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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
HUMANIZAÇÃO NOS HOSPITAIS PÚBLICOS
Por: Luiz Carlos Silva Rigueira
Orientador
Prof. Nelsom Magalhães
Rio de Janeiro
2013
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
HUMANIZAÇÃO NOS HOSPITAIS PÚBLICOS
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Administração em Saúde.
Por: Luiz Carlos Silva Rigueira
3
AGRADECIMENTOS
Meus sinceros agradecimentos ao meu
orientador, e a todos os professores do
curso de Administração em Saúde.
4
DEDICATÓRIA
.....Primeiro à Deus, aos meus pais que já
são falecidos, e à minha grande amiga e
colega de trabalho Marcia Heloisa Santos
Almeida.
5
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivos específicos relatar a
importância da humanização no ambiente dos hospitais públicos do Brasil e a
falta de um tratamento humanizado para pacientes, usuários e profissionais de
saúde, pois esses eram e ainda são os grandes problemas nos hospitais.
Buscando soluções para esse problema, é feita uma pesquisa bibliográfica,
com o intuito de encontrar formas e programas de humanização de tratamento
mais humanizados, pois isso é de fundamental importância na recuperação
dos pacientes, bem como na atenção ao usuário, e também, para que os
profissionais de saúde possam desenvolver suas atividades com satisfação e
condição dignas de trabalho.
.
6
METODOLOGIA
Trata-se esse trabalho de uma pesquisa bibliográfica. Os principais
autores utilizados em sua realização foram o Ministério da Saúde e Lenir
Santos. Também foram utilizados artigos e trabalhos científicos de bibliotecas
eletrônicas.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - .
HUMANIZAÇÃO: CONCEITO E PROGRAMAS 10 CAPÍTULO II -
O PROCESO DE HUMANIZAÇÃO NO ATENDIMENTO
AO PACIENTE E USUÁRIO 15
CAPÍTULO III –
TRATAMENTO HUMANIZADO PARA OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE 23 CONCLUSÃO 33
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 35
BIBLIOGRAFIA CITADA 37
ANEXOS 38
ÍNDICE 46
8
INTRODUÇÃO
Já não é de hoje que o Governo Federal se preocupa com a situação
dos hospitais públicos, no que se refere ao atendimento ao público e ao
usuário. Para tentar resolver esse problema, é que foi criado o Programa
Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH), em 2002, pelo
ministro da saúde, na época José Serra, ao identificar um número significativo
de queixas dos usuários, referentes aos maus tratos nos hospitais (Ministério
da Saúde, 2001, p 09).
Tomou-se a iniciativa de convidar profissionais da área de saúde mental
para elaborar uma proposta de trabalho voltada à humanização dos serviços
públicos de saúde (Ministério da Saúde, 2001, p.09)
Estes profissionais constituíram um controle técnico e elaboraram um
Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH), com
objetivo de promover uma mudança de cultura no atendimento de saúde no
Brasil (Ministério da Saúde, 2001, p. 09).
A qualidade na atenção ao usuário é uma das questões mais críticas do
sistema de saúde brasileiro.
O processo de humanização nos hospitais públicos inclui uma série de
ações, que vai do investimento para recuperação da estrutura física das
instituições, renovação dos equipamentos e aparelhagem, tecnologia de ponta
e medicamentos mais baratos (Ministério da Saúde, 2001, p 11) até a
capacitação dos profissionais de saúde, da recepcionista ao médico. Essas
ações são necessárias para que possamos ter um atendimento mais
humanizado dos profissionais da saúde para com os usuários dos hospitais
públicos.
9
Mas, em contrapartida, os profissionais de saúde precisam ter um
tratamento mais humanizado dos nossos governantes, no que se refere ao
salário e as condições de trabalho.
O presente trabalho será composto de três capítulos. No primeiro
falaremos dos conceitos e programas relacionados à humanização. No
segundo, sobre a importância do atendimento humanizado no ambiente
hospitalar, para pacientes e usuários. E, no terceiro e último capítulo, será
abordado o processo de humanização para os profissionais de saúde.
10
CAPÍTULO I
HUMANIZAÇÃO: CONCEITO E PROGRAMAS
1.1- Conceitos de Humanização
O presente capítulo tem por objetivo situar o leitor sobre o conceito de
humanização.
Tomando como base o texto do Ministério da Saúde, Política Nacional
de Humanização Hospitalar, (2003) citado por Mello (2008), até o momento
não existe consenso quanto ao conceito de humanização da assistência
hospitalar.
Veremos a seguir alguns conceitos ou tentativas de definição de
humanização encontrados na literatura de Brasil (2013, p. 01), que são:
(...) o conceito de humanização tem ocupado um lugar de destaque
nas atuais propostas de reconstrução das praticas de saúde no Brasil,
no sentido de sua maior integridade, efetividade e acesso. Embora
muito já tenha sido feito em termos de discussão e reestruturação das
tecnologias e do planejamento dos serviços, há, comparativamente,
ainda escassos trabalhos sobre as bases teóricas e filosóficas para as
mudanças propostas. Este ensaio refletivo busca explorar o potencial
da hermenêutica para responder a esta tarefa, se buscamos uma
revisão verdadeiramente radical do significado e organizações das
práticas de essencial saúde. Nesse sentido, a hermenêutica
contemporânea é aqui revisada em relação a alguns dos desafios
éticos e epistemológicos relacionados aos ideais de humanização das
práticas de saúde (AYRES citado por BRASIL, 2013, p. 01).
11
Seguindo esta mesma linha de raciocínio, podemos citar Benevides
(2005), citado por Brasil (2013), que tem outra definição, que veremos a
seguir:
(...) no momento em que se assume a humanização como aspecto
fundamental nas políticas de saúde urge que o conceito de
humanização seja reavaliado e criticado para que possa efetuar-se
como mudança nos modelos de atenção de gestão. Tal urgência se
configura pela banalização com que o tema vem sendo tratado, assim
como pela fragmentação das práticas ligadas a programas de
humanização. Trata-se de um mesmo problema em uma dupla
inscrição teórico prática, daí a necessidade de redefinição do conceito
de humanização, bem como dos modos de construção de uma
política pública e transversal humanização da/na saúde. (BENEVIDES
citado por BRASIL, 2013, p. 01).
1.2 - Programas de Humanização
O governo federal, através do Ministério da Saúde, criou vários
programas de humanização chamados Cartilhas de humanizaSUS, que
veremos a seguir:
• Programa de Formação em Saúde do trabalhador, 2011.
• Programa de acolhimento com classificação de risco.
• Saúde e trabalho.
• Caderno de Textos Cartilhas de Política de humanização, 2010.
• Cordel o dia em que o SUS visitou o cidadão.
• O HumanizaSUS na atenção básica, 2009.
• Clínica ampliada e compartilhada, 2009.
• Redes de Produção de Saúde, 2009.
• Trabalho e redes de Saúde, 2009.
12
• Acolhimento nas práticas de produção de saúde
• Grupo de humanização, 2d. 2008.
• Humanização visita aberta e direito a acompanhante, 2. ed, 2008.
• Ambiência, 2 ed, 2007.
• Atenção Humanizada ao abortamento norma técnica 2005
• A clínica ampliada, 2 ed, 2008.
• Acolhimento com avaliação e classificação de risco.
• Prontuário transdisciplinar e projeto terapêutico.
1.3 – Programa de Atenção Básica
Os Autores Almeida e Macinko (2006), citados por Brasil (2010) dão
ênfase à atenção básica, como veremos a seguir:
Nas últimas décadas, a atenção básica tem ganhado destaque nas discussões a respeito da organização dos sistemas de saúde, quer
seja porque se imagina que ela pode ofertar maior racionalidade aos
sistemas de saúde, portanto seria capaz de ampliar a eficiência na
alocação de recursos, quer seja porque a considera que ela é
estratégica para a reorientação de sistemas de saúde ampliando sua
eficácia, qualidade e equidade (ALMEIDA;MACINKO, citado por
BRASIL, 2010, P.13).
Segundo Brasil (2010, p. 13), a atenção primária ganha efetiva
relevância a partir da Declaração de Alma ata; que a apontou como a mais
importante estratégia para atingir a meta de Saúde para todos no ano 2000.
13
Em Brasil (2010, p. 13), temos a seguinte colocação da OMS, onde
afirma que a atenção Primária de Saúde (APS) é tida como:
(...) a atenção essencial à saúde em práticas e tecnologias
cientificamente comprovadas e socialmente aceitáveis,
universalmente acessíveis a indivíduos e famílias de uma
comunidade, a um custo compatível com o estágio de
desenvolvimento de cada país (...). É função central dos sistemas
de saúde da cada país e principal enfoque do desenvolvimento social
e econômico da comunidade (...). É o primeiro nível de contato
dos indivíduos família e comunidade com o sistema de saúde levando
a atenção à saúde mais próxima possível do local onde as pessoas
vivem e trabalham, constituído o primeiro elemento de um processo
de atenção continuada à saúde (WORLD HEALTH ORGANIZATION
citado por BRASIL, 2010, P.13). Grifos não estão no original.
Para Brasil (2010, p. 13), “Atenção Primária de Saúde” e “Atenção
Básica” são expressões comumente utilizadas para se referir ao nível de
atenção mais elementar de um sistema de saúde.
Cito mais uma vez a publicação Brasil (2010, p.16), que faz a seguinte
colocação: que a atenção básica articula ações de promoção, prevenção, cura
e reabilitação, o que exige composição e articulação de saberes e práticas.
O Ministério da Saúde, Brasil (2010, p. 17), afirma que a atenção básica
se caracteriza como:
14
(...) um conjunto de ações no âmbito individual e coletivo, que
abrangem a população e a proteção da saúde, a prevenção de
agravos, os diagnósticos, o tratamento, a reabilitação e a manutenção
da saúde. É desenvolvida por meio do exercício de práticas
gerenciais e sanitárias democráticas e participativas, sob forma de
trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios bem
delimitados, pelas quais assume a responsabilidade sanitária,
considerando a dinamicidade existente no território em que vivem
essas populações. Utiliza tecnologias de elevada complexidade e
baixa densidade, que devem resolver os problemas de saúde de
maior frequência e relevância em seu território. E o contato
preferencial dos usuários com os sistemas de saúde. Orienta-se pelos
princípios de universalidade, da acessibilidade e da integralidade, da
responsabilização, da humanização, da equidade e da participação
social. A Atenção Básica considera o sujeito em sua singularidade,
na complexidade, na integralidade e tratamento de doenças e a
redução de danos ou de sofrimentos que possam comprometer suas
possibilidades de viver de modo saudável (MS/SAS/DAB citado por
BRASIL, 2010, P.17).
A atenção básica, segundo a Política nacional de Atenção Básica, é
realizada por equipe multiprofissional de nível superior com formação na
área de saúde. Brasil (2010, p. 18).
15
CAPÍTULO II
O PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO NO ATENDIMENTO
AO PACIENTE E USUÁRIO
2.1- Conceitos de Humanização e os Direitos do Paciente
Falaremos agora sobre o tratamento dado aos pacientes e usuários
nos hospitais públicos.
Vaitsman e Andrade (2005 p, 608), no que se refere ao conceito, de
humanização, fazem a seguinte afirmação:
(...) no campo da saúde, o conceito de humanização surge como um
princípio vinculado ao paradigma de direitos humanos – expressos
individual e socialmente – e referidos a pacientes, usuários,
consumidores, clientes e cidadãos como sujeitos. A fonte mais
recente dos princípios da humanização pode ser buscada na
Declaração Universal dos Direitos do Homem (UNU, 1948), que se
funda nas noções de dignidade e igualdade de todos os seres
humanos. Em outras palavras, o que é devido ao paciente como um
ser, pelos médicos e pelo Estado, se conformou em grande parte
devido a esta compreensão dos direitos básicos da pessoa
www.who.int/entity/genomic/elsi/en (VAITSMAN E ANDRADE, 2005
P. 608).
16
2.1.2 – Direitos do Paciente
Direito do paciente é um tema bastante discutido, sobre o qual
Vaitsman e Andrade (2005, p , 608 ) afirmam que:
(...) a partir da década de 1990, vários países membros da OMS
assinaram declarações, em conjunto ou próprias, relativas a direitos
de pacientes. Um dos objetivos da Declaração sobre a Promoção dos
Direitos dos Pacientes na Europa (WHO, 1994) é a implementação do
conceito de respeito pelas pessoas e equidade em saúde. Nesse
documento, enfatiza-se o livre exercício, a escolha individual, bem
como a necessidade de se construírem mecanismos que garantam a
qualidade do atendimento. Aponta-se que a crescente complexidade
dos sistemas de saúde, os progressos da medicina e da ciência e o
fato de a prática médica ter se tornado mais arriscada e, em muitos
casos, mais impessoal e desumanizada, geralmente envolvendo
grande burocracia, mostrou a importância de se reconhecer o direito
do indivíduo à autodeterminação e de assegurar garantias de outros
direitos de pacientes. (VAITSMAN E ANDRADE, 2005, P, 608).
No Brasil o direito dos pacientes é visto da seguinte forma, segundo
Vaitsman e Andrade (2005, p, 609):
(....) no Brasil, as reivindicações e a legislação de direitos do paciente,
além de expressarem também transformações comuns a outros
contextos, são parte do processo de construção da democracia e da
cidadania, tanto no plano do desenho Institucional do Estado, quanto
da sociedade, através de suas organizações e associações. Surgem
como direitos sociais em saúde a partir da Constituição de 1988, que
estabelece que os serviços de saúde, nos setores públicos e privados,
17
devem preservar a autonomia das pessoas e garantir que tenham
acesso à informação sobre sua saúde. (BRASIL, 1988 citado por
VAITSMAN E ANDRADE, 2005, P. 609).
E dando continuidade ao tema dos direitos dos pacientes, Vaitsman e
Andrade (2005, p, 609) fazem referência à Constituição de 1988:
(...) com base na Constituição de 1988 e no Código de Ética Médica
do Conselho Federal de Medicina, do mesmo ano, diferentes leis e
portarias estaduais e federais definiram uma série de direitos de
pacientes. Várias cartilhas foram sendo subsequentemente
elaboradas por órgãos oficiais, serviços de saúde/ou associações de
pacientes, como por exemplo, a Cartilha do direito do Paciente,
elaborada a partir do Fórum de Patologias do Estado de São Paulo
em 1999, cujo os 35 itens convergem com aqueles expressos na
Declaração Universal dos Direitos Humanos e também estão
presentes nos códigos de ética médica de outros países. Ressalta-se
o direito à privacidade, à informação e ao atendimento respeitoso por
parte de todos os profissionais de saúde. Constitui a base para a lei
10.241, de 17 de março de1999, sobre os direitos do usuário dos
serviços e ações de saúde no Estado de São Paulo. (VAITMAN E
ANDRADE, 2005, P, 609)
Santos (2006, p, 73), no que se refere aos direitos do paciente, faz o
seguinte comentário:
(....) o paciente tem autonomia na defesa de sua integridade física e
moral, sendo esse direito um desdobramento do princípio da
dignidade humana. A autonomia significa o poder de
autodeterminação do indivíduo, devendo o Poder Público respeitar os
18
sentimentos, o temperamento, o modo de pensar, as convicções do
cidadão no que diz respeito às alternativas de assistência médica
postas à sua disposição, desde que a opção do paciente por
determinada medida terapêutica, medicamentosa ou cirúrgica não lhe
venha causar danos irreparáveis ou à comunidade. (santos, 2006,
P.73).
O Ministério da Saúde editou a Portaria 675, de 30 de março de 2006,
aprovando a Carta dos Direitos dos usuários da Saúde, consolidando os
direitos e deveres do exercício da cidadania na rede pública ou privada. Santos
(2006, p 74).
A Carta estabelece seis princípios básicos de saúde e cidadania, os
quais asseguram ao cidadão, que recorre ao serviço de saúde pública ou
privada, o direito de ser atendido terapeuticamente com dignidade e respeito.
DIREITOS:
• toda pessoa humana, no nosso país, tem direito ao respeito à
dignidade;
• toda pessoa tem direito à saúde, podendo escolher entre os
serviços públicos, gratuitos e serviços privados pagos;
• em todos os serviços de saúde devem ser assegurados
princípios básicos de cidadania, como tratamento digno e
respeitoso;
• o paciente tem direito a consentir ou recusar, de forma livre,
voluntária e esclarecida, com adequada informação,
procedimentos diagnósticos ou terapêuticos;
19
• é direito dos usuários dos serviços de saúde recusar
tratamentos dolorosos ou extraordinários para tentar
prologar a vida;
• é direito do paciente escolher onde quer morrer.
Essa Carta deveria ser afixada em todas as unidades de saúde,
públicas e privadas, em todo país, em local visível e de fácil acesso.
A saúde é um bem protegido constitucionalmente, cabendo ao Poder
Público garantir o acesso universal e igualitário às ações e serviços de saúde,
visando à sua promoção, proteção e recuperação. Santos (2006, p, 22).
Seguindo essa linha de pensamento, sobre o acesso aos serviços de
saúde, Santos (2006, p, 22), faz mais uma colocação:
(...,) o acesso universal e igualitário às ações e serviços de saúde é
uma garantia constitucional, que exige do Poder Público a oferta de
serviços de saúde à população, de forma integral. Quais serviços?
Quais ações? Todas aquelas no campo de atuação do SUS
(atribuições), conforme disposto no art. 200 da CF, art. 6º da Lei
8080/90 e outras leis específicas. Por outro lado, a administração
pública pode impor regramentos referentes à organização
administrativa e operacional do sistema, desde que não cerceie o
direito à saúde. Todas as ações e serviços de saúde compreendidas
nas atribuições do SUS devem estar à disposição do cidadão que, por
sua vez, tem o dever de observar as suas regras organizativas como:
horário de funcionamento; calendário para a vacinação; respeito aos
protocolos clínicos e farmacológicos dentre outros (SANTOS, 2006,
P, 22).
20
2.1.3 – Assistência de Enfermagem Humanizada ao Paciente
Apesar dos avanços tecnológicos e científicos, a assistência, tanto física
como psicológica, dada ao paciente pela equipe de enfermagem é muito
importante para recuperação do mesmo num hospital.
O artigo a seguir fará um relato sobre a humanização da assistência de
enfermagem no Centro Cirúrgico. Segundo Figueiredo (2002), citado por
Bedin, Ribeiro e Barreto (2004):
Os profissionais de enfermagem que atuam no centro cirúrgico são
geralmente os responsáveis pela recepção do cliente na sua
respectiva unidade, (que deve ser) personalizada, respeitando sempre
suas individualidades; o profissional deve ser cortês, educado e
compreensivo, buscando entender e considerar as condições do
cliente que normalmente já se encontra sob efeito dos medicamentos
pré-anestésicos (FIGUEIREDO citado por BEDIN, RIBEIRO E
BARRETO, 2004, p 02)
Bedin, Ribeiro e Barreto, (2004, p. 04), fazem menção ao Código de
Ética dos profissionais de enfermagem, por meio da Resolução nº240/200, p.
35, capítulo I (COFEN, 2000), que estabelece que:
O profissional de enfermagem deve respeitar a vida, a dignidade e os
direitos da pessoa humana em todo seu ciclo vital, sem discriminação
de qualquer natureza, assegurando ao cliente uma assistência de
enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou
imprudência, cumprindo e fazendo cumprir os preceitos éticos e legais
da profissão, exercendo a enfermagem com justiça, competência,
responsabilidade e honestidade (BEDIN, RIBEIRO E BARRETO,
2004, P. 04)
21
Bedin, Ribeiro e Barreto (2004), afirmam que o paciente é levado até a
sala de cirurgia de forma fria, sem se estabelecer um diálogo ou mesmo uma
relação de confiança profissional-paciente. No entanto é direito do paciente:
O paciente tem direito a informações claras, simples e
compreensivas, adaptadas à sua condição cultural, sobre as ações
diagnosticadas e terapêuticas, o que pode decorrer delas, a duração
do tratamento, a localização de sua patologia, se existe necessidade
de anestesia, qual o instrumento a ser utilizado e quais órgãos do
corpo serão afetados pelo procedimento (BEDIN, RIBEIRO E
BARRETO, 2004 P. 05)
Ainda Villa e Rossi (2002), citado por Bedin, Ribeiro e Barreto, ressaltam
que:
(...) a humanização deve fazer parte da filosofia de enfermagem. O
atendimento físico, os recursos materiais e tecnológicos são
importantes, porém não mais significativos do que a essência
humana. Esta sim conduzirá o pensamento, as ações da equipe de
enfermagem, principalmente do enfermeiro, tornando-o capaz de
criticar e construir uma realidade mais humana, menos agressiva e
hostil para os pacientes que diariamente necessitam de atendimento
(...) (BEDIN, RIBEIRO E BARRETO, 2004, p. 07).
22
2.1.4- Metodologias das Pesquisas de Satisfação do Usuário
São várias as metodologias de pesquisas de satisfação do usuário.
Uma das mais conhecidas foi desenvolvida por Parasuraman (1988) para
avaliar serviços privados de diferentes naturezas. Vaitsman e Andrade (2005,
P. 602).
Esse método, que também pode ser usado como parâmetro no serviço
público, avalia cinco dimensões do atendimento – agilidade, confiabilidade,
empatia, segurança e tangibilidade.
Essa metodologia considera a expectativa do usuário em relação ao
serviço e à importância de cada uma das dimensões. (Ver anexos I e II)
23
CAPÍTULO III
TRATAMENTO HUMANIZADO PARA OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
3.1- Motivação no Trabalho
Até o momento só falamos do processo de humanização nos hospitais
para pacientes e usuários, no entanto, para que se possa ter um atendimento
humanizado por parte dos profissionais de saúde, é necessário que eles
também sejam tratados de forma humanizada.
Tomando como base esse raciocínio, no que se refere à remuneração
dos profissionais de saúde, a Revista Brasileira de Enfermagem (2009, P. 05)
faz o seguinte comentário que veremos a seguir:
(...) que no serviço público tende a ser homogênea para servidores
que desempenham funções iguais, permanece inabalada mesmo
diante de comportamentos incompatíveis com o trabalho na saúde,
pois a inexistência ou a existência de avaliações de desempenho
pouco efetivas, que não mensuram a produtividade e muito menos
atitudes, não detém a propriedade nem o poder de reduzir ou cancelar
salários. O serviço público remunera de maneira idêntica o desleixado
e o cuidadoso, o dedicado e o egoísta, o produtivo e improdutivo, o
que reforça a ideia de que todos terão igual pagamento, “porque a
ninguém interessa o resultado de trabalhos tão distintos e
heterogêneos, isto é, não valeria a pena esforçar-se”. (REVISTA
BRASILEIRA DE ENFERMAGEM, 2009, P. 01).
24
Mantendo esta mesma linha de raciocínio, a Revista brasileira de
Enfermagem (2009, P. 05) , também nos coloca que:
(...) se não bastasse o emprego público, os trabalhadores da saúde
ainda possuem outro emprego como forma de aumentar seu
rendimento. Isto pode ser interpretado como uma insatisfação da
necessidade econômica, que se agiganta, e se avoluma tanto mais
quanto é saciada. O consumismo exacerbado da sociedade
capitalista vigente e o próprio achatamento salarial, que tem
acompanhado o funcionalismo público nos últimos anos, além da
insatisfação com o trabalho, que se mascara na busca da pretensa
realização financeira podem ser, também, causas deste desenfreio na
busca de maiores rendimentos: outro problema é o achatamento
salarial que leva o profissional a buscar outras fontes de renda,
atendendo convênio, por exemplo. As enfermeiras dizem que se trata
de uma situação que decorre, além de outros fatores, do papel social
que caracteriza, da indiferença para com a atividade, da sobrecarga
de atividades pelo duplo ou triplo vínculo empregatício. Desta
maneira, o salário ou próprio trabalho remunerado, “constitui apenas
uma consequência necessária da alienação do trabalho”, pois, o
trabalho aparece, não como fim, mas como escravo do salário
(REVISTA BRASILEIRA DE ENFERMAGEM, 2009, P.01).
3. 2 - Programas de Capacitação e Qualificação
O governo federal, através do Ministério da Saúde (1989, p.16), há
algumas décadas atrás já havia voltado sua atenção para o nível de
qualificação dos profissionais de saúde e detectados alguns problemas que
veremos a seguir.
25
Principais Problemas relativos à qualificação do pessoal
engajado na rede de serviços:
- Habilitação formalizada, mas desqualificada para o serviço;
- Políticas e práticas de capacitação em programas verticais, o que
fortalece a polarização e fragmentação do trabalho em saúde;
- Utilização de metodologias pedagógicas que não têm como eixo
substantivo o processo de trabalho;
- Inexistência de programas de capacitação permanentes para o pessoal
da rede de serviços;
- Inexistência de propostas de preparação para o pessoal que atua nas
atividades meio;
- Multiplicidade de treinamentos e de cursos sem uma coordenação que
garanta a implementação de um projeto global de desenvolvimento de
recursos humanos;
Visando a solução desses problemas, o Ministério da Saúde(1989, p.19),
criou um novo modelo assistencial, que certamente demandará novos perfis
profissionais, os quais serão definidos em decorrência da proposta desse
modelo.
26
Soluções no campo da Preparação de Recursos Humanos
1 – Relativas ao ensino de graduação dos profissionais de saúde
- Órgãos de recursos humanos devem buscar articulações mais ativas com as instituições;
- O setor saúde deve colocar para a Universidade a necessidade de
desviar o pólo da integração ensino/serviço para interesse comum
(Nesse sentido, o Sistema Único de Saúde deve ser a base para o novo
pacto);
- A necessidade de repensar as propostas pedagógicas com base nos
princípios da integralização do conhecimento e da valorização da
integração ensino/serviço;
- Normatização de estágios curriculares em articulação entre os serviços
e as instituições de ensino;
- Introdução de novos conhecimentos nos currículos de graduação que
incorporem áreas descobertas e necessárias, permitindo a
compreensão dos determinantes do processo saúde e doença;
- Ter presente a configuração do mercado de trabalho na área em que
deverão atuar os profissionais, de modo que as instituições formadoras
possam adequar-se às necessidades dos serviços nos Sistemas Únicos
de Saúde.
27
2 – Relativas à formação de pessoal de nível médio
- A discussão sobre as Escolas Técnicas de saúde devem ser ampliadas;
- Os processos de formação devem ter como princípio pedagógico o trabalho;
- Deve ser viabilizada a inserção da Escola no Sistema Único de Saúde
para garantia da integração ensino/serviço;
- Os regimes e projetos circulares para as Escolas Técnicas devem ser
elaborados em associação com as instituições de educação (Ministério
da Educação, Secretarias Estaduais de Educação e outras);
- A Escola Técnica de Saúde deve, prioritariamente, ser pautada na
modalidade de ensino supletivo como a mais adequada à formação de
adultos já engajados nos serviços, e utilizando a função qualificação;
- Garantia de recursos para manutenção dos Centros Formadores
(Escolas Técnicas);
- A formação de pessoal de nível médio deve ser considerada como
questão de qualificação e valorização do trabalhador, rejeitando-se o
processo meramente cartorial;
- Necessidade de articulação com os Conselhos de Saúde para viabilizar
o processo de profissionalização;
- Sensibilização das entidades de classe para a participação no processo;
- Dada a natureza do trabalho em saúde o grupo rejeita a metodologia de
ensino à distância para formação de pessoal (graduação em nível
médio) para a saúde.
28
3 - Relativas à educação continuada e formação de especialistas
- Desenvolver programas de educação continuada, destinados a manter e
atualizar o conhecimento técnico-científico e as habilidades dos
profissionais das diversas categorias de nível médio e superior que
operam os serviços de saúde;
- Oferecer às diversas categorias profissionais e ter uma proposta
integralizadora, reconhecendo, porém, a questão do desempenho
específico;
- Articular com a Universidade, Escolas Técnicas, Associações e
Entidades Profissionais para que estas assumam um papel ativo no
processo;
- Propiciar o estabelecimento de uma nova relação de compromisso
da instituição com o trabalhador e vice-versa;
- Incluir a participação de pessoal de nível local dos serviços;
- Ser um instrumento programado, sistematizado e institucionalizado,
visando enfrentar o desafio acerca do novo entendimento sobre o
processo de trabalho em seus aspectos coletivos de cooperação e
específicos de direcionalidade técnica;
- Considerar que os programas verticais devem articular-se com órgãos
de recursos humanos, no sentido de impedir a multiplicidade de ações e
prover a coordenação institucional em todos os níveis;
- Promover a eficácia e a valorização do processo de educação
continuada mediante seu reconhecimento como critério a ser
considerado nos planos de carreiras;
29
- Os órgãos de recursos humanos devem exercer um papel
fundamental na análise e encaminhamento do pessoal para a realização
de cursos e de outras modalidades de capacitação, observando sempre
as prioridades institucionais ou de serviço;
- Desenvolver e implementar mecanismos que garantam o
compromisso do profissional com os serviços, ao regressar de
cursos ou treinamento, inclusive como forma de socialização do
conhecimento e técnicas adquiridas;
- Todos os processos de capacitação devem ter como parte do conteúdo
a abordagem sobre a organização do Sistema Nacional de Saúde;
- Para a reprodução do evento, deve-se inverter a ordem da
discussão: primeiro administração, depois processo;
- Investir na profissionalização dos dirigentes dos órgãos de recursos
humanos;
- Justificar a profissionalização dos grupos que atuam em recursos
humanos em função dos desafios do processo no Sistema Único
de Saúde e do fato de que o planejamento e a prática de recursos
humanos devem refletir essa complexidade;
- Promover sistemas de informação em recursos humanos para
viabilizar e acompanhar a definição e implementação da política;
- Os profissionais de saúde devem participar, nos Estados, do
processo de definição das Constituições Estaduais e Municipais
e das respectivas Leis Orgânicas de Saúde;
- Criar mecanismos para o fomento da produção científica de
interesse dos serviços de saúde.
30
3.3 – Humanização no Ambiente de Trabalho
Vaitsman e Andrade (2005, p. 610), sobre esse tópico, se colocam da
seguinte forma, ao fazem a seguinte afirmação:
(...) o projeto de humanização dos serviços contém,
entre suas ações, a avaliação periódica da satisfação dos usuários e
dos profissionais, envolvidos três aspectos fundamentais: a)
capacitação permanente dos profissionais de saúde e criação de
condições para sua participação na identificação das melhorias
necessárias às suas condições de trabalho; b) criação de condições
para participação ativa do usuário na avaliação da qualidade dos
serviços; c) participação da comunidade organizada como parceira
dos agentes em apoio e acompanhamento dos serviços (VAITSMAN
& ANDRADE, 2005, P. 610).
Rios (2009, P. 102), com relação ao ambiente de trabalho na área de
saúde, faz a seguinte analogia:
(...) na área de saúde, o trabalho é também quase uma missão. Não
são poucas as exigências: trata-se de trabalho reflexivo que articula
dimensões técnicas, éticas e políticas, em cenários de múltiplos e
diversos atores-profissionais de formações diversas e usuários de
todas as origens e culturas. Além disso, trabalha-se no campo
temático mais denso da experiência humana: a vida, o corpo, a morte
(RIOS, 2009, P. 102).
31
Dando continuidade à analogia sobre ambiente de trabalho, Rios (2009,
p. 102) faz referência aos profissionais da área de saúde:
(...) o trabalho da área de saúde tem um custo elevado para os seus
trabalhadores. O ambiente insalubre, o regime de turno, os plantões,
os baixos salários, o contato muito próximo com o paciente,
mobilizando emoções e conflitos inconscientes, tornam esses
trabalhadores particularmente susceptíveis ao sofrimento psíquico e
adoecimento devido ao trabalho (RIOS, 2009, P. 102).
Sobre o tópico “ambiente de trabalho humanizado”, a Revista Brasileira
de Enfermagem da USP (2006, p. 04), tem o seguinte enfoque:
(...) a humanização do ambiente hospitalar requer, além da
valorização do pensar coletivo acerca da temática, também, a
valorização e reconhecimento de iniciativas anteriores, sinais, projetos
e/ou programas já existentes na instituição, tendo presentes um dos
objetivos do Programa Nacional de Humanização – fortalecer e
articular todas as iniciativas de humanização já existentes nos
serviços de saúde (REVISTA BRASILEIRA DE ENFERMAGEM DA
USP, 2006, P.2006).
32
Ainda sobre esse tópico, a Revista da Escola de Enfermagem da USP
(2006, P. 05), afirma que:
(...) o hospital, por se tratar de um local onde os funcionários
permanecem e dedicam, a cada dia, grande parte de seu
tempo,passa a ser considerado por muitos como a segunda casa/
família, logo, quanto mais aconchegantes e acolhedores os múltiplos
ambientes coletivos se constituírem, tanto mais próximas poderão ser
as relações afetivas e humanas (REVISTA BRASILEIRA DE
ENFERMAGEM DA USP, 2006, P.05).
Mantendo o mesmo enfoque, a Revista da Escola de Enfermagem da USP (2006, P. 06), prega maior aproximação entre direção e trabalhadores:
(...) ser lembrado, ouvido, valorizado e reconhecido pelos gestores representa, para a Equipe de Humanização, um dos fatores mais satisfatórios, em termos de humanização, pois, em suma, humanização é ser reconhecido e ouvido pela administração, ou seja, humanização é a administração estar próxima dos funcionários, para conhecer suas angústias e necessidades. Estas, entre outras, foram algumas das manifestações mencionadas em relação à administração. Assim, não basta, no entender dos profissionais, ser reconhecido, ouvido e respeitado, a partir de sua leitura da realidade (REVISTA BRASILEIRA DE ENFERMAGEM DA USP, 2006, P.06).
33
CONCLUSÃO
O que podemos concluir com esse trabalho, é que apesar dos avanços
tecnológicos e os recursos que a tecnologia propicia aos profissionais de
saúde para cuidar da saúde do paciente, o mesmo não pode ser privado do
tratamento humanizado, e que também deve ser estendido ao usuário do
sistema de saúde.
O ambiente hospitalar humanizado é de fundamental importância na
recuperação do paciente, pois aquele que é tratado com dignidade e tem seus
direitos respeitados, responde muito melhor ao tratamento que lhe é ministrado
na unidade de saúde.
Esse tratamento humanizado deve ser estender do médico ao
recepcionista, passando por todos os profissionais de saúde.
No Brasil, os direitos do paciente foram reivindicados através de
organizações e associações. Com a Constituição de 1988 e o código de Ética
Médica do Conselho Federal de Medicina, do mesmo ano, diferentes leis,
portarias estaduais e federais definiram uma série de direitos de pacientes.
O governo criou programas voltados para a humanização, também
chamados de Cartilhas, na qual podemos destacar o Programa de Atenção
Básica e o Programa de Atenção Primária. Tais programas abrangem a
população no âmbito individual e coletivo, bem como a proteção à saúde,
através de diagnósticos, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da
saúde.
Mas, em contrapartida, para que possa prestar um tratamento
humanizado para o paciente e o usuário, o profissional de saúde precisa ser
tratado também de forma humanizada e isso só será possível com salários
34
dignos, condições de trabalhos adequadas, valorização da profissão,
qualificação e capacitação do profissional de saúde.
Para se chegar lá, ainda há um caminho longo a ser percorrido, pois,
pelo que se vê nos noticiários, as unidades de saúde e a saúde em geral no
Brasil estão “doentes”.
35
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BRASIL. Ministério da Saúde- Secretaria de assistência à Saúde- Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar- Série C. Projetos. Programas e Relatórios n. 20.Brasília: Ministério da Saúde 2001. Disponível em <http:/bvsms.saude.gov.br/bvs/publicaçoes/ pnhah01.pdf > Acesso em 18/04/2013 ENFERMAGEM. Revista brasileira. Princ. Version ISSI 0034-7167- Rev. bras. enferm. Vol. 62 no. 6 Brasília Nov. /Dec. 2009. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php=0034-71672009000600017&script=sci_arttext Acesso em 18/04/2013. MELLO, Inaiá Monteiro. Humanização da Assistência Hospitalar no Brasil: conhecimentos básicos para estudantes e profissionais. Versão definitiva em 2008. Disponível em http://www.hcnet.usp.br/humaniza/pdf/livro/livro_dra_inaia_humanização_nos_hospitais . Acesso em 18/04/2012 VAITSMAN, Jeni, E ANDRADE, Gabriela Rivieres Borges. Satisfação e responsabilidade: formas de medir a qualidade e a humanização da assistência à saúde. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/csc/v10n3/10n3.pdf. Acesso 18/04/2013 AYRES, José Ricardo de Carvalho Mesquita. Hermenêutica e humanização das práticas de saúde, Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 10, n, 3, p. 549-560, jul./set, 2005. Disponível. http://bvsms.gov.br/is_digital/is-0405/humanização.htm. Acesso em 13/05/2013. BENEVIDES, Regina; PASSO, Eduardo, A humanização como dimensão pública das políticas de saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v. 10, n. 3, p. 561-571, jul./set.2005. Disponível . http://bvsms.gov.br/is_digital/is-0405/humanização.htm. Acesso em 13/05/2013. BRASIL, Ministério da Saúde. Temáticas. Áreas BVS MS Humanização, Cartinhas Humaniza SUS. Disponível em <http:/bvsms.saude.gov.br/bvs/humanização/pub-destaques Acesso em 20/05/2013.
36
BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde – Política Nacional de Humanização. Cadernos Humaniza SUS – Volume 2 – Atenção Básica – Série B. textos Básicos de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde 2010. Disponível em http://bvsms.saude.br/bvs/publicações/cadernos_humanizasus_atenção_ basica.pc . .Acesso em 10/06/2013 BEDIN, Eliana, RIBEIRO, Luciana Barcelos Miranda Ribeiro, BARRETO, Regiane Ap. Santos Soares. Revista eletrônica de Enfermagem – Vol. 06, Num. 03, 2004 – ISSN 1518-1944 – Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiânia (GO – Brasil). Artigo de revisão. HUMANIZAÇÃO DA ASSITÊNCIA DE ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO. Disponível em < http://www.fen.ufg_revista6_3/13_Revisão3.html.> Acesso em 12/06/2013 RIOS, Isabel Cristina. Caminhos da Humanização na Saúde, Prática e reflexão. Áurea Editora 2009. Disponível em www.pessoascomdeficienciasp.gov.br/usr/share/documents/CAMINHO_DA_HU ENFERMAGEM. Revista da Escola USP. Versão impressa ISSN 0080-6234 – Rev. esc. enferm. USP. v. 40 n.2. São Paulo jun. 2006. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&cpid=S0080-62342006000200010...> Acesso em 27/06/2013.
37
BIBLIOGRAFIA CITADA
SANTOS, Lenir. Conhecendo seus direitos na saúde pública. Brasília: Editora CONASEMS - Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, 2006. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Geral. Secretaria de Modernização Administração e Recursos Humanos. Sistema único de Saúde. Diretrizes para formação de Política de Recursos Humanos, Brasília1989.
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ANEXO 1
Quadro 1
Quadro 1
Responsabilidade/ Satisfação /Humanização/ Direito do Paciente
Categorias Conceitos
Responsabilidade /Satisfação / Humanização / Direito do Paciente
1) Dignidade x x x x 2) Confiabilidade x x x 3) Autonomia x x x 4) Apoio Social x x x 5) Comunicação/ Informação x x x x 6) Agilidade x x x 7) Insatisfação Ambiente físico x x x x 8) Escolha x x x x 9) Aspectos Interpessoais x 10) Competência/ Qualidade Técnica x 11) Conveniência x x
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Quadro 1 (continuação)
Responsabilidade/ Satisfação /Humanização/ Direito do Paciente
Categorias Conceitos
Responsabilidade /Satisfação / Humanização / Direito do Paciente
12 ) Finanças x x 13) Eficácia/resolução x x x
14) Continuidade x x x 15) Visibilidade x 16) Confiabilidade x 17) Empatia x
18) Garantia x
19) Receptividade x x
20) Gestão Participativa x
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ANEXO 2
Quadro 2 Quadro 2 Definição das categorias Categorias Definições
1) Dignidade Ser tratado com respeito e consideração, ser bem recebido nas unidades de saúde, tratado respeitosamente em qualquer
circunstância. Ser examinado e tratado, tendo a privacidade e o direito de sigilo das informações de sua doença respeitados (OMS,2006). Na revisão de Sitzia & Wood (1997) o respeito faz parte da categoria “aspectos interpessoais”. (...) acesso a atendimento digno e de qualidade no decorrer da gestação, parto e puerpério (PHPN, 2002). Todos os usuários saberão quem são os profissionais que cuidam de sua saúde, as unidades de saúde garantirão os direitos dos usuários (...) (PNH, 2002). Ter um atendimento digno, atencioso e respeitoso. Ser identificado e tratado pelo nome (e não por números, códigos, de modo genérico, desrespeitoso ou preconceituoso). Poder identificar as pessoas envolvidas na sua assistência através de crachás visíveis, legíveis e que contenham nome completo, função e o cargo. Ter assegurado sua privacidade, individualidade e o respeito aos valores éticos e culturais (Direito do usuário , 1999). Igualdade de assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie (lei8.080)
41
2) confidencialidade
As consultas devem ser conduzidas de maneira a que a privacidade seja protegida, e garantida a confidencialidade de toda a informação fornecida pelo paciente, mantendo-a em arquivos médicos confidenciais, exceto se a informação for necessária para tratamento para outros profissionais de saúde (OMS, 2000). (...) a confidencialidade de toda e qualquer informação pessoal (Direito do paciente, 1999).
3) Autonomia Ter informação sobre as opções e alternativas de tratamento, depois de discutir com o profissional de saúde, devendo ser encorajado a questionar. Poder recusar o tratamento. Ter o consentimento do paciente antes de iniciar tratamento e testes (OMS, 2000). Consentir ou recusar, de forma livre, voluntária e esclarecida, com adequada informação, procedimentos para diagnósticos ou terapêuticos a serem neles realizados (Direito do paciente, 1999).
4) Apoio Social Permissão aos pacientes internos de visitas de parentes e amigos, provisão de comida e outros artigos não providos pelo hospital; permissão de práticas religiosas não prejudiciais às atividades do hospital e que não firam a sensibilidade de outros indivíduos; acesso a rádio, jornais ou algum outro material de leitura; algum tipo de apoio para os pacientes terminais e no pós- hospitalar (OMS, 2000). Acompanhamento de pessoas da rede social do paciente, de sua livre escolha (PNH, 2002). Ser acompanhado, se assim o desejar, nas consultas e Internações, por pessoa por ele indicado (Direito do paciente, 1999).
42
5) Comunicação/ O profissional de saúde deve ouvir o paciente informação cuidadosamente e fornecer explicações de modo que o paciente possa entender, dispondo de tempo suficiente para esclarecer todas as suas dúvidas (OMS, 2000). As unidades de saúde garantirão as informações aos usuários (PNH, 2002). Receber informações claras, objetivas e compreensíveis sobre hipóteses diagnósticas, diagnósticos realizados, exames solicitados, ações terapêuticas, riscos e benefícios do tratamento, etc. Ser prévia e expressamente informado quando o tratamento proposto for experimental ou de pesquisa . Acessar, a qualquer momento, o seu prontuário médico (|Direitos do Paciente, (1999). 6) Agilidade Unidades de saúde devem ser geograficamente acessíveis, levando em conta a distância, o transporte e o
terreno. Os pacientes devem conseguir cuidado rápido em emergências e o tempo de espera por consultas e tratamento deve ser curto (OMS, 2000). Sitzia & Wood (1997) tempo de espera na categoria “convencional” Serão reduzidas as filas e o tempo de espera (...) (PNH, 2002).
7) Insatisfação/ Ambiente físico O meio no qual o cuidado de saúde é provido, deve incluir vizinhança e arredores limpos, mobília adequada, comida saudável e de boa procedência, ventilação suficiente, água limpa, banheiros e roupas limpos. Devem ser realizados
procedimentos regulares de limpeza e manutenção da edificação e alicerces do hospital (OMS, 2000). Sinais de direção claros, equipamentos e mobília adequados, atmosfera agradável (Sitzia & Wood, 19997).
(...) promover ambiência acolhedora e confortável ( PNH, 2002). Ter um local digno e adequado para o atendimento (Direito do Paciente, 1999).
43
8) Escolha Possibilidade, na unidade de saúde, de escolher os profissionais de saúde. Os indivíduos devem poder ter acesso a uma segunda opinião em caso de doenças severas ou crônicas e cirúrgicas (OMS, 2000). 9) Aspectos/ Interpessoais Modo com que cada profissional de saúde interage pessoalmente com os pacientes, ou seja, respeito, cortesia, interesse, animosidade (Sitzia & Wood, 1997). 10) Competência/ Qualidade técnica Envolve evitar riscos desnecessários e erros médicos (Sitzia & Wood, 1997). Estimular práticas resolutivas, racionalizar e adequar o uso de medicamentos eliminando ações desnecessárias (PNH, 2002). 11) Conveniência Localização da unidade de saúde (distância, transporte, etc..), tempo de espera (para cirurgias, atendimentos, exames), sistemas de notificações, recepção, facilidade para acessar o médico, atendimento domiciliar (Sitzia & Wood, 1997);
.
12) Finanças O paciente tem o direito de ter acesso às contas detalhadas referentes ao seu tratamento, internação e outros procedimentos médicos (Direito do paciente, 1999). Fatores envolvidos no pagamento do serviço médico (Sitzia & Wood, 19997).
44
13) Eficácia/ Resolução Resultados dos serviços prestados, ou seja, melhoria e manutenção da saúde (Sitzia & Wood, 1997). Atendimento acolhedor e resolutivo baseado em critérios de risco (PNH, 2002). 14) Continuidade Constância do cuidado (Sitzia & Wood,1997). Garantia de continuidade de assistência com sistema de referência e contra - referência (PNH, 2002). Integralidade de assistência, entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema (Brasil, 1988).
15) Viabilidade Médicos e profissionais de saúde em números suficientes. Recursos médicos.
16) Confiabilidade Os serviços cumprirem o que prometeram e estarem habilitados para realizar o serviço (Parasuruman, 1999).
17) Empatia Cuidado e atenção individualizada dispensada aos
usuários. Incluem as dimensões acesso, comunicação e atendimento ao consumidor (Parasuraman, 1999).
18) |Garantia Serviço dos funcionários aliados à cortesia e habilidade de seu desempenho, inspirando confiança (Parasuraman, 1999).
45
19) Receptividade Prontidão em ajudar e responder às necessidades dos usuários (Parasuraman, 1999). 20)Gestão As unidades de saúde garantirão gestão participativa Participativa aos seus trabalhadores e usuários (...) (PNH, 2002). Participação da comunidade (Brasil, 19988).
Fonte: PARASURAMAN, (1998) citado por ( VATSMAN E ANDRADE, 2005, P. 608)
46
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I HUMANIZAÇÃO: CONCEITO E PROGRAMAS 10 1.1 – Conceitos de Humanização 10 1.2 – Programas de Humanização 11 1.3 – Programa de Atenção Básica 12 CAPÍTULO II – O PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO NO ATENDIMENTO AO PACIENTE E USUÁRIO 15
2.1 – Conceitos de Humanização e os Direitos do Paciente 15 2.1.2 – Direitos do Paciente 16 2.1.3 – Assistência de Enfermagem Humanizada ao Paciente 20
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2.1.4 – Metodologias das pesquisas de Satisfação do usuário 22 CAPÍTULO III – TRATAMENTO HUMANIZADO AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE 23 3.1 – Motivação no Trabalho 23 3.2 – Programas de Capacitação e Qualificação 24 3.3 – Humanização no Ambiente de Trabalho 30 CONCLUSÃO 33 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 35 BIBLIOGRAFIA CITADA 37 ANEXO 01 38 ANEXO 02 40 ÍNDICE 46