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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A IMPORTÂNCIA DA ESTRUTURAÇÃO DA FUNÇÃO QSMS NAS
ORGANIZAÇÕES
Por: Ana Silvia Barros
Orientador (a)
Profª. Geni de Oliveira Lima
Rio de Janeiro
2010
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A IMPORTÂNCIA DA ESTRUTURAÇÃO DA FUNÇÃO QSMS NAS
ORGANIZAÇÕES
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes ao Curso de Pós Graduação como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Administração da Qualidade.
AGRADECIMENTOS
Deus por me dar sempre força de vontade e perseverança na busca pelo meu
aperfeiçoamento pessoal e profissional.
“Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu,
nem com os olhos se viu um Deus além de Ti, que trabalha por aquele que
Nele espera.”
Isaías 64:4
DEDICATÓRIA
Aos meus pais por terem me ensinado tantas
coisas boas na vida e por ter me
transformado na pessoa que sou hoje.
Ao meu noivo por ter incentivado meu
crescimento pessoal e profissional e me dar
apoio em todas as decisões tomadas.
A Deus por ter me consentido chegar até este
momento vencendo todos os obstáculos.
RESUMO
Procura-se, neste trabalho, apresentar o sistema de gestão integrada de
qualidade, segurança, meio-ambiente e saúde – QSMS, abordando a
importância e as vantagens da implementação da qualidade total nas
empresas, evidenciando os ganho em produtividade e os benefícios gerados.
Muitas empresas ainda não se conscientizaram da importância do
sistema da gestão integrada para o desenvolvimento das organizações. Um
bom sistema de QSMS traz benefícios em longo prazo tanto para a companhia
como para os seus funcionários. A empresa que se dedica a fazer produtos e
serviços com qualidade e trabalha para a prevenção de perdas, se preocupa
em gerar um ambiente de trabalho seguro aos seus colaboradores, consegue
atingir objetivos mensuráveis, promove o trabalho em equipe, gera
profissionais competentes e cria uma rotina de melhoria contínua dentro da
organização. Para medir e controlar a aplicação dos sistemas de Gestão da
Qualidade formais, iniciaram-se com o uso de normas para avaliação da
extensão e da capacidade das empresas fornecedoras. Isso foi conseqüência
da era da garantia da qualidade, na qual os grandes clientes exigiam
evidências objetivas de que seus fornecedores atenderiam aos requisitos
especificados e isso também vale para medir a aplicabilidade das ações
propostas dentro das organizações de maneira a garantir a padronização dos
serviços.
Palavras-chave: Qualidade, Segurança, Meio-Ambiente, Saúde.
METODOLOGIA
O trabalho está focado em métodos que levam ao problema proposto,
como leitura de livros, artigos e pesquisas web gráficas. Por se tratar de uma
apresentação dos propósitos conceituais das ferramentas de Qualidade
evidenciados pela organização, a preocupação com o Meio-Ambiente, o bem-
estar dos seus colaboradores, o ganho em produtividade e os benefícios
gerados para a organização, é que a pesquisa descrita neste artigo teve como
objetivo principal analisar a implementação dos processos de gestão integrado
da Qualidade, Segurança, Meio-Ambiente e Saúde. A pesquisa propiciou fazer
uma comparação entre os diferentes pensamentos de grandes autores e a
coleta de informações pôde fundamentar o estudo. Quanto aos seus objetivos,
é uma pesquisa de métodos para a implementação real do sistema de gestão
que visa não só verificar as teorias como os exemplos evidenciados nas
empresas atuais para aplicabilidade dos propósitos fundamentados na gestão.
Como é elaborada praticamente a partir de material publicado, constituído
principalmente por normas, guias, artigos e livros, não requerendo, para tanto,
o uso de métodos e técnicas estatísticas, trata-se basicamente de uma
pesquisa bibliográfica.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
QSMS Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde.
TQM Total Quality Management (Gestão para a Qualidade
Total)
QCs Quality Circles (Círculos de Controle da Qualidade)
PDCA Plan, Do, Check e Action (Planejar, Executar,
Verificar e Agir)
SGS&SO Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde
Ocupacional
S&SO Saúde & Segurança Ocupacional
ISO International Organization for Standardization
(Organização Internacional de Normas)
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
NBR ISO 14001:2004 Norma Brasileira de Sistemas de Gestão Ambiental
– Requisitos e orientação
ECO-92 Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento realizada em 1992.
SGA Sistema de Gestão Ambiental
NBR ISO 9001 Norma Brasileira de Sistema de Gestão da
Qualidade
NBR ISO 14001:1996 Norma Brasileira de Sistema de Segurança e Saúde
Ocupacional
OHSAS 18000 Occupational Health and Safety Assessment Series
(Série de Avaliação da segurança e Saúde no
Trabalho)
BS 8800:1996 Guide to Occuopational Health and Safety
Management Systems (Guia para Sistemas de
Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho)
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 12
Objetivos Gerais 14
Objetivo Específicos 14
Delimitação da Pesquisa 15
CAPÍTULO 1 - GESTÃO INTEGRADA 16
1.1 Sistemas de Gestão 16
1.1.1 Gestão da Qualidade 18
1.1.2 Gestão Integrada 20
1.1.3 Gestão da Segurança e Saúde Ocupacional 21
1.1.4 Gestão Ambiental 24
CAPÍTULO 2 - MONITORAMENTO E MELHORIA – GESTÃO
AMBIENTAL 26
2.1 Política Ambiental 26
2.2 Treinamento, Conscientização e Competência 27
2.3 Controle Operacional 27
2.4 Atendimento a Emergências 28
2.5 Monitoramento Ações Corretivas 29
2.6 Análise Crítica da Gestão 29
CAPÍTULO 3 - NORMAS ISSO 31
3.1 O padrão ISO 31
3.1.1 Sistema de Gestão da Qualidade - ISO 9000 31
3.1.2 Certificações de conformidade ISO 9001 33
3.1.3 Sistema de Gestão do Meio Ambiente - ISO 14000 34
3.1.4 Sistema de Gestão da Segurança e Saúde 35
Ocupacional – OHSAS 18000
12
INTRODUÇÃO
Com o avanço tecnológico, o crescimento mundial desenfreado e o
aumento da perspectiva de vida do ser humano, o conceito de
desenvolvimento industrial mudou. Esta mudança tem exigido que a direção
das empresas amplie a gestão sobre os seus negócios, não focando somente
o produto ou serviço, mas atentando para os seus colaboradores, para a sua
saúde física e proporcionando condições de trabalho em ambiente seguro.
A abordagem do tema a importância da estruturação da função QSMS
nas organizações é uma forma de mostrar as empresas que não é impossível
à implantação dessa função nas organizações. O número excessivo de
acidentes e os grandes desastres mundiais divulgados pela mídia levam as
empresas a acreditarem que competitividade e lucro não são suficientes.
Assim, elas também devem demonstrar uma atitude ética e responsável
quanto à segurança e saúde em seus ambientes de trabalho, além de cuidar
das questões ambientais.
A importância da elaboração de um sistema de gestão que não vise
apenas o atendimento da Legislação e sim busque a proteção, saúde e
integridade física dos trabalhadores, cria uma necessidade de um
estudo/pesquisa mais aprofundado sobre o tema. O objetivo do trabalho é
trazer para as empresas os benefícios gerados pela implantação do sistema
mostrando vantagens para os negócios e com isso fazendo com que a
empresa trabalhe de forma correta, segura e consciente. As organizações que
trabalham de forma incorreta não atendendo a nenhum dos requisitos citados
nas funções de QSMS não têm qualidade nos seus serviços, prejudicam a
segurança e saúde dos seus colaboradores, agride o meio ambiente, gera
custos e acarreta uma imagem negativa para a empresa.
As empresas podem gerar grandes vantagens competitivas utilizando a
função QSMS. Essas ferramentas gerenciais contribuem para a melhoria nas
organizações. As práticas difundidas na empresa, além de proporcionar um
ambiente de trabalho melhor, tem o objetivo de serem absorvidas pelas
13
pessoas, para serem praticadas, também, fora do local de trabalho, quer sejam
por empregados próprios ou terceirizados, proporcionando o bem estar da
família e, enfim, multiplicando-se para toda a sociedade.
A preocupação das organizações com o meio-ambiente, com uma maior
e crescente conscientização das pessoas e toda a sociedade, tem levado as
empresas a adotar uma atitude pró-ativa ou compulsória, com o objetivo de
realizar investimentos, visando compensar e minimizar o impacto causado no
meio ambiente, na execução das suas atividades operacionais.
A qualidade dos produtos comercializados, certificados pelas normas
reguladoras proporcionam para as empresas oportunidades de atuarem em
mercados extremamente competitivos, dinâmicos e cada vez com maior grau
de exigência, proporcionando uma vantagem competitiva em relação aos
novos entrantes do setor, além de permitir a manutenção no altamente
competitivo mercado internacional.
Outra vantagem competitiva para as organizações é que os mercados
financeiros mundiais oferecem melhores condições e taxas quando a
organização candidata a obtenção de financiamentos adota práticas e participe
de projetos que visam minimizar o impacto ao meio ambiente, de tal relevância
que, mesmo tendo solidez financeira, o financiamento não é autorizado se não
for comprovada a participação da organização nestes projetos.
A gestão isolada dos sistemas de Qualidade, Segurança, Meio-
Ambiente e Saúde, podem significar uma série de desvantagens para a
organização nos mais variados níveis, podendo dar origem a um sistema de
gestão demasiado complexo, confuso.
Além destes aspectos a manutenção isolada dos sistemas, representa
custo, alocação de pessoal para atender os requisitos de cada sistema. Um
sistema integrando QSMS, uma vez implantado corretamente, minimiza e
aperfeiçoa os processos e os componentes dos vários sistemas, criando um
14
único sistema de gestão, centrando as atenções para um conjunto único de
procedimentos, que associam as áreas de interesse.
Objetivos Gerais
A integração de sistemas de gestão é uma realidade brasileira. O
objetivo do trabalho é mostrar às empresas a importância de um sistema
integrado a Gestão da Qualidade, Segurança, Meio-Ambiente e Saúde,
buscando garantir a eficácia da organização, reduzir simultaneamente os
riscos associados a sua atividade e a saúde de seus colaboradores e os
respectivos impactos ambientais.
Propor a correta utilização das ferramentas/recursos da qualidade como
forma de otimizar os resultados de um projeto.
Com a crescente pressão para que as organizações racionalizem seus
processos de gestão, várias delas vêem nessa integração dos Sistemas de
Gestão uma excelente oportunidade para reduzir custos relacionados, por
exemplo, à manutenção de diferentes estruturas de controle de documentos,
auditorias, registros, dentre outros. Tais custos e ações, em sua maioria, se
sobrepõem e, portanto, acarretam gastos desnecessários (GODINI e
VALVERDE, 2001, p.14).
Objetivos Específicos
Os objetivos específicos buscam apresentar informações necessárias para
o atendimento do objetivo geral, a saber:
• Apresentar os conceitos da função QSMS para as organizações de
forma a aumentar a conscientização das empresas para as questões
ligadas a este assunto capaz de produzir resultados mensuráveis e
sustentáveis para a sua perenidade.
15
• Definir as etapas de implantação, em conjunto com a base do Sistema
de gestão Integrada Qualidade, Segurança, Meio-Ambiente e Saúde.
Delimitação da Pesquisa
Este trabalho não abordará um estudo de caso específico em uma
empresa. O estudo se limita a uma apresentação de propostas para melhoria
de resultados com a implantação do sistema integrado QSMS nas
organizações. Por se tratar de uma averiguação dos propósitos conceituais das
ferramentas de Qualidade evidenciados pela organização, a preocupação com
o Meio-Ambiente, o bem-estar dos seus colaboradores, é que a pesquisa
descrita neste artigo teve como objetivo principal analisar a aplicabilidade dos
processos de gestão integrado da Qualidade, Segurança, Meio-Ambiente e
Saúde.
CAPÍTULO 1 - GESTÃO INTEGRADA
1.1 Sistemas de Gestão
16
Todo negócio se faz por meio de processos e atividade que apresentam
variabilidade natural e modos potenciais de falha relativos aos recursos
disponibilizados e aos métodos de trabalho empregados. Quanto maior o
impacto que uma eventual falha possa produzir nos resultados do negócio,
mais significativa a falha se tornará. Dentre esses impactos não apenas os
prejuízos financeiros e humanos, mas também as conseqüências de médio e
longo prazo que podem atingir a imagem da empresa no mercado, requerendo
gestão específica sobre as atividades envolvidas, visando prevenir a ocorrência
de efeitos indesejáveis na organização.
As organizações com problemas ou resultados indesejáveis que geram
a variabilidade em seus processos e produtos, e muitos não são previsíveis.
Com isso os custos da empresa tornam-se elevados com as perdas,
reclamações de clientes internos e externos. O termo gestão identifica nossos
propósitos. Podemos dizer que um sistema de gestão é um conjunto de
elementos bem determinados que de alguma forma possam interagir ou se
relacionar. O sistema de gestão pode ter a abrangência e o escopo que
desejarmos, em função do nosso propósito de observação e de controle.
O termo gestão envolve basicamente três funções:
• Sistema – é o conjunto de elementos que estão inter-relacionados ou
em integração.
• Sistema de gestão – sistema para estabelecer política e objetivos e para
atingir esses objetivos.
• Gestão – atividades coordenadas para dirigir e controlar uma
organização.
O sistema que pode interagir e se inter-relacionar nos sistemas de
gestão, são de maneira geral os recursos humanos, financeiros, ambientais,
métodos e procedimentos de trabalho, destinados a permitir o planejamento, o
controle e a melhoria do que se pretende desempenhar, em função dos
17
requisitos identificados ou impostos como essenciais, a partir de políticas,
objetivos e metas que se deseja atingir. CERQUEIRA (2006)
O sistema de gestão de uma organização pode ter seus elementos
organizados ou agrupados para atender a diferentes propósitos de gestão
como: gestão da qualidade, gestão ambiental, gestão de segurança e saúde
ocupacional ou qualquer outra disciplina ou propósito de gestão. Os diferentes
propósitos de gestão podem ser tratados como sistemas isolados ou
integrados em um único sistema que englobe seus elementos essenciais.
O processo de implantação e implementação de um sistema de gestão
integrada envolve etapas bem definidas. Cabe a cada organização, em função
de sua realidade, planejar e definir seus próprios caminhos. De uma forma
geral, as atividades de implantação e implementação são divididas pelas
seguintes etapas básicas:
• Planejamento do processo de implantação e implementação;
• Preparação para a implantação do sistema;
• Implantação dos procedimentos documentados;
• Detalhamento dos controles operacionais;
• Implementação do sistema de gestão.
Podemos pensar que os sistemas de gestão só estarão implementados
quando existirem evidências de que aquilo que foi estabelecido esta
acontecendo de fato na prática do dia-a-dia. Ibidem, p.13
1.1.1 Gestão da Qualidade
Segundo WILLIAMS (2004) TQM, qualidade ou Gestão da Qualidade
Total, teve sua origem a partir de uma criação japonesa denominada círculos
da qualidade (QCs – quality circles), também chamada de círculos de controle
18
da qualidade. A idéia era reunir os trabalhadores em encontros semanais para
discutir formas de melhorar o ambiente e a qualidade do seu trabalho. Os
trabalhadores eram estimulados a identificar os problemas potenciais da
qualidade e discuti-los e apresentar suas próprias soluções. Isto começou a
funcionar no Japão em 1962.
Estas aplicações japonesas foram levadas para os Estados Unidos em
1970 e ficou conhecida como a febre dos anos 80, mas o sucesso foi bastante
limitado, e no final dos anos 80 a aplicação tornou-se praticamente esquecida.
Os círculos da qualidade não funcionaram nos EUA. Os facilitadores norte-
americanos dos círculos da qualidade geralmente tratavam o assunto como se
fosse um seminário – algo que podia ser “instalado” em uma organização. Se
usados adequadamente, os círculos da qualidade não apenas melhoram a
qualidade, mas também fazem crescer o envolvimento, o espírito inovador e a
participação do empregado. O segredo, entretanto, é que o facilitador use
técnicas para determinar o foco e a direção do grupo. O líder do círculo da
qualidade deve ser um facilitador hábil, com excepcional experiência e
capacidade de interação.
A preocupação com a qualidade, no sentido mais amplo da palavra,
começou com Walter A. Shewhart, estatístico norte-americano que, já na
década de 20, tinha um grande questionamento com a qualidade e com a
variabilidade encontrada na produção de bens e serviços. CARVALHO &
PALADIN (2005), relatam que Shewhart propôs o Ciclo PDCA (Plan, Do,
Check e Action), método essencial da gestão da qualidade, que melhorado e
difundido em conjunto com W. Edwards Deming.
No entendimento de OLIVEIRA (2004), a evolução da qualidade passou
por três fases marcantes, que são elas: Era da inspeção, a era do controle
estatístico e por último a era da qualidade total.
Qualidade, enquanto conceito é um valor conhecido por todos e, no
entanto, definido de forma diferenciada por diferentes grupos ou camadas da
sociedade, ou seja, de caráter espontâneo e intrínseco a qualquer situação
19
MARSHALL (2006). Nos relatos do mesmo autor, a percepção dos indivíduos é
diferente em relação aos mesmos produtos ou serviços, em função de suas
necessidades, experiências e expectativas.
Da gestão da qualidade total depende a sobrevivência das organizações
que precisam garantir aos seus clientes a total satisfação com os bens e
serviços produzidos, contendo características intrínsecas de qualidade, a
preços que os clientes possam pagar, e entregues dentro do prazo esperado.
Na visão de CERQUEIRA (2006), a integração de todos os esforços de
padronização e de gestão da rotina do Sistema de Gestão da Qualidade requer
que a alta administração implemente sistemáticas de avaliação da efetividade
do sistema.
No intuito de monitorar a o sistema, as auditorias são empregadas para
determinar em que grau os requisitos do SGQ foram atendidos. As
contratações de auditorias são utilizadas para avaliar a eficácia do SGQ e para
identificar oportunidades de melhoria. O resultado das auditorias contém
informações importantes que permitem a alta administração fazer uma análise
crítica do desempenho do sistema. A auditoria monitora o sistema, levantando
fatores e evidências objetivas de problemas, enquanto a análise crítica decide
o que fazer para corrigir falhas, prevenir problemas e aprimorar os níveis de
eficácia do SGQ.
Para PALADIN (2004), o ápice da Gestão da Qualidade tem como
indicativos claros dos resultados através do grau de fidelidade do consumidor e
a possibilidade de transformar clientes em consumidores. Sendo que é
fundamental atender e, preferencialmente, exceder às expectativas dos
clientes. A obtenção da qualidade total parte de ouvir e entender o que o
cliente realmente deseja e necessita, para que o bem ou serviço possa ser
concebido, realizado e prestado com excelência.
20
1.1.2 Gestão Integrada
Por CERQUEIRA (2006), no mundo atual a tecnologia desenvolve-se
com muita rapidez. Os meios de comunicação se encontram tão avançados
que permitem a todos saber em tempo real o que esta acontecendo no outro
lado do mundo. Para as empresas sobreviverem no mercado cada vez mais
competitivo, devem ser capazes de identificar e atender as pressões e a
requisitos do processo de evolução em função do qual, são exigidas respostas
rápidas e eficazes. O nível de complexidade, apresentando, cada vez mais,
novos desafios à compreensão dos processos e à definição de modelos de
gestão que assegurem a perpetuação dos negócios.
As incertezas que refletem o desconhecimento sobre os aspectos
relevantes dos processos de negócio num mundo em constante e rápida
mutação. O estilo de gestão que consistem na abordagem administrativa ou
nos modelos de atuação propostos para lidar com os problemas identificados
pela organização. Cada etapa de evolução da gestão esta marcada por um
nível de complexidade específico, definido pelas exigências do mercado e pelo
foco dos negócios.
O processo de evolução da gestão identifica-se por quatro níveis de
complexidade distintos: foco no produto, foco no processo, foco no sistema de
gestão e foco no negócio. Cada nível de complexidade esta associado a um
grau de incerteza. Qualquer afirmativa ou tomada de decisão envolve risco. Ao
longo do tempo, estudiosos desenvolveram teorias, técnicas e modelos
visando fornecer ferramentas à gestão. (ver Figura - Anexo 1)
A gestão integrada requer ações reativas, corretivas, preventivas e
preditivas. Reativas sobre os efeitos indesejáveis. Corretivas sobre as causas
reais de problemas identificados nos processos. Preventivas sobre as causas
potenciais de problema. Preditivas sobre o negócio considerando as
tendências do mercado, as necessidades dos clientes e a atuação da
concorrência. Ibidem, p.16
21
1.1.3 Gestão da Segurança e Saúde Ocupacional
Na visão de CERQUEIRA (2006), no Brasil os cuidados com a
segurança ocupacional e com a saúde do trabalhador, em função dos riscos
relacionados com suas atividades profissionais, antecederam ao movimento da
gestão da qualidade e a necessidade de preservação ambiental e de combate
à poluição. Isso porque a legislação trabalhista já há alguns anos vem impondo
às organizações a necessidade de implementação de programas e a tomada
de cuidados essenciais para assegurar a integridade do trabalhador em sua
ocupação profissional.
Ainda encontramos organizações produtoras de bens e serviços que
negligenciam esses cuidados e ainda não tomaram consciência da
necessidade de prevenir a ocorrência de falhas que venham impactar, direta
ou indiretamente, a saúde e a integridade não apenas dos seus trabalhadores,
mas também de todos aqueles que possam ser afetados pelos seus riscos
potenciais: contratados, fornecedores, prestadores de serviços e visitantes.
A nova forma de abordagem para as falhas humanas propõe a sua
contextualização em relação à ocorrência de fatores humanos aliados aos
fatores organizacionais. Esses fatores são diretamente impactados pela forma
como a organização trata as questões relativas à segurança e de que forma
essa postura é repassada a todos os membros da organização.
Muitas pesquisas realizadas indicam que os custos globais estimado,
para os empregadores, decorrentes de acidentes de trabalho com ferimento ou
não de pessoas e doenças relacionadas com o trabalho, ocasionam grandes
custos para as organizações. Portanto, há fortes razões econômicas para que
as organizações se preocupem com a redução dos níveis de acidentes e de
doenças relacionadas com o trabalhador, além de motivos éticos e legais.
Custos para as empresa dos acidentes de trabalho:
22
Diretos
• Dias de afastamento
• Despesas Médicas
• Indenizações
Indiretos
• Paralisação momentânea das atividades
• Retreinamentos
• Redução de produtividade
• Danos à imagem
A implantação e implementação de Sistemas de Gestão da Segurança e
Saúde Ocupacional (SGS&SO), além de reduzir os custos das organizações,
asseguram uma imagem responsável para seus colaboradores e outras partes
interessadas, além de contribuir para a eficiência de seus negócios. O bom
desempenho de saúde e de segurança não é casual, depende de gestão
eficaz, comprometimento da alta gerência. As organizações devem dispensar a
mesma importância à obtenção de altos padrões de gestão da S&SO como
fazem com respeito a outros aspectos de suas atividades empresariais.
Ibidem, p.136.
A política de S&SO é uma declaração formal de intenções que
estabelece o senso comum de direção, que fixa os princípios de atuação e os
compromissos da organização em relação ao seu desempenho de Segurança
e Saúde Ocupacional. É de responsabilidade da alta direção da empresa
divulgar para todos os níveis da organização de forma que todos os
colaboradores e partes interessadas possam conhecê-la e entendê-la. (ver
Figura - Anexo 2)
23
Para o estabelecimento da política de S&SO, algumas informações
devem ser consideradas, como:
• Os perigos inerentes às atividades da organização;
• Os requisitos legais e outros requisitos regulamentares ou estatutários
aplicáveis;
• Os níveis de desempenho histórico da S&SO da organização;
• As necessidades explícitas ou implícitas das diversas partes
interessadas;
• As oportunidades e as necessidades de melhoria de desempenho
identificadas;
• Os recursos atualmente disponíveis e aqueles que são necessários; e
• O nível de comprometimento dos empregados, dos contratados e de
outras pessoas envolvidas com a S&SO. Ibidem, p.
A eficácia do sistema S&SO depende da permanente utilização de
práticas seguras na realização das tarefas.
1.1.4 Gestão Ambiental
A gestão ambiental pode ser definida como um conjunto de ações que
envolvem políticas públicas, o setor produtivo e a comunidade, com vistas ao
uso sustentável e racional dos recursos ambientais. Essas ações podem ser
de caráter político, executivo, econômico, de ciência, tecnologia e inovação, de
formação de recursos humanos, de informação e de articulação entre
diferentes autores e níveis de atuação. Não é, portanto tarefa simples.
O Brasil, seguindo a tendência internacional, vem agindo no sentido de
instituir mecanismos que tornem possível a gestão ambiental. NASCIMENTO &
VIANA (2006)
24
A questão ambiental constitui hoje um dos principais problemas
enfrentados pela humanidade. A situação crítica em que se encontram os
principais biomas da Terra, os efeitos nocivos da explosão excessiva dos
recursos naturais e o desenfreado crescimento populacional são elementos
que integram essa problemática desafiadora, cujo equacionamento depende o
futuro de cada um de nós. PALERMO (2006)
[...] As organizações produtoras de bens e serviços têm, portanto, a obrigação de gerenciar seus processos de maneira a segurar esse equilíbrio e colocar a criatividade a serviço da gestão, assumindo a responsabilidade que lhes cabe no controle dos aspectos ambientais decorrentes de suas atividades. CERQUEIRA (2006, P.93).
É preciso se conscientizar de que o direito ao meio ambiente é um
direito fundamental do ser humano. O meio ambiente é a única fonte de
recursos naturais capaz de assegurar a vida aos homens, aos animais, às
plantas e a todos os organismos vivos no planeta Terra. Preservar o meio
ambiente é preservara vida e assegurar o desenvolvimento social e econômico
das nações. A destruição do meio ambiente, provocada pelo homem e pelo
desenvolvimento dos sistemas de produção, compromete a vida futura.
Buscando encontrar uma estrutura de requisitos que pudesse ser
gerenciada objetivamente, assegurando o controle, o monitoramento e a
melhoria contínua dos aspectos e impactos ambientais relacionados com as
atividades produtivas, a ISO – International Organization for Standardization –
desenvolveu a ISO 14001 – Sistemas de Gestão Ambiental – Especificação e
Diretrizes, em 1996.
Foi durante a ECO-92, realizada no Rio de Janeiro, que os 178 países
participantes solicitaram à ISO a elaboração desta norma. No Brasil a ABNT
publicou a NBR ISO 14001:2004 – Sistemas de Gestão Ambiental – Requisitos
e orientação para Uso. Seu objetivo geral é apoiar a proteção ambiental e a
preservação da poluição, em equilíbrio com as necessidades socioeconômicas.
Ibidem, p.104. 1
1 A ECO-92, Rio-92, Cúpula ou Cimeira da Terra são nomes pelos quais é mais conhecida a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD),
25
CAPÍTULO 2 - MONITORAMENTO E MELHORIA
GESTÃO AMBIENTAL
2.1 Política Ambiental
Por CERQUEIRA (2006), a política ambiental é uma declaração
documentada de intenções e princípios, disponibilizada ao público, relativa ao
desempenho ambiental geral da organização. Destina-se a fornecer uma
estrutura para a ação e para o estabelecimento de objetivos, metas e
programas ambientais, comprometendo-se não só com o cumprimento da
legislação e dos requisitos aplicáveis a seu negócio, mas também com a
melhoria contínua de seu desempenho ambiental.
realizada entre 3 e 14 de junho de 1992 no Rio de Janeiro. O seu objetivo principal era buscar meios de conciliar o desenvolvimento sócio-econômico com a conservação e proteção dos ecossistemas da Terra.
26
A política ambiental deve ser apropriada ás atividades desenvolvidas
pela organização, constituindo-se em base para as suas ações de gestão
ambiental, devendo ser comunicada aos colaboradores de todos os níveis de
decisão e trabalho. Por meio da política ambiental, a organização reconhece
formalmente que suas atividades são poluidoras, mas assume o compromisso
de controlar e melhorar seus níveis de impacto ao meio ambiente.
A Norma NBR 14001:2004 especifica alguns requisitos para o
estabelecimento de uma política de gestão ambiental, resumidos. (ver Figura
3)
Segundo CERQUEIRA (2006), objetivos ambientais são propósitos
ambientais globais, decorrentes da política ambiental, que uma organização se
propõe a atingir.
Exemplos de objetivos ambientais:
• Diminuir os níveis de impacto ambiental gerados em operação normal;
• Reduzir os riscos de impacto ambiental em situações anormais ou de
emergência;
• Reduzir o consumo de recursos naturais não-renováveis em 30% nos
próximos 2 anos;
• Reduzir o impacto sobre o ecossistema, corrigindo os passivos
ambientais existentes.
2.2 Treinamento, Conscientização e Competência
Na visão de CERQUEIRA (2006), para assegurar a gestão ambiental
dois fatores são importantes: competência para realizar as operações e
conscientização dos colaboradores para com as conseqüências que podem
advir das falhas no cumprimento dos padrões definidos para essas operações.
27
A competência pode ser assegurada pela experiência, pela educação e
pelo treinamento, visando a prover os conhecimentos e as habilidades
necessárias às operações, mas é fundamental a conscientização dos
colaboradores para com as questões ambientais decorrentes das atividades
produtivas para assegurar o melhor desempenho das organizações.
É preciso preservar a auto-estima dos colaboradores por meio de níveis
elevados de participação. Só haverá verdadeiro comprometimento com o
trabalho quando existir a motivação e a competência para executá-lo. A
motivação requer participação, conhecimento e entendimento do que deve ser
feito. A competência requer educação, habilidade, experiência e treinamentos
continuados.
2.3 Controle Operacional
O atendimento aos requisitos legais e outros requisitos aplicáveis que
devem ser atendidos, e o controle dos aspectos ambientais significativos,
devem ser feitos nas ações do dia-a-dia pelos operadores e profissionais
responsáveis em todos os níveis da organização.
A previsibilidade necessária para garantir o controle requerido deve ser
assegurada por procedimentos operacionais ou instruções de trabalho. Esses
procedimentos operacionais devem ser estabelecidos isoladamente para
atender à gestão ambiental ou de forma integrada, completando o atendimento
a requisitos operacionais de outros sistemas de gestão: qualidade, segurança
e saúde ocupacional e responsabilidade social.
Os fornecedores de bens e os prestadores de serviço contratados pela
organização devem ser comunicados da necessidade de cumprir os
procedimentos operacionais da organização, nos aspectos ambientais
significativos nos bens e serviços fornecidos, e que impactam direta ou
indiretamente o desempenho ambiental da organização. CERQUEIRA (2006)
28
2.4 Atendimento a Emergências
A NBR ISO 14001:2004 prescreve que a organização deve estabelecer
e manter procedimentos para identificar o potencial e atender a acidentes e
situações de emergência, para e suavizar os impactos ambientais que possam
estar associados a eles.
Por FROSINI & CARVALHO (1995), todas as ações para atender a
acidentes e emergências, com impactos no meio ambiente, já devem estar
planejadas, padronizadas e documentadas em procedimentos.
Segundo CERQUEIRA (2006), A organização deve identificar e prover
os recursos necessários para a tomada de ações reativas e que possam
suavizar tais impactos como: pessoal especializado ou treinado para atuar em
situações de emergência, equipamentos de contenção e proteção contra
vazamentos, bombas, válvulas, equipamentos especiais e outros recursos de
emergência (atendimento médico, apoio às comunidades, assistência social).
2.5 Monitoramento e ações corretivas
• Monitoramento e Medição - A empresa deve monitorar e medir, com
instrumentos calibrados, todas as características das operações e
atividades que possam causar impactos ambientais, devendo sempre,
as medições serem registradas e, constantemente, comparadas com a
legislação ambiental.
• Não conformidade, ações corretivas e preventivas - Toda vez que se
identificar algum problema nas atividades que podem causar impactos
ambientais, deve-se:
a. Adotar medidas para amenizar qualquer prejuízo ao meio ambiente;
b. Tomar ações corretivas para eliminar as causas do problema;
29
c. Ações preventivas para evitar que o mesmo problema se repita.
• Auditoria Ambiental - Periodicamente, a empresa deve realizar
auditorias internas do SGA, para verificar se o que foi planejado e
implementado está de acordo com os requisitos da norma ISO 14001 e
se realmente está sendo cumprido. Os resultados das auditorias
ambientais são informações importantes, para que a administração da
empresa possa realizar a análise crítica do SGA. FROSINI &
CARVALHO (1995).
2.6 Análise Crítica da Gestão
Na visão de CERQUEIRA (2006), não basta à implementação de ações
planejadas de gestão ambiental nos níveis operacionais se a Alta
Administração, não se preocupa em analisar periodicamente o cumprimento
dos objetivos e metas estabelecidos. Não basta estabelecer uma política ou
prover os recursos mínimos para as operações: é preciso repensar o negócio,
os processos, a tecnologia, as atitudes para otimizar o controle dos níveis de
poluição.
A adoção de um SGA não garantirá, por si só, resultados ambientais
ótimos. Para atingir os objetivos ambientais, convém que os sistemas de
gestão ambiental estimulem as organizações a considerarem a implantação da
melhor tecnologia disponível, quando isso for apropriado e economicamente
exeqüível. É recomendado que a relação custo/benefício de tal tecnologia seja
integralmente levada em consideração.
Considerando, ainda, que o SGA pode ser implantado de maneira
integrada com outros sistemas de gestão – qualidade, segurança e saúde
ocupacional e responsabilidade social, o papel da Alta Administração na
Análise Crítica é essencial para assegurar a eficácia desses sistemas no
atendimento aos requisitos essenciais provenientes de todas as partes
30
interessadas. Sem a validação da liderança, todo esforço de gestão é perda de
tempo e de dinheiro.
CAPÍTULO 3 - NORMAS ISO
3.1 O Padrão ISO
A ISO (International Organization for Standardization) é uma
organização fundada em 1947 e sediada em Genebra, na Suíça. Seu propósito
é desenvolver e promover normas que possam ser utilizadas por todos os
países do mundo. O principal objetivo dessa entidade é o desenvolvimento de
normas padronizadas ligadas à atividade e serviços, tendo como base as
esferas de entendimento intelectual, científica, tecnológica e econômica.
Cerca de 111 países integram esta importante organização internacional
especializada em padronização. O Brasil é representado pela ABNT –
Associação Brasileira de Normas Técnicas. SITE ISO ON LINE (2010)
31
O termo ISO foi empregado já com base em sua etimologia enquanto
palavra de origem grega. KVASNICKI (2002) lembra que o seu significado está
associado à trilogia Igualdade — Homogeneidade — Uniformidade, fornecendo
a idéia de padronização. De fato, em todas as línguas o termo “ISO” possui o
significado de igualdade.
O conjunto de cinco normas dessa série pode ser usado por empresas
de portes distintos e de segmentos diversos de atuação. A série 9000 é
exclusiva à gestão da qualidade da empresa, sem entrar no mérito de
especificações de produtos fabricados. Melhor dizendo, o produto fabricado
pela empresa enquadrada e certificada pela ISO 9000 apresentará sempre o
mesmo nível e padrão de qualidade, mantendo as suas características.
3.1.1 Sistema de Gestão da Qualidade - ISO 9000
As normas da série ISO 9000 surgiram como importante instrumento de
referência para nivelamento dos sistemas produtivos de países integrantes e
também para regular o intercâmbio de mercadorias e serviços entre os países.
Essa norma são acordos feitos entre fornecedores e clientes e definem quais
condições mínimas os produtos e serviços devem ser produzidos e
comercializados, de maneira a garantir a padronização, e consequentemente,
levar garantias de qualidade para os clientes. OLIVEIRA (2006)
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2002), os
objetivos da normalização são:
• Economia – proporcionar a redução da crescente variedade de produtos
e procedimentos;
• Comunicação – proporcionar meios mais eficientes na troca de
informação entre o fabricante e o cliente;
• Segurança – proteger a vida humana e a saúde;
32
• Proteção ao consumidor – prover a sociedade de meios eficazes para
aferir qualidade aos produtos;
• Eliminação de barreiras comerciais – evitar e existência de
regulamentos conflitantes sobre produtos e serviços em diferentes
países, facilitando, assim, o intercâmbio comercial.
Os benefícios da normalização podem ser qualitativos e quantitativos
sendo:
Qualitativos
Utilizar adequadamente os recursos (equipamento, materiais, mão-de-obra);
uniformizar a produção; facilitar o treinamento da mão-de-obra, melhorando
seu nível técnico; registrar o conhecimento tecnológico; facilitar a contratação
ou venda de tecnologia.
Quantitativos
Reduzir o consumo de materiais; reduzir o desperdício; padronizar os
componentes; padronizar equipamentos; reduzir a variedade de produtos;
fornecer procedimentos para cálculos e projetos; aumentar a produtividade;
melhorar a qualidade; controlar processos.
Não basta somente existir normas, é necessário que a sociedade e o
governo criem instrumentos que realmente façam que elas sejam obrigatórias
e de fato utilizadas, realizando paralelamente uma conscientização da
comunidade profissional sobre a importância e a necessidade da
implementação de mudanças nessa nossa realidade. Ibidem, p. 58.
3.1.2 Certificações de conformidade ISO 9001:2008
E o que é certificação ISO 9001?
33
A ISO possui uma família de normas que trata de qualidade: a ISO série
9000. Nesta família está a ISO 9001, que trata dos requisitos para sistemas de
gestão da qualidade. SITE ISO ON LINE (2010)
A ISO é a organização com a mais vasta representatividade na emissão
de normas internacionais de âmbito global, alcançando hoje 148 países. Foi
criada oficialmente no dia 23 de fevereiro de 1947 com o objetivo de facilitar a
coordenação internacional e a unificação de padrões técnicos, porém
atualmente está ligada também à normalização de padrões de gestão, com
alta repercussão econômica e social, tendo impacto não somente no setor de
produção de bens tangíveis, mas também na área de serviços, contribuindo
para a sociedade como um todo, principalmente nos aspectos de segurança e
atendimento às exigências legais.
Conforme FROSINI & CARVALHO (1995), ISO não é uma sigla, e sim
um nome. Como “International Organization for Standardization” pode ser
abreviada de diversas formas, em diversos idiomas (OIN em português, IOS
em inglês, OIN em francês etc.), optou se por utilizar uma palavra curta e
simples, derivada do grego isos, que independente do idioma poderia
preservar seu significado (International Organization for Standardization).
A ISO 9001 é um conjunto de requisitos que tem como objetivo orientar
as empresas no sistema de gestão da qualidade, com o objetivo de satisfazer
os clientes, buscar a melhoria contínua e assegurar a competitividade da
empresa. Esta norma pode ser aplicada a qualquer tipo e porte de empresa.
A NBR ISO 9001 não especifica requisitos para bens ou serviços os
quais serão comprados.
Cabe a empresa definir, tornando claras as suas próprias necessidades e
expectativas para o produto. Sua especificação pode se dar através da
referência a uma norma ou regulamento, ou mesmo a um catálogo, bem como
a anexação de um projeto, folha de dados, etc.
34
3.1.3 Sistema de Gestão do Meio Ambiente - ISO 14000
Com o intuito de uniformizar as ações para proteger o meio ambiente, a
Organização Internacional para a Normalização “International Organization for
Standardization” (ISO) criou um sistema de normas que convencionou designar
pelo código ISO 14000. Esta série da norma trata basicamente a gestão
ambiental e não deve ser confundida com um conjunto de normas técnicas. A
norma da série 14000 que orienta para a certificação ambiental da organização
é a ISO 14001, denominada Sistema de Gestão Ambiental – Especificação e
Diretrizes para Uso. CYRO (2004)
Para alcançar a certificação ambiental, uma organização deve cumprir
três exigências básicas expressas na norma ISO 14001, que é a norma
certificadora da série ISO 14000:
• Ter implantado um sistema de gestão ambiental;
• Cumprir a legislação ambiental aplicável ao local da instalação;
• Assumir um compromisso com a melhoria contínua de seu desempenho
ambiental.
A decisão de uma organização de aderir às normas da série ISO 14000
constitui certamente um importante passo para a conscientização ambiental de
todos os seus colaboradores, influenciando, dessa forma, seus fornecedores e
clientes. Como a utilização de todas as normas ISO, a ambiental traz as
empresa vantagens competitivas, como:
Uma boa imagem para as empresas emergentes, que trabalham para se
equiparar a competidores conceituados, já estabelecidos no mercado, podem
se beneficiar desta certificação; Organizações que se iniciam como
exploradoras, que manipulam ou produzem materiais e produtos perigosos ou,
ainda, que estejam localizadas em regiões ambientalmente comprometidas
podem buscar na certificação ambiental reconhecimento que compense as
dificuldades que enfrentam em seu posicionamento comercial e estratégico.
35
A forma mais segura para implantar um Sistema de Gestão Ambiental é
começar do básico, conscientizando todos os seus colaboradores e definindo
uma política ambiental objetiva. Não queimar etapas e não acreditar em
propostas miraculosas de certificação fácil e imediata são preocupações que
evitarão decepções futuras. Recorrer a consultores experientes, que saibam
identificar os pontos críticos e recomendar as providências preliminares, é um
bom começo. Não se deve perder de vista que a obtenção do certificado não
representa o fim do processo, mas, ao contrário, é o início de um compromisso
com a qualidade que se estenderá por muitos anos.
3.1.4 Sistema de Gestão da Segurança e Saúde
Ocupacional – OHSAS 18000
Nas décadas de 1980 e 1990 foram desenvolvidos alguns modelos
normativos para a gestão de segurança e saúde no trabalho, mas sempre
restritos a países ou setores de atividades específicos. Desses, o mas
difundido no Brasil foi a BS 8800:1996, Guide to Occuopational Health and
Safety Management Systems (Guia para Sistemas de Gestão da Segurança e
Saúde no Trabalho), um guia de diretrizes, que orientava a estruturação dos
sistemas, mas não era aplicável para efeito de certificação. NETO, TAVARES
& HOLFFMANN (2008).
Por iniciativa de diversos organismos certificadores e de entidades
nacionais de normalização, foi, então, desenvolvida e publicada a Occupational
Health and Safety Assessment Series – OHSAS (Série de Avaliação da
segurança e Saúde no Trabalho). Foi criada então, a OHSAS 18001:1999,
que adotou a mesma estrutura da ISO 14001:1996, o que torna bastante
facilitado o seu entendimento para os já familiarizados com o sistema de
gestão ambiental.
Em 2007, a OHSAS 18001 teve sua primeira revisão, que não alterou
significativamente a estrutura da norma, mas introduziu diversos
36
aperfeiçoamentos. Entre esses destacam-se maior ênfase a importância da
saúde, a melhoria no alinhamento com a ISO 14001:2004 e o aumento no
enfoque preventivo, com a exigência de gerenciamento de acidentes.
CONCLUSÃO
Neste trabalho, foi apresentada uma proposta de estruturação da função
QSMS nas organizações mostrando as formas corretas da empresa trabalha
de forma segura, responsável, e de como lhe dar com seus colaboradores e
com o meio ambiente, aborda as vantagens competitivas e as vantagens para
os negócios.
Com o avanço tecnológico, o grande crescimento mundial o conceito de
desenvolvimento mudou tanto para as empresas quanto para os seus clientes
uma maior e crescente conscientização das pessoas e toda a sociedade.
Hoje a preocupação com o meio ambiente e a segurança dos seus
colaboradores tem sido motivo de discussões e debates principalmente no que
diz respeito à destruição do meio ambiente, os órgãos competentes estão
exigindo das empresas qualidade nos seus serviços para evitar tais incidentes.
O grande número de acidentes e desastres mundiais leva as empresas a
tomarem consciência de que a competitividade e o lucro não são suficientes, e
37
que agora as empresas devem demonstrar uma atitude ética e responsável
nas questões que envolvem segurança, saúde e proteção ao meio ambiente.
Acredito que as empresas podem alcançar ótimos resultados utilizando
a função integrada de QSMS, e alcançar grandes vantagens competitivas no
mercado. Essas ferramentas gerenciais contribuem para a melhoria nas
organizações e a prática difundida, além de proporcionar um melhor ambiente
de trabalho, tem o objetivo de serem absorvidas pelas pessoas e praticadas
dentro e fora do ambiente de trabalho, multiplicando-se para toda a sociedade.
Um sistema integrado de QSMS, uma vez implantado corretamente,
minimiza e aperfeiçoa os processos e os componentes dos vários sistemas,
criando um único sistema de gestão, centrando as atenções para um conjunto
único de procedimentos, que associam as áreas de interesse. Nessa
integração dos sistemas de gestão a uma excelente oportunidade para reduzir
custos relacionados, por exemplo, à manutenção de diferentes estruturas de
controle de documentos, auditorias, registros, dentre outros. Tais custos e
ações, em sua maioria, se sobrepõem e, portanto, acarretam gastos
desnecessários.
Uma das vantagens competitivas para as organizações é que os
mercados financeiros mundiais oferecem melhores condições e taxas quando
a organização candidata a obtenção de financiamentos adota práticas e
participe de projetos que visam minimizar o impacto ao meio ambiente, estas
empresas tornam-se bem vistas no meio organizacional.
É importante ressaltar que para alcançar esses resultados, será
necessário comprometimento da alta direção da empresa para analisar
periodicamente o cumprimento dos objetivos e metas estabelecidos. Cabe a
cada organização, em função de sua realidade, planejar e definir seus próprios
caminhos. É de responsabilidade da alta direção divulgar para todos os níveis
da organização de forma que todos os colaboradores e partes interessadas
possam conhecê-la e entende-la.
38
Não é suficiente somente conscientizar os colaboradores para a
implantação do sistema de gestão integrada, só estarão de fato implementados
quando existirem evidências de que aquilo que foi estabelecido pela
organização esta acontecendo na prática do dia-a-dia. É preciso preservar a
auto-estima dos colaboradores por meio de níveis elevados de participação. Só
haverá verdadeiro comprometimento com o trabalho quando existir a
motivação e a competência para executá-lo. A motivação requer participação,
conhecimento e entendimento do que deve ser feito.
O objetivo do trabalho é mostrar as empresas a importância do sistema
de gestão integrada e apresentar as formas de implementação do sistema.
Concluo que a implantação da função QSMS é possível em qualquer
empresa desde que a alta administração esteja disposta a investir no sistema
de gestão e sabendo que o retorno não será a curto prazo, pois conscientizar
pessoas e mudar antigos hábitos não é tarefa fácil, requer todo um
acompanhamento e melhoria contínua para assegurar a previsibilidade
desejada.
39
REFERÊNCIAS
BENITE, Anderson Glauco. Sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho. São Paulo: O Nome da Rosa, 2000
CARVALHO, Marly M. PALADIN, Edson P. Gestão da Qualidade: Teorias e Casos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
CERQUEIRA, Jorge P. Sistemas de Gestão integrados ISO 9001, ISO 14001, OHSAS 18001, SA 8000, NBR 16001: Conceitos e Aplicações. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006, p.13-16, p.93-136.
DEMING, W. E. Qualidade: A Revolução da Administração. Rio de Janeiro: Saraiva, 1990
FROSINI, L. H., CARVALHO, A. B. M. Segurança e Saúde na Qualidade e no Meio Ambiente. São Paulo: CQ Qualidade, 1995
GODINI, Maria Dorotea de Queiroz; VALVERDE, Selene. Gestão Integrada de Qualidade, Segurança & Saúde Ocupacional e Meio Ambiente, Bureau Veritas Brasil, São Paulo, 2001, p.14.
KVASNICKI, I. ISO 9001. O que é? Curitiba: IZI, 2002.
MARSHALL Jr. Isnard. Gestão da Qualidade. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.
40
NASCIMENTO, Elimar Pinheiro e VIANA, João Nildo S. Economia, meio ambiente e comunicação. Rio de Janeiro: Garamond, 2006
NETO, João M. Ribeiro, TAVARES, José da Cunha & HOFFMANN, Silvana Carvalho. Sistemas de Gestão Integrados: Qualidade, Meio Ambiente, Responsabilidade Social e Segurança e Saúde no Trabalho. São Paulo: Senac São Paulo, 2008
OLIVEIRA, Otávio J. Gestão da Qualidade: Tópicos Avançados. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006, p.58.
PALERMO, Marco Antonio. Gerenciamento Ambiental Integrado. São Paulo: Innablume, 2006.
WILLIAMS, Richard L. Como Implementar a Qualidade Total na sua empresa. Rio de janeiro: Campus, 2004
Texto retirado da internet: http://www.isoonline.com.br/isoonline. Site Iso On Line, acessado em 13/03/2010.
VALLE, Cyro Eyer do. Qualidade Ambiental: ISO 14000 – 5º Edição. São Paulo: Senac São Paulo, 2004
41
ANEXOS Índice de anexos
Anexo 1 – Ciclo PDCA
Anexo 2 – Política de S&SO
Anexo 3 – Política Ambiental
43
Anexo 2 Política de S&SO
FIGURA 2
Alguns requisitos da Norma NBR 14001:2004 para o estabelecimento de uma Política de Gestão Ambiental.
45
ÍNDICE
CAPA 1
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 8
SUMÁRIO 10
INTRODUÇÃO 12
CAPÍTULO 1 - GESTÃO INTEGRADA
1.1 Sistemas de Gestão 16
1.1.1 Gestão da Qualidade 18
1.1.2 Gestão Integrada 20
1.1.3 Gestão da Segurança e Saúde Ocupacional 21
1.1.4 Gestão Ambiental 24
CAPÍTULO 2 - MONITORAMENTO E MELHORIA – GESTÃO AMBIENTAL
46
2.1 Política Ambiental 26
2.2 Treinamento, Conscientização e Competência 27
2.3 Controle Operacional 27
2.4 Atendimento a Emergências 28
2.5 Monitoramento Ações Corretivas 29
2.6 Análise Crítica da Gestão 29
CAPÍTULO 3 - NORMAS ISO
3.1 O padrão ISO 31
3.1.1 Sistema de Gestão da Qualidade - ISO 9000 31
3.1.2 Certificações de conformidade ISO 9001 33
3.1.3 Sistema de Gestão do Meio Ambiente - ISO 14000 34
3.1.4 Sistema de Gestão da Segurança e Saúde 35
Ocupacional – OHSAS 18000
CONCLUSÃO 37
REFERÊNCIAS 40
ÍNDICE DE ANEXOS 42
ANEXOS 43
ÍNDICE 46
FOLHA DE AVALIAÇÃO 48
47
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
Título da Monografia: A IMPORTÂNCIA DA ESTRUTURAÇÃO DA FUNÇÃO
QSMS NAS ORGANIZAÇÕES
Autor: Ana Silvia Barros
Data da entrega: 17/04/2010
Avaliado por: Conceito: