43
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE O uso de protocolos nos serviços de saúde e a melhoria da qualidade de atendimento Por: Vanessa da Fonseca Pacobahyba Orientador Prof.º Ana Paula Ribeiro Rio de Janeiro 2010

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · A partir das referências, foram feitas as definições de acreditação hospitalar, seus objetivos, objetos e métodos, e o impacto

  • Upload
    vukiet

  • View
    212

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O uso de protocolos nos serviços de saúde e a

melhoria da qualidade de atendimento

Por: Vanessa da Fonseca Pacobahyba

Orientador

Prof.º Ana Paula Ribeiro

Rio de Janeiro

2010

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O uso de protocolos nos serviços de saúde e a melhoria da

qualidade de atendimento

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Administração

em Saúde.

Por: Vanessa da Fonseca Pacobahyba

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço à minha família, que sempre

me ajudou e me apoiou em todos os

meus objetivos, especialmente minha

mãe, me orientando em momentos

especiais.

4

RESUMO

A evolução da sociedade organizada no mundo foi refletida também na

organização dos sistemas de saúde, e o crescimento deste segmento gerou e

ainda gera mudanças com o objetivo de melhora na qualidade do serviço

prestado. As exigências do mercado consumidor e a própria evolução

tecnológica fizeram com que o setor de saúde desenvolvesse métodos de

gestão em busca de qualidade e a partir disso também surgiram os

mecanismos de controle dessa qualidade.

As unidades hospitalares atualmente apresentam estruturas bem

organizadas de empresa, não apenas em sua administração, como também

nos setores assistenciais. A padronização de procedimentos e o uso de

protocolos são meios de otimização do serviço e busca da qualidade.

Além disso, foram criados métodos de certificação da qualidade dos

serviços. A acreditação hospitalar é uma metodologia de avaliação dessa

qualidade, utilizando padrões desejáveis como referência.

Este texto apresenta uma discussão sobre evolução dos serviços de

saúde, qualidade e acreditação hospitalar.

5

METODOLOGIA

Este trabalho foi feito através de revisão bibliográfica, com pesquisa de

livros, artigos e sites da internet sobre qualidade em saúde e acreditação

hospitalar. Além disso, foram utilizadas fontes sobre gestão estratégica,

indicadores e auditorias.

A partir das referências, foram feitas as definições de acreditação

hospitalar, seus objetivos, objetos e métodos, e o impacto nos serviços de

saúde. Apresentadas também as diferentes organizações de acreditação e as

estratégias de qualidade em saúde.

6

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Qualidade em saúde e acreditação hospitalar 10

CAPÍTULO II - Os protocolos de saúde 21

CAPÍTULO III – Aplicação na prática do sistema de saúde 27

CONCLUSÃO 33

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39

ÍNDICE 59

FOLHA DE AVALIAÇÃO 63

7

SIGLAS

ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

CCIH: Comissão de Controle de Infecção Hospitalar.

CQH: Controle da Qualidade do Atendimento Médico.

JCAHO: Joint Commission on Accreditation of Healthcare Organizations.

ONA: Organização Nacional de Acreditação.

PDCA: Plan, Do, Check, Action.

POP: Procedimento Operacional Padrão.

SUS: Sistema Único de saúde.

TQC: Total Quality Control.

8

INTRODUÇÃO

A busca pela melhor organização dos sistemas de saúde, não apenas

pela evolução tecnológica que vem ocorrendo nas últimas décadas, como

também pela cobrança do mercado consumidor, cursou com a criação e

utilização de métodos e recursos que tem como objetivo a melhoria da

qualidade.

Cada vez mais, as instituições de saúde se comportam como empresas,

deixando de lado as características mais antigas sem uma administração

profissional e com caráter familiar, para incorporar medidas técnicas de gestão,

incluindo uma visão estratégica da qualidade. Essas mudanças são

necessárias para a sobrevivência no mercado cada vez mais competitivo entre

as empresas, com mais opções aos consumidores e também com maior custo,

visto que essa tecnologia está associada a procedimentos e equipamentos

mais caros. Além disso, as exigências por parte dos consumidores também

cresceram. Houve um crescimento do acesso a informações por grande parte

da população e criação de serviços de proteção ao consumidor e ao cliente. A

cobrança de inovações tecnológicas e por qualidade de atendimento está

maior.

Discussões sobre qualidade no serviço de saúde são mais freqüentes e

metodologias de controle dessa qualidade foram criadas. A acreditação

hospitalar é um desses métodos. Funciona como um sistema de avaliação que

certifica determinado serviço de saúde em relação à sua qualidade. É um

processo voluntário e periódico.

A necessidade de participar efetivamente desse mercado competitivo e

de se manter nele, faz com que as instituições de saúde participem cada vez

mais desses processos como a acreditação hospitalar e, mesmo que algumas

ainda não estejam incluídas, já procuram melhorar sua estrutura de

organização, atendimento e oferta de produtos. A contratação de gestores

profissionais nos hospitais permite melhor organização dos setores e

9gerenciamento de recursos. A visão empresarial na gestão divide e direciona

melhor os gastos e acaba limitando e reduzindo os gastos que não são

necessários e fundamentais.

As sistematizações nos serviços e padronizações de procedimentos são

itens presentes nas avaliações de acreditação e são formas de otimização do

trabalho e controle da qualidade. A criação de protocolos uniformiza o

atendimento aos pacientes. As equipes seguem os chamados procedimentos

operacionais padrão (POP), que são as normas determinadas previamente e

que devem ser seguidas na realização de procedimentos, e essa

uniformização do trabalho reduz a chance de erros, assim como melhora a

qualidade do serviço prestado.

A qualidade discutida no serviço de saúde tem vários aspectos a serem

considerados. A definição inclui tanto indicadores específicos e que podem ser

mensurados e comparados com outros dados, como inclui também fatores

subjetivos, relacionados a todos os envolvidos no sistema, ou seja, os

consumidores, os prestadores de serviço e os administradores.

Dessa forma, os serviços de saúde estão se tornando grandes

empresas, com gestão cada vez mais profissional e utilizando medidas

estratégicas, e buscam como objetivo comum a qualidade que será

reconhecida no mercado.

10

CAPÍTULO I

Qualidade em Saúde e Acreditação Hospitalar

A partir de 1988, com a criação da constituição brasileira e definição da

saúde como direito universal, houve uma preocupação maior com a qualidade

da gestão e assistência nos serviços de saúde. Esse processo cursou também

com a criação de métodos de avaliação e garantia da qualidade.

A acreditação hospitalar é uma metodologia de avaliação e certificação

da qualidade de serviços de saúde, na qual uma empresa, de forma voluntária

e periódica, sofre auditoria por uma terceira. Esta, credenciada à organização

nacional oficial, que no Brasil é a Organização Nacional de Acreditação (ONA).

Ao final do processo de avaliação, a empresa recebe a certificação. Esta é

uma garantia ao consumidor ou cliente de que a empresa apresenta estrutura

e funções que buscam a qualidade do produto final.

Segundo o histórico fornecido pela própria ONA, na década de 90,

houve um crescimento nos investimentos em relação aos programas de

qualidade. Em 1990, surgiram os primeiros movimentos sobre acreditação,

principalmente em São Paulo. Em 1992, foi lançado o Manual da Garantia da

Qualidade e em 1995, o Programa de Garantia e Aprimoramento da Qualidade

em Saúde, que foi um esboço para o Manual de Acreditação. Somente em

1998 foi criado oficialmente o Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar. A

partir desse momento, várias entidades relacionadas ao setor da saúde foram

mobilizadas e convocadas para a implantação do Sistema Brasileiro de

Acreditação. No início de 1999, foi criada juridicamente a ONA, definida como

uma organização não governamental caracterizada como pessoa jurídica de

direito privado sem fins econômicos, de direito coletivo, com abrangência de

atuação nacional. A própria organização define que tem como objetivo geral

promover a implantação de processo permanente de avaliação e de

certificação dos serviços de saúde, possibilitando o aperfeiçoamento contínuo

da assistência, em todas as organizações prestadoras de serviços de saúde no

Brasil. Após esse período, o Manual Brasileiro de Acreditação já passou por

11várias mudanças, tendo a 4º edição lançada em 2003 e a 5º em 2006. Esta

versão foi feita com o objetivo de agregar os quatro instrumentos de avaliação

de serviços de saúde, ou seja, os hospitais, terapia renal substitutiva,

hemoterapia e laboratórios clínicos, em um único instrumento, mas

preservando a estrutura de níveis e padrões. O mais recente Manual Brasileiro

de Acreditação Brasileiro foi lançado em maio de 2010 e sua aplicação será

obrigatória, pelos serviços voluntários, a partir de novembro de 2010.

Ao longo dos anos, foram credenciadas as Organizações Acreditadoras.

Atualmente, este grupo está composto por oito empresas diferentes. A cada

ano, cresce o número de serviços de saúde com o certificado de acreditação.

Todos tem preocupação cada vez maior com qualidade na saúde.

A qualidade é uma questão importante e complexa. Na área da saúde

não e fácil definir exatamente o que é a qualidade. Segundo Edson Pacheco

Paladini (Gestão Estratégica da Qualidade), a qualidade acaba sendo um

conceito dinâmico, que, com certeza, há alguns anos abrangia alguns

aspectos, hoje apresenta várias diferenças e nos próximos anos será

questionado.

A qualidade é uma questão ampla e deve incluir todos os segmentos

relacionados ao serviço. Em relação às pessoas envolvidas, engloba os

consumidores, os prestadores de serviço, que estão na assistência, e os

administradores.

Os consumidores são aqueles que recebem o produto final, que no caso

da saúde pode ser o atendimento em um ambulatório ou emergência, pode ser

um resultado em cirurgia, a realização de um curativo, realização de exames,

ou outros. Nesse caso, a qualidade vai estar vinculada ao resultado. Se a

cirurgia obteve sucesso, se houve rapidez no exame, se a consulta médica

atendeu às suas necessidades e se o atendimento foi adequado. A

insatisfação com alguma dessas etapas, como, por exemplo, ser atendido por

uma recepcionista mal humorada, cria impressão negativa quanto à qualidade.

Algumas pesquisas citam que o grau de satisfação e classificação de

qualidade de um serviço por parte dos consumidores pode mudar com a faixa

etária e nível socioeconômico. Edson Pacheco Paladini (Gestão Estratégica da

12Qualidade) define Qualidade Total como o conjunto de características que

atende totalmente ao consumidor. Quando consideramos os prestadores de

serviço, a qualidade inclui não só o resultado final do trabalho, como também o

meio em que estão, as condições de trabalho, o ambiente e a remuneração.

Existe a visão técnico-científica, mas também uma pessoal. Talvez para os

administradores, a qualidade tenha uma abordagem mais ampla do que para

os anteriores, pois toda a estrutura, o processo e o produto final interessam e

influenciam. Todos eles estarão relacionados aos custos. Para a gestão de um

serviço, além da preocupação com estrutura e atendimento, existe a

preocupação econômica. Um serviço com alto custo e que gera prejuízo, não é

considerado de qualidade. Os administradores prezam por gestão racional de

recursos e sua otimização, com geração de lucros. Assim, a qualidade pode

ser entendida de forma subjetiva sob vários aspectos.

Por outro lado, existem maneiras objetivas de mensurar a qualidade,

quando são utilizados índices e indicadores que podem ser medidos. Dados

como mortalidade, incidência de infecção, número de leitos ocupados,

rotatividade de leitos, taxa de ocupação e número de procedimentos realizados

podem ser aferidos e usados dentro do próprio serviço para análise ao longo

de determinado período ou para comparação com outros hospitais ou serviços.

No sistema público de saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS), existe uma

base de dados importante e com grande valor epidemiológico. No Brasil e no

mundo, várias redes de informação também foram criadas, com o objetivo de

trocar informações não apenas técnicas, como também dos resultados,

possibilitando a comparação estatística destes.

A estatística é a base de um programa chamado de Controle da

Qualidade Total (TQC – Total Quality Control), que na realidade utiliza um

conjunto de técnicas gerenciais que otimiza o processo de produção, no

sentido de se alcançar a qualidade máxima do produto. Diferente do modelo de

certificação e acreditação, que avalia toda a estrutura de produção, mas não

garante o produto final, o TQC apura os dados finais. De acordo com Renato

Camargos Couto e Tânia Moreira Grillo Pedrosa (Hospital – Acreditação e

Gestão em Saúde), muitos hospitais utilizam o sistema de acreditação e

13complementam o processo com o TQC, por acreditar que apenas a certificação

não garante justamente a finalização do processo com qualidade.

A evolução no conhecimento e tecnológica faz mudar ao longo dos anos

o que se considera um produto de qualidade. Técnicas antes consideradas

modernas, agora são obsoletas, e procedimentos anteriormente utilizados, já

foram abandonados.

O uso de algumas técnicas, como a abreugrafia, como exame de

imagem pulmonar no diagnóstico de tuberculose, que era o padrão ouro há

alguns anos, não são mais considerados de qualidade e foram substituídos

pela radiografia, tomografia computadorizada e outros métodos radiológicos.

Assim como alguns procedimentos. Há alguns anos, quando nascia um bebê,

este era logo afastado de sua mãe, conduzido ao berçário e lá permanecia,

sendo encaminhado algumas vezes durante o dia para o contato materno.

Atualmente, a orientação é de que a criança fique a maior parte do tempo

possível com a mãe, desde o nascimento.

Serviços que mantêm procedimentos antigos, que não são mais

recomendados, e aqueles que não atualizam seu arsenal tecnológico, são

considerados com qualidade insatisfatória. Assim, estes serviços, que antes

poderiam ser muito procurados e classificados como de muita qualidade, não

acompanharam a dinâmica do processo, não se modernizam e hoje perdem

clientes.

Pela necessidade de se manter no mercado e pela pressão do

consumidor, a maioria das empresas de saúde atualmente procura processos

de melhoria e cada vez mais se submete aos processos de acreditação.

No Brasil, os serviços de saúde podem passar pelo processo de

acreditação pela ONA, a organização nacional, e ser certificada por esta, mas

também pode ser avaliado por organizações internacionais. As que mais

participam são a Joint Commission International, em parceria com o Consórcio

Brasileiro de Acreditação, e o Conselho de Acreditação Canadense de

Serviços de Saúde (Canadian Council for Health Services Accreditation). A

primeira é uma instituição dos Estados Unidos e a segunda, obviamente, tem

origem no Canadá.

14Ainda no Brasil, existe o Programa de Controle da Qualidade do

Atendimento Médico (CQH), que foi organizado no estado de São Paulo,

inspirado nos trabalhos da Joint Commission on Accreditation of Healthcare

Organizations (JCAHO), organização americana. O CQH, no entanto, tem

aplicação regional, concentrando-se no estado em que foi criado, segundo

Renato Camargos Couto e Tânia Moreira Grillo Pedrosa (Hospital –

Acreditação e Gestão em Saúde).

O Manual Brasileiro de Acreditação, que é utilizado pela ONA, define

normas e contempla os serviços, que são divididos em seções e subseções e

aborda três níveis, de complexidade crescente. O nível 1 aborda a segurança,

o nível 2 os processos e o nível 3 segurança, processos e práticas de gestão e

qualidade. Para cada nível, são definidos itens de orientação.

Nível 1 – Princípio: Segurança (Estrutura).

Padrão: Atende aos requisitos formais, técnicos e de estrutura para a sua

atividade conforme legislação correspondente; dispõe de responsável

habilitado e/ou capacitado para a condução do serviço; identifica riscos

específicos e os gerencia com foco na segurança.

Itens de orientação:

• Responsabilidade técnica conforme legislação.

• Corpo funcional, habilitado e/ou capacitado, dimensionado

adequadamente às necessidades do serviço.

• Define competências, funções, atribuições e responsabilidades.

• Condições operacionais e de infra-estrutura que atendem aos requisitos

de segurança.

• Organização dos processos e sistemas voltados para assegurar o

cumprimento das normas vigentes e dos requisitos de segurança para

os clientes.

• Identificação, gerenciamento e controle de riscos sanitários,

ocupacionais e relacionados à responsabilidade civil.

• Registros que evidenciem a memória e análise crítica dos processos

administrativos, gerenciais e de tomada de decisão institucional (atas de

15diretoria, registros de reuniões ou de outros procedimentos de

documentação).

Nível 2 – Princípios: Segurança e organização.

Padrão: Gerencia os processos e suas interações sistemicamente; estabelece

sistemática de medição e avaliação dos processos; possui programa de

educação e treinamento continuado, voltado para a melhoria de processos.

Itens de orientação:

• Identificação, definição, padronização e documentação de processos.

• Identificação de fornecedores e clientes e sua interação sistêmica.

• Estabelecimento de procedimentos.

• Documentação (Procedimentos e registros) atualizada, disponível e

aplicada.

• Definição de indicadores para os processos identificados.

• Medição e avaliação dos resultados de processos

• Programa de educação e treinamento continuado, com evidências de

melhoria e impacto nos processos.

• Grupos de trabalho para a melhoria de processos e interação

institucional.

Nível 3 – Princípios: Segurança, organização e práticas de gestão e qualidade.

Padrão: Utiliza perspectivas de medição organizacional, alinhadas às

estratégias e correlacionadas aos indicadores de desempenho dos processos;

dispõe de sistemática de comparações com referenciais externos pertinentes,

bem como evidências de tendência favorável para os indicadores; apresenta

inovações e melhorias implementadas, decorrentes do processo de análise

crítica.

Itens de orientação:

• Define as perspectivas básicas de sustentação da organização

(inovação e desenvolvimento, pessoas, clientes, processo, financeira e

sociedade).

16• Sistema de indicadores de desempenho focalizando as perspectivas

básicas, com informações íntegras e atualizadas, incluindo informações

de referenciais externos pertinentes.

• Estabelecimento de relação de causa e efeito entre os indicadores,

onde os resultados influenciam os demais, bem como permitem a

análise crítica do desempenho e a tomada de decisão.

• Análise de tendência com apresentação de um conjunto de pelo menos

três resultados consecutivos.

• Análises críticas sistemáticas com evidências de ações de melhoria e

inovações.

• Identificação de oportunidades de melhoria de desempenho através do

processo contínuo de comparação com outras práticas organizacionais

com evidências de resultado positivo.

• Sistemas de planejamento e melhoria contínua em termos de estrutura,

novas tecnologias, atualização técnico-profissional e procedimentos.

A avaliação é feita por seções e suas subseções, que são agrupadas de

acordo com suas características. De acordo com o Manual Brasileiro de

Acreditação, são estas as seções, com suas subseções correspondentes:

1. Liderança e administração: Relacionadas ao sistema de governo da

organização.

• Direção e liderança: Administradores e coordenadores.

• Gestão de pessoas: Planejamento de recursos humanos, condições de

trabalho, saúde e segurança dos profissionais.

• Gestão administrativa e financeira: Planejamento de recursos

administrativos e financeiros.

• Gestão de materiais e suprimentos: Planejamento, aquisição,

armazenamento e disponibilização de materiais e suprimentos.

• Gestão da qualidade: Melhoria da gestão e política da qualidade.

172. Organização profissional: Profissionais responsáveis por cuidados ao

paciente, assistência nas 24 horas até a alta, procedimentos clínicos,

diagnósticos e terapêuticos.

• Corpo clínico: Equipe médica, respeitando a ética e legalidade.

• Enfermagem: Equipe de enfermagem, respeitando a ética e legalidade.

• Corpo técnico-profissional: Equipe de formação universitária que

participa dos cuidados direta ou indiretamente.

3. Atenção ao paciente/cliente: Processos de atenção e cuidados aos

pacientes/clientes.

• Atendimento ao cliente: Recepção, admissão, atendimento e orientação

aos clientes.

• Internação: Processos de atendimento de pacientes que necessitam de

assistência por mais de 24 horas.

• Transferência, referência e contra-referência: Articulação com outras

unidades de saúde.

• Atendimento ambulatorial: Atendimento eletivo e assistência a pacientes

externos.

• Atendimento em emergência: Atendimento imediato a pacientes em

sofrimento, com ou sem risco de vida, por até 24 horas.

• Atendimento cirúrgico: Atividades cirúrgicas e pós-operatórias.

• Anestesiologia: Atividades pré-anestésicas, anestésicas e pós-

anestésicas (recuperação).

• Obstetrícia: Atividades à gestante, ao parto e ao puerpério.

• Neonatologia: Atenção ao recém-nascido.

• Tratamento intensivo: Pacientes com risco de morte, que necessitam de

cuidados e atenção especiais.

• Reabilitação e atenção multiprofissional: Processo assistencial com

profissionais de várias áreas, com objetivo de recuperação funcional.

• Mobilização de doadores: Educação e recrutamento de doadores.

• Triagem e coleta: Processos de identificação e seleção de doador e

identificação de hemocomponentes.

18• Transfusão e procedimentos hemoterápicos: Processos de recebimento

de solicitação, seleção, preparo, realização e acompanhamento

transfusional.

• Terapia dialítica: Processos de acompanhamento nefrológico e diálise.

• Medicina nuclear: Processos de administração de radionucleotídeos a

pacientes, com finalidade diagnóstica ou terapêutica.

• Radioterapia: Processos de aplicações de radiações ionizantes.

• Quimioterapia: Acompanhamento oncológico e quimioterápico.

• Cardio-angiologia invasiva e hemodinâmica: Procedimentos de

intervenção invasiva e hemodinâmica.

• Assistência farmacêutica: Procedimentos de assistência farmacêutica e

de farmacovigilância.

• Assistência nutricional: Atividades de oferta de alimentos

nutricionalmente balanceados e dietas que atendam às necessidades

específicas dos pacientes/clientes.

4. Diagnóstico:

• Processos pré-analíticos: Etapas que incluem requisição de exames,

orientação sobre coleta, preparação e coleta do material ou amostra do

paciente, transporte de material e cadastramento.

• Processos analíticos: Operações utilizadas na realização de exames de

acordo com os métodos.

• Processos pós-analíticos: Etapas de análise da consistência de

resultados, liberação de laudos, armazenamento de material ou amostra

do paciente, transmissão e arquivo de resultados e consultoria técnica.

• Métodos diagnósticos cardiológicos: Exames, incluindo

eletrocardiografia convencional, eletrocardiografia de alta resolução,

Holter, teste ergométrico, ergoespirometria, monitorização ambulatorial

da pressão arterial, teste de inclinação (tilt-test) e ecografia.

• Métodos diagnósticos neurológicos: Atividades de eletroencefalografia,

eletromiografia e outros.

19• Anatomia patológica e citopatologia: Exames citológicos, histológicos,

patológicos e citopatológicos.

• Diagnóstico por imagem: Procedimentos que utilizam como meio

diagnóstico eco-ultrassonográficos, campo magnético com ondas de alta

freqüência ou outros métodos para a produção de imagens.

• Radiologia: Procedimentos que utilizam emissão de raios X.

• Endoscopia: Procedimentos que utilizam como métodos diagnósticos a

visualização de cavidades e órgãos através de equipamentos

específicos.

5. Apoio técnico:

• Sistema de informação do paciente/cliente: Gestão de informações

relativas aos pacientes/clientes, incluindo fluxo, recuperação,

armazenamento e rastreabilidade.

• Gestão de equipamentos e tecnologia médico-hospitalar: Gestão do

parque tecnológico da organização, incluindo planejamento, aquisição,

teste, capacitação, operação, manutenção e desativação de

equipamentos médico-hospitalares.

• Prevenção, controle de infecções e eventos adversos: Diretrizes e ações

sistemáticas e contínuas destinadas a prevenir e reduzir ou eliminar os

riscos à saúde.

• Segurança e saúde ocupacional: Atividades de prevenção de acidentes

de trabalho e de promoção à saúde ocupacional.

• Processamento e liberação: Processo de separação de produtos

sanguíneos, garantindo a esterilidade e características biológicas, e

disponibilização de produtos adequadamente testados e processados.

• Processos de apoio laboratorial: Articulação com outras organizações

para encaminhamento, transferência e recepção de materiais coletados

para análise e transmissão de resultados e laudos.

• Assessoria técnica aos clientes: Assistência aos clientes médicos,

odontólogos e outros usuários a fim de garantir a eficácia dos exames.

206. Abastecimento e apoio logístico:

• Processamento de roupas – lavanderia: Processamento e distribuição

das roupas com higiene adequada.

• Processamento de materiais e esterilização: Preparo, esterilização e

distribuição de produtos para as unidades.

• Qualidade da água: Controle da água para consumo humano, para

provas diagnósticas (reagente) e para terapia dialítica.

• Materiais e suprimentos: Planejamento, aquisição, armazenamento,

rastreabilidade e disponibilização de materiais e suprimentos.

• Armazenamento e transporte: Processos de manutenção e transporte

adequados de sangue e hemoderivados.

• Higiene: Processos de higienização específica dos setores da

organização.

• Gestão de segurança: Serviço de garantia da integridade de clientes

internos e externos, com infra-estrutura adequada e redução de riscos.

• Gestão de resíduos: Gerenciamento dos resíduos gerados nos serviços

de saúde, que não podem ser lançados na rede pública de coleta.

7. Infra-estrutura:

• Gestão de projetos físicos: Documentação e registros aprovados por

órgãos competentes.

• Gestão de estrutura físico-funcional: Gerenciamento da estrutura físico-

funcional.

• Gestão de manutenção predial: Planejamento, operação e manutenção

de toda infra-estrutura.

8. Ensino e pesquisa:

• Educação continuada: Atividades para a capacitação e qualificação

profissional.

• Ensino: Programas de educação.

• Pesquisa: Programas relacionados a linhas de pesquisa.

21

CAPÍTULO II

Os protocolos de saúde

A busca pela qualidade cada vez maior e mais profissionalizada nos

serviços de saúde aos poucos foi levando a mudanças na organização desses

serviços. A evolução tecnológica com informações atualizadas mais

precocemente e com maiores recursos de acesso, a cobrança de decisões

terapêuticas bem definidas por parte dos pacientes e mercado consumidor e a

cobrança por parte dos modelos de acreditação hospitalar, levaram os serviços

de saúde a utilizar métodos que otimizassem o trabalho e reduzissem a chance

de erros evitáveis. Para isso houve investimento na sistematização do serviço

e padronização de procedimentos.

Os protocolos podem ser vistos como os instrumentos utilizados para

esta uniformização. Os protocolos são diretrizes, técnicas ou gerenciais, que

vão orientar a realização de procedimentos, tanto burocráticos ou

administrativos, como no atendimento clínico. Inclui a uniformização das

vestimentas dos profissionais e utilização de adornos, a distribuição física de

mobiliários nos setores, os atendimentos de pacientes na recepção de uma

unidade, o fluxo de materiais entre setores, as etapas de realização de exames

laboratoriais, a sistematização de limpeza dos setores, o fluxo de internação de

pacientes e o atendimento médico propriamente dito. Inclui também atividades

de gerenciamento e armazenamento de materiais. Os protocolos padronizam

tais procedimentos, fazendo com que a unidade funcione sempre da mesma

forma, independente da mudança das equipes ao longo dos turnos e dos dias,

e reduz a chance de erros evitáveis. As atividades serão realizadas por

diferentes pessoas, porém seguindo as mesmas etapas e da mesma forma.

Existem os protocolos operacionais, que são aplicados individualmente

aos setores, mas que abrangem o serviço de saúde como um todo, e os

protocolos clínicos. Estes são diretrizes com bases científicas que serão

aplicadas aos pacientes pelos profissionais de saúde e estão relacionados ao

tratamento clínico específico.

22Os protocolos operacionais cada vez mais estão sendo registrados na

forma de procedimentos operacionais padrão (POP). A ANVISA define o

procedimento operacional padrão como “descrição pormenorizada de técnicas

e operações a serem utilizadas nas atividades abrangidas por este

regulamento”.

O procedimento operacional padrão é criado por profissional atuante no

serviço, que redige as normas determinadas. Nos procedimentos operacionais

padrão são descritas as etapas do processo em questão e como devem ser

seguidas. Todos os funcionários do setor envolvido devem ser apresentados

ao protocolo e devem estar cientes deste documento. Este também deve estar

em local acessível. O protocolo deve conter título, número de identificação,

número da versão atual, data da elaboração e nome do responsável por esta

elaboração e validade deste protocolo. O protocolo operacional padrão deve

ser criticado e reavaliado periodicamente, com ajuste das diretrizes. Caso uma

etapa determinada funcione de forma insatisfatória, ela pode e deve ser

reavaliada e sofrer mudanças. O protocolo será então atualizado e novamente

apresentado os profissionais do setor.

No caso dos protocolos gerenciais, há uniformização do atendimento

pessoal ao cliente, do fluxo do paciente durante o atendimento, dos processos

de recebimento do paciente durante a internação hospitalar, da monitorização

de pacientes, da realização de procedimentos técnicos, do recebimento e

controle de materiais pelo estoque central e pelos setores específicos, do

recebimento de materiais entre setores, da organização de informações, da

organização de prontuários e do controle relacionado ao faturamento. Ou seja,

todos os processos administrativos são organizados e sistematizados. Essa

sistematização nesses setores tem como objetivos principais a melhora na

recepção dos pacientes, uniformização do atendimento, a redução de perda de

materiais, melhora do controle de estoque, melhora do controle de gastos

desnecessários e, por fim, redução de custos gerais.

Os protocolos clínicos são as diretrizes para o atendimento clínico

propriamente dito. São criados a partir de estudos clínicos e trabalhos

científicos reconhecidos. O Ministério da Saúde define os protocolos como “O

23consenso sobre a condução da terapêutica para determinada patologia.

Estabelecem os critérios de diagnóstico, o tratamento preconizado com os

medicamentos disponíveis nas respectivas doses corretas, os mecanismos de

controle, o acompanhamento e a verificação de resultados, a racionalização da

prescrição e do fornecimento de medicamentos. Se destinam a orientar o

tratamento de determinada patologia e criar mecanismos para a garantia da

prescrição segura e eficaz”.

As fontes dos protocolos normalmente são instituições de referência em

pesquisa e assistência, que criam uma base de dados significativa e com

possibilidade de análise de resultados válidos. Frequentemente são hospitais

universitários ou outros voltados para a pesquisa e os estudos são publicados

em jornais críticos e reconhecidos na área.

Existem também organizações, como a Cochrane, que faz revisão

sistemática de estudos, uma metanálise. Esta é um tipo de revisão sistemática

quantitativa. Utiliza resultados de estudos prévios e, através de métodos

estatísticos, combina e resume os resultados encontrados. Os artigos

selecionados devem ser relevantes e de valor estatístico e, na escolha destes,

deve haver critérios claros da seleção. Quando não é possível fazer uma

combinação estatística dos resultados dos estudos no resumo, a revisão é

chamada de sistemática qualitativa. Ou seja, não é uma metanálise e não tem

o mesmo valor estatístico.

Os protocolos clínicos orientam os profissionais de saúde na realização

de condutas terapêuticas e uniformizam o atendimento aos pacientes.

Garantem também que as condutas definidas são as mais seguras e

recomendadas cientificamente. Os protocolos orientam também os pacientes,

que muitas vezes estão envolvidos na tomada de decisões clínicas. Com o

conhecimento dos estudos, um paciente pode definir em conjunto com a

equipe médica o melhor plano a ser seguido no tratamento clínico.

Além disso, os protocolos definem critérios de investigação e

tratamentos que utilizam métodos racionais. Os exames diagnósticos

recomendados normalmente respeitam uma escala de complexidade e custos

crescentes, ou seja, permite que o início do processo de diagnóstico seja feito

24por procedimentos mais simples, menos invasivos para o paciente e mais

baratos. Somente se a cada etapa não é confirmado o diagnóstico ou se ainda

faltam dados, ocorre a realização dos outros procedimentos mais complexos e

caros. Essa preocupação reduz muito a exposição dos pacientes a técnicas

que podem ser dolorosas, que podem ter risco de infecção, risco de irradiação

e que dispensam mais tempo.

A questão financeira é obviamente beneficiada. Os protocolos permitem

que sejam realizados menor número de exames e priorizam inicialmente os

exames mais baratos. Isso cria um impacto na redução dos custos de

tratamento de pacientes.

Outra questão importante é a racionalização do uso de medicamentos.

Os protocolos orientam a utilização de drogas, que, da mesma forma que os

exames são escalonados. Além da escolha por eficácia e comprovação de

resposta clínica, são levados em consideração a possibilidade de interações

medicamentosas, efeitos colaterais e sua gravidade, disponibilidade no serviço

e custos das medicações.

Assim, em todos os protocolos utilizados há uma preocupação com a

segurança dos pacientes, com a eficácia do tratamento e com o gerenciamento

dos recursos disponíveis.

25Exemplo de Procedimento Operacional Padrão:

Retirado de www.meac.ufc.br/farmacia/normas_e_rotinas/Pops.pdf

26Exemplo do protocolo clínico:

Retirado de www.hospitalsiriolibanes.org.br/medicos_profissionais_saude

27

CAPÍTULO III

Aplicação na prática do sistema de saúde

A organização dos serviços é um processo complexo de ampla

abrangência. Quando uma unidade começa a ser estruturada, deve haver

preocupação com todas as etapas e todos os setores que englobam a

atividade proposta. Toda a estruturação de uma unidade de saúde deve seguir

normas, regulamentações e protocolos, em sua grande maioria orientados pelo

Ministério da Saúde e órgãos competentes.

No caso específico de uma unidade de saúde hospitalar, a preocupação

inicial é com a estrutura física propriamente dita. O Ministério da Saúde,

através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), apresenta as

legislações e normas que orientam toda essa organização, incluindo as áreas

de arquitetura hospitalar e engenharia clínica. Profissionais específicos da área

devem estar presentes e são fundamentais nesse momento de estruturação.

Fornecedores, fabricantes de aparelhos e prestadores de serviço devem ser

cadastrados, criando um banco de fornecimento de tecnologia e manutenção

garantido dos equipamentos e produtos utilizados. Essas medidas permitem a

escolha e utilização de materiais e produtos com melhor qualidade e escolha

de preços viáveis, com o objetivo de melhorar o custo-benefício das aquisições

de minimizar custos desnecessários. Além disso, cria uma base adequada

para a manutenção dos equipamentos.

Após a essas definições, que devem seguir padrões para o

funcionamento de um hospital, começa a ser feita organização de estruturas

móveis no espaço. A partir desse momento, protocolos estarão sempre sendo

utilizados para a composição de uma estrutura de atendimento adequada.

Mais uma vez, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) apresenta

as várias normas de funcionamento e organização dessas unidades

hospitalares.

A organização dos leitos segue um padrão e sua composição vai

depender do grau de complexidade do leito. Os leitos em uma UTI seguem

padrões diferentes dos leitos de enfermaria. A posição da cama, as saídas de

28ar comprimido e oxigênio para cada leito, o número de recipientes para

descarte de lixo, o espaço entre os leitos, a necessidade do isolamento

respiratório ou não e a disposição dos lavatórios no espaço são todos itens

que seguem protocolos administrativos. A organização espacial específica vai

depender das necessidades de cada setor, dependendo se é um setor de

permanência de pacientes, do tempo de permanência, longo ou curto, como

emergência, enfermarias, unidade de terapia intensiva, hospital-dia, ou se

funciona com setor de fluxo de realização de exames, como laboratório e

exames de imagem, ou de realização de outros procedimentos, como centro

cirúrgico e unidade de pós-operatório (sala de recuperação anestésica).

A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) também tem

grande importância na orientação da organização espacial e nos protocolos de

higiene dos setores. A disposição dos cestos de lixo, o uso de unidades de

descarte de material contaminante, o número e disposição de lavatórios no

espaço, o tipo de produto a ser utilizado para a limpeza ou para a antissepsia,

são definidos pela legislação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(ANVISA) e pelas orientações da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar

(CCIH) e dependem do setor em questão. A Comissão de Controle de Infecção

Hospitalar (CCIH) também define os protocolos de limpeza de mãos e de uso

de adornos nas unidades. Todos esses procedimentos são feitos com o

objetivo de reduzir ao mínimo o risco de infecções hospitalares, contaminação

entre pacientes e assim reduzir a morbi-mortalidade no período de internação

hospitalar, ou seja, os riscos de complicações e óbito entre os pacientes.

Os protocolos administrativos definem todo o funcionamento assistencial

e fluxo nos setores. Definem os uniformes nos setores cabíveis, a forma de

atendimento ao cliente na recepção, o atendimento ao telefone, o fluxo de

materiais entre os setores, desde o recebimento até a distribuição aos setores

determinados, o controle dos materiais e sua reposição, e os deveres

propriamente ditos de cada setor.

Os protocolos operacionais padrão, de cada setor, estarão definindo as

atividades específicas do setor em questão. Nas unidades de internação, os

29protocolos de internação dos pacientes definem os passos obrigatórios para

monitorização, exames de admissão, preenchimento de formulários e

prontuário. Após avaliação médica adequada e formulação de hipótese

diagnóstica, são aplicados os protocolos clínicos. Estes são utilizados de

acordo com o diagnóstico clínico e orientam o tratamento adequado, incluindo

realização de exames laboratoriais e de imagem e o tratamento

medicamentoso específico.

A partir desse momento, as evoluções da equipe de saúde seguem

também protocolos de cuidados de enfermagem, assistência por

fisioterapeutas, coleta de exames, realização de exames de imagem e o

próprio atendimento médico. Os registros formais em prontuários e

documentos, das atividades realizadas, são fundamentais para a

monitorização dos dados e garantia dos resultados.

Segundo Renato Camargos Couto e Tânia Moreira Grillo Pedrosa

(Hospital – Acreditação e Gestão em Saúde), é importante entender que para o

bom funcionamento dos protocolos, deve existir uma divisão clara nas funções

de gestão e execução. Os profissionais que criam e organizam os protocolos

são responsáveis também pela cobrança sobre o cumprimento destes. Eles

são os gestores e os chefes de serviço e devem ter como foco todas essas

atividades burocráticas e de comando e controle das atividades. Os

profissionais executores são os responsáveis pelo trabalho final, que é aquele

determinado pelo protocolo, propriamente dito. Esses profissionais são aqueles

que estão no atendimento e na parte assistencial direta. As duas áreas devem

ser interligadas, porém com funções bem determinadas. A interação entre as

partes garante a comunicação adequada e o bom funcionamento da gestão e

execução das tarefas. Caso o administrador precise realizar o trabalho do

executor, provavelmente existe alguma falha no trabalho deste.

A gestão estratégica da qualidade inclui vários métodos e princípios. O

uso de protocolos viabiliza várias etapas desses métodos. Autores que falam

sobre gestão estratégica, como Elena Bohomol (Indicadores, Auditorias e

Certificações – Ferramentas de Qualidade para Gestão em Saúde) e Renato

Camargos Couto e Tânia Moreira Grillo Pedrosa (Hospital – Acreditação e

30Gestão em Saúde), apresentam a importância do chamado ciclo PDCA (Plan,

Do, Check, Action), criado por Edward Deming, um físico. “considerado o pai

do milagre japonês, ao dirigir ações de formação em estatística e controle da

qualidade no Japão na década de 50” (Indicadores, Auditorias e Certificações

– Ferramentas de Qualidade para Gestão em Saúde). O ciclo PDCA funciona

como uma orientação nas etapas de organização e administração no processo

de qualidade.

O chamado Plan (Planejamento) engloba a identificação da situação,

observação do cenário, análise dos problemas e planejamento da ação. Essa é

uma etapa fundamental para o reconhecimento da situação real e ponto de

partida para as outras ações. Situações identificadas de forma errada,

certamente levarão a erros na hora da execução. Este é o momento em que

são definidos os objetivos e metas. Os protocolos nessa fase são usados na

oferta de dados e fornecimento de indicadores. Os registros levantados

permitem avaliação dos processos realizados e dos resultados. Através destes

podem ser usados indicadores. Como define Renato Camargos Couto e Tânia

Moreira Grillo Pedrosa (Hospital – Acreditação e Gestão em Saúde), o

indicador representa a medida quantitativa de um resultado desejável ou

indesejável do processo. Sua aferição permite a certeza que os objetivos foram

ou não alcançados. Como exemplos de indicadores, podem ser citados: taxa

de mortalidade em um CTI; taxa de número de hemoculturas coletadas pelo

número de cursos de antibiótico de determinado setor; evolução médica diária;

óbito puerperal e outros. A interpretação de cada um deles permite a análise

da situação, investigação do problema e criação de soluções.

A segunda etapa do ciclo, Do (Executar), inclui o treinamento de

pessoal, realização de reuniões, divulgação de informações, ou seja, a

preparação da equipe para execução das tarefas definidas. Nessa fase, é

importante manter a facilidade de acesso à informação. Por exemplo, os

protocolos criados devem estar em locais acessíveis e todos os profissionais

envolvidos no setor devem ter o conhecimento dos documentos.

Na fase chamada Check (Checar) novamente os processos são

avaliados, principalmente através de dados estatísticos e indicadores, e são

31comparados com os resultados encontrados na fase do planejamento. Assim,

é possível verificar a aplicação dos métodos, checar a eficácia nos resultados e

também identificar possíveis erros na avaliação inicial.

A última fase, Action (Ação), representa a correção dos processos e

consolidação dos resultados. È importante para evitar a perda dos resultados e

para evitar que os problemas novamente aconteçam após um período.

O ciclo do PDCA, como o próprio nome refere, é um ciclo, e deve ser

reiniciado periodicamente, com reavaliação dos dados, identificação de

intercorrências, treinamento continuado de pessoal, fiscalização dos métodos e

resultados e solução dos problemas. Assim, é um programa continuado de

garantia da qualidade.

Além da visão estratégica na organização dos protocolos em saúde,

estes são instrumentos essenciais na execução de determinados métodos de

avaliação de qualidade, como a acreditação hospitalar.

A Acreditação Hospitalar, como metodologia de avaliação e certificação

da qualidade em serviços de saúde, utiliza como base a sistematização e

padronização dos processos. O próprio manual de acreditação já representa

um protocolo, contendo os itens de avaliação e de orientação do sistema. As

informações são bem claras e apresentam os itens considerados como padrão.

Os itens de checagem, determinados também pelo manual de acreditação, são

dados que devem estar registrados de forma padronizada na unidade a ser

avaliada. A partir desses dados de registro são feitas as avaliações em relação

ao cumprimento das normas estabelecidas e adequação às exigências. Da

mesma forma, as visitas dos acreditadores às unidades são guiadas pelos

protocolos e os itens avaliados pessoalmente devem seguir as orientações. Os

itens que não se adequam ao padrão estabelecido pelo manual de acreditação

são considerados como em não conformidade. Pelo próprio manual de

acreditação, alguns itens, com falhas consideradas leves, podem ter a chance

de reajuste, porém as falhas mais graves e sem condições de reestruturação

em curto prazo de tempo são levadas ao relatório final, definitivamente como

não conformidades.

32Dessa forma, os protocolos estão presentes em todas as etapas e

processos nas unidades hospitalares. Desde a implantação a estruturação

física da unidade, passando pela organização e administração de produtos e

serviços, chegando até à assistência propriamente dita. Além disso, os

protocolos estão também presentes nas metodologias de avaliação e garantia

de qualidade. Funcionam ao mesmo tempo como instrumento da avaliação e

também como objeto, visto que os dados de registro protocolados são

avaliados.

33

CONCLUSÃO

A qualidade nos serviços de saúde é uma questão atual e importante.

As inovações tecnológicas e o aumento na facilidade de acesso a informações

geraram um grande avanço nas questões de saúde em todos os países. Além

disso, a possibilidade também de acesso às informações pela população em

geral e a conscientização sobre direitos sociais fizeram com que aumentasse a

cobrança em relação à qualidade de serviços. Essa preocupação constante

cursou com a necessidade de melhores processos de gestão na área e criação

de métodos de avaliação e garantia da qualidade.

Profissionais com formação especializada e específica na área da

saúde com enfoque na gestão estão mais presentes, possibilitando a atuação

mais consciente e mais técnica, com menores chances de erros. O

gerenciamento direcionado e adequado reduz os erros operacionais e melhora

o fluxo de todo sistema, com impacto positivo nos custos do setor.

Além disso, a criação de metodologias de avaliação de garantia da

qualidade possibilitou melhor controle dos processos e, em alguns casos, dos

resultados. Os modelos de Acreditação Hospitalar, uma dessas metodologias,

vem ganhando cada vez mais espaço no mercado da saúde e estão sendo

reconhecidos como importantes instrumentos de avaliação minuciosa dos

setores dos serviços de saúde. Inicialmente criados em países mais

desenvolvidos, e tendo como referências principais as organizações americana

(Joint Commission International) e canadense (Canadian Council for Health

Services Accreditation), os sistemas de acreditação também se desenvolveram

no Brasil. Atualmente, a Organização Nacional de Acreditação (ONA), baseada

no Manual Brasileiro de Acreditação, é responsável por essa função. O

interesse e comprometimento dos serviços de saúde também aumentaram nos

últimos anos e a procura pela certificação, ato voluntário, é progressivamente

maior.

A qualidade discutida nos serviços de saúde inclui diversos aspectos e

considerações, mas, de forma geral, pode ser entendida como o resultado

máximo ou melhor possível de ser proporcionado por determinado serviço. A

34padronização dos processos e uniformização do atendimento nos mais

variados setores da saúde representam uma parte nessa busca pela melhoria

da qualidade, na redução dos erros, redução de desvios do padrão exigido e

minimização de vieses. O uso dos protocolos de saúde é uma das formas de

se alcançar a padronização dos serviços. O atendimento uniforme garante o

cumprimento das exigências específicas de cada necessidade e continuidade

de tratamento, mesmo em diferentes cenários ou equipes.

Uma questão importante a ser considerada, no entanto, é a de que a

padronização de procedimentos e atendimentos não deve levar a uma

“padronização dos pacientes”. A humanização do ambiente e do tratamento

de pacientes, com medidas de conforto, minimização de procedimentos

dolorosos ou desconfortáveis, maior acessibilidade da família no contato com o

paciente e disponibilização de equipe multiprofissional, são fundamentais no

objetivo de corresponder às necessidades do paciente/cliente. Essa

humanização tem várias exigências e aspectos, entre elas a de respeitar cada

paciente/cliente como um indivíduo, com características próprias e

necessidades específicas.

Segundo a rede HumanizaSUS, criada a partir da Política Nacional de

Humanização da Gestão e da Atenção (PNH), do Ministério da Saúde: “É

possível compreender que a humanização é uma nova visão de atendimento

ao paciente/usuário/colaborador/gestor, possibilitando um trabalho de melhor

qualidade, visto que: “Humaniza-os” porque os torna mais ricos em

humanidade, em sensibilidade, em afetividade. “Humaniza-os” porque traz à

tona sua grandeza, sua força, sua sabedoria. “Humaniza-os” porque lhes

permite a experiência do mistério da vida, da dor e da vitória, do risco e da

alegria. “Humaniza” o médico e os demais profissionais dando-lhe mais

profundidade de compreensão do processo da doença e sua prevenção, mais

segurança para lidar com ele, tornando-os pessoas mais plenas (JAKOBI,

2004, p.1). Entende-se que a humanização é uma ação complexa visto que o

indivíduo não pode ser considerado humanizado somente pelo seu

conhecimento, mas sim a forma com que usa esse saber, no caso dos

servidores dos hospitais em benefício à saúde dos pacientes e à qualidade do

35ambiente. É nesse momento que se compreende a importância da

subjetividade no trabalho dos profissionais da saúde”.

Os pacientes/clientes devem sempre ser lembrados e considerados em

toda sua individualidade. O uso de protocolos pura e simplesmente como ato

mecânico impede o respeito por essa individualidade pelos aspectos

fundamentais à humanização. Pacientes diferentes requerem tratamentos

diferenciados, a partir da análise do seu indivíduo.

Sob o aspecto da humanização, cada indivíduo tem expectativas e

desejos próprios. A busca pelo atendimento nos serviços de saúde para

tratamento de doenças ou para medidas preventivas normalmente está

vinculada a esses desejos. O desejo de tratamento específico, mas com várias

expectativas relacionadas às doenças, ao medo de dor, ao medo da morte e

ao receio quanto ao contato com uma equipe muitas vezes desconhecida por

ele paciente, incluindo os médicos, enfermeiros e todos os profissionais

envolvidos. Além de ter que processar várias informações novas, os pacientes

ainda trazem sua própria história de vida, que se mistura com esses dados. Os

costumes, crenças e a religião normalmente representam elementos de

extrema importância na vida das pessoas.

A mistura de informações técnicas e dos profissionais com todas essas

características próprias do indivíduo pode gerar alguns conflitos. É importante

que se reconheça essa individualidade para um acolhimento adequado e o

mais satisfatório possível.

Um exemplo de conflito religioso e técnico frequente ocorre em

pacientes que necessitam de transfusão sanguínea, mas seguem determinada

religião que discorda com esse procedimento médico. Apesar da necessidade

de informação do médico para o paciente para a realização de procedimentos,

de forma geral, independente da religião, nível de conhecimento ou outras

características, no caso específico em que ocorre a divergência com base na

religião, a situação requer uma abordagem mais complexa, com presença de

toda equipe multiprofissional, esclarecimento minucioso de riscos e benefícios

e também consideração ao máximo de medidas alternativas de tratamento.

Esse é um caso de abordagem diferenciada.

36È fundamental o reconhecimento dessa individualidade. Pacientes em

extremos de idade, as crianças e os idosos, requerem também abordagem

específicas para atendimento de suas necessidades.

O respeito pela vontade do paciente vem sendo cada vez mais

discutido e ganhando espaço. Um dos temas mais polêmicos da área, também

para exemplificar, é a manutenção da vida de pacientes terminais. Existem as

mais variadas correntes em relação ao suporte de vida e ao tratamento

avançado, mas como consenso, todas vem tentando manter a preocupação

em minimizar o sofrimento do paciente terminal, seja através de analgesia

adequada, que não é a eutanásia, seja através de medidas como aproximar

aquele paciente de seu lar e de sua família nesse momento sensível e crítico

da vida.

Existem muitos exemplos de que pacientes são indivíduos e, apesar do

uso de protocolos, não devem receber atendimentos mecânicos, mas sim

respeitando um padrão de qualidade.

Sob o aspecto médico e técnico propriamente dito, o uso dos

protocolos gera melhoria na qualidade do atendimento. A uniformização do

tratamento obriga o seguimento de protocolos clínicos que, em geral, são

atualizados periodicamente e seguem padrões muitas vezes de organizações

internacionais e reconhecidas pelo meio médico. Isso faz com que o mesmo

tratamento seja instituído a diferentes pacientes com o mesmo diagnóstico e

independente da equipe presente naquele momento. É um instrumento que

reduz a chance de tratamentos desatualizados ou não recomendados. Reduz

também o risco de erros evitáveis por parte da equipe de saúde. A partir do

momento que todos os procedimentos devem ser anotados e existe um

controle de checagem de todos os processos do setor, ocorre redução dos

vieses.

Isso significa, por exemplo, que todas as etapas de diagnóstico de uma

doença seguem um protocolo de investigação crescente que pode diminuir a

exposição do paciente a procedimentos desnecessários, desconfortáveis, mais

invasivos e mais caros. Ou seja, como é uma investigação que segue etapas,

37quando é confirmado o diagnóstico pode poupar o paciente das etapas

seguintes, quando possível.

A padronização de checagem permite que seja confirmada a

administração correta de medicamentos prescritos, no horário correto e na via

adequada (enteral ou parenteral). É uma forma de confirmação também de

medicações e doses prescritas. Isso reduz os riscos de erros de prescrição e

de administração de medicamentos.

Em relação ao acompanhamento e seguimento de tratamentos, os

protocolos são fundamentais na orientação de condutas para continuação

diagnóstica, complementação diagnóstica, realização de exames, definição de

uso de medicamentos e tempo de tratamento. Os protocolos assim reduzem

nova exposição de pacientes a exames desnecessários, orientam aqueles

necessários, reduzem o uso de medicações não indicadas e diminuem os

custos finais com exames e medicamentos.

Mais uma vez, é importante ressaltar que os pacientes, como

indivíduos, muitas vezes não seguem os padrões de doenças e apresentam

evoluções clínicas diferenciadas. Apesar das indicações dos protocolos, essa

variação deve ser considerada, e a continuidade do tratamento depende da

avaliação, um processo dinâmico.

Mais uma questão a ser considerada é a adequação do protocolo à

realidade não só do paciente, mas também da instituição. Protocolos clínicos

elaborados por instituições de países desenvolvidos, com muitos recursos

disponíveis, podem não ser viáveis tanto tecnologicamente como

financeiramente para alguns serviços de saúde em países em

desenvolvimento. Como, normalmente, os protocolos são elaborados por

instituições internacionais e com muitos recursos, no Brasil pode haver alguma

dificuldade em relação ao seguimento de todas as recomendações. Um

exemplo é a investigação diagnóstica de doenças genéticas através de

pesquisa molecular. A realidade tecnológica dos países pode não ser a

mesma. É importante que as sociedades de especialidades médicas atuantes

no país elaborem protocolos que participem da evolução científica mundial,

mas que também respeite os recursos disponíveis.

38Finalmente, considerando as práticas de controle de qualidade, os

protocolos servem como instrumentos de aplicação da qualidade, no momento

em que são utilizados no funcionamento dos diversos setores dos serviços de

saúde, mas também como instrumentos de avaliação da qualidade, visto que

são aplicados nas metodologias de acreditação hospitalar. Tem função

também como instrumentos para gerência de qualidade na prática de auditoria

interna.

Dessa forma, o uso de protocolos cursa com muitos benefícios e

melhorias na qualidade dos serviços de saúde, existindo uma aplicação ampla

e com múltiplas possibilidades de avaliação. Apesar disso, devemos sempre

lembrar que deve existir a aplicação racional desses protocolos, sem esquecer

a humanização fundamental na assistência à saúde.

39

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BITTAR, O.J.N.V. Gestão de processos e certificação para qualidade em

saúde. Revista da Associação Médica Brasileira 1999: Volume 45, número 4:

pp 357 – 363.

COUTO, Renato Camargos; PEDROSA, Tania Moreira Grillo. Hospital –

Acreditação e Gestão em Saúde, 2º edição, Guanabara Koogan, 2007.

D’INNOCENZO, Maria; FELDMAN, Liliane Bauer; FAZENDA, Naira Regina dos

Reis; HELITO, Renata Almeida Barros; RUTHES, Rosa Maria. Indicadores,

Auditorias e Certificações – Ferramentas de Qualidade para Gestão em Saúde,

2º edição, Editora Martinari, 2010.

PALADINI, Edson Pacheco. Gestão Estratégica da Qualidade – Princípios,

Métodos e Processos, 2º edição, Editora Atlas, 2009.

RAHMQVIST, Mikael; BARA, Ana Claudia. Patient characteristics and quality

dimensions related to patient satisfaction. Internacional Journal for Quality in

Health Care 2010: Volume 22, Number 2: pp 86 – 92.

SCHNEID, Samir; STEIN, Airton; CAMARGO, Charly Genro; BUCHABQUI,

Jorge Alberto; SIRENA, Sérgio; MORETTO, Alexandre; VARELA, Manuel Luiz

Morales; BRAGA, Helena; MERLO, Izabel; PINTO, Denise Maria Jornada

Braga; MOLINARI, Alberto; SILVEIRA, Mário. Protocolos Clínicos embasados

em evidências: a experiência do Grupo Hospitalar Conceição. Revista da

AMRIGS 2003: Volume 47, número 2: pp 104 – 114.

THOMPSON, Andrew G.H. Variation may be good for your health: the nature of

evidence. Internacional Journal for Quality in Health Care 2002: Volume 14,

Number 1: pp 1 – 3.

40VERGARA, Sylvia Constant; BRANCO, Paulo Durval. Empresa Humanizada: a

organização necessária e possível. Revista de Administração de Empresas

2001: Volume 41, número 2: pp 20 – 30.

WOOLF, Steven H.; GROL, Richard; HUTCHINSON, Allen; ECCLES, Martin;

GRIMSHAW, Jeremy. Potential benefits, limitations, and harms of clinical

guidelines. British Medical Journal 1999: Volume 318: pp 527 – 530.

http://www.accreditation.ca - Canadian Council for Health Services

Accreditation; acesso em 14/06/2010.

http://www.annals.org - Systematic Reviews: Synthesis of best evidence for

clinical decisions; acesso em 21/06/2010.

http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/acreditacao/manuais/index.asp - Manual

Brasileiro de Acreditação Hospitalar 2006; acesso em 14/06/2010.

http://www.cbacred.org.br - Consórcio Brasileiro de Acreditação; acesso em

18/05/2010.

http://www.centrocochranedobrasil.org.br - Centro Cochrane do Brasil; acesso

em 21/06/2010; acesso em 21/06/2010.

http://www.iqg.com.br - Instituto Qualisa de Gestão; acesso em 14/06/2010.

http://www.jointcommissioninternacional.org - Joint Commission Internacional;

acesso em 18/05/2010.

http://www.ona.org.br - Organização Nacional de Acreditação; acesso em

18/05/2010.

41http://www.portal.anvisa.gov.br - Agência Nacional de Vigilância Sanitária;

acesso em 14/06/2010.

http://www.portal.cfm.org.br - Código de Ética Médica; acesso em 01/07/2010.

http://www.portal.saude.gov.br - Ministério da Saúde; acesso em 18/05/2010.

http://redehumanizasus.net - Rede HumanizaSUS; acesso em 01/07/2010.

42

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

RESUMO 4

METODOLOGIA 5

SUMÁRIO 6

SIGLAS 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Qualidade em Saúde e Acreditação Hospitalar 10

CAPÍTULO II

Os protocolos de saúde 21

CAPÍTULO III

A aplicação na prática do serviço de saúde 27

CONCLUSÃO 33

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39

ÍNDICE 42

43

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Instituto a Vez do Mestre

Título da Monografia: O uso de protocolos nos serviços de saúde e a

melhoria da qualidade de atendimento

Autor: Vanessa da Fonseca Pacobahyba

Data da entrega:

Avaliado por: Ana Paula Ribeiro Conceito: