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UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA JOSÉ CÍCERO DOS SANTOS UM DIAGNÓSTICO DA APRENDIZAGEM DA CÔNICA ELIPSE NO ENSINO MÉDIO MESTRADO EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA SÃO PAULO 2014

UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO · RESUMO Coloca-se, como objetivo de pesquisa, investigar a aprendizagem da cônica elipse em alunos do Ensino Médio.Para tal, escolheu-se

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

JOSÉ CÍCERO DOS SANTOS

UM DIAGNÓSTICO DA APRENDIZAGEM DA CÔNICA ELIPSE NO

ENSINO MÉDIO

MESTRADO EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

SÃO PAULO

2014

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JOSÉ CÍCERO DOS SANTOS

UM DIAGNÓSTICO DA APRENDIZAGEM DA CÔNICA ELIPSE NO

ENSINO MÉDIO

MESTRADO EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

Dissertação submetida à Banca Examinadora

da Universidade Anhanguera de São Paulo,

como exigência parcial para a obtenção do

título de Mestre em Educação Matemática, sob

a orientação da Professora Doutora Vera

Helena Giusti de Souza.

SÃO PAULO

2014

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JOSÉ CÍCERO DOS SANTOS

UM DIAGNÓSTICO DA APRENDIZAGEM DA CÔNICA ELIPSE NO

ENSINO MÉDIO

Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de MESTRE

EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, na Universidade Anhanguera de São Paulo –

UNIAN, à seguinte banca examinadora:

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________ Profa. Dra. Vera Helena Giusti de Souza (Presidente – Orientadora)

UNIAN

__________________________________________

Prof. Dr. Méricles Thadeu Moretti (1º Titular Externo)

UFSC

________________________________________

Prof. Dr. Vincenzo Bongiovanni (2º Titular Interno)

UNIAN

UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO

2014

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Autorizo exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou

parcial desta Dissertação e por processos de fotocopiadoras ou eletrônicos.

Assinatura _____________________________________

Local e Data ________________________________________

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Não somos nós que definimos

os rumos que a vida toma.

A vida segue e leva-nos com ela

por estranhos caminhos. Assim foi comigo.

(HOFFMANN, 2013)

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha família,

em especial à minha irmã Maria José.

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AGRADECIMENTOS

À professora Doutora Vera Helena Giusti de Souza, pela paciência e trabalho

de orientação desenvolvida com dedicação e amizade.

Ao professor Doutor Méricles Thadeu Moretti e ao professor Doutor Vincenzo

Bongiovanni que contribuíram muito com as sugestões dadas na ocasião da

qualificação enriquecendo meu trabalho e ajudando para que este chegasse ao

término.

Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática

da Universidade Anhanguera de São Paulo, pelo incentivo e aprendizado durante o

curso.

Ao professor Paulo César que, ainda no curso de Licenciatura em Matemática

na UNEB, contribuiu com a minha aprendizagem em Geometria Analítica e de outras

Geometrias.

À Direção da escola na qual fizemos a coleta de dados, por autorizar a

aplicação do diagnóstico.

Aos alunos dos terceiros anos do Ensino Médio, por aceitarem responder o

diagnóstico.

Aos amigos do Programa de Pós-Graduação, pelo companheirismo, auxílio e

amizade.

À CAPES, pela Bolsa de Estudos, que permitiu maior dedicação ao curso de

Pós-Graduação.

Aos meus amigos, por compreenderem minhas ausências e que de alguma

forma contribuíram com carinho e estímulo.

E principalmente a Deus, pois sem Ele nada disso seria possível.

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RESUMO

Coloca-se, como objetivo de pesquisa, investigar a aprendizagem da cônica elipse

em alunos do Ensino Médio. Para tal, escolheu-se um grupo de alunos para verificar

se conseguem fazer a passagem entre os registros algébrico, gráfico e da língua

materna, no caso das elipses e também em qual dessas passagens mostram maior

dificuldade. Colocam-se as seguintes questões de pesquisa: Alunos de 3ª série do

Ensino Médio mostram ter aprendido as conversões que envolvem os registros

gráfico, algébrico e da língua materna, no caso das elipses? Em quais dessas

conversões esses alunos mostram maior dificuldade? Para responder estas

questões, elaborou-se e aplicou-se um questionário com seis questões em um grupo

de alunos de uma 3ª série do Ensino Médio de uma escola pública do Estado de

São Paulo. Os protocolos obtidos com essa aplicação foram analisados à luz da

Teoria dos Registros de Representação Semiótica de Raymond Duval. Escolheu-se

essa teoria, porque se acredita que um sujeito aprende fatos básicos relacionados a

um objeto matemático quando é capaz de realizar a passagem, que Duval chama de

conversão, entre representações desse objeto em diferentes sistemas semióticos. A

análise qualitativa dos protocolos revela que apenas um aluno, dos 28 que

participaram da pesquisa, mostra ter aprendido a fazer as conversões propostas; e

os outros 27, apesar de terem acertado algumas das respostas, não mostram ter

desenvolvido uma aprendizagem que permita que se conclua que aprenderam a

efetuar tais conversões. Além disso, pode-se observar que esses 27 alunos

apresentam problemas para resolver questões que envolvem conhecimentos

supostamente aprendidos anteriormente, como a resolução de equações; a

localização de pontos no plano cartesiano; e a diferença entre medida de um

segmento, a coordenada de um ponto sobre uma reta e a posição desse ponto na

reta.

Palavras-Chave: Elipses. Ensino Médio. Duval. Registros de Representação

Semiótica.

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ABSTRACT

The aim of this research is to investigate the learning of conic ellipse in High School

students. To this end, it was chosen a group of students to see if they have learned

how to do the passage among algebraic, graphical and mother tongue registers of

representation, in figure ellipse case, and in which of these passages they show

greater difficulty. The following research questions were put: Students in 3rd grade of

High School have learned how to do the conversion among graphic, algebraic and

mother tongue registers, in ellipses case? In which of these conversions these

students show greater difficulty? In order to answer these questions, it was designed

and applied a questionnaire with six questions in a group of a 3rd grade High School

students, at a public school in São Paulo state, Brazil. Protocols obtained in this

application were analysed according to the Theory of Semiotic Registers of

Representation of Raymond Duval. This theory was chosen because it is believed

that subject learns basic facts related to mathematical objects when he (she) is able

to perform the passage, which Duval calls conversion, between representations of

this object in different semiotic systems. Qualitative analysis of protocols reveals that

just one of the 28 subjects has learned how to do the proposed conversions, and the

other 27, although have given some correct answers, do not show they have learned

the process of conversion, at least in the imposed conditions of this research. Apart

from this, it is possible to observe that these students show difficulties to solve

questions involving previous knowledge, such as equations resolution; localization of

points on the Cartesian plan; and the differences among measure of a segment,

coordinates of a point in a straight line and the position of this point on this line.

Key-words: Ellipses. High school. Duval. Semiotic Registers of Representation.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Exemplos das três atividades cognitivas referentes à semiósis. .............. 30

Quadro 3 – Quadro da classificação dos diferentes registros mobilizáveis no

funcionamento matemático. ............................................................................. 31

Quadro 4. Variações cognitivas da representação de uma elipse com centro na

origem e fora da origem. .................................................................................... 39

Quadro 5: Conversão congruente ............................................................................. 40

Quadro 6. Exemplo de uma conversão não congruente. .......................................... 43

Quadro 7. Variáveis visuais do gráfico de uma elipse com centro na origem e eixos

paralelos aos eixos coordenados. ...................................................................... 44

Quadro 8: Apresentação das características da figura elipse na equação reduzida . 51

Quadro 9:Interpretação esperada das unidades significativas quando são dadas em

língua materna. .................................................................................................. 73

Quadro 10: Interpretação esperada das unidades significativas quando são dadas

em língua materna. ............................................................................................ 75

Quadro 11: Resumo dos resultados da questão 1A ................................................ 160

Quadro 12: Resumo dos resultados da questão 1B ................................................ 160

Quadro 13: Resumo dos resultados da questão 2A ................................................ 162

Quadro 14: Resumo dos resultados da questão 2B ................................................ 163

Quadro 15: Resumo dos resultados da questão 3A ................................................ 165

Quadro 16: Resumo dos resultados da questão 3B ................................................ 165

Quadro 17: Resumo dos resultados da questão 4A ................................................ 167

Quadro 18: Resumo dos resultados da questão 4B ................................................ 167

Quadro 19: Resumo dos resultados da questão 5A ................................................ 168

Quadro 20: Resumo dos resultados da questão 5B ................................................ 168

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Corte oblíquo de um cone reto ................................................................... 45

Figura 2: Representação gráfica da relação dP, F1 + d P, F2 = 2a ou d(Q, F1) +

d (Q, F2) = 2a .................................................................................................... 46

Figura 3: Elementos da elipse ................................................................................... 47

Figura 4: Representação gráfica de uma elipse com centro na origem e eixo maior

sobre o eixo x. .................................................................................................... 48

Figura 5: Elipse com o eixo maior paralelo ao eixo dos x e centro em O’(x0, y0). .... 50

Figura 6. Elipse com o eixo menor paralelo ao eixo dos x ........................................ 50

Figura 7: Resposta do aluno 1 da questão 1A .......................................................... 80

Figura 8: Resposta do aluno 1 da questão 1B .......................................................... 81

Figura 9: Resposta do aluno 1 da questão 3A .......................................................... 82

Figura 10: Resposta do aluno 1 da questão 4A ........................................................ 83

Figura 11: Resposta do aluno 1 da questão 5A e 5B ................................................ 84

Figura 12: Resposta do aluno 2 da questão 4 ........................................................... 85

Figura 13: Resposta do aluno 2 da questão 5 ........................................................... 86

Figura 14: Resposta do aluno 3 da questão 4 ........................................................... 88

Figura 15: Resposta do aluno 3 da questão 5B ........................................................ 89

Figura 16: Resposta do aluno 4 da questão 3B ........................................................ 90

Figura 17: Resposta do aluno 4 da questão 4 ........................................................... 91

Figura 18: Resposta do aluno 4 da questão 5 ........................................................... 92

Figura 19: Resposta do aluno 5 da questão 4 ........................................................... 94

Figura 20: Resposta do aluno 5 da questão 5 ........................................................... 95

Figura 21: Resposta do aluno 6 da questão 3A ........................................................ 96

Figura 22: Resposta do aluno 6 da questão 4 ........................................................... 97

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Figura 23: Resposta do aluno 7 da questão 4 ........................................................... 99

Figura 24: Resposta do aluno 7 da questão 5 ......................................................... 100

Figura 25: Resposta do aluno 8 da questão 2B ...................................................... 101

Figura 26: Resposta do aluno 8 da questão 4 ......................................................... 102

Figura 27: Resposta do aluno 8 da questão 5 ......................................................... 103

Figura 28: Resposta do aluno 9 da questão 1A ...................................................... 103

Figura 29: Resposta do aluno 9 da questão 1B ...................................................... 104

Figura 30: Resposta do aluno 9 da questão 3 ......................................................... 105

Figura 31: Resposta do aluno 9 das questão 4A ..................................................... 106

Figura 32: Resposta do aluno 9 da questão 5A ...................................................... 106

Figura 33: Resposta do aluno 12 da questão 1A .................................................... 107

Figura 34: Resposta do aluno 12 da questão 1B .................................................... 107

Figura 35: Resposta do aluno 12 da questão 2A .................................................... 108

Figura 36: Resposta do aluno 12 da questão 2B .................................................... 109

Figura 37: Resposta do aluno 12 da questão 3A .................................................... 110

Figura 38: Resposta do aluno 12 da questão 3B .................................................... 110

Figura 39: Resposta do aluno 12 da questão 4A .................................................... 111

Figura 40: Resposta do aluno 12 da questão 4B .................................................... 112

Figura 41: Resposta do aluno 12 da questão 5A .................................................... 112

Figura 42: Resposta do aluno 12 da questão 5B .................................................... 113

Figura 43: Resposta do aluno 13 da questão 4 ....................................................... 115

Figura 44: Resposta do aluno 13 da questão 5A .................................................... 116

Figura 45: Resposta do aluno 13 da questão 5B .................................................... 116

Figura 46: Respostas do aluno 14 da questão 4 ..................................................... 117

Figura 47: Resposta do aluno 14 da questão 5A .................................................... 118

Figura 48: Resposta do aluno 14 da questão 5B .................................................... 119

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Figura 49: Resposta do aluno 15 da questão 1 ....................................................... 120

Figura 50: Resposta do aluno 15 da questão 2 ....................................................... 121

Figura 51: Resposta do aluno 15 da questão 4 ....................................................... 122

Figura 52: Resposta do aluno 15 da questão 5 ....................................................... 123

Figura 53: Resposta do aluno 16 da questão 1A .................................................... 124

Figura 54: Resposta do aluno 16 da questão 1B .................................................... 125

Figura 55: Resposta do aluno 16 da questão 2A .................................................... 126

Figura 56: Resposta do aluno 16 da questão 2B .................................................... 127

Figura 57: Resposta do aluno 16 da questão 3 ....................................................... 128

Figura 58: Resposta do aluno 16 da questão 4 ....................................................... 129

Figura 59: Resposta do aluno 16 da questão 5 ....................................................... 130

Figura 60: Resposta do aluno 17 da questão 4 ....................................................... 131

Figura 61: Resposta do aluno 17 da questão 5 ....................................................... 132

Figura 62: Resposta do aluno 18 da questão 3 ....................................................... 133

Figura 63: Resposta do aluno 18 da questão 4 ....................................................... 134

Figura 64: Resposta do aluno 18 da questão 5 ....................................................... 135

Figura 65: Resposta do aluno 19 da questão 1B .................................................... 136

Figura 66: Resposta do aluno 21 da questão 4 ....................................................... 139

Figura 67: Resposta do aluno 21 da questão 4A .................................................... 140

Figura 68: Resposta do aluno 21 da questão 4B .................................................... 140

Figura 69: Resposta do aluno 22 da questão 4A .................................................... 142

Figura 70: Resposta do aluno 23 da questão 4A .................................................... 143

Figura 71: Resposta do aluno 24 da questão 4A .................................................... 144

Figura 72: Resposta do aluno 24 da questão 5 ....................................................... 145

Figura 73: Resposta do aluno 25 da questão 1A .................................................... 146

Figura 74: Resposta do aluno 25 da questão 1B .................................................... 146

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Figura 75: Resposta do aluno 25 da questão 4 ....................................................... 147

Figura 76: Resposta do aluno 25 da questão 5 ....................................................... 148

Figura 77: Resposta do aluno 26 da questão 1 ....................................................... 149

Figura 78: Resposta do aluno 26 da questão 2 ....................................................... 150

Figura 79: Resposta do aluno 26 da questão 3A .................................................... 151

Figura 80: Respostas do aluno 26 da questão 4 ..................................................... 152

Figura 81: Resposta do aluno 26 da questão 5 ....................................................... 153

Figura 82: Resposta do aluno 27 da questão 4 ....................................................... 154

Figura 83: Resposta do aluno 27 da questão 5 ....................................................... 155

Figura 84: Resposta do aluno 28 da questão 4 ....................................................... 156

Figura 85: Resposta do aluno 28 da questão 5 ....................................................... 157

Figura 86: Questão 1 do diagnóstico elaborada pelo autor ..................................... 160

Figura 87: Questão 2A do diagnóstico elaborada pelo autor .................................. 162

Figura 88: Questão 3 do diagnóstico elaborada pelo autor ..................................... 164

Figura 89: Questão 4 do diagnóstico elaborada pelo autor ..................................... 166

Figura 90: Questão 5 do diagnóstico elaborada pelo autor ..................................... 168

Figura 91: Questão 6 do diagnóstico elaborada pelo autor ..................................... 170

Figura 92: Resposta do aluno 17 da questão 6 ....................................................... 170

Figura 93: Resposta do aluno 16 da questão 6 ....................................................... 171

Figura 94: Fragmento do item i da questão 3 .......................................................... 174

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SUMÁRIO

DEDICATÓRIA ............................................................................................................ 6

AGRADECIMENTOS .................................................................................................. 7

RESUMO..................................................................................................................... 8

ABSTRACT ................................................................................................................. 9

LISTA DE QUADROS ............................................................................................... 10

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................. 11

SUMÁRIO.................................................................................................................. 15

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 18

PRINCIPAIS MOTIVAÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DA PESQUISA ......................................................... 18

CAPÍTULO 1: JUSTIFICATIVA ................................................................................. 23

1. 1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................................ 23

1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA ............................................................................................................ 26

1.3 QUESTÕES DE PESQUISA ............................................................................................................. 26

CAPÍTULO 2: CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS ......................................................... 28

2.1 OS REGISTROS DE REPRESENTAÇÃO SEMIÓTICA ........................................................................ 28

2.2 VARIÁVEIS VISUAIS E AS UNIDADES SIGNIFICATIVAS DA ELIPSE ................................................. 36

2.3 CONSIDERAÇÕES MATEMÁTICAS DA ELIPSE ............................................................................... 45

2.3.1 DEFINIÇÃO ............................................................................................................................ 45

2.3.2 ELEMENTOS DA ELIPSE ......................................................................................................... 46

2.3.3 EQUAÇÃO REDUZIDA DA ELIPSE........................................................................................... 48

2.3.4 REPRESENTAÇÃO DA ELIPSE QUANDO OS EIXOS DE SIMETRIA SÃO PARALELOS AOS EIXOS

COORDENADOS ............................................................................................................................. 49

2.4 CARACTERÍSTICAS DA FIGURA ELIPSE E SUAS RELAÇÕES NAS REPRESENTAÇÕES ALGÉBRICA E

GRÁFICA ............................................................................................................................................ 51

CAPÍTULO 3: REVISÃO DE LITERATURA .............................................................. 53

3.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 53

3.2 O QUE DIZEM AS PESQUISAS SOBRE A CONVERSÃO .................................................................. 53

CAPÍTULO 4: A PESQUISA ...................................................................................... 63

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4.1 CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS ........................................................................................... 63

4.2 ANÁLISE DIDÁTICA DO QUESTIONÁRIO DIAGNÓSTICO .............................................................. 64

CAPÍTULO 5: ANÁLISE DOS RESULTADOS .......................................................... 77

5.1 VISÃO GERAL DOS RESULTADOS ................................................................................................. 77

5. 2 ANÁLISE DO DIAGNÓSTICO POR ALUNO .................................................................................... 79

5. 3 ANÁLISE POR QUESTÃO ............................................................................................................ 159

5.3.1 ANÁLISE DA QUESTÃO 1 ..................................................................................................... 159

5.3.2 ANÁLISE DA QUESTÃO 2 ..................................................................................................... 162

5.3.3 ANÁLISE DA QUESTÃO 3 ..................................................................................................... 164

5.3.4 ANÁLISE DA QUESTÃO 4 ..................................................................................................... 166

5.3.5 ANÁLISE DA QUESTÃO 5 ..................................................................................................... 167

5.3. 6 ANÁLISE DA QUESTÃO 6 .................................................................................................... 169

CAPÍTULO 6: CONCLUSÕES ................................................................................ 172

6. 1 CONSIDERAÇÕES GERAIS .......................................................................................................... 172

6. 2 RESPOSTAS DAS QUESTÕES DE PESQUISA ............................................................................... 176

CAPÍTULO 7: CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................. 178

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 181

ANEXOS ................................................................................................................. 186

ANEXO 1 .......................................................................................................................................... 186

ANEXO 2 .......................................................................................................................................... 188

ANEXO 3 .......................................................................................................................................... 191

ANEXO 4 .......................................................................................................................................... 193

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INTRODUÇÃO

PRINCIPAIS MOTIVAÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DA PESQUISA

Como professor de Matemática do Ensino Médio durante seis anos na rede

Estadual de Ensino da Bahia, juntamente com outros colegas de profissão,

constatamos que muitos alunos apresentam falhas na aprendizagem ao lidarem com

as diversas representações gráficas e algébricas de curvas planas, como a

circunferência e as cônicas em geral. Com o objetivo de compreender algumas

dessas dificuldades, desenvolvemos um projeto de pesquisa para verificar se

estavam relacionadas com a mobilização de conteúdos algébricos, em específico as

equações algébricas de primeiro grau, estudadas na transição do Ensino

Fundamental para o Ensino Médio. Com o propósito de desenvolver tal projeto de

pesquisa, procuramos o Programa de Pós-Graduação da Faculdade São Luiz de

França, em Aracaju, no Estado de Sergipe e após ser aprovado no processo seletivo

para o Curso Especialização em Ensino e Metodologia de Matemática,

desenvolvemos as ideias da pesquisa e os resultados apontaram que os alunos

iniciam o Ensino Médio sem saber resolver equações do primeiro grau.

Estes resultados só aumentaram nossas inquietações acerca das dificuldades

dos alunos no estudo de Geometria Analítica e nossas reflexões apontavam para a

interferência das dificuldades na resolução de equações na aprendizagem dos

conteúdos de Geometria Analítica. De qualquer forma, surgiram vários outros

questionamentos sendo o mais marcante: Por que alunos sentem tanta dificuldade

para aprender Geometria Analítica?

Em busca de pesquisas realizadas na área, encontramos poucas com foco na

aprendizagem de temas relacionados à Geometria Analítica e resolvemos buscar

resposta para nossas inquietações no Programa de Pós-Graduação em Educação

Matemática da Universidade Anhanguera de São Paulo (antiga Universidade

Bandeirante de São Paulo - UNIBAN) e, após aprovação no processo seletivo,

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ingressamos no Curso com o objetivo de realizar uma Dissertação de Mestrado com

foco em algum dos conteúdos de Geometria Analítica.

Devido à extensão de conteúdos dentro desse tópico, resolvemos

desenvolver uma pesquisa com a cônica elipse, pois vemos que a aprendizagem

deste conteúdo passa pelo Ensino Fundamental, nos estudos de potenciação,

equações algébricas, sistema cartesiano, triângulos retângulos, teorema de

Pitágoras, rotação, translação e simetria e atravessa o Ensino Médio, em esboços

de gráficos de funções, na resolução de problemas envolvendo figuras planas no

sistema cartesiano, nas equações da circunferência e da reta. Partimos também do

princípio que em função da quantidade de variáveis didáticas que um sujeito

mobiliza quando estuda o conteúdo elipse, talvez tivéssemos resposta para nossos

questionamentos acerca das dificuldades de aprendizagem dos alunos nos demais

tópicos de Geometria Analítica.

Assim, decidimos elaborar e analisar um instrumento diagnóstico, que

pudesse mostrar como foi essa aquisição, no caso da cônica elipse, de forma a, de

posse dos resultados, poder avaliar novas formas de abordagem do assunto.

Consideramos relevante um diagnóstico, porque vemos o ensino de Geometria

Analítica no Ensino Médio com o objetivo de colocar o aluno frente a uma nova

perspectiva matemática e o conhecimento nesta área é fundamental para o

desenvolvimento do raciocínio do estudante, principalmente no que diz respeito à

expressão gráfica das formas e suas relações matemáticas.

O Currículo de Matemática contempla o ensino de conteúdos relacionados à

Geometria Analítica desde o Ensino Fundamental: Se os professores ensinam

tópicos de Geometria Analítica desde o Ensino Fundamental II, por que alunos da 3ª

série do Ensino Médio mostram tanta dificuldade na aprendizagem de Geometria

Analítica? Será que é verdade que alunos da 3ª série do Ensino Médio não

aprendem fatos básicos relacionados à aprendizagem das cônicas?

Com esta última questão em mente, consideramos necessário investigar se a

resposta a esta última questão é positiva ou negativa. Se positiva, esperamos poder

contribuir, por meio dos possíveis resultados, com os processos de ensino e de

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aprendizagem do assunto cônicas no Ensino Médio. Se negativa, esperamos

entender porque muitos alunos mostram tanta dificuldade com o assunto.

Assim, colocamos como objetivo da pesquisa que realizamos “investigar se,

após terem passado por um ensino de Geometria Analítica, alunos mostram ter

aprendido a fazer a passagem entre expressões algébricas, gráficos e textos em

língua materna, no caso da elipse” e “em quais das passagens mostram mais

dificuldades”.

Para atingir tais objetivos, aplicamos, a um grupo de alunos de uma 3ª série

do Ensino Médio de uma escola pública de São Paulo, um questionário diagnóstico,

com questões sobre a elipse, elaboradas à luz da Teoria dos Registros de

Representações Semióticas (DUVAL, 1995), porque acreditamos que um sujeito

aprende fatos básicos relacionados a um certo objeto matemático quando é capaz

de realizar a passagem (que Duval chama de conversão) entre representações

desse objeto, em diferentes sistemas semióticos.

Para elaborar o instrumento de pesquisa, consideramos o que dizem os

Parâmetros Curriculares Nacionais Mais para o Ensino Médio1 (BRASIL, 2012) e o

Currículo do Estado de São Paulo (2011), representado pelos cadernos do aluno e

do professor, acerca do ensino deste tema nas escolas da rede estadual de ensino,

onde aplicamos o questionário.

No questionário diagnóstico, apresentamos seis questões que contemplam os

três tipos de registros relacionados à cônica elipse: do registro gráfico para o

algébrico; do registro algébrico para o gráfico; do registro gráfico para o registro em

língua materna; do registro em língua materna para o registro gráfico; do registro em

língua materna para o registro algébrico e do registro algébrico para o registro em

língua materna.

Dividimos nosso trabalho em sete capítulos, cuja estrutura resumimos no que

segue.

No CAPÍTULO I, colocamos a justificativa, a hipótese, os objetivos e as

questões de pesquisa.

1 A partir desse ponto utilizaremos PCNEM

+ para abreviar Parâmetros Curriculares Nacionais Mais

para o Ensino Médio.(Nota do autor)

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No CAPÍTULO II, apresentamos as principais ideias sobre os registros de

representação semiótica, desenvolvida por Raymond Duval (1995) e que utilizamos

como fundamentação teórica. A Teoria dos Registros de Representação Semiótica

tem sido difundida em diversos artigos, livros e entrevistas (DUVAL, 1995, 2000,

2003, 2009, 2011, 2013), os quais citamos ao longo do trabalho e, para utilizar essas

ideias como suporte teórico e metodológico, elaboramos um texto sobre as variáveis

visuais e as unidades significativas, ligadas às características da elipse, seguido por

considerações matemáticas que reputamos relevantes sobre a elipse. Finalizamos

este capítulo com um quadro sobre as características da figura elipse e as relações

dessas caracteristicas com as representações algébrica e gráfica.

No CAPÍTULO III, expomos nossa revisão de literatura, com os principais

resultados obtidos por alguns pesquisadores que, em suas pesquisas, verificaram o

processo de conversão relacionado a funções, circunferências e cônicas e que de

alguma forma contribuíram com nossas reflexões acerca do trabalho que

desenvolvemos com a cônica elipse.

No CAPÍTULO IV, descrevemos nossas considerações metodológicas,

apresentamos nosso questionário diagnóstico, acompanhado por uma análise

didática das questões escolhidas, assim como as justificativas das escolhas feitas e

dos procedimentos utilizados.

No CAPÍTULO V, escrevemos as análises por aluno, análise por questão e

apontamos, no decorrer das reflexões, outras variáveis que não previmos na análise

didática do questionário, mas que surgiram nos raciocínios feitos pelos sujeitos e

que, do nosso ponto de vista, foram significativamente importantes para nossas

conclusões.

No CAPÍTULO VI, apresentamos nossas conclusões, com as respostas a

nossas questões de pesquisa e com alguns raciocínios feitos nos protocolos acerca

dos resultados apontados.

No CAPÍTULO VII, fechamos nossa Dissertação de Mestrado com

considerações finais a respeito do trabalho desenvolvido e com algumas sugestões

para futuras pesquisas que possam ser desenvolvidas com conteúdos de Geometria

Analítica, em específico a elipse.

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O Capítulo VII é seguido pelas Referências e pelos Anexos: solicitação de

autorização para pesquisa acadêmico-científica, termo de consentimento livre e

esclarecido, parecer de aprovação do projeto da comissão de ética da UNIAN e o

questionário diagnóstico sobre as elipses.

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CAPÍTULO 1: JUSTIFICATIVA

No capítulo anterior, colocamos um pouco de nossa trajetória, em busca de

respostas às nossas preocupações e o nosso interesse em desenvolver uma

pesquisa diagnóstica sobre a aprendizagem da passagem entre os registros gráfico,

algébrico e da língua materna, no caso da cônica elipse. Neste, apresentamos

algumas leituras que fizemos e que justificam nossa pesquisa e a corroboram.

1. 1 JUSTIFICATIVA

A Geometria Analítica é definida como a parte da Geometria que investiga as

propriedades das linhas, superfícies e volumes, mediante expressões analíticas

associadas a tais elementos; sua aprendizagem, do ponto de vista matemático, é

uma variável dependente, ou seja, para que o sujeito desenvolva a aprendizagem de

como calcular a distância entre dois pontos, precisa tomar consciência de vários

outros conceitos internos a esse processo.

Segundo Ribeiro (2010), a essência da Geometria Analítica consiste na

transferência de uma investigação geométrica para uma investigação algébrica.

Para ele, o ensino de conteúdos de Geometria Analítica, sem uma conexão entre os

registros algébricos e gráficos, pode prejudicar a aprendizagem, uma vez que muitos

estudos, segundo ele, atestam que uma boa parte dos que ingressam em um Curso

Superior, na área de exatas, apresentam defasagem de aprendizagem em

conteúdos de Geometria Analítica e não conseguem entender, efetuar ou identificar

as mudanças de registro dentro do tema. Assim, fica de certa forma justificada nossa

preocupação e a importância de fazer um diagnóstico para verificar se os sujeitos de

nossa pesquisa conseguem efetuar essas mudanças de registro.

Segundo Duval (1995), ensinar Matemática é antes de tudo possibilitar o

desenvolvimento geral das capacidades de raciocínio, de análise e de visualização e

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que a aprendizagem de um conceito matemático consiste em desenvolver

coordenações progressivas entre vários sistemas de representação semiótica.

Silva (2006) e Dallemole (2010) constataram que muitos alunos apresentam

dificuldades para realizar tratamentos e conversões quando estão em jogo os

registros da língua materna, algébrico e gráfico e também para compreender a

diferença entre um objeto matemático e sua representação gráfica ou algébrica, no

caso de conteúdos relacionados ao estudo em Geometria Analítica, como reta,

ponto, plano, circunferência e cônicas. O que pretendemos fazer, com a cônica

elipse, ampliam e complementam os estudos de Silva (2006) e Dallemole (2010).

Os PCNEM+ (BRASIL, 2012) alertam que, no interior de um mesmo tema, as

igualdades e variações podem ter muitos significados, relativamente distintos.

Equações algébricas, apresentadas abstratamente em Matemática

como, por exemplo, 𝑦 = 3𝑥 − 2 ou 𝑦 = 𝑥², expressam, a um só tempo, a possibilidade de variações nas funções de ambos os lados de cada equação e a igualdade ou equivalência entre ambos os lados que contêm elementos com significados efetivamente distintos (PCNEM, 2012, p.28-29).

Em função das possibilidades de multirrepresentações de um objeto

matemático, os PCNEM+ sugerem que a Geometria Analítica deve ser aprendida em

duas vias: “o entendimento de figuras geométricas, via equações e o entendimento

de equações, via figuras geométricas” (BRASIL, 2000, p. 77). Com efeito, Santos

(2009), escreve que:

Desde a simples localização de pontos no plano cartesiano determinando coordenadas, até o estudo de retas e circunferências, através de suas respectivas equações, o estudante, ao estudar Geometria Analítica, lida conjuntamente com as representações algébrica e geométrica (SANTOS, 2009, p. 1)

O Currículo do Estado de São Paulo enfatiza que:

Um conteúdo como Geometria Analítica, geralmente associado ao Ensino Médio, pode e deve ter espaço para uma apresentação inicial no Ensino Fundamental. As primeiras ideias associadas ao plano cartesiano podem – e devem – estarem presentes já no Ensino Fundamental, na 5ª- serie/6º- ano ou na 6ª- serie/7º- ano, ainda que por meio da localização de pontos em mapas, ou pelo estudo de simetrias, ampliações e reduções de figuras no plano coordenado; na 7ª- serie/8º- ano ou na 8ª- serie/9º- ano, podem – e devem – estar

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associadas à construção, análise e interpretação de gráficos (SÃO PAULO, 2011, p. 41,42).

Uma das competências citadas pelos PCNEM+ (BRASIL, 2012) é que o aluno

consiga, após concluir o Ensino Médio, transcrever mensagens matemáticas da

linguagem corrente para uma linguagem simbólica (equações, gráficos, diagramas,

fórmulas, tabelas) e vice-versa. Segundo este mesmo documento, aprender

Matemática no Ensino Médio deve ser mais do que memorizar fórmulas e que a

aquisição do conhecimento matemático deve estar vinculada a um saber fazer

Matemática e um saber pensar Matemática.

Como a mudança de registros não é espontânea (DUVAL, 1995), a reflexão

sobre os pressupostos acima nos remeteu à seguinte questão: Será que

desenvolvemos em nossos alunos o hábito de analisar ou pensar a Matemática sob

diferentes pontos de vista?

Sabemos que conteúdos de Geometria Analítica estão repletos de Registros

de Representação Semiótica e esperamos que esta pesquisa contribua para que

professores de Matemática valorizem o ensino de Geometria Analítica sob a

perspectiva semiótica.

Silva (2011), em sua recente pesquisa sobre as secções cônicas (ver mais

detalhes deste trabalho em nossa revisão de literatura), realizada com docentes de

Matemática da rede pública de ensino do Estado de São Paulo, aponta que

professores consideram Geometria Analítica complexa e que muitos “pulam” o

assunto por se sentirem inseguros para ensiná-lo.

Acreditamos que esta pesquisa é relevante por concordar que a

aprendizagem de conteúdos de Geometria Analítica contribui, do ponto de vista

social, para o avanço em diferentes áreas das Ciências, como por exemplo, na

Engenharia e na Arquitetura, desde o esboço de um projeto para construção de um

edifício até a construção de cenários virtuais; na Física, quando estudamos a

gravitação e o movimento elípticos dos planetas. Do ponto de vista individual,

conhecimentos de Geometria Analítica também são cobrados em Avaliações

Institucionais internas e externas do Ensino Médio, como por exemplo, na prova

Brasil; no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM); no Sistema de Avaliação de

Rendimento do Estado de São Paulo (SARESP); e em Vestibulares.

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Acreditando ter justificado nosso interesse em realizar um diagnóstico com a

cônica elipse, explicitamos nossos objetivos e nossas questões de pesquisa.

1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA

O trânsito entre as diferentes formas de representação, conforme apregoa

Duval (2013), é importante para aprender Matemática e, de nossa vivência como

professor do Ensino Médio e dos resultados obtidos por Silva (2006) e Dallemole

(2010), alunos mostram dificuldade para realizar esse trânsito. Para elaborar

qualquer intervenção que mude esse quadro, achamos necessário realizar um

diagnóstico que comprove, ou não, essas dificuldades. Assim, no caso da elipse,

colocamos como objetivos de nossa pesquisa

Investigar se alunos do Ensino Médio mostram ter aprendido a conversão

entre os registros algébrico, gráfico e da língua materna, no caso da cônica

elipse.

Determinar quais dessas conversões apresentam mais dificuldades.

1.3 QUESTÕES DE PESQUISA

Iniciamos a construção deste projeto com a seguinte questão: “Por que alunos

da 3ª série do Ensino Médio sentem dificuldades de aprendizagem ao estudar

conteúdos de Geometria Analítica?” Tal questionamento inicial nos conduziu a duas

outras questões, que definimos como nossas questões de pesquisa, admitindo que

tais alunos já passaram por um ensino sobre as cônicas.

“Alunos de 3ª série do Ensino Médio mostram ter aprendido a conversão entre os

registros de representação gráfico, algébrico e da língua materna?”

“Em quais dessas conversões esses alunos mostram maior dificuldade?”

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Estabelecidos os objetivos da pesquisa e as questões que pretendemos

responder, fomos em busca das ideias teóricas que pretendemos utilizar para a

elaboração e a análise de nosso instrumento de pesquisa.

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CAPÍTULO 2: CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS

2.1 OS REGISTROS DE REPRESENTAÇÃO SEMIÓTICA

Escolhemos a Teoria dos Registros de Representação Semiótica (DUVAL,

1995) por concordar que só é possível “fazer Matemática” se trabalhamos com as

representações dos objetos, que são abstratos e que os sujeitos, em fase de

aprendizagem, podem confundir um objeto matemático com suas representações,

sejam elas mentais ou semióticas. Para evitar esta confusão, Duval (1995) defende

que o professor, em sala de aula, deve utilizar representações diversas e que

tragam propriedades diferentes do objeto representado.

Por exemplo, uma hipérbole pode ser representada de forma discursiva por

uma equação algébrica, por um texto em língua materna, ou por uma forma não

discursiva, como um gráfico cartesiano. Cada uma destas representações do objeto

hipérbole traz à tona informações diferentes que, juntas, poderão evitar que um

sujeito confunda o objeto matemático hipérbole com qualquer de suas

representações. No caso de Geometria Analítica, em geral, existe uma diversidade

de registros semióticos que devem ser explorados nos processos de ensino, para

alavancar a aprendizagem.

A partir desta escolha, redigimos algumas passagens, inspirados na leitura

dessa teoria, que serviram de embasamento para a elaboração de nosso

instrumento diagnóstico e que serão utilizadas em nossas análises.

Um registro de representação é, segundo Duval (1999), um sistema semiótico

que tem as funções cognitivas fundamentais para o funcionamento cognitivo

consciente, ou seja, para um sujeito aprender Matemática, é necessário que saiba

discriminar e coordenar pelo menos dois sistemas semióticos de representação e

converter “espontaneamente” de um sistema semiótico a outro. Em relação às

representações semióticas, o autor ainda coloca que suas especificidades

consistem:

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Em serem relativas a um sistema particular de signos, a linguagem, a escritura algébrica ou os gráficos cartesianos, e em poderem ser convertidas em representações “equivalentes” em outro sistema semiótico, mas podendo tomar significações diferente para os sujeitos que as utiliza. (DUVAL, 2009, p. 32).

Um sistema semiótico deve permitir as três atividades cognitivas

fundamentais associadas à semiósis: a formação de uma representação; o

tratamento de uma representação; e a conversão de uma representação em outra,

num outro sistema de representação.

A formação de uma representação de um determinado objeto é feita por meio

de regras próprias ao registro semiótico no qual a representação é produzida. Por

exemplo, dentro do sistema algébrico de representação, usamos as letras do

alfabeto (em geral, 𝑥, 𝑦 expressam as variáveis ou as incógnitas) e os números

reais, com regras próprias para expressar os “quadrados”, as “somas”, as

“igualdades”, as “divisões” e as “multiplicações”, para produzir uma equação do tipo

4𝑥² + 9𝑦² = 36, com regras de “leitura” próprias desse sistema em Matemática.

O tratamento é uma transformação que se efetua no interior de um mesmo

registro. Por exemplo, dada a equação da elipse 4𝑥2 + 9𝑦2 = 36 o sujeito pode

efetuar um tratamento para deixá-la na forma reduzida, do tipo 𝑥2

9+

𝑦2

4= 1 e este

tratamento ocorre dentro do mesmo sistema algébrico.

A conversão é uma transformação que se faz para passar de um registro a

outro, mudando o sistema semiótico e, portanto, a forma de apresentar o objeto,

mas sem mudar o conteúdo; por exemplo, dada uma questão do tipo: “o eixo maior

de uma elipse está contido no eixo 0𝑥. Sabendo que o centro é na origem, o

comprimento do eixo menor é 6 e a distância focal é 10, determine a equação da

elipse”. A questão foi proposta em língua materna e, podemos converter tal texto

para uma expressão algébrica. Para achar tal expressão, o sujeito precisa processar

as informações e convertê-las do registro em língua materna para o registro

algébrico do tipo 𝑥²

34 +

𝑦²

9 = 1, o que exige, por parte do sujeito, o reconhecimento de

características importantes para tal conversão.

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Quadro 1: Exemplos das três atividades cognitivas referentes à semiósis.

A formação de uma representação

Em língua materna2 No sistema algébrico

Elipse com centro (0, 0), extremidades do eixo maior 𝐴1(0, 4) e 𝐴2(0, -4) e comprimento do eixo menor igual a 4.

𝑥²

4 +

𝑦²

16 = 1

O tratamento de uma representação

Em língua materna No sistema algébrico

Elipse com centro (0, 0), extremidades do eixo maior 𝐴1(0, 4) e 𝐴2(0, - 4) e comprimento do eixo

menor igual a 4 → elipse com centro (0, 0),

extremidades do eixo maior 𝐴1(0, 4) e 𝐴2(0, - 4) e

do eixo menor B1(2,0) e B2(- 2,0).

36𝑥²

9 +

144𝑦²

9 =

9

9 →

𝑥²

4 +

𝑦²

16 = 1

A conversão de uma representação

Do sistema algébrico Para o sistema gráfico

𝑥²

4 +

𝑦²

16 = 1

Segundo Duval (1995), os registros de representação semiótica constituem os

graus de liberdade de que um sujeito pode dispor para clarear uma ideia ainda

confusa, resolver um problema em Matemática ou para comunicar-se; e as

mudanças de registro constituem um dos pontos mais delicados e importantes para

a aprendizagem, pois são elas que permitem ao sujeito enxergar as propriedades do

objeto estudado, evidenciados em cada registro, o que pode ajudar na construção

2 Neste trabalho, utilizamos a expressão “língua materna” para designar o uso da língua portuguesa

em sala de aula de Matemática. Por esta razão, os “registros em língua materna”, conforme as ideias da Teoria dos Registros de Representação Semiótica (DUVAL, 1995), são os que envolvem palavras da língua natural e símbolos matemáticos.

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de novos conceitos. No caso da Geometria, em particular, podemos mudar de uma

imagem para uma equação algébrica ou vice-versa.

Em razão dessa argumentação, Duval (1995) defende a importância da

incorporação dos registros no processo de ensino, para que haja aprendizagem,

pois imputa a conversão como não espontânea do ser humano. Na introdução do

seu livro “Sémiosis et pensée humaine – registres sémiotiques et apprentissages

intellectuels” escreve que:

Um trabalho de aprendizagem específico centrado na diversidade dos sistemas de representação, na utilização de suas possibilidades próprias, nas comparações pela colocação em correspondência e nas “traduções” mútuas de uma para outra parece necessário para favorecer essa aprendizagem3. (Duval, 1995, p.6, tradução nossa)

Duval (1995) ainda defende que a aprendizagem matemática constitui um

campo de estudo privilegiado para analisar atividades cognitivas fundamentais como

conceituação, raciocínio, resolução de problemas e compreensão de textos, uma

vez que essas atividades solicitam a utilização de sistemas de expressão e

representação que ultrapassam a língua materna ou as imagens.

Segundo Duval (2003), existem quatro tipos de Registros de Representação

Semiótica (ver Quadro 2) que estão presentes na Matemática e que podem ser do

tipo multifuncional, como a língua materna, cujo tratamento não é algoritmizável, ou

do tipo monofuncional, muito utilizados nas atividades matemáticas, como por

exemplo os sistemas de numeração, as escritas algébricas e formais, cujo

tratamento é algoritmizável.

Quadro 2 – Quadro da classificação dos diferentes registros mobilizáveis no funcionamento matemático.

Representações Discursivas Representações não-discursivas

REGISTROS MULTIFUNCIONAIS

Os tratamentos não são algoritmizáveis.

Língua Natural

Associações verbais (conceituais)

Forma racional: argumentação a partir de observações e de crenças;

Figuras geométricas planas ou em perspectiva.

Apreensão operatória e não somente perspectiva;

3 Um travail d`apprentissage spécifique centré sur la diversité des systèmes de répresentation, sur

l`utilisation de leurs possibilités propres, sur leur comparaison par mise em correspondance et sur

leurs «traductions» mutuelles l`un dans l`autre semble nécessaire pour la favoriser. (DUVAL, 1995,

p.6.)

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dedução válida a partir de definições ou do uso de teoremas

Construção com instrumentos.

REGISTROS MONOFUNCIONAIS

Os tratamentos são algoritmizáveis.

Sistemas de escrita: Numéricos (binária,decimal, fracionária); algébricos; simbólicos (linguagens formais).

Cálculo

Gráficos cartesianos.

Mudanças de sistemas de coordenadas; Interpolação, extrapolação.

(Duval, 2003, p.14)

É necessário que o professor tome consciência das diferentes representações

existentes nos conteúdos matemáticos e desenvolva metodologias capazes de

proporcionar ao aluno compreender as especificidades do conteúdo sob diferentes

vias de representação, por exemplo, numa mesma página de um livro de

Matemática podemos observar o vai e vem incessante entre fórmulas literais,

expressões em língua materna, figuras geométricas ou gráficas. São estas

transformações de representações em outras transformações presentes no ensino

de qualquer objeto matemático que causam as dificuldades de aprendizagem.

As transformações são conversões que de acordo com o tipo de objeto

parecem mais fáceis que outras, Duval (1995) introduziu as noções de congruência

e de não congruência para explicar essas diferenças e para determinar os tipos de

conversão em que estas diferenças aparecem.

Segundo Duval (1999) a conversão pode ser congruente ou não-congruente.

Ela é congruente quando a conversão é imediata, ou seja, aquela em que o aluno

intuitivamente não tem qualquer dúvida a respeito da conversão.

A conversão não-congruente é aquela em que o tempo de tratamento

aumenta e a conversão pode se revelar impossível de efetuar, ou mesmo de

compreender, se não houver uma aprendizagem prévia referente às especificidades

semióticas de formação e de tratamento da representação, que são próprias a cada

um dos registros em uso.

Se apresentamos a equação da circunferência (𝑥 − 𝑎)2 + (𝑦 − 𝑏)2 = 𝑟2 para o

aluno que já desenvolveu a aprendizagem desse objeto e que quer esboçar o gráfico

dessa circunferência, ele pode identificar, de forma imediata, o centro (𝑎, 𝑏) e o raio

da mesma. Essa conversão o autor chama de congruente. Se apresentamos a

equação 𝑥² − 2𝑎𝑥 + 𝑎² + 𝑦² − 2𝑏𝑦 + 𝑏² − 𝑟² = 0 podemos supor que o sujeito

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precisa de um tempo maior para “tratar” a equação e achar o centro e o raio da

circunferência e esboçar o gráfico desejado. Segundo a definição dada por Duval

(2013), essa conversão é não-congruente.

Acreditamos que o professor de Matemática não deve fechar os olhos para os

inúmeros registros que podem expressar os conteúdos matemáticos; portanto, é

necessária uma reflexão sobre as práticas e trabalhar, em sala de aula, os

tratamentos e as conversões, em diferentes contextos, com os Registros de

Representação Semiótica em conteúdos geométricos e algébricos.

Duval (2013) concedeu uma entrevista, via e-mail, a Freitas e Resende

(2013), publicada na Revista Paranaense de Educação Matemática (RPEM), edição

de número 2, à qual tivemos acesso pelo site da revista (disponível nas nossas

referências). Duval discorre sobre as origens da teoria; as contribuições dela para as

pesquisas e práticas de professores em sala de aula; bem como sobre os

progressos no ensino e na aprendizagem de Matemática nas últimas décadas.

Alguns dos pressupostos da teoria, abordados nessa entrevista, já redigimos nos

parágrafos anteriores (ver p. 25); vamos, então, a partir deste ponto, salientar alguns

trechos que contêm novos olhares de Duval sobre a teoria e pontos de vista dele

sobre a relação entre os registros de representação e o ensino de Matemática.

Para Duval (2013), a principal dificuldade na aprendizagem de Matemática

está relacionada ao fato de que existem objetos em Matemática que não se

descobrem, não os sentimos pelo tato e nem se explicam, como acontece em outras

áreas, como Física, Botânica, Geologia, Engenharia. Isso por não existir um acesso

perceptivo, direto ou instrumental aos números (microscópio, telescópio,

osciloscópio, espectroscópio), às funções, às relações geométricas, ou seja, aos

objetos matemáticos.

Segundo Duval,

[...] para termos acesso a esses objetos, precisamos de uma atividade de produção semiótica. Esta, por exemplo, pode ser rudimentar como a simples designação verbal dos números, ou muito elaborada como a utilização de um sistema de numeração contendo o símbolo “0”, para designar não apenas os números, mas para realizar operações aritméticas (RPEM, 2013, p. 16).

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Para entender o impacto das especificidades da Matemática nos processos

de compreensão de sua aprendizagem, segundo Duval (2013), é preciso considerar

as duas faces da atividade matemática, que ele chama de face exposta e de face

oculta da Matemática. Duval relaciona a face exposta aos objetos matemáticos,

como por exemplo os números, as funções, as equações, os polígonos, os

poliedros; e às propriedades, às fórmulas, aos algoritmos e às demonstrações, aos

quais esses objetos dão origem. A face oculta corresponde aos gestos intelectuais

que constituem o caráter cognitivo e epistemológico e que são específicos da

Matemática. Sobre isto, Duval afirma

eu a chamo de face “oculta” porque ela não é direta e imediatamente perceptível em relação ao que observamos do trabalho dos alunos em sala de aula, mesmo que seja a partir de gravações de vídeo. Ela se manifesta indiretamente, por meio de bloqueios ou erros recorrentes, a partir do momento em que solicitamos a resolução de problemas, sejam problemas aritméticos elementares (problemas aditivos e multiplicativos), de aplicação de um teorema de geometria, modelagem de uma situação por meio de uma equação, um problema de mínimo ou de máximo, etc.(RPEM, 2013, p. 17-18).

Para Duval, o ensino deve privilegiar a face oculta em qualquer atividade

matemática, pois sem o desenvolvimento desta, não podemos compreender e nem

conduzir tal atividade. Segundo Duval (2013), o professor, para contemplar

significativamente a face oculta durante o ensino e fazer dela uma ferramenta

didática, deve considerar a aprendizagem da matemática do ponto de vista do aluno

e não somente do ponto de vista matemático ou dos professores, pois

a apropriação dos gestos intelectuais próprios da atividade matemática não depende da aquisição dos conceitos matemáticos. Ao contrário, a tomada de consciência desses gestos pelos alunos acaba por ser a condição necessária para a aquisição de conceitos. Assim, os critérios de progressão na aprendizagem matemática não são, de forma alguma, os mesmos do ponto de vista cognitivo e do ponto de vista matemático. As palavras “compreender”, “conseguir” e “dificuldade” não possuem o mesmo sentido (RPEM, 2013, p. 20).

Duval (2013) supõe ainda que é importante saber diferenciar, no processo de

aprendizagem de Matemática, os pontos de vista matemático e cognitivo. O ponto

de vista matemático é aquele em que o sujeito consegue justificar um resultado por

meio de uma propriedade, ou seja, alcançar um resultado matematicamente correto

para uma pergunta ou um problema; e o ponto de vista cognitivo é aquele em que o

sujeito primeiro reconhece que para o mesmo objeto é possível desenvolver

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diferentes representações semióticas, cujos conteúdos não têm nada em comum, o

que segundo Duval (2013) significa pensar de forma espontânea, e por si só, para

substituir uma dada representação semiótica por outra mais útil. Segundo ele, este

aspecto é crucial para resolver qualquer problema e muito importante por agregar

novos conhecimentos.

Para Duval (2013), o uso da Teoria dos Registros de Representação

Semiótica, em sala de aula, requer que se leve em conta a face oculta da atividade

Matemática, porque é nesta que o sujeito efetua tratamentos e conversões, ou seja,

todas as transformações de representações semióticas cujo funcionamento cognitivo

é ao mesmo tempo específico da Matemática e independente dos conceitos

mobilizados. Segundo ele, as atividades que os professores organizam devem

sempre ter por objetivo a aquisição, ou a aplicação, de cada um dos conceitos que

são os conteúdos matemáticos requeridos para os objetivos locais do ano seguinte,

ou seja, devemos ensinar para nossos alunos conteúdos que sirvam de base para o

desenvolvimento de uma nova aprendizagem, em um novo conteúdo. Caso

contrário, “nós não fazemos Matemática” (RPEM, 2013, p. 21) e sim ensinamos algo

que é diferente de Matemática.

Duval (2013) chama atenção para as dificuldades que surgem como

obstáculos à progressão na aprendizagem e que se manifestam por meio de erros

ou, ainda pior, por bloqueios. A análise dessas dificuldades deve ser um ponto

metodológico e teoricamente crucial de pesquisas sobre o ensino de Matemática.

Segundo esse pesquisador, a distinção entre dois tipos de erros radicalmente

diferentes se impõe, pelo fato de estarem relacionados com a introdução de um

novo conceito ou de um novo procedimento e que para Duval são erros transitórios e

específicos.

Achamos importante trazer para este trabalho esses pressupostos de Duval

acerca dos erros e das dificuldades, pois durante o ensino devemos considerá-los

como indicadores do que o sujeito “aprendeu”, ou não, e nos remete a refletir até

que ponto os conceitos adquiridos durante certo ensino “servirão” de base para o

desenvolvimento de um novo conceito, a partir de um outro tema. São os erros e as

dificuldades que evidenciam para o professor novas variáveis que não foram

previstas a priori e que, segundo Duval (2013), são significativamente importantes

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para retomar o ensino de um certo tema e discutir as falhas observadas na

aprendizagem

eles bloqueiam qualquer progresso real na aprendizagem matemática. Quando se permanece unicamente na face exposta da atividade matemática, procura-se explicar todas as dificuldades que os alunos encontram, como se fossem erros transitórios, decorrentes da complexidade epistemológica dos conceitos a serem adquiridos. Mas, as dificuldades mais profundas, aquelas que param a maioria dos estudantes na entrada da atividade matemática, não decorrem apenas de uma deficiência na aquisição de conceitos, mas de um desconhecimento total dos gestos intelectuais, quer dizer, de operações semio-cognitivas que são próprias da atividade matemática (RPEM, 2013, p. 25).

A leitura dessa entrevista nos ajudou a esclarecer algumas passagens da

teoria, assim como definiu, por meio de uma linguagem mais clara, alguns conceitos

relacionados à congruência e aos pontos de vista matemáticos, cognitivo e

pedagógico. Como vamos aplicar um diagnóstico, é fato que os alunos expressarão

raciocínios certos e errados e os pressupostos de Duval (2013) acerca dos erros e

das dificuldades dos alunos serão significativamente importantes em nossa análise,

pois partimos do princípio de que são as respostas erradas que servirão para

verificarmos possíveis dificuldades de aprendizagem dos sujeitos acerca da cônica

elipse. Além disso, não queremos fazer uma análise apenas para atingir um objetivo

imediato, o de nossa pesquisa, que é verificar se sabem ou não efetuar as

mudanças de registro, mas também trazer outras variáveis que possam contribuir

para futuras pesquisas que tenham como objetivo estudar os erros como uma

ferramenta didática para que o professor reflita sobre sua metodologia de ensino e,

se possível, a modifique.

2.2 VARIÁVEIS VISUAIS E AS UNIDADES SIGNIFICATIVAS DA ELIPSE

Em 1988, Duval desenvolveu uma pesquisa sobre a articulação entre os

registros gráficos de funções afins, os registros algébricos e os registros em língua

materna - sob o título “Graphiques et équations: I’articulation de deux registres” - que

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revelou dificuldades dos alunos para efetuar a conversão entre os registro gráfico,

algébrico e em língua materna.

Entendemos que as dificuldades de conversão são consequências naturais da

mudança de registro, pois de acordo com Duval (1995), mudar de registro de

representação, em geral envolve a escolha de diferentes propriedades do objeto que

se quer representar. Segundo Duval (1995), converter é transformar um registro de

um objeto matemático, dado numa certa situação, num outro registro desse mesmo

objeto, nessa mesma situação e afirma que esta não é uma transformação

espontânea, precisa ser “ensinada”.

Quando efetuamos a conversão de um registro para outro, evidenciamos

outras características do objeto, o que acarreta novos saberes, que Duval (2013)

chama de face oculta da Matemática e que, por isso mesmo, precisa ser desvelada,

pois são importantes para a aprendizagem. Por esta razão, Duval sugere que os

registros semióticos de um objeto sejam apresentados ao estudante em todas as

vias possíveis, isso porque uma única via não garante a compreensão, ou seja, a

aprendizagem em Matemática.

Assim, queremos, neste capítulo, escrever um pouco sobre as variáveis

cognitivas existentes no processo de conversão de registros; por acreditarmos que

algumas das dificuldades de aprendizagem de um sujeito, quando estuda Geometria

Analítica, estão relacionadas aos processos de comunicação, de objetivação e de

representação que existem nos conteúdos desta área específica da Matemática e

que são atividades cognitivas inerentes aos registros semióticos.

As variáveis cognitivas são os esquemas de aprendizagem desenvolvidos por

um sujeito quando diante de um novo objeto matemático recorre a conhecimentos

pré-existentes do objeto para desenvolver um novo esquema capaz de ajudá-lo a

identificar as variáveis características do novo objeto.

Segundo Almouloud (2007), as variáveis cognitivas são as variações

estruturais que, além de conservar a significação, conservam também a referência,

na totalidade ou em parte, do objeto representado. É somente com esse tipo de

variação que se distinguem as unidades pertinentes de uma representação. Para

considerar um sistema semiótico como um registro, é preciso identificar as variações

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nas operações de produção de representações que ele permite executar de maneira

original e específica.

O ponto de vista de Duval (2011) sobre as variáveis cognitivas é que

independente dos objetivos de uma atividade proposta, ou seja, quer ela seja dada

como resultado, explicação, prova, quer ela seja pedida como problema a resolver,

ou atividade a executar, é preciso que o sujeito esteja em condições de realizar duas

coisas. Primeiro, reconhecer as unidades significativas do objeto representado, seja

com as operações que o tipo de apresentação dessas unidades permite efetuar, e

segundo, mudando seu tipo de apresentação para poder recorrer a outras

operações. Estas são as duas condições preliminares e indispensáveis para que o

sujeito possa desenvolver raciocínios ou esquemas cognitivos capazes de facilitar a

compreensão de conteúdos matemáticos.

Segundo Duval (1995), um registro complementa o outro. Nenhum registro

por si só é completo no sentido de representar integralmente um objeto. E ainda

segundo este mesmo autor cada sistema semiótico possui um conteúdo específico

na representação dos objetos, ou seja, um registro em linguagem algébrica para

representar a equação reduzida de uma elipse irá exigir conhecimentos como

expressões algébricas, simplificação de frações o que não se verifica com um

registro em linguagem natural. Podemos considerar como exemplo a representação

algébrica de uma elipse de equação 16𝑥² + 9𝑦² = 144 que para chegarmos a sua

representação reduzida devemos efetuar os seguintes tratamentos

16𝑥² + 9𝑦² = 144

16𝑥²

144+

9𝑦²

144=

144

144

𝑥²

9+

𝑦²

16= 1

Assim, podemos considerar que as transformações de tratamento e

conversão são duas operações cognitivas essenciais para a compreensão de

objetos matemáticos. No exemplo do Quadro 3 queremos chamar a atenção para

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uma reflexão sobre as inúmeras variáveis cognitivas que podem existir em uma

conversão.

Quadro 3. Variações cognitivas da representação de uma elipse com centro na origem e fora da origem.

Representação gráfica Representação algébrica

Representação em língua materna

𝑥²

9 +

𝑦²

4 = 1

Elipse com centro na origem, eixo

menor 𝐵1(0, -2) e 𝐵2(0, 2) e eixo maior

de comprimento 6.

(𝑥−4)2

4 +

(𝑦−3)²

1 = 1

Elipse com centro O’(4, 3), eixo menor

com vértices 𝐵1(4, 2) e 𝐵2(4, 4) e eixo

maior de comprimento 4.

Se perguntássemos a um sujeito qual das conversões acima é a mais difícil

de efetuar, provavelmente a resposta seria a segunda (elipse fora da origem), em

função de sua conversão possuir um maior número de variações (leitura visual,

translação dos eixos, característica da equação reduzida, características das

coordenadas dos vértices). Estas variações cognitivas, segundo Duval (2013), estão

relacionadas com o que chama de face oculta da Matemática, ou seja, o elo entre o

que é real - quando olhamos e compreendemos relações de um objeto visualmente

analisado - e a parte confusa do mesmo objeto - revelada quando efetuamos um

tratamento ou uma conversão. São estes gestos intelectuais que constituem o

caráter cognitivo e epistemológico específico da Matemática, ou seja, a forma pela

qual um sujeito constrói esquemas para compreender e acomodar um novo conceito

matemático.

Entendemos que esta face oculta da Matemática está mais explícita nas

atividades que envolvem tratamentos figurais, pois percebemos que nossos alunos

demoram mais para relacionar uma representação gráfica ao seu registro algébrico

do que a situação inversa, pois o tempo de conversão aumenta.

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Em se tratando de Geometria, a dificuldade de conversão se torna bem

evidente, conforme as considerações que faz Duval (2013) e com as quais

concordamos

[...] na geometria, por exemplo, a percepção de figuras quase sempre conduz a impasses, porque é preciso ter aprendido a “ver” contra a evidência perceptiva das formas reconhecidas de imediato para que elas desempenhem um papel heurístico, e não seja uma fonte de confusões. Do mesmo modo, o uso da linguagem para definir e provar é feito contrariando a fala espontânea e a forma de argumentação que ocorre fora da matemática. (RPEM, 2013, p. 18)

Acreditamos que as dificuldades de conversão entre registros estão

relacionadas com a falta de congruência semântica entre os registros que, em geral,

aparecem nas tarefas que propomos para os alunos. Com efeito, Duval (1995)

considera que estas dificuldades podem aumentar de acordo com o distanciamento

do que é dito no enunciado de uma tarefa e o que queremos que nossos alunos

respondam. Partindo desses pressupostos, Duval (1995) analisa essas dificuldades

em termos de congruência semântica entre as unidades significativas de uma

representação algébrica para com a representação gráfica do mesmo objeto.

A noção de congruência semântica surgiu após experiências realizadas com

alunos, quando Duval (1988b) observou que estes sentiam dificuldades para efetuar

mudanças de registro com o conteúdo das funções afins. Essas dificuldades foram

analisadas num estudo, sobre o ensino e a aprendizagem de funções afins, no qual

se pode observar que a passagem do registro de representação gráfica para o

registro de representação algébrica é uma tarefa difícil para a maioria dos alunos.

Estas dificuldades para Moretti (2008) estão relacionadas com a compreensão

limitada do objeto e do que sabem operar sobre ele.

Segundo Duval (1995), a dificuldade na conversão de registros depende do

grau de não-congruência entre a representação de partida e a representação de

chegada. No Quadro 4, temos um exemplo de uma conversão congruente.

Quadro 4: Conversão congruente

I – Língua Materna

II – Expressão Algébrica

III – Representação Gráfica

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Elipse com coordenadas

do eixo maior 𝐴1( - 4, 0) e

𝐴2( 4, 0) e do eixo menor

𝐵1( - 3, 0) e 𝐵2( 3, 0).

𝑥²

16 +

𝑦²

9 = 1

Para efetuar conversões com estas características, o sujeito precisa tomar

consciência de dois processos distintos: reconhecer as unidades significativas, isto

é, os dados ou as informações que são matematicamente pertinentes em cada

registro; e delinear as transformações dessas unidades significativas, seja com os

tratamentos, que o tipo de representação permite efetuar, seja mudando seu tipo de

representação para poder recorrer a outros tratamentos. É importante lembrar que,

quanto menor é o tempo em que o sujeito responde uma tarefa, menor é a

dificuldade de conversão, ou seja, quanto mais congruente for à representação,

menor será o tempo de conversão.

Foram estas características, observadas por Duval (1995), que lhe chamaram

a atenção para os fenômenos de congruência e de não congruência existentes em

diversas atividades matemáticas. Para identificar melhor como esses dois

fenômenos se diferenciam numa conversão, precisamos entender os três critérios de

congruência propostos por Duval (1995)

I - Correspondência dos elementos significativos: a cada unidade significativa

simples de uma representação, pode-se associar uma unidade significativa

elementar.

II - Univocidade semântica terminal: a cada unidade significativa elementar da

representação de partida, corresponde uma só unidade significativa elementar na

representação de chegada.

III - Organização das unidades significativas: permite ao sujeito enxergar, do ponto

de vista cognitivo, a correspondência semântica entre duas representações.

Quando a passagem de uma representação semiótica a outro sistema ocorre

de maneira espontânea diz-se que há congruência semântica. Considerando que a

congruência semântica é a transparência entre duas representações de um mesmo

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objeto e que se estas duas representações não estiverem transparentes o aluno

pode não ver o mesmo objeto nestas duas representações a não congruência

semântica impede o aluno de reconhecer o mesmo objeto quando apresentado sob

diferentes registros de representação.

Segundo Duval (2012), um dos obstáculos cognitivos encontrados por muitos

alunos nas suas aprendizagens matemáticas está ligado à congruência semântica. A

esse respeito, Duval destaca que:

Duas expressões podem ser sinônimas ou referencialmente equivalentes (elas podem “querer dizer a mesma coisa”, elas podem ser verdadeiras ou falsas ao mesmo tempo) e não serem semanticamente congruentes: neste caso, há um custo cognitivo importante para a compreensão (DUVAL, 2012, p.100).

De um ponto de vista pedagógico, quando propomos uma tarefa aos nossos

alunos, um dos objetivos é fazer com que as variáveis cognitivas descobertas com

os esquemas pensados e desenvolvidos pelos alunos sirvam de base para a

resolução de novos problemas matemáticos. Para Duval (1999) apenas aqueles que

conseguem fazer a conversão de registros não confundem o objeto matemático com

suas representações e, assim, conseguem, transferir os conhecimentos

matemáticos para um contexto diferente daquele em que se deu a aprendizagem.

Concordamos com Souza (2007) quando defende que a aprendizagem da

Matemática não consiste só da construção de conceitos, mas principalmente da

incorporação, na arquitetura cognitiva do sujeito, de uma organização complexa que

inclua todos os registros necessários, estruturados e apreendidos como sistemas de

representação, com seus respectivos tratamentos e conversões.

Para Duval (2011), a dificuldade das conversões reflete a distância cognitiva

que separa as representações de um mesmo objeto em dois registros diferentes.

Mudar uma representação dada ou obtida após um tratamento é o primeiro gesto do

pensamento em Matemática e, sem esse gesto, que para Duval (2011) deve ser

automático, nenhuma atividade ou encaminhamento matemático é possível.

Outro fator que contribui para as dificuldades da conversão são as

dificuldades do sujeito para identificar as variáveis visuais de uma representação

gráfica e associá-las às unidades significativas da representação algébrica. E quanto

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mais unidades significativas estiverem explícitas na representação, maior será a

dificuldade para identificar as variáveis visuais.

Segundo Duval (1988), o conjunto de traçados/eixos forma uma imagem que

representa um objeto descrito por uma expressão algébrica e que qualquer

modificação da imagem provoca uma alteração na expressão algébrica

correspondente e esta alteração determina uma nova variável importante para a

interpretação visual do gráfico. Escreve ainda que para este tipo de tratamento não

estamos em presença da associação de um ponto e do seu par ordenado, mas na

associação da variável visual da representação com a unidade significativa da

representação algébrica.

Veja no quadro a seguir um exemplo de uma representação não congruente e

o distanciamento para identificar as variáveis visuais.

Quadro 5. Exemplo de uma conversão não congruente.

I – Equação algébrica de uma Elipse

II – Representação Gráfica

16𝑥² + 9𝑦² = 144

Como a dificuldade da conversão de registro depende do grau de não

congruência entre a representação de partida e a representação de chegada, se

propusermos a passagem de I para II, a conversão só será possível se o sujeito

tomar consciência das unidades significativas da equação reduzida para depois

associar as variáveis visuais do gráfico e para isso pode efetuar os seguintes

tratamentos

16𝑥² + 9𝑦² = 144

16𝑥²

144+

9𝑦²

144=

144

144

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𝑥²

9+

𝑦²

16= 1

Após esses tratamentos, ficam explícitas para o sujeito as unidades

significativas necessárias para o esboço do gráfico.

Quando apresentamos tarefas como estas dos Quadro 3Quadro 3, Quadro 4,

Quadro 5 aos nossos alunos, queremos observar como eles se comportam ao tomar

consciência das variáveis cognitivas envolvidas nas conversões, desde o registro de

partida, quais se conservam até o registro final e quais se transformam.

Como a conversão é uma transformação externa, em relação ao registro da

representação de partida, para qualquer representação de um objeto as variações

cognitivas são específicas ao objetivo de chegada da conversão ; portanto, no caso

da elipse, após efetuar a conversão de um registro, visualmente percebe-se as

mesmas características externas como as coordenadas do centro, dos focos, dos

eixos. Esses pressupostos para Duval (1995) são chamados de variáveis visuais

que, no caso da elipse, se alterarmos qualquer ponto na representação gráfica

alteramos toda a estrutura cognitiva do objeto.

Quadro 6. Variáveis visuais do gráfico de uma elipse com centro na origem e eixos paralelos aos eixos coordenados.

Unidades Significativas Variáveis Visuais Representação Gráfica

Centro: C(0,0). O centro na origem.

Eixos paralelos a aos eixos 0𝑥 e 0𝑦.

Os eixos da figura estão paralelos aos eixos coordenados.

Coordenadas dos vértices 𝐴1(0, 4)

e 𝐴2(0, -4).

O eixo maior mede 8 unidades e está sobre o eixo 0𝑦.

Coordenadas dos vértices 𝐵1(3, 0) e

𝐵2(-3, 0).

O eixo menor mede 6 unidades e está sobre o eixo 0𝑥.

Coordenadas dos focos 𝐹1(0, √7) e

𝐹2(0, - √7).

O foco mede √14 unidades e está

sobre o eixo 0𝑦.

Triângulo Retângulo de lados 𝑎, 𝑏 e

𝑐.

Triângulo Retângulo de lados

𝑎 = 4, 𝑏 = 3 e 𝑐 = √7.

Para finalizar, lembramos que a Matemática trabalha com objetos abstratos e,

segundo Duval (2003), os objetos matemáticos não são diretamente acessíveis à

percepção, necessitando, para sua apreensão, do uso de uma representação, por

meio de símbolos, signos, códigos, tabelas, gráficos, algoritmos, desenhos. São

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estes que permitem a comunicação entre os sujeitos e as atividades do pensamento,

trazendo à tona registros de representação diferentes para um mesmo objeto

matemático. Em se tratando das cônicas, para que os alunos desenvolvam a

aprendizagem dos conceitos desse objeto é nessa visão que o professor deve

desenvolver a capacidade dos sujeitos para compreenderem os conceitos das

cônicas sobre três registros: o algébrico, o gráfico e o em língua materna.

2.3 CONSIDERAÇÕES MATEMÁTICAS DA ELIPSE

Utilizamos os conceitos formais da Matemática para as considerações

matemáticas que apresentamos a seguir sobre a elipse. Ao final do capítulo

apresentamos um quadro com as características da figura elipse e suas relações na

representação algébrica e gráfica.

2.3.1 DEFINIÇÃO

A partir de um cone circular reto, ilustrado na figura 1, com a intersecção de

um plano α conseguimos algumas curvas denominadas cônicas, entre elas a elipse,

que podemos obter se o plano fizer um corte oblíquo em relação à base do cone (ver

Figura 1).

Figura 1: Corte oblíquo de um cone reto

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Esta pode ser uma definição para a elipse, que também pode ser considerada

como um lugar geométrico do plano bidimensional: a elipse é o lugar geométrico de

todos os pontos pertencentes a um mesmo plano tais que a soma das distâncias a

dois pontos fixos, chamados de focos (em geral representados pelas letras 𝐹1e 𝐹2), é

igual a uma quantia fixa, denotada por 2𝑎. Neste caso, a distância entre os focos 𝐹1

e 𝐹2 é igual a um valor fixo 2𝑐, que é menor do que 2𝑎.

Podemos converter esta definição para a linguagem algébrica, utilizando a

relação 𝑑(𝑃, 𝐹1) + 𝑑 (𝑃, 𝐹2) = 2𝑎, que pode ser visualizada na Figura 2 (ver

detalhes dessa conversão no parágrafo 2.3.3, página 45).

Figura 2: Representação gráfica da relação 𝒅(𝑷, 𝑭𝟏) + 𝒅 (𝑷, 𝑭𝟐) = 𝟐𝒂 ou 𝒅(𝑸, 𝑭𝟏) + 𝒅 (𝑸, 𝑭𝟐) = 𝟐𝒂

Observamos que, por qualquer uma das definições, a figura elipse tem pelo

menos dois eixos de simetria, que são as retas que contêm os focos e a reta

mediatriz do segmento 𝐹1𝐹2.

Com estas ideias em mente, podemos fazer uma análise dos elementos da

elipse que podem ser olhados como variáveis visuais e como unidades significativas,

quando queremos converter, respectivamente, o registro gráfico para o algébrico. Ou

vice-versa.

2.3.2 ELEMENTOS DA ELIPSE

Consideramos que os principais elementos da elipse são:

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Figura 3: Elementos da elipse

Focos: São os pontos 𝐹1e 𝐹2.

Distância focal: é a distância entre os focos, em geral representada por 2𝑐.

Centro: é o ponto médio 𝑂 do segmento 𝐹1𝐹2 (portanto, intersecção de dois eixos de

simetria da elipse).

Eixo maior: é o segmento 𝐴1𝐴2, de comprimentos 2𝑎. Nele estão contidos os focos e

os pontos 𝐴1 e 𝐴2, que podemos mostrar que pertencem à elipse e são chamados

vértices.

Eixo menor: é o segmento 𝐵1𝐵2 de comprimento 2𝑏. Podemos mostrar que os

pontos 𝐵1 e 𝐵2 pertencem à elipse e também são chamados vértices.

Vértices: são os pontos 𝐵1, 𝐵2, 𝐴1 e 𝐴2.

Excentricidade: é um número que pode ser calculado pela relação Ɛ = 𝐶

𝑎 e que,

portanto, é maior do que 0 e menor do que 1. Quanto mais próximo de zero for o

valor de Ɛ, mais a elipse se aproxima de uma circunferência (caso em que é 0) e

quanto mais o valor Ɛ se aproxima de 1, mais achatada fica a elipse.

Relação de Pitágoras: Do triângulo retângulo 𝐵2𝑂𝐹2, hachurado na Figura 3,

obtemos a relação 𝑎² = 𝑏² + 𝑐².

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2.3.3 EQUAÇÃO REDUZIDA DA ELIPSE

Quando o eixo maior está sobre o eixo 𝒙

Figura 4: Representação gráfica de uma elipse com centro na origem e eixo maior sobre o eixo 𝒙.

Seja 𝑃(𝑥, 𝑦) um ponto qualquer de uma elipse de focos 𝐹1(- c, 0) e 𝐹2( c, 0).

Por definição temos 𝑑(𝑃, 𝐹1) + 𝑑 (𝑃, 𝐹2) = 2𝑎. Para achar a equação reduzida

dessa elipse podemos desenvolver a relação:

√(𝑥 + 𝑐)2 + (𝑦 − 0)² + √(𝑥 − 𝑐)2 + (𝑦 − 0)² = 2𝑎

isolamos um dos radicais

√(𝑥 + 𝑐)2 + (𝑦 − 0)² = 2𝑎 − √(𝑥 − 𝑐)2 + (𝑦 − 0)²

elevamos ambos os membros ao quadrado e desenvolvemos os produtos notáveis

(√𝑥² + 2𝑐𝑥 + 𝑐² + 𝑦²)² = (2𝑎– √𝑥² − 2𝑐𝑥 + 𝑐² + 𝑦²)²

simplificamos o primeiro membro e desenvolvemos o segundo

𝑥² + 2𝑐𝑥 + 𝑐² + 𝑦² = 4𝑎² − 4𝑎√𝑥² − 2𝑐𝑥 + 𝑐² + 𝑦² + 𝑥² − 2𝑐𝑥 + 𝑐² + 𝑦²

simplificamos as variáveis e isolamos o radical

4𝑎√𝑥² − 2𝑐𝑥 + 𝑐² + 𝑦² = 4𝑎² − 4𝑐𝑥

dividimos ambos os membros por 4 e tornamos a quadrar

(𝑎√𝑥² − 2𝑐𝑥 + 𝑐² + 𝑦²)² = (𝑎² − 𝑐𝑥)²

desenvolvendo e simplificando chegamos a

(𝑎² − 𝑐²)𝑥² + 𝑎²𝑦² = 𝑎² (𝑎² − 𝑐²)

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e pela relação 𝑎² − 𝑐² = 𝑏² temos

𝑏²𝑥² + 𝑐²𝑦² = 𝑎²𝑏².

dividimos ambos os membros por 𝑎²𝑏² e o resultado pode ser escrito na forma

𝑥²

𝑎² +

𝑦²

𝑏² = 1

Esta representação algébrica da elipse é chamada de equação canônica ou

reduzida da elipse de centro na origem e focos sobre o eixo 𝑥 ou sobre o eixo y,

conforme 𝑎 > 𝑏 ou 𝑏 > 𝑎, respectivamente.

Quando o eixo menor está sobre o eixo 𝒚

Com procedimentos semelhantes ao caso anterior, obtemos a equação

reduzida

𝑥²

𝑏² +

𝑦²

𝑎² = 1

Para esta equação, temos que 𝑎² representa sempre o maior denominador e,

portanto, se na equação reduzida o número 𝑎² é denominador de 𝑥², a elipse tem o

seu eixo maior, de medida 2𝑎, sobre o eixo 𝑥.

2.3.4 REPRESENTAÇÃO DA ELIPSE QUANDO OS EIXOS DE SIMETRIA SÃO

PARALELOS AOS EIXOS COORDENADOS

Consideramos que o sujeito que desenvolveu a aprendizagem da elipse com

centro na origem, pode desenvolver o raciocínio de que quando o centro da elipse,

O’(𝑥0, 𝑦0), é deslocado para qualquer um dos quadrantes do sistema 𝑥0𝑦 e os eixos

da elipse permanecem paralelos aos eixos coordenados, alteram-se algumas

unidades significativas do registro algébrico, que são equivalentes a uma translação

para um novo sistema de eixos 𝑥’0’𝑦’ de origem O’(𝑥0, 𝑦0). Com estas novas

características da elipse, obtemos uma nova representação algébrica e novas

representações gráficas para a elipse, que podem ser vistas na Figura 5 e na Figura

6.

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Equação reduzida da elipse com o eixo maior paralelo ao eixo dos 𝒙 e centro em O’(𝒙𝟎, 𝒚𝟎)

( 𝑥 − 𝑥0)²

𝑎² +

( 𝑦 − 𝑦0)²

𝑏² = 1

Representação gráfica de uma elipse com o eixo maior paralelo ao eixo

dos 𝒙 e centro em O’(𝒙𝟎, 𝒚𝟎)

Figura 5: Elipse com o eixo maior paralelo ao eixo dos 𝒙 e centro em O’(𝒙𝟎, 𝒚𝟎).

Equação reduzida da elipse com o eixo menor paralelo ao eixo dos 𝒚 e centro em O’(𝒙𝟎, 𝒚𝟎)

( 𝑥 − 𝑥0)²

𝑏² +

( 𝑦 − 𝑦0)²

𝑎² = 1

Representação gráfica de uma elipse com o eixo menor paralelo ao eixo

dos 𝒚

Figura 6. Elipse com o eixo menor paralelo ao eixo dos 𝒙

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2.4 CARACTERÍSTICAS DA FIGURA ELIPSE E SUAS RELAÇÕES NAS

REPRESENTAÇÕES ALGÉBRICA E GRÁFICA

Iniciamos o capítulo 2 com uma apresentação dos principais tópicos da Teoria

dos Registros de Representação Semiótica (DUVAL, 2013), com o intuito de

justificar o uso de vários sistemas de representação semiótica no ensino e na

aprendizagem da elipse. No parágrafo 2.3 CONSIDERAÇÕES MATEMÁTICAS DA

ELIPSE (ver p. 452) fizemos considerações matemáticas acerca desse objeto e,

para fazer uma conexão com o uso que fazemos em sala de aula, das várias

representações da elipse, elaboramos um quadro com a classificação dos elementos

da figura elipse e a sua relação com a linguagem dos registros de representação

semiótica, no qual colocamos as variáveis didáticas que adotamos para elaborar o

instrumento de pesquisa, por entender que precisávamos focar nosso diagnóstico

em algumas delas, que consideramos essenciais para a aprendizagem desse

assunto.

Quadro 7: Apresentação das características da figura elipse na equação reduzida

Características da

figura elipse

Como as características

aparecem na representação gráfica

Como as características aparecem

na representação algébrica

vértices 𝐴1, 𝐴2,

𝐵1 e 𝐵2

- 𝐴1 e 𝐴2 são os vértices do eixo maior. - 𝐵1 e 𝐵2 são os vértices do eixo menor. -ambos estão visualmente explícitos no gráfico

- o valor da metade da distância entre

dois vértices do mesmo eixo representa um dos denominadores na equação reduzida. -não estão explícitos na equação

reduzida.

eixo maior

eixo menor

- quando o centro da elipse é na origem e coincide com um dos eixos coordenados.

- quando o centro é fora da

origem e fica paralelo a um dos eixos coordenados. - não alteram o comprimento quando são rotacionados ou transladados. - ambos estão visualmente explícitos no gráfico.

- o valor da metade do comprimento do

eixo maior é um dos denominadores da equação reduzida. - o valor da metade do comprimento do eixo menor é um dos denominadores da equação reduzida. -não estão explícitos na equação reduzida.

- quando está na origem e os eixos da figura coincidem com os eixos coordenados. - quando está em um dos quadrantes, fora da origem e os eixos da figura ficam paralelos

- quando o centro está na origem a

equação reduzida é do tipo x²

a² +

b² = 1 ou

b² +

a² = 1.

- quando o centro está fora da origem a

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centro aos eixos coordenados. - quando se desloca da origem, mas permanece num dos eixos coordenados e um dos eixos da figura é paralelo a um dos eixos coordenados. - é o ponto médio do segmento 𝐹1𝐹2. - está explícito no gráfico

equação reduzida é do tipo ( 𝑥 − 𝑥0)²

𝑏² +

( 𝑦 − 𝑦0)²

𝑎²= 1

- está explícito na equação reduzida.

focos

- está localizado no eixo maior da

figura. - pelo seu ponto médio passa o eixo menor da figura.

-não aparece na representação

algébrica.

Colocadas as principais ideias da Teoria dos Registros de Representação

Semiótica (DUVAL, 2005, 2013) que consideramos importantes no ensino e na

aprendizagem da elipse no Ensino Médio, fomos em busca de pesquisas na área de

Educação Matemática, cujos resultados colocam nossa pesquisa no cenário da área

e também justificam nossa preocupação em investigar, por meio de um diagnóstico,

se alunos do Ensino Médio aprenderam a usar os registros algébrico, gráfico e em

língua materna, no caso da elipse com centro na origem e eixos paralelos aos eixos

coordenados, bem como fazer a conversão entre tais registros.

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CAPÍTULO 3: REVISÃO DE LITERATURA

3.1 INTRODUÇÃO

Nos capítulos anteriores, colocamos nossos objetivos, nossas questões de

pesquisa e as principais ideias da Teoria dos Registros de Representação Semiótica

(DUVAL, 1988, 1995, 2005, 2013), que utilizaremos como fundamentação teórica de

nosso trabalho.

Neste capítulo, apresentamos um pequeno resumo de cada uma das

pesquisas, na área de Educação Matemática, que contribuíram para situar nossa

pesquisa e reforçaram a relevância do trabalho que pretendemos realizar.

3.2 O QUE DIZEM AS PESQUISAS SOBRE A CONVERSÃO

Piza (2009), com o intuito de promover a coordenação dos registros de

representação da parábola, desenvolveu uma pesquisa considerando o tratamento,

a conversão e a coordenação de diferentes registros de representação semiótica no

caso da função polinomial de grau 2, cujo gráfico cartesiano é uma parábola com

eixo de simetria paralelo ao eixo vertical 𝑂𝑦. Considerou para a elaboração de suas

atividades os princípios didáticos da História da Matemática, com o objetivo de

investigar se as representações da parábola, vista como secção do cone ou como

lugar geométrico, estudadas separadamente, é suficiente para que o estudante

reconheça o mesmo objeto matemático representado.

A fim de obter respostas, o autor aplicou 9 atividades, em 10 aulas, para 19

alunos do terceiro semestre de um curso de Licenciatura em Matemática de uma

Universidade Pública do Estado do Paraná. Fundamentou-se na Teoria das

Situações Didáticas de Brousseau (1996) e dos Registros de Representação

Semióticas de Duval (2003) para elaborar as questões dessas atividades.

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A metodologia utilizada nesta pesquisa foi baseada na Engenharia Didática

(ARTIGUE, 1996) e desenvolvida em quatro etapas: análise preliminar; concepção e

análise a priori; experimentação; análise a posteriori e validação. A comparação

entre a análise a priori e a análise a posteriori mostrou que o desenvolvimento das

atividades propostas possibilitou aos estudantes compreender em que a parábola,

caracterizada como secção de um cone ou como lugar geométrico, representa o

mesmo objeto matemático. Em algumas atividades mostraram dificuldades para

realizar os tratamentos analíticos das expressões algébricas e as conversões entre

os registros.

Identificamo-nos com a pesquisa de Piza (2009), principalmente pela

interlocução com a História da Matemática e as considerações acerca da parábola

caracterizada como secção de um cone ou como lugar geométrico, considerações

estas que no ensino das cônicas às vezes são descartadas, tanto pelos livros

didáticos quanto pelo professor. Quanto aos tratamentos e conversões explicitados

pelos sujeitos no ambiente a lápis e papel, reforçaram nossas considerações acerca

das dificuldades que percebemos em nossos alunos quando estudam as cônicas em

Geometria Analítica.

Mineiro (2011), convicto de que é possível desenvolver estratégias que

favoreçam a aprendizagem relacionada à representação bidimensional de objetos

tridimensionais, desenvolveu um trabalho com o objetivo de verificar se uma

abordagem que envolvesse tratamentos e conversões entre diferentes registros de

representação semiótica, mediada por um modelo de representação tridimensional,

pudesse favorecer a visualização de superfícies quádricas, com a seguinte questão

de pesquisa

Uma sequência de atividades que envolvam tratamentos e conversões de registros de representação semiótica, mediadas por um modelo de representação tridimensional, pode favorecer a visualização das superfícies quádricas? (Mendes, 2008, p. 17)

Em busca de respostas, Mineiro (2011) baseou-se nas ideias da Teoria dos

Registros de Representação Semiótica de Duval (1999) para a elaboração de uma

intervenção, com seis atividades que, mediadas por um modelo de representação

tridimensional de sólidos de revolução, as quais foram aplicadas para com 14 alunos

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formandos do 3º ano de um curso de Licenciatura em Matemática. Para a análise

dos protocolos, pautou-se nas concepções de Fischbein (1993), que defende a

necessidade da interação entre componentes formais, algorítmicas e intuitivas de

um conteúdo matemático.

Nas descrições e respostas obtidas, o autor percebeu a presença de aspectos

intuitivos, remanescentes de aprendizagens anteriores, que foram trazidos à tona e

empregados sem que os sujeitos tentassem validá-los pela mobilização de aspectos

formais e algorítmicos. Sendo assim, as atividades propostas não foram suficientes

para promover a visualização das superfícies quádricas ou a interação entre as

componentes formais, algorítmicas e intuitivas envolvidas na aprendizagem deste

conteúdo. Segundo o autor, os aspectos intuitivos, frutos de aprendizagens

anteriores e fortemente enraizados, sobrepuseram-se aos demais, bloqueando

iniciativas que pudessem levar os sujeitos a buscar validações formais de suas

concepções prévias a cerca dos tratamentos e conversões dos registros utilizados

nas atividades, quais sejam, algébrico, gráfico, da língua materna e do modelo

tridimensional, no caso de superfícies quádricas de revolução.

A leitura deste trabalho contribuiu com nossas ideias por confirmar o que

Duval (1995) afirma sobre as dificuldades de conversão de uma representação, pois

segundo ele, as dificuldades de conversão estão relacionadas com o grau de não

congruência entre a representação de partida e a representação de chegada e,

segundo Mineiro (2012) talvez o excesso de variáveis didáticas presentes em seu

trabalho tenham contribuído para os resultados obtidos, pois para a maioria dos

sujeitos desta pesquisa, as atividades; embora mediadas por um modelo de

representação tridimensional concreto, não favoreceram o desenvolvimento da

visualização de superfícies quádricas que lhes permitisse entender a representação

de outras superfícies bidimensionais, por meio de suas curvas de nível.

Maia (2007), baseada nos trabalhos de Benedetti (2003), Souza (1996),

Gomes-Ferreira (1998), Castro (2000) e Pelho (2003), realizou um trabalho

complementar sobre os estudos já realizados do ensino de funções. Centrou sua

pesquisa numa abordagem baseada na construção gráfica da função quadrática

utilizando o procedimento da interpretação global das propriedades figurais por meio

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de atividades lúdicas, utilizando a curva da parábola, construída no software winplot,

para criar algumas imagens, por exemplo, a construção de um olho, uma boca, um

rosto, ou uma camisa; e como os gráficos assumem diferentes posições no sistema

cartesiano, para estes processos, a autora introduziu as noções de intervalos e de

domínio de funções. Pautou-se pela seguinte questão de pesquisa:

É possível que alunos de 8ª série do Ensino Fundamental se apropriem de processo de construção gráfica da função quadrática como um conjunto de variáveis visuais que implicam em unidades simbólicas significativas da escrita algébrica utilizando um ambiente computacional aliado ao caráter lúdico como uma das ferramentas de aprendizagem? (Maia, 2007, p. 60)

Em busca de respostas, aplicou um conjunto de atividades para alunos de

uma 8ª série do Ensino Fundamental, utilizando o software winplot, além do uso de

papel e lápis. Para a elaboração das atividades, baseou-se nas análises de alguns

livros didáticos do Ensino Fundamental e Médio; e nas pesquisas de Benedetti

(2003), sobre a utilização de softwares gráficos e no trabalho de Duval (1988), sobre

a articulação entre os registros gráficos e algébricos de funções afins. Para a

elaboração, aplicação e análise das atividades, fundamentou-se nos princípios da

Engenharia Didática (ARTIGUE, 1995), na Teoria dos Registros de Representação

Semiótica (DUVAL, 2003) e na Teoria das Situações (BROUSSEAU, 1986)

Nos livros didáticos analisados, Maia (2007) percebeu que em todos os

analisados somente a forma desenvolvida 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥² + 𝑏𝑥 + 𝑐 é apresentada,

com o uso constante de tabelas e da identificação de alguns pontos para a

construção dos gráficos, o que favorece o procedimento ponto a ponto, que Duval

(1988) aponta como problemático, em contrapartida ao tratamento global, que pode

favorecer a visualização. Ainda com relação ao uso de alguns pontos, Maia (2007)

comenta que pode tornar um trabalho impreciso, pois são utilizados apenas valores

inteiros, que podem não dar informações relevantes para o traçado do gráfico de

funções quadráticas que têm como raízes, por exemplo, números não inteiros.

Os resultados obtidos levaram a autora a concluir que ouve um avanço por

parte dos alunos, na apreensão do conceito de função quadrática, propiciado pela

compreensão das variáveis visuais do gráfico e das unidades simbólicas das

expressões algébricas e que são significativas das representações, bem como da

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articulação entre elas. Segundo a pesquisadora, a utilização de uma ferramenta

computacional favoreceu a manipulação da representação gráfica de maneira mais

rápida do que a utilização de papel e lápis, permitindo que o aluno fizesse

simulações, em busca do resultado procurado, desenvolvendo a capacidade de

fazer previsões e criticar resultados.

Segundo Maia (2007), os avanços na apreensão do conceito de função

quadrática podem estar relacionados ao “livre arbítrio” dado aos sujeitos para

manipularem, com o software winplot, as variáveis visuais e as unidades simbólicas

significativas das representações algébricas, exibidas pelo software, dinamicidade

que os livros didáticos não permitem, aliada ao fato de explorarem tabelas e

equações prontas.

Em busca de pesquisas que trouxessem à tona a importância das variáveis

visuais no processo de conversão de representações semióticas, identificamo-nos

com a de Maia por mostrar a importância do conhecimento dessas variáveis como

pré-requisitos importantes para a aprendizagem da conversão. Outro fato que nos

chamou a atenção foram as considerações feitas acerca dos livros didáticos

analisados, os quais, segundo a pesquisadora, privilegiaram apenas um sentido da

conversão. Esperamos trazer à tona, após a análise dos protocolos de nosso

diagnóstico resultados que reforçam ou não esse fato, pois colocamos todos os

sentidos da conversão, com o intuito de diagnosticar as dificuldades de

aprendizagem da Cônica elipse.

Silva (2011) apresentou a um grupo de professores da rede pública do

Estado de São Paulo atividades complementares ao material de apoio chamado

“caderninho” (2009), fornecido pela Secretaria da Educação do Estado de São

Paulo, procurando abordar aspectos menos discutidos pelo currículo, sobre as

secções cônicas. Segundo a autora, as atividades prescritas nos cadernos do

professor pressupõem o desenvolvimento das atividades apenas com lousa e giz, o

que talvez faça com que, só com o uso dessas tecnologias, os alunos não consigam

visualizar todas as características do objeto. Para testar se isto ocorre, elaborou oito

atividades, seguindo as orientações do material destinado aos professores, para o

uso de tecnologia digital e softwares de matemática dinâmica. As atividades foram

apresentadas aos professores e desenvolvidas em um curso de formação oferecido

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por uma universidade particular de São Paulo, no qual o pesquisador ficou

responsável por ministrar as aulas das secções cônicas.

A pesquisa mostrou que um tema antigo como secções cônicas, que tem uma

história milenar, é considerado um assunto complexo pelos professores e que a

sugestão de atividades não é suficiente para que estas cheguem aos alunos em sala

de aula. Para Silva (2011), a mera reprodução de passos de um roteiro, sem que

seja adaptado ao nível intelectual dos alunos, pode impedir o processo de mediação

entre professor e aluno, que permite a construção do conhecimento por abstração. O

pesquisador chama a atenção para o conhecimento do professor, considerando

positiva a iniciativa da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo em criar um

currículo único para o Estado, pois isso coloca diferentes formas de trabalho para

uma mesma noção matemática; mas que, um acompanhamento massivo de

formação de professores se faz necessário, para que os mesmos possam dividir

suas práticas de ensino e refletir sobre elas, como foi o caso das oficinas propostas

por ele.

O trabalho de Silva (2011) reforça nossa convicção sobre a necessidade de

utilização do Currículo Oficial do Estado de São Paulo (2011), representado pelos

cadernos do aluno e do professor e do livro didático, que do nosso ponto de vista,

corroboraram, quando usado pelo professor, para a institucionalização dos

conteúdos de Geometria Analítica.

Paula (2011) desenvolveu uma pesquisa com o objetivo de investigar a

mobilização e a articulação de conceitos de Geometria Plana e de Álgebra em

estudos de Geometria Analítica por alunos de um curso de Licenciatura em

Matemática. A pesquisa pautou-se na questão: “Como conceitos da Geometria

Plana e da Álgebra são mobilizados e articulados em estudos da Geometria

Analítica por alunos de um curso de Licenciatura em Matemática?” Em busca de

respostas elaborou e aplicou um conjunto de atividades, baseado nos princípios

metodológicos da engenharia didática (ARTIGUE, 1996), para quatro alunos de um

curso de Licenciatura em Matemática utilizando o software Grafeq, além do papel e

lápis.

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Um dos propósitos da pesquisa de Paula (2011) foi trabalhar com os quadros

geométrico, algébrico e geométrico analítico, ou seja, tratar algebricamente

problemas geométricos e vice-versa, possibilitando a conversão do registro algébrico

para o geométrico assim como do registro geométrico para o algébrico. Segundo

Paula (2011)

propomos provocar mudanças de quadros em estudos da Geometria Analítica. Entretanto, nosso objetivo não é estudar os quadros e as mudanças de quadros. Objetivamos investigar a mobilização e articulação dos conceitos envolvidos nesse processo. Para isso utilizaremos o estudo dos Registros de Representação Semiótica de Duval (2003).(Paula, 2003, p. 18)

Os resultados obtidos apontam que os estudantes apresentam dificuldades

tanto no tratamento quanto na conversão entre registros e Paula (2011) considera

que

de forma geral, observamos que os alunos não apresentaram muitas dificuldades relacionadas aos conceitos de geometria, e sim para reconhecer e tratar, por exemplo, a equação de uma elipse. Em outras palavras, essa dificuldade pode ser traduzida como uma dificuldade de conversão do registro algébrico para o gráfico (Paula, 2011, p. 168).

As conclusões da pesquisa de Paula (2011) reforçam nossas inquietações

para diagnosticar dificuldades de aprendizagem da cônica elipses no Ensino Médio,

percebidas em nossos alunos do Ensino Médio dificuldades para efetuarem

conversões entre os registros algébrico, gráficos e da língua materna, e por

estarmos convencidos que estas dificuldades podem interferir em estudos

posteriores, apontados por Piza (2009) o que é reforçado pelas conclusões da

pesquisa de Paula (2011), pois as dificuldades dos alunos no Ensino Superior

podem ser reflexo da aprendizagem da Geometria Analítica no Ensino Médio.

Costa (2010) investigou a seguinte questão: “Em que medida os fatores de

não congruência influenciam na conversão da língua materna para a escrita

algébrica, em problemas envolvendo equações do primeiro grau?”. Para responder a

esta questão, o autor baseou-se na Teoria dos Registros de Representação

Semiótica de Duval (1995) e elaborou oito problemas com variações diferentes

relacionadas aos fatores de não congruência de modo que fosse possível investigar

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a influência desses fatores na conversão e os aplicou a uma turma de oitavo ano de

uma escola privada da cidade do Recife.

Costa (2010) verificou como cada um dos três fatores de congruência -

correspondência semântica das unidades significativas; univocidade semântica

terminal; e conservação da ordem das unidades na conversão - influencia na

conversão da escrita materna para a algébrica nos problemas escolhidos por ele.

Para a análise didática das questões, elaborou um quadro para destacar se a

questão conserva ou não conserva as sete variáveis didáticas consideradas pelo

autor para análise, quais sejam,

[...] correspondência semântica, ordem das unidades de significado, univocidade semântica terminal, correspondência semântica e ordem das unidades de significado, correspondência semântica e univocidade semântica terminal, ordem das unidades de significado e ordem das unidades de significado, Correspondência semântica, ordem das unidades de significado e univocidade semântica terminal (Costa, 2010, p. 41).

Os resultados apontaram que os sujeitos sentem dificuldade para converter

as equações da escrita materna para a algébrica quando os três fatores estão

presentes na questão e o fator de não congruência foi o que mais contribuiu para o

insucesso da conversão.

Para Costa (2010), a pesquisa confirmou o que dizia a teoria, com respeito à

dificuldade do sujeito em representar o objeto em dois registros diferentes, quando a

conversão num sentido é totalmente não congruente, fato esse percebido na análise

das questões que não conservam nenhum fator de congruência e a representação

de partida não transparece na representação de chegada, o que levou os sujeitos a

não perceberem o mesmo objeto nas duas representações.

Vimos que, nesse trabalho, o sentido da conversão foi único e que quando os

três fatores da conversão estão presentes no problema, o sucesso na conversão

aumenta; e quando não estão presentes todos os fatores da congruência no

problema, as dificuldades para a conversão aumentam pelo fato de algumas

unidades significativas não serem visualizadas na escrita materna, contribuindo para

o insucesso da conversão.

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Flores e Moretti (2008) analisam o papel dos registros de representação

semiótica e a congruência semântica entre diferentes registros semióticos, por meio

de exemplos utilizados na sala de aula, tanto para a aprendizagem de Matemática

como para a de Física.

Segundo Flores e Moretti (2008), a contribuição fundamental de Duval para a

pesquisa em Educação Matemática está em afirmar que não se deve confundir um

objeto com o conteúdo de uma representação desse objeto. Para que isso não

ocorra, Duval (1995) afirma que é necessário dispor de, ao menos, dois sistemas de

representação, de modo que sejam percebidas como representantes do mesmo

objeto. Os autores citam como exemplo o objeto matemático função

esta pode ter um registro de representação lingüística (função linear), um registro de representação simbólica (y = x ou f (x) = x), ou ainda, um registro de representação gráfica (o desenho do gráfico da função real f (x) = x)(Flores e Moretti, 2008, p. 3).

Para estes autores, a atividade de conversão entre registros pode apresentar

dificuldades importantes para os alunos, por causa da ausência de congruência

semântica entre as representações de um mesmo objeto em registros semióticos

diferentes. Segundo eles, para superar essas ausências de congruência é preciso

analisar os elementos semióticos em termos de unidades significativas, bem como

as eventuais falhas de correspondência entre estas unidades.

As considerações acerca dos fenômenos de congruência desenvolvem-se a

partir dos tratamentos e das conversões, realizados com as técnicas de resolução

da função modular, do cálculo de limites, das variáveis visuais da representação

gráfica da velocidade escalar média e dos tratamentos acerca das escalas

termométricas Fahrenheit e Celsius. As discussões levaram os pesquisadores a

notarem que a possibilidade de congruência entre os registros semióticos contribui

tanto para uma aprendizagem com menos custo cognitivo, assim como para a

criação de novos conhecimentos.

Segundo Flores e Moretti (2008), a transposição da noção de registro

semiótico para a didática da Física é bastante pertinente, uma vez que as atividades

de Física em sala de aula levam em conta diversos registros semióticos, entre eles o

registro da língua materna, o registro gráfico e o registro numérico; e ainda um

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registro analítico, que pode ser confundido com o registro algébrico, para a

Matemática.

Concordamos com Costa (2010) e com Flores e Moretti (2008), quando

escrevem que a atividade matemática é pautada pela diversidade de representações

semióticas, podendo um mesmo objeto matemático contar com diferentes registros,

o que implica na possibilidade de se aplicar tratamentos diversos para cada

conversão. Estes fatos muitas vezes não são levados em consideração no ensino

em sala de aula, pois tende-se a privilegiar um sentido da conversão, na idéia de

que a volta seria automática. Em nossa pesquisa, para o objeto elipse, privilegiamos

ambos os sentidos da conversão, ou seja, da representação gráfica para a

representação algébrica e vice-versa, da língua materna para a representação

gráfica e vice-versa, da língua materna para a representação algébrica e vice versa.

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CAPÍTULO 4: A PESQUISA

4.1 CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS

Para atingir os objetivos propostos e buscar respostas às questões de

pesquisa, aplicamos um questionário diagnóstico (ver Anexo 4, p.183) para 28

alunos da 3ª série do Ensino Médio (16-18 anos de idade) de duas turmas do

período matutino de uma escola pública da Rede Estadual de Ensino da Cidade de

Caieiras, localizada na região metropolitana de São Paulo, no horário das aulas de

Matemática de um colega, que se dispôs a aplicar o questionário. O Diretor da

Escola concordou com nossa pesquisa e assinou o termo de concordância (ver

Anexo 1).

Como os alunos não são maiores de idade, receberam o Termo de

Compromisso Livre e Esclarecido (TCLE, ver Anexo 2) antes da aplicação do

questionário e só serão considerados para análise os protocolos daqueles que

trouxeram o TCLE assinado pelo pai ou responsável. No início da aplicação do

questionário, demos aos alunos os objetivos da pesquisa e explicamos que as

respostas não seriam consideradas para qualquer tipo de nota ou avaliação e que

não precisariam se preocupar com certo ou errado. O importante é que coloquem as

explicações pedidas para as resoluções dadas. Informamos também que, ao final da

pesquisa, procuraremos trazer para eles os resultados obtidos.

Como talvez sejam necessárias entrevistas reflexivas individuais para elucidar

dúvidas de texto, pedimos aos alunos que coloquem, nos protocolos, um apelido de

livre escolha.

Os protocolos analisados serão mantidos por este pesquisador apenas para

efeito de análise dos dados necessários para esta dissertação e eventuais

publicações futuras, em revistas da área de Educação Matemática.

O questionário diagnóstico, individual, é composto de 6 questões (ver Anexo

3) e foi aplicado individualmente em duas etapas, com o intuito de possibilitar ao

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aluno desenvolver as questões com mais riqueza de detalhes. Cada etapa teve uma

hora e quarenta minutos de duração e foi aplicado pelo professor regente da classe

e por mim. Na primeira etapa, os participantes responderam os itens 1, 2 e 3, e na

segunda etapa responderão os itens 4,5 e 6.

4.2 ANÁLISE DIDÁTICA DO QUESTIONÁRIO DIAGNÓSTICO

Segundo Duval (2013), as dificuldades de compreensão na aprendizagem de

Matemática não estão só relacionadas aos conceitos, mas às conversões das

representações semióticas utilizadas e o uso “confuso” que fazem delas, ou seja, é

preciso que tracemos esquemas para ensinar nossos alunos um conteúdo sem

agregar a ele outras variáveis que talvez não sirvam para o objetivo final. Assim, ao

elaborarmos este diagnóstico evitamos o uso de muitas variáveis para que os

sujeitos não perdessem o foco do que cada questão propõe que façam.

Outro fato que nos levou a refletir quais tipos de variáveis seriam apropriadas

para o nosso diagnóstico foram as prescrições do Currículo Oficial do Estado de São

Paulo (2012) acerca das habilidades e competências que os sujeitos devem

desenvolver após a passagem pelo ensino da Geometria Analítica. Para o objeto

cônicas, esse Currículo recomenda que os alunos saibam identificar as equações

algébricas das cônicas na forma reduzida e identifiquem as propriedades

características dos gráficos destas, com centro na origem e eixos de simetria

paralelos aos eixos coordenados. Isto significa que o professor deve trabalhar, em

sala de aula, pelo menos com os registros algébrico e gráfico e a conversão de um

para outro. Defendemos ainda o uso do registro na língua materna porque

consideramos importantes para a comunicação em Matemática e da passagem

deste para o registro algébrico e/ou registro gráfico com as respectivas conversões.

Para verificar como essas recomendações podem ser usadas em sala de

aula, analisamos os tipos de tarefas do Caderno do Aluno e do Professor, do projeto

São Paulo Faz Escola e ainda do livro didático adotado pela escola, indicado pelo

Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) de 2012 e do Ministério da Educação e

verificamos que estas, no caso das cônicas, estão de acordo com os pressupostos

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do Currículo e tanto o caderno do aluno quanto o livro didático apresentam o gráfico

da elipse com o centro na origem, eixos de simetria paralelos aos eixos coordenados

e equação reduzida do tipo 𝑥²

𝑎²+

𝑦²

𝑏²= 1 ou

𝑥²

𝑏²+

𝑦²

𝑎²= 1.

De acordo com esses pressupostos, colocamos questões sobre as elipses,

sempre com o centro na origem, eixos paralelos aos eixos coordenados e utilizamos

a equação reduzida com os focos ou no eixo 𝑂𝑥 ou no eixo 𝑂𝑦. Para não introduzir

mais dificuldades didáticas, utilizamos apenas semieixos medindo 2 e 3 para as

constantes 𝑎 e 𝑏, que aparecem na equação e que representam o semieixo maior e

o semieixo menor da elipse. Utilizamos números inteiros pelo fato do professor das

turmas que aplicaremos o diagnóstico ter trabalhado o ensino das cônicas apenas

com números inteiros. Com essas escolhas, as equações reduzidas do diagnóstico,

em geral, são do tipo 𝑥²

𝑎²+

𝑦²

𝑏²= 1 quando o eixo maior estiver localizado no eixo 0𝑥 e

𝑥²

𝑏²+

𝑦²

𝑎²= 1 quando o eixo maior estiver localizado no eixo 0𝑦.

Assim, com este diagnóstico pretendemos verificar se os sujeitos de nossa

pesquisa, após passarem pelo estudo das elipses, mostram ter aprendido a

conversão entre:

os registros gráfico e algébrico;

os registros gráfico e em língua materna;

os registros em língua materna e algébrico.

Apresentamos, nos próximos parágrafos, as questões que serão aplicadas e

uma análise didática das mesmas, baseada na nossa fundamentação teórica, com

os objetivos, respostas possíveis, tanto certas como erradas e uma justificativa para

nossas escolhas.

QUESTÃO 1

Indique qual é a expressão algébrica correspondente à representação gráfica.

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Queremos verificar se os sujeitos conseguem identificar as unidades

significativas do registro gráfico para fazer a correspondência correta com o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐,

e verificar através das avaliações dos sujeitos se justificam porque os demais itens

não estão de acordo com a representação gráfica.

De acordo com o nosso objetivo de pesquisa, esperamos que os sujeitos

expressem o raciocínio que desenvolveram para escolher a resposta dada, seja por

cálculos algébricos ou qualquer outro esquema que utilizarem no momento da

visualização do gráfico, para que possamos perceber se houve ou não

aprendizagem da conversão entre o registro gráfico e o algébrico. Apresentamos,

para cada um dos itens da questão 1, uma análise didática das possíveis

justificativas, para escolhas certas ou erradas e deixamos em evidência a

possibilidade de que os possíveis rascunhos deixados no diagnóstico podem trazer

à tona fatos novos da aprendizagem do objeto em pesquisa.

No 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 esperamos que façam a leitura das unidades significativas

explícitas na representação gráfica - eixo maior mede 6 unidades e está localizado

no eixo 0𝑦 o - eixo menor mede 4 unidades e está localizado no eixo 0𝑥 – as

coordenadas dos focos estão localizados no eixo 0𝑦 o que reforça a posição do eixo

maior, acreditamos que não consigam de imediato identificar os valores das

coordenadas dos focos, mas devem perceber que estão próximos de 5

2 ou -

5

2 .

Se identificarem as unidades significativas do gráfico corretamente, poderão

fazer uma conversão congruente, por meio da associação das unidades

significativas explícitas no gráfico diretamente com as unidades significativas

explícitas na equação reduzida 𝑥²

4+

𝑦²

9= 1, ou seja, devem fazer a correspondência

dos denominadores 𝑎² e 𝑏² com as variáveis 𝑥² e 𝑦². Para tanto, devem observar no

gráfico que os vértices do eixo maior são 𝐴1 (0, 3), 𝐴2(0, -3) e os vértices do eixo

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menor 𝐵1(2, 0), 𝐵2(-2, 0) e, portanto, que os denominadores são 𝑎² igual a 9,

localizado abaixo da variável 𝑥 e 𝑏² igual a 4, localizado abaixo da variável 𝑦. Se

expressarem os raciocínios acima, esperamos que eliminem o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 partindo do

princípio de que se o eixo maior está localizado no eixo 0𝑦, o maior denominador é

9, e deve estar no denominador da variável 𝑦² e não da variável 𝑥².

Outro esquema que pode ser desenvolvido para a validação do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 por

algum sujeito é a simetria da elipse em relação aos eixos, ou seja, se o eixo maior

mede 6 unidades logo o valor da constante 𝑎 é 3 e o denominador 𝑎² é 9 e se o eixo

menor mede 4, logo a constante 𝑏 é 2 e o denominador 𝑏² é 4; portanto, se usarem

este raciocínio, esperamos que descartem este item ao perceberem que o maior

valor 9 que é o denominador 𝑎², deve ficar abaixo da variável y² e não da variável 𝑥²

como está explícito na equação reduzida do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎.

Esperamos que, para verificarem se a expressão algébrica do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏

corresponde à representação gráfica, desenvolvam um dos raciocínios explicitados

no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 para verificar a localização dos denominadores 𝑎² e 𝑏². Quanto ao sinal,

esperamos que lembrem e até escrevam que a equação reduzida da elipse pode ser

do tipo 𝑥²

𝑎² +

𝑦²

𝑏² = 1, quando o eixo maior da elipse pertencer ao eixo 0𝑥 e do tipo

𝑥²

𝑏²+

𝑦²

𝑎²= 1, quando o eixo maior da elipse pertencer ao eixo 0𝑦 com os sinais das

constantes iguais para que o lugar geométrico seja uma elipse. Quando os sinais

são opostos, trata-se de uma hipérbole, que é o caso deste item. Assim, esperamos

que os sujeitos reflitam sobre estas unidades significativas da expressão algébrica e

descartem o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏.

Esperamos que desenvolvam um dos raciocínios expressos no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 para a

escolha correta que é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐. Os sujeitos devem descartar o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑑, pois

considerando que na expressão algébrica de uma elipse deve sempre aparecer 𝑥² e

𝑦², como a variável 𝑦 não está elevada ao quadrado, mas 𝑥 está, esta não é uma

equação reduzida da elipse, porém de uma parábola.

Devem descartar o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑒, pois se partirem do fato que a equação

apresentada mostra uma soma de quadrados igualada a 0, o que, do ponto de vista

algébrico e geométrico, representa um único ponto no plano e não uma elipse.

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QUESTÃO 2

Indique qual é a representação gráfica correspondente à expressão algébrica:

Na questão anterior, solicitamos aos sujeitos que fizessem a correspondência

entre uma representação gráfica dada e sua respectiva expressão algébrica. Nesta

pedimos que façam a correspondência inversa, ou seja, indicar qual é a

representação gráfica correspondente à expressão algébrica dada.

Esperamos que a análise das eventuais respostas nos permita verificar se os

sujeitos conseguem extrair da representação gráfica as variáveis visuais para

associar as unidades significativas da expressão algébrica para assim escolher o

gráfico correspondente.

Para todos os itens desta questão, supomos que os sujeitos primeiro irão

fazer uma leitura das características visuais explícitas no gráfico para em seguida as

associarem às unidades significativas da equação reduzida. Por exemplo, para o

gráfico do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎, os sujeitos têm uma elipse com centro na origem, o eixo maior tem

comprimento de 6 unidades, localizado no eixo 0𝑥, o eixo menor tem comprimento

de 4 unidades e está localizado no eixo 0𝑦, descrições que correspondem com a

equação reduzida dada.

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Partindo dessas características visuais os sujeitos podem avaliar por meio

das unidades significativas a equação representante de cada gráfico e escolher a

resposta a ser dada. Por exemplo, para o gráfico do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 o sujeito pode identificar

de imediato as coordenadas das extremidades do eixo maior e menor, explícitas na

representação gráfica [𝐴1 = (3, 0), 𝐴2 = (−3, 0) e 𝐵1 = (0, 2) e 𝐵2 = (0, −2)]. Diante

desses dados, o valor da constante 𝑎 é 3, logo o valor do denominador 𝑎² é 9 e o

valor da constante 𝑏 é 2, logo o valor do denominador 𝑏² é 4. Com estes valores, os

sujeitos que desenvolveram conceitos básicos da elipse devem lembrar que se o

eixo maior está em 0𝑥, logo o denominador 𝑎² deve ficar abaixo da variável 𝑥², e o

menor denominador 𝑏² abaixo da variável 𝑦², portanto a equação reduzida é do tipo

𝑥²

9 +

𝑦²

4 = 1.

Outro esquema possível que pode ser expresso por algum dos sujeitos para

verificar a equação representante do registro gráfico é utilizar a ideia de simetria dos

eixos da elipse, ou seja, se o eixo maior mede 6 unidades, o valor da constante 𝑎 é

3 e o denominador 𝑎² é 9, se o eixo menor mede 4, a constante 𝑏 é 2 e o

denominador 𝑏² é 4. Com este raciocínio, descartam a necessidade de chegarem

aos denominadores por meio do calculo dos vértices, ou seja, para acharem o valor

dos denominadores 𝑎² e 𝑏² precisariam achar primeiro as coordenadas dos vértices

de 𝐴1(3, 0), 𝐴2( -3, 0), 𝐵1(0, 2) e 𝐵2(0, -2) e depois expressariam o raciocínio de que

o valor da constante 𝑎 é 3 e o denominador 𝑎² é 9 e a constante 𝑏 é 2 e o

denominador 𝑏² é 4.

Esperamos que os sujeitos utilizem os mesmos argumentos para a análise

dos demais itens desta questão, tanto para a escolha como para a eliminação de

cada um deles.

QUESTÃO 3

Indique qual é a descrição correspondente à representação gráfica

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Esta questão é composta por duas elipses, uma com o eixo maior no eixo das

ordenadas e a outra com eixo maior no eixo das abscissas e em ambas colocamos

os focos. Como a posição que a elipse ocupa no sistema cartesiano é uma variável

visual composta de unidades significativas que só são percebidas quando o sujeito

desenvolve a visualização, fizemos esta escolha das posições dos eixos para

verificar se conseguem perceber que quando o eixo maior está sobre o eixo 0𝑦 a

equação reduzida é do tipo 𝑥²

𝑏² +

𝑦²

𝑎² = 1 e quando o eixo maior está sobre no eixo 0𝑥 a

equação reduzida é do tipo 𝑥²

𝑎² +

𝑦²

𝑏² = 1.

Entendemos que se trata de uma conversão congruente e esperamos que

decidam quais são as unidades significativas que interessam para esta conversão: a

medida do eixo maior de comprimento 6 unidades, localizado no eixo 0𝑦, e a medida

do eixo menor de comprimento 4, localizado no eixo 0𝑥. Quanto aos focos, na

verdade não são necessários, pois está visualmente explícito que os vértices do eixo

maior estão no eixo 0𝑦 e que se trata de uma elipse. Um raciocínio envolvendo os

focos seria necessário se não houvesse a informação que se trata de uma elipse ou

esta se aproximasse de uma circunferência, quando entrariam em jogo

características visuais incertas sobre a localização do eixo maior, o que só seria

possível com a informação sobre em qual dos eixos do sistema cartesiano estão os

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focos. Assim, esperamos que para a escolha dos itens corretos utilizem as

características visuais da representação gráfica.

Não podemos descartar a possibilidade de que verifiquem se as coordenadas

dos focos condizem com o valor dado nos itens, pois se observarem na

representação gráfica perceberão que os valores das coordenadas dos focos estão

próximos de 5

2 ou -

5

2 e talvez para alguns o valor √5 incomode e para outros, isso

pode não incomodar, pois uma vez que extraiam a raiz quadrada aproximada verão

que o valor é aproximadamente 2,24; portanto, não podemos descartar a

possibilidade de verificarem as coordenadas dos focos e para isso, efetuarem o

cálculo partindo do esquema de um triângulo retângulo de vértices 𝐹1, 𝐵1 e C(0,0),

de catetos 𝑏 e 𝑐 e hipotenusa 𝑎.

As características visuais explícitas no gráfico como o comprimento dos eixos

maior e menor ou os vértices da elipse, podem fazer com que expressem um

raciocínio numérico para achar o valor das constantes 𝑎 e 𝑏. Desta forma, poderão

identificar o valor da constante 𝑎 que é 3 e o valor da constante 𝑏 que é 2. Com

estes valores, esperamos que usem o teorema de Pitágoras 𝑎² = 𝑏² + 𝑐² para

efetuar o cálculo e achar o valor da constante 𝑐, como por exemplo , após um

tratamento da relação 𝑎² = 𝑏² + 𝑐² chegarem à relação c = √𝑎² − 𝑏² .

QUESTÃO 4

Para cada descrição esboce um gráfico:

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Para a conversão do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎, esperávamos que os sujeitos percebessem que é

preciso determinar os dois vértices do eixo menor, a partir dos vértices do eixo maior

𝐴1(0 , 3), 𝐴2(0, −3) e do comprimento do eixo menor. Como os vértices do eixo maior

estão sobre o eixo 0𝑦 e o centro é a origem, os vértices do eixo menor estão sobre o

eixo 0𝑥, em pontos simétricos em relação à origem; portanto, as extremidades do

eixo menor são 𝐵1(0, 2) e 𝐵2( 0, − 2). Determinados os quatro vértices, ficam bem

estabelecidas as características visuais necessárias para que façam a conversão

entre o registro em língua materna e o gráfico e esbocem o gráfico de uma elipse

com centro na origem; eixo maior sobre o eixo 0𝑦, medindo 6 unidades de

comprimento; e eixo menor sobre o eixo 0𝑥, medindo 4 unidades de comprimento.

No 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏, esperávamos que desenvolvessem raciocínio semelhante ao do

𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎, pois damos os vértices do eixo menor, que está sobre o eixo 0𝑦 e os sujeitos

precisam calcular os vértices do eixo maior, que está sobre o eixo 0𝑥, a partir da

informação de que o comprimento do eixo maior é igual a 6.

Podemos dizer que as conversões exigidas não são do tipo congruente, pois

os sujeitos precisam fazer um tratamento das características dadas pelo texto em

língua materna (comprimento de um dos eixos) para chegar à resposta procurada.

De qualquer forma, supusemos tratar-se de uma conversão com baixo grau de

dificuldade, pois em cada item trata-se de uma elipse com eixos sobre os eixos

coordenados e centro na origem, apenas que para o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 trata-se de uma elipse

com eixo maior sobre 0𝑦 e para o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏, com eixo menor sobre 0𝑥.

Para deixar claros nossos objetivos com essa questão, elaboramos um quadro

que expressa às interpretações esperadas dos sujeitos quando leem o texto dado.

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Quadro 8:Interpretação esperada das unidades significativas quando são dadas em língua materna. Descrição em língua

materna Interpretação esperada do texto Raciocínio esperado durante a

conversão

Elipse com centro em (0, 0)

O centro da elipse está na origem do sistema de coordenadas cartesianas.

O gráfico deve ser do tipo

Extremidades do eixo maior 𝐴1(0, 3) e 𝐴2(0, -3)

O eixo maior da elipse está sobre o eixo 0𝑦; o menor, sobre o eixo 0𝑥 e

o valor do denominador 𝑦² é 3².

Extremidades do eixo menor 𝐵1(0, 2) e 𝐵2(0, -2)

O eixo menor da elipse está sobre o eixo 0𝑦; o maior, sobre o eixo 0𝑥 e

o valor do denominador 𝑥² é 2².

Coordenadas dos focos

𝐹1(0, √5) e 𝐹2(0, -√5)

O eixo maior da elipse está sobre o eixo 0𝑦, o eixo menor, sobre o eixo

0𝑥 e o valor da constante 𝑐 é √5.

O comprimento do eixo maior igual a 6

O valor da constante 𝑎 é 3

Fonte: Elaborado pelo autor.

QUESTÃO 5

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Determine uma equação reduzida para cada descrição abaixo:

A equação representante da elipse descrita em língua materna no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 é

do tipo 𝑥²

𝑏² +

𝑦²

𝑎² = 1 e estão explícitas no texto três unidades significativas, quais sejam:

as coordenadas do centro; as coordenadas das extremidades do eixo maior A1 e A2;

e as coordenadas dos focos 𝐹1e 𝐹2. Como o centro da elipse está na origem do

sistema de coordenadas cartesianas, o sujeito, para efetuar a conversão, precisa do

valor das constantes 𝑎 e b; e a descrição fornece as constantes 𝑎 e 𝑐. Esperávamos

que o sujeito percebesse estes fatos e utilizasse a relação de Pitágoras 𝑎² = 𝑏² +

𝑐² para achar o valor da constante 𝑏.

No item b, a equação da elipse descrita em língua materna é do tipo 𝑥²

𝑎² +

𝑦²

𝑏² = 1

e o texto fornece: as coordenadas do centro; as coordenadas das extremidades do

eixo menor 𝐵1 e 𝐵2; e o comprimento do eixo maior; portanto, o texto fornece o valor

das constantes 𝑎 e 𝑏, unidades significativas necessárias para efetuar a conversão

proposta. O valor da constante 𝑏 está explícito, é 2, mas o valor da constante 𝑎 não.

Fato que remete o sujeito a utilizar a ideia de simetria para achar o valor da

constante 𝑎. As conversões exigidas não são do tipo congruente, pois o sujeito

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precisa fazer um tratamento das unidades significativas dadas pelo texto para depois

associá-las às unidades significativas da expressão algébrica; por exemplo, dado o

comprimento do eixo menor de uma elipse o sujeito precisa fazer um tratamento

para descobrir o valor da constante 𝑏 e depois associá-la a um dos denominadores

da equação reduzida.

Supusemos tratar-se de uma conversão com baixo grau de dificuldade, pois

em cada item a elipse tem eixos sobre os eixos coordenados e centro na origem, o

que diminui a quantidade de variáveis significativas da expressão algébrica.

Para deixar claros nossos objetivos com essa questão, elaboramos um

quadro que expressa às interpretações esperadas dos sujeitos quando leem as

descrições dadas.

Quadro 9: Interpretação esperada das unidades significativas quando são dadas em língua materna.

Descrição em

língua materna

Interpretação esperada do

texto

Raciocínio esperado durante a

conversão

Elipse com centro em (0, 0)

O centro da elipse está na origem do sistema de coordenadas cartesianas.

A equação reduzida deve ser do tipo 𝑥²

𝑎² +

𝑦²

𝑏² = 1 ou

𝑥²

𝑏² +

𝑦²

𝑎² = 1

Extremidades do eixo maior 𝐴1(0, 3)

e 𝐴2(0, -3)

O eixo maior da elipse está sobre o eixo 0𝑦, o eixo menor, sobre o

eixo 0𝑥 e o valor do denominador

𝑥² é 3é.

A equação reduzida é do tipo 𝑥²

𝑏² +

𝑦²

𝑎² = 1

Extremidades do eixo menor 𝐵1(0, 2) e 𝐵2(0, -2)

O eixo menor da elipse está sobre o eixo 0𝑦, o eixo maior, sobre o eixo 0𝑥 e o valor do

denominador 𝑦² é 2é.

A equação reduzida é do tipo 𝑥²

𝑎² +

𝑦²

𝑏² = 1

Coordenadas dos

focos 𝐹1(0, √5) e

𝐹2(0, -√5)

O eixo maior da elipse está sobre o eixo 0𝑦, o eixo menor, sobre o

eixo 0𝑥 e o valor da constante 𝑐 é

√5.

A equação reduzida é do tipo 𝑥²

𝑏² +

𝑦²

𝑎² = 1

O comprimento do eixo maior igual a 6

O valor da constante 𝑎 é 3

QUESTÃO 6

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Se você descrevesse as expressões algébricas dadas na tabela para outra pessoa

que não estivesse enxergando as expressões algébricas, como você as descreveria

Mudamos o valor dos denominadores da equação reduzida desta questão

por imaginar que poderiam usar os dados das questões 4 e 5 para respondê-la e, se

assim fosse, não saberíamos analisar se fizeram de fato a conversão. Assim,

queremos verificar como os sujeitos descrevem em língua materna os dois itens e

como consideram as unidades significativas da equação reduzida. Os sujeitos que

desenvolveram a aprendizagem da elipse devem visualizar as características da

equação reduzida, que é do tipo 𝑥²

𝑎² +

𝑦²

𝑏² = 1; sendo assim, devem expressar o

raciocínio de que para equações deste tipo o centro da elipse é na origem do

sistema cartesiano e que, para o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎, a elipse possui eixo maior de comprimento

igual a 8 sobre o eixo 𝑂𝑥 e eixo menor de comprimento 6 sobre o eixo 0𝑦. Para o

𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏, esperamos que desenvolvam o mesmo raciocínio do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e devem ficar

atentos apenas à mudança dos semieixos.

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CAPÍTULO 5: ANÁLISE DOS RESULTADOS

Neste capítulo, no primeiro parágrafo, damos uma tabela com os resultados

gerais dos protocolos, que elaboramos antes de iniciar a análise fina, por aluno e por

questão, para termos uma noção prévia dos resultados, com relação à coluna

“Expresse seu raciocínio” e ao número de acertos e erros em cada um dos itens das

6 questões propostas.

No segundo parágrafo, apresentamos nossa análise por aluno e por questão,

quase todas acompanhadas por trechos tirados dos protocolos dos alunos, com

nossas reflexões sob o ponto de vista da teoria dos Registros de Representação

Semiótica (DUVAL, 1995, 2013).

No terceiro e último parágrafo, analisamos as questões propostas, à luz dos

resultados observados na análise por aluno e por questão, como uma forma de

mostrar, a quem se interessar por aplicar questões semelhantes, quais as

modificações que sentimos necessárias, tanto no texto, como nas escolhas

numéricas ou na disposição das questões no todo do questionário.

5.1 VISÃO GERAL DOS RESULTADOS

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Tabela 1: Análise geral dos protocolos

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Na

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193

Tabela 1, colocamos as 6 questões do questionário, acompanhadas do

sentido de conversão esperado (por exemplo, A → G significa que a conversão

esperada era do registro algébrico para o registro gráfico), dos itens respectivos e de

uma coluna, “Rac”, na qual indicamos se o aluno expressou, ou não, o raciocínio

feito naquele item e naquela questão.

Dessa tabela, e sem entrar no mérito de qualidade, podemos verificar

imediatamente que apenas 2 alunos (dos 28 presentes) expressaram o raciocínio

em todos os itens, o que nos remete a refletir sobre o tipo de cobrança que tem sido

feito, ou não, em sala de aula de Matemática, sobre a necessidade de ver a

Matemática não só como uma forma de aplicar técnicas e dar respostas, mas

também, e principalmente, como uma forma de raciocínio estruturado e coerente,

que pode ser “transportado” para qualquer atividade humana.

5. 2 ANÁLISE DO DIAGNÓSTICO POR ALUNO

Neste parágrafo, colocamos nossa análise, por aluno e por questão, extraída

dos protocolos obtidos, sempre à luz das ideias da Teoria dos Registros de

Representações Semióticas (DUVAL, 2005, 2013), que adotamos como

fundamentação teórica para a elaboração e análise do questionário diagnóstico e,

com a qual, pretendemos dar resposta às nossas questões de pesquisa, quais

sejam: 1. Alunos de 3ª série do Ensino Médio mostram ter aprendido a conversão

entre os registros gráfico e algébrico no caso das elipses?; 2. Alunos de 3ª série do

Ensino Médio mostram ter aprendido a conversão entre os registros gráfico e da

língua materna no caso das elipses?; 3. Alunos de 3a série do Ensino Médio

mostram ter aprendido a conversão entre os registros em língua materna e algébrico

no caso das elipses?; 4. Em quais dessas conversões esses alunos mostram maior

dificuldade?

Análise do aluno 1

Questão 1

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Na questão 1A, a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 e na questão 1B, temos duas

alternativas corretas, os 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑎 e 𝑏. O Aluno 1 escolheu corretamente os itens, mas

não expressou o raciocínio para justificar as escolhas. Pelo protocolo, dá a entender

que tentou a conversão do algébrico para o gráfico, pois marca as alternativas 𝑎 e

𝑑 como se as estivesse eliminando e são as que apresentam unidades significativas

mais próximas da correta, porque em ambas a equação está =1 e têm o sinal de +

entre as parcelas do primeiro membro. Por se tratar de uma questão do tipo teste, o

aluno 1, aparentemente, decidiu a resposta por eliminação e não expressou

qualquer raciocínio para justificar isso, preocupando-se apenas em achar o item

correto.

Figura 7: Resposta do aluno 1 da questão 1A

As nossas suposições se fortalecem na questão 1B, pois o aluno 1 marcou os

𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑐, 𝑑 e 𝑒 como se os estivesse eliminando, por conta das unidades significativas

do registro algébrico (o sinal de menos, o igual a zero e o 𝑦 com expoente um).

Assim, mesmo dando as respostas corretas, não podemos afirmar que o aluno 1

desenvolveu o processo de conversão do registro gráfico para o registro algébrico

ou do registro algébrico para o registro gráfico.

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Figura 8: Resposta do aluno 1 da questão 1B

Questão 2

Na questão 2A, a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e na questão 2B, o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐. O

aluno 1 escolheu corretamente os itens, mas não expressou nenhum raciocínio para

justificar as escolhas feitas. Em função das dificuldades cognitivas existentes numa

conversão entre o registro gráfico e o registro algébrico, pedimos que expressassem

o raciocínio para que pudéssemos diagnosticar se houve ou não a aprendizagem

dessa conversão; assim, não podemos avaliar a aprendizagem da conversão deste

sujeito. Nossa avaliação é que o aluno 1 não “aprendeu” o processo de conversão

do registro gráfico para o registro algébrico.

Questão 3

As respostas esperadas seriam os 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑖 e 𝑖𝑖 correspondentes ao gráfico da

questão 3A e os 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑖𝑖 e 𝑖𝑖𝑖 correspondentes ao gráfico da questão 3B. O aluno 1

escolheu corretamente os itens das questões 3A e 3B. Como não expressou o

raciocínio feito, utilizado para avaliar as variáveis visuais e as unidades significativas

dos gráficos, avaliamos que acertou as questões, mas não podemos afirmar que o

aluno 1 sabe efetuar a conversão do registro gráfico para o da língua materna.

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Figura 9: Resposta do aluno 1 da questão 3A

Questão 4

A descrição do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 representa uma elipse com eixo maior em 0𝑦 e a

descrição do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 representa outra elipse com eixo maior em 0𝑥. O aluno 1

esboçou corretamente os gráficos dos 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑎 e 𝑏. A questão trata de uma

conversão com baixo grau de não congruência entre um registro em língua materna

e um registro gráfico e esperávamos que efetuasse a relação das características da

descrição com as variáveis visuais do gráfico e assim o sujeito fez, mas não

expressou o raciocínio feito acerca do trânsito entre os dois registros. Mesmo o

aluno 1 não tendo expressado o raciocínio feito, precisou efetuar alguns tratamentos

para esboçar o gráfico, pois na descrição “comprimento do eixo menor igual a 4”

supomos que o sujeito mobilizou duas unidades significativas, primeiro em qual eixo

se localizam as coordenadas desse eixo (se ficaria sobre o eixo 0𝑦 ou sobre o eixo

0𝑥) e quais os valores das extremidades 𝐵1(2, 0) e 𝐵2(-2, 0) se o centro da elipse

está na origem, logo o valor 4 deveria ser dividido por 2. Nossa avaliação é que o

sujeito efetuou estes raciocínios, mas pelo fato de não o expressar na coluna

“expresse seu raciocínio”, concordamos que acertou a mudança de registro no

sentido língua materna para o registro gráfico, mas não podemos afirmar que o

aluno 1 sabe fazer a conversão do registro em língua materna para o registro

gráfico.

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Figura 10: Resposta do aluno 1 da questão 4A

Questão 5

As respostas esperadas seriam 𝑥²

4+

𝑦²

9= 1 para a descrição do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e

𝑥²

9+

𝑦²

4= 1, para a do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏. Como o valor da constante 𝑏 não está presente na

descrição do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎, o aluno precisaria determinar o valor da constante 𝑏 e, para tal,

poderia utilizar o teorema de Pitágoras, como foi o caso do aluno 1. Reconhecendo

que 𝑎² = 9 e 𝑐² = 5, substituiu-os na relação 3² = 𝑏² + (√5)² concluindo que

𝑏² = 4. O aluno 1 acertou a resolução da equação, mas errou a posição dos eixos

na equação reduzida expressando a equação 𝑥²

9+

𝑦²

4= 1 para o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎. Quanto ao

𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏, o aluno 1 acertou a equação reduzida 𝑥²

9+

𝑦²

4= 1, mas não expressou o

raciocínio feito. Nossa avaliação é que o aluno 1 apresenta falhas na aprendizagem,

em relação à associação dos eixos com os denominadores da equação, ou

desenvolveu a aprendizagem que o maior valor fica sempre abaixo da variável 𝑥² e o

menor valor sempre abaixo da variável 𝑦². Assim, não podemos afirmar que o aluno

1 sabe fazer a conversão do registro em língua materna para o registro algébrico.

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Figura 11: Resposta do aluno 1 da questão 5A e 5B

Análise do Aluno 2

Questão 1

Na questão 1A, a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 e na questão 1B, são os

𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑎 e 𝑏. O aluno escolheu corretamente os itens, mas não expressou nenhum

raciocínio para justificar suas escolhas. Acreditamos que por se tratar de um teste o

aluno só se preocupou em achar o item correto; portanto, mesmo o sujeito fazendo a

escolha correta dos itens, não temos evidências para afirmar se o aluno 2

desenvolveu, ou não, a aprendizagem para a conversão do registro gráfico para o

registro algébrico.

Questão 2

Na questão 2A, a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎, e na questão 2B, é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐.

O aluno escolheu o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 nos dois itens e em ambos. Não expressou o raciocínio

feito para justificar suas escolhas, sendo assim, acreditamos que o aluno 2 não

desenvolveu a aprendizagem para a conversão do registro algébrico para o registro

gráfico.

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Questão 3

O sujeito deixou a questão em branco; portanto, o aluno 2 não desenvolveu a

aprendizagem da conversão do registro gráfico para o registro em língua materna.

Questão 4

O esboço esperado seria uma elipse com eixo maior em 0𝑦 e outra com eixo

maior em 0𝑥. O sujeito esboçou corretamente o gráfico do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e errou o esboço

do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏. O aluno 2 esboçou duas elipses com eixo maior em 0𝑦. As evidências são

de que o aluno 2 apresenta dificuldades para localizar as coordenadas de um ponto

𝑃(𝑥, 𝑦) no sistema cartesiano, pois nossas suposições são que se ele localizou as

extremidades 𝐴1(0, 3) e 𝐴2(0, -3) do eixo maior da descrição do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎, saberia

localizar também as extremidades 𝐵1(0, 2) e 𝐵2(0, -2) do eixo menor da elipse do

𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏. Mesmo efetuando corretamente a mudança de registro do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎,

consideramos que o aluno 2 não desenvolveu a aprendizagem para efetuar a

mudança do registro em língua materna para o registro gráfico.

Figura 12: Resposta do aluno 2 da questão 4

.Questão 5

Nesta questão a conversão seria de um registro em língua materna para um

registro algébrico e o sujeito efetuou uma conversão para o registro gráfico,

repetindo os esquemas da questão anterior. Isso nos leva a supor que o sujeito não

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leu com atenção o enunciado da questão e, ainda, não expressou no diagnóstico o

raciocínio feito para achar o valor da constante 𝑏 que não está presente na

descrição, mas que está representado no gráfico esboçado. Assim, concordamos

que o aluno 2 não desenvolveu aprendizagem para efetuar a mudança do registro

em língua materna para o registro algébrico.

Figura 13: Resposta do aluno 2 da questão 5

Análise do Aluno 3

Questão 1

Na questão 1A, a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 e na questão 1B, são os

𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑎 e 𝑏. O aluno escolheu corretamente os itens, mas não expressou nenhum

raciocínio para justificar suas escolhas. Acreditamos que por se tratar de um teste o

aluno só se preocupou em achar o item correto; portanto, mesmo o sujeito fazendo a

escolha correta dos itens, não temos evidências para afirmar se o aluno 3

desenvolveu, ou não, a aprendizagem para a conversão do registro gráfico para o

registro algébrico.

Questão 2

Na questão 2A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎, e na questão 2B, é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐. O

aluno escolheu corretamente os itens, mas não expressou raciocínio para justificar

suas escolhas, apenas avaliou os denominadores 3 e 2 na equação reduzida do

𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 da questão 2A, talvez para validar alguma noção desenvolvida do objeto.

Assim, acreditamos que o aluno 3 não desenvolveu a aprendizagem para a

conversão do registro algébrico para o registro gráfico.

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Questão 3

O sujeito escolheu o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖𝑖 para a questão 3A e o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖𝑖 para a questão 3B.

Esperávamos que escolhesse os itens 𝑖 e 𝑖𝑖 para a questão 3A e os itens 𝑖𝑖 e 𝑖𝑖𝑖 para

a questão 3B. Descartamos a possibilidade do aluno 3 achar que havia apenas um

item correspondente para cada representação gráfica, pois explicamos no momento

da aplicação do questionário que deveriam escolher todos os itens corretos. Sendo

assim, as evidências são de que o sujeito possui falhas na aprendizagem, que

podem estar relacionadas com a leitura que o sujeito fez da figura e não podemos

afirmar que o aluno 3 desenvolveu a aprendizagem da conversão do registro gráfico

para o registro em língua materna.

Questão 4

Os esboços esperados seriam de uma elipse com eixo maior em 0𝑦 e a outra

com eixo maior em 0𝑥. O aluno 3 esboçou duas elipses com eixo maior em 0𝑥 e não

expressou o raciocínio feito para entendermos quais caminhos o levaram a achar

que as duas descrições eram de um mesmo gráfico. Sem justificativa, expressou

nos gráficos o raciocínio de um triângulo retângulo com seus catetos 𝑏 e 𝑐 e

hipotenusa 𝑎, e mesmo efetuando a mudança de registro do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 de acordo com o

esperado, acreditamos que algumas dificuldades estão presentes nos conceitos que

o sujeito desenvolveu acerca desta conversão, pois se soube localizar as

extremidades 𝐵1(0, 2) e 𝐵2(0, -2) do eixo menor da elipse do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 saberia localizar

também as extremidades 𝐴1(0, 3) e 𝐴2(0, -3) do eixo maior da elipse do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎, mas

não o fez. Sendo assim, consideramos que o aluno 3 não desenvolveu a

aprendizagem para efetuar a conversão do registro em língua materna para o

registro gráfico.

Ainda avaliamos que o aluno 3 tem dificuldade para localizar as coordenadas

de um ponto no sistema cartesiano ou só desenvolveu aprendizagem para esboçar o

gráfico de uma elipse com eixo maior no eixo 0𝑥.

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Figura 14: Resposta do aluno 3 da questão 4

Questão 5

Conforme previsto, as equações esperadas seriam a 𝑥²

4+

𝑦²

9= 1 para a

descrição do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e a 𝑥²

9+

𝑦²

4= 1 para a descrição do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏. Como o valor da

constante 𝑏 não está presente na descrição do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎, o aluno precisaria determinar

o valor da constante 𝑏 e, para tal, poderia utilizar o teorema de Pitágoras e assim o

aluno 3 procedeu. Substituiu o valor das constantes 𝑎 e 𝑐 na relação 3² = 𝑏² +

(√5)², envolveu-a para achar o valor da constante 𝑏 = 2, fez a correspondência das

constantes 𝑎 e 𝑏 na equação reduzida 𝑥²

𝑎² +

𝑦²

𝑏² = 1 e concluiu que a expressão seria

do tipo 𝑥²

9 +

𝑦²

4 = 1, mas a equação reduzida esperada é

𝑥²

4 +

𝑦²

9 = 1 e não

𝑥²

9 +

𝑦²

4 =

1 representada pelo sujeito, o que nos remeteu a supor que o aluno 3 sempre

coloca o maior valor encontrado (𝑎 ou 𝑏), ao quadrado, no denominador de 𝑥2.

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Figura 15: Resposta do aluno 3 da questão 5A

No 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏, o sujeito expressou corretamente a representação algébrica, mas

esboçou primeiro o gráfico, para depois apresentar a equação reduzida. Como o

texto deixa explícitos o centro e as coordenadas do eixo menor, o aluno utilizou um

triangulo retângulo, no gráfico, para determinar o valor do eixo maior. Avaliamos que

o sujeito possa ter desenvolvido a aprendizagem para este tipo de mudança, do

gráfico para a equação, quando o eixo maior está sobre o eixo 0𝑥; mas

consideramos que o aluno 3 não desenvolveu a aprendizagem para efetuar a

conversão do registro em língua materna para o registro algébrico.

Figura 15: Resposta do aluno 3 da questão 5B

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Análise do aluno 4

Questão 1

Na questão 1A, a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 e na questão 1B, são os

𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑎 e 𝑏. O aluno 4 escolheu corretamente os itens, mas não expressou nenhum

raciocínio para justificar suas escolhas. Acreditamos que por se tratar de um teste o

aluno só se preocupou em achar o item correto; portanto, mesmo fazendo a escolha

correta dos itens, não temos evidências para afirmar se o aluno 4 desenvolveu, ou

não, a aprendizagem para a conversão do registro gráfico para o registro algébrico.

Questão 2

Na questão 2A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎, e na questão 2B a alternativa

correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐. O aluno escolheu corretamente os dois itens, mas não expressou

o raciocínio feito para justificar suas escolhas. Assim, consideramos que o aluno 4

não sabe fazer a conversão do registro algébrico para o registro gráfico.

Questão 3

Na questão 3A os itens corretos são os 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑖 e 𝑖𝑖 e na questão 3A os itens

corretos são 𝑖𝑖 e 𝑖𝑖𝑖. O aluno escolheu apenas o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖𝑖 para a questão 3A e os

𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑖𝑖 e 𝑖𝑖𝑖 para a questão 3B. Não expressou o raciocínio, mas pelos rabiscos

deixados no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖𝑖𝑖 da questão 3B, supomos que pode ter utilizado as coordenadas

dos focos 𝐹1(√5, 0) e 𝐹2(− √5, 0). Quanto à escolha do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖𝑖 da questão 3A o

aluno 4 pode apresentar falhas na aprendizagem de que os focos se localizam

sempre no eixo maior, o que pode ter impedido o aluno de avaliar o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖. Nossa

avaliação é que o aluno 4 possui falhas na aprendizagem para relacionar as

variáveis visuais do gráfico com a língua materna e que o aluno 4 não desenvolveu a

aprendizagem da conversão do registro gráfico para o registro em língua materna.

Figura 16: Resposta do aluno 4 da questão 3B

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Questão 4

Os esboços esperados são de uma elipse com eixo maior em 0𝑦 e a outra

com eixo maior em 0𝑥. O aluno 4 esboçou duas elipses com eixo maior em 0𝑦 para

as duas descrições dadas e não expressou o raciocínio para entendermos quais

caminhos o levaram a achar isso. Como as características das duas descrições são

semelhantes, esperávamos que o sujeito desenvolvesse o mesmo raciocínio do

𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 para o esboço do gráfico do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏. Há evidências de que o aluno 4 tem

dificuldade para localizar as coordenadas de um ponto no sistema cartesiano, pois

se soube localizar as coordenadas das extremidades do eixo maior do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎

perceberia que as extremidades do eixo menor do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 também estão no eixo 0𝑦

e não no eixo 0𝑥. Nossa avaliação é que o aluno 4 não sabe fazer a conversão do

registro em língua materna para o registro gráfico.

Figura 17: Resposta do aluno 4 da questão 4

Questão 5

As equações esperadas são 𝑥²

4+

𝑦²

9= 1 para o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e

𝑥²

9+

𝑦²

4= 1 para o

𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏. Como o valor da constante 𝑏 não está presente na descrição do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎, o

aluno precisaria determinar o valor de 𝑏 e, para tal, poderia utilizar o teorema de

Pitágoras, como o fez o aluno 4, que utilizou a relação 𝑎² = 𝑏² + 𝑐² e os valores

𝑎 = 3 e 𝑐 = √5 explícitas na descrição e chegou ao resultado esperado 𝑏 = 2.

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Uma das dificuldades do aluno 4 foi para relacionar a posição do eixo maior com a

equação reduzida, pois deu a equação 𝑥²

9 +

𝑦²

4 = 1 e não a esperada

𝑥²

4 +

𝑦²

9 = 1.

Figura 18: Resposta do aluno 4 da questão 5

No 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 o sujeito efetuou a mudança de registro esperada, mas como não

expressou o raciocínio não sabemos se de fato fez a relação direta das

características da descrição com as unidades significativas da expressão algébrica

ou se apenas repetiu a expressão do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎. A dificuldade desse sujeito pode estar

relacionada com a relação entre os valores dos eixos maior e menor da elipse nos

denominadores da equação reduzida. Assim, julgamos que o aluno 4 não sabe

fazer a conversão do registro em língua materna para o registro algébrico.

Análise do Aluno 5

Questão 1

Na questão 1A, a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 e na questão 1B, são os

𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑎 e 𝑏. O aluno 5 escolheu corretamente os itens, mas não expressou nenhum

raciocínio para justificar suas escolhas. Acreditamos que por se tratar de um teste o

aluno só se preocupou em achar o item correto; portanto, mesmo o sujeito fazendo a

escolha correta dos itens, não temos evidências para afirmar se o aluno 5

desenvolveu, ou não, a aprendizagem para a conversão do registro gráfico para o

registro algébrico.

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Questão 2

Na questão 2A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎, e na questão 2B, é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐. O

aluno 5 escolheu o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 para a questão 2A e o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 para a questão 2B. Acertou

a questão 2B, mas não expressou o raciocínio para justificar esta escolha. Como

não expressou o raciocínio feito e apenas acertou a questão 2B, julgamos que o

aluno 5 não desenvolveu a aprendizagem para o processo de conversão do registro

algébrico para o registro gráfico.

Questão 3

Na questão 3A os itens corretos são os 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑖 e 𝑖𝑖 e na questão 3A, os itens

corretos são 𝑖𝑖 e 𝑖𝑖𝑖. O aluno 5 escolheu o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖𝑖 para a questão 3A e o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖 para

a questão 3B. As evidências são de que esse aluno não desenvolveu aprendizagem

para efetuar a leitura das variáveis visuais do gráfico e fazer sua descrição em

língua materna. Se observarmos o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖 da questão 3B, é descrita uma elipse com

eixo maior em 0𝑦, que não corresponde com o gráfico dado, que é de uma elipse

com eixo maior em 0𝑥. Assim, o aluno 5 não desenvolveu a aprendizagem da

conversão do registro gráfico para o registro em língua materna.

Questão 4

A descrição do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 é o de uma elipse com eixo maior sobre o eixo 0𝑦 e a

do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 outra elipse com eixo maior sobre o eixo 0𝑥. O aluno 5esboçou duas

elipses com eixo maior sobre o eixo 0𝑥. Nossa avaliação é que se soube localizar as

extremidades 𝐵1(0, 2) e 𝐵2(0, -2) do eixo menor do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 saberia localizar também

as extremidades 𝐴1(0, 3) e 𝐴2(0, -3) do eixo maior no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎. Concordamos que o

aluno 5 não desenvolveu aprendizagem para efetuar a mudança do registro em

língua materna para o registro gráfico.

Evidências apontam possíveis confusões para localizar as coordenadas de

um ponto no sistema cartesiano e supomos também que não desenvolveu outros

conhecimentos, relacionados à descrição dada, por exemplo, “se o eixo maior está

sobre o eixo 0𝑦 e o centro é a origem, o eixo menor estará sobre o eixo 0𝑥”.

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Figura 19: Resposta do aluno 5 da questão 4

Questão 5

As equações esperadas são 𝑥²

4+

𝑦²

9= 1 para o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e

𝑥²

9+

𝑦²

4= 1 para o

𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏. Como o valor da constante 𝑏 não está presente na descrição do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎, o

aluno precisaria determinar o valor da constante 𝑏 e, para tal, poderia utilizar o

teorema de Pitágoras. O aluno 5 não conseguiu efetuar a mudança de registro, mas

expressou o raciocínio para o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 que foi a equação reduzida 𝑥²

𝑎²+

𝑦²

𝑏² = 1 e para o

𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 𝑥²

𝑏²+

𝑦²

𝑎² = 1. Supondo que 𝑏 representa o semieixo menor e 𝑎, o semieixo

maior, percebemos que o aluno 5 trocou a relação entre os valores de 𝑎 e de 𝑏 e os

denominadores ao quadrado na equação da elipse. Esse fato nos remeteu a

concordar que o aluno 5 não desenvolveu a aprendizagem, quando passou pelo

ensino da cônica elipse de que “quando o eixo maior está sobre o eixo 0𝑦 do

sistema de eixos coordenados; logo o valor da constante 𝑎 ficará abaixo da variável

𝑦²” ou de que quando o “eixo maior está sobre o eixo 0𝑥 do sistema de eixos

coordenados, o valor da constante 𝑎 ficará abaixo da variável 𝑥²”. Assim, julgamos

que o aluno 5 não sabe fazer a conversão do registro em língua materna para o

registro gráfico.

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Figura 20: Resposta do aluno 5 da questão 5

Análise do Aluno 6

Questão 1

Na questão 1A, a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 e na questão 1B, são os

𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑎 e 𝑏. O aluno 6 escolheu corretamente os itens, mas não expressou nenhum

raciocínio para justificar suas escolhas. Acreditamos que por se tratar de um teste o

aluno só se preocupou em achar o item correto; portanto, mesmo o sujeito fazendo a

escolha correta dos itens, não temos evidências para afirmar se o aluno 6

desenvolveu, ou não, a aprendizagem da conversão do registro gráfico para o

registro algébrico.

Questão 2

Na questão 2A, a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e na questão 2B, o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐. O

aluno 6 escolheu corretamente os itens, mas não expressou nenhum raciocínio. Em

função das dificuldades cognitivas existentes numa conversão entre o registro

gráfico e o registro algébrico, pedimos que expressassem o raciocínio para que

pudéssemos diagnosticar se houve ou não a aprendizagem dessa conversão; assim,

não podemos avaliar a aprendizagem deste sujeito, apenas afirmar que o aluno 6

não “aprendeu” o processo de conversão do registro gráfico para o registro

algébrico.

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Questão 3

Os itens corretos da questão 3A são os 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑖 e 𝑖𝑖 e na questão 3B, os itens

𝑖𝑖 e 𝑖𝑖𝑖. O aluno 6 escolheu os 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑖 e 𝑖𝑖 para a questão 3A e os 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑖 e 𝑖𝑖 para a

questão 3B. Identificou as unidades significativas 𝑎 e 𝑏 e em seguida as substituiu

na relação 𝑐² = 4 – 9 = 1 finalizando com 𝑐² = √5. Chamou-nos atenção a

desorganização dos cálculos e a inversão dos sinais na equação. Na relação 𝑐² =

4 – 9 = 1 o aluno 6 usou duas igualdades e imaginamos que possa ser algum

pensamento relacionado com a equação reduzida, o que mostra que tem dificuldade

com o tratamento algébrico e ainda escolheu os mesmos itens para a questão 3A e

para a questão 3B, o que não é a resposta correta. O aluno não percebeu que são

dois gráficos com posições diferentes no sistema cartesiano, fato que mudaria as

descrições. Acreditamos que o aluno 6 não desenvolveu a aprendizagem da

conversão do registro gráfico para o registro em língua materna.

Figura 21: Resposta do aluno 6 da questão 3A

Questão 4

As conversões esperadas são uma elipse com o eixo maior sobre o eixo das

ordenadas e outra com eixo maior sobre o eixo das abscissas e o sujeito efetuou as

duas conversões invertidas. Nossa avaliação é que o aluno 6 não identifica as

características do texto que são importantes para esboçar o gráfico. Ainda mais,

mostra dificuldade para localizar pontos no sistema cartesiano. Pelo esboço feito,

supomos que tem uma noção do significado dos comprimentos dos eixos maior e

menor na figura elipse, mas não desenvolveu aprendizagem para localizar as

variáveis visuais 𝐴1, 𝐴2 e 𝐵1, 𝐵2 e o comprimento dos eixos no sistema cartesiano.

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Assim, julgamos que o aluno 4 não sabe fazer a conversão do registro em língua

materna para o registro gráfico.

Figura 22: Resposta do aluno 6 da questão 4

Questão 5

O aluno deixou a questão em branco. Assim, o aluno 6 não sabe fazer a

conversão do registro em língua materna para o registro algébrico.

Análise do Aluno 7

Questão 1

Na questão 1A, a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 e na questão 1B, são os

𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑎 e 𝑏. O aluno 7 escolheu corretamente os itens, mas não expressou nenhum

raciocínio para justificar suas escolhas. Acreditamos que por se tratar de um teste o

aluno só se preocupou em achar o item correto; portanto, mesmo o sujeito fazendo a

escolha correta dos itens, não temos evidências para afirmar se o aluno 7

desenvolveu, ou não, a aprendizagem da conversão do registro gráfico para o

registro algébrico.

Questão 2

Na questão 2A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎, e na questão 2B, é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐. O

aluno escolheu o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 para 2A e 2B e não expressou o raciocínio; Para avaliar se

o sujeito desenvolveu a aprendizagem da mudança de registro gráfico para o

registro algébrico, esperávamos que o aluno expressasse uma equação reduzida

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para cada gráfico dado e, a partir dos raciocínios expressados, teríamos como

avaliar se o aluno 7 mobilizou as variáveis presentes no trânsito entre os dois

registros. Como o sujeito não expressou o raciocínio, embora tenha acertado a

escolha do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 para a questão 2B, julgamos que o aluno 7 não desenvolveu a

aprendizagem para o processo de conversão do registro algébrico para o registro

gráfico.

Questão 3

Os itens corretos da questão 3A são os 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑖 e 𝑖𝑖 e os da questão 3B são os

𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑖𝑖 e 𝑖𝑖𝑖. O sujeito escolheu os itens corretos da questão 3A, os 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑖 e 𝑖𝑖 para

a questão 3B e não expressou o raciocínio feito. O fato das duas questões tratarem

de dois gráficos diferentes, sem qualquer semelhança, nos leva a concordar que o

aluno 7 não desenvolveu a aprendizagem da conversão do registro gráfico para o

registro em língua materna.

Questão 4

A descrição do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 trata de uma elipse com eixo maior em 0𝑦 e a

descrição do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 de outra elipse com eixo maior em 0𝑥. O aluno 7 esboçou no

𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 uma elipse com eixo maior em 0𝑥 e no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 outra com eixo maior em 0𝑦.

Acreditamos que o aluno não desenvolveu aprendizagem para este tipo de

conversão e evidencia possíveis dificuldades para localizar as coordenadas de um

ponto no sistema cartesiano, pois os gráficos esboçados estão em posições

contrárias às esperadas e se observarmos as coordenadas das extremidades 𝐴1(0,

3) e 𝐴2(0, -3) da elipse do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e as coordenadas 𝐵1(0, 2) e 𝐵2(0, -2) do eixo

menor da elipse do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 a impressão que temos é que o sujeito pode ter pensado

que ambas se localizavam no eixo 0𝑥 sem considerar que a posição da ordenada no

par coordenado indica se o ponto está sobre o eixo 0𝑥 ou sobre o eixo 0𝑦.

Consideramos que o aluno 7 não sabe fazer a conversão do registro em língua

materna para o registro gráfico.

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Figura 23: Resposta do aluno 7 da questão 4

Questão 5

O 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 trata da descrição de uma elipse com eixo maior em 0𝑦

representada pela equação reduzida 𝑥²

4+

𝑦²

9= 1 e no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 outra elipse com eixo

maior em 0𝑥 representada pela equação reduzida 𝑥²

9+

𝑦²

4= 1. O aluno 7 percebeu a

ausência da constante 𝑏 e utilizou o teorema de Pitágoras para achá-la. Substituiu

corretamente os valores de 𝑎 e 𝑐 na relação 9 = 𝑏² + (√5)² e expressou − 𝑏² =

− 9 − 5 = 1. A partir desses erros, obteve o resultado 𝐵 = 2², que não está de

acordo com a relação dada por ele. Esses erros trazem à tona dificuldades do aluno

7 com os números inteiros e para resolver equações algébricas.

Outro problema do aluno foi relacionar os eixos da elipse do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 na

equação reduzida. Mesmo dando a expressão correta do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 consideramos que o

aluno 7 não sabe fazer a conversão do registro em língua materna para o registro

algébrico.

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Figura 24: Resposta do aluno 7 da questão 5

Análise do Aluno 8

Questão 1

Na questão 1A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 e na questão 1B, são os

𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑎 e 𝑏. O aluno 8 escolheu o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 para a questão 1A e o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 para a

questão 1B e não expressou nenhum raciocínio. O 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 da questão 1A é a

equação reduzida 𝑥²

4 -

𝑦²

9= 1, que representa uma hipérbole com eixo em 0𝑦 e a

correta é a equação do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 𝑥²

4 +

𝑦²

9= 1, que representa uma elipse com eixo

maior em 0𝑦. O que diferencia as duas equações é o sinal de menos do 1o membro

e era esta diferença que esperávamos ser avaliada pelo aluno. Para tal, o aluno teria

que lembrar das unidades significativas da equação da elipse, mesmo sem ter

passado pelo ensino da cônica hipérbole. Como o objetivo da questão não é apenas

verificar se o aluno consegue efetuar a mudança de registro, mas se o faz com base

nas unidades significativas da expressão e/ou nas unidades visuais do gráfico,

supomos que o aluno 8 não desenvolveu essa aprendizagem. Acreditamos que por

se tratar de um teste o aluno não expressou qualquer raciocínio para justificar a

resposta; portanto, mesmo o sujeito fazendo a escolha correta do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 da questão

1B, não temos certeza se o aluno 8 desenvolveu a aprendizagem para a conversão

do registro gráfico para o registro algébrico.

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Questão 2

Na questão 2A, a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e na questão 2B, é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐. O

aluno escolheu a representação gráfica do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 como representante do registro

algébrico da questão 2A e na questão 2B não escolheu nenhum item. Os raciocínios

expressados pelo aluno na questão 2B partiram da leitura que ele fez do gráfico.

Percebe-se a preocupação do sujeito em verificar as variáveis visuais centro e focos,

mas isso não o ajudou a fazer a conversão e deixou a resposta em branco.

Nossa avaliação é que o Aluno 8 não desenvolveu o processo de conversão

do registro gráfico para o registro algébrico.

Figura 25: Resposta do aluno 8 da questão 2B

Questão 3

Os itens corretos da questão 3A são os 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑖 e 𝑖𝑖 e os da questão 3B são os

𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑖𝑖 e 𝑖𝑖𝑖. O sujeito escolheu o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖𝑖𝑖 para a questão 3A e deixou em branco a

questão 3B. Nossa avaliação é que o aluno 8 não desenvolveu a aprendizagem da

conversão do registro gráfico para o registro em língua materna.

Questão 4

A descrição do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 trata de uma elipse com eixo maior em 0𝑦 e a do

𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 de uma elipse com eixo maior em 0𝑥. Nas análises dos alunos 1 a 7,

deparamo-nos com dificuldades dos alunos para localizar as coordenadas de um

ponto no sistema cartesiano. No caso do aluno 8, o agravante é ainda maior, pois

aparenta não ter aprendido a representar os números inteiros no sistema cartesiano.

Esse fato nos remete a imaginar que esse sujeito não conseguedesenvolver um

raciocínio em que esteja presente o uso do sistema cartesiano e, em se tratando de

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Geometria Analítica, provavelmente não desenvolveu nenhum conceito a respeito e,

consequentemente com nenhum outro tema em que se faça uso dele.

No 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 da questão 4B, o aluno 8 esboçou uma elipse com o centro fora da

origem e sem conexão com os dados da descrição. Nossa avaliação é que o aluno 8

não desenvolveu a aprendizagem da conversão do registro em língua materna para

o registro gráfico.

Figura 26: Resposta do aluno 8 da questão 4

Questão 5

O aluno 8 esboçou apenas o sistema cartesiano e não expressou a equação

esperada. O aluno 8 não desenvolveu a aprendizagem da conversão do registro em

língua materna para o registro gráfico.

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Figura 27: Resposta do aluno 8 da questão 5

Análise do Aluno 9

Questão 1

Aparentemente, o aluno 9 partiu de variáveis visuais do gráfico para escolher

a expressão algébrica, o que era o esperado. Para as coordenadas das

extremidades do eixo menor da elipse, avaliou que seriam 𝐵2(- 2, 0) e 𝐵1(0, 2) na

questão 1A e chamou-nos a atenção a maneira como o sujeito parece ter efetuado a

leitura desses valores, da esquerda para direita, cometendo um erro na

representação do vértice 𝐵1(0, 2), uma vez que o correto é 𝐵1(2, 0). Mesmo com

esse erro, o aluno 9 associou corretamente o valor 2 à constante 𝑏 na equação

escolhida por ele.

Figura 28: Resposta do aluno 9 da questão 1A

Na coluna “Expresse seu raciocínio”, o aluno 9 omite o sinal da equação da

questão 1A e, na questão 1B, não igualou a equação a 1. Não sabemos dizer se

esse “esquema” adotado por ele foi proposital, por esquecimento, pressa ou

problemas de aprendizagem. Na questão 1B, efetuou a correspondência direta entre

as variáveis visuais do gráfico e as unidades significativas da equação reduzida,

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como podemos observar na Figura 22. Nossa avaliação é que o aluno 9

desenvolveu a aprendizagem da conversão do registro gráfico para o registro

algébrico.

Figura 29: Resposta do aluno 9 da questão 1B

Questão 2

Na questão 2A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e na questão 2B, é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐. O

aluno 9 escolheu o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 para a questão 2A e o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 para a questão 2B. Acertou

a questão 2B, mas errou a 2A; como não expressou o raciocínio feito, nem deixou

vestígios desse raciocínio no protocolo, não podemos avaliar se o aluno 9

desenvolveu o processo de conversão do registro algébrico para o registro gráfico.

Questão 3

Os itens corretos da questão 3A são os 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑖 e 𝑖𝑖 e os da questão 3B são os

𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑖𝑖 e 𝑖𝑖𝑖. Para a primeira questão, o aluno 9 efetuou a escolha correta dos itens

e para a segunda o sujeito escolheu os mesmos itens da primeira. Expressou o

mesmo raciocínio da questão 3A para avaliar a escolha dos itens da questão 3B,

fato que nos remeteu a concordar que o aluno 9 não desenvolveu a aprendizagem

da conversão do registro gráfico para o registro em língua materna, pois as

descrições das duas questões tratam de elipses com posições diferentes no sistema

cartesiano.

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Figura 30: Resposta do aluno 9 da questão 3

O aluno 9 avaliou os valores das coordenadas dos focos e utilizou a relação

de Pitágoras. Identificou o valor das constantes 𝑎 = 3 e 𝑏 = 2, em seguida os

substituiu na relação. Os esquemas feitos pelo aluno deixaram evidência de que tem

dificuldades para resolver equações, pois quando escreve 𝑐² = 4 – 9 = 1, traz à

tona problemas com essas duas igualdades. Chamou-nos a atenção o número 1 na

segunda igualdade, achamos que talvez seja algum raciocínio feito com a equação

reduzida. Todos os esquemas feitos pelo aluno o conduziram ao resultado 𝑐² =

− √5, mas finalizou o tratamento supondo que 𝑐² = √5. Nossa avaliação é que o

aluno 9 não consegue fazer a conversão do registro gráfico para o registro em língua

materna.

Questão 4

A descrição do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 trata de uma elipse com eixo maior em 0𝑦 e a do

𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 uma elipse com eixo maior em 0𝑥. O aluno 9 efetuou duas conversões que

não estão de acordo com o previsto, ou seja, a conversão que efetuou no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎

seria para o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 e vice-versa. Conforme já escrevemos anteriormente em outras

análises, esses raciocínios feitos pelo aluno trazem à tona dificuldades do sujeito

para localizar as coordenadas de um ponto no sistema cartesiano. Nossa avaliação

é que o aluno 9 não desenvolveu a aprendizagem da conversão do registro em

língua materna para o registro gráfico.

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Figura 31: Resposta do aluno 9 das questão 4A

Questão 5

O 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 trata da descrição de uma elipse com eixo maior em 0𝑦

representada pela equação reduzida do tipo 𝑥²

4+

𝑦²

9= 1 e no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 outra elipse com

eixo maior em 0𝑥, representada pela equação reduzida do tipo 𝑥²

9+

𝑦²

4= 1. O aluno 9

tentou achar o valor da constante 𝑏 com o teorema de Pitágoras mas, sem sucesso,

acabou desistindo. Sendo assim, não conseguiu chegar a nenhuma das duas

expressões algébricas solicitadas. Nossa avaliação é que o aluno 9 não

desenvolveu o processo de conversão do registro em língua materna para o registro

algébrico.

Figura 32: Resposta do aluno 9 da questão 5A

Análise dos Alunos10 e 11

Escolheram o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 da questão 1A e o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 da questão 1B, não

expressaram o raciocínio e entregaram o restante do questionário em branco.

Acreditamos que se recusaram a responder as demais questões; portanto, os alunos

10 e 11 não desenvolveram a aprendizagem de nenhuma das conversões pedidas

no diagnóstico.

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Análise do Aluno 12

Questão 1

O aluno 12 fez a escolha correta dos itens e, aparentemente, partiu da leitura

do gráfico para determinar os denominadores da expressão algébrica, como

podemos intuir no cálculo expressado no diagnóstico.

Figura 33: Resposta do aluno 12 da questão 1A

Para a questão 1B, o aluno 12 pode ter percebido que se tratava do mesmo

objeto, porém com características diferentes e utilizou o raciocínio da questão

anterior para validar sua escolha. Após a leitura do gráfico, o aluno 12 identificou o

valor das unidades significativas 𝑎² que é 9 e 𝑏² que é 4, constantes necessárias

para efetuar a conversão. Percebemos que o aluno não igualou a equação a 1, fato

esse que não sabemos se foi por “pressa” ou por algum “esquema” próprio de

resolução. De qualquer forma, avaliamos que o aluno 12 soube fazer a conversão do

registro gráfico para o registro algébrico.

Figura 34: Resposta do aluno 12 da questão 1B

Questão 2

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O aluno 12 avaliou, para cada gráfico, a equação reduzida, o que indica que

tentou fazer a conversão do registro gráfico para o algébrico e não o contrário, como

era esperado. Na questão 2A, destacou corretamente as variáveis visuais eixo maior

e eixo menor do gráfico para determinar os denominadores da equação reduzida,

assim também como os valores das constantes 𝑎 e 𝑏, acertando as três mudanças

de registro do gráfico para o algébrico, mas errou na escolha do item, deveria

marcar o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e não o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐. Quanto à questão 2B, o aluno 12 acertou as

mudanças de registro dos dois primeiros itens e errou a mudança de registro do

𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐, pois associou as variáveis visuais do eixo maior e do eixo menor de forma

invertida, nos denominadores da equação reduzida.

Figura 35: Resposta do aluno 12 da questão 2A

Observamos que no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 da questão 2A o aluno 12 indicou a equação

𝑥²

𝑎2 + 𝑦²

𝑏2 = 1 que representa uma elipse com eixo maior em 0𝑥 e o gráfico é o de uma

elipse com eixo maior em 0𝑦, mas durante os tratamentos o sujeito deve ter

percebido o erro do seu raciocínio inicial e mudou o esquema finalizando com a

equação esperada 𝑥²

4+

𝑦²

9= 1.

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Figura 36: Resposta do aluno 12 da questão 2B

O aluno 12 avaliou corretamente os gráficos dos 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑎 e 𝑏, mas errou a

mudança de registro do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐. Observamos que utilizou o mesmo raciocínio do

𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 da questão 2A, partiu da equação 𝑥²

𝑎2 + 𝑦²

𝑏2 = 1 e finalizou com a equação

𝑥²

9+

𝑦²

4= 1. Mesmo a equação não estando de acordo com a dada no diagnóstico,

escolheu o item correto, justificando que “𝑐 é a resposta correta, pois a soma dos

números do gráfico 𝑐 foi o único que bateu”. Acreditamos que o sujeito fez alguma

confusão na hora de dar a resposta da questão 2A, pois na coluna “Expresse seu

raciocínio” determinou corretamente as equações de todos os gráficos, mas

escolheu o item 𝑐 invés do 𝑎 e ainda justificou escrevendo que “a resposta correta

somente é a 𝑐, pois os fatores se igualarão com a resposta dada ao problema”.

Avaliamos que o aluno 12 sabe fazer a conversão do registro algébrico para o

registro gráfico.

Questão 3

O aluno 12 preocupou-se em verificar se as coordenadas dos focos são

corretas; para tanto, identificou as demais unidades significativas presentes nas

descrições e utilizou a relação de Pitágoras 𝐴² = 𝑏² − 𝑐², expressando 3² = 2² −

𝑐² depois 9 = 4 – 𝑐² finalizando que 𝑐² = √5, o que, apesar da notação errada,

corresponde às coordenadas dadas. Justificou suas escolhas escrevendo que “a

resposta é a 𝑖 e 𝑖𝑖, pois o eixo menor dos lados é 4 e o maior reto é 6 e os focos

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ficam no eixo y”. Chamou-nos atenção o termo “reto” utilizado pelo sujeito para se

referir ao eixo 0y.

Figura 37: Resposta do aluno 12 da questão 3A

Quanto à questão 3B, o aluno 12 desenvolveu o mesmo raciocínio da questão

anterior para as escolhas dos itens e para justificá-las escreveu que 𝐴² = 𝑏² − 𝑐² =

1, expressando 3² = 2² − 𝑐² = 1 depois 9 = 4 – 𝑐² = 1 e 𝑐² = 4 – 9 = 1

finalizando 𝑐² = √5. Não sabemos quais esquemas o levaram a igualar tudo a 1.

Mesmo com os erros na resolução algébrica o aluno 12 efetuou a escolha correta

dos itens justificando que a “resposta correta é 𝑖𝑖 e 𝑖𝑖𝑖, pois esta elipse dos lados a

soma é 6 e o reto a soma é 4 e os focos ficam no eixo x”. Quando escreve “dos

lados”, está se referindo ao eixo 0𝑥 e “a soma é 6”, está usando a ideia de simetria.

Nossa avaliação é que o aluno 12 desenvolveu a aprendizagem da conversão do

registro gráfico para o registro em língua materna.

Figura 38: Resposta do aluno 12 da questão 3B

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Questão 4

O 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 da questão 4A descreve em língua materna uma elipse com eixo

maior em 0𝑦. O aluno 12 efetuou corretamente a conversão e para esboçar a

representação gráfica desenvolveu o raciocínio utilizando as unidades significativas

e as variáveis visuais dadas na descrição, associando-as no sistema cartesiano. Em

seguida, expressou seu raciocínio escrevendo que “o 𝐴1 e 𝐴2 ficam no eixo 𝑦 sendo

a soma do eixo maior de comprimento 6 e 𝑏1 e 𝑏2 o eixo menor sendo a soma do

comprimento 4 no eixo y”.

Figura 39: Resposta do aluno 12 da questão 4A

O 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 da questão 4B descreve em língua materna uma elipse com eixo

maior em 0𝑥. O sujeito efetuou corretamente a conversão, acreditamos que o aluno

utilizou o mesmo raciocínio do item anterior para esboçar o gráfico e ainda

expressou o raciocínio feito da representação gráfica escrevendo que “o 𝑏1e 𝑏2 ficam

no eixo y sendo a soma do eixo menor igual a 4 e 𝐴1 e 𝐴2 sendo a soma do eixo

maior igual a 6”. Nossa avaliação é que o aluno 12 sabe fazer a conversão do

registro em língua materna para o registro gráfico.

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Figura 40: Resposta do aluno 12 da questão 4B

Questão 5

O aluno 12, ao efetuar a leitura da descrição do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎, identificou o valor das

constantes 𝑎 e 𝑐 e percebeu que se tratava da equação reduzida do tipo 𝑥²

3²+

𝑦²

?= 1.

Para finalizar o raciocínio, precisaria do valor da constante 𝑏 e conforme expressou

no diagnóstico lançou mão do teorema de Pitágoras para achar o valor da constante

𝑏. Expressou 3² = 𝑏² + √5seguido de 𝑏² = (√5 ²) – 3² concluindo que 𝑏² = 5 – 9

e finalizando com𝑏² = −4, que não percebeu ser impossível em 𝐼𝑅; talvez por ter

chegado a um valor negativo para 𝑏2 e saber que os denominadores são quantias

positivas na expressão algébrica, considerou que o valor da constante 𝑏 era 4 e não

2. Assim, quando substituiu na equação reduzida o valor 4, ainda o elevou ao

quadrado e a equação fica do tipo 𝑥²

3²+

𝑦²

4²= 1, ou seja,

𝑥²

9+

𝑦²

16= 1 e não

𝑥²

4+

𝑦²

9= 1.

Figura 41: Resposta do aluno 12 da questão 5A

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Consideramos que um fator que contribuiu para o sujeito errar durante a

mudança de registro do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 foi a dificuldade com a relação de Pitágoras. Outro

fato que pode ter contribuído também para o erro foi não ter compreendido que se

os focos e o eixo maior estão ambos com coordenadas no eixo 0𝑦, a constante 𝑎²

está abaixo da variável 𝑦². Se não percebeu isso é porque talvez não compreendeu,

quando passou pelo ensino, que os focos sempre se localizam no eixo maior da

elipse.

O aluno 12 utilizou o esquema de representar no sistema cartesiano as

características dadas na descrição. Achamos importante destacar esse fato, porque

dos sujeitos que já analisamos foi o único que desenvolveu tal esquema, o que pode

ter facilitado para o sujeito efetuar a conexão dos eixos com a equação reduzida.

No 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏, o aluno 12 efetuou corretamente a conversão, visto que não

seriam necessários cálculos para validar qualquer valor. Conforme expressou, a

equação esperada era 𝑥²

9+

𝑦²

4= 1. Para justificar o raciocínio, escreveu que “o

problema dado foi para encontrar o 𝐴 que era o eixo maior localizado no eixo 𝑥”.

Avaliamos que o aluno 12 sabe fazer a conversão do registro em língua materna

para o registro algébrico.

Figura 42: Resposta do aluno 12 da questão 5B

Análise do Aluno 13

Questão 1

Na questão 1A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 e na questão 1B, são os

𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑎 e b. O aluno 13 escolheu corretamente os itens, mas não expressou nenhum

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raciocínio; portanto, mesmo o sujeito fazendo a escolha correta dos itens, não temos

evidências para afirmar se o aluno 13 desenvolveu, ou não, a aprendizagem do

processo de conversão do registro gráfico para o registro algébrico.

Questão 2

Na questão 2A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎, e na questão 2B, é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐. O

aluno 13 escolheu corretamente os itens, mas não expressou nenhum raciocínio;

sendo assim, não podemos afirmar que o aluno 13 aprendeu o processo de

conversão do registro algébrico para o registro gráfico.

Questão 3

O aluno 13 escolheu corretamente os itens das questões 3A e 3B, mas não

expressou o raciocínio feito; sendo assim, não podemos avaliar se o aluno 13

desenvolveu aprendizagem para a conversão do registro gráfico para o registro em

língua materna.

Questão 4

O 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 da questão 4A descreve em língua materna o registro de uma elipse

com eixo maior em 0𝑦 e o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 uma elipse com eixo maior em 0𝑥. O aluno

13esboçou de forma inversa os gráficos, ou seja, no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 esboçou uma elipse com

eixo maior no eixo 0𝑥 e no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 esboçou outra elipse com eixo maior em 0𝑦,

embora tenha acertado os valores de 𝑎 e de 𝑏, em ambos os casos. Como o sujeito

não expressou o raciocínio feito na coluna “expresse seu raciocínio”, não sabemos

se o aluno 13 consegue fazer a conversão entre o registro em língua materna e o

registro gráfico (com uma inversão entre os eixos) ou se tem algum outro esquema

para decidir.

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Figura 43: Resposta do aluno 13 da questão 4

Questão 5

O aluno 13 evidencia novamente trocar os eixos 0𝑥 e 0𝑦, embora consiga

calcular os valores de 𝑎 e de 𝑏 corretamente. Como não expressou o raciocínio, não

temos como afirmar que o aluno 13 sabe fazer a conversão do registro em língua

materna para o registro algébrico.

Também neste aluno 13 observamos alguns erros relacionados ao tratamento

algébrico de equações, quando substitui o valor de 𝑐 em 9 = 𝐵² + (√5 ²) e chega a

– 𝐵² = 9 + 5 = 1, com os sinais errados. Como observado no aluno 12, este

também coloca = 1, o que matematicamente não faz sentido. Apesar dos cáculos

não justificarem a resposta 𝐵 = 2² o sujeito concluiu que 𝐵 = 4, mas usou 4 no

denominador da expressão algébrica. Como aparentemente troca 𝑥 por 𝑦, concluiu

que a expressão é do tipo 𝑥²

9+

𝑦²

4 = 1 e não a correta

𝑥²

4+

𝑦²

9= 1

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Figura 44: Resposta do aluno 13 da questão 5A

Quanto ao 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏, o sujeito deu a resposta correta, mas não concordamos

que o aluno 13 tenha desenvolvido a aprendizagem do processo de conversão do

registro em língua materna para o registro gráfico, uma vez que nos 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑎 e 𝑏 as

descrições são diferentes e o aluno 13 chegou à mesma equação para os dois.

Figura 45: Resposta do aluno 13 da questão 5B

Análise do Aluno 14

Questão 1

Na questão 1A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 e na questão 1B, são os

𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑎 e 𝑏. O aluno 14 escolheu corretamente os itens, mas não expressou nenhum

raciocínio; portanto, mesmo o sujeito fazendo a escolha correta dos itens, não temos

evidências para afirmar se o aluno 14 desenvolveu, ou não, a aprendizagem para o

processo de conversão do registro gráfico para o registro algébrico.

Questão 2

Na questão 2A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e na questão 2B, é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐. O

aluno 14 escolheu o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 para a questão 2A e para a questão 2B escolheu o

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𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐; portanto, errou a questão 2A e acertou a questão 2B. Como não expressou

qualquer raciocínio, não podemos afirmar que o aluno 14 sabe fazer a conversão

entre o registro gráfico e o registro algébrico.

Questão 3

Na questão 3A os itens corretos são os 𝑖 e 𝑖𝑖 e na questão 3B são os 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑖𝑖

e 𝑖𝑖𝑖. O aluno 14 escolheu os 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑖 e 𝑖𝑖 nos dois casos; portanto, acertou a escolha

dos itens da questão 3A, mas errou na escolha de um dos itens da questão 3B.

Como não expressou no teste o raciocínio feito para suas escolhas, não podemos

afirmar que o aluno 14 sabe fazer a conversão entre o registro gráfico e o registro

em língua materna.

Questão 4

O 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 do diagnóstico 4A descreve em língua materna uma elipse com eixo

maior em 0𝑦 e o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 descreve outra elipse com eixo maior em 0𝑥. Tanto no

𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 quanto no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 o aluno 14 esboçou uma elipse com eixo maior no eixo 0𝑥.

Como não expressou o raciocínio, não podemos afirmar que desenvolveu a

aprendizagem do processo de conversão do registro em língua materna para o

registro gráfico. Uma possível explicação é que este aluno sempre coloca o eixo

maior sobre 0𝑥. Nossa avaliação é que o aluno 14 não desenvolveu a aprendizagem

da conversão do registro em língua materna para o registro gráfico.

Figura 46: Respostas do aluno 14 da questão 4

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Questão 5

O aluno 14 fez a relação das unidades significativas da descrição com a

equação reduzida do tipo 𝑥²

𝑎²+

𝑦²

𝑏²= 1 e identificou o valor das constantes 𝑎 e 𝑐.

Percebeu a ausência da constante 𝑏 na descrição dada e usou o teorema de

Pitágoras para achar o valor de 𝑏. Mesmo efetuando corretamente os cálculos para

achar este valor (𝑏 = 2), o sujeito não percebeu que se tratava de uma elipse com

eixo maior sobre 0𝑦, fato que reforça nossa observação de que o aluno 14 sempre

coloca o eixo maior sobre 0𝑥, o que mostra que o aluno 14 não aprendeu o processo

de conversão do registro em língua materna para o registro algébrico.

Figura 47: Resposta do aluno 14 da questão 5A

Diferentemente dos outros alunos, o aluno 14 inverteu corretamente os sinais

das constantes na relação do teorema de Pitágoras, quando as mudou de um lado

da igualdade para o outro, ou seja, partindo do tratamento 9 = 𝑏² + 5 seguiu para

– 𝑏² = 5 – 9 depois – 𝑏² = − 4 (−1) finalizando com 𝑏 = 2. Dessa forma, justificou

o resultado final do tratamento e achamos importante destacar esse fato, porque nas

análises dos alunos 1 a 13 os sujeitos erraram ou não conseguiram justificar nos

cálculos alguns raciocínios feitos na resolução da relação de Pitágoras. Temos aí

uma questão para pesquisas futuras, sobre a aprendizagem de um assunto muito

importante, as equações, sejam elas ligadas a um teorema ou não.

Quanto ao 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 o aluno 14 acertou a mudança de registro repetindo a

mesma equação do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎. Consideramos que esse aluno não desenvolveu

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aprendizagem para este tipo de conversão, pois as descrições até tratam do mesmo

objeto, mas as características das descrições são diferente o que resulta duas

equações também diferentes, fato que o aluno 14 não percebeu. Assim, o aluno 14

não desenvolveu a aprendizagem da conversão do registro em língua materna para

o registro gráfico.

Figura 48: Resposta do aluno 14 da questão 5B

Análise do Aluno 15

Questão 1

Na questão 1A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 e na questão 1B, são os

𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑎 e 𝑏. O aluno 15 escolheu corretamente os itens e expressou o raciocínio feito

apenas para avaliar o item correto. O esquema que o sujeito utilizou para avaliar a

equação reduzida foi partindo do gráfico para a equação reduzida, ou seja,

identificou as variáveis visuais do gráfico e as associou com as unidades

significativas da equação; portanto, mesmo o sujeito fazendo a escolha correta dos

itens e avaliando o item correto, por não sabermos quais foram os esquemas

cognitivos desenvolvidos pelo sujeito para justificar a eliminação dos outros itens,

não temos evidências para afirmar se o aluno 15 desenvolveu, ou não, a

aprendizagem para a conversão do registro gráfico para o registro algébrico.

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Figura 49: Resposta do aluno 15 da questão 1

Questão 2

Na questão 2A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e na questão 2B, é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐.

Na 2A, o aluno 15 escolheu corretamente os itens e expressou o raciocínio feito para

justificar as escolhas feitas. Observamos que partiu da avaliação das variáveis

visuais do gráfico para em seguida efetuar a correspondência com as unidades

significativas da equação reduzida, identificou o valor das constantes 𝑎 e 𝑏 e as

substituiu na equação, finalizando com 𝑥²

9+

𝑦²

4= 1. Avaliamos que o aluno 15 soube

fazer a conversão do registro gráfico para o registro algébrico, neste caso.

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Figura 50: Resposta do aluno 15 da questão 2

O aluno 15 efetuou corretamente a avaliação do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 da questão 2A, mas

na avaliação do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 da questão 2B percebemos que manteve a elipse com eixo

maior sobre 0𝑥e seguiu uma ordem para atribuir o valor as constantes 𝑎 e 𝑏, ou seja,

para ele o valor de 𝑎 = 2 e o de 𝑏 = 3; e não a correta, 𝑎 = 3 e 𝑏 = 2. Esse

esquema funcionou para estes exemplos e o conduziu a achar a resposta correta da

equação 𝑥²

4+

𝑦²

9= 1, mas para outras situações esse esquema pode não funcionar e

ainda pode remeter o sujeito a fazer possíveis confusões cognitivas quando a elipse

estiver representada em um registro algébrico ou em língua materna. Nossa

avaliação é que esse aluno possui falhas na aprendizagem para associar os eixos

da elipse aos denominadores da equação reduzida. Assim, o aluno 15 não aprendeu

o processo de conversão do registro algébrico para o registro gráfico.

Questão 3

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O sujeito deixou em branco a questão; portanto, o aluno 15 não desenvolveu

a aprendizagem da conversão do registro gráfico para o registro em língua materna.

Questão 4

O aluno 15 efetuou corretamente os gráficos, uma elipse com eixo maior em

0𝑦 e a outra com eixo maior em 0𝑥. Mesmo não havendo expressado o raciocínio

feito de como extraiu os comprimentos dos eixos maior e menor do registro em

língua materna, não descartamos a possibilidade de que o aluno tenha desenvolvido

a aprendizagem para a conversão para o registro gráfico. As evidências são de que

localizou primeiro as coordenadas de 𝐴1 e 𝐴2 no sistema cartesiano, no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎, para

em seguida mobilizar e localizar as outras informações da descrição “comprimento

do eixo menor igual a 4”. Analogamente, no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏, localizou primeiro as

coordenadas de 𝐵1 e 𝐵2 no sistema cartesiano, para em seguida mobilizar e localizar

as outras informações da descrição “comprimento do eixo maior igual a 6”.

Figura 51: Resposta do aluno 15 da questão 4

Achamos importante chamar a atenção para o raciocínio feito pelo aluno 15

para identificar, nos registros em língua materna, os pares ordenados explícitos, pois

isso reforça nossos argumentos nas análises dos outros alunos que erraram no

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esboço desses gráficos. Nossa avaliação é que o aluno 15 soube fazer a conversão

do registro em língua materna para o registro gráfico.

Questão 5

As equações esperadas seriam 𝑥²

4+

𝑦²

9= 1 para a descrição do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e

𝑥²

9+

𝑦²

4= 1 para a descrição do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏. O aluno 15 talvez não leu com atenção os

enunciados da questão, ou não desenvolveu aprendizagem para efetuar a

conversão do registro em língua materna para o registro algébrico, pois esboçou os

registros gráficos invés dos algébricos. Como soube fazer a conversão do registro

em língua materna para o registro gráfico, na questão 4, podemos apenas reforçar

que o aluno 15 sabe fazer a conversão do registro em língua materna para o registro

gráfico.

Figura 52: Resposta do aluno 15 da questão 5

Análise do Aluno 16

Questão 1A

Na questão 1A, a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 e na questão 1B, são os

𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑎 e 𝑏. O aluno 16 escolheu corretamente os itens e expressou o raciocínio feito

para justificar as escolhas feitas. Aparentemente, efetuou a leitura do gráfico,

identificando que as variáveis visuais 𝐵1 e 𝐵2 estão no eixo 0𝑥 e que 𝐴1, 𝐹1, 𝐹2, 𝐴2

estão no eixo 0𝑦. Observamos que desenvolveu algum raciocínio para eliminar o

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𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏, porque marcou um 𝑥 nesse item, como se o estivesse eliminando, o que nos

remete a pensar que talvez tenha feito a análise das expressões e não do gráfico.

Escreveu que a equação reduzida seria do tipo 𝑥²

𝐴²+

𝑦²

𝑏²= 1 e seguiu algum esquema

para atribuir o valor às constantes 𝑎 e 𝑏, pois escreveu 22 + 32, que não faz sentido

matemático no caso, e fez uma seta apontando para os denominadores da

expressão que elaborou. Temos evidências que o aluno 16 soube fazer uma

conversão, mas não sabemos se do registro gráfico para o registro algébrico ou do

registro algébrico para o registro gráfico.

Figura 53: Resposta do aluno 16 da questão 1A

Questão 1B

Para validar a escolha dos itens corretos da questão 1B, esperávamos que o

aluno 16 identificasse as variáveis visuais e as unidades significativas do gráfico e

as associasse com as unidades significativas da equação reduzida. A equação

reduzida é do tipo 𝑥²

𝑎² +

𝑦²

𝑏² = 1 e o aluno 16 achou que os focos seriam representantes

dos denominadores da equação reduzida expressando que a equação seria do tipo

𝑥²

𝐹1 +

𝑦²

𝐹2 = 1 e ainda colocou o sinal de mais entre os focos. Fato que nos remeteu a

avaliar que além do aluno não ter desenvolvido o conceito das propriedades da

elipse, quais sejam, eixo maior representado por 𝑎², eixo menor representado por 𝑏²

e os focos representados por 𝐹1 e 𝐹 2 e que se localizam sempre no eixo maior da

elipse e as suas respectivas posições na equação reduzida; ainda não desenvolveu

o conceito de simetria, pois se tivesse desenvolvido o raciocínio simétrico,

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perceberia que se o centro da elipse está na origem logo os valores em escala no

sistema cartesiano de 𝐹1 e 𝐹 2 seriam iguais. Raciocínio que não foi feito pelo aluno

16, pois expressou que 𝐹1= 3² e 𝐹2= 2². Avaliamos que o aluno 16 não sabe fazer a

conversão do registro gráfico para o registro algébrico

Figura 54: Resposta do aluno 16 da questão 1B

Questão 2

O aluno 16 fez a escolha correta dos gráficos nos dois itens e utilizou o

mesmo esquema esboçado por ele na questão 1, aparentemente do registro gráfico

para o algébrico, porque colocou no protocolo possíveis equações para cada um dos

gráficos; no entanto, observamos que avaliou corretamente as variáveis visuais do

𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 da questão 2A e do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 da questão 2B, mas as errou nos 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑏 e 𝑐 da

questão 2A e nos 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑎 e 𝑏 da questão 2B. Se conseguiu extrair corretamente as

variáveis visuais do gráfico nos 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑎 e 𝑐 das questões 2A e 2B, respectivamente,

por que não conseguiu nos demais, uma vez que o raciocínio desenvolvido por ele

seria o mesmo? Nossa avaliação é que o aluno 16 tem falhas na aprendizagem da

conversão do registro gráfico para o algébrico e que o aluno 16 não consegue fazer

a conversão do registro algébrico para o registro gráfico.

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Figura 55: Resposta do aluno 16 da questão 2A

Vale a pena ressaltar o raciocínio feito por ele no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 da questão 2A, pois

calculou o valor das constantes 𝑎 e 𝑏 como 7 e 4, quando os valores corretos

são𝑎 = 4 e 𝑏 = 2; aparentemente, o aluno 16 conta o número de pontos de

coordenadas inteiras que estão sobre os eixos do sistema cartesiano, o que

evidencia possíveis dificuldades com a diferença entre segmento, coordenada e

distância no sistema cartesiano. O aluno 16 comete erro no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐, expressando que

𝑏 = 2 e 𝑎 = 4, quando o correto é 2 e 3, mas aparentemente não mais contando o

número de pontos de coordenadas inteiras que estão sobre os eixos do sistema

cartesiano.

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Figura 56: Resposta do aluno 16 da questão 2B

O aluno 16 mostra esquemas similares na questão 2B. No gráfico do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏

escreveu que 𝑎 = 7 e 𝑏 = 4 e os valores corretos são 𝑎 = 5 e 𝑏 = 3, Quanto ao

gráfico do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏, esperava-se uma equação do tipo 𝑥²

16 +

𝑦²

4 = 1 e não a expressada

pelo aluno 𝑥²

25 +

𝑦²

4 = 1, mostrando novamente problemas na determinação da medida

de segmentos que estão sobre os eixos coordenados. Avaliamos que o aluno 16 não

sabe fazer a conversão do registro algébrico para o registro gráfico.

Questão 3

A resposta esperada seriam os 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑖 e 𝑖𝑖 na questão 3A e os 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑖𝑖 e 𝑖𝑖𝑖na

questão 3B. O aluno 16 escolheu corretamente os itens das questões 3A e 3B e

avaliou o valor da constante 𝑐com o teorema de Pitágoras. Fica evidente que tem

dificuldade com a resolução de uma equação e isso fica claro quando o sujeito parte

da expressão 3² = 2² − ?, chega a 9 − 4 = 𝑐 = 5 e escreve que 𝑐 = √5. A

confusão continua na questão 3B quando expressa 3 = 2 – 𝑐² e 𝑐² = − 3 – 2

finalizando com 𝑐² = √5. Consideramos que o sujeito acertou as escolhas dos itens,

mas não podemos avaliar se acertou a conversão, pois os raciocínios feitos mostram

evidências de problemas com a resolução de equações, conceito importante nas

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conversões dos diferentes registros da cônica elipse. Assim, o aluno 16 não sabe

fazer a conversão do registro gráfico para o registro da língua materna.

Figura 57: Resposta do aluno 16 da questão 3

Questão 4

O aluno 16 acertou as respostas dos dois itens e destacou algumas variáveis

visuais do registro gráfico como o centro e o valor das extremidades do eixo maior.

Concordamos que o aluno 16 desenvolveu a aprendizagem para a conversão do

registro em língua materna para o registro gráfico, pois além de esboçar o gráfico

ainda expressou o raciocínio apontando, na representação gráfica, as variáveis

visuais.

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Figura 58: Resposta do aluno 16 da questão 4

Questão 5

Esperávamos as equações 𝑥²

4+

𝑦²

9= 1 para o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e

𝑥²

9+

𝑦²

4= 1 para o

𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏. O aluno 16 apontou as equações 𝑥²

𝐴3²+

𝑦²

𝑏−3= 1 para o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e

𝑥²

0+

𝑦²

− 2²= 1

para o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏. Para o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎, o aluno 16 escreve os denominadores 𝑎 𝐴3² e 𝑏 − 3,

aparentemente para representar que 𝑎=32 e que 𝑏=-3, sem explicar como chegou a

esses valores, o que reforça as observações que fizemos nas questões anteriores

sobre a confusão que parece fazer entre segmento, coordenada e medida de

segmento. Sem sucesso na conversão do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 não conseguiu responder o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏.

Assim, o aluno 16 não sabe fazer a conversão do registro em língua materna para o

registro algébrico.

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Figura 59: Resposta do aluno 16 da questão 5

Análise do Aluno 17

Questão 1

Na questão 1A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 e na questão 1B, são os

𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑎 e 𝑏. O aluno escolheu corretamente os itens, mas não expressou nenhum

raciocínio para justificar suas escolhas; portanto, mesmo fazendo a escolha correta

dos itens, não temos evidências para afirmar se o aluno 17 desenvolveu, ou não, a

aprendizagem para a conversão do registro gráfico para o registro algébrico.

Questão 2

Na questão 2A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e na questão 2B, é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐. O

aluno escolheu o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 na questão 2A e o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 para a questão 2B e não

expressou nenhum raciocínio feito para justificar suas escolhas. Assim, o aluno 17

não desenvolveu a aprendizagem para a conversão do registro algébrico para o

registro gráfico.

Questão 3

Na questão 3A os itens corretos são 𝑖 e 𝑖𝑖 e na questão 3B são os itens 𝑖𝑖 e

𝑖𝑖𝑖. O aluno 17 escolheu o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖𝑖 na questão 3A e deixou em branco a questão 3B.

Assim, fica evidente que o aluno 17 não desenvolveu a aprendizagem para a

conversão do registro gráfico para o registro da língua materna e como não

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expressou o raciocínio não conseguimos diagnosticar possíveis dificuldades de

aprendizagem para este tipo de conversão.

Questão 4

A descrição do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 representa uma elipse com eixo maior em 0𝑦 e a

descrição do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 representa uma elipse com eixo maior em 0𝑥. O aluno 17

esboçou corretamente o gráfico do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎, mas errou o gráfico do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏, que

deveria ser uma elipse com eixo maior em 0𝑥 e não uma circunferência de raio 3,

conforme esboçou. Sendo assim, acreditamos que o aluno 17 não desenvolveu a

aprendizagem da conversão do registro em língua materna para o registro gráfico.

Também questionamos: uma vez que se esboçou o primeiro gráfico, por que não

conseguiu esboçar o segundo, se as questões são semelhantes?

Figura 60: Resposta do aluno 17 da questão 4

Questão 5

As equações esperadas são 𝑥²

4+

𝑦²

9= 1para a descrição do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e a

𝑥²

9+

𝑦²

4= 1 para a descrição do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏. O aluno apontaas equações do tipo

𝑥²

𝑎²+

𝒙²

𝑏²=

1 e 𝑥²

𝑏²+

𝑦²

𝑎²= 1, mas não calcula os valores de 𝑎 nem de 𝑏, em qualquer dos casos.

Assim, o aluno 17 não desenvolveu a aprendizagem para o processo de conversão

do registro em língua materna para o registro algébrico. Os possíveis problemas do

aluno 17 estão relacionados com a interpretação das informações em língua

materna e nossa avaliação é que o aluno 17 não aprendeu propriedades da cônica

elipse, o que interferiu nas tentativas de mudanças de registros expressadas por ele.

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Figura 61: Resposta do aluno 17 da questão 5

Avaliação do Aluno 18

Questão 1

Na questão 1A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 e na questão 1B, são os

𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑎 e 𝑏. O aluno escolheu corretamente os itens, mas não expressou nenhum

raciocínio para justificar suas escolhas; portanto, mesmo o sujeito fazendo a escolha

correta dos itens, não temos evidências para afirmar se o aluno 18 desenvolveu, ou

não, a aprendizagem para a conversão do registro gráfico para o registro algébrico.

Questão 2

Na questão 2A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e na questão 2B, é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐. O

aluno 18 escolheu corretamente os itens, mas não expressou nenhum raciocínio

para justificar as escolhas feitas. Nossa avaliação é que o aluno 18 não “aprendeu” o

processo de conversão do registro algébrico para o registro gráfico.

Questão 3

Na questão 3A os itens corretos são 𝑖 e 𝑖𝑖 e na questão 3B são os itens 𝑖𝑖 e

𝑖𝑖𝑖. O aluno 18 escolheu apenas o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖𝑖 na questão 3A e apenas o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖𝑖 na

questão 3B e não expressou o raciocínio feito para justificar as escolhas. O 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖𝑖

da questão 3A é satisfeito pelo gráfico dado, mas não o descreve completamente e

o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖 da questão 3A é verdadeiro e descreve o gráfico, ma não foi apontado por

ele; portanto, não podemos afirmar que o aluno 18 acertou a questão 3A.

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Analogamente, na questão 3B, o aluno 18 deixou de apontar o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖𝑖𝑖, que

descreve o gráfico. Assim, não podemos dizer que o aluno 18 acertou a questão 3B.

Supomos que a presença das coordenadas dos focos nas duas descrições possa ter

interferido nas escolhas do aluno 18, pois observamos alguns rabiscos no protocolo

que parecem indicar dúvida. Nossa avaliação é que o aluno 18 não desenvolveu a

aprendizagem para efetuar a conversão do registro gráfico para o registro da língua

materna.

Figura 62: Resposta do aluno 18 da questão 3

Questão 4

Os gráficos esperados são uma elipse com eixo maior em 0𝑦 (no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎) e

uma com eixo maior em 0𝑥 (no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏). O aluno 18 esboçou duas elipses com as

mesmas características, ambas com o eixo maior em 0𝑥. Considerando que, em

ambos os casos, as conversões são semelhantes, esperávamos que se um sujeito

esboçasse o primeiro gráfico esboçaria também o segundo, o que não aconteceu

com o aluno 18. Assim, nossa avaliação é que o aluno 18 não desenvolveu a

aprendizagem para efetuar a conversão do registro em língua materna para o

registro gráfico.

Ocorre-nos também que o aluno 18, por alguma razão, didática, cognitiva ou

pedagógica, não aprendeu a trabalhar com o gráfico de elipses cujo eixo maior não

está sobre o eixo 0𝑥. Outro possível problema de aprendizagem pode estar ligado à

dificuldade do aluno 18 de localizar as coordenadas de um ponto no sistema

cartesiano.

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Figura 63: Resposta do aluno 18 da questão 4

Questão 5

As equações esperadas são 𝑥²

4+

𝒚²

9= 1 e

𝑥²

9+

𝑦²

4= 1 e não a expressada pelo

aluno 𝑥²

9+

𝑦²

4= 1 para os dois itens. Observamos que o aluno 18 percebeu a

ausência da constante 𝑏 no registro em língua materna e utilizou o teorema de

Pitágoras para determiná-la. Resolveu corretamente a relação 3² = 𝑏² + (√5)²,

identificou os valores das constantes 𝑎 e 𝑏, mas não conseguiu relacionar a posição

dos eixos maior e menor nos denominadores da equação reduzida, o que reforça

nossas observações sobre os focos na questão 4. Talvez essa falha na

aprendizagem tenha feito o aluno 18 errar a expressão do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎. Nossa avaliação é

que o aluno 18 não desenvolveu a aprendizagem para efetuar a conversão do

registro em língua materna para o registro algébrico.

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Figura 64: Resposta do aluno 18 da questão 5

Análise do Aluno 19

Questão 1

Na questão 1A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 e na questão 1B, são os

𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑎 e 𝑏. O aluno 19 escolheu corretamente os itens e justificou em língua

materna a eliminação dos outros itens. Chamou-nos a atenção a justificativa em

língua materna, pois nas análises dos alunos 1 a 18 nenhum aluno fez isso.

Para avaliar o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 da questão 1A, o aluno 19 escreveu “Porque o 𝑥 é

menor que o 𝑦, tem o sinal de + e é igual a 1”. Acreditamos que ele observou de

uma forma própria, as unidades significativas importantes para o registro algébrico,

que traduzimos pelas seguintes propriedades:

“Porque o 𝑥 é menor que o𝑦”: pode ter observado os tamanhos dos eixos

menor e maior na representação gráfica.

“tem o sinal de + e é igual a 1”: pode saber que a forma algébrica reduzida da

elipse tem o sinal + entre as parcelas do primeiro membro e o segundo

membro é 1.

Que o fizeram escolher diretamente a resposta correta ou eliminar os itens

que não satisfazem essas “propriedades”.

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Figura 65: Resposta do aluno 19 da questão 1B

Quanto à escolha dos 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠𝑎e𝑏 da questão 1B, o sujeito justificou

escrevendo: “Porque o 𝑥é maior que o 𝑦, e a soma de 𝑥e 𝑦 é igual a 1 e ambos

estão ao quadrado”. Assim, como no item anterior, o aluno 19 fez uso das

“propriedades”

“porque o 𝑥 é maior que 0𝑦”: pode ter observado os tamanhos dos eixos

maior e menor na representação gráfica da questão 1B e assim justificou a

escolha da equação reduzida 𝑥²

9+

𝑦

4= 1 dos 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑎 e 𝑏.

“a soma de 𝑥 e 𝑦 é igual a 1”: pode saber que a forma algébrica reduzida da

elipse tem o sinal + entre as parcelas do primeiro membro e o segundo

membro é 1.

“ambos estão ao quadrado”: pode saber que os expoentes de x e de y têm

que ser 2.

Essas “propriedades” o fizeram escolher diretamente a resposta correta ou

eliminar os itens que não as satisfazem, como é o caso do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑑 𝑥²

4+

𝑦

9= 1.

De acordo com essas explicações em língua materna, não sabemos se o

aluno 19 fez a conversão do registro gráfico para o algébrico ou vice-versa. Só

podemos afirmar que o aluno 19 sabe fazer uma das conversões, do registro

algébrico para o gráfico ou do registro gráfico para o registro algébrico.

Questão 2

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193

A equação dada na questão 2A representa o gráfico do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e o aluno 19

escolheu o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 e não expressou o raciocínio feito. Na questão 2B, a equação

dada representação gráfico do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 e o aluno 19 fez a escolha correta, que

justificou em língua materna: “Porque o x é menor que o 𝑦”. Como nos 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑎 e 𝑏,

na linguagem do aluno 19, “o 𝑥 é maior que o 𝑦”, acreditamos que o aluno 19 fez a

leitura das unidades significativas do registro algébrico para decidir que a resposta

correta da questão 2B é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐. Voltando à resposta dada por ele para a questão

2A, observamos que o erro está apenas no tamanho do eixo maior e não na posição

da elipse, porque a propriedade “o 𝑥 é maior que o 𝑦” vale nos 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑏 e 𝑐, o que

indica que talvez se enganou na hora de marcar o item correto da questão 2A.

Nossa avaliação é que o aluno 19 sabe fazer a conversão do registro algébrico para

o registro gráfico.

Questão 3

Na questão 3A os itens corretos são 𝑖 e 𝑖𝑖 e na questão 3B são os itens 𝑖𝑖 e

𝑖𝑖𝑖. O aluno 19 escolheu o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖 nas duas questõese expressou o raciocínio em

língua materna: “Porque tem 𝐹1 e 𝐹2 positivo e negativo”. A avaliação feita em língua

materna pelo aluno 19 mostra que não desenvolveu aprendizagem quando os focos

estão envolvidos e não sabe aplicar, neste caso, as mesmas “propriedades” que

destacou nas questões 1 e 2. Por outro lado, embora não tenha sabido responder

corretamente a questão 3, também criou uma “propriedade” para os focos:

acreditamos que quando escreve “Porque tem 𝐹1 e 𝐹2 positivo e negativo” quer dizer

que os focos são simétricos em relação à origem do sistema de coordenadas. De

qualquer forma, o aluno 19 não desenvolveu a aprendizagem do processo de

conversão do registro gráfico para o registro em língua materna.

Questão 4

A descrição do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 é de uma elipse com eixo maior em 0𝑦 e a do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 de

uma elipse com eixo maior em 0𝑥. Para o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 o aluno 19 esboçou uma elipse

com eixo maior de comprimento 8 no eixo 0𝑥 e no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 uma elipse com eixo

menor de comprimento 4 no eixo 0𝑥. As evidências apontam que não conseguiu

interpretar a descrição em língua materna e associar as informações dadas às

variáveis visuais do gráfico; por exemplo, na descrição “comprimento do eixo menor

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193

igual a 4”, talvez tenha pensado que o eixo maior é o dobro do menor ou confundido

eixo maior com menor e que o 4 seria a metade do valor do eixo maior, com 4 de um

lado e 4 do outro. Para o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏, o aluno 19 expressou corretamente o gráfico.

Avaliamos que o aluno 19 não sabe fazer a conversão do registro em língua materna

para o registro gráfico.

Questão 5

O aluno 19 deixou a questão em branco. Assim, julgamos que o aluno 19 não

sabe fazer a conversão do registro em língua materna para o registro algébrico.

Avaliação do Aluno 20

O aluno escolheu o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 como resposta da questão 1A, o que está correto,

mas não expressou o raciocínio e deixou todas as outras questões em branco.

Sendo assim, acreditamos que o aluno 20 não desenvolveu aprendizagem para

qualquer das conversões propostas neste diagnóstico.

Avaliação do Aluno 21

Questão 1

Na questão 1A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 e na questão 1B, são os

𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑎 e 𝑏. O aluno escolheu corretamente os itens, mas não expressou nenhum

raciocínio para justificar suas escolhas; portanto, mesmo o sujeito fazendo a escolha

correta dos itens, não temos evidências para afirmar se o aluno 21 desenvolveu, ou

não, a aprendizagem da conversão do registro gráfico para o registro algébrico.

Questão 2

Na questão 2A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e na questão 2B, é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐. O

aluno escolheu o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 para ambas e não expressou o raciocínio feito para justificar

as escolhas; sendo assim, acreditamos que o aluno 21 não desenvolveu a

aprendizagem para o processo de conversão do registro algébrico para o registro

gráfico.

Questão 3

Na questão 3A os itens corretos são 𝑖 e 𝑖𝑖 e na questão 3B são os itens 𝑖𝑖 e

𝑖𝑖𝑖. O aluno escolheu os 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑖𝑖 e 𝑖𝑖𝑖 para a questão 2A e os 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑖𝑖 e 𝑖𝑖𝑖 para a

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questão 2B e não expressou o raciocínio para justificar suas escolhas. Apesar de ter

acertado os itens da questão 2B, avaliamos que o aluno 21 não sabe fazer a

conversão do registro gráfico para o registro em língua materna.

Questão 4

O aluno 21 esboçou corretamente os dois gráficos, mas não expressou o

raciocínio feito para esboçá-los. Supomos que interpretou corretamente o registro

em língua materna e soube identificar as variáveis visuais importantes para o gráfico

na descrição dada, que são as extremidades dos eixos maior e menor, e colocou-as

no sistema cartesiano, o que pode ser verificado na representação gráfica do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎

no protocolo,pois identifica nos eixos 0𝑦 as variáveis visuais 𝐴1, 𝐴2, 𝐵1 e 𝐵2. Como

não explicou o raciocínio, não temos evidências para afirmar se o aluno 21

desenvolveu, ou não, a aprendizagem da conversão do registro em língua materna

para o registro gráfico.

Figura 66: Resposta do aluno 21 da questão 4

Questão 5

Esperávamos para o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 a equação reduzida do tipo 𝑥²

4+

𝑦²

9= 1 e o aluno

21 escreveu 𝑥²

9+

𝑦²

25= 1. Acreditamos que não conseguiu interpretar corretamente o

texto e extrair as unidades significativas 𝑎, 𝑏 e 𝑐 para o registro algébrico. Parece

que o aluno 21 acha que o valor da constante 𝑏 está nas coordenadas dos focos

𝐹1(0, √5 ) e 𝐹2(0, - √5) e sem deixar qualquer cálculo chegou a 𝑏 = 5 e o colocouna

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193

equação 𝑥²

3²+

𝑦²

5²= 1 que resultou em

𝑥²

9+

𝑦²

25= 1, equação que não condiz com a

descrição dada, pois o eixo maior não mede 10 e o eixo menor não mede 6 na

descrição; mesmo não mostrando como fez os cálculos para achar o valor da

constante 𝑏 do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e da constante 𝑎 do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏, percebeu que se tratavam de

elipses com eixo maior em 0𝑦 e em 0𝑥, respectivamente, que os denominadores de

𝑥2 e de 𝑦2 são esses valores elevados ao quadrado e ainda associou corretamente

a posição dos eixos na equação reduzida.

Figura 67: Resposta do aluno 21 da questão 4A

Vale apena destacar que a dificuldade apresentada pelo aluno 21 no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏

também é visível, pois percebe-se um raciocínio semelhante ao do item 4A. Neste

caso, o aluno 21 até percebeu que se tratava de uma elipse com eixo menor em 0𝑦

e que o valor da constante 𝑏 = 2, mas não conseguiu interpretar que se o

comprimento do eixo maior é 6, o valor da constante 𝑎 é 3 e que 𝑎² = 9 e não

𝑎² = 6 como colocou na equação. De qualquer forma, não podemos afirmar que o

aluno 21 desenvolveu a aprendizagem do processo de conversão do registro em

língua materna para o registro algébrico.

Figura 68: Resposta do aluno 21 da questão 4B

Análise do Aluno 22

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Questão 1

Na questão 1A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 e na questão 1B, são os

𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑎 e 𝑏. O aluno escolheu corretamente os itens, mas não expressou nenhum

raciocínio para justificar suas escolhas; portanto, mesmo o sujeito fazendo a escolha

correta dos itens, não temos evidências para afirmar se o aluno 22 desenvolveu, ou

não, a aprendizagem para a conversão do registro gráfico para o registro algébrico.

Questão 2

Na questão 2A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e na questão 2B, é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐. O

aluno escolheu o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 para ambas e não expressou o raciocínio feito para justificar

essas escolhas. Assim, julgamos que o aluno 22 não desenvolveu a aprendizagem

para o processo de conversão do registro algébrico para o registro gráfico.

Questão 3

Na questão 3A os itens corretos são 𝑖 e 𝑖𝑖 e na questão 3B são os itens 𝑖𝑖 e

𝑖𝑖𝑖. O aluno escolheu o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖𝑖𝑖 para a questão 3A e o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖𝑖 para a questão 3B e

não expressou nenhum raciocínio para justificar ou avaliar suas escolhas. Mesmo

acertando o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖𝑖 da questão 3B, não percebeu que o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖 também está correto

e não podemos afirmar que o aluno 22 sabe fazer a conversão do registro gráfico

para o registro em língua materna.

Supomos que o aluno não leu com atenção as descrições ou não percebeu

que as informações dadas pelas descrições dos dois itens são diferentes e as

elipses têm gráficos com posições diferentes no sistema cartesiano.

Questão 4

O previsto era que o sujeito esboçasse uma elipse com eixo maior em 0𝑦 no

𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e uma elipse com eixo maior em 0𝑥 no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 O aluno 22 esboçou uma única

elipse para as duas descrições, ambas com o eixo maior em 0𝑥. Assim, julgamos

que o aluno 22 não desenvolveu a aprendizagem do processo de conversão do

registro em língua materna para o registro gráfico.

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Figura 69: Resposta do aluno 22 da questão 4A

Questão 5

O aluno deixou em branco esta questão e julgamos que o aluno 22 não

desenvolveu a aprendizagem do processo de conversão do registro em língua

materna para o registro algébrico.

Análise do Aluno 23

Questão 1

Na questão 1A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 e na questão 1B, são os

𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑎 e 𝑏. O aluno 23 escolheu o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 para a questão 1A e o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 para a

questão 1B e não expressou nenhum raciocíniopara justificar essas escolhas.

Observamos que no gráfico da questão 1B traçou com grafite os eixos 0𝑦 e 0𝑥 e

supomos que o raciocínio feito pelo aluno 23 partiu do gráfico para o algébrico, como

esperado; mesmo o sujeito fazendo a escolha errada do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 da questão 1A e a

escolha correta do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 da questão 1B, por não sabermos quais foram os

raciocínios feitos pelo aluno 23 para justificar as escolhas certas e erradas, não

conseguimos avaliar se o aluno 23 desenvolveu a aprendizagem da conversão do

registro gráfico para o registro algébrico.

Questão 2

Na questão 2A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e na questão 2B, é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐. O

aluno escolheu o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 na questão 2A e deixou em branco a questão 2B. Como não

explicou o raciocínio feito e não deu respostas corretas, julgamos que o aluno 23

não desenvolveu a aprendizagem do processo de conversão do registro algébrico

para o registro gráfico.

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Questão 3

Na questão 3A os itens corretos são 𝑖 e 𝑖𝑖 e na questão 3B os itens corretos

são 𝑖𝑖 e 𝑖𝑖𝑖. O aluno 23 escolheu o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖𝑖𝑖 para a questão 3A e deixou em branco a

questão 3B. Como não explicou o raciocínio feito e não deu respostas corretas,

julgamos que o aluno 23 não desenvolveu a aprendizagem do processo de

conversão do registro gráfico para o registro em língua materna.

Questão 4

O 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 da questão 4A descreve em língua materna uma elipse com eixo

maior em 0𝑦 e o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 uma elipse com eixo maior em 0𝑥. O aluno 23 esboçou

corretamente o gráfico do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e deixou em branco o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 e não expressou o

raciocínio feito. Parece, pelo acerto na questão 4A, que consegue localizar os

pontos nos eixos e que o comprimento do eixo menor ser 4 quer dizer que os

vértices, neste caso, são (2,0) e (-2,0), mas avaliamos que o aluno 23 não

desenvolveu a aprendizagem para efetuar a conversão do registro em língua

materna para o registro gráfico.

Figura 70: Resposta do aluno 23 da questão 4A

Questão 5

O aluno deixou em branco esta questão. Assim, avaliamos que o aluno 23

não desenvolveu a aprendizagem para efetuar a conversão do registro em língua

materna para o registro algébrico.

Análise do Aluno 24

Questão 1

Na questão 1A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 e na questão 1B, são os

𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑎 e 𝑏. O aluno 24 escolheu corretamente os itens, mas não expressou nenhum

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193

raciocínio para justificar suas escolhas; portanto, não temos evidências para afirmar

se o aluno 24 desenvolveu, ou não, a aprendizagem para a conversão do registro

gráfico para o registro algébrico.

Questão 2

Na questão 2A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e na questão 2B, é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐. O

aluno 24 escolheu o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 para a questão 2A e o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 para a questão 2B. O aluno

acertou a questão 2B e errou a questão 2A, embora tenha escolhido uma elipse com

eixo maior no eixo 0𝑥, mas não expressou o raciocínio feito. Assim, avaliamos que o

aluno 24 não desenvolveu a aprendizagem para efetuar a conversão do registro

algébrico para o registro gráfico.

Questão 3

Na questão 3A os itens corretos são 𝑖 e 𝑖𝑖 e na questão 3B são os itens 𝑖𝑖 e

𝑖𝑖𝑖. O aluno 24 escolheu o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖 na questão 3A e o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖𝑖 na questão 3B e deixou

de apontar o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖𝑖 na questão 3A e o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖𝑖𝑖 na questão 3B, que também são

corretos. Como não expressou o raciocínio para justificar as escolhas feitas,

avaliamos que o aluno 24 não desenvolveu a aprendizagem para efetuar a

conversão do registro gráfico para o registro em língua materna.

Questão 4

O 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 da questão 4A descreve em língua materna uma elipse com eixo

maior em 0𝑦 e o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 uma elipse com eixo maior em 0𝑥. O aluno 24 esboçou uma

elipse com eixo maior em 0𝑥 para as duas descrições e não expressou o raciocínio

feito. Avaliamos que o aluno 24 não desenvolveu a aprendizagem para efetuar a

conversão do registro em língua materna para o registro gráfico.

Figura 71: Resposta do aluno 24 da questão 4A

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Questão 5

O aluno 24 não conseguiu efetuar a conversão esperada, mas mostrou no

protocolo que a equação reduzida do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 seria do tipo 𝑥²

𝑎²+

𝑦²

𝑏² = 1 e a do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏

do tipo 𝑥²

𝑏²+

𝑦²

𝑎² = 1, entendendo que a sempre representa o semieixo maior e b, o

semieixo menor o que, no caso da questão 5, não se verifica, pois no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 o

gráfico da elipse tem eixo maior sobre 0𝑦 e não sobre 0𝑥 e no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 é o contrário.

Não sabemos como o aluno 24 calculou o valor da constante 𝑏 no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎, pois a

descrição fornece apenas o valor das constantes 𝑎 e 𝑐. Como não expressou o

raciocínio feito, as evidências são de que o aluno 24 não sabe associar as posições

dos eixos maior e menor na equação reduzida, fato que o fez errar as expressões

algébricas. Avaliamos que o aluno 24 não desenvolveu a aprendizagem para efetuar

a conversão do registro em língua materna para o registro algébrico.

Figura 72: Resposta do aluno 24 da questão 5

Avaliação do Aluno 25

Questão 1

Na questão 1A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 e na questão 1B, são os

𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑎 e 𝑏. O aluno 25 escolheu corretamente os itens e, na questão 1A, avaliou de

uma forma própria, o valor das constantes 𝑎 e 𝑏. O valor da constante 𝑏 justificou

escrevendo “𝑙𝑎𝑑𝑜𝑠 = 4” e o valor do eixo maior justificou com a somatória de

1 + 1 + 1 + 2 + 2 + 2 = 9, que não conseguimos entender e que não nos

parece correto, ao ver o protocolo do aluno 25.

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Figura 73: Resposta do aluno 25 da questão 1A

Talvez o primeiro 1 tenha surgido das observações que o sujeito fez no

vértice 𝐵1, o segundo do vértice 𝐹1 e o terceiro do vértice 𝐴1. Como indicou também

na figura os vértices 𝐹2, 𝐴2 e 𝐵2, nessa “ordem”, pode ter imaginado que poderia

somar 2 + 2 + 2 o que resultou na relação 1 + 1 + 1 + 2 + 2 + 2 = 9, esquema

que justificou para o aluno o valor da constante 𝑎² = 9. Para o valor da constante

𝑏² = 4, o aluno 25 se referiu a “lados = 4” e não sabemos se fez esta referência em

função dos quadrantes da figura ou desenvolveu outro raciocínio.

Figura 74: Resposta do aluno 25 da questão 1B

Quanto à questão 1B, o aluno 25 escolheu os itens corretos. Mostra uma

relação parecida com a que fez na questão 1A e supomos que utilizou o mesmo

raciocínio da questão 1A para justificar o valor do eixo maior; relacionou as

extremidades, 𝐹2 e 𝐵2, aos valores 2 + 2 + 2 e 𝐴1, 𝐹1 e 𝐵1 aos valores 1 + 1+ 1, oque

resultou na relação 2 + 2 + 2 + 1 + 1 + 1 = 9. Parece ter alguma noção sobre a

relação dos eixos maior e menor na equação reduzida, mas avaliamos que o aluno

25 não desenvolveu a aprendizagem para efetuar a conversão do registro gráfico

para o registro algébrico.

Questão 2

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193

Na questão 2A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e na questão 2B, é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐. O

aluno 25 escolheu a representação gráfica do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 para a questão 2A e a do

𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 para a questão 2B e ambas dão o mesmo gráfico. Como as equações dadas

são diferentes e o aluno 25 não expressou o raciocínio feito, avaliamos que o aluno

25 não desenvolveu a aprendizagem para efetuar a conversão do registro algébrico

para o registro gráfico.

Questão 3

Na questão 3A os itens corretos são 𝑖 e 𝑖𝑖 e na questão 3B são os itens 𝑖𝑖 e

𝑖𝑖𝑖. O sujeito escolheu o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖𝑖 na questão 3A e o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖𝑖𝑖 na questão 3B, ambos

corretos, mas deixou de indicar os outros dois itens corretos. Como não expressou o

raciocínio feito para justificar as escolhas, avaliamos que o aluno 25 não

desenvolveu a aprendizagem para efetuar a conversão do registro gráfico para o

registro em língua materna.

Questão 4

O 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 descreve em língua materna uma elipse com eixo maior em 0𝑦 e o

𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 descreve uma elipse com eixo maior em 0𝑥. O aluno 25 esboçou duas elipses

sem conexão com as informações dadas na descrição. Talvez por saber que o

diagnóstico é sobre a cônica elipse, esboçou duas elipses, mas avaliamos que o

aluno 25 não desenvolveu a aprendizagem para efetuar a conversão do registro em

língua materna para o registro gráfico.

Figura 75: Resposta do aluno 25 da questão 4

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Questão 5

As equações esperadas são 𝑥²

4+

𝑦²

9= 1 para a descrição do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e

𝑥²

9+

𝑦²

4=

1 para a descrição do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏. Como o valor da constante 𝑏 não está na descrição do

𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎, o aluno 25 precisaria determinar o valor dessa constante e, para tal, poderia

utilizar o teorema de Pitágoras, mas não o fez. Colocou duas “equações reduzidas”,

uma para o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 𝑥²

𝑏²+

𝑥²

𝑎² = 1, que só tem a variável 𝑥 e a variável 𝑦 não aparece e

no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 colocou a equação 𝑥²

𝑏²+

𝑦

𝑎² = 1 na qual a variável 𝑦 não está elevada ao

quadrado. Avaliamos que o aluno 25 não desenvolveu a aprendizagem para efetuar

a conversão do registro em língua materna para o registro algébrico.

Figura 76: Resposta do aluno 25 da questão 5

Avaliação do Aluno 26

Questão 1

Na questão 1A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 e na questão 1B, são os

𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑎 e 𝑏. O aluno 26 escolheu corretamente os itens e expressou o raciocínio feito

para justificar as escolhas feitas, aparentemente do gráfico para o algébrico. Embora

não iguale a equação a 1 e coloque o sinal de + no numerador, separando, com um

traço de fração, 𝑥2 + 𝑦² de 𝑎2 𝑏2, avaliamos que o aluno 26 desenvolveu a

aprendizagem para efetuar a conversão do registro gráfico para o registro algébrico,

como esperado nesta questão.

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Figura 77: Resposta do aluno 26 da questão 1

Questão 2

Na questão 2A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e na questão 2B, é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐. O

aluno escolheu corretamente os itens e expressou o raciocínio feito, aparentemente

dos gráficos para a expressão algébrica e não da expressão algébrica para o

gráfico. Para avaliar a equação correspondente ao gráfico do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎, o aluno 26

identificou as variáveis visuais do gráfico (eixos maior e menor), relacionou as

variáveis com as unidades significativas 𝑎² = 3² e 𝑏² = 2² e fez a correspondência

com as unidades significativas da equação reduzida. Avaliamos que o aluno 26

desenvolveu a aprendizagem para efetuar a conversão do registro gráfico para o

registro algébrico, mas não podemos afirmar que sabe fazer a conversão do registro

algébrico para o registro gráfico.

Observamos que na questão 2A o aluno relacionou corretamente a posição

dos eixos maior e menor aos denominadores da equação reduzida 𝑥²

𝐴²+

𝑦²

𝐵² = 1 e no

𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 da questão 2B deua mesma equação da questão 2A, ao invés da correta.

Supomos que os esquemas utilizados pelo aluno 26 para efetuar a mudança de

registro do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 da questão 2B, talvez tenha sido uma ideia, ainda confusa, que

ele desenvolveu quando estudou este tópico, achando que qualquer valor que está

no eixo 0𝑥 é representante da constante 𝑎 e todo valor que está sobre o eixo 0𝑦 é

representante da constante 𝑏; adotando assim uma ordem de sentido para identificar

os valores das constantes 𝑎 e 𝑏, quais sejam, eixo 0𝑥 para o eixo 0𝑦. Para o aluno o

valor de 𝑎 = 2 e o de 𝑏 = 3; e não a correta que fosse 𝑎 = 3 e 𝑏 = 2. Esse

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193

esquema funcionou para este caso e o conduziu a achar a resposta correta da

equação 𝑥²

4+

𝑦²

9= 1, mas para outras situações este esquema não funcionar.

Figura 78: Resposta do aluno 26 da questão 2

Questão 3

Na questão 3A os itens corretos são 𝑖 e 𝑖𝑖 e na questão 3B são os itens 𝑖𝑖 e

𝑖𝑖𝑖. O aluno 26 escolheu os 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑖 e 𝑖𝑖 para as duas questões. Na questão 3A,

identificou os valores das constantes 𝑎² = 3² e 𝑏² = 2² e as utilizou na relação de

Pitágoras para achar o valor da constante 𝑐 e dar as respostas corretas deste item.

Mesmo assim, como para os demais alunos, é evidente a dificuldade para resolver a

equação resultante, pois coloca 9 = 4 − 𝑐2 (invés de 9 = 4 + 𝑐2) e daí chega a

𝑐² = 4 – 9 = 1, que tem dois problemas graves: 𝑐2 é um número negativo e a

equação é igualada a 1, sem justificativa aparente para isto. Finalizou o tratamento

𝑐² = − 5 concluindo que 𝑐 = √5 e ignorando o “ = 1” que colocou na equação. O

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aluno 26 até conseguiu concluir o raciocínio, mas os problemas com a resolução da

equação são evidentes no protocolo.

Figura 79: Resposta do aluno 26 da questão 3A

A escolha dos itens da questão 2B foram os itens 𝑖 e 𝑖𝑖, invés dos itens 𝑖𝑖 e 𝑖𝑖𝑖

e acreditamos que isso ocorreu por causa das coordenadas dos focos, que o aluno

26 não percebeu que precisam estar sobre o eixo maior ou se confundiu com as

coordenadas nulas: no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖, os focos estão no eixo 0𝑦 e no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖𝑖𝑖, no eixo 0𝑥.

Avaliamos que o aluno 26 desenvolveu a aprendizagem para efetuar a conversão do

registro gráfico para o registro em língua materna.

Questão 4

O previsto era que o sujeito esboçasse para o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 uma elipse com eixo

maior em 0𝑦 e no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 uma elipse com eixo maior em 0𝑥. O aluno 26 esboçou os

gráficos de forma invertida, ou seja, no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 esboçou uma elipse com o eixo maior

em 0𝑥 e no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 outra elipse com eixo maior em 0𝑦, embora tenha calculado

corretamente os valores de 𝑎 e de 𝑏, em ambos os casos. Supomos que esse

sujeito tem dificuldade com a localização de pontos sobre os eixos coordenados.

Como não explicou o raciocínio feito, avaliamos que o aluno 26 não desenvolveu a

aprendizagem para efetuar a conversão do registro em língua materna para o

registro gráfico.

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Figura 80: Respostas do aluno 26 da questão 4

Questão 5

As equações esperadas são 𝑥²

4+

𝑦²

9= 1 para a descrição do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e

𝑥²

9+

𝑦²

4=

1 para a descrição do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏. Como o valor da constante 𝑏 não está presente na

descrição do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎, o aluno 26 precisaria determinar o valor da constante 𝑏 e, para

tal, poderia utilizar o teorema de Pitágoras, como foi o caso. Reconhecendo que

𝑎² = 3² e 𝑐 = √5, substituiu-os na relação 9 = 𝑏² + (√5)² concluindo que 𝑏 = 2²,

depois de ter escrito − 𝐵2 = −4, o que mostra que também, como quase todos os

demais, tem dificuldades na resolução de equações. Para escrever a equação

pedida, troca o valor dos denominadores e coloca 9 como denominador de 𝑥2, invés

de 4 e 4 no denominador de 𝑦2, invés de 9. Com isso, o aluno 26 esboçou a mesma

equação para as duas descrições e, aparentemente, não percebeu que as duas

descrições tratam de elipses com eixos em posições diferentes no sistema

cartesiano. As evidências são de que o sujeito desenvolveu algumas noções acerca

desta conversão, mas não mobiliza todas as propriedades necessárias para efetuar

a mudança de registro proposta. Avaliamos que o aluno 26 não desenvolveu a

aprendizagem para efetuar a conversão do registro em língua materna para o

registro algébrico.

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Figura 81: Resposta do aluno 26 da questão 5

Análise do Aluno 27

Questão 1

Na questão 1A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 e na questão 1B, são os i𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑎

e 𝑏. O aluno 27 escolheu corretamente os itens, mas não expressou nenhum

raciocínio para justificar suas escolhas; portanto, mesmo o sujeito fazendo a escolha

correta dos itens, não temos evidências para afirmar se o aluno 27 desenvolveu, ou

não, a aprendizagem para a conversão do registro gráfico para o registro algébrico.

Questão 2

Na questão 2A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e na questão 2B, é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐. O

aluno 27 escolheu a representação gráfica do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 para a questão 2A e a

representação gráfica do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 para a questão 2B. Como não expressou o

raciocínio feito, avaliamos que o aluno 27 não desenvolveu a aprendizagem para

efetuar a conversão do registro algébrico para o registro gráfico.

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Questão 3

Esperávamos que escolhesse os itens 𝑖 e 𝑖𝑖 para a questão 3A e os itens 𝑖𝑖 e

𝑖𝑖𝑖 para a questão 3B. O aluno 27 escolheu o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖𝑖 para a questão 3A e o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖𝑖𝑖

para a questão 3B, que estão corretos, mas deixou de apontar os itens 𝑖 da questão

3A e 𝑖𝑖 da questão 3B, que também estão corretos. Como não expressou o

raciocínio feito para justificar as escolhas, avaliamos que o aluno 27 não

desenvolveu a aprendizagem para efetuar a conversão do registro gráfico para o

registro em língua materna.

Questão 4

O esboço esperado seria uma elipse com eixo maior em 0𝑦 ara o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e

uma elipse com eixo maior em 0𝑥, para o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏. O aluno 27 esboçou duas elipses

do mesmo tipo, ambas com eixo maior em 0𝑥. A representação esboçada para o

𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 está de acordo com o esperado, mas o aluno 27 repetiu o mesmo gráfico no

𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e não sabemos se esboçou primeiro a representação do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 ou vice-versa.

Como os raciocínios para efetuar as duas conversões são semelhantes,

esperávamos que se efetuasse uma conversão também efetuaria a outra. Avaliamos

que o aluno 27 não desenvolveu a aprendizagem para efetuar a conversão do

registro em língua materna para o registro gráfico.

Figura 82: Resposta do aluno 27 da questão 4

Questão 5

O sujeito apresenta algumas notações para a expressão algébrica esperada,

mas não consegue concluir, provavelmente por não entender como deve fazer isso.

Avaliamos que o aluno 27 não desenvolveu a aprendizagem para efetuar a

conversão do registro em língua materna para o registro algébrico.

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Figura 83: Resposta do aluno 27 da questão 5

Análise do Aluno 28

Questão 1

Na questão 1A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐 e na questão 1B, são os

𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑎 e 𝑏. O aluno 28 escolheu corretamente os itens, mas não expressou nenhum

raciocínio para justificar suas escolhas; portanto, mesmo fazendo a escolha correta

dos itens, não temos evidências para afirmar se o aluno 28 desenvolveu, ou não, a

aprendizagem para a conversão do registro gráfico para o registro algébrico.

Questão 2

Na questão 2A a alternativa correta é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 e na questão 2B, é o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑐. O

aluno 28 escolheu o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 para ambas. Como não expressou o raciocínio feito para

justificar as escolhas, avaliamos que o aluno 28 não desenvolveu a aprendizagem

para efetuar a conversão do registro algébrico para o registro gráfico.

Questão 3

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Os itens corretos da questão 3A são 𝑖 e 𝑖𝑖 e os da questão 3B são os 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑖𝑖

e 𝑖𝑖𝑖. O aluno 28 escolheu a descrição do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖𝑖𝑖 para o gráfico 3A e o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖𝑖 para o

gráfico 3B, ou seja, errou a questão 3A e não indicou o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖𝑖𝑖 da questão 3B, que

também está correto. Percebemos também que esboçou os dois gráficos com eixo

maior sobre 0𝑥, o que nos remete a perguntar se, para ele, o eixo maior do gráfico

da elipse sempre está sobre o eixo 0𝑥, por alguma razão didática, pedagógica ou

cognitiva. Como não expressou o raciocínio feito para justificar as escolhas,

avaliamos que o aluno 28 não desenvolveu a aprendizagem para efetuar a

conversão do registro gráfico para o registro em língua materna.

Questão 4

A descrição do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 trata de uma elipse com eixo maior em 0𝑦 e a

descrição do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 de uma elipse com eixo maior em 0𝑥. Os esboços feitos pelo

aluno 28 não têm qualquer conexão com as descrições dadas e, novamente, como

na questão 3, os gráficos das elipses têm eixo maior sobre o eixo 0𝑥. As evidências

são de que o aluno 28 não desenvolveu a aprendizagem para o processo de

conversão do registro em língua materna para o registro gráfico.

Figura 84: Resposta do aluno 28 da questão 4

Questão 5

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O 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎 trata da descrição de uma elipse com eixo maior em 0𝑦 com

equação reduzida do tipo 𝑥²

4+

𝑦²

9= 1 e no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 uma elipse com eixo maior em 0𝑥

com equação reduzida do tipo 𝑥²

9+

𝑦²

4= 1. O aluno 28 não expressou um raciocínio

de acordo com o previsto e trouxe à tona problemas para associar as informações

da descrição com as unidades significativas da expressão algébrica, pois achou que

os valores 3 e -3 presentes nas coordenadas dos focos são os denominadores da

equação reduzida 𝑥²

3+

𝑦²

−3= 1. Utilizou o mesmo raciocínio no 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏 e ainda igualou

a equação a 6, dando uma equação do tipo 𝑥²

2+

𝑦²

−2= 6. As evidências são de que o

aluno 28 não desenvolveu a aprendizagem para o processo de conversão do

registro em língua materna para o registro algébrico.

Figura 85: Resposta do aluno 28 da questão 5

Elaboramos uma tabela resumindo as análises feitas, para destacar nossa

avaliação se cada aluno, em cada questão, julgamos se sabe, ou não, fazer a

conversão pedida na questão.

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Tabela 2: Resumo das análises sobre as conversões, por aluno e por questão

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193

5. 3 ANÁLISE POR QUESTÃO

Neste parágrafo, apresentamos as reflexões que fizemos, baseados nos

resultados obtidos na análise por aluno e por questão, sobre as questões do

instrumento diagnóstico, com vistas a possíveis aplicações deste ou de outro similar,

elaborado a partir de nossa experiência com este ele e com este grupo de alunos.

Para iniciar tal análise, para cada item de cada questão, elaboramos um

quadro, no qual colocamos os resultados quantitativos, obtidos das análises dos 28

alunos que responderam o item ou a questão, destacando o sentido de conversão

esperado do item ou da questão e quantos alunos: fizeram a mudança no sentido

esperado; fizeram a mudança no sentido contrário; acertaram a mudança no sentido

esperado; acertaram a mudança no sentido contrário; expressaram algum raciocínio;

julgamos que sabem fazer a conversão esperada na questão; deixaram em branco.

Esperamos, com esses quadros, proporcionar uma avaliação de cada um dos itens

das questões do diagnóstico, para que possamos, em futuras pesquisas, aplicar

essas questões, ou similares, com as correções que julgarmos importantes, tanto

para a elaboração do texto de cada item ou questão, como das escolhas numéricas

e da forma de apresentação do item ou questão. Reforçamos nossa decisão de só

ter considerado que sabe fazer uma determinada conversão o aluno que expressou

o raciocínio e deixou claro o sentido de conversão.

5.3.1 ANÁLISE DA QUESTÃO 1

Indique qual é a expressão algébrica correspondente à representação gráfica:

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Figura 86: Questão 1 do diagnóstico elaborada pelo autor

Com esta questão, pudemos verificar se os sujeitos conseguem identificar as

variáveis visuais do gráfico e se conseguem relacioná-las com as unidades

significativas da equação reduzida.

Pelo fato de termos colocado duas elipses, uma com o eixo maior em 0𝑦 e

outra com o eixo menor em 0𝑥, dividimos a questão 1 em 1A e 1B; e para facilitar a

comparação dos resultados no quadro resumo, o dividimos em oito colunas e em

cada coluna colocamos os resultados obtidos em cada um dos itens. Acreditamos

que a leitura vertical dos dois quadros pode facilitar a comparação dos resultados.

Quadro 10: Resumo dos resultados da questão 1A

Sentido de conversão esperado

Registro Gráfico (G) → Registro Algébrico (A)

Número de

alunos que

efetuaram

a mudança

G → A

Número de

alunos que

efetuaram a

mudança

A → G

Número de

alunos que

acertaram a

mudança

G → A

Número de

alunos que

acertaram a

mudança

A → G

Número de

alunos que

erraram a

mudança

de registro

Número de

alunos que

expressaram

o raciocínio

feito

Número de

alunos que

julgamos

ter feito a

conversão

esperada

Número de

alunos que

deixaram

em branco

24 3 23 3 2 7 2 0

Quadro 11: Resumo dos resultados da questão 1B

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Sentido de conversão esperado

Registro Gráfico (G) → Registro Algébrico (A)

Número de

alunos que

efetuaram

a mudança

G → A

Número de

alunos que

efetuaram a

mudança

A → G

Número de

alunos que

acertaram a

mudança

G → A

Número de

alunos que

acertaram a

mudança

A → G

Número de

alunos que

erraram a

mudança

de registro

Número de

alunos que

expressaram

o raciocínio

feito

Número de

alunos que

julgamos

ter feito a

conversão

esperada

Número de

alunos que

deixaram

em branco

22 3 22 3 0 7 2 2

Apenas 7 alunos expressaram o raciocínio feito e, destes, apenas 2 alunos

(12 e 19) deram indícios de saber fazer a conversão no sentido G → A e os outros 5

expressaram o raciocínio feito apenas para justificar a escolha do item correto. Dos

28 alunos que responderam a questão 1A, 25 escolheram o item correto; 2, o errado

e temos o aluno 19, que não está incluído no quadro, uma vez que expressou o

raciocínio feito em língua materna e não deixou evidências de qual conversão fez, só

podemos afirmar que sabe fazer uma das conversões, ou do registro algébrico para

o registro gráfico ou do registro gráfico para o registro algébrico.

Quando elaboramos a questão 1, nosso objetivo era verificar a conversão no

sentido G → A, mas como parece do tipo teste e colocamos as opções algébricas à

esquerda da opção gráfica, talvez essa ordem tenha influenciado a maioria dos

alunos, que mostram ter feito a mudança de A → G; pois foram eliminando as

alternativas algébricas que julgavam não corretas, como se estivessem respondendo

um exercício de Matemática e, assim, não avaliaram as variáveis visuais do gráfico

para então decidir qual a expressão correspondente.

Na tabela 2 (ver p. 78), podemos perceber em quantos alunos colocamos NS

na questão 1A, exatamente porque não pudemos decidir, a partir dos protocolos,

qual foi o raciocínio feito pelo aluno, principalmente porque os sujeitos deste grupo

não parecem ter-se acostumado a “explicar o raciocínio” em Matemática.

Nossa sugestão para futuras aplicações de um questionário como este é que

evitem colocar questões que parecem do tipo teste, para evitar o que ocorreu com

nossa questão 1. Ficamos com a impressão que estes alunos não desenvolveram o

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193

hábito de analisar e discutir o próprio raciocínio e o foco deles, quando se

depararam com a questão preocuparam em apenas “marcar o 𝑥 na resposta

correta”.

5.3.2 ANÁLISE DA QUESTÃO 2

Indique qual é a representação gráfica correspondente à expressão algébrica:

Figura 87: Questão 2A do diagnóstico elaborada pelo autor

Na questão 2, pedimos que fizessem a correspondência A → G, ou seja, a

partir da expressão algébrica, escolher o gráfico que a representa. Assim como na

questão 1, a dividimos em 2A e 2B.

Quadro 12: Resumo dos resultados da questão 2A

Sentido de conversão esperado

Registro Algébrico (A) → Registro Gráfico (G)

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Número de

alunos que

efetuaram

a mudança

G → A

Número de

alunos que

efetuaram a

mudança

A → G

Número de

alunos que

acertaram a

mudança

G → A

Número de

alunos que

acertaram a

mudança

A → G

Número de

alunos que

erraram a

mudança

de registro

G → A

Número de

alunos que

expressaram

o raciocínio

feito

Número de

alunos que

julgamos

ter feito a

conversão

esperada

Número de

alunos que

deixaram

em branco

25 0 14 0 11 6 1 3

Quadro 13: Resumo dos resultados da questão 2B

Sentido de conversão esperado

Registro Algébrico (A) → Registro Gráfico (G)

Número de

alunos que

efetuaram

a mudança

G → A

Número de

alunos que

efetuaram a

mudança

A → G

Número de

alunos que

acertaram a

mudança

G → A

Número de

alunos que

acertaram a

mudança

A → G

Número de

alunos que

erraram a

mudança

de registro

G → A

Número de

alunos que

expressaram

o raciocínio

feito

Número de

alunos que

julgamos

ter feito a

conversão

esperada

Número de

alunos que

deixaram

em branco

23 0 21 0 2 7 1 5

Na questão 2A, apenas 6 alunos expressaram o raciocínio feito e na questão

2B, 7 alunos, os mesmos 6 que expressaram o raciocínio feito na questão 2A e o

aluno 19, que não expressou o raciocínio na questão 2A. 3 alunos (12, 15 e 16)

tentaram avaliar a equação reduzida de todos os gráficos, ou seja, foram do G → A

e apenas o aluno 12 deu indícios de saber fazer essa conversão, porque foi o único

que acertou todos os raciocínios feitos para todos os gráficos.

25 alunos efetuaram a mudança de registro da questão 2A, 14 escolheram o

item correto e 3 deixaram a questão em branco. 23 alunos efetuaram a mudança de

registro da questão 2B, 21 escolheram o item correto e 5 deixaram a questão em

branco. Observamos que 11 alunos erraram a escolha do item correto da questão

2A e na questão 2B apenas 2 alunos erraram essa escolha, o que talvez seja

surpreendente, pois na questão 2A a expressão algébrica é a de uma elipse com

eixo maior sobre 0𝑥 e na questão 2B, o eixo maior está sobre 0𝑦. Não conseguimos

perceber, nos protocolos, justificativa para esses resultados, pois todos os alunos

que expressaram o raciocínio feito acertaram na escolha do item.

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Assim, como observamos sobre a questão 1, recomendamos que, em uma

próxima aplicação de um instrumento como este, ou colocar a expressão algébrica

na coluna da esquerda e as opções gráficas à direita, pedindo que os sujeitos

avaliem todas as opções gráficas, explicando cada uma delas, ou colocar a

expressão algébrica e pedir o esboço do gráfico correspondente, tirando assim, da

questão, a característica de “teste”, para evitar que os sujeitos simplesmente

“marquem com 𝑥 a resposta correta.

5.3.3 ANÁLISE DA QUESTÃO 3

Indique qual é a descrição correspondente à representação gráfica:

Figura 88: Questão 3 do diagnóstico elaborada pelo autor

A questão 3 foi a única em que havia mais de um item correto e reforçamos,

no dia em que aplicamos o questionário, que deviam escolher todos os itens

corretos, mesmo porque os itens ii da questão 3A e da questão 3B são corretos,

mas não descrevem completamente os gráficos respectivos; por esta razão, não a

consideramos como uma questão do tipo teste.

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Com esta questão, pudemos verificar se o sujeito desenvolveu a

aprendizagem para efetuar a mudança de registro no sentido G → LM, ou seja,

identificou as variáveis visuais de cada gráfico e fez a conversão para as

características descritas no registro em língua materna. Podemos ver, nos quadros

resumo (ver Quadro 14 e Quadro 15), que os resultados não são semelhantes aos

anteriores, pois: todos os alunos tentaram fazer a mudança esperada, do registro

gráfico para o registro em língua materna, embora apenas 8 expressaram o

raciocínio 7 de forma correta e 1 não na questão 3A; 6 de forma correta e 2, não, na

questão 3B e apenas 1 mostrou saber fazer a conversão do registro gráfico para o

registro em língua materna; 9 alunos tiveram o cuidado de escolher as duas opções

corretas na questão 3A e 5, na questão 3B.

Uma possível explicação para isto é que se tratam de conversões

congruentes e um dos registros é o em língua materna.

Quadro 14: Resumo dos resultados da questão 3A

Sentido de conversão esperado

Registro Gráfico (G) → Língua Materna (LM)

Número de

alunos que

efetuaram a

mudança

G → LM

Número de

alunos que

efetuaram a

mudança

LM → G

Número de

alunos que

acertaram a

mudança

G → LM

Número de

alunos que

indicaram

apenas uma

das respostas

corretas

Número de

alunos que

expressaram o

raciocínio feito

(certo + errado)

Número de

alunos que

julgamos ter

feito a

conversão

esperada

Número de

alunos que

deixaram em

branco

23 0 9 14 7 + 1 1 5

Quadro 15: Resumo dos resultados da questão 3B

Sentido de conversão esperada

Registro Gráfico (G) → Língua Materna (LM)

Número de

alunos que

efetuaram a

mudança

G → LM

Número de

alunos que

efetuaram a

mudança

LM → G

Número de

alunos que

acertaram a

mudança

G → LM

Número de

alunos que

indicaram

apenas uma

das respostas

corretas

Número de

alunos que

expressaram o

raciocínio feito

(certo+errado)

Número de

alunos que

julgamos ter

feito a

conversão

esperada

Número de

alunos que

deixaram em

branco

20 0 5 15 6 + 2 1 8

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Apesar dos resultados negativos, relativos à quantidade de alunos que

mostrou ter aprendido a fazer a conversão do registro gráfico para o registro em

língua materna (apenas 1 aluno) e também pelo fato de só 8 alunos terem tentado

“explicar o raciocínio”, consideramos que questões como esta Questão 3 deveriam

fazer parte do dia a dia da aula de Matemática, como uma forma de estimular o uso

da língua materna no ensino e na aprendizagem de Matemática, não só no conteúdo

específico que investigamos, mas de maneira geral.

5.3.4 ANÁLISE DA QUESTÃO 4

Para cada descrição esboce um gráfico:

Figura 89: Questão 4 do diagnóstico elaborada pelo autor

Com esta questão pudemos verificar se os alunos sujeitos da pesquisa

aprenderam a fazer a conversão do registro em língua materna para o registro

gráfico. Os quadros resumo (ver quadro 16 e quadro 17) seguem a mesma leitura

vertical dos dados dos dois itens da questão e não colocamos o sentido de

conversão inversa (G → LM) pelo fato da questão não dar abertura para este tipo de

inversão, o que consideramos positivo, para uma pesquisa.

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193

Quadro 16: Resumo dos resultados da questão 4A

Sentido da conversão esperada

Língua Materna (LM) → Registro Gráfico (G)

Número de

alunos que

efetuaram a

mudança

LM → G

Número de

alunos que

acertaram a

mudança

LM → G

Número de

alunos que

erraram a

mudança

LM → G

Número de

alunos que

expressaram o

raciocínio feito

Número de

alunos que

julgamos ter feito

a conversão

esperada

Número de

alunos que

deixaram em

branco

25 11 14 2 2 3

Quadro 17: Resumo dos resultados da questão 4B

Sentido da conversão esperada

Língua Materna (LM) → Registro Gráfico (G)

Número de

alunos que

efetuaram a

mudança

LM → G

Número de

alunos que

acertaram a

mudança

LM → G

Número de

alunos que

erraram a

mudança

LM → G

Número de

alunos que

expressaram o

raciocínio feito

Número de

alunos que

julgamos ter feito

a conversão

esperada

Número de

alunos que

deixaram em

branco

24 9 15 2 2 4

Apenas 2 alunos expressaram o raciocínio e julgamos que sabem fazer a

conversão do registro em língua materna para o registro gráfico. Dos 25 alunos que

efetuaram a mudança (3 deixaram em branco) na questão 4A, apenas 11 acertaram

a resposta; dos 24 alunos que efetuaram a mudança (4 deixaram em branco) na

questão 4A, apenas 9 acertaram a resposta, o que consideramos preocupante, uma

vez que a língua materna é aquela com a qual nos comunicamos.

Como para a questão 3, avaliamos como positiva a presença de questões

desse tipo, não só num instrumento de pesquisa, como também, e principalmente,

em sala de aula de Matemática.

5.3.5 ANÁLISE DA QUESTÃO 5

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193

Determine uma equação reduzida para cada descrição abaixo:

Figura 90: Questão 5 do diagnóstico elaborada pelo autor

Na questão 5 solicitamos aos alunos que escrevam uma equação algébrica

para cada descrição dada em língua materna. Os quadros resumo (ver quadro 18 e

quadro 19) dão um retrato do que aconteceu.

Quadro 18: Resumo dos resultados da questão 5A

Sentido da conversão esperada

Língua Materna (LM) → Registro Algébrico (A)

Número de

alunos que

efetuaram a

mudança

LM → A

Número de

alunos que

acertaram a

mudança

LM → A

Número de

alunos que

erraram a

mudança

LM → A

Número de

alunos que

expressaram o

raciocínio feito

Número de

alunos que

julgamos ter feito

a conversão

esperada

Número de

alunos que

deixaram em

branco

22 0 22 22 0 6

Quadro 19: Resumo dos resultados da questão 5B

Sentido da conversão esperada

Língua Materna (LM) → Registro Algébrico (A)

Número de

alunos que

efetuaram a

mudança

LM → A

Número de

alunos que

acertaram a

mudança

LM → A

Número de

alunos que

erraram a

mudança

LM → A

Número de

alunos que

expressaram o

raciocínio feito

Número de

alunos que

julgamos ter feito

a conversão

esperada

Número de

alunos que

deixaram em

branco

19 8 11 19 1 9

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Na questão 5, 22 alunos expressaram o raciocínio feito na questão 5A e 19,

na questão 5B, mas apenas o aluno 12 mostrou saber fazer a conversão, na

questão 5B, em que não aparecem os focos, que julgamos pode ter sido um

complicador, no caso da questão 5A.

Dos 22 alunos que responderam o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎, nenhum aluno acertou a expressão

esperada, em parte porque erraram na resolução da relação 𝑐² + 𝑏² = 𝑎² onde 𝑎 é o

valor do semieixo maior, 𝑏 do semieixo menor e 𝑐 a metade da distância focal. No

𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏, dos 19 alunos que responderam este item, 8 acertaram a equação reduzida

esperada; 13 não acertaram nenhum item; 6 alunos deixaram em branco o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎; e

9 deixaram em branco o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑏.

Quanto ao 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎, os resultados nos surpreenderam, mas entendemos que a

presença dos focos e não dos valores dos semieixos, portanto uma conversão não

congruente, pode ser a causa desses resultados.

Não achamos que as questões 4 e 5 apresentem problemas de interpretação,

como parece ter sido o caso das questões 1 e 2, e consideramos que são válidas

para fazerem parte de um instrumento diagnóstico como o que aplicamos. Nossa

sugestão é que professores de Matemática podem e devem trabalhar, em sala de

aula, com os registros algébrico, gráfico e em língua materna, no caso da Geometria

Analítica em geral, bem como nas conversões entre esses registros, num sentido e

também no sentido inverso.

5.3. 6 ANÁLISE DA QUESTÃO 6

Se você descrevesse as expressões algébricas dadas na tabela para outra pessoa

que não estivesse enxergado as expressões algébricas, como você as descreveria:

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Figura 91: Questão 6 do diagnóstico elaborada pelo autor

Não consideramos esta questão em nossas análises, nem por aluno e nem

por questão, porque achamos que foi mal elaborada e os alunos não desenvolveram

aprendizagem para este tipo de conversão, que exige uma linguagem mais

elaborada, para que seja possível atender o pedido feito. Achamos que os alunos

não entenderam o sentido da palavra “descrição”, pois dos 24 que responderam a

questão 6 apenas o aluno 16 (ver exemplo da figura 93) mostrou indícios de ter

entendido o objetivo da questão. Os demais (ver exemplo da figura 92) descreveram

a questão algebricamente sem dar a interpretação (que seria a conversão) esperada

para o texto.

Achamos melhor não incluí-la em nossas análises e apenas analisá-la como

questão que deve aparecer num instrumento diagnóstico pois, repetimos, são

questões como essas que tornam o ensino e a aprendizagem de Matemática da

Educação Básica mais interessante, na nossa opinião.

Figura 92: Resposta do aluno 17 da questão 6

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Figura 93: Resposta do aluno 16 da questão 6

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CAPÍTULO 6: CONCLUSÕES

6. 1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

Iniciamos esta pesquisa buscando entender porque alunos do Ensino Médio

mostram tanta dificuldade na aprendizagem de Geometria Analítica. Após a leitura

de alguns trabalhos de pesquisa na área de Educação Matemática, nossas

inquietações só aumentaram e, após discutir e refletir sobre esses trabalhos que

lemos, as resumimos a uma questão inicial: “será que é verdade que alunos da 3ª

série do Ensino Médio não aprendem fatos básicos relacionados à

aprendizagem das cônicas? Com esta questão em mente, consideramos

necessário investigar se a resposta a esta questão é positiva ou negativa. Se

positiva, esperávamos contribuir, por meio dos resultados, com os processos de

ensino e de aprendizagem do assunto cônicas no Ensino Médio. Se negativa,

entender porque muitos alunos mostram tanta dificuldade com o assunto.(IBID, p.7)

Assim, colocamos como objetivo de pesquisa “investigar se, após terem

passado por um ensino de Geometria Analítica, alunos aprenderam afazer a

passagem entre expressões algébricas, gráficos e textos em língua materna, no

caso da elipse” e “em quais das passagens mostram mais dificuldades”.

A fim de alcançar tais objetivos, apoiamo-nos nas considerações de Raymond

Duval (1995), na Teoria dos Registros de Representação Semiótica, que apregoa

que para um sujeito aprender Matemática é necessário que saiba discriminar e

coordenar pelo menos dois sistemas semióticos de representação e converter

“espontaneamente” de um sistema semiótico a outro. Como vemos a Geometria

Analítica repleta de tais registros, elaboramos um questionário diagnóstico sobre a

cônica elipse e o aplicamos a um grupo de 28 estudantes de uma 3ª série do Ensino

Médio, com questões que contemplam todos os sentidos de conversão entre os

registros gráfico, algébrico e em língua materna, e com as análises dos resultados

pudemos responder nossas questões de pesquisas, que são quatro e para as quais

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damos resposta no final deste capítulo. Antes dessas respostas, colocamos algumas

reflexões que consideramos importantes.

Todos os alunos que participaram desta pesquisa apresentaram uma

compreensão limitada acerca das conversões esperadas. Segundo Duval (2003), a

atividade cognitiva, durante uma mudança de registros, é identificar as unidades

significativas de cada registro e estabelecer relações entre elas, o que favorece a

capacidade de estabelecer transferências e de reconhecer um objeto por meio de

diferentes representações.

As falhas de aprendizagem percebidas foram diversas e, nos próximos

parágrafos, destacamos algumas que, a nosso ver, são indicadoras das dificuldades

apresentadas nas conversões e respondemos também a questão que nos motivou a

realizar esta pesquisa: “será que é verdade que alunos da 3ª série do Ensino Médio

não aprendem fatos básicos relacionados à aprendizagem das cônicas?”

Iniciamos nossa conclusão partindo das análises dos protocolos, por aluno e

por questão. Os problemas apresentados mais comuns foram com os tratamentos

algébricos, as variáveis visuais do gráfico, as unidades significativas da equação

reduzida e a interpretação das descrições em língua materna. Concordamos que tais

problemas foram causados pelo déficit que têm de outras aprendizagens, que são

importantes na Geometria Analítica: resolução de equações; o uso da relação do

teorema de Pitágoras; propriedades de radiciação; de potenciação; localização de

pares ordenados no sistema cartesiano.

Nas conversões do tipo LM → G, o problema mais frequente foi com o uso do

sistema cartesiano, pois muitos não sabem localizar as coordenadas de um ponto ou

mostram dificuldade para reconhecer pontos sobre os eixos. Outra dificuldade que

observamos foi com o próprio tratamento da língua materna, como por exemplo a

partir da descrição “comprimento de eixo menor igual a 4”, alguns sujeitos não

percebem que os vértices estão à distância 2 do centro da elipse e em posições

simétricas em relação a ele.

Essas dificuldades, que nossa análise qualitativa dos protocolos evidenciou,

fez-nos pensar que podem dificultar o desenvolvimento da aprendizagem desses

alunos, no caso das cônicas em particular e da Geometria Analítica em geral. Essas

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considerações nos fazem recomendar que professores de Matemática, quando

forem trabalhar temas básicos relacionados à Geometria Analítica, deem mais

atenção a alguns pontos, tais como: identificar a diferença entre um ponto, a

distância desse ponto à origem do sistema de coordenadas e a coordenada desse

ponto; a reta numérica; os pares ordenados do sistema cartesiano; e também, e

talvez principalmente, o uso da língua materna como uma grande auxiliar da

aprendizagem em Matemática.

Na questão 5, apenas 1 aluno acertou a conversão no sentido esperado, LM

→ A, e dos 22 alunos que responderam o 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑎, nenhum acertou a expressão

algébrica. Na questão 3, apenas 3 alunos acertaram a conversão no sentido

esperado, G para LM. Lembramos que nas questões 3 e 5 o aluno é solicitado a

usar, em um dos sentidos da conversão, a língua materna e foi nessas questões as

que mais percebemos erros e um maior número de respostas em branco.

Associamos estes problemas à interpretação de características do objeto elipse e

das relações que devem ser estabelecidas com a equação reduzida ou com o

gráfico, mas os sujeitos, talvez em função dos déficits na aprendizagem, não

conseguiram efetuar as relações. Tomemos, por exemplo, o fragmento do 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑖 da

questão 3.

Figura 94: Fragmento do item i da questão 3

O raciocínio feito por 17 alunos acerca desta descrição foi que se tratava de

uma elipse com eixo maior sobre 0𝑥. Nossas reflexões nos mostram que esses

sujeitos não compreenderam que se o eixo maior da elipse está sobre o eixo 0𝑦, o

valor 𝑎²4 deve estar no denominador de 𝑦² e se o eixo menor da elipse está sobre o

eixo 0𝑥, o valor 𝑏² deve estar no denominador de 𝑥². Não descartamos a

possibilidade de essas dificuldades estarem relacionadas ao fato do aluno não ter

4Para simplificar o texto, chamamos de 𝑎 o valor do semi eixo maior da elipse e de 𝑏 o semi eixo

menor.

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aprendido a trabalhar com a representação gráfica, pois tivemos alunos (3, 8 e 12)

que esboçaram um gráfico para tentar expressar a equação reduzida. Se o professor

não trabalhou com seus alunos a conversão entre os registros gráfico, algébrico e

em língua materna, estas podem tornar-se uma dificuldade insuperável. Nossa

recomendação é que os professores valorizem o ensino sob essa perspectiva

semiótica, pois vemos o uso da língua materna como uma grande auxiliar na

aprendizagem de Matemática.

Chamamos atenção para a importância que parece ser dada, no ensino de

Matemática, às fórmulas prontas. Observamos que quase todos os alunos que

expressaram o raciocínio feito nas questões 1, 2 e 5 rabiscaram primeiro a fórmula

da equação reduzida, para depois efetuarem a correspondência com as variáveis

visuais do gráfico. No caso da elipse, para que o estudante desenvolva a

aprendizagem, não basta que memorize a expressão algébrica mas, sobretudo, é

preciso que visualize o gráfico, o que quer dizer que o interprete de tal forma que

seja capaz de associar as variáveis visuais do gráfico às unidades significativas da

expressão algébrica.

Os alunos que escolheram apenas um dos dois itens corretos da questão 3,

em língua materna, consideramos não ter desenvolvido a aprendizagem para efetuar

a conversão no sentido G → LM , pois o sujeito que assim o fez não pensou no

sentido inverso. Por exemplo, a descrição “elipse com eixo maior de comprimento 6”

não garante todas as variáveis visuais para esboçar o gráfico. Tivemos 7 alunos que

escolheram apenas um item com as características do exemplo acima. Situações

como esta mostram falhas na aprendizagem que vão além da compreenção das

variáveis visuais do gráfico. É como se esses alunos não compreendessem o

significado matemático da palavra descrição, que neste caso pode ser tomado como

um sinônimo de conversão.

Se considerarmos que a comunicação nas aulas de Matemática é em língua

materna, conversões no sentido G → LM e LM → G não deveriam ser fonte de

confusões para os estudantes. A questão 4 trata do sentido da conversão LM → G e

observamos que houve um maior número de tentativas e 3 acertos, enquanto que a

conversão no sentido G → LM, na questão 3, teve um menor número de tentativas e

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2 acertos. Estes dados mostram a dificuldade desses alunos com a compreensão do

texto dado em língua materna.

Com essas reflexões em mente e diante dos dados obtidos, concluímos e

respondemos nossa questão motivadora: “será que é verdade que alunos da 3ª

série do Ensino Médio não aprendem fatos básicos relacionados à

aprendizagem das cônicas”? Sim, é verdade. E diante do conhecimento limitado

que pudemos perceber, acerca das conversões relacionadas à cônica elipse,

diríamos ainda que todos precisariam rever novamente tópicos de Geometria

Analítica: o próprio sistema cartesiano; coordenadas de ponto; equações de reta;

equações de circunferência; e, em especial, as cônicas.

6. 2 RESPOSTAS DAS QUESTÕES DE PESQUISA

Para responder nossas questões de pesquisa, pautamo-nos nas análises feitas

(ver capítulo V, p. 75) e no que diz Duval (1995) acerca da conversão, de que o

sujeito só desenvolve a aprendizagem para efetuar a conversão de um objeto

matemático quando é capaz de compreender a mudança dos dois registros de

representação simultaneamente e não cada um deles separadamente.

“Alunos da 3ª série do Ensino Médio aprenderam a fazer a conversão entre os

registros gráficos e algébricos no caso das elipses?”

Para responder esta questão, consideramos as análises, por aluno e por

questão, da questão 1, em que se propõe a mudança de registro no sentido G → A e

da questão 2, em que se propõe a mudança de registro no sentido A → G.

A resposta é NÃO: apenas 2 dos 28 alunos (12 e 19) acertaram os dois sentidos de

conversão. Os demais alunos apresentaram falhas na interpretação das variáveis

visuais do gráfico e das unidades significativas da equação reduzida; e falhas na

correspondência das variáveis visuais do gráfico com as unidades significativas da

equação reduzida.

“Alunos da 3ª série do Ensino Médio aprenderam a fazer a conversão entre os

registros gráficos e da língua materna no caso das elipses?”

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Para responder esta questão consideramos as análises, por aluno e por

questão, da questão 3, em que se propõe a mudança de registro no sentido G → LM

e da questão 4, em que se propõe a mudança de registro no sentido LM → G.

A resposta é NÃO: apenas um dos 28 alunos (o 12) acertou a conversão nos dois

sentidos. Os demais apresentaram falhas na identificação das variáveis visuais do

gráfico e na interpretação do texto em língua materna.

“Alunos da 3ª série do Ensino Médio aprenderam a fazer a conversão entre os

registros da língua materna e algébrico no caso das elipses?”

Para responder esta questão, consideramos as análises, por aluno e por

questão, da questão 5, em que se propõe a mudança de registro no sentido LM → A

e da questão 6, em que se propõe a mudança de registro no sentido G → LM.

A resposta é NÃO: apenas um dos 28 alunos (o 12) acertou a conversão no sentido

LM → A e não conseguiu fazer no sentido A → LM. Os demais não conseguiram

efetuar a conversão em nenhum desses sentidos.

“Em quais dessas conversões esses alunos mostram maior dificuldade?”

A resposta é TODOS: o nível das dificuldades foi preocupante, mesmo se com

características distintas uma da outra. Como não consideramos a questão 6 em

nossas conclusões, em razão de termos tido apenas uma resposta que pudesse ser

interpretada como conversão (ver p.161), as conversões no sentido LM → G e LM →

A, das questões 3 e 5, foram os sentidos em que ouve um maior número de erros,

relacionados à interpretação das variáveis visuais e aos tratamentos algébricos.

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CAPÍTULO 7: CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tivemos como preocupação em nossas análises, não apenas verificar os

objetivos imediatos da pesquisa, que foi verificar se sabem ou não efetuar as

mudanças de registros e em qual mudança os sujeitos apresentariam mais

dificuldades; mas também trazer outras variáveis que pudessem contribuir para

futuras pesquisas que tenham como objetivo utilizar os erros como uma ferramenta

didática para alavancar a aprendizagem e que professores reflitam sobre sua

metodologia de ensino e, se possível, a modifique.

Duval (2013) chama atenção para as dificuldades que surgem como

obstáculos à progressão na aprendizagem de conteúdos matemáticos e que se

manifestam por meio de erros ou, ainda pior, por bloqueios. A análise a luz da teoria

dos Registros de Representações Semióticas de Duval (1995) nos proporcionou

verificar de uma forma mais reflexiva a importância da avaliação, não para classificar

ou aprovar o aluno, mais para entender as dificuldades do aluno e didaticamente

planejarmos ações pedagógicas em que possamos utilizar os erros como

ferramentas de ensino.

Em nosso estudo, constatamos que alunos do Ensino Médio não

desenvolveram aprendizagem para se quer localizar as coordenadas de um ponto

no sistema cartesiano, nos remete a pensar que outros conteúdos como as funções

em geral; rotação, translação, homotetia e tópicos que antecedem as cônicas como

ponto, reta, plano, circunferências que dependem do sistema cartesiano para a

formação e definições de conceitos também não foram desenvolvidos.

Os resultados desta pesquisa são frutos de uma pequena comunidade de

alunos e localidade específica e não podemos generalizar nossas conclusões, mas

de acordo com os resultados de outras pesquisas relacionadas com o tema de

Geometria Analítica que lemos e citamos ao decorrer deste trabalho; e que

apontaram dificuldades de aprendizagem dos alunos em diversas partes do Brasil,

concordamos que os resultados da nossa retrata como está a aprendizagem da

Geometria Analítica dos alunos que concluem o Ensino Médio.

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Os resultados com as questões que envolveram o uso da língua materna

mostraram maiores dificuldades dos alunos para efetuarem as conversões, fato que

nos surpreendeu e deixamos aqui um questionamento “será que professores

valorizam o ensino de tópicos de Geometria Analítica com o uso frequente da língua

materna?” O nosso objetivo aqui não foi avaliar o ensino da cônica elipse e sim

verificar as possíveis causas das dificuldades de aprendizagem e nem temos dados

para responder este questionamento; mas vamos deixar aqui como sugestões para

futuras pesquisas um diagnóstico do ensino da cônica elipse, pois nas análises não

aproveitamos muito das questões que se fazia necessário o uso da língua materna

nas conversões.

As evidências das dificuldades apresentadas pelos sujeitos desta pesquisa

foram falhas na aprendizagem geradas em função dos déficits de outras

aprendizagens. Nossas sugestões é que os professores do Ensino Fundamental II

dêem mais atenção ao ensino de equações algébricas, relações métricas do

triângulo retângulo, sistema cartesiano, funções afins e no Ensino Médio os

professores devem continuar com uma atenção especial aos esboços gráficos, em

especial as curvas valorizando certas variações ou lugares na curva que são, em

geral, importantes na interpretação de fenômenos que ela retrata e alavanca os

esquemas cognitivos quando estudarem as cônicas. Segundo Moretti (2008) essas

transformações, combinada com noções de simetria axial e a central, pode elevar

bastante a capacidade do aluno no esboço de curvas.

Segundo Cybis (2014) toda pesquisa tem características próprias e, por isso

pode gerar limitações ao estudo, no entanto, essas restrições podem favorecer o

surgimento de novas pesquisas. Sendo assim, nossa pesquisa tem aspectos que a

restringem sugerindo, deste modo, novos estudos que a ampliem a outras áreas da

Geometria Analítica.

Posso dizer que o tema dessa pesquisa sempre repercutiu em minha cabeça,

assim como nas ideias de colegas professores discutidas nos cafezinhos e

planejamentos pedagógicos e, por isso, espero ter colaborado para fazer crescer a

vontade de pesquisar e colocar em prática as ideias.

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A análise qualitativa que fizemos dos protocolos a luz da teoria dos Registros

de Representações Semióticas me fez entender de forma mais “fina” o significado da

aprendizagem em Matemática. Fatos que fizeram repercutir a pesquisa em minhas

práticas pedagógica.

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ANEXOS

ANEXO 1

SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO PARA PESQUISA ACADÊMICO-CIENTÍFICA

Ilma Sra. Diretora da Escola Estadual Armando Sestini, localizada na rua Ibiúna,

número 300, Jd. Dos Eucaliptos, Cidade de Caieiras, São Paulo.

Através do presente documento, solicitamos a V.S.ª autorização para

aplicação do Instrumento da pesquisa do projeto “Um Diagnóstico da Aprendizagem

das Elipses no Ensino Médio”. Projeto que será apresentado à Comissão de Ética da

Universidade Bandeirante Anhanguera como exigência parcial para o

desenvolvimento de uma Dissertação de Mestrado em Educação Matemática, sob a

orientação da Professora Doutora Vera Helena Giusti de Souza.

A coleta de dados será feita através da aplicação de um teste diagnóstico

elaborado a luz do título do projeto, nas 3ª séries A e B do Ensino Médio nas aulas

de Matemática. Os procedimentos adotados nesta pesquisa obedecerão aos

Critérios da Ética em Pesquisa com Seres Humanos conforme Resolução número

196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Informamos ainda que os discentes

menores de 18 anos só participarão desta pesquisa mediante autorização por escrito

do responsável legal.

Os participantes terão seus nomes trocados por pseudônimos preservando a

identidade dos sujeitos e qualquer menção a esta instituição só será feita mediante a

autorização da mesma. Ainda nos comprometemos após concluir os estudos desta

pesquisa voltar a esta Instituição de Ensino e socializar os resultados e as nossas

conclusões a cerca do tema pesquisado.

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Os resultados dessa pesquisa poderão ser utilizados pelos pesquisadores em

publicações, em periódicos, livros, eventos científicos, cursos e outras divulgações

acadêmico-científicas. A veiculação de voz dos sujeitos em divulgações científicas

só será realizada com consentimento dos envolvidos ou autorização dos

responsáveis legais.

Caieiras, ______ de ____________ de ________.

Deferido ( ) Indeferido ( )

___________________________________

Rosely Sanches Pollon Galera

(Diretora)

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ANEXO 2

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título da Pesquisa: Um Diagnóstico da Aprendizagem da Elipse no Ensino Médio

Pesquisador: José Cícero dos Santos

Orientadora: Vera Helena Giusti de Souza

O Sr (a) está sendo convidado (a) a participar desta pesquisa que tem como

finalidade diagnosticar a aprendizagem das Cônicas no Ensino Médio. Ao participar

deste estudo o Sr (a) estará contribuindo com o material coletado, que servirão

como base para procurarmos entender melhor por que os alunos da 3ª série do

Ensino Médio, após estudarem conteúdos de Geometria Analítica, sentem tantas

dificuldades para aplicarem conceitos desse tema em estudos posteriores ao Ensino

Médio.

Não há despesas pessoais para o participante em qualquer fase do estudo,

assim como não há compensação financeira relacionada à sua participação. O

professor da disciplina de Matemática, o qual se dispôs a aplicar este trabalho, não

atribuirá notas aos participantes desta pesquisa. O Sr (a) tem liberdade de se

recusar a participar e ainda se recusar a continuar participando em qualquer fase da

pesquisa, sem qualquer prejuízo para a Sr (a).

Aplicaremos um questionário de seis questões, em dois momentos distintos,

durantes as aulas de Matemática. Se necessário selecionaremos alguns

participantes para uma breve entrevista e usaremos gravadores de voz e/ou vídeo.

Isso talvez seja necessário para compreendermos melhor alguma resposta dada

pelo participante nesta pesquisa. Os resultados dessa pesquisa poderão ser

utilizados pelos pesquisadores em publicações, em periódicos, livros, eventos

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científicos, cursos e outras divulgações acadêmico-científicas. A veiculação de voz

dos sujeitos em divulgações científicas só será realizada com consentimento dos

envolvidos ou responsável legal. Os procedimentos adotados nesta pesquisa

obedecerão aos Critérios da Ética em Pesquisa com Seres Humanos conforme

Resolução número 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Os procedimentos

usados ofereceram riscos mínimos, pois todas as nossas ações desenvolvidas

estarão dentro das normas do Conselho de Saúde.

Os participantes terão seus nomes trocados por pseudônimos preservando a

identidade dos sujeitos. Menção à instituição onde o questionário será realizado será

feita somente mediante a autorização da mesma. Ainda nos comprometemos após

concluir os estudos desta pesquisa voltar a Instituição de Ensino e socializar os

resultados e as nossas conclusões a cerca do tema pesquisado.

Em qualquer etapa do estudo, o sujeito participante da pesquisa terá acesso

aos responsáveis pela pesquisa. Para eventuais dúvidas ou esclarecimentos sobre

os procedimentos ou a ética da pesquisa entre em contato com os pesquisadores

responsáveis na UNIBAN – Unidade Maria Cândida, Rua Maria Cândida 1.813, Vila

Guilherme - São Paulo - SP, telefones (11) 2967-9110 - (11) 2967-9000.

Após estes esclarecimentos, solicitamos o seu consentimento de forma livre

para participar desta pesquisa. Portanto preencha, por favor, os itens que se

seguem:

Eu,__________________________________________,RG____________________

___ responsável legal por

_______________________________________________, RG

__________________ declaro estar suficientemente informado a respeito das

informações que li acima, ou que foram lidas para mim, a respeito do projeto de

pesquisa “Um Diagnóstico da Aprendizagem das Elipses no Ensino Médio”. Ficaram

claros para mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos, as garantias

de confidencialidade e autorizo a veiculação dos resultados para os usos

mencionados. Está claro também que minha participação é isenta de qualquer tipo

de despesas. Assim sendo, concordo em participar deste estudo e poderei retirar o

meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem

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penalidades ou prejuízo para mim e sem prejuízo para a continuidade da pesquisa

em andamento.

Caieiras, _____ de ____________ de _______

__________________________________

(Responsável legal do participante)

__________________________________

José Cícero dos Santos

(Pesquisador)

___________________________________

Vera Helena Giusti de Souza

(Orientadora)

Pesquisador: José Cícero dos Santos

Contatos:

E-mail: [email protected]

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ANEXO 3

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ANEXO 4

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