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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A UTILIZAÇÃO DO MAPEAMENTO DE PROCESSOS COMO ESTRATÉGIA COMPETITIVA Por: Alex de Oliveira Magalhães Orientador (a) Profª. Aleksandra Sliwowska Bartsch Rio de Janeiro 2010

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS … de processos, é possível identificar onde ocorrem os gaps (falhas, brechas, espaços vazios) para ajustar o operacional ao estratégico, preservar

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A UTILIZAÇÃO DO MAPEAMENTO DE PROCESSOS COMO

ESTRATÉGIA COMPETITIVA

Por: Alex de Oliveira Magalhães

Orientador (a)

Profª. Aleksandra Sliwowska Bartsch

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A UTILIZAÇÃO DO MAPEAMENTO DE PROCESSOS COMO

ESTRATÉGIA COMPETITIVA

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Engenharia de Produção.

Por: Alex de Oliveira Magalhães

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos os meus amigos que me

deram o apoio e a confiança necessários

para realizar este trabalho.

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DEDICATÓRIA

Dedico a minha família especialmente a

minha mãe que acreditou na minha

capacidade de realização e superação para

concluir mais esta etapa em minha vida.

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RESUMO

Cada vez mais a concorrência fica acirrada em virtude da qualidade exigida

pelos clientes, quando a empresa não se adéqua as novas expectativas dos

consumidores começa a perder participação no mercado e conseqüentemente

diminuir a sua lucratividade. Melhorar a competitividade das organizações parece

ser a chave para assegurar a sua sustentabilidade frente aos desafios impostos

pela globalização. A redução do tempo das transações diminuiu o espaço entre a

gestão e o consumidor. Aumentar a transparência nos relacionamentos entre

organizações pelo uso de tecnologias adequadas. No primeiro capitulo é abordado

sobre as Situações e Principais Tendências da Indústria Farmacêutica no Brasil e

no Mundo, No segundo capitulo é abordado sobre o que é processo de negócio, No

terceiro capítulo é abordado sobre a importância do mapeamento do processo de

processos, No quarto capítulo é abordado sobre a importância da competitividade

organizacional.

Palavras-chave: Gestão por Processos de Negócios, Competitividade, Modelagem de Processo.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada para a elaboração desta monografia será através de

pesquisas bibliográficas pertinente ao tema, consulta em sites de internet, livros,

artigos e revistas especializadas.

Os principais autores e teóricos mencionados para a realização desta

pesquisa foram: James Harrington através das obras (Aperfeiçoando processos

empresariais em 1993) e (Gerenciamento total da melhoria continua em 1997);

Joseph Moses Juran através da obra (Planejando para a qualidade em 1992);

Edson Pacheco Paladini através da obra (Gestão da qualidade no processo: a

qualidade na produção de bens e serviços em 1995).

Todos os autores mencionados nesta Monografia têm semelhanças no que

se diz respeito aos processos de negócios de uma organização que quer vencer a

concorrência, como o assunto é muito amplo e complexo cada autor defende o seu

ponto de vista sempre pensando no bom desenvolvimento da organização, para

Harrington, que é um dos responsáveis pelo conceito de reengenharia nos

processos empresariais que enfatiza a medição e controle dos processos, para

Juran, que é responsável pelo desenvolvimentoda qualidade nos processos de

negocios, que também pode caracterizar a existência mínima ou ausência de falhas

através do Desenvolvimento de processo que seja capaze de produzir o produto

certo, para Paladini, que utiliza a inclusão de indicadores principalmente os voltados

para definição de estratégias, as empresas desfrutam de um conhecimento

profundo do negócio. Possibilita conhecer o foco de sua atuação. Identificando com

clareza qual é a sua fortaleza, exploram mais os quadros de oportunidades

empresariais, e de outra forma conhecem suas fraquezas, além de prepara-se

contra as ameaças encontradas.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I - Breve História da ABBOTT Laboratório do Brasil S/A 10 CAPÍTULO II – O que são Processos? 16 CAPÍTULO III – Porque Mapear os Processos? 28 CAPÍTULO IV – Competitividade Organizacional 39 CONCLUSÃO 45 REFERÊNCIAS 46 ÍNDICE 47 FOLHA DE AVALIAÇÃO 49

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INTRODUÇÃO

Sabe-se que, para atender à necessidade do cliente num cenário

evidenciado pela competitividade e no qual o fator “qualidade” é pressuposto, as

empresas precisam ser mais criativas, mais competentes e, imprescindível,

compreender o mercado.

O surgimento de novas tecnologias mais rápidas e flexíveis – e a

concorrência acirrada pelos mercados mundiais exigiu das organizações um foco

maior nos processos, principalmente, para tornarem-se adaptáveis e ágeis frente às

constantes mudanças globais.

A gestão por processos é uma alternativa para o gerenciamento das

organizações, através dos processos eficientes as organizações aperfeiçoam a

capacidade de antecipar, gerenciar e responder as alterações do mercado e

maximizar as oportunidades de negócios. Parece razoável imaginarmos que, se

todos os requisitos foram estabelecidos com propriedade e os processos da cadeia

interna realizada em conformidade com estes requisitos, haverá grande

probabilidade de o cliente ficar inteiramente satisfeito, visto que todas as suas

necessidades e expectativas foram atendidas. Quando isso acontece, existe a

esperada agregação de valor do produto e/ou serviço oferecido. Se cada processo

individualmente cumprir fielmente o seu papel, o todo tem sintonia

O mapeamento de processos é uma ferramenta gerencial analítica e de

comunicação essencial para gestores e organizações inovadoras que intencionam

promover melhorias ou implantar uma estrutura voltada para novos processos.

Pode-se dizer que o mapeamento de processos desempenha uma função

essencial de desafiar os processos existentes, criando oportunidades de melhoria

de desempenho organizacional ao identificar interfaces críticas e, sobretudo, criar

bases para implantação de novas e modernas tecnologias de informação e de

integração empresarial. Esta análise estruturada de processos permite, ainda,

minimizar os custos de desenvolvimento de produtos e serviços, falhas de

integração entre sistemas e promover melhoria de desempenho organizacional,

além de ser uma excelente ferramenta para o melhor entendimento dos processos

atuais e eliminação ou simplificação dos que necessitam de mudanças.

O mapeamento dos processos também ganha importância por sua função de

registro e documentação histórica da organização. Uma vez que o aprendizado é

construído com base em conhecimentos e experiências passadas dos indivíduos

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(conhecimento implícito ou tácito), a organização não pode se arriscar, em função

de seus funcionários migrarem de um emprego para outro ou se aposentarem, a

perder lições e experiências conseguidas ao longo de muitos anos.

Neste contexto, o presente trabalho visa estudar o ambiente do Laboratório

ABBOTT do Brasil S/A, seguindo a metodologia de Gerenciamento de Processos, a

fim de identificar os processos críticos e levantar soluções para conduzir a empresa

ao aumento global de sua qualidade e produtividade, mantendo-a em sintonia com

o mercado num compromisso para promover o aperfeiçoamento da empresa.

Com isso, o presente trabalho está estruturado em quatro capítulos;

No primeiro capítulo é abordada uma breve historia da empresa, focando na

sua estrutura física para que possa ocorre uma forma reestruturação na forma de

condução do processo de fabricação.

No segundo capitulo é abordado sobre o que é processo de negócio, e como

as organizações estão se preparando para implementar uma gestão por processo

verificando e identificando as suas vantagens no mercado, sempre respeitando a

hierarquia dos processos na organização.

No terceiro capítulo é abordado sobre a importância do mapeamento do

processo de processos, é possível identificar onde ocorrem os gaps (falhas,

brechas, espaços vazios) para ajustar o operacional ao estratégico, preservar o

domínio tecnológico por meio de definições de papéis e de procedimentos para

eles. Dessa forma, fica muito mais fácil instituir a melhoria contínua, que nada mais

é do que revisões dos processos e ajustes quando necessário.

No quarto capítulo é abordado sobre a importância da competitividade

organizacional, pois o gestor do processo, no momento de tomada de decisão

estratégica de uma organização, deve estar cercado do maior número de

informações que lhe permita agir com segurança. O domínio correto da informação

é de vital importância para o gerenciamento da empresa moderna, quer em nível

operacional, quer em estratégico.

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CAPITULO I

Breve História da ABBOTT Laboratório do Brasil S/A

1.1 - Situações e Principais Tendências da Indústria Farmacêutica no Brasil e

no Mundo

A história da indústria farmacêutica no Brasil é marcada por dois momentos

bem distintos. O primeiro, que durou até o fim da década passada, é caracterizado

pelo domínio absoluto dos grandes laboratórios multinacionais. O segundo reflete a

ascensão das empresas brasileiras de medicamentos genéricos que, em menos de

dez anos, chegaram à liderança do setor em volume de vendas. Nos últimos meses,

começou a se desenhar um terceiro ciclo, o dos fabricantes de medicamentos de

biotecnologia. Trata-se de laboratórios dedicados à produção de drogas

extremamente sofisticadas, sintetizadas pela manipulação genética de células e

destinadas ao tratamento de doenças complexas. Entre abril e outubro 2000, três

multinacionais especializadas nesse tipo de remédio se instalaram no Brasil: a

anglo-inglesa Shire, com faturamento de 1,7 bilhões de dólares, e as americanas

Biogen (2,6 bilhões de dólares) e Biomarin (90 milhões de dólares). Até então,

apenas duas empresas do gênero atuavam no Brasil, a americana Genzyme e a

suíça Actelion. Por enquanto, nenhuma das cinco possui fábrica no país sua

atuação se restringe à importação de produtos e, em alguns casos, a pesquisas

envolvendo novos medicamentos. Mas pelo menos uma das recém-chegadas, a

Shire, planeja instalar nos próximos anos uma linha de produção local. A empresa

já tem duas drogas destinadas a doenças genéticas degenerativas em fase de

aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

O desembarque das empresas de biotecnologia no Brasil é reflexo do forte

crescimento global desse segmento da indústria farmacêutica. O mercado de

biotecnologia faturou 70 bilhões de dólares em 2006, mais que o dobro do valor

registrado no início da década. Até o momento, essa expansão tem se sustentado

basicamente nos Estados Unidos e na Europa, mercados prioritários das

multinacionais do setor. Agora, essas empresas passam a prestar mais atenção nos

países emergentes. No caso específico do Brasil, o tamanho da população é um

dos principais atrativos. Os três laboratórios que se instalaram no país

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recentemente produzem medicamentos contra doenças raras, para as quais a

indústria tradicional não conseguiu desenvolver drogas eficazes. São problemas

que atingem um número limitado de pessoas. Daí a relevância de mercados

grandes, em virtude do maior número de clientes potenciais. Também estão em

jogo fatores econômicos -- um ano de tratamento com essas drogas pode custar até

50 000 dólares. "Além do tamanho da população, leva-se em conta a capacidade

das pessoas e dos governos de comprar medicamentos", diz Roberto Marques,

diretor-geral da Shire no país. "Sob esses critérios, o Brasil é um dos três mercados

com maior potencial de crescimento."

A biotecnologia representa um sopro de renovação para a indústria

farmacêutica, que, há dez anos, enfrenta dificuldades para lançar novos

medicamentos por meio de processos tradicionais. Já os remédios biológicos são a

grande esperança de cura para doenças como alguns tipos de câncer e o mal de

Alzheimer -- para as quais a pesquisa convencional ainda não encontrou solução

definitiva. Um relatório recente da consultoria Ernest & Young apontou a

biotecnologia como o motor da inovação no setor. Cerca de metade de todos os

medicamentos em fase de desenvolvimento no mundo hoje são derivadas de

processos biológicos. Em 2006, as empresas americanas de biotecnologia

cresceram 20% -- mais que o dobro que a média do setor farmacêutico.

A relevância desse segmento da indústria fez com que os gigantes do setor

também passassem a apostar em biotecnologia. Fusões e aquisições nessa área

movimentaram 135 bilhões de dólares em 2006, o segundo maior índice de sua

história, alimentado principalmente pelo interesse de potências como Pfizer e Merck

em pequenas e médias companhias dedicadas ao desenvolvimento de drogas

biológicas. Praticamente todas as multinacionais farmacêuticas têm divisões de

biotecnologia ou parcerias com empresas especializadas. Em algumas dessas

grandes corporações, as drogas que mais vendem são justamente as produzidas

por meio de processos biológicos. É o caso da Abbott, em que uma única droga

biotecnológica, a Humira, indicada para o tratamento de artrite reumatóide, é

responsável pelo faturamento de 2 bilhões de dólares por ano, o equivalente a 10%

da receita total da empresa.

A opção pela biotecnologia mudou radicalmente o modelo de negócios da

indústria farmacêutica. Em média, o desenvolvimento de uma droga biológica custa

cerca de 25% mais que o de uma droga tradicional. O processo de produção

também é mais demorado (veja quadro). Os laboratórios levam até um ano para

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produzir um lote de medicamento biológico -- esse prazo se resume a alguns dias

no caso das drogas químicas. Além disso, a aprovação pelos órgãos de governo

leva cerca de 10% mais tempo, pois os testes são mais exaustivos. Mas, ainda

assim, o uso de biotecnologia é bastante vantajoso. Além de ter margens mais

altas, as drogas biotecnológicas sofrem menos com a concorrência. Copiá-las é

uma tarefa extremamente complexa, o que dificulta o lançamento de genéricos mais

um motivo para essas empresas se sentirem tão à vontade para atuar no Brasil.

1.2 - Resumo Funcional do Laboratório ABBOTT DO BRASIL S/A

No Brasil, as operações da Abbott começaram em 1937, no Rio de Janeiro,

como escritório de importação e revenda de produtos. Seis anos depois, transferiu-

se para São Paulo e deu início à produção dos primeiros medicamentos em solo

brasileiro. No final da década, a Abbott Brasil já dispunha de uma linha de 53

produtos em comercialização.

Em 1952, inaugurou fábrica própria no Brooklin, bairro paulistano onde

também está situada sua sede administrativa. Desde então, sempre esteve entre as

empresas de destaque do mercado farmacêutico brasileiro.

Em 2001, a produção foi novamente transferida para o Rio de Janeiro, no

bairro de Jacarepaguá. A fábrica, de 25 mil metros quadrados erguidos sobre

terreno de 72 mil metros quadrados, atende ao mercado brasileiro e às exportações

da empresa.

A Abbott Brasil está entre as dez maiores indústrias farmacêuticas, em

valores, em operação no País, segundo ranking do Grupemef (Grupo de Executivos

do Mercado Farmacêutico), desempenho que reflete os esforços e o

comprometimento de seus aproximadamente 1000 profissionais, que atuam nas

áreas de administração, fábrica e força de vendas de suas divisões de negócios:

Farmacêutica, Cuidados com Diabetes, Vascular, Nutricionais e Diagnósticos

Moleculares.

Nas questões de saúde, os cuidados médicos não se limitam ao tratamento

com terapias farmacêuticas. Há um desafio imposto pela prática da moderna

medicina que leva as indústrias a avançar sempre mais em direção a instrumentos

que complementam o atendimento às necessidades da saúde.

Tal realidade tem levado a Abbott a conduzir seus negócios nos segmentos

de Produtos Farmacêuticos, em que realiza pesquisas e desenvolve medicamentos,

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e de Produtos Médicos, no qual também pesquisa, projeta e fabrica três categorias

de produtos: nutricionais, testes e equipamentos para diagnósticos, e dispositivos

médicos e cirúrgicos.

Essa escolha revela sua preocupação em combinar produtos em linhas

completas de modo a oferecer equipamentos para diagnosticar doenças, recursos

para tratar delas e produtos nutricionais para complementar a dieta dos pacientes.

A lista da Divisão de Produtos Médicos é extensa e excepcional: produtos

nutricionais vendidos diretamente ao consumidor, como a fórmula infantil Pediasure

e a bebida Ensure; revolucionários equipamentos para o sistema cardiovascular e

coluna; sistemas avançados de equipamentos e testes diagnósticos para doenças

infecciosas, câncer, diabetes e doenças genéticas.

-Abbott No Mundo;

Wallace C. Abbott era um tipo incomum de homem: reunia qualidades como

talento médico, espírito científico e veia empreendedora. Acreditava que, se

produzisse medicamentos, conseguiria contribuir ainda mais para melhorar a saúde

de seus pacientes. Movido por essa idéia, em 1888 começou a fabricar pílulas à

base de alcalóide extraído de plantas medicinais. O seu "laboratório" era a cozinha

do apartamento em que morava nas cercanias de Chicago, nos Estados Unidos.

Dois anos depois, com a procura pelas pílulas superando sua capacidade

pessoal de produção, resolve construir um laboratório em um modesto galpão de

subúrbio e o batiza de Abbott Alkaloidal Company.

O empreendimento vai bem, mas, convencido por um professor de medicina

de que o futuro caminhava na direção da química, Abbott desloca o objeto de suas

investigações para os sintéticos, uma área com tremendo potencial de crescimento.

Em 1915, como reflexo do envolvimento com o novo tipo de pesquisa, a

empresa muda de nome para Abbott Laboratories.

Inicia-se um período de crescimento, caracterizado por constantes buscas

científicas.

O empreendimento ganha vulto, projeta-se no mercado farmacêutico norte-

americano e acaba despertando o interesse dos investidores. Até que, em 1929,

Wallace Abbott abre com sucesso o capital da empresa, oferecendo 20 mil dólares

em ações na Bolsa de Valores de Chicago. Os recursos provenientes da estratégia

impulsionam o crescimento da companhia que, em 1931, instala no Canadá sua

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primeira filial fora dos Estados Unidos. É o começo de uma bem sucedida expansão

pelo mundo.

Wallace Abbott faleceu em 1921, aos 63 anos. A Sra. Abbott faleceu três

anos depois e, em seu testamento, deixou expresso o desejo de criar um fundo a

ser usada para o benefício da ciência médica, química e cirúrgica, e para ajudar as

famílias dos empregados Abbott com necessidades. Cumprido o desejo, a

Fundação Clara Abbott completava o ciclo das aspirações humanitárias do médico

Abbott.

-Diversificação

Nos últimos anos, adaptando-se ao ambiente das rápidas mudanças e à

intensa competitividade do século 21, a Abbott começou a remodelar o seu negócio,

para maior diversificação e crescimento. Não foi a primeira vez em sua existência

que a empresa mudou de estratégia comercial, mas nenhuma outra foi maior ou tão

bem-sucedida como a que a levou a adquirir treze empresas no prazo de cinco

anos, entre 2001 e 2006.

A maior dessas transações - e de toda a sua história - ocorreu em 2001,

quando incorporou as operações da Knoll, braço farmacêutico mundial da Basf, que

lhe deu a liderança mundial em desenvolvimento e produção de biológicos.

Com o propósito de expandir a atuação para a área de produtos médicos, na

seqüência adquire a Vysis, que produz testes para monitoramento do câncer

recorrente da bexiga; a Integrated Vascular Systems; a Spinal Concepts, uma

empresa inovadora da área de implantes para coluna; a Spine Next, de dispositivos

para cirurgia da coluna; a ZonePerfect Nutritional e a EAS, ambas do mercado de

nutricionais; a TheraSense, líder na área da glicemia; e a i-STAT Corp, do mercado

de diagnóstico rápido.

Adquire também a área de stents cardiovasculares da Biocompatibles

International, as linhas de produtos cirúrgicos para vasos periféricos e coronarianos

da Jomed's e a linha vascular da Guidant que, combinada aos negócios já

existentes nessa área, forma uma unidade com posição de liderança mundial em

produtos vasculares.

Em 2005, o faturamento registrado foi de US$ 22,3 bilhões. Além disso,

adquire a Kos Pharmaceutical, que fortaleceu o negócio de produtos farmacêuticos.

Dimensões mundiais

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Com sede em Illinois, Chicago, a Abbott possui mais de 100 instalações em

todo o mundo, 65 mil funcionários e comercializa produtos em mais de 130 países.

Seu valor de mercado situa-se entre as 50 maiores companhias dos Estados

Unidos e entre as 100 maiores do mundo. Desde que se tornou companhia pública,

em 1929, seu desempenho financeiro está classificado entre os melhores do

mundo, colocando-a em altas posições nos rankings das principais publicações em

negócios, incluindo a lista da revista Fortune e da Forbes.

A Abbott também é reconhecida todos os anos como uma das "Companhias

Mais Admiradas da América", desde 1984, pela revista Fortune.

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CAPÍTULO II

O que são Processos? 2.1 – Definições de processos

Segundo Harrington (1993, p.10) O processo é o grupo de ações inter-

relacionadas e caracterizadas por um conjunto de entradas específicas, com tarefas

que agregam valor e que produzem um conjunto de resultados. O processo pode

existir em uma unidade da organização, ou ultrapassar seus limites departamentais,

mas todas as ações devem se repetir ao longo do tempo. Quase tudo que fazemos

ou quase tudo em que estamos envolvidos é um processo. Porém, existem

processos muito complexos que requerem estudos mais detalhados. É em função

disto que se torna necessário estabelecer uma hierarquia dos processos numa

empresa.

A Organização de processo que é executado, embora não estejam

documentados em detalhe, eles são conhecidos e executados. Para produzir um

bem ou serviço é necessário construir um processo, mas antes, deve-se levar em

conta o conceito, a importância, a utilidade e a lógica de um processo para uma

organização.

O processo é uma definição importante para a empresa uma vez que

fundamenta os meios pelos quais produzirá e entregará seus produtos e serviços

aos clientes, há informações essenciais as quais devem ser coletadas e entendidas

antes de se iniciar qualquer análise detalhada de um processo: é preciso entender

quem são os fornecedores das entradas dos processos; quem são os clientes das

saídas dos processos e, finalmente, com que outros processos ele integra.

Segundo PALADIN, (1995; p.20) “Tais etapas se desenvolvem

de forma evolutiva. Cada uma visa de alguma forma,

incrementar a adequação do produto ao uso: eliminados os

defeitos, garante-se um produto em condições de ser utilizado;

eliminadas as causas, garante-se maior confiabilidade ao

produto; otimizando o processo, garante-se um produto com a

máxima eficiência”.

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Entender os processos existentes na empresa pode ser uma das formas de

se obter competitividade, pois através disso é possível mapear todas as ações

desenvolvidas em função de um determinado produto ou serviço e com isso

determinar os pontos críticos a serem atingidos, buscando a minimização de custos,

a eficiência e a produtividade.

Segundo Gonçalves (2000), a descrição dos processos permite uma visão

melhor do comportamento gerencial, com maior abrangência e integrada com o

todo.

Na concepção mais freqüente, o processo pode ser entendido como qualquer

atividade ou conjunto de atividades que toma um input, adiciona valor a ele e

fornece um output a um cliente específico (Gonçalves, 2000).

Processo empresarial também pode ser definido como qualquer trabalho que

seja recorrente, afete algum aspecto da capacidade da empresa, possa ser

realizado de várias com relação a custo: valor, serviço ou qualidade e, envolva a

coordenação e esforços para a sua realização.

A abordagem de processos adota o conceito de hierarquia de processos e de

detalhamento em níveis sucessivos. De acordo com esse conceito, exposto por

Gonçalves (2000), os processos podem ser subdivididos em sub-procesos e

agrupados em macro-processos.

Segundo Starr (1988, p.61) “Os administradores da produção

concebem seu campo como consistindo do desenvolvimento e

operação de um processo para conseguir que o trabalho seja

feito. Em outras palavras, a organização confiou-lhes a

responsabilidade de transformar as entradas em um conjunto

desejado de saídas. O processo de transformação deve ser

realizado da forma mais compatível com os objetivos da

companhia, e os administradores da produção interpretam isto

como significando que as saídas devem ter um certo nível de

qualidade e ser produzido com um custo mínimo”.

Segundo Albrecht e Bradford (1992), uma das formas que dá mais resultados

para conseguir diferenciação no mercado consiste em relacionar a qualidade do

serviço com a qualidade do produto.

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Aparentemente é nesse ponto que muitas empresas sentem o dilema,

geralmente são pressionadas para cumprir os orçamentos e obter o lucro no final da

linha, e então julgam que precisam optar entre o custo da qualidade do serviço e o

cumprimento do orçamento anual. Apesar de saberem que precisam tanto da

qualidade do produto como da qualidade do serviço, as duas podem ficar

amarradas por uma terceira dimensão, a contenção de custos.

Os processos industriais, sempre foram muito visados, ou seja, sempre

tiveram todas as atenções voltadas para seu controle e melhoria, no entanto, os

processos que não estão ligados à área fabril passaram e passam despercebidos

por muitas empresas.

Dessa forma, a definição dos processos se torna essencial para que se

possam atingir as estratégias definidas pela empresa, tanto em nível produtivo

como no desenvolvimento organizacional e comportamental, sendo que a gestão de

processos traz grandes desafios, quando se propõe a explicitar a liderança de

tarefa.

Vários autores apontam razões para o aperfeiçoamento de processos e sua

importância fundamental na vantagem competitiva sustentada pela empresa. Entre

outras razões, pela flexibilidade e capacidade da empresa se ajustar às mudanças

do ambiente; adaptar-se a mudanças passou a exigir transformações radicais;

permite aperfeiçoar as rotinas organizacionais que afetam a coordenação das

atividades de forma dinâmica e reduz custos de coordenação e transação no seu

funcionamento (Gonçalves, 2000).

Nem mesmo as melhores empresas do mundo estão isentas de falhas e

defeitos em seus produtos e/ou serviços, a eficácia para identificar a causa raiz dos

problemas de qualidade e eliminar os defeitos ao reduzir a variação nos processos

para atingir numero satisfatório de confiabilidade no processo.

A definição de processo, sob a ótica de Gonçalves (2000a, v. 40, n.1, p.7), é

“qualquer atividade ou conjunto de ações que toma um input, adiciona valor a ele e

fornece um output a um cliente específico”. Hammer & Champy (1994 apud

GONÇALVES, 2000a, v.40, n.1, p.7) preferem definir processo como o grupo de

ações realizadas numa seqüência lógica que objetiva a produção de um bem ou

serviço, o qual tem valor para um grupo específico de clientes. Harrington (1993,

p.10) infere, portanto, que “não existe um produto ou serviço sem que haja um

processo. Da mesma maneira, não existe um processo sem um produto ou serviço”.

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Se as pessoas conseguem aprender a visualizar as estruturas dentro das

quais trabalham, acabam dominando a habilidade de lidar com elas e estar mais

propensos às mudanças.

Daí a importância dos processos: identificar, entender e gerenciar um

sistema de ações inter-relacionadas contribui para a melhoria da eficácia e da

eficiência. Um resultado desejado é mais eficientemente atingido quando os

recursos e as ações são gerenciados como um processo.

Segundo Gonçalves (2000b, v.40, n.4, p.10) a análise dos processos nas

empresas implica a identificação de suas inúmeras dimensões: fluxo, seqüência,

das ações, esperas e duração do ciclo, dados e informações, pessoas envolvidas,

relações e dependências entre as partes comprometidas.

Tendo a identificação das suas dimensões e amplitudes, as organizações

podem conhecer melhor o seu negócio e assim, podem ter uma melhoria de sua

produção e atendimento ao cliente.

Isso implica na obtenção de uma maior vantagem competitiva em relação à

concorrência, uma vez que a empresa passa a ter uma visão mais holística e

compreende todos os que estão envolvidos nos processos, desde os clientes

internos aos fornecedores.

Segundo GONÇALVES (2000; p.11) “As estruturas

organizacionais convencionais apresentam algumas

características indesejáveis que comprometem o desempenho

das empresas: elas priorizam as funções (áreas verticais) em

detrimento dos processos essenciais e exageram na divisão

de tarefas, pois adotam o critério da otimização do

funcionamento das áreas funcionais, o que leva à

hiperespecialização. Nessa situação, as empresas têm

estruturas hierárquicas rígidas e pesadas, repletas de

“caixinhas” que executam pedaços fragmentados de

processos de trabalho”.

A divisão do trabalho favorece a vida em sociedade, pois cada indivíduo tem

sua função na estrutura social, desempenha algo que é necessário e útil para si e

para as outras pessoas. Apesar de esse processo organizacional produzir um

aumento na produtividade, ocasiona também o surgimento de trabalhadores

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alienados quanto ao processo produtivo, isso quer dizer que o trabalhador conhece

somente uma única etapa da produção, tornando-se

muito limitado.

O ideal é possuir funcionários dotados de capacidades distintas, o que

favorece a flexibilização funcional para não depender da informação ou da ajuda do

outro para dar inicio a sua atividade, a divisão de trabalho tem que ocorrer, mais as

pessoais envolvidas deverá conhecer todas as atividades da organização.

Segundo Harrington (1993, p.7) reforça que, parar de pensar em termos de

organização e começar a raciocinar em termos de processo, implica uma mudança

cultural muito difícil e requer uma profunda alteração na forma de administrar a

organização.

A mudança nunca é um processo simples, já que exige muita ponderação,

um planejamento cuidadoso, uma sistemática de implantação sofisticada e uma

liderança firme. Se existe a pretensão de melhorar a organização, deve-se então

mudar o ambiente interno para a geração de resultados os quais se quer atingir.

Melhor do que um processo maduro é quando ele passa a ser

institucionalizado, o que equivale dizer que ele além de ser definido, documentado e

continuamente melhorado, não depende das pessoas que o implementaram. O

sentimento geral na

empresa é de que “é dessa maneira que trabalhamos”.

2.2 - As vantagens do gerenciamento com foco na abordagem por processos

A estruturação por meio de processos proporciona clareza e objetividade no

entendimento das várias fases de determinadas ações, assegurando maior

visibilidade nas tarefas para o conhecimento do negócio da organização, ações que

promovam maior desempenho ao fornecimento do serviço prestado, ao uso

eficiente dos recursos, além da definição adequada de responsabilidades, a

seqüência das ações com entradas, saídas e interfaces bem definidas, a eliminação

de custos devido à eliminação de ações redundantes.

Segundo BOGO (2006; p.152) “A principal função da gestão por

processos é cumprir as metas estabelecidas no planejamento

estratégico da empresa com eficiência e eficácia. O

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mapeamento dos processos também viabiliza o entendimento

das relações de causas e efeitos entre os problemas, dos

impactos ao longo da cadeia e os efeitos percebidos pelos

clientes”.

Cada etapa do processo deverá seguir conforme foi colocado no plano de

ação da organização, com isso fica mais fácil identificar os “gargalos” durante o

andamento de cada atividade executada na organização.

Os gestores de cada processo podem traçar metas agressivas em base no

mapeamento das atividades estabelecidas.

As organizações apresentam características bem definidas como o

conhecimento global dos processos de negócio e de apoio, alinhamento com a

visão e missão, clareza nos objetivos a serem alcançados, além de melhoria no

fluxo de informações. Há também um alinhamento e interligação com a gestão

estratégica defina pela direção, existem indicadores de desempenho pelo menos

nas tarefas críticas, a gestão da organização é executada com base nos

indicadores de satisfação dos clientes e resultados operacionais.

2.3 - Requisitos para os Membros da Equipe e Gerente de Processo

Existiriam condições ou requisitos de perfil para Gerente de Processo e

membros de equipe de um Processo de Negócio? Vejam o que aponta a teoria:

a) “Requisitos para os membros da equipe:

- Entender detalhadamente pelo menos uma das funções que contribuem para o

processo.

- Ser capaz de compreender o quadro geral (além da sua função).

- Ser suficientemente criativo para visualizar um modo melhor de fazer as coisas.

- Ter alto nível de energia.

- Ser capaz de trabalhar com eficácia em um ambiente de grupo de colegas.

- Estar disponível para participar de reuniões.

- Encarar a indicação para a equipe como um prêmio.

b) Requisitos para Gerente do Processo:

- Ter uma posição que lhe dê equidade no processo total (o máximo a ganhar se o

processo for bem sucedido e o máximo a perder caso falhe).

- Compreenda os mecanismos de funcionamento de todo o processo.

22

- Tenha perspectiva geral do efeito do ambiente sobre o processo e do efeito do

processo sobre o negócio.

- Possua habilidade pessoal para influenciar as decisões e as pessoas fora de sua

responsabilidade sobre o gerenciamento de linha.

- Possua habilidade para negociar com os gerentes de função e obter consenso

sobre providências necessárias, não só para o sucesso do Processo como também

para a motivação dos integrantes da equipe.

c) Atribuições essenciais do Gerente do Processo:

- Garantir o andamento adequado ao fluxo do processo.

- Facilitação dos relacionamentos dos recursos aplicados ao processo.

- Avaliação do funcionamento da Organização, da perspectiva do processo.

- Aperfeiçoamento do funcionamento do processo..”

2.4 – Gestão por Processo

O sucesso da empresa depende de objetivos estratégicos, que visem

também à satisfação do cliente, sabendo-se que ela depende do valor que é

agregado ao produto que ele recebe.

O valor agregado ao produto é formado por custos, prazos, qualidade e

reconhecimento da marca.

E, são os processos, quando bem gerenciados, que fazem com que toda a

cadeia organizacional reúna os elementos, e tire deles o melhor proveito para que o

seu cliente final esteja satisfeito e sua empresa obtenha os resultados esperados,

ou até os supere.

Em uma gestão por processos o foco é o cliente, por isso o relacionamento

primário sempre se refere a um cliente (aquele que recebe o produto do processo) e

um fornecedor (aquele que fornece insumos para o processo), as decisões são

tomadas por todos os participantes do processo, o que torna esse estilo de gestão

participativo.

As decisões no processo são tomadas com base nas necessidades dos

clientes, e como o processo é analisado levando-se em conta os papéis que

executam as funções, o trabalho em equipe é ressaltado, portanto os resultados

avaliados são os da equipe, além de que a cooperação e a comunicação direta são

imprescindíveis para que o sucesso seja alcançado.

23

“O dono do processo é o responsável pelo aperfeiçoamento de

um processo específico. Deve ser escolhida pelo Conselho

Executivo, levando em conta o poder de ação sobre o

processo, a habilidade de exercer a liderança e o

conhecimento do processo”. (Harrington, 1993, p. 54-55)

Cada processo tem que ter um responsável sempre nomeado pelos gestores

da organização que vai está incumbido de gerenciar a desempenho do mesmo até

atingir os objetivos traçados para aquela atividade especifica, pois poderá impactar

nas atividades ou em outros processos.

Os ganhos para a carreira dos profissionais envolvidos são significativos,

pois se exige o desenvolvimento de novas habilidades, é dada autonomia aos

participantes do processo e há o compartilhamento de responsabilidades.

A tarefa de modelagem de processos envolve o levantamento e

representação de uma grande quantidade de informações. Para tanto, é

interessante utilizar ferramentas computacionais que auxiliem na construção,

consulta e manutenção destas informações.

Atualmente, existem ferramentas que são projetadas para este fim, se

propondo a apoiar a modelagem de processos de negócio, como: ARIS (IDS

Scheer), Pro Vision (Proforma), entre outras.

Tais ferramentas disponibilizam, para o usuário, funcionalidades diferentes

para manipulação dos modelos construídos. Além de representar graficamente o

modelo de negócio, também disponibilizam funcionalidades para validar a

consistência estrutural dos diagramas construídos. Outra característica importante

presente em várias ferramentas é a simulação da execução dos processos. Através

da simulação, à organização pode fazer alterações em seus processos avaliando o

impacto ocasionado por elas, antes de executá-las realmente. Além de auxiliar na

estimativa dos custos, do tempo e dos recursos gastos durante a execução dos

processos.

2.5 - A Hierarquia dos Processos com Cadeia de valor

Os processos compõem a estrutura organizacional através de uma

hierarquia, onde é representado o nível de detalhamento com que o trabalho está

sendo abordado.

24

A cadeia de valor interna, de acordo com Porter (1998:31) “desagrega uma

empresa nas suas atividades de relevância estratégica para que se possa

compreender o comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de

diferenciação”.

Para obter vantagem competitiva utilizando a cadeia de valor como

instrumento estratégico a empresa deve compreender toda a cadeia de valor na

qual opera e dos seus principais concorrentes buscando utilizar seus determinantes

de custos de modo que os concorrentes tenham desvantagens de qualidade e custo

frente a sua liderança.

Considerando-se o enfoque amplo em Rocha (1999:106-111) verifica-se que

a cadeia de valor de qualquer empresa é o conjunto de atividades criadoras de valor

desde as fontes de matérias-primas básicas, passando por fornecedores de

componentes até o produto final entregue nas mãos do consumidor. É, portanto, um

enfoque externo à empresa, vendo cada empresa no contexto da cadeia global de

atividades geradoras de valor da qual ela é apenas uma parte, conforme se vê na

figura 2.

FIGURA 1 – Cadeia de valor . (1) Cadeia de suprimento, “a jusante”. (2) Cadeia de suprimento, “a montante”.

Rocha (1999: 106-111).

Na terminologia cadeia de valor, é importante ressaltar que em termos

competitivos, de acordo com Porter (1998:34) “valor é o montante que os

compradores estão dispostos a pagar por aquilo que uma empresa lhes fornece”.

Logo, para que uma empresa alcance e mantenha competitividade é necessário

que crie valor para o cliente, ressaltando-se que esse valor deve ser reconhecido

pelo adquirente, caso contrário se sobressairão os custos. Existem situações em

que a organização para manter competitividade por diferenciação, precisa aumentar

seus custos para criar um valor maior.

Logo, uma comparação das cadeias de valor dos concorrentes apresentam

as diferenças, permitindo que a organização se decida pelo seu posicionamento

EMPRESA

CLIE�TE

CLIE�TE

CO�SUMIDOR

EMPRESA

FOR�ECEDOR

FOR�ECEDOR

FOR�ECEDOR

(2)

(1)

25

estratégico utilizando-se de diferenciação ou baixo custo. A relevância do enfoque

amplo é que permite identificar na cadeia de valor do cliente o que pode ser

reestruturado para aumentar o valor oferecido.

O Macroprocesso geralmente envolve mais de uma função na estrutura

organizacional, e a sua operação tem um impacto significativo no modo como a

organização funciona. O processo é um conjunto de atividades seqüenciais

(conectadas), relacionadas e lógicas que tomam um input com um fornecedor,

acrescentam valor a esse e produzem um output para um consumidor. O processo

é a parte que – inter-relacionada de forma lógica com outro processo - realiza um

objetivo específico em apoio ao macroprocesso e contribui para a missão desse. Já,

as atividades são coisas que ocorrem dentro do processo ou subprocesso.

São geralmente desempenhadas por uma unidade (pessoa ou departamento)

para produzir um resultado particular. Elas constituem a maior parte dos

fluxogramas. E, a tarefa é uma parte específica do trabalho, ou melhor, o menor

micro enfoque do processo, podendo ser um único elemento e/ou um subconjunto

de uma atividade. Geralmente está relacionado à como um item desempenha uma

incumbência específica.

Segundo Harrington (1993, p.34) reforça que, para criar um enfoque em um

problema específico ou minimizar o tempo necessário para aperfeiçoar o

macroprocesso, este pode ser subdividido em sub-processos inter-relacionados de

forma lógica, ou seja, ações seqüenciais que contribuem para a missão do

macroprocesso:

26

FIGURA 2: Hierarquia de processos

Fonte: Harrington (1994, p.34)

a. Macroprocesso

É um processo que envolve mais de uma função da organização e cuja

operação tem impacto significativo nas demais funções da organização. E,

dependendo da complexidade do processo, é dividido em sub-processos. O

processo por ser dividido em famílias de causas (como exemplo, matérias-primas,

máquinas, medidas, meio ambiente, mão-de-obra) e métodos, que são as

chamadas fontes de manufatura ou fonte de serviços.

b. Sub-processo

Segundo Bogo (2000, p. 294) É a parte que realiza um objetivo específico em

apoio ao macroprocesso e contribui para a sua missão. Ou seja, são as divisões do

macroprocesso que têm objetivos específicos, organizado de acordo com as

funções, recebendo entradas e gerando saídas num único departamento. Por

conseguinte, todo macro ou sub-processo é formado por um determinado número

de ações.

c. Atividade

É tudo que ocorre dentro de cada processo. É uma ação necessária para

produzir um resultado em particular.

27

As ações constituem a maior parte dos fluxogramas e são constituídas por

um determinado número de tarefas.

As ações transversais são o conjunto de especialidades executadas em

única operação e visa resolver problemas de caráter temporário ou provisório pois

não agregam valor algum e consomem recursos variáveis.

As ações secundárias são aquelas que não estão diretamente envolvidas

com a produção do bem ou serviço que a organização oferta.

Existem para permitir que as ações principais possam ser executadas com o

mínimo de pressão possível, além de providenciarem todas as condições de

operacionalidade necessárias às ações principais com antecedência.

As ações secundárias se dividem em infra-estrutura, recursos humanos,

tecnologia, compras e qualidade.

As ações principais são aquelas que participam diretamente na criação do

produto ou serviço objeto do processo. São exemplos as ações de logística,

produção, vendas e serviços e ainda são divididas em:

Ações críticas: são cruciais, pois dão integridade ao processo e ao seu

resultado. Alguns fatores que a tornam crítica são: o tempo de início, a criticidade

da matéria-prima e do equipamento, o tempo de produção e o tempo de término.

Ações não críticas: são as que, embora sejam imprescindíveis para que o

processo possa alcançar o resultado esperado, não tem os predicados que as

tornariam críticas. Podem ser realizadas dentro de parâmetros e condições mais

flexíveis e costumam a serem divididas conforme suas características: paralelismo,

exclusividade, tempo de início diverso e tempo de término diverso.

d. Tarefa

As ações de cada processo ainda podem ser divididas em um nível mais

detalhado utiliza o termo “processo de trabalho” para esclarecer o conceito de

tarefas:

As tarefas podem ser somente um elemento ou podem ser um subconjunto

de uma atividade; e são executadas por indivíduos ou por pequenas equipes,

constituindo os menores enfoques do processo. Geralmente uma tarefa está

relacionada ao modo que um item desempenha uma responsabilidade específica.

As tarefas são compostas por procedimentos e se classificam em rotineiras ou não-

rotineiras. Procedimentos é a forma específica de se executar o trabalho, indicando

quando deve ser iniciado, por qual evento, de qual forma e com que ferramenta

28

CAPÍTULO III

Modelagem e Mapeamento

3.1 - Porque Mapear os Processos?

Segundo Harrington (1993, p.7) o mapeamento dos processos também

ganha importância por sua função de registro e documentação histórica da

organização. Uma vez que o aprendizado é construído com base em

conhecimentos e experiências passadas dos indivíduos (conhecimento implícito ou

tácito), a organização não pode se arriscar, em função de seus funcionários

migrarem de um emprego para outro ou se aposentarem, a perder lições e

experiências conseguidas ao longo de muitos anos.

Harrington (1993, p.35) “O mapeamento de processos é uma

ferramenta gerencial analítica e de comunicação essencial

para líderes e organizações inovadoras que intencionam

promover melhorias ou implantar uma estrutura voltada para

novos processos, e ainda fornecer subsídio ao tomador de

decisão para avaliar as atividades que agregam e que não

agregam valor à operação”.

Muitos executivos não entendem a importância de se mapear processos, ou

porque não são ouvidos no mapeamento, ou por que querem que o desenho saia

do papel muito rápido.

É preciso entender duas coisas:

Mapeia-se o operacional, aquilo que realmente acontece no processo.

Mapas e modelos são visões simplificadas do mundo real, por isso não é

porque está desenhado que está solucionado.

Ao mapear os processos de uma empresa, é preciso delimitar o escopo e

definir o que se deseja obter com o mapeamento: pode ser um entendimento de

como o operacional está se comportando até a implementação de uma gestão por

processos.

Inicialmente, os processos são mapeados da forma como ocorrem, dessa

forma o executivo conhece como seu negócio está operando. Para muitos

29

executivos parece incoerente até que eles percebam que nem sempre o seu

negócio opera como eles delimitaram.

Pelos mais variados motivos, como na brincadeira de telefone sem fio, o que

o estratégico determina nem sempre é operacionalizado. Em geral, isso ocorre

quando há perda de domínio tecnológico, ou seja, perde-se a técnica do negócio

quando ela estava atrelada a uma pessoa e não a um papel. Assim, quando a

pessoa deixa a empresa, perde-se o domínio tecnológico e quem fica, até por

desconhecê-lo, recria algo que supri parcialmente a necessidade da empresa.

Quando é feito o mapeamento de processos, é possível identificar onde

ocorrem os gaps (falhas, brechas, espaços vazios) para ajustar o operacional ao

estratégico, preservar o domínio tecnológico por meio de definições de papéis e de

procedimentos para eles. Dessa forma, fica muito mais fácil instituir a melhoria

contínua, que nada mais é do que revisões dos processos e ajustes quando

necessário.

O mapeamento de processos aproxima o estratégico do operacional, com

isso a empresa ganha agilidade, inclusive para reposicionamento no mercado ou

mudanças estratégicas.

Com um mapa fica mais fácil encontrar o caminho!

Para se compreender realmente como funcionam os processos, com o

objetivo de aperfeiçoá-los, é necessário adotar ferramentas que possibilitem uma

compreensão completa de cada passo e de suas inter-relações. Uma das

ferramentas mais comuns é o mapeamento do processo na forma de um

fluxograma, que descreve graficamente um processo existente ou um novo

processo proposto, identificando cada evento da seqüência de atividades por meio

de símbolos, linhas e palavras (HARRINGTON, 1991). Assim, elementos como uma

operação, uma decisão, uma inspeção, um documento gerado, um estoque, uma

espera, o início e o fim do processo são identificados com símbolos característicos.

Uma das vantagens de se utilizar uma ferramenta gráfica é a facilidade de

visualização, tanto da seqüência de atividades, como da forma como as atividades

se encaixam. Outra vantagem consiste em disciplinar a forma de raciocínio da

equipe. É possível visualizar no fluxograma áreas em que as regras não estão

claras ou mesmo estão sendo violadas. São evidenciadas, também, diferenças

entre a forma como se supõe que as atividades sejam feitas e como elas realmente

são feitas. Assim, o fluxograma é um elemento-chave para o programa de melhoria,

30

facilitando a visualização de processos complexos e a comunicação sobre áreas

com problemas.

Para que o mapeamento ilustre o processo que ocorre na realidade, ele deve

ser obtido através de entrevistas com os funcionários que realizam as atividades, e

não apenas com seus superiores. A participação e o comprometimento dos

superiores, sem dúvida, é de fundamental importância, mas eles muitas vezes não

conhecem em detalhes o que está sendo feito. Além disso, o fluxograma deve ser

validado, até que a equipe de melhoria e os executores do processo estejam de

acordo de que a seqüência de atividades desenhada representa a realidade.

3.2 – Qual o propósito da modelagem de processo de negocio?

Um diagrama de modelo de processo de negócio é uma ferramenta, ou seja,

um meio para se atingir um fim determinado e não um resultado de desempenho

por si só.

A saída final deve ser a melhoria na maneira como o processo do negócio

funciona.

O foco das melhorias está nas ações que geram valor agregado ao negócio,

ou seja, que melhoram o serviço e a experiência do cliente, além de reduzir tempo e

esforço gastos.

Há dois tipos principais de modelos de processo de negócio:

Modelo as is or baseline (a situação atual);

Modelo to be (a nova situação pretendida).

Os quais são utilizados para analisar, testar, implementar e melhorar o processo.

O alvo da modelagem é ilustrar um processo completo, permitindo aos

gestores, consultores e colaboradores melhorarem o fluxo e aperfeiçoarem o

processo.

Os resultados da modelagem de um processo são essencialmente:

acréscimo de valor para o cliente e redução de custos para a empresa. O que,

conseqüentemente, conduz a empresa ao aumento de lucros.

Outras conseqüências secundárias que se alcançam com a modelagem de

processo bem sucedida podem ser o aumento da vantagem competitiva, o

crescimento no mercado, e a melhoria de moral e retenção de colaboradores.

Não há nenhuma regra absoluta para o escopo ou extensão de um modelo de

processo em termos de departamentos e atividades cobertas.

Antes de destinar uma grande quantidade de recursos para a modelagem de

31

processo uma consideração apropriada deve ser dada à utilidade e ao foco do

exercício. Como? Através das seguintes perguntas:

A modelagem tem o potencial para produzir ganhos que justificarão o tempo e o

esforço previstos?

A modelagem será estruturada de modo que as pessoas compreenderão

suas saídas (não tão grandes e complexas que causem desânimo)?

As pessoas entendem porque nós estamos modelando os processos, e o “o que

isso pode trazer de benefícios para elas”?

Como ocorre com outras ferramentas de gestão, não há nenhum ponto que

produza um modelo fantasticamente complexo que ninguém possa entender ou

usar, entretanto não se aconselha gastar centenas de horas analisando qualquer

coisa que seja de significado relativamente menor para o negócio.

A modelagem de processo de negócio é uma metodologia poderosa quando

dirigida para as operações que podem tirar proveito da melhoria, e quando as

pessoas envolvidas estão a bordo e são apoiadoras.

Segundo (DAVIS e WECKLER, 1996) uma vez que os processos tenham

sido entendidos, pode-se partir para mudanças na forma como a organização os

gerencia para atender aos seus objetivos estratégicos. Uma vez trabalhados os

processos, poderão existir informações essenciais a serem utilizadas no projeto

organizacional, já que se pode identificar quais funções de trabalho são

interdependentes e onde a coordenação e a comunicação são especialmente

importantes.

3.3 - Mapeamento de Processo como Foco para a Determinação de Custos

Segundo Paladini (1995 p.154) é uma ordenação específica das atividades

de trabalho no tempo e no espaço, com um começo, um fim, inputs e outputs

claramente identificados, enfim, uma estrutura para ação. Já Harrington (1993), o

define como sendo um grupo de tarefas interligadas logicamente, que utilizam os

recursos da organização para gerar os resultados definidos, de forma a apoiar os

seus objetivos.

Sua compreensão é importante, uma vez que ele é a chave para o sucesso em

qualquer negócio. Afinal, uma organização é tão efetiva quanto os seus processos,

pois eles são responsáveis pela qualidade que será ofertada ao cliente e

determinante da sua competitividade.

32

3.4 - Mapeamento, Modelagem e Mapas de Processos

O mapeamento de processos é uma ferramenta gerencial analítica e de

comunicação que têm a intenção de ajudar a melhorar os processos existentes ou

de implantar uma nova estrutura voltada para processos. Para comparar as

situações atual e desejada, de forma a gerar tensão estrutural que impulsionará a

mudança organizacional, torna-se necessário mapear a organização como ela é. A

partir disso, identifica-se qual é o problema do processo para modelar como ela

deverá ser e apresentar um mapa de “Como” o problema será resolvido ou

da implantação do novo processo.

A sua análise estruturada permite, ainda, a redução de custos no

desenvolvimento de produtos e serviços, a redução nas falhas de integração entre

sistemas e melhora do desempenho da organização, além de ser uma excelente

ferramenta para possibilitar o melhor

entendimento dos processos atuais e eliminar ou simplificar aqueles que

necessitam de mudanças.

Além disso, o mapeamento de processos exige um profundo conhecimento

das atividades que constituem os processos essenciais de uma organização e os

processos que os apóiam. Esse entendimento pode ser melhor alcançado pela

“modelagem” e pelas medidas dos processos, utilizando-se de várias técnicas que

foram desenvolvidas e refinadas no decorrer dos anos.

A modelagem é uma técnica muito importante que pode ser suplementar ao

mapeamento de processos, Faz sentido modelar o processo para descobrir os

componentes essenciais e sensíveis em que as melhorias farão diferença, já que as

mudanças tecnológicas permitem que o mesmo seja mudado no espaço ou no

tempo, capacitando a organização a operar mudanças rapidamente, auxiliadas por

modelos simulados em computador e pela engenharia dos processos de negócio.

Dessa forma, as duas técnicas não devem ser confundidas; a modelagem

não é uma substituta do mapeamento do processo. Na modelagem, a meta é

entender as relações entre os dados elementares e as ligações entre os conjuntos

de dados, onde aqueles podem estar presentes, enquanto que o mapeamento de

processos busca entender os processos de negócios existentes e futuros, para criar

melhor satisfação do cliente e melhor desempenho dos negócios.

33

3.5 - Nível de detalhamento

A decomposição hierárquica de cada atividade permite que se obtenha

qualquer nível de detalhamento, de acordo com a complexidade do processo. No

entanto, nem sempre é viável ou necessário detalhar ao máximo todas as

atividades de interação. Na fase de análise de processos, o nível de detalhamento

está associado ao grau de melhoria desejado, o que não necessariamente significa

que um detalhamento excessivo traga o retorno esperado. Existe um ponto em que

não se obtém mais informações úteis com mapeamento de processos. Isso significa

que há um momento em que o benefício alcançado com o mapeamento não justifica

o custo do detalhamento excessivo.

No projeto de um novo processo, nem sempre se requer o mesmo nível de

detalhamento do que na análise de processos existentes. Mesmo que isso não seja

uma regra, a análise de processos existentes pode requerer um nível de

detalhamento maior, principalmente quando se quer identificar problemas através

do profundo conhecimento do processo. Se baseia nos custos para definir o nível

de detalhamento, estabelecendo um nível ótimo de detalhamento que corresponde

ao mínimo custo no mapeamento de processos. O autor considera que existem

custos de mapeamento, que aumentam à medida que o nível de detalhe aumenta.

Esses custos estão relacionados ao esforço e tempo despendidos ao coletar,

analisar e interpretar as informações. Ao mesmo tempo, afirma que um processo

projetado com baixo nível de detalhe também representa custos, que diminuem à

medida que o nível de detalhe aumenta.

Esses custos estão relacionados à utilização de operadores com maior

qualificação (para conseguir entender e operar processos pouco detalhados) e aos

erros e defeitos que ocorrem com maior facilidade em um processo pouco

detalhado (a exatidão na execução depende do nível de detalhe em que o processo

foi projetado). Considerando o balanceamento entre os custos diretamente

proporcionais e os custos inversamente proporcionais ao nível de detalhamento,

pode-se obter um ponto ótimo que minimiza o custo total de mapeamento.

Estabeleceu um modelo de programação linear que calcula essa otimização.

Entretanto, o modelo não inclui benefícios do detalhamento de processos que

não são facilmente mensuráveis. Esses benefícios podem ser avaliados por

gerentes com experiência e senso prático. Por isso, a experiência do analista ou

projetista de processos é um fator fundamental na definição do nível de

34

detalhamento adequado. Não considerou, é que processos diferentes podem ter

níveis de detalhamento diferentes. Especialmente em processos de serviços, que

tendem a ter uma variabilidade maior, não é necessário estabelecer o mesmo nível

de detalhamento para processos com graus de complexidade e necessidades de

melhoria diferentes.

Mesmo existindo diferentes critérios para definir o nível de detalhamento no

projeto e análise de processos, as informações do documento de elaboração da

técnica proposta também podem auxiliar bastante ao se definir o nível de detalhe

adequado. Assim, algumas sugestões podem ser levadas em consideração. Em

geral, não é mais necessário detalhar uma atividade quando:

• As informações dos documentos de elaboração das atividades derivadas no nível

inferior (atividades-filhas) são muito simples ou elementares;

• As informações dos documentos de elaboração de diferentes atividades derivadas

são iguais ou muito semelhantes, ou seja, quando os documentos de elaboração

das atividades-filhas não apresentam diferenças significativas;

• O documento de elaboração da atividade a detalhar apresenta informações muito

elementares;

• A atividade a detalhar apresenta uma única interação entre o(s) objeto(s) e o

cliente.

3.6 – Módulo de Gestão de Processo

O Módulo de Gestão de Processos é destinado à avaliação do desempenho

das atividades e processos da organização. Ele conduz a um melhor entendimento

do funcionamento da organização, permite à definição clara de responsabilidades, a

prevenção e solução de problemas, a eliminação de atividades redundantes, e a

identificação clara dos clientes e fornecedores de cada um dos processos e

Atividades relacionadas.

Isto ajuda a desenvolver o pensamento sistêmico, impulsionando a

organização para um processo de melhoria contínua.

O Módulo de Gestão de Processos é focado no alto desempenho,

requerendo a identificação, o mapeamento e a definição de indicadores, metas e

responsáveis para todas as atividades, centros e processos da organização,

dispondo das seguintes características básicas:

35

Inventário de Atividades - Dispõe de ferramenta para o inventário, mapeamento e

detalhamento das atividades e processos desenvolvidos pela organização, de forma

a simplificar o seu processo de implementação.

Indicadores de Desempenho - Permitem a definição de indicadores, metas,

benchmarking e responsáveis para todas as atividades, centros e processos da

organização, dispondo de uma base de informações gerenciais para a avaliação do

desempenho em todos os níveis.

Orientação Estratégica - Permite a vinculação dos indicadores de desempenho

dos processos, de forma integrada aos objetivos estratégicos, definidos no

Balanced Scorecard.

Cálculo de Indicadores – Calcula automaticamente os valores realizados dos

indicadores a partir de fórmulas e valores das variáveis empresariais;

Aperfeiçoamento Contínuo – Permite a otimização dos processos, através do

desenho do detalhamento deles, em forma de fluxos gráficos, facilitando a visão dos

gargalos, ociosidades, tempo e capacidades;

Avaliação de Desempenho - Disponibiliza uma série de relatórios voltados a

avaliação de desempenho, onde são comparados os níveis de atendimento das

metas no mês, até o mês e no ano;

Análise dos Processos e Produtos – Onde são mostradas, em forma de resumo

ou analítico, as seguintes informações para os processos e produtos da

organização:

* O custo;

* A capacidade de produção;

* A atividade que limita a capacidade;

*As atividades com capacidade ociosa;

* O custo da capacidade ociosa;

* O percentual de valor agregado;

* As atividades que agregam valor

36

Análise das Atividades – Onde são mostradas, em forma de resumo ou analítico,

as seguintes informações para as atividades da organização:

* O custo;

* A capacidade de produção;

* O recurso que limita a capacidade;

* Os recursos com capacidade ociosa;

* O custo da capacidade ociosa;

* Os Clientes da atividade;

* Os Clientes que não agregam valor com a atividade;

* O percentual de valor agregado;

Análise de Desempenho dos Indicadores – Onde são mostrados os níveis de

atendimento das metas dos indicadores no mês, até o mês e para o ano, com as

seguintes versões:

* Desempenho dos Indicadores por Responsável;

* Desempenho dos Indicadores por Atividade;

* Desempenho dos Indicadores por Centro;

* Desempenho dos Indicadores por Processo.

3.7 – Ferramentas mais Utilizadas para Modelagem de Processos

Visio Professional: Essa ferramenta de modelagem se destaca pela sua boa

interface gráfica e pela facilidade de edição e de ajuste dos modelos representados.

Há possibilidade de integração com outras ferramentas como o Aris e com versões

antigas do Visio. A ferramenta possui uma grande biblioteca de objetos e permite a

criação de novos objetos. Além disso, possui um recurso para o agrupamento dos

objetos que são empregados no modelo, o que facilita muito o processo de

modelagem, especialmente quando os modelos estão sendo representados por

diversas pessoas. O Visio permite a conexão entre um modelo e um objeto,

entretanto, não é possível empregar um mesmo objeto em diversos modelos e,

portanto, não possibilita a checagem de consistência de nomes dos objetos e não

possui recursos para a listagem de relacionamentos dos objetos. Tais

características dificultam o processo de gerenciamento de modelos complexos

representados através da ferramenta Visio.

Custo: até U$ 1000.

37

Aris Toolset: É uma das mais completas ferramentas para modelagem disponíveis

atualmente. Seus recursos de gerenciamento de modelos e objetos merece

destaque pois facilita muito a representação e o gerenciamento de modelos

complexos. Entre as ferramentas analisadas o Aris é a única que possui uma meta-

base de dados que permite o emprego de um mesmo objeto em diversos modelos,

a busca de objetos, a checagem de consistência de nomes, a listagem dos

relacionamentos de um objeto e a comparação de modelos. O ARIS possui muitos

objetos, permitindo a modelagem segundo todos os métodos da metodologia ARIS.

Entretanto, a construção de um novo objeto pode ser complexa se não existir um

objeto padrão do Aris com as características de relacionamento do objeto que se

quer construir. Isso torna a ferramenta pouco flexível para a representação de

modelos segundo diferentes métodos. Outro ponto fraco desta ferramenta é a sua

complexidade, que pode dificultar o processo de aprendizagem e a escassez de

recursos de formatação e edição. Custo: entre U$ 5000 e U$15.000 conforme a

configuração escolhida.

Powerpoint: Também é uma ferramenta de desenho que tem a facilidade de

acesso, pois acompanha o pacote Office. Possui um número limitado de objetos,

porém permite a criação de objetos diferentes, possibilitando a representação

segundo diversos métodos. Possui bons recursos de formatação e edição. Não

permite a navegação nos modelos pela Internet e permite a ligação entre um

modelo e um objeto através de Hyperlink. Não possui recursos para gerenciamento

de modelos e objetos. Custo: irrelevante dado que acompanha o pacote MS Office,

disponível na maioria das estações de trabalho.

Micrografix Flow Chart

É uma ferramenta de modelagem bastante simples e conhecida. Na verdade Flow

Chart é o nome dado a um dos produtos deste fabricante, de forma que toda a linha

possui produtos destinados a diversos outros tipos de modelagem, além do

desenvolvimento de modelos de empresa. É simples, fácil de usar e possui dentro

da linha de produtos uma quantidade maior de pacotes facilitando a análise, como

por exemplo, um produto específico para a simulação de processos de negócio.

Com essa avaliação, foi possível perceber que as ferramentas utilizadas para

modelagem de processos podem ser agrupadas em três classes:

38

1. Ferramentas específicas para modelagem de processos: Possuem recursos mais

avançados de análise, interface gráfica complexa, alto custo e são mais limitadas

em relação à formatação e criação de objetos. (Aris Toolset)

2. Ferramentas para representação genérica: Possuem muitos recursos para

formatação e edição, agilizando o processo de representação; são flexíveis,

permitindo a representação segundo métodos distintos, não possuem recursos para

gerenciamento de modelos e objetos, o que dificulta a representação e manutenção

de modelos complexos e são de médio custo.

(Visio Professional, Família Flow Chart)

3. Ferramentas de apoio à apresentação: Não possuem recursos para

gerenciamento de modelos e objetos, mas permitem a representação de modelos

simples; possuem bons recursos de formatação, são flexíveis para a representação

segundo diversos métodos e são de baixo custo.

39

CAPÍTULO IV

COMPETITIVIDADE ORGANIZACIONAL 4.1 – Origens da Competitividade

Segundo Porter (1990), a competitividade é a característica ou capacidade

de uma qualquer organização em lograr cumprir a sua missão, com mais êxito que

outras organizações competidoras. Baseia-se na capacidade de satisfazer as

necessidades e expectativas dos clientes ou cidadãos aos quais serve, no seu

mercado objectivo, de acordo com a sua missão específica, para a qual foi criada.

A competitividade é frequentemente vista no contexto da economia de

mercado. Neste sentido, a competitividade empresarial significa a obtenção de uma

rentabilidade igual ou superior aos rivais no mercado. Se a rentabilidade de uma

empresa, numa economia aberta, é inferior à dos seus rivais, embora tenha com

que pagar aos seus trabalhadores, fornecedores e accionistas, a médio ou longo

prazo estará debilitada até chegar a zero e tornar-se negativa.

Competitividade é o processo que define quem tem as melhores condições

para aproveitar as oportunidades emergentes. Cada vez mais é atribuído à

educação o papel de preparar os indivíduos para se tornarem mais competitivos. A

competitividade parte do pressuposto que num mundo de grandes e rápidas

transformações terão maiores chances aqueles que conseguirem se adaptar mais

rapidamente às novas condições. Quanto mais soubermos lidar com os conflitos

interpessoais e os relacionamentos em geral, maior será a nossa capacidade

individual e a competitiva.

O administrador, no momento de tomada de decisão estratégica de uma

organização, deve estar cercado do maior número de informações que lhe permita

agir com segurança. O domínio correto da informação é de vital importância para o

gerenciamento da empresa moderna, quer em nível operacional, quer em

estratégico.

Segundo Porter (1990, p.35) “A vantagem competitiva surge

fundamentalmente do valor que uma empresa consegue criar

para seus compradores e que ultrapassa o custo de

fabricação pela empresa. O valor é aquilo que os

compradores estão dispostos a pagar e o valor superior

40

provém da oferta de preços mais baixos do que os da

concorrência por benefícios equivalentes ou do financiamento

de benefícios singulares que mais do que compensam um

preço mais alto”

Segundo JURAN (1995, p.63), a administração estratégica, ainda que seja

uma tarefa complexa, num ambiente turbulento como o atual, deve estar presente

entre os objetivos de todas as empresas que desejem ter suas ações futuras

previstas de forma organizada. Através da formulação de estratégias efetivas, a

empresa tem condições e meios de agir sobre as diversas variáveis que afetam a

organização, bem como atuar em relação a fatores externos a ela, de modo a

assegurar um melhor desempenho no mercado.

- Estratégia Competitiva Segundo Porter (1990, p.23). Identificou três estratégias

genéricas que podem ser usadas individualmente ou em conjunto para criar uma

posição sustentável a longo prazo.

A primeira é a estratégia competitiva de custo, na qual a empresa centra

seus esforços na busca de eficiência produtiva, na ampliação do volume de

produção e na minimização de gastos com propaganda, assistência técnica,

distribuição, pesquisa e desenvolvimento, e tem no preço um dos principais

atrativos para o consumidor.

A opção pela estratégia competitiva de diferenciação faz com que a

empresa invista mais pesado em imagem, tecnologia, assistência técnica,

distribuição, pesquisa e desenvolvimento, recursos humanos, pesquisa de mercado

e qualidade, com a finalidade de criar diferenciais para o consumidor.

A estratégia competitiva de foco significa escolher um alvo restrito, no qual, por

meio da diferenciação ou do custo, a empresa se especializará atendendo a

segmentos ou nichos específicos.

A adoção de qualquer estratégia competitiva tem seus riscos e suas

armadilhas. Na estratégia de custos, as principais são: a excessiva importância que

se dá à fabricação; a possibilidade de acabar com qualquer chance de

diferenciação; a dificuldade de se estabelecer um critério de controle de custos; e

que apareça um novo concorrente com nova tecnologia, novo processo e abocanhe

parcela significativa de mercado ou o mercado passe a valorizar o produto por

critérios diferentes. Na estratégia de diferenciação, as principais armadilhas são

41

representadas pela diferenciação excessiva, pelo preço muito elevado, por um

enfoque exagerado no produto e pela possibilidade de ignorar os critérios de

sinalização. Na estratégia de foco o risco é de o segmento escolhido não propiciar

massa crítica que permita à empresa operar.

Embora não seja impossível, a adoção simultânea das das estratégias de

menor custo e de diferenciação é difícil, pois obter um desempenho, qualidade ou

serviço excelentes são mais onerosos, na maioria dos casos, do que pretender ser

apenas comparável aos concorrentes, em tais atributos. Uma empresa que fica no

meio termo adota está em uma situação estratégica extremamente pobre, sendo

quase garantido que obterá uma baixa rentabilidade. Por um lado perderá os

clientes de grandes volumes que exigem baixos preços, ou renunciará a seus lucros

para competir com as empresas de baixo custo. Por outro lado, pederá negócios

com altas margens para empresas que atingiram um padrão de diferenciação

global. Além disso a empresa no meio-termo sofre de uma cultura organizacional

indefinida e de um conjunto conflitante de arranjos organizacionais e sistemas de

motivação. Dadas as inconsistências potenciais envolvidas na busca simultânea

das estratégias genéricas de menor custo e diferenciação, essa abordagem é quase

sempre fadada ao fracasso.

4.2 - Gestão de Processos Garante Diferencial Competitivo

Concorrentes mais preparados, novos produtos e serviços no mercado,

clientes mais exigentes e colaboradores com necessidade permanente de

capacitação, motivação e reconhecimento. Diante desses aspectos, qual será o

diferencial competitivo para o sucesso das empresas prestadoras de serviços? Até

pouco tempo atrás, a Tecnologia despontava como a base que diferenciaria as

empresas e as levaria para uma posição de destaque no mercado. Podemos dizer

que isso, durante um período, foi verdade, visto que a capacidade financeira das

empresas possibilitava contínuos upgrades tecnológicos e incrementos de

produtividade.

Hoje, há uma relativa equiparação dos recursos tecnológicos aplicados nas

empresas de serviços, o que faz com que tal fator não seja mais suficiente, para

garantir, sozinho ou salto de crescimento.

Outro fator que vem sendo destacado como o grande diferencial é o

Humano, mas cabe uma reflexão interessante sobre essa questão. É indiscutível

que criatividade, pró-atividade, presteza e inovação são essenciais para as

42

empresas de serviços e estão diretamente relacionadas à capacidade humana. Mas

todo profissional tem o mesmo poder de contribuição em qualquer área?

Certamente não, porque cada um de nós tem habilidades, competências e perfil

próprios. Como, então, as empresas podem garantir que os profissionais, com suas

particularidades, estejam alocados nos cargos e funções que possibilitam o uso

pleno de seu potencial?

Será que isso explica a afirmação de que “uma grande empresa é formada por

grandes profissionais, porém grandes profissionais não formam necessariamente

uma grande empresa”? A explicação pode estar-nos mesmos motivos que fazem

com que, ainda hoje, encontremos em diversas empresas, dos mais variados

portes, uma grande incidência de problemas considerados simples, como por

Exemplo:

- Contratação de profissional com perfil inadequado para determinada função;

- Passagem de informação incorreta ou incompleta a um cliente;

- Demora na compra de equipamentos e materiais;

- Falha no cumprimento de prazo no reparo de equipamentos;

- Atraso no envio de relatórios;

- Problemas e falhas repetitivas, de qualquer origem.

Tais falhas podem estar relacionadas a um conjunto de variáveis, sejam de origem

tecnológica, humana ou de ambas. Isso mostra que nem só a Tecnologia e nem só

o Fator Humano, isoladamente, podem fazer a diferença em uma empresa.

Falhas só deixam de ocorrer e melhoria dos serviços só acontecem quando

as empresas conseguem gerir todos os seus recursos com visão sistêmica, de

maneira integrada e direcionada aos objetivos organizacionais, isto é, quando

possuem total domínio operacional e gerencial dos seus processos.

Existe no mercado uma variedade de normas, metodologias e conceitos

amplamente divulgados que tem como princípio ou aspecto-chave a “Gestão de

Processos”. Dentre eles, podemos citar: os Critérios de Excelência da

FNQ - Fundação Nacional da Qualidade, as normas ISO, a filosofia Lean

Manufacturing, o CRM – Customer Relationship Management, o BSC - Balanced

Scorecard e o Six Sigma.

Vale ressaltar que não é a metodologia ou a norma adotada que fará a

empresa se consolidar e obter a máxima eficiência na gestão dos seus processos.

43

Existem alguns fatores determinantes para o sucesso da implantação e,

principalmente, da manutenção do que podemos chamar de “cultura” da Gestão de

Processos nas empresas, dos quais destacamos:

- O apoio e a participação efetiva da Alta Direção da empresa;

- A disciplina na execução dos processos, por todos os profissionais, de qualquer

nível hierárquico;

- O monitoramento permanente dos processos por meio de indicadores, com metas

alinhadas aos objetivos da empresa;

- A comunicação objetiva e clara sobre os processos e seus resultados para todas

as pessoas envolvidas;

- A manutenção de canais e programas permanentes direcionados à análise de

resultados e melhoria dos processos;

- O direcionamento dos recursos tecnológicos para maximizar os resultados dos

processos (ao invés de adequar os processos às tecnologias);

- A priorização da visão “horizontal” (por processo) em relação à visão vertical

(departamentalização);

- A definição de um “owner” para os processos da empresa, com foco exclusivo na

condução das ações de análise e melhoria dos processos, garantindo a

manutenção da “visão sistêmica” e direcionada aos objetivos da empresa.

Um aspecto muito importante é que o modelo de Gestão de Processos é

extremamente vantajoso para as empresas de qualquer porte ou segmento por ter

como características:

- Flexibilidade de implantação;

- Dispensa de investimento inicial em hardwares e softwares;

- Possibilidade de obtenção de resultados no curto prazo;

- Aderência plena a outras metodologias e normas de gestão.

4.3 – Inteligência Competitiva

Segundo Miller (2002), Inteligência competitiva é um produto resultante da

coleta, avaliação, análise e interpretação de todas as informações disponíveis, e

que se relacionem com um ou mais aspectos de uma determinada organização ou

áreas que representem interesses imediatos ou potenciais para tomada de decisão.

Podemos então dizer que inteligência competitiva é a informação avaliada e

analisada com o objetivo de subsidiar decisões.

44

Para criar um ambiente onde haja inteligência competitiva as organizações

devem definir primeiramente como abordará a criação deste ambiente, deve passar

por avaliação da estrutura e a cultura geral da empresa. Segundo, deve definir

quem será responsável pelos dados, pois quem coleta não deve ser o mesmo que

interpreta, analisa e toma decisões.

Nossa atuação em Inteligência Competitiva (I.C.) se baseia em otimizar os

processos de criação de inteligência, apoiando o trabalho de profissionais e

empresas, para torná-las cada vez mais competitivas. Trabalhamos com um

conjunto de ferramentas consideradas estado da arte em I.C., criando soluções sob

medida para nossos clientes. Fornecemos às equipes de Inteligência Competitiva

uma vasta instrumentação, que é o que diferencia o resultado do trabalho

produzido.

Segundo Elisabeth (2004, p.145), “A área de Inteligência

Competitiva, embora tenha adquirido novos aportes, métodos

e contribuições, particularmente proporcionados pelas

evoluções verificadas nas áreas de Sistemas de Informações,

de Planejamento Estratégico e da Informática, não representa

um campo do conhecimento totalmente inexplorado. Ao

contrário, sobre a informação, insumo vital para a Inteligência

Competitiva, muito tem sido considerado e desenvolvido tanto

academicamente, quanto na prática das organizações”.

O ponto principal é agilizar o processo de coleta, seleção, disseminação e

busca de informações, fazendo sobrar mais tempo aos analistas de informações,

antes consumido por estas atividades. Esta atuação é bem-vinda, uma vez que as

empresas mantêm equipes pequenas dedicadas ao esforço de I.C. e as atividades

de busca e coleta consomem grande parte do esforço destes profissionais. Com

nosso apoio, o tempo poupado passa a ser utilizado em atividades mais nobres

como a análise de informação, a produção de inteligência e o relacionamento com

os executivos das empresas a fim de compreender suas necessidades e entregar-

lhes a inteligência resultante de todo o processo, reduzindo os custos e os ciclos de

processos I.C. para acelerar e melhorar a qualidade da tomada de decisões.

45

CONCLUSÃO

Ao analisarmos a situação de uma empresa no que se refere ao seu

funcionamento e à sua relação com os processos essenciais da sua indústria,

vamos notar que a ênfase em processo não é sempre a única nem a melhor

solução para qualquer situação. Na verdade, a opção pela organização por

processos deve sempre ser feita depois de cuidadosa análise das condições e

circunstâncias da empresa naquela situação.

Da mesma maneira, nem sempre é o caso de ir até o final da evolução para

uma organização por processos, passando por todos os estágios do espectro de

modelos organizacionais que discutimos aqui. Muitas vezes, a empresa vai

considerar mais razoável para a sua situação particular evoluir apenas até certo

ponto do espectro e permanecer por lá durante algum tempo.

O método do Gerenciamento de Processos pode ser aplicado em qualquer

empresa, por isso tem sido citado como uma ferramenta bastante eficaz para

agregar valor aos produtos.

Busca como meta final a desfuncionalização da organização. Como isto não

pode acontecer da noite para o dia, seu objetivo é continuar quebrando os desvios

funcionais sobre os quais a maioria dos gerentes e executivos opera; e conduzir,

cada vez mais, a operação dos negócios para uma orientação de processos ou

horizontalização.

De modo geral, o futuro vai pertencer às empresas que consigam explorar o

potencial da centralização das prioridades, das ações e dos recursos nos seus

processos essenciais. As empresas do futuro deixarão de enxergar processos

apenas na área industrial, serão organizadas em torno de seus processos não

fabris essenciais e centrarão seus esforços em seus clientes (Gonçalves, 2000,

p.45). Para isso, deverão decidir por um modelo de organização por processos e

tomar as providências para passar da sua estrutura atual para aquela que dará

melhores resultados para a sua operação.

46

REFERÊNCIAS

BOGO, Janice Mileni. Gerenciamentos de Processos: metodologia base para

melhoria contínua. Florianópolis: [2006].

DAVIS, M. R. e WECKLER, D. A. (1996) - A Pratical Guide to Organization Design.

Crisp Pub. Los Altos.

Elisabeth Gomes e Fabiane Braga, Editora Campos, Brasil, 2ª edição, 2004.

PALADINI, Edson Pacheco. Gestão da qualidade no processo: a qualidade na

produção de bens e serviços. São Paulo: Atlas, 1995. 286 p.

PORTER, Michel E. Vantagem competitiva. Tradução por Elizabeth Maria de Pinho

Braga. Rio de Janeiro : Campus, 1990.

GONÇALVES, José Ernesto Lima. As empresas são coleções de processos. RAE –

Revista de Administração de Empresas. São Paulo, v.40, n.1, p. 6-19, jan./mar.,

2000.

GONÇALVES, José Ernesto Lima. Processo, que processo? RAE – Revista de

Administração de Empresas. São Paulo, v.40, n.4, p. 8-19, out./dez., 2000.

HARRINGTON, James. Aperfeiçoando processos empresariais. São Paulo: Makron

Books, p. 343-350, 1993.

HARRINGTON, James. Gerenciamento total da melhoria continua. São Paulo:

Makron Books, 1997. 494p.

MILLER, J. O Milênio da Inteligência Competitiva. Porto Alegre: Bookman, 2002.

JURAN, J. M. Planejando para a qualidade. São Paulo: Pioneira, 1992.

ROCHA, Wellington. Contribuição ao estudo de um modelo conceitual de sistema

de informação de gestão estratégica. São Paulo, 1999. 148p. Tese de

Doutoramento em Ciências Contábeis, Universidade de São Paulo.

STARR, Martin Kenneth. Administração da Produção: Sistemas e Sínteses. São

Paulo: Edgard Blücher, 1976.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I Breve História da ABBOTT Laboratório do Brasil S/A 10

1.1 - Situações e Principais Tendências da Indústria Farmacêutica no Brasil e no Mundo 10 1.2 - Resumo Funcional do Laboratório ABBOTT DO BRASIL S/A 12

CAPÍTULO II

O que são Processos? 16

2.1 - Definições de processos 16

2.2 - As vantagens do gerenciamento com foco na abordagem por processos 20

2.3 - Requisitos para os Membros da Equipe e Gerente de Processo 21

2.4 - Gestão por Processo 22

2.5 - A Hierarquia dos Processos com Cadeia de valor 23

CAPÍTULO III

Modelagem e Mapeamento 28

3.1- Porque Mapear os Processos? 28

3.2 - Qual o propósito da modelagem de processo de negocio? 30

3.3 - Mapeamento de Processo como Foco para a Determinação de Custos 31

3.4 - Mapeamento, Modelagem e Mapas de Processos 32

3.5 - Nível de detalhamento 33

3.6 - Módulo de Gestão de Processo 34

3.7 - Ferramentas mais Utilizadas para Modelagem de Processos 36

48

CAPÍTULO IV

COMPETITIVIDADE ORGANIZACIONAL 39

4.1 - Origens da Competitividade 39

4.2 - Gestão de Processos Garante Diferencial Competitivo 41

4.3 - Inteligência Competitiva 43

CONCLUSÃO 45 REFERÊNCIAS 46 ÍNDICE 47 FOLHA DE AVALIAÇÃO 49

49

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

Título da Monografia: A Utilização do Mapeamento de Processos Como

Estratégia Competitiva

Autor: Alex de Oliveira Magalhães

Data da entrega: 27/03/2010

Avaliado por: Conceito: