos disponibilizados à equipe de auditoria. Em relação à atuação do DCEBAS, constam de todos os processos analisados documentos inseridos pelo Departamento, tais como: registro no CNES e CNPJ, dados de produção do SIA e SIH relativos ao percentual de atendimentos a pacientes do SUS, bem como Notas técnicas que listam os documentos encaminhados pela referida entidade para dar prosseguimento à renovação da certificação.

Ressalta-se que para a continuidade do processo de renovação da certificação, no âmbito do DCEBAS, faz-se necessária a emissão, pelas áreas responsáveis nas diversas secretarias finalísticas do MS, de pareceres técnicos conclusivos sobre os projetos de apoio desenvolvidos, a fim de possibilitar a emissão de certidão comprobatória dos relatórios anuais dos termos de ajuste firmados entre as entidades e o MS. Tais documentos foram solicitados pelo DCEBAS por meio do memorando – CGAGPS/DCEBAS/SAS/MS nº 52/2012, de 19/09/2012, o qual solicita à Coordenação Geral de Programas e Projetos de Cooperação Técnica e Inovação Institucional (DESID/SE) que seja encaminhado o relatório final do termo de ajuste das referidas

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81

entidades, para que seja dada continuidade ao processo de renovação do CEBAS SAÚDE.

O DESID/SE, por sua vez, solicitou, por meio do Memorando MS/SE/GAB nº 357, de 06/12/12 dirigido à SAS, a regularização das pendências de emissão de parecer técnico conclusivo dos projetos de apoio, a fim de que a Coordenação de projetos de cooperação nacional (DESID/SE) possa efetuar a emissão de certidão comprobatória dos relatórios anuais dos termos de ajuste, objetivando a renovação do certificado CEBAS-SAÚDE dos hospitais de excelência.

Constam ainda dos processos cópias de despacho elaborado pela CGPCI/DESID/SE, datado de 14/12/2012, que informa que até a referida data não havia sido apresentada pela SAS a documentação solicitada.

Nesse contexto, considerando o expressivo número de projetos de apoio sob responsabilidade da SAS, a Unidade foi instada, por meio da Solicitação de Auditoria nº 201305858/004, de 30.04.2013, a fornecer as seguintes informações em relação aos projetos desenvolvidos no âmbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS – PROADI:

- Apresentar informações atualizadas acerca da emissão dos pareceres técnicos conclusivos sobre os projetos de apoio, de responsabilidade da SAS, desenvolvidos no âmbito dos termos de ajuste nº 01/2008, nº 04/2008, nº 05/2008 e nº 06/2008, destacando o Departamento responsável pela emissão de cada um dos referidos pareceres.

Em resposta, a Unidade informou, por meio do Ofício GS/SAS nº 631, de 10/05/2013: “Os pareceres já foram encaminhados e estão de posse da CGPC/DESID/SE, não restando nenhum projeto triênio 2009-2011 das instituições citadas de posse do DAE/SAS.”

O quadro a seguir apresenta o lapso temporal entre o encaminhamento do pedido de renovação da certificação por parte da entidade e a publicação da Portaria de reconhecimento de excelência por parte da Secretaria-Executiva do MS:

Quadro 38 – Data de encaminhamento do pedido de renovação da certificação por parte da entidade e da publicação da Portaria de reconhecimento de excelência, ocorridas no exercício.

Entidade

Data de protocolo do pedido de renovação de certificação

Portaria de reconhecimento de

excelência Data da Portaria

Sociedade Beneficente

Israelita Brasileira Hospital Albert

Einstein

26/06/2012 Portaria GM/MS

nº 744 02/05/2013

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82

Associação

Hospitalar Moinhos de Vento/RS

13/07/2012 Portaria GM/MS

nº 771 06/05/2013

Sociedade Beneficente de

Senhoras Hospital Sírio Libanês

12/06/2012 Portaria GM/MS

nº 810 10/05/2013

Fonte: Processos administrativos disponibilizados e consulta ao SAÚDE LEGIS.

Diante do exposto, verifica-se que as etapas do processo de renovação do CEBAS-SAÚDE das entidades que realizam projetos de apoio no âmbito Proadi-SUS têm sido adequadamente executadas no âmbito do DCEBAS, podendo, entretanto, sofrer atrasos em função da atuação das áreas finalísticas da SAS, responsáveis por proceder à análise técnica acerca da execução dos projetos de apoio desenvolvidos pelos referidos Hospitais de Excelência. ##/Fato##

5 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

5.1 MOVIMENTAÇÃO

5.1.1 QUANTITATIVO DE PESSOAL

5.1.1.1 CONSTATAÇÃO Inadequação da força de trabalho da Unidade frente às suas atribuições. Fato No intuito de avaliar a adequação da força de trabalho da Unidade, foi encaminhada a Solicitação de Auditoria nº 201305858/002, de 22/04/2013, na qual a Unidade foi instada a informar o que segue:

- O quantitativo de cargos vagos em relação ao quantitativo total autorizado em Lei para a Unidade, bem como a distribuição destes cargos no âmbito de sua estrutura;

- A lotação/alocação da força de trabalho (servidores efetivos, cargos em comissão, contratos temporários e consultores) entre seus diversos Departamentos;

- A realização de concurso público, com ingresso de servidores de carreira no exercício de 2012, explicitando os cargos selecionados, o quantitativo e a lotação desses servidores;

- A política adotada quanto à requisição de servidores a outros órgãos e esferas para complementação da mão de obra e à solicitação ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão de autorização para concurso público para ingresso de novos servidores na carreira;

- As justificativas para o aumento na proporção de consultores contratados por organismos internacionais em relação ao quantitativo de servidores efetivos ocorrido no exercício de 2012.

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83

A Unidade se manifestou acerca dos questionamentos efetuados por meio do Ofício nº 629, de 13/05/2013. Da análise dessas respostas foi possível constatar as situações listadas a seguir:

1) Aumento no quantitativo de consultores contratados em substituição ao ingresso de servidores de carreira:

Inicialmente, cabe informar que em 2002 o Ministério Público do Trabalho celebrou um Termo de Conciliação (Termo de Ajustamento de Conduta) em decorrência de uma Ação Civil Pública, prevendo a substituição total dos trabalhadores vinculados aos Organismos Internacionais por servidores públicos efetivos, com prazo previsto para implementação até 31/07/2004. Tal instrumento fora aditivado diversas vezes, sendo que a última prorrogação de prazo concedida foi até 30/06/2008, conforme documentação enviada pela SAS e pela CGESP em resposta às Solicitações de Auditoria.

A contratação de consultores foi abordada anteriormente pela CGU no Relatório de Acompanhamento da Gestão nº 255582, referente ao exercício 2010, no qual foram consignadas recomendações ao Ministério da Saúde a fim de regularizar as seguintes situações constatadas:

- Inconformidade dos processos seletivos para contratação de consultorias por produto com as normas aplicáveis; - Contratação de consultores por produto para exercer atividades de caráter ordinário e permanente.

Ainda, no Relatório de Auditoria Anual de Contas nº 201108815, referente ao exercício de 2010, foi abordado o elevado percentual de consultores contratados, conforme transcrito a seguir:

“Conforme dados apresentados no Relatório de Gestão/2010, a Secretaria de Atenção à Saúde possui 409 contratos de consultores por produto firmados por intermédio de organismos internacionais, o que corresponde a 58% de seu quadro de pessoal. Em termos do financiamento federal, a Unidade efetua a habilitação de unidades de saúde, a análise e a aprovação das solicitações enviadas por estados e municípios para a obtenção de recursos financeiros destinados a fins específicos (ex: implantação de Unidades de Pronto-Atendimento), a concessão de aumento dos limites financeiros de média e alta complexidade. Desse modo, a Unidade é responsável pela definição da distribuição dos recursos federais entre os estados e municípios. Ou seja, em âmbito federal, a SAS é responsável pela gestão das ações de assistência à saúde, o que envolve um significativo montante de recursos financeiros. No entanto, essa gestão é realizada, em grande proporção, por profissionais contratados por meio de organismos, sendo os servidores efetivos a minoria da capacidade de trabalho da Unidade. Sendo assim, a situação descrita acima representa um risco para a gestão dos programas sob responsabilidade da Unidade, uma vez que 58 % da área técnica na Secretaria estão representados por profissionais cujo processo seletivo é realizado dessa forma . Isso pode ter um impacto negativo na gestão dos programas de governo.

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Com isso, observamos ser evidente a necessidade de ampliação do número de profissionais efetivos de forma a se estruturar a Secretaria em termos de recursos humanos qualificados para a realização de suas atividades de gestão”. Contudo, verificou-se que o percentual acima referido não diminuiu, ao contrário, aumentou significativamente para 73%.Além disso, o Termo de Conciliação continua pendente de adimplemento no âmbito da SAS e do Ministério da Saúde. A Unidade informou que o aumento do quantitativo de consultores contratados decorreu de insuficiência quantitativa de servidores do quadro, ausência de ingresso de servidores efetivos no exercício de 2012 e aumento significativo da demanda. Informou ainda que existem concursos públicos em andamento no Ministério da Saúde visando ao preenchimento de 265 cargos de nível superior e à substituição de consultores contratados pelo Ministério da Saúde, com previsão de preenchimento de 500 vagas para o cargo de Analista de Políticas Sociais. Todavia, não esclareceu a proposta de alocação desses servidores no âmbito da SAS.

2) Desenvolvimento de atividades finalísticas da Unidade por servidores com contratos temporários:

A Unidade informou as várias atividades desenvolvidas pelos servidores com contratos temporários em todos os departamentos da SAS. Em análise dessas atividades, foi possível constatar que várias envolvem planejamento de ações, desenvolvimento de sistemas, discussões de estratégias, coordenação de programas, entre outras. Depreende-se, portanto, que esses servidores estão envolvidos no desenvolvimento de atividades finalísticas da Unidade, principalmente nos departamentos DAE, DAB e DAPES, as quais deveriam ser executadas por servidores de carreira.

Essa situação pode impactar negativamente os processos de trabalho no âmbito da SAS, uma vez que a precariedade do vínculo por meio de contratos temporários e a consequente possibilidade de egresso repentino dessa força de trabalho acarretam baixa institucionalização das técnicas e conhecimentos produzidos no âmbito da Unidade.

3) Ausência de implementação de políticas capazes de minimizar a deficiência na força de trabalho da Unidade:

Em comparação aos dados apresentados pela Unidade no Relatório de Gestão do exercício de 2011, verificou-se que o número de servidores de carreira diminuiu de 116 para 104, enquanto o número de servidores contratados temporariamente aumentou de 56 para 63, e o número de consultores contratados na modalidade produto aumentou de 428 para 446 no exercício de 2012. Diante da constatação de que a proporção de servidores de carreira em relação à força total de trabalho da Unidade é de apenas 17%, enquanto os servidores com contratos temporários e os consultores representam, respectivamente, 10% e 73% da força de trabalho da Unidade, a SAS informou que há concursos públicos em andamento no Ministério da Saúde com previsão de nomeação de servidores ainda nesse exercício. Contudo, a Unidade não informou a adoção de outras medidas que permitam a reposição de pessoal, tais como requisição de pessoal a outros órgãos e esferas.

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Não obstante a Unidade não ter demonstrado em seu Relatório de Gestão a carência de pessoal para execução de suas atividades-fim como empecilho para o alcance de suas metas, em resposta aos esclarecimentos solicitados pela CGU ela ponderou sobre essa inadequação conforme manifestação a seguir: “Em consulta aos departamentos das SAS/MS, todos responderam que o quantitativo de servidores é insuficiente para o desenvolvimento adequado das atividades, considerando-se, mormente o Planejamento Estratégico do Ministério da Saúde 2011-2014”. Ademais, conquanto tenha informado a necessidade geral de incremento de pessoal, a Unidade não apresentou estudos ou avaliações quanto à adequabilidade de sua força de trabalho no que diz respeito ao quantitativo, bem como quanto à definição de estratégias para viabilizar o atendimento dessa necessidade. ##/Fato##

Causa Ausência de política efetiva de recomposição da força de trabalho da Unidade por meio de concursos públicos. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada A Unidade não se manifestou em relação ao Relatório Preliminar de Auditoria. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno De todo o exposto, constatou-se a inadequação da força de trabalho no âmbito da Secretaria de Atenção à Saúde, a qual se utiliza rotineiramente da contratação de consultores por meio de convênios com organismos internacionais para executar suas atividades finalísticas, a fim de compensar as deficiências em seu quadro de pessoal. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Implementar medidas que visem à adequação da força de trabalho da Unidade frente às suas diversas responsabilidades, em especial no que diz respeito à substituição de consultores e de servidores contratados temporariamente por servidores efetivos, admitidos por meio de concursos públicos

Presidência da República - Controladoria-Geral da União - Secretaria Federal de Controle Interno

Certificado: 201305858 Unidade Auditada: SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE Exercício: 2012 Processo: 25000.049692/2013-48 Município - UF: Brasília - DF

_______________________________________________

Foram examinados os atos de gestão dos responsáveis pelas áreas auditadas, especialmente aqueles listados no art.10 da IN TCU nº 63/2010, praticados no período de 01/01/2012 a 31/12/2012. Os exames foram efetuados por seleção de itens, conforme escopo do trabalho definido no Relatório de Auditoria Anual de Contas constante deste processo, em atendimento à legislação federal aplicável às áreas selecionadas e atividades examinadas, e incluíram os resultados das ações de controle realizadas ao longo do exercício objeto de exame, sobre a gestão da unidade auditada. Em função dos exames aplicados sobre os escopos selecionados, consubstanciados no Relatório de Auditoria Anual de Contas nº 201305858, proponho que o encaminhamento das contas dos agentes listados no art. 10 da IN TCU nº 63/2010 seja como indicado a seguir, em função da existência de nexo de causalidade entre os atos de gestão de cada agente e as constatações correlatas discriminadas no Relatório de Auditoria. 1. Irregular a gestão do(s) seguinte(s) responsável(is)

1.1. ***.723.626-**: Cargo: Diretora do Departamento de Atenção Especializada no período de 01/01/2012 a 31/12/2012. Referência: Relatório de Auditoria número 201305858, itens (1.4.2.1, 1.1.2.1)

A Diretora do Departamento de Atenção Especializada não adotou providências diante do descumprimento, por parte dos gestores locais, da obrigatoriedade de alimentar os sistemas informatizados do Ministério da Saúde com os dados de produção das UPA 24h e das Unidades do SAMU, o que configurou descumprimento dos ditames das Portarias GM/MS n° 1.010/2012 e GM/MS n° 1.172/2012, que dispõem sobre a obrigatoriedade de alimentação do Sistema de Informação Ambulatorial (SIA/SUS) com os dados de produção de serviços das Unidades do SAMU e das UPA habilitadas, mesmo que não geradores de pagamento, e estabelecem que a não alimentação do SIA/SUS por 3 (três) meses consecutivos implicará a suspensão do repasse de recursos de incentivo financeiro para custeio.

Ao deixar de adotar as providências para a suspensão do repasse de recursos de custeio a unidades que não informaram quaisquer atendimentos de saúde executados em um período de 6 meses, a diretora do DAE possibilitou a continuidade dos repasses a unidades que não comprovaram estar em devido funcionamento, o que no caso das Unidades do SAMU representa um prejuízo potencial de R$ 17 milhões, impactando significativamente a execução da Ação de Governo. Conforme o Decreto nº 7797/2012, compete ao Departamento de Atenção Especializada elaborar, coordenar e avaliar a política de urgência e emergência do SUS. Ainda, conforme a Portaria GM/MS nº 3965/2010, compete à Coordenação-Geral de Urgência e Emergência/DAE coordenar a implantação de mecanismos e instrumentos de acompanhamento da implementação e execução de programas da área de urgência e emergência do SUS.

2. Regular com ressalvas a gestão do(s) seguinte(s) responsável(is)

2.1. ***.681.476-**: Cargo: Diretor do Departamento de Atenção Básica no período de 01/01/2012 a 31/12/2012. Referência: Relatório de Auditoria número 201305858, item (1.2.2.1)

O Diretor do Departamento de Atenção Básica não adotou providências efetivas para sanar as falhas apontadas por ocasião das fiscalizações por meio de sorteios públicos de municípios, bem como não informou tempestivamente à CGU o resultado das medidas adotadas. Ao deixar de adotar as providências cabíveis diante de irregularidades envolvendo a utilização de recursos financeiros do Bloco da Atenção Básica, o gestor inviabilizou o ressarcimento dos recursos federais indevidamente empregados. Conforme o disposto no Decreto nº 7797/2012, compete ao Departamento de Atenção Básica desenvolver mecanismos de controle e avaliação das ações de atenção básica em saúde. Ainda, conforme a Portaria nº 3.965/2010, cabe à Coordenação-Geral de Acompanhamento e Avaliação da Atenção Básica/DAB desenvolver e propor mecanismos de controle dos recursos federais da atenção primária à saúde, articulados aos órgãos de controle externos e internos do SUS.

2.2. ***.817.926-**: Cargo: Diretora do Departamento de Regulação, Avaliação e Controle de Sistemas no período de 01/01/2012 a 31/12/2012. Referência: Relatório de Auditoria número 201305858, itens (1.3.2.1, 1.3.2.2)

A Diretora do Departamento de Regulação, Avaliação e Controle de Sistemas aprovou incrementos do limite financeiro do teto MAC de Estados e Municípios sem a devida verificação da existência de análise técnica quanto à pertinência da solicitação, ou ainda, em desacordo às análises técnicas efetuadas, evidenciando falhas relacionadas ao processo de concessão de recursos de Média e Alta Complexidade no tocante à motivação do atos administrativos. Em relação ao monitoramento da inserção de dados de produção das unidades de saúde custeadas com recursos federais nos sistemas informatizados do MS, a

Diretora do Departamento de Regulação, Avaliação e Controle de Sistemas não implementou rotinas de monitoramento da produção ambulatorial e hospitalar informada nos sistemas SIA e SIH por esses estabelecimentos de saúde, o que impossibilitou a identificação tempestiva das unidades que deveriam ser notificadas a comprovar o seu devido funcionamento. Conforme o Decreto nº 7797/2012, compete ao Departamento de Regulação, Avaliação e Controle de Sistemas monitorar e avaliar a assistência de média e alta complexidade quanto à capacidade operacional e potencial da rede instalada, à oferta de serviços de saúde e à execução dos recursos financeiros. Ainda, conforme a Portaria GM/MS nº 3965/2010, compete à Coordenação-Geral de Planejamento e Programação das Ações de Saúde/DRAC coordenar os mecanismos de acompanhamento dos tetos financeiros da assistência de média e alta complexidade a Estados, a Municípios e ao Distrito Federal.

2.3. ***.966.446-**: Cargo: Secretário de Atenção à Saúde no período de 01/01/2012 a 31/12/2012. Referência: Relatório de Auditoria número 201305858, itens (3.2.1.4, 2.1.1.1)

O Secretário de Atenção à Saúde não adotou medidas para garantir a atuação tempestiva e suficiente da comissão de acompanhamento e avaliação do contrato de gestão firmado entre o MS e a Associação das Pioneiras Sociais, a qual atua sob sua coordenação, conforme disposto na Portaria GM/MS nº 319/2001. Ao deixar de convocar as reuniões da referida comissão, o gestor possibilitou que o contrato de gestão, no valor de R$ 716.325.800,00, fosse executado sem supervisão durante o exercício de 2012. Ainda, o Secretário de Atenção à Saúde não implementou, no âmbito da SAS, rotinas efetivas de monitoramento e atendimento às recomendações emitidas pelos órgãos de controle a fim de minimizar os riscos associados aos atos de gestão, o que acarretou a persistência de falhas apontadas anteriormente em Relatórios de Auditoria encaminhados.

Esclareço que os demais agentes listados no art. 10 da IN TCU nº 63, constantes das folhas 13 a 20 do processo, que não foram explicitamente mencionados neste certificado têm, por parte deste órgão de controle interno, encaminhamento proposto pela regularidade da gestão, tendo em vista a não identificação de nexo de causalidade entre os fatos apontados e a conduta dos referidos agentes.

Brasília/DF, 29 de Julho de 2013.

_____________________________________________________________ WESLEY ALEXANDRE TAVARES

Coordenador-Geral de Auditoria da Área de Saúde