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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO EM PLANEJAMENTO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL TRATAMENTO DE EFLUENTES QUÍMICOS INDUSTRIAIS GERADOS NA INDÚSTRIA GALVÂNICA DO GALEÃO Por: Marcio Pereira Barros Orientador Prof. Celso Sanchez Rio de Janeiro 2003

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO EM PLANEJAMENTO E

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

TRATAMENTO DE EFLUENTES QUÍMICOS INDUSTRIAIS

GERADOS NA INDÚSTRIA GALVÂNICA DO GALEÃO

Por: Marcio Pereira Barros

Orientador

Prof. Celso Sanchez

Rio de Janeiro 2003

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM

PLANEJAMENTO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

TRATAMENTO DE EFLUENTES QUÍMICOS INDUSTRIAIS

GERADOS NA INDÚSTRIA GALVÂNICA DO GALEÃO

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como condição prévia para a

conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato

Sensu” em Planejamento e educação ambiental.

Por: Marcio Pereira Barros

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AGRADECIMENTOS

A minha mãe que me apoiou por

todos os anos de minha vida, aos

professores e funcionários da

Universidade Candido Mendes,

pelos seus conselhos e orientações

e aos meus colegas de turma que

fizeram este curso transcorrer, com

sucesso, incentivando-me todos os

dias.

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DEDICATÓRIA

Dedico a minha mãe aos meus

familiares e aos meus amigos.

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RESUMO

Este trabalho foi desenvolvido em três capítulos, o primeiro expõe as

especificidades da indústria de galvanoplastia quanto o seu funcionamento e

as substâncias químicas que são utilizadas por ela. No segundo capítulo faz-

se uma exposição da legislação ambiental em vigor.

No último capítulo trata-se do tratamento de efluentes químicos

gerados na indústria galvânica que foi desenvolvido com o objetivo de

minimizar a poluição nas águas que são despejados diretamente na baía de

Guanabara sem o devido tratamento, através de um processo que permite a

remoção dos compostos tóxicos presentes nos efluentes gerados no setor

de galvanoplastia da Indústria Galvânica do Galeão. Fornecer subsídios para

o licenciamento do projeto junto aos órgãos ambientais adequando aos

parâmetros estabelecidos na legislação ambiental em vigor.

Basicamente o trabalho a ser desenvolvido foi dividido em cinco

etapas: pré-tratamento; equalização; floculação; decantação; separação dos

metais pesados (filtração).

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METODOLOGIA

A partir da análise das necessidades de tratamento dos efluentes

químicos gerados pela Indústria Galvânica do Galeão, sob a luz da

legislação ambiental em vigor no Brasil e neste estado (BRASIL: 1986, 1997;

FEEMA: 1986; RIO DE JANEIRO: 1991, 1995). Procurou-se através de um

estudo comparativo das diversas possibilidades de tratamento (BRAILE:

1979; SCHLEUDERER: 2000), um que se ajustasse da melhor forma ao

volume e tipo de efluente gerados pelo processo de galvanoplastia da

referida Indústria.

Foi importante para a conclusão desta monografia a colaboração dos

funcionários da Indústria Galvânica do Galeão, que com suas experiências

profissionais possibilitaram uma descrição detalhada do processo industrial.

Espera-se que este trabalho possa colaborar com os esforços dos diretores

desta indústria na sua busca de um melhor controle sobre a emissão de

efluentes químicos, o que eventualmente irá colaborar com a melhoria da

qualidade de vida dos trabalhadores e da população da cidade em geral.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - O processo industrial de galvanoplastia 12

CAPÍTULO II - A legislação ambiental 27

CAPÍTULO III - O tratamento dos efluentes químicos 31

CONCLUSÃO 47

BIBLIOGRAFIA 48

ÍNDICE 50

FOLHA DE AVALIAÇÃO 52

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INTRODUÇÃO

A Indústria Galvânica do Galeão tem como função o controle de

corrosão em superfícies metálicas através da imersão das superfícies em

banheiras contendo produtos químicos, como Cromo, Níquel, Zinco, Cádmio,

Cobre e água para lavagem das peças; através de processos eletrolíticos

tendo como objetivo melhorar a resistência mecânica dos metais. Pode-se

utilizar a definição de Braile: “Galvanoplastia é a produção de fina camada

de um metal sobre outro qualquer para proteção contra corrosão ou para dar

melhor aparência” (1971, p. 188).

As banheiras de lavagem dos metais geram um grande volume de

efluentes contaminados de metais pesados e são despejados diretamente

em corpos de água, ocasionando sérios problemas ecológicos. Muitas

vezes, de modo irreversível, o que poderá comprometer as futuras gerações.

Muitas dessas substâncias químicas não representam problemas de

deposição, já que são despejados em pequenas quantidades e que voltam a

sua forma original, encontrada na natureza, no entanto, existem aquelas

altamente tóxicas aos seres vivos ou que podem destruir os tecidos

celulares com um simples contato.

Praticamente em todos os lugares, esses poluentes existem em

concentrações inofensivas, mas no caso de aumento, iniciam sua ação

sobre o organismo, podendo ao atingir certo nível, vir a ser mortais. Em

certos casos a substância tóxica tem a propriedade de se acumular no

organismo e, nesse caso, mesmo doses inócuas podem, com o contínuo uso

da água, vir a proporcionar o aparecimento posterior de doenças como:

saturnismo, distúrbios nervosos, mutações celulares e até mesmo a morte

de plantas, animais e dos seres humanos, que utilizem direta ou

indiretamente da água poluída. A poluição das águas através de produtos químicos industriais tornou-

se assunto de interesse geral, não só pelos países desenvolvidos, mas

como também daqueles em desenvolvimento; pois o Brasil já sofre com

graves problemas da poluição decorrente de um rápido crescimento

econômico associado à exploração dos recursos naturais, de forma

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predatória. Aparecendo a cada dia, novas substâncias químicas, sendo

utilizadas e despejadas nas águas sem o devido tratamento.

Em várias partes do mundo ocorre envenenamento de pessoas,

causado pela presença de Mercúrio, Cádmio, Cromo, Cianetos e outras

diversas substâncias químicas, no solo, nas águas fluviais e nos mares. No

Japão, por exemplo, ocorreu de forma dramática na Bacia do Rio Jintsu,

onde os peixes contaminados causaram na população mortes, distúrbios da

fala e visão, além de paralisia.

Em 1984, a população ribeirinha do Rio São Francisco, na Região de

Juazeiro (BA), viu cerca de 500 mil toneladas de peixes de várias espécies

morrerem. A causa não foi apurada ou divulgada, admitindo-se, entretanto,

que ocorreu poluição com metal pesado, proveniente de uma fábrica

próxima, ou que o agente poluidor foi um agrotóxico.

As Indústrias dos Estados Unidos geram 40 milhões de toneladas de

detritos tóxicos por ano, 90% dos quais, segundo as estimativas da EPA

(Environment Protection Agency), são inadequadamente descartadas, sem o

devido tratamento.

Estima-se que a água potável dos EUA tem 2100 tipos de agentes

químicos tóxicos causadores de câncer, mutações celulares e problemas

nervosos. As centrais de tratamento existentes não estão preparadas para

remover as novas substâncias tóxicas que aparecem a cada dia, e o

governo é muito lento em tomar medidas para regular as altas taxas de

contaminação. (intermega.com.br).

Para minimizar os problemas que ocorrem com o despejo sem

nenhum tipo de tratamento dos efluentes gerados do setor de

galvanoplastia, a Indústria Galvânica do Galeão construirá uma Estação de

Tratamento de Efluentes Químicos (ETEQ), visando tratar, os efluentes

gerados no setor de galvanoplastia. O projeto visa no setor de Galvanoplastia fazer o pré-tratamento, através

do processo físico-químico, a oxidação dos cianetos e redução de Cromo

Hexavalente para o Cromo trivalente; esses efluentes pré-tratados serão

transportados através de bombas elétricas para a Estação de Tratamento de

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Efluentes Químicos (ETEQ) onde serão equalizados, floculados e

precipitados para retirada de todos os metais pesados.

As atividades realizadas por esta Estação seguem a seguinte ordem:

análise preliminar para dosar a quantidade de reagentes necessários para o

pré-tratamento; pré-tratamento, redução do Cromo Hexavalente para Cromo

Trivalente; pré-tratamento, oxidação de cianetos; análise para equalização

de pH; equalização de pH; análise para floculação; floculação dos efluentes;

remoção dos metais pesados; análise final dos efluentes para emissão em

corpo receptor de acordo com a legislação em vigor.

Com isso, pretende-se obter os seguintes resultados: desenvolver um

processo que permita a remoção dos compostos tóxicos presentes nos

efluentes gerados no setor de galvanoplastia; fornecer subsídios para

licenciamento do projeto junto aos órgãos ambientais; melhorar a qualidade

das águas dos corpos receptores desses produtos; adequar junto aos

órgãos ambientais o lançamento dos efluentes através de legislação em

vigor.

O tratamento por batelada foi escolhido por ser o que oferece maior

segurança quanto ao tratamento, além de ser o mais econômico em relação

às vazões estimadas.

Os banhos concentrados descartados, serão tratados separadamente.

As águas de lavagem consomem normalmente uma quantidade pré-fixada

de produtos químicos. Como as concentrações podem ainda variar em

função da produção, os tratamentos (dosagem dos produtos), serão

controlados por análises químicas, específicas para cada reação.

O tratamento dos efluentes é de caráter físico-químico e tem três

objetivos: remoção de Cromo, remoção de cianetos e remoção de todos os

outros metais presentes.

O tratamento de cianetos pode ser efetuado por quase dez processos

diferentes. Entretanto, o que selecionamos para o nosso projeto foi a

converção de cianeto em cianato com adição de hipoclorito de sódio.

O tratamento de cromo presente nos despejos da Galvanoplastia

envolve duas etapas. A primeira consiste na redução de cromo hexavalente

a trivalente, necessária para sua precipitação, pois os compostos do cromo

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hexavalente são solúveis em qualquer pH. A segunda etapa, em que ocorre

a remoção propriamente dita, é a precipitação química do cromo trivalente.

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CAPÍTULO I

O PROCESSO INDUSTRIAL DE GALVANOPLASTIA

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O PROCESSO INDUSTRIAL

O processamento industrial em galvanoplastia, pode ser considerado

como tendo duas atividades básicas, que consistem na limpeza da peça

(preparação da sua superfície para recebimento da camada de

revestimento) e a aplicação da camada metálica propriamente dita, todos os

dados sobre reações químicas e dados sobre as substâncias utilizadas na

galvanoplastia foram tiradas de Buzzoni (1991) e Schleudererer (2000).

1.1 – Preparo das peças

1.1.1 - Desengraxamento

Na limpeza das peças para o recobrimento metálico, utilizam-se as

operações de desengraxamento e/ou decapagem, a fim de que as camadas

galvânicas possam ser perfeitamente depositadas. Devido ao

desenvolvimento da técnica e dos processos, torna-se difícil, hoje em dia,

traçar uma separação nítida dos conceitos de desengraxar e decapar, uma

vez que existem banhos desengraxantes com ação desoxidante, bem como

banhos decapantes com propriedades desengraxantes. Pode-se identificar

os seguintes tipos de desengraxamento: com solventes orgânicos, alcalino,

emulsionante, e eletrolítico.

O modo de usar o desengraxante varia com o tamanho e a forma da

peça, além da quantidade de graxa a ser removida. Deve-se, também,

verificar a origem da graxa, que pode ser mineral, vegetal ou animal, ou se

trata de óleos ou ceras de diferentes tipos.

Os compostos orgânicos foram utilizados há algum tempo para o pré-

desengraxamento. Tendo-se em vista uma série de inconvenientes (mau

cheiro, inflamáveis e ao alto custo operacional), foram gradualmente

substituídos por compostos organoclorados, não inflamáveis (tricloroetileno e

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percloroetileno), e para melhorar as suas propriedades, faz-se aquecimento

dos mesmos até a fervura.

O maior inconveniente destes tipos de compostos é a ação tóxica,

tanto em sua formas originais quanto em possíveis decomposições quando

em contato com chama quente em atmosferas normal ou inertes. Portanto,

além da necessidade de constante exaustão do ar na sala de desengraxe,

há, também, necessidade de medidas adicionais de segurança com os

operários.

O método desengraxante alcalino (a quente) baseia-se na utilização

de “esqueleto salino”, que consta basicamente de uma solução contendo

hidróxido de sódio, carbonato de sódio, silicatos e fosfatos, além da adição

de substâncias tensoativas (detergentes). A eficiência dessas soluções

baseia-se, principalmente, nas propriedades de saponização das graxas e

dos óleos vegetais ou animais.

O desengraxamento emulsionante é uma continuação dos dois tipos

clássicos já descritos, aproveitando as vantagens dos dois processos, isto é,

permite obter um método praticamente universal, através de uma boa

combinação de solventes, detergentes, umectantes e sais.

O desengraxamento eletrolítico deve ser entendido como um

polimento, pois tendo sido removidas e dissolvidas as sujeiras mais

pesadas, graxas, óleos, ceras, etc..., nos desengraxamentos à quente, nos

solventes ou nas emulsões, restará ao processo eletrolítico, formar uma

superfície metálica microscopicamente limpa e totalmente molhada, que

permita uma galvanização isenta de manchas e com boa aderência, mesmo

após a decapagem ácida posterior.

1.1.2 – Decapagem

A decapagem é uma operação que se destina a obter uma superfície

metalicamente limpa, isto é, isenta de impurezas e óxidos, tendo desta

forma, a finalidade de remover a casca de fundição ou laminação, camadas

de óxido, ferrugem e carapa, através de soluções ácidas apropriadas. A

remoção, de camadas oxidantes em cobre e suas ligas, através de soluções

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ácidas apropriadas. A remoção, de camadas oxidantes em cobre e suas

ligas, através de misturas ácidas concentradas, constituídas de ácidos

nítricos e sulfúrico, dá-se o nome de queima.

Os ácidos utilizados em soluções decapantes são os seguintes:

clorídrico, sulfúrico, nítrico, fluorídrico, e fosfórico.

A utilização de cada um dos ácidos acima vai depender do tipo de

metal a ser recoberto, das condições em que se encontra, do metal a ser

utilizado no recobrimento da superfície, da qualidade desejada para o

produto final, etc.

1.1.3 – Lavagem

Após cada um dos estágios químicos ou eletrolíticos, um pouco de

líquido permanecerá sobre a peça, da qual precisa ser removido, para não

afetar as etapas subsequentes do processamento. Utiliza-se a lavagem com

água para tal finalidade e, em alguns casos quando se trata de líquidos com

reações diferentes, emprega-se a neutralização, sempre com o objetivo de

se evitar contaminar as soluções das diversas etapas do processamento,

que poderia levar a produção de peças com baixa qualidade no revestimento

metálico.

1.2 – Revestimento metálico

Uma vez preparada a superfície, a peça estará apta a receber a

camada de revestimento, cujo metal a galvanizar irá depender das

características necessárias a sua futura utilização. Para tanto, existem

diversos tipos de banho de galvanização específicos para cada metal de

revestimento. Embora, exista mais de meia dúzia de revestimentos

possíveis, os mais utilizados nas galvanoplastias são os seguintes:

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1.2.1 - Cromo

Inicialmente utilizava-se a cromeação unicamente com finalidades

decorativas, devido às camadas muito finas empregadas no revestimento,

por ser depositada sobre bases de níquel e pela sua excelente capacidade

refletora. Entretanto, com o desenvolvimento da eletrodeposição foram

sendo descobertas as excelentes propriedades mecânicas do cromo, tais

como dureza e resistência ao desgaste, obtidas na prática através de

camadas de cromo mais espessas, como é o caso da cromeação dura.

Como eletrólito para a cromeação galvânica, usa-se uma solução

aquosa de trióxido de cromo (CrO3 – anidrido de ácido crômico), e deve-se

trabalhar com camadas de chumbo. A concentração do eletrólito deve ser de

300 a 400 g CrO3/l para a cromeação brilhante e entre 250 e 350 para a

cromeação dura.

1.2.2 - Níquel

É um material protetor de grande importância, devido às suas

propriedades físicas e químicas, que conferem a peça uma excelente

proteção, além de proporcionar uma ótima base para posterior cromeação.

Os eletrólitos de níquel podem ser ácidos ou alcalinos e os mais

importantes na galvanoplastia são:

- Sulfato de Níquel (NiSO4.7H2O); trabalha-se com concentrações de

ordem de 300g/l de sulfato de níquel e, geralmente, contém também

cloreto de níquel e ácido bórico.

- Cloreto de Níquel (NiCl.6H2O); apresenta concentrações entre 200 e 300

g/l de cloreto de níquel, além de conter ácido bórico e, eventualmente,

sulfato de níquel.

- Sulfamato de Níquel (Ni[NH2SO 3]2); usam-se concentrações entre 350 e

450 g/l de sulfamato de níquel, mais ácido bórico e cloreto de níquel.

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- Eletrólitos a partir de soluções amoniacais; utilizam os mesmos sais

anteriores, somente que as formulações usam sais de amônia e o banho

eletrolítico é alcalino.

1.2.3 – Zinco

A propriedade técnica mais importante das camadas de zinco é a sua

resistência à corrosão, devido ao filme protetor que se forma em contato

com a atmosfera. Entretanto, ele pode ser utilizado com fins decorativos,

sendo mais econômico do que as camadas de níquel-cromo.

Os eletrólitos de zinco podem ser ácidos ou alcalinos, e os principais

são:

- Eletrólitos sulfúricos – são usados de preferência para a zincagem lisa de

peças pouco perfiladas, sobretudo para a zincagem de arames e fitas.

Eles contêm sulfato de zinco como portador de teor metálico com teores

de 300 a 400 g/l de sulfato, sais condutores sob a forma de zinco, sulfato

alcalino ou de amônia ou cloreto alcalino e, como solução tampão,

acetatos, ácido bórico e sais de alumínio.

- Eletrólitos de cloretos – Os eletrólitos de cloretos necessitam de tensões

mais baixas e, portanto, menores custos operacionais e de investimento.

Na sua formulação encontram-se cloretos de zinco, sódio e alumínio em

teores de 150 a 300 g/l no total.

- Eletrólitos cianídricos – são conhecidos pela excelente capacidade

dispersiva, sendo usados exclusivamente na zincagem por

tamboreamento. Na sua formulação são utilizados óxidos ou cianeto de

zinco como portadores do metal, cianeto de sódio como agente

complexante, bem como hidróxido de sódio como sal condutor e

complexante.

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1.2.4 – Cádmio

As camadas de cádmio são depositados principalmente para a

resistência técnica à corrosão. Entretanto, o cádmio perdeu o lugar para a

zincagem, devido ao seu alto preço no mercado. As camadas de cádmio se

impuseram em certas aplicações que tinha vantagens sobre o zinco, como

na indústria elétrica, devido a sua melhor soldagem e resistência ao contato,

bem como em situações em que só se pode depositar camadas pouco

espessas.

Os eletrólitos de cádmio mais importantes são cianídricos, e são

obtidos através da dissolução de óxido ou cianeto de cádmio em cianeto de

sódio, formando o complexo de cianeto de sódio – cádmio – Na2Cd(CN)4.

1.2.5 – Cobre

O cobre é um metal resistente à água, soluções salinas e ácidos,

desde que estes não contenham oxigênio dissolvido. As camadas obtidas a

partir de eletrólitos de cobre são depositadas para as diversas finalidades

como, por exemplo, para indústria automobilística, doméstica e de escritório.

Elementos de construção da eletrotécnica, peças de adorno e outros são

cobreados por motivos técnicos ou estéticos. A cobreação achou nos

circuitos impressos um novo campo de aplicação.

Os eletrólitos de cobre são geralmente cianídricos e sulfúricos. Para a

deposição sobre peças de chumbo, níquel ou do próprio cobre são utilizados

eletrólitos ácidos. Entretanto, para peças de ferro, alumínio e zinco, há

necessidade de se realizar uma pré-cobreação com um eletrólito cianídrico,

após o qual poderão ser obtidas camadas espessas de cobre. Os mais

importantes eletrólitos de cobre são:

- Sulfato de cobre (CuSO4.5H2O); trabalha-se com concentrações de 150 a

250 g/l de sulfato de cobre, e há necessidade de se adicionar aditivos

como ácido sulfúrico tiouréia e umectantes.

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- Fluorborato de Cobre [Cu(BF4)2]; as concentrações de trabalho variam

desde 220 até 450 g/l e os aditivos são o ácido borofluorídrico e ácido

bórico.

- Cianeto de Cobre (CuCN); concentrações de 25 a 80 g/l são normais

para este eletrólito que necessita ainda dos seguintes aditivos: cianeto de

sódio, bissulfito de sódio, carbonato de sódio e tartarato de sódio e

potássio.

ORIGEM E CARACTERÍSTICAS DOS EFLUENTES LÍQUIDOS

INDUSTRIAIS

2.1 – Origem dos despejos

As águas contaminadas resultantes do processo produtivo das

indústrias galvanoplásticas tem a sua origem em uma série de operações de

reparo e recobrimento das peças com os diversos metais. Uma destas

operações, como foi mostrado no ítem anterior, consiste na limpeza (por via

úmida) das peças para eliminação de óxidos, ferrugem, carepa, óleos e

graxas e resíduos em geral, resultantes da etapa de fabricação das mesmas

ou de oxidações químicas ocorridas durante o período de seu

armazenamento.

A outra operação responsável pela geração de efluentes líquidos é o

revestimento metálico eletrolítico das peças, e que requer, além das etapas

de lavagem das mesmas, descargas esporádicas semanais ou mensais do

conteúdo dos tanques eletrolíticos. Embora em volume bem menor do que

as águas de lavagem, estas descargas são bem mais concentradas,

exigindo cuidados especiais no seu recolhimento, tratamento e disposição

final.

Deste modo, pode-se citar como principais contribuintes ao efluente

final de uma galvanoplastia os seguintes despejos:

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- Os extravasores do tanque de preparação e lavagem das superfícies

metálicas das peças (desengraxe e decapagem), onde são utilizados

solventes orgânicos para remoção de óleos e graxas, e também banhos

ácidos, alcalinos eletrolíticos e alcalinos comuns, para remoção de

carepas, ferrugem, etc;

- Os extravasores dos tanques de lavagem das peças retiradas dos

banhos eletrolíticos ácidos e alcalinos;

- As descargas de fundo dos tanques para a renovação completa dos

banhos eletrolíticos, efetuada após a utilização durante semanas ou

meses;

- Respingos das peças durante as suas retiradas dos tanques eletrolíticos

ou por ocasião da transferência das mesmas de uma unidade para outra;

- Vazamentos de tanques e canalizações.

Nas figuras 1 e 2 a seguir, são apresentados os fluxogramas de

processamento dos quatro principais banhos eletrolíticos de revestimento,

com os respectivos pontos de origem de efluentes.

Para efeito de segregação de despejos e encaminhamento para

tratamentos afins, pode-se, basicamente, classificar os efluentes em quatro

categorias, a saber:

- Despejos ácidos contendo cromo;

- Despejos ácidos isento de cromo, mas contendo outros metais (cobre,

cádmio, níquel, zinco, etc...);

- Despejos alcalinos isentos de cianeto;

- Despejos alcalinos contendo cianeto.

Os despejos ácidos são normalmente constituídos de soluções de ácidos

sulfúrico, clorídrico, nítrico e fluorídrico, além dos respectivos sais (exemplo

típico deste despejo são as águas residuárias originadas do processo de

decapagem), e dos banhos eletrolíticos essencialmente ácidos, o pH destes

despejos está, freqüentemente, abaixo de 2.

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As águas predominante alcalinas são habitualmente constituídas de sais

de sódio e potássio, de einvulcioantes orgânicos e de detergentes sintéticos.

O pH atinge valores acima de 10. Há também, os despejos procedentes dos

tanques com solução desengraxante, podendo ser constituídos de hexano,

tetracloreto de carbono, tricloroetileno, benzol, e que são descartados em

regime descontínuo, a medida que as soluções são saturadas com

impurezas contidas nas peças, ou então, recuperadas para a sua

reutilização no processo.

Figura 1 – fluxograma de processamento para alguns banhos de

galvanização mais comuns. Fonte: BRAILE.

Galvanização com Cobre Galvanização com Níquel

Limpeza eletrolítica ou química Limpeza eletrolítica (catódica)

Lavagem contínua î Limpeza eletrolítica (anódica)

Decapagem com ácido clorídrico

(5%)

Lavagem contínua î

Lavagem contínua î Decapagem com ácido sulfídrico

(5%)

Pré-cobreação cianídrica Lavagem contínua î

Lavagem contínua î Solução de Níquel brilhante

Eletrolítico de Cobre ácido ou

básico

Lavagem contínua î

Lavagem contínua î Imersão em solução sabão

Lavagem a quente (baixa

reposição)

î Lavagem contínua a quente î

Forno de secagem Forno de secagem

î Indica os pontos normais de geração de efluentes; não leva em conta

as perdas ocasionais ou acidentais e as descargas dos banhos eletrolíticos.

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Figura 2 – fluxograma de processamento para alguns banhos de

galvanização mais comuns. Fonte: BRAILE

Galvanização com Cromo Galvanização com Zinco

Limpeza eletrolítica ou química Limpeza eletrolítica ou química

Lavagem contínua î Lavagem contínua î

Decapagem com ácido sulfídrico Decapagem com ácido sulfúrico

(5%)

Lavagem contínua e pulverização î Lavagem contínua î

Solução de Cromo Solução de cianeto de Zinco

Lavagem de recuperação Lavagem contínua î

Lavagem por pulverização em

névoa

Lavagem por pulverização î

Lavagem contínua î Imersão em abrilhantador (HNO2)

Imersão em água quente Lavagem contínua î

Lavagem contínua î Lavagem a quente (baixa

reposição)

î

Lavagem a quente (baixa

reposição)

Forno de secagem

Forno de secagem

î Indica os pontos normais de geração de efluentes; não leva em conta

as perdas ocasionais ou acidentais e as descargas dos banhos eletrolíticos.

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23

2.2 – Volume de efluente gerado

O volume de efluente gerado pelos extravasores é função do maior ou

menor cuidado envolvido na manipulação das peças, na colocação dos

volumes de reagentes nos vários tanques existentes no processamento, no

sistema de lavagem utilizado (lavagem simples, contra corrente dupla e

tripla, etc...).

As peças ao serem retiradas de cada banho, arrastam consigo

quantidades apreciáveis de líquido, sendo que o volume arrastado é tanto

maior quanto mais complexo for o formato das mesmas. Como curiosidade,

Braile cita que numa indústria automatizada, galvanizando um milhão de

peças por semana como superfície entre 0,01 e 0,30 m2, são arrastados 4 a

15 litros por hora, com a maioria dos valores situados entre 6 e 10 litros por

hora. Outros fatores que interferem no arraste de líquido são: concentração

e temperatura dos banhos, posição das peças no suporte (cabide), tempo

concedido para o escorrimento da solução após a retirada das peças do

banho, número e tamanho das peças, etc.

As indústrias com operação manual apresentam maior arraste de

líquido de lavagem, da mesma forma que ocorre com o processamento de

peças grandes.

O volume de água de lavagem de uma indústria do porte da citada

anteriormente, situa-se entre 250 e 2000 litros por hora, mas há instalações

em que essa quantidade passa de 10000 litros cúbicos por dia. Por estes

valores percebe-se o quanto é desejável um racionamento na utilização de

água numa indústria deste tipo, principalmente com o intuito de reduzir as

dimensões das unidades de tratamento.

A seguir são apresentadas nas tabela 1 e 2 dados de características e

vazões de efluentes líquidos de indústrias galvanoplásticas. Estes dados

possibilitam uma melhor visualização de volumes de efluentes gerados e das

concentrações dos diversos íons metálicos envolvidos no processamento.

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Na tabela 1 pode-se verificar a composição dos banhos eletrolíticos

mais comuns utilizados nas indústrias, a concentração dos íons metálicos no

banho e na água de lavagem das peças, após a deposição do metal.

Na tabela 2, são mostradas as concentrações típicas de despejos de

galvanoplastias, obtidos através de levantamentos efetuados em sete

diferentes industrias.

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Tabela 1 – banhos eletrolíticos mais comuns em galvanização e

concentração de íons nas águas de lavagem. Fonte: NEMEROW.

Concentração na água

de lavagem (mg/l)

Formulação do banho

eletrolítico

(g/l) Concentraçã

o de metal +

cianeto (mg/l) 1,9 l/h de

arraste*

9,5 l/h de

arraste

Níquel Sulfato de Níquel Cloreto de Níquel Ácido bórico

330 65 50

82.000 Ni

171 Ni

855 Ni

Cromo Ácido crômico Ácido sulfúrico

435 4,35

207.000 Cr

431 Cr

2155 Ci

Cobre (ácido) Sulfato de Cobre Ácido sulfúrico

222 53,4

51.500 Cu

107 Cu

535 Cu

Cobre (cianeto) Cianeto de cobre Cianeto de sódio Carbonato de sódio

25 37 16,5

12.400 Cu 28.000 C

2,8 Cu 58,0 CN

14 Cu 290 C

Cobre (pirofosfato) Cobre (fórmula patenteada) Pirofosfato de sódio Amônia (% em volume)

33 238 0,4

30.000 Cu

62 Cu

310 Cu

Cádmio Óxido de Cádmio Cianeto de Sódio

28 120

23.000 Cd 57.700 Cn

48 Cd 120 CN

240 Cd 600 Cn

Zinco Cianeto de Zinco Cianeto de Sódio Hidróxido de Sódio

66 46 82

33.800 Zn 48.900 Cn

70 Zn 102 Cn

350 Zn 510 Cn

Latão Cianeto de Cobre Cianeto de Zinco Cianeto de Sódio Carbonato de Sódio

33 10,3 62 33

21.000 Cu 5.200 Zn 47.500 Cn

44 Cu 11 Zn 99 Cn

220 Cu 55 Zn 495 Cn

Estanho (alcalino) Estanato de Sódio Hidróxido de Sódio Acetato de Sódio

132 8,2 16,4

53.000 Sn

110 Sn

550 Sn

Prata (cianeto) Cianeto de Prata Cianeto de Sódio Carbonato de Sódio

33 33 50

24.600 Ag 21.800 Cn

51 Ag 45 Cn

255 Ag 255 Cn

* A vazão de água de lavagem adotada é igual a 15,1 l/min.

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Tabela 2 – levantamento das características dos despejos líquidos

de várias galvanoplastias. Fonte: NEMEROW.

Parâmetros Cromo (mg/l)Indústria pH Cu

(mg/l) Fe

(mg/l)Ni

(mg/l)Zn

(mg/l)Cn

(mg/l)6+ Total

3,2 16 11 0 0 6 0 1,0 A 10,4 19 3 0 0 14 0 0,5

B 4,1 58 1,2 0 0 0,2 204 246 C 2,8 11 - 0,2 - 1,2 3 7 D 2,0 300 10 0 82 0,7 0 0

2,4 35 8 - - 1,2 555 612 E 10,7 14 4 19 - 2,0 32 39

F 10,5 6 2 25 39 0 - - 11,3 18 18 26 - 15 36 - G 11,9 23 21 32 - 13 95 -

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CAPÍTULO II

A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

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A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL E ESTADUAL

Daremos um panorama das principais leis que dão respaldo aos

órgãos federal e estadual de controle ambiental (Instituto Brasileiro do Meio

Ambiente e dos recursos renováveis – IBAMA e Fundação Estadual de

Engenharia do Meio Ambiente – FEEMA), sua aplicabilidade no caso

específico de uma indústria de galvanoplastia e as medidas que devem ser

tomadas para se ajustar as mesmas.

1.1 - A legislação

Primeiro precisa-se enquadrar a Indústria na sua especificidade

perante a lei. Segundo a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente

- CONAMA n° 20 de 18 de junho de 1986, no seu artigo 1° item VI, a água

onde são despejados os efluentes da Indústria Galvânica (Baía de

Guanabara) se enquadra na classe 5 pois é salina e visa: “à criação natural

e/ou intensiva de espécies destinadas à alimentação humana.”

Mas, além de estar enquadrada nesta classe, no artigo 21 da mesma

lei, são listados os parâmetros para o lançamento de efluentes de qualquer

fonte poluidora, pH entre 5 e 9, óleos e graxas até 20 mg/l, abaixo temos

uma tabela com os itens de interesse deste trabalho:

Tabela 3 – Resolução CONAMA n° 20, artigo 21 item g

(BRASIL:1986)

Efluente Valores máximos admitidosCianetos 0,2 mg/l CNCádmio 0,2 mg/l CdCobre 1,0 mg/l CuCromo hexavalente 0,5 mg/l CrCromo trivalente 2,0 mg/l CrNíquel 2,0 mg/l NiPrata 0,1 mg/l AgZinco 5,0 mg/l Zn

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Em nível estadual temos a norma técnica NT-202 (FEEMA: 1986)

(critérios e padrões para lançamento de efluentes químicos) que possui

parâmetros técnicos semelhantes, mas um pouco mais severos, pH entre 5

e 9, ausência de cor, óleos e graxas até 20 mg/l, seque-se abaixo tabela

com os itens estudados.

Tabela 4 – NT-202 item 4.7

Efluente Valores máximos admitidos

Cianetos 0,2 mg/l CN

Cádmio 0,1 mg/l Cd

Cobre 0,5 mg/l Cu

Cromo 0,5 mg/l Cr

Níquel 1,0 mg/l Ni

Prata 0,1 mg/l Ag

Zinco 1,0 mg/l Zn

Completando as lei sobre o assunto temos a resolução CONAMA n°

237 de dezembro de 1997, que dispõe sobre o licenciamento ambiental,

sendo que a Indústria Galvânica do Galeão se enquadra nesta lei pois seu

tipo de atividade está relacionada na mesma em seu anexo I.

Esta lei estabelece os critérios para a licença ambiental de atividades

potencialmente poluidoras ou que possam causar degradação ambiental,

sendo esta licença pré-requisito para o funcionamento de qualquer atividade

ou empreendimentos como os acima descritos. Cabe ao IBAMA o

licenciamento ambiental em atividades de impacto ambiental de âmbito

nacional, na esfera estadual este licenciamento compete, no caso do Rio de

Janeiro a FEEMA.

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1.2 – Adequação a legislação em vigor

Como foi constatado a Indústria Galvânica do Galeão se enquadra na

legislação como uma atividade poluidora. Este trabalho visa dar o subsídio

para a implantação de uma Estação de Tratamento de Efluentes Químicos

que seja capaz de adequar os níveis de contaminação da água aos das

legislações federais e estaduais.

Para isso deve-se principalmente seguir as recomendações do

capítulo seguinte, na redução do volume da carga poluidora e no tratamento

dos afluentes de acordo com os procedimentos explicitados a seguir.

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CAPÍTULO III

O TRATAMENTO DOS EFLUENTES QUÍMICOS

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PROCESSO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES QUÍMICOS

Antes de analisarmos nossa proposta para tratamento de efluentes

químicos, devemos considerar alguns procedimentos que podem minorar o

volume de efluentes a serem tratados.

São procedimentos comuns a várias indústrias galvânicas e não

envolvem nenhum processo muito elaborado, somente manutenção

preventiva e reformulação de alguns procedimentos operacionais.

1.1 – Redução da carga poluidora no processamento

industrial

Os custos de implantação de sistemas de tratamento para efluentes

químicos de galvanoplastia, são diretamente proporcionais às quantidades

de substâncias presentes no efluente final e completamente dependente de

seu volume.

Neste caso, portanto, além dos aspectos de proteção do meio

ambiente, que devem nortear as atividades tanto das industriais quanto das

entidades responsáveis pelo controle de poluição e preservação do meio

ambiente, a redução da carga poluidora no processo produtivo é, sem

dúvida nenhuma, outro fator de suma importância no que diz respeito a

redução de custos no sistema de tratamento final que , na maioria

esmagadora das vezes, não permite nenhum retorno no investimento

efetivado e requer constantes gastos na sua operação e manutenção.

A redução de substâncias tóxicas e do volume de despejos pode ser

conseguido através do desenvolvimento de uma série de atividades,

algumas que envolvem simples mudanças em práticas operacionais ou de

comportamento e outras que resultam em alterações no próprio processo

produtivo ou na implantação de novas unidades.

Podemos citar as principais atividades que podem e devem ser

implantadas na indústria de galvanoplastia, visando a redução:

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- Supervisão;

- Projeto e manutenção de instalações e equipamentos;

- Substituição de produtos químicos;

- Reutilização da água;

- Controle e prevenção de acidentes;

- Drenagem e arraste de líquidos contaminados;

- Segregação dos despejos; recuperação de subprodutos;

- Regeneração de banhos.

As limitações de espaço e o custo de instalação de equipamentos para

alguns dos itens acima, necessários para a redução da carga poluidora

impedem sua utilização na maioria das pequenas galvanoplastias.

Entretanto, é certo que a adoção de tais medidas ou algumas delas

reduziriam em muito os problemas de disposição de despejos,

consequentemente, os custos de produção propriamente ditos,

principalmente, os de tratamento final dos efluentes químicos.

1.1.1 – Supervisão

O principal fator que resulta num bom desempenho quanto a redução

da carga poluidora é a supervisão consciente das atividades geradoras ou

potencialmente geradoras de efluentes. A preocupação dos diretores,

transmitida ao chefe de turma e tendo como resultado a implantação de um

determinada prática, é o único mecanismo que terá sucesso.

Os recursos humanos e financeiros nem sempre são disponíveis ao

industrial do setor para efetuar todas ao coisas que ele sabe que precisaria e

gostaria de fazer: Mas, apesar destas limitações, algumas industrias tem

conseguido mais sucesso do que outras possuem recursos equivalentes. A

razão é sempre encontrada nas preocupações dos diretores e da maneira

com que estas preocupações são transmitidas aos supervisores e destes

aos chefe de turma.

A direção pode identificar as perdas que estão ocorrendo através do

acompanhamento dos gastos com produtos químicos e o supervisor pode

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assegurar que os procedimentos adotados estão corretos, tanto no que diz

respeito ao controle de perdas, omitindo as falhas e problemas ocorridos na

fábrica, mostrando não estar conscientizado para o problema, o que a longo

prazo trará, certamente, dispêndios financeiros desnecessários.

Muitas das recomendações que serão apresentadas nos itens a

seguir estão dentro do escopo de se implantar com o minímo de custo

possível e que, se aceito por diretores e supervisores de fábricas poderão

reduzir bastante os lançamentos de materiais tóxicos para o meio ambiente.

1.1.2 – Projeto e manutenção de instalações e equipamentos

Historicamente, os recursos financeiros disponíveis para as indústrias

de galvanoplastias são bastante limitados. Como resultado estes recursos

são geralmente aplicados em atividades que não incluam aspectos de

durabilidade, praticidade, manutenção preventiva, etc...

Por se tratar de um tipo de um tipo de indústria que manuseia uma

série de produtos que atacam severamente quase todos os tipos de

materiais de construção normalmente utilizados, o primeiro ponto que deve

ser observado é o piso em que serão instalados os equipamentos e

tubulações. No projeto de novas fábricas ou no caso de mudanças de

equipamentos, em que se tenha a oportunidade de refazer o pavimento,

deve-se levar em conta os seguintes aspectos:

- Os produtos químicos que serão utilizados;

- O tipo de tráfego;

- Choques térmicos e mecânicos esperados;

- Capacidade de conter derramamento acidentais;

- Susceptibilidade ao ataque de reagentes químicos;

- Necessidade de encontrar o modo mais econômico de alcançar todos

estes objetivos.

Não há explicação mais provável para perdas misteriosas de produtos

químicos do que a combinação de economia excessiva no custo original de

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tanques e subseqüentemente tratá-lo com desleixo; tempo e dinheiro gastos

apropriadamente com equipamentos, é a forma mais fácil e barata de

proteção contra perdas.

A proteção interna de tanques é normalmente efetuada, mas é muito

pouco comum providenciar a proteção externa. Os tanques de lavagem ao

lado de tanques contendo produtos corrosivos deveriam ser também

protegidos em seu lado externo, da mesma forma que o interno, ou

simplesmente com a metade da espessura da proteção interna. Da mesma

forma deve-se proceder com os guinchos e outros mecanismos, aço de

estruturas, conexões em utilidades e tubulações de aço.

Em muitos casos, a resistência a corrosão nas partes externas é evitada

quando a escolha recai sobre outros materiais que não o aço para a

construção de tanques. A decisão do uso destes materiais é, normalmente,

baseada em outras considerações e a proteção contra corrosão é um

benefício adicional. Alguns destes materiais podem ser:

- Plásticos (por exemplo: polipropileno ou poletileno);

- Plásticos reforçados com fibra de vidro;

- Aço inoxidável.

1.1.3 - Substituição de produtos químicos

As pressões sobre as indústrias no sentido de reduzir os produtos

contaminantes nos efluentes, têm levado os fornecedores de produtos

químicos a procurar substitutos que reduzam ou eliminem fontes de

poluição. Alguns dos produtos que podem ser substituídos são:

- Detergentes contendo compostos não biodegradáveis;

- Produtos de limpeza a base de fosfatos;

- Banhos eletrolíticos a base de compostos de cianetos;

- Sempre que praticável, os banhos devem ser operados à concentração

mais baixa possível;

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- Empenho deve ser feito para trocar produtos químicos perigosos ao meio

ambiente por aqueles menos tóxicos ou mais facilmente renováveis do

efluente final.

1.1.4 - Reutilização da água

O rápido aumento no custo da água em áreas urbanas, onde se

encontra instalada a maior parte das galvanoplastias, conjugado às

dimensões dos tanques necessários ao tratamento dos efluentes têm levado

as indústrias a reduzirem drasticamente o volume de água utilizada no

processamento. Quando a utilização de água se faz livremente, sem qulauer

controle, normalmente encontra-se facilidade em reduzir o seu consumo em

cerca de 50% ou mais.

A lavagem deve ser efetuada com o mínimo volume de água possível,

e deve se levar sempre em consideração que a lavagem adequada é

influenciada principalmente pelos seguintes fatores:

- Viscosidade e densidade da solução;

- O arranjo físico dos tanques de lavagem;

- O tempo de contatos das peças com a água;

- Volume de água fresca que entra em contato com as peças durante o

tempo de exposição;

- As temperaturas da água e das peças;

- O formato das peças;

- A exposição das peças no cabide;

- O tempo de drenagem das peças sobre os tanques de processo, antes

da lavagem;

- Velocidade de retirada das peças.

As águas de lavagem removem os filmes de produtos químicos das

peças pelo processo de difusão. Portanto, a velocidade de remoção do filme

depende da solubilidade dos reagentes químicos na água, a qual pode ser

acelerada por meio de uma série de métodos conhecidos, mas que,

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inexplicavelmente, são raramente utilizados, e que podem reduzir

drasticamente o uso da água.

1.1.5 – Controle e prevenção de acidentes

Os esforços no sentido da redução de carga poluidora nas águas de

lavagem poderão ser infrutíferos se, concomitantemente, não forem

adotadas medidas que visem minimizar e segregar perdas provocadas por

acidentes ou lançamentos deliberados. Foi constatado que, em alguns

casos, estas fontes podem representar 80 % da carga de metais pesados

lançados pela indústria. Além disso, o efeito do choque de altas

concentrações pode ser mais drásticos sobre redes de coleta e estações de

tratamento de esgotos e corpos d’água receptoras do que a mesma

quantidade lançada ao longo de um longo período de tempo. Na maioria dos

casos, os sistemas de tratamento de despejos das indústrias não estão

capacitados a receber cargas de choque, o que pode resultar no lançamento

de grandes quantidades de poluentes não removidos no tratamento.

Algumas das fontes mais comuns de perdas acidentais que podem

ser controladas são as seguintes:

- Vazamento de tanques;

- Vazamento de equipamentos, tais como filtros, bombas, trocadores de

calor e suas tubulações e conexões;

- Derramamentos entre tanques de processo;

- Transbordamentos;

- Abertura acidental ou ruptura de válvulas;

- Derrame de produtos químicos no carregamento dos tanques ou no

armazenamento.

A primeira medida a ser tomada para evitar estas perdas é a implantação

de um serviço de manutenção eficiente, que venha a evitar acidentes do

tipo de vazamento por corrosão em tanques, gaxetas de bombas, filtros,

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tubulações e conexões, etc... A Segunda medida seria a instalação de

equipamentos ou simples dispositivos para recolher derramamentos.

1.1.6 – Drenagem e arraste de líquidos contaminados

A fonte de maior contaminação das águas de lavagem é a solução

arrastada pelas peças produzidas e o seu volume é bastante influenciado

pelos procedimentos de drenagem

Algumas recomendações do que se pode fazer para evitar o arraste

exagerado de líquido contaminado, são as seguintes:

- Uso de suportes lisos para as peças a serem galvanizadas, projetados de

forma a reduzir ao máximo o arraste de soluções do processo;

- Manutenção dos suportes para mantê-los em boas condições, livre de

corrosões ou deformações;

- Disposição adequada das peças nos suportes, para rápida drenagem do

líquido aderido nas mesmas;

- Programação do tempo de detenção das peças sobre os tanques de

processo, para que se tenha boa drenagem;

- Uso de protetores contra respingos e aparadores de gotas para drenas a

solução de volta ao tanque de processo;

- Reduzir o arraste das peças por sopro das mesmas com ar, através de

movimentos bruscos ou passando-as por cilindros rotativos;

- Uso de agentes umectantes para permitir um aumento na drenagem da

solução de volta ao tanque.

1.1.7 – Segregação dos despejos, recuperação de subprodutos

Outra forma de se reduzir o volume final de efluente é a reutilização

de águas ou despejos que ainda possuam características compatíveis com

as necessidades de outras etapas do processo industrial. Ninguém melhor

que o próprio industrial para identificar águas ou despejos que possuam

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estas condições. Entretanto, pode-se citar, como exemplo, alguns casos em

que tal reutilização é possível:

- Uso de efluentes de lavagem de algumas operações em outras que

requerem água com qualidade inferior;

- Uso de condensados de operações de aquecimento como fonte de água

para reposição em soluções e lavagens;

- Uso de sistemas de recirculação de águas de resfriamento para lavagem,

em certas operações;

- Recirculação de água de lavagem de gases;

- Uso de água resultante do tratamento de despejos para operações de

lavagem e/ou reposição de banhos.

1.1.8 – Regeneração de banhos

A regeneração de banhos eletrolíticos, que se encontram com

concentração de íons metálicos abaixo do valor de operação ou

contaminados por outras substâncias, pode minimizar o custo de aquisição

de produtos químicos e evitar um possível descarte de substâncias

perigosas no meio ambiente. Evidentemente, a possibilidade da regeneração

esta ligada a viabilidade técnico-econômica do processo a ser utilizado, tais

como: troca iônica, evaporação, tratamento eletrolítico, processo com

membrana (osmose reversa e eletrodiálise)

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1.2 - O projeto de uma estação de tratamento de efluentes

químicos

1.2.1 – Características físicas

O projeto visa a instalação de leitos de secagem, tanques de oxidação

de cianetos e de redução de cromo, tanques de equalização e coagulação,

de floculação e de decantação.

1.2.2 – Especificação dos efluentes

Serão tratados as águas provenientes do processo de galvanoplastia

contaminadas com: Cr+6, Cr+3, CN -, Zn+2, Cu+2, Ni+2, Ag+, Pb+2, Sn,

detergentes, óleos e graxas.

1.2.3 – O processo de tratamento

Os efluentes originados na galvanoplastia serão separados de forma

a serem enquadrados em três linhas distintas de tratamentos:

- Linha de tratamento de águas crômicas;

- Linha de tratamento de águas cianídricas;

- Linha de tratamento de águas ácidas, básicas com metais pesados.

Para isso segue-se dois procedimentos:

a) Classificação das águas de lavagem, circuito aberto: Crômicas,

cianídricas e ácidas/básicas.

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As águas de lavagem com vazão contínua posteriores aos banhos

parados tiveram suas vazões determinadas medindo-se as vazões das

águas correntes, em condições de total funcionamento da indústria.

Os efluentes crômicos e cianídricos serão escoados para tanques de

redução/oxidação, segundo cada linha de tratamento, e depois de pré-

tratados seguirão para a elevatória junto com os efluentes ácidos/básicos.

b) Classificação dos banhos parados

Se eventualmente forem descartados serão tratados nos próprios

tanques da própria galvanoplastia, e lançados na linha de águas

ácidas/alcalinas, classificadas em: crômicas, cianídricas e ácidas/básicas.

1.2.3.1 – Linha de tratamento de águas cianídricas

O tanque será usado para fazer a oxidação do cianeto. Com o tanque

vazio, será colocado hipoclorito de Sódio, e após o tanque cheio ligar-se-á o

misturador.

O sistema completo para a destruição dos cianetos com a formação

de CO2 e N2 ocorre em duas etapas. O primeiro estágio da reação

transforma os CN - em CNO -, sendo o pH ideal de 11, e o tempo de reação

de 10 minutos. O segundo estágio transforma os CNO – em CO2 e N2 ,

sendo o pH ideal de 8,5 a 9,0 com o tempo de reação igual a 30 minutos

com agitação.

Para evitar a oxidação do cromo na elevatória devido ao excesso de

cloro presente no efluente, mistura-se Bissulfito de Sódio neste tanque de

tratamento.

Temos então as seguintes reações:

1° etapa: NaCn + NaOCl î NaCNO + Nacl

2° etapa: 2 NaCNO + 3NaOcl + H2O = 3 NaCl + N2 + 2 NaHCO3

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As duas etapas do processo serão controladas pelo potencial redoxi

da reação (aparelho a ser instalado na galvanoplastia).

Os CN – serão transformados em CO2 e N2. Os metais Zn+2, Ag+,

Cu+2, antes de complexados aos CN –, ficam livres, podendo ser coagulados

e floculados.

Após o processo de oxidação dos CN –, os efluentes serão

encaminhados para a elevatória, por gravidade, em tubulação.

1.2.3.2 – Linha de tratamento de águas crômicas

Os efluentes crômicos da galvanoplastia serão encaminhados para o

tanque de redução. Neste tanque será feita a redução do cromo hexavalente

para cromo trivalente.

Após o tanque ter sido cheio, incia-se a adição de ácido sulfúrico até

que o pH esteja próximo de 2,5. Acertado o potencial redoxi será adicionado

o Bissulfito de sódio ou equivalente, fazendo-se a mistura. O tempo de

reação é de 15 minutos.

A reação típica da redução de cromo hexavalente é:

3/2 H2SO4 + H2Cr2O7 + 3 NaHSO3 î Cr2 (SO4) 3 + 3/2 Na2SO4 + 4 H2O

A mudança de cor na mistura de alaranjado para verde indica o final

da reação.

Depois de efetuado o tratamento de redução de cromo, os efluentes

do tanque irão por gravidade para a elevatória, onde serão neutralizados

pelos efluentes das outras linhas de tratamento. O escoamento processar-

se-á de igual forma ao previsto para a linha de águas cianídricas.

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1.2.3.3 – Linha de tratamento de águas ácidas/alcalinas

Os efluentes galvânicos de águas ácidas e alcalinas já segregados in

loco irão por gravidade para a elevatória.

1.2.4 – Tratamento para precipitação dos metais pesados e neutralização

dos efluentes

A Estação de Tratamentos de Efluentes de Galvanoplastia possuirá

dois tanques de coagulação/equalização. Os efluentes da elevatória serão

recalcados para cada um dos tanques alternadamente. O tanque receberá

os efluentes até um volume de 21.300 litros. Quando este volume for

atingido, adiciona-se soda cáustica ou ácido sulfúrico (ajuste fino) até que o

pH esteja próximo de 8,2 – 8,5.

O tempo de reação é de 15 minutos. Depois disto, interrompe-se a

agitação e inicia-se o escoamento para o tanque de floculação, durente 90

minutos. Enquanto este tratamento ocorres o outro tanque de coagulação

receberá os efluentes.

1.2.5 - Floculador

A floculação tem por finalidade incrementar a formação e a

estabilização dos flocos. Simultaneamente ao escoamento dos tanques de

coagulação para o floculador, será ligada a bomba dosadora da solução de

polieletrólito aniônico. A mistura coagulada será floculada em um tempo

próximo de 15 minutos.

Após passar pelo floculador, o efluente deverá seguir passando por

uma chicana para melhor distribuição do fluxo dentro do decantador.

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1.2.6 - Decantador

O efluente terá um tempo de residência de 2,5 h em um decantador

retangular de fluxo horizontal, após o que o efluente decantado seguirá para

o corpo receptor e o lodo químico sedimentado será retirado do fundo do

decantador por pressão hidrostática, em operação a ser executada uma vez

por dia. Antes de seguir para o corpo receptor, o efluente líquido (tratado)

passará por um tanque de ajuste final de pH. Neste tanque de volume de

1,57 m3, o pH será ajustado com ácido súlfirico, para que se enquadre à

faixa de 5 - 9, caso necessário.

1.2.7 - Leitos de secagem

A operação de retirada do lodo de tanque de decantação será

realizada através de mangueira flexível. Esta mangueira deverá ser

devidamente apoiada em suporte de modo a manter a declividade da

mesma em direção aos leitos de secagem. Após a mangueira ser fixada no

leito, será aberto o registro de saída no decantador para liberação do, lodo.

Para cada retirada de lodo deverá ser usado um dos leitos.

1.2.8 - Filtro de carvão ativado

Após o início das operações deverá ser feita uma análise do efluente

da Estação para se verificar a necessidade ou não de instalação de um filtro

de carvão ativado. Caso positivo, este será localizado na tubulação

proveniente da galvanoplastia, para a remoção de alguns compostos que

porventura não sedimentem no tanque de decantação.

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1.3 - Coleta, tratamento e disposição final dos lodos

inorgânicos

O lodo químico será disposto alternadamente em um leito de

secagem dividido em seis células de secagem. A altura máxima da camada

de lodo será de 0,30 m. O líquido percolado, pelo leito será encaminhado

para a elevatória por gravidade.

O lodo seco, com aproximadamente 30% de umidade, será estocado

em tambores de 200 litros, com tampa, revestidos internamente com sacos

plásticos de 0,6 mm de polietileno e estocados transitoriamente sobre

estrados de madeira, em área restrita e coberta.

Ao final de cada quinzena este lodo estocado deverá ser

encaminhado a uma Central de Tratamento de Resíduos Sólidos, até que os

órgãos ambientais venham a definir qual será o destino final para estes

resíduos.

1.4 - Caracterização físico-química dos afluentes tratados e

suas respectivas reduções

Tabela 5 - características dos afluentes do decantador.

Parâmetros

(em mg/l)

Característica

do afluente

Limite NT 202

- R10

Redução

(em %)

Cromo 8,02 0,5 93,8 Zinco 2,0 1,0 75,0 Cobre 1,3 0,5 84,6 Níquel 21,0 1,0 95,0 Estanho 8,3 4,0 96,0 Cianeto 20,5 0,2 99,0 Óleos e graxas 24,0 20 83,0 Material sedimentável 4,1 1,0 98,0 PH 2-13 5-9 -

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1.5 - Caracterização do volume dos efluentes líquidos

Tabela 6 - Descargas contínuas.

Linha de tratamento Vazão horária máxima

encontrada

Vazão horária adotada

Águas cianídricas 960 l/h 1000 l/h

Águas Crômicas 960 l/h 1000 l/h

Águas ácidas/básicas

e metais pesados

3700 l/h 4000 l/h

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CONCLUSÃO

O tratamento por batelada foi escolhido por ser o que oferece maior

segurança quanto ao tratamento, além de ser o mais econômico em relação

às vazões estimadas.

Os banhos concentrados descartados são tratados separadamente.

As águas de lavagem consomem normalmente uma quantidade pré-fixada

de produtos químicos. Como as concentrações podem ainda variar em

função da produção, os tratamentos (dosagens de produtos químicos) serão

controlados por kits colorimétricos específicos para cada reação.

As águas cianídricas terão os íons cianetos oxidados a CO2 e N2. O

íon cromo hexavalente será reduzido a cromo trivalente, pois o Cr (OH)3

precipita facilmente. Após estes dois tratamentos específicos todas as

águas serão reunidas e os metais pesados serão precipitados por adição de

hidróxido de sódio até pH 8,9 – 9,0.

As vazões foram tiradas das planilhas apresentadas pela Indústria

Galvânica do Galeão. Como será implantado processo em batelada

(quantidade: igual ao volume definido pelo tanque de decantação cheio) na

Estação de Tratamento de Efluentes Galvânicos, torna-se desnecessário o

uso de vertedores para medição de vazão, pois esta é determinada pelo

número de bateladas diárias.

O tratamento de efluentes químicos gerados na indústria galvânica foi

desenvolvido com o objetivo de minimizar a poluição nas águas que são

despejados diretamente na baía de Guanabara sem o devido tratamento,

através de um processo que permite a remoção dos compostos tóxicos

presentes nos efluentes gerados no setor de galvanoplastia da Indústria

Galvânica do Galeão. Fornecer subsídios para licenciamento do projeto junto

aos órgãos ambientais adequando aos parâmetros estabelecidos na

legislação ambiental.

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BIBLIOGRAFIA

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BRASIL. Resolução nº 20 CONAMA, de 18 de junho de 1986. Diário Oficial

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BUZZONI, H. A. Galvanoplastia. São Paulo: Ícone, 1991.

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. São Paulo: Prentice

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CORSON, W. H. (ed.). Manual Global de Ecologia: o que você pode fazer a

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COUTINHO, Aluízio Bezerra. Os cursos d’água e os resíduos industriais.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

O processo industrial de galvanoplastia 12

O processo industrial 13

1.1 - Preparo das peças 13

1.1.1 – Desengraxamento 13

1.1.2 – Decapagem 14

1.1.3 – Lavagem 15

1.2 – Revestimento metálico 15

1.2.1 – Cromo 16

1.2.2 – Níquel 16

1.2.3 – Zinco 17

1.2.4 – Cádmio 18

1.2.5 – Cobre 18

Origem e características dos efluentes líquidos industriais 19

2.1 – Origem dos despejos 19

2.2 – Volume de efluente gerado 23

CAPÍTULO II

A legislação ambiental 27

A legislação ambiental federal e estadual 28

1.1 - A legislação 28 1.2 – Adequação a legislação em vigor 30

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CAPÍTULO III

O tratamento dos efluentes químicos 31

Processo de tratamento de efluentes químicos 32

1.1 – Redução da carga poluidora no processamento industrial 32

1.1.1 – Supervisão 33

1.1.2 – Projeto e manutenção de instalações e equipamentos 34

1.1.3 – Substituição de produtos químicos 35

1.1.4 – Reutilização da água 36

1.1.5 – Controle e prevenção de acidentes 37

1.1.6 – Drenagem e arraste de líquidos contaminados 38

1.1.7 – Segregação dos despejos, recuperação de subprodutos 38

1.1.8 – Regeneração de banhos 39

1.2 - O projeto de uma estação de tratamento de efluentes químicos 40

1.2.1 – Características físicas 40

1.2.2 – Especificação dos efluentes 40

1.2.3 - O processo de tratamento 40

1.2.3.1 – Linha de tratamento de águas cianídricas 41

1.2.3.2 – Linha de tratamento de águas crômicas 42

1.2.3.3 – Linha de tratamento de águas ácidas/alcalinas 43

1.2.4 – Tratamento para precipitação dos metais pesados

e neutralização dos efluentes 43

1.2.5 – Floculador 43

1.2.6 – Decantador 44

1.2.7 - Leitos de secagem 44

1.2.8 - Filtro de carvão ativado 44

1.3 - Coleta, tratamento e disposição final dos lodos inorgânicos 45

1.4 - Caracterização físico-química dos afluentes tratados

e suas respectivas reduções 45

1.5 - Caracterização do volume dos efluentes líquidos 46

CONCLUSÃO 47

BIBLIOGRAFIA 48

ÍNDICE 50

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes

Título da Monografia: Tratamento de efluentes químicos industrias

gerados na Indústria Galvânica do Galeão

Autor: Marcio Pereira Barros

Data da entrega: _____/_____/_____

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Conceito Final: