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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O Professor Frente à Tecnologia Educacional e suas
Múltiplas Fases
Por: Ana Cristina Pereira Teixeira Nogueira
Orientadora
Profª. Ms. Ana Cristina Guimarães
Rio de Janeiro
2006
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O Professor Frente à Tecnologia Educacional e suas
Múltiplas Fases
Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Tecnologia Educacional. Por: Ana Cristina Pereira T. Nogueira
3
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, ao meu marido
que muito me incentivou, a minha querida
filha Ana Carolina, a minha mãe Nely,pois
sem o apoio deles eu não conseguiria
realizar esse curso.
4
DEDICATÓRIA
Dedico ao meu marido Francisco Eugenio, a
minha filha querida Ana Carolina e a minha
mãe Nely que me deram muita força e apoio
para fazer esse trabalho.
5
Resumo
O trabalho objetiva verificar a interação e a integração tecnológica do
professor e do aluno nas práticas educacionais, usando os recursos necessários
para a construção do saber e na formação de ambos.
O tema do estudo deverá analisar como se dão as fases da tecnologia no
Brasil até os dias atuais, a influência e evolução da tecnologia no meio
educacional e de que forma utilizá-las no dia-a-dia.
O projeto de pesquisa apontará meios práticos que estão sendo
desenvolvido pelo professor ou, particularmente, por instituições educacionais que
acreditam na busca e na troca de conhecimento através da tecnologia
educacional, fazendo uso dos recursos que ao logo do tempo foram aplicados nas
múltiplas fases do ensino.
Analisa-se a evolução da tecnologia educacional nas múltiplas fases
observando-se a importância do professor repensar e ajudar na construção do
conhecimento do aluno, exigindo,assim, que realmente o educador esteja sempre
verificando e aprimorando formas de levar o educando a participar ativamente na
construção de seu saber e não só como ouvinte do conteúdo repassado numa
sala de aula.
Partindo-se de uma preocupação de um ensino mais compartilhado e
integrado, orientando o aluno, mas com a intenção de que o educando participe e
onde seja verificada e analisada como são desenvolvidas as aulas, o trabalho
reflete a contribuição da tecnologia educacional no que se refere a demonstrar de
que forma o professor e as instituições educacionais podem, de forma mais
concreta e objetiva , tratar de assuntos discutidos na aula.
Através de trabalhos ou temas propostos na sala de aula, observa-se que
as instituições escolares precisam explorar todos os recursos tecnológicos que
dispõem, para que possam ser utilizados como ferramentas importantes e não
como uso instrucional, o que algumas vezes ocorrem em determinadas Escolas.
6Daí a importância estudar a evolução das múltiplas fases do ensino e em
criar estratégias para aproximar o educador e o educando nas propostas
educacionais que devem fazer parte da aprendizagem e de novos desafios tanto
do professor quanto do aluno segundo a Unesco, quando propõe quatro pilares
para a educação no século XXI: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender
a conviver e aprender a ser.
A monografia vem de encontro a uma análise, também, dos recursos
tecnológicos que muitas vezes já fazem parte do nosso cotidiano educacional ,
mas que não são tão bem aplicados na sala de aula - ou por que o professor
ainda não sabe lidar com eles , ou por que não há interesse. É importante apontar
sugestões e críticas do que pode ser reestruturado num melhor aproveitamento
desses meios tecnológicos.
O presente trabalho analisará as fases do ensino através das práticas
pedagógicas no que se refere à tecnologia educacional e sua evolução. Isto quer
dizer que, o objeto de estudo será a partir da utilização das ferramentas didáticas
que muitas vezes o professor está inserido, mas não sabe de que forma ou
quando aplicá-las.
Palavras-chave: Interação e a integração tecnológica do professor.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
Capítulo 1 – O Professor e Sua Realidade 11
Capítulo 2 – A Tecnologia Educacional 21
Capítulo 3 - Os Quatros Pilares de uma Educação Tecnológica 34
Capítulo 4 – O Professor e a Tecnologia 38
Conclusão 47
Referências Bibliográficas 49
Índice 51
Folha de Avaliação 52
Introdução
8
A Tecnologia Educacional está presente em quase todos os estudos que
têm se dedicado a analisar o contexto educacional atual, vislumbrando
perspectivas para um novo tempo marcado por transformações. A escola, como
instituição integrante e atuante dessas transformações, não pode ficar de fora.
A escola deve atuar participando dessas transformações, mas , às vezes, a
instituição educacional necessita cumprir conteúdos programáticos exigidos.
Apesar do educador perceber e saber o valor e a importância dos recursos
metodológicos para o bom desempenho e eficácia do seu trabalho escolar é
imprescindível um estudo eficaz na utilização das tecnologias, porque além de
renovar o processo ensino-aprendizagem, vai propiciar o desenvolvimento integral
do aluno, valorizando o seu lado social , emocional, crítico, imaginário, deixando
margens para exploração de novas possibilidades de criação.
Neste trabalho procura-se analisar as múltiplas fases do professor na
tecnologia educacional e de que forma eles têm agido a respeito na preocupação
dos métodos tecnológicos aplicados, para que possam ser o meio de concretizar a
formação do educando.
Fala-se a do quanto é importante o professor ser alfabetizado
tecnologicamente, como também, trás para os educadores que precisam aprender
e valorizar as tecnologias tradicionais como as avançadas.
Para os professores que lidam com todas as tecnologias de forma
inteligente fazendo delas um recurso de grande utilidade que apareceu nos
últimos anos na qual colaboraram aulas, pesquisas, conhecimentos e troca de
saberes, porque esse novo saber que o professor moderno deve ter, faz parte de
sua educação continuada como também do professor atualizado e que pertence a
um mundo globalizado apesar das diferenças encontradas entre as escolas
públicas e privadas.
Comenta-se sobre as mais variadas formas do educador fazer uso das
tecnologias educacionais na escola e de simples aplicativos que poderão ser
usados na confecção de materiais didáticos, como meios de apresentações, e
9onde as instituições educacionais promovem experiências educacionais abertas
às diferenças presentes no meio escolar como o uso de um portal que o professor
objetiva como material pedagógico que atenda ao educando em diferentes
situações de interação e de acesso à informação.
Por outro lado, sabe-se que, apesar do professor precisam englobar todas
as fases da tecnologia educacional, a instituição de ensino tenta contribuir para
que o educador passe a apropriar-se e cada vez mais reapropriar-se desse
processo tecnológico, a fim de que possa se fortalecer e ampliar os seus métodos
de ensino.
Esse trabalho apresenta uma análise a respeito das possibilidades e
limites da tecnologia educacional em relação no contexto em que o professor as
utiliza. Torna-se essencial, também, avaliar algumas formas de aplicação da
tecnologia educacional no tocante ao ensino do educador em determinada
instituição escolar, envolvendo suas formas de aplicações e pautado em
referenciais de diversos autores especialistas no tema.
O capítulo primeiro apresenta uma abordagem do professor frente a
realidade do uso das tecnologias na instituição educacional que atua tanto na
escola particular quanto na pública.
Após a exposição da vivência do educador na sala de aula, o capítulo
segundo destaca as múltiplas fases da tecnologia educacional, focalizando as
ferramentas pedagógicas à serviço do trabalho do professor.
O capítulo terceiro ressalta os quatro pilares de uma educação tecnológica
como uma prática pedagógica onde o professor aplique seu conhecimento, faça o
educando participar ativamente das aulas, conduza a bons resultados e
estratégias metodológicas e utilize as ferramentas como meio de ensino.
Por fim, o último capítulo expõe o professor frente atividades e práticas
individuais que ele procura para ampliar o seu conhecimento, ao treinamento que
as instituições educacionais oferecem para enriquecer as práticas pedagógicas e
o investimento tecnológicas das escolas para evitar a concorrência também.
10Considera-se este trabalho um caminho para repensar a tecnologia
educacional como prática pedagógica e metodológica do educando nos dias de
hoje. Analisa-se, também, a realidade do professor frente as futuras fases da
tecnologia que poderão surgir.
11
Capítulo 1- O Professor e Sua Realidade
O corpo docente tem se comportado apenas como classificador e
separador de alunos ( ruim, mais ou menos, regular, bom excelente ), quando sua
maior função seria o desenvolvimento de talentos e competência. A grande
maioria trabalha desmotivada e insegura, limitando-se a cumprir horários e a fazer
seu papel de “transmissor de conhecimento”,“mercador de conhecimento”, sem
manter grande envolvimento com as questões políticas, didáticas e pedagógicas
do ensino público e privado.
Os professores preocupam-se em cumprir os horários e a manterem seus
cargos e, algumas vezes, trabalham longe e esbarram no aspecto psicológico e
financeiro do “desgaste” em ter que executar a sua tarefa como educador.
É preciso mudar o papel do corpo docente, onde o professor tenha uma
constante renovação de idéias e conhecimentos, para não ser “atropelado” pelo
ritmo frenético da globalização e do avanço tecnológico e educacional. As
tendências desse novo processo, no campo educacional, podem ser sintetizadas
com expansão, qualificação e valorização do ensino e por que não do docente.
Fala-se na qualidade de se investir no professor onde assumem papel importante
na formação dos docentes, uma vez que o novo perfil desse profissional exige
aprimoramento e aptidão a utilizarem novas formas de “aprender a aprender” com
a finalidade de formar adequadamente a nova força de trabalho à luz do momento
tecnológico.
Percebe-se, nos dias atuais, a inevitável importância da discussão sobre
esse momento tecnológico e a evolução da tecnologia educacional e seus
impactos sobre os processos de constituição de conhecimentos, valores e atitudes
que o professor enfrenta. Nesse contexto, o educador necessita (re)pensar o seu
papel evolutivo no processo político-pedagógico, seus métodos e sobre a
tecnologia educacional aplicada ao ensino.
A tecnologia está mudando tão rápido que força uma dramática redução
nos tempos decorridos entre o surgimento de uma inovação, sua entrada no
mercado, eliminando a oportunidade dos sujeitos diretamente envolvidos nas
12tecnologias educativas compreenderem e acompanharem as novas tecnologias da
informática e da comunicação. Esta realidade vem de encontro a discussão do uso
das diferentes tecnologias aplicadas na / pela escola. E o que diremos de algumas
instituições do governo que ainda se adequam as velhas tecnologias, por não
poderem também acompanhar o ritmo acelerado do uso das novas tecnologias na
educação.
Os gestores da educação que se conscientizaram de que o mundo está
mudando também entendem que o aprendizado em sala de aula precisa mudar.
Entretanto, existe o outro lado da moeda, onde o professor não se sente
preparado para as novas tecnologias, quando já as têm na instituição como
suporte metodológico e só vem aplicando as antigas tecnologias de ensino
tradicional, classificadas de padronizadas e estáticas.
Fazendo uso do quadro-de-giz, o professor fala à frente da turma; nessa
metodologia o aluno fundamentalmente é obrigado a decorar os ensinamentos, o
que o impede de,na realidade, sedimentar o aprendizado. Dessa maneira, sua
criatividade não é estimulada.
Segundo Freire (1984), o educador que castra a curiosidade do educando
em nome da eficácia da memorização mecânica do ensino dos conteúdos tolhe a
liberdade do educando, a sua capacidade de aventurar-se. Não forma, domestica.
É através da interação das antigas e novas tecnologias, que se permite a
construção interdisciplinar de informações produzidas individualmente ou em
grupo por parte dos alunos, possibilitando o desenvolvimento de projetos
pedagógicos inovadores.
A partir desse momento fica evidente o esforço de algumas instituições
escolares em desenvolver programas de capacitação, treinamento de pessoal
para um novo desafio na era tecnológica. Com base nesse desafio, fala-se muito
sobre a alfabetização tecnológica do professor, onde parte do princípio que o
educador precisa dominar a utilização pedagógica das tecnologias, para que
facilite a aprendizagem do educando , seja os meios que ele já possui ou o que
ajude na construção do conhecimento.
13Sampaio & Leite (1999) definem a alfabetização tecnológica do professor
como algo que envolve o domínio contínuo e crescente das tecnologias que estão
em algumas escolas públicas e particulares e na sociedade, mediante o
relacionamento crítico com elas. Este domínio se traduz em uma percepção global
do papel das tecnologias na organização do mundo atual e na capacidade do/a
professor/a em lidar com as diversas tecnologias, interpretando sua linguagem e
criando novas formas de expressão, além de distinguir como, quando e por que
são importantes e devem ser utilizadas no processo educativo. Nota-se, no
entanto, que há uma desigualdade, em algumas instituições em relação ao que
podem oferecer ao professor como ferramentas pedagógicas.
As escolas privadas transformaram-se em lugares onde o educador precisa
dar conta em passar os conteúdos.
O grande problema da maioria dos professores não é o domínio do
conteúdo de sua matéria e sim um conhecimento de mundo. Aqueles que têm
acesso a recursos tecnológicos, curiosidade e domínio da ciência e da leitura
passam isso para seus alunos com paixão. Na medida em que se começa a
refletir com os educadores sobre ações pedagógicas, definição de projetos
interdisciplinares ou pluridisciplinares, o trabalho — viagens, experiências de
laboratório, estudo do meio etc. — acaba dando resultados. Para isso, a escola
particular está mais aparelhada.
Existem escolas públicas de altíssimo nível onde acontecem experiências
riquíssimas. O que dificulta a ação da escola pública, que também tem docentes
altamente qualificados, é a alta rotatividade do pessoal. O professor é da rede e
não de uma unidade escolar. Quando se consegue montar um corpo docente
eficiente, chega o fim do ano, metade dos professores são removidos e tem-se
que começar tudo de novo. Já na rede particular não existe a mesma rotatividade,
porque sem um corpo docente estável não há definição do projeto pedagógico.
As escolas são lugares abandonados do ponto de vista intelectual. Nisso a
escola privada e a escola pública não têm diferença significativa. A estratégia do
14abandono dos alunos da escola pública tem a sua contrapartida na teatralização
da escola privada.
Fala-se sem parar em “era do conhecimento”, “educação continuada”,
entretanto há educadores que pregam o “aprender a aprender”, “aprender a fazer”,
“aprender a ser” etc. Clichês que pouco significam quando confrontados com a
prática escolar.
Essa nova realidade redefine o papel do educador. É preciso formar
profissionais da educação que aprendam de forma não convencional e que
saibam trabalhar cooperativamente.
Dessa forma podemos pensar que as inovações muitas vezes batem de
frente com métodos de ensino tradicional que são convencionais e estáticos.
Os tempos mudaram, no entanto, o educar sem o uso das novas
tecnologias, ainda está associado com treinamento em algumas instituições de
ensino.
Segundo Moran (2004), essa pedagogia estática vem trazendo desgaste às
aulas, pois os alunos reclamam do tédio de ficar ouvindo um professor falando na
frente por horas, da rigidez dos horários, da distância entre o conteúdo das aulas e
a vida.
Educar também é dar-se a oportunidade de mudar, de renovar; é
construção e desconstrução não-linear, caminhar sem medo de, às vezes, ter que
retornar (ALVES, 1998).
Cabe ao educador ultrapassar as fronteiras tecnológicas, vivenciando
novas formas de educar.
Cabe a escola pública e, também, a particular investir no educador e no
educando, para que sejam capazes de participarem ativa e criativamente deste
processo, criticá-lo e refiná-lo. A instituição educacional precisa se reorganizar
para incluir em seu processo educativo uma pedagogia, metodologias, técnicas e
recursos que permitam um novo paradigma que substitui a competição dentro e
fora (alienante e individualizante) pela cooperação entre os sujeitos e a
15necessidade de saber utilizar as velhas e novas tecnologias aplicadas à
educação.
O principal objetivo destas análise entre a vivência do professor da escola
pública e da escola particular é fazer um estudo comparativo entre as realidade
que ocorreram no mundo e a dinâmica de trabalho do professor no que se refere
às práticas pedagógicas também.
1.1. O Professor na Escola Pública
Tem-se discutido muito a função social e o papel da escola pública na
chamada sociedade de informação que têm suscitado no meio educacional a
reflexão acerca de diversas questões, das quais destacamos: a mudança da
centralidade da palavra falada e escrita para um diversidade de práticas e modos
de produção de discursos, fortemente amparada e provocada pela mídia: a
passagem da concepção do professor como tutor e guardião absoluto de
conhecimentos socialmente produzidos e sistematizados, para o reconhecimento
de sua luta na prática docente.
Reconhece-se que o educador tem, mais do que nunca, na escola pública,
desafios e a tarefa de (re)construir o cotidiano.
A gestão democrática da escola, os materiais didático-pedagógicos e a
formação do professor são fatores determinantes para a qualidade social da
educação, que forma indivíduos críticos e criativos, preparados para o pleno
exercício da cidadania.
O docente é obrigado a encontrar a solução dos problemas que sua
atividade coloca. Ora, o trabalho em equipe torna-se uma exigência concreta
quando há um projeto pedagógico em andamento. Em equipe, deve ser feita a
reflexão sobre a prática pedagógica e a tomada de decisões, tais como as
estratégias para formação continuada.
Entretanto, os professores não utilizam as tecnologias disponíveis na
escola. São comentários do tipo "professor é muito conservador", "tem medo de
16mudar", ou "usa o vídeo ou o computador – quando da sua existência- em casa,
mas não na escola"... Considera-se reducionista, até mesmo injusta, a atitude de
responsabilizar os professores de escolas públicas pelo atraso tecnológico do ato
de ensinar.
A questão que se coloca é como fazer da escola pública, enquanto
instituição social e histórica, um espaço de constituição de educandos e
educadores, que possibilite não só o acesso às diferentes tecnologias, mas à
apropriação crítica de suas linguagens e conteúdos, ampliando as possibilidades
de ser, estar e interagir com / no mundo, a partir de práticas pedagógicas que se
coloquem a favor de uma educação cidadã.
As escolas públicas estão recebendo os equipamentos (televisão,
videocassete ou DVD e antena parabólica) enviados pelo Governo Federal dentro
de seu projeto “Acorda Brasil”. Algumas delas estão recebendo também,
computadores, através de doações particulares. Os professores que nelas
trabalham, lecionando para o ensino fundamental, estão de certa forma
mobilizados (positiva e negativamente) na relação à presença destas tecnologias
na escola.
O professor da escola pública vive e atua nesta realidade como cidadão
participativo, mas não "consegue", na maioria das vezes utilizar as "novidades"
tecnológicas dentro da escola, pois ainda não está preparado ou algumas
instituiçôes educacionais não recebem ferramentas que facilitem esse acesso.
Sabe-se, portanto, que um dos caminhos da educação pública está na
aplicação de recursos audiovisuais, servindo de base, também, para explorar
novas possibilidades pedagógicas e contribuir para uma melhoria do trabalho
docente em sala de aula, valorizando o aluno como sujeito do processo educativo.
Por isso,é imprescindível valorizar os recursos audiovisuais para o bom
desempenho e eficácia do trabalho escolar do professor da rede pública.
A tecnologia educacional além de renovar o processo ensino-aprendizagem
nas escolas públicas, propicia o desenvolvimento integral do aluno, valorizando o
17seu lado social , emocional, crítico, imaginário, deixando margens para exploração
de novas possibilidades de criação.
Portanto, como veremos no capítulo quarto ,os recursos audiovisuais
servem para explorar novas possibilidades pedagógicas e contribuir para uma
melhoria do trabalho docente em sala de aula, valorizando o aluno como sujeito do
processo educativo.Tal concepção fez com que na rede pública do Rio de Janeiro
criasse a MultiEducação que possibilita lidar com os múltiplos universo que se
encontram na escola, buscando a unidade na diversidade.
Pretto (2002), afirma que tanto pela presença quanto pela ausência, a
tecnologia educacional entra na teia do cotidiano escolar e permeia as relações
estabelecidas ali, gerando perguntas em torno de si. Como acontece o espaço-
tempo no cotidiano escolar? Qual a importância da tecnologia na vida e nos
sonhos de ascensão pessoal e profissional dos professores? Como a
experimentam? Como a reinventam? Que relações estabelecem entre o que
aprendem “ fora e dentro” da escola? Segundo Perrenoud (2000), as políticas
públicas educacionais não se responsabilizam em aplicar meios dinâmicos que
ajudem os educadores em utilizar ferramentas tecnológicas, eles poderão estar à
parte daqueles que têm e dominam os meios de forma crítica e seletiva. Uma
preocupação é que essa problemática pode afetar a escola pública, ameaçando
os educandos, sem lhes dar os meios para um uso criativo e uma formação crítica.
Percebe-se essa problemática, quando o educador utiliza o livro didático, cedido
pelo Governo Federal, onde aborda-se , também, textos com temas voltados
para o uso, por exemplo, do computador e suas ferramentas. Se o educando e o
educador não estão inseridos nesta realidade, terão dificuldade em entendê-las.
Não se trata de culpar o professor da escola pública, nem de dar a ele o rótulo de
vítima impotente, mas é importante que se observe as diferentes possibilidades de
superá-las.
1.2 O Professor na Escola Particular
Percebe-se ao longo das pesquisas realizadas pelos educadores que
existem acentuados contrastes entre a realidade do professor de escolas
18particulares, existentes em todas as grandes e médias cidades brasileiras e
aquelas das redes públicas.
Entretanto, observa-se que o educador da escola particular está inserido
em uma prática pedagógica voltada, quase sempre, como um funcionário de uma
empresa que tem que dar conta de seu papel como facilitador, também, da
aprendizagem.
Até bem pouco tempo atrás o professor da escola particular estava numa
situação bastante confortável no papel de detentor do saber e transmissor do
conhecimento. O mundo não importava mais que os conceitos que deveriam ser
“ensinados” nas salas de aula.
Dentro destas mesmas salas de aula o professor passou muito tempo
alheio aos fatos que aconteciam fora dela. Numa espécie de alienação docente,
os anos passaram, os alunos também e neste ponto começam as inquietações da
gestão escolar, pois priorizar a concorrência é fundamental.
O educador da escola particular passa agir como um catalisador desta
transformação educacional cumprindo seu papel como consultor, articulador,
mediador,orientador, especialista e facilitador do processo em desenvolvimento
pelo aluno.
É a partir prática pedagógica do professor da rede particular que se busca,
também, projetos como recurso de conceber a educação para o envolvimento do
educando. Contudo, o professor, de algumas escolas particulares, ainda não
dispõe das novas tecnologias, para que se estabelecem nesses ambientes,
denominados ambientes de aprendizagem ou não está inserido como usuário.
Observa-se que os educandos que chegam às escolas particulares querem
suas necessidades atendidas e exigem a adequação imediata aos seus
propósitos.
O confronto começa e a escola percebe claramente que perde terreno e
tenta dialogar: salas de informática, quadros brancos, salas de aula virtuais,
lousas informatizadas, cadeiras ergonômicas, cartões de acesso à escola com
roletas eletrônicas... A escola tenta, sem dúvida esta é uma constatação, a escola
19tenta, mas esbarra num poderoso obstáculo: seu próprio professor, que estava
dentro da sala e permaneceu lá enquanto esta tomava contornos diferentes e era
habitada por gente diferente. Talvez os professores tenham subestimado a
velocidade das transformações,já que eles participavam destas transformações
como agentes ou pacientes na sociedade, é possível que imaginassem que tais
mudanças levassem mais tempo para aparecerem na escola.
Em contrapartida, sabe-se que algumas escolas particulares têm absorvido
as novas tecnologias, repassando os custos aos pais de sua clientela, constituída
de alunos das classes média e alta. O que na verdade não é a realidade das
escolas públicas.
Confere-se, mais uma vez, o quanto o professor da escola particular tem
papel primordial na mudança, pois as regras do mundo estão se modificando, e é
mais do que hora os preceitos do ensino e do trabalho docente também mudarem.
A cada dia os educadores de escolas particulares deparam-se com
recursos materiais e aparelhamento técnicos à disposição. Por isso, os docentes
têm de crescer com as alterações que acompanham as inovações das instituições
particulares.
No entanto, quando que pensa que o professor da rede particular necessita
aplicar as novas tecnologias, é comum haver uma valorização exagerada do
aspecto tecnológico em detrimento do enfoque pedagógico. Não basta, por
exemplo, o professor saber usar uma sala de chat, tecnicamente falando, sem
saber como avaliar se este meio de comunicação é adequado aos seus objetivos
de ensino e como o chat pode se relacionar com a estrutura e demais atividades
do curso que estiver ministrando. O mesmo vale para outras tecnologias de
comunicação e distribuição de informação que podem ser usadas na educação a
distância, como telefone, fax, correio, listas de discussão, fóruns, e-mail, blogs,
sites de cursos etc. É preciso que o professor conheça o funcionamento dos
diferentes recursos, mas que principalmente saiba selecioná-los e usá-los
pedagogicamente. Para tal, é importante o professor conhecer as características,
vantagens e limitações de cada recurso, assim como compreender os
20pressupostos teóricos subjacentes à proposta pedagógica que for adotada para
nortear a escolha e o uso dos recursos tecnológicos.
Segundo Belloni (1999), atualmente, um dos principais desafios da
educação é capacitar os alunos a continuarem sua própria formação ao longo da
vida profissional, já que, em função das rápidas mudanças no mundo
contemporâneo, eles podem ter de exercer funções ainda inexistentes. Do mesmo
modo, a formação inicial de professores também deve prever a sua capacitação
para uma educação continuada, além de prepará-los para a inovação tecnológica
e suas conseqüências pedagógicas - seja para o ensino presencial ou à distância.
Capítulo 2 - A Tecnologia Educacional
Etimologicamente, tecnologia provém de técnica cujo vocábulo latino
techné quer dizer arte ou habilidade. Esta derivação mostra que tecnologia é uma
atividade voltada para a prática, enquanto a ciência é voltada para as leis a que
cultura obedece.
Vargas ( 1994b) afirma que a definição do termo tecnologia tem sido usado
para vários enfoques, “visando finalidades diferentes, em busca de solução para
problemas específicos de áreas diferentes” ( p. 224).
21A tecnologia educacional tem uma relação entre tecnologia, métodos
educacionais e todos os meios disponíveis para se alcançar, de forma concreta, o
aprendizado.
Assim sendo, observamos que a tecnologia educacional sempre esteve
próxima do meio educacional, só que utilizada como: métodos, produtos,
instrumentos e como aplicação científica.
Para que a tecnologia educacional possa ser bem aproveitada é necessário
que haja um profundo acompanhamento do desenvolvimento educacional através
da elaboração de novos conceitos, técnicas, teorias e princípios que busquem o
estudo de uma nova visão do sistema educacional.
A Declaração da Comissão de Tecnologia Educacional – Eva (1970) define
tecnologia educacional como “uma maneira sistemática de elaborar, levar a cabo e
avaliar todo o processo de aprendizagem em termos de objetivos específicos,
baseados na investigação da aprendizagem e da comunicação humana,
empregando uma combinação de recursos humanos e materiais para conseguir
uma aprendizagem mais efetiva”.
Percebe-se, então, de uma forma ou de outra, a tecnologia educacional
sempre existiu, se ela for entendida como o conjunto de princípios, métodos e
processos de ação, de produtos e instrumentos, frutos da aplicação do
conhecimento científico, do saber e da experiência.
Desse modo, faz-se necessário uma análise das fases da tecnologia
educacional na intenção de repensar a trajetória da utilização dos recursos que
metodológicos, tecnicistas, centrados num suposto saber.
A tecnologia educativa, segundo o professor Juan de Pablos Pons,como
campo de estudo e como disciplina acadêmica tem seu desenvolvimento nos
Estados Unidos, principalmente a partir da década de 40. Ely ( 1992) indica que a
tecnologia educativa aparece pela primeira vez como matéria no currículo dos
estudos de Educação Audiovisual da Universidade de Indiana, em 1946. A partir
daí várias instituições de ensino superior adotam estes programas de formação.
Ele afirma que a utilização dos meios audiovisuais como uma finalidade formativa
22constitui o primeiro campo específico da tecnologia educativa. Na realidade, este
aspecto fará parte dos meios e materiais ao ensino e será abordado.
Paralelamente, os trabalhos de B.F. Shinner baseados no condicionamento
operante e aplicados ao ensino programado dão origem a uma segunda vertente
de desenvolvimento. No Reino Unido, o ensino programado marca a arrancada da
tecnologia educativa como campo de estudo (ELY, 1992).
Ely, em suas pesquisas, conta que durante os anos 50 a psicologia da
aprendizagem vai sendo incorporada como campo de estudo dos currículos de
tecnologia educacional.
A partir desses dados de conquistas e desafios, de avanços e dificuldades,
Grinspun (2002) afirma que não se pode mais pensar numa educação voltada
apenas para a questão da escolaridade traduzida em conhecimentos e saberes
específicos; é preciso que se pense numa educação com objetivos mais amplos,
tanto em termos daqueles conhecimentos como, e principalmente, na formação de
um cidadão mais crítico e consciente para viver e participar desse contexto, numa
visão local, nacional e mundial. A partir desse quadro,e principalmente pelas
transformações científicas, ela complementa que é importante rever os
paradigmas existentes e tentar buscar um novo paradigma que responda por essa
nova ordem histórico-social e cultural.
Nos anos 60, as tecnologias na escola brasileira causaram uma certa
“revolução”,devido os professores ao estarem “alfabetizados tecnologicamente”
para tal momento, gerando um preconceito na utilização desses meios
educacionais. Naquele momento, a tendência era liberal e tecnicista onde
prevalecia a aquisição do conhecimento a partir de atitudes e habilidades nos
instrumentos que eram utilizados como, por exemplo, material instrucional em
manuais, audiovisuais, nos livros didáticos.
Na realidade a teoria pedagógica tecnicista segundo Libâneo (1994),
percebia a escola somente observadora da sociedade, e gerenciava o ensino
utilizando métodos com objetivos instrucionais independentemente de questões
23sociais. Esta tendência liberal e tecnicista marcou as propostas curriculares das
décadas de 60 e 70.
Na década de 70, a utilização sistemática de conhecimentos voltados para
a resolução de problemas educacionais, com base na aplicação da psicologia da
aprendizagem, originou a instrução programada, proposta por Shinner. A instrução
programada, com o passar dos tempos, foi aperfeiçoada por outros estudiosos. No
entanto, como ela não se revelou superior a outros estudiosos, surgiu a tecnologia
educacional, que a partir de uma visão tecnicista, baseia-se na idéia de utilizar os
meios de instrução e os instrutores para ensinar.
No Brasil, segundo Oliveira (1997): A tecnologia relaciona-se com a
inovação do processo educacional, através da viabilização de novas teorias,
conceitos, idéias e técnicas.
Já na década de 80, a utilização da tecnologia na escola só foi explorada
em fundamentos teóricos e para causar uma modificação,de forma pequena, ao
meio docente, poderíamos chamar de uma pedagogia voltada para discutir os
problemas sociais aplicando, assim, aos conteúdos tradicionalmente trabalhados,
passando por temas transversais.
Mesmo não constando diretamente nos currículos escolares, alguns
assuntos precisavam e precisam ser discutidos em sala de aula para estimular nos
alunos a reflexão, o respeito às diferenças, a cidadania e a convivência pacífica.
Segundo Sampaio & Leite (1999,p. 25), a tecnologia educacional, portanto,
ampliou seu significado constituindo-se , então, no “estudo teórico-prático da
utilização das tecnologias, objetivando o conhecimento, a análise e a utilização
crítica destas tecnologias, ela serve de instrumento aos profissionais e
pesquisadores para realizar um trabalho pedagógico de construção do
conhecimento e de interpretação e aplicação das tecnologias presentes na
sociedade”.
Observa-se, a partir daí, um retorno à compreensão do papel fundamental
da escola.
24Na década de 90. algumas instituições públicas de ensino foram
“contagiadas” pela “moda” de utilizar a tecnologia,chamada por alguns
educadores: de kit tecnológico (composto de TV, vídeo e antena parabólica)
enviado pelo governo federal. Alguns materiais até se tornaram sucatas, tendo em
vista o não treinamento dos professores no uso dos equipamentos. Nesta época
se discutiu muito a questão da não alfabetização tecnológica do professor,
deixando de lado as velhas e novas possibilidades das tecnologias educacionais
na sala de aula, evitando, assim, o não uso de alternativas às tecnologias de que
dispunha.
Considera-se que é necessário existirem programas e até treinamentos de
caráter pedagógico ( Canal Futura, Um Salto Para o Futuro e outros ) para
atenderem ao desenvolvimento tecnológico, aliado ao educacional, garantindo
assim aos educadores a autonomia de repassarem suas experiências e de outros
colegas, para garantirem o compromisso de uma educação de qualidade que tem
na tecnologia a base tanto de um saber-fazer, como de um fazer-saber-para quê.
Observa-se a necessidade do conhecimento histórico-tecnológico do
educador, para estar interado à novos desafios para a educação.
Historicamente, as escolas têm em suas salas de aula fileiras de
estudantes, sentados lado a lado, ouvindo um professor que é considerado a
grande fonte do conhecimento. Esta descrição lembra o início da Revolução
Industrial onde era necessário mostrar os resultados dessa produção,
independentemente do por que de estar sendo utilizado métodos mecanicistas.
Na Idade Média, os professores liam de seus manuscritos para suas
classes. A máquina de impressão ameaçou aquele modelo educacional. Foi
descoberto subseqüentemente que, se os estudantes tivessem os livros
disponíveis, os professores poderiam expandir-se em seus textos e fornecer
outras explicações que aumentariam o aprendizado.
Sabe-se que alguns educadores ainda estão fazendo do seu cotidiano
escolar um ausência de criatividade e um maior aprofundamento nas questões
relacionadas ao ensino na sala de aula. Temos, portanto, um dos grandes
25obstáculos na inovação e integração de outras tecnologias educacionais,onde o
resultado disso é a carência em apresentar-se maior dinamismo e
interdisciplinaridade nas práticas pedagógicas.
Percebe-se, atualmente, que o educando aprende melhor, mais
rapidamente, com mais compreensão e retém o assunto estudado na sala de aula,
quando participa ativamente do processo de ensino através dos mecanismos de
uma boa aplicação da tecnologia educacional. E é importante destacar que o
ensino não pode ser mecanicista, na qual o educador se sinta preso a um recurso
tecnológico, no qual muitas vezes é centrado numa aprendizagem cansativa e que
muitas vezes não atende à realidade educacional.
Esta visão do papel da educação centrada na escola e no professor vai
depender muito mais do professor de sala de aula, onde caberá a ele construir
seus próprios instrumentos ou reutilizá-los de forma mais atuante na prática
pedagógica. Uma prática pedagógica que não fique condicionada a olhar a
tecnologia como descartável, e sim, como desejável onde o resultado será o de
discutir o que faz parte ( televisão, rádio) como também o que tem que fazer parte
como novo para alguns alunos e professores (computador)
Isto significa, talvez, tentar consolidar uma evolução tecnológica do ensino
onde ensina-se e aprende-se a utilizar e reutilizar outras ferramentas no ambiente
educacional.
Compreende-se que as fases do uso da tecnologia no espaço educacional
aproxima a descoberta de novas formas de ensinar e aprender fazendo uso delas.
Os professores podem seguir as diversas tendências do uso das
ferramentas tecnológicas, podem perceber os seus limites e perigos e utilizá-las
alternadamente. Como exemplo, o professor que deseja trabalhar com um
determinado assunto, pode escolher entre a informática ou não. Mas, é importante
não poder dispensar um conhecimento, domínio e discussão acerca do mesmo,
mas precisa prescindir de um conhecimento técnico básico e também, de um
treino para o manejo de todos esses instrumentos constantemente inovados que
podem ser utilizados pedagogicamente. Porém, a facilidade pessoal do professor
26em aplicar diversos softwares, o vídeo, DVD, ou até mesmo navegar na internet
não garante um resultado positivo no uso da tecnologia para fins didáticos, mas
torna a utilização um paleativo.
Deve-se ressaltar que o educador necessita dominar, manusear, criar e
interpretar as novas linguagens tecnológicas e seus recursos metodológicos para
servirem, também, como meio de concretizar o discurso que o professor propõe e
a instituição escolar no que se refere à aprender a conhecer, aprender a fazer,
aprender a conviver e aprender a ser.
Muitas são as possibilidades das quais o educador pode lançar mão para
fazer o educando conhecer melhor o que o cerca. Uma delas respalda-se no uso
da tecnologia educacional, enquanto ferramenta de produção e meio de expressão
de diferentes saberes para professores e alunos nas suas práticas educativas.
Daí a importância em uma análise no que se refere ao professor frente a
Tecnologia Educacional e sua múltiplas fases de ensinar.
Pode-se dividir a tecnologia educacional em quatro fases, conforme
podemos observar na figura 1, a seguir:
Quadro 1 - Fases da Tecnologia Educacional
FASE IDENTIFICAÇÃO CARACTERÍSTICA
1ª ESTÁTICA
- LOUSA
- GIZ
- LIVRO IMPRESSO
- MONÓLOGO
- PREDOMÍNIO DA
TECNOLOGIA INDEPEND.
2ª DINÂMICA
- RETROPROJETOR
- MIMEÓGRAFO
- XEROX
- DISCURSO / DIÁLOGO
27
- INÍCIO DA TECNOLOGIA
DEPENDENTE
3ª MULTIMÍDIA
- MICROCOMPUTADOR
- SOFTWARE APRESENT.
- DRAMATIZAÇÕES
- MULTIDISCIPLINARIDADE
- USO DO CD-ROM PARA
APRENDIZAGEM.
4ª VIRTUAL
- INTERNET
- VÍDEO-CONFERÊNCIA
- CHATS / EAD
- TUTORIA À DISTÂNCIA
Fonte: Nogueira (2006)
2.1- Primeira Fase
O ensino era fundamentado na utilização, por exemplo do quadro-de-giz,
por ser uma tecnologia mais antiga e existir praticamente em qualquer sala de
aula, além de estar presente na maioria das atividades pedagógicas de forma
variada e criativa.
É claro que os recursos do quadro-de-giz, o livro didático, e outros, ainda
são usados pelas escolas. Entretanto o que podemos destacar é que eles sempre
foram tidos como uma forma democrática de acesso ao conhecimento. Mas só
isso não basta, porque afinal a sociedade está mudando, acompanhando a
evolução tecnológica. Neste momento buscou-se a necessidade da presença
inegável da tecnologia para aproximar a realidade da sociedade a do aluno.
28Segundo Lévy (1993), uma tecnologia é, como a escrita, uma tecnologia da
inteligência, fruto do trabalho do homem em transformar o mundo, e é também
ferramenta desta transformação.
Pode-se chamar a tecnologia educacional estática independente, segundo
Thiagarajan e Pasigna (1998), pois não dependem de recursos elétricos ou
eletrônicos para a sua produção e / ou utilização.
Mesmo aplicando a teoria de Thiagarajan e Pasigna ao sugerirem o nome
tecnologia independente, aplica-se a tecnologia nas escolas, mas, em geral, para
se continuar fazendo o de sempre – o professor falando, escrevendo somente no
quadro, mapa e globo, mural, história em quadrinhos, ensino por fichas ou só
utilizando o livro didático, e o aluno ouvindo – como se fosse o uso da
modernidade.
2.2- Segunda Fase
Observa-se nesta fase a idéia de se criar maior dinamismo às aulas através
de estratégias que Thigarajan e Pasigna (1998) passam a chamar de tecnologias
dependentes as que necessitam de um ou vários recursos elétricos ou eletrônicos
para serem produzidas e / ou utilizadas como por exemplo: televisão educativa
mecanicista, fita de vídeo, retroprojetor, mimeógrafo e xerox.
Mais uma vez, os desafios de utilizar os meios tecnológicos descritos acima
fazem com que o educador fique restrito a passar informações e não a construir
uma aula moldada no envolvimento de uma prática pedagógica onde os recursos,
na grande maioria não trazem a diferença na sala de aula ou pelo fato da escola
ainda não dominar algumas ferramentas educacionais.
Assim sendo, a aula continua predominantemente oral e escrita, com
pitadas de audiovisual, como mera ilustração.
É claro que a multimídia, sendo um campo interessante para ser aplicado
nas instituições escolares, muitas vezes necessita de suporte técnico- pedagógico
para dar certo. Tem-se como exemplos: a Multieducação da Rede Pública
29Municipal de Ensino do Rio de Janeiro; Canais pagos como Futura e TV Escola ,
e até mesmo, cursos como Telecurso 1o. e 2o. graus.
Segundo Moran ( 2004), os professores ao utilizarem algumas vezes o
vídeo, filmes, em geral, como ilustração de conteúdo, não modificam
substancialmente o ensinar e o aprender, dão um verniz de novidade, de
mudança, contudo ficando restrito a embalagem.
Ou seja, tudo continuava como nas décadas de 70 e 80.
2.3- Terceira Fase
Até bem pouco tempo atrás os professores estavam numa situação
bastante confortável utilizando ferramentas como: xerox, mimeógrafo e outras
ferramentas, a fim de transmitir o conhecimento.
Dentro destas mesmas salas de aula o professor passou muito tempo
alheio aos avanços tecnológicos. Numa espécie de alienação docente, os anos
passaram, os alunos também e neste ponto começam as inquietações.
Na linha de frente desta evolução estão os educandos e os pais que
cobram a utilização de recursos tecnológico. Isto é, os alunos e os responsáveis
chegam às escolas e não aceitam o que vêem e percebem. Querem suas
necessidades atendidas e exigem a adequação imediata das escolas aos seus
propósitos. O confronto começa e a escola percebe claramente que perde terreno
e tenta dialogar: salas de informática, quadros brancos, uso de cd-rom para a
aprendizagem, multidisciplinaridade. A escola tenta, sem dúvida esta é uma
constatação, a escola tenta, mas esbarra num poderoso obstáculo: seu próprio
professor, que estava dentro da sala e permaneceu lá enquanto esta tomava
contornos diferentes e era habitada por gente diferente. Talvez os professores
tenham subestimado a velocidade das transformações,já que eles participavam
destas transformações como agentes ou pacientes na sociedade, é possível que
imaginassem que tais mudanças levassem mais tempo para aparecerem na
escola.
30Entretanto,incluir os recursos tecnológicos no processo de aprendizagem
era aparentemente inevitável na década de 90, quando o uso da informática se
tornou um fenômeno massificado no país, além de tendência como ferramenta de
gestão das instituições de ensino. No entanto, já no início do século XXI, ainda
são poucas as instituições de ensino que apostam nos benefícios da tecnologia
para otimizar a transmissão de conhecimento em sala de aula.
Nesta fase, o ensino está diante de novos desafios tecnológicos, já que não
é considerado como há trinta anos atrás.
Historicamente, desde o surgimento dos primeiros computadores e dos
primeiros programas e softwares algumas instituições educacionais começaram a
pensar nas contribuições e possibilidades e desafios que estes recursos trariam a
caminho do ensino e aprendizagem.
Entre os anos de 80 e 90, o desafio foi inserir o computador nas instituições
educacionais com laboratórios. Com isso, o uso se resumia em atividades de
edição de texto com o objetivo de familiarizar os alunos com alguns recursos e,
em outros contextos, estes laboratórios ficavam no mais absoluto abandono,
criando assim um contrasenso.
Em contrapartida, foram desenvolvidas inúmeras pesquisas propondo
formas de se utilizar os recursos das tecnologias educacionais muitos softwares
educacionais, simuladores, considerados por alguns autores como tecnologias
ultrapassadas.
O estímulo aos recursos como: cd-rom, dramatizações,software pode
funcionar como um catalisador deste progresso cumprindo seu papel.
Percebe-se, então, que a informática é mais uma ferramenta — que a partir
da quarta fase mostra que vem como acréscimo. O educando que não conseguem
aprender com certas estratégias de ensino podem se dar muito bem com o
computador. É importante salientar que não se trata de um trabalho isolado — o
segredo é mesclar estratégias.
31Segundo Moran (2004), o computador trouxe uma série de novidades, de
fazer mais rápido, mais fácil. Sabe-se que o educador precisa aplicá-lo como
ferramenta de apoio para ele e para o educando.
Sendo assim, não é a tecnologia que cria a mudança na educação, mas o
poder que ela tem em permitir aos professores e aos alunos fazerem as mudanças
necessárias.
2.4- Quarta Fase
A tecnologia educacional, nesta fase do ensino, propõe alternativas a partir
das quais os alunos possam aprender com criatividade, empregando técnicas
modernas, tais como: o uso do computador e seus mecanismos disponíveis, a
internet (quando a escola tem acesso), jogos educativos (usando softwares ou
não), multimídia ainda sendo aprimorada entre outras, que muito contribuem para
que o educador e o educando fiquem motivados e o aprendizado se torne atraente
e motivador.
Chega-se à quarta fase, percebendo-se que o educador ainda precisa
repensar as práticas pedagógicas, trazendo novas perspectivas para a sala de
aula, tanto no aspecto tecnológico quanto no pedagógico.
Primeiro, o professor precisa buscar formas de fazer uso dos recursos que
dispõe e implementar mudanças e reafirmar a necessidade de haver mais uma
vez uma conscientização da alfabetização tecnológica dele.
Valente ( 2003) afirma que para usar os recursos da informática na prática
docente a formação do professor não pode se restringir à passagem de
informações sobre o uso pedagógico. Além disso, essa formação deve acontecer
no local de trabalho e utilizar a própria prática do professor como objeto de estudo
e de aprimoramento, servindo de contexto para construção de novos
conhecimentos.
Face ao exposto por Valente (2003) com relação a questão da
alfabetização tecnológica do professor, percebe-se a necessidade de uma
conscientização do educador na troca de experiências pedagógicas na área
32tecnológica com outros colegas. Entretanto, se a própria instituição não oferece
esse espaço por questões administrativas... por que não procurar oficinas técnico-
pedagógicas ou especializações que preencham esta lacuna?
Por mais que o educador, os colegas, os materiais didáticos contribuam
para a troca de experiências, nada pode substituir a atuação do próprio educando
na tarefa de construir significados sobre o que ele pretende fazer na busca de
suportes tecnológicos para aulas tidas inovadoras.
O papel do professor tem que mudar também, e os cursos de Pedagogia
precisam preparar os professores para não perderem o controle da tecnologia
que são solicitados ou se dispõem a usar em suas salas de aulas. Os professores
precisam aprender a manipular as tecnologias e ajudar os alunos a, eles também,
aprenderem como manipulá-las, e não se permitirem serem manipulados por elas.
Mas para tanto, precisam usá-las para poderem ensinar, saber de sua existência,
aproximar-se das mesmas, familiarizar-se com elas, apropriar-se de suas
potencialidades, controlar sua eficiência e seu uso e criar novos saberes e novos
usos, para poderem estar, de fato, no controles das tecnologias e poderem
orientar seus alunos a “ lerem” e “escreverem” com elas. Entende-se, portanto,
que a interação entre as fases são inclusivas, conforme ocorre a absorção da
tecnologia da fase posterior.
33FIGURA 1 – INTERAÇÃO ENTRE AS FASES TECNOLÓGICAS
Fonte: Nogueira (2006)
Capítulo 3 - Os Quatros Pilares de uma Educação e seu Ciclo de
Aprendizagem
Faz-se necessário traçar um paralelo das fases da Educação Tecnológica
voltada para o educador buscando uma análise correlata às dos quatros pilares da
educação para século XXI, definidas por quando a Unesco (1994) destaca a
importância de um aprendizado dependente da motivação e que este só ocorre
quando o indivíduo está disposto, aberto, receptivo para aprender. Isto é, a
educação organiza-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais que, ao
longo de toda a vida, serão de algum modo, para cada indivíduo, os pilares do
conhecimento: aprender a conhecer, isto é, adquirir os instrumentos da
1ª FASE 2ª FASE 3ª FASE 4ª FASE
34compreensão; aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente;
aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as
atividades humanas; finalmente, aprender a ser, via essencial que integra as três
precedentes.
Mas, em regra geral ensino formal orienta-se, essencialmente, se não
exclusivamente, para o aprender a conhecer, e, em menor escala, para o aprender
fazer. As outras duas aprendizagens dependem, a maior parte das vezes, de
circunstâncias aleatórias quando não são tidas, de algum modo, como
prolongamento natural das duas primeiras. Ora, a Comissão pensa que cada um
"dos quatro pilares do conhecimento" deve ser objeto de atenção igual por parte
do ensino estruturado, a fim de que a educação apareça como uma experiência
global a levar a cabo ao longo de toda a vida, no plano cognitivo como no prático,
para o indivíduo enquanto pessoa e membro da sociedade.
Desde o início dos seus trabalhos que os membros da Comissão
compreenderam que seria indispensável, para enfrentar os desafios do próximo
século, assinalar novos objetivos à educação, e, portanto, mudar a idéia que se
tem da sua utilidade. Uma nova concepção ampliada de educação devia fazer
com que todos pudessem descobrir, reanimar e fortalecer o seu potencial criativo
–revelar o tesouro escondido em cada um de nós.
A educação ao longo de toda a vida baseia-se [portanto] em quatro pilares:
aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver, aprender a ser.
Pode-se perceber que são objetivos que vão muito além da informação ou
mesmo do mero desenvolvimento de um conhecimento intelectual. Abarcam toda
a formação humana e social da pessoa. É fácil perceber que metas desse porte
envolvem conhecimento, comportamento, conceitos, procedimentos, valores,
atitudes, saber, fazer e ser. Não podem ser atingidas com um ensino livresco,
fragmentado, conteudista, estereotipado, estagnado. Exigem novas perspectivas,
uma nova visão da Educação.
35 Percebe-se esse material e idéias que pode reverter este pobre e triste
quadro. Deve-se lutar e pôr em prática todos os estudos e projetos para a
modernização da educação.
Uma educação fundamentada nos quatro pilares acima elencados sugere
alguns procedimentos didáticos que lhe seja condizente, como:
Relacionar o tema com a experiência do estudante e de outros
personagens do contexto social.
Proporcionar uma relação dialógica com o estudante.
Envolver o estudante num processo que conduz a resultados,
conclusões ou compromissos com a prática.
Oferecer um processo de auto-aprendizagem e co-
responsabilidade no processo de aprendizagem.
Utilizar ferramentas pedagógicas.
FIGURA 2 – Adaptação dos Quatro Pilares para um Ciclo Continuo de
Aprendizagem ( CCA )
36
Fonte: Nogueira (2006)
Numa altura em que os sistemas educativos formais tendem a privilegiar o
acesso ao conhecimento, em detrimento de outras formas de aprendizagem,
importa conceber a educação como um todo. Esta perspectiva deve, no futuro,
inspirar e orientar as reformas educativas, em nível tanto de elaboração de
programas como da definição de novas políticas pedagógicas com enfoque em:
aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver, aprender a ser.
Aprender a conhecer é um pilar que tem como importância a vontade de
que o educador possa compreender, conhecer e de descobrir os recursos
tecnológicos para dominá-los na sala de aula.
Segundo Moran ( 2004 ), é preciso ensinar os métodos que permitam
estabelecer as relações mútuas e as influências recíprocas entre as partes e o
todo em um mundo complexo.
Conseqüentemente, aprender a fazer significa o professor não poder
aceitar a imposição de opção entre a teoria e a técnica, o saber e o fazer. O
educador do novo século tem a obrigação de associar a técnica dos recursos
pedagógicos com a aplicação deles na escola.
Percebe-se nesse ciclo que o educador deve saber conviver com a técnica,
mas sem abandonar a teoria. Tudo está interligado e a má aplicação dessa
aprendizagem afetará os educandos. Trata-se de aprender a viver conjuntamente,
desenvolvendo o conhecimento tanto do professor quanto do aluno, promovendo-
se desafios e a realização de projetos educacionais. Observa-se a
importância do educador em estar comprometido em ensinar e a utilizar as
ferramentas pedagógicas aprendendo e reaprendendo a ser um professor
preparado para lidar com mudanças e diversidades tecnológicas, equipando-se
com qualidade, com iniciativa, atitude e adaptando-se a nova realidade
educacional da qual ele deve estar inserido.
37
38
Capítulo 4 - O Professor e a Tecnologia
Tem-se discutido bastante o papel do professor na era tecnológica e o
consenso foi que nunca se falou tanto sobre as mudanças ocorridas nos últimos
anos a respeito do aprimoramento profissional do docente. Este fato motiva
diversos autores a escreverem sobre o assunto, educadores a debaterem em
diferentes seminários e congressos e mesmo assim o assunto não se esgota.
Acredita-se que o professor tem passado ao longo de sua trajetória por
diversos desafios até repensar o seu conceito de educação tecnológica.
É claro que algumas mudanças ocorridas na sociedade, nas últimas
décadas, vêm desvelando as insuficiências do modelo tradicional do professor
ensinar para o nosso tempo e demanda outros modos de pensar e fazer
educação.
Entretanto, acredita-se que em espaços educacionais que reconheçam e
valorizem o papel do professor e do aluno em sua especificidade, a concepção de
abertura e de flexibilidade dos recursos tecnológicos faz com que o educando
possa experimentar múltiplos papéis além do de facilitador da aprendizagem
potencializando diferentes abordagens ao uso desse espaço escolar. Sendo
assim, uma das questões que desafia o professor a essa nova realidade é a
crescente heterogeneidade dos alunos, em virtude da ampliação dos
conhecimentos estudados no que se refere a grupos de classes, etnias e tradições
culturais cada vez mais diversificados.
Apesar de o professor estar, paulatinamente transpondo as fases da
tecnologia educacional e também se confrontando com alguns desafios na
utilização de ferramentas pedagógicas , acredita-se que ele chegará a ser um
estrategista da aprendizagem na quarta fase. Alguém que vai precisar conhecer
com profundidade todas as etapas da tecnologia educacional e, neste contexto,
aprimorar-se em sua realidade educacional onde sempre deverá ser uma tarefa de
muito esforço conjunto também com outros professores e com a própria instituição
escolar.
39Segundo Nogueira (1998), é papel da escola formar indivíduos – crianças e
professores – que saibam usar crítica e criativamente o computador – tecnologia
social e história como o cinema, a fotografia, a pena, a impressão e a escrita. È
papel da escola democratizar o acesso a mais um instrumento de criação
(humana).
FIGURA 3 – APRIMORAMENTO DO EDUCADOR
Fonte: por Nogueira (2006)
Existem duas formas, também, de analisar as fases do aprimoramento do
educador: na capacitação dos recursos metodológicos e na construção do
conhecimento adquirido no uso da tecnologia educacional.
Pierre Lévy usa duas expressões interessantes para falar do professor:
arquiteto cognitivo e engenheiro do conhecimento. Traduzindo: aquele profissional
responsável por traçar e sugerir caminhos na construção do saber.
Exigi-se, a partir dessas características novos papéis do docente, na
abertura permanente ao novo, uma visão crítica na seleção das informações,
sintonia com os desafios de cada momento e atenção constante aos processos
FASE 1 FASE 2 FASE 3 FASE 4
TECNOLOGIA DA EDUCAÇÃO
CAPACITAÇÃO E CONHECIMENTO
40educativos, tanto quanto aos resultados. O percurso que cada professor tiver
empreendido, a sua forma de utilizar os recursos tecnológicos e projetos
educacionais para melhorar a qualidade da aula.
Sabe-se que algumas instituições de ensino vêm disseminando o uso de
tecnologias inovadoras, tais como: portal, internet, chat, e-mail, DVD ou até
mesmo o livro didático, esse com a utilização de links para construção coletiva do
pensamento, possibilitando novas formas de ensinar e no aprimoramento do
educador.
Pode-se imaginar que, nas próximas décadas, vai ser muito mais difícil ser
um educador. Mas, em contrapartida, estaremos contribuindo para formar, em vez
de receptores passivos de conteúdos, seres mais capazes de atribuir novos
sentidos para a realidade; pessoas que saibam criar novos saberes, a serviço do
mundo.
A figura 5 apresenta o investimento que a instituição de ensino deve fazer,
face às necessidades do educador em estar lidando com a tecnologia, e assim,
motivando o aluno a buscar o conhecimento, para que haja maior interesse, onde
o objetivo maior seja: a aprendizagem do educando.
FIGURA 5 – IMPORTÂNCIA DO INVESTIMENTO EM TECNOLOGIA
MEIO AMBIENTE
INVESTIMENTO INSTITUCIONAL l
41
Fonte: Nogueira (2006)
De modo geral, as instituições de ensino devem repensar a sua postura de
ensino, através do uso de novos recursos tecnológicos e do aprimoramento dos já
existentes. Torna-se necessário, também, que esta realidade comece a se
transformar a partir do momento que as instituições passem a investir no educador
e no educando.
O que muitas vezes ocorre é a necessidade dos professores expandirem o
conhecimento e o uso tecnológico através de um investimento mais direcionado às
necessidades da instituição. Em contrapartida, algumas instituições de ensino
contratam empresas “tercerizadas” voltadas mais para oferecer recursos e
exercícios pré-estabelecidos que, em alguns casos, não atendem à demanda do
educador e nem do educando. São exemplos de empresas que oferecem
serviços, à escolas particulares, tendo atuado em poucas escolas de redes
públicas. Tais empresas vem implantando projetos de Informática Educativa,
treinando professores e oferecendo acompanhamento e consultoria permanente.
As empresas tem produzido software educativo em boa quantidade (ferramentas
de autoria e programas para conteúdos específicos), uma atividade que vem
crescendo muito à partir do lançamento do ProInfo.
42Percebe-se que algumas escolas particulares já procuram um plano de
ação, adequado à sua realidade, que pode se concretizar através de diversos
instrumentos e estratégias, tais como palestras, cursos, reuniões periódicas,
criação de grupos de discussão, estudo e trabalho via Internet, de acordo com as
possibilidades e interesses do grupo de professores e da instituição.
Pensa-se, ao se falar de tecnologias inovadoras, em computadores e redes
de computadores.Entretanto, muitos confundem computadores e informática.
Atribui-se projetos tecnológicos educacionais a informatizar as escolas e
com isso só há a preocupação com a infra-estrutura, com a introdução de
computadores nas escolas, sem se preocupar com outros recursos já conhecidos
que, às vezes, estão descrentes pela instituição educacional.
É fato que a internet e suas inovações tecnológicas estão contribuindo para
ampliar a distância que existe entre o educando e o educador.
Entretanto, apesar de algumas instituições apostarem na revisão dos
convencionais métodos de ensino para dar espaço ao uso da tecnologia, o
processo de aprendizagem como ferramentas informatizadas é ainda uma
aplicação tímida no Brasil.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Tecnologia Educacional
(ABT),João Roberto Moreira Alves, algumas instituições conseguem equipar as
salas com esse tipo de ferramenta, mas a grande maioria das instituições de
ensino ainda ostenta um baixo nível tecnológico., por isso, são muitos os
impedimentos a ampliação das tecnologias educacionais nas salas de aula
brasileiras. Além das restrições econômicas e da estrutura dos edifícios em que as
instituições estão abrigadas, há ainda mais resistência dos educadores à
utilização da tecnologia como aliada à metodologia educacional. Mas, quando a
instituição avança tecnologicamente, os professores são levados a acompanhar a
evolução.
Segundo o presidente da ABT, o Brasil está em posição de atraso em
relação aos países da Europa, quando o assunto é tecnologia educacional – o que
existe aqui, na maioria dos casos, são instituições que disponibilizam laboratórios
43de informática, numa média de 70 a 80 alunos por equipamento, e, na sala de
aula, projetores e o velho quadro-negro.
Em alguns países, entretanto, há equipamentos como leitores ópticos para
detectar cópias de trabalhos científicos, instalações e softwares capazes de
dinamizar a transmissão e absorção do conteúdo. Os modelos de ensino desses
países permitem que o professor trabalhe o fato do dia com o aluno com
informações da internet., e os livros – ainda necessários e insubstituíveis.
Mesmo para os alunos adeptos ao uso das tecnologias inovadoras na sala
de aula, é preciso ter cuidado, para que as facilidades da modernidade não
atropelem a transmissão de conteúdo.Isto é, se o professor não dominar o
recurso, pode se perder durante a aula e perder um tempo valioso. Mas também
há o risco de o educador se acostumar tanto com a tecnologia a ponto de perder a
capacidade de dar aula sem ela.
Discuti-se práticas pedagógicas na utilização dos materiais didáticos onde
são extremamente importantes. Entretanto o professor deve reconhecer a
importância do material adequado para cada aprendizagem. O material, por vezes,
representa o diferencial, entre uma atividade monótona e sem sentido e outra
interessante e significativa para o aluno.
Pensa-se que o professor deve tirar o que há de melhor das tecnologias
inovadoras e utilizá-las e reverter o seu uso em proveito da sua prática
pedagógica tanto quanto em proveito da aprendizagem de seus alunos.
4.1 A Busca Individual do Professor
A tecnologia está presente na vida do educador no atual contexto
educacional. Nas mais diversas atividades, onde ela coloca o professor diante dos
recursos virtuais, conduzindo a sua constante utilização na sala de aula. Através
dessa realidade,alguns educadores têm se preocupado em inovar os
44conhecimentos tecno-pedagógicos, a fim de que enfrentem as exigências que o
mercado de trabalho pede.
A busca individual do professor é essencial dentro deste contexto para
articular a ação pedagógica com os recursos metodológicos já utilizados e os
novos, e conseqüentemente, criando ambientes de aprendizagem
interdisciplinares, propondo desafios e explorações que possam conduzir a
descobertas e promover a construção de conhecimentos.
Tem-se observado que alguns educadores procuram instituições
educacionais em busca de uma formação continuada, através de cursos de
extensão , pós-graduação na área de tecnologia educacional.
Segundo Niskier (1993), o professor deve ter a oportunidade de discutir o
como se aprende e o como se ensina, e ter a chance de poder compreender a
própria prática e transformá-la em um conjunto de técnicas, de meios e de
instrumentos colocados a serviço da educação.
Trata-se de uma nova realidade, onde o mundo globalizado, que o
professor está inserido, traz mudanças significativas. Isto é, a atividade produtiva
do educador passa a depender de conhecimentos tecnológicos, por exemplo, e a
partir dessa realidade, o professor deverá ser um sujeito criativo e preparado para
agir e se adaptar rapidamente às mudanças pela educação.
O diploma passa a não significar necessariamente uma garantia de
emprego e sim, a busca de uma metodologia adequada para a realidade
educacional. Entretanto, aponta-se esta realidade para um compromisso de se
investir e a alcançar o novo desafio do atual educador.
4.2- Treinamento Institucional
Constata-se que o trabalho do docente em determinada instituição
educacional deve estar atrelada a habilitá-lo para o exercícios de uma prática
autônoma a nível de treinamento para a utilização de recursos tecnológicos e
pedagógicos.
45Essa formação é possível nos dias de hoje, reafirmando a importância do
professor estar inserido nas novas ferramentas de trabalho. Nesta perspectiva é
convincente dizer que a escola não vê deixar o educador “parar no tempo” , face
ao avanço tecnológico.
Tem-se desenvolvido em algumas instituições educacionais outros
mecanismos perceptivos, outros modos de pensar e de aprender, a partir de
novas técnicas pedagógicas.
Para que a instituição educacional seja, no contexto atual, inclusiva e
acessíveis ao educador e ao educando, algumas escolas têm adotado sistemas
abertos, que se modificam constantemente, em função das trocas pedagógicas os
docentes. Um exemplo dessa realidade é a contratação de empresas que prestam
serviços educacionais (portais) à determinadas escolas, fornecendo instrumentos
necessários para o educador trabalhar com seus alunos.
Pode-se, também, determinado portal educacional oferecer a oportunidade
de interagir com as diversas linguagens, agregando olhares, materializados por
meio de textos, jogos educativos, de imagens, de sons e de movimentos.
Diante dessa necessidade de haver troca de experiências pedagógicas, as
instituições que adotam esse sistema, com objetivos pedagógicos, são
convocadas - pela empresa do portal - a treinar o educador na intenção da
melhoria da escola, atendendo as necessidades e objetivos da escola.
Ao mesmo tempo em que esse treinamento deve atrair e contribuir para a
qualidade do ensino , pode ser utilizado pelo educando para interagir com a
matéria estudada na sala de aula.
4.3- O Investimento Tecnológico na Instituição Educacional
Na sociedade globalizada do conhecimento e na importância das mais de
1000 (mil) Escolas Públicas da Prefeitura do Rio, desde 1993, houve uma decisão
coletiva de educar pela, para e com a mídia”. Esta nova dimensão da vida
humana, que, na atualidade, altera as próprias dimensões de espaço e tempo, ao
46lidar com os conceitos de real e virtual, concomitantemente, pode potencializar,
vigorosamente, as políticas educacionais da Prefeitura do Rio.
A MULTIRIO, Empresa Municipal de Multimeios, criada pela Lei Municipal
2.029, em outubro de 1993, representa um marco importante nessa trajetória.
Atuando ao mesmo tempo com a MultiEducação , vem por intermédio de alguns
educadores, desenvolvendo diversas ações voltadas para a produção de projetos
de qualidade, onde as linguagens, como as das mídias, ocupam um espaço
essencial na realidade dos alunos e professores, viabilizando uma educação
pública contemporânea e de qualidade.
Percebe-se que por parte das instituições de ensino tem havido, em alguns
casos, investimento na qualidade da educação.
Compreende-se que tal realidade de se investir no âmbito tecnológico, na
instituição educacional, vai de encontro aos diversos instrumentos e estratégias
que são oferecidos para maior envolvimento do educador.
A tecnologia deve ser um apoio técnico à criatividade de alunos e
professores numa escola.
Oferece-se, em determinadas escolas diversas formas de usar as
ferramentas descritas nas múltiplas fases do educador. Porém, há instituições que
facilitam o trabalho do professor na operacionalização de diversos recursos
tecnológicos para fins didáticos. Como exemplos podemos citar: a internet,
softwares educativos e outros recursos metodológicos.
Deve-se ressaltar que o interesse de se investir nos conhecimentos
tecnológicos em uma dada instituição educacional, sempre será uma luta contra a
exclusão escolar, pois as contribuições da tecnologia educacional possibilitam ao
educador e ao educando uma aprendizagem participativa.
47
Conclusão
48
Mediante ao exposto nos capítulos anteriores, concluí-se que, o interesse
do professor em investir nos conhecimentos tecnológicos deve ser uma luta da
pedagogia contra a exclusão escolar, pois as contribuições que a tecnologia
educacional têm a dar, estão na sua complexidade e diversidade em utilizar
situações de aprendizagem ricas que possibilitam o aluno ser o condutor da
descoberta sem que a responsabilidade da aprendizagem se limite ao educador.
A partir dessa consciência e dos seus objetivos pedagógicos, o professor,
seja da rede pública ou particular, deve planejar a reconstrução da sua prática. Em
outras palavras, é preciso capacitar o professor para confrontar prática e teoria,
para escolher e não sujeitar-se a teorias formais e pré-concebidas.
A educação no século XXI estará atrelada ao desenvolvimento da
capacidade intelectual dos estudantes e a princípios éticos, de compreensão e de
solidariedade humana. A educação visará a prepará-los para lidar com mudanças
e diversidades tecnológicas, econômicas e culturais, equipando-os com
qualidades como iniciativa, atitude e adaptabilidade. A instituição educacional,
neste contexto, tem seu papel ampliado. A globalização, segundo a Unesco
(1998), mostra que o "moderno desenvolvimento de recursos humanos implica
não somente uma necessidade de perícia em profissionalismo avançado, mas
também de consciência nos assuntos culturais, de meio ambiente e social
envolvidos". Para isso, a escola deverá reforçar seu papel, investindo amplamente
ou facilitando este investimento no educador e no desenvolvimento de recursos
pedagógicos para uma educação de excelência.
A utilização das tecnologias na sala de aula só auxiliará o desenvolvimento
de uma educação transformadora quando baseada em um conhecimento que
permita ao professor interpretar, refletir e dominar criticamente a tecnologia. Isto
porque o contato que os alunos terão come essas tecnologias na escola se
diferenciará daquele que os meios de comunicação e a vida diária proporcionam.
49Portanto, deve-se compreender a necessidade da interação do professor na
utilização velhas e novas tecnologias, permitindo,assim, mesclar as múltiplas
fases da tecnologia educacional no ensino do século XXI.
50
Referências Bibliográficas
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Janeiro: DP&A, 1998a.
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usado... pouco explorado. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1976.
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completam. São Paulo: Cortez, 1984.
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1993.
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técnica ao compromisso político. São Paulo: Cortez, 1993.
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51PERRENOUD, P. Dez novas competências para ensinar. Trad. de Patrícia
Chittoni Ramos. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. 192p.
SAMPAIO, Marisa Narcizo & LEITE, Lígia Silva. Alfabetização tecnológica
do professor. 2a. ed. Petrópolis: Vozes, 1999. Texto transcrito do Relatório para a
UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI,
coordenada por Jacques Delors. O Relatório está publicado em forma de livro no
Brasil, com o título Educação: Um Tesouro a Descobrir (UNESCO, MEC, Cortez
Editora, São Paulo, 1999). Neste livro, a discussão dos "quatro pilares" ocupa todo
o quarto capítulo, pp. 89-102. Aqui se transcreve, com a devida autorização da
Cortez Editora, trechos das pp. 89-90 e 101-102.
THIAGARAJAN, S. & PASIGNA , A. Literature review on the soft
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educational systems. Cambridge: Harvard University, 2 july.
UNESCO. Declaração Mundial sobre Educação Superior. Declaração
mundial sobre educação superior no século XXI: visão e ação. Tradução de Amós
Nascimento. Piracicaba, Editora Unimep, 1998.
VARGAS, Milton (org). História da técnica e da tecnologia no Brasil.São
Paulo, Editora da Unesp / CEETEPS, 1994.
________. Para uma filosofia da tecnologia. São Paulo, Alfa- Omega,
1994b.
Índice
FOLHA DE ROSTO 2
52 AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
Capítulo 1 – O Professor e Sua Realidade 11
1.1. O Professor na Escola Pública 15
1.2. O Professor na Escola Particular 17
Capítulo 2 – A Tecnologia Educacional 21
2.1- Fase 1 28
2.2- Fase 2 29
2.3- Fase 3 30
2.4 Fase 4 31
Capítulo 3 - Os Quatros Pilares de uma Educação Tecnológica 34
Capítulo 4 – O Professor e a Tecnologia 38
4.1 – A Busca Individual 43
4.2- Treinamento Institucional 44
4.3- O Investimento Tecnológico nas Escolas 45
Conclusão 47
Referências Bibliográficas 49
Índice 51
Folha de Avaliação 52
53
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PROJETO A VEZ DO MESTRE
Pós-Graduação “Latu Sensu”
Título da Monografia: O Professor Frente à Tecnologia Educacional e suas
Múltiplas Fases
Data da Entrega: 07/06/2006
Avaliado por: ___________________________________Grau: ____________