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Série Perfil de Projetos Unidade produtora de flores de corte 9LWyULD ’H]HPEUR

Unidade Produtora de Flores de Corte

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agricultura de flores

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Série Perfil de Projetos

Unidade produtora de flores de corte

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SUMÁRIO

���������������������������������������������������������������������������������������������������3iJLQD1. Apresentação..................................................................................... 32. Introdução ........................................................................................ 53. Enquadramento Técnico do Negócio ............................................... 64. O Projeto ........................................................................................... 75. Mercado ............................................................................................. 246. Aspectos Econômicos e Financeiros ................................................. 266.1 Detalhamento dos Investimentos .................................................... 266.2 Detalhamento do Fluxo de Produção e de Receitas ....................... 306.3 Fluxo de Caixa do Empreendimento .............................................. 316.4 Análise do Custo de Produção do Empreendimento ...................... 327. Índices Financeiros do Empreendimento .......................................... 338. Incentivos e Fontes de Financiamento .............................................. 35

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��� $35(6(17$d­2�Iniciar uma atividade empresarial requer do investidor o pleno domínio da atividade que sepropõe a iniciar. Neste sentido, tão importante quanto o conhecimento do ambienteeconômico no qual está inserido, sua capacidade gerencial é um fator de fundamentalrelevância para o bom desempenho do negócio.

A 6pULH� 3HUILO� GH� 3URMHWRV tem como objetivo suprir de informações o empreendedordisposto a realizar um novo investimento. Trata-se de um instrumento de auxílio aoinvestidor na elaboração de um plano de negócios que deve ser adaptado para cadasituação. E este é o objetivo do SEBRAE/ES: auxiliar as micro e pequenas empresas e daras condições necessárias ao surgimento de novos empreendimentos que sejam bemestruturados e capazes de enfrentar os desafios do mercado.

Este trabalho contém informações sobre o mercado, investimentos necessários à atividade,previsão de resultados operacionais, fontes de financiamento e diversas informaçõesrelevantes que, em conjunto com outras literaturas sobre o mercado que se pretende atuar,contribuirá com eficiência maior para uma tomada de decisão segura e com consideráveisperspectiva de sucesso.

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��� ,1752'8d­2�

O cultivo de flores no Brasil, antes da década de 60, era realizado por pequenosprodutores rurais, repassado de pai para filho, e de maneira artesanal. A partir destadécada, com o domínio de tecnologias apropriadas, a floricultura teve um grandedesenvolvimento. Com a valorização das terras e da mão de obra especializada , surgiu anecessidade de melhoria da qualidade e da produtividade, para que esta atividade setornasse competitiva. A partir dos anos 70, o comércio de flores começou a crescer,havendo necessidade de um abastecimento do mercado durante todo o ano. Nos últimos 5 a 10 anos, o aumento do crescimento da floricultura foi bastantesignificativo, em torno de 20% ao ano, tornando-se uma das atividades agrícolas que maistem crescido em relação a outros cultivos.

Nas regiões Sul e Sudeste ocorrem a maior concentração de produção de flores eplantas ornamentais com fins comerciais do Brasil.

O setor de floricultura brasileiro movimenta 1.200 milhões de dólares, sendoHolambra responsável por 71 milhões de dólares.

Estima-se que o Brasil possui uma área de 4.500 ha cultivados e 3.600 produtoresenvolvidos nessa atividade. Comparando-se com o Japão, maior produtor mundial de florese plantas ornamentais, a área brasileira é bem pequena, uma vez que naquele país, o qualpossui apenas 13% de área agricultável, a floricultura ocupa uma área de 48.400 ha, com149.000 produtores envolvidos na atividade.

Quanto à comercialização, têm-se aproximadamente 17.500 pontos de distribuiçãoe venda do produto em todo o Brasil.

O consumo, per capita, de flores no Brasil é de 4 a 7 dólares, muito reduzido quandocomparado com a Argentina, com um consumo de 25 dólares per capita. A Suíça,Alemanha, Suécia, Dinamarca têm um consumo aproximado de 100 dólares per capita. OEstado do Rio Grande do Sul tem um consumo diferenciado em relação aos outros Estadosbrasileiros, de aproximadamente 25 dólares per capita, próximo ao consumo da Argentina,fato este que pode ser atribuído à particularidades culturais deste Estado.

A região Sul e Sudeste detêm 70% da produção nacional de flores e plantasornamentais, sendo o Estado de São Paulo o maior produtor, com cerca de 1.183 hacultivados, seguido por Santa Catarina (342 ha), Minas Gerais juntamente com o EspíritoSanto, com 336 ha e Rio Grande do Sul com aproximadamente 304 ha. Em Santa Catarinapredomina o cultivo de plantas ornamentais, enquanto em São Paulo e Minas Gerais ocorreem maior proporção o cultivo de flores de corte, devido à localização das áreas de cultivoem altitudes mais elevadas. Os Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo têm investidonesta atividade, com as culturas convencionais, tais como crisântemos e rosas, na regiãoserrana e plantas ornamentais em região de baixada.

As áreas de produção se encontram, de maneira geral, próximas às rodovias e aosgrandes centros de consumo. São geralmente pequenas, em torno de 3 ha, sendo umaatividade de base familiar. A produção de plantas ornamentais é realizada a céu aberto,enquanto a produção de mudas, flores de corte e envasadas ocorrem a nível de estufas.

Para que a região produtora se destaque dentro do contexto nacional nesta atividadeé necessário que os produtores se organizem em cooperativas ou associações, visandoaprimorar a tecnologia de produção e o atendimento do mercado consumidor durante todo oano.

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Os mercados consumidores têm definido toda a política de flores nos Estadosprodutores. A exportação brasileira encontra-se em torno de 2 a 5 % do que é produzido,em torno de 5,8 milhões de dólares, predominando a exportação de bulbos e mudas decrisântemo. A exportação de mudas de plantas ornamentais também tem crescidosignificativamente.

O cultivo de flores se dá nos mais diversos climas, sendo que, nos climas maispropícios ao seu crescimento o resultado obtido será melhor, já que a própria naturezaajudará o desenvolvimento vegetativo e a floração que é o objetivo final do cultivo.A população do Estado do Espírito Santo, segundo estimativas do IBGE é de 2,6 milhõesde habitantes, com concentração no meio urbano. No meio rural, as pequenas propriedadessão consideradas a grande maioria e para o cultivo de flores é possível atingir altarentabilidade nessas áreas, quando se trabalha com técnicas corretas de cultivo.

No Estado do Espírito Santo, das 82.587 propriedades rurais existentes, cerca de91,4% dos estabelecimentos possuem até 100 ha, os quais ocupam 44,1% da área total,sendo que 80,2% dos estabelecimentos rurais possuem até 50 ha e 32,1% até 10ha. Opessoal ocupado na agricultura compreende 351.369 pessoas, sendo que nosestabelecimentos menores de 100 ha estão em atividade em torno de 281.062 pessoas.

Sendo a agricultura um setor de elevada relevância econômica para o estado, émarcante a participação dos pequenos agricultores na formação da renda brutaagropecuária, e sua contribuição efetiva para o desenvolvimento capixaba. As atividades agropecuárias nestas propriedades, geralmente, consistem na única fonte derenda dos produtores e são conduzidas utilizando a força de trabalho das famílias,caracterizando uma agricultura do tipo familiar. Dentro de pequenas áreas cultivadas comflores é possível atingir alta rentabilidade, quando se trabalha com técnicas corretas decultivo.

A grande diversidade de ambiente apresentada no Estado do Espírito Santo permiteo cultivo de flores, principalmente na região serrana. Neste aspecto, a incorporação denovas áreas ao processo produtivo tem sido um dos fatores de maior importância para aexpansão da floricultura.

O cultivo de flores de corte vem sendo tema de muitos debates na agropecuáriacapixaba, devido à importante alternativa para diversificação da produção, capaz de atenderàs necessidades das pequenas propriedades rurais aliada ao fato de maior aproveitamento damão-de-obra familiar.

Este perfil considera as produções de flores, haja vista que o Estado do EspíritoSanto apresenta condições edafo-climáticas propícias para o seu cultivo.

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��� (148$'5$0(172�7e&1,&2�'2�1(*Ï&,2�

����7LSR�GH�1HJyFLR�Produção de Flores.

����6HWRU�GD�(FRQRPLD��������� �Primário.

����5DPR�GH�$WLYLGDGH� Floricultura.

����3URGXWR�D�VHU�2IHUWDGR� Flores de Corte.

����,QYHVWLPHQWR�3UHYLVWR�)ORUHV

Investimento total: R$ 120.507,90Investimento fixo: R$ 70.669,50Capital giro: R$ 47.475,50Reserva Técnica R$ 2.362,90

����)DWXUDPHQWR�DQXDO�HVSHUDGR�Flores:�5��1.261.575,00

����ËQGLFHV�GH�$YDOLDomR�)ORUHV

Ponto de Equilíbrio(%) ���Valor Presente Líquido,R$, (a 15%) ������������Taxa Interna de Retorno (%a.a.) ��������Pay-Back Time (anos) ����Índice de Lucratividade das Vendas (%) �����

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��� 2�352-(72�

����2EMHWLYR�O objetivo do presente perfil do projeto é sistematizar e apresentar informações que

permitam ao investidor potencial analisar a oportunidade de implantação e condução deflores em sistema de cultivo em estufa.

����5HTXLVLWRV�GR�(PSUHHQGHGRU�O empreendedor é um agente com visão inovadora, e com a capacidade de

perceber e transformar grandes idéias em negócios rentáveis. Deste modo, é importantedestacar que para o sucesso do cultivo de flores, como atividade econômica, é fundamentalo conhecimento do processo produtivo e econômico, para orientar e capacitar oempreendedor no processo de tomada de decisão, considerando que é vasto o número devariáveis interferentes na cadeia do agronegócio floricultura.

$VSHFWRV�IXQGDPHQWDLV�GH�XP�HPSUHHQGHGRU�- &ULDWLYLGDGH : aceitar desafios e buscar soluções viáveis para o equacionamento de

problemas.

- /LGHUDQoD� capacidade de inspirar confiança, motivar, delegar responsabilidades,formar equipe, criar um clima de moral elevado, saber compartilhar idéias, ouvir ,aceitar opiniões, elogiar e criticar pessoas.

- 3HUVHYHUDQoD: capacidade de manter-se firme num dado propósito, sem deixar deenxergar os limites de sua possibilidade, buscar metas viáveis até mesmo em situaçõesadversas.

- )OH[LELOLGDGH: poder de controle os seus impulsos para ajustar-se quando a situaçãodemandar uma mudança, rever posições estar aberto para estudar e aprender sempre.

- 9RQWDGH�GH�WUDEDOKDU: dedicação plena e entusiasmada ao seu negócio com tempo eenvolvimento pessoal, um negócio é tocado com inspiração mas também com muitatranspiração.

- $XWR�PRWLYDomR: vontade de encontrar a realização pessoal no trabalho e seusresultados.

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- )RUPDomR�SHUPDQHQWH: capacidade de buscar um processo de permanente atualizaçãode informações sobre o mercado no qual ele se insere, tendências econômicas em todosos níveis, e atualização profissional sobre novas técnicas gerenciais.

- 2UJDQL]DomR: compreender as relações internas para ordenar o processo produtivo eadministrativo de forma lógica e racional , entender as alterações ocorridas no meioambiente externo de forma a estruturar a empresa para melhor lidar com estasmudanças.

- 6HQVR� FUtWLFR: capacidade de se antecipar aos problemas principais, analisando-osfriamente através de questionamentos que levem a indicações de possíveis alternativasde solução.

�����9LVmR�JOREDO�GR�QHJyFLR�- “&DSDFLGDGH� GH� GHVDSUHQGHU”- a evolução exige que o empreendedor tenha uma

capacidade de deletar da memória antigos conceitos e velhas tecnologias, para que essesespaços possam ser preenchidos com conceitos modernos de gestão e novastecnologias;

- 9LVmR� VLVWrPLFD� - os desafios das empresas em um cenário de mercado competitivoexigirão que o empreendedor entenda do negócio proposto.

- (PSUHHQGHGRULVPR- as empresas estão demandando profissionais dinâmicos que têmcoragem de correr riscos e também que não têm medo de cometer erros, que criemnovos empreendimentos e alavanquem o crescimento do negócio proposto.

����&RQGLFLRQDQWHV�/RFDFLRQDLV�O cultivo de flores no Estado do Espírito Santo pode ser estratificado em Zonas

naturais do Estado do Espírito Santo, em função da categoria de aptidão agroecológica(Figura 1). A Zona 1 é classificada como terras frias , acidentadas e chuvosas, consideradainapta ao cultivo de flores. A Zona 2, é considerada terra de temperatura amena, masacidentada e chuvosa, sendo considerada apta, com restrição. A Zona 3 apresenta-se apta,preferencialmente, para o cultivo de flores de corte (rosas e crisântemos). A Zona 4 éconsiderada Zona de transição podendo cultivar flores, com restrição em razão datemperatura média do microclima. A partir da Zona 5 é considerada inapta ao cultivo deflores em razão das elevadas temperaturas registradas nessas zonas.

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Figura 1 - Zonas naturais do Estado do Espírito Santo

ÁREA: 46.184 Km2

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����3URFHVVR�3URGXWLYR�O processo de produção de flores segue diversas etapas que estão interligadas, no

sentido de viabilizar tecnicamente e economicamente o agronegócio floricultura .

������2�)OX[RJUDPD�

352'8d­2�'(�)/25(6

3/$1(-$0(172�'$6�(678)$6

6(/(d­2��(�35(3$52�'$�È5($

352'8d­2�'(�08'$6

,03/$17$d­2�'2�6,67(0$

0$1(-2�'$�/$9285$

&2/+(,7$�'(�)/25(6

&/$66,),&$d­2

(0%$/$*(0��(�$50$=(1$0(172

75$163257(

&20(5&,$/,=$d­2

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������'HVFULomR�GR�3URFHVVR�O crescimento e desenvolvimento das flores podem apresentar diferenças de acordo

com as condições climáticas, solo e manejo da espécie cultivada. O início do florescimentopode ser adiantado ou atrasado por meios naturais, devido à influência das condiçõesclimáticas prevalecentes ou através do manejo das flores aliado ao manejo de água,nutrientes e luminosidade.

O cultivo de flores deve ser feito com técnicas apropriadas no sentido de reduzir asperdas, por se tratar de um produto perecível, que exige cuidados especiais. É importante,nesse caso, manter uma boa estrutura para lidar com as flores e pessoal bem treinado noseu manuseio.

São muitas as espécies de flores disponíveis no mercado. O conhecimento dasprincipais espécies e a época de maior disponibilidade é fundamental para o planejamentodo cultivo. As principais espécies de flores e a época de maior disponibilidade sãoapresentadas no Quadro 1.

4XDGUR����(VSpFLHV�GH�IORUHV�H�pSRFD�GH�PDLRU�GLVSRQLELOLGDGH�(63e&,( e32&$�'(�0$,25�',6321,%,/,'$'(

Acácia (mimosa) Março a outubroAchillea Setembro a abrilAgaphantus Setembro a marçoAlstromeria Abril a outubroAmmi Majus Março a setembroAntúrio Setembro a maioAntirrinium (boca de leão) Agosto a maioAster Setembro a maioBouvardia O ano todoCalla Março a outubroCrisântemo O ano todoDália Setembro a marçoCyclame Março a outubroCravo O ano todoDelphinium Setembro a maioFresia O ano todoGerbera O ano todoGladíolo O ano todoGypsophila O ano todoHeliconia Setembro a maioHyppeastrium Março a novembroHyacinthus Maio a setembroImpatiens Maio a setembroÍris Abril a outubroLírio O ano todoNarciso Abril a outubroPhlox Agosto a maioRosa O ano todoSolidago Setembro a junhoSolidaster Setembro a junhoStrelitzia Setembro a maioStatice Abril a outubro

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As informações constantes no presente perfil de produção de flores referem-se asunidades produtoras de Crisântemos e Rosas por serem as flores mais cultivadas na região.

$��&5,6Æ17(026�Os crisântemos, originários do Extremo Oriente, são cultivados há mais de dois

milênios e usados como enfeites em diferentes ocasiões e festividades, em função de suabela florada, de colorido delicado e formatos típicos, vem ampliando sua participação nomercado nacional e internacional nos últimos anos. Desde sua chegada ao Ocidente, hápouco mais de 100 anos, passou por vários processos de hibridação, atingindo uma enormegama de formas, cores e tamanhos das inflorescências; por esta razão, o crisântemo,atualmente é multiplicado vegetativamente e não por sementes.

No crisântemo, o que chamamos de flor é na verdade uma inflorescência, ou seja, éum conjunto de flores concentrado em uma só base; cada elemento presente nesta base éuma flor, possuindo estame, estigma, estilete e ovário.

A classificação do crisântemo é feita de acordo com o tipo de inflorescência(formato, tamanho e disposição das flores na inflorescência) ou quanto à respostafotoperiódica (comprimento do dia necessário para que ocorra a indução floral).

Existem espécies que produzem flores singelas e outras que apresentam floresdobradas. O colorido é muito variado, atinge desde o branco até matizes de cor-de-rosa ealaranjado, passando pelo amarelo, vermelho, ferrugem e outras.

O fotoperíodo é o número de horas que a planta fica exposta à luz durante o ciclo de24 horas. O crisântemo é uma planta de dias curtos, isto é, ocorre a indução floral quando ocomprimento do dia fica inferior a um valor crítico. Para a maioria das variedadescomerciais é de 13 horas. As variedades precoces florescem de 7 a 9 semanas de Dia Curto.As variedades medianas florescem de 10 a 12 semanas de Dia Curto e as variedades tardiasflorescem de 13 a 15 semanas de Dia Curto.

,167$/$d®(6�O cultivo do crisântemo, para fins comerciais, é feito em estufas, permitindo o

controle ambiental, visando atingir uma melhor qualidade e produtividade.As estufas podem ser construídas com estruturas de madeira ou de metal, e a

escolha vai depender das condições financeiras do produtor para implantação da cultura.As estufas de madeira proporcionam um menor investimento inicial, porém têm menordurabilidade, devendo ser substituídas em menor espaço de tempo. Fazendo-se umaavaliação econômica a longo prazo, é mais viável a utilização de estufas com estruturametálica.

(678)$6�As estufas do modelo arco facilitam a fixação do plástico de cobertura. As estufas

podem ter as laterais abertas ou fechadas com telas, o que evitará a entrada de insetos eventos fortes, bastantes prejudiciais às plantas. O uso de ventiladores no interior das estufasforçará a circulação do ar, reduzindo a temperatura ambiente. A instalação de lâmpadasincandescentes de 100 watts, colocadas sobre os canteiros, torna-se necessária, visandocontrolar o fotoperíodo. As mesmas devem ser instaladas aproximadamente a 2 metros de

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altura das plantas e 1,60 metros de distancia enter elas. Para o controle de Dias Curtos, sãoutilizadas cortinas escuras, de preferência de plástico preto, sustentadas por armaçõesmetálicas ou de madeira, mantendo-as acima das plantas, deixando-se o espaço paracirculação do ar.

O fechamento das cortinas pode ser feito manualmente, ou por sistema automático,cobrindo completamente os canteiros. A utilização do sistema automático permite ainstalação das cortinas a uma altura mais elevada em relação ao sistema manual, tornando acirculação interna do ar mais eficiente.

Normalmente, as cortinas são abertas às 8 horas da manhã e fechadas às 16 horas,todos os dias durante o período de indução floral, garantindo a exigência de dias curtos, istoé, tornando as noites mais longas, condição necessária para indução do florescimento. Operíodo de indução floral dependerá da variedade cultivada, a qual pode ser precoce,mediana ou tardia.

&/,0$�(�62/2�Em locais onde a temperatura varia entre 18 a 25oC o crisântemo apresenta um

crescimento regular e produz flores de excelente qualidade.Em condições de cultivo protegido, torna-se necessário a utilização de irrigação para

suprir as exigências em água, devendo-se manter o canteiro e a estufa em condições ideaisde umidade. O excesso de umidade, favorecerá a incidência de doenças, o que poderácomprometer a produção.

A escolha do sistema de irrigação dependerá do tipo de solo, da quantidade de águae dos recursos disponíveis. Normalmente utiliza-se o sistema de micro aspersão ou aspersãobaixa.

O solo deve ser poroso, rico em matéria orgânica e boa drenagem. O pH deve estarentre 5,5 a 6,5. A adubação deve ser realizada de acordo com os resultados da análise dosolo, observando-se os teores de nutrientes necessários para o bom desenvolvimento eflorescimento da cultura. Deve-se fazer o parcelamento da adubação, para que oaproveitamento seja maior.

A adubação correta proporciona resultados positivos na qualidade e produção. Adeficiência nutricional pode causar manchas, necroses, perda de coloração de folhas eflores, paralisação do crescimento, deformações nas inflorescências, atraso na abertura debotões, etc.

3523$*$d­2�(�3/$17,2�A primeira etapa no processo de produção de crisântemo é a multiplicação das

plantas matrizes, etapa essa que se processa em estufa denominada de matrizeiro.

(678)$�3$5$�08/7,3/,&$d­2�'(�0$75,=(6�A estufa para multiplicação das matrizes, visando a produção de estacas pode ser

construída nas dimensões de 6 m x 25 m. Atualmente, as plantas matrizes sãoprovenientes de São Paulo, onde os produtores adquirem as estacas de produtores idôneos,sendo as mesmas multiplicadas na propriedade. A renovação das matrizes ocorre em tornode 30 semanas.

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No matrizeiro o stand é de 85 plantas/m2 e a irrigação deve ser realizada pormicroaspersão suspensa, tomando-se o cuidado de evitar o encharcamento. Nessascondições as plantas matrizes levam em torno de 4 semanas para iniciar a brotação.

Na estufa de multiplicação de matrizes, utiliza-se a iluminação com lâmpadas paraaumentar o período de luz durante parte do período noturno, e desse modo, aumenta-se ocomprimento do dia, condição essa que favorece o crescimento vegetativo e inibe oflorescimento, pois os crisântemos para florescer precisam de noites longas, razão pela qualutiliza-se a lona preta nas estufas , na época do florescimento, para reduzir o comprimentodo dia e aumentar o período noturno.

(15$,=$0(172�'(�(67$&$6� ������

As mudas são produzidas através de enraizamento de estacas. As estacas sãoretiradas da porção apical das hastes, devendo possuir de 5 a 6 folhas com 6 a 8 cm decomprimento, e um peso em torno de 20 gramas. As estacas são colocadas em leito deenraizamento. O substrato utilizado no leito de enraizamento pode ser a areia lavada, ouuma mistura de areia lavada (70%) mais palha de café queimada (30%).

Após duas a três semanas as mudas estarão enraizadas e poderão ser transplantadaspara o canteiro definitivo. A estufa deverá possuir também iluminação noturna etemperatura em torno de 25 a 30º C.

Pode-se utilizar bandejas para o enraizamento das estacas. As bandejas plásticasdevem ser previamente lavadas com uma mistura de formol e cloro para esterilização,evitando-se a contaminação do substrato. Cada Bandeja comporta 150 mudas.As Margaridas, por exemplo, necessitam de duas semanas para que ocorra o enraizamento.

A irrigação na estufa de enraizamento torna-se mais eficiente utilizando-setemporizador. O controle da luz é realizado com a utilização do temporizador, acendendoas lâmpadas às 20:00 h por 45 minutos, ficando 2 horas a seguir no escuro: 45’ de luz – 2hde escuro - 45’ de luz - 2h de escuro - e assim sucessivamente, totalizando-seaproximadamente 3 horas de luz por noite.

Para estimular o enraizamento das estacas e garantir a uniformidade do mesmo, érecomendada a utilização de reguladores de crescimento. A aplicação deve ser realizadaatravés da utilização do Ácido Indol Butírico (AIB), numa dosagem de 0,1 a 0,2%,misturado ao talco farmacêutico, pois o mesmo é livre de impurezas. Pode ser utilizadotambém o Ácido Naftaleno Acético (ANA), porém o AIB tem se mostrado mais eficiente,para uma mesma dosagem aplicada. A aplicação do AIB é feita por imersão rápida da baseda estaca na mistura, levando-se as estacas em seguida para o leito de enraizamento.

(678)$6�'(�352'8d­2�O espaçamento utilizado para o plantio definitivo é de 10 cm entre plantas e 12 cm

entre linhas ou 10 cm entre plantas por 15 cm entre linhas. O stand fica com 65 plantas/m2

equivalente ao utilizado na região produtora do Estado de São Paulo.As mudas plantadas em canteiro devem ser tutoradas, dando firmeza às plantas,

evitando-se o tombamento das hastes. Este tutoramento pode ser feito com grade de bambuou rede de nylon (malhas de aproximadamente 15 cm), sendo a segunda mais prática. Arede é colocada sobre o canteiro antes do plantio, sendo elevada à medida que a plantacresce, mantendo-a no terço superior da altura das plantas.

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Os canteiros de produção devem ter uma dimensão de 1,00 a 1,20 x 25,0 m. A redetem 1,20 m x 1000 m, sendo suficiente para 40 canteiros. Com um comprimento de 25 mde canteiro divide-se a rede de 25 em 25 m sem ocorrer perdas.

Na estufa, para produção de flores de corte, é necessário o controle da luminosidade,pois as plantas necessitam desenvolver vegetativamente antes de florescerem. Sendo assim,durante as 4 primeiras semanas deve-se proceder à incidência de luz, no período noturno,depois, com a utilização das cortinas escuras, as plantas deverão ficar no escuroprolongado (Dia Curto), para florescer, desta maneira a planta atinge uma altura de 0,80 a1,00m, comprimento necessário para a comercialização, antes de receber o estímulo paraindução floral.

35È7,&$6�&8/785$,6�Durante todo o desenvolvimento da cultura devem ser realizadas capinas periódicas,

uma vez que as plantas daninhas competem com o crisântemo principalmente por luz eágua.

Além do acompanhamento dos teores de nutrientes através da análise do solo, deveser feita a coleta de folhas para realização da análise foliar, visando confirmar a ocorrênciade alguma deficiência nutricional diagnosticada visualmente, observando se as plantasestão absorvendo os nutrientes aplicados no solo.

Ao longo do desenvolvimento da cultura deve-se proceder às podas, que consistemem despontas, desbrotas e remoção de botões.

As despontas têm como objetivo aumentar o número de inflorescências por planta,formando cachos. Fazendo-se o plantio, já pensando em se realizar a desbrota, pode-sereduzir o número de estacas no plantio. Através desta prática é possível também controlar otempo de produção, dependendo do tipo de desponta realizada pode-se prolongar o períodovegetativo. A desponta pode ser apical, removendo somente a porção terminal. A despontaalta remove mais ou menos 1 cm da porção apical da planta. E a desponta baixa remove de5 a 6 cm da porção apical da planta. A desponta é realizada de duas a quatro semanas apóso plantio.

As desbrotas são realizadas, removendo-se as brotações laterais indesejáveis.Depois da indução floral, muitos botões surgem nas gemas axilares. Dependendo do

método de cultivo, deve-se fazer a remoção destes botões para conseguir uma flor porhaste, e também controlar o número e o tamanho das inflorescências no cacho. A remoçãoé feita assim que os botões possam ser destacados; assim terá menores prejuízos e danos emaior será a flor produzida.

'2(1d$6�(�35$*$6�0$,6�,03257$17(6�As doenças do crisântemo podem ocorrer nas folhas, hastes, raízes e inflorescências.

Estas doenças podem ser causadas por fungos, bactérias, vírus, etc.Pode-se dividir as doenças nesta cultura de acordo com a localização das mesmas:Doenças do sistema radicular, doenças das folhagens e doenças das flores.

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'RHQoDV�GR�VLVWHPD�UDGLFXODU�� Murcha de Fusarium e Verticilium são causadas por fungos, ocorrendo

manifestação dos sintomas nas folhas mais próximas do solo, subindo para asfolhas do ápice. A infestação das plantas ocorre através das raízes, obstruindo osvasos condutores, cortando o suprimento de água e nutrientes para as plantas,levando à morte antes da produção de flores.

� Murcha de Phytium é também causada por fungo de solo, levando à murcha daplanta e enegrecimento da haste ao nível do solo.

� Murcha de Rizoctonia causada por fungo de solo, com murcha das plantasdurante o dia e recuperando-se à noite.

Como medida de controle deve-se usar solo esterilizado e plantas sadias para areprodução. Remover os restos culturais e plantas doentes e fazer aplicação de fungicidasespecíficos.

'RHQoDV�GDV�IROKDJHQV�� Ferrugem Branca é a mais séria doença do crisântemo. Os sintomas iniciais

aparecem na face superior das folhas na forma de pequenas manchas, branco-amareladas levemente côncavas, com 1 a 3 mm de diâmetro. Posteriormente, ocentro dessas manchas torna-se marrom escuro. Na face inferior, ocorrempústulas salientes de cor amarela a rosada. Estas pústulas coalecem, tomandoquase a área total da folha, que murcha e seca. Os mesmos sintomas podemocorrer sobre o pedúnculo, hastes e brácteas das plantas e, em condições de altaumidade em estufas, pode ocorrer a infestação da flor.

� Murcha de Septoria é uma doença fúngica que causa mancha nas folhas decoloração marrom escuro, com bordo irregular, tornado-se posteriormente cinzaesbraquecido na região central.

� Míldio Pulverulento é uma doença fúngica que causa mancha brancaspulverulentas sobre as folhas.

As doenças das folhagens são controladas com o uso de produtos químicosespecíficos.

'RHQoDV�GDV�IORUHV�� Podridão de Botritis é uma doença fúngica que ataca as partes mais tenras e

suculentas. Chamada de mofo cinzento, é uma das doenças mais comuns dasinflorescências, onde aparece em pequenas manchas aquosas nas pétalas.Desenvolvem-se rapidamente tornando-as impróprias para a comercialização.Esta doença é favorecida por temperatura e umidade altas, constituindoproblema principalmente no varão.

� Podridão de Ascochita causa deformação e alteração na cor da inflorescência.

As doenças das flores são também controladas com o uso de produtos químicos específicos.

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A Murcha Bacteriana, à qual atinge a porção superior do caule, tornando-oacinzentado, translúcido e macio, causando a seca e morte da planta, também tem que sercontrolada.

As viroses, transmitidas pelas estacas, causam manchas e estrias nas folhas,paralisando o crescimento e deformando as flores. Plantas atacadas devem ser arrancadas eeliminadas. Os pulgões e trips são insetos vetores destas viroses, devendo ser controlados.

Os insetos, além de transmitir as viroses, causam bastante prejuízo ao cultivo,sugando as partes novas e tenras das plantas, encurvando as folhas, tecendo teias erevestindo botões, folhas, hastes, etc. O controle dependerá dos métodos adotados, rapidezde identificação do problema, equipamentos e produtos utilizados, etc.

&2/+(,7$��(0%$/$*(0�(�&/$66,),&$d­2�O ponto de colheita: As inflorescências devem ser colhidas, antes que abram as

flores do centro, isto é, antes que desapareça totalmente a cor esverdeada do centro. Adistância do mercado consumidor influenciará no ponto de colheita. Para o caso de mercadoconsumidor próximo, podem ser colhidas inflorescências um pouco mais abertas. Pode-seconsiderar como ponto de colheita a incidência de 70% das inflorescências abertas. Seforem conduzidas em cachos, quando 70% das inflorescências do cacho estiverem abertas.

A realização da colheita se dá através da retirada das plantas inteiras, podendotambém cortar as flores rente ao solo, porém a retirada das plantas inteiras é mais rápida.Após o arranquio das plantas, procede-se ao corte da raiz na região do colo da planta. Apóseste procedimento o material coletado deverá ser levado para a mesa de padronização,onde será uniformizado o comprimento das hastes floríferas, que em seguida devem sercolocadas em recipientes com água e transportadas para o local mais fresco.

Após a colheita, todo o material vegetativo (restos vegetais) deverá ser retirado daárea de produção. Os canteiros serão, então, preparados para o próximo plantio. A retiradados restos vegetais ajuda a reduzir a proliferação de pragas e doenças nas áreas deprodução. As inflorescências colhidas que não serão comercializadas imediatamente,poderão ser armazenadas por até seis semanas, a seco, em ambiente fechado, à temperaturade 1 a 3 oC.

O preparo das inflorescências para comercialização é realizado preparando-se feixesde dúzia (com 13 flores), amarradas, protegendo as inflorescências com papel. Em caixasrevestidas de plástico, os feixes serão acondicionados, fixando-os bem, evitando-seesmagar as flores. Após o armazenamento as inflorescências devem ter a base das hastescortadas e colocadas em água para recuperarem a turgescência.

A comercialização depende da região. Em regiões de grande produção, existemcomércios definidos. Regiões tradicionais, como por exemplo em Holambra (SP), existepregão diário, além da comercialização realizada nos CEASAS e floriculturas.A comercialização no Estado do Espírito Santo, é realizada em floriculturas, estandoabrindo o comércio também em supermercados, aumentando assim o interesse dosconsumidores por este tipo de flor, a qual proporciona uma profusão de cores e variedades.As inflorescências são transportadas até o mercado consumidor em caminhões refrigerados.

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%��526$6�O cultivo protegido de rosas tem se constituído em uma realidade na produção de

rosas. O uso de plásticos, para cobertura das estufas, reduziu muito os custos das casas devegetação. Desenvolveram-se bombas, tubos, válvulas solenóides, torneiras e outrosequipamentos, podendo-se atualmente automatizar por completo o cultivo em estufa, o quereduz os custos operacionais.

O cultivo em casa de vegetação apresenta as seguintes vantagens: maior rendimentopor área; melhor qualidade do produto; menor incidência de pragas e doenças; maiorfacilidade de execução dos tratos culturais; melhor programação da produção; ciclos maiscurtos, em decorrência de melhor controle ambiental; redução de perdas de nutrientes porlixiviação, escorrimento, volatilização e fixação, resultando inclusive no uso mais racionaldos fertilizantes. Como desvantagem deve-se considerar o custo mais elevado deimplantação do sistema.

As rosas se adaptam muito bem ao cultivo em casa de vegetação, por terem umciclo curto e por possibilitarem alta densidade de plantio, vários ciclos por ano e altoretorno econômico a curto prazo.

A demanda por flores é maior em regiões de clima frio e temperado, especialmentena Europa, onde não há abundância de flores naturais ao longo do ano. No Brasil como emoutros países, o uso de flores tem se diversificado bastante nas últimas décadas. Flores queeram procuradas principalmente para funerais, casamentos e outras cerimônias, passaram afazer parte do cotidiano de muitas pessoas. O movimento em prol da preservação ambientaltem trazido as flores para o dia-a-dia, e o seu cultivo passou a ser bastante apreciado.

Os maiores centros produtores são, sem dúvida, o oeste da Europa, o Japão e osEstados Unidos. Quantidades moderadas de produtos florais são produzidos na Rússia,Austrália, Nova Zelândia e no leste Europeu. Poucos países tropicais têm reconhecido omercado para flores e desenvolvido a sua produção e exportação. Dentre eles têm-seAmérica Central, Colômbia, Israel, Quênia e África do Sul, que colocam a maior parte deseus produtos no oeste Europeu e nos Estados Unidos da América.

A produção brasileira de flores e plantas ornamentais para mercado interno e deexportação tem evoluído rapidamente em quantidade e qualidade, principalmente nosEstados de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.

As roseiras são plantas exigentes quanto à insolação, requerendo grande exposiçãoao sol. Plantios em locais com baixa luminosidade causam redução do volume de produção,estiolamento e maior incidência de doenças. Locais ensolarados e quentes, deverão ser bemventilados.

A roseira é uma planta que não sofre influência do comprimento do dia(fotoperíodo) para a indução floral, como acontece com o crisântemo. Contudo, em dias deverão (dias mais longos) o crescimento é bem maior que no inverno. A baixa temperatura,no inverno, se alia aos dias mais curtos, suspendendo ou reduzindo drasticamente afloração. A florada de inverno é bem menos interessante para o comércio do que a de verão.

Portanto, o cultivo de rosas em estufas levará a um melhor controle ambiental,levando a um maior rendimento e consequentemente melhor qualidade do produto. Alémdessas vantagens, este sistema de cultivo proporciona um melhor controle de pragas edoenças, facilita a execução dos tratos culturais, e promove um uso mais racional defertilizantes. A melhoria do aspecto nutricional e fitossanitário leva a um aumento na vidapós-colheita das flores cortadas.

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352'8d­2�'(��08'$6�Nas condições do Estado do Espírito Santo, só é possível a produção comercial de

mudas através da enxertia. Portanto o processo de produção das mudas é dividido em duasetapas: obtenção de porta-enxertos e a enxertia e formação de mudas.

� � �(7$3$� Obtenção do porta-enxerto.

Ao proceder à escolha da variedade a ser utilizada como porta enxerto, deve-seobservar as seguintes características:

� Boa capacidade de enraizamento� Maior resistência a seca e variações de temperatura� Perenidade e continuidade de crescimento� Resistência a nematóides, galhas de raízes, etc� Boa adaptação a diferentes tipos de solo� Casca facilmente destacável, durante a fase de crescimento, para facilitar as

operações de enxertia� Compatibilidade com as variedades a serem enxertadas

Algumas espécies se destacam como porta-enxerto,tal como a 5RVD�FDQLQD��5RVDFKLQHQVLV� H� 5RVD�PXOWLIORUD� A maioria dos viveiristas tem trabalhado com dois tipos deporta-enxerto identificados com 5RVD�PXOWLIORUD, diferenciando-se pela presença ou não deespinhos. O porta-enxerto com presença de espinhos tem se mostrado mais vantajoso paraos locais de solo mais pesado e temperaturas mais elevadas.

Para o enraizamento deve-se utilizar hastes já desenvolvidas, evitando-se as que sãomuito tenras e muito finas (menores de 0,5 cm de diâmetro). As estacas são cortadas comaproximadamente 25 cm de comprimento, suficiente para que cada uma tenha de 5 a 8gemas.

O enraizamento deve ocorrer diretamente no viveiro, em sacolas de polietilenopreto, onde as plantas serão enxertadas. O substrato deve ser leve, bem preparado e asestacas colocadas no centro da sacola, enterrando-se 2/3 do comprimento. Há necessidadede um bom sombreamento no inicio do enraizamento, raleando posteriormente até completaretirada, quando as estacas começarem a brotar.

� � (7$3$� Enxertia e Formação da Muda.

O processo de enxertia é realizado quando a planta estiver com a casca facilmentedesprendível. Nesse caso, faz-se uma irrigação, com bom fornecimento de água 4 a 6 diasde antecedência, promovendo o estágio de casca solta.

A enxertia mais indicada é do tipo borbulhia sob casca, em “T” invertido.Para o fornecimento das borbulhas, devem ser escolhidas matrizes sadias, isentas de

doenças viróticas, tal como o mosaico. As melhores hastes para enxertia são aquelas quefloresceram recentemente.

O enxerto deve ser amarrado com fita plástica, visando uma boa justaposição. Emtorno de 20 a 25 dias da enxertia, deve-se retirar o amarrio, deixando-se o enxerto exposto.

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Logo que as borbulhas começarem a desenvolver, estando as brotações com 8 a 10cm de comprimento deve-se fazer o corte da gema apical (mais ou menos 2 cm da ponta),para fortalecimento da união do enxerto e a ramificação para formação da muda.

Com uma boa condução na fase de viveiro, o ciclo de produção da muda secompletará em torno de 10 a 12 meses.

&/,0$�(�62/2� Para o cultivo comercial da roseira, deve-se observar as regiões consideradas aptas

para o cultivo de rosas (Zonas naturais do Estado do Espírito Santo) de preferência asregiões onde a temperatura se enquadre dentro da faixa de 12 a 15ºC no período noturno e23 a 25ºC no período diurno. Temperaturas acima dessa faixa causam distúrbios na plantae, como conseqüência, ocorrerá má formação dos botões, redução do crescimento daspétalas, enegrecimento das pétalas externas do botão e azulamento da flor alguns dias apóso corte.�O solo deverá possuir uma boa drenagem, com uma profundidade do lençol freáticosuperior a 60 - 80 cm. Em solo areno-argiloso a roseira apresenta um bom desenvolvimentodo sistema radicular. A faixa de acidez desejável é de pH entre 5,5 a 6,5. Se o pH forinferior a esta faixa, há necessidade da correção do solo através da calagem.

Recomenda-se um bom preparo do solo, para que as raízes tenham boas condiçõesde crescimento. Deve-se proceder à aração (25 a 30 cm de profundidade) e gradagem. Aadição de matéria orgânica e nutrientes deverá ser baseada nos resultados da análise desolo, observando-se os teores de nutrientes necessários para o bom desenvolvimento eflorescimento da cultura.

Para uma maior eficiência da adubação, esta deve ser parcelada. A adubaçãoorgânica normalmente é feita adicionando-se 5 a 10 Kg de esterco de curral por planta.Durante a condução do roseiral, utiliza-se uma dosagem de 2 a 3Kg/planta/ano.

Quanto a aplicação de micronutrientes, estes devem seguir a recomendação deadubação em função da análise de solo ou em função da análise foliar.

3/$17,2�As roseiras podem ser plantadas em covas ou em sulcos, porém, em plantios

comerciais, para flores de corte, recomenda-se a utilização de sulcos com espaçamentosmais reduzidos.

Os sulcos poderão ter 40 x 40 cm e comprimento variável em função da área a serutilizada. A distância entre eles poderá ser de 0,90 a 1,00 m. Sempre que possível, deve-semarcar os sulcos no sentido Norte - Sul. Para maior aproveitamento da área nas estufas, apopulação de plantas será mais elevada do que no cultivo a céu aberto, devendo-se utilizar3 (três) fileiras de plantas por canteiro.

A época de plantio recomendada concentra-se nos meses de maio a agosto, porém ,por se tratar de estufas, podem ser plantadas o ano todo.

As raízes mais longas ou quebradas deverão ser podadas, por ocasião do plantio. Amuda deve ficar no mesmo nível em que estava anteriormente no viveiro, ou ligeiramentemais funda, não cobrindo a região do enxerto. A terra deverá ser bem assentada sobre asraízes.

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A irrigação deve ser abundante logo após o plantio, de forma a garantir um bomsuprimento de água às plantas.

75$726�&8/785$,6�� Eliminação de Ramos Secos, Doentes e Quebrados: Esta limpeza deve ser feita

sempre que necessária. As partes a serem eliminadas devem ser cortadas logoacima de uma gema, porém fora da região contaminada.

� Capinas: A ausência de plantas daninha contribui para a boa vegetação dasplantas. O uso de herbicidas é viável, devendo, porém ser do grupo deherbicidas de contato. As pulverizações devem ser feitas com bastante cuidado,evitando-se atingir as roseiras, para que não ocorra queima das plantas.

� Irrigação: O turno de rega será em função do tipo de solo, época do ano,umidade relativa do ambiente, etc. Evitando-se o excesso de água para asplantas.

� Podas de Manutenção: A melhor época de poda é o período compreendido entrejunho e agosto, quando, normalmente, as plantas se apresentam com pequenaintensidade de crescimento, em função da temperatura adversa. Contudo,roseiras submetidas a cortes de flores constantes não apresentam volumevegetativo para este tipo de poda. Cuidados especiais devem der dedicados àssuperfícies dos cortes, onde deve ser utilizado um produto à base de cobre.

� Podas de Floração: Para o melhor controle das flores produzidas deve-seremover sempre que necessário, os botões que surgem lateralmente logo abaixodo botão principal, deixando apenas este.

� Quanto mais precoce for realizada a eliminação dos botões laterais, menoresresíduos ficarão visíveis, com melhor qualidade para o botão restante. A podados botões promove o controle quanto à nova floração da planta. À exceção doperíodo do inverno, as plantas crescem normalmente, e a maioria dasvariedades necessitam de 7 a 8 semanas entre o corte da haste e a próximafloração de brotações oriundas da haste cortada. A remoção da parte apical dosramos cegos, logo após a identificação dos mesmos, permite que a gemasuperior brote, originando haste e flor normais.

'2(1d$6�(�35$*$6�0$,6�,03257$17(6�Qualquer doença na roseira, mesmo se detectada no início, sempre traz algum

prejuízo, pois só será notada após o aparecimento dos sintomas típicos, os quais são lesõesirreversíveis. Por essa razão, o tratamento preventivo das doenças através de pulverizaçõessistemáticas, se torna necessário. As pulverizações devem ser feitas cautelosamente,cobrindo toda a planta, especialmente as duas faces das folhas e as regiões novas.

As roseiras são atacadas por diferentes doenças fúngicas, as quais serão destacadas aseguir:

� $QWUDFQRVH: ocorre mais em viveiro. Os sintomas ocorrem em toda a parte aérea daplanta. Manchas purpúreas ou avermelhadas de meio centímetro de diâmetro sobre asfolhas, ou pequenas manchas elevadas, alongadas da mesma cor, ocorrendo nos ramos e

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pecíolos. As manchas de bordos lisos e bem redondas podem escurecer até ficarempretas. Quando coalescem, formam manchas grandes e irregulares. Parte da lesão podecair de maneira que os folíolos apresentam perfurações de diferentes tamanhos.

� &DQFUR�GD�+DVWH: afeta apenas as hastes, produzindo cancros. O cancro é uma manchaavermelhada; tornando-se de cor palha no centro e marrom púrpura na margem. Nesteestágio surgem pequenas fendas longitudinais na casca da área doente, onde surgem oscorpos de frutificação do fungo.

� &HUFRVSRULRVH: doença bastante comum em canteiros de variedades usadas como porta-enxerto. As folhas apresentam manchas pequenas, redondas e escuras de centro claro,geralmente rodeadas por um halo amarelo. Folhas severamente afetadas caem comfacilidade.

� )HUUXJHP: esta doença fúngica incide severamente sobre as roseiras. Pode ocorrerqueda de folhas, enfraquecimento das plantas, falta de produção e predisposição aoataque de outros parasitas. Ocorrem manchas cloróticas ou amareladas a vermelho naface superior das folhas. Mais tarde formam-se pequenas pústulas de cor amareloalaranjado na face inferior das folhas. Como conseqüência, ocorre a queda das folhas.

� 0tOGLR: é uma das doenças de maior importância da roseira. Os sintomas sobre asfolhas são manchas irregulares, com o tempo tornando-se pardas. Na página inferior dafolha, com tempo úmido, aparece uma lanagem branca acinzentada que recebe as áreasdas manchas. As folhas se enrolam, secam e caem. O desenvolvimento da doença éfavorecido por quedas bruscas de temperatura, alta umidade e alta densidade de plantio.Nestas condições, a doença pode se tornar um fator limitante da produção.

� 0XUFKD�GH�%RW}HV�RX� �0RIR�GDV�)ORUHV: aparece em condições de alta umidade noinício da primavera. As partes atacadas ficam descoloridas, os botões não se abrem,tornam-se mumificados e pendentes. Envolvendo os botões cresce intensamente umacobertura pulverulenta acinzentada, que é a estrutura do fungo.

� 2tGLR�RX�%UDQFR�GD�5RVHLUD: doença de grande importância, devido, principalmente,ao fato de ser de disseminação rápida. O fungo infecta toda a parte aérea, sendo osramos de folhas jovens os mais afetados. O sintoma inicial é a tendência das folhasnovas se enrolarem, expondo a superfície inferior, apresentando uma tonalidade maisavermelhada que as sadias. Depois aparecem pequenas manchas esparsas brancas, quese transformam numa verdadeira cobertura pulverulenta branca. Com o tempo essacobertura torna-se cinzenta. Em ataque severo as folhas ficam totalmenteencarquilhadas, chegando a cair. Os ramos atacados produzem folhas anãs edeformadas, as extremidades das hastes morrem e os botões florais não chegam a abrir.Temperatura baixa e alta umidade favorecem a incidência da doença.

� 3LQWD� 3UHWD� RX� 0DQFKD� 3UHWD: Os sintomas iniciais são pequenas manchasdescoloridas na página superior das folhas. Estas manchas vão escurecendo até atingir acor parda violácea a negra, crescem em diâmetro e apresentam os bordos franjados. Oslimbos vão amarelecendo e ocorre a queda das folhas. Os dias quentes e úmidosfavorecem o ataque do fungo.

� 5RVHOLQLRVH: É uma doença de desenvolvimento lento, muito comum em solos ácidos.A planta começa apresentar sintomas de deficiência nutricional e quando se confirmauma podridão nas raízes, a roseira está condenada. Ocorre então amarelecimento,murcha, queda de folhas, e morte progressiva dos ramos devido à absorção deficitáriadas raízes.

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� 6HFD�GRV�5DPRV: Os sintomas aparecem geralmente depois da poda. Uma podridão decor marrom se inicia na região em que o ramo foi seccionado, estendendo-seposteriormente para a parte inferior do ramo, até atingir a haste principal, provocando amorte da planta.

Além dessas doenças, podem surgir as doenças bacterianas, como galha da coroa(atingindo as raízes das plantas); as viroses, como o mosaico amarelo e o mosaico comum;e os nematóides, causando galhas nas raízes.

O controle das doenças da roseira é realizado através das práticas de poda,desinfecção das ferramentas utilizadas para poda, erradicação, queima das partes afetadas,bem como aplicação de fungicidas específicos.

Como pragas da roseira tem-se observado os pulgões, os trips, a cochonilha, avaquinha, besouros, abelhas Jataí, ácaro vermelho, formigas, caramujos e lesmas, sendonecessário o seu controle através de pulverizações com inseticidas específicos. Afreqüência das pulverizações dependerá da intensidade do ataque da praga e do tipo deinseticida a ser utilizado.

����������&2/+(,7$�(�&/$66,),&$d­2�&ROKHLWD

Em plantios novos, as primeiras flores devem ser removidas, cortando-se até a 4a

gema abaixo da flor.Normalmente, por volta de 8 semanas após a poda, já se tem a primeira colheita de

botões. Com boas condições de crescimento, as hastes cortadas voltarão a produzir botõesapós 35 a 45 dias do corte anterior.

A melhor hora para a colheita dos botões é à tarde. Os botões encontram-se no“ponto de colheita”, quando as sépalas começam a curvar-se no sentido da base. Secortadas mais cedo, podem não se abrir normalmente. Contudo, a variedade influi mais,sendo que algumas têm tendência de permanecer como foram colhidas. O corte deve ser feito acima de uma gema e com um golpe firme, sem lascar. Atesoura de poda deve ser posicionada com a lâmina cortante para cima. Após a colheita asflores não devem ficar ao sol. Devem ser levadas para uma sala ao abrigo da luz intensa esubmetidas a um banho de água fria, de modo a remover, o mais rapidamente possível, ocalor do campo.

&ODVVLILFDomROs padrões de classificação, no Brasil, são bastante regionais, em função do

comércio consumidor. A classificação mais utilizada é com relação ao comprimento dahaste.

� +DVWH�/RQJD����maior que 50 cm.� +DVWH�0pGLD����de 30 a 50 cm.� +DVWH�&XUWD����menor que 30 cm.

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Após a colheita as flores são enfeixadas (feixe de 1 a 2 dúzias, com uma flor amais), embaladas em caixas ou então envoltas em papel, sendo enviadas paracomercialização.

A comercialização no Estado do Espírito Santo é realizada basicamente emfloriculturas.

��� 2�0(5&$'2�

No Brasil, a partir da década de 1970, o comércio de flores começou a crescer e ademanda no mercado por produtos da floricultura passou a se estender por todo o ano. Estefato tem sido apontado, juntamente com os elevados retornos financeiros propiciados pelaatividade, como os principais elementos responsáveis pela observada expansão do setor defloricultura nos últimos dez anos, que vem apresentando taxas de crescimento na produçãode cerca de 20% ao ano.

As regiões sul e sudeste detêm 70% da produção nacional de flores e plantasornamentais sendo que o maior produtor é o Estado de São Paulo, seguido pelos estados deSanta Catarina, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio Grande do Sul.

O consumo médio de flores, por ano e “per cápita” no Brasil é baixo, cerca de US$6,00, comparativamente a outros países como a Argentina (US$ 25,00) e Alemanha, Suéciae Dinamarca (US$ 100,00). Internamente, o estado do Rio Grande do Sul apresenta o maiorconsumo de flores “per cápita” com um dispêndio médio de US$ 25,00 por ano.

O setor floricultura movimenta anualmente no Brasil U.S. $ 1,2 bilhões dos quaisapenas 5% (U.S. $ 6,00 milhões), constituem-se na representação do mercado externo.

�����0HUFDGR�DOYR�Os mercados que se pretendem atingir são o interno e o exterior, com ênfase

especial em uma política agressiva de marketing, no sentido de despertar, internamente oconsumo de flores e, sobretudo, uma política de melhoria qualitativa do produto ofertado,atendendo desta forma, as exigências, cada vez maiores, do mercado internacional.

����3HUVSHFWLYD�GR�0HUFDGR�Ambos mercados (interno e externo), apresentam boas perspectivas no sentido de

absorverem as crescentes produções observadas, face uma tradição já consolidada emâmbito internacional e internamente, pela elevação considerável do número deconsumidores de flores.

Outro ponto que deve ser enfocado, é o elevado retorno financeiro propiciado pelaatividade, que tem se mostrado capaz de suportar custos de comercialização mais altos,possibilitando, inclusive, o transporte aéreo da produção.

����&OLHQWHV�SRWHQFLDLV�

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A despeito de já existirem cerca da 17.500 pontos de distribuição e venda de flores nopaís, aponta-se ainda o seguintes clientes potenciais:

� Mercados especiais que comercializam flores;� Redes de supermercados que vêm se implantando em todo país de forma dinâmica e

crescente, e sempre apresentando em sua estrutura seções específicas para comércio deflores e plantas ornamentais; e,

� Mercado internacional face as melhorias qualitativas do produto e possibilidade de setrabalhar com níveis de preços mais competitivos.

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��� $63(&726�(&21Ð0,&26�(�),1$1&(,526�

A produção flores depende de uma série de fatores que influenciam o desempenhoda cultura tais como a variedade plantada, o clima, o solo, os tratos culturais, oespaçamento e o método de colheita adotada, bem como a incidência e controle de pragas edoenças. Esses fatores definem o padrão tecnológico o qual refletirá diretamente nosretornos econômicos e financeiros do empreendimento.

Cabe ressaltar que os métodos tradicionais de produção de flores levam a quedasacentuadas de produção. Este fenômeno poderá ser atenuado, consideravelmente, pelautilização de técnicas adequadas de cultivo protegido, através de estufas associadas aomanejo da lavoura e, sobretudo, dos aspectos relacionados com o controle de luminosidade,pragas e doenças além do processo de colheita que deverá se processar sem causar danossérios às flores.

Para estimativa dos custos de produção de flores, dividiu-se o processo produtivoem três etapas: a) produção das mudas, b) formação e condução da lavoura e c)manutenção. As duas primeiras etapas juntamente com os equipamentos de irrigaçãocompõem os investimentos necessários à implantação do empreendimento. Os preços dosinsumos e dos serviços refletem valores médios da região no ano de 1999.

3RQWRV�&UtWLFRV��GD�$WLYLGDGH�� Política de desenvolvimento – produtores não articulados para estabelecer esta

política.� Morosidade no estabelecimento da Lei de proteção de cultivares.� Dificuldade de acesso às tecnologias modernas.� Falta de treinamento e capacitação profissional em todos os níveis da cadeia.� Perda que chega a 30 a 40%.� Falta de qualidade.� Carência de informações.� Produtores agindo de maneira individual.� Falta de lideranças X organização X representatividade.� Não existência de nichos de mercado.� Falta de assistência técnica.� Baixa qualidade de transportes.� Concorrência com flores importadas, inclusive flores de plástico e tecidos.

����'HWDOKDPHQWR�GRV�,QYHVWLPHQWRV�������3URGXomR�GH�IORUHV�D�� &RHILFLHQWH�7pFQLFR�SDUD�3URGXomR�GH�0XGDV�GH�)ORUHV�HP�HVWXID�FRP�FDSDFLGDGHSDUD��SURGXomR�GH���������PXGDV���&ULVkQWHPR�����H�5RVDV������4XDGUR� �� ±� &RHILFLHQWHV� WpFQLFRV� H� RUoDPHQWR� SDUD� SURGXomR� GH� PXGDV� SDUD� �KHFWDUHV�GH�IORUHV���(VWXID�GH�3URGXomR�GH�0XGDV����;�����P�RX������P � �.

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(VSHFLILFDomR 8QLGDGH 4XDQWLGDGH 3UHoR�8QLWiULR 9DORU�7RWDO�5�� �5�����6HUYLoRVPreparo do substrato eenchimento das sacolas(rosas)

dh 16 10,00 160,00

Preparo das estacas eplantio (Crisântemos)

dh 3 10,00 30,00

Capinas dh 3 10,00 30,00���,QVXPRVPlantas matrizes(Crisântemos)

ud 6000 0,10 600,00

Sacolas (rosas) ud. 6.000 0,10 600,00Bandejas para mudas(Crisântemos)

ud 700 4,50 3.150,00

Esterco Curtido l 900 0,10 90,00Superfosfato Simples kg 50 0,35 17,50Cloreto de Potássio kg 50 0,60 30,00Sulfato de Amônia kg 50 0,60 30,00Micronutrientes kg 25 0,80 40,00Nitrato de cálcio kg 25 1,00 25,00Madeira para suporte decanteiros

m 64 3,00 192,00

Hormônio deenraizamento

Kg 1 5.000,00 5.000,00

���(VWXID�FRP�HVWUXWXUDPHWiOLFDm2 150 8,00 1.200,00

���$TXLVLomR�WHUUHQR ha 2 1.000,00 2.000,00���7RWDO ���������E�� &XVWRV�IL[RV�DQXDLV�- Remuneração do encarregado (R$/ano) ................. 3.600,00- Remuneração do contador (R$/ano) ....................... 1.800,00- Energia elétrica e telefonia (R$/ano) ...................... 6.800,00- Imposto (ano 1) ................................................... . 18.087,50- (ano 2) ....................................................117.570,60�2�YDORU�UHIHUHQWH�DR�LPSRVWR�FRQWLQXD�FRQVWDQWH�DWp�R�����DQR�

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F�� 2UoDPHQWR�GH�)RUPDomR�H�0DQXWHQomR�GH���KHFWDUHV�GH�)ORUHV�4XDGUR� �� ±� &XVWR� GH� IRUPDomR� H�0DQXWHQomR� GH� GRLV� KHFWDUHV� GH� IORUHV�� FDQWHLURV����P�[�����P� �� �������SODQWDV�SRU� HVWXID�SDUD� FULVkQWHPR� H� ����SODQWDVSRU�HVWXID�SDUD�URVDV�

(VSHFLILFDomR 8QLGDGH 3UHoR ��$QR���5�� 4XDQW� 9DORU��5��

���(VWXID�FRP�HVWUXWXUD�PHWiOLFD�FDGD�HVWXID�WHP�����P� �m2 8,00 6000

(40 estufas) 48.000,00Lona Plástica para coberturatransparente (Eletroplastic)

m2 0,40 3.0001.200,00

Lona plástica preta m2 0,20 1.500 300,00���,QVXPRVRede para tutoramento m 0,60 4.000 2.400,00Esterco de curral ton. 100,00 45 1.000,00Calcário ton. 60,00 10 600,00Ácido bórico kg 0,60 25 15,00Sulfato de Zinco kg 0,30 50 15,00Energia Elétrica p/ irrigação mês 150,00 12 1.800,00Lâmpadas incandescentes ud 0,90 440 396,00Fios m 0,20 560 112,00Timer ud 80,00 40 3.200,00Contador ud 200,00 4 800,00Formicida kg 8,00 3 240,00Inseticida l 39,00 40 1.560,00Fungicida l 39,00 40 1.560,00���3UHSDUR�GR�VROR�H�SODQWLRLimpeza da área h-tr 35,00 12 420,00Marcação, adubação e formação doscanteiros

d.h 10,00 120 1.200,00

Plantio d.h 10,00 16 160,00Replantio d.h 10,00 3 30,00���7UDWRV�FXOWXUDLV�H�ILWRVVDQLWiULRVPodas roseiral d.h 10,00 10 100,00Capinas d.h 10,00 24 240,00Adubação d.h 10,00 3 30,00Pulverização manual d.h 10,00 6 60,00Manutenção da área d.h 10,00 15 300,00Aplicação de fertilizantes d.h 10,00 40 400,00���&ROKHLWD d.h 10,00 20 200,00���&ODVVLILFDomR�H�HPEDODJHP d.h 10,00 20 50,00��2XWURVEquipamentos para irrigaçãomicroaspersão

conjunto 2.400,00 2 4.800,00

Galpão para armazenamento m2 30,00 40 3.000,00Pulverizador Costal un 75,00 1 75,00Ferramentas conjunto 40,00 3 120,00Transporte h.tr. 25,00 10 250,00

&XVWRV�IL[RV�DQXDLV 30.287,507RWDO ����������

Page 29: Unidade Produtora de Flores de Corte

29

G��2UoDPHQWR�GH�0DQXWHQomR�GR�(PSUHHQGLPHQWR�4XDGUR���- &XVWR�GH�PDQXWHQomR�GRLV�KHFWDUHV�GH�IORUHV�

(VSHFLILFDomR 8QLGDGH 3UHoR ��$QR�� $QR���5�� 4XDQW� 9DORU��5�� 4XDQW� 9DORU��5��

���,VXPRVEsterco de curral ton. 100,00 40 4.000,00 40 4.000,00Lona Plástica para coberturatransparente (Eletroplastic)

m2 0,40 0 0 3.000 1.200,00

Lona plástica preta m2 0,20 0 0 1.500 300,00Superfosfato Simples ton. 60,00 10 600,00 10 600,00Ácido bórico kg 0,60 25 15,00 25 15,00Sulfato de Zinco kg 0,30 50 15,00 50 15,00Nitrato de cálcio kg 0,25 50 12,50 50 12,50Energia Elétrica p/ irrigação mês 150,00 12 1.800,00 12 1.800,00Formicida kg 8,00 30 240,00 30 240,00Inseticida l 39,00 40 1.560,00 40 1.560,00Fungicida l 39,00 40 1.560,00 40 1.560,00���7UDWRV�FXOWXUDLV�HILWRVVDQLWiULRVCapinas d.h 10,00 20 200,00 20 200,00Podas d.h 10,00 10 100,00 10 100,00Adubação d.h 10,00 7 70,00 7 70,00Pulverização manual d.h 10,00 10 100,00 10 100,00Aplicação de fertilizantes d.h 10,00 40 400,00 40 400,00Manutenção dainfraestrutura

d.h 10,00 5 50,00 5 50,00

���&ROKHLWD d.h 10,00 40 400,00 40 400,00���&ODVVLILFDomR�HHPEDODJHP

d.h 10,00 50 500,00 50 500,00

���7UDQVSRUWH h.tr. 25,00 10 250,00 10 250,00���&XVWRV�IL[RV�DQXDLV 129.770,60 129.770,60

7RWDO ���������� ����������

Page 30: Unidade Produtora de Flores de Corte

30

4XDGUR������&XVWR�GH�PDQXWHQomR�GRLV�KHFWDUHV�GH�IORUHV�(VSHFLILFDomR 8QLGDGH 3UHoR ��$QR�� $QR��

�5�� 4XDQW� 9DORU��5�� 4XDQW� 9DORU��5�����,QVXPRVEsterco de curral ton. 100,00 40 4.000,00 40 4.000,00Lona Plástica para coberturatransparente (Eletroplastic)

m2 0,40 0 0 3000 1.200,00

Lona plástica preta m2 0,20 0 0 1.500 300,00Superfosfato Simples ton. 60,00 10 600,00 10 600,00Ácido bórico kg 0,60 25 15,00 25 15,00Sulfato de Zinco kg 0,30 50 15,00 50 15,00Nitrato de cálcio kg 0,25 50 12,50 50 12,50Energia Elétrica p/ irrigação mês 150,00 12 1.800,00 12 1.800,00Formicida kg 8,00 30 240,00 30 240,00Inseticida l 39,00 40 1.560,00 40 1.560,00Fungicida l 39,00 40 1.560,00 40 1.560,00���7UDWRV�FXOWXUDLV�HILWRVVDQLWiULRVCapinas d.h 10,00 20 200,00 20 200,00Podas d.h 10,00 10 100,00 10 100,00Adubação d.h 10,00 7 70,00 7 70,00Pulverização manual d.h 10,00 10 100,00 10 100,00Aplicação de fertilizantes d.h 10,00 40 400,00 40 400,00Manutenção dainfraestrutura

d.h 10,00 5 50,00 5 50,00

���&ROKHLWD d.h 10,00 40 400,00 40 400,00���&ODVVLILFDomR�HHPEDODJHP

d.h 10,00 50 500,00 50 500,00

���7UDQVSRUWH h-tr 25,00 10 250,00 10 250,00���&XVWRV�IL[RV�DQXDLV 129.770,60 129.770,60

7RWDO ���������� ����������

2EVHUYDomR: A partir do quinto ano é necessário fazer a renovação do roseiral.

����'HWDOKDPHQWR�GR�)OX[R�GH�3URGXomR�H�5HFHLWDV�Para estimativa do fluxo de produção e de receitas, foram considerados alguns

parâmetros característicos desse empreendimento, conforme mostra o Quadro 6.Os preços utilizados para estimativa da receita bruta de flores de corte em estufa

para as duas espécies (Crisântemos e rosas) representam a média dos preços de mercadoobservados para estes produtos nos anos de 1998 e de janeiro a outubro de 1999.

Page 31: Unidade Produtora de Flores de Corte

31

O preço do crisântemo, em nível do produtor, tem sido, em média, de R$ 6,00 porfeixe com 30 flores e o de rosas por R$ 4,50 a dúzia. Os preços médios do crisântemo e dasrosas nas floriculturas giram em torno de R$ 12,00 a dúzia.

Para o crisântemo, conduzido com apenas uma haste principal, considera-se umaplanta como uma flor. Nesse caso, pode-se obter até três cultivos por ano, em estufa,totalizando a produção de 21.000 feixes de crisântemos por ano na unidade consideradaviável economicamente referente a 2 hectares de flores..

A roseira no primeiro ano de cultivo é considerada em formação e a partir desseperíodo, entra em produção contínua com a média de 140 rosas por metro quadrado nosegundo ano. No primeiro ano, a planta encontra-se em formação e considera-se, emmédia, apenas 20% da produção do segundo ano.

Para a estimativa da receita bruta foram considerados: 1 ha cultivado comcrisântemo (20 estufas) e 1 ha cultivado com rosas (20 estufas), além de um coeficiente deperda da ordem de 30% da capacidade de produção.

4XDGUR���±�)OX[R�GH�SURGXomR�H�GH�UHFHLWD�GR�FXOWLYR�GH�IORUHV���SDUD�GRLV�KHFWDUH��DWpR�����DQR�3URGXomR� �IHL[H� RX� SDFRWHFRP����KDVWHV�GH� FULVkQWHPRVH� SDFRWHV� GH� XPD� G~]LD� FRP���URVDV��SDUD�����KD�DQR�

5HFHLWD�%UXWD��5���KD�$QR

&ULVkQWHPRV�IHL[H� 5RVDV�G~]LD� &ULVkQWHPRV 5RVDV 7RWDO� 7350 59.500 44.100,00 267.750,00 311.850,00� 7350 294.000 44.100,00 1.323.000,00 1.367.100,00� 7350 294.000 44.100,00 1.323.000,00 1.367.100,00� 7350 294.000 44.100,00 1.323.000,00 1.367.100,00� 7350 294.000 44.100,00 1.323.000,00 1.367.100,00� 7350 294.000 44.100,00 1.323.000,00 1.367.100,00� 7350 294.000 44.100,00 1.323.000,00 1.367.100,00� 7350 294.000 44.100,00 1.323.000,00 1.367.100,00� 7350 294.000 44.100,00 1.323.000,00 1.367.100,00�� 7350 294.000 44.100,00 1.323.000,00 1.367.100,00

����)OX[R�GH�FDL[D�GR�HPSUHHQGLPHQWR�������)ORUHV

Para elaboração do fluxo de caixa, mostrado no Quadro 10, foram adotados osseguintes critérios:

a) Vida útil, para análise financeira de 8 anos;

Page 32: Unidade Produtora de Flores de Corte

32

b) Vida útil dos equipamentos de irrigação foi estimada em 10 anos, razão darenovação deste investimento no 11º ano;

c) Os valores do fluxo de caixa descontados a partir de uma taxa de juros de 15% aoano, que corresponde ao custo de oportunidade do capital empatado.

d) As receitas foram estimadas considerando a evolução da produtividade esperada e opreço médio recebido pelo produtor de R$ 6,00 por feixe de crisântemo e R$ 4,50por dúzia de rosas.

4XDGUR���±�)OX[R�GH�&DL[D�GR�LQYHVWLPHQWR�HP�XPD�XQLGDGH�SURGXWRUD�GH�)ORUHV�GHFRUWH����KD����HP�5�������

$QR ,QYHVWLPHQWRV�5��9DORUUHVLGXDO�5�� 5HFHLWDV�5�� 'HVSHVDV�5�� )OX[R�GH&DL[D��5��

)OX[R'HVFRQWDGR�5�� 6DOGRV�5��� 13.194,50 -13.194,50 -13.194,50 -13.194,50� 57.475,00 311.850,00 47.475,50 206.899,50 179.912,61 166.718,11� 1.367.100,00 141.643,10 1.225.456,90 926.621,47 1.093.339,58� 1.367.100,00 143.143,10 1.223.956,90 804.771,53 1.898.111,11� 1.367.100,00 141.643,10 1.225.456,90 700.658,96 2.598.770,07� 1.367.100,00 143.143,10 1.223.956,90 608.522,90 3.207.292,97� 2.497,00 1.367.100,00 141.643,10 1.222.959,90 528.719,31 3.736.012,28� 1.367.100,00 143.143,10 1.223.956,90 460.130,73 4.196.143,02� 1.367.100,00 141.643,10 1.225.456,90 400.604,03 4.596.747,05� 1.367.100,00 143.143,10 1.223.956,90 347.924,94 4.944.671,99�� 2.000,00 1.367.100,00 141.643,10 1.227.456,90 303.408,57 5.248.080,56

9DORU�3UHVHQWH�/tTXLGR��93/����������������������������������������������������������������������5��������������7D[D�,QWHUQD�GH�5HWRUQR��7,5������������������������������������������������������������������������������D�D�&XVWR�GH�2SRUWXQLGDGH�$QXDO�&RS������������������������������������������������������������������D�D�7HPSR�GH�5HFXSHUDomR�GR�&DSLWDO�75&������������������������������������������������������������DQR

�����$QiOLVH�GR�&XVWR�GH�3URGXomR�GR�(PSUHHQGLPHQWR�O custo de produção é um importante indicador para que o empreendedor possa

inferir sobre a competitividade de seu processo produtivo. Há várias medidas de custos deprodução. Neste perfil, foram utilizados os conceitos de custos variáveis, custos fixos,custos operacionais e os respectivos custos unitários de produção.

Os custos variáveis relacionam-se com o capital circulante empregado no processoprodutivo, ou seja, insumos e serviços. Inicialmente, estimou-se o custo variável total porano, a partir da média dos valores considerados no fluxo de caixa durante o horizonte doinvestimento.

Os custos fixos estão associados ao capital imobilizado no investimento, os quaiscompreendem os dispêndios efetivados para formação da lavoura e equipamentos de

Page 33: Unidade Produtora de Flores de Corte

33

irrigação e investimentos em terra. Os valores foram distribuídos ao longo do horizonte doinvestimento, para estimar o custo fixo anual.

O custo operacional total é, aqui, definido como sendo a soma do custo variáveltotal e o custo fixo total.

No Quadro 8, encontram-se os indicadores de capital, de custos e de rentabilidadefinanceira para flores.

Observa-se que o investimento em uma unidade produtora de flores de corteapresenta alta rentabilidade anual, com renda líquida anual estimada em R$ 1.119.434,01.

4XDGUR���±�&DSLWDO�H�LQGLFDGRUHV�GH�FXVWRV�GH�SURGXomR�GH�XPD�XQLGDGH�SURGXWRUD�GHIORUHV�GH�FRUWH�(VSHFLILFDomR 9DORU�5��

Capital Fixo Total ( 10 anos) 73.166,50Capital Circulante Total ( 10 anos) 1.328.263,40Custo Variável Total por Ano 132.826,34Custo Fixo Total por Ano 7.316,65Custo Operacional Total por Ano 142.140,99Receita Bruta Anual 1.261.575,00Receita Líquida Anual 1.119.434,01Índice de lucratividade Anual (%) 88,73

���Ë1',&(6�),1$1&(,526�'2�(035((1',0(172�

����3RQWR�GH�1LYHODPHQWR�O ponto de nivelamento é também chamado de ponto de equilíbrio e será aqui

definido pelo nível de produção (ou de faturamento) mínimo para que a empresa comece agerar lucros. Na formulação matemática este ponto é encontrado pela divisão dos CustosFixos por ano pela diferença entre a Receita Total e os Custos Variáveis anuais, indicando opercentual da receita operacional líquida necessário para remunerar os custos fixos. Para opresente perfil, o ponto de nivelamento foi estimado em ������mostrando o baixo nível decomprometimento das receitas anuais na remuneração dos custos fixos anuais doempreendimento.

����9DORU�3UHVHQWH�/tTXLGR�O Valor Presente Líquido foi calculado a partir de uma taxa mínima de atratividade

de 15% ao ano, ou do chamado custo de oportunidade do capital, representando o desejodo empreendedor de obter nesse negócio um retorno de pelo menos 15% ao ano. A partirda determinação deste percentual é então calculado o valor atual (presente ou descontado)

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34

de todos os componentes do fluxo líquido de caixa, cujos valores são então somados paraencontrar o Valor Presente Líquido.

VPL do investimento em uma unidade produtora de flores de corte foi estimado em5�� �������������� significando que os resultados obtidos remuneram o valor doinvestimento feito, em 15% ao ano e ainda permitem aumentar o valor da receita daempresa daquelas importâncias, o que indica a elevada viabilidade econômica desseempreendimento.

����7D[D�,QWHUQD�GH�5HWRUQR�É a taxa de desconto que torna nulo o valor atual do investimento, isto é, a taxa de

remuneração anual do empreendimento. A Taxa Interna de Retorno do investimento foi de����������ao ano��Significa que o empreendimento apresenta uma taxa de retorno sobre oinvestimento inicial bem superior à taxa média de atratividade do mercado. Essa elevadataxa interna de retorno é explicada pelo baixo volume de capital necessário paraimplantação desse empreendimento em comparação com os elevados saldos anuais, o quetorna o projeto altamente lucrativo.

�����3D\EDFN�3HULRG�RX�7HPSR�GH�5HFXSHUDomR�'HVFRQWDGR�Este indicador tem a mesma função do tempo de recuperação do capital investido

calculado da forma simples, sendo que a única e substancial diferença é que seu cálculo érealizado com os valores do fluxo de caixa descontados a partir da taxa mínima deatratividade, ou do custo de oportunidade do capital. A vantagem deste indicador sobre osimples, é que ele leva em consideração em seu cálculo o valor do dinheiro no tempo.

Assim, de acordo com os dados apresentados no Quadro 9, o Tempo deRecuperação do Capital (Descontado) desse empreendimento é de �����ano�� indicando queo investimento em flores de corte necessita de, apenas, oito por cento do saldo do primeiroano de produção para recuperar o capital investido.

����ËQGLFH�GH�/XFUDWLYLGDGH�GDV�9HQGDV�É uma medida de avaliação econômica e um dos fatores que influencia a Taxa de

Retorno do Investimento. Expressa em uma taxa (%), é encontrada pela divisão do LucroLíquido Operacional pelo valor das Vendas Totais. O índice de lucratividade das vendasfoi estimado em 88,73%.

4XDGUR� �� ±� 5HVXPR� GRV� ËQGLFHV� )LQDQFHLURV� GR� ,QYHVWLPHQWR� HP� XPD� 8QLGDGH3URGXWRUD�GH�)ORUHV�GH�&RUWH�'LVFULPLQDomR (VSHFLILFDomR 5HVXOWDGR

Ponto de Equilíbrio % do faturamento ���Valor Presente Líquido 15% ������������Taxa Interna de Retorno Em % ao ano ��������Tempo de Recuperação anos ����Índice de lucratividade das Vendas Em % �����

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35

����,1&(17,926�(�)217(6�'(�),1$1&,$0(172�����,QFHQWLYRV�)LVFDLV�3RWHQFLDLV�

Para credenciar-se aos recursos do FUNRES e portanto receber recursos doFUNRES - Fundo de Recuperação Econômica do Espírito Santo, comumente chamado deIncentivo Fiscal, é necessário que a empresa seja constituída sob a forma de sociedadeanônima, requerendo para tanto procedimentos legais mais custosos, não compatíveis comeste tipo de empreendimento. A disponibilidade de recursos FUNRES para micro epequenas empresas é para financiamentos, conforme explicado em seguida.

����)RQWHV�GH�)LQDQFLDPHQWR�3RWHQFLDLV�As linhas de financiamento direcionadas às micros e pequenas empresas geralmente

não apresentam muita variação. No caso específico do Espírito Santo elas tem como fontebásica recursos do FUNRES, relativamente limitados, e do BNDES, que são repassadospor bancos credenciados sejam eles públicos ou privados. As condições apresentadas nãodiferem muito. Todas usam a TJLP – Taxa de Juros de Longo Prazo como taxa básica dejuros, acrescida de uma taxa fixa que pode variar de 4 a 6 por cento ao ano.

A linha do BNDES mais difundida é chamada de BNDES/ AUTOMÁTICO que éoperada pela maioria dos bancos públicos( Banco do Brasil, Banestes e Bandes) e tambémpelos bancos privados.

No Espírito Santo, o Bandes opera também a linha FUNRES/ PROPEN/MIPEQ,orientada para pequenos investimentos, não podendo o financiamento ultrapassar o valor deR$ 25.000,00.

A seguir são apresentadas duas linhas básicas de financiamento.

������%1'(6�$8720È7,&2�Agente Operador.

Operado por Bancos Comerciais e de Desenvolvimento devidamente credenciados.

Objetivo.

Financiamento a investimentos, inclusive aquisição de máquinas e equipamentosnovos de fabricação nacional, importação de máquinas e equipamentos, e capital de giroassociado ao investimento fixo.

Beneficiários.

Empresas privadas, pessoais físicas residentes e domiciliadas no País, entidades daadministração pública direta e indireta, e demais entidades que contribuam para osobjetivos do Sistema BNDES.

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36

Itens Financiáveis.

Ativos fixos de qualquer natureza, exceto: terrenos e benfeitorias já existentes;máquinas e equipamentos usados (no caso de microempresas e empresas de pequeno portepoderão ser apoiados máquinas e equipamentos de qualquer natureza); animais pararevenda, formação de pastos em Áreas de Preservação Ambiental. Capital de giro associadoao investimento fixo. Despesas pré-operacionais.

Condições Operacionais.

Limite Máximo:: Investimentos limitados a R$ 7 milhões, por empresa, por ano.Participação: Equipamentos nacionais ou importados: até 100%.Outros itens: - microempresas e empresas de pequeno porte e programas dedesenvolvimento regional: até 90% e demais casos: até 70%. A participação está limitada a50% do ativo total projetado da empresa ou do grupo empresarial ou a 5% do PatrimônioLíquido Ajustado do BANDES, o que for menor.No caso de Bancos privados não há esta limitação. Neste caso, o financiamento seráanalisado de acordo com os interesses e reciprocidades apresentados pelo Banco.

Prazo.

O prazo total será determinado em função da capacidade de pagamento doempreendimento, da empresa ou do grupo econômico.

Taxas de Juros.

Micro e Pequena Empresas: 6% a.a. + TJLP.Média e grande empresas: 7,5% a.a. + TJLP.IOF: Cobrado na forma legal, descontado no ato da liberação.Custo de Análise de Projeto: Isento.Garantias.

Reais: Equivalentes, no mínimo, a 1,5 vezes o valor financiado. Os bens dados comogarantia deverão ter seguro.Pessoais: Aval ou fiança de terceiros.

������)815(6�3523(1�0,3(4�Subprograma de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

Agente Operador.

Somente o Bandes.

Objetivo.

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37

Apoio financeiro, assistência técnica e gerencial a micros e pequenas empresas dos setoresindustrial, agro-industrial, de comércio e serviços, visando implementar política de geraçãode empregos e renda.

Beneficiários.

Empresas existentes, classificadas com base na receita operacional líquida anual, relativa aoúltimo exercício social, e empresas novas, classificadas com base na previsão da receita, damesma forma, verificadas, em ambas situações o número de empregados, observados osseguintes parâmetros:

a. 0LFUR� HPSUHVDV: cujas receitas operacionais líquidas sejam de até 250.000 UFIR, etenham até 19 empregados, no caso de indústria, e 9, no caso de comércio e serviços;

b��3HTXHQDV�HPSUHVDV: cujas receitas operacionais líquidas sejam acima de 250.000 e até750.000 UFIR, e tenham de 20 até 99 empregados, no caso de indústria, e de 10 a 49, nocaso de comércio e serviços.

Itens Financiáveis.

Investimentos fixos e mistos, limitado o apoio para capital de giro a 20% do total doinvestimento fixo financiável: pequenas reformas e instalações físicas; máquinas eequipamentos novos e usados; móveis e utensílios novos e usados.

Condições Operacionais.

Limite Máximo: R$ 25.000,00, por tomador.Participação: Até 80% do total financiável, condicionado à política de risco do BANDES.Prazo: Até 48 meses, incluindo a carência de até 12 meses.Taxa de Juros: 6% a.a. (seis por cento ao ano) + TJLP.Obs: O BANDES poderá cobrar Custo de Análise de Projeto, conforme Tabela deRessarcimento de Custos, com exceção das micro empresas.IOF: Isento.

Utilização do Crédito.

Em uma ou em várias parcelas periódicas, fixadas em função do cronograma físico-financeiro do empreendimento.

Forma de Pagamento.

Amortização mensal, juntamente com os encargos financeiros, pagos no período dacarência, trimestralmente.

Garantias.

Page 38: Unidade Produtora de Flores de Corte

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Reais e Pessoais, preferencialmente, definidas na ocasião da análise da operação. Os bensdados em garantia deverão ter seguro.