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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
DEPRESSÃO INFANTIL: UM GRANDE DESAFIO A SER
ENFRENTADO
Francimara Campos Bezerra de Moraes
ORIENTADOR: Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho
Niterói 2016
DOCUMENTO P
ROTEGID
O PELA
LEID
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EITO A
UTORAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Psicopedagogia. Por: Francimara Campos Bezerra de Moraes
DEPRESSÃO INFANTIL: UM GRANDE DESAFIO A SER
ENFRENTADO
Niterói 2016
3
AGRADECIMENTOS
A primeiramente a Deus , o meu cônjuge
Jefferson, meus pais, parentes e parentes que me
ajudaram direto e indiretamente.
4
DEDICATÓRIA
Dedica-se ao meu cônjuge ,pai, mãe e meus
amigos.
5
RESUMO
Em muitas escolas vem sendo diagnosticados crianças com
depressão e professores não sabem com proceder nesses casos,
principalmente incluir essas crianças de forma prazerosa no ambiente escolar,
por isso vimos à importância de um Psicopedagogo numa instituição de ensino
para auxiliar esses profissionais da educação com crianças com problemas
emocionais, entre outros, porém esse individuo precisa de uma mediação
eficaz trabalhando o seu cognitivo de forma afetiva e tentando elevar a sua
autoestima. O papel do psicopedagogo é de suma importância no processo de
aprendizagem dessa criança depressiva, pois a crise depressiva pode durar de
nove a doze meses, esse período corresponde um ano letivo. Essas crianças
com Depressão Infantil deve se sentir acolhida dentro da instituição escolar que
esta inserida, assim levando mais rapidez na sua recuperação e melhorando a
sua vida social, emocional e acadêmica.
6
METODOLOGIA
Os dados serão coletados por meio de pesquisa bibliográfica em
livros, a partir do quais serão buscados teorias, conceitos, sintomas e
metodologias.
Serão levantados nas webgrafias manuais, classificação
internacional de doenças, estatísticas, artigos científicos, a fim de elaborar um
trabalho amplo sobre a Depressão Infantil
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
DEPRESSÃO INFANTIL EXISTE? 11
CAPÍTULO II
O QUE CAUSA A DEPRESSÃO E OS POSSÍVEIS TRATAMENTOS 19
CAPÍTULO III
O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO JUNTAMENTE COM A ESCOLA 30
CONCLUSÃO 34
REFERÊNCIAS 35
ÍNDICE 38
8
INTRODUÇÃO
O trabalho de pesquisa aborda sobre a depressão infantil que a
cada dia vem sendo diagnóstica com mais frequência. A depressão afeta a vida
social, escolar e familiar dessas crianças.
De acordo com o CID 10 (F32) nos mostra que a criança com
depressão apresenta rebaixamento do humor, redução da energia e diminuição
da atividade. Existe alteração da capacidade de experimentar o prazer, perda
de interesse, diminuição da capacidade de concentração, associadas em geral
à fadiga importante, mesmo após um esforço mínimo. Observam-se em geral
problemas do sono e diminuição do apetite. Existe quase sempre uma
diminuição da autoestima e da autoconfiança e frequentemente ideias de
culpabilidade e ou de indignidade, mesmo nas formas leves.
Infelizmente muitas das vezes é complicado diagnosticar a
depressão nas crianças, porém não impossível. Em 1970 surgiram as primeiras
pesquisas cientificas da Dra.Maria Kovacs, do Western Psychiatric Institute
and Clinic,de Pittsburgh para compreender melhor as crianças que tem
depressão e que precisam de ajuda de um profissional da saúde, da família e
da escola que esta inserida, para tentar diminuir esses sintomas ou até mesmo
momentos de aflições dependendo do grau do distúrbio. A depressão pode ser
leve, moderado, grave sem sintomas psicóticos e graves com sintomas
psicóticos, podendo ser confundida no momento da investigação do
diagnostico, pois a diferentes tipos de distúrbios com algumas características
semelhantes . Esse distúrbio é dividido em duas categorias principais que são
a Unipolar e a Bipolar.
Já no caso da unipolar a pessoa senti apenas melancolia,
sintomas clássico de depressão e pensamentos suicidas. Já na categoria
Bipolar o individuo além de melancolia, ele começa a experimentar episódios
maníacos, caracterizando grande autoestima e mudança rápida de
pensamentos.
9
É fundamental para essa criança o apoio de todos à sua volta,
pois através do afeto ela poderá obter uma melhora significativa da sua saúde
mental e emocional. O amor é o meio de descobrirmos se somos felizes ou
não.
É de suma a importância o papel do psicopedagogo no processo
de aprendizagem desse aluno que apresenta esse diagnóstico de depressão,
pois a crise depressiva pode durar de nove a doze meses, esse período
corresponde um ano letivo.
Na fase que a criança encontra-se deprimida diminui a
capacidade de concentração, assim prejudicando o seu desempenho
acadêmico e necessitando de uma intervenção pedagógica, mas não apenas a
concentração eles também apresentam: atraso para chegar a escola em
função do sintoma de fadiga e hipersonia, absenteísmo, querer largar a escola
por desejo de fuga ou reclusão social, não reconhecer a importância da escola
e até mesmo de não conseguir aceitar as frustações.
“No entanto, o que vai dar qualidade ou modificar a qualidade do aprendizado será o afeto. São as nossas emoções que nos ajudam a interpretar os processos químicos, elétricos, biológicos e sociais que experienciamos, e a vivência das experiências que amamos é que determinará a nossa qualidade de vida. Por esta razão, todos estão aptos a aprender quando amarem, quando desejarem, quando forem felizes.” (CUNHA, 2010,p.67)
O trabalho do psicopedagogo institucional é orientar a gestão da
escola que essa criança deprimida esta inserida e o professor da mesma,
procurando as melhores formas para uma mediação eficaz trabalhando o
cognitivo de forma afetiva e tentando elevar a autoestima do educando.
O psicopedagogo poderá orientar o professor para utiliza jogos,
brinquedos, baralho, entre outros, problematizando para avaliar como a criança
enfrenta os problemas e as dificuldades.
10
Os capítulos irão abordar o diagnóstico, sintomas, distúrbios de
ansiedade, dificuldades de aprendizagem e a contribuição dos pais e do
psicopedagogo para ajudar na recuperação dessa criança que apresenta esta
com depressão.
11
CAPÍTULO I
DEPRESSÃO INFANTIL EXISTE?
Em 1917, foi concluído que as crianças não podiam ficar deprimidas,
pois não tinham capacidade para ter autoestima.
“Freud acreditava que a depressão incluía, entre outras coisas, a “a diminuição
do sentimento de autoestima” e” expectativas ilusórias de punição”.( MILLER,
2003).
Apenas na década de 60, começaram a aceitar a existência de
depressão em crianças. Só foi possível afirmar sobre o diagnóstico a partir do
fim da década de 70 através de pesquisas cientificas. O Warren Weinberg e os
seus colegas foi os pioneiros a desenvolver os critérios para avaliar uma
criança com Depressão.
1.1. Diagnóstico de depressão infantil
A depressão infantil em muitas vezes não são identificada na infância ,
por isso não tratadas e quando é diagnosticada já esta na idade adulta depois
de vários episódios depressivos.
Além disso, algumas criança só apresenta um episódio depressivo na
transição da infância para a adolescência , assim dificultando mais uma vez o
tratamento desse individuo ,pois alguns sintomas depressivos é considerado
normal do desenvolvimento de um adolescente , dessa forma ele não recebe a
ajuda necessária .Infelizmente ,quanto mais cedo for diagnostica o tratamento
começa precocemente e assim diminui a probabilidade de ter outros episódios
depressivos.
“Infelizmente, a depressão infantil não costuma ser
identificada e muitas crianças não são tratadas. Vários
12
distúrbios emocionais e comportamentais em crianças
não são percebidos até que elas comecem a educação
formal.” (MILLER, 2003, p.8).
Crianças depressivas são calmas, obedientes, se isolam e não
geram nenhum tipo de confusão, mas o seu rendimento escolar é baixo e
raramente é encaminhado para um acompanhamento, pois não dificulta o
trabalho do educador em sala de aula. A escola só começa observar essa
criança quando ela passa ser um aluno faltoso, irritar-se ou frustra-se com
facilidade nas aulas ou até mesmo tenta o suicídio.
A Organização Mundial da Saúde no dia 04 de setembro de 2014
divulgou que aproximadamente 800 mil pessoas se suicidam por ano em todo
o mundo. O suicídio é a segunda maior causa de morte em pessoas entre 15 e
29 anos.
“O amor é constituído da vida humana, mas não é nada especial. O amor é fundamento do social, mas nem toda convivência é social. O amor é a emoção que constitui o domínio de condutas em que se dá a operacionalidade da aceitação do outro como legítimo outro na convivência, e é esse modo de convivência que conotamos quando
13
falamos do social. Por isso, digo que o amor é a emoção que funda o social. Sem a aceitação do outro na convivência, não há fenômeno social.” (Maturana, 2003, p.23).
1.2. Alguns tipos e sintomas da Depressão em relação
ao desenvolvimento
Existem alguns termos de depressão que não muito utilizados por
médicos, pois alguns planos de saúde não reembolsa o tratamento do
paciente, porém esses termos são registrados por médicos e pesquisadores e
tendo da mesma forma eficácia com o diagnóstico e tratamento.
Um dos termos é a depressão endógena que é defina como uma
depressão motivada por uma causa biológica ou por algo interior causando
sintomas físicos como mudança de apetite, fadiga e problemas com o sono. Já
a depressão exógena é causada por problemas externos como humilhação em
público, dificuldades crônicas de lidar com o estresse ou perdas importantes.
A depressão exógena está associada a sintomas ligados ao pensamento
ou sentimento, desânimo, o individuo não consegue se concentrar, assim tendo
a sensação de inutilidade.
Em alguns casos de depressão grave a criança pode experimentar os
sintomas de uma depressão psicótica, que incluem alucinações ou ilusões.
“Episódio depressivo correspondente á descrição de um episódio depressivo grave (F32.2) mas acompanhado de alucinações, ideias delirantes, de uma lentidão psicomotora ou de estupor de uma gravidade tal que todas as atividades sociais normais tornam-se impossíveis; pode existir o risco de morrer por suicídio, de desidratação ou de desnutrição. As alucinações e os delírios podem não corresponder ao caráter dominante do distúrbio afetivo.” ( CID 10 ,Depressão (F32.3).)
14
Esses sintomas são os mesmos de uma pessoa que é
diagnosticada com esquizofrenia, mas quando a depressão for um diagnóstico
primário é chamado de depressão psicótica.
Existem também depressão agitada ou morosa que tem
implicações como o tratamento medicamentoso.
“....se a depressão for agitada for primária , os medicamentos de vem ajudar a refrear a pessoa e diminuir sua agitação. Em casos de depressão morosa, a medicação deve fazer a pessoa se animar e proporcionar uma certa energia.”(MILLER,2008,p.33)
A depressão agitada tem com sintomas insônia, falta de apetite,
irritabilidade e agitação psicomotora diferenciando a depressão morosa que
consiste o maior número de sintomas normalmente ligados à depressão como
o excesso de sono, apetite, fadiga, falta de motivação e desinteresse em ter
prazer.
Ocorre em muitos casos a depressão agitada ser ignorada, sendo
as vezes associado à um comportamento típico de adolescentes , pois para
termos clínicos essa depressão esta associada à assunção de riscos e nos
adolescentes. No entanto a depressão agitada é considerada uma forma grave
de depressão e pode até levar consequências indesejáveis como gravidez na
adolescência, acidentes no trânsito ou até mesmo envolvimento com
entorpecentes.
