Gestão Complexo produtivo em saúde Inovação Tecnologia ATS

O QUE É GESTÃO, afinal?

- Aurélio(do lat. Gestione) = Ato de gerir; gerência, administração

- Em saúde = Gerir, gerenciar, cuidar

- Melhoria de resultados

De acordo com Chiavenato, cada gestor – seja ele, um diretor, gerente, chefe ou supervisor –

desempenha as quatro funções administrativas que constituem o processo administrativo:

PLANEJAR ORGANIZAR DIRIGIR CONTROLAR

Recursos Humanos Materiais Financeiro Marketing

Governança em saúde Administração de RH Absenteísmo Turnover Planejamento Estratégico Organograma Gestão de competência Administração financeira

Desenvolvimento representa “um processo de mudança social pelo qual o crescente número de necessidades humanas (...) são satisfeitas através de uma diferenciação no sistema produtivo, gerado pela introdução de inovações tecnológicas” (F URTADO , 1964, p. 27).

Invenção -> produção de novas ideias ou conceitos.

Inovação -> é a transformação de ideias e conceitos em valor para a sociedade.

Mito: inovação depende de investimento em P&D -> o conhecimento empírico também é um fator importante de inovação.

Inovação de produto› Ex: A pílula do dia seguinte

Inovações de processo› Ex: Protocolo de Manchester

Inovações organizacionais› Ex: Sistema de redes de atenção do SUS

Inovações de marketing (OECD, 2005)› Ex: dermocosméticos

Inovação incremental Ex: Bisturi elétrico

Inovação radical› Ex: Laparoscopia, Da Vinci Surgical System

Quais destes itens são considerados tecnologia em saúde?

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Medicamentos, equipamentos e procedimentos técnicos, sistemas organizacionais, educacionais, de

informação e de suporte e os programas e protocolos assistenciais,

por meio dos quais a atenção e os cuidados com a saúde são prestados à

população.

A cirurgia convencional de ponte de safena: › sete dias de internação, serração do osso

do esterno do peito, retorno à rotina em 60 dias, cicatriz de 25 cm de comprimento.

Da Vinci Surgical System:› quatro dias de internação, retorno às

atividades habituais em dez dias e sem a presença de uma cicatriz traumática.

Fonte: (MUSARRA, 2012)

Treinamento: 1 ano Salas adequadas: no mínimo 60 m² Custo do equipamento: US$ 3 milhões No Brasil, o preço da cirurgia robótica é

cerca de 30% a mais do que uma cirurgia laparoscópica e 50% a mais do que as cirurgias convencionais.

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De acordo com os propósitos:

Preventivas Screening

Diagnósticas Terapêuticas Reabilitação

Tecnologias em saúde: como classificá-las?

Quanto ao estágio de difusão:

• Futura: em estágio de concepção ou nos estágios iniciais de desenvolvimento (estudo);

• Experimental: quando está submetida a testes em laboratório usando animais ou outros modelos;

• Investigacional: quando está submetida a avaliações clínicas iniciais (humanos);

• Estabelecidas: considerada pelos provedores como um enfoque padrão para uma condição particular e difundida para uso geral;

• Obsoleta: sobrepujada por outras tecnologias ou foi demonstrado que elas são ineficientes ou prejudiciais.

Inovação – Ideia inicial, pesquisa básica, pesquisa aplicada, desenvolvimento, testes clínicos;

Difusão – divulgação pelo meio médico;

Incorporação – reconhecimento da eficácia da nova tecnologia;

Utilização – utilização plena da nova tecnologia;

Abandono – com o surgimento de novas tecnologias ocorre o abandono de outras.

Promover estudos de ATS para subsidiar a tomada de decisão no SUS.

Subsidiar as decisões de incorporação e utilização de tecnologias em saúde, com base em critérios de segurança, eficácia, efetividade, impacto econômico e social, ética e equidade.

Monitorar a utilização de tecnologias já incorporadas no SUS e as emergentes.

Capacitar os gestores e profissionais de saúde.

Disseminar resultados de ATS para gestores.

Comparam duas ou mais estratégias alternativas de intervenção para prevenção, diagnóstico ou tratamento de determinada condição de saúde.

Usado para comparar alternativas que competem entre si (Ex: escolha entre 2 anti-hipertensivos).

Não atribui valor monetário aos impactos das intervenções.

Unidades de medição: nº de doenças evitadas, internações prevenidas, casos detectados, nº de vidas salvas.

Razão de custo-efetividade: CE 12 = Custo2 – Custo1/ Efetividade 2 – Efetividade1

Relação entre os custos totais de cada intervenção e os benefícios diretos e indiretos gerados.

É a forma de análise mais abrangente

Custos e benefícios são relatados usando uma métrica comum - atribui-se valor monetário aos benefícios ou impactos de uma ação.

“É socialmente rentável investir no projeto x?”

Limitação: transformação monetária do benefício clínico. Atribuir valores monetários a impactos para a saúde difícil e controverso:

› “Quanto vale salvar uma vida?”› “Qual a disposição da sociedade a pagar para

reduzir a probabilidade de morte?”

ACB é de máxima utilidade nos casos de programas de saúde que têm efeitos importantes no desenvolvimento econômico.

ACE é útil para avaliar diferentes métodos de luta contra a doença.

Medidas dos efeitos de uma intervenção considera a medição de qualidade de vida relacionada com a saúde.

Utilizado para estudos destinados a comparar diferentes tratamento aplicados.

Unidade de medida em Anos de Vida Ajustados por Qualidade (AVAQ).

Maior Menor

Maior Avalia-se AceitaBenefícios Igual Rejeita Aceita

Menor Rejeita Avalia-se

Custos

Análise Econômica em Saúde

Custos e benefícios oriundos de uma intervenção em saúde

Fonte: Adaptado de Greenhalgh (1997).

• Salvando mais vidas a um custo absoluto e relativo menor;

• Isolando-se apenas A e B, vemos que B tem um menor custo

absoluto, mas um maior custo na relação custo-efetividade (R$

5.000,00 contra R$ 3.000,00 de A).

MedicamentoCusto para Tratar

100 pacientes

Número de vidas salvas/100 pacientes

Razão custo-efetividade(custo por vida salva)

A R$ 30.000,00 10 R$ 3.000,00

B R$ 20.000,00 4 R$ 5.000,00

C R$ 18.000,00 18 R$ 1.000,00

Grande vantagem de C em relação a todos os demais produtos:

Simulação de uma análise de minimização para dois antibióticos com perfis de eficácia e segurança equivalentes para uma mesma indicação

Item de Custo Antibiótico A Antibiótico BEficácia 96% 95%Tempo de resposta 5 dias 7 diasPreço de 1 fr/ampola R$ 59,00 R$ 56,00

Posologia1 fr/ampola a cada 4 horas (6

aplicações/dia)1 fr/ampola a cada 6 horas (4

aplicações/dia)

Custo do medicamentoR$ 59,00 × 6 aplicações × 5 dias

= R$ 1.770,00R$ 56,00 × 4 aplicações × 7 dias

= R$ 1.568,00Custo de internação R$ 100,00 × 5 dias = R$ 500,00 R$ 100,00 × 7 dias = R$ 700,00

Custos de exames1 hemograma/dia a R$5,00/exame = R$ 25,00

1 hemograma/dia a R$5,00/exame = R$ 35,00

Custos de infusãoR$ 10 × 6 aplicações × 5 dias=

R$ 300,00R$ 10 × 4 aplicações × 7 dias =

R$ 280,00Custos totais R$ 2.595,00 R$ 2.583,00

• Percebe-se que o antibiótico B leva a uma economia

de R$ 12,00 por paciente tratado.

•Em relação a eficácia a diferença representa apenas

1%

• Se a infecção a ser combatida afetasse um milhão

de indivíduos a cada ano, o uso deste produto

representaria uma economia de 12 milhões de reais

em relação ao Antibiótico A.

O Complexo Produtivo da Saúde apresenta peculiar complexidade:→ articula a geração e difusão de tecnologias→papel social e a estruturação do Estado→relação com o setor privado→intensivo em inovação – 20% P&D no mundoTambém chamado de Complexo Econômico e Industrial da Saúde (CEIS) ou Complexo Industrial e Inovação da Saúde (CIIS)Respondeu por 9% do PIB em 2009 OMSApresenta um déficit na balança de pagamentos do setor.

Surgiu para substituir o termo “cadeia produtiva” e para dar um caráter estratégico e ao mesmo tempo institucional.

A saúde passa a ser vista como um campo sistêmico, de importância econômica, cuja inovação é fundamental para a universalização da saúde.

Cadeia produtiva é um conjunto de etapas consecutivas pelas quais os diversos insumos passam e vão sendo transformados e transferidos.

O termo cadeia produtiva advém do Agronegócio e é constituído pelos elementos a montante e a jusante.

Dentro do setor da saúde o termo cadeia produtiva é utilizado como complexo produtivo ou industrial.

Serviços de Saúde Atividades Industriais

.Profissionais de saúde

.Atendimento hospitalar

.Urgências e emergências

.Atenção ambulatorial

.Serviços de complementação diagnóstica ou terapêutica.Serviços veterinários.Serviços odontológicos.Atividades de manutenção do físico-corporal.

.Fabricação de produtos

.Hemoderivados

.Medicamentos para uso humano

.Medicamentos para uso veterinário

.Equipamentos médico, hospitalar e

.Odontológico

.Aparelhos e instrumentos para uso médico, hospitalar e odontológico

Atividades de Financiamento.Planos de saúde

Atividades de comercialização.Varejo de produtos médico,ortopédico e odontológico

.Distribuidor e produtos farmacêutico, médico, ortopédico e odontológico

Atividades de saneamento.Captação e Tratamento de ÁguaLimpeza Urbana e Esgoto

Profissionais de saúde em outras Atividades

Atividades de ensino, Pesquisa & Desenvolvimento.Profissionais de saúde em P&D e ensino

Órgãos ReguladoresANVISA, ANS, MINISTÉRIO DA SAÚDE, FDA

O Complexo Industrial e Inovação em Saúde constitui o conjunto de setores que desenvolvem atividades produtivas no campo da saúde que mantêm relações intersetoriais para a realização das atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), produção, compra e venda de insumos de saúde, de serviços, assim como de conhecimentos e tecnologia.

O complexo produtivo considera a articulação das lógicas: sócio-sanitária, econômica e de inovação do setor saúde.

Em 2009 o MS criou o Departamento do Complexo Industrial e Inovação em Saúde (DECIIS/SCTIE) - publicação do Decreto Presidencial nº 6860.

Objetivo: fomentar a produção pública de tecnologias estratégicas para o Sistema Único de Saúde - SUS e consolidar a estratégia nacional de fomento, desenvolvimento e inovação no âmbito do Complexo Industrial da Saúde - CIS.

O governo percebeu o quanto a Saúde é estratégica e como tal tem como objetivo ampliar a produção nacional de fármacos, biofármacos, medicamentos, imunobiológicos, equipamentos e materiais de uso em saúde, fortalecendo assim, o CIS como vetor estruturante da agenda nacional de desenvolvimento econômico, social e sustentável, reduzindo a vulnerabilidade do acesso à saúde.

Indústrias de base química e biotecnológica:› indústrias farmacêuticas, de vacinas,

hemoderivados e reagentes para diagnóstico. Indústrias de base mecânica, eletrônica e

de materiais:› indústrias de equipamentos e instrumentos

mecânicos e eletrônicos, órteses, próteses e materiais de consumo.

Prestadores de serviços:› Hospitais, ambulatórios, serviços de diagnóstico

e terapêuticos.

Dependente de investimentos em tecnologia e inovação.

Setor estratégico para o Brasil pois abastece programas como: imunização, AIDS, câncer, cardiologia.

Brasil é referência na imunização – 100% das doses são produzidas nacionalmente.

A Indústria farmacêutica é marcada por elevado grau de internacionalização e oligopolização.

Elevada barreira de entrada. O SUS depende muito do nível inovação das

indústrias deste setor, em particular da farmacêutica.

As empresas farmacêuticas líderes concentram as atividades de maior densidade tecnológica nos países desenvolvidos e descentralizam aquelas de menor valor agregado nos países da periferia do sistema internacional.

A ausência de inovação no setor farmacêutico brasileira representa um déficit comercial de 80% de todo o setor de base química e biotecnológica.

A Política de Acesso de Medicamentos – Programa Farmácia Popular – agrava a situação do Brasil.

A indústria de hemoderivados é área estratégica para o processamento do plasma humano.

No Brasil, não há uma base produtiva nacional de plasma e derivados, pois a legislação brasileira proíbe a comercialização

Avanços no setor de base química e biotecnologia:› Produção de genéricos› Produção de similares› Produção de Fitoterápicos

MissãoProduzir, desenvolver e pesquisar medicamentos hemoderivados e biotecnológicos, com excelência na qualidade, sustentabilidade e satisfação do corpo funcional e de clientes, para atender prioritariamente ao Sistema Único de Saúde – SUS. Produtos: Albumina, Cola de fibrina, Complexo protrombínico, Fator IX, Fator VIII, Fator de von Willebrand, Imunoglobulina.

Articular tecnologias diversas, incorporadas nos procedimentos médicos relativos à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento de doenças.

É um subsistema bastante heterogêneo. Equipamentos com alta sofisticação tecnológica - diagnóstico por imagens - até instrumentos cotidianos, como seringas.

Se caracteriza por ser uma indústria oligopolizada baseada na diferenciação do produto.

Os produtos possuem ciclos de vida tecnológicos curtos pressionando os custos de atenção à saúde.

90% das empresas são nacionais – diversidade da indústria. Comporta desde pequenas até grandes indústrias.

As barreiras de entradas são menores. Déficit comercial crescente nos produtos de

maior densidade tecnológica.

Fortemente influenciado pelo perfil da demanda e pelo perfil epidemiológico

Este subsistema é o de maior peso econômico do CEIS, pois mobiliza parcela significativa da renda e emprego.

É o subsistema consumidor e demandante dos outros dois.

Incorporação de tecnologias como: telemedicinas, sistemas de informações gerenciais, etc.

É o subsistema que responde pela maior parcela de mão-de-obra empregada e com grande variedade de qualificação.

É constituído por: hospitais, centros de diagnósticos e centros de terapia.

Diminuição progressiva do papel dos hospitais neste segmento → redes integradas de saúde→ Atenção básica.

O CEIS é composto por diferentes subsistemas com características bastantes peculiares.

Para que a saúde avance do ponto de vista social é necessário que haja investimento em toda cadeia produtiva.

A necessidade de se estabelecer políticas públicas orientadas para este setor.

Por que a inovação é importante para a saúde?

GADELHA, Carlos Augusto Grabois. O complexo industrial da saúde e a necessidade de um enfoque dinâmico na economia da saúde. Ciência e Saúde Coetiva. 8 (2), 521-535, 2003.