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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM PRINCIPAIS CAUSAS PARA FALHAS EM PROJETOS: ESTUDO DE CASO DA LAFEM ENGENHARIA Por: Fabio Muniz Cavalcante Orientador Prof. Nelsom Magalhães Niterói 2011

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Conclusão – É a fase onde a execução dos trabalhos é avaliada através de auditoria interna ou externa, os livros e documentos

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

PRINCIPAIS CAUSAS PARA FALHAS EM PROJETOS:

ESTUDO DE CASO DA LAFEM ENGENHARIA

Por: Fabio Muniz Cavalcante

Orientador

Prof. Nelsom Magalhães

Niterói

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

PRINCIPAIS CAUSAS PARA FALHAS EM PROJETOS:

ESTUDO DE CASO DA LAFEM ENGENHARIA

Apresentação de monografia à

Universidade Candido Mendes como requisito

parcial para obtenção do grau de especialista em

Gestão de Projetos

Por: Fabio Muniz Cavalcante.

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer a todos que de

alguma forma contribuíram para a conclusão deste

trabalho. Em especial à minha noiva Lívia que

esteve do meu lado em todos momentos, à grande

equipe Lafem que foi bastante solicita em colaborar,

e a meus pais e irmão me apóiam em todos meus

projetos.

4

RESUMO

Esta monografia investiga as principais falhas em projetos e a análise de seus

impactos no sucesso do projeto. Será estudado o caso da Lafem Engenharia,

empresa sediada na cidade do Rio de Janeiro. Os estudos em gerencia de

projetos apontam o controle de falhas em projetos como fator de grande

importância uma vez que problemas podem colocar em risco o sucesso do

projeto. Esse controle também tem como intuito mitigar os riscos e aquisição de

experiência para projetos futuros. Este trabalho busca identificar, quantificar e

qualificar as principais falhar de projetos com a pretensão de servir de base de

conhecimento para medidas preventivas em novos projetos.

5

SUMÁRIO

SUMÁRIO .......................................................................................................... 5

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 6

CAPÍTULO I - GERÊNCIA DE PROJETOS ....................................................... 7

CAPÍTULO II - FALHAS EM PROJETOS ........................................................ 16

CAPÍTULO III - ESTUDO DE CASO: LAFEM ENGENHARIA.......................... 24

CONCLUSÃO .................................................................................................. 33

BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 35

ÍNDICE ............................................................................................................. 37

FOLHA DE AVALIAÇÃO .................................................................................. 37

6

INTRODUÇÃO

Todo projeto tem a pretensão de ser bem sucedido. Garantir este

sucesso é responsabilidade do Gerente do projeto.

Dado o escopo, o gerente do projeto deve atingir os objetivos de

custo, prazo, e qualidade determinados além de atender as expectativas e

necessidades do cliente. Falhas em projetos, como atrasos de cronograma e

desvios de orçamento prejudicam a lucratividade e ate mesmo a viabilidade do

mesmo. Para a empresa isso é traduzido em prejuízo, podendo este ser

financeiro ou até mesmo na imagem da instituição, como um marketing

negativo.

O objetivo deste estudo é, através do caso da Lafem Engenharia,

construtora sediada no Rio de Janeiro; identificar, quantificar e qualificar as

principais causas de falhas em projetos. e desta forma, potencializar medidas

preventivas ou soluções para estes acontecimentos; ou seja, utilizar as lições

aprendidas como ferramenta de apoio na tomada de decisões em novos

projetos.

No primeiro capítulo será apresentado o conceito de projetos,

gerenciamento de projetos e o ciclo de vida do projeto.

No segundo capítulo falaremos sobre oque significa o sucesso de

um projeto e as principais falhas em projetos.

No terceiro capítulo, será abordado o estudo de caso da Lafem

Engenharia.

7

CAPÍTULO I

GERÊNCIA DE PROJETOS

1.1 - Oque é Projeto?

Segundo Dinsmore (2009), projetos são empreendimentos

exclusivos que resultam em uma entrega singular. São compostos por

atividades interdependentes com início e fim. Consistem em atividades que

possuem inter-relações, produzem entregas com qualidade aprovada e

envolvem múltiplos recursos.

O PMBOK (2008) define projeto como um esforço temporário

empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. A sua

natureza temporária indica um início e um término definidos. O término é

alcançado quando os objetivos tiverem sido atingidos ou quando se concluir

que esses objetivos não serão ou não poderão ser atingidos e o projeto for

encerrado, ou quando o mesmo não for mais necessário. Temporário não

significa necessariamente de curta duração. Além disso, geralmente o termo

temporário não se aplica ao produto, serviço ou resultado criado pelo projeto; a

maioria dos projetos é realizada para criar um resultado duradouro. Por

exemplo, um projeto para a construção de um monumento nacional criará um

resultado que deve durar séculos. Os projetos também podem ter impactos

sociais, econômicos e ambientais com duração mais longa que a dos próprios

projetos.

Cada projeto cria um produto, serviço ou resultado exclusivo.

Embora elementos repetitivos possam estar presentes em algumas entregas

do projeto, essa repetição não muda a singularidade fundamental do trabalho

do projeto. Por exemplo, prédios de escritórios são construídos com os

materiais idênticos ou similares ou pela mesma equipe, mas cada um é

exclusivo – com diferentes projetos, circunstâncias, fornecedores, etc.

Um esforço de trabalho contínuo é geralmente um processo

repetitivo porque segue os procedimentos existentes de uma organização. Por

outro lado, devido à natureza exclusiva dos projetos, pode haver incertezas

8

quantos aos produtos, serviços ou resultados criados pelo projeto. As tarefas

podem ser novas para a equipe do projeto, o que demanda planejamento mais

dedicado do que outro trabalho rotineiro. Além disso, os projetos são

empreendidos em todos os níveis organizacionais. Um projeto pode envolver

uma única pessoa, uma única ou múltiplas unidades organizacionais.

Um projeto pode criar:

• Um produto que pode ser um item final ou um item componente de

outro item;

• Uma capacidade de realizar um serviço, como funções de negócios

que dão suporte à produção ou à distribuição ou

• Um resultado, como um produto ou um documento (por exemplo,

um projeto de pesquisa desenvolve um conhecimento que pode ser usado para

determinar se uma tendência está presente ou se um novo processo

beneficiará a sociedade).

Exemplos de projetos incluem, mas não se limitam a:

• Desenvolvimento de um novo produto ou serviço;

• Efetuar uma mudança de estrutura, de pessoal ou de estilo de uma

organização;

• Desenvolvimento ou aquisição de um sistema de informações novo

ou modificado;

• Construção de prédio ou infra-estrutura ou

• Implementação de um novo procedimento ou processo de

negócios.

9

1.2 - Gerenciamento de projetos

O Gerenciamento de Projetos é um ramo das Ciências Gerenciais

que trata do planejamento e controle de projetos, utilizando-se de habilidades e

dos conhecimentos das boas práticas e ferramentas. Porém, uma boa prática

não significa que o conhecimento e as práticas devem ser aplicados

uniformemente a todos os projetos sem considerar se serão ou não

apropriados.

Segundo Caribé (2010), a gerência de projetos é a disciplina de

manter os riscos de fracasso em um nível tão baixo quanto necessário durante

o ciclo de vida do projeto. O risco de fracasso aumenta de acordo com a

presença de incerteza durante todos os estágios do projeto. Um ponto-de-vista

alternativo diz que gerenciamento de projetos é a disciplina de definir e

alcançar objetivos ao mesmo tempo em que se otimiza o uso de recursos

(tempo, dinheiro, pessoas, espaço, etc.).

Santos Jr. (2010) diz que gerenciar um projeto significa planejar a

sua execução antes de iniciá-la e, a seguir, acompanhar a sua execução. Na

fase de planejamento do projeto são estabelecidos os seus principais fatores:

as metas, a definição do escopo e das tarefas a serem realizadas, além do seu

seqüenciamento em função dos recursos necessários e disponíveis.

Para o PMBOK (2008), o gerenciamento de projetos é a aplicação

de conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto

a fim de atender aos seus requisitos.

A gerência de projetos é frequentemente a responsabilidade de um

indivíduo intitulado gerente de projeto. Idealmente, esse indivíduo raramente

participa diretamente nas atividades que produzem o resultado final. Ao invés

disso, o gerente de projeto trabalha para manter o progresso e a interação

mútua progressiva dos diversos participantes do empreendimento, de modo a

reduzir o risco de fracasso do projeto.

O gerenciamento de projetos tenta adquirir controle sobre três

variáveis: tempo, custo, escopo. Algumas literaturas definem como quatro

variáveis, sendo qualidade a quarta variável, contudo a qualidade é uma das

10

principais componentes do escopo. Estas variáveis podem ser dadas por

clientes externos ou internos.

Para Caribé (2010), mensurar o valor das variáveis remanescentes

está a cargo do gerente do projeto, idealmente baseado em sólidas técnicas de

estimativa. Os resultados finais devem ser acordados em um processo de

negociação entre a gerência do projeto e o cliente. Geralmente, os valores em

termos de tempo, custo, qualidade e escopo são definidos por contrato.

Para manter o controle sobre o projeto do início ao fim, um gerente

de projetos utiliza várias técnicas, dentre as quais se destacam: Planejamento

de projeto, Análise de valor agregado, Gerenciamento de riscos de projeto,

Cronograma, Melhoria de processo. A equipe do projeto deve ser capaz de

avaliar a situação e equilibrar as demandas a fim de entregar um projeto bem-

sucedido.

O PMBOK (2008) afirma que, devido ao potencial de mudança, o

plano de gerenciamento do projeto é iterativo e passa por uma elaboração

progressiva no decorrer do ciclo de vida do projeto. A elaboração progressiva

envolve melhoria contínua e detalhamento de um plano conforme informações

mais detalhadas e específicas e estimativas mais exatas tornam-se

disponíveis. Isto é, conforme o projeto evolui, a equipe de gerenciamento

poderá gerenciar com um nível maior de detalhes.

O conhecimento e as práticas da gerência de projetos são mais bem

descritos em termos de seus processos componentes, classificados em cinco

grupos de processo (iniciação, planejamento, execução, controle e

encerramento) e nove áreas de conhecimento (gerência de integração de

projetos, gerência de escopo de projetos, gerência de tempo de projetos,

gerência de custo de projetos, gerência de qualidade de projetos, gerência de

recursos humanos de projetos, gerência de comunicações de projetos,

gerência de riscos de projetos e gerência de aquisições de projetos).

1.3 - O Ciclo de vida do projeto

O ciclo de vida pode ser dividido em um conjunto de fases,

normalmente fixas para todos os tipos de projeto, contendo uma série de

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passos principais do processo de contextualizar, desenhar, desenvolver e

colocar em operação uma determinada necessidade do projeto. Essas fases,

por sua vez, são subdivididas em estágios, ou etapas específicas, de cada

natureza de projeto (construção, desenvolvimento de produtos, etc.). Esses

estágios são, então, subdivididos em atividades, ou tarefas específicas de cada

projeto.

De acordo com o PMBOK (2008), o ciclo de vida pode ser definido

ou moldado de acordo com aspectos exclusivos da organização, indústria ou

tecnologia empregada. Ao passo em que todos os projetos têm um início e um

fim definidos, as entregas e atividades específicas conduzidas neste ínterim

poderão variar muito de acordo com o projeto. O ciclo de vida oferece uma

estrutura básica para o gerenciamento do projeto, independentemente do

trabalho específico envolvido.

Os projetos variam em tamanho e complexidade. Não importa se

grandes ou pequenos, simples ou complexos, todos os projetos podem ser

mapeados para a estrutura de ciclo de vida baseada em cinco fases: Iniciação;

Planejamento; Execução; Controle e Encerramento.

Iniciação – É a fase inicial do projeto, quando uma determinada

necessidade é identificada e transformada em um problema estruturado a ser

resolvido por ele. Nessa fase, a missão e o objetivo do projeto são definidos,

bem como as melhores estratégias são identificadas e selecionadas.

Planejamento - É onde o projeto é detalhado, se aplicarmos o

principio de Pareto, é onde investimos 80% do nosso tempo. É o momento em

que detalhamos as atividades, pesquisamos, determinamos prazos, alocamos

recursos e custos. Nessa fase, os planos auxiliares de comunicação,

qualidade, riscos, aquisições e recursos humanos também são desenvolvidos.

Execução - É a fase que materializa tudo aquilo que foi planejado

anteriormente. Qualquer erro cometido nas fases anteriores fica evidente nesta

fase. Grande parte do orçamento e do esforço do projeto é consumida nesta

fase.

Monitoramento e Controle - É a fase que ocorre paralelamente ao

planejamento operacional e execução do projeto. o gestor do projeto faz o

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controle da execução, registrando tempo e recursos, e gerenciando as

possíveis mudanças e tomando ações corretivas em caso de desvio.

Conclusão – É a fase onde a execução dos trabalhos é avaliada

através de auditoria interna ou externa, os livros e documentos do projetos são

encerrados e todas as falhas do projeto são discutidas e analisadas para que

erros similares não ocorram em novos projetos (aprendizado).

Figura 1 – O ciclo de vida do projeto subdividido em fases características (Fonte:

Vargas, 2005, p.34).

Esta estrutura genérica de ciclo de vida é frequentemente

referenciada na comunicação com a alta administração ou outras entidades

menos familiarizadas com os detalhes do projeto.

Existem projetos cujas fases diferem das mencionadas acima, como

por exemplo, o caso da construção civil onde se encontram os estágios de Pré-

planejamento para Design Conceitual, Design esquemático, Design de

desenvolvimento, construção de desenhos (ou documentos de contrato), e

administração de construção.

Embora algumas indústrias utilizem variações desses estágios e os

nomes utilizados sejam diferentes, os estágios reais tipicamente seguem os

passos comuns à resolução de problemas (problem solving): definir o

problema, balancear opções, escolher um caminho, implementação e

avaliação.

Os estudos mostram que a maioria das descrições do ciclo de vida

do projeto apresenta algumas características em comum:

13

O custo e a quantidade de pessoas integrantes da equipe variam ao

longo do tempo: São relativamente baixos no início do projeto, aumentam até

atingir um pico e decrescem ao longo das fases intermediárias e reduzem

drasticamente durante a fase final;

Figura 2 – Ciclo de vida do projeto segundo critérios d velocidade de desenvolvimento

(Fonte: Vargas, 2005, p.28).

A capacidade de influenciar as características finais do produto e

seu custo final é alta no início e vai se reduzindo ao longo do desenvolvimento

do projeto. Isso ocorre principalmente porque o custo de mudanças e correção

de erros geralmente também aumenta à medida que o projeto se desenvolve.

Figura 3 – Potencial de adicionar valor ao projeto em função do desenrolar do projeto

(Fonte: Vargas, 2005, p.30).

14

O custo de promover mudanças no projeto é pequeno nas fases

iniciais, crescendo exponencialmente com o progresso até chegar ao seu custo

total, podendo até mesmo superá-lo.

Figura 4 – Custo de mudanças / correções em função do desenrolar do projeto (Fonte:

Vargas, 2005, p. 31).

Os riscos e as incertezas decrescem conforme o projeto de

desenvolve.

As etapas do projeto não acontecem como uma sequência linear.

Afinal, existem problemas não previstos que precisam ser ajustados no

decorrer do projeto. E estes ajustes são feitos “on the fly”, ou seja, durante a

execução do projeto, configurando um ciclo claro que passa por execução,

controle e planejamento.

Figura 5 – Inter-relacionamento entre as fases do projeto (Fonte: Vargas, 2005, p.34)

15

Geralmente na hora da execução é que o planejamento é posto a

prova, o controle é o acompanhamento que o gestor de projetos faz junto ao

gestor técnico, ele registra os tempos e uso de recursos. Este controle pode

apontar tanto uma tendência à economia de recursos quando à necessidade de

utilizar recursos além do planejado.

É atribuição do gestor de projetos revisar seu planejamento para

avaliar os impactos destas variações e tomar as devidas providências.

Dessa maneira, vemos a importância de fase do planejamento do

projeto, momento onde os stakeholders devem possuir um papel ativo na

preparação e na validação do cronograma e do plano de execução e controle

do projeto.

Apesar de todos esses esforços para se melhorar a qualidade da

informação presente no cronograma, imprevistos e problemas podem ocorrer,

porém os cuidados e a boa preparação na fase de planejamento levarão a um

melhor plano de resposta e reação e retomada no controle do projeto.

16

CAPÍTULO II

FALHAS EM PROJETOS

2.1 - Oque é um projeto bem sucedido?

“Um projeto bem sucedido é aquele que é realizado conforme

planejado” (Vargas, 2005)

O objetivo de todo projeto é ser concluído com sucesso. Mas oque é

sucesso de um projeto? Custos realizados abaixo do previsto? Prazo reduzido?

Redução de consumo de matéria-prima e mão de obra? Surpreender o cliente

com a qualidade do projeto realizado?

Segundo Bahia e Farias Filho (2010), a ideia central do pensamento em

torno de sucesso tem relação direta com a necessidade de se gerenciar por

objetivos, afinal, sucesso tem relação direta com o grau de obtenção dos

objetivos. Dessa forma, o conhecimento desses elementos fundamentais

possibilita a criação de um sistema de gerenciamento de projetos com foco nos

objetivos (“critérios de sucesso”).

Para Kezner (2004), a palavra sucesso teve significados diferentes

em dois momentos distintos. Nos primórdios da gerencia de projetos, na

década de 60, o sucesso era medido apenas em termos técnicos. O produto

era adequado ou inadequado. O controle de custos era apenas para constar. O

importante era o resultado final, a entrega do produto final.

Na visão de Lipovetsky et al. (1997) apud Bahia e Farias Filho (2010),

além da tradicional visão de sucesso em projetos, medido pelos resultados

“internos” tais como a realização dos objetivos técnico-operacionais, de tempo e de

custo, várias outras medidas têm sido reconhecidas para definir sucesso. As

adicionais incluiriam a “visão externa”, por exemplo, o resultado ou reflexo do

mesmo para o cliente e para o desenvolvimento da própria organização.

Observe que não adianta cumprir somente as premissas internas do

projeto. Custos dentro do orçamento, cumprimento dos prazos de entregas e

atendimento da qualidade técnica pode perder todo seu valor se o cliente ficar

17

insatisfeito com o resultado final. Portanto, o projeto bem sucedido é aquele

que atende as expectativas de qualidade exigidas pelo cliente

“Atualmente, a melhor explicação de sucesso é aquela que o

mensura em termos de fatores primários e secundários.” (Kezner, 2004).

Entendem-se fatores primários por: Dentro do prazo, no orçamento, e no nível

desejado de qualidade. E fatores secundários são: aceitação pelo cliente; O

cliente concorda com a utilização do seu nome como referência.

2.2 - Principais Falhas em Projetos

Mesmo com a grande quantidade de benefícios gerados pelos

projetos, boa parte deles falha, ou não atinge o resultado esperado.

Segundo Demerval (2008), muitos projetos fracassam por que as

maiorias dos gerentes de projetos identificavam precariamente a real

necessidade de seus clientes.

Para Vargas (2005), muitas falhas são decorrentes de obstáculos

naturais/ externos que são completamente fora do controle da organização e

que, muitas vezes, somente podem ser minimizados ou evitados através de um

gerenciamento de riscos eficiente. Estes obstáculos são: Mudança na estrutura

organizacional da empresa; Riscos elevados no meio ambiente; Mudanças na

tecnologia Disponível; Evolução nos preços e prazos e Cenário político-

econômico desfavorável.

Mas a maioria dos insucessos é decorrente de outros tipos de

falhas, também chamadas falhas gerenciais, que podem perfeitamente ser

evitadas, tais como:

• As metas e os objetivos são mal estabelecidos, ou não são compreendidos pelos escalões inferiores;

• Há pouca compreensão da complexidade do projeto; • O projeto inclui muitas atividades e muito pouco tempo para

realiza-las; • As estimativas financeiras são pobres e incompletas • O projeto é baseado em dados insuficiente, ou inadequados; • O sistema de controle é inadequado;

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• O projeto não teve um gerente de projetos, ou tiveram vários, criando círculos de poder paralelos aos previamente estabelecidos;

• Criou-se muita dependência no uso de softwares de gestão de projetos;

• O projeto foi estimado com base na experiência empírica, ou feeling dos envolvidos, deixando e segundo plano os dados históricos de projetos similares, ou até mesmo análises estatísticas efetuadas;

• O treinamento e a capacitação foram inadequados; • Faltou liderança do gerente de projetos; • Não foi destinado tempo para as estimativas e o

planejamento; • Não se conheciam as necessidades de pessoal,

equipamentos e materiais; • Fracassou a integração dos elementos-chave do escopo do

projeto; • Cliente/projeto tinham expectativas distintas e, muitas vezes,

opostas; • Não se conheciam os pontos-chave do projeto; • Ninguém verificou se as pessoas envolvidas nas atividades

tinham conhecimento necessário para executá-las; • As pessoas não estavam trabalhando nos mesmos padrões,

ou os padrões de trabalho não foram estabelecidos.

Cabe ao gerente de projetos e à sua equipe controlar as

possibilidades de insucessos mencionadas. Não de pode criar a ilusão de que

o projeto e algo que não se pode controlar. Os riscos imprevisíveis nunca

deixarão de existir, o importante é o líder assumir a possibilidade de acontecer

as falhas e estar preparado para tomar ações corretivas pontuais.

Estudos recentes traçam um perfil das empresas brasileiras quanto

à utilização de técnicas em gerência de projetos. A 6ª edição do Estudo de

Benchmarking em Gestão de Projetos realizado pelo Project Management

Institute (PMI) engloba 300 empresas brasileiras de grande porte como

Petrobras, Nestlé, Vale, Volkswagen, Votorantim, Lojas Renner, Embraer,

Gerdau, IBM, TIM, Promon e BNDES.

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Segundo o levantamento, para 76% das empresas pesquisadas, o

problema com a comunicação é o principal motivo pelo fracasso dos projetos,

71% consideram que o não cumprimento de prazos também colabora para

estas falhas e 70% culpam as constantes mudanças de escopo(Figura 6)

Já no Setor de Engenharia e EPC, as falhas de projetos mais citadas

pelas empresas são o não cumprimento de prazos, seguido por problemas de

comunicação e depois de não cumprimento de orçamento e riscos mal

avaliados (Figura 7).

A pesquisa mostra ainda que fracassar em um projeto é perder

muito dinheiro, pois para 46% das empresas, o investimento variou de R$ 1

milhão até R$ 10 milhões. Porém, mesmo com os altos valores, 58% das

corporações não possuem um departamento de gerenciamento de projetos.

Outra pesquisa, realizada pela VitalSmarts e o Grupo Concours,

mostra a importância da comunicação dentro do projeto e o papel do líder

diante dos problemas. O estudo revela cinco questões capitais definidas no

estudo como conversas cruciais, que têm um impacto enorme sobre iniciativas

de alto risco de negócio bem sucedidas.

O estudo Silence fails (falhas silenciosas), realizado com mais de

1.000 executivos e profissionais de gestão do projeto através de 40 empresas

em uma ampla variedade de indústrias, demonstra que quando até mesmo

uma dessas conversas cruciais falha, uma crise silenciosa joga para fora em

uma dinâmica aparentemente simples que resulta na incapacidade de executar

uma iniciativa de 85 por cento do tempo. Os efeitos gerais estão indo acima do

orçamento, falta de prazos, e não para atender qualidade e funcionalidade

especificações. O moral da equipe é inevitavelmente danificado no processo.

Alternadamente, quando ocorrem as conversas bem-sucedidas, a taxa de

insucesso é reduzida em 50 a 70%.

As cinco conversas cruciais identificadas pelo estudo são as

barreiras mais predominantes e mais caras para o sucesso do projeto. São

eles:

1. Falha de Planejamento. Um projeto está configurado para falhar

quando prazos ou limites de recursos são definidos sem consideração para a

22

realidade. É uma falha que quase ninguém discute de forma eficaz; 85% dos

participantes tiveram esse problema em quase 40 % de seus projetos.

2. Falta de apoio do patrocinador. Um patrocinador não fornece

liderança, influência política, tempo ou energia para ver um projeto até a sua

conclusão. Sessenta e cinco por cento experimentaram isso em um terço de

seus projetos. Menos de 12 por cento das pessoas indicaram que poderiam

habilmente resolver este problema.

3. Skirting. As pessoas trabalham em torno do processo de definição

de prioridades e não são responsáveis por fazê-lo. Pouco mais de 50% da

tentativa de líderes de projeto para falar sobre esta questão, e apenas 16%

conseguem resolver o problema.

4. Project Chicken. Líderes de equipe e os membros não admitem

quando há problemas com um projeto, mas esperam por alguém para falar

primeiro. Enquanto 55% dos participantes do estudo experimentaram este

problema, menos de 14% daqueles habilmente dirigida lo.

5. Falhas da equipe. Membros da equipe perpetuam a disfunção

quando são relutantes ou incapazes de suportar o projeto. Os líderes são

relutantes em discutir suas falhas com eles abertamente. Encontrados em 80%

de todos os líderes de projeto. São poucos aqueles que se sentem capazes de

resolver esta questão, as falhas da equipe inimagináveis são percebidas quase

a metade do tempo.

Estas preocupações são mais comuns do que a maioria dos líderes

seniores haviam percebido; 90% dos gerentes de projeto rotineiramente

encontram um ou mais destes cinco preocupações e quase um em cada cinco

projetos são atormentados por todos os cinco.

Mas o problema não é que estas preocupações são comuns, na

verdade, elas podem ser uma parte inevitável de qualquer grande

implementação estratégica. O problema é que aqueles que se deparam com

estes problemas não enfrentam de forma eficaz para resolvê-los. Este estudo

revela que metade dos gerentes de projetos nunca tentaram enfrentar os

problemas, e quando o fazem, apenas 17 por cento dizem que são capazes de

obter as suas preocupações ouvidas e compreendidas.

23

Este estudo também revela que muitos líderes não têm habilidade

para resolver estas questões e, ao invés, muitas vezes se veem como os

bodes expiatórios e sentem-se ignorados, arrancados, ou pressionado a

submissão.

Embora este estudo faça descobertas importantes que podem

prever e explicar o fracasso, a mais importante implicação da pesquisa é o

potencial que os líderes têm de influenciar o sucesso.

Em cada um dos cinco conversas crucial, o estudo descobriu que

apenas falando pode-se fazer a diferença e que comunicar com habilidade

efetivamente consegue-se melhorar drasticamente o sucesso do projeto.

Aqueles que tratam com sucesso um ou mais das cinco questões

são 50% a 70% mais propensos a atingir plenamente os objetivos do projeto:

do orçamento, em programação, na especificação, e com a moral da equipe

intacta. Os gerentes de projetos podem prever e evitar o fracasso de iniciativas

de alto risco de negócio, criando uma cultura onde a comunicação é realizada

de forma rápida e eficaz.

24

CAPÍTULO III

ESTUDO DE CASO: LAFEM ENGENHARIA

3.1 - Metodologia

A abordagem escolhida para esse trabalho foi estudo de caso

exploratório dado o pouco controle sobre os eventos. Será apresentada uma

pesquisa baseada nas experiências vividas pelos gerentes de projetos da

empresa Lafem Engenharia.

As questões que este estudo se compromete em responder estão

relacionadas com a visão da empresa em relação ao sucesso de seus projetos.

Pretende-se verificar e qualificar as principais falhas de projetos encontradas

para utilização desta pesquisa como ferramenta de apoio na tomada de

decisões em novos projetos.

Baseado nos conhecimentos adquiridos nas pesquisas

apresentadas anteriormente pelo estudo de Benchmarking do PMI foi

elaborado uma tabela com as principais falhas em projetos e enviadas aos

gerentes de projetos para preenchimento. A tabela tem o objetivo de mensurar

a frequência e o impacto das falhas em cada projeto.

Para critérios de avaliação de ocorrência foram criados quatro níveis

de frequência: não ocorreu; ocorreu pouco; ocorreu médio; ocorreu muito.

Para critérios de avaliação de impacto foram criados quatro níveis de

influência: não influenciou; influenciou, mas não comprometeu o projeto;

influenciou e comprometeu o projeto.

A pesquisa foi realizada com a participação de 8 gerentes de

projetos no período de 1° a 20 de julho sobre projetos iniciados no biênio

2009/2010.

Demais informações levantadas foram obtidas em relatórios

gerenciais da própria empresa e entrevistas feitas aos gerentes de projetos.

Segue abaixo o modelo do questionário utilizado na pesquisa:

25

AVM – Gestão de Projetos

Principais Falhas em Projetos – Estudo de Caso da Lafem Engenharia

Gerente:________________________________________________________

Projeto:________________________________________________________

Análise de ocorrência e impacto das falhas no projeto

FALHAS OCORRÊNCIA IMPACTO Atraso em Cronograma Falhas de Orçamento Falhas na Comunicação Escopo não definido Adequadamente Mudanças de Escopo Constantes Falta de Apoio da Alta Administração Riscos não Avaliados Corretamente Recursos Humanos Insuficientes Falta de Metodologia de Apoio Falta de Ferramentas de Apoio Problemas com Fornecedores Falta de conhecimento Técnico sobre o Projeto

Critérios para Avaliação de Ocôrrencia:

• Não ocorreu • Ocorreu pouco

• Ocorreu médio • Ocorreu muito

Critérios para Avaliação de Impacto:

• Não influenciou

• Influenciou pouco • Influenciou, mas não comprometeu o projeto

• Influenciou e comprometeu o projeto

26

3.2 - A empresa

Fundada em 1984, a LAFEM Engenharia cresce a cada dia.

Registrou nesses anos de existência, a conquista de importantes clientes no

mercado em que atua: obras comerciais, industriais e residenciais. Sediada no

Rio de Janeiro e, reconhecida pela excelência em seus serviços no

atendimento ao cliente, a LAFEM vivia o paradigma de administrar o sucesso.

Em 2007, a empresa registrou um crescimento de 36% em contratos firmados,

com uma clientela renomada e satisfeita com seus serviços e um aumento

significativo no número de propostas comerciais.

Com a conquista da certificação ISO 9001:2000 em 2005, e com o

resultado em pesquisa sinalizando 92% de satisfação de seus empregados

ficava a pergunta: como estimular a busca do desempenho superior numa

empresa cujo crescimento se dá na casa de dois dígitos ao ano?

Baseados neste desafio, seus sócios Fernando Lima, Paulo Renato

e Roberto Seabra iniciaram uma “Jornada Rumo ao Desempenho Superior”. A

Jornada baseia-se no processo de criação de novas lideranças, as quais são

responsáveis por envolver toda a força de trabalho da LAFEM nas questões

internas e externas da organização.

Criado em Julho/2007 o Comitê Gestor da LAFEM é formado pelos

sócios e pelas novas lideranças da organização. O grupo tem como função o

planejamento e controle dos projetos internos da companhia. Seus gerentes

tem responsabilidade em fazer com que os projetos sejam implementados com

maestria, através do envolvimento de todos os seus funcionários, incluindo

aqui, operários da construção civil. Além disso, têm como algumas de suas

incumbências comunicar e disseminar as estratégias, planos e demais

orientações da alta direção por todos os seus colaboradores, sendo os

multiplicadores do processo de gestão participativa.

O sucesso atual da empresa está fundamentado em sua missão de apresentar

soluções comprometidas com resultados, através da confiabilidade,

competência, solidez, cumprimento rigoroso de prazos e atendimento. Ter em

cada obra como exclusividade na sua realização e com atendimento

personalizado para cada cliente e capacidade de reação rápida à evolução do

27

mercado de construção civil investindo na utilização de novas técnicas e

ferramentas assim como na alta capacitação e especialização dos seus

profissionais.

Suas crenças e valores são: atuação com profissionais qualificados;

Tratamento único e especial para cada cliente; Respeito e a honestidade com

os clientes, colaboradores e parceiros; Atuação nas áreas social e ambiental.

Seu compromisso com a sociedade é atestado através do

envolvimento da empresa e de seus colaboradores com o Instituto da Criança,

organização de empreendedorismo social que atualmente apóia 9 iniciativas

sociais, como abrigos, creches e casas de assistência a pessoas vítimas de

paralisia cerebral. Além de seus 3 Programas: Espaço Cidadão, de resgate da

cidadania, focado na orientação aos pais, o Hora da Leitura, um programa

extracurricular, que tem por objetivo incentivar a leitura infanto-juvenil em

regiões de vulnerabilidade social e o Pense Alto, um programa de inserção de

jovens na área comercial.

Preocupada com o meio ambiente e consciente de sua

responsabilidade ambiental, a Lafem Engenharia se empenha na aplicação de

técnicas sustentáveis em suas obras e medidas que possam contribuir com a

preservação do meio ambiente.

Desde 2008, a Lafem Engenharia é associada ao Green Building

Council Brasil, que tem como missão desenvolver a indústria da construção

sustentável no país, utilizando as forças de mercado para conduzir a adoção de

práticas de green building em um processo integrado de concepção,

implantação, construção e operação de edificações e espaços construídos.

A LAFEM vem conseguindo vencer o paradigma de que quando as

coisas vão bem, ainda podem melhorar. Maior exemplo disso é a criação, em

2009, da PRIME Lafem Engenharia, Segmento do grupo focado em projetos

com alto padrão de acabamento. Os resultados foram imediatos. Em 2010,

com pouco mais de um ano de existência obteve faturamento de R$ 8 milhões,

e tem expectativa de dobrar este valor em 2011.

Até então com forte atuação no mercado de retrofit, com obras de

destaque, como a reforma do hotel Copacabana Palace e do edifício Sul

América, no Centro do Rio, a Lafem Engenharia está investindo na

28

diversificação de seus negócios. O primeiro passo foi dado recentemente,

quando a construtora recebeu o aval da Caixa Econômica Federal para

construir moradias que se enquadram dentro do programa Minha Casa, Minha

Vida. Com o aquecimento do mercado, a empresa estabeleceu a meta de

dobrar o volume de contratos este ano e atuar em projetos voltados para todas

as faixas de renda no Estado, tornando-se uma opção para empresas

incorporadoras e investidores do mercado.

3.3 - Estudo de caso

Segundo Dinsmore (2004), o sucesso do projeto exige que seu

controle tenha uma dinâmica compatível com os fatos. De nada adianta saber

que um fornecedor não entregou um determinado insumo, ou que o analista

esqueceu itens da especificação, uma semana depois desses fatos terem

ocorridos.

É de extrema importância o acompanhamento de cada processo

inerente ao projeto. Boas práticas como revisão de documentos, atualização de

requisitos, análise de riscos permitem uma apuração mais de perto dos

resultados. A coleta desses dados pode ser crucial para o sucesso do seu

projeto.

Como já visto, A LAFEM engenharia tem uma história de sucessos.

Mas não existe perfeição. Baseado nesta constatação que este estudo se

propõe a identificar e qualificar as principais falhas de projetos desta empresa.

Na figura abaixo podemos verificar as principais ocorrências de falhas e seus

impactos na LAFEM engenharia.

29

Fig

ura

8 -

Aná

lise

de o

corr

ênci

a de

falh

as e

seu

s im

pact

os e

m p

roje

tos

da L

afem

Eng

enha

ria

30

A pesquisa mostrou que falhas em cronograma ocorreram muito em

pelo menos três projetos. Os atrasos são devidos, principalmente a mudanças

de escopo, revisões de projeto, condições climáticas, liberação de licenças, e

até mesmo por demora de assinatura do contrato pelo cliente. Podemos

observar que outras falhas impactam no cronograma. Apesar de o atraso das

entregas influenciar, não necessariamente compromete o projeto. A devida

comunicação com o cliente dos motivos para a prorrogação da obra pode

garantir a sua satisfação quanto a este requisito.

As falhas de orçamento tiveram a mesma média tanto para

ocorrência quanto para impacto. Entretanto, houve divergência nas opiniões.

Alguns gerentes perceberam que o orçamento do seu projeto estava com

alguns preços abaixo e outros acima do mercado. Desta forma, um erro

compensou o outro dando equilíbrio. Mas também tiveram projetos em que o

impacto nos custos foi bastante significativo.

As falhas de comunicação são citadas como de pouca ocorrência e

baixo impacto. O Plano geral da empresa de comunicação permite uma boa

avaliação deste requisito. A gerente de contratos Roberta Leite lembra que a

prática de atas de reuniões e troca de correspondências são de extrema

importância em um projeto.

Escopo não definido adequadamente foi avaliado como grande

impacto e com ocorrência elevada também. Um escopo elaborado com base

em projetos preliminares, não específicos e incompletos pode implicar

diretamente no custo e prazo do projeto.

As mudanças de escopo aparecem como grande vilão da nossa

pesquisa. Em todos os projetos teve nota máxima. Ao longo da execução os

detalhes continuam surgindo e, algumas vezes, exigem adaptação de serviços

já executados. Nada impede de um projeto ter mudanças constantes, contanto

que estejam devidamente registradas e de comum acordo com todas as partes

interessadas.

Quanto à falta de apoio da alta administração, a pesquisa mostra

que este não é o caso da LAFEM engenharia. Com médias 1,6 e 2 para

ocorrência e impacto, respectivamente, percebe-se que o apoio da diretoria da

empresa se faz presente na maioria dos projetos.

31

Os projetos avaliados tiveram avaliação geral de pouco riscos

acontecidos. Seus impactos também foram baixos. Para Fred Caetano,

gerente de obras de uma mansão no Leblon, o principal risco desconsiderado

foi a alta demanda do mercado, que fez escassa a oferta de bons empreiteiros

no mercado. As condições climáticas também foi um item muito prejudicial ao

andamento da obra.

A insuficiência de recursos humanos tem média 2,4 para ocorrência.

No entanto, seus impactos foram um pouco maiores. Falta de mão de obra

influencia diretamente ao rendimento do projeto, podemos comprometer o

cumprimento do cronograma.

Os gerentes concordam que a falta de metodologia de apoio foi

pouca em seus projetos. Sempre podem com o apoio do setor de

planejamento, o sistema de gestão da qualidade e a expertise dos engenheiros

sênior da empresa para atingirmos os melhores resultados possíveis.

Segundo a pesquisa, a menor carência da empresa esta no aspecto

de ferramentas de apoio. O software de gerenciamento utilizado pela empresa

assim como demais ferramentas disponibilizadas permitem uma ótima

qualidade de relatórios e recursos de controle e planejamento.

Os problemas com fornecedores são vistos como falhas muito

graves pela maioria dos gerentes de projetos. Obteve média 3,4 para

frequência e impacto. Os responsáveis pelos projetos colocam o aquecimento

do mercado como culpado por parte destas falhas. Alguns materiais têm que

ser comprado com muita antecedência, pois o prazo para entrega pode chegar

a 60 dias. No caso dos fornecedores de serviços, o problema é outro. Na

ansiedade de aproveitar o momento da economia, alguns fornecedores se

comprometem com trabalhos que não estão em condições de executar

prejudicando o andamento da obra. Roberta Leite diz que “Todos os contratos

terceirizados deverão estar bem embasados e amarrados para que todo e

qualquer problema que possa ocorrer a empresa possa estar devidamente

resguardada.”

A falta de conhecimento técnico sobre o projeto teve avaliação 1,8

para ocorrência e 1,4 para impactos sobre os projetos. Apesar de ter sido

observado poucos problemas quanto a conhecimento técnico, este requisito foi

bastante enfatizado pe

Caetano, A falta de det

complexas, como au

executores a visualizare

técnico de cada um do

detalhes executivos du

“adaptações” pós-execu

A LAFEM se diferen

parceiros. Um dado im

tem superado todas as

Figura 9 –

Desta forma,

tido bons resultados no

boas práticas, trabalho

aos funcionários e resp

sucessos profissional.

As perspectiv

ano de 2011 a meta de

150 por cento. Segund

contratos firmados com

da equipe de produ

determinação, garantir o

do pelos gestores quanto a sua importância.

e detalhamentos executivos e a entrada tard

o automação, segurança e luminotécnica

alizarem o projeto global. Por maior que seja

m dos empreiteiros quando não se promove

os durante a elaboração do projeto, o pre

execução é sempre mais alto.

iferencia pela Qualidade no atendimento

do importante é que, conforme figura a baix

as as metas de satisfação de clientes.

Avaliação de Satisfação do ciente (Fonte: Laf

forma, podemos observar que os gestores da

os nos seus projetos. O comprometimento d

balho em equipe, participação da alta administ

respeito ao cliente são pontos relevantes qu

nal.

spectivas da LAFEM para o futuro não são m

ta de crescimento de faturamento da empresa

egundo a diretoria, desde o inicio do ano, a e

s com condições de cumprir esta meta. Agora

produção o compromisso de, por meio

rantir o alcance deste objetivo.

32

ância. Segundo Fred

a tardia de disciplinas

cnica dificultam os

seja o conhecimento

move a discussão de

o preço pago pelas

ento aos clientes e

a baixo, desde 2005,

te: Lafem)

es da companhia tem

nto da empresa com

ministração, incentivo

quanto se trata de

ão modestas. Para o

presa está superior a

o, a empresa já teria

Agora está nas mãos

meio de esforço e

33

CONCLUSÃO

Os estudos em gerencia de projetos comprovam a importância deste

conhecimento para o ambiente empresarial como um todo. As boas práticas, a

interação entre as áreas do conhecimento, as etapas do projetos, são

informações cruciais para o sucesso do projeto.

De maneira geral, vemos a importância de fase do planejamento do

projeto, momento onde os stakeholders devem possuir um papel ativo na

preparação e na validação do cronograma e do plano de execução e controle

do projeto.

Apesar de todos esses esforços para se melhorar a qualidade da

informação presente no cronograma, imprevistos e problemas podem ocorrer.

Porém os cuidados e a boa preparação na fase de planejamento levarão a um

melhor plano de respostas e retomada no controle do projeto.

Para Oakland (2007), a falha em atender às exigências em qualquer

parte da cadeia da qualidade tem efeito multiplicador; a falha em uma parte do

sistema cria problemas em outras áreas, levando a produção de mais falhas,

mais problemas, e assim por diante. O preço da qualidade é o contínuo exame

dos requisitos e de nossa habilidade em entendê-los. Esse fato, sozinho,

conduzirá a uma filosofia de “contínuos melhoramentos”. Os benefícios da

garantia de que os requisitos sejam atendidos em cada estágio, a cada vez são

verdadeiramente enormes, em termos de aumento de competitividade e

participação no mercado, redução de custos, melhoria da produtividade, melhor

desempenho nas entregas e eliminação de perdas. Os japoneses chamam isso

de “melhoria da qualidade ampla empresarial” ou CWQI (Company – Wide

Quality Improvement).

Se qualidade é o atendimento das exigências do cliente, estas

podem incluir vários aspectos tais como confiabilidade, efetividade das

entregas, adequação dos custos, etc.. A primeira medida a ser tomada é

levantar a lista de requisitos junto ao cliente. O responsável pela confecção do

documento de requisitos deve estar muito atento para a capacidade da

organização para não firmar compromissos os quais a empresa não condições

técnicas e/ou estruturais para cumprir. Se, por exemplo, tenho uma gráfica, não

34

posso prometer ao meu cliente a impressão de uma determinada tiragem de

jornais se meus equipamentos não são apropriados para esse tipo de trabalho

gráfico, ou se não tenho capacidade produtiva para a quantidade demandada

pelo cliente. É preferível recusar o trabalho ao invés de executá-lo com

qualidade insuficiente.

Para o Engenheiro da Lafem, Walbert Nunes, Um dos pontos mais

importantes para que não existam falhas na coordenação de projetos, é manter

os projetos atualizados sempre a disposição dos projetistas envolvidos (item

lógico, mas difícil de ser executado).

Pode-se concluir então, que o controle das falhas tende a permitir

um nível de conhecimento maior sobre o projeto. A análise destes fatos e sua

devida documentação ajudam no planejamento de novos projetos na medida

em que as lições aprendidas servem como ferramenta de apoio ao plano de

riscos.

A satisfação do cliente deve ser sempre o objetivo do projeto quando

se almera o sucesso.

35

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www.silencefails.com. Silence Fails, acessado em 10/07/2011

37

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO ........................................................................................... 2

AGRADECIMENTOS ......................................................................................... 3

RESUMO ........................................................................................................... 4

SUMÁRIO .......................................................................................................... 5

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 6

CAPÍTULO I

GERÊNCIA DE PROJETOS .............................................................................. 7

1.1 - Oque é Projeto? ......................................................................................... 7

1.2 - Gerenciamento de projetos ....................................................................... 9

1.3 - O Ciclo de vida do projeto ....................................................................... 10

CAPÍTULO II

FALHAS EM PROJETOS................................................................................. 16

2.1 - Oque é um projeto bem sucedido? .......................................................... 16

2.2 - Principais Falhas em Projetos .................................................................. 17

CAPÍTULO III

ESTUDO DE CASO: LAFEM ENGENHARIA................................................... 24

3.1 - Metodologia ............................................................................................. 24

3.2 - A empresa ................................................................................................ 26

3.3 - Estudo de caso ........................................................................................ 28

CONCLUSÃO .................................................................................................. 33

ÍNDICE ............................................................................................................ 37

38

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Título da Monografia: PRINCIPAIS CAUSAS PARA FALHAS EM

PROJETOS: ESTUDO DE CASO DA LAFEM ENGENHARIA

Autor: FÁBIO MUNIZ CAVALCANTE

Data da entrega: 16 DE AGOSTO DE 2011

Avaliado por: NELSOM MAGALHÃES Conceito: