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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Consumidor Virtual, seu perfil e seu comportamento Por: Alexandre Vivório Cardoso Orientador Prof. Jorge Vieira Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Consumidor Virtual, seu perfil e seu comportamento

Por: Alexandre Vivório Cardoso

Orientador

Prof. Jorge Vieira

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Comportamento do Consumidor Online

Apresentação de Monografia à Universidade

Candido Mendes como condição prévia para conclusão

do curso de Pós-Graduação em Marketing

por: Alexandre Vivório Cardoso

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AGRADECIMENTOS

.... agradeço acima de tudo a Deus, pela força,

amor e todas as bênçãos na minha vida.

A Claudia Vivorio minha eterna

companheira de todas as horas.

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DEDICATÓRIA

..... Dedico esta monografia aos meus

pais e a minha esposa querida (Claudia

Vivorio) por estar presentes nesse

momento tão importante da minha vida.

.

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RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo geral buscar um melhor

entendimento do comportamento de compra do consumidor online. Trata da

ordenação e sistematização do conhecimento científico sobre comportamento

do consumidor na Internet, investiga as características que diferenciam

compradores de não-compradores, traçando seu perfil e no uso que este

consumidor faz da na rede mundial de computadores.

O advento da Internet possibilitou uma nova forma para comprar e

vender bens de consumo, o comércio eletrônico (CE). Com o objetivo

apresentar a importância para a identificação dos fatores impulsionadores de

uma nova forma de se fazer comércio, uma das práticas mais antigas da

humanidade, que através da tecnologia vem sofrendo transformações capazes

de revolucionar a forma com que as pessoas adquirem produtos de diversas

categorias e dos lugares mais distantes, estará também demonstrando um

pouco da realidade nos dias de hoje no âmbito dessa nova era digital, e como

os consumidores e clientes estão se comportando diante essa nova

propagação do comercio eletrônico tanto local como também mundial.

A utilização das estratégias de marketing em qualquer nas várias formas

de comércio, esta sendo cada vez mais popular e proveitosa. Os consumidores

sentem isso e demonstram em suas interações comerciais. Com o surgimento

do comércio eletrônico, isto está cada vez mais claro. Termos novos estão

sendo usados para definir as novas ferramentas que estão sendo usadas e

cada vez mais se tornam ferramentas comuns entre os profissionais de

marketing voltados a Web, e-marketing e e-commerce, e muitos outros, além

de nomes diferentes, também são idéias que postas em pratica, dominam o

marketing na internet.

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METODOLOGIA

Durante o trabalho foi realizado um estudo aprofundado sobre a

internet, as novas tecnologias do mundo virtual e comportamento de compra

de todas as classes de consumo com acesso à internet. Este trabalho

acadêmico é baseado também em pesquisa bibliográfica descritiva, elaborado

a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros e material

disponibilizado na internet.

Conhecer o comportamento do consumidor é considerado um dos

pilares do conceito de marketing, especialmente em um ambiente de forte

concorrência e totalmente sem limites de busca, pesquisa e comparação de

preços, onde, com acesso a tantas informações, o cliente está ainda mais

suscetível à mudança de opinião e à variação de suas escolhas.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - O Comportamento 10

CAPÍTULO II - O Processo 29

CAPÍTULO III – O Efeito 44

CONCLUSÃO 46

BIBLIOGRAFIA 48

ANEXOS 50

ÍNDICE 54

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INTRODUÇÃO

A partir de um conceito pela primeira vez descrito em 1962, a Internet,

depois de uma longa história de desenvolvimento entre as comunidades

acadêmica e militar, aparece, por volta de 1993, para a grande massa (Leiner

et al. 1997).

Desde então, a rede tem recebido grande atenção dos meios de

comunicação, gerando muito interesse para o público em geral e para os

profissionais dos mais diversos ramos de atividade. Difundiu-se com tal rapidez

que, hoje, poucos anos depois, a troca de endereços de e-mails entre

conhecidos e os comentários sobre as novidades das home pages já se tornou

prática corriqueira (Leiner et al. 1997).

O Brasil é um dos países que tem se destacado no número de domínios

e computadores ligados à rede. Estima-se que no país haja 12 milhões de

usuários da Internet.

A recente e imediata popularização da Internet permitiu o agrupamento

de pessoas com interesses comuns e com acesso ilimitado às informações

pertinentes à escolha dos produtos e serviços disponíveis no comércio

eletrônico. Neste contexto, o comportamento do consumidor passa por

significativas mudanças com a instalação de equipamentos (computadores)

nas residências e nas empresas que têm lhes proporcionado o “acesso rápido

e preciso aos fornecedores de bens, produtos e serviços” (KOTLER, 1999).

As informações em rede são de infinita utilidade para as empresas que

atuam nesse ambiente, seja na “redução dos caminhos de produção, na

economia do tempo, no aumento da produtividade e na aproximação entre a

empresa e seus clientes, tanto os fornecedores quanto os consumidores”

(RICHERS, 1996). Este cenário redefine o papel do consumidor, um

consumidor digital dotado de novos hábitos, preferências e receios de compra

totalmente diferentes. Este consumidor detém um poder de negociação agora

muito mais ampliado, onde o mesmo define quais informações de que

necessita as ofertas que lhe interessa e ainda, o quanto está disposto a pagar.

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Com a rapidez do acesso às informações, o consumidor pode agilizar a

sua decisão de compra, mas esta mesma agilidade pode servir como estímulo

para a busca de alternativas. Daí a importância do estudo e análise do cenário

para a definição de estratégias de marketing voltadas para o comportamento

do consumidor no ambiente virtual permitindo a sua retenção e conseqüente

decisão de compra. Com base nas mudanças ocasionadas pelo advento da

Internet, este trabalho pretende buscar uma contribuição às teorias existentes

e ainda, demonstrar as variáveis que influência positiva no processo de

decisão de compra do consumidor virtual.

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1 Comportamento do consumidor online

Estudar o comportamento do consumidor abrange uma série de fatores

que levam o entendimento de como cada indivíduo é único e agem de acordo

com seus grupos, sua posição social, culturas, etc. E entender estes fatores é

a grande jogada que leva ao propósito do marketing, que é atender e satisfazer

às necessidades e desejos dos consumidores.

Na teoria de Karsaklian (2000), “ser consumidor é ser humano (...) é

uma parte de todos nós, e como todos nós, como todos humanos, o

consumidor tem lá suas motivações para a busca de determinadas ambições,

para a conquista de determinados espaços, para a realização pessoal”. Tais

motivações são representadas por comportamentos caracterizados por uma

forte energia despendida numa ação orientada para um objetivo específico. O

autor complementa que a persistência é o melhor indicador de um determinado

comportamento caracterizado pela motivação, como por exemplo, na busca

por um medicamento, o motivo que indica a obstinação pelo produto é a dor.

O ato de consumo é um processo dinâmico de escolha e seu

entendimento passa por uma série de passos que se inicia com a percepção

dos desejos e expectativas do consumidor. Entender as motivações de

compra, ou seja, por que consumimos é

“estudar o comportamento do consumidor, que diz

respeito à elucidação das razões que fazem com que o

indivíduo compre e consuma um produto em vez de outro,

em determinada quantidade, em um momento específico

e em certo lugar. Estudando o consumidor, tentamos

compreender e explicar seu comportamento” (Karsaklian

(2000, p.18).

Kotler (1999) já previa que com o advento da internet e o

desenvolvimento de novas práticas comerciais e suas infinitas possibilidades, o

comportamento de compra dos consumidores passaria por radicais mudanças.

O consumidor, cada vez mais, detém o poder de escolha pelo produto ou

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serviço, com mais facilidades, agilidades e possibilidades e principalmente, de

acordo com a sua necessidade particular.

1.1 – O Consumidor Virtual

Conforme Giglio (2005) podemos apresentar o consumidor virtual sob

quatro aspectos do seu comportamento, são eles: conforme o modelo

econômico, o modelo de tipologia, o modelo de processo em etapas e o

modelo social. Conforme o modelo econômico, a praticidade e a rapidez são

indicadas pelos consumidores, como fatores positivos da internet, pois, os

processos de decisão sobre o dinheiro são otimizados e o consumidor dispõe

do tempo e das informações que deseja e que definirão a sua escolha em

continuar a compra ou interromper a busca pelo produto ou serviço.

O consumidor virtual conforme o modelo de tipologia se insere em um

ambiente reconhecido como um banco de dados e um diálogo estratégico, ou

seja, a rede dispõe de informações valiosas, definindo as variáveis

demográficas, de traço e de estilo de vida relacionados àquele produto

pesquisado. Gonçalves (1998) descreve que a literatura sobre o assunto tem

destacado que:

· Grande parte dos consumidores rejeita compras

na rede e as diversas causas disso são apontadas de

forma pouco conclusiva.

· O nível de satisfação dos compradores é uma

variável muitas vezes pouco abordada.

· Os principais motivadores de compra na rede

são citados, porém, não se tem uma pontuação precisa

sob a ótica dos clientes.

· Muitas pesquisas têm traçado o perfil do usuário

da internet, porém, o perfil específico do comprador da

rede tem sido pouco pesquisado.

Segundo Giglio (2005), o modelo do processo em etapas que resultará

na compra apresenta o consumidor virtual a partir das suas experiências que

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deverão criar as suas expectativas. Tais expectativas se manifestam através

do uso da internet, como por exemplo, na identificação do desejo de possuir

um veículo, com base no retorno de propagandas, incluindo as veiculadas pela

internet.

As etapas seguintes, da busca de alternativas e finalmente de

julgamento e decisão pela compra do produto, podem ser cruciais, à medida

que fatores como o receio do consumidor em fornecer os seus dados podem

interromper o processo de decisão de compra. Ao mesmo tempo, o

consumidor que já está munido de informações sobre o produto, tem a

alternativa de seguir para uma próxima etapa, a compra presencial. Na etapa

de uso do produto, a internet assume o papel de caixa de diálogo, à medida

que fornece informações adicionais sobre o produto e possibilita ao

consumidor, a solicitação de serviços e tudo mais que for necessário.

O consumidor virtual conforme o modelo social se identifica pelas

formas de consumo, incluindo lugares e ainda, a partir de valores sociais que

ditam o comportamento e que podem ser seguidos ao mesmo tempo em que

são difundidos pelos meios eletrônicos. Giglio (2005,) complementa que “o

consumo da internet, portanto, parece apontar para um novo código social de

relacionamento profissional (compra e venda, trabalhos conjuntos, reuniões),

social (troca de informações entre pessoas do grupo) e afetivo (encontro,

namoros)”.

Conhecer o consumidor virtual, seu perfil, hábitos e exigências e

principalmente saber como se comunicar com ele é, de um modo geral,

condição básica de sobrevivência do comércio on-line. Esta é uma realidade

encarada notoriamente como uma previsão acertada de PopCorn (2005), que

afirma: "Pense no banco de tendências como uma espécie de banco de dados

do estado de espírito dos consumidores, uma fonte rica à qual você pode

recorrer para resolver qualquer problema de marketing”.

1.2 – Perfil do usuário e do comprador online

As características individuais dos consumidores online têm sido

estudadas pelos acadêmicos, particularmente quanto ao perfil do usuário da

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Internet. Muitos estudos já começam a ser feitos tratando do perfil do

comprador online. Em termos de características demográficas, levantamentos

recentes no mercado brasileiro caracterizam o usuário da Internet como

pertencente às camadas mais privilegiadas da população, tipicamente das

classes A e B, com renda familiar bem acima da média populacional e nível

educacional tendendo para o superior. Há que se ressaltar, entretanto, que não

são as características econômicas e demográficas que melhor têm explicado o

comportamento de compras online.

Um intrigante estudo de Lohse et al. (2000) constatou que as pessoas

que compram online parecem sofrer de escassez de tempo (são “time starved”,

segundo os autores), mostrando que o estilo de vida seria um bom explicador

desse tipo de compra. Outras variáveis relacionadas ao perfil do usuário

também têm sido consideradas explicativas do comportamento de compras

online, pelo menos parcialmente.

1.3 – O Ato do Consumo

O conhecimento dos aspectos envolvidos no ato de consumo são

muitos e cada vez mais importantes para as empresas.

Todo ser humano é um consumidor que tem vontade de consumir um

produto, que também é alvo de outras pessoas, que também consomem um

terceiro produto, que também é consumido por um terceiro consumidor, etc,

etc. Ou seja, uma teia de diferentes consumidores e produtos.

Segundo Karsaklian (2004), percebe-se que, formalmente ou não, a

preocupação com o consumo, a constatação e o fato de existir em cada um de

nós um consumidor tem gerado polêmica com relação a como lidar com os

seus comportamentos. Comportamentos estes que são acompanhados de

vários fatores, muitas vezes determinantes para o consumo.

Já Cobra (1997) destaca que "Cada consumidor reage de forma

diferente sob estímulos iguais, e isso ocorre porque cada um possuiu uma

'caixa preta' diferente".

Então, se os consumidores, ou seja, as pessoas são diferentes umas

das outras e necessitam de alimentar-se, vestir-se e até mesmo se divertirem,

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são as suas diferenças que vão determinar seus atos de compra e seus

comportamentos em relação às outras no mercado de consumo.

Compreender o consumidor pode ser considerada como uma

necessidade básica para as empresas, pois a cada dia o mercado fica mais

competitivo e dinâmico.

1.4 – Fatores do Consumo

Os fatores relacionados ao comportamento do consumo giram em torno

das ações dos consumidores, tornando-se, assim, essenciais à busca de sua

compreensão.

Para Kotler (1998) o comportamento do consumidor são influenciados

por 4 fatores:

Figura 1: Fatores que influenciam o comportamento.

Fonte: KOTLER (1998, p.163)

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1.5 – Fatores Culturais

Os fatores culturais exercem uma forte influência no comportamento de

compra das pessoas. A cultura não é dada e sim adquirida, passada de

geração a geração. Talvez por isso seja de difícil compreensão.

O que comemos, bebemos, vestimos, acreditamos, a música que

escutamos, tudo isso depende em grande parte de nossa cultura. Não

obstante aceitarmos com muita facilidade nosso modo de vida, a diversidade

de culturas e comportamentos é admirável (KARSAKLIAN, 2000).

Cobra (1997), diz que "toda cultura é funcional, social, apreendida,

arbitrária e cumulativa e, sobretudo adaptativa". Talvez por isso sua influência

no comportamento mercadológico ainda é difícil de definir.

A subcultura exerce um papel importante no comportamento do

consumidor, principalmente no Brasil. Ela afeta principalmente na alimentação,

na arte, na música, nos negócios, etc. Um bom exemplo da influência da

subcultura pode ser notado no mundo dos negócios, que sofre uma forte

influência da família mineira, que é tradicionalista, enraizada e fechada.

Outro fator importante são as classes sociais, que é considerada uma

das variáveis que interfere no ato de consumo, e que não pode ser deixada de

lado ao procurar estudar a forma de cada consumidor agir diante de

determinadas escolhas.

De acordo com Kotler (1998), "(...) classes sociais são divisões

relativamente homogêneas e duradouras de uma sociedade, que são

ordenadas hierarquicamente e cujos membros compartilham valores,

interesses e comportamentos similares". Nesse sentido podemos constatar

que não é apenas o fator renda que determina a classe social.

Kotler e Armstrong (1993) também definem como essenciais na

classificação de uma classe social os fatores: renda, ocupação, educação,

riqueza e outras variáveis.

Estes fatores é que vão determinar preferências por determinados

produtos e comportamentos dentro das classes sociais. Assim, "Cada classe

social apresenta preferências distintas por produtos e marcas em relação a

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vestuário, imóveis, lazer e automóveis" (Kotler e Armstrong, 1993).

As classes sociais se tornam determinantes para o mercado, pois o

comportamento dentro delas pode determinar o poder de decisão de compra

de todo o grupo.

1.6 – Fatores Sociais

O comportamento do consumidor é também influenciado pelos fatores

sociais como os grupos de referência, famílias e posições sociais.

1.7 – Grupos de referência

Segundo Engel, Blackwell e Miniard (2000) grupo de referência "é

qualquer pessoa ou grupo de pessoas que influencia significativamente, o

comportamento de um indivíduo".

E Karsaklian (2004), completa dizendo que "o grupo influencia a

concepção que o indivíduo tem de si mesmo, constituindo-se em seu ponto de

referência.

Os grupos são classificados em:

O grupo primário se caracteriza pela importância de se constituírem em

fonte básica de aprendizagem, de atitude e da formação da personalidade do

indivíduo. Além disso, exercem importância na formação de crenças, gosto,

preferências e são estes que influem diretamente no comportamento de

compra de cada pessoa.

Os secundários são grupos impessoais e exercem uma influencia

temporária na vida de cada indivíduo, já que a partir do momento em que seu

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objetivo ou finalidade forem atingidos, ele deixará de ser útil.

Karsaklian (2004) destaca ainda que os grupos de referência baseiam-

se em um mecanismo de aspiração (ou de repulsão).

Grupos de aspiração são os grupos aos quais uma pessoa gostaria de

pertencer. Por exemplo, um menino, morador de uma comunidade, pode

esperar jogar voleibol ou futebol em um grande time. Um grupo de repulsão ou

dissociação é aquele cujos valores ou comportamento são rejeitados por um

indivíduo. O mesmo menino pode evitar participar do Grupo de Jovens de uma

Igreja.

Outra influência exercida sobre o comportamento de compra do

consumidor nos grupos de referência é o papel dos líderes de opinião. Os

líderes de opinião são os responsáveis por transmitir os valores de um produto,

serviço ou marca, orientando e sugerindo sua compra ou uso para o grupo da

qual faz parte. E ainda de acordo com o site

http://pt.scribd.com/doc/18997142/Perfil-do-consumidor-do-comercio-

eletronico-no-Brasil -

No Brasil mais de 12 milhões de pessoas estão conectadas a Internet,

se considerarmos a qualificação nesse público majoritariamente classe A e B,

ou seja, a camada da população com maior capacidade de consumo. Em

1997, ano em que o mercado ultrapassava um milhão de usuários até 2002

houve um crescimento de 100% no número de usuários, outro fato é o grau de

penetração da Internet junto à população, que na última pesquisa atingiu 76%,

o grau de penetração serve como importante indicador do espaço de

crescimento disponível no mercado, quanto maior a distancia do limite 100%

da população maior a possibilidade de crescimento.

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Como se observa na tabela, o cenário mais plausível, o intermediário

nos mostra um número de 52 milhões de pessoas conectadas a Internet daqui

a 9 anos.

1.7.1- Família

Segundo Kotler (1998) “(...) a família é a organização de compra de

produtos de consumo mais importante da sociedade".

Para Engel, Blackwell e Miniard (2000) a importância da família no

comportamento do consumidor surge por dois motivos:

• Muitos produtos são comprados por uma unidade familiar

• As decisões de compra dos indivíduos podem ser influenciadas por

outros membros da família.

Alguns produtos com automóveis, seguro de vida, televisão são de

domínio do marido. Outros como máquina de lavar, utensílios domésticos são

de domínio da esposa enquanto que itens relacionados à férias, diversão e

moradia são de ambos.

Porém há uma tendência de mudança destes valores, devido a

ascensão da mulher ao emprego, principalmente em ocupações não-

tradicionais. Solomon (2002) destaca que a organização familiar tradicional

está diminuindo e, à medida que isso acontece, as pessoas estão colocando

ênfase ainda maior em irmãos, amigos íntimos e outros familiares para ter

companhia e apoio social.

Portanto, torna-se fundamental descobrir os papéis de cada membro na

compra de determinado bem/serviço, o que pode ser a chave do sucesso para

as empresas que querem permanecer competitivas no mercado.

E é nisso que as empresas estão interessadas. Nos papéis e na

influência que cada membro da família exerce sobre a compra de produtos ou

serviços. Esses papéis variam de cidade para cidade e nas diversas classes

sociais no Brasil, devido as particularidades de cada cultura familiar em cada

estado ou cidade.

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1.8 - Posições Sociais

Nos diferentes grupos sociais, nos quais participam ao longo de suas

vidas, as pessoas acabam assumindo diferentes papéis e posições sociais.

Segundo Kotler (1998), elas escolhem produtos que comuniquem seu papel e

status na sociedade. Fazem escolhas diferentes em relação a suas roupas,

automóveis, entretenimento, viagens, meios de comunicação e aplicações

financeiras.

As pessoas de diferentes classes sociais fazem escolhas diferentes em

relação a suas roupas, automóveis, entretenimento, viagens, meios de

comunicação e aplicações financeiras.

Giglio (2002) diz que todo grupo social possui uma identidade grupal

que é o conjunto de adjetivos e regras de comportamento de cada pessoa

dentro do grupo. Daí a importância de se conhecer em cada grupo a sua

identidade grupal, pois assim torna-se mais fácil se atingir a todos. É isto que

as empresas buscam como estratégia para atingir o consumidor.

Conhecendo a identidade grupal de um nicho de mercado, podemos

compreender seus hábitos de consumo e criar estratégias que o direcionem

para o nosso produto. Um produto bem brasileiro, a novela televisiva, apóia-se

na base de que seus clientes vêem nas personagens um estilo de vida a ser

imitado, uma espécie de grupo ao qual gostariam de pertencer e a via para tal

são os comportamentos, incluindo os de consumo. Não é por acaso que um

capítulo de novela está recheado de merchandising Giglio (2002).

1.8.1 - Fatores pessoais

O comportamento de compra dos consumidores também são influenciadas

pelos fatores pessoais de cada comprador, ou seja, momentos e experiências

pelas quais cada pessoa está passando que interfere nos seus hábitos de

compra. As principais características destes fatores são: idade e estágio de

ciclo de vida, ocupação, situação econômica, estilo de vida, personalidade e

auto-estima.

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1.8.2 - Idade e estágio de ciclo de vida

Kotler (1998) diz que as necessidades e os desejos das pessoas

modificam-se ao longo da vida, assim um casal recém-casado e sem filhos tem

hábitos diferentes de outro casal com filhos. Enquanto aquele visa a

construção de seu lar com a compra de eletrodomésticos, carros, móveis, etc.,

este possui hábitos consumistas voltados para os filhos como a compra de

brinquedos, remédios e medicamentos, etc.

Neste caso cabe à empresa identificar o perfil ou os perfis mais

adequado do seu consumidor e concentrar sua estratégia de venda neste ciclo

a fim de obter melhor resultado.

1.8.3 - Ocupação

Diz respeito à profissão que o consumidor exerce. "Um presidente de

empresa comprará ternos caros, passagens aéreas, títulos de clube, um

grande veleiro", exemplifica Kotler (1998), ou seja, o trabalho dos

consumidores influencia seus padrões de consumo.

As empresas podem se especializar na produção de um ou outro

produto para ocupações diferentes e assim obter melhores resultados de

vendas.

1.8.4 - Condições econômicas

Uma variável muito importante no ato de consumo é a variável

econômica, pois é através dela que é determinado o seu poder de compra.

Segundo Cobra (1997), "A noção essencial do comportamento do

consumidor diz que ele é influenciado pelas perspectivas econômicas”, ou seja,

as mudanças no valor líquido (o que entra menos o que sai) é que vão

influenciar na predisposição de consumir.

Renda disponível, poupança e patrimônio, condições de crédito, atitudes

em relação às despesas versus poupança. Estes são os elementos que

determinam as condições econômicas e afetam diretamente a escolha de

produtos.

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Diante das crises econômicas, os consumidores são forçados a

repensar suas prioridades de consumo, e os negócios não podem contar com

uma continuidade de fatos iguais, pois o mercado e a economia são

crescentes e instáveis. “Em uma época de crise econômica, por exemplo, os

consumidores tendem a reduzir o padrão de consumo da família, restringindo-

se a comprar produtos realmente essenciais, eliminando o supérfluo" (Cobra,

1997). O consumidor precisa estar bem informado, pois se a compra for

inadequada, não lhe trará satisfação e os seus resultados serão ineficazes.

Cabe às empresas acompanhar o cenário econômico e não deixar que

mudanças no setor afetem a relação de consumo com seu público.

1.8.5 - Estilo de vida

Segundo Kotler (1998) representa seu padrão de vida expresso em

termos de atividades, interesses e opiniões. Retrata a "pessoa por inteiro"

interagindo com seu ambiente. É possível que empresas se posicionem no

mercado através de associações entre seus produtos e o estilo de vida dos

consumidores reais e potenciais dos mesmos.

As empresas devem ainda interagir a marca com o consumidor e

buscando uma comunicação clara e objetiva.

1.8.6 - Personalidade

Cada ser humano possui uma personalidade distinta, que influenciará

seu comportamento de compra. De acordo com Kotler (1998), a personalidade

é uma variável importante para análise do comportamento do consumidor.

Contudo, é necessário classificar tipos de personalidade e estabelecer

correlações fortes entre certos tipos de personalidade e escolhas de produto

ou marca. A personalidade faz com que os indivíduos sejam únicos, diferentes

dos demais e isso com certeza afeta a maneira pela qual consomem ou

avaliam produtos e serviços. Já os valores podem ser sociais, transmitidos pela

interação com meio no qual o indivíduo está inserido, ou individuais, exclusivos

de cada pessoa, e ajudam o consumidor a definir se um produto, serviço ou

loja pode ser considerado “para ele”. Por sua vez, os estilos de vida são

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padrões nos quais as pessoas vivem e gastam tempo e dinheiro, sendo o

resultado de forças econômicas, culturais e sociais que acabam criando grupos

(Engel et al., 1993.)

O autoconceito, por exemplo, está relacionado com a personalidade de

uma pessoa. Algo que uma pessoa compra pode estar relacionada ao

autoconceito que ela tem sobre si, porém não quer dizer que é o autoconceito

que os outros têm sobre ela. Isto pode ser um pouco difícil mensurar, porém as

empresas podem obter sucesso com este estudo.

Portanto torna-se importante a pesquisa sobre estes fatores, pois

quanto mais informações sobre o perfil de cada pessoa ou do grupo de

pessoas maior será o retorno para as empresas.

Personalidade e valores

No que se refere à personalidade e valores, Donthu e Garcia (1999)

identificaram que os compradores via Internet davam maior importância à

conveniência, eram mais inovadores e mais impulsivos que os não

compradores. Eram também menos avessos ao risco que os não-

compradores. Goldsmith (2002) verificou que uma propensão à inovação (geral

e em relação à Internet), aliada a um maior envolvimento com a rede, têm

papel importante na explicação de compras e de intenção de compras online.

Segundo o autor, esses consumidores seriam mais inovadores e aventureiros

(do tipo que quer testar novas tecnologias) e os que se vêm intrigados pela

Internet, vendo-a como uma curiosidade (um gadget ou gizmo em inglês),

teriam maior propensão a comprar pela rede. Li et al. (1999) notaram dois

aspectos fundamentais nos quais compradores,compradores eventuais e não-

compradores pela Internet diferenciavam-se. Segundo esses autores, em

termos de orientação de compras, as diferenças encontravam-se na menor

busca por conveniência e na orientação experiencial que os não-compradores

costumam ter. Neste segundo aspecto, Morgado (2002) encontrou resultados

semelhantes no Brasil ao verificar que os compradores pela Internet afirmaram

que precisam ver e pegar o produto antes da compra com 44% menos

incidência que os não-compradores. É possível afirmar que pouco foi estudado

acerca da personalidade e dos valores dos compradores da Internet. Conforme

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se perceberá ao final da leitura da revisão bibliográfica, as maiorias dos

estudos concentraram-se no perfil demográfico, no uso da Internet e nas

atitudes em relação a essa nova mídia.

1.8.7 - Fatores psicológicos

Existem quatro importantes fatores psicológicos que influenciam as

escolhas os consumidores: motivação, percepção, aprendizagem e crenças e

atitudes.

1.8.8 - Motivação

Para Kotler(1998) a motivação "(...) é uma necessidade que está

pressionando suficientemente para levar a pessoa a agir". Ele destaca 3

teorias: Teoria da motivação de Freud, Teoria da Motivação de Maslow e

Teoria da Motivação de Herzberg.

A) Teoria da Motivação de Freud

Freud assumiu que as forças psicológicas reais que moldam o comportamento

das pessoas são altamente inconscientes. Sendo assim uma pessoa não pode

entender plenamente suas próprias motivações. Pesquisas recentes revelam

que cada produto é capaz de despertar uma série de motivos nos

consumidores. O uísque pode atender ao desejo de alguém que busca

descontração, posição social ou alegria. Este tipo de abordagem é

denominada 'posicionamento motivacional'.

B) Teoria da motivação de Maslow

Para Maslow, as necessidades humanas são organizadas em uma hierarquia,

partindo das mais urgentes as menos urgentes. Maslow chegou a esta

conclusão buscando responder por que as pessoas são dirigidas por certas

necessidades em ocasiões específicas. Esta teoria ajuda a entender como

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vários produtos se ajustam aos planos, metas e vidas dos consumidores

potenciais. (ver Figura 1)

C) Teoria da motivação de Herzberg

Herzberg desenvolveu a teoria de dois fatores: os insatisfatórios (aqueles que

causam a insatisfação) e os satisfatórios (aqueles que causam a satisfação).

São duas as implicações de tais teorias: primeiro, devem-se evitar os fatores

que causam a insatisfação; depois, identificar os fatores que causam a

satisfação.

Figura 1 – Hierarquia das necessidades de Maslow.

Fonte: KOTLER (1998, p.174)

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1.9 - Percepção

Para Kotler (1998), percepção "(...) é o processo pelo qual uma pessoa

seleciona, organiza e interpreta as informações para criar um quadro

significativo do mundo". Não só o estímulo físico, mas também o ambiental e o

individual.

Desta forma, a pessoa fica pronta para agir, influenciada por sua

percepção, que vai determinar sua decisão de compra.

Através dessas influências, os consumidores aprendem e diferenciam

fatores sobre escolhas que vão fazer durante as suas tomadas de decisões,

tornando, assim, seu comportamento um pouco mais previsível a quem deseja

estudar os seus comportamentos. Percebendo estes fatores as empresas

estão investindo no marketing sensorial, pois a utilização dos sentidos facilita a

relação entre consumidor e produto. Um exemplo pode ser encontrado nos

pontos-de-venda como uma luz rósea sobre as carnes, músicas de fundo,

aromas, etc.

Segundo Karsaklian (2004) "Tudo é feito para estimular a visão, a

audição, o olfato do consumidor e fazer com que ele se sinta a vontade".

1.10 - Crenças e atitudes

O homem, enquanto indivíduo é dotado de razão e personalidade única.

Nesse sentido, segundo Kotler (1998), "crença é um pensamento descritivo

que uma pessoa sustenta sobre algo". Quanto às atitudes, afirma que estas

colocam as pessoas numa estrutura mental de gostar ou desgostar de um

objeto.

2 Processo de Compra

O comportamento do consumidor no momento da compra é influenciado

por importantes processos decisórios.

Karsaklian (2004) destaca cinco etapas do processo de tomada de

decisão, segundo modelo de Engel, Kollat e Blackwell:

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• Reconhecimento do problema: quando o consumidor percebe que existe uma

necessidade que está lhe tirando o seu estado de equilíbrio e lhe causando

desconforto e impedindo de evoluir.

• Busca de Informações: quando o consumidor quer saber de algum produto ou

serviço. Pode-se recorrer à memória, para saber se já houve experiências

anteriores ou então a fontes pessoais (amigos, parentes) e fontes públicas

(Instituições ligadas a consumidores, revistas especializadas, etc).

• Avaliação das alternativas: este estágio busca informações e esclarece

problemas aos consumidores. Sugere critérios para orientar a compra, cria

nomes de marca que podem atender aos critérios buscados pelo consumidor e

desenvolve percepções de valor.

• A escolha: Depois de feita a busca de informação e avaliar as alternativas, a

pessoa já está pronta a efetuar a compra. Fatores situacionais como: de quem

comprar como comprar e como pagar, pode interferir neste processo e levar a

um novo processo de avaliação.

• A análise após a compra: É quando o comprador vai analisar o produto ou

serviço com expectativas anteriores. Exercerá influência sobre as primeiras

etapas do processo.

Pode-se observar que estas etapas são de grande importância nas

decisões de compra, porém muitas vezes, os consumidores podem pular

algumas dessas etapas e irem diretamente a outra, principalmente quando

fazem uma compra por impulso.

2.1- O Comércio e o marketing eletrônicos

As formas tradicionais de compra como o varejo sofreram significativas

mudanças com a inovação tecnológica e a ampliação de acesso aos produtos

e serviços por parte dos consumidores. As mudanças ocorridas no mercado

tais como: o aumento das empresas prestadoras de serviços e de distribuição

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de produtos na internet, bem como as alterações ocorridas no comportamento

do consumidor, que detêm maiores facilidades na busca e reconhecimento do

produto que satisfaça suas necessidades e como conseqüência, na tomada de

decisão de compra, propiciaram um novo ambiente de consumo, o varejo ou

comércio online.

No comércio eletrônico, o ambiente da loja é virtual e a interação

consumidor e fornecedor ocorrem através da página de acesso à Web e suas

ferramentas de acesso e navegação. O consumidor tem total liberdade de

busca e comparação das informações sobre produtos e serviços

comercializados, assim, o varejista online deve buscar conhecimento de como

influenciar no processo de compra do consumidor, atraindo-o para a decisão

de permanecer na loja virtual e finalizar a aquisição.

A tecnologia cria novos acessos e como conseqüência traz à tona novas

tendências de comportamento do consumidor, então, antecipar tais tendências

é papel fundamental do marketing. Os avanços na tecnologia afetam o

comportamento do cliente por meio de várias avenidas:

“alterando o fluxo de informações sobre as alternativas de

mercado e o acesso a elas; disponibilizando novas

gerações de produtos e serviços; por meio de processo

de automação que oferecem aos clientes maior

flexibilidade e controle, alem de melhorarem a

produtividade; viabilizando em termos econômicos a

oferta de produtos personalizados”. (MITTAL, NEWMAN

e SHETH, 2001, p.139).

Popcorn (1993) já previa: “consumir é algo que estaremos fazendo

diariamente. Via computador ou não. O fim da atual forma de fazer compras é

apenas o início de uma nova forma de consumismo. Eficiente, inteligente,

pessoal, lucrativa”. O e-commerce, termo utilizado para identificar o comércio

eletrônico é considerado hoje como um gerador de possibilidades, ou seja, um

espaço virtual onde ao mesmo tempo em que o fornecedor pode mostrar ao

cliente todas as possibilidades disponíveis de compra, o consumidor tem o

maior número de informações que deverão influenciar na decisão de compra.

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Os profissionais de marketing terão que repensar as bases dos

processos pelos quais identificam, comunicam e fornecem valor para o cliente,

pois, segundo Kotler (2005) “(...) a revolução da informação e o ciberespaço

modificarão significativamente o cenário do marketing e alterarão o destino de

diversos participantes no processo de fornecimento de valor”.

Os canais eletrônicos já antecipam a substituição dos canais tradicionais

de compra, logo o marketing tradicional se reconfigura em acordo à demanda

de comunicação e de mídia eletrônica voltada para o reconhecimento do

cliente virtual e da busca pela sua satisfação.

O marketing eletrônico apresenta algumas vantagens em relação ao

marketing presencial, ou ainda, em termos adequados, o marketing off-line. O

custo do e-marketing pode ser enfrentado por quaisquer empresas,

independente do seu tamanho, no ambiente virtual não há limite de espaço, o

acesso e recuperação de informações são rápidos, a disponibilidade e

visibilidade estão em nível mundial e ainda, o consumidor dispõe de

privacidade e rapidez em suas compras.

Giglio (1996) aponta a estratégia de marketing um a um é ainda mais

propícia no contexto do negócio digital, pois as informações rastreadas sobre o

consumidor como perfil, escolha, pesquisa, preferência, dentre tantas outras

informações são armazenadas em banco de dados e utilizadas

estrategicamente.

O conhecimento coletado sobre os clientes possibilita que o fornecedor

crie condições especiais e personalizadas de compra, através de um marketing

eletrônico eficiente, que dispõe das informações que deverão ser usadas tanto

para atender às expectativas do consumidor quanto para antecipar tendências

de consumo e de comportamento.

2.2 - O Processo de decisão de compra

Num ambiente interativo, onde a busca de informações se torna mais

rápida, o consumidor virtual tem a possibilidade de reunir mais informações em

um espaço de tempo menor, resultando num processo de tomada de decisão

também mais ágil e mais propício à compra. Ao mesmo tempo, a agilidade da

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internet pode levar o consumidor a navegar por outras páginas e buscar novas

alternativas e informações sobre o produto desejado.

Segundo Gronroos (1993), “as situações em que o cliente se depara

com os recursos e com as formas de operar do fornecedor de serviços são

críticas para a experiência de qualidade”, e tal experiência será decisiva na

escolha do consumidor pelo produto ou serviço. Essas situações chamadas

“hora da verdade” indicam o momento ideal para o fornecedor ou prestador do

serviço demonstrar ao cliente a qualidade e vantagens oferecidas. Este é o

momento crucial que deverá definir o resultado do processo de decisão de

compra (Gronroos,1993).

Para se entender como se dá o processo de decisão de compra da

internet, é necessário compreender o comportamento do consumidor em novos

meios virtuais e ambientes de compra e ainda, como são tomadas as decisões

de compra e em que circunstâncias o consumidor despende do seu tempo,

dinheiro e esforço para obter itens de consumo e serviços.

Segundo Engel, Blacwell e Miniard (2000), a decisão de compra parte

de uma necessidade do consumidor, mas também é baseada em fatores de

influência e de motivação. Então, a tomada de decisão tem início a partir do

reconhecimento da necessidade, ou seja, a percepção que o consumidor tem

da diferença entre o que se deseja e do que se tem, dando início ao processo

decisório.

Após o reconhecimento de tal necessidade, passa-se para à etapa de

busca de informações sobre aquele desejo, tais informações são relevantes no

processo de decisão de compra do produto. No estágio da tomada de decisão

identificada como a avaliação de alternativa pré-compra, o consumidor avalia

as opções de acordo com os benefícios esperados que estejam mais próximos

da alternativa preferida, por conseguinte, a compra já representa a aquisição

de uma alternativa preferida ou mesmo substituível.

No estágio do consumo, ocorre o uso da alternativa e como

conseqüência, a avaliação da alternativa pós-compra, onde o consumidor

deverá avaliar o grau de satisfação com aquela experiência de compra. No

último estágio do processo de decisão de compra, o despojamento, ocorre o

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descarte do produto consumido, ou do que dele restou Engel, Blacwell e

Miniard (2000).

No processo de tomada de decisão existem fatores e determinantes que

condicionam o consumidor e afetam o seu comportamento de compra. Uma

das variáveis está representada nas diferenças individuais como recursos do

consumidor, relacionada ao tempo, dinheiro e a capacidade de percepção e

processamento de informação individual. O conhecimento sobre o produto, as

atitudes do consumidor em relação à avaliação do produto, a motivação de

compra e a personalidade, valores e estilo de vida do consumidor são variáveis

individuais que interferem na decisão de compra.

As influências ambientais, como a cultura, a classe social, a própria

influência pessoal sobre a decisão de compra, a família e a situação vivida

pelo consumidor, seja ela presumida ou não, constituem variáveis que poderão

interferir na decisão. Finalmente, os processos psicológicos são aqueles que

desejam entender e influenciar o comportamento do consumidor, entendendo

como ocorre o processamento de informação e as maneiras pelas quais a

informação recebida pelo consumidor é processada, ou seja, transformada,

reduzida, elaborada, armazenada, recuperada e recebida Engel, Blacwell e

Miniard (2000).

A aprendizagem é também um dos processos psicológicos básicos,

onde a experiência de compra leva o consumidor a alterar seu comportamento

e o conhecimento sobre aquele ambiente de compra e o produto adquirido. A

mudança de atitude e comportamento é um processo psicológico de maior

relevância ao objetivo de marketing, pois este processo reflete mudanças que

retomam estudos e estratégias baseadas no esforço de marketing em buscar

conhecimento sobre como influenciar o comportamento e a decisão de compra

do consumidor on-line.

2.3 - Processo de decisão de compra no modelo EKB

Tanto o modelo EKB - Engel, Kollat e Blackwell , como o Howard-Sheth

consideram o processo decisório de compra dividido em cinco fases distintas:

reconhecimento da necessidade, busca de informações, avaliação de

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alternativas, compra e impressões pós-compra. Segundo Engel et al.(1993)

essas fases seriam:

1. Reconhecimento da necessidade: a percepção de uma diferença entre o

estado desejado e a situação atual, suficiente para fazer surgir e ativar o

processo decisório de compra.

2. Busca de informações: busca de informações armazenadas na memória

(busca interna) ou aquisição de informações relevantes para decisão do

ambiente (busca externa).

3. Avaliação de alternativas: avaliação das opções em termos de benefícios

esperados e estreitamento do leque de opções até a alternativa preferida.

4. Compra: aquisição da alternativa preferida ou de um substituto aceitável.

5. Impressões pós-compra: avaliação sobre a alternativa escolhida atender

as necessidades e expectativas. Ainda segundo o modelo EKB, o estágio

inicial dos processos de compra é o reconhecimento da necessidade, ou seja,

o consumidor percebe que necessita de determinado produto ou serviço.

Essencialmente, esse reconhecimento depende do nível de discrepância que

há entre o estado atual e o estado desejado pelo consumidor. Quando a

discrepância atinge ou supera determinado nível, dispara o reconhecimento da

necessidade. Primeiramente, a necessidade precisa ser ativada para ser

reconhecida. Alguns fatores alteram o estado atual ou os desejos das pessoas:

Tempo: Pode ter seu efeito no consumo percebido diariamente, como no caso

da fome demandando um lanche, ou em prazos mais longos, como no caso de

um corte de cabelo.

Mudanças nas circunstâncias de vida: O nascimento de um filho gera uma

demanda diferente de produtos e serviços. Igualmente, um recém-formado que

acaba de ingressar no emprego em uma multinacional tem necessidade de

guarda-roupa compatível, provavelmente mais sóbrio que o que usava.

Aquisição de produtos: A compra de um produto pode gerar a necessidade de

outros, como no caso de aparelhos de som que provocam o consumo de

discos, CDs e fitas ou de uma impressora que consome papel, fitas, cartuchos

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de tinta, manutenção, etc. A compra de uma nova residência gera um sem

número de outras necessidades.

Consumo de produtos: O término do estoque de um produto pode levar à

necessidade de adquirir outro do mesmo tipo ou similar, como no caso do pão,

item freqüente de compra em muitas residências.

Influências de marketing: A propaganda, a publicidade, os displays e

degustações no ponto de venda são exemplos das influências que o marketing

exerce sobre o consumidor no sentido de facilitar e mesmo provocar a escolha

de determinada marca, como no caso notório das grifes de jeans.

Diferenças individuais: Alguns consumidores sentem necessidade maior de

adquirir bens mais novos e atuais do que outros. Exemplo típico é o das

roupas, produtos em relação aos quais algumas pessoas sentem forte desejo

de se manter na última moda, enquanto outras demoram em sentir essa

necessidade. Logo após o reconhecimento da necessidade, o consumidor

entra em um processo de busca de alternativas para satisfação de sua

necessidade. Essa busca é feita ativamente, tanto em nível interno, na

memória do consumidor, quanto em nível externo, no ambiente, por meio da

aquisição de informações. Ou seja, caso o consumidor se lembre ou conheça

produtos ou serviços capazes de satisfazer sua necessidade, provavelmente

não partirá para o levantamento de alternativas.

Reconhecida a necessidade, o consumidor tende a ficar mais receptivo

a mensagens da propaganda e a sinalizações e displays no ponto de venda. O

papel dos vendedores no varejo também é fundamental nessa fase pós

reconhecimento de necessidades. Alguns determinantes também relacionados

com o varejo podem influenciar no processo de busca. Se o consumidor não

perceber diferenças, particularmente de preço, entre os diversos varejistas, é

provável que não invista tempo para visitá-los, decidindo comprar no mais

conveniente.

Após a compra, o consumidor terá as chamadas impressões pós-

compra, que poderão ser de satisfação ou de insatisfação. Essas impressões

ficarão armazenadas em sua memória e/ou serão repassadas a outras

pessoas de seu convívio. Estudos têm demonstrado que impressões de

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insatisfação são repassadas a um número maior de pessoas do que

impressões de satisfação.

2.4 - Recursos do consumidor

De acordo com Engel et al. (1993), cada pessoa pode trazer três

diferentes tipos de recursos para o processo decisório de compras: (1) tempo,

(2) dinheiro e (3) capacidade de receber e processar informações, esta última

denominada cognição. Segundo os autores, há limitações naturais associadas

à cognição, ou seja, aos seres humanos não é possível processar mais que um

determinado volume de dados e estímulos. Com o excesso de estímulos a que

os consumidores hoje estão sujeitos, vem a se instalar, do ponto de vista de

marketing, uma competição pela atenção dos consumidores.

• Tempo

Bellman et al. (1999) descobriram que uma das influências na decisão

da pessoa comprar online é o montante de tempo discricionário que ela tem.

"À medida que o número de horas trabalhadas pelos membros de uma família

aumenta, menos tempo há para pesquisar e comprar produtos e serviços da

maneira tradicional (visitando lojas "reais", por assim dizer). Mais importante

esse efeito é ainda mais forte se a esposa trabalhar fora. Domicílios com dupla

renda procuram novas formas de encontrar informações e comprar coisas

cada vez mais rápidas e convenientes. No passado usaram catálogos; agora

aproveitam as vantagens dos sites de comércio eletrônico."

• Dinheiro

Korgaonkar e Wolin (1999) descobriram que o nível de renda está

correlacionado positivamente com "as horas gastas por dia na Web, com a

porcentagem de uso da Internet para negócios, com o fato dos entrevistados

terem feito compras pela rede no último ano e com a freqüência com que o

fizeram. Entrevistados com alta renda familiar são mais propensos a gastar

menos do que uma hora ao dia na rede e com mais probabilidade de usar esse

tempo para negócios. Esses usuários têm mais probabilidade de fazer

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compras na Web e a freqüência dessas compras cresce à medida que a renda

cresce."

• Capacidade de receber e processar informações

No mesmo trabalho mencionado no item anterior, Korgaonkar e Wolin

(1999) descobriram que o nível educacional correlaciona-se positiva e

significativamente com a quantidade de horas gastas por dia na rede e com o

percentual de utilização da Web para uso pessoal (ao invés de negócios),

sugerindo que pessoas de mais alto nível educacional tendem a passar menos

tempo na Internet, talvez devido às suas restrições de tempo. Segundo os

autores, em termos do uso pessoal da Web, pessoas com mais alto nível

educacional têm mais probabilidade de serem usuários do tipo "light",

empregando menos que essas pessoas devam ter um uso da Internet mais

voltado ao lado profissional.

Korgaonkar e Wolin (1999) também afirmam que a idade correlaciona-

se significativamente com a porcentagem de uso da Web para negócios, para

uso pessoal, com o fato das pessoas terem feito compras no último ano e

ainda com a freqüência de compra de produtos pela rede. Os resultados do

trabalho indicaram que os usuários mais velhos têm mais propensão a serem

do tipo "light", no que se refere a uso pessoal e "heavy" no que se refere a

negócios. Usuários mais velhos são também mais propensos a fazer compras

pela rede, e com maior freqüência do que os usuários mais jovens.

2.5 - Motivações para o uso da Internet

É sabido que os produtos e serviços têm aspectos simbólicos

associados aos utilitários; ou seja, quando compra um bem como um

automóvel, por exemplo, provavelmente o consumidor está indo atrás de

símbolos de sucesso, status e demonstração de estilo de vida que

transcendem o caráter utilitário de meio de transporte do veículo. Alguns

produtos, como roupas, tênis, vinhos, etc., geram alto envolvimento da compra,

ao passo que outros, como ferramentas e combustíveis, têm caráter mais

utilitário e envolvimento bem menor (Engel et al., 1993).

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Em trabalho apresentado no EnANPAD, Diaz e Gertner (2000)

buscaram investigar se os conceitos de hedonismo (uma dimensão de

divertimento) e utilitarismo (uma dimensão de resolução de problemas)

descritos na literatura sobre comportamento do consumidor e observáveis em

ambientes tradicionais de compra em mídias como a televisão e em ambientes

de varejo, como shopping centers e supermercados, são adequados para

descrever benefícios derivados por consumidores na Web. De uma forma

geral, benefícios hedônicos estão relacionados à satisfação da busca do

consumidor por experiências multisensoriais e de prazer. Benefícios

utilitários, por outro lado, estão relacionados à satisfação de um único

propósito de localização (ou compra) de produtos e informação específicas."

Diaz e Gertner (2000) utilizaram uma escala de benefícios hedônicos

desenvolvida por Babin et al. com ligeiras adaptações e procuraram verificar, a

partir de uma base de dados de um experimento de laboratório inglês, se havia

benefícios hedônicos e utilitários, semelhantes aos verificados em atividades

de navegação em ambientes de varejo, no ambiente da Web. Os autores

concluíram que "em atividades de busca de resolução de problemas na Web,

observou-se a presença de benefícios hedônicos e utilitários, semelhantes

aos verificados em atividades de busca em ambientes de varejo." Achados de

certa forma semelhantes foram relatados por Papacharissi e Rubin (2000), os

quais analisaram a Internet sob a perspectiva de usos e gratificações. No

estudo desses autores, uma amostra de 279 estudantes de um curso

introdutório de comunicação foi pesquisada sobre o uso que fazia da Internet.

Os dados coletados foram submetidos a procedimentos de análise fatorial que

permitiram chegar a 5 fatores básicos, responsáveis por 44,3% da variância

total. Tais fatores eram:

Fator 1 - Utilidade interpessoal: Listava fatores relacionados à possibilidade

de uso da Internet para relacionamento entre pessoas tais como pertencer a

grupos, ajudar os outros, encontrar indivíduos, etc.

Fator 2 - Passar o tempo: Tratava da ocupação do tempo livre por atividade

de uso da Internet.

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Fator 3 - Busca de informação: Elencava alternativas relacionadas à Internet

como forma de pesquisar e obter informações.

Fator 4 - Conveniência na comunicação: Listava fatores relacionados à

facilidade que a Internet propicia na comunicação com outras pessoas, tanto

no que se refere a custos, como no que se refere à sincronicidade desse meio

de comunicação.

Fator 5 - Divertimento: Agrupava afirmações que caracterizam a Internet

como prazerosa, divertida e agradável. Cruzando os dados da sua pesquisa

bibliográfica sobre usos e gratificações com resultados empíricos, Papacharissi

e Rubin (2000) resumem: “parece que aqueles que são movimentados / ativos

/ de sucesso (“mobile”, em inglês), economicamente seguros, satisfeitos com a

vida, confortáveis em aproximarem-se de outros no contexto interpessoal e que

se sentem valorizados nesses encontros interpessoais, preferem usos mais

instrumentais da Internet, tal como a busca de informações. Aqueles que são

menos satisfeitos e que se sentem menos valorizados nas comunicações face-

a-face, usam a Internet como uma alternativa funcional à comunicação

interpessoal, ou ainda para passar o tempo.”

Korgaonkar e Wolin (1999), da mesma forma que Papacharissi e Rubin,

também analisaram o uso da web sob a perspectiva de usos e gratificações, e

comentam que essa teoria repousa em muitas assunções baseadas na crença

de que a audiência fica verdadeiramente envolvida enquanto usa a mídia. A

partir de 6 grupos de discussão com estudantes, seguidos de 401 entrevistas

pessoais com pessoas em suas casas, os autores verificaram que 7 fatores

básicos explicam 58,88% da variância no uso da Internet. O trabalho dos

autores apresenta a tabela gerada pela análise fatorial que procederam,

inclusive com as questões que utilizaram em cada dimensão, contudo aqui é

apresentada somente a descrição da operacionalização que usaram para cada

fator, por si só suficientemente ilustrativa.

Fator 1 - Escapismo social: Similar à entretenimento, consistiu em

afirmações que caracterizam a Internet como prazerosa, divertida e agradável,

permitindo à pessoa que escape da realidade através dela.

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Fator 2 - Preocupação com privacidade e com segurança nas transações:

Buscou capturar as preocupações expressas pelos respondentes com relação

ao tema, incluindo fornecer o número do cartão de crédito na rede, realizar

atividades de home banking e comprar produtos e serviços pela rede.

Fator 3 - Busca de informação: As afirmações capturadas nesse fator

referiam-se ao uso de Internet para auto-educação e satisfação de

necessidades de informação.

Fator 4 - Controle da interatividade: Afirmações relacionadas a esse fator

compreenderam a importância que os consumidores davam ao fato de

poderem controlar a mídia, escolher os sites que visitam, interagir em salas de

conversação, etc.

Fator 5 - Socialização: Representavam o papel da web como facilitadora das

atividades e comunicações interpessoais, sua utilidade como ferramenta para

conversação.

Fator 6 - Preocupações com privacidade não relacionadas à transação:

Diferentemente das preocupações com segurança e privacidade durante as

transações pela Internet, este fator agrupou preocupações após a compra, tais

como, recebimento de e-mails não solicitados e uso indiscriminado dos dados

cadastrais fornecidos a bancos de dados.

Fator 7 - Motivações econômicas: Aglutinou o uso da Internet para compras,

pesquisar empresas ou ações e ainda para poupar dinheiro buscando ofertas.

Como resultado de seu estudo, Korgaonkar e Wolin (1999) localizaram fatores

motivacionais ligados ao escapismo social que se correlacionavam

positivamente com a quantidade de horas gastas na rede e com a quantidade

de compras feitas através dessa mídia. Segundo os autores, usuários que

estejam motivados por escapismo social ao usarem a rede podem constituir-se

em um grupo interessante para os homens de marketing.

Korgaonkar e Wolin (1999) surpreendentemente também encontraram

correlação positiva entre os usuários preocupados com questões de segurança

na rede e as compras feitas, indicando, segundo os autores, que se essas

preocupações forem amenizadas, esses usuários também podem ser

convencidos a comprarem ainda mais pela Internet. Ainda encontraram

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correlações positivas entre compras feitas e horas gastas na rede no que se

refere aos seguintes fatores motivacionais: busca de informações, controle da

interatividade, socialização e fatores econômicos.

Em outro estudo que objetivava verificar motivações extrínsecas (prazer

e diversão percebidas) e intrínsecas (utilidade percebida) relacionadas ao uso

da Internet, Teo et al. (1999) verificaram, através de 1.370 questionários pela

Internet, três possíveis dimensões associadas ao uso da Internet, estas

relacionadas ao perfil de uso do respondente. As três dimensões verificadas

estão descritas a seguir:

Fator 1 - Facilidade de uso percebida: Listava afirmações que procuravam

medir o quão fácil o respondente julgava ser o uso da Internet.

Fator 2 - Utilidade percebida: Buscou capturar a utilidade que os usuários

viam na Internet para melhorar seu desempenho no trabalho, aumentar sua

produtividade, eficiência e superior tomada de decisão.

Fator 3 - Prazer e diversão percebidas: Escala de diferencial semântico que

media sentimentos como diversão, prazer e excitação. Através de análise

fatorial, os autores conseguiram provar que os três construtos acima são

distintos, chegando, quando considerados em conjunto, a explicar 67,5% da

variância. Não chegaram a resultados tão animadores quando tentaram usar

os construtos para prever através de regressão o uso da Internet. Obtiveram

um R2 de 0,17, considerado “desapontador” quando comparado com outros

estudos, conforme a opinião dos autores. Mesmo assim, conseguiram afirmar

que as pessoas usam a Internet “primariamente por perceberem-na útil para

suas tarefas de trabalho e, secundariamente, por ser divertida e fácil de usar”

(Teo et al., 1999).

Ferguson e Perse (2000) pesquisaram a Internet como alternativa

funcional à televisão, também sob a perspectiva de usos e gratificações. Em

linhas gerais, os autores buscavam verificar quais os motivos relacionados a

assistir televisão que estariam replicados na atividade de navegar pela Internet.

Com uma amostra de 250 estudantes de 2 universidades americanas e

utilizando como instrumentos de coleta de dados um questionário em HTML e

um relatório de atividades sobre o uso de mídias preenchido pelos

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participantes durante 3 dias, os autores chegaram a uma lista de 4 fatores

(similares aos verificados no assistir televisão) para explicar o uso da Internet

capazes de explicar 62,6% da variância através da análise fatorial que

realizaram.

Fator 1 - Entretenimento, responsável por 42,1% da variância, sinalizando

uso da Internet para diversão e excitação.

Fator 2 - Passar o tempo, responsável por 8,6% da variância, sinalizando a

navegação pela Internet como uma possível alternativa para ocupar tempo

ocioso.

Fator 3 - Relaxamento / Escapismo, contabilizou outros 6,6% de explicação

da variância, refletindo o uso da Web como forma de fugir do trabalho, relaxar

e descansar.

Fator 4 - Informação social, agregando outros 5,3% à explicação da

variância, mostrando um uso da Internet relacionado a encontrar sites para

aprender e iniciar conversação.

Ferguson e Perse (2000), nesse mesmo estudo, procederam a uma análise de

regressão para predizer a realização de diversas atividades que podem ser

feitas pela Internet. Uma das que foi pesquisada era a atividade chamada

pelos autores de aquisição que incluía procurar produtos, informação sobre

eventos correntes, fazer download de software e outros materiais e, inclusive,

comprar. A regressão múltipla que os autores chegaram para esse grupo de

atividades é apresentada no quadro a seguir:

Há um sexto estudo que tratou das motivações para uso da Internet. Rodgers

e Sheldom (2002) desenvolveram e provaram ser válida - uma escala com 12

itens, as quais denominaram WMI (Web Motivation Inventory). A escala trata

de quatro fatores distintos: Comprar, Surfar, Pesquisar e Comunicar. Assim

como nos outros estudos pesquisados, é possível agrupar essas 4 dimensões

em dois grupos básicos de motivações: as hedônicas e as utilitárias.

Finalmente, há um sétimo estudo, este conduzido por Childers et al. (2001), no

qual se afirma que “enquanto os aspectos instrumentais da nova mídia são

importantes preditores das atitudes online, os aspectos mais imersivos,

hedônicos da nova mídia, participam com, pelo menos, igual papel.”

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3 Efeitos da Internet

O uso da Internet tem modificado o dia-a-dia das pessoas. Kayany e

Yelsma (2000) constataram através de dados coletados entre 185 pessoas de

84 famílias que “o tempo gasto assistindo televisão, lendo jornais, usando o

telefone e mantendo conversações com a família é afetado pelo uso da mídia

online.”(...) Um processo de substituição funcional pode estar ocorrendo, no

qual a televisão como fonte primária de informação esteja sendo gradualmente

substituída pela mídia online“.

Conforme comentam os autores, seus estudos sugerem significativas

diferenças entre gêneros e entre gerações no que se refere ao uso da mídia

online. Para eles, “os homens mostraram utilizar a mídia online muito mais

freqüentemente que as mulheres. Os homens também reportaram mais altos

níveis de proficiência com a mídia online. As crianças passam mais tempo do

que os adultos em contato com a tecnologia online, contudo não há diferenças

significativas entre crianças e adultos no que se refere ao nível de proficiência

online. A impressão de que as crianças tendem a ser experts enquanto seus

pais estão timidamente longe de utilizarem tecnologias computacionais, não foi

suportada pelos resultados da amostra utilizada.”(Kayany et al., 2000).

3.1 - Atitude e envolvimento em relação à Internet

Jeong e Lambert (2001) verificaram que a atitude em relação à Internet,

juntamente com a utilidade percebida do website de um hotel, são os mais

significativos indicadores para prever o comportamento de compra utilizando

websites desse tipo de estabelecimento. Sim e Koi (2002) também

encontraram diferenças estatisticamente significativas em relação à atitude

perante a Internet quando compararam grupos de compradores e de não

compradores.

Desta forma, considerando que atitude e envolvimento com a Internet

podem distinguir entre compradores e não-compradores, é conveniente que se

verifique no mercado brasileiro a seguinte hipótese:

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♦ Compradores online têm atitude mais positiva em relação à Internet

♦ Compradores online têm envolvimento mais positivo em relação à

Internet

3.2 - Preocupações com a privacidade e segurança

Preocupações com a privacidade têm sido apresentadas como razões

limitadoras para o comércio online. Sheeham (1999) fez um estudo

comparativo entre homens e mulheres, procurando averiguar se as diferenças

de gênero são visíveis nas atitudes e comportamentos em relação à

propaganda e às práticas de marketing envolvendo coleta de informações e

privacidade online. A autora apresentou a seus entrevistados (n=889,

aleatoriamente obtidos) 15 situações que julgava de diferentes graus de

preocupação em termos de segurança e constatou diferenças estatisticamente

significativas entre homens e mulheres em cinco dessas situações,

caracterizando o sexo feminino como mais preocupado com esse assunto.

Ao verificar os comportamentos reativos a violações de privacidade

adotadas por ambos os sexos, Sheehan também encontrou diferenças

significativas. À medida que a preocupação das mulheres aumenta, elas

tendem a adotar somente 2 dos 7 comportamentos reativos pesquisados no

trabalho. Já para os homens, à medida que sua preocupação com a

privacidade aumenta, há a tendência de adotarem todos os Sete

comportamentos verificados no trabalho.

Sheehan ao resumir seus achados comenta: “Mulheres são mais

preocupadas do que os homens com as questões relacionadas à privacidade

em muitas situações de coleta de informações online. Apesar das mulheres

parecerem mais preocupadas com essas questões, são os homens que têm

mais probabilidade de mudar seu comportamento online por conta delas. Os

homens aparentemente adotam um espectro amplo de reações, tanto passivas

quanto ativas, enquanto que as mulheres tendem a reagir primariamente de

forma passiva, procurando comportamentos que evitem o confronto direto.” Um

pouco mais além a autora afirma que seu estudo mostrou que há similaridades

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entre o comportamento de homens e mulheres tanto no meio virtual como no

mundo “real”. (Sheehan, 1999).

Levando em consideração os achados de Sheehan, cabe no estudo

aqui apresentando, verificar a seguinte hipótese:

♦ Mulheres são mais preocupadas com segurança e privacidade nas

compras online do que os homens.

3.3 - O papel da confiança no processo de compra online

Sheehan, em um outro trabalho sobre o tema segurança, desta vez em

parceria com Hoy (Sheehan e Hoy, 1999), e utilizando a mesma base de

dados do estudo recém mencionado, resume que, de maneira geral, as

pessoas, à medida que a preocupação com a privacidade cresce, tendem a

fornecer informações incompletas nos websites, notificar seu provedor de

serviços sobre e-mails não solicitados, solicitar remoção de mailing lists e

enviar uma mensagem provocativa e em tom agressivo para os remetentes de

e-mails não solicitados (“flame”). Adicionalmente, os respondentes da pesquisa

das autoras afirmaram ficar menos propensos a se registrarem em websites

que requisitem informações pessoais. As autoras não acharam evidências

suficientemente fortes para afirmar que esse aumento de preocupação com a

privacidade viesse a gerar os comportamentos de fornecer informações

erradas nos sites ou mesmo reduzir a leitura dos e-mails não solicitados que

recebem.

Yoon (2002) aponta que à confiança deveria ser dado peso substancial

quando se trata de transações virtuais online, nas quais não se pode ter

interação face a face vendedor comprador e, tampouco, visualizar-se a loja.

Segundo o autor, os visitantes de um site são forçados a confiar inteiramente

nas informações sobre produto fornecidas por ele.

Yoon também aponta um estudo elaborado pela Cheskin Research

(1999) segundo o qual o conceito de confiança é “crucial, já que afeta um

número de fatores essenciais para as transações online, incluindo segurança e

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privacidade. “Sem confiança, o desenvolvimento do comércio eletrônico não

pode atingir seu potencial”. De acordo com esse estudo, há seis grandes

fatores que geram confiança nas compras online:

Marca: a importância da reputação da empresa no momento da decisão

de compra.

Navegação: a facilidade de encontrar o que se procura.

Fulfillment: o processo que os usuários vivenciam desde o momento

que a compra é iniciada, até o recebimento do produto e satisfação final.

Apresentação (presentation): a maneira como a aparência do site comunica

informações relevantes.

Tecnologia: maneira como o site funciona tecnicamente.

Selos de aprovação: símbolos que representam empresas que se

especializaram em assegurar a segurança dos sites (VeriSign ou logotipos

Visa, por exemplo).

A confiança do consumidor brasileiro foi investigada em um outro estudo

da Cheskin Research que comparava consumidores dos Estados Unidos, de

países de língua espanhola da América Latina e do Brasil. Segundo esse

estudo, os consumidores norte-americanos e brasileiros tendem a ser mais

céticos com relação à habilidade dos governos e dos websites controlarem

identidade e risco do que os países de língua espanhola.

Descobriu-se também que os brasileiros e os habitantes de países de

língua espanhola valorizam mais a presença dos selos dos cartões de crédito

do que os norte-americanos. Há também variações significativas entre países

no que se refere ao reconhecimento dos selos de aprovação em geral. No

caso brasileiro, os selos mais reconhecidos são os da Visa, do Mastercard e o

da VeriSign.

Voltando ao estudo de Yoon (2002), o autor encontrou que a confiança

está significativamente associada às propriedades do site, incluindo variáveis

relacionadas à imagem, tais como awareness e reputação da empresa.

Satisfação, por sua vez, está significativamente associada tanto à

navegação quanto à funcionalidade. Variáveis pessoais, tais como

familiaridade com comércio eletrônico e experiências anteriores satisfatórias

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com esse tipo de comércio tem alta correlação com satisfação e confiança no

website. Confiança, satisfação e awareness do website influenciam a intenção

de compra online. Confiança e satisfação no website estão altamente

correlacionadas. Entre os diversos achados desse estudo, destacam-se os

seguintes:

♦ Para garantir a confiança em um site, gerenciar sua imagem no

mercado é mais importante do que enfatizar sua funcionalidade.

♦ Sites que somente existem online têm maior necessidade realizar

esforços para reconhecimento de confiança do que aqueles que atuam

tanto online, como offline. Nesse sentido, é fundamental transmitir

clareza na política de devolução de mercadorias e de eliminação de

risco nas transações, adotar alto nível de tecnologia e preocupar-se com

a velocidade de transmissão. Para construir confiança online é

necessário oferecer experiências de compra que estimulem memórias

positivas em relação à empresa.

♦ Para reforçar a importância da percepção de risco no processo de

compras online, ainda cabe mencionar outra referência.

Vellido et al. citados por Girardet al. (2002) confirmaram que a percepção

de risco é o principal discriminador entre compradores e não-compradores na

Web. Reportaram também que variáveis como idade, renda do domicílio, e

padrões de uso da Internet não prevêem comportamento de compra online.

Considerando a importância da percepção de confiança e das

preocupações com segurança e privacidade para o comércio online, observa-

se a seguinte hipótese:

♦ Compradores online têm menos preocupação com segurança e

privacidade no comércio pela Internet. Considerando também que as

preocupações com segurança e privacidade podem afetar a

predisposição a comprar e os volumes de compra dos consumidores

online, uma nova hipótese é apresenta a seguir:

♦ Quanto menores as preocupações com privacidade e segurança, maior:

a)o número de vezes que se compra pela Internet,

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b) o volume de compras online realizado e

c) a probabilidade de comprar pela Internet

3.4 - Satisfações com o comércio eletrônico

Resenha-se a seguir os estudos encontrados que tratam da satisfação

durante e pós o processo de compra online, incluindo um sobre a satisfação

geral com esse tipo de consumo.

3.5 - Satisfações durante a compra

Conforme colocam Dellaert e Kahn (1999), uma das grandes críticas dos

consumidores que acessam a Internet é a demora para que as páginas

carreguem no computador. A partir dessa problemática, os autores dedicaram-

se a estudar o quanto o tempo de espera para conectar certos sites e carregar

suas home-pages afetaria a avaliação do material ali veiculado. Para

responder essa questão os autores conduziram 4 experimentos nos quais os

participantes eram inquiridos sobre a avaliação que faziam de uma revista

eletrônica, depois de esperar até que ela aparecesse em seus computadores.

Após o experimento, chegaram às seguintes conclusões:

♦ Os consumidores conseguiram separar o tempo de espera da

avaliação retrospectiva que fizeram do site;

♦ Se os efeitos da espera forem mitigados e a incerteza sobre a duração

do download for reduzida através de contagens regressivas ou do

fornecimento de estimativas de tempo para sua conclusão, a avaliação

do conteúdo é feita de forma separada, independentemente do tempo

que tiveram de esperar para visualizá-la.

No caso de esperar versus não esperar, os consumidores

experimentam sentimentos de afeto negativos ou sentem-se desconfortáveis

com a espera, contudo, esses sentimentos negativos não são transferidos para

a avaliação que fazem do site.

Weinberg (2000) alerta que, “sob uma perspectiva de marketing, o

impacto imediato de se ter uma home-page que não carrega suficientemente

rápido (e conseqüentemente resultando em um usuário redirecionando seu

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navegador para um site diferente) é a perda da oportunidade de satisfazer as

necessidades e objetivos desse usuário (por exemplo, aprender mais sobre

produtos, avaliar produtos e mesmo comprar produtos) e, mais positivamente,

influenciar seu processo de compra. Além disso, a atitude do usuário, não

somente diante do site, mas também diante da marca, pode ser negativamente

influenciada”.

3.6 - Satisfação pós-compra

Após a compra, o consumidor terá as chamadas impressões pós-

compra, que poderão ser de satisfação ou de insatisfação. Essas impressões

ficarão armazenadas em sua memória e/ou serão repassadas a outras

pessoas de seu convívio. Estudos têm demonstrado que impressões de

insatisfação são repassadas a um número maior de pessoas do que

impressões de satisfação.

4 CONCLUSÃO

Entender o processo de compra dos consumidores é e sempre serão

umas das tarefas mais importantes do profissional de marketing,

principalmente neste novo cenário mercadológico: o virtual. Mas conforme

descritos neste estudo podemos notar, que os fatores culturais, sociais,

pessoais e psicológicos, destacados pelos autores em suas obras, ganham em

importância e interferem diretamente na decisão e no comportamento de

compra deste novo consumidor.

Frente ao problema de pesquisa apresentado: O que as empresas

deverão fazer para acessar e vender para esses novos consumidores frente à

perspectiva altamente dinâmica do mercado? As empresas deverão ficar

atentas a estes fatores que são altamente sensíveis e perceptíveis a estes

consumidores. A interação através das redes sociais se faz fundamental uma

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vez que os acessos a web, é cada vez maior e freqüente.

As hipóteses apresentadas de que os consumidores estão migrando

para as gôndolas virtuais foram confirmadas com o aumento sócio-econômico

dos últimos anos.

O mercado virtual está em franco crescimento e seus consumidores

buscam empresas com soluções práticas para satisfazer suas necessidades e

seus desejos.

Cabe as empresas focar neste consumidor e desenvolver práticas,

estudos e até criar conceitos para conquistá-los.

Como diz um ditado espanhol: "Para ser um toureiro, você deve primeiro

aprender a ser touro." E é exatamente isto que as empresas precisam para

atrair e fidelizar estes novos e-consumidores. Agir com rapidez, antecipar as

tendências, conectar-se junto com seus clientes e viver em seu mundo.

Cabe a partir deste estudo um aprofundamento de como irá comportar

os internautas consumidores no mundo virtual. Se a influência da tecnologia e

as tendências da web serão o pilar do desenvolvimento do comércio eletrônico

para as outras classes sociais.

Este trabalho não encerra a discussão sobre o assunto, pelo contrario, o

campo é extenso, a inadimplência faz parte da cultura e com isso poderemos

discutir e aperfeiçoar o assunto.

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ANEXOS

Um estudo do IPEA com dados extremamente relevantes, publicado em

02/06/211 através do site http://idgnow.uol.com.br/internet/2011/06/02/estudo-

do-ipea-mapeia-perfil-do-consumidor-online-brasileiro/ diz o seguinte:

“O uso de redes sociais não determina, por si, tendência maior ou menor ao

consumo online, mas quem já teve problemas com vírus e malware tem, sim,

maior probabilidade de comprar via web. Essas são algumas das revelações

do estudo "Vendas on-line no Brasil: Uma análise do perfil dos usuários e da

oferta pelo setor de comércio", realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica

Aplicada (Ipea) e que foi divulgado na manhã desta quinta-feira (2/6).

No estudo, o Ipea procurou descrever um perfil do brasileiro que consome

online – grupo que, segundo os dados apresentados, representa 19% do total

de internautas do país - e, também, fornecer mais detalhes sobre um setor

que, entre 2003 e 2008, viu seu faturamento crescer 145%.

É importante ressaltar que, na produção do relatório, o Ipea baseou-se, entre

outras informações, em dados da pesquisa TIC Domicílios 2009, realizada pelo

Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). De lá para cá, ocorreram a febre

das compras coletivas (em 2010) e a explosão no uso de redes sociais, como

o Twitter e o Facebook.”

“A evolução das tecnologias de informação e comunicação (TIC), associadas à

emergência de novas técnicas de logística e gerência da cadeia de

suprimentos, levou a uma revolução do processo de compra e venda do setor

varejista”, constata o Ipea, no relatório.

O estudo ressalta, contudo, que essa evolução se faz mais presente nas

grandes cidades que nas cidades menores. “Nestes locais, a situação do

comércio é basicamente a mesma dos anos 1950”, sustenta. O instituto

também relaciona as mudanças no comércio à ampliação do acesso à Internet.

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O Ipea avaliou o comércio eletrônico a partir de dois pontos de vista: dos

usuários e das empresas. O estudo identificou tanto o perfil dos usuários de e-

commerce – com base nos dados da pesquisa TIC Domicílios 2009 - como os

principais aspectos da evolução do setor no Brasil (com base em dados

históricos do IBGE e do Banco Central).

Em relação ao perfil dos usuários, a pesquisa apurou que, dos 63 milhões de

internautas que o país tinha em 2009, cerca de 19%, ou 11,97 milhões, são

compradores pela Internet. O Sudeste é a região que tem a maior fatia de

internautas que consomem online: 23%. Em seguida vêm as regiões Sul

(20%), Norte e Centro-Oeste (com 19% cada) e Nordeste (12%).

Nas áreas urbanas, a fatia de compradores online é maior que nas áreas

rurais. Dos internautas urbanos, 20% compram na web. Entre os que moram

nas zonas rurais, esse índice é de 9%.

Em termos de classe econômica, a que mais consome online é a A (59%). A

classe B responde por 33% das compras online e a C – na qual, segundo o

IBGE, já se encontra a maior parte da população - tem 13%. Dos internautas

das classes D e E, juntas, 5% dos indivíduos já compraram online.”

Na categorização por idade, a maioria dos internautas que compram online

(29%) está na faixa entre 35 e 44 anos. Os grupos de internautas entre 25 e 34

anos e entre 45 e 49 anos têm o mesmo peso – 26% - enquanto internautas

entre 16 e 24 anos formam 18%. Além disso, o porcentual de internautas

homens que compraram online (22%) é maior que o de mulheres (17%). E a

maioria (41%) afirmou ter ensino superior.

O relatório do Ipea também buscou determinar, com base em várias categorias

de dados, quais variáveis influenciam a escolha de comprar ou não produtos e

serviços pela Internet. Foram cruzados dados sobre acesso a e-mail, uso de

sites de busca, inscrição em redes sociais, idade, sexo, classe social, nível de

educação e habilidades digitais, entre outros. Com base nisso, o instituto

calculou um coeficiente que indica o grau de influência da variável na decisão

de compra pela Internet.

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Os resultados apontam, por exemplo, que moradores da região Norte têm

maior probabilidade de serem consumidores online que os da região Nordeste.

Da mesma forma, membros das classes A e B são mais propensos a comprar

online. Homens têm maior tendência a consumir via Internet, mesma condição

dos indivíduos mais velhos em relação aos jovens.

Mais curiosas são as relações entre o uso de certas tecnologias e a propensão

a consumir online. Segundo o estudo, indivíduos que já tiveram algum

problema com segurança da informação são mais propensos a consumir na

web. Quem utiliza serviços de voz pela Internet (VoIP) e manda arquivos com

anexo também possui maior probabilidade de aderir ao consumo virtual.

O Ipea também destaca a “ausência de significância estatística da variável que

indica a participação em redes sociais”. Ou seja, um indivíduo que participa de

redes sociais não teria, com base apenas nessa variável, propensão especial

ao consumo online.

"Esperávamos que houvesse um efeito positivo e significante desta variável

sobre o consumo de bens e serviços pela Internet", afirmou o Ipea, no

relatório. Uma hipótese levantada pelo instituto para justificar a descoberta é

que essas redes são utilizadas predominantemente por jovens, categoria que

tem menor probabilidade de consumo na comparação com os mais velhos.

O número de horas que a pessoa navega na web também interfere de forma

positiva na probabilidade de consumo online, afirma o Ipea. Há, no entanto, um

efeito colateral: quanto mais tempo o internauta fica na rede, menor essa

influência.

No que diz respeito ao comércio varejista na Internet, o Ipea destaca o forte

crescimento do setor entre 2003 e 2008, no qual o número de empresas

aumentou de 1.305 para 4.818 e a receita total, de 2,4 bilhões de reais para

cerca de 5,9 bilhões. No entanto, o instituto ressalta a inexpressividade do

setor em relação ao varejo brasileiro. “As 4.818 empresas que vendiam pela

Internet [em 2008] correspondiam a apenas 0,4% do total de empresas

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varejistas. Sua receita pela Internet era inferior a 1% do total da receita do

varejo”, afirma o comunicado.

Outro dado levantado pelo Ipea aponta que o comércio não especializado,

representado por hipermercados, supermercados, lojas de departamento e

outros, corresponde a 25% do total de vendas online do varejo no Brasil. As

lojas especializadas respondem por 93% do número de empresas e 73% do

total de vendas pela Internet.

Segundo a pesquisa, a categoria econômica com mais lojas na Internet é a de

material de construção: são 1.701 firmas, ou 37,8% do total. Artigos

farmacêuticos e de perfumaria – a segunda maior categoria - são

representados por 707 empresas. Apenas 23 firmas (0,5%) foram classificadas

na categoria de eletrodomésticos e equipamentos de áudio e vídeo; no

entanto, em valor, a categoria – que teve receita bruta de 465,7 milhões de

reais em 2008, ou 11% do total - só é superada pela de artigos culturais,

recreativos e esportivos (que incluem CDs, DVDs e livros), que faturou 482,6

milhões.

No relatório, o Ipea conclui que a adoção do e-commerce “contribui

positivamente para a produtividade das firmas que optaram pelo comércio

eletrônico”. Além disso, o instituto afirma que a produtividade das empresas

que não adotam o e-commerce seria maior se utilizassem a tecnologia. Ao

apontar a importância do setor de serviços na criação de novos empregos e a

baixa remuneração média por pessoa no comércio, o relatório conclui que “a

baixa produtividade do setor de serviços em geral, e do comércio em particular,

deveria ser objeto de maior atenção por parte das políticas públicas”.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

1 Comportamento do consumidor online 10

1.1 – O Consumidor Virtual 11

1.2 – Perfil do usuário e do comprador online 12

1.3 – O Ato do Consumo 13

1.4 – Fatores do Consumo 14

1.5 – Fatores Culturais 15

1.6 – Fatores Sociais 16

1.7 – Grupos de referência 16

1.7.1- Família 18

1.8 - Posições Sociais 19

1.8.1 - Fatores pessoais 19

1.8.2 - Idade e estágio de ciclo de vida 20

1.8.3 – Ocupação 20

1.8.4 - Condições econômicas 20

1.8.5 - Estilo de vida 21

1.8.6 – Personalidade 21

1.8.7 - Fatores psicológicos 23

1.8.8 – Motivação 23

1.9 – Percepção 25

1.10 - Crenças e atitudes 25

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CAPÍTULO II

2 Processo de Compra 25

2.1 – O Comércio e o marketing eletrônicos 26

2.2 – O Processo de decisão de compra 28

2.3 – Processo de decisão de compra no modelo EKB 30

2.4 - Recursos do consumidor 33

2.5 - Motivações para o uso da Internet 34

CAPÍTULO III

3 Efeitos da Internet 40

3.1 - Atitude e envolvimento em relação à Internet 40

3.2 - Preocupações com a privacidade e segurança 41

3.3 - O papel da confiança no processo de compra online 42

3.4 - Satisfações com o comércio eletrônico 45

3.5 - Satisfações durante a compra 45

3.6 - Satisfação pós-compra 46

CONCLUSÃO 46

ANEXOS 50

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 48

ÍNDICE 54

FOLHA DE AVALIAÇÃO 55

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

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