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Quantidade de “enter” para posicionar o cabeçalho, apague em seguida <> <> <> <> UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA <> <> <> <> <> COMO OS ENTREVISTADORES AVALIAM O COMPORTAMENTO DOS CANDIDATOS EM ENTREVISTAS DE EMPREGO? <> <> Por: Tatiana Teixeira de Moura <> <> <> Orientador Prof. Paulo José Rio de Janeiro 2012

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · 11 CAPÍTULO I – ENTREVISTA: DEFINIÇÃO, HISTÓRICO E FUNÇÃO Nesse primeiro capítulo iremos abordar a definição, o histórico

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Quantidade de “enter” para posicionar o cabeçalho, apague em seguida

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

<>

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<>

<>

<>

COMO OS ENTREVISTADORES AVALIAM O COMPORTAMENTO DOS

CANDIDATOS EM ENTREVISTAS DE EMPREGO?

<>

<>

Por: Tatiana Teixeira de Moura

<>

<>

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Orientador

Prof. Paulo José

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

<>

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<>

COMO OS ENTREVISTADORES AVALIAM O COMPORTAMENTO DOS

CANDIDATOS EM ENTREVISTAS DE EMPREGO? <>

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<>

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Gestão de Recursos

Humanos

Por: Tatiana Teixeira de Moura

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais Regina e

Renato pelo estímulo aos estudos. E

ao meu namorado Gabriel, que sem ele

não conseguiria confeccionar este

trabalho.

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DEDICATÓRIA

Dedico aos meus pais; minha afilhada e

sobrinha Catarina, minha irmã e meu

namorado.

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RESUMO

A partir da pergunta: “Como os entrevistadores avaliam o

comportamento dos candidatos em entrevistas de emprego?”, o trabalho tem o

objetivo causam uma discussão entre o comportamento dos candidatos em

entrevistas. A partir desse questionamento trouxemos as mudanças nos

modelos de gestão.

Vimos importância das entrevistas em processos de seleção, visto, que

é a técnica mais utilizada em processos seletivos; mesmo sendo de caráter

subjetivo. Seu caráter subjetivo é o que a torna humana. Em busca de uma

melhor precisão para escolha de profissionais, houve a necessidade de

estruturação, mesmo que pequena, somente para guiar o selecionador às

informações sobre os candidatos de forma mais adequada.

Veremos os tipos de entrevistas, e que a entrevista por competências é

o modelo mais adequado as inovações presentes nos modelos de gestão

atuais.

Sabemos que a formação adequada, a preocupação com o ambiente

físico e psicológico e o sentimento de empatia por parte do candidato facilitam

o bom andamento das entrevistas.

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METODOLOGIA

O presente trabalho propõe uma discussão a respeito das entrevistas de

seleção e da prática dos entrevistadores e dos entrevistados.

O seguinte trabalho é resultado de uma pesquisa bibliográfica, os dados

e referências que estão presentes no trabalho foram extraídos de busca em

livros e artigos sobre Administração, Psicologia, Psicanálise, Ciências Sociais e

Serviço Social. Foram utilizados principalmente os seguintes autores: Marcia

Regina Banov e Idalberto Chiavenato.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I - Entrevista: Definição, Histórico e Função

CAPÍTULO II – Os tipos de entrevista

2. 1 – Tipos de entrevista - segundo a metodologia

2. 1. 1 - Entrevista Estruturada, dirigida, Diretiva ou Fechada

2. 1. 2 - Entrevista semi-estruturada, semidiretiva ou semi-aberta

2 . 1. 3 - Entrevista Não Estruturada, Entrevista Aberta Ou Não Diretiva

2. 2 - Tipos de entrevista – segundo Modalidades

2. 2. 1 – Entrevista tradicional

2. 2. 2 – Entrevista em grupo

2. 2. 3 - Entrevista comportamental ou Entrevista por Competências

2. 2. 3. 1 - Perguntas técnicas

2. 2. 3. 2 - Perguntas psicológicas

2. 2. 3. 3 - Perguntas situacionais

2. 2. 3. 3 - Perguntas comportamentais

CAPÍTULO III - Influências e benefícios da Psicologia nas entrevistas de

seleção

CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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11

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23

23

23

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INTRODUÇÃO

A sociedade, economia, tecnologia e os negócios sofreram impactos

com mudanças globais. As mudanças de gestão empresarial tiveram fortes

impactos a partir da Revolução Industrial, onde o trabalho no campo foi

substituído pelo trabalho nas fábricas; quando os trabalhadores eram vistos

como máquinas.

A Revolução da Informação e do conhecimento, momento em que o

trabalho com a tecnologia substituiu o trabalho braçal, as mudanças de gestão

mudaram mais ainda, essas tiveram que fazer adaptações às constantes

mudanças.

Durante muito tempo, as pessoas nas organizações foram tratadas

como mão-de-obra, e vistas apenas como uma engrenagem produtiva.

Atualmente, as práticas dos recursos humanos buscam atender a visão

estratégica das empresas. É exigido que das organizações grande capacidade

de adaptação e estratégias competitivas, para sobreviver ao mercado

competitivo.

Os processos de recrutamento e seleção acompanharam essas

mudanças, as técnicas de recrutamento e seleção utilizadas pelos

selecionadores objetivam encontrar profissionais “competentes”, sintonizados

com as estratégias, visão, valores e cultura da organização.

A vida na era da informação possui mais velocidade e complexidade. As

mudanças estão ocorrendo de forma muito acelerada, inclusive no mundo

organizacional, a velocidade dessas mudanças mudou também o modelo de

seleção.

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Assim como o candidato que busca uma vaga se prepara muito para ir

bem em processos seletivos, o profissional que atua com recrutamento e

seleção tem necessidade de atualizações constantes para que o processo

seletivo seja eficaz.

No presente trabalho buscaremos possíveis respostas à seguinte

questão: “Como os Entrevistadores Avaliam o Comportamento dos Candidatos

Em Entrevistas De Emprego?”. Para responder essa acima traremos o

histórico, a definição, a função, os tipos e a contribuição da Psicologia para as

entrevistas de seleção.

No primeiro capítulo definiremos entrevista, falaremos de seu histórico e

de sua função no processo de seleção. Observaremos que a entrevista é a

técnica de seleção mais usada e que é a técnica mais importante para a

escolha de novos profissionais na empresa. Veremos que a entrevista é o

momento em que o candidato pode se mostrar como pessoa, mostrar suas

competências, confirmar os conhecimentos informados nos currículos e contar

sua trajetória profissional.

