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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE CRM E MARKETING DE RELACIONAMENTO: O caminho para a fidelização de clientes Por: Wendell Badini Maia Orientador Profª. MARY SUE CARVALHO PEREIRA Rio de Janeiro 2008

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Este trabalho aborda o assunto Marketing de Relacionamento e CRM na busca pela excelência das relações entre empresa e consumidor

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

CRM E MARKETING DE RELACIONAMENTO: O caminho para a

fidelização de clientes

Por: Wendell Badini Maia

Orientador

Profª. MARY SUE CARVALHO PEREIRA

Rio de Janeiro

2008

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

CRM E MARKETING DE RELACIONAMENTO: O caminho para a

fidelização de clientes

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Comunicação

Empresarial.

Por: Wendell Badini Maia

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus,

por ter me permitido chegar até aqui e

alcançar mais essa vitória. A todas as

pessoas que, direta ou indiretamente,

contribuíram para a gratificante

conclusão dessa missão. Obrigado a

professora Mary Sue pelas orientações

e diretrizes que nortearam e foram a

base desse projeto; à minha mãe, por

todo o apoio e incentivo e pela

presença nas horas de dificuldade; aos

meus mestres que tanto contribuíram

para meu crescimento; aos amigos,

pois não sei o que seria sem eles; e

mais uma vez à professora Mary Sue,

pelo carinho e paciência de ter lido

antes e pela insistência em não me

deixar transpor as regras de

formatação acadêmica.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha irmã,

Giselle Badini, que mesmo não estando

mais entre nós, se faz presente através

da lembrança que ainda tenho de seu

sorriso, sua alegria e vontade de viver.

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RESUMO

Este trabalho aborda o assunto Marketing de Relacionamento e

CRM na busca pela excelência das relações entre empresa e consumidor.

Relata o histórico do assunto, suas aplicações e técnicas, assim como os

pontos convergentes entre os temas e como a aplicação destes princípios

pode trazer benefícios para as empresas. Ressaltamos a importância e o papel

do cliente nesse relacionamento, uma vez que ele é o ponto chave desta

discussão. Os sistemas de informação também são pontuados e suas

características esmiuçadas nesse estudo, bem como a importância da

tecnologia nessa relação entre empresa e consumidor.

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METODOLOGIA

A metodologia foi baseada em pesquisas bibliográficas de assuntos

pertinentes às áreas de Marketing, Comunicação e Administração. Os

conceitos abordados têm o intuito de trazer uma visão prática sobre a

importância da fidelização de clientes. Este trabalho tem como principais

autores Roberto Madruga, Regis McKenna e Lior Arussy.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Marketing de Relacionamento – O Início 11

CAPÍTULO II - O Marketing de Relações Começa com o Consumidor 20

CAPÍTULO III – Customer Relationship Management – Entendendo e

Implementando o CRM 30

CAPÍTULO IV - Otimizando o MIX de Serviços e Fazendo Dele um Plano Estratégico de Diferenciação Competitiva com Foco no Mercado de Varejo 39 CAPÍTULO V - O valor do comitê de clientes 49 CONCLUSÃO 56

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 59

ANEXO 61 ÍNDICE 62

FOLHA DE AVALIAÇÃO 63

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INTRODUÇÃO

Com este projeto, pretendo trazer uma visão ampla e complexa sobre o

Marketing de Relacionamento, através de uma visão embasada em

bibliografia da área, valorizando o pensar e o fazer, isto é, unindo em um só

projeto aspectos estratégicos, assim como as práticas de implementação

sobre um assunto que está mobilizando grande parte das empresas do

globo.

Este trabalho pretende explicar o termo “Marketing de Relacionamento” e

suas variações, deixando claro o que é e como funciona. O conceito de

Marketing de Relacionamento é relativamente recente. Surgiu nos anos

1980. Da mesma forma que todos os conceitos relacionados aos negócios,

este também surgiu de uma necessidade imposta pelo mercado. Uma

necessidade de reformulação/avaliação da relação entre as empresas e

seus consumidores.

O consumidor hoje, detém grandes informações sobre seus direitos e

também maior conhecimento sobre os produtos adquiridos, o que exige das

empresas uma postura correta e dentro da lei para com seu público-alvo.

Hoje, é o consumidor quem dita as regras em diversos segmentos do

mercado, devido ao grande conhecimento por parte dos clientes e também

à grande concorrência entre as empresas.

As empresas devem estudar muito bem suas estratégias e postura para

com o mercado, e principalmente seu público-alvo, para poder identificar e

compreender melhor suas necessidades e demandas. O Marketing de

Relacionamento trabalha com as possibilidades do mercado, aplicando o

conceito de intangibilidade, ou seja, de que um serviço não tem nenhuma

substância física, e o que esse consumidor leva para casa é o resultado da

prestação do serviço, e desenvolve diretamente o conceito de

comportamento do consumidor, suas subjetividades e atitudes para com o

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mercado, interpretando-o de maneira estratégica, buscando sempre que

este consumidor torne-se leal à sua marca.

Hoje, temos lido diversos artigos e assuntos sobre Marketing de

Relacionamento, uma vez que existe uma avalanche de livros e artigos

chegando ao mercado. O Marketing, em geral, já está inserido na cultura do

brasileiro, assim como na estruturação de suas empresas, mas é um

assunto ao qual não importam suas condições do passado, da mesma

forma que o presente não fará parte das estratégias futuras, por estar em

constante atualização. O Marketing sempre se redefine.

As informações que pretendo apresentar nesse projeto são uma

mescla entre a prática de implementação e pesquisas sobre o tema. O

caminho é unir o conceito com algumas experiências práticas. Pretendo

trazer também alguns questionamentos sobre o assunto, buscando o

desenvolvimento deste por parte do leitor.

No primeiro capítulo faremos uma introdução ao assunto,

trazendo um pouco de história e abordando alguns pontos fundamentais

dentro desse assunto, apresentando as funções do marketing de

relacionamento e suas características em comum com o CRM.

Evidenciamos também nesse capítulo, os possíveis benefícios trazidos com

a aplicação adequada das técnicas discutidas nesse trabalho.

No segundo capítulo, abordaremos o ponto fundamental do

marketing de relacionamento, o cliente. E falaremos também da relação

entre cliente e empresa e como o consumidor enxerga e avalia a postura

das empresas com as quais se relaciona. O posicionamento de uma

empresa no mercado e a visão que possui do seu público-alvo também é

abordada aqui. E nessa parte do estudo é dedicado um espaço para

discutirmos a função do vendedor, uma vez que é esse profissional quem

traz os clientes para a empresa. Questionamos sua posição, sua

efetividade, sua importância e o futuro dessa função, e a transição da venda

de porta em porta para as vendas on-line ou pelo telefone.

A pauta do capítulo três é a tecnologia no CRM. Evidenciamos

aqui as funções e origens do termo CRM (Customer Relationship

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Management) e suas aplicações, além das evoluções dos sistemas de

gestão empresarial. Também é traçado um comparativo entre a importância

das tecnologias e as técnicas de marketing, evidenciando a importância de

cada um, e mostrando que, quando trabalhados em conjunto podem trazer

um resultado muito satisfatório para as empresas que estão desenvolvendo

esse projeto. Aqui também é abordada a implantação de um sistema

embasado nas técnicas de CRM.

A importância do comitê de clientes é abordada no quarto

capítulo. Essa significativa ferramenta de marketing que ainda é pouco

explorada pelas empresas. Falaremos sobre o perfil dos integrantes, dos

condutores e sobre os benefícios obtidos com o sucesso desses encontros

nos quais as empresas tem a oportunidade de conhecer um pouco mais do

seu cliente, e ainda colher como frutos dessas reuniões novas maneiras de

conquistar o mercado e abrir possibilidades de expansão.

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CAPÍTULO I

Marketing de Relacionamento – O Início

É dispensável dizer que existem no Brasil inúmeras publicações

entre artigos, livros, revistas, reportagens sobre Marketing de Relacionamento

que foram lançadas nos últimos anos. A bibliografia e histórico sobre o assunto

é tão grande que torna-se muitas vezes repetitiva e superficial. Mas afinal, o

que é Marketing de Relacionamento? A expressão Marketing de

Relacionamento surgiu na década de 80 na área acadêmica, que considerava

o termo marketing um pouco limitado frente às suas variações e abrangências.

Ele sofreu influência de outras correntes como o marketing de serviços, o

marketing industrial americano e a qualidade total. Visto de forma estratégica,

o marketing de Relacionamento ainda está na sua infância, embora já tenha

sua importância no mundo contemporâneo dos negócios, e está estimulando

as empresas a tomarem atitudes diferentes para com seus clientes, fazendo-se

assim, líderes de mercado e altamente rentáveis, trazendo como

conseqüência, a competitividade. Existem alguns “magos” no assunto, e um

dos precursores no mundo foi Leonard Berry, autor do artigo Relationship

Marketing Of Services: Perspective From 1983 and 2000, que praticamente

lançou o termo. O assunto exige dedicação e aprofundamento em pesquisas,

pois está em constante atualização e torna-se necessário buscar as novidades

sobre esse tema para aplicá-las ao dia-a-dia de uma empresa.

“Segundo Roberto Madruga, assim como o marketing de

massa foi a solução no século passado para levar o maior número possível de

produtos para o maior número imaginável de clientes, o marketing de

relacionamento na atualidade privilegia a interação com o seu cliente, com o

objetivo de desenvolver, especialmente para ele, um conjunto de valores que o

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levarão à satisfação e longevidade do seu relacionamento com a empresa.”

(Roberto Madruga, 2004, p. 20).

O marketing de relacionamento é aplicável a todo tipo de

relacionamento dentro de uma empresa. Para Morgan e Hunt, autores do The

Commitment-Trust Theory Of Relationship Marketing, o marketing de

relacionamento não está limitado a clientes diretos: “O marketing de

relacionamento se refere a toda atividade de marketing direcionada a

estabelecer, desenvolver e manter trocas relacionais de sucesso.” (Morgan e

Hunt apud Roberto Madruga).

Embora o nome marketing de relacionamento já esteja

bastante difundido, e muito aplicado nas empresas atuais, algumas vezes o

termo é deturpado ou mal interpretado. Em pesquisa realizada pela consultoria

Conquist1, ficou claro que diferenças entre marketing de relacionamento e

CRM (Customer Relationship Management) não estão bem claras para 61%

dos profissionais que trabalham na área comercial e até mesmo de marketing.

O marketing de relacionamento tem por função tornar atraente, realçar

qualidades, para assim intensificar a relação entre empresa/cliente, passando

por entidades governamentais e não governamentais, parceiros, fornecedores,

clientes intermediários e finalmente, clientes finais.

1.1: As seis funções do Marketing de Relacionamento:

A implantação de um sistema de marketing de

relacionamento em uma empresa não é tarefa fácil. Talvez porque alguns

executivos ainda confundam marketing de relacionamento com programa de

relacionamento, também conhecido como programa de fidelização em algumas

empresas. A diferença é simples: O programa de relacionamento é um esforço

específico, geralmente concentrado em uma necessidade específica como é o

caso dos programas de freqüência de algumas companhias aéreas brasileiras.

1 http://www.conquist.com.br

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Já o marketing de relacionamento tem muito mais funções e essas são mais

abrangentes, e algumas vezes tem como etapa um programa específico de

fidelização. Uma empresa que pretende implantar um sistema de marketing de

relacionamento deve seguir pelo menos seis passos, desenvolvendo as

seguintes funções:

1- Elaboração conjunta de uma nova visão e cultura

empresarial voltada para os clientes e parceiros. A empresa se empenha para

ter êxito no relacionamento tanto interno quanto externo.

2- Construção de objetivos de marketing de relacionamento

compartilhados. Os objetivos e idéias são compartilhados e discutidos por toda

a organização. O trabalho deve ser em equipe.

3- Estabelecimento das estratégias de marketing de

relacionamento voltadas para a criação de valores em conjunto com os

clientes. As trocas relacionais de sucesso, as estratégias e planos

organizacionais são inúmeras, claras e sempre focadas.

4- Implementação de ações táticas com foco no

relacionamento colaborativo com clientes. Elas são apoiadas em projetos

previamente elaborados para oferecer segurança e precisão aos funcionários,

para que esses possam relacionar-se diretamente com os clientes.

5- Obtenção de benefícios mútuos, isto é, empresas e

clientes tiram proveito da cooperação ocorrida em vários momentos de

contato. A empresa entende melhor seu consumidor final, e este, por sua vez,

prontifica-se a oferecer informações importantes, através de análises de seus

produtos e serviços.

6- Direcionamento da ação, capacitação e envolvimento

dos colaboradores da empresa para relacionamentos superiores. O importante

é dar espaço aos colaboradores da empresa, uma vez que eles estão no trato

diário com o cliente e é deles que vêem as idéias para atender ao consumidor

final, pois eles conhecem bem as expectativas e necessidades desse público.

Para isso é preciso que sejam treinados, tenham conhecimento dos produtos e

serviços oferecidos pela empresa e tenham também abertura para expor

livremente suas idéias.

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“Para Roberto Madruga, o marketing de relacionamento é

composto por diversas engrenagens, como foco em estratégias empresariais

para a longevidade da relação com clientes, comunicação personalizada

bidirecional, múltiplos pontos de contato, novas formas de segmentação de

mercado, estrutura organizacional descentralizada e mensuração em tempo

real da satisfação dos clientes.” (Roberto Madruga, 2004, p. 23)

1.2: Marketing de relacionamento e CRM são

convergentes?

Embora o CRM seja um marco para todos nós, não foi

sempre assim, ele não era uma novidade para a indústria de softwares,

indústrias essas que já tinham em seu histórico a fabricação de sistemas de

gerenciamento das relações com o cliente desde a década de 70. Alguns

sistemas eram primitivos, outros mais sofisticados, mas todos tinham a mesma

função de oferecer velocidade, qualidade, reduzir tempo e custos nas

interações com consumidores.

Estimulada pela crescente demanda empresarial por

tecnologias mercadológicas integradas e automação nos esforços de vendas e

marketing, a indústria de softwares lançou, em meados da década de 90, o

CRM, com o objetivo de auxiliar as empresas no gerenciamento, de forma

integrada, das interações com seus clientes. De acordo com as etapas, novas

funcionalidades foram agregadas ao sistema, que atingiu ampla difusão no

meio empresarial, responsável por investimentos de bilhões de dólares ao ano

em todo o mundo.

As empresas que trabalham na produção de CRM

identificaram um lucrativo nicho de mercado e entenderam bem as

potencialidades do novo sistema. Dessa forma, desenvolveram toda sua

estratégia de venda dos produtos, tomando por base benefícios que esses

podiam gerar, ou seja, a concretização do marketing de relacionamento. De

acordo com pesquisas realizadas por estudiosos do assunto, pode identificar-

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se muitas funcionalidades do CRM que tiveram como inspiração o marketing

de relacionamento, mas existem também outras formas totalmente inovadoras.

Desta forma, podemos concluir que o CRM ajuda a viabilizar o marketing de

relacionamento e vice-versa. Um complementa o outro, são sinérgicos.

“Na opinião do estudioso Roberto Madruga, o pessoal de

tecnologia de CRM e os bureaus de call centers contribuíram muito para a

difusão das estratégias de relacionamento com clientes em todo o mundo, e

definitivamente, para apagarmos a crença exagerada na comunicação

tradicional unidirecional. Se o marketing no passado era conhecido pelos 4 P’s,

agora ele é lembrado como gestão de relacionamento com clientes também.”

(Roberto Madruga, 2004, p.25)

Hoje, quando pergunta-se aos executivos o que eles

entendem por CRM, poucos respondem que é sinônimo de tecnologia e quase

nenhum sabe dizer que sua origem é na indústria do software, mesmo

trabalhando diretamente com isso. A maioria entende CRM como sendo um

misto de estratégias de relacionamento e de gestão inteligente de informações

a respeito dos clientes. Mas não é apenas isso, o CRM é uma estratégia de

negócios voltada para o entendimento e antecipação das necessidades dos

clientes atuais e potenciais de determinada empresa, envolvendo capturar

seus dados por todos os meios de acesso, consolidá-lo em um banco de

dados centralizado, analisá-los e distribuir os resultados para os gestores

estratégicos criarem ações mercadológicas junto aos clientes da empresa,

aparado pela tecnologia da informação.

Mesmo sabendo-se que o marketing de relacionamento e o

CRM são de origens distintas, tanto os executivos quanto o pessoal

operacional da gestão de relacionamento com os clientes, preferem classificar

as duas formas de CRM. Logo, marketing de relacionamento e CRM, embora

tenham grande convergência e caminhem juntos, tem suas características

peculiares e individuais.

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O marketing de relacionamento possivelmente existiria sem

CRM, mas o esforço voltado para a administração do relacionamento com o

cliente com qualidade da informação, controle e inteligência seria deficiente.

Se pensássemos no contrário também concluiríamos que seria quase inviável,

o CRM caso não tivesse visão, cultura, estratégias, táticas e colaboradores

engajados para desenvolver um completo trabalho de marketing de

relacionamento, e esse seria prejudicado. Muitas das vantagens e

funcionalidades desse trabalho em conjunto seriam perdidas.

“Na opinião de Roberto Madruga, a promessa de

gerenciamento das relações com o cliente é cativante, mas na prática pode ser

arriscada. Quando funciona, o CRM possibilita que as empresas reúnam

rapidamente os dados dos clientes, identifiquem os mais valiosos ao longo do

tempo; possibilita também aumentar a fidelidade, oferecendo serviços e

produtos personalizados.” (Roberto Madruga, 2004, p.27)

Com o termo “arriscado”, torna-se evidente que é

necessário ter amplo conhecimento dos clientes, estudando-os e buscando

desta maneira artifícios para fidelizá-lo, mas isso é obtido através de um

conjunto de estratégias que configura o CRM, e não é resultado de iniciativas

isoladas.

1.3: Como tudo começou:

A origem do marketing de relacionamento está diretamente

ligada ao que conhecemos como “O Novo Marketing”. O marketing tradicional

precisou ser aperfeiçoado de acordo com as novas necessidades de clientes e

empresas. Ele foi moldado com foco nas necessidades dos consumidores e na

busca da excelência no relacionamento com os clientes.

A principal diferença do marketing tradicional e o novo

modelo de marketing é o planejamento da organização, feito com foco nos

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interesses do consumidor. Isso é obtido através do conhecimento do

consumidor e os profissionais da área dispõem, cada vez mais, de recursos

para isso.

Como já citado anteriormente, o marketing de

relacionamento ainda está no início e passa por constantes modificações, mas

já faz parte de um processo evolutivo e mostra-se como um novo paradigma

do marketing, e esse conceito foi extraído do conhecimento de diversas outras

áreas, também do marketing, como o marketing de serviços, marketing

industrial, gestão pela qualidade e gestão empresarial.

“Na visão de Roberto Madruga, o marketing de

relacionamento é considerado uma evolução do marketing e precisou absorver

diversas outras formas de conhecimento que, afinal de contas, lhe foram

complementares. Um bom exemplo foi a qualidade total que emprestou ao

marketing de relacionamento a sua preocupação com a gestão pela qualidade

que deve permear toda a organização e atingir todos os níveis hierárquicos

como forma de atender aos requisitos do cliente com processos de trabalho e

indicadores de produção bem definidos. Já o marketing de serviços, que foi

anterior ao marketing de relacionamento , influenciou-o sobre diversos

aspectos, como a preocupação em otimizar os momentos de interface com o

consumidor.” (Roberto Madruga, 2004, p. 35)

Embora tenhamos acesso às origens do marketing de

relacionamento e possamos conhecer bem sua constituição, é fato que o

marketing de relacionamento é algo recente. Hoje, essa categoria do marketing

é mais difundida, mas desde muito tempo as escolas mais conceituadas nesse

assunto estudam essa vertente. Para ser mais preciso, desde a década de 70,

alguns dos mais importantes estudiosos como Grönroos, que escreveu

“Relationship Marketing: Strategic And Tactical Implications” e Gummesson em

“Relationship Marketing as a Paradigm Shift: Some Conclusions From 30R

Approach”, citaram as duas correntes de pesquisa mais importantes que deram

origem ao marketing de relacionamento:

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A) Escandinávia: The Nordic School of Services, baseada

no marketing de serviços.

B) EUA: A International Marketing and Purchasing of

Industrial Goods – IMP Group, baseada no marketing industrial com a sua rede

de relacionamentos.

As duas escolas entendem que o marketing é muito mais o

fim do que a função em si e que a gestão orientada para o mercado teria que

ultrapassar a simples transação financeira. O pensamento principal destas

duas escolas é manter e construir relacionamentos e essa didática tem sido

adotada pelo mundo desde então.

Estudos mostram que o termo “marketing de

relacionamento” embora já tenha algumas décadas, somente agora passa a ter

real importância e a ser reconhecido por algumas empresas, tornando-se

assim o centro das atenções. O novo não é o termo, mas sim a consciência

das empresas de que seus concorrentes estão cada vez mais competitivos e

produtos têm qualidade superior a cada dia, tornando muito acirrado o campo

de concorrência. Necessitamos, dessa forma, de um foco, visão e estratégias

baseadas numa relação de cumplicidade com o cliente, buscando desta forma

um diferencial. O marketing direto tem se beneficiado das tecnologias que já

são responsáveis por parte da geração de pedidos por internet e canais de

contato com clientes, por exemplo.

“Segundo Peter Rosenswald em entrevista ao portal da

revista Exame, relatou as seguintes conclusões: Não é de espantar que grande

parte do futuro crescimento pareça concentrar-se na área de marketing

eletrônico – tanto no que se refere à aquisição de novos clientes, preservação

dos já existentes e CRM. (...) Usuários não tradicionais de marketing direto nos

segmentos automotivo, farmacêutico e de bens de consumo em rápida

expansão parecem estar substituindo os gastos tradicionais com propaganda

pelo marketing direto – quando não o agregam àqueles. Tudo isso em um

esforço para concentrar recursos no marketing direto.”

(http://portalexame.abril.com.br).

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1.4: Diferenças entre Marketing transacional e Marketing

de Relacionamento.

Existem diferenças entre as formas tradicionais de tratar o cliente e o

marketing de relacionamento. Toda instituição empresarial relaciona-se com

seus clientes de duas maneiras, uma delas é o mecanismo relacional, cujo

interesse está na relação estabelecida entre ambos, e o mecanismo

transacional, que se baseia na relação financeira, única e exclusivamente.

Algumas empresas, por terem foco excessivo no curto prazo e a

supervalorização das transações financeiras, podem dessa forma, fazer com

que determinadas características positivas do produto e até mesmo da

empresa passem despercebidos pelos clientes. As empresas estão buscando

cada vez mais a excelência no relacionamento com seus clientes, inovando em

estratégias e investindo em áreas que aumentem o nível de reciprocidade e

comunicação com seus clientes, como por exemplo:

. Venda consultiva;

. Marketing direto;

. Call Center;

. Database marketing – DBM;

. Treinamento das equipes;

. Integração dos canais de contato e vendas.

Com a pulverização de produtos e serviços similares, as empresas

passaram a ter como foco principal seus clientes e o marketing voltou-se para

estudar as necessidades desse público consumidor e suas demandas. Logo,

ainda tem empresas que adotam como filosofia de trabalho as transações

financeiras, sem visar o cliente.

A seguir, alguns exemplos de empresas que investiram em marketing

de relacionamento e obtiveram como retorno uma carteira de clientes fiéis e

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satisfeitos: Natura, Petróleo Ipiranga, Brasif, Rede Labs, Rede D’or,

SulAmérica, Brasil Center, entre outras.

CAPÍTULO II

O Marketing de Relações Começa com o

Consumidor

O consumidor traça um comparativo entre empresas e produtos que

estão à sua volta, mas o que importa realmente é como o cliente e os

possíveis consumidores de uma empresa a vêem em relação aos

concorrentes. Para tomar as decisões de compra, os clientes consideram uma

série de valores e fazem uma avaliação de quem pode lhe atender melhor.

Eles tomam como base dados empíricos, opiniões, propaganda de boca e

experiências anteriores com produtos e serviços.

Os consumidores podem ser influenciados por marcas que

são líderes de mercado, mas hoje, é comum existir mais de uma empresa líder

em cada segmento de mercado, como em alimentos, automóveis, tecnologia...

Existem também as empresas que tornam-se mais competitivas pela qualidade

de seus produtos ou pelo fator preço, que pesa muito na hora da escolha por

parte do consumidor. Sem falar nas novas marcas, que chegam com vontade

de conquistar sua fatia de mercado e para isso não medem esforços.

Com a fragmentação do mercado torna-se mais comum o

número de empresas que tornam-se populares, e que obtêm uma posição de

destaque no ramo a que se dedicam. Quando a empresa é bem estruturada e

conta com uma estratégia de marketing completa, torna-se possível alcançar

uma posição de destaque até em mercados sobrecarregados. Todas as

empresas buscam uma posição solidificada no mercado, tal como para seus

produtos e serviços. Esta tarefa está ligada ao marketing, e uma boa estratégia

de marketing está diretamente ligada a uma estratégia de posicionamento.

Logo, o posicionamento não é a idéia que a empresa divulga sobre seus

produtos e serviços, mas sim como o cliente vê essa marca, e essa conclusão

é dada através da avaliação que o cliente faz dessa empresa, proveniente de

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um relacionamento. Atualmente, o consumidor está muito bem informado em

relação a todo tipo de assunto pertinente às transações comerciais em que

está envolvido, desta forma torna-se dispensável uma empresa criar uma

imagem irreal, e como as empresas estão cada vez mais equilibradas em

relação à qualidade de seus produtos, fica a critério do cliente optar por essa

ou àquela empresa. Isso significa que fidelizar o cliente é uma batalha diária

desenvolvida pelo marketing, em especial pelo marketing de relacionamento.

O posicionamento de uma empresa no mercado é

indispensável para sua sobrevivência. Os componentes do marketing –

estratégia competitiva, preço, embalagem, distribuição, serviço, assistência

técnica, comunicação – estão interligados em uma estratégia de

posicionamento de marca. Se os produtos de uma empresa foram

posicionados de maneira inadequada, o problema certamente está na sua

elaboração, na fabricação ou no marketing.

“Uma deficiência das empresas de marketing atuais é

achar secundária a tecnologia e as mudanças. Estas empresas não encaram

esses fatores como características importantes e o erro principal é acreditar

que o desenvolvimento e a manutenção de boas relações com os clientes não

é seu objetivo principal. Partem do pressuposto de que o mercado existe e que

os clientes são impessoais e estáticos, pouco adaptáveis a modificações, ou

seja, um mercado no qual as mudanças na tecnologia, nos produtos e opiniões

dos clientes são muito lentas. Elas necessitam do chamado posicionamento

dinâmico.” (McKenna Regis, 1997, p. 45).

As estratégias de posicionamento dinâmico diferem-se das

estratégias tradicionais. No modelo tradicional, a empresa define como deseja

ser vista pelo mercado: como uma empresa que oferece preços baixos ou a

que possui melhor qualidade em sua prestação de serviços, por exemplo. Na

seqüência, apresenta um slogan que resume a idéia do produto. Por fim,

divulga esse slogan em campanhas publicitárias até que ele seja conhecido e

esteja consolidado. Esse método baseia-se na manipulação da mente do

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cliente, fazendo inserções de idéias na mente desse consumidor e

bombardeando-o com informações, trabalha com estratégias de marketing

para envolvê-lo. Essa técnica visa o lado da empresa e desconsidera a opinião

do cliente. No mercado atual, é considerada estática.

“A rivalidade Avis-Hertz é um exemplo clássico do

posicionamento tradicional. A Avis decide-se por uma posição: sempre o

segundo lugar do setor. Em seguida, apareceu com um slogan: “Damos mais

duro”. Finalmente, anunciaram feitos loucos, até que as pessoas começaram a

acreditar que a Avis realmente dava mais duro. Essa abordagem funcionou

porque o ramo de aluguel de carros é muito estático. Nem os carros nem os

serviços mudam muito com o passar dos anos. Se você alugar um carro,

alugará um carro. As empresas que atuam em mercados estáticos

costumavam se diferenciar simplesmente não sendo as maiores, mas

oferecendo o melhor serviço. (...) A situação é bastante diferente em setores

complexos, onde ocorrem transformações rápidas. Nesses setores ocorrem

mudanças radicais diariamente. Os produtos evoluem, os mercados mudam e

surgem novas tecnologias. A concorrência também muda. Novas empresas, e

empresas já estabelecidas de outros setores, estão tentando constantemente

abocanhar uma fatia do mercado. Todas essas mudanças podem influenciar o

posicionamento no mercado.” (McKenna Regis, 1997, p. 47)

As abordagens tradicionais de posicionamento citadas por

McKenna não funcionam no ambiente mercadológico atual, centrado no

cliente. Uma empresa que ocupa o topo da pirâmide hoje, pode não ocupá-lo

amanhã. As novas tecnologias podem transformar uma posição sólida no

mercado em uma posição não tão satisfatória. Nenhuma publicidade é capaz

de garantir o sucesso de uma empresa, esse sucesso é obtido através de um

conjunto de fatores. De nada adiantam investimentos milionários em uma

campanha publicitária se a empresa deixa a desejar na fabricação de seus

produtos ou no relacionamento com o cliente.

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Para sobreviverem em mercados dinâmicos, as instituições

precisam encontrar novas estratégias que acompanhem as mudanças

turbulentas do mercado. Tem que ter base forte para sobreviver a essas

constantes modificações, e esse feito não será obtido através de promoções e

anúncios publicitários. É necessário conhecer a estrutura do mercado. Por isso

as relações com clientes, fornecedores, investidores e outras empresas

tornam-se um trunfo mais importante que preços baixos, promoções, ou até

mesmo tecnologia avançada. Nesse tipo de relação, torna-se imprescindível o

feedback. Através das relações com os consumidores, os produtos são

adaptados e sofrem influências por parte deles. O mercado muda, os preços

baixam ou sobem, a matéria-prima fica mais escassa, mas um bom

relacionamento empresa/cliente pode durar toda uma vida.

As empresas definem suas características de acordo com

seu crescimento, conforme vão tornando-se significativas no mercado, é como

uma criança, que de acordo com a educação recebida molda sua

personalidade. Sua personalidade cresce, se adapta ao mercado e às vezes,

quando necessário, muda drasticamente. De acordo com a evolução, a

empresa mantém sua essência e sua identidade, o que muda são apenas as

estratégias de dominação do mercado. Elas estão em constante atualização.

Diferente do posicionamento tradicional, o posicionamento

dinâmico apresenta-se como um processo multidimensional. O posicionamento

dinâmico reúne três etapas que são convergentes entre si: posicionamento do

produto, posicionamento no mercado e posicionamento da empresa. Cada

etapa dessa interage com a outra, formando o conceito de posicionamento

dinâmico e se uma dessas etapas não funcionar devidamente, acaba com a

estratégia de posicionamento.

Na etapa pertinente ao posicionamento do produto a

empresa precisa definir qual a imagem do produto que deseja passar para o

mercado. Que táticas deseja usar: preço mais baixo, qualidade garantida,

design inovador, quem serão seus usuários. Nesse quesito devem receber

atenção especial alguns fatores intangíveis, ou seja, aqueles que podem não

ser percebidos num primeiro momento e que podem fazer o diferencial, como

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por exemplo, a tecnologia e a qualidade o produto. Esses dados intangíveis

não podem ser mensurados a não ser pela opinião dos consumidores. O

marketing não utiliza uma forma racional como um cálculo matemático, ele

trabalha com possibilidades. Preços baixos e especificações do produto nem

sempre conseguem vendê-lo, é necessário um “algo a mais” que é trabalhado

pelo marketing. Pelo contrário, os fatores intangíveis ou valores agregados são

a porta principal para a construção de uma boa relação com os consumidores

e o início para definir-se como um produto líder no mercado.

Na última etapa, o posicionamento da empresa, a empresa

deve posicionar-se no mercado, desta vez os produtos devem ficar em

segundo plano. Nessa fase o que importa realmente é a divulgação da

identidade da instituição, seus valores e visão. Quando os produtos dão lucro

às empresas, muitos dos seus erros são esquecidos, devido ao bom

posicionamento do grupo no mercado, e isso se dá também com o apoio de

uma estrutura financeira consolidada. Em contrapartida, quando os lucros

diminuem, sua posição fica comprometida. Os consumidores evitam adquirir

produtos de empresas com situação financeira comprometida, se estes forem

de alto valor então o problema se agrava ainda mais. Se uma empresa se

descobre nessa situação, deve recomeçar todo o ciclo novamente, iniciando

pelo posicionamento do produto, tornando-o novamente comercial e aceitável

para depois reconquistar seu espaço.

Essa estratégia de posicionamento dividida em quatro

etapas deve ser comum a todas as atividades da empresa, deve fazer parte do

planejamento empresarial e é fundamental o apoio dos diretores e demais

responsáveis pela organização. O posicionamento dinâmico unifica as partes

da empresa e depois a conecta ao mercado. O posicionamento dinâmico deve

ser parte da organização total da empresa, e como retorno terá grande

influência sobre todos os aspectos da organização, dentre eles:

A) Imagem da empresa: O posicionamento eventualmente

influi até na postura dos funcionários da empresa. Faz bem ao ego do

colaborador integrar a equipe de uma organização que é líder de mercado, ele

trabalha com mais afinco, pois considera-se parte integrante deste sucesso. O

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posicionamento pode ainda influenciar na comunidade financeira, pois esta

gosta de empresa ciente de suas responsabilidades e atribuições.

B) Planejamento do produto: A equipe responsável pelo

planejamento de um produto deve estar preparada para as constantes

mudanças. O conhecimento da atual posição do produto no mercado ajuda até

mesmo na batalha contra os concorrentes. Muito do planejamento de produto é

obtido através da opinião dos clientes e com total conhecimento dos

concorrentes. A equipe de planejamento de produto deve estar antenada às

novas tendências e fugir do marketing tradicional, pois esse pode já estar

sendo adotado por um concorrente, e desta forma onde estaria o diferencial da

sua empresa? Novos caminhos devem ser trilhados a fim de chegar-se a

mercados completamente novos. E se possível, criá-los.

C) Marketing: O marketing engloba o desenrolar de

relações e dessa forma influencia no futuro da empresa. O gerente de

marketing tem de ter total consciência da posição que a empresa ocupa no

mercado. Uma vez que a empresa é bem estruturada, tem um posicionamento

forte e dessa forma, obtêm relacionamentos com parceiros de igual patamar.

Esse relacionamento com parceiros fortes só agrega benefícios à empresa, e

ajuda a consolidá-la ainda mais no mercado.

D) Saúde Financeira: A situação financeira de uma

empresa e seu posicionamento influenciam um ao outro. Uma empresa bem

vista no mercado, pode obter recursos mais facilmente. Da mesma forma que

uma empresa bem estruturada financeiramente pode posicionar seus produtos

no mercado mais rapidamente e sem grandes dificuldades.

2.1: Qual a real importância do vendedor?

O posicionamento dinâmico é fundamental nas vendas,

pois vendedores satisfeitos não buscam apenas suas comissões no final do

mês, mas sim construir uma relação de confiança com o comprador, sabendo

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que ele poderá voltar e realizar novos pedidos, tornando-se dessa forma, fiel à

marca e ao seu trabalho.

A venda de porta em porta ainda é a mais lucrativa, uma

vez que as relações consumidor/comprador são estreitadas dessa maneira.

Algumas grandes empresas utilizam este método de trabalho e obtêm sucesso

com ele, são exemplos: Avon, Natura, entre outras. As apresentações de

vendas que se baseiam em gráficos e medidas tem sua importância, mas para

um público mais específico, como por exemplo quando se quer vender um

software de computador para uma empresa de engenharia. Esse método

certamente não funcionaria para ser aplicado ao comprador final de vestuário,

por exemplo. Hoje, as empresas não vendem apenas produtos, pois os

clientes não querem apenas bens de consumo, as instituições oferecem

soluções, resolução de problemas. De acordo com uma reportagem do Wall

Street Journal, citada no livro Marketing de Relacionamento – Estratégias Bem

Sucedidas Para a Era do Cliente, de Regis McKenna: “É raro ver uma empresa

cujo pessoal de marketing não diz... ‘Nosso concorrente vende caixas, mas nós

vendemos soluções.”

A técnica de vender, como todos sabem, é milenar. Antes

os vendedores realizavam a venda de suas mercadorias a pé, em carroças, em

demonstrações nas praças públicas, de trem, depois surgiram as vendas por

telefone, por fax e agora com os grandes avanços da tecnologia, as vendas já

podem ser feitas pela internet ou até mesmo por satélite, o que torna

dispensável a presença do vendedor. Como o principal objetivo das vendas é

gerar lucros, são sempre bem vindas as técnicas e novos instrumentos para

ajudar nessa empreitada. Hoje, um vendedor pode realizar suas vendas pelo

telefone, uma atividade definitivamente não-humana, ou desenvolver um papel

de fornecedor de informações cuja opinião e serviços prestados podem trazer

lucros para a instituição à qual integra.

Hoje, os vendedores contam com a tecnologia que seus

antecessores não dispunham, e essas tecnologias se somam ao seu trabalho

e desta maneira sua imagem profissional torna-se valorizada. Agregando-se a

todos esses avanços, treinamentos de vendas, graduação escolar, workshops

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e palestras e informações fornecidas pelo mundo digital fazem desse vendedor

um verdadeiro diferenciador para o produto/empresa a qual representa.

Uma venda efetiva é representada 80% pelo produto a ser

consumido e os outros 20% são de responsabilidade do vendedor que

transmite seus conhecimentos sobre o item a ser comprado, a emoção que

motiva o cliente à compra, e é tarefa do vendedor também desvendar os

benefícios que determinado produto possa trazer para esse cliente mesmo que

a venda seja dada como certa, pois desta forma o cliente que sairia satisfeito,

sairá da loja completamente realizado. O conhecimento do produto e a aptidão

para exercer técnicas de vendas pode representar o sucesso ou o fracasso de

uma empresa, trata-se de uma linha muito tênue.

Os avanços tecnológicos auxiliam a relação com os

clientes, atendendo prontamente às suas necessidades. Hoje, é muito comum

vermos vendedores dirigindo-se às empresas de seus clientes portando seus

laptop’s e palm’s para fazer orçamentos, inserção de pedidos, observações de

clientes e previsões de entrega, tudo isso via internet e correio eletrônico.

Através de seus periféricos tecnológicos um vendedor pode, por exemplo,

negociar com a base um desconto, uma priorização de entrega ou qualquer

outro benefício para o cliente estando na empresa desse consumidor, o que

poupa tempo e otimiza essa relação com o cliente, deixando-o satisfeito e bem

assistido.

Fornecendo laptop’s e palm’s aos funcionários lhe

oferecem desta forma mais autonomia e agilidade em uma negociação de

venda, por exemplo. Por esse motivo torna-se tão comum vermos em

estabelecimentos comerciais próximos à nossa residência ou escola pessoas

uniformizadas portando estes aparatos tecnológicos, estando livre de papéis, o

que estimula a criatividade e a força de trabalho.

Os custos de marketing e vendas somam uma média de 15

a 34% dos custos totais da empresa, o que os faz um alvo para obtenção de

eficiência e resultados positivos. É fato que as tecnologias e investimentos em

inovações melhoram os lucros.

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“Segundo pesquisa citada por Regis McKenna em seu

livro:Marketing de Relacionamento – Relationship Marketing - Estratégias Bem

Sucedidas Para a Era do Cliente (p. 53) que relata um artigo publicado

recentemente na Harvard Business Review comparou as vendas de uma

empresa de grande porte com as de uma empresa pequena depois de ambas

terem instalado sistemas de computadores para produtividade em marketing e

vendas. Uma grande empresa, uma firma de 7 bilhões de dólares do ramo de

eletrônica, aumentou suas vendas em 33% e aumentou em 31% a sua

produtividade. O trabalho menos burocrático e a maior produtividade criaram

um potencial para ganhos pessoais maiores. Como conseqüência, os atritos

entre as equipes de vendas diminuíram 40%. Na empresa menor, uma firma

de 8 milhões de dólares do ramo de impressão, 80.000 dólares investidos em

um software de telemarketing e em um microcomputador geraram um aumento

de 25% nas vendas. As duas empresas recuperaram seus investimentos

iniciais em menos de um ano.” (McKenna Regis, 1997, p. 52).

Hoje, há estudiosos que dizem que em curto prazo será

eliminada a função dos vendedores. Isso acontecerá quando consumidores

finais e fornecedores estarão diretamente ligados através de um banco de

dados em comum. Estes estudiosos partem do princípio de que quanto mais

integrados estiverem os fabricantes e os consumidores finais, mais benefícios

mútuos serão criados e esse processo trará mais agilidade para ambas as

partes.

Fica a pergunta: será que a função de vendedor tornar-se-

á obsoleta? A função de vendas também necessita passar por modificações,

assim como os computadores, os veículos, e o próprio consumidor evoluem,

será necessário também que essa função receba um upgrade, buscando

dessa maneira seu diferencial. Aquele vendedor que só tira pedidos

certamente não sobreviverá às mudanças. O vendedor transmitirá

conhecimentos, informações confiáveis e principalmente emoção para

influenciar o consumidor positivamente. A função do vendedor será tornar-se o

elo entre a fabricação, o projeto do produto e o consumidor final. Assim como o

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marketing vive sua infância aqui no Brasil, também está para acontecer uma

nova categoria de profissionais de venda.

As tecnologias de design e produção irão alavancar os

processos de produção, diminuindo dessa forma o espaço existente entre o

design e o consumo. O gerente de marketing deve desempenhar o papel do

projetista e também do cliente, ele deve pensar o que o cliente espera, o que

este público-alvo deseja e fazer disso uma demanda de produção. Deve avaliar

históricos de vendas e custos de seus produtos, facilitando dessa forma as

decisões futuras no que diz respeito a novas tendências e possíveis

promoções de vendas. Vai avaliar também a mídia, dados sobre

telespectadores e leitores, obtendo dessa forma o feedback sobre suas idéias

e dessa maneira poderá tomar decisões mais acertadas sobre sua produção.

Regis McKenna, em seu livro: Marketing de

Relacionamento – Relationship Marketing - Estratégias Bem Sucedidas Para a

Era do Cliente , cita um discurso sobre a relevância do vendedor que realizou

para uma platéia que incluía um gerente de fábrica da Toyota.

“_Disse que um dia entraríamos em um showroom de automóveis,

sentaríamos em um terminal de computador e desenharíamos nosso próprio

carro. Pareceu uma idéia exótica para a maior parte da platéia – menos para o

gerente da Toyota. (...) Disse-me depois que já existe tecnologia para a

participação direta do cliente no design e nos pedidos. O único obstáculo é a

manutenção e o financiamento de grandes estoques de peças necessários

para que o serviço seja aceitável.” (McKenna Regis, 1997, p. 55).

O papel desempenhado pelo vendedor é de alta

importância para o marketing de relacionamento, uma vez que lida diretamente

com o principal alvo da empresa: seu cliente. Logo, este deve ser respeitado e

ter possibilidade de desenvolver as atribuições de sua função. É importante

investir em treinamentos, workshops e aparatos profissionais para tornar ainda

mais preciso o desenvolvimento desta função. A empresa, por sua vez, deve

fazer uso do CRM e reconhecer o vendedor como uma peça-chave no

relacionamento com o cliente, fazendo do vendedor uma ponte entre

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empresa/consumidor, ocupando, desta forma, um posicionamento dinâmico

que fará essa relação tornar-se uma parceria.

CAPÍTULO III

Customer Relationship Management – Entendendo e

Implementando o CRM

O termo CRM (Customer Relationship Management) foi rapidamente difundido

na área mercadológica. Mesmo com tantos artigos e bibliografia sobre o

assunto, ainda existem muitas pessoas que desconhecem o verdadeiro

significado de CRM e sua usabilidade.

Pretendo com esse estudo esgotar todas as dúvidas ainda

existentes referente a esse assunto relacionado às suas origens,

aplicabilidade, conceito e até mesmo suas limitações.

A implantação do sistema de CRM já é uma realidade nas

grandes organizações, porém a utilização de suas técnicas ainda é um grande

desafio e é justamente isso que pretendo abordar nesse capítulo, passando

pela origem do CRM até sua implantação definitiva dentro da empresa e os

posteriores resultados.

3.1: O que é CRM?

Existem vários entendimentos para o termo CRM, mas como já

explicitei em abordagens anteriores, o termo CRM passou a ocupar um espaço

estratégico dentro das grandes organizações, deixando para trás a imagem de

sistema de relacionamento, pois é sabido que a função desse termo vai muito

além de apenas relacionar-se com o cliente.

As definições para o termo variam de autor para autor, alguns

definem o CRM como conceito, outros como estratégias e há ainda aqueles

que o definem como tecnologia. Logo, o termo CRM hoje é entendido como um

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conjunto de tudo isso e deve ser expandido para que não fique restrito apenas

a um pedaço de tecnologia e inovação.

Deixo como exemplo, uma citação do autor Bose em seu livro

Customer Relationship Management: Key Components for It Success,

Industrial Management & Data Systems, quando concluiu que um dos tópicos

mais dinâmicos de tecnologia da informação do novo milênio é o CRM. Veja

sua citação:

“CRM é a integração de tecnologia e processos de negócios,

usada para satisfazer às necessidades dos clientes durante qualquer

interação. Especificamente, CRM envolve aquisição, análise e uso do

conhecimento de clientes para venda mais eficiente de produtos e serviços.”

(Bose apud Roberto Madruga)

Quando recorremos ao Glossário brasileiro de call center, o CRM

está definido como o conjunto de todos os setores de uma empresa,

principalmente aquelas relacionadas a vendas, call center, marketing, logística

e internet, com as bases corporativas, buscando trabalhar a carteira de clientes

de forma inteligente e estratégica para torná-la mais fiel e lucrativa. Os

objetivos de CRM estão diretamente ligados à implementação de ferramentas

que, através do estudo da carteira de clientes, avaliação de seu histórico possa

identificar clientes em potencial para compra de novos produtos de uma

empresa ou até mesmo de seus parceiros.

Se perguntarmos a várias pessoas relacionadas à área de

marketing e até a executivos de empresas o real conceito de CRM, obteremos

as mais variadas respostas. Logo, para West, autor do artigo Customer

Relationship Management and You, “No sentido puro, CRM é a estratégia ou a

filosofia – e não um pedaço específico de tecnologia – desenhada para

otimizar o lucro proveniente do cliente, receita e satisfação.”

Há tempos o CRM saiu do campo tecnológico para ser

implementado como método de conquista de clientes por executivos,

professores e demais profissionais que trabalham face a face com eles.

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3.2: Origem do CRM

A primeira origem definida para CRM é relacionada à evolução de

ferramentas tecnológicas para auxiliar o marketing das empresas nas relações

com o mercado consumidor, através da unificação de todos os departamentos

dela. A segunda definição está relacionada à evolução da tecnologia da gestão

empresarial, que desenvolveu-se para englobar as áreas internas da empresa

de maneira diferente com foco em controlar estoques, custos e rentabilidade.

São conhecidos como sistemas de Enterprise Resource Planing (ERP). Vale

ressaltar que esse sistema é difundido entre empresários do mundo inteiro.

Quando falamos de tecnologia ligada ao marketing, podemos

entender o CRM como uma série de evoluções de outras tecnologias ocorridas

nas últimas décadas, mas com um diferencial: grandes marcas que obtiveram

sucesso na década de 90 se dedicaram à especialização no aprimoramento de

sistemas de CRM.

O termo CRM passou a ser mais conhecido a partir da fundação

da empresa Siebel, fundada em 1993 por Thomas Siebel. Thomas se destacou

como homem de vendas na empresa Oracle. No passar dos anos, Thomas

identificou nessas empresas a necessidade de otimizar sua força de vendas e

conhecerem mais a fundo os clientes que consumiam seus produtos.

Discordando das técnicas adotadas na época, Thomas Siebel, fundou sua

própria empresa, a Siebel Systems, em San Mateo, Califórnia, no ano de 1993.

Thomas teve destaque como diretor e foi citado em algumas publicações como

um homem de sucesso e também escreveu vários artigos sobre o tema CRM.

Já no final da década de 80, podia-se identificar o aumento da

tentativa de profissionalização do relacionamento com o cliente, porém, o

CRM, no seu mais completo entendimento foi introduzido por aqui em 1995 e

de acordo com estudos da área, mostra um crescimento anual na casa de dois

dígitos. Empresas do ramo encontraram aqui no Brasil, executivos ávidos pelo

aperfeiçoamento das relações com seus clientes através de novas tecnologias.

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3.3: A Evolução dos Sistemas de Gestão Empresarial:

A evolução dos sistemas de gestão empresarial, os ERP

(Enterprise Resource Planing) foram criados, inicialmente, com a finalidade de

utilização por parte das organizações visando apenas lucro interno. No final da

década de 80 e início dos anos 90, as empresas estavam focadas na

resolução de problemas internos relacionados a lucros e viram, como uma

forma de reduzir custos, a implantação dos sistemas de tecnologia, como o

ERP. Agregados ao ERP vieram outros benefícios, como por exemplo: maior

controle de inventários, just in time de suprimentos, gestão do fluxo de

trabalho, centralização de informação de custos e receitas e a eliminação de

processos redundantes entre a linha de produção e unidade de negócios.

São facilmente identificadas as semelhanças entre o CRM e o

ERP, logo não devemos confundi-los. O ERP trabalha a retaguarda da

empresa (back-office), enquanto o CRM trabalha a face da empresa e integra a

apresentação desta perante seu cliente (front-office). O ERP pode trabalhar

sem o CRM, mas o CRM necessita interagir com o ERP, pois necessita de

informações fornecidas por esse departamento. Deixo claro também que não é

função do ERP ter uma visão “para fora” da empresa, uma vez que está

voltado para a visão interna da organização.

É sabido que a implantação dos sistemas de ERP é difícil e

complexa, porém são ótimos recursos para instituições que possuem

problemas de supercompetição. Desta forma, o ERP difundiu-se por empresas

de todo o mundo. Porém, como os recursos desse sistema foram pouco

explorados em seu início, ficaram brechas em sua funcionalidade, como por

exemplo, uma maior atenção às atividades de marketing. Identificou-se que

novas tecnologias seriam necessárias para suprir essa demanda inesperada.

Barkley, em seu artigo The Evolution Of Customer Relationship

Management to eBusiness, reforçou essa posição. Veja sua citação:

“As empresas foram forçadas novamente a avaliar suas equações

de lucro, procurando novas formas de maximizar resultados. Desta forma,

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além do ERP, surgiram novas tecnologias que permitiram que as empresas

olhassem para fora no sentido de interagir com seus clientes. Sistemas de

Customer Relationship Management (CRM) ofereceram novas maneiras de

centralizar a gestão da interação com clientes com um foco acentuado no

aumento de receita.” (Barkley apud Roberto Madruga)

O Gartner Group cita que, atualmente os negócios se expandiram

para a internet, as empresas souberam utilizar os benefícios existentes nelas,

como a redução de custos e a apresentação de transações mais eficientes.

Com a chegada do e-commerce, tornou-se possível oferecer benefícios aos

clientes, como por exemplo, a redução de custos e o aumento de velocidade

de troca junto às instituições. O crescimento acelerado do processamento de

dados só aumentaram a eficácia dos sistemas de relacionamento com clientes.

Vale ressaltar que no que diz respeito à origem do CRM, é

notável que sua origem está atrelada às empresas de alta tecnologia, porém a

sigla CRM vem sendo utilizada também para definir aspectos não relacionados

à tecnologia, pois CRM é muito mais que investimentos tecnológicos. Trata-se

da aplicação de um composto estratégico.

3.4: O que vem primeiro: Tecnologia ou estratégias de marketing?

É comum nos dias atuais a questão sobre a utilização das

tecnologias integrando estratégias de marketing, atendimento e vendas. O

database marketing era utilizado muito antes do advento da internet e até

mesmo dos microcomputadores para dar suporte às empresas no que dizia

respeito a categorizar clientes, segmentá-los, e até mesmo para identificar

oportunidades de vendas e novos mercados.

Os dados fornecidos pelos bancos de dados foram de enorme

utilização para as organizações, uma vez que possibilitou traçar o perfil de

clientes, tornando-os individuais. Isso facilitou ao departamento de marketing

realizar ações segmentadas.

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Por mais que saibamos que o CRM ainda não estava estruturado

na década de 80, é sabido que estratégias já eram elaboradas para aprimorar

o relacionamento de empresas com seus clientes com base em altas

tecnologias. O que deve ficar claro é que a tecnologia é apenas um aliado das

empresas para o relacionamento com clientes e não uma fórmula que trará

respostas em curto prazo e desenvolverá projetos sozinha. O uso de

tecnologias não deve ser mais importante que o trabalho desenvolvido pelo

marketing, ela é apenas um meio estratégico.

Algumas empresas estão atribuindo à tecnologia um meio de

resultados rápidos e alguns fabricantes de softwares se usam disso para

comercializar seus produtos.

Desta forma o mais importante na implantação de CRM é uma

avaliação do planejamento estratégico, os processos, os indicadores, os

profissionais envolvidos para uma reformulação da postura da empresa, mas

sempre focada no cliente.

3.5: Tipos de aplicação de CRM:

As vantagens obtidas através do CRM são extraídas a partir do

conhecimento das funcionalidades do sistema.

O pacote tecnológico do CRM não pode ser visto como uma

solução definitiva que não possa ser alterada. Ele pode e deve adaptar-se,

aperfeiçoar-se a cada dia e de acordo com as necessidades da empresa. Fica

a pergunta: Por onde começar a implementação do sistema de CRM? O CRM

pode ser implementado de forma coerente com aplicações diferentes que

estejam vinculadas com a instituição, fornecendo recursos para o profissional

de marketing, vendas e aqueles que lidam direto com o cliente. As duas formas

mais comuns de aplicação do CRM são:

. Aplicação por finalidade estratégica: Podemos subdividi-la em

três momentos de implementação: CRM analítico, CRM operacional, e CRM

colaborativo. Mais à frente falaremos um pouco mais sobre eles.

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. Aplicação por áreas da organização: No círculo do marketing é

também conhecido por horizontais de CRM, é aplicável a qualquer empresa.

Pode ser aplicado em uma ou mais áreas de acordo com a necessidade da

instituição. Como por exemplo, call center, vendas e marketing.

3.6: Aplicação do CRM por finalidade:

Como disse anteriormente, o processo de aplicação de CRM por

finalidade pode se dar em três momentos distintos: CRM operacional, CRM

analítico e CRM colaborativo. Abaixo, segue a definição de cada um deles:

. CRM operacional: Torna automático o relacionamento com

clientes nos call centers ou nas vendas, por exemplo, esses setores lidam

direto com o mercado externo e consumidor. O CRM operacional oferece

funcionalidades diversas, como por exemplo, acompanhamento de serviços e

relatórios de qualquer lugar, independente de espaço geográfico.

. CRM analítico: Realiza campanhas de marketing e estímulos de

vendas, analisa o consumidor, identifica as demandas do mercado, entre

outras atribuições. Essa fase auxilia no relacionamento com o cliente, busca

informações, e soluciona reclamações e requerimentos vindos dos canais de

contato com o cliente. Essa relação é repassada para a ferramenta analítica, e

os profissionais de marketing trabalham esse comportamento do cliente,

traçando um perfil de seu comportamento e suas características.

. CRM colaborativo: Através da internet, integra todos os

departamentos da empresa e suas respectivas funções voltadas para o

relacionamento com o cliente, inclusive com seus parceiros. Essa fase permite

que os funcionários da instituição em conjunto com os funcionários da empresa

contratada possam trabalhar em rede, facilitando dessa maneira a solução de

problemas dos clientes ou assuntos pertinentes à própria empresa.

3.7: Aplicações de CRM por áreas da empresa (Horizontais de

CRM):

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Em relação à aplicação de CRM por áreas da empresa, podemos

entender que existem soluções de automação que devem ser aplicadas de

acordo com determinadas áreas da empresa que estão no contato direto com

os clientes. As aplicações são divididas entre marketing, força de vendas,

serviços a clientes, parcerias e força de trabalho interna.

. Marketing: Administra campanhas, acompanha gestão do

orçamento de marketing, também conhecido como budget, acompanhamento

de anúncios e onde estes serão veiculados, tratamento das respostas dos

clientes, acompanhamento de relatórios estatísticos e também análises

demográficas mais complexas. As ferramentas integradas de CRM estimulam

as tarefas de marketing, possibilitando a área a aplicar outras práticas de

mercado, como por exemplo, avaliação e personalização de ofertas,

administrar a lista de dados dos clientes, efetuar uma análise sobre

investimentos e comprovar a eficácia de campanhas.

. Força de vendas: Forma grupo de colaboradores, administra os

contatos e o deslocamento para que estes tornem-se acessíveis.

“Para Roberto Madruga, o CRM auxilia na gestão de

oportunidades de vendas, cotações, preços, configuração de solução,

previsões de vendas, análise do estágio da venda, configuração de propostas

e reuniões, incentivo à força de vendas, gestão de território de vendas e

metodologia de vendas.” ( Roberto Madruga, 2004, p. 123)

.Serviços ao cliente: Fica a cargo desse setor o gerenciamento de

contatos através de e-mail, atendimento on-line, chamadas telefônicas. Aqui os

contatos com clientes devem ser gerenciados, sincronizados e coordenados

através de telefone ou internet. As aplicações podem passar por venda de

produtos e serviços até soluções de problemas.

.Gestão de parcerias: Tenta conciliar o aumento de lucros, a

produtividade de produtos e a completa satisfação do cliente, visando, desta

maneira, reduzir custos. Esses objetivos são alcançados através de parcerias

que podem ajudar em treinamentos, recrutamento de profissionais, definição

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do perfil ideal do colaborador dessa empresa, comparação com outras

instituições parceiras através de relatórios.

.Força de trabalho interna: Desenvolve as atividades de

treinamento e seleção de novos colaboradores, acompanhamento do trabalho

de seus funcionários efetivos, planeja os novos rumos e objetivos da empresa

para adequar o profissional à demanda interna.

O bom desempenho (e posteriores resultados) de uma campanha

de implementação de CRM não deve ser atribuído a um único setor da

empresa, todos devem participar de forma direta e objetiva dessa caminhada

pela conquista do cliente.

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CAPÍTULO IV

Otimizando o MIX de serviços e fazendo dele um plano

estratégico de diferenciação competitiva com foco no

mercado de varejo

É notório o crescimento do varejo nos últimos anos. A globalização tem

influenciado no perfil do varejo e também na economia brasileira como um

todo. Estudiosos da área tem acompanhado mudanças significativas nesse

segmento, mais especificamente na análise geográfica dos concorrentes, a

relação empresa/fornecedores, a logística varejista, aspectos financeiros e até

mesmo a mão-de-obra atuante nesse mercado.

Este capítulo pretende explicitar a importância do MIX de serviços

na diferenciação de uma empresa perante suas concorrentes, como o

marketing de relacionamento pode ser adequado ao MIX de serviços e vice-

versa, como estes dois pontos fundamentais podem interagir na busca pela

qualidade.

4.1: Como entender o MIX de serviços no varejo:

Para os autores D.J. Duncan, C.F. Philips e S.C. Hollander,

serviços ao cliente poderia ser definido da seguinte maneira:

“É um conjunto de atividades e programas adotados pelos

varejistas para tornar a experiência de compra mais conveniente e

recompensadora para seus clientes. Essas atividades aumentam o valor

percebido pelos clientes quando eles escolhem e compram mercadorias. Em

um sentido mais amplo, o varejo é um serviço e todos os elementos do MIX

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varejista provêm serviços que aumentam o valor da mercadoria.” (D.J. Duncan,

C.F. Philips e S.C. Hollander, 1971, p. 495)

Mas num conceito geral, serviços seriam todas as informações e

possibilidades que tornem o produto acessível ao cliente em nível de

informação, para que esse possa identificar se o produto realmente satisfaz às

suas necessidades, fazendo com que esse consumidor compreenda o valor

real do produto.

Em contraponto, Karl Albrecht, tem uma outra visão de serviços

ao cliente:

“Um nível de qualidade de serviço, comparado aos seus

concorrentes, que é suficientemente elevado, do ponto de vista de seus

clientes, para lhe permitir cobrar um preço mais alto pelo serviço oferecido,

conquistar uma participação de mercado acima do que seria considerado

natural, e/ou obter uma margem de lucro maior do que a de seus

concorrentes.” (Karl Albrecht, 1992, p.13).

Entre as duas opiniões, acho mais coesa a dos autores Duncan,

Philips e Hollanderr, por terem uma visão mais complexa não só baseada no

lucro, mas sim na excelência do serviço na busca pela conquista do cliente. É

uma definição que enxerga o serviço como uma forma de atender em todas as

instâncias as necessidades desse público-alvo.

É importante mensurar também a importância da qualidade no

que se diz respeito aos serviços. Segue abaixo o que nos permite identificar a

qualidade de um serviço fornecido por uma empresa:

. Acesso: deve-se à facilidade de encontrar o produto e fazer

contato com a empresa fabricante, se o tempo de entrega é aceitável ou

abusivo, onde e quando usar esse produto/serviço e também os horários

convenientes.

. Comunicação: Ouvir a opinião do cliente e levá-las a sério, as

informações pertinentes a esse serviço/produto fornecido pela empresa devem

ser claras e de fácil compreensão, manter contato com clientes através de

mala-direta, informando sobre novidades da empresa, lançamento de produtos

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e convidando-os para eventos. Essa é uma ótima maneira de conquistar

clientes e transformá-los em um consumidor fiel. Também faz arte da

comunicação explicar o funcionamento de produtos, e que benefícios a

aquisição deste pode trazer para ele.

. Competência: É ter habilidade para lidar com o cliente. Ter

conhecimento do produto a ser oferecido, mas também ter noções de

comportamento do consumidor para lidar com ele da forma mais adequada.

.Cortesia: O próprio nome já diz, ter paciência, ser educado,

valorizar o tempo do cliente e mostrar a ele (principalmente durante uma

venda) que ele é uma agradável companhia. Valorização do tempo do cliente

também é muito importante.

. Credibilidade: Envolve a seriedade do vendedor e de quem está

lidando com o cliente, inclusive numa situação de pós-venda. É o nome da

empresa que está em jogo, logo, o cliente deve sentir-se seguro e o atendente

deve mostrar-se envolvido nos interesses desse consumidor. Essas

características devem permear toda a equipe que lida diretamente com os

clientes.

. Confiabilidade: Significa ter coerência e ser coeso desde o

momento da venda até a solução de posteriores problemas. Assim como é

importante o cliente ser fiel à sua empresa, também é importante ser fiel ao

seu consumidor. As informações passadas devem ser corretas e não devem

ocorrer divergências de informações em nenhum momento.

. Rapidez de resposta: Está relacionada ao comprometimento dos

colaboradores de uma empresa para com os consumidores. Se não sabe

determinada resposta para o questionamento de um cliente, comprometa-se a

encontrá-la, responda por e-mail ou mesmo faça uma ligação telefônica. O

cliente não deve, em hipótese alguma, aguardar mais de 72 por uma resposta.

Lembre-se, isso é tempo suficiente para que ele recorra ao concorrente.

. Segurança: O cliente precisa sentir-se acolhido pela empresa

que presta serviços a ele. Não pode ter receios de fornecer dados bancários

ou passar informações pessoais. Deve ter certeza de que na aquisição de um

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bem estará investindo dinheiro e não desperdiçando. Aqui, é pertinente dizer

também que faz parte da segurança o cliente não ter dúvidas.

. Indicadores visíveis: São as evidências físicas do produto,

tempo de instalação, o que é necessário para a instalação e utilização do

produto/serviço.

. Compreensão do cliente: Talvez um dos mais importantes

fatores na conquista por um cliente. Atendê-lo sempre, por mais banal que

possa parecer sua solicitação, conhecer as necessidades de seu público-alvo e

segmentar a atenção também é um diferencial.

4.2: O atendimento destaca-se como principal modalidade de

serviço:

O número de serviços e a variedade deles encontrados em uma

empresa do ramo varejista, varia com a criatividade e o empenho de cada uma

delas. Os serviços que listei no quadro das variáveis, extraído da página 67 do

livro Marketing de Relacionamento no Varejo, cita apenas alguns exemplos

mais corriqueiros, mas nesse sub-capítulo, iremos focar no segmento que se

destaca como o mais importante, que é o atendimento pessoal.

O autor Peter McGoldrick cita alguns estudos que evidenciam as

razões para crermos que o aprimoramento dos serviços vem se mostrando

uma ponte de diferenciação entre empresas concorrentes. A iniciativa e a

disponibilidade do staff, seriam segundo ele, muito importante aos clientes nas

compras especializadas. Discursando sobre algumas pesquisas o autor chega

a algumas conclusões:

91% das pessoas não voltam a comprar em um lugar que tenham

sido realmente mal atendidas;

70% não se incomodariam a pagar um pouco mais pelo produto

se o serviço fosse particularmente bom;

Muitos varejistas não encorajam o registro das reclamações com

medo das consequências, o que contraria a prática que tem mostrado ser esse

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trabalho um importante instrumento para diagnóstico e levantamento de dados

de marketing.

Mesmo em supermercados onde o importante para os clientes é

o serviço de checkout, pesquisas indicaram que 78% dos compradores foram

influenciados diretamente pela atitude de um assistente da loja.

Nos dados de pesquisa fornecidos pelo estudioso McGoldrick,

torna-se evidente a importância do bom relacionamento entre cliente/empresa,

principalmente aqueles funcionários que lidam diretamente com os

consumidores finais, eles podem ser decisivos até no fechamento de uma

venda, podem encorajar os clientes e criar-lhes estímulos.

Uma equipe de vendas bem preparada está pronta para ganhar a

confiança de um cliente e fechar a venda, tendo respostas para suas objeções,

informações suficientes para esclarecer todas as dúvidas desse consumidor e

ainda cativá-lo, esse é o trabalho da força de vendas e quando bem

desempenhado faz o diferencial entre uma organização e outra no mercado

competitivo e na busca pela fidelidade do consumidor.

A gerência deve trabalhar seus vendedores e aqueles

funcionários que lidam diretamente com os clientes, estes devem ter total

consciência de sua importância na organização. Os gerentes devem

desenvolver campanhas de estímulos aos funcionários, ministrar treinamentos,

e expor suas experiências também é válido. Desta forma ficará mais fácil os

vendedores entenderem o comportamento do consumidor.

“O estudioso Hessan Whiteley lista uma série de fatores que

podem fazer o diferencial de uma empresa que lida com os clientes, fazendo

de empresas com esse perfil, líderes diferenciados de mercado: seus estudos

são baseados na teoria de que os gestores dessas empresas reconheçam

suas falhas e tenham a humildade de entender que aprender é sempre

necessário e nunca se pode saber tudo; ouvir clientes e funcionários nem

sempre é fácil e às vezes, podem até apresentar idéias banais, mas é

fundamental para a integração empresa/cliente; os líderes devem comportar-se

como representantes dos clientes nas organizações. Ele ainda afirma que é

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interessante para a empresa questionar-se sobre seu desempenho e o que

buscam no mercado, e se a resposta for alcançar o topo com o patamar de

líder, o que está faltando para isso, quais as necessidades e expectativas,

quais das necessidades existentes é a mais importante, que visão os clientes

têm dessa empresa e qual eles poderão ter daqui a dez anos, qual o

comportamento dos concorrentes, e o que pode ser feito para superar as

expectativas dos clientes.” (HESSAN WHITELEY apud ANGELO, C.F;

GIANGRANDE, V.)

O serviço de atendimento pessoal tem se mostrado um diferencial

para várias empresas no mercado competitivo. Embora não haja como

padronizá-lo, pois cada ser humano tem um jeito de relacionar-se, existe

também o outro lado, que é o de transparecer um atendimento cuidadoso e

atenção para com o cliente. A rotatividade do mercado de trabalho pode ser

um inimigo, uma vez que um funcionário de sua empresa passe a não fazer

parte do corpo efetivo de colaboradores e seja convidado a integrar o quadro

da concorrente levando consigo toda sua técnica e experiência para relacionar-

se com o cliente. Mas isso pode mostrar-se como um empecilho para

empresas que desejam galgar seu espaço no mercado competitivo, uma vez

que é necessário ter técnicas no trato com o cliente fornecidas apenas por

experiências em grandes empresas e treinamentos específicos, o que requer

tempo e dedicação.

O atendimento pessoal também detém grandes informações

sobre os concorrentes uma vez que os próprios clientes trazem informações do

mercado competitivo, fazendo comparações na hora de uma compra, por

exemplo. E essas informações devem ser repassadas ao departamento de

marketing para que possam ser tratadas e transformadas em coringas para

sua empresa, além de ampliar o conhecimento do comportamento do

consumidor.

4.3: A adoção do MIX de serviços como estratégia de

diferenciação no varejo:

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Algumas empresas muito conhecidas nossas são destaques por

apresentar um serviço diferenciado aos seus clientes, fazendo dessa maneira

que eles se tornem fiéis à sua marca. São elas: McDonald’s, L.L. Bean,

Domino’s Pizza, Disney World e Marriott.

Para obter esse diferencial não existe fórmula. Existem duas

iniciativas que podem ser seguidas para ajudar as empresas a conquistarem

isso: a padronização, que significa que a empresa deve ter um conjunto de

normas e regras coeso e único onde quer que esteja localizada. Um ótimo

exemplo dessa padronização é a rede de fast food McDonald’s, o qual suas

cores, sanduíches, modelo de atendimento dos balconistas, copos,

guardanapos são os mesmos em qualquer lugar do mundo, mantendo, dessa

forma a qualidade do seu serviço onde quer que ele esteja. Por outro lado,

está a abordagem da customização, no qual o cliente molda o serviço à sua

maneira e de acordo com a situação que está vivendo, citamos como exemplo

nesses casos, os bancos, nos quais hoje o cliente deseja abrir uma conta

corrente, mas amanhã deseja adquirir um seguro de vida, porém é

prontamente atendido em ambas as situações e com qualidade garantida.

Estudos constatam que para obter-se no varejo um serviço de

primeira linha, com excelente qualidade é necessário contratar, treinar e

motivar os colaboradores que já fazem parte de seu quadro efetivo de

funcionários. Somente os profissionais mais qualificados e habilitados devem

ocupar o atendimento, estes devem ser capazes, inclusive, de criar incentivos

a toda a equipe. Treinamentos e workshops também são importantes. Temas

como atendimento a clientes, técnicas de vendas, são importantes temas a

serem abordados nessas reuniões. Os funcionários do atendimento devem ter

certa autonomia para lidarem com o cliente, quando não for possível recorrer a

um superior para tomar uma decisão e devem ter desenvoltura para não

decepcionar o consumidor.

Aqui no Brasil ainda não é comum encontrarmos empresas que

busquem a excelência no atendimento aos seus clientes, pelo menos não ao

que se comprara às multinacionais, as empresas preocupam-se em atender

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aos consumidores mas não seguem os exemplos de grandes instituições

internacionais. Um exemplo disso é a companhia aérea TAM que se preocupa

com a excelência no atendimento, e isso foi muito positivo para seu

posicionamento, até para superar incidentes desfavoráveis à sua imagem,

como por exemplo o acidente acorrido no ano de 1996 envolvendo sua

aeronave.

Outras empresas como Pão de Açúcar ou O Boticário buscam

utilizar bem o MIX de serviços, disponibilizando aos seus consumidores uma

vasta gama de serviços, como disponibilidade de um 0800 para tirar dúvidas,

entregas em domicílio, compras pela internet e facilidade para troca de

produtos.

No mercado atual, no qual a qualidade dos produtos e as

facilidades de aquisição estão cada vez mais competitivas, os serviços tornam-

se o único diferencial para empresas que desejam destacar-se no mercado.

Os administradores de empresas devem focar nas insatisfações e

demandas dos clientes para obter um diferencial. É muito comum ouvirmos

empresas dizendo que sua filosofia de trabalho é ter o cliente em primeiro

lugar, mas de nada adianta transparecer essa filosofia, se a idéia real da

organização é obter apenas lucros e escoar os estoques.

É notório no mercado atual que uma propaganda negativa feita

por um cliente repercute muito mal na imagem da instituição. Manter um cliente

fiel é muito mais barato que conquistar um novo cliente, por isso, as empresas

estão aperfeiçoando seu MIX de serviços não só para adaptar-se ao mercado,

mas também para obter um diferencial.

As pesquisas de marketing são importantes para avaliar que

determinado segmento do varejo está buscando no mercado e como precisa

adequar seus serviços, quais características agregam valores à empresa.

Desta forma não existe a possibilidade de desperdício por investir em um

serviço que não corresponde ao seu público-alvo, e por sua vez, que não

gerem lucros.

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4.4: O Ombudsman e o seu papel no marketing de

relacionamento:

Pesquisas já comprovaram que o motivo de afastamento dos

clientes do varejo é o mau atendimento, em primeiro lugar, seguido por

insatisfação com o produto e preço alto. O cliente avalia a qualidade de uma

empresa em sua mente através da análise do produto, sua funcionalidade e

relação custo benefício existente nessa aquisição, considera também a relação

que estabeleceu com a loja durante a compra do produto. Nessa avaliação da

loja, o consumidor considera quesitos como: organização, layout, o espaço dos

corredores, variedade e arrumação dos produtos, formas de pagamento,

agilidade do atendimento e promoções vigentes. O atendimento não se baseia

apenas na cortesia. Para que ele seja eficaz e receba a aprovação do cliente,

é necessário que este venha acompanhado de rapidez, eficácia e atitude do

atendente.

O ombudsman faz parte de um conceito atual de marketing de

relacionamento, e vem se mostrando útil na valorização dos serviços prestados

por uma empresa.

O ombudsman foi criado na Suécia, mais precisamente no ano de

1809, com o intuito de representar o cidadão perante o parlamento. Em

seguida foi criado o ombudsman dos presídios para defender os interesses dos

internos, tal como o das minorias raciais e sociais, e no início do ano de 1900,

criou-se o dos consumidores, no qual vamos focar aqui. É comum em uma

mesma empresa encontrar-se dois ou mais departamentos de ombudsman

uma vez que representa os interesses de determinado segmento de

consumidor, desde que cada um represente um segmento específico.

Grupos como o Pão de Açúcar mantêm ombudsman de clientes e

inovou com o seu ombudsman de funcionários, que defende os interesses dos

colaboradores. A ação esperada do ombudsman é que ele seja um defensor

dos interesses dos clientes, porém com coerência, tornando-se um facilitador

no processo de implementação do marketing de relacionamento e da filosofia

de qualidade.

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O ombudsman recebe, filtra e repassa as reclamações e

observações dos clientes. Desta forma, torna-se mais fácil entender como a

postura da empresa está sendo interpretada pelo público consumidor, assim

como pode identificar rapidamente suas atitudes negativas e as positivas.

Também é função do ombudsman preservar os direitos do cliente, buscando

sempre a satisfação deles, tendo como base orientações jurídicas.

O departamento de ombudsman deve ter autonomia para tratar

as reclamações do consumidor, sabendo lidar com insatisfações e reverter

esse quadro, evitando frustrações. É necessário comunicar aos demais setores

da empresa as decisões tomadas para solucionar os problemas e

reclamações, visando envolver todos os setores nas insatisfações e permear

nesses departamentos a idéia de qualidade e excelência no relacionamento.

Desta maneira o ombudsman torna-se um canal incentivador de mudanças. È

importante colher as informações e opiniões dos clientes, dando-lhes retorno

depois para informar sobre a implantação de suas idéias e em caso negativo,

explicar-lhes o motivo da não-implantação.

É dever do ombudsman participar de reuniões da empresa

representando seus clientes, e levantando possíveis reações que eles possam

ter de acordo com a implantação de determinado projeto. O ombudsman não

pode, em hipótese alguma, ser passivo. Ele precisa ser proativo e não pode

ser confundido pelo consumidor como um departamento jurídico dentro da

empresa, ele não é um juiz, sua postura é apenas facilitar e mediar relações

entre empresa/cliente, e levando em consideração a narrativa de fatos de

ambos os lados e não só do consumidor, tentando solucionar insatisfações

baseadas em conceitos jurídicos coerentes e que sejam de acordo com a

política da empresa.

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CAPÍTULO V

O valor do comitê de clientes

O comitê de clientes é um veículo de interação entre empresa/cliente, o qual

acontece com determinada freqüência, em local e data definida, pauta de

discussão pré-determinada. Os integrantes são representantes da instituição e

clientes com um perfil definido e desejável para ser avaliado naquele encontro.

O foco dos encontros é identificar demandas e aumentar as chances de

fidelização dos clientes participantes e dos clientes similares àqueles que

integram o grupo analisado.

O comitê de clientes é um dos veículos de comunicação que mais

aproximam a empresa de seus clientes. A empresa deve entender o

significado de uma compra como uma troca de experiências entre a instituição

e seus clientes e não como uma mera forma de lucratividade. Sendo

compreendida dessa maneira, a atitude da compra torna-se muito positiva para

ambos os lados, passando a ser vista como uma experiência de

relacionamento.

Se o tipo de produto que determinada empresa comercializa é

consumido frequentemente, o que determina a fidelização e o retorno

garantido de um cliente é o relacionamento positivo existente entre ambos os

lados. Uma empresa, sabendo utilizar-se das técnicas de relacionamento pode

proporcionar ao seu cliente diversas experiências positivas dentro de suas

lojas ou qualquer outro ambiente freqüentado por seu cliente, e essa idéia de

satisfação do consumidor deve estar presente não apenas nos colaboradores

que atendem aos clientes, mas em todos aqueles que planejam a loja,

arrumam-na, nos gerentes, os que estabelecem as normas, etc. E o comitê de

clientes pode ser usado frequentemente como uma forma saudável de manter

o relacionamento entre o cliente e uma empresa.

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O comitê não é um momento em que a empresa deve tentar

justificar seus erros, é um momento de aprendizagem o qual empresa e cliente

entendem um ao outro e compreendem as razões para possíveis falhas e

entendem a origem dos acertos. O comitê também mostra novos caminhos, e

esses encontros permitem até mesmo conhecer melhor os concorrentes.

Depois da implantação do comitê, um dos impedimentos iniciais é

o receio por parte das instituições em exibir suas falhas diretamente para seus

clientes e ser apontada pelos seus erros. A empresa deve olhar estes

encontros como uma possibilidade de melhora e recuperar o tempo perdido

com decisões erradas. A cultura de que “tempo é dinheiro” deve ser posta de

lado e a vontade de acertar deve estar presente nas reuniões. O comitê é um

encontro com o público-alvo da organização, deve ser comemorado e

celebrado, uma vez que os dois lados saem ganhando.

5.1: O Início dos Comitês:

Na década de 60 as empresas começaram a utilizar uma

ferramenta de marketing conhecida como focus group. O focus group era um

encontro no qual eram convocados clientes seletos de um determinado

segmento para uma reunião, sem nem mesmo saberem com qual empresa

estavam se encontrando. As reuniões eram analisadas através de paredes

falsas, sob as quais os clientes eram vistos, mas não viam os avaliadores e

esses encontros tinham um roteiro definido, ou seja, o cliente não conduzia as

reuniões.

Até que alguém teve a idéia de encarar o cliente de frente e

“derrubar as paredes falsas” e tornar esses encontros uma relação

transparente, nos quais todos pudessem se olhar diretamente e expor dúvidas

e insatisfações referentes à empresa em questão.

Muitas instituições fazem uso dos comitês para alavancar seu

crescimento, porém não é muito comum sua utilização, ainda é uma

ferramenta de marketing de relacionamento pouco explorada.

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Quando tornar-se mais comum pelas empresas o uso dos

comitês, passará a ser percebido que eles são uma forma de crescimento dos

laços entre empresa e consumidor final. A proximidade irá aumentar e o grau

de fidelização será fortalecido.

5.2: Canal de relacionamento:

Nessas reuniões os clientes interagem com outros de perfil igual

ao seu, questionam a empresa, expõem suas satisfações e insatisfações, e

recebem explicações por parte da instituição do que podem e o que não

podem fazer para atender suas expectativas, tornando-se evidente para os

clientes as limitações da organização e o que será feito para alterar essas

deficiências. A empresa quer conhecer também o cotidiano de vida de seu

consumidor, onde trabalha, o que faz nas horas vagas, qual a participação de

seu produto no seu dia-a-dia, seus anseios e qual a visão que o consumidor

final tem da empresa. É nesse momento que a empresa dialoga com seu

consumidor, demonstra preocupação para com ele, fica evidente que os laços

de relacionamento se intensificam.

O número de integrantes deve ser bem definido para que sobre

tempo para todos expressarem suas idéias, insatisfações e opiniões, em

contraponto, um pequeno número de participantes pode deixar brecha para

reclamações pessoais, transformando o comitê em um encontro de amigos, o

que foge totalmente do foco. O número ideal para integrar um comitê está em

torno de 10 clientes, isso quando envolver clientes de apenas uma loja e

quando envolver mais de duas lojas esse número não deve ultrapassar 20.

Respeitando esses números, torna-se mais fácil interagir com o grupo e aplicar

as dinâmicas necessárias.

Podem ser classificados nas seguintes categorias:

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. Comitê básico: É um apanhado geral dos clientes de uma

determinada loja, sem segmentar muito o encontro nem preocupar-se com um

perfil definido, mesclando diversas classes de consumidores.

. Comitê segmentado: É composto por um perfil definido de

clientes, para obter-se desse grupo informações mais específicas. Por

exemplo: comitê dos clientes que mais compram com cartão de crédito VISA,

comitê dos clientes que mais compram jeans e acessórios, comitê dos clientes

de determinada faixa etária etc.

De maneira geral, os dois tipos de comitês serão formados por

aqueles clientes que mais freqüentam a loja e mais contribuem para seu

crescimento através de suas opiniões e reclamações, ou seja, aqueles que

mais interagem.

. Comitês de clientes potenciais: São formados por aquelas

pessoas que ainda não são clientes da empresa, mas estão dentro da sua

área de influência e esses comitês são realizados para identificar como estes

prospects podem tornar-se clientes efetivos.

Esses tipos de comitês são mais raros de serem encontrados.

São utilizados na inauguração de uma loja para avaliar o que os clientes em

potencial gostariam de encontrar no futuro estabelecimento.

. Comitês mistos: assim como os de clientes potencias, não são

muito comuns, pois misturam em um mesmo encontro clientes e não-clientes

de uma determinada loja. Porém o número de não-clientes não ultrapassa 20%

dos convidados. O objetivo é avaliar o potencial da loja em adquirir novos

consumidores.

Quanto ao posicionamento geográfico, os comitês são divididos

em:

. Por empresa: A empresa mescla clientes de diversas lojas,

independente do número de lojas que possa possuir.

. Por região: Algumas grandes empresas, que tem lojas

espalhadas por todo o país, por exemplo, optam por fazer comitês com clientes

de determinadas delimitações geográficas comuns entre si. São também

conhecidos como comitês regionais.

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. Por loja: Voltado única e exclusivamente para clientes de uma

loja.

. De acordo com a necessidade, a empresa define o tipo de

comitê a ser adotado.

Os estudiosos de marketing afirmam que esses encontros não

devem ultrapassar duas horas, excedendo-se esse tempo, o encontro passa a

ficar cansativo e a não produzir como deveria. Alguns clientes valorizam tanto

esses encontros que chegam a cancelar compromissos para estarem

presentes, o que exige uma consideração da empresa que realizou o convite.

Se for bem planejado, um encontro de duas horas pode ser muito produtivo e a

empresa obter informações muito importantes sobre seu público-alvo.

A freqüência dos comitês varia de acordo com a necessidade da

empresa, algumas realizam um a cada mês, com clientes alternados, para

outras é suficiente um encontro semestral e existem aquelas que realizam

trimestralmente, as possibilidades são diversas. O importante é nunca repetir

os participantes, para que possa ser ouvido o maior número possível de

consumidores e para que a instituição conheça e analise novas opiniões e

pontos de vista.

Deve ser mantido o alto astral nas reuniões, por mais ferrenhas

que possam ser as reclamações e as críticas. O encontro deve deixar uma

sensação de bem-estar para aqueles que estiveram presentes. No início do

encontro, o condutor deve deixar claro todos os procedimentos que serão

seguidos e os temas que serão abordados, deixar que cada integrante se

apresente, arguição dos pontos positivos, das dúvidas e das críticas dos

participantes, sondagem dos interesses dos clientes para com a loja e por fim

uma celebração do sucesso da reunião e que fique claro a importância da

colaboração de cada um.

O condutor ou líder é o responsável pelo bom andamento de um

encontro. O condutor deve compreender que conduzir um comitê é muito

diferente de palestrar para executivos da empresa. Os clientes tendem a

desviar os assuntos principais para fazerem queixas pessoais e se o líder não

tiver controle pode causar o fracasso do comitê. Ele deve deixar o cliente falar,

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mas deve saber interferir nos momento necessários, mostrando os caminhos a

serem seguidos no diálogo. Todo condutor deve ser preparado inicialmente

participando das reuniões, e nas suas primeiras atuações deve estar

acompanhado de um responsável do marketing para que nada fuja de controle.

Recomenda-se que a condução dos comitês em caso de serem

regionais ou de lojas, fique a cargo do responsável pelo atendimento ao

cliente, caso haja, com a participação de representantes das áreas de

operações, comercial e projetos de loja.

A tática do comitê está exatamente na identificação de

oportunidades e na verificação do grau de importância que a empresa tem

para o cliente, caso contrário, será desnecessário todo planejamento anterior

para a existência desse encontro. É preciso tomar cuidado para não

transformar esse encontro em uma reunião de amigos. Os comitês não devem

ser apenas uma simples seqüência de reuniões para expor opiniões pessoais,

ele deve ser visto como um instrumento gerencial. As informações adquiridas

nesses encontros devem ser levadas à gerência e o marketing deve persuadi-

la da necessidade de mudanças e possíveis investimentos.

No comitê deve ser percebido o grau de satisfação e importância

que a empresa exerce sobre o cliente, e consequentemente, o quanto ele é fiel

à marca. Uma reunião bem conduzida permite ao cliente expor suas idéias de

maneira clara e isso é muito importante para a empresa.

Caso o resultado de um comitê seja muito positivo e o líder

entenda que o cliente gosta muito da loja, também é preocupante, pois não

basta que ele goste da empresa, ele precisa ser fiel a ela, e isso não é tarefa

fácil, pois mesmo satisfeito, se uma concorrente lhe oferecer benefícios mais

atraentes, ele certamente muda para a concorrência. O que falta é o algo a

mais. Não é o bastante que o consumidor goste da marca, é preciso que ele

seja fiel a ela. E para fidelizar o cliente é necessário estabelecer uma relação

de respeito, é necessário encantá-lo e ter vontade de mudança, quando

percebido que o mercado consumidor exige isso.

As insatisfações demonstradas nas reuniões devem ser bem

recebidas e convertidas em pontos positivos, quando necessário, e é

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importante darmos o feedback para o cliente sobre sua insatisfação, se foi

possível mudá-la, o prazo para que isso seja realizado, e caso contrário o

motivo de não poder atendê-lo. Esse feedback pode ser passado por e-mail ou

através de uma ligação telefônica. Dessa maneira o cliente não acha que as

informações passadas por ele não tinham importância. E se caso o cliente

tenha sua reclamação atendida, é certeza de que retorne à loja.

Os comitês são uma porta para o sucesso quando os

profissionais que o ministram são aptos para tal função, quando há vontade de

reconhecer os erros e atitudes de mudança, que esses encontros não se

tornem encontros de amigos e para discussões que nada tem a ver com os

interesses de clientes da empresa, definir bem o perfil de cliente a ser

convidado, ter a visão de que pode-se aprender muito com os consumidores.

A utilização do data base marketing pode ajudar a definir o perfil

de clientes que integrarão os comitês, pois esse departamento detêm

informações sobre os clientes que mais compram, que mais utilizam os

serviços da loja etc. Desta forma fica mais fácil traçar uma técnica de

marketing a ser aplicada em cada um desses encontros. É uma tendência

ainda, os encontros de clientes on-line, no qual eles possam encontrar-se via

internet (através de um chat, por exemplo) e expor suas opiniões através

desse canal, minimizando dessa forma custos para a empresa e trazendo

comodidade para os clientes integrantes desse processo. Porém os encontros

pessoais ainda podem ser mais importantes, pois neles pode-se avaliar a

emoção do consumidor quando relata experiências com a empresa em

questão.

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CONCLUSÃO

Esse termo recente que vem mobilizando a realidade das empresas

atualmente, o Marketing de Relacionamento, teve origem na década de 80 e

desde então tem se aperfeiçoado de acordo com as necessidades do

mercado. O marketing de Relacionamento tenta envolver e adequar todo tipo

de relação entre a empresa e seus clientes, fortalecendo a imagem da

instituição e fidelizando o consumidor. A questão é que alguns profissionais,

até mesmo envolvidos na gestão do relacionamento com clientes não tem

consciência da real importância e significado do marketing de relacionamento e

suas aplicações, e o objetivo desse estudo foi o de esclarecer e apresentar o

valor do marketing de relacionamento e CRM (Customer Relationship

Management), envolvendo também suas atribuições no varejo.

A estratégia de marketing de relacionamento e CRM

baseia-se na administração da relação existente entre empresa e seu público

consumidor, fortalecendo esse contato e fidelizando o cliente à marca, uma

vez que o mercado encontra-se cada vez mais competitivo e a qualidade dos

produtos e serviços estão superando-se a cada dia.

O CRM envolve o conjunto de tecnologias, técnicas de

marketing, conceitos mercadológicos e conhecimento dos clientes na busca

pela excelência nas relações existentes entre a organização e seu público-

alvo. Mas não podemos falar de CRM sem passarmos por tecnologia, uma vez

que CRM também pode ser um software implantado em uma empresa para

aprimoramento de seu atendimento a clientes. O CRM também permeia as

decisões de uma empresa em todo e qualquer tipo de estratégia, seja ela a

implantação de um novo sistema ou a promoção em um ponto de vendas.

O marketing de relacionamento e o CRM ajudam as

empresas a posicionarem-se no mercado, montar sua imagem e elaborar suas

estratégias de conquista do mercado consumidor. A posição que uma empresa

ocupa no mercado é fundamental para seu sucesso e sobrevivência. O

marketing auxilia a formular embalagens, preços, pontos de venda, público-

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alvo, estratégias de comunicação etc. O marketing traz inovações para as

empresas e prova através de seus argumentos práticos que a mudança e o

aprimoramento são necessários para obter o sucesso no mercado e

permanência competitiva nele.

Não há como falar de CRM sem falar em tecnologia, estes

dois pontos caminham juntos. Logo o CRM (Customer Relationship

Management), como já dito antes não se limita a um composto tecnológico, ele

vai além. Esse termo embora muito difundido, ainda é pouco entendido até

mesmo por aqueles que fazem uso dele. O CRM hoje, ocupa um espaço

estratégico dentro das grandes organizações em busca do sucesso e

diferenciação dessa empresa. O CRM é um MIX de estratégias de

relacionamento com o cliente, somada a uma dose de inovações tecnológicas.

O relacionamento com o cliente começa a funcionar a

partir do momento que a empresa passa a compreender os reais sentimentos

e o comportamento do cliente. Entende que ele é mais do que uma fonte

lucrativa. As reclamações e sugestões de um consumidor agregam muito à

construção de uma imagem sólida, pois detectam os pontos fracos que devem

ser reformulados e também novas demandas de mercado, como no caso do

lançamento de produtos ou ainda a necessidade da padronização dos

produtos de uma mesma organização. O ombudsman trouxe inovação para o

marketing de relacionamento, e tornou-se um “amigo” do cliente dentro da

empresa. Agregou credibilidade, uma vez que o consumidor entende que seus

interesses e reclamações estão sendo levados a sério e discutidos a fundo, na

busca pela melhoria ou adaptação dessa relação. É um atraso o fato de que

nem todas as grandes organizações entendam e vejam o ombudsman como

um forte aliado não só do cliente, mas principalmente da empresa. O

ombudsman é uma ferramenta que passa confiança ao consumidor, logo é

importante as empresas considerarem a instituição desse departamento dentro

de suas organizações. O cliente sente-se mais seguro e entende que tem um

representante de seus interesses dentro da empresa.

Outro fator revolucionário e que deve ser aprimorado e melhor

explorado é o comitê de clientes, esses encontros nos quais várias

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informações importantes são obtidas. O único cuidado a ser tomado é não

transformá-lo em uma reunião de condomínio ou pior que isso, um encontro

entre amigos. Justamente por isso, o condutor deve ter amplo conhecimento

do que está falando e ter domínio sobre os participantes. Devemos entender o

comitê de clientes como um canal de relacionamento do qual podemos tirar

grandes oportunidades de crescimento. O comitê de clientes deve ser melhor

explorado pelas organizações, pois através dele pode-se obter uma infinidade

de informações importantes para a construção de uma relação sólida com o

consumidor. Nesses encontros deve-se atentar para cada colocação feita

pelos clientes, eles são o foco da reunião e toda a atenção deve estar

direcionada para eles. O condutor também deve estar preparado para conduzir

da melhor maneira possível essa reunião e assim, obter as informações que a

empresa necessita.

Com esse trabalho concluímos que o cliente é o alicerce

para o sucesso de qualquer empresa. Suas reclamações e opiniões muito têm

a acrescentar na evolução das instituições a que dirigem essas queixas.

A implantação das técnicas de CRM requer muita

dedicação da equipe envolvida, investimentos tecnológicos, padronização de

normas e tempo. O foco não deve ser a venda de produtos, mas sim a

satisfação dos clientes e a fidelização dos mesmos, e isso exige uma

reavaliação de aspectos humanos, estratégicos, tecnológicos e materiais.

Por fim, o marketing de relacionamento e o CRM

caminham juntos, sendo em alguns momentos difícil de separá-los e essa

união forma uma força empresarial sem precedentes. Os profissionais dessa

área devem entender que o sucesso de um projeto de marketing de

relacionamento traz benefícios duradouros, além de uma estabilidade para a

empresa em questão. O marketing de relacionamento, o CRM (Customer

Relationship Management) e o valor do cliente devem ser a essência de

qualquer desafio na busca pela conquista do consumidor. Porém, é sabido que

o marketing de relacionamento e o CRM são de origens distintas, mas estão

cada vez mais próximos e juntos formam um escudo para proteger e preservar

os clientes, que é o ponto-chave de qualquer empresa.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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MADRUGA, R. Guia de Implementação de Marketing de Relacionamento e

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a era do cliente. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

JONES, S. K. Estratégia Criativa em Marketing Direto. São Paulo: Makron

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para a era do cliente. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

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Campus, 1999.

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ANEXO I:

COMPROVANTES DE ATIVIDADES CULTURAIS:

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Marketing de Relacionamento – O Início 11

1.1 – As Seis Funções do Marketing de Relacionamento 12

1.2 – Marketing de Relacionamento e

CRM são Convergentes? 14

1.3 – Como Tudo Começou 16

1.4 – Diferenças Entre Marketing Transacional

e Marketing de Relacionamento 19

CAPÍTULO II

O Marketing de Relações Começa com o Consumidor 20

2.1 – Qual a Real Importância do Vendedor? 25

CAPÍTULO III

Customer Relationship Management –

Entendendo e implementando o CRM 30

3.1 – O Que é CRM? 30

3.2 – Origem do CRM 31

3.3 – A Evolução dos Sistemas de Gestão Empresarial 32

3.4 – O que Vem Primeiro: Tecnologia

ou Estratégias de Marketing 34

3.5 – Tipos de Aplicação de CRM 35

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3.6 – Aplicação do CRM Por Finalidade 36

3.7 – Aplicações de CRM por áreas da Empresa

(Horizontais de CRM) 36

CAPÍTULO IV

Otimizando o MIX de serviços e fazendo dele um plano

estratégico de diferenciação competitiva

no mercado de varejo 39

4.1 – Como entender o MIX de serviços no varejo 39

4.2 – O atendimento destaca-se como principal

modalidade de serviço 42

4.3 – A adoção do MIX de serviços como estratégia

De diferenciação no varejo 44

4.4 – O Ombudsman e o seu papel no

Marketing de Relacionamento 46

CAPÍTULO V

O valor do comitê de clientes 49

5.1 – O início dos comitês 50

5.2 – Canal de Relacionamento 51

CONCLUSÃO 56

Bibliografia Consultada 59

ANEXO 61

ÍNDICE 62

FOLHA DE AVALIAÇÃO 64

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: