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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
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ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE E ARMAZENAGEM:
COMPANHIA PROGRESSO INDUSTRIAL DO BRASIL
FÁBRICA BANGU - RJ
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Por : Moacir da Conceição Bento
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Orientador: Prof. M.Sc. Emília Maria Mendonça Parentoni
Rio de Janeiro
2007
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE <>
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ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE E ARMAZENAGEM:
COMPANHIA PROGRESSO INDUSTRIAL DO BRASIL
FÁBRICA BANGU - RJ
<><><>
Monografia apresentada a Universidade
Cândido Mendes – Instituto Avez do
Mestre como requisito parcial para
obtenção do grau de Especialização em
Logística Empresarial.
Por: Moacir da Conceição Bento
Rio de Janeiro
2007
2
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho, à minha família,
por compreender a minha ausência do
lar, na alegria e na tristeza, em busca do
objetivo de bem estar para todos. A
vitória se conquista através do sacrifício.
AGRADECIMENTO
3
Àqueles que direta ou indiretamente contribu-
íram para confecção do trabalho, na sua
ilustração e elucidação de questões. Aos
professores do curso pelo ensinamento e
mensagem. Aos colegas pelo compartilha-
mento, de dúvidas, soluções, tristezas e
alegrias durante o ano letivo.
Ao Prof. Heleno Getúlio Paulo pelo apoio dado
no decorrer deste trabalho.
Agradeço a Deus por existir.
RESUMO
4
O recente trabalho une, logística empresarial, com história de
pioneirismo e empreendimento da Companhia Progresso Industrial, mais
conhecida como Fábrica Bangu, fundada em 6 de fevereiro de 1889. A
Companhia nasceu, cresceu, venceu e teceu, fios da própria história, mesmo
que entremeada de alegrias, tristezas, que através de homens de longe e de
perto, deram cor e forma ao tecido da Fábrica Bangu, vivenciando momentos
de expansão, reinvenção, modernização com renovação dos equipamentos. O
progresso tecnológico deu condição de reassumir um lugar de empresa líder na
área têxtil nacional, aplicando a logística empresarial que sempre esteve
presente, desde os primórdios da industrialização no Brasil, e ao contrário do
se pensa, industrialização, não começa com o Estado Novo, mas nas duas
últimas décadas do século XIX.
METODOLOGIA
5
Ressalta-se que o trabalho está pautado nas pesquisas
bibliográficas, tanto da sinopse da Fábrica Bangu, quanto dos modernos
textos de logística empresarial, mas que num esforço máximo busca trazer
a luz, para o entendimento das questões que o tema se destina.
Mesmo de forma empírica, buscar-se-á, entrevista, com profissionais
do ramo em logística empresarial, funcionários lojista, pessoal de
transportes, almoxarifados, além de profissionais da área de administração
de empresa. Deve-se ressaltar, que a Companhia Progresso Industrial de
Brasil – Fábrica Bangu, está fora de operação desde 1995
aproximadamente, o que pode dificultar uma pesquisa de campo
detalhada, mas que não impede, nem compromete a qualidade do trabalho,
sua credibilidade e confecção.
Vasculham-se textos da logística de distribuição, principalmente
aqueles que tratam de todas as etapas necessárias ao processo de
disponibilização de pedidos e entregas, já que a distribuição física,
armazenagem e estoques, guardam um relacionamento com a produção,
não somente as atividades manufatureiras, como as de serviços. Em se
tratando de administração, de distribuição física, falar em estoques, nada
melhor que enquadrá-los em níveis estratégicos, táticos e operacionais, de
uma empresa.
SUMÁRIO
6
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I - LOGÍSTICA EMPRESARIAL 10
1.1- Empreendimento e Logística. 10
CAPÍTULO II - ESTOQUE DE SEGURANÇA 18
2.1- Obsolescências 18
CAPÍTULO III - PIONEIRISMO E LOGÍSTICA 22
3.1 - A História local e a Companhia Progresso Industrial –
Fábrica Bangu
22
CAPÍTULO IV – REINVEÇÃO, MODERNIZAÇÃO E COMPETITIVIDADE 31
4.1 – Reinvenção Tecnológica 31
4.2 – Automação 34
4.3 Diversificação do Capital 35
CONCLUSÃO 39
BIBLIOGRAFIA 41
7
INTRODUÇÃO
Tem-se o objetivo de exaltar não somente a logística empresarial,
investimento, lucratividade, custo, benefício, enfim, não se restringe a linhagem
tecnicista, mesmo que em oportuno momento, e o destino do curso de gestão
que ora tratamos.
É comum dizer que até meados dos anos 90, a logística era o elo
perdido da modernização empresarial no Brasil, mas a explosão do comércio
internacional, estabilização da moeda durante o plano Real, privatizações e a
criação de infra-estrutura foram fatores que impulsionaram o processo de
mudanças no comportamento burocrático e empresarial brasileiro.
Há de se ressaltar que, as privatizações se espalharam em muitos
setores, dentre eles o de telecomunicações, ferrovias e terminais portuários,
num rápido crescimento do comércio internacional, importações, que geraram
demanda logística, enquanto o país ainda se preparava para tal avalanche
de mudanças comportamental, mesmo que já existisse formas de
relacionamento e negociações, mas talvez não se tivesse sido utilizada uma
nomenclatura especifica para tais atitudes e comportamentos transacionais.
A especificidade é mostrar a política e definição de armazenagem e
estoques, de como estas devem ser claras respeitando quatro questões como:
quanto pedir, quando pedir, por quanto tempo deve se manter os estoques de
segurança, onde podemos localizar. Repostas que passam por diversas
análises, previsibilidade, demanda e exigências dos consumidores finais em
termos de entrega do produto.
8
Através de um estudo de caso tenta-se analisar os momentos de
armazenagem, e redução de estoques de tecidos produzidos pela Fábrica
Bangu, sabendo-se das às mesmas características, diferindo da qualidade de
estamparias.
Sobre as parceiras mencionadas, ratifica-se mais uma vez, não somente
as estratégias de inovações tecnológicas, voltadas para a produção, sua
qualidade, agilização, e escoamento dos produtos, mas as formas de como
eram os procedimentos da Companhia Progresso Industrial, a exemplo;
contratação de técnicos especializados para a produção em diferentes
momentos na história da empresa ora pesquisada mostrando já logística de
contribuição favorável ao desenvolvimento desta.
No capítulo I vamos abordar os conhecimentos de logística empresarial
mostrando o perfil administrativo, estocagem e armazenagem da Fábrica
Bangu.
No capítulo II falaremos de estoque de segurança mostrando todas as
modernizações de produtos, e todas as inovações tecnológicas. Foi neste
momento que a fábrica alcançou o renome internacional.
No capítulo III abordaremos a história local da Fábrica Bangu, como era
produzido os tecidos e como foi a instalação da mesma na região de Bangu.
No capítulo IV vamos abordar a importância da reinvenção tecnológica
onde as máquinas eram importante na melhora do acabamento dos tecidos
com isso, o volume de venda cresceu assustadoramente.
Por fim, concluímos que todos os investimentos em máquinas foram
importante para o crescimento da fábrica, com isso, a mesma ficou conhecida
internacionalmente.
9
CAPÍTULO I
LOGÍSTICA EMPRESARIAL
Este corte temporal vai de 1889 até 1989, mostra através dos cem anos
da história da Companhia Progresso Industrial – Fábrica Bangu, desde seu
empreendimento na área têxtil, e a diversificação do seu capital, não restrito a
logística empresarial somente, mas investiu no lado social, haja vista esta
companhia ser responsável pela modelação urbanística do bairro, que herdou
seu próprio nome, numa espécie de homenagem, somada a hierarquia, e
dominação econômica naquela região, rural até então, da cidade do Rio de
Janeiro, onde especificamente está localizada.
1.1– Empreendimento e Logística
Segundo ABREU, (1997), a Companhia Progresso Industrial do Brasil
teve como vetores de seu crescimento a energia elétrica e o transporte
ferroviário. Construindo um grande reservatório com água encanada ds
encostas dos Maciços da Pedra Branca e Gericinó, garantiu simultaneamente
sua produção industrial e o fornecimento de água à população, cujo
abastecimento ainda era o principal problema urbano carioca na época, não
obstante a abundância nos mananciais locais.
Ao mesmo tempo em que se notam as técnicas de armazenagem e
estoque, o trabalho vai mostrando o perfil administrativo da Fábrica Bangu, um
modelo a ser seguido, ontem, hoje e sempre, devido dado um passo além do
seu tempo, pondo em cheque, as afirmações de que a preocupação com
logística empresarial se dá somente nos anos 80 e/ou 90, ou mesmo que tenha
10
surgido dos moldes militaristas norte-americanos durante e no Pós – gGande
Guerra.
A empresa não esteve aliada ao capital estrangeiro, mas a sua
tecnologia, por vezes precisou em tempo de crise da ajuda financeira do
governo, mesmo que àquela época houvesse certa independência de gestão,
além do know-how que fora adquirido com ajuda de técnicos ingleses.
Observa-se que um de seus administradores, Guilherme da Silveira, antes do
Estado Novo, colaborou com idéias e planejamentos viários, com o propósito
de interligação entre as regiões do país.
Guilherme da Silveira, fora presidente do Banco do Brasil na ocasião do
governo de Washington Luis. Mesmo com a chegada do Estado Novo, Getúlio
Vargas adotou as medidas, e colocou-as em prática, baseada no planejamento
do governo anterior, por notar que o Brasil, para crescer, necessitava de inteira
comunicação entre as suas regiões.
Na sinopse que se pretende mostrar sobre a Companhia Industrial do
Brasil – Fábrica Bangu, notar-se-á a avançada logística de armazenamento,
estoque e escoamento da sua produção. Por outro lado, vêem-se parcerias e
contratações de técnicos especializados, absorção de imigrantes europeus na
transição do século XIX / XX, e o aproveitamento da mão-de-obra barata, de
ex-escravos, haja vista que tal fundação foi em 06 de fevereiro de 1889, ano
após a libertação dos escravos em 1888.
O autor assim, procura através de um fato real e curioso, mostrar
estratégias avançadas para época, desde a fundação da fábrica têxtil, o
período de crescimento da empresa, as oscilações e superações das
dificuldades, buscada em adaptações, reinvenções e novas engenharias que
pudessem contornar as crises, dentre as quais, notou-se em três momentos ou
períodos: nos anos 20 com a crise da bolsa de Nova York, anos 30 com a
chegada do Estado novo, no pós-guerra com o protecionismo dos países
11
estrangeiros minimizando as importações, e nos anos 70, sob a onda
inflacionária vivenciada pelos países do terceiro mundo.
A concepção logística de agrupar as atividades relacionadas ao fluxo de
produtos e serviços para administrá-las de forma coletiva é uma evolução
natural do pensamento administrativo, que, entretanto as empresas nem
sempre se preocuparam em focalizar o controle e a coordenação coletiva de
todas as atividades logísticas.
Como nos sugere WANKER, (2005), a logística trata de todas as
atividades de movimentação e armazenagem, que facilitem o fluxo de produtos
desde a ponta de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final,
assim como os fluxos de informações que colocam os produtos em movimento,
como o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes
num custo razoável.
O gerenciamento logístico exige que a atividades liguem o mercado
fornecedor ao mercado consumidor num sistema interligado, pois o impacto de
uma decisão tomada em qualquer parte do sistema a afetará o sistema
financeiro. Dessa forma o objetivo é unir o mercado, a rede de distribuição, o
processo de fabricação e atividade de aquisição, de tal forma que seus clientes
sejam servidos por níveis de serviços cada vez mais elevados. As empresas
exploram fontes mais barata de trabalho e material, para conseguir penetrar na
demanda de novos mercados. Todavia aproveitar estas oportunidades levam à
maior complexidade da cadeia logística ( mais participantes na cadeia, maior
fluxo de informação e materiais, etc.).
Com nível de informações dos consumidores aumentando, e ao mesmo
tempo estes sendo contemplados com um maior número de alternativas de
oferta de um determinado produto, crescem a demanda por produtos que
tenham a qualidade superior e ao mesmo tempo preço baixo (competitivo).
12
As necessidades de estar de acordo com as mudanças de preferência
do consumidor conduz a inovar rapidamente para manter-se a frente dos
consumidores. Tempos reduzidos de ‘“lead-time” para reabastecimento levam
as empresas a terem menores estoques no sistema e aumentar a flexibilidade
reduzindo custos. A vantagem competitiva de uma organização é um conceito
relacionado com a sua posição em relação às suas concorrentes,
representando a diferenciação dos seus serviços, possibilitando um melhor
posicionamento no mercado.
Baseado em Peter Wanke, o posicionamento logístico refere-se ao
conjunto de três decisões integradas, que abrange de dimensionamento de
rede de instalações, localizações de estoques e definição de política de
transporte. O dimensionamento da rede envolve a determinação do numero de
armazéns, sua localização e missão, qual região de mercado deve ser atendida
por armazém. E a localização de estoques diz respeito ao grau de
centralização na rede, quantidade de produto que devem ser mantidas em
cada instalação e a política de transporte envolvido, para determinado grau de
centralização, a escolha modal de transporte mais adequado e dos
procedimentos para a consolidação de cargas.
A Fábrica Bangu, na medida em que ampliava seu mercado para fora da
cidade do Rio de Janeiro, criava novos armazéns ou se acercava de parceiros
de armazenagem para que fossem distribuídos seus produtos, sem que desse
chance de outros concorrentes entrarem no seu espaço de atuação, e
atendendo a altura sua demanda. Além disso, notadamente preocupava-se
com a obsolescência dos seus produtos, haja vista a modificação e
aperfeiçoamento dos mesmos ao longo da história. A Companhia Progresso
Industrial, não se limitou apenas a preocupação com estoques de produtos em
seus armazéns, mas teve a preocupação de proteger os espaços
conquistados, e mantê-los, seja, pela qualidade dos tecidos, velocidade de
abastecimento e preços.
13
No momento em que cada demanda, renova as tecnologias da
confecção, agiliza a produção, aumenta a capacidade dos armazéns e
estoques no pátio da fábrica, necessita-se de novos meios de transportes
concorrendo entre si, gerando novos estoques, que até aquela época para tal
produto a preocupação com estoque de segurança, era quase remota, na
medida em que a empresa renovava suas técnicas de produção, fazendo
parcerias com, ingleses, americanos e japoneses, ao longo de sua trajetória.
Obviamente a Companhia, encontrava-se sempre a um passo a frente das
demais concorrentes.
A Fábrica começa sua ascensão no mercado têxtil, a partir de 1905
aproximadamente, quando surgem concorrentes com nomes similares. Os
produtos estrangeiros, antagonicamente deram mais força as técnicas de
renovação de sua produção.
Nota-se que mesmo já em 1894, no início da exportação para fora do
estado, como exemplo: Pará, Bahia, R. Grande do Sul, a Companhia
Progresso Industrial ampliou seus armazéns para além Distrito Federal no
propósito de difusão dos produtos e abastecimento desses locais, e como já
disse, era principio do século XX, tinha-se a visão de estratégia de
acumulação, o estoque de segurança talvez ainda não se fizesse sentir tanto.
Na medida em que as técnicas de produção se renovavam, e novos
produtos entravam no mercado no intuito de substituir os já existentes, por
preços mais baixos, vão surgindo novas estratégias principalmente as
defensivas.
E assim, entende-se que, com o escoamento da produção dos tecidos
da Fábrica Bangu foi necessário criar e associar-se a novos armazéns pelo
Brasil e pelo mundo, armazenando, estocando, distribuindo, criando
posicionamento logístico, devido ao dimensionamento da rede de instalação,
com números de armazéns, localização, missão. Para tanto, subentende-se
14
que localização de estoques, sua centralização e descentralização tenham sido
adequadas à política de transporte e atendimento ao cliente.
Mas essas coisas passam por uma política se antecipação à demanda
da indústria, sendo o estoque centralizado na instalação de armazéns da
fábrica para estoques, voltados ao atendimento dos clientes, que na maioria
das vezes são acessados pelos meios de transportes, seja aéreo, hidroviário,
rodoviário e ferroviário, que de certa forma correm o risco de obsolescência do
ciclo de vida de cada produto. No caso de tecidos era mais demorado
A relação entre fornecedor e mercado, exige resposta rápida pelas
empresas, independente de produtos, devido à concorrência de mercado, pelo
menos é o caso de que tratamos dos tecidos Bangu que já aquela época sofria
a oferta de outros produtos de mesma linha, e de diferentes qualidades, onde a
maior preocupação era se lhes ameaçavam a preferência diante dos clientes.
Através de um estudo de caso nota-se que os momentos das decisões
de redução de estoques dos produtos fabricados pela Fábrica Bangu, seguiam
as mesmas características, diferindo da qualidade dos tecidos e de
estamparias. A Companhia Progresso Industrial, já aplicava o posicionamento
logístico baseado no tripé de decisões integradas à política de atendimento ao
cliente, na medida em que a logística era minimizar custos de um determinado
nível de serviço. Levava-se em conta o posicionamento logístico abrangente
das decisões de dimensionamento da rede de instalações, localização de
estoques definindo a política de transportes mais adequada, que na época,
começou pela ferrovia que circulava o pátio da Fábrica e conectava-se
posteriormente a estação de trem, assim juntando-se com os trilhos da Central
do Brasil.
Por via férrea o escoamento da produção seguia em principio ao Porto
de Guaratiba, entre 1889 até a década de 30, e mais tarde o caminho foi
15
desviado para o Centro da Cidade do Rio de Janeiro, no Cais o porto da Praça
Mauá. Com a chegada do Estado Novo e o período de Juscelino Kubitschek.
Do final do século XIX até a primeira metade do século XX, no caso,
Fábrica Bangu, utiliza-se à ferrovia para escoamento do produto que por outro
lado, encontrava-se estocado na própria indústria têxtil. Este modelo e perfil de
distribuição eram comuns, e mudou a partir de investimentos em rodovias, de
transportes mais rápidos e flexíveis, notadamente durante o pós-guerra. A
partir dos anos 50, com o país mais industrializado, a rodovia amplia-se e
foram as principais linhas de comunicação de transportes de cargas e
distribuição no Brasil (sem desprezar as ferroviárias), até crise do petróleo nos
anos 70, que impactou o custo dos transportes, incorrendo no aumento de
custo de distribuição.
Instalando-se em um subúrbio distante, construindo toda a infra-
estrutura necessária a seu funcionamento, a Fábrica Bangu mudou a tendência
de implantação das indústrias têxteis, antes situadas em áreas nobres e perto
do Centro. Torna-se assim um marco histórico para o bairro, um exemplo para
a Região e um símbolo para a Cidade.
Aqui a palavra nobre, é o termo utilizado na geografia urbana
principalmente da valorização provocada pelo “Boom” imobiliário que começa
no pós-guerra, burguesia industrial, baseada na hipótese da industrialização
tardia, que consequentemente tem como apogeu os anos 60 e 70, mas que se
delineou com a reforma urbana no Período Pereira Passos, conhecido como
“prefeito bota a baixo” (1903 à 1906).
Ressalta-se que a urbanização no Brasil é bem diferente das cidades
norte-americanas, inglesas e francesas, em que o subúrbio é área residencial,
nobre e valorizado, enquanto o centro é reservado praticamente as decisões
políticas e econômicas. No Brasil, ao contrário, por ter origem agrícola, a área
mais valorizada encontra-se próxima aos melhores equipamentos urbanos
desde a colonização onde a urbe se expandiu, sem a mesma condição da área
16
central, mas em alguns casos como Bangu, ganharam aspectos de pequenas
cidades, justamente pela implantação de industria têxtil, somada as atividades
agrícola entre outras.
17
CAPÍTULO II
ESTOQUE DE SEGURANÇA
No ponto de vista têxtil a Fábrica Bangu, não possuía produto que
inspirasse tantos cuidados, pelo fato de os tecidos geralmente não estarem tão
presos as obsolescências, ainda mais naquela época em que a velocidade das
informações eram mais demoradas. Porém, na medida em que alguns tecidos
novos, leves, foram entrando no mercado, a fábrica Bangu ia modernizando
sua produção com novas máquinas, aperfeiçoando o modo de fabricação
perseguindo ou perseguida pelos supostos concorrentes.
2.1- Obsolescências
Conforme cita LEBORGNE (1994): a modernização de produtos é uma
das principais vias de preferência do público consumidor por ser novidade, ao
mesmo tempo em que sua estabilidade no mercado pode sofrer a concorrência
de outros novos produtos pondo em risco a sua primazia, o que poderá
condicioná-lo a situação de obsolescência.
Baseando-se em LEBORGNE, (1004): o estoque de segurança neste
caso se fazia a medida, como já observamos, quando novo panos, nacionais e
internacionais dava entrada na Praça do Rio de Janeiro e/ou estados onde a
Companhia mantinha representantes na difusão de seus produtos, e sendo
assim, a produção de tecidos de qualidade interior, ia dando vez aos tecidos de
fino acabamento no setor de produção, pedidos e estoques. Não se quer dizer
com isto que, tais produtos saíram de linha, mas tinha desaquecimento de
produção no momento em que os pedidos do setor de compra não davam
18
preferência aos tecidos grossos, por exemplo; que eram substituídos por panos
finos e estampados.
O setor de vendas obviamente é quem sinalizava para as; altas e baixas,
dos produtos produzidos pela Fábrica, servia de termômetro das preferências
do público alvo. Por outro lado, o setor de produção se preocupava com a
armazenagem e estoques dos respectivos produtos para não comprometer os
lucros da empresa, fadados ao desperdício pela suposta falta de observação
no sentido de obsolescência de um determinado tecido em desuso.
Como já dissemos, o mercado de tecidos àquela época, acho que até os
dias atuais, sofre menos com a obsolescência dos produtos fabricados, devido
ao multiuso do pano que, não especificamente está restrito a uma só finalidade,
diferente de peças eletro-eletrônico que passavam por rápida evolução, ligada
a obsolescência. Em nossos dias é o mercado de informática que mais sofre
com este risco.
A habilidade com que a Companhia Progresso Industrial lidava nos
negócios e produtos, em se tratando de estoque de segurança retrata a
instabilidade do mercado que voltou ao cenário em 1925 e 1926, levando a
paralisação das vendas, devido a problemas conjunturais do comércio de
tecidos de algodão, e a Companhia decidiu reduzir os dias de trabalho na
fábrica, primeiro; para quatro dias por semana, depois, para três, e no ano
seguinte, quando melhorou a situação, foi possível manter às 48 horas de
trabalho.
As dificuldades que alcançaram a indústria têxtil nacional entre 1925/26,
voltaram a atingi-las entre 1928/29, decorrente de saturação de produtos
estrangeiros no mercado, sobretudo, a base de algodão. Neste caso a
Companhia resolveu trabalhar com menor número de teares para evitar
formação de estoques, mas prosseguiu com sua política de renovação
industrial, instalando diversas máquinas.
19
O trabalho da Fábrica viria a se normalizar em 1931, com a jornada de
48 horas semanais, mas as paralisações anteriores deixaram marcas no setor
de mão-de-obra de operários qualificados para manter o nível de produção,
assim foram contratados aprendizes de ofícios.
Em 1933, a Companhia iniciou a revisão de todas as máquinas, em
1934, deflagrou-se um movimento grevista que interrompeu a produção pro 30
dias, em meio à continuação da revisão de maquinas de fiação, quando foram
substituídas peças deterioradas por novas. A revisão dos equipamentos
terminou em 1935 e a partir de 1936, retorna a política de importação de novas
máquinas, por outro lado, nos dois anos subseqüentes houve queda de
consumo e a Companhia adotou a política de baixar os preços, mas mantendo
a qualidade, o que tornou seus tecidos ainda mais competitivos o mercado,
dando-lhe novo impulso.
Em 1939 a Companhia passou a exportar para Argentina, tendo seus
tecidos bem aceitos por sua qualidade, assim, considerados pelos atacadistas
de Bueno Aires, que achavam o produto igual, ou melhor, que os ingleses.
Em 1940, nos Estados Unidos, inicia-se o aprimoramento dos
mecanismos utilizados na indústria têxtil que a Companhia decidiu acompanhar
de perto, ao mesmo tempo em que o tecido Bangu continuava ter aceitação
nos mercados brasileiros e da América do Sul, motivada pela variedade,
qualidade e perfeição de acabamento.
Terminada a Segunda Guerra Mundial, a Companhia continuava
acompanhar o progresso empreendido pelos americanos na área de tecnologia
têxtil, sempre visando à concorrência nos mercados interno e externo, e para
tanto importou dos Estados Unidos, em 1950, grandes quantidade de máquinas
modernas na ocasião.
20
As formas de gestão e administração de estoque e armazenagem,
retrata o período que vai de 1889 até 1989, mostrando através dos cem anos
da história da Companhia Progresso Industrial – Fábrica Bangu, como ficou
conhecida, desde seu empreendimento na área têxtil e a diversificação do seu
capital, a mesma procurou tirar maior proveito de vantagens implementando
estratégias adequando-as a organização e ao ambiente envolvido, para
estabelecer posição lucrativa e sustentável em relação as forças proveniente
da concorrência.
Se inicialmente a Fábrica Bangu produziu morins e chitas,
posteriormente, brins, cetins, gabardine, tergal etc., havia uma preocupação
com estoques dos produtos que tivera queda de pedidos, em relação aos
produtos novos que ia entrando no mercado, por modismo e/ou qualidade,
assim, a Companhia percebia maior aceitação dos consumidores que
compravam cada vez mais. Em meio a isso, seus administradores notavam que
os concorrentes desprezavam a produção dos tecidos de qualidade inferior, e,
não foi a toa que a Fábrica Bangu, reciclou, técnicos e máquinas, que também
caiam na obsolescência na medida em que não podiam produzir novos
produtos finos e mais acabados.
A Companhia Progresso Industrial do Brasil trouxe inovações
tecnológicas que imprimiram a marca da qualidade em seus produtos.
Associou de forma pioneira uma dinâmica empresarial inovadora ao espírito
público, impulsionando de forma indelével o desenvolvimento da Região e
alcançando renome internacional.
21
CAPÍTULO III
PIONEIRISMO E LOGÍSTICA
Em 1889 a Cia. Progresso Industrial do Brasil, constituída em 6 de
fevereiro desse ano por deliberação da Assembléia de Acionistas, torna-se a
proprietária da Fazenda Bangu. A região da Freguesia de Campo Grande foi
escolhida pelo engenheiro Henrique de Morgan Snell para a implantação da
Fábrica de Tecidos por dispor de grandes mananciais de água, indispensáveis
ao seu funcionamento.
O grupo compra cerca de 3.600 acres de terra, adquirindo um conjunto
que abrange as fazendas do Bangu e do Retiro - esta última propriedade de
Marcos José Vasconcelos desde 1877 - e os sítios do Agostinho e dos
Amaraes, além das Cachoeiras do Fundão e do Agostinho, compradas no
mesmo ano. Toda a área fica à margem da Estrada de Ferro Central do Brasil,
distante cerca de uma hora do Centro. A construção da Fábrica é entregue à
firma londrina The Morgan Snell and Company.
3.1 - A História Local e da Companhia Progresso Industrial -
Fábrica Bangu
O topônimo Bangu, com sua origem controversa, levanta duas hipóteses
igualmente passíveis de consideração: a primeira é que a denominação venha
do tupi, língua na qual o vocábulo significa anteparo ou paredão negro, numa
alusão à sombra projetada pelo Maciço da Pedra Branca sobre o vale em que
se encontravam as terras da antiga fazenda que deu origem à ocupação da
Região; a segunda está relacionado a uma corruptela do étimo africano
bangüê, com que os escravos chamavam o local do engenho onde se
22
guardava o bagaço da cana-de-açúcar que, depois de moída, alimentava o
gado.
O termo ficou consagrado ainda como denominação de uma espécie de
padiola feita de tiras de couro ou fibras trançadas, usadas geralmente por dois
homens para conduzir feixes de cana-de-açúcar cortada e outros materiais,
numa forma improvisada de transporte que deu origem à expressão "fazer à
bangu", cujo significado é fazer sem cuidado, de improviso, fazer de qualquer
jeito.
Região de Bangu teve origem com a instalação, no século XVI, da
antiga fazenda dos jesuítas, em Santa Cruz e, posteriormente, com a criação,
em 1673, da paróquia de Nossa Senhora do Desterro de Campo Grande,
desmembrada da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação de Irajá.
Nesse ano, Manuel Barcelos Domingues fundou em sua fazenda, na Região, o
Engenho da Serra - mais tarde denominado de Fazenda Bangu - construindo
uma pequena capela em homenagem a Nossa Senhora do Desterro Mãe de
Deus de Campo Grande e dando início às primeiras atividades econômicas da
Região.
A partir do final do século XVII, o movimento de mercadorias
intensificou-se em função da criação de gado bovino e do cultivo da cana-de-
açúcar exercidos pelos jesuítas. Por essa época já vivia na Região um grande
número de escravos, posseiros, rendeiros, meeiros e homens livres, além de
pequenos proprietários de sítios que levavam o resultado da sua lavoura de
cana para moagem no engenho.
A produção do Engenho da Serra - posteriormente Fazenda Bangu -
dependia da utilização da mão-de-obra escrava, imprescindível tanto à lavoura
de cana-de-açúcar como ao transporte dos demais produtos até o Porto de
Guaratiba. O engenho produzia uma farta quantidade de açúcar e derivados
23
como rapadura, aguardente, álcool e outros subprodutos da cana, que eram
embarcados através de Guaratiba e outros portos para a Europa.
Segundo ABREU (1997): o processo de urbanização da Região deu-se,
portanto, no entorno das fazendas, sempre ligado à construção de capelas e
igrejas, como ocorria no Brasil colonial. Dificilmente poderia ter sido diferente,
face a uma concepção de desenvolvimento na qual as doações de terras eram
feitas predominantemente a pessoas influentes e ligadas às ordens religiosas.
Assim nasceram os bairros de Bangu - na Fazenda de dona Anna Bangu;
Padre Miguel - primeiro vigário de Realengo, mais tarde Padre e Monsenhor
Miguel; Campo dos Afonsos - no Engenho dos Afonsos; etc.
Mas a característica rural da Região manteve-se mesmo após o declínio
dos engenhos de açúcar, uma vez que logo deu lugar à lavoura do café, cujo
florescimento intensifica-se no século XIX. A situação perdura até a segunda
metade do século, modificando-se aos poucos em decorrência das sucessivas
crises do café e com a implantação do transporte ferroviário. Em 8 de
dezembro de 1859 é inaugurada a estação de Deodoro, a primeira do ramal
ferroviário de Santa Cruz. As antigas fazendas vão sendo desmembradas em
lotes menores e núcleos semi-urbanos vão se formando em torno das
estações, adensando-se progressivamente.
Em 1870, o proprietário da Fazenda Bangu é Manuel Miguel Martins, o
Barão de Itacuruçá. Com a inauguração da estação de Realengo em 1878,
seguida pela inauguração do ramal ferroviário de Santa Cruz, em dezembro do
mesmo ano. As demais estações são inauguradas posteriormente,
possibilitando a vinda de empreendimentos decisivos para o processo de
ocupação, desenvolvimento e expansão da Região. Outro importante fator -
que contribuiu muito para o crescimento da área, na segunda metade do século
XIX - foi à instalação de unidades militares do Exército, em Realengo, e
posteriormente, em Deodoro.
24
Nas últimas décadas do século XIX, começam a surgir na Cidade as
grandes fábricas de tecidos: América Fabril, no Jardim Botânico; Confiança
Industrial, em Vila Isabel; Aliança, em Laranjeiras; entre outras. O distante
bairro de Bangu é premiado com uma moderna fábrica equipada com
tecnologia inglesa, instalada nas terras do antigo Engenho da Serra,
posteriormente Fazenda de Dona Anna Bangu, e por último, Fazenda Bangu
do Barão de Itacuruçá que as revende à Companhia Progresso Industrial do
Brasil, conhecida como Fábrica Bangu.
O prédio da Fábrica, construído no terreno da Fazenda do Bangu, tem
forma retangular e aproximadamente 18.650 m² de área construída, medindo
175 por 107 metros. O projeto é inspirado no estilo das fábricas da cidade
inglesa de Manchester, cuja arquitetura industrial tipicamente britânica
caracteriza-se por estruturas sóbrias e pesadas, com fachadas em tijolos
aparentes avermelhados. A fachada da Fábrica Bangu é orientada para o leito
da Estrada de Ferro Central do Brasil, à qual estará ligada por um ramal com
400 metros de extensão - inaugurado em primeiro de maio de 1890 - partindo
da Estação Bangu e terminando junto aos depósitos e armazéns, no pátio
central.
Em 1890 começa a construção da chaminé da Fábrica, medindo 57
metros de altura, 4,12 metros de diâmetro na base octogonal e 2,44 metros na
sua parte superior. Quando pronta, a chaminé torna-se o símbolo da fábrica,
podendo ser vista à grande distância por todos que chegam à Região. Técnicos
têxteis ingleses contratados pela Fábrica Bangu chegam em 1891, ano em que
é concluído o encanamento construído desde o reservatório do Guandu até a
Fábrica (Vide foto 1 – página 26).
25
Foto 1
26
Em 1892 o prédio está concluído e com toda a sua maquinaria já
assentada. A diretoria inicia os primeiros testes em 11 de julho e a fábrica é
inaugurada a oito de março de 1893, na presença do Vice-Presidente da
República, Marechal Floriano Peixoto, e do Prefeito do Distrito Federal. No final
do ano, mais de 800 teares estão em movimento. Em 1895 é criada a Banda
de Música dos Operários da Fábrica Bangu; é realizada também uma obra de
reforma visando ampliar as Casinhas, vila residencial com 95 casas próximas
ao local de trabalho, construídas em 1892 pela fábrica para os seus técnicos e
operários. Com o aumento do número de operários, novas casas são
construídas em 1896, na área da antiga olaria - hoje Vila Catiri, em Bangu.
A diretoria da Fábrica, decidida a cultivar os terrenos do engenho com
lavouras, demole o antigo engenho em ruínas da Fazenda Retiro em janeiro de
1900, construindo um novo com o nome de Santo Antônio, que é inaugurado
em junho do mesmo ano. O Engenho de Santo Antonio está equipado para a
produção de farinha de milho, de trigo e de mandioca, polvilho e aguardente;
para descascar arroz e fornecer óleo de rícino, açúcar e outros produtos. O
arroz, o fubá e o açúcar são doados para os operários. Para melhorar o
escoamento da produção, a Fábrica constrói uma linha de trem de bitola
estreita, ligando o Engenho ao leito da Estação de Bangu. Para viabilizar a
transposição do pequeno rio existente próximo à Estação de Bangu por uma
pequena máquina a vapor e dois vagões são construídos a ponte São João.
O prédio cuja construção a Fábrica iniciou na esquina das ruas Fonseca
e Francisco Real com o objetivo de formar uma cooperativa para os operários,
transforma-se em escola para seus filhos, recebendo no ano seguinte o nome
do Presidente Rodrigues Alves, o Primeiro Presidente da República a visitar
Bangu. Em 17 de abril de 1904, operários ingleses e brasileiros fundam um
clube de futebol a que dão o nome de The Bangu Athletic Club.
Em 1906 tem início a busca por novos mananciais na Serra de Bangu, a
cargo do renomado engenheiro Orozimbo do Nascimento, construtor de Belo
27
Horizonte. A Fábrica Bangu adquire o prédio da Rua Primeiro de Março número
38, no Centro da Cidade, destinado à instalação do seu escritório central. No
mesmo ano é inaugurado o campo do The Bangu Athletic Club, situado na rua
Ferrer, antiga rua Estevão - e mais tarde rua Cônego de Vasconcelos - com um
jogo entre os operários da Fábrica.
Em setembro de 1908, em decorrência da divisão das paróquias de
Nossa Senhora do Desterro - de Campo Grande e Nossa Senhora da
Apresentação - de Irajá, a Arquidiocese cria a Paróquia de Bangu. No mesmo
ano o Casino Bangu adquire um cinematógrafo Pathé e promove exibições
para seus associados.
Sob a direção de Joan Vidal, técnico francês especializado em
hidráulica, é concluído em 1908 o sistema de captação de água do Rio da
Prata, além de terminada a canalização do local até o reservatório construído
na Rua da Usina, próximo à Pedreira de Bangu. Ao lado desse reservatório é
construída simultaneamente uma edificação com cinco metros de lado,
destinada à instalação de uma Roda Pelton a ser acionada pela queda d'água,
gerando energia elétrica para as seções de gravura, estamparia e para as
casas dos operários. A Fábrica Bangu também marca presença na Exposição
Nacional da Indústria, comemorativa do Centenário da Abertura dos Portos
[1808-1908], montando na Praia Vermelha um pavilhão ricamente detalhado
em madeira, no qual expõem tecidos e gravuras que conquistam diversos
prêmios, além da admiração geral do público presente.
Ainda nesse ano a Companhia inicia a construção de um prédio anexo
destinado à expansão de algumas de suas seções. E para facilitar o transporte
de passageiros e cargas, constrói também a linha férrea circular, inaugurada
em novembro de 1910, possibilitando que alguns trens retornem a partir da
estação Bangu. A rede de esgotos nas casas dos operários começa a ser
instalada em 1916. Como conseqüência da guerra de 1914-1918 na Europa,
surgem dificuldades na navegação marítima, encarecendo as matérias-primas
28
utilizadas na fabricação das chitas, como as anilinas importadas, que sofrem
grande alta. A Fábrica passa então a produzir maior quantidade de tecidos
leves.
Em 1917 a Companhia Progresso Industrial estabelece os limites
geográficos de seu território, entregando à Prefeitura do Rio de Janeiro a
Região de Bangu, que somente nesse ano deixa de ser propriedade particular.
É criado o Sindicato dos Trabalhadores Tecelões e a Escola Presidente
Rodrigues Alves é doada à Prefeitura do Distrito Federal, passando a chamar-
se Escola Martins Junior. No ano seguinte, quando a região é assolada pela
epidemia da gripe espanhola - que mata mais de 20 milhões de pessoas ao
redor do mundo - a Escola Martins Junior é fechada e tem suas aulas
suspensas por dois anos. Seu prédio é transformado em hospital e, face à
disseminação da grave epidemia, a diretoria da Fábrica decide suspender a
cobrança dos aluguéis dos prédios ocupados por seus funcionários. Durante
dois anos a pandemia faz vítimas por todo o país, só cessando em 1920.
Após o fim da gripe espanhola, em 1920, a Escola Martins Junior volta
às suas atividades, remodelada e ampliada por obras que a Companhia
continua a patrocinar. Em 1921 a Companhia consegue obter uma estação de
telégrafo para a Região e em 1922 Manuel Guilherme da Silveira Filho torna-se
o novo diretor-presidente da Fábrica. O novo presidente da Fábrica Bangu
oferece as pedras necessárias à construção do lado fluminense da Estrada
Rio-São Paulo, cujo traçado aproveita o da antiga Estrada Real de Santa Cruz -
construída pelos jesuítas - desde o Largo do Campinho até a Rua Francisco
Real, cedendo a mão-de-obra necessária ao transporte do material.
Em 1926 a Fábrica recebe a visita do presidente Washington Luiz,
acompanhado do deputado Julio Prestes, futuro governador de São Paulo. Os
dois são homenageados com um banquete no Casino Bangu. Em 1929,
Guilherme da Silveira Filho licencia-se da presidência da Fábrica Bangu para
assumir o cargo de presidente do Banco do Brasil. Em outubro, entretanto, a
29
quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque provoca um agravamento da crise
econômica brasileira, impedindo a reforma prevista para o padrão monetário. O
prédio que servia como sede ao Casino Bangu é retomado pela Fábrica. O
Casino muda-se para a Rua Fonseca. Em 1931 o prédio onde funcionava
passa a sediar o Bangu Club, sociedade criada por um grupo de operários.
A iluminação pública é inaugurada em junho de 1933. Com a
inauguração no mesmo ato da subestação na Rua Progresso - atual Rangel
Pestana - a Light passa a distribuir energia elétrica em Bangu. Nos esportes,
embora tenha perdido no ano anterior a sua estrela maior, o craque Domingos
da Guia, o Bangu Athletic Club mantém o restante do time e realiza, em 1933,
a façanha de conquistar o Primeiro Campeonato de Futebol Profissional
realizado no Rio de Janeiro.
Em maio a Fábrica interrompe a sua produção, em virtude da
deflagração de um movimento grevista que dura 45 dias. Os trabalhos só são
reiniciados em junho de 1933. Em julho de 1935 é inaugurada a Escola Getúlio
Vargas, em um terreno doado pela Fábrica, na Avenida Sta. Cruz, com a
presença do presidente Getúlio Vargas. A Região conta na época com 87 ruas
abertas pela Companhia, que se encarrega ainda da conservação de 49 delas,
quando em março de 1936 uma tromba d'água na Serra do Guandu provoca
uma enxurrada que danifica Em um imóvel doado pela Fábrica na Rua da
Feira, a Companhia inicia em 1943 a construção da Escola do SENAI,
destinada a abrigar a Escola de Aprendizagem Têxtil, até então funcionando na
própria Fábrica. O prédio abriga hoje o Colégio Estadual Leopoldina da Silveira.
Também inicia a construção dos núcleos residenciais para os operários,
construindo 114 casas em 1943.
30
CAPÍTULO IV
MODERNIZAÇÃO E COMPETITIVIDADE
A reinvenção tecnológica não se limitava somente a compras de
máquinas, mas a ampliação do Parque Industrial, pois, em 1903, inaugura-se a
oficina de gravuras que deu real avanço , modernização e competitividade,
passando a contar com litografia e motor elétrico, também recompondo velhos
cilindros de cobre até então importados da Inglaterra. Isto fez com que os
tecidos Bangu adquirissem boa aparência, fino acabamento e qualidade, tanto
que em 1905, vários produtos estrangeiros lhe fizeram concorrência, inclusive
com similaridade de nomes como: ximbu, gambu, confundindo os
consumidores.
4.1 - Reinvenção Tecnológica
Em 1911, A Companhia Progresso Industrial, fabricaria brins
mercerizados, fantasias, xadrez, tecidos brancos e com estamparias de boa
aceitação de mercado. A inovação provocaria transformação no sistema de
produção e traria por outro lado, dificuldades no fabrico de fio tornando
necessário a construção de outro edifício para manipulação de fios.
As máquinas foram dispostas no edifício de forma a melhorar o
funcionamento, para acabamento de tecidos. O prédio servia também como
depósito, ou armazém de tecidos destinados ao encaixotamento, enfardação,
embalagens em geral. Ali ficavam produtos para o embarque em vagões da
estrada de ferro, dentro do próprio edifício.
Continuaram surgindo outras dificuldades, em torno do cloro, produto
básico para fabricação, utilizado nas seções de alvejamento, acabamentos de
31
chitas, que sendo corrosivo, atacava máquinas e cores. Assim, foram
transportados para fora do prédio em caçambas obrigando a construção de
tanques esmaltados em elevação, canalizados para as seções de acabamento.
Em 1912 se processa uma reforma quase total nas máquinas com duas
finalidades: para a produção de tecidos estampados, de uma a 12 cores, de
panos tintos, lavrados, cassas e brins, e também para produção de fios mais
finos que se podiam conseguir com algodão. O mercado exigia tecidos mais
acabados, e com a reforma dos equipamentos se obteve um algodão mais
cardado única maneira de se conseguir melhor mecerização do produto.
Em 1914, efetuou-se a compra de uma máquina de felpar ou fazer
flanela, que a fábrica precisava para atender às encomendas deste tecido, e
logo em 1916, a Companhia dedicou sua atenção aos tecidos leves, bem
acabadas, deixando de lado a conexão de chitas, já que as anilinas tinham
sofrido grande alta, por causa da guerra, comprometendo os lucros. Deu-se a
política de implantação de novas máquinas, prosseguindo com a instalação de
ventilação no corredor dos teares, com a passagem subterrânea da dobação
para a seção de meadas e construindo-se um barracão para soda cáustica.
Em 1917, partiu-se para a montagem do electrolysador, destinado ao
fabrico do hipoclorito de sódio para branqueação, em substituição ao cloro, que
era um produto importado. Nesse ano a fábrica estava aparelhada para
produzir entre 85 e 105 tipos de tecidos. No ao seguinte, 1918, foram
construídos um novo almoxarifado e uma nova seção de química, que ficaram
prontos em 1920. Dois anos após, houve a importação de maquinário para
aumentar a produção de fio penteado. A fábrica conseguiria aperfeiçoamento
técnico que lhe permitiria grande vendagem.
O entendimento sobre a logística no Brasil, que nos anos 90, passou por
mudanças, numa espécie de processo revolucionário das práticas
empresariais, pela eficiência, qualidade e disponibilidade de infra-estrutura de
32
transportes e comunicações, elementos fundamentais para existência de uma
logística moderna, devido as mudanças, implementadas e oportunidades nos
enormes espaços para melhorias de qualidade de serviço e aumento de
produtividade e competitividade empresarial, faz deste momento, palco da
discussão etimológica, sobre a palavra logística, além de determinar época do
seu surgimento e aplicações, mesmo que parecendo na visão do autor
exagero das redações que reverenciam tal matéria, afirmando ser algo novo no
Brasil.
Assim, afirmar que a logística, tenha surgido entre os anos 80 e 90, em
meio as crises dos sistemas de produção, seja fordista, ou taylorista, e que tais
práticas serem de cunho militarista, principalmente no pós-segunda guerra
mundial, o que não quer dizer que ela não possa ter sido aplicada nos séculos
anteriores por alguma industria. A Companhia Progresso Industrial do Brasil –
Fábrica Bangu, aplicava uma avançada logística de armazenamento, estoque e
escoamento da sua produção. Nota-se a utilização de parcerias, contratação
de técnicos especializados, imigrantes na transição do século XIX / XX, e o
aproveitamento da mão-de-obra barata, semi-escrava, haja vista ter sido sua
fundação em 06 de fevereiro de 1889, bem próxima a libertação dos escravos
em 1888.
Houve parcerias com ingleses desde sua fundação no século XIX, aos
anos 30, que foram primordiais, enquanto no pós-guerra até a primeira metade
dos anos 60, com a ajuda tais tecnologias norte-americanas, foi essencial. Mas
nos anos 70, com a automação da fábrica sob a tecnologia japonesa, nota-se
que apesar de grandes momentos de ganho, foi um momento de superação,
sobrevivência no mar inflacionário que assolava as economias do terceiro
mundo, devido ao endividamento e estrangulamento do sistema, de produção,
acumulação, enfim, crise do sistema capitalista que a partir de então procura
novas saídas de lucro e manutenção da hegemonia global, haja vista, o
sistema socialista mostrar sinais de enfraquecimento a partir dos anos 80, mais
precisamente 1989, com o desmantelamento do Bloco Socialista.
33
4.2 – Automação
Após novo plano de modernização de equipamentos, cresceu o volume
de vendas, mas apesar de plena capacidade de funcionamento, não era
possível atender a todos, então se fez necessária à importação de novas
máquinas para aumento de produção e modernização do produto, revolução
esta que viria no sistema produtivo de 1970, quando começaram a fabricação
de fios tintos e poliéster, de alta qualidade e de preço acessível. Ano seguinte,
foi feito planejamento para reformulação da política de produção, procurando-
se dar prioridade a artigos mais lucrativos, de maior rentabilidade industrial,
conseqüentemente, através de produção mais barata, devido aos novos teares
automáticos, assistência esta que ficaram a cargos dos japoneses.
A Modernização permitiu aumento de produção, diminuiu custos e trouxe
a redução de pessoal em 30%, revisão da política comercial da Companhia,
que tornou sua estrutura de venda mais ágil, com a criação de Distribuidor
Centro. Deu consistência de vendas do exterior, estabeleceu-se escritório em
Amsterdã.
A assistência técnica japonesa prosseguiu em 1973, estendendo-se as
seções de acabamento e tecelagem, progresso que se juntaram no ano
seguinte, sob estrutura administrativa, eficiência técnica de fabricação, aliada a
estrutura de vendas agressivas, com saldo bastante positivo. A melhoria da
fiação, acabamento, aprimoramento, beleza e padronagem com menor preço,
apesar de o ano de 1974, ter sido marcado pelo recrudescimento da inflação e
desgaste do poder aquisitivo no mercado interno.
Neste ano a Fábrica, deu prioridade aos artigos finos de algodão, cuja
qualidade se comparava aos estrangeiros, fato que lhe assegurava o mercado
internacional e nacional apesar da crise, que para tanto, foi ampliada a rede de
distribuição em todo o território brasileiro.
34
4.3 - Diversificação do Capital
Nasceu da própria Companhia Progresso Industrial – Fábrica Bangu,
em 1976 a Companhia Bangu de Desenvolvimento e Participações, e no ano
de 1977 foi marcada pela crise nos mercados, interno e externo, mesmo assim
a empresa conseguiu obter lucros dos produtos, embora não chegasse a
exportá-los, na quantidade prevista, devido a diferença de preços da matéria-
prima.
A partir de 1978 e 1980, a Companhia incentivou suas vendas no Brasil
e exterior, ampliando seu mercado consumidor, ao mesmo tempo em que fazia
uma política de reformulação dos procedimentos operacionais. Em 1981 a
Companhia, conseguiu resultados satisfatórios, apesar dos reflexos
desfavoráveis da conjuntura econômica interna, marcada pelo alto custo do
dinheiro no mercado financeiro. Foi momento de contenção de gastos e de
ampliação da rede comercial no Brasil, mas houve também, grande penetração
no mercado internacional.
A conjuntura de mercados interno e externo, caracterizou em 1982
acentuada redução de vendas, em especial no âmbito do Mercado Comum
Europeu, com fraco desempenho para Companhia, que necessitou de redução
de despesas, modernizou o sistema de comercialização e adaptou a estrutura
de produção aos requisitos impostos pela evolução dos negócios.
Foi quando os impactos financeiros provocados pela conjuntura difícil no
país, levara a administração a recorrer à assistência do governo, com o apoio
do Banco do Brasil, concedida pelo pioneirismo da Companhia na produção
qualificada de tecidos nacionais de padrão internacional. A recessão das
vendas no mercado interno e o alto custo do algodão fizeram que 1983 fosse
outro ano de crise para a Bangu. Apesar do constrangimento que marcava a
economia nacional, a Companhia começou 1984 com reequipamento industrial,
35
tornando a fábrica mais competitiva no mercado, representada por pano largo,
aumentando a exportação, principalmente para a Europa. A participação de
feiras como Fenit, permitiram a plena utilização da capacidade produtiva até o
final do ano.
Em 1986 deu-se o prosseguimento no aumento de capital, onde os
principais produtos comercializados foram a popeline, o voile, a musseline,
cetim e organdi. Decidiu-se ainda aumentar a participação no mercado interno,
política que prosseguiu em 1987-88, também conseguiu aumentar vendas,
obtendo com isso redução nos estoques. Ao se aproximar o ano centenário, a
Companhia Progresso Industrial do Brasil desenvolveu um vasto programa de
renovação de seu parque industrial e de aprimoramento e ampliação de toda a
rede de produção.
Os anos 60 e 70 viram a economia mundial crescer de forma acentuada,
especialmente ao longo da metade da década de 60 até quase a metade de
70. foi um período de boom nos mercados internacionais, com os efeitos
conseqüentes sobre as correntes de comércio. Também a economia brasileira
cresceu de modo destacado naquela quadra histórica, ao longo da qual viveu
um decênio com taxas significativamente elevadas de aumento do PIB e cuja
média anual, nesse lapso de dez anos, foi de 8,3%.
A ampliação dos mercados, nacional, e estrangeiro, impôs as empresas
brasileiras um esforço permanente de expansão com os ajustamentos que se
faziam necessários em sua estrutura de capital e em seus esquemas
operacionais.
Com seu capital aberto ao ingresso de recursos de terceiros, a empresa
buscou reforçá-lo pari passu aos requisitos da comercialização de seus
produtos. Entre 1961 e 1971, o capital social passou de Cr$ 2.300.000,00 a Cr$
62.500.000,00, alcançando Cr$ 264.600.000,00 dez anos depois e atingindo a
Cz$ 1.104.000.000,00 ao final do primeiro quadrimestre de 1988. Mesmo
36
deflacionados os números pelos índices de preço de por atacado, o
crescimento real no último quartel foi de algumas vezes, revelando não só a
contínua adequação da massa financeira da empresa às imposições do
mercado, como também cuidado revelado pela administração em não permitir
solução de continuidade na evolução técnica e operacional da unidade fabril.
A essa performance aliou-se o movimento de modernização dos
sistemas administrativos e comerciais. Amplas reformulações tiveram lugar nos
serviços burocrático interno, tendo a dinâmica comercial e a gestão financeira
diuturna passada por remodelações sucessivas para acompanhar a
complexidade crescente que iam revelando a economia nacional e os fluxos de
comércio internos e externos.
Simultaneamente a essa ampla evolução do parque têxtil, a
administração de terras passou por modificações substanciais. O antigo
Departamento Território foi substituído por uma empresa com direção
independente – a Bangu Empreendimentos S.A - que lançou as linhas iniciais
de todo o trabalho de gestão empresarial visando conceder perspectivas
claras à utilização das glebas disponíveis. Cedo, porém, tornava-se necessário
ampliar o escopo dessa atividade imobiliária, ao mesmo tempo em que se
tornava aconselhável, por questões de ordem acionária, criar um mecanismo
de coordenação do conjunto, para o que a Bangu empreendimentos S.A. foi
transformada em Bangu Desenvolvimento e Participação S.A , com status de
empresa-holding do grupo, então constituído por ela mesma e pela Companhia
Progresso Industrial do Brasil – Fábrica Bangu.
Por força de exigência da conjuntura econômica do País, a parte
imobiliária passou a contar com a ação empresarial da Imobiliária Bangu S. A e
da nova Bangu Empreendimentos, empresas que surgiram em 1984 para dar
maior flexibilidade ao trato das questões ligadas às terras, algo que se fazia
sentir por obra do incessante crescimento do bairro de Bangu.
37
As empresas que constituem o que pode ser designado de Grupo Bangu
- Companhia Bangu de Desenvolvimento e Participações S. A e Companhia
Progresso Industrial do Brasil – Fábrica Bangu ostentava , em 30 de junho de
1988, um patrimônio liquido apreciável de:
Bangu empreendimento S.A-...............................................Cz$ 723.413.000,00.
Cia. Progresso Industrial do Brasil – Fábrica Bangu – .....Cz$ 2.387.794.000,00.
Imobiliária Bangu S.A –....................................................... Cz$ 271.463.000,00.
Cia. Bangu de Desenvolvimento e Participações S. A -.. ....Cz$ 472.106.000,00.
A dinâmica operacional do conjunto afeiçoado aos requisitos das
dimensões que o grupo atingiu e aos reclamos da evolução acusada pela
economia brasileira, concede-lhe a eficácia indispensável para prosseguimento
do ritmo de progresso que caracterizava uma iniciativa criadora e já com vida
centenária.
38
CONCLUSÃO
Em se tratando de sete chaves da competitividade, a Companhia
Progresso Industrial do Brasil – Fábrica Bangu atingiu seu o ápice da logística
empresarial, armazenagem e estoque, principalmente quando se consegue
atingir o centenário como foi o caso em seu longo vôo de 1889 a 1989
desaparecendo em 1995 por conta do seu tombamento histórico.
Percepção: Como a empresa percebe o ambiente? Existe um sistema de
inteligência que trabalha de forma a suprir a necessidade de conhecimento
(dos clientes, fornecedores, ambiente, concorrente). A resposta certa aos
desafios do mercado depende da compreensão dos estímulos que a empresa
recebe.
Qualidade: Algo que parece básico ao mundo empresarial. No entanto, há que
se ressaltar que a qualidade do produto é diferente da qualidade da empresa. A
preservação e o enaltecimento da qualidade dependem da disposição dos seus
membros em aprender novos caminhos para se chegar ao mesmo lugar; a
satisfação do cliente.
Inovação: Tanto de produtos (ou soluções para os clientes) quanto de
processos. Uma necessidade não atendida pelos concorrentes pode ser uma
dica para o gestor que deseja inovar.
Custos: Vários são os casos que ilustram a necessidade de se alterar a
estrutura de custos de uma empresa quando o mercado assim o exige. Uma
nova estrutura de custos foi criada para se atender o que o cliente desejava. O
resultado foi à possibilidade de oferecer um preço menor do que a
concorrência.
39
Velocidade: A velocidade na tomada de decisões dando resposta ao mercado
pode ser o fator de sobrevivência de uma empresa, pois a morozidade inibe a
inovação e destrói a produtividade. Para que aumente a velocidade de uma
empresa a administração deve estar habituado a trabalhar com uma ferramenta
fundamental que é o planejamento. O planejamento é a preparação para se
correr na direção certa, prever obstáculos e a forma como serão transpostos,
evitando a burocracia em excesso.
Reputação: Trabalhar atento aos valores e princípios que um comportamento
ético exige. Relacionamentos entre empresas têm como substrato a confiança.
Daí reforça-se a importância da reputação, mas entendendo que o respeito e
reputação nem sempre está relacionada às concorrentes que nos toma os
espaços, mas relaciona-se com as empresas parceiras.
Habilidade para negociar: é aquele que persiste no tempo, onde o negociador
deve buscar alternativas para somar esforços junto aos clientes e fornecedores
para que assim toda a cadeia de suprimentos possa dividir benefícios.
40
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Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-
GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE
Título da Monografia: ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE E ARMAZENAGEM
Autor: Moacir da Conceição Bento
Orientadora M.Sc. EMÍLIA MARIA MENDONÇA PARENTONI
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito:
44
45