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UNIDADE DIDÁTICA
01. Ficha para identificação da Produção Didático-Pedagógica
Título: O gênero textual Crônica: uma proposta pedagógica para o
desenvolvimento de práticas de leitura.
Autor Tânia Regina Ferrari Bissi
Disciplina/Área Língua Portuguesa – Ensino e aprendizagem
de leitura.
Escola de Implementação do
projeto e sua localização
Colégio Estadual Igléa Grollmann – Ensino
Fundamental e Médio. Localizado à Rua
Prudente de Morais, 175 – Zona 01.
Município da escola Cianorte
Núcleo Regional de Educação Cianorte
Professor orientador Prof. Dr. Álvaro David Hwang
Instituição de ensino superior Universidade Estadual de Maringá – UEM
Relação Interdisciplinar
Resumo
Esta Unidade Didática apresenta uma proposta pedagógica para o desenvolvimento de práticas de leitura pautadas nos gêneros discursivos. A proposta é desenvolver, com alunos do Ensino Médio, um projeto de Intervenção Pedagógica que contemple o gênero textual crônica, uma vez que esse gênero é de fácil acesso nas mídias e sua presença nos livros didáticos é sempre constante. Com uma linguagem próxima da conversação, a crônica faz refletir sobre fatos do cotidiano, informando, divertindo, provocando e incentivando o interesse pelo texto escrito.
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O desenvolvimento dessa unidade terá, como encaminhamento metodológico, a organização de oficinas que promovam a leitura e análise de crônicas, de maneira que, além de caracterizar a crônica como gênero textual, desperte nos alunos o interesse pela leitura, orientando-os também para compreender textos através de estratégias de compreensão leitora. Tais estratégias apresentam-se como recursos pedagógicos que podem colaborar com as atividades de ensino-aprendizagem de leitura, com a finalidade de torná-las mais produtivas.
Palavras-chave Crônicas; Leitura; Estratégias.
Formato do material didático Unidade Didática
Público alvo Alunos do Ensino Médio
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02. Apresentação
Atualmente, muito se discute sobre a problemática da Educação Básica e, em
particular, sobre o baixo nível de compreensão e a falta de interesse pela leitura
entre os alunos do Ensino Médio. Sabe-se que o domínio da leitura está muito além
da codificação das palavras ou da simples interpretação. A compreensão da leitura é
a base para a construção do saber como prática social.
Para que a leitura se configure como prática social efetiva, é preciso que o
aluno seja capaz de refletir diante do que está sendo lido, consiga assimilar a
mensagem que essas palavras transmitem, saiba posicionar-se diante delas e emitir
ideias e críticas a respeito do que lê. Um processo de ensino-aprendizagem que
considere a leitura como prática social, busca a interação entre a produção de
significado do texto e a atribuição do sentido que se dá nessa compreensão.
Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná (2008),
compreende-se a leitura como um ato dialógico e interlocutivo. Diante dessa
compreensão, torna-se necessária uma nova postura em relação às práticas de
ensino da leitura. Assim, a escola deve proporcionar condições para que os alunos
tenham acesso a textos dos mais diferentes gêneros e que estes contribuam para
uma prática de leitura que permita conhecer, refletir e atuar sobre a realidade.
Sendo assim, o trabalho com o gênero é necessário e pertinente na escola,
tendo em vista que para o desenvolvimento de uma proposta pedagógica que
colabore com o ensino-aprendizagem de leitura, é essencial que o aluno reconheça
o gênero lido, compreenda os recursos utilizados na sua produção, seu sentido e
expressão. Esse procedimento pode possibilitar uma ação-reflexão sobre o caráter
dialógico da linguagem, fator significativo na formação do aluno leitor.
A partir desse pressuposto, propomos uma unidade didática que tem como
objetivo a pratica da leitura do gênero textual crônica.
A palavra crônica, em sua origem, está associada à palavra grega Khrónos,
que significa tempo, e à palavra latina Chronica, que significa relato de
acontecimento em ordem cronológica. O significado principal que determina esse
tipo de texto é exatamente o conceito de tempo. Nesse sentido, a crônica é uma
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narração de um ou mais acontecimentos organizados em um determinado tempo. É
um gênero textual que existe desde a Antiguidade e vem se transformando ao longo
do tempo, sendo sempre o relato de acontecimentos do cotidiano. Do registro da
história em ordem cronológica, passando por registros da vida social, política e
literária, a crônica tem como principal objetivo mostrar fatos contemporâneos e a
singularidade dos acontecimentos da vida das pessoas. Ao apresentar linguagem
próxima da conversação, faz refletir sobre fatos do cotidiano, informando e
divertindo. Partindo dessa analise, é fácil entender como a crônica consegue chegar
com mais facilidade às pessoas, provocando no leitor o interesse pelo texto escrito.
O trabalho com a leitura de crônicas, pode colaborar, assim, para um dos principais
objetivos do ensino, que é conduzir o aluno à pratica de leituras críticas,
conscientes, prazerosas e competentes.
Com base no exposto acima e visando a formação de alunos leitores a partir
do gênero crônica, é necessário despertar nos alunos o interesse pelo ato de ler e
orientá-los a apreciar e compreender os mais variados gêneros textuais com os
quais mantêm contato ao longo de suas vidas.
Neste trabalho será desenvolvida uma unidade didática composta por
oficinas. Dessa forma, os alunos do ensino médio terão a oportunidade de
desenvolver procedimentos de leitura através de estratégias leitoras, utilizando a
crônica como gênero de referência.
03. Objetivos
3.1 Objetivo Geral
Promover uma prática pedagógica que contribua para que os alunos realizem
diferentes formas de leitura e desperte neles o gosto pela leitura, de modo que o ato
de ler seja uma forma de compreender o mundo para nele atuar como cidadãos
conscientes, participativos e sujeitos de sua própria história.
3.2 Objetivos Específicos
conhecer melhor o gênero crônica;
propiciar a leitura de diferentes tipos de crônicas;
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encaminhar discussões e reflexões sobre o assunto e as intenções das
crônicas lidas;
motivar os alunos a se posicionar diante de um texto;
estimular o interesse por leituras de outros gêneros textuais;
incentivar o hábito regular de leitura;
promover a pesquisa de outras crônicas.
4.0 Atividades
4.1 Oficina 01
Esta oficina terá com objetivo analisar o conhecimento prévio dos educandos
quanto ao gênero textual crônica. Portanto, o encaminhamento pedagógico será
através da discussão oral, fazendo levantamento de hipóteses, provocando um
debate em sala de aula, baseado nas seguintes questões:
Você sabe o que é uma crônica?
Se não sabe exatamente, já ouviu falar em crônica? Tem ideia do que seja?
Você já leu alguma crônica? Qual?
Onde teve a oportunidade de ler crônica(s)?
Lembra-se quem escreveu?
Onde a crônica estava escrita?
Lembra-se de qual era o assunto da(s) crônica(s)?
Com base nas características do texto, saberia dizer o que é uma crônica?
Você recomendaria a leitura de crônicas para alguém?
O que você acredita que se pode aprender com a leitura de crônicas?
4.2 Oficina 02
Esta oficina terá, como objetivo, apresentar o gênero crônica, através de
definições e exemplificações.
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A. Definição de Crônica
A palavra crônica, em sua origem, está associada à palavra grega Khrónos,
que significa tempo, e à palavra latina Chronica, que significa relato de
acontecimento em ordem cronológica. O significado principal que determina esse
tipo de texto é exatamente o conceito de tempo.
A crônica é um dos mais antigos gêneros jornalísticos. No Brasil, surgiu por
volta do século XIX, com a expansão dos jornais no país. Nessa época, importantes
escritores, como José de Alencar e Machado de Assis, começam a usar as crônicas
para registrar de modo ora mais literário, ora mais jornalístico, os fatos corriqueiros
de seu tempo.
É interessante observar que as primeiras crônicas brasileiras são dirigidas às
mulheres e publicadas como folhetins, em geral na parte inferior da página de um
jornal.
É até possível que a crônica tenha nascido de conversa entre duas vizinhas a
respeito do calor, como Machado de Assis imaginou.
Os primeiros cronistas eram como historiadores e faziam um registro de
eventos, relatando acontecimentos históricos em ordem cronológica.
A crônica jornalística dirige-se a um público bem mais amplo do que as
crônicas de natureza históricas e apresenta temas mais variados. Machado de Assis
chamou-a de “fusão do útil com o fútil”, ou seja do sério com o frívolo.
As décadas de 1940 e 1950 ficaram conhecidas como os “anos dourados”
desse gênero. Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Rubem Braga, Otto Lara
Rezende, Sérgio Porto, Nelson Rodrigues, Vinicius de Moraes, Raquel de Queiros,
Millôr Fernandes e muitos outros formaram um time seleto de cronistas que fizeram
história e são referência até hoje com sua prosa coloquial.
B. Vamos saber um pouco sobre Machado de Assis e, em seguida, uma crônica
de sua autoria, na qual ele procura explicar como as crônicas teriam surgido.
Joaquim Maria Machado de Assis
Rio de Janeiro (RJ), 21/6/1839 – Rio de Janeiro (RJ), 29/9/1908
Para esta oficina será necessária a utilização de data show, para apresentação a seguir:
7
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Machado_de_assis acesso em: 01 out.2012
Filho de um pintor de paredes mulato e de uma lavadeira, Joaquim Maria
Machado de Assis nasceu pobre, no subúrbio carioca, e tornou-se o mais importante
dos escritores brasileiros. Publicou poemas, crônicas, contos e romances em
capítulos, nos jornais para os quais trabalhou. A vivência nos jornais transformou o
garoto de subúrbio num homem da cidade. O grande tema de toda a sua obra foi
justamente a vida na cidade (no caso, o Rio de Janeiro, na época capital política e
cultural do Brasil), as reflexões sobre seu dia a dia e sobre a alma de seus
moradores. Um verdadeiro historiador cotidiano!
Todos os acontecimentos da cidade mereciam seus escritos: espetáculos
artísticos, fatos econômicos, relações afetivas, sociais – tudo era registrado por sua
pena. Os acontecimentos em si, na verdade, não foram o cerne de seus textos. O
que importava era a reflexão profunda que os acontecimentos suscitavam em
Machado e o modo como ele conseguia passá-la para os leitores. As crônicas de
Machado, escritas ao longo de quarenta anos, são sempre atuais. Muitas delas
serviram como espaço de denúncia da escravidão e de outras graves questões da
época. Embora os conteúdos políticos e sociais estivessem sempre presentes em
seus escritos, Machado não lhes dava um tom trágico, como faziam muitos autores
seus contemporâneos. Ele refletia sobre esses acontecimentos históricos e
provocava os leitores com uma “arma” literária eficaz, que manejava muito bem: a
ironia.
Embora sua obra fosse reconhecida pelos jornais, editoras de livros e seu
público, Machado não conseguia viver de seus escritos. Foi funcionário público,
como muitos autores radicados no Rio de Janeiro daquela época. Como capital
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política do país num tempo em que muitos empregos públicos eram de natureza
burocrática, de “meio expediente”, a estrutura do funcionalismo público permitia que
os escritores ocupassem parte de seu tempo na produção literária. No caso de
Machado, somente no fim da vida os recursos provenientes de sua obra tornaram-se
suficientes para provê-lo.
O nascimento da crônica
Machado de Assis
Há um meio certo de começar a crônica por uma trivialidade. É dizer: Que
calor! Que desenfreado calor! Diz-se isto, agitando as pontas do lenço, bufando
como um touro, ou simplesmente sacudindo a sobrecasaca. Resvala-se do calor aos
fenômenos atmosféricos, fazem-se algumas conjeturas acerca do sol e da lua,
outras sobre a febre amarela, manda-se um suspiro a Petrópolis, e La glace est
rompue; está começada a crônica.
Mas, leitor amigo, esse meio é mais velho ainda do que as crônicas, que
apenas datam de Esdras. Antes de Esdras, antes de Moisés, antes de Abraão,
Isaque e Jacó, antes mesmo de Noé, houve calor e crônicas. No paraíso é provável,
é certo que o calor era mediano, e não é prova do contrário o fato de Adão andar nu.
Adão andava nu por duas razões, uma capital e outra provincial. A primeira é que
não havia alfaiates, não havia sequer casimiras; a segunda é que, ainda havendo-
os, Adão andava baldo ao naipe. Digo que esta razão é provincial, porque as nossas
províncias estão nas circunstâncias do primeiro homem.
Quando a fatal curiosidade de Eva fez-lhes perder o paraíso, cessou, com essa
degradação, a vantagem de uma temperatura igual e agradável. Nasceu o calor e o
inverno; vieram as neves, os tufões, as secas, todo o cortejo de males, distribuídos
pelos doze meses do ano.
Não posso dizer positivamente em que ano nasceu a crônica; mas há toda a
probabilidade de crer que foi coetânea das primeiras duas vizinhas. Essas vizinhas,
entre o jantar e a merenda, sentaram-se à porta, para debicar os sucessos do dia.
Provavelmente começaram a lastimar-se do calor. Um dia que não pudera comer ao
jantar, outra que tinha a camisa mais ensopando que as ervas que comera. Passar
das ervas às plantações do morador fronteiro, e logo às tropelias amatórias do dito
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morador, e ao resto, era a coisa mais fácil, natural e possível do mundo. Eis a
origem da crônica.
Que eu, sabedor ou conjeturador de tão alta prosápia, queira repetir o meio
de que lançaram mãos as duas avós do cronista, é realmente cometer uma
trivialidade; e contudo, leitor, seria difícil falar desta quinzena sem dar à canícula o
lugar de honra que lhe compete. Seria; mas eu dispensarei esse meio quase tão
velho como o mundo, para somente dizer que a verdade mais incontestável que
achei debaixo do sol é que ninguém se deve queixar, porque cada pessoa é sempre
mais feliz do que outra.
Não afirmo sem prova.
Fui há dias a um cemitério, a um enterro, logo de manhã, num dia ardente
como todos os diabos e suas respectivas habitações. Em volta de mim ouvia o
estribilho geral: que calor! Que sol! É de rachar passarinho! É de fazer um homem
doido!
Íamos em carros! Apeamo-nos à porta do cemitério e caminhamos um longo
pedaço. O sol das onze horas batia de chapa em todos nós; mas sem tirarmos os
chapéus, abríamos os de sol e seguíamos a suar até o lugar onde devia verificar-se
o enterramento. Naquele lugar esbarramos com seis ou oito homens ocupados em
abrir covas: estavam de cabeça descoberta, a erguer e fazer cair a enxada. Nós
enterramos o morto, voltamos nos carros, e daí às nossas casas ou repartições. E
eles? Lá os achamos, lá os deixamos, ao sol, de cabeça descoberta, a trabalhar
com a enxada. Se o sol nos fazia mal, que não faria àqueles pobres-diabos, durante
todas as horas quentes do dia?
O texto acima foi publicado no livro "Crônicas Escolhidas”, Editora Ática – São Paulo, 1994, pág. 13, e extraído do livro "As Cem Melhores Crônicas Brasileiras", Editora Objetiva - Rio de Janeiro, 2007, pág. 27, organização e introdução de Joaquim Ferreira dos Santos
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C. Definição de Gênero Textual e Características da Crônica
Os gêneros textuais são textos que encontramos em nossa vida diária e que
apresentam características sóciocomumicativas que se organizam em situações
estáveis, históricas e socialmente situadas. A formação de um gênero textual é
influenciada pela função, pelo público a alcançar, pela mensagem a transmitir e pelo
contexto. Exemplos: carta pessoal, carta comercial, bilhete, diário, resenha,
entrevista, artigo, instruções de uso, e-mail, telefonema, anúncios, convites entre
outros. Nos estudos da literatura encontramos com exemplo de gênero textual: a
poesia, contos, prosas e crônicas.
A crônica é um gênero textual. Ela ocupa o espaço de entretenimento, uma
reflexão mais leve. Nas revistas, por exemplo, em geral é estampada na última
página. Os cronistas buscam emocionar, convidando seus leitores a refletir, de modo
sutil, sobre situações do cotidiano, por meio de olhares irônicos, sérios ou poéticos,
mas sempre atentos.
Algumas características ganham destaques dentre outras:
Textos curtos;
Ironia;
Glossário
Trivialidade: qualidde do que é
corriqueiro.
La glace est rompue: o gelo se
quebrou, está rompido; frase da
língua francesa.
Casimira: tecido encorpado de lã.
Baldo ao naipe: completamente
nu.
Coetânea: contemporânea.
Tropelias amatórias:
brincadeiras de amor.
Prosápia: linhagem.
Canícula: grande calor
atmosférico.
Apear: descer da montaria ou de
um veículo.
Sobrecasaca: casaco masculino
muito elegante que atingia a altura
dos joelhos, pouco usado
atualmente.
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Humor;
Critica indireta;
Fatos do cotidiano.
D. Quadro explicativo dos tipos de crônicas e suas principais características:
Crônica
Comentário
Cercando-se de impressões criticas, com ironia, sarcasmo ou
humor, a crônica comentário resulta num texto cujo o ponto forte
são as interpretações do autor sobre um determinado assunto,
numa visão quase jornalística. Fragmento da crônica A mãe e o
pêssego, de Carlos Heitor Cony: "Perdi o emprego. A partir de
amanhã, nossa vida será diferente. Para manter o essencial,
teremos de cortar o supérfluo".
Disponível em: http://espacoecletico.blogspot.com.br/2009/11/cronica-comentario-mae-e-o-pessego.html
Acesso em: 19 nov. 2012 Crônica de
Humor
Apresenta uma visão irônica ou cômica dos fatos em forma de
um comentário ou de um relato curto. Fragmento da crônica O
segredo, de Luis Fernando Verissímo: “Minha mulher e eu temos
o segredo para fazer um casamento durar: duas vezes por
semana, vamos a um ótimo restaurante, com uma comida
gostosa, uma boa bebida e um bom companheirismo. Ela vai às
terças-feiras e eu, às quintas”.
Disponível em: http://pensador.uol.com.br/cronicas_engracadas/ Acesso em: 19 nov. 2012
Crônica
Descritiva
Ocorre quando uma crônica explora a caracterização de seres
animados e inanimados, num espaço vivo, como numa pintura.
Fragmento da crônica O mato, de Rubem Alves: “Veio o vento
frio, e depois o temporal noturno, e depois da lenta chuva que
passou toda a manhã caindo e ainda voltou algumas vezes
durante o dia, a cidade entardeceu em brumas”.
Disponível em: http://www.coladaweb.com/redacao/cronica Acesso em: 19 nov. 2012
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Crônica
Dissertativa
Opinião explícita, com argumentos mais "sentimentalistas" do
que "racionais". Fragmento da crônica Papo Dispersivo Sobre a
Paixão, de Arthur da Távola: “Os ‘grandes amores’ da literatura
são grandes, não por serem amores, mas por serem
impossíveis. Já os grandes amores da vida real só quem sente é
que sabe”.
Disponível em: http://onlyuntilibreath.blogspot.com.br/2011/05/cronica-dissertativa-sobre-paixao.html
Acesso em: 19 nov. 2012
Crônica Ensaio Apesar de ser escrita em linguagem literária; ter um espírito
humorístico e valer-se, inclusive, da ficção; esse tipo de crônica
apresenta uma visão abertamente crítica da realidade cultural e
ideológica de sua época. Fragmento da crônica Em Marcha à Ré
da Dora Kramer, “O ato do governador acusado, e que disputa
agora a reeleição, de mandar a Polícia Militar apreender a
partida da revista Veja no aeroporto, antes da distribuição às
bancas de Palmas, caracteriza, entre outros crimes, o de uso da
máquina pública em proveito individual”.
Disponível em:http://professormedeiros.blogspot.com.br/2010/09/cronicaensaio-dora-
kramer.html Acesso em: 19 nov. 2012
Crônica
Histórica
É a crônica baseada em fatos reais ou fatos históricos.
Fragmento da crônica México 70', de Armando Nogueira: “Mas,
felizmente, a cautela e o sangue-frio vencem sempre: venceram,
com o Brasil, o Mundial de 70, e venceram, também, na hora em
que o desvario pretendia deixar Tostão completamente nu aos
olhos de cem mil espectadores e de setecentos milhões de
telespectadores do mundo inteiro”.
Disponível em : http://aureliojornalismo.blogspot.com.br/2010/04/mexico-70-uma-cronica-historica-do.html
Acesso em: 19 nov. 2012
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Crônica
Jornalística
É a crônica que apresenta aspectos particulares de notícias ou
fatos. Pode ser policial, esportiva ou política. Fragmento da
crônica A luta e a lição, de Carlos Heitor Conny: “Um brasileiro
de 38 anos, Vítor Negrete, morreu no Tibete após escalar pela
segunda vez o ponto culminante do planeta, o monte Everest. Da
primeira, usou o reforço de um cilindro de oxigênio para suportar
a altura. Na segunda (e última), dispensou o cilindro, devido ao
seu estado geral, que era considerado ótimo”.
Disponível nem : http://terceirosemestre.wordpress.com/2008/02/01/2-
exemplos-de-cronicas/ Acesso em: 19 nov. 2012
Crônica Lírica Linguagem poética e metafórica. Expressa o estado de espírito,
as emoções do cronista diante de um fato, de uma pessoa ou
fenômeno. Fragmento da crônica Apelo, de Dalton Trevisan:
“Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa.
Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar
tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por
uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por
engano, a imagem de relance no espelho”.
Disponível em: http://www.coladaweb.com/redacao/cronica
Acesso em: 19 nov. 2012
Crônica
Metafísica
Constitui-se de reflexos filosóficos sobre a vida humana.
Fragmento da crônica Mundo e Espetáculo, de autor
desconhecido: “Todo ser moral é um ser racional, e é irracional
contemplar passivamente uma injustiça que esteja ocorrendo e
possa ser evitada”.
Disponível em: http://profshowman.blogspot.com.br/2012/05 Acesso em: 19 nov. 2012
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Crônica
Metalinguística
É a crônica que fala do próprio ato de escrever, o fazer literário, o
ato da criação. Fragmento da crônica, Crônica, de Carlos
Drummond de Andrade: “Crônica tem esta vantagem: não obriga
ao paletó e gravata do editorialista, forçado a definir uma posição
correta diante dos grandes problemas; não exige de quem o faz
o nervosismo saltitante do repórter, responsável pela apuração
do fato na hora mesma em que ele acontece; dispensa a
especialização suada em economia, esporte, política nacional e
internacional, religião e o mais que imaginar se possa”.
Disponível em: http://www.colegioweb.com.br/portugues/cronica-metalinguistica.html
Acesso em: 19 nov. 2012
Crônica
Narrativa
Tem por base uma história - às vezes, constituída só de diálogos
- que pode ser narrada tanto na 1ª quanto na 3ª pessoa do
singular. Por essas características, a crônica narrativa se
aproxima do conto; por vezes até confundida com ele. É uma
crônica comprometida com fatos do cotidiano, isto é, fatos
banais, comuns. Não raro, a crônica narrativa explora a
caracterização de seres. Quando isso acontece temos a crônica
narrativa-descritiva. Fragmento da crônica A aliança, de Luíz
Fernando Veríssimo: “Ele estava voltando para casa como fazia,
com fidelidade rotineira, todos os dias à mesma hora. Um
homem dos seus 40 anos, naquela idade em que já sabe que
nunca será o dono de um cassino em Samarkand, com
diamantes nos dentes, mas ainda pode esperar algumas
surpresas da vida, como ganhar na loto ou furar-lhe um pneu.
Furou-lhe um pneu”.
Disponível em:
http://espacoecletico.blogspot.com.br/search?q=a+alian%C3%A7a.
Acesso em: 19 nov. 2012
Crônica
Narrativo-
descritivo
Quando um texto alterna momentos narrativos com flagrantes
descritivos. Fragmento da crônica Brinquedos, de Cecília
Meireles: “Ora, uma noite, correu a notícia de que o bazar se
incendiara. E foi uma espécie de festa fantástica. O fogo ia muito
15
alto, o céu ficava todo rubro, voavam chispas e labaredas pelo
bairro todo”.
Disponível em: http://www.colegioweb.com.br/portugues/cronica-narrativodescritiva.html
Acesso em: 19 nov. 2012
Crônica Poética Apresenta versos poéticos em forma de crônica. Fragmento da
Crônica Poética, de Anna Ribeiro: “A tardinha, lá no
horizonte....os últimos raios de sol se despedem.
Praia quase deserta, em silêncio ouço barulho das ondas... ”
Disponível em: http://annamagiaemisticismo.arteblog.com.br/247089/CRONICA-POETICA/
Acesso em: 19 nov. 2012
Crônica
Reflexiva
Reflexões filosóficas sobre vários assuntos. Apresenta uma
reflexão de alcance mais geral a partir de um fato particular.
Fragmento da crônica Vitória Nossa, de Clarice Lispector: “O que
temos feito de nós e a isso considerado vitória nossa de cada
dia?
Não temos amado, acima de todas as coisas. Não temos aceito
o que não se entende porque não queremos ser tolos. Temos
amontoado coisas e seguranças por não nos termos, nem aos
outros. Não temos nenhuma alegria que tenha sido catalogada”.
Disponível em: http://www.colegioweb.com.br/portugues/cronica-reflexiva.html Acesso em: 19 nov. 2012
Tabela construída e adaptada com base nas informações nos sites: http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/2226899, http://anagabrielavieira.blogspot.com.br/search/label/crônica Acesso em: 01 out. 2012
Atividade 01
A crônica parte de um fato cotidiano vivido por personagens em determinados
lugares (num bar, num ponto de ônibus, numa festa). Geralmente, os personagens
comunicam-se através de diálogos. No quadro abaixo, estão numerados os fatos
que podem gerar uma crônica. Numere os outros itens de acordo com a adequação
entre fato, diálogo, personagens e lugar.
Para a realização das atividades 01 e 02, entregar uma cópia a cada aluno, para
resolverem individualmente.
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Fato Diálogo Personagens Lugar
1. Conversa sobre a escola
- Estou pensando em fazer uma tintura alaranjada. - Mas a última tendência é o lilás.
( )
Uma mulher portando uma bolsa a tiracolo;
Um homem com uma pasta preta.
( )
Uma rua movimenta-da.
( )
2. Discussão sobre o que está na moda
- Você não olha onde anda, não?
( )
Um homem calvo;
Um homem fora do seu peso normal.
( )
Feira livre
( )
3. 3. Reencontro de pessoas que não se veem há muito tempo
- Ei, dona, não pode apertar, não! - Eu estou apenas escolhendo.
( )
Um homem aguardando uma pessoa;
um menino chegando com uma mochila.
( )
Salão de
cabeleireiro
( )
4. Discussão em uma fila
- Espera aí, este lugar é meu! - Não, minha senhora, eu cheguei primeiro!
( )
Uma senhora carregando uma sacola;
Um senhor atendendo uma freguesa.
( )
Academia
de ginástica
( )
5. Acidente de trânsito
- Não acredito! Como você mudou! - Você também! O tempo passa, não?
( )
Uma mulher sentada em frente a um espelho;
Uma mulher aguardando ser atendida.
( )
Portão da
escola
( )
6. Uma repreensão
- O que você estudou hoje? - Estudarei as causas e as consequências do desmatamento da Amazônia.
( )
Uma mulher usando um telefone;
Uma mulher com o braço machucado.
( )
Agência bancaria
( )
Atividade sugerida no livro. Ateliê da Palavra.
Página 88. Quinteto Editorial, 1998.
17
Atividade 02
As crônicas apresentam um título que, na maioria das vezes, revela a ideia principal
do texto. Os trechos abaixo foram retirados de crônicas. Relacione-os aos títulos
adequados.
Trechos Títulos
A. Inexplicavelmente, eles desaparecem, pouco a
pouco, com certa malícia, um a um, dois a dois, até
chegar o momento dramático no qual, depois de
vasculhar todos os meus esconderijos, fico em
cabelos no meio da sala.
Paulo Mendes Campos. Crônicas escolhidas. São Paulo, Ática,1981.
( )
Daltônicos de todo
mundo, uni-vos!
B. O marido estava na sala, lendo uma revista. A mulher
o surpreendeu com o presente. Ele ficou por algum
tempo tentando adivinhar o que havia dentro daquele
pacote. A surpresa foi ainda maior quando ele viu o que
era. O que iria fazer com aquilo, se nem ao menos um
terno decente possuía?
Alexandre Azevedo. O vencedor de queijos e outras crônicas. São
Paulo, Atual, 1991.
( )
Testemunha
ocular
C. Mas voltemos àquela aula de geografia onde
abruptamente o professor me revelou que nem tudo era
azul nas costas da Dinamarca. É que eu havia feito
caprichosamente um mapa onde deveria destacar os
oceanos do mundo. Com que carinho eu o fizera! É, no
entanto, ali está o professor me devolvendo o mapa com
a nota três, e ainda estou começando a me assustar
quando ouço sua verberação achando que, de
molecagem, eu pintara os oceanos de roxo.
Affonso Romano de Sant’Anna. Porta de colégio e outras crônicas. São Paulo, ática, 1995.v.16 (Col. Para Gostar de ler).
( )
O protetor da
natureza
18
D. Um guarda tentava saber o que acontecera, quando
um senhor gordo, que parecia ser o dono do bar
assaltado, apontou para ele e disse:
- Seu guarda, esse homem viu tudo. Os assaltantes
passaram por ele.
O guarda se encaminhou para ele e perguntou:
- O senhor viu quando eles deram os tiros?
Stanislaw Ponte Preta. Dois amigos e um chato. São Paulo, Moderna, 1986.
( )
Meu reino por um
pente
E. Mas eu ia dizendo: as borboletas são lindas, não
acham? Mas se vocês as matam, aos bandos, ou pagam
a meninos para matá-las, um dia não haverá mais
borboletas, não é verdade?
Rubem Braga. As boas coisas d avida. Rio de Janeiro, Record,
1991.
( )
A gravata
F. Não come comida em lata nem na extrema fome.
Congelados, nem sabe o que é isso.
Chupa laranja, caju, maracujá, uva e tangerina. Porém
suco, só o que ele mesmo espreme e extrai com suas
mãos, que lava em prolongadas abluções.
Lourenço Diaféria.Um gato na terra do tamborim. São Paulo, Ática, 1982.
( )
O contestador
Atividade sugerida do livro. Ateliê da Palavra.
Página 87. Quinteto Editorial, 1998.
4.3 Oficina 03
Com o objetivo de realizar a leitura, através de estratégias leitoras, será apresentada
a crônica “Te Amo”, de Domingos Pellegrini, publicada no dia 30/09/2012, no jornal
Gazeta do Povo.
19
A. Atividades antes da leitura
Questionamentos:
O que você entende por esse título?
A quem geralmente dizemos essa frase?
A que tipo de sentimento o título remete?
Em que ocasiões dizemos “te amo” a alguém?
Você diz?
Qual frequência da utilização da frase?
A quem geralmente ela é dita?
É fácil utilizá-la no seu dia-a-dia?
Quando alguém diz esta frase para você, qual a sua reação?
E quando você a diz, qual a mensagem que pretende passar?
É uma expressão que você utiliza com facilidade?
B. Atividade durante a leitura
O professor iniciará as atividades apresentando e questionando oralmente os alunos sobre
o título do texto, que será colocado no quadro de giz.
Motivar os alunos para que expectativas sejam criadas, antecipar informações,
ativar conhecimentos prévios sobre o texto e promover perguntas dos alunos
sobre o texto.
As questões devem encaminhar a análise da expressão “te amo”; o professor deverá orientar
o trabalho oral de forma que todos os alunos possam colaborar com a análise do título da
crônica, bem como elaborar perguntas sobre o texto.
O professor distribuirá uma cópia da crônica a cada um dos alunos e os orientará a fazer uma
leitura silenciosa. Terminada a leitura silenciosa, o professor fará a leitura em voz alta e os
alunos acompanharão atentamente.
20
1. Apresentação do texto e leitura para verificação das expectativas criadas
antes da leitura.
Te amo!
Minha filha deixou meu neto aqui na chácara, e ela ia entrando no carro para
voltar à cidade quando ele gritou:
– Tiao, mãe! Te amo muito!
Ela se foi e ele continuou a brincar, mas eu fiquei ouvindo o coração. Porque
sou de uma geração que não sabia falar, não foi educada a falar, não ousava falar,
não teve a graça de falar “te amo”.
Só fui dizer “te amo” a minha mãe pouco antes dela morrer, quando já
estava evidente que vivia suas últimas semanas e, se eu não falasse, ela nunca
ouviria de minha boca essas duas palavrinhas tão imensas para quem ouve, “te
amo”.
Meu pai nunca ouviu de mim “te amo, pai”. Talvez porque entre os homens
de tantas gerações antes desta, dizer “te amo” pudesse ser visto como fraqueza,
delicadeza pouco viril – pois era ainda um mundo em que homens não deviam
chorar e mulheres deviam conhecer seu lugar.
“Te amo” a gente ouvia, sim, da boca dos atores nos filmes. Desde menino
vi minha nonna a ouvir “te amo” também, nas novelas de rádio. Mas, na vida real,
ah, ninguém amava ninguém, todo mundo podia, no máximo, gostar de alguém, até
gostar muito, mas amar não, era palavra proibida naquele mundo de sentimentos
fechados.
Era como ter um cofre no peito, que tinha dentro sentimentos mas ninguém
podia ver, como ninguém vê as joias em cofres, embora joias só consigam brilhar
iluminadas.
Vendo meu neto brincar, fiquei pensando nas pessoas que abriram esse cofre com
variadas chaves.
Desconfio que começamos a abrir o cofre quando as mulheres foram
trabalhar fora de casa e os homens tiveram de compartilhar tarefas domésticas.
Continuamos a abrir o cofre quando pais e mães começaram a tomar banho
pelados com as crianças. (Sou da geração que só tomou banho de mar ou de rio
com os pais...)
21
Decerto também abrimos um pouco mais o cofre quando, nas refeições, os
jovens puderam falar em vez de apenas ouvir.
Abrimos mais ainda o cofre quando mães separadas tiveram de explicar
que, mesmo morando noutra casa, o pai continuava amando os filhos.
O cofre abriu também quando os avós, vivendo mais longamente que todas
as gerações anteriores, puderam viver não apenas para trabalhar ou para esperar
a morte, mas também para conviver com os netos, e lhes disseram, com a
displicente autoridade que a idade permite, “eu amo vocês, seus pestes”.
Esse cofre de emoções reprimidas, que carregamos pesadamente tanto
tempo, fica mais leve, e até gostoso de carregar, quando ouvimos “te amo”; e,
quando devolvemos “te amo também”, vai-se todo peso, o cofre vira balão.
Quando você falou “te amo muito”, meu neto, desconfiei desse “muito”. Você
estaria fingindo? Falou por hábito já banal, repetindo por vício o que ouve tantos
falarem?
Sei, no entanto, que você foi sincero, porque correu a abraçar tua mãe antes
dela entrar no carro. Um abraço apertado, peito colando, não abraço formal com
rigidez nos músculos e vazio entre os corpos. Abraço mesmo, duas pessoas
virando uma num momento de amor.
Tive orgulho de você, menino, e de você, minha filha, não apenas por ser
mãe do meu neto mas, também, mãe de um futuro melhor, como todas vocês que
não hesitam dizer com todas as letras “te amo”, para seus filhos, seus homens,
seus amigos, toda a gente que mereça amor.
Como disse Raul, vocês vão alcançar a luz, porque não têm medo nem
vergonha de amar.
2. Emissão e verificação de previsões sobre o texto: fazer novas previsões e
realizar autoquestionamento.
Após a leitura do texto em voz alta pelo professor, este provocará e mediará a discussão
com os alunos. A proposta é de que as atividades durante a leitura sejam realizadas
oralmente.
Após a leitura realizada pelo professor, as questões abaixo serão colocadas no quadro de
giz e será encaminhada uma reflexão sobre o título e o texto lido.
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Do que fala o texto?
A quem a expressão “te amo” foi dirigida?
Quem faz a análise da expressão?
A que tipo de amor o texto se refere?
A que se entende a expressão “ter um cofre no peito”?
A que o autor do texto se refere quando diz “pessoas que abriram esse
cofre com variadas chaves”?
Qual o significado da expressão “ouvindo o coração”?
3. Avaliação das previsões feitas anteriormente, esclarecimento de dúvidas e
formulação de conclusões implícitas no texto.
O texto confirma as hipóteses levantadas na análise do título da crônica?
O amor descrito na crônica é o mesmo amor que pensávamos na análise do
título?
A que tipo de amor o texto remete?
Relacione fatos que marcaram a geração de pais e avós, que contribuíram
para estreitar laços entre pais e filhos:
4. Relacione novas informações ao conhecimento prévio, formulação de
hipóteses e busca de informações complementares.
Como era o relacionamento entre pais e filhos, há algumas décadas atrás,
segundo o autor do texto?
O que contribuiu para que a relações pais e filhos ficasse melhor nas últimas
décadas?
Quem é Raul, pessoa a que se refere o autor da crônica?
Você sabe à qual música de Raul o texto faz referência em sua última frase?
Pesquise sobre de que trata a expressão dita por Raul, “vocês vão alcançar a
luz”, na música Geração de Luz.
5. Construção do sentido global do texto:
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Em quais situações da sua vida você utiliza a expressão “te amo”?
Ao utilizar a expressão, tem consciência do significado e do efeito emocional?
A música “Geração da Luz”, de Raul Seixas, tem relação com a crônica?
Explique a relação entre o texto e a música.
C. Atividades depois da leitura
1. Identificar a ideia principal do texto
O texto descreve uma situação familiar e a confronta com a mudança de
comportamento entre as gerações. Você acredita que as mudanças de
comportamento podem melhorar de uma geração para outra?
Segundo o texto, o avô era de uma geração que não ousava falar “te amo”.
Como ele justifica essa afirmação?
A liberdade de utilizar a expressão “te amo”, ajuda nos relacionamentos
pessoais?
Há como relacionar-se intensamente com alguém e não utilizar-se de tal
expressão?
Ao ouvir “te amo”, qual sentimento é despertado em você?
2. Registro escrito para melhor compreensão. Responda:
a) Segundo o texto, para quem o avô nunca conseguiu utiliza a expressão
“te amo” e por quê?
b) Cite três justificativas do avô para afirmar que sua geração não
utilizava a expressão.
O professor orientará os alunos para realizarem uma análise mais crítica da crônica. As
questões são propostas de atividades escritas.
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3. Assinale as alternativas corretas de acordo com o texto:
( ) Quando há separação de casais, não há separação dos sentimentos em
relação aos filhos.
( ) O cofre dos sentimentos só pode ser aberto com uma só chave.
( ) No mundo de sentimentos fechados, amar alguém era permitido.
( ) A crônica é dirigida às mães e mulheres.
4. Marque 1 para fatos da geração do avô e 2 para fatos da geração do neto:
( ) Só tomava banho com os pais em mar ou rios;
( ) Morando em outra casa, após a separação, o pai continuava a amar os
filhos;
( ) Ouvia a expressão “te amo”, da boca dos atores nos filmes;
( ) Homens compartilham tarefas domésticas.
( ) Abraço formal
( ) Abraço real.
5. Troca de impressões a respeito do texto lido.
a) Quem é o autor desta crônica? Você já ouviu falar sobre ele?
b) Qual o objetivo desta crônica?
c) Esta crônica chama a atenção do leitor? Explique
d) Existe alguma relação entre a situação vivida pelos personagens da
crônica e de nossos dias?
e) Você seria capaz de encontrar, num fato do seu cotidiano, momentos
de sensibilidade e fraternidade e nele descobrir o quanto é significativo
o relacionamento pessoal?
25
f) Que hipótese podemos levantar para o fato do avô ter conseguido,
mesmo pouco tempo antes da mãe morrer, ter dito “te amo”, para ela?
6. Avaliações das informações ou opiniões emitidas no texto.
a) No início do texto, o avô afirma que é de uma geração diferente do
neto. Como ele justifica tal afirmativa?
b) Segundo o texto, o avô desconfia da frase “te amo muito”, dita pelo
neto. Mas em seguida, afirma a sinceridade do menino. Retire do texto
o parágrafo que relata essa mudança de opinião.
7. Avaliação crítica do texto:
Pesquise sobre a citação feita na última linha do texto, “como disse Raul,
vocês vão alcançar a luz, porque não têm medo nem vergonha de amar”.
4.4. Oficina 04
Esta oficina terá como objetivo, incentivar a leitura e enfatizar o comportamento
adequado à boa utilização da biblioteca escolar.
Para o bom desempenho das atividades no recinto, observar os seguintes
procedimentos:
a. Não entrar com pastas e bolsas; só levar para a biblioteca materiais que serão
utilizados na pesquisa e estes devem ficar sobre as mesas;
b. Não comer ou beber no espaço da biblioteca (exceto água), bem como não
utilizar equipamentos sonoros;
c. Manter-se em silêncio;
Antes de iniciar a atividade proposta na oficina, orientar os alunos quanto à utilização
correta da biblioteca escolar, bem como às normas de conduta. Para isso, algumas regras
devem ser seguidas:
Do Uso das Dependências da Biblioteca
26
d. Não recolocar os livros nas estantes após a utilização; deixá-los sobre a mesa;
e. Zelar pela conservação e limpeza do local e do mobiliário utilizado;
f. Contribuir para um clima de respeito mútuo entre os funcionários e alunos.
As normas de conduta visam à preservação do acervo e à manutenção de um
ambiente agradável e tranquilo, favorecendo a leitura, a reflexão e a pesquisa.
Ao entrar no recinto da biblioteca, dirigir-se ao responsável pela mesma e
solicitar que oriente na pesquisa. Os livros encontram-se catalogados em
sistema computadorizado chamado “Biblioteca Fácil”. Ali está
disponibilizado todo o acervo. De posse dos dados bibliográficos da obra
procurada, dirija-se à estante, localize o livro seguindo a numeração
indicada e então, procure um lugar disponível nas mesas de estudo e
realize sua leitura/pesquisa.
Caso precise levar o material para casa, fale com o responsável, que o
orientará a respeito. Será necessária a apresentação da carteirinha
escolar.
O silêncio é indispensável para que todos tenham as melhores condições
de utilização da biblioteca. Por isso, evite conversar, principalmente em voz
alta, para não prejudicar seus colegas.
Procure retirar da estante apenas o material que você irá utilizar.
a) Acompanhar os alunos até a biblioteca da escola para que realizem pesquisa
sobre os principais cronistas brasileiros e suas produções.
As Normas de Conduta
Após as orientações sobre o uso das dependências da biblioteca e das normas de
conduta, encaminha-se à oficina 04.
27
b) Após a pesquisa, cada aluno deverá selecionar uma crônica para que seja
socializada na próxima oficina.
c) A crônica selecionada deverá ser digitada, com referência sobre a fonte de
pesquisa. Instruções para digitação:
Papel branco, formato A4
Fonte, Times New Roman; tamanho 12
Margens esquerda e superior de 3cm; direita e inferior de 2cm
Entrelinhas 1,5
d) O aluno deverá fazer o registro por escrito no rodapé da crônica, sobre o que
o motivou na escolha realizada.
4.5. Oficina 05
Esta oficina tem como objetivo realizar pesquisa em ambiente tecnológico no
estabelecimento de ensino.
a) Os alunos serão encaminhados ao laboratório de informática da escola
“Paraná Digital” e pesquisarão sobre crônicas disponíveis em sítios
eletrônicos e os principais cronistas.
b) Selecionar uma das crônicas pesquisadas; digitá-la, dando referência sobre a
fonte de pesquisa e obedecendo às instruções de digitação fornecidas no
item anterior; imprimi-la.
c) Fazer a anotação, no rodapé da crônica selecionada, sobre o motivo que
gerou a escolha da referida crônica.
Após a pesquisa realizada o aluno deverá:
28
4.6. Oficina 06
Esta oficina tem como objetivo socializar as crônicas através da leitura coletiva.
a) Cada aluno apresentará a crônica selecionada e fará o relato individual do
motivo que gerou a escolha.
b) Socialização para leitura das crônicas.
4.7. Oficina 07
O objetivo desta oficina será selecionar quatro crônicas pesquisadas pelos alunos,
para serem teatralizadas.
a) Seleção das quatro melhores crônicas, socializadas na oficina 06, para
serem encenadas para a apresentação à comunidade escolar.
4.8. Oficina 08
O objetivo desta oficina é dramatizar as crônicas selecionadas.
a) Apresentação das crônicas teatralizadas para a comunidade escolar.
5.0. Orientações Metodológicas
O desenvolvimento dessa unidade didático-pedagógica terá como
encaminhamento metodológico a organização de oficinas de leitura do gênero
textual crônica. Nas oficinas, serão realizadas atividades elaboradas para que o
gênero ensinado seja apreciado, analisado e vivenciado pelos educandos. Portanto,
serão seguidos os seguintes passos:
apresentação do gênero através de um levantamento de hipóteses que
provoque um debate em sala;
definição do gênero e contextualização histórica;
apresentação dos diferentes tipos de crônicas;
A forma de seleção das crônicas será sugerida pelos alunos no início da oficina.
29
leitura e análise de crônica para conhecimento/reconhecimento do gênero;
leitura e análise de crônica através de estratégias leitoras para melhor
apreciação do gênero;
pesquisa e seleção de crônicas para socialização entre os educandos;
escolha, pelos alunos, de quatro crônicas pesquisadas para que sejam
teatralizadas;
apresentação teatral das crônicas para a comunidade escolar.
Para a implementação das atividades propostas nessa unidade contaremos
com os recursos disponíveis no estabelecimento de ensino, tais como: Tv pen Drive,
data show, jornais, revistas, laboratório de informática, biblioteca, textos
xerografados, entre outros.
As atividades serão realizadas no primeiro bimestre de 2013 em 32h/aulas,
distribuídas em 08 oficinas, variando o número de horas/aula em cada uma das
oficinas conforme cronograma abaixo:
Cronograma
Oficina 01 02 horas aulas
Oficina 02 08 horas aulas
Oficina 03 04 horas aulas
Oficina 04 04 horas aulas
Oficina 05 04 horas aulas
Oficina 06 04 horas aulas
Oficina 07 04 horas aulas
Oficina 08 02 horas aulas
30
6.0 Referências Bibliografias
BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. 4. Ed. São Paulo: São
Paulo – SP: Martins Fontes, 1992.
KLEIMAN, Ângela. Texto e Leitor: aspectos cognitivos da leitura. 14.ed.
Campinas-SP: Pontes, 2011.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade.
In: DIONISIO, Ângela Paiva et al. (org). Gêneros Textuais e ensino. 2.ed.Rio
de Janeiro: Objetiva, 2002.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção Textual, Análise de gêneros e
compreensão. São Paulo, Parábola Editorial, 2008.
PARANÁ, Secretaria de estado da Educação. Diretrizes Curriculares de
Língua Portuguesa para a Educação Básica. Curitiba: SEED, 2008.
PINTO, Manoel da Costa (org). Antologia de Crônicas: crônica brasileira,
contemporânea. São Paulo: Moderna, 2005.
PORTUGUESA, Olimpíada de Língua. Escrevendo o Futuro. Cenpec,
Fundação Itaú Social, Ministério de Educação, Edição 2012.,
SANTOS, Joaquim Ferreira dos (Org.). As cem melhores crônicas
brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva,2007.
SÁ, Jorge de. A Crônica. São Paulo: Ática, 1985.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6.ed. Porto Alegre: Artes Médicas,
1998.
TEIXEIRA, Patrícia Moreli. Atlêlie da palavra: Atividades de Redação, 7ª
Série. São Paulo: Quinteto Editorial, 1998.
31
6.1 Sites Consultados
http://anagabrielavieira.blogspot.com.br/search/label/crônica
Acesso em: 03 out. 2012
http://annamagiaemisticismo.arteblog.com.br/247089/CRONICA-POETICA/
Acesso em: 19 out. 2012
http://aureliojornalismo.blogspot.com.br/2010/04/mexico-70-uma-cronica-
historicado.html Acesso em: 19 out. 2012
http://www.coladaweb.com/redacao/cronica
Acesso em, 19 out. 2012
http://www.colegioweb.com.br/portugues/cronica-metalinguistica.html
Acesso em: 19 out. 2012
http://www.colegioweb.com.br/portugues/cronica-reflexiva.html
Acesso em: 19 out. 2012
http://www.colegioweb.com.br/portugues/cronica-narrativodescritiva.html
Acesso em: 19 out. 2012
http://espacoecletico.blogspot.com.br/2009/11/cronica-comentario-mae-e-
opessego.html Acesso em: 19 out. 2012
http://espacoecletico.blogspot.com.br/search?q=a+alian%C3%A7a
Acesso em: 19 out. 2012
http://onlyuntilibreath.blogspot.com.br/2011/05/cronica-dissertativa-sobre-paixao.html
Acesso em: 19 out. 2012
http://pensador.uol.com.br/cronicas_engracadas/
Acesso em: 19 out. 2012
http://profshowman.blogspot.com.br/2012/05
Acesso em: 19 out. 2012
http://pt.wikipedia.org/wiki/Machado_de_assis
Acesso em: 01 out. 2012
http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/2226899,
Acesso em: 03 out. 2012
http://terceirosemestre.wordpress.com/2008/02/01/2-exemplos-de-cronicas/
Acesso em: 19 out. 2012