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UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO LOSILEY ALVES PINHEIRO A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA SOB A PERSPECTIVA DOS MOTORISTAS QUE EXERCEM ATIVIDADES REMUNERADAS (EAR) MACEIÓ, AL 2013

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UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO

LOSILEY ALVES PINHEIRO

A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA SOB A PERSPECTIVA DOS

MOTORISTAS QUE EXERCEM ATIVIDADES REMUNERADAS (EAR)

MACEIÓ, AL

2013

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LOSILEY ALVES PINHEIRO

A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA SOB A PERSPECTIVA DOS

MOTORISTAS QUE EXERCEM ATIVIDADES REMUNERADAS (EAR)

Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito.

Orientador: Prof. Ms. Robson Lucio Silva de Menezes

MACEIÓ-AL

2013

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LOSILEY ALVES PINHEIRO

A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA SOB A PERSPECTIVA DOS

MOTORISTAS QUE EXERCEM ATIVIDADES REMUNERADAS (EAR)

Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito.

APROVADO EM ____/____/____

______________________________________ PROF. MS. ROBSON LUCIO SILVA DE MENEZES

ORIENTADOR

_____________________________________ PROF. DR. LIÉRCIO PINHEIRO DE ARAÚJO

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________ PROF. FRANKLIN BARBOSA BEZERRA

BANCA EXAMINADORA

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar, Deus por ser sempre minha âncora, meu refúgio,

minha fonte de sabedoria e base de minhas conquistas;

Aos meus pais, familiares e amigos, por sempre me apoiarem em minhas

escolhas, sendo pilares em minha jornada;

Aos meus professores que contribuíram no meu processo de aprendizagem.

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a meu filho, na esperança de contribuir na construção

de um trânsito mais seguro e ajustado na cidade de São Luís, nosso ninho de

morada.

Dedico ainda à minha família pelo apoio recebido e ainda aos meus amigos, e

colaboradores deste.

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“Só podemos olhar o outro e sua história, se temos conosco uma abertura

de aprendiz que se observa em sua própria história. Nesse sentido, a ação

de olhar é um ato de estudar a si próprio, a realidade, o grupo, à luz que nos

inspira, pois sempre só vejo o que sei. (PIAGET apud ARANHA,1996)”

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RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo pesquisar a importância da avaliação psicológica sob a perspectiva dos condutores de veículos que exercem atividades remuneradas, na cidade de São Luís-MA. A metodologia para coleta e tratamento dos dados é quanti-qualitativo, no qual aplicou-se questionário com perguntas fechadas. Enquanto a análise destes se fundamenta na revisão da literatura dos conceitos: Educação; Trânsito; Avaliação Psicológica Ligada ao Trânsito e Psicologia do Trânsito; Segurança e Ajustamento do Trânsito. Como resultado, a pesquisa comprova a necessidade de informação acerca da importância da avaliação psicológica, não apenas como parte obrigatória nos processos de renovação da CHN (carteira nacional de habilitação), mas também como fator preventivo de acidentes e uma ferramenta educacional. Palavras – chave: Psicologia do Trânsito, Motoristas, Avaliação Psicológica.

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ABSTRACT

The present study aims to investigate the importance of psychological evaluation for safety and traffic adjustment, from the perspective of drivers second sample of sixty (60) subjects drawn from drivers driving license holders with more than 05 (five) CNH years of ownership, exercising a remunerated activity in traffic in the city of São Luís, MA. The methodology for collecting and processing the data is statistical and quantitative, in which we applied a questionnaire with closed questions. While the analysis of these is based on a literature review of concepts: Education; Transit; Psychological Assessment Linked to Transit and Traffic Psychology, Security and Traffic Adjustment. As a result, the research demonstrates the need for information about the importance of the psychological evaluation, not only as a compulsory part in the processes of renewal of CHN (national driving license), but also as a prevention of accidents and an educational tool.

Keywords: Traffic Psychology, Drivers, Psychological Assessment.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

1 - GRÁFICO 01 – Condutores que exercem atividades remuneradas, segundo o

gênero, em porcentagem...........................................................................................34

2 - GRÁFICO 02 – Distribuição, em porcentagem, da escolaridade dos condutores

que exercem atividade remunerada...........................................................................35

3 - GRÁFICO 03 – Faixa Etária dos condutores, em porcentagem, que exercem

atividade remunerada.................................................................................................36

4 - GRÁFICO 04 – Resultado do Status Civil dos condutores que exercem atividade

remunerada, em porcentagem...................................................................................37

5 - GRÁFICO 05 – Relação dos condutores, em porcentagem, que exercem

atividade remunerada, segundo a paternidade..........................................................38

6 - GRÁFICO 06 – Distribuição da Renda Familiar, em porcentagem, dos condutores

que exercem atividade remunerada...........................................................................39

7 - GRÁFICO 07 – Tempo de posse da CNH, em porcentagem, dos condutores que

exercem atividade remunerada..................................................................................40

8 - GRÁFICO 08 – Distribuição, em porcentagem, dos condutores que exercem

atividade remunerada, segundo a carga horária diária ao trânsito............................41

9 – GRÁFICO 09 - Condutores que exercem atividade remunerada, segundo

envolvimento com acidentes no trânsito, em porcentagem ......................................42

10 - GRÁFICO 10 – Distribuição, em porcentagem, dos condutores que exercem

atividade remunerada, que faz uso de drogas proibidas ou uso exagerado do álcool,

no exercício da atividade profissional. ......................................................................43

11 - GRÁFICO 11 – Condutores que exercem atividade remunerada, segundo fator

que mais aborrece no trânsito, em porcentagem.......................................................44

12 - GRÁFICO 12 – Distribuição das sugestões, em porcentagem, dos condutores

que exercem atividade remunerada quanto ao fator que modificar na atual legislação

de trânsito, para melhorar o trânsito na cidade..........................................................45

13 - GRÁFICO 13 – De acordo com os condutores que exercem atividade

remunerada a Avaliação Psicológica, deveria ser um procedimento obrigatório em

todos os processos envolvendo renovação; mudança de categoria e adição de

categoria de CNH, independentemente de o condutor exercer ou não atividade

remunerada?..............................................................................................................46

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14 - GRÁFICO 14 – Você Condutores que exercem atividade remunerada na cidade

de São Luis/MA, segundo a percepção acerca da avaliação psicológica, se os

mesmos a percebem, como uma ferramenta de investigação importante para a

segurança e ajustamento do trânsito.........................................................................47

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LISTA DE ABREVIATURAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito

CNH – Carteira Nacional de Habilitação

DETRANMA – Departamento de Trânsito do Estado do Maranhão

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................13

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................15

2.1 A Educação do Trânsito...................................................................................15

2.2 A Importância da Avaliação Psicológica para o Trânsito..............................20

2.3 Os Principais Testes Psicológicos para Obtenção da CNH ..........................24

2.4 O Comportamento do Homem no Trânsito.....................................................25

2.5 Os Motoristas Profissionais que Exercem Atividades Remuneradas...........30

3. MATERIAIS E MÉTODOS...................................................................................32

3.1 Ética.....................................................................................................................32

3.2 Tipo de pesquisa................................................................................................32

3.3 Universo .............................................................................................................32

3.4. Amostra..............................................................................................................32

3.5 Instrumentos de Coleta de Dados....................................................................33

3.6 Procedimentos de Coleta de Dados.................................................................33

3.7 Procedimentos para Análise dos Dados .........................................................33

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................34

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................48

REFERÊNCIAS..........................................................................................................50

APÊNDICE.................................................................................................................52

ANEXO.......................................................................................................................55

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1. INTRODUÇÃO

São Luís, capital do estado do Maranhão, única capital brasileira fundada por

franceses, uma senhora de 400 (quatrocentos) anos apresenta-se atualmente com

mais de 1.000.000 (um milhão) de habitantes, uma frota de aproximadamente

300.000 (trezentos mil) veículos emplacados, segundo censos do IBGE realizado em

2010, e DETRAN/MA 2012. A Ilha do Amor, como é poeticamente conhecida,

apresenta-se para o cenário nacional como uma cidade em pleno desenvolvimento,

vive-se um momento onde os termos: construção, alargamento, adequação,

transformação, reflexão, reorganização e progresso, são considerados não apenas

como parte de um vocabulário urbano e sim como - necessidades. O chamado

“boom imobiliário” já não é uma novidade, longos quilômetros de engarrafamentos;

aumentos significativos na estatística de violência; instalação de multinacionais;

siderúrgicas e grandes empresas passaram a fazer parte da cultura local. A cidade

encontra-se com obras por aproximadamente 75% (setenta e cinco por cento) das

grandes vias públicas, a cada dia, centenas de pessoas enfrentam um trânsito

atualmente desajustado e inadequado. Quando a pauta em discursão é a de

segurança, muito se ouve sobre: melhorias, reformas, ampliações e implantações de

medidas preventivas ao referir-se ao trânsito, porém, sabe-se que a ferramenta

primordial chama-se: educação.

O presente trabalho traz em seu conteúdo um estudo sobre a importância da

avaliação psicológica sob a perspectiva dos condutores desta cidade, que é também

conhecida como: Patrimônio Mundial da Humanidade. Os métodos de pesquisa

utilizados foram a pesquisa bibliográfica e coleta de dados, com enfoque na análise

quantitativa, com amostragem de 60 (sessenta) sujeitos que exercem atividade

remunerada no trânsito, realizados no período de janeiro a agosto de 2012, nas

Clínicas CLIMEM e AUDITRA. Os capítulos a seguir trazem em seu conteúdo

reflexões, dados e estudos sobre a avaliação psicológica no sistema do trânsito. No

primeiro capítulo, tem-se o tema: A Educação do Trânsito, uma reflexão necessária,

onde percebe-se que a educação engloba muitos processos, considerando que é o

desenvolvimento integral do indivíduo (corpo, mente, espírito, saúde, emoções,

conhecimento, pensamentos, expressões e assim por diante.). Daí afirmar que,

enquanto processo de sociabilização, é na verdade exercida, a educação, como

base nos diversos espaços de convívio social, contribuindo com seu modo cultural

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de ser, ajustando-se ao grupo, contribuindo para o desenvolvimento vivenciando a

dinâmica do ensino-aprendizagem, seguida por subtemas como educação familiar

no trânsito, do qual parte-se do princípio que a primeira inserção do individuo como

ser social, a família exerce um papel importantíssimas no quesito orientações

voltadas ao trânsito; no subtema que se trata da criança, trânsito e educação,

prioriza-se a questão da educação para segurança da criança inserida nessa

dinâmica, finalizando o primeiro capitulo tem-se o subtema – da educação para o

trânsito no qual aborda-se legislações e princípios básicos visando a adequação

destes. No segundo capítulo cujo o tema é: A Avaliação Psicológica para o Trânsito,

reflete-se sobre o sistema do trânsito, tendo o homem como possuidor de diversos

papeis como usuários da via pública, como exemplos, temos o ciclista, o pedestre, o

motorista de várias categorias e o motociclista, existem ainda os cuidadores do

trânsito, que são os policiais e seus auxiliares, e outros nem são considerados

agentes primários do trânsito, embora sejam, são eles: os engenheiros e as

autoridades do trânsito, posto que, cabe a eles a decisão sobre os sinais, as zonas

de estacionamento, a regulamentação na cidade e na estrada, determinando

também seu fluxo, neste capítulo temos como subtema – o trânsito e suas

normatizações em relação à avaliação psicológica, abordando-se a legislação

destes. No terceiro capítulo onde se apresenta: O Homem no Trânsito faz-se

necessário trazer questões acerca de todos os mecanismos comportamentais que

são exigidos no ato de dirigir, tendo o ser humano inserido ao trânsito nos fazendo

ressaltar ainda questões primordiais ao se tratar de acidentes neste contexto,

citando-se pesquisas que relacionam custos e responsabilidades, conhecimento e

sua importância no que se refere a veículos e possíveis falhas mecânicas e

comportamentais. No capítulo que trata sobre a pesquisa, apresenta-se dados e

gráficos explicativos, no qual a perspectiva dos candidatos veem a tona ao

questionar-se sobre a importância da avaliação psicológica como fator preventivo

acerca de um transito seguro e ajustado, seguidos pelas considerações finais.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 A Educação do Trânsito.

Para falar de Trânsito e Educação, faz-se necessário lembrar um dicionário

bastante conhecido no Brasil, o famoso dicionário Aurélio (2004) que conceitua:

“trânsito é a circulação de pessoas e de veículos”. Para Arrudao (1966), além do

conceito idêntico, o mesmo ressalta que um veículo em missão de transporte se

encontra em tráfego, não em trânsito. Já nos CTB’s de 1948 e 1966 estabeleciam

praticamente a mesma definição, enquanto que na atual temos que: “trânsito é a

utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos,

conduzidos ou não, para fim de circulação, parada, estacionamento operação de

carga ou descarga”. (CTB, 1997)

Já como conceito de educação tem-se segundo o dicionário Aurélio (2004) o

seguinte: “Educação é o processo de desenvolvimento da capacidade física,

intelectual e moral da criança e ser humano em geral, visando à sua melhor

integração individual e social”. Concordo com a definição de Paulo Freire quando

nos diz que “a educação tem caráter permanente. Não há seres educados e não

educados, estamos todos nos educando. Existem graus de educação, mas estes

não são absolutos”. Afirmação esta que nos estimula a refletir sobre o processo

educativo de forma contínua, ou seja, como base de uma busca constante pela

melhoria da qualidade de formação discente e docente, captando e compreendendo

as finalidades de estar não apenas no mundo e sim aberto ao conhecimento,

construindo valores, internalizando normas, buscando uma melhor qualidade de

vida, um melhor desenvolvimento, a fim de tomar suas decisões dentro de suas

capacidades, da melhor forma individual, contribuindo de forma positiva e harmônica

para o meio social, ao qual este deverá estar inserido em comunidade.

A educação engloba muitos processos, considerando que é o

desenvolvimento integral do indivíduo (corpo, mente, espírito, saúde, emoções,

conhecimento, pensamentos, expressões e assim por diante.). Daí afirmar que,

enquanto processo de sociabilização, é na verdade exercida, a educação, como

base nos diversos espaços de convívio social, contribuindo com seu modo cultural

de ser, ajustando-se ao grupo, contribuindo para o desenvolvimento vivenciando a

dinâmica do ensino-aprendizagem. Partindo desses conceitos acima citados sobre

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trânsito e educação, faz-se necessário correlacionar com o que nos traz o capitulo

VI, do Código de Trânsito Brasileiro, Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, em

seu artigo 74, da educação para o trânsito, ressalta que: “A educação para o trânsito

é direito de todos” e o mesmo Código também prescreve no Art. 76, onde nos traz a

obrigatoriedade de a educação para o trânsito devendo ser promovida na pré-escola

e nas escolas de 1°, 2° e 3° graus.

Ao analisarmos, mesmo que de forma estreitada, que a educação para o

trânsito vem sendo aos poucos, colocada em prática, é de extrema importância que

os órgãos ligados ao Sistema Nacional de Trânsito e a sociedade se entrelacem ao

defender, discutir e desenvolver questões ligadas à mobilidade humana, suas

responsabilidades, conceitos e normas. Neste contexto, Fernandez (1999, p.25)

defende “a necessidade de uma educação para o trânsito capaz de mudar a

mentalidade do motorista e dos demais indivíduos nele envolvidos” posto que, a

educação é o instrumento vital para a transformação da sociedade.

Para Rauber (2009 p. 15), “a educação é uma instância mediadora que torna

possível a reciprocidade entre indivíduo e sociedade”, ela é transformadora, mas

faz-se necessário o desenvolvimento de um trabalho sistemático, voltado para a

criança, para o jovem e para o adulto, trabalhando todas as instâncias de modo que

desperte nas pessoas um sentido de responsabilidade por um mundo melhor, a

começar pelo trânsito na promoção de um nível mais consistente e amplo de

responsabilidade.

Além disso, vários estudiosos, teóricos, técnicos, e comunidades defendem a

urgência de elaboração, implementação e execução de políticas voltadas à

conquista destas melhorias, despertando a evidência para o transporte coletivo com

relação ao transporte individual, promovendo desta forma um trânsito mais humano

e seguro e ajustado.

Outro fator de suma importância é que a educação para o trânsito proporciona

a redução de acidentes, já que, proporciona aos indivíduos conhecimentos de como

se comportar frente a situações complicadas, colocando em prática a direção

defensiva e a correta forma de utilização do sistema de sinalização, o qual tem como

finalidade orientar motoristas e pedestres o proceder correto, cujo fim maior é a

proteção da vida.

Segundo Vasconcelos (1985) os conceitos de trânsito e educação,

considerando o homem um ser social que vive em busca do desenvolvimento

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individual, a fim de proporcionar uma melhor qualidade de vida, com normas,

responsabilidades, direitos e deveres, visando uma convivência harmônica, ajustada

e segura em sociedade, respeitando a diversidade cultural. Vale lembrar que a

família, primeiro grupo social ao qual o ser humano está inserido, dentre suas

atribuições, exerce uma função ideológica, referindo-se à transmissão de valores,

formação de opinião e cultura, através do processo de educação, tendo como

objetivo a harmonia vivencial na comunidade.Essa vivência em sociedade é

altamente complexa no mundo moderno no qual, as relações são mediadas por

inúmeros objetos provenientes do trabalho humano para melhorar sua existência. E,

ao abordar o tema educação, reflete-se na verdade, sobre quem é responsável para

que a mesma ocorra, sejam os pais, familiares, professores, ou aonde se adquire

esta educação, seja no trânsito, no clube, na escola ou no trabalho. Acredita-se que

estas aprendizagens equivalem a uma extensão das aprendizagens que ocorrem no

lar, com a mediação dos primeiros educadores - os pais ou familiares mais próximos,

mas todos os lugares e/ou pessoas com quem se convive educam constantemente;

logo, existe um contínuo aprendizado. Com exemplos de bons comportamentos, boa

índole e de personalidade equilibrada e socialmente adequada, ter-se-á conseguido

demonstrar às crianças que a educação no trânsito faz parte do conceito de respeito

ao próximo. O respeito gera inevitavelmente a educação.

Ao tratar sobre o fator educacional que se estende por meio do

comportamento do indivíduo nas vias públicas, já que, participa-se do trânsito desde

o ventre materno até a morte, Vasconcelos (1985) ressalta, que ao se dirigir,

passear,caminhar também se está no trânsito e, nesse momento, se repete o que foi

aprendido na educação familiar e no convívio social. Se foram bons exemplos,

formar-se-ão bons motoristas, participantes do sistema de trânsito, educados e

conscientes.

Partindo deste paradigma educacional e frente aos constantes óbitos no

trânsito de crianças no Brasil e no mundo, é que se percebe quão fundamental são

as bases educacionais, ou seja, os valores, responsabilidades e exemplos

adquiridos na família, que determinam junto à escola, o cidadão do futuro.

Vale ressaltar que defende-se a educação no trânsito, fornecida pelas

escolas, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, como sendo fundamental

para a mudança constante de comportamento humano e formação de futuros

cidadãos e motoristas contribuindo para um trânsito seguro. A continuidade deve ser

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ofertada sempre que possível no Ensino Superior, seja através de programas ou

projetos. Pois se trata de uma aprendizagem cujas bases são práticas, existentes a

partir das vivências e, por isso mesmo, são tão difíceis de mudança quando já

arraigadas, conforme nos orientam os estudos de Jean Piaget:

Só podemos olhar o outro e sua história, se temos conosco uma abertura de aprendiz que se observa em sua própria história. Nesse sentido, a ação de olhar é um ato de estudar a si próprio, a realidade, o grupo, à luz que nos inspira, pois sempre só vejo o que sei. (PIAGET apud ARANHA,1996).

Percebe-se enquanto isso, na cidade de São Luís uma enorme carência no

que tange um conceito de bom exemplo a ser seguido, o que presencia-se são

motoristas conduzindo seus filhos, estimulando-os a jogar lixo pela janela, nos fins

de semana é característico observar, ainda condutores que não estariam utilizando o

cinto de segurança, crianças e jovens sendo transportados em carrocerias sem o

mínimo de segurança, ou seja, comportamentos que nos distancia da efetividade de

um trânsito possível de melhorias, com mudanças reais no comportamento de seus

usuários, um trânsito seguro.

Simioni (2006) trata esse tema de forma didática e concordando-se com tal

autora, aborda-se nesta relação entre educação, trânsito e criança, que todo ser

humano participa do trânsito mesmo antes de nascer, ainda no ventre materno,

estabelecendo formas de interação social. A educação é a porta de entrada para o

convívio em sociedade e a possibilidade de prevenção de acidentes, como mostra a

frase: a educação vem do berço. Os pais ou responsáveis tem importância

fundamental na educação de seus filhos, ao final de processos identificatórios as

crianças demonstram maior possibilidade de aprender e de serem futuros

responsáveis por um trânsito mais consciente e seguro.

Tratar o trânsito como uma questão social e política é pensar num trânsito,

que descreve as características da sociedade na qual se insere. Por essas

características, o trânsito traz um tema, uma problemática sócio-econômica, psico-

social e nestes aspectos, o gerenciamento do trânsito tem sido uma aglomeração de

conflitos. Logo, se faz necessário refletir sobre o comportamento de cada integrante

que faz uso deste sistema de circulação, para que permita ou assegure o direito a

todos de sua utilização.

Simione (2006) estimula a seguinte reflexão: Há que se considerar que o

trânsito comporta grupos diferentes de pessoas que transitam de um lado para o

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outro. Dentre esses grupos, o das crianças merece atenção especial, afinal, com

que visão e preparos são inseridos no trânsito? E o que percebe-se no município de

São Luís é um trânsito confuso, estressante, desajustado e inseguro. Considerando-

se que as crianças de hoje são os futuros condutores, que trânsito deve-se esperar

num futuro próximo?

No estudo de Simione (2006), tem-se apontamentos importantes e citações

que vale ressaltar conforme esta:

Rozestraten, (1988) estas crianças, que estão no trânsito, acabam sendo um risco,

pois:

As crianças não reagem como um adulto;

Não enxergam e não percebem como os adultos quanto à maneira como um

carro se aproxima;

Confundem o “ver” com o “ser visto”;

Tem um campo visual mais estreito;

Tem baixa estatura;

Confundem tamanhos com distâncias;

Têm dificuldade para distinguir sons, principalmente se misturada;

São distraídas;

Só ouve o que lhe interessa;

Não compreendem a relação entre causa e efeito;

Não avaliam distância, tempo e velocidade.

A leitura, ferramenta base quando o assunto direciona-se à educação, faz-se

necessário focarmos facilidade e ampliação de entendimento do mundo,

transformando-o, desenvolvendo-o, qualificando-o, e ao se tratar de trânsito faz-se

necessário um processo conhecido pelos seus estudiosos como, alfabetização no

trânsito, a fim de aprender a “ler” as cidades, suas vias, suas possibilidades de

deslocamento, suas estradas, sua possível mobilidade de forma organizada e

segura.

O presidente Itamar Franco, no ano de 1994, institucionalizou o Ano Nacional

da Educação para o Trânsito, mesmo assim, a não ser pela iniciativa de empresas

privadas e ações isoladas de escolas e professores, pouco se fez para concretizar a

lei, atualmente o que se percebe nas escolas da cidade de São Luís é uma

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lembrança ao trânsito, quando num determinado mês, encontra-se uma brecha no

calendário do ano letivo, alguns dias para focar na questão do trânsito, ainda que

por meio de palestras, apresentações de vídeos e visitas de profissionais envolvidos

no que diz respeito à segurança e prevenção de acidentes no trânsito.

Espera-se de forma prioritária, uma mudança neste descaso apresentado

anteriormente, através do novo Código de Trânsito Brasileiro, sancionado no dia 23

de setembro de 1997, pelo então Presidente da República Fernando Henrique

Cardoso, que em seu Capítulo VI, que dispõe sobre a obrigatoriedade da educação

de trânsito.

Na realidade, sabe-se que em todo o continente brasileiro, as atividades

relacionadas ao tema trânsito, existem de forma ineficiente nas escolas. De acordo

com alguns autores, os currículos escolares são formados por disciplinas que se

encontram fechadas em si mesmas e incomunicáveis com as outras áreas do saber

dependendo dos educadores para fazerem a interdisciplinaridade. Em grande parte,

as campanhas institucionais, mais informam do que educam, pois são desenvolvidas

com fins publicitários, transmitindo assim uma total confusão entre os conceitos de

educação e informação. È sabido que, os sinais de trânsito e os pontos para cada

infração cometida são fatores comuns nas campanhas institucionais e se entende

que não é o desconhecimento da legislação que causa a maioria dos acidentes e

sim o comportamento reinante do não respeitar a lei, as vezes por falta de

conhecimento de suas regras, outras por falta da internalização das mesmas e/ou

ainda, por protesto . Para cada propaganda de conscientização, existem dezenas

incitando a velocidade. O primeiro passo para desenvolver ação eficiente de

educação para o trânsito é fazer cumprir o código de trânsito brasileiro. A começar

pelo seguinte questionamento: percebe-se que em nosso País, não somos

agraciados por vias consideradas ideais no que tange velocidades acima de

120km/h, qual o motivo do Estado permitir a fabricação, e livre comercialização de

automóveis com velocidade acima do permitido por lei?

2.2 A Importância da Avaliação Psicológica para o Trânsito.

Vários textos, pesquisas, estudos direcionados, apresentam o homem, peça

de máxima importância no sistema de trânsito, como subsistema mais complexo, no

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qual há muitos fatores em jogo, dá-se aí ser a maior fonte de acidentes. No sistema

do trânsito, o homem desempenha diversos papeis como usuários da via pública

temos o ciclista, o pedestre, o motorista de várias categorias e o motociclista,

existem ainda os cuidadores do trânsito, que são os policiais e seus auxiliares, e

outros nem são considerados agentes primários do trânsito, embora sejam, são eles:

os engenheiros e as autoridades do trânsito, posto que, cabe a eles a decisão sobre

os sinais, as zonas de estacionamento, a regulamentação na cidade e na estrada,

determinando também seu fluxo.

Todo trânsito supõe deslocamento de pessoas e veículos, e todo

deslocamento se realiza através de comportamentos. Sabe-se que o trânsito é um

conjunto de comportamentos num sistema de regras e normas. Hoje os psicólogos

estudam esses comportamentos cientificamente em decorrência de o trânsito, ter se

revelado um dos sistemas mais perigosos.

Sabe-se hoje, que existem algumas condições primordiais para se esperar

comportamentos adequados no trânsito como a presença de situações ou estímulos

observáveis e perceptíveis, quanto mais simplória e objetiva for à situação ou

estímulo, maior a possibilidade de o comportamento se adaptar a ela; um organismo

que percebe ou reage adequadamente aos estímulos entendidos, que não tenha

deficiências sensoriais, mentais ou motoras que prejudicariam sua reação; também

é sabido que, quando há uma aprendizagem prévia dos sinais e/ou estímulos e das

respectivas normas que devem ser seguidas para que este organismo saiba se

comportar adequadamente no sistema complexo e complicado que é o trânsito. O

ser humano tende a construir comportamentos adequados à situação do trânsito, e

esse comportamento emitido, é na verdade, resultado de diversos outros fatores

avaliados de acordo com a escola psicológica a embasar tal investigação

comportamental.

De acordo com Rozestraten (1988), os processos psíquicos básicos do

comportamento no trânsito dar-se da seguinte forma, após a tomada de informação

(percepção), momento em que o ser humano detecta o estímulo, discrimina, avalia e

identifica, surge uma compreensão, por processo de seleção funcional o que resulta

em uma previsão e reflexão por meio de valores ou julgamentos para a tomada de

decisão, que levará a uma ação/ reação/ execução, no qual o sujeito poderá emitir

um comportamento intermediário ou não e chegar a uma resposta comportamental

no trânsito, resultando em um feedback que irá resultar em uma situação ou

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estímulo do trânsito, o qual vai exigir sempre um estado de atenção/ vigilância e todo

esse processo de conhecimento (tomada de informação) leva em consideração o

histórico do indivíduo porque será a partir de sua personalidade, com suas atitudes e

emoções, que o conhecimento vai depender de aspectos individuais de memória,

sistemas mecânico, motor; perceptuo-motores, nível de aprendizagem e grau de

treinamento. Quanto maior for o nível dessas habilidades: atenção, concentração e

agilidade, melhor será a percepção do mesmo. É importante ressaltar aqui, o quanto

a tomada de informação é necessária, pois o motorista e o pedestre têm que estar

atentos e em busca de estímulos que venham a ser importantes para sua

sobrevivência e emissão de comportamento no trânsito.

A capacidade relacionada ao estar atento no contexto de trânsito é

conceituada como uma função psicológica denominada atenção difusa, ou seja, a

capacidade de monitorar e selecionar aspectos relevantes dentre outros que não

são relevantes, permitindo um estado de alerta para possíveis indícios de perigo,

seguindo tal raciocínio, e uma vez encontrada tais indícios, os condutores tendem a

utilizar os aspectos atencionais denominados de atenção concentrada, ou seja,

focalizando o estímulo e considerando outros fatores, tais como, movimentos e

demais estímulos presentes no meio ambiente (SHINAR, 1978).

Em relação ao monitoramento de determinados estímulos e possuindo as

informações perceptivas, o ser humano tende a processá-las e o processo que

ocasionará a reação ocorrerá pela identificação e atribuição desse estímulo, os

quais serão resgatados por componentes da memória (de informações e

conhecimentos já aprendidos, com ênfase, no que se refere às normas de trânsito).

Na criação do primeiro Código Nacional de Trânsito (CNT) de 1941, são

estabelecidos exames psicotécnicos para aspirantes a condutor profissional e para

motoristas envolvidos em acidentes. Já em 1953, os testes psicotécnicos tornam-se

obrigatórios a todos os candidatos à Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Em

1966 um novo código de trânsito entra em vigor, constituindo-se em importante

marco, segundo Hoffmann (2003, p.22), porque “viria ratificar com mais força a

obrigatoriedade da introdução dos exames psicológicos para a obtenção da carteira

de habilitação em todos os Estados brasileiros. Além disso, este Código foi

extremamente importante na medida em que proporcionou os conceitos de

unificação e uniformidade em relação à avaliação de condutores”.

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A partir de meados da década de 80, o Psicólogo do Trânsito começa a

receber múltiplas críticas, principalmente no que se refere a sua função de simples

aplicador de testes cuja utilidade prática talvez não existisse. Ações oficiais de

reformulação do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) de 1998, que tem embasado o

desenvolvimento de pesquisas em bases multidisciplinares visando à melhor

abordagem da complexidade do fenômeno trânsito (HOFFMANN, 2003).

Atualmente a Avaliação Psicológica, no contexto trânsito, é de intensa

reformulação teórica e metodológica, assim como em outros contextos psicológicos.

Esta lei considera desqualificado para a condução o indivíduo com deficiências

mentais ou que sofreram de graves doenças mentais, assim como os fisicamente

ineptos, deficientes para uma condução segura na via pública. Considerar-se-ia

também a este grupo de toxicodependentes, hiperemotivos ou hipoemotivos e

aqueles com dificuldades e/ou com deficiências físicas, motoras, perceptuais,que

impossibilitem uma condução automobilística considerada segura. Porém, apesar da

legislação conter algumas restrições específicas, tais como o acima exposto, não

existe uma estrutura organizacional e de mecanismos para facilitar a sua viabilidade,

motivo suficiente para chamar a atenção para estas incoerências.

A Resolução nº 80, (DENATRAN, 1998) determina o conteúdo obrigatório da

Avaliação Psicológica aos candidatos à CNH, dividido em três subáreas da

Psicologia que são: percepto; a área do equilíbrio psíquico e as habilidades

específicas e as habilidades específicas e complementares. Onde o resultado da

aplicação pode ser enquadrado em três categorias: “apto”, “inapto temporariamente”

e “inapto". Um candidato está apto “quando apresentar desempenho condizente na

Avaliação Psicológica para condução de veículo automotor na categoria pretendida.”

Considera-se apto com restrição o candidato “quando apresentar distúrbios ou

comprometimentos psicológicos, que estejam no momento temporariamente sob

controle, fazendo constar o prazo de validade para a revalidação da CNH.” A

condição de “inapto” é atribuída ao sujeito “quando apresentar nas áreas avaliadas

que estejam fora dos padrões de normalidade e de natureza não recuperável.”

De acordo com Sonda (2012), a avaliação psicológica tem como objetivo

principal descrever a realidade psicológica de um individuo, no qual o conjunto de

informações, obtidos através da avaliação, fornecerá ao psicólogo bases para

selecionar, interpretar e transmitir informações, inclusive devolvendo essas

informações ao indivíduo. Ainda, segundo Sonda (apud PIRES e MANERA, 2004), a

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responsabilidade da avaliação psicológica de uma pessoa traz consigo uma série de

considerações éticas, sendo necessário ao profissional um compromisso tanto com

a imparcialidade do processo em si quanto com a humanização deste, no sentido de

preservar a integridade do indivíduo que está sendo avaliado, haja vista que o

processo de avaliação e seu diagnóstico final poderá influenciar o contexto pessoal

e social do indivíduo. Por isso, o psicólogo deve estar consciente que o diagnóstico

pode trazer conseqüências para a realidade do avaliado, facilitando processos de

exclusão.

2.3 Os Principais Testes de Avaliação Psicológica para Obtenção da CNH.

1- Tomada e processamento de informações:

- Inteligência

- Raven (Escala Geral)

- G-36

- R-1

- R-1 (forma B)

- BFM-3

- TCR

- Rin

- Julgamento (TSP)

II – Atenção

- D-2

- AC

- BFM-1

- TSP-Atenção

III – Habilidade Perceptual

-Percepção (TSP)

-Precisão (TSP)

IV – Memória

- BFM-2 / TEMPLAM e TSP – memória

V – Raciocínio/ Habilidade Espacial

- BPR-5 (A e B)

- TSP – Partes, Blocos, Dimensão.

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2. Personalidade:

- Palográfico

- HTP

- *Zulliger

- *Rorschach

- *TAT (membros superiores)

*Testes recomendados para uso nos casos de candidatos portadores de deficiência

física

2.4 O Comportamento do Homem no Trânsito.

O ato de dirigir envolve um complexo processo de interação de funções

psicológicas e cognitivas. Os motoristas estão expostos no trânsito a fatores de

risco, e conduzir um veículo envolve memória, atenção, tomada de decisões em um

ambiente repleto de informações, como tráfego de pedestres, de outros veículos,

diversidade de sons e imagens. A multiplicidade de fatores, envolvidos no ato de

dirigir influenciam o comportamento dos indivíduos e, conseqüentemente, sua forma

de conduzir um veículo. Uma causa relevante, apontada na ocorrência de acidentes

de trânsito, refere-se ao comportamento dos condutores.

O fator humano é, muitas vezes, considerado o principal responsável por eles

(ROZESTRATEN, 1988). No Brasil, os acidentes de trânsito, segundo o Instituto de

Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), apresentam custos sociais, ambientais,

psicológicos e financeiros, destacando-se a demanda por leitos hospitalares, o

impacto psicológico em acidentados e familiares, as faltas ao trabalho, as

indenizações e os gastos materiais. Estima-se que as despesas com os acidentes

nas rodovias brasileiras sejam de R$ 22 bilhões, o que representa aproximadamente

1,2% do PIB brasileiro (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, 2006).

Percebe-se um número crescente, mas ainda tímido, no Brasil de pesquisas

científicas, na área de trânsito, enfocando o comportamento de condutores

(BALBINOT, ZARO, TIMM & BALBINOT, 2010; BOTTEZINI & NODARI, 2008;

STOCOO, LEITE & LABIAK, 2007; MACÊDO, 2004; THIELEN, 2002;

ROZESTRATEN, 1988). Os estudos apontados tratam de questões sobre os

comportamentos de risco no trânsito, comportamentos e o seu possível

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envolvimento em acidentes, excesso de velocidade, o fator humano e possíveis

soluções.

A aprendizagem veicular exige do aprendiz, capacidades e habilidades

motoras, sensoriais, cognitivas e de informações sobre o trânsito, com suas

implicações técnicas, preventivas, defensivas e punitivas. As funções cognitivas,

quando relacionadas à direção veicular, incluem “memória, atenção, avaliação

sistemática do ambiente e outras habilidades visuo-espaciais, verbais e de

processamento de informações, tomada de decisões e resolução de problemas.

Estas funções devem se processar de modo dinâmico” (PIRITO, 1999, p. 27). Daí

tem-se que, o ato de dirigir um veículo pode parecer uma atividade simples, quase

automática, mas exige uma complexa articulação de funções capacitores e hábeis

do condutor. Sem a pretensão de esgotar o tema, seguem alguns componentes que

constituem esse cenário.

No estudo do comportamento dos condutores, deve-se compreender o

ambiente em que estes se inserem ao dirigir. O trânsito é considerado um

movimento essencialmente social. Rozestraten (1988) descreve-o como um sistema

com a função comum de deslocamento, organizado por normas que possibilitam a

comunicação entre seus usuários e asseguram a integridade dos mesmos.

Em meio a esse ambiente com normas, procedimentos e deslocamentos, o

Código de Trânsito Brasileiro diz, em seu Art. 28: “O condutor deverá, a todo o

momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados

indispensáveis à segurança do trânsito”.

Günther (2003), no contexto de trânsito, ressalta que, deve ser priorizado um

comportamento adequado e seguro. O autor distingue três dimensões prévias para

predizer o comportamento no trânsito:

1. Grau de conhecimento – conhecimento das regras de trânsito e de certas leis da física, devendo estes serem colocados em prática;

2. Prática – habilidade adquirida com o tempo; 3. Atitudes – prontidão, presteza ou disposição na utilização do conhecimento e na

prática em benefício do comportamento no trânsito que priorize não pôr em perigo outras pessoas ou prejudicá-las (GUNTHER, 2003, p.51).

A relação entre condutor e trânsito nos direciona a refletir acerca da

necessidade de responsabilidade, conhecimento e atitudes. De acordo com o

manual para avaliação psicológica de candidatos à CNH, anexo da resolução CFC

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n.º 012/2000, o perfil psicológico do candidato à CNH e do condutor de veículos

automotores vale considerar os níveis; intelectual, de atenção, psicomotor, e as

áreas áudio-vísio-motoras.

De acordo com Hoffmann e Gonzáles (2003, p.379), as principais funções

psicológicas do condutor em atividade ao dirigir são:

1. a correta capacidade perceptiva e atencional, para captar o que ocorre ao redor, identificar e discriminar os estímulos relevantes de situações e problemas de trânsito a serem resolvidos;

2. perceber a situação, interpretá-la corretamente e avaliá-la; 3. tomar uma decisão sobre a ação ou manobra mais adequada; 4. executar a decisão com a rapidez e precisão possíveis – a capacidade de

resposta do condutor, a performance se referem às atividades sensório-motoras e psicomotoras que o condutor utiliza para o controle do veículo;

5. devem-se considerar também os processos e variáveis mediacionais, como personalidade, inteligência, estilos cognitivos, motivação, aprendizagem, experiência, memória, que modulam o funcionamento dos processos psicológicos.

A observação do comportamento de condutores e a avaliação, frente às

inúmeras características inerentes ao ato de dirigir, demandam estratégias que

possibilitem investigar a dinâmica desses fatores. Tem-se ainda nessa perspectiva,

a utilização de recursos tecnológicos no processo de avaliação de condutores como

grande aliado, por possibilitar a utilização de sons e imagens, a caracterização de

situações de trânsito que possibilitem, a partir da interação do condutor com esse

meio, averiguar a sua capacidade perceptiva e atencional, suas decisões e sua

performance.

As situações de trânsito exigem dos condutores atitudes que demandam

atenção, percepção e habilidades motoras. Como, por exemplo, reagir a eventos

inesperados, repentinamente, animais na pista. Nesse caso, a variável velocidade

também deve ser considerada, pois quanto maior ela for menor será o tempo para a

reação do motorista.

Os condutores principiantes, de acordo com Konstantopoulos e Crundall

(2008) estariam sob maior risco de acidentes, e uma das hipóteses considerada é a

de que eles ainda não desenvolveram estratégias para oportunizar a procura visual

como o faz motoristas mais experientes. Uma possível explicação seria de que as

demandas cognitivas presentes no ato de dirigir são elevadas, e os jovens não

seriam capazes de priorizar um adequado domínio cognitivo visual devido à

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sobrecarga. Referem, ainda, que a propensão ao cometimento de erros também é

atribuída à inexperiência de condutores.

Os acidentes de trânsito em muitos casos são consequências, de acordo com

Stradling e Meadows (2000), da falta de habilidade por parte dos condutores.

Portanto, uma forma eficaz para reduzir o número de acidentes é proporcionar uma

melhor formação ou reciclagem em reparação às competências do condutor. Vale

ressaltar que, como já discutido acima, se a sociedade tivesse acesso à educação

para o trânsito desde o começo de seu processo de aprendizagem, mantendo esse

tema abordado de forma regular em um calendário letivo, esse item provavelmente

não faria parte da atual estatística em relação ao despreparo de condutores recém-

habilitados.

As leis, conceitualmente são, são formas e normas de regulação da vida em

sociedade, das condutas individuais e das relações sociais. No entanto, a norma não

se transforma imediatamente em ação pelas pessoas sujeitas a ela. O ser humano

necessita de tempo para aprender e internalizar determinados conceitos, conceituar

prioridades acerca de valores individuais e prioritários, de acordo com as

necessidades particulares, visando um melhor convívio, uma maior qualidade de

vida em sociedade.

Conforme Thielen (2002), a percepção da norma vai orientar as decisões

acerca do comportamento no trânsito dos condutores, os aproximando ou afastando

do que seria desejável para a segurança de todos..

Rozestraten (1988, p. 95), ainda se referindo à insegurança e altos índices de

acidentes envolvendo condutores iniciantes defende que, isso se deve a "um

comportamento falho, relacionado a alguma deficiência na ação do condutor, mais

do que da agressividade deliberada ou da irresponsabilidade". Hoffmann e González

(2003) ressaltam que, entre as falhas humanas que possam levar o condutor a

sofrer um acidente, estariam as causas diretas e indiretas. Nas causas diretas

estariam envolvidos:

1. O problema ou erro de reconhecimento e identificação – sinais de trânsito, distâncias, obstáculos;

2. Erros de processamento – o CTB que regula a circulação; 3. Erros de tomada de decisão, ou erros de execução da manobra.

Quando os autores supracitados ressaltam as causas indiretas, referem-se às

condições e aos estados do condutor que afetam suas habilidades na utilização de

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processamento da informação, necessárias ao desempenho no dirigir. As causas

humanas indiretas envolvem fatores como:

1. O uso de substâncias tóxicas; 2. Comportamentos interferentes (falar, ligar o rádio, telefonar); 3. A busca intencional de riscos e emoções intensas (exteriorizadas, geralmente, pela

velocidade).

São considerados, ainda, pelos autores acima citados como os agentes

inibidores da prudência (veículos que incitam comportamentos temerários, o

superestimar a habilidade como condutor, a subestimação da própria velocidade), a

inexperiência e os problemas de aprendizagem, os condutores com pouca

experiência, por serem mais suscetíveis a sofrer acidentes (Hoffmann & González,

2003). Tais nuances citadas pelos autores nos levam a refletir acerca fatores que

influenciam a forma de condução de motoristas e aumentam a possibilidade de

envolvimento em acidentes. Sendo assim, merecem ser considerados na

abordagem sobre os comportamentos de risco no trânsito. Esta busca intencional de

riscos e emoções que se encontra diretamente ligada às questões de violação,

conforme abordado no limite aceitável de risco por Wilde (2005). Percebe-se, assim,

que possibilitar aos indivíduos se depararem com situações novas e desafiadoras

possibilita a criação de novos recursos e informações, processos que poderão ser

ativados quando necessário. Em relação ao trânsito, vivenciar diversas situações,

uma aprendizagem que demande mais do condutor como simulações que exijam

tomadas de decisão, podem vir a favorecer o desenvolvimento de estruturas que

auxiliem nas decisões e escolhas realizadas por condutores frente a ocorrências

reais de trânsito.

Todo o condutor deve conhecer as leis de trânsito, as normas de condução e

saber conduzir seu veículo automotor. Porém, obter conhecimento acerca das

especificidades de sua conduta e suas deficiências, pode favorecer a criação de

medidas educativas e permitir que o condutor, ao identificar suas falhas, possa

modificá-las. Segundo Rocha (2005), o conhecimento da etiologia e a distinção entre

as modalidades de infrações podem possivelmente, de forma assertiva, proporcionar

um melhor direcionamento das ações das autoridades e dos educadores nas

questões de trânsito. De acordo com inúmeras pesquisas e estudos direcionados,

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percebe-se que os erros demonstram muito do despreparo do condutor, os quais em

alguns casos são pela falta de experiência.

Entrou em vigor, no Brasil, a resolução 285 do Conselho Nacional de Trânsito

(CONTRAN), que previu um aumento na carga horária dos cursos de formação de

condutores, em vigor a partir do início do ano de 2009. Foram ampliadas as aulas

teóricas de 30 para 45 horas e o curso de direção veicular de 15 para 20 horas

(DENATRAN). São estas, algumas medidas tomadas, na tentativa de ampliar o

período de formação de condutores e oferecer, um pouco mais, de experiência aos

futuros condutores com habilitação. Diante da complexidade dos riscos e as

ocorrências crescente de acidentes, entretanto, vale ressaltar que, muito ainda deve

ser feito pela segurança no trânsito.

Os estudos direcionados na área de trânsito, relacionados aos

comportamentos de condutores, as funções psicológicas e cognitivas presentes no

ato de dirigir, os aspectos de segurança no trânsito e os investimentos, nesta área,

tornam-se essenciais, na tentativa de um controle maior deste cenário caótico no

qual se encontra o trânsito de cidades e rodovias brasileiras, realidade não diferente

da encontrada na cidade de São Luís. Na busca de possíveis soluções, procuram-se

respostas para os problemas de trânsito. Não se deve direcionar apenas ao

condutor a responsabilidade dos acidentes e sim considerar um complexo sistema

envolvendo conservação e construção de vias, aspectos meteorológicos,

fiscalização dentre outros. No entanto, o fator humano possui um papel de

fundamental importância frente aos riscos no trânsito.

2.5 Os Motoristas Profissionais que Exercem Atividades Remuneradas

De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, no Brasil foram introduzidos

novos procedimentos para os motoristas profissionais que pretendam renovar a

CNH (Carteira Nacional de Habilitação).

Para exercer atividade remunerada no trânsito o motorista precisa ser maior

de 21 anos e não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima ou ser

reincidente em infrações médias durante os últimos 12 meses. Além disso, não pode

estar cumprindo pena de suspensão do direito de dirigir ou de cassação da CNH,

decorrente de crime de trânsito, bem como estar impedido judicialmente de exercer

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seus direitos. Para cada tipo de curso é preciso que o motorista esteja habilitado em

categorias específicas.

Na abertura do processo de renovação da CNH, o motorista tem de

apresentar uma declaração de que exerce ou não atividade remunerada sob as

penas da lei. Os condutores profissionais, independentemente da data de retirada

da Primeira Habilitação, precisam passar por avaliação psicológica antes do exame

de aptidão física e mental na ocasião da renovação da CNH. disso, precisa obter

aprovação em provas prática de direção veicular e de atualização. Os regulares são:

Cursos especializados para Condutores de Veículo de Transporte Coletivo de

Passageiros, para Condutores de Veículos de Transporte Escolar, para Condutores

de Veículos de Transporte de Produtos Perigosos, para Condutores de Veículos de

Emergência. Existem ainda as versões desses cursos para fins de atualização, que

possuem os mesmos nomes.

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Ética - A presente pesquisa segue as exigências éticas e científicas

fundamentais conforme determina o Conselho Nacional de Saúde – CNS n° 196/96

do Decreto n° 93933 de 14 de janeiro de 1987 – a qual determina as diretrizes e

normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos.

A identidade dos sujeitos da pesquisa segue preservada, conforme exige a

Resolução 196/96 do CNS-MS, visto que, não foi necessário identificar-se ao

responder o questionário. Todos assinaram o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE). Foram coletados dados a respeito de: gênero, grau de

instrução, faixa etária, renda familiar, status civil, tempo de posse da CNH,

naturalidade, tempo de serviço ao trânsito, satisfação, stress, acidentes de trânsito,

segurança, avaliação psicológica e legislação de trânsito.

3.2 Tipo de Pesquisa

Trata-se de um estudo exploratório-descritivo, com dupla, combinação de

abordagens, a saber quanti-qualitativa.

3.3 Universo

A pesquisa foi realizada no município de São Luís, capital do estado do Maranhão,

no departamento de perícias psicológicas das Clinicas Auditra e Climem, que são

clínicas credenciadas ao DETRAM/MA para realização de perícias médicas e

psicológicas voltadas para o trânsito.

3.4 Amostra

A pesquisa foi direcionada a 60 (sessenta) sujeitos que exercem atividade

remunerada ao trânsito, que possuem CNH há mais de 05 (cinco) anos, atendidos

no período de janeiro à outubro de 2012, nas clínicas Auditra e Climem, situadas na

cidade de São Luís, capital do estado do Maranhao.

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3.5 Instrumentos de Coleta de dados

O preenchimento dos dados do questionário desta pesquisa foi desenvolvido pela

própria entrevistadora no preenchimento dos formulários e registros das

informações. Todas as entrevistas foram realizadas de forma direta, com perguntas

pré-estabelecidas proporcionando aos participantes da mesma sanar suas dúvidas e

curiosidades referentes ao assunto abordado. Questionário este, ilustrado no

apêndice.

3.6 Procedimentos de Coleta de Dados

O procedimento utilizado para a coleta de dados desta pesquisa foi a seguinte; ao

identificar candidatos que se encontram em processo de renovação, mudança e/ou

adição de categoria de CNH, que exercem atividade remunerada ao trânsito, na

cidade de São Luís, os mesmos eram abordados e se de acordo, preenchiam o

termo de consentimento livre e esclarecido, em seguida preenchiam, na presença da

pesquisadora, um questionário composto por 20 (vinte) quesitos (Apêndice A).

3.7 Procedimentos para Análise dos Dados

Após a coleta dos dados, através da aplicação de questionário, os dados foram

tratados e analisados com auxílio de um software (EXCEL) para o tratamento

estatístico (Média). Quanto a parte qualitativa recorreu-se a análise de conteúdo

enquanto técnica para dar sentido as falas dos sujeitos entrevistados.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A pesquisa formalizou-se com 60 (sessenta) condutores que exercem

atividade remunerada no trânsito, habilitados há mais de 05 anos. Dos

entrevistados, 12 sujeitos representaram o sexo feminino, o que correspondeu a

20% e 48 motoristas representaram o sexo masculino, correspondendo a 80% do

total dos entrevistados, conforme apresenta o gráfico 01.

Gráfico 01 – Condutores que exercem atividades remuneradas, segundo o gênero, em

porcentagem.

Fonte: Dados da Pesquisa. Cidade de São Luis/MA, 2012.

Apesar de ainda ser minoria, as mulheres que exercem atividade remunerada

ao trânsito observaram que algumas empresas atualmente, estão preferindo

mulheres, para exercer cargos como entregadora, office-girl, etc. E tal

comportamento organizacional se deve há alguns estudos estatísticos, apresentados

inclusive por DETRAN’s e Sites Organizacionais, que tratam de sucesso

empreendedor, por exemplo, site do SEBRAE, os quais, trazem como resultados a

mulher possuindo características importantes como maior prudência ao trânsito,

maior cuidado com os produtos a serem entregues e mais atenção ao lidar com

entregas e coleta de documentações.

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Ao tratar-se do grau de instrução, gráfico 02, verifica-se que 33,4% dos

entrevistados, obtém o ensino fundamental incompleto, 28,3% relataram ter

concluído o ensino médio, 23,3% afirmaram que concluíram apenas o ensino

fundamental, 8,3% dos entrevistados tem o ensino médio incompleto, 5% estão

cursando faculdade, com ensino superior incompleto e 1,7% possui ensino superior

completo.

Gráfico 02 – Distribuição, em porcentagem, da escolaridade dos condutores que exercem

atividade remunerada.

Fonte: Dados da Pesquisa. Cidade de São Luis/MA, 2012.

Percebeu-se durante a aplicação dos questionários que, a população que

detém menor grau de instrução, trata-se dos motoristas com maior faixa etária, ao

serem questionados, os mesmos relataram que iniciaram na profissão de motoristas

ainda jovens e que nas décadas de 70-80 no Brasil, as exigências para obtenção de

CNH eram mínimas (SIC) e que após iniciarem a vida profissional os estudos

deixavam de ser prioridade (SIC), o que a partir do final da década de 90 passaria a

ser um diferencial curricular. Atualmente, existem empresas, principalmente

cooperativas de táxi na cidade de São Luís, que exigem dos candidatos um grau de

instrução mínimo de ensino médio completo e preferem motoristas que dominem

outro idioma além do português, como é o caso das cooperativas que prestam

serviços ao Aeroporto da cidade (SIC).

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No gráfico 03, apresenta a faixa etária dos entrevistados. Verifica-se que

38,40% tem entre 36 (trinta e seis) e 40 (quarenta) anos; 31,60% tem entre 41

(quarenta e um) e 45 (quarenta e cinco) anos; 20% tem entre 31 (trinta e um) e 35

(trinta e cinco) anos; por fim, 10% tem entre 25 (vinte e cinco) e 30 (trinta) anos de

idade.

Gráfico 03 - Faixa Etária dos condutores, em porcentagem, que exercem atividade remunerada.

Fonte: Dados da Pesquisa. Cidade de São Luis/MA, 2012.

De acordo com o SINE/MA (Sistema Nacional de Empregos do Maranhão), as

oportunidades de emprego para motoristas exigem que o candidato tenha no mínimo

01 (um) ano de experiência comprovada na Carteira de Trabalho, no entanto,

através da pesquisa verificou-se que a maioria dos entrevistados desempenham

funções de motoristas ou mototaxistas através de cooperativas, e estas dão

preferência aos condutores mais experientes, e em função de exigências de

seguradoras de veículos, evitam a contratação de condutores na faixa etária entre

20-30 anos, os entrevistados que permanecem nessa faixa etária relataram que de

fato exercem atividade remunerada ao trânsito como “bico”, sem vínculo

empregatício (SIC), ou seja, como uma ocupação alternativa tendo como objetivo

complementar suas rendas.

No que se refere ao status civil dos motoristas, gráfico 04, percebe-se que

45% são casados; 18,40% são solteiros; 15% relataram ser divorciados e 21,60%

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afirmaram que mantêm outros tipos de status civil, como separados, união estável

e/ou amigados, um fato bem comum na região.

Gráfico 04 – Resultado do Status Civil dos condutores que exercem atividade remunerada, em

porcentagem.

Fonte: Dados da Pesquisa. Cidade de São Luis/MA, 2012.

No que se refere a ter filhos, conforme demonstra o gráfico 05, verifica-se

uma excelente concentração para procriação, onde 88,40% relataram ter filhos, e;

apenas 11,60% afirmou ainda não ter tido filhos, mas que estão trabalhando

seriamente para que isto aconteça. Isto comprova que, a profissão de motoristas

que exercem atividades remuneradas passa de pai para filho há mais de um século,

no Brasil. Mas, este cenário atualmente, está mudando, visto que os filhos preferem

fazer uma faculdade e ter, no futuro, uma vida mais confortável, sem as privações da

profissão, sem os riscos das péssimas qualidades das rodovias, das perdas de

tempo no processo de cargas e descargas e nos engarrafamentos do dia-a-dia, que

provocam doenças no ser humano.

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Gráfico 05 - Relação dos condutores, em porcentagem, que exercem atividade remunerada,

segundo a paternidade.

Fonte: Dados da Pesquisa. Cidade de São Luis/MA, 2012.

A respeito da renda familiar, apresentado no gráfico 06, pode-se confirmar

que a maioria dos motoristas (38,3%) tem como renda familiar uma média entre R$

2.001,00 (dois mil e um reais) a R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos). Enquanto que,

28,4% responderam que obtém uma renda mensal entre R$ 1.001,00 (um mil e um

reais) a R$ 2.000,00 (dois mil reais). E, 20% afirmaram ter como renda familiar uma

média acima de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais). Por outro lado, verifica-se

que 13,3% recebem menos de R$1.000,00 (um mil reais), como renda familiar.

Fazendo uma correlação entre o gráfico-02 e o gráfico-06 temos um resultado

interessante, os entrevistados com maior grau de instrução são os mesmos

candidatos com maior rendimento familiar.

Segundo (REIS & RAMOS, 2011) O nível de educação dos pais está bastante

associado ao desempenho dos filhos no mercado de trabalho no Brasil. Com isso, a

estrutura educacional da família pode desempenhar um papel importante na

determinação da elevada disparidade de rendimentos observada. Utilizando dados

do suplemento sobre mobilidade social da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de

Domicílios) de 1996, este artigo analisa a relação entre a distribuição de

rendimentos do trabalho no Brasil e a escolaridade dos pais dos trabalhadores.

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Gráfico 06 – Distribuição da Renda Familiar, em porcentagem, dos condutores que exercem

atividade remunerada.

Fonte: Dados da Pesquisa. Cidade de São Luis/MA, 2012.

De acordo com os resultados, a estrutura educacional da família, através

tanto da sua influência sobre o nível educacional dos trabalhadores como, em menor

escala, sobre os retornos para a escolaridade, parece um importante determinante

da desigualdade nos rendimentos do trabalho. O que fundamenta os relatos dos

entrevistados ao responderem tal questão, onde a maioria reconhece a relação

entre: estrutura educacional familiar versus estímulos para a instrução dos mesmos

e rendimento financeiro do trabalho; e ainda, qualidade de vida, sendo alguns

conceitos presentes na entrevista.

Quanto ao tempo de posse da Carteira Nacional de Habilitação, conforme

resultados no gráfico 07, verifica-se que 33% responderam ter posse da CNH por

uma média de tempo entre 16 (dezesseis) a 20 (vinte) anos como motorista. E,

30,3% responderam ter CNH acima de 20 (vinte) anos. Enquanto que 21,70%

afirmaram ter posse da CNH de 05 (cinco) a 10 (dez) anos. E, por fim, apenas 15%

afirmaram estarem com posse da CNH por um período de 11(onze) a 15(quinze

anos).

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Gráfico 07 - Tempo de posse da CNH, em porcentagem, dos condutores que exercem atividade

remunerada.

Fonte: Dados da Pesquisa. Cidade de São Luis/MA, 2012.

Os resultados apresentados no gráfico 08, se refere à quantidade de horas

que os motoristas permanecem no trabalho, em média no trânsito, por dia. Observa-

se que 38,4% responderam que permanecem entre 07 (sete) a 08 (oito) horas;

28,30% afirmaram que permanecem entre 06 (seis) a 07 (sete) horas; 20%

assinalaram permanecer até 06 (seis) horas e 13,3% responderam que

permanecem acima de 08 (oito) horas diárias ao trânsito por motivo de trabalho.

Como o estresse é um estado de esgotamento físico e mental que acarreta ao

ser humano vários problemas de saúde desde um frequente suor nas mãos, a um

desenvolvimento de transtornos como a síndrome do pânico; a ansiedade que se faz

presente em momentos de estresses intensos um exemplo disso é o trânsito:

conturbado, confuso tornando-se assim caótico, acarreta manifestações

psicofisiológicas e/ou psicossomatizações, já que corpo e mente, estão diretamente

interligados. Quanto mais tempo o ser humano estiver exposto a situações de

estresse, maiores são as possibilidades de as consequências afetarem sua saúde e

qualidade de vida.

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Gráfico 08 – Distribuição, em porcentagem, dos condutores que exercem atividade

remunerada, segundo a carga horária diária ao trânsito.

Fonte: Dados da Pesquisa. Cidade de São Luis/MA, 2012.

Estar em situação de estresse ocasionalmente não é prejudicial segundo

alguns estudos já publicados, posto que, o organismo precisa reagir aos

acontecimentos; porém, a permanência pode causar uma infinidade de

complicações, entre estas o enfraquecimento do sistema de defesas no organismo,

enfermidades; poderemos desenvolver neuroses (fobias, pânicos), ao encontrar-se

em engarrafamento no trânsito, por exemplo.

Diante do exposto acima, tem-se que, quanto maior for o tempo de trabalho

ao trânsito maior será a probabilidade de surtos e acidentes, o que será confirmado

no decorrer da apresentação dos dados coletados nesta pesquisa.

Ao perguntar sobre envolvimento em acidente de trânsito, observa-se nos

resultados apresentados no gráfico 09, que 45% dos motoristas já se envolveram

em algum tipo de acidente de trânsito enquanto que; 55% dos motoristas afirmaram

que ainda não se envolveram em nenhum acidente de trânsito.

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Gráfico 09 - Condutores que exercem atividade remunerada, segundo envolvimento com

acidentes no trânsito, em porcentagem.

Fonte: Dados da Pesquisa. Cidade de São Luis/MA, 2012.

A imprudência dos motoristas e o desrespeito as leis de trânsito são os

principais motivos de acidentes na capital. Ao analisar estatísticas apresentadas

pelo site www.detranma.gov.br percebe-se que os avanços enquanto o semáforo

esta vermelho obtiveram aumento em disparado, relacionado aos anos anteriores.

Já ao observarmos o momento atual da cidade, que está em pleno desenvolvimento,

inclusive vivenciando o tal “boom imobiliário” as inadequações existentes entre a

infraestrutura atualmente oferecida e a realidade acerca do visível aumento em

quantidade de veículos e motocicletas é a combinação perfeita para que se obtenha

o atual cenário: caótico, desajustado e estressante, em contra partida os condutores

ainda estão num processo de readaptação, percebe-se o quanto o trânsito se

desestrutura por desorganização da população, a percepção do cenário

apresentado, são fatores como pressa; irritabilidade; impaciência, resultando em

comportamentos imprudentes, principalmente dos condutores mais jovens.

No gráfico 10, refere-se aos resultados do quesito: você faz ou já fez uso de

drogas proibidas ou uso exagerado do álcool para depois trabalhar? Verifica-se um

resultado até certo ponto surpreendente, visto que 58,4% responderam que não e

41,60% afirmaram que sim.

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Gráfico 10 – Distribuição, em porcentagem, dos condutores que exercem atividade

remunerada, que faz uso de drogas proibidas ou uso exagerado do álcool, no exercício da

atividade profissional.

Fonte: Dados da Pesquisa. Cidade de São Luis/MA, 2012.

Ao responderem tal questão, alguns entrevistados demonstraram certa

ansiedade, ao serem questionados (aos que responderam que sim) se os mesmos

ingeriam bebidas alcoólicas durante o expediente de trabalho, verificou-se que todos

os motoristas de entrega de bebidas entrevistados, responderam que sim, e vale

ressaltar que esse dado extraoficial da pesquisa resultou em uma certa inquietação

da pesquisadora, surge aí uma provável futura pesquisa direcionada. No geral, os

entrevistados que responderam que sim, afirmaram o uso de bebida alcoólica de

forma exagerada, em especial, os taxistas disseram que fazem uso após o

expediente, afirmando utilizar a bebida alcoólica como um “relaxante muscular”

(SIC).

Então, procurou-se averiguar quais os fatores do trânsito que mais

incomodam no exercício das atividades. Durante a aplicação do questionário, ao

responder esta questão todos os 60 (sessenta) motoristas, fizeram alguns

comentários, principalmente criticas em relação ao poder público. Nos resultados

apresentados no gráfico 11, verifica-se que o maior incômodo no trânsito que

“aborrece” os motoristas com 33,4% é o engarrafamentos. Seguido com 23,4% pela

lentidão no tráfego; ou seja, também uma espécie de engarrafamento. Neste

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contexto, pode-se afirmar que o grande problema do trânsito nos centros urbanos é

a grande quantidade de veículos para pouco espaço para circulação. Observou-se

também que tem motorista (1,7%) que se aborrece com pedestres; outros motoristas

(18,3%) com o trânsito das motos; o restante dos motoristas responderam por

diversos outros pequenos motivos os aborrece no trânsito.

Gráfico 11 - Condutores que exercem atividade remunerada, segundo fator que mais aborrece

no trânsito, em porcentagem.

Fonte: Dados da Pesquisa. Cidade de São Luis/MA, 2012.

Enfim, este mosaico de respostas bem diversificadas se deve a cada

indivíduo ter um modo específico de responder aos agentes estressores e enfrentar

um trânsito caótico, e de acordo com o jeito de ser de cada um, elege-se algum fator

de maior estresse.

Na questão sobre o que você mudaria em relação à atual legislação de

trânsito da cidade de São Luis, para melhorar a atual situação, gráfico 12, verifica-se

uma variedade se soluções. Mas, a que prevaleceu pela maioria com 53,30%

assinalaram que faria mais campanhas educativas

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Gráfico 12 – Distribuição das sugestões, em porcentagem, dos condutores que exercem

atividade remunerada quanto ao fator que modificar na atual legislação de trânsito, para

melhorar o trânsito na cidade.

Fonte: Dados da Pesquisa. Cidade de São Luis/MA, 2012.

Os motoristas ao responderem tal questionamento, em sua maioria

comentaram e reconheceram a necessidade existente entre trânsito seguro e

educação voltada para o trânsito, de forma surpreendente os condutores que se

encontram com menor faixa etária, responderam que aumentariam o numero de

campanhas educativas, isto reflete a nova geração de condutores, uma geração que

vem se caracterizando por reivindicar socialmente uma cultura de maior

possibilidade à educação, e no caso do trânsito sabe-se que existem legislações que

exigem um mínimo de campanhas educativas (ainda que as exigências sejam

mínimas, ao julgamento da pesquisadora) e mesmo sendo um movimento ainda

tímido, na cidade de São Luís, as iniciativas são quase inexistentes, o que a

população da cidade de São Luís, vivencia são campanhas educativas em sua

maioria vindo de escolas particulares e instituições de iniciativas privadas.

Ao referir-se sobre a avaliação psicológica, questionou-se o seguinte:

De acordo com seu ponto de vista, a avaliação psicológica, deveria ser um

procedimento obrigatório em todos os processos envolvendo: renovação, mudança

de categoria e adição de categoria de CNH, independentemente de o candidato

exercer ou não atividade remunerada no trânsito. Verifica-se nos resultados

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apresentados no gráfico 13 que 78,3% dos motoristas responderam que sim e

apenas 21,7%) dos motoristas responderam que não.

Gráfico 13 - De acordo com os condutores que exercem atividade remunerada a Avaliação

Psicológica, deveria ser um procedimento obrigatório em todos os processos envolvendo

renovação; mudança de categoria e adição de categoria de CNH, independentemente de o

condutor exercer ou não atividade remunerada?.

Fonte: Dados da Pesquisa. Cidade de São Luis/MA, 2012.

De acordo com a Resolução 168, de 14 de dezembro de 2004 do CONTRAN

que segundo o artigo 4°; §1° resolve que: O condutor que exerce atividade de

transporte remunerado de pessoas ou bens terá que se submeter ao exame de

aptidão física e mental e a avaliação psicológica de acordo com os parágrafos 2°; 3°

e 5° do art. 147 do Código de Trânsito Brasileiro. Porém a ABRAMET (Associação

Brasileira de Medicina do Tráfego), o Médico Perito Examinador de Tráfego pode

solicitar via sistema – Detran que o condutor se submeta à perícia psicológica,

mesmo não exercendo atividade remunerada, embora isso seja possível a

resistência ainda é pertinente por parte dos condutores, e intromissão de instrutores

e/ou representantes de auto-escolas da cidade de São Luís.

E concluindo a pesquisa, gráfico 14, questionou-se aos candidatos quanto a

percepção destes no que se refere à avaliação psicológica, investigamos se os

mesmos, percebem a avaliação psicológica como uma ferramenta de investigação

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importante para a segurança e ajustamento do trânsito. Neste contexto, verifica-se

que 85% dos motoristas reconhecem a importância da Avaliação Psicológica para o

trânsito. E, apenas 15% responderam que não.

Gráfico 14 - Você Condutores que exercem atividade remunerada na cidade de São Luis/MA,

segundo a percepção acerca da avaliação psicológica, se os mesmos a percebem, como uma

ferramenta de investigação importante para a segurança e ajustamento do trânsito.

Fonte: Dados da Pesquisa. Cidade de São Luis/MA, 2012.

De acordo com Rozestraten (1988) os processos psíquicos básicos do

comportamento no trânsito abordam desde a tomada de consciência à execução,

passando por estágios de preparo, ação e reação, processos que exigem sempre

um estado de atenção/ vigilância, levando em consideração todo o histórico de vida

do condutor, sua personalidade, atitudes e emoções. Portanto, para lapidar

determinadas habilidades exigidas no trânsito faz-se necessário todo um processo

de aprendizagem. A Avaliação Psicológica se faz indispensável devido a mesma

trazer em sua maior função, a investigação de características de personalidade em

seus testes projetivos; atenção concentrada; memória; raciocínio lógico dentre

outras habilidades necessárias para que os condutores se adequem à comunidade

em geral, construindo um trânsito seguro e ajustado.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No Brasil, normatizações, exigências, regulamentações, dentre outras

terminologias que ditam regras são elaboradas, votadas e sancionadas

excessivamente, porém diante da realidade acerca do trânsito, percebe-se não

apenas na cidade de São Luís, capital do estado do Maranhão, objeto de tal estudo,

mas no País como um todo necessita-se de informação e educação relacionadas ao

tema.

Buscou-se ilustrar e descrever a importância da perícia psicológica a todos os

condutores e aos candidatos à CNH, e também a necessidade de oferecermos uma

educação voltada para o trânsito, visando assim obter um trânsito menos violento e

por conseqüência, mais humano para toda a sociedade. Especificamente, descreve-

se a avaliação psicológica e suas ferramentas, assim como a importância de

oferecer à sociedade um trabalho de educação como prevenção contra a violência,

obtendo assim um trânsito ideal.

Porém, se a sociedade obtivesse informação acerca dos seus direitos e

deveres no trânsito, se tivesse conhecimento sobre o código de trânsito brasileiro e

se as avaliações psicológicas fossem obrigatórias a todos os condutores que

estivessem em processo de renovação de CNH e aos candidatos à CNH, será que

assim ter-se-ia um trânsito ideal? Sabe-se que o trânsito é um movimento

essencialmente social. De acordo com Rozestraten (1988) e Günter (2003),

constatou-se através da pesquisa que tanto o comportamento no trânsito, quanto o

fator humano é muita das vezes, considerado o principal responsável pelos

acidentes.

Conforme Thielen (2002), a percepção da norma vai orientar as decisões

acerca do comportamento no trânsito dos condutores, os aproximando ou afastando

do que seria desejável para a segurança de todos. Em São Luís, capital do

Maranhão, a autora, ao entrevistar motoristas que já se envolveram em acidentes de

trânsito e sem multas referentes a excesso de velocidade,constata que os mesmos

tem total conscientização acerca da relação: perigo X excesso de velocidade, ouve-

se testemunhos de motoristas que afirmam não ultrapassar os limites de velocidade

impostos nas vias publicas da cidade, inclusive por ter-se uma sinalização pouco

segura e um asfalto nada adequado, com pouca manutenção e/ou baixa qualidade

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de uso, proporcionando assim um cenário de risco à população iniciante, enquanto

condutores em fase de habilitação provisória, com duração de doze (12) meses,

segundo regulamentação do atual CTB.

O trânsito é uma questão de saúde pública, uma questão necessária ao se

tratar de qualidade de vida, além de ser uma pauta pertinente ao se questionar

sobre vida social; convívio social; sobre ser humano, um ser genuinamente

individual convivendo em sociedade, contribuindo com sua existência sem utilizar

um veículo automotor como arma ou objeto de satisfação, de “falo” e sim como meio

de transporte, de forma a ter como objetivo real – sua mobilidade, de forma

adequada, com vias públicas ajustadas, com condutores educados e

conscientizados para tal realidade. Trânsito – uma necessidade humana, assunto

que merece maior atenção e uma prioridade no que tange a questão:

Desenvolvimento Humano.

A Avaliação Psicológica é percebida por 85% (oitenta e cinco por cento) dos

condutores que exercem atividade remunerada no trânsito, entrevistados nesta,

como fator de prevenção, segurança e ajustamento do trânsito, por ser uma

ferramenta de investigação, educação e informação no que se refere ao tema aqui

discutido. Devendo-se repensar a realização da Avaliação Psicológicas em todos os

procedimentos referentes à renovações de CNH, mudanças e adições de categorias,

estendendo a todos os condutores e não somente nos casos onde os condutores

exercem atividades remuneradas e/ou quando há necessidade detectada pelo

Médico Perito. Merecendo assim, melhores qualificações de profissionais da área

atuante; comunicação adequada entre DETRAN’s e psicólogos atuantes na área do

trânsito; melhor remuneração, seriedade e respeito com o tema: Trânsito seguro e

ajustado, verdadeiramente.

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REFERÊNCIAS

CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO, Decreto-Lei 9503 de 23 de Set. de 1997.Ementa. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 24 de Set. 1997. Séc. 1, p. 21202-21246. CONTRAN. Resolução nº 80 de 19 de nov. de 1998. Altera os Anexos I e II da Resolução n 51/98 – CONTRAN, que dispõe sobre os exames de aptidão física e mental e os exames de avaliação psicológica. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 20 de Nov. 1998. Sec. 1, p. 21-23. Site do Departamento de Trânsito do Maranhão. www.detranma.org. br DUARTE, T. O. Avaliação psicológica do trânsito. In: HOFFMANN, M. H.; CRUZ, R. M.; ALCHIERI, J. C. (Org.) Comportamento humano no trânsito. Casa do Psicólogo, 2003. p. 291-309. EBIRAJARA, C. L. Trânsito e comunidade: um estudo prospectivo na busca pela redução de acidentes. In: HOFFMANN, M. H.; CRUZ, R. M.; ALCHIERI, J. C. (Org.) Comportamento humano no trânsito. Casa do Psicólogo, 2003. p.137-149. GERHARD, U. Segurança de trânsito além da prevenção: ilustrada com o exemplo de motoristas bêbados. In: RISSLER, R. (Org) Estudos sobre a avaliação psicológica de motoristas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. p. 55-65. HILGARD, E. R.; ATKINSON, R. C. Introdução à psicologia. 2 ed. São Paulo: Nacional, 1979. 680 p. HOFFMANN, M. H. ; CRUZ, R. M. Síntese histórica da psicologia do trânsito no Brasil. In: HOFFMANN, M. H.; CRUZ, R. M.; ALCHIERI, J. C. (Org.) Comportamento humano no trânsito. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. p.17-29. HOFFMANN, M. H. Comportamento do condutor e fenômenos psicológicos. Psicologia, pesquisa e trânsito. São Paulo, v. 1, n.1, p. 17-24, Jul../Dez. 2005. HOLANDA, A. B. Minidicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2004. LAMOUNIER, M. J. V.; MORETZSOHN, R.; CUNHA, R. Avaliação psicológica no trânsito e suas perspectivas futuras. In: MESA REDONDA APRESENTADA NO II CONGRESSO BRASILEIRO DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA, 2005, Gramado. LEÓN, L. M.; VIZZOTTO, M. M. Comportamento no trânsito: um estudo epistemológico com estudantes universitários. Cadernos de Saúde Pública, v. 19, n. 2, 2005. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script= sci_arttext&pid=S0102311X2003000200018..> Acesso em: 29 de Jul. 2011. MARIN, L.; QUEIROZ, M. S. A atualidade dos acidentes de trânsito na era da velocidade: uma visão geral. Cadernos de Saúde Pública, v. 19, n. 2. Disponível em:

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<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102311X2003000 200018&...> Acesso em: 29 de jul. 2011. MÉA, C. P. D.; ILHA, V. D. Percepção de psicólogos do trânsito sobre a avaliação de condutores. In: HOFFMANN, M. H.; CRUZ, R. M.; ALCHIERI, J. C.(Org.) Comportamento humano no trânsito. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. p. 265–288. ROZESTRATEN, R. J. A. Psicologia do trânsito: conceitos e processos básicos. São Paulo: EDUSP, 1988. Simione, Viviane. Educação e Trânsito, uma mistura que dá certo. Curitiba, 2002. D794i. Monografia (Especialização em Trânsito) – Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC. Sonda, Haifa Amado Elias. Fatores Significativos Identificados na Aplicação da Avaliação Psicológica em Candidatos que Exercem Atividades Remuneradas (EAR): Teste Palográfico (Monografia). Maceió, 2012. Tecnodata Educacional. Materiais pedagógicos sobre trânsito. Curitiba, Paraná, 2003. VASCONCELOS, E.A. O que é trânsito? 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 1985.

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APÊNDICE

ENTREVISTA

1- Gênero

( ) Feminino

( ) Masculino

2- Grau de instrução

1- Ensino Fundamental Incompleto ( )

2- Ensino Fundamental Completo ( )

3- Ensino Médio Incompleto ( )

4- Ensino Médio Completo ( )

5- Ensino Superior Incompleto ( )

6- Ensino superior Completo ( )

3- Faixa Etária

1- Tenho de 25 a 30 – anos de idade ( )

2- Tenho de 31 a 35 – anos de idade ( )

3- Tenho de 36 a 40 – anos de idade ( )

4- Tenho de 41 a 45 – anos de idade ( )

4- Status Civil

1- Solteiro(a) ( )

2- Casado(a) ( )

3- Divorciado(a) ( )

4- Outros ( )

5- Você tem filhos?

1- Sim ( )

2- Não ( )

6- Renda Familiar

1- até R$ 1.000,00 ( )

2- de R$ 1.001,00 a R$ 2.000,00 ( )

3- de R$ 2.001,00 a R$ 2.500,00 ( )

4- acima de R$2.500,00 ( )

7- Tempo de posse da CNH (Carteira Nacional de Habilitação)

1- de 05 a 10 anos ( )

2- de 11 a 15 anos ( )

3- de 16 a 20 anos ( )

4- acima de 20 anos ( )

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8- Você nasceu na cidade de São Luís?

1- Sim ( )

2- Não ( )

8.1- Caso não tenha nascido na cidade de São Luís, qual motivo lhe traz a ser morador

desta cidade?

1- Em busca de oportunidade de estudo ( )

2- Oportunidade de trabalho ( )

3- Qualidade de vida ( )

4- Outros ( )

9- Quantas horas, em média, você passa no trânsito, a trabalho, por dia?

1- até 06 horas diárias ( )

2- de 06 a 07 horas diárias ( )

3- de 07 a 08 horas diárias ( )

4- acima de 08 horas diárias ( )

10- Você já se envolveu em algum tipo de acidente de trânsito?

1- Sim ( )

2- Não ( )

11- Você está satisfeito com a profissão que exerce?

1- Sim ( )

2- Não ( )

12- Você possui algum tipo de deficiência física?

1- Sim ( )

2 Não ( )

13- Você faz ou já fez uso de drogas proibidas ou uso exagerado do álcool?

1- Sim ( )

2- Não ( )

14- O que mais te aborrece no trânsito da cidade de São Luís?

1- Lentidão no tráfego ( )

2- Engarrafamentos ( )

3- Pedestres ( )

4- Ciclistas/Motos ( )

5- Semáforos ( )

6- Guardas de trânsito ( )

7- Outros ( )

15- O que você mudaria em relação à atual legislação do trânsito desta cidade?

1- Retirava os radares das grandes vias ( )

2- Aumentava o limite de velocidade ( )

3- Colocava mais guardas de trânsito nas avenidas ( )

4- Faria mais campanhas educativas ( )

5- Retirava as lombadas das ruas ( )

6- outros ( )

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16- Na sua concepção, qual a principal causa de acidentes de trânsito na cidade de São

Luís?

1- Falta de sinalização ( )

2- Imprudência ( )

3- Falta de atenção ( )

4- Alta velocidade ( )

5- Outros ( )

17- Você considera o trânsito da cidade de São Luís, seguro e ajustado?

1- Sim ( )

2- Não ( )

18- Na sua opinião, obter um trânsito seguro e ajustado é responsabilidade:

1- do poder público ( )

2- da comunidade ( )

19- De acordo com seu ponto de vista: A avaliação psicológica deveria ser um procedimento

obrigatório em todos os processos envolvendo, renovação; adição; mudança de categoria

de CNH, independentemente de o condutor exercer ou não atividade remunerada?

1- Sim ( )

2- Não ( )

20- Você percebe a avaliação psicológica, como uma ferramenta de investigação,

importante para a segurança e ajustamento do trânsito?

1- Sim ( )

2- Não ( )

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ANEXO

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Declaro por meio deste termo, que concordei em ser entrevistado(a), e/ou participar

na pesquisa de campo referente ao projeto de pesquisa intitulado, “A importância da

Avaliação Psicológica para a segurança e ajustamento do trânsito, sob a perspectiva do

motorista da cidade de São Luís – MA”, desenvolvida por Losiley Alves Pinheiro. Fui

informado(a) ainda que poderei contatar/ consultar com a mesma através do telefone nº

32461489 ou e-mail [email protected] .

Afirmo que aceitei participar por minha própria vontade, sem receber qualquer

incentivo financeiro ou ter qualquer ônus e com a finalidade exclusiva de colaborar para o

sucesso da pesquisa. Fui informado(a) dos objetivos estritamente acadêmicos do estudo,

que, em linhas gerais é verificar se a avaliação psicológica, sob a perspectiva do motorista ,

pode ser considerada uma ferramenta preventiva para a segurança e o ajustamento do

trânsito.

Fui também esclarecido (a) de que os usos das informações por mim oferecidas

estão submetidos às normas éticas destinadas à pesquisa envolvendo seres humanos, da

Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Saúde, do

Ministério da Saúde.

Minha colaboração se fará de forma anônima, por meio de entrevista estruturada,

com perguntas fechadas, na presença da pesquisadora. O acesso e a análise dos dados

coletados se farão apenas pela pesquisadora e/ou seus orientadores.

Fui ainda informado(a) de que posso me retirar deste processo de pesquisa a

qualquer momento, se m prejuízo para meu procedimento junto ao DETRAN-MA ou algo

que se relacione à minha posse de CNH, ou ainda nenhum sofrimento de sanções ou

constrangimentos.

Atesto recebimento de uma cópia assinada deste Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido, conforme recomendações da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa

(CONEP).

São Luís, ____ de ______________ de 2012.

Participante: _______________________________

Pesquisadora:______________________________

Testemunha:_______________________________