Essas pessoas diagnosticadas com qualquer tipo de depressão
devem ter cuidados e muita afetividade, pois a sua baixa autoestima ou ter
mesmo excesso traz consequências que às vezes são irreparáveis.
“A afetividade é quem determina a atitude geral da pessoa diante de qualquer experiência vivencial, promove os impulsos motivadores e inibidores, percebe os fatos de maneira agradável ou sofrível, confere uma disposição indiferente ou entusiasmada e determina sentimentos que oscilam entre dois pólos e transitam por infinitos tons entre esses dois pólos, a depressão e a euforia. Desta forma, a afetividade é quem confere o modo de
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relação do indivíduo à vida e será através da tonalidade desse estado de ânimo que a pessoa perceberá o mundo e a realidade. Direta ou indiretamente a afetividade exerce profunda influência sobre o pensamento e sobre toda a conduta do indivíduo.” (Ballone, 2005, Afetividade - in. PsiqWeb)
Tem crianças que já apresentam afetividade negativa um tipo de
depressão que inclui sintomas de depressão com ansiedade caracterizando um
temperamento deprimido ou irritabilidade, preocupação crônicas, sensação
inutilidade, uma visão irreal de si mesmo ou até mesmo uma visão negativa em
relação ao mundo e ao seu futuro.
Os sintomas da depressão prejudicam em relação o
desenvolvimento do individuo desde seus primeiros anos de vida como é citado
no quadro abaixo.
Bebês
• Sem resposta ao falar com eles ou tocá-los, nunca
sorriem ou choram, ou podem chorar com muita
frequência, sendo difícil acalmá-los;
• Incapazes de ganhar peso (que não seja consequência
de outra enfermidade);
• Sem motivação nas brincadeiras;
• Problemas para comer e dormir;
• Distúrbios digestivos (constipação/diarreia);
• Inquietos, excessivamente sensíveis a barulhos ou ao
toque.
Crianças
• Tristeza persistente, negatividade, reclamação de tédio
crônico, falta de iniciativa;
• Desobediência constante
• Facilmente se frustram, choram frequentemente, baixa
autoestima, excessivamente sensíveis;
• Incapacidade de prestar atenção, lembrar ou tomar
decisões, distraem-se facilmente, esquecem o que
16
estavam pensando;
• Problemas de alimentação e sono;
• Urinam na cama, têm constipação, diarreia,
impulsividade, estão sujeitos a acidentes;
• Preocupação ou medo crônico;
• Grande constrangimento;
• Fala ou movimentos corporais lentos;
• Sintomas físicos, como tontura, dor de cabeça, dor de
cabeça, dor de estômago, dores nos braços ou pernas,
ato de roer as unhas (que não sejam consequência de
outras causas médicas);
• Pensamentos sobre o suicídio ou tentativas de realiza-lo.
Adolescentes
• Sintomas físicos, como tonturas, dor de cabeça, dores
nos braços ou nas pernas por causa de tensão muscular,
problemas digestivas( que não sejam consequência de
outras causas médicas);
• Tristeza persistente, negatividade, irritabilidade;
• Raiva ou acessos de raiva incontroláveis;
• Excessos de autocrítica, culpa injustificada, autoestima
baixa;
• Incapacidade de concentrar-se, pensar ordenadamente,
lembrar-se de coisas ou tomar decisões;
• Fala ou movimentos corporais lentos ou hesitantes;
• Perda de interesse em atividades outrora prazerosas;
• Pouca energia, fadiga crônica, morosidade;
• Alteração do apetite, perda ou ganho de peso flagrante,
padrões anormais de alimentação;
• Preocupação crônica, excesso de medo;
• Interesse por temas relacionados à morte em livros,
músicas, desenhos, conversa repetidamente sobre a
morte, fascinação por armas/facas;
• Pensamentos, planos ou tentativas suicidas.
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(MILLER, 2003, p.34,35).
Tem principais sintomas de Depressão que aparecem em
qualquer fase da infância como: mudança de humor significativa, perda do
interesse ou prazer por brincar, aumento ou redução da energia, aumento da
sensibilidade, condutas agressivas e antissociais, problemas de socialização,
sentimento de rejeição, ansiedade, atrasos no desenvolvimento psicomotor e
linguístico, negativismo e pessimismo, auto depreciação, queda no rendimento
escolar (diminuição da atenção, memória, raciocínio ou lentidão psicomotora),
cansaço, fadiga, perturbações somáticas (enurese e encoprese na cama),
perda ou aumento de apetite e consequentemente peso, distúrbios do sono e
dores e sintomas físicos sem causa determinada como cefaleias, lombalgia,
dor nas pernas, náuseas, vômitos, cólicas intestinais, vista escura, tonturas.
Não necessariamente a criança precisará apresentar todos esses
sintomas listados acima para ser diagnosticada com depressão infantil, mas
deve vivenciar pelo menos 5 ou mais dos sintomas durante cerca de 2
semanas consecutivas para ser considerada como uma criança depressiva.
1.3. Métodos de avaliação da depressão
O primeiro passo é o medico diagnosticar o tipo de depressão
para planejar o tratamento, pois na verdade não é o tipo de depressão o mais
importante, na realidade são as causas especifica dos sintomas no individuo. O
especialista através de conversas procurará as causas que estão ativamente
causando alguns sintomas padrões da pessoa que esta sendo avaliada.
Um dos primeiros métodos são os questionários que obtém
perguntas sobre membros da família, histórico de problemas mentais na
família, histórico de tratamento de saúde mental e possíveis estressores.
“Esses fatores são importantes para avaliar a depressão, pois indicam as causas biológicas e ambientais. Além disso, um histórico familiar de problemas mentais é particularmente importante; a depressão frequentemente
18
é passada geneticamente entre os parentes.” (MILLER, 2008, p.37).
Tem questionários que são chamados de questionários de escala.
Os utilizados com mais frequências são o Levantamento de Personalidade
para Criança ,Lista de Comportamento Infantil de Achenbach e o Sistema de
Avaliação Comportamental para Crianças. Esses questionários obtém uma
visão ampla sobre a personalidade , funcionamento emocional, ansiedade,
distúrbios de pensamento, agressividade, problemas sociais, liderança e
relacionamento escolar .
Alguns especialistas solicitam que os professores dessas
crianças sendo avaliada preencham questionários semelhantes para avaliar se
o emocional do individuo é o mesmo quando estão com os pais ou
responsáveis, por esse motivo o ponto de vista do educador e de suma
importância nesse processo de avaliação.
Existi outras formas de avaliação como: Beck Depression
Inventory, Hamilton Depression Rating Scale ,Escala de Zung,Teste
Psicodiagnóstico de Rorschach, Teste de Apercepção Temática, Teste de
Inteligência, Teste de Desempenho Individual de Wechsler e o Teste de
Desempenho de Woodcock-Johnson.
Após o médico completar as avaliações, ele fará um relatório
sobre o resultado dos testes e abordando o diagnóstico para decidir qual será o
plano de tratamento que será aplicado e outro relatório relatando o diagnostico
para se entregue na unidade escolar que essa criança estiver inserido, para o
psicopedagogo elaborar juntamente com a equipe pedagógica um trabalho
diferenciado com esse individuo se for necessário.
19
CAPÍTULO II
O QUE CAUSA A DEPRESSÃO E OS POSSÍVEIS
TRATAMENTOS?
Os problemas emocionais que apresenta frequentemente são os
distúrbios de ansiedade e distúrbios de alteração. As crianças com esses
distúrbios tendem a sofrer episódios depressivos mais intensos.
“Enquanto um episódio depressivo típico para uma criança pode durar de nove a doze meses, em casos de comorbidade o ciclo de episódios pode durar até dois anos. Crianças e adolescentes com distúrbios comórbidos , como ansiedade e distúrbio de conduta , correm um risco maior de dependência química, suicídio e desenvolvimento comprometido das habilidades sociais do que crianças que sofrem apenas depressão.” (MILLER, 2008, p.84).
Ansiedade é um sentimento desagradável de medo e um estado
emocional de apreensão, de uma forma vaga causando tensão ou desconforto
de uma sensação de perigo, uma expectativa de algo ruim irá acontecer,
acompanhado por várias reações físicas e mentais bem desconfortáveis.
“Em crianças, o desenvolvimento emocional influi sobre as causas e a maneira como se manifestam os medos e as preocupações tanto normais quanto patológicos. Diferentemente dos adultos, crianças podem não reconhecer seus medos como exagerados ou irracionais, especialmente as menores.” (Rev. Bras. Psiquiatr. vol.22 s.2 São Paulo Dec. 2000)
Quando a ansiedade e o medo ficam exagerados podemos
chamar de ansiedade patológicos, em relação ao estímulo passam a ser
desproporcionais do que se observa como norma naquela faixa etária da
criança e interferindo a sua qualidade de vida, proporcionando um desconforto
emocional ou o desempenho diário.
20
A maneira de se diferenciar ansiedade normal de uma ansiedade
patológica é simplesmente avaliar se a reação ansiosa é de curta duração,
autolimitada e relacionada ao estímulo do momento ou não.
2.1. Alguns Distúrbios e suas características
Distúrbio de Ansiedade
No distúrbio de Ansiedade incluem-se o distúrbio do pânico,
fobias, distúrbio de ansiedade de separação, distúrbio obsessivo-compulsivo e
o distúrbio de ansiedade generalizada (DAG), que podem apresentar
juntamente com a depressão.
Um do distúrbio mais comórbidos da ansiedade é a ansiedade de
separação.
“O transtorno de ansiedade de separação é mais comum em crianças pequenas do que em adolescentes e há relatos de que ocorra com igual frequência em ambos os sexos. O início pode ocorrer em idade pré-escolar, mas é visto com maior frequência em crianças de sete a oito anos. A prevalência do transtorno de ansiedade de separação tem sido estimada em torno de 3% a 4% de todas as crianças em idade escolar, e em 1% de todos os adolescentes.” (Artigo por Colunista Portal Educação, 2013.)
Crianças com distúrbios de ansiedade demonstram sintomas:
Motores- tremer, roer as unhas, chupar o dedo, gaguejar, forçar a mandíbula e
evitar os outros.
Fisiológicos- batimentos cardíacos acelerados, sudorese, mudança na tensão
muscular, respiração aumentada, falta de ar, náusea, vômito, dor de estômago
e urinar frequentemente.
Cognitivos- sentir-se amedrontado, esperar por perigos, sensação de ser
inadequado ou incompetente ou visões de lesão corporal.
21
Distúrbio de Ansiedade da Separação
De acordo com F93.0 na CID 10 ,a característica essencial
do Transtorno de Ansiedade de Separação é a ansiedade excessiva
envolvendo o afastamento de casa ou de figuras importantes de vinculação.
Quando ansiedade fica além daquela esperada para o nível de
desenvolvimento do indivíduo.
Essa ansiedade excessiva pode persistir no mínimo por quatro
semanas, provocando sofrimento intenso e trazendo prejuízos significativos em
diferentes áreas da vida dessa criança.
Sintomas típicos visto no distúrbio de ansiedade da separação
são: angústia excessiva quando os pais vão embora ou há uma expectativa de
isso ocorra, preocupação quanto ao ferimento ou à morte de pessoas com que
se possui vínculo, relutância ou recusa em ir à escola, medo de ficar em casa
sem os pais, relutância ou recusa de dormir sem os pais por perto, pesadelos
sobre a separação dos pais, reclamações físicas frequentes quando se está
longe dos pais não permitindo o afastamento destes ou telefonando
repetidamente para eles a fim de tranqüilizar-se a respeito de suas fantasias,
algumas crianças recusam a frequentar há uma unidade escolar, já outras
crianças até desejam freqüentar a escola e demonstra boa adaptação prévia,
mas apresenta intenso sofrimento quando necessita afastar-se de casa.
Também podem sentir dores abdominais, dor de cabeça, náusea ,
vômitos ,palpitações, tontura e sensação de desmaio. Essas crianças sentem-
se humilhadas e medrosas, obtendo uma baixa auto-estima e podendo evoluir
para um transtorno do humor.
O transtorno de ansiedade da separação pode iniciar em uma
criança antes dos 6 anos de idade. Essas crianças são extremamente
meticulosas e obedientes.
De acordo com o CID 10 o Transtorno de Ansiedade de
Separação não é incomum; as estimativas de prevalência apontam uma média
22
de cerca de 4% em crianças e adolescentes jovens e pode desenvolver-se
após algum estresse vital (por ex., morte de um parente ou animal de
estimação, doença em um filho ou parente, mudança de escola, mudança para
um novo bairro ou imigração).
Distúrbio de Alteração
O Distúrbio de Alteração é a segunda condição psiquiátrica mais
frequente que acompanha a depressão . A estimativa de frequência varia de
10% a 80 % , assim dificultando a diferenciar a depressão dos distúrbios de
alteração, pois tem muitas semelhanças biológicas também.
Como relata Miller (2008), as crianças deprimidas estão
frequentemente irritadas, muitas vezes acreditam que não há razão para viver,
têm pouca habilidade para controlar suas reações emocionais e não costumam
ter capacidade para lidar com problemas.
Afetos e humores indicam diferentes aspectos da emoção.A
comunicação através da expressão facial, inflexão vocal, gestos e postura é
chamado de afeto. Ele visa indicar se uma pessoa está satisfeita, aflita,
desgostosa ou em perigo. A alegria, tristeza, raiva e medo são afetos básicos
que servem a uma função comunicativa entre os seres.
Os afetos tendem a serem expressões de curta duração,
emocionais momentâneas. Os humores transmitem emoções mais
prolongadas, são mais constantes e vividos por um tempo suficiente para
serem sentidos.
As emoções normais de tristeza e alegria devem ser diferenciadas
do transtorno depressivo e maníaco. A tristeza, ou depressão normal, é uma
resposta de derrotas, decepções ou dificuldades. A alegria está ligada a
conquistas e ao sucesso.
Tem três grupos de sintomas alterados nos transtorno depressivo
e maníaco: afeto, cognição e percepção, atividade e comportamento. O afeto
(humor) talvez seja o menos variável no estado depressivo do individuo. Agora
23
a cognição e a percepção muda profundamente, prejudicando as atividades e o
seu comportamento.
Os estados do humor são caracterizados pelos seguintes
aspectos:
• Quando a intensidade é exagerada e está fora das proporções
esperadas;
• Não respondem ao apaziguamento;
• São mantidos por maior tempo do que o esperado;
• Tem efeito sobre o estado mental global, sendo o julgamento seriamente
influenciado pelo humor;
• São inadequados para a circunstância, assim: apatia, anedonia,
insensibilidade para eventos agradáveis, hipersensibilidade para eventos
desagradáveis, alegria excessiva.
Toda a atividade mental fica diminuída na depressão e aumenta
as manias. Por esse motivo muitos casos de pessoas diagnosticadas com
depressão têm pensamentos suicidas, ruminações mórbidas, delírios,
obscurecimento da consciência, alucinações e pensamentos hipocondríacos.
Não apenas na atividade mental que e diminuída, também no
comportamento, o individuo esta quase sempre lentificado e com outros
sintomas como: fadiga, falta de atividade, prejuízo na vontade de querer e
profundas alterações nos padrões de sono e alimentação.
Distúrbio de Conduta
As características do distúrbio de conduta é agressividade com as
pessoas ou animais, destruição de propriedade, gosta de provocar, ameaçar ou
intimidar as pessoas, provocando desentendimento e brigas, podendo usar
armas que podem ferir gravemente como tijolo, garrafa quebrada, faca ou até
mesmo arma de fogo.
24
Essas crianças com distúrbio de conduta tem tendência a
enganação e ao roubo, também cometem violações graves de regras , como
sair de noite mesmo com a proibição dos pais , fugir de casa e faltar as aulas.
“Obviamente, distúrbios de conduta causam prejuízos
clinicamente significativos ao funcionamento familiar,
social e acadêmico. Além disso, o prognostico para
crianças com distúrbio de conduta não é encorajador.
Quanto mais cedo começarem s sintomas, pior o
prognostico e maior a probabilidade de a criança vir a ser
presa quando adulta ou experienciar uma adaptação
ocupacional prejudicada, problemas no casamento ou
alienação social.”( MILLER,2003, p. 96)
De acordo com o CID 10 (F91) os transtornos de conduta são
caracterizados por padrões persistentes de conduta dissocial, agressiva ou
desafiante. Tal comportamento deve comportar grandes violações das
expectativas sociais próprias à idade da criança; deve haver mais do que as
travessuras infantis ou a rebeldia do adolescente e se trata de um padrão
duradouro de comportamento (seis meses ou mais).
De acordo com DSM-IV os critérios de diagnósticos para
transtorno de conduta se baseia na presença das seguintes situações:
• Freqüentemente persegue, atormenta, ameaça ou intimida os outros;
• Freqüentemente inicia lutas corporais;
• Já usou armas que podem causar ferimentos graves (pau, pedra, caco
de vidro, faca, revólver);
• Foi cruel com as pessoas, ferindo-as fisicamente;
• Foi cruel com os animais, ferindo-os fisicamente;
• Roubou ou assaltou, confrontando a vítima;
• Submeteu alguém a atividade sexual forçada;
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• Iniciou incêndio deliberadamente com a intenção de provocar sérios
danos;
• Destruiu propriedade alheia deliberadamente (não pelo fogo);
• Arrombou e invadiu casa, prédio ou carro;
• Mente e engana para obter ganhos materiais ou favores ou para fugir de
obrigações;
• Furtou objetos de valor;
• Freqüentemente passa a noite fora, apesar da proibição dos pais (início
antes dos 13 anos);
• Fugiu de casa pelo menos duas vezes, passando a noite fora, enquanto
morava com os pais;
• Falta na escola sem motivo, matando aulas freqüentemente (início antes
dos 15 anos).
Os critérios diagnósticos do DSM-IV para transtorno da conduta
aplicam-se a crianças com idade inferior a 18 anos e com a presença de pelo
menos três desses comportamentos no período de 12 meses e de pelo menos
um comportamento anti-social nos últimos seis meses, trazendo
comprometimento importantes do ponto de vista acadêmico, social ou
ocupacional.
Muitas das vezes é necessário uso de medicamento, quando
apresenta comportamentos agressivos, com paranoias ou com TDAH.
O Distúrbio de Conduta pode esta em alguns casos relacionado
em conflitos ente pais e filhos, pois os pais apresentam sérias dificuldades em
estabelecer limites, em educar. As crianças precisam ter um bom convívio em
casa. sem agressões, ou humilhações ,isso é importante para prevenir o
transtorno de conduta.
Os pais que se agridem, trocam ofensas com palavras chulas e
não tem respeito de ambos, tem maior probabilidade de ter filhos com
transtorno de conduta.
26
2.2. Fator Genético
Já foram comprovados que existem fatores genéticos envolvidos
nos casos de depressão, doença que é provocada por uma disfunção de
algumas substâncias químicas do cérebro, como, por exemplo, o
neurotransmissor serotonina. Mas nem todo individuo com depressão genética
reagem do mesmo jeito diante os fatores que pode desencadear são aspectos
psicológicos, biológicos e sociais para as crises como: acontecimentos
traumáticos, perda de entes queridos, separação dos pais, falta de atenção e
carinho, estresse físico e psicológico, entre outros.
Os indivíduos que tem depressão quando se encontra em
situações estressantes, provocam uma queda dos níveis de serotonina devido
a alteração genética que é causada por uma fragilidade biológica hereditária.
“Quanto maior o número de antecedentes deprimidos entre familiares, maior será a probabilidade do de desenvolver uma Depressão de natureza constitucional. Há uma significativa porcentagem de filhos de pais deprimidos que desenvolve a doença e, mais marcante ainda, uma expressiva porcentagem quando os dois pais são deprimidos, mesmo que o filho tenha sido criado por outra família não-deprimida.” (Ballone, 2005, Causas da Depressão, in. PsiqWeb)
Uma das causas da depressão que têm forte influência é o
histórico familiar. Se mãe ou o pai tem ou tiveram ocorrência de episódio
depressivo com duração de um a dois meses em algum momento de sua vida,
o filho terá grande probabilidade de também sofrer essa patologia. Quanto mais
severa for à depressão materna, maior o risco de depressão no filho.
Depois de vários estudos com famílias, gêmeos e adotados
indicam a existência de um componente genético para depressão
tanto unipolar como bipolar que é representado cerca de 40% da
susceptibilidade para desenvolver depressão unipolar e 70% para o
transtorno bipolar.
27
2.3. Tratamento e ajuda dos pais ou responsáveis
É muito difícil para os pais descobrirem ou aceitar que seus filhos
estão deprimidos. Após a aceitação que o reconhecimento que as crianças
realmente estão deprimidas, os pais começam a enfrentar o desafio de
encontrar o tratamento mais adequado e eficaz para os seus filhos.
“Embora seja uma simplificação exagerada dizer que os medicamentos tratam apenas os sintomas, é fácil entender que apenas os remédios não ensinam as crianças formas novas e mais eficazes de lidar com os estresses que as levam à depressão ou a modifica-los. Por essas razões, a abordagem mais eficiente no tratamento da depressão infantil inclui tanto a orientação como a medicação.”( MILLER, 2003, p.105)
A criança não ira dizer que esta deprimida, tem que ser observada
e avaliada para ser diagnosticada.
A intervenção para Depressão Infantil é muito ampla. A avaliação
psicológica é crucial para o auxilio do diagnostico e de forma complementar. O
médico, pais e professores deverão estar envolvidos nesse processo. É muito
importante tanto para o médico quanto para o psicólogo obter informações
quantas forem necessárias sobre a criança e seu histórico familiar para ter uma
intervenção eficiente. Em alguns casos os pais são orientados a uma terapia
familiar, pois é crucial a colaboração da família e do professor na escola que a
criança esta inserida.
O tratamento de depressão é através de psicoterapia e
medicamentoso. A psicoterapia é imprescindível, pois em casos de depressões
leves pode ser o suficiente para cura-la. Já em casos de depressões mais
graves, o tratamento deve ser associado com medicamento e psicoterapia.
O tratamento medicamentoso em crianças é utilizado por um
período entre seis meses e um ano utilizando-se antidepressivos triciclos ou
ISRS (inibidores seletivos da recaptação de serotonina) que geralmente são
28
usados a partir de três ou quatro anos, mas sempre a prioridade será tentar
realizar o tratamento apenas com a psicoterapia.
Essas crianças deprimidas não deve viver a base de excesso de
cobrança e perfeição no processo de ensino, pois crianças deprimidas que
vivem nesse ambiente não conseguirá mudar a sua situação sob pressão.
Pais Os pais ou responsáveis começam a perceber a depressão
infantil quando ocorrer uma mudança significativa no comportamento da
criança. Observar se a criança esta com:
• Fadiga;
• Sonolência ou insônia;
• Com muito medo de separar-se das pessoas que lhe servem de
referência;
• Insegurança;
• Quieta ou parada num ambiente;
• Dores de cabeça ou de barriga com frequência;
• Baixo desempenho escolar, entre outros.
É importante os pais ficarem atentos às esses sintomas, pois
precisam levar os sentimentos da criança a sério. Os pais são o que mais
podem ajudar essa criança desse momento depressivo, tomando as devidas
atitudes:
• Levar os sentimentos da criança a sério não os desvalorizando,
• Ajuda-los a expressar e os compreende-los;
• Encorajar a criança a desenvolver atividades que ela gosta, sem
pressionar;
• Valorizar a sua auto-estima elogiando todos os pequenos passos, e as
suas capacidades
• Ajudar a criança a sentir que a protegem demonstrando que se
interessam por ela, dando-lhe a devida atenção, entre outros.
29
A criança triste ou deprimida necessita sobre tudo de carinho,
precisa de sentir amada. Em algumas crianças transmitem o pedido de ajuda e
atenção através de sentimentos mascarados como de zanga e raiva, mas
essas expressões são querendo passar para os pais ou responsáveis que tem
algo de errado com elas, pois se sentem desesperada que não sabem
expressar essa situação.
Os pais precisam observar seus filhos em casa e se notar algo de
errado que estejam acontecendo com eles, é o momento de buscar ajuda para
solucionar esses conflitos.
Todas as crianças precisam ter com os pais um laço afetivo e os
pais precisam encoraja-los e estimula-los e evitar acarretar seus problemas
conjugais, entre outros nos filhos.
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CAPÍTULO III
O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO JUNTAMENTE COM A
ESCOLA?
As principais alterações que acontecem nas crianças na fase
escolar são na parte cognitivas como atenção, concentração e memória, assim
leva a criança a diminuir o rendimento escolar e também o desenvolvimento de
habilidades sócias como agir adequadamente em situações sócias, como
relaciona com suas amizades e desenvolver empatia.
“A maior parte da instrução acadêmica é cumulativa, de modo que perder partes significativas da instrução ou unidades inteiras de ensino pode ter um grande impacto no resto da vida acadêmica do aluno.” (MILLER, 2003, p.179)
A escola tem que investigar a causa do baixo rendimento escolar,
porém as dificuldades de aprendizagem e sintomas de desordem afetiva
costumam ser confundidas.
É necessário verificar qual o verdadeiro quadro ser realmente é a
depressão ou a dificuldade de aprendizagem para encaminhar ao tratamento
adequado. Crianças com dificuldades de aprendizagem e baixo rendimento
escolar apresentam mais sintomas depressivos do que crianças sem nenhuma
lamentação acadêmica.
“Os estudos demonstram que a incidência de sintomas depressivos em crianças com dificuldades escolares é considerada alta principalmente quando comparada com a taxa de prevalência de sintomatologia de de Os estudos demonstram que a incidência de sintomas depressivos em crianças com dificuldades escolares é considerada alta principalmente quando comparada com a taxa de prevalência de sintomatologia de depressão na população infantil sem dificuldades de aprendizagem.” (Hall & Haws, 1989; Wright-Strawderman & Watson 1992; Colbert & cols., 1982).
31
A declividade no desempenho escolar ocorre com muita
constância na criança deprimida que esse comportamento pode ser visto como
um indicador de distúrbio depressivo. Essa diferença torna ainda mais
complexo o diagnostico a dificuldade de profissionais na identificação de
ambos os problemas, por isso é necessário ter um olhar cauteloso e crítico
diante nessa criança para ocorrer à intervenção inadequada.
A escola tendo a confirmação desse diagnostico, deve ter outra
postura diante a esse aluno. O professor deve proporciona a essa criança um
processo mais dinâmico de aprendizagem e de interação, motivando e dando
um suporte e adequando a situação às suas necessidades específicas,
evitando situações de frustrações, o que poderia afetar ainda mais o seu
estado depressivo.
3.1. Psicopedagogo
“A psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana, que adveio de uma demanda- o problema de aprendizagem, colocado em um território pouco explorado, situado além dos limites da psicologia e da própria pedagogia- e evolui devido à existência de recursos, ainda que embrionários, para atender a essa demanda, constituindo-se, assim, em uma prática.” (BOSSA, 2007, p. 24).
A Psicopedagogia é uma área de conhecimento interdisciplinar e
multidisciplinar, ela busca compreender o que ocorre no processo do
conhecimento e entender as possíveis dificuldades que o discente encontra
nesse processo. Por isso o Psicopedagogo usa diversas ciências, como a
Filosofia, a Psicanálise, a Psicologia, a Sociologia, entre outras.
“A Psicopedagogia não visa estabelecer conceitos teóricos, mas possibilita novas formas de ver a educação, onde se observa mais os movimentos do aluno diante da tarefa do que a tarefa em si. Não é a simples aplicação da Psicologia à Pedagogia, mas uma nova área de estudos que não se detém unicamente nas dificuldades de aprendizagem, mas propõe sobre elas as alternativas.”(CUNHA,2010, p.104)
32
O Psicopedagoga obtém a observação como prioridade para
atingir os seguintes passos: entendimento ,prevenção ,intervenção e atuação.
Por meio da observação, é possível analisar e selecionar os recursos que
serão utilizados para estimular o aprendente mais receptivo às práticas
pedagógicas.
O alicerce da atuação psicopedagógica é o que o aluno ama, o
que lhe interessa, seus sonhos e desejos. O profissional de psicopedagogia
não pode interferir nos fatores externos do individuo, ele deve priorizar
interioridade. Como Cunha (2010) nos diz que toda intervenção, é preciso que
o psicopedagogo esteja consciente das possibilidades educacionais do seu
educando, mesmo diante de qualquer inadaptabilidade inicial.
É preciso que seja eficaz no momento de escolher os meios de
como os conteúdos serão aplicados e elaborar um currículo escolar coerente
com as necessidades do educando.
“O trabalho psicopedagógico, portanto, pelo visto pode e deve ser pensado a partir da instituição escolar, a qual cumpre uma importante função social: a de socializar os conhecimentos disponíveis, promover o desenvolvimento cognitivo e a construção de regras de conduta, dentro de um projeto social mais amplo. A escola, afinal, é responsável por grande parte da aprendizagem do ser humano.”(BOSSA,2011,p.141)
A escola é participante do processo de aprendizagem que inclui o
individuo no seu mundo sociocultural. Já o psicopedagogo a grande
preocupação é o compromisso com a ação preventiva. Cada criança tem sua
história pessoal, familiar, escolar, entre outras que são articuladas e
condicionadas.
De acordo com Bossa (2011), o psicopedagogo dedica-se a áreas
relacionadas ao planejamento educacional e ao assessoramento pedagógico,
colabora com os planos educacionais e sanitários no âmbito das organizações,
33
atuando em uma modalidade cujo caráter é clinico, ou seja, realizando
diagnostico institucional e propostas operacionais pertinentes.
“É importante que a escola, por meio do trabalho da Psicopedagogia, avalie os fatos que as precederam, sem, contudo, buscar uma culpabilização. Afinal, é provável que não somente o aluno mas também a família já estejam pagando um ônus muito elevado. Seja qual for a procedência, elas podem ser desconstruídas pelo afeto. A cooperação, nesses casos, entre escola e família deve, eminentemente, ater-se na condução dos processos pedagógicos que levam à solução dos problemas em favor do aluno.” ( CUNHA,2010,p.50)
O psicopedagogo juntamente com o professor deverá elaborar
objetivo, visando as necessidades da criança depressiva, lembrando que esse
discente precisa de uma ajuda especial para encontrar satisfação para esta
na sala de aula. É fundamental a parceria desses profissionais no processo de
ensino-aprendizagem nessa criança.
A atuação do psicopedagogo deve ser de eficiência, articulada
com outras áreas do conhecimento, tendo em vista a troca de seus efeitos de
forma que possibilite uma recuperação da criança depressiva.
A criança depressiva precisa de ajuda para criar bons
sentimentos. As pessoas que estão a sua volta, do psicopedagogo aos pais
devem elogiá-la e incentivá-la, fazer com que ela se sinta importante e amada,
pois essas pequenas atitudes será de suma importância para a sua
recuperação nesse momento depressivo.
“Na educação, estamos em um processo de constante construção, desconstrução e reconstrução, e isso se torna mais evidente nas dificuldades de aprendizagem. Não importa o tempo em que iremos semear a semente afetiva do aprendizado, ela será sempre uma semente. Dará frutos a seu tempo, se verdadeiramente afetarmos nossos alunos pelo amor e pelo prazer de educar.”(CUNHA,2010,p.77)
34
CONCLUSÃO
Após várias pesquisas, foi analisado como é difícil diagnosticar uma
criança como depressão infantil e a dificuldades da aceitação dos pais em
relação o transtorno do filho, mas depois que eles compreendem se dispõe
para procurar todos os tipos de ajuda para solucionar o problema do filho.
Em alguns casos os pais precisam compreender que a criança
possa esta sofrendo de depressão com base biólogica, principalmente quando
tem histórico familiar com diagnósticos de depressão ou condições associadas
à depressão, como o alcoolismo ou distúrbios alimentares, após essa
conscientização a família entende que a criança muitas vezes só precisa
adquirir habilidades para lidar com os pensamentos que o perturbem e
estressores futuros que será o foco principal nas terapias.
A família é o ponto chave para o auxilio na recuperação dessa
criança deprimida, pois ela precisa nesse momento de muito afeto e sentir
como são importantes para os seus pais e acolhidas nesse momento difícil da
sua vida.
A escola e o Psicopedagogo também são muito importantes nesse
processo, o Psicopedagogo orientara toda equipe pedagógica dessa instituição
escolar que o aluno esta inserido, adaptando as atividades e realizando um
trabalho diferenciado com o mesmo, pois um dos sintomas da depressão que
prejudica a vida acadêmica desse individuo é a diminuição da concentração e a
baixa autoestima.
O trabalho do Psicopedagogo juntamente com a escola, levantara a
autoestima e a confiança desse aluno nele próprio, voltando a ter prazer na
vida tanto social quanto acadêmica. O individuo ira aprender de forma mais
prazerosa e conseguira adquirir o conhecimento que será transmitido.
Podemos dizer que o conhecimento que vem pelo o afeto possui excelência e
que o discente e o docente precisam desse afeto para ocorrer um troca
significativa. O amor é a sublimação do saber.
35
REFERÊNCIAS
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educativas na escola e na família. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2010.
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estrategias-intervencao-psicopedagogica-.htm. Acessado em 26/07/2016
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
Depressão Infantil existe? 11
1.1. Diagnóstico de Depressão Infantil 11
1.2. Alguns tipos e sintomas da Depressão em relação ao
Desenvolvimento 13
1.3. Métodos de avaliação da Depressão 17
CAPÍTULO II
O que causa a Depressão e os possíveis tratamentos 19
2.1. Alguns distúrbios e suas características 20
2.2. Fator Genético 26
2.3. Tratamento e ajuda dos pais ou responsáveis 27
CAPÍTULO III
O papel do Psicopedagogo juntamente com a escola 30
3.1. Psicopedagogo 31
CONCLUSÃO 34 REFERÊNCIAS 35 ÍNDICE 38