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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA SEXUALIDADE FEMININA: A IMPORTÂNCIA DE SE CONHECER Por: Ana Lídia da Silva Cunha Orientador: Profª Fabiane Muniz Niterói 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO

“LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA

SEXUALIDADE FEMININA: A IMPORTÂNCIA DE SE CONHECER

Por: Ana Lídia da Silva Cunha

Orientador: Profª Fabiane Muniz

Niterói

2012

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO

“LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA

SEXUALIDADE FEMININA: A IMPORTÂNCIA DE SE CONHECER

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada

como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Terapia de Família.

Por: Ana Lídia da Silva Cunha

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AGRADECIMENTOS

A todos os professores e alunos do Instituto “A Vez do

Mestre”, à professora e orientadora Fabiane Muniz pela

contribuição. Aos meus familiares, amigos e clientes que,

direta ou indiretamente, contribuíram para a confecção

deste trabalho acadêmico e sua constante atualização.

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DEDICATÓRIA

Dedico este livro a todas as mulheres que mesmo em dias

atuais ainda lutam por construir uma sexualidade sadia

em uma sociedade tão machista. Especialmente a todas

as mulheres que fizeram, fazem e farão parte da minha

vida e que de alguma forma contribuem para que esse

estudo nunca termine. Ao meu esposo e parceiro em

todas as minhas realizações e a todos os meus familiares

pelo suporte sempre que necessário. À Lurdinha, minha

mãe (in memorian) e primeira professora na universidade

da vida.

Ana Lídia da Silva Cunha

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RESUMO

Até os dias atuais a sexualidade é um assunto difícil para a maioria das

pessoas, gerando dúvidas por falta de conhecimento e por causa de

preconceitos, moralismo e informações incorretas.

Qual a relação entre sexualidade, auto estima e poder pessoal na mulher?

Esses três fatores estão diretamente relacionados, ou seja, a maneira que eu

vejo e lido com a minha sexualidade irá influenciar toda minha vida. Por isso

esse trabalho tem a finalidade de trazer mais conhecimento e esclarecimentos

a respeito desse tema tão importante e fundamental na vida de toda mulher:

Sexualidade.

O assunto será abordado em três capítulos que serão: Conhecendo sua

sexualidade, Conhecendo seu corpo e Conhecendo sua força. Neles, constará

tanto o aspecto físico, psicológico e espiritual, de forma a trabalhar a mulher

como um ser inteiro e completo.

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METODOLOGIA

O interesse de estudar e escrever sobre esse tema começou a partir de uma

busca pessoal para ser uma mulher inteira e depois pelos relatos de mulheres

que ouço no consultório e nas igrejas. Para abordar o assunto usarei livros,

internet, revistas, tais como: A Nova Terapia do Sexo (Helen Kaplan),

Sexualidade Feminina: História, Cultura, Família, Personalidade e Psicodrama

(Ana Maria Ramos Seixas), Psicologias (Ana M. B. Bock, Odair Furtado, Maria

de Lourdes T. Teixeira), Sites e Revistas que falem da saúde da mulher entre

outros.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

CONHECENDO SUA SEXUALIDADE 09

CAPÍTULO II

CONHECENDO SEU CORPO 21

CAPÍTULO III

CONHECENDO SUA FORÇA 35

CONCLUSÃO 41

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INTRODUÇÃO

Qual a relação da sexualidade, autoestima e poder pessoal na mulher?

Sabemos que de alguma forma elas se misturam e que somos o resultado da

união destas.

Todo ser humano normal tem sentimentos sexuais. Uma atitude positiva em

relação ao sexo representa a aceitação dessas necessidades como vitais e

adequadas. A maneira que cada um enfrenta seus desejos sexuais está ligada

a todas as suas experiências de vida e amor e essas são formadas desde o

nosso nascimento. Hoje, sabe-se também que a imagem que fazemos de nós

mesmos influi em nossos comportamentos, inclusive na maneira de nos

comportarmos sexualmente.

A autoestima positiva somada a uma boa educação sexual contribui para a

formação de uma identidade sadia. Assim como a Bíblia relata no livro de São

João 8:32: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, saber a verdade

sobre nós mesmos e quem somos é muito importante e contribui para nossa

libertação e descoberta do nosso próprio valor e poder pessoal.

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CAPÍTULO I

CONHECENDO SUA SEXUALIDADE

A sexualidade humana está em constante construção, ela se transforma,

assim, ao curso do tempo e conforme o espaço, não possuindo modelos

definitivos. Nesse estudo atribui-se uma grande importância ao sexo em si, pois

este é valorizado ora por representar força, fecundidade e riqueza e ora é

condenado quando deixa de cumprir sua função reprodutora. A trajetória do

estudo da sexualidade feminina está entrelaçada com a história da própria

humanidade e da construção social.

Breve Histórico da Sexualidade no Brasil:

Segundo Seixas (1998) no início do século XVI, desembarcaram três mil

homens portugueses no Brasil para a tarefa da colonização. As mulheres

brancas só vieram cerca de 50 anos depois. Os portugueses então vão se

misturando as índias e escravas negras africanas. No final do século, havia na

colônia uma população de aproximadamente cem mil pessoas, entre negros,

brancos, caboclos e mulatos. Nesse período a sexualidade não há limites, reina

a poligamia, o encesto, bestialidades entre outros. No século XVII o Brasil

recebe a visita de inquisidores do Santo Ofício português em busca de

judaizantes, feiticeiros, blasfemos e outros transgressores. Os juízes ordenam

que todos denunciem qualquer suspeita de difamação e heresia. Os desvios

denunciados estão principalmente ligados a comportamentos sexuais.

No Brasil colonial as mulheres brancas de modo geral são enclausuradas e

guardiãs da honra do pai e do marido. Algumas exercem atividades comerciais,

outras são parteiras. As escravas negras são, em potencial, objetos sexuais e

algumas atingem uma situação de relativo respeito como ama de leite.

O casamento dos brancos depende do consentimento paterno e são frequentes

as uniões entre primos e tios e sobrinhas, sendo que as mulheres se casam

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entre 12 e 14 anos, quase sempre com homens mais velhos. Nessa época as

mulheres podem ser mortas a qualquer suspeita de adultério e em

contrapartida, outras podem requisitar a separação. As esposas quase sempre

morrem no parto por terem que produzir muitos filhos. Para a população, a

procriação e a satisfação do impulso sexual ocorrem com mais frequência fora

do ambiente familiar, e as relações “ilegítimas” em geral são toleradas. Existem

locais de recolhimento, onde as mulheres adúlteras ou as filhas sem dotes

passam a vida inteira. O casamento sacramentado pela igreja passa a ser um

parâmetro de julgamento para as ligações de amor.

Em meados dos séculos XVII a idade média de vida da mulher é de 32 anos. O

casamento já ocorre mais tarde, mais ou menos aos 20 anos, e não há mais

tanta diferença de idade entre os noivos. Trata-se de uma mudança

revolucionária do ponto de vista feminino. Adultas, com senso de

individualidade e não mais sujeitas à experiência de vida “superior” do marido,

elas se mostram menos dóceis e mais críticas em relação à educação dos

filhos. Tem início um novo tipo de família, a família nuclear, constituída apenas

de pais e filhos.

Em 1677, o cientista Leenwenhoek descobre que o sêmen contém milhares de

espermatozoides e que são responsáveis pelas concepções. Com isso, o

método anticoncepcional que passa a ser usado é o coito interrompido. Sendo

que este tem desvantagens como, a falta de segurança e estar na dependência

do homem, pois é a mulher, a mais interessada em evitar a concepção. O

divórcio é admitido não só por adultério e abandono, mas também por falta de

afinidade entre os casais e surge a possibilidade de um segundo casamento.

Os séculos XVII e XVIII marcam a época do racionalismo e a busca da verdade

objetiva. A libertinagem sexual torna-se o esporte preferido dos ociosos da

corte, inclusive as mulheres. O comportamento sexual do povo e o da

burguesia se equivalem ao da nobreza. Mas as respostas ante as abordagens

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sexuais são muito diferentes, dependendo da classe social a que a pessoa

pertence.

Entre os séculos XVIII e XIX as missas procissões e festas religiosas são

sinônimos de sociabilidade. É na igreja que a mulher tem a oportunidade de se

exibir e seduzir, impregnando o espaço religioso de sensualidade e desejo. O

sistema educacional implantado pelos jesuítas em 1549 continua sendo só

para meninos. As mulheres continuam sem acesso a alfabetização até o século

XVIII. Nessa época o Brasil ostenta mais de uma forma de organização

familiar. Nas áreas rurais, as famílias são patriarcais e extensas, já nas cidades

o chefe de família cuida dos negócios, exerce autoridade sobre a mulher, filhos

e dependentes. A mulher cuida da casa e dos filhos e fica restrita ao lar com

poucas oportunidades de sair em público.

No século XIX, eclode a revolução industrial e surgem as máquinas que tornam

possível a fabricação de bens de consumo. A industrialização fortalece o

capitalismo e as monarquias sofrem fortes abalos e surgem as novas

repúblicas. Até 1884, as únicas mulheres a votar na Inglaterra são as solteiras

ou viúvas donas de propriedades, moradoras nas cidades. Até 1914, o maior

emprego para a mulher é o serviço doméstico, e a mulher operária é

transformada em escrava do salário, e recebendo menos que o homem pelo

mesmo trabalho.

No final do século XVIII, o romantismo domina as artes e o comportamento de

homens e mulheres. O amor torna-se uma força poderosa e a mulher

apreciada é a mulher virgem e acanhada, pois os românticos deixam fluir as

emoções, mas limitam a sexualidade. Com isso nasce um novo padrão de

conduta: a mulher deve ser frágil, dependente, temerosa, necessita de amparo

e precisa ser dominada por um homem forte. De acordo com Seixas (1998) a

nova feminilidade é assentada em quatro pilares que são a domesticidade, a

criação do amor materno, ser pura, submissa, religiosa e despreparada para as

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atividades públicas e por fim amor romântico, sendo que a base desse amor o

afeto e não a sexualidade.

O século XIX assiste a um retorno às normas, às virtudes e ao combate à

permissividade. É o vitorianismo, uma onda de pudor e recato. As pessoas

podem fazer tudo, desde que não provoquem alarido público e mantenham as

aparências. O namoro é casto e vigiado pelos familiares da moça, e o rapaz faz

o pedido de casamento ao pai da noiva, geralmente por escrito. O casamento e

o divórcio são legalizados em 1792, através de uma convenção.

O lar é valorizado por propiciar emoções e tem início uma vivência de

afetividade nas relações familiares. As esposas são adoradas, mimadas,

submissas e não existe mais o direito marital de bater na mulher como método

corretivo. A dona de casa conta com os criados para fazer tudo por ela, mas

em contrapartida não está bem equipada para enfrentar o lazer. Como a

esposa só cuida da casa e dos filhos, seu potencial fica reprimido, e seu corpo

passa a ser o locus de doenças até então desconhecidas, como por exemplo, a

histeria e a frigidez.

A mulher virtuosa não deve ter desejo sexual muito forte. As mulheres estão

mal informadas sobre o orgasmo e função do clitóris. O exame médico só é

permitido em casos extremos, o que impede que o conhecimento médico

progrida e que as mulheres conheçam a própria anatomia e fisiologia. Nessa

época ocorrem rumores de que as doenças da “nova mulher” (lesbianismo,

masturbação, insatisfação conjugal, insaciabilidade sexual) são causadas pelo

desenvolvimento excessivo do clitóris. Como sua única função é o prazer

sexual feminino, para alguns médicos o clitóris é dispensável.

Médicos americanos e europeus submeteram mulheres à extirpação cirúrgica

do clitóris com o objetivo de estimular a virtude. Mais tarde por temer a

diminuição do desejo sexual feminino outro médico propõe ao invés de retirar,

propõe ajustar o clitóris. Mais uma vez é a correção do corpo feminino como

forma de ordem social. Em 1890 essa forma de controle é substituída pela

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remoção dos ovários. Dados revelam que, parte da população feminina

aceitava a decisão das cirurgias drásticas na tentativa de solucionar seus

problemas sexuais e emocionais. Os homens, privados de viver com as

esposas os impulsos sensuais, procuram as empregadas, escravas ou

prostitutas. E dessa forma se fez a dicotomia entre a mulher privada e a mulher

pública, a virtuosa e a prostituta. O florescimento da prostituição produz um

aumento apavorante das doenças venéreas (hoje as DST).

A descoberta do papel feminino na fecundação trouxe para a mulher apenas

uma igualdade biológica, que não se aplica à mulher, mas à mãe, elevada a

condição de quase deusa.

Em 1885, os bordéis são considerados ilegais e a prostituição organizada

passa a constituir crime. No entanto a prostituição não é erradicada. A

masturbação é combatida como causadora de sérias perturbações físicas e

mentais. Segundo a psiquiatria do século XIX, a masturbação leva a redução

da inteligência, alucinações noturnas e tendências suicidas e homicidas.

No mundo capitalista, nasce um movimento que reivindica a volta da mulher ao

domínio público, exigindo a plena cidadania através do voto, da melhoria da

educação feminina e da ampliação dos direitos legais da mulher. Pouco a

pouco vai tomando corpo a questão feminina na luta contra o patriarcado, pela

admissão das mulheres nas universidades, por melhores oportunidades de

trabalho e para receber a custódia dos filhos em caso de divórcio. O movimento

é fortalecido na segunda metade do século, com a expansão do setor de

serviços, que leva ao nascimento de um novo tipo de mulheres trabalhadoras,

como datilógrafas, telefonistas, secretárias, balconistas, professoras primárias

entre outras.

O Brasil do século XIX apresenta uma classe dominante formada por brancos

europeus. As relações sociais e a vida familiar são essencialmente patriarcais.

As mulheres ricas são reclusas, ocupam-se de seus bordados, arranjos de

flores e tocam música. Somente em 1879 que as instituições de ensino

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superior abrem suas portas às mulheres, mas a desaprovação social das

universitárias é muito grande. Outras mulheres trabalham na agricultura e nas

pequenas manufaturas domésticas, contribuindo para o sucesso da casa.

O adultério é considerado uma falta grave e sujeito a várias punições para

ambos os sexos, mas a mulher é colocada em uma situação jurídica inferior.

Mais mulheres movem ações de divórcio que homens, muitas delas

denunciando a opressão masculina e manifestando insatisfação quanto à

submissão e ao próprio casamento.

A partir de 1840 constata-se um maior número de prostituição feminina no

Brasil e que está relacionado à pobreza de mulheres negras e brancas. A

expansão da prostituição chama atenção das autoridades policiais e médicas,

que tentam implantar uma política sexual, como já estava sendo adotada em

grandes centros europeus, adaptados às condições de vida do país. No

discurso médico produzido no Rio de Janeiro, a sexualidade é definida como

função orgânica vinculada à necessidade de reprodução da espécie e,

portanto, como um dado de natureza.

Até o final do século XIX, a sexualidade, do ponto de vista médico, enfatiza

duas questões centrais e contrárias: a do casamento, como espaço da

sexualidade sadia e a da prostituição, espaço da sexualidade doente. Segundo

os médicos, as mulheres são mais propensas a anomalias sexuais, pois é

portadora de instintos sexuais mais aguçados. Esse instinto quando não

controlado, geram a depravação, o que mostra a construção da concepção de

prostituta em oposição ao papel de esposa e mãe.

A prostituição é classificada em dois tipos: Pública e Clandestina. A primeira é

considerada um atentado à moralidade social, representando perigo para as

“famílias honestas” e para os costumes, já a segunda apresenta-se como

espaço privilegiado do adultério, das uniões ilícitas, como o concubinato. Os

médicos também classificam a prostituição como foco de doença social, pois

contamina física e moralmente o corpo do trabalhador, transformando-o em

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indolente, ocioso, incapaz para o trabalho e inútil para a sociedade. Já a

prostituta é vista como desagregadora da propriedade, uma vez que

comercializando o prazer, gera a ostentação, o desperdício, podendo levar à

destruição do patrimônio familiar.

Desse modo, o discurso médico brasileiro, é marcado por um moralismo de

fundo cristão, não nega a sexualidade, mas circunscreve-a ao lar e define a

prostituição como doença física, moral e social. Como a prostituição era

considerada “um mal necessário”, ao invés de eliminá-la, as autoridades

médicas e policiais propõe o seu controle. Houve a criação de bordéis

higienizados em áreas conhecidas como “zonas de meretrício”, as prostitutas

tem que ser fichadas na polícia e estão sujeitas a inspeção médica. A prática

da prostituição de cativas por seus senhores é eliminada somente com a Lei

Áurea, de 1888, que liberta os escravos.

A partir do final do século XVIII, de acordo com Foucault, há uma explosão

discursiva a propósito de sexo, o essencial era a multiplicação dos seus

discursos, fossem eles indecentes ou cercados de regras de decência. O sexo

se distancia dos dogmas religiosos e passa a ser um negócio de Estado e um

foco de disputa política por intermédio da economia, direito e medicina. A

medicina supunha que a masturbação nas crianças e nos jovens provoca mais

tarde debilidade, esterilidade, frigidez, impotência. Para a política a sexualidade

precoce é considerada uma ameaça epidêmica que põe em risco o futuro da

sociedade e a perpetuação da espécie.

Na medicina o objetivo é o estudo da fisiologia feminina, o corpo da mulher é

analisado, qualificado e desqualificado como corpo integralmente saturado de

sexualidade. Quando as mulheres começam a procurar experiências de

enriquecimento pessoal fora do casamento, a medicina alerta para o perigo de

doenças nervosas, como a anorexia, neurastenia e histeria.

No Brasil, as causas das chamadas doenças do “sistema nervoso” variam

segundo os interesses dos higienistas. A higiene reprime o prazer gratuito e

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exalta a sexualidade conjugal. A diminuição do potencial sexual entre cônjuges

é transformada em mal higiênico. O bom desempenho sexual dos cônjuges,

portanto, garante a saúde dos filhos, a moralidade da família e o progresso

populacional da nação.

Nessa perspectiva, a higiene reabilita o amor conjugal, que deve ser vinculado

à procriação e à sexualidade. O papel da higiene também era o de criar e

regulamentar novos papéis sociais para a mulher e o homem no casamento. A

fragilidade física da mulher diante do homem é um retrato de sua delicadeza e

debilidade da sua constituição moral. A mulher é vista como sentimental,

sensível, meiga, submissa e indisposta para os trabalhos intelectuais. O

homem deve ser o oposto: racional, autoritário, seco e duro. A mulher é

formada para sentir e o homem para pensar. Sendo que chega um momento

que essa classificação excede seus propósitos e acaba criando obstáculos à

união dos sexos. Para solucionar esse impasse e unir o casal então, cria-se

outro uso para o “amor”, a maternidade e a paternidade.

Segundo Seixas (1998) a mulher higiênica ganha um novo lugar social, ligada à

família e à maternidade, passiva e ingênua, distante dos prazeres do corpo e

do gozo do sexo. A mulher também é convencida da importância e da nobreza

da função de amamentar sua própria cria.

As mulheres vêem-se estimuladas e com direito de gozar, mas ao mesmo

tempo impedidas de desfrutar de sua sexualidade por longos meses, esses

referentes ao período de gestação e amamentação. Para substituir o coito, a

mulher pode, através dos toques de cabeça e de mãozinhas da sua criança

nos seus seios, gozar amamentando. As mulheres que não exercem bem o seu

papel de esposa e mãe devem ser exemplarmente punidas.

No início do século XX, o sexo é considerado culposo e vergonhoso, mas as

investigações de Freud começam a levar a sexualidade a ser mais investigada.

Desmistificada a sexualidade, o sexo então passa a ser visto como uma função

necessária e saudável. A Psicanálise vira moda e Freud começa a ajudar as

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mulheres dos anos 20 a romper amarras e procurar satisfação em sua vida

sexual. No entanto, alguns de seus preceitos contribuem para a manutenção

da idéia de inferioridade da mulher, pois considera o sexo masculino como

modelo (falo). Freud classifica o orgasmo feminino como clitoriano e vaginal,

sendo que só o segundo é considerado o de mulheres maduras. Isso é outra

marca colocada nas mulheres da época, que ficam frustradas sexualmente,

tem a sensação de incapacidade e frigidez. O ideal deixa de ser a mulher

inorgásmica e passa a ser a mulher que é capaz de ter orgasmo, mas somente

o vaginal.

Com o início da primeira guerra mundial, houve uma inversão de valores no

sentido de que as pessoas começaram a viver mais no presente, aproveitar a

vida, pois não sabiam o que ocorreria depois da guerra e isso junto com as

novas descobertas médicas de cura de doenças sexualmente transmissíveis,

foi fator decisivo para a retirada do estigma vergonhoso de sobre o sexo. Em

1917 os revolucionários criam leis libertando as mulheres da dominação

masculina e obrigando igual pagamento para trabalho similar. O Estado então

constrói creches, oferece cuidados pré-natais, abole o conceito de filho

ilegítimo e facilita o divórcio.

Com a iminência da segunda guerra mundial, Ritler, incentiva às mulheres a

integrar a força de trabalho, já que os homens estão na guerra. Elas trabalham

nas fábricas e ocupam funções em setores considerados perigosos e mesmo

quando a guerra está perdida, Hitler incentiva as mulheres a entrar para o

exército como enfermeiras, sabotadoras, espiãs e mensageiras.

Com o lançamento da primeira bomba atômica em 1945 inicia-se a era

tecnológica onde muda novamente a relação do ser humano com a natureza.

Surgem os antibióticos, a engenharia genética, e nos anos 50 a televisão e o

computador. A sexualidade já vinha quebrando tabus a partir da chamada:

“revolução sexual”, iniciada nos anos 60, mas foi tomada pelo aparecimento do

vírus HIV, a AIDS. A força e a letalidade desse vírus acabara por influenciar de

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forma significativa o comportamento sexual do final do século 20 e com isso a

sexualidade nunca esteve tão presente nos meios de comunicação.

Nos últimos 50 anos têm decorrido uma crescente liberação sobre a

manifestação e a conduta sexual; mas que dificilmente pode ser considerada

maturidade sexual. A forma que uma pessoa lida com sua sexualidade reflete

sua personalidade e da mesma forma a personalidade de uma pessoa é uma

manifestação de suas vivências sexuais. Dentro desta perspectiva, a

sexualidade significa algo muito mais profundo do que sexo e do que a união

dos órgãos genitais. Inclui as dimensões físicas, psicológicas e espirituais da

natureza humana, que nos liga a outras pessoas. A mais intensa expressão da

nossa sexualidade é o ato sexual, mas ela também se expressa em vários

graus de intensidade, como nos relacionamentos que não tem lugar para o ato

em si; por exemplo: na família, nas amizades. A sexualidade é o modo próprio

de viver o fato de ser sexuado.

A Organização Mundial da Saúde, (OMS) considera a felicidade sexual, o

conhecimento, a aceitação, a opção e a realização satisfatória da sexualidade

como um dos requisitos para uma pessoa sadia. Não há sanidade excluindo-se

a sexualidade. Não há como ser sadio sem integrar a sexualidade.

A sexualidade tem três funções: Reprodução, Prazer e Comunicação. Essas

funções são vividas de forma diferente em cada fase da vida. Através da

vivência da sexualidade a pessoa pode reproduzir. A função da sexualidade é

prazer e este é indispensável. A escolha sexual é feita mais pelo prazer que ela

nos dá individualmente do que pela pressão da necessidade de reproduzir a

espécie. Isso quer dizer que o prazer passa a ser o dado fundamental para a

sexualidade humana. O prazer só é pleno se existe a comunicação – relação.

Podemos lidar com nossa sexualidade de três formas: Ativa (saudável ou

distorcida), Repressão (violência à própria natureza) e Sublimação

(canalização da libido).

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Sabe-se que a configuração da sexualidade feminina é afetada por uma série

de fatores de ordem social, econômica, ideológica, política. E que por sua vez,

variam por conta das influências histórico sexuais da nossa civilização, pelas

questões de gêneros, pelos valores, crenças culturais, ambiente educacional e

ainda pelas próprias características da personalidade da mulher e suas

expectativas. Por isso muitas áreas estudam e tratam da sexualidade humana:

A Biologia e a Medicina dão conta dos aspectos anatômicos e fisiológicos; a

Antropologia estuda sua evolução cultural; A Sociologia e a História estudam a

repressão do comportamento sexual; e a Psicologia estuda a diferença de sexo

em si e sexualidade e os sentimentos gerados em torno destes.

Vemos hoje na tevê a todo instante, relações sexuais, homens e mulheres que

sensualmente exibem seus corpos, homossexuais, mães solteiras, relações

sexuais fora e anteriores ao casamento entre outras. Mas para Forcano (1996)

isso não significa que estejamos vivendo uma época de maior liberdade sexual,

pois pode dominar-se a “fala” da sexualidade, porém, à prática da sexualidade

está tão “reprimida” ou “liberada” como no século passado.

A possibilidade de uma sexualidade que corresponda aos nossos desejos

depende de uma luta que temos que enfrentar por uma nova moral sexual, que

supere o poder castrador e passe para uma fase de encontro entre o prazer e a

responsabilidade. As mulheres dos dias atuais se julgam com mais rigor do que

julgam as outras pessoas e tem expectativas elevadas com relação ao seu

próprio desempenho sendo duras demais quando não as satisfaz. Não há nada

errado em ter metas elevadas, no entanto, suas expectativas são tão altas que

prejudicam sua qualidade de vida e sua felicidade. Muitas não se permitem

desfrutar da vida por causa da culpa e do perfeccionismo e com isso elas

mesmas se reprimem.

Nosso mundo mudou muito ao longo das últimas gerações. Nas décadas de 60

e 70 as expectativas eram diferentes, contanto que conseguissem manter os

filhos saudáveis e bem encaminhados, as mães estavam fazendo um excelente

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trabalho. Hoje, elas são consideradas negligentes se os filhos não praticarem

algum esporte, fazer um idioma e ter reforço escolar. Precisamos redefinir

expectativas elevadas e fora da realidade e substituí-las por outras realistas.

Reconhecer que temos necessidades e que às vezes estas merecem vir antes

de nossas famílias, de nossos empregadores e de nossas casas vai contra as

mensagens que temos ouvido e internalizado ao longo de décadas. Para

atender as nossas necessidades e assumir o cuidado conosco mesma

precisamos nos comprometer com uma mudança de expectativas com relação

às nossas vidas e admitir que podemos ser felizes mesmo sem sermos

perfeitas.

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CAPÍTULO II

CONHECENDO SEU CORPO

Infância:

Descrevendo um pouco sobre a sexualidade na infância podemos observar, a

teoria psicanalítica, idealizada por Sigmund Freud (1956/1939) entende que o

desenvolvimento sexual se dá a partir da resolução do Complexo de Édipo. A

passagem por ele e a maneira como ele é resolvido – percurso feito por todas

as crianças – resulta no tipo de escolha sexual que o sujeito vai fazer na vida

adulta, além de ser fundamental por dar margem ao surgimento do super eu,

instância psíquica que provoca a censura, o controle moral. Existem diferenças

na passagem pelo Complexo de Édipo no menino e na menina e aqui iremos

priorizar o sexo feminino. Considera-se que a menina passa pelas seguintes

etapas:

Tempo pré-edipiano: A menina é como um menino.

Por volta dos quatro anos, a menina deseja a mãe como objeto sexual,

julgando ser portadora de um Falo e mostra, por seus comportamentos, ser

guiada por fantasias de onipotência fálica e prazer, desempenhando um papel

sexual ativo em relação à mãe.

Tempo da solidão: A menina sente-se sozinha e humilhada.

Do mesmo modo que o menino descobre, visualmente e angustiado, a

ausência de pênis no corpo feminino, a menina constata que existe uma

diferença entre seu sexo e o do menino. A reação é se decepcionar, por

entender que ele tem alguma coisa que ela não tem.

Esta situação a desconcerta intimamente: ela passa a se ver dolorosamente

despossuída, pois o cetro da força, o símbolo de potência, de poder, não é

mais encarnado por suas sensações erógenas, mas pelo órgão visível do

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menino. É como se o Falo estivesse no outro, assumindo a forma de um pênis.

A menina sofre por se julgar privada de algo. Esta dor vem acompanhada da

crença de que a mãe é culpada por tê-la feito acreditar que possuía o Falo, por

não tê-lo dado a ela e também por não possuir um.

Tempo do Édipo: A filha deseja o pai.

Este é o momento em que se considera que a menina entra no Édipo com a

intenção de pedir ao pai que faça um curativo em seu narcisismo ferido. Esta

necessidade de consolação vai despertar na menina novo desejo, o de ser

possuída pelo pai. Ela abandona a mãe, e, para ser consolada, procura o pai,

também detentor do Falo, sexualizando-o a fim de reivindicar seu poder e sua

potência, para ser tão forte quanto ele. A esta busca, o pai todo-poderoso de

sua fantasia se opõe, recusando-se.

Esta recusa, se consciente, teria por resposta o seguinte:

Não, minha filha, não posso lhe dar o poder absoluto que

você me atribui pela simples razão de que ele não existe.

O Falo que você me pede é um sonho de criança, ainda

que esse sonho seja uma velha quimera que levou os

homens a se amarem, mas frequentemente a se

destruírem. Não ninguém tem o Falo, e ninguém o terá.

Meu único poder, minha filha, é o poder supremo de

desejar viver, de lutar a cada instante para fazer o que

tenho que fazer, de amar o que faço e tentar transmitir-lhe

esse desejo. (Nasio, 2005, p. 55)

A recusa do pai é vista como o fim da esperança de

conquistar o mítico Falo, mas a menina não desiste. Ao

contrário, lança-se com toda a fúria de seu desejo juvenil,

nos braços do pai, não mais para lhe arrancar o poder,

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mas para ser ela mesma a fonte do poder. Isto mostra

que ela queria ter o Falo, mas agora quer ir mais longe,

quer sê-lo, ser a coisa favorita do pai, ocupando o lugar

da mãe. (Nasio, 2005, p. 56)

Deste modo, sexualizando o pai, ator principal de suas fantasias neste período,

a menina entra efetivamente no Édipo. Este também é o momento em que a

filha volta a admirar a mãe como mulher que é amada e modelo de

feminilidade, e se identifica com ela, apesar de ao mesmo tempo rivalizar com

ela. Esta é a idade em que a menina se manifesta com esta frase: “Quando

ficar grande vou me casar com papai!” (Nasio, 2005, p. 55).

Resolução do Édipo: A mulher deseja um homem.

Do mesmo modo que o pai recusou o Falo à sua filha, nega-se agora, com a

mesma firmeza, a tomá-la como objeto sexual, a considerá-la como seu Falo.

Depois que a primeira recusa – “não lhe darei minha força!” – provocou que a

menina se aproximasse da mãe e com ela se identificasse, a segunda – “Não a

quero como mulher!” leva a filha a matar seu pai fantasiado, ressuscitando-o

como modelo de identificação, ou seja, querendo ser como ele.

Assim, já na adolescência neste momento, identificada com os traços

masculinos do pai depois de ter se identificado com os traços femininos da

mãe, a menina abandona a cena edipiana e se abre agora para os futuros

parceiros de sua vida de mulher.

Importante enfatizar que as duas identificações que constituem a mulher –

identificação com a feminilidade da mãe e identificação com a virilidade do pai

– foram desencadeadas por duas recusas do pai: recusa de dar o Falo à filha e

recusa de tomá-la como Falo; o que demonstra toda a importância deste em

seu desenvolvimento. Este processo de queda da fantasia leva à resolução do

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Édipo, que, se acontecer em seu modo ideal possibilita a superação da idéia

infantil de que é uma criatura castrada e inferior, e ela não mais recrimina a

mãe e rivaliza com o pai. A menina descobre a vagina, o desejo de ser

penetrada e gozar com o pênis na união sexual; da mesma forma descobre o

útero e seu desejo de carregar um filho do homem amado.

Segundo Freud, “amar e transmitir a vida, definitivamente, é a missão mais

digna que a natureza atribui à mulher”. (Nasio, 2005, p. 57)

É importante concluir com a visão freudiana sobre os principais sentimentos do

período do Édipo. Para o menino, estes seriam o desejo e a angústia; os do

Édipo feminino são principalmente o desejo, o sofrimento e a inveja. No

entanto, também se percebe uma angústia na mulher adulta. A angústia própria

da mulher seria a de perder o amor que lhe dedica o homem amado. Na

mulher, existe um medo maior que é de perder o amor conquistado. Tanto

assim, que para ela, “o Falo é o próprio amor, a coisa inestimável que nunca se

deve perder.” (Nasio, 2005, p.89).

Enfatizando que palavras como desejo sexual, objeto sexual e prazer sexual na

criança não têm a mesma conotação de natureza genital que têm para nós

adultos. Mesmo entre a vivência da mãe e do pai com a criança, tais palavras

são utilizadas pela psicanálise quando se refere ao Complexo de Édipo, mas

significando a ternura, o afeto e o cuidado corporal que propiciam bem estar a

esta, já simbolizando o amor que lhe dedicam.

Juventude:

Já na adolescência a sexualidade já passa por transformações que já vão

preparando o corpo para a fase adulta e de menina passa a moça. Essas

mudanças não são só físicas, mas também na sua forma de agir e pensar. No

desenvolvimento intelectual o seu crescimento decorre da informação, que

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demonstre a jovem a variabilidade de comportamentos e valores, que

esclareça sobre a sua sexualidade, é essencial para a auto aceitação sem

temores e angústias.

A partir da puberdade (marco inicial da vida sexual) as meninas começam a

menstruar, tem o surgimento dos pêlos pubianos, o crescimento dos seios, e

seu corpo começa a produzir hormônios e com isso vem o perigo da gravidez

precoce, pois é nessa fase também que aparece o interesse sexual no sentido

genital. Uma grande questão dessa fase é a virgindade que antes era

supervalorizada e hoje é vista como um problema para muitas adolescentes.

Muitas acabam iniciando a vida sexual de forma precipitada, mais para

responder a uma exigência do grupo do que uma escolha pessoal, o que as

tornam menos propensas a assumir as responsabilidades que uma vida sexual

ativa requer.

O controle da reprodução é de interesse de qualquer jovem que mantenha

relacionamento heterossexual. Decidir o grau de intimidade que se permitirá

durante o namoro é um momento difícil para a jovem, pois entram aí inúmeros

fatores: desejo, fantasia, medo, falta de informação, pressão social do grupo de

amigos, pressão da família etc. Além do controle da reprodução, muitas outras

questões são questionadas nessa etapa da vida, como o homossexualismo, o

orgasmo, a masturbação, os métodos contraceptivos, o aborto, em fim tudo o

que diz respeito à sua sexualidade é algo novo e produtor de ansiedade.

Sabe-se também, que o relacionamento com o pai como uma primeira

interação com o gênero masculino pode influenciar a formação da sexualidade,

pois o conjunto de experiências com seu pai ou quem exerceu a função

paterna na vida das meninas faz toda a diferença para a formação da

feminilidade. Segundo Wright (1998) quando o pai não valoriza ou responde à

feminilidade da filha, o desenvolvimento dela se atrofia. Quando a filha sente

que não agrada o pai na infância, ela fica incompleta; tem de descobrir sozinha

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a sua feminilidade, no geral com resultados trágicos em seus relacionamentos

com os outros.

Os pais afetam a feminilidade das filhas. O pai que não se sente muito

ameaçado pela sexualidade da filha e se mostra caloroso e aprovador em

relação a ela, ajuda essa menina a chegar à maturidade de maneira normal. É

fato que a sexualidade da mulher se desenvolve no correr de toda a sua vida,

mas ela é definitivamente encorajada, ou retardada, pelas suas primeiras

interações com o pai. O pai é o veículo através do qual a filha chega à

compreensão do seu valor.

A afirmação genuína é importante não só pelo sentimento momentâneo de

segurança que oferece a menina, como também abre a porta para

relacionamentos saudáveis no futuro. A adolescente precisa saber pelos lábios

do pai que é atraente, que a sua conversa é interessante e que a sua

criatividade tem valor. Se o pai aplaudir seus atributos mentais e espirituais

durante os anos formativos, ela aprenderá a não confiar apenas nas qualidades

superficiais como o apelo sexual para atrair os homens quando adulta.

Conforme Wright (1998) a afirmação do pai em doses apropriadas irá

convencê-la de que é uma pessoa importante e não um objeto sexual. Ao

mesmo ponto que o pai pode prejudicar a filha adolescente emocional e

sexualmente nessa época, reagindo de modo negativo à sua sexualidade em

desenvolvimento. O melhor presente que um pai pode dar à filha é seu apoio e

acreditar nela de tal forma que ela se sentirá encorajada a desenvolver todo

seu potencial como pessoa e mulher.

Mulher:

Atualmente as cobranças exigidas ao papel feminino são ainda maiores,

porque além dela ter que entrar no mercado de trabalho, é exigido dela que se

case, tenha filhos e seja boa mãe. Ter que se casar e ter filhos parecem

condições inerentes à felicidade pessoal. A mulher que tem uma opção de vida

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diferente dessa é vista como infeliz. Mas ao longo dos anos o comportamento

sexual feminino sofreu transformações expressivas, após a pílula

anticoncepcional e o uso de controle de natalidade. E um bom exemplo dessa

transformação é uma pesquisa que foi feita avaliando o novo comportamento

sexual feminino e divulgada pelo site Acidez Feminina. A pesquisa foi feita com

3659 mulheres, das quais 79% tem entre 16 e 23 anos e 18% tem entre 24 e

28 anos. Descobriu-se que 94% das entrevistadas é heterossexual, 21% já

teve relações com outras mulheres, 5% é bissexual e 1% é homossexual. Foi

divulgado também que 51% delas namoram, 20% são solteiras, 23% tem seus

rolinhos sem compromisso e 6% são casadas. Vale ressaltar que 57% das

mulheres entrevistadas não estão satisfeitas com a quantidade de sexo que

tem hoje.

Segundo Kaplan (1977) sabe-se que a sexualidade feminina é muito mais

complexa que a masculina, isso se deve ao fato de que, apesar de usufruírem

mais de estimulação clitoriana, a penetração representa para a mulher um

componente afetivo/emocional de difícil compreensão. O órgão responsável

pelo orgasmo feminino é o clitóris, um órgão muito sensível. Necessidades de

carinho, compreensão e respeito são essenciais e precisam ser conhecidas e

supridas quando se trata de sexualidade.

O que fica claro em todo esse estudo é que a subjetividade da mulher tem

grande influência na vivência da sua sexualidade e existem também muitos

fatores fisiológicos que proporcionam à mulher uma capacidade melhor de

experimentar seu próprio corpo, como as sensações que antecedem a

menstruação, o aumento de seios, as alterações hormonais e psíquicas ligadas

à fase do ciclo, o sangramento menstrual. Todos esses aspectos favorecem a

mulher uma ligação maior com seu próprio corpo, bem como uma consciência

corporal bem resolvida e por isso é tão importante se conhecer por inteiro.

Fisiologia Parte Externa:

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Vulva ou Pudendo – é a parte externa do órgão genital feminino; Externamente

pode ser revestida por pelos pubianos.

Lábios Maiores e Menores – São dobras de pele formadas por tecido adiposo,

sendo responsável pela proteção do sistema reprodutor feminino.

Fisiologia Parte Interna:

Vagina – é a estrutura que recebe o pênis durante a relação sexual; é

constituída de substâncias lubrificantes (glândulas de Bartolin); a abertura da

vagina para o exterior do corpo é circundada por uma membrana denominada

hímen, geralmente rompida na primeira relação sexual da mulher; serve de

canal de saída para o fluxo menstrual e para o bebê no momento do parto

natural.

Útero – é um órgão musculoso e oco, de tamanho e forma aproximados ao de

uma “pêra”; é revestido por um tecido ricamente vascularizado (Endométrio ou

Mucosa Uterina); durante a menstruação, ocorre a descamação da parede

uterina; ocorre o desenvolvimento embrionário (gravidez).

Ovários – são duas glândulas situadas no interior da cavidade pélvica; são

responsáveis pela formação dos ovócitos (óvulo) e pela produção dos

hormônios sexuais femininos: estrógeno e progesterona.

Hormônios Sexuais:

Hormônio Foliculoestimulante (FSH) – estimula o desenvolvimento do folículo,

a secreção de estrógeno e a ovulação.

Hormônio Luteinizante (LH) – estimula a ovulação e o desenvolvimento do

corpo lúteo e dos órgãos.

Estrógeno – crescimento do corpo e dos órgãos sexuais; estimula o

desenvolvimento das características sexuais secundárias; preparação do útero

para a gravidez.

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Progesterona – completa a preparação da mucosa uterina e a mantém

preparada para a gravidez.

Obs: Quando a taxa dos hormônios sexuais está baixa na mulher é que ocorre

a menstruação.

A Resposta Sexual Feminina:

A resposta sexual humana é uma sucessão racional e ordenada de ocorrências

fisiológicas cujo objetivo é preparar os corpos de dois parceiros para a união

reprodutora. Para que o ato da relação sexual seja bem sucedido, os órgãos

genitais de cada parceiro sofrem transformações e para haver o coito em si os

parceiros precisam estar excitados. Essas transformações provocam reações

neurológicas, vasculares, musculares e hormonais que afetam com

intensidade, o funcionamento de todo o corpo.

Na década de 60, dois pesquisadores americanos, Masters e Johnson,

montaram um laboratório onde puderam pesquisar cientificamente as

modificações corporais durante o ato sexual humano. Contaram com o apoio

de muitas pessoas voluntárias que se dispunham a ter atividade sexual no

laboratório monitorada por aparelhos criados para detectar, por exemplo, as

alterações de cor e de calor da vagina durante a auto estimulação.

Segundo Kaplan (1977) essa pesquisa foi bastante significativa pelo motivo de

que a maioria das mudanças e reações no corpo da mulher durante o ato

sexual não são notórias (internas). Masters e Johnson utilizaram cerca de 600

homens e mulheres, cuja idade variava de 18 a 89 anos, durante mais de 2.500

ciclos de respostas sexuais. Esses pesquisadores chegaram a um padrão de

resposta sexual para homens e mulheres, ao qual deram o nome de Ciclo da

Resposta Sexual Humana. Inicialmente, esse ciclo era composto por quatro

fases diferente: Excitação, Platô, Orgasmo e Resolução. Mais tarde, uma

psiquiatra chamada Helen S. Kaplan complementou esse ciclo com uma

primeira fase, antes não mencionada – O Desejo Sexual. Hoje em dia o Ciclo

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da Resposta Sexual Humana se compõe de três fases: Desejo, Excitação e

Orgasmo.

Figura 1 – Ciclo da Resposta Sexual Humana

Desejo é a primeira fase sexual, onde os instintos são estimulados e os

apetites crescem. O desejo, ou a sensualidade, é uma experiência subjetiva

que incita a pessoa a buscar atividade sexual.

Excitação é a resposta do corpo ao desejo. Na mulher, a excitação é

demarcada pela produção de uma secreção responsável pela lubrificação

vaginal. Mas a resposta sexual feminina não aparece apenas nos genitais e

sim no corpo todo.

Orgasmo é a última fase do ciclo da resposta sexual. O orgasmo, o êxtase, o

gozo ou ápice de prazer ocorre quando há liberação de toda tensão sexual

acumulada. O interessante é que a mulher, logo em seguida, pode ser

novamente estimulada e ter mais que um orgasmo.

Multiorgasmos são os picos do orgasmo que ocorrem em sequência, sem

interrupção alguma. Essa capacidade multiorgásmica da mulher não é

encontrada nos homens, que precisam de um tempo após a ejaculação para

iniciar outro ciclo da resposta sexual e mesmo nas mulheres não é um

fenômeno que ocorre frequentemente e ainda não se sabe se existe alguma

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predisposição biológica ou emocional para apresentar tal tipo de resposta

sexual.

Tanto na mulher quanto no homem os estímulos sexuais podem causar

sensações eróticas e respostas sexuais fisiológicas, mas constatamos também

algumas diferenças sutis entre os sexos. Na mulher de nossa cultura, os

estímulos táteis, como carícias e beijos são incitações eróticas mais potentes

que os visuais. As reações sexuais específicas da mulher são em grande parte

internas sendo mais notória na mulher a vasocongestão da pele, que resulta no

rubor. Além das transformações internas não percebidas que capacitam a

vagina e o útero a preencherem suas funções reprodutoras, um profundo

ingurgitamento e inflação da região genital externa inferior aumentam o prazer

erótico da mulher e preparam o terreno para o seu orgasmo. Muitas

autoridades pensam, hoje, que mesmo durante o coito é mais provavelmente a

excitação clitoriana que dispara o orgasmo feminino.

A sexualidade é uma das formas de se obter prazer e o estímulo sexual é o

começo de toda resposta sexual. Pode ser psíquico (apenas por pensamento,

visual ou aditivo) ou físico (toque). Hoje, sabe-se que, a parte psíquica do

estímulo sexual, especialmente para a mulher, é ponto fundamental para a

completa realização sexual. O estímulo é a porta de entrada para toda resposta

sexual: é a partir da boa recepção e percepção dos estímulos que uma relação

satisfatória começa.

Em geral, parece que a resposta sexual feminina é mais variável do que a

masculina, presumivelmente porque é muito mais suscetível a determinantes

psicológicos e culturais e talvez por isso haja outra diferença que é a

probabilidade maior de que uma mulher seja responsiva sexualmente a um

homem específico.

Disfunção Sexual Feminina:

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Num sentido geral, vemos as causas imediatas das disfunções sexuais se

originando de um ambiente antierótico, criado pelo casal e destrutivo para a

sexualidade de um ou ambos. Um ambiente de franqueza e confiança permite

aos parceiros abandonarem-se à experiência erótica e este é um pré-requisito

indispensável para um bom funcionamento sexual, pois pode-se dizer que sexo

é composto de fricção e fantasia.

Algumas fontes de ansiedade e mecanismos de defesa contra os sentimentos

sexuais podem produzir disfunções sexuais e são elas: O casal evitar ou não

conseguir ter comportamento sexual excitante e estimulante para ambos, o

medo do fracasso juntamente com o medo de rejeição que é quase sempre

exacerbado pela pressão de executar o ato sexual, a tendência de erigir

defesas intelectuais ou perceptivas contra o prazer erótico e por último a falha

na comunicação do casal.

A história sexual de um número considerável de casais com disfunções revela

que eles praticam técnicas sexuais pobres, ineficientes e insensíveis. Em

alguns, os padrões inadequados de fazer amor são apenas resultados de má

informação ou ignorância, mas em outros, isto parece ser o resultado de

sentimento de culpa e conflitos sexuais, dos quais o casal, não tem

consciência.

As mulheres mais jovens geralmente são mais vítimas desta situação, porque

para trazer o potencial sexual à flor da pele requer mais estímulo e

sensibilidade da parte do parceiro e ela não pedirá o tipo de excitação de que

precisa porque não tem consciência da própria necessidade e também pode

temer o abandono e a rejeição do marido por poder considerá-la anormal ou

egoísta.

Conforme Kaplan (1977) as disfunções sexuais da mulher, diferentemente das

dos homens, não são claramente compreendidas. Por muito tempo usou-se o

termo “frigidez” que era empregado para se referir a todas as formas de

inibição da resposta sexual feminina, indo desde a falta total de responsividade

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e de sensações eróticas até os graus menores de inibição orgásmica. Na

verdade, as mulheres que sofrem de uma disfunção sexual são quase sempre

ardentes e responsivas.

Na tentativa de esclarecer Masters e Johnson advogaram o uso da expressão

“disfunção orgásmica” como menos pejorativa e uma alternativa um pouco

mais precisa para “frigidez”. Atualmente as disfunções da mulher são divididas

em 04 tipos e são eles: Inibição do desejo, disfunção orgásmica, vaginismo e

disfunção sexual geral. Elas se apresentam da seguinte forma:

Inibição do Desejo:

É uma anormalidade do desejo e é a mais frequente de todas as disfunções

sexuais pelo fato de ser a primeira fase da relação sexual e quando ocorre

acaba por comprometer todo o processo do relacionamento. As principais

causas para ela vir à tona são a depressão, estresse severo, divórcio

traumático, perda de um emprego e baixo nível de testosterona.

Disfunção Orgásmica:

É a falta do orgasmo, apesar de ter o estímulo necessário e divide-se em

primária que ocorre quando a mulher nunca teve orgasmo e secundária que

ocorre quando a mulher já teve orgasmo e deixa de sentir por algum problema.

Vaginismo:

É a contração involuntária dos músculos vaginais que impede a penetração.

Ela pode ter causas físicas e psicológicas, sendo que a primeira provocada por

doenças inflamatórias pélvicas, endometriose, patologias do parto, tumores

pélvicos, hímens rígidos entre outros e já nas causa psicológicas e sociais os

motivos podem ser educação religiosa restrita, experiências sexuais brutais,

dolorosas e aterrorizadoras, impotência do marido, violação na idade infantil,

ignorância sobre sexo e/ou parto, sentimento de culpa, educação rígida, medo

de homem e ansiedade a respeito do sexo.

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Disfunção Sexual Geral ou Inibição Sexual Generalizada:

A mulher que apresenta essa disfunção sente pequeno ou nenhum prazer

erótico com a estimulação sexual, é completamente desprovida de sensações

sexuais, tem um leve ou nenhum sinal de lubrificação na vagina e é muito raro

que tenha orgasmo. Essa disfunção também se divide em primária, que é

quando a mulher nunca experimentou prazer erótico com qualquer parceiro, em

qualquer situação e a secundária, que é quando a mulher já tendo respondido,

alguma vez, a estimulação sexual, em alguma extensão não são sexualmente

responsivas apenas em situações específicas.

Uma das estratégias para solucionar as disfunções é a terapia do sexo e com

ela há a tentativa de remoção dos obstáculos específicos ao funcionamento do

sexo. Com a terapia o casal aprende a se empenhar na atividade antes

evitada, eles simplesmente aprenderão a assumir a responsabilidade de pedir

ao parceiro para fazer o que desejam e precisam para estarem estimulados,

assim ficam livres para funcionar sexualmente. Com isso o casal aprende a

negociar e a comprometer-se um com o outro.

A terapia procura capacitar as mulheres a se tornarem sensíveis às próprias

sensações sexuais praticando exercícios de obtenção de prazer para vencer as

defesas contra as sensações eróticas. Outra dica para as mulheres é pensar

em sexo durante o dia, pois deixa a mulher mais sintonizada com o assunto e

desliga as partes do cérebro associadas ao stress e à ansiedade.

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CAPÍTULO III

CONHECENDO SUA FORÇA

Precisamos compreender que o descobrimento da sexualidade é como um

valor da vida humana: um valor importante, natural, profundamente humano e

que tem muito a ver com o desenvolvimento da pessoa, sua afetividade, seu

equilíbrio, suas relações com os outros e sua atuação social. Temos que dar a

sexualidade o lugar e o direito que ela merece em nossas vidas, pois a busca

do sentido da sexualidade é uma busca que vai durar para sempre, é uma

busca aberta, em processo contínuo de elaboração e progresso.

Descobrimos ao longo do estudo que para que as mulheres tenham uma

resposta sexual adequada, depende dos fatores biológicos, ou seja, do

funcionamento de todos os mecanismos que estão interligados fisiologicamente

e de determinantes psíquicos (psicológicos e culturais).

A resposta sexual está sujeita a influências de inúmeras fontes: lembranças,

experiências, emoções, pensamentos e associações. E estas são capazes de

inibir ou reforçar. A verdade é que durante muito tempo a sociedade impôs

inibições morais que, até hoje, são responsáveis por problemas sexuais,

especialmente em mulheres – sobre as quais as imposições sempre foram

mais rígidas.

A repressão sexual de uma mulher pode fazer com que ela crie um bloqueio ou

inibição para os estímulos sexuais e torne-se pouco sensível para o sexo ou,

pelo contrário, se torne sexuada demais. Conhecer o corpo e estar de bem com

ele é fundamental para que o caminho para a recepção dos estímulos sexuais

esteja aberta, pois cuidar do corpo é um ato de amor a nós mesmos. É

importante desligar-se do mundo ao redor e se concentrar no próprio corpo,

nas suas próprias vontades, tentar perceber as respostas físicas que vão

surgindo e que sensações são mais agradáveis.

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Mesmo nos dias atuais, o papel sexual é pouco desenvolvido e muitas vezes

associado a uma performance estereotipada, na qual a mulher simula e

representa por medo de perder o companheiro, um orgasmo que não ocorre.

Esses dados, relacionados com uma série de comprometimentos emocionais,

como autoimagem fragilizada, baixa autoestima, insegurança, ansiedade e

angústia que ao mesmo tempo, se constroem na relação com o outro, fazem

com que a mulher não se permita ser vulnerável, o que dificulta sua aceitação e

adaptação à realidade.

As emoções, por estarem ligadas diretamente à vida afetiva, estão ligadas

também à sexualidade. Não temos porque esconder as nossas emoções, elas

são nossa própria vida, uma espécie de linguagem na qual expressamos

percepções internas; são sensações que ocorrem em resposta a fatores

geralmente externos. Estar em contato, com nossas emoções e sentimentos é

a única maneira pela qual sempre poderemos ser o melhor de nós mesmos.

Mesmo que não tenhamos conscientemente controlado nosso passado, nossa

criação e formação da nossa sexualidade, o grau que temos de

responsabilidade pelo nosso presente vai determinar o que conseguiremos em

nosso futuro. Ter responsabilidade vai nos dar o poder de escolher como

queremos que nosso futuro seja. Somos responsáveis pela nossa vida no

presente e mesmo sendo profundamente afetados pelos eventos da nossa

história, não precisamos continuar sendo dirigidos por eles.

A auto responsabilidade é indispensável para uma boa autoestima. Evitar a

auto responsabilidade nos torna vítimas com relação a nossas próprias vidas.

Damos poderes a todos, menos a nós mesmos. Quando aprendemos a

apreciar a auto responsabilidade, descobrimos que esta pode ser uma

experiência estimulante e fortalecedora, recoloca nossas vidas em nossas

próprias mãos.

Buscar autoconhecimento, se relacionar com as pessoas, desenvolver nossa

estima e confiança em nós mesmos, nos outros e em Deus é fundamental para

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ter uma sexualidade adequada. É todo esse conjunto que nos faz mulheres

mais sadias e felizes, pois nossa força interior nasce do equilíbrio dessas três

forças: fé, confiança no outro e autoconfiança.

A forma como nos sentimos acerca de nós mesmos é algo que afeta

crucialmente todos os aspectos da nossa existência, desde a maneira que

agimos no trabalho até no amor e sexo. A autoestima é a chave para o sucesso

ou para o fracasso e é também a chave para entendermos os outros e a nós

mesmos. De todos os julgamentos que fazemos, nenhum é tão importante

quanto o que fazemos sobre nós mesmos. A autoestima positiva é pré-requisito

para uma vida satisfatória. Quanto maior nossa autoestima, maiores serão as

possibilidades de manter relações saudáveis, mais alegria teremos pelo

simples fato de ser, de despertar pela manhã, de viver dentro de nossos

próprios corpos, de estar mais bem equipados para lidar com as adversidades

e teremos uma maior probabilidade sermos mais criativos. Estas são as

recompensas que podemos ter se buscarmos desenvolver nossa autoestima.

Autoestima nada mais é que a capacidade de sentirmos a vida e estar de bem

com ela, é a confiança em nosso modo de pensar, enfrentar os problemas e ter

o direito de ser feliz. Ela nos fortalece, dá energia e motivação. Quanto maior a

nossa autoestima, mais vontade teremos de crescer em todos os sentidos, e

quanto menor ela for menos desejamos fazer e é provável que menos

possamos realizar.

A autoestima está dentro de cada um de nós e ninguém pode gerar essa

experiência a não ser eu mesmo. Devemos lembrar que a autoestima não é

determinada pelo sucesso no mundo, pela aparência física, pela popularidade

ou por qualquer outro valor que não esteja diretamente sob o controle de nossa

vontade. Antes, é uma função da racionalidade, da honestidade e integridade

das nossas vontades e processos mentais.

Podemos dizer que autoestima é a soma de autoconfiança com o auto respeito.

Durante toda a vida, a confiança consiste no principal elemento de nossos

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relacionamentos. Esse sentimento acaba sendo uma das pilastras das relações

humanas. É a confiança interna que nos ajuda a arriscar, a viver de forma mais

relaxada e tranquila. A autoconfiança pode e precisa ser aprendida, precisa ser

construída, é ela quem cria a força para persistir e trabalhar até conseguir a

vitória de tudo o que desejamos.

Precisamos unir autoconfiança com a competência. Conhecer sobre o nosso

corpo e a sexualidade é muito importante, mas apenas a competência nem

sempre é sinônimo de resultados positivos, porque, se não confiarmos em nós

mesmos, na hora “H” a insegurança pode atrapalhar nosso desempenho. Mas

ter autoconfiança sem ter competência também não funciona, pois é perigoso

confiar em um conhecimento que você não possui.

Segundo Shinyashiki (2009) quem tem autoconfiança, batalha mais para

realizar seus objetivos, resiste melhor às dificuldades e recupera-se mais

rapidamente dos resultados adversos, pois mantêm a serenidade,

pensamentos positivos e permanece focada no que precisa fazer. Mudar fica

muito mais difícil para quem não acredita em si mesmo, já que nossas

ansiedades e medos não acrescentam nada em nossas vidas, pelo contrário,

roubam a nossa paz e a nossa saúde, quando não temos confiança em nós

mesmos, nos transformamos em presa fácil da insegurança e das

preocupações.

Autoconfiança e auto respeito são sustentados por uma vida conduzida com

autenticidade. Essa é a coragem de ser quem somos e a congruência entre

nosso eu interior e o eu que apresentamos ao mundo. A vida se torna mais

plena quando é mais experimentada, pois o que nos cura é a intimidade.

Tocar é um gesto íntimo e a falta de contato humano pode levar a um profundo

isolamento e à doença. A solidão nos deixa frágeis como uma tartaruga sem o

casco, e o amor nos fortifica como um relâmpago no deserto. Os desafios no

amor precisam ser encarados como chances de você fazer desabrochar sua

capacidade de amar e ser amado.

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A confiança nas pessoas é fundamental para quem quer viver em paz e

quando existe amor em um relacionamento, seja ele qual for, é impossível que

não haja também a confiança no outro. Para as mulheres, o poder da amizade

não deve ser considerado um exagero. Estudos mostram que o apoio social é

importante para a boa saúde física e mental. Passar algum tempo na

companhia daqueles que amamos ajuda a baixar a pressão arterial, aumenta a

imunidade, promove a cura, reduz sensações de depressão e ansiedade e

eleva a autoestima.

É verdade que o amor tem muitas definições, mas todas elas envolvem

confiança. Despertamos a confiança do outro quando agimos baseados em

valores verdadeiros e quando demonstramos que temos capacidade de cumprir

o que prometemos. Credibilidade é a virtude de despertar a confiança do

próximo.

Conforme Shinyashiki (2009) para acreditarmos em nós mesmos, nos outros,

em Deus precisamos ter fé. A palavra fé vem do latim fides, que significa a

convicção de que algo seja verdadeiro, pela absoluta confiança que

depositamos nesse algo. A pessoa que tem fé mergulha na vida com uma

sensação de segurança maior. Quando temos fé, compreendemos que a vitória

não vem de ganhar sempre o jogo, mas, sim, da consciência de realizar sua

missão na vida.

A vida é um processo de aprendizagem, e por isso é preciso celebrar as

vitórias e aprender com as derrotas. A sensação de insegurança vai embora à

medida que a fé aumenta. A fé e a crença são instrumentos superiores de

conhecimento. Quem tem fé, tem melhores condições de enfrentar a dor e a

doença. A fé torna tudo possível, mas não torna tudo fácil.

A espiritualidade não depende de uma religião específica, nem do modo de

falar das pessoas. O espírito é o princípio vital do ser humano, a essência da

nossa energia, é o que dá significado verdadeiro à nossa existência. Ser

espiritual tem a ver com nossa forma de agir, levando em conta uma dimensão

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maior da vida e ser espiritual é manifestar a presença de Deus em cada ato de

nossa existência.

É preciso abrir os olhos e perceber que a confiança que você traz no coração é

que vai ajuda-lo a escolher o melhor caminho e obter a força para perseverar

até realizar seus objetivos. Ter confiança na vida é viver com fé. Quando

confiamos na vida, é Deus quem nos traz as verdades que precisamos

conhecer. Resgatar nossa confiança é o que nos ajudará a pensar de forma

mais clara, decidir com sabedoria e, principalmente, agir com precisão. A fé e a

razão precisam andar juntas para dar o melhor resultado, pois quando a fé é

cega, ela morre.

Auto Imagem Positiva:

Quando você conseguir o que quer ao lutar por si mesma

e o mundo a tornar rainha por um dia, vá até o espelho e

olhe o seu reflexo Vendo o que essa mulher tem a dizer.

Pois não é seu pai, mãe ou marido quem deve julgá-la. A

pessoa cujo veredicto conta mais na sua vida é a que a

observa do espelho.

Ela é a pessoa a ser agradada, sem levar em conta o

resto, pois é quem ficará com você até o fim. E você terá

passado no teste mais perigoso e difícil se a mulher no

espelho for sua amiga. Você pode enganar o mundo

inteiro na estrada da vida, e ganhar tapinhas nas costas

ao passar. Mas sua recompensa final será sofrimento e

lágrimas, se tiver enganado a mulher no espelho. (Wright,

1998, p.169).

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CONCLUSÃO

Ao longo da vida pude observar que levamos conosco várias marcas que

deformam nossa sexualidade e o mais curioso é que mesmo em pleno século

21, ainda existe muita gente que não se sente à vontade para usufruir dos

prazeres que a sexualidade e o sexo oferecem, mesmo que eles sejam muito

bons e nos exijam o contato humano.

Com esse trabalho foi possível perceber a importância da formação e

constituição de cada pessoa e que viver cada etapa da vida nos propicia uma

melhor construção da sexualidade. Além dos fatores fisiológicos, ter

informações e junto com nossas questões psicológicas, tudo isso, exerce uma

grande influência sobre a sexualidade. A sexualidade é a base das relações

sociais, familiares e profissionais da mulher. Podemos aprender também que a

sexualidade começa a ser formada e desenvolvida quando nascemos e que ao

longo da vida ela vai sendo lapidada, reformulada e renovada até o fim de

nossos dias.

Podemos concluir que, o sexo faz parte da vida, a todo momento, e a qualquer

idade, pois fazendo um apanhado da história geral da sexualidade feminina

vemos o poder que ela exerce sobre nossa auto estima, traçando então uma

relação de importância entre uma sexualidade adequada e uma auto estima

positiva e o quanto isso gera em nós poder pessoal, pois quando sabemos

quem somos, podemos ser e dar o melhor de nós mesmos pra gente e pros

outros. Conhecer a mim mesmo me faz detentor do maior poder que existe:

Poder ser! Poder ser eu mesmo, poder ser autônomo, poder ser líder de mim,

poder ser livre, poder ser responsável pelo meu destino, poder ser feliz, poder

ser inteiro e finalmente poder ser humano.

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BIBLIOGRAFIA

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