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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DA QUALIDADE PADRÕES DE COMPROMETIMENTO E GERENCIAMENTO DE DOCUMENTOS EM EMPRESA DO SETOR PÚBLICO. Por: Vladimir Valeri Chagas dos Santos Orientador Prof. Marcelo Martins Saldanha da Gama Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DA QUALIDADE

PADRÕES DE COMPROMETIMENTO E GERENCIAMENTO DE

DOCUMENTOS EM EMPRESA DO SETOR PÚBLICO.

Por: Vladimir Valeri Chagas dos Santos

Orientador

Prof. Marcelo Martins Saldanha da Gama

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

PADRÕES DE COMPROMETIMENTO E GERENCIAMENTO DE

DOCUMENTOS EM EMPRESA DO SETOR PÚBLICO.

Monografia submetida ao corpo docente da

Universidade Candido Mendes como requisito

necessário para obtenção do grau de especialista

em Administração da Qualidade.

Por: Vladimir Valeri Chagas dos Santos

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AGRADECIMENTOS

A Deus por me colocar de pé de novo

e por estar sempre presente.

Ao Espírito Santo pela orientação e

força que me concederam nos momentos

de cansaço.

Ao meu amigo Guilherme pela ajuda

na digitação deste trabalho.

Ao meu orientador Marcelo Martins

Saldanha da Gama pela paciência e

incentivo na conclusão deste trabalho.

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DEDICATÓRIA

A Maria Tereza Dias pelo seu carinho,

atenção e incentivo em continuar a acreditar

em mim, quando nem eu mesmo acreditava.

A minha mãe Maria Nilza Chagas dos

Santos, cuja luta e coragem me fizeram

sentir forte.

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PENSAMENTO

“Jamais considere seus

estudos como uma obrigação, mas

como uma oportunidade invejável

para aprender a conhecer a influência

libertadora da beleza do reino do

espírito, para seu próprio prazer

pessoal e para o proveito da

comunidade à qual seu futuro

trabalho pertence”.

(Albert Einstein)

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RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo analisar os padrões de

gerenciamento de documentos em uma empresa do setor público e suas

implicações para a organização notadamente no que diz respeito ao turnover e

ao absenteísmo. Para tal foi analisada o modelo multi dimensional de Meyer e

Allen que permitiu o entendimento do comprometimento em três categorias:

Afetivos, instrumental e normativo.

Foi conduzida pesquisa com os funcionários da empresa, meios

tecnológicos existentes, usando-se para esta coleta um questionário com

escala likert.

A consistência desses dados foi testada estatisticamente pelo Alpha de

Cronbach. Os resultados estão de acordo com a teoria existente na área de

administração, fazendo uma interface existente entre os padrões de

gerenciamento de documentos e sistema da qualidade, onde é ponderado o

requisito dos órgãos reguladores aos quais a empresa em estudo visa atender.

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METODOLOGIA

A coleta de dados para estabelecimento das dimensões do

comprometimento organizacional dos indivíduos se deu pela aplicação do

questionário, proposto por Meyer, Allen e Smith (1993), composto de 18 itens,

sendo que cada seis itens do questionário correspondem a uma dimensão do

comprometimento organizacional: afetiva, instrumental e normativa. A escala

usada neste questionamento foi do tipo likert com respostas de dois concordo

totalmente e dois discordo totalmente.

A utilização da escala likert se justifica pela sua adequação quando se

possui uma série de perguntas que se procura obter informações sobre

atitudes a respeito de um assunto.

A utilização do questionário está suportada pelo estudo realizado por

Medeiros e Enders (1998) que validou o modelo de três dimensões e o

questionário desenvolvido por Meyer e Allen (1991).

A pesquisa foi realizada no período de janeiro a fevereiro de 2009,

dentro da empresa mencionada neste trabalho. Os funcionários que por algum

motivo, se dirigiam ao departamento de recursos humanos eram convidados a

participar da pesquisa respondendo ao questionário. Não foram considerados,

para efeito de qualquer análise, os motivos que levaram o funcionário a

procurar a área de recursos humanos. Um aspecto importante para a pesquisa

foi à confiabilidade das informações não havendo a possibilidade de

identificação do respondente.

Para a tabulação dos dados optou-se pelo programa de estatística

Statisctical Package for the Sócia Sciences (SPSS). Na análise dos resultados

foi usada a estatística descritiva para os elementos sociais (idade, gênero,

tempo de empresa e vínculo empregatício). Para verificação da consistência

dos resultados obtidos no questionário foi calculado o Alpha de Cronbach e

comparado a dois outros trabalhos que usaram o mesmo questionário com

base de pesquisa.

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Segundo Rea e Parker (2000) os métodos de amostragem podem ser

classificados em amostragem probabilística e amostragem não-probabilística.

Na amostragem probabilística, a probabilidade de qualquer membro da

população fazer parte da amostra final é conhecida, o que significa um

conhecimento extenso e completo da composição e do tamanho da população.

A característica da amostragem não-probabilística é que o pesquisador não

conhece a probabilidade de determinado indivíduo vir a ser selecionado como

parte da amostra. Não existe, neste caso, a certeza de que a probabilidade de

seleção é igual entre os entrevistados em potencial. Sem essa igualdade, o

pesquisador não pode analisar a amostra em termos de distribuição normal.

Rea e Parker (2000) afirmam que um dos tipos de amostra não

probabilística é conhecido como amostra intencional. Neste caso, o

pesquisador usa seu critério profissional, ao invés de o acaso, na seleção dos

entrevistados. De acordo com Gil (1991), em uma amostra intencional os

indivíduos são selecionados a partir de características tidas como relevantes

pelo pesquisador.

Neste estudo, foi usada uma amostra não-probabilística e não

intencional e o universo ou a população considerada para a pesquisa feita são

os próprios funcionários da empresa mencionada e estudada. O tamanho da

amostra para este estudo inicial representou 7,5 % da população. Verificado a

contribuição do modelo e do uso do instrumento de coleta de dados a

continuidade da pesquisa deverá ser realizada com base em uma amostra

probabilística e intencional de modo a se obter uma melhor representação da

população.

No que tange as bibliografias pesquisadas, tiramos as informações

necessárias para a conclusão deste trabalho. Os sites pesquisados também

ajudaram bastante, pois abriu um leque de informações, o que enriqueceu o

presente trabalho monográfico.

Levando-se em consideração os padrões normativos dos órgãos

responsáveis pelas avaliações internas e as suas respectivas certificações,

mencionamos também as ISO e suas normas, em busca da qualificação de

seus processos internos e externos, e da melhoria continua da organização.

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S U M Á R I O

INTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃO 10

CAPÍTULO CAPÍTULO CAPÍTULO CAPÍTULO 1111 – REFERENCIAL TEÓRICO 16

CAPÍTULO 2CAPÍTULO 2CAPÍTULO 2CAPÍTULO 2 – HISTÓRIA DA QUALIDADE 25

CAPÍTULO 3CAPÍTULO 3CAPÍTULO 3CAPÍTULO 3 – AÇÕES GERENCIAIS E COMPROMETIMENTO

ORGANIZACIONAL 34

CAPÍTULO 4CAPÍTULO 4CAPÍTULO 4CAPÍTULO 4 – REQUISTOS NORMATIVOS DE CONTROLE

DE DOCUMENTOS DA QUALIDADE E BOAS PRÁTICAS 44

CONCLUSÃOCONCLUSÃOCONCLUSÃOCONCLUSÃO 53

BIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIA 55

ÍNDICEÍNDICEÍNDICEÍNDICE 59

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INTRODUÇÃO

APRESENTAÇÃO

As organizações estão inseridas na lógica de buscar maior

produtividade, qualidade e competitividade o que gera novas formas de lidar

com o patrimônio humano. Com o acelerado ritmo da evolução tecnológica a

informação torna-se mais acessível, buscando ampliar seus horizontes em

busca da gestão do conhecimento. Nos dias atuais, com ambientes em

constantes mudanças vividas pelas empresas, precisa-se de pessoas

qualificadas e dispostas a ir mais além do que aquilo que está formalmente

escrito, adotando comportamentos espontâneos em resposta a situações

inesperadas, a fornecer sugestões criativas e inovadoras a se identificarem

com os objetivos e valores da organização.

Segundo Baldam (2002) “O conhecimento passa a ser o novo motor da

economia.” Sendo assim, há a necessidade de perseguir novos e variados

fatores de desempenho alterando profundamente a tomada de decisão nas

organizações.

Nas decisões urgentes em que necessitamos consultar documentos,

muitas das vezes ficamos desorientados, perdidos em virtude da falta de um

gerenciamento bem estruturado na área da documentação. Por isso, as

empresas buscam novas formas de integrar através da otimização dos

arquivos, a padronização, aumentando a eficiência, o que caracteriza a busca

pela qualidade e produtividade por meio do comprometimento e organização

dos seus funcionários.

Este comprometimento organizacional é definido como sendo o nível

em que o funcionário se identifica com a empresa, desejando manter-se como

parte dela, tem sido estudado profundamente nos últimos anos. Sua resposta

imediata é o de executar resultados em que expliquem os níveis de

comprometimento do individuo no trabalho que exerce.

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A motivação nas pesquisas pode ser creditada à evidência de que o

comprometimento pode ter implicações no nível de absenteísmo,² no índice de

turnover,³ na pontualidade, nos comportamentos de cidadania, na aceitação

das mudanças e em seu desempenho, em forma processacional em busca da

melhoria e uma boa qualidade aplicada nos processos da documentação.

A partir da década de 60, diversos pesquisadores desenvolveram

estudos que abordam o comprometimento em diversos enfoques. Segundo

Meyer e Allen (1997), “O comprometimento dentro das organizações tem

evoluído conceitualmente nas últimas décadas e provocando muita

controvérsia a respeito da natureza dos vínculos funcionário-organização.” A

maior atenção foi na década de 90. A especial atenção foi dada pelos

pesquisadores em relação ao comprometimento à validação do modelo de

conceitualizações multidimensional do comprometimento organizacional

desenvolvido pelos professores canadenses Jonh P. Meyer e Natalie J. Allen.

Neste modelo os autores abordam o comprometimento organizacional em três

componentes: Afetivo, instrumental e normativo.

Uma das grandes preocupações das organizações, tanto para o meio

acadêmico como para o empresarial, é a de conseguir selecionar e manter, no

seu quadro funcional, indivíduos competentes, dedicados, engajados e

principalmente, envolvidos com os objetivos e valores da organização. O que

se pretende nas organizações é de ter pessoas que não execute seus

trabalhos somente devido ao ganho do salário ou por benefícios imediatos,

mas executem pelo prazer, realização profissional, pelo significado que o

trabalho tem para a vida delas e que compartilhem desses objetivos

organizacionais, gerando qualidade em seus processos gerenciais.

¹ Neste trabalho, optou-se pela tradução do termo Organizational Commitment como Comprometimento Organizacional em lugar de Compromisso Organizacional, por ser uma expressão comumente usada nas organizações brasileiras e, portanto, de mais fácil compreensão. ² Índice de absenteísmo, neste trabalho, é entendido como a relação percentual entre o número de horas não trabalhadas e o número de horas disponíveis. ³ Índice de turnover, neste trabalho, é definido como a relação percentual entre as saídas (desligamentos) e o número médio de funcionários na organização no período.

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O estudo desses padrões e do comprometimento organizacional traz

vantagens sobre o de satisfação, pois este último é mais sujeito a flutuações e

tem fracassado como variável explicativa, nas pesquisas dos últimos vinte

anos, temas de grande preocupação para as organizações de modo gerais,

como turnover, absenteísmo, desempenho e pontualidade. Corroborando com

essa tendência, Andrade, Borges e Pititi (2001) afirmam que o

comprometimento é entendido como um melhor indicador de vários produtos

humanos no contexto do exercício funcional, como ratitividade, absenteísmo,

desempenho e aceitação de continua mudanças.

Diversas razões explicam a atualização e aplicação destes

conhecimentos. A principal delas é a percepção da importância do

cumprimento dos padrões de gerenciamento na documentação, como

representação do conhecimento da empresa, visto que a maior parte das

informações está contida de forma não-estruturada. Desta forma, facilitaria em

recuperar, armazenar e consertar a integridade dos documentos, tendo

pessoas capazes e treinadas no exercício de sua função na empresa. Isto se

torna um imperativo para manter as organizações com qualidade e

competitivas nos dias atuais. Somada a isso há que se considerarem as

exigências e o comprimento dos padrões exigidos dos órgãos competentes, no

que concerne ao controle dos documentos.

Também de acordo com Jaros (1997), muito do interesse

organizacional e acadêmico no estudo do comprometimento organizacional é

devido à idéia de sua importância no estado psicológico do empregado que

conduz teoricamente, a uma situação de alto desempenho nas atividades da

organização. Nesta mesma decipasão, a relevância do estudo do

comprometimento organizacional é enfatizada por Rego e Souto (2004)

quando afirmam que este pode ter “conseqüências em várias atitudes e

comportamentos organizacionalmente relevantes, sendo destacadas as

seguintes: Assiduidade, intenções de abandonar organização, pontualidade,

atitudes favoráveis, em face de mudanças, desempenho individual,

comportamento de cidadania, comportamento de negligência, capital humano e

desempenho organizacional.”

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Com base nas literaturas pesquisadas, o estudo de caso conduz o

presente trabalho ao nível de comprometimento organizacional com

referências dos índices de turnover e de absenteísmo nas organizações.

Portanto, temos a seguinte situação problema: altos índices de

absenteísmo e turnover que gera problemas para a empresa afetando o

alcance dos seus objetivos e a qualidade da organização.

OBJETIVO

O objetivo deste trabalho é desenvolver um estudo preliminar que

servirá de base para um estudo mais profundo, caracterizando os padrões de

comprometimento organizacional, a partir do arcabouço teórico, conceitos, os

principais enfoques e o modelo dos três componentes de Mayer e Allen (1991),

em compreensão da influência no índice de absenteísmo, no índice de

turnover da organização. Demos enfoque a Bio-Manguinhos – Fundação

Oswaldo Cruz (Fiocruz).

OBJETIVOS GERAIS

Este trabalho tem por objetivo avaliar a aplicabilidade dos modelos

apresentados, os padrões de comprometimento e o gerenciamento dos

documentos em repartição pública, em conformidade com requisitos de órgãos

reguladores e/ou certificadores.

OBJETIVOS ESPECIFICOS

Apresentar a interface existente entre os departamentos dentro do

sistema da qualidade. Confrontar esses conceitos com os requisitos dos

órgãos reguladores nos quais uma instituição deve atender.

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DELIMITAÇÃO DE ESTUDO

Sendo necessário reconhecer as variações contextuais existentes nas

diferentes organizações e países, o campo desta pesquisa delimita-se à

análise de somente uma empresa do setor público.

Este estudo não pretendeu fazer uma análise das questões relativas às

mudanças no mercado de atuação da empresa enfocada. Não se levando em

conta fatores como processos internos, estrutura organizacional, estrutura do

poder e autoridade, assuntos de documentos internos de cunho particular ou

liderança. Cabe tão somente, um comentário específico aos modelos, padrões

de gerenciamento de documentos em repartição pública e seu

comprometimento na execução deste trabalho.

Os padrões no gerenciamento dos documentos em uma organização

têm uma influência significativa e de grande valor nos processos

organizacionais, pois é ela que fornece o arcabouço comportamental da

empresa, refletindo nos valores compartilhados pelas pessoas que constituem

esta organização e na interface de todos os setores que compõem esta

organização.

Por sua vez, este trabalho se focaliza no âmbito da teoria da

administração da qualidade.

JUSTIFICATIVA

O controle da documentação é um requisito importante no

funcionamento de qualquer empresa. No caso específico de Bio-Manguinhos,

estes requisitos dentro dos padrões exigidos são de vital importância, visto que

recebe inspeções de vários órgãos certificadores, o que leva ao atendimento

de diversas normas.

Em qualquer um deles a ausência de um efetivo controle e de

gerenciamento da documentação se constitui em uma não-conformidade

grave, pois compromete todos os processos dentro da empresa.

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MÉTODOS DE TRABALHO

O trabalho será desenvolvido por meio de pesquisa bibliográfica,

questionamento e observação de estudos já executados, pesquisas de sites,

com objetivo de se levantar e descrever a base conceitual e outras

informações de referência, associados ao tema relevante, para estudo dos

padrões de comprometimento e gerenciamento de documentos em empresa

do setor público, qualidade e normas, entre outros mais.

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CAPÍTULO 1

REFERENCIAL TEÓRICO

O objetivo deste tópico visa fornecer um esquema completo, o

suficiente para o desenvolvimento da pesquisa, o que exige proposições

teóricas: “É essencial que se desenvolva uma teoria antes que se faça a coleta

de dados para qualquer estudo de caso” (Yin 2001, p.50). No entanto,

desenvolver esta teoria, além do trabalho longo, leva também muito tempo e

pode ser muito difícil, além do que em muitos casos, os trabalhos existentes

oferecerem uma rica estrutura teórica para se projetar um estudo de caso

específico, fato que se concretiza neste trabalho.

Vale destacar que para efeitos desta pesquisa, são utilizados os

termos organização, firma, companhia, corporação e empresa, com o sentido

de “um sistema da administração da qualidade, em uma operação de gestores

para atingir determinado conjunto de objetivos” (Bateman e Suel 1998, p31)

definindo-se administração da qualidade como um conjunto de partes

interdependentes, que gera uma interface, englobando um conjunto de

padrões estabelecidos pelos órgãos certificadores, de maneira consciente que

seus membros não seriam capazes de atingir sozinhos.

Em se falando de comprometimento, é necessário definir o foco, ou

seja, quando se fala que uma pessoa está comprometida, diz se que ela está

comprometida em relação a alguma coisa. O comprometimento pode ser em

relação à empresa que o indivíduo trabalha.

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1.1 DEFINIÇÃO DE COMPROMETIMENTO ORGANIZACIONAL

Para Robins (2002) comprometimento organizacional é definido como

“o grau em que o empregado se identifica com a empresa e seus objetivos,

desejando manter-se como parte dessa organização.” Wagner e Hollenbeck

(2000) acrescentam a definição de comprometimento e vontade que o

empregado possui de investir “uma grande dose de esforço em favor da

organização e a intenção de ficar muito tempo na empresa.”

Andrade-Borges e Pilati (2001) citam Mowdey, Porter, e Steers para

definir comprometimento como “a força relativa da identificação e envolvimento

de um indivíduo com uma organização particular, expressa em três dimensões:

forte crença e aceitação dos valores e objetivos da organização, desejo de

exercer considerável esforço em favor desta, e desejo de se manter como seu

integrante.”

Na mesma linha Naves e Coleta (2003) trazem como significado para

comprometimento organizacional o desejo de permanecer na organização, de

exercer suas atividades, seus direitos de acreditar e aceitar os objetivos e

valores dentro dos padrões estabelecidos por esta organização.

Para Meyer e Allen (1997) as características que identificam uma

pessoa comprometida são permanecer na organização durante períodos

difíceis, possuir baixo índice de absenteísmo, proteger os bens da empresa e

compartilhar dos objetivos organizacionais.

Para este trabalho adotaremos a definição de comprometimento

organizacional como sendo o desejo que um indivíduo tem de permanecer na

companhia, como parte integrante dela, compartilhando dos seus objetivos,

sonhos, idéias e valores desta organização.

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1.2 CONCEITUALIZAÇÃO DO COMPROMETIMENTO ORGANIZACIONAL

E OS MODELOS MULTIDIMENSIONAIS.

De acordo com Medeiros e Tal (2005), o enfoque que dominou a

literatura do comprometimento organizacional durante muito tempo foi o

afetivo, representado fortemente pelos trabalhos apresentados pela equipe de

professores Mowday, Steers e Parter que afirmam que o comprometimento

organizacional pode ser caracterizado por pelo menos três fatores: Uma forte

crença e aceitação dos objetivos e valores da organização, estar disposto em

exercer um esforço considerável em benefício da organização, um forte desejo

de se manter membro da organização.

A partir do trabalho apresentado pela equipe do professor Mowday,

alguns outros enfoques foram abordados por diversos pesquisadores da área.

Becker (1960) considera o caráter instrumental do comprometimento

descrevendo-o como uma tendência da pessoa em que se envolve em linhas

consistentes de atividades. Para Medeiros e Tal (2005) no estudo de Becker, o

indivíduo “permanece na empresa devido aos custos e benefícios associados a

sua saída, que seriam as trocas laterais, e assim passa a se engajar em linhas

consistentes de atividades para se manter na empresa.”

O caráter normativo dos padrões de comprometimento organizacional

surge do estudo de Wiemer (1982) que é derivado do modelo de intenções

comportamentais definido por Fishbein em 1967. O comprometimento é

influenciado por dois comportamentos, o atitudinal, onde determinada atitude

em relação a uma ação é resultado de uma análise dos efeitos desta ação, e o

normativo, onde o comportamento é consequência da percepção das pressões

normativas sob esse comportamento.

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Seguindo a mesma lógica Brown (1956) afirma que a pesquisa do

comprometimento organizacional tem duas vertentes: atitudinal e

comportamental. De acordo com a linha atitudinal, o comportamento

desenvolve-se como resultado da combinação da experiência do trabalho,

percepções da organização e características pessoais que conduzem a

sentimentos positivos em relação à empresa, transformando-se em

comprometimento.

A vertente comportamental do comprometimento está relacionada às

normas e os padrões estabelecidos pela organização, explícita ou não, e o

envolvimento do indivíduo. O aspecto comportamental está relacionado à

perda gerada para o indivíduo ao deixar a empresa como, por exemplo, não

poder transferir um fundo pensão, que possuiu um custo invisível para o

funcionário.

Os conceitos acima expressos apresentam a tipologia do

comprometimento organizacional, conforme apresentado por Brown (1996) na

figura 1. Para o desenvolvimento deste estudo foi dada ênfase a vertente

atitudinal da tipologia do comprometimento organizacional.

Figura 1 – tipologia do comprometimento organizacional

COMPORTAMENTAL

COMPROMETIMENTO ORGANIZACIONAL

ATITUDINAL

AFETIVO NORMATIVO INSTRUMENTAL

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De acordo com Medeiros e Tal (2005) os modelos multidimensionais

do comprometimento foram considerados depois que pesquisadores

perceberam que os enfoques unidimensionais eram componentes do vínculo

entre indivíduo e organização. Baseando-se nestes autores, relacionamos no

quadro 1 os principais modelos multidimensionais do comprometimento

organizacional.

Paros (1997) nos esclarece que os estudos de Meyer e Allen levaram a

uma revisão crítica da literatura do comprometimento organizacional e

chegaram à conclusão que o comprometimento é constituído em três distintos

componentes: Afetivo, normativo e instrumental, e que os indivíduos estão

simultaneamente posicionados nestes três componentes. Dos diversos

modelos multidimensionais elaborados por acadêmicos, o mais aceito entre os

pesquisadores é o modelo de Meyer e Allen que é utilizado neste trabalho para

análise da empresa estudada.

Quadro 1: Modelos multidimensionais do comprometimento

Autores

Componentes do modelo

Kelman

Ü Compliance, ou envolvimento instrumental motivado por recompensas intrínsecas.

Ü Identification, ou envolvimento baseado em um desejo de afiliação.

Ü Internalization, ou envolvimento causado pela congruência entre valores individuais e

organizacionais.

Gouldner

Ü Integração, grau em que o indivíduo é ativo e se sente parte de uma organização.

Ü Introjecção, grau em que a própria imagem do indivíduo inclui uma variedade de

características e valores organizacionais.

Etzioni

Ü Envolvimento moral, baseado na internalização dos objetivos, valores e normas da

organização.

Ü Envolvimento calculativo, baseado nas relações de troca entre o indivíduo e a organização.

Ü Envolvimento alienativo, baseado na repressão e na coerção.

Kanter

Ü Comprometimento de coesão, vínculo às relações sociais de uma organização realizada por

meio de cerimônias que tornam público o estado de ser um membro da organização e que

reforçam a coesão do grupo.

Ü Comprometimento de continuação, requer dos membros da organização a realização de

sacrifícios pessoais e de investimentos que tornam difícil aos membros deixar a organização.

Ü Comprometimento de controle, vínculo de um membro às normas de uma organização que

moldam seu comportamento em uma direção desejada.

Meyer e Allen

Ü Comprometimento afetivo (affective), ocorre a identificação com a organização.

Ü Comprometimento Instrumental (continuance), percebido como custos associados a deixar

a organização.

Ü Comprometimento normativo (normative), percebido como uma obrigação em permanecer

na organização.

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Iverson e Buttigieg (1999) afirmam que Meyer e Allen concluíram em

seus estudos que os componentes afetivos, normativo e instrumental do

comprometimento são dimensões do comprometimento atitudinal, conforme

tipologia (figura 1) apresentada por Brown (1996).

O componente afetivo é definido como grande envolvimento emocional

do indivíduo com a organização, o componente normativo relaciona-se com o

sentimento de obrigação em permanecer na empresa.

Quadro 2: componentes do modelo de Meyer e Allen

Categorias

Caracterização

A pessoa

permanece na

organização

porque...

Estado

psicológico

Afetivo

Ü Grau em que o colaborador se sente

emocionalmente ligado, identificado e

envolvido na organização.

... sente que quer

permanecer.

Desejo

Normativo

Ü Grau em que o colaborador possui um

sentido da obrigação (ou dever moral)

de permanecer na organização.

... sente que deve

permanecer.

Obrigação

Instrumental

Ü Grau em que um colaborador se

mantém ligado a organização devido ao

reconhecimento dos custos associados

com a sua saída dela. Este

reconhecimento pode advir da ausência

de alternativas de emprego ou do

sentimento de que os sacrifícios pessoais

gerados pela saída serão elevados.

... sente que tem

necessidade de

permanecer

Necessidade

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O comportamento organizacional estudado em suas três dimensões

conforme definida no modelo de Meyer e Allen, possui implicações diretas na

gestão de recursos humanos da empresa; Funcionários com forte

comprometimento afetivo permanecem na empresa porque querem. Já os

funcionários com forte comprometimento normativo permanecem por

obrigação e aqueles com alto comprometimento instrumental ficam por

necessidade. (quadro 2)

1.3 IMPACTOS E AÇÕES NO GERENCIAMENTO E COMPROMETIMENTO

ORGANIZACIONAL.

Medeiros e Enders (1998) citam Meyer, Allen e Smith e sugerem que

“o comprometimento afetivo e, em menor extensão o comprometimento

normativo, poderiam ser positivamente relacionados com o desempenho no

trabalho, entretanto, o comprometimento instrumental não tem relação ou está

negativamente relacionado com o desempenho no trabalho.”

Em outro estudo desenvolvido por Meyer e Tal (1989) confirma-se a

existência de correlação positiva entre o comprometimento afetivo e o

desempenho.

Para Schmidt e Pinheiro (2003) os indivíduos com vínculos afetivos

com a organização tendem a ser motivado e apresentam alto desempenho. É

provável que estes funcionários faltem menos ao trabalho e contribuam, de

forma mais significativa, para os objetivos da organização.

Ainda de acordo com estes autores, um elevado comprometimento

instrumental faz que o indivíduo vá até o limite necessário para mantê-lo na

organização, ou seja, não faz mais do que lhe é solicitado. Espera-se que um

alto comprometimento instrumental não tenha um relacionamento negativo

com o desempenho do indivíduo, exceto quando este está relacionado à

manutenção do emprego.

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Os funcionários com elevados comprometimentos normativos tendem

a agir de forma correta para com a corporação. As normas dentro dos padrões

estabelecidos pela empresa ajudam a execução dos processos e a qualidade

dos seus funcionários em suas tarefas, existindo um sentimento de

responsabilidade moral ou obrigação com a empresa. Na literatura

pesquisada, identifica-se uma relação positiva deste componente do

comprometimento com o desempenho no trabalho, assiduidade e cidadania

organizacional.

Em seu trabalho, Whitener (2001) afirma que as práticas de recursos

humanos podem ser classificadas como de controle e de comprometimento.

Para os autores as empresa que adotam práticas de recursos humanos

voltadas para o controle enfatizam as regras, padrões, sanções, prêmios,

monitoram o comportamento do indivíduo e estão voltadas para a redução de

gestores de pessoal. Em contraste, as práticas classificadas como de

comprometimento têm por objetivo aumentar a produtividade e relacionam-se

com o encorajamento dos indivíduos em identificar-se com os objetivos e

valores organizacionais e trabalham para que eles sejam alcançados.

(aumento do comprometimento organizacional). Essas práticas afetam

diretamente o empregado e estão relacionadas com a política de recursos

humanos adotados para desenvolvimento e treinamento, oportunidades de

carreira e equidade no tratamento dos indivíduos.

Em termos de prêmios e benefícios, Iverson e Buttigieg (1999), não

encontraram evidências que aumentem o alinhamento dos objetivos do

indivíduo com as organizacionais. Embora as organizações obviamente

precisem praticar remuneração competitiva, elas não conseguem comprar o

comprometimento afetivo de seus empregados. Porém, quando as

organizações criam oportunidades de crescimento, variedade no trabalho e

desenvolvimento do indivíduo, elas estão gerando ações mais importantes

para o engajamento do empregado e de sua lealdade.

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No trabalho de Ng etal (2006) é sugerido que a comunicação de

informações relacionadas com a organização encoraja os funcionários a se

perceberem com membros importantes dela, contribuem para os objetivos

organizacionais e diminuem a resistência a mudanças, influenciando

positivamente o comprometimento organizacional, notadamente no

componente afetivo. A comunicação pode ser feita aos empregados por meios

de uma variedade de canais tais como diretamente pelos chefes, supervisores,

grupos de trabalho, newletters, internet e intranet.

As ações e comportamentos apontados anteriormente colaboram no

aumento do comprometimento, notadamente no componente afetivo, criando

um ambiente propício para o crescimento da empresa e do indivíduo, alcance

dos objetivos organizacionais, padronização dos documentos, redução do

índice de absenteísmo e do turnover, aumento do desempenho dos

funcionários e diminuição da resistência ás mudanças.

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CAPÍTULO 2

HISTÓRICO DA QUALIDADE

O termo qualidade pode assumir diferentes significados dependendo

do enfoque teórico-metodológico com também do período histórico e do

processo produtivo a que alguns autores se referem.

Na Europa, no período da pré-revolução industrial, a qualidade de um

produto era definida pela representação da habilidade e do talento do artesão

O artesão era a unidade produtiva e cada sociedade tinha o seu, com seus

produtos e atividades específicas. Com a troca de produtores entre as

diversas sociedades foi possível que um consumidor conhecesse o diferencial

entre os produtos fabricados por artesões de outras sociedades, gerando

novas expectativas. Assim, a qualidade passa a ser associada a valores

percebidos pelo cliente. Já na revolução industrial, no século XIX, as

máquinas que possibilitavam a produção em serie trouxeram padronização e

uniformidade aos processos e produtos.

No inicio do século XX, as preocupações com a qualidade passaram a

ser sistematizada e a fazer parte das normas ou objetivos de uma unidade

produtiva. Surgem conceitos e técnicas para viabilizar a produção em escala

com rapidez e produtividade, possibilitando ainda a medição e a inspeção do

processo e produto final.

Com o desenvolvimento do sistema de produção e consumo em

massa a partir dos anos 30, a qualidade incorpora o significado de produção

em conformidade com o projeto em um contexto histórico fortemente

influenciado pelos princípios e práticas Tayloristas. Assim, surge o

asseguramento por inspeção, que segundo Juran (1989), teve um impacto

negativo em termos dos altos custos para controlar a qualidade dessa

produção e a impossibilidade de aplicação de inspeção 100 % em todos os

produtos.

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A necessidade de reduzir custos de inspeção leva as empresas a

adotarem conceitos e técnicas estatísticas para o controle de qualidade da

produção, surgindo o asseguramento por controle. Essa nova concepção de

qualidade inclui o desenvolvimento de um conjunto de técnicas estatísticas e

práticas organizacionais, tais como just-in-time, kauban, zero defeito e círculos

de controle de qualidade. (CCQ)

A evolução do controle para a Garantia se deu quando o foco se abriu

de uma visão de processos para uma visão de sistema, que é um conjunto de

processos. Desta forma, o asseguramento por garantia aparece por exigência

do mercado, que passa a exigir mais que um simples controle, mas a

confiança em que todos os processos da organização estejam aptos e

alinhados para produzir produtos de qualidade. As ações deixaram de ser

meramente corretivas e passaram a ser preventivas dentro dos processos.

Os critérios do sistema globalmente reconhecido com de Garantia da

Qualidade incluem conceitos tais como custos da qualidade, controle total da

qualidade, engenharia de confiabilidade e zero defeitos.

Inicia-se na década de 60, um permanente desenvolvimento até

nossos dias, a tendência para o uso estratégico do Sistema da Qualidade

como instrumento gerencial de competitividade e conquistas de mercados. O

gerenciamento total da qualidade (TQM), o gerenciamento total da produção

(TPM) e os prêmios da qualidade são exemplos desta tendência.

Desta forma, os sistemas da qualidade variam fundamentalmente de

acordo com o conceito de qualidade que mais interessa, ou melhor, convém à

estratégia mercadológica da empresa. Porém, como fatores críticos de

sucesso na implementação de um sistema da qualidade e que podem variar de

organização para organização, são destacados alguns mais comuns a

qualquer caso e merecem especial atenção como: comprometimento da

liderança, garantir o tempo das pessoas envolvidas para realizar suas tarefas,

manter um processo contínuo de educação para a qualidade, conhecer às

normas que se aplicam e estabelecer a comunicação transparente em relação

aos objetivos e resultados alcançados, compartilhando os sucessos com todos

os envolvidos.

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2.1 A DOCUMENTAÇÃO NO AMBIENTE DA QUALIDADE.

A definição para documento é a informação na qual ela está contida. O

meio físico pode ser papel, magnético, disco de computador de leitura ótica ou

eletrônica, fotografia, amostra padrão ou uma combinação destes (NBR ISO

9001; 2000).

A principal diferença entre os dados formatados (arquivos de

computador, base de dados, relatórios e aplicações) é que estes prestam-se

bem para as funções de registro, como armazenamento e recuperação de

informações; Sabe-se o estado de um processo. Os documentos, por outro

lado, servem para armazenar informações de caráter gerencial como

estratégias, políticas, procedimentos, product data management (PDM) e

estrutura das atividades realizadas pela organização. Os documentos, desta

forma, representam a base de dados sobre a sequência de passos

necessários à realização dos produtos ou serviços oferecidos pela

organização.

O maior desafio da produção de documentos é achar a melhor solução

que consolide os esforços para criação da informação, agilizando o processo

de revisão e produzindo a maior diversidade de documentos em diferentes

meios de saída, sem aumentar os custos de produção. Atualmente, as

organizações se deparam com o problema do gerenciamento de grandes

volumes de documentos de forma eficiente.

Embora existam diversas soluções proprietárias para criação,

armazenamento e recuperação de documentos, estas não suprem

necessidades comuns do processamento de documentos.

A solução adotada pela maioria das organizações, em resposta aos

problemas de gerenciamento de documentos, tem sido a migração do conceito

de estruturação das informações. A informação em uma organização pode

ser encontrada em duas formas básicas: informações estruturadas e

informações não estruturadas.

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No caso das informações estruturadas as organizações vêm usado os

sistemas de informação para gerenciar dados estruturados, ou seja,

informações que podem ser inseridas e futuramente tratadas por um conjunto

de aplicações de banco de dados. As informações estruturadas permitem o

armazenamento de dados convencionais, como nome do cliente, endereço

comercial, número da conta bancária e o código de uma peça. No entanto,

alguns estudos mostram que as informações estruturadas representam apenas

20 % da informação usada na organização (Filenet, 2000). Isto se deve o fato

de que as informações puramente estruturadas, apesar de facilitarem a

representação das informações críticas da organização, são normalmente

insuficientes para representarem os seus processos de negócios. Neste

ponto, a utilização de informações não estruturadas torna-se necessárias.

Já no caso das informações não estruturadas, a maior parte destas

informações dentro de uma organização não possui estrutura. Como exemplos

os relatórios, facsimiles, vídeos e correios-eletrônicos não possuírem uma

estrutura definida de armazenamento, essas informações são complicadoras

de um sistema de gerenciamento de dados. Assim, é necessária a

combinação das informações estruturadas e não estruturadas para oferecer

benefícios ao usuário.

A abordagem de informações estruturadas oferece meios que

possibilitam o controle e o gerenciamento desses documentos e seus dados

existentes dentro da organização. Embora a maior parte dos dados

manipulados pelas organizações não possua uma estrutura explícita, a

utilização de ferramentas de programas que induzam a separação de conteúdo

dos documentos da sua composição lógica traz benefícios, como o aumento

da produtividade através do reuso de partes de documentos e a diminuição

dos custos de produção dos documentos devido à redução do tempo envolvido

na autoria.

Mencionamos também, os tipos de documentos que existem sob

diferentes formas: correios-eletrônicos, documentos em papel, facsimiles, fitas

de vídeo e áudio, planilhas, relatórios, entre outros mais.

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Muitos usuários criam, visualizam e revisão estes documentos,

entretanto, o papel destes vai além da utilização dos indivíduos, eles são

também a base para comunicação entre as pessoas e os processos de

negócios.

A falta de gerência dos documentos é um problema que atinge hoje a

quase totalidade das organizações. Entretanto, o tratamento da documentação

é um componente fundamental para que as organizações encontrem maneiras

para aumentar a produtividade, tratando as informações, otimizando o fluxo de

trabalho, racionalizando processos e atendendo os requisitos da qualidade

total.

2.2 SISTEMA DE GESTÃO DA DOCUMENTAÇÃO EM BIO-MANGUINHOS.

A história da qualidade no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos

- Bio-Manguinhos, teve inicio em 1988 com a criação do serviço de certificação

de garantia da qualidade, que em 1999 passou para assessório de garantia da

qualidade, tornando-se em 2004 o Departamento da Garantia da Qualidade.

O ciclo de reconhecimentos expressos por agentes externos, órgãos

certificadores, evidenciados pela obtenção de certificações da qualidade,

iniciou-se em 1992 com inspeções externas, realizadas no processo de

fabricação da vacina Febre Amarela pela Organização Mundial da Saúde

(OMS) e pela Organização Pan-americana da Saúde (OPAS).

Com a implantação das Boas Práticas de Fabricação (BPF) em 2000,

foi possível obter a primeira certificação em BPF pela Agencia Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA) e OMS para a vacina acima citada, que desde

então possui renovação anual.

Em 2002, o Programa da Qualidade no Serviço Público (PQSP) em

conformidade com as diretrizes do sistema de avaliação da gestão pública,

conferiu a Bio-Manguinhos o reconhecimento de gestão nível 2, alcançando

em 2005 o nível 3, em que o nível 5 é a referencia para concorrer ao Prêmio

Nacional de Qualidade (PNQ). Já em 2004, foi obtido o primeiro certificado de

BPF para o Teste Rápido HIV ½ e em 2005, Bio-Manguinhos recebe o

certificado de BPF para todas as vacinas e diluentes.

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Atualmente, estamos em processo de obtenção de certificado de BPF

para todos os reagentes para diagnósticos. Junto ao Instituto Nacional de

Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), Bio-Manguinhos busca mais

duas certificações: Sistema de Gestão da Qualidade (NBR ISO 9001: 2008) e

Requisitos Gerais para Competência de Laboratórios de Ensaios e Calibração.

(NBR ISO/IEC 17025: 2005).

Conforme mencionado no subitem 2.2, em 1988, iniciou-se em Bio-

Manguinhos o serviço de certificação de garantia da qualidade e, por

conseguinte, iniciativas de controle dos documentos. Na época, o conceito de

documentos internos era restrito ao Manual do Sistema da Qualidade,

Procedimentos Operacionais Padronizados e Instruções de Trabalho.

2.3 DOCUMENTOS PASSÍVEIS DE CONTROLE.

Em Bio-Manguinhos não há um controle dos documentos implantados

de forma sistêmica. Os únicos documentos controlados hoje são os

Documentos Internos (D.I.) e os documentos externos sob responsabilidade do

Departamento da Garantia da Qualidade (Digaq). São cerca de 1900

documentos internos e 3800 documentos externos. Estes representam a forma

escrita de diversas pesquisas e práticas da unidade, respeitando às áreas de

atuação, gestão, desenvolvimento tecnológico, produção e qualidade, a saber:

Ü Documentos Internos -

Documentos técnicos, estratégicos ou gerencias elaborados de Bio-

Manguinhos, que prevêem um trabalho de controle dos arquivos eletrônicos de

texto e eventuais anexos, bem como controle e distribuição em papel. Estes

documentos têm o status de revisão controlado, sendo necessária a

distribuição em papel a cada revisão. São eles: Programa de Monitoramento

Ambiental, Programa de Limpeza, Programa de Treinamento, Manual da

Qualidade, Manual de Validação, Procedimentos Operacionais Padronizados,

Instruções de Trabalho, Padrões de Descrição de Matérias, Especificações,

Protocolos, Fórmulas Padrão e Planos Mestres de Validação.

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Ü Documentos Externos -

Documentos essencialmente técnicos, adquiridos no mercado. São

considerados documentos externos as Normas Técnicas, Jornais e Revistas de

Validação e Calibração, Manuais de Equipamentos, livros ou recebidos por

meio de controle de transferência de tecnologia (vacinas HIB e tríplice viral –

Glaxo Smith Kline Bélgica e biofármacos – CIM e CIGB Cuba).

Em ambos os casos há documentos em papel e eletrônico. As normas

técnicas têm suas revisões revisadas e controladas, pois o uso destas normas

obsoletas pode ser considerado não-conformidade grave para o Sistema da

Qualidade.

O atual Sistema de Gerenciamento da Documentação foi uma solução

interna que até hoje desempenha um papel fundamental e de grande

importância nas mudanças propostas. Entretanto, considerando a realidade da

empresa mencionada, não é permitida a divulgação de seus documentos

externos e internos, onde o comprometimento e a confiabilidade das

informações são mantidos pelos seus funcionários. Este sistema de

gerenciamento trouxe agilidade na execução dos trabalhos e uma interface

entre as áreas.

O controle dos documentos externos e internos é feito através de

listagem do editor de texto Microsoft Word, controle de alguns arquivos

eletrônicos enviados e, sobretudo controle de 100 % desses documentos em

papel.

Os documentos têm um papel importante e indiscutível na historia de

qualquer organização. Não seria diferente no setor público, visto que, são à

base do conhecimento das organizações, sejam eles de forma estruturada ou

não.

Implantar um sistema de gerenciamento de documentação não é tão

simples como se imagina; Não envolve apenas cálculos de custos e benefícios,

o que também não deixa de ser um aspecto relevante, mas há de ter tempo,

compromisso e uma administração de qualidade de quem a executa.

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2.4 DESCRIÇÃO DA EMPRESA PESQUISADA.

Bio-Manguinhos é, sem dúvida, o maior fornecedor de vacinas do

Ministério da Saúde, além de ser o único produtor nacional dos

Imunobiológicos, que abrangem as vacinas pediátricas tradicionais e as

vacinas para aplicação em áreas geográficas endêmicas, como também

produz reagente e insumo para diagnóstico laboratorial e a partir de 2006,

iniciou a fabricação de Biofarmacos.

Bio-Manguinhos tem como missão contribuir para a melhoria dos

padrões de saúde pública brasileira, através da pesquisa e da produção de

Imunobiológicos, capazes de atender a demanda gerada pelo quadro

epidemiológico do país.

Desde sua criação, em 1976, Bio-Manguinhos contribui para o esforço

nacional de alcançar uma posição de independência estratégica na produção

de vacinas demandadas. Não menos relevante, tem sido também sua

produção, visando o atendimento das necessidades de reagentes para

diagnostico do setor nacional de saúde. Baseada em tais preceitos, a

instituição vem construindo uma imagem comprometida com o bem-estar da

população e com o avanço da ciência e da tecnologia. Este compromisso tem

orientado o esforço da instituição na busca incessante do desenvolvimento de

novos produtos e novas técnicas.

Ocupando uma área de 20000 m² do campus da Fiocruz, Bio-

Manguinhos está em fase de crescimento tecnológico e produtivo, o que gera a

necessidade de um crescimento físico correspondente. Por esta razão, vem

ampliando o Complexo Tecnológico de Vacinas (CTV), iniciado em 1988.

Atualmente, o CTV é composto por: Centro de Antígenos Bacterianos, Centro

de Processamento Final de Imunobiológicos (um dos mais modernos do

mundo, com capacidade de processamento de 300 milhões de doses por ano)

e outros prédios que estão ainda em fase de construção que abrigarão a

Unidade de Produção de Vacinas Virais, o Controle de Qualidade e o Centro

de Produção de Biofármacos e Reativos para Diagnóstico.

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O conjunto formará um dos complexos mais avançados em

desenvolvimento tecnológico e produção de vacinas e reagentes, facilitando o

alcance dos objetivos de Bio-Manguinhos.

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CAPÍTULO 3

AÇÕES GERENCIAIS E

COMPROMETIMENTO ORGANIZACIONAL.

O quadro de pessoal de Bio-Manguinhos é formado por 486 servidores

e 819 funcionários terceirizados totalizando 1305 colaboradores, com

perspectiva de aumento no quadro de acordo com o crescimento da

organização. Sendo que o crescimento nos últimos anos refletiu em uma

política de gestão da qualidade em busca de uma administração dentro dos

padrões exigidos pelos órgãos certificadores.

A política de recursos humanos, definida por Bio-Manguinhos é

constituída por um conjunto de diretrizes de recrutamento e seleção,

treinamento e desenvolvimento, gestão do desempenho, incentivo, premiação

e valorização dos seus funcionários.

Para dar sustentação às ações originadas pela política de recursos

humanos foi implementada a gestão estratégica de recursos humanos

alinhadas aos padrões, qualidade e aos objetivos de Bio-Manguinhos. Este

alinhamento permite direcionar os esforços da área para suportar o alcance

dos objetivos estratégicos da instituição. Nesta linha, foi desenvolvido o mapa

estratégico de recursos humanos – BSC, como desdobramento do mapa de

Bio-Manguinhos.

É importante observar a existência do objetivo relacionada ao

comportamento organizacional e de dois indicadores no mapa estratégico de

recursos humanos: Índice de absenteísmo e índice de turnover

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3.1 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS.

Dos 82 funcionários pesquisados, 12 foram retirados da análise por

estarem com alguns dados incompletos, restando 70 que serviram de base

para a análise.

Na amostra, 47,3% é constituída por homens e 52,7 % de mulheres,

conforme demonstrado no gráfico 1 extraído dos resultados apresentados pelo

SPSS. A idade varia de 18 a 65 anos com uma média de 33 anos e mediana

de 31 anos. A distribuição de freqüências pode ser observada no gráfico 2.

Gráfico 1 : distribuição de freqüência da variável gênero

47%53%Homens

Mulheres

Gráfico 2: distribuição de freqüência da variável idade

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Quanto ao grau de instrução a amostra mostrou que 1,8 % dos

pesquisados possuem somente o ensino médio, 23,6 % possuem nível

superior incompleto, 27,3 % possuem graduação concluída e 47,3 %

apresentam alguma pós-graduação 4, demonstrado na distribuição de

freqüência apresentada no gráfico 3

Gráfico 3: Distribuição de freqüência da variável escolaridade

2%24%

27%

47%ensino medio

superior incompleto

superior completo

pós- graduação

A distribuição do tempo de empresa dos indivíduos pesquisados pode

ser observada no gráfico 3. Há uma concentração maior de funcionários com

até 3 anos que pode ser explicado pelo forte crescimento no quadro de

pessoal apresentado por Bio-Manguinhos nos últimos anos (gráfico 4)

Gráfico 4 : distribuição de freqüência da variável tempo de empresa

53%

7%

27%

13%

Até 3 anos

3 – 5 anos

5 – 10 anos

Mais de 10 anos

4 pós-graduação é entendido como cursos de especialização, mestrado ou doutorado.

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Bio-Manguinhos possui um grande número de funcionários

terceirizados, aproximadamente 2/ 3 do quadro de pessoal. Quanto ao vínculo

contratual existente, há uma forte predominância na amostra de funcionários

terceirizados, conforme gráfico 5, que reflete a realidade da população da

empresa.

Gráfico 5: Distribuição de frequência da variável vínculo do empregado

5%

18%77%

servidores

bolsistas

terceirizados]

Os fatores de comprometimento organizacional possuem um índice de

consistência interna ou Alpha de Cronbach aceitáveis (quadro 1). O primeiro

fator, componente afetivo, possui um alpha de 0,723, o segundo fator,

componente instrumental, possui alpha de 0,7212 e o terceiro, componente

normativo, possui o valor de 0,6797.

Quadro 1: valores de Alpha de Cronbach

Denominação

do fator

Valores

Valores de Alpha

Valores de Alpha

de Alpha (Medeiros e Enders) (Allen e Meyer)

Componente

Afetivo

0,7236

0,6806

0,85

Componente Instrumental

0,7212

0,6145

0,79

Componente Normativo

0,6797

0,70

0,73

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3.2 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS INDICADORES

ORGANIZACIONAIS E SEUS RESULTADOS

Em seu estudo, Medeiros e Enders (1998) encontraram valores de alpha

inferiores ao deste trabalho. Para o componente afetivo, os autores

encontraram um alpha de 0,6806; Para o componente normativo, 0,7035 e

para o componente instrumental 0,6145.

Meyer e Allen (1997) também se valeram do coeficiente Alpha para

estimar a consistência interna dos componentes do instrumento. De acordo

com Medeiros e Enders (1998) os valores médios de alpha obtidos em

pesquisa realizada por Allen e Meyer são 0,79 para o componente afetivo, 0,73

para o componente normativo e 0,79 para o componente instrumental. Os

valores encontrados neste trabalho situam-se abaixo dos identificados no

estudo de Allen e Meyer, porém estão bastante próximos.

Quadro 2: média dos fatores

IndiIndiIndiIndicadores de cadores de cadores de cadores de comprometimentocomprometimentocomprometimentocomprometimento organizacionalorganizacionalorganizacionalorganizacional

Com

prom

etimento Afetivo Fator AfetivoFator AfetivoFator AfetivoFator Afetivo

Eu seria muito feliz em dedicar o resto da minha carreira em Bio-Manguinhos. 0,82

Eu realmente sinto os problemas de Bio-Manguinhos como se fossem meus. 0,62

Eu sinto um forte senso de integração com Bio-Manguinhos. 0,78

Eu me sinto emocionalmente vinculado a Bio-Manguinhos. 0,98

Eu me sinto como uma pessoa de casa em Bio-Manguinhos. 0,96

Bio-Manguinhos tem um imenso significado pessoal para mim. 1,31

Com

prom

etimento Instrum

ental FatorFatorFatorFator InstrumentalInstrumentalInstrumentalInstrumental

Na situação atual, ficar em Bio-Manguinhos é na realidade uma necessidade tanto quanto um desejo.

0,82

Mesmo se eu quisesse seria muito difícil deixar Bio-Manguinhos agora. 0,53

Se eu decidisse deixar Bio-Manguinhos agora, minha vida ficaria bastante desestruturada. 0,18

Se eu já não tivesse dado tanto de mim em Bio-Manguinhos, eu poderia considerar trabalhar em outra empresa.

-1,00

Uma das poucas consequencias negativas de deixar Bio-Manguinhos seria a escassez de alternativas imediatas.

-0,69

Uma das poucas consequencias negativas de deixar Bio-Manguinhos seria a escassez de alternativas imediatas.

-0,69

Com

prom

etimento Normativo

Fator NormativoFator NormativoFator NormativoFator Normativo

Eu me sinto obrigado em permanecer em Bio-Manguinhos. -0,93

Mesmo se fosse vantagem para mim, eu sinto que não seria certo deixar Bio-Manguinhos agora.

0,03

Eu me sentiria culpado se deixasse Bio-Manguinhos agora. -0,58

Bio-Manguinhos merece minha lealdade. 0,75

Eu não deixaria Bio-Manguinhos agora porque tenho uma obrigação moral com as pessoas daqui.

-0,05

Eu devo muito a Bio-Manguinhos. 0,75

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Rea e Parker (2000) esclareceram que a medida de tendência central

mais adequada quando se trabalha com respostas escalonadas é a média

aritmética, e no caso de uma serie de tais respostas, uma média geral é uma

medida sumária aceitável do assunto. Com forte base neste argumento para

cada fator pesquisado foi calculada a média aritmética conforme explicado no

quadro 2.

É possível observar que somente a dimensão afetiva não possui valores

médios em nenhum de seus fatores, confirmando a forte presença deste

componente na amostra pesquisada.

Com os resultados apresentados pela média de cada fator, foi realizada

uma análise de cluster para separar os 55 indivíduos pesquisados em padrões

de comprometimento organizacional, formando grupos de comprometimento,

conforme gráfico 6.

Gráfico 6 : grupos de comprometimento

6%

27%15%

11%

39%

0%

2%

descomprometidosnas 3 dimensõescomprometidos nas3 dimensõesafetivos

normativos

intrumental

afetivos-instrumental

afetivos-normativo

O resultado apresentou um forte índice de empregados comprometidos

com a organização, em contraste ao estudo realizado por Bastos e Borges –

Andrade (2002) que identificaram que as organizações públicas, com

administração centralizada, possuem elevada concentração de funcionários

descomprometidos.

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De acordo com Medeiros e Enders (1998), é possível considerar os

padrões de comprometimento como unidade de análise relevante por

apreender a questão do comprometimento em nível de maior complexidade e,

por conseguinte, mais próximo da situação real em que atua o individuo.

Meyer e Herscovitch (2001), em análise realizada com a combinação

dos três componentes, sugerem que os componentes normativos e

instrumentais quando combinados com um forte componente afetivo tendem a

reduzir o impacto deste no comportamento do individuo.

O objetivo deste trabalho é estudar os padrões de gerenciamento e seu

comprometimento organizacional e sua influência na organização. De acordo

com Andobsek e Stebe (2004) a literatura mostra que os empregados com

predominância da dimensão afetiva são os mais valiosos para a organização

por possuírem desempenho superior provocado pelo desejo de nela

permanecer.

O absenteísmo dos funcionários é um problema fortemente pesquisado

por acadêmicos e de grande interesse das empresas por causa dos custos de

pessoal envolvidos. De acordo com os estudos de Somers (1995) e Sagie

(1998), o componente afetivo do comprometimento organizacional emerge

como uma variável capaz de explicar o índice de turnover e o índice de

absenteísmo concluindo que um baixo valor nesta dimensão reflete no

aumento destes índices.

Ao observar os resultados obtidos com a análise de grupos,

identificamos que é neste grupo (funcionários comprometidos na dimensão

afetiva) que se concentra o maior percentual (40 % da amostra), ou seja, o

nível de comprometimento afetivo é bastante forte, portanto, deve conduzir a

baixos índices de turnover e absenteísmo. Analisando os dados primários

coletados na empresa, o baixo índice de turnover (gráfico 7) pode ser

explicado pelo forte componente afetivo dos indivíduos e também pelo grupo

que possui o componente normativo associado ao afetivo.

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41

Na amostra analisada, o grupo com o componente afetivo e instrumental

representou 14,5 % do total. O índice de absenteísmo (gráfico 8) apesar de

não ser muito elevado, pode sofrer efeitos do componente instrumental

associado ao afetivo, o que está em sintonia com a análise realizada por Meyer

e Herscovitch (2001) dos efeitos que uma dimensão pode causar sobre a

outro.

Gráfico 7: índice de turnover

8,88

0,41

0,31

0,15

0,280

123456789

1

2007

2008

2009

2010

media nacional

ÍNDICE

2007

2008

2009

2010

media nacional

Gráfico 8: índice de absenteísmo

jan/08

mar/08

mai/08

jul/08

set/08

nov/08

jan/09

mar/09

mai/09

jul/09

set/09

nov/09

jan/10

mar/10

mai/10

jul/10

set/10

7,77,77,77,7 7,67,67,67,6

5,95,95,95,9

7,27,27,27,2

5,65,65,65,65,85,85,85,8 5,75,75,75,7

4,04,04,04,04,24,24,24,2 4,34,34,34,3

4,04,04,04,0

5,05,05,05,0

6,06,06,06,06,36,36,36,3

6,16,16,16,1

6,86,86,86,8

5,85,85,85,85,95,95,95,96,36,36,36,3

6,76,76,76,7

8,88,88,88,8

6,96,96,96,9

7,87,87,87,8

6,26,26,26,2

4,14,14,14,1

5,95,95,95,95,75,75,75,7

6,16,16,16,16,26,26,26,25,95,95,95,9

6,46,46,46,4

5,85,85,85,86,16,16,16,1

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

9,0

índice deabsenteísmo

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Para continuidade deste estudo, com a ampliação do tamanho da

amostra, algumas hipóteses podem ser levantadas para entender a influência

do comprometimento organizacional no índice de absenteísmo, índice de

turnover, bem com identificar grupos que estão mais receptíveis às mudanças

e que possuem maior desempenho.

As características da legislação que regem o servidor público, no Brasil,

permitem algumas vantagens adicionais quando comparadas aos funcionários

regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), típico de empresas

privadas, como a estabilidade de emprego.

É possível que o custo de saída para o indivíduo em uma situação

estável provoque uma forte influência na componente instrumental do

comprometimento organizacional. Outro aspecto do mercado de trabalho no

Brasil está relacionado com a idade do trabalhador; A preferência das

organizações por contratar profissionais mais jovens limita o espectro de

oportunidades para aqueles com mais experiência profissional, gerando uma

forte necessidade de permanecer na organização.

As corporações procuram manter em seus quadros profissionais cada

vez mais qualificados para fazer frente a um ambiente cada vez mais

competitivo. Para essa característica e para atrair e reter pessoas qualificadas,

em Bio-Manguinhos, os funcionários com pós-graduação, graduação ou outras

qualificações recebem remuneração diferenciada em função do grau de

titulação que possuem.

Scandra e SanKau (1997) apontam que os pesquisas desenvolvidas

para identificar se existem diferenças de comprometimento entre homens e

mulheres não é conclusiva. Algumas pesquisas sugerem que as mulheres são

mais comprometidas que os homens, outras concluem o contrário e, existem

trabalhos que não identificam diferenças no nível de comprometimento quando

se analisa a variável gênero.

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Os empregados com um forte componente afetivo permanecem na

empresa por que desejam, consequentemente terão comportamento positivo

em relação aos objetivos e aos padrões organizacionais mantendo alto

desempenho em busca de uma administração qualificada a caminho da

excelência em seus serviços, produtos e pessoal. Sabemos que aqueles com

comprometimento instrumental farão o mínimo necessário para permanecer na

organização, pois os custos envolvidos em deixa - lá afetam fortemente o

individuo.

Analisando o resultado da análise de Cluster, o grupo com o

comprometimento afetivo puro representa 40% da amostra, porém a

combinação com a dimensão instrumental pode afetar o nível de desempenho.

Pode-se inferir que alguns projetos e programas patrocinados pela instituição

corram risco de não alcançar o seu objetivo pela influência do componente

instrumental.

Os empregados que apresentam forte componente afetivo são mais

receptíveis às mudanças organizacionais do que aquele com maior grau na

dimensão instrumental. No caso de Bio-Manguinhos, identificou um alto

número de funcionários com comprometimento afetivo, em busca de melhorias

dentro dos padrões estabelecidos pelos órgãos certificadores, o que tem

facilitado a implantação de mudanças dentro da instituição.

A resistência à mudança pode existir a partir dos indivíduos que também

possuem o componente instrumental agindo de modo negativo no desejo de

ser membro da organização. A organização deve estar atenta ao implantar

novos programas, metodologias e sistemas, devido à influência dessa

dimensão do comprometimento, e preparar ações que a neutralizem com um

forte processo de comunicação e envolvimento verdadeiro das lideranças da

empresa.

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CAPÍTULO 4

REQUISITOS NORMATIVOS DE CONTROLE DE

DOCUMENTOS DA QUALIDADE E BOAS PRÁTICAS.

As normas International Organization for Standardization 9001 (ISO),

ISO 17025, as Boas Práticas de Fabricação (BPF) e as Boas Práticas de

Laboratório (BPL), apresentam requisitos explícitos de controle de

documentos. No caso das boas práticas de documentação, estes requisitos

são dispostos em texto no corpo de todo o documento. O quadro abaixo ilustra

os requisitos de documentação em cada uma das referencias supracitadas

NORMA

ITEM

REQUISTO

ISO

9001

4.2.3 – Controle de documentos

Os documentos requeridos pelo sistema de gestão

da qualidade devem ser controlados.

ISO

IEC 17025:2005

4.3.2 – Aprovação e emissão dos

documentos

Uma lista mestra ou um procedimento equivalente

para controle dos documentos, que identifique o status

da revisão atual e a distribuição dos documentos do

sistema da qualidade, deve ser estabelecida e estar

prontamente disponível para evitar o uso de

documentos inválidos e/ou obsoletos

BPF

RDC 17:2010

Art. 201 § 1°

Os documentos devem ser regularmente revistos e

atualizados. Quando determinado documento for

revisado, deve haver um sistema que impeça o uso

inadvertido da versão obsoleto.

BPL

NIT DICLA 028

8.7.1.1

Toda UO deve ter procedimentos operacionais

padronizados (POP) escritos, revisados, numerados e

aprovados como documento da qualidade, para

garantir que as condições técnicas e de gerenciamento

dos fatores que influenciam na qualidade dos ensaios

que compõem um estudo sejam aderentes aos critérios

de BPL

8.7.1.3

Os procedimentos operacionais padronizados

devem estar atualizados e disponíveis para instruir

todas às atividades envolvidas em estudos BPL.

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4.1 NORMAS ISO FAMÍLIA 9000

Em função da globalização, onde um grande número de empresas

possui ramificações, franquias, filiais e contratos de terceirização, instalados

em diversos países, houve a necessidade de utilização de normas e padrões

de aceitação que permitissem às organizações lidar com a competição

mundial.

No ano de 1987, foram criadas as normas da família ISO 9000, que se

constituem de um conjunto de normas internacionais relativas ao sistema de

gestão da qualidade, com vistas a uniformizar requisitos a serem adotados em

contratos de fornecimentos de matérias e serviços, que representem e

traduzam o consenso mundial.

Sediada na Suíça, a organização internacional de normalização é uma

federação mundial de órgãos nacionais de normalização que tem por objetivo

preparar e emitir normas técnicas. Com o desenvolvimento destas normas,

buscaram-se a criação de um sistema básico da qualidade, objetivando a

adequação das empresas ás novas necessidades emergentes.

A série ISO 9000 constitui-se de documentos de orientação e ajuda às

empresas para a implementação de sistemas de gestão da qualidade. Essas

são genéricas e independentes do setor industrial ou econômico, cabendo as

empresas que concebem ou implementam um sistema da qualidade levar em

conta suas diferentes necessidades, seus produtos ou serviços fornecidos,

processos e práticas específicas.

A forma e o conteúdo de se organizar um sistema de gestão da

qualidade dependem de cada empresa, mas é preciso cumprir os quesitos

mínimos dessas normas quando se quiser se certificar. Esta série de normas

traduz o estágio de organização das empresas, sedimenta maior confiança nas

relações cliente/fornecedor e na imagem da organização. Mas, não se pode

esquecer que o sucesso de uma empresa está na competitividade de seus

produtos e não no reconhecimento de um dado sistema. A certificação

significa empresa organizada, devendo ser entendia como uma consequência

e não como um fim em si (Almeida Junior, 1995).

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Estas normas passaram a ser padrão de referência, gerando uma

adesão das empresas na corrida para se manterem e/ou ganharem mercado.

A implementação de um sistema por meio de uma dessas normas são formas

encontradas no mundo competitivo e globalizado.

4.1.1 NORMA ISO / IEC 17025

Publicada no inicio da década de 1990, o guia 25, como resultado de um

amplo consenso internacional (ABNT 1993). O guia foi substituído em 2000

pela norma brasileira ABNT NBR ISO / IEC 17025, que especifica os requisitos

gerais para a competência em realizar ensaios e/ou calibrações, incluindo

amostragem. Esta norma foi republicada em 31/10/2005.

No caso específico de Bio-Manguinhos, ela se aplica ao Laboratório de

Metrologia e Validação (Lamev).

4.1.2 BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO.

Considerando a relevância na economia e na política de saúde Brasil,

especificamente dos segmentos do complexo industrial da saúde que

produzem bens e serviços em saúde, sejam públicos ou privados, o Ministério

da Saúde viu a necessidade de instituir e implementar a fiscalização e

inspeção nas referidas industrias. Assim, através da portaria Nº 16 de 06 de

março de 1995, a extinta Secretaria de Vigilância Sanitária (SVS), determinou

a todos os estabelecimentos produtores de medicamentos, vacinas, o

cumprimento das diretrizes das Boas Práticas de Fabricação (BPF) de

medicamentos.

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As BPF publicadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e as

Good Manufacturing Practices (GMP), publicadas pela Food and Drug

Administration (FDA), órgão regulamentador dos Estados Unidos da América

(EUA), são aceitas internacionalmente, constituindo valioso elemento de

informação para os países que não possuem normas oficiais, assim como

servem de referência para a liberação de produtos em alianças entre países.

No Brasil, em 19 de abril de 1999, foi criada a Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (Anvisa) pelo Ministério da Saúde, adotando modelo

semelhante ao das agências européias e dos EUA.

Com a missão de proteger a saúde da população mediante controle de

produtos, bens e serviços, submetidos à vigilância sanitária, bem como de

processos, insumos e tecnologias a eles relacionados, a Anvisa atuou na

revisão e atualização das normas e inspeção vigentes.

Em 13 de julho de 2001, foi publicado o regulamento técnico das BPF

de medicamentos, revogando a portaria Nº 16, sendo revisado e

posteriormente substituída pela Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) da

Anvisa Nº 210 de 04 de agosto de 2003.

Esta resolução determinou a todos os estabelecimentos fabricantes de

medicamentos, o cumprimento das diretrizes estabelecidas e padronizadas no

regulamento técnico das boas práticas para fabricação desses produtos, sendo

posteriormente revogada e substituída pela RDC vigente da Anvisa Nº 17 de

16 de abril de 2010.

Especificamente para Bio-Manguinhos / Fiocruz as BPF da RDC Nº 17

se aplicam às vacinas, biofármacos e para a linha de reagentes para

diagnósticos. Existem outras três BPF também aplicadas na Fiocruz:

þ Portaria Nº 686 de 27/08/1998 da Vigilância Sanitária do Ministério da

Saúde, que instituiu as BPF para os estabelecimentos que fabriquem ou

comercializem produtos para diagnóstico de uso in vitro.

þ Instrução Normativa Nº 13 de 03/10/2003 do Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento que regulamenta as BPF de fabricação de uso de

produtos de uso veterinário.

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þ RDC Nº 249 da Anvisa de 13/09/2005 que dispõe sobre as diretrizes

estabelecidas no regulamento técnico das BPF de produtos intermediários e

insumos farmacêuticos ativos.

4.1.3 BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO.

Baseados em documentos de 1982 da Organização para a Cooperação

Econômica e o Desenvolvimento (OECD), que publicou pela primeira vez os

princípios das Boas Práticas de Laboratório (BPL) no documento denominado

“Boas práticas de laboratórios no teste de produtos clínicos”, o Inmetro, em

1995, publicou as diretrizes e os princípios das BPL.

Atualmente, são aplicados os critérios para acreditação em BPL

contidos na norma Inmetro NIT-DICLA-031 revisão 11

4.1.4 BOAS PRÁTICAS DE DOCUMENTAÇÃO.

As Boas Práticas de Documentação (BPD) são uma filosofia que

dependem de uma profunda mudança cultural para acontecer. Tem sua

origem na publicação “GXP” do Institute of Validation Technology, 2001

(IVT), que fornece orientação para desenvolvimento das boas práticas

aplicadas à qualquer área de atuação.

São fatores conhecidos de qualquer organização que as pessoas não

gostam de documentos, os documentos escritos são de difícil compreensão, as

pessoas têm excelência na prática, mas perdem a capacidade na escrita –

entretanto, na contramão, vem o conceito de que se não foi documentado, não

foi feito.

Visando atender a todos os segmentos da empresa, as BPD têm como

objetivos:

þ Construir uma base sólida de dados para treinamentos.

þ Tornar-se ponto de referência para melhorias futuras.

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þ.Minimizar o impacto de mudanças e transparência nas praticas

þ Oferecer proteção aos documentos estratégicos e confidenciais.

þ Monitorar o andamento de projetos.

þ Garantir o atendimento às questões normativas.

Há que se assegurar total controle do documento durante seu ciclo de vida

conforme esquema a seguir:

Criação

Verificação

Aprovação

Utilização

AAAArquivorquivorquivorquivo

Descarte de cópias

Cópia de segurança

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50

Outros requisitos das BPD a serem garantidos pelos responsáveis pelo

controle de documentos são:

þ Parâmetros de formatação e lay-out.

þ Controle de revisões.

þ Lista-mestra atualizada.

þ Disponibilidade.

þ Assinaturas e datas em tempo real (pré-datar ou pós-datar é expressamente

condenável).

þ Revisão em caso de alteração no procedimento.

þ Arquivo dos originais quanto a segurança física e quanto ao uso por

pessoas não autorizadas.

þ Período de retenção.

4.2 CONCEITOS COMUNS ÀS NORMAS ISO E BOAS PRÁTICAS.

4.2.1 CONTROLE DE REVISÕES.

A empresa deve possuir um sistema que controle a geração /

distribuição de documentos, principalmente a versão atual em uso no processo

administrativo e produtivo da empresa. Existe um enfoque muito grande no

sentido de identificar e inutilizar os documentos obsoletos, evitando dessa

forma que os processos sejam executados de forma incorreta, acarretando não

conformidade de acordo com as características previamente definidas para o

processo. Pois, a desorganização desses documentos é normalmente um

problema, gerando insegurança, aumento da margem de erro, desperdício de

tempo, e comprometendo a rastreabilidade dos experimentos. Volta-se a frisar

que o controle ineficiente da documentação caracteriza não conformidade

grave em inspeções de quaisquer normas que Bio-Manguinhos necessita

atender.

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Deve-se avaliar se, na prática, os colaboradores serão aptos a seguir a

metodologia proposta. Envolver as pessoas com posições chave na empresa,

de áreas diversas, representantes de necessidades variadas. É necessário

também investir na capacitação do corpo técnico.

No caso dos órgãos reguladores e/ou certificadores, são mediadores

dos requisitos de controle que as interfaces interligadas, devem atender. Ou

seja, a aferição da eficácia do controle, rastreabilidade dos documentos e

pessoal capacitado e comprometido na execução do processo, interage com

etapas de um macroprocesso.

Ao longo dos anos, verificamos que o grande vilão do controle de

documentos é a resistência cultural. Esta resistência, onde impera a

informalidade que leva ao mais fácil e menos correto, induz a não participação

nos treinamentos em elevadíssimo nível de retrabalho aos controles falhos, e a

desatenção aos elementos que andam na contra mão de qualquer boa prática

proposta.

É oportuno ressaltar que Bio-Manguinhos cada vez mais busca a

excelência em seus produtos e operações como reconhecimento dos padrões

de comprometimento e gerenciamento de qualidade, já atingidas e há o

incremento de sua carteira de produtos, muitas vezes advindas de

transferência de tecnologia.

De posse do número de documentos controlados, e fazendo uma

prospecção da diversidade de tipos de documentos que viremos a controlar, é

importante a implementação dos padrões dos órgãos competentes na

avaliação do comprometimento e no gerenciamento dos documentos

executados dentro da empresa.

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4.2.2 IDENTIFICAÇÃO UNÍVOCA

Os documentos dever ser univocamente identificados. Esta

identificação deve incluir a data de emissão, identificação de revisão,

paginação, número total de páginas e autoridades emitentes.

4.2.3 ACESSIBILIDADE

A criação de um documento pressupõe que este será utilizado em dado

momento em algum processo de uma organização. Os documentos devem

estar disponíveis em todos os locais onde são executadas as operações

essenciais para o funcionamento efetivo do sistema da qualidade. Esta

disponibilidade pode ser em forma de papel, eletrônica ou outros meios

apropriados, como por exemplo, em vídeo.

4.2.4 ANÁLISE CRÍTICA

Os documentos devem ser periodicamente analisados criticamente, e

quando necessários revisados para assegurar a contínua adequação e

conformidade com os requisitos aplicáveis.

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CONCLUSÃO

O trabalho foi bastante significativo, proveitoso. Obtiveram-se resultados

concordantes com as teorias estudadas. Acredita-se, de modo geral, que foi

dado um passo relevante para o conhecimento do comprometimento

organizacional da empresa mencionada.

A questão central que norteou o trabalho foi a partir de uma análise

preliminar, de entender os padrões de comprometimento e gerenciamento na

área da documentação em empresa do setor público e sua influência para a

organização. Esta pesquisa não teve como objetivo levantar dados

confidenciais e restritos da empresa pesquisada, apenas relacionou o modelo

multidimensional do comprometimento organizacional aberto a todos os

funcionários, e como se mostrou neste universo.

Foram sugeridas algumas hipóteses com o intuito de enriquecer e dar

continuidade ao estudo, que devem ser testadas para uma compreensão mais

apurada da influência do comprometimento organizacional no índice de

absenteísmo e índice de turnover. É importante mencionar um comentário

quanto à ampliação da amostra, tornando-a mais representativa da população,

de modo a confirmar os resultados e aprofundar análises, e possíveis

correlações com idade, gênero, vínculo empregatício e escolaridade.

A conceitualização do comprometimento, bem como, a aplicabilidade do

instrumento obteve uma consistência (alpha de cronbach) aceitável,

comprovando para a realidade pesquisada, a existência dos três componentes:

Afetivo, normativo e instrumental, como conceituado por Meyer e Allen.

O uso do modelo de Meyer e Allen permitiu entender com se processa o

comprometimento dentro dos indivíduos. Cada pessoa é caracterizada por

relações positivas e negativas em cada dimensão do comprometimento,

variando de intensidade. A combinação dos padrões de comprometimento,

realizada pela análise de grupos, foi importante para o entendimento acerca do

comportamento dos indivíduos na empresa que foi mencionada neste trabalho.

É importante para futuros estudos a procura por novas dimensões que possam

existir no comprometimento organizacional.

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O estudo, de caso, revelou a importância da política de recursos

humanos e outros departamentos em suas ações gerenciais em busca de

cumprir seus padrões dentro de um comprometimento e gerenciamento na

execução destes documentos, influenciando assim, positivamente, aos

componentes de busca da qualidade em seus processos e serviços, dentro

das normas padronizadas pelos órgãos certificadores.

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B I B L I O G R A F I A

ABNT a. NBR ISO 9000 – Sistema de gestão da qualidade: Fundamentos e

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ABNT a. NBR ISO 9000 – Sistema de gestão da qualidade: Requisitos. Rio de

Janeiro, RJ, 2000.

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Portaria 686 de 27 de agosto de 1998. Institui e implementa as Boas Práticas

de Fabricação para os estabelecimentos que fabriquem ou comercializem

produtos para diagnóstico de uso in vitro.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa / Ministério da Saúde.

Resolução de Diretoria Colegiada 17 de 16 de abril de 2010. Determina o

cumprimento das diretrizes estabelecidas no regulamento técnico das Boas

Práticas para Fabricação de medicamentos.

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59

Í N D I C E

FOLHA DE ROSTO .........................................................................................02

AGRADECIMENTOS .......................................................................................03

DEDICATÓRIA ................................................................................................04

PENSAMENTO ................................................................................................05

RESUMO .........................................................................................................06

METODOLOGIA ..............................................................................................07

SUMÁRIO ........................................................................................................09

INTRODUÇÃO .................................................................................................10

OBJETIVOS ...................................................................................................13 OBJETIVO GERAL ........................................................................................13 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .....................................................................13

DELIMITAÇÃO DO ESTUDO ..........................................................................14

JUSTIFICATIVA .............................................................................................14

METODOS DE TRABALHO ............................................................................15

CAPITULO 1

Referencial Teórico ........................................................................................16 1.1. Definição de comprometimento organizacional .............................................17 1.2. Conceitualização do comprometimento organizacional e os modelos multidimensionais ....................................................................18 1.3. Impactos e ações no gerenciamento e comprometimento organizacional ........22

CAPITULO 2

História da Qualidade ....................................................................................25

2.1. A documentação no ambiente da qualidade .................................................27 2.2. Sistema de gestão da documentação em Bio-Manguinhos .............................29 2.3. Documentos passiveis de controle .............................................................30 2.4. Descrição da empresa pesquisada .............................................................32

Page 60: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM FACULDADE … · pessoal e para o proveito da comunidade à qual seu futuro ... qualidade e competitividade o que gera novas formas de lidar ... pelo

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CAPITULO 3

Ações gerenciais e comprometimento organizacional ..............................34

3.1. Análise e interpretação dos resultados .......................................................35 3.2. Análise e interpretação dos indicadores organizacionais e seus resultados ....38

CAPITULO 4

Requisitos normativos de controle de documentos da qualidade e boas praticas ..................................................................................................44

4.1. Normas ISO familia 9000 ............................................................................45

4.1.1. Normas ISO / IEC 17025 ..........................................................................46 4.1.2. Boas Práticas de Fabricação ...................................................................46 4.1.3. Boas Práticas de Laboratório ..................................................................48 4.1.4. Boas Práticas de Documentação .............................................................48

4.2. Conceitos comuns às normas ISO e boas práticas ........................................50

4.2.1. Controle de revisões ..............................................................................50 4.2.2. Identificação unívoca .............................................................................52 4.2.3. Acessibilidade ......................................................................................52 4.2.4. Análise crítica .......................................................................................52

CONCLUSÃO ..................................................................................................53 BIBLIOGRAFIA ...............................................................................................55 ÍNDICE .............................................................................................................59