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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE RACIONALIZAÇÃO DO CONSUMO DE ÁGUA Por: Antonio Carlos Braz Orientador Maria Esther de Araújo Niterói 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

RACIONALIZAÇÃO DO CONSUMO DE ÁGUA

Por: Antonio Carlos Braz

Orientador

Maria Esther de Araújo

Niterói

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

RACIONALIZAÇÃO DO CONSUMO DE ÁGUA

Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Por: ANTONIO CARLOS BRAZ

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter me dado condições de fazer o curso, à minha esposa pelo auxílio na pesquisa bibliográfica, aos meus filhos por terem cedido o tempo que lhes era reservado, à minha irmã por tudo o que fez por mim e aos colegas pela força.

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DEDICATÓRIA

Meu pai, minha mãe, minha madrinha e meu irmão.Saudades!

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RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo mostrar a importância de uma utilização mais racional da água, por ser a mesma um bem finito que pertence a toda humanidade, mas que está se tornando escasso devido ao desperdício, a poluição e vários outros fatores que serão abordados no decorrer do mesmo, além de apresentar algumas soluções que já estão sendo utilizadas no sentido do reaproveitamento e, conseqüente economia da água.

O aumento desenfreado da população mundial provocou uma procura muito grande de alimentos e bens de consumo. A primeira atividade do homem foi a caça, o que os obrigava a serem nômades. Com o advento da agricultura e da pecuária, o ser humano passou a se fixar em comunidades maiores, a agressão ao meio ambiente aumentou proporcionalmente ao desenvolvimento dessas comunidades. As primeiras grandes civilizações desenvolveram-se às margens de grandes rios, utilizando-se de suas águas tanto para consumo e transporte, como depósito para os seus dejetos. A industrialização aumentou mais ainda a necessidade da utilização de água, além de aumentar a sua poluição. A derrubada das matas ciliares desprotegendo as nascentes e os leitos dos rios, as chaminés e os motores a explosão que despejam gases que mais tarde vão precipitar sob a forma de chuva ácida sobre os lagos e as plantações, tudo indicava que estávamos caminhando para um esgotamento da água potável disponível no planeta.

O aumento da conscientização ecológica fez surgir leis que procuram proteger a natureza da devastação. Várias reuniões foram realizadas entre diversos países, acordos foram assinados e metas estabelecidas. Conceitos como ecologia, desenvolvimento sustentável, ecoturismo, redução de emissão de carbono, são palavras do dia a dia.Em várias escolas do mundo inteiro procura-se despertar desde cedo a noção do respeito ao planeta.

O reuso de águas servidas não é uma solução definitiva, mas é uma alternativa que procura minimizar o desperdício. São apresentadas várias soluções que podem ser tomadas nesse sentido, além de algumas idéias simples e práticas para reduzir o consumo de água potável.

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METODOLOGIA

Pesquisa de revisão bibliográfica, tendo como foco a necessidade de preservar

os nossos mananciais, rios e fontes de água potável do perigo do

desaparecimento. O desenvolvimento do ser humano pode acontecer sem que

a natureza seja destruída, segundo os diversos conceitos de desenvolvimento

e desenvolvimento sustentável discutidos por Ignacy Sachs, Bertha Becke,

Cristovam Buarque e Neli de Mello, no livro Dilemas e desafios do

desenvolvimento sustentável no Brasil e por José Eli da Veiga no livro

Desenvolvimento sustentável:o desafio do século XX, além de outros autores,

professores de biologia e química que se mostraram preocupados com o

assunto.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO - 08

CAPÍTULO I – A escassez da água potável 10 CAPÍTULO II - Captação da água das chuvas 24

CAPÍTULO III – Sustentabilidade e conscientização 35

CONCLUSÃO 43

ANEXOS 44 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 46 BIBLIOGRAFIA CITADA 47 ÍNDICE 59 FOLHA DE AVALIAÇÃO 63

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INTRODUÇÃO

Devido à crescente preocupação mundial com a escassez de água potável, torna-se necessário a conscientização de toda a sociedade no sentido de economizar este bem, responsável pela vida no nosso planeta. É dever de todo cidadão contribuir para diminuir o consumo inadequado e racionalizar, dentro do possível, o seu uso.

O rápido aumento populacional das nossas cidades não é acompanhado da infra-estrutura necessária para, pelo menos, minimizar as agressões ao meio ambiente. Fala-se muito em desenvolvimento sustentável, mas a maioria dos dejetos humanos é lançada nos mares e nos rios sem o menor tratamento prévio. Os rios de nosso estado estão diminuindo o volume de água devido ao assoreamento causado pela destruição das matas próximas as suas margens. Também as nascentes são afetadas e algumas simplesmente secaram. A parte navegável de alguns dos nossos rios mais importantes diminuiu consideravelmente, e eles não podem ser mais considerados como via de escoamento segura e barata. A população ribeirinha utiliza esta água para diversos fins, desde a lavagem de roupas até a utilização no preparo de alimentos. A água é ingerida sem o menor cuidado, não é fervida e raramente é filtrada. As diversas doenças de veiculação hídrica são comuns principalmente entre os mais pobres e carentes, que por não possuírem conhecimento, ignoram por completo os perigos que acompanham a água utilizada, ou não sabem o que fazer para erradicar esses perigos.

Sabe-se que a quantidade de água no nosso planeta é a mesma, ela não some, apenas torna-se imprópria para o consumo humano. Considera-se água potável aquela que serve para ser consumida por pessoas. Deve ser isenta de resíduos e microorganismos prejudiciais à saúde humana. É essa água que está se tornando cada vez mais rara. Anos atrás podíamos confiar na água da maioria dos nossos riachos. Alguns deles simplesmente sumiram e outros fazem parte da rede de esgotos. Na nossa cidade todos os rios estão mortos. Não existe vida em suas águas, a não ser microorganismos letais aos seres humanos e uma multidão de ratos e baratas. Algumas vezes podemos observar algumas aves alimentando-se do lixo.

Mas não são apenas estes fatores que ameaçam a disponibilidade de água potável: o desperdício é um grande vilão. Quando escovamos os dentes com a torneira aberta, quando tomamos um banho demorado, quando ignoramos a torneira pingando, tudo isso caracteriza a má utilização da água. Quantas vezes passamos por uma rua e deparamos com um encanamento

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rompido, jorrando água limpa que se mistura com a água da sarjeta e não é reaproveitada? O próprio sistema utilizado em condomínios contribui para que não aconteça uma utilização racional da água, pois o indivíduo não paga pelo que realmente gasta. Mesmo que um condômino saia em viajem com toda a família, ele vai pagar pela água utilizada pelos outros, apesar de que durante esse período o seu consumo tenha sido igual a zero. Uma família numerosa certamente gasta mais água que um casal sem filhos, ou com apenas um filho, no entanto ambas vão pagar a mesma quantia se morarem em condomínios. Uma dona de casa que lava roupa todos os dias gasta mais água (e energia) do que uma que lava roupa uma ou duas vezes por semana, quem utiliza uma mangueira para lavar o carro em vez do balde, gasta mais água. A dona de casa que lava a calçada pela manhã ou pela tarde em vez de varrê-la primeiro, não está dando um exemplo de higiene, mas de utilização não racional da água.

A sensibilização do indivíduo desde a mais tenra idade, é um meio de garantir o equilíbrio entre o homem e a natureza, por isso a escola tem um papel fundamental no sentido não só de procurar ensinar, educar e conscientizar, mas também dar o exemplo.

Utilizar a influência que as crianças possuem sobre seus familiares e o apelo emocional que elas provocam, é um dos diversos caminhos que podem ser utilizados para garantir um futuro menos sombrio. Promover jogos, brincadeiras, atividades lúdicas e educativas visando sensibilizar a criança e o adolescente, é quase que uma garantia de um adulto mais consciente e com uma visão do planeta diferente daquela que a humanidade adotou até agora.

A produção das grandes indústrias, o lucro das empresas, do agronegócio, dos diversos setores da economia mundial, de algum modo está ligado à exploração dos recursos naturais.

Com base no exposto, esta pesquisa objetiva mostrar a rápida redução da disponibilidade da água potável, e como os alertas e campanhas pouco ou quase nenhum efeito têm surtido. O seu propósito é movimentar a comunidade acadêmica através de aulas, palestras, oficinas, etc, e criar pólos multiplicadores que atinjam os responsáveis destes educandos e seus vizinhos, originando uma corrente de sensibilização no sentido de racionalizar o uso da água.

Nós não somos os donos do planeta. Ele não foi feito para o nosso uso. Os recursos minerais são finitos, não poderão ser explorados para sempre. Somos sim, uma parte desse todo. Estamos inseridos dentro desse hiperorganismo que é a terra e temos de interagir com ele da maneira mais racional possível.

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CAPÍTULO I

A escassez da água potável

1 – Principais causas da escassez da água potável

Diversos são os motivos que levam à escassez cada vez maior de água

potável: O desperdício, a poluição, a destruição das florestas, a mudança dos

cursos naturais dos rios e mudanças climáticas provocadas pela intervenção do

homem geraram uma crescente preocupação e mesmo pânico em diversos

setores da nossa sociedade quanto à disponibilidade desse recurso natural

(Revista do Meio Ambiente – 2008).

1.1 – Aumento do consumo

O crescimento da população mundial implica em um maior consumo de

água para satisfazer as necessidades humanas. Para alimentar todos é preciso

aumentar a produção de alimentos, expandindo a agricultura e a pecuária e,

consequentemente, a demanda de água. A industrialização crescente gerou de

início, empregos, impostos, bens de consumo e uma mudança nas sociedades

que a adotaram. Hoje, mesmo as nações menos industrializadas, os chamados

países em desenvolvimento ou emergentes, procuram oferecer aos seus filhos

o conforto e os benefícios da vida moderna. Isto implica em aumentar cada vez

mais o gasto de água.

No Brasil nos últimos 50 anos, a área irrigada passou de 64 mil para três

milhões de hectares.

Em alguns países pobres da África o consumo é inferior a 10 litros

diários por habitante, enquanto em algumas regiões dos Estados Unidos chega

a ser 60 vezes superior a essa quantidade.

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Consumo diário de água por pessoa através dos séculos

Época Consumo (litros por dia)

Antes de Cristo 12

Império Romano 20

Século XIX 50

Século XX 600

Tabela 1 (SANTOS, Wildson Luiz Pereira dos. MÓL, Gerson de Souza, at al)

1.2 – Desperdício em excesso

Um levantamento recente feito por pesquisadores da Universidade

Federal do Rio de Janeiro mostra que o Brasil perde 5,8 bilhões de metros

cúbicos de água por ano. Isso representa 46% do total da água coletada. Essa

quantidade de água poderia abastecer alguns países europeus como França,

Suíça, Bélgica e o norte da Itália pelo mesmo período de tempo.

Segundo relatório da UNESCO, até 2050 mais da metade da população

não terá acesso à água potável. É claro que as regiões de população mais

pobre serão as mais atingidas. Uma grande quantidade de seres humanos já

convive com a escassez desse precioso líquido em praticamente todos os

continentes. Alguns governos preocupados com esse colapso iminente, já

tomaram medidas visando minimizar o sofrimento do seu povo; outros ainda

não se conscientizaram. Alguns cientistas estimam em 7 bilhões o número de

pessoas que não terão acesso à água, se forem mantidas as atuais taxas de

aumento populacional e o crescimento cada vez maior da demanda de bens de

consumo. Outros pesquisadores acham estes dados excessivamente otimistas:

para eles em algumas décadas a situação de perda de vidas e o patamar de

miséria serão irreversíveis, o planeta não conseguirá suprir tantas pessoas. Os

países desenvolvidos não querem abdicar de todo o conforto conseguido e, os

países emergentes ou em desenvolvimento lutam para alcançar o mesmo grau

de conforto. Muitos cientistas acreditam que em futuro próximo poderá haver

guerras pela posse de água potável.

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Pela constituição brasileira, o domínio da água depende da localização

geográfica.Quando um rio banha mais de um estado, o seu domínio é da união.

Quando ele tem o seu curso dentro de um estado apenas, o seu domínio é

estatal. As águas subterrâneas também são do domínio do estado.(Políticas e

Ações de Infra-Estrutura Para a Região Nordeste)

Em todo o mundo, o principal uso da água é agrícola, e não industrial.

No continente africano e no continente asiático a utilização da água para

irrigação chega a 90% e 85% respectivamente. Na Europa, mais

industrializada, o setor agrícola corresponde apenas a 34%. Apenas na África o

uso doméstico ultrapassa o setor industrial.(SANTOS, Wildson Luiz Pereira

dos, MÓL, Gerson de Souza, at all)

Projetos de irrigação mal planejados podem causar uma série de

problemas ambientais: A exaustão hídrica da região é uma delas.A

contaminação das águas, o assoreamento dos rios, a salinização de regiões

áridas e semi-áridas e a erosão também ocorrem frequentemente.

Para termos uma idéia da importância da água na produção de

alimentos, observemos a tabela abaixo:

Produto Quantidade de água (em litros)

Açúcar 100

Trigo 900

Milho 1400

Arroz 1910

Frango 3500

Carne bovina 100 000

Tabela 2 (SANTOS, Wildson Luiz Pereira dos. MÓL, Gerson de Souza, at al)

Parte da água usada para irrigação não retorna ao seu curso original, e a parte

que retorna não possui a mesma qualidade. Quando reaproveitada sem

tratamento prévio, pode contaminar o produto, causando problemas de saúde

pública.

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O desvio de rios para utilização de suas águas na irrigação faz diminuir a

oferta de água potável: Os rios Colorado (EUA) e Yang-tsé (China), tiveram o

seu volume diminuído por causa de desvio de seus afluentes, com

conseqüente desaparecimento de vários componentes da flora e da fauna,

além de causar impacto social pela diminuição do pescado, meio de

sobrevivência das populações ribeirinhas.

O desperdício doméstico também contribui muito para o gasto da água

potável. Banhos demorados também gastam energia elétrica, e devemos

lembrar que praticamente toda energia usada no Brasil provem de hidrelétricas

que causam grande impacto ambiental. Sempre que deixamos lâmpadas

acesas, aparelhos elétricos ligados por mais tempo que o necessário ou com

algum defeito que os faça consumir mais do que previsto, também estamos

aumentando o consumo de água, pois no nosso país a principal fonte de

energia vem de hidrelétricas, devido ao nosso grande potencial hídrico.

Algumas padarias ainda usam fornos alimentados a lenha, o que

aumenta mais ainda a derrubada de árvores.

1.3 – A poluição continua

A poluição dos nossos rios, lagoas e das águas submersas, é um fato

que não pode ser negado. Isso causa além de agressão ao meio ambiente,

problemas de saúde na população.O estudo da Pós – Graduação e Pesquisa

em Engenharia (Coppe) fez uma estimativa em que 60% dos internados do nos

hospitais públicos são vítimas de doenças de veiculação hídrica como o cólera,

a esquistossomose, a febre tifóide, a hepatite, a leptospirose, as verminoses a

poliomielite, etc.

A poluição pode ser de natureza orgânica ou química, de diversas

origens. (SANTOS,Wildson Luiz Pereira dos. MÓL, Gerson de Souza at al).

A poluição ocorre de diversas maneiras:

1 – Poluição por águas de uso doméstico:

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Quase toda a água utilizada nos domicílios é encaminhada para um rio

(que deságua em um lago, lagoa ou no mar). O despejo é feito através de

esgotos ou diretamente. Geralmente essa água não recebe nenhum tratamento

até chegar ao rio. Os resíduos e produtos químicos contidos no despejo líquido

matam o ambiente aquático. Quando despejada em fossas sépticas podem

comprometer as águas subterrâneas.

Para onde vão as águas domésticas brasileiras?

Esgoto sanitário 47,2%

Fossa Séptica 15%

Outro método 29,5%

Nenhum 8,3%

Tabela 3 (CANTO, Eduardo Leite)

A água originária do banho e da pia doméstica contém grande

quantidade de detergente e até restos de alimentos. Esse material sofre a ação

de decompositores, que geralmente consomem o oxigênio dissolvido na água

tornando-o insuficiente para os peixes. Pode também remover a camada

oleosa que reveste algumas aves e insetos impedindo que estes animais

flutuem. Embora a maioria dos detergentes seja biodegradável, eles são

lançados em tal quantidade e com tal velocidade que ocorre um acúmulo deles,

impedindo a luz de penetrar na água. A base da cadeia alimentar são algas

fotossintetizantes, organismos microscópios conhecidos de um modo geral

como fitoplânctons. Sem luz eles não realizam a fotossíntese e morrem,

prejudicando toda a cadeia alimentar. Em alguns rios, trechos enormes são

cobertos por espuma, que exalam mau cheiro e podem causar problemas

respiratórios.

Os detergentes sintéticos possuem substâncias que contêm íons

fosfatos, que são nutrientes para certas algas. Elas se multiplicam

excessivamente e dificulta a passagem de luz Esse fenômeno é chamado de

eutrofização ou eutroficação. As algas que estão mais abaixo da superfície

morrem, e a ação dos decompositores sobre elas consome o oxigênio da água

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matando também os peixes. Estas substâncias também são encontradas nos

esgotos domésticos e nos fertilizantes. A água torna-se verde e exala mau

cheiro.

(Fonte: Ciências Naturais – 2004)

Algumas cidades como Pirapora do Bom Jesus (SP) vivem do turismo

religioso. É uma cidade de romaria desde que uma imagem do Cristo

confeccionada em madeira, foi achada às margens do rio Tietê no ano de

1725. Todos os poluentes jogados em suas águas pela cidade de São Paulo e

outras cidades ribeirinhas, tornaram a água de tal modo suja e fétida que

afastou boa parte dos romeiros, trazendo imensos prejuízos financeiros.

(SANTOS,Wildson Luiz Pereira dos, MÓL. Gerson de Souza, at al)

(Rio Tietê – Pirapora do

Bom Jesus – SP)

(Fonte: Ciências Naturais,2004)

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Cidades que possuem fontes de águas termais ou fornecedoras de

águas minerais devem cuidar para que não aconteça nenhum tipo de poluição,

ou terão de procurar novas fontes de renda.

Os detergentes biodegradáveis possuem cadeia normal (não-ramificada)

e saturada (apenas ligações simples entre carbonos). Também possuem um

número par de átomos de carbono. São mais caros que os sintéticos, mas são

menos agressivos ao meio ambiente e tornam o custo do tratamento dos

esgotos mais baratos. Em muitos países existem leis ambientais que

restringem o seu uso.

O esgoto doméstico contém diversos agentes patogênicos que podem

se multiplicar rapidamente e causarem diversas doenças. Além disso, há a

proliferação de ratos, baratas e outras pragas. Alguns rios são apenas imensas

valas condutoras dos dejetos humanos.

2 – Poluição por águas de indústrias e fábricas

A quantidade de água consumida depende do bem produzido:

Produto Consumo de água (em litros)

1 litro de gasolina 10

1 kg de papel 250

1 kg de alumínio 100 000

(SANTOS, Wildson Luiz Pereira dos. MÓL, Gerson de Souza, at al)

Alguns dejetos industriais são compostos por diversos produtos

químicos que não são absorvidos pela natureza. Metais pesados altamente

tóxicos e resíduos químicos de toda espécie ficam em suspensão na água ou

se depositam no fundo dos rios. O estrago causado ao meio ambiente é

enorme. Algumas fábricas se instalam justamente às margens de um rio para

lançar os seus dejetos. Outras fazem barragens que podem romper e causar

desastres ecológicos imensos, além de colocar a população ribeirinha em risco

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e afetar o abastecimento de água de cidades inteiras, provocando prejuízos

muito grandes e até perdas de vidas humanas. Projetos mal feitos, abalos

sísmicos, grande precipitação de chuvas, falta de manutenção, qualquer um

destes fatores pode provocar o rompimento desses diques.

Recentemente aconteceu um grande despejo de um produto

organoclorado no rio Pirapitinga, um dos afluentes do rio Paraíba do

Sul.Resende, Barra Mansa, Porto Real e Floriano, foram as regiões mais

atingidas: Além de sofrerem com o mau cheiro durante dias, também tiveram o

abastecimento de água cortado.Vários animais silvestres e domésticos foram

encontrados mortos, bem como diversas espécies de peixes. A empresa já

havia sido punida pela emissão de gases tóxicos que prejudicaram as pessoas

que moravam próximas a fábrica (RAMOS, Vinícius).

(Mortandade de peixes no rio Paraíba do Sul)

(Fonte: Revista do Meio Ambiente Ed. Nº 20 - 2008).

A legislação brasileira impõe várias condições para que fábricas e

indústrias sejam construídas. A quantidade de resíduos industriais é controlada

e, no caso de desastre ecológico, as multas são severas. Mas, nem sempre a

fiscalização é eficiente. O problema só é detectado quando acontece algum

fato que chame a atenção da imprensa.

3 – Poluição pelas águas das chuvas

Quando a quantidade de chuva é muito grande, os rios tornam-se mais

caudalosos e o leito se estende às vezes por vários metros, provocando

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inundações e arrastando toda sorte de sujeira e poluentes, principalmente

lama. Os cursos d’água situados entre morros recebem toda a terra que escoa,

além de árvores, pedras e até casas inteiras. Quando o nível da água abaixa,

este material apodrece, tornando a água escura e mal cheirosa. O nível de

oxigênio diminui abaixo do suportável pelos peixes e a falta de luz impede a

fotossíntese.

4 – Poluição por mercúrio (Hg)

O mercúrio é usado nos garimpos para separar o ouro. Frequentemente

esse produto é lançado nos rios, comprometendo toda a cadeia alimentar.

Estima-se que na bacia do rio Tapajós, no oeste do Pará, anualmente são

liberadas cerca de 12 toneladas de mercúrio no ambiente. Até o início da

década de 90 existiam, só nesta região, quase 250 garimpos, com infra-

estrutura precária, já que no Brasil não existe uma política de exploração de

minérios explícita. Quando todo o ouro se esgotava, a região era abandonada,

deixando incalculáveis prejuízos para o meio ambiente: enormes crateras e

grandes clareiras na mata, além de poluição de toda espécie, inclusive a

contaminação pelo mercúrio. Nas décadas de 70 e 80 tivemos os projetos

Carajás e Jarí e quem não ouviu falar de Serra Pelada? (SANTOS, Wildson

Luiz Pereira dos. MÓL, Gerson de Souza, at al)

O mercúrio forma com o ouro uma amálgama, uma mistura que pode ser

facilmente separada do meio onde se encontra. Depois, por aquecimento, é

vaporizado, restando apenas o ouro puro. As duas formas químicas mais

comuns é o metilmercúrio (composto orgânico) que se acumula ao longo da

cadeia trófica, principalmente em peixes e animais silvestres e o mercúrio

metálico, que pode ser evaporado com facilidade. O mercúrio é o único metal

líquido da natureza nas condições ambientes. Quando absorvido por via

digestiva (ingestão de água ou peixe contaminado, por exemplo) provoca

intoxicação crônica e complicações renais e nervosas.É típico de populações

ribeirinhas, concentradas às margens de rios próximos aos garimpos e cuja

principal forma de intoxicação é através do trato digestivo.Em muitas

comunidades a principal fonte de proteínas é o pescado. Neste caso podemos

incluir também as comunidades indígenas e pequenos posseiros que vivem da

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caça e da pesca, e retiram água para o seu uso diário de rios contaminados.

Quando inalado, provoca também complicações pulmonares; é o caso de quem

lida diretamente com o produto.

Estudos demonstram que gestantes que comeram peixes contaminados

deram luz a fetos problemáticos: Casos de teratogênese e deficiências de

desenvolvimento nervoso e motor foram registrados.

Os peixes herbívoros apresentam uma taxa de concentração de

mercúrio menor que os peixes carnívoros. Existe uma acumulação: Quanto

maior o predador, maior a quantidade do metal encontrada em seu organismo.

Evitar o uso da água dos rios e seus afluentes perto de áreas de riscos,

priorizando águas de poço e cisternas, pode diminuir os riscos de

contaminação. Alimentar-se de frutas e peixes herbívoros também minimiza o

problema.

Uma maneira de analisar os níveis de intoxicação é através da análise

do cabelo, uma vez que o mercúrio se fixa nele e podemos determinar os

níveis de exposição. (Revista Paraense de Medicina – 2009)

1.4 – Destruição das matas ribeirinhas

É a principal causa do assoreamento dos nossos rios. A areia e a lama

são arrastadas para o leito do rio, tornando-o mais largo e mais raso. A

evaporação é maior e não é compensada pelas chuvas. A superfície navegável

diminui causando enormes prejuízos, pois em algumas regiões eles são o

principal meio de transporte, tanto de mercadorias quanto de passageiros.

Quando a destruição da vegetação é perto das nascentes ou em uma

área muito grande ao redor delas, simplesmente elas podem secar. Estes

problemas poderiam ser solucionados pelo reflorestamento e pela proibição de

construções nas margens dos rios, na preservação de encostas íngremes e

topos de morros de modo a proteger a vegetação, evitando enchentes e

poupando vidas humanas e perdas materiais.

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As Áreas de Preservação Permanente (APP) criadas pela lei 4771 em

1965 e revisto em 1983, as matas ciliares devem ter no mínimo 30 m, mas pelo

Projeto de Lei Federal 3517/2008, do deputado José Carlos Vieira (DEM-SC),

os municípios estão isentos de observar os limites do Código Florestal,

podendo flexibilizar os limites técnicos. Em alguns deles as matas ciliares são

de apenas 5 m de largura, mas em algumas regiões não existem, tomadas por

plantações, pastos e construções, regulares ou não.

O rio São Francisco que banha vários estados e em suas margens

localiza-se algumas das nossas cidades mais importantes, é agredido e

explorado de todas as formas possíveis. Ele nasce na serra da Canastra, em

Minas Gerais e a sua foz fica na divisa entre Sergipe e Alagoas.Percorre 2.700

km. Banha cinco estados: Minas Gerais, Bahia,Pernambuco, Sergipe e

Alagoas.

Divide-se em quatro trechos: o Alto São Francisco, desde a sua

nascente até Pirapora, em Minas Gerais; o Médio, de Pirapora até Remanso,

onde começa o trecho navegável, o Submédio de Remanso até Paulo Afonso,

ambos na Bahia, e o Baixo São Francisco que vai até a sua foz.

Recebe água de 168 afluentes, do qual 99 são perenes. Sua bacia

hidrográfica também envolve parte do Estado de Goiás e o Distrito Federal.

Os índices pluviais decrescem na direção da sua foz: Na serra da

Canastra, a média é de 1900 mm anuais, e no semi–árido de 350 mm. A

evaporação é inversa: Na cabeceira é em média 500 mm anuais e em Petrolina

2.200 mm. A represa de Sobradinho garante a regularidade da vazão do rio,

mesmo no período das secas que vai de maio até outubro.

A irrigação garante divisas e subsistência para as pessoas que habitam

o vale do “Velho Chico”: Suas frutas são exportadas inclusive para diversos a

Europa. (S. Francisco – www.integração .gov.)

Quase toda a sua mata ciliar é inexistente. A maior parte das cidades e

povoados situam-se no seu entorno, e não existe praticamente nenhuma

política de proteção das suas águas, exceto por parte de alguns poucos órgãos

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governamentais e algumas ONGS. Ele é para o Nordeste o mesmo que o Nilo

é para o Egito. É navegável por 1371 km entre Pirapora e Juazeiro/Petrolina. É

a principal via de escoamento de produtos da região. Suas águas servem

também para consumo doméstico, irrigação, pecuária, pesca e lazer, além de

fornecer energia elétrica. Sem ele várias cidades não teriam se desenvolvido.

Se essa situação de descaso continuar, a previsão é que até 2060 ele estará

praticamente seco

(SANTOS,Wildson Luiz Pereira dos, MÓL, Gerson de Souza, at all)

O Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do S. Francisco, é

coordenado pela Secretaria Executiva do Ministério do Meio – Ambiente, em

parceria com o Ministério da Integração Nacional.Suas ações estão inseridas

no Programa de Revitalização de Bacias Hidrográficas com vulnerabilidade

ambiental do Plano Plurianual.Estas ações são executadas de acordo com a

Política Nacional de Meio Ambiente – Lei nº 6.938 / 81, Política Nacional de

Recursos Hídricos – Lei nº 9.433 / 97 e a Política Nacional de Saneamento –

Lei nº 11.445 / 07.

Divide-se em cinco linhas de ações em conformidade com o Plano de

Atividades e Metas (PAM) 2004/2007.

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• Gestão e Monitoramento;

• Agenda Socioambiental;

• Proteção e uso sustentável de recursos ambientais;

• Qualidade de saneamento ambiental;

• Economias sustentáveis.

(S. Francisco – www.integração .gov.)

1.5 – Construção de represas

Mais da metade da superfície do nosso planeta (75%) está coberta por

água. Podemos encontrá-la também nas geleiras, no subsolo, e no ar. Porém,

dessa quantidade imensa, muito pouco encontra-se disponível para o uso

imediato do homem. A maior parte (97,2%) está nos oceanos. Nas geleiras e

no topo das montanhas ela é encontrada no estado sólido, e corresponde

aproximadamente a 2,15%. A quantidade de vapor no ar (umidade do ar)

corresponde a 0,001% e varia muito de região para região. Nos desertos é

quase nulo. Esse vapor origina-se da transpiração dos vegetais, da evaporação

das águas dos oceanos, rios, lagos e lagoas. A precipitação na forma de

chuva, pode ocorrer na mesma região ou em locais distantes, pela ação dos

ventos. Ao se infiltrar na terra, a água da chuva alimenta o fluxo subterrâneo,

retornando às nascentes. É o chamado ciclo hidrológico ou ciclo da água,

um movimento natural intenso e dinâmico (SANTOS, Wildson Luiz Pereira dos.

MÓL, Gerson de Souza, at al).

No Brasil, 80% das águas superficiais disponíveis estão localizadas na

região Norte. Os outros 20 % abastecem a maioria da população brasileira

(95%) de uma maneira bem desigual, pois no Nordeste ela é bastante escassa

em grande parte do seu território, e é assolado por grandes períodos de seca.

A água potável pode ser obtida dos rios, dos lagos e do subsolo. As

águas subterrâneas chegam a ser 100 vezes mais abundantes que as águas

doces da superfície. Em alguns lugares ela brota espontaneamente,

constituindo as nascentes que originam a maioria dos rios e riachos.

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O ciclo hidrológico pode ser perturbado pelo homem de diversas

maneiras. Uma delas é a construção de represas.

A principal fonte de energia brasileira vem de hidrelétricas. É uma

política antiga que requer grandes investimentos e provoca impactos enormes

no meio ambiente e na população. O represamento de um rio para a

construção de usinas forma imensos lagos artificiais que inundam e alagam

extensões de terra muito grandes.

Os prejuízos são evidentes: Quantidades imensas de árvores são

submersas e ao apodrecerem exalam gases tóxicos. Uma quantidade

significativa de animais é morta. Mesmo quando transferidos, muitas vezes não

se aclimatam, e não conseguem sobreviver. Sítios arqueológicos importantes

são perdidos e a flora é destruída.

Em 1977, a barragem de Sobradinho, a 40 km de Juazeiro (BA), alagou

4 214 km2, provocando o remanejamento de uma população inteira, que teve

suas terras desapropriadas e abandonou o lugar em que nasceu e viveu e

deixou para trás os seus mortos. Cidades como Casa Nova, Sento Sé,

Remanso, Pilão Arcado, Sobradinho e dezenas de povoados submergiram

para dar lugar a 11 hidrelétricas com capacidade total de 13 000 MV. Os

ribeirinhos estão alojados em pequenos povoados (Brejo de Dentro, Brejo de

Fora, Algodões, Ponta da Serra, etc) e vivem em condições miseráveis.

(SANTOS, Wildson Luiz Pereira dos. MÓL, Gerson de Souza, ano)

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CAPÍTULO II

CAPTAÇÃO DA ÁGUA DAS CHUVAS

1- O perigo da escassez de água

“Quando a temperatura se eleva, o consumo de

água aumenta. Para que não se fique com deficiência no

abastecimento, A Sabesp adota um sistema de rodízio

para oferecer a água de uma forma mais equilibrada e

justa. Desta maneira, as pessoas que estão submetidas

ao rodízio, podem ter garantia de que naqueles dias

determinados, a água irá chegar para o seu

abastecimento. Agora, para eliminar completamente o

problema do rodízio na Região Metropolitana, a Sabesp

está investindo 693 milhões de reais no Programa

Metropolitano de água. É um programa de obras que,

através da construção de várias estações de tratamento,

reservatórios e tubulações, permitirá que, ao final de 98

seja eliminado completamente o rodízio em toda a nossa

região”.(Amauri Pollachi – engenheiro SABESP –

Controle Operacional – www... – on-line).

O principal objetivo do tratamento da água é torna-la apta para o

consumo humano, torna-la potável.Quanto mais poluída, mais complexo se

torna o processo, e maior será o custo.

O rio Tietê é um dos mais poluídos do mundo, especialmente quando

atravessa o município de São Paulo.

Ele nasce em Salesópolis, na Serra do Mar e deságua no rio Paraná,

após percorrer 1.100 km. Na sua cabeceira, ele é límpido e puro.Até Mogi das

Cruzes, ele tem oxigênio.A partir desse ponto, a quantidade de dejetos

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industriais e domésticos vai aumentando até atingir o ápice na região da capital

do Estado.

A água coletada vai para grande tanques onde é adicionado sulfato de

alumínio.Em seguida vai para o floculador, onde recebe cloro e polieletrólito,

um produto químico para ajudar na floculação.A água é agitada para aumentar

o tamanho dos flocos, e vai para os decantadores, onde os flocos maiores e

mais pesados vão se depositar no fundo, isto é, decantar.A água de superfície

vai para os filtros, para retirada do resto das impurezas e recebe nova adição

de cloro.Depois de filtrada, o pH é corrigido com a adição de cal, e através de

milhares de tubulações e redes de distribuição ela é levada ao consumidor,

própria para o consumo, isenta de microorganismos danosos a nossa saúde. A

água tratada desse modo segue as recomendações da Organização Mundial

da Saúde (OMS).

2– Aproveitamento das águas das chuvas para uso doméstico

Desde os tempos mais remotos, a água da chuva é aproveitada pelos

povos de diversos continentes: os Romanos, nos seus impérios espalhados

pela África, Ásia e Europa, os Hebreus, na Ásia, e os Incas, Maias e Astecas,

nas Américas.

Nas residências, as águas pluviais podem ser usadas sem tratamento

prévio para diversos fins, como sanitários ou lavagem de calçadas.Estima-se

que entre 30% e 50% das águas coletadas podem ser usadas in natura, o que

significa uma economia muito grande para o serviço público e para o

consumidor. (SABESP 2004).

A água da chuva pode ser captada de diversas maneiras, e usada para

os mais diversos fins.

2.1 – Captação de telhados

Atualmente, países desenvolvidos como os Estados Unidos, Japão e

alguns países Europeus, usam os sistema de captação das águas pluviais para

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diversos fins. Já existe carência de água potável em quase todos os lugares do

planeta, e esses países estão em estado de alerta. (www.Sabesp.com.br).

Uma das maneiras mais eficientes de captar água das chuvas é o uso

de calhas nos telhados ou coberturas, de modo que a água possa ser coletada

e armazenada em cisternas ou caixas d’água. Essa água pode se usada para

diversos fins, como indústrias, garagens, irrigação, criação de animais ou uso

doméstico.

2.1.1 – Cálculo do volume utilizável

Podemos calcular o volume utilizável (Vut) usando a seguinte equação:

Vut = Vafl – Vrej - Vdesc

Onde:

Vut Vaf Vrej V desc

Volume utilizável Volume afluente Volume rejeitado Volume descarregado

O volume afluente é o que chega ao coletor. Depende da área útil de captação

(o telhado de uma casa, por exemplo, e as paredes que desviam as águas para

ele) em projeção horizontal, do índice pluviométrico anual (h) e de eventuais

perdas( c ), que podem ser estimadas entre 0,8 e 0,9 e é o coeficiente de

Runnof.

Por exemplo, uma casa cuja cobertura é de 200 m2, em uma região cujo

índice pluviométrico é de 1500 mm/ano .

Usando –se a equação:

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Temos um volume afluente igual 255 m3 / ano.

(NEVES, Mário Valente. BERTOLO, Elisabete. ROSSA, Sara - 2006)

Deve-se evitar o uso das primeiras águas precipitadas, pois conterão

impurezas de natureza diversa, como poeira, folhas de árvores, frutas caídas

dos galhos, lixo, e até animais mortos. Esse material é arrastado para dentro

de reservatório. A água chega muito contaminada, o que reduz bastante o seu

uso doméstico. O ideal é que essa água seja descartada.O tempo de lavagem

do telhado varia de acordo com o tamanho do mesmo e com a precipitação.

Geralmente, uma hora de chuva forte é o bastante. Ou o equivalente a 1 mm

de chuva ( 1 L / m2). Mesmo com esse cuidado deve-se instalar um filtro ou

coador na entrada do reservatório. (BERTOLO, E. 2006)

Existem vários tipos de filtros:Uma tampa de lata de leite com vários

furos feitos com pregos é um bom filtro, mas provavelmente terá problemas de

entupimento.Uma tela também serve, mas o problema de retenção excessiva

de dejetos persistirá.

Um dispositivo bem simples, relativamente barato e de grande eficácia é

o observado na figura da página 28:

Vafl = A.h.c

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(Modelo de filtro de água da chuva – www.água -de-chuva.com)

A água vai se acumulando em um pequeno reservatório, com uma saída

contínua de água de rejeição através de um pequeno orifício. As impurezas

ficam depositadas no fundo, que possui uma tampa removível para posterior

limpeza.Quando esse reservatório se enche, a água é conduzida para o

reservatório definitivo.

Um outro sistema de purificação é o uso de um filtro de areia, instalado

acima da tampa da caixa de purificação.São camadas sucessivas de brita,

areia grossa, areia fina e carvão, dispostas em uma caixa de alvenaria.

Embora mais oneroso, pode-se construir um tanque de decantação,

onde as partículas sólidas em suspensão poderão ser precipitadas. Esse

tanque pode ser construído dentro do próprio reservatório ou próximo a ele.

Quando a água fica muito tempo armazenada, pode acontecer

contaminação por microorganismos.A colocação de um clorador por difusão

garante uma boa qualidade para o consumo humano.

2.2 – O uso da calha

Para se dimensionar uma calha, deve-se levar em consideração o

volume de água que virá do telhado e a sua inclinação até o condutor que

Tampa de proteção

Saída contínua de água de rejeição (first-flush)

Entrada da água da chuva

Tampa removível

Saída de água para o reservatório

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levará a água até o reservatório.Segundo a norma regulamentadora NBR

10844/89, a declividade mínima deve ser de 0,5%.

Já existem no mercado diversos modelos de calhas que não agridem o

aspecto visual e se harmonizam com as fachadas dos prédios e casas onde

estão instaladas.(MOTA, S. PAULA, H. M.).

2.3 – Tipos de reservatórios

1 – Reservatórios subterrâneos

Quando o reservatório for subterrâneo, a escolha do local é de extrema

importância. O solo tem de ser firme e afastado de possíveis poluentes, como

fossas, latrinas, depósitos de lixo ou currais. Também a proximidade de árvores

constitui um perigo, pois as raízes podem danifica-lo. A falta de ar e luz dificulta

a proliferação de bactérias.

O material usado na construção pode ser variado: cimento, tijolo, pedras,

etc. Seu dimensionamento depende da quantidade de usuários, da precipitação

pluviométrica local, da área do telhado e do fator orçamentário.

2 – Reservatórios acima do nível do solo

Esse tipo de reservatórios é muito usado, mas devem ser reforçados

para evitar rachaduras e bem impermeabilizados.O material usado é variado,

mas deve ter a sua parte interna pintada na cor preta para bloquear a luz.

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Podemos também usar reservatórios tipo caixa-dágua acopladas

diretamente aos vasos sanitários, máquinas de lavar roupas e torneiras

destinadas à rega ou lavagem de pátios e carros. Apesar do menor volume,

podem representar uma economia muito grande de água e são de uma

praticidade muito grande.

(Aproveitamento da água da chuva com cisterna no sótão)

3 – As cisternas rurais

No Nordeste brasileiro, o semi-árido ocupa uma área de 1.150.000 km2,

e corresponde a 70% da área do Nordeste e a 13% da área do nosso território.

Abrange os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba,

Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, além da área Setentrional

de Minas Gerais e o norte do Espírito Santo.Há predominância de um solo de

origem cristalina, com baixa capacidade de infiltração e retenção de água,

apresentando um potencial de escoamento superficial de 3 L / s / km2, muito

pouco aproveitado.(BRITO 1998)

De novembro a fevereiro a chuva é abundante, mas nos meses

seguintes o período é de seca.Em alguns lugares a média pluviométrica anual

é inferior a 400 milímetros. Para conseguir água, caminha-se vários

quilômetros até cacimbas ou bicas, a pé ou usando tração animal. O serviço de

carros – pipas é freqüentemente solicitado.

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Mais de dois milhões de municípios não têm água em todo o Nordeste,

de acordo com o Programa das Nações Unidas Para o Desenvolvimento

(Pnud).Isso corresponde aproximadamente a 10 milhões de pessoas.

A região de Caetité na Bahia abrange 35 municípios e tem cerca de 41

mil quilômetros quadrados. O principal meio de sustente é a agricultura familiar.

Os homens emigram para São Paulo ou Mato Grosso do Sul para um serviço

temporário no corte da cana.Muitas vezes a fome obriga famílias inteiras a

migrarem para os grandes centros, onde ficam alojados geralmente na

periferia, em condições degradantes.

O uso da cisterna rural foi muito difundido pelo programa “ Um milhão de

cisternas rurais” (P1MC) parceria entre a sociedade civil e o governo

federal.Segundo o site “Articulação No Semi – Árido Brasileiro” (AsaBrasil),

foram atendidos 1.031 municípios. Foram contratados pedreiros e

trabalhadores das próprias comunidades.(CAVALCANTI, Nilton)

Até o final de 2006 foram construídas 170 mil cisternas, garantindo água

limpa para aproximadamente 800 mil pessoas. Até o final de 2008 era previsto

a construção de 1 milhão de cisternas.

O sistema utiliza o princípio de coletar e armazenar para usar apenas

quando necessário. Pode armazenar uma quantidade razoável a um custo

relativamente barato.

(Caetité, sertão da Bahia)

A cisterna é redonda e não é totalmente subterrânea. Uma parte dela

encontra-se fora do solo. Pode armazenar 16 mil litros de água, que chega do

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telhado através de um cano, ligado à calha que circunda toda a casa. A água é

retirada através de uma bomba hidráulica artesanal conhecida como Emas.

Todo o conjunto custa R$ 1.520,00, incluindo a capacitação das famílias

beneficiadas.(FREITAS, Mário de. HERRERO, Railda)

2.4 – Uso coletivo de águas pluviais armazenadas.

A captação e consequente armazenamento de águas pluviais ou

freáticas em cisternas de condomínios, representa economia e racionalização:

Esta água pode ser bombeada para caixas-dágua localizadas na cobertura e,

através de um encanamento diferenciado ser usada para higienização de

sanitários, rega de jardins ou lavagem de áreas comuns ao condomínio.

Nos condomínios horizontais, pode ser construída uma caixa dágua

apoiada em pilastras, de modo que fique em um nível superior aos telhados e

possa ser distribuída usando-se a gravidade.(BERTOLO – 2006)

Uma outra idéia, é a construção de cisternas sob o passeio para

receberem águas pluviais. Esta seria uma obra realizada pelo poder público,

ficando esta água disponível para lavagem de ruas, alimentação de fontes e

lagos, rega de jardins, limpeza de coletores, sanitários de banheiros públicos e

eventual utilização pelos bombeiros em caso de incêndios.Também poderia ser

disponibilizada para particulares em caso de períodos de

racionamento.(BERTOLO – 2006)

As águas pluviais poderiam também ser aproveitadas em indústrias para

refrigeração de alguns equipamentos e máquinas, serviços de limpeza,

descarga, etc. Dependendo do tipo de industria a economia poderia ser bem

interessante.

2.5– Diluição de águas de banho

As águas provenientes de sanitários são denominadas águas negras, e

as águas originárias de cozinhas, bidês, banheiras, duchas, tanques,

lavatórios, etc, são denominadas águas cinzentas. Hoje já é possível reutilizar-

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se todos os efluentes domésticos, mas o custo é muito alto, exceto para as

águas cinzentas. As águas de banho são pouco poluídas, e sua produção

representa uma parcela significativa da água potável utilizada por uma

família.A água do ralo pode ser desviada para um coletor de águas cinzas,

passando primeiro por filtros. Segundo Rossa (2006) em trabalho de mestrado

produzido e desenvolvido na FEUP, os elementos mais comuns encontrados

em águas de chuveiros são sabonetes, xampus, agentes de limpeza, e

cabelos. Quando se adicionou 50% de água da rede pública, a mistura

apresentou-se sem cheiro ou espuma e quase límpida. A quantidade de sódio,

cloro, bromo, glicerina, álcool, etc, provenientes dos compostos corresponde a

uma concentração média de 42 ppm. A análise bacteriológica realizada no

Departamento de Engenharia Química da FEUP, segundo a norma ISSO / DIS

9308-1 (1990), destinada a quantificação de coliformes presentes na água

através de filtração por membrana seguida de cultura em meio lactosado

seletivo mostrou um teor de 124 ucf / 100 mL no caso do homem e 430 ucf /

100 mL no caso da mulher. A presença dos detergentes e desinfetantes elimina

boa parte dos agentes infecciosos. Mesmo a presença eventual de urina, não

constitui grande perigo. Essas águas depois de coletadas poderiam ser diluídas

com águas pluviais e reaproveitadas para utilização em sanitários.

Segundo o matemático e inventor Elair Antônio Padin, os prédios de até

13 andares são capazes de coletar mais água do que o que gastam com as

descargas nos sanitários.Ele é o autor do projeto que originou a norma

13276/02 ( publicado no Diário Oficial, 05 de Janeiro de 2002) que torna

obrigatória a construção de reservatórios coletores de água em novas

edificações que tenham área impermeabilizada superior a 500 m2.Os

proprietários que desejam efetuar reformas nos seus imóveis devem

providenciar caixas que ajudem a reter a água da chuva. (Fonte: CIOOCHI,

Luiz – revista Téchne).

2.6 – Outros métodos para captação de água

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1. Construção de mini-açudes

Um projeto da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)

prevê a construção de miniaçudes, ao longo dos sulcos das enxurradas para

coletar a água da chuva, aproveitando o fato que em vários lugares a

capacidade de infiltração de água no terreno é muito pequena, o que é a

principal causa da lixiviação.

A construção das barraginhas, como são conhecidos os miniaçudes,

permite a revitalização dos lençóis subterrâneos, recuperam a umidade do solo

e o reaparecimento da vegetação. Uma prova disso é que a construção de um

poço perto das barragens é perfeitamente possível: onde antes havia apenas

areia, a água também está presente.

Desde 1995 foram construídas 25 mil barraginhas em Minas Gerais,

sendo que 10 mil estão na região de Sete Lagoas. Cada uma delas detém, em

média, 1000 mm3 de água por ano. O custo é de apenas R$ 300,00 por cada

barraginha e com o uso de um trator fica pronto em duas horas.

As barraginhas já construídas foram testadas com pleno êxito:

viabilizaram a agricultura, aumentaram o nível do lenços freático, deram origem

a minas d’água e proporcionaram o umedecimento das baixadas.

Já os lagos de múltiplos uso ou lagos lonados, são impermeabilizados

com lona comum, e são utilizados como reservatório de água para

abastecimento e irrigação das hortas comunitárias. Podem ser abastecidos

pelas barraginhas e também receber água diretamente da chuva. Garantem o

suprimento de água durante um ano e também podem servir como criadouro

de peixes.

Estas ações proporcionam a fixação do homem no seu local de origem,

diminuindo as migrações e proporcionando água potável e condições de vida

digna para as populações.

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CAPÍTULO III

Sustentabilidade e conscientização

A relação entre o desenvolvimento sustentável e o reuso da água

Segundo Georgescu (1976), a atividade econômica de qualquer geração

não deixa de influenciar a das gerações seguintes: os recursos terrestres em

energia e materiais são irrevogavelmente degradados e se acumulam os

efeitos nocivos das poluições sobre o ambiente. Por isso, um dos principais

problemas ecológicos que se colocam à humanidade é o da relação entre a

qualidade de vida de uma geração à outra, e particularmente o da repartição do

dote da humanidade entre todas as gerações.

Em entrevista ao jornalista Elias Fajardo, para a Revista Ecologia e

Desenvolvimento, o professor José Augusto Pádua, do Curso de Pós-

Graduação em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade, da Universidade

Federal do Rio de Janeiro, relata em seu livro, Um sopro de destruição:

Pensamento Político e Crítica Ambiental do Brasil Escravista, que a reflexão

sobre a destruição da natureza é muito mais antiga do que se pensa. Autores

como José Bonifácio já criticavam a relação entre o sistema vigente na época e

as agressões ao meio ambiente.Eles criticavam na época a monocultura, os

grandes latifúndios, a exploração irracional da terra e o trabalho escravo.Desde

o século XVIII que se notou que o modelo de expansão no Caribe, na Índia, no

Pacífico, nas Américas e na África era predatório. No Brasil, o sistema de

monocultura provocou desflorestamento e destruição do ecossistema nativo,

além da caça desenfreada e do surgimento da mineração.Cientistas do século

XVII já afirmavam que a destruição da mata nativa tendia a criar desertos, pela

redução da umidade e das chuvas.O próprio José Bonifácio previa em 1823

que o Brasil em dois séculos ia se transformar nos desertos da Líbia.

Em 2002, pesquisadores das universidades americanas de Yale e

Columbia, apresentaram ao Fórum Econômico Mundial a idéia de um índice de

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sustentabilidade ambiental, para ser comparado com outros índices de

desenvolvimento, como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).Esse

índice(ESI-2002) considera cinco dimensões: sistemas ambientais, estresses,

vulnerabilidade humana,capacidade social e institucional e responsabilidade

global.O primeiro envolve quatro sistemas ambientais: água, ar, solo e

ecossistemas. (VEIGA - 2008)

Para que a água seja utilizada, é necessário que se faça uma análise

cuidadosa da mesma. Vários parâmetros devem ser considerados, não apenas

as interações entre os fatores bióticos e abióticos, mas também o fator

temporal. Estes parâmetros estão intrinsecamente ligados entre si, não são

isolados.

3.1. Aspectos Técnicos

1– Acidez e basicidade

A acidez de um sistema é determinada pela quantidade de íons H+. O

bioquímico sueco Peter Sörensen criou em 1909 o uso da escala de pH para

medir a quantidade de íons hidrogênio. Trata-se do cologaritmo na base 10 da

concentração molar de íons H+.Esta escala assume valores que varia de 0 até

14. O pH ácido, situa-se entre 0 e 7. O pH alcalino (básico), possui valores

acima de 7, que corresponde ao pH neutro.Quando a quantidade de íons

hidrogênio diminui, o pH aumenta e vice-versa. De um modo análogo, a escala

que mede a basicidade (concentração de íons OH-) é o pOH. (USBERCO,

João, SALVADOR, Edgard - 2006).

Quanto mais extremos forem os valores de pH, menor será a

diversidade de seres vivos, pois estes possuem pouca tolerância a estas

variações. No dia a dia, usamos esta grandeza para controle de aquários ou

piscinas. Os peixes criados em cativeiros precisam que a água tenha um pH

ideal, pois geralmente em ambiente muito ácido, eles podem desenvolver

fungos.

A acidez de um rio ou lagoa depende de vários fatores: do solo onde

está instalado o seu leito, dos rejeitos trazidos pela chuva, da temperatura, da

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eutrofização, etc. A proliferação de certas algas retira do meio o principal

fornecedor de hidrogênio, que é o gás carbônico.

Os rios brasileiros possuem pH de neutro a ácido (MAYER – 1987). Rios

que cortam áreas pantanosas ou rios de mangue possuem alta acidez devido a

grande capacidade de matéria orgânica em decomposição.As águas do rio

Negro possuem cor escura devido ao excesso de ácidos em solução.

2– Radiação Solar

A penetração dos raios solares na água depende de alguns fatores

como o ângulo de incidência, da quantidade de partículas dispersas, que

podem tornar o meio mais ou menos turvo, da agitação superficial. Assim que

incide, o raio luminoso sofre refração. Uma parte dessa radiação é absorvida, e

a outra parte é refletida. A transparência da água é conhecida como zona

eufótica. A região que fica abaixo dessa área corresponde a profundidade onde

a radiação solar é 1% da que atinge a superfície.O desenvolvimento de muitos

microorganismos depende dessa radiação.

O material particulado não dissolvido que se encontra em suspensão,

composto por substâncias orgânicas (fitoplâncton e zooplâncton) e inorgânicas,

influi na transparência da água dificultando a penetração da luz.

3– Temperatura

A temperatura e a densidade da água são fatores determinantes no

ecossistema de uma massa líquida, pois muitas vezes os organismos vivem

em profundidades diferentes de acordo com a sua adaptação à temperatura.

Os ventos são agentes eficientes para a mistura das águas, mantendo a

densidade uniforme. Quando isto não ocorre, podemos ter áreas subaquáticas

diferenciadas, algumas com formas de vida inexistentes e/ou diversificadas,

geneticamente adaptadas para aquele ambiente, pois a temperatura da maior

parte dos organismos aquáticos é regulada por fatores externos; a introdução

de água quente ou fria pode causar reações adversas.

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4– Quantidade de oxigênio disponível

A quantidade de oxigênio disponível determina a vida no meio aquático,

pois a maioria dos organismos depende dele para sobreviver. Resíduos

industriais, esgotos sanitários e enchentes, aumentam a eutrofização,

provocando a morte de peixes, que ao se decomporem aumentam mais ainda

a quantidade de matéria orgânica, que é a base de subsistência dos

microorganismos que utilizam o oxigênio para a sua proliferação.

A quantidade de oxigênio que é consumido pelos

microorganismos das águas poluídas na oxidação biológica, quando mantidas

a uma temperatura determinada, por um dado espaço de tempo, corresponde

ao valor da poluição produzida por matéria orgânica oxidável biologicamente, e

é conhecida como Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO).

5– Presença de bactérias coliformes

As bactérias coliformes normalmente não são naturais de um rio ou

lagoa.Elas são originárias dos esgotos urbanos e fazem parte da flora intestinal

humana, onde auxiliam a digestão. Cada pessoa elimina cerca de 200 bilhões

de coliformes diariamente. Essas bactérias não representam grande perigo,

pois não causam doenças e convivem com outras bactérias presentes nos rios

e que são responsáveis pela auto-depuração do mesmo. Porém, as fezes de

pessoas doentes podem contaminar as águas com microorganismos

patógenos, daí a importância de uma análise para sua identificação e

eliminação. (SCHIAVETTI, Alexandre – 2008)

3.2 – Reuso e economia de água em domicílios

1 – Cálculo do consumo de água

Estima-se que em média uma pessoa gaste 4,5m3 de água por mês, ou

4.500 litros, o que equivale a 150 litros por dia. Um banho de 15 minutos

consome mais ou menos 1,57 m3; descarga cinco vezes ao dia com vazão de

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mais ou menos 10 L, corresponde aproximadamente a 1,5 m3 ao mês. Existem

várias alternativas para diminuir este consumo:

2 - Maneiras simples de economizar água no dia-a-dia

As perdas de água potável são calculadas tendo como base a diferença

entre o volume consumido registrado pelos hidrômetros e o volume produzido

pelos sistemas. A perda pode ser física, que acontece devido a vazamentos ao

longo do caminho. Esta água não chega ao seu destino final, que é o

consumidor. A perda não física seria aquela em que a água é captada através

de ligações clandestinas.

Mas existem várias maneiras de se desperdiçar água quando ela chega

aos nossos lares, e que são relativamente fáceis de serem corrigidas:

- Verificar se existe algum vazamento nos canos, registros ou torneiras. Uma

torneira pingando gasta por volta de 46 litros de água potável por dia.

- Não usar mangueiras para a lavagem de pisos, carros, calçadas, etc, se a

água não for resultante de reuso; O uso de baldes para essas atividades

resulta em uma economia significativa de água potável. Lavar o carro durante

30 minutos consome 216 a 560 litros de água potável. Um balde de 10 litros

para ensaboar e três baldes para enxaguar, consomem 40 litros.

- Manter a torneira fechada ao escovar os dentes, lavar louça ou fazer a barba.

Se uma pessoa gasta cinco minutos para escovar os dentes e levar mais cinco

minutos para fazer a barba com a torneira aberta, gastará ao final desse

intervalo de tempo 24 litros de água.

- Diminuir o tempo do banho. Nos Estados Unidos a legislação limitou a vazão

dos chuveiros e torneiras em 9 litros por minuto, o que resultou em uma

economia de água de 30%.

- Economizar energia elétrica, pois a maior parte da energia elétrica brasileira

vem de hidrelétricas;

- Captação de água da chuva;

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- Utilização de torneiras econômicas em casa ou em banheiros públicos ou

escolas.

- Reuso de água tratada de esgotos (aconselhável para condomínios, devido

ao custo das instalações).

- Ensaboar a louça com a torneira fechada;

- Acumular a roupa para lavar e passar;

- Reutilização das águas cinzentas (greywater).

Nos sanitários:

– Utilização de vasos sanitários com caixa acoplada que limitam o volume da

água da descarga;

- Utilização de descargas com válvulas reguladoras para dejetos sólidos (por

volta de 6 litros) e dejetos líquidos (por volta de 4,5 litros);

- Outros modelos menos utilizados são o sistema a vácuo e os banheiros

secos;

No banho:

Desviar a água do ralo para reservatórios, onde é filtrada e tratada para

depois ser reutilizada na descarga de sanitários. Caso a água do banho não

seja suficiente, poderá ser utilizada a água da pia ou de lavagem de roupas,

que pode ser misturada a água captada da chuva, para maior diluição de

sabões e detergentes.Essa água deve passar pelos mesmos processos de

filtragem e tratamento.

Este procedimento corresponde a aproximadamente 10% do gasto de

água de uma grande cidade como São Paulo e geraria uma economia de

quase 1 bilhão de reais. A despesa com os equipamentos leva por volta de dois

anos e meio para dar retorno.

No Japão, condomínios, hotéis e hospitais, são construídos com

sistemas particulares de reaproveitamento de águas servidas.

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A Constituição Brasileira determina que “todos tem direito ao meio

ambiente ecologicamente equilibrado, um bem de uso comum do povo e

essencial à sadia qualidade de vida e é dever do Poder Público e da

coletividade defender e preservar o meio ambiente para as gerações presentes

e futuras”.

Infelizmente, os nossos rios e córregos são usados pela população local

como depósitos de lixo, o que compromete muito a sua sobrevivência.

(TV Cultura – Alô Escola – Água, um bem limitado – parte 1)

.

Fonte: www.sociedadedosol.org.br

3.3 – Utilização de águas desprezadas

São consideradas águas desprezadas aquelas de açudes eutrofizados e

salinizados, com desenvolvimento excessivo de algas e prováveis vetores de

doenças e agentes patogênicos. Existem muitos desses açudes no semi-árido

que poderiam ser aproveitados para agricultura caso fossem dessalinizados e

tivessem suas águas tratadas. Existem algumas soluções já testadas que

mostraram um ótimo grau de eficiência e resultados satisfatórios.

- Uso de plantas aquáticas dessalinizadoras e biofiltradoras

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O uso de plantas para filtrar e dessalinizar águas de açudes é barato e

ambientalmente sustentável. O Aguapé (Eichhornia crassipes) é uma planta de

múltiplos usos: além de ser dessalinizadora, pode ser usada em efluentes

domésticos e industriais. Ela não só diminui a massa orgânica como reduz a

quantidade de metais pesados, fosfatos e compostos nitrogenados.Também

tem ação mortal sobre patógenos, diminuindo a sua proliferação. É uma planta

que além da sua função biofiltradora, serve também como ração para animais,

produção de biogás para a geração de energia, fertilizante, fabricação de papel

e compostagem.Sua sombra impede a proliferação de algas.Existem outras

plantas, como o alface d’água (Pistia estratiotes) e a lentilha d’água (Lemna

minor). (Lima-2003)

– Utilização de plantas halófitas

A erva sal (Atriplex nummularia) adaptou-se muito bem ao semi-árido

brasileiro e suporta altas concentrações salinas, além de conseguir acumular

grande quantidade de sal, o que a torna fonte importante de alimentação para

os animais ruminantes

O coqueiro também pode crescer em meio a altas concentrações

salinas, e o coco pode ser importante fonte de renda.

A criação de camarões e peixes em águas com alto grau de salinidade é

utilizada com sucesso em diversos países, embora ainda não seja

economicamente bem aproveitada no Brasil. Trata-se de mais uma alternativa

de aproveitamento desses açudes, o que pode ser uma fonte geradora de

renda e emprego.(ALBINATI, 2003)

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CONCLUSÃO

A água é o componente vital da sustentação da vida na terra e onde ela

se originou, segundo os cientistas. Está presente em maior ou menor

quantidade no organismo dos seres vivos, que dependem dela para a sua

sobrevivência.Para alguns, como os insetos, faz parte da complementação do

seu ciclo de vida, para outros, como os animais aquáticos, é o meio onde

nascem, crescem, procriam e morrem. Não há fauna ou flora sem água, pois os

vegetais estão diretamente relacionados à sua presença.

Encontra-se no corpo humano na sua unidade mais elementar: as

células. O homem a usa para beber, cozinhar, transporte, lazer, na agricultura,

na criação de animais, na higiene, nas indústrias, para geração de energia, etc.

O ser humano pode levar alguns dias sem comer, mas sem ingerir líquidos,

suas chances de sobrevida são mínimas.

No entanto, apenas de alguns anos para cá é que a preocupação com a

água potável aumentou. O crescimento da população mundial aumentou em

muito a demanda desse produto. A quantidade de água no planeta é a mesma,

mas a que pode ser utilizada de imediato pelo homem, diminui muito, devido a

fatores diversos. A água de um rio é de boa qualidade quando apresenta

menos de mil coliformes fecais e menos de 10 microorganismos patogênicos

por litro.

A conscientização do ser humano desde a mais tenra idade, a

elaboração de leis mais severas para conter a poluição, a adoção de uma

política de preservação mais eficiente, é necessário para que em um futuro

próximo os países não tenham que disputar água. É mais fácil e barato

proteger os mananciais do que utilizar técnicas sofisticadas para despoluir a

água.

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ANEXOS

1- Construção de uma barraginha no Ceará ao lado de uma cisterna.

2 - Visão de uma casa no semi-árido com cisterna para captação de água da chuva.

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3 - Construção de uma barragem subterrânea

Lançamento de esgotos e dejetos industriais em um rio.

Estação de tratamento de água para reuso

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(Preparação de um lago lonado em Chapada do Norte – Vale do Jequitinhonha)

Preparação de um lago lonado – Arquivo Embrapa

Fonte: VIANA, Guilherme Ferreira – Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas – MG)

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BIBIOGRAFIA CONSULTADA

1 – SANTOS, Wildson Luiz Pereira dos. MÓL, Gerson de Souza.

MATSUNAGA, Roseli Takako, at al, Química e Sociedade, São Paulo: Ed.

Nova Geração, 1ªedição, 2005.

2 – CANTO, Eduardo Leite do. Ciências Naturais: Aprendendo com o

cotidiano, São Paulo: Ed Moderna, 2ª edição, 2004.

3- MACHADO, Sídio. Biologia: de olho no mundo do trabalho, São

Paulo: Ed Scipione – 2003.

4 – LINHARES, Sérgio. GEWANDSZNAJDER, Fernando. Biologia: Série

Brasil, São Paulo: Ed. Ática, 1ªedição, 2004.

5 – NEVES, Mário Valente. BERTOLO, Elisabete. ROSSA, Sara,

Aproveitamento e Reutilização da Água da Chuva para Usos Domésticos,

Jornada de Hidráulica, Recursos Hídricos e Ambiente, Porto, 2006.

6 – VIANA, Guilherme Ferreira. Embrapa, Milho e Sorgo (Sete Lagoas –

MG) – 2008.

7 – HERRERO, Railda. FREITAS, Mário. Cisternas democratizam água

no Semi – Árido.

8- HENRIQUES, Lauro (de Minas Novas/MG) – Projeto Barraginhas -

Revista Superinteressante – Julho – 2003.

9 – USBERCO, João. SALVADOR, Edgard. Físico – Química, volume 2,

São Paulo: Ed. Saraiva, 10ª edição, 2006.

10 – VEIGA, José Eli da, Desenvolvimento sustentável (o desafio do

século XXI):Rio de Janeiro, Ed. Garamond, 2005

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11 – AMABIS, José Mariano. MARTHO, Gilberto Rodrigues,

Fundamentos da biologia moderna, São Paulo: Ed. Moderna, 1ª edição, 1994.

12 – BECKER, Berta. BUARQUE, Cristovam. SACHS, Ignacy. at al,

Dilemas e desafios do desenvolvimento sustentável no Brasil: Rio de Janeiro,

Ed. Garamond, 2007.

12 – www.anbio.org.br/bio/biodiver_entr 1 htm

13 – www.sociedadedosol.org.br

CAV12antomnodkdkdkkdkkkkkkkkkkkkALCA12NTI, Nilton. rAvaliação de barreiros e finalidade da água armazenada na região semi-árida da Bahia. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.5, n.3, p.568,

Grande, 2001.

BIBLIOGRAFIA CITADA

1- CAVALCANTI, Nilton. Avaliação de barreiros e finalidade da água

armazenada na região semi – árida da Bahia. Revista Brasileira de

Engenharia Agrícola e Ambiental, v.5, n.3, pág 568, Campina

Grande, 2001.

2- MOTA, S. Introdução à Engenharia Ambiental, RJ: ABES, 1997.

3- PAULA, H.M. Sistema de aproveitamento de água de chuva na

cidade de Goiânia, Dissertação de Mestrado – Universidade Federal

de Goiás, 2005, 196p.

4- MAYER, M.H. Ecologia da bacia do rio Jacaré-Pepira (Qualidade da

água do rio principal), ed. Ciência e Cultura, 39 (2): 164-185.

5 – SCHIAVETTI, Alexandre, Parâmetros do kit de análise de água –

educar.sc.usp.br/biologia/textos/m_a_txt9.html

6 – GEORGESCU – ROEGEN, Nicholas,Energy and Economic Myths,

Institutional and Analytical Economical Essays, New York: Pergamon

Press, 1976.

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7 – FAJARDO, Elias, Revista Ecologia e Desenvolvimento, Ano 10, nº

98, 2001, ISSN 0104-9186

8 – PÁDUA, José Augusto, Um Sopro de Destruição:Pensamento

Político e Crítica Ambiental no Brasil Escravista, Ed.Jorge Zahar, 2002.

9 – LIMA, Deborah, POZZOBON, Jorge, Amazônia socioambiental:

sustentabilidade ecológica e diversidade social..Estudos avançados,

p.45-76, 2005.

10 – ALBINATI, Ricardo Castelo Branco, Utilização de águas

desprezadas para a produção de alimentos no semi-árido, XV Simpósio

Brasileiro de Recursos Hídricos, Bahia, 2003.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

A escassez da água potável 10

1.Principais causas da escassez da água potável 10

1.1 – Aumento do consumo 10

1.2 – Desperdício em excesso 11

1.3 – A poluição continua 13

1 – Poluição por águas de uso doméstico 14

2 – Poluição por águas de indústrias e fábricas 16

3 – Poluição pelas águas das chuvas 17

4 – Poluição por mercúrio 18

1.4 – Destruição das matas ribeirinhas 19

1.5 – Construção de represas 22

Capítulo II

Captação da água das chuvas 24

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1 – O perigo da escassez de água 24

2 – Aproveitamento das águas das chuvas para uso doméstico 25

2.1 – Captação de telhados

2.1.1 Cálculo do volume utilizável 26

2.2 – O uso da calha 28

2.3 – Tipos de reservatórios 29

1 – Reservatórios subterrâneos 29

2 – Reservatórios acima do nível do solo 29

3 – As cisternas rurais 30

2.4 – Uso coletivo de águas pluviais armazenadas 32

2.5 – Diluição de águas de banho 32

2.6 – Outros métodos para captação de água 33

1 – Construção de mini-açudes 34

Capítulo III

Sustentabilidade e conscientização

(A relação entre o desenvolvimento sustentável e o reuso da água) 35

3.1 – Aspectos Técnicos 36

1 – Acidez e basicidade 36

2 – Radiação solar 37

3 – Temperatura 37

4 – Quantidade de oxigênio disponível 38

5 – Presença de bactérias coliformes 38

3 .2– Reuso e economia de água em domicílios 38

1 – Cálculo do consumo de água 38

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2 – Maneiras simples de economizar água no dia-a-dia 39

3.3 – Utilização de águas desprezadas 41

CONCLUSÃO 43

ANEXOS 44

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 47

BIBLIOGRAFIA CITADA 48

ÍNDICE 50

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes

Título da Monografia: Racionalização do consumo de água

Autor: Antonio Carlos Braz

Data da entrega:

Avaliado por:

Conceito:

,

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