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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
PROFESSOR, ALUNO E MEDIADOR:
UMA RELAÇÃO NECESSARIA?
Por: Michelle Rocha Mattos
Orientador
Profª. Dayse Serra
Niterói, 2011
1
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
PROFESSOR, ALUNO E MEDIADOR:
UMA RELAÇÃO NECESSARIA?
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em psicopedagogia
Por: . Michelle Rocha Mattos
2
AGRADECIMENTOS
"Gratidão é uma sensação tão agradável...Cresce onde sementinhas são lançadas, floresce sob o sol. De um coração caloroso e bom, cresce mais quando é cuidada.Quase todos temos motivos para a gratidão, quando pessoas em nossas vidas têm tempo para partilhar e nos fazer saber por bons atos que nós estamos em seus pensamentos e que elas se importam.As coisas que você faz, com tanta compreensão e bondade, me enchem de gratidão por ter a sua amizade. Obrigada, por se importar comigo, isso ilumina o meu viver." Adeni Gomes
Primeiramente agradeço a Deus por todas as oportunidades que me
proporcionou, pelos ‘anjos’ que colocou em minha vida e até pelos momentos
difíceis que encontrei em minha caminhada, pois foram nestes momentos que
eu mais cresci e aprendi.
Agradeço aos meus pais, Nélia e Francisco, por terem dedicado tanto
tempo, carinho, amor, determinação, compreensão e atenção. Por todo esforço
e dificuldades que me pouparam e que ultrapassaram pelo bem da família e
dos nossos estudos. Por terem fornecido condições para me tornar a mulher
que sou hoje.
Agradeço também a minha irmã, Thayanna, que desde pequena
compartilhou comigo momentos especiais de carinho, companheirismo e
aprendizado. Ao meu eterno amigo Guilherme Luis por toda a sua paciência,
amor, compreensão e ajuda durante todo o processo desta caminhada. E a
todos os meus amigos que nos momentos difíceis e desanimados me levaram
para passear, rir e espairecer, me animando a continuar.
3
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Nélia e Francisco, pela educação e amor que me dedicaram,
pelo esforço e compreensão em todos os momentos desta e de outras
caminhadas.
À minha irmã, pela convivência do compromisso solidário e por todo o seu
carinho.
Aos meus grandes amigos, Guilherme e Pedro, pelos incentivos, cooperação e
apoio.
À todos que na convivência do dia a dia me ajudaram a ser mais humana,
amiga, dedicada, consciente e cristã.
4
EPIGRAFE
“Pensar é aprender a ser livre, responsável e honrado. Pensar é esforço e inconformismo, para com o mundo
e também para consigo mesmo. Pensar é duvidar e criticar, não de forma ativa ou presunçosamente,
mas pelo desejo do bem comum. Viver é encontrar seu próprio caminho
e evitar permanentemente a tentação do fácil. O fácil é não pensar.”
Hoslse e Madrid 1998
5
RESUMO
Este trabalho busca descobrir a relevância da Mediação para a formação
do sujeito em um contexto de educação formal; assim esse estudo levanta
como, por que e para que a mediação se faz importante hoje no cotidiano
escolar. Sendo relevante para todos nós educadores, professores e pais,
compreendermos assim as dificuldades reais deste novo campo de atuação
profissional. A pesquisa tem como objetivos específicos levantar as
características da figura do mediador que contribuam e favoreçam o
desenvolvimento do individuo e discutir as propostas e possibilidades desta
intervenção como parte presente e atuante no cotidiano escolar, esclarecendo
quando se faz necessária sua atuação e levantando possíveis estratégias para
a intervenção. Comprovando a real importância da figura do mediador no
cotidiano escolar, clarificando assim o fato desse mediador não substituir a
figura do professor regente, ou seja, demonstrar que o real papel do mediador
é facilitar a compreensão do aluno que apresenta dificuldade de aprendizagem.
Também é trabalhado o processo de aprendizagem e como ele ocorre partindo
da concepção Behaviorista até a Metacognição. O foco central desta pesquisa,
as inquietações que a suscitaram são: como hoje é compreendido este
profissional de ensino? Como é sua formação? Como ocorre a mediação do
processo de aprendizagem? Quando se faz necessário sua atuação?
6
METODOLOGIA
Para a realização desta pesquisa partimos de um levantamento
bibliográfico e dialogares entre os livros e artigos, que constam na bibliografia
da mesma. Inicialmente abordaremos a questão do processo de ensino-
aprendizagem. Posteriormente passaremos a uma pesquisa sobre a inclusão e
o surgimento da figura do mediador. Por fim discutiremos sobre a importância
do mediador a suas possíveis estratégias de mediação.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ......................................................................... 9
1. COMO SE DA O PROCESSO DE APRENDIZAGEM? .............. 13
1.1 O estudo da aprendizagem ................................................... 14
1.1.1 Concepção Behaviorista ............................................................... 14
1.1.1.1 Ivan Palov ................................................................................... 14
1.1.1.2 John Watson ......................................................................... 15
1.1.1.3 Edward Lee Thorndike .............................................................. 16
1.1.1.4 Burrhus Skinner .......................................................................... 16
1.1.2 Concepção Cognitivista ............................................................... 17
1.1.2.1 Jean Piaget .......................................................................... 18
1.1.2.2 Lev Vygostky .......................................................................... 19
1.2 Modalidades de aprendizagem ......................................... 20
1.2.1 Habilidades de aprendizagem ..................................................... 21
1.2.2 Estratégia de aprendizagem ..................................................... 21
1.2.3 Enfoques de aprendizagem ..................................................... 24
1.2.4 Estilos de aprendizagem ..................................................... 25
1.3 Metacognição ........................................................................... 27
1.3.1 Estrategias metacognitivas ..................................................... 28
1.3.2 Metaconhecimento ................................................................ 29
1.3.3 Avaliação metacognitiva ...................................................... 30
2. A INCLUSÃO E O SURGIMENTO DA FIGURA DO MEDIADOR. 32
2.1 O direito universal à educação ...................................................... 32
2.2 A figura do mediador ................................................................. 36
2.3 A importância do mediador no cotidiano escolar ...................... 39
3. O MEDIADOR ESCOLAR. ....................................................... 43
3.1 O papel do mediador ................................................................ 43
3.1.1 Limites e cuidados da mediação ...................................................... 46
8
3.2 Sugestões e estratégias .................................................................. 48
3.2.1 Ao trabalhar com deficiente visual ............................................ 52
3.2.2 Ao trabalhar com deficiente auditivo ............................................ 52
3.2.3 Ao trabalhar com deficiente físico ............................................ 54
3.2.4 Ao trabalhar com deficiente mental ............................................ 55
3.2.5 Os mais variados tipos de síndromes e dificuldades de aprendizagem 56
3.2.6 Outras estratégias ............................................................................ 56
3.2.6.1 Estimulo da comunicação ....................................................... 56
3.2.6.2 Comportamento e socialização ............................................. 58
3.2.6.3 Jogos e brincadeiras ....................................................... 59
CONCLUSÃO .......................................................................... 61
9
INTRODUÇÃO
“...educar é realizar a mais bela e complexa arte da inteligência. Educar é acreditar na vida e ter esperança no futuro, mesmo que os jovens nos decepcionem no presente.
Educar é semear com sabedoria e colher com paciência". Augusto Cury ("Pais brilhantes, Professores fascinantes")
É no período escolar que nós constituímos sujeitos pensantes. Desde a
primeira infância somos estimulados a desenvolver nosso intelecto. Conduzir o
aluno nestas descobertas de modo prazeroso, agradável e intrigante sem
desestimula-lo com propostas difíceis demais para seu nível cognitivo não é
uma tarefa fácil principalmente nas numerosas turmas que encontramos hoje
nas escolas.
Por tanto para falar de mediação precisamos falar de inclusão. E
falar de inclusão é retomar uma discussão e luta antigo, um processo
longo, difícil e conturbado.
Com o advento da inclusão, especialmente com a Declaração de
Salamanca, grande responsável pelo BUM na inserção de alunos com
necessidade educativas especiais, cresceu também a propagação da ideia do
mediador escolar, mas afinal o que é o mediador escolar? Dá onde surgiu essa
figura? Para que surgiu? Qual sua real função no ambiente escolar? Como se
compreende este profissional? Como se dá a mediação do processo ensino-
aprendizagem? Quando há necessidade de um mediador? Estas e outras
reflexões provaram inquietações o que provocou o interesse de se pesquisar e
mostrou-se a necessidade de estudos e investigações mais a fundo, sobretudo
pela grande falta de material teórico sobre o assunto.
A grande variação na nomenclatura deste profissional também dificulta
muito agrupar e associar vasto material e assim fazer pesquisas e estudos
mais amplas. Por exemplo, o mediador escolar no sentido que estudamos
nesta investigação (porque podemos encontrar o nome mediador escolar como
o mediador de conflitos ou ainda como o professor como mediador do
conhecimento), pode ser encontrado: em inglês com os nomes: Teacher
Assistant, Instructional Assistant, Special Education Teaching Assistant,
Special Education Instructional Assistant, Shadow Aide; no Brasil existem
10
nomes como: facilitador escolar, tutor escolar, assistente educacional e
mediador escolar.
Nesta investigação optou-se pela nomenclatura: mediador escolar, por
acreditar que esta denominação melhor clarifica a função exercida deste
profissional como acompanhante do aluno incluído em uma sala regular de
ensino. Visto que o mediador é aquele que media, fica no meio de dois pontos.
Como já mencionamos acima, o conceito de professor mediador já foi utilizada
(e ainda é) para caracterizar o
trabalho com a atuação pedagógica, significando uma atitude e um
comportamento do docente que se coloca como um facilitador,
incentivador ou motivador da aprendizagem, que ativamente colabora
para que o aprendiz chegue aos seus objetivos. (Menezes, 2006)
Esta pesquisa busca descobrir a relevância da Mediação para a
formação do sujeito em um contexto de educação formal; assim esse
estudo levanta como, por que e para que a mediação se faz importante
hoje no cotidiano escolar. Tendo como objetivos específicos levantar as
características da figura do mediador que contribuam e favoreçam o
desenvolvimento do individuo e discutir as propostas e possibilidades
desta intervenção como parte presente e atuante no cotidiano escolar,
esclarecendo quando se faz necessária sua atuação e levantando
possíveis estratégias para a intervenção.
Como um estudo recente no campo da educação, necessitamos de
maiores esclarecimentos e estudos sobre a figura do mediador. Se
fazendo assim importante e necessário o estudo em questão,
principalmente para todos nós educadores, professores e pais,
compreendermos assim as dificuldades reais deste novo campo de
atuação profissional.
Acreditamos também que para contribuir efetivamente com o
processo educacional de crianças com necessidades educativas
especiais os educadores precisam compreender como se dá o processo
11
de ensino-aprendizagem e como somos capazes de apreender, como
nosso organismo funciona neste sentido.
Ao longo dos capítulos são apresentados argumentos de autores
que defendem a mediação escolar e explicitam um pouco sobre suas
funções e regulamentações. Também é discutido e apresentado
sugestões e estratégias para o trabalho com mediação.
Pra falar de mediação precisamos falar de inclusão. Falar de
inclusão é retomar uma discussão e luta antigo, um processo longo,
difícil e conturbado. Até agora apesar de garantido por lei, o direito
universal a educação, ainda encontramos escolas que barão crianças
com necessidades educativas especiais por vários motivos.
Para contribuir efetivamente com o processo educacional de
crianças com necessidades educativas especiais os educadores
precisam compreender como se dá o processo de ensino-aprendizagem
e como somos capazes de apreender, como nosso organismo funciona
neste sentido.
Depois da Declaração de Salamanca, que deu um grande BUM na
inserção de alunos com necessidades educativas especiais se tornou
mais frequente encontrarmos mediadores escolares. Surgindo assim
para auxiliar o processo de inclusão.
Esta monografia está dividida da seguinte forma: no primeiro
capitulo é trabalhado como se da o processo de aprendizagem, partindo
da visão behaviorista passando pela concepção construtivista e
chegando ao metaconhecimento, permeando com modalidades:
habilidades, estratégias, enfoques e estilos de aprendizagem. Em
seguida são apresentados e discutidas documentos sobre a inclusão
juntamente com o surgimento da figura do mediador e sua importância
no cotidiano escolar. No capitulo seguinte é exposto o papel do mediado,
o que realmente lhe cabe, onde atua, qual o regulamentação, qual os
limites e cuidado que deve ter, bem como, sugestões e estratégias de
12
trabalho. Por fim, são reveladas as conclusões, as sínteses das
indagações ocorridas ao longo do trabalho e, ainda as recomendações
para estudos futuros sobre o tema.
13
CAPITULO I
COMO SE DA O PROCESSO DE APRENDIZAGEM? "Tão importante quanto o que se ensina e se aprende
é como se ensina e como se aprende". ( César Coll )
A fim de melhor discutir e perceber a real importância do mediador no
cotidiano escolar e sua interferência no processo de aprendizagem,
necessitamos compreender como funciona a aquisição do conhecimento, como
ocorre à aprendizagem, afinal de contas como aprendemos?
Neste capitulo discutiremos sobre como se dá esse processo de
aquisição de conhecimento no cérebro
Desde o inicio de meus estudos, ainda cursando a graduação em
Pedagogia e de forma mais intensa ao longo de toda a pós em Psicopedagogia
me indago e busco compreender como se da aquisição do conhecimento.
Como somos capazes de aprender? Como nosso cérebro funciona neste
sentido?
Antes que qualquer discussão a certa da mediação ou de qualquer outro
assunto no ramo da educação precisa-se refletir a cerca da aquisição da
aprendizagem, partindo da reflexão da própria aprendizagem, como diz Portilho
(2011, p.13)
Quando elaboramos os nosso próprios conceitos e, consequentemente, nossas opiniões, percebemos que transformamos as informações em conhecimento. [...] Estamos constantemente aprendendo a fazer uso de nossos instrumentos (computador, maquinas de fotografar, sites, celulares); aprendendo a fazer novas escolhas (companheiros, amigos, músicas, livros); aprendendo a desenvolver novas atividades diante dos novos papéis e das funções (pai, mãe, avó supervisor, marido, professor); enfim, aprendendo a aprender.
Principalmente aqueles que convivem diretamente com este processo
sobretudo no ambiente escolar como os professores que sobrevivem
diariamente momentos de tensões e possibilidades, deveriam buscar entender
seu próprio processo de aquisição, os mecanismos que utilizam assim como o
que já conhecem e o que ainda falta conhecer, buscando conhecer as
modalidades de aprendizagem. Isto possibilita enormes ganhos em sua vida
14
“fazendo com que ela se sinta mais integrada no ambiente em que está
inserida, vivendo ‘na e com a diferença’ e, consequentemente, mas
comprometida consigo mesma e com o outro.” (Portilho, 2011, p.14)
1.1 O estudo da aprendizagem
Quando se estuda o processo de aprendizagem não se pode perder de
vista que este é um processo em constante movimento que permite ao
aprendente ressignificar as experiências vividas, afinal o pensamento humano
é decorrente de um construção na qual cada tijolo, cada experiência, cada
referencia tem o seu lugar.
Encontramos diferentes concepções e teorias a cerca do processo de
aprendizagem, afinal somos guiados por valores e crenças que norteiam nossa
maneira de ser, agir e pensar, interferindo assim neste processo.
1.1.1 Concepção Behaviorista
Podemos analisar este processo de aprender através da visão
comportamental, ou behaviorista, ou ainda condutiva que considera os
estímulos do mundo como modeladores e controladores das ações das
pessoas assim como na concepção empirista do conhecimento.
As palavras de Pearce me Bouton explicitam bem esta corrente:
... decompõe qualquer ambiente em um conjunto de elementos associados entre si com distinta probabilidade, de modo que aprender é detectar, com a maior precisão possível, as relações de contingencias entre esses elementos ou fatos, de forma que os processos de aprendizagem consistem essencialmente em mecanismos de cômputo dessas contingencias. (apud Pozo, 2004, p.20)
1.1.1.1 Ivan Pavlov
Ivan Pavlov trabalha com a Teoria do Reflexo Condicionado, hoje
conhecida como Condicionamento Clássico, pressupondo que as atividades do
organismo determinam e condicionam o perfil do sistema nervoso nomeando-o
de “sistema neurocomportamental”. Assim, Pavlov e outros psicólogos
associacionistas, se baseiam na associação dos estímulos (estimulo/resposta)
15
para explicarem a aprendizagem. Nesta relação estimulo/resposta destaca a
força do meio ambiente prezando apenas as que se origina fora do sujeito.
Nesta perspectiva o aprender esta diretamente associado ao meio, deste modo
Quando um a pessoa realiza uma avaliação escolar, ela expõe exatamente aquilo que lhe foi ensinado, incluindo virgulas e pontos, porque assim e só assim é o ‘certo’. (Portilho, 2011, p.19)
A relação pedagógica baseasse na fixação do saber pelo professor que
predetermina que conhecimentos serão transmitidos, de que maneira e como
será a avaliação. Portanto, nesta perspectiva, todos os alunos terão acesso da
mesma maneira ao conhecimento e toda pergunta terá apenas uma resposta.
1.1.1.2 John Watson
Influenciados pelo filosofo russo Pavlov, Watson e seu grupo chegaram a
uma concepção de aprendizagem onde o processo de construção de reflexos
condicionados se realiza por meio da substituição de um estimulo por outro.
Compreende a conduta como ação observável dada pelo relação do
organismos com o ambiente. Assim deixa de lado as questões referentes ao
instinto e a predisposição genética, sendo importante o resultado, o que a
pessoa demostra ter apreendido.
Para John B. Watson (1919), a aprendizagem é considerada como estabelecimento de associações simples (respostas condicionadas), com base no sistema nervoso, isto é, toda conduta representa a aprendizagem de respostas a estímulos particulares. Segundo seu estudo, os atos humanos mais complexos são concebidos como cadeias de respostas condicionadas. (Portilho, 2011, p.20)
Assim, para Watson, aprendizagem é a conduta adquirida e observável,
ou seja, aquilo que se pode observar e contatar.
Os seguidores desta concepção, chamados de behavioristas,
evidenciam como essência na maquina humana os órgãos dos sentidos
(receptores), neurônios (condutores), cérebro e coluna vertebral (órgãos de
comando) e músculos (agentes conectores de ossos) além do estomago e
glândulas (órgãos de alimentação e controle). Acreditam que para moldar o
caráter basta controlar os estímulos do meio.
16
1.1.1.3 Edward Lee Thorndike
Já os estudos de Thorndike, também baseados e Pavlov, possuía
experimentações não tão controladas introduzindo situações mais naturais
trabalhando encima do ensaio e erro. Acreditava que devemos repetir a mesma
ação até que a solução seja encontrada. Esta pesquisa sugeriu vinculo entre as
impressões sensoriais e os impulsos para a ação, sendo denominada
Condicionamento Institucional.
Em base de seus experimentos, formulou leis da aprendizagem
classificando-as como primarias (disposição, exercício e efeito) e segundarias
(subordinadas, predomino de elementos, respostas por analogia e mudança
associativa). Destaca-se entre as leis a lei de efeito, que diz que um efeito
satisfatório em uma determinada situação dendê a se repetir nesta situação. Se
tornando guia no processo de ensino, assim era premiada as ações ditas
correstas (e consequentemente suas respostas) enfraquecendo as incorretas.
Este mecanismo também é conhecido como: principio do prazer e da dor.
Podemos dizer que suas leis enfatizam docência e não na
aprendizagem, assim não deixam espaço para o pensamento, compreensão ou
intencionalidade por parte do aluno.
1.1.1.4 Burrhus Skinner
Criador da teoria do Comportamento Operante, Skinner não concorda
com a linha estimulo-resposta. Reflete em sua pesquisa a condição do
organismo e de suas competências, tendo lugar o processo de aprendizagem.
Definindo aprendizagem como uma mudança na probabilidade de resposta.
Skinner acredita que no comportamento humano e resultado do reforço
operante, assim ao sermos reforçados aprendemos e melhoramos a eficiência
do comportamento. Para a aplicação do reforço operante primeiramente
devemos fornecer a resposta desejada para depois obter a recompensa. Para
ele “a essência da aprendizagem não é a substituição do estimulo, mas a
modificação da resposta.” (apud Portilho, 2011, p.25)
O ensino é concebido como uma combinação de reforços contingentes
que facilitam a aprendizagem, com os sem professor. Baseia-se no fato de que
o máximo de esforço vem do controle que alguém exerce sobre o meio. Assim,
17
esta metodologia deixa a entender que o professor poderia ser substituído por
um bom e eficaz material ou um material que traz em si o próprio reforço.
A teoria comportamental da aprendizagem descarta as informações
previas, as características pessoais, crenças, desejos, ideias e pensamentos
individuais transformando a aprendizagem e/ou a própria natureza humana em
estímulos. Necessita de uma estrutura rígida, burocrática e autoritária da
escola. O controle das situações de aprendizagem parte de fora para dentro,
impossibilitando o aprendente de ter consciência de suas ações.
Estas teorias de aprendizagem, sejam elas de Skinner, Thorndike, Watson
ou Pavlov, limitam o aluno na busca autônoma de conhecimentos, assim como
em novas formas de aprendizagem diante, principalmente, de situações
desconhecidas e diferentes. Exclui também a possibilidade de diferenças
naturais de cada individuo, sejam elas congênitas ou de temperamento.
Embora Watson valorize a lei secundaria, que nos mostra a possibilidade de
diversas respostas frente a um mesmo estimulo, visto o grau de sensibilidade e
capacidade de associação entre estimulo e resposta.
Pinker (2004) deixa bem claro que este modo de conceber a aprendizagem
ainda hoje é muito forte tanto na educação como na vida.
a doutrina da tabua rasa arraigou-se na vida intelectual sob uma forma que foi chamada de Modelo Padrão da Ciência Social ou Construcionismo Social. Hoje esse modelo está tão incorporado à vida das pessoas que poucas têm noção da historia que ele encerra. (Pinker, 2004, p.37)
Ao não ser esclarecido com esta concepção de aprendizagem como
realmente ela se dá e o que acontece no sujeito na hora de aprender
continuaremos investigando outras ideias, novas possibilidades.
1.1.2 Paradigma Cognitivista
Também podemos avaliar este processo através do paradigma cognitivista
que considera complexas estruturas mentais e mecanismos internos. Acredita,
portanto, em processo de elaboração e interpretação. Aqui desperta o estudo
pelo sistema cognitivo humano.
18
As pesquisas cognitivistas mostram que, ainda que os sujeitos tenham capacidades ou inteligências para aprender, é necessário que o ambiente brinde oportunidades ao desenvolvimento de tais capacidades e inteligências, chamando a atenção principalmente da relação pedagógica entre aluno e professor (Portilho, 2011, p.17)
Não existe uma única linha para a explicação do funcionamento da mente
na teoria cognitivista, mas todas compreendem a conduta e o conhecimento
humano a partir das representações descendentes da mente humana e
estudam os processos que transformam ou manipulam essas transformações.
São pesquisadores importantes desta concepção: Robert Gagné, Albert
Bandura, Jean Piaget, Jerome Bruner, David Ausubel, Lev Vygostky, Jorge
Visca e Juan Ignácio Pozo. Para não nos estender muito desenvolveremos
aqui apenas os dois principais.
1.1.2.1 Jean Piaget
Autor dos estudos sobre epistemologia genetica, procurava conhecer o
desenvolvimento do conhecimento humano. Piaget demosntra que através da
interação do homem com o mundo se constroi estruturas cognitivas cada vez
mais complexas, permitindo assim ter sensações, realizer movimentos,
perceber, simbolizar, abstrair e raciocinar logicamente. Portanto, se o
conhecimento se constroi, com esta relação homem-mundo a inteligência
também se constroi.
Piaget encherga o sujeito como parte ativa e atuante no seu processo de
aprendizagem., onde está sempre em busca de equilibrio com o meio,
chamada de adaptação e organização. Na visão construtivista a aprendizagem
se dá a partir dos fracassos e do desequilibrio contrapondo a crença de que
para aprender não se pode errar.
A adaptação acontece pela assimilação (agrega conhecimentos a
estruturas já existentes) e a acomodação (transforma esquemas de
assimilação) que permitam equilibrio dinâmico.
Em seus estudos separa o processo em estágios do desenvolvimento,
que descrevem a evolução do raciocínio:
Sensório-motor (até 3 anos):
a partir dos reflexos neurológicos básicos, o bebê começa a construir esquemas de ação para assimilar mentalmente seu ambiente. A inteligência é prática. As noções de espaço e de tempo, por exemplo,
19
constroem-se mediante a ação. O contato com o meio é direto e imediato, sem que a representação e a ação de pensar apareçam neste inicio ou nos primeiros momentos.(Portilho, 2011, p.42)
Pré-operatória (3 à 7 anos): inicia a construção causa-efeito, sendo
capaz de representar mentalmente, assim como atuar por simulação.
Conhecida como a fase dos porquês e do faz-de-conta.
Operatório-concreto (7 à 11 anos): suas operações concretas já foram
instituídas, constrói conceitos através de esquemas lógicos, reforça a
conservação de quantidade e constrói o conceito de numero. A pesar de já ter
um pensamento logico, ele ainda está relacionado aos conceitos concretos não
fazendo abstrações.
Operatório-formal (11 à 16 anos): constrói-se o pensamento abstrato,
conceptual, levantando hipóteses, reconhecendo diferentes ponto de vista e
sendo capaz de pensar cientificamente.
impulsionando-o a pensar em todas as relações possíveis logicamente. Neste período, o pensamento, uma vez que já está consolidado, corresponde a de um adulto. Sua característica mais forte é a capacidade de raciocinar de um modo logico, partindo de premissas e deduzindo as conclusões pertinentes. (Portilho 2011, p.43)
Sabemos que outros fatores interferem no desenvolvimento cognitivo
como: maturação, experiência, transmissão social e equilibração. Como
destaca Piaget elas influenciam sobre a estruturação do sujeito.
Desde que o individuo nasce leve consigo uma historia biológica que o permite contruir, por meio de interações com seu ambiente, estruturas cognitivas cada vez mais complexas que lhe permitem levar adiante processos de aprendizagem cada vez mais complexos. (Portilho, 2011, p.45)
1.1.2.2 Lev Vygostky
Autor da teoria Histórica Cultural acredita na mudança pela interação
social. Estudos o processo em si e analisou a participação do sujeito nesse
processo. Defende o desenvolvimento cognitivo sendo um processo de
orientação, postula as estruturas e relações sócias como condutoras do
desenvolvimento das funções mentais. Acredita na aprendizagem através de
do jogo, da brincadeira, da instrução formal ou do trabalho entre um aprendiz e
um aprendiz mais experiente.
20
Um pressuposto básico de Vygotsky é a de que durante o curso do
desenvolvimento, tudo aparece duas vezes: primeiro interpessoal (a criança
entra em contato com o ambiente sócia), depois intrapessoal (entra em contato
com ela própria).
O processo básico pelo qual isto ocorre é a mediação (a ligação entre duas estruturas, uma social e uma pessoalmente construída, através de instrumentos ou sinais). Quando os signos culturais vão sendo internalizados pelo sujeito é quando os humanos adquirem a capacidade de uma ordem de pensamento mais elevada. • Ao contrário da imagem de Piaget em que o indivíduo constrói a compreensão do mundo, o conhecimento sózinho, Vygostky via o desenvolviemnto cognitivo como dependendo mais das interacções com as pessoas e com os instrumentos do mundo da criança. (Almeida, Disponível em: http://www.notapositiva.com/trab_professores/textos_apoio/psicologia/teoriaspiagetvygostsky.htm, Acessado em dezembro 2011)
Para Vygotsky o que estabelece o que será apreendido não é seu nível
de desenvolvimento, mas o ensino que possibilita o desenvolvimento potencial.
Assim temos o desenvolvimento real (aquele em que nos encontramos, as
funções mentais que já se encontram bem estabelecidas) e o desenvolvimento
potencial (a capacidade que temos de realizar com ajuda de outros – chamada
de mediador – “essa possibilidade de alteração no desenvolvimento de um a
pessoa pela interferência de outra é fundamental” (Portilho 2011, p.59))
Com o conhecimento dessa zona de desenvolvimento proximal
(distancia entre a zona real e a potencial) podemos perceber que o
desenvolvimento não se caracteriza por etapas posteriores, que a relação com
os outros é primordial na construção das funções psicológicas individuais.
Neste sentido só é possível uma tomada de consciência do que se aprende ao
relacionar-se com o meio. Vygostsky acredita que o desenvolvimento é
resultado da aprendizagem.
1.2 Modalidades de aprendizagem
Entendemos por modalidade de aprendizagem a característica individual de
aprender, como cada um de nós realiza seu processo de aprendizagem.
Baseados nos estudos de Portilho e seu grupo, modalidade de aprendizagem e
ensino é:
21
o conjunto de habilidades, estratégias e estilos colocado em funcionamento a partir de relações intrapsíquicas e intrapsíquicas e construído na interação com o meio, no decorrer da historia do aprendiz daquele que ensina. (Portilho, 2004, p.79)
1.2.1 Habilidades de aprendizagem
Antes de tudo é preciso deixar claro que compreendemos o termo
capacidade como a disposição natural do ser humano par aprender, sendo
assim, toda pessoa é capaz de aprender. Já o termo habilidade é
compreendido como o domínio de uma ou algumas artes, ou ainda um
conhecimento profundo (teórico e/ou pratico) de algum(s) conteúdos.
As habilidades são as capacidades que demonstramos por comportamento
em qualquer instante. Monero Front (2000, p.25) ainda acrescenta que:
são desenvolvidas por meio da prática, isto é, por via procedimental, de maneira que, detrás de todo procedimento humano, existe uma habilidade que possibilita que tal procedimento seja realizado. (apud Portilho 2011, p 81)
Ainda segundo este autor, podemos dividir as habilidades em:
habilidades de repetição quando são mecânicas; habilidades de controle
quando existe aprendizagem significativa; habilidades de gestões quando
encontra-se entre as habilidades de repetição e de controle.
Ao longo de nossas vidas passamos por inúmeras fases, que
caracterizam que as habilidades podem ser construídas e ensinadas. Há
momentos que nos sentimos habilitados, sabemos que podemos executar,
desempenhar determinada função como andar, correr, comer de palitinhos,
dançar, etc. Em outros estamos em processo de habilitação como no caso de
aprender a dirigir.
1.2.2 Estratégias de aprendizagem
Aqui é comum confundir técnica com estratégia. Compreendemos
estratégia como um conjunto de regras que garante um discernimento e uma
22
resolução apropriada em cada momento, já técnica é o conjunto de
procedimentos, a forma de se fazer algo.
Juan Ignácio Pozo (2000) diz que a técnica é um procedimento que
acontece de modo controlado, não planificado e rotineiro; e a estratégia
necessita de planificação e controle assemelhando-se a aprendizagem. Ao
aprender devemos compreender o que o porquê estamos fazendo determinada
atividade. Ele acrescenta que as ação que utilizamos para alcançar um objetivo
de aprendizagem são as técnicas e que uma estratégia comporta uma ou mais
técnicas.
Em sua visão, separa em três blocos as estratégias de aprendizagem.
Quando o tipo de aprendizagem solicitada é de:
- Revisão: entende-se como uma estratégia mais simples trabalhando
encima de uma aprendizagem associativa suprindo técnicas rotineiras,
informações verbais ou mesmo materiais. Utiliza-se de repetição, marcação,
destaque, copia, etc.
- Elaboração: destina-se a construção de significado. Utiliza-se muitas
analogias e metáforas o que colabora a alteração do significado do aprendiz.
Também se trabalha com palavra-chave, imagem, rimas, abreviaturas, códigos
e interpretações.
- Organização: está estratégia através de relações de significado provoca a
formação de estruturas conceituais. As técnicas e habilidades desta estratégia
são: a formação de categorias, de reder de conceitos, a identificação estrutural
e a capacidade de fazer mapas.
Postulam desta forma, que é por meio de um processo de interiorização
semelhante ao conceito de zona proximal de Vygotsky que se dá a aquisição
das estratégias de aprendizagem.
Gordon Pask (1972) defende que o aprendiz deve ser capaz de entender
os conteúdos e não de memoriza-los, buscando e desenvolvendo assim uma
estratégia própria para aprender. Em 1976 Pask identificou três tipos de
estratégias: Holística, Serialista e Versáteis.
As pessoas que adotam a estratégia holística costumam ser mais
autônomas e inclinam-se a uma visão mais ampla, são capazes de constrói
hipóteses mais elaboradas, realizam relação entre conteúdos estudados, criam
23
mapas cognitivos, utilizam com facilidade analogias. Em contra partida a
utilização em excesso desta estratégia pode levar a conclusões superficiar e
com poucas evidencias a utilização de analogia vazias e a generalizações
desenvolvendo assim uma dificuldade. “Em geral, as pessoas que apresentam
este tipo de atitude veem o jardim, mas não falam das flores que o compõem.”
(Portilho, 2011, p.85)
Os serialistas, por sua vez, constroem a aprendizagem passo-a-passo,
focando em cada argumento ordenadamente, embora desconectada do todo.
Por compor sequencia linear e terem atenção limitada não relacionando além
dos fatos comprovados, analisam cautelosamente e criticamente, assim seu
instrumento intelectual é a logica. Não utilizam a imaginação ou a experiência
pessoal. Constroem explicações estruturadas mesmo que enfadonhas,
possuem predileção na área das ciências.
A aprendizagem completa se dá nos versáteis, eles compreendem a tarefa,
portanto, reconhecem as partes, possuem uma visão global e uma visão dos
detalhes. Park destaca que a versatilidade e o entendimento profundo estão na
capacidade de reconstrução de informação pessoal, refazer a ligação do fato
com as conclusões pensando de outra forma.
Cardoso (2004) entende estratégia como o modo de agir que favorece a
aprendizagem, propondo as seguintes estratégias:
- Estratégia de apoio relacionada diretamente as condições físicas,
ambientais e psicologias no momento da aprendizagem.
- Estratégia de atenção relacionada a captação e a seleção de informação.
- Estratégia de processamento da informação relaciona aos procedimentos
mentais que compreendem as informações transformando em algo próprio para
assim guarda-la na memoria.
- Estratégia de memorização: esta estratégia busca utilizar dos recurso
psicológicos para obter o melhor rendimento convertendo-o em memoria
inteligente. Aqui o relacionamento com o professor e com as situações que
passamos, assim como a apreensão do conteúdo e o descanso é a direção
para uma boa aprendizagem.
24
- Estratégia para aproveitar bem as aulas: os aprendentes utilizam ação
básicas como anotação das ideias principais, escuta do professor e
participação nas aulas com perguntas e debates.
- Estratégia de expressão da informação trata da preparação para as
atividades formais de avaliações. Fazer resumos e mapas conceituais,
gravação das aulas, ler o conteúdo em voz alta, enfim ter ordem e um método
é o caminho pra um bom estudo.
Para Beltrán (1998) define estratégia como “operações mentias
manipuláveis, suscetíveis de modificação e transformação.” (apud Portilho
2011, p.90) Portanto os professores devem estar atentos aos caminhos
tomados pelos alunos a fim de orienta-los para as melhores estratégias de
acordo com suas dificuldades. Este autor organiza as estratégias em cognitivas
e metacoginitivas.
As cognitivas são aquelas que exercerem uma ação por meio de um
conjunto de atividades ou técnicas. Estão de comum união os sete processos
de aprendizagem: sensibilidade, atenção, aquisição, personalidade,
recuperação, transferência e avaliação. Já as metacoginitvas relacionam a
regulação do conhecimento, determinando como, quando e quais as melhores
estratégias a serem utilizadas e ainda as controla. As estratégias de
conhecimento são da pessoa, da tarefa e da estratégia; e as de controle são:
planejamento, regulação e avaliação.
1.2.3 Enfoques de aprendizagem
Este termo fala da variedade de abordagem do processo.
Ao estudarmos partindo do próprio aluno, como Ference Marton, defende-
se que cada um é diferente do outro, cada um encontra seu próprio caminho,
cada um interpreta e contextualiza de sua maneira. É fundamental que cada
um descubra o caminho mais prazeroso de aprender.
Marton enfatiza que a estrada para a prender está ligada aos níveis de
compreensão:
enfoque profundo ativo – o sujeito argumenta e proporciona suporte
para as ideias do autor
25
enfoque profundo passivo – o sujeito menciona o argumento principal, mas não desenvolve uma conclusão
enfoque superficial ativo – o sujeito descreve os principais pontos, sem integra-los a um argumento
enfoque superficial passivo – o sujeito menciona poucos exemplos e de forma desconexa. (Portilho, 2011, p.92)
Noel Entwistle constata que o enfoque de aprendizagem se relaciona com
a motivação (potencia que cria o movimento na aprendizagem) do aprendente,
sem três:
profundo – quando o predomínio está na aprendizagem construtiva, ou seja, a pessoa tem a intenção de aprender, faz uma interação significativa como conteúdo, relaciona novas ideias com o conhecimento anterior e os dados obtidos com as conclusões
superficial – quando predomina a forma de aprendizagem associada, quer dizer que a pessoa aprende tem a intenção de apenas cumprir os requisitos da tarefa, de memorizar a informação necessária para realizar as avaliações, encarando a atividade como uma imposição externa
estratégica – é adotado para cumprir diferentes requisitos da tarefa e solicita ao aprendiz que defina as exigências necessárias e faça um esforço consciente para variar seus métodos de estudos, principalmente porque se acredita que aquele que aprende tem a intenção de obter melhores resultados na sua aprendizagem. (Portilho, 2011, p.93)
Biggs também trabalha com três enfoques, de maneira que a quantidade
de aprendizagem do aprendente esteja imediatamente ligado ao processo de
ensino e a intervenção do professor neste processo. Cabendo ao professor
varias os métodos utilizados para auxiliar e possibilitar aprendizagem a todos
os alunos, que aprendem de maneira distintas. Os três enfoque de Biggs são:
profundo – tem relação com a motivação intrínseca e o interesse pela matéria, cujas estratégias são maximinazar a compreensão, ler com profundidade, discutir e refletir. [...]
superficial – tem relação com a motivação extrínseca e o medo ao fracasso, e as estratégias se centram na seleção dos detalhes da tarefa e a reprodução com precisão [...]
lucrativo – este enfoque é relativo à competitividade para obter melhores resultado. As estratégias utilizadas residem na otimização da organização do tempo e do espaço. (Portilho, 2011, p.94)
1.2.4 Estilos de aprendizagem
Robert Sternberg possui a teoria Triárquica da Inteligência, onde acredita
que o estilo de aprendizagem é a maneira de pensar. Ele distingue estilo de
atitude, sendo o estilo a maneira com que empregamos nossas atitudes, já
26
atitude é a execução da tarefa. Assim, neste tópico centra-se em como as
pessoas gostam de aprender.
Entre as teorias e os pesquisadores destaca-se David Kolb, que trabalha
com um modelo cíclico de aprendizagem, compreendendo o processo de
aprendizagem como um processo dialético onde encontra-se quatro
habilidades: experimental concreta que é quando se quer aprender, introduz-se
inteiramente na situação, de forma aberta e disposto a novas experiências;
observação reflexiva além de quere aprender, considera-se as possibilidades
existente em cada situação, refleti e observa sob varias perspectivas;
conscientização abstrata requer criatividade e construção de conceito próprios,
necessita de habilidade para cria conceitos, associa-los e fundi-los a teoria
solidas; e experimentação ativa depois que querer, refletir e conceituar, aqui
deve ser capaz de toma decisões e soluciona problemas levando a novas
experiências concretas.
Kolb ainda relaciona duas dimensões fundamentais no processo de
aprendizagem: como percebemos e/ou experimentamos as novas informações
e o modo que processamos. Combinadas essas dimensões podemos situar as
pessas em quatro estilos básico de aprendizagem:
estilo convergente – são pessoas que se destacam por sua destreza
no uso do raciocínio hipotético-dedutivo para chegar a uma única solução sobre uma determinada questão. A conscientização abstrata e a experimentação ativa são dois aspectos importantes encontrados nos aprendizes que utilizam este estilo, uma vez que definem bem os problemas e a tomada de decisões. [...]
estilo divergente – são pessoas que apresentam como ponto forte em sua aprendizagem a habilidade imaginativa e a atenção aos significados e aos valores. A habilidade para comtemplar as situações a partir de muitos pontos de vista e para estabelecer relações dentro de um todo significativo, obtendo, assim, novas ideias, é algo marcante na aprendizagem dos que têm predomínio neste estilo. [...]
estilo assimilativo – são pessoas que utilizam preferentemente o raciocino indutivo, apresentam habilidade para criar modelos teóricos e assimilam observações diferentes, embasando-se a uma explicação racional integrada.[...]
estilo criativo - [...] Utilizam a experimentação ativa e a experimentação concreta, aprendendo principalmente fazendo coisas, aceitando os riscos e atuando pelo que sentem mais do que pela logica. São pessoas intuitivas, resolvem problemas por ensaio e erro, apoiam-se nos outros para buscar informações. (Portilho, 2011, p.98-99)
27
Honey também propõem quatro estilos de aprendizagem: estilo ativo:
pessoas com mente aberta e prazer por novas descobertas; estilo reflexivo:
pessoas ponderadas, observadoras e analíticas; estilo teórico: pessoas
perfeccionistas, racionais, objetivas e logicas; estilo pragmático: praticam as
ideias, objetivam a funcionalidade.
Varios são os questionários existentes que auxiliam nestas analises como:
questionário de Learning Style Inventory – LSI (ferramenta de autodiagnostico),
LSQ de Honey questionário CHAEA, LSQ de Honey, entre outro.
1.3 Metacognição
Ultimamente defende-se a ideia de autonomia, toma-se como meta do
processo de aprendizagem e ensino a estimulação da autonomia do aprendiz.
Para isso devemos incitar, incentivar e ensina-lo a:
parar, refletir sobre sua própria maneira de ser, pensar, agir e interagir, assim como convidá-la, conscientemente, a mudar quando for necessário melhorando sua aprendizagem. (Portilho, 2011, p.105-106)
O estudo da metacognição está associado ao autoconhecimento,
ligando-se a própria existência humana. Assim, metacognição trata-se “de um
conhecimento procedimental sobre o próprio conhecimento, mesmo que este
obtido [...] de uma informação previamente armazenada.” (Portilho, 2011,
p.106).
Flavell (1971), especialista em psicologia cognitiva infantil, foi um dos
primeiro pesquisadores que na década de 70 passou a utilizar o termo aplicado
à memoria, posteriormente estendendo a linguagem e a comunicação, a
percepção e a atenção a compreensão e a solução de problemas.
Nickeron, Perkins e Smith definem metacoginição como o conhecimento
sobre o saber, abrangendo o conhecimento das capacidades e das limitações
dos processos de pensamento. Assim é através destes conhecimentos que se
pode planejar e regular a utilização eficaz dos próprios recursos cognitivos.
28
Burón, outro autor, nos fala de metacognição como conhecimento
autoreflexivo, pois acredita que seja o conhecimento e a regulação da nossa
própria cognição do dos processos mentais.
A partir dos estudos de Mayor (1995) onde encontramos um modelo de
atividades cognitivas onde os três elementos da metacognição (consciência ou
regulação, controle e a autopoiese) são consideramos como estratégias
metacognitivas.
1.3.1 Estratégias Metacognitivas
Visto que nenhuma estratégia pode acontecer sem planejamento, controle
e avaliação relacionamos o conceito de estratégias com o conjunto de
operações mentais que exige planejamento e controle na hora de ser efetuada.
Portanto compreende-se estratégia como sendo atividades conscientes e
intencionais sobre o que e como encaminhamos os procedimentos mentais
apropriados a fim de alcançar a meta.
Mateos (2001) em seus estudos sobre o sucesso ou não nas atividades
ressalta a necessidade de incentivar e direciona-los para que planejem
estratégias, partindo do seu conhecimento prévio sobre sues próprios recursos
para aprender, criando alternativas, de modo que sejam capazes de perceber
quando não estão aprendendo, buscando, então, alternativas que solucionem e
auxiliem na superação dos obstáculos encontrados e avaliando os resultados
de seus esforço. Grégoire (2000) reforça a ideia de que o próprio sujeito tem
possibilidade de elaborar e regular suas estratégias, apropriando-se de forma
mais efetiva e significativa do conhecimento. “... a metacognição já se
apresenta como um centro de interesse tanto para a pesquisa dos próximos
anos como para a prática pedagógica.” (p.168).
O que interessa é analisar a relação entre os conhecimentos do sujeito e a resolução efetiva da tarefa e/ou também analisar a relação entre a forma de regular a própria atividade e a resolução entre a forma de regular a própria atividade e a resolução dada a ela. [...] referindo-se à cognição do mesmo sujeito. (Portilho, 2011, p.110)
29
Sendo divididas em três estratégias:
Estratégia de consciência
Engloba os diferentes níveis de consciências, de intencionalidades e de
introspecção. Moreno (2000) diferencia três sentido para o termo consciência:
atenção de capacidade limitada, controle e regulação do funcionamento
cognitivo e reflexão sobre os próprios processos e produtos do sistema
cognitivo.
Ao refletirmos além de falarmos do novo conhecimento somos capazes
de utilizarmos. Como nos diz Pozo (2000, p.200) “a mente humana é o único
sistema capaz de auto programar-se, de refletir sobre si mesmo, ou seja, a
maquina de aprender mais potente que se conhece.”
Estratégia de Controle
Aqui se defende que independente do tipo de atividade necessita de um
controle, mesmo as feita de maneira automática exigem certo grau de
regulação ou controle cognitivo. Este controle é o responsável pelas escolhas
dos caminhos a ser tomadas a fim de alcançar o objetivo proposto. É o
autocontrole utilizado com o objetivo de otimizar a aprendizagem.
Estratégia de Autopoiese
Conhecida também como a produção de si mesmo ou auto-organização.
Visto que os seres vivos se constroem, como já dizia Varela e Mayor, “se
constroem [...] estrutural e funcionalmente, matérias e energéticas com o seu
ambiente e por meio de processos construtivos intensos.” (Portilho, 2011,
p.113)
Esta estratégia se compõe de análise e síntese (responsável pela
oposição entre dialética e a unidade), recursividade (embuti gradualmente e
sistematicamente a metacognição no cognitivo) e autopoiese (processo de
feedback – adaptação, autoaprendizagem e auto-organização - que permite
autogeneração e interação com o mundo).
30
1.3.2 Metaconhecimento
Adquirimos o conhecimento metacognitivo através dos recursos de
consciência: tarefas e estratégias cognitivas próprias. Além de recursos de
controle: planejamento, supervisão e avaliação. Pela autopoiese, articulamos
consciência e controle possibilitando um novo conhecimento ou sua
transformação ou ainda reconstrução.
Através da consciência passamos a exercitar o olhar para nos mesmos,
nosso interior. Aspectos afetivos interferem no aprendizado, quanto melhor a
autoestima mais elaboradas serão as estratégias e seus estilos de
aprendizagem. A amplitude da memoria influencia muito o metaconhecimento,
cabendo ao professor ensinar a moderar as situações descritas por Portilho
(2011, p.116)
O aprendiz que confia demasiadamente em seu poder de memoria pode ser que não dedique o tempo suficiente para compreender e memorizar melhor a informação ou não se preocupe em trabalhar em um ambiente que contribua para sua concentração na hora de estudar. [...] Ao conhecer-se cada vez um pouco mis, a pessoa abre possibilidade de analisar as exigências próprias da tarefa e relaciona-las com a realidade que se apresenta. Pode refletir sobre a informação, averiguar o objetivo da atividade que tem a realizar, observar o que existe de novidade e familiar e detectar os níveis de dificuldades, tornando-se assim autônomo diante de suas aprendizagens.
Buscar atividades que motive os aprendizes e que ativem e mantenham
a atenção do aluno é fundamental para que a aprendizagem aconteça. Do
mesmo modo que para que ela seja significativa é necessário que o aprendiz
processe ativamente e de forma relevante. Por isso a utilização de matérias,
atividades e recursos que desperte o interesse do aluno é primordial. Romper
com a monotonia da sala e das aulas é o desafio do professor.
O professor não deve esperar que seu aluno compreendam os
propósitos das atividades, realizando sozinho os exercícios metacognitivos,
deve explicar sempre o que espera e pretende com cada atividade. Outra dica
muito boa é apresentar um quadro ou esquema sobre os objetivos e propósitos
da matéria e esclarecer sua maneira de trabalhar assim evita que os alunos se
percam ou se sintam desorientados.
31
1.3.3 Avaliação Metacognitiva
Muita das vezes exercitamos as estratégias metacognitivas sem saber,
de maneira inconsciente, mas para que nossa aprendizagem se torne clara e
significativa é necessário que tenhamos consciência a utilizar as estratégias e
que apliquemos a auto-regulação. Este tipo de instrumentos auxilia a
compreendemos essa estratégia e para que possamos inserir em nossa prática
pessoal e pedagógica.
Embora não tenhamos receita pronta pois cada um tem sua própria
maneira de misturar os ingredientes dando assim seu toque especial é
importante compartilhar os ‘segredo’ que utilizamos. Assim uma avaliação
metacognitiva tem como objetivo ajudar a adquirir consciência dos pontos
fortes e frágeis do seu processo de aprendizagem. Pensando, refletindo e
agindo sobre a realidade e as estratégias.
Muitos são os instrumentos, utilizamos vários tipos de questionários a
fim conhecer as estratégias adotadas pelos alunos ou as metas e
procedimentos utilizadas quando aprendem ou realizam trabalhos intelectuais
ou ainda para descobrir qual seu estilo de aprendizagem. Existe questionário
para crianças em processo de alfabetização, de ensino fundamental e adultos.
Diversos questionários podem ser encontrados na internet ou no livro de
Portilho.
32
CAPITULO II
A INCLUSÃO E O SURGIMENTO DA FIGURA DO
MEDIADOR.
“A inclusão, não só na perspectiva pedagógica, mas em qualquer outra,significa mudanças de paradigmas”
ALMEIDA (2006)
Para compreendemos de onde surgiu a figura do mediador escolar,
quem é este profissional, qual a sua formação e onde exatamente está seu
campo de atuação começaremos este capitulo discutindo, de forma bem
resumida, como se deu o processo de inclusão.
Ainda neste capitulo será exposto como hoje está sendo visto e
reconhecido a figura do mediador no cotidiano escolar, bem como o
reconhecimento da sociedade e os investimentos na formação e salário deste
profissional especializado.
2.1 O direito universal à educação
Aspira-se uma educação básica voltada para a constituição total do
sujeito.
Os propósitos da educação de qualquer brasileiro, seja ele considerado ‘deficiente’ ou não, decorrem dos pressupostos da sociedade brasileira e estão na Constituição Federal e nas leis de educação. A educação básica que se pretende para todos está voltada para a formação integral do educando, em seu tríplice aspecto: um, individual, de ‘auto-realização’; outro, individual e social, de qualificação para o trabalho; e um terceiro, predominantemente social, de preparo para o exercício de uma cidadania consciente. (Mazzotta, 1993, p.20-21).
Como se sabe, a educação e a inclusão é direito de todos e esse direito
foi alcançado através de um longo, conturbado e demorado processo. Em um
primeiro momento, foi adquirido o direito a um atendimento diferenciado, ou
seja, um tratamento que fizesse distinção entre deficientes e os ditos “normais”.
O objetivo era fazer com que todos tivessem acesso à mesma educação
(o que na prática não acontece, tendo em vista que o currículo pode ser
33
modificado) e que, principalmente, reduzisse ou extinguisse o estigma da
segregação, que bem se sabe só se alcançou, pelo em termos, por imposição
da lei.
Ao longo dos anos muitas foram as tentativas de garantir o direito
universal à educação e também de orientar esse processo de inclusão. Desde
1981, diversos documentos internacionais tentaram abordar estas questões,
estes foram momentos importantíssimos a favor da Educação Inclusiva, como:
Declaração de Cuenca, 1981; Declaração de Sunderberger, 1981; Declaração
Mundial sobre Educação para Todos - UNESCO, aprovada pela Conferência
Mundial sobre Educação para Todos - Tailândia, também em 1990; Informe
Final do Seminário da Unesco de Caracas, 1992; Declaração de Santiago,
1993; Normas Uniformes para Pessoas com Incapacidades, aprovadas em
Assembleia Geral das Nações Unidas, 1993; Declaração de Salamanca, de
Princípios, Política e Prática em Educação Especial - Unesco, em 1994;
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência - ONU, em 2006.
Vale destacar que os documentos da Unesco em 1990 e em 1994.
Além destes momentos internacionais, no Brasil não foi muito diferente,
leis e documentos foram gerados na finalidade de garantir sucesso na inclusão.
A nossa própria Constituição (1988) já garante a oferta do atendimento
educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na
rede regular de ensino no art. 208, inciso III. O Plano Decenal de Educação
para todos, 1993 - 2003, e os Parâmetros Curriculares Nacionais de 1999 são
documentos que também defendem e asseguram o direito de todos à
educação. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996
define, no capítulo V, que a
educação para alunos com deficiência deve ser oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, assegurando aos mesmos currículo, técnicas, recursos educativos específicos para atender às suas necessidades, métodos dentre outros recursos e adaptações. (Mousinho, et al. 2010, p 93)
Frente a toda a filosofia mundial de inclusão, impulsionados
principalmente pela Declaração de Salamanca em 1994, declaração que:
...proporcionou uma oportunidade única de colocação da educação especial dentro da estrutura de ‘educação para todos’ firmada em
34
1990 (...) promoveu uma plataforma que afirma o princípio e a discussão da prática de garantia da inclusão das crianças com necessidades educacionais especiais nestas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagem. (Menezes; Santos, 2011).
A Declaração de Salamanca expandiu a concepção de necessidades
educativas especiais, compreendendo neste contexto todas as crianças que
não estejam adquirindo ganhos com a escola, seja por que motivo for. Por
tanto a idéia de “necessidade educacionais especiais” passou a incluir todos
aqueles que apresentam dificuldades temporária os permanentes na escola.
Fonseca (1995) já dizia que todos somos deficientes em algum aspecto e
reconhecer as diferenças é essencial no caminho da inclusão.
Uma das orientações educacionais a partir da Declaração refere-se à
inclusão. Segundo o documento:
o princípio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as crianças deveriam aprender juntas, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que possam ter. As escolas inclusivas devem reconhecer e responder às diversas necessidades de seus alunos, acomodando tanto estilos como ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos através de currículo apropriado, modificações organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos e parceiras com a comunidade (...) Dentro das escolas inclusivas, as crianças com necessidades educacionais especiais deveriam receber qualquer apoio extra que possam precisar, para que se lhes assegure uma educação efetiva (...).
Conforme Bueno (1999) existe dois fatores cruciais para que os países
signatários da Declaração tomassem esta decisão:
- A perspectiva política da construção de um sistema escolar de qualidade para todos; - A constatação de que qualquer criança possui características, interesses, habilidades e necessidades únicas e que, portanto, a escola precisa se adequar a ela. Dessa forma, entre outras ações os países signatários proclamaram que: _Toda criança tem direito fundamental à educação. _Toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que lhe são únicas. _Os sistemas educacionais devem ser designados e os programas educacionais devem ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta diversidade de tais características e necessidades. _Aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deverá acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades. (Bueno, 1999)
35
Frente a Declaração de Salamanca a escola, e sobretudo a inclusiva,
enfrenta os percalços de trabalhar com uma pedagogia focada na criança, que
obtenha sucesso na educação de todas as crianças, incluindo aquelas que
possuem dificuldades de aprendizagem e/ou deficiências.
É necessário que as escolas se modifiquem para atender qualquer diversidade, para acomodar todas as crianças independente das condições sociais e cultural e suas características individuais. (Faria; Maia, 2007, p 27)
Assim as escolar tiveram que dar conta de incluir crianças deficientes,
que necessitavam de maior atenção e estruturas (seja na infra-estrutura, seja
no ensino) especiais e diferenciadas, em classes já existentes cujo os
professores não tiveram uma formação onde se preocupa-se com esses
aspectos.
Para que haja uma real e efetiva inclusão, se faz necessário que todos
os envolvidos no processo escolar possuam capacitação para o trato com um
aluno desse perfil. Caso contrário, o que se fará realidade é a inclusão, única e
exclusivamente, por força de lei. Deste modo a opção que muitos encontraram
foi colocar um profissional especializado para acompanhar em parceria com o
professor regente este aluno, surge aqui à figura do mediador escolar.
Juntamente com Carvalho (2003) e Almeida (2006) podemos concluir
que ao ampliar o conceito de necessidades especiais não podemos mais nos
limitar a uma analise linear, centrada apenas nas exigências do sujeito.
Compreende-se que, para definir a satisfação das necessidades especiais e os
princípios de inclusão, esse contexto implica uma mudança e um recorte
biológico, psicológico e social.
Para conviver com a deficiência precisamos levar em consideração que
tal deficiência é uma característica marcante desse sujeito, que ele uma
pessoa comum, com dificuldades e talentos, que eles podem ter
responsabilidades (devem e querem). É de vital importância que enxerguemos
o deficiente, afinal de contas ele existe, portanto ninguém melhor do que ele
mesmo para nos dar informações sobre suas dificuldades e, antes de qualquer
coisa, pergunte ao próprio se precisa de ajuda. É bastante comum que
terceiros, interessados em ajudar o deficiente, pergunte a seu intérprete ou
36
familiar. Destaca-se a importância de aguardar a resposta dele antes de ajuda-
lo, ele pode não querer ajuda, ou simplesmente o ajudante, achando que está
ajudando, na verdade está atrapalhando o ajudado por não saber a melhor
forma de fazê-lo.
Outro fator importante no que toca o trato com os deficientes é não
excluí-lo de qualquer atividade por presumir que não será capaz por conta das
suas limitações. Deixe que ele decida se quer fazer a atividade. É bastante
comum nos depararmos com casos de superação. Qualquer tratamento
diferente disso pode estar limitando ainda mais o sujeito, acabando com
possíveis sonhos, escondendo possíveis talentos. Os deficientes são pessoas
comuns e possuem as mesmas necessidades emocionais que qualquer
pessoa.
2.2 A figura do mediador
Como já mencionado na introdução, encontrar artigos e referencial sobre
a figura do mediador, não é nada fácil. Visto que, além de ser um ramo recente,
existe uma enorme variação na nomenclatura. Entretanto encontramos alguns
ricos registros de experiências com este profissional em países como a França,
os Estados Unidos e Grã-Bretanha.
Na França, as primeiras interações com mediadores escolares de forma
individual ocorreram entre 1998 e 2003. A principio eram recrutados e
formados por associações, de forma especifica, objetivando a dificuldade que
eles acompanhavam. Já em junho de 2003 a responsabilidade da formação é
passada para Educação Nacional.
Nos EUA sua peculiaridade está no modo com que compreendem está
necessidade de formação. Toda a equipe escolar (concebendo equipe escolar
como: professores, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e os pais) deve
compreender a dificuldade do aluno entendendo o que o faz ser e responder
diferente dos demais. Portanto nos EUA toda a equipe escolar é treinada, e
como na França, direcionada aquela determinada criança. Buscando
desvendar, conhecer e compreender seus pontos fortes e necessidades mais
importantes para assim atuar com ela.
37
Na Grã-Bretanha os mediadores trabalham junto com os professores
regentes buscando auxiliá-los a propor experiências relevantes de
aprendizagem para o aluno. Este mediador, em escolas primárias ou especiais,
pode atuar com uma única criança ou um pequeno grupo. Em escolas
secundarias devem acompanhar apenas uma criança englobando todas as
áreas do currículo.
É por volta do ano 2000 que se começa a falar de inclusão com
mediação escolar no Brasil, mas ainda sem nenhum registro sistemático. No
Brasil a figura do mediador surge para conduzir a crianças que necessita de
auxilio na sala de aula e sem formação especifica eram orientados pelos
profissionais que acompanhavam a criança nas terapias de apoio. Com o
passar do tempo o papel do mediador foi se tornando diferenciado,
especializado e cada vez ganhando mais espaço no ambiente escolar. Assim
sendo, é de vital importância ressaltar o papel da mediação escolar e realizar
trabalhos científicos que valorizem essa função, para que assim possamos
melhor compreender o processo de inclusão dessas crianças que precisam
destas adaptações, sejam elas pequenas, medias ou grandes. Cabe pontuar
que, na maior parte das vezes, ao menos em escolas privadas, este
profissional tem sido pago pelos pais da criança.
Apesar das peculiaridades todos os países citados compartilham que a
formação de base do mediador pode tanto ser da área da saúde como da área
educacional. Sendo assim, os mediadores escolares podem ser professores,
fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos, pedagogos,
psicopedagogos, fisioterapeutas, sempre acompanhados e orientados pela
equipe terapêutica do aluno e pela equipe escolar. A escolha de qual o melhor
mediador está sempre, ou deveria estar, relacionada entre sua formação
acadêmica e a maior demanda do aluno, exemplo: comportamento,
comunicação, motricidade, etc. Além disso, habilidades interpessoais e
aptidões são características essenciais para se estabelecer, juntamente com as
crianças, famílias e os demais envolvidos nesse processo, as relações de
trabalho. Entende-se essas relações de trabalho por saber respeitar e
compreender as dificuldades da família e da criança, ter flexibilidade para se
38
adequar à dinâmica do ambiente escolar que estará se inserindo,
disponibilidade para aprender e muita criatividade.
Já visto que a figura do mediador surgiu como uma adaptação do
espaço pedagógica escolar para dar conta da inclusão não houve uma
regulamentação especifica para sua atuação. Ainda hoje não existe muita
clareza quanto ao seu papel, atribuições e regulamentações, variando de
acordo com cada instituição. Precisamos estar atento ao que realmente cabe
ao mediador e quem deve ocupar este espaço. Segunda a Dra Renata
Mousinho em entrevista a revista dialogo:
O mediador é aquele que no processo de aprendizagem favorece a interpretação do estímulo ambiental, chamando a atenção para os seus aspectos cruciais, atribuindo significado à informação recebida, possibilitando que a mesma aprendizagem de regras e princípios sejam aplicados às novas aprendizagens, tornando o estímulo ambiental relevante e significativo, favorecendo o desenvolvimento. (Esposito, 2010, p 8)
Ser mediador escolar não é tarefa fácil ou secundaria é fundamental
para o aluno que apresenta algum tipo de dificuldade no processo de
aprendizagem. Apesar dos educadores reconhecerem a necessidade da
presença do mediador em sala de aula e a importância de seu auxílio, na
prática se dá pouco valor a este profissional. Muitos dos mediadores que
encontramos não têm formação especializada, alguns só possuem a formação
acadêmica e outro nem ela, ainda são estudantes. Talvez seja devido a este
fato que os mediadores são tratados como estagiários, mesmo auxiliares ou
cuidadores; muitas vezes lhe cabendo vigiar/controlar o aluno e aliviando da
professora a trabalhosa tarefa de inclusão.
Agir diretamente na vida de um ser humano é uma grande
responsabilidade, não dá para fazer ensaios ou experimentações, como
também afirma a Dra. Gabriella Barreira:
Arrisco-me a dizer que devemos ter ainda mais cuidado, uma vez que, como mediadores, atuamos entre a área da saúde e da educação e como figuras externas dentro de uma comunidade com costumes e regras diferentes que é a escola. Deve-se ter em mente a responsabilidade da atuação do mediador e que é um emprego com conseqüências para cada atitude tomada. Infelizmente, já vi muitas crianças perderem seus mediadores no meio do semestre por oportunidades mais atraentes. Não se esqueçam que o mediador lida com saúde e desenvolvimento infantil e que este trabalho exige
39
planejamento e continuidade, não devendo ser abandonado sem motivos de força maior. Por fim, afirmo que a mediação escolar é uma atividade extremamente prazerosa e enriquecedora. (Esposito, 2010, p 10)
Trabalhar com criança e/ou adolescente deficientes é uma
responsabilidade enorme e um grande desafio. O que necessita estudos
constantes e maior especialização na dificuldade de seu aluno. Até porque ao
incluir o aluno com deficiência não se busca somente a socialização, e sendo
esse o objetivo não é necessário ir para a escola. Escola é espaço de geração
de conhecimento e troca. Deste modo as instituições precisam investir cada
vez mais neste profissional, especializando-o e buscando profissionais com
este diferencial de educação.
Também se necessita buscar uma regulamentação para este novo
profissional, o que além de organizar, estruturar e padronizar dará mais
prestigio e reconhecimento, tanto no meio educacional quanto pela sociedade,
onde muitos não o conhecem e mesmo os que já ouviram falar, não
compreende seu papel. Quem deve pagar: a família do aluno ou a instituição?
Se este profissional trabalha diretamente com o aluno especial, na ausência
desse aluno do ambiente escolar, ele precisa estar? Como se dará as férias
desse profissional? Ele tem direito a 13º? Enfim todos esses questionamentos
se dão pela não regulamentação do trabalho de mediador escolar.
2.2 A importância do mediador no cotidiano escolar
Cada vez mais, o currículo escolar se encontra com mais conteúdos,
objetivos e disciplinas, sem contar que as escolas e as salas de aulas se
encontram cheias (uma média de 30 alunos por sala) e estes, por sua vez,
cada vez mais indisciplinados, agitados, informatizados, dinâmicos, ativos, etc.
Por tanto, fica difícil dar aulas agradáveis e despertar o interesse da turma. O
sistema educacional mal consegue dar contar das dificuldades dos alunos ditos
normais. E nesta realidade pergunta-se: como dar contar da inclusão de mais
um aluno e este com deficiências?
Segundo o documento Saberes e Práticas da Inclusão (MEC,2003), as
escolas devem adaptar-se à nova realidade através de um desenvolvimento no
40
sentido da diferenciação de intervenção que torne possível respostas
adaptadas à realidade de cada um desses alunos e que possibilite todos eles
a chance de aprender e se desenvolver adequadamente. Assim sendo, os
alunos devem ser considerados como elementos de primordial importância nos
processos decisórios que se referem à metodologias e técnicas de ensino a
serem utilizadas, devendo, sempre que possível, funcionar como ponto de
referência nas decisões relacionadas com os assuntos e conteúdos a ensinar.
a proposta da Educação Terapêutica é instituir o simbólico em torno do real; não é apenas educação em seu sentido clássico, pois não visa moldar a criança ao ideal do eu do educador (...) Precisa apresentar materiais, sugerir caminhos (...) Ao mesmo tempo, deve escutar o pouco de sujeito que ali por vezes emerge. (Kupfer 2000, p. 115-116).
Assim tanto o psicopedagogo institucional como o mediador vem para
auxiliar o processo educacional escolar, sobretudo assessorando o professor
regente nesta árdua missão, afim de que não se perca em qualidade de ensino.
Buscando dar atenção diferenciada, na medida da necessidade de estimulo de
cada aluno, auxiliando de madeira individual a coletividade da transmissão de
conhecimento.
com base na transdisciplinariedade, é necessário aprender a compartilhar e a partilhar os diferentes tipos de saberes na busca de condições mais adequadas ao desenvolvimento das potencialidades presentes (...). Para isso, a experiência precisa ser socializada por todos os envolvidos no processo educativo: famílias, profissionais e comunidade. (Farias; Maia 2007, p.28)
Tanto mediador quanto os profissionais envolvidos nos processo
educativos, assim como a família precisa ter em mente que o trabalho em
busca de um melhor desenvolvimento da criança é feito em conjunto e sem
relações hierárquicas. Cabendo ao mediador quanto um deste não
compreende essa necessidade de trabalho em conjunto fazê-lo perceber e
convidar a abraçar a causa.
A relação escola - mediador deve ser de confiança e liberdade. O
mediador deve sentir-se à-vontade de desenvolver as interferências
indispensáveis a fim de atender as necessidades do aluno deficiente tanto no
espaço, como na transição do conteúdo, na rotina ou mesmo no currículo.
41
Na relação mediador – professor, o mediador, como profissional
especializado, deve prestar esclarecimento/orientação de como de como
interagir com a criança e aplicar de forma assistemática (inicialmente) o
conteúdo escolar; esclarecendo quais as características comuns daquela
patologia; quais as suas prioridades; auxilio na adaptação do conteúdo
escolar; nas formas de como avaliar a criança; na identificação da mais simples
conquista obtida por ela. Visto que ainda hoje os professore sentem-se
inseguros diante de um aluno limitado/diferente. Esta relação de orientação
pode ser ampliada aos demais funcionários da escola bem como a
coordenação. Durante essa relação também deve ficar claro ao professor que o
mediador não vem para substituir, nem para ser o responsável pelo processo
de aprendizado (único e exclusivamente) como o professor principal daquela
criança, nem mesmo é um auxiliar da turma, delegando-o responsabilidades
relacionadas as outras crianças. Cabe ao professor regente organizar as
atividades para todos os alunos, inclusive os que necessitam de mediador.
Deste modo o mediador não pode esquecer que a turma, inclusive o aluno que
ele assiste, tem um professor para conduzi-la.
Relação mediador – família deve ser próxima, o mediador acompanha
de perto toda escolarização e o cotidiano escolar, assim ao relatar para os pais
os acontecimentos ocorridos na sala de aula ou no ambiente escolar, deve ter
bem claro em sua mente o objetivo para tal: verificar quais foram as situações
mais favoráveis de estimulação para aquela criança e possibilitar a sua
generalização no ambiente doméstico. Assim dividi com os pais as informação
importantes relativas aos estímulos e respostas encontrados, bem como as
intervenções pedagógicas que obtiveram sucesso. Por outro lado, aconselha-
se que as que não obtiveram sucesso sirvam para orientar futuras tentativas.
Mesmo que a relação mediador – família seja boa e de confiança, o mediador
deve durante toda a relação não poder de vista a ética das informações
passadas.
Para que as intervenções do mediador surtam resultados mais
consistentes e que facilitem não só a apreensão dos conhecimentos, como a
vida diária e a autonomia do deficiente é essencial estabelecer uma relação
próxima com os pais, fixando propostas de trabalho em conjunto. O
42
envolvimentos e parceria dos pais com todos os profissionais que atuam no
processo educacional, seja ele de que instancia for, é importantíssimo para o
desenvolvimento biopsicosocial.
43
CAPITULO III
O MEDIADOR ESCOLAR “A singularidade é uma questão central na compreensão do desenvolvimento infantil. Esta
premissa requer dos profissionais um trabalho individualizado. Cada criança tem diferentes necessidades educacionais, cada um deles tem pontos fortes e desafios diferentes, valores,
interesses pessoais e personalidade única. Além disso, os sintomas encontrados se manifestam de forma diferente. Portanto, não é possível estabelecer uma receita única para
trabalhar. O que funciona para um, talvez não seja tão útil para outra criança. Conhecer o aluno que será acompanhado pela mediação, discutir com a equipe pedagógica da escola e com a
equipe de apoio terapêutico são pontos fundamentais para atender à necessidade específica e assim alcançar os objetivos estabelecidos pela equipe.”
MOUSINHO, R. et al. 2010
Conhecendo o contexto do surgimento da figura do mediar e sua
importância no cotidiano escolar, neste capitulo apresentaremos o papel do
mediador, suas atribuições e por fim os cuidados e limites dessa atuação.
Ainda neste capitulo será exposto e discutido estratégias e sugestões
para as intervenções do mediador, visando suscitar idéias.
3.1 O papel do mediador Como já falamos, o mediador deve auxiliar o aluno no aprendizado
fazendo pequenas adaptações no modo como, caminho e/ou estimulo, estas
informações são percebidas por ele. Reconhecendo o problema ajudando-o a
enfrentar os obstáculos. Podendo também contribuir e encorajar a ser menos
passivo no ambiente buscando que tome mais iniciativa em diversos contextos.
Desenvolver a flexibilidade e tolerância igualmente se faz importante, para isso,
o mediador pode fazer pequenas mudanças, como também criar problemas
para que o aluno perceba, tolere e aprenda a lidar com estas situações.
Também cabe ao mediador organizar e/ou adaptar o espaço físico e os objetos
no entorno evitando grandes distrações ou exposição daqueles que
apresentam manias.
Segundo Gavioli, et al, 2002, p.03:
o AT realizou a função de ser porta-voz do aluno, indicando para ele e para os outros a possibilidade de ser reconhecido não só como aquele que "bagunça, atrapalha e detona". Uma intervenção como esta pode proporcionar a essas crianças, a saída do lugar estigmatizado que muitas vezes ocupam na escola. Para o professor,
44
esta leitura cria a possibilidade de que ele se espelhe no AT e passe também a supor que o aluno tenha algo a dizer.1
O mediador não restringe sua atuação na sala de aula, ele atua em
diferentes ambientes pedagógicos, seja na sala de aula, nas dependências da
escola, no pátio, em passeios, etc, sempre onde os objetivos sejam ou
pedagógicos ou sociais. Aqui cabe uma observação, além dos aspectos
pedagógicos o mediador deve buscar a autonomia e independência o aluno
como um todo, deste modo, muitas vezes o mediador acompanha o aluno ao
banheiro, auxiliando-o nos hábitos de higiene, muito importante para a
autonomia do aluno.
Sendo assim, a principal função do mediado é ser o intermediário entre a
criança e as situações vivenciadas por ela, onde a criança se encontre com
obstáculos de interpretação e ação. Assim, media as questões sociais e de
comportamento, na comunicação e linguagem, nas atividades e/ou brincadeiras
escolares, e nas atividades dirigidas e/ou pedagógicas na escola.
Como já dissemos, também é papel do mediador dar apoio ao professor
regente, ajudando-os com trabalhos e atividades de adaptação individualizada,
permitindo que os professores adquiram tempo para as atividades cotidianas.
Caso seja necessário também realiza adaptações curriculares evidentemente
seguindo a proposta (estrutura) do professore regente e dos terapeutas de
apoio, sendo necessário ao mediador fazer a ligação dos terapeutas e
professor regente a fim de que as ações sejam uniformes e coerentes.
Escola e mediador devem manter uma relação constante e de confiança
que promova a construção de metas realistas para o desenvolvimento, como a
oportunidade de avaliar o aluno de acordo com suas próprias conquistas.
O objetivo do mediador não deve ser mais do que auxiliar o aluno com
deficiência que precisa de inclusão, ou seja, a regência da turma não é seu
foco. Com um espírito questionador, ele deve ter acesso livre pela instituição
atentando-se no que diz respeito ao seu papel em sala, como se fazer presente
sem invadir o espaço do professor regente, caso contrário se excluirá junto
com o aluno. Cabe ressaltar que a relação direta mediador-aluno é essencial
nesse processo. Caso ela não se dê em exclusividade, o processo de inclusão
1 Compreende-se aqui o AT como mediador
45
fracassará tanto para o aluno quanto para a instuição, causando prejuízo a
ambos.
Existem diferentes tipos de alunos, com dificuldades de naturezas
variáveis que podem precisar de um mediador escolar. Apresentaremos
algumas delas nos próximos tópicos.
Dificuldade motora geral e acessibilidade
Alunos com algum tipo de limitação motora, ainda que com material que
torne possível, por exemplo, a locomoção ou digitação podem necessitar,
mesmo que em apenas num tempo de adaptação, de mediadores escolares. A
introdução e utilização de muitos recurso só se fazem possível, muita das
vezes, com um auxilia individualizado. A adaptação de materiais para este tipo
de alunado também se faz muito constante, o que torna necessário a figurado
do mediador.
Dificuldades comportamentais importantes
Alunos que apresentam comportamentos específicos, principalmente os
agressivos, que podem colocar em perigo a integridade do aluno, dos colegas,
professores ou funcionários, necessitam de mediador, cabendo a este
promover interações saudáveis e intervir em comportamentos prejudiciais.
Dificuldade de concentração e impulsividade
Alunos que apresentam déficit de atenção podem necessitar de um
profissional para avaliar e medir sua atenção ao longo do dia. A presença do
mediador visa muito mais que medir ou regular sua atenção, mas ensina-lo a
se autorregular. Ajudando-o a organizar-se no espaço, no tempo e com seus
materiais. Tornando possível não só a própria organização da criança como
também o planejamento de atividades e a antecipação das possíveis reações,
como controle da impulsividades.
Dificuldades de leitura
Aqui o mediador auxilia na retenção de informações seja de trabalhos,
pesquisa, relatório ou das aulas de revisão. Também compartilha leituras e
46
quando a organização da produção escrita prejudica a expressão dos
pensamentos, o mediador a organiza. Em conjunto com o professor regente,
busca adiantar situações utilizando outros recursos (vídeos, fotos, experiência)
proporcionando variadas experiências sobre os assuntos para que o aluno não
dependa para apreensão do conteúdo única e exclusivamente da leitura.
Algumas situações é necessário adaptações de material. O mediador também
pode aproveitar situações cotidianas do ambiente escolar para estimular as
habilidades necessárias a alfabetização.
Dificuldades no ensino fundamental II e ensino médio
Quando o aluno apresenta dificuldades isoladas, o que é mais comum
durante estes períodos escolares, para melhor auxilia-lo o mediador acaba se
especializando em uma determinada disciplina, sendo responsável por projetos
especiais e preparo de material e equipamento específicos para determinada
disciplina ou conteúdo. Quando o aluno apresenta
Dificuldades na comunicação e interação
Aqui o mediador ao estimular a linguagem e a interação deve buscar
mais que promover a fala deve ter como grande objetivo o desenvolvimento
das competências comunicativas. Habitualmente, esta maneira de intervenção
gera efeito no comportamento de um modo geral, pois ao trabalhar a
comunicação beneficiamos as relações e suas organizações.
Logo, não há uma etapa exclusiva que precise de mediador, e sim uma
demanda do aluno.
3.1.1 Limites e cuidados da mediação
Um dos cuidados importantes é quanto a formação. Devemos sempre
ter em mente a importância e o papel desempenhado pelo mediador.
Profissionais da educação ou da área de saúde são mais indicados, visto que a
atuação do mediador sobretudo na inclusão de alunos com necessidades
educativas especiais demanda conhecimentos específicos destas áreas. O
mediador deve ser uma pessoa graduada em: licenciatura, fonoaudiólogia,
47
teraperia ocupacional, psicólogia, pedagogia, psicopedagogia, fisioterapia de
preferência com especialidade na dificuldade especifica do aluno em questão.
Lembrando sempre que o ambiente de trabalho do mediador é o espaço
escolar. Segundo a Dra. Gabriella Barreira em entrevista:
Cuidadores e familiares não são indicados como mediadores, uma vez que o mediador deve atuar única e exclusivamente no ambiente escolar, além de manter uma relação profissional com a criança, mesmo que esta seja cercada de afeição, algo que seria mais difícil para um familiar. Além disso, na vivência profissional, muitas vezes este profissional lida com situações delicadas entre família e escola, exigindo um distanciamento ético de ambas as partes, algo que um familiar provavelmente não conseguiria. (Esposito, 2010, p 9)
Devemos estar atentos para quem será este mediador, afinal não
podemos achar que apenas a capacitação, orientação ou mesma a ideologia
formada em torna das pessoas com deficiência serão suficientes para
promover efetivamente a inclusão. Como vimos com Pinto e Pavão (2007)
trabalhar com as necessidades especiais é algo muito pessoal, no sentido de
que, é preciso primeiro se sensibilizar da importância de mudar certos valores e
conceitos antes de realizar qualquer aperfeiçoamento.
Muitas vezes o mediador é tão ativo que acaba tornando-se a figura
principal para a criança, a quem ela recorre, substituindo o papel do professor.
Temos que tomar cuidado com isso para que a criança seja autônoma e não
dependente do mediador. Muitas vezes mediador e escola escolhem que a
presença constante do mediador vá diminuindo gradativamente (não ficando
todo o tempo na aula em sala, as vezes deixando-o no recreio, ou até mesmo
um dia na semana) dando mais liberdade e autonomia tanto para o aluno
quanto para os professores e profissionais que atuam com ele.
O mediador vem para facilitar o desenvolvimento daquele que necessita
de um suporte adicional no ambiente natural de aprendizagem, assim como
não devem ultrapassar os limites escolares o mediador deve ter claro em sua
mente sua função de auxiliá-lo para não ter uma postura de superproteção ou a
atuação como cuidador que além de não condizer com a proposta da
mediação, dificultam tornando ineficiente suas intervenções.
Respeitar o querer e a individualidade do aluno é algo que devemos
tomar muito cuidado. Pinto e Pavão (2007, p 31) dizem: “É importante refletir
48
sobre o direito de todo ser humano decidir a melhor maneira de viver e conviver
com os outros.”. Assim o mediador não deve se impor, fazer ser “engolido” pelo
aluno com deficiência. Deve se preocupar e tomar cuidado com a conquista.
Assim como qualquer pessoa, qualquer deficiente tem direito de rejeitar ajuda.
O principal obstáculo para esse perfil de alunado é a cultura do povo,
impregnada de preconceito e discriminação, de rótulos que em muito
atrapalham o desenvolvimento desses alunos, que além de superarem suas
deficiências ainda precisam superar o ranço de preconceito vindo dos outros.
Para que supram essas dificuldades, faz-se necessário oferecer um meio
favorável à inclusão precisamos de uma prática que possibilite assistência a
todos, independentemente das diferenças.
3.2 – Sugestões e estratégias
Antes de tudo a escola que se propõe a realmente incluir o aluno com
necessidades educativas especiais deve ter uma filosofia e mentalidade que se
preocupe com a formação integral dos sujeitos, formando pessoas pensante,
felizes, sociais e cidadãos conscientes. Neste sentido o ensino de qualidade:
• Favorece e incentiva a criação de laços de amizade entre todos os alunos; • Considera os conteúdos acadêmicos como meios para se conhecer o mundo e não como um fim em si mesmos; • Estabelece parceria com as famílias e a comunidade para elaborar e cumprir o projeto escolar; • Favorece práticas e métodos pedagógicos que incentivam a formação de conhecimento compartilhado entre professor e alunos, em vez de despejar conteúdos formados por verdades prontas e acabadas; • Adota a transversalidade curricular (estudos que integram vários tipos de conhecimento) em substituição à obrigação do consumo passivo de informações e de conhecimentos sem sentido; • Incentiva a criatividade e a autonomia do aluno em busca do próprio conhecimento; • Prefere temas de estudo relacionados à realidade, à identidade social e cultural dos alunos; • Ensina o valor da diferença e da convivência para os alunos a partir do exemplo dos professores e da comunidade escolar e pelo ensino ministrado nas salas de aula; • Desenvolve atividades que não destacam os alunos que sabem mais dos que sabem menos; • Adota o processo de avaliação que acompanha a evolução das competências de cada aluno; • Organiza as turmas escolares por ciclos de formação e de desenvolvimento, respeitando o ritmo de cada um.
49
Para um melhor resultado, com todos os alunos, os professores desta escola
precisam abraçar a causa do ensinar e buscar:
• Convença-se que todos os seus alunos sabem alguma coisa e que todos podem aprender, cada um de acordo com seu jeito e com seu tempo próprios; • Tenha altas expectativas em relação a todos os seus alunos, pois eles só aprenderão se você acreditar que isso é possível; • Renuncie à idéia de que somente você tem algo a ensinar na classe e acredite que seu aluno também tem seu próprio saber; • Dê oportunidades para o aluno aprender a partir do que sabe e chegar até onde é capaz de progredir. Afinal, os alunos aprendem mais quando tiram suas dúvidas, superam incertezas e satisfazem curiosidade; • Promova o diálogo entre os alunos e suas diferentes características étnicas, religiosas, de gênero, de condição física; • Faça com que todos interajam e construam ativamente conceitos, valores, atitudes, em vez de priorizar o ensino expositivo em sua sala de aula (Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, 2003)
A melhor maneira de desenvolver um trabalho com todos os alunos,
principalmente com turmas que possuem alunos incluídos, é através de
estratégias cooperativas, promovendo a interação e a troca entre os alunos.
Portanto, o mediador juntamente com o professor devem conhecer e
desenvolver estratégias para criar um ambiente de cooperação.
Organizar os alunos em pequenos grupos possibilitando que descubram
seus interesses mútuos deixando que explorem assuntos, que trabalhem juntos
pata alcançar um determinado objetivo. Este tipo de relação aluno-aluno, além
de ajudar na aquisição de conteúdos possibilita uma melhor compreensão
entre eles, facilitando-os na percepção de que cada um é diferente do outro
colaborando também na diminuição das brincadeiras cruéis e favorecendo a
criação de laços de amizades.
Ao permitir que uma colega efetivamente ensine o outro, promovemos
uma melhor aprendizagem por ambos. Vários estudos mostram que ao fazer o
papel do professor, o aluno é muitas vezes mais eficiente que os adultos e que
além que ensinar o amigo, o aluno ensina consolida seu aprendizado
melhorando seu desenvolvimento acadêmico e social.
Outra estratégia neste sentido muito boa para utilizar no momento da
inserção de um aluno novo na turma já formada e a criação de circulo de
amigos. Esta estratégia busca um acolhimento como um comitê de boas vinda
ao novo aluno com necessidades especiais, podem ser feita com qualquer
aluno novo. O mediador com auxílio do professor regente funcionam como
50
facilitadores na criação, apoio e orientação deste comitê que serão os
representantes da turma neste pequeno projeto inicial, que consiste em
diariamente fazer visitas, ou conversa por telefone com o aluno novo afim de
saber das suas experiências no novo ambiente escolar ajudando-o e tornando
agradável esta adaptação. A intenção é que ao longo dos dias ou meses mais
alunos da turma agregem este grupo, até que se forme um grupo só, onde
todos se sintam parte responsável do bem estar, favorecendo mais uma vez a
criação de laços de amizades.
A recepção da turma, este comitê, enfim, os colegas são fundamentais
na inclusão é necessário que o mediador tenha isso claro e busque
desenvolver isto com os professores e com a turma. Estimular os alunos a se
preocuparem com a inclusão de qualquer aluno novo, seja ele especial ou não,
é enriquecedor para a vida. Afinal, ao longo de nossas vidas necessitaremos
sempre de ajuda e auxilio. As palavras de Luiz Alberto Silva (cego, hoje
economista) em depoimento online sobre esta questão são belíssimas. Ele
salienta a importância de ser trabalhado e desenvolvido esta relação na escola.
Nunca se fala em como devemos nos relacionar com os colegas de classe ou de escritório, ajudando-os no que pudermos e pedindo ajuda para o que precisarmos. [...] Embora devamos procurar a independência, precisamos entender que ela é inalcançável em sua plenitude, o que torna ainda mais importante aprender a viver em sociedade. Podem estar certos de que não é numa escola especializada que se vai chegar lá.
Ele ainda acrescenta que inclusão
é fazer com que os estudantes com deficiências participem da vida da escola, que estudem com os demais, viajem com eles, vão às festas deles todos e ‘aprontem’ com todos também. Isso é o que eu chamo de inclusão.
Além de buscar sensibilizar todos no ambiente escolar na inserção,
aceitação e ajuda mutua ao aluno, o mediador deve conversar e desenvolver
com o professor regente qual q melhor maneira deles trabalharem em conjunto.
Podemos encontrar três diferentes tipos de ensino cooperativo entre professor
regente e mediador:
1- Atividades complementares : enquanto o professor regente assume
as atividades e os conteúdos, o mediador ensina a identificar as ideias
principais de um texto, a fazer resumos , ou seja, a dominar técnicas de estudo.
51
2- Atividades de apoio à aprendizagem: ambos são responsáveis
pelos conteúdos acadêmicos, mas, enquanto fica a cargo do professor regente
o núcleo central do conteúdo, a matéria essencial, o mediador encarrega-se de
dar apoio suplementar.
3- Ensino em equipe - o professor regente e o mediador planejam e
ensinam em conjunto todos os conteúdos, responsabilizando-se cada um deles
por uma determinada parte do currículo ou por diferentes aspectos das
matérias de ensino. Para se alcançar sucesso neste tipo de ensino cooperativo
deve se levar em conta a necessidade de tempo para a realização do
planejamento em conjunto e a compatibilidade entre os estilos de trabalho e
personalidades dos dois professores.
OBS.: atividades de rotina e pequenos projetos ajudam na inclusão e no habito
escolar dos especiais.
Para conviver com a deficiência necessitamos de algumas dicas
essenciais. É muito importante que percebamos a existência do deficiente e,
mais ainda, percebamos a sua deficiência como uma característica importante
desse sujeito. Precisamos lembrar sempre que ele tem dificuldades e
facilidades como qualquer outra pessoa, que eles têm, e querem, assumir suas
responsabilidades em tarefas e decisões. O deficiente é uma pessoa dotada de
personalidade própria, então devemos nos dirigir a ele antes de mais nada.
Nunca a seus acompanhantes ou intérpretes. Ofereça ajuda, mas não ajude
sem perguntar, pois nem sempre estamos ajudando. Perguntando antes, eles
podem nos dizer a melhor forma de fazê-lo, ou simplesmente eles não
precisam de ajuda. É bastante comum encontrar pessoas que se sentem
inseguras para ajudar um deficiente por medo de machucar, de fazer errado e
etc. A essas pessoas o conselho é: não ajude, chame alguém que tenha
segurança para isso. As pessoas com deficiência são pessoas como qualquer
outra. Têm direitos, sentimentos, receios e sonhos, portanto devemos trata-las
com o devido respeito. E por fim a mais importante, é que devemos trata-los de
acordo com sua idade cronológica: se for criança, trate como criança, se for
jovem, trate como jovem.
52
Neste momento suscitaremos sugestões e estratégias para o uso mas
efetivo e direcionado a alguns tipos de necessidades que pode-se encontrar no
cotidiano escolar de inclusão. Dicas para auxiliar a aprendizagem de forma
gerais e algumas mas voltadas a grande dificuldade dos mediadores, ensinar
matemática.
3.2.1 Ao trabalhar com deficiente visual:
O mediador deve buscar ler os textos da lousa em voz alta. E quando
houver figura identifique os conteúdos da figura e descreva a imagem e a sua
posição. Caso a deficiência não seja total, busque disponibilizar os textos (livro,
exercícios, etc) ampliados, em áudio ou mesmo em arquivo para ser lidos no
computador; caso seja disponibilize áudio e transcreva o material para braile.
Hoje existem muito recursos e auxílios ópticos, auditivos e computadores com
programas adaptados.
Os exercícios devem ser os mesmo que o dos outros alunos, claro que
de acordo com o grau da deficiência será necessário adaptar, como no caso de
gráficos e tabelas. Estes podem ser substituídos por outras questões ou por
gráficos e tabelas mais simples em relevo. É interessante que o mediador
busque aprender, caso não saiba, o sistema braile para junto com o aluno
desenvolverem este meio de escrita e comunicação. O mediador também deve
conhecer para junto como aluno escrever, ler e poder corrigir a escrita do
aluno.
Este aluno tem as mesmas condições para aprender matemática que
qualquer outro aluno, mas, como já falamos, precisamos adaptar as
representações gráficas e as tabelas, assim como os recursos didáticos. Um
instrumento muito usado é o ábaco ou o material dourado, possuem o
manuseio fácil e facilitam na concretização das operações. Outra pratica
complementar é o calculo mental, que deve ser incentivado desde cedo.
3.2.2 Ao trabalhar com deficiente auditivo:
Inicialmente precisamos conhecer este aluno e seu grau de deficiência e
as capacidades que ele já desenvolveu. Muitos dos deficientes auditivos e
surdos têm habilidade para a leitura labial, assim para nos comunicarmos com
53
eles devemos nos posicionar de frente para ele, com contato visual para que
fique claro que estamos falando com ele, evitando gestos e movimentos que
cubram ou impossibilitem esta leitura. Devemos também falar de forma bem
articulada, mas sem exagerar, podendo falar na sua velocidade normal. Para
os homens é aconselhável evitar bigode. Tomar cuidado com as expressões
faciais também se faz importante, uma vez que as expressões e movimentos
corporais são grandes indicadoras do que queremos dizer.
Evite também ficar em frente à janela ou outras fontes de luz, pois o
reflexo pode obstruir a visão. Ao utilizar o quadro ou outros materiais de apoio
audiovisual, primeiro exponha os materiais e só depois explique e não
simultaneamente. Repita as questões ou comentários durante as discussões
ou conversas e indique (por gestos) quem está a falar, para uma melhor
compreensão por parte do aluno. Escreva no quadro ou no caderno do aluno
datas e informações importantes, para assegurar a compressão. Durante os
exames, uma dica é antes de falar com a turma e/ou fazer esclarecimentos, um
pequeno toque no ombro dele poderá ser um bom sistema para chamar-lhe a
atenção.
Existem pessoal surdas que são oralizadas, embora tenham aprendido a
falar não costumam ter um vocabulário rico e extenso, assim fale normalmente
e ao perceber que ela não compreendeu busque um sinônimo. Os surdos que
falam não costumam ter boa dicção, caso você não compreenda o que ela
falou, não tem problema, peça para repetir. Esta atitude demonstra que você
realmente está interessado e por isso elas não se incomodam de repetir.
O surdo tem as mesmas capacidades cognitivas de qualquer aluno.
Devemos apenas nos atentar ao meio de transição destes conteúdos.
Buscando, caso o aluno ainda tenho um pouco de audição ou faça leitura labial
falar de frente para ele com boa articulação, ou através da LIBRAS (Linguagem
Brasileira de Sinais).
A LIBRAS possui toda um estrutura diferente da nossa maneira de falar,
assim o que compreendemos como errado na maneira de escrever muita das
vezes é a maneira que ele organiza o pensamento para falar em libras. Sendo
assim, o aluno fluente em libras apresenta dificuldade em português, por esta
estruturação diferente de pensamento. Mas uma vez se faz necessário que o
54
mediador conheça e compreenda esta forma de comunicação, para auxilia-los
nesta dificuldade e reconhecer quando é um erro e quando é a forma de
organização do pensamento, sem contar que o mediador deve utiluzar da
LIBRAS para a comunicação com o aluno. Portanto, as técnicas,
procedimentos e instrumentos de avaliação devem ter como foco o
aprendizado valorizar o conteúdo em vez da forma de expressar a mensagem.
Uma recomendação e manter o aluno na primeira carteira. Para a
captação da exposição do conteúdos utilizam da leitura labial ou da LIBRAS é
muito difícil fazem anotações ao longo das aulas, assim é interessante que o
mediador anote, caso não seja ele também o interprete, ou que fornaça uma
copia dos textos com antecedência assim como uma lista de terminologia
técnicas utilizada na disciplina para que o aluno tome conhecimento. O s textos
e a listagem também deve ser fornecidos com antecedência apara o interprete.
3.2.3 Ao trabalhar com deficiente físico:
Cuidados práticos relacionados ao relacionamento. Procure posiciona-lo
sempre de frente para a conversa, colocando sua cadeira de modo que ele
possa ver e participar do dialogo. Caso a conversa seja demorada procure ficar
na altura dele, sente, pois ficar olhando para fica por muito tempo é incomodo.
Respeite o espaço corporal, cadeira de rodas, assim como muletas e bengalas
são quase uma extensão do seu corpo, por tanto evite agarra-las ou se apoiar.
Sempre que for movimentar a cadeira peça permissão antes e ao subir rampas
ou degraus, é mais seguro de frente e para descer, é mais seguro de costa.
Caso o deficiente ande devagar, busque acompanhar seu ritmo, não dispare na
frente. Deixe sempre suas muletas ou bengalas próximas a ele.
Ao visitar algum lugar, ao fazer uma aula passeio, esteja atento para a
existência de barreiras e obstáculos arquitetônicos. Possibilitando assim que
ele participe por completo da atividade, que não seja deixado em um canto em
quanto o resto da turma prossegue e nem faze-lo se sentir um incomodo pra ao
grupo.
Pessoas com paralisia cerebral também podem apresentar dificuldades
para andar e fazem movimentos involuntários com pernas, braças e
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apresentam expressões faciais estranhas e até dificuldade na fala. Embora,
normalmente, possuam inteligência normal.
Assim para uma real inclusão de pessoas com algum tipo de deficiência
física necessitamos adaptar o ambiente escolar. Possibilitando livre acesso aos
diversos espaços. Instalando elevador, rampas, degraus mais baixos, pisos
(principalmente nos pátios) lisos e retos (evitar paralelepípedo), etc.
Para alunos com dificuldades motoras, principalmente nos braços, será
necessário adaptar os matérias e recursos didáticos, de acordo com o grau de
sua dificuldade principalmente para escrever. Em muitos casos o computador
com teclas grande de teclado ajudam muito, ou mesmo a utilização de boca ou
pés para escrever. Aqui toda adaptação vai variar de acordo com cada
necessidade individual.
3.2.4 Ao trabalhar com deficiente mental:
Antes de tudo desconstrua suas cresças sobre o deficiente mental. O
deficiente mental não é doente, nem morrem cedo devido a “graves” e
“incontornáveis” problemas de saúde, nem precisa de remédios controlados,
tão pouco são incompetentes. A escola não é apenas um lugar para se ocupar
fora de casa, eles tem condições de apreender. Seu temperamento é como o
de qualquer aluno com altos e baixos, podem e devem conviver com os mais
diferentes tipos de pessoas.
Aqui o mediador entra para auxiliar na compreensão e fixação, muitas
vezes oferecendo diversos recursos, jogos, buscando trazer o conteúdo para o
concreto. Promovendo atividades diversificadas e estimulantes. Tome cuidado
para não ajuda-lo em tudo. Identifique o que ele pode fazer, ou pelo menos
tentar fazer sozinho e deixe-o fazer, ajude-o apenas onde realmente for
necessário. Encorajando-o sempre, deixando a vontade para perguntar e
expressar suas duvidas e opiniões. Valorize o processo de aprendizagem e
não puramente o resultado, logico que não podemos deixar de lado o
resultado, eles também devem ser esperando e cobrados.
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3.2.5 Os mais variados tipo de síndromes e dificuldade de aprendizagem:
Além das grandes deficiências, como as faladas acima, o mediador
também é solicitado nas diversas síndromes e nas dificuldades de
compreensão, assimilação e fixação, ou seja, dificuldades ao longo de todo o
processo de aprendizagem.
Podem surgir aqui o alunos com autismo, síndrome de asperger,
síndrome de down, síndrome de irlen, hiperatividade, défice de atenção,
dislexia, TDAH, Dislalia, etc.
O mediador precisa buscar conhecer a síndrome ou dificuldade,
reconhecendo suas barreiras e acima de tudo suas possibilidades e trabalhar
encima destas possibilidades. Estimular ainda mais estas possibilidades para
suprir suas dificuldades. Precisamos também reconhecer a origem de sua
dificuldade, muitas vezes uma dificuldade que só é evidenciada num 4º ano é
fruto de uma má aprendizagem no 1º ano, por exemplo. Assim é necessário
retomar, fazendo exercícios, atividades lucidas, jogos, desafios que retomem
aqueles conceitos mal formulados pelo aluno, para que ao compreendê-los
possa dar sequencia a seu processo de aprendizagem. Atente-se que não é
explicar novamente o conteúdo e trabalhar encima do conceito, por exemplo
não é ensinar novamente a conta de mais ou de menos mas o mecanismo, os
fundamentos desta operação. Estas atividade vão varias de acordo com os
conceitos mal formulados.
3.2.6 Outras estratégias:
Ao desenvolver uma intervenção com alunos com transtornos de
linguagem, o mediador buscas favorecer a interação social. Interações que são
fundamentais na construção dos processos mentais superiores. Segundo
Vygotsky a transformação de processos mentais elementares em funções
superiores ocorre por meio das atividades mediadas.
3.2.6.1 Estimulo da comunicação
Neste sentido o mediador deve buscar desenvolver no aluno o uso
adequado de gestos, da linguagem simbólica, a habilidade para reconhecer e
reparar quebras ou falhas na comunicação a fim de melhorar sua comunicação,
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ampliar e qualificar, principalmente os aspectos comunicativos no ambiente
escolar.
Desta maneira as atividades devem estimular: o desenvolvimento da
comunicação espontânea e funcional; o aumento do contato visual, auxiliando
no reconhecimento das expressões faciais e seus significados; o
desenvolvimento da reciprocidade social, verificando se a comunicação foi
efetiva, assim como corrigi-la e insistir no ato comunicativo; a imaginação e o
simbolismo; a atribuição de significado às estereotipias; a imitação de
movimentos, sons e atitudes; a junção das informações visuais através de
fotos, objetos e figuras; o aumento do contato visual; o reconhecimento das
expressões faciais e seus significados; o apontar e o direcionamento do olha
para aqui o quem está falando; a triangulação do olhar.
Podemos explorar antecipadamente fotos de pessoas, locais ou
situações que auxiliem o aluno na compreensão do que vai acontecer. Usar
frases curtas e objetivas na transição das informações, sobretudo nas
informações verbais. A utilização de recursos visuais também deve ser usada
no auxilio para trabalhar a distinção das emoções.
Nossas interferências devem acontecer: nas modificações do discurso
do aluno, tanto na organização (com logica e clareza), quanto na utilização da
primeira pessoa, assim como na percepção dos marcadores que indicam inicio
e termino de uma conversa; no direcionamento de sua atenção; na percepção
da linguagem corporal; na compreensão de comentários, metáforas e
expressões idiomáticas e na diminuição do uso de sons e emissões verbais
não convencionais, como as estereotipias verbais, a ecolalia (imediata ou
remota) e as perguntas incessantes, podendo atribuir significado aos mesmos.
Na relação com o aluno a utilização de gestos, tom de voz, linguagem
corporal ajuda a enfatizar as emoções. Usar agendas de visualização e
esquemas de atividades com figuras ou palavras, rotina diária e sequência de
figuras na área de trabalho para definir a sequência de atividades, auxilia tanto
a linguagem como o comportamento. Outra estratégia para motiva-lo é buscar
sempre começar com assuntos que sejam de seus interesses.
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3.2.6.2 Comportamento e socialização
Para as crianças que apresentam dificuldade neste sentido o mediador
vem pra proporcionar segurança e confiança nas relações adulto/criança;
minimizar a inclinação para o isolamento facilitando sua interação, tenta
minimizar também comportamentos inadequados e repetitivos. Estimular a
empatia, o vínculo e o prazer do convívio social e encoraja a criança a solicitar
ajuda da professora e dos colegas.
Intervém nas reações comportamentais drásticas como as que ocorrem
frente a mudanças na rotina ou no ambiente escolar, contextualizando a
situação. Observando seu comportamento livre e tenta antecipar as
inadequações, prevenindo-as. Diminui e intervem nas situações de
desconforto sensorial, ensinando a criança a se acalmar. Controlar o acesso a
objetos e/ou matérias que dispersem e/ou que façam parte de seu interesse
que o afaste do grupo ou das atividades.
Tenta ensinar como se relacionar com os outros e o que se espera dela
em cada situação. Ensina também a olhar pra o grupo e observar o
comportamento a fim de adequar-se, assim como a se colocar no lugar do
outro refletindo sobre os sentimentos e pensamentos, exercitando assim a
empatia.
O mediador desvia a tenção da criança das manias, rituais e atividades
repetitivas e estereotipias. Busca sempre depois de uma situação de conflito
rever e refletir sobre seu comportamento, podendo utilizar desenhos como
historia em quadrinhos assim estimula a soluções alternativas ajudando em sua
autonomia, iniciativa e compreensão daquilo que faz e necessita.
Utiliza historia com desenhos esquemáticos para solucionar e ampliar
possibilidades para situações sociais difíceis para ele, como também utiliza do
mesmo recurso para as reações exacerbadas do aluno. De uma rotina
esquematizada por fotos, gravuras ou por escrito das atividades e da
sequencia que se darão, reduzindo sua ansiedade, evitando surpresas. Usa
relógio e calendário para a organização temporal e a compreensão de intervalo
de tempo e sequencia de dias. Os reforços positivos também são muito bem
vindo, assim como ignorar os comportamentos inadequados. A clareza na
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comunicação também é uma estratégia, deve-se sempre dizer o que se espera
da criança. Busca minimizar as transições de atividades evitando agitações.
O mediador deve se ater aos pontos fortes do aluno para que se
possibilite criar situações onde ele cresça em seu conhecimento, se
desenvolva, infle sua auto-estima. Assim sendo, se tornam maiores as chances
dessa criança interagir, se integrar e se fazer presente entre os demais. Essa
atitude facilita que os outros alunos a aceitem em igual condição, livre dos já
antes mencionados preconceitos.
3.2.5.3 Jogos e brincadeira
Os jogos e brincadeiras vem somar, estimulando e facilitando o processo
de aprender. Segundo Coll (1987), a linguagem possui funções cognitivas,
atuando na resolução de problemas, no planejamento da ação, na regulação
do comportamento e do estado emocional.
Devemos promover com as crianças que apresentam dificuldade de
interação com jogos simbólicos e jogos livres. Induzindo que a criança brinque
sobe supervisão com uma ou duas crianças possibilitamos a interação.
Esta estimulação foca: o aumento do uso de gestos associados com a
emissão verbal como os convencionados socialmente; o interesse diversificado
por brinquedos, ensinando a criança a como brincar de forma convencional e
funcional; o uso da fala durante a brincadeira, dando sentido às ações; a
possibilidade de compreender a finalização de jogos: ganhar e perder.
Conduzimos então a inicialmente imitando a forma de brincar da criança
e aos poucos propor mudanças na sua brincadeira, ensinando-a a ser flexível;
Buscamos despertar no grupo a compreensão, fazendo refletirem que às vezes
é difícil para o amigo aceitar a perda no jogo, mas que nem por isso deixa de
ser legal.
Utiliza-se também de brincadeiras sensoriais como pular, fazer cócegas,
balanço; o uso de brinquedos com causa e efeito (esconda e deixe aparecer
depois como mágica; faça cócegas com uma pena ou com algo delicado para
estimular os sentidos); a brincadeira de ping-pong usando a verbalização e
jogos competitivos que envolvem convenções sociais, difíceis de serem
compreendidas e aplicadas por crianças com dificuldades sociais.
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Algumas destas estratégias podem ser usadas com todos os alunos, o
que muitas vezes geram melhor compreensão dos conteúdos por todos, sem
contar que além de ajudá-los na aprendizagem o fato de utilizarmos com todos
faz com que a inclusão do aluno de fato aconteça com um todo. Nem ele, nem
os outros sentem-se excluídos, privilegiados ou diferentes. Assim ao
adaptarmos recursos pensando em facilitar o aprendizado do aluno incluído
beneficiamos todos os alunos, principalmente quando recorremos a estratégias
e matérias concretos.
Lembro que não importa a necessidade educativa que seu aluno tenha,
o mediador deve buscar sempre ter um comportamento natural, sem ignorá-lo
e sem superproteção. Buscando ajudar apenas o necessário.
Cada aluno é um ser único e por isso possui gostos e preferencias, busque
sempre respeita-las assim como as decisões deles.
No caso da aprendizagem cada aluno é único, possui um jeito próprio de
assimilar, compreender e apreender, por isso aqui falamos apenas em
sugestões de atividade e estratégias a cerem adaptas a cada aluno. Apenas
tome cuidado ao fazer as modificações e ampliar essas dicas, primeiro
conheça a natureza das dificuldades.
Outro cuidado que é digno de nota é o da aplicação de dicas sem conhecer a natureza das dificuldades que estão por traz, o que é insuficiente e até arriscado. Estar capacitado naquela área, a fim de que comportamentos ou produções verbais que parecem sem sentido possam ser significados: essa é uma condição indispensável para poder lançar mão das sugestões de forma consciente e produtiva. (Mousinho, R. et al., 2010, p 97)
Outra dica muito boa é ser sempre focal, fazendo e dando uma ordem de cada
vez. Dando atenção e/ou chamando a atenção para um coisa mde cada vez.
Busque fazer atividades dinâmicas, coloridas, atrativas. Tenha atenção com a
organização e arrumação da sala, atente-se para que ela não possua muitas
coisas, causando uma poluição visual o que atrapalha o foco e a concentração
do aluno.
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CONCLUSÃO
Muitas questões foram trabalhadas e refletidas ao longo de toda esta
monografia, mas algumas são necessárias reforçar. Quando recebemos um
aluno com algum tipo de dificuldade, seja esta dificuldade uma deficiência ou
não, somos estimulados a rever nossa pratica e a buscar novas estratégias de
ensinar. Apesar de trabalhoso é excelente. Estar buscando e aprendendo nos
renova como pessoas sobretudo como educadores, renova nossas energias,
possibilidade e nosso próprio conhecimento.
Embora tenha ficado claro para nós a importância e necessidade do
mediador no cotidiano escolar não encontramos cursos para formação deste
profissional, o máximo que encontramos hoje são iniciativas isoladas de troca
de experiências entre mediadores e mediadores e terapeutas. Tão grande é
sua responsabilidade e tanto pode auxiliar o aluno, professor e até mesmo as
instituições escolares que já se faz necessário não só cursos para sua
formação, mas também um regulamento especifico para este profissional.
Um dos próximos desafios também está na regulamentação dessas ações e capacitação sistemática e didática dos profissionais, para que possam se desenvolver de uma forma responsável, sem correr o risco de cair no descrédito com condutas inadequadas e ações genéricas. (Mousinho, 2010, p.106)
Outro fato muito importante e que requer atenção é que muitas das
vezes o aluno que possui um mediador é excluído pelo professor regente que,
por sua vez, não se preocupa em preparar atividades especificas, em utilizar
outros recursos na hora da explanação e explicação dos conteúdos ficando
tudo a cargo do mediador, que o faz separadamente da turma. Por isso é
extremamente importante que escolar e professores tenham claro que a
presença do mediador é para auxilia-los, compartilhando conhecimentos e
estratégias quanto a patologia e intervenções, prestado assim orientação ao
professor principalmente em sua interação, por tanto não exclui dos
professores sua função de ensinar nem sua relação com o aluno, pelo contrario
é importante que o professor ensine e se relacione com o aluno. Cabe ao
mediador também não esquecer que a turma em que está inserida a criança
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em que atua possui um professor, assim é necessário ter sensibilidade, não
deixando o professor constrangido ou invadido mas fazendo enxergar em você
um aliado, um parceiro que só tem a somar.
Uma pesquisa que visou estudar o papel dos mediadores escolares evidenciou que aqueles que estavam engajados com o planejamento escolar e que concebiam o professor da turma como um parceiro de trabalho eram os que atingiam práticas mais efetivas de inclusão. (Mousinho, 2010, p.104)
A função e atuação do mediador não é nada fácil, é preciso além do
conhecimento aprofundado da patologia em questão, de um bom
relacionamento com coordenação e professores, saber se aproximar do aluno,
é importante também perceber quando é necessário um apoio mas próximo, ou
uma atividade mais direcionada, ou ainda a hora de se afastar e deixa-lo agir
de forma autônoma, como também o momento de deixar que um aluno assuma
o papel de mediador, aproximando-o da turma da realidade se sua faixa etária
e aprendendo com o “par”.
Foi levantada a bandeira! A luta começa. Ainda temos um longo caminho
pela frente, é indispensável que se busque uma maior clareza e organização
quanto ao papel, as condições de trabalho, a carga horário, o salario, a
formação e especificidades do papel do mediador.
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