21
UNISALESIANO Curso de Engenharia Civil Desenho Arquitetônico Prof. Dr. André L. Gamino Araçatuba Agosto - 2016

UNISALESIANO - soseng.weebly.com · equipamentos urbanos segundo as prescrições da NBR 9050, 2004) e a disposição que atende às necessidades do cliente

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNISALESIANO - soseng.weebly.com · equipamentos urbanos segundo as prescrições da NBR 9050, 2004) e a disposição que atende às necessidades do cliente

UNISALESIANO Curso de Engenharia Civil

Desenho Arquitetônico

Prof. Dr. André L. Gamino

Araçatuba Agosto - 2016

Page 2: UNISALESIANO - soseng.weebly.com · equipamentos urbanos segundo as prescrições da NBR 9050, 2004) e a disposição que atende às necessidades do cliente

Desenho Arquitetônico data:ago/2016 fl. 2

1 – Projeto de Arquitetura: Introdução

1.1 Introdução

O início da concepção do projeto arquitetônico requer uma série de questionamentos:

A edificação será inserida no meio do lote ou encostada em um dos lados?

A cozinha ficará na frente ou atrás do lote?

Os dormitórios ficarão voltados para qual lado do lote?

A sala terá a mesma altura da cozinha?

Será uma edificação com pavimento único ou assobradada?

Estas e outras dezenas de perguntas devem ser feitas pelo engenheiro no início da

confecção do projeto arquitetônico.

O projeto arquitetônico não implica necessariamente em copiar ideias de revistas

especializadas. O projeto arquitetônico é antes de mais nada uma criação, única e

exclusiva para determinado cliente segundo aquilo que o mesmo necessita.

Segundo Montenegro (2001) o “resultado de copiar ou plagiar o que se publica pode ser

uma coleção de plantas, mas nunca um projeto”.

1.2 Projeto Arquitetônico

O projeto arquitetônico constitui-se de uma série de representações gráficas (desenhos)

normalizadas cujo intuito inicial é o de atender às condições de salubridade (luminosidade

e ventilação), mobilidade (acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e

equipamentos urbanos segundo as prescrições da NBR 9050, 2004) e a disposição que

atende às necessidades do cliente.

Em segundo momento o projeto arquitetônico fornece informações relevantes de apoio

aos demais projetos civis: estrutural (NBR 6118, 2007; NBR 8800, 2008; NBR 7190, 1997)

e hidrossanitário (NBR 15575-6, 2013). Do projeto estrutural concebe-se o projeto de

fundações (NBR 6122, 2010) pela necessidade do conhecimento da disposição

geométrica dos pilares e das cargas verticais envolvidas. Para exemplificar apresentam-

se algumas as elevações, cortes e plantas baixas que compõem o projeto arquitetônico

de um exemplo tomado de um edifício. Os desenhos estão fora de escala.

Page 3: UNISALESIANO - soseng.weebly.com · equipamentos urbanos segundo as prescrições da NBR 9050, 2004) e a disposição que atende às necessidades do cliente

Desenho Arquitetônico data:ago/2016 fl. 3

Figura 1.1 – Elevação frontal

Page 4: UNISALESIANO - soseng.weebly.com · equipamentos urbanos segundo as prescrições da NBR 9050, 2004) e a disposição que atende às necessidades do cliente

Desenho Arquitetônico data:ago/2016 fl. 4

Figura 1.2 – Elevação lateral

Page 5: UNISALESIANO - soseng.weebly.com · equipamentos urbanos segundo as prescrições da NBR 9050, 2004) e a disposição que atende às necessidades do cliente

Desenho Arquitetônico data:ago/2016 fl. 5

Figura 1.3 – Corte B-B

300

275

275

275

275

275

275

275

275

275

275

275

275

275

275

175

275

200

Page 6: UNISALESIANO - soseng.weebly.com · equipamentos urbanos segundo as prescrições da NBR 9050, 2004) e a disposição que atende às necessidades do cliente

Desenho Arquitetônico data:ago/2016 fl. 6

Figura 1.4 – Corte A-A

Page 7: UNISALESIANO - soseng.weebly.com · equipamentos urbanos segundo as prescrições da NBR 9050, 2004) e a disposição que atende às necessidades do cliente

Desenho Arquitetônico data:ago/2016 fl. 7

3

Figura 1.5 – Térreo

Pro

jeçã

o d

o E

difíc

io

Esta

cio

nam

ento

Esta

cio

nam

ento

Esta

cio

nam

ento

Esta

cio

nam

ento

HA

LL

Ele

v.

Salã

o d

e F

esta

s

Pro

jeçã

o d

o E

difíc

io

Floreira

Ele

v.

2420

1155

50

260

15

120

110

120

15

171

8

171

15

455 50 63515

251205512015

33515

165

15

457241457

47014051515

15

A

B B

Page 8: UNISALESIANO - soseng.weebly.com · equipamentos urbanos segundo as prescrições da NBR 9050, 2004) e a disposição que atende às necessidades do cliente

Desenho Arquitetônico data:ago/2016 fl. 8

Figura 1.6 – Pavimento-Tipo

2420

65

120

100

15

10

120

130

1540

180

40

15

10

120

40

15

350

15

40

120

10

15

40

180

40

15

130

120

10

15

100

120

40

25

260

15

260

15

260

15

170

15

120

110

120

15

170

15

260

15

260

15

260

25

25

457241457

1155

60 48

25

48 60

30715

8515

118

14015

29015

8515

1205512015

13515

18515

16515

152100

79

100

35.5

35.5

171

8

171

Do

rmitó

rio

Sa

la d

e E

sta

r

Co

zin

ha

A.S

.

Ba

nh

eiro

Du

to

A.C

.

Ele

v.

Ele

v.

Do

rmitó

rio

HA

LL

A

B B

Page 9: UNISALESIANO - soseng.weebly.com · equipamentos urbanos segundo as prescrições da NBR 9050, 2004) e a disposição que atende às necessidades do cliente

Desenho Arquitetônico data:ago/2016 fl. 9

Figura 1.7 – Cobertura

79

1515165 185

100

35.5

35.5

10015135

152

12015

15

120

110

120

15

12055

350

15

15

2420

Pro

j. s

aíd

a p

/ventila

ção

perm

an

ente

.

Duto

Vazio

Calh

a

Calh

a

Calh

a

Calh

a

Calh

a

Calh

a720

15

260

25

1155

25407

25

241

25

407

25

720

15

260

25

A

B B

Page 10: UNISALESIANO - soseng.weebly.com · equipamentos urbanos segundo as prescrições da NBR 9050, 2004) e a disposição que atende às necessidades do cliente

Desenho Arquitetônico data:ago/2016 fl. 10

Casa de Máquinas

Caixa D´Água

Cobertura da Caixa D´Água

Figura 1.8 – Ático

171165

1515185

171

8

15135 120

15

15

120

110

120

15

55 120

350

15

15

25

865

380

2529515

13515

36515

865

380

15

320

15

15

15

865

60

10

10

6010 10

380

20

20

AA

A

320

15

515

15

B B

B B

B B

Page 11: UNISALESIANO - soseng.weebly.com · equipamentos urbanos segundo as prescrições da NBR 9050, 2004) e a disposição que atende às necessidades do cliente

Desenho Arquitetônico data:ago/2016 fl. 11

1.3 Plantas Arquitetônicas

Corresponde ao conjunto de informações gráficas necessárias para a execução da

edificação:

PLANTA DE SITUAÇÃO:

Planta que compreende o projeto arquitetônico como um todo segundo sua localização.

Para aprovação em órgãos oficiais, esta planta deve conter informações completas sobre

localização do terreno conforme a Figura 1.9.

Figura 1.9 – Planta de situação (MONTENEGRO, 2001)

PLANTA DE LOCAÇÃO OU IMPLANTAÇÃO:

Planta que compreende o projeto como um todo, contendo, além do projeto de

arquitetura, as informações necessárias dos projetos complementares, tais como

movimento de terra, arruamento, redes hidráulica, elétrica e de drenagem, entre outros.

Nota: A locação das edificações, assim como a das eventuais construções

complementares são indicadas nesta planta.

A Figura 1.10 ilustra um exemplo de planta de locação.

Page 12: UNISALESIANO - soseng.weebly.com · equipamentos urbanos segundo as prescrições da NBR 9050, 2004) e a disposição que atende às necessidades do cliente

Desenho Arquitetônico data:ago/2016 fl. 12

Figura 1.10 – Planta de locação ou implantação (MONTENEGRO, 2001)

PLANTA DA EDIFICAÇÃO:

Vista superior do plano secante horizontal, localizado a, aproximadamente, 1,50 m do piso

em referência.

Nota: As plantas de edificação podem ser do térreo, subsolo, andar-tipo, cobertura, entre

outros.

As Figuras 1.11 e 1.12 ilustram o esquema de construção da planta da edificação.

Page 13: UNISALESIANO - soseng.weebly.com · equipamentos urbanos segundo as prescrições da NBR 9050, 2004) e a disposição que atende às necessidades do cliente

Desenho Arquitetônico data:ago/2016 fl. 13

Figura 1.11 – Esquema de representação da planta da edificação (MONTENEGRO, 2001)

Page 14: UNISALESIANO - soseng.weebly.com · equipamentos urbanos segundo as prescrições da NBR 9050, 2004) e a disposição que atende às necessidades do cliente

Desenho Arquitetônico data:ago/2016 fl. 14

Figura 1.12 – Projeção da planta da edificação (MONTENEGRO, 2001)

1.4 Cortes

Plano secante vertical (Figura 1.13) que divide a edificação em duas partes, seja no

sentido longitudinal, seja no transversal.

Nota: O corte, ou cortes, deve ser disposto de forma que o desenho mostre o máximo

possível de detalhes construtivos. Pode haver deslocamentos do plano secante onde

necessário, devendo ser assinalados, de maneira precisa, o seu início e final. Nos cortes

transversais, podem ser marcados os cortes longitudinais e vice-versa.

Page 15: UNISALESIANO - soseng.weebly.com · equipamentos urbanos segundo as prescrições da NBR 9050, 2004) e a disposição que atende às necessidades do cliente

Desenho Arquitetônico data:ago/2016 fl. 15

Figura 1.13 – Representação esquemática de um corte (MONTENEGRO, 2001)

Na prática deve-se evitar as linhas de chamada por cima da planta. Os elementos

cortados pelo plano são feitos com traços de espessura superior. No restante usa-se traço

mais fino conforme a Figura 1.14.

Lembrar que a planta baixa também é um corte (Figuras 1.11 e 1.12) e, portanto, esta

convenção de espessuras de linhas vale também para a planta baixa.

Alguns termos técnicos são importantes quando da confecção de cortes conforme a

Figura 1.15.

Page 16: UNISALESIANO - soseng.weebly.com · equipamentos urbanos segundo as prescrições da NBR 9050, 2004) e a disposição que atende às necessidades do cliente

Desenho Arquitetônico data:ago/2016 fl. 16

Figura 1.14 – Representação de um corte em projeção mongeana de 1° diedro (MONTENEGRO, 2001)

Figura 1.15 – Termos técnicos importantes usados em cortes (MONTENEGRO, 2001)

Page 17: UNISALESIANO - soseng.weebly.com · equipamentos urbanos segundo as prescrições da NBR 9050, 2004) e a disposição que atende às necessidades do cliente

Desenho Arquitetônico data:ago/2016 fl. 17

1.5 Sistema de Representação

As projeções ortogonais da geometria descritiva são usadas no desenho arquitetônico

mudando-se apenas os termos técnicos conforme a Figura 1.16.

Figura 1.16 – Rebatimentos usados em desenho arquitetônico (MONTENEGRO, 2001)

A Figura 1.17 representa as projeções ortogonais. A projeção 1 corresponde à vista

superior ou em planta, a projeção 2 será a vista frontal ou elevação e a projeção 3 será a

vista lateral esquerda segundo a teoria de Geometria Descritiva (GD). O conjunto de

projeções 1 e 2 dá-se o nome de épura. O esquema apresentado na Figura 1.17 está em

1o diedro (mais comum no Brasil) uma vez que a vista superior ou em planta está abaixo

do conjunto de projeções que formam a épura. A simbologia normalizada (ABNT) do 1o

diedro encontra-se na Figura 1.18.

Alguns nomes de projeções usados em GD apresentam variações em desenho

arquitetônico conforme a Figura 1.19.

Page 18: UNISALESIANO - soseng.weebly.com · equipamentos urbanos segundo as prescrições da NBR 9050, 2004) e a disposição que atende às necessidades do cliente

Desenho Arquitetônico data:ago/2016 fl. 18

Figura 1.17 – Projeções ortogonais usadas em desenho arquitetônico (MONTENEGRO, 2001)

Figura 1.18 – Simbologia normalizada pela ABNT para o primeiro diedro (NBR 10067, 1995)

Figura 1.19 – Representação das projeções em desenho arquitetônico (MONTENEGRO, 2001)

Page 19: UNISALESIANO - soseng.weebly.com · equipamentos urbanos segundo as prescrições da NBR 9050, 2004) e a disposição que atende às necessidades do cliente

Desenho Arquitetônico data:ago/2016 fl. 19

1.6 Aplicações Conceituais

São aqui apresentados dois projetos, extraídos de Montenegro (2001), sendo cada um

deles representados por duas perspectivas oblíquas. Pedem-se os desenhos em escala

(1:50 como sugestão) da perspectiva isométrica e cavaleira (fugante a 30° e 45°) de cada

edificação, ilustrando-se as vistas laterais esquerda e direita.

Projeto 01:

Nota: As perspectivas obíquas “A” e “B” respectivamente ilustram a região frontal e lateral

direita da edificação. Cotas em “m”; situação sem escala.

Page 20: UNISALESIANO - soseng.weebly.com · equipamentos urbanos segundo as prescrições da NBR 9050, 2004) e a disposição que atende às necessidades do cliente

Desenho Arquitetônico data:ago/2016 fl. 20

Projeto 02:

Neste projeto a interpretação das vistas ortográficas ficará por conta dos acadêmicos;

situação sem escala.

1.7 Referências Bibliográficas

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de estruturas

de concreto: procedimento. Rio de Janeiro, 2014. 238 p.

______. NBR 8800: Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto

de edifícios. Rio de Janeiro, 2008. 237 p.

______. NBR 7190: Projeto de estruturas de madeira. Rio de Janeiro, 1997. 107 p.

______. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos

urbanos. Rio de Janeiro, 2005. 97 p.

Page 21: UNISALESIANO - soseng.weebly.com · equipamentos urbanos segundo as prescrições da NBR 9050, 2004) e a disposição que atende às necessidades do cliente

Desenho Arquitetônico data:ago/2016 fl. 21

______. NBR 15575-6: Edificações habitacionais: desempenho: parte 6: requisitos para

os sistemas hidrossanitários. Rio de Janeiro, 2013. 32 p.

______. NBR 6122: Projeto e execução de fundações. Rio de Janeiro, 2010. 91 p.

______. NBR 10067: princípios gerais de representação em desenho técnico:

procedimento. Rio de Janeiro, 1995. 14 p.