No segundo capítulo falaremos dos tipos de entrevista e veremos a

importância de uma mesmo que pequena estruturação para a realização de

uma boa entrevista de seleção. Trataremos também dos tipos de perguntas

que podem ser utilizadas em entrevistas. Veremos que dentre os modelos de

entrevistas que serão apresentados, as entrevistas por competências estão

cada dia sendo mais utilizadas pelas empresas, visto que esse modelo de

entrevista é o modelo que surgiu em resposta ao ambiente competitivo que

vivemos.

No terceiro capítulo traremos as contribuições da Psicologia para a

realização de uma boa entrevista de seleção. E falaremos das influências da

banalização da psicologia, que muitas vezes prejudica a atuação e realização

de um bom processo de seleção, principalmente no momento da entrevista.

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Sabemos que o momento de entrevista é um momento de preocupação para o

candidato, ele quer falar a “coisa certa” para conseguir a vaga, mas muitas

vezes fazendo isso o candidato pode estar prejudicando seu futuro e pode

estar fingindo ser algo que não é. Por isso é importante um boa formação,

experiência e sensibilidade para a realização de uma boa entrevista, um

entrevistador bem preparado deve estar atento a esses comportamentos

forjados, tentando os identificar.

Assim como Charles Nahoum em seu livro a “Entrevista Psicológica”

(1976), o objetivo da presente pesquisa não é o de expor um conjunto de

receitas ou um manual de ‘como realizar uma entrevista’. O objetivo desta é

apenas apresentar ao profissional de RH alguns dos problemas ou dificuldades

que as técnicas de entrevistas podem ocasionar e a importância da

observação do comportamento do entrevistador e do entrevistado para a

realização de uma boa entrevista.

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CAPÍTULO I – ENTREVISTA: DEFINIÇÃO, HISTÓRICO E

FUNÇÃO

Nesse primeiro capítulo iremos abordar a definição, o histórico e a

função da entrevista no processo de seleção.

Segundo dados do livro Comportamento Organizacional de Stephen

Robbins (2005) países como Coréia e Japão, e alguns outros asiáticos não

fazem uso da entrevista como principal técnica de seleção. Para eles os testes,

exames ou cartas de recomendação influenciam mais na tomada de decisão

em processos de seleção. Porém, na maioria dos países a entrevista continua

sendo o instrumento mais usado nos processos seletivos.

Antes de entrarmos no assunto do trabalho, pensaremos no conceito de

seleção de pessoas. Inicialmente temos que ter a ideia de que para haver uma

entrevista já tenha sido realizado os seguintes passos: a requisição/solicitação

e definição e alinhamento do perfil. Os profissionais da área de recrutamento

podem fazer uso das seguintes técnicas: análise de currículo, entrevista,

aplicação de testes, dinâmicas de grupo e exame médico específico. Podendo

também para fazer um processo mais completo e assertivo usar todas essas

técnicas.

Segundo Chiavenato (1999) a seleção de pessoas tem função de filtrar,

nela deve ser encontrado dentro dos vários candidatos os mais adequados ao

cargo. A seleção é configurada basicamente como um processo de

comparação e de decisão entre duas variáveis (os critérios da organização e o

perfil apresentado pelos candidatos).

As pessoas e as empresas são diferentes. Os humanos se diferem

quanto à personalidade e a organização se difere quanto à cultura

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organizacional. Se não existissem diferenças individuais o processo de seleção

não seria necessário.

A cultura organizacional é o que guia o comportamento de seus

colaboradores. A cultura é moldada pela filosofia da empresa, pelo papel que o

líder exerce, pela estrutura, pelo ambiente físico da organização.

A cultura da organização deve ser apresentada ao candidato desde o

momento do processo de seleção. Uma das formas de preservar a cultura

organizacional (a identidade da organização) é através do processo de

seleção, selecionando profissionais com perfil de competências adequado ao

perfil organizacional (cultura).

O conhecimento da cultura da organização vai ser indispensável para a

escolha do candidato. Banov (2011) “Se as pessoas são diferentes e as

empresas também, buscar a pessoa certa para o lugar certo é o objetivo

básico do processo de Seleção de Pessoal.”

O modelo de gestão de pessoas vigente nas empresas hoje se refere às

políticas e práticas de gerenciamento de pessoas. Essas políticas e práticas

compreendem: o recrutamento e seleção de pessoal, cargos e salários,

benefícios e serviços, treinamento e desenvolvimento de pessoal, medicina e

segurança no trabalho; departamento de pessoal, serviço social, relações

trabalhistas e sindicais.

No presente trabalho trataremos de uma parte do processo de seleção,

da entrevista. A entrevista é o principal método de seleção utilizado para a

escolha de novos profissionais. E é a técnica que mais influencia a decisão

final.

A entrevista deve ser conduzida com habilidade e tato com a finalidade

de produzir bons resultados. Existe a necessidade de uma avaliação, ou até

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mesmo de somente conhecer bem o candidato para que ele enfim seja

contratado.

Podemos definir entrevista como uma conversa entre duas ou mais

pessoas com o propósito de alcançar um objetivo. Ressaltamos que a

definição de um objetivo é o que faz o diferencial entre entrevista e uma

simples conversa.

Chiavenato (1999): “A entrevista de seleção constitui a técnica de

seleção mais utilizada.” (p. 115) Essa frase foi dita e repetida por diversos

autores lidos sendo Chiavenato um deles, que ainda acrescenta:

“A entrevista de seleção é um processo de comunicação entre duas ou mais pessoas que interagem entre si e no qual uma das partes está interessada em conhecer melhor a outra. (...) Apesar do seu forte componente subjetivo e impreciso, a entrevista pessoal é aquela que mais influencia a decisão final a respeito dos candidatos. Entrevistar é, provavelmente, o método mais utilizado em seleção de pessoal.” (CHIAVENATO, 1999, p.115).

A empresa tem como objetivo a contratação de pessoas talentosas,

competentes e com habilidade para exercer as funções do cargo oferecido. E é

através da entrevista que o entrevistador deve identificar essas pessoas.

Busca-se no processo de seleção, não somente o melhor candidato para a

função, busca-se o mais promissor.

É na entrevista que o entrevistador aprofunda o conhecimento sobre o

entrevistado. É nela que o candidato confirma as informações vistas nos

currículos, testes (psicológicos ou de conhecimento específico).

A entrevista, além de ter como objetivo aprofundar o conhecimento

sobre o candidato; coletar os dados vistos em currículos, testes de

conhecimento ou testes psicológicos; informa e motiva.

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O que é essencial a se observar é a motivação do candidato em relação

ao emprego disponível. Passemos então rapidamente a conceituação de

motivação. Segundo Sylvia Vergara (2011), motivação é: “uma força, uma

energia que nos impulsiona na direção de alguma coisa” (p. 42). Ela é

intrínseca, porém, a motivação pode ser incentivada, estimulada ou provocada.

