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34 Unidade C Funções Conceitos Básicos Matemática I IFRS CAMPUS RIO GRANDE - FURG

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34

Unidade C

Funções Conceitos Básicos

Matemática I IFRS CAMPUS RIO GRANDE - FURG

35

Funções

A função é um modo especial de relacionar grandezas. Por exemplo, como escrevemos

o deslocamento de um móvel em movimento retilíneo variado dependendo do tempo?

E se o móvel está em movimento retilíneo uniformemente variado? Como representar

o número de habitantes de uma cidade em função do tempo? E a quantidade de calor

transferido entre duas superfícies com temperaturas diferentes? Podemos

relacionar essas grandezas na forma de funções, o que nos permitirão traçar e

analisar gráficos, aprofundando o conhecimento sobre as grandezas que se

relacionam e como se relacionam. Estudaremos apenas as funções que relacionam

duas variáveis, geralmente usaremos x e y. Em que a variável x é chamada de

independente e y de dependente.

1. Definição de função.

Duas grandezas, x e y, em que x A e y B, A e B conjuntos não vazios, se relacionam como uma função se:

I – Todo x se relaciona com algum y B.

II – Cada x se relaciona com exatamente um y B.

O conjunto A chamamos de domínio da função, B contradomínio e se existir uma

expressão que relacione y a x, chamamos de lei da função.

Notação: f: A B

y = f(x)

1Exemplos: 1. Seja A o conjunto dos triângulos no plano e B o conjunto dos números reais. Se f relaciona o triângulo com a sua área,

f: A B é função? I – Todo triângulo tem área. II – Cada triângulo possui apenas UMA área. Essa área é um número real (B = ℝ). Logo é uma função!

2. Seja A o conjunto das mulheres e B o conjunto dos homens. Se f associa a mulher com quem possui relacionamento romântico,

f: A B é função? I – Nem toda mulher está num relacionamento romântico. Não satisfaz a primeira condição, não é função. II – Cada mulher pode ter mais de um relacionamento romântico. Não satisfaz a segunda condição, logo não é função. Basta não satisfazer algum dos critérios para não ser função. 3. Seja A o conjunto das pessoas e B o conjunto dos números naturais. Se f associa cada pessoa com sua idade em anos, f: A B é

uma função? I – Toda pessoa tem idade. Mesmo considerando o que as pessoas responderiam ao serem questionadas, apenas a parte inteira de suas idades, teríamos problemas com alguns elementos do conjunto A. Se considerarmos bebês, cujas idades são contadas em meses, não teríamos um número natural para associar a eles. Por exemplo, um bebê de seis meses, em anos sua idade seria 0,5, mas o conjunto B = ℕ. Nesse sentido nem todas as pessoas tem idade associada a um número natural. II – Cada pessoa possui apenas um número que representa a sua idade num momento definido. Logo esse exemplo não é função, pois falha o primeiro critério. Poderíamos torna-lo em uma função se apenas alterássemos o conjunto B para B = ℝ.

4. Seja A o conjunto das equações de segundo grau e B o conjunto dos números reais. Se f associa cada equação com suas soluções,

f: A B é uma função? I – Toda equação possui solução? Como B = ℝ , a resposta é não. Por exemplo, as equações x2 + 1 = 0 e x2 + 2 = 0 não possuiu soluções reais. Por isso esse exemplo, não é uma função. II – Cada equação possui UMA solução? A resposta também é não, pois além das equações sem soluções nos reais, há aquelas que possuem duas soluções, ou seja, um mesmo x estaria associado a dois valores de y. Como, por exemplo, a equação x2 – 6x = 0, com as soluções x = 0 e x = 6!

1 A parte complementar nessa unidade tem o objetivo de aprofundar os conceitos abordados.

Assim, os conteúdos não deixarão de ser cobrados, pois serão vistos em aula, embora não

tão aprofundado.

36

Observação:1 - O conjunto dos y B, tais que existem algum x relacionado a eles chama-se conjunto imagem. 2. Nosso objeto, nessa disciplina, é estudar funções

cujo domínio e contradomínio são conjuntos numéricos.

Exemplo: 1. Determine o conjunto imagem das funções entre os itens 1 a 4, anteriores?

Exemplo 1: Área de triângulos. Qualquer número real positivo está associado a área de algum triângulo. Por exemplo, existe

triângulos de área A = 2 , basta considerarmos um triângulo de base b = 22 e altura h = 1. Na verdade só não existem triângulos

com áreas negativas ou nulas. Logo Im = ℝ+∗ .

Exemplo 2: Não é função. Exemplo 3: Se considerarmos a adequação em que B = ℝ, então basta considerarmos que não existiriam idades negativas, até aqui

podemos considerar idades nulas, idades dos bebês no instante em que nascem, logo Im = ℝ+ . Exemplo 4: Não é função.

2. Considere A o conjunto das equações de segundo grau e B o conjunto dos números inteiros. Se f relaciona cada equação de

segundo grau com o número de soluções reais, f: A B é função? Caso afirmativo determine o conjunto imagem. Agora o exemplo se difere do exemplo 4 anterior. Agora cada equação está associada com o número de soluções que pode ter. Como a equação é de segundo grau sabemos que: pode não ter solução nos reais, podemos considerar que a equação possui zero soluções, pote ter uma solução, ou duas. Inclusive, sabemos o número de soluções de uma equação sem resolvê-la. Sabemos que

o número de soluções é zero se < 0, um se = 0 e duas se > 0. Cada equação possui apenas um desse tipo de . Logo, em qualquer caso: I – Toda equação possui um número inteiro de soluções. II – Cada equação tem definido apenas um número de soluções. Esse exemplo é uma função e Im = {0, 1, 2}.

3. Defina a função que relaciona a área de um quadrado com o seu lado. Determine

o conjunto imagem da função.

4. Defina a função que relaciona cada número real com o seu dobro. Determine o

conjunto imagem.

5. Defina a função que relaciona a ordenada com a abscissa dos pontos do plano

que pertencem à reta que passa pela origem e faz um ângulo de 45º com o sentido

positivo do eixo x. Determine o conjunto imagem da função.

37

2. Gráficos de funções.

Nesta disciplina estudaremos o gráfico de algumas funções especiais. Não

esboçaremos gráficos de outras funções. Aqui o objetivo é reconhecer o gráfico

de uma função e reconhecer quando temos gráficos que não são de funções. Também

poderemos definir domínio e imagem a partir do gráfico.

(a)

Domínio?

Imagem?

É função?

(b)

Domínio?

Imagem?

É função?

(c)

Domínio?

Imagem?

É função?

(d)

Domínio?

Imagem?

É função?

38

(e)

Domínio?

Imagem?

É função?

(f)

Domínio?

Imagem?

É função?

Observação: Passaremos a estudar funções específicas focando um maior número de

detalhes. Geralmente se nada for dito, assume-se que o domínio e contradomínio

da função são os reais.

3. Domínio de uma função.

Se conhecemos apenas a lei de uma função podemos definir o domínio da mesma,

pensando qual o maior subconjunto dos reais que torna a expressão uma função.

Lembramos aqui a definição de uma função, se para algum elemento do A não existir

elemento y associado a ele não existe função. De maneira geral excluímos do

conjunto dos números reais aqueles que seria impossível calcular y, sobrando

aqueles valores de x que estão relacionados a apenas um valor de y.

Exemplo: Defina o conjunto A, maior subconjunto dos reais, para que f seja função.

(a) f: A ℝ (b) f: A ℝ

xy x

1y

39

Se pensarmos em domínios como subconjuntos dos números reais só existem duas

restrições:

I – Divisão por zero;

II – Radicando negativo em raiz de índice par.

Podemos ter combinações dessas restrições.

Exemplo: Defina o conjunto A, maior subconjunto dos reais, para que f seja função.

(a) f: A ℝ (b) g: A ℝ

2xy 1²x

1y

(c) f: A ℝ (d) h: A ℝ

4x42xy

5x3

1y

(e) f: A ℝ (f) g: A ℝ

1x2²x

3xy

2x

1

1x

1y

Observação: Após estudar as funções básicas voltaremos a determinar domínios com

outras combinações destas restrições.

40

Unidade D

Funções Tipos básicos

Débora Bastos IFRS – CAMPUS RIO GRANDE FURG

41

4. Função afim.

É todo função que pode ser escrita na forma:

f: ℝ ℝ y = ax + b

Em que a e b são constantes reais.

Já estudamos esta função como a equação reduzida da reta. Sabemos o significado

de a, coeficiente angular e b, coeficiente linear. Para completar o estudo

desta função veremos: estudo do crescimento, raiz da função e o estudo do

sinal.

4.1. Estudo do Crescimento.

Estudar o crescimento de uma função é indicar os valores de x em que a função é

crescente, decrescente ou constante.

Estudo do crescimento da função f, cujo gráfico está

ao lado:

f crescente:

f decrescente:

Agora, se a função for afim, ela não terá mudança no comportamento, ou ela é

sempre crescente, sempre decrescente ou constante.

Função crescente Função constante Função decrescente

0 < < 90º = 0 90º < < 180º

tan > 0 tan = 0 tan < 0 a > 0 a = 0 a < 0

Resumindo:

a > 0 função afim crescente x ℝ

a = 0 função afim constante x ℝ

a < 0 função afim decrescente x ℝ

42

Exemplo: Determine o crescimento das funções afim, cujas leis são:

(a) 6x4

3y (b) 7xy

4.2 Raiz da função afim.

Em geral, raiz de uma função, é o valor de x em que y = 0. Assim se a função é

a afim:

y = ax + b ax + b = 0 a

bx

Não precisamos ter isso como uma fórmula. Apenas sabendo a definição de raiz,

chegamos na equação muito simples de resolver.

Exemplo: Determine a raiz das funções abaixo:

(a) f: ℝ-{2} ℝ (b) f: ℝ ℝ

2x

7x3y

y = 4x - 10

4.3. Estudo do sinal.

Estudar o sinal de uma função é indicar os

intervalos do domínio, ou seja, valores de x, em que

a função, ou seja, y, assume valores positivos,

negativos ou nulos. Observe o gráfico abaixo. As

regiões em rosa correspondem aos valores de x em que

o gráfico está acima do eixo ox, ou seja, y>0. As

regiões em azul correspondem aos valores de x em que

o gráfico está abaixo do eixo ox, ou seja, y < 0. E

os pontos estão no eixo ox, ou seja, y = 0.

Exemplo: Estudo do sinal da função do gráfico acima:

y > 0

y = 0

y < 0

Esquema simplificado do estudo do sinal: ___________________________

43

Se a função é afim, temos quatro possibilidades:

(a) a > 0 (b) a < 0

(c) a = 0 e b > 0 (d) a = 0 e b < 0

Exemplos: 1. Estude o sinal de cada função afim abaixo:

(a) y = 2x – 4 (b) y = 4 – 8x

2. Defina o conjunto A, maior subconjunto dos reais, para que f seja função.

(a) f: A ℝ

x3

1xy

44

(b) g: A ℝ

8x31x4y

3. Resolva as inequações abaixo, em ℝ:

(a) 2 < 2x – 6 < 10

1x36

5x4

(b)

5. Função Quadrática

É todo função que pode ser escrita na forma:

f: ℝ ℝ y = ax² + bx + c

Em que a, b e c são constantes reais e a 0, caso contrário a função seria afim.

Observação: A parte complementar abaixo não é obrigatória, mas é determinante

para compreensão da relação da concavidade com o sinal de a, leia e se tiver

dúvida procure atendimento.

45

1O gráfico de uma função quadrática é uma parábola com a concavidade para cima ou para baixo. Pela definição de parábola presente na unidade B, é o conjunto dos pontos no plano, cuja distância para a uma reta diretriz é a mesma que para um ponto fixo, chamado foco. A concavidade será para cima, ou para baixo se a reta diretriz for horizontal. Lembre-se que a reta de simetria, agora vertical é perpendicular a essa reta. Para relacionar a equação da cônica com a lei da função quadrática começaremos pelo caso mais simples: Concavidade para cima, vértice na origem V(0,0), foco no eixo oy F(0, p), diretriz horizontal d: y + p = 0. Em que p = d(V,F) = d(V,d).

22

22

10

pyp)(y0)(x

222 pypyx x2 + y2 -2px + p2 = y2 + 2py + p2

x2 + -2px = 2py x2 = 4py

Analogamente se a concavidade for para baixo vértice na origem V(0,0), foco no eixo oy F(0, -p), diretriz horizontal d: y - p = 0. Em

que p = d(V,F) = d(V,d). Chegaremos na equação: x2 = - 4py

E finalmente se, considerando uma translação da parábola em que vértice no ponto V(x0,y0), foco em F(x0,y0 p)2, diretriz horizontal

d: y = y0 p. Em que p = d(V,F) = d(V,d). Chegaremos na equação: (x-x0)2 = 4p(y-y0)

Para relacionarmos com a lei da função, primeiro isolaremos y:

y – y0 = 2

0xx

4p

1 y = 2

0xx

4p

1 + y0

Agora desenvolveremos o quadrado e usaremos a propriedade distributiva.

y = 0

2

0

2 yxx2xx4p

1 = 0

2

002 y4p

xx

2p

xx

4p

1

Agora comparando com a lei y = ax2 + bx + c, tem-se:

4p

1a Podemos concluir daqui que se a > 0 a concavidade é para cima e a < 0 para baixo, já que p é sempre positivo.

p2

xb 0 e 0

2

0 y4p

xc . O sinal de b e de c não se relaciona com a concavidade, pois dependendo do sinal de x0 em b, ou do valor

de y0 o sinal proveniente da concavidade se altera.

5.1. Raízes e intersecção com o eixo oy.

As raízes são os valores de x em que a função assume y = 0 e vemos esses pontos

no gráfico como intersecções com o eixo ox. Ou seja, para encontrarmos as raízes

de uma função quadrática, temos que resolver....

ax2 + bx + c = 0

A velha e boa Bhaskara!

Já que o gráfico é uma parábola, podemos ter no máximo duas raízes, pois uma

parábola intersecciona no máximo duas vezes o eixo ox, mas pode interseccionar

uma vez, ou nenhuma.

Duas raízes. Uma raiz. Nenhuma raiz.

1 As partes complementares nesta unidade servem para aqueles que querem aprofundar os

conhecimentos teóricos, por isso os assuntos em si não deixarão de ser cobrados, pois

serão trabalhados em aula. Recomenda-se a leitura. 2 Soma-se ou subtrai-se p conforme a concavidade da parábola seja para cima ou para baixo.

46

Intersecção com o eixo oy: Substituindo x = 0 na lei da função quadrática:

y = a.0² + b.0 + c y = c.

Na maioria dos casos, apenas com as raízes e a intersecção com o eixo oy

traçamos um bom esboço da função quadrática. Um ponto muito importante também é

o vértice, veremos adiante.

Exemplo: Esboce o gráfico da função quadrática: y = 2x² - 10x + 12.

5.2. Forma fatorada da função quadrática.

Pelo Teorema Fundamental da Álgebra (visto na disciplina de fundamentos), podemos

escrever a lei da função quadrática sendo conhecidos as raízes, x1 e x2, pois é

um polinômio de grau 2:

y = a(x – x1)(x – x2)

Exemplo: Determine a forma fatorada da lei da função quadrática:

(a) y = 2x² - 10x + 8

(b) y = 3x2 – 18x + 27

5.3. Vértice.

Para a função quadrática, o vértice é ponto de máximo ou

mínimo da função. A partir daí podemos determinar o conjunto

imagem da função e a reta de simetria da parábola.

5.3.1. Coordenadas do vértice: Pela reta de simetria,

percebemos que a abscissa do vértice é o ponto médio entre

as raízes da função. Sabemos da fórmula de Bhaskara, que as

raízes da função quadrática são:

a2

bx

1

e

a2

bx

2

Para definirmos a abscissa do vértice, façamos o ponto médio

das raízes:

2

a

b

2

a2

b2

2

a2

b

a2

b

xv

a2

bxv

Para encontrarmos a ordenada do vértice, substituímos xv na

equação da função quadrática:

a4

ac4²b2²bc

a2

²b

²a4

²bac

a2

bb

a2

bay

2

v

47

a4a4

²bac4yv

.

Logo o vértice tem coordenadas:

a4,

a2

bV

5.3.2. Equação da reta de simetria: A reta de simetria, ou reta focal, é vertical

passando pelo vértice logo: s: x – xv = 0.

5.3.3. Imagem da função quadrática: Se o vértice é o ponto de mínimo, todos os

y > yv estão relacionados com algum x do domínio, logo Im = [yv, + [ se a

concavidade for para cima. Se o vértice é o ponto de máximo, todos os y < yv

estão relacionados com algum x do domínio, logo Im = ]- , yv] se a concavidade

for para baixo.

Exemplo: Determine as coordenadas do vértice da função quadrática, o conjunto

imagem desta função e a equação do eixo de simetria do seu gráfico:

(a) cuja lei é y = 2x² – 10x + 12

(b) cuja lei é y = -3x² + 27x – 24.

5.4. Concavidade.

A parábola da esquerda (roxa) tem

concavidade para cima e a parábola da direita

(verde) tem concavidade para baixo. Como

diferenciar a concavidade conhecido a lei da

função quadrática y = ax² + bx + c?

Se relacionarmos a forma canônica da

parábola com a reta focal vertical

obtivemos: a = 4p

1 , em p é a distância do

vértice ao foco da parábola, ou do vértice

até a reta diretriz da parábola. Pela

definição p é sempre positivo, assim o sinal

positivo ou negativo depende diretamente da

concavidade da parábola.

Se a > 0, então o gráfico tem concavidade para cima.

Se a < 0, então o gráfico tem concavidade para baixo.

48

Exemplos: Indique a concavidade das parábolas, definidas pelas funções abaixo:

(a) f(x) = - 3(x – 1)(2 – x)

(b) s(t) = s0 + v0t + (a/2)t2 s0, v0, a são constantes.

5.5. Estudo do Crescimento.

Independente do número de raízes, o estudo do crescimento é

definido pela concavidade e o vértice do gráfico da função

quadrática.

Com a concavidade para cima, a > 0 e V (xv,yv) é ponto de mínimo,

tem-se:

f é crescente: x ]xv, + [

f é decrescente: x ] , xv[

Com a concavidade para baixo, a < 0 e V(xv,yv)

ponto de máximo, tem-se:

f é decrescente: x ]xv, + [

f é crescente: x ] , xv[

Exemplos: Faça o estudo do crescimento para as seguintes

funções:

(a) f(x) = x2 – 8x + 7

(b) f(x) = 10 + 8x – 2x2

49

5.6. Estudo do Sinal.

Para determinarmos os intervalos de x em que a função assume valores

positivos, negativos ou nulos, necessitamos saber a concavidade do gráfico e as

raízes da função. Com isso temos seis possibilidades.

a > 0 a < 0

Duas raízes. Duas raízes.

Esquema simplificado Esquema simplificado

do estudo do sinal: do estudo do sinal:

__________________ __________________

a > 0 a < 0

Uma raiz. Uma raiz.

Esquema simplificado Esquema simplificado

do estudo do sinal: do estudo do sinal:

__________________ __________________

a > 0 a < 0

Nenhuma raiz. Nenhuma raiz.

Esquema simplificado Esquema simplificado

do estudo do sinal: do estudo do sinal:

__________________ _____________________

Exemplos: 1. Estude o sinal de cada função afim abaixo, usando o esquema

simplificado:

(a) y = -x²+ 3x + 4

(b) y = x² + 2

50

2. Defina o conjunto A, maior subconjunto dos reais, para que f seja função.

(a) f: A ℝ

2x

6x5²xy

(b) g: A ℝ

4x3²x3xy

(c) h: A ℝ

16x²

3xx²y

51

3. Resolva as inequações abaixo, em ℝ:

03xx

96xx23

2

(a)

12x4x

13xx²

(b)

6. Função Composta

A ideia geral das funções compostas é aplicar duas funções consecutivamente.

Exemplo motivador: Seja f: ℝ-{1} ℝ* e g: [2,+[ [3, +[

1x

1f(x)

2xg(x) 3

Conseguimos definir uma função equivalente a aplicar g no resultado de f? Caso

afirmativo defina essa função, caso negativo justifique.

x ℝ-{1} f(x) ℝ* g(f(x)) se f(x) [2, +[

x = 2

3 f

2

3 = y = g(f

2

3) =

x = 3

4 f

3

4 = y = g(f

3

4) =

x = 7

8 f

7

8 = y = g(f

7

8) =

x = 0 f(0) = y = g(f(0))=

52

Se para algum x D(f) não existir y = g(f(x)), g(f(x)) não é função, pois falha o primeiro critério, logo não existe a função composta na ordem solicitada.

Conseguimos definir uma função equivalente a aplicar f no resultado de g? Caso

afirmativo defina essa função, caso negativo justifique.

x [2, +[ g(x) [3,+[ f(g(x)) se g(x) ℝ-{1}

x = 38 g(38) = y = f(g(38)) =

x = 27 g(27) = y = f(g(27)) =

x = 18 g(18) = y = f(g(18)) =

x = 11 g(11) = y = f(g(11)) =

Como g (x) [3,+[ e [3,+[ ℝ-{1}, sempre conseguimos calcular f(g(x)).

x [ 2, + [ e y ℝ*

fog: [ 2, + [ ℝ* f(g(x)) =

Generalizando: Considere f: A B e g: C D. y= f(x) y= g(x) Para podermos aplicar a função f primeiro, e no seu resultado a função g, o conjunto B deve estar contido no conjunto C, pois caso

contrário, existirá x A que não possua y D relacionado a ele. f g

A B C D g(f(x))= gof(x) gof: A D y = g(f(x)) Para podermos aplicar a função g primeiro, e no seu resultado a função f, o conjunto D deve estar contido no conjunto A, pois caso

contrário, existirá x C que não possua y B relacionado a ele. g f

C D A B f(g(x))= fog(x) fog: C B y = f(g(x))

53

De modo geral para aplicarmos duas funções consecutivamente a condição de

existência da composta destas funções: O CONTRADOMÍNIO DA PRIMEIRA FUNÇÃO

APLICADA DEVE ESTAR CONTIDO NO DOMÍNIO DA SEGUNDA.

Exemplo: Verifique a existência das funções compostas fog e gof, no caso

afirmativo determine também a lei da função composta.

(a) f: ℝ ℝ g: ℝ ℝ y = x + 5 y = x²-3x+2

(b) f: ℝ [2,+[ g: [2,+[ ℝ+

y = x² + 2 2xy

54

2. Dada a função fog:ℝ −

2

3 ℝ∗

tal que f(x) = 2x – 1 e a função f: ℝ −{3}ℝ*

tal que f(x) = 3x

1

determine a função g.

3. Dada a função f0g: ℝ+∗ ℝ+

∗ tal que x2

1g(x)f0

e a função g: ℝ+ ℝ+ tal que

xg(x) , determine a função f.

7. Função inversa.

Uma função faz uma transformação na variável do domínio. Por exemplo, uma função

transforma um número no seu cubo e soma uma unidade define a função:

1xf(x)

:f

3

De modo intuitivo, se uma função é inversa da outra, o que uma “faz” a outra

“desfaz”. Essa relação deve ser recíproca, ou seja, se uma é inversa da outra,

a outra é inversa da uma, inversas entre si.

Seja f: A B. Dizemos que a função f possui inversa e é g: B A,

y=f(x) y= g(x)

se para todo par ordenado (a,b) f, ou seja, b=f(a); tem-se (b,a) g, ou seja, a = g(b) e g, com isso, ser uma função.

y x

(a , b) f (b , a) g x y

Pela definição, é consequência direta o fato de o domínio de uma ser imagem da

outra e a imagem da outra ser domínio da uma.

55

f: ℝ ℝ g: ℝ ℝ

y = 2x y = 2

x

(1,2) f (2,1) g

(3,6) f (6,3) g

1,

2

1 f

2

1,1 g

...

Ambas são funções, os gráficos de ambas são retas. Podemos dizer que f e g são

inversas entre si, ou g = f-1. Os gráficos são simétricos em relação à reta y=x.

Até a lei faz uma alusão ao inverso: a operação inversa de multiplicar por 2 é

dividir por 2. Infelizmente a maioria das funções não são tão simples para

enxergarmos esta correlação.

O gráfico de funções inversas possuem simetria em relação à reta y = x. Enxergamos

a simetria se “dobrarmos” o gráfico na reta y = x os gráficos da função f e g se

sobrepõe.

h: ℝ ℝ g: ℝ ℝ y = x² x = y²

(2,4) h (4,2) g

(3,9) h (9,3) g

4

1,

2

1 h

2

1,

4

1 g

...

Só que neste caso, g não é

função!!!

h é função, g satisfaz o critério

da operação inversa, mas g não é

função, então não podemos dizer que

g É FUNÇÃO INVERSA de h. Isso pelo

fato de na função h existir y’s

relacionados a dois valores de x, por exemplo, (-1,1) h e (1,1) h. Assim

como invertendo a ordem os pares ordenados pertenceriam à inversa (1, -1) g e

(1,1) g, ou seja, um x está relacionado com dois valores de y diferentes, logo não satisfaz o segundo critério de função.

Concluímos que para existir inversa de uma função, esta função deve ter para cada

y apenas um valor de x.

Em consequência da definição, se f e g são funções inversas entre si, temos:

fog: B B e gof: A A

y=fog(x)=x y= gof(x)=x

Seja (a,b) f, ou seja, b = f(a). Se g é a inversa de f, então (b,a) g, ou seja, a = g(b). Note que fog(b) = f(g(b))=f(a)=b, ou seja, para qualquer que seja b, fog(b) = b. Note ainda gof(a) = g(f(a))=g(b)=a, ou seja, para qualquer a, gof(a)=a. Trocando variáveis chegamos à lei das compostas.

56

Exemplo: 1. Verifique se as funções abaixo são inversas entre si:

(a) f: ℝ ℝ g: ℝ ℝ

3

x21y

2

1x3y

(b) f: [1,+[ ℝ+ g: ℝ+ [1,+[

1xy 1²xy

2. Verifique a existência da função inversa de f, apenas baseado em seu gráfico.

Se existir, esboce seu gráfico e determine domínio e imagem.

(a) (b)

57

(d) (e)

3. Determine a função inversa das funções abaixo, se existirem.

(a) f: [-2,+[ [2,+[

x22y

(b) g: ℝ-{2} ℝ-

2

1

4x2

1xy

58

(c) h: ℝ ℝ+

y = |x-1|

8. Exercícios.

1- Determine o maior subconjunto dos reais que torna as expressões abaixo em

funções:

a 4x)x(f

lRA:f

b

1x2

3x2)x(g

lRA:g

c x212x)x(h

lRA:h

d

1²x

3xx)x(g

lRA:g

24

2- Determine o domínio de cada gráfico abaixo. Analise se os gráficos abaixo ;são

referentes a funções, considerando o seu domínio. Justifique sua resposta. No

caso de função determine o conjunto imagem.

a b

59

c d

3 Responda:

a. Uma função afim pode não ter raiz? Em que situação?

b. O gráfico de uma função afim é uma reta. E toda reta pode ser definida como

uma função afim?

4 Resolva as inequações abaixo, em ℝ:

a.

b.

c.

d.

e.

f.

g.

h.

9. Exercícios.

Esboce o gráfico das funções f:ℝ ℝ abaixo, determinando as raízes, o vértice, a

intersecção com eixo oy e a concavidade da função.

1- y=x²-2x+4

2- y=3x-x²

3- y=2x²-10x+7

4- y=4x-x²

Resolva, em ℝ, as inequações abaixo:

5- (2x-3)(x²-7x+10) < 0 6- 20x-4x²-25 < 0

7- 0 < x² - 3x + 2 < 6 8- (1-4x²)(2x²+3x) > 0

9- (x²-2x+8)(x²-5x+6) < 0

02x3²x2

5x²x4

10- 0

2x3²x2

x32

11-

01x

x

1x

x

12- 1x

2x

3x

13-

60

10. Exercícios.

Determine as funções compostas fog ou gof, se existirem:

1x3)x(f

lRlR:f

1- e

1x3)x(f

lRlR:f

³x)x(f

lRlR:f

2- e

3x)x(g

lRlR:g

2

1x

x)x(f

1lR1lR:f

3- e

1x)x(g

lR,1:g

4 1x)x(f

lR,1:f

4- e

1x)x(g

,1lR:g

6

5- Sejam as funções reais f(x) = 3x – 5 e fog(x) = x2 – 3. Determine a lei da

função g.

6- Sejam as funções reais g(x) = 3x – 2 e fog(x) = 9x2 – 3x + 1. Determine a lei

da função f.

Determine a função inversa de cada função abaixo. Em caso negativo, justifique:

1xy

lRlR:f

5

7-

1x3y

lRlR:g

8-

x

2x4y

4lR*lR:f

9-

3x

3xy

1lR3lR:h

10- 3

2x4y

lRlR:g

11-

34xxy

lRlR:f

12-

Verifique se existe a função inversa das funções representadas pelos gráficos abaixo.

Em caso afirmativo, esboce o gráfico da inversa, em caso negativo, justifique:

13- 14- 15-

16- 17- 18-

11. Respostas dos exercícios item 8.

1-

(a) A = [4,+[

61

(b) A =

,

2

1

2

1,

2

3

(c) A =

2

1,2

(d) A = ℝ

2-

(a) A = ℝ. É função, porque qualquer reta vertical interseciona o gráfico apenas

uma vez, satisfazendo a definição de função. Im = ]0,+[.

(b) A = [6,6[. É função, porque qualquer reta vertical em A intersecciona o

gráfico apenas uma vez, satisfazendo a definição de função. Im=[4,7[.

(c) A = ℝ. Não, há três intersecções com o eixo oy, ou seja, para x = 0 existem três valores de y relacionado a ele.

(d) A = ℝ - {1}. É função, porque qualquer reta vertical em A intersecciona o

gráfico apenas uma vez, satisfazendo a definição de função. Im= ℝ.

3-

(a) Sim, no caso em que a = 0 (reta horizontal).

(b) Não, uma reta vertical não é função.

4-

(a)

3

1,S (b)

,

5

31,S (c)

,22

5,S

(d)

,6

3

4,

3

2S (e)

,

2

12,S (f)

,

2

3

3

2,S

(g) ,1S (h)

,32,

2

31,S

12. Respostas dos Exercícios item 9.

1- 2- 3- 4-

5,22

3,S

5-

6-

2

5lRS

7- 4,21,1S

62

8-

2

1,0

2

1,

2

3S

9- S = [2,3]

10-

,21,

2

1

4

5,S

11-

,

3

2

2

1,2S

12- 1,01,S

13- ,2S

13. Respostas dos exercícios do item 10.

1- ∄ gof e

x

3xy

lR*lR:fog

2-642 xx9x2727y

lRlR:fog

e

6x3y

lRlR:gof

3- ∄ gof e ∄ fog 4 - -

11xy

,1,1:gof

3

e

3xy

lRlR:fog

5 – g(x) = 3

2x2

6 – g(x) = x2 + 3x + 3.

7 - 55

1

1xy

lRlR:f

8-

3

1xy

lRlR:g 1

9-

4x

2y

lR4lR:f *1

10-

1x

3x3y

3lR1lR:h 1

11-

4

2xy

lRlR:g3

1

12- Não existe a inversa, pois para f, por exemplo, y=0, está relacionado com x= 0 e x

= -1. (0,0) f e (-1,0) f, ou seja, (0,0) f-1 e (0,-1) f-1, para f-1 temos dois y para o mesmo x, logo não é função.

13 a 15 e 18- Não existe, pois há mais de um x para o

mesmo y, assim na inversa teria mais de um y para o

mesmo x, não sendo função.

16- Existe, e o gráfico é idêntico. 17- Existe, gráfico ao lado em vermelho.