A subjetividade presente no momento da entrevista é maior do que em

todas as outras técnicas de seleção, pois nas entrevistas existe uma tendência

de o entrevistador valorizar muito, ser enganado ou ser influenciado pelas suas

percepções (principalmente visuais e auditivas).

Mesmo apresentando esse caráter subjetivo e impreciso, ela é a técnica

de seleção que mais influencia na decisão final. É necessário que a entrevista

seja feita com habilidade e tato. A entrevista carece de base científica. O

entrevistador deve estar bem preparado e possuir técnica, percepção aguçada

e ‘domínio do julgamento subjetivo’, além de informar, motivar o candidato e

passar boa impressão da empresa para todos os candidatos, muitas vezes é

na entrevista o primeiro contato do candidato com a empresa.

O entrevistador deve evitar que seus valores influenciem a

interpretação, distorcendo fatos. Seus valores pessoais não podem afetar a

avaliação de um candidato.

A entrevista de seleção é um encontro entre o ou os entrevistadores e o

ou os entrevistados. A entrevista deve ter o cunho de um encontro. O

entrevistador avalia, levanta, investiga, esclarece, afirmar ou rejeita hipóteses e

fatos. Ela deve ser uma interação. Henry Clay Smith (1976) em seu livro

‘Psicologia do Comportamento na Indústria’ aponta a importância da

fidedignidade e da validade da entrevista no processo de seleção.

Lembrando, não estamos nesse trabalho com o objetivo de criar ou de

confirmar a necessidade de um guia ou de um manual que deve ser seguido

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numa entrevista, mas é necessário que a entrevista de seleção seja um

encontro ‘ em local pré-determinado’ e um ‘encontro combinado’.

Henry Clay Smith (1976) sugere:

“A entrevista de seleção poderia ser melhorada melhorando-se a seleção de entrevistadores. Há vários fatos claramente errados com os entrevistadores: alguns têm pouca formação, outros pouca experiência, outros pouca compreensão dos tipos de pessoas que estão entrevistando e alguns pouca informação sobre os empregos para os quais estão selecionando as pessoas. (...) A seleção de entrevistadores com mais preparação, experiência, conhecimento e motivação, seria uma melhora. ” (SMITH, 1976, p.85 e 86)

A entrevista é importante também porque é o momento em que o

candidato conhece a empresa e a função que irá exercer; e é o momento que

ocorre uma interação entre a empresa (que está sendo representada pelo

entrevistador) e o candidato ou os candidatos. Esse é um dos benefícios da

entrevista.

Diversos autores destacam a importância de estarmos atentos ao

ambiente físico e psicológico no momento da entrevista. O local da entrevista

não deve ter ruídos ou interferências externas. E o clima deve ser cordial, sem

coações e imposições, a entrevista deve ocorrer em um ambiente agradável. A

privacidade na entrevista individual é imprescindível, o local deve ser adequado

para que o candidato sinta-se à vontade de falar, sem observar pessoas

passando, sem ser interrompido. Deve-se destacar também que a entrevista

não deve ser encarada como um teste.

Mesmo existindo um ambiente propício para entrevista se desenvolver

bem, o candidato pode apresentar resistência (as sensações de nervosismo,

emotividade ou timidez do candidato pode prejudicar o desenvolvimento da

entrevista). É preciso que o entrevistador saiba lidar com isso e reverter essa

situação.

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O nervosismo que o candidato pode apresentar no momento da

entrevista pode ser prejudicial para o andamento da mesma. Por isso atos

como a cortesia, saber ouvir e levar a sério o que o candidato está dizendo são

princípios básicos para o andamento de uma boa entrevista.

Uma boa apresentação na entrevista ao candidato é muito importante, o

ideal é pôr a pessoa à vontade, acolher, respeitando a personalidade do

candidato. É importante também o entrevistador indicar o papel que

desempenha na empresa. Devemos na entrevista apresentar ao candidato a

vaga disponível, mostrar as suas vantagens.

“Alguns autores aconselham a acolher amigavelmente, a sorrir, a mostrar dinamismo, boa vontade etc., como se o entrevistador acabasse de descobrir de repente um amigo que vai socorrer ou aconselhar. A maioria dos candidatos não se iludiria com esse excesso de afetividade. Parece-me que é melhor aconselhar a simplicidade, a correção e uma franqueza que favoreçam uma atmosfera de objetividade.” (NAHOUM, 1976, p.167)

O entrevistador deve aumentar ao máximo as fontes de informação

sobre o candidato. É sugerido que o entrevistador seja amigável descontraído,

mas não deve o entrevistador exagerar nessas características, pois a simpatia

exagerada pode influenciar o candidato a interpretar a entrevista como uma

conversa, ou seja, tirando de foco o objetivo da entrevista.

Na entrevista de seleção o aspecto essencial é a pesquisa do passado

profissional do candidato.

“A condução da entrevista não pode ser prevista em todos os seus detalhes. Fazê-lo seria estabelecer um questionário. Por certo, conhecem-se os campos sobre os quais se deseja obter informações, assim como o tipo dessa informação, mas cada candidato tem uma biografia e uma personalidade, às quais o entrevistador deve se adaptar. É preciso, pois, que ele tenha uma grande margem de iniciativa, caso se deseje que as informações obtidas sejam exatas e numerosas.” (NAHOUM, 1976, p.172)

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O entrevistador deve passar ao candidato segurança para que ele diga o

que vier a cabeça. Ele deve perceber que não existem respostas erradas, ou

seja, as respostas dos candidatos devem ser sempre bem aceitas. Essas

reações de aceitação dos entrevistadores em entrevistas estimulam o

entrevistado a não ficar buscando respostas certas, respostas de efeito.

Existem variáveis da situação entrevista. Sendo elas: a identidade dos

personagens (idade, sexo, raça, cultura geral, experiências vividas,...);

variáveis inerentes ao entrevistador (apresentação física, sociabilidade,

motivação, afetividade, competência profissional,...); variáveis inerentes ao

cliente, no caso do presente trabalho, entrevistado (apresentação física,

capacidade de comunicação, sociabilidade, situação social no momento da

entrevista, os mecanismos de defesa que podem surgir e a motivação,

interesse); variáveis inerentes à situação de entrevista (local, disposição de

materiais); variáveis referentes à forma e conteúdo da entrevista (a estrutura

da entrevista, condução da entrevista e ações do entrevistador).

As anotações durante as entrevistas podem afetar desastrosamente o

andamento de uma entrevista. Charles Nahoum (1976) sinaliza bem que os

silêncios (que são causados durante o tempo que o entrevistador faz

anotações) podem causar mal estar ao entrevistado. É indicado então que logo

após as entrevistas o entrevistador faça as anotações necessárias para evitar

o esquecimento de algumas informações que podem ser importantes. Isso é

importante também para que se mantenha de certa forma um caráter de

validade nas entrevistas.

Parafraseando Annette Garret (1981) em seu livro “A entrevista – Seus

princípios e métodos”: “Infelizmente, porém, tanto para qualquer entrevista,

como para um determinado tipo de entrevista, não é possível estabelecer-se

uma lista de regras infalíveis.” (p. 16)

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Mesmo não existindo regras tão “marcadas” para uma boa entrevista

existem algumas indicações para o seu bom desenvolvimento: o entrevistador

deve estar em estado emocional adequado, não deixar o profissional

esperando muito pela entrevista, não fazer perguntas que sugiram respostas,

não ser intolerante ou agressivo, não discutir, não esquecer de sorrir. Esses

‘conselhos’ podem parecer óbvios para muitos, porém é importante frisar isso.

Como já foi dito, a entrevista ocorre entre indivíduos, e por isso não

conseguimos criar regras intactas para que as entrevistas tenham validade.

Mas é fato que entrevistadores devem evitar julgamentos.

Os entrevistadores devem observam aspectos físicos, postura e

comportamento do candidato. É importante a observação da pontualidade, do

traje, do vocabulário, do nível cultural, do interesse e da motivação, como o

candidato vê as empresas e chefes anteriores.

Chiavenato (2009) enumera oito passos a serem seguidos pelos

entrevistadores, sendo eles: que o entrevistador examine seus preconceitos

pessoais; evite perguntas que possam ser armadilhas ao entrevistado, ouça

atentamente e se mostre interessado pelas falas do entrevistado; faça

perguntas que proporcionem respostas narrativas; evite emitir opiniões

pessoais, encoraje o entrevistado a fazer perguntas sobre a organização; evite

uma classificação do candidato como ‘bom, regular ou péssimo’; evite

anotações no momento da entrevista.

É importante que haja uma preparação para as entrevistas. O grau de

preparação da entrevista vai variar de acordo com os objetivos e com o método

da entrevista.

É necessário obter o maior número de informações possíveis sobre o

candidato. Uma preparação pode auxiliar a obtenção de informações.

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A entrevista permite verificar conhecimentos, dados, aprofundar

informações, dar oportunidade de o candidato expor suas qualidades e

expectativas. Além de informar ao candidato sobre a cultura da empresa, o

cargo, o salário, os benefícios, as condições de trabalho.

Embora já tenhamos falado sobre isso, a entrevistas não precisam ser

sempre padronizadas. Porém, a apresentação do entrevistado e as

informações a respeito dos requisitos e informações sobre o cargo são muito

importantes que sejam ditas.

As entrevistas apresentam dois tipos de ambiente: o físico e o

psicológico. O entrevistador deve cuidar para que esses ambientes estejam

com caráter acolhedor. O entrevistado deve estar à vontade para poder expor

no caso das entrevistas de seleção suas experiências, interesse, motivação,

habilidades, características comportamentais e etc.

Antes mesmo de iniciar a entrevista ela pode estar sofrendo influencias.

Completando, uma boa entrevista implica a observância de vários pontos o

profissional deve cuidar da atmosfera (a sala deve estar limpa, ser confortável,

com poucos ruídos externos); deve ser de natureza particular; nas salas de

espera devem ter acentos para todos e deve ter disponíveis jornais, revistas e

literatura; o propósito da entrevista deve ser determinado antecipadamente.

O entrevistador deve distinguir dois aspectos da entrevista: as

informações trazidas pelo candidato e o comportamento que ele apresenta;

esses dois aspectos não podem deixar de ser levados em consideração.

O entrevistador em uma entrevista não observa apenas o discurso do

candidato, mas também o modo que o entrevistado discursa, posiciona-se e

comporta-se diante o entrevistador. É importante que o profissional tenha a

capacidade de detectar os sinais produzidos pelo candidato.

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Banov (2011) fala das armadilhas que envolvem o momento de seleção.

Essas armadilhas normalmente são observadas no momento de entrevista. O

caráter subjetivo da entrevista; o efeito hallo (falha da percepção ocorrida

quando o entrevistador se apega a uma característica do candidado); a

confusão do melhor candidato com o mais qualificado, que seria mais

adequado para a vaga; e o ato de projetar o que é apreciado ou o que se

detesta no candidato.

Em 1976 Henry Clay Smith em seu livro “Psicologia do Comportamento

na Industria” faz a seguinte observação: “À medida que o número de tarefas

complexas aumenta, crescem também as dificuldades para realizar boas

seleções.” (p.80)

Observa-se então que não é dos dias atuais que, as empresas buscam

profissionais de talento, que devem apresentar habilidades técnicas e

comportamentais que se adequem aos interesses da organização.

É importante que o selecionador tenha em mente que a empresa

precisa de um profissional que se adequem aos objetivos, cultura e momento

que a empresa está vivendo.

Carvalho, Passos e Savaiva (2009), apresentam uma sugestão

interessante a respeito do perfil ideal para os profissionais que atuam com

seleção. Sugerem que pensemos em um profissional competente. Que saiba,

saiba fazer e saiba ser. O profissional que atua com entrevistas deve saber

(conhecer a organização, a vaga, que tenha noções de estratégia), saber fazer

(deve saber escolher corretamente as técnicas de seleção a ser utilizadas,

tenha capacidade de observação) e saber ser (saber se colocar no lugar do

outro, ser intuitivo).

Veremos no decorrer do trabalho que a descrição acima é apenas uma

das definições de competência.

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Essas afirmações fazem ou devem, nos fazer refletir sobre o papel dos

entrevistadores. Conforme citado, em muitas passagens do trabalho, as

mudanças da gestão fizeram com que os profissionais tivessem maior papel

nas organizações, saber do negócio da empresa se faz necessário em todas

as áreas da organização.

Atualmente tem-se dado enorme espaço na mídia, e a literatura no que

diz respeito à forma que os candidatos devem se comportar em entrevistas de

emprego. Hoje os candidatos estão cada vez mais preparados para uma

entrevista, não somente em sua formação, mas também estão aperfeiçoando

seus conhecimentos de como reagir em determinadas situações nas

entrevistas de emprego. Não é inteiramente maléfico esse tipo de leitura e de

conhecimento, porém o candidato pode fingir ser algo que não é. E isso pode

ser negativo não somente para a empresa que está contratando esse

profissional, mas também para sua carreira, visto que o perfil comportamental

interfere na escolha do entrevistador pelo candidato.

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CAP. II – OS TIPOS DE ENTREVISTA

No presente capítulo apresentaremos os tipos de entrevistas. Veremos

que embora não haja regras que impossibilitem as falhas nas entrevistas, elas

podem ter em partes uma estruturação, para que apresentem menos falhas.

Mesmo em entrevistas com enfoques terapêuticos, como por exemplo; uma

entrevista com psicanalista, psicólogo ou médico: existe uma apresentação,

onde o entrevistador (representado pelo analista, psicólogo ou médico) e

entrevistados (chamados pacientes ou clientes, dependendo da abordagem)

devem se apresentar; e nelas muitas vezes existe também uma anamnese ou

uma ficha.

Os sentimentos de nervosismo, ansiedade, tensão e preocupação do

entrevistado no momento da entrevista podem estar aumentados. Por isso, o

molde da entrevista e um bom entrevistador, que saiba manejar bem a

entrevista e não fazer julgamentos pode auxiliar que a entrevista seja de

sucesso. Além disso, o entrevistado que busca emprego pode dissimular, e um

bom entrevistador consegue identificar uma mentira, omissão ou dissimulação

do entrevistado.

“(...) não é correto tratar a entrevista como uma técnica geral que apresenta os mesmos problemas em todas as circunstâncias. Pode-se por certo, distinguir formas de entrevistas (mais ou menos diretivas), assinalar as técnicas de conversação que permitem evitar erros, de sugestionar o cliente ou nele provocar resistências e lembrar a necessidade do estabelecimento de um relacionamento psicológico com ele. Mas todos esses meios não têm a mesma significação em todas as circunstâncias e a sua realização depende diretamente, como o mostramos, do quadro social em que se desenvolve a entrevista, da finalidade e do conteúdo desta.(...)” (NAHOUM, 1976,p. 142)

Existem alguns tipos de entrevistas, e nos subcapítulos a seguir iremos

apresenta-los.

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2. 1 – Tipos de entrevista - segundo a metodologia

2. 1. 1 - Entrevista Estruturada, dirigida, Diretiva ou Fechada

Nesse tipo de entrevista, o entrevistado segue um roteiro, que é

estabelecido. Ela é conduzida de maneira predeterminada, planejada para

extrair muitas informações, com o mínimo de perguntas, as perguntas são

formuladas e o entrevistador não deve se ater a elas.

Alguns autores como Robbins (1943/2005), sugere que as entrevistas

para reduzir variabilidade dos resultados devem ser estruturadas.

Seu roteiro é preparado com questões básicas levando em

consideração o cargo.

2. 1. 2 - Entrevista semi-estruturada, semidiretiva ou semi-aberta

Apresenta caráter informal, dá mais abertura ao candidato do que o

modelo anterior. Nessa forma de entrevista é sugerido ao menos que o

entrevistador faça um esquema de temas que precisam ser abordados.

Uma das características da entrevista semi-estruturada é a utilização de

um roteiro previamente elaborado.

Manzini (2004), afirma: “uma boa entrevista começa com a formulação

de perguntas básicas”. Mesmo com a elaboração de perguntas antes do

momento da entrevista, nesse tipo de entrevista, o entrevistador não precisa se

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ater somente a essas perguntas, ele pode fazer outras perguntas a fim de

compreender melhor os dados que o entrevistado está passando.

2 . 1. 3 - Entrevista Não Estruturada, Entrevista Aberta Ou Não Diretiva

Como a entrevista semi-estruturada também apresenta caráter informal,

no caso da entrevista não estruturada, o candidato tem maior abertura do que

no modelo anterior. É importante que o entrevistador demonstre interesse e

empatia [Conceito da Psicanálise, segundo Freud (1921) há um laço entre

membros de um grupo, a empatia seria como uma identificação] pelo

candidato, iniciando a entrevista com perguntas gerais, não comprometedoras.

Nesse tipo de entrevista não há roteiro, as questões são formuladas à

medida que a entrevista vai se desenvolvendo.

2. 2 - Tipos de entrevista – segundo Modalidades

2. 2. 1 – Entrevista tradicional

Entrevista individual, onde estão presentes somente um candidato. O

entrevistador formula questões relacionadas ao cargo e á cultura da empresa.

2. 2. 2 – Entrevista em grupo

Entrevista onde participam vários ou todos os candidatos. Nesse tipo de

entrevista é possível a observação de como o candidato se comporta com os

concorrentes.

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2. 2. 3 - Entrevista comportamental ou Entrevista por Competências

Em resposta ao ambiente competitivo, onde as empresas buscam

modelos de gestão para adequar seus colaboradores às suas estratégias de

negócios, surge a ideia de competência.

A entrevista por competências é a entrevista que atribui maior

segurança e fidedignidade ao processo de seleção. Ela é focada nas atitudes e

comportamentos do candidato, por isso se torna mais objetiva. Nesse tipo de

entrevista é possível identificar se o candidato possui o perfil condizente ao

cargo, antes do processo de seleção iniciar para que o profissional possa usar

no processo a entrevista por competência, é necessário que o perfil de

competências necessárias ao cargo seja identificado. Esse perfil depende do

cargo (das atividades a serem realizadas) e da empresa (que vai depender da

cultura, missão, valores e visão da empresa).

Nesse molde de entrevista o entrevistador parte do pressuposto de que

os comportamentos passados vividos pelo candidato podem dar indícios de

comportamentos futuros.

Para a compreensão desse modelo de entrevista é importante

passarmos pelo conceito de competências. Apresentaremos aqui duas

abordagens possíveis para a definição de competências: a abordagem CHA,

que considera competência como o conjunto de conhecimentos, habilidades e

atitudes que tornam um profissional importante para sua organização e para

toda e qualquer empresa; e a abordagem que sugere que sejam utilizadas as

categorias de saber, saber fazer e saber ser.

Vale pensar também na definição de competência apresentada no

Dicionário de Psicologia e Psicanálise, segundo Cabral (1971): “competência é

o grau de adaptação a uma determinada espécie ou modalidade de tarefa.”

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O modelo de entrevista por competência visa a observação dos

conhecimentos, habilidades e atitudes do candidato, ou seja, o entrevistador

observa se o candidato sabe, sabe fazer e sabe ser. Através desse modelo de

entrevista conseguimos observar isso usando perguntas comportamentais.

Por meio da entrevista por competência acredita-se ser possível a

identificação de diferencias em um candidato. Nesse tipo de entrevista o

candidato discorre sobre situações vivenciadas em sua trajetória profissional.

Acredita-se que o comportamento anterior é previsor para

comportamento futuro. O comportamento passado estaria prevendo o

comportamento futuro. Esse tipo de entrevista tem o objetivo de rastrear o

padrão comportamental do candidato. O objetivo é identificar comportamentos

que são pré-requisitos para a vaga.

Nessa modalidade de entrevista são feitas perguntas comportamentais.

Onde devemos buscar exemplos de situações passadas reais, vivenciadas

pelo candidato, que sejam compatíveis com as competências exigidas ao

cargo. As perguntas são realizadas das seguintes maneiras: Descreve tal

situação?; como você se saiu diante do seguinte acontecimento?.

Para a realização desse tipo de entrevista é necessário que o

profissional tenha um bom conhecimento da técnica, tenha uma lista de

perguntas relacionadas às competências que serão avaliadas. É ideal que

ocorra uma maior preocupação por parte do entrevistador no momento da

entrevista com o candidato, pois esse tipo de entrevista exige uma

concentração por parte do profissional em coletar dados através da escuta e

avaliação de comportamentos.

Esse tipo de entrevista beneficia a empresa e o candidato, quando uma

empresa contrata um profissional com as competências necessárias o

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candidato escolhido, por possuir as competências tem menos chances de ser

demitido.

Esse tipo de entrevista demanda de conhecimento técnico e de tempo

do entrevistador.

Nas entrevistas devem ocorrer a execução dos seguintes tipos de

perguntas:

2. 2. 3. 1 - Perguntas técnicas

O entrevistador visa a obtenção de informações sobre os

conhecimentos técnicos, experiência profissional e habilidades técnicas do

candidato.

2. 2. 3. 2 - Perguntas psicológicas

Enfocam aspectos da personalidade e da vida pessoal. Nesse tipo de

pergunta os temas abordados são: família, relacionamento, lazer, historia de

vida. Tem o objetivo de investigar aspectos da vida do candidato, objetivando a

composição do perfil psicológico. Para analisar a adequação do perfil com o

perfil de competências que o selecionador está buscando. Tem influência do

modelo da psicologia clínica, essas perguntas só podem ser realizadas por

psicólogos.

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2. 2. 3. 3 - Perguntas situacionais

Possui enfoque em situações que o candidato poderá passar no

trabalho. Nesse tipo de pergunta é natural que o candidato idealize uma

resposta normalmente bem aceita.

2. 2. 3. 4 - Perguntas comportamentais

Acredita-se que com essas perguntas conseguimos ter respostas que

preveem o comportamento futuro do candidato. Devemos fazer as perguntas

tomando como base as competências inerentes ao cargo e à organização. As

perguntas são feitas enfatizando a experiência concreta passada do candidato.

O comportamento passado é um indicador da probabilidade de

comportamentos futuros (influência da psicologia comportamental) –

lembrando, esse método não é infalível, não é absoluto; mas hoje entende-se

como melhor indicador.

Essas perguntas, como foi visto em parte anterior do trabalho, são

utilizadas em entrevistas por competências, nesse tipo de entrevista é

necessário que o profissional tenha habilidade para poder utiliza-las. Por isso,

é importante que o entrevistador seja um profissional com formação de

Psicologia, pois esses profissionais têm as habilidades necessárias para a

condução e utilização desse instrumento.

Dentre os tipos de entrevistas apresentados nota-se que a entrevista por

competências é o tipo de entrevista mais adequado às práticas de gestão

atuais.

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CAPÍTULO III - INFLUÊNCIAS E BENEFÍCIOS DA

PSICOLOGIA NAS ENTREVISTAS DE SELEÇÃO

A Psicologia surgiu a partir do desejo do homem de se conhecer. Essa

ciência se desenvolveu na Grécia antiga. A palavra psicóloga é de origem

grega e significa o estudo da alma. Hoje a psicologia é denominada de o

estudo do comportamento, mesmo nem todas as abordagens da Psicologia

crendo no comportamento e fazendo do mesmo seu objetivo de pesquisa.

Comportamento é considerado qualquer ação do ser humano.

A psicologia começou a disputar espaço na Ciência a partir do século

XIX, antes, os assuntos abordados pela Psicologia (mente, alma, espírito)

eram estudados por filósofos e religiosos.

A partir da expansão do estudo da psicologia, o psicólogo começou a

não atuar somente na clínica, começou então a ter espaço na indústria,

principalmente depois da Revolução Industrial e Revolução Francesa.

A psicologia industrial se forma e sua função inicial é “ajudar o executivo

a resolver problemas humanos” (Smith, 1976) e estudar o comportamento do

homem em suas relações com as máquinas (Cabral, 1971).

Segundo Schultz e Schultz (1981) a psicologia industrial foi fundada por

Walter Dill Scott e Hugo Münsterberg, e após a guerra o trabalho do Psicólogo

teve lugar na indústria para reformular as políticas de pessoal e introduzir

testes psicológicos. Já em 1920 o foco da psicologia industrial era a seleção e

colocação de candidatos, a busca pela “pessoa certa na função certa”.

No entanto, a atuação no psicólogo dentro da indústria não era uma

atuação desejada pelos Psicólogos e estudantes de Psicologia. Essa área de

atuação sofria muitas críticas, como salienta Codo (1989): “Alguns críticos mais

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afoitos chegam a responsabilizar toda a Psicologia, acusando-a de estar a

serviço das classes dominantes, servindo como instrumento destas contra o

trabalhador.”

Esse pensamento ainda hoje existe por parte de muitas pessoas, tanto

leigas, como estudantes de psicologia ou psicólogos. Codo (1989), sugere:

“que os psicólogos bem pensantes, ao invés de franzir o nariz para a

Psicologia Industrial, procurassem ocupar os postos que lhes cabem na fábrica

e cumprissem exatamente as suas funções”.

A partir desse comentário que nos faz repensar nas atividades do

psicólogo dentro de uma organização vemos o como é importante a atuação

de um bom psicólogo dentro da empresa, e observamos também que esses

comentários e pensamentos são disseminados pela má prática de alguns

profissionais e pela má vulgarização da psicologia.

A história da Psicologia organizacional no Brasil acompanhou as

mudanças políticas, sociais e econômicas do país, e está atrelada à história da

Administração. A sua primeira fase está fortemente influenciada pelo modelo

taylorista (modelo criado pelo engenheiro Frederick Taylor, estudava a

produtividade dos funcionários da empresa, modelo que defendia a análise do

trabalho, visando a otimização do mesmo, Taylor também acreditava que os

empregados deveriam ser selecionados de acordo com as características do

trabalho). Nessa fase, a atividade do Psicólogo Industrial, como era chamada

na época eram voltadas à orientação profissional, seleção e treinamento. As

seleções eram voltadas a aplicação de testes psicológicos. Nesse momento, a

psicologia dentro da organização não estava atrelada à estrutura.

A partir da década de 1950, a denominação de Psicologia

Organizacional começa a surgir com mais força no resto do mundo, no Brasil

somente entre 1970 e 1990 que essa terminologia começou a ser utilizada.

Esse segundo momento da Psicologia dentro da organização no Brasil foi o

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momento que a psicologia começou a se atrelar a estrutura organizacional,

somente nesse momento ela começa a ser nomeada de Psicologia

Organizacional. Devido à competitividade o psicólogo começou a ter o papel

de ajustar o homem à organização. Esse momento foi fortemente influenciado

pelas ideias de Maslow e Lewin sobre motivação. Nesse momento, o mundo

empresarial começa a ver com mais aceitação a influência da motivação,

liderança e psicológica no desempenho das funções. O psicólogo

organizacional exerce nessa fase as seguintes atividades: recrutamento,

seleção, orientação, aconselhamento, treinamento, saúde do trabalhador,

saúde organizacional.

O terceiro estágio da Psicologia organizacional no Brasil começou a

partir das ideias de administração estratégica, que trouxeram à tona assuntos

como: estresse, qualidade de vida, trabalho em equipe, ética, diversidade e

etc.

A Psicologia organizacional é a área da Psicologia que se aplica ao

gerenciamento de pessoas. Ela trouxe à ótica do recrutamento e seleção a

integração do perfil profissional ao perfil psicológico. Hoje não pensamos

somente em ter em nossa organização um profissional apenas com um

excepcional currículo.

Em todas essas áreas de atuação dentro de uma organização, o

psicólogo deve trabalhar em parceria com outras áreas da empresa, inclusive

no recrutamento. O psicólogo não pode se limitar aos seus conhecimentos

acadêmicos, ele deve estar atento ao momento da organização, sua missão,

sua visão, seus valores.

Diferentes abordagens da Psicologia influenciam a Psicologia

Organizacional. Sendo elas: A Psicologia Comportamental, a Psicanálise e a

Psicologia da Gestalt.

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A Psicologia Comportamental ou behaviorista é de origem norte-

americana, surgiu a partir de Watson. Essa escola visa à análise detalhada do

comportamento, tem como pilar teórico que um comportamento é estimulado

por um fator externo. Para os comportamentalistas a personalidade / o

comportamento é fruto do aprendizado. Podemos afirmar que as entrevistas

por competências sofrem enorme influência da Psicologia Comportamental. As

perguntas comportamentais são de influencia da psicologia comportamental. A

teoria comportamental crê que o comportamento anterior é indicador de

comportamentos futuros.

A entrevista comportamental demanda muita escuta e análise de

comportamento, atividades que o psicólogo está bastante adaptado, que tem

base do modelo da psicologia clínica.

A Psicanálise foi criada por Freud a partir da relação terapêutica entre

paciente/ analista. E acredita no inconsciente como norteador do

“comportamento” do sujeito. A psicanálise aborda o afeto, desejo,

agressividade, carências, frustrações, etc. Sentimentos que vem a tona em

muitas situações de trabalho. E como citamos nesse trabalho aparecem

também em entrevistas. As emoções não podem ser esquecidas. Freud nos

apresenta os mecanismos de defesa, que muitas vezes prejudica no trabalho

do psicanalista. Esses mecanismos de defesa quando ocorrem não permite a

chagada ao inconsciente, que é o que Freud denomina como o objetivo do

tratamento psicanalítico.

É claro que os entrevistadores não devem querer chegar e nem tentar

chegar ao inconsciente de um candidato num momento de entrevista, isso

pode ser inclusive prejudicial ao processo seletivo e esse não é o objetivo de

uma entrevista de seleção. Porém, os mecanismos de defesa que Freud diz

ser prejudicial em momentos na análise também são prejudiciais nas

entrevistas. O entrevistador deve deixar o entrevistado à vontade para falar,

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sem perceber algum pré-conceito ou pré-julgamento, pois esses podem fazer

com que o candidato fique na defensiva.

A Psicologia da Gestalt é de origem alemã, seus estudos eram

baseados na percepção e sensação. A palavra Gestalt não tem tradução para

o português Os seus fundadores foram Max Wertheimer, Wolfgang Kohler e

Kurt Kofka. Segundo Marcia Regina Banov (2011) os fundadores da Gestalt

notaram que: “o grande problema é que, pela seleção dos fatores que

influenciam a percepção, as pessoas tendem a perceber partes do contexto e

não todo o contexto”. Esse trecho extraído do livro de Banov descreve uma

situação que pode ocorrer em uma empresa em momento de reunião, mas

essa situação pode ocorrer também em entrevistas de seleção. A teoria da

Gestalt está muito ligada à percepção e o que podemos tirar como positivo

dessa abordagem é que devemos escolher no caso das entrevistas o

candidato pelo “todo”.

Algumas preocupações de diversas abordagens da psicologia clínica

também são vistas em entrevistas de seleção. A preocupação com o ambiente

físico (local silencioso, com iluminação adequada e confortável) e psicológico

adequados; a preocupação com os momentos de silêncio que pode causar

desconforto ao entrevistado; e a não utilização de anotações em entrevistas, o

ato de tomar nota pode gerar desconforto ao candidato.

A entrevista psicológica não é um teste. E ela não necessariamente

precisa ser de caráter terapêutico para se considerar psicológica. A entrevista

psicológica é nomeada entrevista exercida por psicólogos no exercício de sua

atividade profissional.

A má vulgarização da psicologia faz com que essa profissão seja vista

com muito preconceito. Ocorre também que alguns profissionais com outras

formações que acreditam ser capazes de realizar uma entrevista psicológica.

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Uma entrevista exige a interpretação, esta técnica exige muita

experiência, conhecimento e boa formação do profissional.

A importância de uma boa formação e sensibilidade do psicólogo como

entrevistador são importantes. Pois os profissionais com formação de

Psicologia tem menos tendência a padronizar muito as entrevistas, embora

tenhamos citado a importância de uma estruturação em entrevistas, elas não

podem ser padronizadas como um todo. Um excesso de padronização pode

tornar o processo falho

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CONCLUSÃO:

Essa pesquisa teve como objetivo responder, tentar responder a ou

apenas propor uma reflexão sobre a seguinte pergunta: “Como Os

Entrevistadores Avaliam O Comportamento Dos Candidatos Em Entrevistas De

Emprego?”.

A resposta à questão acima se torna bastante complexa, pois vimos que

a entrevista é uma técnica de seleção de caráter subjetivo. Então, vimos que a

resposta a essa questão também é subjetiva.

Algumas pessoas em virtude das atividades de trabalho despendem de

grande parte do tempo de trabalho entrevistando, essa técnica ocorre e o

entrevistador conhece candidato (vida pessoal, comportamento, formação,

experiência), dependendo da formação do profissional que entrevista, da vaga

que o candidato se candidata, da empresa (cultura organizacional); o

entrevistador vai escolher o candidato que lhe parece mais adequado.

As percepções do entrevistador sobre o entrevistado vão influenciar a

escolha do entrevistador. Porém um candidato não pode deixar de ser

escolhido se tiver de acordo com o perfil de competências traçado se ele não

usar um perfume agradável (ao gosto do entrevistador), por exemplo. Por isso

é importante que uma boa formação e uma análise de várias características do

candidato.

Percebemos que houveram mudanças avassaladoras nos processos de

gestão organizacional. A vida corrida, as mudanças tecnológicas, a

necessidade de atualização mudaram bastante o processo de recrutamento e

seleção de empresas, e mesmo com essas mudanças as entrevistas

continuam sendo a técnica de seleção mais usada, mesmo sendo de caráter

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subjetivo. Talvez por ser o método que possibilite mais interação entre o

candidato e a empresa.

Porém, é notório que o comportamento apresentado pelos candidatos

tem enorme influencia da mídia e da literatura. Muitas vezes isso ocorre

também por conta da falta de criatividade dos profissionais que entrevistam em

suas perguntas. Perguntas como: cite seus defeitos ou suas qualidades são

realizadas em diversas entrevistas, e na maioria das vezes o candidato já sai

de casa sabendo o que vai responder.

É claro que o candidato deve se preparar para a entrevista, deve se

comportar de maneira educada, evitar falar gírias, e etc. Porém, fingir ser o que

não é pode ser prejudicial ao seu futuro. Além de se o entrevistador tiver

experiência e boa formação, ele não será enganado.

Uma boa formação e a experiência do entrevistador podem ajudar a

diminuir a tensão. E o bom entrevistador consegue distinguir o melhor

candidato da pessoa que foi melhor na entrevista. O melhor pode não ser o

mais falante, pode ser o mais tímido, o mais discreto, o menos expansivo. E

esse pode não ir tão bem numa entrevista por conta de suas características

pessoas, mas essas características pessoas podem estar ligadas ao perfil de

competência da vaga ou da empresa.

As entrevistas de seleção têm diversas características positivas. Uma

delas é que a entrevista permite contato direto com o candidato, foca o

candidato como pessoa humana, permitindo a avaliação do candidato através

de seus comportamentos e reações.

As entrevistas são técnicas subjetivas, a comparação entre candidatos

entre si pode dificultar a escolha pelo profissional adequado, e por isso

demanda de treinamento muito grande do entrevistador. Além de

conhecimento sobre o cargo e cultura organizacional.

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As organizações sempre tiveram como objetivo a atração e seleção de

competências para as organizações. Porém, hoje devido às mudanças de

gestão o termo competência conota uma amplitude de características. Como

vimos, os candidatos devem ter competências e elas precisam estar

adequadas às competências organizacionais.

Devemos nos momentos de entrevistas estar atentos ao ambiente físico

e psicológicos, esses ambientes devem permitir que o candidato se sinta à

vontade para falar de suas experiências, competências e algumas vezes até de

sua vida pessoal.

O que diferencia uma entrevista de uma conversa comum é o objetivo.

Uma entrevista tem um objetivo. No caso das entrevistas de seleção ela tem o

objetivo de escolher, fazer uma triagem ou ajudar a escolher o novo

colaborador da organização.

Vimos alguns modelos de entrevista, e o que podemos concluir é que as

entrevistas comportamentais ou por competências, é o modelo mais adequado

às práticas de gestão atuais. Indicam que a entrevista por competência produz

resultados favoráveis, porque reduz o custo com reabertura de processos e

com treinamentos, também pela sua objetividade no foco do perfil almejado.

Acredita-se que a entrevista bem elaborada por psicólogos produz

benefícios, relacionados à redução de curtos e possibilidade identificar no

candidato competências assertivas que correspondem ao que a empresa

busca. Através de uma entrevista estruturada, em que se investiga a partir do

discurso do candidato as habilidades, atitudes e competências, esta técnica se

torna um diferencial no processo seletivo.

A responsabilidade do psicólogo está atrelada à escolha adequada de

bons profissionais e também saber avaliar comportamentos com qualidade,

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sabendo que cada pessoa possui sua subjetividade. Por isso, o profissional

deve atuar com ética para não realizar avaliações de forma precipitada,

baseada em suposições, preconceitos e estereótipos. Cabe ao mesmo

procurar se atualizar com o saber teórico e prático em relação às dificuldades e

benefícios que as técnicas empregadas lhe proporcionam. Buscando

conhecimentos através de cursos, especializações e livros, que lhes

proporcione conhecimento teórico suficiente para que sua prática seja ética e

de acordo com o que se propõe.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Expressão e Cultura, 1971.

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CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos: O capital humano nas

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______ Gestão de pessoas: o Novo papel dos recursos humanos nas

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MENDONÇA, Márcia da C. Furtado de; ALMEIDA, Walnice Maria da Costa de.

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Janeiro: Agir, 1981.

NAHOUM, Charles. A entrevista Psicológica. Rio de Janeiro: Agir, 1976.

ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. 11ª Ed. São Paulo:

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO

AGRADECIMENTO

DEDICATÓRIA

RESUMO

METODOLOGIA

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I - Entrevista: Definição, Histórico e Função

CAPÍTULO II – Os tipos de entrevista

2. 1 – Tipos de entrevista - segundo a metodologia

2. 1. 1 - Entrevista Estruturada, dirigida, Diretiva ou Fechada

2. 1. 2 - Entrevista semi-estruturada, semidiretiva ou semi-aberta

2 . 1. 3 - Entrevista Não Estruturada, Entrevista Aberta Ou Não Diretiva

2. 2 - Tipos de entrevista – segundo Modalidades

2. 2. 1 – Entrevista tradicional

2. 2. 2 – Entrevista em grupo

2. 2. 3 - Entrevista comportamental ou Entrevista por Competências

2. 2. 3. 1 - Perguntas técnicas

2. 2. 3. 2 - Perguntas psicológicas

2. 2. 3. 3 - Perguntas situacionais

2. 2. 3. 3 - Perguntas comportamentais

CAPÍTULO III - Influências e benefícios da Psicologia nas entrevistas de

seleção

CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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